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DENISE DE CÁSSIA MOREIRA ZORNOFF
Desenvolvimento de Sistema de Educação
Continuada a Distância e Interconsulta em
Hepatites Virais
BOTUCATU - SP
2009
BOTUCATU - SP
2009
DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA E INTERCONSULTA EM HEPATITES VIRAIS
Denise de Cássia Moreira Zornoff
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1
Denise de Cássia Moreira Zornoff
DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE
EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA E
INTERCONSULTA EM HEPATITES VIRAIS
Botucatu
2009
Tese apresentada à Faculdade de Medicina de
Botucatu UNESP para obtenção de título de Doutor
no Programa de Pós-graduação Fisiopatologia em
Clínica Médica
Orientador: Prof. Dr. Carlos Antonio Caramori
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Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação
Divisão Técnica de Biblioteca e Documentação - Campus De Botucatu - UNESP
Bibliotecária responsável: Sulamita Selma Clemente ColnagoCRB 8/4716
Zornoff, Denise de Cássia Moreira.
Desenvolvimento de sistema de educação continuada a
distância e interconsulta em hepatites virais / Denise de Cássia
Moreira Zornoff. 2009
Tese (doutorado) Faculdade de Medicina de Botucatu,
Universidade Estadual Paulista
Orientador: Carlos Antônio Caramori
Capes: 70804036
1. Ensino a distância. 2. Medicina Métodos de ensino.
Palavras-chave: Educação a distância; Educação continuada;
Hepatites virais; Informática médica; Moodle; Segunda opinião
2
Fragmento da obra de Wassily Kandinsky.
Título: On White II
3
Dedicatória
Aos meus amores
Ao Léo, minha luz e minha inspiração.
Obrigada por me apoiar
incondicionalmente e ser o brilhante
coautor de minha melhor produção,
nosso filho Gustavo.
4
Fragmento da obra de Wassily Kandinsky.
Título: Lyrical
5
Dedicatória
Aos meus pais, Osny, modelo de honestidade e seriedade, e
minha mãe, Nilce, a personificação do devotamento maternal.
Obrigada por nortear meu caráter, minha religiosidade e me
sustentar com incomensurável carinho e dedicação.
Aos motivos de meu orgulho e admiração, meus irmãos Osni
e César, e às suas famílias.
À minha família Botucatuense, Caramoris, Okoshis, Paivas,
Matsubaras e Godoys. Seu carinho e amizade nos fortalecem
e enchem nossas vidas de alegrias.
6
Fragmento da obra de Wassily Kandinsky.
Título: Red Spot II
7
Agradecimentos
Ao meu orientador, Prof. Dr. Carlos Caramori, por me oferecer
sucessivas oportunidades de crescimento e por acreditar
no meu trabalho. Sua constante busca por desafios me
faz acreditar que nossa capacidade de desenvolvimento
acadêmico é ilimitada.
8
Fragmento da obra de Wassily Kandinsky.
Título: Red Oval
9
Agradecimentos
Aos amigos do NEAD.TIS, profissionais dedicados e competentes,
que apoiaram todas as etapas da condução deste trabalho.
Aos colaboradores Lucas Frederico Arantes e Renato Antunes
Ribeiro, que ajudaram muito na configurão da plataforma da
pesquisa.
Ao Prof. Dr. Giovanni Faria Silva, por compartilhar sua renomada
rotina de atendimento aos pacientes com hepatites virais. Suas
informações foram de grande valia na criação do ambiente on-line.
À Danielle de Almeida Pacheco Thomaz que, além de ajudar no
design do site e de minha tese, me fez amadurecer muito durante
a orientação de seu estágio de aprimoramento profissional.
Ao Prof. Dr. Deilson Elgui de Oliveira por me apresentar e ajudar a
explorar a potencialidade da plataforma Moodle.
À Profa. Dra. Beatriz Bojikian Matsubara, modelo de competência
e entusiasmo acadêmico, por suas excelentes sugestões no novo
formato da tese.
Ao Prof. Dr. lio Amante Miot, por sua cuidadosa revisão do
manuscrito e contínuo incentivo.
À Rosemary Cristina da Silva, por sua ajuda na edição de minhas
referências bibliográficas.
Aos funcionários, médicos e docentes do Departamento de
Clínica Médica, que me adotaram em seus domínios com tanta
consideração e estima.
10
Epígrafe
Eis aqui
um teste para verificar
se a sua missão na terra está
cumprida:
Se você está vivo,
não está.
(Richard Bach – Ilusões)
11
Resumo
Os profissionais da saúde necessitam de métodos efetivos de educação continuada,
com estratégias de capacitação objetivas, flexíveis e dinâmicas. Desse modo,
proposta de ensino/aprendizado baseadas na Web podem ser bem sucedidas na
sua atualização. Levantamos a hipótese de que o emprego da plataforma Moodle de
educão on-line pode viabilizar a crião de portal eletrônico para educaçãodica
continuada e pode ser uma ferramenta viável e simples para a formulão de segunda
opino em saúde nas hepatites virais. Assim, este trabalho descreve a criação de
plataforma voltada ao aprendizado em hepatites virais, empregando o sistema Moodle
de gerenciamento de cursos. O portal foi desenvolvido de acordo com proposta de
Cook & Dupras, que descreve 10 recomendações na elaboração de sites educacionais:
análise das necessidades, metas e objetivos; determinação de recursos técnicos e
necessidades; avaliação de sistemas similares p-existentes; assegurar compromisso
de todos os participantes e identificar potenciais barreiras à implantação do projeto;
desenvolvimento de conteúdo em íntima coordenação com o design do site; criação
de materiais que estimulem o aprendizado ativo; encorajamento no uso do site pelo
usuário; avaliação dos usuários e do curso; promoção de estudo piloto; monitoração da
comunicação on-line e atualização perdica. O conteúdo incluiu consensos científicos
nacionais e internacionais, aulas, animões, tutoriais, suporte para segunda opino
médica e links de interesse na Web. Acredita-se que esta ferramenta ofereça uma
alternativa interativa de educação e ratifique a necessidade de se promover estudos
adicionais para validar estratégias efetivas de educação continuada.
PALAVRAS-CHAVE: Hepatites virais, educação a distância, educação continuada,
informática médica, segunda opinião, Moodle.
I
12
Abstract
Health workers need effective methods of continuing education, with objective, flexible
and dynamic strategies. Thus, teaching and learning based on Web can be successful
in upgrading those professionals. We hypothesized that the use of Moodle for online
education can facilitate the creation of an electronic portal for continuing medical
education and it is a viable tool to formulate queries for viral hepatitis second opinion.
This paper describes the creation of a learning platform focused on viral hepatitis,
using the Moodle system of course management. The portal was developed according
to Cook & Dupras proposal, following ten recommendations: perform a needs analysis
and specify goals and objectives; determine technical resources and needs; evaluate
preexisting software; secure commitment from all participants and identify potential
barriers to implementation; develop content in close coordination with website design;
encourage active learning; facilitate use by the learner; evaluate learners and course;
pilot the website, and plan to monitor online communication periodically. The contents
include national and international guidelines, presentations, support for second medical
opinion and links of interest on the Web. It is expected that this tool offers an interactive
alternative for education and encourage further studies to validate effective strategies
for continuing education.
KEY WORDS: Viral hepatitis, distance learning, continuing education, medical
informatics, second opinion, Moodle.
II
13
Lista de Figuras
Figura 1. Representação gráfica, na forma de barras, de pesquisa
dos termos continuing medical education e continuing professional
development” na base de dados Pubmed, de 2005-2009 . . . . . . .
Figura 2. Página inicial do site Hepatites Virais, na plataforma Moodle
FMB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Figura 3. Página de tutoriais e aulas do site Hepatites Virais, na
plataforma Moodle FMB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Figura 4. Estudo de caso interativo do site Hepatites Virais, na
plataforma Moodle FMB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Figura 5. Fórum de acesso restrito aos profissionais de saúde do site
“Hepatites Virais”, na plataforma Moodle FMB . . . . . . . . . . . .
Figura 6. Glossário de Perguntas e Respostas em Hepatites Virais do
site “Hepatites Virais”, na plataforma Moodle FMB . . . . . . . . . .
Figura 7. Representação de Gráfico e tabela de logs das atividades no
site entre os meses de abril de 2008 e fevereiro de 2009, de acordo com
o perfil dos usuários
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Figura 8. Relatório global de atividades no site, gerado em 09 de fevereiro
de 2009 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Figura 9. Razões pelas quais o ensino integrado pode obter melhores
resultados que o ensino isolado . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
III
24
35
35
36
36
37
38
39
60
14
Lista de Quadros
Quadro 1. Os 10 passos para o aprendizado efetivo baseado na Web
(adaptado de Cook & Dupras, 2004) . . . . . . . . . . . . . . . . .
Quadro 2. Temas para pesquisa de satisfação dos usuários (Adaptado
de Huang, 2005) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
IV
27
30
15
Lista de Tabelas
Tabela 1. Casos confirmados de hepatites virais por evolução do caso,
segundo forma clínica. Sistema de Informação de Agravos de Notificação
– SINAN. Período: 2001-2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Tabela 2. Casos confirmados de hepatites virais por forma clínica,
segundo classificação etiológica. Sistema de Informação de Agravos
de Notificação – SINAN. Período: 2001-2006 . . . . . . . . . . . . .
