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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS
RONALDO TRENTIN ZIERHUT
PROPOSTA DE UM MODELO CONCEITUAL PARA A PREVISÃO DE FALHAS
EM SERVIÇOS BASEADO NA FMEA
CURITIBA
2009
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1
RONALDO TRENTIN ZIERHUT
PROPOSTA DE UM MODELO CONCEITUAL PARA A PREVISÃO DE FALHAS
EM SERVIÇOS BASEADO NA FMEA
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção e Sistemas
(PPGEPS) da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná, como requisito final
para obtenção do grau de Mestre em
Engenharia de Produção e Sistemas.
Orientador: Osiris Canciglieri Júnior, Ph.D.
CURITIBA
2009
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2
RONALDO TRENTIN ZIERHUT
PROPOSTA DE UM MODELO CONCEITUAL PARA A PREVISÃO DE FALHAS
EM SERVIÇOS BASEADO NA FMEA
Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção de grau de Mestre
em Engenharia de Produção e Sistemas, Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção e Sistemas, Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
COMISSÃO EXAMINADORA
_______________________________________
Prof. Ph.D. Osiris Canciglieri Júnior (PPGEPS / PUCPR)
Orientador
_______________________________________
Prof. Dr. Antonio Batocchio – (DEF / FEM / UNICAMP)
Membro externo
_______________________________________
Prof. Dr. Marcelo Rudek (PPGEPS / PUCPR)
Membro externo
Curitiba, ____ de _____________ de 2009.
3
Dedico este trabalho:
Aos meus pais, José Zierhut e Teresinha
Trentin Zierhut pelo incentivo e apoio.
4
AGRADECIMENTOS
À Pontifícia Universidade Católica do Paraná PUCPR pela oportunidade;
Ao corpo docente da PUCPR, pela atenção e apoio;
Ao Orientador e Professor Osiris Canciglieri nior, Ph.D. pela orientação,
paciência, camaradagem e incentivo durante o projeto;
À transportadora onde a proposta do modelo conceitual foi aplicada na
pessoa de seu gerente, pela atenção, disponibilidade e apoio à pesquisa;
Aos meus amigos pelo apoio e compreensão em todos os momentos;
A todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realização deste trabalho.
5
Gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e
superstição por conhecimento, e força por cooperação.
(DRUCKER, Peter).
6
RESUMO
A qualidade em serviços, por não poder ser mensurada por aspectos
objetivos em função de suas características, toma a percepção da qualidade sob a
ótica do usuário do serviço a medida mais adequada, isto é, o importante para a
organização é a visão que o cliente tem do serviço prestado. É missão da
organização esforçar-se para identificar os critérios requisitados pelos clientes,
valorizando aqueles que verdadeiramente satisfaçam suas expectativas e
necessidades dentro de cada momento de contato. A falha em qualquer um desses
requisitos, mesmo que reparada, comprometerá a qualidade do serviço prestado.
Portanto, a dimensão da qualidade denominada confiabilidade, faz com que a
organização busque meios para fornecer o serviço isento de falhas, identificando-as
e corrigindo-as antes que estas cheguem ao cliente. Uma metodologia que faça a
prevenção dessas falhas pode proporcionar para a empresa a diminuição de custos
além do benefício de incorporar dentro da organização a atitude de prevenção de
falhas, a atitude de cooperação e trabalho em equipe e a preocupação com a
satisfação dos clientes. Neste trabalho será proposto a adaptação da metodologia
FMEA - Análise dos Efeitos e Modos de Falhas, incorporando a ela, elementos que
cubram os aspectos específicos da prestação de serviços, com intuito de identificar e
avaliar as possíveis falhas potenciais e seus efeitos em cada momento de interação
entre cliente e empresa.
Palavras chaves: Qualidade em Serviços. Percepção do Cliente. Fmea.
7
ABSTRACT
The quality in services takes the perception of quality under the service user optics
as the best choice for the fact that it cannot be measured by objective aspects due to
its characteristics. It means the vision the costumer has of the given service is the
most important aspect to the organization. It is the organization mission to strengthen
to identify the criteria requested by the customers, valuing those that truly satisfy their
expectations and needs in each moment of contact. The failure in any of these
requirements will compromise the quality of the given service even if repaired later.
Therefore, the dimension of the quality called trustworthiness makes the organization
to search means to supply the exempt from failure service, identifying and correcting
the failure before it arrives at the customer. A methodology which makes the
prevention of this failure can provide the reduction of costs for the company, besides
the benefit of incorporating the attitude of prevention of failure, the attitude of
cooperation and working in team in the organization and the concerning with the
satisfaction of the customers. In this work the adaptation of the methodology FMEA
will be considered – Analysis of the Effect and Failure modes, adapting to it elements
that cover the specific aspects of the rendering of services aiming to identify and
evaluate the possible potential failure and its effect at each moment of the interaction
between customer and company.
Key words: Quality in Services. Customer Perception. FMEA.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- Metodologia da Pesquisa ................................................................................ 16
Figura 2 – Conceito de serviço – duas perspectivas ...................................................... 32
Figura 3 – As operações de serviço divididas entre Front Office e Back Room ............ 37
Figura 4 – Modelo conceitual do sistema de operações de serviços ............................. 38
Figura 5 – Qualidade em serviços .................................................................................. 41
Figura 6 – Modelo da qualidade de serviços e o modelo dos “5GAPs” .......................... 44
Figura 7 – Exemplo de um ciclo de serviço .................................................................... 47
Figura 8 – Os critérios de avaliações da qualidade do serviço ....................................... 48
Figura 9 – Etapas básicas do processo de controle ....................................................... 51
Figura 10 – Atividades da confiabilidade para reduzir as falhas ..................................... 55
Figura 11 – Roteiro de Implementação do FMEA .......................................................... 58
Figura 12 – Fases do modelo proposto .......................................................................... 68
Figura 13 – Formuláro do modelo proposto ................................................................... 71
Figura 14 – Fase I do modelo proposto .......................................................................... 85
Figura 15 – Fluxograma do processo de prestação de Serviço da Transportadora ....... 86
Figura 16 – Diagrama de Ishikawa adaptado para serviços ........................................... 90
Figura 17 – Fase II do modelo proposto ......................................................................... 91
Figura 18 – Escala Likert para avaliação dos determinantes ......................................... 93
Figura 19 – Questionário aplicado aos clientes da transportadora ................................. 94
Figura 20 – Gráfico de setor – Determinante: velocidade .............................................. 97
Figura 21 – Gráfico de setor – Determinante: atmosfera................................................ 97
Figura 22 – Gráfico de setor – Determinante: competência ........................................... 98
Figura 23 – Gráfico de setor – Determinante: credibilidade ........................................... 99
Figura 24 – Gráfico de setor – Determinante: velocidade ............................................ 100
Figura 25 – Gráfico de setor – Determinante: competência ......................................... 100
Figura 26 – Gráfico de setor – Determinante: tangibilidade ......................................... 101
Figura 27 – Gráfico de setor – Determinante: velocidade ............................................ 102
Figura 28 – Gráfico de setor – Determinante: acesso .................................................. 103
Figura 29 – Gráfico de setor – Determinante: atmosfera.............................................. 103
Figura 30 – Gráfico de setor – Determinante: custo ..................................................... 104
Figura 31 – Gráfico de setor – Determinante: consistência .......................................... 105
Figura 32 – Gráfico de setor – Determinante: atmosfera.............................................. 106
9
Figura 33 – Gráfico de setor – Determinante: velocidade ............................................ 106
Figura 34 – Gráfico de setor – Determinante: credibilidade ......................................... 107
Figura 35 – Gráfico de setor – Determinante: flexibilidade ........................................... 108
Figura 36 – Gráfico de setor – Determinante: consistência .......................................... 109
Figura 37 – Gráfico de setor – Determinante: velocidade ............................................ 110
Figura 38 – Gráfico de setor – Determinante: acesso .................................................. 111
Figura 39 – Gráfico de setor – Determinante: Atmosfera ............................................. 111
Figura 40 – Gráfico de setor – Determinante: flexibilidade ........................................... 112
Figura 41 – Fase II do modelo proposto ....................................................................... 115
Figura 42 Diagrama de Ishikwa para o problema: “Dificuldade de contato com a
empresa” ...................................................................................................................... 116
Figura 43 Diagrama de Ishikawa para o problema: Período muito longo de visita s
venda” .......................................................................................................................... 117
Figura 44 – Diagrama de Ishikawa para o problema: “Demora na integração de dados –
EDI .............................................................................................................................. 118
Figura 45 Diagrama de Ishikawa para o problema: “Falta de habilidade e
conhecimento do funcionário” ...................................................................................... 119
Figura 46 Diagrama de Ishikawa para o problema: “Falta de atenção, prontidão e
cortesia para a solução de problemas”......................................................................... 120
Quadro 1 – Matriz dos processos e serviços .................................................................. 34
Quadro 2 – Diferenças entre gestão da qualidade na indústria e em serviços............... 40
Quadro 3 – Exemplos de mecanismos à prova de falhas do servidor ............................ 42
Quadro 4 – Tipos e níveis de contato com o cliente ....................................................... 46
Quadro 5 – Significado dos determinantes..................................................................... 49
Quadro 6 – Exemplos de medidas de desempenho em serviços ................................... 52
Quadro 7 – Representação do formulário FMEA ........................................................... 60
Quadro 8 – Passos para construção do FMEA .............................................................. 61
Quadro 9 – Índice de severidade ................................................................................... 62
Quadro 10 – Índice de ocorrência .................................................................................. 62
Quadro 11 – Índice de detecção .................................................................................... 63
Quadro 12 – Determinantes propostos e suas características ....................................... 73
Quadro 13 – Índices de severidade ................................................................................ 77
Quadro 14 – Índices de detecção ................................................................................... 77
Quadro 15 – Índices de ocorrência ................................................................................ 77
10
Quadro 16 – Índices de severidade, ocorrência e detecção para NPR baixo ................ 78
Quadro 17 – Índices de severidade, ocorrência e detecção para NPR moderado ......... 79
Quadro 18 – Índices de severidade, ocorrência e detecção para NPR alto ................... 79
Quadro 19 – Plano de implementação 5W2H ................................................................ 81
Quadro 20 – Momentos da verdade - Transportadora ................................................... 87
Quadro 21 – Significado dos determinantes................................................................... 88
Quadro 22 - Identificação dos determinantes em cada momento da verdade do FPS .. 89
Quadro 23 – Análise dos modos, efeitos e causas das falhas ....................................... 90
Quadro 24 – Tradução dos determinantes em perguntas que explicitem a satisfação do
cliente ............................................................................................................................. 92
Quadro 25 – Análise da aplicação do questionário ........................................................ 96
Quadro 26 – Notas atribuídas nos requisitos do contato “prospecção ........................... 98
Quadro 27 – Notas atribuídas nos requisitos do contato “solicitação e registro da
cotação de frete” .......................................................................................................... 101
Quadro 28 Notas atribuídas nos requisitos do contato “aprovação da tabela pelo
cliente (negociação)” .................................................................................................... 104
Quadro 29 – Notas atribuídas os requisitos do contato “documentação – CTRC” ....... 107
Quadro 30 – Notas atribuídas nos requisitos do contato “transporte” .......................... 109
Quadro 31 – Notas atribuídas nos requisitos do contato “pós venda.......................... 112
Quadro 32 Cálculo do número de prioridade de risco para os requisitos fora de
controle......................................................................................................................... 114
Quadro 33 Falhas no determinante acesso ( momento aprovação da tabela e pós
venda) .......................................................................................................................... 116
Quadro 34 – Falhas no determinante acesso (momendo – pós venda) ....................... 117
Quadro 35 – Falhas no determinante velocidade (momento–documentação–CTRC) . 118
Quadro 36 – Falhas no determinante competência (momento – solicitação e registro da
cotação de frete) .......................................................................................................... 119
Quadro 37 – Falhas no determinante atmosfera (momento – pós venda) ................... 120
Quadro 38 – Plano de ação – determinante: acesso ................................................... 121
Quadro 39 – Plano de ação – determinante: velocidade .............................................. 121
Quadro 40 – Plano de ação – determinante: velocidade .............................................. 122
Quadro 41 – Plano de ação – determinante: competência........................................... 122
Quadro 42 – Plano de ação – determinante: atmosfera ............................................... 123
11
SUMÁRIO
1 INTRODÃO ............................................................................................................ 14
1.1 CONTEXTO .............................................................................................................. 14
1.2 MOTIVAÇÃO ............................................................................................................ 15
1.3 JUSTIFICATIVA........................................................................................................ 15
1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA .............................................................................. 16
1.5 OBJETIVOS ............................................................................................................. 17
1.5.1 Geral ..................................................................................................................... 17
1.5.2 Específicos .......................................................................................................... 17
1.6 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS ............................................................................. 17
2 METODOLOGIAS CIENTÍFICAS APLICADAS À PESQUISA .................................. 19
2.1 INTRODUÇÃO À METODOLOGIA CIENTÍFICA...................................................... 19
2.2 PADRÕES DO MÉTODO CIENTÍFICO QUE DEFINEM UMA BOA PESQUISA ....... 20
2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS ....................................................................... 22
2.4 JUSTIFICATIVA DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA ..... 27
3 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................... 30
3.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 30
3.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE SERVIÇOS .................................................................. 30
3.2.1 Importância do Setor de Serviços...................................................................... 30
3.2.2 Definições de Serviço ......................................................................................... 31
3.2.3 Características dos serviços .............................................................................. 33
3.2.4 Operações de Servos ...................................................................................... 35
3.2.5 Sistema de Operações de Serviços .................................................................. 36
3.3 QUALIDADE NOS PROCESSOS DE SERVIÇOS ................................................... 39
3.3.1 Considerações e conceitos ................................................................................ 39
3.3.2 A gestão da qualidade em serviços para a previsão de falhas ...................... 41
3.3.3 Qualidade Percebida pelo cliente ...................................................................... 42
3.3.4 Momentos de Decodificação .............................................................................. 44
3.3.5 Ciclo de Servo................................................................................................... 46
3.3.6 Determinantes da qualidade ............................................................................... 48
3.3.7 Determinantes da qualidade e as medidas de desempenho ........................... 49
3.3.8 A variabilidade dos processos e a melhoria contínua ..................................... 50
12
3.4 FMEA (FAILURE MODES AND EFECTS ANALYSIS ANÁLISE DOS MODOS E
EFEITOS DAS FALHAS) ................................................................................................ 53
3.4.1 Definição .............................................................................................................. 55
3.4.2 Importância e benefícios do FMEA .................................................................... 56
3.4.3 Aplicação da FMEA ............................................................................................ 57
3.4.4 Etapas para a aplicação da FMEA...................................................................... 59
3.4.5 Descrição das etapas para aplicão da FMEA ................................................ 60
3.4.6 Aplicação da Fmea em serviços ........................................................................ 64
3.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 65
4 PROPOSTA DO MODELO CONCEITUAL PARA A PREVISÃO DE FALHAS EM
SERVIÇOS, BASEADA NA ADAPTAÇÃO DA FERRAMENTA FMEA ........................ 67
4.1 DESCRIÇÃO DAS FASES E ETAPAS DO MODELO PROPOSTO .......................... 68
4.1.1 Fase I – Base para análise .................................................................................. 69
4.1.1.1 Planejar ............................................................................................................. 69
4.1.1.2 Mapear os momentos da verdade e sua função no Fluxo do Processo de
Serviço ........................................................................................................................... 71
4.1.1.3 Agrupar os determinantes da qualidade importantes para o cliente em cada
momento da verdade...................................................................................................... 72
4.1.1.4 Identificar os modos, efeitos e causas da falha dos determinantes da
qualidade ........................................................................................................................ 73
4.1.2 Fase II – Análise................................................................................................... 74
4.1.2.1 Transformar os determinantes num mecanismo de avaliação Questionário ... 75
4.1.2.2 Avaliar a percepção dos clientes (aplicação do Questionário) ........................... 75
4.1.2.3 Avaliar controle e formas de detecção .............................................................. 76
4.1.2.4 Priorizar os momentos críticos através do NPR ................................................ 76
4.1.3 FASE III – Busca de Soluções ............................................................................ 80
4.1.3.1 Identificar e hierarquizar as causas .................................................................... 80
4.1.3.2 Elaborar planos de ação ..................................................................................... 81
4.1.3.3 Implementar e acompanhar Plano de Ação ....................................................... 82
4.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................... 82
5 APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO ATRAVÉS DE UM ESTUDO DE CASO .. 83
5.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 83
5.1.2 Apresentação da empresa .................................................................................. 84
5.2 APLICAÇÃO DAS FASES E ETAPAS DO MODELO CONCEITUAL PROPOSTO ... 84
13
5.2.1 Fase I – Base para Análise ................................................................................. 84
5.2.1.1 Planejamento (Etapa “a” – Fase I)...................................................................... 85
5.2.1.2 Mapeamento dos momentos da verdade (Etapa “b” - Fase I) .......................... 86
5.2.1.3 Identificação, em cada momento da verdade, dos determinantes da qualidade
importantes para o cliente (Etapa “c” – Fase I) .............................................................. 87
5.2.1.4 Identificação dos modos, efeitos e causas da falha dos determinantes da
qualidade (Etapa “d”Fase I) ........................................................................................ 89
5.2.2 Fase II - Análise ................................................................................................... 91
5.2.2.1 Transformação dos determinantes num mecanismo de avaliação
Questionário (Etapa “a”- Fase II) .................................................................................... 91
5.2.2.2 Avaliação da percepção dos clientes - Aplicação do Questionário (Etapa b”-
Fase II) ........................................................................................................................... 95
5.2.2.3 Avaliação dos controles e formas de detecção (Etapa “c” – Fase II) ............... 113
5.2.2.4 Priorização dos momentos críticos-NPR (Etapa “d”-Fase II) ........................... 113
5.2.3 Fase III – Busca de soluções ............................................................................ 115
5.2.3.1 Identificação e hierarquização das causas das falhas (Etapa “a”- Fase III) .... 115
5.2.3.2 Elaboração dos planos de ação (Etapa “b” – Fase III) .................................... 121
5.2.3.3 Implementação e acompanhamento dos planos de ação (Etapa c”–Fase III)
..................................................................................................................................... 123
5.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS DA APLICÃO DO MODELO .................................. 123
6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ..................................................................... 124
6.1 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 124
6.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................... 127
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 128
14
1 INTRODÃO
1.1 CONTEXTO
A qualidade em serviços, por não poder ser mensurada por aspectos
objetivos em função de suas características, toma a percepção da qualidade sob a
ótica do usuário do serviço a medida mais adequada, isto é, o importante para a
organização é a visão que o cliente tem do serviço prestado.
Kotler (1998) afirma que a qualidade percebida pelo cliente, está relacionada
com o nível de sua satisfação, logo a satisfação do consumidor é função do
desempenho percebido e das expectativas.
Por isso a organizão deve esforçar-se para identificar os parâmetros
mínimos requisitados pelos clientes, valorizando aqueles que verdadeiramente
satisfaçam suas expectativas e necessidades dentro de cada momento de contato.
A falha em qualquer um desses requisitos, mesmo que reparada, comprometerá a
qualidade do serviço prestado.
Portanto, a dimensão da qualidade denominada confiabilidade, faz com que a
organização busque meios para fornecer o serviço isento de falhas, identificando-as
e corrigindo-as prontamente.
As precauções adequadas contra essas falhas podem ser implantadas se
esses riscos puderem ser avaliados, tanto qualitativamente, quanto
quantitativamente, indicando os pontos críticos, onde resultará emões preventivas
ou corretivas mais eficientes.
Uma metodologia que faça a prevenção dessas falhas pode proporcionar para
a empresa a diminuição de custos além do benefício de incorporar dentro da
organização a atitude de prevenção de falhas, a atitude de cooperação e trabalho
em equipe e a preocupação com a satisfação dos clientes.
Nesta pesquisa será proposta a adaptação da metodologia FMEA - Análise
dos Efeitos e Modos de Falhas, incorporando a ela, elementos que cubram os
aspectos específicos da prestação de serviços, com intuito de identificar e avaliar as
possíveis falhas potenciais e seus efeitos em cada momento de interação entre
cliente e empresa.
15
1.2 MOTIVAÇÃO
A satisfação do cliente esta na qualidade que ele percebe o serviço prestado,
sendo a forma pela qual ele compara o serviço que recebe com o que, segundo
suas expectativas, deveria e gostaria de receber. O julgamento da qualidade vai
resultar da discrepância entre as suas expectativas e o efetivamente recebido do
fornecedor, como assinalam (PARASURAMAN et al, 1998).
Atentar para como o cliente percebe a qualidade e fornecer um serviço isento
de falhas, torna-se a base para o sucesso de qualquer organização.
Portanto, surge a importância e a necessidade de uma metodologia que
desse maior confiabilidade nos momentos de contato cliente/empresa, analisando-os
e diagnosticando antecipadamente as possíveis falhas.
