Download PDF
ads:
i
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
TESE DE DOUTORADO
Alternativas de controle da queima das folhas do inhame
(Dioscorea cayennensis)
NOELMA MIRANDA DE BRITO
Areia PB
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ii
NOELMA MIRANDA DE BRITO
Alternativas de controle da queima das folhas do inhame
(Dioscorea cayennensis)
Orientadora: Dra. Luciana Cordeiro do Nascimento
Areia PB
2009
Tese apresentada à Universidade Federal da Paraíba,
como parte das exigências do Programa de Pós-
Graduação em Agronomia, para a obtenção do título
de Doutor.
ads:
iii
Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da
Biblioteca Setorial de Areia-PB, CCA/UFPB.
B862a Brito, Noelma Miranda de.
Alternativas de controle da queima das folhas do inhame (Dioscorea cayennensis)./
Noelma Miranda de Brito. Areia - PB: UFPB/CCA, 2009.
88f.
Tese (Doutorado em Agronomia) - Universidade Federal da Paraíba - Centro de
Ciências Agrárias, Areia, 2009.
Bibliografia.
Orientador: Luciana Cordeiro do Nascimento.
Co-Orientador: Egberto Araújo.
1. Inhame 2. Inhame controle 3. Inhame queima das folhas controle I.
Nascimento, Luciana Cordeiro do (Orientador) II. Araújo, Egberto (Co-orientador) III.
Título.
CDU 582.575.1
iv
NOELMA MIRANDA DE BRITO
Alternativas de controle da queima das folhas do inhame
(Dioscorea cayennensis)
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Profa. Dra. Luciana Cordeiro do Nascimento
Orientadora CCA/UFPB
________________________________________
Prof. Dr. Ademar Pereira de Oliveira
Examinador CCA/UFPB
_______________________________________
Prof. Dr. Egberto Araújo
Examinador CCA/UFPB
_______________________________________
Prof. Dr. Rildo Sartori Barbosa Coêlho
Examinador IPA
_______________________________________
Prof. Dr. Sami Jorge Michereff
Examinador UFRPE
AREIA PB
2009
v
A DEUS...
Por me mostrar que as oportunidades na vida são dadas a quem as merece e se elas não foram
concedidas é porque não chegou o momento oportuno.
A MINHA FAMÍLIA...
Meus pais, Olímpio Rubens de Brito e Mildredes Miranda de Brito pelo exemplo de amor,
dedicação e compreensão que mesmo a distância ensinou-me a superar as adversidades ao
longo dessa jornada e lembrar que “o amor pela vida” nos impulcionam a seremos pessoas
melhores.
E os meus irmãos Nedson, Nelma, Noelson e Noilson, pelo companheirismo, solidariedade e
incentivo, pois nem sempre a presença física é necessária para que essas ações sejam
demonstradas.
DEDICO.
vi
AGRADECIMENTOS
A DEUS...
Por ser meu guia, meu mestre espiritual nesta etapa da vida e por estar presente em todos os
momentos da minha vida.
AOS MEUS ORIENTADORES...
Luciana Cordeiro do Nascimento, Egberto Araújo e Ademar Pereira de Oliveira, pela
instrução e experiências acadêmicas transmitidas que contribuíram enormemente para a
realização deste trabalho.
AOS PROFESSORES DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA...
Pelo ensino e dedicação para minha formação acadêmica e profissional na área de
Agronomia.
AOS FUNCIONÁRIOS...
Do laboratório de Fitopatologia: Francisca Maria Souto (Chiquinha) e Tomaz de Aquino
(Tómas)
Do laboratório de Microbiologia: Cosme Ribeiro Dantas
Do laboratório de Entomologia Agrícola: Severino João Numeriano de Sousa (Nino)
Do laboratório de Botânica: Saulo Alves de Lima
Do Setor de Olericultura (Chã de Jardim): Genival Gomes da Silva (Vavá), Francisco de
Castro Azevedo (Fã), Francisco Silva do Nascimento (Chico)
Do departamento de Fitotecnia: Inaldo Gomes de Oliveira (Naú)
Da secretaria do Programa de Pós-Graduação em Agronomia: Cícera Eliane de Araújo e José
Ribeiro Dantas Filho (Zezinho). Pelo auxílio nos procedimentos relativos à pesquisa, aos
assuntos burocráticos e institucionais.
AOS PROFESSORES...
vii
Dr. Rildo Sartori Barbosa Coelho e Dr. Sami Jorge Michereff, da Universidade Federal Rural
de Pernambuco - UFRPE, Dr. Walter E. Pereira, Centro de Ciências Agrárias UFPB, pela
ajuda e colaboração nesta pesquisa.
AO CNPq...
Pela concessão da bolsa de estudo que me manteve nesta longa jornada da pesquisa.
AOS MEUS QUERIDOS AMIGOS...
Cynthia, Catarina, Erbs, Emanuele, Felipe, Iane, Jandiê, João Paulo, Juliana, Mácio, Maria do
Socorro (Corrinha), Maria Rocha, Maria do Socorro (tecnóloga), Socorro (Recife), Nairan,
Valéria, Wagner pelo auxílio nos momentos difíceis e pelo companherismo ao longo de todo
o período de estudos.
AOS ESTAGIÁRIOS...
Maria Alexandra (Alê), Michele Santos (Mimi) e Ricardo de O. Lacerda (Bebê) pelo apoio no
Laboratório de Fitopatologia, auxiliando nas pesquisas.
AOS COLEGAS...
A todos os meus colegas de curso, Mestrado e Doutorado, pela convivência, incentivo e
colaboração durante as atividades acadêmicas.
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
O MEU SINCERO AGRADECIMENTO.
viii
MENSAGEM
Devemos lembrar que:
“Quase tudo é possível quando se tem dedicação e habilidade,
pois, grandes trabalhos são realizados não pela força, mas, pela
perserverança”... (Autor desconhecido)
... “e que é muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar
triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar
filas com os pobres de espírito, que nem gozam muito, nem sofrem
muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece a
vitória nem a derrota”.
(Theodore Roosevelt)
ix
x
xi
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO II
FIGURA 1. Percentagem de inibição do crescimento micelial de C. eragrostides com o uso
de extratos vegetais de alho (A), citronela (B), gengibre (C) e nim (D).
FIGURA 2. Percentagem de inibição da esporulação de C. eragrostidis com o uso de extratos
vegetais de alho (A), citronela (B) e gengibre (C).
FIGURA 3. Percentagem de inibição da germinação de conídios de C. eragrostidis em
condição de claro contínuo com o uso de extratos vegetais de alho (A),
citronela (B), gengibre (C) e nim (D).
FIGURA 4. Percentagem de inibição da germinação de conídios de C. eragrostidis em
condição de escuro contínuo com o uso de extratos vegetais de alho (A),
citronela (B), gengibre (C) e nim (D).
CAPÍTULO III
FIGURA 5. Folhas de inhame com manchas foliares causadas por Curvularia eragrostidis
aos 90 dias após o plantio.
FIGURA 6. Área foliar de amostras do estrato superior de plantas de inhame tratadas com
água (T1), extrato de nim (T2), extrato de gengibre (T3), Extrato de citronela
(T4), Extrato de alho (T5), os fungicidas Azoxistrobina (T6) e o Mancozeb (T8),
Silicato de sódio (T7) e o ASM (T9).
FIGURA 7. Área foliar de amostras do estrato mediano de plantas de inhame tratadas com
água (T1), extrato vegetal de nim (T2), extrato de gengibre (T3), Extrato de
xii
citronela (T4), alho (T5), os fungicidas Azoxistrobina (T6) e o Mancozeb (T8),
Silicato de sódio (T7) e o ASM (T9).
FIGURA 8. Área foliar de amostras do estrato inferior de plantas de inhame tratadas com
água (T1), extrato vegetal de nim (T2), extrato de gengibre (T3), citronela (T4),
alho (T5), os fungicidas Azoxistrobina (T6) e o Mancozeb (T8), Silicato de
sódio (T7) e o ASM (T9).
FIGURA 9. Influência dos períodos de aplicação de sobre o comprimento de túberas de
inhame dos tratamentos Testemunha (T1), Extrato de nim (T2), Extrato de
gengibre (T3), Extrato de citronela (T4) e Extrato de alho (T5).
FIGURA 10. Influência dos intervalos de aplicação sobre o comprimento de túberas de
inhame dos tratamentos Azoxistrobina (T6), Silicato de sódio (T7),
Mancozeb (T8), ASM (T9).
FIGURA 11. Influência dos períodos de aplicação de extratos sobre o peso médio de túberas
de inhame com os tratamentos Testemunha (T1), Extrato de nim (T2), Extrato
de gengibre (T3), Extrato de citronela (T4) e Extrato de alho (T5).
FIGURA 12. Influência dos períodos de aplicação de extratos sobre o peso médio de túberas
de inhame com os tratamentos Azoxistrobina (T6), Silicato de sódio (T7),
Mancozeb (T8), ASM (T9).
xiii
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO II
TABELA 1. Percentagem de inibição do crescimento micelial de Curvularia eragrostidis,
com uso de extratos vegetais. CCA/UFPB, Areia PB, 2009.
TABELA 2. Percentagem de inibição da esporulação de Curvularia eragrostidis com uso de
extratos vegetais. CCA/UFPB, Areia PB, 2009.
TABELA 3. Percentagem de inibição da germinação de conídios de Curvularia eragrostidis,
com o uso de extratos vegetais. CCA/UFPB, Areia PB, 2009.
CAPÍTULO III
TABELA 4. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) em plantas pulverizadas
com extratos vegetais, fungicidas, indutor de resistência e o Silicato de sódio.
CCA/UFPB, Areia PB, 2009.
TABELA 5. Área foliar do inhame após pulverização com extratos vegetais, fungicidas e o
indutor de resistência e o Silicato de sódio. CCA, Areia - PB, 2009.
TABELA 6. Influência dos períodos de aplicação de extratos vegetais, indutor de resistência,
dos fungicidas químicos e Silicato de sódio sobre o peso médio de túberas de
inhame na colheita. CCA/UFPB, Areia PB, 2009.
xiv
ALTERNATIVAS DE CONTROLE DE Curvularia eragrostidis NA CULTURA DO
INHAME (Dioscorea cayennensis)
RESUMO
O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência de indutores de resistência, fungicidas químicos
e naturais in vitro e in vivo para a definição de estratégias de controle da doença queima das
folhas do inhame, visando o manejo integrado da cultura e a redução na aplicação de produtos
químicos. O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Fitopatologia e no Setor de
Olericultura do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba
(CCA/UFPB). Testou-se os extratos de alho, citronela, gengibre e nim (5, 15, 25, 35, 45% por
litro de água). Determinou-se o crescimento micelial, a esporulação e a germinação de
esporos após 48 horas em regime de luz claro contínuo e escuro contínuo. Aplicou-se em
condições de campo aos 90 dias após o plantio, através de pulverizações a cada 15, 25, 35 e
45 dias a influência do ASM 20g, Silicato de sódio 20g, Azoxistrobina 16g, Mancozeb 200g +
10mL de alquil fenol poliglicoléter por 100L de água e dos extratos vegetais de alho,
citronela, gengibre e nim a 25% + 5mL de óleo mineral/100L, nas plantas de inhame e
determinou-se a sua influência sobre a severidade da queima, a área foliar e sobre as
carcterísticas produtivas da planta. Os melhores resultados nas análises in vitro foram
observados com os extratos a 25%, reduzindo o crescimento micelial, a esporulação e
germinação do fungo. Os extratos de alho, citronela, gengibre e nim na concentração de 25%
mostram-se eficientes no controle in vitro de C. eragrostidis, em todas as análises realizadas.
As menores médias da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) foram
observadas nas aplicações dos produtos a cada 15 dias e as maiores médias foram observadas
nas aplicações a cada 45 dias, indicando que nestas aplicações os produtos utilizados não se
mostraram efetivos na proteção das plantas. Maiores áreas foliares foram observadas nas
aplicações em intervalos de 15 dias. Não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos
com a aplicação dos produtos a cada 15 e 45 dias sobre o peso médio de túberas de inhame na
colheita. A aplicação dos produtos a cada 25 dias proporcionaram as maiores médias para o
peso de túberas para os tratamentos com extrato de gengibre com 2,27Kg e o fungicida
Azoxistrobina com 2,03Kg, diferindo estatisticamente dos demais tratamentos.
Palavras-chave: queima das folhas, controle químico, controle natural
xv
ALTERNATIVE CONTROL OF Curvularia eragrostidis ON YAM (Dioscorea
cayennensis)
ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate the efficiency of induced resistance, chemical and
natural fungicides in vitro and in vivo for development of strategies to control the disease
from burning leaves of the yam. The following treatment were tested: extracts of Allium
sativum, Cymbopogon nardus, Zingiber officinale and Azadirachta indica (5, 15, 25, 35, 45%
per liter of water). The mycelial growth, sporulation and germination of the spores were
determined after 48 hours under continuous light and continuous dark clear. Curvularia
eragrostidis severity assay was performed in healthy leaves of yam previously sprayed with
each treatment using greater concentrations. Field application was done 90 days after planting
by spraying every 15, 25, 35 and 45 days with ASM 20g, 20g of sodium silicate, 16g of
Azoxystrobin, Mancozeb 200g + 10mL of alkyl phenol poliglicoléter by 100L of water and
plant extracts from Allium sativum, Cymbopogon nardus, Zingiber officinale and Azadirachta
indica to 25% + 5mL oil mineral/100L of water on plants with subsequent determination of
their influence on the severity of the burn, foliar area and the productivity. The best results in
tests in vitro were observed with the extracts to 25%, reducing the mycelial growth,
sporulation and germination. The extracts of A. sativum, C. nardus, Z. officinale and A. indica
in the concentration of 25% and providing efficient control of in vitro C. eragrostidis in all
tests performed. There was influence of the ranges of application on the fresh mass of the
treatments with extracts of Z. officinale, A. indica and C. nardus. The application every 15
provided greater accumulation of overground dry mass for the A. sativum extract. Larger
foliar areas were observed in applications at intervals of 15 days. The lowest average area
under the disease progress curve (AACPD) were observed in the applications of the products
every 15 days and the highest averages were found in the applications every 45 days,
indicating that the products used in these applications were not effective in protection of
plants. Larger leaf areas were observed in applications at intervals of 15 days. There were no
differences between treatments with the application of product every 15 to 45 days on the
average weight of tubers of yam harvesting. The application of product every 25 days
provided the highest average for the weight of tubers for the treatment with ginger extract
with 2,27kg and 2,03kg with Azoxystrobin fungicide, differing statistically from the other
treatments.
Key-words: leaf blight, chemical control, natural control
1
1. INTRODUÇÃO GERAL
O inhame, também conhecido como cará-da-costa (Dioscorea cayennensis Lam.), é
uma monocotiledônea da família Dioscoreaceae que no Nordeste, se destaca como alimento,
por sua alta qualidade nutritiva, rica em vitaminas, carboidratos e amido, constituindo-se
alimento básico para população e ainda ser utilizada na agroindústria (SANTOS et al., 1998;
SANTOS, 2008; OLIVEIRA, 2009).
A maioria das espécies de Dioscorea são originadas das zonas tropicais da Ásia e do
Oeste da África (LEONEL et al., 2006; SANTOS, 1996; 2008; MONTEIRO & PERESSIN,
2009). No Brasil, as espécies mais cultivadas são D. cayennensis Lam. e D. alata L. A
espécie D. cayennensis, possui um único cultivar, denominado vulgarmente de Cará-da-costa,
inhame-da-costa ou simplesmente inhame (inhame amarelo) e o segundo possui duas
cultivares, o Cará-São Tomé e o Cará-nambú (MOURA, 2005; MONTEIRO & PERESSIN,
2009).
Na cultura do inhame ocorrem várias doenças, predominanando os de natureza fúngica
que se verificam tanto na parte aérea, interferindo na fotossíntese, como nas túberas,
interferindo no armazenamento das substâncias de reserva (MENEZES, 2002; GARRIDO,
2005). Nas condições edafoclimáticas do Nordeste brasileiro, a queima das folhas do inhame,
causada pelo fungo Curvularia eragrostidis é a doença mais freqüente em D. cayennensis, em
casos severos, verifica-se o desfolhamento da planta, trazendo como conseqüência a redução
em torno de 40% no peso das túberas comerciais (MOURA, 2002; GARRIDO et al., 2003a;
MOURA, 2005), além de perdas de produtividade em conseqüência da redução da capacidade
fotossintética da planta (GARRIDO et al., 2003b; GARRIDO, 2005). O patógeno, em
condições favoráveis de temperatura e umidade, provoca a formação de manchas circulares e
necróticas nas folhas e nas hastes da planta (SANTOS, 1998; 2008).
A indução de resistência de plantas a patógenos, fator importante a ser considerados nos
mais variados tipos de patossistemas vegetais, tem sido alvo de diversos estudos com o uso de
agentes bióticos, como organismos não-patogênicos ou atenuados, e abióticos como
quitosana, ácido salicílico, acibenzolar-S-metil (ASM) entre outros. Estes agentes têm sido
utilizados na indução de resposta de defesa nas espécies vegetais, contra infecções virais,
fúngicas e bacterianas (BENATO, 2002; CARDOSO FILHO, 2003; SOARES et al., 2006;
SOARES et al., 2008). A utilização de extratos de plantas medicinais com propriedades
antifúngicas, é outra alternativa que se destaca pelo seu potencial ecológico e podem ser unida
as demais práticas de manejo integrado de doenças (CARVALHO et al., 2002a).
2
Diante do exposto, entende-se ser necessário a realização de pesquisas relacionadas com
a utilização de produtos naturais, indutores de resistência e fungicida químico que reduzam a
severidade da queima das folhas. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a
eficiência de indutores de resistência, fungicidas químicos e extratos vegetais no controle da
queima das folhas do inhame, visando o manejo integrado da doença e a redução na aplicação
de produtos químicos na cultura.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aspectos gerais sobre o inhame
No Brasil estima-se que ocorram 150 a 200 espécies de Dioscorea, único gênero
comestível da família Dioscoreaceae, em todas as regiões do país, sendo a maioria das
espécies ainda pouco estudada (PEDRALLI, 2002; WIKIPÉDIA, 2008; MONTEIRO &
PERESSIN, 2009). As espécies de Dioscorea cultivadas originaram-se das zonas tropicais da
Ásia e do Oeste da África (SANTOS, 1996; SANTOS, 2008).
Dentre as espécies de inhame cultivadas, as mais importantes, por suas túberas
comestíveis são: D. cayennensis Lam. (inhame amarelo), D. rotundata Poir. (inhame branco),
D. alata L. Many (inhame água), D. trifida L. e D. esculenta L. Schott (SANTOS, 1996;
2008; MONTEIRO & PERESSIN, 2009).
Nos principais estados brasileiros produtores Bahia, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e
Maranhão, as espécies mais cultivadas são D. cayennensis Lam. var. rotundata Poir. e D.
alata L.. Segundo Souza & Resende (2003), dentro de cada espécie existe variação
principalmente na forma dos tubérculos, na cor da polpa e na adaptação ecológica.
Dentre as espécies de Dioscorea cultivadas no Brasil, D. cayennensis vem se
destacando no Nordeste brasileiro em decorrência da importância como alimento de alta
qualidade nutritiva. É uma espécie tuberosa de alto potencial, rica em vitaminas do complexo
B, (contendo altos teores de tiamina, ribofavina e niacina), vitamina A e C, carboidratos e
grãos de amido (responsáveis pela alta digestibilidade), além de ser considerada fonte natural
de fitohormônio para as mulheres, constituindo-se em alimento básico para população, com
usos na agroindústria (SANTOS et al., 1998; SANTOS & MACEDO, 2002; MIRANDA,
2008).
Apesar da importância que a cultura representa para o agronegócio nordestino, a
produtividade é baixa, em decorrência das condições inadequadas de manejo da cultura,
fertilidade do solo, uso de túberas semente de qualidade inferior e problemas fitossanitários
(SUE & WICKHAM, 1998; GARRIDO, 2005; OLIVEIRA et al., 2006) O desenvolvimento
de novas tecnologias em complementação as atuais, pode vir a contribuir para a melhoria da
produtividade e qualidade da cultura, possibilitando assim, a oferta de um produto de
qualidade para atender as exigências dos mercados interno e externo como Estados Unidos,
4
Espanha, Reino Unido e Holanda (SANTOS, 1996; SANTOS et al., 1998; MESQUITA,
2002; GARRIDO et al., 2003b; OLIVEIRA et al., 2006).
2.2 Queima das folhas do inhame
Várias doenças afetam a cultura do inhame, das quais os fungos predominam como
agentes causais, tanto na parte aérea, interferindo na fotossíntese, como nas túberas, causando
perdas na pós-colheita (MENEZES, 2002). Entre os principais patógenos que causam doenças
foliares na cultura, destacam-se Colletotrichum gloeosporioides (Penz) Sacc., Curvularia
eragrostidis (P. Henn.) Meyer, Phyllosticta dioscoreaecola P. Brun., Phyllosticta dioscoreae
Cooke., Micosphaerella dioscoreaecola Sydow., Cercospora ubi Raciborski, Pestalotiopsis
cruenta (Kleb.) Steyaert, Rizoctonia solani J. G. Kühn (AMUSA et al., 2003; BAUDIN,
2008; VAN DER, 2008; MONTEIRO & PERESSIN, 2009).
