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INSTITUTO BIOLÓGICO
PÓS-GRADUAÇÃO
ROEDORES NA CIDADE DE SÃO PAULO:
Levantamento da Taxa de Infestação Predial e sua Relação
com Fatores Socioeconômicos e Ambientais
EDUARDO DE MASI
Dissertação apresentada ao Instituto
Biológico, da Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios, para
obtenção do título de Mestre em Sanidade,
Segurança Alimentar e Ambiental no
Agronegócio.
Área de Concentração: Sanidade Vegetal
Orientador: Prof. Dr. Francisco Alberto Pino
São Paulo
2009
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DADOS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Núcleo de Informação e Documentação - Biblioteca
Instituto Biológico
Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Masi, Eduardo de
Roedores na cidade de São Paulo: levantamento da taxa de infestação predial
e sua relação com fatores socioeconômicos e ambientais / Eduardo de Masi.
-- São Paulo, 2009.
Dissertação (Mestrado) Instituto Biológico (São Paulo). Programa de Pós-Graduação.
Área de concentração: Sanidade Vegetal.
Linha de pesquisa: Pragas sinantrópicas.
Orientador: Francisco Alberto Pino.
Versão do título para o inglês: Rodents in São Paulo city, Brazil: dwelling infestation rate
survey and its relationship to sócio-economical and environmental factors.
1. Saúde ambiental 2. Roedores sinantrópicos, Controle 3. Fatores de risco . 4.
Análise por conglomerados 5. Modelos logísticos 6. São Paulo (Cidade) I. Pino,
Francisco Alberto II. Instituto Biológico (São Paulo). Programa de Pós-Graduação III.
Título
IB/Bibl /002/2009
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SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO BIOLÓGICO
Pós-Graduação
Av. Cons. Rodrigues Alves 1252
CEP 04014-002 - São Paulo – SP
FOLHA DE APROVAÇÃO
Nome do candidato: Eduardo de Masi
Título: Mestre
Orientador: Prof. Dr. Francisco Alberto Pino
Dissertação apresentada ao Instituto
Biológico da Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios para
obtenção do título de Mestre em
Sanidade, Segurança Alimentar e
Ambiental no Agronegócio.
Área de Concentração:Sanidade Vegetal
Aprovada em:
Banca Examinadora
Assinatura:
Prof. Dr. Francisco Alberto Pino
Instituição: Instituto de Economia Agrícola
Assinatura:
Profa. Dra. Maria Teresa Pepe Razzolini
Instituição: Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo
Assinatura:
Prof. Dr. Marcos Roberto Potenza
Instituição: Instituto Biológico
i
À minha amada esposa Elisabete.
Ao meu amado filho Gabriel.
O amor de vocês é o combustível que me
move em direção aos meus sonhos.
Obrigado por essa família linda que nós formamos.
ii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, A Deus, por todas as oportunidades e possibilidades concedidas durante a
minha vida.
Aos meus pais Donato e Leni, por todos os ensinamentos e apoio.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Francisco Alberto Pino, por todos os ensinamentos, pela
paciência e atenção que sempre me dispensou e, é claro, pelas sugestões, correções e,
especialmente, pela sua agradável companhia que desfrutei todas os dias que estivemos
juntos no Instituto de Economia Agrícola de São Paulo.
Ao Celso, pelos deliciosos cafés que tomamos em sua sala, o Prof. Pino, ele e eu.
À antiga Supervisora da Supervisão de Vigilância em Saúde do Campo Limpo e atual
Gerente da Vigilância em Saúde Ambiental da COVISA, Dra. Vera Allegro, por todas as
oportunidades concedidas, por sua amizade e respeito.
À atual Supervisora da Supervisão de Vigilância em Saúde do Campo Limpo, Dra. Judith
Saraiva, pelo respeito e compreensão das minhas necessidades.
Ao Supervisor Técnico de Saúde do Campo Limpo, Dr. Marco Antônio, pela confiança em
mim depositada.
A todos os agentes de zoonoses da SUVIS Campo Limpo, pela confiança, companheirismo
e profissionalismo.
Aos assistentes técnicos Adílson Quirino e Miraci Peixoto, pois sem a contribuição deles
jamais teria conseguido escrever essa dissertação e chegar até aqui.
À assistente técnica Emeli Melo, pois sem sua fundamental contribuição no apoio logístico,
na localização dos setores censitários dos quarteirões amostrados, seu profissionalismo,
dedicação e espírito de amizade essa dissertação não teria a mesma qualidade.
À Coordenadora do Programa de Controle de Roedores de São Paulo, Maria das Graças
dos Santos, pelo incentivo, pelas oportunidades e por sempre acreditar no meu potencial.
iii
Ao Ludvig Genhr e a Paula Glasser, da Coordenação Programa de Controle de Roedores de
São Paulo, pela amizade e sugestões.
À Dra. Neide O. Garcia, do Centro de Controle de Zoonoses, pelo carinho, confiança e pelo
material bibliográfico cedido.
Ao Dr. Pedro Vilaça, da Subgerência de Informação da COVISA, pela amizade, paciência,
atenção e pela elaboração dos mapas temáticos.
Ao Subgerente de Informação da COVISA, Dr. José Olímpio, pelos ensinamentos, pela
amizade e pela cessão do banco de dados do levantamento de infestação predial por
roedores.
À Dra. Márcia Buzzar, pelo carinho e pela cessão do banco de dados dos casos de
leptospirose da cidade.
A todos os demais colegas da SUVIS Campo Limpo, da COVISA, do CCZ que direta ou
indiretamente contribuíram com a minha formação profissional e com a presente
dissertação.
Em nome do Prof. Dr. Luís Luchini, Coordenador do Curso de Pós Graduação e da
Fernanda Carpanelli, secretária da Pós Graduação, a todos os professores e funcionários do
Instituto Biológico.
A todos os colegas de pós graduação, pela amizade construída ao longo do curso.
Finalmente, a Prefeitura da Cidade de São Paulo e todos os cidadãos paulistanos que
tornaram esse trabalho possível.
iv
ODE AOS RATOS
Rato de rua
Irrequieta criatura
Tribo em frenética proliferação
Lúbrico, libidinoso transeunte
Boca de estômago
Atrás do seu quinhão
Vão aos magotes
A dar com um pau
Levando o terror
Do parking ao living
Do shopping center ao léu
Do cano de esgoto
Pro topo do arranha-céu
Rato de rua
Aborígene do lodo
Fuça gelada
Couraça de sabão
Quase risonho
Profanador de tumba
Sobrevivente
À chacina e à lei do cão
Saqueador da metrópole
Tenaz roedor
De toda esperança
Estuporador da ilusão
Ó meu semelhante
Filho de Deus, meu irmão
Rato
Rato que rói a roupa
Que rói a rapa do rei do morro
Que rói a roda do carro
Que rói o carro, que rói o ferro
Que rói o barro, rói o morro
Rato que rói o rato
Ra-rato, ra-rato
Roto que ri do roto
Que rói o farrapo
Do esfarra-rapado
Que mete a ripa, arranca rabo
Rato ruim
Rato que rói a rosa
Rói o riso da moça
E ruma rua arriba
Em sua rota de rato
Composição:
Edu Lobo / Chico Buarque
v
RESUMO
MASI, E. ROEDORES NA CIDADE DE SÃO PAULO: Levantamento da Taxa de Infestação
Predial e sua Relação com os Fatores Socioeconômicos e Ambientais. São Paulo; 2008.
(Dissertação de mestrado em Sanidade Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio)
– Instituto Biológico.
O método de levantamento de infestação predial por roedores é uma técnica de avaliação
quantitativa proposta pelo Center for Disease and Prevention Control de Atlanta, Estados
Unidos, para estimar a proporção de imóveis infestados por roedores, em uma dada área.
Essa técnica foi aplicada em julho de 2006 para avaliar a taxa de infestação predial por
roedores na cidade de São Paulo em uma amostra de 23.606 imóveis, que contemplou as
31 Subprefeituras da cidade e estimou a infestação pelas três espécies de roedores
sinantrópicos: ratazana (Rattus norvegicus), rato-de-telhado (Rattus rattus) e camundongo
(Mus musculus). Além da presença de infestação por roedores foi observada, em cada
imóvel, a ocorrência dos fatores ambientais: fonte de alimento, fonte de abrigo e fonte de
acesso. A taxa de infestação predial por roedores encontrada na cidade foi de 23,1%, sendo
o Rattus rattus a principal espécie infestante com taxa de infestação de 12,7%. Nas
Subprefeituras a taxa de infestação predial variou de 6,8% em Santana a 49,5% em São
Miguel. Com esses dados, juntamente com informações extraídas do censo demográfico
para o ano 2000 e os Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), desenvolveu-
se modelos de regressão logística múltipla para mensurar o efeito de cada variável
socioeconômico e ambiental sobre infestação dos imóveis urbanos por roedores. O modelo
geral de infestação mostrou que as variáveis mais fortemente correlacionadas com a
infestação por roedores foram: o IDH-M, a renda em salários mínimos, a característica do
imóvel; o acesso pela rede de esgoto e pela estrutura do imóvel; as fontes de abrigo vão de
telhado, vão de parede, materiais inservíveis, materiais de construção e mato alto; além de
alimento para animais e árvores frutíferas. Em seguida as Subprefeituras foram agrupadas
em 6 grupos homogêneos quanto às variáveis significativamente associadas com a
vi
infestação por roedores no modelo de infestação e novos modelos logísticos foram
estimados para entender os aspectos explicativos da infestação em cada grupo. Por último,
análise da distribuição espacial da infestação foi conduzida, mostrando haver correlação
espacial entre as condições socioeconômicas, a taxa de infestação predial por roedores e a
incidência e letalidade de leptospirose. Concluiu-se que as taxas de infestação predial por
roedores são governadas, primeiramente, pelos fatores socioeconômicos, antes que pelos
fatores ambientais, sendo as altas taxas de infestação predial por roedores e os maiores
coeficientes de incidência de leptospirose decorrentes dos processos de exclusão social.
Palavras Chave: saúde ambiental; controle de roedores; fatores de risco; reservatórios de
doenças; análise por conglomerados; modelos logísticos.
vii
ABSTRACT
MASI, E. RODENTS IN SAO PAULO CITY, BRAZIL: dwelling infestation rate survey and its
relationship to socio-economical and environmental factors. Sao Paulo; 2008. (MS
Dissertation in Sanity, Food and Environmental Safety in Agribusiness – Biological Institute,
Sao Paulo, Brazil.
The dwelling rodent infestation survey method is a quantitative evaluation technique
proposed by the Center for Disease and Prevention Control in order to estimate the
proportion of dwellings infested by rodents, in a given area. It was applied in the city of Sao
Paulo, Brazil, in July 2006, through a sample of 23,606 dwellings, distributed by all the 31
boroughs, to estimate the infestation rate of three urban rodents species, namely, Norway rat
(Rattus norvegicus), roof rat (Rattus rattus) and house mice (Mus musculus). The
environmental factors were also observed in each dwelling: food source, harborage source
and access source. Data from the 2000 Demographic Census and the Human Development
Index (HDI) were also available. The average dwelling rodent infestation rate resulted to be
23.1%, and the main species was Rattus rattus
with 12.7%. The infestation rate varied
among boroughs from 6.8% in Santana to 49.5% in Sao Miguel. Multivariate logistic models
were used to evaluate the effect of each socio-economical and environmental variable over
the infestation rate. The main effects resulted to be: HDI; income; dwelling features
(residential, commercial, vacant lot); access by sewage system and by building structure;
harborage sources as ceiling cracks, wall cracks, discarded objects, building material and
dense bush; food sources as animal food and fructiferous trees. The boroughs were then
grouped into 6 homogeneous clusters related to the significant variables associated to rodent
infestation models and new logistic models were estimated for each cluster. Finally, a
geographic information system applied to the data showed the distribution of rodent
infestation and socio-economical conditions in the city and their spatial correlation to
leptospirosis incidence and letality. We concluded that neighborhood rodent infestation is
determined mainly by socio-economical factors, wile dwelling rodent infestation rates are
viii
determined mainly by environmental factors, and that the highest dwelling rodent infestation
rates as well as the highest leptospirosis incidence coefficients due to social exclusion
processes.
Key words: environmental health; rodent control; risk factors; disease reservoirs; cluster
analysis; logistic models.
ix
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ADL Avaliação de Densidade Larvária
AIH Autorização de Internação Hospitalar
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ARS Administração Regional de Saúde
CCZ Centro de Controle de Zoonoses
CDC Center for Disease Control and Prevention, Atlanta, EUA
CIUO Coordenadoria de Infra-Estrutura Urbana e Obras
COVISA Coordenação de Vigilância em Saúde
CRS Coordenadoria Regional de Saúde
DA Distrito Administrativo
DEFRA Department for Environment Food and Rural Affairs, Reino Unido
DOC Diário Oficial da Cidade
FUNASA Fundação Nacional da Saúde
GVISAM Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental
HDI Human Development index
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IB-SP Instituto Biológico de São Paulo
IC 95% Intervalo de Confiança de 95%
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IDH-M Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
LIPR Levantamento de Infestação Predial por Roedores
NRZ Núcleo Regional de Zoonoses
OMS Organização Mundial de Saúde
OR
Odds Ratio
PCR Polymerase Chain Reaction – Reação em Cadeia da Polimerase
PMSP Prefeitura Municipal de São Paulo
PRODAM Empresa de Tecnologia e Comunicação do Município de São Paulo
Renda até 2 SM Renda do Responsável do Domicílio até 2 Salários Mínimos.
RU Reino Unido
SAC Sistema de Atendimento ao Cidadão
SEADE Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados
SIG Sistema de Informação Geográfica
SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação
x
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SUS Sistema Único de Saúde
SUVIS Supervisão de Vigilância em Saúde
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Valor pago pelas Autorizações de Internação Hospitalar (AIH), pela Secretaria
Municipal da Saúde, aos hospitais públicos sob gestão municipal, pelo total de
casos de leptospirose internados, Cidade de São Paulo, 2004-2006. ................30
Tabela 2.2 – Consumo anual de rodenticida e custo médio por quilograma, Cidade de São
Paulo, 2003 a 2007..............................................................................................31
Tabela 2.3 – Doenças e patógenos potencialmente associados aos roedores sinantrópicos.32
Tabela 2.4 – Casos de leptospirose humana, Cidade de São Paulo, 1986-2006..................36
Tabela 2.5 – Casos de mordeduras por roedores em humanos, Cidade de São Paulo, 1988-
1999. .....................................................................................................................37
Tabela 3.1 – Tamanho mínimo da amostra de imóveis a ser inspecionada durante o
levantamento de infestação predial por roedores em relação ao total de imóveis
da área..................................................................................................................62
Tabela 3.2 – Total de setores censitários por Subprefeitura e total de setores censitários
sorteados no primeiro estágio amostral, Cidade de São Paulo, 2006..................64
Tabela 3.3 – Definição das variáveis utilizadas nos modelos. ...............................................74
Tabela 4.1 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Cidade de São Paulo, 2006....................................................................82
Tabela 4.2 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Aricanduva, Cidade de São Paulo, 2006. ........................98
Tabela 4.3 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Butantã, Cidade de São Paulo, 2006.............................100
Tabela 4.4 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Campo Limpo, Cidade de São Paulo, 2006...................102
Tabela 4.5 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Capela do Socorro, Cidade de São Paulo, 2006. ..........104
xii
Tabela 4.6 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Casa Verde, Cidade de São Paulo, 2006. .....................106
Tabela 4.7 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Cidade Ademar, Cidade de São Paulo, 2006. ...............108
Tabela 4.8 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Cidade Tiradentes, Cidade de São Paulo, 2006............110
Tabela 4.9 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Ermelino Matarazzo, Cidade de São Paulo, 2006. ........112
Tabela 4.10 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Freguesia do Ó, Cidade de São Paulo, 2006.................114
Tabela 4.11 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Guaianases, Cidade de São Paulo, 2006. .....................116
Tabela 4.12 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Ipiranga, Cidade de São Paulo, 2006. ...........................118
Tabela 4.13 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Itaim Paulista, Cidade de São Paulo, 2006....................120
Tabela 4.14 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Itaquera, Cidade de São Paulo, 2006. ...........................122
Tabela 4.15 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Jabaquara, Cidade de São Paulo, 2006. .......................124
Tabela 4.16 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Jaçanã/Tremembé, Cidade de São Paulo, 2006. ..........126
Tabela 4.17 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Lapa, Cidade de São Paulo, 2006. ................................128
Tabela 4.18 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura M’Boi Mirim, Cidade de São Paulo, 2006.......................130
Tabela 4.19 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Mooca, Cidade de São Paulo, 2006...............................132
xiii
Tabela 4.20 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Parelheiros, Cidade de São Paulo, 2006. ......................134
Tabela 4.21 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Penha, Cidade de São Paulo, 2006...............................136
Tabela 4.22 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Perus, Cidade de São Paulo, 2006................................138
Tabela 4.23 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Pinheiros, Cidade de São Paulo, 2006. .........................140
Tabela 4.24 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Pirituba/Jaraguá, Cidade de São Paulo, 2006. ..............142
Tabela 4.25 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Santana/Tucuruvi, Cidade de São Paulo, 2006. ............144
Tabela 4.26 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Santo Amaro, Cidade de São Paulo, 2006. ...................146
Tabela 4.27 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura São Mateus, Cidade de São Paulo, 2006. .....................148
Tabela 4.28 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura São Miguel, Cidade de São Paulo, 2006. ......................150
Tabela 4.29 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Sé, Cidade de São Paulo, 2006.....................................152
Tabela 4.30 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme, Cidade de São Paulo, 2006.154
Tabela 4.31 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Vila Mariana, Cidade de São Paulo, 2006. ....................156
Tabela 4.32 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Vila Prudente, Cidade de São Paulo, 2006....................158
Tabela 4.33 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, modelo logístico,
Cidade de São Paulo, 2006. ...............................................................................176
xiv
Tabela 4.34 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, efeitos agregados,
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006. ...................................................177
Tabela 4.35 – Infestação de imóveis urbanos por ratazana (Rattus norvegicus), modelo
logístico, Cidade de São Paulo, 2006.................................................................180
Tabela 4.36 – Infestação de imóveis urbanos por ratazanas (Rattus norvegicus), efeitos
agregados, modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006. ................................181
Tabela 4.37 – Infestação de imóveis urbanos por rato-de-telhado (Rattus rattus), modelo
logístico, Cidade de São Paulo, 2006.................................................................182
Tabela 4.38 – Infestação de imóveis urbanos por rato-de-telhado (Rattus rattus), efeitos
agregados, modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006. ................................183
Tabela 4.39 – Infestação de imóveis urbanos por camundongo (Mus musculus), modelo
logístico, Cidade de São Paulo, 2006.................................................................184
Tabela 4.40 – Infestação de imóveis urbanos por camundongo (Mus musculus), efeitos
agregados, modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006. ................................185
Tabela 4.41 – Infestação interna de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, modelo
logístico, Cidade de São Paulo, 2006.................................................................187
Tabela 4.42 – Infestação interna de imóveis urbanos por ratazanas (Rattus norvegicus),
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006. ...................................................188
Tabela 4.43 – Infestação interna de imóveis urbanos por rato-de-telhado (Rattus rattus),
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006. ...................................................189
Tabela 4.44 – Infestação interna de imóveis urbanos por camundongo (Mus musculus),
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006. ...................................................190
Tabela 4.45 – Infestação externa de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, modelo
logístico, Cidade de São Paulo, 2006.................................................................191
Tabela 4.46 – Infestação externa de imóveis urbanos por ratazanas (Rattus norvegicus),
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006. ...................................................192
Tabela 4.47 – Infestação externa de imóveis urbanos por rato-de-telhado (Rattus rattus),
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006. ...................................................193
xv
Tabela 4.48 – Infestação externa de imóveis urbanos por camundongo (Mus musculus),
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006. ...................................................194
Tabela 4.49 – Distribuição das Subprefeituras em grupos homogêneos quanto às variáveis
ambientais e socioeconômicas mais fortemente correlacionadas com a infestação
predial por roedores, Cidade de São Paulo, 2006..............................................196
Tabela 4.50 – Freqüência média e desvio padrão (DP) em porcentagem de imóveis das
variáveis utilizadas para formar os grupos homogêneos de Subprefeituras,
Cidade de São Paulo, 2006. ...............................................................................198
Tabela 4.51 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, Subprefeituras
Grupo 1 (Lapa, Sé, Pinheiros, Mooca e Santo Amaro), modelo logístico, Cidade
de São Paulo, 2006.............................................................................................202
Tabela 4.52 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, Subprfeituras
Grupo 2 (Aricanduva, Butantã, Casa Verde, Itaim Paulista, Itaquera, M’Boi Mirim,
Penha, Perus, Pirituba/Jaraguá, Santana/Tucuruvi, São Mateus, Vila Maria/Vila
Guilherme e Vila Prudente) modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006........204
Tabela 4.53 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, Subprefeituras
Grupo 3 (Jabaquara, Jaçanã/Tremembé, Vila Mariana) modelo logístico, Cidade
de São Paulo, 2006.............................................................................................205
Tabela 4.54 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, Subprefeituras
Grupo 4 (Campo Limpo, Capela do Socorro, Cidade Ademar, Parelheiros,
Freguesia do Ó e Guaianases) modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006..206
Tabela 4.55 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, Subprefeituras
Grupo 5 (Ermelino Matarazzo, Ipiranga e São Miguel) modelo logístico, Cidade
de São Paulo, 2006.............................................................................................208
Tabela 4.56 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, Subprefeituras
Grupo 6 (Cidade Tiradentes) modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006. ....209
Tabela 4.57 – Incidência média de leptospirose por 100.000 habitantes e taxa de letalidade
média em porcentagem, dos três grupos homogêneos, formados pela análise de
agrupamento, segundo a incidência e letalidade de leptospirose, Cidade de São
Paulo, 2006.........................................................................................................212
Tabela 5.1 – Comparação entre as variáveis preditoras de infestação interna e externa por
roedores em Luang Prabang, Laos, e na Cidade de São Paulo........................237
xvi
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Ratazana (Rattus norvegicus)............................................................................07
Figura 2.2 – Principais diferenças morfológicas entre as espécies de roedor sinantrópicos. 08
Figura 2.3 – Rato-de-telhado (Rattus rattus)..........................................................................09
Figura 2.4 – Camundongo (Mus musculus)............................................................................10
Figura 2.5 – Taxa de crescimento exponencial a partir de um casal hipotético de
camundongos durante as quatro estações reprodutivas de um ano,
considerando-se taxa de sobrevivência de 5% dos descendentes e de 100%
filhotes por ninhada...............................................................................................16
Figura 2.6 – Efeito das intervenções ambientais na capacidade suporte do ambiente e sobre
a dinâmica de uma população hipotética de roedores em uma área urbana. ......21
Figura 2.7 – Número de solicitações recebidas pelo Sistema de Atendimento ao Cidadão da
Prefeitura (SAC) referente à presença de roedores, Cidade de São Paulo, 2000 a
2005. .....................................................................................................................44
Figura 3.1 - Mapa temático do município de São Paulo com sua divisão geopolítica em 31
Subprefeituras.......................................................................................................53
Figura 3.2 – Mapa temático do município de São Paulo apresentando em cinza os setores
censitários incluídos na amostragem e em azul os excluídos (densidade
populacional menor que 100 habitantes/km²).......................................................63
Figura 4.1 – Freqüência de imóveis de uso somente residencial por Subprefeitura, Cidade
de São Paulo, 2006...............................................................................................84
Figura 4.2 – Freqüência de imóveis de uso residencial e comercial por Subprefeitura, Cidade
de São Paulo, 2006...............................................................................................84
Figura 4.3 – Freqüência de imóveis de uso somente comercial por Subprefeitura, Cidade de
São Paulo, 2006....................................................................................................85
Figura 4.4 – Freqüência de terrenos baldios por Subprefeitura, Cidade de São Paulo, 2006.85
xvii
Figura 4.5 – Freqüência de imóveis com fonte de alimento para roedores por Subprefeitura,
Cidade de São Paulo, 2006. .................................................................................86
Figura 4.6 – Freqüência de imóveis com fonte de abrigo para roedores por Subprefeitura,
Cidade de São Paulo, 2006. .................................................................................86
Figura 4.7 – Freqüência de imóveis com fonte de acesso para roedores por Subprefeitura,
Cidade de São Paulo, 2006. .................................................................................87
Figura 4.8 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com lixo acessível aos roedores,
Cidade de São Paulo, 2006. .................................................................................87
Figura 4.9 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com alimento humano disponível aos
roedores, Cidade de São Paulo, 2006..................................................................88
Figura 4.10 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com alimento para animais
disponível aos roedores, Cidade de São Paulo, 2006..........................................88
Figura 4.11 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com árvores frutíferas,Cidade de São
Paulo, 2006...........................................................................................................89
Figura 4.12 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com materiais inservíveis e entulho,
Cidade de São Paulo, 2006. .................................................................................89
Figura 4.13 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com objetos abandonados, Cidade
de São Paulo, 2006...............................................................................................90
Figura 4.14 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com vão de parede,Cidade de São
Paulo, 2006...........................................................................................................90
Figura 4.15 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com vão de telhado, Cidade de São
Paulo, 2006...........................................................................................................91
Figura 4.16 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com mato alto, Cidade de São Paulo,
2006. .....................................................................................................................91
Figura 4.17 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com acesso aos roedores pela
estrutura do imóvel, Cidade de São Paulo, 2006..................................................92
Figura 4.18 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com acesso aos roedores pela rede
de esgoto, Cidade de São Paulo, 2006. ...............................................................92
xviii
Figura 4.19 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis infestado por roedores, Cidade de
São Paulo, 2006....................................................................................................93
Figura 4.20 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com infestação somente interna por
roedores, Cidade de São Paulo, 2006..................................................................93
Figura 4.21 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com infestação somente externa por
roedores, Cidade de São Paulo, 2006..................................................................94
Figura 4.22 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com infestação interna e externa por
roedores, Cidade de São Paulo, 2006..................................................................94
Figura 4.23 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis infestados por ratazana (Rattus
norvegicus), Cidade de São Paulo, 2006..............................................................95
Figura 4.24 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis infestados por rato-de-telhado
(Rattus rattus), Cidade de São Paulo, 2006. ........................................................95
Figura 4.25 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis infestados por camundongo (Mus
musculus), Cidade de São Paulo, 2006................................................................96
Figura 4.26 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis infestados por espécie indeterminada
de roedor, Cidade de São Paulo, 2006.................................................................96
Figura 4.27 – Distribuição espacial da freqüência de imóveis urbanos por Subprefeitura com
disponibilidade de (A) fonte de alimento, (B) fonte de abrigo e (C) fonte de acesso
para roedores, Levantamento de Infestação Predial por Roedores, Cidade de São
Paulo, 2006.........................................................................................................160
Figura 4.28 – Divisão do Município de São Paulo em 3 grupos homogêneas de
Subprefeituras quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH) e
Renda (*proporção de setores censitários que predominam os responsáveis pelo
imóvel com rendimentos até 2 salários mínimos)...............................................161
Figura 4.29 – Distribuição espacial da freqüência de imóveis urbanos por Subprefeitura com
a presença de fontes de acesso (A) pela estrutura do imóvel e (B) pela rede de
esgoto, Levantamento de Infestação Predial por Roedores, Cidade de São Paulo,
2006. ...................................................................................................................162
Figura 4.30 – Distribuição espacial da freqüência de imóveis urbanos por Subprefeitura com
presença de fontes de abrigo para roedores: (A) vãos de parede, (B) vãos de
telhado, (C) materiais de construção, (D) materiais inservíveis, (E) objetos
abandonados e (F) mato alto, Levantamento de Infestação Predial por Roedores,
Cidade de São Paulo, 2006. ...............................................................................163
xix
Figura 4.31 – Distribuição espacial da freqüência de imóveis urbanos por Subprefeitura com
presença de (A) lixo acessível aos roedores, (B) alimento humano disponível, (C)
alimento para animal e (D) árvores frutíferas, Levantamento de Infestação Predial
por Roedores, Cidade de São Paulo, 2006. .......................................................165
Figura 4.32 – Distribuição espacial da freqüência por Subprefeitura de imóveis urbanos
infestados por roedores sinantrópicos, Levantamento de Infestação Predial por
Roedores, Cidade de São Paulo, 2006...............................................................167
Figura 4.33 – Distribuição espacial da freqüência por Subprefeitura de imóveis urbanos com
infestação (A) somente interna, (B) somente externa e (C) interna e externa por
roedores sinantrópicos, Levantamento de Infestação Predial por Roedores,
Cidade de São Paulo, 2006. ...............................................................................168
Figura 4.34 – Distribuição espacial da freqüência por Subprefeitura de imóveis urbanos com
presença de infestação interna por roedores sinantrópicos (taxa de infestação
somente interna mais taxa de infestação interna e externa), Levantamento de
Infestação Predial por Roedores, Cidade de São Paulo, 2006...........................170
Figura 4.35 – Distribuição espacial da freqüência por Subprefeitura de imóveis urbanos
infestados por (A) rato-de-telhado, (B) ratazana, (C) camundongo e (D) espécie
indeterminada de roedor, Levantamento de Infestação Predial por Roedores,
Cidade de São Paulo, 2006. ...............................................................................171
Figura 4.36 – Distribuição espacial da(s) espécie(s) de roedor sinantrópico predominante em
cada Subprefeitura, Levantamento de Infestação Predial por Roedores, Cidade
de São Paulo, 2006.............................................................................................172
Figura 4.37 – Distribuição espacial por Subprefeituras das variáveis (A) materiais inservíveis
(materiais inservíveis, entulho e objetos abandonados) e (B) lixo acessível aos
roedores, estratificação proposta pelo CDC (2006), Levantamento de Infestação
Predial por Roedores, Cidade de São Paulo, 2006. ...........................................173
Figura 4.38 – Distribuição espacial da infestação predial por roedores por Subprefeituras,
estratificação proposta pelo CDC (A) 1977 e (B) 2006, Levantamento de
Infestação Predial por Roedores, Cidade de São Paulo, 2006...........................174
Figura 4.39 – Dendrograma de agrupamento das Subprefeituras em grupos homogêneos,
segundo as variáveis socioeconômicas e ambientais que apresentaram efeito
sobre a infestação predial por roedores, Cidade de São Paulo, 2006................197
Figura 4.40 – Divisão do município de São Paulo (A) em 6 grupos homogêneas de
Subprefeituras quanto aos fatores socioeconômicos e ambientais mais
fortemente correlacionados com a infestação por roedores e (B) nas 5
Coordenadorias Regionais de Saúde que compõe a estrutura administrativa de
SMS. ...................................................................................................................200
xx
Figura 4.41 – Incidência por 100.000 habitantes de leptospirose, Cidade de São Paulo,
2006. ...................................................................................................................211
Figura 4.42 – (A) agrupamento das Subprefeituras segundo incidência e letalidade de
leptospirose e (B) Coordenadorias Regionais de Saúde, Cidade de São Paulo,
2006. ...................................................................................................................212
Figura 4.43 – Agrupamento das Subprefeituras segundo (A) incidência e letalidade de
leptospirose e (B) IDH-M e Renda (*proporção de setores censitários que
predominam os responsáveis com rendimentos até 2 salários mínimos), Cidade
de São Paulo, 2006.............................................................................................213
Figura 4.44 – Agrupamento das Subprefeituras segundo (A) incidência e letalidade de
leptospirose e (B) em 6 grupos homogêneas, quanto aos fatores sociais e
ambientais mais fortemente correlacionados com a infestação por roedores,
Cidade de São Paulo, 2006. ...............................................................................214
Figura 4.45 – (A) Agrupamento das Subprefeituras segundo incidência e letalidade de
leptospirose e (B) estratificação das Subprefeituras segundo a taxa de infestação
predial por roedores, Cidade de São Paulo, 2006..............................................215
Figura 5.1 – Distribuição espacial da proporção de imóveis por Subprefeitura em que
ocorreu falta de resposta durante o Levantamento de Infestação Predial por
Roedores, Cidade de São Paulo, 2006...............................................................217
Figura 5.2 – Percentual de casos confirmados de leptospirose humana em que a situação de
risco relatada foi o contato direto com roedor, Cidade de São Paulo, 1998 a 2006228
xxi
LISTA DE ANEXOS
Tabela A.1 – Subprefeituras, Distritos Administrativos, número de imóveis, população e
Índice de Desenvolvimento Humano – Municipal (IDH-M), Cidade de São Paulo.266
Tabela A.2 – Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006................................271
Tabela A.3 – Matriz de correlação das variáveis ambientais e de infestação usadas nos
modelos logísticos, Cidade de São Paulo, 2006.................................................286
Tabela A.4 – Definição do número final de grupos de Subprefeituras da análise de
agrupamentos. Definição do ponto de parada – em negrito - Procedimento
CLUSTER TREE, do SAS
®
, Método de Ward, Cidade de São Paulo, 2006. .....287
Figura A.1 – Boletim do Índice de Infestação Predial. Formulário utilizado na coleta dos
dados de infestação e das deficiências ambientais durante as atividades de
campo, Cidade de São Paulo, 2006. ..................................................................288
Figura A.2 – Mapa indicando as quadras as serem trabalhadas. No destaque em azul os
setores censitários sorteados e em vermelho a quadra, Cidade de São Paulo,
2006. ...................................................................................................................289
Figura A.3 – Mapa de setor censitário utilizado para a localização no campo da quadra a ser
trabalhada (no destaque em vermelho), Cidade de São Paulo 2006. ................290
Figura A.4 – Termo de autorização de desratização, Cidade de São Paulo, 2006..............291
xxii
SUMÁRIO
RESUMO.........................................................................................................................v
ABSTRACT...................................................................................................................vii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................................ix
LISTA DE TABELAS .....................................................................................................xi
LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................xvi
LISTA DE ANEXOS .....................................................................................................xxi
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO .................................................................................... 01
CAPÍTULO 2 – REVISÃO DE LITERATURA .............................................................. 05
2.1 – BIOLOGIA DOS ROEDORES SINANTRÓPICOS ..................................... 05
2.1.1 – Ratazana ............................................................................................ 06
2.1.2 – Rato-de-telhado .................................................................................. 08
2.1.3 – Camundongo ...................................................................................... 10
2.1.4 – Habilidades Sensoriais ....................................................................... 11
2.1.5 – Habilidades Físicas............................................................................. 12
2.1.6 – Alimentação ........................................................................................ 14
2.1.7 – Reprodução ........................................................................................ 15
2.1.8 – Dinâmica e Controle das Populações de Roedores ........................... 18
2.1.9 – Evolução da Sinantropia..................................................................... 23
2.2 – IMPORTÂNCIA DOS ROEDORES ............................................................ 28
2.2.1 – Danos Econômicos............................................................................. 28
2.2.2 – Problemas Sanitários.......................................................................... 31
2.3 – ROEDORES SINANTRÓPICOS EM SÃO PAULO.................................... 42
2.3.1 – Controle de Roedores......................................................................... 42
2.3.2 – Levantamento de Infestação Predial .................................................. 47
CAPÍTULO 3 – MATERIAL E MÉTODOS ................................................................... 51
3.1 – MATERIAL ................................................................................................. 51
3.1.1 – Fontes dos Dados............................................................................... 51
3.1.2 – Abrangência do Estudo ...................................................................... 52
xxiii
3.2 – LEVANTAMENTO DA INFESTAÇÃO ........................................................ 53
3.2.1 – Unidades Operacionais Básicas......................................................... 54
3.2.2 – Recursos Humanos e Materiais.......................................................... 55
3.2.3 – Inspeção dos Imóveis ......................................................................... 57
3.2.4 – Variáveis Observadas na Inspeção .................................................... 57
3.3 – ESQUEMA AMOSTRAL............................................................................. 62
3.3.1 – Notação .............................................................................................. 65
3.3.2 – Expansão de Imóvel para Quadra ...................................................... 67
3.3.3 – Expansão de Quadra para Setor Censitário....................................... 67
3.3.4 – Expansão de Setor Censitário para Subprefeitura ............................. 68
3.3.5 – Expansão de Subprefeitura para a Cidade......................................... 69
3.3.6 – Análise Descritiva ............................................................................... 70
3.4 – ANÁLISE DE REGRESSÃO LOGÍSTICA .................................................. 71
3.4.1 – Modelo Logit ....................................................................................... 71
3.4.2 – Definição das Variáveis Utilizadas nos Modelos ................................ 73
3.4.3 – Os Modelos......................................................................................... 76
3.5 – ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS............................................................... 76
3.6 – ANÁLISE ESPACIAL.................................................................................. 78
CAPÍTULO 4 – RESULTADOS.................................................................................... 80
4.1 – INFESTAÇÃO POR ROEDORES .............................................................. 81
4.1.1 – Infestação nas Subprefeituras ............................................................ 83
4.2 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL ..................................................................... 159
4.2.1 Fatores Ambientais.............................................................................. 160
4.2.2 Infestação por Roedores ..................................................................... 166
4.2.3 Estratificação Espacial......................................................................... 172
4.3 – MODELOS DE INFESTAÇÃO ................................................................. 175
4.3.1 – Modelos de Infestação por Espécie.................................................. 179
4.3.2 – Modelos por Local de Infestação...................................................... 186
4.4 – AGRUPAMENTO DAS SUBPREFEITURAS ........................................... 195
4.4.1 – Modelos de Infestação por Grupo de Subprefeituras ....................... 201
4.5 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE LEPTOSPIROSE................................... 210
CAPÍTULO 5 – DISCUSSÃO .................................................................................... 216
5.1 – ASPECTOS ESTATÍSTICOS................................................................... 216
xxiv
5.1.1 – Falta de Resposta............................................................................. 216
5.1.2 – Precisão das Estimativas.................................................................. 218
5.2 – FATORES AMBIENTAIS.......................................................................... 220
5.3 – TAXAS DE INFESTAÇÃO........................................................................ 225
5.3.1 – Espécies Infestantes......................................................................... 229
5.3.2 – Infestação nas Subprefeituras .......................................................... 233
5.4 – MODELOS DE INFESTAÇÃO ................................................................. 234
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................................... 244
6.1 – CONCLUSÕES ........................................................................................ 244
6.2 – RECOMENDAÇÕES................................................................................ 246
6.2.1 - Ao Método de Levantamento de Infestação...................................... 246
6.2.2 - Ao Programa de Controle de Roedores ............................................ 247
6.2.3 - À Administração Pública.................................................................... 249
6.3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 250
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 252
ANEXOS..................................................................................................................... 268
– CAPÍTULO 1 –
INTRODUÇÃO
Existem no mundo cerca de 2.000 espécies de roedores (Nowak, 1991), das quais
cerca de 50 são consideradas pragas, causando danos à agricultura e impactos negativos à
saúde pública. Na área urbana, de praticamente todas as cidades do mundo, inclusive em
São Paulo, apenas três espécies de roedor são consideradas sinantrópicas, ou seja, que
convivem próximas ao homem a despeito da vontade deste, e responsáveis por gerar
problemas de saúde publica. São elas: a ratazana (Rattus norvegicus), o rato-de-telhado
(Rattus rattus) e o camundongo (Mus musculus).
A convivência desses roedores com o homem é antiga e vem desde quando as
populações humanas ainda eram nômades, mas o estabelecimento desses animais como
verdadeiros sinantrópicos iniciou-se por volta de 10.000 a.C com o domínio da agricultura e
o estabelecimento das populações humanas, gerando excedentes alimentares que eram
explorados pelos roedores (SANTOIANNI, 1993). Mais tarde, o estabelecimento das rotas
comerciais permitiu a dispersão desses animais a partir de seu local de origem, o continente
asiático, para todas as localidades do mundo, inclusive o Brasil, país no qual foram
introduzidos pelos colonizadores europeus (LUND, 1994).
Estima-se que mais de 60 doenças possam ser transmitidas pelos roedores
sinantrópicos ao homem e aos animais (CARVALHO NETO, 1986; ALVES, 1990). Por isso,
a íntima convivência dos roedores com o homem tem levado à ocorrência de diversos surtos
de doenças ao longo da história, sendo os mais importantes: as epidemias de peste
bubônica ocorridas na Idade Média, que mataram um terço da população européia durante o
século XIV (SANTOIANNI, 1993); os surtos de tifo murino, responsáveis por ter decidido
inúmeras guerras, pela dizimação de exércitos desde a Idade Média até a metade do século
XIX (ZINSSER, 1935; U.S. PUBLIC HEALTH SERVICE 1949); e a leptospirose, responsável
até os dias atuais por ocasionar milhares de casos fatais todo ano e considerada uma das
doenças infecciosas mais prevalentes no mundo, sendo que em algumas localidades
tropicais os coeficientes de incidência chegam a 100 casos por 100.000 habitantes (RAO,
2006).
No Brasil, a principal doença transmitida pelos roedores é a leptospirose. Somente
no período de 1991 a 2006 foram registrados 47.935 casos, dos quais aproximadamente
70% ocorreram na área urbana ou suburbana (ARSKY, 2007). Na Cidade de São Paulo,
onde a leptospirose é considerada endêmica: no período entre 1998 e 2006 foram
Roedores na Cidade de São Paulo
2
registrados 2.542 casos, dos quais 370 foram a óbito; portanto, a taxa de letalidade, nesse
período, foi de 14,55% (GVISAM, 2006), podendo ser considerada alta, já que são
esperados cerca de 10% de casos graves da doença em relação ao total de casos
confirmados (BUZAR, 2007).
Devido aos históricos prejuízos econômicos e danos à saúde pública que os
roedores têm causado ao homem, uma questão que sempre intrigou a humanidade foi saber
quantos ratos existiam em uma dada localidade; por isso, várias estimativas, sem levar em
consideração os aspectos da metodologia científica, foram feitas. Por exemplo, em Londres,
no ano de 1800, estimou-se existirem 6.000.000 de ratos (BOELTER, 1909) e, mais
recentemente, estimou-se em 1983 que existiriam no mundo 17.000 milhões de ratos
(BAYER, 1983). A fim de se estabelecer parâmetros seguros de avaliação do tamanho da
população de roedores em uma dada área, diversas técnicas foram desenvolvidas, como as
estimativas por captura-marcação-recaptura, os levantamentos por densidade relativa, as
avaliações por censo de consumo, entre outras. Dada a dificuldade de aplicação dessas
técnicas na área urbana e a necessidade de avaliações rápidas e seguras, em 1964 o
Center for Disease Control and Prevention, de Atlanta, EUA, propôs o uso da técnica de
levantamento de infestação predial por roedores para a avaliação e monitoramento das
populações de roedores sinantrópicos, a princípio visando o estudo das populações
resistentes aos rodenticidas cumarínicos anticoagulantes, especialmente ao Warfarin
(JACKSON; KAUKEINEN, 1972; KAUKEINEN, 1994).
O levantamento de infestação predial por roedores consiste na obtenção do
percentual de imóveis infestados por roedores em relação ao total de imóveis existentes em
uma dada área, sendo a constatação da infestação feita com base na observação de
vestígios dos animais, tanto no intra como no peridomicílio. Além das informações sobre a
infestação por roedores, durante o levantamento são coletados dados sobre as condições
ambientais
1
, no que se refere à disponibilidade de alimento, abrigo e acesso para roedores
nos imóveis e nas áreas adjacentes. Todos esses dados têm o objetivo de implementar,
avaliar e direcionar os programas de controle de roedores (DAVIS; CASTA; SCHATS, 1977).
Na Cidade de São Paulo, devido à ocorrência endêmica da leptospirose em que
anualmente são registrados cerca de 280 casos confirmados e do repentino aumento do
número de reclamações referentes a roedores, registrados a partir do ano de 2003, o
programa de controle de roedores foi reestruturado em 2005, passando, a partir de então, a
1
No presente trabalho, condições (ou fatores, ou variáveis) ambientais referem-se estritamente ao ambiente
favorável ao desenvolvimento dos roedores, isto é, à disponibilidade de acesso, abrigo e alimento para roedores
nos imóveis e nas áreas adjacentes. Não se refere, portanto, ao meio ambiente de modo geral, nem ao clima.
Roedores na Cidade de São Paulo
3
adotar a técnica do levantamento de infestação predial como forma oficial de se mensurar o
grau de infestação por roedores na cidade (COVISA, 2005). Ainda em 2005 foram
realizados os primeiros levantamentos de infestação predial por roedores, primeiramente na
forma de projetos-pilotos em alguns bairros da cidade e em seguida, ainda na forma
experimental, em toda a cidade. Após os devidos ajustes metodológicos conduzidos quando
da realização dos estudos-pilotos, em julho de 2006 foi realizado o primeiro levantamento de
infestação predial por roedores na Cidade de São Paulo, que incluiu as 31 Subprefeituras
em que é dividida a administração municipal e as três espécies de roedor sinantrópico que
ocorrem na cidade, quais sejam, Rattus norvegicus, Rattus rattus e Mus musculus, sendo os
dados desse levantamento o objeto de pesquisa da presente dissertação.
Com os resultados obtidos pretendeu-se entender a dinâmica populacional dos
roedores na Cidade de São Paulo, conhecer as áreas mais infestadas e os principais fatores
preditivos e explicativos da infestação na cidade e em suas Subprefeituras. Por fim,
esclarece-se que os resultados encontrados servirão para embasar as ações da Secretaria
Municipal da Saúde, da Prefeitura de São Paulo, no controle de roedores e suas
conseqüências. Enfatiza-se, portanto, que a presente pesquisa não se tratou de mero
exercício teórico, mas de se obter resultados para ação prática, com expectativa de
conseqüências socioeconômicas e de saúde pública positivas para a população.
Além disso, pretendeu-se durante o trabalho discorrer sobre as várias possibilidades
de análise dos dados gerados pelo levantamento de infestação, desde a análise descritiva
dos resultados até a construção de modelos logísticos explicativos da infestação para
grupos homogêneos de Subprefeituras.
O objetivo geral deste trabalho foi avaliar a taxa de infestação predial por roedores
na Cidade de São Paulo e estudar os efeitos dos fatores ambientais e socioeconômicos
sobre a infestação na cidade e em suas 31 Subprefeituras.
Os objetivos específicos foram:
1. Estimar a taxa de infestação predial por roedores em cada uma das 31
Subprefeituras.
2. Modelar o efeito dos fatores ambientais (disponibilidade de fontes de
alimento, abrigo e acesso) e socioeconômicos (renda, escolaridade, cobertura
pelos serviços de saneamento, densidade populacional) sobre a infestação
por roedores na cidade e em suas 31 Subprefeituras.
Roedores na Cidade de São Paulo
4
3. Avaliar o efeito dos fatores ambientais e socioeconômicos sobre as três
espécies de roedores sinantrópicos (Rattus norvegicus, Rattus rattus e Mus
musculus).
4. Agrupar as 31 Subprefeituras em grupos homogêneos quanto aos fatores
determinantes da infestação.
5. Avaliar a correspondência espacial entre incidência e letalidade de
leptospirose, bem como os fatores socioeconômicos e ambientais e a
infestação por roedores.
6. Propor medidas que contribuam para a aplicação dos recursos municipais
visando à eqüidade e com isso melhorar a qualidade de vida da população
mais prejudicada pela infestação por roedores.
– CAPÍTULO 2 –
REVISÃO DE LITERATURA
Durante os últimos 55 milhões de anos de evolução, a ordem Rodentia tem se
destacado pelo seu sucesso na colonização dos ambientes terrestres em relação aos outros
mamíferos. A origem e subseqüente irradiação dessa ordem está baseada primariamente na
aquisição de um complexo de caracteres chave como especialização dos dentes incisivos,
das bochechas e do aparelho músculo-esquelético da mandíbula, da maxila e do crânio,
para roer e mascar (LUCKETT; HARTENBERGER, 1985). Tão vantajosas foram essas
adaptações que tornaram a ordem Rodentia a mais abundante entre todas as ordens de
mamíferos. Estima-se que existam cerca de 400 gêneros e de 1.800 a 2.300 espécies de
roedores no mundo, representando ao redor de metade de todas as espécies de mamíferos
conhecidas (HARTENBERGER, 1985; NOWAK, 1991). A distribuição da ordem é tão ampla
que todos os continentes e todas as ilhas, incluindo as menores, são colonizadas por esses
animais, muitas vezes graças à ajuda do homem, que os conduziu até elas. Esses animais
ocorrem em desertos, montanhas, em beiras de rios, cidades (HARTENBERGER, 1985),
enfim, aonde quer que o homem tenha ido, os roedores foram com ele.
2.1 – BIOLOGIA DOS ROEDORES SINANTRÓPICOS
Embora muitas pessoas considerem roedores, em geral, como praga, somente um
pequeno número de espécies causa danos econômicos e transmite doenças para o homem,
os animais domésticos e os silvestres. Provavelmente, menos de 50 espécies são
consideradas realmente pragas (ALVES, 1990). Destas, a maioria é considerada, apenas,
como praga agrícola, atacando campos de diversas culturas pelo mundo todo. Três
espécies são consideradas sinantrópicas
2
, isto é, espécies de animais que convivem
próximo ao ser humano, a despeito da vontade deste. São elas a ratazana (Rattus
norvegicus), o rato-de-telhado (Rattus rattus) e o camundongo (Mus musculus), sendo
consideradas, conforme Meehan (1984), de ocorrência em todo o mundo, inclusive na
Cidade de São Paulo, em que são encontradas infestando os quatro cantos (GARCIA,
1998).
2
Também se utilizam na literatura os termos: roedores comensais, urbanos, domésticos, parasitas (JACKSON,
1997).
Roedores na Cidade de São Paulo
6
Os roedores sinantrópicos pertencem ao Filo Mammalia, sendo sua classificação
filogenética a seguinte: Ordem Rodentia, Subordem Myomorpha, Família Muridae,
Subfamília Murinea (NOWAK, 1991). É característica desta Subfamília a fórmula dentária:
incisivos 1/1, caninos 0/0, pré-molares 0/0 e molares 3/3 (MEEHAN, 1984). Sendo que o
caractere morfológica mais evidente que os diferencia das outras ordens de mamíferos é o
diastema, um espaço entre os dentes incisivos e os molares.
Embora essas espécies de roedores possuam muitas características em comum,
elas pertencem a dois gêneros distintos. A ratazana e o rato-de-telhado pertencem ao
gênero Rattus, enquanto o camundongo pertence ao Mus. O gênero Rattus é o que possui o
maior número de espécies entre todos os gêneros de mamíferos (NOWAK, 1991). Alguns
autores consideram que tanto a espécie Rattus rattus quanto a Rattus norvegicus são
constituídas por várias subespécies que diferem quanto ao padrão de coloração do pelame
e algumas dimensões corporais (para maiores detalhes ver MEEHAN, 1984, ALVES, 1990 e
LUND, 1994). O mesmo pode ocorrer com a espécie Mus musculus, inclusive em algumas
publicações encontram-se as denominações Mus musculus domesticus, Mus musculus
musculus ou simplesmente Mus domesticus, como sinônimos (KAY; TWIGG; NICOL, 1994;
CHAMBERS; SINGLETON; KREBS, 2000; JACOB et al., 2002; KRACKOW, 2003;
POCOCK; SEARLE; WHITE, 2004). Outras classificam os camundongos sinantrópicos em
duas linhagens bem definidas: Mus musculus como sendo a espécie predominante no Velho
Mundo e Mus domesticus a predominante no Novo Mundo, inclusive no Brasil (LUND,
1994).
Apesar da aparente complexidade taxonômica que envolve essas três espécies de
roedores, especialmente os camundongos, para propósitos práticos de controle e de manejo
de suas populações urbanas, todas as subespécies de cada uma dessas espécies podem
ser consideradas iguais quanto à sua biologia e comportamento (MEEHAN, 1984). Por isso,
no presente trabalho utilizar-se-ão as denominações, já mundialmente consagradas, Rattus
norvegicus, Rattus rattus e Mus musculus. A seguir apresenta-se, baseado em U.S. PUBLIC
HEALTH SERVICE (1949), Brooks (1973), Meehan (1984), Alves (1990), Lund (1994) e
Brasil (2002), breve descrição das espécies e de suas características biológicas.
2.1.1 – Ratazana (Rattus norvegicus)
Originário da Ásia Central, no Brasil o Rattus norvegicus é conhecido como ratazana,
rato-de-esgoto, rato marrom, gabiru, entre outras denominações regionais, sendo a espécie
Roedores na Cidade de São Paulo
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predominante no país (Figura 2.1). É aqüícola, altamente adaptada ao nado, podendo ficar
submersa em água por aproximadamente trinta segundos (BROOKS, 1973). Vive,
preferencialmente, em beiras de córregos, bueiros, terrenos baldios, lixões, interior de
instalações e galerias de esgoto e água fluvial, mais comumente fora dos domicílios. Por
viver em locais que propiciam o contato com a água, esta é a espécie de roedor mais
importante na cadeia de transmissão da leptospirose, sendo inclusive o principal
reservatório dessa bactéria (BRASIL, 2002).
Foto: Masi
Figura 2.1 – Ratazana (Rattus norvegicus).
Formam colônias, que habitam tocas cavadas no solo, onde há hierarquia bem
definida com um ou mais machos dominantes e uma ou mais fêmeas que cuidam das
ninhadas. Das três espécies sinantrópicas é a maior, pesando de 150g a 600g e medindo
até 22cm (cabeça e corpo); possui orelhas pequenas, focinho rombudo, cauda de 16cm a
25cm (Figura 2.2) e fezes em forma de cápsula com extremidades rombudas,
assemelhando-se a um caroço de azeitona.
As ratazanas possuem raio de ação – deslocamento a partir da toca – de
aproximadamente 50 a 70m . No entanto, se há perturbação do ambiente ou escassez de
recursos, podem se deslocar por até 3,3km, conforme mostrado por estudos de telemetria
(FENN; MACDONALD, 1987). Alimentam-se, como os demais roedores, de variados itens,
como grãos, carnes, ovos e frutas, geralmente provindos do lixo gerado pelas atividades
humanas, preferindo alimentos frescos aos estragados. Quando caminham pela vegetação,
formam trilhas de fácil visualização e em paredes deixam, assim como as outras duas
espécies, manchas de gordura escurecidas. Entre as três espécies é a que apresenta
neofobia mais acentuada, isto é, têm medo de novos caminhos e situações, bem como de
alimentos e objetos diferentes que encontram pela primeira vez em seu território. Por isso,
quando se habituam com uma rota, dificilmente se desviam dela (BARNETT, 1966).
Roedores na Cidade de São Paulo
8
Em condições de laboratório vivem aproximadamente dois a três anos, porém,
quando fora do cativeiro, a média é de um ano. Estudos têm mostrado que menos de 5%
dos roedores nascidos em populações selvagens alcançam um ano de vida (BROOKS,
1973) e em geral as fêmeas vivem mais que os machos, o que pode ser atribuído à maior
freqüência de encontros agonísticos entre os indivíduos do sexo masculino (BARNETT,
1966).
Fonte: BRASIL. FUNASA - Manual de Controle de Roedores, 2002.
Figura 2.2 – Principais diferenças morfológicas entre as espécies de roedor sinantrópicos.
2.1.2 – Rato-de-Telhado (Rattus rattus)
A espécie Rattus rattus (Figura 2.3) é originária, provavelmente, do sudeste da Ásia,
de onde espalhou-se, através das rotas comerciais européias, por todos os continentes.
Hoje, esta é a espécie de roedor mais amplamente distribuída no mundo (NOWAK, 1991),
sendo a mais comum em áreas rurais do continente asiático, onde causa enormes prejuízos
nas plantações de arroz, milho, cacau, coco e cana-de-açúcar (ALVES, 1990).
Diferentemente das ratazanas, que possuem tocas próximas à água, o Rattus rattus,
espécie conhecida como rato-de-telhado, rato preto, rato de forro, rato de silo ou paiol,
Roedores na Cidade de São Paulo
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possui hábitos arborícolas, permanecendo em locais altos, como forros, árvores, sótãos e
armazéns. Habitualmente caminha sobre muros e até fios da rede elétrica, comportamento
importante em sua dispersão pela área urbana (BRASIL, 2002). Sua relação com a
transmissão da leptospirose ainda não está totalmente clara, mas vários estudos têm
comprovado a capacidade dessa espécie servir como reservatório do agente etiológico
(CARTER; CORDES, 1980; BROWNE, 1982; MONTES; DIMAS; RODRIGUES, 2002;
ESTEVES et al., 2005).
Fonto: Potenza, 2006.
Figura 2.3 – Rato-de-telhado (Rattus rattus).
Os ratos-de-telhado são menores do que as ratazanas, pesando de 100g a 350g,
são mais esguios e medem cerca de 20cm (cabeça e corpo). A cauda é maior do que a
soma da sua própria cabeça e corpo (Figura 2.2): por ser longa, auxilia no equilíbrio quando
o rato está caminhando por em lugares estreitos e altos. As orelhas são grandes e
proeminentes, finas e sem pêlos, o focinho é afilado e as fezes, fusiformes (similares às da
lagartixa). Possuem raio de ação similar ao da ratazana – entre 30 e 100 m (ALVES, 1990).
Também onívora, esta espécie tem acentuada preferência por frutas, grãos de
cereais, coco e verduras. Quanto à neofobia, ela parece não ser tão marcada nessa espécie
como o é na ratazana. Alguns autores argumentam que o rato-de-telhado apresenta um
estágio intermediário entre a neofilia (curiosidade pelas coisas novas colocads em seu
ambiente) e a neofobia (MEEHAN, 1984). Como uma de suas características marcantes,
possuem o hábito de carregar e estocar alimentos em lugares mais seguros ao invés de
Roedores na Cidade de São Paulo
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ingeri-los aonde encontram. São animais extremamente ágeis e com grande facilidade para
escalar e se equilibrar. Nas áreas urbanas costumam transitar sobre o madeiramento do
telhado, fios e cabos telefônicos e elétricos, onde deixam manchas de gordura e fezes, que
evidenciam sua presença.
A expectativa de vida dessa espécie em laboratório é de cerca de um ano e meio,
que em ambiente natural raramente excedem a um ano de vida. Estima-se que somente 3%
dos indivíduos de uma população de rato-de-telhado conseguem chegar a um ano de vida
(MEEHAN, 1984).
2.1.3 – Camundongo (Mus musculus)
O Mus musculus (Figura 2.4) é originário do Irã e da antiga União Soviética, sendo
descendentes do Mus musculus wagneri, o qual é originário da Ásia Central. O camundongo
é a menor das três espécies de roedor sinantrópicas (Figura 2.2), alcança 9cm (cabeça e
corpo), chega a pesar somente 25g. Predominantemente intradomiciliar, pode se saciar com
a ingestão de poucos grãos por dia (2 a 3g).
Têm como habitat o interior de móveis, despensas, armários, geralmente dentro do
domicílio. Costumam fazer seus ninhos no fundo de gavetas e armários pouco utilizados, no
interior de estufas de fogões e em quintais onde são criados animais domésticos. Seu raio
de ação é pequeno, de 3 a 10 metros. No entanto em algumas situações particulares,
principalmente, em áreas agrícolas, podem se deslocar por até 2km (MEEHAN, 1984).
Foto: Zorzenon e Justi Júnior, 2006.
Figura 2.4 – Camundongo (Mus musculus).
Roedores na Cidade de São Paulo
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Os camundongos são neófilos, isto é, possuem comportamento exploratório
acentuado, sempre investigando novos lugares e alimentos diferentes. Em uma única noite
podem penetrar em 20 a 30 diferentes locais à procura de alimentos. Estudos realizados
com esses animais mostram que eles gastam mais tempo explorando seu ambiente do que
em qualquer outra atividade (MEEHAN, 1984). Devido a esse hábito, possuem papel
importante como vetores mecânicos de microrganismos patogênicos ao homem e aos
animais domésticos.
Possuem grande capacidade de dispersão, pois, exibem diversas habilidades,
especialmente a de escalar e de passar por pequenas frestas. Entretanto, sem dúvida, a
principal forma de dispersão dessa espécie é o transporte passivo de um local para outro.
Devido ao seu pequeno tamanho podem ser transportados passivamente, em caixas de
engradados e mobílias, de um local infestado para outro sem roedores (GARCIA, 1998;
MEEHAN, 1984).
2.1.4 – Habilidades Sensoriais
Os roedores sinantrópicos são animais de hábitos noturnos e possuem adaptações
sensoriais especiais para se locomoverem na ausência de luz, obter alimento, água e evitar
os predadores. Destacam-se seu aguçado senso de olfato, paladar extremamente sensível,
excelente sensibilidade tátil, ótima acuidade auditiva, alto senso de exploração e
localização.
Olfato – Os roedores sinantrópicos possuem aguçado senso de olfato; locomovem-
se movendo ativamente a cabeça, farejando o ambiente. Por onde passam também deixam
seu odor, através da urina ou secreções do corpo, para que essas trilhas sejam seguidas
por outros indivíduos. O odor é importante na distinção de membros do mesmo grupo, de
fêmeas receptivas, de fontes de alimentos, e em muitos outros aspectos do comportamento
desses animais.
Tato – Este sentido também é altamente desenvolvido nos roedores sinantrópicos,
sendo as vibrissas, pêlos compridos próximos ao nariz, constantemente movimentadas para
“sentir” o ambiente. Para ter uma locomoção segura, os roedores sempre se locomovem
“tateando” as superfícies verticais, como paredes, com os pelos táteis, pêlos mais longos
que o restante e dispostos a intervalos regulares na pelagem, sendo este comportamento
conhecido como thigmotaxia. As vibrissas e os pêlos táteis são os principais “órgãos”
Roedores na Cidade de São Paulo
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responsáveis pelo tato, eles permitem que sejam localizados e reconhecidos obstáculos,
superfícies planas e horizontais, bem como o relevo do ambiente onde os roedores
habitam. Devido a esse comportamento, os roedores sinantrópicos sempre usam os
mesmos caminhos e passagens, por isso, onde costumam habitar formam trilhas
características, em que o mato deixa de crescer ou formam marcas de gordura, oriundas do
atrito do corpo dos animais da colônia com as superfícies das paredes e objetos.
Audição – Roedores têm senso de audição muito desenvolvido e adaptado para a
localização de objetos no escuro, inclusive são capazes de emitir ultra-sons (na faixa de
45Hz), os quais utilizam para ecolocalização.
Visão – Roedores sinantrópicos não possuem boa acuidade visual, sendo capazes
apenas de enxergar formas simples e detectar movimentos, porém possuem boa percepção
de profundidade, importante para o ato de saltar.
Paladar - De modo geral, os roedores possuem excelente paladar, muito similar ao
do ser humano. Normalmente optam por ingerir os alimentos mais nutritivos e palatáveis,
especialmente os ricos em açúcares, proteínas e gorduras. Podem detectar pequenas
quantidades (até 3ppm) de substâncias desagradáveis nas iscas e nos alimentos, evitando-
as (BROOKS, 1973). Em função deste comportamento, conhecido como refugagem da isca,
todas as iscas rodenticidas a serem lançadas no mercado primeiro devem ser aprovadas em
testes de palatabilidade.
Orientação – Em geral os roedores possuem alto senso de exploração e direção,
sendo extremamente ativos na investigação do seu território. A associação desses fatores
possibilita que eles tenham um conhecimento apurado da sua área de vida (home range), a
qual é totalmente “mapeada” em seu cérebro. Isto possibilita que conheçam a topografia, as
rotas de fuga, os esconderijos, os obstáculos e todas as demais características que lhe
sejam importantes para a sua sobrevivência. Esse comportamento é denominado
cinestésico (Kinesthetic).
2.1.5 – Habilidades Físicas
Os roedores sinantrópicos também se destacam pelas mais diversas habilidades
físicas como saltar, escalar, cavar, mergulhar, correr, entre outras.
Saltar – As três espécies possuem essa habilidade, porém ela é mais desenvolvida
no rato-de-telhado e no camundongo do que na ratazana. Estima-se que esses animais
Roedores na Cidade de São Paulo
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sejam capazes de saltar cerca de 70cm de altura na vertical e entre 110 e 120cm na
horizontal.
Correr – Embora não haja registros da velocidade máxima que esses roedores
possam atingir, basta observá-los correndo em fuga para se ter uma idéia da velocidade e
agilidade que são capazes de empregar, especialmente os camundongos.
Nadar – Embora as três espécies sejam capazes de nadar, a ratazana e o
camundongo mostram muito mais agilidade que o rato-de-telhado. Algumas estimativas
apontam que a ratazana e o camundongo podem nadar a 1,4km/h e 0,7km/h,
respectivamente. Além disso, a ratazana pode se manter flutuando na água por mais de 72
horas e mergulhar por mais de 30 segundos (BROOKS, 1973). Isso não chega a ser
surpreendente, já que esses animais são totalmente adaptados ao ambiente aquático, pois
costumam viver à beira de córregos e em bueiros. Além disso, devido a essa sua grande
habilidade para o nado, a ratazana invade as casas através da rede de esgoto ou água
pluvial, muitas vezes emergindo pelo vaso sanitário. O rato-de-telhado, embora não tão bom
nadador quanto a ratazana, consegue sobreviver em áreas alagadas, como é o caso das
plantações de arroz na Ásia.
Escalar – O rato-de-telhado, indubitavelmente, é o melhor escalador das três
espécies, podendo se mover com extrema desenvoltura por cabos elétricos, fios telefônicos
e encanamentos. O camundongo também mostra muita habilidade para escalar. Já a
ratazana, embora totalmente capaz de escalar, não possui a mesma desenvoltura das
outras duas espécies, por isso, dificilmente se observam infestações por essa espécie acima
do nível do solo. A melhor capacidade de escalar do rato-de-telhado e do camundongo é
atribuída às suas constituições físicas, que são muito mais esguias que a da ratazana.
Cavar – A ratazana é a única das três espécies de roedor sinantrópico que
habitualmente se abriga em tocas por ela mesma escavadas. Embora o rato-de-telhado e o
camundongo sejam capazes de escavar, raramente eles o fazem para se abrigar, sendo
mais freqüente fazê-lo com o intuito de obter acesso a uma fonte de alimento. As tocas das
ratazanas, em geral, servem-lhe a três propósitos: criar seus filhotes, proteger-se de
predadores e repousar durante o dia (MEEHAN, 1984). Os camundongos, em determinadas
situações, por exemplo, quando infestam granjas, podem viver em tocas, no entanto essas
são bem menos complexas que as das ratazanas, as quais costumam ser formadas por um
complexo de túneis com várias entradas e saídas.
Roer – Como o próprio nome da Ordem a que pertencem esses animais diz, uma
das suas maiores habilidades, sem dúvida, é a capacidade de roer estruturas duras como
sementes, por exemplo. Sabe-se, inclusive, que essa habilidade foi uma das responsáveis
Roedores na Cidade de São Paulo
14
pelo sucesso evolutivo desse grupo de mamíferos (LUCKETT; HARTENBERGER, 1985;
SANTOIANNI, 1993). Todas as três espécies sinatrópicas são igualmente hábeis em roer
qualquer estrutura em que o índice de dureza esteja abaixo daquela de seus dentes (5,5 na
escala de dureza de Mohs), o que inclui diversos materiais como massa de cimento,
alumínio, chumbo, asfalto, tijolos, entre outros.
2.1.6 – Alimentação
Os roedores sinantrópicos caracterizam-se por ser animais onívoros, comendo
qualquer espécie de alimento encontrado disponível. Apesar de cada espécie apresentar
peculiaridades quanto aos seus hábitos alimentares em ambiente silvestre e rural, inclusive
cada espécie tendo preferência por atacar determinados campos de produção, na área
urbana eles se valem dos alimentos que são mais abundantes e, portanto, facilmente
encontrados. Constitui-se, talvez, na mais importante fonte de alimento para roedores nesse
ambiento o lixo doméstico: ali eles encontram os mais diversos tipos de alimento capazes de
satisfazer suas necessidades nutricionais e metabólicas; inclusive, é sabido que populações
de roedores resistentes a rodenticidas anticoagulantes e que requerem maior ingestão de
vitamina K, em relação às populações susceptíveis, sobrevivem graças à presença desse
nutriente no lixo das grandes cidades (JACKSON; KAUKEINEN, 1972).
A ratazana alimenta-se principalmente de grãos, cereais, sementes, além de ter
preferência acentuada por alimentos ricos em gordura e proteínas, como carne (de frango,
bacon, peixe) e ovos; em algumas localidades, como as ilhas oceânicas, esses animais
chegam a predar filhotes de aves e mergulhar em busca de peixes (SANTOIANNI, 1993;
MCGUIRE et al., 2006). O rato-de-telhado apresenta preferência por alimentos mais úmidos
e ricos em açúcares, sua alimentação baseia-se na ingestão de frutas, verduras, folhas,
raízes, fungos e pequenos vertebrados. O camundongo alimenta-se principalmente de grãos
(tendo preferência por nozes e castanhas), sementes e de migalhas dos mais diversos
alimentos que encontra pelo chão. Aproximadamente, a ratazana e o rato-de-telhado
consomem por dia o equivalente a 10% do seu peso em alimento seco e entre 5 a 10%,
dependendo da dieta adotada, de seu peso em água. O camundongo necessita de cerca de
20% do seu peso em alimento diário. Esse maior consumo ocorre porque seu metabolismo
é mais rápido do que o das outras espécies, além disso, essa espécie praticamente não
ingere água (a não ser quando sua dieta se concentra em alimentos extremamente secos) a
qual é proveniente do próprio metabolismo. Independentemente da espécie,
Roedores na Cidade de São Paulo
15
proporcionalmente, indivíduos jovens consomem mais alimento que os mais velhos
(MEEHAN,1984).
Considerando-se que uma ratazana adulta pesa cerca de 330g, ela ingeriria,
aproximadamente, 30g de alimento diário, o rato-de-telhado, pesando cerca de 200g,
ingeriria 20g e o camundongo, com peso médio de 10g, ingeriria apenas 2 g de alimento por
dia (BROOKS, 1973). Além disso, sabe-se que os roedores contaminam cinco vezes mais
alimento do que consomem (BEIGIN, 1998), então, em um ano poder-se-ia esperar que
somente uma ratazana geraria o consumo e/ou contaminação de 54,75kg de alimentos.
Supondo-se que haja nos Estados Unidos uma população de 1 bilhão de ratos somente nas
áreas urbanas (PIMENTEL in BATERSBY; WEBSTER, 2001), a perda anual de alimentos
esperada seria da ordem de 54.750.000kg.
De fato as perdas de alimento devido ao consumo e/ou contaminação por roedores
são grandes. Durante a década de 1960, a FAO (Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação) estimou que mais de 33 milhões de toneladas de alimentos era
destruída anualmente por ratos (MEEHAN, 1984). O programa de controle de roedores
conduzido pela Organização Mundial de Saúde, em Barbados, durante o triênio 1978 a
1980, descartou um total de 33.869,5kg de alimentos por terem sido contaminados pelos
roedores (BROWNE, 1982). Leung e Clark (2005) consideram que o consumo e
contaminação de alimentos ocasionados pelos roedores sinantrópicos em granjas de
criação de suínos geram aumento de custos com os insumos alimentares da ordem de 15 a
20%.
2.1.7 – Reprodução
Além do fato desses animais possuírem todos os atributos anteriormente citados que
lhes permitiram prosperar como o grupo de mamíferos mais bem sucedidos na Terra, a
principal característica, que os torna adaptáveis a qualquer ambiente, é sua alta taxa
reprodutiva, a qual resulta da rápida maturidade sexual, do curto período gestacional, estro
pós-parto, gestação poli-estral e grandes ninhadas. A soma dessas características resulta
em uma taxa exponencial de crescimento quando há suficiente oferta de alimento e abrigo
para suportar o crescimento contínuo da população.
Estima-se que sob condições teóricas ideais, e presumindo que todos os filhotes
sobrevivam, um casal de camundongos geraria, em um ano, 2.000 descendentes
Roedores na Cidade de São Paulo
16
(MEEHAN, 1984). É certo que isto não acontece, mas uma estimativa de que 5 a 10% dos
descendentes sobrevivam é bem razoável (BROOKS, 1973; MEEHAN, 1984).
Considerando-se essa taxa de sobrevivência, ao final de um ano, esperar-se-ia a geração
de cerca de 100 a 200 camundongos descendentes do casal inicial. Então, considerando
uma população com 40 indivíduos, aceitando-se que a razão entre os sexos seja de 1:1,
teríamos 20 casais, que gerariam um total, de no mínimo, mais 1.000 descendentes no final
do primeiro ano. Supondo-se que a taxa de sobrevivência se mantivesse constante, então,
ter-se-ia uma taxa exponencial de crescimento dessa população, expressa pela equação:
(
)
(
)
0
rt
Nt N e=
onde N(t) é o número de indivíduos na população após t unidades de tempo, N(0) é o
tamanho inicial da população e r é a taxa de crescimento exponencial, sendo e a constante
base dos logaritmos naturais, que vale 2,72. Esse crescimento resultaria em uma curva que
acelera cada vez mais rapidamente, cuja inclinação varia diretamente com o tamanho da
população (RICKLEFS, 2003). Graficamente (Figura 2.5) pode-se representar o primeiro ano
de crescimento de uma população iniciada por apenas 1 casal.
8
40
200
1000
0
500
1000
1500
01234
Número de descendentes
Estações reprodutivas no ano 1
Figura 2.5 - Taxa de crescimento exponencial a partir de um casal hipotético de
camundongos durante as quatro estações reprodutivas de um ano, considerando-se taxa de
sobrevivência de 100% dos descendentes e de 8 filhotes por ninhada.
Das três espécies de roedores sinantrópicos, certamente a mais prolífera é a
ratazana, que produz entre 8 e 12 ninhadas em um ano, com cerca de 7 a 12 filhotes por
Roedores na Cidade de São Paulo
17
ninhada. Em seguida vem o rato-de-telhado com 4 a 8 ninhadas por ano, produzindo,
também, de 7 a 12 filhotes por ninhada. Finalmente aparece o camundongo com apenas 4 a
6 ninhadas por ano e produzindo 3 a 8 filhotes por ninhada. O período gestacional para as
três espécies é curto, durando entre 19 e 24 dias. O período de amamentação dura cerca de
30 dias e os filhotes tornam-se maduros sexualmente entre 2 e 3 meses de idade, ou até
menos para o caso do camundongo (BRASIL, 2002). O ciclo estral dura entre 4 e 6 dias,
com quatro estágios: proestro, estro, metaestro e diestro; durante o período fecundo, que
compreende o estro, uma fêmea de ratazana pode acasalar até 500 vezes (SANTOIANNI,
1993). A prevalência de fêmeas grávidas varia grandemente em função das condições
ambientais e das próprias características intrínsecas à população: a literatura cita valores
variando de 10,7% a 52%, com número médio de embriões por fêmea de 3,8 a 9,9
(BROOKS, 1973; MEEHAN, 1984; ALVES, 1990; EASTERBROOK et al., 2007). Outra
característica que torna os ratos e camundongos altamente prolíferos é o estro pós-parto.
Quando as condições ambientais são favoráveis, uma fêmea pode entrar em estro 3 a 5
dias após ter dado a luz a uma ninhada, sem interromper a amamentação e os cuidados
com os recém-nascidos (MEEHAN, 1984). Certamente, um fator que contribuiu
evolutivamente com o sucesso adaptativo desses roedores é o cuidado parental dispensado
pelas fêmeas com suas ninhadas, já que isto aumenta a chance de sobrevivência dos
filhotes, bem como sua capacidade de se adaptar ao ambiente onde vivem.
Para finalizar, segue apenas mais um exemplo da extraordinária capacidade
reprodutiva dos roedores em condições ambientais ideais. Santoianni (1993) cita que a
fêmea do “Rattus norvegicus é sexualmente madura na idade de oito a doze semanas, pode
reproduzir-se de três a cinco vezes por ano (sua gravidez é de três-quatro meses) e dá luz
de 4 a doze filhotes. Embora esse animal viva apenas três anos, neste tempo, pode gerar de
um mínimo de noventa e seis a um máximo de cento e setenta filhotes. Se cada um destes
produzisse – em média – cento e trinta filhotes, e cada um destes últimos gerasse outros
cento e trinta, então, em três gerações (nove anos) nasceriam dois milhões, cento e noventa
e sete mil ratazanas”.
Roedores na Cidade de São Paulo
18
2.1.8 – Dinâmica e Controle das Populações de Roedores
As populações de roedores sinantrópicos, assim como de muitos outros seres vivos,
possuem distribuição gregária no ambiente, ou seja, essas populações distribuem-se no
espaço de acordo com a distribuição dos recursos que lhes são essenciais à sobrevivência
(JACKSON, 1997; BARNETT, 2005). Este tipo de distribuição também se relaciona ao
comportamento desses animais de viverem em grupos (RICKLEFS, 2003), que podem ser
ou não grupos familiares. As colônias de roedores, geralmente, são formadas por indivíduos
de ambos os sexos, divididos em várias categorias etárias (recém-nascidos, infantes,
jovens, sub-adultos e adultos). Nos estudos científicos, a classificação nessas categorias
toma como base o peso dos indivíduos (QUY et al., 1999; ABU-MADI et al., 2005;
MCGUIRE et al., 2006).
Os machos adultos são os principais membros da colônia, sendo divididos em três
categorias hierárquicas: “Alpha” são os indivíduos maiores, possuem livre movimentação
dentro da colônia, são os responsáveis pela demarcação e defesa do território e possuem
prioridade de acesso às fontes de alimento e às fêmeas receptivas à copula.
Resumidamente, esses caracterizam-se como os indivíduos dominantes dentro do grupo.
Hierarquicamente abaixo dos machos Alpha, aparecem os “Beta”, os quais se adaptam a
um papel inferior dentro da colônia, evitando o conflito com os dominantes; desta forma,
convivem bem dentro da colônia, tendo acesso às fontes de alimento e muitas vezes
conseguindo copular com algumas fêmeas. Os machos Beta, juntamente com os Alpha,
participam da defesa do território, atacando intrusos que porventura tentem ter acesso aos
recursos da colônia. No último nível hierárquico estão os indivíduos tidos como “Omega”.
Estes são desprezados pelos demais indivíduos da colônia e constantemente atacados
pelos Alpha e Beta, que os privam de ter acesso às fontes de alimento, fazendo com que,
muitas vezes, morram devido aos ataques ou de desnutrição (Barnnett, 1966; NOTT; SIBLY,
1993; BARNETT, 2005). Em geral esses indivíduos são os primeiros a emigrar em busca de
novos nichos disponíveis ou tentando ser aceitos em outras colônias, onde ocupariam uma
posição Beta. Todos os demais indivíduos, ou seja, as fêmeas, os jovens e os infantes
ocupam uma posição de submissão aos Alpha. Além disso, a criação dos recém-nascidos e
infantes compete exclusivamente as fêmeas da colônia.
O tamanho da população de roedores numa determinada área é determinada pela
capacidade suporte do ambiente e de seus fatores limitantes, tais como: alimento, água,
abrigo, parasitas/doenças, predadores e competidores (JACKSON, 1997; CHANNON et al.,
2006). A manutenção de condições ideais é que vai permitir que uma população explore ao
Roedores na Cidade de São Paulo
19
máximo seu potencial de crescimento, conforme descrito na Seção anterior. No entanto,
sabe-se que uma população só pode crescer até um determinado tamanho, quando então
começam a se esgotar os recursos (fatores dependentes da densidade), fazendo com que a
taxa de crescimento se estabilize e, por fim, havendo um equilíbrio entre as taxas de
natalidade e mortalidade, o que resulta em manutenção do tamanho da população constante
no ambiente ao longo do tempo (BROOKS 1973; RAMSEY; WILSON 2000; RICKLEFS,
2003). Graficamente, isso é representado por uma curva em forma de “S”, ou seja, uma
curva sigmóide, em que haveria um lento crescimento no início, com uma sucessiva
aceleração, quando a taxa de crescimento atinge seu ponto máximo; na seqüência o
crescimento volta a ser lento, até se estabilizar e por fim parar, atingindo a capacidade
suporte do ambiente (BARNETT, 2005). Caso haja escassez de recursos a curva tomaria
aceleração descendente, ocasionada pelo aumento da mortalidade.
Por essas características, quais sejam, alta natalidade e mortalidade, tem sido
proposto que as populações de roedores se comportariam como competidores “r” em
situações onde há abundância de nichos de alimentação e de abrigo vagos e como
competidores “k” quando a população já se encontra no limite da capacidade suporte do
ambiente. Assim, na primeira situação haveria o nascimento de grande quantidade de
filhotes para repor os nichos vagos dentro da própria colônia, enquanto que na segunda, a
taxa de natalidade seria reduzida ao nível suficiente apenas para repor as mortes dentro das
próprias colônias, ou seja, a população se manteria pela taxa de reposição (JACKSON,
1997; RICKLEFS, 2003; RAO, 2006). No entanto, ainda assim, haveria a produção de
pequeno número de excedentes na população, que serviriam para a mutenção do fluxo
gênico entre diferentes colônias ou metapopulações.
Como conseqüênca da estabilização no tamanho de uma colônia de roedores em
uma dada área, tem-se o aumento na dispersão dos indivíduos com menor acesso aos
recursos, bem como dos sub-adultos em busca de fêmeas para acasalamento e de novos
nichos vagos no ambiente. A emigração desses indivíduos da colônia original contribui para
a formação de novas colônias e conseqüente aumento da população naquela área. Os
principais fatores que estimulam a migração dos roedores são o comportamento exploratório
(BROOKS, 1973; LANGTON; COWAN; MEYER, 2001) e a agressividade dos machos Alpha
contra os outros membros da colônia, especialmente quando a densidade populacional se
torna excessivamente elevada (BARNETT, 2005), fazendo com que os indivíduos mais
jovens e os que ocupam menor nível hierárquico procurem novas fontes de alimento e
abrigo.
Roedores na Cidade de São Paulo
20
Embora essas características sejam comuns a muitas espécies de animais e operem
em diversos ambientes, no espaço urbano as populações de roedores encontram
características mais favoráveis a sua proliferação e dispersão. O ambiente urbano,
comparado com outros ambientes, é composto, principalmente, por estruturas e objetos
manufaturados pelo homem, como madeiras, concreto, tijolos, plástico, entre outros. As
condições climáticas, como temperatura e umidade, são mais estáveis quando comparadas
aos ambientes silvestres, assim como as variações sazonais são menos acentuadas. Em
contrapartida, esses ambientes são mais instáveis e, portanto, sujeitos a mudanças
repentinas provocadas pelo homem. No ambiente urbano há maior densidade de
predadores, como os cães, os gatos e o próprio homem. Os suprimentos de alimento e
abrigo, também, são mais abundantes no ambiente urbano em relação aos naturais. Todos
esses fatores afetam a dinâmica populacional dos roedores nesse habitat (POCOCK;
SEARLE; WHITE, 2004), tornando difícil a aplicação dos modelos ecológicos preditivos,
normalmente utilizados nos estudos de populações animais em ambientes selvagens. A
continuidade entre os diversos ambientes, na área urbana, certamente faz com que as
populações de roedores encontrem maior facilidade em crescer e ampliar sua ocupação,
tornando difícil estimar qual seria a capacidade suporte de uma cidade com a dimensão de
São Paulo, onde são produzidas toneladas de lixo diariamente, além de existirem inúmeras
possibilidades de abrigo e oferta de alimento aos roedores sinantrópicos geradas pelas
ações antrópicas.
Em resposta ao contínuo crescimento das populações de roedores nas áreas
urbanas, medidas de controle têm sido conduzidas ao longo dos anos. Essas medidas
fundamentam-se, principalmente, no controle químico dessas populações com rodenticidas.
No entanto, quando essas medidas não são conciliadas com adequado manejo ambiental, e
conseqüentemente redução da capacidade suporte do ambiente, elas se tornam ineficazes.
Essas ações geralmente acarretam apenas oscilações no tamanho da população em torno
da capacidade suporte do ambiente. Já as intervenções ambientais, especialmente, as
associadas a melhoria nas condições de saneamento ambiental, renda e educação refletem-
se numa imediata e permanente diminuição da população de roedores (Figura 2.6), em
função da redução duradoura das fontes de alimento, abrigo e acesso (BARNETT, 2005;
MASI, 2006; MASI; VILAÇA; RAZZOLINI, 2008).
Roedores na Cidade de São Paulo
21
Figura 2.6 – Efeito das intervenções ambientais na capacidade suporte do ambiente e sobre
a dinâmica de uma população hipotética de roedores em uma área urbana.
Número de indivíduos na população
Mês
Capacidade suporte
Capacidade suporte
Intervenção ambiental
Flutuação sazonal da população
Flutuação sazonal da população
Apesar desses princípios serem amplamente conhecidos, ao longo das últimas cinco
décadas, o controle de roedores tem se baseado no uso dos rodenticidas cumarínicos, cujo
principal efeito é agir no ciclo metabólico da vitamina K e interferir com os processos de
coagulação do sangue, levando os roedores a morte por hemorragias (ENDEPOLS, 2002).
Em virtude do sucesso desses compostos, muitos programas de controle de roedores
abriram mão das medidas de manejo ambiental em função do uso indiscriminado de
rodenticidas. Esta prática, além de levar a falhas no controle efetivo das populações murinas
(JACKSON; KAUKEINEN, 1972), também fez surgir o fenômeno da resistência (BOYLE,
1960; JACKSON; KAUKEINEN, 1972), que nada mais é do que a evolução de populações
de roedores com alterações genéticas (no cromossomo 1 para a ratazana e no 7 para o
camundongo), que os tornaram mais tolerantes às doses comumente empregadas para
eliminar as populações susceptíveis (KOHN; PELZ; WAYNE, 2000; PELZ et al., 2005), além
de gerarem contaminação ambiental e risco de intoxicações secundárias por meio da cadeia
alimentar. Para se ter idéia do volume de rodenticidas utilizados mundo afora, somente na
Itália, no ano de 1975, foram consumidas quatrocentas e sessenta toneladas (SANTOIANNI,
1993). Na Cidade de São Paulo, embora não haja registros do consumo total, ou seja das
empresas privadas e do uso individual feito pelos munícipes, sabe-se que somente a
Roedores na Cidade de São Paulo
22
Secretaria da Saúde consumiu no período de 2003 a 2007 mais de 129 toneladas (para
maiores detalhes ver Seção 2.2.2).
A resistência aos rodenticidas possibilita que populações de roedores se proliferem e
alcancem a capacidade suporte do ambiente, mesmo nas áreas sujeitas a controle químico
permanente. Além disso, a emigração de indivíduos de populações resistentes para outras
áreas pode contribuir para disseminar o alelo da resistência, fazendo com que outras
populações se tornem resistentes. Como conseqüência, pode-se esperar que dentro de
pouco tempo não seja mais possível se controlar os roedores com os rodenticidas
atualmente em uso, uma vez que já se conhecem populações de ratazana resistentes aos
rodenticidas cumarínicos de segunda geração (ROWE; PLANT; BRADFIELD, 1981;
GREAVES; SHEPHERD; QUY, 1982; ENDEPOLS, 2002; KOHN; PELZ; WAYNE, 2003).
Outro fator que normalmente dificulta o controle das populações de roedores,
especialmente da ratazana, é a neofobia, descoberta pela primeira vez em 1768 por Smith,
que foi o primeiro autor a publicar um trabalho sobre a ratazana após sua introdução na Grã
Bretanha (SHORTEN, 1954). A neofobia é definida como a resposta (inata ou instintiva) dos
ratos a qualquer objeto ou substância nova adicionada ao seu ambiente. Acredita-se que a
neofobia seja resultado da seleção natural dos ratos que viviam com os ancestrais
humanos, e que ela tenha surgido em resposta às constantes mudanças que o ser humano
faz no ambiente, obrigando os ratos a darem novas respostas a novas situações ou objetos
introduzidos (BARNETT, 2005). Provavelmente, o principal fator que agiu como pressão de
seleção para o desenvolvimento da neofobia foi o uso de substâncias tóxicas na tentativa de
controlar a população desses animais nas áreas agrícolas na antiguidade e na Idade Média.
A neofobia, embora atue sobre o indivíduo, pode ter conseqüências sobre a
população. É amplamente sabido pelos profissionais de controle de pragas, que qualquer
substância empregada para o controle de roedores, que tenha efeito agudo sobre o animal
que a ingerir, desencadeará em toda a colônia o efeito conhecido como refugagem da isca
(bait shyness). A partir desse momento, toda e qualquer tentativa de controle que se tentar
estará fadada ao insucesso (MEEHAN, 1984; ALVES, 1990). Embora a neofobia seja mais
acentuada na ratazana, ela também está presente no rato-de-telhado. Já o camundongo
apresenta o comportamento contrário, ou seja, a neofilia, por isso a maior facilidade de se
controlar esses animais com ratoeiras e armadilhas cola, por exemplo (MEEHAN, 1984).
Tendo em vista as grandes dificuldades que envolvem as medidas de controle de
roedores, é necessário o entendimento dos fatores que regulam as populações, tais como a
disponibilidade das fontes de alimento, abrigo e acesso existentes na área urbana, como
elas interagem e influenciam a dinâmica populacional desses animais, para que medidas
Roedores na Cidade de São Paulo
23
efetivas de controle sejam propostas, visando diminuir os riscos à saúde humana
associados à presença desses animais indesejáveis, além de minimizar os prejuízos
econômicos que ocasionam (CARVALHO NETO, 1986; WHO, 1992). Sendo alguns dos
pressupostos básicos do que hoje é conhecido como manejo integrado de pragas
(BEVILLACQUA et al., 2004). Enfim, o controle de roedores, como postulou Caughley (1977
in FENN; MACDONALD 1987), deve se basear no manejo do ambiente já que “populações
são mais vulneráveis a manipulação de seu habitat do que elas são ao manejo direto de seu
número”.
2.1.9 – Evolução da Sinantropia
Juntamente com o homem, os roedores sinantrópicos são os mamíferos de maior
sucesso na Terra: hoje eles se dispersam por todos os ambientes, desde o clima gélido da
Antártida até os mais quentes desertos, como o do Atacama e do Saara. Esse sucesso não
teria sido alcançado, se não fosse pelo próprio homem. As profundas alterações propiciadas
no meio ambiente pelas populações humanas, principalmente a produção e o
armazenamento de alimentos, bem como o estabelecimento de rotas de comércio e
transportes, têm permitido a proliferação e dispersão dos roedores de seu local de origem
na Ásia para todos os ambientes que o homem povoa, especialmente para os grandes
centros urbanos, onde há incomensuráveis possibilidades de alimento, abrigo e acesso para
esses animais (BROOKS, 1973).
Não há registro fóssil de roedores convivendo com os primeiros humanos nas
cavernas (SANTOIANNI, 1993), mas é possível que isso possa ter acontecido, já que há
muitas evidências da convivência desses humanos com outros animais considerados
sinantrópicos como baratas, moscas, mosquitos e pulgas (ROBINSON, 1996). Ao certo, o
que se sabe é que a relação entre esses roedores e o homem iniciou-se quando as
populações humanas ainda eram nômades e não produziam excedentes alimentares, mas
geravam resíduos que interessavam aos roedores, que as seguiam (SANTOIANNI, 1993). O
