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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
CAROLINE MOURÃO MELO
ESTUDO DO EFEITO FARMACOLÓGICO DA α,β
ββ
β-AMIRINA,
UMA MISTURA DE TRITERPENOS ISOLADA DE Protium
heptaphyllum, NA PANCREATITE AGUDA EXPERIMENTAL
FORTALEZA-CE
2009
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CAROLINE MOURÃO MELO
ESTUDO DO EFEITO FARMACOLÓGICO DA α,β
ββ
β-AMIRINA,
UMA MISTURA DE TRITERPENOS ISOLADA DE Protium
heptaphyllum, NA PANCREATITE AGUDA EXPERIMENTAL
Tese submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Farmacologia do
Departamento de Fisiologia e
Farmacologia da Universidade Federal do
Ceará como requisito parcial para
obtenção do título de Doutor em
Farmacologia.
Orientador (a):
Prof
a
. Dra. Flávia Almeida Santos
Fortaleza
2009
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M485e Melo, Caroline Mourão
Estudo do efeito farmacológico da α,β-amirina, uma mistura de
triterpenos isolada de Protium heptaphyllum, na pancreatite aguda
experimental / Caroline Mourão Melo. – Fortaleza, 2009.
152f. : il.
Orientadora: Profª. Dra. Flávia Almeida Santos
Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará. Faculdade de
Medicina. Programa de Pós-Graduação em Farmacologia.
1. Pancreatite 2. Arginina 3. Ceruleína 4. Citocinas I. Santos, Flávia
Almeida (Orient.) II. Título.
CDD: 616.33
CAROLINE MOURÃO MELO
ESTUDO DO EFEITO FARMACOLÓGICO DA α
αα
α,β
ββ
β-AMIRINA, UMA MISTURA DE
TRITERPENOS ISOLADA DE Protium heptaphyllum, NA PANCREATITE AGUDA
EXPERIMENTAL
Tese submetida á Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia
do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em Farmacologia.
Aprovada em: 23/11/2009
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Profa. Dra. Flávia Almeida Santos (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará-UFC
_______________________________________
Profa. Dra. Rosilene Moretti Marçal
Universidade Federal de Sergipe-UFS
_______________________________________
Profa. Dra. Ana Maria Sampaio Assreuy
Universidade Estadual do Ceará-UECE
_______________________________________
Profa. Dra. Gerly Anne de Castro Brito
Universidade Federal do Ceará-UFC
_______________________________________
Prof. Dr. Miguel Ângelo Nobre e Souza
Universidade Federal do Ceará-UFC
DEDICATÓRIA
Momentos únicos, importantes e algumas vezes difíceis marcaram essa etapa de
minha vida! Agradeço a DEUS pela coragem e determinação que me foi concedida
para que eu pudesse concluir com sapiência esse relevante trabalho. Noivado,
casamento, viagens freqüentes, gravidez, distância de meu companheiro...
SAUDADES, angustiante! Que muitas vezes me abateram e outras me deram ainda
mais força para que eu continuasse e diminuísse o mais rápido possível a distância
entre nós. Saudades mútuas... Que o impediram de acompanhar com afinco o
desenvolvimento embrionário de nosso tão amado e esperado FILHO!
Dedico esse trabalho, principalmente a DEUS, e a duas pessoas em especial, que
me fizeram sentir e viver histórias inesquecíveis... Ao ALEX, que aprendo a amar
mais a cada dia e ao nosso filho, MATEUS, que agora com oito meses, acrescentou
em minha VIDA mais um motivo para SORRIR, LUTAR, AMAR... Enfim, para
SEGUIR em frente!
SIMPLESMENTE, AMO VOCÊS!
Aos meus pais Maria Soares Mourão e
Raimundo Beserra Melo, pelo incentivo na
busca de meus objetivos.
À minha irmã Clarisse e ao meu cunhado
Glaydson pelo apoio na fase mais importante de
minha vida e principalmente pela amizade.
Aos meus irmãos Danilo e Carine por
sempre estarem presentes nos mais
importantes momentos de minha vida.
Ao mais novo integrante da família, meu
afilhado e sobrinho, Felipe, que mesmo tão
pequeno, acrescentou em minha vida um
motivo a mais para sorrir.
AGRADECIMENTOS
À Profa. Dra. Flávia Almeida Santos pela orientação e confiança que me possibilitou
realizar esse importante trabalho.
Ao Prof. Dr. Vietla Satyanarayana Rao pela colaboração fundamental para a
execução desse trabalho.
À Profa. Dra. Mariana Chaves pelo fornecimento da mistura dos triterpenos α- e β-
amirina, a base de realização deste trabalho.
Às Professoras Geanne Matos de Andrade, Gerly Anne de Castro Brito e Adriana
Tomé pela contribuição nas avaliações histopatológicas e imunohistoquímicas.
Às Doutorandas Silvéria, Cinthya, Marjorie, Alana e Ana Carla pela colaboração nos
meus experimentos e principalmente pela amizade.
Às mestrandas Natália, Talita e Karine pela amizade.
Aos bolsistas de iniciação centífica, amigos do curso de s-graduação, professores
e funcionários da Universidade Federal do Ceará que direta ou indiretamente
contribuíram para a realização desta tese.
A todos os meus familiares pelo carinho, confiança e amizade, principalmente a
minha avó Rosila, mãe de todas as virtudes.
À Olinda, Josemildo, Aleson, Amanda e Ana Beatriz, pessoas maravilhosas que
fazem parte de minha vida.
Aos meus amigos Karol e Windson sempre presentes em minha vida.
Ao CNPq pelo apoio financeiro
“Seja a mudança que você quer ver no mundo”
Dalai Lama
RESUMO
Os triterpenos pentacíclicos são compostos naturais com atividade antiinflamatória e
citoprotetora e são relativamente atóxicos. A pancreatite aguda, uma inflamação
aguda do pâncreas, pode levar à síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS)
e à síndrome da disfunção múltipla de órgãos (MODS), condições que podem levar
o paciente ao óbito. Neste trabalho, a mistura de triterpenos pentacíclicos α,β-
amirina, isolada do Protium hepthaphyllum, foi investigada quanto aos seus efeitos
nos modelos de pancreatite aguda induzida por L-arginina em ratos e por ceruleína
em camundongos. No modelo de pancreatite aguda induzida por L-arginina, ratos
Wistar machos foram tratados com a mistura de α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg,
v.o.) ou com o veículo (2% de Tween 80 em água destilada, 10ml/kg) 48, 24 e 1,5h
antes da administração de L-arginina (2 x 2,5 g/kg; 1 h de intervalo) ou com
metilprednisolona (30 mg/kg, i.m.) 30 min antes da administração de L-arginina. Na
pancreatite induzida por ceruleína, camundongos Swiss machos foram tratados com
a mistura de α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) ou com o veículo (2% de Tween
80 em água destilada, 10ml/kg) 48, 24 e 1,5h antes da administração de ceruleína (5
x 50 µg/kg; 1 h de intervalo) ou com talidomida (200 mg/kg, v.o.) 1h antes da
administração de ceruleína. Animais tratados apenas com salina (0,9%, NaCl) foram
incluídos nos dois modelos. Foram analisados o edema pancreático, níveis séricos
de amilase, lipase e citocinas (TNFα, IL-6), mieloperoxidase, substâncias reativas ao
ácido tiobarbitúrico (TBARS), histologia e imunohistoquímica (TNF-α, iNOS e
nitrotirosina) pancreática. L-arginina e ceruleína aumentaram significativamente o
edema pancreático e os níveis séricos de amilase, lipase, TNFα, IL-6. A avaliação
histopatológica do pâncreas revelou a presença de edema, infiltração neutrofílica,
hemorragia, vacuolização e necrose acinar. Foi observado um aumento acentuado
na expressão de TNFα, iNOS e nitrotirosina na avaliação por imunohistoquímica. O
pré-tratamento com alfa e beta-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.), metilprednisolona
(30 mg/kg, i.m.) ou talidomida (200 mg/kg, v.o.) atenuaram significativamente a
severidade da pancreatite aguda induzida tanto por L-arginina, quanto por ceruleína,
evidenciado pela redução do edema pancreático, amilase, lipase e citocinas séricas,
mieloperoxidase e TBARS pancreático. Além disso, o tratamento com α,β-amirina e
com as drogas de referência suprimiram as alterações histopatológicas e a
expressão de citocinas e nitrotirosina pancreáticas. Em conjunto, esses resultados
indicam que α,β-amirina melhora a severidade da pancreatite aguda induzida por L-
arginina ou ceruleína por agir como antiinflamatório e antioxidante.
Palavras Chaves
Pancreatite; Triterpeno; α,β-Amirina; Arginina; Ceruleína; Citocinas; Rato;
Camundongo
ABSTRACT
Triterpenes are natural compounds with anti-inflammatory and cytoprotective effects
relatively non-toxic. Acute pancreatitis, an inflammation of the pancreas, may lead to
systemic inflammatory response syndrome (SIRS) and multiple organ dysfunction
syndrome (MODS), conditions that can lead the patient to death. In this study, a
mixture of triterpenes isolated from Protium hepthaphyllum was investigated for their
effects in models of acute pancreatitis. In the model of acute pancreatitis induced by
L-arginine, male Wistar rats were treated with a mixture of α,β-amyrin (10, 30 and
100 mg/kg, p.o.) or with vehicle (2% Tween 80 in distilled water, 10 ml/kg) 48, 24 and
1.5 h before the administration of L-arginine (2 x 2.5 g/kg, 1 h apart) or with
metilprednisolone (30 mg/kg, i.m.) 30 min before the administration of L-arginine. In
cerulein-induced pancreatitis, male Swiss mice were treated with a mixture of α,β-
amyrin (10, 30 and 100 mg/kg, p.o.) or with vehicle (2% Tween 80 in distilled water,
10 ml/kg) 48, 24 and 1.5 h before administration of cerulein (5 x 50 mg/kg, 1 h apart)
or with thalidomide (200 mg/kg, p.o.) 1h before administration of cerulein. Animals
treated with saline (0.9% NaCl) were included in both models. We analyzed the
pancreatic edema, serum amylase, lipase and cytokines (TNF-α, IL-6),
myeloperoxidase, reactive substances to thiobarbituric acid (TBARS), histology and
immunohistochemistry (TNF-α, iNOS and nitrotyrosine) pancreatic. L-arginine and
cerulein significantly increased pancreatic edema and serum levels of amylase,
lipase, TNF-α and IL-6. Histopathologic evaluation of pancreas revealed the
presence of edema, neutrophil infiltration, hemorrhage, acinar vacuolization and
necrosis. We observed a marked increase in the expression of TNF-α, iNOS and
nitrotyrosine in the evaluation by immunohistochemistry. The pre-treatment with
alpha and beta-amyrin (10, 30 and 100 mg/kg, p.o.), metilprednisolone (30 mg/kg,
i.m.) or thalidomide (200 mg/kg, p.o.) significantly attenuated the severity of acute
pancreatitis induced by either L-arginine, and by cerulein, as evidenced by the
reduction of pancreatic edema, amylase, lipase and serum cytokines,
myeloperoxidase and pancreatic TBARS. Furthermore, treatment with α,β-amyrin
and the reference drugs suppressed the histopathological changes and expression of
cytokines and nitrotyrosine pancreatic. Together, these results indicate that the
mixture of α,β-amyrin reduces the severity of acute pancreatitis induced by L-arginine
or cerulein acting as anti-inflammatory and antioxidant agent.
Keywords
Pancreatitis; Triterpene; α,β-Amyrin; Arginine; Cerulein; Cytokines; Rate; Mice
LISTA DE SIGLAS
±
mais ou menos
% Percentagem
® Marca registrada
α
Alfa
β
Beta
µL
Microlitro
µm
Micrometro
µM
Micromolar
o
C Grau centígrado
ANOVA Análise de variância
aICAM-1 Anti molécula de adesão intercelular-1
Ca
2+
Íon cálcio
CCK Colecistocinina
c-fos Oncogene c-fos
CGRP Peptídio relacionado ao gene da calcitonina
c-NOS Óxido nítrico sintase constitutiva
COX-2 Ciclooxigease-2
CPRE Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica
CSE
Cistationina-γ-liase
CTBS Cistationina-B-sintase
CTSB Catepsina B
DAB Solução substarto cromógeno
Dl Decilitro
DL-50 Dose letal 50
DNA Ácido desoxirribonucléico
E.P.M. Erro padrão da média
ERRO(s) Espécies reativas de oxigênio
et al. ...e colaboradores
G Grama
GRO-α/CINC Oncogene-α relacionadoao crescimento/quimioatraente de
neutrófilos indutor de quimiocina
H Hora
H
2
S Sulfeto de hidrogênio
H
2
O
2
Peróxido de hidrogênio
HTAB Hexadeciltrimetilamônio
ICAM-1 Molécula de adesão intercelular-1
IL Interleucina
i.m. Intramuscular
iNOS Óxido nítrico sintase induzida
i.p. Intraperitoneal
KCl Cloreto de potássio
Kg Quilograma
L Litro
L-arg L-arginina
L-NAME N G- Nitro-L-arginina metil éster
Mg Miligrama
min. Minuto
Mm Milimolar
Ml Mililitro
MCP-1 Proteína quimiotática de monócito-1
MDA Malonilaldeído
MPO Mieloperoxidase
NF-κB
NF-KappaB
NEP Endopeptidase neutra
NK1 Receptores de neurocinina 1
Nm Nanômetro
NO Óxido Nítrico
NOS Óxido nítrico sintase
O
2
-
Ânion superóxido
OH
-
Hidroxil
ONOO
--
Peroxinitrito
P Peso
PAF Fator ativador de plaquetas
PAF-AH PAF-acetilhidrolase
PAG Propargilglicina
PAT Peptídeo ativador de tripsinogênio
PBS Tampão fosfato
Pg Picograma
PGE Prostaglandina E
PKC Proteína quinase C
PLA Fosfolipase
METILPRED Metilprednisolona
P Nível de significância
PA Pancreatite aguda
PC Pancreatite crônica
SNAREs Proteína receptora ao fator sensível à N-etilmaleimida
TAL Talidomida
TC Tomografia computadorizada
TBA Ácido tiobarbitúrico
TBARS Substâncias reativas com o ácido tiobarbitúrico
TNF-α Fator de necrose tumoral-α
TRPV-1 Receptores vanilóide-1
U Unidade
V Volume
VEGF Fator de crescimento endotelial vascular
VIP Polipeptídio intestinal vasoativo
v.o. Via oral
LISTA DE TABELAS
Tabela Página
Tabela 1 - Marcadores séricos determinantes do diagnóstico e
prognóstico da doença
36
Tabela 2 - Tratamento farmacológico da pancreatite aguda.
Revisão de drogas testadas em modelos animais
experimentais e triagem clínica
36
Tabela 3 -
Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre as
alterações morfológicas observadas em resposta ao
tratamento com L-arg
71
Tabela 4 -
Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre a
intensidade de reação observada nas lâminas de
imunohistoquímica para a determinação de iNOS em
resposta ao tratamento com L-arg
73
Tabela 5 -
Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre a
intensidade de reação observada nas lâminas de
imunohistoquímica para a determinação de TNF-α em
resposta ao tratamento com L-arg
75
Tabela 6 -
Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre a
intensidade de reação observada nas lâminas de
imunohistoquímica para a determinação de
nitrotirosina em resposta ao tratamento com L-arg
77
Tabela 7 -
Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre as
alterações morfológicas observadas em resposta ao
tratamento com CER
86
Tabela 8 -
Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre a
intensidade de reação observada nas lâminas de
imunohistoquímica para a determinação de TNF-α em
resposta ao tratamento com CER
88
Tabela 9 -
Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre a
intensidade de reação observada nas lâminas de
imunohistoquímica para a determinação de iNOS em
resposta ao tratamento com CER
90
LISTA DE FIGURAS
Figura Página
Figura 1 - Estrutura do pâncreas (cabeça, corpo e cauda)
20
Figura 2 - Os ácinos (unidade funcional do pâncreas exócrino)
21
Figura 3 - Características fisiopatológicas do desenvolvimento da
pancreatite aguda
27
Figura 4 - Pancreatite aguda: ativação de enzimas digestivas nas
células acinares e mudanças patológicas
27
Figura 5 -
Fotografia da espécie Protium heptaphyllum March
44
Figura 6 -
Fotografia ilustrando folhas e frutos do Protium
heptaphyllum
44
Figura 7 - Fotografia ilustrando queima do exsudato óleo-
resinoso do Protium heptaphyllum
45
Figura 8 -
Estrutura química dos triterpenos pentacíclicos α- e β-
amirina
45
Figura 9 -
Processo de isolamento da mistura dos triterpenos α-
e β-amirina da resina de Protium heptaphyllum March
54
Figura 10 -
Efeito de α- e β-amirina (α,β-amirina) e METILPRED
sobre os níveis de amilase sérica em resposta a
administração de L-arg em ratos
62
Figura 11 -
Efeito de α,β-amirina e METILPRED sobre os níveis
de lipase sérica em resposta a administração de L-arg
em ratos
63
Figura 12 -
Efeito de α,β-amirina e METILPRED sobre o grau de
edema pancreático em resposta a administração de L-
arg em ratos
64
Figura 13 -
Efeito de α,β-amirina e METILPRED sobre o aumento
da atividade de MPO em resposta a administração de
L-arg em ratos
65
Figura 14 -
Efeito de α,β-amirina e METILPRED sobre o aumento
de TBARS em resposta a administração de L-arg em
ratos
66
Figura 15 -
Efeito de α,β-amirina e METILPRED sobre o aumento
dos níveis teciduais de nitrato e nitrito em resposta a
administração de L-arg em ratos
67
Figura 16 -
Efeito de α,β-amirina e METILPRED sobre os níveis
séricos de TNF-α em resposta a administração de L-
arg em ratos
68
Figura 17 -
Efeito de α,β-amirina e METILPRED sobre os níveis
séricos de IL-6 em resposta a administração de L-arg
em ratos
69
Figura 18 - Fotomicrografia representativa do tecido pancreático
de ratos submetidos a administração de altas doses de
L-arg
70
Figura 19 - Imunorreatividade para a determinação de iNOS no
tecido pancreático de ratos submetidos à
administração de altas doses de L-arg
72
Figura 20 -
Imunorreatividade para a determinação de TNF-α no
tecido pancreático de ratos submetidos à
administração de altas doses de L-arg
74
Figura 21 - Imunorreatividade para a determinação de nitrotirosina
no tecido pancreático de ratos submetidos à
administração de altas doses de L-arg
76
Figura 22 -
Efeito de α,β-amirina e TAL sobre os níveis de amilase
sérica em resposta a administração de ceruleína
(CER) em camundongos
78
Figura 23 -
Efeito de α,β-amirina e TAL sobre os níveis de lipase
sérica em resposta a administração de CER em
camundongos
79
Figura 24 -
Efeito de α,β-amirina e TAL sobre o grau de edema
pancreático em resposta a administração de CER em
camundongos
80
Figura 25 -
Efeito de α,β-amirina e TAL sobre o aumento de MPO
em resposta a administração de CER em
camundongos
81
Figura 26 -
Efeito de α,β-amirina e TAL sobre o aumento de
TBARS em resposta a administração de CER em
camundongos
82
Figura 27 -
Efeito de α,β-amirina e TAL sobre os níveis séricos de
TNF-α em resposta a administração de CER em
camundongos
83
Figura 28 -
Efeito de α,β-amirina e TAL sobre os níveis séricos de
IL-6 em resposta a administração de CER em
camundongos
84
Figura 29 - Fotomicrografia representativa do tecido pancreático
de camundongos submetidos à administração de altas
doses de CER
85
Figura 30 -
Imunoreatividade para a determinação de TNF-α no
tecido pancreático de camundongos submetidos à
administração de altas doses de CER
87
Figura 31 - Imunoreatividade para a determinação de iNOS no
tecido pancreático de camundongos submetidos à
administração de altas doses de CER
89
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO........................................................................................................................................18
1.1.
Generalidades....................................................................................................................................18
1.2.
O pâncreas .........................................................................................................................................19
1.2.1.
Pancreatite...................................................................................................................................22
1.2.2.
Pancreatite Aguda ......................................................................................................................23
1.2.2.1.
Revisão Bibliográfica..........................................................................................................24
1.2.2.2.
Quadro clínico, diagnóstico e tratamento........................................................................33
1.2.2.3.
Modelos experimentais de pancreatite aguda................................................................37
1.2.2.3.1.
Pancreatite aguda induzida por L-arginina................................................................38
1.2.2.3.2.
Pancreatite aguda induzida por ceruleína .................................................................39
1.2.3.
Plantas medicinais e pancreatite..............................................................................................40
1.3.
Protium heptaphyllum (Aubl.) March. .........................................................................................43
1.3.1.
Alfa e Beta- amirina....................................................................................................................46
2.
RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA.......................................................................................................47
3.
OBJETIVOS................................................................................................................................................49
3.1.
Geral.....................................................................................................................................................49
3.2.
Específicos.........................................................................................................................................49
4.
MATERIAIS.............................................................................................................................................50
4.1.
Material botânico ..............................................................................................................................50
4.2.
Animais experimentais....................................................................................................................50
4.3.
Drogas e reagentes..........................................................................................................................51
4.4.
Equipamentos....................................................................................................................................52
5.
MÉTODOS...............................................................................................................................................53
5.1.
Obtenção da mistura dos triterpenos
α
,
β
-amirina (extração e fracionamento) ...............53
5.2.
Caracterização da atividade da mistura de
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina na pancreatite aguda induzida
pela administração de L-arginina em ratos e ceruleína em camundongos ..................................55
5.2.1.
Pancreatite aguda induzida por L-arginina .............................................................................55
5.2.2.
Pancreatite aguda induzida por ceruleína...............................................................................55
5.2.3.
Determinação de amilase e lipase sérica................................................................................56
5.2.4.
Determinação do grau de edema pancreático .......................................................................56
5.2.5.
Determinação da atividade da mieloperoxidase....................................................................56
5.2.6.
Determinação das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico..........................................57
5.2.7.
Determinação de nitrato e nitrito ..............................................................................................57
5.2.8.
Determinação sérica de TNF-α e IL-6.....................................................................................58
5.2.9.
Avaliação histológica do pâncreas...........................................................................................58
5.2.10.
Estudo imunohistoquímico para a determinação de TNF-α, iNOS e nitrotirosina........59
5.3.
Análise estatística ............................................................................................................................60
6.
RESULTADOS........................................................................................................................................61
6.1.
Obtenção da mistura dos triterpenos
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina (identificação).......................................61
6.2.
Pancreatite aguda induzida por L-arginina e ceruleína..........................................................61
6.3.
Caracterização da atividade da mistura de
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina na pancreatite aguda induzida
pela administração de L-arginina em ratos ...........................................................................................62
6.3.1.
Determinação de amilase sérica..............................................................................................62
6.3.2.
Determinação de lipase sérica..................................................................................................63
6.3.3.
Determinação do grau de edema pancreático .......................................................................64
6.3.4.
Determinação da atividade da mieloperoxidase....................................................................65
6.3.5.
Determinação das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico..........................................66
6.3.6.
Determinação de nitrato e nitrito ..............................................................................................67
6.3.7.
Determinação sérica de TNF-α ................................................................................................68
6.3.8.
Determinação sérica de IL-6.....................................................................................................69
6.3.9.
Avaliação histológica do pâncreas...........................................................................................70
6.3.10.
Estudo imunohistoquímico para a determinação de iNOS...............................................72
6.3.11.
Estudo imunohistoquímico para a determinação de TNF-α.............................................74
6.3.12.
