CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO GERAL
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1.1 Introdução
A evolução dos sistemas de controle tem sido bastante acentuada nas últimas décadas.
Nas suas primeiras versões, os controladores atuavam através de sinais pneumáticos e
eram localizados no campo, sendo operados localmente.
Posteriormente, com o controle feito através de sinais analógicos ou digitais, tornou-
se possível levar o sinal para os transmissores no campo, caracterizando um Controle
Direto Centralizado (Direct Digital Control - DDC), em que o dispositivo controlador
(computador digital) se encontrava numa sala de controle específica. Segundo [Zerbetto
2007], esse tipo de arquitetura surgiu em 1962.
A arquitetura acima citada possuía uma fragilidade. No caso, o fato de toda orga-
nização do sistema ser concentrada em um único dispositivo fazia com que uma falha
no mesmo gerasse uma parada total no sistema. Logo, em 1976 foi elaborado um novo
tipo de arquitetura conhecida como Sistema de Controle Distribuído (Distributed Control
System - DCS). As tarefas de controle passaram a ser distribuídas em diversos dispositi-
vos, fazendo com que um falha afetasse apenas uma parte do processo. Tal avanço só foi
possível com a criação dos Controladores Lógicos Programáveis (Programmable Logic
Controllers - PLC), unidades independentes capazes de realizar processamento, concen-
trando atividades de controle e fornecendo informações sobre o processo [Zerbetto 2007].
Entretanto, atualmente, o DCS só é considerado menos centralizado que o DDC, visto
que uma falha no sistema pode ocasionar outras falhas em cadeia [Berge 2001].
Uma nova arquitetura baseada numa maior capacidade dos dispositivos de campo é
a alternativa mais proveitosa, a chamada arquitetura de sistemas de controle de campo
(Field Control Systems - FCS) [Pantoni 2006].
Tal arquitetura consiste em uma rede industrial em que os sensores e atuadores do
sistema compartilham um meio físico para transmissão da informação. Sua principal
proposta é a distribuição do controle entre os dispositivos sensores, atuadores e contro-
ladores interligados em rede. Atualmente, diversos protocolos, os quais implementam a
arquitetura FCS, encontram-se disponíveis no mercado (Foundation Fieldbus, Profibus,
DeviceNet, WorldFip, por exemplo), cada qual com características próprias que os dife-
renciam, geralmente envolvendo o tipo de escalonamento de tarefas, políticas de acesso
ao meio e composição dos frames de mensagens.
A figura 1.1 apresenta a evolução das arquiteturas dos sistemas de controle previa-
mente comentada.
Dentre as várias tecnologias de Sistemas de Controle de Campo, destaca-se o proto-
colo Foundation Fieldbus (FF) por apresentar duas características particulares. Uma delas