Tabela 3. Domínios de IP dos usuários visitantes, por país e número de
IPs empregados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Tabela 4. Empresas responsáveis pelos acessos, por país de origem e
número de logs e de IPs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Tabela 5. Conteúdos acessados por usuários cadastrados
e visitantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Tabela 6. Resultado da busca pelo termo Moodle na base de dados
MEDLINE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
V
20
21
41
42
45
48
16
Lista de abreviaturas
CDC: Centers for Disease Control and Prevention
CREMESP: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
DRS: Departamento Regional de Saúde
EAD: Educação a distância
EMC: Educação médica continuada
FINEP: Financiadora de Estudos e Projetos
FMB: Faculdade de Medicina de Botucatu
HON: Health on the Net Foundation
IP: Internet Protocol
MB: megabytes
PSF: Programas de Saúde da Família
SEED: Secretaria de Educação a Distância
SIEAD: Sistema de Consulta de Instituições Credenciadas para Educação a Disncia
e Polos de Apoio Presencial
SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde
SUS: Sistema Único de Saúde
UBS: Unidades Básicas de Saúde
UNESP: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
UPECLIN: Unidade de Pesquisa Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da UNESP Botucatu
VI
17
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
Lista de Figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Listas de Quadros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Lista de Tabelas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Abstract . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Hepatites virais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Educação médica continuada . . . . . . . . . . . . .
2. Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3. Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4. Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5. Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6. Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . .
III
IV
V
I
II
18
19
23
26
27
32
46
58
18
1. INTRODUÇÃO
É papel do profissional da saúde manter-se atualizado e buscar continuamente
por oportunidades de melhorar seus conhecimentos e habilidades, no sentido de
oferecer aos seus pacientes o melhor cuidado possível e disponível
1
.
Este conceito pode ser considerado universal e atemporal, mas, frente à
crescente oferta de informações e novas tecnologias para capacitão, a escolha
das melhores opções na condução dessa capacitão é um desafio constante na
área da saúde. Cabe a esses profissionais adequar variadas rotinas de trabalho às
necessidades individuais de renovação ou incremento de conhecimento em suas áreas
de interesse, selecionando programas de capacitação tradicionais ou inovadores que
sejam adequados aos seus propósitos. Nesse sentido, observa-se uma expressiva
valorização de métodos que ofereçam maior autonomia e flexibilidade, como a
educação a distância, especialmente nos países desenvolvidos
2,3
.
Por outro lado, países em desenvolvimento e de grandes extensões territoriais,
como o Brasil, ainda utilizam essa alternativa de forma modesta, em todas as áreas
do conhecimento. Pesquisa realizada em novembro de 2009 no Sistema de Consulta
de Instituições Credenciadas para Educação a Distância e Polos de Apoio Presencial
(SIEAD)
4
da Secretaria de Educação a Distância (SEED), Ministério da Educação,
mostra que o Brasil conta com apenas 99 instituições públicas credenciadas para
este formato, e muitas em caráter ainda experimental.
Além disso, o Brasil é sabidamente caracterizado por diferenças regionais
marcantes, tanto no aspecto da epidemiologia das doenças, como na capacitação de
seus prossionais da saúde e, assim como em outros países, há signicativo retardo
entre a divulgação de novos conhecimentos e a esperada mudança de comportamento
na assistência
5-7
.
No caso das doenças infecciosas, essa questão é particularmente importante,
pois a marcante velocidade de descoberta de novas tecnologias de prevenção
19
e tratamento coloca os praticantes dessa especialidade em contínuo risco de
desatualização.
Tomando como exemplo as hepatites virais, trabalho realizado em 2005 mostra
que as publicações referentes ao vírus da hepatite B na base de dados PubMed
dobraram em período de oito anos, e a situão é ainda mais acentuada em temas
de maior especificidade, como o uso do Interferon e suas contraindicações, cujas
produções dobraram em 48 meses
8
.
Nesse sentido, as hepatites virais podem ser consideradas alvos adequados para
o estudo de estratégias de educação continuada, pois, além da atualização dinâmica
em seus conceitos, questões clássicas, como sua epidemiologia, acompanhamento
com exames laboratoriais, biologia molecular e biópsia, bem como a indicação e
monitoração de vacinação e tratamento, ainda geram vidas entre os prossionais
da saúde
9
.
Hepatites Virais
As hepatites virais são doenças de distribuição mundial, que apresentam alta
prevalência e potencial impacto sobre a qualidade de vida
9-11
.
Atualmente descrevem-se cinco tipos principais de vírus causadores de
hepatites virais: tipo A, B, C, D e E. Os rus A e E o transmitidos por via fecal-oral
e manifestam-se na forma de hepatite aguda, sem evolução crônica, enquanto os
tipos B e C apresentam forma de contágio parenteral e podem progredir para quadros
crônicos e neoplasias. O vírus D é considerado defectivo ou incompleto, e manifesta-
se exclusivamente em portadores do vírus B. Esta associação causa quadros de maior
gravidade e potencialmente fatais
12,13
.
Por serem causadas por agentes etiológicos distintos, o conhecimento da
heterogeneidade de sua epidemiologia, investigação e conduta terapêutica exige alto
grau de capacitação dos profissionais de saúde
14
, e justifica a atenção crescente das
autoridades sanitárias sobre este tema
15,16
.
20
FORMA CLÍNICA
Ignorada ou o informada
Hepatite Aguda
Hepatite Crônica
Hepatite Fulminante
Portador Assintomático
Infecção Assintomática
TOTAL
IGN/BRANCO
25.682
13.951
6.429
37
5.641
1.733
53.473
CURA
42.599
101.450
2.263
94
6.132
6.473
159.011
ÓBITO
1.877
848
3.804
376
292
62
7.259
PORTADOR CRÔNICO
989
2.131
8.264
44
20.335
1.195
32.958
HEPATITE CRÔNICA
637
1.368
38.976
25
2.653
758
44.417
TOTAL
71.784
119.748
59.736
576
35.053
10.221
297.118
Acredita-se que aproximadamente 80% dos indivíduos infectados com o vírus
da hepatite C irão desenvolver quadro cnico e, destes, 20% evoluirão com formas
graves da doença. Na hepatite B, 25% dos portadores crônicos teo complicação
hepática. A Organização Mundial de Saúde estima a existência de 325 milhões de
portadores crônicos da hepatite B e 170 milhões da hepatite C em todo o mundo17.
No Brasil, calcula-se que pelo menos 15% da população já teve contato com o rus
da hepatite B
18
.
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Noticão do Ministério da
Saúde (SINAM), coletados no peodo de 2001-2006, contabilizam 297.118 casos
confirmados de hepatite viral, com 7.259 óbitos (tabelas 1 e 2). As notificações
parcialmente tabuladas dos anos de 2007 e 2008 somaram 136.237 casos novos
de hepatites B e C e 5780 óbitos (SINAN)
19
.
Somada à alta prevalência, o atendimento aos pacientes com hepatites virais
apresenta considerável grau de complexidade para o diagnóstico e tratamento
apropriados. Corroborando com essas informações, observa-se que a análise dos
dados do SINAN revela incongruências nos casos notificados. Por exemplo, foram
incldos 71.784 sem descrição da forma clínica e 30.458 casos sem descrão da
etiologia, além da proposição de formas clínicas incompatíveis, tais como casos
crônicos ou de portador assintomático de hepatite A (tabelas 1 e 2).
Tabela 1. Casos confirmados de hepatites virais por evolução do caso, segundo forma
clínica. Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. Período: 2001-2006
21
Tabela 2. Casos confirmados de hepatites virais por forma clínica, segundo classificação
etiológica. Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. - Período: 2001-2006
CLASS.
ETIOLÓGICA
Ign/Branco
Vírus B
Vírus C
rus B + C
rus B + D
Outras
Vírus A
A/B ou A/C
Vírus E
TOTAL
IGN/
BRANCO
18.567
13.121
10.505
466
59
2.477
26.420
160
9
71.784
HEPATITE
AGUDA
10.609
13.896
2.329
467
219
4.008
87.625
561
34
119.748
HEPATITE
CRÔNICA
380
14.516
42.005
2.022
317
86
233
175
2
59.736
HEPATITE
FULMINANTE
121
181
102
16
11
35
101
9
-
576
PORTADOR
ASSINTOMÁTICO
481
21.445
11.058
863
189
272
637
106
2
35.053
TOTAL
30.458
69.640
68.186
4.054
806
7.114
115.762
1.051
47
297.118
INFECÇÃO
ASSINTOMÁTICA
300
6.481
2.187
220
11
236
746
40
-
10.221
Em resposta à necessidade de melhor capacitação nesta área, a Portaria n.º
263/GM de 2002 instituiu no Sistema Único de Saúde (SUS) o Programa Nacional
para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais
20
. Os objetivos deste programa,
desenvolvido pelo Ministério da Saúde e pelas Secretarias de Saúde dos estados,
Distrito Federal e municípios, incluíram:
I. o desenvolvimento de ações de promoção da saúde, prevenção, diagnóstico,
vigincia epidemiológica e sanitária das hepatites virais, acompanhamento e
tratamento dos portadores de hepatites virais;
II. a ampliação do acesso, o incremento da qualidade e da capacidade instalada
dos serviços de saúde em todos os seus níveis de complexidade, bem como
de centros de referência para o tratamento das hepatites;
III. a organização, regulação, acompanhamento e avaliação do conjunto destas
ações de saúde para o efetivo controle das hepatites virais.
22
Esse mesmo documento definiu a hierarquização no atendimento das hepatites
virais, estabelecendo ts níveis assistenciais: vel I Ateão Básica; Nível II
Assistência Ambulatorial e Hospitalar de Média Complexidade e Nível III – Assistência
Ambulatorial e Hospitalar de Alta Complexidade.
A Atenção Básica compreende ações relativas à prevenção de hepatites virais,
identicão dos portadores e assisncia básica dos casos identicados. Tal servo
deveria ser prestado pelos Programas de Saúde da Família (PSF), Unidades Básicas
de Saúde (UBS) e Centros de Testagem e Aconselhamento.
A Assistência Ambulatorial e Hospitalar de Média Complexidade executaria
ações de diagnóstico e tratamento dos portadores de hepatites virais nos Serviços
Ambulatoriais de Especialidade, Núcleos de Gestão e Assistência, Centros de Referência
e Ambulatórios de Especialidades. Este nível executaria as funções de elucidação
diagnóstica, realização de marcadores sorológicos complementares e solicitação de
exames de biologia molecular, além de realizar ou indicar biópsia e o tratamento.
