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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA
MESTRADO EM PATOLOGIA
JACQUELINE SILVA BRITO LIMA
ALOMETRIA E MORFOMETRIA DA REGIÃO INGUINAL
EM FETOS HUMANOS
RECIFE
2007
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LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA
MESTRADO EM PATOLOGIA
JACQUELINE SILVA BRITO LIMA
ALOMETRIA E MORFOMETRIA DA REGIÃO INGUINAL
EM FETOS HUMANOS
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em
Patologia na área de concentração de Morfologia
Aplicada, do Centro de Ciências da Saúde da
Universidade Federal de Pernambuco, para obtenção
do grau de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Jennecy Sales Cavalcanti
RECIFE
2007
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Catalogação na fonte
Universidade Federal de Alagoas
Biblioteca Central
Divisão de Tratamento Técnico Bibliotecária
Bibliotecária responsável: Helena Cristina Pimentel do Vale
L732a Lima, Jacqueline Silva Brito.
Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos / Jacqueline
Silva Brito Lima – Recife, 2007.
60 f. : il., figs., tabs.
Dissertação (mestrado em Patologia) – Universidade Federal de
Pernambuco. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Patologia, 2007.
Inclui bibliografia e apêndice.
1. Alometria. 2. Morfometria. 3. Parede abdominal – Anatomia. 4. Feto
humano – Anatomia. 5. Região inguinal. I. Título.
.
CDU: 611.95
CDD: 611.9
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
DEDICATÓRIA
A DEUS, pelas dádivas que tenho recebido no decorrer da minha vida.
Aos meus pais, Hermann (in memorian) e Sônia
Aos meus irmãos, Hermann e Kerline
Ao meu filho, Hermann
Ao meu marido, Luiz Carlos.
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
HOMENAGEM AO CADÁVER FETO DESCONHECIDO
Lembro-me de você a todo o momento, do seu corpinho frágil, belo, comovente,
fruto do relacionamento entre duas pessoas.
Sua vida foi breve, protegida e embalada pela esperança de sorrir, brincar, correr com
outras crianças, acalentando um amanhã feliz.
Não sei como você se chama...
Sei apenas da sua grandeza de ser útil à ciência, à humanidade.
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
AGRADECIMENTOS
Na elaboração desta pesquisa, fatores variados contribuíram para que o objetivo
proposto fosse alcançado. Destes, o mais importante, sem sombra de dúvidas, foi o apoio
recebido daqueles que, de maneira desinteressada, ajudaram-me, direta ou indiretamente, para
concluí-lo. Aos que, por imperdoável esquecimento, deixei de citar, minhas desculpas.
Minhas primeiras palavras são de agradecimento ao Prof. Dr. Jennecy Sales
Cavalcanti, meu Orientador. Seu estímulo, seu apoio e sua dedicação conferiram-me um
crédito de confiança, possibilitando-me a conclusão desta nova etapa.
Ao Prof. Dr. Rogério Moura Pinheiro, Magnífico Reitor da Universidade Federal de
Alagoas, e ao Prof. Dr. Celso Pinto de Melo, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da
Universidade Federal de Pernambuco, na época da etapa inicial do projeto científico, que com
magnitude de espírito profissional, possibilitaram-me tornar realidade meu projeto acadêmico.
Ao Prof. Dr. Roberto José Vieira de Mello, Coordenador do Mestrado em Patologia,
por seu apoio e estímulo no desenvolvimento do programa de Pós-Graduação.
À Profª. Drª. Sílvia Regina Arruda de Moraes, Vice-Coordenadora do Mestrado em
Patologia, as razões pelas quais credito-lhe tanto carinho e gratidão, asseguraram-me plena
obrigação de consciência.
Ao Prof. Dr. José Lamartine de Andrade Aguiar, Coordenador do Programa de
Pós-Graduação em Cirurgia, exemplo de dedicação, honestidade e espírito universitário, que
com suas sugestões, auxiliou e incentivou-me na etapa final desta dissertação.
Ao Prof. Dr. Nicodemos Teles de Pontes Filho, Chefe do Setor de Patologia do
Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA), o meu mais eloqüente respeito e
gratidão.
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
Ao Prof. Dr. Diógenes Luis da Mota, Professor Adjunto do Departamento de
Histologia e Embriologia, pelo apoio e amizade na conclusão deste estudo, a quem dedico o
meu respeito e gratidão.
Carinhosos agradecimentos ao Excelentíssimo Dr. Lean Antônio Ferreira de
Araújo, Procurador Geral de Justiça do Ministério Público de Alagoas, na época da
elaboração do projeto acadêmico, como também à Profª. Drª. Maria Cecília Pontes
Carnaúba, Promotora de Justiça e sua Assessora Técnica, pelas providências legais
pertinentes ao meu pedido formal de liberação de cadáveres não reclamados (fetos humanos)
para as instituições de ensino de pesquisa científica.
À Profª. Drª. Therezinha Carvalho Calado, da Universidade Federal de Alagoas
(UFAL), pelo apoio e cessão do Laboratório de Anatomia e do uso do material biológico de
estudo.
Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Mandarim-de-Lacerda, Chefe do Departamento de
Anatomia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com quem comecei os
primeiros passos deste trabalho, pela competência e o incentivo e pela importante ajuda na
metodologia desta dissertação.
Aos Professores de Bio-estatística da Universidade Federal de Alagoas: Jairo Calado,
Maria Mendes e Sílvio Chagas pela orientação nos cálculos matemáticos e estatísticos.
Aos amigos e Professores da disciplina de Anatomia da Universidade Federal de
Alagoas: Amundson Portella, Antônio Ramalho, Bernardo Lucena, Daniel Acioly,
Fernando Camelo, Jorge Pereira Guedes, Luiz Carlos Buarque e Luiz Ferreira, pelo
companheirismo e incentivo na realização deste estudo.
Ao amigo Geraldo de Oliveira Silva, Mestrando em Morfologia da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, pelo incentivo ao desenvolvimento desta dissertação, com as suas
sugestões e auxílio na elaboração dos cálculos, análise estatística e confecção das tabelas,
gráficos e planilhas, que me permitiram vencer muitas etapas.
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
À Sônia Carvalho, secretária executiva do Mestrado em Patologia, expresso-me
assim: nem sempre uma boa Mãe é aquela que só afaga seu filho; mas aquela que sabe
“cobrar-lhe” as obrigações, conduzindo-o, para as grandes realizações. Minha gratidão eterna.
À Simone Machado Viana e à Sirlene Nascimento Lucena, da Pró-Reitoria de
Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), pelo incentivo e
apoio do início à conclusão desta etapa.
À Maria Lígia Toledo de Lima Cavalcanti, Bibliotecária da Universidade Federal de
Alagoas, que através de compreensão, disposição e apoio, ajudou-me, carinhosa e
generosamente, na pesquisa bibliográfica, abrindo-me o caminho, iluminando-o com sua
competência e brilho profissional na realização desta dissertação, e, cuja revisão do
manuscrito, possibilitou-me o resultado estético final. Meu respeito e gratidão eterna.
Aos Bibliotecários Hackländer e Miriam, do Instituto de Anatomia da Universidade
Albert-Ludwigs, pela agradável convivência, incentivo e solidariedade, durante à minha
estadia em Freiburg (Alemanha), na coleta de material bibliográfico.
À Maria Bernadete Pedrosa Pereira, Assistente Administrativo da Seção de
Informação e Documentação (SID) da Biblioteca Central da Universidade Federal de
Alagoas, pela dedicação e auxílio no levantamento de dados para este estudo.
Ao dedicado acadêmico de Medicina Arnon Alves Filho, pela execução das
ilustrações anatômicas.
À Helena Cristina Pimentel do Vale, Bibliotecária da Biblioteca Central da
Universidade Federal de Alagoas, pela competência, dedicação e empenho na confecção da
ficha catalográfica.
Ao bolsista da Seção de Informação e Documentação da Universidade Federal de
Alagoas Carlos Humberto Menezes, pelo inestimável apoio em informática.
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
Ao funcionário José Antônio Alves da Silva, técnico do Laboratório de Anatomia da
Universidade Federal de Alagoas, que gentilmente cuidou para que não faltasse o
indispensável material fixado.