A queima das folhas, causada pelo fungo C. eragrostidis, é uma importante doença da
parte aérea na cultura do inhame, que pode incidir sobre plantios irrigados e de sequeiro em
todos os estados produtores. Em altas severidades, pode ocasionar perdas na produção em até
100%. O sintoma primário é uma mancha foliar necrótica, de coloração marrom escura,
freqüentemente circundada por um halo amarelo, tendendo ao formato circular e podendo
atingir em média 2 a 3 cm de diâmetro. É comum a coalescência de manchas, formando
grandes áreas necrosadas (MOURA, 2005).
Incidindo sobre plantas jovens, que possuem folhas em desenvolvimento, o crescimento
é significativamente reduzido e as folhas retorcidas, apresentando um quadro típico de
nanismo, resultando em grandes perdas de produção. Com menor freqüência, aparecem lesões
nos pecíolos e ramos, que resultam em um rápido colapso da folha, de sete a dez dias após o
início da mesma. O sintoma secundário ou reflexo é o pequeno tamanho das túberas
comerciais e túberas sementes (SANTOS, 1996; MOURA, 2005).
Em condições favoráveis, como temperaturas noturnas de 20 a 22C com umidade
relativa de 100% e temperaturas diurnas, na faixa de 25 a 28C, com umidade relativa de
65%, e presença do vento, a doença pode provocar, em pouco tempo, a destruição completa
dos campos de cultivo, com o aparecimento de grandes áreas de plantas queimadas e mortas
(SANTOS et al., 1998; MICHEREFF et al., 2000).
5
A espécie C. eragrostidis pertence à Classe Deuteromycetes, Sub-classe
Hyphomicetidae, Ordem Moniliales e Família Dematiaceae (BARNETT & HUNTER, 1972;
ALEXOPOLUS & MIMS, 1979; MENEZES & OLIVEIRA, 1993). Apresenta como
sinonímias Brachysporium eragrostidis Henn, Spondylocladium maculans Brancroft e
Curvularia maculans (Brancroft) Boedijan (ELLIS, 1971). Em meio de cultura apresenta
conidióforos com dimensões de 521 x 6 μm (RAMOS, 1991; MOURA, 2005), solitários ou
em grupos, simples ou raramente ramificados, retos a flexuosos, algumas vezes geniculados,
multiseptados, com coloração marrom, variando no comprimento, com aproximadamente 6
μm de espessura. Os conídios apresentam forma elipsoidal ou ovóide, com dimensões de 18
37 x 11 20 μm, com três septos, sendo que o septo mediano apresenta-se com uma espessa
banda escura, as células centrais com coloração marrom escura e as células externas de
coloração marrom pálida (SIVANESAN, 1990). De acordo com Moura (2005) esse fungo
cresce vigorosamente em meio de cultura BDA, formando colônias circulares de aspecto
cotonoso e de coloração negra.
A penetração de C. eragrostidis foi verificada em folhas, em ambas as faces do limbo
foliar de D. cayennensis, determinando que as inoculações possam ser feitas indistintamente
e, para o seu controle, pulverizar ambas as faces das folhas (RAMOS, 1991).
Além de D. cayennensis, D. alata e D. rotundata (MAFRA, 1996), C. eragrotidis tem
sido constatado em espécies botânicas de outras famílias como sorgo (Sorghum bicolor (L.)
Moench), batata doce (Ipomoea batatas (L.) Lam.), amendoim (Arachis hypogea L.), abacaxi
(Ananas comosus (L.) Merr) (MENEZES & OLIVEIRA, 1993), e arroz (Oryza sativa L.)
(RASHID, 2001).
2.3 Utilização de extratos vegetais no controle de fitopatógenos
Os produtos naturais desenvolvidos para o controle de pragas e doenças são geralmente
extratos aquosos e pós-secos, utilizados logo após a obtenção, e pelos produtos formulados à
base de óleos e de extratos misturados a substâncias inertes que melhoram as características,
propriedades físico-químicas e eficiência, evitando a degradação e constituindo-se em
produtos comerciais que podem ser armazenados (LAGUNES & RODRÍGUEZ, 1994).
Existem no Brasil, atualmente, extratos de plantas comercializados tais como o Bioalho
®
,
Neemazal
®
, Ecolife-40
®
, etc. (BETTIOL et al., 2006).
6
As pesquisas com métodos alternativos eficientes, que ofereçam menos riscos que os
fungicidas químicos convencionais, determinam o uso de produtos naturais, obtidos de
diversas partes da planta, e constituem-se numa perspectiva bastante promissora ao manejo
integrado de doenças e pragas (PENTEADO, 1999; INNECCO, 2004).
O alho (Allium sativum L.) é utilizado na forma de tinturas, extratos e misturados com
outros materiais no controle de doenças bacterianas, míldio, brusone, podridão do colmo, da
espiga e raiz em milho e sorgo, manchas foliares (Alternaria spp., Helminthosporium spp),
podridões e ferrugem (ABREU JÚNIOR, 1998; PENTEADO, 2001; SOUZA, 2007).
Apresenta como principais constituintes químicos alicina, inulina, nicotinamida, galantamina,
ajoeno, ácidos fosfórico e sulfúrico, vitaminas A, B e C, proteínas e sais minerais, óleos
essenciais, glicosídios, glicinas, resinas, enzimas e sulfuretos (VIEIRA, 1992; LORENZI &
MATOS, 2002; MARTINS et al., 2003).
Muitos trabalhos vêm sendo desenvolvidos com o alho na forma de óleo e de extratos
aquosos ou hidrólicos no controle de diferentes doenças de plantas. Resultados promissores
foram observados por Ribeiro & Bedendo (1999), Nery (2006) e Nascimento et al., (2008)
com extrato de alho no controle da antracnose em mamoeiro, cauada pelo fungo C.
gloeosporioides. Viegas et al., (2005) observaram a eficiência in vitro do óleo essencial de
alho no controle de fungos do grupo Aspergillus flavus isolados de amendoim. Souza et al.,
(2007) observaram a influência do extrato de alho sobre o desenvolvimento do Fusarium
proliferatum (Matsush) Nirenberg ex Gerlach & Nirenberg em milho.
Outra espécie promissora é a citronela (Cymbopogon nardus (D.C.) Stapt), uma planta
muito utilizada na fabricação de perfumes e cosméticos, sendo também útil como repelente de
insetos e, atualmente, utilizada no controle de fitopatógenos (MARTINS et al., 2003;
BALDO, 2005; FRANZENER et al., 2007). O óleo retirado das folhas tem mais de 80
componentes, entre eles: citronelal, geraniol, limonemo. Os teores de óleo essencial na
matéria seca e na matéria fresca são de 1,4% e 0,84% respectivamente (KETOH et al., 2002).
Franzener et al., (2007) observaram efeito significativo de hidrolato de citronela no
controle bacteriano de Xanthomonas campestris pv. campestris a medida que se aumentava a
concentração do produto. Resultados semelhantes foram obsrvados por Baldo (2005) no efeito
in vitro de Cladosporium fulvum na cultura do tomateiro e por Candido et al., (2007) usando
extrato aquoso de resíduos orgânicos de citronela no controle de F. oxysporum f. sp.
vasinfectum em quiabeiro. Medice et al., (2007) verificaram efeito significativo do óleo
7
essencial de citronela sobre a ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi Sydow & P.
Syndow).
O gengibre (Zingiber officinale Roscoe) apresenta como componentes principais o
gingerol, zingibereno, bisaboleno, citral, borneol, cafeno, cineol, sesquiterpenos, além de
açúcares, proteínas, vitaminas do complexo B e vitamina C e carboidratos. O seu óleo
essencial apresenta um aroma e ação antimicrobiana, que aparece no rizoma fresco
(VIEIRA, 1992; LORENZI & MATOS, 2002; MARTINS et al., 2003).
Assim como o alho, o gengibre tem sido utilizado em virtude do potencial fungitóxico
sobre uma gama de fitopatógenos, incluindo C. eragrostidis, em inhame, interferindo no
aspecto do crescimento in vitro deste fungo (CARVALHO et al., 2002a) e diminuindo o
crescimento de C. gloeosporioides isolado de goiabeira (ROZWALKA et al. 2008).
Rodrigues et al., (2007) observaram resultados satisfatórios na redução do desenvolvimento
micelial de Sclerotinia sclerotiorum em alface e Rodrigues et al., (2006) no controle in vitro
de Helminthosporium sp. em bananeira.
O nim (Azadirachta indica A. Juss.) vem sendo utilizado na prática como inseticida,
tendo ação de contato contra pulgões, tripes, Spodoptera furgiperda e outras pragas e no
controle da mancha de Alternaria, tombamento (R. solani), Fusarium, S. rolfsii (ABREU
JÚNIOR, 1998; PENTEADO, 2001). Existem mais de 418 espécies de pragas e insetos que
ocorrem em vários países que são afetados pelos extratos de nim (ABREU JÚNIOR, 1998).
Em quiabeiro, Candido et al., (2007) observaram efeitos significativos de extratos
aquosos de resíduos orgânicos de nim sobre F. oxysporum f. sp. vasinfectum. Já Carneiro
(2003) observou a influência do extrato e do óleo essencial de nim no controle do oídio
(Oidium lycopersici Cook e Massee) na cultura do tomateiro e Medice et al., (2007)
verificaram efeito significativo do óleo essencial de nim sobre a ferrugem asiática da soja
(Phakopsora pachyrhizi).
2.4 Indução de resistência em plantas a patógenos
A proteção natural das plantas está baseada em uma série de barreiras pré-formadas e
pós-formadas (TAIZ & ZEIGER, 2004). Os fatores de resistência pré-formados são aqueles
presentes na planta antes do contato com o patógeno. os pós-formados, estão ausentes ou
em baixo nível antes da infecção, sendo produzidos ou ativados em resposta à presença do
8
patógeno. Em ambas as categorias, os fatores envolvidos na resistência podem ser
subdivididos em estruturais ou bioquímicos. Os estruturais atuam como barreiras físicas,
enquanto os bioquímicos atuam através da produção de substâncias tóxicas ou repelentes ao
patógeno ou criando condições adversas ao estabelecimento deste na planta (PASCHOLATI
& LEITE, 1994).
Estas defesas também podem ser ativadas pelo tratamento com agentes bióticos ou
abióticos, de natureza inorgânica, orgânica ou sintética. Essas moléculas capazes de ativar
respostas de defesas nas plantas são chamadas de elicitores, atuando como indutores de
resistência (STICHER et al., 1997). A percepção se dá quando moléculas do agente indutor se
ligam a moléculas receptoras situadas, provavelmente, na membrana plasmática da célula
vegetal. Essas reações desencadeiam a ativação de vários mecanismos de defesa (RESENDE
et al., 2002). Os elicitores podem induzir a resistência local adquirida (RLA), a resistência
induzida (RI), que se divide na resistência sistêmica induzida (RSI) ou a resistência sistêmica
adquirida (RSA) (TERRY & JOYCE, 2004).
A RI pode ser caracterizada como uma resposta de defesa ao ataque de um determinado
patógeno, produzida longe do ponto de infecção e translocado para este, ou reação local que
sirva para limitar a expansão da colonização do patógeno (SOUZA, 2005). Esta pode ser
ativada em plantas por uma série de substâncias, evitando ou atrasando a entrada e/ou a
subseqüente atividade do patógeno em seus tecidos, por meio de mecanismos de defesa
próprios (ATHAYDE SOBRINHO et al., 2005; NOJOSA et al., 2005; RESENDE et al.,
2007).
Alguns produtos apresentam a capacidade de durante a interação patógeno hospedeiro
ativarem o sistema de defesa das plantas por vários meios, resultando na produção de
substâncias tóxicas aos patógenos, impedindo o estabelecimento destes. Alguns compostos
produzidos pelas plantas possuem ação antimicrobiana, enquanto outros restringem o
desenvolvimento de patógenos pela formação de barreiras estruturais (OLIVEIRA et al.,
2001; RESENDE et al., 2007).
O desenvolvimento neste campo de ativadores está relacionado à descoberta de
análogos funcionais do ácido salicílico. Neste sentido, algumas classes de indutores químicos
de RSA foram identificados e dois compostos tem sido intensivamente estudados: o ácido 2,6-
dicloroisonicotínico e o acibenzolar-S-metil (KESSMANN et al., 1994). Compostos do grupo
dos benzotiadiazoles (BTH), como o acibenzolar-S-metil é caracterizado pela ativação do
9
sistema de resistência de plantas, apresentando características análogas a dos ativadores
naturais desses mecanismos (SOUZA, 2005).
O acibenzolar (Ester-S-metil do ácido benzo-(1,2,3)-triadiazole-7-carbotióico, ASM,
BHT, Bion
®
, Actigard
®
) é talvez o mais potente ativador sintético da resistência sistêmica
adquirida descoberto (KESSMANN et al., 1994; PASCHOLATI, 2002; SOARES et al.,
2008). O ASM não apresenta propriedades antimicrobianas, porém, aumenta a resistência das
plantas às doenças (CIA et al., 2007). É um produto extremamente móvel devido a natureza
de ácido fraco. Na planta apresenta movimentos acropetal e basipetal (SOUZA, 2005). Pode
ser enquadrado na definição de um indutor de resistência, pois fornece proteção a um amplo
espectro de patógenos, induz a expressão dos mesmos marcadores moleculares e bioquímicos
e não apresenta atividade antimicrobiana direta (KESSMANN et al., 1994).
Este composto representa uma promessa como um método alternativo ao controle
convencional de doenças, possibilitando a redução ou a substituição dos fungicidas
empregados no controle de fitopatógenos (CIA et al., 2007). Em virtude desta ação, vários
trabalhos desenvolvidos tem demonstrado a eficácia do ASM na indução de resistência nas
plantas (DANTAS et al., 2004; BALBI-PEÑA et al., 2006; RODRIGUES et al., 2006;
SOARES et al., 2008) .
Os nutrientes minerais podem afetar a reação das plantas a patógenos e os efeitos destes
ao incrementar a resistência, podem estar associados à alteração nas respostas das plantas aos
ataques de patógenos, com o aumento de barreiras mecânicas, como a lignificação e a síntese
de compostos tóxicos (POZZA et al., 2004a). Segundo Zambolim et al., (2006) os elementos
minerais estão envolvidos em todos os mecanismos de defesa das plantas como componentes
integrais ou ativadores, inibidores e reguladores do metabolismo celular.
Dentre os minerais, o silício (Si), que é o segundo elemento mais abundante na crosta
terrestre, não é considerado elemento essencial para o crescimento das plantas, porém é útil e
benéfico, devido aos efeitos proporcionando maior tolerância ao déficit hídrico, maior
resistência a toxidade de metais pesados e menor intensidade de pragas (POZZA et al.,
2004b).
Dannon & Wydra (2004) observaram que a incidência de Ralstonia solanacearum
[(Smith, 1896) Yabuuchi et al., 1995] em plantas de tomate suscetíveis ou moderadamente
resistentes foi significativamente reduzida com a adição de Si na solução nutritiva. Plantas de
trigo fertilizadas com Si e cultivadas em casa de vegetação e no campo também apresentaram
10
redução da severidade da mancha salpicada [Mycospharela graminicola (Fuckell) Schroeter]
e da podridão do colmo (Fusarium spp.). Outro relato da eficiência do Si foi observado por
Pratissoli et al., (2007) com redução da incidência de varíola [Asperisporum caricae (Speg.)
Maubl.] em mamoeiro. A aplicação de Si na forma de silicato de potássio e de silicato de
sódio, em cultivos hidropônicos de pepino, reduziu a severidade do míldio pulverulento
[Podosphaera xanthii (Castagne) U. Braun & S. Takam] (MIYAKE & TAKAHASHI, 1983;
ADATIA & BESFORD, 1986). A adição de silicato de potássio em solução nutritiva, bem
como em pulverizações foliares, aumentou significativamente o período latente de P. xanthii
em folhas de pepino, abóbora, melão, além de reduzir o número de colônias desse fungo
(MENZIES et al., 1992). O uso de silicato de cálcio e silicato de sódio em cultivos
hidropônicos de pepino e roseira é prática freqüente na Europa, visando o controle do oídio
pulverulento [Sphaerotheca fugilinea (Schelect. ex. Fr.) Poll] (BÉLANGER et al., 1995).
11
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU JÚNIOR, H. Práticas alternativas de controle de pragas e doenças na
agricultura: coletânea de receitas. Campinas, SP: EMOPI, 1998. 115p.
ADATIA, M. H.; BESFORD, A. T. The effects of silicon on cucumber plants grown in
recirculating nutrient solution. Annual Botanic, v.58, p.343-351, 1986.
ALEXOPOULOS, C. J.; MIMS, C. W. Introductory Mycology. 3ªedição. New York: Jhon
Wiley & Sons, 1979. 632p.
AMUSA, N. A.; ADEGBITE, A. A.; MUHAMMED, S.; BALYEWU, R. A. Yam diseases
and its management in Nigeria. African Journal of Biotechnology, v.2, n.12, p.497-502,
2003.
ATAYDE SOBRINHO, C.; FERREIRA, P. T. O.; CAVALCANTI, L. S. C. Indutores
abióticos. In: CAVALCANTI, L. S. C.; DI PIERO, R.; CIA, P.; PASCHOLATI, S. F.;
RESENDE, M. L. V.; ROMERO, R. S. Indução de resistência em plantas a patógenos e
insetos. Piracicaba: FEALQ, 2005. p.51-80.
BALDO, M. Potencial do extrato bruto de Cymbopogon citratus (capim-limão) e
Cymbopogon nardus (citronela) no controle in vitro de Cladosporium fulvum do
tomateiro. 2005. 76p. Monografia (Graduação em Agronomia). Universidade Estadual do
Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon.
BALBI-PEÑA, M. I.; BECKER, A.; STANGARLIN, J. R.; FRANZENER, M. C. L.;
SCHWAN-ESTRADA, K. R. F. Controle de Alternaria solani em tomateiro por extratos de
Curcuma longa e curcumina II. Avaliação in vitro. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.31,
n.4, p.401-404, 2006.
BARNETT, H. L.; HUNTER, B.B. Iustrated Genera Imperfect Fungi. edition.
Minneapolis, Minnesota: Burgess Publishing Company, 1972. 241p.
12
BAUDIN, P. Maladies parasitaires des ignames en Cote d‟Ivoire. Disponível em: <http:
www. Bondy.ird.fr/pleins_texts/pleins_texts_s/b_fdi_08-09/10433.pdf>. Acesso 12 de
novembro de 2008.
BÉLANGER, R. R.; BOWEN, P. A.; EHRET, D. L.; MENZIES, J. G. Soluble silicon: Its role
in crop and disease management of greenhouse crops. Plant Diseases, v.79, n.4, p.329-336,
1995.
BENATO, E. A. A indução de resistência no controle de doenças pós-colheita: frutos e
hortaliças. REUNIÃO BRASILEIRA SOBRE INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA EM
PLANTAS CONTRA FITOPATÓGENOS, 1, 2002. São Paulo. Anais... São Paulo SP, p.
29-30, 2002.
BETTIOL, W.; GHINI, R. MORANDI, M. A. B. Alguns métodos alternativos para o controle
de doenças de plantas disponíveis no Brasil. In: VEZON, M.; PAULA JÚNIOR, T. J.;
PALLINI, A. Controle alternativo de pragas e doenças. Viçosa: EPAMIG/CTZM: UFV,
p.163-183, 2006.
CANDIDO, E. K.; RODRIGUES, A. A. C.; VERAS, M. S. Efeito de resíduos orgânicos na
supressão de Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum em quiabeiros. Revista Brasileira de
Agroecologia, v.2, n.1, 2007.
CARNEIRO, S. M. T. P. G. Efeito de extratos de folhas e de óleo de nim sobre o oídio do
tomateiro. Summa Phytopathologica, v. 29, p.262-265, 2003.
CARVALHO, R. A.; LACERDA, J. T.; OLIVEIRA, E. F.; SANTOS, E. S. 2002. Extratos de
plantas medicinais como estratégia para o controle de doenças fúngicas do inhame (Dioscorea
sp.) no Nordeste. In: II Simpósio Nacional sobre as culturas do inhame e do taro, 2, 2002.
João Pessoa. Anais... João Pessoa, PB: EMEPA PB, 2002a. v. 1. p. 99 112.
CARVALHO, V. L.; GONÇALVES-GERVÁSIO, R. C.; SANTA-CECÍLIA, L. V. C.;
KATO, C. M.; FOUREAUX, L. V.; CAMPELO, M. G. Alternativas de controle da ferrugem
13
do pessegueiro [Tranzschelia discolor (Fuckel) Tranzschel Litivinov]. Ciência e
Agrotecnologia, Lavras, v.26, n.2, p.227-231, 2002b.
CARDOSO FILHO, J. A. Efeito de extratos de albedo de laranja (Citrus sinensis), dos
indutores de resistência ácido salicílico, Acibenzolar-s-metil (ASM) e Saccharomyces
cereviseae no controle de Phyllosticta citricarpa (Telemorfo: Guignardia citricarpa), 2003,
145p. Tese (Doutorado em Agronomia). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
Universidade de São Paulo, Piracicaba.
CIA, P.; PASCHOLATI, S. F.; BENATO, E. A. Indução de Resistência no manejo de
doenças pós-colheita. In: RODRIGUES, F. A.; ROMERO, R. S. Indução de resistência em
plantas a patógenos, p.245-280, 2007.
CITADIN, I.; BERTUOL, O.; BASSANI, M. H.; SOUSA, R. N. S.; PINOTTI, L. C. A.;
SOLETTI, T. Controle da ferrugem da folha de pessegueiro mediante pulverizações com
diferentes fungicidas. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 27, n. 2, p.
317-319, 2005.
DANNON, E. A.; WYDRA, K. Interaction between silicon treatment, bacterial wilt
development and phenotype of Ralstonia solanacearum in tomato genotypes. Physiology
Molecular Plant Pathology, v.64, p.233-243, 2004.
