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RICARDO MENEZES GONÇALVES
DESEMPENHO ESTRATÉGICO EM AMBIENTE DE NEGÓCIOS:
UMA ANÁLISE DE QUATRO ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS NO PERÍODO PÓS-REAL
Universidade FUMEC
Belo Horizonte, MG
2006
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RICARDO MENEZES GONÇALVES
DESEMPENHO ESTRATÉGICO EM AMBIENTE DE NEGÓCIOS:
UMA ANÁLISE DE QUATRO ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS NO PERÍODO PÓS-REAL
Dissertação apresentada a Faculdade de Administração,
Economia e Ciências Contábeis da Universidade
FUMEC, como requisito parcial à obtenção do título de
Mestre em Administração.
Área de Concentração: Estratégia Empresarial e
Finanças Corporativas.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Gonçalves.
Universidade FUMEC
Belo Horizonte, MG
2006
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Nome
- RICARDO MENEZES GONÇALVES
Título
- DESEMPENHO ESTRATÉGICO EM AMBIENTE DE NEGÓCIOS: UMA ANÁLISE
DE QUATRO ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS NO PERÍODO PÓS-REAL
- Dissertação apresentada a Faculdade de Administração, Economia e
Ciências Contábeis da Universidade FUMEC, como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre em Administração.
Área de concentração: Estratégia Empresarial e Finanças Corporativas.
Banca examinadora
_________________________________________________
Prof. Dr. Carlos Alberto Gonçalves – Orientador
_________________________________________________
Prof. Dr. Luiz Antônio Antunes Teixeira – Fumec
_________________________________________________
Prof. Dr. Cândido Luiz de Lima Fernandes – UFMG
Aos meus pais, pela educação que me concederam;
a Luzia e a Dolores pelo apoio;
a minha esposa Ana Paula, pelo carinho,
pela paciência e pelo amor; e ao meu avô e grande incentivador – Raul da
Matta Machado Geraldo de Menezes (in memoriam).
AGRADECIMENTOS
Esta dissertação de mestrado constitui o principal produto de dois anos e meio de
estudos e dedicação intensivos e de grande crescimento pessoal. Não teria sido
possível vencer os desafios que se apresentaram sem a participação de muitas
pessoas que, com o seu conhecimento e generosidade, contribuíram de diferentes
formas para que o trabalho existisse.
Antes de tecer os merecidos agradecimentos a todos que me apoiaram para a
construção deste trabalho, gostaria de me desculpar com aqueles que não foram
citados, com certeza não por desconsideração, mas por falta de memória, e de
ressaltar que a ordem de citação não segue nenhum critério de importância
previamente estabelecido.
Inicialmente, gostaria de agradecer à minha família, pelo apoio nos momentos de
dificuldade e estresse quando da realização do trabalho, principalmente à minha
esposa, Ana Paula, pela tolerância nos meus muitos momentos de ausência, e ao
meu avô Raul da Matta Machado Geraldo de Menezes (in memoriam) meu grande
amigo e incentivador.
Agradeço a meu orientador, Prof. Dr. Carlos Alberto Gonçalves pelo apoio recebido,
pela confiança, pela visão crítica, pelo aprendizado, pelos requisitos de qualidade
impostos à pesquisa de dissertação, pela dedicação de valiosos momentos de seu
tempo e principalmente pela amizade edificada nesse período.
Ao Prof. Dr. Luiz Antônio Antunes Teixeira e ao Prof. Dr. Anthero de Moraes
Meirelles agradeço pelas enriquecedoras sugestões.
Agradeço aos demais professores do mestrado e a Universidade FUMEC pelos
preciosos ensinamentos que jamais serão esquecidos.
Agradeço ao Prof. Dr. Cândido Luiz de Lima Fernandes, da Universidade Federal de
Minas Gerais, pelo apoio ao meu ingresso no mestrado. Também sou grato ao Prof.
Dr. João Eustáquio de Lima, da Universidade Federal de Viçosa, ao Prof. Dionísio
Dias Carneiro Netto, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, ao Prof.
Paulo André Camuri, do Unicentro Newton Paiva, ao economista Alex Agostini e ao
Prof. Agostinho Rocha Sant’Ana, da Fundação Dom Cabral, pelas considerações e
esclarecimentos sobre Macroeconomia, Finanças, Econometria e Estratégia
Empresarial.
Aos meus colegas do mestrado, que foram importantes para que o curso fosse muito
mais do que uma experiência intelectual. Desejo-lhes boa sorte em suas carreiras e,
principalmente, que sejam pessoas felizes e realizadas.
A toda equipe da FACE-FUMEC, pela disponibilidade e cortesia no atendimento e
pela cordialidade, principalmente a Roberta Salles e a Isabella.
Agradeço aos amigos Leila Veloso, Selma Martins Pedrosa, Leandro Cyrino Saliba e
Sérgio Leal Bagno pelo apoio e incentivo.
Por fim, mas sempre em primeiro lugar, agradeço a Deus, por tudo, principalmente
por me proporcionar a realização de um grande sonho.
RESUMO
Este trabalho de pesquisa busca identificar os elementos-chave que determinam as
estratégias empresariais em um ambiente econômico turbulento. Utiliza-se o método
econométrico dos mínimos quadrados ordinários para testar múltiplas teorias
relacionando variáveis representativas do risco da economia e seus possíveis
impactos no desenho de estratégias corporativas, em uma amostra de empresas
brasileiras. Analisamos uma amostra composta por quatro grandes empresas da
economia brasileira: Ambev, Sadia, Petrobrás e Embraer. Estas análises foram
conduzidas tendo como pano de fundo o referencial teórico proposto pelo Modelo
Diamante de Porter, e foram estimadas utilizando o modelo econométrico Mínimos
Quadrados Ordinários (MQO). Foram obtidas conclusões a respeito do alinhamento
entre a formulação de estratégias e as variáveis de risco.
Palavras chave: Estratégias Empresariais, Variáveis de Risco, Modelo Diamante
Porter. Método Econométrico.
.
ABSTRACT
This research work aims to identify the key elements that drive the business
strategies within turbulent economic landscape. The research uses the ordinary least
squares econometric method to test multiple theories relating representative
variables of economic risk and its possible impact on corporate. We analyse a
sample of four large Brazilian companies: Ambev, Sadia, Petrobrás and Embraer.
This analysis were conducted with the Porter Diamond Model as a background, and
were estimated using the Ordinary Least Squares (OLS) regression model. We
obtained conclusions about the alignment of strategy formulation and the risk
variables.
Key words: Business Strategies; Risk Variables; Porter Diamond Model;
Econometric Method.
LISTA FIGURAS
FIGURA 1 – Modelo de AHOLA – Processo estratégico contínuo............................39
FIGURA 2 – Modelo conceitual proposto ..................................................................50
FIGURA 3 – Modelo teórico proposto .......................................................................50
GRÁFICO 1 – Representação da regressão de OLS................................................95
QUADRO 1 – Empresas e setores............................................................................87
QUADRO 2 – Variáveis e métricas ...........................................................................89
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Resultados da equação 1 ...................................................................113
TABELA 2 – Resultados da equação 2 ...................................................................113
TABELA 3 – Resultados da equação 3 ...................................................................
114
TABELA 4 – Resultados da equação 4 ...................................................................
114
TABELA 5 – Resultados da equação 5 ...................................................................115
TABELA 6 – Resultados da equação 6 ...................................................................115
TABELA 7 – Resultados da equação 7 ...................................................................116
TABELA 8 – Resultados da equação 8 ...................................................................116
TABELA 9 – Resultados da equação 9 ...................................................................117
TABELA 10 – Resultados da equação 10 ...............................................................117
TABELA 11 – Resultados da equação 11 ...............................................................118
TABELA 12 – Resultados da equação 12 ...............................................................118
TABELA 13 – Resultados da equação 13 ...............................................................119
TABELA 14 – Resultados da equação 14 ...............................................................120
TABELA 15 – Resultados da equação 15 ...............................................................120
TABELA 16 – Resultados da equação 16 ...............................................................
121
TABELA 17 – Resultados da equação 17 ...............................................................
121
TABELA 18 – Resultados AMBEV (equação 1) ......................................................152
TABELA 19 – Resultados AMBEV (equação 2) ......................................................152
TABELA 20 – Resultados AMBEV (equação 3) ......................................................153
TABELA 21 – Resultados AMBEV (equação 4) ......................................................153
TABELA 22 – Resultados AMBEV (equação 5) ......................................................154
TABELA 23 – Resultados AMBEV (equação 6) ......................................................154
TABELA 24 – Resultados AMBEV (equação 7) ......................................................155
TABELA 25 – Resultados AMBEV (equação 8) ......................................................155
TABELA 26 – Resultados AMBEV (equação 9) ......................................................156
TABELA 27 – Resultados AMBEV (equação 10) ....................................................156
TABELA 28 – Resultados AMBEV (equação 11) ....................................................157
TABELA 29 – Resultados AMBEV (equação 12) ....................................................157
TABELA 30 – Resultados AMBEV (equação 13) ....................................................158
TABELA 31 – Resultados AMBEV (equação 14) ....................................................158
TABELA 32 – Resultados AMBEV (equação 15) ....................................................159
TABELA 33 – Resultados AMBEV (equação 16) ....................................................159
TABELA 34 – Resultados AMBEV (equação 17) ....................................................160
TABELA 35 – Resultados PETROBRÁS (equação 1).............................................162
TABELA 36 – Resultados PETROBRÁS (equação 2).............................................162
TABELA 37 – Resultados PETROBRÁS (equação 3).............................................163
TABELA 38 – Resultados PETROBRÁS (equação 4).............................................163
TABELA 39 – Resultados PETROBRÁS (equação 5).............................................164
TABELA 40 – Resultados PETROBRÁS (equação 6).............................................
164
TABELA 41 – Resultados PETROBRÁS (equação 7).............................................
165
TABELA 42 – Resultados PETROBRÁS (equação 8).............................................165
TABELA 43 – Resultados PETROBRÁS (equação 9).............................................166
TABELA 44 – Resultados PETROBRÁS (equação 10)...........................................166
TABELA 45 – RESULTADOS PETROBRÁS (equação 11) ....................................167
TABELA 46 – Resultados PETROBRÁS (equação 12)...........................................
167
TABELA 47 – Resultados PETROBRÁS (equação 13)...........................................168
TABELA 48 – Resultados PETROBRÁS (equação 14)...........................................168
TABELA 49 – Resultados PETROBRÁS (equação 15)...........................................169
TABELA 50 – Resultados PETROBRÁS (equação 16)...........................................169
TABELA 51 – Resultados PETROBRÁS (equação 17)...........................................170
TABELA 52 – Resultados SADIA (equação 1)........................................................172
TABELA 53 – Resultados SADIA (equação 2)........................................................172
TABELA 54 – Resultados SADIA (equação 3)........................................................173
TABELA 55 – Resultados SADIA (equação 4)........................................................173
TABELA 56 – Resultados SADIA (equação 5)........................................................174
TABELA 57 – Resultados SADIA (equação 6)........................................................174
TABELA 58 – Resultados SADIA (equação 7)........................................................175
TABELA 59 – Resultados SADIA (equação 8)........................................................175
TABELA 60 – Resultados SADIA (equação 9)........................................................176
TABELA 61 – Resultados SADIA (equação 10)......................................................176
TABELA 62 – Resultados SADIA (equação 11)......................................................177
TABELA 63 – Resultados SADIA (equação 12)......................................................177
TABELA 64 – Resultados SADIA (equação 13)......................................................
178
TABELA 65 – Resultados SADIA (equação 14)......................................................
178
TABELA 66 – Resultados SADIA (equação 15)......................................................179
TABELA 67 – Resultados SADIA (equação 16)......................................................179
TABELA 68 – Resultados SADIA (equação 17)......................................................180
TABELA 69 – Resultados EMBRAER (equação 1).................................................182
TABELA 70 – Resultados EMBRAER (equação 2).................................................
182
TABELA 71 – Resultados EMBRAER (equação 3).................................................183
TABELA 72 – Resultados EMBRAER (equação 4).................................................183
TABELA 73 – Resultados EMBRAER (equação 5).................................................184
TABELA 74 – Resultados EMBRAER (equação 6).................................................184
TABELA 75 – Resultados EMBRAER (equação 7).................................................185
TABELA 76 – Resultados EMBRAER (equação 8).................................................185
TABELA 77 – Resultados EMBRAER (equação 9).................................................186
TABELA 78 – Resultados EMBRAER (equação 10)...............................................186
TABELA 79 – Resultados EMBRAER (equação 11)...............................................187
TABELA 80 – Resultados EMBRAER (equação 12)...............................................187
TABELA 81 – Resultados EMBRAER (equação 13)...............................................188
TABELA 82 – Resultados EMBRAER (equação 14)...............................................188
TABELA 83– Resultados EMBRAER (equação 15)................................................189
TABELA 84 – resultados EMBRAER (equação 16) ................................................189
TABELA 85 – Resultados EMBRAER (equação 17)...............................................190
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADR
American Depositary Receipts
ANP
Agência Nacional do Petróleo
BIS
Bank for International Settlements
BPD
Barris por Dia
CADE
Conselho Administrativo de Defesa Econômica
CAPM
Capital Asset Pricing Model
CNP
Conselho Nacional do Petróleo
CVM
Comissão de Valores Mobiliários
EMBRAER
Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.
GAF
Grau de alavancagem
FPSO
Floating, Production Storage Offloading
MMQO
Método dos Mínimos Quadrados Ordinários
MQO
Mínimos Quadrados Ordinários
OLS
Ordinary Least Squares
OTC
Offshore Technology Conference
PETROBRÁS
Petróleo Brasileiro S/A
SELIC
Sistema Especial de Liquidação e Custódia
SQE
Soma dos Quadrados dos Erros
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................15
1.1 Questão de pesquisa .........................................................................................23
1.2 Objetivos ............................................................................................................23
1.2.1 Geral................................................................................................................23
1.2.2 Específicos......................................................................................................23
2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................24
2.1 Formulação estratégica......................................................................................24
2.2 Diferentes níveis estratégicos ............................................................................35
2.3 Processo estratégico..........................................................................................37
2.3.1 Uma alternativa de análise: a análise PEST ...................................................40
2.4 Administração estratégica ..................................................................................45
2.5 Definição das variáveis construídas ...................................................................51
2.6 A construção do risco ambiental ........................................................................51
2.6.1 Gestão de risco ...............................................................................................55
2.6.2 Origem e evolução do risco.............................................................................56
2.7 Dimensões do risco ambiental ...........................................................................63
2.7.1 A construção do conceito de estratégia corporativa........................................64
2.8 Dimensões da estratégia corporativa .................................................................65
2.8.1 Liquidez...........................................................................................................65
2.8.2 A estrutura de capital.......................................................................................67
2.8.3 Desempenho da firma .....................................................................................68
2.8.4 Relação entre os conceitos construídos..........................................................70
3 OPERACIONALIZANDO OS CONCEITOS E DIMENSÕES................................72
3.1 A construção de risco ambiental ........................................................................72
3.2 A construção da estratégia corporativa ..............................................................76
3.2.1 Estratégia de liquidez ......................................................................................76
3.2.2 Estrutura de capital .........................................................................................76
3.2.3 Desempenho da firma .....................................................................................77
4 DESENVOLVIMENTO DE HIPÓTESES...............................................................78
5 METODOLOGIA...................................................................................................86
5.1 Análises empíricas .............................................................................................88
5.1.1 Operacionalização das variáveis.....................................................................88
5.2 Descrição do modelo Ordinary Least Squares (OLS) ........................................92
5.3 Breve histórico das organizações em estudo...................................................106
5.3.1 AMBEV..........................................................................................................106
5.3.2 EMBRAER.....................................................................................................107
5.3.3 SADIA............................................................................................................108
5.3.4 PETROBRÁS ................................................................................................110
6 ANÁLISE ESTATÍSTICA E RESULTADOS DA ESTIMAÇÃO...........................113
6.1 Risco ambiental e estratégia corporativa..........................................................113
6.2 Risco ambiental e estrutura de capital .............................................................114
6.3 Risco ambiental e desempenho da firma .........................................................116
6.4 Estratégia corporativa e estrutura de capital ....................................................118
6.5 Estratégia corporativa e desempenho da firma................................................118
6.6 Estrutura de capital e desempenho da firma....................................................120
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................122
7.1 Discussão dos resultados.................................................................................122
7.2 Implicações para a administração de empresas: questões conceituais ...........139
7.3 Limitações de pesquisa e sugestão para trabalhos futuros..............................141
REFERÊNCIAS.......................................................................................................144
ANEXOS
ANEXO A – Resultados da AMBEV......................................................................151
ANEXO B – Resultados da PETROBRÁS............................................................161
ANEXO C – Resultados da SADIA .......................................................................171
ANEXO D – Resultados da EMBRAER............................................................................... 181
15
1 INTRODUÇÃO
Na competição dos negócios, algumas nações e indústrias têm sucesso, enquanto
outras falham. Em outras palavras, algumas são mais competitivas do que outras.
O tema é antigo, pois no início do século XIX, David Ricardo (1817) anunciava a
teoria da vantagem comparativa. Muitos estudos sucederam-na, mas ficaram
praticamente restritos à área acadêmica.
O assunto ganhou grande importância no início da década de 80 devido à entrada
de produtos orientais, principalmente japoneses, no mercado norte-americano. Daí,
a preocupação com a competitividade alastrou-se rapidamente pelos continentes. E
tornou-se atualíssima no Brasil em decorrência da política de abertura comercial.
A questão da competição estratégica é vital para as organizações mundiais. Com o
aumento da competição em um mundo globalizado, os atributos necessários para o
sucesso ou o fracasso de uma organização se refletem nas escolhas estratégicas
que os administradores realizam ao longo do tempo.
Mais do que posicionar a empresa corretamente em um nicho estratégico na
indústria, o ambiente globalizado traz ainda novos desafios para os administradores
estratégicos. O recente ingresso da China na competição internacional, com
produtos de custo baixo, as crises financeiras em escala mundial, o ambiente
regulatório, todas estas são questões presentes no dia-a-dia dos líderes
empresariais.
16
Saber quais são os determinantes do sucesso, tornou-se uma das principais
preocupações em todo o mundo. A questão chave é como uma nação ou indústria
pode criar e manter a sua competitividade. Como muitos acadêmicos vêm tentando
explicar esta questão, tem havido um debate intenso a respeito da forma pela qual a
competitividade, entendida como fonte de sucesso na competição internacional, é
criada.
Por outro lado, a rapidez com que as mudanças ambientais se operam obriga à
adoção de instrumentos mais eficientes de coleta e interpretação de dados e
informações para reduzir os prazos de análise ambiental e evitar sua obsolescência.
Napoleão Bonaparte, cujas qualidades de estrategista dispensam comentários
elogiosos, costumava resumir nesta frase sua filosofia de batalha: Entra-se (na
batalha). E depois, vê-se (o que fazer). Essa máxima, formulada por um dos maiores
estrategistas de todas as épocas, parece estar em completo desacordo com toda a
fundamentação teórica do planejamento estratégico, que prescreve exaustivas e
minuciosas análises ambientais e um completo trabalho de informação antes de se
“entrar na batalha”.
Na verdade, como a história relata, Napoleão realizava estudos ambientais
cuidadosos antes de cada batalha, com os instrumentos de inteligência que
dispunha à época. Sua frase servia mais para advertir seus generais para que, em
face da imprevisibilidade das situações reais de batalha, usassem sua capacidade
de adaptação rapidamente, em vez de ficarem procurando abrigo e consolo nas
minúcias dos planos preestabelecidos, que haviam sido modificados por ações
imprevistas dos inimigos.
17
No entanto, havia duas diferenças consideráveis entre a Europa do início do século
XIX e a realidade dos dias de hoje: a primeira se refere à complexidade do
ambiente, uma vez que o universo de fatores econômicos, sociais, políticos,
tecnológicos e culturais a ser considerado pelos estrategistas era infinitamente
menor; e a outra diz respeito ao fato que os instrumentos de inteligência e
informação eram bastante limitados quando comparados à quase infinita quantidade
de informação que se encontra à disposição dos “generais” empresariais dos dias de
hoje. Mas a máxima napoleônica continua a valer.
O exercício do planejamento estratégico nas empresas carrega consigo a promessa
de ampliação dos níveis de racionalidade nas decisões empresariais, mediante um
adequado conhecimento dos fatores internos e externos (ambientais) que têm
influência determinante ou relevante no seu funcionamento. Conhecendo tais
fatores, os empresários e administradores poderiam reagir adequadamente a eles.
Idealmente, o planejamento estratégico bem executado permitiria às organizações
uma permanente capacidade de antecipação: antecipando (prevendo) as
modificações relevantes em seus fatores operacionais, a organização seria capaz de
antecipar-se a elas. No primeiro caso, a organização teria como benefício a
ampliação de suas capacidades cognitivas; no segundo, estaria aperfeiçoando sua
possibilidade de agir proativamente em relação aos seus concorrentes (atuais e
potenciais), o que representaria ganhos estratégicos importantes.
Nesse sentido, a realização de uma ampla prospecção ambiental como parte
integrante e indispensável do diagnóstico estratégico, que é a peça inicial de todo o
processo de planejamento, é lugar comum em toda a literatura da área. Da mesma
maneira, a proposição de mecanismos de interface entre a organização e seu
18
ambiente como um dos subsistemas fundamentais das organizações econômicas
também tem lugar assegurado na literatura relevante.
No entanto, cresce nos administradores o sentimento que o comportamento das
variáveis ambientais é cada vez mais volátil e imprevisível, resultando em que sua
análise mais aprofundada é virtualmente impossível em prazos razoáveis, pois antes
de concluída estaria obsoleta. Como conseqüência, as tarefas típicas do
planejamento estratégico se tornariam meros rituais de uma suposta busca da
racionalidade, os quais não se traduziriam em reais benefícios para a empresa.
O tema estratégia competitiva é extremamente amplo, comportando estudos no nível
macroeconômico e no nível microeconômico. Os estudos macroeconômicos
enfocam os impactos sobre os preços financeiros, a eficiência global da economia,
as políticas econômicas e industriais, etc. Os estudos microeconômicos tratam não
só da competição entre empresas como também entre indústrias ou setores
industriais ou ramos de negócios, entendendo-se estes como formados pelo
conjunto das empresas que ofertam produtos e serviços similares (como a indústria
de bens de capital ou o setor financeiro).
A Teoria Econômica, estudando as estruturas de mercado para avaliar seu efeito na
eficiência geral da economia, não explica satisfatoriamente a competitividade entre
as nações. Isso por que a maioria dos economistas desenvolve seus estudos sobre
o pressuposto da concorrência perfeita, quando a estrutura de mercado mais
freqüentemente encontrada na realidade é a do oligopólio.
19
Por essa razão, o estudo da competitividade nacional tem conseguido maiores
avanços pelo enfoque da Teoria da Estratégia Empresarial. Destaca-se, nesta, a
obra de Michael Porter (1990), The Competitive Advantage of Nation, resultado da
pesquisa que fez em dez países para o governo Reagan (1981-1988).
Porter rejeita todas as explicações baseadas em recursos naturais abundantes,
mão-de-obra barata, taxa de câmbio, taxa de juros e em déficits governamentais,
uma vez que nenhuma delas é completamente satisfatória.
O único conceito significativo de competitividade nacional é, para Porter, o de
produtividade de empresas. Portanto, para encontrar respostas, é necessário
enfocar não a economia como um todo, mas sim indústrias específicas, entendidas
estas como o conjunto de empresas que atuam no mesmo setor.
Porter identifica quatro atributos de uma nação que constituem o “diamante” da
vantagem nacional:
Condições dos fatores de produção;
Condições de demanda do mercado interno;
Indústrias relacionadas e fornecedoras; e
Estratégia, estrutura e concorrência das empresas.
Michael Porter dá a ponte entre a competitividade nacional e a empresarial: a
produtividade da empresa.
20
Portanto, para um país tornar-se competitivo, suas empresas precisam alcançar
elevada produtividade. Peter Drucker (1991) também partilha dessa idéia, pois
ressuscita a produtividade como o grande desafio dos anos 90.
Conseqüentemente, para estudar a competitividade da nação, deve-se estudar
precipuamente a competitividade e a produtividade das empresas.
Durante a década de setenta, o sucesso empresarial era retratado pela participação
do mercado. A participação do mercado é alcançada por meio de economias de
escalas e de efeitos da experiência, que diminuem os custos. Por esse enfoque, a
vantagem competitiva é obtida por uma estratégia de custo e não de diferenciação.
Na década de oitenta, cresceu a importância da inovação tecnológica. Essa passou
a constituir-se num dos principais, talvez o principal meio de conseguir-se vantagem
competitiva. Por esse enfoque, a competitividade é obtida tanto por uma estratégia
de custo quanto por uma de diferenciação.
Há duas linhas básicas de estudo da competitividade microeconômica. Uns
entendem que a estrutura de mercado é o principal fator que explica as diferenças
de competitividade e lucratividade entre empresas e setores industriais. Outros
justificam essas diferenças pelo comportamento das empresas.
Para Porter (1980), a escolha de uma estratégia competitiva comporta duas
decisões: a primeira, sobre qual indústria atuar; a segunda, sobre qual a posição
relativa dentro da indústria.
21
Para tomar a primeira decisão, é necessário levar em consideração a estrutura da
indústria, ou seja, as cinco forças determinantes da atratividade de uma indústria:
Ameaça de novos entrantes.
Poder de negociação dos compradores.
Poder de negociação dos fornecedores.
Ameaça de serviços ou produtos substitutos.
Rivalidade entre empresas existentes.
A segunda decisão – sobre a posição relativa da empresa dentro de sua indústria –
diz respeito à estratégia a adotar, cabendo à empresa optar por uma das três únicas
possíveis: liderança de custo, diferenciação ou enfoque. Estas se baseiam na busca
de uma vantagem competitiva sustentável pela prática do posicionamento no
mercado em termos de baixo custo ou diferenciação, fatores originários da sua
estrutura industrial. As estratégias de liderança no custo e de diferenciação têm seu
foco amplo, ou seja, no setor de atividade como um todo, ao passo que a estratégia
de enfoque, seja no custo, seja na diferenciação, está voltado para um segmento
específico do setor de atividade.
Para estabelecer, implantar e sustentar uma estratégia competitiva, Porter utiliza a
cadeia de valores, que divide a empresa nas suas várias atividades.
Em mercados emergentes como o Brasil, os desafios se potencializam ainda mais.
Além dos desafios crescentes, o turbulento ambiente macroeconômico característico
dos mercados emergentes contribui para aumentar a incerteza.
22
Mudanças em níveis de taxa de câmbio desestruturam a matriz industrial,
favorecendo ou desestimulando empresas que transacionam no mercado
internacional, sejam como exportadoras de produtos ou importadoras de matérias-
prima e capital. Vantagens estratégicas de custos podem ser modificadas
repentinamente em função de mudanças cambiais.
Outro aspecto do impacto do ambiente macroeconômico volátil nas estratégias
empresariais é o binômio taxa de juros – crescimento da demanda interna. Estas
duas variáveis estão negativamente correlacionadas, e sua variância pode alterar
significativamente tanto a margem bruta das empresas em função da diminuição de
ganhos de escala, devido a menor demanda, quanto o custo de capital e a aversão
ao risco dos administradores em realizar novos investimentos.
Por fim, a inflação é outro fenômeno macroeconômico que já definiu estratégias
vencedoras no passado, e que ainda possui relevância no presente. Empresas
sofrendo inflação de custos podem ter dificuldades para recompor margens em um
ambiente de juros altos e demanda reduzida.
Neste trabalho, buscaremos analisar as razões para a crescente instabilidade dos
ambientes estratégicos e a utilização de instrumentos analíticos para conviver com
ela. A conclusão a que se pode chegar é que, se a existência incontestável desse
fator de complexidade no processo de planejamento estratégico não é suficiente
para desacreditá-lo, é suficiente, no entanto, para obrigar a adoção de técnicas mais
eficientes e menos formalistas de diagnóstico e de controle estratégico para manter
sua utilidade. Propositadamente, a análise é aclimatada às características das
organizações brasileiras e do ambiente em que são obrigadas a operar, uma vez
23
que o objetivo fundamental deste texto é contribuir para o desenvolvimento de uma
epistemologia própria às nossas características estruturais.
1.1 Questão de pesquisa
Como os fatores de risco relacionados ao ambiente econômico influenciam a
estratégia das empresas em um ambiente sujeito a grandes variações?
1.2 Objetivos
1.2.1 Geral
Contribuir para a compreensão da interação entre os fatores de risco construídos,
relacionados ao risco ambiental, e a estratégia das firmas, sob diferentes aspectos,
tais como liquidez, endividamento, fluxo de caixa, retorno sobre patrimônio líquido e
grau de alavancagem financeira no âmbito da realidade brasileira.
1.2.2 Específicos
1. Buscar sugerir quais os fatores de risco ambientais relevantes e como os
mesmos impactam um conjunto de empresas da economia brasileira.
2. Estudar a relação entre aspectos da estratégia corporativa e os fatores de risco
que determinam esta estratégia no nível ambiental, mais especificamente, definir
por que são relevantes os aspectos relacionados à liquidez da firma, estrutura de
capital, desempenho corporativo.
3. Medir, por meio dos indicadores construídos e citados nos objetivos específicos 1
e 2, o grau de exposição das firmas selecionadas na amostra, aos fatores de
risco ambientais considerados, e inferir com base em análises econométricas, se
é possível estabelecer uma relação significativa entre as construções para os
fatores de risco e a as construções para os aspectos relevantes da estratégia das
firmas.
24
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Formulação estratégica
O termo estratégia tem sido utilizado originalmente na literatura militar. Estratégia é
definida neste sentido como “arte de projetar e direcionar os grandes movimentos
militares e operações de uma campanha” (Oxford Dictionary, 2004). Como a
definição oficial descreve, o foco principal está em grandes questões e não em
pequenas. Contudo, o conceito de estratégia tem sido usado em outras áreas, como
na administração de negócios, que nos interessa mais do ponto de vista do nosso
estudo. O dicionário Oxford define estratégia, no conceito utilizado em negócios,
como um plano para ação bem sucedida, baseado na racionalidade e na
interdependência de movimentos de participantes adversários. Esta definição, como
grande parte das definições de estratégia aplicada a negócios, ilumina as
considerações com movimentos de partes adversárias (competidores) no processo
de formulação estratégica.
Estratégia tem sido compreendida como planejamento de longo prazo em um grande
número de estudos (MINTZBERG, 1999; PORTER, 1996). O planejamento de longo
prazo permite que uma organização construa capacidades e habilidades únicas,
para clarificar os objetivos e políticas da empresa e alocar recursos adaptados a sua
estratégia. Em geral, esse horizonte de planejamento estratégico é de um a três
anos nas empresas de rápido crescimento e, de até 10 anos, nas demais.
Diversos autores (MINTZBERG e QUINN, 1991; MEIRELLES e GONÇALVES, 2001;
PORTER, 1999; LODI, 1969) afirmam que estratégia não é apenas uma forma de
25
lidar com um concorrente em um ambiente de concorrência ou de mercado,
conforme se apregoa em grande parte da literatura e em discussões não
acadêmicas. Para eles, tal conceito não se limita a idéias, proposições, diretrizes e
soluções; significa, sim, uma amplitude ou abrangência que engloba o conceito de
eficácia operacional. Além disso, alertam que não se deve confundir estratégia com
táticas, pois vai além da inovação, da diversificação e do planejamento financeiro.
Para Mintzberg e Quinn (1991), estratégia é um modelo integralizador dos objetivos,
das políticas e das ações seqüenciais de uma organização. Meirelles e Gonçalves
(2001) definem estratégia como a disciplina da administração que se ocupa da
adequação das ações organizacionais ao seu ambiente de atuação.