Estudo imunohistoquímico para a determinação de nitrotirosina....................................76
6.4.
Caracterização da atividade da mistura de
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina na pancreatite aguda induzida
pela administração de ceruleína em camundongos............................................................................78
6.4.1.
Determinação de amilase sérica..............................................................................................78
6.4.2.
Determinação de lipase sérica..................................................................................................79
6.4.3.
Determinação do grau de edema pancreático .......................................................................80
6.4.4.
Determinação da atividade da mieloperoxidase....................................................................81
6.4.5.
Determinação das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico..........................................82
6.4.6.
Determinação sérica de TNF-α ................................................................................................83
6.4.7.
Determinação sérica de IL-6.....................................................................................................84
6.4.8.
Avaliação histológica do pâncreas...........................................................................................85
6.4.9.
Estudo imunohistoquímico para a determinação de TNF-α.................................................87
6.4.10.
Estudo imunohistoquímico para determinação de iNOS..................................................89
7.
DISCUSSÃO ...........................................................................................................................................91
8.
CONCLUSÕES.....................................................................................................................................109
9.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................111
18
1. INTRODUÇÃO
1.1. Generalidades
Desde muito tempo, os produtos naturais, notavelmente os originados de
plantas, tem sido uma importante fonte de agentes terapêuticos. Aproximadamente
vinte e cinco porcento de todas as drogas avaliadas como agentes terapêuticos são
derivadas de produtos naturais (CALIXTO, 2005). Assim, as plantas medicinais
tornaram-se o grande alvo das indústrias farmacêuticas e institutos de pesquisa na
busca de novas drogas e compostos com atividade terapêutica (EVANS, 1996).
As plantas medicinais têm sido utilizadas tradicionalmente para o
tratamento de várias enfermidades. Sua aplicação é vasta e abrange desde o
combate ao câncer até os microrganismos patogênicos (SILVA et al., 2004;
CALIXTO, 2000). As plantas, além de seu uso na medicina popular com finalidades
terapêuticas, têm contribuído, ao longo dos anos, para a obtenção de vários
fármacos, até hoje amplamente utilizados na clínica, como a emetina, a vincristina, a
colchicina e a rutina (CECHINEL FILHO, 1998).
A pesquisa sistemática para a obtenção de novas substâncias com
finalidade terapêutica pode ser executada por meio de vários processos. Os mais
utilizados são a síntese de novas moléculas, a modificação molecular de
substâncias naturais e/ou sintéticas com propriedades farmacológicas definidas,
extração, isolamento e purificação de novos compostos de fontes naturais,
especialmente de origem vegetal, as quais se caracterizam como uma fonte
inesgotável de substâncias potencialmente ativas como medicamento (DI STASI,
1996). Devido principalmente ao avanço da química combinatória, as pesquisas
sobre produtos naturais na indústria farmacêutica teve um lento declínio. Todavia,
relevantes evidências para as companhias farmacêuticas mostraram que para
algumas doenças complexas, os produtos naturais ainda representam um grande
valor para a produção de novas entidades químicas (CALIXTO, 2005).
19
No Brasil, especialmente na Região Nordeste, o uso de plantas
medicinais e preparações caseiras assumem importância fundamental no tratamento
das patologias que afetam as populações de baixa renda, tendo em vista a
deficiência da assistência médica, a influência da transmissão oral dos hábitos
culturais e a disponibilidade da flora (MATOS, 1989).
Juntos, os países da América Latina possuem grande parte da
biodiversidade do mundo. O Brasil sozinho possui de 20 a 22% de todas as plantas
e microorganismos existentes. Todavia, é estimado que não mais do que 25.000
espécies de plantas foram objetos de alguma investigação científica. (CALIXTO,
2005). Contudo, o potencial dos produtos de origem natural, como fontes de novas
drogas, continua largamente inexplorado uma vez que somente pequena fração de
plantas, animais e microorganismos têm sido investigados fitoquímica e
biologicamente (HAMBURGER & HOSTETTMANN, 1991).
Com o objetivo de assegurar o acesso, uso correto de plantas medicinais
e fitoterápicos pela população, bem como à utilização sustentável da biodiversidade
brasileira e o desenvolvimento da indústria nacional, foi aprovado no dia 22 de junho
de 2006 a Política Nacional de Plantas Medicinais e fitoterápicos pelo governo
federal (BRASIL, 2006).
1.2. O pâncreas
Apesar de o pâncreas ser conhecido desde a Grécia Clássica, em
1579 Ambrose Paré fez a primeira descrição clara da pancreatite aguda (PA). Em
1856 Claude Bernard induziu pela primeira vez PA no cão, descobrindo o efeito da
lipase, florescendo então o interesse por este órgão. Em 1883 Chiari admitia que a
PA fosse causada pela ativação intrapancreática de enzimas proteolíticas,
estabelecendo a teoria da autodigestão do órgão. Reginald Fitz, em 1889,
apresentou um estudo clínico a partir de análise de material patológico de 53
doentes com PA, constituindo uma obra de referência na investigação e tratamento
da PA durante um século. Em 1895 Mouret sugeriu a hiperestimulação colinérgica
20
como o responsável por aquele fenômeno e em 1901 Eugene Opie enfatizou a
relação causal com a litíase biliar e propôs a teoria do “canal comum”
(NEOPTOLEMOS, 1989).
O pâncreas é uma glândula de aproximadamente 15 cm de extensão que
se localiza atrás do estômago e entre o duodeno e o baço. Ele pode ser dividido em
cabeça, corpo e cauda (Figura 1).
Figura 1. Estrutura do pâncreas (cabeça, corpo e cauda)
O pâncreas possui duas unidades funcionais, a exócrina e a endócrina. O
pâncreas endócrino consiste das ilhotas de langerhans, que produzem insulina,
glucagon, somatostatina e polipetídeo pancreático, que funcionam na manutenção
da hemostasia da glicose. O pâncreas exócrino é constituído pelos ácinos e por
ductos, que drenam os ácinos, cujas funções primárias são a síntese e secreção dos
componentes enzimático e aquoso do suco pancreático, responsáveis pela digestão
dos alimentos e pela neutralização dos conteúdos duodenais (LEUNG & IP, 2006).
O pâncreas exócrino é estruturalmente semelhante a um “cacho de uvas”,
sua arquitetura contém túbulos que são cercados por células adjacentes com
formato piramidal, as células acinares, levando à formação de estruturas chamadas
21
de ácinos (Figura 2). Os ácinos estão rodeados por tecido conjuntivo suportando
uma rede de capilares e terminações nervosas. A principal função das células
epiteliais colunares, que revestem os ductos pancreáticos, é a secreção do
componente aquoso do suco pancreático, uma solução alcalina, rica em água e
bicarbonato, que facilita o transporte das enzimas digestivas e aumenta o pH
duodenal para uma ação ótima dessas enzimas. As células acinares são
especializadas na síntese, armazenamento e secreção de enzimas digestivas,
proteases (tripsina, quimiotripsina, elastase, carboxipeptidase), α-amilase, lipases
(triacilglicerol hidrolase, hidrolase de éster do colesterol, fosfolipase A2),
ribonuclease, desoxirribonuclease e inibidor da tripsina (WHITCOMB et al., 1999;
GODINHO, 1997).
Figura 2. Os ácinos (unidade funcional do pâncreas exócrino)
(Figura adaptada a partir de DAWRA et al., 2006)
A síntese das enzimas ocorre nos ribossomos do retículo endoplasmático,
sendo transportadas nas vesículas de transporte para o Aparelho de Golgi, onde são
separadas em diferentes grupos, segundo a sua função (WHITCOMB et al., 1999).
As enzimas digestivas contidas nos grânulos de zimogênio encontram-se na forma
de precursores inativos (tripsinogênio, quimiotripsinogênio e procarboxipeptidase),
ativando-se apenas no lúmen intestinal por hidrólise do tripsinogênio em tripsina. A
tripsina, uma vez ativada, funciona como autocatalizadora e desencadeia a ativação
das pró-enzimas restantes. Pequenas quantidades de tripsina podem formar-se
fisiologicamente no pâncreas, sendo eficientemente controladas pelos mecanismos
de síntese de inibidores específicos da tripsina pancreática, como inibidores
22
serinoproteases tipo Kazal 1 (PSTI ou SPINK 1), autólise da tripsina ativada e
inativação sistêmica pelas antiproteases séricas (FROSSARD et al., 2008).
Os inibidores da tripsina pancreática se ligam e inativam
aproximadamente 20% da tripsina potencial dos grânulos de zimogênio, através da
inibição competitiva do domínio catalítico da tripsina (HIROTA et al., 2006). Se a
ativação intra-acinar de tripsina ultrapassar a capacidade inibitória do SPINK 1,
ainda uma segunda linha de defesa efetuada pela hidrólise irreversível mediada
por proteases catiônicas em que se inclui a própria tripsina (SZMOLA et al., 2003). A
terceira e última linha de defesa à cascata de ativação das proteases é a inibição
sérica pela α2-macroglobulina, α1-antitripsina, antiquimiotripsina, inter-a-tripsina e
C1 esterase que estão presentes em abundância no interstício pancreático (VEGE &
CHARI, 2007).
Uma vez falhando os mecanismos inibitórios da tripsina pancreática, a
tripsina ativada nas células acinares leva a ativação de várias enzimas.
Adicionalmente, a inflamação é iniciada com a produção local de mediadores, a qual
se relaciona com a severidade da doença (NORMAN et al., 1996).
1.2.1. Pancreatite
A pancreatite aguda (PA) é uma desordem inflamatória do pâncreas
exócrino caracterizada por edema pancreático, necrose acinar, hemorragia e
necrose lipídica assim como inflamação e infiltração perivascular do pâncreas,
podendo ainda atingir outros órgãos como fígado e pulmões. Os pacientes
apresentam dor abdominal, náuseas e vômitos e aumento dos níveis séricos de
lipase e amilase. Embora a maioria dos episódios de PA seja discreta, com
recuperação total dos pacientes, ataques agudos recorrentes podem acarretar em
mudanças irreversíveis no pâncreas, caracterizadas por atrofia acinar e fibrose
(pancreatite crônica) (TATTERSALL et al., 2008).
23
A pancreatite crônica é uma condição caracterizada por um dano
progressivo e irreverssível de ambos os componentes, exócrinos e endócrinos, do
pâncreas, resultando eventualmente em uma dor intensa, grande insuficiência
exócrina (má-digestão) e diabetes (DIMAGNO et al., 1993). Estima-se que nos
países industrializados a incidência de pancreatite crônica varia numa proporção de
3,5 a 10% da população. O abuso de álcool está associado a maior parte dos casos.
No entanto, outros fatores, assim como, pancreatite hereditária, pancreatite tropical
(BALAKRISHNAN et al., 2006), pancreatite autoimune, obstrução ductal, ou
condições secundárias sistêmicas, tais como hipertrigliceridemia e hipercalcemia
estão também implicados (DIMAGNO et al., 1993; AHMED et al., 2006; ETEMAD &
WHITCOMB et al., 2001). Existe ainda, uma proporção de casos em que a causa
não pode ser identificada (pancreatite idiopática) (AMMANN et al., 1984). Todavia,
com o recente progresso na identificação de fatores genéticos, a proporção de casos
que permanecem sem causas conhecidas tem diminuído.
1.2.2. Pancreatite Aguda
A PA leve pode ser autolimitada e não necessitar de tratamento, contudo
aproximadamente 25% dos pacientes irão apresentar um quadro grave com
mortalidade de 30-50%. A mortalidade relacionada aos episódios agudos é causada
pela síndrome da resposta inflamatória sistêmica e subseqüente falência múltipla de
órgãos. Aproximadamente 50% das mortes ocorrem dentro da primeira semana
após o início da PA e esses pacientes sofrem um ataque inicial severo e
desenvolvem uma reação inflamatória sistêmica exagerada como o desenvolvimento
da disfunção múltipla de órgãos e morte. Os pacientes com ataque severo, que
sobrevivem à primeira semana, podem desenvolver extensa necrose pancreática
retroperitoneal, onde a infecção do tecido necrosado leva a sepse, a resposta
inflamatória sistêmica, a falência múltipla de órgãos e a morte (BHATIA et al., 2005;
ELFAR et al., 2007).
24
1.2.2.1. Revisão Bibliográfica
Os ácinos pancreáticos apresentam acentuada importância como lulas
responsáveis pelos eventos iniciais críticos da PA, nesse sentido foram
desenvolvidas técnicas para o estudo dos ácinos, ou mesmo das células acinares
isoladas. Atualmente, é descrito que a estimulação com acetilcolina, colecistocinina,
gastrina ou substância P ativa receptores localizados na membrana basolateral das
células acinares, causando a geração de um sinal intracelular de Ca
2+
, que por sua
vez, desencadeia a fusão de grânulos de zimogênios com a membrana apical,
levando a secreção das enzimas. Essa fusão é mediada por proteínas receptoras
conhecidas como SNAREs (Proteína receptora ao fator sensível à N-etilmaleimida),
mecanismo que é desencadeado pelo Ca
2+
, mas que não está totalmente elucidado.
Nesse contexto, há o envolvimento das vias de sinalização de inositol
trifosfato/diacilglicerol, que elevam a concentração de Ca
2+
intracelular, ativam a
proteína quinase C, com subseqüente desencadeamento da exocitose dependente
de Ca
2+
. as vias de sinalização iniciadas pela secretina ou polipeptídeo vasoativo
intestinal (VIP) na membrana basolateral são mediadas pelo aumento dos níveis de
AMPc e subsequente ativação da proteína quinase A, também levando à secreção
dos grânulos de zimogênio (WILLIAMS, 2001; WASLE & EDWARDSON, 2002). Tais
mecanismos representam mecanismos fisiológicos para a secreção dos grânulos de
zimogênio. O entendimento dos mesmos pode ser valioso para a compreensão dos
eventos intracelulares que desencadeiam a pancreatite aguda, visto que, nessa
condição, a injúria e ruptura dos ácinos pancreáticos permitem a exposição das
enzimas pancreáticas ao tecido e os subseqüentes efeitos inflamatórios (BATHIA et
al., 2005).
A PA é, portanto, uma doença de patogenia obscura provocada por
múltiplas etiologias distintas que iniciam um fenômeno comum central - a ativação
intrapancreática das enzimas digestivas - com uma evolução imprevisível. mais
de um século que a PA é considerada como um processo de autodigestão do
pâncreas, resultante da ativação prematura das enzimas pancreáticas. Contudo, os
mecanismos fisiopatológicos que condicionam esse fenômeno não estão ainda
completamente esclarecidos (SLEISENGER et al., 1998; SPIRO, 1993).
25
A causa mais comum (30-50%) de pancreatite aguda no cenário clínico é
a obstrução biliar, geralmente microlitíase (TOOULI et al., 2002). O alcoolismo é a
segunda causa mais comum, e a PA alcoólica recorrente leva à pancreatite crônica
(AMMANN & MUELLHAUPT et al., 1994). Infecção, resposta auto-imune, trauma,
drogas, procedimentos endoscópicos (ex. CPRE), hiperlipidemia e
hiperparatireoidismo representam apenas 10% dos casos dessa doença (LOVE et
al., 2009; FRANO et al., 2009; AYOUB et al., 2009; FORTSON et al., 1995; TOOULI
et al., 2002; BRUDGE & VANDAN, 1999).
A PA é uma desordem inflamatória, que envolve uma complexa cascata
de eventos imunológicos, que afetam, não somente a patogênese da doença, mas o
seu curso. Qualquer que seja o evento inicial, que leve a ativação prematura de
enzimas digestivas, a progressão da doença pode ser vista em três fases contínuas:
inflamação local do pâncreas, resposta inflamatória generalizada e a fase final de
falência de múltiplos órgãos (BHATIA et al., 2000; BHATIA et al., 2001; BHATIA,
2002).
Apesar da PA ser uma doença auto-limitada na maioria dos casos,
aproximadamente 15-30% destes progridem para uma pancreatite aguda severa
(SAP) com uma alta taxa de mortalidade. Apesar da patogênese da PA não estar
totalmente elucidada, alguns mecanismos o bem conhecidos: ativação excessiva
de leucócitos que leva a uma cascata de reações mediadas por citocinas e
mediadores inflamatórios, auto-digestão pancreática, distúrbio da microcirculação
pancreática e translocação de bactérias do intestino para o tecido pancreático. Estes
mecanismos atuam um sobre o outro (ZHANG et al., 2009).
Mediadores inflamatórios estão envolvidos em todas as etapas do
desenvolvimento da pancreatite aguda, sendo responsáveis por provocarem e
agravarem distúrbios da microcirculação em todo o corpo, levando à lesão de
múltiplos órgãos (MENGER et al., 2001). Os mecanismos pelos quais os mediadores
inflamatórios provocam distúrbios da microcirculação o basicamente três.
Aumento da permeabilidade capilar e diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo
capilar, promoção da contração de artérias e veias e promoção da agregação
plaquetária e indução de trombose (ZHANG et al., 2009).
26
A injúria do ácino pancreático, que permite a liberação de enzimas
pancreáticas (tripsina, quimiotripsina e elastase) dentro do tecido pancreático, inicia
a autodigestão e consequentemente o desenvolvimento da pancreatite aguda. As
proteases ativadas (tripsina e elastase) e a quebra da lipase dentro do tecido e
membranas celulares causam edema, dano vascular, hemorragia e necrose (figura
3) (NORMAN et al., 1996; BHATIA M, et al. 2005).
Vários caminhos estão envolvidos na conversão intracelular de
zimogênios pancreáticos em enzimas ativas. Esses caminhos incluem: Auto-ativação
do tripsinogênio em tripsina; Quebra do tripsinogênio em tripsina pela hidrolase
lisossomial Catepsina B (CTSB); Diminuição da atividade do inibidor de tripsina
intracelular pancreático; Liberação de zimogênios e enzimas lisossomiais dentro do
citoplasma e subseqüente ativação proteolítica; Manobras de zimogênios em
membranas vinculadas a compartimentos que contém proteases ativas; Captação e
tratamento de zimogênios secretados pelos caminhos endocíticos; Aumento da
suscetibilidade de zimogênios à proteólise devido à oxidação ou descondensação.
Os mecanismos que tem merecido mais destaque são: a auto-ativação do
tripsinogênio e a ativação inapropriada do tripsinogênio (GORELICK & OTANI, 1999;
GORELICK et al., 1999; NARUSE, 2003) (figura 4).
Em adição, radicais livres de oxigênio, liberados secundariamente a
injúria pancreática, causam inativação dos inibidores de protease circulantes,
contribuindo para o acúmulo de proteases ativadas no tecido pancreático. As
alterações pancreáticas levam a um aumento das concentrações intracelulares de
cálcio, com a redução do pH intracelular, ambos causando ativação prematura do
tripsinogênio por meio de uma supra-regulação de NF-κB. Em adição, a tripsina
acarreta na ativação de outras cascatas, incluindo o complemento, cinina-calicreína,
coagulação e fibrinólise (ELFAR et al., 2007).
27
Figura 3. Características fisiopatológicas do desenvolvimento da pancreatite aguda
(figura adaptada a partir de BHATIA et al., 2005).
Figura 4. Pancreatite aguda: ativação de enzimas digestivas nas células acinares e
mudanças patológicas (adaptado a partir de BHATIA et al., 2005).
Lúmem Acinar
Ativação de catepsina B/ Auto-
ativação do tripsinogênio/
Ativação inapropriada de
tripsinogênio
Ativação de zimogênios
Ruptura da organela
Injúria celular
Morte celular
Fator desencadeante
Lesão da célula acinar
Ativação da tripsina
Ativação
da cinina-
calicreína
Ativação da
quimiotripsina
Ativação da
elastase
Ativação da
fosfolipase A
Ativação
da lipase
Edema e
inflamação
Edema e lesão
vascular
Lesão vascular
e hemorragias
Necrose e
coagulação
Esteatonecrose
28
O dano celular acinar resulta em uma ativação local do sistema
imunológico, incluindo lulas dendríticas, macrófagos, fibroblastos, lulas T,
células endoteliais, entre outras, que leva a liberação de uma grande quantidade de
mediadores inflamatórios (FROSSARD et al., 1999; MAKHIJA & KINGSNORTH,
2002). Diminuição de oxigênio livre do organismo e a geração de radicais livres
derivados de oxigênio também contribuem para a injúria (POCH et al., 1999). Assim,
independente do fator inicial que levou ao desenvolvimento da doença, a severidade
do dano pancreático está relacionada com a injúria das lulas acinares e ativação
de células inflamatórias e endoteliais. Então, complicações locais, necrose da célula
acinar, formação de pseudocisto e abscesso, podem se desenvolver, e a injúria em
órgãos remotos, tais como os pulmões, podem seguir à liberação de vários
mediadores do pâncreas ou de órgãos extra pancreáticos tais como o fígado
(PASTOR et al., 2003).
Os mediadores inflamatórios que se acredita participar na fisiopatologia
da PA incluem o TNF-α, IL-1β, IL-6, PAF, ICAM-1, IL-8, GRO-α/CINC (oncogene-α
relacionado ao crescimento/quimioatraente de neutrófilos indutor de quimiocina),
MCP-1 (proteína quimiotática de monócitos-1), substância P, peptídeo ativador de
tripsinogênio (PAT), o gás sulfídrico (H
2
S) e o óxido nítrico (NO). Como mediadores
antiinflamatórios que exercem um importante papel na PA temos a IL-10,
componente do complemento C5a, receptor solúvel de TNF-α, antagonista de
receptor IL-1 (IL-1ra) e endopeptidase neutra (NEP). A expressão de vários desses
mediadores é regulada por fatores de transcrição como o NF-κB. As citocinas levam
a uma supra regulação de moléculas de adesão localmente e em órgãos distantes
(ex. pulmões) e ativam uma cascata de eventos que incluem a migração de
leucócitos, a produção de PLA
2
, ativação do complemento, degranulação de
neutrófilos, produção de NO e de espécies reativas de oxigênio (EROs) (MAKHIJA
et al., 2002; PEZZILLI et al., 2004; BHATIA et al., 2005; ELFAR et al., 2007).
A ativação do fator nuclear κB (NF-κB) e a redução da expressão dos
inibidores de κB foram demonstradas no modelo de PA induzida por ceruleína em
ratos (GUKOVSKY et al., 1996; HAN & LOGSDON, 2000; GRADY et al., 1997;
BHATIA et al., 2002; BHATIA et al., 2005). Steinle et al. (1999) demonstraram que a
29
ativação do NF-κB está envolvida em um aumento da injúria e da inflamação
tecidual em modelos experimentais de PA. Outros autores mostraram que a sua
inibição atenua a severidade ou melhora a sobrevivência em diferentes modelos
experimentais de PA (ETHRIDGE et al., 2002; SATOH et al., 1999; DUNN et al.,
1997). Chen et al. (2002) ativaram diretamente o NF-κB pancreático, o que resultou
no início de uma resposta inflamatória pancreática. Nos modelos experimentais de
PA induzida pela injeção de taurocolato de sódio, ligação do ducto biliopancreático e
L-arginina (L-arg) foi observado um aumento na expressão e/ou ativação do NF-κB
(RAKONCZAY et al., 2008).
