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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Desenvolvimento de marcador molecular para resistência a
Tobacco mosaic virus e herança da resistência a
Meloidogyne incognita raça 3 em tabaco
Raphaelle Komatsu Dalla Valle
Dissertação apresentada para obtenção de título de
Mestre em Agronomia. Área de concentração:
Fitopatologia
Piracicaba
2008
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Raphaelle Komatsu Dalla Valle
Engenheiro Agrônomo
Desenvolvimento de marcador molecular para resistência a Tobacco mosaic virus
e análise da herança da resistência a Meloidogyne incognita raça 3 em tabaco
Orientador:
Prof. Dr. LUIS EDUARDO ARANHA CAMARGO
Dissertação apresentada para obtenção de título de
Mestre em Agronomia. Área de concentração:
Fitopatologia
Piracicaba
2008
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Dalla Valle, Raphaelle Komatsu
Desenvolvimento de marcador molecular para resistência a Tobacco mosaic virus e
herança da resistência a Meloidogyne incognita raça 3 em tabaco / Raphaelle Komatsu
Dalla Valle. - - Piracicaba, 2008.
55 p. : il.
Dissertação (Mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2008.
Bibliografia.
1. Fumo 2. Marcador molecular 3. Nematóides 4. Resistência genética vegetal 5. Vírus
de plantas I. Título
CDD 633.71
D144d
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
Ao meu pai pelo apoio constante e à minha mãe
Aos meus irmãos pelo incentivo
Aos meus familiares
Aos verdadeiros amigos
Dedico
Ao Ivan pelo companheirismo, paciência
e apoio constante
Ofereço
4
AGRADECIMENTOS
Ao orientador Prof. Dr. Luis Eduardo Aranha Camargo pela orientação e dedicação.
Ao Prof. Dr. Jorge Marques Rezende e ao pessoal do laboratório de Virologia Vegetal
pelas sugestões, apoio e dedicação para execução deste trabalho.
A Dra. Claudia Barros Monteiro pela minha introdução na vida científica, amizade e
exemplo de competência e profissionalismo.
Ao meu tio Carlos e minha tia Maria Aparecida pelo apoio e incentivo.
Aos amigos do Laboratório de Genética Molecular: Alessandra, Ana Paula, Bruno, Ana
Carolina, Cynthia, Daniel, Daniela Truffi, Érika, Fátima, Fabrício, Flávia, Fernanda, Júlia,
Juliana, Lara, Leandro, Lilian, Marcelo Zerillo, Márcia, Maria Cristina, Reinaldo, Thayne,
Vyvian, pelo companheirismo e amizade durante todos esses anos.
Aos professores do Departamento de Fitopatologia pelo apoio na execução deste
trabalho.
Aos funcionários do Departamento de Fitopatologia Carmem, Edivaldo, Fernanda,
Heloísa, Jefferson, Liliane, Pedro e Rodolfo pelo auxílio.
A empresa Souza Cruz S.A. pelo apoio financeiro e técnico na execução deste trabalho.
Ao Dr. Carlos Eduardo Pulcinelli, Lucia Lopes Scuciato, Angenilson Defrate e demais
funcionários do Centro de Melhoramento de Fumo.
Ao Prof. Dr. Mario Inomoto e Dra. Andressa Zamboni Machado pelo apoio na execução
deste trabalho.
A todos meus colegas do curso de pós-graduação em Fitopatologia pela amizade,
companheirismo e bons momentos vividos.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para execução deste trabalho.
Ao CNPQ pelo auxílio financeiro.
5
“Toda nossa ciência, comparada com a realidade,
é primitiva e infantil – e, no entanto, é a coisa mais
preciosa que temos.
Albert Einstein (1879 – 1955)
6
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................. 8
ABSTRACT .............................................................................................................. 9
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 10
2 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 12
2.1 Revisão de bibliográfica...................................................................................... 12
2.1.1 A produção de tabaco .................................................................................... 12
2.1.2 Tobacco mosaic virus e Meloidogyne incognita.............................................. 14
2.1.3 Resistência a TMV derivada de N. glutinosa .................................................. 16
2.1.4 O gene N ......................................................................................................... 17
2.1.5 Marcadores moleculares ................................................................................. 19
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 21
3.1 Material vegetal ................................................................................................. 21
3.1.1 Populações segregantes para resistência a TMV ........................................... 21
3.1.2 Painel de cultivares comerciais........................................................................ 21
3.1.3 Populações segregantes F2 e retrocruzamento (RC1F1) para avaliação da
resistência a Meloidogyne incognita raça 3 .............................................................
22
3.2 Avaliação da resistência a TMV ......................................................................... 23
3.3 Avaliação da herança da resistência a raça 3 de Meloidogyne incognita .......... 24
3.4 Desenvolvimento de marcador molecular para o gene N .................................. 25
3.4.1 Extração de DNA ............................................................................................ 25
3.4.2 Desenvolvimento de marcador para o gene N e genotipagem ....................... 26
3.5 Análise de ligação entre marcador molecular e genes de resistência ............... 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................ 28
4.1 Tobacco mosaic virus......................................................................................... 28
4.1.1 Avaliação de resistência das populações RC1F1 e F2 a TMV........................ 28
4.1.2 Avaliação da resistência de cultivares de tabaco a TMV................................. 30
4.1.3 Genotipagem da população F2 utilizando marcador para o gene N ............... 34
4.1.4 Análise de ligação entre marcador candidato e gene N ................................ 36
4.1.5 Validação do marcador em cultivares comerciais ........................................... 38
5 Meloidogyne incognita ......................................................................................... 40
7
5.1 Avaliação a M. incognita das populações segregantes RC1F1 e F2 ................. 40
6 CONCLUSÕES .................................................................................................... 43
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 44
ANEXOS .................................................................................................................. 52
8
RESUMO
Desenvolvimento de marcador molecular para resistência a Tobacco mosaic virus
e herança da resistência a Meloidogyne incognita raça 3 em tabaco
Este projeto objetivou desenvolver um marcador molecular ligado ao gene de
resistência a Tobacco mosaic virus (TMV), em vista da necessidade de aprimorar os
métodos de melhoramento de plantas para atender crescentes demandas de
produtividade. O outro objetivo deste trabalho foi a avaliação de uma população
segregante F2 e de retrocruzamento (RC1F1) a Meloidogyne incognita raça 3, oriunda
do cruzamento das cultivares comerciais Coker 176 (C176) e Coker 371 Gold (C371G).
Para o desenvolvimento do marcador ligado ao gene de resistência a TMV, o gene N,
foram desenvolvidos iniciadores específicos para regiões conservadas (TIR, NBS e
LRR) deste gene com base em sua seqüência. Estes iniciadores foram utilizados para
amplificar um marcador cuja ligação ao referido gene foi confirmada em 200 indivíduos
de população segregante F2 oriunda do cruzamento entre uma linhagem resistente
(Coker176) e outra suscetível ao vírus (Kentucky326). A proporção entre o número de
plantas resistentes e suscetíveis (154:46) não diferiu estatisticamente daquela esperada
no caso de segregação de um gene dominante de resistência, que seria de 3:1. Os
resultados indicaram que o marcador e o gene estão proximamente ligados segundo
taxa de recombinação, que foi de 1%. Na avaliação da hereditariedade a M.incognita
utilizou-se 141 indivíduos da população segregante F2 oriunda do cruzamento entre
uma linhagem resistente (Coker176) e suscetível (Coker 371G) e 138 indivíduos de
RC1F1 ([C176 X C371G] X C371G). Os resultados obtidos entre a proporção entre o
número de plantas resistentes e suscetíveis da população F2 (102:39) e da RC1F1
(67:71) não diferiu estatisticamente daquela esperada no caso de segregação de um
gene dominante de resistência.
Palavras-chave: Fumo; Gene N; Marcador perfeito; LRR; Nematóide de galhas
9
ABSTRACT
Development of molecular marker for resistance to Tobacco mosaic virus and
heredity of resistance to Meloidogyne incognita race 3 in tobacco
The aim of this study is to develop a molecular marker linked to the resistant gene
to Tobacco mosaic virus (TMV) considering the necessity to improve plant breeding to
meet growing demands of productivity. The other goal of this study is to evaluate the
mode of inheritance of an F2 segregating population and backcross (BCF1) population
of Meloidogyne incognita race 3 originated from cross breeding between commercial
cultivars Coker 176 and Coker 371 Gold. For the development of the marker linked to
the TMV resistant gene, the N gene, specific primers of this gene were developed for
conserved regions (TIR, NBS and LRR) based on their sequence. These primers were
used to amplify a marker whose connection with the aforementioned gene was
confirmed in 200 individuals in a segregating F2 population originated from the cross
breeding between a resistant cultivar (Coker176) and another cultivar which is
susceptible to the virus (Kentucky326). The proportion between the number of resistant
and susceptible plants (154:46) did not statistically differ from the one expected in the
segregation of one dominant resistance, which would be a 3:1 segregation ratio. The
results indicated that the marker and the gene are narrowly linked according to
recombination ratio 1%. In the heredity evaluation of resistance to M.incognita 141
plants of the segregating F2 population originated from the cross breeding of a resistant
(Coker176) and susceptible cultivar (Coker 371G) and 138 plants of backcross BC1F1
([C176 X C371G) X C3371G) were used. The outcome of the proportion between the
number of resistant and susceptible plants of segregating F2 (102:39) and BC1F1
population (67:71) were not statistically different from the ones expected for a
monogenic dominant resistance.