Wright, Kroll e Parnell (2000) definem estratégia como os planos da alta
administração para alcançar resultados consistentes com a missão e os objetivos
gerais da organização. Trata-se de uma definição ampla, que fornece as diretrizes e
indica os caminhos para uma organização vencer num mercado altamente
competitivo, como ocorre atualmente com a maioria dos mercados em nível mundial.
O propósito da estratégia é garantir uma vantagem competitiva, definindo a direção e
o escopo da organização. O número e foco de indústrias e atividades são decisões
típicas de organizações que estão determinando sua direção e escopo estratégicos.
A obtenção, desenvolvimento e manutenção de vantagens competitivas são o
propósito principal da estratégia, porque permite às empresas garantir uma
rentabilidade superior. Desta forma, a vantagem competitiva é a habilidade de uma
firma de superar a sua indústria, ou seja, obter uma taxa de retorno superior à média
de seus competidores. A vantagem competitiva pode ser obtida baseada em
26
habilidades superiores (por exemplo, o capital humano da organização), recursos
(tecnologias, patentes, ativos especializados, etc.) ou posições em um mercado
especial. Assim, a vantagem competitiva pode ser baseada em recursos intangíveis,
porque estes são menos visíveis e conseqüentemente mais difíceis de serem
compreendidos e imitados do que recursos tangíveis.
Outro objetivo da estratégia é atender às expectativas dos stakeholders (acionistas,
credores, funcionários) pela realocação dinâmica de recursos e competências de
uma organização em um ambiente em constante mutação. Dessa forma, os recursos
e competências de uma organização devem estar em sintonia com mudanças
antecipadas no ambiente. Os recursos podem ser físicos, humanos, financeiros,
intangíveis. As competências de uma empresa podem ser baseadas em uma
eficiência de custos excepcional, valor adicionado aos clientes, excelente
administração de links dentro da cadeia de valor da organização e integração entre
as cadeias de oferta e distribuição, e as dificuldades na transferência e imitação de
competências e habilidades entre organizações.
Contudo, as forças ambientais e as competências e recursos de uma empresa não
afetam a estratégia organizacional apenas porque os valores e expectativas
daqueles que têm poder na organização atuam sobre o próprio efeito da estratégia.
Acionistas, instituições financeiras, administradores, empregados, fornecedores,
clientes, e comunidades também são instâncias que influenciam sobre a
organização.
27
Existem dois caminhos possíveis de considerar a relação entre a estratégia de uma
empresa e seu ambiente se as empresas estão planejando suas estratégias. O
desenvolvimento da estratégia pode ser baseado em fit ou stretch.
O fit enxerga os administradores tentando desenvolver estratégias via identificação
(ou sendo sensíveis a) de forças ambientais organizacionais e desenvolvendo os
recursos organizacionais para responder a estas forças.
O stretch enfatiza a necessidade de ser especialmente consciente das competências
da organização, como estas competências podem ser desenvolvidas para dar
vantagem competitiva, e a necessidade de pesquisa de oportunidades baseadas
nestas competências. Portanto, stretch e fit exploram estratégias de formas
diferentes. Stretch foca nas competências organizacionais, enquanto fit foca no
ambiente que deveria ser considerado antes da análise das competências internas.
Ambos são dois extremos e, as empresas estão atentas tanto a suas competências
quanto ao ambiente, na formulação de estratégias.
Vários são os autores que vêm buscando projetar as mudanças que estão em curso
e suas influências para as organizações, bem como para os gestores. Prahalad
(1999) apontou oito mudanças significativas em andamento, neste início de milênio.
A primeira delas diz respeito à globalização, já que a expansão global poderia
produzir assimetrias regionais nos padrões de crescimento e provocar mudanças
significativas na destinação de recursos e de investimentos de uma organização.
A segunda mudança refere-se às desregulamentações, às privatizações e às
horizontalizações de companhias de vários setores econômicos. Segundo o autor,
28
tais aspectos poderiam trazer três implicações básicas para as organizações, ou
seja, a maioria destas, antes locais, tornar-se-iam regionais, nacionais e
internacionais; a microeconomia mudaria substancialmente e o desemprego
apresentaria índices mais expressivos.
A terceira mudança seria a volatilidade que, associada à sazonalidade, criaria um
novo conjunto de exigências para a direção das empresas. A necessidade de
aumentar ou diminuir a produção e de reduzir significativamente o tempo de
desenvolvimento de produtos estaria cada vez mais presente para as organizações.
A quarta mudança diz respeito à convergência, não só tecnológica que inclui
informática, comunicações e produtos eletrônicos, mas também de outros setores
importantes, como, por exemplo, produtos de beleza e cosméticos associados ao
progresso científico.
A quinta mudança salienta a questão das fronteiras tênues entre os setores, uma
vez que, em conseqüência das convergências, várias fronteiras tradicionais entre os
mesmos estariam desaparecendo. Esse fato faz com que seja dificultada a
identificação dos concorrentes e exige das organizações a seleção de novas
oportunidades a partir de perspectivas próprias.
A sexta mudança concerne aos padrões, isto é, à medida que os mercados evoluem,
novos setores produzem padrões distintos para acompanhar essa evolução.
A sétima mudança diz respeito ao fim da intermediação, evidenciando que em
vários setores, a distância entre produtores e consumidores finais vem diminuindo.
29
Esse fato revela uma mudança em relação aos canais de distribuição tradicionais e a
evolução do comércio eletrônico, via Internet, como ferramenta para alcançar os
clientes finais.
A oitava e última mudança, segundo o autor, é a mais significativa e se refere à
consciência ecológica. Nesse sentido, as organizações mudariam de uma
perspectiva de simples cumprimento da lei para uma postura orientada pelas
oportunidades de negócios que levem em consideração as questões ambientais.
Como conseqüência de todas essas mudanças, Prahalad (1999) afirma que as
organizações devem permanecer atentas às transações internacionais, às alianças
temporárias, nas quais o aprendizado é tão importante quanto garantir a propriedade
intelectual, à velocidade não apenas no desenvolvimento de produto, mas também
na transferência de conhecimento entre mercados e empresas. As organizações
devem ainda reavaliar o modelo empresarial que vêm utilizando.
Por fim, com o objetivo de administrar as mudanças competitivas iminentes, segundo
Prahalad (1999), os gestores deverão:
Incorporar novos pacotes tecnológicos aos já utilizados pela organização.
Modificar a composição das equipes.
Transferir rapidamente as competências essenciais para diferentes unidades de
negócios.
Portanto, a constatação proeminente é que a sociedade moderna está passando por
grandes transformações, tendências genéricas ou megatendências, cujos reflexos
30
na administração das organizações serão profundos e marcantes. Essas
megatendências e seus reflexos na administração contemporânea podem ser assim
elencadas:
Com o rápido avanço da tecnologia e das comunicações, o tempo gasto para se
exercer influência mundialmente, mesmo dos lugares remotos, foi reduzido de
anos para alguns segundos. “O mundo está cada vez menor” – é um clichê
terrivelmente verdadeiro para as organizações de hoje.
Os negócios estão se tornando um campo global unificado, à medida que caem
as barreiras comerciais.
A comunicação fica mais rápida e mais barata e as preferências do consumidor
convergem em tudo, desde produtos manufaturados até a prestação de serviços.
No século XXI as organizações deverão se sentir “em casa” em qualquer lugar do
mundo. As empresas poderão localizar diferentes pares de suas organizações onde
quer que isso faça mais sentido para os negócios: a liderança da cúpula em um país,
a capacidade intelectual técnica e a produção em outros (DAFT, 2002).
Segundo Daft, embora essa crescente interdependência traga muitas vantagens, ela
significa também que o ambiente ficou extremamente complexo e competitivo para
as empresas. As organizações precisam aprender a cruzar fronteiras de tempo,
culturais e geográficas para sobreviver. Toda empresa, grande ou pequena, enfrenta
a concorrência internacional em seu próprio terreno, ao mesmo tempo em que se
defronta com a necessidade de ser competitiva nos mercados internacionais. É
crescente hoje a necessidade de o composto organizacional desenvolver um
conhecimento intercultural.
31
Observa-se que grandes organizações estão trabalhando para globalizar suas
estruturas gerenciais e ficar mais competitivas internacionalmente, ao passo que as
menores estão procurando estruturas e processos que as ajudem a alcançar as
vantagens da interdependência global e a minimização das desvantagens (DAFT,
2002).
A internacionalização da vida, observada no mundo contemporâneo tem, segundo
Parker (1999), gerado um novo tipo de sentimento, expresso na tendência de
considerar que eventos mundiais estão convergindo para a integração de um mundo
único, em que influências sociais, econômicas e culturais estariam atravessando
fronteiras, hoje permeáveis, como nações, culturas e organizações de todos os tipos.
Essa noção de mundo global, denominada “globalização”, ainda segundo Parker, é
um fenômeno em expansão, do qual ainda se sabe muito pouco, e que tem a ele
associada uma variedade e complexidade de temas, que não facilitam a construção
de um consenso sobre o seu real significado.
A globalização, ao reduzir ou eliminar as barreiras nacionais entre os sistemas
econômicos, vem produzindo o que Milton Santos chamou de universalização da
economia e do espaço (SANTOS, 1996), em que a produção está cada vez mais
distanciada dos locais de consumo e os indivíduos estão, necessariamente,
conectados com outros indivíduos situados em locais progressivamente mais
longínquos.
Ora, essa universalização amplia dramaticamente o alcance dos fenômenos antes
restritos aos ambientes nacionais sobre diferentes sistemas econômicos em todo o
32
mundo. Um exemplo eloqüente dessa ampliação é observável no caso da
globalização financeira. Com a integração dos diferentes mercados financeiros
mundiais, não apenas o volume de recursos que transitam entre eles aumentou de
maneira exponencial, como experimentou uma profunda alteração qualitativa: entre
1980 e 1994, os empréstimos internacionais aumentaram dez vezes (HIRST e
THOMPSON, 1996), enquanto os empréstimos de tipo tradicional foram substituídos
majoritariamente por novos instrumentos financeiros como a securitização e toda a
classe dos chamados derivativos, “boa parte dos quais são instrumentos esotéricos,
difíceis de entender, de acompanhar e de controlar”.
Outra conseqüência desse processo de globalização financeira foi o de criar uma
associação inevitável entre a política monetária doméstica de cada país e sua
política cambial que, no passado, puderam caminhar de maneira relativamente
independente: a fixação dos juros internos por parte das autoridades monetárias
respondia a fatores essencialmente internos, tais como a expansão de meios de
pagamento, a velocidade da moeda, a pressão da demanda sobrcapacidade
industrial instalada, etc. As questões externas, certamente, eram levadas em
consideração, mas não tinham a centralidade que hoje desfrutam, pois com a
ampliação dos fluxos comerciais e o acesso ao mercado financeiro internacional por
parte das empresas privadas de um determinado país (e de seus governos), a taxa
de juros doméstica passou a ser um elemento crucial para regular o fluxo de
recursos internacionais, atraindo-os ou afugentando-os. Política monetária e política
cambial passaram, assim, a ser duas faces da mesma moeda.
Hoje, nenhum mercado financeiro do mundo consegue ficar imune a crises de
liquidez ou de confiança originadas em outro, mesmo que a crise tenha sido gerada
33
por razões totalmente localizadas e típicas do outro país. Foi o que aconteceu com a
crise da economia russa e de alguns países orientais em meados de 1998: na
medida em que investidores internacionais procuravam limitar suas perdas e manter
posições em tais mercados, passaram a se desfazer de investimentos em outros,
especialmente nos mercados “emergentes” (emerging markets), para recuperar
liquidez; assim fazendo pressionaram esses últimos, provocando fuga de divisas, o
que – por seu turno – passava a ser o ingrediente deflagrador de uma nova crise,
desta vez no mercado emergente, antes tranqüilo.
O caso brasileiro é ilustrativo: desde o início do Plano Real, a estratégia cambial das
autoridades brasileiras repousava na ampliação do intercâmbio comercial nas duas
mãos (exportação e importação) sem preocupações em gerar excedentes (saldos)
significativos na balança comercial. A situação ideal seria a de crescimento
equilibrado de exportação e importação, com as empresas (e o governo) recorrendo
ao mercado internacional de capitais para atrair recursos para investimentos e para
financiar os eventuais déficits oriundos da conta de serviços. Uma taxa de juros
generosa e regras flexíveis para o tratamento do capital internacional de curto prazo
garantiriam a formação de um amplo colchão de liquidez internacional, representado
por reservas capazes de financiar, confortavelmente, as importações e o serviço da
dívida externa. Na prática, erros de execução da estratégia acabaram por estimular
exageradamente as importações, gerando déficits na balança comercial, mas o fluxo
de capitais internacionais para o país mais do que compensava esses desequilíbrios,
atraído por taxas de juros extremamente elevadas que permitiam aos banqueiros e
investidores realizar arbitragens altamente vantajosas.
34
Do ponto de vista do governo, que via o afluxo de capitais internacionais abarrotar
as reservas brasileiras, o modelo funcionava às mil maravilhas, embora esse
otimismo não fosse compartilhado pelo empresariado nativo, obrigado a pagar altas
taxas de juros no front doméstico para viabilizar o afluxo contínuo das divisas.
Mesmo com a crise de liquidez do México em 1994, que produziu o que os
jornalistas apelidaram de efeito tequila, pois outras economias emergentes (como o
Brasil e a Argentina) viram suas reservas minguarem rapidamente quando os
investidores internacionais passaram a tirar capitais desses países para reforçar
suas posições nos mercados que consideravam preferenciais, a estratégia se
mostrou sólida: uma pronta reação das autoridades monetárias elevando os juros
internos (e penalizando, novamente, o empresariado e o sistema produtivo nacional)
rapidamente recompôs a situação.
A conclusão, a que se pretende chegar com esta análise, é demonstrar que por
melhores que fossem os instrumentos de diagnóstico ambiental que uma
organização dispusesse, era virtualmente impossível prever que um conjunto de
eventos localizados na Rússia, Indonésia e Tailândia, países com os quais o Brasil
tem pouquíssimo em comum em termos de intercâmbio comercial e financeiro,
viesse a ter tamanho impacto sobre as empresas brasileiras. É preciso notar que
poucas empresas podem se dar ao luxo de adotar estratégias imobilistas do tipo
“esperar para ver” (wait and see), sendo obrigadas a tomar decisões de risco,
mesmo quando sabem que o ambiente em que estão operando está carregado de
volatilidade.
35
2.2 Diferentes níveis estratégicos
Em empresas grandes ou diversificadas a estratégia pode ser formulada em
diferentes níveis. A estratégia pode ser formulada em níveis corporativos, de
negócios e operacional. O pré-requisito do sucesso organizacional é que todos os
níveis estratégicos se juntem para formar um todo consistente e coerente.
O nível corporativo é o mais amplo. Ele determina os negócios nos quais a empresa
escolhe competir e escolhe a forma mais eficiente de alocar recursos escassos entre
unidades de negócios. A estratégia corporativa revela a natureza da contribuição
econômica e não-econômica que visa fazer aos acionistas, empregados, clientes e
comunidade.
De acordo com Porter (1999), a estratégia corporativa deve também responder às
seguintes questões: como a diretoria deve administrar o conjunto de unidades de
negócios e porque a corporação é melhor e maior do que a soma de suas unidades
de negócios. A última questão se relaciona ao conceito de sinergia. Porter (1998)
propõe que empresas globais tenham que decidir como configurar as atividades
entre os países e como coordenar essas atividades internacionais.
Estratégia das unidades de negócios é o segundo nível da estratégia. Ela se
preocupa com a criação de vantagens competitivas e como competir de forma bem
sucedida em cada negócio que a empresa opera. Portanto, as estratégias de
unidades de negócios respondem as seguintes questões:
Como a vantagem sobre competidores pode ser obtida?
36
Quais as novas oportunidades que podem ser identificadas ou criadas nos
mercados?
Quais os produtos ou serviços que devem ser desenvolvidos em quais
mercados?
Em que medida esses produtos e serviços atendem às necessidades dos
consumidores de tal forma a atingir os objetivos da organização?
Finalmente, as estratégias devem ser integradas ao nível operacional, caso o
sucesso da estratégia deva ser garantido e a vantagem estratégica real deva ser
atingida. Estratégias operacionais estão preocupadas com as partes integrantes da
organização, em termos de recursos, processos, pessoas e suas habilidades,
colocados, conjuntamente, de maneira a formar uma arquitetura estratégica que vai
efetivamente criar uma proposta de direção estratégica geral, cujo principal foco
esteja na maximização da produtividade dos recursos em nível operacional.
Informações contábeis podem ser usadas em diversos níveis organizacionais
discutidos anteriormente. No nível mais alto (corporativo) a contabilidade gerencial
deve produzir informações sobre:
A performance competitiva financeira e de longo prazo da organização.
Condições de mercado.
Preferências dos consumidores.
Inovações tecnológicas.
No nível administrativo, a informação é basicamente financeira e o propósito é medir
os custos dos recursos utilizados para produzir um produto ou serviço e vender e
37
entregar o produto ou serviço aos clientes. No nível operacional a informação é não
financeira, provendo feedback sobre a eficiência e qualidade dos objetivos atingidos.
O modelo pode ser utilizado em pelo menos dois dos níveis estratégicos mais altos
(corporativo e unidades de negócios). No nível corporativo estes modelos podem ser
utilizados em pelo menos duas situações diferentes.
Primeiro, os modelos podem ser utilizados na alocação de recursos escassos para
as áreas de mercado com desenvolvimento mais promissor.
Segundo, os modelos podem mostrar a posição de preços (no varejo) comparada a
de competidores, e uma possível necessidade de mudanças na estratégia comercial.
No nível de unidade de negócios, os modelos podem ser utilizados em decisões de
produção (onde produzir de forma que se minimize os custos de produção). Apesar
dos níveis estratégicos, os modelos podem ser utilizados para explicar as razões de
performances boas ou ruins de subsidiárias ou operações em diferentes áreas de
mercado.
2.3 Processo estratégico
A determinação da estratégia pode ser entendida como um processo. Embora a
estratégia a ser escolhida no final seja similar (por exemplo, diferenciação ou
liderança em custos), a racionalidade (tomada de decisão) pode ser baseada em
intuição ao invés de um processo lógico. Portanto, o processo formal de
planejamento estratégico pode ser mais informal em alguns casos. O processo pode
ainda ser mais ou menos seqüencial, anárquico ou iterativo.
38
Ahola (1995) construiu um modelo de um processo estratégico contínuo. O modelo
iterativo inclui cinco fases e enfatiza o feedback contínuo durante a formulação e
implementação da estratégia. Os “itens” da estratégia devem ser considerados
porque têm impacto nas aspirações e objetivos da organização, expressos em:
Metas
Mandatos
Missões ou
Valores
Esses pontos requerem ação urgente quando o ambiente ou as operações e
capacidade da empresa mudam, se a empresa quiser sobreviver e prosperar.
Portanto, os administradores precisam de informação em tempo real no que diz
respeito ao ambiente, porque torna o processo estratégico mais rápido, permitindo
aos administradores a identificação de problemas e oportunidades mais cedo.
Na FIG. 1 está descrito o modelo de Ahola para um processo estratégico contínuo.
39
FIGURA 1 – Modelo de Ahola – Processo Estratégico Contínuo
Fonte: AHOLA, 1995.
PROCESSO ESTRATÉGICO CONTINUO
Definindo ou
atualizando
crenças e
premissas
básicas.
Definindo ou
atualizando
o curso
estratégico.
Efeitos
sobre
planos de
ação/metas
críticas de
alcance
Implementação
estratégica
Questões do
ambiente:
Delineando
Monitorando
Prognosticando
Efeitos sobre
crenças e
premissas
básicas?
Efeitos
sobre o
curso
estratégico?
Efeitos
sobre
planos de
ação/metas
críticas de
Efeitos
sobre
a ação
imediata ?
QUESTÕES
ESTRATÉGICAS
QUATRO PERGUNTAS
1. AMBIENTE
MACRO
2. AMBIENTE
COMPETITIVO
3. AMBIENTE
TAREFA
1. MISSÃO
2. VISÃO
3. METAS/OBJETVOS
4. ESTRATÉGIAS
5. AGENDA
ESTRATÉGICA.
1. PLANOS DE
AÇÃO
2. METAS
CRITÍCAS DE
ALCANCE.
1. MEDIDAS
CONCRETAS
40
2.3.1 Uma alternativa de análise: a análise PEST
O acrônimo PEST é utilizado para identificar quatro dimensões de análise ambiental
de natureza qualitativa de fenômenos dificilmente quantificáveis: a Política, a
Econômica, a Social e a Tecnológica. O importante não é ressaltar a importância
dessas quatro dimensões, de resto bem conhecidas e exploradas em toda a
literatura relevante de planejamento estratégico, mas chamar a atenção para
algumas regras a serem utilizadas no seu manejo.
Como instrumento de redução dos riscos estratégicos, a análise PEST adquire maior
utilidade quando: é utilizada em conjunto com outros instrumentos analíticos, tais
como o Modelo das Forças Competitivas de Porter (1986); a seleção das variáveis a
ser pesquisada é limitada a cinco, para evitar uma dispersão da atenção entre um
maior número de fatores, sem dúvida, importantes, mas de menor impacto.
Norburn (1997) exemplifica o tipo de variáveis a ser pesquisada nessas quatro
dimensões:
a. Mudança política e intervenção governamental: até que ponto, por exemplo, a
ascensão de um determinado partido político ao poder determinará uma
alteração na política de estímulo industrial? Ou até que ponto os governos se
sentirão tentados a interferir nas decisões empresariais privadas, tais como a
localização de indústrias?
b. Dependência do ciclo econômico: como determinadas empresas (obviamente as
que estão realizando a análise e suas concorrentes) serão afetadas pelos
diferentes estágios de um ciclo econômico? Ou qual será a reação dos
governantes em termos de política monetária e fiscal a cada modificação
41
relevante no ciclo? Será mais prudente endividar-se a longo ou a curto prazo? E
assim por diante.
c. Mudanças sociais, demográficas, atitudinais e religiosas: quais são os efeitos das
mudanças demográficas sobre a demanda atual e potencial dos produtos da
empresa? E que efeitos sobre a indústria do tabaco resultarão da crescente
hostilização ao fumo na legislação de muitos países e nas atitudes dos
consumidores? Ou até que ponto o predomínio de uma determinada religião ou a
adoção de uma política fundamentalista (como a das repúblicas islâmicas) afetam
o funcionamento e as perspectivas de uma determinada empresa?
As recomendações quanto à limitação do número de variáveis a ser investigadas
têm razão de ser. O excesso de informações pode ter um efeito tão nocivo sobre a
capacidade de ação estratégica quanto sua escassez. Essa é uma síndrome que os
críticos do planejamento empresarial chamam de paranalysis, a paranalysis by
analysis. Às voltas com a digestão de um grande número de dados, uma empresa
pode se ver imobilizada, com receio de deixar de lado uma variável importante e não
agir tempestivamente.
Por seu turno, a recomendação de associar esse tipo de análise ao Modelo das
Forças Competitivas de Porter também é plenamente justificável. Ao concentrar seu
foco nas cinco forças competitivas (os “entrantes”, os “substitutos”, o poder relativo
dos fornecedores e dos consumidores, bem como a própria concorrência atual), a
empresa delimita seu universo de investigação, o que permite guardar o foco.
42
Outra recomendação de Norburn diz respeito à utilização de métodos quantitativos
para dar maior rigor à análise, mesmo reconhecendo que a análise PEST não
pretende ser uma técnica de quantificação precisa:
O primeiro passo é atribuir probabilidades a cada uma das variáveis; o segundo
consiste em avaliar os efeitos quantitativos e qualitativos da ocorrência de cada
variável sobre a capacidade (da empresa) alcançar seus objetivos corporativos.
Multiplicando a probabilidade pelo efeito, obtêm-se um ranking rudimentar de índices
de vulnerabilidade empresarial – e de oportunidades. Em seguida, esses índices são
refinados, eliminando as variáveis de menor impacto e concentrando a atenção
naquelas com impacto mais significativo (NORBURN, 1997).
Quais as implicações dessas recomendações sobre as estruturas de inteligência
empresarial? Com base no pressuposto de uma análise exaustiva do maior número
possível de variáveis ambientais, desenvolveu-se o pensamento, relativamente
simplista, de uma organização que contasse com sofisticado sistema de coleta e
tratamento de dados poderia conduzir seu destino, na medida em que, conhecendo
minuciosamente o ambiente em que opera (e, primordialmente, seus consumidores)
se transformasse em uma máquina de produção voltada para esses últimos. Muitas
empresas, ociosas da necessidade de perscrutar o ambiente em que estão
operando, montam estruturas para a coleta de dados, assinam newsletters,
contratam consultores e, mais recentemente, se debruçam na Internet em busca de
mais e mais subsídios para a tomada de decisão, em situações de complexidade e
incerteza crescentes.
43
Esse pensamento é simplista, pois, como frisou Haselhoff (1990), não apenas as
interfaces com o ambiente são, na prática, muito menos nítidas do que parecem na
teoria, como – igualmente – as interpretações dos diferentes membros de uma
organização sobre o ambiente não são necessariamente harmônicas; ao contrário, a
dissensão e o conflito interno são características usuais nas organizações
contemporâneas, o que leva a que um mesmo conjunto de informações mereça
interpretações totalmente diversas por parte dos executivos da empresa. Uma das
dificuldades habituais dos planejadores estratégicos decorre, exatamente, em ter de
conciliar diferentes pontos de vista e interesses dos que comandam, integram ou se
relacionam com uma organização (o que se convencionou chamar de stakeholders),
que tendem, inevitavelmente, a utilizar as análises ambientais para reforçar seus
pontos de vista, posições e interesses próprios. Afinal, está-se lidando com
hipóteses, expectativas e probabilidades e não com certezas matemáticas. Acresce
que o componente da audácia e da surpresa, inerentes à estratégia, estariam
prejudicados, na medida em que os executivos da empresa, seguindo rigorosamente
as tendências sugeridas pelos dados ambientais, tenderiam a agir de maneira
previsível e conformista para não ser responsabilizados pelos eventuais erros de
avaliação.
Portanto, contar com um bom sistema cognitivo ajuda, mas não resolve o problema
de como antecipar as mudanças ambientais e antecipar-se a elas, agindo
estrategicamente; para isso, é necessário muito mais, a começar por um trabalho de
natureza política a ser desenvolvido, para que a organização alcance um mínimo de
harmonia, em relação à forma como decide enfrentar os desafios externos
(HASELHOFF, 1990, p. 36).
44
A crescente complexidade do ambiente estratégico e o aumento exponencial dos
dados e informações a respeito de variáveis ambientais não determinam a
obsolescência dos processos de planejamento estratégico, entendido como o
processo pelo qual uma organização combina seus recursos e ações para atingir
seus objetivos. Mas, certamente, exige algumas qualificações importantes, como
descrevemos, a seguir:
a. Uma maior ênfase nos processos políticos da empresa, tais como a busca de
consenso, o gerenciamento de conflitos e a convergência de agendas e
interesses específicos dos dirigentes, acionistas e demais stakeholders, visando
reduzir os níveis de fricção interna e de entropia organizacional, ampliando dessa
maneira a capacidade de intervenção estratégica da empresa.
b. A utilização de instrumentos mais expeditos de coleta e interpretação de dados e
informações para reduzir os prazos de análise ambiental e evitar sua
obsolescência.
c. A adoção de estruturas decisionais que permitam que a análise multidimensional
e multidepartamental das informações ambientais coletadas substitua os
processos rotineiros de análise seqüencial, propiciando, assim, ganhos de tempo
consideráveis e o desenvolvimento de modelos holísticos de interpretação, em
oposição aos modelos fragmentários que são a tônica nas estruturas
convencionais.
Além disso, evidentemente, é necessário desenvolver estruturas e processos
gerenciais que valorizem e estimulem as capacidades de adaptação e de rápida
resposta entre executivos e gerentes.
45
2.4 Administração estratégica
Conceitos em administração estratégica e finanças corporativas enfatizam o papel
do ambiente nos termos de seu efeito sobre a firma. Esses conceitos ressaltam a
necessidade da firma de analisar o ambiente externo para identificar oportunidades
e ameaças. O processo de análise do ambiente externo se concentra na
identificação das forças no ambiente macro-externo para estudar os seus efeitos no
ambiente-tarefa e no ambiente da indústria, que por sua vez afeta o ambiente da
firma. A chave para este processo está na identificação de oportunidades e ameaças
que mantém a firma informada das mudanças no ambiente externo, que ajuda a
firma a formular estratégias para se adaptar a estas mudanças. Este processo é o
alinhamento entre o ambiente externo da firma e a escolha estratégica.
Em administração estratégica, o impacto do risco no ambiente é estudado sob os
conceitos ambientais, tais como incerteza, complexidade, dinamismo, etc. Em
finanças corporativas, estes conceitos recaem sob o conceito de risco
Note-se que a definição de risco em finanças corporativas é similar à definição de
risco em administração estratégica, na qual a estratégia das firmas de aproveitar
estratégias e reduzir ameaças é inerente aos tipos de riscos que os teóricos de
finanças corporativas enfatizam. Esses riscos por si só capturam os efeitos de
oportunidades e ameaças que são conceitualmente explicados pelos teóricos de
administração.
Pesquisadores tanto de administração estratégica quanto de finanças corporativas
têm estudado o impacto do risco do ambiente na firma. Os estudiosos na área de
estratégia têm estudado o impacto do ambiente na firma e como a formulação do
46
processo estratégico é impactada pelos conceitos ambientais. Esses teóricos
definem a formulação estratégica como função da escolha de estratégias que visa às
mudanças que ocorrem no ambiente externo da firma. Hill e Jones (1995) sugerem
que a firma precisa comparar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças com o
objetivo de explorar oportunidades utilizando-se de forças existentes ou potenciais, e
contra atacar ameaças corrigindo as fraquezas da firma. Eles enfatizam também que
o processo de escolhas estratégicas envolve a identificação de estratégias
relacionadas aos níveis corporativo, de unidade de negócios e funcionais, com o
objetivo mais amplo de ser capaz de uma adaptação a um ambiente competitivo em
rápida mudança.
Esses conceitos se aplicam a como os teóricos de finanças corporativas definiram a
abordagem de firmas na administração do risco para aumentar o valor real e
percebido da firma. Em finanças corporativas, isto é definido sob o conceito de risco,
e seu impacto na forma como os recursos são alocados. A diferença entre
administração estratégica e finanças está em como os níveis de administração são
definidos. Enquanto em finanças corporativas a estratégia das firmas e alocação de
recursos é estudada em estratégias corporativas e estrutura de capital da firma, em
administração estratégica elas são definidas como estratégias em nível funcional,
unidade de negócios e corporativa.
Esses níveis de estratégia em uma firma foram definidos, pelos teóricos em
estratégia, para ajudar a identificar e conceituar as diferenças de abordagem na
administração de empresas, entre os diferentes níveis da hierarquia corporativa.
Estratégias no nível corporativo focam em que negócios a firma deveria estar
investida, para satisfazer os interesses dos stakeholders e maximizar o valor do
47
investimento dos acionistas. O foco aqui está em assuntos relacionados ao
crescimento e liquidez da firma, os quais influenciam a satisfação dos acionistas. Por
outro lado, estratégias no nível de unidade de negócios encampam análises sobre a
forma pela qual a empresa deveria buscar atingir uma vantagem competitiva via
posicionamento efetivo. Deve ser notado que estas estratégias de posicionamento
das empresas devem variar dependendo das características da indústria. Em
finanças corporativas, embora as estratégias no nível de negócios não sejam
definidas como estratégias de posicionamento, os objetivos destas estratégias e
seus efeitos são considerados dentro dos conceitos de diversificação e liquidez
associados às estratégias corporativas.