Já a Assisncia Ambulatorial e Hospitalar de Alta Complexidade estaria
reservada aos Hospitais Universitários e Hospitais das Secretarias Estaduais de
Saúde, cuja responsabilidade inclui a elucidação diagnóstica por meio de marcadores
sorológicos complementares, biologia molecular e biópsia, tratamento segundo
portarias e protocolos especiais aprovados pelos Comitês de Ética em Pesquisa.
Esse nível de hierarquização requer conscientização e capacitação dos
profissionais de saúde envolvidos no atendimento dos casos de hepatites virais e exige
um sistema de referência e contrarreferência efetivo. Para tanto, se faz necessária a
criação de programas de educação e treinamento especializados, particularmente
entre as unidades contínuas em determinada região.
O Hospital das Clínicas de Botucatu é classificado como nível III de assistência
nas hepatites virais, atendendo pacientes provenientes do Departamento Regional
de Saúde de Bauru (DRS VI) e outros DRS. Adicionalmente, a Faculdade de Medicina
da Universidade Estadual Paulista (UNESP), no Campus de Botucatu, obteve recente
aprovação em projeto para implantação de unidades de pesquisas clínicas em
hospitais de ensino, referente ao edital do Ministério da Saúde, Ministério das Ciências
23
e Tecnologia e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Como resultado, criou-
se a Unidade de Pesquisa Clínica da Faculdade de Medicina da UNESP Botucatu
(UPECLIN), com plena potencialidade para atuação na área de pesquisa clínica em
hepatites virais.
Tal perfil confere ao serviço o status de unidade de referência em educação,
assistência e pesquisa em hepatites virais e estimula o desenvolvimento de projetos
de educação continuada nessa Instituição.
Educação Médica Continuada
Entende-se como Educação Médica Continuada (EMC) todo o conhecimento
adquirido após a formação da graduão, o qual pode ser alcançado por meio de
diversas atividades acadêmicas e científicas, com objetivo maior de assegurar a
melhora na assistência à saúde
21
.
O termo Educação Médica Continuada pode ser evidenciado na base de
dados Pubmed
22
mais de cinquenta anos - “Steeves LC. The Dalhousie post-
graduate program; an experience in continuing medical education. Journal of Medical
Education. 34(3):236-8, 1959” e, desde então, foi abordado em 3.399 publicações,
sendo 858 nos últimos cinco anos (busca realizada em novembro de 2009). Na América
Latina, a mesma busca na base de dados Lilacs
23
, revelou 407 publicações, 61 destas
nos últimos cinco anos.
Observou-se citão crescente da expressão alternativaDesenvolvimento
Profissional Contínuo”24 no último quinquênio (329 publicações). No entanto, esta
ainda não superou a primeira na base de dados Pubmed22 (gura 1), justicando a
manutenção do uso “Educação Médica Continuada” no decorrer desta composição.
24
Figura1. Representão gráfica, na forma de barras, do mero de referências obtidos na
pesquisa dos termos continuing medical education e “continuing professional development
na base de dados Pubmed de 2005-2009.
O significativo aumento das informações disponíveis na área da saúde
humana torna a atualização profissional uma evidente necessidade, mas também
um inegável desafio.
Revisão da literatura internacional no período de 1975-1992 mostrou que a
principal fonte de informações cnicas usada pelos médicos de assisncia primária
foi o contato pessoal com colegas, seguida da leitura de livros e revistas impressas. Os
meios eletrônicos raramente foram consultados
25
. Esta pticao parece ter mudado
nos últimos anos e uma das principais barreiras descritas para atualização médica é
a indisponibilidade de tempo
26
.
Desta forma, o planejamento de métodos efetivos para EMC exige estratégias
que se apresentem de forma objetiva, em horários flexíveis e por meio de propostas
criativas e dinâmicas.
25
A educação mediada por computador, especialmente com o apoio da Internet,
é descrita como opção muito atraente para educação médica, pois permite a criação
de materiais didáticos que exploram sons, imagens, animações e vídeos, além de
incorporar diversas modalidades de comunicação ncronas (em tempo real) e
assíncronas, podendo oferecer treinamento em horios e velocidades adaptáveis a
cada usuário
27
.
Há vasta coleção de artigos que tratam da criação de sites educativos,
havendo consenso quanto à recomendação de explorar recursos adequados para
Web, como arquivos multimídia, hipertexto e comunicação eletrônica, embora nenhum
destes formatos garanta aumento signicativo no poder ou qualidade da experiência
educacional
28-30
. Cook & Dupras (2004)
31
destacam também a importância do uso
de bons princípios de Web design, com páginas claras, concisas e consistentes,
preferencialmente seguindo recomendações internacionais de usabilidade
32
.
Quanto à seleção dos materiais que devem compor o ambiente voltado à
educão on-line, embora os conteúdos teóricos devam ser explorados, as atividades
que permitem reflexão, autoavaliação e aprendizado baseado em problema o mais
efetivas no estímulo ao aprendizado
33
.
Pelo exposto, acreditamos que estratégias para ensino/aprendizado baseadas
no uso do computador podem ser bem sucedidas na atualização dos profissionais
da saúde. Com isso, levantamos a hipótese de que o emprego da plataforma Moodle
de educação on-line pode viabilizar a crião de portal eletnico para educão
dica continuada e pode ser uma ferramenta viável e simples para a formulão de
consultas para segunda opinião em saúde nas hepatites virais.
O termo Moodle deriva do acnimo de “Modular Object Oriented Dynamic
Learning Enviroment”. Este programa de código aberto foi desenvolvido pelo cientista
da computação Martin Dougiamas em 2002, na Universidade Curtin de Tecnologia,
Austlia. Desde então, o sistema é continuamente revisado e atualizado por uma
crescente comunidade de usuários e desenvolvedores em todo o mundo
34
.
26
2. OBJETIVOS
Desenvolver portal on-line de apoio à educação continuada de prossionais da
saúde envolvidos na atenção das hepatites virais.
Disponibilizar modelo para Teleassistência em hepatites virais, mediado por
computador, por meio de fórum da plataforma Moodle.
27
3. MÉTODOS
O portal foi desenvolvido de acordo com proposta de Cook & Dupras
31
, que
recomenda a elaboração de sites educacionais em 10 (dez) etapas, conforme quadro 1:
01. Análise das necessidades, metas e objetivos
02. Determinação de recursos técnicos e necessidades
03. Avaliação de softwares pré-existentes
04. Assegurar o compromisso dos participantes e identificar barreiras à implantação
do projeto
05. Criação de materiais que estimulem o aprendizado ativo
06. Desenvolvimento de conteúdo em íntima coordenação com o design do site
07. Encorajamento no uso do site pelo usuário
08. Avaliação (dos usuários e do curso)
09. Promoção de estudo piloto
10. Monitoração da comunicação on-line e atualização periódica
Quadro 1. Os 10 passos para o aprendizado efetivo baseado na Web (adaptado de Cook &
Dupras, 2004)
1. Análise das necessidades, metas e objetivos
Etapa obtida por meio de discussão com hepatologistas da disciplina de
Gastroenterologia da Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP, para idealização
da forma de apresentação e seleção dos conteúdos apropriados para composição do
portal on-line.
A equipe de pesquisadores e técnicos envolvidos no projeto promoveu reuniões
semanais, nas quais considerou que, tendo em vista a heterogeneidade de formação
e das possíveis dúvidas dos potenciais seguidores da plataforma, a composição do
ambiente deveria ser igualmente heterogênea.
28
A meta do projeto foi a criação de ambiente on-line para profissionais da
atenção básica de saúde à procura de informações gerais sobre hepatites virais e
que oferecesse um meio de comunicação com especialistas no tema.
Ainda considerando a diversidade dos usuários e sua disponibilidade de
tempo para acesso ao ambiente, não foi proposta a criação de um curso formal, com
restrão por senhas, necessidade de identicão, cronograma de atividades e
critérios de avaliação. Ao contrário, todos os conteúdos possuíam livre acesso e foram
disponibilizados de modo independente, possibilitando facilidade de acompanhamento
e autonomia ao visitante.
2. Determinação de recursos técnicos e necessidades
O ambiente teve como base o sistema de gerenciamento de cursos de código aberto
e gratuito Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment ou Ambiente
Modular de Aprendizagem Dinâmico Orientado por Objeto).
Para criação do ambiente realizou-se cadastro de técnicos e especialistas em
diferentes perfis de funções no site:
Editores (permissão para inserir atividades, alterá-las e avaliá-las): grupo
composto de dois usuários - a autora e o orientador da tese.
Estudantes (permissão para acessar conteúdos abertos e participar dos
fóruns gerais): grupo com três usuários - um designer e dois médicos.
Participantes (permissão para acessar todos os conteúdos e participar de
todos os fóruns gerais): grupo com sete usuários - 2 docentes e 5 dicos
especializados em gastroenterologia.
Administradores (acesso global à conguração plataforma Moodle): grupo
com três técnicos em informática. Como tal, estes usuários não necessitaram de
cadastro específico no site para realizar suas tarefas de desenvolvimento e análise
do site. A autora também exerce função de administradora geral da plataforma
Moodle e foi nesta função de executou a maior parte de suas atividades no site.
29
3. Avaliação de sistemas similares pré-existentes
Para análise de projetos acadêmicos similares acessíveis on-line, foi conduzida
pesquisa em sites de busca no início do trabalho e ao final de seu desenvolvimento.
Foram usados os termos “hepatites virais”, excluindo-se textos, planilhas e
apresentações de PowerPoint (“hepatites virais” -filetype:rtf -filetype:xls -filetype:doc
-filetype:pdf -filetype:ppt).