convívio com o homem trouxe vantagens seletivas aos roedores. Embora alguns desses
animais fossem capturados pelos humanos e lhe servissem de alimento, a maioria dos
indivíduos era beneficiada por essa associação, já que, se alimentando dos resíduos
deixados pelo homem, conseguiam grandes quantidades de alimentos em áreas reduzidas e
podiam dedicar mais tempo ao cuidado de sua prole comparado aos indivíduos selvagens,
que precisavam procurar alimentos em grandes áreas e despendiam grande tempo nessa
Roedores na Cidade de São Paulo
24
atividade. Além disso, a presença humana nos acampamentos afugentava possíveis
predadores, como corujas e gatos, que eram espantados pelo fogo e pelo próprio homem
(SANTOIANNI, 1993). Provavelmente, essa foi a maneira pela qual a seleção natural agiu
para selecionar roedores cada vez mais aptos ao convívio humano.
Mais tarde, com o domínio da agricultura (cerca de 10.000 a.C.) e o assentamento
das populações humanas em áreas definitivas, gerando excedentes de produção de
alimentos, criou-se o ambiente propício para a proliferação dos roedores sinantrópicos nos
silos de armazenagem, onde a quantidade de alimentos era abundante e permanente,
criando a possibilidade quase ilimitada de procriação para esses animais. Isso deve ter
ocorrido, mais precisamente, há cerca de seis mil anos e coincide com a invenção do arado
no Oriente Médio (SANTOIANNI, 1993). Em seguida, estabeleceu-se o comércio de
alimentos e mercadorias entre diversos assentamentos, possibilitando a dispersão passiva
dos roedores de um local para outro, juntamente com as mercadorias transportadas. A partir
daí, outro ponto favorável ao convívio dos roedores ao lado do homem, foi o surgimento das
cidades, já que essas, além da constante oferta de alimentos, forneciam incontáveis
possibilidades de abrigo, sem contar o acesso a outras áreas, quando o alimento se tornava
escasso em algum lugar, era providenciado através dos sistemas de esgotamento sanitário.
A soma desses fatores, associada à precariedade dos sistemas de saneamento e dos
hábitos de higiene na Idade Média, permitiu que as cidades européias dessa época se
tornassem intensamente infestadas pelos roedores, que passaram não mais a viver nos
silos e armazéns de alimento, mas dentro das casas dos seres humanos, comendo seu
alimento, vivendo sob seu teto e transmitindo-lhes doenças. Essa íntima relação entre os
roedores e o ser humano trouxe graves conseqüências para a humanidade, como as
grandes epidemias de peste bubônica que assolaram a Europa nos séculos II, III, VI,VII
(SANTOIANNI, 1993). Seguiu-se um período silencioso, após o qual, no século XIV, ocorreu
a maior epidemia de peste da história, que devastou cerca de 30% da população européia.
Novas epidemias sucederam-se nos séculos XVI, XVII e XVIII. Por fim, a dispersão das
espécies de roedores sinantrópicos pelo mundo deu-se com o início do comércio mundial
(na era medieval, século XII) entre a Europa e as chamadas Índias e se intensificou a partir
dos séculos XV e XVI, com a expansão marítima européia e com o surgimento das novas
rotas de comércio internacional entre os países europeus, a África e as Américas (BROOKS,
1973; SANTOIANNI, 1993). Até os dias atuais esses animais têm sido levados a bordo de
embarcações para ilhas isoladas no meio dos oceanos, trazendo grandes prejuízos às
espécies animais endêmicas (BUCKLE; FENN, 1992; CILIES; PIERCE, 1999; DONLAN et
al., 2003; ROBERTSON; GEMMELL, 2004; ABDELKRIM; PASCAL; SAMADI, 2005).
Roedores na Cidade de São Paulo
25
A primeira das três espécies de roedor sinantrópico a alcançar a Europa e as
Américas foi o rato-de-telhado. Provavelmente, sua origem está nas ilhas da Indonésia e
das Filipinas e sua dispersão para a Europa deu-se a partir da Índia, através das rotas de
comércio de mercadorias e também pelos navios que transitavam entre a Índia e a Pérsia,
navegando no Golfo Pérsico e no Mar Vermelho. A partir dessas rotas marítimas de
comércio, eles alcançaram a África e o Mediterrâneo, sendo provável que esse animal fosse
familiar aos antigos gregos e romanos (BROOKS, 1973). Existem registros de sua entrada
na Europa que datam da época das Cruzadas, entre os séculos XI e XII, sugerindo que ele
tenha vindo da Pérsia de navio e se instalado na Grécia (BOELTER, 1909), de onde se
dispersou rapidamente para o sudeste da Europa e em seguida infestou todo o continente
(BROOKS, 1973). No século XVIII, com a chegada da ratazana, devido à competição
interespecífica, as populações de rato-de-telhado sofreram fortes retrações, inclusive
deixando de existir em algumas áreas, onde foi totalmente suplantado pela ratazana
(BOELTER, 1909). A chegada do rato-de-telhado às Américas data de 1544, quando a
espécie alcançou o Peru, vindo da Europa nos navios dos primeiros colonizadores. Em 1609
há registros da presença desse roedor em Virginia, Estados Unidos, e em 1615, de uma
ratada
3
de rato-de-telhado nas Bermudas. No Brasil, os primeiros locais aonde essa espécie
chegou foram as margens do Rio Paraná e o litoral da Região Sudeste (LUND, 1994),
provavelmente nos primeiros anos da colonização.
A origem da ratazana, provavelmente, é a Índia e sua convivência com as
populações humanas asiáticas começou por volta do século VII a.C. Posteriormente,
acompanhando navios e caravanas de mercadores, esses roedores foram levados para a
Europa e a África (SANTOIANNI, 1993). Mais especificamente, foi em 1727, que as
ratazanas invadiram a Europa, vindas da região do mar Cáspio e da Pérsia, tendo cruzado o
rio Volga próximo à cidade de Astracão. Já em 1731 eram encontradas infestando os navios
ingleses vindos da Índia. Em 1750 esses animais dispersaram-se do porto de Odessa para a
Rússia, os Bálcãs, a Áustria e para a Prússia; em 1753 chegaram a Paris, entre 1770 e
1790 chegaram à Suíça, Suécia, Noruega e Dinamarca e no ano de 1800 já infestavam
quase toda a Europa (BOELTER, 1909). Partindo da Europa, nos navios comerciais
ingleses, a ratazana alcançou a América do Norte em 1775, ficando restrita à área costeira
até 1825. Posteriormente dispersou-se para o interior dos Estados Unidos, alcançando
Washington em 1855, o Missouri em 1870, São Francisco e Nova Iorque em 1880, e em
1900 já infestavam todo o país e o Canadá, exceto nas áreas onde o frio e a neve o
impediram de chegar (WYMAN, 1910; BOELTER, 1909). Registros da chegada da ratazana
3
Ratada – aumento súbito no tamanho da população de roedores em uma determinada área em resposta a
alterações ambientais, como por exemplo a floração de espécies de bambu.
Roedores na Cidade de São Paulo
26
na América do Sul são escassos, mas é provável que os primeiros indivíduos tenham
chegado ainda no século XVIII junto com os navios dos colonizadores espanhóis e
portugueses, bem como dos mercadores ingleses.
A sinantropia do camundongo e seu hábito de se servir das despensas dos homens
têm origens remotas. Acredita-se que seu hábito comensal tenha começado na região do
mar Cáspio, há cerca de 23 mil anos (SANTOIANNI, 1993). Alguns registros indicam que há
cerca de 12 mil anos essa espécie já estava presente nos assentamentos agrícolas da
Mesopotâmia e do Egito (LUND, 1994). Acredita-se que esse primeiro camundongo que se
associou ao homem seja o Mus musculus wagneri, originário do Irã e da antiga União
Soviética, mais especificamente dos atuais Cazaquistão e Turcomenistão, e que seja essa a
linhagem que deu origem às atuais subespécies do Mus musculus (BROOKS, 1973). A
partir do ano 2000 a.C., uma linhagem desse camundongo ancestral dispersou-se da
Mesopotâmia para Índia, China, Malásia, Austrália e Polinésia e outra linhagem partiu do Irã
para o Iraque, Síria, Palestina e Egito de onde, posteriormente, seguindo as rotas
comerciais, ambas teriam alcançado a Europa (BROOKS, 1973; LUND, 1994).Na Europa,
há relatos da presença de camundongos tanto na Grécia, quanto na Roma antiga (LUND,
1994), mas certamente sua presença nesse continente ocorre desde o século IX (BROOKS,
1973). Sua dispersão para as Américas provavelmente ocorreu durante a expansão
marítima européia, especialmente pelos navios espanhóis e portugueses. Acredita-se que a
subespécie que alcançou o Novo Mundo tenha sido o M. musculus brevirostris, enquanto na
Europa, além dessa subespécie, que ocorre na península Ibérica, há ocorrência de outras
três subespécies (M. musculus musculus, M. musculus domesticus e M. musculus
spicillegus), cada uma com uma área de ocorrência específica (BROOKS, 1973). Por outro
lado, Lund (1994) considera que os camundongos que alcançaram o Novo Mundo
pertençam à espécie Mus domesticus, enquanto o Mus musculus permaneceu no Velho
Mundo.
Praticamente não há registros da chegada dos roedores sinantrópicos no Brasil e
tampouco na Cidade de São Paulo, mas é provável que, com a fundação da vila de São
Paulo, em 1554, tenham começado as primeiras infestações pelo rato-de-telhado e pelos
camundongos que vinham junto com as mercadorias trazidas do porto de Santos. À esse
respeito existe um interessante registro sobre a presença dos roedores sinantrópicos em
Santos: conta-se a história do comerciante Francisco José Ribeiro, que devia seu apelido
“Rato” à alta infestação de seu armazém por ratos; em 1835, resolveu incorporar seu
apelido ao seu nome e, assim, passou a ser denominado Francisco José Ribeiro Rato,
sobrenome esse que passou a seus descendentes (SOBRINHO, 2002).
Roedores na Cidade de São Paulo
27
Devido aos incontáveis prejuízos que os roedores têm causado à humanidade, ao
longo da história, inúmeras tentativas de controle de suas populações têm sido feitas. A
primeira tentativa do homem de controlar os roedores sinantrópicos começou há cerca de
3.000 anos no Egito, e o gato foi seu primeiro aliado nessa luta (SANTOIANNI, 1993). Na
Europa, na Idade Média, o controle dos roedores ficava por conta dos mata-ratos (rat-
catcher), que eram pessoas, muitas vezes mulheres, que trabalhavam dia e noite
procurando e matando os ratos que encontravam a troco de dinheiro (BOELTER, 1909). É
possível que a primeira forma organizada de se controlar roedores tenha sido aquela
adotada por Sargão, rei de Acad (localidade próximo a Babilônia), que mandou baixar
normas rigorosas para tratamento dos resíduos sólidos e constituiu, talvez, a primeira
equipe de desratização do mundo (SANTOIANNI, 1993).
Barbados foi o primeiro país da América Latina e um dos primeiros países do mundo,
a estabelecer um programa de controle de roedores, a "Rat Law of Barbados" de 1745, que
incentivava a destruição dos ratos por toda a ilha, pagando-se 2 pence para cada rato
capturado ou morto. Na Europa, embora se tenha de diversas formas, ao longo da história,
tentado combater os roedores, o controle de roedores só ganhou status de política pública a
partir do século XIX, após a descoberta por Alexandre Yersin do ciclo epidemiológico da
peste bubônica e do papel dos roedores como reservatórios do agente etiológico dessa
doença, a bactéria Yersinia pestis, quando se iniciaram as campanhas de controle aos
roedores nas áreas urbanas (BROOKS, 1973). Já na Europa, o melhor exemplo de
campanha de controle de roedores desenvolvida foi a “Danish Rat Law” criada em 1907 pelo
engenheiro civil Emil Zuschlag, na Dinamarca, que estabeleceu o programa dinamarquês de
controle de roedores, em que os funcionários do Estado responsáveis pela captura dos
roedores recebiam gratificação de acordo com o progresso do programa. Com a
combinação da aplicação do poder público, organização das autoridades locais, contribuição
pública e conhecimento de especialistas no assunto, o programa foi bem sucedido. Dado o
sucesso desse programa, Zuschlag fundou em 1908 L’Associacion Internacionale pour la
Destruction Rationanelle des Rats, com a participação de quase todos os países da Europa,
exceto da Grã Bretanha (BOELTER, 1909).
Hoje os roedores sinantrópicos são considerados animais cosmopolitas e o controle
de suas populações é programa de governo, praticamente, de todos os países do mundo,
uma vez que esses animais constituem-se importantes pragas agrícolas e transmissores de
diversas doenças.
Roedores na Cidade de São Paulo
28
2.2 – IMPORTÂNCIA DOS ROEDORES
Desde o advento da agricultura até os dias atuais os roedores têm causado imensos
prejuízos, tanto à produção de alimentos quanto, principalmente, à saúde da população
humana. Embora desde épocas muito remotas o homem esteja pelejando contra este
intruso indesejado, pouco sucesso tem sido alcançado.
2.2.1 – Danos Econômicos
Existem muitas estimativas e formas de estimar os danos ocasionados pelos
roedores nos campos agrícolas (BROOKS, 1973; MEEHAN, 1984; BRASIL, 2002;
STENSETH et al., 2003; SINGLETON; JACOBOB; KREBS, 2005). Nas cidades, algumas
poucas estimativas apontam que apenas um rato poderia causar prejuízos de US$ 20 a 25
por destruição de bens em um ano (FENN; MACDONALD, 1987). Em Budapeste, Hungria,
em 1993, estimaram-se os danos causados pela infestação por roedores sinantrópicos em
6,4 a 8,5 milhões de dólares por ano (BAJOMI, 1993). As perdas estimadas para os Estados
Unidos por danos causados por roedores são de 19 bilhões de dólares anuais (Pimentel,
1999, in BARTTERSBY; WEBSTER, 2001). Para o Brasil, praticamente não há registros de
prejuízos financeiros ocasionados por roedores. Begin (1998) advoga que as perdas
girariam em torno de 4 bilhões de dólares anuais. Embora existam essas poucas
estimativas, estudo realizado pela Surrey University (EUA), buscando estimar o valor total
dos danos econômicos ocasionados pelas infestações por roedores, concluiu ser muito
difícil se chegar ao valor real desses prejuízos, principalmente porque isso envolve segredo
e segurança industrial (BARTTERSBY; WEBSTER, 2001). Meehan (1984) cita o fato de
grandes empresas manufaturadoras de alimento ter sua imagem comprometida, além de ter
que pagar severas multas aos seus consumidores, devido à contaminação de seus produtos
por pêlos ou excretas de roedores, o que dificulta a estimativa real das perdas.
Os danos causados pelos roedores na área urbana incluem destruição de
condutores elétricos, ocasionando curtos-circuitos que causam incêndios de grandes
proporções, bem como danos a bibliotecas e a documentos originais (CARVALHO NETO,
1986). As roeduras também podem causar danos nas tubulações das redes coletoras de
esgoto e abastecimento de água, levando a sérios vazamentos e comprometendo a
qualidade do sistema de saneamento. Estimativa feita pela Railtrack Company (Reino
Roedores na Cidade de São Paulo
29
Unido) apontou o prejuízo causado pelas roeduras nos cabos elétricos desta companhia em
100.000 euros em uma única área onde, em 1999, houve desabastecimento de energia por
2.500 minutos (BARTTERSBY; WEBSTER, 2001). Na cidade de Boston, Colvin et al. (1998
in TOBIN; FALL, 2004) registraram sinais de ataque por Rattus norvegicus em 18% dos
poços de visita de cabos telefônicos e 26% dos de fiação elétrica. No ano de 2006, roeduras
de ratazanas no cabo de fibra ótica do Instituto Biológico de São Paulo foram responsáveis
por problemas de instabilidade na rede do sistema de informática, tendo a substituição do
cabo roído custado cerca de R$ 6.000 (POTENZA, 2008). Nos aeroportos da Europa, tem
sido proposta a adoção de plano de manejo das populações de roedores, dados os riscos
iminentes que esses animais representam às aeronaves e a seus passageiros (WITMER;
FANTINATO, 2003). Na Cidade de São Paulo, visando prevenir acidentes e prejuízos
financeiros, a Companhia do Metropolitano de São Paulo possui serviço específico de
controle de roedores nas linhas e estações dos trens e nas centrais elétricas.
Os roedores também causam prejuízos aos alimentos estocados em supermercados,
armazéns e despensas em geral. Alimentos contaminados por roedores, tanto os de origem
animal, quanto os de origem vegetal, são descartados quando se percebe que há
contaminação por excretas e pêlos. Para se ter idéia da dimensão do prejuízo ocasionado
nesse tipo de circunstância, em Barbados, entre os anos de 1978 e 1980, foram
descartados 33.869,5kg de alimentos que estavam contaminados ou danificados por
roedores (BROWNE, 1982). Ahmad, Parshad e Malhi (1993), estudando o controle de rato-
de-telhado em câmaras frias de armazenamento de frutas e verduras, estimaram em cerca
de 10 a 15% os prejuízos sobre o valor bruto dos produtos armazenados devido ao
consumo e contaminação ocasionados pelos roedores infestantes.
Além desses prejuízos diretos ocasionados pelos roedores, através da destruição e
contaminação de alimentos, roeduras de estruturas, cabos, tubulações entre outros objetos,
existem, ainda, os prejuízos indiretos ocasionados pela transmissão das doenças, que além
de onerarem o sistema de saúde, ainda causam a perda de produtividade dos indivíduos
(carga da doença). Uma única Autorização de Internação Hospitalar (AIH), de um caso de
leptospirose, na Cidade de São Paulo pode custar R$ 844,79 aos cofres públicos. Dados da
Secretaria Municipal da Saúde (SMS, 2008) apontam, que somente, no período de 2004 a
2006 foram gastos cerca de R$ 150.000 em internações por leptospirose (Tabela 2.1).
Roedores na Cidade de São Paulo
30
Tabela 2.1 – Valor pago pelas Autorizações de Internação Hospitalar (AIH), pela Secretaria
Municipal da Saúde, aos hospitais públicos sob gestão municipal, pelo total de casos de
leptospirose internados, Cidade de São Paulo, 2004-2006.
Ano Número de casos internados Valor das internações (em R$)
2004 35 26.250,25
2005 82 75.770,32
2006 59 46.663,32
Total 176 148.683,89
Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo. Disponível em:
<http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/saude/tabnet
>.
O controle de roedores também gera custos à sociedade, seja pela contratação de
serviço privado, seja pela ação dos órgãos públicos de controle de doenças e vetores. Há
poucos relatos sobre esses custos, mas algumas estimativas apontam que nos Estados
Unidos, na década de 1970, os custos com controle de roedores eram da ordem de US$100
milhões anuais, enquanto na Inglaterra, em 1982, ele foi estimado em £50 milhões
(MEEHAN, 1984). Para a Dinamarca estimou-se, em 1999, que o custo das ações de
controle de roedores seria de US$7,8 milhões, ou o equivalente a US$1,5 por cidadão
(WEILE, 1999). Recente trabalho desenvolvido pelo autor desta dissertação, em um bairro
da periferia de São Paulo com 9.057 habitantes, estimou os custos, aos cofres públicos, de
uma bateria de controle de roedores, que envolveu todos os imóveis e logradouros públicos,
com três tratamentos químicos em intervalo quinzenais e com a participação de 15 agentes
de zoonoses por dia, em R$ 27.461,06 (MASI, 2005) ou o equivalente a R$3,00 por
habitante, mostrando que os custos das ações de controle de roedores não seriam muito
diferentes em países desenvolvidos e naqueles em desenvolvimento. Para ilustrar melhor os
custos que ao menos uma parcela das ações de controle de roedores representa para o
município de São Paulo, somente no ano de 2006 foram consumidos 30.848,30kg de
rodenticidas (Tabela 2.2); se esses produtos fossem cotados ao preço médio de R$
9,40/kg
4
, somente a aquisição desses insumos somaria gasto anual de R$ 289.974,02 para
a Secretaria da Saúde (PMSP, 2008), sem contar as demais despesas envolvidas com essa
atividade como mão-de-obra, transporte, impressos, etc.
4
Segundo os valores registrados nas atas de registros de preços (ATAs de RP) para o período de 05 de
setembro de 2007 a 04 de setembro de 2009, o rodenticida na formulação bloco parafinado custa R$ 6,50/kg
(ATA n° 201/2007), na formulção pó de contato R$ 15,60/kg (ATA n° 142/2007) e na formulação isca R$ 6,00/kg
(ATA n/ 105/2007).
Roedores na Cidade de São Paulo
31
Tabela 2.2 - Consumo anual de rodenticida e custo médio por quilograma, Cidade de São
Paulo, 2003 a 2007.
Ano Consumo em kg Preço R$/kg¹ Gasto Total em R$
2003 17.690,30 9,40 166.28882
2004 27.264,00 9,40 256.281,60
2005 28.852,80 9,40 271.216,32
2006 30.848,30 9,40 289.974,02
2007 23.870,10 9,40 224.378,94
Total 129.525,50 9,40 1.208.139,70
¹ Valor estipulado sobre o preço médio das três formulações de rodenticidas adquiridas pela prefeitura de São
Paulo no ano de 2007. Disponível em http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/saude/Extratos de ATA
s
Fonte: CCZ/ SUVIS/SMS/PMSP, 2007.
Parafraseando Meehan (1984), pode-se dizer que a estimação dos danos
ocasionados pelos roedores, em uma cidade como São Paulo, pode ser até calculado, mas
é muito mais fácil concluir que eles são incontáveis e, portanto, incalculáveis.
2.2.2 – Problemas Sanitários
Os roedores são responsáveis pela transmissão de grande variedade de doenças
aos seres humanos e aos animais domésticos (WHO, 1992). Diretamente estão envolvidos
na transmissão de mais de 60 enfermidades (Tabela 2.3), conforme Carvalho Neto (1986) e
Alves (1990), sendo as de maior importância a peste bubônica, a hantavirose, a
leptospirose, o tifo murino e as salmoneloses (BROOKS, 1973; WHO, 1992).
Os roedores sinantrópicos, especialmente o Rattus norvegicus, são considerados os
mais importantes e amplamente distribuídos reservatórios de leptospirose no mundo. As
infecções são mantidas dentro das populações de roedores devido à transmissão, tanto
vertical, quanto horizontal, dos indivíduos portadores para os susceptíveis. A Leptospira
abriga-se nos rins dos roedores, de onde é dispersa pela urina para o meio onde o animal
vive durante toda a sua vida. Isto só é possível porque esses animais não manifestam
nenhum sinal da doença, caracterizando-se como portadores sãos (BHARTHI et al., 2003;
RAO, 2006).
Roedores na Cidade de São Paulo
32
Tabela 2.3 - Doenças e patógenos potencialmente associados aos roedores sinantrópicos.
(continua)
Doença Patógeno Transmissão
Brucelose
Brucella abortus
Através das excreções
Capilariase
Capillaria hepatica
Hospedeiro
Coriomeningite
Arenavírus
Mordedura e alimentos contaminados
com excretas de camundongo
Criptosporidiose
Cryptosporidium parvum
Contato com excretas de roedores
Doença de Aujeszky
Vírus
Ratos contaminados ingeridos por
suínos
Doença de Chagas
Trypanosoma cruzi
Picada de Triatomíneos
Encefalomiocardite (EMC)
Vírus
Fezes de rato contaminado
Erisipela
Erysipelothrix rhusiopathiae
Exposição à carcaça de animais
contaminados
Febre das montanhas
rochosas
Rickettsia spp.
Picada de carrapatos Amblyomma
spp.
Febre de Lassa
Lassa vírus
Provavelmente alimento contaminado
por urina de rato
Febre por mordedura de rato
Streptobacillus moniliformis
Mordedura de rato
Febre aftosa
Vírus
Excretas de roedores
Hanseniase
Mycobacterium leprae
Vetor mecânico do patógeno
Hantavirose
Hantavírus
Pó oriundo de fezes e urina de
roedores
Himenolepíase
Hymenolepis spp.
Fezes de gato que se alimentou de
rato ou camundongo contaminado
Leishmaniose
Leishmania spp.
Picada do mosquito Lutzomyia sp
Leptospirose
Leptospira interrogans
Água ou solo contaminado com urina
de rato
Linfocoriomeningite LCMV
Aerossóis e ingestão de excretas
contaminadas, contato direto com
roedor infectado
Listeriose
Listeria monocytogenes
Provavelmente, vetor mecânico
Melidiose
Pseudomonas pseudomallei
Não conhecido
Pasteurelose
Pasteurella multocida
Supostamente, pela mordedura de
ratos em aves
Fonte de dados: Edwards, 1970; Brooks, 1973; Menhan, 1984; Alves, 1990; Quy et al., 1999; Herrera e Morales,
1997; Rieira et al., 2005.
Roedores na Cidade de São Paulo
33
Tabela 2.3 - Doenças e patógenos potencialmente associados aos roedores sinantrópicos.
(conclusão)
Doença Patógeno Transmissão
Peste bubônica
Yersinia pestis
Picada da pulga do rato Xenopsylla
spp
Ricketsiose
Rickettsia akari
Mordida do carrapato do camundongo
Salmonelose
Salmonela spp.
Alimento contaminado por fezes de
roedor
Esquistosomose
Schistosoma mansoni
Somente reservatório
Scrub tifo
Rickettsia tsutsugamushi
Picadas do carrapato do rato
Teníase
Taenia taeniaeformis
Fezes contaminadas com ovos do
verme
Tifo murino
Rickettsia typhi
Picada da pulga do rato Xenopsylla
spp
Toxocaríase
Toxocara cati
Fezes contaminadas com ovos do
verme
Toxoplasmose
Toxoplasma gondii
Ingestão de carne de animal que se
alimentou de rato contaminado
Triquinose
Trichinella spiralis
Consumo de carne de porco
contaminada com a larva da
Trichinella
Tuberculose
Mycobacterium bovis
Através das excreções
Yersiniose
Yersinia spp.
Contaminação de alimento por fezes
e urina de ratos
Fonte de dados: Edwards, 1970; Brooks, 1973; Menhan, 1984; Alves, 1990; Quy et al., 1999; Herrera e Morales,
1997; Rieira et al., 2005.
A leptospirose é uma zoonose bacteriana causada por espiroquetas do gênero
Leptospira, que compreende mais de 200 sorovares (LEVETT, 2001). Com vasta
distribuição geográfica, é evidenciada em todo o mundo, sendo particularmente prevalente
em países de clima tropical e subtropical, principalmente nos períodos de altos níveis
pluviométricos (LEVETT, 2001; BHARTHI et al., 2003), devido à elevada sobrevivência da
bactéria em ambientes úmidos, o que aumenta o risco de exposição e contaminação de
animais susceptíveis e seres humanos (CASTRO et al., 2008). A bactéria penetra no corpo
do animal susceptível através da pele íntegra ou lesionada e das mucosas, após algum
tempo de exposição ao sítio de contaminação. A água contaminada é tida como principal
responsável pela disseminação da leptospirose a todo e qualquer organismo susceptível
que com ela entre em contato (JOUGLARD; BROD, 2000). Os principais quadros clínicos
Roedores na Cidade de São Paulo
34
em seres humanos incluem a síndrome de Weil, que é a forma mais grave da doença,
caracterizada pela presença de febre alta, icterícia, diátese hemorrágica, insuficiência renal,
disfunção hepática e pulmonar, associadas a eventuais alterações neurológicas e até
colapso cardiovascular. A mortalidade decorre principalmente da insuficiência renal, falência
miocárdica irreversível e das alterações pulmonares, como as hemorragias maciças e a
síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) (LEVETT, 2001; BHARTHI et al., 2003).
Embora se atribua à ratazana o papel de principal reservatório da Leptospira no
ambiente, diversos estudos têm, ao longo dos anos, comprovado a condição de portador
são dos outros roedores sinantrópicos, especialmente do rato-de-telhado. Browne (1982),
em estudos conduzidos em Barbados, entre os anos de 1968 e 1972, encontrou prevalência
de Leptospira interrogans em 35% de 138 Rattus norvegicus e de 33% de 98 Rattus rattus
estudados. Carter e Cordes (1980) realizaram um levantamento durante 16 meses para
determinar a prevalência de infecção por Leptospira em ratos (ratazana e rato-de-telhado)
oriundos das áreas urbana e rural, da cidade de Waikato, Nova Zelândia. No total foram
avaliados 160 ratos, sendo 112 da área urbana e 48 da rural. A prevalência de infecção, por
eles encontrada foi de 39,4%, sendo que, a prevalência de Leptospira foi maior nos ratos da
área rural (41,7%) que nos da área urbana (38,4%). Além disso, 33,1% dos animais
avaliados estavam excretando Leptospira ativamente. MacDonald, Mathews e Berdoy
(1999) encontraram, na região Sudeste da Inglaterra, prevalência de ratazanas portando
Leptospira interrogans, em 14% dos 600 animais por eles analisados. Na Turquia, Sunbul et
al. (2001), analisando 59 ratazanas, encontraram, na região do Mar Negro, por meio de
análise de PCR
5
, prevalência de Leptospira sp. em 27,1% dos rins e 16,9% dos tecidos
cerebrais dos animais estudados. Na cidade de Gúzman, Jalisco, México, de 354 ratos
(ratazana e rato-de-telhado) avaliados por Teste de Micro Aglutinação, 6,2% foram positivos
para leptospirose e outros 9,6% foram classificados como suspeitos (MONTES; DIMAS;
RODRIGUES, 2002).
Percebe-se do exposto que o potencial de transmissão da leptospirose pelos
roedores sinantrópicos é imenso, mas isso não seria de tanta relevância se não fosse a
próxima associação desses roedores com os ambientes urbanos. A precariedade dos
sistemas de saneamento ambiental e os baixos níveis de educação e de renda são alguns
dos fatores responsáveis por aumentar as infestações por roedores nas áreas mais pobres
das grandes cidades e com isso aumentar o risco de transmissão de doenças (ARSKY et
al., 2005; PERRET et al., 2005; MASI, 2006). Estima-se que mais de um bilhão de
habitantes do planeta não tenham acesso a habitação segura e a serviços básicos, fazendo
5
PCR - Polymerase Chain Reaction – Reação em Cadeia da Polimerase.
Roedores na Cidade de São Paulo
35
com que esses fatores, certamente, contribuam para agravar o quadro epidemiológico de
diversas doenças, entre elas a leptospirose (BRASIL, 2006).
Dado que as situações não são raras em muitas cidades do Brasil, a leptospirose é
uma das principais doenças infecciosas de ocorrência na área urbana do País. Entre os
anos de 1991 e 2006 foram confirmados 47.935 casos no país, dos quais cerca de 70%
ocorreram na área urbana ou suburbana (ARSKY, 2007). Na Cidade de São Paulo, a
leptospirose é uma doença endêmica que acomete principalmente indivíduos adultos, com
idade entre 20 e 64 anos (76,9% dos casos no período entre 1998 e 2006), do sexo
masculino (80,4% dos casos), com os mais altos coeficientes de incidência ocorrendo de
novembro a março, que são os meses mais quentes e chuvosos do ano, sendo as principais
formas de transmissão o contato com água de enchente (43,8% dos casos) e a limpeza de
fossa e esgoto (21,6% dos casos). No período compreendido entre 1998 e 2006, foram
confirmados na cidade 2.542 casos humanos de leptospirose e 370 óbitos, representando
taxa de letalidade de 14,55%. Somente no ano de 2006, período de desenvolvimento das
ações de campo da presente dissertação, ocorreram 303 casos de leptospirose, coeficiente
de incidência de 2,81/100.000 habitantes, dos quais 75,9% ocorreram na área urbana, com
56 óbitos, taxa de letalidade de 18,48% (GVISAM, 2006), caracterizando-se como a mais
alta da série histórica da cidade (Tabela 2.4). Nesse mesmo período, dentre as situações de
risco, destacou-se o contato direto com roedores, que foi a principal situação de risco em
31,7% dos casos confirmados, sendo superada apenas pelo contato com água de enchente,
que foi a situação de risco em 40,3% dos casos. Nesse mesmo período também se destaca
na cidade a alta proporção de casos em que contraiu a doença no próprio domicílio 44,2%
(GVISAM, 2006), mostrando que pode estar havendo uma convivência bem estreita entre os
roedores sinantrópicos, reservatórios da doença, e a população humana susceptível.
Apesar de a leptospirose ser a principal doença transmitida pelos roedores
sinantrópicos, a presença desses animais, no intra ou no peridomicilio, pode trazer também
outros agravos à saúde, como mordeduras, alergias, salmoneloses e verminoses.
Childs et al. (1998) registraram a ocorrência de 514 mordeduras de roedores nos
habitantes de Nova Iorque, Estados Unidos, no período entre 1991 e 1994. Eles também
encontraram correlação positiva entre o grau de infestação predial por roedores e a
incidência de mordeduras. Além disso, nos quarteirões com condições socioeconômicas
mais precárias, a ocorrência de mordeduras foi mais freqüente. No Hospital Nacional de
Muhimbili, na Tanzânia, Abbas, Lutale e Archibaldi (2005), no período de 1998 a 2003,
registraram o atendimento de 455 pacientes com diabetes tipo 2, dos quais 34 (7,5%)
tinham sido vítimas de mordeduras por roedores, sendo que 4 (12%) foram a óbito, em
Roedores na Cidade de São Paulo
36
função das complicações decorrentes dos ferimentos ocasionados pela mordedura. Por fim,
eles concluíram que pacientes com quadro de diabetes possuem maior risco de terem
injurias mais graves e até mesmo de ir a óbito em função das mordeduras sofridas. Gollop et
al.(1993) registraram no Hawai, Estados Unidos, um caso em que um paciente, após ter
sido mordido por ratazana, também adquiriu leptospirose, em função do contato da urina do
roedor agressor com a ferida ocasionada por sua mordedura. Na Cidade de São Paulo, as
mordeduras por roedores não são agravos de notificação compulsória, como são os casos
de mordedura de cães e morcegos por exemplo, por isso é provável que haja subestimação
do número real de mordeduras que ocorrem todo ano, apesar disso, somente no período de
1988 a 1999 foram registrados mais de 7.800 casos (Tabela 2.5).
Tabela 2.4 - Casos de leptospirose humana, Cidade de São Paulo, 1986-2006.
Ano
Número de
casos confirmados
Coeficiente de
incidência¹
Número de
óbitos
Taxa de
letalidade (%)
1986 103 1,00 15 14,56
1987 302 2,86 22 7,28
1988 227 2,09 21 9,25
1989 191 1,72 22 11,52
1990 161 1,41 23 14,29
1991 525 4,53 59 11,24
1992 204 1,75 23 11,27
1993 150 1,29 22 14,67
1994 238 2,41 22 9,24
1995 458 4,58 35 7,64
1996 318 3,18 36 11,32
1997 185 1,88 28 15,14
1998 373 3,76 47 12,60
1999 310 3,11 47 15,16
2000 251 2,41 34 13,55
2001 282 2,69 36 12,77
2002 245 2,32 44 17,96
2003 208 1,96 32 15,38
2004 285 2,67 42 14,74
2005 264 2,46 30 11,36
2006 303 2,81 56 18,48
TOTAL 5.583 - 696 12,47
¹ Coeficiente de incidência: casos por 100.000 habitantes.
Fonte: GVISAM, COVISA, SMS, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
37
Tabela 2.5 - Casos de mordeduras por roedores em humanos, Cidade de São Paulo, 1988-
1999.
Ano Número de Mordeduras
Coeficiente de Incidência
por 100.000 habitantes
1988 911 8,44
1989 735 6,81
1990 690 6,40
1991 776 7,19
1992 706 6,54
1993 626 5,80
1994 596 5,52
1995 626 5,80
1996 552 5,12
1997 542 5,02
1998 575 5,33
1999 484 4,49
Total 7.819 -
Fonte: Centro de Controle de Zoonoses-COVISA/SMS/PMSP, 2006.
Pacientes asmáticos apresentam crises mais freqüentes quando convivem próximos
aos roedores. Isso ocorre devido à sensibilidade alérgica que essas pessoas apresentam
aos pêlos, secreções e excreções de ratos e camundongos. Perry et al. (2003), avaliando a
sensibilidade alérgica de crianças asmáticas, de cidades do interior dos Estados Unidos,
encontraram em 33% das residências pelo menos uma criança com sensibilidade alérgica a
roedores. Eles concluíram que a presença de roedores nos domicílios contribui para o
aumento dos quadros de morbidade asmática em crianças, conseqüentemente aumentando
a necessidade de suporte dos sistemas de saúde. Complementarmente a esse estudo,
Phipatanakul et al. (2004) constataram que a adoção de medidas de intervenção, como
desratização, desinsetização, remoção de pó e outras medidas de higiene, reduziram os
níveis de sensibilidade alérgica a camundongos nas crianças que moravam em casas
sujeitas a medidas de intervenção em relação as não sujeitas a tais medidas, e que isto
trazia melhores condições de vida aos pacientes.
A salmonelose, doença que causa complicações gastrointestinais (YOKOYAMA et al.
2007), acomete milhares de pessoas todo ano no mundo. Embora ainda não se tenha claro
qual a importância dos roedores sinantrópicos na transmissão dessa enfermidade, sabe-se
que eles possuem capacidade como vetor mecânico do agente etiológico. Hilton, Willis e
Hickie (2002) encontraram a presença de Salmonella sp. em 8% das amostras de fezes de
Roedores na Cidade de São Paulo
38
ratazana, assim como em 9% das amostras da superfície do corpo (patas, pêlos e cauda),
mostrando a capacidade que os roedores têm de atuarem como vetores mecânicos dessas
bactérias. Além disso, seus estudos mostraram viabilidade da Salmonella sp. de até 86 dias
nas cíbalas fecais desses animais, indicando que mesmo após o controle da infestação, a
contaminação pode permanecer no local. Yokoyama et al. (2007) encontraram, entre 1997 e
1998, prevalência de Salmonella enterica sorovar Typhimurium em 15% dos 517 ratos-de-
telhado e ratazanas por eles estudados, em duas localidades da cidade de Yokohama,
Japão. Eles concluíram seus estudos enfatizando a importância dos roedores sinantrópicos
como reservatórios de Salmonella spp.
Não só as salmoneloses podem ser transmitidas pelas fezes dos roedores, mas
esses animais também podem portar e disseminar outros patógenos, responsáveis por
causarem sérias doenças aos seres humanos, como a criptosporidiose, a toxoplasmose e
algumas verminoses.
Somente no ano de 1999, a criptosporidiose, outra doença que compromete o
sistema gastrointestinal, acometeu em torno de 2.500 pessoas no Reino Unido (HURST;
WARD, 2001). Quy et. al. (1999), avaliando 438 ratazanas, em fazendas de Warwickshire,
Reino Unido, encontraram 24% de prevalência de Cryptosporidium parvum. Eles também
constataram que esses roedores podem permanecer infectados por mais de 65 dias,
liberando algo em torno de 60.000 oocistos por dia. Por fim, eles estimaram que em uma
fazenda que tivesse 100 ratos, sendo 24 deles infectados, poder-se-ia esperar que fossem
liberados para o ambiente cerca de 526 milhões de oocistos por dia. Além da ratazana, os
outros roedores sinantrópicos podem disseminar esse patógeno. Chalmers et al. (1997)
encontraram prevalência de 22% de C. parvum em camundongos.
A toxoplasmose, cujo agente etiológico é o protozoário Toxoplasma gondii, é uma
doença responsável por causar aborto em animais e seres humanos, além de deficiências
mentais e visuais ao feto. Estudos apresentados por MacDonald, Mathews e Berdoy (1999)
têm mostrado que ratos (Rattus norvegicus) infectados por T. gondii são mais facilmente
predados pelos gatos, conseqüentemente contribuindo com a disseminação do patógeno no
meio ambiente, uma vez que o gato é o hospedeiro definitivo desse protozoário. Estes
mesmos autores apresentam dados que apontam para uma prevalência, na Região Sudeste
da Inglaterra, de até 35% de ratos infectados.
Os roedores, comumente, também abrigam cestóides que podem ser disseminados
no ambiente por meio de suas fezes. Abu-Madi et al. (2005) encontraram prevalência de
35,8% para Hymenolepsis diminuta nas 179 ratazanas avaliadas. Sures et al. (2003)
encontraram prevalência de Hymenolepsis diminuta de até 79% e de 33% para Taenia
Roedores na Cidade de São Paulo
39
taeniaeliformis em ratazanas capturadas em duas localidades diferentes da cidade do Cairo,
Egito.
Além das doenças já citadas, e que são atualmente as mais freqüentemente
associadas aos roedores sinantrópicos, não se deve esquecer das doenças emergentes
e/ou re-emergentes, das quais esses animais podem tomar parte na cadeia de transmissão.
Algumas dessas doenças, inclusive, já foram de grande importância no passado, como o tifo
murino e a peste bubônica e hoje encontram-se em estado silencioso, já outras como as
poxviroses e a hantavirose, tiveram sua importância reconhecida recentemente e pouco se
sabe sobre a importância epidemiológica dos roedores urbanos na cadeia de transmissão.
As poxviroses, doenças em que os principais reservatórios naturais são os bovinos, o
gato doméstico e os roedores silvestres europeus, como o bank voles (Clethrionomys
glareolus) e os wood mice (Apodemus sylvaticus), apresentam características que as
colocam em evidência como possíveis doenças que podem emergir na população humana e
nos animais de criação graças à presença dos roedores sinantrópicos. Recentemente, Wolfs
et al. (2002) descreveram o primeiro registro de transmissão direta do cowpox vírus, a partir
de um Rattus norvegicus infectado para uma garota de 14 anos de idade, nos Estados
Unidos. A contaminação da garota deu-se após ela ter cuidado por duas semanas de uma
ratazana que estava doente. Análise de PCR demonstrou haver completa homologia entre o
isolado do vírus que infectou a menina e o do vírus que infectou a ratazana. Além desse
caso de transmissão do roedor sinantrópico para um humano, há registros de ratazanas
transmitindo poxviroses para primatas no Centro de Primatologia da Holanda (MARTINA et
al., 2006) e para um elefante de circo na Alemanha, que futuramente transmitiu a doença a
seu tratador (KURTH et al., 2008).
Uma das principais doenças transmitidas por roedores que vêm merecendo atenção
dos institutos de pesquisa e dos sistemas de saúde é a hantavirose, doença viral transmitida
pelos roedores ao homem, sendo que este último parece ser o único a adoecer. O modo de
infecção é o contato com secreções e/ou excretas de roedores, principalmente por inalação
de aerossóis. A enfermidade clínica apresenta-se de forma muito variável, desde uma
doença febril inespecífica, até uma forma mais grave, denominada síndrome cardiopulmonar
por hantavírus. Embora nas Américas a hantavirose se apresente como uma zoonose
associada aos roedores silvestres da família Muridae (ELKHOURY et al., 2005), na
Tailândia, Nitatpattana et al. (2002) encontraram prevalência de hantavírus em 0,9% dos
114 ratos-de-telhado analisados. Em Baltimore, Maryland, Estados Unidos, Easterbrook et
al. (2005), encontraram prevalência de anticorpos contra Seoul vírus (o hantavírus que
infecta Rattus norvegicus) em 50% das 46 ratazanas avaliadas. No Brasil, a hantavirose foi
Roedores na Cidade de São Paulo
40
detectada pela primeira vez em 1993, em Juquitiba, Estado de São Paulo, e até dezembro
de 2003, haviam sido confirmados 339 casos no país, distribuídos, principalmente, nas
Regiões Sul e Sudeste e no Estado de Mato Grosso, sendo que os reservatórios em todos
os casos foram os roedores silvestres (ELKHOURY et al., 2005).
Apesar de nos dias atuais, devido a mudanças nos hábitos de higiene, nas condições
de moradia, entre outras coisas, não se tratar de uma doença de tanta importância, não se
pode falar em roedores sinantrópicos sem mencionar o tifo murino como possível doença
reemergente. Esta doença manteve altos níveis de incidência na população humana durante
muito tempo, desde a Idade Média até cerca de 1950, inclusive sendo responsável por
decidir diversas batalhas nas inúmeras guerras que ocorreram ao longo da história
(ZINSSER, 1935). O tifo murino é uma doença febril aguda causada pela bactéria Rickettsia
typhi, os principais agentes transmissores são as pulgas dos ratos, principalmente
Xenopsylla cheopis. Estima-se que nos Estados Unidos, no período entre 1930 e 1940,
tenham ocorrido mais de 42.000 casos de tifo murino (U.S. PUBLIC HEALTH SERVICE,
1949; REEVES et al., 2006). Recente inquérito sorológico realizado em uma população de
ratazanas em Baltimore, Maryland, Estados Unidos, constatou prevalência de Rickettsia
typhi em 7,0% dos 201 animais avaliados (EASTERBROOK et al., 2007). Estes autores
também ressaltam que outros ectoparasitas, como a pulga do gato Ctenocephalides felis,
poderiam agir como vetor da R. typhi entre o roedor portador e o homem. Em outras
localidades do mundo, como a Ásia, mais precisamente na Indonésia e na Tailândia, tem
sido constatada a presença de casos humanos de tifo murino devido à presença em áreas
urbanas de roedores sinantrópicos infectados (BROWN et al., 1988; RICHARDS, et al.,
1997). A julgar por esses achados, pode-se aventar a possibilidade de reemergência desse
agravo nas áreas urbanas, como a Cidade de São Paulo, dada a proximidade de
convivência dos seres humanos com os roedores (reservatórios da doença) e as pulgas,
especialmente a C. felis (possível vetor), que é a pulga mais comum em animais de
estimação (MARCONDES, 2001).
A peste bubônica, sem dúvida, foi a mais importante doença transmitida pelos
roedores ao longo da história, especialmente na Idade Média, onde fez centenas de
milhares de vítimas fatais (SANTOIANNI, 1993). Atualmente, esta doença encontra-se, em
quase todo o mundo, restrita a sua forma silvestre, não tendo, portanto, a participação dos
roedores sinantrópicos em sua cadeia de transmissão. Mas, apesar disso, a peste é
considerada um problema de saúde pública de grande importância epidemiológica por seu
potencial epidêmico e elevada letalidade, o que a inclui na classe I do Regulamento
Sanitário Internacional vigente, sendo atualmente considerada uma doença reemergente e
potencial arma bacteriológica (ARAGÃO et al., 2007). Apesar de na maior parte do mundo
Roedores na Cidade de São Paulo
41
os reservatórios da peste serem os roedores silvestres, em algumas localidades como
Madagascar, o rato-de-telhado é o único reservatório conhecido da doença (DUPLANTIER
et al., 2003), mostrando que a presença dessa espécie, como ocorre na Cidade de São
Paulo, pode permitir a reintrodução dessa grave doença. A peste foi introduzida no Brasil em
1899, pelo porto de Santos. Na ocasião, o Dr. Vital Brazil foi designado para estudar a
epidemia e em seu relatório narra como se deu sua empreitada:
“A mortandade de ratos em Santos e o apparecimento de casos morbidos, que por sua
symptomatologia, tornaram-se suspeitos de peste bubonica inspiraram a Directoria Geral do
Serviço Sanitario a acertada providencia de destacar para Santos um dos ajudantes do
Instituto Bacteriologico com o instrumental necessario para, na primeira opportunidade,
colher material de estudo e proceder a pesquizas bacteriologicas. O mais novel e obscuro
dos ajudantes do Instituto, o signatario d'este relatorio, foi o designado para tal
incumbência”... “Quando faziam a remoção d'este doente os desinfectadores apanharam na
casa Milone um grande rato, que foi mettido em uma ratoeira e nos foi enviado
immediatamente. Momentos depois quando o rato nos chegou ás mãos já estava morto.
Examinando-o encontramos um ferimento profundo na cabeça, que parecia ter sido
produzido pelas farpas de arame da ratoeira. Procedemos então a autopsia. Nenhuma lesão
caracteristica encontramos. Não havia ganglios augmentados. Preparações directas do
sangue e da polpa esplênica revelaram a presença de um cocco-bacillo em grande
abundancia, o qual pela forma podia ser o b. Kitasato-Yersin”... “A caracteristica
epidemiologica, a observação clinica e a prova bacteriológica nos levam a concluir que a
molestia que estudamos em Santos é, sem duvida alguma, a peste bubônica” (Brazil, 1899).
Partindo do porto de Santos, através do tráfego comercial e da expansão da rede
ferroviária, a peste atingiu as cidades do interior, em seguida desapareceu da área urbana,
e se estabeleceu na área rural, onde permanece endemicamente até os dias atuais,
mantendo o ciclo silvestre da doença. Atualmente, a área de peste no país compreende
240.000km², ocorrendo em 971 localidades-focos de 189 municípios, nos estados de Ceará,
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro
(MARCONDES, 2001).
Considerando-se todo o risco sanitário que a presença dos roedores sinantrópicos
representa para a população humana das grandes cidades, como São Paulo, torna-se
imprescindível conhecer a freqüência com que esses animais indesejáveis ocorrem nos
imóveis urbanos, bem como, entender a ecologia das espécies, sua distribuição e
prevalência em cada área, para que medidas de intervenção que visem seu controle sejam
providenciadas.
Roedores na Cidade de São Paulo
42
2.3 – ROEDORES SINANTRÓPICOS EM SÃO PAULO
Na Cidade de São Paulo, o controle de roedores é atividade obrigatória do serviço
público de saúde desde a década de 1970. Todas as ações de controle praticadas até o
início da presente década visavam, em primeira instância, o controle da ratazana e
conseqüentemente da leptospirose. Porém, nos últimos anos, o rato-de-telhado está se
dispersando rapidamente pela cidade e encontrando todas as condições favoráveis para a
sua proliferação, por isso inovações estão sendo implantadas nas metodologias de controle
de roedores até então adotadas. Estudos recentes realizados em alguns bairros da cidade
detectaram índices de infestação predial por rato-de-telhado da ordem de 70% (PREGUN,
2005).
2.3.1 – Controle de Roedores
No Brasil e no Estado de São Paulo, as atividades de controle de roedores
começaram no início do século XX, devido à epidemia de peste que grassava no porto de
Santos. Na Cidade de São Paulo, o primeiro registro legal que se encontra é o Decreto n°
9.850, de 1972, que criou o serviço de controle de roedores, subordinado diretamente ao
gabinete do Secretário de Higiene e Saúde (SÃO PAULO, 1972). No ano seguinte, com o
Decreto 10.435 de 1973, foi criado o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que passou a
comandar as ações de controle de roedores e vetores no âmbito municipal (SÃO PAULO,
1973; GARCIA, 2003).
Na década seguinte, o serviço de controle de roedores foi ampliado e passou a
receber mais recursos, o que coincidiu com a publicação da Lei 10.309, de 1987, que dispõe
sobre o controle de populações animais, tratando nos artigos 21 a 24 do controle de animais
sinantrópicos, dentre eles os roedores (SÃO PAULO, 1987). No final dessa mesma década,
através da Portaria 01, de 1989, o serviço de controle de roedores foi descentralizado do
CCZ para as Administrações Regionais de Saúde (ARS), criando os Núcleos Regionais de
Zoonoses (NRZ). Já na década seguinte, em 1993, foi publicada a Portaria n° 4.291,
estabelecendo as atribuições do CCZ e dos NRZ, e em 1994, a Portaria 1.694, deu nova
redação a essas atribuições (SÃO PAULO, 1993a; GARCIA, 2004). Neste momento, as
ações de controle e monitoramento das populações de roedores ficaram a cargo dos NRZ,
enquanto que o CCZ ficou responsável pelo apoio técnico normativo, informação
Roedores na Cidade de São Paulo
43
epidemiológica, assessoria e aporte de recursos necessários para o desenvolvimento das
ações de controle, além de promover a integração dos diversos setores envolvidos na
problemática do roedor (GARCIA, 2003).
Mais tarde, em 2001, com o a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) no
município e com a publicação da Lei n° 13.399, de 2002, que dividia a administração
municipal em 31 Subprefeituras, as ações de controle de roedores foram integradas aos
serviços das Supervisões de Vigilância em Saúde (SÃO PAULO, 2002; GARCIA, 2003),
mais especificamente à Vigilância em Saúde Ambiental. A partir daí, as diretrizes técnicas
que regem essas ações passaram a ser coordenadas, conjuntamente, pela Coordenação de
Vigilância em Saúde (COVISA) e pelo CCZ (COVISA, 2005). Com a maior amplitude das
ações, o programa de controle de roedores sofreu algumas alterações, que num primeiro
momento foram impulsionadas pela dispersão do rato-de-telhado das áreas centrais da
cidade para a periferia.
A dispersão do rato-de-telhado teve como efeito imediato o aumento no número de
reclamações, referentes a ratos, feitas pela população para o sistema telefônico 156 ou
Sistema de Atendimento ao Cidadão (SAC) da Prefeitura (Figura 2.7). Em função desse
aumento na demanda e nas reclamações, bem como da reestruturação dos programas,
tanto de controle de roedores quanto de controle da dengue, e para atender as novas
atribuições previstas para a vigilância ambiental, no início do ano de 2003 a Prefeitura
contratou novos profissionais para o serviço de controle de zoonoses, agentes de zoonoses,
biólogos e veterinários. Com esse incremento de profissionais foi possível constatar “in loco
que realmente a espécie de roedor responsável pelo aumento na demanda de reclamações
era o rato-de-telhado, que, ao contrário da ratazana, normalmente infesta o intradomicílio,
causando grande preocupação aos moradores (ALVES, 1990; COVISA, 2005).
Dando prosseguimento à reestruturação do programa de controle de roedores, no
ano de 2004 foi contratado pela COVISA o consultor Márcio Costa de Mello Alves,
especialista em biologia e controle de roedores, especialmente em rato-de-telhado, o qual
propôs diversas alterações no programa de controle de roedores vigente, visando, além do
controle da ratazana, o controle do rato-de-telhado. Entre as alterações propostas estava a
implantação da técnica do levantamento de infestação predial por roedores, como
ferramenta capaz de predizer qual a distribuição e o nível de infestação das três espécies de
roedores, em uma dada área. Nesse mesmo ano, sob coordenação da COVISA, Alves
capacitou todos os profissionais que atuavam no controle de roedores, em biologia e
controle do rato-de-telhado, bem como, apresentou os detalhes sobre a metodologia do
Roedores na Cidade de São Paulo
44
levantamento de infestação, além de dar início à redação do novo programa de controle de
roedores do município.
3.297
4.222
4.700
11.158
20.129
33.470
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
Solicitações
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Ano
Fonte: Empresa de Tecnologia e Comunicação do Município de São Paulo (PRODAM),
adaptado de COVISA, 2007.
Figura 2.7 – Número de solicitações recebidas pelo Sistema de Atendimento ao Cidadão da
Prefeitura (SAC) referente à presença de roedores, Cidade de São Paulo, 2000 a 2005.
No ano de 2005, após o término da consultoria de Alves e frente às demandas e
dificuldades encontradas no controle do rato-de-telhado, a COVISA criou um grupo de
trabalho, com representantes de cada uma das 5 regiões da cidade
6
, do CCZ e da própria
COVISA, para discutir as alterações propostas por Alves, no programa municipal. Entre as
discussões estava a realização periódica do levantamento de infestação predial por
roedores em toda a cidade (COVISA, 2005). Após calorosos debates foi decidido que se
realizaria o levantamento, iniciando-se pela execução de 5 projetos-pilotos, um em cada
região da cidade. Assim sendo, entre os meses de agosto e novembro de 2005 realizaram-
se esses projetos, cada um ocorrendo em um bairro de cada uma das seguintes
Subprefeituras: Campo Limpo (Região Sul), Itaquera (Região Leste), Jabaquara (Região
Sudeste), Butantã (Região Centro Oeste) e Vila Maria (Região Norte). A escolha dessas
áreas não foi aleatória e deu-se devido aos seguintes critérios: número de solicitações
6
O autor da presente dissertação foi o representante da Região Sul no grupo de trabalho.
Roedores na Cidade de São Paulo
45
quanto à presença de roedores, coeficiente de incidência de leptospirose e população total
da Subprefeitura.
Os projetos-pilotos consistiram na execução do levantamento de infestação, no
bairro selecionado, antes e após a aplicação das técnicas de controle de roedores sugeridas
pelo programa, e teve como finalidade, além de testar a metodologia do levantamento de
infestação, avaliar a efetividade das ações de controle e a técnica do levantamento como
ferramenta de mensuração dessa efetividade. Maiores detalhes sobre os procedimentos
metodológicos dessas técnicas, bem como os resultados obtidos na área da Subprefeitura
do Campo Limpo, podem ser obtidos em Masi (2006) e Masi, Vilaça e Razzolini (2008).
Em novembro de 2005 foi realizado o primeiro levantamento de infestação predial
por roedores da cidade. No entanto, este foi estratificado por área de Coordenadoria
Regional de Saúde (SANTOS et al., 2006) e não por área de Subprefeitura, o que
estabeleceu limitações na análise dos dados obtidos, dada a grande heterogeneidade das
Subprefeituras que compõem uma mesma Coordenadoria. No ano seguinte, em julho de
2006, realizou-se novo levantamento de infestação predial por roedores, porém dessa vez
os dados foram estimados por área de Subprefeitura, permitindo, desta forma, uma análise
mais apurada dos resultados obtidos. Esta análise mais apurada possibilita avaliar as
nuances que diferenciam cada Subprefeitura e assim definir quais os aspectos ambientais e
socioeconômicos, além das áreas que devem ser priorizadas pelas políticas públicas
municipais e pelo programa de controle de roedores, e por isso é o objeto de estudo da
presente dissertação.
Finalmente, no ano de 2007, a convite do Ministério da Saúde e da Secretária
Municipal da Saúde da Cidade de São Paulo, participaram no mês de junho da “1ª Reunião
Técnica de Avaliação e Monitoramento das Atividades Programadas de Controle de
Roedores”, dois técnicos da área de vigilância em saúde ambiental do Center for Disease
Control and Prevention (CDC), de Atlanta, Estados Unidos, além dos responsáveis pelas
ações de controle de roedores dos municípios de São Paulo, Curitiba, Recife, Salvador,
Belém e de membros da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Na
ocasião foram apresentadas aos convidados as novas técnicas de avaliação, controle e
monitoramento dos níveis de infestação por roedores implantadas na Cidade de São Paulo
7
,
além das novas técnicas de seleção de áreas prioritárias para controle da leptospirose que
foram desenvolvidas pela Subgerência de Informação da COVISA e contam com modernos
recursos de geoprocessamento e estatística espacial. Ao término da reunião técnica, a
7
O autor da presente dissertação apresentou nessa reunião os resultados do projeto-piloto desenvolvido na
região do Campo Limpo no ano de 2005.
Roedores na Cidade de São Paulo
46
equipe do CDC, que já conhecia a metodologia do levantamento de infestação, aprovou as
alterações sugeridas na metodologia original e, ainda, endossou a importância da
implantação das técnicas do levantamento de infestação e da seleção de áreas programas
para controle da leptospirose em outras regiões do Brasil.
Dando prosseguimento às recomendações feitas na “1ª Reunião Técnica”, em
setembro de 2007, sob organização do Ministério da Saúde e da Secretaria Municipal da
Saúde, realizou-se na Cidade de São Paulo o “IV Curso de Controle de Roedores” cujo tema
foi “Desafios no Controle da Leptospirose Urbana”, mas desta vez não houve participação
de técnicos do CDC, tendo-se juntado aos participantes da reunião anterior a equipe técnica
da cidade do Rio de Janeiro. Nesta reunião foram mostradas, pelos técnicos da Secretaria
da Saúde da Cidade de São Paulo, aos participantes, todas as ferramentas necessárias ao
desenvolvimento das metodologias apresentadas na “1ª Reunião Técnica”. Ao término da
reunião, por sugestão do Ministério da Saúde, decidiu-se pela implantação da técnica de
levantamento de infestação predial por roedores nos municípios participantes.
Em função do sucesso das técnicas do levantamento de infestação predial por
roedores e de seleção de áreas prioritárias para controle da leptospirose, cujo valor foi
reconhecido e enaltecido pelo CDC, a administração municipal transformou a iniciativa na
Lei 14.430, que instituiu o novo programa de controle de roedores, em que as ações de
controle passaram a se basear em critérios epidemiológicos dos casos de leptospirose e nos
índices de infestação predial por roedores (SÃO PAULO, 2007a). Poucos meses depois,
esta lei entrou em vigor, sendo regulamentada pelo Decreto n° 48.839 (SÃO PAULO,
2007b). Ao término desse mesmo ano, as inovações propostas pelo programa de controle
de roedores, especialmente, o Levantamento de Infestação Predial por Roedores, foi
condecorado, pela Prefeitura da Cidade de São Paulo com o "Prêmio São Paulo Cidade -
Inovações em Gestão Pública", criado pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de
Gestão com a intenção de reconhecer boas práticas de gestão pública municipal, valorizar o
trabalho do servidor público e apoiar a modernização da administração pública na cidade
(CÁRGAMO, 2007).
Atualmente, neste ano de 2009, embora a divisão das SUVIS tenha sofrido algumas
alterações a partir de 2006, passando das 31 originalmente criadas para as atuais 26, o
programa de controle de roedores sofreu poucas alterações e a aplicação do levantamento
de infestação predial por roedores na cidade, após algumas melhorias em sua metodologia,
já passou por sua quarta edição, que visou priorizar as áreas programas para controle da
leptospirose selecionadas pelas técnicas de geoprocessamento.
Roedores na Cidade de São Paulo
47
2.3.2 – Levantamento de Infestação Predial
Tentar estimar o tamanho das populações ou o grau de infestação por roedores em
uma dada área não é novidade. Desde que o homem percebeu que os roedores
constituíam-se em praga agrícola e transmissores de doenças, muitas foram as tentativas
feitas para saber o real tamanho de suas populações e prever os danos que podem ou
poderiam causar.
Embora existam diversas metodologias capazes de estimar as populações de
roedores, muitas são as tentativas com pouca ou nenhuma base científica. Dentre as
primeiras previsões do tamanho da população de roedores em uma área, encontra-se a
estimativa feita, por volta do ano 1800, para as ilhas britânicas, que assinala que nesta
região existiriam cerca de 40.000.000 de ratos e que só em Londres eles totalizariam
6.000.000 (BOELTER, 1909). Mais recentemente, em 1983, a Bayer (1983) por meio da
revista de Salud Pública publicou as seguintes estimativas: 5.000 milhões de ratos na Índia,
3.000 milhões no Brasil, 120 milhões na Alemanha e 8 milhões só na cidade de Nova
Iorque; o total mundial de ratos seria de 17.000 milhões, equivalendo a mais de 4 ratos para
cada habitante do planeta. Pimentel (in BATTERSBY; WEBSTER, 2001) estimou que
haveria nos Estados Unidos algo em torno de 1 bilhão de ratos e que nas áreas urbanas e
suburbanas existiriam um rato para cada ser humano. Bajomi (1993) ao iniciar a
implantação de um amplo programa de controle de roedores em Budapeste, Hungria,
estimou que a população de Rattus norvegicus na cidade em 1971 seria de 2.000.000 de
indivíduos. No Brasil, estimativa de Beigin (1998) aponta para cerca de 450.000.000 de
roedores.
A despeito desses cálculos pouco precisos, que em geral se baseiam na quantidade
de alimento que um rato poderia ingerir por dia e nas perdas financeiras ocasionadas por
ano (BEIGIN, 1998), outros estudos em que se aplicam os métodos de avaliação do
tamanho das populações de roedores por censo de consumo de alimento, captura-
marcação-recaptura e densidade relativa (VILLAFANE et al., 2001; CASTILHO, et al., 2003;
POCOCK; SEARLE; WHITE, 2004; EASTERBROOK et al., 2005; BROWN et al., 2003;
CONN et al., 2006; MCGUIRE et al., 2006; TRAWEGER et al., 2006), fornecem estimativas
mais precisas e confiáveis. No entanto, estas técnicas são difíceis de serem aplicadas para
grandes áreas, porque demandam grande esforço de tempo, recursos humanos, materiais e
financeiros. Portanto, uma alternativa a esses métodos e que se presta ao estudo dos
roedores na área urbana, onde não interessa tanto saber o tamanho real de suas
Roedores na Cidade de São Paulo
48
populações, mas conhecer a proximidade com que esses animais estão convivendo com a
população humana, é a técnica do levantamento de infestação predial por roedores.
O levantamento de infestação predial por roedores é um método de obtenção de
dados quantitativos referentes à presença de vestígios de roedores no peri e intradomicílio,
com o propósito de implementar, direcionar e avaliar o desenvolvimento de um programa de
controle de roedores (SANTOS et al., 2006). Uma de suas vantagens é que para o estudo
de grandes áreas não é necessário o estudo de todos os imóveis existentes, mas somente
de uma pequena amostra deles, tão pequena como 500 imóveis apenas. Este método não
fornece o número de roedores existentes na área, mas a proporção de imóveis infestados
em relação total de imóveis inspecionados, geralmente expressa em porcentagem de
imóveis infestados (DAVIS; CASTA; SCHATS, 1977). Além da infestação por roedores, são
avaliadas também as condições ambientais dos imóveis inspecionados, como a
disponibilidade de alimento, abrigo e acesso para roedores, fornecendo, assim, parâmetros
que possibilitam diferenciar as diversas áreas estudadas quanto a suas características
ambientais e ao risco de serem infestadas por roedores.
Um dos primeiros registros existentes sobre a aplicação desse método é encontrado
em Litting et al. (1967), no qual o autor fornece os primeiros detalhamentos metodológicos
para a execução do levantamento, porém não cita nenhum exemplo de sua aplicação em
campo. Posteriormente em 1974, o Center for Disease Control and Prevention (CDC)
apresentou a publicação intitulada “Rat Urban Survey” (DAVIS; CASTA; SCHATS, 1977),
que consiste em um manual revisto e atualizado sobre a primeira publicação fornecida por
Litting et al. (1967). Finalmente, em 2006, o CDC disponibilizou em sua página na Internet a
última versão desse manual, agora intitulada “Integrated Pest Management: Conducting
Urban Rodent Surveys” (CDC, 2006).
Em virtude da facilidade de aplicação da metodologia e da ampla possibilidade de
utilização dos resultados obtidos no planejamento das políticas de controle de roedores,
essa metodologia tem sido amplamente utilizada no mundo ao longo das últimas décadas.
Nos Estados Unidos, o “Federal Rat Control” valeu-se da técnica do levantamento de
infestação predial por roedores de 1969 a 1984, principalmente, com o objetivo de avaliar as
áreas programa de controle de roedores e monitorar a resistência ao rodenticida Warfarin
(JACKSON; KAUKEINEN, 1972; KAUKEINEN, 1994). Ainda nos Estados Unidos, na cidade
de Nova Iorque, Childs et al. (1998) utilizaram a técnica do levantamento de infestação para
correlacionar o grau de infestação predial com a incidência de mordeduras por roedores nos
residentes de vários bairros por eles estudados. A associação entre esses dois eventos
possibilitou-lhes construir modelos matemáticos capazes de predizer o risco da população
Roedores na Cidade de São Paulo
49
das diferentes quadras estudadas de sofrerem mordeduras. Na cidade de Boston, EUA, o
governo municipal, durante a fase de implantação de melhorias no sistema viário da cidade,
com a construção de um sistema de túneis, utilizou-se da metodologia do levantamento de
infestação para avaliar o impacto das obras de construção nas taxas de infestação por
roedores nos imóveis vizinhos aos sítios de trabalho das construtoras envolvidas com o
projeto (COLVIN et al., 1990). Em 1992, na cidade de Baltimore, Maryland, EUA, a técnica
do levantamento de infestação predial por roedores foi utilizada para avaliar a efetividade
das ações de controle de roedores aplicadas em duas áreas piloto da cidade, onde se
avaliou tanto a redução da infestação quanto das condições favoráveis à infestação
(LAMBROPOULOS et al., 1999).
Apesar de a técnica ter sido desenvolvida pelo Center for Disease Control and
Prevention dos Estados Unidos, ela tem sido utilizada com sucesso em outros países do
mundo, seja através da metodologia original ou de suas adaptações. Em Barbados, a
metodologia foi aplicada, no final da década de 1970 e início da de 1980, durante o
desenvolvimento do Programa de Controle de Roedores recomendado pela Organização
Mundial de Saúde para combater o aumento no número de casos de leptospirose naquele
país (BROWNE, 1982). Na Inglaterra e outros países do Reino Unido, esta técnica tem sido
aplicada com sucesso desde a década de 1970. Avaliações periódicas são publicadas
desde 1993 e em conjunto com os resultados do “English House Condition Survey”
publicações disponíveis para os anos de 1996 e 2001 (LANGTON; COWAN; MEYER, 2001;
BARTTERSBY; WEBSTER, 2001; BARTTERSBY; PARSONS; WEBSTER, 2002; DEFRA,
2005). Nesse país, também algumas cidades têm se utilizado do método para diagnosticar
os níveis de infestação e a presença dos fatores ambientais predisponentes à instalação dos
roedores na área urbana, como ocorreu com recente trabalho desenvolvido na periferia da
cidade de Manchester (MURPHY; MARSHALL, 2003).
No Brasil, esta metodologia foi aplicada pela primeira vez em 1977 na cidade do Rio
de Janeiro onde, sob coordenação de M. C. M. Alves, avaliaram-se os níveis de infestação
predial por roedores em 7 das 26 regiões administrativas em que a cidade era dividida na
época. A técnica do levantamento de infestação predial por roedores foi utilizada como
ferramenta para se avaliar a efetividade das ações de controle que eram empregadas
nessas áreas, as quais se caracterizavam como as mais precárias da cidade, apresentando
altas taxas de infestação por roedores e elevada incidência de leptospirose (ALVES, 1989).
Embora tenha tido sucesso, essas perduraram somente até o final da década de 1980,
quando então foram interrompidas para a adoção de outras políticas públicas visando o
controle de roedores. Na Cidade de São Paulo, a primeira aplicação desse método ocorreu
em 1989, tendo se realizado no vale do Rio Aricanduva um levantamento completo da taxa
Roedores na Cidade de São Paulo
50
de infestação predial em cerca de 10.000 imóveis. Em seguida, procedeu-se ao controle de
roedores e o monitoramento da infestação em todos os imóveis infestados (SILVA et al.,
1992). Após essas atividades terem alcançado redução de 94,5% da infestação por
roedores e terem cumprido seus objetivos, elas foram interrompidas em dezembro desse
mesmo ano. Afora essas duas aplicações da metodologia do levantamento de infestação
predial por roedores, não há outros registros da utilização dessa técnica no país até o ano
de 2005, quando mediante sugestão de M. C. M. Alves, e devido à presença de infestação
por rato-de-telhado em quase todas as Subprefeituras da cidade, o município de São Paulo
decidiu realizar os quatro estudos pilotos, já citados, e os levantamentos de infestação dos
anos de 2005, 2006 e 2007. Por fim, mediante a Lei Municipal 14.430/07, o município
transformou essa técnica em ferramenta obrigatória de monitoramento das populações de
roedores urbanos, sendo esta iniciativa sem precedentes na história do controle de roedores
no mundo.
– CAPÍTULO 3 –
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado com dados obtidos no Levantamento de Infestação Predial por
Roedores (LIPR), na Cidade de São Paulo, em 2006. As estimativas foram obtidas de
acordo com o esquema amostral utilizado. A influência de fatores ambientais e
socioeconômicos sobre a taxa de infestação predial por roedores foi estudada utilizando
modelos logísticos. A distribuição espacial de alguns resultados também foi considerada. As
principais hipóteses de trabalho foram as seguintes:
1. A infestação por roedores numa dada região urbana é influenciada por fatores
socioeconômicos. Assim, quanto mais precárias as condições
socioeconômicas, maior será a infestação;
2. Uma vez infestada a região, a infestação de cada imóvel urbano depende de
fatores ambientais. Desse modo, quanto maiores as disponibilidades de
alimento, abrigo e acesso, maior será a infestação;
3. A distribuição espacial dos casos de leptospirose está associada à
distribuição espacial das condições ambientais, socioeconômicas e à taxa de
infestação predial por roedores. Assim, quanto mais precárias forem as
condições socioeconômicas e ambientais e quanto maior a taxa de infestação
predial por roedores, maior será a incidência de leptospirose na população.
3.1 – MATERIAL
O material utilizado nesta pesquisa é descrito a seguir.
3.1.1 – Fontes dos Dados
A principal fonte de dados foi o Levantamento de Infestação Predial por Roedores,
que conta com 23.606 registros e foi realizado pela Secretaria da Saúde, do Município de
Roedores na Cidade de São Paulo
52
São Paulo, tendo sido gentilmente cedido pela Subgerência de Informação da COVISA para
a presente pesquisa.
Outras fontes de dados foram os 13.278 setores censitários utilizados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na realização do censo demográfico para o ano
2000, os ìndices de Desenvolvimento Humano – Municipal dos 96 Distritos Administrativos
da Cidade, estimados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) e os
304 registros de casos de leptospirose, constantes do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN) para a Cidade de São Paulo no ano de 2006.
3.1.2 – Abrangência do Estudo
O estudo refere-se à região urbana da Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo,
Brasil, no ano de 2006. Consideraram-se as três principais espécies de roedores
sinantrópicos, a saber, Rattus norvegicus (ratazana), Rattus rattus (rato-de-telhado) e Mus
musculus (camundongo).
A Cidade de São Paulo pode ser dividida em áreas geográficas razoavelmente
homogêneas, de maior ou menor tamanho. As três principais maneiras de dividi-la, com
limites nem sempre compatíveis, são: por Subprefeituras, por Distritos Administrativos e por
setor censitário.
As 31 Subprefeituras constituem uma divisão política, utilizada na administração
municipal (Figura 3.1 e Tabela A.1), as quais são instâncias locais, descentralizadas e
autônomas de gestão municipal, com orçamento próprio, capazes de operacionalizar
políticas públicas microrregionais dentro da macro administração municipal (PEDROSO,
2003). Como a principal fonte de dados pertence ao município e como as ações a serem
tomadas com o resultado da pesquisa serão colocadas em prática por organismos
municipais, é inevitável considerar essa divisão nas análises.
Os 96 distritos constituem também uma divisão administrativa da Prefeitura (Tabela
A.1). Alguns dos dados socioeconômicos estão disponíveis somente por distrito, motivo pelo
qual essa divisão teve de ser considerada nesta pesquisa.
Finalmente, os 13.278 setores censitários utilizados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) na realização do censo demográfico para o ano 2000. Nesta
pesquisa eles aparecem por dois motivos: primeiro, porque o esquema amostral utilizado no
Levantamento de Infestação Predial por Roedores baseou-se neles (ver Seção 3.3);
Roedores na Cidade de São Paulo
53
segundo, porque alguns dados socioeconômicos estão disponíveis somente de acordo com
essa divisão.
Figura 3.1 - Mapa temático do município de São Paulo
com sua divisão geopolítica em 31 Subprefeituras.
3.2 – LEVANTAMENTO DA INFESTAÇÃO
Todo o processo metodológico de obtenção dos dados sobre infestação predial por
roedores seguiu as orientações do Urban Rat Survey, que consiste em um manual técnico
do Center for Disease Control (CDC) de Atlanta, nos Estados Unidos (DAVIS; CASTA;
SCHATS, 1977). O trabalho de campo de levantamento dos dados foi realizado pelas
Roedores na Cidade de São Paulo
54
equipes de Supervisão de Vigilância em Saúde (SUVIS), das 31 Subprefeituras da cidade. A
coleta dos dados foi realizada pelos agentes de controle de zoonoses de cada SUVIS e a
supervisão e processamento de dados foi realizada pela equipe técnica dessas mesmas
SUVIS
8
. Os trabalhos de campo transcorreram durante o mês de julho de 2006. O
processamento final dos dados e análise prévia dos resultados foi realizado pela
Subgerência de Informação, da Gerência de Apoio Técnico, e pela Coordenação do
Programa de Controle de Roedores, da Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental
(GVISAM), da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (COVISA).
Segundo a metodologia preconizada, o levantamento de infestação é dividido em
três fases distintas: a) inspeção das áreas residenciais e registro da taxa de infestação por
roedores e das condições ambientais; b) preparação de mapas, gráficos e tabelas para
sumarizar os resultados; c) preparação de registros e análises das deficiências ambientais,
visando a aplicação de medidas para sua melhoria. As duas primeiras etapas já foram
cumpridas, ao todo ou pelo menos em parte, cabendo a esta dissertação a complementação
da análise dos dados, inclusive com alguns aprimoramentos sobre o que já foi feito, bem
como servir como fonte de registro e consulta visando a adoção das políticas públicas
necessárias em cada região da cidade.
O levantamento de infestação providencia dados que permitem planejar e conduzir
um programa de controle de roedores e de manejo ambiental, incluindo melhoria na
estrutura dos imóveis, manejo de resíduos sólidos, manutenção de terrenos baldios,
remoção de objetos abandonados, além de outras melhorias necessárias.
3.2.1 – Unidades Operacionais Básicas
As unidades geográficas básicas consideradas para a realização do Levantamento
de Infestação Predial por Roedores foram:
a) Imóvel – Um imóvel foi definido como um lote devidamente delimitado, quer exista
ou não área construída. Para condomínios residenciais verticais considerou-se cada
bloco como um imóvel e os apartamentos existentes em cada bloco como unidades
habitacionais. Para os condomínios residenciais horizontais, cada residência foi
considerada um imóvel. Em cortiços, cada cortiço foi considerado um imóvel e cada
residência uma unidade habitacional. Nas favelas, cada domicílio foi considerado um
8
O autor desta dissertação tem participado desde o ano de 2005 da adaptação metodológica do levantamento
de infestação predial por roedores e foi o coordenador técnico na Subprefeitura de Campo Limpo.
Roedores na Cidade de São Paulo
55
imóvel. O imóvel constituiu a unidade primária de coleta de dados, tanto de
infestação, quanto de deficiências ambientais.
b) Quadra – A quadra foi definida como a unidade geográfica que em geral se encontra
circundada por quatro ruas. Entretanto, podem existir quadras com três ou duas
ruas, ou ser de forma irregular: para esses casos definiu-se como quadra a forma
geográfica definida pelo Guia de Ruas de São Paulo (MAPOGRAF, 2006), ou até
mesmo se delimitou de forma arbitrária a quadra.
c) Setor censitário – Um setor censitário, é a menor unidade geográfica criada para
fins de controle cadastral e coleta de dados pelo IBGE, sendo a unidade utilizada por
este instituto para disponibilização dos dados do censo demográfico (PEDROSO,
2003). Para propósitos do levantamento de infestação, o setor censitário foi
considerado apenas como unidade primária para sorteio das quadras.
Posteriormente, foi utilizado também para avaliação das variáveis socioeconômicas
possivelmente associadas com a infestação por roedores.
d) Distrito Administrativo – Menor unidade geopolítica de divisão do município de São
Paulo, no total existem 96 Distritos. Para efeito da análise dos dados de infestação e
das condições ambientais na presente pesquisa, essa divisão não foi considerada,
uma vez que se adotou a divisão por Subprefeituras, as quais podem englobar um
ou mais distritos administrativos. Futuramente se considerou esta divisão na análise
da possível associação do IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal)
com a infestação por roedores.
e) Subprefeitura – Unidade geográfica e administrativa criada pela Lei n° 13.399, de
2002, que dividiu a administração do município em 31 Subprefeituras (Figura 3.1).
f) Cidade de São Paulo – Maior unidade geográfica de coleta dos dados e definida
pelos limites legais e pelo plano diretor como sendo a área urbana do município de
São Paulo.
3.2.2 – Recursos Humanos e Materiais
Para a realização da coleta de dados no campo, cada Subprefeitura contou com um
mínimo de 2 e um máximo de 4 equipes de campo. Cada equipe de campo era composta
por dois agentes de controle de zoonoses com larga experiência no controle de roedores (no
mínimo 3 anos) e um motorista. Cada equipe era responsável por cobrir determinado
Roedores na Cidade de São Paulo
56
número de quadras por dia de trabalho, em geral duas, uma no período da manhã e uma no
da tarde. Além dos agentes de controle de zoonoses, cada Subprefeitura contou com, ao
menos, um coordenador técnico com nível superior de instrução e um auxiliar técnico
administrativo para supervisionar e processar as informações levantadas diariamente.
Antes de iniciar o levantamento de infestação, todos os profissionais envolvidos
passaram por treinamento teórico e prático em biologia e controle de roedores, bem como
nas técnicas necessárias para realizar o Levantamento de Infestação Predial por Roedores.
Este treinamento teve a finalidade de homogeneizar o conhecimento e padronizar a coleta
de dados.
Os seguintes itens faziam parte do material utilizado nesta pesquisa pelas equipes
de campo:
a) Boletim de Índice de Infestação Predial – consiste no formulário de campo utilizado
para coleta das informações de cada imóvel (Figura A.1);
b) Mapa de campo – mapa produzido pela Subgerência de Informação da COVISA,
indicando a localidade da quadra que deveria ser inspecionada (Figura A.2);
c) Mapa de Setor Censitário – mapa fornecido pelo IBGE, onde consta o número do
setor censitário e a divisão do setor em suas quadras constituintes (Figura A.3);
d) Caneta, lápis, borracha, prancheta – utilizados na anotação dos dados no boletim de
infestação;
e) Lanterna;
f) Equipamentos de Proteção Individual (EPI) – botas de vaqueta de couro, luvas de
látex, Protetor Facial Filtrante para materiais particulados, pó e névoas orgânicas
(PFF-1);
g) Uniforme – consistindo em calça, camisa, jaleco, boné e crachá de identificação;
h) Rodenticidas – somente utilizados onde se encontrou situação alta de infestação por
roedores e situação de risco para a transmissão de leptospirose;
i) Material educativo – panfletos informativos sobre a prevenção das infestações por
roedores;
j) Autorização de desratização – documento no qual o responsável do imóvel consentia
a realização de desratização no intradomicílio e se comprometendo a seguir as
orientações da equipe de agentes de zoonoses (Figura A.4).
Roedores na Cidade de São Paulo
57
3.2.3 – Inspeção dos Imóveis
Em cada quadra, todos os imóveis deveriam ser visitados e o maior número possível
deles inspecionados, exceto aqueles em que o morador estivesse ausente ou não
permitisse a entrada do agente de zoonoses, os quais posteriormente, após ao menos mais
duas visitas mantivessem essa mesma condição, foram eliminados da análise dos dados.
A inspeção sempre se iniciou pelo imóvel localizado na esquina mais ao norte e
seguiu para os demais imóveis em sentido horário em torno da quadra, até completar todos
os imóveis.
Em cada imóvel, a visita iniciava-se pela área externa, partindo pelo lado direito do
inspetor e seguindo para os fundos do imóvel, até completá-lo como um todo. Em seguida
inspecionava-se o interior do imóvel, onde eram vistoriados a sala, a cozinha e os
banheiros. Por questões de privacidade, os quartos não eram inspecionados, a não ser
quando solicitado pelo munícipe. Construções adjacentes ao imóvel principal, como
lavanderias, eram inspecionadas no momento da visita à área externa do imóvel. Forros e
porões, quando existentes, foram inspecionados juntamente com a área interna do imóvel.
3.2.4 – Variáveis Observadas na Inspeção
O primeiro grupo de variáveis observadas na inspeção refere-se ao estado do
imóvel que foram definidas conforme segue:
a) Imóvel Fechado – Imóvel no qual, no ato da visita, não se encontrou nenhum
morador, ou que, por motivos não claros, o morador encontrava-se no local, mas não
atendeu o agente de zoonoses. Imóveis abandonados e terrenos baldios murados
foram considerados fechados. Também, foram considerados fechados os imóveis
nos quais, no momento da inspeção, só havia pessoas menores de 18 anos.
b) Imóvel Recusado – Aquele em que o morador atendeu ao agente de zoonoses, mas
por motivos diversos não permitiu a entrada ou inspeção completa do imóvel pelo
agente de zoonoses.
c) Imóvel Inspecionado – Imóvel em que o agente de zoonoses teve permissão de
entrada e de inspeção completa de suas dependências, tanto da área externa quanto
da interna.
Roedores na Cidade de São Paulo
58
d) Pendências – Caracteriza-se pela somatória dos imóveis fechados e recusados. No
decorrer do levantamento, tais imóveis receberam nova visita dos agentes de
zoonose, em uma ou mais oportunidades, com a finalidade de diminuir a taxa de não
resposta. As informações colhidas nos imóveis em que foi possível realizar a
inspeção substituíram as anteriormente coletadas.
Quando um dado imóvel foi considerado fechado ou recusado, nenhuma variável
mais foi observada. Já para os imóveis considerados inspecionados, deu-se prosseguimento
às observações, verificando-se as variáveis apresentadas a seguir.
O segundo grupo de variáveis refere-se à característica do imóvel e diz respeito à
finalidade de uso do imóvel, sendo subdividida em 4 categorias, das quais o agente de
zoonoses só deveria assinalar uma delas para cada imóvel:
a) Imóvel Residencial – Imóvel próprio, alugado ou cedido, de uso exclusivamente
residencial pelos moradores.
b) Imóvel Comercial – Imóvel de uso somente para fins comerciais,
independentemente da finalidade do comércio e da hora de funcionamento, ou de
uso para outro propósito desde que não fosse residencial. Nesta categoria incluem-
se as igrejas, escolas, clubes, hotéis, hospitais e estacionamentos.
c) Imóvel Residencial e Comercial – Aqueles em que, no mesmo lote ou prédio,
exista uma ou mais construções destinadas às finalidades residencial e comercial
concomitantemente. Foram incluídos nesta categoria os imóveis com características
comerciais, no qual o proprietário (ou empregado, ou outra pessoa) resida ou
pernoite, assim como casas de repouso, orfanatos, internatos e quartéis.
d) Terreno Baldio – Imóveis murados ou não, em que haja ou não construções, desde
que desabitadas e sem nenhuma finalidade de uso.
O terceiro grupo de variáveis refere-se à fonte de alimento e consiste na
distribuição dos principais itens alimentares encontrados no ambiente urbano pelos
roedores. A partir deste ponto, e para as variáveis de abrigo, acesso e infestação, o agente
de zoonoses pôde anotar a ocorrência de mais do que uma variável para cada imóvel:
a) Alimento para Animal – Diz respeito à presença (tanto na área interna do imóvel,
quanto na externa), de vasilhames ou engradados contendo alimento para animais
domésticos ou não, de diferentes espécies, em local acessível aos roedores
Roedores na Cidade de São Paulo
59
sinantrópicos. Também consta deste tópico, alimentos derrubados pelo animal ou
colocados diretamente no chão pelo proprietário e outras maneiras de dispor os
alimentos que tenham a finalidade de servir a animais domiciliados ou de vida livre.
b) Lixo Acessível aos Roedores – Consiste na presença no imóvel, tanto na área
interna quanto externa, de cesto, saco ou vasilhames utilizados para acondicionar o
lixo doméstico, especialmente os itens alimentares, e que estão dispostos de forma
inadequada, permitindo o acesso de roedores. Neste tópico enquadram-se latas e
cestos de lixo sem tampa, mal tampados ou quebrados, os sacos plásticos
colocados diretamente no chão ou em lixeiras inapropriadas e que podem ser
facilmente rasgados pelos roedores, bem como o lixo diretamente depositado ou
espalhado sobre o chão.
c) Alimento Humano Disponível – Caracteriza-se pela presença no imóvel, em geral
na área interna, de alimentos que têm a finalidade de servir aos moradores, mal
acondicionados ou acondicionados de forma a permitir o acesso aos roedores. Neste
tópico enquadram-se as frutas acondicionadas em fruteiras, alimentos guardados
sobre o fogão ou dentro do forno e os restos das refeições que permanecem sobre a
mesa, no fogão, na pia ou até mesmo caídos sobre o chão.
d) Árvore Frutífera – Este item não consta da metodologia proposta pelo CDC, em
1977, tendo sido adicionado ao método no ato de sua revisão em 2006. No entanto,
ele já havia sido incorporado ao Levantamento de Infestação Predial por Roedores
realizado em 2005 na Cidade de São Paulo, pela equipe técnica da COVISA. Ele diz
respeito à presença no imóvel de plantas, com finalidade ornamental ou não, que
produzam durante todo o ano, ou em determinadas estações, frutos, flores, grãos ou
sementes que sirvam de alimento aos roedores. Este item só deve ser anotado no
boletim de campo se, no ato da inspeção, esses “frutos” estiverem presentes nas
plantas.
O quarto grupo de variáveis refere-se à fonte de abrigo e inclui 6 variáveis que
representam as principais fontes de abrigo na área urbana para roedores:
a) Material Inservível e Entulho – Consistem na presença no imóvel de material de
natureza diversa, que não possui utilidade alguma ao morador, sendo passível de
descarte ou coleta pelo serviço público de limpeza. Devido à similaridade, no que diz
respeito a forma e dificuldade de descarte pelo morador, foi incluído neste item o
entulho. A definição sobre serventia ou não do material compete ao morador. Alguns
Roedores na Cidade de São Paulo
60
exemplos de materiais inservíveis que servem de abrigo aos roedores são pedações
de móveis velhos, latas, pneus, madeiras, plásticos e restos de construção.
b) Material de Construção – Consiste na presença de materiais de construção que
estejam em utilidade no momento ou simplesmente guardados no imóvel. Como
exemplo, temos: pilhas de tijolos, madeiras, ferragem, sacarias de cimento e massas,
caixas de pisos e azulejos. Esses materiais podem ser novos ou velhos, e o conceito
sobre sua utilidade como material de construção cabe ao morador.
c) Objetos Abandonados Objetos e materiais que não estão sendo utilizados, mas
aos quais o morador atribui algum valor, não sendo, portanto, passíveis de coleta
pelo sistema público de limpeza. Alguns exemplos são: móveis em desuso, carros
quebrados, utensílios domésticos, eletrodomésticos.
d) Vão no Telhado – Caracteriza-se pela presença no imóvel de buracos, frestas e
vãos no beiral entre a parede e o telhado ou aberturas, telhas quebradas e buracos
diretamente no telhado que permitem aos roedores se alojar no seu interior. Os vãos
de telhado só se caracterizam como abrigo quando estes não dão acesso ao interior
do imóvel.
e) Vão de Parede – Definidos pela presença no imóvel de buracos, frestas e vãos no
muro ou nas paredes, que permitem aos roedores se alojar no seu interior. Os vãos
de parede só se caracterizam como abrigo quando estes não possuem ligação com
o outro lado ou quando não dão acesso da área externa para interna e vise e versa.
f) Mato Alto – Considera-se mato alto a presença no imóvel de vegetação rasteira, tal
como grama ou mato, com altura superior a 30cm (a medição da altura da vegetação
foi realizada empiricamente através de avaliação visual) e suficientemente densa
para providenciar segurança para os roedores se abrigarem, construírem tocas e se
deslocarem.
O quinto grupo de variáveis refere-se à fonte de acesso e diz respeito às estruturas
pelas quais os roedores podem adentrar o intradomicílio, tendo sido categorizadas da
seguinte forma:
a) Acesso pela Estrutura do Imóvel – Correspondem às falhas estruturais presentes
no imóvel, que possibilitam o trânsito do roedor da área externa para a interna. Tais
falhas são caracterizadas como vãos nas paredes e telhado, vidros quebrados,
janelas que não fecham adequadamente, frestas entre o piso e a soleira da porta,
precariedade da construção, entre outras.
Roedores na Cidade de São Paulo
61
b) Acesso pela Rede de Esgoto – Diz respeito especificamente às deficiências no
sistema de coleta de esgoto ou água pluvial que permitem o acesso de roedores dos
córregos ao imóvel, ou que permitem o acesso da área externa para a interna do
imóvel. Alguns exemplos são: domicílios sem sistema de coleta de esgotos, com
canalizações desaguando diretamente no córrego e sem nenhum sistema de
contenção de refluxo da água; ralos e caixas de inspeção quebrados, abertos ou
danificados.
O sexto e último grupo de variáveis refere-se à infestação por roedores e diz
respeito à caracterização da presença ou não de roedor no imóvel. Essas variáveis
baseiam-se na observação de sinais indicativos de sua presença, como fezes, marca de
gordura, tocas e trilhas, tanto na área interna quanto externa de cada imóvel. Também
dizem respeito à definição da espécie infestante, com base nos sinais característicos de
cada uma delas, como formato das fezes, local onde foram encontradas marcas de gordura
e roeduras, presença e característica das tocas (para maiores detalhes ver BROOKS, 1973;
MEEHAN, 1984).
a) Infestação Geral – Considera-se infestado o imóvel que apresenta sinais indicativos
da presença de roedores, independentemente da espécie ou espécies infestantes.
b) Infestação por Rato-de-telhado – Considera-se apenas o imóvel que apresenta
sinais indicativos da infestação por rato-de-telhado, independentemente da
infestação concomitante por outra espécie de roedor.
c) Infestação por Ratazana – Considera-se apenas o imóvel que apresenta sinais
indicativos da infestação por ratazana, independentemente da infestação
concomitante por outra espécie de roedor.
d) Infestação por Camundongo – Considera-se apenas o imóvel que apresenta sinais
indicativos da infestação por camundongo, independentemente da infestação
concomitante por outra espécie de roedor.
e) Infestação por Espécie Indeterminada – Imóvel infestado por roedor, mas que não
foi possível, mediante os sinais de infestação encontrados, ou por falta de convicção
do avaliador, caracterizar a(s) espécie(s) infestante(s).
f) Infestação Interna – Considera-se o imóvel que apresenta sinais intradomiciliares,
ou seja nos cômodos da casa, como cozinha e banheiro, de infestação por roedores,
independentemente de haver sinais externos.
Roedores na Cidade de São Paulo
62
g) Infestação Externa - Considera-se o imóvel que apresenta sinais peridomiciliares,
ou seja no quintal, jardim e lavanderia, de infestação por roedores,
independentemente de haver sinais internos. Imóveis que apresentam construções
anexas ao imóvel principal, como cômodos ou casas no fundo do quintal, as quais
não estavam habitadas no momento da inspeção, mas encontrava-se com sinais
indicativos de infestação, foram considerados como imóveis com infestação externa.
h) Infestação Somente Interna – Considera-se o imóvel que apresenta sinais
exclusivamente intradomiciliares.
i) Infestação Somente Externa - Considera-se o imóvel que apresenta sinais
exclusivamente peridomiciliares,
3.3 – ESQUEMA AMOSTRAL
O esquema amostral foi todo desenvolvido e realizado pela Subgerência de
Informação da COVISA, que tomou como base o método quantitativo proposto por Davis,
Casta e Schats (1977), que preconiza a inspeção de no mínimo 500 imóveis para a área
com mais de 10.000 imóveis (Tabela 3.1). Em função de experiências prévias em
levantamento amostral no município de São Paulo, como a Avaliação de Densidade Larvária
(ADL) e os próprios Levantamentos de Infestação Predial por Roedores anteriores, ou seja,
dos projetos-pilotos (MASI, 2006) e do LIPR de 2005 (SANTOS et al., 2006), optou-se por
considerar a previsão de cerca de 30% de imóveis fechados; com isso, o tamanho da
amostra, para cada uma das 31 Subprefeituras de São Paulo, foi expandido para 800
imóveis.
Tabela 3.1 – Tamanho mínimo da amostra de imóveis a ser inspecionada durante o
levantamento de infestação predial por roedores em relação ao total de imóveis da área.
Número de imóveis existentes na área Tamanho mínimo da amostra
10.000 ou mais 500
de 3.000 a 9.999 450
Até 2.999 435
Fonte: Adaptado de Davis, Casta e Schats, 1977.
Roedores na Cidade de São Paulo
63
O esquema amostral escolhido foi o de amostragem probabilística por
conglomerados em 2 estágios. No primeiro estágio os conglomerados eram setores
censitários, estratificados por Subprefeitura; para fins de sorteio, foram considerados apenas
os setores censitários com densidade populacional superior a 100 habitantes/km
2
(Figura
3.2). No segundo estágio os elementos foram as quadras (com todos os seus imóveis). O
número de quadras sorteadas foi determinado pela razão entre o número de imóveis da
amostra e o número médio de edificações por quadra em cada Subprefeitura. No primeiro
estágio foram selecionados por sorteio 16 setores censitários, em média, por Subprefeitura
(Tabela 3.2). No segundo estágio foi selecionada randomicamente uma quadra em cada
setor. Em cada quadra sorteada foram visitados todos os imóveis.
Finalmente, para a análise dos dados, procedeu-se à expansão da amostra
considerando-se o total de setores censitários existentes em cada Subprefeitura e o total de
quadras por setor sorteado (Tabela A.2). As fórmulas de expansão foram adaptadas de Kish
(1965).
Fonte: Subgerência de Informação, COVISA, 2006.
Figura 3.2 - Mapa temático do município de São Paulo apresentando em cinza os setores
censitários incluídos na amostragem e em azul os excluídos
(densidade populacional menor que 100 habitantes/km²).
Roedores na Cidade de São Paulo
64
Tabela 3.2 - Total de setores censitários por Subprefeitura e total de setores censitários
sorteados no primeiro estágio amostral, Cidade de São Paulo, 2006.
Subprefeitura Total de setores censitários Setores censitários sorteados
Aricanduva 346 20
Butantã 435 21
Campo Limpo 475 15
Capela do Socorro 592 17
Casa Verde 352 14
Cidade Ademar 413 13
Cidade Tiradentes 244 8
Ermelino Matarazzo 282 16
Freguesia do Ó 383 12
Guaianases 308 13
Ipiranga 555 13
Itaim Paulista 444 19
Itaquera 616 18
Jabaquara 277 13
Jacanã/Tremembé 315 19
Lapa 377 15
M’Boi Mirim 567 16
Mooca 469 15
Parelheiros 105 30
Penha 586 16
Perus 106 20
Pinheiros 508 13
Pirituba/Jaraguá 399 19
Santana/Tucuruvi 432 8
Santo Amaro 290 21
São Mateus 489 11
São Miguel 490 15
Sé 715 16
Vila Maria/Vila Guilherme 376 15
Vila Mariana 531 12
Vila Prudente 641 13
São Paulo 13.118 486
Fonte: Subgerência de Informação, COVISA, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
65
3.3.1 – Notação
Segundo o esquema amostral utilizado
a) em cada Subprefeitura (p) sortearam-se setores censitários;
b) em cada setor censitário (s) sorteou-se apenas uma quadra;
c) em cada quadra (q) levantaram-se todos os imóveis.
As quantidades ou números de cada um desses itens são os seguintes:
psq
I
: número total de imóveis urbanos na subprefeitura p, setor censitário s, quadra q;
ps
Q
: número total de quadras na subprefeitura p, setor censitário s;
p
C
: número total de setores censitários na subprefeitura p;
p
c
: número de setores censitários sorteados na subprefeitura p;
P : número de subprefeituras na cidade.
Como interessava calcular certas razões ou proporções, como taxas de incidência,
definiram-se duas variáveis (variável Y e variável X), com fórmulas de expansão análogas:
psqi
y
: valor observado da variável Y na subprefeitura p, setor censitário s, quadra q, imóvel
urbano i
psq
y
: soma da variável na subprefeitura p, setor censitário s, quadra q
ps
y
: soma da variável na subprefeitura p, setor censitário s
p
y
: soma da variável na subprefeitura p
Roedores na Cidade de São Paulo
66
ˆ
ps
Y : estimativa do total da variável na subprefeitura p, setor censitário s
ˆ
p
Y : estimativa do total da variável na subprefeitura p
ˆ
Y
: estimativa do total da variável na cidade
(
ˆ
var
p
Y
)
: estimativa da variância da estimativa do total da variável na subprefeitura p
()
ˆ
var Y
: estimativa da variância da estimativa do total da variável na cidade:
psqi
x
: valor observado da variável X na subprefeitura p, setor censitário s, quadra q, imóvel
urbano i
psq
x
: soma da variável na subprefeitura p, setor censitário s, quadra q
ps
x
: soma da variável na subprefeitura p, setor censitário s
p
x
: soma da variável na subprefeitura p
ˆ
ps
X
: estimativa do total da variável na subprefeitura p, setor censitário s
ˆ
p
X
: estimativa do total da variável na subprefeitura p
ˆ
X
: estimativa do total da variável na cidade
(
)
ˆ
var
p
X
: estimativa da variância da estimativa do total da variável na subprefeitura p
(
)
ˆ
var
X
: estimativa da variância da estimativa do total da variável na cidade.
Roedores na Cidade de São Paulo
67
3.3.2 – Expansão de Imóvel para Quadra
Todos os
psq
I
imóveis urbanos foram levantados dentro da quadra sorteada q. O
valor observado da variável Y na subprefeitura p, setor censitário s, quadra q, imóvel
urbano i é
. A soma da variável na subprefeitura p, setor censitário s, quadra q é dada
por
psqi
y
1
psq
I
psq psqi
i
yy
=
=
A fórmula para a variável X é análoga.
3.3.3 – Expansão de Quadra para Setor Censitário
Como somente uma quadra foi sorteada por setor censitário, a soma da variável Y
na subprefeitura p, setor censitário s é dada por
ps psq
yy
=
O total da variável no setor censitário s é estimado por:
ˆ
ps ps ps
YQy=
A soma da variável nos setores sorteados na subprefeitura p é dada por:
1
ˆ
p
c
p
s
y
=
=
ps
Y
Como somente uma quadra foi sorteada em cada setor censitário, não é possível
estimar a variância entre quadras. Por isso, a estimativa da variância de y vai ser
aproximada pelo valor a seguir (o que certamente resultará numa subestimativa da
variância das estimativas seguintes)
9
:
9
Para efeito da presente dissertação, o esquema amostral e os dados levantados já existiam previamente e não
foram modificados a posteriori.
Roedores na Cidade de São Paulo
68
()
(
)
()
2
2
2
var 1
1
p
p
pp
pp
p
pp
p
sy
c
yc
Cc
c
csy
C