DANTAS, S. A. F.; OLIVEIRA, S. M. A.; NETO, E. B.; COELHO, R. S. B. SILVA, R. L. X.
Indutores de resistência na proteção do mamão contra podridões pós-colheita. Summa
Phytopathologica, v.30, n.3, p.314-319, 2004.
ELLIS, M. B. Dematiaceous Hyphomycetes. Kew: Commowealt Mycological Institute,
1971. 608p.
FRANZENER, G.; MARTINEZ-FRANZENER, A. S.; STANGARLIN, J. R.; CZEPAK, M.
P.; SCHWAN-ESTRADA, K. R. F.; CRUZ, M. E. S. Atividades antimicrobiana, antifúngica
e indutora de fitoalexinas de hidrolatos de plantas medicinais. Semína: Ciências Agrárias,
Londrina, v.28, n.1, p.29-38, 2007.
14
GARRIDO, M. D. S; SOARES, A. C. F.; MENDES, L. N.; PEREZ, J. O. O estudo de novas
tecnologias para a produção de inhame no estado da Bahia. Bahia Agrícola, Salvador, v.6,
n.1, p.19-22, 2003a.
GARRIDO, M. S.; SOARES, A. C. F.; JESUS, O. N. Comparação da qualidade e
produtividade de túberas de inhame (Dioscorea cayannensis Lam.) em três áreas de plantio no
Município de Maragojipe BA. In: 43º Congresso Brasileiro de Olericultura. Recife,
Resumos... 2003b. CD-ROM.
GARRIDO, M. D. S. Manejo agroecológico da cultura do inhame: produtividade,
qualidade, controle de nematóides e manchas foliares. 2005. 73p. Dissertação. (Mestrado
em Agronomia). Universidade Federal da Bahia, Escola de Agronomia, Cruz das Almas.
INNECCO, R. Controle alternativo de patógenos de sementes. 2004. In: VIII Simpósio
Brasileiro de Patologia de Sementes, 8, 2004, João Pessoa. Anais… João Pessoa, PB. João
Pessoa: EMEPA PB, 2004. v.1, p.12-15, 2004.
KESSMANN, H.; STAUB, T.; HO FMANN, C.; MAETZKE, T.; HERZOG, J.; WARD, E.;
UKNES, S.; RYALS, J. Induction of systemic acquired resistance in plants by chemicals.
Annual Review of Phytopathology, v.32, p.439-459, 1994.
KETOH, G. K.; GLITHO, A. I.; HUIGNARD, J. Suscepttibility of the bruchid
Callosobruchus maculates (Coleoptera: Bruchidae) and its parasitoid Dinarmus basalis
(Hymenoptera: Pteromalidae) to three essential oils. Journal of Economic Entomology, v.
95, n. 1, p.174-184, 2002.
LAGUNES, T. A.; RODRÍGUEZ, H. C. Los extractos acueosos y polvos vegetales com
propriedades inseticidas. Chapingo, Colegio de Postgraduados, Centro de Entomologia y
Acarologia, 1994, 203p.
15
LEONEL, M.; MISCHAN, M. M.; PINHO, S. Z.; ITAURO, R. A.; DUARTE FILHO, J.
Efeitos de parâmetros de extrusão nas propriedades físicas de produtos expandidos de inhame.
Ciência e Tecnologia Alimentar, Campinas, v.26, n.2, p.459-464, 2006.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova
Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 512p.
MAFRA, R. C. Recomendações técnicas para o cultivo do cará. Brasília: EMBRAPA-
CNPH, 1996. 15p.
MARTINS, E. R.; CASTRO, D. M.; CASTELLANI, D. C.; DIAS, J. E. Plantas
medicinais.Viçosa: UFV, 2003. 220p.
MEDICE, R.; ALVES, E.; ASSIS, R. T.; MAGNO JÚNIOR, R. G.; LOPES, E. A. G. L.
Óleos essenciais no controle da ferrugem asiática da soja Phakopsora pachyrhizi Syd. &
P.Syd. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.31, n.1, p.83-90, 2007.
MENEZES, M. Considerações Epidemiológicas de Doenças Fúngicas da Cultura do Inhame.
2002. In: II SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE AS CULTURAS DO INHAME E DO TARO,
2, 2002. João Pessoa. Anais… João Pessoa, PB: EMEPA-PB, 2002. p. 58-67.
MENZES, J. BOWEN, P.; EHRET, D.; GLASS, A. D. M. Foliar applications of potassium
silicate reduce severity of powdery mildew on cucumber, muskmelon, and zucchini squash.
Journal American Socayt Horticulture Science, v.117, p. 902-905, 1992.
MENEZES, M; OLIVEIRA, S. M. A. Fungos Fitopatogênicos. Recife, UFRPE, Imprensa
Universitária, 1993. 277p.
MESQUITA, A. S. Inhame e taro: cenários dos mercados internacional, brasileiro e baiano.
Bahia Agrícola, Salvador, v.5, n.2, p.54-64, 2002.
16
MIYAKE, Y.; TAKAHASHI, E. Effect of silicon on the growth of cucumber plant in soil
culture. Soil Science Plant Nutrition, v.29, p.463-471, 1983.
MICHEREFF, S. J.; MAFFIA, L. A.; NORONHA, M. A, PEDROSA, R. A. Progresso e
arranjo espacial da queima das folhas do inhame, causada por Curvularia eragrostidis, na
Zona da Mata de Pernambuco. Agrotrópica, v. 12, p. 87-94, 2000.
MIRANDA, R. S. Consumo-Biodiversidade-Segurança alimentar. Ecos: Boletim do
Centro Ecológico Núcleo Litoral Norte, Ed. 1, Ano VII, p.3, 2008.
MONTEIRO, D. A.; PERESSIN, V. A. Inhame. Capítulo 25. Cultura do inhame.
Disponível em:
<www.abam.com.br/includes/menu1/consultas_tecnicas/Volume_2/CAP25.pdf.> Acesso em:
10 de janeiro de 2009.
MOURA, R. M. Problemas fitossanitários do inhame no Nordeste e proposta par um sistema
integrado de controle. 2002. In: II SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE AS CULTURAS DO
INHAME E DO TARO, 2, 2002. João Pessoa. Anais... João Pessoa, PB: EMEPA-PB, 2002.
p. 95-108.
MOURA, R. M. Doenças do inhame-da-costa (Dioscorea cayennensis). In: KIMATI, H.;
AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. Manual
de Fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. edição. São Paulo: Agronômica Ceres,
2005. p.415-419.
NASCIMENTO, L. C.; NERY, A. R.; RODRIGUES, L. N. Controle de Colletotrichum
gloeosporioides em mamoeiro, utilizando extratos vegetais, indutores de resistência e
fungicida. Acta Scientiarum Agronomy, Maringá, v.30, n.3, p.313-319, 2008.
NERY, A. R. Avaliação de extratos vegetais, indutores de resistência e fungicida no
controle de Colletotrichum gloeosporioides em mamoeiro. 2006. 49p. Monografia
17
(Graduação em Agronomia). Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba,
Areia, PB.
NOGUEIRA, S. R.; CASTRO, H. A.; ANDRÉ, C. M. G. Efeito de fungicidas na germinação
in vitro de conídios de Claviceps africana. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.
37, n. 10, p.1511-1515, 2002.
OLIVEIRA, J. T. A.; ANDRADE, N. C.; MIRANDA, A. S. M.; BARRETO, A. L. H.;
MELO, V. M. M.; FERNANDES, C. F.; VASCONCELOS, I. M.; SILVEIRA, J. A. G.;
CAVALCANTI, F. R.; FREIRE-FILHO, F. R.; FREIRE, F. C. O.; GONÇALVES, F. J. T.
Atividade perosidásica e β-1,3 glucanásicas elicitadas por agentes bióticos causadores de
doenças e pelo estresse hídrico em feijão-de-corda (Vigna unguiculata (L.). In: V REUNIÃO
NACIONAL DE PESQUISA DE CAUPI Walp. -V RENAC, 5, 2001, Teresina. Anais...
Teresina, PE. 2001, p.19-23.
OLIVEIRA, A. P.; BARBOSA, L. J. N.; SILVA, S. M.; PEREIRA, W. E.; SILVA, J. E. L.
Qualidade do inhame afetada pela adubação nitrogenada e pela época de colheita.
Horticultura Brasileira, v.24, n.1, p.22-25, 2006.
OLIVEIRA, A. P. Inhame, alimento indispensável à mesa nordestina. Disponível em:
<http://www.abhorticultura.com.br/News/Default.asp?id=4966>. Acesso em: 10 de janeiro de
2009.
PASCHOLATI, S. F.; LEITE, B. Mecanismos bioquímicos de resistência às doenças.
Revisão Anual de Patologia de Plantas, Passo Fundo, v.2, p.1-51, 1994.
PASCHOLATI, S. F. Indução de resistência sistêmica: opção para o controle de doenças de
plantas no século XXI. In: REUNIÃO BRASILEIRA SOBRE INDUÇÃO DE
RESISTÊNCIA EM PLANTAS CONTRA FITOPATÓGENOS, 1, 2002, São Paulo. Anais...
São Paulo: SP, 2002, p.8-10.
18
PRATISSOLI, D.; ALMEIDA, G. D.; JESUS JÚNIOR, W. C.; VICENTINI, V. B.; HOLTZ,
A. M.; COCHETO, J. G. Fertilizante organomineral e argila silicatada como indutores de
resistência à varíola do mamoeiro. Idesia, Chile, v.25, n.2, 63-67, 2007.
PEDRALLI, G. Dioscoreaceae e Araceae: Aspectos taxonômicos, Etnobotânicos e Espécies
nativas com Potencial para Melhoramento Genético. In: II SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE
AS CULTURAS DO INHAME E DO TARO, 2, 2002, João Pessoa. Anais... João Pessoa,
PB: EMEPA-PB, 2002. p.39-53.
PENTEADO, S. R. Defensivos alternativos e naturais para uma agricultura saudável.
Campinas: Ed. D’Áurea, 1999. 79p.
PENTEADO, S. R. A utilização dos defensivos alternativos na agricultura: histórico e
perspectivas. In: HEIN M.; GUEDES, A. C. L.; AGUIAR, M. S. Resumos do 1ºEncontro de
Processos de Proteção de Plantas: controle ecológico de pragas e doenças. Agroecológica,
Botucatu, p.13-21, 2001. (Palestra).
POZZA, A. A. A.; POZZA, E. A.; BOTELHO, D. M. S. O silício no controle de doenças de
plantas. In: LUZ, W. C.; FERNANDES, J. M. C.; PRESTES, A. M.; PICININI, E. C.
Revisão Anual de Patologia de Plantas, Passo Fundo, v.12, p.373-402. 2004a.
POZZA, A. A. A.; ALVES, E.; POZZA, E. A.; CARVALHO, J. G.; MONTANARI, M.;
GUIMARÃES, P. T. G.; SANTOS, D. M. Efeito do silício no controle da cercosporiose em
três variedades de cafeeiro. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 29, n.2, p.185-188. 2004b.
RAMOS, J. E. L. Estudos sobre a etiologia da queima das folhas do inhame (Dioscorea
cayennensis Lam.) e eficiência dos fungicidas mancozeb e iprodione no controle da
doença. 1991. 101p. Dissertação (Mestrado em Fitossanidade). Universidade Federal Rural
de Pernambuco. Recife.
RASHID, M. M. Detection of Curvularia species on boro rice seeds of Dinajpur. Online
Journal of Biological Sciences, v.1, n.7, p.591-592, 2001.
19
RESENDE, M. L. V.; NOJOSA, G. B. A.; CAVALCANTI, L. S.; AGUIAR, M. A. G.;
SILVA, M. A. G.; SILVA, L. H. C. P.; PEREZ, J. O.; ANDRADE, G. C. G.; CARVALHO,
G. A.; CASTRO, R. M. Induction of resistence in cocoa against Crinipellis perniciosa and
Verticillium dahliae by acibenzolar-S-methyl (ASM). Plant Pathology, Berlim, v.51, n.5, p.
621-628, 2002.
RESENDE, M. L. V.; CAVLCANTI, F. R.; SANTOS, F. S.; AMARAL, D. R.; RIBEIRO
JÚNIOR, P. M.; COSTA, J. C. B.; CAMILO, F. R.; ISHIDA, A. K. N.; SOUZA, R. M.
Novos indutores de resistência contra doenças em cafeeiro, cacaueiro, algodão e tomateiro:
perspectivas de utilização. In: RODRIGUES, F. A.; ROMERO, R. S. Indução de resistência
em plantas a patógenos, p.161-182, 2007.
RIBEIRO, L. F.; BEDENDO, I. P. Efeito inibitório de extratos vegetais sobre Colletotrichum
gloeosporioides - agente causal da podridão de frutos de mamoeiro. Scientia Agrícola, v.56,
n.4, p.1267-1271, 1999.
RODRIGUES, E.; SCHWAN-ESTRADA, K. R. F.; STANGARLIN, J. R.; CRUZ, M. E. S.;
FIORI-TUTIDA, A. C. G. Avaliação da atividade antifúngica de extratos de gengibre e
eucalipto in vitro e em fibras de bananeira infectadas com Helminthosporium sp. Acta
Scientiarum Agronomy, v.28, n.1, p.123-127, 2006.
RODRIGUES, E.; SCHWAN-ESTRADA, K. R. F.; FIORI-TUTIDA, A. C. G.;
STANGARLIN, J. R.; CRUZ, M. E. S. Fungitoxidade, atividade elicitora de fitoalexinas e
proteção de alface em sistema de cultivo orgânico contra Sclerotinia sclerotiorum pelo extrato
de gengibre. Summa Phytopathologica, v.33, n.2, p.124-128, 2007.
ROZWALKA, L. C.; LIMA, M. L. R. Z. C.; MIO, L. M.; NAKASHIMA, T. Extratos,
decoctos e óleos essenciais de plantas medicinais e aromáticas na inibição de Glomerella
cingulata e Colletotrichum gloeosporioides de frutos de goiaba. Ciência Rural, Santa Maria,
v.38, n.2, p.301-307, 2008.
20
SANTOS, E. S. Inhame (Dioscorea spp): aspectos básicos da cultura. João Pessoa:
EMEPA-PB, SEBRAE, 1996. 158p.
SANTOS, E. S.; MACÊDO, L. S.; MATIAS, E. C.; MELO, A. S. Contribuição tecnológica
para a cultura do inhame no Estado da Paraíba. João pessoa, PB: EMEPA-PB/MMA-
PRONAF, 1998. 84p. (EMEPA-PB. Documentos, 23).
SANTOS, E. S.; MACÊDO, L. de S. Tendências e pespectivas da cultura do inhame
(Dioscorea sp.) no Nordeste do Brasil. In: II SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE AS
CULTURAS DO INHAME E DO TARO, 2, 2002. João Pessoa. Anais... João Pessoa, PB:
EMEPA-PB, 2002. p.21-31.
SANTOS, E. S. Manejo sustentável da cultura do inhame (Dioscorea sp.) no Nordeste do
Brasil. Disponível em: <http://www.emepa.org.br/inhame_manejo.php>. Acesso em: 19 de
outubro de 2008.
SIVANESAN, A. Cochliobolus eragrostidis. Mycopathologia, Dordrecht, v. 111, 1990. p.
113-114. (CMI Descriptions of Fungi and Bactéria, 1002).
STICHER, L.; MAUCH-MANI, B.; METRAUX, J. P. Systemic acquired resistance. Annual
Review of Phytopathology, Palo Alto, v.35, p.235-270, 1997.
SOUZA, A. E. F.; ARAÚJO, E.; NASCIMENTO, L. C. Atividade antifúngica de extratos de
alho e capim-santo sobre o desenvolvimento de Fusarium proliferatum isolado de grãos de
milho. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.32, n.6, p.465-471, 2007.
SOUZA, A. E. F. Atividade antimicrobiana de extratos de alho e capim-santo sobre o
desenvolvimento de Fusarium moniliforme isolado de grãos de milho. 2007. 103p.
Dissertação (Mestrado em Agronomia). Universidade Federal da Paraíba, Areia.
21
SOARES, A. C. F.; SOUSA, C. S.; GARRIDO, M. S.; PEREZ, J. O.; ALMEIDA, N. S. Soil
streptomycetes with in vitro activity against the yam pathogens Curvularia eragrostidis and
Colletotrichum gloeosporioides. Brazilian Journal of Microbiology, v.37, p.456-461, 2006.
SOARES, A. C. F.; PEREZ, J. O.; SOUSA, C. S.; GARRIDO, M. S.; ALMEIDA, N. S.
Eficiência do acibenzolar-S-methyl na proteção de plantas de inhame à Curvularia
eragrostidis. Caatinga, v.21, n.1, p.147-151, 2008.
SOUZA, J. L.; RESENDE, P. Manual de horticultura orgânica. Viçosa: Aprenda Fácil,
2003. 564p.
SOUZA, P. E. Controle químico em manejo de doenças de plantas. Lavras:
UFLA/FAEPE, 2005. 93p.
SUE, H. C.; WICKHAM, L. D. Improving traditionalyam production systems: The case of
yellow yams in Jamaica. Tropical Agriculture, v. 75, n. 1-2, p. 252-256, 1998.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2004, 719p.
TERRY, L. A.; JOYCE, D. C.; Elicitors of induced disease resistance in postharvest
horticultural crops: a brief review. Postharvest Biology and Technoly, Amsterdam, v.32,
p.1-13, 2004.
VAN DER, H. A. Studies in Phyllosticta. Disponível em:
<http://lip.library.uu.nl/cbs/sim5/Sim5.htm.> Acesso em 12 de novembro de 2008.
VIEIRA, L. S. Fitoterapia da Amazônia: manual de plantas medicinais. Ed. São Paulo:
Agronômica Ceres, 1992. 347p.
VIEGAS, E. C.; SOARES, A.; CARMO, M. G. F.; ROSSETTO, C. A. V. Toxicidade de
óleos essenciais de alho e casca de canela contra fungos do grupo Aspergillus flavus.
Horticultura Brasileira, v. 23, n.4, p.915-919, 2005.
22
WIKIPÉDIA. Inhame. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Inhame> Acesso: 15 de
novembro de 2008.
ZAMBOLIM, L.; RODRIGUES, F. A.; CAPUCHO, A. S. Resistência a doenças de plantas
induzida pela nutrição mineral. In: VEZON, M.; PAULA JÚNIOR, T. J.; PALLINI, A.
Controle alternativo de pragas e doenças. Viçosa: EPAMIG/CTZM: UFV, p.185-220,
2006.
23
Controle de Curvularia eragrostidis in vitro com o uso de produtos
naturais
CAPÍTULO II
24
CONTROLE DE Curvularia eragrostidis IN VITRO COM O DE USO DE PRODUTOS
NATURAIS
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade fungitóxica dos extratos vegetais de alho,
citronela, gengibre e nim no controle in vitro de Curvularia eragrostidis na cultura do inhame
(D. cayennensis). Testaram-se os extratos de alho, citronela, gengibre e nim (5, 15, 25, 35,
45%) através da deposição de disco de colônia fúngica (5 mm) em placas de Petri contendo o
meio BDA, acrescido dos extratos e sendo a testemunha acrescida de água. As placas de Petri
foram incubadas à 25 + 2 ºC e fotoperíodo de 12 horas por sete dias. Avaliou-se o diâmetro
das colônias em dois sentidos opostos a cada 24 horas com uma régua milimetrada.
Determinou-se a contagem de esporos do fungo em hemacitômetro, após a incubação. Para a
germinação de esporos adicionou-se ao meio BDA, 0,1 mL de uma suspensão de 1,3 x 10
5
conídios/mL, do fungo acrescido de 0,1 mL de uma solução dos tratamentos e espalhadas
sobre o meio BDA. As placas de Petri foram divididas em quatro quadrantes e incubadas no
regime de luz claro contínuo e escuro contínuo. A avaliação foi realizada 48 horas após a
incubação com a percentagem de germinação dos conídios determinada nos tratamentos em
comparação com a testemunha. Baixas concentrações dos extratos de gengibre e nim foram
eficientes na percentagem de inibição do crescimento micelial e esporulação de C.
eragrostidis. A utilização dos extratos a partir de concentrações de 25% apresentaram os
maiores efeitos fitotóxicos nas análises in vitro, reduzindo o crescimento micelial, a
esporulação e germinação do fungo.
Palavras-chave: Dioscorea cayennensis, queima das folhas, controle alternativo
25
IN VITRO CONTROL OF Curvularia eragrostidis USING NATURAL PRODUCTS
ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate the fungitoxic activity of plant extracts from
garlic, citronella grass, ginger and neem on in vitro control of Curvularia eragrostidis. It was
used following treatments: extracts of garlic, citronella grass, ginger and neem (5, 15, 25, 35,
45%) through the deposition of fugus colony disk (5 mm) obtained from Petri dishes
containing PDA medium supplemented with treatments. For control only water was added.
The Petri dishes were incubated at 25 ± 2ºC and 12 hours photoperiod for seven days. The
colony diameter was evaluated in two opposite directions every 24 hours using a millimeter
ruler. At the end of incubation period, the number of spores was counted using
hemacitometer. Spore germination was evaluated by adding to PDA medium 0,1 mL collected
from a suspension of 1,3 x 10
5
conidia/mL plus + 0,1 mL of a solution of each treatment
spread on PDA medium. The Petri dishes were divided into four quadrants and incubated in
either continuous light or continuous dark. The evaluation was performed 48 hours after
incubation by determining germination rate of conidia in comparison to control. Lower
concentration of ginger and neen extracts were efficient on percentage of inhibition of
mycelial growth and sporulation of C. eragrostidis.