1.3 JUSTIFICATIVA
Na prestação de serviços é essencial a identificão clara das expectativas
dos clientes para que se identifique o serviço que é desejado. Portanto, cada
momento da verdade do fluxo do processo de serviço, deve ser tratado como uma
possibilidade de melhoria dos processos.
Mediante observações feitas em algumas aplicações da FMEA realizadas no
setor de serviços para a previsão de falhas, observou-se a necessidade de um
modelo que contemplasse os momentos de contato que o cliente tem com a
organização e a busca da satisfação dos requisitos que ele usa para avaliar o
serviço prestado.
Através da identificação de como os requisitos importantes para o cliente
possam falhar, dos efeitos sobre o cliente, e das possíveis causas destas falhas, a
organização estará buscando a melhoria de seus processos e a satisfação de seus
clientes.
Mediante tais observações, este trabalho propõe um modelo conceitual para a
previsão de falhas em serviços através da FMEA Análise dos Efeitos e Modos de
Falhas, incorporando a ela os elementos que cubram os aspectos e características
próprias dos serviços.
16
1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA
A Metodologia da Pesquisa, apresentada na Figura 1, é um processo que
requer uma exploração e análise de quais serão os requisitos primários em revisão
de literatura que serão relevantes, bem como, cuidadosa compreensão destes
requisitos que formarão a base para o desenvolvimento da pesquisa, na certeza de
que cada estágio deste processo é fundamental para o sucesso da pesquisa.
E é com base nas afirmações descritas acima, que necessidade do
direcionamento metodológico para a realização da pesquisa proposta sobre a
Análise dos Modos e Efeitos de Falhas em Serviços (FMEA) e sua aplicação dentro
do ciclo de serviço.
Baseado nas proposições das etapas de pesquisa de Gil (2002) e de Silva e
Menezes (2001) foram definidas as etapas necessárias para esta pesquisa, sendo
elas:
a) escolha do tema; b) Levantamento bibliográfico; c) Estudo preliminar do
tema; d) formulação do problema; e) Definição - tópicos da pesquisa; f)
levantamento bibliográfico; g) Leitura interpretativa; h) Conclusões
parciais; i) redação da dissertação; j) conclusões finais.
A Figura 1 explicita a metodologia da pesquisa neste trabalho.
Figura 1- Metodologia da Pesquisa
Fonte: Autor.
17
1.5 OBJETIVOS
1.5.1 Geral
Adaptar a metodologia de Análise dos Efeitos e Modos das Falhas (FMEA),
afim de detectar antecipadamente falhas conhecidas ou potenciais nos requisitos
importantes para o cliente em cada momento de contato com a prestação de serviço
, e recomendar ações corretivas que eliminem ou compensem seus efeitos.
1.5.2 Específicos
Visando um melhor delineamento do projeto de pesquisa, o objetivo geral foi
dividido em 5 objetivos específicos, que são:
a) efetuar uma revisão bibliográfica sobre a natureza dos serviços e sua
implicação na gestão dos processos para a qualidade;
b) conceituar a dimensão confiabilidade e a metodologia FMEA Análise dos
Modos e Efeitos de Falhas, sua importância na eficiência e eficácia dos
processos e na prevenção de falhas;
c) propor um modelo conceitual para Análise dos Efeitos e Modos das Falhas
(FMEA) para o setor de serviços, descrevendo todos os momentos de
contato que o cliente tem com o serviço, prevendo possíveis falhas, suas
causas, efeitos e riscos;
d) aplicar o modelo proposto em uma empresa de transporte rodoviário de
cargas;
e) analisar dos resultados obtidos no estudo de caso.
1.6 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS
A estruturação deste trabalho traz uma sequência lógica que possibilite:
a) o entendimento do tema em questão e a metodologia utilizada na
pesquisa;
b) apresentação do problema;
c) definição e análise do modelo proposto;
d) aplicação da proposta conceitual numa empresa de transporte de cargas;
18
e) apresentação dos resultados;
f) conclusão dos principais pontos da pesquisa.
O primeiro capítulo introduz o trabalho, contextualiza a pesquisa, esclarece o
que motivou à escolha do tema, associa a justificativa e a necessidade de
realização; cita as metodologias utilizadas e os objetivos da pesquisa;
O segundo capítulo descreve as metodologias científicas aplicadas a
pesquisa, focando a Pesquisaão e o Estudo de Caso utilizados como base para o
desenvolvimento da pesquisa;
O terceiro capítulo apresenta uma revisão de literatura sobre os temas
pertinentes ao estudo: Administração de Operações de Serviço, Qualidade em
Operações de Serviços e a FMEA – Análise dos Modos e Efeitos de Falhas;
O quarto capítulo apresenta o modelo proposto, onde serão incorporados à
Metodologia FMEA, conceitos importantes e necessários à prestação de serviço;
O quinto capítulo apresenta a aplicação, avaliação e discussão dos resultados
referente o Modelo Proposto;
O sexto capítulo visa propor as conclusões da pesquisa e sugestões para
trabalhos futuros.
19
2 METODOLOGIAS CIENTÍFICAS APLICADAS À PESQUISA
As pesquisas científicas são classificadas de diferentes maneiras. Por esta
razão, o pesquisador tem a opção de escolher a melhor metodologia para o uso em
sua pesquisa. A inexistência de um padrão faz com que seja importante o
conhecimento de diversos tipos de pesquisa. Por esta razão este capítulo se propõe
a fazer uma revisão bibliográfica sobre as metodologias científicas e suas
classificações. Num segundo momento, apresenta a metodologia mais adequada ao
estudo.
2.1 INTRODUÇÃO À METODOLOGIA CIENTÍFICA
A finalidade da ciência é tratar a realidade teórica e prática. Para se atingir tal
finalidade, colocam-se vários caminhos, a metodologia é somente a direção para se
chegar lá , e pode ser definida por um conjunto de processos mediante aos quais se
torna possível chegar ao conhecimento de algo (SOARES, 2003; DEMO, 1985).
Segundo Magalhães (2005) a metodologia é o estudo ou ciência do caminho,
com a pretensão que este seja uma trilha racional para facilitar o conhecimento,
além de trazer implícita a possibilidade de, como caminho, servir e poder ser
utilizado para que diversas pessoas o possam percorrer, isto é, que ele possa ser
repetidamente e ilimitadamente seguido; o Método depende do objeto de pesquisa,
do problema ao qual se propõe uma resolução e do objetivo da pesquisa .
Gil (2002), diz que a investigação científica depende de um conjunto de
procedimentos intelectuais e técnicos, para que os objetivos da pesquisa sejam
atingidos.
Para o fornecimento desse suporte metodológico e representacional o Método
Científico é usado para produzir um conhecimento prático e aplicável afim de prever
e/ou controlar os fenômenos superando as limitações do pesquisador em suas
análises e nteses. Utilizam, além da expressão objetiva e detalhada do saber que
é produzido os passos que se chega até ele, possibilitando um conhecimento
compartilhável e transmissível, verificável e passível de quantificação do grau de
confiança que se tem nele.
Assim, a metodologia pode ser vista como conhecimento geral e habilidades
que são necessárias ao pesquisador para se orientar no processo de investigação,
20
tomar decisões oportunas, selecionar conceitos, hipóteses, cnicas e dados
adequados. É a disciplina que se relaciona com a epistemologia ou filosofia da
ciência (THIOLLENT,1996).
2.2 PADRÕES DO MÉTODO CIENTÍFICO QUE DEFINEM UMA BOA PESQUISA
Etimologicamente, método significa um caminho para se chegar a um fim. De
acordo com Gil (2002), método científico pode ser entendido como o caminho para
se chegar à verdade em ciência” ou como “o conjunto de procedimentos que
ordenam o pensamento e esclarecem acerca dos meios adequados para se chegar
ao conhecimento.
O método, segundo Garcia (1998, p.44), representa um procedimento racional
e ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica
utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo do caminho
(significado etimológico de método) e alcançar os objetivos preestabelecidos no
planejamento da pesquisa (projeto).
Segundo Lakatos e Marconi (2007), os métodos podem ser subdivididos em
métodos de abordagem e métodos de procedimentos.
Quanto a abordagem, os métodos pode dividir-se a saber em Dedutivo,
Indutivo, Hipotético-dedutivo e Dialético. O método Dedutivo parte de teorias e leis
mais gerais para a ocorrência de fenômenos particulares. No método Indutivo o
estudo ou abordagem dos fenômenos caminha para planos cada vez mais
abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias mais gerais.
O Hipotético-dedutivo se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos
acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo dedutivo, testa a ocorrência de
fenômenos abrangidos pela hipótese. No Dialético penetra o mundo dos fenômenos
através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança
dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
Quanto aos procedimentos, os métodos dividem-se em Histórico,
Monográfico, Comparativo, Etnográfico e Estatístico.
O método Histórico parte do princípio de que as atuais formas de vida e de
agir na vida social, as instituições e os costumes m origem no passado, por isso é
importante pesquisar suas raízes para compreender sua natureza e função.
21
No Monográfico, segundo Lakatos e Marconi (1996, p. 151) é “[...] um estudo
sobre um tema específico ou particular de suficiente valor representativo e que
obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em
profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a
que se destina”.
O método Comparativo consiste em investigar coisas ou fatos e explicá-los
segundo suas semelhanças e suas diferenças. Geralmente o método comparativo
aborda duas séries de natureza análoga tomadas de meios sociais ou de outra área
do saber, a fim de detectar o que é comum a ambos.
O método Etnográfico estuda e descreve um povo, sua língua, raça, religião,
cultura, etc.
O método Estatístico quase sempre é associado à pesquisa quantitativa e
implica no uso de números, percentuais, análises estatísticas, probabilidades. Para
Fachin (2001, p. 46), este método se fundamenta nos conjuntos de procedimentos
apoiados na teoria da amostragem e, como tal, é indispensável no estudo de certos
aspectos da realidade social em que se pretenda medir o grau de correlação entre
dois ou mais fenômenos. Para o emprego desse método, necessariamente o
pesquisador deve ter conhecimentos das noções básicas de estatística e saber
como aplicá-las.
Segundo Cooper e Schindler ( 2003), algumas características definem o
método científico e são:
a) propósito claramente definido: o propósito da pesquisa, o problema
envolvido ou a decisão a ser tomada deve ser claramente definido e
precisamente delimitado;
b) processo de pesquisa detalhado: os procedimentos de pesquisa utilizados
devem ser descritos com detalhes suficientes para permitir a outro
pesquisador repetir a pesquisa;
c) planejamento completo de pesquisa: o planejamento de pesquisa deve ser
feito cuidadosamente para gerar resultados que sejam o mais objetivo
possíveis;
d) altos padrões éticos aplicados: pesquisadores normalmente trabalham de
forma independente e têm grande liberdade ao projetar e executar
planejamentos de pesquisa, com muito respeito a questões ético-morais e aos
participantes da pesquisa;
22
e) limitações reveladas francamente: o pesquisador deve reportar com total
franqueza qualquer falha nos procedimentos e estimar seus procedimentos
nos resultados;
f) análise adequada ao tomador de decisões: a análise dos dados deve ser
ampla o suficiente para revelar sua significância, e os métodos de análise
utilizados devem ser apropriados;
g) resultados apresentados de forma não ambígua algumas provas da
competência e da integridade do pesquisador podem ser encontradas no
próprio relatório observadas, por exemplo, na linguagem concisa, clara e
precisa;
h) conclusões justificadas: as conclusões devem se limitar aquelas as quais
os dados forneceram uma base adequada;
i) experiência do pesquisador: uma maior confiança na pesquisa é tida se o
pesquisador for experiente, tiver boa reputação em pesquisa e for um
pesquisador íntegro.
2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS
Metodologias de pesquisa são básicas para o desenvolvimento de qualquer
tipo de projeto, tornando mais fácil à aplicação dos dados coletados, fornecendo
parâmetros seguros da direção aos objetivos que se deseja alcançar.
Devido a ampla literatura de métodos e técnicas de pesquisa, há necessidade
da escolha da mais adequada, ou da conjugação de duas ou mais adequadas, para
que bem se complete um projeto de pesquisa.
Segundo Vergara (2000) varias taxionomias de tipos de pesquisa,
conforme os critérios utilizados pelos autores. Propõem assim, critérios básicos
quanto aos fins e quanto aos meios.
Conforme citado por Silva e Menezes (2001) as pesquisas podem ser
classificadas de acordo com a sua natureza em Pesquisa Básica e Pesquisa
Aplicada.
A pesquisa básica tem o objetivo de ir além da definição e descrição de
problemas para buscar a interpretação, a explicação e a predição por meio de
teorias, leis ou modelos. São comumente de ordem intelectual.
23
A pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos para a aplicação prática,
dirigidos à solução de problemas específicos. Aplica leis, teorias e modelos na
descoberta de soluções ou no diagnóstico de realidades; as pesquisas aplicadas
normalmente se originam por razões de ordem prática.
De acordo com a forma de abordagem Silva e Meneses (2001), classificam as
pesquisas em pesquisas qualitativas e quantitativas.
A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural em estudo como fonte direta de
dados e o pesquisador como instrumento chave. O ambiente é observado numa
perspectiva que vincula a realidades sociais maiores, e o pesquisador não deve
esquecer esta visão ampla e complexa da realidade, no indicativo de pesquisa
qualitativa (TRIVIÑOS,1987). A pesquisa qualitativa com apoio teórico na
fenomenologia é descritiva. A interpretão dos resultados surge como a totalidade
investigatória que tem por base a percepção de um fenômeno num contexto.
O método qualitativo não emprega um instrumental estatístico como base do
processo de análise de um problema.
A pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que
significa traduzir em números, opiniões e informões, para classificá-los e analisá-
los. Caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta
de informões, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde
as mais simples como percentual,média, desvio-padrão, às mais complexas, como
coeficiente de correlação, análise de regressão etc (RICHARDSON,1985). O método
quantitativo representa, em princípio, a intenção de garantir e precisão dos
resultados, evitar distorções de análise e interpretação, possibilitando,
conseqüentemente, uma margem de segurança quanto às inferências.
De acordo com os objetivos, Gil (2002) classifica as pesquisas em três
categorias, a saber: exploratórias, descritivas e explicativas.
A pesquisa exploratória, segundo Malhotra (2001), visa prover a compreensão
do problema enfrentado pelo pesquisador. A pesquisa exploratória é recomendada
segundo Vergara (2000) quando pouco conhecimento acumulado e
sistematizado. Por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que poderão
surgir durante ou ao final da pesquisa. Segundo a descrição de Cervo (2002), a
pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as
relações existentes entre os elementos e componentes da mesma. Sua relação com
o tema trata de não elaborar hipóteses a serem testadas, permanecendo restrita aos
24
objetivos e a busca de maiores informões sobre o estudo. Recomenda esse
estudo, quando há poucos conhecimentos sobre o problema a ser estudado.
A pesquisa descritiva, segundo Gil (2002), têm como objetivo primordial a
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. Quando, além da simples identificação
da existência de relações entre variáveis, pretende determinar a natureza desta
relação, se aproxima da pesquisa explicativa. Sua atuação é prática, por isso, mais
solicitadas por organizações como instituições educacionais e empresas comerciais.
Procura descobrir a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua natureza,
característica, causas, relações e conexões com outros fenômenos. O pesquisador
não interfere sobre os fatos, ele apenas descreve o objeto de pesquisa; sua
principal característica está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de
dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Segundo Cervo (2002),
a pesquisa descritiva pode assumir diversas formas como estudos descritivos,
pesquisa de opinião, pesquisa de motivação, estudo de caso e pesquisa
documental.
A pesquisa explicativa tem como preocupação central identificar os fatores
que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Procura
explicar a razão, o porquê das coisas através de demonstrações. Pode ser
continuação de uma pesquisa descritiva, quando a identificação dos fatores que
determinam um fenômeno exige que este seja suficientemente descrito e detalhado,
(GIL, 2002).
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos Gil (2002) classifica as
pesquisas a saber: pesquisa bibliográfica, documental, experimental, levantamento,
estudo de caso, pesquisa ex-post-facto, pesquisa ão, pesquisa participante,
pesquisa de campo.
A pesquisa bibliográfica segundo Vergara (2000), é o estudo sistematizado
desenvolvido com base em material publicado acessível ao público em geral como
livros, revistas, jornais. Tenta resolver um problema ou adquirir conhecimentos a
partir do emprego predominante de informações advindas de material gráfico e
sonoro, principalmente livros, artigos científicos e periódicos (BARROS e LEHFELD,
1986). Segundo Cervo e Bervian (2002), a pesquisa bibliográfica procura explicar um
problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos e constitui parte
da pesquisa descritiva ou experimental.
25
A pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um
tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objetos da pesquisa, (GIL, 2002). Segundo Silva (2003), a pesquisa documental
investiga documentos a fim de se descrever e comparar usos e costumes, tendência,
diferenças e outras características. A pesquisa documental trata de analisar
documentos e através deles extrair informões que venham contribuir para o
resultado da pesquisa científica.
A pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo e
selecionar as varveis que seriam capazes de influenciá-lo, definindo as formas de
controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto em condições
determinadas. Segundo Gil ( 2002), boa parte do que se conhece nas ciências
físicas e biológicas foi obtido mediante procedimentos experimentais. Para ele, o
experimento representa o melhor exemplo de pesquisa científica, onde determina
um objeto de estudo, seleciona as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo,
define as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no
objeto.
A pesquisa levantamento, segundo Gil (2002), caracteriza-se pela
interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Procede-
se à solicitação de informões a um grupo significativo de pessoas acerca do
problema estudado, objetivando obter conclusões, mediante análise quantitativa.
Sua limitação está na ênfase nos aspectos perspectivos, pouca profundidade,
limitada apreensão do processo de mudança.
A pesquisa de campo, segundo Vergara (2000), é uma investigação empírica
realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos
para explicá-lo. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionários, testes e
observação participante ou não. quando as informações a cerca do objeto de estudo
o coletadas "in loco". O pesquisador é observador direto do fenômeno.
O estudo de caso caracteriza-se pelo contato direto do pesquisador como
fenômeno pesquisado, a fim de obter informações sobre a realidade dos sujeitos em
seus próprios ambientes (GODOY, 1995).
Pode ser utilizada para descrever o fenômeno em estudo, desenvolver a
teoria e testar a teoria. Em suma trabalha sobre dados colhidos da realidade, e
utiliza-se de instrumentos como questionários para coleta de dados (DRAKE et al,
1998; RAMPAZZO, L., 2005).
26
A pesquisa Ex-Post-Facto, segundo Cervo (2002), tem-se um experimento
que se realiza depois dos fatos. Os procedimentos lógicos de delineamento ex-post-
facto, são semelhantes aos dos experimentos propriamente ditos. Nos estudos que
envolvem a sociedade global, esse tipo de pesquisa é insubstituível, posto que é a
única que possibilita a consideração dos fatores históricos, que são os fundamentais
para a compreensão das estruturas sociais.
A pesquisa ação, segundo Vergara (2000), é um tipo particular de pesquisa
participante que supõe intervenção participativa na realidade social. Quanto aos fins,
é portanto intervencionista, onde interfere na realidade estudada, para modificá-la,
propondo resoluções e resolvendo efetiva e participativamente os problemas. A
pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e
realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um
problema coletivo, no qual os pesquisadores e participantes representativos da
situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo,
como que em um real comprometimento.
A pesquisa-ação possui dois tipos de objetivos: o prático, que contribui para o
melhor equacionamento possível do problema considerado como central da
pesquisa, com levantamento de soluções e propostas de ações correspondentes às
soluções para auxiliar o agente na sua atividade transformadora da situação,
podendo ser aplicada nas mais variadas situações inclusive implementando
tecnologias para melhorar a realidade do constructo. E um segundo objetivo de
conhecimento, no qual, se obtém informações que seriam de difícil acesso por meio
de outros procedimentos.
Pela pesquisa-ação é possível estudar dinamicamente os problemas,
decisões, ações, negociações, conflitos e tomadas de conscncia que ocorrem
entre os agentes durante o processo de transformão da situação, pode envolver
pessoas que participam de um mesmo contexto, colaboradores e pesquisadores
numa prática colaborativa de pesquisa desenvolvendo soluções de qualidade
envolvendo competências e competitividade (IVERSEN e MATHIASSEN, 2004).
Embora seja incompatível com a metodologia de experimentação em
laboratório e com seus pressupostos do experimentalismo, a pesquisa-ação não
deixa de ser uma forma de experimentação em situação real na qual os
pesquisadores intervêm conscientemente, e participam da realidade em estudo,
27
aprendendo tamm pela experiência própria e dos atores envolvidos
(THIOLLENT,1996).
A pesquisa participante, segundo Lakatos e Marconi (1996), não possui um
planejamento ou um projeto anterior à prática, sendo que o mesmo só será
construído junto aos participantes (objetos de pesquisa). os quais auxiliarão na
escolha das bases teóricas da pesquisa de seus objetivos e hipóteses e na
elaboração do cronograma de atividades.
A pesquisa de campo procede à observação de fatos e fenômenos
exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e,
finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação
teórica consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado.