−=




=−



onde
()
2
22
11
2
2
1
11
ˆˆ
1
1
ˆ
1
pp
p
cc
pps
sj
pp
c
p
ps
s
pp
sy Y Y
cc
y
Y
cc
==
=
ps

=
−=




=−



∑∑
As fórmulas para a variável X são análogas. Além disso, pode se calcular:
()
(
)
()
2
;
cov ; 1
1;
pp
p
pp p
pp
p
pp
p
sy x
c
yx c
Cc
c
csyx
C

p
−=




=−



onde
()
111
1
11
ˆˆ ˆ ˆ
;
1
1
ˆˆ
1
ppp
p
ccc
p p ps ps ps ps
sjj
pp
c
pp
ps ps
s
pp
sy x YX Y X
cc
yx
YX
cc
===
=

=− =




=−



∑∑
3.3.4 – Expansão de Setor Censitário para Subprefeitura
Estimativa do total da variável na subprefeitura p:
1
ˆˆ
p
c
p
pps
s
pp
CC
YY
cc
=
==
p
p
y
Roedores na Cidade de São Paulo
69
Estimativa da variância da estimativa do total da variável na subprefeitura p:
()
()
2
2
1
2
2
ˆˆ
var var
var
p
c
p
pp
s
p
p
p
p
C
YY
c
C
y
c
=

s
=


As fórmulas para a variável X são análogas. Além disso, pode se calcular a relação
entre as variáveis Y e X:
ˆ
ˆ
p
p
p
p
Yy
r
p
x
X
==
com estimativa da variância do quociente aproximada por
() () () ( )
2
2
1
var var var 2 cov ;
ppp
p
ryrxry
x
pp
x
≈+
Por exemplo, a variável Y pode designar se o imóvel urbano trabalhado está ou não
infestado por roedores
1, se infestado
0, caso contrario
psqi
y
=
enquanto que a variável X pode designar se o imóvel urbano foi inspecionado ou não
1, inspecionado
0, caso contrario
psqi
x
=
3.3.5 – Expansão de Subprefeitura para a Cidade
Estimativa do total da variável na cidade:
1
ˆ
P
p
p
Y
=
=
ˆ
Y
Estimativa da variância da estimativa do total da variável na cidade:
() ( )
1
ˆ
var var
P
p
p
Y
=
=
ˆ
Y
Roedores na Cidade de São Paulo
70
As fórmulas para a variável X são análogas. Além disso, pode se calcular a relação
entre as variáveis Y e X:
ˆ
ˆ
Y
r
X
=
com estimativa da variância aproximada por
()
() () ( )
2
2
111
1
var var var 2 cov ;
ˆ
PPP
pp
ppp
ryrxr
X
===