Key words: Dioscorea cayennensis, leaf blight, alternative control
26
1. INTRODUÇÃO
O aumento do uso de agrotóxicos na produção de alimentos, o alto custo no controle
químico, o aumento da resistência dos fitopatógenos, o impacto sobre o ambiente causado
pelos produtos químicos e a procura por alimentos sem resíduos de agrotóxicos tem levado o
homem à necessidade de se obter alternativas de controle de doenças de plantas (GUINI &
KIMATI, 2000). Dentre essas tecnologias alternativas, o uso de subprodutos de plantas
medicinais pode ser uma alternativa viável, seja do ponto de vista econômico, seja do ponto
de vista ambiental (ZANELLA et al., 2002; RODRIGUES et al., 2006).
A utilização de produtos com atividade antimicrobiana, a partir de plantas, é intensiva
devido à crescente resistência dos microrganismos patogênicos frente aos produtos sintéticos.
Além disso, o uso destes pesticidas a longo prazo, podem causar impactos negativos para a
sociedade e para o meio ambiente, devido a poluição causada pelos resíduos químicos. Frente
a esse problema, uma estratégia visando o emprego de novas tecnologias na agricultura
moderna, tem sido desenvolvida com o uso de extratos vegetais ou óleos essenciais
provenientes de plantas, para o controle de doenças e pragas, que visem causar menos danos
ao ambiente e a saúde humana (AMARAL e BARA, 2005).
As plantas medicinais contêm princípios ativos que são responsáveis por suas ações
terapêuticas, desencadeando diversas reações nos vegetais, animais e nos seres humanos
(PEGLOW e VELLOSO, 2002). Muitos extratos de plantas medicinais têm sido testados no
controle de doenças em plantas como o alho (Allium sativum L.), o capim citronela
[Cymbopogon nardus (D.C.) Stapt], o gengibre (Zingiber officinalis Roscoe) e o nim
(Azadirachta indica A. Juss.), com efeito significativo sobre fitopatógenos (RIBEIRO &
BEDENDO, 1999; RODRIGUES et al., 2006; RODRIGUES et al., 2007; SILVA et al.,
2007).
Trabalhos vêm sendo realizados no controle in vitro de C. eragrostidis, fungo
responsável pela queima das folhas do inhame com resultados promissores (ANDRADE et
al., 1994; MICHEREFF et al., 1994; MICHEREFF FILHO et al., 1994; CARVALHO et al.,
2002; SOARES et al., 2006; SOARES et al., 2008), porém, relatos com extratos vegetais são
pouco difundidos ou inexistentes, o que justifica a realização desta pesquisa.
27
Com base no exposto, o objetivo do trabalho foi avaliar a atividade fungitóxica dos
extratos vegetais de alho, citronela, gengibre e nim no sobre C. eragrostidis isolado de folhas
de inhame.
28
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Obtenção e manutenção do isolado
O isolado de C. eragrostidis utilizado nesta pesquisa foi obtido a partir de folhas com
sintomas típicos da doença queima das folhas e identificado como CMM-708, pertencente à
Coleção de Culturas de Fungos Fitopatogênicos “Professora Maria Menezes” CMM, do
Departamento de Agronomia, Área de Fitossanidade da Universidade Federal Rural de
Pernambuco.
O isolado foi conservado em tubos de ensaio contendo meio batata-dextrose-ágar
(BDA) em geladeira e em água esterilizada pelo método de Castellani (1976).
2.2 Preparo dos extratos vegetais
Na preparação dos extratos, foram utilizados 100 g do material vegetal (bulbos de alho
(Allium sativum L.); rizomas de gengibre (Zingiber officinale Roscoe); folhas de nim
(Azadirachta indica A. Juss.) e citronela (Cymbopogon nardus (D.C.) Stapt)), triturados em
liquidificador contendo 250 mL de água destilada esterilizada (ADE) e 250 mL de álcool
etanólico P.A., colocados em um recipiente de vidro e submetidos, por um período 96 horas,
ao processo de extração por infusão. Posteriormente, os extratos foram filtrados através de
papel de filtro esterilizado e mantidos em recipiente aberto, durante 72 horas, para favorecer a
evaporação do álcool. Após esse período o material foi submetido à radiação ultravioleta por
30 minutos (UV), de acordo com metodologia adaptada de Coutinho et al., (1999) e
Rodrigues et al., (2006). Os extratos obtidos foram coletados e armazenados em refrigerador a
4ºC para o uso subseqüente nos ensaios em laboratório.
2.3 Potencial fungitóxico de extratos vegetais sobre o crescimento micelial de C.
eragrostidis
A fungitoxidade dos extratos vegetais foi avaliada determinando-se a percentagem de
inibição do crescimento micelial de C. eragrostidis em placas de Petri contendo o meio
batata-dextrose-ágar (BDA), acrescido das diferentes concentrações dos extratos de alho,
capim citronela, gengibre e nim, nas concentrações de 5, 15, 25, 35, 45%.
Ao meio BDA fundente (45°C) adicionou-se os tratamentos em estudo nas diferentes
dosagens e concentrações anteriomente descritas, e vertidas para placas de Petri. No centro de
29
cada placa foi colocado um disco de colônia jovem do fungo (5mm), obtidos de cultura pura
de C. eragrostidis. Para a testemunha foram utilizadas apenas placas de Petri contendo BDA.
As placas contendo os tratamentos foram mantidas à 25 + 2 ºC com fotoperíodo de 12 horas,
durante sete dias. As avaliações foram realizadas a cada 24 h, através da medição do diâmetro
das colônias em dois sentidos opostos, com o auxílio de uma régua milimetrada.
2.4 Potencial fungistóxico de extratos vegetais sobre a esporulação de C. eragrostidis
Os discos de colônia ngica (5mm) com sete dias de idade, foram depositados no
centro de placas de Petri, contendo o meio BDA, acrescido das diferentes concentrações dos
extratos anteriormente descritos e em seguida foram mantidos em laboratório durante sete
dias à 25 + 2 ºC com fotoperíodo de 12 horas. Após este período, avaliou-se a produção de
conídios. Para o preparo da suspensão de conídios, foram adicionados 20 mL de ADE nas
placas contendo cada tratamento individualmente, para facilitar a remoção do micélio,
mediante o uso de escova de cerdas macias. O material foi filtrado em duas camadas de gaze
esterilizada, e a concentração determinada em hemacitômetro, com microscópio óptico,
obtendo-se uma média de cinco leituras para cada um dos tratamentos.
2.5 Análise da atividade in vitro de extratos vegetais sobre a germinação de C.
eragrostidis
Foi adicionado ao meio de cultura BDA, 0,1mL de uma suspensão de C. eragrostidis,
(1,3 x 10
5
conídios/mL), acrescida de 0,1mL dos extratos de alho, citronela, gengibre, e nim
nas concentrações de 5, 15, 25, 35, 45%. A suspensão foi espalhada sobre o meio de cultura
com o auxílio de uma alça de Drigalski. As placas contendo os tratamentos foram submetidas
a dois regimes de luz, claro contínuo e escuro contínuo.
As placas foram divididas em quatro quadrantes por riscas na sua parte interior externa,
onde foram realizadas duas leituras ao microscópio ótico, após 48 horas de incubação, de
forma aleatória. O mesmo procedimento foi realizado para a testemunha. Cada repetição foi
representada por um quadrante.
A avaliação do efeito dos indutores sobre a porcentagem de germinação dos conídios do
fungo foi realizada através da contagem de conídios germinados por quadrante e comparados
com os conídios germinados na testemunha. Foram considerados germinados os conídios que
30
apresentavam a emissão do tubo germinativo de tamanho igual ou superior ao tamanho do
conídio não germinado (QUIRINO et al., 2005).
2.6 Análises estatísticas
Para a análise do crescimento micelial, esporulação e germinação de conídios do fungo,
determinaram-se a percentagem de inibição do crescimento micelial (PIC), a percentagem de
inibição da esporulação (PIE) e a percentagem de germinação de conídios (PIG), para cada
extrato em relação ao tratamento testemunha, por meio das fórmulas apresentadas a seguir.
PIC = (Diâmetro da testemunha diâmetro do tratamento) x 100
Diâmetro da testemunha
PIE = (Esporulação da testemunha esporulação do tratamento) x 100
Esporulação da testemunha
PIG = (Germinação da testemunha germinação do tratamento) x 100
Germinação da testemunha
Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial (4 x 5 + 1)
quatro extratos vegetais, testados em cinco concentrações + testemunha (ADE), totalizando
20 tratamentos, com cinco repeticões para o PIC e PIE e para o PIG quatro repetições. Os
dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F, comparando as médias pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade. Para as análises estatísticas foi utilizado o software SAEG
7,0 (1997).
31
3. RESULTADO E DISCUSSÃO
3.1 Potencial fungitóxico de extratos vegetais sobre o crescimento micelial de C.
eragrostidis
Os resultados obtidos da avaliação do PIC de C. eragrostidis utilizando extratos
vegetais podem ser observados na Tabela 1. Dos quatro extratos vegetais utilizados, os de
gengibre e nim destacaram-se já na concentração de 5%, com PIC de 68,63 e 53,48%
respectivamente e não havendo diferenças estatísticas entre eles. Os resultados indicam que
provavelmente que os constituintes destes extratos apresentam potencial fungitóxico sobre o
desenvolvimento do fungo, mesmo em baixas concentrações e aumento o potencial de
controle com o aumento das concentrações. A partir da concentração de 25% não houve
diferenças estatísticas entre os extratos utilizados.
Tabela 1. Percentagem de inibição do crescimento micelial de Curvularia eragrostidis, com
uso de extratos vegetais. CCA/UFPB, Areia PB, 2009.
Tratamentos
Concentrações (%)
5
15
25
35
45
Alho
8,73 dC*
28,4 cdB
93,92 aA
93.92 aA
93,92 aA
Citronela
29,23 cCD
30,67 cCD
93,92 aA
93,92 aA
93,92 aA
Gengibre
68,63 bA
94,06 aA
94,06 aA
94,06 aA
94,06 aA
Nim
53,48 bB
93,82 aA
93,82 aA
93,82 aA
93,82 aA
Testemunha 0,0 e
CV= 7,7%
DMS= 13,83
*Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas linhas e maúsculas nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey
a 5% de probabilidade.
Carvalho et al., (2008) avaliando o efeito do extrato de plantas medicinais, como o
gengibre, no controle do micelial de C. eragrostidis, observaram que o crescimento micelial
do fungo não foi inibido, alterado ou diminuído por nenhum dos tratamentos testados em
relação a testemunha, porém, houve uma diferença de vigor do fungo nos tratamentos
contendo o extrato de gengibre, em cujas placas, as colônias apresentaram-se com espessuras
32
e pigmentações visivelmente inferiores aquelas dos micélios encontrados nos tratamentos da
testemunha. Esse comportamento também foi observado no presente trabalho e pode ser
explicado por Surh (2002) provavelmente pela influência do gingerol, um dos compostos
presentes no extrato, que atua como antioxidante e/ou inibidor de biossíntese do fungo.
O emprego desses extratos vegetais vem sendo assinalados no controle in vitro de
fungos fitopatogênicos em outros patossistemas com resultados promissores (RIBEIRO &
BEDENDO, 1999; ZANELLA et al., 2002; NASCIMENTO et al., 2008; ROZWALKA et al.,
2008).
Resultados observados em trabalhos utilizando estes extratos tem demonstrado a
eficiência dos mesmos em outros patossistemas, como o de Rodrigues et al., (2007) que
observaram a influência de diferentes concentrações do extrato aquoso de gengibre sobre o
desenvolvimento micelial do fungo Sclerotinia sclerotium in vitro, com redução de 92,5%, na
concentração do extrato de 25%. Oliveira (2008) observou que concentrações do extrato de
nim a 20% não se mostraram eficientes no controle in vitro de Fusarium gutiforme em
abacaxizeiro. Porém, em concentrações de 30 e 40% o extrato de nim não permitiu o
crescimento micelial, apresentado grande potencial no controle do fungo.
Houve interação significativa das concentrações sobre o crescimento micelial de C.
eragrostidis (Figura 1). Observa-se que com o aumento da concentração dos extratos maior é
o potencial de inibição do crescimento micelial do fungo, destacando os extratos de gengibre
e nim (Figura 1C e D), mostrando-se bastante eficientes, mesmo em baixas concentrações.
Esses efeitos inibitórios constatados neste trabalho também foram observados em outras
pesquisas com o mesmo objetivo.
33
A B
C D
Figura 1. Percentagem de inibição do crescimento micelial de C. eragrostides com o uso de
extratos vegetais de alho (A), citronela (B), gengibre (C) e nim (D).
Razwalka et al., (2008) afirmam que o uso de diferentes concentrações de extratos
vegetais podem resultar em maior ou menor eficiência de controle fúngico, assim como na
credibilidade dos dados obtidos.
De acordo com Ribeiro & Bedendo (1999), o extrato de alho inibiu siginificativamente
o crescimento micelial de C. gloeosporioides, de forma crescente e proporcional ao aumento
das concentrações do extrato, com redução de até 67,6% em relação à testemunha. Zanella et
y = 41,09+ 368,82x-576,29x
2
R
2
= 0,8571
0
20
40
60
80
100
120
5% 15% 25% 35% 45%
PIC (%)
Concentração (%)
y = 60,819+ 232,5x -363,29x²
R2 = 0,8571
0
20
40
60
80
100
120
5% 15% 25% 35% 45%
PIC (%)
Concentração (%)
y = - 27,029+ 610,4x-749x
2
R
2
= 0,9062
0
20
40
60
80
100
120
5% 15% 25% 35% 45%
PIC (%)
Concentração (%)
y = 0,0993+ 428,81x -472,36x2
R2 = 0,8191
0
20
40
60
80
100
120
5% 15% 25% 35% 45%
PIC (%)
Concentração (%)
34
al., (2002), observaram que o extrato de citronela inibiu o crescimento micelial de
Macrophomina phaseolina em até 53%. Crippa et al.,(2009) relataram o efeito do extrato
aquoso de gengibre sobre o crescimento de Colletotrichum sp. proveniente de flores
ornamentais de gérberas e rosas.
3.2 Efeito do potencial fungitóxico dos extratos vegetais sobre a esporulação de C.
eragrostidis
Os efeitos das diferentes concentrações dos extratos vegetais no controle da esporulação
de C. eragrostidis podem ser verificadas na Tabela 2. Observa-se que apenas o extrato de
citronela na concentração de 5% foi o que apresentou a menor percentagem de inibição da
esporulação (PIE) diferindo estatisticamente em relação aos demais extratos. Para as demais
concentrações não foram observadas diferenças significativas entre os extratos.
Tabela 2. Percentagem de inibição da esporulação de Curvularia eragrostidis com uso de
extratos vegetais. CCA/UFPB, Areia PB, 2009.
Tratamentos
Concentrações (%)
5
15
25
35
45
Alho
97,0 aA*
97,6 aA
99,8 aA
99,8 aA
99,6 aA
Citronela
72,2 bB
99,3 aA
99,6 aA
99,6 aA
99,8 aA
Gengibre
99,5 aA
100,0 aA
100,0 aA
100,0 aA
100,0 aA
Nim
100,0 aA
100,0 aA
100,0 aA
100,0 aA
100,0 aA
Testemunha 0,0 c
CV= 5,98%
DMS= 13,61
*Médias seguidas da mesma letra minúscula nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Não se tem informações sobre o efeito do extrato de citronela sobre C. eragrostidis,
que apesar de apresentar menor controle da esporulação na concentração de 5%, para as
demais concentrações mostrou-se bastante efetiva, visto que em outros trabalhos realizados
35
com esta planta medicinal, vem se evidenciando grande potencial para o controle de
fitopatógenos como o observado por Moreira et al., (2008) avaliando o potencial da citronela
no controle de fungos. Lima (2007) constatou a eficiência da citronela no controle de C.
gossypii C. gossypii var. cephalosporioides South. var. cephalosporioides Costa.
Todos os tratamentos utilizados neste trabalho mostram potencial de inibição sobre a
esporulação de C. eragrostidis. Resultados apresentados em outros trabalhos indicam à
eficiência ou a ineficiência dos extratos vegetais em resposta as atividades microbianas de
vários patógenos de plantas. Paula et al., (2008) afirmam que o extrato vegetal de alho
mostrou-se eficiente no controle in vitro Phomopsis phaseoli var. sojae. Resultados
contrários aos observados neste trabalho não mostram efeitos promissores dos extratos sobre
atividades antimicrobianas. Ribeiro & Bedendo (1999) constataram que o extrato de alho em
diferentes concentrações, não apresentou efeito inibitório sobre a produção de esporos de C.
gloeosporioides. Rodrigues et al., (2006) observaram que diferentes concentrações do extrato
de gengibre promoveram um leve aumento na esporulação de Helminthosporum sp. em
bananeira, diferindo dos resultados apresentados pelos extratos de gengibre e alho em C.
eragostidis.
Houve influência das concentrações dos extratos vegetais de alho, citronela e gengibre
sobre a esporulação de C. eragrostidis (Figura 2). Observa-se que com o aumento das
concentrações ocorreu um aumento progressivo da percentagem de inibição da esporulação do
fungo, indicando grande potencial fitotóxico destas plantas sobre a atividade biológica de C.
eragrostidis.
36
A B
C
Figura 2. Percentagem de inibição da esporulação de C. eragrostidis com o uso de extratos
vegetais de alho (A), citronela (B) e gengibre (C).
Oliveira (2008) observou que todas as concentrações do extrato hidroálcoolico de alho
mostram-se eficientes sobre a esporulação de F. gutiforme. Segundo a autora, concentrações
de 30 e 40% o extrato de nim também apresentaram grande potencial no controle do fungo. Já
Lima (2007) indica que o óleo de citronela apresentou potencial fungitóxico inibidor sobre C.
gossypii South. var. cephalosporioides, mesmo em baixas concentrações.
3.3 Análise da atividade in vitro do potencial fungitóxico de extratos vegetais sobre a
germinação de conídios de C. eragrostidis
Todos os extratos mostraram potencial de controle sobre a germinação de conídios de
C. eragrostidis. Os menores efeitos na germinação de conídios foram observados com o uso
do extrato de citronela e nim na concentração de 5% com PIG de 84% e 86,25%
y = 95,756 + 20,971x -27,143x
2
R
2
= 0,89
96,5
97
97,5
98
98,5
99
99,5
100
5% 15% 25% 35% 45%
PIE (%)
Concentração (%)
y = 63,802+ 248,71x -386,43x
2
R
2
= 0,8623
0
20
40
60
80
100
120
5% 15% 25% 35% 45%
PIE (%)
Concentração (%)
y = 99,346+ 4,5714x-7,1429x
2
R
2
= 0,8571
99,4
99,5
99,6
99,7
99,8
99,9
100
100,1
100,2
5% 15% 25% 35% 45%
PIE (%)
Concentração (%)
37
respectivamente em condição de claro contínuo, diferindo estatisticamente dos demais
tratamentos. Houve influência nestas concentrações no PIG em crelação dos regimes de
luminosidade para esses tratamentos (Tabela 3).
Tabela 3. Percentagem de inibição da germinação de conídios de Curvularia eragrostidis,
com o uso de extratos vegetais. CCA/UFPB, Areia PB, 2009.
Tratamentos
Condição de incubação
Claro
Escuro
Extrato de alho 5%
93,50 bA
93,50 abcA
Extrato de alho 15%
94,00 abB
91,50 bcB
Extrato de alho 25%
95,50 abA
97,00 abA
Extrato de alho 35%
97,75 abA
97,75 abA
Extrato de alho 45%
98,75 abA
97,75 abA
Extrato de citronela 5%
84,00 cB
89,00 cA
Extrato de citronela 15%
94,25 abA
93,75 abcA
Extrato de citronela 25%
93,50 bA
95,25 abcA
Extrato de citronela 35%
94,75 abA
95,00 abcA
Extrato de citronela 45%
94,75 abA
98,00 aA
Extrato de gengibre 5%
96,75 abA
95,00 abcB
Extrato de gengibre 15%
97,25 abA
97,75 abA
Extrato de gengibre 2 5%
97.75 abA
97,50 abA
Extrato de gengibre 35%
97,75 abA
98,50 aA
Extrato de gengibre 45%
100,00 aA
98,50 aA
Extrato de nim 5%
86,25 cB
95,00 abcA
Extrato de nim 15%
94,00 abA
95,00 abcA
Extrato de nim 25%
95,25 abA
95,50 abA
Extrato de nim 35%
96,25 abA
95,75 abA
Extrato de nim 45%
97,25 abA
96,00 abA
Testemunha
0,0 dD
0,0 dD
CV=2,56%
DMS= 6,25
*Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna não diferem a 5% de probabilida de pelo
teste de Tukey.
38
Todos os extratos testados nos ensaios para a germinação indicam potenciais inibidores
e/ou controladores de atividada microbiana, com ação direta sobre o patógeno alvo. Carvalho
et al., (2008) e Lorenzi & Matos (2002) indicam que ervas aromáticas como o alho e
gengibre possuem ação bactericida, fungicida, pois apresentam em sua constituição química a
aliicina, inulina, o gingerol e o shorgaol, respectivamente. Conferindo a estas plantas um alto
potencial de controle de variados fitopatógenos. Morais (2004), por exemplo, observou que
concentrações do extrato aquoso de alho a 20% inibiu a germinação de conídios de F.
oxysporum.