Os níveis de TNF-α e IL-1β estão elevados no início e durante o
progresso da PA (BHATIA et al., 2000; BHATIA et al., 2001; BHATIA, 2002; BHATIA
et al., 2005; NORMAN et al., 1995; HIROTA et al., 2000). A inibição de TNF-α e IL-
1β atenuam a severidade da pancreatite em diferentes modelos experimentais. O
bloqueio do receptor de IL-1 antes ou logo após a indução da PA está associado
com a redução da severidade da pancreatite e redução do dano pancreático
intrínseco. A neutralização do TNF-α com um anticorpo policlonal reduziu a
severidade da PA experimental em ratos. Estratégias que interferem com a tradução
de TNF-α e IL-1β, processamento e liberação intracelular, em vez de antagonizar
seus efeitos também diminuem a severidade da PA em modelos experimentais
(HUGHES et al., 1996; BHATIA et al., 2005). O TNF-α pode ser determinado no
plasma, bem como no tecido pancreático, no curso da PA (de BEAUX et al., 1996;
POORAN et al., 2003) e contribui para a progressão sistêmica e danos pancreáticos
observados na PA severa (NORMAN, 1998; GRANGER et al., 2005).
A IL-6 possui alta especificidade e sensibilidade em distinguir a PA leve
da grave apresentando correlação com as taxas de mortalidade. Quando associada
à elevação de lipase sérica, melhora ainda mais a acurácia do diagnóstico e
prognóstico (PEZZILLI et al., 1995). Níveis plasmáticos de IL-6 correlacionam-se
com anormalidades hemodinâmicas na PA em coelhos (JAMBRIK et al., 2002).
Camundongos transgênicos que expressam IL-6 humana são mais susceptíveis a
PA, e o uso de anticorpo monoclonal anti-IL-6 exerce um efeito protetor contra a PA
(SUZUKI et al., 2000).
30
O PAF é sintetizado pelos ácinos pancreáticos e as concentrações
pancreáticas desse mediador estão elevadas durante o curso da PA (HOFBAUER et
al., 1998 e ZHOU et al., 1993). Em modelos animais, injeções intraperitoneal ou
intravascular de PAF podem provocar ou aumentar a severidade da PA
(KONTUREK et al., 1992 e EMMANUELLI, 1989). Níveis teciduais pulmonares e
sanguíneos também aumentam, indicando que PAF é um mediador chave da
resposta inflamatória sistêmica (HOFBAUER et al., 1998).
Uma das complicações mais comuns da PA é a injúria pulmonar aguda,
onde a molécula de adesão intercelular 1 (ICAM-1) exerce um importante papel,
participando na adesão e ativação de leucócitos, indução de mediadores
inflamatórios, disfunção da microcirculação pulmonar, síndrome do estresse
respiratório agudo, falência ltipla de órgãos e morte. O mecanismo modulatório
da ICAM-1 durante esse processo está associado com a ativação do NF-κB (ZHANG
et al., 2009). O uso de anticorpo monoclonal anti-ICAM-1 (aICAM-1) mostra efeito
terapêutico em vários tipos de modelos experimentais de injúria pulmonar aguda
(YOKOMURA et al., 2001). Se o aICAM-1 é administrado no estágio inicial da PA
observa-se uma melhor proteção do pâncreas e da função pulmonar (WERNER et
al., 1998).
A IL-8 se eleva precocemente e é considerada um bom marcador de
gravidade na PA (GROSS, 1992). Um anticorpo anti-IL8 humana foi associado com
a redução da injúria pulmonar em um modelo experimental de pancreatite aguda em
coelhos (SHOKUHI et al., 2002).
MCP-1 e MIP-2 participam na patogênese de PA experimental (XU et al.,
2008; ISHIBASHI et al., 2008; BHATIA et al., 2005; BRADY et al., 2002). O aumento
da MCP-1 sérica na admissão do paciente com PA está associado com o
desenvolvimento de PA severa (REGNÉR et al., 2008). A expressão de CXCL10 e
CXCR3 com outras quimiocinas CXC/CC (CXCL9, CXCL11, CCL3, CCL4, CCL5) em
tecidos pancreáticos de pacientes com pancreatite crônica sugerem a sua
participação na progressão da inflamação crônica (SINGH et al., 2007). A
administração de Ac-RRWWCR-NH2, um potente inibidor da ligação de quimiocinas
CXC ao receptor (CXR2) resultou na proteção de camundongos contra a PA
31
induzida por ceruleína (BHATIA & HEDGE, 2007). Rau et al. (2003) avaliando
pacientes com PA mostraram que a PA complicada está associada com o aumento
significativo, local e sistêmico, das concentrações de MCP-1.
A substância P (SP) atuando através dos receptores de neurocinina-1
(NK1) de membranas nas células efetoras, aumenta a permeabilidade microvascular
e promove o extravasamento de proteínas plasmáticas do espaço intravascular para
o espaço extravascular, com subseqüente formação de edema. Foram encontrados
níveis pancreáticos elevados de SP e expressão aumentada de NK1 em células
acinares durante a pancreatite aguda experimental (BHATIA et al. 1998). Em
camundongos geneticamente modificados, desprovido de receptores NK-1,
demonstrou-se uma redução na severidade da pancreatite e injúria pulmonar
associada à mesma, indicando que a SP, através destes receptores, é um
importante mediador da PA e injúria pulmonar (BATHIA et al., 1998, MAA et al.,
2000). Além disso, a pancreatite pode ser atenuada por antagonistas do receptor
NK1 (BHATIA et al., 2003; GRADY et al., 2000).
O Peptídeo ativador de tripsinogênio (PAT), produto da conversão do
tripsinogênio em tripsina, é um marcador validado, que apresenta a melhor
correlação com a gravidade da doença. Na pancreatite aguda grave, a inativação
inapropriada do tripsinogênio no interior do pâncreas resulta na liberação do PAT no
plasma, urina e peritônio. Portanto, a concentração plasmática de PAT parece ser o
melhor e mais precoce marcador da pancreatite aguda (BHATIA et al., 2000).
O gás sulfídrico (H
2
S) é produzido nos tecidos dos mamíferos a partir
dos aminoácidos L-cisteína e hemocisteína pela ação das enzimas cistationina-β-
sintase (CBS) e cistationina-γ-liase (CSE). Um aumento na biossíntese de H
2
S foi
demonstrado em modelos animais de choque séptico e hemorrágico, pancreatite e
edema de pata em ratos (BHATIA et al., 2005; LI et al., 2006). Tamizhselvi et al.
(2007) e Bathia et al. (2005) demonstraram que na pancreatite experimental induzida
por ceruleína ocorre um aumento na expressão de RNAm para a CSE e na
biossíntese de H
2
S e que a administração de PAG (DL-propargilglicina, um inibidor
irreversível da CSE) reduz a severidade e reduz a lesão pulmonar na pancreatite por
ceruleína. Tamizhselvi et al. (2008) demonstraram que o efeito pró-inflamatório do
32
H
2
S no modelo de pancreatite experimental por ceruleína pode ser mediado por
quimocinas (MIP-1alfa e MIP-2).
A ativação da fosfolipase A
2
contribui para o dano pancreático e para as
complicações sistêmicas durante a PA (FRIESS et al., 2001).
A ativação de proteina quinase C (PKC) e a mobilização do Ca
+2
intracelular levam a ativação, induzida pela colecistocinina (CCK), do NF-κB no
pâncreas (HAN & LOGSDON, 2000; SHI et al., 2007). A ativação de NF-κB pode
aumentar a sensibilidade pancreática à resposta inflamatória através de caminhos
de sinalização envolvendo novas ou atípicas isoformas de PKC (GUKOVSKAYA et
al., 2004). A PKC ativada pode não somente iniciar a ativação de NF-κB, mas
também induzir a produção de mediadores inflamatórios, esta pode ainda ser
proteoliticamente ativada por uma variedade de proteases (HASHIMOTO &
YAMAMURA, 1989; CHAKRABORTI et al., 2004).
O óxido nítrico (NO) está envolvido na fisiologia da PA (DIMAGNO, 2007;
CEVIKEL et al., 2003) e na patogênese da pancreatite crônica (MORSELLI-LABATE
et al., 2007). Pacientes com altos níveis ricos de NO apresentam
significativamente um maior risco de apresentar sepse e mortalidade (METTU et al.,
2003). Muitos estudos mostram um aumento no plasma e no tecido pancreático de
NO, assim como uma elevação da atividade de NO sintase (NOS) na pancreatite
aguda (CUZZOCREA et al., 2002; DABROWSKI & GABRYELEWICZ, 1994). Em um
modelo experimental de PA induzida por dose suprafisiológica de ceruleína em
camundongos foi observado um aumento da produção de NO no plasma, pâncreas
e pulmões, assim como aumento da expressão de NOS pancreática e pulmonar
(ANG et al., 2007). Shields et al (2006) observou que a inibição de iNOS xido
nítrico sintase induzida) por aminoguanidina (inibidor específico de iNOS)
significativamente reduziu a pancreatite em um modelo de PA induzida por L-arg em
ratos.
A translocação de bactérias do intestino para o pâncreas também
representa grande importância na patogenia da PA. As complicações sépticas
33
causadas por infecção bacteriana, frequentemente de origem entérica, representam
80% dos casos de morte na PA necrosante. A infecção aos tecidos pancreáticos e
peripancreático por bactérias entéricas está diretamente relacionada à magnitude da
necrose presente no pâncreas, e tem como provável mecanismo de origem a
translocação bacteriana por aumento da permeabilidade da barreira entérica
(TARPILA et al., 1993).
1.2.2.2. Quadro clínico, diagnóstico e tratamento
Nem sempre o quadro clínico da PA é característico, o que torna difícil o
seu diagnóstico. A dor abdominal constitui a manifestação mais característica da
doença, cuja intensidade varia de ligeira e desconfortável a intensa e incapacitante,
inicialmente pode ser epigástrica e peri-umbilical podendo se irradiar para o dorso ou
para todo o abdômen. useas e vômitos, acompanhados de parada na eliminação
de gases e fezes podem estar presentes. O paciente pode ainda apresentar febre,
hipotensão, alteração respiratória e distensão abdominal (BANK, 1997 & CARROLL
et al., 2007).
Dentre as manifestações sistêmicas da PA grave podemos citar a
leucocitose, hemólise, coagulação intravascular disseminada, seqüestro de líquido
para o terceiro espaço, síndrome da angústia respiratória do adulto, necrose
gordurosa difusa, síndrome da resposta inflamatória sistêmica, síndrome da
disfunção múltipla de órgãos (CRAWFORD & COTRAN, 2000; ELFAR et al., 2007).
Não existe um ensaio laboratorial ou um sinal clínico específico que
caracterize a PA. A amilase e a lipase, secretadas pelas células pancreáticas, são
os marcadores laboratoriais mais utilizados no diagnóstico da doença. A tomografia
computadorizada (TC) pode ser realizada na admissão do paciente para a
confirmação do diagnóstico e após 4 dias para a observação de complicações como
o acúmulo de fluídos e necrose. O exame de ressonância magnética identifica a
necrose e o acúmulo de flúidos melhor que o exame de TC (FROSSARD et al.,
2008).
34
Outros exames laboratoriais, tais como o leucograma, transaminases,
desidrogenase láctica, cálcio sérico, glicemia, gasometria e creatinina, são
particularmente úteis na caracterização da gravidade da doença (BANK et al., 1983;
RANSON et al., 1985), o mesmo acontecendo com a dosagem da proteína C reativa
(MAYER et al., 1984) e da interleucina-6 (PEZZILLI et al., 1995).
Pesquisas estão sendo realizadas na tentativa de determinar potenciais
marcadores biológicos para a severidade e prognóstico da doença. Tripsinogênios e
proteases pancreáticas envolvidas no processo de autodigestão pancreática são
marcadores promissores. Outros marcadores investigados são alanina
transaminase, peptídeo ativador de tripsinogênio (PAT), procalcitonina, fosfolipase
A2, proteína C reativa e citocinas como IL-6 e IL-8 (Tabela 1) (KELLY, 1976; BANK
et al., 1983; RANSON et al., 1985; GUMASTE et al., 1993; CARROLL et al., 2007).
Na forma mais leve da doença, principalmente aquela devido à presença
de cálculo biliar, a terapia é de suporte e inclui a reposição de líquido, alivio da dor,
administração de oxigênio, antieméticos e atenção às necessidades nutricionais. Os
episódios severos de PA necessitam de uma equipe multidisciplinar
(gastroenterologista, radiologista, intensivista e cirugião) e apesar da instalação de
um tratamento apropriado a taxa de mortalidade dos ataques severos não mudou
significativamente nas últimas duas décadas. Para esses pacientes, ressuscitação,
suporte nutricional e monitoramento de complicações (prevenção de necrose
pancreática e prevenção de infecção pancreática, uma vez estabelecida a necrose)
são importantes (CARROLL et al., 2007; FROSSARD et al., 2008).
O tratamento tradicional na PA com jejum e nutrição parenteral, tem sido
modificado para nutrição enteral na pancreatite severa e ingestão oral na pancreatite
leve a moderada. A nutrição enteral reduz as complicações da infecção e a
mortalidade na pancreatite severa, comparada a nutrição parenteral (BAKKER et al.,
2009; ANDERSSON et al., 2009).
A infecção da necrose pancreática é uma complicação que se desenvolve
em 40-70% dos pacientes durante a segunda ou terceira semana, sendo uma causa
de mortalidade. Apesar de existirem divergências quanto ao benefício da profilaxia
35
com antibióticos no tratamento da PA, quando na presença de infecção o tratamento
é realizado com o uso de antibióticos (p.ex. carbapenemas, fluoroquinolonas
associado a metronidazol, cefalosporinas de 3ª. geração associado a metronidazol e
vancomicina) (BANKS et al., 2006; FROSSARD et al., 2008).
Bang et al. (2008) publicaram um artigo de revisão sumarizando os
resultados da utilização de várias drogas na prevenção e tratamento da PA clínica e
experimental (Tabela 2).
A intervenção cirúrgica ficou reservada para os casos de infecção da
necrose pancreática, diagnosticada por tomografia computadorizada ou ressonância
nuclear magnética e, principalmente, por punção com agulha fina (SARR et al.,
1991). Também se reserva a intervenção cirúrgica aos pacientes graves, com
insuficiência de múltiplos órgãos, que não apresentaram melhora após 72 horas de
cuidados intensivos (BEGER et al., 1985; BRANUM et al., 1998; RANSON, 1997).
Quanto à intervenção sobre a necrose não infectada, esta deve ser postergada ao
máximo, se possível depois da terceira semana, e para sua abordagem diversas
modalidades cirúrgicas podem ser empregadas (TRIVINO et al., 2002).
Vários centros internacionais recomendam o uso de técnicas menos
invasivas no manejo da pancreatite necrosante, como a drenagem percutânea
guiada por imagem (PCD) para a melhora da morbidade e mortalidade. Outros
recomendam o uso de técnicas endoscópicas para o debridamento da necrose
pancreática infectada, como a cirurgia endoscópica trans-luminal por orifício natural
(Natural Orifice Translumenal Endoscopic Surgery-NOTES), uma alternativa aos
procedimentos abertos (HINES & REBER, 2009).
Embora muito se discuta quanto ao valor da colangiopancreatografia
retrógrada endoscópica (CPRE) e papilotomia endoscópica, estas estão bem
indicadas em doentes com obstáculo ao nível da ampola biliopancreática, seja por
cálculo, seja por processo inflamatório, particularmente na vigência de colangite
(NEOPTOLEMOS et al., 1988).
36
Tabela 1. Marcadores ricos determinantes do diagnóstico e prognóstico da
doença
Teste Laboratorial (HORA) Propósito Observações clínicas e limitações
Alanina transaminase
12 a 24
Diagnóstico e etiologia
Associado com a pancreatite biliar;três
vezes mais elevada na presença de
pancreatite aguda, apresentando um valor
preditivo positivo de 95% no diagnóstico
da pancreatite aguda biliar.
Amilase
2 a 12
Diagnóstico
Mais acurado quando está duas vezes
mais elevado do que o normal; os níveis
de amilase e a sensibilidade diminuem
com o tempo desde o início dos sintomas.
Proteína C reativa
24 a 48
Preditivo de severidade
Marcador tardio, altos níveis está
associado com necrose pancreática.
Interleucina-6 18 a 48 Preditivo de severidade Indicação precoce de gravidade
Interleucina-8 12 a 24 Preditivo de severidade Indicação precoce de gravidade
Lípase
4 a 8
Diagnóstico
Aumento da sensibilidade na pancreatite
induzida por álcool; mais específica e
sensível do que a amilase para detectar a
pancreatite aguda.
Fosfolipase A
2
24
Preditivo de severidade
Associado com o desenvolvimento de
necrose pancreática e falência pulmonar.
Procalcitonina 24 a 36 Preditivo de severidade Indicação precoce de gravidade; altas
concentrações em necrose infectada.
Peptídeo ativador de
tripsinogênio
Em poucas
horas
Diagnóstico e preditivo
de severidade
Marcador precoce da pancreatite aguda,
apresenta uma estreita correlação com a
severidade.
Fonte: CARROLL et al. (2007).
Tabela 2. Tratamento farmacológico da pancreatite aguda. Revisão de drogas
testadas em modelos animais experimentais e triagem clínica
Nome Mecanismos Efeito em modelos animais Resultados em triagens
humanas
Somatostatina Inibição da secreção pancreática Não reduz a mortalidade Não reduz a mortalidade
Octretide Inibição da secreção pancreática Não tem efeito (resultados
divergentes)
Não reduz a mortalidade
Mesilato de gabexate Inibidor de protease Redução de escores
histológicos
Pode reduzir a
mortalidade
N-acetil-cisteína Redução do estresse oxidativo Reduz a severidade Não reduz a mortalidade
Óxido de nitrogênio Melhora da microcirculação Redução do edema Triagem não publicada
Esteróides Anti-inflamatório não específico Redução da mortalidade Triagem não publicada
Interleucina-10 Anti-inflamatório Redução da mortalidade Triagem não publicada
Anticorpo TNF-α
Anti-inflamatório específico Redução da mortalidade Triagem não publicada
Inibidor de PAF Anti-inflamatório específico Não reduz a mortalidade Não reduz a mortalidade
Antibióticos Antibacteriano - Redução da mortalidade
Probióticos Prevenção da colonização do
intestino
- Não reduz a mortalidade
Fonte: BANG et al. (2008).
37
1.2.2.3. Modelos experimentais de pancreatite aguda
Em modelos experimentais de pancreatite aguda, as células acinares
morrem através de necrose e de apoptose (KAISER et al., 1995; GUKOVSKAYA et
al., 1996; MARENINOVA et al., 2006). A razão apoptose/necrose pode variar dentre
os diferentes modelos experimentais. A severidade da pancreatite experimental
correlaciona-se diretamente com a extensão da necrose e inversamente com a
extensão da apoptose (KAISER et al., 1995; GUKOVSKAYA et al., 1996; SALUJA et
al., 1996; SANDOVAL et al., 1996; BHATIA, 2004; GUKOVSKAYA & PANDOL,
2004; MARENINOVA et al., 2006), porém os mecanismos que explicam essas
diferenças são pouco compreendidos.
A necrose da célula acinar, e em particular, a necrose recorrente, é uma
das mais sérias complicações da pancreatite aguda (RARATY et al., 2004; BASSI et
al., 2003; CONNOR & NEOPTOLEMOS, 2004). Baseado nas informações de que as
formas brandas de pancreatite experimental estão associadas com uma maior taxa
de apoptose e de que as formas severas estão associadas com uma maior taxa de
necrose existe a hipótese de que a mudança de um quadro de necrose para um
quadro de apoptose possa ser benéfica na pancreatite aguda (KAISER et al., 1995;
GUKOVSKAYA et al., 1996; SALUJA et al., 1996; SANDOVAL et al., 1996; BHATIA,
2004; GUKOVSKAYA & PANDOL, 2004; MARENINOVA et al., 2006).
Vários modelos experimentais de PA foram desenvolvidos na tentativa de
compreensão de sua fisiopatologia, das alterações histológicas, do grau de
severidade e da falência de órgãos como os pulmões, rins, fígado e intestino. Os
modelos apresentam vantagens e desvantagens e a seleção de um modelo irá
depender do objetivo experimental (CHAN & LEUNG, 2007; ZHANG et al., 2006;
PANDOL et al., 2007; FOLCH-PUY, 2007; UHLAMNN et al., 2007; HE et al., 2007).
Dentre os modelos experimentais de pancreatite aguda podemos citar
aqueles induzidos por altas doses de L-arg, pela administração de CCK ou de seu
análogo ceruleína, por dieta deficiente em colina e suplementada com etionamida,
pela perfusão/injeção no ducto pancreático de sais biliares ou taurocolato de sódio,
38
pela ligação do ducto biliopancreático ou por indução de alterações vasculares
pancreáticas (GRANGER & REMICK, 2005; CHANG & LEUNG, 2007).
Apesar da grande quantidade de modelos experimentais existentes para o
estudo da PA, os mecanismos envolvidos no desenvolvimento dessa doença ainda
não são completamente entendidos, sendo necessários estudos mais aprofundados
para um melhor entendimento de sua fisiopatologia, bem como do efeito dos
agentes terapêuticos.
1.2.2.3.1. Pancreatite aguda induzida por L-arginina
Uma única injeção intraperitoneal de L-arg (250-500mg/100g/peso
corporal) pode induzir uma pancreatite necrosante em ratos, coelhos e
camundongos. Após 24 h da injeção de L-arg, a inflamação do tecido pancreático é
confirmada por histologia e mudanças características dos parâmetros laboratoriais
que podem ser observadas a partir de 12 h após sua administração. Esse modelo é
reproduzível, não invasivo e produz necrose acinar de maneira dose dependente,
sendo um modelo de estudo da patogênese da pancreatite aguda (CZAKO et al.,
2000; DABROWSKI et al., 1999; HEGYI et al., 2004; RAKONCZAY et al., 2003;
VARGA et al., 1997; ZHAO et al., 2004; CHAN & LEUNG, 2007).
O mecanismo pelo qual a L-arg induz a PA ainda não está claro. Contudo,
seu efeito xico sobre o pâncreas deve-se em parte a inibição da síntese protéica,
excessiva produção de óxido nítrico e peroxidação lipídica. O excesso de L-arg,
assim como de outros aminoácidos básicos, pode suprimir a ornitina descarboxilase,
que é a enzima determinante da síntese de poliaminas. A redução dos níveis de
poliaminas retarda a síntese de ácidos nucléicos interferindo na síntese protéica. O
tecido pancrear é particularmente vulnerável a essa forma de toxicidade (CHAN &
LEUNG, 2007). Algumas evidências sugerem que radicais livres de oxigênio, óxido
nítrico e mediadores inflamatórios apresentam um papel chave nesse modelo
(VARGA et al., 1997; CZAKO et al., 2000; TAKACS et al., 2002; RAKONCZAY et al.,
2003).
39
A L-arginina produz um aumento significativo da amilase plasmática, da
razão peso pancreático/peso corporal, dos níveis de IL-6, da atividade da
mieloperoxidase (MPO) pancreática, ativação de tripsina, mudanças histológicas
(incluindo acumulação de fluídos, destruição da histoarquitetura, vacuolização das
células acinares, extensiva necrose de células acinares e infiltração neutrofílica),
como também pode produzir injúria pulmonar (CZAKO et al., 2000; DABROWSKI et
al., 1999; HEGYI et al., 2004; RAKONCZAY et al., 2003; VARGA et al., 1997; ZHAO
et al., 2004; DHARA et al., 2006; SZABOLCS et al., 2006a).
1.2.2.3.2. Pancreatite aguda induzida por ceruleína
A pancreatite induzida por ceruleína, um análogo da CCK, apresenta uma
alteração histológica muito semelhante à fase inicial da PA em humanos. A ceruleína
pode induzir pancreatite em camundongos, ratos, coelhos, cães e porcos. O modelo
é rápido, não-invasivo, reproduzível, sendo bastante utilizado (CHAN & LEUNG,
2007).