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
LISTA DE ABREVIATURAS
AI – área inguinal
IG – idade gestacional
V-C – vértice-cóccix
CLID – comprimento do ligamento inguinal direito
CLIE – comprimento do ligamento inguinal esquerdo
ILBE-MLR-TB-D – intersecção da linha bi-espinhal à margem lateral do músculo reto do
abdome à espinha ilíaca e ao tubérculo púbico direito
ILBE-MLR-TB-E – intersecção da linha bi-espinhal à margem lateral do músculo reto do
abdome à espinha ilíaca e ao tubérculo púbico esquerdo
LOG – logaritmo
MLR-EI-D – margem lateral do músculo reto do abdome à espinha ilíaca ântero-superior
direita
MLR-EI-E – margem lateral do músculo reto do abdome à espinha ilíaca ântero-superior
esquerda
RMA – eixo maior reduzido
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Corte transversal de embrião na 7ª- semana...........................................................21
Figura 2 –Feto do gênero feminino. Músculos da Parede Ântero-lateral do Abdome............33
Figura 3 – Feto do gêrero masculino. Pontos topográficos para demarcação das regiões
inguinais: direita (A, B, C) e esquerda (A
2
, B
1
, C
1
)..................................................................34
Figura 4 – Feto do gênero feminino. Regiões inguinais demarcadas para mensuração..........35
Figura 5 – Paquímetro (Vonder®) de precisão........................................................................35
Figura 6 - Representação gráfica da equação alométrica sob a forma de potência.................37
Figura 7 - Representação gráfica da equação alométrica sob a forma logarítmica.................38
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Representação gráfica da morfometria do comprimento das áreas das regiões
inguinais: gêneros e trimestres gestacionais.............................................................................47
Gráfico 2 – Representação gráfica da morfometria do comprimento dos ligamentos inguinais:
gêneros e trimestres gestacionais..............................................................................................48
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
LISTA DE PLANILHAS
Planilha 1 – Agrupamento dos resultados em gêneros e trimestres gestacionais....................59
Planilha 2 – Transformação dos dados em logaritmos............................................................60
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Condições de isometria comparando as variáveis Y e X....................................39
Tabela 2 - Regressões lineares com dados log-transformados (log y = log a + b log x): fetos
humanos femininos...................................................................................................................40
Tabela 3 – Regressões lineares com dados log-transformados (log y = log a + b log x): fetos
humanos masculinos.................................................................................................................41
Tabela 4 – Comparação das regressões. Fetos humanos femininos e masculinos...................42
Tabela 5 – Regressões lineares com dados log-transformados (log y = log a + b log x), por
trimestre gestacional.................................................................................................................43
Tabela 6 – Comparação dos slopes entre os fetos humanos dos gêneros feminino e masculino
por trimestre gestacional...........................................................................................................44
Tabela 7 - Análise de variância bivariada da área inguinal: interação entre gênero e trimestre
gestacional.................................................................................................................................44
Tabela 8 - Análise de variância bivariada do ligamento inguinal: interação entre gênero e
trimestre gestacional.................................................................................................................45
Tabela 9 – Parâmetros Biométricos.........................................................................................46
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a taxa de crescimento da região inguinal em fetos
humanos. Foram estudados 28 fetos humanos (14 masculinos, 14 femininos) variando de 19 a
30 semanas de gestação. Idade gestacional (semanas), comprimento (mm) e peso (g) foram
mensurados. Os resultados indicam que não houve diferença estatisticamente significativa
entre os gêneros para o comprimento do ligamento inguinal e a área da região inguinal. As
correlações do crescimento da área inguinal e de todos os parâmetros biométricos estudados
(idade gestacional, comprimento e peso) foram positivas e significativas (P<0,05). A área
inguinal cresceu com alometria positiva em relação à idade gestacional, comprimento e peso.
No entanto, não se detectou diferenças morfológicas entre os gêneros no crescimento da área
inguinal, comprimento, peso e idade gestacional dos fetos. A fim de mostrar se diferenças
morfológicas entre os dois gêneros estão correlacionadas com os fetos divididos por
trimestres, verificou-se que as taxas de crescimento foram diferentes quando a média das
áreas foi correlacionada com a idade gestacional e o comprimento. No entanto, não se
conseguiu ver a diferença quando se comparou com o peso. Com este estudo, pode-se
concluir que, no segundo e terceiro trimestre de gestação, a área da região inguinal tem uma
forte correlação com a idade gestacional e o comprimento fetal. Apenas houve diferenças
morfológicas entre os gêneros no segundo trimestre de gestação quando foram
correlacionadas as taxas de crescimento da área inguinal com o comprimento e a idade
gestacional. No entanto, uma relação entre estes achados e o desenvolvimento de uma hérnia
inguinal não pode ser estabelecida e mais estudos são necessários.
Palavras-chave: Alometria; Morfometria; Região Inguinal.
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
ABSTRACT
The aim of this study was to assess the growth rate of the inguinal region in human fetuses.
Twenty-eight human fetuses (14 males, 14 females) were studied ranging from 19 to 30
weeks of gestation. Gestational age, crown–rump length and body mass were measured.
Results indicate that there was no statistically significant difference between genders for the
inguinal ligament length and inguinal region area. The correlations of the inguinal area
growth and all the biometrical parameters studied (gestacional age, crown-rump length and
body mass) were positive and significant (P<0.05). The inguinal area grew with positive
allometry in relation to gestacional age, crown-rump length and body mass. However, it did
not detect morphological differences between genders in the growth of the inguinal area,
crown-rump length, body mass and gestacional age of the fetuses. In order to show whether
morphological differences between the two genders are correlated with the fetuses separated
by trimesters, was found that the growth rates were different when the average areas correlate
with the gestacional age and crown-rump length. However, it did not see the difference when
compared with body mass. With this study it can conclude that in the second and third
trimester of gestation the inguinal area has a strong correlation with gestacional age and
crown-rump length. Only there were morphological differences between genders in the
second trimester of gestation when they were correlated growth rates in the inguinal area with
the crown-rump length and gestacional age. However, a relationship between these findings
and the development of an inguinal hernia can not be established and further studies are
necessary.
Key Words: Allometry; Morphometry; Inguinal Region.
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS 06
LISTA DE ABREVIATURAS 10
LISTA DE FIGURAS 11
LISTA DE GRÁFICOS 12
LISTA DE PLANILHAS 13
LISTA DE TABELAS 14
RESUMO 15
ABSTRACT 16
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 19
1.1 Embriologia do Sistema Muscular.......................................................................... 20
1.1.1 Desenvolvimento da Parede do Corpo.................................................................
1.1.2 Morfogênese dos Músculos Abdominais..............................................................
1.1.3 Fáscia.......................................................................................................................
1.2 Anatomia da Região Inguinal..................................................................................
20
20
21
22
1.2.1 Músculo Oblíquo Externo .................................................................................... 22
1.2.2 Músculo Oblíquo Interno...................................................................................... 23
1.2.3 Músculo Transverso do Abdome ......................................................................... 24
1.2.4 Fáscia Transversal ................................................................................................ 25
1.3 Morfometria da Região Inguinal ............................................................................ 25
2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 30
3 OBJETIVOS................................................................................................................. 31
3.1 Geral .......................................................................................................................... 31
3.2 Específico .................................................................................................................. 31
4 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 32
4.1 Seleção da Amostra .................................................................................................. 32
4.2 Aspectos Éticos.......................................................................................................... 32
4.3 Metodologia............................................................................................................... 33
4.3.1 Dissecação e Identificação Topográfica .............................................................. 33
4.3.2 Morfometria........................................................................................................... 34
4.3.3 Alometria ............................................................................................................... 36
4.3.4 Análise Estatística ................................................................................................. 36
LIMA, J.S.B. Alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
5 RESULTADOS .............................................................................................................
6 DISCUSSÃO..................................................................................................................
7 CONCLUSÕES..............................................................................................................
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................
40
49
52
53
9 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................................. 57
10 APÊNDICE ................................................................................................................. 59
1 INTRODUÇÃO
A hérnia inguinal é a saída de uma víscera coberta por peritônio, através de um ponto
naturalmente fraco da região inguinal (CHERNER, 1933; SPIVACK, 1956; WAY, 1993;
VIEIRA et al., 2000; PEREIRA; SILVA; PINHEIRO, 2005).
A incidência da hérnia inguinal em crianças varia de 10 a 20 por 1000 nascimentos
vivos. Ocorre principalmente no sexo masculino. É mais alta em lactentes prematuros, e é 20
vezes maior em prematuros nascidos com menos de 1.500 gramas. Aproximadamente 10%
das hérnias são bilaterais; quando ocorrem de um só lado, sua incidência varia de 55 a 70% à
direita e de 35 a 20% à esquerda (COX, 1985; RUTKOW, 1993; PEREIRA; SILVA;
PINHEIRO, 2005).
A primeira referência conhecida ao reparo da hérnia em crianças foi feita por Celsus
no ano 25 dC. Na era moderna, Ambroise Paré foi o pioneiro da indicação cirúrgica da hérnia
em crianças. A primeira descrição da hérnia inguinal congênita é atribuída a Percival Pott em
1756. Os pioneiros da cirurgia pediátrica Ladd e Gross recomendaram o tratamento cirúrgico
precoce das hérnias na infância (RUTKOW, 1993; PEREIRA; SILVA; PINHEIRO, 2005).
As bases de seu tratamento, que é eminentemente cirúrgico, fundamenta-se, sobretudo,
em dados anatômicos, embriológicos e fisiopatológicos (WHITE; HALLER; DORST, 1970;
GOFFI et. al., 1997; SABISTON; LYERLY, 1999).
A região inguinal é uma área importante cirurgicamente porque é o local de hérnias
inguinais (MOORE: DALLY, 2001).
Segundo Testut e Jacob (1909); Rouvière (1953); Radojevic (1961, 1962); Lex e
Valtorta (1984); Goffi et al. (1997); Vieira et al. (2000), a região inguinal, de cada lado, é uma
área triangular na porção ântero-inferior do abdome, com os seguintes limites:
Inferior – ligamento inguinal
Medial – margem lateral do músculo reto do abdome
Superior – linha horizontal que une a espinha ilíaca ântero-superior à margem
lateral do músculo reto do abdome.
Devido à escassez de literatura específica sobre o assunto, este capítulo foi dividido
em partes.
19
20
1.1 Embriologia do Sistema Muscular: elementos músculo-fasciais da parede abdominal
A parede abdominal desenvolve-se de uma diferenciação mesenquimal. A placa
abdominal anterior diferencia-se, internamente, em fáscia endoabdominal e peritônio, e
externamente, em fáscia e pele (CHERNER, 1933).
Na descrição anatômica usual, os planos fasciais da parede abdominal começam na
região da coluna vertebral, projetam-se em continuidade, dividem-se e envolvem os músculos
em direção à linha alba. (AREY, 1956; HAMILTON; BOYD; MOSSMAN, 1962).
1.1.1 Desenvolvimento da Parede do Corpo
A parede do corpo (somatopleura) dos embriões vertebrados primitivos é
extremamente fina e transparente, constituída por uma camada de ectoderma e uma camada
de mesoderma parietal. Esta parede do corpo começa a avolumar dorsalmente, logo após a
forma de miótomos e a margem ventral deste espessamento pode ser vista ao avançar ao
longo dos lados das vísceras até que, no final do período embrionário, apenas uma vasta área
transparente em forma de diamante permanece em volta da fixação do cordão umbilical. A
transição entre a parede do orpo transparente e espessa é abrupta; a porção espessa nas fases
precoces contém o avanço das porções ventro-lateral dos miótomos e dermátomos.