Keywords: Tobacco; N gene; Perfect marker; LRR; Root-knot nematode
10
1 INTRODUÇÃO
Nicotiana tabacum L. é uma espécie tetraplóide resultante da hibridização de
Nicotiana sylvestris e Nicotiana tomentosiformis. Nicotiana pertence à família das
solanáceas e subdivide-se em três subgenêros: Rustica, Tabaccum e Petunioides
(GOODSPEED, 1954 apud REN; TIMKO, 2001). O gênero Nicotiana, além da
relevância econômica, é considerado um importante modelo para estudo na área de
biotecnologia e, ainda, como auxiliar em estudos que envolvem princípios de resistência
a doenças, síntese de metabólitos secundários e fisiologia de plantas (BINDLER et al.,
2007).
A indústria do tabaco possui grande importância para a agroindústria brasileira
devido à contribuição de impostos e geração de empregos para aproximadamente 184
mil famílias na cultura do fumo nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul (SINDICATO DA INDÚSTRIA DO FUMO - SINDIFUMO, 2007). Atualmente, as
viroses são os principais problemas da cultura do tabaco, destacando-se o Tobacco
mosaic virus (TMV), uma partícula viral altamente estável e de distribuição mundial. O
TMV causa prejuízos devido à redução da área foliar, rugosidade e malformação. Além
disso, plantas doentes podem apresentar maiores teores de nicotina comparadas à
plantas sadias. Outro patógeno importante é o nematóide das galhas (Meloidogyne
incognita), pois a inexistência de áreas indenes é decorrente do grande número de
hospedeiros parasitados por esta espécie. Perdas ocorrem devido a danos ao sistema
radicular, alterando o desenvolvimento das plantas (MASSOLA et al., 2005). A medida
de controle para TMV e M. incognita é a utilização de cultivares resistente. Nesse
sentido, o presente trabalho objetivou desenvolver marcador molecular para o gene N
de resistência a TMV e analisar o modo de resistência a raça 3 de M. incognita.
O desenvolvimento de marcador molecular ligado ao gene N baseou-se na
disponibilidade da seqüência do gene na literatura (WHITHAM et al, 1994). Iniciadores
específicos foram desenhados para regiões conservadas deste gene e estes foram
utilizados para amplificação de segmentos do gene em plantas de uma variedade
resistente (C176) e outra suscetível (K326), indivíduos de uma população segregante
F2 (C176 X K326) oriunda do cruzamento destas variedades e um painel de cultivares
de tabaco comerciais.
11
Na avaliação do modo de herança da resistência a raça 3 de M.incognita foram
utilizados 144 indivíduos da população segregante F2 oriunda do cruzamento entre
uma variedade resistente (Coker176) e uma suscetível (Coker 371G) e 137 indivíduos
do retrocruzamento com o genitor suscetível [C176 X C371G] X C371G).
12
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Revisão bibliográfica
2.1.1 A produção de tabaco
O tabaco ou fumo, como é conhecido vulgarmente, é cultivado há centenas de
anos pelo homem. Entretanto, existem duas correntes sobre a difusão da fumicultura
pelo mundo, uma delas afirma que o fumo é originário das Américas e a outra afirma
que descende de plantas utilizadas como fumo na Ásia desde o século IX,
provavelmente em cachimbos (SINDIFUMO, 2007). Atualmente, admite-se que a planta
é originária dos vales orientais dos Andes bolivianos, difundindo-se pelo território
brasileiro através das migrações indígenas, sobretudo da nação Tupi-Guarani. Para os
índios brasileiros, o fumo possui caráter sagrado e seu uso era originalmente limitado a
ritos religiosos e fins medicinais (SINDIFUMO, 2007).
O tabaco constitui um dos produtos vegetais mais importantes da economia de
vários países. O aumento da safra em 70% nos últimos anos garantiu ao Brasil o
segundo lugar na produção mundial. A safra 2006/07 foi marcada por uma melhora
quantitativa e qualitativa devido ao equilíbrio dos teores de alcalóides. A produção foi de
760 mil toneladas, com produtividade média de 2.099 quilos por hectare numa área
total de 362 mil hectares, envolvendo diretamente 184 mil famílias produtoras, além dos
empregos gerados na indústria, varejo, logística e outros segmentos (SINDIFUMO,
2007). Para a estrutura da agricultura familiar do Sul do país, o fumo representa alta
rentabilidade em relação às culturas alternativas, sendo nove vezes maior que a renda
gerada pelo cultivo do milho e 15 vezes a do feijão, segundo dados da Associação dos
Fumicultores do Brasil (
AFUBRA, 2007).
O principal produtor continua sendo a China, seguido do Brasil, Índia, Estados
Unidos, Zimbabwe e Indonésia. O mercado se mantém estável por mais de 10 anos,
porém, as últimas safras registraram mudanças que favoreceram as exportações do
Brasil, como por exemplo, a queda da produção no Zimbabwe devido a adversidades
climáticas, que favoreceu a exportação brasileira de fumo do tipo flavor. Outros fatores
13
de variação são a redução de subsídios de alguns países europeus para a produção e
o aumento das restrições da legislação antitabagista (SINDIFUMO, 2007).
O estado com maior produção é o Rio Grande do Sul, com 50% do total,
seguido de Santa Catarina (33%) e Paraná (17%). No nordeste são produzidos os
fumos escuros, cuja colheita na safra 2005/06 foi de 38 mil toneladas (Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Estes são destinados à fabricação de charutos,
cigarrilhas e fumo de corda. No mercado internacional, o Brasil é o líder em exportação.
Em 2007, exportou aproximadamente 640 mil toneladas, cerca de 84,2% do produto
colhido da safra 2006/07, gerando a receita de US$ 2 bilhões. Houve um aumento
significativo nas exportações se comparado ao volume de 558,6 mil toneladas em 2006.
Atualmente, o Brasil exporta cerca de 85% da sua produção para mais de 100 países
nos cinco continentes. Entre os principais compradores estão União Européia (48% do
total), América do Norte (14%), Extremo Oriente (14%), Leste Europeu (12%), América
Latina (6%) e, ainda, África e Oriente Médio (6%) (ANUÁRIO DO FUMO, 2007).
No Brasil, os tipos de fumo cultivados são classificados de acordo com a
finalidade de uso e o método de cura. São eles os fumos tipo estufa, galpão, oriental e
outros pequenos grupos. O processo de cura é muito importante para garantir ao
produto aroma e boa qualidade química. Neste processo, a clorofila é degradada e os
carboidratos são convertidos a açúcares simples. Os fumos do tipo estufa
compreendem os grupos varietais Virgínia e Amarelinho. Possuem colheita de folhas
individual e cura através de calor artificial em estufas apropriadas. São empregados
para misturas na fabricação de cigarros industrializados e possuem alto teor de
açúcares. Os do tipo galpão compreendem os grupos varietais Burley, Comum, Dark e
Maryland. A colheita é feita pelo corte da planta inteira e a cura é realizada em galpões
sem utilização de calor artificial. Estes grupos também são utilizados em misturas na
fabricação de cigarros industrializados. Os fumos do tipo oriental compreendem os
grupos varietais Izmir, Basma e Gavurkoy. Possuem folhas pequenas e característica
marcante pelo forte aroma, razão pela qual são designados fumos tipo flavor,
importantes na mistura para fabricação de cigarros industrializados devido ao aroma
característico e baixos teores de nicotina (MASSOLA et al., 2005). O Brasil é o maior
produtor mundial de fumos flavor e semi-flavor, utilizados em misturas para assegurar o
14
sabor e o aroma dos melhores cigarros, e nos últimos anos tem sido destaque em
exportação (ANUÁRIO DO FUMO, 2007).
Outros grupos varietais como o charuto, utilizado na fabricação de charutos, o
arapiraca, na fabricação de cigarrilhas e charutos e o tipo corda, são cultivados em
menor escala no Brasil. Uma outra finalidade para o tabaco que tem se tornado
realidade em alguns países é seu potencial uso medicinal, na produção de produtos
biofarmacêuticos como vacinas, hormônios, anticorpos e insulina (BLINDER et al.,
2007).
2.1.2 Tobacco mosaic virus e Meloidogyne incognita
As doenças do tabaco são de diversas etiologias. Atualmente, as viroses são os
principais problemas da cultura. Dentre estas se destacam o mosaico do tabaco
causado por TMV, além das viroses conhecidas como vira-cabeça, causada por Tomato
spotted wilt virus (TSWV), “streak”, causado por Tobacco streak virus (TSV) e
Cucumber mosaic virus (CMV). No Brasil, o fumo também é muito afetado pelo ataque
de nematóides (Meloidogyne incognita) e outras doenças de menor importância, como
murcha bacteriana (Ralstonia solanacearum), canela preta (Erwinia carotovora subsp.
carotovora) e outras (MASSOLA et al., 2005).
