201
ANEXOS
ANEXO A – Ouro Preto, MG: conjunto arquitetônico e urbanístico (Ouro Preto, MG)
Descrição:Descoberta em fins do século XVII a área onde se situa a cidade de Ouro Preto, sua
ocupação se efetivou já na primeira década do século seguinte, distribuindo-se os habitantes
pioneiros em núcleos esparsos, localizados nos morros ou às margens de córregos onde era maior a
afluência do ouro. Em 1711, ao ser erigida oficialmente a vila, os arraiais primitivos já se encontravam
interligados, desenvolvendo-se daí por diante o seu tecido urbano, tal como se vê hoje, entrecortado
de becos, travessas e ladeiras, com as ruas principais acompanhando o desenho topográfico dos
morros e córregos. A população cresceu rapidamente e as primeiras capelas foram insuficientes para
atender as necessidades religiosas de seus habitantes, surgindo por volta de 1730 os edifícios
definitivos das matrizes de Nossa Senhora do Pilar e Conceição de Antônio Dias. A fase áurea da
produção se estendeu de 1725 até mais ou menos 1750, quando começam a ser notados os
primeiros sintomas da decadência das minas. O grande êxito da atividade nesse período se reflete
nas moradias, que ganham novos acréscimos, suas varandas de trás se ampliam, surgem os forros
de madeira, as portas e janelas ganham almofadas. Apesar desse esplendor, a taipa e o pau-a-pique
ainda não haviam cedido lugar ao quartzito do Itacolomi, só aproveitado mais tarde, na construção do
Palácio dos Governadores, iniciada em 1747. Somente na segunda metade do século XVIII é que Vila
Rica começou a tomar o aspecto atual. O surgimento das duas principais Ordens Terceiras do Carmo
e São Francisco, entre 1740 e 1760, compostas pelas classes mais abastadas, se reflete de maneira
favorável no movimento de construção das igrejas e até mesmo no valor estético desses
monumentos, pois, como se sabe, a rivalidade entre as ordens terceiras e as irmandades determinou
a construção de algumas obras-primas do Barroco e do Rococó no segundo quartel do século XVIII,
nas quais trabalhariam tanto os mestres portugueses como uma primeira geração de artistas
mineiros, principalmente mulatos, esses últimos com uma nova e mais livre interpretação dos
elementos formais, a exemplo de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, o mais importante nome da
época. Assim, a vila já estava urbanamente definida e grandes obras públicas são erigidas, como o
Palácio dos Governadores, os inúmeros e bem ornamentados chafarizes, as sólidas pontes de
cantaria. Nesse período, as primitivas construções particulares de canga ou pau-a-pique cedem lugar
a prédios com reforço de alvenaria, com maiores requintes de acabamento e surgem também
empreendimentos urbanos de maior vulto. Até fins do século, a vila viu melhorar o seu arruamento,
com praças e ruas pavimentadas em pedra. Estão construídas ou em fase de conclusão, dentre
outras, as Matrizes de Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora do Pilar de Antônio Dias, as
belas igrejas do Carmo - construída a partir de 1767, uma das mais ricas, cujo risco foi modificado
pelo Aleijadinho tornando seu frontispício curvo e as torres circulares - e de São Francisco de Assis
(1766) - obra-prima do Aleijadinho, onde a dinâmica barroca se verifica a partir do frontispício em
planos, destacando-se a portada monumental. Destacam-se ainda a bela Igreja de Nossa Senhora do
Rosário, sede de uma irmandade de pretos, cuja planta é toda resolvida em curvas, e a Igreja de
Santa Efigênia, pertencente a outra irmandade de pretos, pelo seu excepcional conjunto de talha,