Posteriormente, os miótomos destes embriões diferenciam-se para formar a massa muscular
da parede do corpo. (HAMILTON; BOYD; MOSSMAN, 1962)
1.1.2 Morfogênese dos Músculos Abdominais
No abdome, durante a 7ª semana, o hipômero (porção ventral ampla dos miótomos)
desenvolve os músculos flexores da coluna, dispostos em três fascículos, que correspondem
ao músculo oblíquo externo (maior), ao músculo oblíquo interno (menor) e ao músculo
transverso do abdome. O músculo psoas é de localização dorsomedial. A margem ventral do
hipômero forma uma coluna ventral longitudinal, origem do músculo reto abdominal (Figura
1) (GÓMEZ DUMM, 2006). Apenas o primeiro par de miótomos lombares participa,
tipicamente, na formação das paredes lateral e ventral. Dorsal e ventralmente começa um
espessamento e expansão dos miótomos para a linha média (AREY, 1956). Aos três meses,
21
quando há o avanço das margens espessas, direita e esquerda, finalmente se encontram e se
fundem, os músculos retos ficam lado a lado e a linha alba (ou linha de junção) é criada,
fechando assim, a verdadeira parede do corpo médio-ventralmente. (AREY, 1956;
HAMILTON ; BOYD; MOSSMAN, 1962).
Figura 1 - Corte transversal de embrião na 7ª semana. (Modificado de Gómez Dumm,
2006).
1.1.3 Fáscia
As várias fáscias consistem de tecido conectivo que podem assumir a forma de
membranas densas ou frouxas de tecido fibroso. Embora muitas vezes descritas como se
fossem lâminas separadas, elas constituem de fato, um sistema de bainhas contínuo ou
absorvente no qual estão contidos músculos, ossos, vasos, nervos e órgãos viscerais. Fáscia
22
pode ser melhor entendida com base no seu desenvolvimento. Quando ocorrem as
diferenciações primordiais em músculos, vasos e outros órgãos em qualquer região, resta
algum do material mesenquimal. Este tecido mesenquimal, o qual engloba órgãos específicos
primordiais, em seguida, diferencia-se em tecido conectivo e assim cria o sistema fascial
daquela região (AREY, 1956).
1.2 Anatomia da Região Inguinal: elementos músculo-fibrosos inguinais
A anatomia da região inguinal tem sido estudada por muitos cirurgiões, que algumas
vezes têm seus nomes associados às estruturas descritas, como Cooper, Anson, McVay e
Fruchaud (ABDALLA, 1998).
As camadas musculares na região inguinal estão inseridas nas estruturas ósseas ao
longo da sínfise e corpo púbicos, crista ilíaca, espinha ilíaca ântero-superior e aponeurose do
músculo reto do abdome. A pele e peritônio e as camadas de tecido gorduroso e fáscia, nos
níveis superficial e profundo, estão revestindo esta musculatura e seus componentes
(ABDALLA, 1998).
O plano músculo aponeurótico é formado, da superfície para a profundidade, pelos
seguintes músculos (VIEIRA et al., 2000):
1.2.1 Músculo Oblíquo Externo
Situado nas partes lateral e ventral do abdome, é o maior e o mais superficial dos três
músculos planos nesta região (WOODBURNE, 1961; GRAY, 1942 GARDNER; GRAY;
O’RAHILLY, 1978). Sua porção muscular ocupa a parede lateral, e sua aponeurose a parede
ventral do abdome (WOODBURNE, 1961). É considerado, pela maioria dos autores, o
principal músculo da região inguinal (RADOJEVIC, 1962).
Tem origem por oito digitações carnosas, das superfícies externas e das margens
inferiores das oito costelas inferiores (MORRIS; LOND, 1893; WOODBURNE, 1961;
GRAY, 1977). Essas projeções musculares se interdigitam com as do serrátil anterior e com
as do latíssimo do dorso, sendo que freqüentemente se fundem com os músculos intercostais
externos (HEITZMANN, 1893; MORRIS; LOND, 1893; WOODBURNE, 1961; GRAY,
1977; GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1978). Estas projeções se misturam, e suas fibras
23
correm em direção inferior e medialmente. As fibras da parte mais inferior e posterior do
músculo oblíquo externo descem verticalmente até o lado externo da crista ilíaca. Na linha
espino-umbilical (que vai da espinha ilíaca ântero-superior ao umbigo), as fibras do restante
do músculo dão origem a uma aponeurose fina, porém forte, que se continua com a
aponeurose do músculo do lado oposto na altura da linha alba (WOODBURNE, 1961;
GRAY, 1977). A margem inferior da aponeurose estende-se como ligamento inguinal da
espinha ilíaca ântero-superior ao tubérculo púbico (HEITZMANN, 1893; MORRIS; LOND,
1893; GRAY, 1977; GARDNER; GRAY; O’RAHILLY, 1978; COX, 1985; VIEIRA, et al.,
2000). Medialmente, a aponeurose funde-se com aquela do oblíquo interno subjacente
(MORRIS; LOND, 1893; ANSON, 1951). Na parte superior do abdome, esta fusão ocorre
próximo à margem lateral do reto (WOODBURNE, 1961). Próximo ao púbis, a linha de fusão
encontra-se próxima à linha alba (MORRIS; LOND, 1893; GARDNER; GRAY;
O’RAHILLY, 1978). A margem posterior do músculo oblíquo externo está comumente livre e
forma um ângulo com a margem lateral do latíssimo do dorso (ANSON, 1951).
A aponeurose do músculo oblíquo externo, imediatamente acima do púbis, apresenta
uma abertura, o anel inguinal superficial, permitindo a passagem do funículo espermático no
homem e do ligamento redondo na mulher. Este anel apresenta um pilar medial e outro lateral,
com o funículo espermático entre eles (PERNKOPF, 1955).
1.2.2 Músculo Oblíquo Interno
Situado na parte ventral e lateral da parede abdominal, apresenta uma forma
irregularmente quadrilátera, e é menor e mais delgado que o oblíquo externo, ao qual está
subjacente (MORRIS; LAND, 1893; WOODBURNE, 1961; GRAY, 1977).
Origina-se por fibras carnosas da metade lateral do ligamento inguinal e da fáscia
ilíaca próxima dos dois terços anteriores do lábio médio da crista ilíaca, e da porção inferior
da aponeurose lombar (lâmina posterior da fáscia tóraco-lombar), próxima da crista
(MORRIS; LAND. 1893; WOODBURNE, 1961; GRAY, 1977). Os fascículos posteriores são
quase verticais e se inserem nas margens inferiores das cartilagens das três ou quatro últimas
costelas por digitações carnosas que parecem ser continuações dos músculos intercostais
internos (MORRIS; LAND, 1893). Os fascículos restantes, que se originam na crista ilíaca,
divergem quando se expandem na face lateral do abdome e, na região da linha semilunar,
terminam em uma aponeurose que se funde com as aponeuroses do externo e do transverso a
24
distância variável da linha mediana (HEITZMANN, 1893; WOODBURNE, 1961; GRAY,
1977). Através da aponeurose o músculo toma sua inserção final da linha alba
(WOODBURNE, 1961; GRAY, 1977). As fibras da aponeurose contribuem para a formação
da bainha do reto, algumas ventral e outras dorsalmente a este músculo (MORRIS; LAND,
1893). Os fascículos que se originam do ligamento inguinal são menos compactos e mais
pálidos que os restantes, e em seu trajeto descendente formam um arco sobre o funículo
espermático (ligamento redondo). Terminam em uma lâmina tendínea, em comum com o
transverso, e que não se funde com a aponeurose do externo, mas se insere
independentemente na púbis e na parte medial da linha pectínea, posteriormente ao ligamento
lacunar, formando o que é conhecido como tendão conjunto (MORRIS; LAND, 1893;
GRANT; 1951).
1.2.3 Músculo Transverso do Abdome
É o mais interno dos músculos planos do abdome, assim denominado pela direção de
suas fibras, estando situado logo abaixo do oblíquo interno (MORRIS; LAND, 1893; GRAY,
1977).
Este músculo tem origem por feixes carnosos do terço lateral do ligamento inguinal,
dos três quartos anteriores do lábio interno da crista ilíaca, da fáscia tóraco-lombar, e da
superfície interna das cartilagens das seis últimas costelas (HEITZMANN, 1893; MORRIS;
LAND, 1893; WOODBURNE, 1961; GRAY, 1977). A origem nas costelas se faz por meio
de digitações, que são separadas das digitações semelhantes do diafragma por uma estreita
rafe fibrosa (WOODBURNE, 1961). Os fascículos do transverso, exceto o mais caudal,
caminham horizontalmente em direção ventral e terminam em uma aponeurose que se funde
com a aponeurose do oblíquo interno e se reúne à aponeurose do lado oposto para formar a
inserção dos músculos na linha alba (MORRIS; LAND, 1893; SIEGLBAUER, 1940). Os
fascículos da porção mais inferior do músculo passam tanto caudal como ventralmente
terminando no tendão conjunto, com os fascículos mais inferiores do oblíquo interno. O
músculo termina inferiormente em margem livre, que forma um arco que se estende da parte
lateral do ligamento inguinal até ao púbis, a curta distância acima do anel inguinal profundo e
do funículo espermático (MORRIS; LAND, 1893; WOODBURNE, 1961; GRAY, 1977).