A ceruleína, agindo através de receptores da CCK, estimula de forma
exagerada as células acinares. A ativação da tripsina intracelular pode ativar o
tripsinogênio e outros zimogênios, iniciando uma série de eventos ativados por
proteases. A enzima digestiva uma vez ativada degrada proteínas celulares,
incluindo proteínas estruturais (como F-actin), o que eventualmente leva a uma
autodigestão pancreática (CHAN & LEUNG, 2007).
O modelo experimental com injeções múltiplas de ceruleína tem sido um
dos mais utilizados para indução de pancreatite associada com injúria pulmonar em
camundongos e ratos. Este modelo é particularmente importante porque a PA
associada com injúria pulmonar é uma complicação comum, que contribui de forma
significativa, para o aumento da taxa de mortalidade dos pacientes (PASTOR et al.,
2003; CHAN & LEUNG, 2007).
40
Após 24 horas da indução da pancreatite pela administração de ceruleína,
observam-se danos ao tecido pancreático caracterizado por infiltrado de lulas
inflamatórias, vacuolização, depleção dos grânulos de zimogênio, necrose de células
acinares e edema, assim como mudanças características de parâmetros
laboratoriais, tais como, aumento da amilase e lipase séricas, aumento da atividade
de MPO pancreática e aumento de citocinas pró-inflamatórias (p. ex.: TNF-α e IL-1β)
(MALLEO et al., 2007; GÓMEZ et al., 2006).
Estão presentes nesse modelo espécies reativas do oxigênio (EROS),
TNF-α, IL-1, IL-6, IL-8, COX-2, SP e alterações histológicas pancreáticas como
degeneração celular acinar, edema e infiltrado inflamatório. Exames
imunohistoquímicos demonstraram marcado aumento na imunorreatividade para
TGF-β e VEGF (fator de crescimento endotelial vascular) no pâncreas de
camundongos tratados com ceruleína (GENOVESE et al., 2006a; WILDI et al.,
2007). No fígado podem ser observadas alterações histológicas como necrose,
vacuolização, congestão vascular, infiltrado inflamatório. Alterações pulmonares
também podem ser observadas (GRANGER & REMICK, 2005; ESREFOGLU et al.,
2006; CHAN & LEUNG, 2007; BHATIA et al., 2005, 2007).
1.2.3. Plantas medicinais e pancreatite
A pancreatite aguda apresenta uma incidência de aproximadamente 40
casos por ano por 100.000 adultos e até o momento não se tem um tratamento
eficaz para a doença. Pesquisas têm sido realizadas na busca de novas estratégias
terapêuticas, dentre elas a pesquisa com produtos naturais. Vários estudos mostram
a ação de produtos naturais em modelos experimentais de pancreatite, como
podemos citar:
Polifenóis do chá verde (Green tea) reduziram as alterações bioquímicas e
histológicas em modelo de pancreatite aguda por ceruleína em camundongos,
pela redução da ativação do NF-
κB e do estresse oxidativo (BABU et al.,
2009). O extrato do chá verde, devido ao seu potencial antioxidante, pode
41
prevenir a fibrose pancreática pela inibição da ativação das células do
interstício do pâncreas como evidenciado em um estudo experimental
realizado in vitro (ASAUMI et al., 2006).
Salvia miltiorrhizae, uma planta da medicina chinesa, reduziu o conteúdo de
endotoxina plasmática e IL-6 sérica, promoveu a expressão de proteína Bax no
pâncreas e melhorou as alterações patológicas pancreáticas assim como
reduziu a mortalidade em modelo de pancretite severa induzida por taurocolato
de sódio em ratos (RUIPING et al., 2009).
O extrato de Gardenia jasminoides apresenta uma atividade contra a
pancreatite aguda grave pela redução da amilase sérica, da atividade da
mieloperoxidase sérica e tecidual, TNF-α e IL-6 ricos e da injúria provocada
pelos radicais livres de oxigênio, óxido nítrico e endotoxinas (MAO et al., 2003;
WANG et al., 2003). JUNG et al. (2008) mostraram que o extrato dessa planta
diminui significativamente a severidade da PA associada à injúria pulmonar,
evidenciado pela redução do edema pancreático, infiltração neutrofílica, níveis
séricos de amilase, lipase e de citocinas.
O resveratrol, polifenol encontrado na casca da semente da uva preta, que
possui atividade antioxidante e antiinflamatória, mostrou ação protetora do
dano cerebral induzido pela pancreatite aguda severa e na pancreatite
experimental induzida por colecistocinina e ter-butil-hidroperóxido em ratos,
reduzindo as alterações histopatológicas pancreáticas, inibindo a ativação do
NF-κB e reduzindo os níveis pancreáticos de TNF-α. (JHA et al., 2009;
LAWINSKI et al., 2005; SZABOLCS et al., 2006b).
A preparação chinesa Qing Yi Tang melhora a motilidade do trato
gastrintestinal, através da estimulação da atividade mioelétrica, na pancreatite
induzida por ceruleína e deoxicolato de sódio em animais experimentais (LI et
al., 2007).
Hyericum perforatum, planta medicinal que contêm vários compostos
polifenólicos, como flavonóides e ácidos fenólicos, atenua a pancreatite
42
induzida por ceruleína em camundongos, reduzindo as alterações
histopatológicas pancreáticas, a expressão de ICAM-1 e a atividade da
mieloperoxidase (GENOVESE et al., 2006b).
Patrinia scabiosaefolia, planta da medicina tradicional oriental, usada
popularmente no tratamento de várias doenças como edema, apendicite,
endometriose e inflamação, demonstrou ação protetora na pancreatite induzida
por colecistocinina em ratos (SEO et al., 2006).
Ácido beta-ursólico isolado de Salvia officinales, inibe proteases in vitro
(tripsina, trombina e uroquinase). As proteases exercem um papel regulatório
em uma variedade de patologias, incluindo a pancreatite (JEDINÁK et al.,
2006).
Taraxacum officinale, que possui atividade antiinflamatória, tem ação protetora
na pancreatite induzida por colecistocinina em ratos, reduzindo o edema
pancreático, os níveis de IL-6 e TNF-α e aumentando os níveis de HSP60 e
HSP72 (SEO et al., 2005).
O extrato do c preto apresenta importante atividade antioxidante. Em um
modelo experimental de pancreatite em ratos induzida pela administração de
colecistocinina associado a etanol foi observado que o extrato desse chá
previne o desenvolvimento da doença devido o seu potencial antioxidante,
aintinflamatório e antiapoptótico (DOLAN et al., 2005).
O extrato de “grapefruit” (pomelo ou toranja) que possui atividade
antibacteriana, antifúngica e antioxidante, pela presença de naringenina, um
flavonóide citoprotetor, reduziu a pancreatite induzida por isquemia de
reperfusão em ratos, provavelmente por mecanismo antioxidante (DEMBINSKI
et al., 2004).
O extrato padronizado de Gingko biloba (Egb761) exerce ação protetora em
modelo de pancreatite induzida por taurocolato de sódio em ratos,
43
possivelmente por ação antioxidante, reduzindo os níveis séricos de amilase e
lipase e as alterações histopatológicas (ZEYBEK et al., 2003).
Ruibarbo apresenta efeitos protetores contra a pancreatite aguda. Redução da
amilase e lipase sérica, melhora dos sintomas da dor abdominal e da
microcirculação, redução dos níveis plasmáticos de TNF-α e IL-6, inibição da
ativação excessiva de macrófagos e infiltração de neutrófilos e redução da
produção de radicais livres de oxigênio são alguns de seus efeitos (ZHANG et
al., 2005 e ZHAO et al., 2003).
Emblica officinalis, planta prescrita na medicina Ayurvédica, tem ação protetora
na pancreatite experimental em cães (THORAT et al., 1995).
1.3. Protium heptaphyllum (Aubl.) March.
A família Burseraceae compreende 16 gêneros e mais de 800 espécies
encontradas na região Amazônica, Piauí, Bahia, Minas Gerais, Goiás do Brasil e em
países como Suriname, Colômbia, Venezuela e Paraguai. Dentre as espécies temos
o Protium heptaphyllum (Aubl.) March que é popularmente conhecido como
almecegueira, breu-branco verdadeiro, almecegueira cheirosa, almecegueira de
cheiro, almecegueira vermelha e almecegueiro bravo (CORRÊA, 1984).
O Protium heptaphyllum (Aubl.) March é uma árvore de grande porte, com
altura que varia de 10 a 20 metros (figura 5), com ocorrência em todo o Brasil,
vegetando em terrenos arenosos, tanto úmidos quanto secos (CORRÊA, 1984). Esta
espécie fornece madeira moderadamente pesada (densidade 0,77 g/cm
3
),
compacta, dócil ao cepilho, bastante elástica e de grande durabilidade em lugares
secos, sendo de excelente qualidade para a construção civil (LORENZI, 1992).
Possuindo casca cinzenta, pouco espessa; folhas pinadas, com 2-3 jugos ou raras
vezes 4, possuindo de 5 a 9 folíolos oblongos, comumente 7 (daí o nome da
espécie) inteiros, glabros, de 10 cm de comprimentos e 5 cm de largura (figura 6);
flores verdes amareladas, pequenas e abundantes, dispostas em panículas; fruto
44
com drupa vermelha, de forma ovóide, contendo polpa resinosa e amarela,
envolvendo uma semente, ou raras vezes mais de uma, com até quatro (CORRÊA,
1984).
Do tronco da espécie Protium heptaphyllum March, quando lesionado,
exsuda uma resina oleosa e amorfa rica em substâncias aromáticas, cujas
aplicações gerais são: fabricações de vernizes e tintas, na calafetagem de
embarcações, em rituais religiosos, em cosméticos, repelente de insetos e
aromatizante de ambientes (figura 7). Em sua forma natural a resina é utilizada na
medicina popular como antiinflamatório, gastroprotetor, analgésico, expectorante e
cicatrizante de feridas (SIANI et al., 1999).
A partir de estudos químicos do óleo-resina proveniente de P.
heptaphyllum foram caracterizados e isolados muitos constituintes. A resina da
almécega é constituída por substâncias de natureza terpênica, sendo o óleo
essencial rico em monoterpenóides e fenilpropanóides (BANDEIRA et al., 2001;
SIANI et al., 1999 e ZOGHBI et al., 1995). Entre os constituintes fixos, a literatura
registra a presença de um monoterpeno trioxigenado e quatro misturas binárias de
triterpenóides (BANDEIRA et al., 2002; MAIA et al., 2000 e SUSSUNAGA et al.,
2001), onde se destaca a mistura de α- e β- amirina (figura 8).
Figura 5.
Fotografia da espécie Protium
heptaphyllum March.
Fotografia ilustrando folhas e
frutos do Protium heptaphyllum.
45
Figura 7. Fotografia ilustrando queima do exsudato óleo-resinoso do
Protium heptaphyllum.
H
H
O
29
1
10
5
3
24 23
11
26
14
3
0
21
22
28
H
18
17
27
H
25
H
H
H
O
H
2
9
30
Figura 8. Estrutura química dos triterpenos pentacíclicos α- e β- amirina.
β
- amirina
α
- amirina
46
1.3.1. Alfa e Beta- amirina
A mistura de triterpenos pentacíclicos alfa e beta-amirina (α,β-amirina) é o
constituinte majoritário da resina do P. hepthaphyllum (figura 8) (VIEIRA-JÚNIOR et
al., 2005). Essa mistura de triterpenos pode ser encontrada em outras espécies
vegetais como Moldenhawera nutans (VALE et al., 2005), Achillea alexandri-regis
(KUNDAKOVIC et al., 2004), Sideritis candicans Ait (HERNANDEZ-PEREZ et al.,
2004) e Carmona retusa (VILLASENOR et al., 2004).
Nosso laboratório mostrou que a mistura de α,β-amirina possui
propriedades gastroprotetora (OLIVEIRA et al., 2004a), antipruriginosa (OLIVEIRA et
al., 2004b), antinociceptiva visceral (LIMA-JÚNIOR et al., 2006), hepatoprotetora
(OLIVEIRA et al., 2005), inibidora da expressão de receptor NK-1 em modelo de
cistite hemorrágica (LIMA-JÚNIOR et al., 2007), antinociceptiva em dor orofacial em
ratos (HOLANDA et al., 2008a) e antiinflamatória em modelo de periodontite em
ratos (HOLANDA et al., 2008b).
Otuki et al. (2005a) demonstraram uma atividade antinociceptiva para a
mistura de α,β-amirina, isolada do Protium kleinii, envolvendo a participação da
proteína quinase C e proteína quinase A, e a atividade antiinflamatória tópica da α-
amirina (OTUKI et al., 2005b). Medeiros et al. (2007) caracterizaram o mecanismo
da atividade antiinflamatória tópica de α-amirina, que envolve a supressão de PGE
2
por mecanismos envolvendo a supressão da expressão de COX-2 e bloqueio da
ativação de NFκB. Aragão et al. (2004 e 2006) avaliaram uma atividade ansiolítica e
antidepressiva e atividade antiagregante plaquetária da mistura de α,β-amirina.
Kweifio-Okai et al. (1992) demonstraram atividade antilipoxigenase para esse
composto. Vitor et al. (2009) estudaram uma atividade antiinflamatória da mistura de
α,β-amirina em modelo de colite ulcerativa em ratos induzida por TNBS cujo
mecanismo envolve a supressão de citocinas inflamatórias e COX-2, possivelmente
pela inibição de NF-κB.
47
2. RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA
A incidência da pancreatite e a morbimortalidade associada à doença
demanda uma atenção sobre o problema. A patogênese da pancreatite aguda é
multifatorial e uma interação entre citocinas, mediadores inflamatórios e espécies
reativas de oxigênio contribui para a amplificação da cascata inflamatória não-
controlada (PEREDA et al., 2006). Ao momento não existe um tratamento eficaz
para a doença, os objetivos da terapêutica clínica incluem o controle da dor,
medidas de suporte, suprir necessidades nutricionais, monitorar as complicações,
prevenir a infecção pancreática e a necrose pancreática (CARROLL et al., 2007).
Plantas medicinais e seus princípios ativos que possuem atividade
antiinflamatória e/ou antioxidante demonstraram ação protetora em modelos animais
de pancreatite. A mistura de terpenos α,β-amirina, isolada do P. heptaphyllum,
demonstrou várias ações biológicas como gastroproteção, ação antipruriginosa,
antinociceptiva e hepatoprotetora (OLIVEIRA et al., 2004a,b; OLIVEIRA et al., 2005;
OTUKI et al. 2005a,b; LIMA-JÚNIOR, 2006; MEDEIROS et al., 2007; HOLANDA et
al., 2008a,b). Muitos triterpenóides com atividade antiinflamatória, derivados de
plantas, incluindo derivados do oleanano e ursano foram descritos por atuar como
inibidores competitivos de serina proteases, tripsina e quimiotripsina, que apresenta
um papel chave no desenvolvimento da pancreatite aguda (RAJIC et al., 2001;
GRANGER & REMICK, 2005). Efeito esse que pode também estar envolvido na
atividade de α,β- amirina no modelo de PA, uma vez que essa mistura de triterpenos
apresenta semelhança estrutural aos triterpenos oleanano e ursano.
Portanto, esta pesquisa justifica-se pelos seguintes argumentos:
A incidência elevada da pancreatite aguda na população e a mortalidade
associada à doença.
A inexistência, ao momento, de um tratamento eficaz para a doença e a
necessidade de se buscar novas opções terapêuticas, com qualidade,
eficácia e segurança comprovadas.
48
A demonstração da atividade protetora pancreática de plantas medicinais e
de seus princípios ativos em modelos experimentais de pancreatite aguda.
As atividades farmacológicas (atividade antiinflamatória, citoprotetora,
antinociceptiva e inibidora da expressão de NK-1r) apresentadas pela mistura
de terpenos α,β-amirina isolada do P. hepthaphyllum.
As atividades de triterpenóides no modelo de PA, oleanano e ursano, com
semelhança estrutural à mistura de α,β-amirina.
49
3. OBJETIVOS
3.1. Geral
O Protium heptaphyllum produz uma resina rica em triterpenos
pentacíclicos, como a mistura de α,β-amirina, substância de compravadas atividades
antiinflamatória, gastroprotetora, antitumoral, antinociceptiva, antipruritogênica,
hepatoprotetora, antilipoxigenase e antiagregante plaquetária. Uma vez que não
existem relatos sobre a atividade da mistrura de α,β-amirina sobre a pancreatite, e
que esta é uma doença com um alto índice de morbimortalidade, esse trabalho teve
como objetivo geral o estudo do efeito farmacológico da α,β-amirina na pancreatite
aguda experimental.
3.2. Específicos
Investigar o efeito de α,β-amirina na PA induzida por L-arginina em ratos e
ceruleína em camundongos, analisando parâmetros bioquímicos séricos
(amilase e lipase) e pancreáticos (mieloperoxidase, peroxidação lipídica e
nitrato/nitrito) e edema pancreático;
Avaliar o efeito de α,β-amirina na PA induzida por L-arginina em ratos e
ceruleína em camundongos através de análise histopatológica, medida de
citocinas séricas por ELISA (TNF-α e IL-6) e imunomarcação para TNF-α,
iNOS, e nitrotirosina em tecido pancreático.
50
4. MATERIAIS
4.1. Material botânico
A resina da almécega (Protium heptaphyllum March) foi adquirida no
Mercado Central de Teresina PI, proveniente de um almecegal existente no
município de Timom MA. A espécie vegetal foi coletada nesse local e identificada
no Herbário Graziela Barroso e registrada a exsicata com o Nº. 18.247. O material
de estudo, a mistura de triterpenos α,β-amirina, foi extraída a partir da resina de P.
heptaphylum pela Profa. Dra. Mariana Helena Chaves no Departamento de Química
da Universidade Federal do Piauí.
4.2. Animais experimentais
Foram utilizados para a realização desse estudo ratos Wistar machos,
pesando entre 200 250 gramas e camundongos albinos Swiss, adultos, machos,
pesando entre 25 - 30 gramas. Todos os animais utilizados foram provenientes do
Biotério Setorial do Departamento de Fisiologia e Farmacologia e do Biotério Central
da UFC, mantidos em caixas de prolipropileno, à temperatura média de 26 ± C em
ciclos de claro-escuro de 12/12 h, recebendo ração padrão e água à vontade. Os
animais foram habituados para o teste 2 horas antes da experimentação.
O protocolo experimental foi submetido e aprovado pelo CEPA (Comitê de
Ética na Pesquisa Animal) desta Universidade (números de protocolo: 41/2008 e
85/2008).
51
4.3. Drogas e reagentes
PRODUTO ORIGEM
Tween 80 Sigma, USA
L-arginina Sigma, USA
Ceruleína Sigma, USA
Metilprednisolona Biolab, Brasil
Talidomida FUNED, Brasil
Kit para determinação de Amilase Labtest, Brasil
Kit para determinação de lipase Bioclin, Brasil
Brometo de hexadecilmetilamônio Sigma, USA
diidrocloreto de o-dianisidine Sigma, USA
Diidrocloreto de N-1-(naftil)-
etilenodiamina
Sigma-Aldrich, Brasil
Sulfanilamida Sigma-Aldrich, Brasil
Ácido tiobarbitúrico Sigma-Aldrich, Brasil
Kit Elisa para determinação deTNF-α
Quantikine®, R&D Systems, USA
Kit Elisa para determinação de IL-6 Quantikine®, R&D Systems, USA
Peróxido de hidrogênio Sigma, USA
Anticorpo primário anti-TNF-α anti-
mouse
Sigma-Aldrich, Brasil
Anticorpo primário anti-óxido nítrico
sintase induzida anti-mouse
Sigma-Aldrich, Brasil
Anticorpo primário anti-nitrotirosina
anti-mouse
Sigma-Aldrich, Brasil
Meio de montagem Sigma, USA
DAB DakoCytomation , USA
EnVisionTM/AP K1396 kit DakoCytomation , USA
52
4.4. Equipamentos
EQUIPAMENTOS ORIGEM
Balança para animais (mod. MF-6) Filizola, Brasil
Balança analítica (mod. AX-200) Shimadzu, Japão
Centrífuga refrigerada (0206281) Cientec CT 5500 DR
Material cirúrgico -
Espectofotômetro Bayer-RA 50
Leitor de placas (mod. DTX 880) Backman Coulter
Micropipetas Biohit
Micrótomo -
Microscópio eletrônico Nikon
Pipetas automáticas Jecons
53
5. MÉTODOS
5.1. Obtenção da mistura dos triterpenos α,β-amirina (extração e
fracionamento)
O material vegetal (410 g) foi dissolvido em metanol/diclorometano (4:1),
filtrado e o solvente concentrado, obtendo-se 408 g da resina. A resina (12 g) foi
submetida à cromatografia em coluna de gel de sílica (280 g), empacotada com
hexano, utilizando como eluente hexano e acetato de etila, em ordem crescente de
polaridade. Foram coletadas 104 frações, de aproximadamente 125 mL, as quais
foram concentradas em evaporador rotatório, sob pressão reduzida, e analisadas
por cromatografia em camada delgada comparativa de gel de sílica. A fração M-19
(5,43 g), eluída em hexano-AcOEt (9:1), foi submetidas à caracterização, utilizando
técnicas espectroscópicas (RMN
1
H e
13
C-BB 1HD, e DEPT 135°) e de análise
térmica (TG e DSC). A metodologia de extração, fracionamento e caracterização dos
componentes da fração M-19 (figura 9) foram realizados pela Profa. Dra. Mariana
Helena Chaves do Departamento de Química da Universidade Federal do Piauí.
54
Figura 9. Processo de isolamento da mistura dos triterpenos α, β- amirina da resina
de Protium heptaphyllum.
α
αα
α- e β
β β
β- amirina
(63:37)
(Análise do espectro de
Ressonância
Magnética Nuclear
RMN-
1
H e
13
C)
Resina crua
(410 g)
Dissolvido em
metanol/diclorometano (4:1)
Solução
Filtração e evaporação do solvente
em rotavapor
Resina amorfa
(408 g)
Cromatografia em coluna de sílica
gel (eluido em hexano e acetato
de etila)
Outras
frações
Fração M
-
19
5,43 g
Resina amorfa
(Amostra 12 g)
55
5.2. Caracterização da atividade da mistura de α
αα
α,β
ββ
β-amirina na pancreatite
aguda induzida pela administração de L-arginina em ratos e ceruleína
em camundongos
5.2.1. Pancreatite aguda induzida por L-arginina
Ratos Wistar machos (n=6 por grupo) foram tratados oralmente com o
veículo (2% Tween 80 em água destilada, 10 ml/kg) ou com α,β-amirina (10, 30 e
100 mg/kg), 48, 24 e 1,5 h antes da administração intraperitoneal de L-arginina (L-
arg, 2 X 2,5 g/kg, suspendida em solução salina) no intervalo de 1h (WICK et al.,
2006). Um grupo que recebeu somente salina, i.p., foi incluído no estudo.
Metilprednisolona (METILPRED, 30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30 min antes da
primeira injeção de L-arg. Após 24 h da última injeção de L-arginina todos os
animais foram sacrificados. Os ratos foram anestesiados com éter e amostras de
sangue foram coletadas através da punção venosa do plexo orbital, posteriormente
os animais foram sacrificados por deslocamento cervical para a retirada de amostras
da cabeça do pâncreas. Em seguida foram determinados os parâmetros que
compõem parte dos objetivos experimentais desse estudo.