Em 1898, Martinus W. Beijerinck propôs o conceito "contagium vivum fluidum",
para descrever o TMV após constatar que se tratava de partícula menor que uma
bactéria e permanecia viável somente se mantida em plantas vivas (SCHOLTHOF,
2001a). Em 1946, Wendall Stanley recebeu o Prêmio Nobel pelo isolamento de cristais
de TMV. Neste mesmo período, os pesquisadores F.C. Bawden e N. Pirie
demonstraram que o TMV é uma ribonucleoproteína, composta de RNA e capa protéica
(SCHOLTHOF, 2000b).
O TMV é uma partícula de RNA de aproximadamente 300 X 18 nm e pertence ao
gênero Tobamovirus, da família Bromoviridae. O TMV tem distribuição mundial, sendo
encontrado em todos os países onde o tabaco é cultivado. As estirpes de TMV são
encontradas em aproximadamente 200 espécies de plantas, em sua maioria
15
solanáceas, sendo relatadas grandes perdas em tomate e pimenta (WHITHAM et al.,
1996).
Estudos da estrutura e seqüência do TMV demonstraram a existência de quatro
proteínas: duas delas são necessárias para o processo de replicação viral (126 kDa e
183 kDa), uma é necessária para a movimentação célula-célula (30 kDa) e outra para o
processo de encapsidação viral (17,5 kDa). As replicases encontradas no gênero
Tobamovirus interagem com proteínas do hospedeiro e afetam a replicação viral e o
desenvolvimento de sintomas. As interações incluem a associação a proteínas de
membrana do hospedeiro (YAMANAKA et al., 2000), reconhecimento pelo gene
correspondente de resistência, o gene N, oriundo de N.glutinosa (WHITHAM et al.,
1994), resposta de morte celular do hospedeiro (BILGIN et al., 2003), associação com
ATPases e desencadeamento de reações que afetam a acumulação do vírus (ABBINK
et al., 2002; PADMANABHAN et al., 2006).
O TMV é considerado o vírus de maior taxa de transmissão mecânica. A
partícula viral permanece viável por muito tempo em restos culturais de plantas
hospedeiras e sementes, se tornando a fonte de inóculo primário (MASSOLA et al.,
2005). As infecções primárias são responsáveis por uma taxa menor que 10% do total
de plantas infectadas no campo. Entretanto, as infecções secundárias ocasionadas pelo
contato manual e de ferramentas dos produtores com as plantas doentes são
responsáveis pela disseminação do patógeno. Outra importante fonte é a contaminação
pelas mãos dos produtores que possuem o hábito de fumar cigarros.
Os sintomas variam de acordo com as estirpes do vírus e cultivares de fumo. Em
geral, as plantas apresentam redução da área foliar, rugosidade e malformação das
folhas. Os sintomas no limbo foliar são caracterizados por áreas verde-amareladas
resultando em mosaico típico (SHEW; LUCAS, 1991). A redução na produção de
plantas doentes é de aproximadamente 15%.
O manejo fitossanitário baseia-se na eliminação de restos culturais e nos
cuidados na implantação e manejo da cultura. Na fase de implantação e produção de
mudas, por exemplo, devem-se utilizar medidas sanitárias rigorosas para evitar a
introdução do vírus em áreas indesejáveis. A desinfecção de instrumentos de poda ou
rega, descarte de bandejas contaminadas e orientação aos produtores para não
16
manusearem cigarros, cigarrilhas, charutos ou qualquer outro produto oriundo de
tabaco nas operações de capação, ou seja, na retirada do ponto de crescimento da
planta e desbrota, são importantes medidas para evitar a transmissão do vírus. O
escalonamento de operações com início em áreas novas e sadias também é prática
recomendada. A transmissão por insetos não apresenta relevância epidemiológica
(MASSOLA et al., 2005).
Outros patógenos importantes para a cultura do fumo são os nematóides do
gênero Meloidogyne, como Meloidogyne incognita, M. javanica, M. arenaria e M. hapla.
Dentre estes, o mais importante é o Meloidogyne incognita, uma vez que possui uma
ampla variedade de hospedeiros de plantas daninhas e outras culturas, o que torna
impossível sua erradicação. Sintomas de amarelecimento nas folhas, murcha e
enfezamento da planta são denominados sintomas reflexo devido à redução da
eficiência do sistema radicular. Quando ocorre em elevadas populações, pode destruir
por completo as raízes que apresentam formação de galhas (MASSOLA et al., 2005).
O manejo fitossanitário da cultura para o controle deste patógeno preconiza o
uso de mudas sadias para evitar a introdução de nematóides em novas áreas e a
redução da população do parasita em áreas infectadas. Para isso, o melhor método é o
de rotação de culturas com espécies que não permitam a multiplicação de nematóides
e também culturas não hospedeiras ou repelentes, como o cravo-de-defunto, crotalária
e nabo-forrageiro.
2.1.3 Resistência a TMV derivada de N. glutinosa
Nolla e Roque (1933) relataram a introdução da resistência a TMV em
N.tabacum utilizando a variedade de tabaco colombiana ‘Ambalema’, possuidora de
dois genes recessivos de resistência a TMV (BAGLEY, 2001). Allard (1914) relatou que
N. glutinosa apresentava morte celular no ponto de infecção após a inoculação com
TMV e não apresentava mosaico. Holmes (1929) observou os sintomas de setenta e
sete espécies de Nicotiana após a inoculação com TMV, a maioria das espécies
apresentou mosaico, porém, N.rustica, N. langsdorffi, N. acuminata, N. sandera e N.
glutinosa apresentaram resposta de hipersensibilidade (RH). Os resultados deste
17
estudo demonstraram que N. glutinosa foi a espécie que apresentou uniformidade de
RH em curto período, se tornando o modelo para quantificar a resistência a TMV
(HOLMES, 1929 apud BAGLEY, 2001).
Holmes (1938) relatou que a resistência de N. glutinosa era controlada pelo gene
dominante denominado N. Este gene possibilitou o progresso nos estudos para
introdução de resistência em N. tabacum, pois a única fonte de resistência conhecida
pertencia a cultivar Ambalema citada anteriormente, a qual demonstrou dificuldades na
obtenção de híbridos resistentes devido ao caráter recessivo da resistência (VALLEAU,
1942) e produtividade insatisfatória. A resistência a TMV foi incorporada a Nicotiana
tabacum L. utilizando-se a hibridização interespecífica entre Nicotiana glutinosa (n=24)
e Nicotiana tabacum (n=48) pela espécie anfidiploide Nicotiana digluta e repetidos
retrocruzamentos, originando a cultivar Samsoun (HOLMES, 1938; MARATHE et al.,
2002). A transferência do gene N para N. tabacum foi comprovada por estudos de
análise citogenética. Desde então, a maioria das cultivares comerciais resistentes a
TMV possuem este gene (BEEKWILDER, 1999; BAGLEY, 2002 ).
O gene N foi o primeiro gene de resistência de plantas a vírus a ser clonado
(WHITHAM et al., 1994). Atualmente, é utilizado para a transformação de tabaco e
tomate, Lycopersicon esculentum L. (WHITHAM et al., 1996).
2.1.4 O gene N
O produto do gene N interage com a replicase do TMV segundo o modelo
clássico gene-a-gene descrito por Flor (1971) (WHITHAM et al., 1996). O gene N é
dominante e confere resposta de hipersensibilidade, conforme descrito por F. O.
Holmes (1938). A resposta de hipersensibilidade (RH), por sua vez, está relacionada a
modificações celulares decorrentes de reações de espécies reativas de oxigênio,
fosforilação de proteínas, fluxo de íons, produção de compostos antimicrobianos e
expressão de genes de defesa (DIXON, et al. 2004). A morte de células aparentemente
funciona como fator delimitante ao vírus, evitando sua proliferação além do sítio de
infecção (ERICKSON et al., 1999).
18
Análises da seqüência de cDNA do gene N demonstraram que o gene codifica
uma proteína de aproximadamente 131,4 kDa. Sua seqüência de aminoácidos
apresenta três domínios: um deles é o domínio de adesão de nucleotídeos (nucleotide-
binding-site/NBS), constituído de três motivos encontrados em proteínas como kinases
e ATPases. O segundo domínio é uma região rica em leucina (leucine rich region/LRR),
que contém quatro repetições imperfeitas em tandem de 26 seqüências de
aminoácidos, que provavelmente estão ligadas à interação proteína-proteína. O terceiro
domínio é um terminal amino (TIR), que possui 55% de similaridade com Toll protein e
49% similaridade com interleukin-1, estas relatadas como participantes da interação
proteína-proteína na via de transdução de sinais em insetos e animas, respectivamente
(WHITHAM et al., 1994).
Para o melhoramento genético, a utilizão de genes oriundos de espécies
selvagens nem sempre é acompanhada de ganhos agronômicos, uma vez que a
introdução de genes utilizando hibridações e repetidos retrocruzamentos pode
ocasionar o arraste gênico, ou seja, em conjunto com a introdução do gene de interesse
podem ser incorporados outros genes a ele ligados geneticamente, de efeitos deletérios
(BROWN, 2002). Estudos relatam a correlação do gene N, presente em algumas
cultivares, e queda em produtividade em cultivares do tipo estufa (LEGG, 1979 apud
LEWIS et al., 2007).