25
1.2.4 Fáscia Transversal
É uma lâmina de tecido conjuntivo, que se diferenciou da face profunda do músculo
transverso, forrada pelo peritônio. Entre este e a fáscia se encontra tecido conjuntivo
subperitonial que, na parte inferior da parede abdominal forma duas camadas. Continua-se em
cima na face côncava do diafragma, medialmente se continua no lado oposto, adere
inferiormente à margem posterior do ligamento inguinal, desce posteriormente ao púbis,
chega no assoalho pélvico e se une à fáscia pré-vesical. Nos lados continua com a fáscia
ilíaca, reforça o ligamento lacunar e forma, no anel femoral, o septo femoral. Ela adere à
lâmina posterior da bainha do reto e a substitui abaixo da linha arqueada. Próximo ao
ligamento inguinal, é reforçada pelo tracto iliopúbico; lateralmente, chega à espinha ilíaca
ântero-superior, medialmente à superfície superior do púbis, dorsalmente à inserção do
músculo reto do abdome (DI DIO, 2002).
1.3 Morfometria da Região Inguinal
Harris e White, em 1937, afirmavam haver relação entre o comprimento do ligamento
inguinal e tipos de hérnias. Fizeram um estudo com 500 pacientes, todos masculinos, acima
de 20 anos de idade e, com pelves normais. A mensuração foi feita entre a espinha ilíaca
ântero-superior e o tubérculo púbico. Encontraram uma variação extraordinária no
comprimento do ligamento, entre 9cm e 19cm. Ficou aparente que uma variação de 10cm
deveria ter algum significado em relação ao mecanismo de formação da hérnia inguinal. Dos
500 casos estudados, 300 pacientes tinham hérnias inguinais. Uma análise dos tipos de hérnia
nestes casos revelou 46 casos de hérnia direta, 207 casos de hérnia indireta e 47 casos de
hérnia mista (direta e indireta). Uma comparação do tipo de hérnia presente e o comprimento
do ligamento inguinal revelaram um ponto extremamente importante. Nos casos
diagnosticados como hérnia indireta o comprimento do ligamento inguinal foi sempre menor
que 15cm, enquanto que naqueles com hérnia direta foi sempre maior que 15cm. Mensurações
de 47 pacientes diagnosticados como tendo hérnia mista (direta e indireta) demonstraram,
uniformemente, um comprimento do ligamento inguinal menor que 15cm. A relação entre o
tipo de hérnia e o comprimento do ligamento inguinal revelou que em indivíduos com
ligamento inguinal menor que 11cm apresenta pouca tendência para a formação de hérnia
26
inguinal. Naqueles indivíduos cujo comprimento do ligamento inguinal mede entre 11 e 15cm
o aparecimento de hérnia é sempre através do anel interno e é do tipo verdadeiro de hérnia
inguinal indireta. À medida que o ligamento inguinal se aproxima do comprimento máximo
de 15cm para o tipo indireto, é encontrada maior tendência para a ocorrência de um tipo misto
de hérnia, isto é, a combinação de uma hérnia inguinal indireta bem desenvolvida e um
elemento direto parcialmente desenvolvido. Os casos de hérnia apresentando-se em
indivíduos com ligamento inguinal medindo de 15 a 19cm, eram sempre do tipo direto puro;
isto é, através do trígono de Hesselbach. Além da medida do comprimento do ligamento
inguinal, também mediram a distância entre as espinhas ilíacas ântero-superiores. Foi
encontrado que à distância entre as espinhas aumentava com o comprimento do ligamento
inguinal. Entretanto, à distância interespinhosa não aumentava proporcionalmente ao aumento
do comprimento do ligamento inguinal. Quanto mais longo o ligamento inguinal mais curta
era a distância relativa entre as espinhas. Em tais casos a pelve é mais funda. Ao contrário,
quanto mais curto o ligamento inguinal, menor profundidade tinha a pelve. Então, nas hérnias
inguinais indiretas, o assoalho da pelve é relativamente plano e a pressão intra-abdominal é
exercida mais intensamente acima do ligamento inguinal. Nas hérnias inguinais diretas, o
assoalho pélvico é relativamente mais inclinado e a pressão intra-abdominal é exercida mais
diretamente sobre a parede inguinal, na linha mediana.
Rebustello, em 1938, após um estudo sobre a relação da conformação da bacia e a
predisposição à hérnia inguinal, chegou às seguintes conclusões: que a estatura dos portadores
de hérnia inguinal é mais baixa que o normal; que a bacia é mais alta e mais aberta que o
normal (quando a distância entre a linha bi-espinhal e o púbis é maior); que as hérnias diretas
se apresentam mais freqüentemente nas bacias não muito altas (mas sempre mais alta que o
normal); as oblíquas externas nas de altura média e as recidivas nas mais altas; que o
ligamento inguinal é mais longo, em média 4 centímetros; nos casos em que o ligamento
inguinal de um lado é mais longo que o do lado oposto, a hérnia se apresenta geralmente do
lado mais longo.
Piana (1947), confirmando o estudo de Rebustello, e baseando-se num estudo de 500
casos relativos a indivíduos de ambos os gêneros e portadores de hérnia inguinal, acreditou
que a bacia herniosa apresentava um dismorfismo pélvico. Nos indivíduos que apresentavam
dismorfismo pélvico, o ligamento inguinal é mais longo que o normal, o comprimento do
ligamento inguinal afeta de maneira mínima sobre o tipo de hérnia (neste estudo, não se pode
formular um diagnóstico clínico diferencial entre os vários tipos de hérnia); na hérnia inguinal
do homem, a pelve grande apresenta um aumento de todos os seus diâmetros; na hérnia
27
inguinal da mulher nota-se que o aumento de alguns diâmetros é mínimo (bispinoilíaco,
bispinoiliacopúbico), em relação a outros diâmetros que são marcadamente inferiores ao
normal (sacropúbico e bitrocantérico); a altura da bacia, medida da margem inferior do púbis
a um ponto médio da linha bi-ilíaca, é bem maior (menos pronunciada na mulher) em relação
ao comumente observado em indivíduos normais.
Em 1958, Radojevic, estudou que as predisposições anatômicas para o surgimento de
hérnia inguinal estão relacionadas, primeiramente, a fatores ósseos, e em segundo lugar, a
músculo-fasciais e à persistência do canal peritônio-vaginal. Neste estudo fez as seguintes
conclusões: a não predisposição à hérnia inguinal está relacionada a uma posição elevada do
púbis, ou melhor, da espinha do púbis à linha bi-espinhal (6 à 7,5cm); a uma arcada crural
pouco oblíqua e a um pequeno ou moderado ângulo inguinal (25º à 35º); assim como, a um
canal inguinal, de preferência horizontal, dotado de uma boa musculatura. Para a
predisposição à hérnia inguinal, a espinha do púbis apresenta-se numa posição baixa (8, 10,
10,5cm), uma arcada crural muito oblíqua e um ângulo inguinal grande (38º à 50º). Uma
predisposição anatômica similar é acompanhada de uma insuficiência congênita dos planos
músculo-fasciais da região inguinal. Segundo o autor, para se diagnosticar sinais de
predisposição a hérnia inguinal, é necessário apenas, durante a palpação, sentir um canal
inguinal largo, curto e dirigido verticalmente. Mais tarde, Radojevic (1961, 1962), numa
pesquisa semelhante, estudou as variações de posição na altura do púbis e da espinha do púbis
que fazem variar as disposições músculo-fibrosas da região inguinal. Num estudo em 250
pelves masculinas e 150 pelves femininas adultas, realizou medidas da margem da pelve em
relação ao tubérculo púbico, notando que a distância que separava a linha bi-espinhal do
tubérculo púbico variou entre 5,5 e 11cm, nas pelves masculinas. Nas pelves femininas, à
distância entre o tubérculo púbico e a linha bi-espinhal variou entre 5,5 e 10 ou 11cm.
Concluiu que o tubérculo púbico estava em posição alta quando a distância que o separava da
linha bi-espinhal não ultrapassava 7,5cm, sendo observado em 65% das pelves masculinas e
80% das femininas (disposição normal). A distância superior a 7,5cm mostrava um tubérculo
púbico em posição baixa, sendo observado em 35% das pelves masculinas e 20% das
femininas (disposição anormal). Assim sendo, esta altura seria o principal substrato anatômico
de uma estrutura mal formada de toda a região inguinal. Enfatizou que estas variações na
altura do tubérculo púbico são independentes do comprimento da linha bi-espinhal ou da
expansão lateral das asas ilíacas. Todavia, em relação ao ligamento inguinal, demonstrou que
o comprimento do ligamento inguinal varia, portanto, não somente em função da expansão
lateral das asas ilíacas, mas também, em função das variações de distância do tubérculo
28
púbico em relação à linha bi-espinhal. Na concepção de Radojevic, Stolic e Davidovic (1968),
sobre a morfologia do trígono inguinal, levando em consideração para a sua formação e o seu
diâmetro, a dependência da posição da altura da espinha do púbis, bem como do próprio púbis
em relação à linha bi-espinhal, se o púbis estiver numa posição entre 5,5 a 7,5cm abaixo da
linha bi-espinhal, o trígono inguinal não existe. Atribuiram a sua existência, sempre que o
púbis e sua espinha estivessem numa posição baixa, entre 7,5 e 11cm abaixo da linha bi-
espinhal.
Para Stolic (1977), após um estudo da região inguinal com 110 cadáveres adultos e 60
pelves ósseas masculinas, a morfologia da região inguinal se caracteriza pela existência de
variações morfológicas mio-aponeuróticas, assim como, de uma variedade de distância do
tubérculo púbico à linha bi-espinhal. O tubérculo púbico foi analisado em duas posições
diferentes: alta e baixa. A posição alta é caracterizada pela presença do tubérculo púbico a
uma distância de 5 a 7,5cm abaixo do diâmetro interespinhoso, sendo considerado uma região
inguinal bem formada e foi encontrado em 65% dos indivíduos. Numa posição mais baixa, a
distância entre o tubérculo púbico e o diâmetro interespinhoso foi de 7,5 a 12cm, encontrado
em 35% dos indivíduos, sendo considerado uma disposição anormal importante nas pelves
estudadas. Concordando com os trabalhos de Radojevic (1962), concluiu que quanto mais
baixa a posição do tubérculo púbico à linha bi-espinhal, maiores seriam as chances de serem
encontradas variações morfológicas nas seguintes estruturas: músculos oblíquos externo e
interno do abdome, transvreso do abdome e cremáster, assim como, na fáscia transversal.