O objetivo de estratégias, no nível funcional, é atingir vantagens competitivas por
meio de estratégias direcionadas a melhorar a efetividade das operações funcionais
dentro de uma corporação. Note-se que em finanças corporativas as estratégias no
nível funcional são consideradas como agregados reportados como parte das
demonstrações financeiras de unidades de negócios individuais, que são então
analisadas em conexão com as estratégias corporativas. Deveria ser ainda notado
que as estratégias funcionais e de unidades de negócios são impactadas pela forma
como as estratégias corporativas são formuladas. Embora possa ser argumentado
que uma abordagem bottom-up na definição de estratégias funcionais e de unidades
de negócios não herdem os efeitos de estratégias corporativas de níveis funcionais
de negócios, na realidade, firmas definem sua estratégia de alocação de recursos
levando em consideração, primeiramente, os efeitos dessas estratégias no
desempenho corporativo global.
48
Uma vez que decisões de alocação de recursos são formuladas no nível corporativo,
administradores no nível de unidades de negócios podem identificar as estratégias
apropriadas para atingir os objetivos definidos pelos administradores no nível
corporativo.
Teóricos da administração têm sugerido que para atingir uma vantagem competitiva,
a firma deve obter um fit entre o ambiente, estratégia, estrutura, e controles. A
efetiva formulação da estratégia e sua implementação levam à realização dos
objetivos de desempenho identificados pelos stakeholders da firma. Enquanto o
conceito de fit entre o ambiente e a estratégia é importante para atingir o sucesso
estratégico, Prahalad (1991) sugeriu que a intenção estratégica é a chave para
atingir o sucesso em comparação com o fit estratégico – o paradigma que grande
parte dos teóricos da administração seguiram até o final dos anos 80. Esse autor
sugere que a intenção estratégica é a construção de novos recursos e competências
para explorar futuras oportunidades, enquanto a perspectiva de fit estratégico se
refere a atingir um melhor ajuste, ou fit, entre os recursos existentes na firma e as
oportunidades existentes no ambiente.
Em finanças corporativas, a perspectiva de intenção estratégica é estudada sob os
conceitos de como a firma é impactada pelo risco e como a firma aloca seus
recursos para administrar o risco no longo prazo. O alinhamento entre risco,
estratégias, estrutura e desempenho pode, portanto, ser validado ao se considerar
os efeitos defasados do risco nas decisões de alocação de recursos. A alocação de
recursos estudada em estratégias corporativas afeta a estrutura de capital das
firmas. E firmas que têm melhor desempenho são capazes de administrar o
processo descrito acima, vis-à-vis a alocação de recursos e decisões relacionadas à
49
estrutura de capital da firma de forma superior, levando à criação de valor para a
empresa.
O desempenho das empresas constitui-se na construção individualmente (e as
atividades em rede) mais importante que tem sido estudada por pesquisadores de
administração, bem como pesquisadores de finanças corporativas. Como objetivos
de desempenho é o que a empresa deseja atingir, essa construção será avaliada em
detalhes para revelar as variáveis chaves que a representam. O objetivo global da
existência da firma é continuar sobrevivendo por meio dos ciclos de vida da
indústria.
E para conseguir isso, a firma precisa garantir que os objetivos de desempenho
sejam atingidos consistentemente. Pesquisadores têm enfatizado várias medidas de
desempenho que variam, de medidas de satisfação dos acionistas vis-à-vis o retorno
sobre o patrimônio líquido e lucros por ação, até medidas de desempenho
operacional, por exemplo, retornos sobre vendas e lucro operacional bruto. As
medidas também variam em de cunho contábil até as baseadas em mercado,
conforme mostram as FIG. 2 e 3.
50
FIGURA 2 – Modelo conceitual proposto
Fonte: Pesquisa direta, 2005.
FIGURA 3 – Modelo teórico proposto
Fonte: Pesquisa direta, 2005.
RISCO AMBIENTAL
ESTRUTURA DE
CAPITAL
DESEMPENHO DA
FIRMA
ESTRATÉGIA
CORPORATIVA
TAXA DE CÂMBIO
TAXA DE JUROS
ESTRATÉGIA DE
LIQUIDEZ
DEBT / EQUITY
ALAVANCAGEM
FINANCEIRA
RETORNO SOBRE O
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Risco Ambiental Estratégica Corporativa Estrutura de capital
Desempenho da Firma
51
2.5 Definição das variáveis construídas
As construções conceituais identificadas neste estudo são o risco ambiental, a
estratégia corporativa, a estrutura de capital e o desempenho da firma. O item
presente explora essas construções, em mais detalhes, enquanto ressalta as várias
contribuições de pesquisadores do campo de pesquisa em administração de
empresas (que inclui tanto finanças corporativas quanto administração estratégica)
que levaram ao desenvolvimento da teoria.
Deve ser entendido que cada conjunto de construções será explorado dos pontos de
vista tanto de administração estratégica quanto de finanças corporativas, visando
ressaltar as semelhanças e diferenças que podem existir entre esses campos na
forma como as construções são definidas.
2.6 A construção do risco ambiental
A construção do risco do ambiente na literatura de administração estratégica emana
da escola de administração contingencial, que enfatiza o papel do ambiente na
definição de estratégias, e subseqüentemente a sua influência no desempenho das
firmas. Diversos pesquisadores em administração (DILL, 1958; EMIRY e TRIST,
1965; LAWRENCE e LORSCH, 1967; CHILD, 1972; JURKOVICH, 1974;
BOURGEOIS, 1980; DESS e BEARD et al., 1984, apud CHATHOUTH, 2002),
tentaram explicar o papel do ambiente na definição da estratégia das empresas, e
seu impacto no desempenho das firmas.
Esses estudos compreenderam duas ou três décadas de pesquisa, do final dos anos
cinqüenta até meados dos oitenta, que focam no conceito de ambiente e
52
contribuíram para o crescimento substancial da literatura pela pesquisa empírica e
conceitual.
Neste contexto, o papel do ambiente é fator contingencial da firma em termos das
oportunidades que pode criar e das ameaças que impõe. Isto é capturado nos vários
tipos de risco que a firma enfrenta em função de ameaças e oportunidades que
surgem do ambiente externo à firma. Esses riscos são função da complexidade e
incerteza do ambiente, que podem ter impacto significativo no sucesso da firma.
Administrar risco no nível organizacional é considerado a chave do sucesso de longo
prazo das firmas. De acordo com Busman e Van Zuiden (1998),
Existe um reconhecimento crescente que a coordenação e financiamento
efetivo de todas as facetas do risco organizacional é crítico para maximizar
o sucesso, sendo este sucesso medido pela riqueza criada aos acionistas,
ou no caso de organizações não-governamentais, educacionais ou sociais,
pelo escopo e qualidade dos serviços prestados (BUSMAN e VAN ZUIDEN,
1998, p. 14).
Além disso, os autores apontam que em razão da velocidade com que o ambiente
de negócios externo está constantemente mudando, os administradores são
impelidos a manter o ritmo da empresa alinhado a essa mudança pelo
monitoramento efetivo dos desenvolvimentos que aumentam a exposição ao risco
das firmas.
De acordo com Oxelheim e Wihlborg (1997), “O conceito de risco se refere em geral
à magnitude e probabilidade de mudanças não antecipadas que teriam impacto nos
fluxos de caixa da firma, no valor e na rentabilidade”.
53
O esforço visando identificar, avaliar e mensurar os impactos do risco, em suas
diversas modalidades, representa uma das questões de maior relevância no cenário
atual da gestão de empresas em geral e da teoria financeira, em particular. Cada vez
mais os aspectos relacionados à adequada identificação e administração do risco
ocupam porção significativa do tempo de professores, pesquisadores, gerentes e
profissionais financeiros. As publicações especializadas e as revistas de negócios
têm dedicado espaço crescente a esse assunto, que vem ganhando importância
como elemento decisivo no processo de tomada de decisão (BERNSTEIN, 1997).
O mercado financeiro brasileiro sofre diversas ameaças nas suas atividades. A
globalização e as inovações tecnológicas no mundo são os maiores responsáveis
pela alta volatilidade deste mercado.
Gitman, (1997), define risco como “a possibilidade de prejuízo financeiro.” Os Ativos
que possuem grandes possibilidades de prejuízos “são vistos como mais arriscados
que aqueles com menos possibilidades de prejuízo. Mais formalmente, o termo risco
é usado alternativamente com incerteza ao referir-se à variabilidade de retornos
associada a um dado ativo”.
“A idéia revolucionária que define a fronteira entre os tempos modernos e o passado
é o domínio do risco: noção de que o futuro é mais do que um capricho dos deuses
e de que homens e mulheres não são passivos ante a natureza” (BERNSTEIN,
1977). O autor infere que o ato de correr riscos é hoje um dos principais
catalisadores que impelem a sociedade ocidental moderna, o que só foi possível
pela compreensão da natureza do risco, da disponibilidade de instrumento para
medi-lo e para avaliar suas conseqüências.
54
Atualmente, empresas de todos os tipos estão sendo, cada vez mais,
conscientizadas a alcançar e demonstrar um desempenho satisfatório em relação à
sua segurança.
Nas últimas duas décadas, a palavra riscos vem sendo amplamente utilizada na
literatura com objetivos distintos, tais como: risco de negócios, social, econômico,
segurança, investimentos, político, entre outras (KAPLAN e GARRICK, 1981).
A gerência de riscos pode ser definida como a ciência, a arte e a função que visa a
proteção dos recursos humanos, materiais e financeiros de uma empresa, no que se
refere à eliminação, redução ou ainda financiamento dos riscos, caso seja
economicamente viável.
Para Bernstein (1997) o gerente de riscos não pode ver tudo, fazer tudo e saber
tudo. Por este motivo, seu principal objetivo deve consistir em desenvolver uma
consciência do risco, de maneira que todos se comportem com sentimento de
responsabilidade. O gerente de riscos deve trabalhar com as pessoas encarregadas
da segurança e também com os auditores internos, para localizar os riscos
derivados de qualquer disfunção organizacional, onde as visões globais da empresa
e experiência permitem um entendimento mais fácil dos problemas.
Apesar da gerência de riscos não ser ainda uma prática constante nas organizações
brasileiras, acredita-se que o gerenciamento de riscos não onera o balanço final das
empresas, e as despesas por ele incorridas não podem ser comparadas aos
benefícios que a empresa terá, tanto no tocante à otimização de custos de seguros
como na maior proteção dos recursos humanos, materiais, financeiros e ambientais.
55
Bernstein (1977) diz que “com o gerenciamento de riscos é possível a otimização
dos resultados do próprio desenvolvimento tecnológico, a partir da redução dos
riscos apresentados pelas atividades surgidas na moderna sociedade.”
2.6.1 Gestão de risco
Nos últimos anos, os administradores tornaram-se mais ciosos em relação ao fato
que suas empresas poderiam sofrer os impactos por riscos que se encontram além
de seu controle. (FROOT, SCHARÍSTEIN e STEIN, [s.d.]).
A gestão do risco é, certamente, a mais importante responsabilidade dos gestores
financeiros das empresas, assumindo especial relevância no caso dos bancos e
outras empresas.
Antes de efetuar um empréstimo ou um negócio, deve-se avaliar e controlar os
riscos envolvidos na operação.
Para o efetivo gerenciamento de riscos, decorrentes das atividades desenvolvidas
nas unidades de negócios e serviços de um conglomerado financeiro, a alta direção
deve ter uma visão consolidada de suas exposições operacionais. Para este fim, é
necessária a criação de uma área para o gerenciamento de riscos corporativos. O
desenvolvimento desta área requer, necessariamente, uma criteriosa definição do
escopo do trabalho dos responsáveis pela sua implementação.
56
2.6.2 Origem e evolução do risco
A palavra risco deriva do italiano riscare, que significa ousar. Neste sentido,
Bernstein (1997), diz que “risco é uma opção, e não um destino.” E continua: “a
capacidade de administrar riscos, e com ela, a vontade de correr riscos e fazer
opções ousadas são elementos-chave da energia que impulsiona o sistema
econômico”. Sendo o risco uma opção, então é possível medi-lo, avaliar suas
conseqüências e geri-lo.
O desenvolvimento do seu estudo ao longo dos anos envolveu uma contraposição
contínua entre aqueles que afirmam que as melhores decisões são tomadas com
base em instrumentos matemáticos que dependem de informações, na sua maior
parte, numéricas, e os que baseiam suas decisões em graus de crença mais
subjetivos acerca das incertezas do futuro.
Com o passar dos anos, essa controvérsia ainda não solucionada entre a
quantificação suportada pelas observações do passado e a abordagem subjetiva
orientada para a realização de previsões acerca do futuro ganhou um significativo
apoio da matemática moderna e das facilidades proporcionadas pela informática,
que em muito contribuíram para o desenvolvimento da moderna administração do
risco.
Risco é a realidade que faz parte do cotidiano humano. Desde os mais remotos
tempos o homem procurou se defender dos riscos que o cercavam. Recolhia-se às
cavernas, desenvolvia habilidade guerreira, construía pequenas armas, utilizava,
mesmo sem ter consciência, técnicas e ferramentas de proteção ao risco, de acordo
57
com o estágio de vida daquele momento; ou melhor, de acordo com os riscos
daquele momento.
Nos tempos atuais, na vida prática, a idéia de risco é associada à possibilidade que
algo ruim aconteça.
A maioria das decisões no dia-a-dia das pessoas envolve uma escolha, uma opção
entre algum tipo de risco e a recompensa a ele associada. No mundo das finanças
isto não é diferente e toma uma dimensão de grande importância, pois implica no
custo do capital utilizado e no retorno esperado. Qualquer investimento só é
interessante se o retorno for maior que o custo do capital e o risco nele embutidos.
Groppell e Nikbakht (1999) dizem que “risco e retorno são a base sobre a qual são
tomadas decisões racionais e inteligentes de investimento”. Portanto, na capacidade
para medir essas variáveis pode estar o diferencial nos negócios de uma empresa.
Mesmo que os métodos, modelos ou ferramentas utilizadas para essas
mensurações não interessem aos clientes e investidores, negociar com instituições
que ofereçam vantagens adicionais é o que estes buscam sempre.
Segundo Groppell e Nikbakht (1999) o risco, enquanto variável do retorno:
[...] está diretamente ligado ao resultado das empresas, por isso é sempre
objeto de estudo. Por não se poder excluir a variável risco,nem estabelecer
um valor ideal para as perdas, determinar um intervalo no qual elas podem
ser aceitas, ou o nível de risco ao qual uma instituição pode se expor é um
grande passo para a tomada decisão, e um meio para maximizar o
resultado (GROPPELL e NIKBAKHT, 1999, p. 87).
Experiências de grandes perdas, provocadas por fragilidades nos controles ou
deficiências no gerenciamento de instituições, como o Barings Bank, Orange County
58
Fund, Procter & Gamble e Sumitomo, estimularam órgãos internacionais, como o
Bank for International Settlements (BIS), pelo Comitê de Basiléia de Supervisão
Bancária (comitê de regulação, supervisão e fiscalização bancária), a intensificar as
exigências no tocante à administração de riscos dentro das empresas (GROPPELL e
NIKBAKHT, 1999).
A gestão de risco nas empresas, enquanto atividade formal, é recente e ainda está
em processo de estruturação. As grandes mudanças acontecidas na década de 70,
com o fim do Acordo de Bretton Woods (em função da crise econômica norte
americana) e a conseqüente liberação das taxas de câmbio, tornaram o mercado
financeiro mais volátil, exigindo medidas que minimizassem o risco do sistema. Com
esse objetivo, o Comitê de Basiléia criou padrões internacionais para gerenciamento
de risco que devem ser observados pelos participantes do mercado. Dentre os
documentos divulgados pelo Comitê, visando à regulamentação do mercado
financeiro e redução de risco, pode-se citar: Basel Capital Accord (1988), Core
Principles for Effective Banking Supervision (1997), Framework for Internal Systems
in Banking Organizations (1998).
Ainda segundo Groppell e Nikbakht (1999), acrescentando que dentre as propostas
de regulamentação emitidas pelo Comitê, o Acordo de Capitais foi a que mais
impactou a rotina das empresas. Seu enfoque central é na exigência de um
percentual (8%) de capital mínimo requerido para fazer face aos riscos dos ativos
das instituições. O Acordo não é estático, altera-se em função das novas
necessidades do mercado.
59
Por necessidade de mercado ou exigência regulamentar, as empresas brasileiras
estão começando a dar à função de gestão de risco destaque especial. Se no
passado avaliar o risco de uma transação podia ser feito de “forma heurística” pelo
analista/gerente, a afirmativa já não procede no momento atual. Comenta Maluf
(1996) que a dinâmica do cenário operacional das empresas vem exigindo crescente
capacitação de seus administradores, e sistemas de controles eficazes e que o
empirismo vem sendo sistematicamente banido da gestão bancária.
Nas sociedades ocidentais, a noção de risco no campo financeiro encerra, em geral,
uma visão voltada para o perigo, para a possibilidade de perda ou prejuízo. Segundo
Dowes e Goodman (1993) risco representa a “possibilidade mensurável de perder ou
de não ganhar. O risco difere da incerteza, que não é mensurável”. Holanda (1988)
menciona o risco como sendo “possibilidade de perda ou de responsabilidade pelo
dano.”
Em finanças, por outro lado, o conceito de risco encerra um significado distinto
daquele atribuído a esse termo quando utilizado na linguagem coloquial ou
empregado em situações que ocorrem fora do âmbito financeiro.
Sharpe, Alexander e Bailey (1995) mencionam que:
[...] todos os livros-texto que tratam de investimentos definem o risco de
uma carteira de investimentos como sendo a volatilidade dos seus retornos,
medida pelo desvio padrão (raiz quadrada da variância), ou de forma
equivalente, pela variância, da distribuição de probabilidades desta carteira
(SHARPE, ALEXANDER e BAILEY, 1995).
Dessa forma, o autor relaciona o risco de um investimento à variabilidade dos
retornos esperados, que podem ser tanto negativos, de acordo com a visão comum
60
de risco, quanto positivos. “Um desvio padrão maior significa uma maior dispersão e,
conseqüentemente maior risco.”
Galitz (1995) escreve que todas as pessoas possuem certo sentimento do risco que
normalmente associa risco a ocorrência de um evento inesperado ou indesejável.
Ressalta, no entanto, que uma definição mais confiável, tanto qualitativamente
quanto quantitativamente deve ser: ”risco é qualquer variação em um resultado
esperado.” O autor conclui que esta definição é bastante atrativa, tendo em vista
incluir tanto eventos indesejáveis quanto desejáveis.
Van Horne (1998) elucida que o risco pode ser abordado como a possibilidade que o
retorno realizado, decorrente do investimento em uma ação, se desvie do retorno
esperado. Quanto maior for a magnitude do desvio e maior a probabilidade de sua
ocorrência, mais arriscada será considerada aquela ação. Para o autor, risco é
definido como a variabilidade dos retornos possíveis em relação ao esperado. Em
outras palavras, o risco é representado pelo elemento surpresa presente nas
expectativas de retornos futuros decorrentes de um determinado investimento.
O que torna arriscado um investimento no mercado de ações, segundo Brealey e
Myers (1998), “é a dispersão dos resultados possíveis. A medida habitual desta
dispersão é desvio-padrão ou variância.”
De acordo com Robichek e Myers (1976), “o grau de risco associado a um valor
esperado deve, normalmente, corresponder a uma função positiva de variância de
sua distribuição, ou de outra medida de dispersão.” Dessa forma, a dispersão da
distribuição de probabilidades de uma estimativa poderá ser considerada como uma
61
medida do risco, variando inversamente em relação ao grau de confiança depositada
nessa estimativa.
Conforme Brighan, Gapensky e Ehrharrdt (1999), uma medida de risco deve possuir
um valor definitivo que avalie a dispersão da distribuição de probabilidade de uma
variável. Esta medida é representada pelo desvio-padrão. Quanto menor o desvio-
padrão dos retornos, menos dispersa será a distribuição de probabilidade e menor
será o risco de um determinado investimento.
Brealey e Myers (1998) associam o risco de um determinado investimento à maior
ou menor certeza que se possa ter com referência aos eventos futuros previstos em
um determinado projeto de investimento. Nesse sentido, os valores considerados
para fins de análise de empreendimento representariam a melhor previsão
disponível, não havendo certeza acerca de sua efetiva realização.
De acordo com Grahan (1973), “as abordagens matemáticas atuais às decisões de
investimento, tem se tornado como padrão definir risco em termos da variação média
de preços ou volatilidade.” Dessa forma, o risco de um investimento é abordado na
perspectiva da variação apresentada pelos preços no mercado, ou pela sua
volatilidade.
Neves (1989), afirma que “na análise financeira, o risco deve ser visto como a
variação provável dos fluxos futuros” e [...], “para qualquer negócio, quanto maior a
incerteza na previsão dos fluxos monetários gerados, maior o risco” e ainda “a
variância e o desvio-padrão são as medidas estatísticas mais utilizadas na
quantificação do risco.”
62
Sandroni (1996) descreve o risco como “situação em que, partindo-se de um
conjunto de ações, vários resultados são possíveis e se conhecem as probabilidades
de cada um vir a acontecer. Corresponde à condição própria de um investidor diante
das possibilidades de perder ou ganhar dinheiro.”.
O rumo da administração de risco nas empresas, principalmente dos riscos
operacionais, será influenciado pelas propostas do novo acordo de capitais – A New
Capital Adequacy Framework, mas, também, pelo entendimento dos benefícios que
uma adequada gestão de risco traz às organizações.
Retornando à origem da palavra risco (riscare) entendimento do risco como opção; a
decisão de exposição, mais do que nunca, passa ser um processo racional, uma
escolha. Entretanto, para que essa afirmativa seja verdadeira, muito se tem ainda a
aperfeiçoar nas estruturas, sistemas, modelos e ferramentas de gestão de risco, e,
muito mais ainda, na cultura de gestão de risco nas organizações.
A prática de gestão de risco foi muito beneficiada por pesquisas realizadas na área
da administração financeira, a partir das leis da probabilidade e conceitos de risco e
retorno que, aliadas ao avanço da informática, proporcionaram desenvolvimento de
sistemas computacionais capazes de estimar com grande precisão o retorno de um
ativo e/ou grupo de ativos. Esses sistemas profissionalizaram a área de finanças das
empresas, propiciando grandes facilidades na mensuração e gerenciamento dos
riscos ambientais.
Porém, não só o aparato tecnológico proporciona uma eficaz gestão de risco. É
necessário que se estimule, nas instituições, a cultura para o gerenciamento do
63
risco. Essa prática comenta Duarte (1999), não pode prescindir de alguns elementos
fundamentais: “cultura corporativa para risco, pessoal qualificado, procedimentos
internos e tecnologia”. Uma efetiva gestão de risco depende da conjugação desses
elementos, o que implica, entre outras coisas, a presença de profissionais, técnica e
eticamente capazes, dentro de um ambiente com clara definição de
responsabilidades, políticas e procedimentos de gestão estruturados e dispondo de
ferramentas de trabalho adequadas. Gerir riscos não significa evitá-los, até porque é
tarefa impossível, mas, sim, reconhecê-los, tanto no ambiente interno, como no
externo, analisá-los, mensurá-los e administrá-los de forma planejada e consciente.
2.7 Dimensões do risco ambiental
A teoria financeira na atualidade enfoca, de maneira predominante, o risco como a
variabilidade dos resultados esperados, contemplando, portanto tanto as variações
positivas quanto negativas, apresentadas pelos valores realizados em relação às
expectativas. Sob essa ótica, quanto maior for a variabilidade conforme descrita
anteriormente, maior será o risco de determinado investimento ou de uma empresa.
Todas as decisões empresariais de natureza financeira ou que produzam impacto
nessa dimensão, pelo aumento ou diminuição da incerteza relacionada com os
resultados futuros, irão afetar, igualmente, o risco da empresa.
Como demonstrado por Walt e Dyer (1996), deve ser notado que o conceito de risco
que será capturado na presente pesquisa seria o impacto ex-ante e não ex-post que
a maioria dos estudos operacionalizou. Os autores explicam que
[...] em um contexto de tomada de decisões, o risco é um conceito ex-ante.
Contudo, é usualmente medido em um trabalho empírico no desempenho
organizacional após o evento (ex-post) através de medidas como a
64
variância dos retornos. Isto ocorre tanto no caso da economia financeira
quanto na administração estratégica (WALT e DYER, 1996),
Baseado nos conceitos de risco conforme definidos em finanças e estratégia, as
medidas de risco operacionalizadas neste estudo serão feitas mantendo-se em
mente o efeito ex-ante do risco na firma. Irão se operacionalizar assim, as
dimensões de risco e testar os efeitos deste risco nas estratégias corporativas,
estrutura de capital e desempenho das firmas.
2.7.1 A construção do conceito de estratégia corporativa
A construção do conceito de estratégia corporativa nesse trabalho engloba três
níveis distintos de estratégia – nível corporativo, unidade de negócios e funcional.
Pretende-se focar no nível de estratégias corporativas, enquanto explora-se o
trabalho de diversos pesquisadores nos campos de administração estratégica e
finanças corporativas.
Antes do conceito de estratégia corporativa ser explorado plenamente, é essencial
definirmos estratégia corporativa. Simplesmente colocado, estratégia corporativa
engloba as decisões da alta administração em investir em negócios que se
consideram os com maior potencial de agregar valor. A estratégia corporativa
influencia todos os níveis da formulação estratégica, incluindo níveis de unidades de
negócios e funcionais, nos quais as decisões tomadas neste nível se tornam a
referência da formulação estratégica no nível de negócios, que por sua vez
influencia o nível funcional. Isso não significa que os níveis funcionais e de
estratégia de negócios influencie as estratégias corporativas. Mesmo que possam
existir influências de ambos os níveis na formulação da estratégia corporativa, é a
65
forma como a alta administração da empresa define a estratégia como um todo que
irá influenciar a estratégia corporativa nos vários níveis hierárquicos.
2.8 Dimensões da estratégia corporativa
2.8.1 Liquidez
A dimensão da estratégia corporativa que será explorada neste estudo é a estratégia
de liquidez corporativa das firmas. A liquidez corporativa é a estratégia na qual a alta
administração da empresa presta atenção em conjunto com a administração dos
ativos da empresa. As firmas tipicamente administram sua liquidez pela decisão de
alocação de recursos que são diretamente relacionadas a ativos mais líquidos. O
objetivo é aumentar a liquidez da firma, mas este deve ser pesado contra as
vantagens de se investir em ativos ilíquidos. Alguns autores, como Myers e Rajan
(1995), proveram explicação à teoria que ativos mais líquidos podem levar a
problemas de agência, comparativamente a ativos menos líquidos. A literatura da
preferência de ativos líquidos pelas firmas, diz que ou as firmas devem manter
grandes quantidades de ativos líquidos ou então nenhum ativo líquido.
De acordo com John (1993) “ativos líquidos constituem uma porção considerável do
total de ativos e têm implicações importantes para o risco e a rentabilidade da firma”.
De acordo com Kallberg e Parkinson (1992) existem seis estágios de liquidez
decrescente, que são:
Cumprir as obrigações atuais com fluxos de caixa atuais, saldos de caixa ou
títulos de curto-prazo.
Utilizar crédito de curto prazo.
66
Administração cuidadosa dos fluxos de caixa que incluem administração de uma
política de crédito a clientes e administração de estoques.
Renegociação de contratos de dívida.
Vendas de ativos.
Falência.
Kim (1998) propõe que a relação entre a manutenção de ativos líquidos e as
oportunidades de crescimento da empresa devem ser positivas. Esta noção é
referendada por Lakonishok, Shleifer e Vishny (1992), que argumentam que firmas
com grandes porções de ativos intangíveis deveriam ter custos de falência mais
altos e, portanto, deveriam investir mais em ativos ilíquidos para minimizar este
custo. Esta visão é aceita por Myers (1977), colocando que manter excesso de
liquidez na firma pode ajudar na redução dos custos de falência.
Kim (1998) também propõe que o investimento em ativos ilíquidos é positivamente
relacionado ao retorno nos ativos líquidos, enquanto seriam negativamente
relacionados à taxa de retorno corrente nos investimentos em produção. Também,
os autores atestam que as futuras condições econômicas afetam o investimento em
ativos líquidos. Quanto melhor for o futuro em termos de oportunidades de
investimento, maiores serão os investimentos em ativos líquidos. Baskin (1987)
também coloca que na medida em que o índice de endividamento de uma firma
aumenta o custo de financiar ativos para manter um alto nível de liquidez aumenta,
portanto, reduzindo o nível de recursos que serão utilizados para manter altos níveis
de liquidez.
67
2.8.2 A estrutura de capital
A estrutura de capital de uma firma envolve dois componentes chave – a dívida e o
patrimônio líquido, ou seja, capitais de terceiros e próprio. Ross (1999) mostra que o
objetivo da administração é maximizar o valor de mercado da dívida e o valor de
mercado das ações. Ao fazer isso, a firma estará apta a maximizar seu valor total. A
estrutura ótima de capital da firma é a que minimiza o custo de capital. Em outras
palavras, um saldo ótimo entre a proporção de dívida e a proporção de patrimônio
líquido que resultaria na minimização global do custo associado a esses
componentes. Além disso, é essencial que estes custos sejam pesados entre as
várias fontes de fundos para garantir que o custo global seja mínimo.
Os componentes da estrutura de capital têm suas próprias características. Em outras
palavras, a dívida é uma função dos empréstimos de curto e longo prazo que são
pagos de acordo com o contrato de dívida. Os pagamentos feitos pela firma a seus
credores são feitos em duas partes; o primeiro componente é o serviço da dívida,
mais comumente conhecido como pagamentos de juros. O segundo componente é o
pagamento do principal. De outro lado, o patrimônio líquido é obtido dos acionistas
públicos ou de cotas privadas.
O custo associado ao financiamento por dívidas é o pagamento de juros ajustado
pelos impostos, enquanto o custo associado ao patrimônio líquido é a taxa de
retorno esperada sobre o patrimônio líquido. Um modelo muito utilizado para medir
esta taxa é o Capital Asset Pricing Model (CAPM).
Fundamentados em conceitos básicos de estrutura de capital, os administradores da
firma tomam decisões sobre o tipo de financiamentos e a que níveis, em termos de
68
magnitude, irão levar a empresa à minimização global dos custos associados com
esses financiamentos. O risco associado aos fluxos de caixa também afeta a
estrutura de capital. Quanto maior a volatilidade associada aos fluxos de caixa da
firma, maior será o impacto do risco na capacidade da firma de se financiar com
dívida ou patrimônio.
As decisões de estrutura de capital são condicionadas pelo impacto do ambiente
externo na firma e estratégias que as firmas utilizam para garantir que o valor da
firma seja maximizado. Estas estratégias variam de indústria pra indústria.
2.8.3 Desempenho da firma
Vários esforços de pesquisa em economia e administração têm tentado capturar o
conceito de desempenho que define o resultado de ações tomadas pelas firmas em
comparação com firmas competidoras e a indústria. Desde que o objetivo primário
de uma empresa é obter lucros, o desempenho tem sido um dos conceitos mais
importantes e mais estudados nas últimas décadas. O assunto importante que
precisa ser abordado em uma pesquisa que se propõe a estabelecer uma relação
entre ambiente, estratégia, estrutura e desempenho empresarial está ligado à
identificação de variáveis que representam uma construção de desempenho da
firma.
O desempenho da firma pode ser medida em termos de sua rentabilidade e
mercado. Tipicamente, a rentabilidade é medida em termos de retorno sobre o
capital investido no negócio ou retorno sobre as receitas geradas durante um dado
período. Por outro lado, a desempenho de mercado é medida em termos de
indicadores de mercado tais como preço de ações, índices de rentabilidade de
69
dividendos (dividend yield). O objetivo desse estudo será operacionalizar essas
medidas de desempenho que têm sido testadas em estudos anteriores, para ter uma
relação significativa com o ambiente, estratégia corporativa, e a estrutura de capital
da firma.