Oliveira (2008) indicou que a utilização de extratos vegetais de nim e alho em
diferentes concentrações (20, 30 e 40%) podem ser uma alternativa de controle de F.
gutiforme. Souza et al., (2007) relataram que os extratos de alho e capim-santo (Cymbopogon
citratus Stapf.) inibiram a germinação do fungo F. proliferatum, porém de forma mais
eficiente a partir da concentração 2,5%. De acordo com os autores, estes extratos possuem
princípios ativos inibidores, vislumbrando desta forma a possibilidade do emprego destes
extratos na proteção do hospedeiro e/ou erradicação do patógeno.
39
A B
C D
Figura 3. Percentagem de inibição da germinação de conídios de C. eragrostidis em condição
de claro contínuo com o uso de extratos vegetais de alho (A), citronela (B), gengibre (C) e
nim (D).
Segundo Carneiro (2008) o extrato de folhas de nim em baixas concentrações (2 e 4%)
mostrou-se pouco efetivo no controle do oídio (Oidium lycopersici) do tomateiro, melhorando
com o aumento das concentrações, porém concentrações de 16% causaram efeito tóxico nas
plantas.
De acordo com Carneiro et al., (2007) o efeito do nim sobre os fungos é variável,
dependendo, entre outros fatores, do patógeno alvo. Pignoni & Carneiro (2005), afirmam que
y = 92,869 + 8x + 12,5x
2
R
2
= 0,9739
93
94
95
96
97
98
99
100
5% 15% 25% 35% 45%
PIG (%)
Concentração (%)
y = 80,682+ 90,857x-135,71x
2
R
2
= 0,9198
82
84
86
88
90
92
94
96
98
5% 15% 25% 35% 45%
PIG (%)
Concentração (%)
y = 97,441 -9,5714x + 32,143x
2
R
2
= 0,834
96,5
97
97,5
98
98,5
99
99,5
100
100,5
5% 15% 25% 35% 45%
PIG (%)
Concentrão (%)
y =83,563 + 73,357x-98,214x
2
R
2
= 0,9385
84
86
88
90
92
94
96
98
5% 15% 25% 35% 45%
PIG (%)
Concentração (%)
40
o extrato aquoso de nim tem apresentado efeito fugitóxico sobre vários patógenos que causam
problemas foliares, como o oídio da abobrinha (Sphaerotheca fuliginea), o oídio do trigo
(Erysiphe graminis f. sp. tritici), ferrugem da folha do trigo (Puccinia recondita f. sp. tritici),
mancha de cercospora da beterraba (Cercospora beticola).
O extrato de gengibre também tem sido relatado causando efeito inibitório sobre fungos
foliares em outras culturas, como o resultado observado por Silva (2005) que cita que o extrato de
gengibre demonstrou ser um potente indutor de resistência em plantas de cevada contra Bipolaris
sorokiniana fungo causador de mancha foliar.
Houve influência das concentrações dos extratos vegetais de alho, citronela, gengibre e nim
sobre o PIG de C. eragrostidis incubado em regime de escuro contínuo de acordo com a análise
de regressão (Figura 4). Os efeitos inibitórios sobre a germinação de conídios foram proporcionais
ao aumento das concentrações dos extratos.
41
A B
C D
Figura 4. Percentagem de inibição da germinação de conídios de C. eragrostidis em condição
de escuro contínuo com o uso de extratos vegetais de alho (A), citronela (B), gengibre (C) e
nim (D).
De acordo Rozwalka et al., (2008) o extrato de gengibre foi responsável pelo controle
em 92,7% de C. gloeosporioides em goiabeira (Psidium guajava L.). Resultados contrários
aos observados no presente trabalho foram obtidos por Rodrigues et al., (2006) que utilizando
diferentes concentrações do extrato de gengibre não constatarm efeito inibitório eficiente
sobre Helminthosporum sp..
y = 91,544+ 18,143x -6,7857x
2
R
2
= 0,6676
91
92
93
94
95
96
97
98
99
5% 15% 25% 35% 45%
PIG (%)
Concentração (%)
y = 88,682+ 34,857x-35,714x
2
R
2
= 0,6574
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
5% 15% 25% 35% 45%
PIG (%)
Concentração (%)
y = 94,222+ 22,929x-30,357x
2
R
2
= 0,8791
94,5
95
95,5
96
96,5
97
97,5
98
98,5
99
5% 15% 25% 35% 45%
PIG (%)
Concentrão (%)
y = 94,838 + 1,8571x1,7857x
2
R
2
= 0,9509
94,8
95
95,2
95,4
95,6
95,8
96
96,2
5% 15% 25% 35% 45%
PIG (%)
Concentração (%)
42
4. CONCLUSÕES
Os extratos vegetais utilizados mostram efeito fitotóxico sobre C. eragrostidis nas
análises in vitro, destacando-se os extratos de gengibre e nim que mesmo em baixas
concentrações inibiram o crescimento micelial e a esporulação.
A utilização dos extratos vegetais de alho, capim citronela, gengibre e nim partir da
concentração de 25% apresentaram os maiores efeitos fitotóxicos sobre C. eragrostidis,
indicando serem estes uma alternativa potencial e viável no controle deste patógeno.
43
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, M. F. Z. J.; BARA, M. T. F. Avaliação da atividade antifúngica de extratos de
plantas sobre o crescimento de fitopatógenos. Revista Eletrônica de Farmácia, v.2, n.2, p.5-
8, 2005.
ANDRADE, D. E. G. T.; SILVA, E. B.; MICHEREFF, S. J.; MARIANO, R. L. R.;
BETTIOL, W. Controle da queima das folhas do inhame com produtos à base de Bacillus
subitilis. Summa Phytopathologica, v.21, p.202-205, 1994.
CARNEIRO, S. M. T. P. G.; PIGNONI, E.; VASCONCELLOS, M. E. C.; GOMES, J. C.
Eficácia do extrato de nim para o controle do oídio do feijoeiro, Summa Phytopathologica,
Botucatu, v.33, n.1, p.34-39, 2007.
CARNEIRO, S. M. T. P. G. Efeito do nim (Azadirachta indica) sobre o oídio e antracnose.
Instituto Agronômico do Paraná, Londrina PR. 16p. 2008. (Informe da Pesquisa nº 155).
CARVALHO, R. A.; LACERDA, J. T.; OLIVEIRA, E. F.; SANTOS, E. S. 2002. Extratos de
plantas medicinais como estratégia para o controle de doenças fúngicas do inhame (Dioscorea
sp.) no Nordeste. In: II Simpósio Nacional sobre as culturas do inhame e do taro, 2, 2002.
João Pessoa. Anais... João Pessoa, PB: EMEPA PB, 2002. v. 1. p. 99 112.
CARVALHO, R. A.; LACERDA, J. T.; OLIVEIRA, E. F.; SANTOS, E. S. Extratos de
plantas medicinais como estratégias para o controle de doenças fúngicas do inhame
(Dioscorea sp.) no Nordeste. Disponível em
<htpp://WWW.emepa.org.br/anais/volume1/av107.pdf> Acesso em 10 de dezembro de 2008.
CASTELLANI, A. Maintenance and cultivation of commom pathogenic fungi of man in
sterile water. Journal of Tropical Medicine in Hygiene, v.70, p.181-184, 1967.
CRIPPA, L. B.; RIBEIRO, R. T.; MAGRINI, F. E.; MARCHERTT, C.; VENTURIN, L.;
CAMATTI-SARTORI, V. Avaliação do efeito inibitório de extratos vegetais sobre o
desenvolvimento de fungos causadores de doenças em flores cultivadas. Disponível em:
44
<http://perseu.ucs.br:8080/ucs/tplJovensPesquisadores2006/pesquisa/jovenspesquisadores200
6/trabalhos_pdf/vida/lizianebertotticrippa.pdf>. Acesso em: 12 de janeiro de 2009.
IAPAR/INFOR DA PESQUISA Nº 155 - AGOSTO/08
COUTINHO, W. M.; ARAÚJO, E.; MAGALHÃES, F. H. L. Efeitos de extratos de plantas
anacardeáceas e dos fungicidas químicos benomyl e captan sobre a micoflora e qualidade
fisiológica de sementes de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.). Ciência e Agrotecnologia,
Lavras, v.23, n.3, p.560-568, 1999.
GUINI, R.; KIMATI, H. Resistência de fungos a fungicidas. Jaguariúna: Embrapa Meio
Ambiente, 2000. 78p.
LIMA, W. G. Controle alternativo da ramulose do algodoeiro via utilização de óleos
essenciais. 2007. 89p. Dissertação (Mestrado em Fitopatologia). Universidade Federal Rural
de Pernambuco, Recife.
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova
Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. 512p.
MICHEREFF FILHO, M.; SILVEIRA, N. S. S.; MICHEREFF, S. J.; MARIANO, R. L. R.
Biocontrole da queima das folhas do inhame através de Pseudomonas spp. fluorescentes.
Summa Phytopathologica, v.20, p.184-189, 1994.
MICHEREFF, S. J.; SILVEIRA, N. S. S.; REIS, A.; MARIANO, R. L. R. Epiphytic bacteria
antagonistic to Curvularia leaf spot of yam. Microbial Ecology, v.28, p.101-110, 1994.
MORAIS, M. S. Efeito de dois extratos vgetais sobre o desenvolvimento de Fusarium
oxysporum e da incidência da murcha em feijão vagem. 2004. 72p. Dissertação (Mestrado
em Agronomia). Universidade Federal da Paraíba. Areia, PB.
MOREIRA, C. G. A.; SCHAWN, K. R.; STANGARLIN, J. R.; MOREIRA, H. L. M.
Caracterização parcial de elicitores de fitoalexinas em sorgo (Sorghum bicolor) obtidas a
partir de extratos de citronela (Cymbopogon nardus). Disponível em:
45
<http://www.ufpel.edu.br/cic/2004/arquivos/CB_01224.doc.>. Acesso em 10 de dezembro de
2008.
NASCIMENTO, L. C.; NERY, A. R.; RODRIGUES, L. N. Controle de Colletotrichum
gloeosporioides em mamoeiro, utilizando extratos vegetais, indutores de resistência e
fungicida. Acta Scientiarum Agronomy, Maringá, v.30, n.3, p.313-319, 2008.
OLIVEIRA, M. D. M. Controle pré e pós-colheita em abacaxizeiro. 2008. 85f. Dissertação
(Mestrado em Agronomia). Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba,
Areia, PB.
PAULA, P. R.; PASCUALI, L. C.; ZELA, S. P.; INÁCIO, M. M. Diagnóstico de extratos
vegetais por extração hidroetanólica para o controle „‟in vitro’’ de Phomopsis phaseoli
var. sojae e influência na qualidade de sementes de soja. Disponível em: <
http://www2.unemat.br/prppg/jornada/resumos_conic/Expandido_00742.pdf.> Acesso em: 10
de dezembro de 2008.
PEGLOW, K.; VELOSO, C. Por que e como utilizar plantas medicinais. Agroecologia e
Desenvolvimento Rural Sustentável, Porto Alegre, v.3, n.3, p.67-68, 2002.
PIGNONI, E.; CARNEIRO, S. M. T. P. G. Severidade da antracnose em fejoeiro e pinta preta
em tomateiro sobre diferentes concentrações do óleo de nim em casa de vegetação. Revista
Brasileira de Plantas medicinais, Botucatu, v.8, n.1, p.68-72, 2005.
QUERINO, C. M. B.; LARANJEIRA, D.; COELHO, R. S. B.; MATOS, A. P. Efeito de dois
indutores de resistência sobre a severidade do Mal-do-Panamá. Fitopatologia Brasileira,
v.30, n.3, p.239-243, 2005.
RIBEIRO, L. F.; BEDENDO, I. P.; Efeito inibitório de extratos vegetais sobre Colletotrichum
gloeosporioides agente causal da podridão de frutos de mamoeiro. Scientia Agrícola, v.56,
n.4, p.1267-1271, 1999.
46
RODRIGUES, E.; SCHWAN-ESTRADA, K. R. F.; STANGARLIN, J. R.; CRUZ, M. E. S.;
FIORI-TUTIDA, A. C. G. Avaliação da atividade antifúngica de extratos de gengibre e
eucalipto in vitro e em fibras de bananeira infectadas com Helminthosporium sp. Acta
Scientiarum Agronomy, v.28, n.1, p.123-127, 2006.
RODRIGUES, E.; SCHWAN-ESTRADA, K. R. F.; FIORI-TUTIDA, A. C. G.;
STANGARLIN, J. R.; CRUZ, M. E. S. Fungitoxidade, atividade elicitora de fitoalexinas e
proteção de alface em sistema de cultivo orgânico contra Sclerotinia sclerotiorum pelo extrato
de gengibre. Summa Phytopathologica, v.33, n.2, p.124-128, 2007.
ROZWALKA, L. C.; LIMA, M. L. Z.; MAY DE MIO, L.L.; NAKASHIMA. Extratos,
decotos e óleos essenciais de plantas medicinais e aromáticas na inibição de Glomerella
cinglara e Colletotrichum gloeosporioides de frutos de goiaba. Ciência Rural, Santa Maria,
v.38, n.2, p.301-307, 2008.
SAEG. Sistema para análises estatísticas. Versão 7,0. Viçosa, MG. Fundação Artur
Bernardes. 1997.
SILVA, A. A. O.; FELIPE, T.A., BACH. Esterase envolvida na indução de resistência em
plantas de cevada usando como indutores extratos de gengibre e manjericão. Arquivo do
Instituto Biológico, São Paulo, v.72, (supl.2), p.1-64, 2005.
SILVA, E. K. C.; RODRIGUES, A. A. C.; VERAS, M. S. Efeito de resíduos orgânicos na
supressão de Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum em quiabeiro. Revista Brasileira de
Agroecologia, v.2, n.1, p.1255-1258, 2007.
SOARES, A. C. F.; SOUSA, C. S.; GARRIDO, M. S.; PEREZ, J. O.; ALMEIDA, N. S. Soil
streptomycetes with in vitro activity against the yam pathogens Curvularia eragrostidis and
Colletotrichum gloeosporioides. Brazilian Journal of Microbiology, v.37, p.456-461, 2006.
47
SOARES, A. C. F.; PEREZ, J. O.; SOUSA, C. S.; GARRIDO, M. S.; ALMEIDA, N. S.
Eficiência do acibenzolar-S-methyl na proteção de plantas de inhame à Curvularia
eragrostidis. Caatinga, v.21, n.1, p.147-151, 2008.
SOUZA, A. E. F.; ARAÚJO, E.; NASCIMENTO, L. C. Atividade antifúngica de extratos de
alho e capim-santo sobre o desenvolvimento de Fusarium proliferatum isolado de grãos de
milho. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.32, n.6, p.465-471, 2007.
SURH, Y. Anti-tumor promoting potential of selected spice ingredients with antioxidative
and anti-inflammatory activies: a short rewiew. Food and Chemical Toxicology, v.40,
p.1091-1097, 2002.
ZANELLA, A. L.; CARRÉ, V.; BECKER, A.; PASSOS, S. R. C.; RÖDER, C.;
STANGARLIN, J. R.; SCHWAN-ESTRADA, K. Atividade fungitóxica do extrato bruto das
plantas medicinais Artemisia absinthium e Chympogogon nardus. In: XI ENCONTRO
ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 11, 2002. Maringá. Anais... Maringá, PR:
Universidade Estadual de Maringá/Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, 2002. CD-
ROM.
48
Controle de Curvularia eragrostidis na cultura do inhame
(Dioscorea cayennensis) com o uso de produtos naturais,
fungicidas e indutores de resistência
CAPÍTULO III
49
CONTROLE DE Curvularia eragrostidis NA CULTURA DO INHAME (Dioscorea
cayennensis) COM O USO DE PRODUTOS NATURAIS, FUNGICIDAS E
INDUTORES DE RESISTÊNCIA
RESUMO
A queima das folhas causada pelo fungo Curvularia eragrostidis é responsável por grandes
prejuízos a cultura do inhame na Região Nordeste. O objetivo do trabalho foi avaliar a
influência de diferentes períodos de aplicação dos extratos vegetais, indutor de resistência
Acibenzolar-S-metil, fungicidas químicos e do Silicato de sódio no controle de C.
eragrostidis e suas implicações na produção da cultura. Aplicou-se aos 90 dias após o plantio
em intevalos de 15, 25, 35 e 45 dias os extratos vegetais de alho, citronela, gengibre e nim (a
25% + óleo mineral a 5mL/100L), dos fungicidas Azoxistrobina (16g/100L de água),
Mancozeb (200g + 10mL de alquil fenol poliglicoléter/100L de água), Silicato de sódio
(20g/100L) e Acibenzolar-S-metil (20g/100L) e água (testemunha), com o aparecimento dos
primeiros sintomas da queima. A área abaixo da curva de progresso da doença foi estimada
em nove plantas de cada tratamento em intervalos de 15 dias, com base na escala
diagramática de 0 a 32% de área foliar lesionada. Aos 180 dias após plantio avaliou-se a área
foliar. Aos nove meses após o plantio, realizarou-se a colheita, determinando-se as
características das túberas e a produção. Menor AACPD foi determinada no intervalo de
aplicação a cada 15, nos tratamentos com os extratos de alho, citronela, gengibre, os
fungicidas Azoxistrobina, Mancozeb, Silicato de sódio e ASM. Maior AACPD foi
determinada no intervalo de aplicação a cada 45 dias. Maiores áreas foliares foram observadas
nas aplicações em intervalos de 15 dias. Não houve influência da aplicação em intervalos de
15 e 45 dias sobre o peso médio de túberas na colheita.
Palavras chave: inhame, controle natural, controle químico
50
FIELD CONTROL OF Curvularia eragrostidis AFFECTING YAM (Dioscorea
cayennensis) USING NATURAL PRODUCTS, FUNGICIDES, AND RESISTANCE
INDUCERS
ABSTRACT
The leaf blight caused by the fungus Curvularia eragrostidis is responsible for great losses in
the cultivation of yam Northeast. The objective of this study was to evaluate the influence of
different periods of application of plant extracts, resistance inducer acibenzolar-S-methyl,
chemical fungicides and sodium silicate in controlling C. eragrostidis and its implications in
the production of crop. It was to 90 days after planting in the interval of 15, 25, 35 and 45
days, the plant extracts of Allium sativum, Cymbopogon nardus, Zingiber officinale and
Azadirachta indica (25% mineral oil to 5mL/100L), of fungicides Azoxystrobin (16g/ 100L
of water), Mancozeb (200g + 10mL of alkyl phenol poliglicoléter/100L of water), sodium
silicate (20g/100L) and acibenzolar-S-methyl (20g/100L) and water (control), with the onset
of symptoms of burning. The area under the curve of progress of the disease was estimated
using nine plants of each treatment at intervals of 15 days, based on the diagrammatic scale
from 0 to 32% of damaged foliar area. At 180 days after planting the foliar area. Crop harvest
was done nine months after planting, when yield and rhizophores characteristics were
determined. Lower AACPD was determined in the 15-day interval of application of Allium
sativum, Cymbopogon nardus, and Zingiber officinale extracts, Azoxystrobin, Mancozeb,
Sodium silicate and ASM. Greater AACPD was determined in the 45-day interval. Larger
foliar areas were observed in 15-day applications at intervals. There was no influence of the
15- and 45-day application intervals on yield per plant and the yeild for treatments in 35- and
45-day intervals. Plant extracts, chemical fungicides, inducer, sodium silicate applications at
15-day interval showed potential to control yam leaf burning and interfered in the yield and
plant characteristics.
Key words: yam, natural control, chemical control
51
1. INTRODUÇÃO
O inhame (Dioscorea cayennensis Lam.) olerícola também conhecida como cará-da-
costa ou inhame da costa, é uma das mais cultivadas no Brasil, na agricultura familiar. É uma
tuberosa de alto valor energético e nutricional, que desempenha importante papel sócio-
econômico na região Nordeste brasileira (SANTOS et al., 2007; OLIVEIRA, 2008). É nesta
região que se concentram aproximadamente 90% de todo o inhame produzido no país, com
destaque para os Estados de Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba e Pernambuco (GARRIDO,
2005; OLIVEIRA, 2007).
Na Paraíba, o cultivo do inhame vem sendo praticado para atender a grande demanda
interna e externa. Contudo, mesmo apresentando condições climáticas favoráveis para a
produção de rizóforos, o rendimento médio da cultura continua baixo, em torno de 6,0 a 10
t/ha
-1
(MESQUITA, 2002; SANTOS, 2002). Esta situação é um reflexo dos principais
problemas enfrentados pelos estados produtores, para o aumento da produção, como a falta de
tecnologia e informação, o uso de sementes de baixa qualidade, a baixa fertilidade natural dos
solos e a ocorrência de doenças foliares (MESQUITA, 2002; SANTOS, 2002; GARRIDO et
al., 2003a; GARRIDO, 2005).
Dentre as doenças fúngicas que afetam a cultura do inhame, merece destaque a queima
das folhas causada pelo fungo C. eragrostidis, responsável por grandes prejuízos na produção,
em decorrência da sua alta capacidade de disseminação e redução da área fotossintética da
planta, ocasionando perdas de produtividade em torno de 40% (GARRIDO et al., 2003a;
GARRIDO, 2005).
O controle da queima das folhas no campo vem sendo realizado com a utilização de
fungicidas registrados para o controle de doenças foliares em outras olerícolas, como os
pertencentes aos grupos dos ditiocarbamatos, triazóis e benzimidazóis, por não haver
defensivos registrados para a cultura do inhame no Ministério da Agricultura (SANTOS, et
al., 2007).