Segundo Carvalho et al. (1987), num estudo morfométrico da região inguinal em 73
cadáveres não fixados, de indivíduos masculinos, brancos de 20 a 50 anos de idade,
consideraram os seguintes elementos: comprimento dos vasos epigástricos inferiores, desde o
ligamento inguinal até o seu cruzamento com a margem externa do músculo reto do abdome;
comprimento da margem externa do músculo reto do abdome, desde aquele cruzamento até
sua inserção púbica lateral; a área delimitada pela margem inferior do músculo oblíquo
interno e parte correspondente do ligamento inguinal contendo o anel inguinal profundo e a
assim chamada área ovalar de Fergusson; a área situada entre a margem inferior do músculo
oblíquo interno, artéria epigástrica inferior e parte correspondente do ligamento inguinal e que
contém apenas a área ovalar de Fergusson; as maiores distâncias, transversal e longitudinal do
conjunto destas duas áreas; área de todo o triângulo de Hesselbach; as distâncias em linha
reta, unindo o vértice superior do triângulo de Hesselbach à sua base correspondente ao
ligamento inguinal. Comparando os valores dos parâmetros, constataram não haver diferenças
significantivas entre ambos os antímeros.
29
Goffi; Leite e Pinto (1953) fizeram comparações das mensurações da bacia de
indivíduos herniosos com as de indivíduos que não apresentavam hérnia ao exame clínico.
Estudaram, também, algumas modificações da parede inguinal em portadores de hérnia, e em
especial, o nível de inserção dos feixes inferiores do músculo oblíquo interno do abdome,
procurando esclarecer as relações entre essas modificações e as possíveis variações de
conformação da bacia. Verificaram não haver diferenças entre as medidas da bacia de
indivíduos com hérnia oblíqua externa e hérnia direta. Não diferiam, também, as medidas da
bacia de portadores de hérnia e de indivíduos sem hérnia. No que se refere às inserções dos
feixes inferiores do músculo oblíquo interno do abdome, observou-se que não diferiam nos
dois grupos – indivíduos com hérnia direta e indivíduos com hérnia oblíqua externa – os
níveis de origem no ligamento inguinal. Entretanto, esses dois grupos apresentavam diferença
nítida entre os níveis de inserção medial dos feixes inferiores do músculo oblíquo interno: nos
portadores de hérnia direta aquele nível é mais alto que nos portadores de hérnia oblíqua
externa.
Fernandes (1996) realizou um estudo sobre a mensuração da região inguinal de recém-
nascidos masculinos, em 30 cadáveres fixados, utilizando-se como pontos de referência
morfométrica: as espinhas ilíacas ântero-superiores; local de cruzamento dos vasos
epigástricos inferiores nos ligamentos inguinais; tubérculos púbicos; local de cruzamento dos
vasos epigástricos inferiores nas margens laterais do músculo reto do abdome; e ponto
mediano da margem superior da sínfise púbica à linha bi-espinhal. Concluiu não haver
diferenças significativas entre as dimensões das regiões inguinais direita e esquerda e nas
medidas dos anéis inguinais.
30
2 JUSTIFICATIVA
Devido à freqüência com que a região inguinal é sede de problemas patológicos, para
os quais estão indicadas soluções cirúrgicas, tem o estudo da sua estruturação anatômica
merecido a atenção de Anatomistas e de Cirurgiões há vários séculos, todos eles buscando
uma solução satisfatória para o problema gerado pela referida patologia em seus portadores
(TEIXEIRA; TEIXEIRA, 1979).
As literaturas anatômica e cirúrgica consultadas limitam-se a descrever as variações na
formação da parede da região inguinal, principalmente com relação às estruturas mio-
aponeuróticas e aos aspectos morfométricos em recém-nascidos e em adultos, não havendo,
até o presente momento, qualquer tipo de investigação sobre uma análise alométrica e
morfométrica da região inguinal de fetos humanos. Por outro lado, as correções cirúrgicas das
hérnias inguinais através da via de acesso laparoscópica fizeram com que a anatomia desta
região necessitasse ser totalmente revista.
Partindo destas premissas, propõe-se, neste trabalho, fornecer maiores subsídios
anatômicos sobre a região inguinal do feto, a realizar uma série de dissecações em cadáveres
dos gêneros feminino e masculino fixados, efetuar medidas da sua área verificando se existem
diferenças entre as regiões direita e esquerda, no mesmo feto e, se existentes, poderiam
influenciar no tamanho da região inguinal, constituindo um fator predisponente ao surgimento
de hérnia, bem como, comparar o tamanho da área da região inguinal com o comprimento, o
peso e a idade do feto para determinar se a área da região inguinal depende ou não destas
variáveis.
31
3 OBJETIVOS
3.1 Geral:
Estudar a alometria e morfometria da região inguinal em fetos humanos.
3.2 Específicos:
Realizar um estudo morfométrico das regiões inguinais direita e esquerda de fetos
humanos, sem doença regional aparente.
Determinar se existe diferença entre o comprimento do ligamento inguinal e a área da
região inguinal entre os gêneros e os seus respectivos antímeros.
Estabelecer uma correlação entre as áreas das regiões inguinais em relação aos
trimestres gestacionais (II e III), de acordo com os parâmetros independentes: comprimento
do feto, peso e idade gestacional.
32
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Seleção da Amostra
Foram utilizados 28 (vinte e oito) cadáveres fetos, fixados em solução com
formaldeído a 40%, por imersão e preservados em formaldeído a 10% e glicerina, de ambos
os gêneros, sem raça definida, em igual número, provenientes de abortos espontâneos (dados
do Instituto Médico Legal – IML), legalmente doados ao Laboratório de Anatomia da
Universidade Federal de Alagoas (UFAL), cumprindo o que determina a Lei Federal nº 8.501
de 30 de novembro de 1992.
Para esta amostra foram selecionados e agrupados os fetos com idade no II e III
trimestre gestacional, variando de 19 a 30 semanas (média de 24), sendo: 7 fetos do gênero
feminino no II trimestre; 7 fetos do gênero feminino no III trimestre; 7 fetos do gênero
masculino no II trimestre e, 7 fetos do gênero masculino no III trimestre.
O comprimento fetal foi determinado com o corpo em posição reta, com a cabeça
posicionada a fim de que, o alinhamento olho-orelha ficasse perpendicular ao eixo do corpo.
O comprimento do pé foi medido a partir da superfície posterior do calcanhar à ponta
do dedo mais longo (o primeiro ou o segundo dedo do pé). Quando existia uma diferença no
tamanho dos dois pés, ficava registrado o mais longo com base em dados de Streeter (1920).
Foi utilizado este critério para aferição da idade gestacional fetal (MANDARIM-DE-
LACERDA; PASSOS, 1987), uma vez que o protocolo obstétrico da mãe nem sempre estava
disponível.
A massa corporal de todos os fetos foi determinada com balança de precisão.
Os cadáveres fetos, previamente enumerados pelo Laboratório de Anatomia, foram
selecionados entre aqueles que não possuía história de trauma pélvico, deformidades pélvicas
ou doença herniária da região (dados do Instituto Médico Legal – IML).
4.2 Aspectos Éticos
A pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética local, levando em consideração a
Declaração de Helsinki para a pesquisa humana (Protocolo número 003952/2007-19).
33
4.3 METODOLOGIA
4.3.1 Dissecação e Identificação Topográfica
Cada espécime foi retirado da imersão, lavado em água corrente por 2 horas e deixado
à exposição do ar ambiente do Laboratório de Anatomia por 24 horas.
A dissecação foi iniciada através das incisões inguinais na parede anterior do abdome,
com a retirada da pele e do tecido celular subcutâneo e afastamento lateral do retalho. Esta
manobra expôs a aponeurose do músculo oblíquo externo (A e A
1
); a lâmina anterior da
bainha do músculo reto do abdome (B e B
1
) até a sínfise púbica; o músculo piramidal (C); e
exposição do ligamento inguinal (D e D
1) (Figura 2).
Figura 2 - Feto do gênero feminino. Músculos da Parede Ântero-lateral do Abdome.
O cadáver (feto) era colocado em decúbito dorsal, com a identificação dos pontos
topográficos em cada região inguinal: espinha ilíaca ântero-superior (A, A
2
), tubérculo púbico
(C, C
1
) e intersecção da linha bi-espinhal (linha horizontal entre as espinhas ilíacas: A, A
1
,
34
A
2
) com a margem lateral do músculo reto do abdome (B, B
1
). Entre as espinhas ilíacas e os
tubérculos púbicos, os ligamentos inguinais (D, D
1
) (Figura 3).
Figura 3 - Feto do gêrero masculino. Pontos topográficos para demarcação das regiões
inguinais: direita (A, B, C) e esquerda (A
2
, B
1
, C
1
).
4.3.2 Morfometria
Após a identificação e demarcação dos pontos topográficos (Figura 4), realizava-se a
morfometria (medição das estruturas anatômicas) das áreas das regiões inguinais, através de
medidas lineares, utilizando-se de paquímetro mecânico milimetrado (150mm 6 polegadas) de
dupla face (Figura 5). Todas as medidas eram feitas em milímetros. Em seguida, as regiões
inguinais eram fotografadas e os dados colocados nos protocolos para posterior análise dos
resultados.
35
Figura 4 – Feto do gênero feminino. Regiões inguinais demarcadas para mensuração.
Figura 5 - Paquímetro (Vonder®) de precisão.
36
4.3.3 Alometria
A partir dos dados das mensurações, realizava-se a alometria (relação matemática
entre a forma e o tamanho das regiões).