Tem semelhanças com o levantamento, contudo a pesquisa de campo tem maior
profundidade.
2.4 JUSTIFICATIVA DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
O método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários
para atingir um fim dado ou um resultado desejado. A metodologia aplicada tem
como objetivo validar o conhecimento organizado e construído. Com base nessas
afirmações é que se busca o direcionamento metodológico para a realização da
pesquisa proposta sobre a Análise dos Modos e Efeitos de Falha (FMEA) e sua
aplicação em serviços.
A pesquisa qualitativa, onde o pesquisador é o instrumento primário e
fundamental para coleta e análise de dados, mostrou-se mais adequada para a
realização deste trabalho. Silva e Menezes (2001, p.20) citam que a pesquisa
qualitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los.
Em relação aos objetivos este estudo caracteriza-se como descritivo, uma vez
que seu objetivo é apresentar um modelo conceitual baseado na metodologia FMEA
como uma ferramenta de identificação e/ou a antecipação de falhas na prestação de
serviços. Barros e Lehfeld (1986) afirmam que neste tipo de pesquisa o a
interferência do pesquisador, isto é, ele descreve o objeto de pesquisa, buscando
descobrir a freqüência com que um objeto ocorre, sua natureza, característica,
causas, relações e conexões com outros fenômenos.
28
Em relação aos procedimentos técnicos, caracteriza-se como Pesquisa-ação
e Estudo de Caso.
A Pesquisa-ação é um tipo de pesquisa com base emrica que é concebida e
realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um
problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da
situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo
(THIOLLENT, 1986, p.14).
O Estudo de Caso mostrou-se mais adequado pelo contato direto do
pesquisador com o fenômeno pesquisado a fim de obter informações sobre a
realidade estudada. A grande vantagem oferecida pelo método estudo de caso está
relacionada ao fato de que trabalha com situações concretas, possibilitando ainda a
mescla da pesquisa bibliográfica com a pesquisa de campo.
Segundo Gil (2002, p.73) o estudo de caso tem sido utilizado com uma
freqüência cada vez maior pelos pesquisadores, com diferentes propósitos, entre os
quais se destaca:
a) explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente
definidos;
b) descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada
investigação;
c) explicar variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito
complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e
experimentos.
Segundo Turrioni (1999), na utilização da metodologia de estudo de caso, as
organizações a serem estudadas são selecionadas para preencher categorias
teóricas, com características específicas, de forma a permitir a expansão dos
conceitos teóricos sobre um determinado tema. O critério básico para a seleção das
organizações foi sua posição geográfica, optando por selecionar as de estados
diferentes. Existe a natural limitação quanto à utilização das conclusões extraídas
desse estudo para aplicação a outras organizações. Essa restrição fica ainda mais
rígida, pois o estudo será focado em apenas 11 clientes da transportadora.
A pesquisa bibliográfica tenta resolver um problema ou adquirir
conhecimentos a partir do emprego predominante de informões advindas de livros,
artigos científicos e periódicos (BARROS e LEHFELD, 1986). Logo, a pesquisa
bibliográfica é essencial neste trabalho para se conhecer os assuntos teóricos
29
referente as características dos serviços e da metodologia FMEA e para o
desenvolvimento do modelo proposto.
Como instrumento de coleta de dados optou-se pela aplicação de um
questionário com respostas fechadas e o uso de uma escala Likert de 1 a 5,
distribuídas conforme os momentos da verdade da empresa. Segundo Bandeira et
al. (2005), um questionário fechado visa a avaliar as expectativas e as percepções
dos usuários em relação aos processos referentes a um serviço.
30
3 REVISÃO DA LITERATURA
Este capítulo apresenta o conhecimento teórico necessário para o
desenvolvimento da proposta de um modelo conceitual de previsão de falhas
baseado na FMEA. Portanto ele foi dividido em duas secções principais que são: o
estudo do conceito, características, particularidades sobre operações de serviços e
sua gestão da qualidade, e a definição, etapas e aplicabilidade da metodologia
FMEA tradicional utilizada para a previsão de falhas reais e potenciais.
3.1 INTRODÃO
Num ambiente cada vez mais competitivo, a qualidade dos produtos e
serviços oferecidos pelas organizões é determinante de sucesso.
Eckes (2001, p.15) afirma que apesar do enfoque em formas inovadoras de
criar produtos e prestar serviços, uma constante permanece: as empresas que
fornecem produtos e serviços de melhor qualidade sempre vencem a concorrência.
As atividades de serviço exercem um papel importante ao apoio e à criação
de diferencial competitivo pelas empresas, pois diferenciam as parcelas
consideradas como serviços e parcelas consideradas como bens físicos ou
produtos.
A maioria das empresas fornecem em maior ou menor grau um composto de
bens e serviços, onde um pacote é oferecido ao cliente.
Normann (1993) define este pacote de serviços como um conjunto de itens
relacionados oferecidos ao cliente, que contém um serviço-núcleo ou principal e
outros serviços periféricos ou secundários.
3.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE SERVIÇOS
3.2.1 Importância do Setor de Serviços
O setor de serviços detém a maior participação no PIB dos países
desenvolvidos e em muitos dos países em desenvolvimento.
Segundo Oliveira Jr. (2000), o setor de serviços respondia, nos países
desenvolvidos, por cerca de 67% do Produto Interno Bruto (PIB), e no Brasil
31
representavam quase 60% da economia brasileira, ou seja, mais da metade da
produção e dos empregos brasileiros provém de serviços. Além disso, é o setor que
atualmente, mais emprega mão-de-obra.
Dentro deste cenário, toda a organização deve ter uma visão adequada de si
mesma, isto é, do que quer fazer para satisfazer continuamente as necessidades e
preferências dos clientes e em que condições ela opera.
Toda organização, afim de melhorar o seu desempenho, necessita ficar
atenta sobre como o serviço será fornecido e se os resultados estão de acordo com
as expectativas e necessidades dos seus clientes. Kotler (1998) e Gronroos (1995)
apontam a variabilidade como uma característica específica do serviço, porque
geralmente, a organização tem pouco ou nenhum controle sobre as ações e
comportamentos que o cliente assume ao participar da produção do serviço.
Logo, a resolução sistemática de problemas deve ser empregada pelas
empresas visando eliminar suas causas antes que eles aconteçam,implementando
soluções adequadas para aumentar a confiabilidade de seus processos.
3.2.2 Definições de Serviço
Frente a crescente predominância do setor de serviços, torna-se necessário
conhecer suas características, classificações e como gerênciá-los, para que o
consumidor do serviço tenha suas necessidades e expectativas com relação ao
mesmo atendidas.
Embora com enfoques diversos, vários autores concordam com a importância
dos serviços no pacote formado por produtos e serviços que uma empresa oferece
ao mercado. De acordo com a NBR ISO 9001/2000, serviços são “o resultado de
pelo menos uma atividade desempenhada necessariamente pela interface entre o
fornecedor e o cliente.
Segundo Kotler (2000, p. 448), “Serviço é qualquer ato de desempenho,
essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra e que não resulta na
propriedade de nada. A execução do serviço pode estar ou não ligada a um produto
concreto”.
Para Grönroos (1995), o serviço é uma atividade ou série de atividades de
natureza mais ou menos intangível que, normalmente, mas não necessariamente,
acontece durante as interações entre clientes e empregados de serviços e/ou
32
recursos físicos ou bens e/ou sistemas de fornecedores de serviços que é
fornecida como solução ao (s) problema (s) do (s) cliente (s).
Para Lovelock e Wright (2001), serviço pode significar duas coisas. Em
primeiro lugar, serviço é um ato ou desempenho oferecido por uma parte a outra.
Em segundo lugar, os serviços são atividades econômicas que criam valor e
fornecem benefícios para clientes em tempos e lugares específicos, como
decorrência da realização de uma mudança desejada no, ou em nome do,
destinatário do serviço.
Stanton (1986), define o serviço como atividades identificadas
separadamente, e essencialmente intangíveis, que fornecem a satisfação desejada
e que não estão necessariamente ligadas à venda de um produto ou de outro
serviço.
De uma perspectiva organizacional, o conceito de serviço é o modo como ¨a
organização gostaria de ter seus serviços percebidos por seus clientes,
funcionários, acionistas e financiadores¨(HESKETT, 1986). De uma perspectiva do
cliente, é o modo pelo qual o cliente percebe os serviços da organização conforme
demonstra a Figura 2.
Figura 2 – Conceito de serviço – duas perspectivas
Fonte: Heskett (1986).
Swan, Bowers e Grover (2002) afirmam que o encontro de serviço pode
incluir três etapas básicas no processo de prestação de serviço:
a) a etapa de pré-entrega, que inclui as expectativas do cliente em relação so
serviço;
33
b) a etapa entrega, que envolve o desempenho das atividades de prestação
do serviço;
c) a etapa de pós-entrega, que contempla a avaliação do cliente em relação
ao processo de serviço e às saídas do serviço.
Lovelock e Wright (2001) definem que serviço pode significar duas coisas. Em
primeiro lugar, serviço é um ato ou desempenho oferecido por uma parte a outra. Em
segundo lugar, os serviços são atividades econômicas que criam valor e fornecem
benefícios para clientes em tempos e lugares específicos, como decorrência da
realização de uma mudança desejada no, ou em nome do destinatário do serviço.
Contudo, as empresas que produzem produtos tangíveis carregam em si,
uma parcela de serviços nas suas áreas de apoio. Para isso, as organizações
prestadoras de serviços possuem características que as diferenciam de
organizações que produzem bens (produtos tangíveis).
3.2.3 Características dos serviços
O gerenciamento de uma empresa de serviços é diferente da indústria
manufatureira. A principal característica que os diferencia é que os serviços são
criados e consumidos simultaneamente e não podem ser estocados. Muitas
oportunidades e intervenções no controle da qualidade são eliminadas por este
motivo. Esta impossibilidade impede o uso da estratégia da manufatura tradicional.
Para uma gestão eficaz, outras características devem ser consideradas.
Vários autores, dentre eles Kotler (1998), Grönroos (1995) e Gianesi&Cora (1994)
sintetizam algumas particularidades que são:
a) intangibilidade. Os serviços não podem ser tocados ou possuídos pelos
clientes como os bens manufaturados. A avaliação assume um caráter
subjetivo ao passo que o cliente vivencia o serviço que lhe é prestado;
b) produção e consumo simultâneos. A produção e o consumo dos serviços
acontecem ao mesmo tempo. Uma vez que o é possível se fazer
inspeções pvias e da necessidade do controle de qualidade ocorrer
durante o processo, uma série de implicações são geradas;
c) participação do cliente. O cliente participa do processo de produção,
ocasionando um alto grau de contato entre o cliente e a empresa;
34
d) serviços não podem ser estocados. Essa característica decorre da anterior
que afirma que os serviços são produzidos e consumidos
simultaneamente.
Para Contador (2001), a característica da simultaneidade nem sempre é
verdadeira, pois em algumas organizações, por exemplo um restaurante na
preparação prévia dos pratos, a produção e consumo são feitos em horários
distintos. Tamm classifica que os serviços possuem atividades de produção
tangíveis, como por exemplo ainda no hotel quando estoca algum alimento pronto
para servir, e que estas atividades por esta razão tem a mesma natureza das
atividades de produção de bens.
Schmenner (1986) pros uma matriz que contrasta a intensidade de mão de
obra do processo com o grau de interação e personalização do serviço para o
consumidor. Essa matriz classifica os processos de serviços em quatro tipos. Essa
matriz destaca a fábrica de serviços que apresenta um grau baixo, tanto na mão de
obra quanto na interação com o cliente e de personalização do servo, até chegar
aos serviços profissionais onde o grau de intensidade da mão de obra e da interação
com o cliente é muito alta. O Quadro 1 demonstra o grau de intensidade da mão de
obra do processo com o grau de interação e personalização do serviço para o
consumidor.
Quadro 1 – Matriz dos processos e serviços
Fonte: Schmenner (1999).
Segundo Corrêa (2002), é pouco relevante que se trate de uma operação que
convencione-se chamar de manufatura ou de serviços. O que interessa é o grau e
intensidade de interação e do contato com o cliente. Quanto maior a intensidade do
35
contato com o processo, mais o cliente vai usar o processo (além do produto) em
sua avaliação de valor do pacote a ele oferecido.
Segundo Gianesi & Corrêa (1994), a tendência é tratar a produção de
produtos e serviços como operações. Produtos e serviços são considerados como
componentes de um pacote. Este pacote pode ter mais predominância de produtos
ou de serviços.
3.2.4 Operações de Servos
A maioria das empresas produzem e oferecem aos seus clientes um
¨pacote¨de serviços que é o resultado de um composto de produtos e serviços,
sendo que os serviços podem constituir a maior ou menor parte da oferta total.
Considera-se que quando o cliente avalia o serviço ele não avalia um ou outro
aspecto de bens ou serviços, mas sim o pacote. Essas características são notadas
pelo cliente e formam a base para a percepção do serviço
Para Fitzsimmons e Fitzsimons (2000), um serviço é um pacote de benefícios
implícitos e explícitos executados em uma instalação de suporte e utilizando bens
facilitadores.
Segundo Ramaswamy (1996), o cliente não faz distinção entre aspectos
relacionados a bens ou serviços de uma empresa, mas o pacote é o que
determinará sua satisfação.
O pacote de serviços é definido como um conjunto de mercadorias e serviços
que são fornecidos em um ambiente e consiste em:
a) instalações de Apoio: são os recursos físicos que estão dispoveis antes
de oferecer o serviço. Devem ser projetados sob a perspectiva do cliente. São
as instalações nas quais o serviço vai ser prestado e os equipamentos
utilizados para prestar o serviço. As instalações de apoio o evidências
físicas e como tal, são consideradas pelos clientes na avaliação do serviço,
ainda que possam não representar a parte fundamental do serviço, seu
aspecto, caso inadequado, pode comprometer a avaliação do cliente;
b) bens Facilitadores: material adquirido ou consumido pelo cliente. São os
itens sicos fornecidos ao cliente para serem consumidos ou utilizados no
processo de prestação do serviço. Os bens facilitadores tamm são
evidências físicas do serviço e, portanto, chamam a atenção do cliente;
36
c) serviços Explícitos: benefícios percebidos pelo cliente, característica
essencial ou intrínseca do serviço. São tamm chamados de benefícios
sensoriais, pois são claramente percebidos pelos sentidos;
d) serviços Implícitos: benefícios psicológicos que o cliente sente,
característica extrínseca do serviço. São os serviços normalmente
considerados como acessórios (embora em muitas situações sejam decisivos
para a escolha do cliente no pacote).
Grönroos (2003) afirma que, por razões de gerenciamento dos serviços, é
necessário distinguir o pacote em três grupos de serviços:
a) serviço central: é a razão para um empresa entrar no mercado;
b) serviços facilitadores: o os serviços que facilitam o uso do serviço
central, isto é, se os estes estiverem faltando, o serviço central o pode
ser consumido. São obrigarios dentro do pacote de serviço;
c) serviços de suporte: são utilizados para aumentar o valor do serviço e/ou
diferenc-lo dos serviços concorrentes. São usados como meio de
competição.
Para organizações que competem num mesmo segmento, o serviço principal
é quase o mesmo. Logo o projeto do pacote de serviços secundários pode ser
determinante para assegurar a diferenciação dos serviços.
3.2.5 Sistema de Operações de Serviços
São claras as diferenças entre os aspectos operacionais na produção de bens
e serviços. As principais dimensões dos servos que afetam a gestão de suas
operações são:
a) a ênfase dada a pessoas ou a equipamentos no processo processos
baseados em pessoas o mais flexíveis, contudo mais difíceis de controlar e
mais sujeitos a variabilidades e incertezas;
b) o grau de contato com o cliente gera um ambiente mais carregado de
incerteza e variabilidade, resultando em menor produtividade e controle mais
difícil. Em oposição, operações de baixo contato apresentam ambiente mais
previsível, maior padronização, possibilitando maior controle e maior
produtividade;
37
c) o grau de participação do cliente no processo difere do grau de contato,
pois avalia a participão do cliente como recurso do processo produtivo,
executando tarefas que seriam, a princípio, de responsabilidade da empresa
de serviços;
d) grau de personalizão do serviço significa montar um pacote de
serviços, visando atingir as necessidades e expectativas de um cliente
específico. Diferentes graus de personalizão exigem do sistema de
operações, de seus recursos, mão de obra e sistema, diferentes graus e tipos
de flexibilidade;
e) grau de julgamento pessoal dos funcionários refere-se à autonomia do
pessoal de contato com os clientes para atender a suas necessidades e
expectativas específicas, resultando maior personalização ao cliente;
f) grau de tangibilidade do serviço refere-se à relevância do bem facilitador
no pacote produto/serviço, ajudando a definir se o processo se aproxima mais
do serviço puro ou da manufatura.
Na indústria, o cliente fica externo ao processo e recebe o resultado do
processamento dos insumos alimentados pelo fornecedor. Já em serviços, o cliente
e o fornecedor estão dentro do processo, interagindo permanentemente durante a
execução do serviço.
Devido a esse contato entre cliente e fornecedor, faz-se necessária a
separação das atividades de alto e baixo contato conforme demonstra a Figura 3,
permitindo que estas sejam geridas de maneira diferente e empregando recursos
diferentes.
Figura 3 – As operações de serviço divididas entre Front Office e Back Room
Fonte: Adaptado de Gianesi e Corêa (1994).
38
A linha de visibilidade separa as atividades do atendimento, onde os clientes
obtêm evidências tangíveis do serviço, daquelas atividades de retaguarda, que não
o vistas pelo cliente.
As partes de contato e não contato com clientes são denominadas de
diferentes maneiras pelos autores, conforme mostra a Figura 4.
Figura 4 – Modelo conceitual do sistema de operações de serviços
Fonte: Autor.
A separação da parte de contato, com a parte de não contato pela linha de
visibilidade destaca a necessidade de se dar uma atenção especial às operações
acima da linha de visibilidade, onde a percepção do cliente sobre a eficiência dos
serviços é formada.
Na visão de Gonçalves (2005), capacitar a linha de frente é “treinamento
estratégico de alto nível”. É estratégico porque atua diretamente com os profissionais
que interagem com os clientes e é de alto nível porque gera altos níveis de
produtividade e motivação nesses profissionais, além de alto nível de satisfação nas
pessoas que recebem o atendimento.
Para Santos e Varvakis (2001), as atividades de retaguarda é que dão
suporte direto aos processos em que o cliente participa. o se pode negligenciar
essas atividades, pois o fracasso delas pode interferir no desempenho das
atividades do front office e impactar negativamente a percepção do cliente sobre o
serviço.
39
3.3 QUALIDADE NOS PROCESSOS DE SERVIÇOS
3.3.1 Considerações e conceitos
Em serviços, conceituar qualidade se torna muito mais complexo, pois não
pode ser mensurado por aspectos objetivos em função de suas características. A
subjetividade é o fator principal que dificulta qualquer definição de qualidade em
serviços. O que é de alta qualidade para um cliente, pode não ser para outro. Daí a
dificuldade de avaliar resultados. Portanto, a qualidade deve ser percebida,
principalmente por quem vai usufruí-la, e necessita de comprometimento de quem
vai prestá-la.
Qualidade para Kotler & Armstrong (1993), é uma das principais ou a principal
forma de uma empresa se diferenciar no mercado.
A dificuldade de avaliação de um serviço, produto e o grau de satisfação do
cliente durante a prestação do serviço, se pelas constantes alterações em
preferências, hábitos ou comportamentos de consumo. Portanto, as organizões
prestadoras de serviços devem medir a qualidade do serviço não apenas com base
em seus próprios dados internos, mas também pelo uso de dados externos afim de
monitorar a satisfação dos clientes.
Segundo Gonçalves (2000), processo é qualquer atividade ou conjunto de
atividades que toma uma entrada, adiciona valor a ela e fornece uma saída a um
cliente específico. Nas empresas de serviço, o conceito de processo é de
fundamental importância, uma vez que nem sempre a sequência de atividades é
visível, nem pelo cliente, nem por quem realiza essas atividades.
Segundo Paladini (2000), algumas diferenças básicas quando fala-se em
Gestão da Qualidade em ambientes industriais e quando fala-se em Gestão da
Qualidade em ambientes de serviços e métodos. O Quadro 2 demonstra essas
diferenças básicas.
Grönroos (1995) defende a idéia de que a qualidade em serviços deve ser,
acima de tudo aquilo que os clientes percebem , e afirma que ¨o serviço é uma
atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos intangível – que
normalmente, mas não necessariamente, acontece durante as interações entre
clientes e empregados de serviço e/ou recursos físicos ou bens e/ou sistemas do
40
fornecedor de serviços – que é fornecida como solução ao(s) problema(s) do(s)
cliente(s).
Quadro 2 – Diferenças entre gestão da qualidade na indústria e em serviços
Fonte: Paladini (2000).