≈+


∑∑∑
pp
yx
3.3.6 – Análise Descritiva
A análise dos dados foi baseada nos resultados obtidos pelo método amostral
descrito nesta Seção. O processamento de dados para a análise descritiva foi feito
utilizando-se o Statistical Analysis Software (SAS
®
), versão 9.1 para Windows.
Estimaram-se freqüências, taxas ou proporções das variáveis definidas na Seção
3.2.4. A estimativa da taxa de infestação predial por roedores foi obtida através da razão
entre o total de imóveis infestados pelo total de imóveis inspecionados, sendo os resultados
expressos em porcentagem de imóveis infestados (DAVIS; CASTA; SCHATS, 1977; CDC,
2006). Foram estimadas as taxas de infestação predial geral (independentemente da
espécie), a taxa de infestação por ratazana, por rato-de-telhado, por camundongo e por
espécie indeterminada. Também foram estimadas as taxas de infestação interna, externa,
somente interna e, somente externa.
A estimativa da freqüência das variáveis de alimento, abrigo e acesso nos imóveis foi
calculada de forma similar ao cálculo da taxa de infestação predial por roedores. Desta
forma, a estimativa foi obtida pela razão entre a estimativa de imóveis que apresentavam a
variável em questão pela estimativa do total de imóveis inspecionados. Também se
procedeu ao agrupamento dessas variáveis para formar as variáveis agregadas: fonte de
alimento, fonte de abrigo e fonte de acesso, que se caracterizavam pela presença de ao
menos uma das variáveis específicas definidas nos tópicos: fonte de alimento, abrigo ou
acesso no imóvel. Por exemplo, se as variáveis acesso pela estrutura do imóvel ou acesso
pela rede de esgoto fossem igual a 1, então acesso geral será igual a 1, caso contrário, igual
a 0. Suas freqüências foram estimadas dividindo-se o número de imóveis positivos para a
variável geral em questão pelo total de imóveis inspecionados. Todos os resultados são
Roedores na Cidade de São Paulo
71
expressos em porcentagem de imóveis e na sua interpretação considerou-se a estimativa do
intrevalo de dois desvios padrões, consistindo a sobreposição entre os valores de duas
variáveis diferentes ou da mesma variável para Subprefeituras diferentes em diferença não
significativa ao nível de 95%.
3.4 – ANÁLISE DE REGRESSÃO LOGÍSTICA
Para avaliar a associação entre as variáveis socioeconômicas e ambientais e as
taxas de infestação predial por roedores (geral e específica), utilizou-se análise de
regressão logística múltipla (modelo logit), com o cálculo da razão de probabilidade (odds
ratio - OR) e respectivo intervalo de confiança 95% (IC 95%) para cada associação. A
estimação dos modelos de regressão logística foi realizada utilizando-se o Statistical
Analysis Software (SAS
®
), versão 9.1 para Windows, por meio do procedimento LOGISTIC.
3.4.1 – Modelo Logit
Quando a variável de resposta (ou dependente) de um modelo é qualitativa, é usual
construir um modelo de probabilidade em que a função de ligação entre a variável
dependente Y e as independentes (ou explicativas, ou regressores)
é a
distribuição de probabilidade logística, dado por
()
12
, ,...,
k
XX X=X
10
:
1
Pr
1
pY
e

==

+
β x
X=x
Chama-se logit a expressão
()
logit ln
1
p
p
p

=


β x=
Para cada variável explicativa dicotômica, denota-se por
Pr 1 1
i
pYX
i
=
==
a probabilidade de Y ocorrer, dado que X
i
ocorreu, e por
10
As variáveis Y e X têm significados diferentes nas seções 3.3 (esquema amostral) e 3.5 (modelo de regressão
logística).
Roedores na Cidade de São Paulo
72
Pr 1 0
i
rYX
i
=
==
a probabilidade de Y ocorrer, dado que X
i
não ocorreu. Então, a probabilidade relativa (odds)
de Y ocorrer, dado que X
i
ocorreu, é definida por
1
i
i
p
p
enquanto que a probabilidade relativa (odds) de Y ocorrer, dado que X
i
não ocorreu, é
definida por
1
i
i
r
r
A razão entre essas duas probabilidades relativas resulta no importante conceito de
razão de probabilidade (odds ratio), que nada mais é do que a razão entre as probabilidades
relativas:
11
1
1
i
ii
i
i
ii
i
p
i
p
pr
OR
r
rp
r
==×
Para detalhes sobre esses modelos, ver, por exemplo, Pino (2007).
Roedores na Cidade de São Paulo
73
3.4.2 – Definição das Variáveis Utilizadas nos Modelos
Para a construção dos modelos logit utilizaram-se as variáveis de infestação,
socioeconômicas e ambientais. As variáveis de infestação e ambientais, encontram-se
descritas na Seção 3.2.4, foram obtidas diretamente pela observação dos imóveis durante
os procedimentos de campo do levantamento de infestação, e constam do Banco de Dados
do Levantamento de Infestação Predial por Roedores (COVISA, 2006). As variáveis
socioeconômicas foram obtidas indiretamente através dos dados disponíveis por setor
censitário do censo demográfico para o ano 2000 (IBGE, 2000), exceto a variável IDH-M
(Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), que foi obtida dos dados disponíveis por
Distrito Administrativo da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). Para
detalhes sobre a construção do IDH-M, ver, por exemplo, Pedroso (2003).
As características socioeconômicas foram compostas pelos seguintes grupos de
variáveis:
a) Características dos moradores – gênero e escolaridade do responsável pelo
imóvel, número de moradores no imóvel;
b) Saneamento – banheiro ou sanitário, esgotamento sanitário e rede geral de esgoto
ou pluvial, abastecimento de água, coleta de resíduos sólidos;
c) Demografia – densidade demográfica (habitantes/km
2
);
d) Economia – renda em salários mínimos, renda nominal do responsável pelo imóvel.
e) Índice de Desenvolvimento Humano – IDH-M.
A maior parte das variáveis utilizadas foi definida como variável quântica (ou binária,
ou dicotômica, ou dummy), isto é, que assumem somente dois valores (aqui,
convencionalmente, os valores 1 e 0, para a ocorrência e a não-ocorrência do fenômeno,
respectivamente), tratando-se, portanto de variáveis qualitativas ou categóricas (Tabela
3.3), enquanto que as demais são quantitativas.
Roedores na Cidade de São Paulo
74
Tabela 3.3 – Definição das variáveis utilizadas nos modelos.
(continua)
Variável Definição
Infestação por roedor
1=Imóvel infestado por roedor
0=Caso contrário
Infestação por ratazana
1=Imóvel infestado por ratazana
0=Caso contrário
Infestação por rato-de-telhado
1=Imóvel infestado por rato-de-telhado
0=Caso contrário
Infestação por camundongo
1=Imóvel infestado por camundongo
0=Caso contrário
Imóvel comercial
1=Imóvel comercial ou residencial e comercial
0=Imóvel estritamente residencial
Terreno baldio
1=Imóvel é terreno baldio
0=Caso contrário
Alimento para animal
1=Alimento animal acessível a roedores no imóvel
0=Caso contrário
Lixo acessível aos roedores
1=Lixo acessível a roedores no imóvel
0=Caso contrário
Alimento humano disponível
1=Alimento humano acessível a roedores no imóvel
0=Caso contrário
Árvore frutífera
1=Árvore frutífera acessível a roedores no imóvel
0=Caso contrário
Fonte de alimento
1=Alimento humano=1, e/ou lixo acessível=1, e/ou alimento
humano=1, e/ou árvore frutífera=1
0=Caso contrário
Material inservível e entulho
1=Presença de material inservível e entulho no imóvel
0=Caso contrário
Material de construção
1=Presença de material de construção no imóvel
0=Caso contrário
Objetos abandonados
1=Presença de objetos abandonados no imóvel
0=Caso contrário
Vão de telhado
1=Presença de vão de telhado no imóvel
0=Caso contrário
Vão de parede
1=Presença de vão de parede no imóvel
0=Caso contrário
Mato alto
1=Presença de mato alto no imóvel
0=Caso contrário
Inservíveis/entulho/abandonados
1=Material inservível e entulho=1, e/ou objetos
abandonados=1
0=Caso contrário
Roedores na Cidade de São Paulo
75
Tabela 3.3 – Definição das variáveis utilizadas nos modelos.
(conclusão)
Variável Definição
Fonte de abrigo
1=Material inservível e entulho=1, e/ou material de
construção=1, e/ou objetos abandonados=1, e/ou vão de
telhado=1, e/ou vão de parede=1, e/ou mato alto=1
0=Caso contrário
Deficiências na estrutura do imóvel
1=Acesso para roedores pela estrutura do imóvel
0=Caso contrário
Acesso pela rede de esgoto
1=Possibilidade de acesso de roedores pela rede de esgoto
no imóvel
0=Caso contrário
Fonte de acesso
1-Acesso pela estrutura do imóvel=1, e/ou acesso pela rede
de esgoto=1
0=Caso contrário
IDH-M
Índice de Desenvolvimento Humano – Municipal (valor no
intervalo [0,1])
Renda até 2 salários mínimos
1=Mais de 50% dos domicílios particulares permanentes do
setor censitário apresenta pessoas responsáveis com
rendimento nominal mensal de até 2 salários mínimos
0=Caso contrário
Densidade demográfica Número de habitantes por km
2
no setor censitário
Mulher responsável
1=Mais de 30% dos domicílios particulares permanentes do
setor censitário apresenta mulheres como responsáveis
0=Caso contrário
Moradores
1=Mais de 50% dos domicílios particulares permanentes do
setor censitário com mais de 2 moradores cada um
0=Caso contrário
Esgoto
1=Mais de 50% dos domicílios particulares permanentes do
setor censitário com banheiro ou sanitário, esgotamento
sanitário, rede geral de esgoto ou pluvial
0=Caso contrário
Roedores na Cidade de São Paulo
76
3.4.3 – Os Modelos
Para analisar a relação entre as variáveis de infestação e as outras, os seguintes
conjuntos de modelos logit foram desenvolvidos e aplicados aos dados do município:
1. No primeiro, considerou-se a infestação geral por roedor como variável dependente e
as demais variáveis como independentes. Em seguida, consideraram-se as
infestações por espécie de roedor infestante – Rattus rattus, Rattus norvegicus e
Mus musculus – como variáveis dependentes e as demais variáveis como
independentes.
2. No segundo, ajustaram-se os mesmos modelos do primeiro conjunto, porém
discriminando se a infestação era interna ou externa.
3. No terceiro, ajustaram-se os mesmos modelos do primeiro conjunto, porém
agrupando parte das variáveis independentes, na forma das variáveis agregadas
fonte de alimento, fonte de abrigo e fonte de acesso, conforme descrito na Seção
3.4.
Na construção dos modelos utilizou-se o nível de significância de 0,05 e o
procedimento stepwise
11
para eliminar as variáveis não associadas com a variável
dependente em questão e também com a finalidade de indicar as variáveis independentes
mais interessantes para o modelo.
3.5 – ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS
A análise de agrupamentos foi realizada por meio do Statistical Analysis Software
(SAS
®
), versão 9.1 para Windows, utilizando-se os procedimentos FASTCLUS, CLUSTER
e TREE. Também se utilizou o software PAST
®
, procedimento MULTIVAR – CLUSTER
ANALYSIS – WARD’S METHOD, para a construção dos dendrogramas.
A análise de agrupamentos (cluster analysis) tem como objetivo dividir os elementos
de uma população em grupos, de forma que os elementos semelhantes, em relação às
variáveis estudadas, fiquem em um mesmo grupo e que os diferentes grupos formados
11
Procedimento stepwise – Método de seleção de variáveis explicativas para inclusão no modelo de regressão
que começa selecionando o melhor preditor da variável dependente e seqüencialmente inclui ou exclui as
demais variáveis com base em seu poder adicional de previsão comparado ao das outras variáveis
independentes (HAIR; ANDERSON; TATHAN, 2005).
Roedores na Cidade de São Paulo
77
sejam heterogêneos em relação a essas mesmas variáveis (MINGOTI, 2005). Os
procedimentos adotados para o agrupamento dos indivíduos da população baseiam-se em
medidas de distância, um tipo de medida matemática de similaridade (CARVALHO; CRUZ;
NOBRE, 1997), sendo a distância euclidiana uma das medidas mais utilizadas.
Com a finalidade de desenvolver modelos logísticos que evidenciassem as
divergências entre as Subprefeituras, desenvolveu-se análise de agrupamentos, em que se
objetivou agrupar as Subprefeituras que apresentavam características mais próximas em
relação às variáveis ambientais e socioeconômicas capazes de predizer a infestação por
roedores. Portanto, para a construção dos grupos de Subprefeituras, consideraram-se as
variáveis socioeconômicas e ambientais que se mostraram significativamente associadas à
infestação por roedores no primeiro modelo logit descrito na Seção 3.4.2. Dessa forma,
como será visto nas seções seguintes, as variáveis utilizadas na análise de agrupamentos
foram: IDH-M, Renda até 2 salários mínimos, imóvel comercial, terreno baldio, rede de
esgoto, estrutura do imóvel, vão de parede, vão de telhado, materiais inservíveis, materiais
de construção, mato alto, lixo acessível aos roedores, alimento para animal, árvores
frutíferas e infestação por roedores.
Para o desenvolvimento da análise de agrupamento das Subprefeituras os
procedimentos estatísticos utilizados foram o CLUSTER e o TREE, do SAS
®
, que utilizam
métodos de agrupamento hierárquicos ascendentes, os quais consistem basicamente em
iniciar a análise por tantos grupos quanto forem os elementos da população e terminar por
agrupar todos os elementos em um só grupo (CARVALHO; CRUZ; NOBRE, 1997). O
método de análise utilizado foi o de Ward, que minimiza a variância intragrupo, utilizando em
cada passo do algoritmo de agrupamento a soma dos quadrados dentro de cada grupo, que
nada mais é do que a soma do quadrado da distância euclidiana de cada elemento da
população pertencente ao grupo em relação ao correspondente vetor de médias do grupo
(MINGOTI, 2005). O método de Ward é representado pela seguinte equação:
()
()()
.. ..
,
li
li l i l i
li
nn
dCC
nn