Os métodos alométricos foram utilizados para descrever as mudanças das variáveis
morfológicas do tamanho da região inguinal quantitativamente.
4.3.4 Análise Estatística
Os parâmetros medidos para o total e para cada um dos grupos da amostra foram os
seguintes:
Área da região inguinal direita
Área da região inguinal esquerda
Comprimento do ligamento inguinal direito
Comprimento do ligamento inguinal esquerdo
As áreas inguinais foram calculadas pela multiplicação dos pontos de demarcação das
regiões inguinais direita e esquerda (B – C x C – A) (Figura 4) dividido por dois.
A análise estatística da morfometria foi realizada utilizando-se o teste t de Student
para a análise de significância das medidas obtidas:
a) Das médias da região inguinal homolaterais entre a amostra total de cada
gênero, ou seja, a região inguinal direita entre o gênero masculino e feminino;
b) Das médias da região inguinal contralaterais entre a amostra total do mesmo
gênero;
c) Das médias do comprimento dos ligamentos inguinais homolaterais entre a
amostra total de cada gênero, ou seja, o ligamento inguinal direito entre o gênero
masculino e feminino;
d) Das médias do comprimento dos ligamentos inguinais contralaterais entre a
amostra total do mesmo gênero.
Para a análise estatística das relações alométricas foram realizados:
37
a) Um estudo bivariado usando dados transformados em logaritmos e o modelo
alométrico log a + b log x (JOLICOEUR; HEUSNER, 1986). O coeficiente alométrico b
corresponde ao coeficiente angular (“slope”) do gráfico, e representa a razão de aumento
específico de Y e X; a (ou Lna na forma logarítmica); serve como um critério para comparar a
intensidade do aumento diferencial, corresponderá ao valor de Y quando X=1. Em estudos
sobre crescimento a (ou Ln a) representará o coeficiente de crescimento inicial. Para
representar estas duas formas da equação alométrica tem-se, respectivamente, um segmento
de parábola e um segmento de reta (MANDARIM-DE-LACERDA, 1995) (Figuras 7 e 8).
A função potência (Y=a.X
b
), ou sua transformação logarítmica (LnY=Ln(a)+(b)LnX),
é usada para estudos alométricos bivariados. Com a equação de alometria simples está se
fazendo um estudo bivariado: a abscissa X é a variável independente, e a ordenada Y é a
variável dependente (MANDARIM-DE-LACERDA, 1995).
Figura 6 - Representação gráfica da equação alométrica sob a forma de potência.
(Mandarim-de-Lacerda, 1995).
38
Figura 7 - Representação gráfica da equação alométrica sob a forma logarítmica.
(Mandarim-de-Lacerda, 1995).
b) Regressões Lineares com a transformação em logaritmos (log) dos dados para a
comparação das variáveis independentes com a variável dependente, no II e III trimestres
gestacionais e nos gêneros feminino e masculino:
Variáveis independentes: comprimento do feto, peso e idade gestacional
Variáveis dependentes: áreas das regiões inguinais direita e esquerda
c) Análise de variância bivariada (Two Way ANOVA) com a comparação de uma
variável para verificar se existe interação com outras duas variáveis independentes: gênero,
trimestre gestacional e ambas (gênero e trimestre).
d) Comparação dos slopes (coeficiente angular das retas de regressões lineares):
Para a comparação dos slopes, os dados foram transformados em logaritmos e
confeccionados em regressões lineares. As regressões foram criadas com base nos dados
morfométricos (comprimento do feto, peso e idade gestacional) e relacionados com a área da
região inguinal. Desta forma, obtiveram-se equações destes parâmetros em cada trimestre
estudado.
As diferenças morfológicas foram avaliadas quando compararam-se os slopes entre os
gêneros pelo teste t de Student. Nos cálculos alométricos, ao dividir a variável dependente
pela independente, obtém-se se a correlação é isométrica ou não. Neste estudo, apenas a
correlação da área inguinal com o comprimento é isométrica, porque foi igual a 1. Desta
forma se o slope/ RMA (eixo maior reduzido) for maior que 1 a alometria é positiva, se for
39
menor que 1 é negativa e se for igual a 1 é isometria (isto para área inguinal versus
comprimento), e assim sucessivamente. Nas tabelas o RMA é usado em estatística para fazer
um ajuste dos dados e retirar os erros de mensuração (SOKAL; ROHLF, 1995; FERREIRA-
MEDEIROS; MANDARIM-DE-LACERDA, 2007). Calcula-se o RMA dividindo-se o valor
do slope pelo R (coeficiente de correlação).
Tabela 1 - Condições de isometria comparando as variáveis Y e X.
Tipo de
Alometria
Área inguinal versus
comprimento
Área inguinal versus peso Área inguinal versus
idade gestacional
Positiva b(slope)RMA>1 b(slope)RMA>2/3 b(slope)RMA>2
Isometria b(slope)RMA=1 b(slope)RMA=2/3 b(slope)RMA=2
Negativa b(slope)RMA<1 b(slope)RMA<2/3 b(slope)RMA<2
O teste t foi utilizado para verificar as diferenças entre os slopes.
O coeficiente de correlação de Pearson foi usado para determinar a significância de
cada regressão. O valor de P de 0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
A determinação da idade fetal foi calculada com base em dados de Streeter (1920),
sobre o crescimento fetal, aplicando-se o método dos mínimos quadrados, ajustando os dados
transformados em logaritmos, para calcular as equações por regressão linear, seja:
logy=blogx+loga, onde x é a idade de concepção e y é um dos seguintes parâmetros
quantitativos: módulo cefálico, comprimento do pé, comprimento vértice-cóccix, ou peso
corporal do feto.
As médias, os desvios-padrão, o teste de significância t e o teste estatístico Two Way
ANOVA, para todos os parâmetros e áreas das regiões inguinais e ligamento inguinal, foram
calculados pelo software Primer of Biostatiscs, versão 5.0, McGraw-Hill co., New York,
USA, cujo programa criou todas as análises, inclusive as planilhas, tabelas e gráficos. Todos
os testes foram aplicados no nível de confiança de 95%.
40
5 RESULTADOS
Na Tabela 2, demonstra-se, através de regressões lineares, com os dados
transformados em logaritmos, a comparação das variáveis independentes: comprimento do
feto, peso e idade gestacional, com a variável dependente: área da região inguinal direita e
esquerda, no II e III trimestres gestacionais, no gênero feminino.
Tabela 2 – Regressões lineares com dados log-transformados (logy=loga+blogx): fetos
humanos femininos
.
Variável
Independente
Variável
Dependente
Trimestre Intercepte (SE) Slope (SE) RMA R
Valor de
P
II 0,409 (1,208) 0,732 (0,518) 1,55 0,471 NS
Área Inguinal
Direita
III -4,980 (1,504) 3,029 (0,618) 3,49 0,866 <0,001
II 1,880 (1,481) 0,094 (0,635) 1,67 0,056 NS
Comprimento
(mm)
Área Inguinal
Esquerda
III -2,922 (1,348) 2,173 (0,554) 267 0,811 <0,004
II 1,121 (0,619) 0,347 (0,216) 0,66 0,519 NS
Área Inguinal
Direita
III -0,011 (0,457) 0,737 (0,140) 0,83 0,881 <0,0001
II 1,610 (0,762) 0,171 (0,266) 0,72 0,236 NS
Peso
(g)
Área Inguinal
Esquerda
III 0,713 (0,452) 0,507 (0,138) 0,64 0,792 <0,006
II 2,153 (1,172) -0,028 (0,877) 233 -0,012 NS
Área Inguinal
Direita
III -1,889 (1,238) 2,953 (1,238) 3,81 0,774 <0,009
II 2,696 (1,250) -0,447 (0,935) 251 -0,178 NS
Idade
Gestacional
(semanas)
Área Inguinal
Esquerda
III -1,263 (0,772) 2,504 (0,533) 2,92 0,857 <0,002
Nota: NS, não significativo; P, probabilidade; RMA, eixo maior reduzido.
Na Tabela 3, compara-se as mesmas variáveis da tabela 1, mudando-se apenas para o
gênero masculino.
41
Tabela 3 - Regressões lineares com dados log-transformados (logy=loga+blogx): fetos
humanos masculinos.
Variável
Independente
Variável
Dependente
Trimestre Intercepte (SE) Slope (SE) RMA R
Valor de
P
II 0,125 (0,775) 0,835 (0,330) 1,25 0,667 <0,02
Área Inguinal
Direita
III -1,752 (1,750) 1,694 (0,714) 243 0,696 <0,05
II 0,998 (0,518) 0,484 (0,220) 0,78 0,613 <0,05
Comprimento
(mm)
Área Inguinal
Esquerda
III -4,409 (2,921) 1,787 (1,192) 258 0,690 <0,05
II -0,569 (1,122) 0,922 (0,390) 1,43 0,642 <0,045
Área Inguinal
Direita
III 0,852 (0,764) 0,479 (0,237) 0,75 0,637 NS
II 1,378 (0,883) 0,263 (0,306) 0,90 0,290 NS
Peso (g)
Área Inguinal
Esquerda
III 0,706 (1,033) 0,969 (0,320) 1,24 0,777 <0,02
II -0,829 (1,077) 2,221 (0,820) 3,20 0,692 <0,02
Área Inguinal
Direita
III 0,178 (0,756) 1,538 (0,524) 200 0,768 <0,02
II 0,032 (0,575) 1,602 (0,438) 202 0,791 <0,006
Idade
Gestacional
(semanas)
Área Inguinal
Esquerda
III -1,342 (1,212) 2,606 (0,839) 3,31 0,785 <0,02
Nota: NS, não significativo; P, probabilidade; RMA, eixo maior reduzido.
A Tabela 4 refere-se ao teste de slopes (coeficiente angular das retas de regressões
lineares), sendo estes dados importantes para avaliar a taxa de crescimento da área da região
inguinal pelas variáveis independentes em relação aos trimestres gestacionais estudados por
gênero.