4. Assegurar compromisso de todos os participantes e identificar
potenciais barreiras à implantação do projeto
O projeto previu o acompanhamento contínuo do ambiente, monitorando a
participação de todo o grupo nas diferentes etapas do estudo, permitindo a identificação
precoce de dificuldades técnicas.
Foram definidos os seguintes participantes em cada fase do projeto:
• Fase de desenvolvimento: Docentes, médicos e técnicos de informática
• Estudo piloto: Residentes ou alunos do sexto ano médico
• Fase nal: Prossionais da área da saúde
5. Desenvolvimento de conteúdo em íntima coordenação com o
design do site
O material foi desenvolvido em concordância com as recomendações da resolução
097/2001 do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP)35, da
Health on the Net Foundation (HON)
36
e do Research-Based Web Design and Usability
Guidelines 2006 (U.S. Department of Health and Human Services)
32
.
6. Criação de materiais que estimulem o aprendizado ativo
A construção do ambiente teve como base a seleção e tradução de conteúdos
originalmente desenvolvidos para o site de hepatites virais do Center for Diseases
Control and Prevention (CDC)
37
, por tratar-se de grupo reconhecido internacionalmente,
que conta com equipe de técnica habilitada para criação de rico material multimídia,
o qual é constantemente atualizado.
30
7. Encorajamento no uso do site pelo usuário
O ambiente não se propõe a oferecer treinamento formal, com evolução em
etapas previamente definidas. Assim, tais aspectos foram considerados relevantes,
mas não se aplicam diretamente à construção desse site.
8. Avaliação dos usuários e do curso
A avaliação do grau de satisfação na utilização do sistema baseou-se em
proposta adaptada de Huang, 2005, que trata de aspectos da qualidade de conteúdo,
comunicação e usabilidade
38
(quadro 2). O questiorio eletrônico foi gerado na ppria
plataforma Moodle, utilizando a escala Likert de 5 pontos (1 - discordo plenamente a 5
- concordo plenamente) e publicado no ambiente com acesso irrestrito aos visitantes,
cadastrados ou não. (anexo 1).
Conteúdo
Temas relevantes
Organização clara
Fácil entendimento
Apresentado de forma motivadora
Temas escolhidos são relevantes
Organização das informações é clara
Fácil entendimento
Apresentado de forma a motivador
o estudo
ComuniCação
Acesso ao site obtido sem dificuldade
Sem problema de imagem
Sem problema de som
Estimulou interação
Esclareceu dúvidas
Melhorou conhecimento
Todas as páginas visitadas estavam
disponíveis
O envio de mensagens no fórum
ocorreu sem dificuldades
O envio de mensagens no chat
ocorreu sem dificuldades
A resposta aos questiorios on-line
foi feita sem dificuldade
usabilidade
Navegação fácil
Apresentação intuitiva
Facilidade em obter informações procuradas
Dificuldades técnicas não interferem no aprendizado
Ajuda disponível
Ajuda eficiente
O visual do site é agradável
O texto de apresentação é claro
Os itens que compõe o site estão dispostos de
maneira organizada
É fácil localizar as informações procuradas
Os botões funcionam corretamente
Os links funcionam corretamente
Navegação no site é intuitiva
Disponibilidade de informão sobre contato em
caso de dúvidas
Quadro 2. Temas para pesquisa de satisfação dos usuários (Adaptado de Huang, 2005)
31
9. Promoção de estudo piloto
Etapa conduzida para análise do grau de satisfação no acesso ao portal, desde
a publicão do conteúdo on-line.
Foi prevista a participação de médicos residentes ou alunos do sexto ano
médico em atividade de apresentação do portal e análise do mesmo pelo questionário
de satisfação descrito no item 8. De acordo com os resultados obtidos, recomenda-se
promover as adaptações necessárias à abertura do portal aos profissionais de saúde.
10. Monitoração da comunicação on-line e atualização periódica
Efetuada pela análise do acesso à plataforma, com tabulação personalizada do
número de visitas ao site, das páginas visualizadas e dos itens clicados.
O sistema Moodle permite a realização de estatísticas de acesso às suas páginas,
baseadas nos “logs” dos usuários. O “log” é definido como “registro de atividades”
39
,
e, neste caso, cada log equivale a uma ão executada pelo usuário durante sua
navegação no site.
A plataforma ainda possui controle de acessos por análise da senha registrada
pelo usuário ou pelo endereço do IP dos visitantes. O endereço de IP (abreviação de
Internet Protocol) determina a localizão geográfica em tempo real dos visitantes
do site
40
. Ele é um número único para cada computador e é obrigatório para se obter
autorização de acesso à Internet
41
.
Para identificação da origem geográfica dos visitantes, realizou-se pesquisa
no serviço “Who is” (http://www.lacnic.net/cgi-bin/lacnic/whois) da Latin American and
Caribbean Internet Addresses Registry (LACNIC)
42
. Esta organização é responsável pela
alocação e administração dos endereços de IP na América Latina e Caribe, mas que
também oferece informações de outros países.
Cabe destacar que tal identificação, em geral, não define usuários ou máquinas
especas, mas sim grupos de computadores interligados em rede, administrados
como uma unidade de IP. Estes grupos de computadores são definidos em informática
como “domínios”
43
.
Quanto à atualização dos conteúdos, foi prevista a revisão semestral dos
mesmos, para verificar tal necessidade.
32
4. RESULTADOS
A procura por sistemas similares em sites de busca Google™ (http://www.
google.com.br/) e Yahoo™ (http://br.yahoo.com/), não localizou cursos on-line para
educação continuada em hepatites virais.
O portal on-line foi montado na plataforma de código aberto Moodle, de acordo
com o seguinte cronograma:
• Junho de 2005 a Setembro de 2007: seleção, tradução, digitação dos
conteúdos.
• Setembro de 2007 a Outubro de 2008: abertura dagina, formatação
dos conteúdos para o ambiente eletrônico e definição das configurações do
ambiente.
• Outubro de 2008 a Fevereiro de 2009: liberação da página aos visitantes.
Todas as etapas foram executadas pela autora da tese. As adaptações de
layout dagina, incluindo projetos gráficos (figuras 2-6), tiveram colaboração
da equipe técnica do Núcleo de Educação a Distância e Tecnologias da Informação
em Saúde, da Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP.
A definição das necessidades, metas e objetivos culminou na seleção dos
seguintes itens para a composição do portal:
• Textos e artigos cientícos nacionais e internacionais.
• Aulas, cursos e treinamentos para capacitação continuada.
Suporte para interconsulta a disncia e obtenção de segunda opinião médica
por meio de Fórum de discussão.
A escolha de textos de referência nacionais e internacionais baseou-se em
pesquisa na Web e, por queses de direitos autorais, restringiu-se aos conteúdos de
livre acesso on-line.
Foram pesquisados sites de Sociedades de Gastroenterologia e Hepatologia,
nacionais e internacionais, nos quais obtivemos as seguintes publicações:
33
Textos de referência nacionais
1. I Consenso para o Diagnóstico e Manuseio da Hepatite B e Delta (Sociedade
Brasileira de Infectologia - 2006)
44
2. Consenso sobre condutas nas Hepatites Virais B e C (Sociedade Brasileira de
Hepatologia - 2005)
45
3. Guia de vigincia epidemiológica - Volume I - AIDS/Hepatites Virais (Fundão
Nacional de Saúde - 2002)
46
4. Hepatites virais: o Brasil está atento (Ministério da Saúde - 2008)
47
5. Manual de aconselhamento em hepatites virais (Ministério da Saúde - 2005)
48
Textos de referência internacionais
1. American Gastroenterological Association Technical Review on the Management of
Hepatitis C. American Gastroenterological Association. 2006
49
2. Hepatitis B, hepatitis C, and other blood-borne infections in healthcare workers. Viral
Hepatitis Prevention Board. 2005
50
3. United Kingdom national guideline on the management of the viral hepatitides A, B,
and C 2008. British Association of Sexual Health and HIV. 2008
51
4. Viral Hepatitis - National Network of STD/HIV Prevention Training Centers. 2005
52
Aulas, cursos e treinamentos
Dada à necessidade de elaboração de material educacional atualizado e de
fonte creditada em prazo restrito, optou-se pela tradução e adaptão dos conteúdos
publicados na Coleção sobre hepatites virais do Center for Diseases Control and
Prevention
34
. A coleção é composta de aulas em arquivo PowerPoint e animações em
arquivo flash.
Após a obtenção da autorização formal para uso acadêmico e adaptação do
conteúdo, foram selecionados e traduzidos os seguintes temas:
1. Epidemiologia e prevenção da hepatite viral A a E (arquivo PowerPoint™)
2. Visão Geral da Hepatite A; Hepatite B; Hepatite C; Hepatite D; Hepatite E (arquivo
PowerPoint™)
34
3. Sorologia hepatites virais (arquivo Flash™)
4. Casos clínicos (arquivo Flash™)
Suporte para interconsulta a distância e obtenção de segunda
opinião médica
A possibilidade de contato e envio de questionamentos por parte dos visitantes
à equipe de especialistas foi viabilizada pela oferta de dois fóruns de discussão,
nativos da Plataforma Moodle.
O primeiro, de acesso livre, foi denominado Sugestões e Comentários” e permitiu
a avaliação subjetiva do site aos visitantes e ou envio de temas para discussão.
O segundo fórum, “Educação Continuada”, foi configurado como ambiente
de acesso restrito aos profissionais de saúde e moderado por especialistas em
Gastroenterologia (gura 5). Para que o visitante visualizasse qualquer contdo do
segundo rum ou lhe fosse autorizado o envio de queses, exigia-se o encaminhamento
de nome completo, cidade, e-mail, profissão e número de registro profissional ao e-mail
do administrador. De posse destas informações, o administrador incluiria o usuário em
grupo restrito, com permissão de visualização e envio de mensagens no mural de
discussão.