=−

+

XX XX
)
Onde,
(
d é a distância euclidiana entre o conglomerado l e o conglomerado i,
n
il
CC ,
l
e n
i
são os números de elementos nos conglomerados C
l
e C
i
quando se está no passo k
do processo de agupamento,
é o vetor de observações do j-ésimo elemento amostral
que pertence ao i-ésimo conglomerado e
.i
X
.i
X é o centróide do conglomerado C
i
, o mesmo se
aplicando analogamente para
e
.l
X
.l
X (MINGOTI, 2005).
Roedores na Cidade de São Paulo
78
Um problema relevante, quando se realiza análise de agrupamentos, consiste em
definir qual o número final de grupos. Para isso, no presente estudo, adotaram-se os
parâmetros apontados por Mingoti (2005) para se definir em que passo k do algoritmo de
agrupamento seria interrompida a análise e definido o número final de grupos, a saber, o
coeficiente R², a estatística Pseudo F e a correlação semi-parcial do Método de Ward
(SP.R²). Tendo definido o número final de grupos que melhor caracterizaria a distribuição
das variáveis de infestação pelo conjunto das 31 Subprefeituras, realizou-se a análise de
agrupamento com o auxílio do software PAST
®
procedimento MULTIVAR – CLUSTER
ANALYSIS, que produzia mais facilmente a árvore indicativa dos agrupamentos.
Finalizada a análise de agrupamentos, cada grupo formado pelo conjunto de
Subprefeituras foi submetido a nova análise de regressão logística, em que se considerou a
infestação geral por roedor como variável dependente e as variáveis socioeconômicas e
ambientais: IDH-M, Renda até 2 salários mínimos, imóvel comercial, terreno baldio, rede de
esgoto, estrutura do imóvel, vão de parede, vão de telhado, materiais inservíveis, materiais
de construção, mato alto, lixo acessível aos roedores, alimento para animal e árvores
frutíferas, como varáveis independentes. Esta análise teve como objetivo construrir modelos
estatísticos explicativos da infestação por roedores, antes que preditivos, para cada grupo
homogêneo de Subprefeituras.
3.6 – ANÁLISE ESPACIAL
Mapas temáticos foram construídos, com o auxílio da Subgerência de Informação da
COVISA, por meio do software Maptitude (MAPTITUDE, 2006) para analisar a
correspondência espacial entre a incidência e letalidade por leptospirose e as variáveis
socioeconômicas, ambientais e de infestação estudadas. Além desses mapas temáticos,
outros foram construídos visando apresentar os resultados sob uma perspectiva espacial,
esperando com isso facilitar o entendimento da ocorrência dos eventos associados à
infestação por roedores no município de São Paulo. O mapa base utilizado foi o de
Subprefeituras.
A variável epidemiológica, casos confirmados de leptospirose para o ano de 2006, foi
obtida do banco de dados do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação),
sendo esse banco composto por 304 registros. A distribuição desses casos segundo a
Subprefeitura de residência do paciente foi realizada pela Gerência de Vigilância em Saúde
Ambiental da COVISA, a qual disponibilizou para o presente trabalho o Banco de Dados
Roedores na Cidade de São Paulo
79
constando: número de casos, número de óbitos, coeficiente de incidência e letalidade de
leptospirose, por Distrito Administrativo e Subprefeitura.
As demais variáveis utilizadas nas construções dos mapas temáticos foram obtidas
dos bancos de dados do Levantamento de Infestação Predial por Roedores e do Censo
Demográfico para o ano 2000. A variável IDH-M, construída para cada Subprefeitura
(Tabela A.1), foi obtida de Pedroso (2003).
– CAPÍTULO 4 –
RESULTADOS
Este capítulo está dividido em cinco seções. Na primeira, visa-se apresentar de
forma descritiva como se dá a distribuição da infestação por roedores e dos fatores
ambientais na Cidade de São Paulo e em cada uma das suas 31 Subprefeituras, onde se
considerou a expansão dos dados para o total de imóveis de cada Subprefeitura e não
apenas os imóveis amostrados. Na segunda, apresentam-se os resultados descritivos da
infestação sob uma perspectiva espacial. Na terceira, são apresentados e descritos os
modelos de infestação, os quais estão voltados a entender os aspectos preditivos das
variáveis independentes, ou seja, dos fatores socioeconômicos e ambientais sobre a
infestação por roedores. Na quarta, é apresentado o agrupamento das Subprefeituras em
grupos homogêneos e discutido os modelos de infestação explicativos da infestação em
cada grupo. Finalmente, na quinta, é apresentada a distribuição espacial da leptospirose e
discutida sua relação com os fatores socioeconômicos, ambientais e com a infestação
predial por roedores.
Roedores na Cidade de São Paulo
81
4.1 – INFESTAÇÃO POR ROEDORES
Dos 23.606 imóveis sorteados na Cidade de São Paulo, 72,9% (17.375 imóveis)
foram inspecionados e, portanto, considerados nas análises dos resultados. A taxa de não
resposta, ou seja, a somatória dos números de imóveis fechados e de recusados, foi de
26,8%. Dentre os imóveis inspecionados, 78,9% eram residenciais, 14,0% eram imóveis de
uso residencial e comercial, 4,4% de uso somente comercial, e 1,3% eram terrenos baldios
(Tabela 4.1).
Dos fatores ambientais estudados, o que se mostrou mais prevalente nos imóveis da
cidade foi a fonte de abrigo, freqüente em 37,6% dos imóveis, seguido pela fonte de
alimento, freqüente em 33,9% e pela fonte de acesso, freqüente em 30,5%.
Quanto às fontes de abrigo, das seis variáveis estudadas, cinco apresentaram
freqüências muito próximas, porém significativamente diferentes. Dessas variáveis, a que se
mostrou presente na maior proporção de imóveis foi materiais inservíveis e entulho,
freqüente em 17,4%, seguida por vãos de telhado em 16,7%, por objetos abandonados em
16,2%, material de construção em 13,9%, vão de parede em 13,3% e por fim, mato alto em
2,9% dos imóveis.
A variável de alimento mais freqüente na Cidade foi o lixo acessível aos roedores,
presente em 17,9% dos imóveis, seguida por alimento para animal em 16,6%, por alimento
humano disponível em 13,3% e, finalmente, por árvores frutíferas em 6,1%.
Das variáveis de acesso, a mais freqüente foi acesso pela estrutura do imóvel,
presente em 25,0% dos imóveis, seguida por acesso pela rede de esgoto, presente em
13,9%.
A taxa de infestação predial por roedores na Cidade de São Paulo
(independentemente da espécie encontrada) foi de 23,1%. A taxa de infestação somente
interna foi de 3,9%, de infestação somente externa de 4,0% e a taxa de infestação interna e
externa foi de 13,4. A presença interna de roedor, que compreende a agregação das
variáveis infestação somente interna e infestação interna e externa, foi constatada em 7,9%
dos imóveis.
O rato-de-telhado foi a espécie de roedor mais freqüente nos imóveis da cidade, com
taxa de infestação predial de 12,7%, seguido pela ratazana com taxa de infestação de 9,4%
e pelo camundongo com taxa de infestação de 1,7%. A taxa de infestação por espécie
indeterminada foi de 3,9%.
Roedores na Cidade de São Paulo
82
Tabela 4.1 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 72,9 72,8 73,0 -
Imóveis fechados 22,5 22,4 22,6 -
Imóveis que recusaram 4,3 4,2 4,3 -
Terreno baldio 1,3 1,3 1,4 0,8
Imóvel somente residencial 78,9 78,8 79,0 0,1
Imóvel residencial e comercial 14,0 13,9 14,1 0,4
Imóvel somente comercial 4,4 4,4 4,5 0,2
Lixo acessível 17,9 17,7 18,1 0,5
Alimento humano disponível 13,3 13,2 13,5 0,6
Alimento de animais 16,6 16,6 16,7 0,2
Árvores frutíferas 6,1 6,1 6,2 0,3
Fonte de Alimento 33,9 33,8 34,1 0,3
Inservíveis e entulho 17,4 17,3 17,5 0,3
Objetos abandonados 16,2 16,1 16,4 0,5
Inservíveis, entulho, abandonados 24,2 24,1 24,4 0,3
Material de construção 13,9 13,8 14,0 0,3
Vão de parede 13,3 13,2 13,4 0,4
Vão de telhado 16,7 16,6 16,8 0,2
Mato alto 2,9 2,9 2,9 0,5
Fonte de Abrigo 37,6 37,4 37,8 0,2
Estrutura do imóvel 25,0 24,8 25,2 0,4
Rede de esgoto 13,9 13,8 14,1 0,6
Fonte de Acesso 30,5 30,3 30,7 0,3
Infestação por roedores 23,1 23,1 23,2 0,2
Infestação por ratazana 9,4 9,4 9,5 0,3
Infestação por rato de telhado 12,7 12,6 12,8 0,3
Infestação por camundongo 1,7 1,7 1,7 0,6
Infestação espécie indeterminada 3,9 3,8 3,9 0,6
Infestação apenas interna 3,9 3,9 3,9 0,3
Infestação apenas externa 13,4 13,4 13,5 0,2
Infestação interna e externa 4,0 4,0 4,0 0,3
*Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
83
4.1.1 – Infestação nas Subprefeituras
Na apresentação dos resultados por Subprefeituras dar-se-á ênfase às principais
características de cada uma delas, evidenciando as variáveis ambientais e de infestação
que apresentam discrepância em relação à média da cidade e as demais Subprefeituras.
Seguindo essa lógica, os resultados são descritos e em seguida apresentados, na forma de
gráficos (Figura 4.1 a 4.26), onde consta uma barra horizontal que representa freqüência
média em porcentagem de imóveis de cada variável em cada Subprefeitura e na cidade
(última coluna do eixo x) e uma linha vertical indicando estimativas dos limites inferior e
superior do intervalo de dois desvios padrões. Aos interessados é apresentado nas Tabelas
4.2 a 4.32 a descrição completa dos resultados para cada Subprefeitura, onde constam a
freqüência de cada variável, em porcentagem de imóveis, os limites inferior e superior do
intervalo de dois desvios padrões e o coeficiente de variação.
Roedores na Cidade de São Paulo
84
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.1 – Freqüência de imóveis de uso somente residencial por Subprefeitura,
Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.2 – Freqüência de imóveis de uso residencial e comercial por Subprefeitura,
Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
85
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.3 – Freqüência de imóveis de uso somente comercial por Subprefeitura,
Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.4 – Freqüência de terrenos baldios por Subprefeitura, Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
86
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.5 – Freqüência de imóveis com fonte de alimento para roedores por Subprefeitura,
Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.6 – Freqüência de imóveis com fonte de abrigo para roedores por Subprefeitura,
Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
87
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.7 – Freqüência de imóveis com fonte de acesso para roedores por Subprefeitura,
Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.8 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com lixo acessível aos roedores,
Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
88
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.9 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com alimento humano disponível
aos roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.10 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com alimento para animais
disponível aos roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
89
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.11 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com árvores frutíferas,
Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.12 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com materiais inservíveis e entulho,
Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
90
Figura 4.13 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com objetos abandonados,
Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.14 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com vão de parede,
Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
91
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.15 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com vão de telhado,
Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.16 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com mato alto,
Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
92
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.17 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com acesso aos roedores
pela estrutura do imóvel, Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.18 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com acesso aos roedores
pela rede de esgoto, Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
93
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.19 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis infestado por roedores,
Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.20 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com infestação somente interna
por roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
94
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.21 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com infestação somente externa
por roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.22 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis com infestação interna e externa
por roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
95
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.23 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis infestados por ratazana
(Rattus norvegicus), Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.24 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis infestados por rato-de-telhado
(Rattus rattus), Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
96
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.25 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis infestados por camundongo
(Mus musculus), Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.26 – Freqüência por Subprefeitura de imóveis infestados por espécie indeterminada
de roedor, Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
97
Subprefeitura Aricanduva
Na Subprefeitura de Aricanduva, 65,3% dos imóveis foram inspecionados e a taxa
de não resposta foi de 34,6%, sendo esta a quinta maior taxa entre as 31 Subprefeituras
(Tabela 4.2). Os imóveis residenciais corresponderam a 83,9% do total de imóveis
inspecionados, os residenciais e comerciais a 11,5% e os somente comerciais a 4,3% do
total de imóveis. Nesta Subprefeitura não foi constatada a presença de terrenos baldios
(Figuras 4.1 a 4.4).
Nesta Subprefeitura não há diferença significativa entre as freqüências das variáveis
agregadas de acesso, abrigo e alimento e, exceto por fonte de alimento, que não difere
significativamente da média da cidade, as demais apresentam freqüências
significativamente abaixo da média (Figuras 4.5 a 4.7). A freqüência de imóveis com fonte
de acesso foi de 15,4%, com fonte de abrigo foi de 23,5% e com fonte de alimento foi de
35.2%.
A principal fonte de alimento encontrada nesta Subprefeitura foi a presença de
alimento para animal, freqüente em 27,2% dos imóveis, sendo a sexta maior freqüência
entre as 31 Subprefeituras e estando significativamente acima da média da cidade; lixo
acessível aos roedores foi freqüente em 5,2% dos imóveis, sendo a sexta menor freqüência
encontrada entre as 31 Subprefeituras, enquanto que alimento humano disponível foi
freqüente em 6,5%, estando essas duas freqüências significativamente abaixo da média da
cidade; árvores frutíferas foi freqüente em 6,3% dos imóveis, não diferindo
significativamente da média da cidade (Figuras 4.8 a 4.11).
Em relação às fontes de abrigo, destaca-se a baixa freqüência de imóveis com a
presença de mato alto (0,8%), sendo a única que difere significativamente das demais. A
variável material inservível foi freqüente em 14,0% dos imóveis, objetos abandonados em
10,7%, material de construção em 11,6%, vão de parede em 5,7% e vão de telhado em
10,5%, sendo que vão de parede, vão de telhado e mato alto apresentaram freqüência
significativamente abaixo da média da Cidade (Figuras 4.12 a 4.16).
Esta Subprefeitura apresenta a sétima menor freqüência de imóveis com acesso
através da estrutura do imóvel (6,4%), estando também essa variável significativamente
abaixo da média da Cidade. Acesso pela rede de esgoto foi freqüente em 14,1% dos
imóveis, sendo a nona maior freqüência entre as 31 Subprefeituras e não diferiu
significativamente da média da Cidade (Figuras 4.17 e 4.18).
A taxa de infestação predial por roedores nesta Subprefeitura foi a nona menor da
cidade com 15,3% dos imóveis infestados, estando significativamente abaixo da média da
Roedores na Cidade de São Paulo
98
cidade. A taxa de infestação somente interna foi de 6,4%, sendo a sexta maior da cidade; a
taxa de infestação somente externa foi de 3,7% e a taxa de infestação interna e externa foi
de 4,5%, sendo a terceira maior da cidade (Figuras 4.19 a 4.22). Não houve diferença
significativa entre a taxa de infestação predial por ratazana (10,9%) e por rato-de-telhado
(5,4%). A taxa de infestação por ratazana não diferiu significativamente da média da cidade,
enquanto que a taxa de infestação por rato-de-telhado mostrou-se significativamente abaixo
desta. Nesta Subprefeitura não houve registro da presença de camundongos nos imóveis
inspecionados e a taxa de infestação por espécie indeterminada foi de 0,6% (Figuras 4.23 a
4.26).
Tabela 4.2 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Aricanduva, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 65,3 60,1 70,6 4,0
Imóveis fechados 18,0 8,6 27,4 26,0
Imóveis que recusaram 16,6 5,1 28,1 34,6
Terreno baldio 0,0 0,0 0,0 0,0
Imóvel somente residencial 83,9 76,2 91,6 4,6
Imóvel residencial e comercial 11,5 5,7 17,2 25,2
Imóvel somente comercial 4,3 2,0 6,6 26,7
Lixo acessível 5,2 1,5 8,8 35,7
Alimento humano disponível 6,5 1,9 11,1 35,5
Alimento de animais 27,2 19,9 34,4 13,3
Árvores frutíferas 6,3 2,8 9,9 27,6
Fonte de Alimento 35,2 26,1 44,3 12,9
Inservíveis e entulho 14,0 6,4 21,6 27,1
Objetos abandonados 10,7 4,1 17,2 30,8
Inservíveis, entulho, abandonados 16,8 8,0 25,7 26,3
Material de construção 11,6 5,4 17,7 26,5
Vão de parede 5,7 2,5 8,9 28,2
Vão de telhado 10,5 4,5 16,5 28,5
Mato alto 0,8 0,1 1,6 44,1
Fonte de Abrigo 23,5 13,5 33,6 21,3
Estrutura do imóvel 6,4 1,5 11,4 38,3
Rede de esgoto 14,1 6,7 21,6 26,3
Fonte de Acesso 15,4 7,2 23,6 26,6
Infestação por roedores 15,3 8,7 21,9 21,5
Infestação por ratazana 10,9 4,4 17,5 30,0
Infestação por rato de telhado 5,4 1,2 9,6 38,8
Infestação por camundongo 0,0 0,0 0,0 0,0
Infestação espécie indeterminada 0,6 0,0 1,4 71,0
Infestação apenas interna 6,4 2,8 10,1 28,6
Infestação apenas externa 3,7 0,9 6,5 38,2
Infestação interna e externa 4,5 1,5 7,5 33,1
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
99
Subprefeitura Butantã
A Subprefeitura do Butantã foi a que apresentou a menor freqüência de imóveis
inspecionados entre as 31 Subprefeituras da cidade, apenas 54,1% dos imóveis, com taxa
de não resposta de 34,2%. Além disso, 11,7% dos imóveis anotados na planilha de dados
não apresentavam indicação quanto ao seu status (Tabela 4.3). Nesta Subprefeitura
também houve predominância dos imóveis residenciais (82,2%) sobre os residenciais e
comerciais (12,3%), os comerciais (3,6%) e os terrenos baldios (4,6%) (Figuras 4.1 a 4.4).
Na Subprefeitura do Butantã destacam-se a baixa freqüência das variáveis fonte de
alimento, abrigo e acesso, estando todas significativamente abaixo da média da cidade
(Figuras 4.5 a 4.7). Fonte de acesso foi freqüente em 7,3% dos imóveis, sendo a quarta
menor freqüência da cidade, fonte de abrigo em 17,4%, a sétima menor freqüência da
cidade e fonte de alimento em 16,9%.
Quanto às variáveis de alimento, apenas alimento humano disponível apresenta
freqüência significativamente abaixo da média da cidade, enquanto as demais variáveis não
diferiram significativamente desta (Figuras 4.8 a 4.11). Assim, alimento humano disponível
foi freqüente em 3,7% dos imóveis, sendo a nona menor freqüência entre as 31
Subprefeituras, lixo acessível aos roedores em 10,7%, alimento para animal em 11,0% e
árvores frutíferas em 4,2%.
Entre as variáveis de abrigo, destaca-se apenas a baixa presença de materiais
inservíveis e entulho freqüente em 5,6% dos imóveis, sendo esta a sexta menor freqüência
entre as 31 Subprefeituras e estando significativamente abaixo da média da cidade. As
demais variáveis não diferiram significativamente em freqüência da média da cidade
(Figuras 4.12 a 4.16). Assim, objetos abandonados foi freqüente em 8,9% dos imóveis,
material de construção em 10,0%, vão de parede em 11,6%, vão de telhado em 9,9% e
mato alto em 2,7%.
Nesta Subprefeitura as variáveis de acesso apresentaram freqüências
significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.17 e 4.18). Deste modo, acesso
pela estrutura do imóvel foi freqüente em 4,3% e acesso pela rede de esgoto em 3,6% dos
imóveis, sendo, respectivamente, a segunda e a sexta menor freqüência entre as 31
Subprefeituras.
No Butantã, a taxa de infestação predial por roedores foi de 18,5%, não
apresentando diferença significativa da média da cidade (Figuras 4.19 a 4.22). A taxa de
infestação somente interna foi de 2,2%, estando significativamente abaixo da média da
cidade; a taxa de infestação somente externa foi de 4,9%, sendo a quinta menor entre todas
Roedores na Cidade de São Paulo
100
as Subprefeituras e estando significativamente abaixo da média da cidade; a taxa de
infestação interna e externa foi de 1,7%.
Nesta Subprefeitura não houve diferença significativa entre a taxa de infestação
pelas três espécies de roedores sinantrópicos (Figuras 4.23 a 4.26). Desta forma, a taxa de
infestação predial por ratazana foi de 12,8%, por rato-de-telhado de 10,3%, por camundongo
de 7,8% e por espécie indeterminada em 2,6%; nenhuma dessas taxas diferiu
significativamente da média da cidade.
Tabela 4.3 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Butantã, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 54,1 47,6 60,6 6,0
Imóveis fechados 32,9 19,8 46,0 19,9
Imóveis que recusaram 1,3 0,0 3,7 96,4
Terreno baldio 2,1 0,0 5,4 80,3
Imóvel somente residencial 78,4 68,9 88,0 6,1
Imóvel residencial e comercial 7,6 0,7 14,4 45,3
Imóvel somente comercial 4,6 1,7 7,4 31,1
Lixo acessível 10,7 0,0 22,1 53,4
Alimento humano disponível 3,7 1,0 6,4 36,8
Alimento de animais 11,0 0,0 25,0 63,1
Árvores frutíferas 4,2 0,0 8,7 54,5
Fonte de Alimento 16,9 3,1 30,6 40,8
Inservíveis e entulho 5,6 0,3 10,9 46,9
Objetos abandonados 8,9 0,0 21,9 72,6
Inservíveis, entulho, abandonados 12,1 0,0 25,4 54,8
Material de construção 10,0 0,0 22,9 64,4
Vão de parede 11,6 0,0 24,3 54,7
Vão de telhado 9,9 0,0 22,5 64,0
Mato alto 2,7 0,0 5,4 49,5
Fonte de Abrigo 17,4 5,0 29,8 35,6
Estrutura do imóvel 4,3 1,2 7,3 35,7
Rede de esgoto 3,6 0,7 6,5 40,3
Fonte de Acesso 7,3 3,0 11,6 29,5
Infestação por roedores 18,5 2,8 34,1 42,4
Infestação por ratazana 12,8 0,0 26,4 53,3
Infestação por rato de telhado 10,3 0,0 24,3 67,6
Infestação por camundongo 7,8 0,0 20,9 83,2
Infestação espécie indeterminada 2,6 0,1 5,2 48,1
Infestação apenas interna 2,2 0,5 3,8 38,8
Infestação apenas externa 4,9 1,5 8,3 35,0
Infestação interna e externa 1,7 0,0 4,3 79,1
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
101
Subprefeitura Campo Limpo
Na Subprefeitura do Campo Limpo foram inspecionados 76,7% dos imóveis e a taxa
de não resposta foi de 23,3% (Tabela 4.4). Dentre os imóveis inspecionados, 88,5% eram
residenciais, 6,8% somente comerciais, 3,4% residenciais e comerciais e somente 0,6%
eram terrenos baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
Esta Subprefeitura é a segunda com maior disponibilidade de imóveis com fontes de
abrigo e alimento para roedores, freqüentes, respectivamente em 79,0% e 68,5% dos
imóveis, e a oitava com maior disponibilidade de fonte de acesso, freqüente em 44,3% dos
imóveis; essas três variáveis apresentaram freqüência significativamente acima da média da
cidade (Figuras 4.5 a 4.7).
As principais variáveis de alimento nesta Subprefeitura foram o lixo acessível aos
roedores, freqüente em 46,2% dos imóveis, e a presença de alimento para animal, freqüente
em 30,8% dos imóveis, sendo, respectivamente, a segunda e quarta maiores freqüências
entre as 31 Subprefeituras. Embora se apresentem entre as maiores freqüências, tanto
alimento humano disponível, freqüente em 14,0% dos imóveis, quanto árvores frutíferas, em
11,5%, não diferiram significativamente da média da cidade (Figuras 4.8 a 4.11).
Dentre as variáveis de abrigo, com exceção de mato alto, todas as demais
apresentaram freqüência significativamente acima da média da cidade. Assim, materiais
inservíveis e entulho foi freqüente em 36,4% dos imóveis, sendo a quinta maior freqüência
entre as 31 Subprefeituras, objetos abandonados em 27,5%, a sexta maior freqüência,
material de construção em 26,3%, a quinta maior freqüência, vãos de parede em 28,6%, a
terceira maior freqüência, vão de telhado em 40,6%, a terceira maior freqüência e mato alto
em 4,0%, a oitava maior freqüência (Figuras 4.12 a 4.16).
A principal variável de acesso na Subprefeitura do Campo Limpo foi pela estrutura do
imóvel, freqüente em 43,0% dos imóveis, sendo a sétima maior freqüência entre as 31
Subprefeituras e estando significativamente acima da média da cidade. Acesso pela rede de
esgoto foi freqüente em 3,8% dos imóveis, sendo a oitava mais baixa freqüência entre as
Subprefeituras e estando significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.17 e
4.18).
A Subprefeitura do Campo Limpo apresentou a segunda maior taxa de infestação
predial por roedores, 46,5%, ficando abaixo, apenas, da taxa de infestação predial
encontrada na Subprefeitura de São Miguel. A taxa de infestação somente interna foi de
3,7%, a taxa de infestação somente externa foi de 14,1% e a taxa de infestação interna e
externa foi de 28,4%, sendo as duas últimas as maiores freqüências entre as 31
Roedores na Cidade de São Paulo
102
Subprefeituras (Figuras 4.19 a 4.22). A presença interna de roedores (infestação interna +
infestação interna e externa), também, foi a mais alta da cidade, freqüente em 17,2% dos
imóveis.
A principal espécie de roedor infestante foi o rato-de-telhado, com taxa de infestação
predial de 41,6%, sendo esta a mais alta taxa entre as 31 Subprefeituras (Figuras 4.23 a
4.26). A taxa de infestação predial por ratazana foi de 13,5%, a taxa de infestação por
camundongo foi de 0,5% e a taxa de infestação por espécie indeterminada foi de 0,2%.
Tabela 4.4 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Campo Limpo, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 76,7 70,0 83,4 4,4
Imóveis fechados 23,3 16,6 30,0 14,5
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 0,6 0,0 1,1 46,4
Imóvel somente residencial 88,5 84,4 92,7 2,3
Imóvel residencial e comercial 3,4 0,8 6,0 38,0
Imóvel somente comercial 6,8 4,2 9,3 18,8
Lixo acessível 46,2 33,6 58,7 13,6
Alimento humano disponível 14,0 8,1 20,0 21,1
Alimento de animais 30,8 27,3 34,3 5,7
Árvores frutíferas 11,5 2,9 20,0 37,4
Fonte de Alimento 68,5 58,9 78,1 7,0
Inservíveis e entulho 36,4 27,8 44,9 11,8
Objetos abandonados 27,5 17,1 37,9 19,0
Inservíveis, entulho, abandonados 49,4 40,8 57,9 8,7
Material de construção 26,3 23,3 29,2 5,6
Vão de parede 28,6 17,1 40,0 20,0
Vão de telhado 40,6 26,2 55,0 17,7
Mato alto 4,0 0,0 8,6 57,5
Fonte de Abrigo 79,0 68,1 90,0 6,9
Estrutura do imóvel 43,0 31,3 54,7 13,6
Rede de esgoto 3,8 0,6 7,1 42,8
Fonte de Acesso 44,3 31,9 56,8 14,0
Infestação por roedores 46,5 29,6 63,4 18,2
Infestação por ratazana 13,5 3,6 23,4 36,7
Infestação por rato de telhado 41,6 27,3 56,0 17,2
Infestação por camundongo 0,5 0,0 1,2 65,1
Infestação espécie indeterminada 0,2 0,0 0,7 100,6
Infestação apenas interna 3,7 1,8 5,7 26,0
Infestação apenas externa 28,4 18,2 38,7 18,0
Infestação interna e externa 14,1 6,9 21,2 25,4
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
103
Subprefeitura Capela do Socorro
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 68,4% dos imóveis e a taxa de não
resposta foi de 31,6%, sendo a oitava mais alta entre as 31 Subprefeituras (Tabela 4.5). Dos
imóveis inspecionados 82,3% eram residenciais, 8,8% residenciais e comerciais, 5,6%
somente comerciais e 2,4% terrenos baldios, sendo esta último a oitava maior proporção
entre as 31 Subprefeituras (Figuras 4.1 a 4.4).
Entre as variáveis agregadas, fonte de abrigo foi freqüente em 64,3% dos imóveis,
sendo esta a terceira maior freqüência entre as 31 Subprefeituras, fonte de alimento em
60,9%, sendo a quarta maior freqüência, e fonte de acesso em 54,6%, sendo a sexta maior
freqüência da cidade (Figuras 4.5 a 4.7).
Nesta Subprefeitura todas as variáveis de alimento apresentaram freqüências entre
as cinco mais altas entre as 31 Subprefeituras e significativamente acima da média da
cidade (Figuras 4.8 a 4.11). Desta forma, alimento para animal foi freqüente em 37,3% dos
imóveis, sendo a maior freqüência entre todas as Subprefeituras, árvores frutíferas em
15,5%, a terceira maior freqüência, lixo acessível aos roedores em 28,8% e alimento
humano disponível em 24,2%, sendo essas duas últimas a quinta maior freqüência entre as
31 Subprefeituras.
Entre as variáveis de abrigo destaca-se nesta Subprefeitura a presença de mato alto,
freqüente em 6,5% dos imóveis, terceira maior freqüência da cidade. Quando às demais
variáveis, vãos de parede foi freqüente em 23,1% dos imóveis, quarta maior freqüência da
cidade, materiais inservíveis e entulho em 31,4%, sexta maior freqüência da cidade,
materiais de construção em 25,6%, sexta maior freqüência da cidade, e vão de telhado em
27,0%, sendo a única que não apresenta freqüência significativamente acima da média da
cidade (Figuras 4.12 a 4.16).
O acesso pela estrutura do imóvel foi frequente em 48,7% dos imóveis, sendo a
sexta maior freqüência entre as 31 Subprefeituras, e acesso pela rede de esgoto em 27,3%,
sendo a terceira maior freqüência (Figuras 4.17 e 4.18).
A taxa de infestação predial por roedores foi de 24,8%, não diferindo
significativamente da média da cidade. A taxa de infestação somente interna foi de 1,2%,
sendo, juntamente com a Subprefeitura de Itaquera, a terceira menor freqüência da cidade;
a taxa de infestação somente externa foi de 24,6%, sendo a quarta maior entre as 31
Subprefeituras (Figuras 4.19 a 4.22) e a taxa de infestação interna e externa foi de 2,6%.
Rato-de-telhado foi a espécie de roedor mais freqüente nesta Subprefeitura, com
taxa de infestação predial de 17,1%, seguida pela ratazana com taxa de infestação de 4,3%
Roedores na Cidade de São Paulo
104
e pelo camundongo com taxa de infestação de 1,8%. A taxa de infestação predial por
espécie indeterminada foi de 4,7%. Nenhuma dessas taxas diferiu significativamente da
média da cidade (Figura
s 4.23 a 4.26).
Tabela 4.5 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Capela do Socorro, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 68,4 61,9 74,8 4,7
Imóveis fechados 31,6 25,1 38,0 10,3
Imóveis que recusaram 0,1 0,0 0,2 100,0
Terreno baldio 2,4 1,1 3,7 26,7
Imóvel somente residencial 82,3 76,8 87,7 3,3
Imóvel residencial e comercial 8,8 4,1 13,6 27,0
Imóvel somente comercial 5,6 3,1 8,0 21,9
Lixo acessível 28,8 20,0 37,5 15,2
Alimento humano disponível 24,2 16,8 31,7 15,4
Alimento de animais 37,3 29,6 44,9 10,3
Árvores frutíferas 15,5 12,4 18,6 10,0
Fonte de Alimento 60,9 50,8 71,0 8,3
Inservíveis e entulho 31,4 26,3 36,5 8,1
Objetos abandonados 27,7 17,9 37,4 17,6
Inservíveis, entulho, abandonados 42,5 34,8 50,3 9,1
Material de construção 25,6 18,1 33,1 14,6
Vão de parede 23,1 14,5 31,6 18,5
Vão de telhado 27,0 11,8 42,2 28,2
Mato alto 6,5 4,4 8,6 16,1
Fonte de Abrigo 64,3 54,9 73,8 7,3
Estrutura do imóvel 48,7 34,5 63,0 14,6
Rede de esgoto 27,3 16,0 38,6 20,7
Fonte de Acesso 54,6 38,3 70,9 14,9
Infestação por roedores 24,8 15,2 34,4 19,4
Infestação por ratazana 4,3 2,1 6,4 24,9
Infestação por rato de telhado 17,1 7,8 26,4 27,2
Infestação por camundongo 1,8 0,0 3,6 51,3
Infestação espécie indeterminada 4,7 2,3 7,1 25,6
Infestação apenas interna 1,2 0,5 2,0 30,9
Infestação apenas externa 20,6 10,5 30,8 24,6
Infestação interna e externa 2,6 0,4 4,8 41,8
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
105
Subprefeitura Casa Verde
Na Subprfeitura da Casa Verde foram inspecionados 74,2% dos imóveis e a taxa de
não resposta foi de 25,7% (Tabela 4.6). Dos imóveis inspecionados, 82,2% eram
residenciais, 12,3% comerciais e residenciais, 3,6% somente comerciais e 1,2% terrenos
baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
Esta Subprefeitura apresentou a terceira menor freqüência de imóveis com fonte de
alimento (12,1%) e a quinta menor freqüência de imóveis com fonte acesso (10,3%). Fonte
de abrigo foi freqüente em 24,4% dos imóveis. Essas três variáveis apresentaram freqüência
significativamente acima da média da cidade (Figuras 4.5 a 4.7).
Todas as variáveis de alimento apresentaram freqüências significativamente abaixo
da média da cidade (Figuras 4.8 a 4.11). Desta forma, alimento humano disponível foi
freqüente em 2,1% dos imóveis, sendo a quarta menor freqüência entre as 31
Subprefeituras, lixo acessível aos roedores em 3,3%, a quinta menor freqüência, árvores
frutíferas em 3,4%, a oitava menor freqüência e alimento para animal em 7,3%.
Entre as variáveis abrigo, com exceção de mato alto, todas as outras variáveis
apresentaram freqüência significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.12 a
4.16). Assim, materiais inservíveis e entulhos foi freqüente em 8,1% dos imóveis, objetos
abandonados em 5,9%, material de construção em 4,4%, vão de parede em 7,9%, todas
elas estando entre as dez menores freqüências encontradas na cidade, vão de telhado em
11,2% e mato alto em 1,8%.
As duas variáveis de acesso estudadas apresentaram freqüência significativamente
abaixo da média da cidade. Deste modo, acesso pela estrutura do imóvel foi freqüente em
7,2% dos imóveis, sendo a sétima menor freqüência entre as 31 Subprefeituras, e acesso
pela rede de esgoto em 3,8%, sendo a oitava menor da cidade (Figuras 4.17 e 4.18).
A taxa de infestação predial por roedores foi de 22,8%, não diferindo
significativamente da média da cidade (Figuras 4.19 a 4.22). A taxa de infestação somente
interna foi de 5,7%, sendo a sétima maior da cidade, a taxa de infestação somente externa
foi de 12,9% e a taxa de infestação interna e externa foi de 4,2%.
Nesta Subprefeitura não houve diferença significativa entre a taxa de infestação
predial por ratazana (7,9%) e por rato-de-telhado (11,4%). A taxa de infestação predial por
camundongo foi de 2,3% e a taxa de infestação por espécie indeterminada foi de 3,4%.
Nenhuma dessas taxas diferiu significativamente da média da cidade (Figuras 4.23 a 4.26).
Roedores na Cidade de São Paulo
106
Tabela 4.6 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Casa Verde, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 74,2 68,1 80,3 4,1
Imóveis fechados 25,7 19,7 31,8 11,8
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,1 105,6
Terreno baldio 1,2 0,0 3,3 84,0
Imóvel somente residencial 82,2 67,9 96,6 8,7
Imóvel residencial e comercial 12,3 0,0 25,8 55,1
Imóvel somente comercial 3,6 1,7 5,5 26,3
Lixo acessível 3,3 1,0 5,6 35,5
Alimento humano disponível 2,1 0,6 3,7 36,0
Alimento de animais 7,3 3,4 11,2 26,9
Árvores frutíferas 3,4 0,0 6,7 50,6
Fonte de Alimento 12,1 5,7 18,5 26,4
Inservíveis e entulho 8,1 2,7 13,4 33,0
Objetos abandonados 5,9 2,3 9,6 30,3
Inservíveis, entulho, abandonados 12,0 6,6 17,5 22,5
Material de construção 4,4 2,2 6,7 25,6
Vão de parede 7,9 3,9 11,8 25,2
Vão de telhado 11,2 6,5 15,8 20,7
Mato alto 1,8 0,0 4,0 61,8
Fonte de Abrigo 24,4 17,2 31,5 14,7
Estrutura do imóvel 7,2 0,0 14,4 50,2
Rede de esgoto 3,8 2,0 5,6 23,1
Fonte de Acesso 10,3 2,8 17,8 36,2
Infestação por roedores 22,8 14,5 31,1 18,2
Infestação por ratazana 7,9 3,0 12,8 31,0
Infestação por rato de telhado 11,4 4,3 18,6 31,3
Infestação por camundongo 2,3 0,9 3,6 29,7
Infestação espécie indeterminada 3,4 0,6 6,2 41,1
Infestação apenas interna 5,7 1,5 9,9 37,0
Infestação apenas externa 12,9 7,0 18,8 23,0
Infestação interna e externa 4,2 1,9 6,5 27,0
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
107
Subprefeitura Cidade Ademar
Em Cidade Ademar foram inspecionados 71,1% dos imóveis (Tabela 4.7) e a taxa de
não resposta foi de 28,9%, sendo esta a nona maior entre as 31 Subprefeituras. Do total de
imóveis inspecionados, 84,7% eram residenciais, sendo a sétima maior freqüência da
cidade, 8,3% residenciais e comerciais, 6,3% somente comerciais e 0,7% terrenos baldios
(Figuras 4.1 a 4.4).
A Subprefeitura de Cidade Ademar apresenta a quinta maior freqüência de imóveis
com fonte de alimento (57,8%) e de abrigo (60,9%) para roedores; a freqüência de imóveis
com fonte de acesso foi de 38,6%. As duas primeiras variáveis apresentaram freqüência
significativamente acima da média da cidade, enquanto a última não diferiu
significativamente desta (Figuras 4.5 a 4.7).
Quanto às variáveis de alimento, exceto pela variável árvore frutífera, todas as
demais apresentaram freqüência significativamente acima da média da cidade. Assim, lixo
acessível aos roedores foi freqüente em 37,5% dos imóveis, sendo a terceira maior
freqüência da cidade, alimento humano disponível em 23,4%, a sexta maior freqüência,
alimento para animal em 30,5%, a quinta maior freqüência e árvore frutífera em 5,9% dos
imóveis (Figuras 4.8 a 4.11).
Dentre as variáveis de abrigo, materiais inservíveis e entulho, objetos abandonados e
material de construção apresentam freqüência significativamente acima da média da cidade,
enquanto as demais não diferiram significativamente desta (Figuras 4.12 a 4.16). Assim,
material de construção foi freqüente em 30,0% dos imóveis, sendo a terceira maior
freqüência entre as 31 Subprefeituras, mato alto em 4,4%, vão de parede em 22,5%, ambas
a quinta maior freqüência cidade, materiais inservíveis e entulho em 32,4%, a sexta maior
freqüência, objetos abandonados em 26,1%, a sétima maior freqüência e vão de telhado em
24,1%.
A análise das variáveis de acesso mostra que a presença de acesso pela estrutura
do imóvel foi freqüente em 26,2% dos imóveis e acesso pela rede de esgoto em 24,2%,
sendo, esta última, a quarta maior freqüência da cidade. Além disso, nenhuma das duas
diferiu significativamente da média da cidade (Figuras 4.17 e 4.18).
Na Subprefeitura de Cidade Ademar a taxa de infestação predial por roedores foi de
26,8%, sendo que esta não diferiu significativamente da média da cidade (Figuras 4.19 a
4.22). A taxa de infestação somente interna foi de 3,9%. A taxa de infestação somente
externa foi de 20,3%, sendo esta a sexta maior freqüência entre as 31 Subprefeituras, e a
taxa de infestação interna e externa foi de 2,5%.
Roedores na Cidade de São Paulo
108
Nesta Subprefeitura também não houve diferença significativa entre a taxa infestação
predial por ratazana (13,5%) e por rato-de-telhado (9,1%). A taxa de infestação por
camundongo foi de 1,5%. Nenhuma dessas taxas diferiu significativamente da média da
cidade. Já a taxa de infestação predial por espécie indeterminada foi de 6,6%, sendo a
sétima maior entre as 31 Subprefeituras e estando significativamente acima da média da
cidade (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.7 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Cidade Ademar, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 71,1 62,4 79,8 6,1
Imóveis fechados 28,9 20,2 37,6 15,0
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 0,7 0,0 1,4 54,5
Imóvel somente residencial 84,7 72,0 97,4 7,5
Imóvel residencial e comercial 8,3 0,0 18,9 64,2
Imóvel somente comercial 6,3 4,0 8,6 18,4
Lixo acessível 37,5 27,3 47,7 13,7
Alimento humano disponível 23,4 17,0 29,8 13,7
Alimento de animais 30,5 22,1 38,9 13,8
Árvores frutíferas 5,9 1,8 9,9 34,7
Fonte de Alimento 57,8 46,0 69,7 10,2
Inservíveis e entulho 32,4 22,8 41,9 14,8
Objetos abandonados 26,1 17,6 34,6 16,3
Inservíveis, entulho, abandonados 41,6 31,1 52,0 12,5
Material de construção 30,0 23,0 36,9 11,6
Vão de parede 22,5 12,6 32,4 22,0
Vão de telhado 24,1 15,2 33,0 18,5
Mato alto 4,4 1,7 7,1 30,8
Fonte de Abrigo 60,9 48,2 73,7 10,5
Estrutura do imóvel 26,2 12,8 39,6 25,6
Rede de esgoto 24,2 14,1 34,2 20,9
Fonte de Acesso 38,6 24,2 53,1 18,7
Infestação por roedores 26,8 13,9 39,6 24,0
Infestação por ratazana 13,5 2,9 24,1 39,4
Infestação por rato de telhado 9,1 3,5 14,7 30,8
Infestação por camundongo 1,5 0,0 3,0 52,8
Infestação espécie indeterminada 6,6 3,1 10,2 26,9
Infestação apenas interna 3,9 2,2 5,6 21,7
Infestação apenas externa 20,3 8,6 32,0 28,7
Infestação interna e externa 2,5 1,4 3,7 22,6
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
109
Subprefeitura Cidade Tiradentes
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 98,7% dos imóveis, sendo, portanto, a taxa
de não resposta de 1,3% a segunda menor entre as 31 Subprefeituras (Tabela 4.8). Entre os
imóveis inspecionados, 88,4% eram residenciais, a quinta maior proporção da cidade, 5,4%
terrenos baldios, sendo a segunda maior proporção e estando acima da média da cidade,
2,7% residenciais e comerciais, sendo a terceira menor proporção e estando
significativamente abaixo da média da cidade, e 3,5% somente comerciais (Figuras 4.1 a
4.4).
Cidade Tiradentes foi a subprefeitura que apresentou a maior freqüência de imóveis
com de fonte de alimento (91,4%), de abrigo (94,7%) e de acesso (92,1%), estando todas
essas freqüências significativamente acima da média da cidade (Figuras 4.5 a 4.7).
Entre as variáveis de alimento, somente árvore frutífera não apresenta freqüência
significativamente acima da média da cidade (Figuras 4.8 a 4.11). Deste modo, lixo
acessível aos roedores foi freqüente em 85,2% dos imóveis, alimento humano disponível em
68,7%, sendo ambas as maiores freqüências da cidade, alimento para animal em 20,8% e
árvore frutífera em 5,0%.
Na Subprefeitura de Cidade Tiradentes também se encontram as maiores
freqüências das variáveis de abrigo entre as 31 Subprefeituras. Assim, objetos abandonados
foi freqüente em 78,0% dos imóveis, materiais inservíveis e entulho em 47,4%, materiais de
construção em 40,8, vão de parede em 39,3%, mato alto em 12,5% e vão de telhado em
34,6%, sendo esta última a única que não corresponde à maior freqüência da cidade, no
entanto, é a quarta maior (Figuras 4.12 a 4.16).
A análise das variáveis de acesso mostra que acesso pela estrutura do imóvel foi
freqüente em 88,5% dos imóveis e acesso pela rede de esgoto em 70,2%, sendo ambas as
maiores freqüências encontradas entre as 31 Subprefeituras e estando significativamente
acima da média da cidade (Figuras 4.17 e 4.18).
Apesar da alta freqüência de imóveis com fonte de alimento, abrigo e acesso para
roedores nessa Subprefeitura, a taxa de infestação predial por roedores (18,8%) não foi das
maiores entre as 31 Subprefeituras, além de não ter diferido significativamente da média da
cidade (Figuras 4.19 a 4.22). A taxa de infestação somente interna foi de 0,1%, sendo a
mais baixa da cidade, a taxa de infestação somente externa foi de 16,6% e a taxa de
infestação interna e externa foi de 2,2%.
Nesta Subprefeitura, praticamente, não houve identificação da espécie infestante,
assim a taxa de infestação por espécie indeterminada foi de 18,5%, a segunda maior da
Roedores na Cidade de São Paulo
110
cidade, sendo menor, apenas, do que a encontrada na Subprefeitura de Pinheiros (Figuras
4.23 a 4.26). A taxa de infestação predial por ratazana foi de 0,2%, a taxa de infestação por
rato-de-telhado e por camundongo foi de 0,1%.
Tabela 4.8 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Cidade Tiradentes, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 98,7 95,7 100,0 1,5
Imóveis fechados 1,3 0,0 4,3 117,6
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 5,4 3,9 6,9 13,9
Imóvel somente residencial 88,4 81,4 95,4 3,9
Imóvel residencial e comercial 2,7 0,0 7,6 90,6
Imóvel somente comercial 3,5 1,9 5,1 23,0
Lixo acessível 85,2 77,9 92,5 4,3
Alimento humano disponível 68,7 60,1 77,3 6,3
Alimento de animais 20,8 19,7 21,9 2,7
Árvores frutíferas 5,0 4,7 5,3 3,3
Fonte de Alimento 91,4 85,2 97,6 3,4
Inservíveis e entulho 47,4 44,1 50,7 3,5
Objetos abandonados 78,0 73,1 83,0 3,2
Inservíveis, entulho, abandonados 81,2 79,1 83,3 1,3
Material de construção 40,8 36,7 44,9 5,0
Vão de parede 39,3 35,2 43,3 5,1
Vão de telhado 34,6 30,7 38,6 5,7
Mato alto 12,5 11,2 13,7 4,9
Fonte de Abrigo 94,7 92,9 96,5 1,0
Estrutura do imóvel 88,5 73,1 100,0 8,7
Rede de esgoto 70,2 61,9 78,6 5,9
Fonte de Acesso 92,1 83,1 100,0 4,9
Infestação por roedores 18,8 15,4 22,3 9,1
Infestação por ratazana 0,2 0,0 0,9 131,1
Infestação por rato de telhado 0,1 0,0 0,4 122,1
Infestação por camundongo 0,1 0,0 0,4 141,1
Infestação espécie indeterminada 18,5 15,5 21,5 8,2
Infestação apenas interna 0,1 0,0 0,5 119,7
Infestação apenas externa 16,6 12,9 20,2 11,0
Infestação interna e externa 2,2 1,7 2,6 10,7
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
111
Subprefeitura Ermelino Matarazzo
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 82,0% dos imóveis e a taxa de não
resposta foi de 18,0%, sendo esta a sexta maior entre as 31 Subprefeituras (Tabela 4.9).
Dentre os imóveis inspecionados, 89,4% eram residenciais, representando, juntamente com
a Subprefeitura de Jaçanã, a segunda maior proporção de imóveis residenciais da cidade,
1,2% eram terrenos baldios, 0,3% eram residenciais e comerciais e 0,5% somente
comerciais, sendo estas duas últimas as menores proporções entre as 31 Subprefeituras
(Figuras 4.1 a 4.4).
A freqüência das variáveis fonte de alimento, abrigo e acesso, não diferiu
significativamente das médias da cidade (Figuras 4.5 a 4.7). Assim, fonte de alimento foi
freqüente em 23,8% dos imóveis, fonte de abrigo em 30,6% e fonte de acesso em 17,8%.
Entre as variáveis de alimento, lixo acessível aos roedores, freqüente em 5,8% dos
imóveis, e alimento para animal, em 4,2%, apresentaram freqüência de imóveis
significativamente abaixo da média da cidade, sendo que lixo acessível aos roedores
apresentou a nona menor freqüência da cidade e alimento para animal, a quinta. Já alimento
humano disponível, freqüente em 8,3% dos imóveis, e árvores frutíferas, em 10,4%, apesar
de ambas serem a sexta maior freqüência entre as 31 Subprefeituras, não diferiram
significativamente em freqüência da média da cidade (Figuras 4.8 a 4.11).
Quanto às variáveis de abrigo, materiais inservíveis e entulho, freqüente em 8,5%
dos imóveis, objetos abandonados em 6,8% e vão de telhado em 9,7% apresentaram
freqüência significativamente abaixo da média da cidade. Já as variáveis material de
construção, frequente em 12,8% dos imóveis, vão de parede, em 11,8% e mato alto, em
5,6%, sendo mato alto a quinta maior freqüência entre as 31 Subprefeituras, não diferiram
significativamente da média da cidade (Figuras 4.12 a 4.16).
A variável acesso pela estrutura do imóvel, freqüente em 11,6% dos imóveis, se
mostrou significativamente abaixo da média da cidade, enquanto acesso pela rede de
esgoto, freqüente em 10,3%, não diferiu significativamente desta (Figuras 4.17 e 4.18).
Na Subprefeitura de Ermelino Matarazzo, a taxa de infestação predial por roedores
foi de 33,1%, sendo a oitava maior entre as 31 Subprefeituras, porém não diferiu
significativamente da média da cidade. A taxa de infestação somente interna foi de 1,4%,
sendo a quinta menor entre as Subprefeituras e estando significativamente abaixo da média
da cidade; a taxa de infestação somente externa foi de 24,4%, sendo a quarta maior entre
as Subprefeituras e estando significativamente acima da média da cidade; a a taxa de
Roedores na Cidade de São Paulo
112
infestação interna e externa foi de 5,9%, sendo a quinta maior freqüência entre as
Subprefeituras e estando significativamente acima da média da cidade (Figuras 4.19 a 4.22).
Não houve diferença significativa entre a taxa de infestação predial por ratazana
(19,7%) e por rato-de-telhado (19,0%). Essas taxas representam, respectivamente, a quarta
e a oitava maior entre as 31 Subprefeituras e ambas estão significativamente acima da
média da cidade (Figuras 4.23 a 4.26). A taxa de infestação por camundongo foi de 2,2%,
sendo, juntamente com à Subprefeitura de Guaianases, a sétima maior entre as 31
Subprefeituras e estando significativamente acima da média da cidade. A taxa de infestação
por espécie indeterminada foi de 0,8%.
Tabela 4.9 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Ermelino Matarazzo, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 82,0 76,4 87,5 3,4
Imóveis fechados 17,7 12,2 23,3 15,7
Imóveis que recusaram 0,3 0,0 1,0 104,2
Terreno baldio 1,2 0,0 2,4 51,4
Imóvel somente residencial 89,4 77,3 101,4 6,7
Imóvel residencial e comercial 0,3 0,0 0,8 98,5
Imóvel somente comercial 0,5 0,0 1,1 54,8
Lixo acessível 5,8 2,9 8,7 25,2
Alimento humano disponível 8,3 2,5 14,0 35,0
Alimento de animais 4,2 1,7 6,7 29,7
Árvores frutíferas 10,4 0,0 21,5 53,2
Fonte de Alimento 23,8 11,7 36,0 25,4
Inservíveis e entulho 8,5 5,6 11,5 17,3
Objetos abandonados 6,8 2,8 10,9 29,8
Inservíveis, entulho, abandonados 13,6 9,4 17,7 15,3
Material de construção 12,8 3,0 22,6 38,1
Vão de parede 11,8 4,3 19,3 31,7
Vão de telhado 9,7 5,9 13,6 19,8
Mato alto 5,6 1,9 9,3 33,2
Fonte de Abrigo 30,6 18,3 43,0 20,1
Estrutura do imóvel 11,6 6,8 16,4 20,8
Rede de esgoto 10,3 5,8 14,9 22,1
Fonte de Acesso 17,8 11,9 23,7 16,6
Infestação por roedores 33,1 21,2 44,9 17,9
Infestação por ratazana 19,7 10,4 28,9 23,4
Infestação por rato de telhado 19,0 11,5 26,5 19,8
Infestação por camundongo 2,2 0,6 3,8 37,0
Infestação espécie indeterminada 0,8 0,0 1,5 47,8
Infestação apenas interna 1,4 0,2 2,6 41,7
Infestação apenas externa 24,4 14,2 34,5 20,8
Infestação interna e externa 5,9 3,3 8,4 22,0
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
113
Subprefeitura Freguesia do Ó
Esta Subprefeitura apresentou a segunda menor freqüência de imóveis
inspecionados (57,8%) e a maior taxa de não resposta (42,2%) entre as 31 Subprefeituras
(Tabela 4.10). Dos imóveis inspecionados, 80,1% eram residenciais, 9,7% residencial e
comerciais, 6,5% somente comercial, sendo esta a sétima maior freqüência da cidade, e
1,6% terrenos baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
Predominam nessa Subprefeitura as fontes de alimento, freqüentes em 61,9% dos
imóveis, seguida pelas fontes de abrigo em 59,9% e pelas fontes de acesso em 42,8%,
sendo, respectivamente, a terceira, a sétima e a nona maiores freqüências entre as 31
Subprefeituras, além de todas estarem significativamente acima da média da cidade
(Figuras 4.5 a 4.7).
Entre as variáveis de alimento, com exceção de variável lixo acessível aos roedores,
todas as demais encontram-se entre as cinco maiores freqüências da cidade e
significativamente acima da média desta. Assim, lixo acessível aos roedores foi freqüente
em 28,3% dos imóveis, a sexta maior freqüência entre as 31 Subprefeituras, alimento
humano disponível em 38,8%, a segunda maior freqüência, alimento para animal em 33,1%,
a terceira maior freqüência, e árvores frutíferas em 17,1%, a segunda maior freqüência
(Figuras 4.8 a 4.11).
Das variáveis de abrigo, exceto por mato alto, todas as demais variáveis encontram-
se entre as dez maiores freqüências da cidade e significativamente acima da média desta
(Figuras 4.12 a 4.16). Assim, materiais inservíveis e entulho foi freqüente em 38,1% dos
imóveis, a quarta maior freqüência entre as 31 Subprefeituras, objetos abandonados em
33,1%, a segunda maior freqüência, vão de parede em 21,7%, a sexta maior freqüência, vão
de telhado em 32,8%, a quinta maior freqüência, material de construção em 24,1% e mato
alto em 1,1%.
O acesso pela estrutura do imóvel, freqüente em 37,8% dos imóveis, foi a oitava
maior freqüência da cidade e mostrou-se significativamente acima da média da cidade, e
acesso pela rede de esgoto, freqüente em 12,1% dos imóveis, não diferiu significativamente
da média da cidade (Figuras 4.17 e 4.18).
A taxa de infestação predial por roedores foi de 36,3%, sendo uma das maiores da
cidade, mais precisamente a quinta maior entre as 31 Subprefeituras e está
significativamente acima da média da cidade. A taxa de infestação somente interna foi de
4,1%, a taxa de infestação somente externa foi de 18,8%, a sétima maior da cidade, e a taxa
Roedores na Cidade de São Paulo
114
de infestação interna e externa foi de 10,5%, a segunda maior da cidade (Figuras 4.19 a
4.22).
Nesta Subprefeitura a espécie de roedor predominante foi o rato-de-tlhado com taxa
de infestação predial de 29,5%, sendo a segunda maior entre as 31 Subprefeituras, seguido
pela taxa de infestação por ratazana (13,2%), que não diferiu significativamente da taxa de
infestação predial por camundongo (8,8%); além disso, essa última foi a maior taxa de
infestação por camundongo da cidade. Todas essas taxas encontram-se significativamente
acima da média da cidade. A taxa de infestação por espécie indeterminada foi de 2,2 e não
diferiu significativamente da média da cidade (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.10 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Freguesia do Ó, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 57,8 53,6 62,0 3,6
Imóveis fechados 42,2 38,0 46,4 5,0
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 1,6 0,0 3,4 57,5
Imóvel somente residencial 80,1 73,1 87,1 4,4
Imóvel residencial e comercial 9,7 4,6 14,7 26,2
Imóvel somente comercial 6,5 2,8 10,2 28,4
Lixo acessível 28,3 19,7 36,8 15,1
Alimento humano disponível 38,8 29,8 47,7 11,5
Alimento de animais 33,1 25,2 41,1 12,0
Árvores frutíferas 17,1 12,8 21,5 12,7
Fonte de Alimento 61,9 55,2 68,5 5,4
Inservíveis e entulho 38,1 32,6 43,7 7,2
Objetos abandonados 33,1 26,3 40,0 10,3
Inservíveis, entulho, abandonados 46,3 40,8 51,7 5,9
Material de construção 24,1 19,1 29,0 10,3
Vão de parede 21,7 15,7 27,8 13,9
Vão de telhado 32,8 28,7 37,0 6,3
Mato alto 1,1 0,0 2,2 48,7
Fonte de Abrigo 59,9 54,0 65,9 5,0
Estrutura do imóvel 37,8 29,8 45,8 10,6
Rede de esgoto 12,1 8,1 16,1 16,5
Fonte de Acesso 42,8 36,0 49,6 7,9
Infestação por roedores 36,3 27,6 44,9 12,0
Infestação por ratazana 13,2 7,4 19,0 22,0
Infestação por rato de telhado 29,5 21,9 37,2 13,0
Infestação por camundongo 8,8 4,5 13,0 24,3
Infestação espécie indeterminada 2,2 0,0 4,9 60,3
Infestação apenas interna 4,1 2,2 6,0 23,3
Infestação apenas externa 18,8 14,6 23,1 11,3
Infestação interna e externa 10,5 2,8 18,1 36,4
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
115
Subprefeitura Guaianases
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 82,3% dos imóveis, sendo, juntamente
com Santana, a quarta maior proporção de imóveis inspecionados entre as 31
Subprefeituras, e a taxa de não resposta foi de 17,7% (Tabela 4.11). Dos imóveis
inspecionados, 85,7% eram residenciais, 7,3% comerciais, a terceira maior proporção da
cidade, 3,5% terrenos baldios, a quarta maior proporção da cidade e 3,0% residenciais e
comerciais, a quarta menor proporção da cidade (Figuras 4.1 a 4.4).
A freqüência de imóveis com fonte de alimento, abrigo e acesso mostraram-se
significativamente acima da média e entre as cinco maiores da cidade. Assim, fonte de
abrigo foi freqüente em 73,4% dos imóveis, sendo a terceira maior da cidade, fonte de
alimento em 58,7% e fonte de acesso em 56,3%, ambas representando a quinta maior
freqüência da cidade (Figuras 4.5 a 4.7).
Todas as variáveis de alimento estudadas mostraram-se entre as dez maiores
freqüências da cidade e significativamente acima da média desta (Figuras 4.8 a 4.11). Desta
forma, lixo acessível aos roedores foi freqüente em 26,3% dos imóveis, a nona maior
freqüência entre as 31 Subprefeituras, alimento humano disponível em 21,2%, a sétima
maior freqüência, alimento para animal em 34,0%, a segunda maior freqüência da cidade, e
árvores frutíferas em 11,9%, a quarta maior freqüência.
Das variáveis de abrigo, com exceção de vão de parede, todas as demais estão
entre as cinco maiores freqüências da cidade e significativamente acima da média desta
(Figuras 4.12 a 4.16). Deste modo, materiais inservíveis e entulho foi freqüente em 36,9%
dos imóveis, sendo a quarta maior freqüência entre as 31 Subprefeituras, objetos
abandonados em 32,5%, a terceira maior freqüência, material de construção em 31,6%, a
segunda maior freqüência, vão de telhado em 39,9%, a terceira maior freqüência, mato alto
em 6,3%, a terceira maior freqüência, e vão de parede em 21,5%, a sétima maior freqüência
da cidade.
O acesso pela estrutura do imóvel, frequente em 50,8% dos imóveis, e pela rede de
esgoto, em 18,1%, foram a quinta e a oitava maiores freqüências entre as 31
Subprefeituras, respectivamente, sendo que a primeira diferiu significativamente da média
da cidade e a segunda não (Figuras 4.17 e 4.18).
A taxa de infestação predial por roedores em Guaianases foi de 45,5%, sendo a
terceira mais alta entre as 31 Subprefeituras e estando significativamente acima da média
da cidade. A taxa de infestação somente interna foi de 4,9%, a taxa de infestação somente
Roedores na Cidade de São Paulo
116
externa foi de 33,0%, sendo a maior taxa da cidade, e a taxa de infestação interna e externa
foi de 7,3%, a terceira maior da cidade (Figuras 4.19 a 4.22).
Não houve diferença significativa entre a taxa de infestação predial por ratazana
(19,6%) e por rato-de-telhado (22,7%), além disso, ambas foram a quarta mais alta da
cidade. A taxa de infestação por camundongo foi de 2,2% e a taxa de infestação por espécie
indeterminada foi de 10,5%, sendo, esta última, a terceira mais alta da cidade (Figuras 4.23
a 4.26).
Tabela 4.11 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Guaianases, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 82,3 78,8 85,8 2,1
Imóveis fechados 17,7 14,2 21,2 9,8
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 3,5 2,0 5,1 22,3
Imóvel somente residencial 85,7 81,8 89,6 2,3
Imóvel residencial e comercial 3,0 0,1 5,8 47,6
Imóvel somente comercial 7,3 3,9 10,7 23,1
Lixo acessível 26,3 19,8 32,8 12,4
Alimento humano disponível 21,2 16,4 25,9 11,3
Alimento de animais 34,0 26,1 41,9 11,6
Árvores frutíferas 11,9 7,4 16,4 18,9
Fonte de Alimento 58,7 51,8 65,5 5,8
Inservíveis e entulho 36,9 29,4 44,4 10,1
Objetos abandonados 32,5 28,7 36,3 5,9
Inservíveis, entulho, abandonados 49,4 43,0 55,9 6,5
Material de construção 31,6 22,9 40,2 13,7
Vão de parede 21,5 16,4 26,6 11,8
Vão de telhado 39,9 33,1 46,7 8,5
Mato alto 6,3 3,9 8,8 19,2
Fonte de Abrigo 73,4 66,8 79,9 4,5
Estrutura do imóvel 50,8 39,7 61,8 10,9
Rede de esgoto 18,1 12,8 23,5 14,8
Fonte de Acesso 56,3 46,6 65,9 8,6
Infestação por roedores 45,5 40,1 50,9 5,9
Infestação por ratazana 19,6 12,4 26,8 18,3
Infestação por rato de telhado 22,7 15,9 29,4 14,9
Infestação por camundongo 2,2 0,9 3,5 29,4
Infestação espécie indeterminada 10,5 5,9 15,1 21,9
Infestação apenas interna 4,9 3,0 6,8 19,6
Infestação apenas externa 33,0 26,7 39,2 9,4
Infestação interna e externa 7,3 4,6 10,1 18,7
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
117
Subprefeitura Ipiranga
A Subprefeitura do Ipiranga apresentou a quarta menor proporção de imóveis
inspecionados (64,1%) e a taxa de não resposta foi de 35,9%, tendo contribuído com isto a
alta proporção de imóveis fechados (35,9%), a terceira maior entre as 31 Subprefeituras
(Tabela 4.12). Entre os imóveis inspecionados, os residencias corresponderam a 88,0%, os
residenciais e comerciais a 9,6%, os somente comerciais a 1,1% e não houve registro da
presença de terrenos baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
Nesta Subprefeitura, a freqüência de imóveis com disponibilidade de fontes de
alimento, abrigo e acesso é relativamente baixa, além de todas elas estarem
significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.5 a 4.7). Assim, a freqüência de
imóveis com fonte de alimento foi de 12,7%, com fontes de abrigo foi de 15,3%, sendo
respectivamente a quinta e a sexta menores freqüências da cidade, e com fonte de acesso
foi de 21,2%.
Com exceção da variável lixo acessível aos roedores, todas as demais variáveis de
alimento apresentaram freqüência significativamente abaixo da média da cidade (Figuras
4.8 a 4.11). Desta forma, lixo acessível aos roedores foi freqüente em 8,0% dos imóveis,
alimento humano disponível em 2,8%, alimento para animal em 2,1% e árvores frutíferas em
0,6%, sendo essas duas últimas a segunda menor freqüência entre as 31 Subprefeituras.
Esta Subprefeitura também é uma das que apresenta as menores freqüências de
imóveis com disponibilidade de abrigo para roedores. Com exceção da variável vão de
telhado, todas as demais correspondem à primeira ou a segunda menor freqüência entre as
31 Subprefeituras e estão significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.12 a
4.16). Assim, materiais inservíveis e entulho foi freqüente em 1,1% dos imóveis, objetos
abandonados em 0,4%, material de construção em 0,3%, vão de parede em 8,6%, vão de
telhado em 6,2% e mato alto em 0,2%.
O acesso pela estrutura do imóvel, freqüente em 9,0% dos imóveis, está
significativamente abaixo da média da cidade, enquanto que o acesso pela rede de esgoto,
freqüente em 16,1%, não difere significativamente desta (Figuras 4.17 e 4.18).
Apesar da baixa freqüência das variáveis ambientais, a taxa de infestação predial por
roedores nessa Subprefeitura foi de 41,5%, uma das maiores da cidade, mais precisamente
a quarta maior e se mostrou significativamente acima da média desta. A taxa de infestação
somente interna foi de 12,6%, sendo a maior da cidade, a taxa de infestação somente
externa foi de 20,4%, sendo a quinta maior da cidade e a taxa de infestação interna e
externa foi de 1,5%, sendo a sexta maior da cidade (Figuras 4.19 a 4.22).
Roedores na Cidade de São Paulo
118
Nesta Subprefeitura a principal espécie de roedor infestante foi a ratazana, com taxa
de infestação predial de 26,7%, sendo a mais alta entre as 31 Subprefeituras (Figuras 4.23 a
4.26), seguida pelo rato-de-telhado com taxa de infestação de 11,5% e pelo camundongo
com taxa de infestação de 1,0%. A taxa de infestação por espécie indeterminada foi de
3,9%.
Tabela 4.12 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Ipiranga, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 64,1 51,2 77,1 10,1
Imóveis fechados 35,9 22,9 48,8 18,1
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 0,0 0,0 0,0 0,0
Imóvel somente residencial 88,0 81,4 94,6 3,7
Imóvel residencial e comercial 9,6 3,8 15,4 30,2
Imóvel somente comercial 1,1 0,2 2,0 42,0
Lixo acessível 8,0 0,0 19,7 72,9
Alimento humano disponível 2,8 1,2 4,4 28,7
Alimento de animais 2,1 0,0 4,6 60,8
Árvores frutíferas 0,6 0,0 1,7 90,1
Fonte de Alimento 12,7 2,9 22,4 38,4
Inservíveis e entulho 1,1 0,2 1,9 40,6
Objetos abandonados 0,4 0,0 1,0 73,5
Inservíveis, entulho, abandonados 1,2 0,3 2,1 38,7
Material de construção 0,3 0,0 0,8 99,8
Vão de parede 8,6 0,0 18,2 56,2
Vão de telhado 6,2 0,0 13,2 56,0
Mato alto 0,2 0,0 0,6 104,3
Fonte de Abrigo 15,3 7,6 23,0 25,3
Estrutura do imóvel 9,0 4,4 13,5 25,6
Rede de esgoto 16,1 0,0 38,8 70,4
Fonte de Acesso 21,2 0,6 41,7 48,5
Infestação por roedores 41,5 9,4 73,6 38,7
Infestação por ratazana 26,7 0,0 60,2 62,9
Infestação por rato de telhado 11,5 3,4 19,6 35,1
Infestação por camundongo 1,0 0,0 2,2 59,8
Infestação espécie indeterminada 3,9 0,0 9,4 69,2
Infestação apenas interna 12,6 5,0 20,1 30,0
Infestação apenas externa 20,4 0,0 49,3 71,0
Infestação interna e externa 1,5 0,0 3,0 48,9
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
119
Subprefeitura Itaim Paulista
Na Subprefeitura de Itaim Paulista foram inspecionados 70,8% dos imóveis e a taxa
de não resposta foi de 29,2%, tendo esta sido influenciada pela alta proporção de imóveis
em que o proprietário recusou a visita (16,0%), a quinta maior da cidade (Tabela 4.13). A
proporção de imóveis residenciais foi de 79,4%, de imóveis comerciais foi de 8,6%, a quarta
maior da cidade, de imóveis residenciais e comerciais foi de 8,2% e de terrenos baldios foi
de 2,8% (Figuras 4.1 a 4.4).
Entre as variáveis agregadas, com exceção da variável fonte de alimento, que está
significativamente abaixo da média, as demais não diferiram significativamente da média da
cidade (Figuras 4.5 a 4.7). Dessa forma, fonte de alimento foi freqüente em 36,7% dos
imóveis, fonte de abrigo em 42,3% e fonte de acesso em 19,7%.
Em relação às variáveis de alimento, lixo acessível aos roedores, freqüente em
12,6% dos imóveis, e alimento humano disponível, em 4,8%, apresentaram freqüência
significativamente abaixo da média da cidade, enquanto, árvores frutíferas, freqüente em
4,7% dos imóveis, não diferiu significativamente da média e alimento para animal, freqüente
em 24,0%, mostrou-se significativamente acima da média (Figuras 4.8 a 4.11).
Quanto às variáveis de abrigo, materiais inservíveis e entulho, freqüente em 26,3%
dos imóveis, mostrou-se significativamente acima da média da cidade, enquanto vão de
telhado, freqüente em 8,5%, mostrou-se significativamente abaixo da média. Já as variáveis
objetos abandonados, freqüente em 14,7%, material de construção, em 15,2%, vão de
telhado, em 9,0% e mato alto, em 2,3%, não diferiram significativamente da média (Figuras
4.12 a 4.16).
Analisando as variáveis de acesso observa-se que a freqüência de imóveis com
acesso pela estrutura do imóvel, freqüente em 10,0% dos imóveis, está significativamente
abaixo da média da cidade, enquanto que acesso pela rede de esgoto, freqüente em 12,8%,
não diferiu significativamente desta (Figuras 4.17 e 4.18).
Nesta Subprefeitura a taxa de infestação predial por roedores foi de 34,3%, sendo a
oitava maior da cidade e estando significativamente acima da média desta. A taxa de
infestação somente interna foi de 4,9%, a taxa de infestação somente externa foi de 25,0%,
sendo a maior taxa entre as 31 Subprefeituras e a taxa de infestação interna e externa foi
de 4,3% (Figuras 4.19 a 4.22).
Não houve diferença significativa entre a taxa de infestação predial por ratazana
(16,2%) e por rato-de-telhado (17,3%), sendo que a primeira está significativamente acima
da média da cidade, enquanto que a segunda não diferiu significativamente desta. A taxa de
Roedores na Cidade de São Paulo
120
infestação por camundongo foi de 4,3%, sendo a quarta maior entre as 31 Subprefeituras,
no entanto não diferindo significativamente da média da cidade. A taxa de infestação por
espécie indeterminada foi de 5,8%, a oitava maior entre as 31 Subprefeituras e também não
diferiu significativamente da média da cidade (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.13 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Itaim Paulista, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Freqüência (%) CV*(%)Variável
Inferior Superior
Imóveis trabalhados 70,8 67,4 74,3 2,4
Imóveis fechados 13,2 3,9 22,4 35,2
Imóveis que recusaram 16,0 6,6 25,4 29,3
Terreno baldio 2,8 1,0 4,6 31,3
Imóvel somente residencial 79,4 69,9 89,0 6,0
Imóvel residencial e comercial 8,2 2,2 14,2 36,4
Imóvel somente comercial 8,6 4,4 12,8 24,5
Lixo acessível 12,6 9,3 16,0 13,3
Alimento humano disponível 4,8 1,3 8,3 36,4
Alimento de animais 24,0 19,3 28,7 9,8
Árvores frutíferas 4,7 2,0 7,3 28,5
Fonte de Alimento 36,7 30,3 43,2 8,8
Inservíveis e entulho 26,3 21,5 31,0 9,0
14,7 10,0 19,5 16,0
Inservíveis, entulho, abandonados 32,6 26,8 38,3 8,8
Material de construção 15,2 9,7 20,8 18,1
Vão de parede 8,5 5,6 11,4 17,0
Vão de telhado 9,0 1,6 16,4 41,3
Mato alto 2,3 1,0 3,5 28,1
Fonte de Abrigo 42,3 34,5 50,0 9,2
Estrutura do imóvel 10,0 4,9 15,0 25,3
Rede de esgoto 12,8 9,4 16,2 13,2
Fonte de Acesso 19,7 14,1 25,3 14,2
Infestação por roedores 34,3 26,7 41,9 11,1
Infestação por ratazana 16,2 11,5 20,9 14,6
Infestação por rato de telhado 17,3 11,9 22,6 15,4
Infestação por camundongo 4,3 1,4 7,3 34,0
Infestação espécie indeterminada 5,8 2,4 9,1 29,0
Infestação apenas interna 4,9 1,0 8,9 40,2
Infestação apenas externa 25,0 20,6 29,5 8,9
Infestação interna e externa 4,3 2,1 6,6 25,8
Objetos abandonados
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
121
Subprefeitura Itaquera
Na Subprefeitura de Itaquera foram inspecionados 74,1% dos imóveis e a taxa de
não resposta foi de 25,9% (Tabela 4.14). Dentre os imóveis inspecionados, 80,9% eram
residenciais, 11,8% residenciais e comerciais, 5,5% somente comerciais e 0,9% terrenos
baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
Entre as variáveis agregadas, fonte de alimento, freqüente em 12,8% dos imóveis, a
sexta menor freqüência entre as 31 Subprefeituras, e fonte de acesso, freqüente em 12,0%,
apresentaram freqüências significativamente abaixo da média da cidade, enquanto que
fonte de abrigo, freqüente em 26,1% não diferiu significativamente desta (Figuras 4.5 a 4.7).
Todas as variáveis de alimento, exceto por árvores frutíferas, apresentaram
freqüência significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.8 a 4.11). Desta forma,
lixo acessível aos roedores foi freqüente em 6,0% dos imóveis, alimento humano disponível
em 4,4%, alimento para animal em 4,6%, a sexta menor freqüência entre as 31
Subprefeituras e árvores frutíferas em 4,9%.
Entre as variáveis de abrigo, destaca-se mato alto, freqüente em 4,1% dos imóveis,
sendo a sexta maior freqüência entre as 31 Subprefeituras; no entanto, assim como às
demais variáveis estudadas não diferiu significativamente da média da cidade (Figuras 4.11
a 4.16). Em relação as demais variáveis, materiais inservíveis e entulho foi freqüente em
13,9% dos imóveis, objetos abandonados em 11,1%, material de construção em 11,8%, vão
de parede em 13,3% e vão de telhado em 13,4%.
Nesta Subprefeitura, acesso pela estrutura do imóvel foi freqüente em 6,2% dos
imóveis, sendo a sexta menor freqüência entre as 31 Subprefeituras, e acesso pela rede de
esgoto, em 7,0%. Ambas as variáveis apresentaram freqüência significativamente abaixo da
média da cidade (Figuras 4.17 e 4.18).
A taxa de infestação predial por roedores foi de 15,2%, não diferindo
significativamente da média da cidade. A taxa de infestação somente interna foi de 1,2%,
juntamente com a da Subprefeitura de Capela do Socorro a terceira menor entre as 31
Subprefeituras, e a taxa de infestação interna e externa foi de 1,5%, juntamente com a da
Subprefeitura de Ipiranga, a quinta menor da cidade, ambas estando significativamente
abaixo da média da cidade, e a taxa de infestação somente externa foi de 12,4%, não
diferindo significativamente da média da cidade (Figuras 4.19 a 4.22).
Em Itaquera não houve diferença significativa entre a taxa de infestação predial por
ratazana (7,3%) e por rato de telhado (6,6%), sendo que a primeira não diferiu
significativamente da média da cidade e a segunda diferiu, estando abaixo desta. A taxa de
Roedores na Cidade de São Paulo
122
infestação predial por camundongo foi de 0,2% e a taxa de infestação por espécie
indeterminada foi de 3,2%, sendo que a primeira mostrou-se significativamente abaixo da
média da cidade e a segunda não difeiu significativamente da média (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.14 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Itaquera, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 74,1 62,2 86,0 8,0
Imóveis fechados 25,9 14,0 37,8 23,0
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 0,9 0,0 1,8 48,7
Imóvel somente residencial 80,9 73,1 88,8 4,8
Imóvel residencial e comercial 11,8 4,3 19,4 31,9