Informações sobre o controle da queima das folhas do inhame com o uso de extratos
vegetais, indutores químicos e fungicidas e suas implicações na produção, em condição de
campo, no Estado da Paraíba, são escassos. Os trabalhos desenvolvidos com essa cultura na
Paraíba estão relacionados à adubação, sem envolver o estudo da queima das folhas (SOUTO,
1989; SANTOS, 1996; LIMA, 1997; FREITAS NETO, 1999; OLIVEIRA, 2007).
52
Diante das informações apresentadas, o objetivo do trabalho foi avaliar a influência dos
períodos de aplicação dos extratos vegetais de alho, capim citronela, gengibre e nim, do
indutor de resistência ASM e dos fungicidas Azoxystrobin e Mancozeb e do Silicato de sódio
no controle de C. eragrostidis e suas implicações para a cultura do inhame em condições de
campo.
53
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Localização e condução do experimento
O experimento foi realizado no período de março a dezembro de 2007, em condições de
campo na área experimental Chã de Jardim no Setor de Olericultura, do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, localizada no município de Areia, Paraíba
(latitude 58’12’’ S e longitude 35º 42’15’’ W, a altitude de 574,62 m). De acordo com a
classificação bioclimática de Köppen, o clima é do tipo As’ (BRASIL, 1972), que se
caracteriza como quente e úmido, com chuvas de março a julho. Os dados climáticos durante
o período do experimento, obtidos na Estação Meteorológica do CCA/UFPB, Areia PB,
localizada a 5Km da área experimental (Tabela 1A em Anexo).
O solo da área experimental classificado como Latossolo Vermelho Amarelo, distrófico,
textura franco-arenosa (SANTOS et al., 2006). Com relevo local suavemente ondulado e
regional forte ondulado (BRASIL, 1972), cujas características químicas são descritas na
Tabela 1B (Anexo).
O solo foi preparado por meio de aração, duas gradagens e confecção de leirões com
auxílio de enxadas, com aproximadamente 30 cm de altura. As parcelas foram compostas por
três leirões, medindo cada um 2,40 m de comprimento e distanciados entre si por 1,20 m e
entre parcelas 1,00 m, perfazendo uma área de 8,64 m, com 27 plantas úteis.
De acordo com a recomendação laboratorial a adubação de plantio constou da
aplicação de 15 t ha
-1
de esterco bovino, 80 Kg ha
-1
de P
2
O
5,
40 Kg ha
-1
de K
2
O nas fontes de
Superfosfato simples e Cloreto de potássio respectivamente. A adubação nitrogenada de
cobertura correspondeu a 80 Kg ha
-1
de N na fonte de Sulfato de amônio. Na adubação de
plantio os adubos foram distribuídos a 15cm de profundidade em covas, abertas no topo dos
leirões e na adubação de cobertura foram distribuídos ao redor das plantas. A adubação
nitrogenada foi realizada de forma parcelada aos 60 e 90 dias após o plantio.
No plantio, empregou-se rizofóros sementes com massa média de 250g, pertencentes a
cultivar Da Costa, oriundas do município de Alagoinhas, Paraíba, previamente tratadas pela
imersão em uma solução de Mancozeb a 20g/20L de água, durante 20 minutos e postas para
secar a sombra durante 24 horas. O mesmo procedimento foi realizado com os tutores antes
do tutoramento das plantas.
54
Durante a execução do experimento foram realizadas irrigações pelo sistema de
aspersão convencional nos períodos de ausência de precipitação, com turno de rega de três
dias semanais. Para a orientação do crescimento das plantas, adotou-se o sistema tradicional,
com um tutor por planta, medindo aproximadamente 1,80 m de altura.
2.2 Preparo dos extratos vegetais
Na preparação dos extratos, foram utilizados 100 g do material vegetal (bulbos de alho
(Allium sativum L.); rizomas de gengibre (Zingiber officinale Roscoe); folhas de nim
(Azadirachta indica A. Juss.) e citronela (Cymbopogon nardus (D.C.) Stapt)), triturados em
liquidificador contendo 250 mL de água destilada esterilizada (ADE) e 250 mL de álcool
etanólico P.A., colocados em um recipiente de vidro e submetidos, por um período 96 horas,
ao processo de extração por infusão. Posteriormente, os extratos foram filtrados através de
papel de filtro esterilizado e mantidos em recipiente aberto, durante 72 horas, para favorecer a
evaporação do álcool. Após esse período o material foi submetido à radiação ultravioleta por
30 minutos (UV), de acordo com metodologia adaptada de Coutinho et al., (1999) e
Rodrigues et al., (2006). Os extratos obtidos foram coletados e armazenados em refrigerador a
4ºC para o uso subseqüente.
2.3 Controle da queima das folhas do inhame
O controle fitossanitário da queima das folhas, foi realizado através da aplicação de
extratos vegetais de alho, capim citronela, gengibre e nim, na proporção de 25% acrescidos de
óleo mineral na proporção 5mL/100L de água, dos fungicidas Azoxistrobina na dose de
16g/100L de água e Mancozeb na dose de 200g/100L de água, acrescido de espalhante
adesivo alquil fenol poliglicoléter na proporção de 10 mL/100L de calda, do Silicato de sódio
(Na
2
O-20 a 30% e Si
2
O-20 a 30%) na dose de 20g/100L de água e do indutor de resistência
Acibenzolar-S-metil na dosagem de 20g/100L de água e para a testemunha apenas água.
Os produtos foram aplicados aos 90 dias após o plantio, através da pulverização das
plantas em intervalos de 15, 25, 35 e 45 dias após o aparecimento dos primeiros sintomas da
doença, com o uso de pulverizador costal com capacidade de cinco litros. Foram realizadas
três aplicações durante o ciclo da cultura.
Para a análise da doença utilizou-se a escala diagramática proposta por Michereff et al.,
(2000) que indica índice de doença de 0 a 32%.
55
Para a análise da área abaixo do progresso da doença da queima das folhas do inhame, o
delineamento experimental utilizado foi o de blocos inteiramente casualizado, em esquema de
parcela subdividida (9 x 4 x 3), cuja parcela principal foram os produtos utilizados (água,
extratos de alho, citronela, gengibre e nim, os fungicidas Azoxistrobina e Mancozeb, do
Silicato de sódio e indutor de resistência ASM) e os períodos de aplicação dos tratamentos
(15, 25, 35 e 45 dias), a sub-parcela os estratos da planta, com três repetições por bloco. Os
resultados foram submetidos à análise de variância e de regressão polinomial. As médias
foram comparadas pelo teste de Tukey á 5% de probabilidade.
2.4 Área foliar de plantas de inhame
A área foliar foi estimada aos 180 dias após o plantio, período em que o inhame
apresentava a área foliar máxima. Coletaram-se aleatoriamente dez folhas do estrato superior,
mediano e inferior de seis plantas, de cada tratamento em cada período de aplicação de 15, 25,
35 e 45 dias. As folhas foram escaneadas individualmente respeitando-se a posição e os
tratamentos. Para esta análise utilizou-se o programa Sigma Scan Pro v.5.0.
Para a área foliar o delineamento experimental utilizado foi o de blocos inteiramente
casualizado, em esquema de parcela subdividida (9 x 4 x 3), cuja parcela principal foram os
produtos utilizados (água, extratos de alho, capim citronela, gengibre e nim, os fungicidas
Azoxistrobina e Mancozeb, do Silicato de sódio e indutor de resistência ASM) e os períodos
de aplicação dos tratamentos (15, 25, 35 e 45 dias), a sub-parcela os estratos da planta, com
três repetições por bloco. Os resultados foram submetidos à análise de variância e de
regressão polinomial para comparar os efeitos dos períodos de aplicação sobre a área foliar,
testando-se modelos linear, quadrático, sendo escolhido para explicar os resultados o modelo
significativo e que apresentou o maior valor para o coeficiente de determinação. As médias
foram comparadas pelo teste de Tukey á 5% de probabilidade.
2.5 Comprimento, diâmetro e o peso médio de túberas de inhame
Foram realizadas colheitas aos nove meses (dezembro de 2007) após o plantio, quando
as túberas atingiram sua completa maturação fisiológica. Essa fase foi identificada pela
presença de folhas e ramos senescentes.
56
Determinou-se o peso médio de túberas de inhame de cada tratamento por bloco em
balança com os dados expressos em quilos (Kg). Determinou-se o diâmetro e o comprimento
das túberas através do uso de um paquímetro.
Para as análises de produção, o delineamento experimental utilizado foi o de blocos
inteiramente casualizado, em esquema fatorial (9 x 4), sendo utilizados 9 produtos (água,
extratos de alho, citronela, gengibre e nim, os fungicidas Azoxistrobina e Mancozeb, do
Silicato de sódio e indutor de resistência ASM) e os períodos de aplicação dos tratamentos
(15, 25, 35 e 45 dias), com três repetições por bloco. Os resultados foram submetidos a
análise de variância e de regressão polinomial para comparar os efeitos dos períodos de
aplicação sobre características de produção testando-se modelos linear, quadrático, sendo
escolhido para explicar os resultados o modelo significativo e que apresentou o maior valor
para o coeficiente de determinação. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey á 5%
de probabilidade.
57
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Controle da queima das folhas do inhame
Foram observados os primeiros sintomas de manchas foliares ocasionadas por
Curvularia eragrostidis, aos 90 dias após o plantio (DAP), quando iniciaram as aplicações
dos produtos (Figura 5).
Figura 5. Folhas de inhame com manchas foliares causadas por Curvularia eragrostidis
aos 90 dias após o plantio.
O aparecimento dos sintomas aos três meses (DAP) podem estar relacionados às
condições climáticas do período (Tabela 1A em anexo), propiciando o desenvolvimento do
fungo no campo. Em condições epidemiológicas favoráveis, como temperaturas noturnas (20
a 22C) com umidade relativa em torno de 100% e temperaturas diurnas (25 a 28C), com
umidade relativa de 65%, e presença do vento, o patógeno pode ser disseminado no campo e
provocar danos a cultura no campo (SANTOS et al., 2007; MICHEREFF et al., 2000;
MOURA, 2005).
58
Houve influência das aplicações e dos estratos da planta sobre a área abaixo da curva de
progresso da doença (Tabela 4). As menores médias da área abaixo da curva de progresso da
doença (AACPD) foram observadas nas aplicações dos produtos a cada 15 dias e as maiores
médias foram observadas nas aplicações a cada 45 dias, indicando que nestas aplicações os
produtos utilizados não se mostraram efetivos na proteção das plantas. A área mais afetada
das plantas encontra-se no estrato inferior em todos os períodos de aplicação.
Os resultados obtidos neste trabalho quanto as diferença da AACPD entre os estratos da
planta podem está relacionados a fatores ambientais ou genéticos da planta, porém outros
trabalhos devem ser realizados para que se possa ter maiores informações para situações como
esta. De acordo com Garrido (2005), este tipo de comportamento pode ocorrer, porém não se
tem uma explicação biológica para tal fato, precisando de mais estudos para se obter mais
informações sobre o assunto.
Tabela 4. Área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) em plantas pulverizadas
com extratos vegetais, fungicidas, indutor de resistência e o Silicato de sódio. CCA/UFPB,
Areia PB, 2009.
Intervalo de
aplicação
Tratamentos
Estratos da planta
Superior
Mediano
Inferior
Testemunha
224,6 aA
234,1 aA
256,7 aA
Extrato de nim
196,0 bB
190,0 bB
212,1 bB
Extrato de gengibre
128,0 eE
132,0 eE
148,2 dD
15
Extrato de citronela
172,0 cC
185,9 bB
199,2 bB
Extrato de alho
174,0 cC
196,0 bB
220,0 bB
Azoxistrobina
130,0 eE
145,9 dD
160,0 cC
Silicato de sódio
204,0 bB
234,0 aA
263,0 aA
Mancozeb
140,0 dD
155,2 dD
165,2 cC
ASM
172,0 cC
188,2 bB
198,9 bB
Testemunha
221,3 cC
240,0 cC
255,3 bB
Extrato de nim
260,0 aA
279,0 aA
290,0 aA
Extrato de gengibre
250,0 bB
255,9 bB
278,2 aA
25
Extrato de citronela
182,0 dD
197,0 dD
195,0 dD
Extrato de alho
182,0 dD
187,0 dD
197,0 dD
Azoxistrobina
212,0 cC
220,0 cC
234,0 cC
Silicato de sódio
224,8 cC
236,8 cC
244,0 cC
Mancozeb
212,0 cC
220,0 cC
232,9 cC
ASM
226,0 cC
232,0 cC
243,0 cC
59
Continuação da Tabela 4...
Testemunha
672,5 aA
670,0 aA
674,4 aA
Extrato de nim
292,0 cC
298,0 cC
301,9 cC
Extrato de gengibre
274,0 dD
289,3 cC
297,8 cC
35
Extrato de citronela
178,0 fF
187,4 fF
193,4 fF
Extrato de alho
218,0 eE
227,0 eE
234,6 eE
Azoxistrobina
326,0 bB
344,2 bB
339,9 bB
Silicato de sódio
322,0 bB
333,0 bB
343,7 bB
Mancozeb
274,0 dD
278,0 dD
288,2 cC
ASM
284,0 cC
298,0 cC
290,0 cC
Testemunha
540,0 aA
534,0 aA
565,0 aA
Extrato de nim
444,0 cC
439,0 cC
432,0 cC
Extrato de gengibre
440,0 cC
423,0 dD
455,0 bB
Extrato de citronela
450,0 bB
444,7 cC
455,0 bB
45
Extrato de alho
444,0 cC
453,7 bB
435,5 cC
Azoxistrobina
464,0 bB
466,2 bB
439,1 cC
Silicato de sódio
436,0 cC
423,8 dD
435,7 cC
Mancozeb
436,0 cC
445,0 cC
442,0 cC
ASM
440,0 cC
432,5 cC
457,4 bB
CV= 12,3%
DMS= 13,04
*Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem a 5% de probabilidade
pelo teste de
Tukey.
Os tratamentos com os extratos vegetais na análise geral apresentaram potencial de
controle da queima das folhas do inhame após os períodos de aplicação sem causar sintomas
aparentes de fitotoxidade, comportando-se em alguns casos (nas aplicações aos 35 e 45 dias)
semelhante ao fungicida mancozeb. Os efeitos promovidos pelos extratos sobre a doença
podem estar relacionados à sua atividade antimicrobiana direta sobre o patógeno. Esta ação
dos extratos também já foi observada em outros trabalhos utilizando plantas medicinais
(FRANZNER et al., 2003; BALBI-PEÑA, 2005; BONALDO et al., 2004). Estes efeitos
promovidos pelos extratos vegetais sobre o controle de fungos de interesse agronômico,
também tem sido reportado em outros trabalhos em condições in vitro ou em casa de
vegetação (NERY, 2006; PASSOS, 2006; NASCIMENTO et al., 2008; OLIVEIRA, 2008).
Poucos trabalhos na literatura observaram as atividades dos princípios ativos de plantas
medicinais em condições de campo (RODRIGUES, 2004; KUHN et al., 2006; RODRIGUES
et al., 2007). Também não podem ser deixado de lado à possibilidade dos extratos utilizados
neste trabalho terem induzido resistência às plantas pulverizadas com os mesmos, mesmo
60
porque existem relatos na literatura indicando esta possibilidade (BONALDO et al., 2004;
RODRIGUES, 2004; FRANZENER et al., 2003).
Em outras pesquisas desenvolvidas com o uso de extratos vegetais ou dos seus
princípios ativos foram constatados excelentes resultados no controle de doenças em várias
culturas, como os observados por Rodrigues et al., (2007) que observaram efeito elicitor de
fitoalexinas em bioensaios com sorgo (Sorghum bicolor) e soja (Glycine max), indicando que
o extrato bruto aquoso de gengibre possui a capacidade de ativar mecanismos de defesa nestas
plantas. Os mesmos autores evidenciaram o potencial do gengibre no contrle de S.
sclerotiorum em alface, o qual pode ocorrer tanto por atividade microbiana direta quanto pela
ativação de mecanismos de defesa.
Silva (2007) observou que o óleo de citronela e o extrato de alho, proporcionaram os
menores índices (25%) do Mal do Panamá (Fusarium oxysporum f. sp. cubense (E.F.Smith)
Sn & Hansen) diferindo da testemunha. De acordo com o autor, além de reduzirem a
incidência da doença estes tratamentos foram capazes de desencadear a produção de
fenilalanina amônia liase como mecanismos bioquímicos de resistência sistêmica adquirida,
podendo ser utilizado no manejo da doença na cultura da bananeira (Musa spp.).
Carneiro et al., (2007) relataram que a utilização do óleo de nim em pulverizações
mostrou-se efiiciente no controle do oídio (Erysiphe polygoni) do feijoeiro (Phaseolus
vulgaris), tendo reduzido o número de manchas/folha em até 77%, não diferindo do fungicida
triforine (4 mL/L de água). De acordo com Schwan-Estrada et al., (2000) afirmaram que o
uso de extratos vegetais com compostos de ação antimicrobiana direta ou indireta sobre o
patógeno, podem ser enquadradas no controle alternativo de doenças.
O indutor de resistência ASM também se mostrou efetivo no controle da queima das
folhas do inhame, concordando com os resultados obtidos por Almeida et al., (2008) que ao
avaliarem o efeito deste indutor na proteção de mudas de inhame contra C. eragrostidis,
verificaram que a aplicação do ASM a cada 15 dias promoveu proteção das plantas, reduzindo
a severidade em 76,15%.
Balbi-Peña et al., (2006) observaram a eficiência no controle da pinta preta (Alternaria
solani) em tomateiro (Lycopersicon esculentum L.) com o uso do fungicida azoxistrobina,
mostrando-se com resultados superiores aos observados nos extratos de cúrcuma (Curcuma
longa L.) e seu princípio ativo curcumina e o indutor ASM. Pozza et al., (2004), trabalhando
com o patossistema Cercospora coffeicola e cafeeiro (Coffea arabica), relatam que em
61
plantas inoculadas e tratadas com silicato de cálcio foi obtida uma redução de 63,2% nas
folhas lesionadas e de 43% no total de lesões por planta da cultivar Catuí, em relação a
testemunha. Os autores relatam que o silício foi observado depositado no sítio de infecção na
superfície da folha, servindo de barreira à penetração do fungo.
3.2 Área foliar do inhame
Houve influência dos períodos de aplicação e dos tratamentos sobre a área foliar do
inhame naturalmente infectado por C. eragrostidis aos 180 dias após o plantio (Tabela 5).
A aplicação a cada 15 dias proporcionou as maiores médias de área foliar nos
tratamentos com os extratos de alho (estrato superior - 135,30cm² e inferior 135,37cm²), o
extrato de citronela (estrato superior e mediano com 129,78cm² e 129,85cm²,
respectivamente), e o Silicato de sódio com 117,03cm² (estrato mediano) em comparação com
a testemunha.
Houve redução da área foliar nos tratamentos com extrato de nim, o fungicida
Azoxistrobina e o ASM no estrato superior e inferior das plantas havendo diferenças
significativas nestas posições em cada tratamento e com relação ao estrato mediano da planta.
Tabela 5. Área foliar do inhame após pulverização com extratos vegetais, fungicidas e o
indutor de resistência e o Silicato de sódio. CCA, Areia - PB, 2009.
Intervalo de
aplicação
Área foliar (cm²)
Tratamentos
Estratos da planta
Superior
Mediana
Inferior
15
Testemunha
53,74 d A
57,35 d A
48,73 d A
Extrato de alho
135,30 a A
94,99 b B
135,37 a A
Extrato de citronela
129,78 a A
129,85 a A
117,66 b A
Extrato de gengibre
86,56 c A
103,76 b A
93,48 c A
Extrato de nim
50,14 d B
70,31 c A
43,57 d B
Azoxistrobina
51,76 d B
70,32 c A
54,61 d B
Mancozeb
115,42 b A
43,30 d B
115,10 b A
ASM
50,14 d B
74,06 c A
48,93 d B
Silicato de sódio
107,25 b A
117,03 a A
100,42 c A
25
Testemunha
51,85 b A
63,61 b A
60,86 b A
62
Continuação da Tabela 5...
Extrato de alho
87,69 a A
67,19 b B
68,61 a B
Extrato de citronela
74,08 a A
61,51 b A
61,23 b A
Extrato de gengibre
62,63 b A
63,21 b A
49,01 b A
Extrato de nim
62,64 b A
74,84 b A
73,20 a A
Azoxistrobina
58,01 b A
70,81 b A
63,32 b A
Mancozeb
82,11 a A
58,73 b B
70,61 a A
ASM
68,84 b A
66,28 b A
66,47 a A
Silicato de sódio
81,90 a A
89,30 a A
81,82 a A
35
Testemunha
66,15 a A
58,81 b A
67,24 a A
Extrato de alho
50,44 b A
47,69 b A
47,42 b A
Extrato de citronela
58,27 b A
52,07 b A
57,52 b A
Extrato de gengibre
56,69 b A
65,17 a A
50,77 b A
Extrato de nim
63,21 a A
58,85 b A
68,13 a A
Azoxistrobina
47,81 b B
58,95 b B
76,83 a A
Mancozeb
78,52 a A
67,57 a A
72,46 a A
ASM
69,68 a A
73,94 a A
66,94 a A
Silicato de sódio
70,98 a A
79,21 a A
79,10 a A
45
Testemunha
77,37 a A
62,39 a A
76,43 a A
Extrato de alho
46,37 b B
66,44 a A
67,09 a A
Extrato de citronela
59,09 b A
63,46 a A
68,28 a A
Extrato de gengibre
59,15 b A
58,49 a A
52,73 b A
Extrato de nim
79,62 a A
74,28 a A
68,87 a A
Azoxistrobina
63,14 b A
57,29 a A
72,88 a A
Mancozeb
59,73 b A
65,76 a A
55,62 b A
ASM
64,89 b A
71,70 a A
56,29 b A
Silicato de sódio
60,51 b A
71,38 a A
73,91 a A
CV= 12,47%
DMS= 16,64
*Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem a 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey.