5.2.2. Pancreatite aguda induzida por ceruleína
Camundongos Swiss machos (n=8 por grupo) foram tratados oralmente
com o veículo (2% Tween 80 em água destilada, 10 ml/kg), ou com α,β-amirina (10,
30 e 100 mg/kg), 48, 24 e 1,5 h antes da administração intraperitoneal (i.p.) de
ceruleína (5 X 50µg/kg, suspendida em solução salina) no intervalo de 1h (MALLEO
et al., 2008). Um grupo que recebeu apenas salina, i.p., foi incluído no estudo.
Talidomida (200 mg/kg, v.o.) foi administrada 1h antes da primeira injeção de
ceruleína. Os camundongos foram anestesiados com éter e amostras de sangue
foram coletadas através da punção venosa do plexo orbital, posteriormente os
56
animais foram sacrificados por deslocamento cervical para a retirada de amostras da
cabeça do pâncreas. Em seguida foram determinados os parâmetros que compõem
parte dos objetivos experimentais desse estudo.
5.2.3. Determinação de amilase e lipase sérica
As amostras de sangue foram coletadas em tubos heparinizados e
centrifugados à 3000 g por 10 min à C. Foi feita a determinação da amilase e
lipase sérica por todo colorimétrico usando o kit comercial para a determinação
de amilase e kit comercial para a determinação de lipase, respectivamente. A
análise foi realizada de acordo com as instruções do fabricante.
5.2.4. Determinação do grau de edema pancreático
O método descrito por Szabolcs et al. (2006) foi seguido. Após 24 h da
última injeção de L-arginina ou ceruleína os animais foram pesados, sacrificados por
deslocamento cervical e o pâncreas foi em seguida removido e pesado. A relação
entre o peso do pâncreas (mg) e o peso corpóreo do animal (g) foi indicativa de
edema pancreático (mg/g).
5.2.5. Determinação da atividade da mieloperoxidase
Amostras da cabeça do pâncreas foram congeladas em nitrogênio líquido
e homogeneizadas em uma solução de brometo de hexadeciltrimetilamônio 0,5 %
(HTAB) em tampão fosfato 50 mM (HTAB, pH 6,0, 1mL para 50mg do tecido). O
homogenato (10%) foi submetido a três ciclos de congelamento, 5 min (-70°C) e
descongelamento (água a 37°C). As amostras foram en tão centrifugadas (4000 rpm,
por 15 min, C) para remover o material insolúvel. A MPO presente no
57
sobrenadante (0,1 mL) foi analisada espectrofotometricamente após adição de 2,9
mL de tampão fosfato (50 mM, pH 6,0) contendo 0,167 mg/mL de hidrocloreto de o-
dianisidina e 0,0005% de peróxido de hidrogênio. A absorbância a 470 nm foi
medida nos tempos de 0 e 5 min (KRAWISZ et al., 1984).
5.2.6. Determinação das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
Essa cnica foi descrita por Ohkawa et al. (1979). Baseia-se na medida
dos níveis de malonildialdeído (MDA), produto final da peroxidação lipídica, o qual
reage com o ácido tiobarbitúrico (TBA) formando o complexo de coloração rosa
(cromóforo) que pode ser quantificado em espectrofotômetro a 532 nm. O complexo
formado por substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) é amplamente
usado como biomarcadores de peroxidação lipídica em sistemas biológicos.
Amostras do pâncreas dos animais foram retiradas, pesadas e homogeneizada com
KCl 0,15 M (relação 1:10). Foram adicionados a 500 µL desse homogenato 200 µL
de duodecil sulfato de sódio 8,1% e 1,5 mL de ácido acético 20%, o pH da solução
foi ajustado para 3,5. Foram adicionados ainda 1,5 mL de ácido tiobarbitúrico (0,8%
p/v) e quantidade de água destilada suficiente para completar volume final de 4 mL.
Todas as amostras foram colocadas em banho-maria, a 9 C, durante 1 h. Após
resfriamento da amostra, foram adicionados 1 mL de água destilada e 5 mL de n-
butanol. Posteriormente, os tubos de ensaio foram fechados, agitados durante 1 min
e, em seguida, os mesmos foram centrifugados a 1400g durante 10 min. A
absorbância do sobrenadante foi medida a 532 nm.
5.2.7. Determinação de nitrato e nitrito
Essa determinação foi realizada apenas na pancreatite induzida por L-arg
em ratos. O reagente de Griess (constituída de solução de sulfanilamida a 1% e
solução de N-1-(naftil)-etilenodiamina a 0,1% na proporção de 1:1, ambas em ácido
fosfórico a 5%) revela a presença de nitrito em amostras (urina, plasma,
58
homogenato tecidual) pela reação de diazotização que forma um cromóforo de cor
rosa, com um pico de absorbância a 560 nm. Para a realização do teste foram
utilizados 100 µL do reagente de Griess e adicionados 100 µL do sobrenadante
(centrifugado) do homogenato do pâncreas dos ratos em KCl a 10% ou 100 µL do
padrão em diferentes concentrações. Para o branco foi utilizado 100 µL do reagente
de Griess e adicionados 100 µL de KCl a 10%. A leitura da absorbância foi realizada
a 560 nm e feita num leitor de placa. A leitura da absorbância do padrão (y) foi
plotada contra a concentração de cada padrão (x), e foideterminada a equação da
reta, que foi usada para determinar a concentração de nitrato e nitrito em cada
amostra (GREEN et al., 1981).
5.2.8. Determinação sérica de TNF-α e IL-6
As determinações de TNF-α e IL-6 séricos foram realizadas 24 h após a
última administração de L-arginina ou ceruleína. Amostras de sangue foram
centrifugadas à 3000 g durante 10 min à C. Os veis de TNF-α e IL-6 foram
medidos no sobrenadante através da utilização do kit comercial para a determinação
de TNF-α ou IL-6. As determinações foram realizadas de acordo com as instruções
do fabricante.
5.2.9. Avaliação histológica do pâncreas
Amostras da cabeça do pâncreas foram retiradas 24 h após a última
injeção de L-arginina ou ceruleína, fixadas em formol a 10%, embebidas em parafina
por métodos padronizados, cortados em seções de 5 µm, com auxílio de um
micrótomo, corados com hematoxilina-eosina, avaliadas sob microscopia pela Profa.
Dra. Gerly Anne de Castro Brito que não tinha conhecimento da identidade da
amostra. As alterações morfológicas características de pancreatite avaliadas foram
edema, infiltração inflamatória, vacuolização, necrose e hemorragia. O grau de
59
edema foi determinado utilizando uma escala de 0 a 3 (0= ausente, 1 = edema
interlobular, 2= edema interlobular e moderado edema intralobular, e 3 = edema
interlobular e severo edema intralobular), a presença de infiltrado inflamatório foi
também analisada obedecendo uma grade de 0 a 3 (0= ausente 1= infiltração
perivascular escassa, 2= moderada infiltração perivascular e escassa infiltração
difusa, e 3 = abundante infiltração difusa), O grau de vacuolização foi baseado na
porcentagem apropriada de lulas acinares envolvidas: 0= ausente, 1= menos do
que 25%, 2= entre 25 e 50%, e 3= mais do que 50% das células acinares. A necrose
foi analisada pela atribuição de escores de 0 a 3 (0= ausente, 1= menos do que 15%
de células pancreáticas envolvidas, 2= de 15 a 35% das lulas pancreáticas
envolvidas, e 3= mais do que 35% de células envolvidas. Para a avaliação da
hemorragia, seguiu-se com a atribuição de escores: 0= ausente, 1= de 1 a 2 focus
hemorrágicos por lâmina, 2= de 3 a 5 focus hemorrágicos por mina, 3= mais do
que 5 focus hemorrágicos por lâmina (DEMBINSKI et al., 2008).
5.2.10. Estudo imunohistoquímico para a determinação de TNF-α, iNOS e
nitrotirosina
As amostras de pâncreas foram fixadas em solução tamponada de
formaldeído a 10%, durante 24 h e processadas em parafina e cortes (5µm) seriados
foram feitos em lâminas gelatinizadas. As lâminas foram inicialmente
desparafinizadas e as ligações proteícas não específicas foram bloqueadas pela
incubação do tecido com soro de cabra diluído numa proporção de 0,5% em PBS
por 45 min. As lâminas foram em seguida lavadas 3 vezes com PBS por 10 min
cada. As lâminas foram incubadas com o anticorpo primário anti-TNF-α anti-mouse,
anti-óxido nítrico sintase induzida anti-mouse ou anti-nitrotirosina anti-mouse
(determinado apenas para a pancreatite aguda induzida por L-arg em ratos) por 12 h
à C diluído numa proporção de 1:400 em PBS conten do albumina sérica bovina.
As lâminas foram cuidadosamente lavadas 3 vezes com PBS (pH=7,4) por 5 min. As
lâminas foram incubadas com o anticorpo secundário conjugado com fosfatase
alcalina (30 min) seguida pela aplicação de uma solução contendo levamisol e o
60
substrato Fast Red, ou as lâminas foram incubadas com o anticorpo secundário
biotinilado (40 min), seguida pela aplicação de estreptavidina peroxidase (30 min) e
aplicação de solução de DAB (solução substrato cromógeno) para a obtenção de
uma coloração marrom, em seguida foi feita uma contra-coloração com hematoxilina
de Harry. Posteriormente, as lâminas foram lavadas cuidadosamente com água
destilada, secadas, montadas com o meio de montagem e avaliadas
quantitativamente através da atribuição de escores de acordo com a intensidade da
reação observada nas lâminas pela Profa. Dra. Gerly Anne de Castro Brito.
Intensidade de reação ausente (0), leve (1), moderada (2), forte (3), coloração
intensa (4) (LIMA, 2004).
5.3. Análise estatística
Os resultados foram expressos como média ± E.P.M. (erro padrão da
média). Para a comparação múltipla dos dados paramétricos, foi utilizada a Análise
de Variância (ANOVA), e o nível de significância entre os grupos foi determinado
pelo teste de Student Newman Keul.
Para as análises histológicas e imunohistoquímicas os valores foram
expressos como a mediana dos escores, acompanhado pelos valores mínimo e
máximo. Para comparação múltipla dos dados não paramétricos, foi utilizado o Teste
de Kruskal Wallis, e o nível de significância entre os grupos foi determinado pelo
teste de Dunns.
Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos.
61
6. RESULTADOS
6.1. Obtenção da mistura dos triterpenos α
αα
α,β
ββ
β-amirina (identificação)
O espectro de RMN
1
H da fração M-19 apresentou um duplo dubleto em δ
3,22 (J=5 e 11 Hz), característico de triterpenóides do tipo 3β-OH e dois tripletos em
δ 5,15 e 5,20, correspondentes à CH de olefinas. Esta análise foi confirmada pelos
espectros de RMN
13
C BB e DEPT 135°. A comparação dos resultados obt idos
com os relatados na literatura permitiu identificar os triterpenóides α-amirina e β-
amirina (Figura 8), na razão de 63:37, determinada por comparação dos valores da
integração dos sinais da região de olefinas (δ 5,15 e 5,20) e do hidrogênio em
carbono carbinólico (δ 3,22; H-3), no espectro de RMN
1
H. Considerando-se que
foram obtidos, após fracionamento cromatográfico, 5,43 g (45,3%) da mistura de α-
amirina e β-amirina, bem como a proporção entre elas, constatou-se que 28,3%
(3,43 g) da resina corresponde à α-amirina e 16,6% (2,0 g) à β-amirina (Figura 9).
6.2. Pancreatite aguda induzida por L-arginina e ceruleína
A administração de L-arginina em ratos e ceruleína em camundongos foi
responsável pelo desenvolvimento de pancreatite aguda evidenciado por aumento
de parâmetros bioquímicos séricos (amilase, lipase), pancreáticos (mieloperoxidase,
peroxidação lipídica e nitrato/nitrito) e edema pancreático, assim como através de
análise histopatológica, medida de citocinas séricas por ELISA (TNF-α e IL-6) e
imunomarcação para TNF-α, iNOS, e nitrotirosina em tecido pancreático.
62
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Amilase sérica (U/dL)
6.3. Caracterização da atividade da mistura de α
αα
α,β
ββ
β-amirina na pancreatite
aguda induzida pela administração de L-arginina em ratos
6.3.1. Determinação de amilase sérica
α,β-amirina 10, 30 e 100 mg/kg, v.o., reduziu (p<0,001) a amilase sérica
para 2759 ± 70,8; 2550 ± 29,0 e 2381 ± 56,6 U/dL (redução de 10; 17 e 22%),
respectivamente, quando comparado ao grupo L-arg (3070 ± 20,5 U/dL).
METILPRED (30 mg/kg, i.m.), antiinflamatório esteroidal, controle positivo, reduziu
os níveis da amilase para 2692 ± 75,4 U/dL (p<0,001), 12% de redução (Figura 10).
Figura 10. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e METILPRED sobre os níveis de amilase
sérica em resposta a administração de L-arg em ratos. Veículo (2% de Tween 80
em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de L-arg (2 X 2,5 g/kg; 1h
de intervalo). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30 min antes de L-arg.
Um grupo que recebeu salina i.p. foi incluído. Os valores representam a média ±
E.P.M. dos níveis de amilase (U/dL). Foram utilizados 6 animais por grupo.
a
p<0,001
vs salina;
b
p<0,001 vs L-arg (ANOVA e teste de Student Newman Keul).
L
-
arginina
Salina
Veículo
10 30 100 30
mg/kg
b
b
b
b
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
METILPRED
a
63
6.3.2. Determinação de lipase sérica
A mistrura de α,β-amirina nas doses de 10, 30 e 100 mg/kg, v.o., reduziu
(p<0,001) o aumento da lipase sérica de 82,2 ± 11,7 U/L (L-arg) para 35,7± 3,8; 32,3
± 2,7 e 25,5 ± 0,7 U/L (redução de 56; 61 e 69%) respectivamente. METILPRED (30
mg/kg, i.m.) reduziu significativamente (p<0,001) os níveis séricos da lipase de 82,2
± 11,7 U/L (L-arg) para 23,3 ± 3,9 U/L, mostrando uma redução de 72% da lipase
sérica (Figura 11).
Figura 11. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e METILPRED sobre os níveis de lipase sérica
em resposta a administração de L-arg em ratos. Veículo (2% de Tween 80 em
água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de L-arg (2 X 2,5 g/kg; 1 h
de intervalo). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30 min antes da primeira
injeção de L-arg. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi incluído no estudo. Os
valores representam a média ± E.P.M. dos níveis séricos de lipase (U/L). Foram
utilizados 6 animais por grupo.
a
p<0,001 vs salina;
b
p<0,001 vs L-arg (ANOVA e
teste de Student Newman Keul).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Lipase sérica (U/L)
Salina Veículo 10 30 100 30
mg/kg
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
METILPRED
L-arginina
a
b
b
b
b
64
6.3.3. Determinação do grau de edema pancreático
Os valores do edema para a mistura de α,β-amirina nas doses 10, 30 e
100 mg/kg foi de 4,5 ± 0,1; 3,4 ± 0,2 e 2,9 ± 0,1 mg/g, respectivamente. Para o grupo
da L-arg o edema foi de 4,7 ± 0,3 mg/g. Apenas as doses de 30 e 100 mg/kg de α,β-
amirina reduziram significativamente o edema pancreático, em 28 e 36%,
respectivamente. METILPRED (30 mg/kg, i.m.) reduziu significativamente (p<0,001)
o edema pancreático de 4,7 ± 0,3 mg/g (L-arg) para 3,0 ± 0,2 mg/g, mostrando uma
redução de 35% do edema (Figura 12).
Figura 12. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e METILPRED sobre o edema pancreático em
resposta a administração de L-arg em ratos. Veículo (2% de Tween 80 em água
destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de L-arg (2 X 2,5 g/kg; 1 h
de intervalo). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30 min antes da primeira
injeção de L-arginina. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi incluído no
estudo. Os valores representam a média ± E.P.M. da relação entre o peso do
pâncreas e o peso do animal (mg/g). Foram utilizados 6 animais por grupo.
a
p<0,05
vs salina;
b
p<0,001 vs L-arg (ANOVA e teste de Student Newman Keul).
a
b
b
b
Salina Veículo 10 30 100 30
mg/kg
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
METILPRED
L-arginina
0
1
2
3
4
5
6
Edema pancreático (mg/g)
65
6.3.4. Determinação da atividade da mieloperoxidase
A mistrura de α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg v.o.) reduziu (p<0,05) o
aumento da atividade de MPO induzida por L-arg de 0,05 ± 0,002 (Abs. 470nm) para
0,04 ± 0,005; 0,03 ± 0,005 e 0,03 ± 0,001 (Abs. 470nm) (redução de 27; 38 e 40%
respectivamente). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) reduziu (p<0,05) o aumento da
atividade de MPO para 0,03 ± 0,007 (Abs. 470nm), mostrando uma redução de 34%
do aumento da atividade de MPO (Figura 13).
Figura 13. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e METILPRED sobre o aumento da atividade de
MPO em resposta a administração de L-arg em ratos. Veículo (2% de Tween 80
em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de L-arg (2 X 2,5 g/kg; 1 h
de intervalo). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30 min antes da primeira
injeção de L-arginina. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi incluído no
estudo. Os valores representam a média ± E.P.M. da atividade de MPO (Abs.
470nm). Foram utilizados 6 animais por grupo.
a
p<0,001 vs salina;
b
p<0,05 vs L-arg
(ANOVA e teste de Student Newman Keul).
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
Atividade da MPO (Abs 470nm)
Salina Veículo 10 30 100 30
mg/kg
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
METILPRED
L-arginina
a
b
b
b
b
66
6.3.5. Determinação das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
A mistrura de α,β-amirina nas doses de 10, 30 e 100 mg/kg, v.o., reduziu
de maneira significativa (p<0,001) o aumento da quantidade de TBARS de 27,7 ± 1,6
µM para 14,9 ± 1,4; 16,5 ± 2,6 e 12,2 ± 1,9 µM (redução de 46; 40 e 56%)
respectivamente. METILPRED (30 mg/kg, i.m.) reduziu significativamente (p<0,001)
o aumento da quantidade de TBARS de 27,7 ± 1,6 µM (L-arg) para 4,0 ± 0,3 µM,
mostrando uma redução de 86% do aumento de TBARS (Figura 14).
Figura 14. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e METILPRED sobre o aumento de TBARS em
resposta a administração de L-arg em ratos. Veículo (2% de Tween 80 em água
destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de L-arg (2 X 2,5 g/kg; 1 h
de intervalo). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30 min antes da primeira
injeção de L-arg. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi incluído no estudo. Os
valores representam a média ± E.P.M. da quantidade de TBARS (µM). Foram
utilizados 6 animais por grupo.
a
p<0,001 vs salina;
b
p<0,001 vs L-arg (ANOVA e
teste de Student-Newman-Keul).
Salina
Veículo 10 30 100 30
mg/kg
0
5
10
15
20
25
30
35
Concentração TBARS (Micromolar)
a
b
b
b
b
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
METILPRED
L-arginina
67
6.3.6. Determinação de nitrato e nitrito
A mistura de α,β-amirina nas doses de 10, 30 e 100 mg/kg v.o. reduziu de
maneira significativa (p<0,05) o aumento de nitrato e nitrito no homogenato tecidual
de 0,9 ± 0,08 µM (L-arg) para 0,6 ± 0,02; 0,6 ± 0,07 e 0,5 ± 0,12 µM (redução de 29;
38 e 47%) respectivamente. METILPRED (30 mg/kg, i.m.) reduziu significativamente
(p<0,05) os níveis de nitrato e nitrito 0,9 ± 0,08 µM (L-arg) para 0,6 ± 0,06 µM,
mostrando uma redução de 28% dos níveis de nitrato e nitritio (Figura 15).
Figura 15. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e METILPRED sobre o aumento dos níveis
teciduais de nitrato e nitrito em resposta a administração de L-arg em ratos.
Veículo (2% de Tween 80 em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e
100 mg/kg, v.o.) foram administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de L-
arg (2 X 2,5 g/kg; 1 h de intervalo). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30
min antes da primeira injeção de L-arg. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi
incluído no estudo. Os valores representam a média ± E.P.M. dos níveis teciduais de
nitrato e nitrito (µM). Foram utilizados 6 animais por grupo.
a
p<0,001 vs salina;
b
p<0,01 vs L-arg;
c
p<0,05 vs L-arg (ANOVA e teste de Student Newman Keul).
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Nitrato e nitrito (Micromolar)
Salina Veículo 10 30 100 30
mg/kg
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
METILPRED
L-arginina
a
c
c
b
c
68
6.3.7. Determinação sérica de TNF-α
A mistrura de α,β-amirina apenas nas doses 30 e 100 mg/kg v.o.
reduziram significativamente (p<0,05) os níveis de TNF-α de 24,4 ± 3,4 pg/mL (L-
arg) para 17,2 ± 1,1 e 17,6 ± 0,9 pg/mL (redução de 29 e 28%) respectivamente.
METILPRED (30 mg/kg, i.m.) reduziu significativamente (p<0,05) os níveis de TNF-α
sérico de 24,4 ± 3,4 pg/mL (L-arg) para 17,9 ± 1,4, mostrando uma redução de 26%
dos níveis de TNF-α (Figura 16).
Figura 16. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e METILPRED sobre os níveis séricos de TNF-α
em resposta a administração de L-arg em ratos. Veículo (2% de Tween 80 em
água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de L-arg (2 X 2,5 g/kg; 1 h
de intervalo). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30 min antes da primeira
injeção de L-arg. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi incluído no estudo. Os
valores representam a média ± E.P.M. dos níveis séricos de TNF-α. Foram utilizados
6 animais por grupo.
a
p<0,05 vs salina;
b
p<0,05 vs L-arg (ANOVA e teste de Student
Newman Keul).
0
5
10
15
20
25
30
Níveis séricos de TNF-alfa (pg/mL)
Salina Veículo 10 30 100 30
mg/kg
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
METILPRED
L-arginina
a
b b
b
69
6.3.8. Determinação sérica de IL-6
A mistura de α,β-amirina nas doses 10, 30 e 100 mg/kg v.o. reduziu
significativamente (p<0,05) os níveis de IL-6 de 126,4 ± 5,6 pg/mL (L-arg) para 113,2
± 5,6; 93,9 ± 3,1 e 93,4 ± 2,1 pg/mL (redução de 10; 26 e 26%) respectivamente.
METILPRED (30 mg/kg, i.m.) reduziu significativamente (p<0,05) os níveis de IL-6
sérico de 126,4 ± 5,6 pg/mL (L-arg) para 110,6 ± 4,6, mostrando um percentual de
inibição de 12% dos níveis de IL-6 (Figura 17).
Figura 17. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e METILPRED sobre os níveis séricos de IL-6
em resposta a administração de L-arg em ratos. Veículo (2% de Tween 80 em
água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de L-arg (2 X 2,5 g/kg; 1 h
de intervalo). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30 min antes da primeira
injeção de L-arg. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi incluído no estudo. Os
valores representam a média ± E.P.M. dos níveis séricos de IL-6. Foram utilizados 6
animais por grupo.
a
p<0,05 vs salina;
b
p<0,001 vs L-arg;
c
p<0,05 vs L-arg (ANOVA e
teste de Student Newman Keul).
0
20
40
60
80
100
120
140
Níveis séricos de IL-6 (pg/mL)
Salina Veículo 10 30 100 30
mg/kg
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
METILPRED
L-arginina
a
c
b
b
c
70
6.3.9. Avaliação histológica do pâncreas
A figura 18 e a tabela 3 demonstram o efeito da administração oral de α,β-
amirina sobre as alterações morfológicas observadas no tecido pancreático (edema,
infiltrado inflamatório, vacuolização acinar, necrose e hemorragia) em resposta a
administração de L-arginina em ratos. O tratamento com α,β-amirina (10, 30 e 100
mg/kg v.o.) reduziu (p<0,05) as alterações observadas. METILPRED (30 mg/kg, i.m.)
reduziu significativamente (p<0,05) as aletrações histológicas observadas.