Beard e Dess (1981) usaram o retorno sobre investimento como medida do
desempenho da firma, que foi utilizado para testar a relação entre estratégias em
nível corporativo e o desempenho das firmas usando análise de regressão.
Resultados revelam que as estratégias no nível corporativo influenciam o
desempenho das firmas. Hall e Weiss (1967) utilizaram retorno sobre ativos como
medida de desempenho para testar a relação entre o tamanho da firma e a
rentabilidade. A análise de correlação foi utilizada como método estatístico e o
resultado indica que uma correlação negativa existe entre tamanho da firma e
rentabilidade.
Um estudo conduzido por Capon (1990) analisou 320 estudos empíricos (165 na
literatura de organização industrial e economia e 155 na literatura de administração
de empresas) publicados entre 1921 e 1987. Esse estudo revela que tipos de
medidas usados para capturar retorno sobre o investimento incluem retorno sobre
ativos, retorno sobre capital, retorno sobre patrimônio líquido, retorno sobre vendas,
e margens de preço/custo.
A presente dissertação buscará incorporar tanto medidas de desempenho de
mercado quanto medidas de rentabilidade, para testar a relação entre risco do
ambiente, estratégia corporativa e estrutura de capital.
70
2.8.4 Relação entre os conceitos construídos
No campo de estratégia, a relação entre o risco ambiental e os conceitos de
estratégia foi elucidada por diversas pesquisas realizadas desde os anos sessenta.
No contexto de finanças corporativas, esta relação se traduz em risco do ambiente e
sua relação com as estratégias corporativas. O risco do ambiente, que resulta na
variação dos fluxos de caixa, em um contexto tanto do presente e do futuro, pode
levar a estratégias de crescimento. Por exemplo, Ross sugere que a relação entre
risco e retorno é positiva. Quanto maior o risco de mercado de uma ação, maior o
retorno exigido pelos investidores.
Titman e Wessels (1988) sugerem que a relação entre risco da firma e nível de
endividamento é negativa.
As estratégias de liquidez corporativa têm sido testadas e se consideram evidências
que estão correlacionadas ao risco do ambiente externo. Firmas com maior
volatilidade de lucros e menor retorno em ativos físicos (ou tangíveis) tipicamente
investem em ativos mais líquidos se o retorno em ativos líquidos é relativamente
superior àqueles de ativos físicos. A relação entre liquidez e desempenho também
tem sido testada, e se revela ser positiva a relação entre liquidez e fluxos de caixa,
por exemplo.
O risco dos lucros da firma também apresenta uma relação negativa com os níveis
de endividamento. Em outras palavras, se as condições ambientais levarem a uma
maior volatilidade de lucros, o resultado são níveis de endividamento menores. Ross
(1999) sugere que firmas com maior potencial de crescimento de lucros terão níveis
de dívida menores, comparativamente a firmas com menor potencial de crescimento.
71
A relação entre liquidez e estrutura de capital da firma foi testada por Kim (1998) que
verificou que na medida em que a firma investe mais em ativos ilíquidos, o resultado
será a menor dependência de endividamento e, portanto, resultará em um menor
índice de endividamento. Isso foi confirmado por Baskin (1987) que reportou que a
relação entre dívida e liquidez é negativa.
Por outro lado, a relação entre a estrutura de endividamento e desempenho foi
reportada por Capon (1990), que sugeriu que de todas as 149 relações reportadas
utilizando a dívida como variável independente e o desempenho da firma como
variável dependente, 90 reportaram uma relação negativa entre desempenho da
firma e endividamento. Shah (1994) demonstra que mudanças na estrutura de
capital afetam o preço das ações, o que de alguma forma foi confirmado por Harris e
Raviv (1990), que sugeriram que existe uma correlação positiva entre alavancagem
e valor da firma. Note-se que uma estratégia de liquidez pode ser utilizada por firmas
para aumentar seu valor, a qual precisa ser testada em determinado contexto.
72
3 OPERACIONALIZANDO OS CONCEITOS E DIMENSÕES
3.1 A construção de risco ambiental
Sem dúvida alguma, dois dos fatores que exercem grande influência no ambiente
empresarial são as taxas de câmbio e de juros. A inflação, ainda que presente em
reduzida escala nas decisões empresariais, deixou de figurar como a maior
preocupação das finanças corporativas no Brasil após a estabilidade monetária
proporcionada pela implantação do Plano Real, em 1994.
A abertura dos mercados e a crescente integração financeira entre países têm
evidenciado cada vez mais a importância dos modelos econômicos de economia
aberta. Tais modelos incorporam, na análise econômica tradicional, elementos
externos ao controle do País, tais como taxas de juros internacionais, nível de
produção do resto do mundo, etc.
No tratamento de modelos de economia aberta, duas variáveis freqüentemente se
fazem presentes: taxa de câmbio e taxa de juros.
O Brasil tem uma experiência relativamente recente com taxa de câmbio flutuante.
Sete anos ainda conta pouco, contra décadas de câmbio fixo ou administrado.
Cálculos de taxa efetiva de câmbio e projeções de balança comercial são mais
relevantes em um regime onde o governo administra a taxa de câmbio diária, com
pouquíssima variância, fora as grandes desvalorizações ocasionais, do que no
regime atual. Neste, a taxa de câmbio é determinada livremente pela oferta e
73
demanda de divisas, se ajustando e variando de acordo com os fluxos comerciais e
financeiros do balanço de pagamentos.
No regime anterior e a partir de 1995, com a estabilidade proporcionada pelo Plano
Real, os movimentos especulativos de capitais respondiam fortemente ao diferencial
de juros entre o Brasil e o exterior. Os altos custos de uma mudança de regime
cambial, em conjunto com taxas de juros algumas vezes acima de 40% ao ano,
faziam com que a ganância superasse o medo e capitais especulativos de curto
prazo entrassem no país mesmo em períodos de crise, como após as crises
mexicana e asiática. Na verdade, há necessidade da entrada de capitais
estrangeiros para fomentarem o investimento no setor produtivo sem a necessidade
de gerar papel-moeda e, com isso, manter a inflação sob controle.
Dimensionar movimentos especulativos de capitais é difícil, uma vez que eles podem
tomar diversas formas. Neste contexto, a discussão sobre controles de capitais de
curto prazo torna-se pouco relevante. Inexiste, portanto, relação entre câmbio e
juros? Claro que existe, mas na economia brasileira atual, ela parece ser dominada
por efeitos sobre a demanda agregada. A alta da taxa de juros reduz o consumo e o
investimento, reduzindo o dispêndio face à renda, desta forma aumentando o
superávit em conta corrente e apreciando o câmbio. A apreciação cambial faria com
que o superávit comercial, em um segundo momento, se reduzisse.
Entretanto, a favorável conjuntura internacional atual refletida tanto na expansão do
comércio quanto no aumento no preço médio das exportações brasileiras tem mais
do que compensado este efeito, ampliando o superávit comercial. Tanto este quanto
a redução de endividamento em dólares das empresas, motivada em parte pela
74
queda no investimento doméstico e em parte pela própria apreciação cambial, junto
com a manutenção de um significativo ingresso de investimentos diretos, menos
sensíveis à conjuntura, contribuem para apreciar ainda mais o câmbio. Neste
panorama, o capital especulativo participa como um coadjuvante secundário e não
como um dos atores principais.
Indústrias que investiram pesado na conquista de mercados externos, mas com um
câmbio apreciado, estão perdendo competitividade e acesso aos mesmos. Todo
este cenário é muito fluido e decorre da liquidez farta de recursos financeiros nos
mercados internacionais, não só da SELIC elevada e dos excessos do chamado
“Custo Brasil”.
Dessa forma, pode-se afirmar que a taxa básica de juros em patamares elevados e a
sobrevalorização do real frente ao dólar inibem o desenvolvimento econômico e
reduzem a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
Uma taxa de juros elevada inibe investimentos na produção e aumenta o nível de
desemprego, provocando uma redução na renda e inibindo o consumo. Dessa
forma, ela inibe o crescimento do País, fato este de extrema gravidade. A âncora
cambial foi utilizada durante um longo período para conter a inflação. Entretanto, a
taxa de juros como instrumento de controle de inflação é eficaz caso a inflação seja
de demanda. No caso do Brasil, essa medida foi adotada para conter uma inflação
que não tinha características de demanda e sim gerada pelos preços administrados
ou monitorados pelo poder público. Esse fato comprometeu os investimentos e
desaqueceu a economia, pois uma taxa de juros elevada prejudica diretamente o
setor produtivo e favorece a especulação financeira.
75
Por outro lado, temos também que um câmbio muito apreciado pode trazer
problemas para o setor mais dinâmico da economia brasileira, que é o exportador.
Com o dólar baixo, as importações se elevam e tiram inclusive a competitividade dos
produtos nacionais internamente, além das comercializações externas, pois a
subvalorização do dólar significa que o produto brasileiro fica caro para ser
exportado. O dólar “barato” também provoca um aumento nas taxas de
desemprego, pois as indústrias podem deixar de investir na produção interna e
“terceirizar” a produção no exterior para aproveitar o câmbio apreciado. Isso impacta
diretamente nas taxas de crescimento do PIB e na balança comercial.
Com isso, podemos observar que com uma taxa de juros elevada, as empresas
ficam em dificuldades para investir e promover o crescimento econômico do País. O
dinheiro “caro” inibe investimentos na produção, conforme dito anteriormente,
incentivando a especulação.
Enquanto que uma taxa de câmbio apreciada afeta diretamente empresas que
transacionam no mercado internacional ou que dele recebam algum tipo de
influência. Por exemplo, uma empresa com receita em dólar e custo em real sofre
uma forte influência negativa de uma taxa de câmbio apreciada, pois podem sofrer
uma inflação de custos e ter dificuldades de recompor suas margens.
Os efeitos do câmbio são mais problemáticos. É claro que exportadores sempre
querem câmbio mais depreciado, mas essa variável tem importância na economia a
médio e longo prazo, a partir do seu valor real (corrigido pela diferença de inflação),
que não depende do governo, a não ser por tempo limitado. Há evidência que a taxa
de câmbio real é uma série estacionária a longo prazo para o Brasil (Mário Mesquita,
76
2003). O problema é que a meia vida dos desvios dessa tendência estacionária é
longa, e nas transições os efeitos sobre as empresas podem ser desastrosos. O
grande problema (além do lobby que engana) é o fato que muitos projetos de
exportação são decididos com base em projeções erradas de câmbio, e as
empresas depois se acham prejudicadas "pela política cambial", e esquecem que
tomaram suas decisões, muitas vezes, em momentos de câmbio muito
depreciados em termos reais, em valores que se tornam insustentáveis a longo
prazo.
3.2 A construção da estratégia corporativa
3.2.1 Estratégia de liquidez
A liquidez será operacionalizada usando o índice de liquidez seca, que é a razão
entre o ativo circulante subtraído dos estoques dividido pelo passivo circulante. Esta
razão significa que a proporção dos ativos totais da firma que são altamente líquidos,
por sua vez refletem o quão bem os administradores gerenciaram a posição de
liquidez da firma período a período.
3.2.2 Estrutura de capital
A estrutura de capital será operacionalizada usando-se o índice de liquidez total, que
é calculado como a razão entre a dívida total e o total de ativos da firma. A dívida
total inclui tanto a dívida de curto quanto à de longo prazo.
77
3.2.3 Desempenho da firma
Essa construção será operacionalizada utilizando-se medidas tradicionais de
desempenho da firma. Estas medidas são contábeis e financeiras. As medidas
contábeis são o retorno sobre ativos e retorno sobre patrimônio líquido. As medidas
financeiras incluem os fluxos de caixa líquidos, fluxos de caixa operacionais e o grau
de alavancagem financeira.
78
4 DESENVOLVIMENTO DE HIPÓTESES
Até esse ponto, as seções anteriores buscaram elucidar a relação entre as
construções conceituais. Nesse item, desenvolvem-se hipóteses específicas sobre a
relação entre variáveis independentes e dependentes, subdividas em seis
subseções:
a. Risco ambiental e estratégia corporativa.
b. Risco ambiental e estrutura de capital.
c. Risco ambiental e desempenho da firma.
d. Estratégia corporativa e estrutura de capital.
e. Estratégia corporativa e desempenho da firma.
f. Estrutura de capital e desempenho da firma.
A) Risco ambiental e estratégias corporativas (liquidez)
Como a liquidez é definida como a razão entre o ativo circulante subtraído dos
estoques dividido pelo passivo circulante, os componentes de risco ambiental terão
um efeito significativo sobre a mesma. Por definição, uma firma com grande risco
monetário terá um menor nível de fluxos de caixa operacionais para sustentar níveis
de liquidez mais altos. O caixa e investimentos de curto prazo influenciam o fluxo de
caixa operacional, e, portanto, quanto maior o risco monetário, maior será o impacto
na posição de liquidez de forma negativa. Isto leva à hipótese 1:
Existe relação inversa entre liquidez e o risco monetário
H1
LIQ = b0 - b1* TXJUROS + erro (1)
79
No caso de organizações com atuação tipicamente no mercado interno ou
importadoras de matéria-prima e de bens e serviços, o câmbio afetaria de forma
negativa a liquidez. Como estamos trabalhando com organizações com atuação nos
mercados interno e externo, um câmbio apreciado leva a uma melhora nos níveis de
liquidez, pois o mais importante a ser observado é que grandes corporações
possuem significativa parcela de suas dívidas atreladas ao câmbio. Dessa forma,
uma apreciação cambial melhora os níveis de liquidez das mesmas, pois o serviço
da dívida fica mais baixo. Isto leva à hipótese 2:
Existe relação inversa entre a liquidez e a taxa de câmbio. H2
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (2)
B) Risco ambiental e estrutura de capital
Deve existir uma relação inversa entre o risco ambiental e a estrutura de
endividamento. Quanto maior o risco, menor deveria ser o índice de endividamento
da firma. Isto se dá porque uma firma com alto risco teria uma maior covariância de
fluxos de caixa em comparação com a média de mercado, e como resultado tentaria
reduzir a sua alavancagem e o risco associado a ela, para ser percebida como uma
firma com risco baixo. Firmas com alto risco associado aos fluxos de caixa serão
tipicamente associadas a uma alta exposição à falência, e, portanto serão mais
conservadoras no uso de dívida na estrutura de capital. Subentende-se o fato que as
firmas estarão conscientes dos direitos dos credores sobre os ativos, quando os
lucros não atingirem um nível mínimo necessário para sustentar a solvência das
operações. Portanto, tais firmas irão utilizar níveis menores de dívida em
comparação a firmas que possuem baixo risco de fluxos de caixa. Como os fluxos de
80
caixa das operações da firma são utilizados para o serviço da dívida, esta irá reduzir
o nível ou manter baixos níveis de endividamento com o objetivo de administrar o
risco associado à covariância dos fluxos de caixa da firma com os do mercado. Isto
nos leva a hipótese 3:
Existe relação inversa entre o nível de endividamento e a taxa de juros. H3
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (4)
Da mesma forma, organizações com atuação no mercado interno ou importadoras
de matéria-prima e de bens e serviços tenderiam a sofrer um impacto negativo com
a depreciação cambial no seu endividamento. Entretanto, para organizações com
atuação no mercado global, uma apreciação no câmbio impactaria de maneira
positiva no endividamento das mesmas. Isto nos leva a hipótese 4:
Existe relação inversa entre o nível de endividamento e a taxa de câmbio. H4
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (5)
C) Risco ambiental e desempenho da firma
O fator de risco que emana do ambiente da firma tem impacto sobre o desempenho.
Medidas que descrevem o desempenho da firma podem ser categorizadas como
contábeis ou financeiras (fluxos de caixa). Tipicamente, um aumento no risco
ambiental (risco sistemático) impacta o desempenho da firma de forma negativa. Por
exemplo, maior taxa de juros poderia sugerir uma redução no consumo, e
conseqüentemente uma redução nas vendas da firma, o que tipicamente deveria ter
um impacto negativo nas receitas da firma. Em função dessa exposição elevada ao
risco, os resultados da firma serão afetados, medidos em termos de retorno sobre o
81
patrimônio líquido ou retorno sobre os ativos. Esses retornos provisionados serão
mais dependentes do nível de receitas que a firma gera, em uma base periódica,
porque a exposição ao risco se traduz na variância do desempenho, impactando
variáveis como os lucros operacionais e o lucro líquido. Isto leva a hipótese 5:
Existe relação inversa entre o desempenho da firma e a taxa de juros. H5
RETPL = b0 - b1* TXJUROS + erro (7)
Deve ser apontado que o risco ambiental pode não ter um impacto direto em
métricas financeiras ou de fluxos de caixa. Essas medidas são baseadas na posição
de caixa da firma. É medido, por exemplo, em termos de fluxos de caixa por ação,
que são dependentes da forma pela qual a firma administra seus fluxos de caixa no
tempo. De forma similar, o risco não afeta as medidas de desempenho contábeis da
firma, pois impacta mais as medidas de fluxo de caixa do que as de lucro contábil.
Por outro lado, o risco terá um impacto direto nos fluxos de caixa da firma e,
portanto, afetará os fluxos de caixa por ação. Tal se dá porque um aumento no risco
ambiental resulta em um impacto direto nos fluxos de caixa operacionais da firma, o
que por sua vez reduz os fluxos de caixa da firma. O contrário será válido se o risco
ambiental diminuir. Isto nos leva às hipóteses 6 e 7:
Existe relação inversa entre os fluxos de caixa da firma e a taxa de juros. H6
LPA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (8)
Existe relação inversa entre os fluxos de caixa da firma e a taxa de câmbio. H7
LPA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (9)
82
D) Estratégia corporativa (liquidez) e estrutura de capital
Firmas que são mais líquidas terão menor posição de endividamento, comparadas a
firmas mais ilíquidas. Isso se baseia no fato que um alto nível de endividamento
implica em uma redução dos fluxos de caixa operacionais da firma como resultado
de maiores serviços da dívida, ceteris paribus. Portanto, firmas mais líquidas irão
reduzir o nível de endividamento em sua estrutura de capital para manter maiores
níveis de liquidez. Isto nos leva à hipótese 8:
Existe relação inversa entre a liquidez da firma e o índice de endividamento. H8
LIQ = b0 - b1 * INDICEDIVIDA + erro (11)
E) Estratégia corporativa (liquidez) e desempenho da firma
Firmas que seguem uma estratégia de alta liquidez terão um efeito positivo nos
fluxos de caixa. O efeito contrário será considerado no presente estudo. Tal ocorre
porque a firma que se propõe a aumentar sua posição de liquidez iria tipicamente
aumentar seus fluxos de caixa operacionais. Assumindo que não existe mudança
significativa nos dispêndios de capital da firma durante o período. O contrário será
verdadeiro para firmas que são mais ilíquidas em comparação com firmas que são
mais líquidas. Isto nos leva à hipótese 9:
Existe relação direta entre a estratégia de liquidez da firma e os fluxos de
caixa.
H9
LIQ = b0 + b1 * LPA + erro (12)
Por outro lado, a relação entre a liquidez da firma e os retornos sobre patrimônio
líquido é negativa por hipótese. Firmas que são mais líquidas tem mais caixa e
83
ativos de curto prazo em comparação com uma firma típica, o que em outras
palavras indica que tais firmas têm mais reservas em caixa. Uma firma que retém
seus lucros na forma de reservas de caixa irá tipicamente assumir um maior custo
de oportunidade. Em outras palavras, tais firmas desistem de oportunidades de
investir seu excesso de ativos líquidos em investimentos que aumentariam o valor da
firma. Isto nos leva à hipótese 10:
Existe relação inversa entre a liquidez da firma e o retorno sobre o
patrimônio líquido.
H10
LIQ = b0 - b1 * RETPL + erro (13)
F) Estrutura de capital e desempenho da firma
Firmas que usam um alto nível de dívida em sua estrutura de capital, em
comparação com firmas que usam relativamente pouca dívida, terão um impacto
positivo em seus retornos sobre o patrimônio líquido. Isso devido ao conceito de
alavancagem financeira. A alavancagem financeira existirá quando houver custos
fixos financeiros, o que significa dizer que se trata da possibilidade de utilização de
recursos de terceiros para aumentar o lucro dos proprietários. O Grau de
Alavancagem Financeira (GAF) sempre existirá quando satisfizer a seguinte
equação:
GAF= % LPA > 1
% LAJIR
(A)
O Grau de Alavancagem Financeira é, pois medida de risco, ou seja, risco
financeiro, o que significa que se uma empresa consegue ampliar o seu resultado
operacional mantendo a mesma estrutura de capital haverá uma variação mais do
84
que proporcional na remuneração dos acionistas e por outro lado, reduzindo o seu
lucro operacional o mesmo efeito multiplicador atuará provocando uma queda mais
acentuada do lucro dos acionistas ordinários. O risco financeiro pode ser
caracterizado como o volume de resultado que o acionista ordinário perde para
remunerar o capital de terceiros. Todavia, na mesma proporção em que se aumenta
a possibilidade de maior rendimento do capital próprio, o risco financeiro, devido ao
aumento do endividamento da empresa, também crescerá. O risco financeiro
exprime a possibilidade de a empresa vir a necessitar, emergencialmente, de
recursos adicionais e estes não estarem disponíveis no mercado devido ao elevado
nível de endividamento e assim tornar a empresa sem liquidez. Isto nos leva às
hipóteses 11 e 12:
Existe relação direta entre o grau de alavancagem financeira da firma e o
retorno sobre o patrimônio líquido
H11
RETPL = b0 + b1 * GAF + erro (15)
Existe relação direta entre o nível de endividamento da firma e o retorno
sobre o patrimônio líquido.
H12
RETPL = b0 + b1 * INDICEDIVIDA + erro (16)
Para melhor entendimento, temos:
(B)
LOP
RT
RT
AT
LL
LAIR
LAIR
LOP
LL
PL
xx xx =
Alavancagem financeira ROIC
AT
PL
85
Onde,
ROIC é o retorno sobre o capital investido
ROIC = LOP x (1 – t) , pois LL = 1-t, onde t é alíquota do imposto de renda
AT LAIR
AT é o endividamento
PL
LAIR é a margem após o endividamento e como LAIR = LOP-DF, teremos que :
LOP
LAIR = 1 - DF , onde DF é a despesa financeira
LOP LOP
Isso, porque,
Lucro operacional (LOP)
(-) Depreciação
(-) Despesas Financeiras
(=) LAIR
(-) IR
(=) Lucro líquido (LL)
86
5 METODOLOGIA
A contribuição deste trabalho reside na proposição ou busca de um método de
análise, baseado em uma amostra de empresas, da questão relacionada a, se a
estratégia adotada pelas mesmas é robusta à volatilidade macroeconômica presente
em uma economia com características emergentes.
Para o propósito do presente estudo, quatro empresas brasileiras serão usadas
como amostra para testar o modelo. As informações sobre essas empresas foram
obtidas, com base em relatórios que provem para o mercado, por exemplo, relatórios
anuais. Esses relatórios foram obtidos de base de dados da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), da Infoinvest, do software Economática e informações divulgadas
nos sites das próprias empresas. As empresas a serem consideradas são:
EMBRAER, AMBEV, SADIA, PETROBRÁS.
Como explicado acima, os dados serão coletados de fontes secundárias e da própria
empresa. Como o modelo está ligado ao teste do efeito de uma ou várias
construções/variáveis, ou seja, risco ambiental na:
Estratégia corporativa e seus efeitos no desempenho da firma.
Estratégia corporativa na estrutura de capital e seus impactos no desempenho da
firma.
Estratégia corporativa e estrutura de capital no desempenho da firma.
A unidade de análise será o nível corporativo da firma para variáveis ligadas a
estratégia corporativa, estrutura de capital e desempenho da firma.
87
O risco ambiental será operacionalizado utilizando:
A taxa de juros SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia).
A taxa de câmbio.
A liquidez será operacionalizada utilizando o índice de liquidez seca (ativo circulante
menos os estoques divididos pelo passivo circulante).
A estrutura de capital da firma será operacionalizada utilizando um índice de
endividamento total, enquanto o desempenho da firma será operacionalizado
utilizando duas dimensões, o fluxo de caixa líquido e retornos provisionados (retorno
sobre o patrimônio líquido).
Basearemos nosso estudo em um modelo aplicado por Chathouth (2002), onde o
mesmo desenvolveu um trabalho no segmento de restaurantes. Em nosso presente
estudo iremos aplicar um modelo semelhante, entretanto em empresas de diferentes
segmentos. A escolha das empresas se deu ao fato que elas constituem um retrato
do segmento na qual atuam, representando de maneira consistente o
comportamento dos setores nos quais estão inseridas (QUADRO 1).
QUADRO 1 – Empresas e Setores
Empresa Setor
AMBEV Bebidas
PETROBRÁS Energia
EMBRAER Aeronáutica
SADIA Alimentos
Fonte: Pesquisa direta, 2005.
88
Para atingirmos nosso objetivo, a escolha de um programa computacional é crucial.
Assim sendo, utilizaremos em nossos cálculos o pacote econométrico E-Views, que
é um software econométrico amplamente utilizado no mercado.
5.1 Análises empíricas
5.1.1 Operacionalização das variáveis
As variáveis foram obtidas das bases de dados da Economática e do site InfoInvest.
Em todos os casos, os dados brutos foram tratados para serem utilizados em
análises mais complexas. Esta seção vai descrever todas as variáveis utilizadas,
passo a passo, na construção das variáveis conceituais sobre as quais serão
testadas as hipóteses do modelo (QUADRO 2).
A) Construção do risco ambiental
TXCÂMBIO: Esta variável foi operacionalizada calculando-se a média trimestral
da taxa de câmbio no fechamento.
TXJUROS: Esta variável foi operacionalizada calculando-se a média trimestral da
taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia).
B) Construção do risco corporativo
LIQ: Esta variável foi operacionalizada utilizando o índice de liquidez seca, ou
seja, o ativo circulante menos os estoques dividido pelo passivo circulante.
C) Construção da estrutura de capital
INDICEDIVIDA: Esta variável foi calculada como o total de ativos subtraídos pelo
patrimônio líquido e em seguida divididos pelo patrimônio líquido.
89
GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA: Esta variável foi operacionalizada
calculando-se a alavancagem financeira das organizações pelos dados obtidos
nos balanços e informativos trimestrais das mesmas.
D) Construção do desempenho da firma
LPA: Esta variável foi obtida dividindo-se o lucro líquido de cada firma pelo
número de ações existentes na data de publicação do lucro nas demonstrações
financeiras correspondentes. Esta variável foi utilizada como proxy para os fluxos
de caixa das empresas.
RETPL: Este índice, o retorno sobre o patrimônio líquido das firmas, foi calculado
dividindo-se o lucro líquido de um período pelo patrimônio líquido contábil vigente
no período anterior.
QUADRO 2 – Variáveis e métricas
n. Variável
Métrica
1 TXCÃMBIO
Risco ambiental
2 TXJUROS
Risco ambiental
3 LIQ
Índice de liquidez
4 INDICE DIVIDA
Índice de endividamento
5 LPA
Fluxo de caixa por ação
6 RETPL
Retorno sobre o PL
7 GAF
Grau de alavancagem financeira
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Os indicadores chave de desempenho estratégico das empresas estudadas serão
analisados intertemporalmente. Desta forma, podemos definir hipóteses mais
precisas sobre o impacto das variáveis macroeconômicas no desempenho
empresarial.
90
Estudando se indicadores de desempenho relevantes como receitas, custos, market-
share e preços das ações foram significativamente influenciados pelo ambiente
macro, vamos tentar inferir a robustez das estratégias adotadas face à incerteza
presente na economia brasileira, e face às características das empresas.
E) Proposição das equações relacionadas às hipóteses
Risco ambiental e estratégia corporativa
Pela hipótese H1, equação 1:
LIQ = b0 - b1 * TXJUROS + erro (1)
Pela hipótese H2, equação 2:
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (2)
Pelas hipóteses H1 e H2, equação 3:
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (3)
Risco ambiental e estrutura de capital
Pela hipótese H3, equação 4:
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (4)
Pela hipótese H4, equação 5:
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (5)
Pelas hipóteses H3 e H4, equação 6:
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (6)
Risco ambiental e desempenho da firma
Pela hipótese H5, equação 7:
91
RETPL = b0 - b1 * TXJUROS + erro (7)
Pela hipótese H6, equação 8:
LPA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (8)
Pela hipótese H7, Equação 9:
LPA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (9)
Pelas hipóteses H6 e H7, equação 10:
LPA = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro 10
Estratégia corporativa e estrutura de capital
Pela hipótese H8, Equação 11:
LIQ = b0 - b1 * INDICEDIVIDA + erro (11)
Estratégia corporativa e desempenho da firma
Pela hipótese H9, Equação 12:
LIQ = b0 + b1 * LPA + erro (12)
Pela hipótese H10, Equação 13:
LIQ = b0 - b1 * RETPL + erro (13)
Pelas hipóteses H8, H9 e H10, equação 14:
LIQ = b0 - b1 * INDICEDIVIDA + b2 * LPA – b3* RETPL + erro (14
Estrutura de capital e desempenho da firma
Pela hipótese H11, Equação 15:
RETPL = b0 + b1 * GAF + erro (15)
Pela hipótese H12, Equação 16:
92
RETPL = b0 + b1 * INDICEDIVIDA + erro (16)
Pelas hipóteses H11e H12, equação 17:
RETPL = b0 + b1* GAF + b2 * INDICE DIVIDA + erro (17)
5.2 Descrição do modelo Ordinary Least Squares (OLS)
Um estudo econométrico começa com um conjunto de proposições sobre algum
aspecto da economia. A teoria especifica um conjunto de relações precisas e
determinísticas entre as variáveis. Exemplos familiares são equações de demanda,
funções de produção, e modelos macroeconômicos. A investigação empírica revela
as estimativas de parâmetros desconhecidos de modelos, tais como, elasticidades,
efeitos de políticas monetárias, e usualmente tentam medir a validade da teoria
contra o comportamentos de dados observados. Uma vez construído, o modelo pode
ser utilizado para a previsão ou análise do comportamento das variáveis. Esta seção
vai detalhar a as características do estimador econométrico utilizado neste trabalho,
o estimador de Minimos Quadrados Ordinários (OLS).
O modelo de regressão linear é ferramenta de maior valor na caixa de ferramentas
de um econometrista. Utilizado em um grau cada vez maior na literatura
contemporânea, permanece como o modelo mais usado para se iniciar qualquer
pesquisa empírica. Vamos desenvolver e discutir brevemente este modelo a seguir,
para detalhar seus aspectos. Embora não faça parte do escopo deste trabalho
explicar modelos econométricos, os aspectos do modelo serão apresentados como
formas de facilitar a compreenção do teste de hipóteses realizado.
93
O modelo de regressão mútipla é utilizado para se analisar a relação entre uma
variável dependente e uma ou mais variáveis independentes.
A forma genérica do modelo de regressão múltipla é:
y = f (x[1],x[2],....,x[k]) + E (A)
y = x[1]b[1] + x[2]b[2] + ..... + x[k]b[k] + E (B)
Onde y é a variável dependente ou explicada, x[1],...x[k] são as variáveis
explicativas. Uma teoria especifica f (x[1],x[2],....,x[k]).
Esta função é usualmente chamada de equação de regressão populacional de y em
x[1]....x[k]. Neste conjunto, y é o regressando e x[k], k=1...k, são os regressores.
A teoria subjacente vai explicar as variáveis dependentes e independentes do
modelo. Os movimentos da variável independente podem ser entendidos como
dependentes de variáveis de fora da relação explicitada, enquanto os movimentos
das variáveis dependentes são respostas aos estímulos exógenos das variáveis
dependentes.
