1986) e in vitro em linhagens celulares (Francis, C. L. et. al.,1991). Em seguida ao
estabelecimento de AE, há redução na capacidade do enterócito para absorver
conteúdo (nutrientes mais água) do interior do tubo intestinal com desequilíbrio
eletrolítico, saída excessiva de água para a luz do intestino, sintoma típico da
diarréia profusa causada por EPEC (S.C.Clark, et. al.,2003).
Assim como a EPEC, EHEC também infecta e induz lesão tipo AE no sítio de
contato com a célula alvo. Entretanto, estas lesões diferem em composição,
localização e mecanismos fisiológicos e moleculares das lesões produzidas por
EPEC (DeVinney, R. et. al. 2001; Gabastou, J. M. et. al. 1995), localizando-se
essencialmente no íleo terminal ou no cólon (Hart, C. A. et. al., 1993).
Os genes que codificam fatores de virulência necessários para a formação da
lesão A/E e pedestal pela EPEC se encontram associados em um grupo de genes
de 35-kb denominado ―Lócus of enterocyte effacement‖ (LEE) (Nataro e Kaper 1998;
McDaniel e Kaper 1997). Outros enteropatógenos que também produzem lesão AE,
incluindo EHEC, C. freundii e patógeno de coelho RDEC-1, também possuem LEE
(McDaniel et. al., 1995). A região completa da LEE foi seqüenciada e contém genes
reguladores transcricionais, tal como o regulador de LEE ou Ler (Dean e Kenny
2005), translocadores, chaperoninas moleculares, assim como outros genes para a
formação do pedestal. Estes incluem vários genes que codificam proteínas tipo III,
chamadas de Esps (proteínas secretadas por EPEC), incluindo EspA, EspB, EspD e
EspF, adesinas, intimina e o receptor translocado de intimina, Tir. Mutações em
algum desses fatores, com exceção do EspF, previne a formação da lesão AE em
modelos de cultura de células epiteliais (DeVinney et. al., 1999). O canal
transportador é organizado pela associação de moléculas EspA. Através deste canal
é que moléculas efetuadoras como Tir, EspB e EspD, também produzidas pela
bactéria, se transferem para a superfície da célula hospedeira. Tir funciona como
receptor para intimina, enquanto EspB e EspD são usadas para formar poros
através dos quais outras moléculas, também fatores de virulência, são introduzidas
no interior da célula (Warawa et. al., 1999;Ide et. al., 2001; Knutton et. al., 1998).
O primeiro gene identificado dentro da LEE foi eaeA, agora conhecido como
eae (Ide et. al., 2001). A proteína codificada por eae, conhecida como intimina, está