Figura 18. Fotomicrografia representativa do tecido pancreático de ratos
submetidos à administração de L-arg. A: Salina; B: Veículo + L-arginina,
mostrando alterações histológicas características de pancreatite aguda (edema inter
e intralobular, infiltrado inflamatório, vacuolização acinar, necrose e hemorragia); C:
α,β-amirina (100 mg/kg, v.o.) + L-arginia e D: METILPRED (30 mg/kg, i.m.) + L-
arginina. O tratamento com α,β-amirina (100 mg/kg, v.o.) e METILPRED (30 mg/kg,
i.m.) preveniram as alterações morfológicas observadas no tecido pancreático.
Hematoxilina-Eosina (aumento 400X).
C
D
B
A
71
Tabela 3: Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre as alterações morfológicas
observadas em resposta ao tratamento com L-arg.
Veículo (2% de Tween 80 em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e
100 mg/kg, v.o.) foram administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de L-
arg (2 X 2,5 g/kg; 1 h de intervalo). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30
min antes da primeira injeção de L-arginina. Um grupo que recebeu apenas salina
i.p. foi incluído no estudo. Os valores representam a mediana dos escores,
mostrando o intervalo mínimo e máximo dos escores atribuído. Foram utilizados (4-
6) animais por grupo.
a
p<0,05 vs salina;
b
p<0,01 vs salina;
c
p<0,05 vs L-arg e
d
p<0,01 vs L-arg (Teste de Kruskal Wallis e Teste de Dunns).
Grupo Edema
(0-3)
Infiltrado
inflamatório
(0-3)
Vacuolização
acinar
(0-3)
Necrose
(0-3)
Hemorragia
(0-3)
Salina 0 (0-0) 0 (0-0) 0 (0-0) 0 (0-0) 0 (0-0)
L-arginina 3 (2-3)
a
2 (2-3)
b
3 (3-3)
b
3 (3-3)
b
2 (2-3)
a
α,β-amirina
10mg/kg
0 (0-0)
c
0 (0-0)
d
0 (0-1)
c
0 (0-0)
d
0 (0-0)
c
α,β-amirina
30mg/kg
0 (0-0)
c
0 (0-0)
d
0 (0-0)
d
0 (0-0)
d
0 (0-0)
c
α,β-amirina
100mg/kg
0 (0-0)
c
0 (0-0)
d
0 (0-1)
c
0 (0-0)
d
0 (0-0)
c
Metilprednisolona
30mg/kg
0 (0-1)
c
0 (0-0)
d
1 (0-1)
c
0 (0-0)
d
0 (0-1)
c
72
6.3.10. Estudo imunohistoquímico para a determinação de iNOS
A figura 19 e a tabela 4 demonstram o efeito da administração oral de α,β-
amirina sobre a intensidade da reação observadas nas lâminas de
imunohistoquímica para determinação de óxido nítrico sintase induzida (iNOS)
observadas no tecido pancreático e nas lulas acinares, em resposta a
administração de L-arg em ratos. O tratamento com a mistura de α,β-amirina nas
doses de 30 e 100 mg/kg v.o. reduziram de maneira significativa (p<0,05) a
intensidade de reação observada. METILPRED (30 mg/kg, i.m.) reduziu
significativamente (p<0,05) a intensidade de reação observada.
Figura 19. Imunorreatividade para a determinação de iNOS no tecido
pancreático de ratos submetidos à administração de L-arg. A: Salina; B: Veículo
+ L-arginina; C: α,β-amirina (100 mg/kg, v.o.) + L-arginina e D: METILPRED (30
mg/kg, i.m.) + L-arginina. O tratamento com α,β-amirina (100 mg/kg, v.o.) e
METILPRED (30 mg/kg, i.m.), diminuíram a imunomarcação observada no tecido
pancreático (aumento 400 X).
C
D
A
B
73
Tabela 4: Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre a intensidade de reação
observada nas lâminas de imunohistoquímica para a determinação de iNOS em
resposta ao tratamento com L-arg.
Grupo iNOS
(0-4)
Salina 1 (0-1)
L-arginina 4 (3-4)
a
α,β-amirina 10mg/kg
2 (2-3)
α,β-amirina 30mg/kg
1 (1-2)
b
α,β-amirina 100mg/kg
1 (1-2)
b
Metilprednisolona 30mg/kg 1,5 (1-2)
b
Veículo (2% de Tween 80 em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e
100 mg/kg, v.o.) foram administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de L-
arg (2 X 2,5 g/kg; 1 h de intervalo). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30
min antes da primeira injeção de L-arg. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi
incluído no estudo. Os valores representam a mediana dos escores, mostrando o
intervalo mínimo e ximo dos escores atribuídos. Foram utilizados (4-6) animais
por grupo.
a
p<0,01 vs salina;
b
p<0,05 vs L-arg (Teste de Kruskal Wallis e Teste de
Dunns).
74
6.3.11. Estudo imunohistoquímico para a determinação de TNF-α
A figura 20 e a tabela 5 demonstram o efeito da administração oral de α,β-
amirina sobre a intensidade da reação observadas nas lâminas de
imunohistoquímicas para determinação de TNF-α observadas no tecido pancreático
e nas células acinares, em resposta a administração de L-arg em ratos. O
tratamento com a mistrura de α,β-amirina nas doses de 10 e 100 mg/kg v.o. reduziu
de maneira significativa (p<0,05) a intensidade de reação observada. METILPRED
(30 mg/kg, i.m.) reduziu significativamente (p<0,05) a intensidade de reação
observada.
Figura 20. Imunorreatividade para a determinação de TNF-α
αα
α no tecido
pancreático de ratos submetidos à administração de L-arg. A: Salina; B: Veículo
+ L-arginina; C: α,β-amirina (100 mg/kg, v.o.) e D: METILPRED (30 mg/kg, i.m.). O
tratamento com α,β-amirina (100 mg/kg, v.o.) e METILPRED (30 mg/kg, i.m.),
diminuíram de maneira significativa as marcações imunohistoquímicas observadas
no tecido pancreático (aumento 400 X).
C
A
B
D
75
Tabela 5: Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre a intensidade de reação
observada nas lâminas de imunohistoquímica para a determinação de TNF-α em
resposta ao tratamento com L-arg.
Grupo
TNF-α
αα
α
(0-4)
Salina 0 (0-0)
L-arginina 3 (3-3)
a
α,β-amirina 10mg/kg
0,5 (0-1)
b
α,β-amirina 30mg/kg
1 (0-3)
α,β-amirina 100mg/kg
0,5 (0-1)
b
Metilprednisolona 30mg/kg 0 (0-1)
b
Veículo (2% de Tween 80 em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e
100 mg/kg, v.o.) foram administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de L-
arg (2 X 2,5 g/kg; 1 h de intervalo). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30
min antes da primeira injeção de L-arg. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi
incluído no estudo. Os valores representam a mediana dos escores, mostrando o
intervalo mínimo e ximo dos escores atribuídos. Foram utilizados (4-6) animais
por grupo.
a
p<0,05 vs salina;
b
p<0,05 vs L-arg (Teste de Kruskal Wallis e Teste de
Dunns).
76
6.3.12. Estudo imunohistoquímico para a determinação de nitrotirosina
A figura 21 e a tabela 6 demonstram o efeito da administração oral de α,β-
amirina sobre a intensidade da reação observadas nas lâminas de
imunohistoquímicas para determinação de nitrotirosina observadas no tecido
pancreático e nas células acinares, em resposta a administração de L-arginina em
ratos. O tratamento com a mistrura de α,β-amirina nas doses de 10, 30 e 100 mg/kg
v.o. reduziu de maneira significativa (p<0,05) a intensidade de reação observada.
METILPRED (30 mg/kg, i.m.) reduziu significativamente (p<0,05) a intensidade de
reação observada.
Figura 21. Imunorreatividade para a determinação de nitrotirosina no tecido
pancreático de ratos submetidos à administração de L-arg. A: Salina; B: Veículo
+ L-arginina; C: α,β-amirina (100 mg/kg, v.o.) e D: METILPRED (30 mg/kg, i.m.). O
tratamento com α,β-amirina (100 mg/kg, v.o.) e METILPRED (30 mg/kg, i.m.),
diminuíram significativamente as marcações imunohistoquímicas observadas no
tecido pancreático (aumento 400 X).
C
A
B
D
77
Tabela 6: Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre a intensidade de reação
observada nas lâminas de imunohistoquímica para a determinação de nitrotirosina
em resposta ao tratamento com L-arg.
Grupo Nitrotirosina
(0-4)
Salina 0 (0-0)
L-arginina 4 (3-4)
a
α,β-amirina 10mg/kg
0 (0-1)
b
α,β-amirina 30mg/kg
0 (0-1)
b
α,β-amirina 100mg/kg
0 (0-1)
b
Metilprednisolona 30mg/kg 0 (0-2)
b
Veículo (2% de Tween 80 em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e
100 mg/kg, v.o.) foram administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de L-
arg. (2 X 2,5 g/kg; 1 h de intervalo). METILPRED (30 mg/kg, i.m.) foi administrada 30
min antes da primeira injeção de L-arginina. Um grupo que recebeu apenas salina
i.p. foi incluído no estudo. Os valores representam a mediana dos escores,
mostrando o intervalo mínimo e máximo dos escores atribuído. Foram utilizados (4-
6) animais por grupo.
a
p<0,01 vs salina;
b
p<0,05 vs L-arg (ANOVA seguida pelo teste
de Kruskal Wallis).
78
0
500
1000
1500
2000
2500
Amilase sérica (U/dL)
6.4. Caracterização da atividade da mistura de α
αα
α,β
ββ
β-amirina na pancreatite
aguda induzida pela administração de ceruleína em camundongos
6.4.1. Determinação de amilase sérica
α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg v.o.) reduziu (p<0,001) a amilase sérica
de 1835 ± 129,7 U/dL (ceruleína) para 826,6 ± 36,3; 591,4 ± 75,4 e 336,5 ± 24,8
U/dL (redução de 55; 68 e 82%) respectivamente. TAL (200 mg/kg, v.o.)
antiinflamatório, controle positivo utilizado, reduziu (p<0,001) os níveis ricos da
amilase para 1298 ± 140,8 U/dL, mostrando uma redução de 29% (Figura 22).
Figura 22. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e TAL sobre os veis de amilase sérica em
resposta a administração de ceruleína (CER) em camundongos. Veículo (2% de
Tween 80 em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg,
v.o.) foram administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de CER (5 X 50
µg/kg; 1h de intervalo). TAL (200 mg/kg, v.o.) foi administrada 60 min antes de CER.
Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi incluído. Os valores representam a
média ± E.P.M. dos níveis de amilase (U/dL). Foram utilizados 8 animais por grupo.
a
p<0,001 vs salina;
b
p<0,001 vs CER (ANOVA e teste de Student Newman Keul).
Salina
Veículo
10 30 100 200
mg/kg
a
b
b
b
b
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
TAL
Ceruleína
79
6.4.2. Determinação de lipase sérica
A mistrura de α,β-amirina apenas na dose de 100 mg/kg v.o. reduziu de
maneira significativa (p<0,001) o aumento da lipase sérica de 237,7 ± 8,9 U/L para
123,6 ± 19,7 U/L (redução de 48%). TAL (200 mg/kg, v.o.) reduziu significativamente
(p<0,01) os níveis séricos da lipase de 237,7 ± 19,7 U/L (CER) para 179,7 ± 16,6
U/L, mostrando uma redução de 24,4% da lipase sérica (Figura 23).
Figura 23. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e TAL sobre os níveis de lipase sérica em
resposta a administração de CER em camundongos. Veículo (2% de Tween 80
em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração intraperitoneal de CER (5 X 50
µg/kg; 1 h de intervalo). TAL (200 mg/kg, v.o.) foi administrada 60 min antes da
primeira injeção i.p. de CER. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi incluído no
estudo. Os valores representam a média ± E.P.M. dos níveis séricos de lipase (U/L).
Foram utilizados 8 animais por grupo.
a
p<0,001 vs salina;
b
p<0,001 vs CER;
c
p<0,01
vs CER (ANOVA e teste de Student Newman Keul).
Salina Veículo 10 30 100 200
mg/kg
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
TAL
Ceruleína
a
b
c
0
50
100
150
200
250
300
Lipase sérica (U/L)
80
6.4.3. Determinação do grau de edema pancreático
A mistrura de α,β-amirina apenas nas doses 30 e 100 mg/kg, v.o., reduziu
significativamente (p<0,05) o edema de 5,9 ± 0,2 mg/g para 5,1 ± 0,2 e 4,8 ± 0,2
mg/g (redução de 14 e 19%) respectivamente. TAL (200 mg/kg, v.o.) reduziu
significativamente (p<0,001) o grau de edema pancreático de 5,9 ± 0,2 mg/g (CER)
para 4,3 ± 0,1 mg/g, mostrando uma redução de 28% do edema (Figura 24).
Figura 24. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e TAL sobre o grau de edema pancreático em
resposta a administração de CER em camundongos. Veículo (2% de Tween 80
em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de CER (5 X 50 µg/kg; 1 h
de intervalo). TAL (200 mg/kg, v.o.) foi administrada 60 min antes da primeira injeção
de ceruleína. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi incluído no estudo. Os
valores representam a média ± E.P.M. da relação entre o peso do pâncreas e o peso
do animal. Foram utilizados 8 animais por grupo.
a
p<0,001 vs salina;
b
p<0,05 vs L-
arg;
c
p<0,01 vs CER;
d
p<0,001 vs CER (ANOVA e teste de Student Newman Keul).
Veículo
10 30 100 200
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
TAL
Ceruleína
Salina
mg/kg
a
b
c
d
0
1
2
3
4
5
6
7
Edema pancreático (mg/g)
81
6.4.4. Determinação da atividade da mieloperoxidase
A mistrura de α,β-amirina nas doses de 10, 30 e 100 mg/kg v.o. reduziu
de maneira significativa (p<0,05) o aumento da atividade de MPO induzida pela
administração de CER de 0,1 ± 0,02 (Abs. 470 nm) para 0,05 ± 0,007; 0,05 ± 0,01 e
0,05 ± 0,06 (Abs. 470 nm) (redução de 49; 54 e 47%) respectivamente. TAL (200
mg/kg, v.o.) reduziu significativamente (p<0,05) o aumento da atividade de MPO de
0,1 ± 0,02 (Abs. 470 nm) (CER) para 0,07 ± 0,004 (Abs. 470 nm), mostrando uma
redução de 27% do aumento da atividade de MPO (Figura 25).
Figura 25. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e TAL sobre o aumento da atividade de MPO
em resposta a administração de CER em camundongos. Veículo (2% de Tween
80 em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de CER (5 X 50 µg/kg; 1 h
de intervalo). TAL (200 mg/kg, v.o.) foi administrada 60 min antes da primeira injeção
de ceruleína. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi incluído no estudo. Os
valores representam a dia ± E.P.M. da atividade de MPO (Abs. 470 nm). Foram
utilizados 8 animais por grupo.
a
p<0,05 vs salina;
b
p<0,05 vs L-arg (ANOVA e teste
de Student Newman Keul).
Salina Veículo 10 30 100 200
mg/kg
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
TAL
Ceruleína
a
b b
b
b
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
Atividade de MPO (Abs 470nm)
82
6.4.5. Determinação das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg v.o.) reduziu (p<0,05) o aumento da
quantidade de TBARS de 27,8 ± 1,4 µM para 23,3 ± 0,9; 21,8 ± 1,9 e 21,7 ± 1,2 µM
(redução de 16; 22 e 22%) respectivamente. TAL (200 mg/kg, v.o.) reduziu
significativamente (p<0,05) o aumento da quantidade de TBARS para 22,3 ± 0,9 µM,
mostrando uma redução de 20% do aumento de TBARS (Figura 26).
Figura 26. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e TAL sobre o aumento de TBARS em resposta
a administração de CER em camundongos. Veículo (2% de Tween 80 em água
destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de CER (5 X 50 µg/kg; 1 h
de intervalo). TAL (200 mg/kg, v.o.) foi administrada 60 min antes da primeira injeção
de ceruleína. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi incluído no estudo. Os
valores representam a média ± E.P.M. da quantidade de TBARS (µM). Foram
utilizados 8 animais por grupo.
a
p<0,05 vs salina;
b
p<0,05 vs CER (ANOVA e teste
de Student Newman Keul).
a
b
b
b
b
Ceruleína
0
5
10
15
20
25
30
35
Concentração TBARS (Micromolar)
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
TAL
Salina
Veículo 10 30 100 200
mg/kg
83
6.4.6. Determinação sérica de TNF-α
A mistrura de α,β-amirina nas doses de 10, 30 e 100 mg/kg v.o. reduziu
significativamente (p<0,05) os níveis de TNF-α de 123,0 ± 8,6 pg/mL para 42,6 ± 9,0;
35,2 ± 10,2 e 9,16 ± 6,3 pg/mL (redução de 65; 71 e 92%) respectivamente. TAL
(200 mg/kg, v.o.) reduziu significativamente (p<0,05) os níveis de TNF-α sérico de
123,0 ± 8,6 pg/mL (CER) para 33,2 ± 4,5 pg/mL mostrando uma redução de 73%
dos níveis de TNF-α (Figura 27) .
Figura 27. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e TAL sobre os níveis séricos de TNF-α em
resposta a administração de CER em camundongos. Veículo (2% de Tween 80
em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de CER (5 X 50 µg/kg; 1 h
de intervalo). TAL (200 mg/kg, v.o.) foi administrada 60 min antes da primeira injeção
de CER. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi incluído no estudo. Os valores
representam a média ± E.P.M. dos níveis séricos de TNF-α. Foram utilizados 8
animais por grupo.
a
p<0,01 vs salina;
b
p<0,05 vs veículo;
c
p<0,01 vs veículo (ANOVA
e teste de Student Newman Keul).
mg/kg
Salina Veículo 10 30 100 200
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
TAL
Ceruleína
a
b
b
0
20
40
60
80
100
120
140
Níveis séricos de TNF-alfa (pg/mL)
b
c
84
6.4.7. Determinação sérica de IL-6
A mistrura de α,β-amirina nas doses 10, 30 e 100 mg/kg v.o. reduziu
significativamente (p<0,05) os níveis de IL-6 de 50,8 ± 19,7 pg/mL para 12,8 ± 1,8;
11,3 ± 2,7 e 8,8 ± 2,9 pg/mL (redução de 75; 78 e 83%) respectivamente. TAL (200
mg/kg, v.o.) reduziu significativamente (p<0,05) os níveis de IL-6 sérico de 50,8 ±
19,7 pg/mL (CER) para 25,1 ± 3,9 pg/mL, mostrando um percentual de inibição de
50,5% dos níveis de IL-6 (Figura 28).
Figura 28. Efeito de α
αα
α,β
ββ
β-amirina e TAL sobre os níveis séricos de IL-6 em
resposta a administração de CER em camundongos. Veículo (2% de Tween 80
em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg, v.o.) foram
administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de CER (5 X 50 µg/kg; 1 h
de intervalo). TAL (200 mg/kg, v.o.) foi administrada 60 min antes da CER. Um grupo
que recebeu apenas salina i.p. foi incluído no estudo. Os valores representam a
média ± E.P.M. dos níveis ricos de IL-6. Foram utilizados 8 animais por grupo.
a
p<0,05 vs salina;
b
p<0,05 vs CER (ANOVA e teste de Student Newman Keul).
Salina Veículo 10 30 100 200
mg/kg
α
αα
α
,
β
ββ
β
-amirina
TAL
Ceruleína
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Níveis séricos de IL-6 (pg/mL)
b
b
b
a
b
85
6.4.8. Avaliação histológica do pâncreas
A figura 29 e tabela 7 demonstram o efeito da administração oral de α,β-
amirina sobre as alterações morfológicas observadas no tecido pancreático (edema,
infiltrado inflamatório, vacuolização acinar e necrose) em resposta a administração
de CER em camundongos. O tratamento com a mistrura de α,β-amirina na dose de
100 mg/kg v.o. reduziu as alterações observadas. TAL (200 mg/kg, v.o.) reduziu
significativamente (p<0,05) as alterações histológicas observadas.
Figura 29. Fotomicrografia representativa do tecido pancreático de
camundongos submetidos à administração de altas doses de CER. A: salina,
mostrando uma arquitetura normal; B: veículo + ceruleína, mostrando
desorganização da arquitetura pancreática, com vacuolização das células acinares,
grande área de necrose das células acinares e infiltrado de células inflamatórias; C:
α,β-amirina (100 mg/kg) e D: TAL (200 mg/kg), mostrando proteção dos danos
histológicos do pâncreas induzidos por CER. Hematoxilina-Eosina (aumento 400 X).
B
A
C
D
86
Tabela 7: Efeitos do tratamento de α,β-amirina sobre as alterações morfológicas
observadas em resposta a administração de CER em camundongos
Grupo Edema
(0-3)
Infiltrado
inflamatório
(0-3)
Vacuolização
acinar
(0-3)
Necrose
(0-3)
Salina 0 (0-0) 0 (0-0) 0 (0-0) 0 (0-0)
Ceruleína 2 (1-3)
a
2 (1-3)
a
2 (0-3)
a
1,5 (0-3)
a
α,β-amirina10mg/kg
1 (0-2) 1 (0-3) 1 (0-2) 0,5 (0-3)
α,β-amirina 30mg/kg
1 (0-3) 1 (0-2) 1 (0-2) 0 (0-1)
α,β-amirina 100mg/kg
0 (0-0)
b
0 (0-1)
b
0 (0-1)
b
0 (0-0)
b
Talidomida 200 mg/kg 0 (0-1)
b
0 (0-1)
b
0 (0-1)
b
0 (0-1)
b
Veículo (2% de Tween 80 em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e
100 mg/kg, v.o.) foram administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de
CER (5 X 50 µg/kg; 1 h de intervalo). TAL (200 mg/kg, v.o.) foi administrada 60 min
antes da primeira injeção de CER. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi
incluído no estudo. Os valores representam a mediana dos escores, mostrando os
valores mínimo e máximo dos escores atribuído. Foram utilizados (6-8) animais por
grupo.
a
p<0,05 vs salina;
b
p<0,05 vs ceruleína (Teste de Kruskal Wallis e Teste de
Dunns).
87
6.4.9. Estudo imunohistoquímico para a determinação de TNF-α
A figura 30 e a tabela 8 mostram o efeito da administração oral de α,β-
amirina sobre a reação observada nas minas de imunohistoquímicas para
determinação de TNF-α no tecido pancreático, nas células acinares e células
inflamatórias em resposta a administração de CER em camundongos. O tratamento
com a mistrura de α,β-amirina nas doses de 30 e 100 mg/kg v.o. mostrou menor
imunoreatividade quando comparada ao grupo CER. TAL (200 mg/kg, v.o.) também
mostrou baixa intensidade de reação quando comparado ao grupo CER.
Figura 30. Imunoreatividade para a determinação de TNF-α no tecido
pancreático de camundongos submetidos à administração de altas doses de
CER. A: Salina; B: Veículo (2% de Tween 80 em água destilada, v.o., 10 mL/kg) +
Ceruleína; C: α,β-amirina (100 mg/kg, v.o.) e D: Talidomida (200 mg/kg, v.o.)
(aumento 400 X).