Imóvel somente comercial 5,5 2,9 8,2 24,1
Lixo acessível 6,0 2,3 9,6 30,6
Alimento humano disponível 4,4 0,7 8,2 42,2
Alimento de animais 4,6 0,0 9,3 52,1
Árvores frutíferas 4,9 1,6 8,2 34,0
Fonte de Alimento 12,8 5,6 20,0 28,2
Inservíveis e entulho 13,9 4,4 23,5 34,3
Objetos abandonados 11,1 2,1 20,2 40,7
Inservíveis, entulho, abandonados 17,5 4,7 30,2 36,4
Material de construção 11,8 3,6 19,9 34,7
Vão de parede 13,3 1,8 24,7 43,2
Vão de telhado 13,4 0,0 26,8 49,9
Mato alto 4,1 0,3 7,8 46,3
Fonte de Abrigo 26,1 9,4 42,8 32,0
Estrutura do imóvel 6,2 0,2 12,3 48,7
Rede de esgoto 7,0 2,1 12,0 35,2
Fonte de Acesso 12,0 4,8 19,1 30,0
Infestação por roedores 15,2 6,7 23,6 28,0
Infestação por ratazana 7,3 3,5 11,1 26,2
Infestação por rato de telhado 6,6 1,0 12,3 42,5
Infestação por camundongo 0,2 0,0 0,4 71,3
Infestação espécie indeterminada 3,2 0,0 7,2 62,6
Infestação apenas interna 1,2 0,1 2,3 44,3
Infestação apenas externa 12,4 5,0 19,8 29,9
Infestação interna e externa 1,5 0,3 2,7 39,0
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
123
Subprefeitura Jabaquara
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 72,0% dos imóveis e a taxa de não
resposta foi de 28,0% (Tabela 4.15). Entre inspecionados, a proporção de imóveis
residenciais foi de 71,5%, de residenciais e comerciais foi de 22,9%, sendo a sétima maior
da cidade (Figuras 4.1 a 4.4), de somente comerciais foi de 5,3% e de terrenos baldios foi
de 0,4%.
Entre os fatores ambientais estudados todos apresentaram-se significativamente
acima da média da cidade (Figuras 4.5 a 4.7). Assim, fonte de alimento foi freqüente em
55,2% dos imóveis, sendo a oitava maior freqüência da cidade, fonte de abrigo em 58,0%, a
nona maior freqüência e fonte de acesso em 84,4%, a segunda maior freqüência entre as 31
Subprefeituras.
Entre as variáveis de alimento, lixo acessível aos roedores, freqüente em 28,3%, a
sexta maior freqüência entre as 31 Subprefeituras, e alimento humano disponível, em
33,2%, a quarta maior freqüência, encontram-se significativamente acima da média da
cidade, enquanto, alimento para animal, freqüente em 18,8% dos imóveis, e árvores
frutíferas, em 5,7%, não diferem significativamente da média da cidade (Figuras 4.8 a 4.11).
Quanto às variáveis de abrigo observa-se que materiais inservíveis e entulho,
freqüente em 28,2% dos imóveis, sendo a nona maior freqüência entre as 31
Subprefeituras, objetos abandonados, em 32,2%, a quarta maior freqüência, e vão de
telhado, em 28,7%, a sexta maior freqüência, encontram-se significativamente acima da
média da cidade, enquanto, mato alto, freqüente em 1,0% dos imóveis, apresenta
freqüência significativamente abaixo da média. Já material de construção, freqüente em
16,3% e vãos de parede, em 19,5% dos imóveis, não diferiram significativa da média da
cidade (Figuras 4.12 a 4.16).
A principal fonte de acesso para roedores na Subprefeitura do Jabaquara foi através
da estrutura do imóvel, freqüente em 82,7% dos imóveis, sendo a terceira maior freqüência
entre as 31 Subprefeituras e estando significativamente acima da média da cidade,
enquanto, acesso pela rede de esgoto, freqüente em 20,7%, a sétima maior freqüência entre
as 31 Subprefeituras, não diferiu significativamente da média (Figuras 4.17 e 4.18).
A taxa de infestação predial por roedores foi de 29,2% e apesar de ser a quinta maior
da cidade, não diferiu significativamente da média desta. A taxa de infestação somente
interna foi de 9,4%, sendo, juntamente com a da Subprefeitura de Cidade Ademar, a
segunda maior entre as 31 Subprefeituras (Figuras 4.19 a 4.22), a taxa de infestação
somente externa foi de 13,9% e a taxa de infestação interna e externa foi de 2,5%.
Roedores na Cidade de São Paulo
124
Não houve diferença significativa entre a taxa de infestação predial por ratazana
(11,1%) e por rato-de-telhado (21,2%), sendo esta última a quinta maior freqüência entre as
31 Subprefeituras; além disso, nenhuma delas diferiu significativamente da média da cidade.
A taxa de infestação predial por camundongo foi de 0,5% e por espécie indeterminada de
1,6%, estando ambas significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.15 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Jabaquara, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 72,0 63,3 80,7 6,0
Imóveis fechados 28,0 19,3 36,7 15,5
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 0,4 0,0 1,0 75,5
Imóvel somente residencial 71,5 58,4 84,5 9,1
Imóvel residencial e comercial 22,9 11,3 34,5 25,3
Imóvel somente comercial 5,3 2,9 7,6 22,5
Lixo acessível 28,3 18,9 37,7 16,7
Alimento humano disponível 33,2 23,4 42,9 14,7
Alimento de animais 18,8 11,7 25,9 18,8
Árvores frutíferas 5,7 3,2 8,2 22,0
Fonte de Alimento 55,2 47,8 62,5 6,7
Inservíveis e entulho 28,2 24,3 32,0 6,8
Objetos abandonados 32,2 25,3 39,0 10,7
Inservíveis, entulho, abandonados 40,4 34,6 46,3 7,2
Material de construção 16,3 10,5 22,1 17,8
Vão de parede 19,5 1,3 37,7 46,7
Vão de telhado 28,7 18,3 39,1 18,2
Mato alto 1,0 0,1 1,9 43,0
Fonte de Abrigo 58,0 46,0 70,1 10,4
Estrutura do imóvel 82,8 78,0 87,7 2,9
Rede de esgoto 20,7 12,8 28,6 19,0
Fonte de Acesso 84,4 79,6 89,1 2,8
Infestação por roedores 29,2 16,5 41,9 21,8
Infestação por ratazana 11,1 3,0 19,1 36,4
Infestação por rato de telhado 21,2 11,5 30,9 22,9
Infestação por camundongo 0,2 0,0 0,5 80,8
Infestação espécie indeterminada 1,6 0,5 2,8 33,6
Infestação apenas interna 9,4 2,4 16,5 37,2
Infestação apenas externa 13,9 10,6 17,3 12,1
Infestação interna e externa 5,8 1,2 10,4 39,7
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
125
Subprefeitura Jaçanã/Tremembé
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 79,0% dos imóveis e a taxa de não
resposta foi de 21,1%, com forte contribuição da proporção de imóveis que recusaram a
visita (11,2%), a sexta maior da cidade (Tabela 4.16). Entre os imóveis inspecionados, a
proporção de residenciais foi de 89,4%, juntamente com Ermelino Matarazzo, a quarta maior
entre as 31 Subprefeituras e significativamente acima da média da cidade, de residenciais e
comerciais foi de 7,6%, de comerciais foi de 2,0% e de terrenos baldios de 0,3%, essas
últimas três estando significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.1 a 4.4).
Entre as variáveis ambientais agregadas, fonte de alimento, freqüente em 50,3% dos
imóveis, e fonte de acesso, em 59,6%, apresentam-se significativamente acima da média da
cidade, sendo, respectivamente, a nona e a quarta maior freqüência entre as 31
Subprefeituras, enquanto, fonte de alimento, freqüente em 42,8% dos imóveis, não diferiu
significativamente da média da cidade (Figuras 4.5 a 4.7).
Das variáveis de alimento, lixo acessível aos roedores foi freqüente em 34,5% dos
imóveis, sendo a quarta maior freqüência entre as 31 Subprefeituras e estando
significativamente acima da média da cidade, alimento humano disponível, freqüente em
19,2%, e alimento para animal em 22,8%, mesmo estando entre as dez maiores freqüências
da cidade, não diferiram significativamente da média desta, enquanto, árvore frutífera,
freqüente em 3,7% dos imóveis, mostrou-se significativamente abaixo da média da cidade
(Figuras 4.8 a 4.11).
Entre as variáveis de abrigo estudadas, exceto por mato alto, nenhuma das demais
difere significativamente da média da cidade (Figuras 4.12 a 4.16). Desta forma, materiais
inservíveis e entulho foi freqüente em 18,3% dos imóveis, objetos abandonados em 18,8%,
material de construção em 18,3%, vãos de parede em 11,6%, vãos de telhado em 14,6% e
mato alto em 1,2%.
Quanto às variáveis de acesso, observa-se que acesso pela estrutura do imóvel foi
freqüente em 57,8% dos imóveis, sendo a terceira maior freqüência entre as 31
Subprefeituras e significativamente acima da média da cidade; já acesso pela rede de
esgoto, freqüente em 8,8% dos imóveis, mostrou-se significativamente abaixo da média da
cidade (Figuras 4.17 e 4.18).
A taxa de infestação predial por roedores foi de 14,4%, sendo a oitava menor da
cidade e significativamente abaixo da média desta. A taxa de infestação somente interna foi
de 5,9%, não diferindo significativamente da média da cidade, enquanto, a taxa de
infestação somente externa foi de 7,7% e a taxa de infestação interna e externa foi de 0,9%,
Roedores na Cidade de São Paulo
126
sendo esta última, juntamente com a da Subprefeitura de Pirituba, a terceira menor entre as
31 Subprefeituras (Figuras 4.19 a 4.22).
Não houve diferença significativa entre a taxa de infestação predial por ratazana
(8,0%) e por rato-de-telhado (3,2%); apesar disso, a taxa de infestação por ratazana não
diferiu significativamente da média cidade, enquanto a por rato de telhado está
significativamente abaixo desta. A taxa de infestação por camundongo foi de 1,7% e a taxa
de infestação por espécie indeterminada foi de 2,4%, nenhuma das duas diferindo
significativamente da média da cidade (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.16 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Jaçanã/Tremembé, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 79,0 74,0 83,9 3,2
Imóveis fechados 9,9 2,8 16,9 35,7
Imóveis que recusaram 11,2 5,4 16,9 25,6
Terreno baldio 0,3 0,0 0,7 61,2
Imóvel somente residencial 89,4 84,3 94,5 2,9
Imóvel residencial e comercial 7,6 2,6 12,7 33,0
Imóvel somente comercial 2,0 1,0 3,1 25,4
Lixo acessível 34,5 27,3 41,6 10,3
Alimento humano disponível 19,2 12,2 26,1 18,1
Alimento de animais 22,8 16,5 29,2 13,9
Árvores frutíferas 3,7 2,1 5,4 21,8
Fonte de Alimento 50,3 42,4 58,1 7,8
Inservíveis e entulho 18,3 12,5 24,0 15,7
Objetos abandonados 18,8 13,2 24,4 14,9
Inservíveis, entulho, abandonados 28,5 20,7 36,3 13,7
Material de construção 18,3 11,4 25,2 18,8
Vão de parede 11,6 6,9 16,3 20,3
Vão de telhado 14,6 8,1 21,0 22,3
Mato alto 1,2 0,6 1,9 25,8
Fonte de Abrigo 42,8 31,4 54,2 13,3
Estrutura do imóvel 57,8 41,1 74,5 14,4
Rede de esgoto 8,8 4,4 13,2 24,9
Fonte de Acesso 59,6 43,3 75,9 13,7
Infestação por roedores 14,4 9,7 19,2 16,4
Infestação por ratazana 8,0 4,1 11,8 24,0
Infestação por rato de telhado 3,2 1,8 4,6 21,4
Infestação por camundongo 1,7 0,4 2,9 37,2
Infestação espécie indeterminada 2,4 1,1 3,7 27,8
Infestação apenas interna 5,9 2,9 8,9 25,7
Infestação apenas externa 7,7 4,3 11,0 21,7
Infestação interna e externa 0,9 0,1 1,6 44,9
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
127
Subprefeitura Lapa
Na Subprefeitura da Lapa foram inspecionados 87,6% dos imóveis, sendo a terceira
maior proporção de imóveis inspecionados da cidade e a taxa de não resposta foi de 12,4%
(Tabela 4.17). Dos imóveis inspecionados, 61,8% eram residenciais, 34,5% residenciais e
comerciais, sendo esta a sexta maior proporção da cidade, e 2,6% somente comerciais. Não
foi constatada a presença de terrenos baldios nessa Subprefeitura (Figuras 4.1 a 4.4).
Entre as variáveis ambientais agregadas, todas apresentaram freqüência
significativamente abaixo da média, além de estarem entre as menores freqüências da
cidade (Figuras 4.5 a 4.7). Assim, fonte de alimento foi freqüente em 13,6% dos imóveis,
fonte de abrigo em 12,7%, sendo, respectivamente, a sétima e a terceira menores
freqüências entre as 31 Subprefeituras, e fonte acesso em 12,6%.
Das variáveis de alimento, alimento para animal, freqüente em 2,7% dos imóveis, e
árvores frutíferas, em 1,3%, não diferiram significativamente da média da cidade, enquanto
que lixo acessível aos roedores e alimento humano disponível, ambas freqüente em 10,0%
dos imóveis, apresentaram-se significativamente abaixo da média (Figuras 4.8 a 4.11).
Quanto às variáveis de abrigo, todas encontram-se significativamente abaixo da
média cidade (Figuras 4.11 a 4.16). Assim, materiais inservíveis e entulho, freqüente em
0,3% dos imóveis, e objetos abandonados, em 0,7%, foram as menores freqüências entre
as 31 Subprefeituras. Além disso, vão de telhado, freqüente em 2,3% dos imóveis, foi a
terceira menor freqüência da cidade e não houve registro da presença da variável materiais
de construção em nenhum imóvel. Por fim, vão de parede foi freqüente em 9,8% e mato alto
em 0,4% dos imóveis.
O acesso pela estrutura do imóvel foi freqüente em 3,4% dos imóveis, sendo a
menor freqüência encontrada entre as 31 Subprefeituras e estando significativamente
abaixo da média da cidade, e acesso pela rede de esgoto foi freqüente em 9,2%, não
diferindo significativamente da média da cidade (Figuras 4.17 e 4.18).
A taxa de infestação predial por roedores na Subprefeitura da Lapa foi de 12,7%,
sendo a quarta menor entre as 31 Subprefeituras, porém não diferindo significativamente da
média da cidade. A taxa de infestação somente interna foi de 1,9%, a de infestação somente
externa foi de 1,2%, e a taxa de infestação interna e externa foi de 0,3%, todas estando
significativamente abaixo da média da cidade e sendo as duas últimas as mais baixas entre
as 31 Subprefeituras (Figuras 4.19 a 4.22).
Nesta Subprefeitura não houve diferença significativa entre a taxa de infestação
predial por ratazana (10,4%) e por rato-de-telhado (3,4%), sendo que a primeira não diferiu
Roedores na Cidade de São Paulo
128
significativamente da média da cidade e a segunda mostrou-se significativamente abaixo
desta. Além disso, não houve registro de infestação por camundongo (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.17 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Lapa, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 87,6 77,9 97,4 5,6
Imóveis fechados 11,0 0,6 21,4 47,5
Imóveis que recusaram 1,4 0,0 3,2 62,1
Terreno baldio 0,0 0,0 0,0 0,0
Imóvel somente residencial 61,8 34,5 89,2 22,1
Imóvel residencial e comercial 34,5 6,3 62,6 40,8
Imóvel somente comercial 2,6 0,0 5,9 62,2
Lixo acessível 10,0 0,0 27,8 89,7
Alimento humano disponível 10,0 0,0 27,9 88,9
Alimento de animais 2,7 1,0 4,4 31,1
Árvores frutíferas 1,3 0,0 3,7 95,1
Fonte de Alimento 13,6 0,0 30,8 63,3
Inservíveis e entulho 0,3 0,0 0,9 82,1
Objetos abandonados 0,7 0,0 1,6 61,5
Inservíveis, entulho, abandonados 0,8 0,0 1,7 58,4
Material de construção 0,0
3,4
0,0 0,0 0,0
Vão de parede 9,8 0,0 27,7 90,7
Vão de telhado 2,3 0,7 4,0 36,1
Mato alto 0,4 0,0 1,2 95,1
Fonte de Abrigo 12,7 0,0 30,1 69,0
Estrutura do imóvel 1,5 5,3 28,0
Rede de esgoto 9,2 0,0 27,2 97,4
Fonte de Acesso 12,6 0,0 29,9 68,5
Infestação por roedores 12,7 0,0 30,0 68,3
Infestação por ratazana 10,4 0,0 28,1 85,1
Infestação por rato de telhado 3,4 1,5 5,3 27,5
Infestação por camundongo 0,0 0,00,0 0,0
Infestação espécie indeterminada 0,0 0,0 0,0 0,0
Infestação apenas interna 1,9 0,1 3,7 47,2
Infestação apenas externa 1,2 0,0 2,7 61,5
Infestação interna e externa 0,3 0,0 0,9 92,1
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
129
Subprefeitura M’Boi Mirim
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 60,0% dos imóveis e a taxa de não
resposta foi de 40,0%, sendo a segunda maior da cidade (Tabela 4.18). Dos imóveis
inspecionados 72,2% eram residenciais, 14,6% residenciais e comerciais, 6,5% somente
comerciais e 0,9% terrenos baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
Entre as variáveis ambientais agregadas, fonte de alimento, freqüente em 16,5%, e
fonte de acesso, em 6,5% dos imóveis, mostraram-se significativamente abaixo da média da
cidade, além da última ser a menor freqüência entre as 31 Subprefeituras, enquanto fonte
de abrigo, freqüente em 31,1% dos imóveis, não diferiu significativamente da média (Figuras
4.5 a 4.7).
Nesta Subprefeitura, todas as variáveis de alimento estudadas apresentaram
freqüência significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.8 a 4.11). Deste modo,
lixo acessível aos roedores foi freqüente em 7,9% dos imóveis, alimento humano disponível
em 2,4%, sendo esta a quinta menor freqüência entre as 31 Subprefeituras, alimento para
animal em 7,1% e árvores frutíferas em 2,4%.
Das variáveis de abrigo, materiais inservíveis e entulho foi freqüente em 10,3% dos
imóveis, objetos abandonados em 13,1%, material de construção em 13,6%, vão de parede
em 13,0%, vão de telhado em 16,5% e mato alto em 0,6%, sendo que as freqüências
encontradas para as variáveis materiais inservíveis e entulho e mato alto encontram-se
significativamente abaixo da média da cidade, enquanto que as demais não diferem
significativamente da média (Figuras 4.12 a 4.16).
As duas variáveis de acesso estudadas apresentaram freqüência de imóveis
significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.17 e 4.18). Assim, acesso pela
estrutura do imóvel foi freqüente em 4,5% e pela rede de esgoto em 3,0% dos imóveis,
sendo, respectivamente, a menor e a terceira menor freqüência entre as 31 Subprefeituras.
Em M’Boi Mirim a taxa de infestação predial por roedor (12,8%), também se
apresenta significativamente abaixo da média da cidade, sendo a sexta menor entre as 31
Subprefeituras. A taxa de infestação somente interna foi de 3,4%, não diferindo
significativamente da média da cidade, a taxa de infestação somente externa foi de 7,3% e a
taxa de infestação interna e externa foi de 1,7%, estando ambas significativamente abaixo
da média da cidade (Figuras 4.19 a 4.22).
Nesta Subprefeitura houve diferença significativa entre a taxa de infestação predial
por ratazana (2,9%) e rato-de-telhado (11,1%), sendo que a primeira encontra-se
significativamente abaixo e a segunda não diferiu significativamente da média da cidade.
Roedores na Cidade de São Paulo
130
Além disso, a taxa de infestação por ratazana não diferiu significativamente da taxa de
infestação predial por camundongo (1,3%). A taxa de infestação por espécie indeterminada
foi de 0,3% (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.18 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura M’Boi Mirim, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 60,0 52,8 67,2 6,0
Imóveis fechados 40,0 32,8 47,2 9,0
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 0,9 0,0 2,2 74,8
Imóvel somente residencial 72,2 58,9 85,4 9,2
Imóvel residencial e comercial 14,6 4,5 24,7 34,5
Imóvel somente comercial 6,5
7,9
2,9 10,0 27,3
Lixo acessível 2,9 12,9 31,7
Alimento humano disponível 2,4 1,1 3,6 27,2
Alimento de animais 7,1 3,1 11,1 28,3
Árvores frutíferas 2,4
16,5
0,9 3,9 32,0
Fonte de Alimento 9,4 23,6 21,5
Inservíveis e entulho 10,3 7,0 13,6 16,0
Objetos abandonados 13,1 9,2 17,0 15,0
Inservíveis, entulho, abandonados 16,8
13,0
31,1
12,5 21,2 12,9
Material de construção 13,6 9,5 17,6 15,1
Vão de parede 7,4 18,7 21,7
Vão de telhado 16,5 11,2 21,8 16,0
Mato alto 0,6 0,0 1,3 61,3
Fonte de Abrigo 23,9 38,2 11,5
Estrutura do imóvel 4,5 0,5 8,4 43,9
Rede de esgoto 3,0 1,0 4,9 32,5
Fonte de Acesso 6,5 2,7 10,4 29,7
Infestação por roedores 12,8 7,5 18,1 20,7
Infestação por ratazana 2,9
11,1
3,4
1,3 4,5 27,7
Infestação por rato de telhado 6,3 15,9 21,7
Infestação por camundongo 1,3 0,1 2,6 46,8
Infestação espécie indeterminada 0,3 0,0 0,9 90,1
Infestação apenas interna 1,1 5,8 34,2
Infestação apenas externa 7,3 3,2 11,3
1,7
27,8
Infestação interna e externa 0,6 2,9 33,6
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
131
Subprefeitura Mooca
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 72,3% dos imóveis e a taxa de não
resposta foi de 27,7% (Tabela 4.19). Do total de imóveis inspecionados, 50,0% eram
residenciais e 48,8% residenciais e comerciais, não havendo, portanto, diferença
significativa na proporção desses dois tipos de imóveis, além de a proporção de imóveis
residenciais e comerciais ser a maior entre as 31 Subprefeituras da cidade. A proporção de
imóveis somente comerciais foi de 0,9%, sendo a segunda menor da cidade. Não houve
registro da presença de terrenos baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
Entre as variáveis ambientais agregadas, fonte de alimento, freqüente em 14,8%, e
fonte de abrigo, em 18,4% dos imóveis, apresentaram freqüências significativamente abaixo
da média da cidade, enquanto que fonte de acesso, freqüente em 16,3%, não diferiu
significativamente da média (Figuras 4.5 a 4.7).
As variáveis de alimento apresentaram-se presentes em baixa freqüência de imóveis
nesta Subprefeitura, sendo que a única a não estar significativamente abaixo da média da
cidade foi alimento para animal 9,5%. Desta forma, lixo acessível aos roedores foi freqüente
em 3,0% dos imóveis, sendo a terceira menor freqüência entre as 31 Subprefeituras,
alimento humano disponível em 3,0%, sendo a oitava menor freqüência, árvores frutíferas
em 1,4%, sendo a quinta menor freqüência (Figuras 4.8 a 4.11).
Quanto às variáveis de abrigo, com exceção de vão de telhado, todas as demais
variáveis aposentaram freqüência de imóveis significativamente abaixo da média da cidade
(Figuras 4.12 a 4.16). Assim, materiais inservíveis e entulho foi freqüente em 4,0% dos
imóveis, sendo a quarta menor freqüência entre as 31 Subprefeituras, objetos abandonados
em 7,8%, material de construção em 3,5%, a quinta menor freqüência, vãos de parede em
5,8%, a sétima menor, vãos de telhado em 9,9% e mato alto em 1,0%.
Das variáveis de acesso estudadas, acesso pela estrutura do imóvel foi freqüente em
13,2% dos imóveis e pela rede de esgoto em 7,2%, sendo que nenhuma das duas diferiu
significativamente da média da cidade (Figuras 4.17 e 4.18).
Assim como para a maioria das variáveis ambientais estudadas, a taxa de infestação
predial por roedores apresentou-se significativamente abaixo da média da cidade, sendo de
11,5% e equivalendo à terceira menor entre as 31 Subprefeituras. Ao contrário da taxa de
infestação geral, a taxa de infestação somente interna 7,4% mostrou-se significativamente
acima da média da cidade, inclusive sendo a quinta maior entre as 31 Subprefeituras. Já a
taxa de infestação somente externa foi de 2,3% e a taxa de infestação interna externa foi de
1,9%; apresentaram-se ambas significativamente abaixo da média da cidade, sendo a taxa
Roedores na Cidade de São Paulo
132
de infestação somente interna, a segunda menor entre as Subprefeituras (Figuras 4.19 a
4.22).
Nesta Subprefeitura a principal espécie de roedor infestante foi o rato-de-tlhado, com
taxa de infestação predial de 9,4%, a qual não diferiu significativamente da média da cidade,
seguida pela ratazana e camundongo, com taxa de infestação predial, respectivamente, de
0,8%, sendo a terceira menor entre as 31 Subprefeituras, e de 0,1%. A taxa de infestação
por espécie indeterminada foi de 1,6% (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.19 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Mooca, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 72,3 64,2 80,4 5,6
Imóveis fechados 27,7
0,0
19,6 35,8 14,6
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 0,0 0,0 0,0
Imóvel somente residencial 50,0 18,3 81,6 31,7
Imóvel residencial e comercial 48,8
3,0
16,4 81,2 33,2
Imóvel somente comercial 0,9 0,0 1,8 51,6
Lixo acessível 1,1 4,8 30,8
Alimento humano disponível 3,0 1,3 4,7 28,8
Alimento de animais 9,5
14,8
2,1 16,9 38,9
Árvores frutíferas 1,4 0,0 3,3 72,9
Fonte de Alimento 6,1 23,5 29,5
Inservíveis e entulho 4,0 0,0 7,9 50,5
Objetos abandonados 7,8
3,5
1,0
18,4
13,2
2,8 12,8 31,8
Inservíveis, entulho, abandonados 9,5 3,5 15,5 31,4
Material de construção 1,4 5,6 29,6
Vão de parede 5,8 0,3 11,3 47,4
Vão de telhado 9,9 0,0 21,8 59,8
Mato alto 0,0 2,6 74,2
Fonte de Abrigo 5,2 31,5 35,9
Estrutura do imóvel 1,5 24,8 44,3
Rede de esgoto 7,2
16,3
11,5
0,0 16,2 62,7
Fonte de Acesso 1,1 31,5 46,5
Infestação por roedores 8,3 14,8 14,0
Infestação por ratazana 0,8
9,4
0,1
1,6
0,1 1,5 41,7
Infestação por rato de telhado 6,2 12,6 17,2
Infestação por camundongo 0,0 0,4 104,8
Infestação espécie indeterminada 0,2 3,0 44,1
Infestação apenas interna 7,4 4,1 10,7 22,3
Infestação apenas externa 2,3 0,2 4,3 46,5
Infestação interna e externa 1,9 0,0 4,2 62,9
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
133
Subprefeitura Parelheiros
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 99,6% dos imóveis, sendo a maior
proporção de imóveis inspecionados entre todas as Subprefeituras e a taxa de não resposta
foi de apenas 0,4% (Tabela 4.20). Dos imóveis inspecionados, 81% eram residenciais, 7,5%
residenciais e comerciais, 5,7% somente comerciais e 5,5% terrenos baldios, sendo esta
última a segunda maior proporção da cidade (Figuras 4.1 a 4.4).
Parelheiros está entre as Subprefeituras que apresentaram as mais altas freqüências
das variáveis ambientais, sendo a freqüência de imóveis com fonte de alimento de 48,4%,
de abrigo de 62,6% e de acesso de 40,6%, estando todas essas freqüências
significativamente acima da média da cidade (Figuras 4.5 a 4.7).
Entre as variáveis de alimento, apresentaram freqüência significativamente acima da
média da cidade as árvores frutíferas, freqüente em 23,1% dos imóveis, e alimento para
animal, freqüente em 24,6%, sendo que a freqüência de imóveis com árvores frutíferas foi a
maior entre as 31 Subprefeituras. Já lixo acessível aos roedores, freqüente em 19,4%, não
diferiu significativamente da média, e alimento humano disponível, freqüente em 7,6% dos
imóveis, mostrou-se significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.8 a 4.11).
Todas as variáveis de abrigo, nesta Subprefeitura, apresentaram freqüência entre as
dez maiores da cidade e, com exceção da variável objetos abandonados, todas as demais
apresentam freqüência significativamente acima da média (Figuras 4.12 a 4.16). Assim,
materiais inservíveis e entulho foi freqüente em 39,0% dos imóveis, sendo a segunda maior
freqüência entre as 31 Subprefeituras, material de construção em 27,1%, a quarta maior
freqüência, vão de parede em 30,6%, a segunda maior freqüência, vão de telhado em
26,0%, a oitava maior freqüência, objetos abandonados em 20,1% e mato alto em 10,7%, a
maior freqüência da cidade.
Nesta Subprefeitura, acesso pela estrutura do imóvel foi freqüente em 37,8% e pela
rede de esgoto em 12,0% dos imóveis, sendo que a primeira variável apresenta freqüência
significativamente acima da média da cidade enquanto a segunda não difere
significativamente desta (Figuras 4.17 e 4.18).
A taxa de infestação predial por roedores em Parelheiros foi de 37,4%, estando
significativamente acima da média da cidade e sendo a quinta maior entre as 31
Subprefeituras. A taxa de infestação somente interna foi uma das mais baixas, 2,5%,
estando significativamente abaixo da média da cidade. Já a taxa de infestação somente
externa (27,0%) foi a segunda mais alta entre as 31 Subprefeituras e é significativamente
Roedores na Cidade de São Paulo
134
maior do que a média da cidade. A taxa de infestação interna externa foi de 6,7% e não
diferiu significativamente da média da cidade (Figuras 4.19 a 4.22).
A espécie de roedor predominante nessa Subprefeitura foi a ratazana, com taxa de
infestação predial de 27,0%, sendo a maior taxa entre as 31 Subprefeituras e estando
significativamente acima da média da cidade, seguida pela infestação predial por rato-de-
telhado, 16,3%, a qual não diferiu significativamente da média da cidade. A taxa de
infestação por camundongo foi de 2,9% e a taxa de infestação por espécie indeterminada foi
de 2,4%, ambas não diferiram significativamente da média da cidade (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.20 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Parelheiros, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 99,6 99,1 100,0 0,2
Imóveis fechados 0,4 0,0 0,9 52,8
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 5,5 2,6 8,4 26,6
Imóvel somente residencial 81,0 75,7 86,3 3,3
Imóvel residencial e comercial 7,5 3,3 11,6 28,0
Imóvel somente comercial 5,7 3,6 7,9 18,7
Lixo acessível 19,4 16,1 22,7 8,5
Alimento humano disponível 7,6 4,8 10,4 18,6
Alimento de animais 24,6 20,8 28,4 7,7
Árvores frutíferas 23,1 16,6 29,7 14,2
Fonte de Alimento 48,4 42,5 54,3 6,1
Inservíveis e entulho 39,0 35,2 42,7 4,8
Objetos abandonados 20,1 14,5 25,7 13,9
Inservíveis, entulho, abandonados 42,3 38,6 45,9 4,3
Material de construção 27,1 22,3 31,8 8,8
Vão de parede 30,6 25,2 35,9 8,7
Vão de telhado 26,0 20,9 31,2 9,9
Mato alto 10,7 7,0 14,4
67,9
43,1
17,2
Fonte de Abrigo 62,6 57,3 4,2
Estrutura do imóvel 37,8 32,5 7,0
Rede de esgoto 12,0 8,4 15,6 15,1
Fonte de Acesso 40,6 35,1 46,1 6,8
Infestação por roedores 37,4 32,7 42,0 6,2
Infestação por ratazana 27,0 21,6 32,3 9,9
Infestação por rato de telhado 16,3 11,3 21,4
Infestação espécie indeterminada
23,3
15,5
Infestação por camundongo 2,9 1,6 4,3 22,7
2,4 0,5 4,2 39,6
Infestação apenas interna 2,5 1,3 3,7
Infestação apenas externa 27,0 22,1 31,9 9,1
Infestação interna e externa 6,7 4,6 8,8 15,4
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
135
Subprefeitura Penha
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 73,0% dos imóveis e a taxa de não
resposta foi de 27,0% (Tabela 4.21). Do total de imóveis inspecionados, 78,8% eram
residenciais, 16,6% residenciais e comerciais, 2,8% somente comerciais e 0,5% terrenos
baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
A disponibilidade dos fatores ambientais, alimento, abrigo e acesso para roedores
mostraram-se, relativamente, baixas nessa Subprefeitura, pois tanto fonte de alimento,
freqüente em 18,7%, quanto de abrigo, em 18,5% e de acesso, em 15,4% dos imóveis,
apresentaram freqüências significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.5 a 4.7).
Das variáveis de alimento, lixo acessível aos roedores, freqüente em 1,2%, e
alimento humano disponível, em 1,0% dos imóveis, foram as menores freqüências entre as
31 Subprefeituras e mostraram-se significativamente abaixo da média da cidade, enquanto,
alimento para animal, freqüente em 12,9% dos imóveis, e árvores frutíferas, em 7,7%, não
diferiram significativamente da média (Figuras 4.8 a 4.11).
Todas as variáveis de abrigo estudadas apresentaram freqüência de imóveis
significativamente abaixo da média da cidade, além de estarem entre as menores
freqüências encontradas entre as 31 Subprefeituras (Figuras 4.12 a 4.16). Desta forma,
material inservível e entulho foi freqüente em 9,4% dos imóveis, objetos abandonados em
3,2%, sendo a quinta menor freqüência, material de construção em 4,0%, a sexta menor
freqüência, vão de parede em 1,0%, a menor freqüência, vão de telhado em 7,5%, a oitava
menor freqüência, e mato alto em 0,6%.
O acesso pela estrutura do imóvel, freqüente em 7,4% dos imóveis, a nona menor
freqüência entre as 31 Subprefeituras, mostrou-se significativamente abaixo da média da
cidade, enquanto acesso pela rede de esgoto, freqüente em 10,0% dos imóveis, não diferiu
significativamente da média (Figuras 4.17 e 4.18).
Na Subprefeitura Penha, assim como para a maior parte das variáveis ambientais, a
taxa de infestação predial por roedores (16,6%) apresentou-se significativamente abaixo da
média da cidade. A taxa de infestação somente interna (0,5%) também apresentou-se
significativamente abaixo da média da cidade, sendo a segunda menor entre as 31
Subprefeituras. Já as taxas de infestação somente externa (13,1%) e interna e externa
(2,6%) não diferiram significativamente da média (Figuras 4.19 a 4.22).
A principal espécie de roedor infestante, nesta Subprefeitura, foi a ratazana, com
taxa de infestação predial de 10,6%; no entanto, esta não diferiu significativamente da média
da cidade, seguida pelo rato-de-telhado, com taxa de infestação de 3,3%, a sexta menor
Roedores na Cidade de São Paulo
136
entre as 31 Subprefeituras e significativamente abaixo da média da cidade. A taxa de
infestação por espécie indeterminada foi de 3,2% e não houve registro da presença de
infestação por camundongo (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.21 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Penha, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados
73,0 69,5 76,5 2,4
Imóveis fechados
18,7 10,1 27,2 22,9
Imóveis que recusaram
8,4 0,8 16,0 45,4
Terreno baldio
0,5 0,0 1,1 66,4
Imóvel somente residencial
78,7 67,4 90,0 7,2
Imóvel residencial e comercial
16,6 6,4 26,9 30,8
Imóvel somente comercial
2,8 1,0 4,7 32,4
Lixo acessível
1,2 0,0 2,5 55,6
Alimento humano disponível
1,0 0,0 2,1 55,5
Alimento de animais
12,9 7,3 18,4 21,5
Árvores frutíferas
7,7 4,6 10,7 19,8
Fonte de Alimento
18,7 12,6 24,8 16,3
Inservíveis e entulho
9,4 6,0 12,8 18,1
Objetos abandonados
3,2 1,2 5,2 30,9
16,4
21,1
12,6
Inservíveis, entulho, abandonados
10,8 7,3 14,3
Material de construção
4,0 2,2 5,8 22,7
Vão de parede
1,0 0,0 1,9 48,3
Vão de telhado
7,5 4,4 10,7
Mato alto
0,6 0,0 1,2 51,0
Fonte de Abrigo
18,5 13,8 23,1
Estrutura do imóvel
7,4 4,0 10,8 23,1
Rede de esgoto
10,0 5,2 14,7 23,9
13,1
Fonte de Acesso
15,4 10,5 20,2 15,8
Infestação por roedores
16,6 12,3 21,0
Infestação por ratazana
10,6 5,9 15,3 22,1
Infestação por rato de telhado
3,3 1,2 5,4 32,1
26,9
Infestação por camundongo
0,0 0,0 0,0 0,0
Infestação espécie indeterminada
3,2 1,5 4,9
Infestação apenas interna
0,5 0,0 1,1 65,4
13,1 8,3 18,0 18,4
Infestação interna e externa
2,6 4,0 26,6
Infestação apenas externa
1,2
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
137
Subprefeitura Perus
Na Subprefeitura de Perus foram inspecionados 73,5% dos imóveis e a taxa de na
resposta foi de 26,5% (Tabela 4.22). Do total de imóveis inspecionados, 78,5% eram
residenciais, 8,5% terrenos baldios, sendo esta a maior proporção entre as 31
Subprefeituras, 6,8% residenciais e comerciais e 5,3% somente comerciais (Figuras 4.1 a
4.4).
Nesta Subprefeitura, tanto a variável fonte de alimento, quanto de abrigo e acesso
apresentaram freqüências abaixo da média da cidade. Sendo assim, fonte de alimento foi
freqüente em 13,9% dos imóveis, fonte de abrigo em 22,6% e fonte de acesso em 11,8%,
sendo que fonte de alimento e de acesso representaram a oitava menor freqüência entre as
31 Subprefeituras (Figuras 4.5 a 4.7).
Todas as variáveis de alimento estudas apresentaram freqüência de imóveis abaixo
da média da cidade e entre as dez menores em relação às demais Subprefeituras (Figuras
4.8 a 4.11). Desta forma, alimento humano disponível foi freqüente em 1,4% dos imóveis,
sendo a segunda menor freqüência entre as 31 Subprefeituras, árvores frutíferas em 2,2%,
a sexta menor freqüência, lixo acessível aos roedores em 5,8% e alimento para animal em
6,7%, sendo essas duas últimas a nona menor freqüência entre as 31 Subprefeituras.
Entre as variáveis de abrigo, materiais inservíveis e entulho, freqüente em 15,5% e
mato alto, em 3,8% dos imóveis, não diferiram significativamente da média da cidade,
enquanto que vão de telhado, freqüente em 1,4% dos imóveis, vão de parede, em 2,8% e
objetos abandonados, em 3,2%, mostraram-se significativamente abaixo da média da
cidade e representaram, respectivamente, a primeira, a segunda e a quinta menores
freqüências entre as 31 Subprefeituras (Figuras 4.12 a 4.16).
Também as duas variáveis de acesso estudadas apresentaram freqüências
significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.17 e 4.18). Acesso pela rede de
esgoto foi freqüente em 4,6% dos imóveis, sendo a quarta menor freqüência entre as 31
Subprefeituras e acesso pela rede de esgoto em 7,7%.
Em Perus, a taxa de infestação predial por roedores foi de 17,2%, não diferindo
significativamente da média da cidade. A taxa de infestação somente interna foi de 1,9% e a
taxa de infestação somente externa foi de 12,4%, sendo que nenhuma delas diferiu
significativamente da média da cidade; já a taxa de infestação interna e externa foi de 2,3%,
mostrando-se significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.19 a 4.22).
Não houve diferença significativa na freqüência de imóveis infestados por ratazana
(10,1%) e rato-de-telhado (4,9%). A taxa de infestação predial por camundongo foi a quarta
Roedores na Cidade de São Paulo
138
maior da cidade com 5,0% dos imóveis infestados e a taxa de infestação por espécie
indeterminada foi de 0,4% (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.22 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Perus, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
73,5 69,0 78,1 3,1
Imóveis fechados 26,3 21,8 30,8 8,5
Imóveis que recusaram 0,1 0,0 0,4 89,5
Terreno baldio 8,5 3,6 13,5 28,9
78,5 71,8 85,2 4,2
6,8 2,1 11,4 34,2
Imóvel somente comercial 5,3 2,5 8,0 26,0
5,8 2,7 9,0 27,1
Alimento humano disponível 1,4 0,2 2,6 42,1
Alimento de animais 6,7 4,2 9,2 18,6
Árvores frutíferas
Inservíveis e entulho
2,2 1,0 3,4 26,8
Fonte de Alimento 13,9 10,0 17,8 14,1
15,5 13,3 17,8 7,1
Objetos abandonados 3,2 2,1 4,3 16,9
Inservíveis, entulho, abandonados 15,9 13,6 18,3 7,5
Material de construção 6,6 4,6 8,5 14,8
Vão de parede 2,8 1,3 4,4 26,7
Vão de telhado 1,4 0,4 2,4 36,1
Mato alto 3,8 2,2 5,5 21,7
Fonte de Abrigo 22,6 19,3 25,8 7,2
Estrutura do imóvel 4,6 1,5 7,6 33,9
Rede de esgoto 7,7 3,8 11,6 25,1
Fonte de Acesso 11,8 6,4 17,2 22,8
Infestação por roedores 17,2 10,4 23,9 19,6
10,1 6,2 14,0 19,2
4,9 1,8 8,0 32,1
Infestação por camundongo 5,0 1,8 8,2 31,7
Infestação espécie indeterminada 0,4 0,0 0,9 59,0
Infestação apenas interna 1,9 0,5 3,3 37,6
Infestação apenas externa 12,4
2,3 0,9 3,6
7,9 16,9 18,1
Infestação interna e externa 30,9
Imóveis trabalhados
Imóvel somente residencial
Imóvel residencial e comercial
Lixo acessível
Infestação por ratazana
Infestação por rato de telhado
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
139
Subprefeitura Pinheiros
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 70,4% dos imóveis e a taxa de não
resposta foi de 29,6% (Tabela 4.23). Dos imóveis inspecionados, 41,8% eram residências, a
menor proporção entre as 31 Subprefeituras, 40,3% eram de uso residencial e comercial, a
terceira maior proporção, 11,5% somente comercial, a maior propporção, e 2,7% eram
terrenos baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
A freqüência de imóveis com presença fonte de alimento 17,9% e com fonte de
abrigo (21,0%) mostraram-se significativamente abaixo da média da cidade, enquanto que
com presença de fonte acesso (36,7%) não diferiu significativamente desta (Figuras 4.5 a
4.7).
Entre as variáveis de alimento, exceto pelas arvores frutíferas, todas as demais
apresentaram freqüências de imóveis abaixo da média da cidade. Assim, lixo acessível aos
roedores foi freqüente em 8,7% dos imóveis, árvores frutíferas em 7,1%, alimento humano
disponível em 1,8% e alimento para animal em 2,8%, sendo que as duas últimas
representam a terceira e a quarta menores freqüências entre as 31 Subprefeituras
respectivamente (Figuras 4.8 a 4.11).
Exceção feita à variável mato alto freqüente em 2,9% dos imóveis, todas as demais
variáveis de abrigo apresentaram freqüência de imóveis significativamente abaixo da média
da cidade (Figuras 4.12 a 4.16). Deste modo, vão de telhado, freqüente em 4,6%, vão de
parede, em 4,5%, material de construção, em 4,1%, e materiais inservíveis e entulho, em
7,9% dos imóveis, são, respectivamente, a quarta, a quinta, a sétima e a nona menor
freqüência entre as 31 Subprefeituras.
O acesso pela estrutura do imóvel, freqüente em 18,4% dos imóveis, não diferiu
significativamente da média da cidade, já acesso pela rede de esgoto, freqüente em 23,7%
dos imóveis, sendo a sexta maior freqüência entre as 31 Subprefeituras, mostrou-se
significativamente acima desta (Figuras 4.17 e 4.18).
Na Subprefeitura de Pinheiros a taxa de infestação predial por roedores foi de 22,3%,
a taxa de infestação somente interna foi de 2,6% e a taxa de infestação somente externa foi
de 18,0%, sendo que nenhum desses resultados deferiu significativamente da média da
cidade, já a taxa de infestação interna e externa foi de 1,6%, estando significativamente
abaixo da média da cidade (Figuras 4.19 a 4.22).
Nesta Subprefeitura não houve, praticamente, registro quanto à espécie infestante,
sendo, portanto, a taxa de infestação predial por espécie indeterminada de 22,2%, que foi a
Roedores na Cidade de São Paulo
140
maior entre as 31 Subprefeituras (Figuras 4.23 a 4.26). A taxa de infestação por ratazana foi
de 0,1%.
Tabela 4.23 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Pinheiros, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 70,4 66,1 74,8 3,1
Imóveis fechados 29,6
2,7
25,2 33,9 7,4
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 0,4 5,1 42,5
Imóvel somente residencial 41,8 30,4 53,1 13,6
Imóvel residencial e comercial 40,3
8,7
31,1 49,6 11,5
Imóvel somente comercial 11,5 1,4 21,5 43,8
Lixo acessível 3,4 14,1 30,8
Alimento humano disponível 1,8 0,1 3,6 48,6
Alimento de animais 2,8
17,9
0,0 5,9 54,5
Árvores frutíferas 7,1 0,2 14,0 48,2
Fonte de Alimento 12,4 23,4 15,3
Inservíveis e entulho 7,9 2,2 13,7 36,4
Objetos abandonados 8,8 3,4 14,3 31,0
Inservíveis, entulho, abandonados 11,3 5,2 17,4 27,2
Material de construção 4,1 0,0 8,2 51,4
Vão de parede 4,5 0,8 8,2 41,2
Vão de telhado 4,6
21,0
0,0 9,2 50,1
Mato alto 2,9 0,0 5,9 49,4
Fonte de Abrigo 16,3 25,8 11,3
Estrutura do imóvel 18,4 10,8 25,9 20,5
Rede de esgoto 23,7 19,3 28,1 9,3
Fonte de Acesso 36,7 29,2 44,2 10,2
Infestação por roedores 22,3 6,2 38,4 36,2
Infestação por ratazana 0,1 0,0 0,3 107,4
Infestação por rato de telhado 0,0 0,0 0,0 0,0
Infestação por camundongo 0,0
22,2
2,6
0,0 0,0 0,0
Infestação espécie indeterminada 6,0 38,3 36,5
Infestação apenas interna 0,0 5,3 50,6
Infestação apenas externa 18,0 5,6 30,4
2,9 39,8
34,5
Infestação interna e externa 1,6 0,3
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
141
Subprefeitura de Pirituba
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 68,6% dos imóveis e a taxa de não
resposta foi de 31,4%, sendo a sétima maior entre as 31 Subprefeituras (Tabela 4.24). Do
total de imóveis inspecionados, 83,5% eram residenciais, 8,7% somente comerciais, sendo
esta a segunda maior proporção registrada na cidade, 5,8% residenciais e comerciais e
1,4% terrenos baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
Entre as variáveis agregadas, fonte de alimento, freqüente em 23,4%, e fonte de
acesso, em 17,3% dos imóveis, mostraram-se significativamente abaixo da média da
cidade, enquanto fonte de abrigo, freqüente em 29,0%, não diferiu significativamente desta
(Figuras 4.5 a 4.7).
Das variáveis de alimento, lixo acessível aos roedores, freqüente em 3,2%, a quarta
menor freqüência entre as 31 Subprefeituras, e alimento humano disponível, em 7,4% dos
imóveis, apresentaram freqüência significativamente abaixo da média da cidade. Já as
variáveis alimento para animal, freqüente em 15,8%, e árvores frutíferas, em 5,8% dos
imóveis, não diferiram significativamente em freqüência da média (Figuras 4.8 a 4.11).
Quanto às variáveis de abrigo, materiais inservíveis e entulho, freqüente em 15,5%
dos imóveis, objetos abandonados, em 13,0%, material de construção, em 13,7% e vão de
parede, em 8,6%, não diferiram significativamente da média da cidade, enquanto vão de
telhado e mato alto, freqüentes, respectivamente, em 9,1% e 1,3% dos imóveis,
apresentaram freqüência significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.12 a
4.16).
Das duas variáveis de acesso estudadas, acesso pela rede de esgoto, freqüente em
9,7% dos imóveis, apresentou freqüência significativamente abaixo da média da cidade e
acesso pela estrutura do imóvel, freqüente em 13,4%, não diferiu significativamente em
freqüência desta (Figuras 4.17 e 4.18).
Em Pirituba, a taxa de infestação predial por roedores foi de 14,1%, estando
significativamente abaixo da média da cidade e sendo a oitava menor entre as 31
Subprefeituras. A taxa de infestação somente interna foi de 4,7%, não diferindo
significativamente da média da cidade, já as taxas de infestação somente externa (7,5%) e
interna e externa (0,9%), ficaram significativamente abaixo da média da cidade, sendo que a
última representa, juntamente com a da Subprefeitura de Jaçanã, a terceira menor
freqüência entre as 31 Subprefeituras da cidade (Figuras 4.19 a 4.22).
Quanto à espécie de roedor infestante destaca-se a relativamente alta taxa de
infestação por espécie indeterminada (7,1%), apesar de não ter diferido significativamente
Roedores na Cidade de São Paulo
142
da média da cidade, ela representa a quarta maior entre as 31 Subprefeituras (Figuras 4.23
a 4.26). A taxa de infestação predial por ratazana foi de 6,6%, por rato-de-telhado de 0,7% e
por camundongo de 0,5%.
Tabela 4.24 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Pirituba/Jaraguá, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 68,6 60,4 76,8 6,0
Imóveis fechados 31,4 23,2 39,6 13,0
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 1,4 0,2 2,6 43,0
Imóvel somente residencial 83,5 77,4 89,6 3,7
Imóvel residencial e comercial 5,8 2,3 9,3 30,0
Imóvel somente comercial 8,7 4,5 12,8 24,0
Lixo acessível 3,2 0,7 5,6 38,3
Alimento humano disponível 7,4 1,7 13,1 38,7
Alimento de animais 15,8 9,0 22,6 21,4
Árvores frutíferas 5,8 2,3 9,3 30,0
Fonte de Alimento 23,4 14,3 32,6 19,5
Inservíveis e entulho 18,1 9,3 26,9 24,3
Objetos abandonados 13,0 6,4 19,5 25,3
Inservíveis, entulho, abandonados 22,1 12,8 31,4 21,0
Material de construção 13,7 8,2 19,1 20,0
Vão de parede 8,6 2,2 15,1 37,5
Vão de telhado 9,1 1,9 16,3 39,3
Mato alto 1,3 0,0 2,7 51,0
Fonte de Abrigo 29,0 17,9 40,1 19,1
Estrutura do imóvel 9,7 4,4 14,9 27,1
Rede de esgoto 13,4 7,0 19,7 23,7
Fonte de Acesso 17,3 10,0 24,7 21,2
Infestação por roedores 14,1 6,8 21,3 25,7
Infestação por ratazana 6,6 3,8 9,3 20,9
Infestação por rato de telhado 0,7 0,0 1,4 54,4
Infestação por camundongo 0,5 0,0 1,1 58,0
Infestação espécie indeterminada 7,1 0,4 13,8 47,3
Infestação apenas interna 4,7 0,8 8,6 41,1
Infestação apenas externa 7,5 3,7 11,3 25,4
Infestação interna e externa 0,9 0,0 1,8 47,9
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
143
Subprefeitura Santana
Na Subprefeitura de Santana foram inspecionados 82,3% dos imóveis e a taxa de
não resposta foi de 17,7%, sendo a quarta menor entre as 31 Subprefeituras (Tabela 4.25).
Do total de imóveis inspecionados, a proporção de imóveis residenciais foi de 84,4%, de
residenciais e comerciais foi de 9,9%, de imóveis somente comerciais foi de 4,1% e de
terrenos baldios foi 0,2% (Figuras 4.1 a 4.4).
Entre as variáveis ambientais agregadas, apresentaram freqüência significativamente
abaixo da média da cidade, fonte de abrigo, freqüente em 17,7% dos imóveis, e fonte de
acesso, em 10,7%, sendo que elas foram, respectivamente, a oitava e a quinta menor
freqüência entre as 31 Subprefeituras. Já a freqüência de imóveis com fonte de alimento,
23,1%, não diferiu significativamente da média da cidade (Figuras 4.5 a 4.7).
Das variáveis de alimento, apenas lixo acessível aos roedores, freqüente em 8,3%
dos imóveis, apresentou freqüência significativamente abaixo da média da cidade, enquanto
que alimento humano disponível, frequente em 8,7% dos imóveis, alimento para animal, em
14,4%, e árvores frutíferas, em 5,4%, não diferiram significativamente da média (Figuras 4.8
a 4.11).
Quanto às variáveis de abrigo, exceto por mato alto, freqüente 4,1% dos imóveis,
todas as demais apresentaram freqüência entre as dez menores da cidade (Figuras 4.12 a
4.16). As variáveis materiais inservíveis e entulho, freqüente em 6,0% dos imóveis, objetos
abandonados, em 6,1%, e material de construção, em 5,8%, apresentaram freqüência
significativamente abaixo da média da cidade, enquanto vão de parede, frequente em 6,8%
dos imóveis, e vão de telhado, em 8,8%, não difeririam significativamente da média.
Nesta Subprefeitura as duas variáveis de acesso estudadas apresentaram
freqüência significativamente abaixo da média da cidade. Assim, acesso pela estrutura do
imóvel foi frequente em 7,8% e acesso pela rede de esgoto em 3,3% dos imóveis, sendo
esta última a quinta menor freqüência entre as 31 Subprefeituras (Figuras 4.17 e 4.18).
A taxa de infestação predial por roedores na Subprefeitura Santana foi de 6,8%,
sendo a menor entre as 31 Subprefeituras. A taxa de infestação somente interna foi de
1,5%, a taxa de infestação somente externa foi de 2,8% e a taxa de infestação interna e
externa foi de 0,4%, estando todas essas taxas significativamente abaixo da média da
cidade (Figuras 4.19 a 4.22).
Em Santana não houve diferença significativa entre a taxa de infestação predial por
ratazana (3,3%) e por rato-de-telhado (3,9%). A taxa de infestação predial por camundongo
Roedores na Cidade de São Paulo
144
foi de 0,6% e a taxa de infestação por espécie indeterminada foi de 0,3% (Figuras 4.23 a
4.26).
Tabela 4.25 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Santana/Tucuruvi, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 82,3 76,5 88,0 3,5
Imóveis fechados 7,8 1,3 14,2 41,6
Imóveis que recusaram 9,9 0,0 20,5 53,2
Terreno baldio 0,2 0,0 0,7 92,5
Imóvel somente residencial 84,4 79,5 89,3 2,9
Imóvel residencial e comercial 9,9 5,1 14,8
17,1
24,5
Imóvel somente comercial 4,1 0,0 8,5 53,8
Lixo acessível 8,3 0,0 52,7
Alimento humano disponível 8,7 0,0 18,4 56,5
Alimento de animais 14,4 1,5
Árvores frutíferas 5,4 0,0 11,0 52,2
Fonte de Alimento 23,1 3,7 42,1
Inservíveis e entulho 6,0 0,2 11,7 48,4
Objetos abandonados 6,1 0,0 12,6
7,3
53,6
Inservíveis, entulho, abandonados 9,1 1,0 17,3 44,7
Material de construção 5,8 0,0 11,7 50,5
Vão de parede 6,8 0,0 14,3 54,7
Vão de telhado 8,8 0,0 17,8 51,6
Mato alto 4,1 0,8 39,7
Fonte de Abrigo 17,7 3,7 31,8 39,6
Estrutura do imóvel 7,8 0,0 15,6 50,2
Rede de esgoto 3,3 1,6 4,9 24,7
Fonte de Acesso 10,7 1,9 19,4 40,9
Infestação por roedores 6,8 2,7 10,8 30,0
Infestação por ratazana 3,3 1,1 5,4 32,4
Infestação por rato de telhado 3,9 1,4 6,4 31,6
Infestação por camundongo 0,6 0,0 1,3 55,1
Infestação espécie indeterminada 0,3 0,0 0,9 95,4
Infestação apenas interna 1,5 0,6 2,5 31,6
Infestação apenas externa 2,8 0,9 4,7 33,3
Infestação interna e externa 0,4 0,0 1,0 91,3
27,3
42,5
44,7
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
145
Subprefeitura Santo Amaro
Na Subprefeitura de Santo Amaro foram inspecionados 67,1% dos imóveis e a taxa
de não resposta foi de 32,9%, sendo a quarta maior da cidade (Tabela 4.26). Dentre os
imóveis inspecionados, 59,1% eram residenciais, 36,4% residenciais e comerciais, sendo
esta a quinta maior proporção entre as 31 Subprefeituras, 2,8% somente comerciais e 0,7%
terrenos baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
Entre os fatores ambientais estudados, fonte de alimento, freqüente em 24,9% dos
imóveis, apresentou freqüência significativamente abaixo da média da cidade, enquanto que
fonte de abrigo, freqüente em 44,3% dos imóveis, e fonte de acesso, em 28,1%, não
diferiram significativamente em freqüência desta (Figuras 4.5 a 4.7).
Das variáveis de alimento estudadas, lixo acessível aos roedores, freqüente em 8,7%
dos imóveis, sendo a oitava menor freqüência entre as 31 Subprefeituras, e alimento para
animais, em 5,7%, sendo a sétima menor freqüência, apresentaram freqüências
significativamente abaixo da média da cidade. Já alimento humano disponível, freqüente em
10,9% dos imóveis, e árvores frutíferas, em 9,2%, sendo esta a quinta maior freqüência
entre as 31 Subprefeituras, não diferiram significativamente da média da cidade (Figuras 4.8
a 4.11).
Entre as variáveis de abrigo, não apresentaram diferença significativa em freqüência
da média da cidade: objetos abandonados, freqüente em 11,3% dos imóveis, material de
construção, em 15,0%, vão de parede, em 9,7%, e vão de talhado, em 19,8%. Por outro
lado, materiais inservíveis e entulho, freqüente em 27,3% dos imóveis, mostrou freqüência
significativamente acima da média da cidade e mato alto, freqüente em 1,0% dos imóveis,
significativamente abaixo da média (Figuras 4.12 a 4.16).
A principal via de acesso para roedores nos imóveis da Subprefeitura de Santo
Amaro foi pela estrutura do imóvel, freqüente em 26,6% dos imóveis, não diferindo
significativamente em freqüência da média da cidade, enquanto acesso pela rede de esgoto,
freqüente em 4,5%, apresentou freqüência significativamente abaixo da média da cidade
(Figuras 4.17 e 4.18).
Nesta Subprefeitura a taxa de infestação predial por roedores foi de 24,4%, não
apresentando diferença significativa da média da cidade. A taxa de infestação somente
interna foi de 9,4%, sendo, juntamente com a Subprefeitura Jabaquara, a segunda maior da
cidade, no entanto não diferiu significativamente da média da cidade. A taxa de infestação
somente externa foi de 10,7% e a taxa de infestação interna e externa foi de 4,4%, sendo
que nenhuma delas diferiu significativamente da média da cidade (Figuras 4.19 a 4.22).
Roedores na Cidade de São Paulo
146
Entre as espécies de roedor não houve diferença significativa entre a taxa de
infestação predial por ratazana (8,6%) e por rato-de-telhado (9,9%); além disso, nenhuma
delas diferiu significativamente da média da cidade. A taxa de infestação por espécie
indeterminada foi a quarta maior da cidade, 8,7%, e não houve registro da presença de
imóveis infestados por camundongo (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.26 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Santo Amaro, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 67,1 57,7 76,6 7,0
Imóveis fechados 32,9 23,4 42,3 14,4
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 0,7 0,0 1,9 91,1
Imóvel somente residencial 59,1 36,0 82,2 19,5
Imóvel residencial e comercial 36,4 14,7 58,1 29,8
Imóvel somente comercial 2,8 0,0 6,0 55,7
Lixo acessível 5,4 0,2 10,6 48,0
Alimento humano disponível 10,9 6,0 15,7 22,4
Alimento de animais 5,7 0,9 10,5 42,5
Árvores frutíferas 9,2 4,4 14,1 26,2
Fonte de Alimento 24,9 18,2 31,7 13,5
Inservíveis e entulho 27,3 18,4 36,1 16,2
Objetos abandonados 11,3 6,2 16,4 22,5
Inservíveis, entulho, abandonados 30,4 20,5 40,3 16,3
Material de construção 15,0 9,0 21,1 20,0
Vão de parede 9,7 2,3 17,2 38,4
Vão de telhado 19,8 12,3 27,3 19,0
Mato alto 1,0 0,0 2,3 59,2
Fonte de Abrigo 44,3 35,6 53,0 9,9
Estrutura do imóvel 26,6 15,4 37,8 21,0
Rede de esgoto 4,5 0,0 9,8 58,9
Fonte de Acesso 28,1 17,2 39,0 19,4
Infestação por roedores 24,4 16,3 32,6 16,7
Infestação por ratazana 8,6 4,0 13,2 26,5
Infestação por rato de telhado 9,9 5,0 14,7 24,5
Infestação por camundongo 0,0 0,0 0,0 0,0
Infestação espécie indeterminada 8,7 2,7 14,6 34,4
Infestação apenas interna 9,4 4,5 14,2 25,7
Infestação apenas externa 10,7 4,0 17,3 31,1
Infestação interna e externa 4,4 1,9 6,9 28,6
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
147
Subprefeitura de São Mateus
Em São Mateus foram inspecionados 70,0% dos imóveis e a taxa de não resposta
foi de 30,0% (Tabela 4.27). Dos imóveis inspecionados, 84,0% eram residenciais, 6,3%
residenciais e comerciais, 3,9% somente comerciais e 3,5% terrenos baldios, sendo esta,
juntamente com Guaianases, a quarta maior proporção entre as 31 Subprefeituras (Figuras
4.1 a 4.4).
Os três fatores ambientais estudados, fonte de alimento, abrigo e acesso,
apresentaram freqüência de imóveis significativamente abaixo da média e entre as dez
menores da cidade (Figuras 4.5 a 4.7). Assim, fonte de abrigo foi freqüente em 14,8% dos
imóveis, a quinta menor freqüência entre as 31 Subprefeituras, fonte de alimento em 13,2%
e fonte de acesso em 11,1%, sendo ambas a sétima menor freqüência entre as 31
Subprefeituras.
Entre as variáveis de alimento, lixo acessível aos roedores, freqüente em 5,9% dos
imóveis, e alimento humano, também em 5,9%, apresentaram freqüência significativamente
abaixo da média da cidade. Já alimento para animais, freqüente em 11,1% dos imóveis, e
árvores frutíferas, em 6,5%, não diferiram significativamente da média (Figuras 4.8 a 4.11).
Quanto às variáveis de abrigo, com exceção da variável mato alto, freqüente em
2,8% dos imóveis, todas as demais apresentaram freqüência significativamente abaixo da
média da cidade (Figuras 4.12 a 4.16). Assim, materiais inservíveis e entulho foi freqüente
em 9,1% dos imóveis, objetos abandonados em 7,3%, material de construção em 8,5%, vão
de parede em 6,8% e vão de telhado em 7,5%.
Das variáveis de acesso, tanto acesso pela estrutura do imóvel, freqüente em 10,1%
dos imóveis, quanto acesso pela rede de esgoto, em 1,3%, sendo esta a menor freqüência
entre as 31 Subprefeituras, não diferiram significativamente em freqüência da média da
cidade (Figuras 4.17 e 4.18).
Em São Mateus, a taxa de infestação predial por roedores foi de 12,7%, juntamente
com a Subprefeitura Lapa, a quarta menor entre as 31 Subprefeituras e significativamente
abaixo da média da cidade (Figuras 4.19 a 4.22). A taxa de infestação somente interna foi
de 2,5%, de infestação somente externa de 6,3% e de infestação interna e externa de 2,4%.
Nesta Subprefeitura a espécie de roedor predominante foi o rato-de-telhado com taxa
de infestação predial de 10,6%, seguido pela ratazana com taxa de infestação de 4,3% e
pelo camundongo com taxa de 1,2%. A taxa de infestação por espécie indeterminada foi de
0,2% (Figuras 4.23 a 4.26).
Roedores na Cidade de São Paulo
148
Tabela 4.27 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura São Mateus, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 70,0 61,4 78,7 6,2
Imóveis fechados 30,0 21,3 38,6 14,5
Imóveis que recusaram 0,0 0,0 0,0 0,0
Terreno baldio 3,5 0,2 6,8 46,7
Imóvel somente residencial 84,0 77,5 90,5 3,9
Imóvel residencial e comercial 6,3 1,6 11,0 37,5
Imóvel somente comercial 3,9 1,2 6,6 34,6
Lixo acessível 5,9 2,5 9,3 28,7
Alimento humano disponível 5,9 3,2 8,5 22,5
Alimento de animais 11,1 4,9 17,4 28,0
Árvores frutíferas 6,5 3,0 10,0 26,8
Fonte de Alimento 13,2 7,2 19,2 22,9
Inservíveis e entulho 9,1 5,2 13,0 21,3
Objetos abandonados 7,3 4,0 10,6 22,8
Inservíveis, entulho, abandonados 10,0 6,0 14,0 19,9
Material de construção 8,5 4,2 12,8 25,3
Vão de parede 6,8 2,8 10,7 29,3
Vão de telhado 7,5 3,8 11,2 24,9
Mato alto 2,8 0,0 6,5 66,8
Fonte de Abrigo 14,8 10,2 19,5 15,7
Estrutura do imóvel 10,1 5,9 14,4 21,0
Rede de esgoto 1,3 0,0 3,1 71,7
Fonte de Acesso 11,1 6,4 15,7 21,0
Infestação por roedores 12,7 9,0 16,4 14,4
Infestação por ratazana 4,3 0,9 7,7 39,1
Infestação por rato de telhado 10,6 7,4 13,8 15,0
Infestação por camundongo 1,2 0,0 2,6 58,0
Infestação espécie indeterminada 0,2 0,0 0,6 106,2
Infestação apenas interna 2,5 0,3 4,7 43,2
Infestação apenas externa 6,3 2,6 10,0 29,5
Infestação interna e externa 2,4 1,0 3,8 29,0
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
149
Subprefeitura São Miguel
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 71,2% dos imóveis e a taxa de não
resposta foi de 29,1%, sendo que destes 16,5% se referem à recusa do morador em atender
o agente de zoonoses, caracterizando-se como a quarta maior proporção de imóveis
recusados da cidade (Tabela 4.28). Do total de imóveis inspecionados, 93,9% eram
residenciais, sendo esta a maior proporção entre as 31 Subprefeituras, 3,3% de uso
somente comercial, 1,5% de uso residencial e comercial, sendo esta a segunda menor
proporção entre as 31 Subprefeituras, e 1,3% terrenos baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
Entre os fatores ambientais estudados, a freqüência de imóveis com fonte de
alimento foi de 35,4% e não diferiu significativamente da média da cidade, enquanto que a
freqüência de imóveis com fonte de abrigo foi de 45,0% e com fonte de acesso de 46,5%,
estando as duas significativamente acima da média, além disso, a última correspondeu à
sétima maior freqüência entre as 31 Subprefeituras (Figuras 4.5 a 4.7).
Das variáveis de alimento, percebe-se que alimento para animais, freqüente em
23,7% dos imóveis, mostrou-se significativamente acima da média da cidade, já alimento
humano disponível, freqüente em 10,7% e árvores frutíferas em 5,6% dos imóveis, não
diferiram significativamente da média, enquanto lixo acessível aos roedores, freqüente em
10,8%, mostrou-se significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.8 a 4.11).
Quanto às variáveis de abrigo, vão de telhado, freqüente em 25,0% dos imóveis,
mostrou-se significativamente acima da média da cidade, enquanto todas as demais
variáveis não diferiram significativamente da média da cidade (Figuras 4.12 a 4.16). Assim,
material inservível e entulho foi freqüente em 15,5%, objetos abandonados em 13,4%,
material de construção em 13,7%, vão de parede em 12,2% e mato alto em 2,0% dos
imóveis.
Nesta Subprefeitura as duas variáveis de acesso estudadas apresentaram
freqüência significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.17 e 4.18). Deste modo,
acesso pela estrutura do imóvel foi freqüente em 30,2% dos imóveis e pela rede de esgoto
em 25,9%.
Em São Miguel a taxa de infestação predial por roedores foi de 49,5%, sendo a mais
alta entre as 31 Subprefeituras e estando significativamente acima da média da cidade
(Figuras 4.19 a 4.22). A taxa de infestação somente interna foi de 1,7%, a taxa de infestação
somente externa foi de 25,1% e a taxa de infestação interna e externa foi de 14,0%.
Quanto às espécies de roedor infestante, não houve diferença significativa entre as
taxas de infestação predial por ratazana (24,3%) e por rato-de-telhado (27,7%). A taxa de
Roedores na Cidade de São Paulo
150
infestação por camundongo foi de 6,0% e por espécie indeterminada de 6,8% (Figuras 4.23
a 4.26).
Tabela 4.28 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura São Miguel, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 71,2 64,5 77,9 4,7
Imóveis fechados 12,4 1,6 23,1 43,4
Imóveis que recusaram 16,5 6,8 26,1 29,2
Terreno baldio 1,3 0,0 2,8 53,7
Imóvel somente residencial 93,9 89,7 98,0 2,2
Imóvel residencial e comercial 1,5 0,0 3,0 53,0
Imóvel somente comercial 3,3 1,3 5,4 30,5
Lixo acessível 10,8 8,2 13,4 11,9
Alimento humano disponível 10,7 7,1 14,2 16,7
Alimento de animais 23,7 17,9 29,4 12,2
Árvores frutíferas 5,6 3,7 7,6 17,4
Fonte de Alimento 35,4 31,2 39,6 5,9
Inservíveis e entulho 15,5 12,4 18,6 10,0
Objetos abandonados 13,4 8,7 18,1 17,6
Inservíveis, entulho, abandonados 22,9 17,1 28,7 12,6
Material de construção 13,7 10,2 17,2 12,8
Vão de parede 12,2 6,6 17,8 23,1
Vão de telhado 25,0 18,0 31,9 13,9
Mato alto 2,0 0,4 3,7 39,9
Fonte de Abrigo 45,0 39,4 50,6 6,2
Estrutura do imóvel 30,2 25,0 35,4 8,7
Rede de esgoto 25,9 18,0 33,7 15,2
Fonte de Acesso 46,5 37,8 55,3 9,4
Infestação por roedores 49,5 41,0 58,1 8,6
Infestação por ratazana 24,3 13,4 35,3 22,4
Infestação por rato de telhado 27,7 20,9 34,5 12,3
Infestação por camundongo 6,0 3,8 8,2 18,3
Infestação espécie indeterminada 6,8 3,0 10,7 28,0
Infestação apenas interna 1,7 0,6 2,8 33,2
Infestação apenas externa 25,1 17,9 32,4 14,3
Infestação interna e externa 14,0 6,4 21,6 27,2
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
151
Subprefeitura de Sé
Na Sé foram inspecionados 79,9% dos imóveis e a taxa de não resposta foi de
20,2% (Tabela 4.29). Dos imóveis inspecionados, 44,8% eram residenciais, a segunda
menor proporção da cidade, 47,9% de uso residencial e comercial, a segunda maior
proporção da cidade, 2,4% de uso somente comercial e 0,4% terrenos baldios (Figuras 4.1 a
4.4).
Os três fatores ambientais estudados apresentaram freqüências significativamente
abaixo da média da cidade, além de serem as menores encontradas entre as 31
Subprefeitura (Figuras 4.5 a 4.7). Desta forma, fonte de alimento foi freqüente em 3,0% dos
imóveis, fonte de abrigo em 4,3% e fonte de acesso em 4,8%.
Entre as variáveis de alimento não houve registro da presença de alimento para
animal e árvores frutíferas nos imóveis, enquanto que lixo acessível aos roedores, frequente
em 2,9% dos imóveis, foi a menor freqüência entre as 31 Subprefeituras e alimento humano
disponível, freqüente em 2,4%, foi juntamente com a Subprefeitura do M’Boi Mirim, a quinta
menor freqüência; além disso, essas duas variáveis mostraram freqüências
significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.8 a 4.11).
Todas as variáveis de abrigo apresentaram freqüência significativamente abaixo da
média da cidade e entre as cinco menores dentre as 31 Subprefeituras (Figuras 4.12 a
4.16). Assim, materiais inservíveis e entulho foi freqüente em 1,9% dos imóveis, sendo a
terceira menor freqüência da cidade, objetos abandonados em 1,5%, também a terceira
menor freqüência, material de construção em 0,4, a segunda menor freqüência, vão de
parede em 3,1%, a terceira menor freqüência, vão de telhado em 1,8%, a segunda menor
freqüência e mato alto em 0,4%.
A freqüência de imóveis com acesso pela estrutura do imóvel foi de 4,8%, sendo a
quinta menor freqüência entre as 31 Subprefeituras, e a freqüência de imóveis com acesso
pela rede de esgoto foi de 2,3%, sendo a terceira menor entre as 31 Subprefeituras; ambas
mostraram-se significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.17 e 4.18).
Na Subprefeitura da Sé a taxa de infestação predial por roedores foi de 8,3%, sendo
a segunda menor entre as 31 Subprefeituras e estando significativamente abaixo da média
da cidade (Figuras 4.19 a 4.22). A taxa de infestação somente interna foi de 2,4%, a taxa de
infestação somente externa foi de 2,0% e a taxa de infestação interna e externa foi de 3,8%.
Não houve diferença significativa entre as taxas de infestação predial por ratazana,
por rato-de-telhado e por espécie indeterminada, assim como não houve diferença
significativa entre a taxa de infestação por rato-de-telhado, por camundongo e por espécie
Roedores na Cidade de São Paulo
152
indeterminada (Figuras 4.23 a 4.26). Desta forma a taxa de infestação predial por ratazana
foi de 3,9%, a taxa de infestação por rato-de-telhado foi de 2,1%, por camundongo de 0,4%
e por espécie indeterminada de 4,1%.
Tabela 4.29 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Sé, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 79,9 75,3 84,5 2,9
Imóveis fechados 15,8 9,6 21,9 19,5
Imóveis que recusaram 4,4 0,0 10,3 67,7
Terreno baldio 0,4 0,0 1,3 92,6
Imóvel somente residencial 44,8 26,7 63,0 20,2
Imóvel residencial e comercial 47,9 28,7 67,2 20,1
Imóvel somente comercial 2,4 1,3 3,5 23,5
Lixo acessível 2,9 0,4 5,3 43,7
Alimento humano disponível 2,4 0,0 4,8 49,6
Alimento de animais 0,0 0,0 0,0 0,0
Árvores frutíferas 0,0 0,0 0,0 0,0
Fonte de Alimento 3,0 0,5 5,5 42,1
Inservíveis e entulho 1,9 0,0 4,3 65,8
Objetos abandonados 1,5 0,0 4,0 79,2
Inservíveis, entulho, abandonados 2,0 0,0 4,4 62,3
Material de construção 0,4 0,0 1,2 87,3
Vão de parede 3,1 0,0 6,4 54,1
Vão de telhado
Mato alto
1,8 0,3 3,2 40,4
0,4 0,0 1,3 92,6
Fonte de Abrigo 4,3 0,7 7,8 41,4
Estrutura do imóvel 4,8 2,9 6,8 20,0
Rede de esgoto 2,3 0,7 3,9 35,8
Fonte de Acesso 4,8 2,9 6,8 20,0
Infestação por roedores 14,28,3 2,5 35,2
Infestação por ratazana 3,9 1,8 6,1 26,7
Infestação por rato de telhado 2,1 0,8 3,3 29,8
Infestação por camundongo 0,4 0,0 1,1 74,2
Infestação espécie indeterminada 4,1 0,0 9,0 61,4
Infestação apenas interna 2,4 0,0 5,5 64,0
Infestação apenas externa 2,0 0,0 4,2 56,7
Infestação interna e externa 3,8 1,9 5,8 25,7
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
153
Subprefeitura Vila Maria / Vila Guilherme
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 78,3% dos imóveis e a taxa de não
resposta foi de 21,7%, sendo composta apenas por recusas, já que não houve imóveis
fechados, sendo assim, a proporção de recusas foi a maior entre as 31 Subprefeituras
(Tabela 4.30). Entre os imóveis inspecionados, 83,4% eram residenciais, 14,4% residenciais
e comerciais e 0,7% somente comerciais, sendo esta a segunda menor proporção entre as
31 Subprefeituras, e não houve registro da presença de terrenos baldios (Figuras 4.1 a 4.4).
Dentre os fatores ambientais, tanto fonte de alimento, freqüente em 18,2% dos
imóveis, quanto fonte de abrigo em 12,0% e fonte de acesso em 6,8% apresentaram
freqüências significativamente abaixo da média da cidade, sendo que as duas últimas
correspondem à segunda e terceira menores freqüências entre as 31 Subprefeituras,
respectivamente (Figuras 4.5 a 4.7).
Das variáveis de alimento, lixo acessível aos roedores, freqüente em 7,2% dos
imóveis e alimento humano disponível, em 3,7%, apresentaram freqüência
significativamente abaixo da média da cidade. Já alimento para animal, freqüente em 10,4%
dos imóveis, e árvores frutíferas, em 2,6%, não diferiram significativamente da média da
cidade (Figuras 4.8 a 4.11).
Das fontes de abrigo, todas as variáveis estudadas apresentaram freqüência
significativamente abaixo da média e entre as dez menores da cidade (Figuras 4.12 a 4.16).
Assim, materiais inservíveis e entulho foi freqüente em 3,1%, objetos abandonadas em 2,6%
dos imóveis, material de construção em 4,2%, vão de parede em 4,2%, vão de telhado em
6,7% e mato alto em 0,4%.
O acesso pela estrutura do imóvel, freqüente em 6,5% dos imóveis, e acesso pela
rede de esgoto, freqüente em 1,8%, mostraram freqüências significativamente abaixo da
média da cidade e foram, respectivamente, a sétima e a segunda menor freqüência entre as
31 Subprefeituras (Figuras 4.17 e 4.18).
A taxa de infestação predial por roedores na Subprefeitura de Vila Maria/Vila
Guilherme foi de 16,5%, não diferindo significativamente da média da cidade (Figuras 4.19 a
4.22). A taxa de infestação somente interna foi de 6,3%, a taxa de infestação somente
externa foi de 6,5% e a taxa de infestação interna e externa foi de 3,6%.
A taxa de infestação predial por rato-de-telhado foi de 14,1%, por ratazana foi de
3,8%, por camundongo foi de 1,1%, sendo que não houve diferença significativa entre a taxa
de infestação por ratazana e rato-de-telhado, ratazana e camundongo, mas houve diferença
Roedores na Cidade de São Paulo
154
significativa entre a taxa de infestação por rato-de-telhado e camundongo (Figuras 4.23 a
4.26).
Tabela 4.30 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
78,3 72,0 84,6 4,0
Imóveis fechados 0,0 0,0 0,0 0,0
Imóveis que recusaram 21,7 15,4 28,0 14,5
Terreno baldio 0,0 0,0 0,0 0,0
83,4 69,4 97,4 8,4
Imóvel residencial e comercial 14,4 1,2 27,7 46,0
Imóvel somente comercial 0,7 0,0 1,4 54,1
7,2 1,2 13,3 41,7
3,7 0,0 7,4 50,0
Alimento de animais 10,4 0,0 21,5 53,7
Árvores frutíferas 2,6 0,5 4,6 39,5
18,2 5,7 30,6 34,3
Inservíveis e entulho 3,1 0,7 5,4 38,4
2,6 0,3 4,8 43,3
Inservíveis, entulho, abandonados 4,4 1,6 7,3 32,2
Material de construção 4,2 0,7 7,7 41,4
4,2 0,4 7,9 45,4
Vão de telhado 6,7 0,6 12,8 45,8
Mato alto 0,4 0,0 0,8 55,9
Fonte de Abrigo 12,0 4,9 19,1 29,6
Estrutura do imóvel 6,5 0,9 12,0 42,9
1,8 0,0 4,1 64,4
6,8 1,2 12,5 41,1
Infestação por roedores 16,5 7,7 25,2
Infestação por ratazana 3,8 1,1 6,6 35,4
Infestação por rato de telhado
0,0
Infestação espécie indeterminada
14,1 5,9 22,3 29,2
Infestação por camundongo 1,1 2,8 79,6
0,1 0,0 0,4 94,0
Infestação apenas interna 6,3 2,0 10,6 33,9
6,5 0,0 13,0 49,6
Infestação interna e externa 3,6 0,8 6,4 38,3
Imóveis trabalhados
Imóvel somente residencial
Lixo acessível
Alimento humano disponível
Fonte de Alimento
Objetos abandonados
Vão de parede
Rede de esgoto
Fonte de Acesso
26,5
Infestação apenas externa
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
155
Subprefeitura Vila Mariana
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 65,5% dos imóveis. A taxa de não resposta
foi de 34,5%, sendo a sexta maior da cidade, e composta por 19,6% de recusas,
equivalendo à segunda maior proporção entre as 31 Subprefeituras (Tabela 4.31). Dos
imóveis inspecionados, 57,4% eram residenciais, 39,7% residenciais e comerciais, sendo