Segundo Ghobadian, Speller e Jones (1994), a maioria das definições de
qualidade irão recair na abordagem baseada no usuário, afirmando que a qualidade
percebida pelo cliente deve corresponder ou superar suas expectativas.
A qualidade é obtida pelo sucesso em satisfazer as expectativas do cliente.
Quanto maior for a expectativa, mais é exigido da empresa prestadora de serviços.
Por outro lado, a Qualidade aumenta à medida que o cliente percebe o que lhe é
oferecido. Portanto:
a) aumentando a expectativa, a Qualidade diminui e;
b) aumentando a percepção, a Qualidade aumenta.
Parasuraman et al (1988) afirmam que a qualidade percebida do serviço é um
resultado da comparação das percepções com as expectativas do cliente.
41
Quanto mais o cliente perceber (sentir) que suas expectativas estão sendo
satisfeitas, mais ele associa qualidade ao servo que está sendo oferecido e,
quanto maiores forem as exigências do cliente mais difícil será o trabalho para
alcançar a satisfação, conforme demonstra a Figura 5.
Figura 5 – Qualidade em serviços
Fonte: Autor.
Portanto, a padronização dos processos para a produção de produtos e
serviços, tem sido enfatizada para assegurar a qualidade através da documentação
do fluxo de trabalho, da publicação dos padrões de trabalho e do acompanhamento
do trabalho de acordo com os padrões (KONDO, 2000).
3.3.2 A gestão da qualidade em serviços para a previsão de falhas
O sistema de gestão da qualidade deve ser estabelecido afim de garantir que
o serviço seprestado isento de falhas, prevendo estas através de ferramentas
eficazes.
Para Johnston e Clark (2002) os sistemas são baseados em pessoas,
envolvendo ainda a provisão de serviços, bens, instalações e meio ambiente,
frequentemente com o cliente fazendo parte do processo.
Segundo Craig (2004), um sistema de gestão da qualidade com foco
preventivo é vital para eliminar a inspeção, redução de custos com a qualidade e
atender às exigências do cliente.
Johnston e Clark (2002) afirmam que a confiabilidade é um dos fatores fatores
mais significativos para influenciar a satisfação do cliente.
42
Uma forma de prevenir a ocorrência de falhas em operões de serviços é a
utlização de mecanismos à prova de falhas, ou poka-yokes.
O quadro 3 apresenta exemplos de possíveis falhas e possíveis mecanismos
à prova de falhas do servidor que pode ser aplicados em processos de serviços.
Quadro 3 – Exemplos de mecanismos à prova de falhas do servidor
Fonte: Corrêa e Caon (2002).
3.3.3 Qualidade Percebida pelo cliente
O que realmente conta, para efeito da Qualidade, é o que o cliente percebe.
Existe um crescente reconhecimento que a opinião dos usuários é uma parte
fundamental da avaliação de efetividade dos serviços prestados, sem a qual a
avaliação carece de legitimidade (DINSDALE, 2000).
A experiência do cliente ou sua percepção do encontro do serviço, é, de certa
forma, o serviço na ótica do cliente e é a base da sua percepção da qualidade do
serviço (EVARDSSON et al., 2000).
As empresas centralizadas nos clientes vêem o cliente como ponto de
partida, posto de escuta e árbitro final para tudo aquilo que fazem. Kotler e
Armstrong (1998) deixam claro que esta é uma das principais formas de uma
empresa se diferenciar no mercado. Elas partem das necessidades e expectativas
43
do cliente, os atributos que são desejados. Então desenvolvem e aperfeiçoam
produtos e serviços para satisfazê-las (ALBRECHT, 1995, p.7).
Logo, a qualidade percebida está relacionada com nível de satisfação do
cliente e portanto, a satisfação do consumidor é função do desempenho percebido.
Os clientes, avaliam a qualidade do serviço durante e após o mesmo ser provido,
resultando em um vel de satisfação. É esta percepção que leva o cliente a estar
satisfeito ou não com a qualidade do serviço recebido (KUAZAQUI, 2000).
Slack et al. (1997) apresentam três possibilidades nas relações entre
expectativas e percepções dos clientes:
a) expectativas < Percepções: qualidade percebida é boa;
b) expectativas = Percepções: qualidade percebida é aceitável;
c) expectativas > Percepções: qualidade percebida é insuficiente.
Portanto, o que conta para o cliente é a comparação que ele faz de suas
expectativas com o que ele percebe do serviço prestado.
Zeithaml, Parasuraman e Berry (1990) identificaram quatro causas principais
que comprometem a percepção da qualidade do serviço prestado. Estas lacunas
representam a diferença entre o nível de percepção e o nível de expectativa do
cliente, onde o levaa impressão de qualidade do serviço prestado, visto que a
qualidade em serviços é dada pela comparação entre a percepção do cliente quanto
ao serviço e a expectativa prévia do mesmo.
Os quatro principais GAP’s contribuem para um quinto, que é exatamente
onde reside o problema: a discrepância entre as expectativas dos clientes em
relação ao serviço e suas percepções sobre o serviço prestado.
Conforme Figura 6, a quinta lacuna foi estabelecida como uma função das
quatro lacunas anteriores, isto é, GAP 5 = f(GAP 1, GAP 2, GAP 3, GAP 4).
O modelo define cinco GAP’s (Falhas) identificadas entre as expectativas e
percepções dos usuários: GAP 1 = discrepância entre expectativas dos usuários e
percepções dos gerentes sobre essas expectativas; GAP 2 = discrepância entre
percepção dos gerentes das expectativas dos usuários e especificação de qualidade
nos serviços; GAP 3 = discrepância entre especificação de qualidade nos serviços e
serviços realmente oferecidos; GAP 4 = discrepância entre serviços oferecidos e
aquilo que é comunicado ao usuário; GAP 5 = discrepância entre o que o usuário
espera receber e a percepção que ele tem dos serviços oferecidos.
44
Figura 6 – Modelo da qualidade de serviços e o modelo dos “5GAP’s
Fonte: Parasuraman; Berry e Zeithaml (1985, p.44).
Focar o cliente, detectar claramente a expectativa implícita ou explícita,
decodificar e executar conforme o cliente espera, é a base para se conseguir
qualidade na prestação do serviço proposto.
3.3.4 Momentos de Decodificação
A qualidade dos serviços é uma função da relação entre as expectativas
prévias dos clientes e as suas percepções durante e após a respectiva prestação. O
processo de conceber os serviços e fornecê-los de forma a satisfazer as
necessidades dos clientes é uma constante busca das organizações. Decodificar o
que o cliente deseja é a primeira tarefa da Qualidade em serviços. A empresa deve
pensar como o cliente, agir segundo suas expectativas e, ao mesmo tempo, atuar de
acordo com suas próprias atitudes e valores. Colocar-se no lugar do cliente, é estar
desvendando ou decodificando suas necessidades. O ajustamento do fornecedor
45
com o cliente, acontece quando a empresa é eficaz na decodificação dos momentos
de contato.
Devido a dimensão contato com o cliente nas operações de serviços, durante
a produção do serviço ocorre um encontro entre fornecedor e cliente. O encontro é o
momento em que o cliente está avaliando o serviço e formando opinião sobre a
qualidade deste. Este encontro ocorre acima da linha de visibilidade no diagrama do
serviço. Esta interação que na mente do cliente define a qualidade do serviço, tem
sido chamada de momento da verdade (NORMANN, 1993).
Para Gianesi & Correa (1994), momentos da verdade nada mais são do que
os momentos de contato entre cliente e empresa ao longo do processo de produção
do serviço. Os primeiros e os últimos momentos da verdade estão geralmente entre
os momentos críticos para a percepção do cliente, pois os momentos iniciais
preparam a percepção do cliente para o que vem depois, e os momentos finais
permanecem mais fortes na memória do cliente. Para Gnroos (1995), momentos
da verdade são verdadeiros momentos de oportunidades, pois representam chances
para o prestador de serviço ¨demonstrar ao cliente a qualidade de seus serviços¨.
É importante lembrar que um momento da verdade, por si só, não é negativo
ou positivo. A forma pela qual esse é encarado é o que vai transformar o momento
da verdade numa experiência positiva ou negativa para o cliente. Deve-se ter em
mente que um momento da verdade não envolve necessariamente um contato
pessoal. O cliente sente um momento da verdade, por exemplo, quando entra no
estacionamento da empresa. Há vagas suficientes? O lugar es limpo e bem
cuidado? É fácil achar a entrada da empresa? As placas estão colocadas de modo
lógico e são fáceis de ler? Todos estes são potencialmente momentos da verdade e
ocorrem antes do pessoal da empresa entrar em contato com o cliente (ALBRECHT
e BRADFORD, 1992). A experiência do cliente abrange uma sucessão de encontros
que pode distribuir-se por um determinando período de tempo, envolver vários
funcionários e até acontecer em locais diferentes (LOVELOCK e WRIGHT, 2001).
Para Normann (1993) o vel de satisfação acumulada em cada estágio do
processo (momentos da verdade) pode influenciar o vel de satisfação do cliente
nos estágios seguintes. Johnston e Clark (2002) afirmam que os encontros podem
se dar através de encontros remotos e que acontecem sem o contato humano
direto; de encontros por telefone, muito comuns como por exemplo os call centers
centralizados, reduzindo custos e ampliando o acesso ao serviço; e encontros face a
46
face, de natureza mais complexa, onde apresentam grande variabilidade no
processo, muitos desses de forma pessoal. O Quadro 4 apresenta os tipos e níveis
de contato com o cliente.
Quadro 4 – Tipos e níveis de contato com o cliente
Fonte: Adaptado de Lovelock e Wright (2001).
Portanto, é necessário observar quais características são consideradas
importantes pelos usuários em cada ponto de interação e quais momentos da
verdade tem maior impacto na sua satisfação.
Diferentes momentos da verdade têm impactos diferenciados na satisfação do
cliente. Cada momento da verdade na organizão deve ser visto como uma
oportunidade para influenciar na maneira pela qual o cliente percebe a qualidade do
serviço.
3.3.5 Ciclo de Serviço
A seqüência de momentos da verdade, que o cliente enfrenta durante a
prestação do serviço, é chamada de ciclo de serviço. Observa-se, então, que para
uma avaliação criteriosa do serviço prestado é fundamental identificar os momentos
da verdade. Esses momentos entre o prestador do serviço (qualquer funcionário ou
parte da estrutura) e os clientes podem ser demonstrados através da representação
do ciclo de serviço.
Para Albrecht e Bradford (1992), o ciclo de serviços é um mapa dos
momentos da verdade, conforme vivenciados pelos clientes; é ativado cada vez que
o cliente entra em contato com a empresa. Define ainda ciclo de serviço como uma
cadeia contínua de eventos pela qual o cliente passa à medida em que experimenta
o serviço.
47
Shostack (1985) chamou essa sucessão de momentos da verdade de “Fluxo
de Processo de Serviço” (FPS).
Esta seqüência de atividades corresponde ao processo de prestação de
serviço no ponto de vista do cliente, e que o período decorrido do início ao fim do
ciclo de serviço corresponde ao encontro do serviço.
Os autores julgam que, a importância do mapeamento dos ciclos de serviço,
ajuda a organização enxergar pelo ângulo do cliente, ou seja, ver a empresa de
acordo com a perspectiva de seu cliente.
O ciclo do serviço é representado em um círculo conforme a Figura 7, porque,
em geral o primeiro ponto em que o cliente começa a avaliação é também o último.
Cabe registrar que em cada momento da verdade, e ao longo do ciclo de
serviço, o cliente i comparar a percepção do serviço prestado com suas
expectativas iniciais, julgando a qualidade deste.
Figura 7 – Exemplo de um ciclo de serviço
Fonte: Autor.
Alguns desses momentos são chamados momentos fundamentais (ou
críticos) da verdade e o os mais importantes para as percepções do cliente,
merecendo prioridade nas atividades de aperfeiçoamento da qualidade do serviço.
Cada momento da verdade tem natureza diferente e coloca em pauta certo
conjunto de elementos ou critérios de avaliação que serão utilizados pelo cliente.
48
3.3.6 Determinantes da qualidade
Na prestação de serviços, como já visto, a qualidade se torna muito mais
complexa, pois não pode ser mensurada por aspectos objetivos em fuão de suas
características.
Portanto, a qualidade em serviços é dividida em determinantes que facilitem a
compreensão do que ela seja.
Não são poucos os critérios ou quesitos utilizados pelos clientes, enquanto
julgam o grau de qualidade de um serviço.
Gianesi & Correa (1994) definiram nove critérios ou determinantes conforme
demonstra a Figura 8. Para cada tipo de serviço poderá existir um conjunto
específico destes determinantes.
Figura 8 – Os critérios de avaliações da qualidade do serviço
Fonte: Gianesi & Correa (1994).
A percepção da qualidade e a avaliação do serviço prestado se dão em
relação aos determinantes considerados mais importantes pelo cliente em cada
momento da verdade.
O Quadro 5 explica o significado para cada critério, tornando-o assim fonte
para identificão dos fatores que afetam diretamente a percepção da qualidade.
Em cada momento da verdade no ciclo de serviço anterior, tem sua
particularidade e envolve um conjunto de determinantes da qualidade que vão ser
considerados pelo cliente e irão ter importância diferenciada para cada momento da
49
verdade. Eles refletirão os fatores que determinam a satisfação do cliente, isto é, a
qualidade do projeto e da prestação do serviço.
Quadro 5 – Significado dos determinantes
Fonte: Gianesi e Corrêa (1994).
3.3.7 Determinantes da qualidade e as medidas de desempenho
Os determinantes da qualidade podem ser avaliados em cada momento da
verdade por meio das medidas de desempenho.
Assim, as medidas de desempenho indicarão quando o desempenho em um
determinante não for satisfatório, sinalizando o processo de melhoria em cada
momento da verdade.
É necessário que a organizão tenha de forma clara, na definição das
medidas, quais são as dimensões que os clientes esperam no serviço e qual a
50
importância relativa desse serviço (confiabilidade, tangibilidade, sensibilidade,
segurança, empatia, custo, tempo, etc).
Para fixar padrões deve-se estabelecer um feedback no qual o cliente
determina o padrão mínimo. O padrão possível será determinado pelas condições da
empresa.
Segundo Hronec (1994), a determinação de indicadores de desempenho
requer um balanço dos interesses entre os clientes (internos e externos) e as suas
necessidades.
Näuri (1998) agrupa as medidas de desempenho nas seguintes categorias:
a) Eficácia – fazer as coisas certas;
b) Eficiência – fazer as coisas com a melhor utilização dos recursos;
c) Qualidade – atender as expectativas e necessidades do cliente;
d) Confiabilidade – entrega do produto ou serviço no prazo certo;
e) Produtividade quantidade de recursos utilizados para produzir para um
produto ou serviço;
f) Segurança – relacionada com a saúde da organizão como um todo.
Nem todos os determinantes da qualidade podem ser expressos em medidas
quantitativas diretas; outras segundo Gianesi & Corrêa (1994) serão obtidas por
meio de levantamentos junto aos clientes e procuram, de certo modo, quantificar as
percepções dos clientes e representam indicadores da qualidade percebida.
3.3.8 A variabilidade dos processos e a melhoria contínua
O processo de prestação de serviço assim como o de manufatura, apresenta
uma variação intrínseca de resultados, devido a grande quantidade de
aleatoriedades que afetam os recursos materiais, humanos e tecnológicos dos
sistemas de produção.
Harrington (1997) acredita que o grande desafio das organizações
competitivas é oferecer produtos e serviços a seus clientes que tenham maior valor
agregado. Isto implica na melhoria constante da qualiade e na redução dos preços
praticados pelos concorrentes.
Segundo White (1998), o programa de melhoria contínua baseia-se em cinco
áreas: determinar as funções certas que precisam ser executadas, assegurar que as
funcóes certas utilizem os processos certos, indicar as pessoas certas para os
51
cargos certos, gerenciar de forma corrta e ter os produtos e serviços certos
focalizados no cliente. Para se conseguir garantir que a variabilidade dos resultados
ao longo do tempo seja intrínseca (dentro de limites de controle ou variabilidade
previsível) é necessário o controle do processo.
Um ferramental que essendo crescentemente utilizada em serviços é o
controle estatístico do processo CEP, que nada mais é do que o uso de
ferramentas estatísticas para identificar causas especiais de variação nos processos.
O uso do controle estatístico do processo (CEP) em serviços é mais
encontrado em operões de back room, que por sua própria natureza se
assemelham mais às operações de manufatura.
Em termos de front Office, o potencial de utilização de controle estatístico fica
restrito pela importância relativamente maior de parâmetros de desempenho mais
difíceis de quantificar, como aparência, simpatia, prestatividade, etc.
Todos os membros de uma organização precisam trabalhar juntos para a
melhoria da qualidade em toda a empresa. A cooperação de todos em todas as
interfaces é necessária para atingir a perfeição. Para produzir um resultado que
atenda aos requisitos do cliente, é necessário definir, monitorar e controlar os inputs
do processo que por sua vez podem ser fornecidos como output de um processo
anterior. Assim, em toda a organização, cada tarefa em particular deve ser vista
como um processo.
Devido a interação mais direta entre cliente e fornecedor as medidas de
desempenho devem ser estabelecidas num curto espaço de tempo, de forma a
garantir que o processo atenda aos objetivos especificados conforme mostra a
Figura 9.
Figura 9 – Etapas básicas do processo de controle
Fonte: Stoner & Freeman (1985, p.440).
52
A organização deve estar preparada para medir seu desempenho em relação
aos critérios de avaliação relevantes para o cliente. Nem todos são quantificáveis, e
por isso, medir não significa necessariamente quantificar.
O desempenho qualitativo (por exemplo atendimento/atmosfera) também
deve e poderá ser medido, fazendo um levantamento das percepções do cliente
quanto a este critério.
Segundo Malhotra (2001), Likert (acadêmico de ciências sociais) desenvolveu
um instrumento onde estabeleceu uma escala com meros ímpares para
quantificar essas percepções. Os extremos deste contínuo representam os extremos
destas percepções. Pontos intermediários poderão sem definidos ou não. A escolha
de números ímpares de pontos,permite que o avaliador demonstre sua indiferença
quanto ao quesito analisado. Os quesitos podem ser perguntas diretas sobre os
parâmetros de desempenho. O Quadro 6 demonstra os determinantes da qualidade
e exemplos de medidas de desempenho.
Quadro 6 – Exemplos de medidas de desempenho em serviços
Fonte: Gianesi e Corrêa (1994).
53
A melhoria contínua da qualidade é um processo dinâmico que deve ser
utilizado por todos os colaboradores da organização para o aprimoramento dos
processos.
3.4 FMEA – (FAILURE MODES AND EFECTS ANALYSIS – ANÁLISE DOS MODOS
E EFEITOS DAS FALHAS)
A confiabilidade é uma das dimensões da qualidade que tem se tornado cada
vez mais importante para os consumidores, pois, a falha de um produto, mesmo que
prontamente reparada pelo serviço de assistência cnica e totalmente coberta por
termos de garantia, causa, no mínimo, uma insatisfação ao consumidor ao privá-lo
do uso do produto por determinado tempo.
Além disso, cada vez mais são lançados produtos em que determinados tipos
de falhas podem ter conseqüências.
Segundo Lafraia (2001), confiabilidade é a probabilidade de que um
componente, equipamento ou sistema exercerá sua função sem falhas, por um
período de tempo previsto, sob condições e operação específica.
Já o inverso da confiabilidade seria a probabilidade do componente ou
sistema falhar, ou seja, a impossibilidade de um sistema ou componente com sua
função no nível especificado ou requerido.
Para Rausand e Oien (1996) a falha representa o conceito fundamental na
análise da confiabilidade, e define falha como o término da habilidade de um ítem
para o desempenho de uma requerida função.
Quando o trabalho é feito no desenvolvimento de produtos, leva-se em conta
possibilidade de perdas, estragos, erros e unidades defeituosas queo atendam às
especificações. Nestes casos esse tornando comum o uso da técnica Análise do
Efeito e Modo da Falha (FMEA Failure Mode and Effect Analysis) como uma
importante técnica para análise e prevenção de falhas.
Puente et al. (2002) afirma que o primeiro método associado àquilo que a
ferramenta FMEA foi concebido e aplicado na década de 60 pela indústria
aeroespacial como projeto Apolo, pela National Aeronautics and Space
Administration (NASA) e então expandido para a indústria automobilística, onde foi
54
utilizada para detectar, quantificar e ordenar possíveis defeitos potenciais no estágio
de projeto de produtos, antes de chegarem ao consumidor final.
Segundo Moretti e Bigatto (2006), desde a década de 80 a indústria
automobilística através de representantes da Chrysler Corporation, Ford Motor
Company e General Motors, através da norma QS 9000, usam o FMEA como uma
das ferramentas de planejamento avançado da qualidade para prevenir a ocorrência
de defeitos de seus processos e projetos .
Segundo Dale e Shaw (1990), os motivos da extensa utilização do FMEA nas
indústrias automotivas é pelo motivo de ser um requisito obrigatório das principais
normas do Sistema da Qualidade.