B
A
D
C
88
Tabela 8: Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre a intensidade de reação
observada nas lâminas de imunohistoquímica para a determinação de TNF-α em
resposta ao tratamento com CER.
Grupo
TNF-α
αα
α
(0-4)
Salina 0 (0-0)
Ceruleína 3,5 (3-4)
a
α,β-amirina 10mg/kg
1,0 (1-1)
α,β-amirina 30mg/kg
0,5 (0-1)
b
α,β-amirina 100mg/kg
0,5 (0-1)
b
Talidomida 200mg/kg 0,5 (0-1)
b
Veículo (2% de Tween 80 em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e
100 mg/kg, v.o.) foram administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de
CER (5 X 50 µg/kg; 1 h de intervalo). TAL (200 mg/kg, v.o.) foi administrada 60 min
antes da primeira injeção de CER. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi
incluído no estudo. Os valores representam a mediana dos escores, mostrando o
intervalo mínimo e máximo dos escores atribuído. Foram utilizados (6-8) animais por
grupo.
a
p<0,001 vs salina;
b
p<0,05 vs ceruleína (Teste de Kruskal Wallis e Teste de
Dunns).
89
6.4.10. Estudo imunohistoquímico para determinação de iNOS
A figura 31 e a tabela 9 mostram o efeito da administração oral de α,β-
amirina sobre a reação observada nas minas de imunohistoquímicas para
determinação de iNOS no tecido pancreático, nas células acinares e lulas
inflamatórias, em resposta a administração de ceruleína em camundongos. O
tratamento com a mistrura de α,β-amirina na dose de 100 mg/kg v.o. mostrou menor
imunoreatividade quando comparada ao grupo CER. TAL (200 mg/kg, v.o.) também
mostrou baixa intensidade de reação quando comparado ao grupo CER.
Figura 31. Imunoreatividade para a determinação de iNOS no tecido
pancreático de camundongos submetidos à administração de altas doses de
CER. A: Salina; B: Veículo (2% de Tween 80 em água destilada, v.o., 10 mL/kg) +
Ceruleína; C: α,β-amirina (100 mg/kg, v.o.) e D: Talidomida (200 mg/kg, v.o.).
B
A
D
C
90
Tabela 9: Efeito do tratamento com α,β-amirina sobre a intensidade de reação
observada nas lâminas de imunohistoquímica para a determinação de iNOS em
resposta ao tratamento com CER.
Grupo iNOS
(0-4)
Salina 0,5 (0-1)
Ceruleína 4,0 (3-4)
a
α,β-amirina 10mg/kg
1,5 (1-2)
α,β-amirina 30mg/kg
1,0 (0-2)
α,β-amirina 100mg/kg
0,5 (0-1)
b
Talidomida 200mg/kg 0,5 (0-1)
b
Veículo (2% de Tween 80 em água destilada, v.o., 10 mL/kg) e α,β-amirina (10, 30 e
100 mg/kg, v.o.) foram administrados 48, 24 e 1,5 h antes da administração i.p. de
CER (5 X 50 µg/kg; 1 h de intervalo). TAL (200 mg/kg, v.o.) foi administrada 60 min
antes da primeira injeção de CER. Um grupo que recebeu apenas salina i.p. foi
incluído no estudo. Os valores representam a mediana dos escores, mostrando o
intervalo mínimo e máximo dos escores atribuído. Foram utilizados (6-8) animais por
grupo.
a
p<0,05 vs salina;
b
p<0,05 vs ceruleína (Teste de Kruskal Wallis e Teste de
Dunns).
91
7. DISCUSSÃO
A utilização de plantas medicinais tornou-se um recurso terapêutico
alternativo de grande aceitação pela população e vem crescendo junto à
comunidade médica. No entanto, devem ser utilizadas plantas cujas atividades
biológicas tenham sido investigadas cientificamente, apresentando comprovada
eficácia e segurança (CECHINEL & YUNES,1998; KINGORN, 2001).
A importância das plantas medicinais deve-se também por sua
contribuição como fonte natural de fármacos e por proporcionar grandes chances de
obter-se uma molécula protótipo devido à diversidade de constituintes presentes
nestas (KINGORN, 2001; MORETTO, 2000). A partir dos produtos naturais,
incluindo as toxinas extraídas de animais, de bactérias, de fungos ou de plantas, foi
possível compreender os diversos fenômenos relacionados à biologia celular e
molecular e a eletrofisiologia, permitindo que estruturas biológicas fossem
identificadas, isoladas e clonadas. O que tornou possível à indústria farmacêutica
modelar drogas providas de maior seletividade e também mais eficazes contra várias
patologias (CALIXTO, 2005).
Aproximadamente 25% de todas as drogas modernas disponíveis o
derivadas, direta ou indiretamente, de plantas (DE SMET, 1997). Entre os exemplos
mais interessantes estão os salicilatos que levaram ao desenvolvimento das maiores
classes de drogas analgésicas, principalmente, opióides e drogas antiinflamatórias
não esteroidais (CALIXTO et al., 2000, 2001).
Protium heptaphyllum, uma Burseraceae, popularmente denominada por
almecegueira, breu-branco verdadeiro, almecegueira cheirosa, almecegueira de
cheiro, almecegueira vermelha e almecegueiro bravo (CORRÊA, 1984), é
freqüentemente encontrada na Amazônia e no Nordeste do Brasil. A resina coletada
do tronco dessa espécie apresenta comprovadas propriedades antiinflamatórias e
analgésicas (SIANI et al., 1999).
92
A análise fitoquímica de P. heptaphyllum revelou a presença de
monoterpenos e triterpenos pentacíclicos, incluindo a mistura de α,β-amirina
componente majoritário encontrado na resina (SUSUNAGA et al., 2001; VIEIRA-
JUNIOR, 2005), a qual, a partir de estudos prévios, foi atribuída diversas atividades
farmacológicas, tais como: antinociceptiva, anti-inflamatória, antipruritogênica,
gastroprotetora e hepatoprotetora (OLIVEIRA et al., 2004 a,b, 2005a; HOLANDA-
PINTO et al., 2008 a, b; LIMA-JUNIOR et al., 2006, 2007).
Estudos de toxicidade aguda, realizados tanto com a resina quanto com a
mistura de α,β-amirina, revelaram baixa toxicidade, uma vez que não foi possível
estabelecer a DL
50
. A administração oral da resina ou da mistura de α,β-amirina até
as doses de 5g/kg e 3g/kg, respectivamente, não foram tóxicas aos camundongos
com até 72 horas de observação. Da mesma forma os animais que receberam, por
via intraperitoneal, a resina ou a mistura de α,β-amirina até as doses de 1g/kg e
2g/kg, respectivamente, não mostraram sinais clínicos de toxicidade e nenhuma
morte foi observada no período de até 72 horas (OLIVEIRA et al., 2004a).
Pesquisas experimentais demonstraram a eficácia de compostos
derivados de plantas, Hypericum perforatum (GENOVESE et al., 2006), Gardênia
jasminoides (JUNG et al., 2008), Patrinia scabiosaefolia (SEO et al., 2006),
Taraxacum officinale (SEO et al., 2005) e Gingko biloba (ZEYBEK et al., 2003), bem
como de compostos antioxidantes, tais como: melatonina, ácido ascórbico, N-
acetilcisteina, ômega-3 e resveratrol (FOITZIK et al., 2002; ESREFOGLU et al.,
2006; LAWINSKI et al., 2005; SZABOLCS et al., 2006b) na prevenção da pancreatite
aguda experimental por mecanismos que envolvem: redução de mudanças
histológicas pancreáticas, redução da atividade da mieloperoxidase, inibição da
ativação de NF-κB, redução dos níveis pancreáticos de TNF-α e IL-6, redução dos
níveis séricos de amilase e lipase, redução do estresse oxidativo e redução de óxido
nítrico (NO) (GENOVESE et al., 2006; JUNG et al., 2008; MAO et al., 2003; WANG
et al., 2003; SEO et al., 2005, 2006; ZEYBEK et al., 2003; FOITZIK et al., 2002;
ESREFOGLU et al., 2006; LAWINSKI et al., 2005; SZABOLCS et al., 2006b).
Diante do grande uso popular do P. heptaphyllum, da segurança, eficácia
e das atividades farmacológicas atribuídas à mistura de
α,β-amirina, bem como da
93
eficácia de compostos derivados de plantas na prevenção ou melhora da pancreatite
aguda, foi investigado no presente estudo, a potencial atividade dessa mistura na
prevenção do desenvolvimento de pancreatite aguda em modelos experimentais
induzidos por L-arginina ou ceruleína.
Existe uma variedade de protocolos experimentais para o estudo da PA,
entretanto esse trabalho procurou avaliar a atividade de α,β- amirina em modelos de
PA induzida por L-arginina e ceruleína por serem modelos não invasivos, facilmente
reprodutíveis e rápidos. Juntos os dois modelos fornecem subsídios para o
entendimento da patogênese e das complicações associadas à PA. Sendo o modelo
de L-arginina mais indicado para o estudo da patogênese da PA, tendo como
vantagem de atingir apenas o pâncreas pelos seus efeitos xicos, enquanto que o
modelo da ceruleína permite estudar complicações associadas, PA associada à
injúria pulmonar, uma complicação comum que contribui de forma significativa com o
aumento da taxa de mortalidade dos pacientes. O modelo induzido por ceruleína
ainda apresenta a vantagem de reproduzir as características clínicas da pancreatite
aguda que acomete seres humanos (CHAN & LEUNG, 2007).
mais de um século a PA é usualmente considerada como uma doença
autodigestiva do pâncreas, acompanhada pela ativação prematura de proteases
intracelulares (STEER et al., 1993). No entanto, são necessários maiores estudos
para o entendimento dos mecanismos fisiopatológicos que condicionam esse
fenômeno (SLEISENGER et al., 1998; SPIRO, 1993).
O mecanismo pelo qual a L-arginina induz PA ainda não está
completamente elucidado. No entanto, seu efeito tóxico sobre o pâncreas deve-se
em parte a inibição de síntese protéica, excessiva produção de óxido nítrico e
peroxidação lipídica (CHAN & LEUNG, 2007). Algumas evidências sugerem que
radicais livres de oxigênio, óxido nítrico e mediadores inflamatórios têm um papel
chave nesse modelo (VARGA et al., 1997; CZAKO et al., 2000; TAKACS et al.,
2002; RAKONCZAY et al., 2003).
Altas doses de L-arginina resultam no desenvolvimento de PA necrosante
(MIZUNUMA et al., 1984). A partir de evidências experimentais foi observado que o
94
modelo de PA induzida por L-arginina está associado a um aumento significativo da
amilase plasmática, da razão peso pancreático/peso corporal, dos níveis de IL-6, da
atividade da MPO pancreática, ativação de tripsina, mudanças histológicas
(incluindo acumulação de flúidos, destruição da histoarquitetura, vacuolização das
células acinares, extensiva necrose de células acinares e infiltração neutrofílica).
(CZAKO et al., 2000; DABROWSKI et al., 1999; HEGYI et al., 2004; RAKONCZAY et
al., 2003; VARGA et al., 1997; ZHAO et al., 2004; DHARA et al., 2006; SZABOLCS
et al., 2006a).
Em acréscimo às observações mencionadas, o fator de transcrição NF-
κB, TNF-α, IL--1β, IL-6, PAF e radicais livres estão envolvidos na patogênese da
pancreatite aguda induzida tanto por L-arginina, quanto por ceruleína (NONAKA et
al., 1990; BATHIA et al., 2005 a,b; GRANGER & REMICK,2005).
Determinações séricas de amilase e lipase são usadas como marcadores
de pancreatite, uma vez que seus níveis elevados em pacientes são altamente
sugestivos do desenvolvimento dessa doença (DAWRA et al., 2007). Após o início
da inflamação pancreática, nas primeiras horas, a amilase e lipase séricas
elevam-se. A amilase sérica reduz-se mais rapidamente do que a lipase, e pode
retornar à normalidade em até 24 horas. Por esse motivo, a lipase é melhor
indicadora de pancreatite do que a amilase em pacientes que são avaliados vários
dias após o início da crise pancreática (KOLAR et al., 1984).
No modelo experimental de PA por L-arginina os níveis séricos de
amilase começam a elevar-se após 12 horas da administração de L-arginina, sendo
o pico de elevação em torno de 24 horas. A lipase sérica também se encontra
elevada nas 24h após a administração de L-arginina (SZABOLCS et al., 2006a).
Os resultados da presente investigação mostram que a L-arginina elevou
os níveis séricos de amilase e lipase, em ratos, após 24 horas da sua administração,
e que a mistura de α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg) é oralmente ativa na atenuação
dos níveis séricos dessas enzimas, sugerindo uma atividade contra a pancreatite
aguda, uma vez que está envolvida na redução dos níveis séricos de enzimas que
participam da patogênese da PA. Metilprednisolona (30 mg/kg), controle positivo
95
utilizado nesse estudo também foi eficaz na redução dos níveis séricos de amilase e
lipase. Estudos experimentais mostram que agentes glicocorticóides, semelhantes à
metilpredinisolona, são capazes de atenuar a inflamação do tecido pancreático,
evidenciado pela redução dos níveis séricos de amilase (KANDIL et al., 2006).
Na PA, além da ativação de proteases digestivas, observa-se a presença
de infiltrado de células inflamatórias, ativação leucocitária, liberação de mediadores
inflamatórios e necrose celular acinar (BATHIA et al., 2005a; REGNER et al., 2008).
A ativação intra-acinar prematura de enzimas digestivas é o evento central da
patogênese dessa doença. A resposta inflamatória é parcialmente causada pela
liberação de quimiocinas das células acinares, seguida pelo recrutamento de
linfócitos T helper e macrófagos levando ao desenvolvimento de edema pancreático
e acúmulo de neutrófilos. O estresse oxidativo está também envolvido na
patogênese da doença pancreática (RAU et al., 2000; LEUNG & CHAN, 2009).
A literatura relata que o aumento da atividade de mieloperoxidase (MPO)
de neutrófilos está presente em vários processos patológicos e está associado com
um aumento do risco do estresse oxidativo, como no caso de enfermidades
infecciosas, enfermidades inflamatórias e na isquemia de reperfusão (MORALES et
al., 1998). A administração de L-arginina resulta em uma significativa infiltração de
células inflamatórias, predominantemente neutrófilos, a qual está correlacionada
com o aumento da atividade de MPO tecidual (DAWRA et al., 2007). A inibição da
MPO é o um indicativo de atividade antiinflamatória (FUJII et al., 2002).
Os resultados mostram que a mistura de α,β-amirina (10, 30 e 100
mg/kg), assim como a metilprednisolona (30 mg/kg), são efetivos em reduzir a
migração de leucócitos polimorfonucleares, avaliado indiretamente através da
determinação da atividade da MPO e pela análise histológica. Resultado que indica
uma possível atividade antiinflamatória para a mistura de α,β- amirina.
Trabalhos anteriores têm sugerido que os neutrófilos estão envolvidos na
produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) (BABBS, 1992), e que a L-
arginina e a ceruleína induzem a formação em excesso de EROs, seguida pela
96
ativação do fator de transcrição NF-κB, aumentando, dessa forma, a expressão de
TNF-α e outras citocinas (KIM et al., 2000; RAKONCZAY et al., 2008). O excesso de
EROs e de espécies reativas de nitrogênio (ERN) produzidas pela enzima óxido
nítrico sintase (NOS), isoformas de NADPH oxidase, ou por bi-produtos da cadeia
transportadora de elétrons mitocondrial tem sido implicado na patogênese da
pancreatite aguda (LEUNG & CHAN, 2009). O estresse oxidativo é um processo
deletério que pode ser um importante mediador dos danos às estruturas celulares,
incluindo lipídios e membranas, proteínas enzimáticas e estruturais e DNA celular.
Agentes antioxidantes semelhantes a N-acetilcisteína e raxofelast o eficientes em
inibir a ativação de NF-κB em modelos animais de pancreatite (RAKONCAZAY et al.,
2008).
É conhecido que as lulas acinares produzem grande quantidade de
EROs nos estágios iniciais da PA em ratos. A produção dessas EROs pode ser
aumentada na PA pela atividade leucocitária, levando a uma alteração no
citoesqueleto das células acinares e danos às membranas celulares. A degradação
de ácidos graxos poliinsaturados nas membranas celulares que ocorre
secundariamente ao excesso de produção de EROs, resulta na destruição da
membrana e produção de malonialdeído (MDA), um indicador de geração de
espécies reativas de oxigênio (DABROWSKI et al., 1988).
Portanto, EROs estão envolvidos como um importante fator na
patogênese e progresso da PA. Como são espécies bioquímicas altamente reativas,
exercem seus efeitos patofisiológicos pelo ataque direto a lipídios e proteínas nas
membranas biológicas, causando sua disfunção (FARBER et al., 1990).
Trabalhos experimentais mostram que mecanismos semelhantes ao
estresse oxidativo está envolvido no desenvolvimento da PA (SALUJA et al., 1985;
SCHOENBERG et al., 1994; SANFEY et al., 1985, 2000; RAU et al., 2000). Contudo,
a medida de TBARS (substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico) é usada para
avaliar a lipoperoxidação, ou seja, quando os lipídios sofrem ação dos radicais livres.
TBARS reflete a quantidade de malonaldeído (MDA) formado, produto final da
peroxidação dos ácidos graxos da membrana (HALLIWELL & GUTTERIDGE, 2001).
97
Neste estudo, foi observado que a L-arginina aumenta o estresse
oxidativo, como comprovado pela formação aumentada de TBARS no pâncreas, um
indicador de peroxidação lipídica. A mistura de α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg) e
metilprednisolona (30 mg/kg) potencialmente suprimiram a lipoperoxidação,
evidenciado pela redução da formação das substâncias reativas ao ácido
tiobarbitúrico. Evento que reflete uma possível atividade antioxidante para a mistura
de α,β-amirina, que pode resultar em inibição do fator de transcrição NF-κB e
redução da síntese de mediadores inflamatórios.
Estudos preliminares mostram que a mistura de α,β-amirina é capaz de
reduzir a formação aumentada de TBARS em modelo experimental de periodontite
aguda (HOLANDA PINTO, 2008). A literatura relata ainda uma atividade antioxidante
da resina de P. Heptaphillum e da mistura de α,β-amirina em modelo de lesões
gástricas induzida por etanol e atividade antioxidante da mistura de α,β-amirina em
modelo de lesão hepática induzida por acetominofeno (OLIVEIRA et al., 2004a e
2005).
Nesse contexto, o papel do estresse oxidativo na pancreatite aguda tem
sido estudado em vários modelos animais (DING et al., 2003; SALUJA et al., 1985;
SANFEY et al., 1985; URUNUELA et al., 2002) e em seres humanos (PARK et al.,
2003). Trabalhos prévios m indicado que agentes antioxidantes, tais como:
melatonina, retinol, ácido ascórbico e N-acetilcisteína apresentam efeitos benéficos
no tratamento da PA induzida por L-arginina e ceruleína (SZABOLCS et al., 2006a;
PARK et al., 2003; JAWOREk et al., 2003; QI et al., 1999).
Uma importante característica da pancreatite aguda é a inflamação
pancreática seguida de recrutamento de leucócitos que associado aos mediadores
inflamatórios apresentam um papel crítico na patogênese da PA (BATHIA et al.,
2000; BATHIA, 2002 e 2004). Estudos experimentais mostram que citocinas
apresentam um papel importante na PA, assim como provocam uma ativação
inapropriada do sistema imune, aumentando a severidade da doença local e das
complicações sistêmicas (RINDERKNECHT, 1988). Portanto, a infiltração de
98
leucócitos e liberação de mediadores pelas células acinares apresentam um papel
central na amplificação do processo inflamatório.
Dentre os mediadores pró-inflamatórios que, acredita-se, estarem
envolvidos na patofisiologia da PA, podem-se citar: TNF-α, IL-1β, IL-6, PAF, ICAM-1
e IL-8. A expressão de vários desses mediadores é regulada pelo fator de
transcrição NF-κB (ALGUL et al., 2002; MERCURIO et al., 1999). A inibição de NF-
κB atenua a severidade ou melhora a sobrevivência em diferentes modelos
experimentais de PA (ETHRIDIGE et al., 2002; DUNN et al., 1997). TNF-α e IL-6
estão aumentadas tanto na pancreatite experimental, quanto na pancreatite humana
(DE BEAUX et al., 1996; GUKOVSKAYA et al., 1997; NORMAN et al., 1997). A
literatura relata que TNF-α apresenta um papel central no desenvolvimento da PA
severa, atuando nos estágios iniciais da doença em curso (MALLEO et al., 2007) e
IL-6 constitui o principal mediador na síntese de proteínas de fase aguda
(PAPACHRISTOU, 2008).
Os níveis de TNF-α estão elevados no início e durante o progresso da PA
experimental (BHATIA, 2002; BHATIA et al., 2005; NORMAN et al., 1995 e HIROTA
et al., 2000) e a inibição de TNF-α, assim como a neutralização do TNF-α com um
anticorpo policlonal, atenua a severidade da PA experimental (HUGHES et al., 1996;
BHATIA et al., 2005). O TNF-α pode ser determinado no plasma, bem como no
tecido pancreático (de BEAUX et al., 1996; POORAN et al., 2003).
Nesse estudo, os resultados mostram que o pré-tratamento dos ratos com
a mistura de α,β- amirina (10, 30 e 100 mg/kg) e metilprednisolona (30mg/kg)
atenuou os níveis de TNF-α sérico, assim como a expressão de TNF-α no tecido
pancreático, induzido pela administração de L-arginina.
A IL-6 possui alta especificidade e sensibilidade em distinguir a PA leve
da grave apresentando correlação com as taxas de mortalidade. Quando associada
à elevação de lipase sérica, melhora ainda mais a acurácia do diagnóstico e
prognóstico (PEZZILLI et al., 1995). Níveis plasmáticos de IL-6 correlacionam-se
com anormalidades hemodinâmicas na PA em coelhos (JAMBRIK et al., 2002).
99
Camundongos transgênicos que expressam IL-6 humana são mais susceptíveis a
PA, e o uso de anticorpo monoclonal anti-IL-6 exerce um efeito protetor na PA
(SUZUKI et al., 2000). Trabalhos prévios mostraram que um significativo aumento da
atividade de MPO associado ao aumento de IL-6 no pâncreas está associado à
iniciação do processo inflamatório no pâncreas, bem como que IL-6 é uma
importante citocina inflamatória no modelo de PA induzida por L-arginina
(SZABOLCS et al., 2006a).
Níveis séricos elevados de IL-6 também foram observados após a
administração de L-arginina em ratos e o pré-tratamento com a mistura de α,β-
amirina (10, 30 e 100 mg/kg) e metilprednisolona (30mg/kg) atenuou os níveis
séricos de IL-6.
A literatura mostra que muitos triterpenos pentacíclicos, que possuem
estrutura química semelhante à α,β-amirina, tais como ácido boswellico, ácido
oleanólico e ácido ursólico, exercem sua atividade antiinflamatória por inibir a
expressão de citocinas pró-inflamatórias, tais como TNF-α, IL-1β, IL-6, IL-8 e IL-12,
através da inibição de fatores de transcrição, como o NF-κB (BANSKOTA et al.,
2000; SYROVETS et al., 2005; SHISHODIA et al., 2003).
Estudos recentes mostraram que a mistura de α,β-amirina e a α-amirina
tem capacidade de inibir a ativação de NF-κB (MEDEIROS et al., 2007; VITOR et al.,
2008) assim como os níveis de TNF-α em modelo experimental de periodontite
aguda (HOLANDA PINTO et al., 2008).