esta a quarta maior proporção da cidade, e 2,8% somente comerciais (Figuras 4.1 a 4.4).
Não houve registro da presença de terrenos baldios nesta Subprefeitura.
Os três fatores ambientais estudados apresentaram freqüências significativamente
acima da média da cidade e entre as mais altas entre as 31 Subprefeitura (Figuras 4.5 a
4.7). Assim fonte de acesso foi freqüente em 86,1% dos imóveis, sendo a segunda maior
entre as 31 Subprefeituras, fonte de abrigo em 62,8%, sendo a quinta maior, e fonte de
alimento em 57,6%, sendo a sétima maior freqüência.
Entre as variáveis de alimento, a única que não apresentou freqüência
significativamente acima da média da cidade foi alimento para animal, freqüente em 19,6%
dos imóveis. Alimento humano disponível foi frequente em 38,7% dos imóveis, sendo a
terceira maior freqüência entre as 31 Subprefeituras, lixo acessível aos roedores em 29,5%,
sendo a quinta maior freqüência, e árvores frutíferas em 9,2%, sendo, juntamente com a de
Santo Amaro, a sétima maior freqüência (Figuras 4.8 a 4.11).
Das variáveis de abrigo, materiais inservíveis e entulho, freqüente em 24,8% dos
imóveis, objetos abandonados, em 25,8%, vão de parede, em 15,7% e mato alto, em 1,8%,
não apresentaram diferença significativa em relação à média da cidade. Já as variáveis vão
de telhado, freqüente em 40,9% dos imóveis, a maior freqüência entre as 31 Subprefeituras,
e material de construção, em 24,7%, sendo a sétima maior freqüência, apresentaram
freqüência significativamente acima da média da cidade (Figuras 4.12 a 4.16).
Nesta Subprefeitura, as duas variáveis de acesso representaram a segunda maior
freqüência entre as 31 Subprefeituras e mostraram-se significativamente acima da média da
cidade (Figuras 4.17 e 4.18). Deste modo, acesso pela estrutura do imóvel foi freqüente em
85,0% dos imóveis e pela rede de esgoto em 28,8%.
A despeito das altas freqüências dos fatores ambientais, essa Subprefeitura,
apresentou a sétima menor taxa de infestação predial por roedores (12,9%) entre as 31
Subprefeituras, estando esta significativamente abaixo da média da cidade (Figuras 4.19 a
4.22). A taxa de infestação somente interna foi de 1,8%, a taxa de infestação somente
externa foi de 7,0% e a taxa de infestação interna e externa foi de 3,8%.
Roedores na Cidade de São Paulo
156
Em Vila Mariana não houve diferença significativa entre a taxa de infestação predial
por ratazana (5,2%) e por rato-de-telhado (8,9%). A taxa de infestação por camundongo foi
de 0,3% e a taxa de infestação por espécie indeterminada foi de 1,6% (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.31 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Vila Mariana, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
65,5 54,6 76,4 8,3
Imóveis fechados 14,9 0,0 32,8 60,4
Imóveis que recusaram 19,6 7,6 31,6 30,7
Terreno baldio 0,0 0,0 0,0 0,0
57,4 38,4 76,5 16,6
Imóvel residencial e comercial 39,7 18,6 60,8 26,6
2,8 0,0 7,0 72,8
Lixo acessível 29,5 20,2 38,8 15,7
38,7 30,9 46,5 10,0
Alimento de animais 19,6 14,2 25,0 13,8
9,2 7,3 11,2 10,5
Fonte de Alimento 57,6 49,5 65,6 7,0
24,8 16,0 33,7 17,8
Objetos abandonados 25,8 13,7 38,0 23,5
Inservíveis, entulho, abandonados 37,2 28,2 46,1 12,0
Material de construção
Vão de parede
Vão de telhado
Mato alto
Fonte de Abrigo
Estrutura do imóvel
24,7 16,7 32,6 16,1
15,7 9,1 22,4 21,1
40,9 32,2 49,5 10,6
1,8 0,0 3,7 49,4
62,8 51,4 74,3 9,1
85,0 79,3 90,6 3,3
28,8 17,1 40,4 20,2
86,1 81,2 91,0 2,9
12,9 7,4 18,5 21,5
5,2 2,4 8,1 27,6
Infestação por rato de telhado 8,9 4,9 13,0 22,8
Infestação por camundongo 0,3 0,0 0,9 100,5
Infestação espécie indeterminada 1,6 0,0 3,4 57,8
Infestação apenas interna 1,8 0,6 3,1 34,9
Infestação apenas externa 7,0 2,5 11,4 31,9
Infestação interna e externa 3,8 0,1 7,5 48,2
Imóveis trabalhados
Imóvel somente residencial
Imóvel somente comercial
Alimento humano disponível
Árvores frutíferas
Inservíveis e entulho
Rede de esgoto
Fonte de Acesso
Infestação por roedores
Infestação por ratazana
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
157
Subprefeitura Vila Prudente
Nesta Subprefeitura foram inspecionados 77,0% dos imóveis e a taxa de não
resposta foi de 22,9% (Tabela 4.32). Dos imóveis inspecionados, 81,7% eram residenciais,
13,5% residenciais e comerciais, 4,6% somente comerciais e 0,1% terrenos baldios (Figuras
4.1 a 4.4).
Dos fatores ambientais estudados, tanto fonte de alimento, quanto fontes de abrigo e
de acesso mostraram freqüência de imóveis significativamente abaixo da média da cidade e
entre as menores em relação às demais Subprefeituras (Figuras 4.5 a 4.7). Desta forma,
fonte de alimento foi freqüente em 11,5% dos imóveis, fonte de abrigo em 12,8%, sendo que
essas duas variáveis apresentaram a terceira menor freqüência entre as 31 Subprefeituras,
e fonte de abrigo em 14,4%.
Todas as variáveis de alimento apresentaram freqüência significativamente abaixo
da média da cidade. Assim, lixo acessível aos roedores foi freqüente em 4,3% dos imóveis,
sendo a quinta menor freqüência entre as 31 Subprefeituras, alimento humano disponível
em 4,7%, sendo a décima menor freqüência, alimento para animal em 6,5%, sendo a oitava
menor freqüência, e árvores frutíferas em 1,3%, sendo, juntamente com a da Lapa, a quarta
menor freqüência (Figuras 4.8 a 4.11).
As variáveis de abrigo estudadas também mostraram freqüência significativamente
abaixo da média da cidade. Materiais inservíveis e entulho foram freqüentes em 5,9% dos
imóveis, objetos abandonados em 4,0%, vão de parede em 6,3% e mato alto em 0,8%,
sendo que todas essas variáveis representaram a sétima menor freqüência entre as 31
Subprefeituras. Além delas, material de construção foi freqüente em 2,1% dos imóveis e vão
de telhado em 5,3%, sendo respectivamente a quarta e a quinta menores freqüências entre
as 31 Subprefeituras da cidade (Figuras 4.12 a 4.16).
O acesso pela estrutura do imóvel foi freqüente em 11,9% dos imóveis e pela rede
de esgoto em 5,1%, sendo que ambas mostraram freqüência significativamente abaixo da
média da cidade (Figuras 4.17 e 4.18).
Apesar da freqüência de todas as variáveis ambientais estudas estarem abaixo da
média da cidade, nesta Subprefeitura a taxa de infestação predial por roedores foi de 19,6%,
não diferindo significativamente da média da cidade (Figuras 4.19 a 4.22). A taxa de
infestação somente interna foi de 7,6%, sendo a quarta maior da cidade, a taxa de
infestação somente externa foi de 5,6% e a taxa de infestação intera e externa foi de 2,6.
Roedores na Cidade de São Paulo
158
Não houve diferença significativa entre a taxa de infestação predial por ratazana
(8,4%) e por rato-de-telhado (15,7%). A taxa de infestação por camundongo foi de 2,1% e a
taxa de infestação por espécie indeterminada foi de 0,1% (Figuras 4.23 a 4.26).
Tabela 4.32 – Freqüência das variáveis ambientais e de infestação em porcentagem de
imóveis, Subprefeitura Vila Prudente, Cidade de São Paulo, 2006.
Intervalo de dois desvios padrões
Variável Freqüência (%)
Inferior Superior
CV*(%)
Imóveis trabalhados 77,0 74,4 79,7 1,7
Imóveis fechados 19,3 14,9 23,8 11,4
Imóveis que recusaram 3,6 0,0 8,0 61,0
Terreno baldio 0,1 0,0 0,4 93,2
Imóvel somente residencial 81,7 68,5 95,0 8,1
Imóvel residencial e comercial 13,5 0,6 26,4 47,8
Imóvel somente comercial 4,6 1,2 8,0 36,7
Lixo acessível 4,3 2,0 6,5 26,3
Alimento humano disponível 4,7 2,8 6,5 19,9
Alimento de animais 6,5 3,8 9,3 21,2
Árvores frutíferas 1,3 0,5 2,2 31,0
Fonte de Alimento 11,5 8,2 14,9 14,3
Inservíveis e entulho 5,9 3,5 8,3 20,5
Objetos abandonados 4,0 1,7 6,3 29,1
Inservíveis, entulho, abandonados 6,8 4,0 9,7 20,5
Material de construção 2,1 0,5
3,4
2,3
3,8 39,0
Vão de parede 6,3 9,2 22,8
Vão de telhado 5,3 8,2 27,9
Mato alto 0,8 0,1 1,5 46,0
Fonte de Abrigo 12,8 10,0 15,7 11,1
Estrutura do imóvel 11,9 9,0 14,7 12,1
Rede de esgoto 5,1 2,5 7,6 25,2
Fonte de Acesso 14,4 10,1 18,7 14,8
Infestação por roedores 19,6 14,7 24,5 12,5
Infestação por ratazana 8,4 4,0 12,8 26,3
Infestação por rato de telhado 15,7 12,2 19,2
3,3 30,1
10,7
11,2
Infestação por camundongo 2,1 0,8
Infestação espécie indeterminada 0,1 0,0 0,4 93,2
Infestação apenas interna 7,6 4,5 20,6
Infestação apenas externa 5,6 2,4 8,9 28,6
Infestação interna e externa 2,6 0,5 4,6 39,4
* Coeficiente de Variação.
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
159
4.2 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL
A compreensão da distribuição espacial da infestação por roedores e dos fatores
ambientais determinantes da infestação apresenta grande importância na tomada de
decisão no momento de se aplicar medidas de controle ou de prevenção dos agravos
transmitidos pelos roedores. O entendimento da distribuição espacial dos fatores
determinantes das populações de roedores e das relações ecológicas entre as espécies
possibilita a aplicação dos princípios da eqüidade nos investimentos públicos e na
implantação de políticas públicas de melhoria ambiental e social.
Conforme postularam Traweger e Bachmayr (2005), o uso das técnicas do Sistema
de Informação Geográfica – SIG (GIS Geographic Information System) deve se tornar parte
integrante dos programas de manejo e controle de roedores nas áreas urbanas; na Cidade
de São Paulo o emprego dessas técnicas já é uma realidade, sendo esse trabalho
desenvolvido pela Subgerência de Informação da COVISA. Considera-se que essas
técnicas permitem:
1) Identificar a distribuição das espécies de roedores em toda a cidade;
2) Identificar regiões mais e menos favoráveis à infestação;
3) Adaptar os métodos de controle à realidade das diferentes regiões;
4) Monitorar continuamente as populações de roedores e;
5) Informar a população sobre a ocorrência da infestação nas diferentes áreas.
Nesse contexto o objetivo da presente Seção é apresentar os resultados obtidos no
levantamento de infestação predial por roedores sobre uma perspectiva espacial, fazendo
uma abordagem comparativa entre as diferentes Subprefeituras e discutindo os resultados
encontrados.
Roedores na Cidade de São Paulo
160
4.2.1 – Fatores Ambientais
Os resultados encontrados no levantamento de infestação predial por roedores
mostram que a Cidade de São Paulo apresenta condições ambientais favoráveis à
infestação predial por roedores, podendo se observar que em 33,9% dos imóveis da cidade
há fonte de alimento, em 37,6% há fonte de abrigo e em 30,5% há fonte de acesso para
roedores (Tabela 4.1). Quanto à distribuição espacial da freqüência dos fatores ambientais
na cidade, observa-se que há ampla variação entre as 31 Subprefeituras e que, de maneira
geral, as mais baixas freqüências de imóveis com disponibilidade desses três fatores
encontram-se na região central da cidade e as mais altas nas áreas mais periféricas,
especialmente na Região Sul (Figura 4.27). As Subprefeituras que apresentam as mais altas
freqüências das variáveis fonte de alimento, fonte de abrigo e fonte de acesso, levando-se
em consideração a ocorrência conjunta delas e não apenas a ocorrência individual de cada
uma, são: Cidade Tiradentes, Campo Limpo, Capela do Socorro, Freguesia do Ó, Vila
Mariana e Guaianases. As que apresentam as mais baixas freqüências são: Sé, Vila
Prudente, São Mateus, Lapa, Perus, Butantã e Vila Maria.
Figura 4.27 – Distribuição espacial da freqüência de imóveis urbanos por Subprefeitura com
disponibilidade de (A) fonte de alimento, (B) fonte de abrigo e (C) fonte de acesso para
roedores, Levantamento de Infestação Predial por Roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
A comparação da Figura 4.27 com a Figura 4.28 nitidamente evidencia que as áreas
que apresentam as maiores disponibilidades de recursos para roedores, também são as que
Roedores na Cidade de São Paulo
161
apresentam as mais precárias condições socioeconômicas, sugerindo que os dois eventos
devem estar diretamente relacionados. Em outras palavras, pode-se considerar que os
processos de exclusão social que ocorrem nas áreas periféricas da cidade (SPOSATI,
2000), podem ser os responsáveis por criar condições ambientais favoráveis a infestação
por roedores.
Figura 4.28 – Divisão do Município de São Paulo em 3 grupos homogêneas de
Subprefeituras quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH) e Renda
(*proporção de setores censitários que predominam os responsáveis pelo imóvel
com rendimentos até 2 salários mínimos).
Quanto à distribuição espacial das variáveis de acesso (pela rede de esgoto e pela
estrutura do imóvel) observa-se que há correspondência espacial na ocorrência das
Subprefeituras que apresentam as mais altas e as mais baixas freqüências dessas duas
variáveis, sendo possível constatar que as mais altas freqüências encontram-se localizadas
na periferia, especialmente nas Regiões Sul e Sudeste da cidade, enquanto que as mais
baixas encontram-se no centro da cidade, principalmente na Região Centro Oeste (Figura
4.29). Provavelmente, a presença das mais altas freqüências na periferia da cidade deve-se
a maior precariedade dos imóveis existentes nessas áreas, que, devido à ocupação mais
recente e ao menor poder aquisitivo da população (PEDROSO, 2003), apresentam
Roedores na Cidade de São Paulo
162
deficiências estruturais graves, como por exemplo, ausência de sistema de coleta de
esgotos e acabamento incompleto, além de não seguirem as normas de construção civil.
Estas hipóteses podem ser corroboradas pela análise da Figura 4.28, onde se observa que
as Subprefeituras que apresentam os menores Índices de Desenvolvimento Humano e
concentram a maior parte dos setores censitários em que predominam os responsáveis pelo
imóvel com rendimentos de até dois salários mínimos se sobrepõem às áreas com maior
disponibilidade de acesso para roedores (Figura 4.29).
Figura 4.29 – Distribuição espacial da freqüência de imóveis urbanos por Subprefeitura com
a presença de fontes de acesso (A) pela estrutura do imóvel e (B) pela rede de esgoto,
Levantamento de Infestação Predial por Roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
As Figuras 4.30A e 4.30B corroboram a hipótese levantada, já que, praticamente,
são as mesmas Subprefeituras que apresentam as mais altas freqüências de imóveis com
disponibilidade de abrigo pelos vãos de parede e telhado e as que apresentam as mais altas
freqüências de acesso pela estrutura do imóvel (Figura 4.29). As altas freqüências de
imóveis com fonte de acesso para roedores nas Subprefeituras da Região Sudeste da
Cidade (especialmente em Vila Mariana e Jabaquara) podem ser devido à presença de
vários imóveis, cuja construção é antiga e que sofreram poucas reformas ao longo do tempo
Roedores na Cidade de São Paulo
163
e, portanto, apresentam precariedades estruturais devido à ação do tempo e aos conceitos
urbanísticos empregados à época de suas construções.
Figura 4.30 – Distribuição espacial da freqüência de imóveis urbanos por Subprefeitura com
presença de fontes de abrigo para roedores: (A) vãos de parede, (B) vãos de telhado, (C)
materiais de construção, (D) materiais inservíveis, (E) objetos abandonados e (F) mato alto,
Levantamento de Infestação Predial por Roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
Também a distribuição espacial das fontes de abrigo apresenta as mais altas
freqüências nas Subprefeituras localizadas na periferia e as mais baixas nas áreas centrais
da cidade. Pode-se observar na Figura 4.30 que, praticamente, são as mesmas
Subprefeituras (Campo Limpo, Parelheiros, Capela do Socorro, Cidade Ademar, Jabaquara,
Freguesia do Ó, Guaianases e Cidade Tiradentes) que apresentam as mais altas
freqüências de vãos de parede e de telhado, materiais de construção, materiais inservíveis e
objetos abandonados o que, provavelmente, deve ocorrer em função dos seguintes motivos:
(a) devido aos mesmos fatores que influenciam a ocorrência das maiores freqüências de
Roedores na Cidade de São Paulo
164
acesso, ou seja, ocupação recente, baixa renda da população e construções antigas nas
áreas menos precárias; (b) falta de recursos para providenciar a reforma do imóvel, sendo
que o proprietário armazena os materiais, que já foram utilizados em algum momento ou os
que foram doados por vizinhos que reformaram suas casas, para que sejam utilizados em
futuras reformas; (c) falta de recursos para contratar serviço de remoção e destinação de
materiais inservíveis e entulhos, sendo assim acondicionados no próprio imóvel; e (d)
manutenção no imóvel de objetos e eletrodomésticos para futuro conserto, utilização ou
venda. Quanto à variável mato alto sua distribuição espacial parece evidenciar que as mais
altas freqüências encontram-se nas Subprefeituras que ainda estão em processo de
ocupação, ou seja, naquelas em que a taxa de crescimento demográfico mostra valores
positivos e alta proporção de terrenos baldios, como Parelheiros, Capela do Socorro, Cidade
Ademar, Cidade Tiradentes, Guaianases, Ermelino Matarazzo, e Perus (SPOSATI, 2000) e
nas que apresentam os maiores tamanhos de lotes, como: Itaquera, Santana, Butantã e
Lapa.
A distribuição espacial das fontes de alimento (Figura 4.31) evidencia o mesmo
padrão encontrado para as variáveis de acesso e abrigo, com as mais altas freqüências
ocorrendo nas Subprefeituras da preferia da cidade e as mais baixas nas Subprefeituras das
áreas centrais, só que agora as mais altas freqüências continuam concentrando-se na
Região Sul da cidade e as mais baixas concentram-se na Região Sudeste. Das quatro
variáveis estudadas, lixo acessível aos roedores é a que apresenta a maior amplitude na
freqüência de imóveis que vai desde 1,2% dos imóveis na Subprefeitura da Penha até
85,2% em Cidade Tiradentes, sendo que na Cidade de São Paulo ele é freqüente em quase
18% dos imóveis (Tabela 4.1). Sabendo que este recurso é uma das principais, se não a
principal, fonte de alimento para os roedores urbanos (BROOKS, 1973; MEEHAN, 1984;
ALVES, 1990), apesar de na maior parte das regiões da cidade existir coleta três vezes por
semana, ele deve estar sendo o responsável pela manutenção das infestações em várias
áreas da cidade onde a disponibilidade dos demais recursos alimentares é mais limitada,
como por exemplo, nas Subprefeituras Lapa e Sé.
Alimento humano disponível também apresentou ampla variação em sua freqüência,
variando de 1,0% para Subprefeitura da Penha a 68,7% em Cidade Tiradentes. A análise
dessa variável é importante porque ela pode contribuir sobremaneira com a presença
interna de roedores, especialmente na manutenção das infestações por camundongo
(Tabela 4.39). Além disso, quando associada à presença de fonte de acesso, alimento
humano, pode ser a responsável pela manutenção das infestações pelas outras espécies,
principalmente pelo rato-de-telhado.
Roedores na Cidade de São Paulo
165
Figura 4.31 – Distribuição espacial da freqüência de imóveis urbanos por Subprefeitura
com presença de (A) lixo acessível aos roedores, (B) alimento humano disponível, (C)
alimento para animal e (D) árvores frutíferas, Levantamento de Infestação Predial por
Roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
Quanto à variável alimento para animal sua presença, em relativamente maior
freqüência de imóveis em relação às demais variáveis de alimento, nas Subprefeituras da
Mooca, Perus, Pirituba, Casa Verde, Vila Maria, Penha, São Miguel, e Aricanduva, sugere
Roedores na Cidade de São Paulo
166
que esta fonte de alimento pode estar sendo a responsável pela manutenção das
infestações por roedores nessas áreas. Na Cidade de São Paulo, a freqüência de imóveis
com disponibilidade de alimento para animal foi de 16,6%, mostrando que este pode ser um
recurso amplamente utilizado pelos roedores. A alta freqüência de imóveis com a presença
dessas três variáveis de alimento (lixo acessível aos roedores, alimento humano disponível
e alimento para animal) sugere que há falta de conhecimento da população sobre os hábitos
dos roedores sinantrópicos e das medidas preventivas para se evitar as infestações, já que
a remoção dessas fontes de alimento é extremamente simples por meio de medidas de
acondicionamento adequado e disposição em horário correto, especialmente do lixo e dos
alimentos para os animais. Assim como a presença do mato alto, as altas freqüências de
imóveis com presença de árvores frutíferas encontram-se nas Subprefeituras de ocupação
mais recente da cidade e nas que apresentam maiores tamanhos de lote (Figura 4.31D). A
freqüência de imóveis com a presença dessa variável variou de 0,0% na Sé a 23,1% em
Parelheiros e na Cidade de São Paulo ela foi de 6,1%. McGuire et al. (2006) constataram,
em estudo conduzido em área rural de Illoinis, Estados Unidos, mais especificamente no
celeiro da University of Biological Reserch, que o aumento da taxa reprodutiva das
populações de roedores pode ocorrer como resposta à maior disponibilidade de alimento em
determinadas épocas do ano, portanto os períodos de frutificação das árvores frutíferas
(setembro a março) podem ter importante papel no fluxo de dispersão dos roedores de um
imóvel para outro e de uma área para outras.
4.2.2 – Infestação por Roedores
Na Cidade de São Paulo a taxa de infestação predial por roedores foi de 23,1%
(Tabela 4.1), sendo que nas Subprefeituras ela variou de 6,8% em Santana a 49,5% em São
Miguel (Figura 4.19). Assim como ocorreu com a distribuição dos fatores ambientais, as
mais altas taxas de infestação predial por roedores também se concentram nas
Subprefeituras localizadas na periferia da cidade e as mais baixas nas que localizam-se na
área central (Figura 4.32). Exceção feita à Subprefeitura do M’Boi Mirim, é na Região Sul da
cidade que há maior concentração de Subprefeituras com altas taxas de infestação predial
por roedores e, exceto pela Subprefeitura de Pinheiros, é na Região Centro Oeste que se
concentram as Subprefeituras com as mais baixas taxas de infestação. Além disso, há na
Região Nordeste da cidade outra concentração de Subprefeituras com altas taxas de
infestação. Coincidentemente, as duas áreas da cidade que concentram as mais altas taxas
Roedores na Cidade de São Paulo
167
de infestação, Sul e Leste, são também os territórios de maior exclusão social, mostrando
haver correspondência espacial entre esses dois eventos também, assim como ocorre entre
condições ambientais e socioeconômicas (Figuras 4.27 e 4.28).
Figura 4.32 – Distribuição espacial da freqüência por Subprefeitura de imóveis urbanos
infestados por roedores sinantrópicos, Levantamento de Infestação Predial por Roedores,
Cidade de São Paulo, 2006.
As mais altas taxas de infestação predial por roedores são encontradas nas
Subprefeituras de São Miguel (49,5%), Campo Limpo (46,5%), Guaianases (45,5%) e
Ipiranga (41,5%). As mais baixas taxas de infestação encontram-se nas Subprefeituras de
Santana (6,8%), Sé (8,3%), Mooca 11,5%, Lapa (12,7%), São Mateus (12,7%), M’Boi Mirim
(12,8%) e Vila Mariana (12,8%). Três Subprefeituras merecem destaque na avaliação da
taxa de infestação: (a) Vila Mariana e Jaçanã/Tremembé, apesar de estarem entre as
Subprefeituras que apresentaram altas freqüências de imóveis com fonte de alimento,
abrigo e acesso (Figura 4.27), elas apresentam relativamente baixa infestação por roedores,
contrariando o esperado, conforme evidenciam os modelos de infestação, apresentados na
próxima Seção; e (b) M’Boi Mirim, pois embora esteja localizada em uma região em que
todas as demais Subprefeituras apresentam precariedade ambiental e alta taxa de
Roedores na Cidade de São Paulo
168
infestação predial por roedores (Figura 4.32), esta Subprefeitura apresenta características
contrárias.
Quanto ao local de infestação por roedores, observa-se que as mais altas taxas de
infestação somente interna por roedores estão distribuídas espacialmente em uma linha,
com sentido Norte-Sul, pelas Subprefeituras de Ipiranga (12,6%), Santo Amaro (9,4%),
Jabaquara (9,4%), Vila Prudente (7,6%), Mooca (7,4%), Vila Maria (6,3%) e
Jaçanã/Tremembé (5,9%) que são constituídos por bairros antigos e já bem estabelecidos, e
que podem apresentar precariedade estrutural possibilitando ao roedor infestar a área
interna (Figura 4.33). Já a distribuição espacial da infestação somente externa apresenta
uma conformação diferente, com as maiores taxas se concentrando nas regiões Sul e
Nordeste da cidade, similarmente ao que ocorre com a infestação geral (Figura 4.32).
Figura 4.33 – Distribuição espacial da freqüência por Subprefeitura de imóveis urbanos
com infestação (A) somente interna, (B) somente externa e (C) interna e externa
por roedores sinantrópicos, Levantamento de Infestação Predial por Roedores,
Cidade de São Paulo, 2006.
As mais altas taxas de infestação somente externa encontram-se nas Subprefeituras
do Campo Limpo (28,4%), São Miguel (25,1%), Itaim Paulista e Ermelino Matarazzo (24,4%)
e as mais baixas na Lapa (1,2%) e Sé (2,0%). Quanto à infestação interna e externa
concomitantemente, parece que ela se distribui espacialmente de forma diferente das outras
duas, porém com tendência de sobreposição à distribuição da infestação somente externa
(Figura 4.33). As mais altas taxas de infestação interna e externa foram encontradas nas
Subprefeituras de Campo Limpo (14,1%) e Freguesia do Ó (10,5%) e as mais baixas na
Roedores na Cidade de São Paulo
169
Lapa (0,3%), Santana (0,4%), Pirituba (0,9%) e Jaçanã (0,9%). Com base nas
características ambientais de cada Subprefeitura e na distribuição espacial do local da
infestação por roedor, pode-se considerar que a infestação somente interna parece ser
determinada pelas condições do imóvel, enquanto a infestação somente externa e a
infestação interna e externa pelas condições ambientais da região onde o imóvel se
encontra.
Apesar de ser extremamente interessante sob o aspecto ecológico mensurar a taxa
de infestação somente interna e a taxa de infestação interna e externa, bem como
compreender os fenômenos relacionados a esses eventos, do ponto de vista da saúde
pública, torna-se mais importante saber qual é o grau de proximidade dos roedores e dos
seres humanos, porque é esse indicador que permitirá avaliar os riscos à saúde envolvidos
nesse contato mais íntimo. Por isso, ao invés de se analisar essa proximidade pela variável
infestação somente interna, seria mais conveniente avaliá-la por meio da variável presença
interna de roedores, que nada mais é do que a agregação das variáveis infestação somente
interna e infestação interna e externa, que fornece a real dimensão do grau de infestação
interna por roedores. Na Cidade de São Paulo a presença interna de roedores mostrou-se
freqüente em 7,9% dos imóveis, ou seja, em praticamente um terço dos imóveis infestados
há convívio íntimo do ser humano com roedores. Nas Subprefeituras essa taxa variou de
1,9% em Santana a 17,8% no Campo Limpo. Outras Subprefeituras que apresentaram altas
taxas de presença interna de roedores foram: Jabaquara (15,2%), Freguesia do Ó (14,6%),
Ipiranga (14,1%) e Santo Amaro (13,8%) (Figura 4.34).
Em relação às espécies de roedores infestantes, as infestações por rato-de-telhado
apresentaram taxas mais altas do que as infestações por ratazana e por camundongos
(Figura 4.35). Apesar disso, observa-se que, praticamente, são as mesmas Subprefeituras
as que apresentam as mais altas taxas de infestação por rato-de-telhado, por ratazana e por
camundongo, sugerindo que pode ter ocorrido algum erro na identificação das espécies
infestantes, já que teoricamente era de se esperar que houvesse algum tipo de segregação
espacial entre as espécies. Por outro lado, dada a grande heterogeneidade social e de uso e
ocupação do solo no interior de cada Subprefeitura (PEDROSO, 2003), pode-se considerar
que essa segregação espacial ocorra dentro do território de cada Subprefeitura e não entre
as Subprefeituras. Essa última hipótese é corroborada pela análise das Figuras 4.23 a 4.24,
em que se observa ampla sobreposição entre os intervalos de confiança das variáveis
infestação por rato-de-telhado e infestação por ratazana na maioria das Subprefeituras.
Complementarmente a essa análise, a observação da Figura 4.36 mostra que em apenas
duas Subprefeituras (Parelheiros e Penha) a espécie predominante é a ratazana, em cinco
Roedores na Cidade de São Paulo
170
delas (Campo Limpo, M’Boi Mirim, Capela do Socorro, Mooca e Freguesia do Ó) é o rato-
de-telhado e em nenhuma há predominância das infestações por camundongo.
Figura 4.34 – Distribuição espacial da freqüência por Subprefeitura de imóveis urbanos com
presença de infestação interna por roedores sinantrópicos (taxa de infestação somente
interna mais taxa de infestação interna e externa), Levantamento de Infestação Predial por
Roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
Outro aspecto que merece destaque é fato de que em três Subprefeituras (Pinheiros,
Cidade Tiradentes e Pirituba) a taxa de infestação por espécie indeterminada predomina
(Figura 4.36), sugerindo um possível despreparo das equipes na identificação dos vestígios
dos roedores ou um mau entendimento dos propósitos do levantamento, especialmente nas
Subprefeituras de Pinheiros e Cidade Tiradentes, onde em praticamente todos os imóveis
infestados foi constatada infestação por espécie indeterminada (Tabela 4.8 e 4.23,
respectivamente). Já na Subprefeitura de Pirituba dos 14,1% imóveis infestados em 7,1%,
ou seja, em 50% deles, não foi identificada a espécie infestante. Esses achados enfatizam a
necessidade de maior preparo das equipes antes da realização dos próximos levantamentos
de infestação, especialmente no que diz respeito à identificação dos vestígios dos roedores.
Roedores na Cidade de São Paulo
171
Figura 4.35 – Distribuição espacial da freqüência por Subprefeitura de imóveis urbanos
infestados por (A) rato-de-telhado, (B) ratazana, (C) camundongo e (D) espécie
indeterminada de roedor, Levantamento de Infestação Predial por Roedores,
Cidade de São Paulo, 2006.
As Subprefeituras que apresentaram as mais altas taxas de infestação por rato-de-
telhado foram Campo Limpo (41,6%), Freguesia do Ó (29,5%), São Miguel (27,7%),
Guaianases (22,7%) e Jabaquara (21,2%); por ratazana foram Parelheiros (27,0%), Ipiranga
(26,7%), São Miguel (24,3%), Ermelino Matarazzo (19,7%) e Guaianases (19,6%); por
camundongo foram Freguesia do Ó (8,8%), Butantã (7,8%), São Miguel (6,0%) e Itaim
Paulista (4,3%). As altas taxas de infestação por rato-de-telhado devem ser motivo de
Roedores na Cidade de São Paulo
172
preocupação, para os técnicos e autoridades envolvidas no controle de roedores na Cidade
de São Paulo, principalmente, por que essa espécie, segundo alguns pesquisadores
(ALVES, 1990; LEUNG; CLARK, 2005), é muito difícil de ser controlada com os atuais
rodenticidas anticoagulantes.
Figura 4.36 – Distribuição espacial da(s) espécie(s) de roedor sinantrópico predominante em
cada Subprefeitura, Levantamento de Infestação Predial por Roedores,
Cidade de São Paulo, 2006.
4.2.3 – Estratificação Espacial
Os dois manuais técnicos do Center for Disease Control and Prevention (CDC), a
saber, o Urban Rat Survey (DAVIS; CASTA; SCHATS, 1977) e o Integrated Pest
Management: Conducting Urban Rodent Survey (CDC, 2006), que tratam do levantamento
de infestação predial por roedores, sugerem a estratificação da(s) área(s) de estudo
segundo a freqüência encontrada de algumas variáveis chave, quais sejam: presença de
materiais inservíveis, lixo acessível aos roedores e infestação por roedores. Em virtude da
diferença de 30 anos entre a publicação do primeiro para o segundo manual, os critérios de
Roedores na Cidade de São Paulo
173
estratificação da variável infestação por roedores são diferentes em cada um deles, porém
os critérios para as outras duas variáveis não diferem. Desta forma, a Figura 4.37 apresenta
a distribuição espacial da freqüência de imóveis por Subprefeitura que apresentam a
presença de materiais inservíveis e lixo acessível aos roedores; para a composição da
Figura 4.37A, a variável materiais inservíveis foi composta pela agregação das variáveis:
materiais inservíveis e entulho mais objetos abandonados.
Figura 4.37 – Distribuição espacial por Subprefeituras das variáveis (A) materiais inservíveis
(materiais inservíveis, entulho e objetos abandonados) e (B) lixo acessível aos roedores,
estratificação proposta pelo CDC (2006), Levantamento de Infestação Predial por Roedores,
Cidade de São Paulo, 2006.
Segundo a própria definição do CDC (2006) a meta de um programa de controle de
roedores é reduzir ou manter a freqüência de imóveis com material inservível abaixo de 30%
e com presença de lixo acessível aos roedores abaixo de 15%. Conforme se pode observar,
praticamente todas as Subprefeituras localizadas nas regiões Norte, Centro Oeste, Sudeste
e Leste encontram-se dentro desses limites e quase a totalidade das Subprefeituras da
região Sul estão acima deles (Figura 4.37). Também, se destaca o fato de a Subprefeitura
de Cidade Tiradentes ser a única que se encontra no último estrato, com freqüência de
imóveis com material inservíveis acima de 60% e com lixo acessível aos roedores acima de
30%.
Roedores na Cidade de São Paulo
174
Quanto aos limites de infestação predial por roedores, para efeito da presente
pesquisa, foram considerados tanto os limites estabelecidos pelo CDC em 1977 (DAVIS;
CASTA; SCHATS, 1977), quanto os estabelecidos em 2006 (CDC, 2006), sendo que a meta
estabelecida é de se reduzir ou manter a taxa de infestação abaixo de 2% (CDC, 2006).
Nenhuma das Subprefeituras de São Paulo encontra-se dentro desse limite (Figura 4.38).
Figura 4.38 – Distribuição espacial da infestação predial por roedores por Subprefeituras,
estratificação proposta pelo CDC (A) 1977 e (B) 2006,
Levantamento de Infestação Predial por Roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
A estratificação proposta pelo CDC em 1977 considera a divisão da área de estudo
em quatro estratosquanto à infestação por roedores: de 0 a 2%, de 3 a 6%, de 7 a 25% e
acima de 25%. A estratificação proposta em 2006, divide a área de estudo nos seguintes
estratos: 0%, < 2%, 2 a 25% e acima de 26%. Para a estratificação proposta em 1977, a
maior parte das Subprefeituras encontra-se no terceiro estrato (7 a 25%), somente uma
Subprefeitura (Santana) encontra-se no segundo estrato (3 a 6%) e 10 Subprefeituras
(Campo Limpo, Parelheiros, Cidade Ademar, Jabaquara, Ipiranga, Freguesia do Ó, São
Miguel, Itaim Paulista, Ermelino Matarazzo e Guaianases) encontram-se no quarto e último
estrato (acima de 25%) (Figura 4.38A). Já para a estratificação proposta em 2006, a única
alteração em relação à estratificação de 1977 é a transição da Subprefeitura de Santana do
segundo estrato de 1977 para o terceiro estrato de 2006 (Figura 4.38B).
Roedores na Cidade de São Paulo
175
A análise desses resultados sugere que há necessidade, urgente, de se expandir a
dimensão das ações de controle de roedores na Cidade de São Paulo e em suas 31
Subprefeituras, a fim de que as metas estabelecidas sejam alcançadas. É claro que essa
análise não pode ser tão simplista, acreditando-se que as metas propostas para a realidade
de um país desenvolvido como os Estados Unidos sejam aplicáveis à realidade brasileira,
dada as suas grandes desigualdades socioeconômicas. Além disso, é de se esperar que
medidas iguais aplicadas a realidades diferentes não surtam os mesmos efeitos. O próprio
CDC (2006) considera que as autoridades responsáveis pelos programas de manejo
ambiental e controle de roedores devem estabelecer seus próprios limites de tolerância e
suas próprias metas na condução das ações, inclusive considerando outras variáveis.
Dadas as peculiaridades de cada Subprefeitura, Cidade ou País é de se esperar que outros
fatores determinem as infestações por roedores em cada localidade, por isso, cada área
deve estabelecer o seu limite aceitável de infestação e as suas metas de redução a curto,
médio e longo prazo.
4.3 – MODELOS DE INFESTAÇÃO
Modelos de regressão logística foram estimados tomando-se como variável de
resposta a infestação por roedores e como variáveis explicativas os fatores ambientais do
imóvel (referentes a acesso, abrigo e alimento), suas características e os fatores
socioeconômicos da região onde se insere o imóvel. Considerando-se que o intercepto
apresenta alta correlação com algumas variáveis importantes, como o IDH-M, estimaram-se
modelos sem intercepto. Além disso, algumas variáveis foram agregadas para formar uma
variável comum quanto às características por elas representadas e com isso maximizar o
poder preditivo de seus atributos. As variáveis agregadas foram: (a) imóvel somente
comercial mais imóvel residencial e comercial, que formaram a variável imóvel comercial; e
(b) as variáveis objetos abandonados mais materiais inservíveis e entulho, que formaram a
variável inservíveis. Na Tabela A.3 é apresentada a matriz de correlação das variáveis
independentes.
Estimou-se, primeiramente, um modelo geral para infestação por roedores,
considerando as variáveis explicativas de forma desagregada (Tabela 4.33). Apresenta-se a
estimativa do parâmetro de cada efeito, bem como o respectivo valor de qui-quadrado e o p-
valor (isto é, o menor valor de significância para o qual essa estimativa é significativamente
diferente de zero). Apresenta-se, também, a estimativa da razão de probabilidade (odds
Roedores na Cidade de São Paulo
176
ratio) e seu intervalo de confiança 95%. Finalmente, apresenta-se a ordem de entrada da
variável (efeito) no modelo durante o procedimento stepwise. O uso desse procedimento
permitiu que somente os efeitos significativos fossem incluídos no modelo. A importância de
cada efeito é tanto maior quanto mais distante do valor um for a estimativa da razão de
probabilidade, bem como quanto mais próxima de um for a ordem de entrada da variável no
modelo. No rodapé da tabela aparecem “alguns índices de correlação de postos, medidas
não paramétricas que servem para verificar a capacidade preditiva do modelo estimado”
(PINO, 2007), como o índice D de Sommer, o índice Gama de Goodman-Kruskal, o índice
Tau-a de Kendall e o índice c (em todos eles, quanto maior o valor, melhor a capacidade
preditiva, sendo +1 o valor máximo de todos eles).
Tabela 4.33 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, modelo logístico,
Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro
Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa
Qui-
quadrado
p-valor Estimativa
Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -3,3623 724.104 <,0001 0,035 0,034 0,035 1
Renda até 2 SM 0,4982 10.669 <,0001 1,646 1,630 1,661 7
Imóvel comercial 0,1808 1.453 <,0001 1,198 1,187 1,209 12
0,9842 5.908 <,0001 2,676 2,609 2,744
Rede de esgoto 0,7222 25.716 <,0001 2,059 2,077 4
0,9778 58.727 <,0001 2,659 2,638 2,680 2
Vão de parede 0,4012 <,0001 1,494 1,480 1,507 10
Vão de telhado 0,8343 36.933 <,0001 2,303 2,284 2,323 3
Inservíveis 0,3684 7.893 <,0001 1,445 1,434
11
1,614
1,457 5
Material de construção 0,2034 1.885 <,0001 1,226 1,214 1,237
Mato alto 0,3440 1.362 <,0001 1,411 1,385 1,437 13
Alimento para animal 0,4867 13.365 <,0001 1,627 1,640 6
Árvores frutíferas 0,5833 8.878 <,0001 1,792 1,770 1,814 8
Terreno baldio 9
2,041
Estrutura do imóvel
7.274
D de Sommer = 0,653; Gama = 0,655; Tau-a = 0,226; c = 0,826.
Fonte dos dados originais: COVISA.
A seguir, apresenta-se o mesmo tipo de modelo, porém com os efeitos ambientais
agregados nas categorias Acesso, Abrigo e Alimento (Tabela 4.34). A leitura dos resultados
é semelhante nas duas tabelas. Nos modelos agregados também foram consideradas as
variáveis IDH-M, Renda até 2 salários mínimos (SM), Imóvel comercial e Terreno baldio, só
que nestes modelos elas tiveram a finalidade de servir como peso, ou seja, foram utilizadas
apenas para dar o melhor ajuste dos modelos agregados. Essas variáveis não são
Roedores na Cidade de São Paulo
177
consideradas na análise dos resultados desses modelos e seu valor preditivo é estimado
pelos modelos desagregados.
Tabela 4.34 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, efeitos agregados,
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -3,9069 678.146 <,0001 0,020 0,020 0,020 1
Renda até 2 SM 0,3547 5.288 <,0001 1,426 1,412 1,439 5
Imóvel comercial 0,2401 2.397 <,0001 1,271 1,259 1,284 7
Terreno Baldio 0,7802 3.877 <,0001 2,182 2,129 2,236 6
Acesso 1,5085 142.077 <,0001 4,520 4,485 4,556 2
Abrigo 1,1582 71.523 <,0001 3,184 3,157 3,211 3
Alimento 0,4437 12.384 <,0001 1,558 1,546 1,571 4
D de Sommer = 0,667; Gama = 0,671; Tau-a = 0,231; c = 0,833.
Fonte dos dados originais: COVISA.
A análise dos resultados obtidos pelos modelos de infestação mostra a importância
da localização do imóvel dentro da divisão geopolítica do município, isto é, do Distrito
Administrativo de sua localização, podendo se observar que as características do entorno
exercem forte influência sobre a probabilidade de um imóvel ser infestado por roedores.
Analisando-se a variável socioeconômica IDH-M (Tabela 4.33), observa-se que, conforme
se diminui em 1 unidade centesimal o valor do IDH do Distrito Administrativo em que o
imóvel está inserido, aumenta-se a probabilidade relativa de o imóvel ser infestado por
roedores em 0,035 vezes (OR 0,035; IC 95% 0,034 a 0,035). Isso confirma a primeira das
três principais hipóteses levantadas no trabalho, a de que a infestação por roedores numa
dada região urbana é influenciada por fatores socioeconômicos: quanto mais precárias
forem as condições socioeconômicas, maior a infestação. Tendo sido a primeira variável a
entrar no modelo, a importância do IDH-M no modelo reforça a idéia de que os roedores
aparecem numa dada área devido às condições favoráveis do bairro, para somente depois
infestar nele os imóveis mais propícios.
A variável IDH-M incorpora informações sobre a escolaridade das pessoas, bem
como sobre sua renda e sua qualidade de vida, esta última medida pela sua expectativa de
vida. Com isso, o modelo prescindiu de outras variáveis socioeconômicas, já que esse
índice sintetizou os principais efeitos das demais. Mesmo assim, uma variável relativa à
Roedores na Cidade de São Paulo
178
renda da região conseguiu ser incluída, realçando sua importância. A probabilidade relativa
de infestação de roedores em setores censitários em que predominam imóveis nos quais o
responsável tem rendimento igual ou inferior a 2 salários mínimos é 1,64 vez maior do que
nos setores em que predominam imóveis nos quais o responsável tem rendimento superior
a 2 salários mínimos (Tabela 4.33), mostrando a correlação entre a precariedade
socioeconômica e a infestação por roedores (OR 1,646; IC 95% 1,630 a 1,661).
Observa-se que a probabilidade relativa de infestação de roedores sinantrópicos
numa região diminui com o aumento da renda de seus moradores e com seu grau de
escolaridade. É provável que o acesso ao conhecimento dos efeitos nocivos do animal e das
maneiras de combatê-lo, mais os hábitos civilizados de limpeza e asseio, aliados à
manutenção do saneamento nos imóveis criem as condições para manter afastados os
roedores. Além do mais, é provável que as ruas e áreas comuns desses bairros sejam mais
bem cuidadas tanto pelos próprios moradores, como pelos serviços municipais.
A característica do imóvel (Tabela 4.33) também é importante para determinar se um
imóvel será ou não infestado por roedores. Imóveis comerciais apresentam probabilidade
relativa 20% maior de apresentar roedores do que os não comerciais, com OR 1,198 (IC
95% 1,187 a 1,209), enquanto que os terrenos baldios apresentam-se ainda mais propícios
a serem infestados por roedores, com OR 2,676 (IC 95% 2,609 a 2,744).
A variável ambiental que mais fortemente se correlaciona com a infestação predial
por roedores na Cidade de São Paulo é o acesso (OR 4,520; IC 95% 4,485 a 4,556),
seguida pelo abrigo (OR 3,184; IC 95% 3,157 a 3,211) e depois pelo alimento (OR 1,558; IC
95% 1,546 a 1,571) (Tabela 4.34). Existe aqui uma seqüência lógica: primeiramente o
animal infesta o bairro, a seguir entra no imóvel, abriga-se nele e se alimenta. Confirma-se,
assim, a segunda hipótese levantada: quanto maiores as precariedades ambientais, maior
será a infestação, ou seja, quanto maior a disponibilidade de acesso, alimento e abrigo no
imóvel, maior será a probabilidade de infestação por roedores.
A desagregação das variáveis ambientais de acesso, abrigo e alimento (Tabela 4.33)
mostra que as duas variáveis de acesso estudadas apresentam-se correlacionadas com a
infestação predial por roedores, sendo que, o acesso pela estrutura do imóvel (OR 2,659; IC
95% 2,638 a 2,680) apresenta-se um pouco mais fortemente correlacionado do que o
acesso pela rede de esgoto (OR 2,059; IC 95% 2,041 a 2,077). Pode-se dizer que a
probabilidade relativa de infestação por roedores em imóveis com falha na estrutura é cerca
de 2,7 vezes maior do que a probabilidade relativa de infestação por roedores em imóveis
sem falha na estrutura. Analogamente, imóveis com acesso pela rede de esgoto têm o
Roedores na Cidade de São Paulo
179
dobro da probabilidade relativa de infestação em relação aos que não apresentam tal
acesso.
Analisando-se as fontes de abrigo pode-se notar que, apesar das pequenas
diferenças observadas nos valores da razão de probabilidade, vão de parede (OR 1,494; IC
95% 1,480 a 1,507), materiais inservíveis (OR 1,445; IC 95% 1,434 a 1,457) e mato alto (OR
1,411; IC 95% 1,385 a 1,437) apresentam, praticamente, a mesma importância em
determinar a infestação por roedores em um dado imóvel, enquanto que a presença de
material de construção é a menos importante das fontes de abrigo (OR 1,226; IC 95% 1,214
a 1,237) e vão de telhado a mais importante (OR 2,303; IC 95% 2,284 a 2,323).
Das quatro fontes de alimento estudadas, apenas duas entraram no modelo,
alimento para animal (OR 1,627; IC 95% 1,614 a 1,640) e presença de árvores frutíferas no
imóvel (OR 1,792; IC 95% 1,770 a 1,814), sendo a diferença entre elas tão pequena que se
pode considerar que as duas apresentam o mesmo grau de importância em determinar as
infestações por roedores.
Embora esse modelo (Tabela 4.33) tenha bom poder de predição da infestação de
imóveis urbanos por roedores sinantrópicos (c = 0,826), ele é um modelo geral, isto é,
independente da espécie de roedor e do local da infestação. Apresenta-se, a seguir, o
detalhamento desse modelo, levando em consideração a espécie infestante e em seguida o
local da infestação.
4.3.1 – Modelo de Infestação por Espécie
Os mesmos tipos de modelos de infestação foram construídos para cada espécie de
roedor (Tabelas 4.35 a 4.40). Observa-se que as espécies apresentam diferenças nas suas
relações com os fatores socioeconômicos e ambientais. Desta forma, o IDH-M parece ter
mais influência na infestação por camundongo (OR 0,001; IC 95% 0,001 a 0,001) do que por
rato-de-telhado (OR 0,010; IC 95% 0,010 a 0,010) ou por ratazana (OR 0,016; IC 95% 0,016
a 0,016). Por ser menor do que zero, quanto menor a razão de probabilidade (odds ratio),
tanto maior a influência, porém, em sentido contrário. Dessa forma, quanto maior o IDH-M,
menor a probabilidade relativa de infestação por camundongo, rato-de-telhado ou ratazana.
Roedores na Cidade de São Paulo
180
Tabela 4.35 – Infestação de imóveis urbanos por ratazana (Rattus norvegicus), modelo
logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
Ordem
confiança 95%
680.253 <.0001 0,010 0,010 0,010 1
Renda até 2 SM 0,8602 24.121 <.0001 2,364 2,338 2,390 4
Imóvel comercial 0,1608 588 <.0001 1,174 1,159 1,190 11
0,6997 2.017 <.0001 2,013 1,953 2,076 8
Rede de esgoto 1,5539 <.0001 4,730 4,683 4,777 2
Vão de parede 0,8558 24.071 <.0001 2,353 2,328 2,379 3
Inservíveis 0,1382 612 <.0001 1,148 1,136
12
Acesso ao lixo
1,161 10
Material de construção 0,0843 203 <.0001 1,088 1,075 1,101
Mato alto 0,3622 1.196 <.0001 1,436 1,407 1,466 9
0,3472 3.865 <.0001 1,415 1,400 1,431 6
Alimento para animal 0,3175 3.398 <.0001 1,374 1,359 1,388 7
Árvores frutíferas 0,5431 5.187 <.0001 1,721 1,696 1,747 5
IDH-M -4,5943
Terreno baldio
92.357
D de Sommer = 0,643; Gama = 0,648; Tau-a = 0,127; c = 0,821.
Fonte dos dados originais: COVISA.
A análise da associação das variáveis ambientais com a espécie de roedor mostra
que a infestação do imóvel por ratazana (Tabela 4.36) está mais fortemente correlacionada
com a fonte de acesso (OR 4,142; IC 95% 4,096 a 4,187), em seguida com a fonte de
alimento (OR 1,609; IC 95% 1,592 a 1,626) e finalmente, com a fonte de abrigo (OR 1,555;
IC 95% 1,537 a 1,573). Aqui, aquela lógica inicial sofre pequena alteração, devido aos
hábitos peridomiciliares da ratazana: o animal primeiro infesta o bairro, em seguida acessa
os imóveis, então passa a se alimentar neles, e por último, se as condições de abrigo lhe
forem propícias, passa a se abrigar no próprio imóvel em que se alimenta; caso contrário,
ele permanecerá se abrigando em suas tocas fora do imóvel. A forte associação entre
ratazana e IDH-M corrobora essa idéia, já que áreas mais precárias socialmente, portanto
onde o IDH-M é mais baixo, normalmente se localizam nas áreas baixas da cidade,
ocupando as beiras de córregos, habitat preferido dessa espécie, e que possui as condições
perfeitas para o animal habitar a área externa do imóvel.
A renda do responsável pelo imóvel parece ser outra variável que corrobora a
hipótese levantada no parágrafo anterior. Imóveis localizados em setores censitários em que
predominam os responsáveis com renda igual ou inferior a dois salários mínimos
apresentam probabilidade relativa de ser infestado por ratazana mais do que o dobro do que
aqueles localizados em setores censitários em que predominam os responsáveis com renda
Roedores na Cidade de São Paulo
181
superior a dois salários mínimos (OR 2,364; IC 95% 2,338 a 2,390). Para o rato-de-telhado
as probabilidades relativas são praticamente iguais, já que a razão de probabilidade tem
valor próximo de um (OR 1,036; IC 95% 1,024 a 1,048). Finalmente, a probabilidade relativa
de o imóvel ser infestado por camundongo é maior nos setores censitários onde
predominam os responsáveis com renda superior a dois salários mínimos do que naqueles
em que predominam os com renda menor ou igual a esse valor (OR 0,469; IC 95% 0,454 a
0,485). Assim, como ocorre com o IDH-M, as populações que possuem menor renda
também ocupam as áreas de maior exclusão social, as quais, na Cidade de São Paulo, de
forma geral, encontram-se nas áreas de várzea dos córregos, sendo estas normalmente
áreas de invasão, sem saneamento básico e carente em serviços públicos, caracterisando-
se, assim, como habitat propício à ratazana.
Tabela 4.36 – Infestação de imóveis urbanos por ratazanas (Rattus norvegicus), efeitos
agregados, modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -4,9720 577.816 <,0001 0,007 0,007 0,007 1
Renda até 2 SM 0,8825 26.659 <,0001 2,417 2,391 2,443 3
Imóvel comercial 0,1227 351 <,0001 1,131 1,116 1,145 7
Terreno Baldio 0,8868 3.647 <,0001 2,427 2,358
63.734 4,096 2
2,498 6
Acesso 1,4211 <,0001 4,142 4,187
Abrigo 0,4414 5.518 <,0001 1,555 1,537 1,573 5
Alimento 0,4756 8.076 <,0001 1,6261,609 1,592 4
D de Sommer = 0,623; Gama = 0,628; Tau-a = 0,123; c = 0,812.
Fonte dos dados originais: COVISA.
Outro aspecto que chama a atenção é a menor probabilidade relativa de infestação
por camundongo nessas áreas de maior exclusão social. Isso pode ser atribuído à
competição interespecífica entre as três espécies de roedor. Assim, tendo aumentado a
probabilidade relativa de o imóvel ser infestado pela ratazana ou pelo rato-de-telhado, é
natural que diminua a probabilidade relativa de infestação por camundongo, uma vez que,
devido ao seu maior tamanho corporal, as duas primeiras espécies excluem a última. A
mesma consideração pode ser feita em relação às diferenças nas razões de probabilidade
de infestação por ratazana e rato-de-telhado, onde a primeira exclui o segundo.
Roedores na Cidade de São Paulo
182
Ao contrário da infestação por ratazana, a infestação por rato-de-telhado (Tabela
4.38), por sua vez, mostra-se mais fortemente associada à presença de abrigo no imóvel
(OR 5,623; IC 95% 5,561 a 5,685), em seguida com a fonte de acesso (OR 2,046; IC 95%
2,027 a 2,065) e por último com a fonte de alimento (OR 1,513; IC 95% 1,500 a 1,527).
Novamente aqui se tem uma alteração em relação à lógica de infestação geral. Isso deve
ocorrer porque, ao contrário da ratazana, o rato-de-telhado não constrói seu próprio abrigo;
por isso essa espécie, primeiro, precisa encontrar um local seguro no imóvel para habitar,
para só depois passar a se deslocar em busca das fontes de alimento, procurando os
acessos, e por último passar a explorar as fontes conhecidas de alimento. Outro motivo para
primeiramente o rato-de-telhado depender das fontes de abrigo é evitar a competição por
alguns nichos com a ratazana, espécie muito agressiva contra os invasores de seu território
(BARNETT, 1966).
Tabela 4.37 – Infestação de imóveis urbanos por rato-de-telhado (Rattus rattus), modelo
logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -4,1195 713.310 <,0001 0,016 0,016 0,016 1
Renda até 2 SM 0,0356 36 <,0001 1,036 1,024 1,048 10
Imóvel comercial -0,0313 28 <,0001 0,969 0,958 0,980 11
Estrutura do imóvel 0,9110 37.697 <,0001 2,487 2,464 2,510 3
Vão de parede 0,4369 7.282 <,0001 1,548 1,533 1,564 5
Vão de telhado 1,3459 80.867 <,0001 3,842 3,806 3,877 2
Inservíveis 0,2828 3.448 <,0001 1,327 1,314 1,339 7
Material de construção 0,0339 40 <,0001 1,035 1,024 1,045 9
Mato alto -0,3772 1.215 <,0001 0,686 0,671 0,700 8
Alimento para animal 0,5068 11.543 <,0001 1,660 1,645 1,675 4
Árvores frutíferas 0,4627 4.703 <,0001 1,588 1,568 1,610 6
D de Sommer = 0,641; Gama = 0,645; Tau-a = 0,139; c = 0,821.
Fonte dos dados originais: COVISA.
A infestação por camundongo (Tabela 4.40) apresenta-se negativamente
correlacionada com a fonte de acesso (OR 0,914; IC 95% 0,894 a 0,933), mais fortemente
correlacionada com a fonte de abrigo (OR 3,412; IC 95% 3,323 a 3,502) e depois com a
fonte de alimento (OR 2,352; IC 95% 2,297 a 2,408). Esta lógica de ocupação do imóvel por
essa espécie de roedor está totalmente de acordo com seus hábitos intradomiciliares e com
Roedores na Cidade de São Paulo
183
a hipótese de dispersão passiva, geralmente defendida para as infestações na área urbana
por camundongo (GARCIA, 1998). Então, para o animal se instalar no imóvel, primeiramente
precisa de uma fonte segura de abrigo e depois de uma fonte permanente de alimentação. A
probabilidade relativa menor do que zero da fonte de acesso sobre a infestação por
camundongo evidencia que esta espécie infesta, principalmente, os imóveis não infestados
pelas outras duas espécies de roedor, onde a disponibilidade de acesso exerce efeito
favorável a sua instalação no imóvel. Além disso, por ter uma home range pequena, o
camundongo dificilmente se desloca de um imóvel para outro ativamente ou da área interna
para a externa, permanecendo toda a sua vida abrigado no intradomicílio, explorando as
fontes permanentes de alimentos ali existentes.
Tabela 4.38 – Infestação de imóveis urbanos por rato-de-telhado (Rattus rattus), efeitos
agregados, modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -4,7040 576.462 <,0001 x 0,009 0,009 0,009 1
Renda até 2 SM -0,1419 627 <,0001 0,868 0,858 0,877 6
Imóvel comercial 0,0602 105 <,0001 1,062 1,050 1,074 7
Terreno Baldio -1,4419 3.836 <,0001 0,236 0,226 0,248 5
Acesso 0,7158 23.682 <,0001 2,046 2,027 2,065 3
94.353 <,0001 5,623 5,561 5,685 2
Alimento 1,513 1,500 1,527
Abrigo 1,7269
0,4143 8.001 <,0001 4
A análise das variáveis ambientais de acesso, abrigo e alimento desagregadas
versus a espécie de roedor sinantrópico mostra que cada espécie de roedor apresenta
peculiaridades em seu comportamento e biologia, mais fortemente associadas a
determinados fatores ambientais presentes nos imóveis urbanos (Tabelas 4.35, 4.37, 4.39).
A presença de fonte de acesso pela rede de esgoto no imóvel favorece apenas a ratazana
(OR 4,730; IC 95% 4,683 a 4,777), enquanto que a presença de fonte de acesso através da
estrutura do imóvel se correlaciona somente com o rato-de-telhado (OR 2,487; IC 95%
2,464 a 2,510). Já a presença do camundongo no imóvel independe da presença das fontes
de acesso estudadas. Observa-se que esses achados são hábeis em evidenciar aspectos
comportamentais desses roedores, uma vez que, o rato-de-telhado, devido ao seu hábito
escansorial, tem maior facilidade de acessar o imóvel através das deficiências estruturais
D de Sommer = 0,616; Gama = 0,621; Tau-a = 0,134; c = 0,808.
Fonte dos dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
184
existentes no telhado, nas janelas e paredes. A ratazana, por tratar-se de um animal de
hábitos aqüícolas e comumente viver em beira de córregos (BRASIL, 2002), tem maior
facilidade de acessar os imóveis por meio das deficiências nos sistemas de esgoto e de
água pluvial. Já o camundongo independe da presença de fontes de acesso, uma vez que
ele adentra o imóvel de forma passiva, trazido em caixas de engradados e mobílias, de um
local infestado para outro sem roedores.
Tabela 4.39 – Infestação de imóveis urbanos por camundongo (Mus musculus), modelo
logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor x Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
323.072 <,0001 0,001 0,001 0,001 1
Renda até 2 SM -0,7566 2.136
<,0001 0,469 0,454 0,485 6
Imóvel comercial 0,2106 244 <,0001 1,234 1,202 1,267 8
Vão de parede 0,6148 3.176 <,0001 1,849 5
Inservíveis 0,6905 3.590 <,0001 1,995 1,950 2,040 4
Acesso ao lixo
Material de construção 0,789 5.274 <,0001 2,201 2,155 2,249 2
0,1151 99 <,0001 1,122 1,097 1,148 9
Alimento para animal 0,7089 4.779 <,0001 2,032 1,991 2,073 3
Alimento humano 0,2962 637 <,0001 1,345 1,314 1,376 7
IDH-M -6,8574
1,810 1,889
D de Sommer = 0,508; Gama = 0,532; Tau-a = 0,017; c = 0,754.
Fonte dos dados originais: COVISA.
Analisando-se as variáveis de abrigo observa-se que as principais fontes de abrigo
que favorecem a infestação de um imóvel pela ratazana são o vão de parede (OR 2,353; IC
95% 2,328 a 2,379), o mato alto (OR 1,436; IC 95% 1,407 a 1,466) e os materiais inservíveis
(OR 1,148; IC 95% 1,136 a 1,161). Por outro lado, os principais abrigos que favorecem as
infestações por rato-de-telhado são o vão de telhado (OR 3,842; IC 95% 3,806 a 3,877) e o
vão de parede (OR 1,327; IC 95% 1,314 a 1,339). Já a infestação por camundongo é
favorecida pela presença no imóvel, principalmente, de material de construção (OR 2,201;
IC 95% 2,155 a 2,249), materiais inservíveis (OR 1,995; IC 95% 1,950 a 2,040) e vão de
parede (OR 1,849; IC 95% 1,810 a 1,889). A ratazana, devido aos seus hábitos
peridomiciliares e fossoriais, sempre procura para se abrigar locais que forneçam segurança
para a construção de suas tocas, portanto, áreas com mato alto e com acúmulo de
inservíveis parecem perfeitas para essa finalidade, já que eles possibilitam a ocultação da
toca e segurança para o animal se deslocar até as fontes de alimento. O rato-de-telhado,
Roedores na Cidade de São Paulo
185
devido as suas características arborícolas, sempre vai procurar se abrigar em locais altos,
como os vão de telhado e de parede, provavelmente porque esse comportamento evita a
competição por nichos de abrigo ao nível do solo com a ratazana. Os sítios de abrigo do
camundongo também refletem características do comportamento dessa espécie, que
normalmente se abriga em vãos e frestas entre os objetos ou em pequenas fissuras
existentes nas paredes.
Tabela 4.40 – Infestação de imóveis urbanos por camundongo (Mus musculus), efeitos
agregados, modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -7,0615 238.987 <,0001 x <0,001 <0,001 <0,001 1
Renda até 2 SM -0,7452 2.105 <,0001 0,475 0,460 0,490 4
Imóvel comercial 0,1982 220 <,0001 1,219 1,188 1,252 6
Terreno Baldio -1,2262 528 <,0001 0,293 0,264 0,326 5
Acesso -0,0904 70 <,0001 0,914 0,894 0,933 7
Abrigo 1,2272 8.398 <,0001 3,412 3,323 3,502 2
Alimento 0,8552 5.111 <,0001 2,352 2,297 2,408 3
D de Sommer = 0,506; Gama = 0,526; Tau-a = 0,017; c = 0,753.
Fonte dos dados originais: COVISA.
As mesmas fontes de alimento parecem favorecer tanto as infestações por ratazana
quanto por rato-de-telhado, sendo que o alimento para animal favorece as infestações pelas
três espécies de roedores sinantrópicos. Assim, as infestações por ratazana estão mais
fortemente associadas à presença de árvores frutíferas (OR 1,721; IC 95% 1,696 a 1,747),
lixo acessível (OR 1,415; IC 95% 1,400 a 1,431) e alimento para animal (OR 1,374; IC 95%
1,359 a 1,388). A presença do rato-de-telhado no imóvel apresenta-se mais fortemente
associada ao alimento para animal (OR 1,660; IC 95% 1,645 a 1,675) e às árvores frutíferas
(OR 1,588; IC 95% 1,568 a 1,610). As infestações de camundongo estão correlacionadas à
presença de alimento para animal (OR 2,032; IC 95% 1,991 a 2,073), alimento humano
disponível (OR 1,345; IC 95% 1,314 a 1,376) e lixo acessível (OR 1,122; IC 95% 1,097 a
1,148). Novamente, observa-se que as fontes de alimento exploradas pelas três espécies
estão de acordo com o que é conhecido sobre seus hábitos alimentares. O efeito similar da
presença das árvores frutíferas sobre as infestações por ratazana e rato-de-telhado pode
significar um compartilhamento dessa fonte de alimento, uma vez que a ratazana se valeria
Roedores na Cidade de São Paulo
186
para sua alimentação dos frutos caídos no chão, enquanto o rato-de-telhado os colheria
diretamente dos galhos da árvore. A correlação das três espécies com o alimento para
animal indica ser esta, talvez, a mais importante fonte de alimento no ambiente urbano para
roedores, atualmente, na Cidade de São Paulo. A associação significativa apenas do
camundongo com alimento humano disponível evidencia a dependência dessa espécie de
viver dos alimentos deixados no intradomícilio. A presença de cestos de lixo, tanto fora
quanto dentro dos imóveis, pode ser a explicação para sua correlação tanto com a
infestação por ratazana quanto por camundongo.
4.3.2 – Modelos por Local de Infestação
A fim de se entender a distribuição das espécies de roedores sinantrópicos nos
ambientes que constituem um imóvel, ou seja, no ambiente interno e no externo, procedeu-
se à construção de modelos de regressão logística específicos. Embora muito da
distribuição dos roedores no imóvel possa ser predito pelo modelo geral de infestação, o que
se busca nesta Seção é evidenciar o efeito ambiental das variáveis que realmente
influenciam a ocupação de um ou de outro nicho (ambiente interno ou externo do imóvel).
Por isso, dar-se-á ênfase à análise daquelas variáveis que destoam dos valores
encontrados no modelo geral de infestação.
Infestação Interna
Analisando o modelo de infestação por roedores sinantrópicos na área interna do
imóvel (Tabela 4.41), pode-se observar que há correlação negativa entre o IDH-M e a
probabilidade do imóvel ser infestado (OR 0,007; IC 95% 0,007 a 0,007), não sendo
necessário acrescentar a renda do responsável pelo imóvel no modelo. Esses achados
evidenciam a maior probabilidade das populações que vivem em áreas de maior exclusão
social de terem um contato mais íntimo com os roedores e conseqüentemente estarem mais
susceptíveis a contraírem as doenças transmitidas por esses animais, como a leptospirose.
Estes resultados concordam com aqueles do modelo de infestação geral.
Assim como no modelo geral de infestação (Tabela 4.33), os imóveis comerciais
apresentam o dobro da probabilidade relativa de terem infestação interna em relação aos
imóveis estritamente residenciais (OR 2,159; IC 95% 2,134 a 2,184). Provavelmente, a
presença de comércio de alimentos contribui para a maior probabilidade relativa de
Roedores na Cidade de São Paulo
187
infestação interna dos imóveis comerciais em relação aos outros tipos de imóveis, onde a
disponibilidade de alimentos é menor.
Tabela 4.41 – Infestação interna de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, modelo
logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -4,9091 663901 <,0001 0,007 0,007 0,007 1
Imóvel comercial 0,7696 16542 <,0001 2,159 2,134 2,184 4
Estrutura do imóvel 0,9193 24981 <,0001 2,508 2,479 2,536 3
Vão de parede 0,3648 3741 <,0001 1,440 1,423 1,457 5
Vão de telhado 1,1281 39039 <,0001 3,090 3,055 3,124 2
Inservíveis 0,1575 743 <,0001 1,171 1,157 1,184 7
Material de construção 0,0703 130 <,0001 1,073 1,060 1,086 9
Alimento para animal 0,3220 3255 <,0001 1,380 1,365 1,395 6
Arvore frutífera 0,0602 55 <,0001 1,062 1,045 1,079 10
Alimento humano 0,1897 975 <,0001 1,209 1,195 1,223 8
D de Sommer = 0,566; Gama = 0,572; Tau-a = 0,083; c = 0,783.
Fonte dos dados originais: COVISA.
A única fonte de acesso que mostrou associação com a infestação interna por
roedores foi deficiência na estrutura do imóvel (OR 2,508; IC 95% 2,479 a 2,536) mostrando
que precariedades na forma de construção dos imóveis é o principal fator responsável por
permitir que os roedores sinantrópicos tenham acesso ao seu interior, e com isso, um íntimo
contato com o ser humano, aumentando o risco de transmissão de doenças.
As principais fontes de abrigo associadas à infestação interna do imóvel são o vão de
telhado (OR 3,090; IC 95% 3,055 a 3,124) e o vão de parede (OR 1,440; IC 95% 1,423 a
1,457). Como visto no modelo de infestação por rato-de-telhado (Tabela 4.36), são os
principais abrigos que favorecem a infestação por essa espécie, portanto, espera-se
encontrar o rato-de-telhado como principal espécie infestando a área interna.
Quanto às fontes de alimento, com exceção do lixo acessível aos roedores, todas as
outras variáveis mostram-se relevantes em contribuir com a infestação interna. A diferença
em relação ao modelo geral de infestação é a presença do alimento humano disponível, que
aumenta a probabilidade relativa de infestação interna do imóvel em cerca de 1,2 vez (OR
Roedores na Cidade de São Paulo
188
1,209; IC 95% 1,195 a 1,223). Além disso, a presença de árvores frutíferas no imóvel passa
a ter pouca relevância (OR 1,062; IC 95% 1,045 a 1,079).
Na análise desagregada por espécie de roedor (Tabelas 4.42, 4.43 e 4.44), são
apresentados os resultados das variáveis ambientais que mostraram maior efeito na
infestação interna e que, portanto, destoam do modelo geral apresentado nas Tabelas 4.35,
4.37 e 4.39. O IDH-M mostra ser uma variável importante na infestação por todas as
espécies, enquanto que a renda do responsável aparece somente no modelo para ratazana.
Isso significa que o IDH-M absorve todos os efeitos de variáveis socioeconômicas, ou até
mesmo que tais variáveis poderiam ser simplesmente substituídas pelo intercepto. Logo, o
local da infestação, interna ou externa, depende mais das características do próprio imóvel
do que da região onde ele está inserido.
Tabela 4.42 – Infestação interna de imóveis urbanos por ratazanas (Rattus norvegicus),
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -6,7457 400199 <,0001 0,001 0,001 0,001 1
Renda até 2 SM 0,0266 6 0,0094 1,027 1,007 1,048 13
Imóvel comercial 0,8673 8559 <,0001 2,381 2,337 2,425 5
Rede de esgoto 0,8291 9242 <,0001 2,291 2,253 2,330 3
Estrutura do imóvel 0,3279 1213 <,0001 1,388 1,363 1,414 8
Vão de parede 0,7073 6210 <,0001 2,029 1,993 2,065 4
Vão de telhado 0,8219 8386 <,0001 2,275 2,235 2,315 2
Inservíveis 0,3808 1687 <,0001 1,463 1,437 1,490 6
Material de construção 0,1617 325 <,0001 1,175 1,155 1,196 10
Acesso ao lixo 0,1270 186 <,0001 1,135 1,115 1,156 11
Alimento para animal 0,3031 1252 <,0001 1,354 1,332 1,377 7
Árvores frutíferas 0,2972 699 <,0001 1,346 1,317 1,376 9
Alimento humano 0,0687 51 <,0001 1,071 1,051 1,091 12
D de Sommer = 0,622; Gama = 0,635; Tau-a = 0,038; c = 0,811.
Fonte dos dados originais: COVISA.
Na relação entre característica do imóvel e infestação interna, observa-se que a
probabilidade relativa de os imóveis comerciais serem infestados pela ratazana é mais do
que o dobro da probabilidade relativa de os imóveis estritamente residenciais o serem (OR
2,381; IC 95% 2,337 a 2,425). No caso do rato-de-telhado essa probabilidade relativa é
Roedores na Cidade de São Paulo
189
quase o dobro (OR 1,773; IC 95% 1,748 a 1,799), enquanto que a infestação por
camundongo tem igual probabilidade relativa, quer o imóvel seja comercial ou estritamente
residencial (como essa variável não entrou no modelo, a razão de probabilidade não difere
de um).
A análise das fontes de acesso mostra que o acesso pela rede de esgoto somente
favorece a infestação interna do imóvel pela ratazana (OR 2,291; IC 95% 2,253 a 2,330),
não tendo importância especial para a infestação pelas outras duas espécies de roedores
sinantrópicos. O acesso pela estrutura do imóvel está associado à infestação pelas três
espécies de roedores, no entanto, com diferente intensidade, sendo mais importante para as
infestações por rato-de-telhado (OR 2,458; IC 95% 2,425 a 2,492) do que pelas outras duas
espécies - ratazana (OR 1,388; IC 95% 1,363 a 1,414) e camundongo (OR 1,191; IC 95%
1,156 a 1,226).
Tabela 4.43 – Infestação interna de imóveis urbanos por rato-de-telhado (Rattus rattus),
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -5,4959 563137 <,0001 0,004 0,004 0,004 1
Imóvel comercial 0,5728 6207 <,0001 1,773 1,748 1,799 4
Estrutura do imóvel 0,8994 16762 <,0001 2,458 2,425 2,492 3
Vão de parede 0,3555 2673 <,0001 1,427 1,408 1,446 5
Vão de telhado 1,4351 45325 <,0001 4,200 4,145 4,256 2
Inservíveis 0,0190 7 0,0057 1,019 1,006 1,033 11
Material de construção -0,0205 8 0,0043 0,980 0,966 0,994 10
Acesso ao lixo -0,0873 149 <,0001 0,916 0,904 0,929 8
Alimento para animal 0,2717 1733 <,0001 1,312 1,296 1,329 6
Árvores frutíferas 0,1043 129 <,0001 1,110 1,090 1,130 9
Alimento humano 0,1839 640 <,0001 1,202 1,185 1,219 7
D de Sommer = 0,584; Gama = 0,593; Tau-a = 0,058; c = 0,792.
Fonte dos dados originais: COVISA.
Entre as fontes de abrigo, a infestação interna do imóvel pela ratazana é influenciada
pela presença de quase todas as fontes de abrigo, exceto mato alto, destacando-se o vão
de telhado (OR 2,275; IC 95% 2,235 a 2,315) e materiais inservíveis (OR 1,463; IC 95%
1,437 a 1,490). Já a infestação por rato-de-telhado é dependente, quase que
exclusivamente, da presença de vão de telhado (OR 4,200; IC 95% 4,145 a 4,256) e vão de
Roedores na Cidade de São Paulo
190
parede (OR 1,427; IC 95% 1,408 a 1,446). Note-se que a probabilidade relativa de
infestação por rato-de-telhado quando existe vão de telhado é quatro vezes maior do que
quando ele não existe. A infestação por camundongo depende da presença de material de
construção (OR 1,950; IC 95% 1,895 a 2,006), vão de parede (OR 1,722; IC 95% 1,673 a
1,772) e materiais inservíveis (OR 1,345; IC 95% 1,306 a 1,385) conforme já mostrado no
modelo geral (Tabela 4.33).
Tabela 4.44 – Infestação interna de imóveis urbanos por camundongo (Mus musculus),
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -7,7495 254189 <,0001 <0,001 <0,001 <0,001 1
Estrutura do imóvel 0,1745 134 <,0001 1,1910 1,156 1,226 7
Vão de parede 0,5433 1352 <,0001 1,7220 1,673 1,772 5
Inservíveis 0,2963 381 <,0001 1,3450 1,306 1,385 6
Material de construção 0,6677 2104 <,0001 1,9500 1,895 2,006 3
Alimento para animal 0,7060 2654 <,0001 2,0260 1,972 2,081 4