42
Tabela 4 – Comparação das regressões. Fetos humanos femininos e masculinos.
Comparação dos slopes
Gênero
Variável
Independente
Área Inguinal
(log, mm
2
)
Teste t Valor de P
Comprimento
(log, mm)
Direita
2.741 < 0,015
Esquerda 2.459 < 0,027
Peso
(log, g)
Direita
1.346 NS
Esquerda 1.083 NS
Idade Gestacional
(log, semanas)
Direita
2.164 < 0,047
Feminino
Esquerda 2.801 < 0,013
Comprimento
(log, mm)
Direita
0.971 < 0.01
Esquerda 2.391 < 0.03
Peso
(log, g)
Direita
0.985 NS
Esquerda 1.553 NS
Idade Gestacional
(log, semanas)
Direita
0.701 < 0.05
Masculino
Esquerda 1.069 < 0.01
Nota: NS, não significativo; P, probabilidade.
Na Tabela 5, apresenta a correlação do comprimento, peso e idade gestacional com a
área inguinal nos gêneros feminino e masculino e com o trimestre gestacional.
43
Tabela 5 - Regressões lineares com dados log-transformados (logy=log a + b log x), por
trimestre gestacional.
Variável
Dependente
Variável
Independente
Trimestre Gênero
Intercepte
(SE)
Slope
(SE)
RMA R
Valor de
P
Comprimento
(log, mm)
II Feminino
0.083
(1.107)
0.860
(0.474)
1.365 0.630 0.05
II Masculino
- 0.686
(1.440)
1.144
(0.595)
1.754 0.652 0.05
III Feminino
- 4.952
(1.418)
3.021
(0.587)
3.294 0.917 0.004
III Masculino
- 1.146
(6.974)
1.446
(2.862)
2.863 0.505 <0.05
Peso
(log, g)
II Feminino
1.183
(0.509)
0.317
(0.509)
0.508 0.623 NS
II Masculino
1.288
(1.370)
0.278
(0.482)
1.112 0.250 NS
III Feminino
- 0.240
(0.376)
0.814
(0.118)
0.855 0.951 <0.001
III Masculino
0.743
(1.693)
0.513
(0.531)
1.292 0.397 NS
Idade
Gestacional
(log, semanas)
II Feminino
3.464
(1.955)
1.024
(1.458)
3.410 0.300 0.05
II Masculino
2.991
(2.196)
3.926
(1.700)
5.467 0.718 <0.05
III Feminino
- 3.404
(1.202)
4.024
(0.840)
4.441 0.906 <0.005
Área
Inguinal
(log, mm
2
)
III Masculino
- 3.937
(3.400)
4.427
(2.383)
6.923 0.639 < 0.05
Nota: NS, não significativo; P, probabilidade; RMA, eixo maior reduzido.
44
Tabela 6 – Comparação dos slopes entre os fetos humanos dos gêneros feminino e
masculino por trimestre gestacional.
Comparação dos slopes
Trimestre Variável Independente
Variável
Dependente
t-test Valor de P
Comprimento
(log, mm)
0.373 <0.05
Peso (log, g) 0.076 NS
II
Idade Gestacional
(log, semanas)
Área Inguinal
(log, mm
2
)
2.210 <0.03
Comprimento
(log, mm)
0.539 NS
Peso (log, g) 0.554 NS III
Idade Gestacional
(log, semanas)
Área Inguinal
(log, mm
2
)
0.159 NS
Nota: NS, não significativo; P, probabilidade.
A Tabela 6 mostra os resultados das comparações dos slopes (taxas de crescimento) do
segundo e terceiro trimestres gestacionais.
Na Tabela 7, foi realizada uma análise de variância bivariada (Two Way ANOVA),
para a comparação de uma variável para se saber se existe interação com outras duas variáveis
independentes: o gênero e o trimestre gestacional. Comparam-se duas variáveis que estejam
influenciando a variável dependente ou se ambas influenciam conjuntamente.
Tabela 7 – Análise de variância bivariada da área inguinal: interação entre gênero e
trimestre gestacional.
Valor de P
Two Way Anova
Área Inguinal
Direita
Área Inguinal
Esquerda
Gênero (Masculino/Feminino) NS NS
Trimestre (semanas) 0,000021 0,000016
Gênero x Trimestre NS NS
Nota: NS, não significativo; P, probabilidade.
Na Tabela 8, faz-se a mesma comparação das variáveis independentes, apresentando a
interação com o ligamento inguinal.
45
Tabela 8 - Análise de variância bivariada do ligamento inguinal: interação entre gênero
e trimestre gestacional.
Valor – P
Two Way Anova
Ligamento
Inguinal
Direito
Ligamento
Inguinal
Esquerdo
Gênero (Masculino/Feminino) NS NS
Trimestre (semanas) 0,000022 0,000004
Gênero x Trimestre NS NS
Nota: D, Direito; E, Esquerdo; NS, não significativo; P, probabilidade.
46
Tabela 9 – Parâmetros Biométricos
Nota: IG, idade gestacional; LI, ligamento inguinal; AI, área inguinal; D, direito; E, esquerdo
A Tabela 9 configura toda a amostra pesquisada, utilizando-se do teste t de Student
para comparar se existe diferença entre os gêneros feminino e masculino com os valores das
medidas indicadas na Tabela 5.
Faixa
etária
(IG)
Gênero
Sujeitos
da
pesquisa
Comprimento
(mm)
Peso
(g)
LI (mm)
D
LI (mm)
E
AI
(mm
2
)
D
AI
(mm
2
) E
F 7 216.57 ± 1.36
741.14 ±
11.41
26.94 ±
0.25
24.84 ±
0.14
127.73
± 1.47
120.04
± 1.17
19 a 23
M 7 199.43 ± 1.81
702.86 ±
9.00
26.10 ±
0.25
25.84 ±
0.22
114.82
± 2.58
128.84
± 1.31
F 7 262.57 ± 2.00
1637.14 ±
50.02
34.40 ±
0.49
33.51 ±
0.41
245.25
± 7.52
228.18
± 5.10
25 a 30
M 7 273.29 ± 0.70
1553.71 ±
19.71
36.37 ±
0.19
34.49 ±
0.25
238.59
± 3.11
250.82
± 6.04
47
O Gráfico 1 apresenta as medidas médias das áreas das regiões inguinais direita e
esquerda nos gêneros masculino e feminino por trimestre gestacional.
0
25
50
75
100
125
150
175
200
225
250
275
300
ESQUERDO
DIREITO
II Trimestre II TrimestreIII Trimestre III Trimestre
Masculino Feminino
Área da Região Inguinal (mm
2
)
Gráfico 1 - Representação gráfica da morfometria do comprimento da área da região
inguinal nos gêneros (masculino e feminino), nos trimestres gestacionais (II e III) e nos
lados (direito e esquerdo).
48
O Gráfico 2 apresenta as medidas médias do comprimento dos ligamentos inguinais
direito e esquerdo nos gêneros masculino e feminino por trimestre gestacional.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
ESQUERDO
DIREITO
II Trimestre II TrimestreIII Trimestre III Trimestre
Masculino Feminino
Comprimento Ligamento Inguinal (mm)
Gráfico 2 - Representação gráfica da morfometria do comprimento do ligamento
inguinal nos gêneros (masculino e feminino), nos trimestres gestacionais (II e III) e nos
lados (direito e esquerdo).
49
6 DISCUSSÃO
A abordagem cirúrgica da hérnia inguinal sofreu significativa reavaliação com ênfase
renovada durante os últimos cinco anos. A renovação do interesse do cirurgião na herniorrafia
é atribuída, em parte, à controvérsia a respeito da aplicação de técnicas laparoscópicas nessa
entidade mórbida. A introdução de novas técnicas para o reparo da hérnia ressaltou a
necessidade do cirurgião ter bons conhecimentos da anatomia e da fisiopatologia da hérnia,
seja qual for a técnica de reparo aplicada (SABISTON, 1999).
A complexa anatomia da região inguinal é, com freqüência, compreendida de forma
insatisfatória pelos estudantes de cirurgia. Muitas vezes, apenas se descrevem as camadas da
parede abdominal, como se faz em relação a outras regiões do corpo humano. Todavia, a
região inguinal precisa ser compreendida em função de sua configuração e relações
tridimensionais (SABISTON, 1999).
O bom funcionamento dos mecanismos fisiológicos de proteção das áreas fracas na
região inguinal depende das características anatômicas e antropométricas das estruturas da
região inguinal (MCARDLE, 1977; LYTLE, 1979).
Radojevic (1958) e Stolic (1977) estudaram que as predisposições anatômicas para o
surgimento de hérnia inguinal estão relacionadas a fatores ósseos, a músculo-fasciais e à
persistência do canal peritônio-vaginal. Estudos anteriores confirmam estes achados de que
existe uma maior relação no desenvolvimento da região inguinal e na formação de hérnias em
relação ao comprimento do ligamento inguinal (HARRIS; WHITE, 1937), ao diâmetro e à
posição da pelve (PIANA, 1947).
Fernandes (1996) ao realizar um estudo sobre a mensuração da região inguinal de
recém-nascidos masculinos, concluiu que não houve diferenças significativas entre as
dimensões das regiões inguinais direita e esquerda. Esta afirmação pode ser confirmada nesta
pesquisa.
Neste estudo, as correlações do crescimento da área inguinal e de todos os parâmetros
biométricos estudados (idade gestacional, comprimento e peso) foram positivas e
significativas (P<0,05).