Na página de apresentação do rum restrito, destacou-se o perl exclusivamente
educativo do ambiente e a necessidade de ateão aos aspectos éticos e sigilosos
porventura envolvidos nas questões ou imagens publicadas.
35
Figura 2. Página inicial do site “Hepatites Virais”, na plataforma Moodle FMB - www.hepatites.
fmb.unesp.br
Figura 3. Página de tutoriais e aulas do site “Hepatites Virais”, na plataforma Moodle FMB -
www.hepatites.fmb.unesp.br
36
Figura 4. Estudo de caso interativo do site Hepatites Virais”, na plataforma Moodle FMB -
www.hepatites.fmb.unesp.br
Figura 5. rum de acesso restrito aos prossionais de sde do site “Hepatites Virais”, na
plataforma Moodle FMB - www.hepatites.fmb.unesp.br
37
Figura 6. Glossário de Perguntas e Respostas em Hepatites Virais do site “Hepatites Virais”,
na plataforma Moodle FMB - www.hepatites.fmb.unesp.br
Estatísticas de acesso
No período compreendido entre a abertura do site, 26 de setembro de 2007,
até o dia 09 de fevereiro de 2009 (500 dias) contabilizou-se 6.140 logs.
A alise dos grácos gerados pela plataforma Moodle permitiu identicar que
a maior parte dos acessos ocorreu nos meses de outubro e novembro de 2008 (figura
7). Esse achado foi coincidente com a divulgação da disponibilidade de acesso à
plataforma, que ocorreu por meio de convite encaminhado na rede de correio eletrônico
institucional, no dia 08 de outubro de 2008.
38
Figura 7. Gráfico e tabela de logs das atividades no site entre os meses de abril de 2008 e
fevereiro de 2009, de acordo com o perfil dos usuários.
O relatório global de atividades no site (figura 8) apresenta visão geral das
ações executadas no site e indica predomínio de visitas no item “Glossário de hepa-
tites virais” (1.483 logs).
39
Figura 8. Relatório global de atividades no site, gerado em 09 de fevereiro de 2009.
Cabe alertar que as estatísticas geradas automaticamente pela plataforma
Moodle não permitem a filtragem dos logs gerados por usrios que fazem parte da
equipe de desenvolvimento, e, para análises posteriores, realizou-se a exportação
dos dados para planilhas Microsoft Excel™.
Por meio desta nova tabulação, observou-se que, dos 6.140 acessos, 61%
foram realizados pela equipe de desenvolvimento do site (3.771 logs) e 119 logs (2%)
por 17 diferentes usrios cadastrados na plataforma Moodle da FMB. Os visitantes
40
não cadastrados representaram 37% dos acessos (2.250 logs). Apenas cinco usrios
promoveram registro específico no portal de hepatites virais.
A maioria dos usuários cadastrados (76%) efetuou seu acesso à plataforma por
um único IP. Entre os acessos por diferentes IPs, dois usuários efetuaram seus acessos
por 4 IPs independentes e outros dois por 2 IPs distintos. A análise da procedência
destes usuários, por busca individual dos dados registrados na plataforma, revelou
predomínio de origem no estado de São Paulo (n=14), nas cidades de Botucatu (n=8)
e imediações (Avaré, Bauru, Marília e São Manuel).
Dos 254 IPs registrados entre os visitantes,o foi possível determinar a
origem de 14 endereços. Os domínios dos 240 IPs identicados distribuem-se em 49
organizações, provenientes de oito países. A maioria destes donios está registrada
nos Estados Unidos, 111 IPs, basicamente nos sites de busca Yahoo! (99 IPs) e
Google (11 IPs). As empresas brasileiras Tele Norte Leste Participações S/A (21
IPs), Telecomunicações de São Paulo S/A - TELESP (18 IPs) e Brasil Telecom S/A
- Filial Distrito Federal (17 IPs) foram responsáveis por mais de 50% dos 106 IPs
utilizados em território nacional. Portugal foi o terceiro país em número de IPs (18 IPs).
China, Honduras, Ilhas Virgens Britânicas, Rússia e Ucrânia tiveram apenas um IP
cada (tabela 3).
41
DOMÍNIOS
Estados Unidos da América
Yahoo!™
Google Inc.™
Osborne Networks
Brasil
Tele Norte Leste Participações S/A
Telecomunicações de São Paulo S/A - Telesp
Brasil Telecom S/A - Filial Distrito Federal
NET Serviços de Comunicação S/A
Universidade Estadual Paulista (brain.fmb.unesp.br)
Global Village Telecom Ltda.
Claro S/A; Companhia de Telecomunicações do Brasil Central; Fiber Line Corcio e Serviços
Ltda.; Grupo ISP Vivax; Universidade Estadual Paulista (ns.fc.unesp.br); Vivo S/A
614 TVT Maceió S/A; BCMG Internet Ltda.; Brasil Telecomunicações S/A; Companhia de
Processamento de Dados do Munipio de São Paulo; Empresa Brasileira de Telecomunicações
S/A Embratel; Faculdades Cathedral de Ensino Superior; Internet by Sercomtel S.A; J E de
Santana Filho; Governo do Estado do Mato Grosso; Norte Brasil Telecom S/A Santarém; Smart
Telecomunicações e Serviços Ltda.; Sociedade de Educação Ritter dos Reis; STV Comunicões
S/A; TVC Tupa Ltda.; Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A – Usiminas; Way TV Belo Horizonte
S/A; Zapnet Provedor de Internet Ltda.
Portugal
Vodafone Portugal
Novis Telecom S/A; Telepac - Comunicações Interactivas S/A; TVCabo - Portugal Cable Modem
Network
Cabo TV Madeirense S/A; GPRS Costumers; IGIF Ministério da Saúde; Instituto Politécnico de
Bragança; Optimus Portugal; PT Prime - Soluções Empresariais de Telecomunicações; S. M. Feira
Residential Customers; TVTEL - Grande Porto Comunicações S/A
Demais países
Chinanet Hebei Province Network (China); Redes y Telecomunicaciones (Honduras); Dragonara Alliance
Ltd. (Ilhas Virgens Britânicas); Investelektrosviaz Ltd. (Rússia); Norma-Plus Odessa (Ucrânia)
MERO DE IPS
99
11
1
21
18
17
8
8
5
2
1
4
2
1
1
Tabela 3. Domínios de IP dos usuários visitantes, por país e número de IPs empregados
42
Para análise do número de acessos (logs) por domínio do IP, os sites de busca
Google™ e Yahoo™ mantiveram destaque nos números de acesso, 1.568 e 318,
respectivamente. Completando a relação dos 10 domínios com maior número de acesso
estão a Tele Norte Leste Participações S/A (48 logs), Telecomunicações de São Paulo S/A
(43 logs), Universidade Estadual Paulista - FMB (36 logs), Brasil Telecom S/A - Filial Distrito
Federal (24 logs), Telepac Comunicações Interactivas S/A (23 logs), NET Serviços de
Comunicação S/A (18 logs) e Global Village Telecom Ltda. (18 logs). Os demais domínios
tiveram menos de 12 logs de acesso (tabela 4).
Tabela 4. Empresas responsáveis pelos acessos, por país de origem e número de logs e de IPs
DOMÍNIOS
Google Inc.™
Yahoo!™
Tele Norte Leste Participações S/A
Telecomunicações de São Paulo S/A - Telesp
Universidade Estadual Paulista (brain.fmb.unesp.br)
Brasil Telecom S/A - Filial Distrito Federal
Telepac - Comunicações Interactivas S/A
NET Serviços de Comunicação S/A
Global Village Telecom Ltda.
Vodafone Portugal
Dragonara Alliance Ltd
Vivo S/A
Universidade Estadual Paulista (ns.fc.unesp.br)
Smart Telecomunicações e Serviços Ltda.
Osborne Networks
Novis Telecom S/A
Companhia de Telecomunicações do Brasil Central; Fiber Line
Comércio e Serviços Ltda.;
PAÍS DE ORIGEM
EUA
EUA
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Portugal
Brasil
Brasil
Portugal
Ilhas Virgens
Britânicas
Brasil
Brasil
Brasil
EUA
Portugal
MERO
DE LOGS
1568
318
48
43
36
24
23
18
18
12
12
10
8
6
6
5
4
MERO
DE IPS
11
99
21
18
8
17
2
8
5
4
1
2
2
1
1
2
2
cont.
43
DOMÍNIOS
TVCabo - Portugal Cable Modem Network
Brasil Telecomunicações S/A; Norte Brasil Telecom S/A Santarém;
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A – Usiminas; Way TV Belo
Horizonte S/A
GPRS Costumers;
Investelektrosviaz Ltd
Claro S/A
Governo do Estado do Mato Grosso
IGIF Ministério da Saúde
Norma-Plus Odessa
Grupo ISP Vivax
BCMG Internet Ltda.; J E de Santana Filho; STV Comunicões S/A;
TVC Tupa Ltda.
Chinanet Hebei Province Network
614 TVT Mace AS; Companhia de Proc. de Dados do Mun. de São
Paulo; Embratel Empresa Brasileira de Telecomunicações S/A;
Faculdades Cathedral de Ensino Superior; Internet by Sercomtel
S/A; Sociedade de Educação Ritter dos Reis; ZAPNET Provedor de
Internet Ltda.
Redes y Telecomunicaciones
Cabo TV Madeirense S/A; Instituto Politécnico de Bragança;
Optimus Portugal; PT Prime - Soluções Empresariais de
Telecomunicações; SM Feira Residential Customers; TVTEL -
Grande Porto Comunicações S/A
Não localizado
PAÍS DE ORIGEM
Portugal
Brasil
Portugal
Rússia
Brasil
Brasil
Portugal
Ucrânia
Brasil
Brasil
China
Brasil
Honduras
Portugal
Ignorado
MERO
DE LOGS
4
4
4
4
3
3
3
3
2
2
2
1
1
1
21
MERO
DE IPS
2
1
1
1
2
1
1
1
2
1
1
1
1
1
14
Para análise de conteúdos acessados, foram considerados separadamente os
logs dos usuários visitantes e cadastrados (tabela 5).