Com a aplicação a cada 25 dias, nota-se que o tratamento das plantas com o Silicato de
sódio foi o que apresentou os maiores efeitos sobre a área foliar, independente dos estratos da
planta, diferindo da testemunha e dos demais tratamentos. O extrato de alho influenciou
negativamente na área foliar no estrato mediano e inferior das plantas de inhame e o fungicida
Mancozeb no estrato mediano.
Com aplicações a cada 35 dias, não foram observadas influências da maioria dos
tratamentos sobre a área foliar nos três estratos da planta, com exceção para o tratamento com
63
o fungicida Azoxistrobina no estrato superior e mediano. Não foram encontradas diferenças
significativas entre os tratamentos com o fungicida Mancozeb, o ASM e o Silicato de sódio
nos três estratos da planta, diferindo estatisticamente da testemunha apenas no estrato
mediano. Os tratamentos com os extratos de alho e capim citronela apresentaram redução da
área foliar nos estrato superior e inferior das plantas, não havendo diferenças estatísticas entre
esses tratamentos. Nas aplicações a cada 45 dias, observa-se que não houve efeito dos
tratamentos sobre a área foliar do estrato mediano das plantas, não diferindo estatisticamente
da testemunha. Os tratamentos com extratos de alho, capim citronela e gengibre, os
fungicidas Azoxistrobina e o Mancozeb, o ASM e o Silicato de sódio, apresentaram redução
da área foliar no estrato superior das plantas em relação à testemunha.
Segundo Santos (1996), do 4º ao mês, na fase vegetativa, após a formação dos ramos
primários e secundários, ocorre um incremento na área foliar, altura e peso da planta,
alcançando um máximo dossel entre o 5º e 6º mês do plantio. Estas características fisiológicas
da planta podem ser consideradas, porém, quando há fatores ambientais adversos e a presença
de doenças no campo, estas características podem ser alteradas. O que foi observado é que a
aplicação dos extratos vegetais, fungicidas e indutores independentemente do período de
aplicação apresentaram efeitos negativos sobre a área foliar em comparação com a
testemunha.
o foram encontrados registros na literatura que mensurem quantitativamente a área
foliar da cultura, possibilitando correlacionar ou inferir possíveis resultados encontrados.
Embora as relações nutricionais da planta, não sejam o objeto de estudo deste trabalho, é
possível que variações no pH, nas soluções com concentrações mais elevadas de NH
4
+
tenham
afetado a funcionalidade do sistema radicular e, conseqüentemente, induzido perturbações na
absorção de água. Perturbações desse tipo agem como sinais fisiológicos indutores de
mecanismos de defesa contra o estresse, um dos quais é a redução na expansão das folhas
(LOPES, 2006; KUHN, 2007).
Considerando em termos de custos adapatativos, que estes efeitos negativos sobre a área
foliar, expressos em alguns tratamentos, podem estar relacionados aos desvios de rotas
metabólicas, em virtude da presença do patógeno no campo. Segundo Gayler et al., (2004) os
assimilados disponibilizados pela fotossíntese podem ser requeridos pelas plantas para
produzir biomassa estrutural, criando barreiras nas folhas como forma de defesa na penetração
do patógeno.
64
A área foliar do terço superior das plantas pulverizadas com extratos vegetais,
fungicidas Azoxistrobina, Mancozebe, com ASM e o Silicato de sódio em intervalos de
aplicação de 15, 25, 35 e 45 dias podem ser verificados na Figura 6.
y T1 = 36,721 + 0,8519x
R
2
= 0,85
y T2 = 37,194 + 0,8902x
R
2
= 0,90
y T3= 143,85 - 4,8405x + 0,066x
2
R
2
= 0,99
yT4 = 258,2 - 10,758x + 0,1413x
2
R
2
= 0,99
y T5= 255,52 - 9,5715x + 0,1089x
2
R
2
= 0,99
y T7 = 125,5 - 1,5114x
R
2
= 0,95
y T8 = 135,14 - 1,7064x
R
2
= 0,91
y T9 = 4,3392 + 3,975x - 0,0587x
2
R
2
= 0,97
y T6= 55,178
40
60
80
100
120
140
15 25 35 45
Área foliar (cm²)
Períodos de aplicão (dias)
T1
T2
T3
T4
T5
T6
T7
T8
T9
y T1
y T2
y T3
y T5
y T4
y T6
y T7
y T8
y T9
Figura 6. Área foliar de amostras do estrato superior de plantas de inhame tratadas com água
(T1), extrato de nim (T2), extrato de gengibre (T3), Extrato de citronela (T4), Extrato de alho
(T5), os fungicidas Azoxistrobina (T6) e o Mancozeb (T8), Silicato de sódio (T7) e o ASM
(T9).
Para a testemunha (T1) pulverizada apenas com água, observou-se que houve uma
tendência de aumento da área foliar linearmente em função dos períodos de aplicação. O
mesmo comportamento foi observado no tratamento com nim (T2). Para os tratamentos com
capim citronela (T4), há uma tendência de decréscimo da área foliar, apresentando menor área
foliar (60cm²) nas aplicações em intervalos de 45 dias. Com a utilização do extrato de
gengibre (T3) e o alho (T5), também foi observado uma tendência a reduzir a área foliar de
59,67cm² e 45,32cm² em aplicações a cada 45 dias. Não houve influência dos intervalos de
aplicação para os tratamentos com o fungicida Azoxistrobina (T6), mantendo-se a área foliar
65
constante durante os períodos de aplicação. O uso do Silicato de sódio (T7) e o fungicida
Mancozeb (T8), demonstrou uma tendência a reduzir a área foliar com o aumento do período
de aplicação. No caso do ASM (T9), apresentou um comportamento quadrático com máxima
área foliar de 62,96 cm² em aplicações a cada 33,85 dias.
O silício tem sido indicado na literatura como responsável pela melhoria da arquitetura
foliar, permitindo maior penetração da luz solar, maior absorção de CO
2
e diminuição da taxa
respiratória excessiva, o que permite o incremento da taxa fotossintética e maior expansão
foliar (MORAES, 2004; LOPES, 2006). No presente trabalho o que se constatou é que a
aplicação do silício na forma de Silicato de sódio não promoveu estes efeitos. Quanto ao
ASM, aplicado em dose única em feijoeiro não apresentou efeitos sobre a taxa de
crescimento, comprimento de entrenós e expansão foliar, ao longo do ciclo da cultura em casa
de vegetação (IRITI & FAORO, 2003).
Com relação à área foliar do estrato mediano das folhas tratadas com extratos vegetais
(alho, citronela, gengibre e nim), fungicidas Azoxistrobina, Mancozeb e o indutor de
resistência ASM, nos intervalos de aplicação de 15, 25, 35 e 45 dias (Figura 3) podem ser
verificados que a tendência dos tratamentos com os extratos de nim (T2) e o ASM (T9) foram
às mesmas observadas para a testemunha (T1), que mantiveram a área foliar constante com o
período de aplicação. Os tratamentos com os extratos de alho (T5) e citronela (T4)
apresentaram uma tendência em reduzir a área foliar com 46,19cm² e 52,22cm²
respectivamente, com aplicações em intervalos de 35 dias. O extrato de gengibre (T3), o
fungicida Azoxistrobina (T6) e o Silicato de sódio (T7) apresentaram uma tendência negativa
diminuindo a área foliar com os intervalos de aplicação. no caso do fungicida Mancozeb
(T8), ocorreu uma tendência linear com aumento da área foliar com o aumento do intervalo de
aplicação.
66
y
T3
= 119,2 - 1,4546x
R
2
= 0,89
y
T4
= 293,77 - 14,045x + 0,1993x
2
R
2
= 0,98
y
T5
= 190,8 - 8,0334x + 0,1164x
2
R
2
= 0,96
y
T6
= 79,631 - 0,5096x
R
2
= 0,83
y
T7
= 133,34 - 1,4704x
R
2
= 0,91
y
T8
= 35,966 + 0,7624x
R
2
= 0,79
y
T1
= 60,54
y
T2
= 66,66
y
T9
= 71,49
40
60
80
100
120
140
15 25 35 45
Área foliar (cm²)
Períodos de aplicão (dias)
T1
T2
T3
T4
T5
T6
T7
T8
T9
y T1
y T2
y T3
y T4
y T5
y T6
y T7
y T8
y T9
Figura 7. Área foliar de amostras do estrato mediano de plantas de inhame tratadas com água
(T1), extrato vegetal de nim (T2), extrato de gengibre (T3), Extrato de citronela (T4), alho
(T5), os fungicidas Azoxistrobina (T6) e o Mancozeb (T8), Silicato de sódio (T7) e o ASM
(T9).
Geralmente, o silício concentra-se nos tecidos de suporte na sustentação do caule, nas
folhas e em menores concentrações nas raízes, modificando a arquitetura das folhas, e
favorecendo a fotossíntese (RODRIGUES, 2000; RAMOS et al., 2008). Porém os seus efeitos
não foram considerados benéficos no que diz respeito ao desenvolvimento das folhas do
estrato mediano, no patossistema estudado.
Com relação ao fungicida Azoxistrobina, estudos têm provado que as estrobilurinas,
além de atuarem diretamente sobre o patógeno, apresentam efeitos secundários altamente
benéficos às plantas, como a redução da produção de etileno, o aumento da atividade da
enzima nitrato redutase, o atraso na senescência, maior resistência ao estresse hídrico e ao
aumento do teor de clorofila (SOUZA, 2005). Porém, esse aumento no teor da molécula de
clorofila pode indicar maior taxa fotossintética expressa pelas plantas, maior acúmulo de
fotoassimilados, porém não se refletiu no aumento da área foliar nas plantas. Também um
fator a ser considerado, é a presença do patógeno no campo e este afeta a área foliar, o que
pode indicar que essa redução, esteja relacionada a essa relação de defesa.
67
Com relação à área foliar do estrato inferior das folhas tratadas com extratos vegetais
(alho, citronela, gengibre e nim), fungicidas Azoxistrobina, Mancozeb, o Silicato de sódio e o
indutor de resistência ASM, em intervalos de 15, 25, 35 e 45 dias podem ser observadas na
Figura 8.
y T1 = 36,472 + 0,8947x
R
2
= 0,99
y T2 = 28,888 + 0,9502x
R
2
= 0,89
y T3 = 110,94 - 1,4467x
R
2
= 0,87
y T4 = 251,89 - 11,596x + 0,168x
2
R
2
= 0,97
y T5 = 314,9 - 15,226x + 0,2161x
2
R
2
= 0,99
y T6 = 46,417 + 0,6832x
R
2
= 0,78
y T7 = 108,49 - 0,8225x
R
2
= 0,85
yT9 = - 1,7198 + 4,4539x - 0,0705x
2
R
2
= 0,99
y T8 = 78,45
40
60
80
100
120
140
15 25 35 45
Área foliar (cm²)
Períodos de aplicão (dias)
T1
T2
T3
T4
T5
T6
T7
T8
T9
y T1
y T2
y T3
y T4
y T5
y T6
y T7
y T8
y T9
Figura 8. Área foliar de amostras do estrato inferior de plantas de inhame tratadas com água
(T1), extrato vegetal de nim (T2), extrato de gengibre (T3), citronela (T4), alho (T5), os
fungicidas Azoxistrobina (T6) e o Mancozeb (T8), Silicato de sódio (T7) e o ASM (T9).
Pode-se visualizar que a área foliar na testemunha (T1) se manteve constante em relação
aos períodos de aplicação e o mesmo comportamento foi observado com o fungicida
Mancozeb (T8). Houve uma tendência linear de reduzir a área foliar no tratamento com
Silicato de sódio (T7) e com o extrato de gengibre (T3). Com os tratamentos de extrato de
nim (T2), os fungicidas Azoxistrobina (T6) verificou-se uma tendência foi em aumentar
linearmente a área foliar com o aumento dos períodos de aplicação. Os tratamentos com o
extrato de capim citronela (T4) e alho (T5) apresentaram a menor área foliar de 51,79cm² e
46,92cm² com aplicações em intervalos de 34,51 dias. Quanto às aplicações com ASM (T9)
68
verifica-se que a máxima área foliar de 68,63cm² foi determinada nas aplicações em
intervalos de 34,51 dias.
Observaram influência do ASM (20g/100L de água) interferindo no cresimento de
plantas de cacaueiro (Theobroma cacao), aumentando a altura das plantas em 35,7% e o seu
peso fresco. Indicando este tratamento como uma alternativa no contole de doenças do
cacaueiro, interferindo positivamente na fisiologia da planta (CAVALCANTI & RESENDE,
2005).
3.3 Comprimento, diâmetro e o peso médio de túberas de inhame
Houve influência dos períodos de aplicação dos tratamentos apenas sobre o
comprimento das túberas colhidas, não apresentando interação siginificativa para as
características diâmetro. Não foram observadas interações significativas dos tratamentos
sobre nenhuma característica analisada das túberas.
Nota-se que houve uma tendência quadrática em aumentar o comprimento das túberas
com as aplicações a cada 15 dias, para os tratamentos com extrato de nim (T2) com
comprimento máximo de 34,12 cm (aplicações a cada 27 dias), o extrato de gengibre (T3),
com comprimento máximo de 35,75 cm (aplicações a cada 28 dias), o extrato de citronela
(T4) com 37,96 cm (aplicações a cada 28 dias) e o extrato de alho (T5) com comprimento
máximo de 38,46 cm em aplicações a cada 28 dias. A testemunha manteve a tendência em
apresentar o mesmo comprimento (26, 625 cm) nos quatro períodos (Figura 9).
69
Figura 9. Influência dos períodos de aplicação de sobre o comprimento de túberas de inhame
dos tratamentos Testemunha (T1), Extrato de nim (T2), Extrato de gengibre (T3), Extrato de
citronela (T4) e Extrato de alho (T5).
O Silicato de sódio (T6) e o ASM (T9) tenderam a apresentar o mesmo comportamento
quadrático com o aumento do comprimento das túberas, apresentando máximo comprimento
nas aplicações a cada 31 dias com 36,49cm e 34,9cm respectivamente e uma diminuição do
comprimento das túberas após esses períodos de aplicação. os tratamentos com os
fungicidas Azoxistrobina (T7) e Mancozeb (T8) apresentaram a mesma tendência em manter
o mesmo comprimento nos quatro períodos de aplicação com comprimentos de 35,58cm e
32,58cm (Figura 10).
y
T2
= - 1,0958 + 2,5733x - 0,0475x
2
R
2
= 0,96
y
T3
= - 3,5625 + 2,7333x - 0,0475x
2
R
2
= 0,76
y
T4
= - 5,4458 + 3,16x - 0,0575x
2
R
2
= 0,95
y
T5
= - 0,0917 + 2,7267x - 0,0483x
2
R
2
= 0,91
y
T1
= 26,625
0
10
20
30
40
50
15 25 35 45
Comprimento de rizóforos (cm)
Períodos (dias)
T1
T2
T3
T4
T5
70
Figura 10. Influência dos intervalos de aplicação sobre o comprimento de túberas de inhame
dos tratamentos Azoxistrobina (T6), Silicato de sódio (T7), Mancozeb (T8), ASM (T9).
Na Tabela 6 podem ser observadas as influências dos períodos de pulverização das
plantas sobre o peso médio de túberas de inhame de cada tratamento na colheita.
Não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos com a aplicação dos produtos a
cada 15 e 45 dias sobre o peso médio de túberas de inhame na colheita. A aplicação dos
produtos a cada 25 dias proporcionaram as maiores médias para o peso de túberas para os
tratamentos com extrato de gengibre com 2,27 Kg e o fungicida Azoxistrobina com 2,03Kg,
diferindo estatisticamente dos demais tratamentos. A aplicação a cada 35 dias promoveu
maior rendimento com o uso do fungicida Azoxistrobina com produção de 2,17Kg
diferindo
estatisticamente da testemunha e dos outros tratamentos.
Santos & May de Mio (2007) observaram que os melhores resultados no controle da
ferrugem do álamo foram com os fungicidas tebuconazole e azoxistrobina, e estes não
apresentaram efeitos negativos sobre as caracteristicas de crescimento das plantas nas
dosagens utilizadas. A aplicação da azoxistrobina promoveu controle das doenças foliares do
trigo e influenciou na produção de sementes (MACIEL et al., 2007).
y
T6
= - 23,296 + 3,8133x - 0,0608x
2
R
2
= 0,99
y
T9
= - 9,9229 + 2,8533x - 0,0454x
2
R
2
= 0,82
y
T7
= 35,58
y
T8
= 32,58
0
10
20
30
40
50
15 25 35 45
Comprimento de rizóforos (cm)
Períodos (dias)
T6
T7
T8
T9
71
Tabela 6. Influência dos períodos de aplicação de extratos vegetais, indutor de resistência,
dos fungicidas químicos e Silicato de sódio sobre o peso médio de túberas de inhame na
colheita. CCA/UFPB, Areia PB, 2009.
Tratamentos
Peso médio de túberas (Kg)
Períodos de aplicação
15
25
35
45
Testemunha
1,21 a
1,77 b
0,95 b
0,93 a
Extrato de nim
1,04 a
1,55 b
1,32 b
0,61 a
Extrato de gengibre
1,50 a
2,27 a
1,36 b
0,79 a
Extrato de citronela
1,35 a
1,67 b
1,54 b
0,75 a
Extrato de alho
1,72 a
1,52 b
1,48 b
0,82 a
Azoxistrobina
1,48 a
2,03 a
2,17 a
0,89 a
Silicato de sódio
1,36 a
1,33 b
1,53 b
1,10 a
Mancozeb
1,39 a
1,49 b
1,36 b
1,11 a
ASM
1,47 a
1,59 b
1,37 b
1,10 a
CV= 12,1%
DMS= 1,1
*Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Em pesquisas utilizando o gengibre como fonte de estudo, Rodrigues et al., (2007)
observaram uma produção média de 289,2 g/planta com o uso de pulverizações do extrato
bruto aquoso de gengibre, em cultivo orgânico da alface (Lactuca sativa L.), porém este não
apresentou diferenças significativas em relação ao tratamento testemunha, que recebeu
apenas água.
Em relação ao fungicida azoxistrobina, Dallagnol et al.,(2006) observaram rendimentos
médios de cultivares de soja CD201 (3.524 Kg/ha), IAS-5 (2.970 Kg/ha) e RS10 (3.517
Kg/ha) quando utilizaram o este fungicida no controle de doenças foliares.
Chitarra et al., (2005) e Iamamoto et al., (2005) utilizando fungicidas do grupo das
estrobirulinas, verificaram que estes proporcionaram aumento da produtividade do
algodoeiro, além de promoverem o controle da mancha de ramularia.
No presente estudo, o tratamento com extrato de alho apresentou a mesma tendência
que a testemunha, mantendo-se com peso médio constante ao longo dos períodos de
aplicação. o tratamento com o extrato de citronela (T4) e nim apresentaram uma tendência
72
quadrática com peso máxima de túberas de 1,67Kg e 1,56Kg
em aplicações a cada 28 dias e
26 dias aproximadamente e reduziu o peso das túberas com o aumento do período de
aplicação. O extrato de alho (T5) apresentou tendência linear reduzindo proporcionalmente o
peso médio das túberas com as aplicações. Com o extrato de nim (T2) houve o peso máximo
de 1,564Kg
em aplicações a cada 28 dias. O extrato de citronela com peso máximo de
1,679Kg
em aplicações a cada 26 dias (Figura 11).
y
T2
= - 0,7825 + 0,1678x - 0,003x
2
R
2
= 0,99
y
T4
= - 0,2289 + 0,1462x - 0,0028x
2
R
2
= 0,99
y
T5
= 2,2103 - 0,0275x
R
2
= 0,82
y
T1
= 1,22
y
T3
= 1,48
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
15 25 35 45
Períodos de aplicação (dias)
Peso médio de túberas (Kg)
Figura 11. Influência dos períodos de aplicação de extratos sobre o peso médio de túberas de
inhame com os tratamentos Testemunha (T1), Extrato de nim (T2), Extrato de gengibre (T3),
Extrato de citronela (T4) e Extrato de alho (T5).
Rodrigues et al., (2007) afirmaram que plantas tratadas com massa de gengibre em
cultivo orgânico apresentaram produção média de 329,3 g/planta, sendo resultado semelhante
ao obtido em alfaces cultivadas no sistema de agricultura convencional (340 g/planta).
T1
T2
T3
T4
T5
73
Nowacki (2005) observou que nas plantas tratadas com extrato de alho as raízes
apresentaram poucos sintomas de galhas e em algumas plantas tratadas nenhum sintoma.
Portanto, não houve influência no peso seco das raízes tratadas (0, 084 g e a incidência de
galha de a 4 0%). Quando analisados os resultados estatísticos obtidos para o peso seco das
raízes poderá causar um erro na interpretação. Se considerar que, maior peso seco de raiz
significa a maior produção de planta, uma vez que as galhas estão associadas ao acúmulo de
matéria seca junto às raízes.
Os tratamentos com Silicato de sódio (T7), Mancozeb (T8) e o ASM (T9) materam a
mesma tendência de peso médio de túberas ao longo dos quatro períodos de aplicação. O
fungicida Azoxistrobina (T6) mostrou uma tendência quadrática com peso máximo de
2,09Kg em aplicações a cada 28 dias (Figura 12).
y
T6
= - 1,4078 + 0,258x - 0,0046x
2
R
2
= 0,95
y
T7
= 1,33
y
T8
= 1,34
y
T9
= 1,38
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
15 25 35 45
Períodos de aplicação (dias)
Peso médio de túberas (Kg)
Figura 12. Influência dos períodos de aplicação de extratos sobre o peso médio de túberas de
inhame com os tratamentos Azoxistrobina (T6), Silicato de sódio (T7), Mancozeb (T8), ASM
(T9).