A QS9000 requer a utilização de FMEA como parte obrigatória para a
aprovação de uma peça nova (PPAP, 2000) onde todos os fornecedores diretos das
montadoras são obrigados a serem certificados por estas normas. o qual
corresponde ao manual de requisitos para um sistema da qualidade conforme a
norma das indústrias automobilísticas alemãs, onde com o amadurecimento
adaptou-se além para garantir segurança, a qualidade dos produtos.
Falhas ocorrem em diversos tipos de empresas, sejam elas de manufatura ou
de serviços. Como a inspeção prévia na prestação de serviços não pode ser
efetuada, e como as ões corretivas apenas são aplicadas após o erro ter sido
cometido e o cliente estar insatisfeito, o provedor deve estar atento nos pontos
críticos onde podem ocorrer falhas no processo e fazer previamente as mudanças
necessárias, de forma a eliminar as possíveis causas de erros.
Halbrecht (2002) coloca que um sistema eficaz de recuperação de serviços
deve considerar duas possíveis formas como o cliente sente o problema: ele pode
ficar aborrecido, isto é, com uma irritação branda, caso o serviço fique um pouco
aquém das suas perspectivas, ou com um sentimento de vítima, que ocorre quando
o cliente fica numa situação precária, criando uma situação de ruptura mais ria,
com surtos de raiva, frustração e dor.
Grönroos (1995) destaca que o cliente avaliará o serviço prestado em duas
dimensões: a dimensão do resultado técnico relacionada ao bem produzido, e a
dimensão funcional, relacionada em como esse serviço é produzido.
Qualquer falha numa dessas dimensões, a qualidade percebida pelo cliente
será abalada.
55
3.4.1 Definição
A metodologia de Análise do Tipo e Efeito de Falha, conhecida como FMEA
(do inglês Failure Mode and Effect Analysis), é uma ferramenta que busca, em
princípio, evitar, por meio da análise das falhas potenciais e propostas de ações de
melhoria, que ocorram falhas no projeto do produto ou do processo aumentando
assim sua confiabilidade.
A norma QS 9000 especifica o FMEA como um dos documentos necessários
para um fornecedor submeter uma peça/produto à aprovação da montadora. Este é
um dos principais motivos pela divulgação desta técnica.
Deve-se no entanto implantar o FMEA em uma empresa, visando-se os seus
resultados simplesmente para atender a uma exigência da montadora.
Para Puente et al. (2002), o FMEA permite que problemas potenciais sejam
analisados, possíveis defeitos em produtos sejam identificados antes de chegarem
ao cliente final, cujos efeitos no sistema completo podem ser estudados e decisões
mais assertivas de controle podem ser tomadas, tanto para o FMEA de produto
(DFMEA) quanto de processo (PFMEA).
Segundo McDermott, Mikulak e Beauregard (1996), o FMEA é um método
sistemático de identificação e prevenção de defeitos e tem como objetivo principal
aumentar a confiabilidade do produto e a satisfação dos clientes.
O FMEA avalia a severidade das falhas, a forma como as mesmas podem
ocorrer e como essas falhas poderiam ser detectadas antes de atingir o cliente final.
Este é o objetivo básico desta ferramenta, isto é, diminuir as chances do produto ou
processo falhar durante sua operação conforme mostra a Figura 10.
Figura 10 – Atividades da confiabilidade para reduzir as falhas
Fonte: Lafraia( 2001).
56
3.4.2 Importância e benefícios do FMEA
A metodologia FMEA é importante porque proporciona para a empresa uma
forma sistemática de se catalogar informações sobre as falhas dos
produtos/processos conhecendo melhor seus problemas através de dados,
propondo ações de melhoria no produto/processo.
O FMEA incorpora dentro da organização a atitude de prevenção de falhas, a
atitude de cooperação e trabalho em equipe e a preocupação com a satisfação dos
clientes.
Segundo Stamatis (2003), a principal razão para a execução de um FMEA é a
necessidade pela melhoria, e cita quatro tipos de FMEA:
a) fmea de sistema: usado para analisar sistemas e subsistemas no estágio
de projeto. Um FMEA de sistema foca os modos de falhas potenciais entre
as funções do sistema causadas por deficiências do sistema;
b) fmea de projeto: usado para analisar produtos antes de serem lançados
para a manufatura. Um FMEA de projeto foca modo de falhas potenciais
causadas por falhas de projeto;
c) fmea de processo: usado para analisar processos de manufatura e
montagem, analisando seus respectivos modos de efeitos e falhas
potenciais;
d) fmea de serviço: usado para analisar serviços antes deles atingirem o
consumidor, analisando falhas causadas por deficiências do sistema ou
processo.Apesar de ter sido desenvolvida com um enfoque no projeto de
novos produtos e processos, a metodologia FMEA, pela sua grande
utilidade, passou a ser aplicada de diversas maneiras. Assim, ela
atualmente é utilizada para diminuir as falhas de produtos e processos
existentes e para diminuir a probabilidade de falha em processos
administrativos.
Segundo Stamatis (2003), O FMEA de Serviço tem o foco nas falhas
potenciais do serviço em relação às necessidades e expectativas do cliente e ao
cumprimento dos objetivos definidos para cada uma de suas características e
processos, definindo necessidade de alterações no serviço e estabelece prioridades
para as ações de melhoria.
Segundo Ginn et al. (1998), o método FMEA também proporciona:
57
a) clara definição do sistema, processos e composição;
b) investigação de fatores e causas dos problemas e modos de falhas;
c) estudo dos efeitos dos problemas e prioridades dos fatores causais;
d) investigar os efeitos relacionados as causas, e identificar as medidas
prioritárias a serem tomadas.
Segundo Stamatis (1995) e Palady (1997), os benefícios decorrentes da
condução de qualquer um dos FMEA’s são muitos. Além da melhoria da qualidade,
confiabilidade e segurança dos produtos e serviços, a organizão se torna mais
competitiva na busca da satisfação do cliente diagnosticando as falhas, fazendo o
levantamento e priorizando ações corretivas, pois assegura que todas as falhas e
seus efeitos no sucesso operacional sejam considerados.
3.4.3 Aplicação da FMEA
O método FMEA, desde sua primeira utilização, passou por várias
modificações e melhorias.
Cotnareanu (2003) descreve que com pequenas adaptações no formulário
FMEA, o mesmo poderá ser usado para priorizar atividades de manutenção
preventiva. Já Vandenbrande (1998) descreve em seu artigo um FMEA adaptado
para ser aplicado no meio ambiente e mostra que o FMEA pode ter aplicações
variadas com alterações simples, mostrando a abrangência do método e sua
capacidade de adaptação.
Segundo Puente et al. (2002), a ferramenta FMEA é desenvolvida
basicamente em dois grandes estágios.
No primeiro estágio, possíveis modos de falhas de um sistema, processo,
projeto, produto ou serviço e suas respectivas causas e efeitos são identificados. No
segundo estágio, é determinado o nível crítico, isto é, a pontuação de risco destas
falhas. As falhas mais críticas serão as primeiras do ranking, e serão consideradas
prioritárias para a aplicação de ações de melhoria.
Segundo Palady (2004), essa ferramenta é mais eficaz quando aplicada em
um esforço de equipe. Na sua aplicação são utilizadas ferramentas como
brainstorming, Diagrama de Ishikawa, Análise de árvore de falhas, Controle
Estatístico do Processo (CEP) (HELMAN E ANDERY, 1995) .
58
O princípio da metodologia é o mesmo independente do tipo de FMEA e a
aplicação, ou seja, se é FMEA de produto, processo ou procedimento e se é
aplicado para produtos/processos novos ou em operação. Pode-se aplicar a
análise FMEA nas seguintes situações:
a) para diminuir a probabilidade da ocorrência de falhas em projetos de novos
produtos ou processos;
b) para diminuir a probabilidade de falhas potenciais (ou seja, que ainda não
tenham ocorrido) em produtos/processos já em operação;
c) para aumentar a confiabilidade de produtos ou processos já em operação
por meio da análise das falhas que já ocorreram;
d) para diminuir os riscos de erros e aumentar a qualidade em procedimentos
administrativos.
Segundo Puente et al. (2002), a ferramenta FMEA é desenvolvida
basicamente em dois grandes estágios. No primeiro estágio, possíveis modos de
falhas de um sistema, processo, projeto, produto ou serviço e suas respectivas
causas e efeitos são identificados. No segundo estágio, é determinado o nível
crítico, isto é, a pontuação de risco destas falhas. As falhas mais críticas serão as
primeiras do ranking, e prioritárias para a aplicação de ões de melhoria.
Para implementação da FMEA, parte-se da definição da função ou
característica daquele produto/processo. Logo após, relaciona-se todos os tipos de
falhas que possam ocorrer, descreve para cada tipo de falha suas possíveis causas
e efeitos, relaciona as medidas de detecção e prevenção de falhas que estão sendo,
ou foram tomadas, e, para cada causa de falha, atribui índices para avaliar os
riscos e, por meio destes riscos, discute-se medidas de melhoria. A Figura 11
explicita o roteiro para implementação da FMEA.
Figura 11 Roteiro de Implementação do FMEA
Fonte: Hammet (2000).
59
A análise desde a identificação das falhas até a tomada das ações
necessárias para diminuir estes riscos é que aumentarão a confiabilidade do produto
ou processo, fazendo que estes atendam às expectativas dos clientes.
3.4.4 Etapas para a aplicação da FMEA
A FMEA deve ser aplicado visando a prevenção e melhoria contínua dos
produtos e processos. Isto implica num planejamento e preparo de equipes para
minimizar as dificuldades. O formulário para aplicação da FMEA em serviços
segundo o modelo de Toledo e Amaral (2006) compreende 15 etapas que são:
1. Cabeçalho Indica o código do serviço analisado, o seu nome, a data e a
folha, no intuito de rastrear e arquivar;
2. Descrição do Processo – Detalhar o objetivo da análise;
3. Função(ões) do serviço Funções e/ou características que devem ser
atendidas;
4. Tipo de Falha Potencial - Forma e modo de como as características ou
funções podem deixar de ser atendidas;
5. Efeito de Falha Potencial - Efeitos (conseqüências) do tipo de falha sobre o
sistema e sobre o cliente;
6. Causa de Falha em Potencial - Causas e condições que podem ser
responsáveis pelo tipo de falha em potencial;
7. Controles Atuais - Medidas Preventivas e de detecção que tenham sido
tomadas e/ou são regularmente utilizadas nos processos da empresa;
8. Severidade Avaliação da gravidade do tipo de falha, pode ser o grau de
importância para o cliente ou estar ligado a segurança, outro risco caso
exista a falha;
9. Ocorrência (causa) Probabilidade de uma causa vir a ocorrer, gerando
uma falha;
10. Detecção Avaliação da capacidade de controle atual. Refere-se à
capacidade de serem detectadas as causas de uma possível falha;
11. Risco Produto da multiplicação dos fatores relativos à severidade,
ocorrência e detecção, buscando priorizar o modo de falha que tem maior
impacto no processo;
12. Ações Recomendadas – Recomendações para a diminuição dos riscos;
60
13. Responsável / Prazo Identificação do responsável e o prazo para
executar a ação;
14. Melhorias Implantadas Relacionar quais benfeitorias devem ser
implementadas;
15. Implementação de índices atuais Detalhar quais os atuais índices da
avaliação de risco depois de definida a ação corretiva, estimando os
novos índices.
O Quadro 7 apresenta o modelo de aplicação da FMEA com suas etapas.
Quadro 7 – Representação do formulário FMEA
Fonte: adaptado de Toledo e Amaral (2006).
3.4.5 Descrição das etapas para aplicação da FMEA
O método FMEA traz uma sequência gica de etapas para sua aplicação
para o alcance dos objetivos propostos. A descrição das etapas são:
a) planejamento: Esta etapa é realizada pelo responsável pela aplicação
da metodologia e compreende;
b) descrição dos objetivos e abrangência da alise: em que
identifica-se qual(ais) produto(s)/processo(s) será(ão) analisado(s);
c) formão dos grupos de trabalho: em que define-se os integrantes do
grupo, que deve ser preferencialmente pequeno ( entre 4 a 6
pessoas ) e multidisciplinar (contando com pessoas de diversas áreas
como qualidade, desenvolvimento e produção);
61
d) planejamento das reuniões: as reuniões devem ser agendadas com
antecedência e com o consentimento de todos os participantes para evitar
paralisações;
e) preparação da documentação. A qualidade de uma análise de
confiabilidade depende fortemente da habilidade do analista em identificar
todas as funções desempenhadas pelos componentes e as possíveis
falhas com potencial de ocorrência;
f) análise de falhas em potencial: de acordo com Rausand e Oien (1996), a
falha representa um conceito fundamental da análise de confiabilidade,
sendo a falha definida como o término da habilidade de um item para o
desempenho de uma requerida função. Esta fase é realizada pelo grupo
de trabalho que discute e preenche o formulário FMEA de conforme com os
passos do Quadro 8.
Quadro 8 – Passos para construção do FMEA
Fonte: Adaptada do Manual QS 9000 – FMEA (1997).
Segundo Lafraia (2001), o modo de falha é a descrição da maneira pela
qual um item falha em cumprir com a sua função. Não se deve listar
todas os modos de falhas possíveis, mas sim levar em consideração
sua probabilidade de ocorrência;
g) cálculos dos índices de severidade, ocorrência e detecção: o ideal é
que a empresa tenha os seus próprios critérios adaptados a sua
realidade específica. A severidade aplica-se ao efeito, e é avaliado em
termos de importância de que se reveste ao cliente; as falhas graves, que
62
influenciam negativamente a segurança do produto uma pontuação
elevada (mais próxima de 10) (LAFRAIA, 2001).
A severidade corresponde à gravidade do efeito da falha. O Quadro 9 explicita
os índices de severidade.
Quadro 9 – Índice de severidade
Fonte: Adaptada do Manual QS 9000 – FMEA (1997).
A ocorrência é a probabilidade da causa da falha potencial ocorrer. É definida
como a frequência com que se prevê que ocorra um modo de falha,
decorrente de uma causa específica. As frequências muito baixas (< 1ppm)
atribui-se a pontuação 1 e às frequências muito altas (>10%) a pontuação
10. O Quadro 10 explicita os índices de ocorrência.
Quadro 10 – Índice de ocorrência
Fonte: Adaptada do Manual QS 9000 – FMEA (1997).
A detecção é a habilidade para detectar a falha antes que ela atinja o cliente.
É a avaliação da probabilidade que o processo tem de detectar o modo da
falha antes de o produto ser remetido para o cliente. Se a detecção for quase
63
impossível, é lhe atribuída a pontuação 10; sendo praticamente garantida, a
pontuação 1. O Quadro 11 explicita os índices de detecção.
Quadro 11 – Índice de detecção
Fonte: Adaptada do Manual QS 9000 – FMEA (1997).
Observações Importantes: Quando o grupo estiver avaliando um índice, os
demais não podem ser levados em conta, ou seja, a avaliação de cada
índice é independente. No caso de FMEA de processo pode-se utilizar
os índices de capacidade da máquina (Cpk) para se determinar o índice de
ocorrência;
h) Avaliação dos Riscos: uma vez identificados todos os modos de falhas e os
índices de Severidade, Ocorrência e Detecção, calcula-se o número de
prioridade de risco. Para cada modo de falha são atribuídos três valores: a
probabilidade de ocorrência de um modo de falha (“O”), a severidade do
impacto de tal falha (“S”) e a capacidade dos meios de detecção desta
falha antes que ela realmente ocorra (“D”). A simples multiplicação destas
três variáveis gera o valor do risco, denominado NPR (MADDOX, 2005).
Leal, Pinho e Almeida (2006) explicam que três índices utilizados na
ferramenta FMEA para a definição das prioridades das falhas, quais sejam:
índice de ocorrência, índice de severidade e índice de detecção. Utilizando
a metodologia tradicional, a multiplicação dos três índices, que possuem
escalas, vai resultar no Risk Priority Number (RPN), que será responsável
pelo ranking das falhas (PALADY, 2004).
As maiores críticas em relação ao FMEA são sobre a forma de cálculo do
número potencial de risco (RPN) e a forma de priorização das medidas
64
necessárias para a redução de risco. Segundo Franceschini e Galetto
(2001), para o cálculo é adotada a premissa que todos os fatores,
Severidade (S), Ocorrência (O) e Detecção (D), o igualmente
importantes, o que na maioria das vezes não é correto, pois a severidade
acaba sendo o fator mais importante. O ideal é que a empresa tenha os
seus próprios critérios adaptados a sua realidade específica. Depois
são calculados os coeficientes de prioridade de risco (R), por meio da
multiplicação dos outros três índices;
i) Melhoria: nesta fase o grupo, utilizando os conhecimentos, criatividade e
até mesmo outras cnicas de resolução de problemas, lista todas as
ões que podem ser realizadas para diminuir os riscos. Estas medidas
podem ser:
- medidas de prevenção total ao tipo de falha;
- medidas de prevenção total de uma causa de falha;
- medidas que dificultam a ocorrência de falhas;
- medidas que limitem o efeito do tipo de falha;
- medidas que aumentam a probabilidade de detecção do tipo ou da causa
de falha;
Estas medidas são analisadas quanto a sua viabilidade, sendo então
definidas as que serão implantadas. Uma forma de se fazer o controle do
resultado destas medidas é pelo próprio formulário FMEA por meio de
colunas que onde ficam registradas as medidas recomendadas pelo
grupo, nome do responsável e prazo.
3.4.6 Aplicação da Fmea em serviços
No setor de serviços a metodologia Fmea foi aplicada, entre outras, em um
Sistema de Gestão e Manutenção de Obras de Artes (AlVES E COSTA, 2004); em
um restaurante de uma clínica médica de emagrecimento e em um ambulatório
médico de uma empresa (ROTONDARO, 2002).
As vantagens da utilização da metodologia no processo de prestação de
serviços foram relacionadas por Stamatis (1995) e Palady (1997):
a) melhoria na qualidade, segurança e confiabilidade de produtos e/ou serviços;
65
b) contribuição para a melhoria na imagem e competitividade da empresa frente
aos seus clientes;
c) auxílio na identificação de redundâncias no processo de prestação de
serviços e/ou na elaboração do produto;
d) diminuição do tempo e custo do desenvolvimento do processo/produto;
e) identificação dos procedimentos desenvolvidos, elaboração dos diagnósticos
de falhas, levantamento das ões corretivas, prevenção das falhas e
priorização das ações corretivas;
f) redução dos riscos e das falhas;
g) maior satisfação dos clientes.
Devido ao alto grau de detalhamento do processo, a FMEA possibilita um
maior controle e acompanhamento na execução do serviço analisado através da
identificação e/ou a antecipação de falhas reais ou potenciais na prestação de um
serviço, facilitando a solução de problemas e contribuindo para a satisfação dos
clientes.
3.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na busca pela sobrevivência, empresas de serviços têm percebido o quanto
se faz importante entender os sinais enviados pelos clientes a cada momento de
contato com a empresa. Os sistemas devem ser estabelecidos de modo que os
clientes não sejam perdidos no processo. Os clientes dirão o que desejam e o que
não desejam. Eles dirão às gerências o que lhes é aceitável, para isso, a
organização não deve medir esforços para solicitar ativamente informações de todos
os clientes da organização. O encontro do cliente com os serviço trará a percepção
de insatisfação, satisfação ou encantamento. Para isso, cada um dos processos
envolvidos na prestação do serviço, precisa estar contribuindo para o encantamento
do cliente.
Segundo Craig (2004), um sistema de gestão da qualidade com foco
preventivo é vital para se eliminar a inspeção, reduzir os custos com a qualidade e
atender as exigências do cliente.
A qualidade dos serviços é a ferramenta capaz de melhorar o desempenho da
organização pela eliminação das possíveis falhas que possam ocorrer. A qualidade
como agente de melhorias é um vetor na busca da eficácia. As falhas devem ser
66
evitadas e as atividades desnecessárias, eliminadas, para redução de custos. Enfim
as atividades devem ser redirecionadas para serviços que realmente alcancem a
satisfação dos clientes.
A FMEA possibilita que as organizações tenham um maior detalhamento de
seus processos, resultando num maior controle dos mesmos. Esse maior controle
faz com que a organização identifique e antecipe-se na previsão das falhas que
possam acontecer durante todo o ciclo de serviço. A qualidade como agente de
melhorias é um vetor na busca da eficácia.
Portanto, as falhas devem ser evitadas e as atividades desnecessárias,
eliminadas, para redução de custos. Enfim as atividades devem ser redirecionadas
para serviços que realmente alcancem a satisfação dos clientes.