O termo E é a perturbação aleatória, assim chamada porque “perturba” uma relação
de outra forma estável. Esta perturbação acontece por diversas razões,
principalmente porque nós não podemos esperar capturar todas as influências
possíveis nas variáveis econômicas do modelo, não importando o quanto este seja
elaborado. O efeito líquido, que pode ser positivo ou negativo, destes fatores
omitidos é capturado no termo de perturbação. Existem inúmeros outros
94
contribuintes ao termo de Erro aleatório em um modelo empírico. Provavelmente o
mais significativo é o erro de mensuração. É fácil teorizar sobre uma relação
hipotética entre variáveis precisamente definidas; É outra coisa obter medidas
precisas destas variáveis. No extremo, pode não haver contrapartidas observáveis
de uma variável teórica.
Nós assumimos que cada observação na amostra (y[1],x[1],x[2],....) é gerada por um
processo implícito, descrito de forma genérica por
Y[i] = x[i]b[i]....x[k]b[k] + E (C)
O valor observado de y[i] é a soma de duas partes, uma parte determinística e uma
parte aleatória E. Nosso objetivo é estimar os parâmetros desconhecidos do modelo,
usando dados para estudar a validade das proposições teóricas e talvez para prever
a variável y. Como nós prosseguiremos daqui depende crucialmente das premissas
que assumiremos a respeito do processo estocástico que gerou as variáveis que
observamos.
No modelo OLS assumimos que este processo gerador dos Erros pode ser descrito
por uma distribuição estatística conhecida como distribuição normal. Esta
distribuição conhecida em forma de sino é simétrica. A partir de algumas hipóteses
sobre os erros, que não descreveremos em detalhes, como por exemplo, a
homocedasticidade da variância, ou seja, a variância é igual em todos os pontos
observados, a inexistência de autocorrelação entre os Erros, e a inexistência de
covariância entre os erros e a as variáveis explicativas, podemos derivar o que se
convencionou chamar de equações normais, que ao serem maximizadas, nos dão o
95
estimador de mínimos quadrados ordinários, que minimiza a soma dos quadrados
dos erros aleatórios.
No GRÁF. 1 a representação desta regressão de OLS. Em cada ponto, assume-se
que o erro tem distribuição normal (como desenhado no gráfico), com média a+bx[i]
e variância sigma. O que o estimador de mínimos quadrados faz é calcular o de
forma que a soma do quadrado dos resíduos ε = ψ[ι] − α + βξ[ι] seja mínima.
GRÁFICO 1 – Representação da regressão de OLS
Fonte: GUJARATI, 1999.
Estimação de intervalos e testes de hipóteses
Além da estimação de parâmetros, a econometria também se preocupa com a
construção de intervalos de confiança para as estimativas e com o teste hipóteses
sobre os parâmetros do modelo.
96
Sob a hipótese nula, grande parte das estatísticas dos testes tem uma distribuição
de probabilidade que é tabulada em apêndices de livros de estatística, sendo as
mais comuns a normal padrão, a t de student, qui-quadrado, e a distribuição F.
Em amostras pequenas a aplicabilidade de todas estas distribuições depende de os
erros do modelo de regressão clássico (usualmente o modelo OLS) serem
normalmente distribuídos. Nas situações em que o termo de erro não é normalmente
distribuído, na maior parte dos casos alguma estatística de teste tradicional tem uma
distribuição assintótica (ou seja, em amostras muito grandes) equivalente a uma das
distribuições tabuladas; Com essa justificativa, os testes e intervalos de estimação
prosseguem da forma usual, ignorando o chamado small sample bias.
Testando uma única hipótese: o teste t
Testes de hipóteses e estimação de intervalos de confiança de parâmetros isolados
são a aplicação direta de técnicas familiares a todos os estudantes de estatística
elementar. No modelo de regressão linear clássico, assumindo-se normalidade para
os erros, o estimador OLS gera estimativas que são distribuídas normalmente em
conjunto nas repetidas amostras. Isto significa que os parâmetros da regressão, ou
seja, b[1], b[2], b[3], etc., estão todos conectados entre si (pelas suas covariâncias).
Em particular, isto significa, por exemplo, que o estimador b[3] é distribuído
normalmente com média b[3] (pois o estimador de OLS é não-viesado) e variância
V(b[3]) igual ao terceiro elemento diagonal da matriz de variância e covariância. A
raiz quadrada de V(b[3]) é o desvio-padrão deste estimador. Usando a tabela normal
e este desvio-padrão, estimativas de intervalo podem ser construídas, e as hipóteses
podem ser testadas.
97
Um ponto negativo deste procedimento é que a matriz de variância-covariância dos
parâmetros b não é usualmente conhecida. Esta matriz pode ser estimada pelos
erros quadrados, o que permite uma estimativa da matriz. A raiz quadrada do
terceiro elemento diagonal é o desvio-padrão de b[3]. Com esta estimativa, uma
tabela t pode ser utilizada no lugar da tabela normal para testar hipóteses e construir
intervalos de confiança.
O uso de tais testes t, como são chamados, é tão comum que a maioria dos
softwares estatísticos que computam estimadores OLS incluiu um número chamado
de estatística t para cada parâmetro estimado. Este número é o valor do parâmetro
estimado dividido pelo desvio-padrão. Este número pode então ser comparado
diretamente aos valores críticos em uma tabela t, para testar a hipótese que o
parâmetro é igual à zero.
Teste de uma hipótese conjunta: o teste F
Suponha que o pesquisador quer testar a hipótese conjunta que, digamos, o quinto e
o sexto elemento do conjunto de parâmetros b, b[5] e b[6] sejam iguais a 1,0 e a 2,0
respectivamente. Ou seja, ele quer testar a hipótese que o sub-vetor [b [5] b [6]] é
igual ao vetor [1,0 2,0 ].
Esta é uma questão diferente de duas questões separadas sobre se b[5] é igual a
1,0 e b[6] é igual a 2,0. É possível, por exemplo, aceitar a hipótese que b[5] é igual a
1,0 e também aceitar a hipótese que b[6] é igual a 2,0 e rejeitar a hipótese conjunta
que ambos b[5] e b[6] sejam simultaneamente iguais a 1,0 e 2,0 respectivamente.
98
A estatística F para testar um conjunto de J restrições lineares em uma regressão
com K parâmetros (incluindo o intercepto) e T observações, toma a forma genérica
encontrada em qualquer livro-texto
[SQE (restrito – SQE (irrestrito)] / J
SQE (irrestrito)] / (T-K)
(D)
Onde os graus de liberdade para esta estatística F são J e T-K. Quando as
restrições são verdadeiras, em função do termo de erro elas não serão exatamente
satisfeitas pelos dados, então a SQE (soma dos quadrados dos erros) irá aumentar
quando as restrições são impostas – a minimização sujeita a restrições não será tão
bem sucedida quanto a minimização sem restrições. Mas se as restrições são
verdadeiras, o aumento por restrição adicional na SQE não deve ser muito grande,
relativa a influência do termo de erro. O numerador tem a mudança “por restrição” na
SQE devido a imposição de restrições, e o denominador tem a contribuição “por
erro” na SQE (o menos K nesta expressão corrige pelos graus de liberdade). Se a
razão for “muito grande” seríamos relutantes em acreditar que teria acontecido por
acaso, concluindo que deva ter acontecido devido as restrições serem falsas.
Valores altos da estatística F nos levam a rejeitar a hipótese nula que as restrições
são verdadeiras.
Como encontramos a SQE restrita? A regressão restrita é estimada, com finalidade
de se obter a SQE restrita. O exemplo mais simples é o caso de se restringir um
coeficiente a ser igual a zero – apenas estime a regressão omitindo o coeficiente
daquela variável. Para estimar uma regressão restringindo b[5] a ser igual a 1,0 e
b[6] a ser igual a 2, 0, subtraímos 1,0 vezes o quinto regressor e 2,0 vezes o sexto
99
regressor das variáveis dependentes, e regredimos esta nova, variável dependente
construída nos regressores restantes. Em geral, para incorporar uma regressão
linear em uma regressão, usamos uma restrição para solucionar para um dos
parâmetros, e rearranjamos a equação resultante para formar uma nova regressão
envolvendo as variáveis construídas.
Se existirem apenas duas observações, uma função linear com uma variável
independente (ou seja, dois parâmetros), irá se ajustar aos dados perfeitamente,
não importando qual variável independente é utilizada. Adicionar uma terceira
observação irá destruir o ajuste perfeito, porém o ajuste irá permanecer ainda
muito bom, simplesmente porque existe efetivamente apenas uma observação a
ser explicada. É para corrigir este fenômeno que as estatísticas são ajustadas por
graus de liberdade – ou seja, o número de observações “livres” ou linearmente
independentes usadas no cálculo da estatística. Em todos os testes F, o número
de graus de liberdade apropriado para o numerador é o número de restrições
sendo testado. Os graus de liberdade do denominador são T-K, o número de
observações menos o número de parâmetros sendo estimados. T-K são também
os graus de liberdade da estatística t.
Os graus de liberdade de uma estatística são simplesmente os números das
quantidades que entram no cálculo da estatística menos o número de restrições
conectando estas estatísticas. Por exemplo, a fórmula usada para calcular a
variância amostral envolve a estatística da média amostral. Isto impõe uma
restrição aos dados – dada a média amostral, qualquer observação pode ser
determinada pelas outras (N-1) observações. Conseqüentemente, existem
100
apenas (N-1) observações não-restritas disponíveis para se estimar a variância
amostral. Os graus de liberdade da estatística de variância amostral são (N-1).
Um caso especial da estatística F é automaticamente reportado pela maioria dos
softwares econométricos (incluindo o E-Views) – a estatística F para a
“significância global da regressão”. Esta estatística F testa a hipótese que todos
os coeficientes sejam zero. A regressão restrita neste caso teria apenas um
intercepto.
Para tornar claro como se estima uma regressão com restrições, suponha, por
exemplo, que Y = a + b[1] X + b[2] Z + e, onde b[1] e b[2] são parâmetros a
serem estimados, X e Z são variáveis explicativas independentes. Suponha que
queiramos impor a restrição que b[1] + b[2] = 1. Substituímos b[1] = 1 - b[2] e
rearranjamos para obter Y-X = a + b[2] (Z-X) + e. A soma dos erros quadrados é
obtida regredindo-se a variável construída (Y-X) em uma constante e na variável
construída (Z-X). Note que, devido a mudança nas variáveis dependentes, não
faz sentido compararmos os R
2
desta regressão com a regressão original.
No exemplo anterior deve ficar claro que é fácil construir um teste F da hipótese
que b[1] + b[2] = 1. A estatística F resultante será o quadrado da estatística t que
seria utilizado para testar esta mesma hipótese. Isto reflete o resultado geral que
o quadrado de uma estatística t é uma estatística F. com graus de liberdade 1 e
os graus de liberdade da estatística t ). Com exceção do teste em que um único
coeficiente seja igual a um valor específico, é normalmente mais fácil realizar um
teste F do que um teste t.
Ao dividirmos o numerador e o denominador de uma estatística F pela SQT
(soma de quadrados total de uma regressão, em inglês SST, que é a variação
total da variável dependente), F pode ser escrito em termos do R
2
e da variação
101
no R
2
. Este método não é recomendado, contudo, porque as vezes a SQE
restrita é obtida estimando-se uma regressão com uma variável dependente
diferente da utilizada para se obter a SQE irrestrita, implicando em diferentes
SQTs e portanto R
2
incomparáveis.
O coeficiente R
2
e o R
2
ajustado
O coeficiente de determinação, R
2
, é freqüentemente utilizado em testes de
especificação. Devido a seu uso abusivo pelos pesquisadores e praticantes, vale
apenas tornarmos clara sua interpretação intuitiva em diferentes contextos.
Como vimos anteriormente, a estatística de teste F pode ser interpretada em termos
do R
2
e de mudanças no R
2
. Se um conjunto extra de variáveis independentes
pertence a relação estimada ou não, depende se, ao adicionarmos novos
regressores a equação, a estatística R
2
aumente significativamente. Isto sugere que,
quando alguém está tentando determinar qual variável independente deveria estar
incluída em uma relação, deve buscar sempre o maior R
2
.
Esta regra levaria a escolha de relações com muitos regressores (variáveis
independentes) em uma mesma equação, porque a inclusão de um regressor não
pode fazer a estatística R
2
cair (pela mesma razão que a inclusão de um regressor
não pode aumentar a soma dos quadrados dos resíduos que foi minimizada –
minimizar sem a restrição que um regressor extra deva ser ignorado resulta em pelo
menos um valor mínimo tão pequeno quanto no caso em que as restrições são
impostas). Corrigir o R
2
pelos graus de liberdade resolve este problema. O R
2
ajustado para levar em conta os graus de liberdade é chamado de “R
2
ajustado”, e é
102
atualmente reportado na maioria dos softwares econométricos, sendo utilizado pelos
pesquisadores no lugar do R
2
tradicional.
A adição de um novo regressor muda os graus de liberdade associados as medidas
que computam o R
2
. Se um regressor adicional for responsável por pouca variação
inexplicada na variável dependente, o R
2
ajustado cai (enquanto o R
2
aumenta).
Portanto, somente se o R
2
ajustado aumentar, uma variável extra deveria ser
considerada seriamente para inclusão no conjunto de variáveis independentes da
equação. Isto sugere que um econometrista deveria procurar pelo “melhor” conjunto
de variáveis independentes ao determinar qual conjunto potencial de variáveis
independentes produz o maior R
2
ajustado. Este procedimento só é válido no sentido
que o “conjunto correto” irá produzir, na média em amostras repetidas, o maior R2
ajustado do que qualquer outro conjunto “incorreto” de variáveis independentes.
Outro uso comum da estatística de R
2
ajustado é no contexto de se mensurar a
relativa importância de diferentes variáveis independentes na determinação da
variável dependente. Os livros texto apresentam diversas formas de se decompor a
estatística R
2
em suas partes componentes, cada componente sendo identificado
com uma variável independente e utilizado como medida da importância relativa da
variável dependente na regressão. Infelizmente nenhuma destas medidas de R
2
é
significativa a não ser que as variáveis independentes sejam não-correlacionadas
entre si na amostra utilizada (isso só ocorre em experimentos controlados ou por
sorte extraordinária, sendo as duas coisas são dificilmente manipuláveis na análise
econômico-financeira). No caso típico das variáveis independentes serem
correlacionadas, os componentes do R
2
não possuem significado porque: (a) não
podem mais ser legitimamente alocados as variáveis independentes. (b) sua soma
103
não será igual ao R
2
ou (c) sua soma é igual ao R
2
, mas possuem termos positivos e
negativos.
A principal razão para isso pode ser explicada da seguinte forma. Suponha que só
existam duas variáveis independentes, e elas são correlacionadas na amostra. Duas
variáveis correlacionadas podem ser pensadas como tendo, entre elas, três tipos de
variação: variação única da primeira variável, variação única da segunda variável, e
variação comum a ambas as variáveis (quando as variáveis são não-correlacionadas
esta terceira variação não ocorre). Cada um dos três tipos de variação neste
conjunto de duas variáveis “explica” alguma variação na variável dependente. O
problema básico é que ninguém concorda em como dividir o poder explicativo da
variação conjunta entre as duas variáveis independentes. Se a variável dependente
é regredida em ambas as variáveis independentes, o R
2
reflete o poder explicativo
de todos os três tipos de variação independente. Se a variável dependente é
regredida em somente uma variável independente, a variação única as demais
variáveis é removida e o R
2
resultante reflete o poder explicativo dos outros dois
tipos de variação nas variáveis independentes. Assim, se uma variável independente
é removida, as variáveis restantes levam o crédito por toda a variação comum. Se a
segunda variável independente fosse reintroduzida e o aumento resultante do R
2
fosse utilizado para medir a influência dessa segunda variável, esta variável não
teria crédito por nenhuma variação comum. Assim, seria ilegítimo medir a influência
de uma variável independente pelo seu R
2
em uma regressão de uma variável
dependente somente naquela variável independente.
R
2
ajustado negativo
104
O R
2
ajustado é derivado de uma interpretação do R
2
como 1 menos a razão entre a
variância do termo de erro e a variância da variável dependente (ou seja, preocupa-
se com as variâncias ao invés da variação). A estimação destas variâncias envolve
correção para os graus de liberdade, resultando na seguinte expressão:
R2 Ajustado = R2 - [(K-1)/(T-K)] (1 - R2), ou seja, 1 - [(T - 1) / (T - K)] (1 - R2) (E)
Aonde K é o número de variáveis independentes e T é o número de observações.
Portanto, para que o R
2
ajustado seja negativo basta que o termo [(T -1) / (T - K)] (1 -
r - R
2
) seja maior do que 1.
Isso pode ocorrer com maior freqüência quando o R
2
(não-ajustado) for muito baixo
e/ou existirem relativamente poucas observações e muitos graus de liberdade.
Testes de hipóteses
O primeiro passo é estabelecer as duas hipóteses. A primeira hipótese, também
conhecida como hipótese nula (que chamaremos de H0), geralmente é uma
igualdade. Isto é, supõe-se que determinado parâmetro é igual a um número. A
segunda hipótese, a chamada hipótese alternativa (que denominaremos de H1),
contradiz a hipótese nula de alguma forma, portanto é uma desigualdade: pode ser
“o parâmetro é diferente do número”, “maior do que o número” ou “menor do que o
número”.
A hipótese alternativa é a hipótese que estamos a testar, ou seja, é a nossa hipótese
de pesquisa. Sua siamesa é a hipótese nula.
105
Uma vez que o objeto da econometria é o estudo do comportamento de variáveis
aleatórias, não é possível fazer afirmações com pena certeza, de tal modo que
devemos associá-las a probabilidades. O resultado de um teste de hipóteses sempre
tem alguma chance de estar errado. Na verdade, há dois tipos de erros.
O erro do tipo I ocorre quando rejeitamos a hipótese nula e ela é verdadeira. E o erro
tipo II significa que aceitamos a hipótese nula quando ela é falsa, ou melhor, não
rejeitamos a hipótese nula quando ela é falsa.
Fazendo uma analogia com julgamentos, se considerarmos a hipótese alternativa
como sendo o acusado é culpado, e, portanto, a hipótese nula como o acusado é
inocente, o erro tipo I seria condenar um inocente, enquanto um erro tipo II seria
análogo a absolver um culpado.
A probabilidade de cometer o erro tipo I é a própria significância do teste, portanto
ela é definida a priori.
P (erro tipo I) = α = significância do teste.
O nível de confiança (=1-α) corresponde ao complementar do nível de significância,
desta maneira, quanto menor for o nível de significância, maior será o nível de
confiança.
Chamaremos de β a probabilidade de cometer o erro tipo II.
P (erro tipo II) = β
106
Assim temos o poder do teste (=1-β), que se refere à probabilidade de rejeitar a
hipótese nula quando esta é falsa, ou seja, é o complementar da probabilidade de
cometer o erro tipo II.
Temos ainda o valor-p (ou p-value) que indica o menor nível de significância para o
qual se rejeita a hipótese nula. Pode ainda ser entendido como a probabilidade
exata de cometer um erro tipo I. Se esta probabilidade for menor que o nível de
significância, que no nosso caso é de 0.10, rejeita-se a hipótese nula.
5.3 Breve histórico das organizações em estudo
5.3.1 AMBEV
A AmBev é a maior indústria privada de bens de consumo do Brasil e a maior
cervejaria da América Latina. A Companhia foi criada em 1º de julho de 1999, com a
associação das cervejarias Brahma e Antarctica. A fusão foi aprovada pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em 30 de março de 2000. Líder no
mercado brasileiro de cervejas, a AmBev está presente em 14 países, é referência
mundial em gestão, crescimento e rentabilidade. Com a aliança global firmada com a
InBev, em 3 de março de 2004, a Companhia passou a ter operações na América do
Norte com a incorporação da Labatt canadense, tornando-se a Cervejaria das
Américas. Com uma estratégia de crescimento fundamentada em princípios de
gerenciamento de receita, a AmBev persegue continuamente a maior eficiência em
custos e considera sua principal vantagem competitiva sua gente e a sua cultura. A
Companhia é hoje referência mundial entre as indústrias de bebidas.
107
Detentora do maior portfólio do país no setor de bebidas, AmBev vem consolidando
a participação de suas marcas no mercado brasileiro de cervejas. O market share da
companhia passou de 63,2%, em dezembro de 2003, para 68,1% em dezembro de
2004, segundo a AC Nielsen, mantendo-se neste patamar em 2005. A AmBev atua
em quase toda a América Latina por meio de operações próprias (Venezuela,
Guatemala, Peru, Equador, Nicarágua, El Salvador e República Dominicana) e da
associação com a Quilmes (Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile), na qual
detém hoje participação de 55%.
5.3.2 EMBRAER
A Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (EMBRAER) é uma das maiores
empresas aeroespaciais do mundo, posição alcançada graças à busca permanente
e determinada da plena satisfação de seus clientes. Com mais de 35 anos de
experiência em projeto, fabricação, comercialização e pós-venda, a Empresa já
produziu cerca de 3.600 aviões, que hoje operam em 58 países, nos cinco
continentes. A Embraer tem uma base global de clientes e importantes parceiros de
renome mundial, o que resulta em uma significativa participação no mercado. A
Embraer foi a maior exportadora brasileira entre os anos de 1999 e 2001, e foi a
segunda maior empresa exportadora nos anos de 2002, 2003 e 2004. Atualmente
sua força de trabalho totaliza mais de 16.500 empregados, 85,5% baseados no
Brasil e contribui para a geração de mais de 3.000 empregos indiretos.
Fundada em 19 de agosto de 1969 pelo Decreto-Lei nº 770, como empresa de
capital misto, a Embraer foi privatizada em 07 de dezembro de 1994. Seu controle
está em mãos brasileiras e é exercido pela Cia. Bozano e os fundos de pensão
108
PREVI e SISTEL, por meio de acordo de acionistas envolvendo 60% das ações com
direito a voto.
Em 1999, a Embraer formalizou uma aliança estratégica com um grupo formado por
importantes empresas aeroespaciais européias – Dassault Aviation, EADS, Snecma
e Thales, que adquiriram 20% do capital volante da empresa. Alianças desse tipo
facilitam o acesso a novas tecnologias, além de incrementar os processos de
fabricação e desenvolver novos mercados para os produtos da empresa.
Esse espírito empreendedor tem resultado em melhorias significativas na eficiência
da empresa, na qualidade dos seus produtos e serviços, bem como na sua
lucratividade.
5.3.3 SADIA
A Sadia foi fundada por Attilio Fontana, em 1944, no oeste catarinense. Ao longo
dos anos, firmou sua excelência no segmento agroindustrial e na produção de
alimentos derivados de carnes suína, bovina, de frango e de peru, além de massas e
margarinas. Nos últimos anos, a Sadia se especializou, cada vez mais, na produção
e distribuição de alimentos industrializados congelados e resfriados de maior valor
agregado.
Líder nacional em todas as atividades em que opera, a Sadia também é uma das
maiores empresas de alimentos da América Latina e uma das maiores exportadoras
do País. No mercado brasileiro tem um portfólio de cerca de 680 itens, que são
distribuídos para aproximadamente 300 mil pontos de venda. Para o mercado
externo, exporta perto de 250 produtos para 92 países. Companhia aberta desde
109
1971, a Sadia lançou, em 2001, seus American Depositary Receipts (ADR) na Bolsa
de Nova York e aderiu ao Nível 1 de Governança Corporativa da BOVESPA. No
mesmo ano, foi eleita a marca mais valiosa do setor de alimentos brasileiro, em
pesquisa divulgada pela Interbrand, consultoria inglesa conhecida pela elaboração
da tradicional lista das 100 marcas mais valiosas do mundo. No Brasil, a Interbrand
avaliou 30 companhias nacionais listadas na CVM e elegeu as 12 marcas brasileiras
de maior valor no mercado. Em 2003, a Sadia foi reeleita pela consultoria como a de
marca mais valiosa do setor de alimentos brasileiro. A empresa mantêm um parque
fabril com 11 unidades industriais, duas unidades agropecuárias e centros de
distribuição espalhados por 14 Estados brasileiros. No exterior, tem representações
comerciais no Uruguai, Inglaterra, Argentina, Chile, Alemanha, Rússia,
Turquia,Emirados Árabes, Japão e Venezuela.
A Sadia está entre as maiores empregadoras brasileiras, de acordo com o rancking
Melhores & Maiores, da revista Exame. Atualmente conta com aproximadamente 40
mil funcionários. Além disso, mantém, por meio de seu Sistema de Fomento
Agropecuário, parceria com cerca de 10 mil granjas integradas de aves e suínos.
Desde o início de suas atividades, a Sadia é reconhecida como uma empresa
socialmente responsável.
Sua missão é: “atender as necessidades de alimentação do ser humano, com
produtos saborosos e saudáveis, criar valor para o acionista, para o cliente e para o
consumidor, contribuindo para o crescimento dois colaboradores.”
110
Sua visão preconiza que a empresa “se diferenciar pela imagem de sua marca, por
excelência nos serviços, inovação e qualidades dos produtos.”
5.3.4 PETROBRÁS
Em outubro de 1953, lei n. 2.004, a criação da Petrobrás foi autorizada com o
objetivo de executas as atividades do setor petrolífero no Brasil em nome da União.A
petróleo Brasileiro S/A (PETROBRÁS) iniciou suas atividades com o acervo recebido
do antigo Conselho Nacional de Petróleo (CNP), que manteve sua função
Fiscalizadora sobre o setor.
Campo de petróleo com capacidade para produzir 2.700 barris por dia (2.700 bpd).
Bens da Comissão de Industrialização do Xisto Betuminoso.
Refinaria de Mataripe, BA (atual RLAM), processando 5.000 bpd.
Refinaria em fase de montagem, em Cubatão-SP.
Vinte petroleiros com capacidade para transportar 221 mil toneladas.
Reservas recuperáveis de 15 milhões de barris.
Consumo de derivados de 137.000 bpd.
Fábrica de fertilizantes em construção (Cubatão, SP).
Ao longo de quatro décadas, tornou-se líder em distribuição de derivados no País,
num mercado competitivo fora do monopólio da União, colocando-se entre as quinze
maiores empresas petrolíferas na avaliação internacional. Detentora de uma das
tecnologias mais avançadas do mundo para a produção de petróleo em águas
profundas e ultraprofundas, por isso a Companhia foi premiada duas vezes, em
1992 e 2001, pela Offshore Technology Conference (OTC), o mais importante
prêmio do setor.
111
Em 1997, o Brasil, pela Petrobrás, ingressou no seleto grupo de 16 países que
produzem mais de 1 milhão de barris de óleo por dia. Nesse mesmo ano foi
promulgada a Lei n. 9.478, que abriu as atividades da indústria petrolífera no Brasil à
iniciativa privada.
Com a lei, foram criados a Agência Nacional do Petróleo (ANP), encarregada de
regular, contratar e fiscalizar as atividades do setor e o Conselho Nacional de
Política Energética, um órgão formulador da política pública de energia.
Desde então, a Petrobrás dobrou sua produção e em 2003 ultrapassou a marca de 2
milhões de barris de óleo e gás natural por dia. E continuará crescendo.
Em 2003, coincidindo com a comemoração dos seus 50 anos, a Petrobrás identificou
novas províncias petrolíferas de óleo leve, no Espírito Santo e em Sergipe, o que
pode ser considerada a sua maior conquista, na área de exploração e produção,
depois da descoberta de óleo na Bacia de Campos em 1974.
O exercício de 2004 foi caracterizado por importantes realizações da Petrobrás. A
empresa anunciou o aumento das reservas de óleo e gás natural, n Brasil e no
exterior, em cerca de 20%, notícia fundamental para indicar a eficiência de uma
empresa petrolífera e altamente relevante para o Brasil.
A Petrobrás ultrapassou pela primeira vez, em 12 de maio de 2005, a marca de 1,8
milhões de barris de produção de petróleo por dia, chegando perto da auto-
suficiência brasileira. Neste ano, a companhia bateu o recorde brasileiro de
profundidade de perfuração, em 12 de agosto, com um poço inclinado que chegou a
112
6.915 metros além do fundo do mar. O poço foi perfurado no bloco BMS-10, na
Bacia de Santos, localizado a 200 km da costa sul da cidade do Rio de Janeiro.
No dia 21 de abril, às 14h30, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início à
produção da plataforma P-50, no campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos,
que permite ao Brasil atingir a auto-suficiência em petróleo.
A P-50 é um Floating, Production Storage Offloading (FPSO) unidade que possui a
característica de produzir, processar, armazenar e escoar óleo e gás. É a unidade
flutuante de maior capacidade do Brasil, podendo produzir até 180 mil barris diários,
o que representa 11% do volume médio produzido no País em 2005. Em sintonia
com a mudança do cenário, a Petrobrás segue preparada para a livre competição,
ampliando novas perspectivas de negócios e tendo maior autonomia empresarial.
A explicação para o sucesso da Petrobrás está na eficiência de suas unidades
espalhadas por todo o Brasil: nas refinarias, áreas de exploração e de produção,
dutos, terminais, gerências regionais e na sua grande frota petroleira.
113
6 ANÁLISE ESTATÍSTICA E RESULTADOS DA ESTIMAÇÃO
Os resultados obtidos com a estimação de cada conjunto de equações por OLS
estão demonstrados nas TAB. 1 a 17. A equação será apresentada e os resultados
para cada empresa serão analisados subseqüentemente.
6.1 Risco ambiental e estratégia corporativa
LIQ = b0 - b1 * TXJUROS + erro (1)
TABELA 1 – Resultados da equação 1
Empresa Coeficiente
Rejeita H0
para b1
R2 ajustado Estatística F p-value F
AMBEV
+
Não 0,037248 2,083301 0,160421
EMBRAER
-
Sim 0,342644 15,59489 0,000506
PETROBRÁS
-
Sim 0,423699 21,58570 0,000079
SADIA
-
Não (0,036619) 0,010888 0,917666
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Excelente ajuste da equação para Embraer e Petrobrás
Relação global não significativa para Sadia e Ambev
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (2)
TABELA 2 – Resultados da equação 2
Empresa Coeficiente
Rejeita H0
para b1
R2 ajustado Estatística F p-value F
Ambev + Não (0,002818) 0,921321 0,345646
Embraer + Não 0,292774 12,59129 0,001442
Petrobrás + Não 0,418274 21,13265 0,000090
Sadia + Não 0,186555 7,421504 0,011164
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Não rejeitamos a nula para todas as empresas da amostra.
114
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (3)
TABELA 3 – Resultados da equação 3
Empresa Coef.
Rejeita H0
para b1
Coef.
Rejeita H0
para b2
R2 ajustado Estatística F p-value F
Ambev
+
Não
+
Não 0,080944 2,233027 0,127363
Embraer
+
Não
-
Sim 0,491376 14,52522 0,000058
Petrobrás
+
Não
-
Sim 0,656061 27,70492 0,000000
Sadia
+
Não
+
Não 0,171783 3,903782 0,032921
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Apesar de resultados estatísticos bons, não se rejeita a nula quando os sinais
estimados foram contrários aos teorizados.
6.2 Risco ambiental e estrutura de capital
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (4)
TABELA 4 – Resultados da equação 4
Empresa Coeficiente
Rejeita H0
para b1
R
2
ajustado
Estatística F p-value F
Ambev
+
Não (0,017489) 0,518726 0,477575
Embraer
+
Não 0,333168 14,98956 0,000621
Petrobrás
-
Sim 0,176929 7,018948 0,013314
Sadia
-
Não 0,027279 1,785242 0,192660
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Ótimos resultados estatísticos para Embraer e Petrobrás. (Embraer com sinal
contrário ao estimado, portanto aceita-se H0).
Os resultados do teste F para Ambev e Sadia foram ruins, além de o baixo R
2
ajustado sugerir pouca evidência de uma relação linear significativa entre as
variáveis do modelo.
Apesar de resultados estatísticos bons, não se rejeita a nula quando os sinais
estimados foram contrários aos teorizados.