Um exemplo ilustrativo do efeito de arraste gênico é o estudo comparativo
relatado por Lewis et al. (2007) foram comparados a variação de produção entre a
cultivar suscetível K326, sem o gene N e a K326 após a introdução do gene N via
hibridização interespecífica e retrocruzamentos e a K326 após a introdução do gene via
transformação genética. Os resultados demonstraram perdas de produtividade entre a
cultivar sem o gene N em relação a cultivar transformada pela via sexual provavelmente
devido ao arraste gênico. Este fato não ocorreu na cultivar obtida via transformação
genética, a cultivar K326 obteve melhora na produtividade. A transformação genética se
revelou um método alternativo para a introdução de genes já que elimina eventuais
problemas de arraste gênico devido a inserção apenas do gene (LEWIS et al., 2007).
Porém, este método possui como pontos negativos à indução de modificações
genéticas na cultura de tecidos como alterações na estrutura dos cromossomos,
19
deleções, mutações pontuais e modificações na metilação do DNA (KAEPPLER et al.,
2000; JAN, 2001), além da variação somaclonal e resistência dos consumidores a
produtos transgênicos (LEWIS et al., 2007).
2.1.5 Marcadores moleculares
Os métodos clássicos empregados no melhoramento de espécies autógamas
seguem princípios de autofecundações sucessivas ou retrocruzamentos. São eles:
seleção de linhas puras, introdução de germoplasma, seleção massal de plantas
resistentes, métodos SSD (single seed descendent), método MSSD (modified single
seed descendent), método de populações segregantes, método de retrocruzamentos e
seleção recorrente (BORÉM; MIRANDA, 2005). Os métodos clássicos de melhoramento
de desenvolvimento de cultivares resistentes a pragas e doenças são satisfatórios,
porém lentos e laboriosos. A utilização de marcadores moleculares na seleção dos
genótipos resistentes pode acelerar o melhoramento devido à redução de atividades
como manutenção, isolamento e inoculação de pragas e patógenos e avaliação dos
genótipos, as quais muitas vezes são de difícil mensuração. A redução destas
atividades nas etapas iniciais e intermediárias do programa contribui para redução de
custos do programa, sendo necessárias avaliações de campo com inoculações ou
exposição da planta ao patógeno apenas nas etapas finais para confirmação da
seleção de genótipos resistentes feita de maneira indireta pelo uso de marcadores
(ALZATE-MARIN et al., 2005).
Programas de melhoramento podem empregar diversos tipos de marcadores
moleculares para o desenvolvimento das cultivares resistentes, como por exemplo
polimorfismo de comprimento de fragmentos amplificados (AFLP), DNA polimórfico
amplificado ao acaso (RAPD), microssatélites e polimorfismo de restrição de
fragmentos de DNA (RFLP). O uso de técnicas moleculares nos programas de
melhoramento tem obtido ampla difusão, sendo o AFLP comumente utilizado em
programas de melhoramento como em tomate, batata e também em tabaco (SALIBA-
COLOMBANI et al., 2000; JULIO et al., 2006).
20
Marcadores AFLPs reúnem a especificidade da digestão com combinações de
enzimas de restrição e detecção dos polimorfismos via reação polimerásica em cadeia
(PCR). A grande vantagem deste processo é a de se obter de 50-100 fragmentos
amplificados por reação (VOS et al., 1995). Outro processo descrito recentemente é o
Ligation mediated Polymerase Chain Reaction (LM-PCR), um tipo de AFLP modificado
que é usado para identificar marcadores moleculares ligados a genes de resistência
que contêm regiões conservadas, como as regiões TIR, NBS e LRR discutidas
anteriormente. A aplicação desta técnica em estudos em macieira resultou no
mapeamento de novos marcadores moleculares similares a genes de resistência a
Venturia inaequalis contendo a região NBS-LRR (CALENGE et al., 2005). Em alface
foram identificados marcadores NBS-LRR ligados a potenciais genes de resistência
(SYED et al., 2006). Mantovani et al. (2006) relataram o uso desta técnica para estudo
da diversidade genética em trigo e a associação dos resultados obtidos com trabalhos
futuros de mapeamento genético e/ou QTLs (quantitative trait loci) relacionados a genes
de resistência.
Diante do grande número de informações advindo da clonagem e
seqüenciamento de genes, o desenvolvimento de marcadores moleculares pode ser
realizado baseando-se em informações disponíveis na literatura para desenvolvimento
de marcadores perfeitos, ou seja, aqueles cujo desenvolvimento é feito com base na
própria seqüência do gene de interesse. Podemos citar como exemplos, o
desenvolvimento do marcador baseado no gene Sw-5 de tomate para resistência a
Tomato spotted wilt virus (TSWV), para o gene da betaína aldeído desidrogenase para
seleção de genótipos aromáticos em arroz e para os genes Rht-B1b e Rht-D1b.ligados
a redução do tamanho de cultivares de trigo (GARLAND et al., 2005; BRADBURY et al.,
2005; ELLIS et al., 2002).
21
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Material vegetal
3.1.1 Populações segregantes para resistência a TMV
Populações F2 e retrocruzamento (RC1F1), segregantes para o gene N, foram
obtidas através do cruzamento entre as cultivares Coker 176 (C176) e Kentucky 326
(K326). A primeira possui o gene N e, portanto, é resistente a TMV. A cultivar K326
possui excelente potencial produtivo, mas é suscetível a TMV. É oriunda de
cruzamentos entre linhagens oriundas do cruzamento de Coker 179 e Coker 319 com
McNair 225, McNair 30 e NC95 (MOORE et al., 1998; NORTH CAROLINA CROP
IMPROVEMENT ASSOCIATION – NCCIA, 2008). Para a etapa de inoculação do TMV
e avaliação dos sintomas, utilizaram-se os genitores resistente (C176) e suscetível
(K326), população segregante F2 (C176 X K326) e de retrocruzamento ([C176 X K326]
X K326). A etapa de genotipagem foi realizada com os marcadores moleculares
candidatos e o genitor resistente (C176), genitor suscetível (K326) e população
segregante F2 (C176 X K326). As populações segregantes foram produzidas no Centro
de Melhoramento de Fumo na empresa Souza Cruz S.A. localizada em Rio Negro –
Paraná.
3.1.2 Painel de cultivares comerciais
Um painel de cultivares comerciais de tabaco foi avaliado para resistência a TMV
(Tabela 1), com a finalidade de verificar se o fenótipo apresentado pelas cultivares com
relação a resistência ao vírus corresponderá ao genótipo predito pelo marcador
desenvolvido neste trabalho. Esta avaliação teve como objetivo validar o marcador
molecular para uso em programas de melhoramento de tabaco assistido por
marcadores.
22
Tabela 1 - Cultivares comerciais de tabaco utilizadas para validação do marcador molecular para o
gene N de resistência a TMV
Tipo
Virginia
Tipo
Burley
Tipo
Maryland
Tipo
Comum
Tipo
Oriental
Tipo
Amarelinho
C176 Bag2513 CSC 500 Bravo 702 Mirodata CSC 100
C371G BanketA1 MD1 Correntino Gavurkoy CSC 102
CSC 4506 By21 MD2 CSC 302 Izmir
K149 By11A MD32 Guapo
K326 By37 MD 608 Sauterno
K358 GR136 MD609
MN373 Ky14
NC71 Ky26V
NC95 Ky907
NC729 L8
RG08 TN86
Spg96M TN90
Spg108LF VA509
VA156LF
3.1.3 Populações segregantes F2 e retrocruzamento (RC1F1) para avaliação da
resistência a Meloidogyne incognita raça 3
Populações F2 e retrocruzamento foram obtidas através dos cruzamentos entre
as cultivares Coker 176 (C176) e Coker 371G (C371G). A primeira é resistente a
M.incognita e oriunda do cruzamento entre Coker 258 e várias linhagens. A cultivar
C371G é suscetível a M.incognita e oriunda de cruzamentos entre Speight G-28, NC82
e as linhagens 354, F-105 e 34 (MOORE et al., 1998; NCCIA, 2008). Para a etapa de
inoculação do M.incognita raça 3 e avaliação dos sintomas, utilizaram-se os genitores
resistente (C176) e suscetível (C371G), população segregante F2 (C176 X C371G) e de
retrocruzamento ([C176 X C371 G] X C371G). As populações segregantes foram
produzidas no Centro de Melhoramento de Fumo na empresa Souza Cruz S.A.
localizada em Rio Negro – Paraná.
23
3.2 Avaliação da resistência a TMV
Para avaliação da resistência a TMV o inóculo foi preparado com uma estirpe de
TMV mantida em plantas de fumo suscetíveis cultivadas em casa-de-vegetação. A
suspensão do inóculo foi preparada a partir de maceração das folhas de fumo
infectadas em solução tampão contendo Na
2
HPO
4
(8,6 g/L) e Na
2
SO
3
(5,0 g/L) com pH
ajustado para 7,0 com solução KH
2
HPO
4
(27,2 g/L). A inoculação foi realizada 20 dias
após a semeadura, de maneira manual, através de leve raspagem das folhas
pulverizadas com a solução de inóculo e o abrasivo Carborundum. Na avaliação das
populações F2 e retrocruzamento foram utilizadas folhas destacadas acondicionadas
em suportes de plástico com orifícios no fundo para imersão do pedúnculo da folha em
água. Como testemunhas foram inoculados vinte indivíduos de cada genitor. Os
sintomas foram avaliados três dias após a inoculação mediante inspeção visual.