Os resultados desta pesquisa demonstraram que o crescimento relativo da área
inguinal comparado com o comprimento, o peso e a idade gestacional, foi alometricamente
diferente nos fetos examinados. Levando em consideração o slope (inclinação da reta) dos
fetos masculinos, observou-se uma alometria positiva em relação à idade gestacional, no
segundo e terceiro trimestres em ambos os lados da área da região inguinal. Por outro lado,
50
demonstrou uma diferença estatisticamente significativa entre os lados direito e esquerdo das
áreas inguinais em relação ao comprimento, encontrando-se uma alometria negativa para
ambos os lados da área inguinal nos fetos masculinos. Ao contrário, não foi observada uma
diferença estatisticamente significativa entre estas variáveis nos fetos femininos (Tabelas 2 e
3).
Nesta análise, os coeficientes de correlação entre a área inguinal e o peso, em cada
trimestre gestacional, foram os menores, sugerindo que essas correlações sejam de pouca
utilidade prática. Em geral, as correlações dos gêneros feminino e masculino foram
semelhantes para cada período estudado (Tabelas 2 e 3).
Foi observado que existe diferença de crescimento das áreas direita e esquerda das
regiões inguinais quando relacionadas com o comprimento e a idade gestacional, nos gêneros
feminino e masculino. Este resultado indica que não existiu crescimento proporcional, pois
quando a idade gestacional aumenta, a área não acompanha o crescimento. Por outro lado,
analisou-se que o peso não é um bom parâmetro de comparação, uma vez que, existem fatores
que influenciam diretamente a variação da massa corporal como o comprimento do feto e a
fixação da amostra com formaldeído (Tabela 4).
A correlação da idade gestacional e o comprimento do feto com a área inguinal nos
gêneros feminino e masculino e o trimestre gestacional demonstraram que a alometria é
positiva e que as respectivas correlações variam entre moderada e forte e são significativas.
Contudo, o peso não foi uniforme em relação as outras variáveis, tornando a variável peso não
usual para esta análise (Tabela 5).
A comparação dos slopes por trimestre gestacional revelou que as taxas de
crescimento das áreas das regiões inguinais quando comparada com o comprimento e a idade
gestacional no segundo trimestre são diferentes, sugerindo que há diferenças morfológicas
entre os gêneros neste período. Este resultado indica que há taxas de crescimento diferentes da
área da região inguinal entre os gêneros feminino e masculino apenas no segundo trimestre
gestacional (Tabela 6).
Neste estudo, ao analisar-se qual dos parâmetros influenciava no comprimento da área
da região inguinal e do ligamento inguinal, encontrou-se que havia influência apenas do
trimestre gestacional (Tabelas 7 e 8).
Os resultados demonstraram não ter existido uma diferença estatisticamente
significativa das áreas inguinais em relação aos gêneros e aos trimestres estudados, apesar da
área da região inguinal esquerda dos fetos masculinos ter apresentado uma tendência a ser
maior, enquanto que no gênero feminino está mais representativo à direita. Observou-se que
51
não houve diferença estatisticamente significativa entre os gêneros para o comprimento do
ligamento inguinal e a área inguinal. Por outro lado, o comprimento do ligamento inguinal
tendeu a ser maior à direita, em ambos os gêneros e trimestres (Tabela 9 e Gráficos 1 e 2).
Estes achados chamam a atenção com relação à incidência de hérnia inguinal localizar-se
mais à direita que à esquerda, podendo apresentar-se, principalmente, nos prematuros (COX,
1985; SAVIANO, 1990; RUTKOW, 1993; PEREIRA; SILVA; PINHEIRO, 2005).
Algumas limitações deste estudo referem-se à utilização de formaldeído para fixação
dos cadáveres fetos o que poderia influenciar na constituição tecidual das regiões
topográficas, como também, a escassez de literatura sobre o assunto abordado, o que resultou
em dificuldades, para discutir os dados, conseqüentemente, os mesmos foram analisados e
confrontados entre si.
Nesta pesquisa, apesar de não ter sido avaliado os mecanismos de formação da hérnia
inguinal nos fetos estudados, encontraram-se taxas de crescimento diferentes das áreas das
regiões inguinais nos trimestres gestacionais. No entanto, uma relação entre este achado e a
formação de uma hérnia inguinal não pode ser estabelecida.
Acredita-se que o número de fetos analisados no presente estudo tenha sido pequeno e
desta forma, faz-se necessário avaliar um maior quantitativo de amostras para que se
estabeleça uma relação da anatomia com o desenvolvimento da região inguinal. Tal
informação pode ser útil para o entendimento da formação de patologias herniárias da região.
52
7 CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos, de acordo com a metodologia empregada, pode-se
concluir que:
1. As áreas das regiões inguinais direita e esquerda, tanto no gênero feminino quanto
no masculino, de fetos humanos, no II e III trimestres gestacionais, são
semelhantes.
2. Os comprimentos dos ligamentos inguinais direito e esquerdo, tanto no gênero
feminino quanto no masculino, de fetos humanos, no II e III trimestres
gestacionais, são semelhantes.
3. Apenas os trimestres gestacionais (II e III) influenciam no comprimento e na área
do ligamento inguinal.
4. Existe um crescimento proporcional da área da região inguinal com o aumento do
comprimento do feto, do peso e da idade gestacional (II e III trimestres).
5. As taxas de crescimento das áreas das regiões inguinais no II e III trimestres
gestacionais, no gênero feminino, são diferentes em relação ao peso e ao
comprimento do feto.
53
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57
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documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
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documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2006.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: informação e
documentação: resumos: apresentação. Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6027: informação e
documentação: sumário: apresentação. Rio de Janeiro, 2003.
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internacional. Rio de Janeiro: Manole, 2001.
58
10 APÊNDICE
59
A - Planilha 1 – Agrupamento dos resultados em gêneros e trimestres gestacionais
Nota: IG, idade gestacional; V-C, vértice-cóccix; CLID, comprimento do ligamento inguinal direito; CLIE,
comprimento do ligamento inguinal esquerdo; ILBE-MLR-TB-D, intersecção da linha bi-espinhal à margem
lateral do músculo reto do abdome à espinha ilíaca e ao tubérculo púbico direito; ILBE-MLR-TB-E, intersecção
da linha bi-espinhal à margem lateral do músculo reto do abdome à espinha ilíaca e ao tubérculo púbico
esquerdo; MLR-EI-D, margem lateral do músculo reto do abdome à espinha ilíaca ântero-superior direita; MLR-
EI-E, margem lateral do músculo reto do abdome à espinha ilíaca ântero-superior esquerda; D, direita; E,
esquerda.
60
B - Planilha 2 – Transformação dos dados em logaritmos
Nota: LOG, logaritmo; IG, idade gestacional; V-C, vértice-cóccix; CLID, comprimento do ligamento inguinal
direito; CLIE, comprimento do ligamento inguinal esquerdo; D, direita; E, esquerda.
GÊNERO
Log PESO
(g)
Log IG
Log V-C
mm
Log CLI
D
Log CLI
E
Log área
D
Log área
E
F 2,826074803 1,3201463 2,294466226 1,434569 1,3802112 2,076458388 2,071587471
F 2,684845362 1,3242825 2,322219295 1,40654 1,376577 2,078638038 2,087461966
F 2,986771734 1,3404441 2,354108439 1,451786 1,3856063 2,199796302 2,133682585
F 2,835056102 1,350248 2,322219295 1,30103 1,3541084 2,001300933 2,055072382
F 2,949390007 1,3424227 2,40654018 1,491362 1,4116197 2,183298321 2,068334313
F 2,897627091 1,3443923 2,328379603 1,451786 1,4593925 2,069853021 2,152165991
F 2,84509804 1,3521825 2,311753861 1,451786 1,3909351 2,101609617 1,961421094
F 3,035429738 1,3891661 2,383815366 1,465383 1,4955443 2,13646689 2,186815124
F 2,968949681 1,39794 2,352182518 1,432969 1,4313638 2,236474279 2,167494562
F 3,230448921 1,40824 2,439332694 1,546543 1,5145478 2,401228167 2,270818533
F 3,022840611 1,4199557 2,378397901 1,453318 1,4487063 2,169791954 2,318188594
F 3,247973266 1,4533183 2,457881897 1,559907 1,5403295 2,44836617 2,494258979
F 3,465382851 1,463893 2,480006943 1,670246 1,6414741 2,640133464 2,488466105
F 3,301029996 1,4771213 2,428134794 1,577492 1,5682017 2,462772228 2,449971811
GÊNERO
Log PESO
(g) Log IG
Log V-C
mm
Log CLI
D
Log CLI
E
Log área
D
Log área
E
M 2,875061263 1,2695129 2,209515015 1,334454 1,3443923 1,906550519 1,978636948
M 2,763427994 1,2718416 2,230448921 1,369216 1,3483049 2,039295118 2,108260505
M 2,819543936 1,2922561 2,311753861 1,404834 1,4393327 1,928139707 2,170936109
M 2,84509804 1,2944662 2,322219295 1,380211 1,376577 2,017700971 2,060376721
M 2,84509804 1,3031961 2,33243846 1,460898 1,456366 2,026185853 2,132179613
M 2,977723605 1,3031961 2,369215857 1,503791 1,4727564 2,272954945 2,133538908
M 2,763427994 1,3053514 2,301029996 1,439333 1,4297523 2,117254719 2,15730563
M 3,108226656 1,4065402 2,423245874 1,562293 1,50515 2,373610728 2,296774847
M 3,146128036 1,4099331 2,416640507 1,519828 1,4756712 2,274573464 2,227050719
M 3,074450719 1,4216039 2,439332694 1,568202 1,5250448 2,379849179 2,290835647
M 3,235528447 1,4313638 2,434568904 1,526339 1,510545 2,370013188 2,432809005
M 3,292256071 1,4329693 2,465382851 1,542825 1,5611014 2,309150902 2,337019753
M 3,238046103 1,4361626 2,440909082 1,599883 1,5670264 2,512871092 2,619260335
M 3,203032887 1,447158 2,434568904 1,598791 1,605305 2,383456297 2,461348434
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