ambiente. Segundo a mencionada autora (2000, p. 17) “Talvez a mais triste imagem
desse fracasso seja a existência hoje de mais de 1,3 bilhão de pessoas vivendo em
estado de pobreza absoluta”.
Michel Chossudovsky (1999) confirma a afirmação anterior, pontuando:
Desde o começo dos anos 80, os programas de ‘estabilização
macroeconômica’ e de ‘ajuste estrutural’ impostos pelo FMI e pelo Banco
Mundial aos países em desenvolvimento (como condição para a
renegociação da dívida externa) têm levado centenas de milhões de pessoas
ao empobrecimento. Contrariando o espírito do acordo de Bretton Woods,
cuja intenção era a ‘reconstrução econômica’ e a estabilidade das principais
taxas de câmbio, o programa de ajuste estrutural (PAE) tem contribuído
amplamente para desestabilizar moedas nacionais e arruinar as economias
dos países em desenvolvimento. O poder de compra interno entrou em
colapso, a fome eclodiu, hospitais e escolas foram fechados, centenas de
milhões de crianças viram negado seu direito à educação primária. Em
várias regiões do mundo em desenvolvimento, as reformas conduziram ao
ressurgimento de doenças infecciosas, entre elas tuberculose, a malária e o
cólera. Embora a missão do Banco Mundial consista em ‘combater a
pobreza’ e proteger o meio ambiente, seu patrocínio para projetos
hidrelétricos e agroindustriais em grande escala também tem acelerado o
processo de desmatamento e de destruição do meio ambiente, causando a
expulsão e o deslocamento forçado de vários milhões de pessoas
(CHOSSUDOVSKY, 1999, p. 26).
É interessante notar, porém, que em nossa investigação observamos que, na
ótica do próprio Banco Mundial, ele se considera uma das maiores fontes de apoio ao
desenvolvimento no mundo, atuando em mais de cem países em desenvolvimento,
provendo recursos e idéias para melhorar a qualidade de vida e eliminar as piores
formas de pobreza. De acordo com sua publicação:
O Grupo Banco Mundial utiliza seus recursos financeiros, seus técnicos
altamente qualificados e sua ampla base de conhecimentos para ajudar os
países em desenvolvimento a trilhar o caminho da estabilidade, da
sustentabilidade e do crescimento eqüitativo. Também auxilia os países a
fortalecer e manter as condições fundamentais e necessárias para atrair e
reter investimentos privados. Com as recomendações e empréstimos do
Banco, vários governos estão reestruturando suas economias, fortalecendo
seus sistemas bancários e investindo em recursos humanos, infra-estrutura e
proteção ambiental, para tornar mais atrativo e produtivo o investimento
privado (BANCO MUNDIAL, 2006a, p. i).
Existem alguns aspectos do Banco Mundial que possivelmente poucos
conhecem. Conforme ressalta a publicação anteriormente citada, o Banco é o maior
financiador mundial de programas de educação, de saúde, da luta contra o HIV/AIDS,
de projetos de biodiversidade. Coloca-se, ainda, como o maior parceiro no combate