115
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (5)
TABELA 5 – Resultados da equação 5
Empresa Coeficiente
Rejeita H0
para b1
R
2
ajustado Estatística F p-value F
Ambev
-
Não (0,008955) 0,751484 0,393646
Embraer
-
Sim 0,346845 15,86887 0,000462
Petrobrás
+
Não (0,020585) 0,435237 0,515019
Sadia
+
Não 0,100335 4,122683 0,052268
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Bons resultados estatísticos para Embraer e Sadia, entretanto, aceitamos a nula
para a Sadia. (Sadia com sinal contrário ao esperado)
Os resultados do teste F para Ambev e Petrobrás não foram bons.
R
2
ajustado negativo sugere que as variáveis independentes utilizadas não são
adequadas no caso da Ambev e Petrobrás.
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (6)
TABELA 6 – Resultados da equação 6
Empresa Coef.
Rejeita H0
para b1
Coef.
Rejeita H0
para b2
R2
ajustado
Estatística F p-value F
Ambev
-
Não
+
Não (0,038550) 0,480332 0,623959
Embraer
-
Sim
+
Não 0,526505 16,56736 0,000023
Petrobrás
-
Sim
-
Sim 0,145376 3,381465 0,049508
Sadia
+
Não
-
Não 0,089107 2,369528 0,113417
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Bons resultados em geral com exceção de Ambev, cujo modelo foi rejeitado.
Excelente ajuste linear do modelo para a Petrobrás
Apesar de resultados estatísticos bons, não se rejeita a nula quando os sinais
estimados forem contrários aos teorizados.
116
6.3 Risco ambiental e desempenho da firma
RETPL = b0 - b1 * TXJUROS + erro (7)
TABELA 7 – Resultados da equação 7
Empresa Coeficiente
Rejeita H0
para b1
R
2
ajustado Estatística F p-value F
Ambev
+
Não (0,009993) 0,722964 0,402651
Embraer
-
Não 0,026737 1,769196 0,194609
Petrobrás
-
Sim 0,112546 4,170480 0,052270
Sadia
+
Não (0,014351) 0,603855 0,443867
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Resultados do teste F ruins de uma maneira geral, embora não
comprometedores.
Exceção para Petrobrás, cujo resultado teve destaque positivo tanto em
significância medida pelo teste F, quanto em R
2.
Embora este último seja ainda
baixo.
LPA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (8)
TABELA 8 – Resultados da equação 8
Empresa Coeficiente
Rejeita H0
para b1
R2
ajustado
Estatística F p-value F
Ambev + Não (0,036991) 0,001189 0,972745
Embraer - Sim 0,240621 9,872237 0,004045
Petrobrás - Não 0,033143 1,856987 0,185624
Sadia - Não (0,003325) 0,907205 0,349307
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Bom resultado para Embraer.
Para as demais empresas, o modelo mostrou-se fortemente insignificante,
principalmente para a Ambev, embora o ajuste linear tenha sido fraco para todas
(exceção de Embraer).
117
LPA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (9)
TABELA 9 – Resultados da equação 9
Empresa Coeficiente
Rejeita H0
para b1
R
2
ajustado Estatística F p-value F
Ambev
+
Não 0,701646 66,84827 0,000000
Embraer
+
Não 0,482177 27,07257 0,000018
Petrobrás
+
Não 0,156423 5,635721 0,025944
Sadia
+
Não 0,230737 9,398489 0,004888
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Apesar de resultados estatísticos bons, não se rejeita a nula quando os sinais
estimados foram contrários aos teorizados.
LPA = b0 – b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (10)
TABELA 10 – Resultados da equação 10
Empresa Coef.
Rejeita H0
para b1
Coef.
Rejeita H0
para b2
R
2
ajustado Estatística F p-value F
Ambev
+
Não
+
Não 0,768830 47,56155 0,000000
Embraer
+
Não
-
Sim 0,573423 19,81937 0,000006
Petrobrás
+
Não
-
Sim 0,167003 3,506059 0,046877
Sadia
+
Não
-
Sim 0,202141 4,546969 0,020260
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Apesar de resultados estatísticos bons, não se rejeita a nula quando os sinais
estimados foram contrários aos teorizados.
118
6.4 Estratégia corporativa e estrutura de capital
LIQ = b0 - b1* INDICEDIVIDA + erro (11)
TABELA 11 – Resultados da equação 11
Empresa Coeficiente
Rejeita H0
para b1
R2 ajustado Estatística F p-value F
Ambev + Não 0,089538 3,753620 0,063219
Embraer - Sim 0,822907 131,1091 0,000000
Petrobrás - Não (0,036670) 0,009561 0,922827
Sadia - Sim 0,079982 3,434203 0,074818
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Resultado global misto. O modelo é rejeitado fortemente para Petrobrás tanto no
teste F quanto no R
2
ajustado.
Para as demais empresas o teste F indica alta significância, mas para Ambev e
Sadia o R
2
ajustado sugere baixo poder explicativo das variáveis.
Apesar de resultados estatísticos bons, não se rejeita a nula para a Ambev, pois
os sinais estimados foram contrários aos teorizados.
6.5 Estratégia corporativa e desempenho da firma
LIQ = b0 + b1 * LPA + erro (12)
TABELA 12 – Resultados da equação 12
Empresa Coeficiente
Rejeita H0
para b1
R
2
ajustado Estatística F p-value F
Ambev
+
Não 0,026833 1,772052 0,194260
Embraer
+
Sim 0,502870 29,32326 0,000010
Petrobrás
+
Sim 0,439218 20,58059 0,000135
Sadia
+
Sim 0,856526 168,1567 0,000000
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
119
Bons ajustes para todas as empresas, com exceção da Ambev, além de alto
poder explicativo das variáveis. Ambev com razoável valor para p-value F, mas
R
2
muito baixo.
Destaque negativo na estimação deste modelo fica com Ambev, com R
2
muito
baixo em relação aos demais.
LIQ = b0 - b1 * RETPL + erro
(13)
TABELA 13 – Resultados da equação 13
Empresa Coeficiente
Rejeita H0
para b1
R
2
ajustado Estatística F p-value F
Ambev
+
Não 0,022915 1,656677 0,208978
Embraer
-
Não 0,008519 1,240593 0,275174
Petrobrás
+
Não 0,182011 6,562775 0,017117
Sadia
+
Não 0,713936 70,88003 0,000000
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Petrobrás e Sadia com bons resultados estatísticos. Ambev e Embraer com
resultados fracos, porém não muito comprometedores em termos de
significância.
Apesar de resultados estatísticos bons, não se rejeita a nula para a Petrobrás e
Sadia, pois os sinais estimados foram contrários aos teorizados.
Baixo R
2
ajustado para Ambev e Embraer sugere que este modelo tem baixo
poder explicativo com a variável independente utilizada.
120
LIQ = b0 - b1 * INDICEDIVIDA + b2 * LPA - b3* RETPL + erro (14)
TABELA 14 – Resultados da equação 14
Empresa Coef.
Rejeita
H0 p/ b1
Coef.
Rejeita
H0 p/ b2
Coef.
Rejeita
H0 p/ b3
R
2
ajustado
Estatística
F
p-value F
Ambev
+
Não + Sim
+
Não 0,145165 2,584657 0,075680
Embraer
-
Sim - Não
-
Sim 0,815723 42,31494 0,000000
Petrobrás
+
Não + Sim
+
Não 0,429296 7,268528 0,001456
Sadia
-
Sim + Sim
+
Não 0,857124 56,99153 0,000000
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Resultados estatísticos muito bons de maneira geral para todas as empresas.
Modelo se mostra de forma geral muito bom, bom ajuste, bom poder explicativo,
destaque para Embraer e Sadia.
Apesar de resultados estatísticos bons, aceita-se a nula quando os sinais
estimados foram contrários aos teorizados
6.6 Estrutura de capital e desempenho da firma
RETPL = b0 + b1 * GAF + erro (15)
TABELA 15 – Resultados da equação 15
Empresa Coeficiente Rejeita H0 para b1 R
2
ajustado Estatística F p-value F
Ambev
-
Não 0,037686 1,979033 0,172310
Embraer
+
Sim 0,204312 8,189686 0,008040
Petrobrás
+
Não (0,037781) 0,089870 0,766924
Sadia
+
Sim 0,375846 17,86074 0,000243
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Bons resultados para Embraer e Sadia.
O modelo para Ambev mostra-se razoavelmente bom, embora com R
2
muito
baixo, e para Petrobrás as estatísticas sugerem que este modelo é
provavelmente pouco significativo.
121
RETPL = b0 + b1 * INDICEDIVIDA + erro (16)
TABELA 16 – Resultados da equação 16
Empresa Coeficiente Rejeita H0 para b1 R
2
ajustado Estatística F p-value F
Ambev
-
Não 0,015354 1,436621 0,241102
Embraer
+
Não (0,015273) 0,578777 0,453385
Petrobrás
+
Não (0,041629) 0,000874 0,976659
Sadia
-
Não 0,103840 4,244410 0,49137
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Resultados muito ruins de maneira geral.
Além do baixo poder explicativo da variável independente do modelo OLS, o teste
F indica que apenas Ambev tem uma probabilidade razoável de ser significativo
globalmente.
RETPL = b0 + b1 * GAF + b2 * INDICE DIVIDA + erro (17)
TABELA 17 – Resultados da equação 17
Empresa Coef.
Rejeita H0
para b1
Coef.
Rejeita H0
para b2
R
2
ajustado Estatística F p-value F
Ambev
-
sim
+
não 0,205471 4,232593 0,027216
Embraer
+
não
-
Sim 0,265304 6,055495 0,006934
Petrobrás
+
sim
-
Sim (0,081634) 0,056592 0,945110
Sadia
+
não
-
sim 0,391069 9,991127 0,000604
Fonte: Pesquisa direta, 2006.
Resultados mistos, com destaque negativo para Petrobrás.
Para Petrobrás o modelo mostrou-se não significativo, porém para os demais a
estatística F é excelente, e o R
2
ajustado não compromete o poder explicativo do
modelo.
Apesar de resultados estatísticos bons, não se rejeita a nula quando os sinais
estimados foram contrários aos teorizados.
122
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.1 Discussão dos resultados
Iniciaremos as discussões, tratando da relação entre o risco ambiental e a estratégia
de liquidez corporativa. Em nossa primeira hipótese, quanto maior o risco monetário,
maior será o impacto na posição de liquidez de forma negativa. Portanto, a hipótese
1 é: Existe relação inversa entre liquidez e o risco monetário.
Os resultados revelam que para Embraer e Petrobrás a relação é significativa e,
portanto rejeita-se à hipótese nula, com exceção de Ambev e Sadia. Podemos
concluir que o risco monetário afeta sim a posição de liquidez destas duas
empresas. Podemos ir além e postular que esta característica é ainda mais relevante
nos ambientes turbulentos dos mercados emergentes, como foi descrito neste
trabalho. Uma comparação desta mesma análise com empresas similares em países
do primeiro mundo poderia quantificar o grau do impacto extra na estratégia de
liquidez provocada por um ambiente macroeconômico instável, e é uma sugestão
futura decorrente desta pesquisa. Por enquanto, temos evidências apenas para crer
que esta relação existe, com base em nossos dados amostrais.
O fato da Ambev não ter tido sua hipótese nula rejeitada, pode significar uma
característica peculiar da estratégia desta empresa – agressividade na gestão de
caixa, por exemplo. Isto se justificaria se observarmos o grupo controlador da
empresa, oriundo, principalmente, de bancos de investimento agressivos. Para
Sadia rejeita-se fortemente o coeficiente, e, portanto se aceita a nula e não se pode
concluir sobre o impacto das taxas de juros na liquidez com base na estimativa
123
amostral. Devemos, portanto, observar este problema sob outros ângulos, com, por
exemplo, o impacto sobre a liquidez das taxas de câmbio, e mesmo o impacto o
impacto conjunto sobre a liquidez das taxas de juros e câmbio simultaneamente.
Estas hipóteses serão testadas a seguir.
Para a Sadia, a não rejeição da nula é um indicativo de quer as taxas de juros não
são o fator principal na determinação de sua gestão de liquidez. Por ser uma
empresa mais ligada ao mercado de commodities, sua gestão de liquidez pode ser
mais influenciada, por exemplo, pelo ciclo operacional de caixa de negócio: prazo
médio de recebimento + prazo médio de estoques – prazo médio de pagamento.
Continuando a análise a respeito da interação de estratégias de liquidez com o
ambiente econômico, analisamos a influência da taxa de câmbio. Na hipótese 2, o
risco cambial impactual de forma negativa a liquidez, em empresas de operações
focadas no mercado local, principalmente em função da dívida denominadas em
moedas estrangeiras (dólar). A análise empírica revelou que nenhuma empresada
amostra os dados são compatíveis com esta hipótese, portanto a hipótese nula foi
aceita.
Porém isto não impede de teorizarmos o que seria razoável esperar. Uma melhor
amostra (com mais dados, por exemplo) poderia resultar em mais confiança
estatística. Um ponto adicional a ser analisado em trabalhos futuros pode ser a
inclusão de uma variável extra na regressão, com uma proxy para o tamanho relativo
da dívida de cada uma. Desta forma, os efeitos na liquidez seriam controlados pelo
tamanho da dívida, sendo passível de desdobramento implicações sobre o desenho
ótimo de estratégias de financiamento, no contexto do desenho de uma estratégia
124
organizacional, incorporando o efeito da volatilidade cambial na posição de liquidez
das empresas. Parte desta análise foi realizada em separado no estudo da relação
entre o risco ambiental e a estrutura de capital, conforme se verá mais adiante.
Para Embraer, Petrobrás e Sadia, a estatística F foi boa, porém a aceitação da nula
deu-se em função dos sinais contrários ao esperado.
Para Embraer, um efeito positivo do câmbio sobre a liquidez (contrário, portanto ao
esperado) não faz muito sentido em função de a empresa trabalhar com hedge
natural de suas receitas dolarizadas. Desta forma, não haveria razão teórica para o
câmbio afetar positivamente a estratégia de liquidez.
Para Sadia, uma possível razão do sinal contrário seria o efeito de desvalorizações
cambiais, tanto nas receitas denominadas em reais quanto no maior volume
exportado em função do menor preço. Tais efeitos podem impactar em um maior
volume de caixa líquido, embora possivelmente indesejável, e não como uma
estratégia explícita de gestão da liquidez.
Por fim, Petrobrás é impactada diretamente pelo ciclo de preços de commodities e
também pela taxa de câmbio. Um grau elevado de hedge de exposições tenderia a
anular o efeito liquido destas oscilações sobre o caixa, e, portanto uma relação
positiva pode indicar que este não foi o objetivo da empresa, ou mesmo que as
estratégias de hedge podem não ter sido bem sucedidas.
Finalmente, analisamos o efeito da estratégia de liquidez das empresas controlando
simultaneamente (regressão múltipla) para taxas de câmbio e juros. Não houve
125
nenhuma surpresa, com os resultados confirmando as estimativas feitas de forma
separada (equações 1 e 2). Entretanto, se analisarmos sob a ótica da existência de
influência ou não de uma variável sobre outra, ou seja, generalizarmos o resultado,
abstraindo da restrição imposta pela hipótese para o sinal teórico esperado das
estimativas, concluímos que para a Sadia, ambas as variáveis explicativas afetam
positivamente a estratégia de liquidez (p-value F significativo). Como explicar e
interpretar este resultado? O diamante de Porter que foi descrito neste trabalho é um
bom referencial. Podemos enfocar a estrutura da indústria na qual a Sadia está
inserida, como mais suscetível ao risco ambiental do que as demais. Em primeiro
lugar, há que considerar que em mercados emergentes (como já foi discutido), a
volatilidade do crescimento do PIB é grande, e a taxa de juros é um dos
determinantes da política monetária, que por sua vez regula o regime econômico por
meio de estímulos (ou desestímulos) ao consumo e investimentos.
Desta forma, mesmo com uma linha de produtos necessários (alimentos), as vendas
da Sadia são muito sensíveis ao crescimento da economia, ao contrário de
Petrobrás e Embraer. Soma-se a isso uma linha de produtos perecíveis,
(diferentemente da Ambev, a Sadia tem prazo de validade de seus estoques curto),
e a liquidez passa a ser um colchão mais necessário e importante, daí a relação
estatística capturada ser mais nítida apenas para essa empresa.
Para Embraer e Petrobrás, uma vez controlada a amostra para as variações da
variável taxa de câmbio, o efeito negativo das taxas de juros sobre a liquidez
aparece, conforme teorizado, e com estatística F significativa. Desta forma, para
estas duas empresas, a taxa de juros como custo de oportunidade é um fator inibidor
da estratégia de liquidez, conforme havia sido proposto por Kim (1998) que propõe
126
que o investimento em ativos líquidos é negativamente relacionado à taxa de retorno
corrente nos investimentos em produção, que é função decrescente do custo de
oportunidade (taxas de juros) .
Passamos agora à análise dos resultados obtidos nos testes econométricos, que
relacionam o risco ambiental e a estrutura de capital. De forma bastante ampla,
nossa intuição e toda a teoria sobre estratégia leva-nos a levantar a hipótese que
existe relação inversa entre o risco ambiental e a estrutura de capital das empresas.
Esta relação é facilmente observada no dia-a-dia do ambiente empresarial, ao
estudarmos os balanços de empresas de energia elétrica, por exemplo, com
demanda estável, ligada ao crescimento da economia, que possui alto
endividamento, e compararmos com a pouca ou nenhuma dívida existente em
empresas de alto risco, como start-ups ligadas a área tecnológica e biogenética.
Mas, interessa-nos especificar, com detalhes, o modelo que iremos estimar e
analisar para as quatro empresas da nossa amostra, que evidenciam este fenômeno
em mercados emergentes.
A primeira hipótese que testamos refere-se ao nível de endividamento e a taxa de
juros. Assumimos aqui grandes aproximações, porque o grau de sofisticação da
engenharia financeira moderna permite a construção de instrumentos de dívida de
comportamentos os mais variados (contratos de caps, floors, swaps, swaptions,
etc.). De forma bastante geral, a hipótese 4 que testamos é se “existe relação
inversa entre o nível de endividamento e a taxa de juros”.
O modelo estimado capturou relações significativas apenas para Embraer e
Petrobrás, mas uma dedução trivial da teoria nos leva a crer que esta relação é
127
fundamental em qualquer empresa. Um ponto relevante é a estrutura dos
fornecedores de capital em mercados emergentes. Nesses mercados, a oferta de
crédito costuma ser bastante incipientes e em geral, grandes projetos industriais são
subsidiados pelo BNDES. Desta forma, a relação dívida/juros observada torna-se um
pouco artificial, visto que todas as quatro empresas da amostra têm dois pré-
requisitos importantes: 1) São grandes o suficiente para terem acesso ao crédito
interno e 2) Podem se endividar emitindo títulos no exterior a taxas muito mais
baixas do que as do mercado local.
Esses dois atributos podem fazer com que as correlações entre taxas de juros
internas e níveis de endividamento locais percam o sentido localmente, embora
permaneçam válidas como teorias gerais de estratégias empresariais. Este
provavelmente é o caso da Embraer, cujo teste F foi significativo, mas o sinal foi
contrário ao esperado (sinal positivo).
A seqüência lógica natural desta discussão nos leva a hipótese seguinte, agora
tentamos relacionar a estrutura de endividamento com o risco cambial, propondo a
hipótese 5 de relação negativa entre endividamento e taxa de câmbio.
Os resultados econométricos revelam que é possível evidenciar a relação proposta
nas empresas Embraer e Sadia (tendo esta última sinal contrário ao esperado, o que
nos levou a aceitar H0, mas a relação estatística fica evidenciada), mas não se
rejeita a hipótese nula para Petrobrás e Ambev. Novamente nesta relação entre
estratégia e ambiente, temos problemas de mensuração empírica, com dois
agravantes: o primeiro foi a existência de um regime monetário de câmbio controlado
(pré 1999), seguido de um regime de metas de inflação. Durante o regime de metas
128
cambiais vigente na primeira gestão de FHC, houve incentivo às grandes empresas
brasileiras para que se endividassem externamente, de forma a atraírem dólares que
ajudassem a manter o regime cambial funcionando. Isto foi feito por praticamente em
todas as empresas grandes do Brasil, inclusive as quatro empresas da amostra.
Para a estimação econométrica, a baixa volatilidade do câmbio controlado torna a
estimativa insignificante do ponto de vista estatístico. O segundo fator é a existência
de hedge cambial, ou seja, contratos de derivativos, que podem causar uma ilusão
contábil. Por exemplo, algumas empresas podem reportar aumentos no
endividamento após a desvalorização de 1999, mas as dívidas permaneceram com
o mesmo custo, porque houve uma contrapartida em ganho em operações de
derivativos (hedge), que é contabilizado fora do passivo. Portanto, é de se esperar
pouca confiança na estimativa desta equação. De fato, Ambev e Petrobrás aceitam a
hipótese nula que inexiste relação entre dívida e taxa de câmbio. De forma
alternativa, considerando todos os dados utilizados na estimativa adequados,
podemos interpretar livremente que os administradores financeiros de Petrobrás e
Ambev foram melhores hedgers do que os de Sadia e Embraer. Vale lembrar,
também, que a Embraer possui receitas em dólares na ordem de 95%, o que se
configura em um hedge natural, onde não há ameaça ao fluxo de caixa da empresa
em moeda local. Para Sadia, o sinal contrário ao esperado pode significar um
descasamento entre a contabilidade e o fluxo de caixa. A empresa possui hedge
natural, porque exporta. Porém, desvalorizações da moeda afetam o endividamento
contábil já no próximo balanço, enquanto os ganhos com exportações têm dois
componentes temporais: ganhos de curto-prazo na conversão de dólares em reais, e
ganhos de longo-prazo em ganho de mercado com um produto relativamente mais
barato no mercado externo. Se o efeito contábil for suficientemente maior do que o
129
efeito de conversão cambial no curto-prazo, uma desvalorização será capturada
estatisticamente com sinal positivo nos dados. É uma possível explicação de porque
Sadia teve teste F significativo e sinal contrário ao esperado.
Se generalizarmos o modelo estimado, conjuntamente com câmbio e juros,
confirmamos todos os resultados anteriores aqui discutidos.
Então, concluímos, parcialmente, que é possível evidenciar algumas das relações
teóricas propostas. Porém, mais do que isso, compreender o contexto da estimação
empírica, os problemas estruturais de falta de mercado de crédito, os incentivos
governamentais ao endividamento externo e, ainda, os regimes monetários distintos
que vigoraram no país, são condicionantes fundamentais para se entender a
aplicação da teoria na realidade brasileira. Sob esse aspecto, talvez essa amostra
de empresas e o estudo nesse período, sejam um clássico exemplo de como o risco
ambiental (juros e dívida) pode afetar negativamente a estrutura de capital da
empresa.
Passamos agora ao estudo e análise do resultado da relação proposta entre risco
ambiental e desempenho da firma.
Novamente, temos neste período, sob análise, um excelente laboratório para
testarmos as teorias que tentam explicar esta relação. Em um primeiro momento,
parece-nos lógico que esta relação deva variar no cross-section dos setores.
Configurações econômicas voláteis, com expansões e recessões, desvalorizações
130
cambiais, aumentos repentinos nas taxas de juros, são importantes fontes de
incerteza para a atividade empresarial em larga escala, e também determinantes em
nível macroeconômico, da propensão ao consumo, dos investimentos, e por
conseqüência, dos lucros da empresas.
Novamente aqui, alguns problemas, não de natureza empírica, mas sim empresarial,
afetam a estimação. Em primeiro lugar, Petrobrás, que tem sua receita ligada ao
preço internacional do petróleo, e Embraer, que tem sua receita ligada ao mercado
mundial de aviação, não devem ser afetadas pelo risco ambiental doméstico. Já
Sadia e Ambev, esperamos que sim.
Os primeiros resultados (eq. 7), utilizando apenas a taxa de juros como fator de
risco, revelam que Petrobrás e Embraer são negativamente afetadas em seu
Retorno sobre o Patrimônio Líquido, enquanto Sadia e Ambev, não (vide sinais).
Embora possam existir problemas nos dados amostrais que não permitam a
confirmação da hipótese levantada, isto pode indicar também que as dívidas destas
empresas estão protegidas (e não afetam os lucros contábeis), ou que, como é mais
provável, os efeitos econômicos sobre as receitas de Ambev e Sadia se dêem com
defasagens. Sabe-se que a política monetária atua com uma defasagem de
aproximadamente 3 trimestres, ou 9 meses, entre elevações ou reduções nas taxas
de juros da economia e a observação de seus efeitos reais sobre a atividade.
Portanto, ao tentar capturar relações contemporâneas (no mesmo período de
tempo), é possível que o modelo possa ter falhado ao descrever o efeito teorizado
sobre uma contração de consumo nas vendas de Ambev e Sadia, que ao contrário
das duas outras, são bastante focadas no mercado interno.
131
Se focarmos nos fluxos de caixa, variável LPA (hipótese 8), padecemos ainda do
mesmo problema relacionado às defasagens, porém algumas relações podem ser
evidenciadas, como na Sadia, por exemplo, onde aceitamos a hipótese nula, embora
com coeficiente R2 muito baixo. Portanto, embora algumas relações possam ser
estabelecidas, não faz muito sentido sua interpretação econômica.
O caso é diferente quando se trata da relação dos fluxos de caixa com a taxa de
câmbio, (hipótese 9) que ocorre diretamente, dado que a taxa de câmbio é um preço
relativo que modifica instantaneamente o valor dos ativos. É importante enfocarmos
corretamente a interpretação desta análise, portanto apesar dos sinais contrários
nos levarem a aceitarmos a nula, não se pode ignorar a forte significância estatística
indicada pelo teste F, nos motivando a tentar entender o motivo da existência da
relação entre as variáveis, ainda que com o sentido contrário ao que esperávamos.
A aceitação da hipótese nula para as empresas da amostra pode ser interpretado
como se segue: para Petrobrás, o principal determinante dos fluxos de caixa é o
preço do petróleo; para Embraer, embora as receitas sejam em dólares, as principais
despesas também o são, o que anula o efeito líquido. Por fim, para Ambev, o efeito
líquido no fluxo de caixa pode estar controlado com instrumentos de hedge, ou ainda
ser pouco nítido, dada a alta volatilidade do conjunto de matérias primas que esta
empresa utiliza (açúcar, cevada, etc.), este provavelmente é a mesma explicação
para a Sadia, que também trabalha sobre a forte volatilidade do preço das
commodities (insumos e ração, preços do frango, suínos, etc).
Portanto, concluímos, parcialmente, com base nas evidências econométricas, que o
desempenho e os fluxos de caixa são sim, determinados em parte pelo risco
ambiental. Esta relação depende muito do tipo de negócio (por exemplo,
132
commodities, como no caso da Petrobrás, ou consumo de alimentos, como Sadia), e
do estilo de administração adotado pela firma (fazer ou não hedge para proteger o
caixa). Podemos ir além, e postular que essas relações determinam um estilo próprio
de administração de fluxos de caixa e lucros, adaptado a volátil realidade dos
mercados emergentes, cujo desenho e compreensão tornaram-se indispensáveis
para que as empresas possam sobreviver e prosperar.
Cabe agora, passarmos à análise seguinte, que relaciona a estratégia de liquidez à
estrutura de capital. De acordo com a teoria descrita neste trabalho, postulamos a
hipótese 11 que “Existe relação inversa entre a liquidez da firma e o índice de
endividamento”.
Os resultados empíricos indicam que evidenciamos a relação proposta para as
empresas Embraer e Sadia, e não evidenciamos para Petrobrás e Ambev.
Podemos interpretar que esta relação não pode ser estabelecida de forma dedutiva
nem indutiva, ou seja, como um caso geral. Em mercados emergentes
especialmente, as estimativas econométricas podem sofrer de um problema
conhecido como variáveis omitidas, onde mesmo quando existe evidência estatística
confirmando uma relação, no mundo real uma variável não explica a outra, e sim
ocorre que ambas as variáveis (neste caso, liquidez e o endividamento) são
explicadas conjuntamente por outras variáveis exógenas, as variáveis ambientais.
Neste caso, podemos extrair algo diferente em jogo, como se o ambiente
macroeconômico de risco determinasse simultaneamente tanto estratégias de
liquidez quanto os níveis de endividamento, e quaisquer correlações entre esses
133
dois, tomadas isoladamente, sejam espúrias do ponto de vista teórico, embora
possam ter significância estatística.
Prosseguimos a análise dos resultados empíricos estimados, agora analisando a
relação entre a estratégia corporativa e métricas de desempenho da firma. De
acordo com nossa hipótese 12: “Existe relação direta entre a estratégia de liquidez
da firma e os fluxos de caixa”.
As equações estimadas apresentam resultados mistos, dependendo da métrica
utilizada. Para fluxos de caixa, a variável-proxy, LPA, foi fortemente aceita como
tendo efeito sobre a liquidez (eq.12), tendo sido aceita a hipótese nula apenas para
Ambev. Fica, portanto, reforçada por este teste, a teoria que as firmas que desejam
seguir estratégias de alta liquidez têm grandes fluxos de caixa. Em particular, essas
firmas enxergam boas oportunidades de investimento, maximizando seus
investimentos em ativos líquidos para terem flexibilidade e rapidez. A Petrobrás, por
exemplo, se beneficia desta estratégia ao adquirir empresas estrangeiras, explorar
novas reservas de petróleo descobertas, ou ainda investir em outras empresas
promissoras. Um resultado que contraria esta tese está na rejeição do modelo
estimado para a Ambev, uma empresa com todas as características para se
beneficiar de alta liquidez: ela tem estratégias de crescimento agressivas e
baseadas em fusões e aquisições. Uma futura reestimação do modelo com uma
amostra maior poderá corroborar esta hipótese no caso da Ambev, visto que o
resultado estimado para esta empresa foi um contra-senso à luz da teoria.
Já utilizando como proxy uma métrica contábil, RETPL, (vide hipótese 13) aceitamos
a hipótese nula para todas as empresas da amostra. Pela lógica dessa relação, um
134
alto retorno sobre o patrimônio líquido deveria reduzir a liquidez das empresas. Isso
pode ser explicado da seguinte forma: empresas com oportunidade de investimento
lucrativas em seu próprio ativo fixo, ou seja, em seu próprio negócio, tendem a
canalizar seu caixa para ampliar seu negócio, e portanto a liquidez deve ser
relativamente menor. O modelo estimado não corrobora esta visão em nenhuma das
empresas da amostra, pelo contrário, os resultados de Petrobrás e Sadia implicam
que a estratégia adotada é justamente contrária a esta, pois os sinais estimados
foram positivos e a estatística F foi significativa. Esta estimação empírica tem
sugestões teóricas interessantes, na medida em que força os teóricos de estratégia
a adaptar seus casos gerais ao ambiente e as idiossincrasias da realidade
vivenciada pelas grandes empresas brasileiras.
Para Ambev e Embraer, a baixa significância estatística não nos autoriza a concluir
com confiança sobre a relação entre as variáveis.
Podemos agora analisar, econometricamente, a estratégia de liquidez, utilizando um
modelo simultâneo para todas as variáveis acima (eq. 14). Os resultados de alguma
forma surpreendem.
Para Ambev, a estimativa simultânea sugere que a única variável que tem influência
sobre sua estratégia de liquidez é o fluxo de caixa.
Para Embraer, o modelo sugere que o endividamento e a variável RETPL explicam
sozinhos toda a sua estratégia de liquidez, haja vista a insignificância do segundo
parâmetro Isto é uma surpresa de certa forma, pois o modelo que explicava a
liquidez pelos fluxos de caixa (LPA) mostrou-se significativo para esta empresa (eq.
135
12). Do ponto de vista estatístico puro, pode ser que ambas as variáveis sejam
colineares, o que também faz sentido do ponto de vista teórico, porque uma
empresa só assume um volume alto de dívidas se é capaz de gerar grandes fluxos
de caixa para pagá-los. Uma forma de se verificar isso seria estabelecer uma nova
hipótese de relação entre fluxos de caixa e endividamento, preferencialmente
controlando-se para efeitos de variação cambial. Fica a sugestão para futuras
pesquisas.