Na avaliação da resistência das cultivares comerciais (Tabela 1) utilizou-se dez
plantas de cada. As folhas foram inoculadas diretamente em plantas cultivadas em
vaso. Os sintomas foram avaliados cinco e quinze dias após a inoculação mediante
inspeção visual de sintomas. Na avaliação dos sintomas foi avaliada a presença de
sintomas de hipersensibilidade nos indivíduos resistentes e ausência de sintomas nos
indivíduos suscetíveis.
Para confirmação da identidade da estirpe de TMV utilizada como inóculo neste
ensaio, iniciadores degenerados foram desenvolvidos com base no alinhamento
múltiplo de dez seqüências do TMV disponíveis no banco de dados Genbank
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Genbank/). O alinhamento das seqüências do TMV foi
realizado no programa Multialign (http:// bioinfo.genopole-
toulouse.prd.fr/multialin/multialin.html) e o desenvolvimento dos iniciadores foram
realizados utilizando-se o programa Primer3 (ROIZEN; SKALETSKY, 2000). Os
iniciadores (TMV-F: ATGKCTTACACNRTHCNAVT e TMV-R:
HKHAGGAGTNGTAGHCCADC) foram utilizados em PCR utilizando-se como molde o
cDNA oriundo do RT-PCR (Superscript III First Strand Synthesis – Invitrogen) de
amostras do RNA total extraído de plantas correspondentes aos genitores resistente e
suscetível e planta de tabaco sadia. Como controle foi utilizado uma estirpe purificada
24
de TMV cedida pelo Prof. Dr. Jorge Alberto Marques Rezende (Laboratório de Virologia
Vegetal - ESALQ/USP).
3.3 Avaliação da herança da resistência a raça 3 de M.incognita
Para o ensaio de resistência a M.incognita foram avaliadas 141 plantas da
população F2 [C176 X C371G] e 137 plantas da população RC1F1 ([C176 X C371G] X
C371G). Como inóculo, foram utilizados nematóides mantidos em plantas de tomate
suscetível cultivadas em casa-de-vegetação. Os espécimes foram previamente
identificados como pertencentes à raça 3, pela Dra. Andressa Zamboni Machado com
base nas reações do teste de hospedeiros diferenciadores (TAYLOR; SASSER, 1978
apud FREITAS et al., 2007) e mantidos em casa-de-vegetação. O inóculo foi obtido
pela trituração das raízes em liquidificador em baixa rotação por 1 minuto, e a filtragem
da suspensão em peneira de 0,150mm de abertura de malha (60 mesh) acoplada a
outra de 0,025mm (500 mesh). O conteúdo da peneira de 500 mesh foi coletado em
tubo de centrífuga, acrescentando-se caolim, e foi centrifugado a 1.800 rpm por 5
minutos. Posteriormente, o sobrenadante foi descartado e acrescentou-se uma solução
de sacarose (400 g de açúcar em 750 ml de água), sendo processada uma
centrifugação por 1 min a 1.800 rpm. Em seguida, o sobrenadante foi vertido em
peneira de 500 mesh, para lavagem dos nematóides com água e retirada da sacarose,
sendo o conteúdo da peneira coletado em béquer. Os ovos e nematóides extraídos
foram contados com auxílio de lâmina de Peters em microscópio óptico e a suspensão
final foi calibrada para 5.000 ovos + juvenis (J2) por mililitro. Foram feitas duas
inoculações, uma aos 10 dias e outra aos 50 dias do transplante, sendo inoculado 1 ml
da suspensão do inóculo em um orifício no substrato localizado próximo ao colo das
plantas. A inoculação também foi realizada em 20 indivíduos de cada linhagem parental
como testemunha. A avaliação foi realizada aos 60 dias após a segunda inoculação,
através da observação da presença/ausência de galhas nas raízes.
25
3.4 Desenvolvimento de marcador molecular para o gene N
3.4.1 Extração de DNA
A extração de DNA foi realizada através do maceramento de aproximadamente
0,3 g de folhas em tubos de 1,5 mL com 300µl da solução de extração CTAB (0,7M
NaCl, 10% CTAB, 50mM tris pH 8,0, 10mM EDTA) seguido de agitação. Em seguida foi
acrescentado 400µl da solução de extração CTAB (0,7M NaCl, 10%CTAB, 50mM tris
pH 8,0, 10mM EDTA, 0,1% 2-mercaptoetanol). Posteriormente, os tubos foram
incubados por 30 minutos a 55°C.
Após 30 minutos foram adicionados 500µl de solução de clorofórmio e álcool
isoamílico na proporção de 24:1, e a emulsão resultante foi agitada vagarosamente por
20 vezes. Os tubos foram centrifugados por 5 minutos a 13000 rpm. O sobrenadante foi
recuperado em volume de 550µl em novo tubo contendo 50µl de tampão de extração
CTAB 10% e adicionado 600µl de solução de clorofórmio e álcool isoamílico na
proporção de 24:1. A solução foi centrifugada por 5 minutos a 13000 rpm. O
sobrenadante foi transferido para um novo tubo, no qual foram acrescentados 500µl de
2-Propanol a 15°C, incubado a -20 °C por 30 minutos e centrifugado por 5 minutos a 13
000 rpm. O sobrenadante foi descartado e o DNA preciptado foi lavado com 350µl de
etanol 70% a 13 000 rpm por 5 minutos. Em seguida, o DNA foi seco a temperatura
ambiente por aproximadamente 1 hora, ressuspendido em 30µl solução TE (10mMTris
e 1mM EDTA) adicionada de Rnase (Invitrogen) na concentração de 10µg/ml e
incubado por 1 hora a 37°C. A verificação da quantidade e integridade do DNA foi
realizada após eletroforese em gel de agarose 1% (Invitrogen) adicionado de 0,5% Sybr
Safe (Invitrogen), nas condições de 3V/cm por 1 hora a 25°C em tampão TBE 0,5X
(2,7g tris base, 1,375g ácido bórico e 0,232 g EDTA q.s.p 1 litro).
26
3.4.2 Desenvolvimento do marcador para o gene N e genotipagem
Com base na seqüência do gene N depositada no Genbank (N° acesso U15605)
(WHITHAM, et al. 1994), iniciadores específicos foram desenvolvidos para as regiões
conservadas TIR, NBS e LRR (Tabela 2), utilizando o programa computacional Primer3
(ROIZEN; SKALETSKY, 2000). Estes iniciadores foram utilizados na genotipagem dos
genitores C176 e K326 e dos indivíduos da população segregante F2 (C176 X K326).
Figura 1 - Esquema do posicionamento dos iniciadores desenvolvidos para o gene N
Tabela 2 - Seqüências dos iniciadores utilizados para desenvolvimento de marcador para o gene N
Oligonucleotídeos Sequências
Temperatura de anelamento
TIR-F 5’-ATGCGATCTTCTTCTTCTTCTTCTAGATGG- 3’ 49°C
TIR-R 5’-TGATCTCTATCCTTAGTTACCACAAGCC-3’ 49°C
NBS-F 5’-CGAAGAAGGTCCTAATTGTGCTTGATG-3’ 50°C
NBS-R 5’-ATGCATTTAAGTCATGCATTTGAACCTG-3’ 50°C
LRR-F 5’-GGACCATGGCAATGGAAGCAATTT-3’ 53°C
LRR-R 5’-GTGTGCATCATCAAGTTTCACTCTATG -3’ 53°C
Para avaliação dos genitores (C176 e K326), população segregante F2 (C176 X
K326) e cultivares comerciais (Tabela1) para resistência a TMV foram utilizados na
reação de PCR, iniciadores específicos para o gene N conforme descrito anteriormente
(Tabela 2).
27
As reações foram realizadas em volume final de 25 µl contendo 1X PCR Buffer
(Invitrogen), 2,0 mM MgCl
2
(Invitrogen), 0,2mM dNTPs (Invitrogen), 0,1µM de cada
iniciador, 1 unidade de Taq DNA Polymerase (Invitrogen) e aproximadamente 30 ng de
DNA. As reações de PCR foram realizadas em termociclador Perkin Elmer Gene Amp
PCR System 9700.
O programa utilizado foi de desnaturação inicial a 94°C por 5 minutos, seguido
de 30 ciclos de 94°C por 30 segundos, 49°C (TIR-F/R), 50°C (NBS-F/R) ou 53°C (LRR-
F/R) por 1 minuto e 72°C por 2 minutos; e extensão final de 72°C por 5 minutos. A
visualização do produto amplificado foi realizada após eletroforese em gel de agarose
1,5% (Invitrogen) adicionado de 0,5% Sybr Safe (Invitrogen), nas condições de 3V/cm
por 1 hora a 25°C em tampão TBE 0,5X (2,7g tris base, 1,375g ácido bórico e 0,232 g
EDTA q.s.p 1 litro).
3.5 Análise de ligação entre marcador molecular e gene de resistência
As proporções de indivíduos resistentes e suscetíveis nas populações F2 e
RC1F1 foram comparadas àquelas esperadas no caso de segregação monogênica
dominante para resistência através do teste de qui-quadrado (χ
2
). A segregação entre
gene de resistência e marcador foi realizada admitindo–se segregação independente
entre gene e marcador como hipótese nula e a ligação entre ambos como hipótese
alternativa. A distância entre gene e marcador foi estimada com base na porcentagem
de recombinantes obtida pela comparação dos resultados obtidos na fenotipagem e
genotipagem.