Segundo Chitarra et al., (2005) os fungicidas do grupo das estrobirulinas mostraram
eficiência no controle da mancha de ramularia e proporcionaram aumento de produtividade
em algodoeiro. Silva et al., (2002) afirmaram que que os valores obtidos com aplicação do
T6
T7
T8
T9
74
ASM (dose de 5 g/100L de água) apresentaram valores de produção de frutos de meloeiro
(Cucumis melo) de 25.561 Kg/ha e 26.904 Kg/ha para as aplicações a cada 7 e 14 dias
respectivamente. Brandão et al., (2003) relataram que houve influência da aplicação do
fungicida Mancozeb sobre a produção de milho após 45, 60 e 75 dias após o plantio.
75
4. CONCLUSÕES
A aplicação dos produtos a cada 15 dias mostraram-se efetivos no controle da doença,
porém não apresentaram resultados satisfatórios sobre o peso médio de tuberas de inhame,
não sendo este período indicado quando a característica avaliada for a produção.
Aplicações dos produtos em intervalos a cada 15 dias proporcionaram as maiores áreas
foliares, destacando os extratos de alho, citronela e nim.
Todos os intervalos de aplicação dos produtos promoveram aumento no comprimento
das túberas de inhame, destacando-se entre eles, o extrato de alho.
O uso dos extratos vegetais indicaram grande potencial a ser explorado no cultivo do
inhame em condições de campo, interferindo nas suas características fisiológicas e produtivas.
76
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, N. S.; SILVA, D. S.; SALOMÃO, M. S.; SOUSA, C. S.; PEREZ, J. O.;
SOARES, A. C. F. Avaliação do Acibenzolar-S-metil na proteção de Curvularia eragrostidis
em mudas de inhame. Disponível em:
http://www.semppg.ufba.br/seminario/principal.php3?f_funcao=exibe_resumo&a_resumo
Acesso em: 10 de dezembro de 2008.
BALBI-PEÑA, M. I. Efeito do extrato do rizoma de Curcuma longa e solução de
curcumina em Alternaria solani e controle de pinta preta em tomateiro. 2005. 50p.
Dissertação (Mestrado em Agronomia). Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal
Cândido Rondon, PR.
BALBI-PEÑA, M. I.; BECKER, A.; STANGARLIN, J. R.; FRANZENER, M. C. L.;
SCHWAN-ESTRADA, K. R. F. Controle de Alternaria solani em tomateiro por extratos de
Curcuma longa e curcumina II. Avaliação in vitro. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.31,
n.4, p.401-404, 2006.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Levantamento exploratório-reconhecimento de solos
do estado da Paraíba. Rio de Janeiro: MA/SUDEME, 669p. 1972 (Boletim Técnico, 15).
BRANDÃO, A. M.; JULIATTI, F. C.; BRITO, C. H.; GOMES, L. S.; VALE, F. X. R.;
HAMAWAKI, O. T. Fungicidas e épocas de aplicação no controle da ferrugem comum
(Puccinia sorghi Schw.) em diferentes hibridos de milho. Bioscience Journal, Uberlandia,
v.19, n.1, p. 43-52, 2003.
BONALDO, S. M.; SCHWANN-ESTRADA, K. R. F.; STANGARLIN, J. R.; TESSAMAN,
D. J.; SCAPIM, C. A. Fungitoxidade, atividade elicitora de fitoalexinas e proteção de pepino
contra Colletotrichum langenarium pelo extrato aquoso de Eucalyptus citriodora.
Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.29, p.128-134, 2004.
77
CARNEIRO, S. M. T. P. G.; PIGNONI, E.; VASCONCELLOS, M. E. C.; GOMES, J. C.
Eficácia do extrato de nim para o controle do oídio do feijoeiro, Summa Phytopathologica,
Botucatu, v.33, n.1, p.34-39, 2007.
CAVALCANTI, L. S.; RESENDE, M. L. V. Efeito da ápoca de aplicação e dosagem do
acibenzolar-S-metil na indução de resistência à murcha-de-Verticilium em cacaueiro.
Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.30, n.1, p.67-71, 2005.
CHITARRA, L. G.; MEIRA, S. A.; MENEZES, V. L. Controle químico da mancha de
Ramularia aréola em função da idade da planta e severidade da doença Safra 2003-
2004. Campina Grande: EMBRAPA ALGODÃO. 2005. 16p. (Boletim de Pesquisa e
Desenvolvimento, 58).
COUTINHO, W. M.; ARAÚJO, E.; MAGALHÃES, F. H. L. Efeitos de extratos de plantas
anacardeáceas e dos fungicidas químicos benomyl e captan sobre a micoflora e qualidade
fisiológica de sementes de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.). Ciência e Agrotecnologia,
Lavras, v.23, n.3, p.560-568, 1999.
DALLAGNOL, L. J.; NAVARINI, L.; UGALDE, M. G.; BALARDIN, R. S.; CATELLAM,
R. Utilização de acibenzolar-S-methyl para o controle de doenças foliares da soja. Summa
Phytopathologica, Botucatu, v.32, n.3, p.255-259, 2006.
FREITAS NETO, P. A. Produtividade e composição mineral de inhame (D. cayennensis)
em função da fertilização organomineral e épocas de colheita. 1999, 72p. Dissertação
(Mestrado em Agronomia). Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba,
Areia, PB.
FRANZENER, G.; STANGARLIN, J. R.; SCHWANN-ESTRADA, K. R. F.; CRUZ, M. E.
S. Atividade antifúngica e indução de resistência em trigo a Bipolaris sorokiniana por
Artemisia camphorata. Acta Scientiarum, v.25, p.503-507, 2003.
78
GAYLER, S.; LESER, C.; PRIESACK, E.; TREUTTER, D. Modelling the effect of
environmental factors on the “trade off” between growth and defensive compounds in young
apple trees. Trees, v.18, p.363-371, 2004.
GARRIDO, M. D. S; SOARES, A. C. F.; MENDES, L. N.; PEREZ, J. O. O estudo de novas
tecnologias para a produção de inhame no estado da Bahia. Bahia Agrícola, Salvador, v.6,
n.1, p.19-22, 2003.
KUHN, O. J.; PORTZ, R. L.; STANGARLIN, J. R.; DEL ÁGUILA, R. M.; SCHWANN-
ESTRADA, K. R. F.; FRANZENER, G. Efeito do extrato aquoso de cúrcuma (Curcuma
longa) em Xanthomonas axonopodis pv. Manihotis. Sêmina: Ciências Agrárias, Londrina,
v.27, n.1, p.13-20, 2006.
KUHN, O. J. Indução de resistência em feijoeiro (Phaseolus vugaris) por acibenzolar-S-
metil e Bacillus cereus: aspectos fisiológicos, bioquímicos e parâmetros de crescimento e
produção. 2007. 140p. Tese (Doutorado em Agronomia). Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz. Universidade de São Paulo. Piracicaba, SP.
IAMAMOTO, M. M.; AMORELLI FILHO, S. Comportamento de fungicidas no controle da
mancha de ramulária do algodoeiro (Gossipium hirsutum L.). In: V CONGRESSO
BRASILEIRO DE ALGODÃO. 5, 2005. Salvador. Anais... Campina Grande: EMBRAPA-
CNPA. 2005. CD-ROOM.
IRITI, M.; FAORO, F. Does benzothiadiazole-induced resistance increase fitness cost in
bean? Journal of Plant Pathology, Bari, v.85, n.4, p.265-270, 2003 (special issue).
GARRIDO, M. D. S. Manejo agroecológico da cultura do inhame: produtividade,
qualidade, controle de nematóides e manchas foliares. 2005. 73p. Dissertação. (Mestrado
em Agronomia). Universidade Federal da Bahia, Escola de Agronomia, Cruz das Almas.
LIMA, J. R. S. Sistemas de plantio: efeito da adubação e da cobertura morta na
produção de túberas do cará da costa (D. cayennensis). 1997, 59p. Monografia
79
(Graduação em Agronomia). Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba,
Areia, PB.
LOPES, F. C. A. Efeito de fontes de silício no controle de Fusarium oxysporum f. sp.
lycopersici em tomateiro (Lycopersicum esculentum Mill.). 2006. 67p. Universidade
Federal de Lavras, Lavras, MG.
MACIEL, J. L. N.; ROESE, A. D.; ZOLDAN, S.; SCHEEREN, P. L.; MÁCIO, SÓ SILVA;
CAIERÃO, E.; NASCIMENoTO JÚNIOR. BRS Guamirim, destaque em sanidade para as
principais doenças do trigo. EMBRAPA: Passo Fundo. Boletim de Pesquia e
Desenvolvimento, n.41. 11p. 2007.
MESQUITA, A. S. Inhame e taro: cenário dos mercados internacional, brasileiro e baiano.
Bahia Agrícola, Salvador, v.5, n.2, p.54-64, 2002.
MORAES, S. R. G. Fontes e doses de silício na intensidade da antracnose do feijoeiro.
2004. 100p. Dissetração (Mestrado em Fitopatologia). Universidade Federal de Lavras,
Lavras, MG.
MOURA, R. M. Doenças do inhame-da-costa (Dioscorea cayennensis). In: KIMATI, H.;
AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L. E. A. Manual
de Fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. edição. São Paulo: Agronômica Ceres,
2005. p.415-419.
NASCIMENTO, L. C.; NERY, A. R.; RODRIGUES, L. N. Controle de Colletotrichum
gloeosporioides em mamoeiro, utilizando extratos vegetais, indutores de resistência e
fungicida. Acta Scientiarum Agronomy, Maringá, v.30, n.3, p.313-319, 2008.
NERY, A. R. Avaliação de extratos vegetais, indutores de resistência e fungicida no
controle de Colletotrichum gloeosporioides em mamoeiro. 2006. 49p. Monografia
(Graduação em Agronomia). Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba,
Areia, PB.
80
NOWACKI, J. C. Efeitos de extratos vegetais no controle da galha das crucíferas em
condições de casa de vegetação. 2005. 54p. Dissertação (Mestrado em Agronomia).
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR.
OLIVEIRA, A. P.; BARBOSA, L. J. N.; SILVA, S. M.; PEREIRA, W. E.; SILVA, J. E.
Qualidade do inhame afetada pela adubação nitrogenada e pela época de colheita.
Horticultura Brasileira, v. 24, n.1, p.22-25, 2006.
OLIVEIRA, A. P.; BARBOSA, L. J. N.; PEREIRA, W. E.; SILVA, J. E. L.; OLIVEIRA, A.
N. P. Produção de rizóforos comerciais de inhame em função de doses de nitrogênio.
Horticultura Brasileira, v. 25, n.1, p.73-76, 2007.
OLIVEIRA, A. P. Inhame, alimento indispensável à mesa nordestina. Disponível em:
<http://www.abhorticultura.com.br/News/Default.asp?id=4966>. Acesso em: 10 de janeiro de
2008.
PASSOS, A. N. Avaliação de extratos vegetais, indutores de resistência e fungicidas
sobre o crescimento micelial de Colletotrichum gloeosporioides e o desenvolvimento de
antracnose pós-colheita em frutos de manga. 2006.43p. Monografia (Graduação em
Agronomia). Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, Areia, PB.
PROGRAMA SIGMA SCAN PRO V.5.0. SigmaScan Pro Demo Download < Hearne
Scientific Software. Disponível em:
<http://www.hearne.com.au/products/sigmascanpro/demos/> Acesso em: 10 de dezembro de
2008.
POZZA, A. A.; ALVES, E.; POZZA, E. A.; CARVALHO, J. G.; MONTANARI, M.;
GUIMARÃES, P. T.; SANTOS, D. M. Efeito de silício no controle de cercoporiose em três
variedades de cafeeiro. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.29, n.2, p.185-188, 2004.
81
RAMOS, L. A.; KORNDÖRFER, G. H.; NOLLA, A.; Acúmulo de silício em plantas de arroz
do ecossistema de várzea submetido à aplicação de diferentes fontes. Bragantia, Campinas,
v.67, n.3, p.751-757, 2008.
RODRIGUES, F.A. Fertilização silicatada na severidade da queima das bainhas
(Rhizoctonia solani Kühn) do arroz. 2000. 100p. Dissertação (Mestrado em Fitopatologia).
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG.
RODRIGUES, E. Atividade antimicrobiana in vitro, indução de peroxidase e controle de
Sclerotnia sclerotiorum em alface cultivado organicamente pelo uso de extrato de
gengibre. 2004. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Universidade Estadual de Maringá,
Maringá, PR.
RODRIGUES, E.; SCHWAN-ESTRADA, K. R. F.; STANGARLIN, J. R.; CRUZ, M. E. S.;
FIORI-TUTIDA, A. C. G. Avaliação da atividade antifúngica de extratos de gengibre e
eucalipto in vitro e em fibras de bananeira infectadas com Helminthosporium sp. Acta
Scientiarum Agronomy, v.28, n.1, p.123-127, 2006.
RODRIGUES, E.; SCHWAN-ESTRADA, K. R. F.; FIORI-TUTIDA, A. C. G.;
STANGARLIN, J. R.; CRUZ, M. E. S. Fungitoxidade, atividade elicitora de fitoalexinas e
proteção de alface em sistema de cultivo orgânico contra Sclerotinia sclerotium pelo extrato
de gengibre. Summa Phytopathologica, Botucatu, v.33, n.2, p.124-128, 2007.
SANTOS, E. S. Inhame (Dioscorea spp.): aspectos básicos da cultura. João Pessoa: Emepa
PB, SEBRAE, 158p. 1996.
SANTOS, E. S. Manejo da cultura do inhame. In: CARMO, C. A. S. Inhame e taro: sistema
de produção familiar. Vitória: Incapar, 2002, p.253-279.
SANTOS, H. G.; JACOMINE, J. K.; ANJOS, L. H. C.; OLIVEIRA, V. A.; OLIVEIRA, J. B.;
COELHO, M. R.; LUMBREVOS, J. K.; CUNHA, T. J. F. Sistema brasileiro de
classificação de solos. 2ª Ed., Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 306p. 2006.
82
SANTOS, H. A. A.; MAY DE MIO, L. Controle preventivo e curativo da ferrugem do Álamo
em viveiro. Floresta, Curitiba, v.37, n.3, p. 315-325, 2007.
SANTOS, E. S.; CAZÉ FILHO, J.; LACERDA, J. T.; CARVALHO, R. A. Inhame
(Dioscorea sp.): Tecnologias de produção e preservação ambiental. Tecnol. & Ciên.
Agropec., João Pessoa, v.1, n.1, p.31-36, 2007.
SILVA, E. C.; SALES JÚNIOR, R.; MARACUJÁ, P. B.; SILVA, G. F.; COSTA, F. M.;
MARINHO, R. E. M. Utilização de indutores de resistência à mancha aquosa em plantas de
meloeiro. Caatinga, Mossoró, v15, n.1/2, p. 39-42, 2002.
SILVA, E. K. C.; RODRIGUES, A. A. C.; VERAS, M. S. Efeito de resíduos orgânicos na
supressão de Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum em quiabeiro. Revista Brasileira de
Agroecologia, v.2, n.1, p.1255-1258, 2007.
SCHWAN-ESTRADA, K.R.F.; STANGARLIN, J. R., CRUZ, M. E. S. Uso de extratos
vegetais no controle de fungos fitopatogênicos. Floresta, v.30, n.1 / 2, p.129-137, 2000.
SOUTO, J. S. Adubação mineral e orgânica do cará da costa (Dioscorea cayennensis
Lam.). 1989, 57p. Dissertação (Mestrado). Centro de Ciências Agrárias, Universidade
Federal da Paraíba, Areia, PB.
SOUZA, P. E. Controle químico em manejo de doenças de plantas. Lavras:
UFLA/FAEPE, 2005. 93p.
83
Anexos
84
Tabela 1A. Dados climáticos registrados no período de março a dezembro de 2007,
correspondente ao período de execução do experimento em campo, na Chã de
Jardim. CCA/UFPB, Areia PB, 2007.
Meses
Temperatura (ºC)
Umidade
Relativa
(%)
Vento
(m/s)
Precipitação
(mm)
Máxima
Mínima
Média
Março
27,6
19,9
23,8
82
0,6
105,3
Abril
28,1
21,2
24,7
82
1,9
211,7
Maio
26,0
20,0
23,0
87
0,6
151,0
Junho
23,8
19,1
21,4
91
0,6
255,9
Julho
24,1
18,5
21,3
89
0,9
158,3
Agosto
24,0
18,4
21,2
87
1,0
156,8
Setembro
25,1
18,1
21,6
84
1,2
159,0
Outubro
27,2
19,3
23,3
80
3,0
20,7
Novembro
28,6
20,0
24,3
79
2,5
30,9
Dezembro
28,7
20,3
24,5
80
1,9
60,4
Fonte: Dados obtidos na Estação Meteorológica do CCA/UFPB, Areia PB, 2007.
Tabela 1B. Características químicas do solo da área experimental Chã de Jardim, coletado na
profundidade de 0-20 cm. CCA/UFPB, Areia PB, 2007.
Características Químicas*
Valores Obtidos
pH em água (1:2,5)
5,41
P Mehlich (mg.dcm
-3
)
9,93
K
+
(mg.dcm
-3
)
38,37
Na
+
(cmol
c
.dcm
-3
)
-
S SO
4
-2
***
Ca
+2
(cmol
c
.dcm
-3
)
1,30
Mg
+2
(cmol
c
.dcm
-3
)
1,65
Al
+3
(cmol
c
.dcm
-3
)
0,15
H
+
+ Al
+3
(cmol
c
.dcm
-3
)
3,30
Matéria orgânica (g.Kg)
13,50
*Análises realizadas no Laboratório de Análises Físicas, Químicas e Fertilidade do Solo do DSER-CCA-UFPB,
de acordo com a metodologia da Embrapa (1997).
85
Tabela 1C. Quadro de análise de variância do crescimento micelial.
QUADRO DE ANÁLISE
------------------------------------------------------------------
F.V. G.L. S.Q. Q.M. F
------------------------------------------------------------------
Fator1(F1) 3 44146.86330 14715.62110 185.7795 **
Fator2(F2) 4 114368.41418 28592.10355 360.9651 **
Int. F1xF2 12 56023.17327 4668.59777 58.9394 **
------------------------------------------------------------------
Tratamentos 19 595742.74187 4285.91901 54.1082 **
Resíduo 560 44357.69013 79.21016
------------------------------------------------------------------
Total 579 640100.43200
------------------------------------------------------------------
Tabela 1D. Quadro de análise de variância da esporulação.
QUADRO DE ANÁLISE
------------------------------------------------------------------
F.V. G.L. S.Q. Q.M. F
------------------------------------------------------------------
Fator1(F1) 3 579.90093 193.30031 5.6035 **
Fator2(F2) 4 910.83003 227.70751 6.6009 **
Int. F1xF2 12 2130.10016 177.50835 5.1457 **
------------------------------------------------------------------
Tratamentos 19 3620.83112 190.57006 5.5244 **
Resíduo 80 2759.70844 34.49636
------------------------------------------------------------------
Total 99 6380.53956
------------------------------------------------------------------
86
Tabela 1E. Quadro de análise de variância da germinação de conídios.
QUADRO DE ANÁLISE
------------------------------------------------------------------
F.V. G.L. S.Q. Q.M. F
------------------------------------------------------------------
Fator1(F1) 3 414.82500 138.27500 23.2721 **
Fator2(F2) 4 490.35000 122.58750 20.6318 **
Fator3(F3) 1 25.60000 25.60000 4.3086 *
Int. F1xF2 12 190.05000 15.83750 2.6655 **
Int. F1xF3 3 39.35000 13.11667 2.2076 ns
Int. F2xF3 4 224.02500 56.00625 9.4260 **
Int.F1x2x3 12 159.77500 13.31458 2.2409 *
------------------------------------------------------------------
Tratamentos 39 1543.97500 39.58910 6.6630 **
Resíduo 120 713.00000 5.94167
------------------------------------------------------------------
Total 159 2256.97500
------------------------------------------------------------------
87
Figura 1A. Ciclo de desenvolvimento do inhame (Dioscorea cayennensis Lam.).
Tratos culturais
1. Aos 30 dias após plantio (DAP) - carpina e amontoa
2. Aos 60 (DAP) Adubação / carpina e amontoa
3. Aos 90 DAP Adubação/ carpina e amontoa
Períodos de aplicação dos produtos
1. Aos 90 (DAP)- Aplicação dos produtos (Acibenzolar-S-metil; Azoxistrobina; Mancozeb;
extratos vegetais de alho, citronela, gengibre e nim) com o aparecimento dos primeiros
sintomas da queima das folhas.
2. Aos 105 DAP - Aplicação dos produtos (15 dias)
3. Aos 115 DAP - Aplicação dos produtos (25 dias)
4. Aos 120 DAP - Aplicação dos produtos (15 dias)
5. Aos 125 DAP - Aplicação dos produtos (35 dias)
88
6. Aos 135 DAP - Aplicação dos produtos (45 dias)
7. Aos 140 DAP - Aplicação dos produtos (25 dias)
8. Aos 160 DAP - Aplicação dos produtos (35 dias)
9. Aos 180 DAP - Aplicação dos produtos (45 dias)/Coleta de folhas
10. Aos 190 DAP Capação
11. Aoss 230 DAP - Colheita
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo