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CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
MESTRADO EM ODONTOLOGIA
LEÔNIDAS CARLOS RIBEIRO DOS SANTOS FILHO
ANÁLISE GERADA PELA TENSÃO DE PINOS DE FIBRA DE
VIDRO ACESSÓRIOS NA DENTINA RADICULAR PELO
MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
Londrina
2008
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18
LEONIDAS CARLOS RIBEIRO DOS SANTOS FILHO
ANÁLISE GERADA PELA TENSÃO DE PINOS DE FIBRA
DE VIDRO ACESSÓRIOS NA DENTINA RADICULAR
PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
Dissertação apresentada à Universidade
Norte do Paraná como parte integrante
dos requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Odontologia Dentística com
Ênfase em Prevenção.
Orientador:
Prof. Dr. Alcides Gonini Júnior
Londrina
2008
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LEONIDAS CARLOS RIBEIRO DOS SANTOS FILHO
Filiação Leônidas Carlos Ribeiro dos Santos
Maria Thereza Mori Ribeiro dos Santos
Naturalidade Curitiba – PR
Nascimento 21 de setembro de 1972
1994-1997 Graduação em Administração de Empresas – PUC-PR
1998-1999 Especialização em Recursos Humanos – PUC-PR
2001-2006 Graduação em Odontologia – UTP-PR
2005-2006 Atualização em DTM – UTP-PR
2004-2005 Uso Racional dos Materiais Dentários – ABO-PR
2006-2008 Curso de Pós-Graduação na área de Dentística, nível de
Mestrado, Universidade Norte do Paraná - UNOPAR
Associação SBPqO – Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica
20
LEONIDAS CARLOS RIBEIRO DOS SANTOS FILHO
ANÁLISE GERADA PELA TENSÃO DE PINOS DE FIBRA
DE VIDRO ACESSÓRIOS NA DENTINA RADICULAR
PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
Dissertação apresentada à Universidade
Norte do Paraná como parte integrante
dos requisitos para obtenção do título de
Mestre em Odontologia
Banca Examinadora
1) Prof Dr Celso Yamachita
Julgamento________________________Assinatura___________________
2) Prof Dr Murilo Baena Lopes
Julgamento________________________Assinatura___________________
3) Prof Dr Alcides Gonini Júnior
4) Julgamento_____________________Assinatura___________________
Londrina, 05 dezembro de 2008
21
Dedico
A Deus, a criação dos céus e da terra
e de tudo o que nele há.
22
Agradecimentos Especiais
A minha família, em especial a minha mãe, apesar da dor de não estar
mais presente, as lembranças saudosas de muitos carinhos a faz presente no
meu dia a dia. Obrigado mãe por tudo que fez por mim.
Ao meus irmãos Luiz e Nara que acreditaram nesta nova jornada na
odontologia e principalmente a minha irmã, que tornou-se minha colega de
faculdade onde rimos, brigamos e discutimos durantes os cinco anos que
ficamos estudando, as especialidades nos separaram um pouco, mas as
risada, as brigas e as discussões vão permanecer por muito tempo dentro da
odontologia, a vida nos ensina a cada dia por sermos diferentes.
Ao meu pai tenho a agradecer pelo seu tamanho esforço para formar
seus 3 filhos, esforço que muitas vezes sacrificava o convívio em família de
tanto que se dedicava a profissão de Cirurgião Dentista, profissão que fui me
espelhar em minha segunda faculdade e sim realizar o “nosso” sonho. Os
ensinamentos de meu pai e a verdadeira paixão pela odontologia completarão
este ano, 50 anos de formado, muito me orgulho por ter ao meu lado um
mestre que me ensina a cada dia com suas palavras sábias da odontologia, me
motiva a cada dia a ser conservador e ter respeito ao ser humano. Muitas
vezes como um pai ensina uma criança a andar, ele ainda pega em minha mão
para desenhar preparos protéticos de blocos metálicos fundido em ouro, que
audácia minha nos tempos de hoje onde as restaurações estéticas são cada
vez mais utilizadas e com uma perfeição incrível de mimetismo do elemento
dental, audácia que faz dele um vencedor.
23
Ao meu grande amigo Londrinense, Everaldo Barbosa e família que com
muita gratidão fui acolhido durante estes anos em sua casa fazendo parte de
sua família. Vocês também fazem parte da minha família! Meu muito obrigado.
E a minha namorada tia que em tão pouco tempo com sua
inteligência e carinho soube demonstrar o quanto é importante amar e respeitar
a individualidade de cada um, sabedoria que estão unindo nossos sonhos.
...à vocês o meu muito obrigado!!!
24
Agradecimentos aos Professores e Amigos
Aos meus mestres da Universidade Tuiuti do Paraná que me motivaram
com seus conhecimentos e experiências de vida, amor, dedicação e respeito
ao próximo. Em especial Prof. Dr Celso Yamashita, por sua dedicação durante
os anos que passamos juntos da anatomia dental à dentística restauradora, a
Prof. Dra Claris Dalabona que muito me ensina e me concedeu a oportunidade
de atuar como professor assistente e ao Prof. Dr Leo Kriger que com seu amor
grandioso a odontologia, me mostrou o verdadeiro sentido de ensinar e
aprender todos os dias aluno/professor e professor/aluno. E a todos os outros
professores que embora não citados estão guardados em meu coração com
um orgulho muito grande de ser sempre seu eterno aluno.
Ao Prof. Dr. Ronaldo Hirata que me recebeu desde meu primeiro ano de
faculdade em seu consultório e em seus vários cursos, me motivando e
ensinando a difícil arte da odontologia estética restauradora e o caminho da
pesquisa odontológica integrada dentro do dia a dia de um profissional da
odontologia.
Ao meu Prof Dr Alcides Gonini Jr, pela confiança depositada na
realização deste sonho, com apoio e dedicação de conhecimentos tão
complexos da odontologia colocados de forma simples e sábia perante a
dificuldade apresentada no dia a dia de nossa pesquisa. Obrigado por acreditar
em mim.
A todos os professores das disciplinas deste mestrado, o meu muito
obrigado por participarem tão presentes nestes 2 anos de trabalho. A
25
dedicação a pesquisa e a vontade de aprende e de ensinar, em meu olhar
silencioso só fez adimira-los cada vez mais por este amor a odontologia.
Aos amigos formados nesta bela turma vindos de culturas diferentes
deste Brasil (Cascavel, Curitiba, Cornélio Procópio, Maringá, Maceió, São
paulo, Umuarama e Rondônia), unidos aqui em Londrina com o mesmo sonho,
se tornar Mestres em Odontologia. Você sempre estarão guardados em meu
coração! Obrigado por fazerem parte desta turma.
Aos meus pacientes que sempre acreditaram no meu conhecimento e
potencial, confiando sua saúde bucal e retribuindo com a mais bela e simples
atitude, seu sorriso.
26
Agradecimentos
À Universidade Norte do Paraná, UNOPAR, representada pelo
Chanceler, Prof Marco Antônio Laffranchi, e pela Reitora , Prof Elisabeth Bueno
Laffranchi;
À Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, representada pelo Prof.
Hélio H. Suguimoto;
Ao Centro de Ciências Biológicas Saúde, representada pelo Prof. Ruy
Moreira da Costa Filho;
À Coordenadoria do Curso de Odontologia, representada pelos Profs.
Drs. Luiz Reynaldo de Figueiredo Walter e Fernão Hélio Campos Leite Júnior;
À Coordenadoria de Pesquisa, representada pelo Prof. Hélio Hiroshi
Suguimoto;
À todos os funcionários da UNOPAR;
Por terem possibilitado a realização desta Dissertação,
Muito Obrigado!
27
RIBEIRO, L.S.F. Análise gerada pela tensão de pinos de fibra de vidro
acessórios na dentina radicular pelo método dos Elementos Finitos, 2008, 67 f,
Dissertação (Mestrado em Odontologia) Universidade Norte do Paraná,
Londrina.
RESUMO
Dentes acometidos por rie ou trauma que tenham sua estrutura
remanescente comprometida, com o aprimoramento das técnicas
restauradoras tornaram possíveis sua manutenção em função, ainda que
submetidos a tratamento endodôntico e instalação de pinos radiculares. Nos
casos em que o espaço intra-radicular encontra-se alargado, um pino pré-
fabricado de conformação cilíndrica pode ser insuficiente para o devido
preenchimento. Nesta situação podem ser utilizados pinos de fibra de vidro
acessórios em conjunto com um pino principal, que fixados com um cimento
resinoso proporcionariam um núcleo de preenchimento mais adequado. O
objetivo deste trabalho será analisar o comportamento biomecânico do sistema
de pinos de fibra de vidro acessórios pelo método dos elementos finitos,
comparando as situações descritas. Para isto, serão criados 4 modelos
matemáticos a partir de uma imagem tomográfica do dente 21 e sua relação
com as estruturas de suporte. O primeiro representará o dente íntegro com
coroa cerâmica, ao passo que o segundo modelo representará o mesmo dente
tratado endodonticamente, com o conduto sem desgaste excessivo e
restaurado com um pino pré-fabricado de fibra de vidro, um núcleo coronário de
resina composta e uma coroa de cerâmica pura, sendo que o terceiro será
semelhante ao anterior apresentando canal alargado com um pino de fibra de
vidro cimentado nas mesmas condições do anterior e quarto modelo
apresentará as mesmas característica com a presença de 3 pinos de vidro
acessórios. Os resultados apresentados demonstraram que pinos de fibra de
vidro acessórios em canais alargados apresentam características semelhantes
ao dente natural favorecendo a distribuição de tensão na dentina e estrutura de
suporte. Concluindo que a quantidade de pinos de fibra de vidro em canais
alargados favorecem a distribuição de tensão ao longo dos tecidos de suporte.
Palavras-chave: Núcleo de preenchimento. Pino pré-fabricado. Pino de fibra de
vidro. Distribuição de tensão. Elementos finitos.
28
RIBEIRO, L.S.F. Stress analysis of the acessories glass fiber post on the dentin
root using the Finite Element Method, 2008, 67 f, Dissertação (Mestrado em
Odontologia) Universidade Norte do Paraná, Londrina.
ABSTRACT
Root structures are found in a bad state have had their maintenance in function
possible with the improvement of restoration techniques, when submitted to
endodontically treatment and the installation of fiberglass posts. In cases where
find flared root canal, the traditionally cylindrical conformation can be not
enough to restore all the spaces between the roots and post. This situation
requires accessory fiberglass posts, together with the principal post cemented
with resinous cement producing a more adequate core. The aim of this study is
to analyse the biomechanical behaviour of the accessory fiberglass posts
system using the Finit Element Method, comparing the described situations. For
this purpose, four mathematical models will be created using the tomography
image of the tooth 21 and the relation with its support structure. Model A is a
natural tooth restored with ceramic crown, while model B represents the same
tooth treated endodontically, restored with fiberglass post and core with ceramic
crow. Model C has a flared root canal with a single cemented fiberglass post
and core and model D is in the same situation as model C, but uses three
accessory posts. The results show that the accessory fiberglass posts in flared
root canals can get the lowest stress in the dentin wall, and at the same time
help tension distribution to the support structures. Within the limits of this study,
the following conclusion can be drawn: the use of accessory fiberglass posts
favor tension distribution along the dentin and the bone support structures.
Key Words: Post and core, glass-fiber post, fracture resistance, stress analysis,
finite element method.
29
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 Imagem obtida por tomografia computadorizada
demonstrando a relação do dente 21 com
as estruturas de suporte e o dente antagonista
39
Figura 2 Delimitação do modelo anatômico abrangendo o dente 21,
suas estruturas de suporte e a relação oclusal com o
dente antagonista.
40
Figura 3 Desenho esquemático dente 21 com suas estruturas
constituintes delimitadas, assim como a relação com as
estruturas de suporte.
41
Figura 4 Desenho esquemático representativo do modelo B 42
Figura 5 Desenho esquemático representativo do modelo C 43
Figura 6 Desenho esquemático representativo do modelo D 44
Figura 7 Representação esquemática das malhas nas estruturas
individuais
45
Figura 8 Mapa Geral de Deslocamento do Modelo A 49
Figura 9 Mapa Geral de Deslocamento do Modelo B 50
Figura 10 Mapa Geral de Deslocamento do Modelo C 50
Figura 11 Mapa Geral de Deslocamento do Modelo D 51
Figura 12 Mapa Geral de Deslocamento: A, B, C e D 52
Figura 13 Mapa Geral de Tensões do modelo A 54
Figura 14 Mapa Geral de Tensões do modelo B 54
Figura 15 Mapa Geral de Tensões do modelo C 54
Figura 16 Mapa Geral de Tensões do modelo D 55
Figura 17 Mapa Geral de Tensões dos modelos: A, B, C e D 56
Figura 18 Mapa de tensão do Trabeculado ósseo: A, B, C e D 57
Figura 19 Mapa de tensão da Cortical óssea: A, B, C e D 58
Figura 20 Mapa de tensão do Ligamento Periodontal: A, B, C e D 59
Figura 21 Mapa de tensão da Dentina: A, B, C e D 60
Figura 22 Mapa de tensão dos Pinos de Fibra de Vidro: B, C e D 61
Figura 23 Mapa de tensão do Cimento Resinoso: B, C e D 62
Figura 24 Mapa Geral de Deslocamento do Modelo A 63
Figura 25 Mapa Geral de Deslocamento do Modelo B 63
Figura 26 Mapa Geral de Deslocamento do Modelo C 64
Figura 27 Mapa Geral de Deslocamento do Modelo D 64
Figura 28 Mapa Geral de Deslocamento: A, B, C e D 65
Figura 29 Mapa Geral de Tensões do modelo A 67
Figura 30 Mapa Geral de Tensões do modelo B 67
Figura 31 Mapa Geral de Tensões do modelo C 68
Figura 32 Mapa Geral de Tensões do modelo D 68
Figura 33 Mapa Geral de Tensões dos modelos A, B, C e D 69
Figura 34 Mapa de tensão do Trabeculado ósseo: A, B, C e D 71
Figura 35 Mapa de tensão da Cortical Óssea: A, B, C e D 72
Figura 36 Mapa de Tensão do Ligamento Periodontal: A, B, C e D 73
Figura 37 Mapa de Tensão da Dentina: A, B, C e D 74
Figura 38 Mapa de Tensão do Pino de Fibra de Vidro: A, B, C e D 75
Figura 39 Mapa de Tensão do Cimento Resinoso: A, B, C e D 75
30
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Dimensões dos pinos pré-fabricados de fibra de vidro
44
Tabela 2 Propriedades físicas de interesse das estruturas e
materiais a serem utilizados
46
31
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Valores Mínimo e Máximo do Mapa Geral de
Deslocamento – Incisal
49
Quadro 2 Valores Mínimo e Máximo encontrado nos modelos (Mapa
Geral de Tensões) – Incisal
53
Quadro 3 Valores Mínimo e Máximo de cada estrutura utilizados nos
gráficos “Padronizados” - Incisal.
56
Quadro 4 Valores Mínimo e Máximo do Mapa Geral de
Deslocamento – Cíngulo
63
Quadro 5 Valores Mínimo e Máximo encontrado nos modelos (Mapa
Geral de Tensões) – Cíngulo
67
Quadro 6 Valores Mínimo e Máximo de cada estrutura utilizados nos
gráficos “Padronizados” - Cíngulo.
70
Quadro 7 Quadro Comparativo das Tensões Máxima e Mínima
conforme as estruturas.
76
32
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Valores de tensão geral dos modelos com carregamento
no cíngulo
77
Gráfico 2 Valores de tensão máxima dos modelos com
carregamento na incisal
78
Gráfico 3 Valores de tensão máxima na dentina nos modelos com
carregamento no cíngulo
78
Gráfico 4 Valores de tensão máxima na dentina nos modelos com
carregamento incisal
79
Gráfico 5 Valores de tensão máxima nos pinos dos modelos com
carregamento no cíngulo
79
Gráfico 6 Valores de tensão máxima nos pinos dos modelos com
carregamento na incisal
80
Gráfico 7 Valores de tensão máxima no cimento dos modelos com
carregamento no cíngulo
80
Gráfico 8 Valores de tensão máxima no cimento dos modelos com
carregamento na incisal
81
33
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
18
2
REVISÃO DA LITERATURA
21
3
PROPOSIÇÃO
37
4
MATERIAL E MÉTODOS
38
4.1 Determinação do referencial anatômico para a constituição do
modelo
38
4.2 Elaboração do modelo matemático 45
4.3 Carregamento dos modelos 46
5
RESULTADOS
48
5.1 Mapa de Deslocamento Incisal 48
5.2 Mapa Geral de Tensões Incisal 52
5.2.1
Osso Trabecular 56
5.2.2
Osso Cortical 58
5.2.3
Ligamento Periodontal 59
5.2.4
Dentina 60
5.2.5
Pino de Fibra de Vidro 61
5.2.6
Cimento 61
5.3 Mapa de Deslocamento Cíngulo 62
5.4 Mapa Geral de Tensões Cíngulo 65
5.4.1
Osso Trabecular 70
5.4.2
Osso Cortical 71
5.4.3
Ligamento Periodontal 72
18
5.4.4
Dentina 73
5.4.5
Pino de Fibra de Vidro 75
5.4.6
Cimento 75
5.5 Análise Demonstrativas dos Resultados 77
6.
DISCUSSÃO
82
7.
CONCLUSÃO
88
REFERÊNCIAS
89
ANEXOS
93
19
18
1 INTRODUÇÃO
O aprimoramento das técnicas endodônticas e o avanço da odontologia
restauradora tornaram possível a manutenção da função de dentes que
apresentam pouca estrutura remanescente, visto que as técnicas empregadas
tendem a preservar a estrutura desvitalizada sem comprometer a resistência
mecânica do dente (Toksavul, 2006).
Por mais que as técnicas permitam tal preservação, em função da
presença de ries, da necessidade de acessos cavitários e remoção de
dentina intra-radicular durante o preparo químico-mecânico dos canais
radiculares, muitos dentes tratados endodonticamente ainda necessitam da
instalação de pinos intra-radiculares como forma de proporcionar retenção
adicional para a fixação da restauração coronária (Fernandes, 2003).
O desenvolvimento dos pinos pré-fabricados com base em resinas
reforçadas ou materiais cerâmicos se deu em função das exigências estéticas
crescentes, cuja utilização simularia a aparência e o comportamento
semelhante aos dentes naturais, uma vez associadas às restaurações livres de
metal (Lewgoy 2003).
Entre as vantagens, os pinos pré-fabricados estéticos apresentam preço
mais acessível e rapidez na sua instalação, eliminando a fase protética quando
comparados aos núcleos metálicos fundidos obtidos de forma indireta. (Barjau-
Escribano, 2006).
A matéria prima constituinte dos pinos intra-radiculares pré-fabricados
de níquel-cromo e fibra de vidro podem acarretar diferentes localizações de
forças ao longo das paredes intra-radiculares, podendo afetar a longevidade da
19
restauração coronária protética (Eskitascioglu, 2002), comprometendo muitas
vezes a estrutura coronária remanescente (Shillingburg, 1998).
Pinos intra-radiculares fundidos geram maior concentração de estresse
na região apical devido a rigidez do metal utilizado consequentemente
aumentando o risco de fratura ao longo da superfície radicular, especialmente
quando utilizados em dentes anteriores (Lanza 2005).
Segundo Pereira (2006), a instalação de pinos pré-fabricados não
metálicos como os de fibra de vidro, por exemplo, representam menor risco,
pois apresentam menor probabilidade de fraturas radiculares em função de
uma melhor distribuição de forças, especialmente na região cervical. Segundo
Qualtrough (2003), isso acontece porque o módulo de elasticidade da dentina e
os pinos de fibra de vidro o muito similares, o que possibilitam um
desempenho biomecânico próximo ao dente natural, com melhores resultados
clínicos, restringindo o risco de fraturas.
Quando canais encontram-se extremamente alargados, a escolha de
pinos pré-fabricados, como opção de retentor intra-radicular, podem não
proporcionar um preenchimento ideal dos condutos. Nestes casos, a indicação
de uma técnica que faz uso de pinos de fibra de vidro acessórios pode ser
utilizada para proporcionar um preenchimento uniforme do conduto radicular, o
que em comparação aos núcleos metálicos fundidos, favorece a distribuição do
estresse gerado durante a função mastigatória (Martelli Jr., 2008).
Com relação a utilização de pinos de fibra acessórios como forma de
diminuir a quantidade de cimento resinoso em canais alargados , a literatura
demonstra que, em testes laboratoriais, obtém-se um padrão de fratura mais
favorável comparativamente aos pinos de fibra de vidro , porém são escassos
20
os trabalhos que determinam de que forma o estresse gerado é distribuído ao
longo das paredes intra-radiculares, o que pode ser determinado por meio da
técnica dos elementos finitos, como pretende o presente estudo.
21
2 REVISÃO DE LITERATURA
Restaurações protéticas em dentes anteriores necessitam uma estrutura
que sirva como reforço do dente tratado endodonticamente e como retenção de
uma coroa. A estrutura dental subgengival, comprimento do núcleo e bem
como a estrutura intra-radicular remanescente, interfere na qualidade e
durabilidade da prótese colocada, podendo ocorrer a perda do trabalho ou a
fratura do remanescente dental (Dérand, 1977).
Analisando a distribuição de estresse gerado pelo comprimento dos
pinos intra-radiculares, Peters (1983) concluiu que pinos curtos apresentam
maior estresse gerado na dentina axial radicular e que o desenho do pino,
cilíndrico ou cônico, apresenta diferenças consideráveis na distribuição de
estresse gerado na dentina axial.
O método de Elemento Finito foi utilizado por Reinhardt (1983) para
determinar a distribuição de tensão gerada em quatro níveis de perda de
suporte periodontal em dentes que apresentam pinos intra-radiculares
metálicos. Quatro grupos foram elaborados: grupo A com crista óssea normal,
grupo B com 2mm, C com 4mm e D com 6mm de perda óssea, uma força foi
aplicada na face palatina formando um ângulo de 45 graus. A distribuição de
tensão gerada teve como resultado em todos os grupos a máxima tensão
localizada na porção apical do pino e na dentina vestibular, mas nos grupos
que apresentam pedas ósseas de 4 a 6 mm houve grande aumento de tensão
em todas as áreas: apical, dentina apical e cortical óssea, podendo neste caso
ocorrer fratura radicular.
22
Barkhordar (1989) abordou, em seu estudo, a necessidade de um colar
metálico com comprimento 2mm para reforço de dentes tratados
endodonticamente em raízes que serviriam de suporte para próteses fixas ou
parciais, demonstrando que em dentes que apresentam colar houve uma
significante diferença na localização das fraturas em relação ao grupo que não
tinha colar, apresentando a maioria das fraturas no sentido vertical; o grupo
com colar apresentou fraturas apicais horizontais, concluindo que a cinta
metálica se torna necessária, pois a força para fraturá-la é superior em relação
à força necessária para a fratura das espécies sem colar.
Cohen (1994) avaliou o estresse gerado na cimentação de pinos pré-
fabricados metálicos por meio do método fotoelástico. Foram analisados pinos
com e sem canaleta, cimentados com cimento de fosfato de zinco e, relatou
que os pinos sem canaleta apresentaram um mínimo de estresse na região
cervical da raiz em comparação ao grupo com canaleta, que apresentou uma
maior concentração de estresse na região apical da raiz. Concluiu que pinos
que apresentam canaletas reduzem o estresse de cimentação gerado pela
pressão hidrostática do material cimentante.
Libman e Nicholls (1995) avaliaram o risco de fratura em centrais
superiores utilizando diversas alturas de preparos de coroas totais com núcleo
intra-radicular. Foram utilizadas alturas de: 0,5mm, 1,0mm, 1,5mm, 2,0mm e o
grupo controle sem pino intra-radicular. Concluiu que os grupos de 0,5mm e
1,0mm apresentavam fadiga antes dos grupos de 1,5mm e 2,0mm, que
necessitava de mais ciclos para que a fadiga ocorresse.
Avaliando “in vivo” em 638 pacientes, com 788 pinos intra-radiculares, a
ocorrência de falhas em dois sistemas de pinos intra-radiculares: metálico
23
fundido e o pino pré-fabricado Para-Post System, cimentados com cimento de
fosfato de zinco, Torbjorner (1995) concluiu que a perda de retenção foi a
principal falha detectada seguida de fraturas radiculares. Foram registrados 21
dentes com fraturas radiculares, entre os quais 16 eram núcleo metálico
fundido e apenas 5 pré-fabricado Para-Post System. Outro dado importante, foi
concluído que os pinos pré-fabricados apresentaram fraturas na região cervical,
evitando a extração do elemento dental.
Cohen (1996) realizou um estudo comparativo utilizando o método
fotoelástica em quatro sistemas de pinos pré-fabricados metálicos (Flexi-Pos,
Flexi-Flange, AccessPost e Para-Post), cimentados com cimento fosfato de
zinco, cimentados e preparados seguindo as orientações dos fabricantes.
Foram realizadas duas incidências de força, uma no sentido vertical e outra
oblíqua com um ângulo de 26°. Concluindo que um mín imo de estresse foi
observado em todos os tipos de pinos pré-fabricados com incidência de 26° e
que apenas o Flexi-Pos, Flexi-Flange e AccessPost apresentaram sob
incidência vertical de força estresse em toda a sua extensão. O Para-Post
apresentou sobre incidência vertical de força, estresse na região apical, maior
que na cervical.
Saupe (1996) analisou diversos pinos pré-fabricados em canais amplos,
avaliando a resistência à fratura utilizou resina composta como reforço da
estrutura radicular seguido da cimentação com cimento resinoso, concluiu que:
quando a estrutura intra-radicular apresenta-se com pouca espessura,
apresentando um canal amplo, o sistema de pino pré-fabricado oferece mais de
50% de resistência em comparação ao modelo convencional.
24
As diferentes características encontradas nos pinos intra-canais pré-
fabricadas como: comprimento, desenho e estrutura superficial, foram
estudados por Lambjerg-Hansen & Asmussen (1997), que avaliou as
propriedades mecânicas de 22 tipos de pinos pré-fabricados, sendo 18 deles
metálicos (titanium) e o restante de ligas de ouro, prata e aço inoxidável. Os
resultados apresentados demonstraram que as propriedades mecânicas dos
pinos endodônticos dependem da largura e do comprimento, que podem ser
expressos pelo seu diâmetro. Alguns pinos, podem apresentar diferenças
devido à composição do titânio utilizado na sua fabricação, sendo assim
causando vidas na análise do desenho dos pinos. Estas variações podem
ser explicadas pelo desenho e superfície que muitas vezes são tratadas para
dar maior retenção e estabilidade.
Cristensen (1998) verificou um significante crescimento na utilização de
pinos pré-fabricados associados a núcleos de resina composta em dentes que
necessitavam restaurações protéticas, sendo indicado este procedimento em
casos que a estrutura radicular remanescente tenha sido removida mais de
50% e sempre avaliando as condições do tecido de suporte, bem como os
pontos de contatos oclusais e se existe a presença de bruxismo ou não.
Atribuiu também outras propriedades como: rapidez e facilidade na instalação,
apresentam boa resistência e distribuição de estresse semelhante à estrutura
dental quando comparados aos núcleos metálicos fundidos.
Mannocci (1999) avaliou alguns tipos de pinos pré-fabricados: fibra de
carbono, fibra de carbono com quartzo, fibra de quartzo e fibra de dióxido de
zirconia. Foram selecionados 40 pré-molares com canal único e preparados
endodonticamente seguindo a técnica de condensação lateral e os condutos
25
preparados seguindo as recomendações do fabricante. Os pinos foram
cimentados com cimento resinoso e restaurados com coroas de cerâmica IPS
Empress, colocando uma carga intermitente de 250N sobre eles, até
apresentarem falhas. Os resultados apresentados foram: as fraturas
localizaram-se na margem cervical do preparo e com apenas uma fratura
ocorrida no pino. Apenas no grupo de dióxido de zircônio, apresentou uma
média de fratura acima dos outros grupos, em que 6 fraturas foram
observadas, sendo 1 fratura na margem cervical da coroa e 5 fraturas
radiculares. Concluiu que o pino de fibra de carbono com quartzo e a fibra de
quartzo apresentam características que minimizam o risco de fraturas
radiculares.
Baratieri (2000) avaliou a utilização de pino pré-fabricado metálico
Unimetric em dentes tratados endodonticamente que apresentavam
necessidade de facetas utilizando a técnica direta e indireta. Foram elaborados
oito grupos: grupo 0 com dente com conduto tratado (controle), grupo 1 com
conduto tratado e preparo em esmalte para faceta, grupo 2 conduto tratado,
preparo em esmalte para faceta restaurado com compósito, grupo 3 com pino e
preparo em esmalte para faceta, grupo 4 com pino, preparo para faceta em
esmalte restaurado com compósito, grupo 5 com preparo para faceta em
dentina, grupo 6 com preparo para faceta e restaurado em compósito, grupo 7
com pino e preparo para faceta em dentina e grupo 8 com pino e preparo para
faceta em dentina restaurado com compósito. A conclusão deste trabalho relata
que preparos para facetas apresentam enfraquecimento não significativo a
ponto de ocorrer fratura, e que o uso de pinos metálicos pré-fabricados não
26
aumenta relativamente à resistência a fratura em dentes com preparos de
facetas.
Pilo e Tamse (2000) avaliaram a quantidade de dentina radicular
remanescente após preparo intra-radicular em pré-molares utilizando-se brocas
Gates Glidden e brocas de preparo do conjunto de pinos ParaPost, concluindo
que ocorre um maior desgaste no sentido mesio-distal devido à conformação
oval do canal radicular, e que paredes axiais com dentina residual menor que
1mm em toda a circunferência eleva o risco de fratura radicular.
Por meio do método dos elementos finitos, Yang (2001) comparou a
utilização de núcleo metálico fundido e coroa metalo-cerâmica, no núcleo
avaliando sua forma: cilíndrico e cônico, comprimento e diâmetro, com 2
grupos controles tratados endodonticamente, um apenas tratado
endodonticamente e o outro com coroa metalo-cerâmica sem núcleo. Neste
estudo apresentaram-se as estruturas periodontais de suporte: osso alveolar
incluindo cortical vestibular e palatina e ligamento periodontal, como suporte e
avaliação da distribuição de estresse. Força de 10kg foi aplicada verticalmente
na borda incisal, horizontalmente e em um ângulo de 20° na face lingual. Os
resultados concluíram que o grupo controle com coroa metalo-cerâmica sem
núcleo apresentou um estresse de 17% para 48% maior que o grupo com
núcleo metálico fundido, o desenho do pino produz uma distribuição mais
uniforme do estresse dentinário.
O desenho dos pinos intra-radiculares interfere diretamente na
distribuição de estresse gerado na dentina intra-radicular. Em função disto,
Pegoretti (2002) avaliou um novo desenho de pino pré-fabricado de fibra de
vidro com ápice levemente cônico e arredondado, inseridos em incisivos
27
centrais superiores. Como comparativo utilizou um dente hígido, um dente com
núcleo metálico fundido em ouro e dente com pino de fibra de carbono
(Composipost), ficaram assim os grupos distribuídos: O dente hígido, B
núcleo metálico fundido, C fibra de carbono e D fibra de vidro. A
cimentação foi realizada com resina acrílica a fim de evidenciar a linha de
cimentação com aproximadamente 200 micrômeros. Três tipos de forças foram
aplicados: P1 – 100N vertical, P2 50N oblíqua formando um ângulo de 45% e
P3 horizontal. O resultado demonstrou que o cleo metálico fundido produz
maior concentração de estresse em toda interface de dentina. Por outro lado os
pinos de fibra apresentam maior concentração de estresse em toda a região
cervical devido à sua melhor flexibilidade e menor rigidez. O pino de fibra de
vidro mostrou o melhor resultado, com a distribuição de estresse dentro do
conduto muito semelhante ao da dentina, também devido a sua menor rigidez.
O estresse marginal pode ser reduzido com a utilização de materiais que
apresentem baixa rigidez, obtendo assim um sistema integrado com o sistema
de pino.
Utilizando também o método dos elementos finitos, Pierrisnard (2002)
verificou o padrão de distribuição de estresse ao tecido dental, simulando
dentes tratados endodonticamente com níveis de destruição coronária
diferentes, utilizando materiais de preenchimento diversos, além da presença
ou não de núcleos intra-radiculares. Levando-se em consideração o nível de
destruição coronária, considerou dentes com perda total do tecido coronário e
dentes com 2mm de dentina coronária remanescente. Verificaram que a região
cervical dos dentes foi o local de maior incidência de estresse, independente
dos padrões restauradores adotados, sendo que a ausência de tecidos dentário
28
coronário nesta região diminui o efeito de férula, proporcionando o
aparecimento de um padrão de estresse muito maior. Considerando o módulo
de elasticidade dos pinos utilizados, afirmam que quanto maior o módulo menor
o nível de estresse gerado
Fernandes (2003), em uma revisão de literatura sobre os fatores que
determinam a seleção de pinos, cita que os pinos devem acompanhar a
anatomia interna do canal mantendo as paredes circundantes e o preparo
apical nos limites desejados da endodontia, entretanto se tais limites forem
alterados como comprimento do canal e amplitude das paredes circundantes
afetará diretamente a condição ideal de reparo do remanescente, pinos curtos
ou muito finos alteram a retenção e distribuição das tensões geradas pelos
pinos.
Newman (2003), utilizou fibras Ribbond de 2mm juntamente com pinos
de fibra de vidro em canais amplos, outros grupos fizeram parte da pesquisa:
grupo com canais sem desgaste utilizando pinos de fibra de vidro, grupo
controle com apenas um pino pré-fabricado metálico, grupo com canal sem
desgaste utilizando Ribbond de 1,6mm e último grupo utilizando Ribbond de
2mm, seguido dos testes na Máquina de Testes Universal foram obtidos os
seguintes resultados: não houveram fraturas nos grupos que apresentaram
pinos de fibra de vidro reforçados com Ribbond, as fraturas ocorridas foram
identificadas no grupo controle que apresenta pino pré-fabricado metálico.
Três diferentes pinos de fibra de vidro com composições diferentes
foram avaliados por Maccari (2003), foram criados 3 grupos cada grupo
contendo 10 espécies. Foram utilizados dentes humanos extraídos por motivos
terapêuticos, seccionados na junção cemento-esmalte. O preparo radicular foi
29
pradonizado. As espécimes foram submetidas a Máquina de Testes Universal.
Chegou-se a conclusão de que a composição de pinos de fibra de vidro altera a
resistência a fratura de dentes tratados endodonticamente e que pinos que
apresentam cerâmica na sua composição tem 50% mais chances de fraturas
do que os pinos de fibra de vidro, carbono e quartzo.
Qualtrough & Mannocci (2003) abordaram a utilização de sistemas de
pinos pré-fabricados estéticos, verificando que pinos de fibras apresentam
módulo de elasticidade similar aos dos tecidos dentais e que fraturas podem
ocorrer sobre estresse. A degradação das fibras do pino pode ocorrer devido a
repetidos testes mecânicos, ocorrendo à diminuição do módulo de elasticidade
e resistência flexural com uma grande chance de se soltar. A adesão da
estrutura dental deve ser levada em consideração, pois as forças geradas
podem levar a falhas na interface, distribuindo as forças desordenadas
ocasionando fratura radicular.
Em um estudo retrospectivo utilizando pinos pré-fabricados de fibra de
carbono, Hedlund et al (2003) avaliaram clinicamente 65 pinos de fibra de
carbono colocados em 48 pacientes durante 2 anos. Foram utilizados em 97%
dos casos pinos de fibra de carbono Composipost e nos 3% restantes
Endopost. A pesquisa clínica relatou que dos 65 pinos colocados apenas dois
apresentaram falhas, sendo um retentor de coroa unitária e o outro que fazia
parte de um cantilever de uma prótese parcial. Neste estudo demonstrou que
seus resultados são expressivos comparados a resultados de pinos metálicos.
Hu (2003) investigou as falhas e a resistência a fratura de dentes
tratados endodonticamente restaurados com 4 sistemas de pinos ambos
subdivididos em paralelo, serrilhado, metálicos, fibra de carbono, fibra de vidro
30
e cerâmicos, sendo dividido em grupos da seguinte forma: Grupo 1 núcleo
metálico fundido, cimentado com cimento de policarboxilato, Grupo 2 pino
pré-fabricado de aço serrilhado, cilíndrico cimentado com cimento resinoso,
Grupo 3 pino pré-fabricado de fibra de carbono, cilíndrico cimentado com
cimento resinoso, Grupo 4 pino pré-fabricado cerâmico, cilíndrico cimentado
com cimento resinoso. Todos os grupos foram restaurados com coroa total.
Seus achados demonstraram que não existe diferença significante entre os
sistemas de pinos utilizados em relação à resistência a fratura, e o índice de
fraturas radiculares em dentes tratados endodonticamente restaurados com
estes sistemas de pinos são similares.
Lewgoy (2003), utilizou o método dos Elementos Finitos com pinos intra-
radiculares pré-fabricados metálicos de aço inoxidável e titânio. Os modelos
foram submetidos a força de 100N na região palatina com ãngulo de 45° graus.
Avaliando os gráficos de tensões gerada, concluiu-se que o padrão de
distribuição de tensão foi alterado dependendo da composição do pino, os
pinos de aço inoxidável apresentaram maior tensão gerada em comparação ao
pino de titânio. Pinos com extremidade apical arredondada apresentou melhor
distriobuição de tensão apical.
Mitsui (2004) com base em um estudo in vitro utilizando dentes bovinos,
avaliou a resistência à fratura com a utilização de diferentes sistemas de pinos
intra-radiculares. Os dentes foram seccionados em um comprimento de 9mm e
preparados para receberem os pinos. Foram divididos em 5 grupos segundo o
tipo de prenchimento: A núcleo metálico fundido, B pino pré-fabricado de
titânio, C fibra de carbono, D fibra de vidro e E óxido de zircônio. Todos
os grupos foram cimentados com cimento resinoso e preparados para receber
31
um coping metálico, exceto para o grupo A. O Grupo B apresentou os maiores
valores de resistência à fratura, quando comparados ao grupo de fibra de vidro
e de óxido de zircônio. Entre os grupos de núcleo metálico fundido e os grupos
de pinos pré-fabricados, não apresentaram estatísticas significantes em se
tratando de resistência a fratura. Conclui-se que pinos pré-fabricados de titânio
e fibra de carbono apresentam os melhores resultados quanto à resistência à
fratura, por isso o mais indicado para tratamentos restauradores.
As propriedades flexurais de sistemas de pinos de fibra de vidro foram
avaliadas por Lassila (2004), onde foram termociclados e testados 17 tipos de
pinos de fibra de diversos tamanhos e diâmetros, entre os quais apenas 5 de
cada tipo foram testados a seco antes da termociclagem. Foi observado que os
pinos com maior diâmetro apresentaram resistência a flexão inferior que os
pinos de menor diâmetro, sendo este resultado oposto em resistência à fratura.
Como sugestão clinica, os pinos de fibra com maiores diâmetros favorecem a
estrutura dental evitando fraturas, mas, o desgaste excessivo das paredes
circundantes do preparo do canal pode enfraquecer a estrutura dental, e deve
ser evitada se possível.
Um novo modelo de pino pré-fabricado foi analisado utilizando o método
dos elementos finitos por Genovese (2005). O autor utilizou 7 tipos de pinos
(grupos) pré-fabricados: pino de compósito (TV-CCPS), fibra de vidro (TV-
STAN), fibra de vidro cônico (GLA-STAN), fibra de carbono (CAR-STAN), ouro
(GOLD), titanium (TITA) e sendo um dente natural o grupo controle, e dois
modelos da Targis/Vectris (TV) entre eles o novo modelo (pino de compósito
TV-CCPS). Foram simuladas forças mastigatórias, de bruxismo e de impacto
frontal. Seus achados constataram que em casos de bruxismo o pino de ouro
32
apresentou o maior índice de geração de estresse, principalmente na região
apical. Comparado ao novo modelo Tragis/Vectris, pinos metálico são mais
sensíveis a efeitos dinâmicos do que outros materiais restauradores devido ao
seu peso, que é 7 vezes maior que o peso da dentina. Este fato explica
também porque os pinos pré-fabricados apresentam características similares
ao da dentina, pois apresentam seu peso de 12% a 30% menores que o peso
da dentina, onde na distribuição de impactos acabam transmitindo estas forças
com menor intensidade absorvendo parte delas. Concluindo, o autor afirma que
os pinos pré-fabricados reduzem a probabilidade de falhas em locais que
recebam cargas excessivas.
Utilizando pinos pré-fabricados de aço, fibra de vidro e carbono, Lanza et
al (2005), avaliou pelo todo dos elementos finitos a relação de rigidez entre
os pinos e o módulo de elasticidade dos agentes cimentantes. Verificou que um
pino muito rígido trabalha contra a função natural do dente, criando zonas de
tensão e tração tanto na dentina quanto na interface pino/cimento. Concluíram
que a elasticidade da linha de cimentação na redistribuição de estresse tem
sido menos relevante, à medida que a flexibilidade do pino é aumentada.
Vários retentores intra-radiculares foi avaliado por Ulbrich (2005), sendo
eles: pino de fibra de carbono, fibra de vidro e de titânio em 2 formatos
comerciais, cônico e escalonado. Os pinos foram analizados sobre o Método
dos Elementos Finitos sob carga de 250N em vários ângulos , concluindo que a
maior tensão ocorreu no pino metálico cuja tensão foi distribuída por todos os
tecidos adjacentes, com os melhores resultados ficaram os pinos de fibra de
carbono e de vidro, sendo que o pino de fibra de vidro alcançou resultados
33
semelhantes ao do dente natural na dissipação de tensão sobre uma
determinada força.
Nakamura (2006) avaliou dois grupos: G1 com 4 modelos de pinos
metálicos fundidos levando em considerações comprimento e diâmetro dos
pinos e G2 com 4 modelos utilizando núcleo metálico e pinos de fibra ambos
variando em diâmetro, mantendo comprimento padronizado. Foi utilizado o
método dos elementos finitos 2D. No primeiro grupo foram avaliado 4 modelos:
A = pino curto 1/3 do canal, B = 2/3, C = diâmetro de 1/3 canal alargado e D =
diâmetro 2/3 canal alargado. No segundo grupo foram avaliado 4 modelos: A2
= núcleo metálico fundido em ouro, B2 = pino pré-fabricado em fibra de vidro
com núcleo em resina composta, C2 = núcleo metálico fundido em ouro com
canal alargado e D2 = pino pré-fabricado em fibra de vidro com núcleo em
resina composta com canal alargado, todos com coroas em IPS-Empress. A
força foi aplicada no sentido lingual no centro da borda incisal, formando um
ângulo de 13 com o longo eixo do dente. Concluindo, os pinos de fibra
apresentaram uma melhor distribuição do estresse radicular, os dentes que
apresentam canais alargados, apresentaram características semelhantes na
distribuição do estresse, pinos curtos geram um estresse maior na região
cervical dentinária, contudo concluiu-se que pinos longos e estreitos geram
uma melhor distribuição de tensões evitando o risco de fratura.
Pereira (2006) comparou a resistência à fratura de dentes tratados
endodonticamente usando diversos tipos de pinos radiculares avaliando
juntamente a quantidade de dentina coronal remanescente. A dentina coronal
foi padronizada de 0mm, 1mm, 2mm, 3mm de incisal até a junção amelo-
cementária onde foram utilizados em cada grupo diferentes tipos de pinos pré-
34
fabricados de aço inox: cilíndrico, serrilhado e cônico, todas as espécies foram
cimentadas com cimento de ionômero de vidro. Os espécimes foram
posicionados para receber forças em um ângulo de 4 com longo eixo na face
palatina. Os resultados mostraram que o grupo controle apresentou uma
resistência a fratura maior que os grupos preparados, pois o grupo controle
apresenta apenas o canal tratado, mantendo sua estrutura coronal hígida. O
grupo com 3mm de remanescente dental apresentou resistência à fratura maior
que os grupos 0mm e 1mm, concluindo que a presença de estrutura
remanescente acima de 2mm garante uma resistência à fratura maior e se
possível deve ser mantida.
Avaliando a influência de pinos pré-fabricados em dentes restaurados
quanto a sua resistência a fratura e distribuição de estresse, foram observadas
por Barjau-Escribano (2006), utilizando o método dos elementos finitos e teste
de resistência à flexão. Dois tipos de pinos pré-fabricados foram utilizados: aço
inox e fibra de vidro, ambos com o mesmo comprimento e diâmetro. No teste
de resistência foram elaboradas 60 amostras, 30 com pinos pré-fabricados
metálicos e 30 com pinos de fibra de vidro, devidamente cimentados com
cimento resinoso. A angulação observada para a incidência de força foi com
um ângulo de 30° seguindo o longo eixo do dente na face palatina. Pelo
método dos elementos finitos foram avaliados os dois tipos de pinos com suas
propriedades mecânicas devidamente analisado junto com estrutura dental e
periodontal de suporte. Os resultados analisados relataram que: os pinos pré-
fabricados de fibra de vidro apresenta maior estresse na região cervical onde
ocorreram as fraturas, enquanto que os de aço inox apresentam maior estresse
em toda a sua extensão, ocasionando fratura em seu longo eixo. Concluindo
35
que o pino de fibra de vidro mesmo apresentando fratura, pode manter a
estrutura radicular integra e reparável com uma nova restauração.
Mallmann (2007) avaliou o uso de dois tipos de pinos de fibra de vidro
(opaco e translúcido) e a força de união de dois tipos de sistemas adesivos na
dentina inter-radicular. Foram analisados 40 dentes com canal único, dividido
em 2 grupos com fatores independentes com dois níveis (2 sistemas adesivo e
2 tipos de pinos) e outro avaliando fatores internos dentinário com três níveis
(cervical, médio e apical da dentina radicular), no total ficou 4 grupos com 3
subdivisões cada. Após cimentação o grupo que avalia os sistemas adesivos
foi seccionado no sentido cervical, médio e apical e analisado com microscopia,
completando o estudo, um teste de força foi aplicado às amostras para a
análise da força de adesão. Os resultados obtidos demonstraram que não
houve estatísticas significantes entre os sistemas adesivos utilizados com os
pinos de fibra, mas resultados significantes ocorreram na adesividade dos
sistemas adesivos nas áreas de dentina inter-radicular.
Martelli Jr (2008) em seu estudo utilizando dentes bovinos avaliou um
novo modelo de pinos de fibra de vidro, chamados de pinos acessórios para o
reforço da estrutura dental remanescente de condutos tratados
endodonticamente que apresentem condutos extensamente alargados.
Cinqüenta amostras foram preparadas e divididas em 2 grupos: 30 amostras
com comprimento de 15mm formaram os grupos 1,2 e 3, enquanto as 20 raízes
com altura de 17mm formaram os grupos 4 e 5: Grupo 1 núcleo metálico
fundido, Grupo 2 pino único de fibra de vidro, Grupo 3 pino de fibra de vidro e
acessórios, Grupo 4 e 5 pino principal de fibra de vidro, acessórios com 2mm
de remanescente dentinário. Dos grupos citados apenas o grupo 1 foi
36
cimentado com cimento fosfato de zinco e o restante cimentados com cimento
resinoso com cleo de preenchimento em resina composta. Os resultados
obtidos demonstraram que o grupo 2 obteve 50% das fraturas a nível gengival,
mas em comparação ao grupo 3 apresentou um acréscimo significante na
quantidade de dentes fraturados na região cervical, chegando a 90% das
espécies analisadas. Chegou-se a conclusão que a resistência a fratura não foi
influenciada pela presença do remanescente coronário e a utilização de pinos
de vidro acessórios afetou positivamente o padrão de fratura.
A resistência a fratura com pinos de fibra de vidro em canais alargados e
a utilização de pinos acessórios foi avaliado por Moosavi (2008). Os grupos
formados da seguinte forma: grupo 1 reforçados com resina composta, grupo 2
com a utilização de pinos acessórios, grupo 3 com canal alargado e pino e
grupo controle com canal em normalidade e pino de fibra de vidro. Utilizando a
Máquina de Testes Instron, a força foi aplicada na face palatina formando um
ângulo de 45° graus, após ciclagem obteve como conc lusão que pinos de fibra
de vidro acessórios apresenta condições favoráveis para reforçar canais
alargados com necessidade protética.
37
3 PROPOSIÇÃO
O presente estudo propõe-se a analisar por meio do método dos
elementos finitos o comportamento biomecânico de um dente com vitalidade
pulpar, comparativamente a três dentes que receberão sistemas distintos de
pinos intra-radiculares de fibra de vidro, simulando a restauração de dentes
tratados endodonticamente que apresentem canais radiculares extremamente
alargados. Durante a construção dos modelos será considerada a análise
bidimensional dos mesmos.
As seguintes situações serão verificadas:
1) análise da distribuição de tensão gerada em canais com pino de fibra de
vidro acessórios, pino de fibra de vidro e dente natural.
2) comportamento biomecânico das raízes e da estrutura periodontal de
suporte nos incisivos centrais superiores.
38
4 MATERIAL E MÉTODOS
O método do elemento finito (MEF) a ser utilizado como base de
avaliação para o presente estudo, é um meio pelo qual se permite a construção
de determinados modelos experimentais, que possibilitam por meios
matemáticos simular uma aplicação de força, e a partir desta, a análise da
geração e dissipação das tensões resultantes.
As partes constituintes do modelo experimental podem ser analisadas de
forma particular em função de cálculos matemático individuais, ou podem ser
analisados em conjunto pela combinação de seus efeitos.
Em função da forma dos modelos a serem analisados, os estudos
podem ser bidimensionais ou tridimensionais, levando-se em consideração dois
eixos (X e Y) para a constituição de uma forma plana, ou três eixos (X, Y e Z)
para a constituição de uma forma cúbica respectivamente. Neste caso, a opção
será pela observação bidimensional.
Da criação do modelo de estudo até a sua representação gráfica, alguns
passos específicos são necessários, os quais serão discutidos a seguir.
4.1 Determinação do referencial anatômico para a constituição do modelo
A estrutura física real estudada foi constituída por um incisivo central
superior, em função de sua importância clínica. O modelo a ser criado deverá
considerar a localização do dente na arcada, assim como a incidência de
forças oclusais predominantemente oblíquas e de cisalhamento, relacionando
seu longo eixo em 45º com o plano oclusal, simulando a articulação com o
dente antagonista.
39
A constituição do modelo anatômico e a sua avaliação biomecânica com
base na simulação da função mastigatória normal, foi necessário a reprodução
de um modelo onde as estruturas anatômicas de suporte tem uma
configuração próxima da condição natural, para que a análise da distribuição
de tensões fosse realizada de maneira representativa do ideal.
O modelo físico estudado foi reproduzido a partir de uma imagem do
dente 21 de uma paciente de 22 anos de idade, obtida por uma tomografia
computadorizada (I-CAT Cone Beam 3-D Dental Imaging System / Imaging
Sciences Int, Hatfield, PA, USA) [Figura 1].
Cone Beam 0,25 Voxels
Figura 1 Imagem obtida por tomografia computadorizada demonstrando a
relação do dente 21 com as estruturas de suporte e o dente antagonista.
A partir da imagem inicial foi feita uma delimitação restringindo o campo
de análise e visualização, incluindo basicamente o dente 21 no modelo e sua
relação com suas estruturas de suporte, com atenção especial a sua relação
com a tábua óssea vestibular e palatina (Figura 2).
40
Cone Beam 0,25 Voxels
Figura 2 Delimitação do modelo anatômico abrangendo o dente 21, suas
estruturas de suporte e a relação oclusal com o dente antagonista.
Para a obtenção do modelo matemático final, foram reproduzidas as
proporções dos tecidos dentais (esmalte, dentina e tecido pulpar) e suas
relações com as estruturas periodontais de suporte, com destaque especial
para o comprimento relativo do dente (coroa e raiz), levando-se em conta a
implantação óssea do ápice dental à crista marginal óssea.
As medições foram feitas diretamente no tomógrafo e registradas na
imagem para posterior utilização. Somados ao contorno coronário, a imagem
obtida será convertida em um desenho esquemático com auxílio do software
AutoCad 2007 (Autodesk Inc, San Rafael, CA, USA), utilizando-se um
computador (HP Pavilion dv 6000 / Hewlett-Packard Brasil LTDA, Louveira, SP,
Brasil).
41
Nesta fase, de posse das proporções e medidas pré-estabelecidas,
foram realizadas demarcações dos limites das estruturas analisadas, conforme
representação da figura 3.
Figura 3 – Desenho esquemático dente 21 com suas estruturas constituintes
delimitadas, assim como a relação com as estruturas de suporte.
Ao ser transformado em modelo matemático, este desenho esquemático
inicial representa o Modelo A, considerado o grupo controle com vitalidade
pulpar e coroa cerâmica. A partir deste, serão desenvolvidos outros desenhos
esquemáticos, representativos dos demais grupos que constituirão a pesquisa.
A partir do desenho do Modelo A ocorreram modificações que
constituirão mais três desenhos esquemáticos dos Modelos B, C e D, por meio
do software AutoCad 2007.
O Modelo B, apresenta preparo endodontico em condições normais de
instrumentação endodôndica sem desgastes excessivos nas paredes inter-
radiculares. O conduto foi simulado para receber um pino central cilíndrico
escalonado de fibra de vidro (Reforpost / Ângelus Materiais Odontológicos
42
LTDA, Londrina-Pr, Brasil), ocupando 2/3 do comprimento da raiz, desde que o
remanescente da obturação endodôntica permaneça com 3mm de extensão.
A porção coronária destituída de paredes dentinárias foi reconstituída por
um núcleo de preenchimento em resina composta, cujo contorno
representativo de um preparo periférico total para dentes anteriores com
término em chanfro, visando a instalação de uma coroa livre de metal (IPS
Empress II). As seguintes proporções foram consideradas na representação do
desgaste coronário: 2mm para a porção incisal, 1,5mm para a porção vestibular
e 1,2mm para a porção palatina) (Figura 4).
Figura 4 – Desenho esquemático representativo do Modelo B.
No desenho do Modelo C, foi simulado o preparo e a obturação
endodôntica de um conduto extremamente alargado, cujas paredes dentinárias
remanescentes permanecerão próximas do limite mínimo aceitável de 1,0mm.
O conduto foi simulado para receber um pino central cilíndrico
escalonado de fibra de vidro (Reforpost / Angelus Materiais Odontológicos
43
LTDA, Londrina-Pr, Brasil), ocupando 2/3 do comprimento da raiz, desde que o
remanescente da obturação endodôntica permaneça com 3mm de extensão.
A porção coronária destituída de paredes dentinárias foi reconstituída por
um cleo de preenchimento em resina composta, cujo contorno
representativo de um preparo periférico total para dentes anteriores com
término em chanfro, visando a instalação de uma coroa livre de metal (IPS
Empress II). As seguintes proporções serão consideradas na representação do
desgaste coronário: 2mm para a porção incisal, 1,5mm para a porção vestibular
e 1,2mm para a porção palatina) (Figura 5).
Figura 5 – Desenho esquemático representativo do Modelo C.
Os desenhos esquemáticos dos Modelos C e D serão muito semelhantes
na proporção e contorno geral, com uma única modificação a ser feita no
Modelo D, onde no espaço intra-radicular além de um pino de fibra de vidro
cilíndrico escalonado, serão acrescentados mais dois pinos de fibra de vidro
acessórios (Reforpin / Angelus Materiais Odontológicos LTDA, Londrina-Pr,
Brasil). Um pino foi inserido no espaço entre o pino central e a parede intra-
44
radicular vestibular, e o outro foi inserido no espaço entre o pino central e a
parede intra-radicular palatina (Figura 6), mantendo as demais estruturas
inalteradas.
Figura 6 – Desenho esquemático representativo do Modelo D.
Para a adequação dos desenhos dos Modelos B, C e D, onde foram
necessárias a inclusão dos pinos pré-fabricados em fibra de vidro, serão
consideradas as dimensões fornecidas pelo fabricante (Tabela 1) adaptado-as
essencialmente na altura, levando-se em consideração as proporções
anatômicas pré-estabelecidas pela tomografia no desenho esquemático do
Modelo A.
TABELA 1 – Dimensões dos pinos pré-fabricados de fibra de vidro
Tipo de pino Comprimento Diâmetro
Pino de fibra de vidro principal 20mm 1,3mm
Pino de fibra de vidro acessório 14mm
1,1mm – coronário
0,5mm – apical
45
4.2 Elaboração do modelo matemático
Assim que os desenhos dos modelos com suas estruturas delineadas
individualmente foram obtidos no software AutoCad 2007 (Modelos A, B, C e
D), estes foram exportados para o programa Ansys 7.0 (Swanson Analysis Inc,
Houston, PA, USA) para a constituição dos elementos finitos. Este método
consiste em distribuir o objeto de estudo em pequenos elementos unidos por
pequenos pontos chamados de nós. O modelo com o resultado final constitui
uma matriz, definida por uma composição e geometria própria, conforme
demonstrado esquematicamente pela Figura 7.
Modelo A Modelo B
Modelo C Modelo D
Figura 7 – Representação esquemática das malhas nas estruturas individuais
46
4.3 Carregamento dos modelos
Em cada modelo matemático desenvolvido foi simulada a aplicação de
uma carga de 100N na posição do dente antagonista, ou seja, incidindo no
terço incisal da face palatina do dente 21, com uma inclinação de 45º em
relação ao seu longo eixo e na borda incisal sentido do longo eixo do dente.
Para que o modelo matemático possa de fato simular a aplicação da
força proposta e a conseqüente distribuição de tensão e/ou deformação ao
longo das estruturas consideradas, os dados referentes às propriedades físicas
destas estruturas individualizadas (estruturas dentárias e materiais
restauradores) devem ser registrados no programa Ansys 7.0, especificamente
o módulo de elasticidade e o coeficiente de Poisson, conforme demonstrados
na Tabela 2.
TABELA 2 Propriedades físicas de interesse das estruturas e materiais a
serem utilizados
Estruturas/ Materiais Módulo de Elasticidade
(GPa)
Coeficiente de Poisson
esmalte* 41,0 0,30
dentina* 18,6 0,31
polpa** 0,0005 0,45
ligamento periodontal* 68,9 x 10 -3 0,45
osso cortical* 13,7 0,30
osso esponjoso* 1,37 0,30
guta-percha* 0,69 x 10 -3 0,45
cimento resinoso** 7,0 0,30
pinos de fibra de vidro**** 40 0,22
Núcleo de preenchimento* 7,0 0,30
IPS Empress II*** 65 0,30
(*Pegoretti 2002, **Genovese 2005, ***Nakamura 2005, ****Angelus)
O módulo de elasticidade descreve a relativa rigidez de um material, a
qual é medida pela porção elástica da deformação, que pode representar a
47
capacidade de recuperação elástica do material. o coeficiente de Poisson é
a relação da deformação transversal e longitudinal de um material.
Quando uma força é aplicada, a rigidez dos materiais expressa a
elasticidade de todo o conjunto e a distribuição desta força ao longo das
estruturas. Sendo assim, o programa matemático analisa os pontos de
distribuição até o seu limite, apresentando-os de forma numérica ou por meio
de escalas coloridas no próprio desenho, denominadas de tensões de Von
Misses, ou tensões de máxima energia de distorção.