28
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Tobacco mosaic virus
4.1.1 Avaliação das populações segregantes RC1F1 e F2 para resistência a TMV
A identidade do inóculo foi confirmada através da amplificação de um fragmento
da capa protéica do TMV utilizando-se os iniciadores TMV-F e TMV- R (item 3.2) em
reação de PCR utilizando-se como molde o cDNA obtido através da extração de RNA
total das amostras. O resultado da reação de PCR correspondente a planta sadia,
genitores resistente, genitor suscetível e controle positivo permitiu a detecção do TMV
no genitor suscetível e controle positivo (Figura 2).
Figura 2 - Eletroforese em gel de Agarose 1.5% (4V/cm por 3 horas a 25°C). Amostras: M –
Marcador 1 kb Plus ladder™-(Invitrogen), 1 – Planta sadia, 2- Genitor resistente, 3-
Genitor suscetível e 4 - Controle positivo.
A avaliação visual dos sintomas permitiu distinção entre indivíduos resistentes e
suscetíveis, uma vez que os indivíduos resistentes apresentaram sintomas intensos de
hipersensibilidade (Figuras 3 e 4). A visualização de sintomas em indivíduos suscetíveis
não foi possível devido ao curto período entre a inoculação e avaliação de sintomas
(Figura 4). Ressalta-se que estes sintomas intensos de hipersensibilidade apresentados
nas figuras 3 e 4 resultam de inoculação mecânica e grande quantidade de inóculo. Em
condições naturais, é comum encontrar sintomas em menor intensidade. Os sintomas
apresentados neste ensaio foram semelhantes aos relatos nos inúmeros trabalhos
realizados com TMV em tabaco. Whitham et al. (1994) relata como resposta típica de
29
defesa a reação de hipersensibilidade e morte celular no sítio de infecção do patógeno
em indivíduos resistentes a TMV. A reação de hipersensibilidade e o desenvolvimento
de mosaico é a resposta comum do hospedeiro a infecção de vírus, como por exemplo,
a reação de hipersensibilidade em Nicotiana edwardsonii após a inoculação com
Cauliflower mosaic virus estirpe W260 e o desenvolvimento de mosaico após a
inoculação com a estirpe D4 (PALANICHELVAM et al., 2000).
Figura 3 - Reações das linhagens parentais ao TMV. À esquerda C176 (resistente e direita K326
(suscetível)
Figura 4 - Reações apresentadas pelos indivíduos resistente com sintomas de hipersensibilidade
(A) e suscetível (B) após a inoculação com TMV
Com base nos resultados da fenotipagem (Tabela 6; Anexo), a proporção entre o
número de plantas resistentes e suscetíveis (154:46) da população F2 e teste χ
2
(Tabela 3), observando-se os graus de liberdade neste caso igual a 1 e os limites de
significância tabelados P>0,05 e P>0,01 iguais a 3,84 e 6,64, respectivamente,
conclui-se que os resultados confirmam o caráter monogênico e dominância completa
para a resistência a TMV.
30
Tabela 3 - Resultados da avaliação de resistência da população segregante F2 a TMV e teste de
χ2
Fenótipos
Freq.observada
Freq.esperada
χ
2
(= 1%)
Resistentes 154 150 0,426
ns
Suscetíveis 46 50
4.1.2 Avaliação da resistência de cultivares comerciais de tabaco a TMV
Na avaliação visual dos sintomas foi possível a distinção de indivíduos
resistentes e suscetíveis (Figuras 5 e 6) devido a sintomas intensos de
hipersensibilidade apresentados por indivíduos resistentes e desenvolvimento de
mosaico nos indivíduos suscetíveis (WHITHAM et al., 1996), conforme mencionado
anteriormente. Neste caso, no entanto, a visualização de sintomas em indivíduos
suscetíveis foi possível devido à extensão do período de avaliação de quinze a vinte
dias após a inoculação. Os resultados de fenotipagem das cultivares (Tabela 4)
confirmaram não haver diferenças de reação de resistência entre este ensaio e
informações disponíveis das cultivares.
As informações da resistência das cultivares CSC 4506, BAG 2513, CSC 500,
CSC 32 e CSC 102 foram fornecidas pela empresa Souza Cruz S.A. A resistência a
TMV da cultivar By 21 foi descrita por Chaplin e Mann (1978), as informações das
cultivares C176, VA 156LF,Banket A1, Ky14, Ky26V, Ky907, L8 e TN 90 se encontram
disponíveis em levantamentos realizados pelas empresas que as desenvolveram sendo
disponibilizadas nos sites das universidades americanas da Carolina do Norte (NCCIA,
2008), Vírginia (VIRGINIA STATE UNIVERSITY, 2008) e Kentucky (UNIVERSITY OF
KENTUCKY- UK, 2008). As informações das demais cultivares suscetíveis se
encontram nestes sites acima citados.
31
Tabela 4 – Resultados da fenotipagem de cultivares para resistência a TMV
Tipo
Virginia
Fenótipo Tipo
Burley
Fenótipo Tipo
Oriental
Fenótipo
C176 Resistente Bag2513 Resistente Mirodata Suscetível
C371G Suscetível BanketA1 Resistente Gavurkoy Suscetível
CSC 4506 Resistente By21 Resistente Izmir Suscetível
K149 Suscetível By11A Suscetível
K326 Suscetível By37 Suscetível
K358 Suscetível GR136 Suscetível
MN373 Suscetível Ky14 Resistente
NC71 Suscetível Ky26V Resistente
NC95 Suscetível Ky907 Resistente
NC729 Suscetível L8 Resistente
RG08 Suscetível TN86 Suscetível
Spg96M Suscetível TN90 Resistente
Spg108LF Suscetível VA509 Suscetível
VA156LF Resistente
Tipo
Maryland
Fenótipo Tipo
Comum
Fenótipo Tipo
Amarelinho
Fenótipo
CSC 500 Resistente Bravo 702 Suscetível CSC 100 Suscetível
MD1 Resistente Correntino Suscetível CSC 102 Resistente
MD2 Suscetível CSC 302 Resistente
MD32 Suscetível Guapo Suscetível
MD 608 Suscetível Sauterno Suscetível
MD609 Suscetível
32
Figura 5 - Sintomas de hipersensibilidade apresentados pelos indivíduos resistentes após a
inoculação com TMV. 1- BAG2513; 2-Banket A1; 3- BY21; 4- C176; 5- CSC102; 6-
CSC302; 7- CSC500; 8- CSC4506; 9- KY14; 10 - KY26V; 11- KY907; 12 - L8; 13 -
MD1; 14- TN90 e 15- VA156LF
33
Figura 6 - Reações apresentadas pelos indivíduos suscetíveis com sintomas de mosaico. 1- Bravo
702; 2 - BY37; 3- BY11A; 4- Correntino; 5- CSC100; 6- Gavurkoy; 7-GR136, 8- Guapo; 9-
Izmir; 10- K149; 11- K326; 12- K358; 13- C371g; 14- MD2; 15- MD32; 16- MD608; 17-
MD609, 18- Mirodata; 19- MN373; 20- NC71; 21- NC95; 22- NC729; 23- RG08; 24-
Sauterno; 25- Spg28; 26- Spg96m; 27- Spg108LF; 28- TN86 e 29- VA509
34
4.1.3 Genotipagem da população F2 utilizando marcador para o gene N
A genotipagem dos genitores foi realizada com os iniciadores desenvolvidos para
as regiões conservadas do gene N: TIR-F/R, NBS-F/R e LRR-F/LRR-R (Tabela 2)
conforme descrito no item 3.4.3. Os iniciadores TIR-F/R e NBS-F/R não apresentaram
fragmentos polimórficos entre os genitores resistente e suscetível. Entretanto, o produto
amplificado obtido com os iniciadores LRR-R/LRR-F apresentou um fragmento
polimórfico de aproximadamente 1,8 kb presente no genitor resistente e ausente no
suscetível (Figura 7). Estes iniciadores foram utilizados na genotipagem de 200
indivíduos da população segregante F2 (C176 X K326) (Figura 8, Tabela 6 - Anexo).
O fragmento polimórfico apresentado diferenciou os indivíduos resistentes e
suscetíveis, porém, não se apresentou como marcador co-dominante, já que o híbrido
(F1) apresentou um fragmento idêntico ao genitor resistente (aproximadamente 1,8 kb)
e outro fragmento idêntico ao genitor suscetível (aproximadamente 1,5 kb) (Figura 7).
A hipotése é que este fragmento polimórfico (1,8 kb) represente uma cópia do
gene N existente apenas nos indivíduos resistentes oriunda de N. glutinosa. E o
fragmento amplificado comum a todos os indivíduos (1,5 kb) corresponda a uma cópia
de regiões homólogas a região LRR de genes de resistência. Este fato pode ser
comprovado pelos relatos da detecção de regiões homólogas a genes de resistência
em tabaco. Por exemplo, Angel et al. (2006) relatou o uso de iniciadores degenerados
para detecção de setenta e sete seqüências homólogas de regiões conservadas (NBS)
em N. glutinosa. Em batata foram detectadas duas seqüências homologas (Nl-25 e Nl-
27) a regiões conservadas do gene N que conferem resistência a Synchytrium
endobioticum, agente causal do cancro da batata (HEHL et al., 1999). Vidal et al. (2002)
relataram que o gene Y-1 de resistência a Potato virus Y em batata que corresponde a
classe de proteínas TIR-NBS-LRR possui homologia ao gene N.