67
4 PROPOSTA DO MODELO CONCEITUAL PARA A PREVISÃO DE FALHAS EM
SERVIÇOS, BASEADA NA ADAPTAÇÃO DA FERRAMENTA FMEA
Este capítulo apresenta o modelo conceitual para a previsão tendo como base
a FMEA do produto, dando ênfase aos aspectos específicos da prestação de
serviço. O modelo conceitual consiste em uma adaptação da FMEA tradicional,
possibilitando e sugerindo sua utilização em serviços, para oferecer ao cliente
serviços com maior grau de confiabilidade e qualidade, buscando maior satisfação
por parte dos mesmos e um diferencial competitivo para a organização. Portanto, o
modelo desenvolvido será usado para analisar serviços antes dos mesmos chegar
ao consumidor, analisando as possíveis falhas causadas por deficiências do sistema
ou processo. Para isso, são essenciais para essa proposta, a análise o fluxo do
processo de serviço (FPS), para que a organização determine todos os momentos
de contato que o cliente tem com a organização, propondo as modificações
necessárias para que as falhas possíveis sejam identificadas e previstas, buscando
assim a melhoria no processo.
Desta forma, a aplicação da metodologia FMEA se apresenta como
alternativa para atingir tais objetivos. O modelo apresentado tem dois objetivos
básicos:
1. Levar em consideração a visão do cliente sobre o serviço prestado (suas
expectativas e/ou necessidades) englobando os momentos de contato que
o cliente tem com o serviço;
2. Prever as falhas reais e potenciais que possam acontecer nesses vários
momentos de contato, aumentando assim a confiabilidade nos processos
que envolvam os clientes.
O modelo será estruturado em três fases que serão sucessivamente
desdobradas em etapas, afim de identificar como a prestação de servo pode
fracassar nos requisitos importantes para o cliente, estimando o risco da ocorrência
das falhas, prevendo seus efeitos na percepção da qualidade pelo cliente e
buscando soluções, para que cada uma não aconteça.
A Figura 12 apresenta o modelo proposto sob a perspectiva de suas fases e
etapas.
68
Figura 12 – Fases do modelo proposto
Fonte: Autor.
4.1 DESCRIÇÃO DAS FASES E ETAPAS DO MODELO PROPOSTO
Os estudos de Palady (2004) demonstram que a ferramenta FMEA é mais
eficaz quando aplicada por uma equipe. Para ele, quando se reúne o conhecimento
coletivo de todos da equipe, se tem um resultado ou retorno significativo de
qualidade e confiabilidade. Portanto, a participação de uma equipe em todas as
fases do modelo proposto se faz indispensável.
69
4.1.1 Fase I – Base para análise
Na Fase I, “Base para Análise”, a equipe de apoio para aplicação do modelo
será formada.
A equipe, colocando-se sempre no lugar do cliente que usa o serviço,
identificará todos os momentos da verdade, visualizando todo o ciclo de serviço da
empresa.
Logo após, para cada momento da verdade serão identificados os
determinantes da qualidade importantes na visão do cliente, propostos por Gianesi e
Corrêa, 1994.
A última etapa desta fase é verificar os modos que esse determinante pode
falhar, os efeitos que essas falhas podem ocasionar na percepção da qualidade do
cliente e as causas potenciais de cada modo de falha.
As etapas da Fase I são as seguintes:
a) planejar;
b) mapear os momentos da verdade;
c) identificar em cada momento da verdade os determinantes da qualidade
importantes para o cliente;
d) identificar os modos, efeitos e causas da falha dos determinantes da
qualidade.
4.1.1.1 Planejar
Esta etapa será realizada pelo responsável pela aplicação do modelo e
compreende:
a) definir os integrantes do grupo de trabalho, preferencialmente de 4 a 6
participantes de diversas áreas da organização;
b) descrição dos objetivos do modelo proposto e a abrangência da análise;
c) estabelecer as regras baseadas nas ferramentas que serão usadas:
- Brainstorming: é um método de geração coletiva de novas idéias
através da contribuição e participação de diversos indivíduos
inseridos num grupo. A utilização deste método baseia-se no
70
pressuposto de que um grupo gera mais idéias do que os indivíduos
isoladamente e constitui, por isso, uma importante fonte de inovação
através do desenvolvimento de pensamentos criativos e promissores.
Para encorajar a participação e a criatividade, os gestores tendem dar
total liberdade e a não emitir críticas nestas sessões.
- Diagrama de Ishikawa: este diagrama é conhecido como 6M’s pois, em
sua estrutura, todos os tipos de problemas podem ser classificados como
sendo de seis tipos diferentes: Método, Matéria-prima, Mão-de-obra,
Máquinas, Medição e Meio ambiente.
Este sistema permite estruturar hierarquicamente as causas de
determinado problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus
efeitos sobre a qualidade. Para o setor de serviços, os 6M’s poderão ser
substituídos por outros, conforme a necessidade da organização.
- 5W2H: A planilha 5W2H é uma ferramenta de planejamento e constitui-se
de um relatório por colunas, cada uma delas encabeçada por um título (em
inglês, na sua origem):
What – O que será feito (etapas)
Why – Por que será feito (justificativa)
Where – Onde será feito (local)
When – Quando será feito (tempo)
Who – Por quem será feito (responsabilidade)
How – Como será feito (método)
How much – Quanto custará fazer (custo)
d) explicar o formulário do modelo proposto o qual servirá como base para
análise durante todas as fases do FMEA modificado, conforme demonstra a
Figura 13.
71
Figura 13 Formuláro do modelo proposto
Fonte: Autor.
4.1.1.2 Mapear os momentos da verdade e sua função no Fluxo do Processo de
Serviço
Esta é a etapa onde se busca conhecer o fluxo do processo de serviço da
organização através do mapeamento dos momentos de contato que o cliente tem
com a organização.
Esses momentos de contato entre cliente e empresa ao longo do processo de
produção do serviço são chamados de momentos da verdade (GIANESI &
CORRÊA, 1994).
A representação de todos os momentos oferece a possibilidade da
organização demonstrar o caminho que o cliente passa em todo o serviço prestado.
A seqüência de momentos da verdade que o cliente enfrenta enquanto o serviço
essendo prestado é chamada de ciclo de serviço.
Importante observar que a seqüência, corresponde ao processo de prestação
de serviço no ponto de vista do cliente, desde o primeiro momento de contato ao
último momento de contato.
72
Portanto, inicia-se o modelo, através da determinação desses momentos de
interação que o cliente tem com o serviço.
Para isso, será importante:
a) através de Brainstorming, definir todos os momentos da verdade dentro do
fluxo do processo de serviço na visão do cliente;
b) identificar a função que o Momento da Verdade tem para o cliente dentro
do Fluxo do Processo de Serviço.
4.1.1.3 Agrupar os determinantes da qualidade importantes para o cliente em cada
momento da verdade
Mediante as características dos serviços, a qualidade torna-se difícil de ser
avaliada quando comparada com a qualidade de bens tangíveis.
Por este motivo, usar-se-á determinantes que facilitem a compreensão do que
ela seja.
Apoiando-se no ciclo de serviço identificado na etapa anterior, o importante
nessa etapa é reconhecer e propor os determinantes da qualidade representativos
para o serviço analisado em cada momento da verdade.
Portanto, para cada momento da verdade serão identificados os
determinantes da qualidade, importantes para o cliente, e que servirão como fatores
direcionadores para a identificação dos modos em que o serviço possa falhar.
Vários autores m procurado definir um conjunto genérico de determinantes
que seja aplicável para qualquer tipo de serviço.
Baseando-se em alguns autores como Parasuraman et al. (1985) e Gianesi e
Corrêa (1994), definir-se-á um conjunto de determinantes para a aplicação deste
modelo.
Esses servirão de base para a identificação das necessidades dos clientes.
O Quadro 12 apresenta os determinantes e suas características para melhor
entendimento da equipe.
73
Quadro 12 – Determinantes propostos e suas características
Fonte: Adaptado de Gianesi&Corrêa,1994.
4.1.1.4 Identificar os modos, efeitos e causas da falha dos determinantes da
qualidade
Propostos os determinantes da qualidade pela equipe, ou seja, os critérios de
avaliação relevantes para o serviço prestado, nesta etapa, serão levantados os
modos que os determinantes podem falhar em cada momento de contato, os efeitos
que estas falhas afetarão a satisfação do cliente e as causas potenciais que geram a
falha.
Entende-se por “identificar modos de falha” todos os eventos que levam
associados a eles uma diminuição parcial ou total da função do produto ou serviço e
de suas metas de desempenho. Portanto, no modelo proposto, o modo de falha,
será a maneira pela qual os determinantes de cada momento da verdade podem vir
a falhar aos requisitos do processo ou objetivo do serviço, não atingindo ou
atingindo parcialmente as expectativas do cliente. O grupo deverá responder às
74
seguintes questões: de que maneira o determinante da qualidade pode fracassar
com relação às expectativas do cliente no momento da verdade analisado? Quais
fatos poderiam ser inconvenientes para o cliente se o determinante da qualidade
analisado falhasse? Como poderá o serviço falhar em atender as especificações?
Entende-se por identificar efeitos de falhas” as formas como os modos de
falha afetam o desempenho do sistema, do ponto de vista do cliente. É o que o
cliente observa, e usa para determinar o padrão de qualidade que ele esperava.
Portanto, identificar-se-á o que o cliente sentiria se o determinante falhasse
analisando os efeitos do tipo de falha sobre ele. Os efeitos deverão ser escritos em
termos de desempenho de cada determinante da qualidade, tais como: emões
negativas do cliente, insatisfação ou ainda, se for o caso, se o produto que recebe
junto com ao serviço está com problemas como será o efeito sobre o cliente. O
grupo deverá responder às seguintes questões:O que acontecerá se ocorrer o modo
de falha descrito? Quais conseqüências poderá sofrer o cliente?
Entende-se por “identificar causas da falha” os eventos que geram (provocam,
induzem) o aparecimento do tipo (modo) de falha. A perguntasica a ser formulada
será: Quais variáveis em cada momento da verdade podem provocar a falha no
determinante analisado?
Para ajudar a concretizão desta etapa, o Quadro 12 deverá ser sempre
consultado pela equipe de trabalho.
4.1.2 Fase II – Análise
O objetivo desta fase é avaliar a percepção que o cliente tem em todo o fluxo
do processo de serviço, tendo como base os determinantes da qualidade
identificados na fase anterior e analisar àqueles que estão falhando no seu objetivo
de satisfazer plenamente as necessidades do cliente. Mediante gráficos de setor
e/ou histogramas, os momentos críticos serão identificados.
A priorização dos momentos críticos, será definida pelos índices de
severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D) para cada causa de falha de acordo
com critérios previamente definidos. As etapas da Fase II são as seguintes:
a) transformar os determinantes num mecanismo de avaliação
Questionário;
b) avaliar a percepção dos clientes (aplicação do Questionário);
75
c) avaliar controle e formas de detecção;
d) priorizar os momentos críticos – NPR.
4.1.2.1 Transformar os determinantes num mecanismo de avaliação – Questionário
Uma vez definidos os determinantes da qualidade relevantes para o cliente
em cada momento da verdade, busca-se nesta etapa criar um mecanismo de
avaliação, que quando aplicado aos clientes, traduzam a percepção da qualidade do
serviço prestado. Para isso, cada determinante identificado será traduzido em uma
pergunta que, quando direcionada ao cliente, explicitará a percepção que este tem
do serviço prestado naquele momento vivenciado. Portanto, as perguntas devem
traduzir os determinantes da qualidade, ou seja, cada pergunta deve avaliar o
determinante em uma linguagem que o cliente compreenda.
As perguntas, agrupadas num questionário, transformar-se-ão em um
instrumento gerencial proveitoso para avaliação sistemática da visão que o cliente
tem do serviço prestado, tornando-se assim a ferramenta utilizada para o alcance do
objetivo desta etapa.
O questionário com perguntas fechadas visa avaliar as expectativas e as
percepções dos usuários em relação aos processos referentes a um serviço. Por
esta razão, optou-se por perguntas fechadas dentro de uma escala Likert de 1
(insatisfeito plenamente) até 5 (satisfeito plenamente) onde demonstrará o nível de
satisfação do cliente em cada determinante. O questionário será a ferramenta de
pesquisa utilizada nesse trabalho.
4.1.2.2 Avaliar a percepção dos clientes (aplicação do Questiorio)
Nesta etapa, a organização reconhece e avalia a percepção do cliente. O
questionário será aplicado aos clientes durante, ou logo após o serviço prestado,
para que o cliente não esqueça nenhum detalhe, afim de obter dados/informações
que possibilitem a avaliação de sua percepção.
Após a aplicação do questionário, a análise se faz necessária, principalmente
com o cálculo da média afim de verificar os momentos críticos, isto é, em quais
momentos a avaliação do serviço está abaixo dos limites de controle determinados
76
pela organização. Gráficos de controle, e ou histograma podem ser usados para
uma melhor visualização das respostas.
4.1.2.3 Avaliar controle e formas de detecção
Nesta etapa, para cada falha identificada com a aplicação do questionário,
devem ser listados os controles atuais, as atividades de prevenção que já existem na
organização, isto é, os mecanismos afim de prever a ocorrência da falha ou
aumentar a capacidade de detecção do modo dessa falha. Visto que esse modelo
privilegia a percepção da qualidade do cliente, esta etapa fornece à organização o
quanto ela está preparada para detectar falhas reais ou potenciais, antes que estas
cheguem ao cliente.
4.1.2.4 Priorizar os momentos críticos através do NPR
O Número de Prioridade de Risco é o produto dos índices de Severidade (S),
Ocorrência (O) e Detecção (D). Portanto, o NPR traduzirá o risco que o cliente tem
em perceber a falha no determinante avaliado.
Quanto maior for o NPR, maior a chance da percepção da qualidade do
cliente ser afetada. Portanto, mediante os processos críticos identificados na etapa
anterior pela aplicação do questionário, a equipe definirá os índices de severidade
(S), ocorrência (O) e detecção (D) para cada causa de falha de acordo com critérios
previamente definidos.
Visto que o modelo privilegia a percepção da qualidade na visão do cliente,
propõem-se peso três (3) para o critério severidade, devido à importância do mesmo
para a satisfação do cliente. O critério detecção terá peso dois (2), pois a falta de
mecanismos que detectem a falha antes desta atingir o cliente, irá implicar no
comprometimento do serviço prestado. O critério ocorrência terá peso (1), pois este
é resultado da falta de tratamento dos dois critérios anteriores (severidade e
detecção).
O Quadro 13 explicita o índice severidade e a definição de seus critérios.
77
Quadro 13 – Índices de severidade
Fonte: Autor.
O Quadro 14 explicita o índice detecção e a definição de seus critérios.
Quadro 14 – Índices de detecção
Fonte: Autor.
O Quadro 15 explicita o índice ocorrência e a definição de seus critérios.
Quadro 15 – Índices de ocorrência
Fonte: Autor.
Cálculo do mero de Prioridade de Risco (NPR) registra o produto dos três
índices anteriores ponderados com os pesos já especificados, ou seja:
78
Índice de Risco = (S . 3) x (O . 1) x (D . 2)
Para o modelo proposto será considerado NPR baixo, valores calculados
entre 6 e 24. Para o NPR baixo, será considerada:
- severidade mínima;
- ocorrência remota ou mínima;
- detecção muito alta ou alta.
Os índices de severidade, ocorrência e detecção para essa classificão
estão no Quadro 16.
Quadro 16 – Índices de severidade, ocorrência e detecção para NPR baixo
Fonte: Autor.
Será considerado NPR moderado, valores calculados entre 25 a 108. Para o
NPR moderado, será considerada:
- severidade pequena;
- ocorrência moderada;
- detecção moderada.
Os índices de severidade, ocorrência e detecção para essa classificação
estão no Quadro 17.
79
Quadro 17 – Índices de severidade, ocorrência e detecção para NPR moderado
Fonte: Autor.
Será considerado NPR alto, valores calculados entre 109 a 750. Para o NPR
alto, será considerada:
- severidade moderada, alta ou muito alta;
- ocorrência alta ou muito alta;
- detecção pequena ou remota.
Os índices de severidade, ocorrência e detecção para essa classificão
estão no Quadro 18.
Quadro 18 – Índices de severidade, ocorrência e detecção para NPR alto
Fonte: Autor.
O ideal é que cada empresa tenha os próprios critérios adaptados à sua
realidade. Após a obtenção do valor do NPR (calculados por meio da multiplicação
80
dos índices de Severidade, Ocorrência e Detecção pelos seus respectivos pesos)
referente cada falha identificada, devem ser propostas ações que venham viabilizar
a redução do NPR.
O valor do NPR hierarquiza e justifica a Fase III “busca de soluções”cujo
objetivo será sanar as falhas identificadas respeitando o número de prioridade de
risco (NPR) do maior para o menor.
4.1.3 FASE III – Busca de Soluções
Concluindo o modelo proposto nesse trabalho, esta fase objetiva levantar as
oportunidades de melhoria no desempenho dos processos de serviço partindo dos
determinantes críticos que foram identificados com o cálculo do indicador NPR
(Número de prioridade de risco). Nesta fase já são conhecidas as falhas e limitações
da organização identificar os controles antes que estas atinjam o cliente.
Portanto, busca-se obter uma lista das causas para posterior definição da
solução mais apropriada. Depois de identificadas as oportunidades de melhoria,
estas necessitam de uma rápida ão por parte dos dirigentes da organização, afim
de priorizar e implementar os planos de melhoria.
Para isso, o envolvimento da equipe de trabalho torna-se indispensável,
devido ao conhecimento dos processos de trabalho.
A equipe deve estar motivada a identificar estas oportunidades de melhoria,
buscando a solução para os problemas e a implementação de planos de ação.
Ferramentas serão usadas conforme a necessidade de cada etapa.
As etapas da Fase III são as seguintes:
a) identificar as causas;
b) identificar e priorizar Soluções;
c) implementar e acompanhar Plano de Ação.
4.1.3.1 Identificar e hierarquizar as causas
Esta etapa tem como objetivo identificar e analisar as possíveis causas para
os problemas levantados através do conhecimento das atividades e tarefas feitos na
etapa anterior.
81
Uma boa identificação de causas leva a soluções definitivas, evitando re-
ocorrência da falha. A exploração de idéias, pontos de vista, opiniões, o
conhecimento e a experiência dos funcionários tornam-se fundamentais para a
identificação destas causas.
A técnica Brainstorming é a ferramenta usada, pois possibilita que a
organização identifique causas para cada problema encontrado.
O Diagrama de Ishikawa ajudará a identificar as raízes do problema.
4.1.3.2 Elaborar planos de ação
Esta etapa tem como objetivo definir os planos de ação que irão contra as
causas das falhas identificadas na etapa anterior.
Para cada determinante abaixo da satisfação do cliente, poderá haver um ou
mais planos de ação.
O grupo deve planejar, detalhadamente, a solução do problema a ser
executada, e, para tanto, deve ser elaborado um cuidadoso plano de implementação
da solução.
A ferramenta utilizada nesse trabalho para estruturar o plano de
implementação da solução proposta será o 5W2H.
Este deve adequar-se de acordo com as características da organização.
O plano de implementação desse modelo pode ser observado no Quadro 19.
Quadro 19 – Plano de implementação 5W2H
Fonte: Autor.
82
4.1.3.3 Implementar e acompanhar Plano de Ação
Uma vez determinado os planos de ação para a melhoria, a próxima etapa é a
implantação e acompanhamento para avaliação do plano. Os objetivos dessa fase
o:
a) se a melhoria foi sucesso, normatiza e padroniza;
b) se a melhoria não foi sucesso, volta-se para etapa de identificação e
hierarquização das causas das falhas para uma nova análise.
4.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Os clientes cada vez mais exigem das empresas prestadoras de serviços a
melhoria da qualidade e que este seja isento de falhas. Sendo o foco principal deste
modelo a melhoria do serviço com base na percepção que o cliente tem do serviço e
na antecipação das falhas que possam ocorrer durante o serviço, torna-se o ponto
central deste, a análise das falhas que possam ocorrer e de como o cliente e
participa deste processo. Para que isso se concretize, o modelo proposto sugere a
identificação dos determinantes da qualidade importantes para o cliente nos diversos
momentos de interação que o cliente tem com a organização e como estes podem
falhar durante todo o fluxo do processo de serviço, dando uma contribuição mais real
para a melhoria e garantia da qualidade.
Por esta razão, este estudo apresenta uma proposta que consiste na
adaptação da FMEA, possibilitando e sugerindo sua utilizão em uma empresa do
setor de transporte rodoviário de cargas, com o intuito de oferecer um serviço com
maior grau de confiabilidade e qualidade.
Porém, torna-se necessário uma aplicação prática para exemplificar a
operacionalidade da proposta conceitual. Sugere-se que a aplicação seja durante ou
logo após o serviço prestado para que o cliente esteja ainda envolvido na prestação
do mesmo, e que nenhum detalhe seja por ele esquecido.
83
5 APLICAÇÃO DO MODELO PROPOSTO ATRAVÉS DE UM ESTUDO DE CASO
Este capítulo apresenta a aplicação das fases do modelo conceitual proposto
para a previsão de falhas baseado na FMEA através de um estudo de caso numa
empresa de transporte rodoviário de carga, seguido da discussão e análise dos
resultados, conforme estrutura conceitual definida no capítulo 4.