48
5 RESULTADOS
Os resultados das distribuições de tensões obtidos através do método
dos elementos finitos determinados através dos Mapas de Deslocamentos e de
Tensões de von Mises, onde os diferentes níveis de tensões geradas e
tendência ao deslocamento, assim localizado, venha supostamente a acarretar
a fadiga da estrutura analisada, consequentemente sua fratura. Os
deslocamentos ocorridos nos modelos e a tensão gerada puderam ser
observadas nas diferentes estruturas nos modelos respectivos A, B, C e D.
Os pontos ximos no Mapa de Deslocamento representado em
milímetros (mm) e os pontos máximos e mínimos dos Mapas de Tensões
representados em Mega Pascal (MPa), são analisados individualmente para
cada estrutura de suporte.
5.1 Mapa de Deslocamento Incisal
Observando o Mapa de Deslocamento de cada modelo respectivamente:
A, B, C e D respectivamente, observou-se que o modelo A apresentou o maior
valor de deslocamento 0,9707 mm, sendo a tendência máxima ao
deslocamento deu-se na sua borda incisal e a mínima na porção central do
trabeculado ósseo. (Figura 8).
Com a colocação de um pino principal, modelo B, houve um aumento na
tendência máxima ao deslocamento de 0,9574 mm com uma mudança na
tendência mínima passando da porção central de trabeculado para a parte
vestibular do trabeculado ósseo. (Figura 9).
No modelo C, com a ampliação do canal e inserção de apenas um pino
de fibra de vidro o valor da tendência máxima ficou em 0,9629 (Figura 10), se
49
aproximando do modelo A 0,9707 (Figura 08), mantendo a tendência mínima
na porção central do trabeculado.
Em comparação ao modelo D que contém pinos principais e acessórios,
a tendência máxima ao deslocamento foi de 0,9570 (Figura 11), sendo assim
um menor aumento na tendência máxima de deslocamento.
Em seus resultados podemos observar pelas figuras 8,9,10,11 que o
padrão do Mapa de deslocamento manteve-se similar nos modelos A, B, C e D,
indicando que dentes não tratados endodonticamente que apresentem cora
cerâmica tem um padrão similar a dentes tratados endodonticamente com
pinos de fibra de vidro e prótese cerâmica.
QUADRO 1 – Valores Mínimo e Máximo do Mapa Geral de Deslocamento
A B C D
Mapa de Min 0 0 0 0
Deslocamento
Máx
0,9707 0,9574 0,9629 0,9570
Figura 8 – Mapa Geral de Deslocamento do Modelo A
50
Figura 9 – Mapa Geral de Deslocamento do Modelo B
Figura 10 – Mapa Geral de Deslocamento do Modelo C
51
Figura 11 – Mapa Geral de Deslocamento do Modelo D
Para uma melhor visualização da Tendência ao Deslocamento ocorrida
nos modelos, as referências foram padronizadas permitindo uma melhor
comparação entre os mesmos (Figura 12 - A, B, C, D).
A B
52
C D
Figura 12 – Mapa Geral de Deslocamento Padrão: A, B, C e D
5.2 Mapa Geral de Tensões Incisal
Analisando o Mapa Geral de Tensões do modelo A (Figura 13), observa-
se uma elevação da tensão na região da lâmina dura vestibular da região mais
apical do elemento dental, que concentrou o ponto máximo de tensão com
valor de 179.775 MPa, nas regiões circundantes principalmente na lâmina dura
vestibular e palatina tiveram níveis consideráveis de tenções. Avaliando a área
da borda incisal onde a tensão foi gerada apresenta uma área relativamente
baixa em comparação a lâmina dura vestibular e crista óssea vestibular
apresentando índices variando de 106.712 - 128.054 MPa.
O modelo B (Figura 14), com a inserção de um pino de fibra de vidro,
apresentou uma diminuição da tensão na lâmina dura vestibular da região mais
apical do elemento dental, chegando ao máximo de 173.801 MPa. Nota-se que
houve um aumento nítido da tensão gerada em toda extensão do pino e um
53
aumento da área de dentina vestibular tensionada onde o índice chega a
21.342 MPa, menor que o encontrado no modelo A (Figura 13).
Com a ampliação do canal radicular e inserção de um único pino,
modelo C (Figura 15), o pino recebeu tensões que variam de 21.342 42.685
MPa. O ponto máximo de tensão gerada foi localizado na crista óssea
vestibular 174.586 MPa, observando ainda que as lâminas vestibular manteve
um índice elevado de tensão gerada variando de 106.712 – 149.396 MPa.
Em comparação aos modelos B (Figura 14) e C (Figura 15) que
apresentaram níveis mais baixos no Mapa Geral de Tensões que o modelo A
(Figura 13). O modelo D (Figura 16) com a presença de pinos principal e
acessórios voltou a apresentar o ponto máximo de tensão gerada na lâmina
dura vestibular, obtendo um valor de 173.775 MPa. Avaliando também a tensão
gerada nos pinos principais e acessórios variou de 0 42.685 MPa, mantendo-
se similar ao modelo B (Figura 14).
Os modelos A (Figura 13), modelo B (Figura 14) e o modelo D (Figura
16) apresentaram situações semelhantes na localização do Mapa Geral de
Tensões localizados na lâmina dura vestibular.
Segue-se o Quadro 2 com os valores Mínimo e Máximo encontrados nos
Mapas Gerais de Tensões de cada modelo.
QUADRO 2 – Valores Mínimo e Máximo encontrado nos modelos
Modelo A B C D
Mínima 0,002884 0,005413 0,005485 0,005407
Máxima 179,775 173,801 174,586 173,853
54
Figura 13 – Mapa Geral de Tensões do A
Figura 14 – Mapa Geral de Tensões do B
Figura 15 – Mapa Geral de Tensões do C
55
Figura 16 – Mapa Geral de Tensões do D
Para uma melhor visualização do Mapa Geral de Tensões ocorrida nos
modelos, as referências foram padronizadas permitindo uma melhor
comparação entre os mesmos (Figura 17 - A, B, C, D).
A B
C D
Figura 17 – Mapa Geral de Tensões: A, B, C e D
56
Para uma análise mais detalhada com precisão da distribuição das
tensões nos diferentes modelos, avaliaremos as estruturas de suporte em
separado: osso trabecular, cortical, ligamento periodontal, dentina, pino de fibra
e cimento.
Segue o Quadro 3 com os valores Mínimo e Máximo encontrados em
cada modelo nos diferentes Mapas de Tensões das diferentes estruturas
analisadas.
QUADRO 3 – Valores Mínimo e Máximo de cada estrutura utilizados nos
gráficos “Padronizados”.
Mínimo Máximo
Trabecular 0.978094 30.761
Cortical 1.527 179.775
Ligamento Periodontal 0.460423 23.349
Dentina 0.494835 137.438
Pino de Fibra 1.406 103.163
Cimento Resinoso 0.813473 88.41
5.2.1 Osso Trabecular
Ao analisar o trabaculado ósseo de todos os modelos, não apresentaram
alterações significativa na localização dos pontos de concentração mínima e
máxima. O ponto de tensão máximo ficou localizado no trabeculado vestibular
próximo a espinha nasal anterior, sendo o ponto de tensão máximo de 30.37
57
MPa do modelo A, 30.74 MPa do modelo B, 30.747 do modelo C e 30.736 do
modelo D, sendo o valor mais baixo do ponto de tensão apresentado no
modelo A. (Figura 18)
O modelo A apresentou uma pequena variação do ponto de tensão na
região mais próxima do ápice dental variando de 17.524 – 20.833 MPa.
A B
C D
Figura 18 – Mapa de tensão do Trabeculado ósseo: A, B, C e D.
58
5.2.2 Osso Cortical
O modelo C, de todos as corticais analisadas foi a que mostrou
alteração na localização do ponto de tensão xima 174.586 MPa, situado na
crista alveolar vestibular. Os pontos A, B e D, apresentaram o ponto de tensão
máxima na face vestibular apical da cortical com valores de 179.775 MPa,
173.801 MPa e 173.853 MPa consecutivamente. Dos 4 modelos analisados o
modelo A, modelo que apresenta apenas coroa cerâmica foi o que apresentou
o maior ponto de tensão máxima 179.775 MPa (Figura 19).
A B
C D
Figura 19 – Mapa de tensão da Cortical óssea: A, B, C e D.
59
5.2.3 Ligamento Periodontal
Em todos os modelos analisados, a localização do ponto de tensão
máxima ficou localizado na região apical do ligamento periodontal, variando
apenas os níveis de tensões máximas sendo o maior ponto de concentração de
tensão 23.349 MPa do modelo D seguido decrescentemente de 23.331 MPa do
modelo B, 23.15 MPa do modelo C e 20.783 MPa do modelo A, que constitui o
modelo que contem apenas coroa cerâmica. (Figura 20)
A B
C D
Figura 20 – Mapa de tensão do Ligamento Periodontal: A, B, C e D.
60
5.2.4 Dentina
Os pontos de tensão máxima avaliados em todos os modelos de dentina
foram localizados na região cervical vestibular do término do preparo protético,
sendo o ponto de máxima tensão 109.742 MPa do modelo C em comparação
ao modelo A que apresentou o ponto de máxima tensão 94.564 MPa onde
apresenta câmara pulpar vital. O modelo D que apresenta pinos de fibra
acessórios apresentou valor semelhante ao modelo A, 94.675 MPa D contra
94.564 do modelo A. Todos os modelos que apresentam pinos de fibra de vidro
B, C e D apresentaram um aumento de tensão localizado apicalmente ao pino
na região palatina variando de 30.927 61.358 MPa comparando com o
modelo A que apresenta um valor de 30.927. (Figura 21)
A B
C D
Figura 21 – Mapa de tensão da Dentina: A, B, C e D.
61
5.2.5 Pino de Fibra
Avaliando os modelos B, C e D que apresentam pinos de fibra de vidro o
ponto máximo de tensão ficou com o modelo D (pino principal + acessórios),
103.163 MPa em comparação ao modelo B que apresentou o menor ponto de
máxima tensão 57.951 MPa. Todos os modelos avaliados apresentaram o
ponto de tensão máxima localizado na parte apical do pino de fibra de vidro.
(Figura 22).
B C D
Figura 22 – Mapa de tensão dos Pinos de Fibra de Vidro: B, C e D.
5.2.6 Cimento
A linha de cimentação também foi avaliada dos modelos citados no item
anterior, onde a sua localização do ponte de xima tensão permaneceu na
parte mais apical do pino de fibra de vidro onde os valores de máxima tensão
variou de 59.402, 67.171 e 75.663 MPa consecutivamente aos modelos B, C e
D (Figura 23).
62
B C D
Figura 23 – Mapa de tensão do Cimento Resinoso: B, C e D.
5.3 Mapa de Deslocamento Cíngulo
Os modelos A, B, C e D receberam deslocamento e tensão no sentido
palatino de máxima intercúspidação habitual sendo a área de referência o terço
médio palatino.
O modelo A (Figura 24) que apresenta apenas coroa cerâmica,
apresentou o mais alto valor a tendência máxima ao deslocamento 0,5231 mm,
levando um deslocamento ao terço médio da coroa, fato que não ocorreu
nos demais modelos.
Respectivamente dos modelos B, C e D (Figuras 25, 26 e 27)
apresentaram seus valores a tendência máxima de deslocamento muito
semelhantes: 0,4997 mm, 0,5007 mm e 0,4995 mm. Todos estes modelos
apresentam pinos de fibra de vidro.
63
QUADRO 4 – Valores Mínimo e Máximo do Mapa Geral de Deslocamento
A B C D
Mapa de Min 0 0 0 0
Deslocamento
Máx
0,5231 0,4997 0,5007 0,4995
Figura 24 – Mapa Geral de Deslocamento do Modelo A
Figura 25 – Mapa Geral de Deslocamento do Modelo B
64
Figura 26 – Mapa Geral de Deslocamento do Modelo C
Figura 27 – Mapa Geral de Deslocamento do Modelo D
Para uma melhor visualização da Tendência ao Deslocamento ocorrida
nos modelos, as referências foram padronizadas permitindo uma melhor
comparação entre os mesmos (Figura 27 - A, B, C, D).
65
A B
C D
Figura 28 – Mapa Geral de Deslocamento: A, B, C e D
5.4 Mapa Geral de Tensões Cíngulo
O Mapa geral de Tensões do modelo A (Figura 29), nota-se que o ponto
máximo de tensão 192.081 MPa, ficou localizado no local de inserção da
tensão decipando para toda a região cervical da coroa e da região terço médio
e cervical da raiz, observa-se também que o teto da câmara pulpar recebeu
uma tensão que variou de 85.369 128.054 MPa. A cortical vestibular em toda
a sua extensão e região palatina do terço médio apical também receberam
grande tensão que variou de 21.342 – 106.712 MPa.
66
No modelo B (Figura 30), houve um aumento nítido de tensão gerada no
pino de fibra de vidro e na região apical da raiz. O ponto de xima tensão foi
deslocado da região do terço médio da coroa, modelo A (Figura 29), para a
região da cortical vestibular apical próximo a espinha nasal anterior, chegando
ao ponto de máxima tensão de 125.959 MPa.
Analisando o modelo C (Figura 31), observa-se que o ponto de tensão
máxima de 125.907 manteve-se na região cortical vestibular apical, havendo
apenas uma modificação de tensão gerada na dentina palatina cervical que
variou de 0 21.342 MPa que não fora observada nos modelos B, C e D
(Figuras 30, 31 e 32).
O modelo D (Figura 32) manteve o ponto de xima tensão localizado
na região dos modelos C e B, com uma tensão xima de 125.937 MPa, foi
observado que apesar dos modelos que apresentem pinos de fibra de vidro B,
C e D, o modelo D que apresenta pinos de fibra de vidro acessórios apresenta
uma tensão distribuída entre os pinos, mas não alterando a tensão gerada na
região apical do pino principal.
Apesar dos valores de tensões máximas nos modelos que apresentem
pinos de fibra de vidro com canais ampliados ou não, B, C e D, 125.959 MPa,
125.907 MPa e 125.937 MPa respectivamente, mantiveram uma constância
nos valores de máxima tensão, mas com grande diferença do modelo A (Figura
29) que apresenta vitalidade pulpar, com valor de máxima tensão de 192.081
MPa.
67
QUADRO 5 – Valores Mínimo e Máximo encontrado nos modelos
Modelo A B C D
Mínima 0,361E-03 0,144E-03 0,269E-03 0,197E-03
Máxima 192.081 125.959 125.907 125.937
Figura 29 – Mapa Geral de Tensões do A
Figura 30 – Mapa Geral de Tensões do B
68
Figura 31 – Mapa Geral de Tensões do C
Figura 32 – Mapa Geral de Tensões do D
Para uma melhor visualização do Mapa Geral de Tensões ocorrida nos
modelos, as referências foram padronizadas permitindo uma melhor
comparação entre os mesmos (Figura 33 - A, B, C, D).
69
A B
B D
Figura 33 – Mapa Geral de Tensões: A, B, C e D
Para uma análise mais detalhada com precisão da distribuição das
tensões nos diferentes modelos, avaliaremos as estruturas de suporte em
separado: osso trabecular, cortical, ligamento periodontal, dentina, pino de fibra
e cimento.
Segue o Quadro 6 com os valores Mínimo e Máximo encontrados em
cada modelo nos diferentes Mapas de Tensões das diferentes estruturas
analisadas.
70
QUADRO 6 – Valores Mínimo e Máximo de cada estrutura utilizados nos
gráficos “Padronizados”.
Mínimo Máximo
Trabecular 0.978094 30.761
Cortical 1.527 179.775
Ligamento Periodontal 0.460423 23.349
Dentina 0.494835 137.438
Pino de Fibra 1.406 103.163
Cimento Resinoso 0.813473 88.41
5.4.1 Osso Trabecular
Observando o osso trabecular em todos do modelos, houve uma
concentração de tensão máxima localizado na região apical apenas do modelo
A, 30.761 MPa (Figura 34). Os valores foram menores nos modelos B, C e D,
(Figura 34) cujo o maior valor de tensão máxima não passou de 23.281 Mpa do
modelo B (Figura 34).
O deslocamento do ponto de máxima tensão ocorreu nos modelos que
apresentam pino de fibra de vidro ou seja modelos B, C e D, deslocado para a
região apical do trabeluado ósseo próximo a espinha nasal anterior.
Mesmo com a mudança da localização de tensão máxima dos modelos
que apresentam pinos de fibra de vidro em comparação ao modelo A (Figura
34), existindo apenas uma diminuição da área solicitada, mais que ainda
recebe tensões significantes.
71
A B
C D
Figura 34 – Mapa de tensão do Trabeculado ósseo: A, B, C e D.
5.4.2 Osso Cortical
Em relação ao osso cortical, verificou-se que, para o modelo A (Figura
35), a máxima tensão atingiu a região da cortical vestibular na região apical
sendo de 127.862 MPa.
Os modelos B, C e D (Figura 35), houve um deslocamento da máxima
tensão localizando-se na parede vestibular da cortical próximo a espinha nasal
anterior. Em valores de máxima tensão os modelos obtiveram valores
semelhantes a seguir: B, 125.959 MPa; C, 125.907 MPa e D, 125.937 MPa.
72
Sendo assim não apresentando diferença significativa na distribuição de tensão
máxima nas demais áreas.
A B
C D
Figura 35 – Mapa de tensão da Cortical Óssea: A, B, C e D.
5.4.3 Ligamento Periodontal
Houve concentração de tensão no ápice de todos os modelos
analisados, sendo que o maior valor de tensão máxima foi de 22.794 MPa para
o modelo A (Figura 36).
73
Os demais modelos mantiveram sua posição, no entanto o modelo D
teve o maior valor de tensão máxima dos modelos que apresentam pinos de
fibra de vidro, chegando a 15.667 MPa (Figura 36).
A B
C D
Figura 36 – Mapa de Tensão do Ligamento Periodontal: A, B, C e D.
5.4.4 Dentina
Avaliando os modelos de forma geral, o modelo que apresenta câmara
pulpar, A (Figura 37), obteve um valor 84% maior no valor máximo de tensão
137.438 MPa, localizado no teto da câmara pulpar e decipando esta tensão ao
74
longo do tecido dentinario, comparando com o menor valor de tensão 74.429
MPa do modelo C (Figura 37).
Os modelos B, C e D (Figura 37), apresentaram mudança no ponto de
tensão máxima localizado na região apical vestibular próximo ao término do
pino de fibra de vidro, comparado com o modelo A.
A B
C D
Figura 37 – Mapa de Tensão da Dentina: A, B, C e D.
75
5.4.5 Pino de Fibra
Todos os modelos avaliados apresentaram o ponto de tensão máxima
localizado na parte apical vestibular do pino de fibra de vidro.
O valor máximo de tensão ocorreu no modelo B (Figura 38) que
apresenta um pino de fibra de vidro com espessura do canal normal após
tratamento endodôntico com valor de 76.631 MPa. O segundo menor valor
máximo de tensão ocorreu no modelo D (Figura 38), que apresenta pinos
acessórios, valor de 69.857 MPa.
O modelo C (Figura 38) apresentou o menor valor máximo de tensão
comparado aos modelos B e D, com máxima de 68.825 MPa.
B C D
Figura 38 – Mapa de Tensão do Pino de Fibra de Vidro: A, B, C e D.
5.4.6 Cimento
A linha de cimentação também foi avaliada dos modelos citados no item
anterior, onde a sua localização do ponto de xima tensão permaneceu na
parte mais apical vestibular da cimentação onde os valores de máxima tensão
76
variou de 88.41, 68.098 e 61.285 MPa consecutivamente aos modelos B, C e
D. (Figura 39).
B C D
Figura 39 – Mapa de Tensão do Cimento Resinoso: A, B, C e D.
QUADRO 7 Quadro comparativo das tensões máxima e mínima conforme as
estruturas.
Modelo Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D
Estrutura
tensão cíng inc cíng inc cíng inc cíng inc
mín
0 0 0 0 0 0 0 0
Deslocamento
máx
0,523125 0,970776 0,499742 0,957419 0,500075 0,96298 0,499603 0,957099
mín
.361E-03 0,002884 .144E-03 0,005413 .269E-03 0,005485 .197E-03 0,005407
Geral
máx
192,081 179,775 125,959 173,801 125,907 174,586 125,937 173,853
mín
1,261 2,225 0,978094 2,093 0,976159 2,065 0,983203 2,11
Trabecular
máx
30,761 30,37 23,281 30,74 23,274 30,747 23,275 30,736
mín
1,763 4,621 1,648 4,525 1,565 4,515 1,527 4,528
Cortical
max
127,864 179,775 125,959 173,801 125,907 174,586 125,937 173,853
mín
0,860473 0,990934 0,471707 0,466007 0,469352 0,469168 0,460423 0,471041
Ligamento
máx
22,794 20,783 15,658 23,331 15,566 23,15 15,667 23,349
mín
0,494835 0,72039 1,095 3,513 2,165 3,597 2,287 3,64
Dentina
máx
137,438 94,564 76,891 98,415 74,429 109,742 75,659 94,675
mín
----- ----- 4,028 2,35 4,755 8,589 1,406 2,373
Pino
máx
----- ----- 76,631 57,951 68,826 95,476 69,857 103,163
mín
----- ----- 1,472 4,903 0,813473 3,375 1,378 3,241
Cimento
máx
----- ----- 88,41 59,402 68,098 67,171 61,285 75,663
77
5.5 Análise Descritiva dos Resultados
Considerando-se a análise individual das tensões estrutura por estrutura,
e realizando uma comparação entre os modelos estudados, foram observadas
algumas situações relevantes e que merecem destaque.
Analisando a tensão geral máxima desenvolvida no modelo A quando se
analisa o Mapa Geral de Tensões, chegou-se a um valor de 192,081MPa com
o carregamento na região do cíngulo, valor que diminuiu 34,42%, 34,45% e
34,44% respectivamente nos modelos B, C e D, não apresentando variações
significativas entre eles (Gráfico 1).
GÁFICO 1 Valores de tensão geral máxima dos modelos com carregamento
em cíngulo
Com relação ao carregamento incisal, no modelo A alcançou-se uma
tensão geral máxima de 179,775MPa, com uma diminuição de 3,32%, 2,89% e
3,29% para os modelos B, C e D respectivamente, os quais permaneceram
com valores máximos muito próximos (Gráfico 2).
0
50
100
150
200
Modelo A
Modelo B
Modelo C
Modelo D
78
GRÁFICO 2 Valores de tensão máxima dos modelos com carregamento na
incisal
Com relação à tensão desenvolvida nas paredes de dentina quando
houve o carregamento no cíngulo, desenvolveu-se uma tensão máxima de
137,438MPa, diminuindo em 44,05%, 45,85% e 44,95% quando comparada
aos modelos B, C e D respectivamente (Gráfico 3).
GRÁFICO 3 Valores de tensão máxima na dentina nos modelos com
carregamento em cíngulo
Com relação à tensão desenvolvida nas paredes de dentina quando
houve o carregamento na incisal, desenvolveu-se uma tensão máxima de
94,564 MPa, que aumentou proporcionalmente em 4,23%, 16,05% e 0,11%
nos modelos B, C e D respectivamente (Gráfico 4).
170
172
174
176
178
180
Modelo A
Modelo B
Modelo C
Modelo D
0
50
100
150
Modelo A
Modelo B
Modelo C
Modelo D
79
GRÁFICO 4 Valores de tensão máxima na dentina nos modelos com
carregamento na incisal
Observando-se a tensão gerada nos pinos com o carregamento de força
no cíngulo, registrou-se um valor máximo de 76,631 MPa no modelo B,
diminuindo em 10,19% e 8,84% para os modelos C e D respectivamente
(Gráfico 5).
GRÁFICO 5 Valores de tensão máxima nos pinos dos modelos com
carregamento no cíngulo
Observando-se a tensão gerada nos pinos com o carregamento de força
na incisal, registrou-se um valor máximo de 57,951 MPa no modelo B,
aumentando em 64,75% (95,476 MPa) e 78,01% (103,163 MPa) para os
modelos C e D respectivamente. Comparando-se somente os modelos C e D,
verificou-se que do primeiro para o segundo modelo houve um aumento de
8,05% de geração de tensão (Gráfico 6).
85
90
95
100
105
110
Modelo A
Modelo B
Modelo C
Modelo D
0
20
40
60
80
Modelo A
Modelo B
Modelo C
Modelo D
80
GRÁFICO 6 Valores de tensão máxima nos pinos dos modelos com
carregamento na incisal
Ao fazer as mesmas correlações com o cimento, verificou-se que ao
considerar uma tensão máxima de 88,41 MPa no modelo B, com o
carregamento no cíngulo, a tensão diminuiu em 22,97% e 30,68% para os
modelos C e D respectivamente (Gráfico 7).
GRÁFICO 7 Valores de tensão máxima no cimento dos modelos com
carregamento no cíngulo
Levando-se em consideração o carregamento na incisal e a tensão
máxima gerada de 59,402 MPa para o modelo B, verificou-se que ocorreu um
aumento da tensão em 13,08% e 27,37% para os modelos C e D
respectivamente (Gráfico 8).
0
20
40
60
80
100
120
Modelo A
Modelo B
Modelo C
Modelo D
0
20
40
60
80
100
Modelo A
Modelo B
Modelo C
Modelo D
81
GRÁFICO 8 Valores de tensão máxima no cimento dos modelos com
carregamento na incisal
0
20
40
60
80
Modelo A
Modelo B
Modelo C
Modelo D
82
6 Discussão
As paredes radiculares após o preparo endodôntico, preparo protético
para colocação de núcleo e decorrentes de lesões cariosas conduzem a um
desgaste acentuado quando diz respeito a quantidade de dentina
remanescente intra-radicular. Estes atributos levam a um desgaste excessivo
que por si só tende a fragilizar os dentes tratados endodonticamente.
Em algumas situações a perda de estrutura chega a ser tão extensa que
se faz necessária a inclusão de um núcleo de preenchimento intra-radicular, a
fim de se promover a retenção do material restaurador coronário (Martelli
2008).
Fernandes (2003) relata que a infinidade de materiais, tipos e desenhos
de pinos para restaurações de dentes tratados endodonticamente onde a
escolha de um material para preenchimento inter-radicular deve ser avaliado
juntamente com as características clínicas encontradas, sendo assim
selecionado individualmente para a necessidade real de cada dente.
A utilização de pinos reforçados com fibras apresenta dulo de
elasticidade similar ao da dentina (Saupe 1996), sendo assim formando um
monobloco único, dentina-pino-cimento, ocorrendo desta forma uma melhor
distribuição de forças por toda a parede do canal radicular, como pode ser
observado no Gráfico 4, consequentemente se cargas excessivas aplicadas na
superfície dental faz com que o pino inter-radicular absorva a tensão, reduzindo
a probabilidade de fratura (Newman 2003). Observando o modelo D, o uso de
pinos acessórios mostraram um desempenho similar ao ocorrido no modelo A
83
com carregamento na incisal, onde apresentou uma redução de apenas de
0,11% em relação a distribuição de tensão gerada na dentina (Gráfico 4).
Pinos pré-fabricados de fibra de vidro ou carbono proporcionam aos
dentes endodônticamente tratados maior resistência a fratura comparados aos
pinos estéticos cerâmicos, sendo o modo de fratura ocorrido a mais difícil de se
reparar ocasionando a perda da estrutura dental (Maccari 2003). Resultado
semelhante foi observado por Martelli (2008) que comparou pinos metálicos
com pinos de fibra de vidro e pinos de fibra acessórios, onde o índice de fratura
ocorrido foi de 90% a cima da região cervical em canal amplo utilizando pino de
fibras acessórios, conforne avaliação dos dados obtidos, isso ocorreu
provavelmente porque a tensão máxima da região cervical localizada no
modelo D incisal, demonstrada na figura 16 do mapa geral de tensões,
apresentou valores similares ao modelo B incisal. Estes dados também foram
analizados por Barjau-Escribano (2006) utilizando o Método dos Elementos
Finitos, constatando que pinos de fibra de vidro fraturam em sua maior parte na
região cervical devido a melhor distribuição de tensão ao longo do pino.
Reinhardt (1983) abordou a utilização do método de elementos finitos na
avaliação da tensão gerada com a utilização de pinos cilíndricos metálico
concluindo que a maior tensão gerada na dentina se dava na porção mais
apical do pino, semelhante encontrado em Martelli (2008), que veio a fortalecer
estes resultados. Embora a localização de tensão máxima sejam iguais nos
dois trabalhos, a tensão gerada por um pino metálico na estrutura dental é
significativamente maior em comparação aos pinos de fibra de vidro (Martelli
2008). A utilização de pinos de fibra acessórios utilizados, veio a comprovar
que a tensão gerada na dentina do modelo B com carregamento incisal e
84
modelo B com carregamento no cíngulo é relativamente similar ao encontrado
no modelo D com os dois carregamentos, o qual apresenta uma estrutura intra-
radicular minimizada por apresentar um canal alargado.
Como relatado por Genovese (2005), os pinos de fibra de vidro
apresentam propriedades mecânicas semelhantes a da dentina, tendendo a
gerar pouca tensão na interface pino/cimento/dentina reduzindo a pequenas as
áreas de tensões. Observando os resultados do gráfico 1, onde a tensão
máxima gerada com a colocação de pinos de fibra de vidro diminuiu
aproximadamente em torno de 34% em todos os modelos (B, C e D).
Saupe (1996) relatou que cimentos resinosos, independentemente da
quantidade de estrutura inter-radicular, podem aumentar a resistência
mecânica de canais estruturalmente enfraquecidos. Este dado coincide com
valores encontrados como demonstra os Gráficos 7 e 8, onde uma quantidade
maior de cimento tende a absorver a tensão gerada com diminuição da dentina
quando está incide na incisal. Quando a tensão é gerada formando um ângulo
de 45° graus com a face palatina, a tensão para no Modelo C diminui 22,97%
em relação ao Modelo B, levando a crer que pela ausência de alavanca a
absorção da mesma tenha ocorrido pela quantidade de cimento.
Pinos pré-fabricados de titânico tem a característica de gerar grande
tensões na estrutura dental, em especial nas porções coronária e radicular,
revelando ser uma opção menos adequada quando comparada a pinos de fibra
de vidro ou carbono (Ulbrich 2005). Estes resultados vieram a fortalecer os
dados encontrados, onde os pinos de fibra de vidro absorveram parte da
tensão, não sobrecarregando estrututas adjacentes. Como resultado a tensão
gerada na nos modelos B, C e D, seja com carregamento no cíngulo ou na
85
incisal, foram semelhantes entre si e similares ao modelo B nas duas
situações.
De acordo com Lewgoy (2003) o maior estresse gerado na estrutura de
um incisivo central superior ocorreu quando a incidência da carga se deu em
um ângulo de 45 graus com o terço dio da face palatina, resultado que
condiz com o obtidos, onde os valores máximos de tensão foram obtidos
(Quadro 2 e 5). A diferença de tensão máxima variou 6% a mais de tensão
quando a incidência foi de 45 graus no modelo A (incisal/cíngulo), em contra
partida os modelos B, C e D (cíngulo) que apresentam pinos tiveram uma
diminuição da tensão máxima gerada em torno de 27% (Gráfico 1 e 2),
confirmando nossa proposição de que pinos de pinos de fibra de vidro
acessórios em canais alargados distribuem melhor a tensão gerada em canais
amplos.
Newman (2003) utilizou pino de fibra de vidro e fibras de polietileno
(Ribbond) em canais alargados, demonstrando que o uso de fibras para
preenchimento de estrutura intra-radicular perdida associada a um pino de fibra
de vidro, promove melhor distribuição de tensão ao longo da dentina.
Semelhante situação pode ser evidenciada, onde foi demonstrado que a
diminuição de dentina (modelos C e D) exigiu do pino uma maior participação,
demonstrada pela maior absorção de tensão, e consequentemente melhor
distribuição de tensão ao longo da dentina. Os espaços preenchidos por
cimento quando substituídos por pinos de fibra acessórios demonstraram
(Gráfico 6) uma melhor absorção de tensão e consequentemente diminuição da
tensão gerada na dentina.
86
Uma justificativa para explicar a necessidade de utilização de pinos de
fibra acessórios, veio de encontro com Lassila 2004, que atribuiu que em raízes
com condutos extremamente alargados, os pinos mais largos contribuem
favoravelmente para a o aumento da resistência a fratura do sistema
coroa/raiz/pino do que os pinos mais finos. Como pode ser observado nos
quadros 2 e 4 (Figura 16 e 32), onde a distribuição de tensão máxima quando
utilizado apenas um pino de fibra (Modelo C / carregamento incisal), dissipa
maior tensão na crista óssea vestibular, levando a crer que um excesso de
tensão leve à fratura ao nível do terço médio apical, o que ocasionaria uma
fratura difícil de ser reparada. Em contra partida, o modelo D com
carregamento incisal, demonstrou um retorno de tensão máxima ao modelo A e
ao modelo B.
Os padrões de tensão analisados quanto a utilização de pinos de fibra
de vidro, onde a variabilidade de quantidade de tecido intra-radicular
remanescente foi observado em 2 diferentes situações de incidência de tensão,
notou-se que o grupo que apresenta canal tratado sem apresentar desgaste
excessivo do conduto radicular apresentou situações semelhantes aos grupos
que apresentaram canais alargados com pinos de fibra de vidro. Martelli (2008)
concluiu que o padrão de fratura pode ser alterado quando são utilizados pinos
de fibra de vidro acessórios, fato este que resultou em fratura acima da linha
cervical.
Na literatura consultada, com relação aos padrões de fratura onde pinos
de fibra de vidro e fibra de carbono foram utilizados, os resultados apontam a
indicação destes pinos como forma adequada de promover retenção e reforço
87
a estrutura dental remanescente, bem como suporte para elementos protéticos
unitários.
ainda a necessidade de maior conhecimento científico aos fatores
ligados a dentes tratados endodonticamente que apresentem canais alargados,
assim como novas técnicas e materiais que se adaptem a esta realidade.
88
7 CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos neste estudo, podemos concluir
que:
1) Dentes restaurados com pinos de fibra de vidro tendem a apresentar
menor geração de tensão em toda a estrutura dentinária e tecidos de suporte.
2) Os grupos que restaurados com pinos de fibra de vidro acessórios
demonstraram que os valores de tensão em dentina ficaram próximo ao
modelo A, que apresenta vitalidade pulpar com cora de porcelana pura.
3) A quantidade de pinos de fibra de vidro acessórios em canais alargados
favorecem a distribuição de tensão ao longo dos tecidos de suporte.
89
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93
ANEXOS
As figuras utilizadas como suporte deste presente trabalho estão aqui
relacionadas. As figuras anexadas encontra-se nos padrões do próprio Sistema
ANSYS.
A apresentação dos modelos segue as seguinte ordem:
Automáticos – Modelo A, B, C e D incisal e cíngulo
Padronizados – Modelo A, B, C e D incisal e cíngulo
94
Automáticos
Modelo A Incisal
95
Modelo B Incisal
96
Modelo C Incisal
97
Modelo D Incisal
98
Automáticos
Modelo A Cíngulo
Modelo B Cíngulo
99
Modelo C Cíngulo
100
Modelo D Cíngulo
101
Padronizados
Modelo A Incisal
102
Modelo B Incisal
Modelo C Incisal
Modelo D Incisal
103
Padronizados
Modelo A Cíngulo
Modelo B Cíngulo
Modelo C Cíngulo
104
Modelo D Cíngulo
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