Como a mistura de α,β-amirina foi hábil em atenuar os níveis séricos de
TNF-α e IL-6, sugere-se que a atividade deste triterpeno pentacíclico em modelo
experimental de pancreatite aguda se deve a inibição de citocinas pró-inflamatórias,
que pode ser, em parte, mediada pela inibição de NF-κB, uma vez que compostos
com estrutra química semelhante, tais como ácido boswellico, ácido oleanólico e
ácido ursólico, exercem sua atividade antiinflamatória por inibir a expressão de
citocinas pró-inflamatórias.
100
Citocinas pró-inflamatórias e endotoxinas induzem a expressão da enzima
óxido nítrico sintase (iNOS), culminando com a produção de grande quantidade de
óxido nítrico (NO) (MONCADA et al., 1991), o qual está implicado na patofisiologia
da pancreatite aguda (DIMAGNO, 2007). A iNOS pode ter um importante papel pró-
inflamatório na pancreatite (AL-MUFI et al., 1998;TSUKAHARA et al., 1996).
Estudos sugerem que a liberação de citocinas de alguns tipos de células
é dependente do dano à membrana celular mediado pelo NO (VALLETTE et al.,
1997). O aumento da produção de NO poderia, no entanto, resultar na ativação de
uma alça de alimentação positiva para as células inflamatórias, em que o NO
aumentaria a síntese de citocinas, como IL-1β e TNF-α, que por sua vez poderiam
induzir a expressão de iNOS (MARCINKIEWICZ et al., 1995).
A pancreatite aguda induzida por doses suprafisiológicas de L-arginina
induz um aumento da expressão e atividade de iNOS (SCHIELDS et al., 2006).
Hipótese, essa, consistente com a observação desse estudo que mostrou um
aumento da expressão de iNOS induzido pela administração de L-arginina e que
α,β- amirina, assim como metilprednisolona, reduzem a expressão dessa enzima.
Estudos experimentais mostraram que camundongos deficientes de iNOS
apresentam resistência para a pancreatite aguda, sugerindo um papel deletério de
iNOS/NO na patogênese dessa doença e que o L-NAME, um inibidor não específico
de NOS, significativamente previne o desenvolvimento de pancreatite aguda
(CUZZOCREA, 2002). Essas observações sugerem que α,β-amirina regula a
severidade da pancreatite indiretamente pela modulação da expressão de iNOS/NO.
A produção de NO, que ocorre como conseqüência do aumento de
expressão de iNOS, pode estar envolvida com o estresse oxidativo no pâncreas.
Assim, contribuindo para a provável iniciação e progressão da inflamação
pancreática (ANG et al., 2009).
O exato mecanismo pelo qual L-argnina leva ao desenvolvimento da PA
não está completamente esclarecido, no entanto, sabe-se que L-arginina é um
101
precursor da síntese de NO, o qual contribui para a patogenia da PA (DAWRA et al.,
2006). Nesse estudo, foi observado que L-arginina induz um aumento dos níveis de
NO, quantificado indiretamente através da produção de nitrato/nitrito.
A mistura de α,β-amirina em todas as doses testadas e metilprednisolona
(30 mg/kg) causaram uma significativa inibição na produção de nitrato/nitrito,
metabólitos estáveis do óxido nítrico cuja determinação nos flúidos biológicos tem
sido utilizada para estimar a produção de NO. Esta inibição na produção de
nitrato/nitrito evidenciada no modelo de PA induzida por L-arginina pode estar
associada a uma possível inibição da expressão de iNOS.
A interação de NO com o ânion superóxido leva a formação de
peroxinitrito, um potente agente oxidante, que, por sua vez, se decompõe em outras
espécies reativas de oxigênio, as quais reagem com resíduos de tirosina para formar
nitrotirosina (BECKMAN et al., 1992). A presença de nitrotirosina em proteínas
representa um marcador de formação endógena de peroxinitrito.
No presente estudo, a mistura de α,β-amirina em todas as doses testadas
e metilprednisolona preveniram a formação de peroxinitrito no modelo de pancreatite
aguda induzida por L-arginina, que foi evidenciado pela diminuição da expressão de
nitrotirosina nas lulas pancreáticas. Essa observação associada à diminuição da
produção de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico reforça a hipótese de que a
atividade de α,β-amirina se deve em parte por uma ação antioxidante.
Em resposta a inflamação da pancreatite aguda, pode-se observar o
desenvolvimento de edema pancreático. Nesse estudo, a L-arginina induziu a
formação de edema pancreático, evidenciado pelo aumento da relação peso do
pâncreas/peso do animal e pela análise histopatológica. A mistura de α,β-amirina
(10, 30 e 100mg/kg) e a metilprednisolona (30 mg/kg) foram hábeis em atenuar a
formação do edema.
Além das observações relatadas a PA está associada a mudanças
histológicas, incluindo: acúmulo de flúidos, destruição da histoarquitetura das células
102
acinares, vacuolização, necrose acinar, hemorragia e infiltração neutrofílica
(SCHMIDT et al., 1992; DING et al., 2003). Relembrando a doença que acomete
seres humanos.
Estudos prévios demonstraram que a L-arginina leva ao desenvolvimento
de alterações morfológicas semelhantes as que ocorrem na pancreatite aguda, tais
como necrose das células acinares, em ratos (TAKÁCS et al.; 1996; VARGA et al.;
1997). Essas alterações podem ser pelo menos em parte mediadas pelo estresse
oxidativo pancreático (BRAGANZA, 1990).
No presente estudo, a L-arginina foi responsável pelo desenvolvimento de
alterações histológicas no tecido pancreático, tais como: edema, vacuolização das
células acinares, infiltrado inflamatório, necrose e hemorragia. A mistura de α,β-
amirina (10, 30 e 100 mg/kg) e metilprednisolona (30 mg/kg) atenuaram as
alterações histológicas observadas.
Metilprednisolona, controle positivo utilizado nesse estudo, é uma potente
glicocorticóide antiinflamatório. Estudos experimentais mostram que os
glicocorticóides atenuam a síntese, liberação e ação de citocinas inflamatórias pela
inibição da ativação do fator de transcrição NF-κB (ADOCK et al., 1994;
SCHEINMAN et al., 1995). Antagonistas de glicocorticóides amplificam o processo
inflamatório e aumentam a produção de IL-6 e TNF-α (PASZT et al., 2004; LAZAR et
al., 1992).
Nossos resultados demonstram que em relação à pancreatite aguda
induzida por L-arginina, a mistura de α,β-amirina foi capaz de reduzir de forma
significativa a resposta inflamatória aguda por mecanismos antioxidantes e de
redução da infiltração pancreática de células inflamatórias e redução da produção de
mediadores inflamatórios.
Com o intuito de caracterizar a atividade potencial da mistura de α,β-
amirina em modelos experimentais de pancreatite aguda foi avaliada a ação desses
triterpenos pentacíclicos no modelo de pancreatite aguda induzida por ceruleína.
103
A ceruleína, análogo da colecistocinina (CCK), induz pancreatite aguda
em camundongos atuando através dos receptores de colecistocinina, levando a uma
exagerada estimulação das células acinares seguida por uma prematura ativação do
tripsinogênio e degradação lisossomal de organelas intracelulares nos vacúolos
autofágicos nas células acinares, bem como por um marcado edema intersticial
(NIEDARAU et al., 1990; WISNER et al., 1988; SALUJA et al., 1985; WATANABE et
al., 1984). A ativação do tripsinogênio e de outros zimogênios são responsáveis pela
iniciação de uma série de eventos ativados por proteases. As enzimas digestivas
uma vez ativadas degradam proteínas celulares, incluindo proteínas estruturais
(como F-actin), o que eventualmente leva a uma autodigestão pancreática (CHAN &
LEUNG, 2007).
O modelo de PA induzido por doses suprafisiológicas de ceruleína é
acompanhado por danos ao tecido pancreático caracterizado por infiltrado de células
inflamatórias, vacuolização, depleção dos grânulos de zimogênio, necrose de células
acinares e edema, assim como mudanças características de parâmetros
laboratoriais, tais como, aumento da amilase e lipase séricas, aumento da atividade
de mieloperoxidase pancreática e aumento de citocinas pró-inflamatórias (MALLEO
et al., 2007; GÓMEZ et al., 2006). Alterações essas que podem ser observadas 24
horas após a administração de ceruleína (MALLEO et al., 2007). Esse modelo
reproduz as características da PA que acomete seres humanos (VAN WESTERLOO
et al., 2003).
O presente estudo demonstrou que a mistura dos triterpenos α,β-amirina
atenuam a severidade da PA induzida por ceruleína em camundongos. Em
particular, foi demonstrado que o pré-tratamento com α,β-amirina reduz a inflamação
pancreática, assim como a injúria tecidual associada, através da redução dos níveis
de amilase e lipase séricas, redução da infiltração de neutrófilos, redução da
peroxidação lipídica, melhora das alterações histológicas, redução da produção de
citocinas inflamatórias TNF-α e IL-6 e redução da expressão de TNF-α e iNOS.
O aumento sérico de amilase e lipase são observados em conseqüência
da administração de ceruleína em camundongos (E
ŞREFOĞLU et al., 2006). Essas
104
observações estão de acordo com o nosso estudo, onde após 24 horas da
administração de ceruleína em camundongos foi observada uma elevação dessas
importantes enzimas pancreáticas (DAWRA et al., 2007).
O pré-tratamento com a mistura de α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg) foi
eficaz em reduzir os níveis séricos de amilase, em resposta a administração de
ceruleína em camundongos. Os níveis séricos de lipase elevados pela administração
de ceruleína, apenas foi reduzido por α,β-amirina na dose de 100 mg/kg. Talidomida
(200mg/kg), controle positivo utilizado nesse modelo, também foi eficaz na redução
dos níveis séricos de amilase e lipase.
Uma importante característica secundária a administração de ceruleína é
o aumento do recrutamento de neutrófilos no pâncreas (SONG et al., 2002). A
atividade de MPO, indicativa de ativação e sequestro de neutrófilos, foi avaliada na
tentativa de determinar a habilidade de α,β-amirina sobre o infiltrado de células
inflamatórias.
Os resultados mostram que a mistura de α,β-amirina (10, 30 e 100
mg/kg), assim como a talidomida (200 mg/kg), atenuaram a migração de leucócitos
polimorfonucleares, uma vez que reduziram a atividade de mieloperoxidase.
Resultados que indicam uma prevenção contra a infiltração neutrofílica no pâncreas
e conseqüentemente uma diminuição da injúria pancreática.
Estudos prévios mostraram que o modelo de PA induzida por ceruleína
em ratos está associado a um aumento da concentração de radicais de oxigênio e
de produtos de peroxidação lipídica nas fases iniciais do processo inflamatório
(GOUGH et al., 1990; DABROWSKI et al., 1988; SCHOENBERG et al., 1989).
Portanto, espécies reativas de oxigênio apresentam um papel importante no
desenvolvimento da PA induzida por ceruleína (EŞREFOĞLU et al., 2006). O exato
mecanismo da patogenia da PA não é claramente entendido, mas evidências
sugerem que o dano pancreático seja devido aos efeitos tóxicos de EROs (PARK et
al., 2003; DABROWISKI et al., 1999). Altas concentrações de EROs estão
associados a formação de malonilaldeído (MDA). Entretanto, a determinação de
TBARS, usada para avaliar a lipoperoxidação, reflete a quantidade de malonaldeído
105
(MDA) formado, um produto final da peroxidação dos ácidos graxos da membrana
(HALLIWELL & GUTTERIDGE, 2001).
No presente estudo, foi observado que a ceruleína aumentou o estresse
oxidativo, como comprovado pela formação aumentada de TBARS no pâncreas, um
indicador de peroxidação lipídica. A mistura de α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg) e a
talidomida (200 mg/kg) apresentaram efeitos benéficos em relação à
lipoperoxidação, evidenciado pela redução da formação de TBARS.
A observação de que a mistura de α,β-amirina atenua o estresse oxidativo
no modelo de PA induzida por ceruleína, pela supressão de TBARS, associado à
redução do recrutamento de neutrófilos, determinado indiretamente pela atividade de
MPO, bem como as ações desses triterpenos pentacíclicos sobre a PA induzida por
L-arginina reforça a hipótese de uma atividade antioxidante para o composto em
questão. Atividade, essa, consistente com o que a literatura relata para conhecidas
substâncias antioxidantes, tais como: melatonina, N-acetilcisteína e ácido ascórbico,
que apresentam efeitos promissores no modelo de PA induzida por ceruleína
(BARLAS et al., 2004; JAWOREK et al., 2003; GOMEZ-CAMBRONERO et al.,
2000).
Estudos realizados com a mistura de α,β- amirina e com α-amirina
observou-se a capacidade dessas substâncias em inibir o NF-κB (MEDEIROS et al.,
2007; VITOR et al., 2008). N-acetilcisteína, raxofelast e ditiocarbamato de pirrolidina,
agentes antioxidantes, são eficientes inibidores da ativação do fator de transcrição
NF-κB em modelos animal de pancreatite (RAKONCZAY et al., 2008). Contudo, a
atividade de α,β-amirina em melhorar a PA induzida por ceruleína se deve em parte
por uma ação antioxidante e conseqüente supressão de NF-κB.
EROs levam a um aumento da expressão de TNF-α no modelo de PA
induzida por ceruleína secundariamente a ativação do fator de transcrição NF-κB
(KIM et al., 2000). TNF-α apresenta um papel central no desenvolvimento da PA e
IL-6 constitui o principal mediador na síntese de proteínas de fase aguda (MALLEO
106
et al., 2007; PAPACHRISTOU, 2008). Caracterizando a importância do estudo
dessas citocinas em modelos experimentais de PA.
Os resultados mostram que o pré-tratamento dos camundongos com a
mistura de α,β-amirina (10, 30 e 100 mg/kg) e talidomida (200 mg/kg) atenuaram o
aumento de TNF-α e IL-6 séricos secundários à administração de ceruleína, assim
como reduziram a expressão de TNF-α no tecido pancreático, avaliado por técnica
de imunohistoquímica.
A pancreatite aguda induzida por doses suprafisiológicas de ceruleína
induz um aumento da expressão e atividade de iNOS (ANG, et al., 2009). Relato
consistente com a observação desse estudo que mostrou um aumento da expressão
de iNOS induzido pela administração de ceruleína e que α,β-amirina, assim como
talidomida reduzem a expressão dessa enzima.
As EROs, enzimas pancreáticas ativadas, citocinas e neutrófilos estão
associados ao aumento da permeabilidade capilar e formação de edema
(DABROWSKI et al., 1999). O edema pancreático foi determinado nesse estudo pelo
aumento da razão entre o peso do pâncreas/peso do animal. A ceruleína apresentou
habilidade em induzir a formação de edema pancreático, o qual foi atenuado pela
mistura de α,β-amirina (30 e 100mg/kg) e pela talidomida (200 mg/kg). O edema
pancreático, assim como outras alterações no tecido pancreático, pode ser
confirmado por histologia. No presente estudo, a ceruleína foi responsável por
alterações histológicas do tecido pancreático, tais como edema, vacuolização das
células acinares, infiltrado inflamatório e necrose. A mistura de α,β-amirina (100
mg/kg) e talidomida (200 mg/kg) atenuaram as alterações histológicas observadas.
Nossos resultados demonstram que assim como na PA induzida por L-
arginina, na PA induzida por ceruleína, a mistura de α,β-amirina reduziu de forma
significativa a resposta inflamatória aguda por mecanismos antioxidantes e de
redução da infiltração pancreática de células inflamatórias e redução da produção de
mediadores inflamatórios.
107
Muitos triterpenóides com atividade antiinflamatória, derivados de plantas,
incluindo derivados do oleanano e ursano foram descritos previamente por atuarem
como inibidores competitivos de serina proteases, tripsina e quimiotripsina, que
apresentam um papel chave no desenvolvimento da pancreatite aguda (RAJIC et al.,
2001; GRANGER & REMICK, 2005). Efeito esse pode também estar envolvido na
atividade da mistura de α,β-amirina no modelo de PA, uma vez que essa mistura de
triterpenos apresenta semelhança estrutural aos triterpenos oleanano e ursano,
contudo estas atividades ainda precisam ser pesquisadas.
Talidomida, o controle positivo usado nesse modelo é um derivado
sintético do ácido glutâmico que inibe a produção de TNF-α, modula a adesividade
microvascular, através da modificação das moléculas de adesão da superfície
celular e suprime a atividade de NF-κB (SAMPAIO et al., 1991; MOREIRA et al.,
1993; YASUI et al., 2005). Talidomida mostrou melhora da lesão pancreática
similarmente a mistura de α,β-amirina. Esse achado está de acordo com as
observações de Malleo et al. (2007) que mostrou a eficácia de talidomida no modelo
de pancreatite aguda experimental induzida por ceruleína.
Tanto na PA induzida por L-arginina, quanto na PA induzida por ceruleína
foram observadas alterações bioquímicas (aumento sérico de amilase, lipase, IL-6 e
TNF-α, aumento de MPO, TBARS e nitrato/nitrito) e histológicas (edema, infiltrado
inflamatório, vacuolização, necrose e hemorragia) características de processo
inflamatório, as quais foram significativamente atenuadas pelo pré-tratamento com a
mistura de α,β-amirina, esses achados ampliam o espectro das ações
antiinflamatórias e antioxidantes já estudadas para o composto em questão.
Estudos mostram que a inervação neural do pâncreas pode exercer um
papel importante da iniciação e manutenção da resposta inflamatória na injúria
pancreática. O pâncreas é inervado pelo vago, neurônios simpáticos e
parassimpáticos assim como neurônios sensoriais (NIEBERGALL-ROTH & SINGER,
2001). A ativação de neurônios sensoriais primários pancreáticos causa a liberação
de neuropeptideos vasoativos e inflamatórios, como bradicinina, CGRP e substância
P, responsáveis pelo extravasamento plasmáticos e infiltração neutrofílica
(KIRCHGESSNER & LIU, 2000; LARSSON, 1979; SEIFERT et al., 1985). Os
neurônios sensoriais primários do pâncreas expressam receptores TRPV1 cuja
108
ativação induz inflamação pancreática (LIDDLE, 2007). O bloqueio desses
receptores, pela capzasepina, melhora significativamente a pancretite experimental
(NATHAN et al., 2001).
Apesar de não ter sido objetivo deste trabalho o estudo do envolvimento
dos receptores TRPV1 na ação da mistura de α,β-amirina nos modelos de
pancreatite, estudos preliminares realizados em nosso laboratório demonstraram
que esta mistura de triterpenos é capaz de inibir os receptores TRPV1 em modelo
experimental de inflamação e nocicepção visceral (LIMA-JÚNIOR et al., 2006 e
2007). Possivelmente o bloqueio dos receptores TRPV1 pela mistura de α,β-amirina
pode está auxiliando na sua ação antiinflamatória na pancreatite experimental,
contudo experimentos são necessários para comprovar esta participação.
Apesar da relevância da PA, não existe um tratamento eficaz para essa
doença. Contudo, pesquisas, utilizando produtos naturais (extratos de plantas,
componentes como flavonóides, triterpenos, antraquinonas, dentres outros) têm sido
realizadas na busca de novas estratégias terapêuticas para a doença. A literatura
relata que esses compostos apresentam atividade na PA por mecanismos que
envolvem atenuação de alterações histológicas, diminição da atividade de MPO,
inibição da ativação de NF-κB, redução dos níveis séricos de amilase, lipase, IL-6 e
TNF-α e inibição de proteases. Nesse trabalho vimos que a mistura de α, β-amirina
atenua a severidade da PA por mecanismos semelhantes aos estudados para
outros compostos naturais. Entretanto, pode-se sugerir que esses compostos podem
contribuir para o desenvolvimento de drogas terapêuticas para o tratamento da PA,
uma vez que eles atenuam importantes alterações observadas em modelos
experimentais de PA.
Estudos futuros poderão ser realizados para caracterizar a atividade
desses triterpenos pentacíclicos em relação aos mecanismos nociceptivos
envolvidos, uma vez que a dor em decorrência da PA é bastante intensa e de difícil
tratamento, representando uma relevante característica clínica dessa doença.
109
8. CONCLUSÕES
Este trabalho reproduziu o modelo de pancreatite aguda induzida por L-
arginina e por ceruleína descrito na literatura evidenciado por alterações
bioquímicas, inflamatórias e histopatológicas;
A mistura de α,β-amirina reduziu a resposta inflamatória nos modelos de
pancreatite aguda induzido por L-arginina e por ceruleína, o que foi
evidenciado através de alterações bioquímicas (amilase e lipase) e
histopatológicas. Apesar de ter representado uma diferença significativa
(p<0,05), a amilase sérica foi pouco afetada nos dois modelos. A lipase sérica
sofreu uma grande elevação em resposta à administração de L-arginina;
Foi observado um aumento do recrutamento de neutrófilos em decorrência da
administração de L-arginina e ceruleína, evidenciado através da determinação
da atividade de MPO e análise histopatológica, o qual foi atenuado em virtude
do pré-tratamento com a mistura de α,β-amirina. A redução da atividade de
MPO pode ser interpretada como uma manifestação de atividade
antioxidante, o aumento da atividade de MPO foi um dos parâmetros mais
afetados na PA induzida por ceruleína;
A mistura de α,β-amirina atenuou todos os parâmetros avaliados em ambos
os modelos experimentais de pancreatite aguda, por seu potente efeito
antiinflamatório e antioxidante;
A mistura de α,β-amirina demonstrou atividade antiinflamatória nos modelos
de pancreatite aguda induzida por L-arginina e ceruleína através da redução
dos níveis séricos de citocinas inflamatórias (TNF-α e IL-6). E redução da
expressão tecidual de TNF-α;
110
A mistura de α,β-amirina foi eficaz em reduzir a expressão de iNOS em
ambos os modelos experimentais, sugerindo que a atividade antiinflamatória
desse triterpeno possa ser secundária a inibição de citocinas e iNOS;
No modelo de pancreatite aguda induzida por L-arginina foi observado um
aumento de óxido nítrico, quantificado indiretamente através da determinação
de nitrato/nitrito. A mistura de α,β-amirina foi eficaz em atenuar os níveis de
nitrato/nitrito. Sugerindo que a inibição de iNOS/NO esteja envolvido na
atividade antiinflamatória de α,β-amirina;
No modelo de pancreatite aguda induzida por L-arginina, a mistura de α,β-
amirina significativamente reduziu a formação de peroxinitrito, quantificado
indiretamente por imunohistoquímica a partir da expressão de nitrotirosina no
tecido pancreático. Evidência que reforça uma possível atividade antioxidante
para este composto;
Foi observado que a mistura de α,β-amirina atenuou o edema inflamatório
formado em resposta a administração de L-arginina e ceruleína;
L-arginina e ceruleína levaram a mudanças significativas da histologia
pancreática, como: vacuolização, edema, necrose, infiltrado inflamatório e
hemorragia. A mistura de α,β-amirina foi eficaz em atenuar essas alterações;
A partir dos dados apresentados, Conclui-se, que a atividade da mistura de
α,β-amirina seja devida a uma atividade antioxidante e antiinflamatória desse
composto, como evidenciado pela redução de: recrutamento de neutrófilos,
peroxidação lipídica, citocinas inflamatórias e iNOS;
Esse trabalho demonstrou a habilidade da mistura de α,β-amirina em
melhorar a PA experimental induzida tanto por L-arginina quanto por
ceruleína. A demonstração da atividade desse composto nos dois modelos é
importante uma vez que a L-arginina na dose utilizada é responsável apenas
por complicações locais envolvidas na PA, enquanto que a PA induzida por
ceruleína está também associada a complicações sistêmicas.
111
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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