Entre os usuários visitantes, os conteúdos de maior acesso foram o glossário
de hepatites virais (1.291 logs), página inicial (208 logs), imagens e animações
(92 logs), folhetos ilustrados (52 logs), aulas e tutoriais (51 logs) e portarias e
regimentos (40 logs
). A busca de informações gerais sobre diferentes usuários do
site contabilizaram 164 acessos.
44
Dos 119 logs dos usuários cadastrados, 40 corresponderam à visualização
da página principal. Os conteúdos mais acessados a seguir foram Aulas e Tutoriais
(17 logs), Glossário Hepatites Virais (11 logs), Fórum de Educação Continuada (6
log), Imagens, animações e referências (4 logs). A visão geral dos fóruns e glossários
disponíveis, os links de interesses e a página com informações sobre o site tiveram
apenas um log
cada. Os 20 logs restantes se referem a atividades de cadastro e
atualização de dados pessoais (tabela 5).
O questionário de avaliação do site recebeu 18 acessos para visualização, mas
não foi respondido. Também não houve envio de mensagens no fórum de livre acesso,
nem solicitação de inscrição para visualização e participação no fórum de acesso
restrito. Finalmente, não ocorreu qualquer tentativa de comunicação com responsáveis
pela plataforma através do endereço de e-mail publicado na mesma. Desta forma, o
quesito “avaliação do sistema” ficou prejudicado nessa etapa de implantação.
45
CONTEÚDOS
Glossário Hepatites Virais
Página inicial do ambiente
Imagens e animações
Aulas e Tutoriais
Folhetos Ilustrados
Fórum de Educação Continuada
Referências
Portarias e Regimentos
Fórum de Sugestões e Comentários
Termos de uso do site
Visão dos recursos disponíveis
Casos interativos
Informações sobre o site
Links de Interesse
Visão dos fóruns disponíveis
Visão do questionário de avaliação do Site
Visão dos questionários disponíveis
Visão dos glossários disponíveis
Visão dos chats disponíveis
Attitudes to Thinking and Learning Survey
Mensagem erro
Constructivist On-Line Learning Environment Survey
Busca no fórum
Informações sobre usuários do site*
VISITANTES
1291
208
92
51
52
35
36
40
36
34
33
32
30
28
24
18
15
13
14
0
3
0
1
164
CADASTRADOS
11
40
4
17
3
6
4
0
3
2
0
0
1
1
1
0
0
1
0
3
0
2
0
20
TOTAL
1302
248
96
68
55
41
40
40
39
36
33
32
31
29
25
18
15
14
14
3
3
2
1
184
*acessos ao item “perfil” de diferentes usuários cadastrados no ambiente
NÚMERO DE LOGS
Tabela 5. Conteúdos acessados por usuários cadastrados e visitantes
46
5. DISCUSSÃO
O trabalho descreve a criação de portal de hepatite viral por meio da plataforma
de gerenciamento de cursos on-line Moodle, seguindo a metodologia proposta por
Cook & Dupras
31
.
Para facilitar a organizão dos pontos a discutir, retomaremos as 10
recomendações descritas na metodologia, considerando sua relevância na finalização
desta proposta.
Recomendação 1 - Análise das necessidades, metas e objetivos
Embora a opção por um formato flexível e com baixo controle dos usuários tenha
sido consensual e baseada em cririos bem denidos, observamos que esta decisão
dicultou a análise da proposta quanto à sua efetividade na educação continuada
propriamente dita.
Esse aspecto é extremamente relevante quando consideramos que o
comportamento esperado dos profissionais da saúde na era da informação é a busca
do aprendizado autodirigido
53,54
.
No entanto, ao se delegar ao próprio profissional a responsabilidade de autoavaliar
e definir suas necessidades, metas e objetivos, impõem-se aos provedores de EMC a
complexa tarefa de personalizar e individualizar suas estratégias pedagógicas.
Com isso, é relativamente fácil compreender a insatisfação que métodos
tradicionais de EMC podem gerar, pois a determinação dos conteúdos é feita por
terceiros e não pelo público alvo. Desta forma, permanece um desafio definir qual a
formatação adequada para atingir a este propósito com precisão.
Recomendação 2 - Determinação de recursos técnicos e necessidades
Nas fases iniciais de discussão e planejamento, levantou-se a possibilidade
de desenvolver integralmente o ambiente eletrônico a ser empregado no estudo.
47
No entanto, observou-se que o sistema previsto exigiria uma multidisciplinaridade
inatingível à atual capacitação da equipe técnica, especialmente no suporte à
programação para web e design instrucional. Tamm não se considerou a alternativa
de adotar softwares de gerenciamento de educão on-line, como WebCT (Blackboard
Inc.)
55
, já que a plataforma não teria o formato de curso a distância formal e sim de
ambiente com conteúdos de referência e possibilidade de comunicação remota com
especialistas.
Simultaneamente ao desdobramento da pesquisa, grupos de outras instituições
acadêmicas desenvolveram iniciativas similares e colocaram seus sistemas finalizados
à disposição do projeto, no entanto, barreiras técnicas e operacionais inviabilizaram
essa integração e o uso destes sistemas.
A dificuldade no desenvolvimento e seleção do sistema on-line que serviria de
base ao estudo, resultou em atraso considerável no cronograma proposto.
Fortuitamente, no primeiro semestre de 2006, a plataforma Moodle foi adotada
como ambiente de gerenciamento de cursos na Faculdade de Medicina de Botucatu
e a crescente experiência no uso da ferramenta revelou, neste sistema, a resposta às
necessidades tecnológicas do projeto.
Com esta alternativa, além da economia de tempo resultante da escolha de
um programa reconhecido internacionalmente, contamos com suas características de
flexibilidade, facilidade na disponibilidade de recursos, alto grau de autonomia ao
desenvolvedor e possibilidade de gerenciamento dos acessos ao site
56
.
A citão da plataforma Moodle nas publicações da área da saúde, ainda é
limitada. Pesquisa com uso irrestrito da palavra “Moodle” na base de dados Pubmed
22
,
realizada em Março de 2009, revelou apenas nove trabalhos (tabela 6)
57-65
. Destes,
oito estudos tratavam do uso da plataforma na execução de projetos de educão
eletrônica, sendo dois com uso prévio ou associado da plataforma WebCT
38
. Um
artigo descreve o uso comparativo entre a plataforma Moodle o sistema de criação de
páginas eletrônicas Manila™ (De Anza College)
66
.
48
Tabela 6. Resultado da busca pelo termo “Moodle” na base de dados Pubmed (pesquisa
realizada em 12/05/2009)
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ABORDAGEM
Moodle como plataforma de EAD em
cursos diversos
Comparação Moodle e WebCT™
Comparação entre Moodle e Manila™
Em síntese, as propostas trazem relatos da experiência dos autores na migração
de atividades educativas tradicionais para o uso desta plataforma de educação
a distância. A ampla variedade de temas e formatos descritos corrobora com a
flexibilidade do sistema observada no estudo e endossa o uso da plataforma Moodle
na criação de sites para apoio às atividades acadêmicas e de treinamento na saúde.
Recomendação 3 - Avaliação de softwares pré-existentes
Embora o projeto não seja considerado propriamente um software, este item
originalmente considera os custos envolvidos na iniciativa e descreve que usualmente é
mais barato adquirir um software já disponível comercialmente do que desenvolvê-lo.
Além da queso econômica, esta etapa deve considerar a existência de
produto similar, sua compatibilidade com a proposta do projeto em questão, pontos
positivos, limitações e potencialidade para aprimoramento de suas funcionalidades
através da criação de um novo produto.
Atendendo a esta recomendação, desde o início da pesquisa procedeu-se a
busca por plataformas nacionais com as características propostas pelo estudo, mas,
49
até o presente momento, não localizamos qualquer produto análogo. A análise realizada
em junho de 2007 encontrou 209.000 endereços, e nas 468 páginas disponíveis para
visualização não identificou qualquer ambiente com propostas similares às do projeto.
O resultado ainda foi negativo em nova pesquisa realizada em setembro de 2009,
com visita às 300 primeiras ginas de um total de 82.200. A presente plataforma foi
localizada na 32ª posição da busca.
Quanto à avalião de custos, o trabalho atual o teve como objetivo esse
diagnóstico. Estudos recentes de Yates67, Mazmanian68 e Herman69 descreveram a
importância das análises de custo-efetividade, custo-benefício ou custo utilidade em
qualquer projeto e são boas referências no tema.
o localizamos estudos com análises formais de custo-efetividade ou custo-benefício
no uso da Internet em atividades de EMC.
Recomendação 4 - Assegurar o compromisso dos participantes e
identificar barreiras à implantação do projeto
“As necessidades técnicas são importantes em um curso on-line, mas
o elemento humano é crítico”
31
. A recomendação de garantir a aceitação e
comprometimento de toda a equipe envolvida na pesquisa é vital ao sucesso de
qualquer projeto. Nesta etapa, recomenda-se definir pessoas ou grupos dos quais o
estudo depende, incluindo administradores, docentes e técnicos, além de considerar
o público ao qual ele se destina.
O projeto previa participação de docentes, dicos e técnicos de informática na
fase de desenvolvimento e de residentes ou alunos do sexto ano médico colaborando
em estudo piloto para análise crítica da plataforma na fase final do estudo. No entanto,
foram observadas diculdades na adesão dos colaboradores, tanto na etapa de
desenvolvimento quanto na nal. Nesta última, por problemas operacionais e dificuldade
em garantir a participação de mero signicativo de alunos ou residentes no estudo
piloto, optou-se por abolir esta fase, embora cientes que a decisão comprometeria a
análise dos resultados.
50
Cook & Dupras
31
destacaram que a falta de tempo, a resistência ao método
de aprendizado on-line, as diculdades cnicas no uso de computadores e a
percepção de baixa prioridade do projeto para o currículo são possíveis obstáculos ao
desenvolvimento de cursos on-line. Além disso, Greenhalgh
70
sumarizou os seguintes
pontos como desafios ligados à adoção do aprendizado assistido por computador na
educação médica:
- Financiamento reduzido, aumento no mero de alunos, dispersão geográfica e
competão aumentada em um mercado global complexo, colocam as escolas médicas
sob pressão para abraçar o aprendizado assistido por computador
- Novas tecnologias podem ter importantes vantagens educacionais, mas, sem suporte
e treinamento para o staff e os estudantes, elas podem resultar em um caro desastre
- A expansão do aprendizado assistido por computador requer mudança cultural, assim
como cuidadoso planejamento estratégico, compartilhamento de recursos, incentivos
ao staff, promoção ativa de trabalho multidisciplinar e controle efetivo de qualidade
(Greenhalgh, 2001, p.40)
Estas colocações referem-se ao ensino da graduão, mas também se
aplicam às atividades de educação continuada. Desta forma, possivelmente a falta
de treinamento formal na plataforma, limitações no planejamento estratégico e a
ausência de incentivos aos participantes podem ter colaborado com a baixa adesão
dos colaboradores do estudo.
Recomendação 5 - Desenvolvimento de conteúdo em íntima
coordenação com o design do site
Quanto às características do material selecionado para composição do site,
Cook & Dupras
31
destacam que é frequente o uso da cnica de shovelwarena crião
de ambientes educacionais eletrônicos. O termo se refere à conversão descuidada
dos conteúdos de uma disciplina já existente para o meio digital, implicando que eles
seriam transportados, como pelo uso de uma pá (shovel), de um lado para outro
71
.
51
Conforme elucidado no método, a composição do projeto o partiu de
materiais previamente utilizados em curso presencial, mas sim, do ambiente on-line
voltado às hepatites virais do CDC americano, de grande renome e experiência. Tal
escolha agilizou a disponibilidade de conteúdos multimídia com marcada qualidade
técnica e inquestionável respaldo científico.
Esta estratégia foi considerada uma opção bem sucedida pela equipe de
pesquisadores e, adicionalmente, viabilizou a comunicação da autora com pares daquela
instituição. Destacamos que, embora todos os conteúdos deste site internacional
possuam livre acesso para uso e cópia, o processo de tradução e adaptação dos
materiais selecionados foi devidamente formalizado e autorizado, e observamos
acentuada receptividade e suporte por parte dos produtores originais do conteúdo.
Recomendação 6 - Criação de materiais que estimulem o aprendizado ativo
A Internet pode ser um meio muito útil às atividades de educação médica
continuada, por contornar alguns limites de tempo e espaço geográfico, ser flexível
a diferentes velocidades de acompanhamento dos conteúdos e permitir a oferta de
conteúdos ricos e interativos
21, 72
.
Meta-análise recente
33
levantou 17 anos de publicações, comparando o
uso da Internet na instrução de profissionais da sde a nenhuma intervenção ou
às intervenções o baseadas na Internet. Com 201 estudos eleitos, os resultados
associaram grandes efeitos positivos ao ensino baseado na Internet em comparação
à ausência de intervenção. Já na comparação das demais intervenções com o ensino
baseado na Internet, a efetividade foi similar entre os grupos.
Esta experiência não teve como objetivo analisar diferentes veículos ou formatos
para a oferta de conteúdos que visem o esmulo ao aprendizado ativo por meio da
Internet. No entanto, o estudo endossa o uso da plataforma Moodle para este m, já
que ela permitiu a publicação de materiais educacionais diversificados com grande
rapidez, incluindo textos, apresentações multimídia, animações, imagens, fóruns,
questionários e chats, todos com significativa autonomia da autora.
52
O ambiente Moodle baseia-se no conceito da “Pedagogia Social Construtivista”,
o qual defende que a construção do conhecimento é facilitada pelo contexto social
73
.
Desta forma, recursos pedagógicos que explorem colaboração e compartilhamento
entre educadores e aprendizes ou entre os próprios aprendizes teriam maior chance
de sucesso.
Os conteúdos compostos por animações, casos clínicos interativos e fóruns
apresentam caractesticas que estimulam o aprendizado ativo. No entanto, a relativa
riqueza de tais materiais não despertou a resposta esperada por parte dos visitantes.
Durante todo o período analisado não se observou qualquer tentativa de comunicação
com os responsáveis pelo sistema ou envio de sugestões ou comentários por meio
dos fóruns de discussão.
A importância do contexto social na educação é aspecto clássico, reconhecido
nas teorias pedagógicas clássicas de Jean Piaget, Lev Vygotsky
74
e Paulo Freire
75
. No
entanto, alguns autores contemporâneos trazem novas peculiaridades a esta discussão,
como quando debatem os termos “interação” e “interatividade”. Embora alguns
educadores tratem estes conceitos como sinônimos
76-78
, outros preferem descrevê-
los como qualidades distintas
79-81
. Para estes, “interação seria compreendida como
a ação entre dois ou mais indivíduos, enquanto “interatividade” seria a denominação
reservada à troca de informações homem-máquina.
Ao considerarmos esta abordagem, podemos sugerir que, embora a presente
plataforma tenha apresentado conteúdos que potencialmente favorecessem a interatividade
(homem-máquina), esta característica não promoveu a interação dos participantes, seja
entre si ou com os responsáveis pelo site.
Wagner
80
destacou que, para os críticos, a interatividade é rotineiramente
apontada como “o ingrediente que falta” à educação a distância em comparação às
experiências presenciais tradicionais. Por outro lado, os defensores da educação a
distância apontam que a possibilidade de oferecer e controlar a interatividade seria
justamente uma evidência de que este método pode ser tão bom ou até melhor que a
educação face a face.
53
De qualquer forma, embora o processo de interação possa se beneficiar ou até
ser estimulado pelo uso da Internet, seu uso não garante a socialização dos sujeitos
que a empregam e o isolamento do curso a distância pode interferir negativamente
com o resultado final no aprendizado.
Além da interação e colaboração, novos conceitos fisiopatológicos do raciocínio
levantam outras variáveis importantes para o aprendizado significativo
82-83
.
Pat Wolfe
83
descreveu que o aprendizado é diretamente relacionado à memória,
e seu sucesso depende do desenvolvimento de conexões neurais de longa duração.
Além disso, o desempenho cerebral precisa ser altamente dinâmico e seletivo, visto
que a incorporação indistinta de todas as informações recebidas por este órgão seria
incompatível com a capacidade de processamento das mesmas. Desta forma, mais
do que um órgão designado para guardar informações, o cérebro seria responsável
por triar e escolher o que se deve esquecer.
Neste sentido, o aprendizado é uma resposta altamente personalizada,
dependendo dos conhecimentos prévios, áreas de interesses, memórias, sentimentos,
ou seja, todas as informações retidas e com as quais os novos conhecimentos ou
contextos devem ser analisados e relacionados, no sentido de criar ligações cerebrais e
significados individuais para cada aluno. É a partir da criação destas conexões é que
as novas informações podem “fazer sentido”. Com isso, conceitos e dados relevantes
são recuperados e aplicados com facilidade, e não simplesmente memorizados
84
.
Analogicamente, o cérebro humano seria como uma esponja, onde as informações
pouco organizadas e que o encontram alguma relação ou coneo com informações
prévias poderiam deixar marcas temporárias, mas, com o tempo, elas simplesmente
evanesceriam, sem deixar uma “memória” significativa. Por outro lado, ao receber um
corpo de informações mais coeso (informações melhor organizadas e com relação a
conteúdos previamente incorporados), o cérebro aumentaria a chance de retenção do
conteúdo e de criar conexões lógicas com conhecimentos já armazenados.
Todas as considerações anteriores confirmam a necessidade de se produzir e
promover materiais diticos individualizados e exíveis, tanto na educação presencial
quanto por meio da Internet.
54
Na análise dos contdos acessados por usuários registrados na presente
plataforma, observou-se maior número de visitas às aulas e tutoriais, seguindo-se
do glossário de hepatites virais, imagens e animações, referências e dos folhetos
Ilustrados. entre os usuários visitantes, o predonio dos acessos ocorreu no
glosrio de hepatites virais, mas, sem possibilidade de individualizar as questões
procuradas ou de rastrear o comportamento do visitante, que, conforme esclarecido
anteriormente, os IPs denem os domínios de onde partiram os acessos, mas não os
usuários. Considerando que entre os visitantes não cadastrados o número de logs
na página principal foi seis vezes menor que no glossário, pode-se supor que este
acesso foi fortuito, possivelmente através de sites de busca.
De um modo geral, é possível especular que a coleção de materiais pré-
selecionados pode ter trazido desapontamento aos visitantes do ambiente educacional.
A falta de um programa de estudo bem definido e a oferta de tópicos de complexidades
distintas pode tanto ter superado a capacidade de entendimento de alguns, quanto
decepcionado as expectativas de outros. Desta forma, o houve interesse, por parte
dos profissionais da saúde, em fazer deste ambiente um referencial na sua educação
continuada em “hepatites virais”.
Recomendação 7 - Encorajamento no uso do site pelo usuário
Corroborando com a afirmação de Cook & Dupras
31
, na atual experiência
também não foi possível endossar a paráfrase do filme Campo dos Sonhos
85
- If we
teach, it they will come”. Ainda que o site fosse composto de conteúdo referenciado e
com organização baseada em recomendações técnicas criteriosas, o baixo número de
usuários cadastrados sugere que foi subestimada a necessidade da maior divulgação
do portal como referencial de educação continuada.