Para a Embraer ocorreu um efeito estranho, pois consideradas as variáveis
isoladamente, apenas o LPA (fluxos de caixa) explicava as estratégias de liquidez,
mas uma vez controladas as variáveis simultaneamente, os fluxos de caixa
perderam todo poder explicativo, que passou para o índice de endividamento. Seria
isto um puzzle estatístico, uma “ilusão de ótica”? É preferível pensar que não, sendo,
na verdade, a variável que reflete os fluxos de caixa (LPA), servindo de proxy para a
verdadeira variável explicativa (índice de dívida), no modelo estimado em separado,
um caso clássico de problema de especificação do modelo, devido a variáveis
omitidas. Ao se pré-definir uma agenda específica de pesquisa e testes empíricos,
não há como fugir de problemas de especificação de modelo, o que pode gerar os
erros do tipo I e II, além de interpretações que podem estar erradas. Entretanto, um
foco demasiado excessivo na parte econométrica transformaria o trabalho em uma
tese da área de estatística aplicada, com ênfase em detalhes específicos daquela
área. Uma forma de manter o foco original da pesquisa e ao mesmo tempo
resguardar a qualidade dos testes econométricos é avaliá-los tanto à luz dos
possíveis problemas de especificação, decorrentes do foco fechado das hipóteses e
variáveis construídas, como também utilizar a teoria de estratégia empresarial
desenvolvida neste trabalho, para avaliar, qualitativamente, à luz da experiência real,
136
a plausibilidade das hipóteses, e a possibilidade de influências diversas no resultado
das estimativas. Cabe ao escopo deste trabalho interpretar e sempre levantar
dúvidas quanto aos limites formais da modelagem, quando e se for o caso, para que
os pesquisadores interessados possam aprofundar os testes e análises estatísticas
de seu interesse específico, a partir das bases conceituais e quantitativas lançadas
por esta pesquisa.
Finalmente o modelo completo para a Sadia revelou um efeito contrário de Petrobrás
e Embraer. Para a Sadia, a estimativa econométrica sugere que o poder explicativo
deva ser todo alocado à variável LPA, retirando, portanto, a influência do
endividamento como determinante de estratégias de liquidez.
Numa etapa final, buscamos analisar a relação entre a estrutura de capital e o
desempenho da firma. Um dos objetivos principais deste teste é avaliar
empiricamente o efeito da alavancagem financeira sobre o desempenho da firma.
Queremos responder a pergunta: Alavancar a empresa, ou seja, assumir mais
dívidas potencializa de fato os resultados da firma? É importante ressaltar que,
potencializar resultados (bons ou ruins) é diferente de aumentar o valor da firma. O
aumento da alavancagem aumenta também o risco, e proporcionalmente a taxa de
desconto utilizada para avaliar a empresa. Esta interessante análise complementar
pode ser objeto também de futura pesquisa nesta área. A alavancagem financeira é
um multiplicador do resultado do acionista. Como multiplicador que é se estiver
abaixo de 1, estará reduzindo o retorno do acionista e não aumentando como é o
objetivo maior do acionista. Neste caso o endividamento estará prejudicando o
acionista ao invés de beneficiá-lo. O gestor sempre deve buscar alavancagem
financeira maior que 1.
137
O que provoca a alavancagem financeira menor que 1, normalmente é o alto custo
do endividamento face a capacidade da empresa gerar lucro operacional. Se a
empresa gera pouco lucro operacional, mesmo que o recurso de terceiro não esteja
custando muito caro, a alavancagem financeira será menor que 1. Em outras
palavras, por menor que seja o custo do capital de terceiros, se a empresa não gera
lucro operacional não há como proporcionar alavancagem financeira maior que 1,
Por enquanto, vamos verificar a hipótese 15: “Existe relação direta entre o grau de
alavancagem financeira da firma e o retorno sobre o patrimônio líquido”.
O modelo econométrico nos fornece evidências para afirmar com alta confiança que
sim, para pelo menos duas empresas da amostra, excetuando-se Ambev e
Petrobras. Este resultado clássico e importante da teoria de finanças tem
implicações fundamentais no desenho de qualquer estratégia empresarial em
ambientes voláteis. A alavancagem financeira em mercados emergentes pode, em
última instância, ser responsável pela falência de uma firma.
Uma forma de olhar para o mesmo problema, mas sob outro aspecto, está na
hipótese 16 que formulamos a seguir, tentando estabelecer uma relação direta entre
o nível de endividamento da firma (e, portanto, uma medida de alavancagem) e o
retorno sobre o patrimônio líquido.
Estranhamente, modelando desta forma, os resultados não foram significativos para
nenhuma das empresas. Somente explicitando o grau de alavancagem (GAF)
pudemos evidenciar estatisticamente este efeito.
138
Podemos ainda estimar simultaneamente ambas as métricas, o que fizemos na
equação 17, e os resultados são todos mantidos, com exceção dos da Ambev, para
a qual aceitamos a hipótese alternativa que existe um efeito do endividamento (e,
portanto da alavancagem) sobre os retornos.
Por uma métrica ou outra, pudemos evidenciar, com sucesso, que as empresas da
amostra têm o seu desempenho afetado pela alavancagem financeira, como
estabelecido pela teoria.
Desta forma, concluímos o que foi proposto inicialmente por este trabalho de
pesquisa, principalmente, na construção de um modelo avançado, para se estudar a
interação entre os múltiplos fatores de risco e as estratégias empresariais, na
realidade brasileira.
Longe de esgotarmos este assunto, este modelo buscou propôr e testar formalmente
em uma amostra de quatro empresas representantes de segmentos distintos da
economia, formas possíveis de se pensar estratégias empresariais, sob aspectos
relevantes em nossa realidade. Naturalmente, muitos problemas existentes no
ambiente brasileiro têm similar em outros países emergentes, especialmente os
chamados BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China), como alta volatilidade cambial e de
taxas de juros, e mesmo choques e crises internacionais.
A utilização do instrumento formal (econometria) induz a uma apreensão dos fatos,
uma visão do mundo científica, um avanço na compreensão e interpretação do que
é relevante ser destacado de uma realidade complexa, e ser estudado em detalhes.
139
Como os resultados analisados nesta conclusão deixaram claros, não se pode
pensar estratégia empresarial no Brasil sem se considerar seriamente o componente
risco ambiental. Este componente, aliado ao mercado específico em que a empresa
atua, é um forte fator explicativo das estratégias seguidas pelas empresas. O estudo
e a compreensão destas interações, enfocado pelo trinômio risco ambiental – fatores
específicos – estratégia empresarial, é uma contribuição ao avanço do conhecimento
dos determinantes de uma gestão empresarial dinâmica, bem sucedida e adaptável,
qualquer que seja o ambiente ou país.
7.2 Onde este estudo poderá ter uma implicação maior: questões conceituais
O presente estudo também dá insight aos praticantes do mercado, em termos da
ênfase que precisam colocar, em questões que se referem à administração da firma.
A existência de um alinhamento entre os conceitos de risco ambiental, estratégia
corporativa, estrutura de capital e desempenho da firma provê aos players a base na
qual poderiam desenvolver seus critérios de tomadas de decisão, vis-à-vis a
formulação de estratégias e decisões de alocação de recursos.
O conceito construído para o risco ambiental ilumina assuntos relativos à exposição
das empresas a riscos no domínio ambiental. O presente estudo busca responder
aos gestores, por meio de insights, em termos de como os fatores ambientais afetam
o desempenho da firma e a estrutura de capital. E como estes afetam a liquidez. A
direção da relação entre o ambiente e a estratégia corporativa deve ser considerada
em decisões e formulação de estratégias.
As decisões de alocação de recursos, e sua relação com a estrutura de capital,
devem receber a devida atenção, de forma que as firmas possam adicionar valor a
140
seus acionistas e credores. O nível e o mix de dívida e patrimônio líquido pode
impactar a performance geral das empresas. Os praticantes deveriam considerar em
sua formulação estratégica e demais decisões, como o custo de capital pode ser
minimizado de forma a maximizar o valor da dívida e do capital próprio, de forma a
maximizar a criação de valor na firma.
O presente estudo ilumina, também, algumas relações chave que os
administradores deveriam considerar. As questões principais a serem respondidas
pelos executivos são:
a. Que tipo de Estratégia mais cria valor para a firma?
b. Que tipos de estratégia deveriam ser utilizados face aos fatores de risco
ambientais que afetam a firma?
c. Que tipos de recursos de capital devem ser considerados durante o processo de
alocação de recursos que mais cria valor para a firma?
d. Como a firma deve alinhar os fatores ambientais a sua estratégia e sua estrutura
de capital de forma a maximizar seu valor?
e. Que estratégias e decisões de alocação de recursos da firma levam à
maximização de valor tanto dos investimentos em dívida quanto em ações?
As decisões de longo prazo dos administradores devem levar em consideração as
questões levantadas acima. Tais questionamentos serão a essência da criação de
valor aos recursos existentes da firma e que irão conduzir à satisfação de todos os
interessados envolvidos: acionistas, credores, clientes, fornecedores, governo e
sociedade.
141
7.3 Limitações de pesquisa e sugestão para trabalhos futuros
Como em todo processo de análise de situações do mundo real, um estudo acerca
das estratégias organizacionais apresenta determinadas limitações. Esse tipo de
estudo nada mais é que a verificação, por meio de evidências empíricas, que
determinado modelo reflete adequadamente aspectos da realidade observada. Isso
é feito assumindo-se que o “processo gerador de dados” possa ser descrito em
grandes amostras como tendo uma distribuição de probabilidade específica, sendo a
mais utilizada a distribuição normal, que é caracterizada apenas pelo primeiro
momento (média) e segundo momento (variância) amostrais.
Relacionamos a seguir algumas limitações inerentes ao estudo:
Inerentes ao tema: O tema escolhido para abordagem neste estudo ainda
apresenta-se pouco explorado. Principalmente, em um mercado com as
características do mercado brasileiro, onde não temos uma grande
disponibilidade de dados.
Fonte de dados: Acesso a pequena série histórica de dados (1997 a 2005) para a
composição da amostra, além da qualidade questionável dos mesmos.
Entretanto, a pesquisa assume que as informações das empresas são corretas e
não apresentam viés.
Tamanho da amostra: Em nosso estudo, o pequeno tamanho da nossa amostra
pode acarretar muitos ruídos, diminuindo o nosso nível de confiança.
Metodologia de análise e método de estimação dos parâmetros: As relações de
causalidade foram definidas arbitrariamente pelo pesquisador e não podem ser
consideradas corretas a priori. Existe a possibilidade da inexistência de uma
142
relação bem definida de causa e efeito entre as variáveis, mesmo sendo forte o
relacionamento entre elas. Por isto, conclusões baseadas no estudo estatístico
devem ser feitas com cuidado, atentando-se para essa possível armadilha na
interpretação dos resultados. Temos também que a especificação dos modelos,
ou seja, a escolha das variáveis independentes para o Método dos Mínimos
Quadrados Ordinários (MMQO) influencia os resultados obtidos. Daí, a
importância, quando pertinente, das variáveis de controle. Portanto, possíveis
variáveis relevantes omitidas podem conduzir a inferências equivocadas.
Influências espúrias: Em certos casos é possível que os dados coletados estejam
contaminados com influências espúrias em geral em tal grau que as verdadeiras
relações entre as variáveis tornam-se imperceptíveis. Tais influências
indesejadas podem ser agrupadas sob a expressão genérica de “ruído”. O ruído
pode ser entendido como um conjunto de pequenas imperfeições do mercado, as
quais, agregadas, podem resultar em importantes distorções das informações
observadas pelo pesquisador. O ruído reflete-se ainda na impossibilidade de se
observar ou na dificuldade de se definir operacionalmente variáveis cuja omissão
pode afetar significativamente os resultados do estudo. Tal problema, portanto,
sintetiza, em grande parte, todas as limitações apresentadas até aqui e seu
reconhecimento sugere cautela na condução e interpretação de pesquisas
empíricas em geral.
Para futuros trabalhos sobre o tema sugerimos reaplicar o estudo em questão
levando em consideração alguns aspectos, tais como:
Trabalhar com uma amostra maior (para isso deveremos aguardar maior
disponibilidade de dados com o passar do tempo).
143
No estudo dos impactos dos riscos ambientais sobre a estratégia corporativa,
pode-se incluir uma variável extra como proxy para o tamanho da dívida de cada,
por exemplo.
No estudo sobre os impactos da estratégia corporativa na estrutura de capital,
sugerimos estabelecer uma hipótese de relação entre fluxos de caixa e
endividamento, controlando-se para efeito de variação cambial.
144
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151
ANEXOS
ANEXO A – Resultados da AMBEV
152
LIQ = b0 - b1 * TXJUROS + erro (1)
Dependent Variable: AMBV_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 14:46
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 18 – Resultados AMBEV (equação 1)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.626529 0.230744 2.715262 0.0114
TX_JUROS 0.015695 0.010874 1.443364 0.1604
R-squared 0.071632 Mean dependent var 0.947931
Adjusted R-squared 0.037248 S.D. dependent var 0.331957
S.E. of regression 0.325716 Akaike info criterion 0.660891
Sum squared resid 2.864456 Schwarz criterion 0.755187
Log likelihood -7.582918 F-statistic 2.083301
Durbin-Watson stat 0.640793 Prob(F-statistic) 0.160421
Fonte: Software E-Views, 2006.
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (2)
Dependent Variable: AMBV_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 15:20
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 19 – Resultados AMBEV (equação 2)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.699748 0.265830 2.632313 0.0139
TX_CAMBIO 0.101930 0.106193 0.959855 0.3456
R-squared 0.032997 Mean dependent var 0.947931
Adjusted R-squared -0.002818 S.D. dependent var 0.331957
S.E. of regression 0.332425 Akaike info criterion 0.701664
Sum squared resid 2.983664 Schwarz criterion 0.795961
Log likelihood -8.174134 F-statistic 0.921321
Durbin-Watson stat 0.567534 Prob(F-statistic) 0.345646
Fonte: Software E-Views, 2006.
153
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (3)
Dependent Variable: AMBV_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 15:32
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 20 – Resultados AMBEV (equação 3)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.132108 0.397326 0.332493 0.7422
TX_CAMBIO 0.160933 0.106494 1.511193 0.1428
TX_JUROS 0.020705 0.011130 1.860313 0.0742
R-squared 0.146591 Mean dependent var 0.947931
Adjusted R-squared 0.080944 S.D. dependent var 0.331957
S.E. of regression 0.318239 Akaike info criterion 0.645667
Sum squared resid 2.633172 Schwarz criterion 0.787112
Log likelihood -6.362174 F-statistic 2.233027
Durbin-Watson stat 0.692412 Prob(F-statistic) 0.127363
Fonte
: Software E
-
Views, 2006.
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (4)
Dependent Variable: AMBV_INDICEDIVIDA
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 15:23
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 21 – Resultados AMBEV (equação 4)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 1.495084 0.643021 2.325094 0.0278
TX_JUROS 0.021825 0.030303 0.720226 0.4776
R-squared 0.018850 Mean dependent var 1.942010
Adjusted R-squared -0.017489 S.D. dependent var 0.899849
S.E. of regression 0.907683 Akaike info criterion 2.710630
Sum squared resid 22.24501 Schwarz criterion 2.804926
Log likelihood -37.30414 F-statistic 0.518726
Fonte: Software E-Views, 2006.
154
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (5)
Dependent Variable: AMBV_INDICEDIVIDA
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 15:25
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 22 – Resultados AMBEV (equação 5)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 2.551462 0.722797 3.529984 0.0015
TX_CAMBIO -0.250304 0.288741 -0.866882 0.3936
R-squared 0.027079 Mean dependent var 1.942010
Adjusted R-squared -0.008955 S.D. dependent var 0.899849
S.E. of regression 0.903869 Akaike info criterion 2.702207
Sum squared resid 22.05844 Schwarz criterion 2.796504
Log likelihood -37.18201 F-statistic 0.751484
Durbin-Watson stat 1.230969 Prob(F-statistic) 0.393646
Fonte: Software E-Views, 2006.
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (6)
Dependent Variable: AMBV_INDICEDIVIDA
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 15:33
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 23 – Resultados AMBEV (equação 6)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 2.129240 1.144926 1.859717 0.0743
TX_JUROS 0.015400 0.032071 0.480202 0.6351
TX_CAMBIO -0.206416 0.306871 -0.672649 0.5071
R-squared 0.035632 Mean dependent var 1.942010
Adjusted R-squared -0.038550 S.D. dependent var 0.899849
S.E. of regression 0.917029 Akaike info criterion 2.762343
Sum squared resid 21.86452 Schwarz criterion 2.903787
Log likelihood -37.05397 F-statistic 0.480332
Durbin-Watson stat 1.245729 Prob(F-statistic) 0.623959
Fonte: Software E-Views, 2006.
155
RETPL = b0 - b1 * TXJUROS + erro (7)
Dependent Variable: AMBV_RETPL
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 15:29
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 24 – Resultados AMBEV (equação 7)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.111611 0.138474 0.806009 0.4273
TX_JUROS 0.005549 0.006526 0.850273 0.4027
R-squared 0.026078 Mean dependent var 0.225234
Adjusted R-squared -0.009993 S.D. dependent var 0.194499
S.E. of regression 0.195469 Akaike info criterion -0.360363
Sum squared resid 1.031615 Schwarz criterion -0.266066
Log likelihood 7.225257 F-statistic 0.722964
Durbin-Watson stat 0.603214 Prob(F-statistic) 0.402651
Fonte: Software E-Views, 2006.
LPA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (8)
Dependent Variable: AMBV_LPA
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 15:30
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 25 – Resultados AMBEV (equação 8)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.018817 0.011128 1.690928 0.1024
TX_JUROS 1.81E-05 0.000524 0.034484 0.9727
R-squared 0.000044 Mean dependent var 0.019187
Adjusted R-squared -0.036991 S.D. dependent var 0.015426
S.E. of regression 0.015708 Akaike info criterion -5.402775
Sum squared resid 0.006662 Schwarz criterion -5.308479
Log likelihood 80.34024 F-statistic 0.001189
Durbin-Watson stat 0.226614 Prob(F-statistic) 0.972745
Fonte: Software E-Views, 2006.
156
LPA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (9)
Dependent Variable: AMBV_LPA
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 15:37
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 26 – Resultados AMBEV (equação 9)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C -0.034396 0.006738 -5.104906 0.0000
TX_CAMBIO 0.022007 0.002692 8.176079 0.0000
R-squared 0.712302 Mean dependent var 0.019187
Adjusted R-squared 0.701646 S.D. dependent var 0.015426
S.E. of regression 0.008426 Akaike info criterion -6.648573
Sum squared resid 0.001917 Schwarz criterion -6.554277
Log likelihood 98.40432 F-statistic 66.84827
Durbin-Watson stat 0.853235 Prob(F-statistic) 0.000000
Fonte: Software E-Views, 2006.
LPA = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (10)
Dependent Variable: AMBV_LPA
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 16:06
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 27 – Resultados AMBEV (equação 10)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C -0.055547 0.009260 -5.998744 0.0000
TX_JUROS 0.000771 0.000259 2.974378 0.0063
TX_CAMBIO 0.024205 0.002482 9.752834 0.0000
R-squared 0.785342 Mean dependent var 0.019187
Adjusted R-squared 0.768830 S.D. dependent var 0.015426
S.E. of regression 0.007417 Akaike info criterion -6.872476
Sum squared resid 0.001430 Schwarz criterion -6.731032
Log likelihood 102.6509 F-statistic 47.56155
Durbin-Watson stat 1.246859 Prob(F-statistic) 0.000000
Fonte: Software E-Views, 2006.
157
LIQ = b0 - b1 * INDICEDIVIDA + erro (11)
Dependent Variable: AMBV_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 15:39
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 28 – Resultados AMBEV (equação 11)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.697642 0.141946 4.914843 0.0000
AMBV_INDICEDIVIDA 0.128881 0.066522 1.937426 0.0632
R-squared 0.122055 Mean dependent var 0.947931
Adjusted R-squared 0.089538 S.D. dependent var 0.331957
S.E. of regression 0.316747 Akaike info criterion 0.605047
Sum squared resid 2.708879 Schwarz criterion 0.699344
Log likelihood -6.773186 F-statistic 3.753620
Durbin-Watson stat 1.113025 Prob(F-statistic) 0.063219
Fonte: Software E-Views, 2006.
LIQ = b0 + b1 * LPA + erro (12)
Dependent Variable: AMBV_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 15:41
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 29 – Resultados AMBEV (equação 12)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.845460 0.098099 8.618429 0.0000
AMBV_LPA 5.340618 4.011930 1.331184 0.1943
R-squared 0.061589 Mean dependent var 0.947931
Adjusted R-squared 0.026833 S.D. dependent var 0.331957
S.E. of regression 0.327473 Akaike info criterion 0.671651
Sum squared resid 2.895443 Schwarz criterion 0.765947
Log likelihood -7.738933 F-statistic 1.772052
Durbin-Watson stat 0.546547 Prob(F-statistic) 0.194260
Fonte: Software E-Views, 2006.
158
LIQ = b0 - b1 * RETPL + erro (13)
Dependent Variable: AMBV_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 15:42
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 30 – Resultados AMBEV (equação 13)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.855503 0.094178 9.083898 0.0000
AMBV_RETPL 0.410365 0.318824 1.287119 0.2090
R-squared 0.057811 Mean dependent var 0.947931
Adjusted R-squared 0.022915 S.D. dependent var 0.331957
S.E. of regression 0.328132 Akaike info criterion 0.675669
Sum squared resid 2.907101 Schwarz criterion 0.769965
Log likelihood -7.797194 F-statistic 1.656677
Durbin-Watson stat 0.548373 Prob(F-statistic) 0.208978
Fonte: Software E-Views, 2006.
LIQ = b0 - b1 * INDICEDIVIDA + b2 * LPA - b3* RETPL + erro (14)
Dependent Variable: AMBV_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 16:06
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 31 – Resultados AMBEV (equação 14)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.499615 0.171374 2.915353 0.0074
AMBV_INDICEDIVIDA 0.156967 0.066152 2.372832 0.0257
AMBV_LPA 3.505728 7.050434 0.497236 0.6234
AMBV_RETPL 0.338398 0.562972 0.601092 0.5532
R-squared 0.236755 Mean dependent var 0.947931
Adjusted R-squared 0.145165 S.D. dependent var 0.331957
S.E. of regression 0.306919 Akaike info criterion 0.602973
Sum squared resid 2.354975 Schwarz criterion 0.791566
Log likelihood -4.743114 F-statistic 2.584957
Durbin-Watson stat 1.268281 Prob(F-statistic) 0.075680
Fonte: Software E-Views, 2006.
159
RETPL = b0 + b1 * GAF + erro (15)
Dependent Variable: AMBV_RETPL
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 15:45
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 26
TABELA 32 – Resultados AMBEV (equação 15)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.335208 0.049830 6.727070 0.0000
AMBV_GAF -0.028811 0.020480 -1.406781 0.1723
R-squared 0.076178 Mean dependent var 0.274927
Adjusted R-squared 0.037686 S.D. dependent var 0.132200
S.E. of regression 0.129685 Akaike info criterion -1.173607
Sum squared resid 0.403639 Schwarz criterion -1.076830
Log likelihood 17.25689 F-statistic 1.979033
Durbin-Watson stat 0.282551 Prob(F-statistic) 0.172310
Fonte: Software E-Views, 2006.
RETPL = b0 + b1 * INDICEDIVIDA + erro (16)
Dependent Variable: AMBV_RETPL
Method: Least Squares
Date: 07/16/06 Time: 19:59
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 33 – Resultados AMBEV (equação 16)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.319582 0.086490 3.695002 0.0010
AMBV_INDICEDIVIDA -0.048583 0.040533 -1.198591 0.2411
R-squared 0.050520 Mean dependent var 0.225234
Adjusted R-squared 0.015354 S.D. dependent var 0.194499
S.E. of regression 0.193000 Akaike info criterion -0.385779
Sum squared resid 1.005725 Schwarz criterion -0.291483
Log likelihood 7.593799 F-statistic 1.436621
Durbin-Watson stat 0.533108 Prob(F-statistic) 0.241102
Fonte: Software E-Views, 2006.
160
RETPL = b0 + b1 * GAF + b2 * INDICE DIVIDA + erro (17)
Dependent Variable: AMBV_RETPL
Method: Least Squares
Date: 06/10/06 Time: 16:03
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 26
TABELA 34 – Resultados AMBEV (equação 17)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.193911 0.073076 2.653543 0.0142
AMBV_GAF -0.051828 0.020823 -2.488962 0.0205
AMBV_INDICEDIVIDA 0.104517 0.042428 2.463378 0.0217
R-squared 0.269033 Mean dependent var 0.274927
Adjusted R-squared 0.205471 S.D. dependent var 0.132200
S.E. of regression 0.117839 Akaike info criterion -1.330835
Sum squared resid 0.319376 Schwarz criterion -1.185670
Log likelihood 20.30086 F-statistic 4.232593
Durbin-Watson stat 0.437234 Prob(F-statistic) 0.027216
Fonte: Software E-Views, 2006.
161
ANEXO B – Resultados da PETROBRÁS
162
LIQ = b0 - b1 * TXJUROS + erro (1)
Dependent Variable: PETRO_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:07
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 35 – Resultados PETROBRÁS (equação 1)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 1.623827 0.155825 10.42084 0.0000
TX_JUROS -0.034118 0.007344 -4.646041 0.0001
R-squared 0.444281 Mean dependent var 0.925172
Adjusted R-squared 0.423699 S.D. dependent var 0.289749
S.E. of regression 0.219961 Akaike info criterion -0.124257
Sum squared resid 1.306342 Schwarz criterion -0.029960
Log likelihood 3.801721 F-statistic 21.58570
Durbin-Watson stat 0.215114 Prob(F-statistic) 0.000079
Fonte: Software E-Views, 2006.
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (2)
Dependent Variable: PETRO_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:08
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 36 – Resultados PETROBRÁS (equação 2)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.134982 0.176722 0.763807 0.4516
TX_CAMBIO 0.324534 0.070597 4.597026 0.0001
R-squared 0.439050 Mean dependent var 0.925172
Adjusted R-squared 0.418274 S.D. dependent var 0.289749
S.E. of regression 0.220994 Akaike info criterion -0.114888
Sum squared resid 1.318638 Schwarz criterion -0.020592
Log likelihood 3.665877 F-statistic 21.13265
Durbin-Watson stat 0.407217 Prob(F-statistic) 0.000090
Fonte: Software E-Views, 2006.
163
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (3)
Dependent Variable: PETRO_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:18
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 37 – Resultados PETROBRÁS (equação 3)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.857524 0.212157 4.041939 0.0004
TX_CAMBIO 0.249430 0.056864 4.386457 0.0002
TX_JUROS -0.026355 0.005943 -4.434731 0.0001
R-squared 0.680628 Mean dependent var 0.925172
Adjusted R-squared 0.656061 S.D. dependent var 0.289749
S.E. of regression 0.169927 Akaike info criterion -0.609198
Sum squared resid 0.750755 Schwarz criterion -0.467754
Log likelihood 11.83338 F-statistic 27.70492
Durbin-Watson stat 0.566597 Prob(F-statistic) 0.000000
Fonte: Software E-Views, 2006.
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (4)
Dependent Variable: PETRO_INDICEDIVIDA
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:09
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 38 – Resultados PETROBRÁS (equação 4)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 2.067742 0.197207 10.48514 0.0000
TX_JUROS -0.024622 0.009294 -2.649330 0.0133
R-squared 0.206325 Mean dependent var 1.563545
Adjusted R-squared 0.176929 S.D. dependent var 0.306841
S.E. of regression 0.278376 Akaike info criterion 0.346783
Sum squared resid 2.092314 Schwarz criterion 0.441079
Log likelihood -3.028353 F-statistic 7.018948
Durbin-Watson stat 0.849467 Prob(F-statistic) 0.013314
Fonte: Software E-Views, 2006.
164
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (5)
Dependent Variable: PETRO_INDICEDIVIDA
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:09
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 39 – Resultados PETROBRÁS (equação 5)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 1.404480 0.247884 5.665876 0.0000
TX_CAMBIO 0.065329 0.099024 0.659725 0.5150
R-squared 0.015864 Mean dependent var 1.563545
Adjusted R-squared -0.020585 S.D. dependent var 0.306841
S.E. of regression 0.309983 Akaike info criterion 0.561872
Sum squared resid 2.594413 Schwarz criterion 0.656169
Log likelihood -6.147150 F-statistic 0.435237
Durbin-Watson stat 0.819557 Prob(F-statistic) 0.515019
Fonte: Software E-Views, 2006.
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO – b2 * TXJUROS + erro (6)
Dependent Variable: PETRO_INDICEDIVIDA
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:19
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 40 – Resultados PETROBRÁS (equação 6)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 2.084054 0.354156 5.884561 0.0000
TX_CAMBIO -0.005310 0.094923 -0.055935 0.9558
TX_JUROS -0.024787 0.009920 -2.498634 0.0191
R-squared 0.206420 Mean dependent var 1.563545
Adjusted R-squared 0.145376 S.D. dependent var 0.306841
S.E. of regression 0.283662 Akaike info criterion 0.415628
Sum squared resid 2.092062 Schwarz criterion 0.557073
Log likelihood -3.026608 F-statistic 3.381465
Durbin-Watson stat 0.852076 Prob(F-statistic) 0.049508
Fonte: Software E-Views, 2006.
165
RETPL = b0 - b1 * TXJUROS + erro (7)
Dependent Variable: PETRO_RETPL
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:10
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 26
TABELA 41 – Resultados PETROBRÁS (equação 7)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.578671 0.105159 5.502804 0.0000
TX_JUROS -0.010724 0.005251 -2.042175 0.0523
R-squared 0.148044 Mean dependent var 0.369238
Adjusted R-squared 0.112546 S.D. dependent var 0.125922
S.E. of regression 0.118625 Akaike info criterion -1.351897
Sum squared resid 0.337725 Schwarz criterion -1.255120
Log likelihood 19.57466 F-statistic 4.170480
Durbin-Watson stat 0.553613 Prob(F-statistic) 0.052270
Fonte: Software E-Views, 2006.
LPA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (8)
Dependent Variable: PETRO_LPA
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:11
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 26
TABELA 42 – Resultados PETROBRÁS (equação 8)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 4.346917 1.150419 3.778551 0.0009
TX_JUROS -0.078286 0.057449 -1.362713 0.1856
R-squared 0.071818 Mean dependent var 2.818070
Adjusted R-squared 0.033143 S.D. dependent var 1.319785
S.E. of regression 1.297730 Akaike info criterion 3.432913
Sum squared resid 40.41845 Schwarz criterion 3.529690
Log likelihood -42.62787 F-statistic 1.856987
Durbin-Watson stat 0.133625 Prob(F-statistic) 0.185624
Fonte: Software E-Views, 2006.
166
LPA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (9)
Dependent Variable: PETRO_LPA
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:11
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 26
TABELA 43 – Resultados PETROBRÁS (equação 9)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.320294 1.078675 0.296933 0.7691
TX_CAMBIO 0.995068 0.419158 2.373967 0.0259
R-squared 0.190166 Mean dependent var 2.818070
Adjusted R-squared 0.156423 S.D. dependent var 1.319785
S.E. of regression 1.212175 Akaike info criterion 3.296513
Sum squared resid 35.26485 Schwarz criterion 3.393290
Log likelihood -40.85468 F-statistic 5.635721
Durbin-Watson stat 0.198864 Prob(F-statistic) 0.025944
Fonte: Software E-Views, 2006.