35
Figura 7 - Eletroforese em gel de Agarose 1.5% (4V/cm por 4 horas a 25°C). Amostras M- Marcado
1 kb Plus ladder™-(Invitrogen), R- Genitor C176, S- Genitor K326 e F1 – (C176 X K326)
Figura 8 - Eletroforese em gel de Agarose 1.5% (3V/cm por 4 horas a 25°C). Amostras da
população segregante F2 e M - Marcador 1 kb Plus ladder™-(Invitrogen).
36
4.1.4 Análise da ligação entre o marcador candidato e o gene N
O número de recombinantes, ou seja, o número de indivíduos resistentes
apresentando o fragmento amplificado idêntico ao suscetível e indivíduo suscetível com
a banda idêntica ao resistente foi igual a um, em ambos os casos (Figura 10).
Figura 10 – Esquema ilustrativo dos recombinantes. M- Marcador molecular, 1 – Genitor resistente,
2- Genitor suscetível, 3 – Indivíduo recombinante de genótipo resistente e fenótipo
suscetível e 4 - Indivíduo recombinante de genótipo suscetível e fenótipo resistente
O evento de recombinação, no qual o indivíduo recombinante apresentou o
fragmento amplificado suscetível e fenótipo resistente, não deveria ocorrer já que os
iniciadores utilizados são baseados em parte da seqüência do gene de resistência.
Eventos de recombinação no interior de genes de resistência são eventos raros,
porém, podem acontecer devido a formação de cluster gênicos. Whitham et al. (1994)
demonstraram a presença de uma família de genes semelhantes ao gene N no gênero
Nicotiana. Estes genes estão fisicamente próximos ao locus do gene N formando um
cluster gênico. A formação de cluster gênico poderia ocasionar instabilidade do locus
do gene N e eventual pareamento desigual promovendo recombinações.
37
No caso do indivíduo recombinante, que apresentou o fragmento amplificado e
ausência de sintomas de hipersensibilidade pode ser objeto dos eventos de
recombinação acima citados, entretanto, não pode se descartar a hipótese do escape
no momento da fenotipagem ou falha na inoculação do TMV, pois neste ensaio não foi
possível a observação do desenvolvimento de sintomas nos indivíduos suscetíveis já
que o experimento foi realizado com folhas destacadas. Outra hipótese é a de troca de
identidade de plantas no momento da coleta de material vegetal, extração ou manuseio
do DNA.
O clássico mecanismo de defesa gene-a-gene (FLOR, 1971) que segue o
reconhecimento do patógeno pela planta tem sido modificado com a evolução dos
patógenos devido a perda ou alteração dos genes Avr, da mesma forma, as plantas
necessitam gerar novos meios de resistência. Em análises de seqüência de genes de
resistência, as alterações e recombinações contribuem para geração de variantes com
novos mecanismos de defesa (SMITH; HULBERT, 2005).
No estudo do gene de resistência (Cf-9) a Cladosporium fulvum em tomate foi
identificado um evento de recombinação intragênica no cluster gênico no qual o gene
Cf-9 é o terceiro gene dentre cinco homólogos denominados Hcr9-9A-9E. Apesar de
diferenças na seqüência de nucleotídeos entre Hcr9 e Cf-9, este gene é constituído de
regiões conservadas de seu antecessor sendo preservada a região de reconhecimento
Avr9 não havendo diferença na resposta do hospedeiro (VAN DER HOORN et al.,
2001). De maneira semelhante ao gene N (N.tabacum), a introdução deste locus em
tomate (Lycopersicon esculentum) ocorreu pelo cruzamento com a espécie selvagem
Lycopersicon pimpinellifolium (VAN DER HOORN et al., 2001).
Em milho um estudo indicou a presença de quatro variantes do gene Rp1 de
resistência à ferrugem. Os quatro variantes são oriundos de crossing-overs no cluster
de genes Rp1 e originaram diferenças de resistência raça-específica (SMITH;
HULBERT, 2005). Lewis et al. (2005) relataram a existência de duas cópias do gene N
inseridas em diferentes cromossomos em alguns acessos de N. tabacum,
possibilitando eventos de recombinação. Em adição, o gene N incorporado ao genoma
de N. tabacum carregou regiões oriundas do genoma de N. glutinosa, estas regiões
são passíveis de eventos de recombinação (YOUNG; TANKSLEY, 1989).
38
Com base na comparação dos dados de fenotipagem e genotipagem infere-se
que o marcador e o gene N estão proximamente ligados segundo taxa de
recombinação, que foi de 1%, podendo-se inferir que a distância entre gene e
marcador é de 1cM. Este é o primeiro relato de um marcador baseado na seqüência do
gene N em tabaco. Marcadores moleculares deste tipo podem ser utilizados em
programas de melhoramento para seleção de genótipos com a vantagem de serem
eficientes, rápidos e de baixo custo se comparado à seleção convencional.
4.1.5 Validação do marcador em cultivares comerciais
A genotipagem das cultivares de tabaco utilizando os iniciadores LRR-F e LRR-R
(Figura 9) corresponde ao resultado obtido pela fenotipagem (item 4.1.2), ou seja, o
sintoma apresentado após a inoculação com o vírus é idêntico ao esperado com base
no marcador. As cultivares resistentes com sintomas de hipersensibilidade apresentam
os fragmentos amplificados de tamanho aproximado 1,8 kb e 1,5 kb e as cultivares
suscetíveis apresentam o fragmento amplificado de 1,5 kb, conforme descrito
anteriormente no item 4.1.3. Portanto, o uso deste marcador foi viável na diferenciação
dos genótipos resistentes e suscetíveis a TMV das cultivares comerciais (Tabela 4)
utilizadas neste trabalho. Com base nesse resultado podemos sugerir o uso deste
marcador para seleção de genótipos resistentes em cruzamentos nos quais estas
cultivares sejam utilizadas.
O uso de marcadores moleculares em programas de melhoramento tem como
objetivo acelerar o processo de seleção de genótipos resistentes devido à eliminação
de etapas de inoculações, seleções e diminuir as variações biológicas, como
patogenicidade do inóculo, condições ambientais ideais, plantio adequado e ocorrência
de outras doenças ou insetos, resultando eficiência na seleção e diminuição dos custos
(ALZATE-MARIN et al., 2005).
O sucesso no uso de marcadores em programas de melhoramento pode ser
constatado, por exemplo, em cevada tem sido eficiente na seleção de genótipos
resistentes a Barley mild mosaic virus (BaMMV) (BAUER et al., 1997). Outros relatos do
uso de marcadores em importantes culturas comerciais podem ser verificados na
39
análise da resistência a Phytophthora sojae em soja (GORDON et al., 2007), na seleção
de genótipos superiores na produção de óleo em canola (SNOWDON; FRIEDT, 2004),
para melhoria da qualidade da fibra em algodão (GUO et al., 2003) e para resistência a
míldio em girassol (BRAHM et al., 2000).
Nesse contexto, o uso do marcador molecular ligado ao gene N possui aplicação
prática para o melhoramento do tabaco, auxiliando na seleção de genótipos resistentes
a TMV.
Figura 9 - Eletroforese em gel de Agarose 1.5% (3V/cm por 4 horas a 25°C). M - Marcador 1 kb
Plus ladder™- Invitrogen® .Amostras: 1- C176, 2- CSC 4506, 3- Ky149, 4- K326, 5-
C371G, 6- MN 373, 7- NC71, 8- NC729, 9- NC95, 10- Rg08, 11- Spg28, 12- Spg108LF,
13- Spg96M, 14- VA156, 15- K358, 16- By21, 17- BAG 2513, 18- Banket A1, 19-
By11A, 20- By37, 21- GR136, 22- TN90, 23- Ky26, 24- Ky907, 25- L8, 26- TN86, 27- Ky
14, 28- VA509, 29- Mirodata, 30-Gavurkoy, 31- Izmir, 32- CSC500, 33- MD1, 34- MD2,
35- MD32, 36- MD608, 37- MD 609, 38- Bravo 702, 39- Correntino, 40- CSC 302, 41-
Guapo, 42- Sauterno, 43- CSC100, 44- CSC102
40
5 Meloidogyne incognita
5.1 Avaliação da resistência a M.incognita das populações segregantes RC1F1 e
F2
Após 60 dias da segunda inoculação, o substrato contido nas raízes foi removido
sendo observado a presença ou ausência de galhas nas raízes. Os sintomas foram
facilmente identificados devido a presença de um grande número de galhas nos
indivíduos suscetíveis e ausência nos resistentes (Figuras 11 e 12). A formação de
galhas se dá devido ao habito de parasistismo obrigatório do M.incognita, que vive
aproximadamente todo seu ciclo de vida obtendo nutrientes a partir do citoplasma das
células vivas das raízes, modificando-as drasticamente (WILLIANSON; HUSSEY,
1996). O estádio infectivo (J2) penetra nas raízes e migra até atingir o tecido vascular.
Nesta fase iniciam-se modificações morfológicas nas células do hospedeiro originando
a galha. O período compreendido entre a penetração até a formação das galhas pode
variar de 3-6 semanas dependendo da espécie e condições ambientais (WILLIAMSON,
1999).
Os sintomas encontrados neste ensaio foram semelhantes ao descrito em alguns
genótipos de milho que apresentam alta suscetibilidade a M.incognita (LORDELLO et
al., 1998; SILVA et al., 2001). Em solanáceas, a formação de galhas e queda de
produtividade foi apresentada por alguns genótipos de tomate e pimenta (VOS et al.,
1998; SOUZA-SOBRINHO et al., 2002; ROBERTSONA et al., 2006).
A fenotipagem da população segregante F2 (Tabela 7; Anexo) resultou em 102
plantas resistentes e 39 suscetíveis e teste χ
2 igual a 0,53 (Tabela 5). Os resultados da
população de RC1F1 ([C176 X C371G] X C371G) (Tabela 8; Anexo) indicaram 67
plantas resistentes e 71 plantas suscetíveis e teste χ
2 igual a 0,1159 (Tabela 6). A
proporção de 3:1 apresentada na população F2 e de 1:1 na população RC1F1 indicam
que a resistência a M.incognita é monogênica e de dominância completa.
Estudos de análise da herança de resistência a nematóides são descritos na
literatura com resultados semelhantes ao deste ensaio. A avaliação da resistência a
Globodera tabacum solanacearum na cultivar C371G (N. tabacum) indicou resistência
monogênica dominante (CROWDERA et al., 2003). Ng'ambi et al. (1999) relataram em
41
estudo de resistência a Meloidogyne em populações segregantes e retrocruzamentos
oriundas de N.tabacum cv. Speight G-28 e linhagens 81-RL-2K e SA 1214, que a
resistência a M. arenaria raça 1 e a M. incognita raça 1 e 3 podem ser controladas pelo
mesmo gene de resistência monogênica.
Figura 11 - Sintomas apresentados pelos parentais C371G (suscetível - A) e C176 (resistente - B)
Figura 12 - Sintomas apresentados por indivíduos da população segregante F2 suscetíveis (A)
resistentes (B)
42
Tabela 5 - Resultados da avaliação de resistência da população segregante F2 a M.incognita e
teste de χ2
Fenótipos
Freq.observada
Freq.esperada
χ
2
(= 1%)
Resistentes 102 105,75 0,5318
ns
Suscetíveis 39 35,25
Tabela 6 - Resultados da avaliação de resistência da população segregante RC1F1 a M.incognita e
teste de χ2
Fenótipos
Freq.observada
Freq.esperada
χ
2
(= 1%)
Resistentes 67 69 0,1159
ns
Suscetíveis 71 69
43
6 CONCLUSÕES
1 – O desenvolvimento de iniciadores baseado em informações e na seqüência e
genes de resistência é uma alternativa viável para criação de marcadores moleculares
para resistência a doenças
2 – Os fragmentos amplificados pelos iniciadores LRR-F e LRR-R estão ligados
ao gene de resistência a TMV.
3- Os iniciadores LRR-F e LRR-R podem ser utilizados em programas de
melhoramento devido sua proximidade ao gene N.
4 – A herança da resistência a M. incognita raça 3 da população F2 e de RC1F1
oriunda do cruzamento (C176 X C371G) possui caráter monogênico e dominância
completa.
44
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52
ANEXOS
53
Tabela 6 - Resultados da fenotipagem (Fen) e genotipagem (Gen) da população segregante F2
para o ensaio de resistência a TMV. R=resistente e S=suscetível
Plan Fen Ge Plan Fen Gen Plan Fen Gen Plan Fen Gen Plan Fen Gen
1
R R
41
S S
81
R R
121
S S
161
R R
2
R R
42
R R
82
S S
122
R R
162
R R
3
S S
43
R R
83
R R
123
S S
163
S S
4
R R
44
S S
84
S S
124
R R
164
R R
5
R S
45
S S
85
R R
125
R R
165
S S
6
R R
46
R R
86
S S
126
R R
166
S S
7
R R
47
R R
87
R R
127
R R
167
R R
8
R R
48
S S
88
R R
128
R R
168
R R
9
R R
49
R
R
89
R R
129
S S
169
S S
10
R R
50
R R
90
R R
130
R R
170
R R
11
R R
51
S S
91
R R
131
R R
171
R R
12
R R
52
R R
92
S S
132
R R
172
R R
13
R R
53
S S
93
R R
133
R R
173
R R
14
R R
54
R R
94
R R
134
R R
174
S S
15
R R
55
R R
95
S S
135
R R
175
R R
16
R R
56
S S
96
R R
136
R R
176
R R
17
R R
57
S S
97
R R
137
R R
177
R R
18
S S
58
S S
98
s s
138
R R
178
R R
19
R R
59
R R
99
R R
139
R R
179
R R
20
S R
60
R R
100
R R
140
R R
180
R R
21
S S
61
R R
101
R R
141
S S
181
S S
22
R R
62
R R
102
R R
142
R R
182
R R
23
R R
63
R R
103
R R
143
S S
183
R R
24
R R
64
R R
104
R R
144
R R
184
R R
25
R R
65
R R
105
R R
145
S S
185
R R
26
R R
66
R
R
106
R R
146
R R
186
R R
27
S S
67
R R
107
R R
147
S S
187
R R
28
R R
68
R R
108
R R
148
R R
188
R R
29
S S
69
R R
109
R R
149
S S
189
R R
30
R R
70
S S
110
R R
150
R R
190
R R
31
R R
71
S S
111
R R
151
R
R
191
R R
32
R R
72
R R
112
R R
152
R R
192
R R
33
R R
73
R R
113
R R
153
R R
193
R R
34
R R
74
R R
114
R R
154
S S
194
R R
35
S S
75
R R
115
R R
155
S S
195
R R
36
S S
76
S S
116
R R
156
R
R
196
R R
37
R R
77
R R
117
R R
157
R R
197
S S
38
R R
78
R R
118
R R
158
R R
198
R R
39
R R
79
S S
119
R R
159
R R
199
s s
40
R R
80
S S
120
R R
160
R R
200
R R
54
Tabela 7 - Resultados da fenotipagem da população segregante F2 para o ensaio de resistência
a M.incognita raça 3
Planta Fenótipo Planta Fenótipo Planta Fenótipo
1
R
49
S
97
R
2
R
50
S
98
R
3
R
51
R
99
S
4
S
52
R
100
R
5
R
53
R
101
R
6
R
54
R
102
R
7
R
55
R
103
R
8
R
56
S
104
R
9
R
57
R
105
R
10
S
58
S
106
R
11
S
59
R
107
R
12
S
60
R
108
R
13
S
61
R
109
R
14
R
62
R
110
S
15
R
63
S
111
R
16
R
64
R
112
S
17
R
65
R
113
R
18
R
66
R
114
S
19
S
67
R
115
R
20
R
68
R
116
S
21
R
69
S
117
S
22
R
70
R
118
R
23
R
71
R
119
S
24
S
72
R
120
S
25
R
73
R
121
R
26
R
74
-
122
R
27
R
75
S
123
R
28
R
76
S
124
R
29
R
77
R
125
R
30
R
78
R
126
R
31
S
79
R
127
R
32
R
80
R
128
S
33
R
81
R
129
R
34
R
82
R
130
S
35
R
83
S
131
R
36
-
84
R
132
S
37
R
85
R
133
R
38
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86
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134
R
39
R
87
S
135
R
40
R
88
R
136
R
41
R
89
S
137
R
42
R
90
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138
R
43
S
91
S
139
R
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S
92
R
140
S
45
R
93
R
141
S
46
R
94
R
142
S
47
S
95
R
143
R
48
R
96
R
144
R
55
Tabela 8 - Resultados da fenotipagem da população RCF1 para o ensaio de resistência a M.incognita
raça 3
Planta Fenótipo Planta Fenótipo Planta Fenótipo
1
-
49
R
97
R
2
R
50
S
98
S
3
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51
S
99
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4
R
52
S
100
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5
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53
-
101
S
6
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54
-
102
R
7
S
55
R
103
R
8
S
56
R
104
S
9
S
57
S
105
R
10
S
58
S
106
R
11
R
59
S
107
S
12
R
60
S
108
S
13
R
61
R
109
R
14
R
62
S
110
R
15
R
63
S
111
S
16
R
64
S
112
R
17
R
65
-
113
R
18
S
66
S
114
S
19
R
67
R
115
S
20
R
68
S
116
S
21
R
69
R
117
R
22
S
70
R
118
R
23
S
71
R
119
R
24
S
72
R
120
R
25
S
73
S
121
R
26
S
74
R
122
S
27
R
75
S
123
R
28
S
76
R
124
R
29
R
77
R
125
R
30
R
78
S
126
R
31
R
79
R
127
S
32
S
80
S
128
S
33
S
81
S
129
R
34
R
82
S
130
S
35
S
83
R
131
S
36
S
84
S
132
S
37
S
85
S
133
S
38
S
86
S
134
R
39
S
87
S
135
S
40
R
88
S
136
S
41
S
89
S
137
R
42
R
90
-
138
R
43
S
91
S
139
R
44
R
92
-
140
R
45
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93
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141
S
46
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94
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