Os objetivos deste capítulo são:
a) Apresentar a aplicação do modelo proposto nos processos de serviços de
uma empresa de transportes rodoviário de cargas para sua validação e
melhoria;
b) Validar o modelo proposto através da análise de sua aplicação.
5.1 INTRODUÇÃO
Para validar a aplicabilidade do modelo conceitual proposto, foi feito um
estudo de caso em uma empresa de transporte rodoviário de cargas localizada na
cidade de Curitiba. Por motivos internos, a empresa solicitou que sua razão social
não fosse divulgada.
Neste caso, o modelo foi aplicado nos processos de serviço desde o primeiro
contato que o cliente tem com a empresa rea comercial), até o s venda, com a
finalidade de identificar os momentos críticos que o cliente tem com a empresa, ou
seja, aqueles que estão abaixo da sua satisfação e que tem maior impacto negativo
na sua percepção da qualidade, de forma a possibilitar a melhoria contínua dos seus
processos.
A aplicação do modelo iniciou-se com uma reunião com a gerência da
transportadora, onde foi apresentada a proposta de trabalho, onde a organização se
disponibilizou a contribuir com o trabalho.
O modelo é composto por três fases e estas por sua vez dividem-se em
etapas, conforme descrito no capítulo quatro.
Para cada etapa, a aplicação apresenta os aspectos dos resultados pticos
obtidos na sua aplicação. Um outro aspecto abordado o os comentários
referentes a aplicabilidade (facilidades, eventuais dificuldades, etc).
84
5.1.2 Apresentação da empresa
As empresas de transporte rodoviário de cargas, como qualquer organização,
possui desafios impostos pelo mercado em que atuam. O objetivo destas empresas
esem aprimorar os serviços que oferecem, em busca de métodos de geso da
qualidade que compreendam os requisitos importantes para seus clientes e que
produzam processos isentos de falhas, aumentando assim a confiabilidade dos seus
processos e a sua competitividade no mercado. Por esta razão, o modelo proposto
no capítulo 4, será aplicado em uma empresa de transporte rodoviário de cargas.
Desde 1985 no mercado, a transportadora é uma empresa especializada no
transporte rodoviário de matéria prima e produtos acabados da indústria, tendo como
principal foco de atuação, o segmento do papel e celulose.
A constante preocupação com os produtos transportados, no que tange a
segurança, agilidade na entrega e custo do frete, contribuíram para que a
transportadora se tornasse uma das empresas mais competitivas no ramo de
transporte rodoviário. A política da qualidade da transportadora é: prestar serviços
de transporte, buscando a satisfação dos clientes que contratam o serviço de
transporte, através da melhoria contínua e da eficácia do sistema de gestão da
qualidade, atendendo os requisitos, com o comprometimento de todos”. Para melhor
atender seus clientes, a transportadora possui 10 filiais interligadas e
estrategicamente localizadas nos estados do RS, SC, PR, SP, MG e BA. A filosofia
da transportadora é reconhecer, valorizar e desenvolver seus recursos humanos
para que tenham a oportunidade de liberar seus potenciais em benefício de seu
crescimento pessoal e profissional colaborando com o desenvolvimento da empresa.
5.2 APLICAÇÃO DAS FASES E ETAPAS DO MODELO CONCEITUAL PROPOSTO
5.2.1 Fase I – Base para Análise
A importância desta fase está no detalhamento de todo o ciclo de servo da
transportadora e a identificação de todos os determinantes importantes na
percepção da qualidade pelo cliente, e como estes podem falhar. As etapas desta
fase são:
a) planejar;
85
b) mapear momentos da verdade;
c) identificar em cada momento da verdade os determinantes da qualiade
importantes para o cliente;
d) identificar os modos, efeitos e causas da falha dos determinantes da
qualidade.
A Figura 14 relembra a Fase I do modelo proposto.
Figura 14 – Fase I do modelo proposto
Fonte: Autor.
5.2.1.1 Planejamento (Etapa “a” – Fase I)
Esta etapa teve como diferencial a formão de uma equipe das diversas
áreas de atuação dentro da organização.
Para aplicação da proposta conceitual, a equipe de trabalho foi composta pelo
gerente da transportadora, dois funcionários do setor comercial, um do setor cnico
e dois funcionários do setor de logística, totalizando seis colaboradores.
Após a definição da equipe de trabalho, foi exposto os propósitos e os
benefícios da pesquisa, a necessidade de participação em todas as fases e etapas
na realização deste trabalho e as regras para a condução do brainstorming.
A Figura 12 do capítulo 4 foi previamente explicada com noções gerais de
todas as etapas. O fluxograma apresentado na Figura 15, elaborado pela
transportadora, auxiliou o desenvolvimento desse trabalho para as etapas
posteriores.
86
Figura 15 Fluxograma do processo de prestação de Serviço da Transportadora
Fonte: Transportadora.
5.2.1.2 Mapeamento dos momentos da verdade (Etapa “b” - Fase I)
Através de seção de Brainstorming, baseando-se no fluxograma da
transportadora, selecionou-se os momentos de contato que o cliente passa em todo
o ciclo de serviço da transportadora. Foram descritos todos os momentos de contato
que o cliente tem com a transportadora. Um formulário ajudou a equipe a enumerar
os momentos da verdade (momentos de interação que o cliente tem com a empresa)
tornando o fluxo do processo de serviço mais claro para todos.
87
Nesta etapa, além da enumeração dos momentos, foi identificado pela equipe
qual é o propósito do momento da verdade analisado (tomando como base o
fluxograma da Figura 15). A resposta consensual da equipe definiu a função
principal do momento da verdade.
Foram identificados 06 momentos da verdade em todo o fluxo do processo de
serviço da transportadora conforme mostra o Quadro 20.
Quadro 20 – Momentos da verdade - Transportadora
Fonte: Autor.
5.2.1.3 Identificação, em cada momento da verdade, dos determinantes da
qualidade importantes para o cliente (Etapa “c– Fase I)
Conforme descrito no capítulo três, foram propostos nove determinantes da
qualidade, que foram considerados como sendo os critérios de avaliação relevantes
para o serviço. Apoiando-se no ciclo de serviço, agora conhecido, procurou-se
88
através de sessões de brainstorming, das quais participam os colaboradores da
equipe formada, determinar, na vio do cliente, quais determinantes importantes
em cada momento da verdade.
O Quadro 21 explica o significado de cada determinante afim de facilitar a
escolha para cada momento da verdade.
Quadro 21 – Significado dos determinantes
Fonte: Parasuraman et aL., 1985 e Gianesi e Corrêa,1994.
Com a análise do Quadro 21, a equipe identificou em cada momento da
verdade os determinantes importantes para o cliente.
A percepção do cliente com relação ao serviço, é formada pela prestação do
mesmo e a comunicação transmitida ao cliente durante e após o processo, e ocorre
em todos os momentos de interação cliente/empresa. Para isso, os funcionários
analisaram cada momento, tendo como visão a do cliente que usa o serviço.
O Quadro 22 demonstra os momentos da verdade e os determinantes
selecionados pelos funcionários.
89
Quadro 22 - Identificação dos determinantes em cada momento da verdade do FPS
Fonte: Autor.
5.2.1.4 Identificação dos modos, efeitos e causas da falha dos determinantes da
qualidade (Etapa “d” – Fase I)
Esta etapa teve como principal objetivo, prever as falhas que possam ocorrer
durante o ciclo de serviço, tendo como base os determinantes selecionados na
etapa anterior.
O tipo de falha, seu efeito e a identificação das causas, fez com que a
transportadora se preparasse para qualquer problema que pudesse acontecer
durante todo o ciclo. Os modos de falhas foram listados através de técnicas de
brainstorming, onde as funções e requisitos dos clientes foram identificados.
Os efeitos de cada modo de falha sobre o cliente foram determinados pelos
participantes da equipe através de conhecimento teórico ou prático do efeito ou dos
efeitos que a falha pode causar.
As causas possíveis para cada modo de falha, também foram identificadas
através de técnicas de brainstorming e Ishikawa.
90
Em serviços, as idéias levantadas com a aplicação do brainstorming foram
alocadas no diagrama de Ishikawa recorrendo a designações conforme demonstra a
Figura 16.
Figura 16 – Diagrama de Ishikawa adaptado para serviços
Fonte: Autor
Os modos de falhas, seus efeitos sobre a percepção do cliente e as causas
reais e potenciais foram listadas conforme o Quadro 23.
Quadro 23 – Análise dos modos, efeitos e causas das falhas
Fonte: Autor.
91
5.2.2 Fase II - Análise
A importância desta fase foi em criar um mecanismo para avaliar a percepção
que o cliente tem do serviço prestado através dos determinantes identificados em
cada momento de contato.
Também é nessa fase que foi avaliada a percepção que o cliente tem do serviço
prestado com a aplicação do questionário. Após a identificação dos momentos
críticos, o cálculo do NPR hierarquizou as ações na tomada de decisões para
melhoria dos seus processos.
As etapas desta fase são:
a) transformar os determinantes num mecanismo de avaliação (questionário);
b) avaliar a percepção dos clientes – aplicar o questionário;
c) avaliar controle e formas de detecção;
d) priorizar os momentos críticos – NPR.
A Figura 17 relembra a Fase II do modelo proposto.
Figura 17 Fase II do modelo proposto
Fonte: Autor.
5.2.2.1 Transformação dos determinantes num mecanismo de avaliação
Questionário (Etapa “a”- Fase II)
Os determinantes facilitaram a compreensão do que é importante para o
cliente, mas ainda não transformaram-se num mecanismo de avaliação do serviço
que está sendo prestado. Nesta etapa a equipe, consultando sempre a tabela com
92
os significados dos determinantes, traduziram estes em perguntas que, quando
direcionadas aos clientes, explicitam o determinante, e fazem com que o cliente
externe sua satisfação com o mesmo.
Portanto, a equipe definiu uma pergunta para cada determinante.
O Quadro 24 relaciona o momento da verdade, os determinantes importantes
em cada momento de contato e a tradução destes determinantes em perguntas.
As perguntas agrupadas formaram o questionário que foi dividido em 6 partes,
conforme o número de momentos de contato avaliados.
Quadro 24 – Tradução dos determinantes em perguntas que explicitem a satisfação do cliente
Fonte: Autor.
A primeira parte, chamada de “prospecção”, é composta por três queses,
tradução dos determinantes velocidade, atmosfera e competência. A segunda parte,
93
chamada de “solicitação e registro da cotação de frete”, é composta por quatro
questões, tradução dos determinantes credibilidade, velocidade, competência e
tangíveis. A terceira parte, chamada de “aprovação da tabela pelo cliente
(negociação)”, é composta por quatro questões, tradução dos determinantes
velocidade, acesso, atmosfera e custo. A quarta parte, chamada de “documentação
CTRC”, é composta por quatro questões, tradução dos determinantes
consistência, atmosfera, velocidade e credibilidade. A quinta parte, chamada de
“transporte”, é composta por duas questões, tradução dos determinantes
consistência e flexibilidade. A sexta e última parte, chamada de pós venda”, é
composta por quatro questões, tradução dos determinantes velocidade, acesso,
atmosfera e flexibilidade.
Segundo Bandeira et al. (2005), um questionário fechado visa a avaliar as
expectativas e as percepções dos usuários em relação aos processos referentes a
um serviço.
Segundo Mc Daniel e Gates (2004), uma pergunta fechada requer que os
respondentes façam uma seleção entre uma lista de respostas.
A grande vantagem da pergunta fechada é simplesmente a possibilidade de
se evitar alguns problemas das perguntas abertas. Por esta razão, optou-se por
perguntas fechadas dentro de uma escala Likert de 1 (insatisfeito) até 5 (muito
satisfeito) onde o cliente demonstrará o nível de satisfação em cada determinante
avaliado.
A Figura 18 explicita a escala de Likert aplicada nas perguntas que captarão a
percepção da qualidade do cliente.
Figura 18 Escala Likert para avaliação dos determinantes
Fonte: Malhotra, 2001.
94
As questões agrupadas, formam o questionário conforme a Figura 19. O
questionário direcionado aos clientes, captou a percepção da qualidade durante os
momentos definidos.
Figura 19 Questionário aplicado aos clientes da transportadora
Fonte: Autor.
95
5.2.2.2 Avaliação da percepção dos clientes - Aplicação do Questionário (Etapa “b”-
Fase II)
O objetivo desta etapa foi enviar o questionário para os clientes da
transportadora os quais foram enviados via mail.
Foram escolhidos dez por cento dos clientes da transportadora, totalizando 11
clientes situados em diferentes regiões do Brasil. O critério usado além da região, foi
o fluxo de transportes efetivados no último ano.
Em termos estatísticos esta escolha e nível de amostragem não é a mais
adequada. Usou-se este critério apenas para exemplificar a aplicabilidade do modelo
proposto.
O questionário foi estruturado numa tabela no Excel, onde foi desenvolvida
uma macro localizada no final do questionário.
Ao ser clicada, a macro terá por função salvar o questionário, então
preenchido pelo cliente, e enviá-lo para o e-mail do setor comercial da
transportadora.
Após o recebimento dos questionários preenchidos que levou duas semanas,
a análise estatística se fez necessária através de gráficos de controle, que
trabalharam com as flutuações observadas em todos os determinantes dos
momentos da verdade durante todo o Fluxo do Processo de Serviço, os quais foram
transformados em perguntas para melhor avaliarem a satisfação do cliente.
O Quadro 25 mostra a avaliação feita pelos 11 clientes entrevistados em
todos os momentos da verdade no fluxo do processo de serviço.
A seguir, cada momento de contato foi analisado respectivamente com seus
determinantes.
Afim de identificar os determinantes críticos, optou-se pelo cálculo da medida
de posição “média” das respostas e um gráfico de setor para melhor visualização da
porcentagem de clientes insatisfeitos no respectivo determinante avaliado.
A equipe concluiu que uma média menor que 3,8 e/ou um percentual menor
que 70% dos clientes com avaliação inferior a 4 - “satisfeito” identifica um
determinante crítico.
96
Quadro 25 – Análise da aplicação do questionário
Fonte: Autor.
1. O momento de contato analisado foi “PROSPECÇÃO”. Os requisitos importantes
neste contato para os clientes e que foram transformados em questões que
avaliaram a satisfação do cliente foram:
a) Velocidade;
b) Atmosfera;
c) Competência.
A Figura 20 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “velocidade”.
97
Figura 20 – Gráfico de setor – Determinante: velocidade
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 100% responderam estarem satisfeitos ao determinante
avaliado.
A Figura 21 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “atmosfera”.
Figura 21 – Gráfico de setor – Determinante: atmosfera
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 82% responderam estarem satisfeitos e 18%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
A Figura 22 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “atmosfera”.
98
Figura 22 – Gráfico de setor – Determinante: competência
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 82% responderam estarem satisfeitos e 18%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
No Quadro 26, verificam-se as notas atribuídas aos determinantes neste
momento de contato e o cálculo da medida de posição média em cada
determinante.
Quadro 26 – Notas atribuídas nos requisitos do contato “prospecção
Fonte: Autor.
Neste momento da verdade não houve identificação de baixa percepção de
qualidade pelo cliente nos determinantes avaliados devido a médias serem
superiores a 3,8 e o percentual de clientes satisfeitos ou muito satisfeitos superarem
70%. Nesta análise, o momento de contato “prospecção” foi considerado sob
controle.
99
2. O momento de contato analisado foi SOLICITAÇÃO E REGISTRO DA
COTAÇÃO DE FRETE”. Os requisitos importantes neste contato para os clientes e
que foram transformados em questões que avaliaram sua satisfação foram:
a) credibilidade;
b) velocidade;
c) competência;
d) tangíveis.
A Figura 23 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “credibilidade”.
Figura 23 – Gráfico de setor – Determinante: credibilidade
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 100% responderam estarem satisfeitos ao determinante
avaliado.
A Figura 24 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “velocidade”.
100
Figura 24 – Gráfico de setor – Determinante: velocidade
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 82% responderam estarem satisfeitos e 18%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
A Figura 25 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “competência”.
Figura 25 – Gráfico de setor – Determinante: competência
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 73% responderam estarem satisfeitos e 27%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
101
A Figura 26 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “tangibilidade”.
Figura 26 – Gráfico de setor – Determinante: tangibilidade
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 91% responderam estarem satisfeitos e 9% responderam
estarem indiferentes ao determinante avaliado.
No Quadro 27 verificam-se as notas atribuídas aos determinantes neste
momento de contato e o cálculo da medida de posição média em cada
determinante.
Quadro 27 – Notas atribuídas nos requisitos do contato “solicitação e registro da cotação de frete”
Fonte: Autor.
Neste momento da verdade não houve identificação de baixa percepção de
qualidade pelo cliente nos determinantes credibilidade, velocidade e tangíveis.
Portanto os determinantes credibilidade, velocidade e tangíveis estão sob controle.
o determinante “competênciaestá com a média igual a 3,73, abaixo da média
esperada de 3,8. Por este motivo, é o primeiro determinante que a organização
definiu como ctico.
102
3. O momento de contato analisado foi APROVAÇÃO DA TABELA PELO
CLIENTE (NEGOCIAÇÃO)”. Os requisitos importantes neste contato para os
clientes e que foram transformados em questões que avaliaram sua satisfação
foram:
a) velocidade;
b) acesso;
c) atmosfera;
d) custo.
A Figura 27 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “velocidade”.
Figura 27 – Gráfico de setor – Determinante: velocidade
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 82% responderam estarem satisfeitos e 18%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
A Figura 28 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “acesso”.
103
Figura 28 – Gráfico de setor – Determinante: acesso
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 64% responderam estarem satisfeitos e 36%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
A Figura 29 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “atmosfera”.
Figura 29 – Gráfico de setor – Determinante: atmosfera
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 82% responderam estarem satisfeitos e 18%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
104
A Figura 30 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “custo”.
Figura 30 – Gráfico de setor – Determinante: custo
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 64% responderam estarem satisfeitos e 36%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
No Quadro 28, verificam-se as notas atribuídas aos determinantes neste
momento de contato e o cálculo da medida de posição média em cada
determinante.
Quadro 28 – Notas atribuídas nos requisitos do contato “aprovação da tabela pelo cliente
(negociação)”
Fonte: Autor.
Neste momento da verdade não houve identificação de baixa percepção de
qualidade pelo cliente nos determinantes velocidade e atmosfera. Portanto os
determinantes velocidade e atmosfera estão sob controle. o determinante
“acesso” e “custo” estão com a média igual a 3,64, abaixo da média esperada de
105
3,8. Também verificou-se que apenas 64% dos clientes entrevistados estão
satisfeitos com o serviço prestado neste momento de contato. Por este motivo, os
determinantes “acesso” e “custo” foram considerados pela organizão como
críticos.
4. O momento de contato analisado foi DOCUMENTAÇÃO - CTRC”. Os requisitos
importantes neste contato para os clientes e que foram transformados em queses
que avaliaram sua satisfação foram:
a) consistência;
b) atmosfera;
c) velocidade;
d) credibilidade.
A Figura 31 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “consistência”.
Figura 31 – Gráfico de setor – Determinante: consistência
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 91% responderam estarem satisfeitos e 9% responderam
estarem indiferentes ao determinante avaliado.
A Figura 32 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “atmosfera”.
106
Figura 32 – Gráfico de setor – Determinante: atmosfera
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 82% responderam estarem satisfeitos e 18%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
A Figura 33 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “velocidade”.
Figura 33 – Gráfico de setor – Determinante: velocidade
Fonte: Autor.
A Figura 34 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “credibilidade”.
107
Figura 34 – Gráfico de setor – Determinante: credibilidade
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 82% responderam estarem satisfeitos e 18%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
No Quadro 29, verificam-se as notas atribuídas aos determinantes neste
momento de contato e o cálculo da medida de posição média em cada
determinante.
Quadro 29 – Notas atribuídas os requisitos do contato “documentação – CTRC”
Fonte: Autor.
Neste momento da verdade não houve identificação de baixa percepção de
qualidade pelo cliente nos determinantes consistência, atmosfera e credibilidade.
Portanto os determinantes consisncia, atmosfera e credibilidade estão sob
controle. Já o determinante “velocidade” está com a média igual a 3,73, abaixo da
108
média esperada de 3,8. Por este motivo, o determinante “velocidade foi considerado
pela organizão como crítico.
5. O momento de contato analisado foi “TRANSPORTE”. Os requisitos importantes
neste contato para os clientes e que foram transformados em questões que
avaliaram sua satisfação foram:
a) flexibilidade;
b) consistência.
A Figura 35 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “flexibilidade”.
Figura 35 – Gráfico de setor – Determinante: flexibilidade
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 82% responderam estarem satisfeitos e 18%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
A Figura 36 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “consistência”.
109
Figura 36 – Gráfico de setor – Determinante: consistência
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 100% responderam estarem satisfeitos ao determinante
avaliado.
No Quadro 30, verificam-se as notas atribuídas aos determinantes neste
momento de contato e o cálculo da medida de posição “média” em cada
determinante.
Quadro 30 – Notas atribuídas nos requisitos do contato “transporte”
Fonte: Autor.