Embora seja estimulante acreditar que o intenso trabalho envolvido no
planejamento e crião de um portal educacional seja automaticamente recompensado
pelo sucesso no número de participantes e adencia à proposta, esta expectativa
pode não se confirmar ao final da tarefa
86
.
55
A estratégia selecionada para divulgação do ambiente baseou-se no envio de
mensagens eletrônicas na rede interna da instituição e para os contatos da equipe
de pesquisadores. Adicionalmente, a plataforma Moodle foi configurada para permitir
a pesquisa e divulgação rotineira de seus conteúdos através da página de busca
Google™.
A consequente visibilidade pôde ser conrmada pela ampla diversidade de
domínios observados, nacionais e internacionais (tabela 3). No entanto, a extensa
cobertura não foi acompanhada pelo interesse dos usuários em formalizar o pedido
para acompanhamento da proposta.
O formato aberto do site parece ter favorecido a baixa adesão de seguidores
e sugere a necessidade de adaptação personalizada do ambiente, para usuários
específicos.
Recomendação 8 - Avaliação dos usuários e do curso
A plataforma Moodle oferece grande facilidade para escolha de ferramentas
de avaliação. O sistema automaticamente gera inúmeros relatórios internos, além de
permitir a criação de diversos questionários e enquetes personalizadas.
Conforme a proposta da metodologia, a autora criou formulário para avalião do
grau de satisfação na utilização do sistema, utilizando ferramenta disponível na própria
plataforma Moodle. No entanto, o acesso ao mesmo era facultativo e independente, e
não obtivemos resposta por parte dos participantes cadastrados ou visitantes.
Mais uma vez, a formatação da plataforma como treinamento formal, onde
a avaliação de conteúdos individuais ou do site fosse estimulada em determinados
momentos, poderia ter maior chance de sucesso.
Partindo dos relatórios internos do Moodle, o trabalho explorou alguns conceitos
de Web Mining - técnicas de mineração de dados, para extrair informações úteis a partir
de documentos na Web
87,88
no estudo dos logs na plataforma. O número restrito de
usuários cadastrados e a impossibilidade de identificação personalizada dos visitantes
inviabilizaram a progressão além da análise descritiva dos mesmos (tabelas 3 e 4), porém,
56
pode-se confirmar a grande potencialidade do Moodle para acompanhamento das ações
dos usuários no ambiente.
Neste sentido, graças aos relatórios internos constatou-se a grande visibilidade do
glossário de hepatites virais, levantando-se a hipótese de que o formato com perguntas e
respostas rápidas pode facilitar o encontro do site nos mecanismos eletrônicos de busca e,
consequentemente, atrair usuários ao ambiente.
Recomendação 9 - Promoção de estudo piloto
Conforme descrito na recomendação 4, o projeto visava a condução de estudo
piloto com residentes ou alunos do sexto ano médico, o qual, por problemas operacionais
e dificuldade em garantir a participação deste grupo, não foi executado.
No entanto, é admissível argumentar que o resultado do estudo piloto
originalmente programado não atenderia ao questionamento que surgiu no decorrer
do estudo O formato atual é adequado à EMC ou seus conteúdos deveriam ser
reorganizados na forma de curso tradicional?
A comparação randomizada entre os diferentes formatos pode ser considerada
em estudos futuros.
Ainda que a falta do estudo da usabilidade e satisfação dos usuários impeça
maiores ponderões sob esse aspecto, no decorrer do estudo o ambiente foi
agraciado com o selo HON Code
36
, o que distingue suas qualidades como fonte de
informão na área da sde.
Recomendação 10 - Monitoração da comunicação on-line e atualização
periódica
O presente item refere-se à necessidade de manutenção do ambiente e pode ser
resumido em três aconselhamentos:
1. Planeje o suporte técnico ao ambiente
2. Teste periodicamente os links
3. Atualize o conteúdo regularmente
57
No estudo, contamos com equipe técnica para suporte, mas a solicitação neste
sentido foi nula.
Com relação aos links, 90% referem-se a conteúdos publicados nos servidores
internos e não houve qualquer alteração. Quanto aos links externos, apenas um estava
inativo e teve necessidade de atualização. Adicionalmente, observou-se que o site
do National Center for HIV/AIDS, Viral Hepatitis, STD, and TB Prevention, referência
original de grande parte do conteúdo do ambiente on-line deste estudo, foi totalmente
modificado. Assim, embora ocorra o redirecionamento automático ao novo endereço,
optou-se por atualizar seu link na plataforma (http://www.cdc.gov/hepatitis/index.htm).
Sobre a necessidade de atualizão regular, os autores reconhecem a imporncia
dessa recomendação e, consequentemente, optaram pela seleção de conteúdos
que historicamente não sejam significativamente dinâmicos, e deram preferência aos
materiais com aspectos gerais da epidemiologia e diagnóstico das hepatites.
Ainda assim, ao final da redação, não mais se localizaram os arquivos originais
das aulas de hepatites em inglês no site do CDC e haverá substituição destes por novo
material, desenvolvido internamente. Adicionalmente, optaremos pela publicação do
novo conteúdo no formato pdf (Portable Document Format Adobe System, 1993).
Estes arquivos são menos susceptíveis aos problemas de leitura por navegadores
alternativos ao Internet Explorer (Microsoft Corporation) e mais acessíveis aos
mecanismos de indexação e busca de conteúdos disponibilizados na Internet.
58
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A discussão anterior revela que a metodologia selecionada foi adequada aos
propósitos deste estudo e pode ser recomendada àqueles que pretendem construir
ambientes educativos na Web.
A escolha do tópico hepatites virais pode ter sido um fator adicional para
justificar a baixa adesão de usuários na plataforma. Embora as recomendações de
assistência às hepatites no Brasil preconizem seu atendimento de forma hierárquica
20
,
este tratamento, em geral, é restrito aos médicos de serviços terciários. Desta forma, a
busca espontânea pela capacitação no tema não seria uma prioridade dos profissionais
de serviços básicos de saúde, e sugere que a conquista do público alvo merece
especial atenção no planejamento dos cursos de EMC.
Quanto à tentativa de usar o fórum de acesso restrito da Plataforma Moodle
como recurso de segunda opinião em saúde, a proposta não pôde ser avaliada no
estudo atual.
Cabe lembrar que ainda muitos aspectos incertos nas questões éticas e de
segurança envolvidas no processo de solicitar ou prestar segunda opinião em saúde.
Para uma ampla visão dos múltiplos aspectos envolvidos nestas atividades, sugerimos
a leitura de Campos (2003)
89
, que aborda este tema com muita propriedade e clareza.
Ainda assim, considera-se válido afirmar o envio de questões práticas aos
especialistas por meio da ferramenta fórum possui grande potencial na EMC, que
oferece elementos associados ao sucesso desta modalidade de ensino.
Em estudo recente, Raza
72
propôs que as “sessões de aprendizado interativas
e clinicamente integradas” seriam o método de aprendizado ideal na EMC. Esta
modalidade estaria em contraposição ao denominado curso isolado, conforme
previamente discutido por Coomarasamy & Khan
90
, em pesquisa publicada no British
Medical Journal (gura 9).
59
Assim, o uso de fóruns pode permitir a realização de praticamente todas as
etapas descritas por estes autores como necessárias ao “ensino integrado”:
1. O aprendiz identifica o problema clínico real e o envia por meio do fórum
2. A evidência é buscada ativamente por parte do consultor especialista
3. Os conhecimentos são estudados simultaneamente à solução de
problemas reais
4. A informação é diretamente relevante à prática, pois a dúvida partiu do
próprio profissional
5. A informação é arquivada eletronicamente e pode ser rapidamente
recuperada quantas vezes forem necesrias, inclusive por outros prossionais
com dúvidas semelhantes. O fórum automaticamente arquiva perguntas e
respostas, permitindo busca por palavras-chave
6. O uso prático dos conhecimentos adquiridos na resolução do problema
clínico e contorno das possíveis barreiras na condução do caso em questão,
reforçam o aprendizado
60
Figura 9. Razões pelas quais o ensino integrado pode obter melhores resultados que o
ensino isolado. Reprodão e tradução autorizadas pelo BMJ – sob número 2280331466058,
de 01/10/2009
Ao término desta redação, localizou-se artigo recentemente publicado sobre a
implantação de serviço de Telepatologia na Geórgia
91
, no projeto “ePathology–Virtual
Pathology Center in Georgia as the Continuation of Virtual Healthcare Center” (http://
www.vhcc.ge/ e http://vhcc.charite.de/). No estudo, a plataforma Moodle foi utilizada
para atividades de educação, enquanto as teleconsultas aconteciam por meio do fórum
61
Simple Machines™ (www.simplemachine.org). Este fórum, assim como a plataforma
Moodle, é uma ferramenta de código aberto, mas os autores o esclarecem se
a opção da Simple Machines™ ofereceria alguma vantagem em relação ao fórum
nativo do Moodle.
Finalmente, acreditamos que este estudo contribuiu expressivamente na
capacitação e amadurecimento dos pesquisadores envolvidos na criação deste
ambiente de EMC, e ratificou a necessidade de se promover estudos adicionais para
validar estratégias efetivas.
No Brasil, a Resolução CFM 1.772/2005, destaca que “os Programas
de Educação Médica Continuada são, mundialmente, práticas obrigatórias para a
atualização do profissional em busca da manutenção de suas competências científicas,
com vistas ao melhor exercício da Medicina em suas especialidades e áreas de
atuação”. Esse documento celebrou a criação da Comissão Nacional de Acreditação e
instituiu o Certificado de Atualização Profissional, determinando que até 2011, médicos
especialistas sejam compulsoriamente submetidos à certificação de atualização
profissional, “sob pena de perda do registro desses títulos e/ou certificados”.
Por conta disso, o tema EMC ganha renovada importância no Brasil e deve
aquecer muitas discussões nos próximos dois anos.
62
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71
Anexo 1
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