LPA = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (10)
Dependent Variable: PETRO_LPA
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:20
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 26
TABELA 44 – Resultados PETROBRÁS (equação 10)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 1.692177 1.609765 1.051195 0.3041
TX_CAMBIO 0.927216 0.420736 2.203797 0.0378
TX_JUROS -0.061527 0.053863 -1.142287 0.2651
R-squared 0.233643 Mean dependent var 2.818070
Adjusted R-squared 0.167003 S.D. dependent var 1.319785
S.E. of regression 1.204550 Akaike info criterion 3.318256
Sum squared resid 33.37164 Schwarz criterion 3.463421
Log likelihood -40.13733 F-statistic 3.506059
Durbin-Watson stat 0.219296 Prob(F-statistic) 0.046877
Fonte: Software E-Views, 2006.
167
LIQ = b0 - b1 * INDICEDIVIDA + erro (11)
Dependent Variable: PETRO_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:13
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 45 – Resultados PETROBRÁS (equação 11)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.952952 0.289327 3.293688 0.0028
PETRO_INDICEDIVIDA -0.017767 0.181698 -0.097783 0.9228
R-squared 0.000354 Mean dependent var 0.925172
Adjusted R-squared -0.036670 S.D. dependent var 0.289749
S.E. of regression 0.295014 Akaike info criterion 0.462882
Sum squared resid 2.349892 Schwarz criterion 0.557178
Log likelihood -4.711784 F-statistic 0.009561
Durbin-Watson stat 0.090607 Prob(F-statistic) 0.922827
Fonte: Software E-Views, 2006.
LIQ = b0 + b1 * LPA + erro (12)
Dependent Variable: PETRO_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:14
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 26
TABELA 46 – Resultados PETROBRÁS (equação 12)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.672689 0.077341 8.697709 0.0000
PETRO_LPA 0.113144 0.024940 4.536584 0.0001
R-squared 0.461649 Mean dependent var 0.991538
Adjusted R-squared 0.439218 S.D. dependent var 0.219776
S.E. of regression 0.164580 Akaike info criterion -0.697034
Sum squared resid 0.650079 Schwarz criterion -0.600257
Log likelihood 11.06144 F-statistic 20.58059
Durbin-Watson stat 0.265184 Prob(F-statistic) 0.000135
Fonte: Software E-Views, 2006.
168
LIQ = b0 - b1 * RETPL + erro (13)
Dependent Variable: PETRO_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:15
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 26
TABELA 47 – Resultados PETROBRÁS (equação 13)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.692910 0.122916 5.637278 0.0000
PETRO_RETPL 0.808770 0.315705 2.561791 0.0171
R-squared 0.214731 Mean dependent var 0.991538
Adjusted R-squared 0.182011 S.D. dependent var 0.219776
S.E. of regression 0.198771 Akaike info criterion -0.319518
Sum squared resid 0.948243 Schwarz criterion -0.222742
Log likelihood 6.153738 F-statistic 6.562775
Durbin-Watson stat 0.210856 Prob(F-statistic) 0.017117
Fonte: Software E-Views, 2006.
LIQ = b0 - b1 * INDICEDIVIDA + b2 * LPA - b3* RETPL + erro (14)
Dependent Variable: PETRO_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:21
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 26
TABELA 48 – Resultados PETROBRÁS (equação 14)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.469016 0.253579 1.849586 0.0779
PETRO_INDICEDIVIDA 0.073192 0.140257 0.521846 0.6070
PETRO_LPA 0.104260 0.030401 3.429510 0.0024
PETRO_RETPL 0.310265 0.301293 1.029776 0.3143
R-squared 0.497781 Mean dependent var 0.991538
Adjusted R-squared 0.429296 S.D. dependent var 0.219776
S.E. of regression 0.166030 Akaike info criterion -0.612662
Sum squared resid 0.606449 Schwarz criterion -0.419109
Log likelihood 11.96461 F-statistic 7.268528
Durbin-Watson stat 0.339324 Prob(F-statistic) 0.001456
Fonte: Software E-Views, 2006.
169
RETPL = b0 + b1 * GAF + erro (15)
Dependent Variable: PETRO_RETPL
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:16
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 26
TABELA 49 – Resultados PETROBRÁS (equação 15)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.319097 0.169140 1.886587 0.0714
PETRO_GAF 0.019783 0.065990 0.299783 0.7669
R-squared 0.003731 Mean dependent var 0.369238
Adjusted R-squared -0.037781 S.D. dependent var 0.125922
S.E. of regression 0.128279 Akaike info criterion -1.195414
Sum squared resid 0.394933 Schwarz criterion -1.098637
Log likelihood 17.54038 F-statistic 0.089870
Durbin-Watson stat 0.427818 Prob(F-statistic) 0.766924
Fonte: Software E-Views, 2006.
RETPL = b0 + b1 * INDICEDIVIDA + erro (16)
Dependent Variable: PETRO_RETPL
Method: Least Squares
Date: 07/16/06 Time: 20:17
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 26
TABELA 50 – Resultados PETROBRÁS (equação 16)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.364585 0.159396 2.287287 0.0313
PETRO_INDICEDIVIDA 0.002984 0.100920 0.029564 0.9767
R-squared 0.000036 Mean dependent var 0.369238
Adjusted R-squared -0.041629 S.D. dependent var 0.125922
S.E. of regression 0.128517 Akaike info criterion -1.191712
Sum squared resid 0.396397 Schwarz criterion -1.094936
Log likelihood 17.49226 F-statistic 0.000874
Durbin-Watson stat 0.426460 Prob(F-statistic) 0.976659
Fonte: Software E-Views, 2006.
170
RETPL = b0 + b1* GAF + b2 * INDICE DIVIDA + erro (17)
Dependent Variable: PETRO_RETPL
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:22
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 26
TABELA 51 – Resultados PETROBRÁS (equação 17)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.331897 0.189458 1.751822 0.0931
PETRO_GAF 0.027288 0.081415 0.335176 0.7405
PETRO_INDICEDIVIDA -0.020406 0.124280 -0.164191 0.8710
R-squared 0.004897 Mean dependent var 0.369238
Adjusted R-squared -0.081634 S.D. dependent var 0.125922
S.E. of regression 0.130961 Akaike info criterion -1.119662
Sum squared resid 0.394470 Schwarz criterion -0.974497
Log likelihood 17.55561 F-statistic 0.056592
Durbin-Watson stat 0.418409 Prob(F-statistic) 0.945110
Fonte: Software E-Views, 2006.
171
ANEXO C – Resultados da SADIA
172
LIQ = b0 - b1 * TXJUROS + erro (1)
Dependent Variable: SDIA_LIQ
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 00:54
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 52 – Resultados SADIA (equação 1)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.889523 0.234968 3.785716 0.0008
TX_JUROS -0.001155 0.011073 -0.104347 0.9177
R-squared 0.000403 Mean dependent var 0.865862
Adjusted R-squared -0.036619 S.D. dependent var 0.325769
S.E. of regression 0.331680 Akaike info criterion 0.697177
Sum squared resid 2.970306 Schwarz criterion 0.791473
Log likelihood -8.109068 F-statistic 0.010888
Durbin-Watson stat 0.193826 Prob(F-statistic) 0.917666
Fonte: Software E-Views, 2006.
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (2)
Dependent Variable: SDIA_LIQ
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 00:55
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 53 – Resultados SADIA (equação 2)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.243285 0.234955 1.035455 0.3096
TX_CAMBIO 0.255695 0.093859 2.724244 0.0112
R-squared 0.215607 Mean dependent var 0.865862
Adjusted R-squared 0.186555 S.D. dependent var 0.325769
S.E. of regression 0.293814 Akaike info criterion 0.454736
Sum squared resid 2.330828 Schwarz criterion 0.549032
Log likelihood -4.593668 F-statistic 7.421504
Durbin-Watson stat 0.364962 Prob(F-statistic) 0.011164
Fonte: Software E-Views, 2006.
173
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (3)
Dependent Variable: SDIA_LIQ
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 01:02
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 54 – Resultados SADIA (equação 3)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.038613 0.370148 0.104317 0.9177
TX_CAMBIO 0.276969 0.099210 2.791762 0.0097
TX_JUROS 0.007465 0.010368 0.720020 0.4779
R-squared 0.230941 Mean dependent var 0.865862
Adjusted R-squared 0.171783 S.D. dependent var 0.325769
S.E. of regression 0.296470 Akaike info criterion 0.503958
Sum squared resid 2.285261 Schwarz criterion 0.645402
Log likelihood -4.307388 F-statistic 3.903782
Durbin-Watson stat 0.395033 Prob(F-statistic) 0.032921
Fonte: Software E-Views, 2006.
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (4)
Dependent Variable: SDIA_INDICEDIVIDA
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 00:56
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 55 – Resultados SADIA (equação 4)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 2.712180 0.258005 10.51214 0.0000
TX_JUROS -0.016246 0.012159 -1.336129 0.1927
R-squared 0.062019 Mean dependent var 2.379507
Adjusted R-squared 0.027279 S.D. dependent var 0.369269
S.E. of regression 0.364197 Akaike info criterion 0.884231
Sum squared resid 3.581274 Schwarz criterion 0.978527
Log likelihood -10.82135 F-statistic 1.785242
Durbin-Watson stat 0.671143 Prob(F-statistic) 0.192660
Fonte: Software E-Views, 2006.
174
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (5)
Dependent Variable: SDIA_INDICEDIVIDA
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 00:56
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 56 – Resultados SADIA (equação 5)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 1.826351 0.280088 6.520639 0.0000
TX_CAMBIO 0.227183 0.111889 2.030439 0.0523
R-squared 0.132466 Mean dependent var 2.379507
Adjusted R-squared 0.100335 S.D. dependent var 0.369269
S.E. of regression 0.350254 Akaike info criterion 0.806157
Sum squared resid 3.312306 Schwarz criterion 0.900453
Log likelihood -9.689274 F-statistic 4.122683
Durbin-Watson stat 0.630598 Prob(F-statistic) 0.052268
Fonte: Software E-Views, 2006.
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (6)
Dependent Variable: SDIA_INDICEDIVIDA
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 01:03
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 57 – Resultados SADIA (equação 6)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 2.102368 0.440018 4.777908 0.0001
TX_CAMBIO 0.198493 0.117937 1.683045 0.1043
TX_JUROS -0.010068 0.012325 -0.816817 0.4215
R-squared 0.154170 Mean dependent var 2.379507
Adjusted R-squared 0.089107 S.D. dependent var 0.369269
S.E. of regression 0.352433 Akaike info criterion 0.849785
Sum squared resid 3.229435 Schwarz criterion 0.991229
Log likelihood -9.321881 F-statistic 2.369528
Durbin-Watson stat 0.625912 Prob(F-statistic) 0.113417
Fonte: Software E-Views, 2006.
175
RETPL = b0 - b1 * TXJUROS + erro (7)
Dependent Variable: SDIA_RETPL
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 00:57
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 58 – Resultados SADIA (equação 7)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.188710 0.062762 3.006746 0.0057
TX_JUROS 0.002298 0.002958 0.777081 0.4439
R-squared 0.021876 Mean dependent var 0.235776
Adjusted R-squared -0.014351 S.D. dependent var 0.087966
S.E. of regression 0.088595 Akaike info criterion -1.943018
Sum squared resid 0.211923 Schwarz criterion -1.848722
Log likelihood 30.17376 F-statistic 0.603855
Durbin-Watson stat 0.526504 Prob(F-statistic) 0.443867
Fonte: Software E-Views, 2006.
LPA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (8)
Dependent Variable: SDIA_LPA
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 00:58
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 59 – Resultados SADIA (equação 8)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.565213 0.174196 3.244703 0.0031
TX_JUROS -0.007819 0.008209 -0.952473 0.3493
R-squared 0.032508 Mean dependent var 0.405098
Adjusted R-squared -0.003325 S.D. dependent var 0.245485
S.E. of regression 0.245893 Akaike info criterion 0.098634
Sum squared resid 1.632515 Schwarz criterion 0.192930
Log likelihood 0.569808 F-statistic 0.907205
Durbin-Watson stat 0.129592 Prob(F-statistic) 0.349307
Fonte: Software E-Views, 2006.
176
LPA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (9)
Dependent Variable: SDIA_LPA
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 00:58
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 60 – Resultados SADIA (equação 9)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C -0.108314 0.172177 -0.629088 0.5346
TX_CAMBIO 0.210860 0.068781 3.065696 0.0049
R-squared 0.258211 Mean dependent var 0.405098
Adjusted R-squared 0.230737 S.D. dependent var 0.245485
S.E. of regression 0.215309 Akaike info criterion -0.167008
Sum squared resid 1.251671 Schwarz criterion -0.072712
Log likelihood 4.421623 F-statistic 9.398489
Durbin-Watson stat 0.202854 Prob(F-statistic) 0.004888
Fonte: Software E-Views, 2006.
LPA = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (10)
Dependent Variable: SDIA_LPA
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 01:03
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 61 – Resultados SADIA (equação 10)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C -0.070530 0.273768 -0.257626 0.7987
TX_CAMBIO 0.206933 0.073377 2.820126 0.0091
TX_JUROS -0.001378 0.007669 -0.179717 0.8588
R-squared 0.259131 Mean dependent var 0.405098
Adjusted R-squared 0.202141 S.D. dependent var 0.245485
S.E. of regression 0.219275 Akaike info criterion -0.099284
Sum squared resid 1.250118 Schwarz criterion 0.042160
Log likelihood 4.439624 F-statistic 4.546969
Durbin-Watson stat 0.203942 Prob(F-statistic) 0.020260
Fonte: Software E-Views, 2006.
177
LIQ = b0 - b1 * INDICEDIVIDA + erro (11)
Dependent Variable: SDIA_LIQ
Method: Least Squares
Date: 07/16/06 Time: 19:48
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 62 – Resultados SADIA (equação 11)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 1.571018 0.384914 4.081478 0.0004
SDIA_INDICEDIVIDA -0.296345 0.159914 -1.853160 0.0748
R-squared 0.112840 Mean dependent var 0.865862
Adjusted R-squared 0.079982 S.D. dependent var 0.325769
S.E. of regression 0.312469 Akaike info criterion 0.577850
Sum squared resid 2.636198 Schwarz criterion 0.672146
Log likelihood -6.378827 F-statistic 3.434203
Durbin-Watson stat 0.216470 Prob(F-statistic) 0.074818
Fonte: Software E-Views, 2006.
LIQ = b0 + b1 * LPA + erro (12)
Dependent Variable: SDIA_LIQ
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 01:00
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 63 – Resultados SADIA (equação 12)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.366853 0.044787 8.191078 0.0000
SDIA_LPA 1.231824 0.094993 12.96752 0.0000
R-squared 0.861650 Mean dependent var 0.865862
Adjusted R-squared 0.856526 S.D. dependent var 0.325769
S.E. of regression 0.123395 Akaike info criterion -1.280386
Sum squared resid 0.411109 Schwarz criterion -1.186089
Log likelihood 20.56559 F-statistic 168.1567
Durbin-Watson stat 0.922954 Prob(F-statistic) 0.000000
Fonte: Software E-Views, 2006.
178
LIQ = b0 - b1 * RETPL + erro (13)
Dependent Variable: SDIA_LIQ
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 01:00
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 64 – Resultados SADIA (equação 13)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.122826 0.094001 1.306652 0.2024
SDIA_RETPL 3.151451 0.374325 8.419028 0.0000
R-squared 0.724152 Mean dependent var 0.865862
Adjusted R-squared 0.713936 S.D. dependent var 0.325769
S.E. of regression 0.174237 Akaike info criterion -0.590325
Sum squared resid 0.819683 Schwarz criterion -0.496029
Log likelihood 10.55972 F-statistic 70.88003
Durbin-Watson stat 1.490055 Prob(F-statistic) 0.000000
Fonte: Software E-Views, 2006.
LIQ = b0 - b1 * INDICEDIVIDA + b2 * LPA - b3* RETPL + erro (14)
Dependent Variable: SDIA_LIQ
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 01:04
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 65 – Resultados SADIA (equação 14)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.285572 0.198422 1.439213 0.1625
SDIA_INDICEDIVIDA -0.000828 0.067913 -0.012191 0.9904
SDIA_LPA 0.999890 0.185846 5.380212 0.0000
SDIA_RETPL 0.751592 0.523600 1.435431 0.1636
R-squared 0.872432 Mean dependent var 0.865862
Adjusted R-squared 0.857124 S.D. dependent var 0.325769
S.E. of regression 0.123137 Akaike info criterion -1.223598
Sum squared resid 0.379067 Schwarz criterion -1.035005
Log likelihood 21.74217 F-statistic 56.99153
Durbin-Watson stat 1.319141 Prob(F-statistic) 0.000000
Fonte: Software E-Views, 2006.
179
RETPL = b0 + b1 * GAF + erro (15)
Dependent Variable: SDIA_RETPL
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 01:01
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 66 – Resultados SADIA (equação 15)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.143237 0.025417 5.635575 0.0000
SDIA_GAF 0.031461 0.007444 4.226197 0.0002
R-squared 0.398137 Mean dependent var 0.235776
Adjusted R-squared 0.375846 S.D. dependent var 0.087966
S.E. of regression 0.069496 Akaike info criterion -2.428626
Sum squared resid 0.130401 Schwarz criterion -2.334329
Log likelihood 37.21507 F-statistic 17.86074
Durbin-Watson stat 0.835584 Prob(F-statistic) 0.000243
Fonte: Software E-Views, 2006.
RETPL = b0 + b1 * INDICEDIVIDA + erro (16)
Dependent Variable: SDIA_RETPL
Method: Least Squares
Date: 07/16/06 Time: 19:46
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 67 – Resultados SADIA (equação 16)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.444696 0.102580 4.335111 0.0002
SDIA_INDICEDIVIDA -0.087800 0.042617 -2.060197 0.0491
R-squared 0.135845 Mean dependent var 0.235776
Adjusted R-squared 0.103840 S.D. dependent var 0.087966
S.E. of regression 0.083273 Akaike info criterion -2.066903
Sum squared resid 0.187230 Schwarz criterion -1.972607
Log likelihood 31.97009 F-statistic 4.244410
Durbin-Watson stat 0.768746 Prob(F-statistic) 0.049137
Fonte: Software E-Views, 2006.
180
RETPL = b0 + b1 * GAF + b2 * INDICE DIVIDA + erro (17)
Dependent Variable: SDIA_RETPL
Method: Least Squares
Date: 07/06/06 Time: 01:05
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 68 – Resultados SADIA (equação 17)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.265111 0.097457 2.720277 0.0115
SDIA_GAF 0.028522 0.007696 3.706181 0.0010
SDIA_INDICEDIVIDA -0.047585 0.036767 -1.294217 0.2070
R-squared 0.434564 Mean dependent var 0.235776
Adjusted R-squared 0.391069 S.D. dependent var 0.087966
S.E. of regression 0.068643 Akaike info criterion -2.422093
Sum squared resid 0.122509 Schwarz criterion -2.280649
Log likelihood 38.12035 F-statistic 9.991127
Durbin-Watson stat 0.943813 Prob(F-statistic) 0.000604
Fonte: Software E-Views, 2006.
181
ANEXO D – RESULTADOS DA EMBRAER
182
LIQ = b0 - b1 * TXJUROS + erro (1)
Dependent Variable: EMBR_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:23
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 69 – Resultados EMBRAER (equação 1)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 1.490791 0.152129 9.799517 0.0000
TX_JUROS -0.028312 0.007169 -3.949037 0.0005
R-squared 0.366121 Mean dependent var 0.911034
Adjusted R-squared 0.342644 S.D. dependent var 0.264863
S.E. of regression 0.214744 Akaike info criterion -0.172265
Sum squared resid 1.245108 Schwarz criterion -0.077969
Log likelihood 4.497844 F-statistic 15.59489
Durbin-Watson stat 0.527688 Prob(F-statistic) 0.000506
Fonte: Software E-Views, 2006.
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (2)
Dependent Variable: EMBR_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:24
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 70 – Resultados EMBRAER (equação 2)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.296269 0.178120 1.663314 0.1078
TX_CAMBIO 0.252487 0.071155 3.548421 0.0014
R-squared 0.318032 Mean dependent var 0.911034
Adjusted R-squared 0.292774 S.D. dependent var 0.264863
S.E. of regression 0.222741 Akaike info criterion -0.099140
Sum squared resid 1.339569 Schwarz criterion -0.004844
Log likelihood 3.437529 F-statistic 12.59129
Durbin-Watson stat 0.501213 Prob(F-statistic) 0.001442
Fonte: Software E-Views, 2006.
183
LIQ = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (3)
Dependent Variable: EMBR_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:30
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 71 – Resultados EMBRAER (equação 3)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.911596 0.235838 3.865344 0.0007
TX_CAMBIO 0.188527 0.063211 2.982500 0.0061
TX_JUROS -0.022444 0.006606 -3.397447 0.0022
R-squared 0.527706 Mean dependent var 0.911034
Adjusted R-squared 0.491376 S.D. dependent var 0.264863
S.E. of regression 0.188895 Akaike info criterion -0.397555
Sum squared resid 0.927713 Schwarz criterion -0.256111
Log likelihood 8.764553 F-statistic 14.52522
Durbin-Watson stat 0.721575 Prob(F-statistic) 0.000058
Fonte: Software E-Views, 2006.
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (4)
Dependent Variable: EMBR_INDICEDIVIDA
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:24
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 72 – Resultados EMBRAER (equação 4)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.816808 0.533185 1.531941 0.1372
TX_JUROS 0.097283 0.025127 3.871636 0.0006
R-squared 0.356983 Mean dependent var 2.808924
Adjusted R-squared 0.333168 S.D. dependent var 0.921678
S.E. of regression 0.752640 Akaike info criterion 2.336013
Sum squared resid 15.29461 Schwarz criterion 2.430309
Log likelihood -31.87219 F-statistic 14.98956
Durbin-Watson stat 0.558801 Prob(F-statistic) 0.000621
Fonte: Software E-Views, 2006.
184
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (5)
Dependent Variable: EMBR_INDICEDIVIDA
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:25
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 73 – Resultados EMBRAER (equação 5)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 5.116914 0.595659 8.590338 0.0000
TX_CAMBIO -0.947900 0.237952 -3.983575 0.0005
R-squared 0.370172 Mean dependent var 2.808924
Adjusted R-squared 0.346845 S.D. dependent var 0.921678
S.E. of regression 0.744881 Akaike info criterion 2.315288
Sum squared resid 14.98090 Schwarz criterion 2.409584
Log likelihood -31.57168 F-statistic 15.86887
Durbin-Watson stat 0.811212 Prob(F-statistic) 0.000462
Fonte: Software E-Views, 2006.
INDICEDIVIDA = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (6)
Dependent Variable: EMBR_INDICEDIVIDA
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:31
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 74 – Resultados EMBRAER (equação 6)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 3.077788 0.791828 3.886939 0.0006
TX_CAMBIO -0.735944 0.212231 -3.467655 0.0018
TX_JUROS 0.074377 0.022180 3.353310 0.0025
R-squared 0.560326 Mean dependent var 2.808924
Adjusted R-squared 0.526505 S.D. dependent var 0.921678
S.E. of regression 0.634215 Akaike info criterion 2.024841
Sum squared resid 10.45796 Schwarz criterion 2.166285
Log likelihood -26.36019 F-statistic 16.56736
Durbin-Watson stat 1.032883 Prob(F-statistic) 0.000023
Fonte: Software E-Views, 2006.
185
RETPL = b0 - b1 * TXJUROS + erro (7)
Dependent Variable: EMBR_RETPL
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:25
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 75 – Resultados EMBRAER (equação 7)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.844123 0.228660 3.691601 0.0010
TX_JUROS -0.014333 0.010776 -1.330111 0.1946
R-squared 0.061496 Mean dependent var 0.550614
Adjusted R-squared 0.026737 S.D. dependent var 0.327179
S.E. of regression 0.322775 Akaike info criterion 0.642752
Sum squared resid 2.812967 Schwarz criterion 0.737048
Log likelihood -7.319904 F-statistic 1.769196
Durbin-Watson stat 0.237893 Prob(F-statistic) 0.194609
Fonte: Software E-Views, 2006.
LPA = b0 - b1 * TXJUROS + erro (8)
Dependent Variable: EMBR_LPA
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:26
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 76 – Resultados EMBRAER (equação 8)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 2.011875 0.282754 7.115286 0.0000
TX_JUROS -0.041868 0.013325 -3.142012 0.0040
R-squared 0.267742 Mean dependent var 1.154523
Adjusted R-squared 0.240621 S.D. dependent var 0.458025
S.E. of regression 0.399133 Akaike info criterion 1.067430
Sum squared resid 4.301302 Schwarz criterion 1.161726
Log likelihood -13.47774 F-statistic 9.872237
Durbin-Watson stat 0.522090 Prob(F-statistic) 0.004045
Fonte: Software E-Views, 2006.
186
LPA = b0 - b1 * TXCAMBIO + erro (9)
Dependent Variable: EMBR_LPA
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:26
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 77 – Resultados EMBRAER (equação 9)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C -0.179360 0.263566 -0.680513 0.5020
TX_CAMBIO 0.547831 0.105289 5.203131 0.0000
R-squared 0.500671 Mean dependent var 1.154523
Adjusted R-squared 0.482177 S.D. dependent var 0.458025
S.E. of regression 0.329594 Akaike info criterion 0.684562
Sum squared resid 2.933070 Schwarz criterion 0.778858
Log likelihood -7.926149 F-statistic 27.07257
Durbin-Watson stat 0.500509 Prob(F-statistic) 0.000018
Fonte: Software E-Views, 2006.
LPA = b0 - b1 * TXCAMBIO - b2 * TXJUROS + erro (10)
Dependent Variable: EMBR_LPA
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:31
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 78 – Resultados EMBRAER (equação 10)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.567237 0.373493 1.518736 0.1409
TX_CAMBIO 0.470226 0.100106 4.697287 0.0001
TX_JUROS -0.027232 0.010462 -2.602944 0.0151
R-squared 0.603892 Mean dependent var 1.154523
Adjusted R-squared 0.573423 S.D. dependent var 0.458025
S.E. of regression 0.299149 Akaike info criterion 0.521948
Sum squared resid 2.326745 Schwarz criterion 0.663393
Log likelihood -4.568250 F-statistic 19.81937
Durbin-Watson stat 0.740486 Prob(F-statistic) 0.000006
Fonte: Software E-Views, 2006.
187
LIQ = b0 - b1 * INDICEDIVIDA + erro (11)
Dependent Variable: EMBR_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:27
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 79 – Resultados EMBRAER (equação 11)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 1.646091 0.067450 24.40475 0.0000
EMBR_INDICEDIVIDA -0.261686 0.022854 -11.45029 0.0000
R-squared 0.829232 Mean dependent var 0.911034
Adjusted R-squared 0.822907 S.D. dependent var 0.264863
S.E. of regression 0.111461 Akaike info criterion -1.483816
Sum squared resid 0.335435 Schwarz criterion -1.389520
Log likelihood 23.51533 F-statistic 131.1091
Durbin-Watson stat 1.133542 Prob(F-statistic) 0.000000
Fonte: Software E-Views, 2006.
LIQ = b0 + b1 * LPA + erro (12)
Dependent Variable: EMBR_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:29
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 80 – Resultados EMBRAER (equação 12)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.429311 0.095480 4.496369 0.0001
EMBR_LPA 0.417249 0.077053 5.415096 0.0000
R-squared 0.520624 Mean dependent var 0.911034
Adjusted R-squared 0.502870 S.D. dependent var 0.264863
S.E. of regression 0.186748 Akaike info criterion -0.451638
Sum squared resid 0.941623 Schwarz criterion -0.357342
Log likelihood 8.548756 F-statistic 29.32326
Durbin-Watson stat 0.831307 Prob(F-statistic) 0.000010
Fonte: Software E-Views, 2006.
188
LIQ = b0 - b1 * RETPL + erro (13)
Dependent Variable: EMBR_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:29
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 81 – Resultados EMBRAER (equação 13)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 1.004459 0.097128 10.34157 0.0000
EMBR_RETPL -0.169673 0.152335 -1.113819 0.2752
R-squared 0.043929 Mean dependent var 0.911034
Adjusted R-squared 0.008519 S.D. dependent var 0.264863
S.E. of regression 0.263732 Akaike info criterion 0.238709
Sum squared resid 1.877980 Schwarz criterion 0.333005
Log likelihood -1.461279 F-statistic 1.240593
Durbin-Watson stat 0.335506 Prob(F-statistic) 0.275174
Fonte: Software E-Views, 2006.
LIQ = b0 - b1 * INDICEDIVIDA + b2 * LPA - b3* RETPL +erro (14)
Dependent Variable: EMBR_LIQ
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:32
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 82 – Resultados EMBRAER (equação 14)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 1.690819 0.192910 8.764800 0.0000
EMBR_INDICEDIVIDA -0.261780 0.040117 -6.525425 0.0000
EMBR_LPA -0.008360 0.079918 -0.104609 0.9175
EMBR_RETPL -0.063227 0.067062 -0.942811 0.3548
R-squared 0.835467 Mean dependent var 0.911034
Adjusted R-squared 0.815723 S.D. dependent var 0.264863
S.E. of regression 0.113699 Akaike info criterion -1.383078
Sum squared resid 0.323188 Schwarz criterion -1.194486
Log likelihood 24.05463 F-statistic 42.31494
Durbin-Watson stat 1.167225 Prob(F-statistic) 0.000000
Fonte: Software E-Views, 2006.
189
RETPL = b0 + b1 * GAF + erro (15)
Dependent Variable: EMBR_RETPL
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:30
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
RETPL = b0 + b1 * INDICEDIVIDA + erro (16)
Dependent Variable: EMBR_RETPL
Method: Least Squares
Date: 07/16/06 Time: 20:09
Sample: 1998Q4 2005Q4
7Included observations: 29
TABELA 84 – Resultados EMBRAER (equação 16)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C 0.406165 0.199496 2.035955 0.0517
EMBR_INDICEDIVIDA 0.051425 0.067596 0.760774 0.4534
R-squared 0.020986 Mean dependent var 0.550614
Adjusted R-squared -0.015273 D. dependent var 0.327179
S.E. of regression 0.329668 Akaike info criterion 0.685011
Sum squared resid 2.934387 Schwarz criterion 0.779307
Log likelihood -7.932655 F-statistic 0.578777
Durbin-Watson stat 0.270425 Prob(F-statistic) 0.453385
Fonte: Software E-Views, 2006.
TABELA 83– Resultados EMBRAER (equação 15)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C -0.075154 0.225281 -0.333600 0.7413
EMBR_GAF 0.257774 0.090075 2.861763 0.0080
R-squared 0.232730 Mean dependent var 0.550614
Adjusted R-squared 0.204312 S.D. dependent var 0.327179
S.E. of regression 0.291848 Akaike info criterion 0.441304
Sum squared resid 2.299730 Schwarz criterion 0.535600
Log likelihood -4.398911 F-statistic 8.189686
Durbin-Watson stat 0.329644 Prob(F-statistic) 0.008040
Fonte: Software E-Views, 2006.
190
RETPL = b0 + b1 * GAF + b2 * INDICE DIVIDA + erro (17)
Dependent Variable: EMBR_RETPL
Method: Least Squares
Date: 06/27/06 Time: 21:33
Sample: 1998Q4 2005Q4
Included observations: 29
TABELA 85 – Resultados EMBRAER (equação 17)
Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.
C -0.048548 0.216978 -0.223746 0.8247
EMBR_GAF 0.419397 0.124701 3.363210 0.0024
EMBR_INDICEDIVIDA -0.149154 0.082845 -1.800397 0.0834
R-squared 0.317782 Mean dependent var 0.550614
Adjusted R-squared 0.265304 S.D. dependent var 0.327179
S.E. of regression 0.280439 Akaike info criterion 0.392780
Sum squared resid 2.044804 Schwarz criterion 0.534224
Log likelihood -2.695306 F-statistic 6.055495
Durbin-Watson stat 0.451977 Prob(F-statistic) 0.006934
Fonte: Software E-Views, 2006.
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