Neste momento da verdade não houve identificação de baixa percepção de
qualidade pelo cliente nos determinantes avaliados devido a médias serem
superiores a 3,8 e o percentual de clientes satisfeitos ou muito satisfeitos superarem
70%. Nesta análise, o momento de contato “prospecção” foi considerado sob
controle.
110
6. O momento de contato analisado foi S VENDA”. Os requisitos importantes
neste contato para os clientes e que foram transformados em questões que
avaliaram sua satisfação foram:
a) velocidade;
b) acesso;
c) atmosfera;
d) flexibilidade.
A Figura 37 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “velocidade”.
Figura 37 – Gráfico de setor – Determinante: velocidade
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 64% responderam estarem satisfeitos e 36%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
A Figura 38 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “acesso”.
111
Figura 38 – Gráfico de setor – Determinante: acesso
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 64% responderam estarem satisfeitos e 36%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
A Figura 39 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “atmosfera”.
Figura 39 Gráfico de setor – Determinante: Atmosfera
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 55% responderam estarem satisfeitos e 45%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
112
A Figura 40 mostra o percentual de respostas segundo a escala Likert na
avaliação do determinante “flexibilidade”.
Figura 40 – Gráfico de setor – Determinante: flexibilidade
Fonte: Autor.
Dos clientes entrevistados, 82% responderam estarem satisfeitos e 18%
responderam estarem indiferentes ao determinante avaliado.
No Quadro 31, verificam-se as notas atribuídas aos determinantes neste
momento de contato e o cálculo da medida de posição média em cada
determinante.
Quadro 31 – Notas atribuídas nos requisitos do contato “pós venda”
Fonte: Autor.
Neste momento da verdade não houve identificação de baixa percepção de
qualidade pelo cliente no determinante flexibilidade. Portanto o determinante
flexibilidade está sob controle. Já os determinantes “velocidade”, acesso”e
113
“atmosfera” estão com a média respectivamente 3,64 – 3,64 e 3,55, abaixo da média
esperada de 3,8. O percentual de clientes satisfeitos ou muito satisfeitos também
esinferior a 70%, sendo identificados 64% para os determinantes “velocidade” e
“acesso”, e 55% para o determinante “atmosfera”. Por este motivo os determinantes
“velocidade”, “acesso” e “atmosfera, foram considerados críticos pela organização.
5.2.2.3 Avaliação dos controles e formas de detecção (Etapa “c” – Fase II)
Nessa etapa, para cada falha identificada com a aplicação do questionário, a
equipe procurou listar as atividades de prevenção que existem na transportadora,
isto é, os controles afim de prever a ocorrência da falha ou aumentar a capacidade
de detecção do modo dessa falha identificados na etapa anterior. A detecção de um
determinado modo de falha é a capacidade , após a ocorrência da falha, da mesma
ser identificada antes que o cliente perceba.
A equipe, analisando as formas de deteão disponíveis na transportadora,
observou que a mesma não possui formas de detecção reais e eficazes durante o
fluxo do processo de serviço. A única forma de detecção seria o próprio funcionário
que está participando do momento analisado com o cliente perceber alguma falha
durante a prestação do serviço.
A pesquisa de satisfação que hoje a transportadora faz através da visita aos
clientes foi indicada como uma forma de detecção de falhas do processo. O contato
pós venda se faz a cada ano com uma visita do próprio gerente aos clientes. A
equipe chegou a conclusão, que além de superficial, não caracteriza uma forma de
detecção, pois nessa fase, o cliente percebeu as falhas e apenas exterioriza sua
insatisfação com qualidade do serviço prestado.
Portanto, a aplicação do modelo parte para a etapa seguinte que é priorizar os
momentos identificados pela aplicação do questionário.
5.2.2.4 Priorizão dos momentos críticos-NPR (Etapa “d”-Fase II)
Nesta etapa, para cada pergunta (tradução do determinante) será encontrado
o potencial de risco de cada falha, que está associado ao seu impacto na percepção
da qualidade pelo cliente, calculado pelo número de prioridade de Risco (NPR).
114
Através de seção de brainstorming a equipe atribuiu os índices de severidade
(S), ocorrência (O) e detecção (D) para cada causa de falha identificada.
Como cada momento da verdade tem um significado e importância diferente
para o cliente durante o ciclo de serviço, um determinante específico pode ter
índices de severidade, ocorrência e detecção diferentes dependendo do momento
de contato que está sendo analisado.
A equipe usou as tabelas de severidade, ocorrência e detecção definidas no
capítulo 3 do modelo proposto. O Quadro 32 mostra os índices definidos pela
equipe para cada requisito do cliente e o cálculo do NPR.
Quadro 32 – Cálculo do número de prioridade de risco para os requisitos fora de controle
Fonte: Autor.
O cálculo do NPR hierarquizou os determinantes a serem tratados na fase
seguinte. Quanto maior o número NPR calculado, maior a prioridade para ões de
melhoria.
Nesta etapa, a equipe decidiu não analisar o determinante custo identificado
na etapa anterior como ctico. O custo, normalmente não determina se um serviço é
de alta ou baixa qualidade. Pode-se ter um serviço a um custo alto com baixa
qualidade, e um serviço a um custo baixo de alta qualidade. Visto que a
transportadora prima por um serviço de alta qualidade, e que o custo repassado aos
clientes es coerente com os praticados na área de transportes rodoviários de
carga, optou-se neste momento, não levar o determinante custo para a outra fase.
115
5.2.3 Fase III – Busca de soluções
A importância desta fase foi recomendar ações para minimizar e solucionar os
modos de falha em potencial identificados e priorizados na fase anterior. Cabe frisar
que as ações recomendadas e planos de ação implementados tornar-se-ão formas
de controle e detecção de falhas potenciais da organização. As etapas da Fase III
o:
a) identificar e hierarquizar as causas das falhas;
b) elaborar planos de ação;
c) implementar e acompanhar Planos de Ação.
A Figura 41 relembra a Fase III do modelo proposto.
Figura 41 Fase II do modelo proposto
Fonte: Autor.
5.2.3.1 Identificação e hierarquização das causas das falhas (Etapa “a”- Fase III)
O objetivo desta etapa foi a identificação das causas de cada um dos
determinantes priorizados. Definiu-se com a equipe envolvida no trabalho, que se
deveria atuar sobre todos os requisitos abaixo da expectativa da transportadora,
menos o custo, respeitando a hierarquização dos NPR’s calculados.
Através de seções de brainstorming procurou-se levantar as prováveis causas
dos modos de falha, para os determinantes mencionados. Dando continuidade à
priorização das causas das falhas, elaborou-se o diagrama de Ishikawa para
identificar a relação causa efeito para cada um dos determinantes analisados e suas
116
respectivas causas. A hierarquização da causa principal foi obtida com a matriz GUT
(Gravidade, Urgência e Tendência).
O primeiro determinante a ser analisado foi “acesso” no momento de contato
pós venda, com um NPR calculado de 384 (alto). Analisando o determinante
“acesso” no momento de contato “aprovação da tabela pelo cliente” com NPR igual a
96 (moderado), constatou-se que as causas poderiam ser as mesmas. O NPR
diferente no mesmo determinante diz respeito à referência de autores que relatam,
que os primeiros momentos de contato e os últimos tem maior impacto na percepção
da qualidade pelo cliente. A Figura 42 identifica e organiza as possíveis causas do
determinante analisado.
Figura 42 Diagrama de Ishikwa para o problema: “Dificuldade de contato com a empresa”
Fonte: Autor.
O Quadro 33 especifica as possíveis causas da falha e a hierarquização da causa
principal.
Quadro 33 – Falhas no determinante acesso ( momento – aprovação da tabela e pós venda)
Fonte: Autor.
117
A causa hierarquizada como a principal foi a falta de uma linha específica
para clientes, onde possam consultar a aprovação ou algum contato necesrio. A
equipe identificou que muitas vezes as linhas congestionam-se pelo uso da própria
transportadora ao entrar em contato com filiais.
O segundo determinante a ser analisado foi “velocidade” no momento de
contato pós venda, com um NPR calculado de 288, considerado alto pela tabela do
modelo proposto no capítulo 3. A Figura 43 identifica e organiza as possíveis
causas do determinante analisado.
Figura 43 – Diagrama de Ishikawa para o problema: “Período muito longo de visita pós venda”
Fonte: Autor.
O Quadro 34 especifica as possíveis causas da falha e a hierarquização da causa
principal.
Quadro 34 – Falhas no determinante acesso (momendo – pós venda)
Fonte: Autor.
118
A causa hierarquizada foi o período muito longo para visita do funcionário ao
cliente, que atualmente é uma vez por ano. Tamm foi identificado o esquecimento
desta visita pelo funcionário responsável.
O terceiro determinante a ser analisado também foi velocidade”, mas no
momento de contato “documentação CTRC”. A Figura 44 identifica e organiza as
possíveis causas do determinante analisado.
Figura 44 – Diagrama de Ishikawa para o problema: “Demora na integração de dados – EDI”
Fonte: Autor.
O Quadro 35 especifica as possíveis causas da falha e a hierarquização da causa
principal.
Quadro 35 – Falhas no determinante velocidade (momento – documentação – CTRC)
Fonte: Autor.
A causa hierarquizada pela equipe foi a falta total de implantação ERP
integrando o EDI e a disponibilização para todos os clientes.
119
O quarto determinante a ser analisado foi “competência”, no momento de
contato “solicitação e registro da cotação de frete”. A Figura 45 identifica e organiza
as possíveis causas do determinante analisado.
Figura 45 – Diagrama de Ishikawa para o problema: “Falta de habilidade e conhecimento do
funcionário”
Fonte: Autor.
O Quadro 36 especifica as possíveis causas da falha e a hierarquizão da
causa principal.
Quadro 36 – Falhas no determinante competência (momento – solicitação e registro da cotação de
frete)
Fonte: Autor.
A causa hierarquizada foi falta de treinamento do funcionário que tem contato
direto com a negociação com o cliente, e que pode ocasionar algum GAP no
processo (identificação e tradução dos requisitos que o cliente necessita para o
serviço a ser prestado).
120
O quinto e último determinante a ser analisado foi “atmosfera”, no momento
de contato “solicitação e registro da cotação de frete”. A Figura 46 identifica e
organiza as possíveis causas do determinante analisado.
Figura 46 – Diagrama de Ishikawa para o problema: “Falta de atenção, prontidão e cortesia para a
solução de problemas”
Fonte: Autor.
O Quadro 37 especifica as possíveis causas da falha e a hierarquizão da
causa principal.
Quadro 37 – Falhas no determinante atmosfera (momento – pós venda)
Fonte: Autor.
A causa hierarquizada foi a falta de treinamento para o funcionário
responsável pelo pós venda.
121
5.2.3.2 Elaboração dos planos de ação (Etapa “b” Fase III)
A elaboração dos planos de ação foi efetivada pelo gerente da transportadora.
Os planos de ação para cada causa hierarquizada foram elaborados seguindo a
ordem de cálculo NPR, a seguir:
1. O Quadro 38 refere-se ao plano de ação para o determinante acesso”
com avaliação baixa nos momentos de contato “pós venda” e aprovação
da tabela pelo cliente”, visto que a mesma ação tenderá a amenizar o
determinante acesso nos dois momentos de contato.
Quadro 38 – Plano de ação – determinante: acesso
Fonte: Autor.
2. O Quadro 39 refere-se ao plano de ação para o determinante “velocidade”
com avaliação baixa no momento “pós venda”.
Quadro 39 – Plano de ação – determinante: velocidade
Fonte: Autor.
122
3. O Quadro 40 refere-se ao plano de ação para o determinante “velocidade”
com avaliação baixa no momento “documentação - CTRC”.
Quadro 40 – Plano de ação – determinante: velocidade
Fonte: Autor.
4. O Quadro 41 refere-se ao plano de ão para o determinante
“competência” com avaliação baixa no momento “solicitação e registro da
cotação de frete”.
Quadro 41 – Plano de ação – determinante: competência
Fonte: Autor.
5. O Quadro 42 refere-se ao plano de ação para o determinante “atmosfera”
com avaliação baixa no momento “pós venda”.
123
Quadro 42 – Plano de ação – determinante: atmosfera
Fonte: Autor.
5.2.3.3 Implementação e acompanhamento dos planos de ação (Etapac”–Fase III)
Nesta etapa, a transportadora tem a possibilidade de implantar a solução
através dos planos de ação, acompanhando-os e efetuando a padronização se os
objetivos forem alcançados. A equipe envolvida deverá estar comprometida com o
desenvolvimento dos planos de ação e motivadas para a identificação de falhas no
processo de implementação para que as novas ações sejam padronizadas ou
novamente analisadas. Portanto, ficou a critério da transportadora a implementação
dos planos de ação.
5.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS DA APLICAÇÃO DO MODELO
Os resultados finais da proposta do modelo conceitual para a previsão de
falhas em serviços baseado na FMEA voltada para a melhoria da qualidade, foram
muito positivos. O comprometimento da equipe de trabalho e a vontade dos mesmos
em melhorar ainda mais a qualidade dos serviços de transporte prestados pela
transportadora foi significativa.
Com a efetiva implementação das soluções, procura-se, então, reduzir um ou
mais dos correspondentes fatores (S, O ou D), desafiando a equipe a adiantar novas
soluções e definir quais a medidas adequadas para baixar os valores de NPR até
limites considerados aceitáveis.
124
6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
6.1 CONCLUSÃO
O presente trabalho teve como objetivo geral apresentar a proposta de um
modelo conceitual para a previsão de falhas em serviços baseado na FMEA e a
análise de sua aplicabilidade na melhoria da qualidade em serviços mediante a
previsão destas falhas. A adaptação da metodologia FMEA em serviços apoiou-se
em dois pontos principais:
1. Identificar a percepção da qualidade que o cliente tem do serviço prestado
através dos critérios que ele usa para avaliar o serviço como a estrutura da
organização, a segurança, os aspectos tecnológicos, a competência dos
funcionários, a confiabilidade, a credibilidade e a consistência; e
2. como estes critérios podem falhar durante todo o fluxo do processo de
serviço.
Baseando-se nos critérios especificados por Gianesi e Corrêa (1994), a
proposta conceitual do modelo identificou e incorporou os determinantes com os
quais o cliente avalia o serviço, e analisou como estes poderiam falhar, seus efeitos
sobre a percepção da qualidade do cliente e as causas reais ou potenciais dessas
falhas.
Para que a proposta incorporasse as características e peculiaridades próprias
da prestação de serviço, a revisão bibliográfica foi de grande importância para o
esclarecimento dos processos de serviço, de sua natureza e das implicões para a
gestão estratégica da qualidade.
A análise da metodologia FMEA tradicional, como é utilizada no ambiente de
interação entre cliente e empresa, e quais as possíveis melhorias com a sua
aplicação tornou-se essencial para que a estrutura do modelo atingisse a função de
identificar os modos, efeitos e causas de falhas possíveis durante a prestação do
serviço.
Apesar da dificuldade em determinar e incorporar conceitos e valores para as
falhas reais e potenciais em serviços na proposta conceitual baseada na FMEA, o
modelo demonstrou que a sua aplicação contempla a identificação e a priorização
efetiva dos pontos críticos dentro da organização.
125
A partir dos conceitos desenvolvidos na revisão bibliográfica no estudo de
caso aplicado, o modelo passou a identificar as possíveis falhas durante todo o fluxo
do processo de serviço, de modo que este sempre atenda as expectativas e
necessidades dos clientes.
Portanto, a identificação dos momentos que o cliente entra em contato com a
organização, a definição dos determinantes importantes na percepção da qualidade,
a análise de como estes podem falhar, seus efeitos e causas e a hierarquização
para a tomada de ações preventivas formam a estrutura da proposta do modelo
conceitual baseado na FMEA.
Para que a proposta do modelo conceitual para a previsão de falhas baseado
na FMEA atingisse todos os objetivos propostos até então, a mesma foi dividida em
3 fases a seguir:
a. A fase I, “base para análise” primeiramente, fez com que a organização
identificasse o ciclo de serviço que es disponibilizando a seus clientes.
Após esta identificação, a tradução dos critérios que o cliente usa para
definir a qualidade do serviço em cada momento de contato, tornou-se
essencial para que a organização direcionasse sua atenção a estes
determinantes. Estes critérios traduzidos em perguntas, fez com que se
criasse dentro da organização a possibilidade de se avaliar o serviço
prestado em cada requisito.
b. A fase II, análise”, parte da aplicação do questionário aos clientes que
usam o serviço, para que, através de análise estatística, identifique-se os
momentos e os respectivos determinantes que estão falhando, tomando
como base a percepção que o cliente tem do serviço prestado. É tamm
nesta fase, que os graus de severidade (o quanto o cliente percebe a
falha), a ocorrência (probabilidade da ocorncia da falha) e detecção (a
possibilidade de se identificar a falha antes que esta atinja o cliente), são
calculados. Com o lculo do número de prioridade de riscos (NPR) a
organização hierarquiza as falhas encontradas para que soluções sejam
buscadas e implementadas na fase seguinte.
c. A fase III, “busca de soluções” é de suma importância, pois sugere a
implantação das ações de melhoria para sanar as falhas encontradas em
seus processos.
126
O aperfeiçoamento completo da proposta se concretizou com a aplicação
numa empresa de transporte rodoviário de cargas, pois possibilitou que fossem
efetuados os devidos ajustes.
A equipe responsável pela aplicação do modelo, a equipe responsável
adquiriu uma visão holística de todo o processo analisando os momentos de contato
no Fluxo do Processo de Serviço na linha de frente e nos processo envolvidos na
retaguarda, identificando as atividades que estão falhando. A aplicação tamm
proporcionou a discussão da responsabilidade que o funcionário que es em
contato com o cliente (linha de frente) tem sobre as atividades que influenciarão a
percepção do cliente. Recomendou-se a aplicação do modelo também nos
processos de retaguarda explorando esta relação, e analisando a influência desta
interface na qualidade dos serviços prestados.
Na aplicação do modelo, deu-se importância para os momentos de contato
em que o funcionário es diretamente envolvido. Outras empresas de serviço
podem atentar também para os momentos que envolvam os bens facilitadores da
organização.
Na aplicação do modelo na transportadora, o questionário foi enviado apenas
para os clientes com maior volume de negócios. Sugere-se que a empresa ao
aplicar o modelo, envie para a maior parcela de clientes possíveis para obter uma
amostragem maior.
Muitas falhas identificadas durante a aplicação do modelo na transportadora,
se explica pela falta de implantação total do sistema ERP (Enterprise Resource
Planning) que é um pacote de ferramentas que integra todos os departamentos da
empresa, onde todos os dados passam a fluir pela companhia, eliminando relatórios
em papel, fornecendo informações em tempo real da operação para a tomada de
decisão.
O ERP contempla a integração EDI (Electronic Data Interchange), que é
uma rede de acesso direto aos clientes do provedor, permitindo a conexão entre os
sistemas eletrônicos de informação entre empresas, independentemente dos
sistemas e procedimentos utilizados no interior de cada uma delas.
Com a aplicação do modelo, foi possível concluir que a proposta do modelo
conceitual tem potencial para ser aplicado a outras organizações de serviços que
busquem níveis superiores de desempenho e satisfação de seus clientes. Para isso,
127
a organização deve estar atenta o seu ciclo de serviço identificando os requisitos
importantes para o seu cliente e como estes podem falhar.
Analisando os resultados encontrados, de-se concluir que a metodologia
FMEA adaptada para a prestação de serviços mostrou-se como uma ferramenta de
grande utilidade no que se refere ao controle da qualidade, pois possibilitou à
empresa ter uma visão da percepção que o cliente tem do serviço, criando uma
cultura de previsão de falhas antes que estas o atinja e dando continuidade a um
ciclo de melhorias.
A aplicação, embora efetivada numa empresa de transporte rodoviário de
cargas, não se limita a esse setor. Os conceitos desenvolvidos neste modelo podem
ser aplicados em outras organizações cuja finalidade seja identificar as falhas nos
requisitos importantes para o seu cliente durante os momentos de interação
cliente/organização.
6.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Existem várias possibilidades para análise de futuros trabalhos em diversas
empresas, desde as que tem um alto nível de contato com o cliente como
atendimento médico, cabeleireiro, até empresas que prestam serviço, com o nível
de contato baixo, como por exemplo o ensino a distância, entre outros. A aplicação
do modelo pode estender-se no desdobramento de pesquisas do tipo pesquisa-ação
tamm em empresas de serviços de massa, lojas de serviços e serviços
profissionais.
Da mesma forma, existe a possibilidade de realizão desta proposta para a
adaptação do uso no ambiente de serviço, mais especificamente durante a fase do
projeto de serviço, na prevenção de falhas em sua fase de desenvolvimento. Essa
aplicação fará com que toda a organização, comprometida com a qualidade do
serviço e a confiabilidade de seus processos, crie mecanismos de controle e
detecção para as possíveis falhas que possam afetar a percepção da qualidade do
seu cliente.
128
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