Alimento humano 0,7862 2855 <,0001 2,1950 2,133 2,259 2
D de Sommer = 0,554; Gama = 0,597; Tau-a = 0,011; c = 0,777.
Fonte dos dados originais: COVISA.
A infestação interna por ratazana é influenciada, em maior ou menor intensidade,
pelas quatro fontes de alimento estudadas, sendo as que apresentam maior efeito são o
alimento para animais (OR 1,354; IC 95% 1,332 a 1,377) e as árvores frutíferas (OR 1,346;
IC 95% 1,317 a 1,376). A infestação por rato-de-telhado está mais fortemente associada à
presença de alimento para animais (OR 1,312; IC 95% 1,296 a 1,329) e, principalmente, de
alimento humano disponível (OR 1,202; IC 95% 1,185 a 1,219). Quanto à infestação por
camundongo, a fonte de alimento que apresenta maior associação com a infestação interna
é o alimento humano disponível (OR 2,195; IC 95% 2,133 a 2,259). Aqui se observa que a
variável alimento humano ganha importância, dado seu maior efeito sobre a infestação por
camundongos e sua presença como uma das variáveis associadas à infestação por rato-de-
telhado, o que não acontecia no modelo geral concebido para essa última espécie (Tabela
4.37).
Roedores na Cidade de São Paulo
191
Infestação Externa
Da mesma maneira que se apresentaram os resultados para os modelos de
infestação interna, pretende-se apresentá-los para os de infestação externa (Tabela 4.45,
4.46, 4.47 e 4.48), ou seja, evidenciando-se as diferenças entre o modelo de infestação
externa, o geral e o interno desagregado segundo a espécie de roedor.
Tabela 4.45 – Infestação externa de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, modelo
logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -3,6810 730182 <,0001 0,025 0,025 0,025 1
Renda até 2 SM 0,5905 14278 <,0001 1,805 1,787 1,822 7
Imóvel comercial -0,2236 1635 <,0001 0,800 0,791 0,808 13
Terreno baldio 1,0241 6217 <,0001 2,785 2,715 2,856 9
Rede de esgoto 0,8710 35991 <,0001 2,389 2,368 2,411 3
Estrutura do imóvel 0,7573 30083 <,0001 2,132 2,114 2,151 2
Vão de parede 0,3712 5793 <,0001 1,449 1,436 1,463 10
Vão de telhado 0,6581 20755 <,0001 1,931 1,914 1,948 4
Inservíveis 0,4006 8065 <,0001 1,493 1,480 1,506 5
Material de construção 0,2376 2453 <,0001 1,268 1,256 1,280 12
Mato alto 0,5011 2892 <,0001 1,651 1,621 1,681 11
Acesso ao lixo 0,0970 435 <,0001 1,102 1,092 1,112 14
Alimento para animal 0,4628 11223 <,0001 1,589 1,575 1,602 8
Árvores frutíferas 0,7250 13659 <,0001 2,065 2,040 2,090 6
D de Sommer = 0,662; Gama = 0,664; Tau-a = 0,199; c = 0,831.
Fonte dos dados originais: COVISA.
Ao contrário da infestação interna (Tabela 4.41), a renda em salários mínimos do
responsável pelo imóvel afeta a probabilidade relativa dos imóveis urbanos de São Paulo
serem infestados externamente por roedores (Tabela 4.45). No entanto, evidencia-se a
tendência de que, conforme se deterioram as condições socioeconômicas do Distrito
Administrativo e do setor censitário de alocação do imóvel, há um aumento na probabilidade
relativa do imóvel ser infestado externamente (IDH-M OR 0,025; IC 95% 0,025 a 0,025 e
renda até 2 salários mínimos OR 1,805; IC 95% 1,787 a 1,822), o que, de certa forma, deve
Roedores na Cidade de São Paulo
192
ser causado pelas precariedades das condições de saneamento e educação sanitária
nessas áreas.
Quanto às fontes de acesso, é importante destacar que há maior efeito da variável
rede de esgoto na determinação da infestação externa do imóvel (OR 2,389; IC 95% 2,368 a
2,411), que não entra no modelo de infestação interna (Tabela 4.37), e um menor efeito da
variável estrutura do imóvel (OR 2,132; IC 95% 2,114 a 2,151) em relação ao modelo geral
apresentado na Tabela 4.33, corroborando a hipótese, levantada no parágrafo anterior, de
que essas áreas são carentes em serviços básicos de saneamento ambiental.
Tabela 4.46 – Infestação externa de imóveis urbanos por ratazanas (Rattus norvegicus),
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -4,9523 710369 <,0001 0,007 0,007 0,007 1
Renda até 2 SM 0,6810 12395 <,0001 1,976 1,952 2,000 5
Terreno baldio 0,7487 2120 <,0001 2,114 2,048 2,183 9
Rede de esgoto 1,4383 66731 <,0001 4,213 4,168 4,260 2
Vão de parede 0,4919 6091 <,0001 1,635 1,615 1,656 3
Vão de telhado 0,2455 1584 <,0001 1,278 1,263 1,294 10
Inservíveis 0,2504 1683 1,285
1,504
<,0001 1,269 1,300 6
Material de construção 0,1331 451 <,0001 1,142 1,128 1,156 12
Mato alto 0,4081 1435 <,0001 1,473 1,536 11
Acesso ao lixo 0,3128 2688 <,0001 1,367 1,351 1,384 8
Alimento para animal 0,3511 3608 <,0001 1,421 1,404 1,437 7
Árvores frutíferas 0,6803 7746 <,0001 1,975 1,945 2,005 4
D de Sommer = 0,640; Gama = 0,645; Tau-a = 0,106; c = 0,820.
Fonte dos dados originais: COVISA.
A análise das fontes de abrigo mostra perda de efeito da variável vão de telhado (OR
1,931; IC 95% 1,914 a 1,948) em relação ao modelo geral e principalmente em relação ao
modelo interno, assim como, apresenta maior efeito do mato alto sobre a infestação externa
por roedores (OR 1,651; IC 95% 1,621 a 1,681). As demais variáveis apresentam valores de
odds ratio muito próximos nos três modelos estudados. Essas condições, conforme será
mostrado adiante, propiciam situação mais favorável à instalação da ratazana no ambiente
externo do que das outras duas espécies de roedores.
Roedores na Cidade de São Paulo
193
Em relação às fontes de alimento, primeiramente, chama a atenção a entrada da
variável lixo acessível aos roedores neste modelo de infestação externa, embora com
valores discretos de odds ratio (OR 1,102; IC 95% 1,092 a 1,112), em relação aos modelos
de infestação interno e geral, além do aumento do efeito da variável árvore frutífera (OR
2,065; IC 95% 2,040 a 2,090). Estes eventos já eram esperados, uma vez que essas são as
fontes de alimento mais comumente encontradas na área externa dos imóveis em áreas
urbanas.
Tabela 4.47 – Infestação externa de imóveis urbanos por rato-de-telhado (Rattus rattus),
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDH-M -4,6952 659199 <,0001 0,009 0,009 0,009 1
Renda até 2 SM 0,0938 215 <,0001 1,098 1,085 1,112 9
Imóvel comercial -0,3322 2093 <,0001 0,717 0,707 0,728 8
Estrutura do imóvel 0,974 33278 3 <,0001 2,649 2,621 2,676
Vão de parede 0,4248 5807 <,0001 1,529 1,513 1,546 7
Vão de telhado 1,0592 40659 <,0001 2,884 2,855
4
2,914 2
Inservíveis 0,4539 6973 <,0001 1,574 1,558 1,591
Material de construção 0,0739 169 <,0001 1,077 1,065 1,089 10
Mato alto -0,1438 170 <,0001 0,866 0,848 0,885 11
Acesso ao lixo 0,0269 23 <,0001 1,027 1,016 1,038 12
Alimento para animal 0,4574 7897 <,0001 1,580 1,564 1,596 5
Árvores frutíferas 0,6541 8809 <,0001 1,923 1,897 1,950 6
D de Sommer = 0,662; Gama = 0,666; Tau-a = 0,112; c = 0,831.
Fonte dos dados originais: COVISA.
Conforme esperado, a única variável ambiental de acesso que apresenta efeito sobre
a infestação externa por ratazana é a rede de esgoto (OR 4,213; IC 95% 4,168 a 4,260), a
probabilidade relativa de infestação externa por ratazana quando existe acesso pela rede de
esgoto é quatro vezes maior do que quando tal acesso inexiste. Em relação à infestação por
rato-de-telhado só há efeito da variável estrutura do imóvel (OR 2,649; IC 95% 2,621 a
2,676). Quanto à infestação por camundongo, há menor probabilidade de infestação externa
do imóvel por esta espécie se houver acesso pela estrutura do imóvel (OR 0,796; IC 95%
0,774 a 0,818), o que, provavelmente, se deve à competição interespecífica e aos hábitos
Roedores na Cidade de São Paulo
194
intradomiciliares dessa espécie, que tendo possibilidade de infestar interna ou externamente
o imóvel, tenderá a infestá-lo internamente.
A análise das fontes de abrigo mostra que para a infestação externa por ratazana,
com exceção do vão de parede (OR 1,635; IC 95% 1,615 a 1,656), que perde efeito, e de
vão de telhado que entra no modelo (OR 1,278; IC 95% 1,263 a 1,294), todas as outras
variáveis têm seu efeito aumentado em relação ao modelo geral de infestação. Em
comparação ao modelo de infestação interna há efeito menor de, praticamente, todas as
variáveis, mas, destaca-se a entrada no modelo da variável mato alto (OR 1,504; IC 95%
1,473 a 1,536). Em relação à infestação externa por rato-de-telhado, percebe-se, em relação
ao modelo geral e de infestação interna, o decréscimo do efeito da variável vão de telhado
(OR 1,278; IC 95% 1,263 a 1,294) e o aumento do efeito das demais variáveis (Tabela
4.43). Quanto à infestação por camundongo há no modelo de infestação externa a entrada
da variável vão de telhado (OR 1,473; IC 95% 1,433 a 1,514) e o aumento do efeito da
variável material inservível (OR 2,740; IC 95% 2,660 a 2,822) em relação aos outros dois
modelos.
Tabela 4.48 – Infestação externa de imóveis urbanos por camundongo (Mus musculus),
modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
Ordem
confiança 95%
IDH-M -7,9096 242512 <,0001 x 1 <0,001 <0,001 <0,001
Estrutura do imóvel -0,2285 260 <,0001 0,796 0,774 0,818 8
0,4898 1197 <,0001 1,632 1,587 1,678 5
Vão de telhado 0,3871 760
1,978
9
<,0001 1,473 1,433 1,514 6
Inservíveis 1,0080 4444 <,0001 2,740 2,660 2,822 2
Material de construção 0,7081 2794 <,0001 2,030 2,084 4
Acesso ao lixo 0,0392 7 0,006 1,040 1,011 1,069
Alimento para animal 0,7192 3163 <,0001 2,053 2,002 2,105 3
Alimento humano 0,3696 648 <,0001 1,447 1,407 1,489 7
Vão de parede
D de Sommer = 0,588; Gama = 0,622; Tau-a = 0,013; c = 0,794.
Fonte dos dados originais: COVISA.
Quanto às fontes de alimento observa-se que para a infestação externa por ratazana,
a principal alteração em relação aos demais modelos (infestação geral e interna) é um
pequeno aumento do efeito da variável árvore frutífera (OR 1,975; IC 95% 1,945 a 2,005).
Roedores na Cidade de São Paulo
195
Na infestação externa por rato-de-telhado há a entrada da variável lixo acessível aos
roedores, no entanto, com pequeno efeito desta sobre a infestação por esta espécie (OR
1,027; IC 95% 1,016 a 1,038) e também o aumento do efeito da variável árvore frutífera (OR
1,923; IC 95% 1,897 a 1,950). Quanto à infestação por camundongo, o modelo de
infestação externa apresenta valores de razão de probabilidade muito próximos aos
apresentados pelo modelo geral de infestação por camundongo (Tabela 4.39).
4.4 – AGRUPAMENTO DAS SUBPREFEITURAS
Nesta Seção, primeiramente, são apresentados os resultados do agrupamento das
Subprefeituras, segundo as variáveis socioeconômicas e ambientais que apresentaram
efeito sobre a infestação por roedores no modelo geral de infestação; em segunda instância,
mostra-se para cada grupo homogêneo de Subprefeituras, através da construção de
modelos de regressão logística, quais são as variáveis com maior poder explicativo da
infestação predial por roedores. Essa última análise objetiva evidenciar em quais questões
sociais e ambientais a administração pública poderia agir para reduzir as infestações por
roedores em cada conjunto de Subprefeituras. Note-se que o processo de agrupamento não
é um fim por si mesmo, mas sim uma forma de se estabelecer macro regiões que
necessitam de mais investimentos. Portanto, as tomadas de decisão devem ser
fundamentadas, tanto nas características de cada Subprefeitura (apresentadas na Seção
4.1.1 deste Capítulo), quanto nos dados preditivos exibidos pelos modelos de infestação
apresentados na Seção 4.3.
A aplicação das técnicas de agrupamento permitiu dividir as 31 Subprefeituras em 6
grupos homogêneos quanto às variáveis ambientais e socioeconômicas mais fortemente
correlacionadas com a infestação predial por roedores (Tabela 4.49). A Figura 4.39
apresenta o respectivo dendrograma de agrupamento em que o nível de “truncagem”, o
ponto de parada do algoritmo de agrupamento, é representado pela linha tracejada (na
Tabela A.4 são apresentados os parâmetros que reforçam a idéia de parada em 6 grupos).
A seguir são apresentados e discutidos esses grupos.
Grupo 1 - Formado pelas Subprefeituras Lapa, Sé, Pinheiros, Mooca e Santo Amaro,
é neste grupo que se encontram as mais satisfatórias condições socioeconômicas, com os
mais altos valores de IDH-M, as mais baixas freqüências das variáveis ambientais
determinantes da infestação, quais sejam, fonte de alimento, abrigo e acesso, e
Roedores na Cidade de São Paulo
196
conseqüentemente, as mais baixas taxas de infestação predial por roedores. Apesar deste
grupo de Subprefeituras apresentar a menor média das taxas de infestação predial por
roedores, essa não difere significativamente da taxa de infestação encontrada nos grupos 2,
3 e 6. Aqui encontram-se também algumas das Subprefeituras que apresentam as mais
altas freqüências de imóveis comerciais, além da maior média das freqüências dessa
variável (Tabela 4.50).
Tabela 4.49 - Distribuição das Subprefeituras em grupos homogêneos quanto às variáveis
ambientais e socioeconômicas mais fortemente correlacionadas com a infestação predial
por roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
Grupo Subprefeituras
Grupo 1 Lapa, Sé, Pinheiros, Mooca e Santo Amaro.
Grupo 2
Aricanduva, Butantã, Casa Verde, Itaim Paulista, Itaquera, M’Boi Mirim,
Penha, Perus, Pirituba/Jaraguá, Santana/Tucuruvi, São Mateus, Vila
Maria/Vila Guilherme e Vila Prudente.
Grupo 3 Jabaquara, Jaçanã/Tremembé e Vila Mariana.
Grupo 4
Campo Limpo, Capela do Socorro, Cidade Ademar, Parelheiros,
Freguesia do Ó e Guaianases.
Grupo 5 Ermelino Matarazzo, Ipiranga e São Miguel.
Grupo 6 Cidade Tiradentes
Fonte dos dados originais: COVISA.
Grupo 2 - Composto pelas Subprefeituras Aricanduva, Butantã, Casa Verde, Itaim
Paulista, Itaquera, M’Boi Mirim, Penha, Perus, Pirituba/Jaraguá, Santana/Tucuruvi, São
Mateus, Vila Maria/Vila Guilherme e Vila Prudente, apresenta, assim como o grupo 1, boas
condições socioeconômicas e ambientais em relação aos demais grupos. Neste grupo
destacam-se a baixa proporção de setores censitários que predominam os responsáveis
com rendimentos de até 2 salários mínimos, as baixas disponibilidades de fontes de acesso,
tanto pela estrutura do imóvel quanto pela rede de esgoto e a baixa proporção de imóveis
com abrigo pelos vãos de telhado e de parede (Tabela 4.50).
Grupo 3 - Este grupo, formado pelas Subprefeituras Jabaquara, Jaçanã/Tremembé e
Vila Mariana, apresenta deterioração de algumas condições ambientais, embora as
condições socioeconômicas ainda se mantenham próximas às encontradas nos grupos 1 e 2,
Roedores na Cidade de São Paulo
197
conforme se pode observar pelas variáveis IDH-M e renda até 2 salários mínimos. A média
das taxas de infestação predial por roedores (18,83%) encontra-se próxima à encontrada
para a cidade como um todo (23,1%; ver Tabela 4.1). Neste conjunto de Subprefeituras
destacam-se a grande proporção de imóveis comerciais, a baixa proporção de terrenos
baldios, a alta freqüência de imóves com fonte de acesso pela estrutura do imóvel, sendo,
inclusive, mais freqüente do que nos grupos 4 e 5, que são os que apresentam as mais altas
taxas médias de infestação. Destaca-se também a alta freqüência de imóveis com
disponibilidade de abrigo pelo vão de telhado e por meio dos materiais inservíveis e de
construção, além da alta freqüência de imóveis com alimento para animal (Tabela 4.50).
Grupo 6
Grupo 4 Grupo 3 Grupo 1
Grupo
5
Grupo 2
Cidade Tiradentes
Campo Limpo
Guainases
Cidade Ademar
Capela do Socorro
Freguesia do Ó
Parelheiros
Jaçanã/Tremembé
Pinheiros
Pirituba/Jaraguá
Jabaquara
Vila Mariana
Lapa
Mooca
Santo Amaro
São Miguel
Ermelino Matarazzo
Ipiranga
Aricanduva
Itaim Paulista
Itaquera
Mboi Mirim
Santana/Tucuruvi
São Mateus
Perus
Butantã
Casa Verde
Penha
Vila Maria/Vila Guilherme
Vila Prudente
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.39 - Dendrograma de agrupamento das Subprefeituras em grupos homogêneos,
segundo as variáveis socioeconômicas e ambientais que apresentaram efeito
sobre a infestação predial por roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
198
Tabela 4.50 - Freqüência média e desvio padrão (DP) em porcentagem de imóveis das
variáveis utilizadas para formar os grupos homogêneos de Subprefeituras, Cidade de São
Paulo, 2006.
Variáveis Grupo 6 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
Média 15,84 17,10 18,83 36,20 41,36 18,85
Infestado
DP 0,00 6,32 6,19 7,34 8,31 6,72
Média 0,85 0,72 0,76 0,69 0,72 0,68
IDH-M¹
DP 0,04 0,05 0,08 0,03 0,03 0,00
Média 1,85 1,12 4,17 6,88 20,02 2,19
Renda até 2 SM²
DP 3,69 1,66 5,83 5,50 6,92 0,00
Média 45,63 15,59 26,80 13,13 5,43 6,18
Imóvel comercial
DP 6,18 2,96 13,46 2,22 4,06 0,00
Média 0,77 1,71 0,23 2,39 0,85 5,40
Terreno baldio
DP 1,02 2,23 0,16 1,72 0,60 0,00
Média 9,37 6,67 19,44 16,26 17,43 70,21
Rede de esgoto
DP 7,53 4,37 8,20 7,94 6,42 0,00
Média 13,27 7,42 75,21 40,71 16,91 88,49
Estrutura do imóvel
DP 8,64 2,31 12,33 8,14 9,46 0,00
Média 6,58 7,42 15,60 24,65 10,84 39,25
Vão de parede
DP 2,75 3,55 3,24 3,56 1,62 0,00
Média 7,67 8,97 28,03 31,74 13,63 34,63
Vão de telhado
DP 6,69 3,56 10,74 6,58 8,14 0,00
Média 10,78 14,40 35,37 45,24 12,56 81,19
Inservíveis
DP 10,62 7,02 5,03 3,30
8,92
8,88 0,00
Média 4,62 8,57 19,77 27,43 40,80
DP 5,46 4,18 3,56 2,58 6,13 0,00
Média 1,18 2,00 1,37 5,51 2,61 12,46
Mato alto
DP 0,93 1,33 0,35 2,92 2,24 0,00
Média 4,15 12,22 20,40 31,72 9,97 20,79
DP 3,24 6,55 1,75 3,89 9,72 0,00
3,80 4,41 6,22 14,17 5,55
Árvore frutífera
DP 3,67 1,86 2,26 5,36 4,01 0,00
Material de construção
Alimento animal
Média 5,01
1 - IDH-M não medido em porcentagem de imóveis e sim em valor absoluto adimensional.
2 – Renda até 2SM refere-se à proporção de setores censitários em que prevalecem os domicílios onde o
responsável têm rendimento mensal até 2 salários mínimos.
Fonte dos dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
199
Grupo 4 – Este grupo de Subprefeituras, composto por Campo Limpo, Capela do
Socorro, Cidade Ademar, Parelheiros, Freguesia do Ó e Guaianases, é juntamente com o
grupo 5 o que apresenta as mais altas taxas de infestação predial por roedores. É este
grupo, também, o que apresenta as mais precárias condições socioeconômicas e
ambientais. Neste conjunto de Subprefeituras destacam-se os baixos valores de IDH-M, a
relativamente alta proporção de setores censitários com mais de 50% dos responsáveis
ganhando menos do que 2 salários mínimos, a alta proporção de terrenos baldios, a alta
freqüência de imóveis com fonte de acesso pela estrutura do imóvel, com fonte de abrigo
pelos vãos de telhado e de parede, por meio dos materiais inservíveis e de construção e
com mato alto, além da alta freqüência de imóveis com presença das fontes de alimento por
meio dos alimentos para animal e árvores frutíferas (Tabela 4.50).
Grupo 5 – Neste grupo, composto pelas Subprefeituras Ermelino Matarazzo,
Ipiranga e São Miguel, o que mais chama a atenção é que apesar das, relativamente, boas
condições ambientais, comparáveis as dos grupos 1 e 2, é o que apresenta as mais altas
taxas de infestação predial por roedores. Neste grupo destacam-se a grande proporção de
setores censitários com mais de 50% dos responsáveis com rendimentos de até 2 salários
mínimos e a baixa proporção de imóveis comerciais (Tabela 4.50). As demais variáveis
ambientais apresentam freqüências muito próximas ou inferiores às encontradas para a
cidade (Tabela 4.1).
Grupo 6 – Formado apenas pela Subprefeitura Cidade Tiradentes, caracteriza-se
pela alta freqüência de praticamente todas as variáveis ambientais e pela relativamente
baixa taxa de infestação predial por roedores, compatível às encontradas nos grupos 2 e 3,
em que as condições ambientais são mais satisfatórias. Neste grupo destaca-se também o
baixo valor do IDH-M. Aqui apresentam altas freqüências as variáveis: terreno baldio,
acesso pela rede de esgoto, acesso pela estrutura do imóvel, vão de parede, vão de
telhado, materiais inservíveis, material de construção, mato alto e alimento para animal
(Tabela 4.50).
A análise da distribuição espacial dos grupos homogêneos de Subprefeituras sobre o
mapa base do município de São Paulo, mostra que há certa correspondência espacial entre
a distribuição dos 6 grupos e a distribuição das 5 Coordenadorias Regionais de Saúde
(CRS) (Figura 4.40). Este fenômeno ocorre com maior intensidade nas áreas ocupadas pela
Coordenadoria Regional de Saúde Sul, já que, com exceção das Subprefeituras de Santo
Amaro e M’Boi Mirim, todas as outras Subprefeituras que fazem parte dessa Coordenadoria
encontram-se no grupo 4. Na área da Coordenadoria Regional de Saúde Centro Oeste,
exceto pela Subprefeitura Butantã, todas as demais fazem parte do grupo 1 e na área da
Roedores na Cidade de São Paulo
200
Coordenadoria Regional de Saúde Norte, onde quase todas as Subprefeituras fazem parte
do grupo 2. Quanto às demais áreas de Coordenadorias Regionais de Saúde, ou seja,
Sudeste e Leste, suas Subprefeituras constituintes apresentam-se distribuídas por vários
dos grupos homogêneos, não apresentando nenhuma correspondência espacial evidente
(Figura 4.40).
Fonte: COVISA.
Figura 4.40 – Divisão do município de São Paulo (A) em 6 grupos homogêneas de
Subprefeituras quanto aos fatores socioeconômicos e ambientais mais fortemente
correlacionados com a infestação por roedores e (B) nas 5 Coordenadorias Regionais de
Saúde que compõe a estrutura administrativa de SMS.
A correspondência espacial entre os grupos de Subprefeituras e as áreas de
Coordenadoria Regional de Saúde possibilitam levantar duas hipóteses. A primeira é que as
Subprefeituras que compõem uma mesma área de CRS são muito próximas quanto as
características socioeconômicas e ambientais, sendo este aspecto muito bom, do ponto de
vista da administração em saúde, já que as medidas práticas de controle de roedores a
serem aplicadas em cada Subprefeitura dependem da Coordenadoria em que ela está
inserida. A segunda é que a similaridade ambiental entre as Subprefeituras pertencentes a
uma mesma CRS pode, apenas, ser o reflexo da semelhança de coleta de dados pelos
Roedores na Cidade de São Paulo
201
agentes pertencentes a essa mesma Coordenadoria; neste caso, ter-se-ia o viés do
observador. Esta hipótese é reforçada por dois fatos: (a) em geral os agentes mais antigos
de uma mesma CRS em algum momento de sua vida profissional trabalharam juntos,
especialmente quando a Secretaria de Saúde dividiu o território municipal em 10
Administrações Regionais de Saúde (ARS), por isso eles teriam uma visão similar da
problemática roedores; (b) no momento de preparação para o levantamento de infestação
os agentes de zoonoses foram capacitados segundo a área de Coordenadoria Regional de
Saúde a que pertenciam, sendo todos os agentes de uma mesma CRS capacitados juntos,
o que pode ter levado a uma homogeneização do conhecimento dentro de cada
Coordenadoria e uma heterogeneização entre as diferentes Coordenadorias.
Abordando os aspectos práticos quanto aos investimentos de recursos pela
Coordenadoria Regional de Saúde em sua área, parece que o agrupamento das
Subprefeituras quanto às características socioeconômicas e ambientais, possibilita que seja
aplicado um dos princípios fundamentais do SUS (Sistema Único de Saúde), e da
Constituição Federal: a eqüidade. Segue-se um exemplo: suponha-se que a Coordenadoria
Regional de Saúde Norte tivesse recursos disponíveis para investir em educação sanitária
em apenas uma das Subprefeituras, sob sua jurisdição, com base no mapa temático
apresentado na Figura 4.40A, seria possível para o administrador avaliar que a
Subprefeitura que mais necessita desse investimento é a Freguesia do Ó, uma vez que ela
encontra-se no grupo 4, e as demais estão nos grupos 2 e 3, onde as condições ambientais
e socioeconômicas são menos precárias e a taxa de infestação predial por roedores é mais
baixa.
4.4.1 – Modelos de Infestação por Grupo de Subprefeituras
A construção dos modelos de regressão logística que se seguem, ao contrário dos
apresentados nas secções 4.3, não visam predizer a probabilidade de infestação por
roedores em um determinado imóvel dado que certas condições estão presentes, até por
que devido ao menor número de observações dos modelos apresentados nesta Seção seu
valor preditivo é menor. Esses modelos têm finalidade explicativa, isto é, de evidenciar para
cada grupo homogêneo de Subprefeituras quais as variáveis mais fortemente
correlacionadas com a infestação e com isso permitir à administração municipal saber
dentro de cada grupo de Subprefeituras em que questão seria mais interessante investir
recursos com vistas ao controle das infestações por roedores. Os resultados dos modelos
Roedores na Cidade de São Paulo
202
logit serão apresentados por grupo de Subprefeituras e procurar-se-á dar ênfase aos valores
de razão de probabilidade que se apresentam mais relevantes para aquele conjunto de
Subprefeituras, bem como, para aqueles valores que destoam dos modelos logísticos
desenvolvidos anteriormente.
Grupo 1 - O modelo logit desenvolvido para estudar as Subprefeituras pertencentes
ao grupo 1 mostra que os fatores mais fortemente associados à infestação por roedores são
a presença: de terrenos baldios (OR 15,570; IC 95% 13,889 a 17,454); das fontes de
acesso, tanto pela da estrutura do imóvel (OR 11,302; IC 95% 10,997 a 11,615) quanto pela
rede de esgoto (OR 4,957; IC 95% 4,801 a 5,119); e das fontes de abrigo, materiais
inservíveis (OR 3,054; IC 95% 2,995 a 3,157) e de construção (OR 3,103; IC 95% 2,958 a
3,255). Neste modelo não houve a entrada de nenhuma variável de alimento (Tabela 4.51).
Tabela 4.51 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, Subprefeituras
Grupo 1 (Lapa, Sé, Pinheiros, Mooca e Santo Amaro), modelo logístico, Cidade de São
Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
123.123 <,0001 x 0,028 0,028 0,029 1
Terreno baldio 27,453 22.182 <,0001 15,570 13,889 17,454 7
Rede de esgoto 16,009 95.964 <,0001 4,957 4,801 5,119 3
Estrutura do imóvel 24,250 302.882 <,0001 11,302 10,997 11,615 2
Inservíveis 11,166 44.000 <,0001 3,054 2,955 3,157 4
Material de construção 11,322 21.535 <,0001
Mato alto 0,048
3,103 2,958 3,255 5
-29,123 24.200 <,0001 0,054 0,061 6
IDHM -35,667
D de Sommer = 0,739; Gama = 0,753; Tau-a = 0,135; c = 0,869.
Fonte dos dados originais: COVISA.
A observação desses resultados permite sugerir que nesse conjunto de
Subprefeituras as ações de controle e prevenção das infestações por roedores devem ser
centradas na limpeza e manutenção dos terrenos baldios, na melhoria estrutural dos
imóveis, provavelmente com pequenos reparos como vedação de frestas e fissuras,
conserto de portas e janelas e nas redes coletoras de esgoto e água pluvial, além da
remoção e/ou melhor acondicionamento de materiais inservíveis e de construção.
Roedores na Cidade de São Paulo
203
Grupo 2 - Nas Subprefeituras pertencentes ao grupo 2 o modelo logit destaca a
correlação negativa da renda com infestação (OR 0,674; IC 95% 0,656 a 0,693), mostrando
que nesse grupo a infestação se concentra nos setores censitários com, supostamente,
melhores condições econômicas, embora a variável IDH-M aponte para uma direção
contrária (OR 0,018; IC 95% 0,018 a 0,018). Como o IDH-M é um indicador muito mais
social do que econômico (PEDROSO, 2003) esses resultados não são contraditórios, mas
sim complementares: a variável renda indica que imóveis localizados em setores censitários
em que predomina baixa renda possuem menor chance de infestação, enquanto o IDH-M
indica que imóveis localizados em Distritos Administrativos com condições sociais mais
precáriais possuem maior chance de infestação (Tabela 4.52). Portanto, primeiramente, a
infestação do imóvel será determinada por sua macrolocalização, isto é, pelo Distrito que
está localizado, para só depois sofrer influência do setor em que se localiza. Dentro deste
raciocínio a variável IDH-M tem maior efeito sobre infestação, o que é comprovado por sua
entrada como a primeira variável do modelo (ordem = 1), enquanto a renda é somente a
décima variável a entrar no modelo (ordem = 10). Analisando-se as demais variáveis,
observa-se que as fontes de acesso, embora estejam presentes em pequena proporção de
imóveis (Tabela 4.50), são os fatores ambientais mais importantes em determinar as
infestações neste grupo. Desta forma, os imóveis com acesso pela rede de esgoto têm
razão de probabilidade de ser infestado quase 14 vezes maior do que os que não o têm (OR
13,665; IC 95% 13,384 a 13,950), o mesmo se aplicando para os imóveis com acesso pela
estrutura do imóvel, onde a chance de ser infestado é 10 vezes maior em relação aos
imóveis que não têm essa fonte de acesso (OR 10,164; IC 95% 9,969 a 10,363). Entre as
fontes de abrigo, todas encontram-se significativamente associadas à infestação por
roedores, mas merecem destaque: vão de telhado (OR 2,661; IC 95% 2,610 a 2,712),
materiais inservíveis (OR 2,445; IC 95% 2,401 a 2,489) e mato alto (OR 2,055; IC 95%
1,974 a 2,140). Em relação às fontes de alimento, encontram-se associados a infestação a
presença de alimento para animais (OR 1,765; IC 95% 1,734 a 1,797) e de árvores frutíferas
(OR 1,508; IC 95% 1,469 a 1,548).
Neste grupo de Subprefeituras as ações de controle aos roedores devem priorizar a
melhoria estrutural dos imóveis, visando, primordialmente, a eliminação dos acessos e
abrigos. Além disso, está é uma área que requer maiores investimentos em saneamento
básico, o que é evidenciado pela grande associação do acesso pela rede de esgoto com a
infestação. Este conjunto de Subprefeituras também carece de políticas de promoção social,
conforme evidencia a variável IDH-M.
Roedores na Cidade de São Paulo
204
Tabela 4.52 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, Subprfeituras
Grupo 2 (Aricanduva, Butantã, Casa Verde, Itaim Paulista, Itaquera, M’Boi Mirim, Penha,
Perus, Pirituba/Jaraguá, Santana/Tucuruvi, São Mateus, Vila Maria/Vila Guilherme e Vila
Prudente) modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
-39,961 345117 <,0001 x 0,018 0,018 0,019 1
Renda até 2 SM -0,3942 814
<,0001 0,674 0,656 0,693 10
Imóvel comercial 0,0875 85 <,0001 1,091 1,071 1,112 12
Terreno baldio 0,1957 54 <,0001 1,216 1,154
3
1,281 13
Rede de esgoto 26,148 61257 <,0001 13,665 13,384 13,950
Estrutura do imóvel 23,189 54876 <,0001 10,164 9,969
8
10,363 2
Vão de parede 0,3489 1009 <,0001 1,417 1,387 1,448
Vão de telhado 0,9786 10022 <,0001 2,661 2,610 2,712 5
Inservíveis
229
0,897
0,8940 9542 <,0001 2,445 2,401 2,489 4
Material de construção 0,1630 <,0001 1,177 1,152 1,202 11
Mato alto 0,7204 1232 <,0001 2,055 1,974 2,140 7
Lixo acessível -0,0843 47 <,0001 0,919 0,942 14
Alimento para animal 0,5683 3977
<,0001 1,765 1,734 1,797 6
Árvores frutíferas 0,4107 932 <,0001 1,508 1,469 1,548 9
Ordem
IDHM
D de Sommer = 0,739; Gama = 0,747; Tau-a = 0,194; c = 0,870.
Fonte dos dados originais: COVISA, 2006.
Grupo 3 – O modelo construído para estudar este grupo mostra que todas as
variáveis estudadas se correlacionam significativamente com a infestação por roedores
(Tabela 4.53). No entanto, merece destaque o forte efeito da variável renda neste grupo, em
que a probabilidade relativa de infestação dos imóveis localizados nos setores censitários
onde predominam os responsáveis com rendimento de até 2 salários mínimos é 2,5 maior
em relação aos imóveis localizados em setores censitários em que predominam os
responsáveis com rendimento superior a esse valor (OR 2,453; IC 95% 2,350 a 2,561).
Neste conjunto de Subprefeituras os imóveis comerciais (OR 1,836; IC 95% 1,776 a 1,898) e
os terrenos balidos (OR 1,938; IC 95% 1,550 a 2,424), também se apresentam fortemente
correlacionados com a infestação por roedores. Todas variáveis de abrigo, vão de parede
(OR 1,724; IC 95% 1,666 a 1,784), vão de telhado (OR 2,091; IC 95% 2,028 a 2,156),
materiais inservíveis (OR 2,292; IC 95% 2,224 a 2,362), materiais de construção (OR 1,207;
IC 95% 1,169 a 1,247) e mato alto (OR 2,087; IC 95% 1,888 a 2,306), se apresentaram
correlacionadas à infestação. Das variáveis de alimento, correlacionaram-se com a
Roedores na Cidade de São Paulo
205
infestação alimento para animal (OR 1,331; IC 95% 1,291 a 1,372) e, principalmente,
árvores frutíferas (OR 3,263; IC 95% 3,115 a 3,419).
Tabela 4.53 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, Subprefeituras
Grupo 3 (Jabaquara, Jaçanã/Tremembé, Vila Mariana) modelo logístico, Cidade de São
Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDHM -43,507 28120 <,0001 x 0,013 0,012 0,014 1
Renda até 2 SM 0,8973 1679 <,0001 2,453 2,350 2,561 6
Imóvel comercial 0,6077 1274 <,0001 1,836 1,776 1,898 8
Terreno baldio 0,6617 33 <,0001 1,938 1,550 2,424 14
Rede de esgoto 0,1963 131 <,0001 1,217 1,177 1,258 11
Estrutura do imóvel 0,6143 987 <,0001 1,848 1,779 1,920 7
Vão de parede 0,5447 964 <,0001 1,724 1,666 1,784 5
Vão de telhado 0,7377 2263 <,0001
Lixo acessível 0,1205 69 1,128 1,097
2,091 2,028 2,156 3
Inservíveis 0,8295 2939 <,0001 2,292 2,224 2,362 2
Material de construção 0,1882 131 <,0001 1,207 1,169 1,247 12
Mato alto 0,7357 207 <,0001 2,087 1,888 2,306 10
<,0001 1,160 13
Alimento para animal 0,2859 334 <,0001 1,331 1,291 1,372 9
Árvores frutíferas 11,828 2471 <,0001 3,263 3,115 3,419 4
D de Sommer = 0,581; Gama = 0,585; Tau-a = 0,174; c = 0,791.
Fonte dos dados originais: COVISA.
As ações de controle de roedores neste grupo de Subprefeituras deve centrar-se: na
vigilância sanitária dos comércios de alimento; na limpeza e manutenção dos terrenos
baldios, com corte do mato e poda de árvores frutíferas; na melhoria estrutural dos imóveis,
como forma de diminuir as fontes de acesso e abrigo; na melhoria dos serviços de limpeza
pública, para diminuir a disponibilidade de materiais inservíveis e lixo; e, principalmente, no
desenvolvimento de políticas de inclusão social da população que concentra a baixa renda e
que por isso está mais sujeita à infestação por roedores.
Grupo 4 - O modelo logit desenvolvido para analisar as Subprefeituras deste grupo
(Tabela 4.54) mostra menor efeito da variável IDH-M (OR 0,037; IC 95% 0,037 a 0,038) em
relação aos demais grupos, o que sugere que neste grupo a infestação deve estar
homogeneamente distribuída no território ao invés de concentrar-se nas áreas de maior
Roedores na Cidade de São Paulo
206
exclusão social. Reforçando essa hipótese observa-se que praticamente não há efeito da
variável renda sobre a infestação (OR 1,036; IC 95% 1,021 a 1,053), sugerindo, portanto,
predominar o efeito da macrolocalização do imóvel em relação a sua microlocalização.
Tabela 4.54 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, Subprefeituras
Grupo 4 (Campo Limpo, Capela do Socorro, Cidade Ademar, Parelheiros, Freguesia do Ó e
Guaianases) modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDHM -32,883 118774 <,0001 x 0,037 0,037 0,038 1
Renda até 2 SM 0,0358 20 <,0001 1,036 1,021 1,053 13
Imóvel comercial -0,0242 6 0,0142 0,976 0,957 0,995 14
0,9828 1783 <,0001 2,672 2,553 2,797 7
Rede de esgoto -0,0557 <,0001 0,946 0,931 0,961 12
Estrutura do imóvel 13,248 35188 <,0001 3,762 3,710 3,814 2
Vão de parede 0,4594 3859 <,0001 1,583 1,560 1,606 5
Vão de telhado 0,3966 3096 <,0001 1,487 1,466 1,508 6
Material de construção
210
Inservíveis 0,5430 6345 <,0001 1,721 1,698 1,744 4
0,1459 411 <,0001 1,157 1,141 1,174 10
Mato alto 0,2126 <,0001 1,237 1,202 1,273 11
Lixo acessível 0,6952 10702 <,0001 2,004 1,978 2,031 3
Alimento para animal 0,2231 1097 <,0001 1,250 1,234 1,266 9
Árvores frutíferas 0,3579 1499 8 <,0001 1,430 1,405 1,456
Terreno baldio
46
D de Sommer = 0,628; Gama = 0,629; Tau-a = 0,293; c = 0,814.
Fonte dos dados originais: COVISA.
Neste grupo de Subprefeituras, praticamente, não há efeito da variável imóveis
comerciais sobre a infestação, mais uma vez, corroborando a hipótese de distribuição
homogênea da infestação. Por outro lado, terrenos baldios encontram-se fortemente
associados à infestação (OR 2,672; IC 95% 2,553 a 2,797), mostrando ser este um dos
aspectos chave do controle de roedores nesse grupo de Subprefeituras. Entre as variáveis
de acesso, somente acesso pela estrutura do imóvel apresenta efeito relevante sobre a
infestação (OR 3,762; IC 95% 3,710 a 3,814). Todas as fontes de abrigo apresentaram
efeito sobre a infestação, no entanto, destacam-se materiais inservíveis (OR 1,583; IC 95%
1,560 a 1,606) e vão de parede (OR 1,721; IC 95% 1,698 a 1,744) como as principais
variáveis explicativas. Das variáveis de alimento, a que mostrou maior efeito sobre a
Roedores na Cidade de São Paulo
207
infestação foi lixo acessível aos roedores (OR 2,004; IC 95% 1,978 a 2,031), seguido pelas
árvores frutíferas (OR 1,430; IC 95% 1,234 a 1,266) e pelo alimento para animal (OR 1,250;
IC 95% 1,234 a 1,266).
Neste grupo de Subprefeituras os investimentos públicos devem ser direcionados à
adoção de políticas macroregionais, com vistas ao desenvolvimento social dos Distritos
Administrativos mais carentes. Também se deve investir em limpeza e manutenção de boas
condições de higiene dos terrenos públicos e na fiscalização da manutenção de condições
adequadas dos particulares. Deve-se promover e incentivar políticas de melhoria estrutural
dos imóveis, educação sanitária da população e melhoria no sistema de coleta de resíduos
sólidos.
Grupo 5 – Neste conjunto de Subprefeituras o modelo logit também destaca o menor
efeito da variável IDH-M (OR 0,059; IC 95% 0,057 a 0,060) sobre a infestação, em relação
aos demais grupos (Tabela 4.55). Por outro lado, ao contrário do ocorrido no grupo 4,
evidencia o forte efeito da variável renda até 2 salários mínimos (OR 1,973; IC 95% 1,928 a
2,019), mostrando haver nesse grupo de Subprefeituras, provavelmente, duas situações
distintas: (a) distribuição homogênea da taxa de infestação por boa parte das
Subprefeituras; e (b) concentração das mais altas taxas de infestação nos setores
censitários socioeconômica e ambientamente mais precários. A associação entre esses dois
eventos leva a registrar neste grupo de Subprefeituras as mais altas taxas de infestação
predial por roedores (taxa média de infestação = 41,36%, ver Tabela 4.50). Neste grupo,
também, os imóveis comerciais (OR 1,763; IC 95% 1,696 a 1,833) e os terrenos baldios (OR
2,203; IC 95% 1,992 a 2,437) encontram-se fortemente associados à infestação. Entre as
fontes de acesso, embora ambas as variáveis estudas apresentem forte correlação com a
infestação, merece destaque o acesso pela rede de esgoto (OR 7,317; IC 95% 7,120 a
7,520) em relação ao acesso pela estrutura do imóvel (OR 4,839; IC 95% 4,702 a 4,980). As
únicas fontes de abrigo que apresentaram efeito positivo sobre a infestação foram vão de
telhado (OR 5,117; IC 95% 4,958 a 5,281) e mato alto (OR 1,455; IC 95% 1,349 a 1,569), as
demais apresentaram efeito negativo. Estes resultados corroboram a segunda hipótese
apresentada, de que as áreas de maior exclusão social devem estar concentrando as mais
altas taxas de infestação. Entre as variáveis de alimento, destaca-se lixo acessível aos
roedores e árvores frutíferas, onde a probabilidade relativa de infestação dos imóveis que
têm lixo acessível aos roedores é 6,4 vezes maior do que os que não o têm (OR 6,416; IC
95% 6,158 a 6,686) e dos que têm árvores frutíferas é quase 4,9 vezes a dos que não a têm
(OR 4,868; IC 95% 4,608 a 5,143). A presença de alimento para animal, também,
apresentou efeito sobre a infestação por roedores (OR 1,581; IC 95% 1,503 a 1,633),
embora muito mais modesto que o lixo acessível aos roedores e árvores frutíferas.
Roedores na Cidade de São Paulo
208
Tabela 4.55 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, Subprefeituras
Grupo 5 (Ermelino Matarazzo, Ipiranga e São Miguel) modelo logístico, Cidade de São
Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
Ordem
confiança 95%
IDHM -28,366 63386 <,0001 x 0,059 0,057 0,060 1
Renda até 2 SM 0,6795 3329 <,0001 1,973 1,928 2,019 7
Imóvel comercial 0,5669 818 <,0001 1,763 1,696 1,833 8
Terreno baldio 0,7898 236 <,0001 2,203 1,992 2,437 11
Rede de esgoto 19,902 20299 <,0001 7,317 7,120 7,520 3
Estrutura do imóvel 15,767 11611 <,0001 4,839 4,702 4,980 2
Vão de parede -0,3668 412 <,0001 0,693 0,669 0,718 10
Vão de telhado 16,326 10256 <,0001 5,117 4,958 5,281 5
Inservíveis -0,2615 242 <,0001 0,770 0,745 0,796 12
Material de construção -0,0838 18 <,0001 0,920 0,886 0,955 14
Mato alto 0,3749 94 <,0001 1,455 1,349 1,569 13
Lixo acessível 18,588 7839 <,0001 6,416 6,158 6,686 4
Alimento para animal 0,4579 755 <,0001 1,581 1,530 1,633 9
Árvores frutíferas 15,827 3184 <,0001 4,868 4,608 5,143 6
D de Sommer = 0,736; Gama = 0,742; Tau-a = 0,341; c = 0,868.
Fonte dos dados originais: COVISA.
Neste grupo as medidas de controle das infestações devem ser direcionadas,
primeiramente, ao desenvolvimento socioeconômico das Subprefeituras que o compõem,
visando melhorar a renda, educação e a saúde da população, como evidenciam as variáveis
IDH-M e renda. Em segundo lugar, deve-se melhorar a qualidade estrutural dos imóveis de
forma a diminuir a disponibilidade de abrigo e acesso. Em terceiro, está a implantação de
sistemas de saneamento básico nas áreas mais carentes, priorizando os sistema de coleta
de esgoto, além de melhorias no sistema público de coleta de lixo. Em quarto lugar, deve-se
investir em vigilância sanitária dos comércios de alimento, limpeza e manutenção de
terrenos baldios.
Gupo 6 – O modelo logit (Tabela 4.56) mostrou ser aqui que ocorre o menor efeito
do IDH-M sobre a infestação (OR 0,090; IC 95% 0,077 a 0,104). Por outro lado, mostrou
também, haver neste grupo como no precedente, forte associação da baixa renda com a
infestação (OR 1,624; IC 95% 1,466 a 1,798). Portanto as mesmas argumentações
levantadas em relação ao modelo logit para o grupo 5 podem aqui ser consideradas.
Roedores na Cidade de São Paulo
209
Tabela 4.56 – Infestação de imóveis urbanos por roedores sinantrópicos, Subprefeituras
Grupo 6 (Cidade Tiradentes) modelo logístico, Cidade de São Paulo, 2006.
Parâmetro Razão de probabilidade
(odds ratio)
Efeito
Estimativa Qui-
quadrado
p-valor Estimativa Intervalo de
confiança 95%
Ordem
IDHM -24,109 1010 <,0001 x 0,090 0,077 0,104 6
Renda até 2 SM 0,4847 86 <,0001 1,624 1,466 1,798 12
Imóvel comercial -18,767 472 <,0001 0,153 0,129 0,181 10
Terreno baldio 35,064 5500 <,0001 33,328 30,378 36,564 4
Rede de esgoto 0,8642 655 2,221 <,0001 2,373 2,535 7
Estrutura do imóvel -11,477 660 <,0001 0,317 0,291 0,346 1
Vão de parede 0,3856 246 <,0001 1,470 1,401 1,543 11
Vão de telhado 0,7927 1113 <,0001 2,209 2,109 2,315 5
Inservíveis -0,8394 1014 <,0001 0,432 0,410 0,455 3
Material de construção 15,532 3699 <,0001 4,726 4,496 4,969 2
Lixo acessível -0,8177 886 <,0001 0,441 0,418 0,466 9
Alimento para animal 0,6327 679 <,0001
0,659
1,883 1,795 1,974 8
Árvores frutíferas -0,4170 61 <,0001 0,732 13 0,594
D de Sommer = 0,672; Gama = 0,680; Tau-a = 0,212; c = 0,836.
Fonte dos dados originais: COVISA.
Não há, neste grupo, associação positiva dos imóveis comerciais com a infestação
(OR 0,153; IC 95% 0,129 a 0,181), mostrando que a infestação está muito mais fortemente
associada aos imóveis residenciais e principalmente aos terrenos baldios (OR 33,328; IC
95% 30,378 a 36,564). Além disso, a infestação por roedores mostrou-se correlacionada
positivamente com o acesso pela rede de esgoto (OR 2,373; IC 95% 2,221 a 2,535) e
negativamente com o acesso pela estrutura do imóvel (OR 0,317; IC 95% 0,291 a 0,346).
Isto deve ocorrer porque neste grupo, composto apenas pela Subprefeitura de Cidade
Tiradentes, predominam os condomínios populares verticais, onde a existência de falhas
estruturais nos apartamentos localizados nos andares superiores caracterizam-se como
acesso para roedores, só que esses apartamentos dificilmente são infestados, devido à
dificuldade dos roedores chegarem até eles. Quanto às fontes de abrigo as que se
encontram mais fortemente associadas a infestação são: material de construção (OR 4,726;
IC 95% 4,496 a 4,969), vão de telhado (OR 2,209; IC 95% 2,109 a 2,315) e vão de parede
(OR 1,470; IC 95% 1,401 a 1,543). Entre as fontes de alimento, apresenta efeito sobre a
infestação apenas alimento para animal (OR 1,883; IC 95% 1,795 a 1,974). O fato das
variáveis materiais inservíveis, lixo acessível aos roedores e árvores frutíferas estarem
negativamente associadas à infestação, indica que nos imóveis em que essas condições
Roedores na Cidade de São Paulo
210
estão presentes outras condições mais favoráveis também ocorrem, como: por exemplo, a
presença de fontes de acesso, de vãos de telhado ou de alimento para animais. Além disso,
a própria localização desses imóveis em áreas que não estejam infestadas pode ser o fator
responsável por esses achados, dada que a infestação em Cidade Tiradentes é
relativamente baixa (18,85%; Tabela 4.50).
Neste grupo as ações de controle devem visar a melhoria das condições
socioeconômicas. Atenção especial da administração pública deve ser dada à conservação
das boas condições de manutenção dos terrenos baldios, já que esses são os imóveis que
apresentam maior probabilidade relativa de infestação. Este grupo também carece de
melhorias nos sistemas de coleta de esgoto e manutenção geral dos imóveis. Por fim, deve-
se investir em educação sanitária, já que alguns dos fatores ambientais correlacionados com
a infestação, como os materiais de construção e o alimento para animal, dependem de
mudanças de hábito da população.
4.5 – DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE LEPTOSPIROSE
Nesta Seção analisa-se a distribuição espacial dos casos de leptospirose, durante o
ano de 2006 e sua possível correspondência com a distribuição espacial dos eventos
associados à infestação por roedores na cidade. As análises aqui apresentadas objetivam,
apenas, a comparação visual entre os diferentes eventos, não se estabelecendo nenhuma
relação estatística de causa e efeito. No entanto, elas podem servir como ferramenta
complementar na tomada de decisão sobre as áreas da cidade a serem priorizadas pelas
políticas públicas de saúde.
A Figura 4.41 apresenta a distribuição espacial da incidência de leptospirose na
Cidade de São Paulo para o ano de 2006, onde se pode observar que as Subprefeituras que
apresentam as maiores incidências encontram-se nas áreas periféricas da cidade. Para
esse período, a maior incidência encontrada foi de 7,15 casos por 100.000 habitantes na
Subprefeitura de Parelheiros e a menor incidência encontrada foi na Subprefeitura Vila
Mariana, sendo de 0,33 casos por 100.000 habitantes.
Roedores na Cidade de São Paulo
211
Figura 4.41 – Incidência por 100.000 habitantes de leptospirose,
Cidade de São Paulo, 2006.
Agrupando as Subprefeituras da cidade, segundo as variáveis incidência e letalidade
de leptospirose, observa-se que há formação de três grupos homogêneos (Tabela 4.57): o
primeiro grupo, denominado “Baixa Incidência”, concentra as 10 Subprefeituras com menor
incidência de leptospirose e letalidade igual a zero; o segundo grupo, denominado “Alta
Incidência e Média Letalidade”, apresenta incidência de leptospirose maior do que a do
primeiro grupo e equivalente ao terceiro, só que as taxas de letalidade são menores em
relação ao terceiro grupo; e o terceiro grupo, denominado “Alta Incidência e Alta Letalidade”
concentra as Subprefeituras com incidência de leptospirose equivalente à do segundo
grupo, mas com as taxas de letalidade mais altas. Ao comparar-se a distribuição espacial
dos três grupos com a divisão administrativa da Cidade de São Paulo, em 5 Coordenadorias
Regionais de Saúde, observa-se que as maiores incidência e letalidade de leptospirose
concentram-se nas regiões Sul e Norte da cidade e as menores nas regiões Centro-Oeste e
Sudeste (Figura 4.42).
Roedores na Cidade de São Paulo
212
Tabela 4.57 - Incidência média de leptospirose por 100.000 habitantes e taxa de letalidade
média em porcentagem, dos três grupos homogêneos formados pela análise de
agrupamentos, segundo a incidência e letalidade de leptospirose, Cidade de São Paulo,
2006.
Incidência
por 100.000 habitantes
Letalidade em %
Grupo
Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão
Baixa Incidência 1,59 1,02 0 0
Alta Incidência e Média
Letalidade
3,35 1,65 13,73 3,50
Alta Incidência e Alta
Letalidade
3,34 1,63 26,45 4,78
Fonte de dados originais: COVISA.
Figura 4.42 – (A) agrupamento das Subprefeituras segundo incidência e letalidade de
leptospirose e (B) Coordenadorias Regionais de Saúde, Cidade de São Paulo, 2006.
A comparação entre as condições socioeconômicas e a ocorrência de leptospirose,
na Cidade de São Paulo (Figura 4.43), mostra que há correspondência espacial entre a
precariedade das condições socioeconômicas, agrupamento das Subprefeituras segundo
IDH-M e renda até 2 salários mínimos, e os mais elevados coeficientes de incidência de
leptospirose. Observa-se também que, de forma geral, a correspondência espacial entre
Roedores na Cidade de São Paulo
213
esses eventos é mais acentuada nas regiões periféricas da cidade. A Região Norte da
cidade é a que apresenta maior correspondência espacial entre precariedade das condições
socioeconômicas e alta incidência e alta letalidade de leptospirose, enquanto a Região Sul
apresenta correspondência espacial entre a precariedade das condições socioeconômicas e
alta incidência e média letalidade de leptospirose e, por outro lado, a região central da
cidade (Região Centro Oeste, principalmente) apresenta correspondência espacial entre
condições socioeconômicas mais favoráveis e baixa incidência de leptospirose, sendo que
essa correspondência ocorre mais especificamente nas Subprefeituras Sé, Mooca,
Pinheiros, Santo Amaro, Vila Mariana, Aricanduva e Vila Maria.
Fonte de dados originais: COVISA, 2006; IBGE, 2000; SEADE, 2007.
Figura 4.43 – Agrupamento das Subprefeituras segundo (A) incidência e letalidade de
leptospirose e (B) IDH-M e Renda (*proporção de setores censitários que predominam os
responsáveis com rendimentos até 2 salários mínimos), Cidade de São Paulo, 2006.
Partindo-se para a análise da distribuição espacial dos fatores ambientais mais
fortemente correlacionados com a infestação predial por roedores e sua correspondência
espacial com a incidência e letalidade de leptospirose (Figura 4.44), observa-se que nos
Grupos Homogêneos de Subprefeituras 4 e 5, estão os mais altos coeficientes de incidência
de leptospirose. Além disso, as Subprefeituras Campo Limpo, Cidade Ademar, Freguesia do
Ó (todas alocadas no Grupo 4) e São Miguel (Grupo 5) pertencentem ao grupo “Alta
Incidência e Alta Letalidade de Leptospirose”, conforme apresentado na Figura 4.44A.
Roedores na Cidade de São Paulo
214
Observa-se ainda que há correspondência espacial entre as mais adequadas condições
ambientais (Grupos de Subprefeituras 1 e 2) e a baixa incidência de leptospirose, com as
Subprefeituras Sé, Lapa, Mooca e Santo Amaro também pertencendo ao grupo “Baixa
Incidência de Leptospirose” (Figura 4.44B).
Figura 4.44 – Agrupamento das Subprefeituras segundo (A) incidência e letalidade de
leptospirose e (B) em 6 grupos homogêneas, quanto aos fatores sociais e ambientais mais
fortemente correlacionados com a infestação por roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
Ao se comparar somente a taxa de infestação predial por roedores com a incidência
e letalidade de leptospirose (Figura 4.45), observa-se que há correspondência espacial entre
as mais altas taxas de infestação predial por roedores e os mais elevados coeficientes de
incidência de leptospirose. Assim, pode-se constatar que as Subprefeituras Campo Limpo,
Cidade Ademar, Freguesia do Ó e São Miguel apresentam correspondência espacial entre
alta taxa de infestação predial por roedores e alta incidência e alta letalidade de
leptospirose. Enquanto, Casa Verde, Vila Prudente, Jabaquara, Ipiranga, Itaim Paulista,
Ermelino Matarazzo, Parelheiros e Capela do Socorro apresentam correspondência espacial
entre alta taxa de infestação predial por roedores e alta incidência e média letalidade de
leptospirose. Com base nessas observações pode-se perceber que a correlação espacial de
alta taxa infestação predial por roedores e alta incidência de leptospirose ocorre em 12 das
31 Subprefeituras da cidade, apresentando correlação de quase 40%. As Subprefeituras
Roedores na Cidade de São Paulo
215
Lapa, Santo Amaro, Guainases e Cidade Tiradentes, apesar da alta taxa de infestação
predial por roedores apresentam baixa incidência de leptospirose.
Figura 4.45 – (A) Agrupamento das Subprefeituras segundo incidência e letalidade de
leptospirose e (B) estratificação das Subprefeituras segundo a taxa de infestação predial por
roedores, Cidade de São Paulo, 2006.
Finalmente, pelo exposto, e com base na análise das Figuras 4.42, 4.43, 4.45 e 4.46,
pode-se propor que há correspondência espacial entre as condições socioeconômicas e
ambientais, a infestação predial por roedores e a incidência de leptospirose na Cidade de
São Paulo, o que corrobora a terceira hipótese apresentada no Capítulo 3: a distribuição
espacial dos casos de leptospirose está associada à distribuição espacial das condições
ambientais, socioeconômicas e à taxa de infestação predial por roedores. Assim, quanto
mais precárias forem as condições socioeconômicas e ambientais e quanto maior a taxa de
infestação predial por roedores, maior será a incidência de leptospirose na população.
– CAPÍTULO 5 –
DISCUSSÃO
Os aspectos relacionados aos resultados encontrados na presente pesquisa são
considerados e discutidos à luz do conhecimento atual, da sua compatibilidade com outros
estudos similares no Brasil e no mundo e de sua importância no âmbito da Cidade de São
Paulo, visando sua aplicação prática no desenvolvimento das políticas públicas de manejo e
controle de roedores.
5.1 – ASPECTOS ESTATÍSTICOS
A seguir são discutidos os aspectos estatísticos relevantes ao levantamento de
infestação predial por roedores na Cidade de São Paulo. Ater-se-á a duas questões
principais: a falta de resposta e a precisão das estimativas.
5.1.1 – Falta de Resposta
Ao se analisar os dados referentes ao levantamento de infestação predial por
roedores (Seção 4.1), a primeira questão que chama atenção é a alta taxa de não resposta
encontrada em boa parte das Subprefeituras. De acordo com o esquema amostral utilizado
(ver Capítulo 3, Seção 3.3) se previu a proporção de 30% de imóveis fechados e recusados,
ou seja, a taxa de não resposta máxima admitida segundo o método utilizado era de 30%,
no entanto, conforme se pode observar na Figura 5.1, nove Subprefeituras apresentaram
taxa superior a esse limite.
Ao longo dos últimos anos diversas atividades desenvolvidas pelas SUVIS na Cidade
de São Paulo, que envolvem a entrada nos imóveis, têm apresentado taxas de não resposta
similares à encontrada na presente pesquisa. Para citar um exemplo, a Avaliação de
Densidade Larvária (ADL), método amostral utilizado para mensurar os índices de
infestação predial pelo mosquito Aedes aegypti, tem apresentado, entre os anos de 2003 a
2008, taxas de não resposta que em alguns Distritos Administrativos, como Morumbi, Alto
de Pinheiros, Perdizes e Lapa, freqüentemente excedem 40% (CUBOS, 2008).
Roedores na Cidade de São Paulo
217
Figura 5.1 – Distribuição espacial da proporção de imóveis por Subprefeitura em que
ocorreu falta de resposta durante o Levantamento de Infestação Predial por Roedores,
Cidade de São Paulo, 2006.
Na presente pesquisa as mais altas taxas de não resposta foram encontradas nas
Subprefeituras do Butantã, Freguesia do Ó e M´Boi Mirim e as mais baixas em Parelheiros,
Cidade Tiradentes e Lapa (Figura 5.1). O fato de M’Boi Mirim estar entre as Subprefeituras
que apresentam as mais altas taxas de não resposta e a Lapa entre as que apresentam as
mais baixas mostra a quebra de um paradigma existente na Cidade de São Paulo, de que
as maiores taxas de não resposta sempre estão nas regiões mais nobres e as menores nas
regiões mais carentes da cidade. A Figura 5.1 mostra que na região Sul há uma
concentração de Subprefeituras que apresentaram altas taxas de não resposta; essa
aglomeração pode ser representativa do status que essas Subprefeituras representam
dentro da dinâmica social do município, já que essa região da cidade é tida como área
“dormitório”, por isso é de se esperar uma grande proporção de imóveis fechados.
Apesar da grande amplitude da taxa de não resposta entre as Subprefeituras (variou
de 0,4% a 45,9%), pode-se considerar que para a Cidade de São Paulo a taxa de 27,1%
permaneceu dentro do limite estipulado quando do desenvolvimento do esquema amostral.
Além disso, outros estudos similares quanto aos seus métodos e dimensão apresentaram
Roedores na Cidade de São Paulo
218
taxas de não resposta próximas às encontradas em São Paulo. Na Inglaterra, durante o
English House Condition Survey, que dentre outras coisas avalia a taxa de infestação
predial por roedores, a taxa de não resposta foi de 29% em 1996 e de 33% em 2001
(DEFRA, 2005). Estudo conduzido pelo autor, para avaliar a taxa de infestação predial por
roedores em um bairro da capital paulista durante o ano de 2005, encontrou taxa de não
resposta de 29,7% (MASI, 2006).
Pino e Caser (1984) consideram que a falta de resposta em um levantamento é uma
fonte de erro que pode invalidar os resultados, pois, do ponto de vista estatístico, a não
resposta ocasiona: (a) aleatoriedade do tamanho da amostra e (b) os estimadores podem
tornar-se viesados. Na presente pesquisa a falta de resposta, parece se enquadrar na
primeira consideração, ou seja, ter contribuído com a redução do número de imóveis
amostrados por Subprefeitura e conseqüentemente ter levado ao aumento do coeficiente de
variação das estimativas das freqüências das variáveis ambientais e de infestação.
5.1.2 – Precisão das Estimativas
Outro fato que merece atenção é a amplitude dos intervalos de dois desvios padrões
de alguns dos estimadores em algumas Subprefeituras; como exemplo pode-se citar a
estimativa da taxa de infestação por roedores da Subprefeitura de Ipiranga que foi de
12,7%, com intervalo de dois desvios padrões variando de 9,4% a 73,6%, portanto, a
infestação nessa Subprefeitura poderia estar tanto entre as menores taxas encontradas,
como ser a maior taxa encontrada. Daí a pergunta que se segue é: será que um intervalo de
confiança de tal magnitude, com amplitude de 64,2%, permite obter conclusões a respeito
dos resultados? Há três hipóteses que podem ser apresentadas para responder essa
questão. (a) Primeira hipótese – Agregação espacial da variável a ser estudada, dado que
os roedores apresentam distribuição gregária no ambiente (ver Seção 2.1.7) é de se esperar
que a infestação ocorra, principalmente, em nível do quarteirão, antes que do imóvel; com
isso as Subprefeituras tornar-se-iam um mosaico de quarteirões infestados e não infestados,
fazendo com que a variância do estimador atingisse valor elevado. O mesmo fenômeno
pode ser considerado para as demais estimativas, ou seja, a ocorrência gregária das
variáveis ambientais no espaço. (b) Segunda hipótese – Influência do tamanho do
quarteirão. Sabe-se que as quadras que apresentam condições socioeconômicas mais
precárias, como favelas por exemplo, tendem a possuir maior quantidade de imóveis do que
as que apresentam condições socioeconômicas mais satisfatórias. Portanto, se essas
Roedores na Cidade de São Paulo
219
quadras maiores apresentarem proporcionalmente mais imóveis infestados (ou com a
ocorrência de qualquer outra variável) do que as quadras menores isto aumentará o Efeito
do Desenho Amostral (Design Effect), levando ao aumento do coeficiente de variação das
estimativas. Este fenômeno ocorreu especialmente na Subprefeitura de Ipiranga onde foi
sorteada uma quadra com 149 imóveis dos quais 101 estavam infestados, o que ocasionou
o aumento do efeito do desenho amostral e, conseqüentemente, a ampla variação da
estimativa da taxa de infestação (Albuquerque, 2007), conforme apresentado no exemplo
anterior. (c) Terceira hipótese - Efeito da Falta de Resposta, que diminuiu o tamanho da
amostra em algumas Subprefeituras, conseqüentemente aumentando a variância dos
estimadores, este fenômeno pode ter ocorrido nas Subprefeituras do Butantã e Freguesia do
Ó, onde as taxas de não resposta foram as mais altas.
É provável que os altos intervalos de dois desvios padrões encontrados para
algumas estimativas não sejam reflexo da ocorrência de apenas um desses fatores mais sim
da somatória deles. Dados disponíveis na literatura, sobre a biologia dos roedores
sinantrópicos, corroboram a primeira hipótese, uma vez que vários autores (ECKE, 1955;
FENN; MACDONALD 1987; LEUNG; CLARK, 2005; MCGUIRE et al., 2006) têm constato
que a home range dos roedores sinantrópicos é limitada, em geral não excedendo 30m de
raio. Além disso, Langton, Cowan e Meyer (2001), sugerem que a maior densidade
habitacional pode influenciar de forma significativa a dispersão de roedores de um imóvel
infestado para outro próximo. Logo, esses dois fatores fariam com que a infestação
tendesse a se distribuir por todo o quarteirão, apresentando um padrão de distribuição
gregário ao invés de randômico, que conforme definiram Battersby, Parsons e Webster
(2002) representariam hotspots de infestação.
Esta forma de ocupação do espaço pelos roedores também pode ser a responsável
por fazer com que Subprefeituras, tais como Casa Verde e Ipiranga, que apresentaram
relativamente baixas freqüências de imóveis com presença dos fatores ambientais,
apresentem altas taxas de infestação predial por roedores, já que algumas áreas, em que as
condições ambientais são mais favoráveis aos roedores podem estar servindo como “fonte”
de dispersão dos roedores para as áreas onde as condições ambientais são menos
favoráveis: “poço” (RICKLEFS, 2003). Esse processo seria estimulado pela alta taxa
reprodutiva dos roedores e pelos processos migratórios, especialmente, dos indivíduos mais
velhos e portanto aptos à reprodução (MCGUIRE et al., 2006). Em suma: os movimentos
migratórios fariam com que as populações de roedores se deslocassem de imóvel para
imóvel até ocuparem toda uma área, mesmo que as condições ambientais não lhes fossem
ideais, pois, além da alta taxa reprodutiva, da grande capacidade de dispersão, os roedores
Roedores na Cidade de São Paulo
220
sinantópicos, conforme postulou Advani (1995), apresentam extraordinária plasticidade
adaptativa.
5.2 – FATORES AMBIENTAIS
Talvez mais relevante do que discutir a infestação predial por roedores, propriamente
dita, seja discutir os aspectos associados à disponibilidade dos fatores ambientais, quais
sejam, alimento, abrigo e acesso, nos imóveis, pois eles indiretamente fornecem uma idéia
do status social e do nível educacional da população e são sem dúvida os responsáveis pela
manutenção dos roedores em determinados lugares em detrimento de outros, conforme
evidenciado pelos modelos de infestação apresentados na Seção 4.3.
Conforme apresentado na Seção 4.1, na Cidade de São Paulo há alta prevalência de
imóveis com disponibilidade dos três fatores ambientais estudados (33,9% de imóveis com
fonte de alimento, 37,6% com fonte de abrigo e 30,5% com fonte de acesso), mostrando que
é necessária e urgente a mudança de comportamento da população em relação aos
aspectos ecológicos e sanitários de seus imóveis de modo a torná-los menos susceptíveis à
infestação por roedores. Aliado a isso, considera-se a questão, delicada, das áreas de
invasão, ocupação irregular e dos pontos de favelização da cidade, que se caracterizam
pelas precárias condições de moradia e deficiências sanitárias, por formar os hotspot de
infestação por roedores (BARTTERSBY; PARSONS; WEBSTER 2002) e centro de
dispersão desses animais para os bairros menos precários, numa dinâmica fonte-poço.
Dos três fatores ambientais estudados, parece evidente que o de intervenção mais
difícil é a fonte de acesso, pois este é dependende, muitas vezes, de investimentos
financeiros por parte dos proprietários e da administração pública. Os investimentos dos
moradores dizem respeito aos aspectos estruturais das moradias, como reforma de
telhados, reboque de paredes, conserto de estruturas danificadas ou quebradas (janelas e
portas, entre outras), já que 25% dos imóveis da cidade permitem o acesso aos roedores
através das deficiências na estrutura do imóvel. Os investimentos públicos seriam
direcionados aos sistemas de saneamento ambiental, especialmente aos sistemas de coleta
de resíduos sólidos, esgotos e de água pluvial, além da construção de moradias populares
em substituição a complexos habitacionais construídos sem respeito às normas de
construção civil. Sabe-se que na Cidade de São Paulo, cerca de 15% dos domicílios não
possuem sistema de coleta de esgotos (IBGE, 2000), portanto, a simples remediação desse
problema já teria impacto direto sobre a taxa de infestação predial por roedores (ver
Roedores na Cidade de São Paulo
221
modelos de infestação na Seção 4.3) e sobre os casos de leptospirose, uma vez que 13,9%
dos imóveis possibilitam o acesso dos roedores pela rede de esgoto e cerca de 20% dos
casos confirmados de leptospirose na Cidade de São Paulo, no período entre 1998 e 2006,
tiveram o contato com fossa e esgoto como principal situação de risco (GVISAM, 2006).
A presença das fontes de abrigo nos imóveis pode ser vista como um indicador
indireto de defasagem de renda dos moradores. A manutenção de objetos abandonados,
materiais de construção e materiais inservíveis e entulho, indicam o hábito dos moradores
de manterem esses materiais em seus imóveis, mesmo quando eles não estão sendo
utilizados. Dado que esse comportamento é mais expressivo nas Subprefeituras
pertencentes aos grupos homogêneos 4, 5 e 6 (Figura 4.40), ou seja, naquelas
Subprefeituras situadas na periferia da cidade e, portanto, onde se concentra a maior
exclusão social (SPOSATI, 2000) e, conseqüentemente, as menores rendas em salário
mínimo (Figura 4.28), parece claro que se trata de uma questão de necessidade a sua
manutenção, em conseqüência da dificuldade de fazer novas aquisições ou de se desfazer
dos materiais inservíveis acumulados. Em relação à presença das variáveis vão de telhado
e de parede nos imóveis, pode-se considerar que os aspectos que levam a sua manutenção
são os mesmos que contribuem para a existência de fonte de acesso pela estrutura do
imóvel, ou seja, a necessidade de investimentos em reforma dos imóveis.
A agregação das variáveis materiais inservíveis e entulho, quando do planejamento
do estudo, levou em consideração que esses dois materiais poderiam ser tratados
igualmente pelo morador e pela administração pública, no que diz respeito ao seu destino.
Cada Subprefeitura, que compõe a estrutura administrativa da Cidade de São Paulo possui
em seu organograma uma Coordenadoria de Infra-Estrutura Urbana e Obras (CIUO), que é
a responsável pela limpeza das vias e logradouros públicos. Sabendo que periodicamente
essa Coordenadoria realiza ações para remoção de materiais inservíveis nos bairros da
cidade, não seria difícil conscientizar os moradores da necessidade de se desfazer desses
materiais e cada Supervisão de Vigilância em Saúde articular essas ações junto a CIUO,
priorizando as áreas que concentram as mais altas infestações por roedores.
Mesmo que haja a presença de fontes de abrigo e acesso nos imóveis, as
infestações por roedores só são mantidas em determinada área se houver disponibilidade
de alimento (TRAWEGER et al. 2006), que, em última instância, é o recurso essencial à
sobrevivência de qualquer espécie animal. Na presente pesquisa foi constatado que 33,9%
dos imóveis da cidade têm algum tipo de fonte de alimento que pode ser utilizado pelos
roedores, sendo o lixo acessível aos roedores, presente em 17,9% dos imóveis, a principal
delas. Anualmente são produzidos na Cidade de São Paulo cerca de 9.678.101 toneladas
Roedores na Cidade de São Paulo
222
de lixo (PEDROSO, 2003), resultando em uma média de 930kg por habitante. Esses dados
mostram claramente que há a necessidade de implantação de políticas públicas que visem à
redução na quantidade de resíduos sólidos produzidos na cidade como medida indireta para
o controle da população de roedores.
Outro sério problema como fonte de alimento para roedores na cidade é a alta
freqüência de imóveis com disponibilidade de alimento para animais (16,6% dos imóveis).
Esses achados são condizentes com os encontrados por Paranhos (2002), que estudou, em
2001, a população canina e felina domiciliada no município de São Paulo e constatou que
98,7% dos cães e 92,5% dos gatos se alimentam no próprio domicílio, fazendo,
respectivamente 1,9 e 2,4 refeições por dia, no entanto o que parece preocupante é que
12,4% dos cães e 30,1% dos gatos recebem comida à vontade de seus donos. Todos esses
dados enfatizam a necessidade de conscientização da população sobre a importância da
correta alimentação dos animais domésticos, conforme preconizam os princípios da posse
responsável, evitando que sobras ou quantidade excessiva de alimento fique exposta por
longos períodos e servindo de alimento às populações de roedores. Bevillacqua et al. (2004)
estudando a população de roedores de um hospital veterinário em Minas Gerais
constataram que a maior parte das capturas desses animais se deu no setor de pequenos
animais e que o motivo teria sido a exposição por longo período dos itens alimentares
oferecidos a os cães e gatos abrigados no local. Ainda segundo dados de Paranhos (2002),
a ração animal é o principal alimento servido aos animais domésticos (59,9% dos alimentos
servidos para os cães e 72,0% para os gatos), sugerindo que esse tipo de alimento pode
estar sendo um fator determinante das infestações por roedores siantrópicos na Cidade de
São Paulo. Essa hipótese é sustentada pelos resultados do modelo de infestação geral,
apresentado na Seção 4.1, onde se observa que a probabilidade relativa de infestação por
roedores nos imóveis com a presença de alimento para animal é quase 63% (OR 1,627)
maior de que nos que não têm essa fonte de alimento.
Além das duas fontes de alimento já citadas, alimento humano disponível também se
encontra freqüentemente nos imóveis de São Paulo (em 13,3% dos imóveis da cidade), no
entanto, a utilização dessa fonte de alimento pelos roedores está, principalmente, associada
à presença de infestação interna, conforme evidencia a Tabela 4.41 (Seção 4.3.2). É
provável que a utilização dessa fonte de alimento se deva, muito mais, à presença de fontes
de acesso no imóvel do que à disponibilidade desse tipo alimenta propriamente dito. Essa
hipótese é corroborada pelos modelos de infestação apresentados na Seção 4.3.2, onde se
observa que há forte associação entre infestação interna pelas três espécies de roedor,
alimento humano disponível e acesso pela estrutura do imóvel.
Roedores na Cidade de São Paulo
223
O aspecto mais relevante em relação à alta freqüência de imóveis com fonte de
alimento para roedores na Cidade de São Paulo, e principalmente nas Subprefeituras
pertencentes aos grupos homogêneos 3, 4 e 6, é a dificuldade em se conduzir um programa
de controle de roedores em que o foco principal seja o uso de iscas rodenticidas, já que é
amplamente divulgado na literatura que a presença de abundantes fontes de alimento no
ambiente diminui a ingestão de iscas rodenticidas pelas populações de roedores (BROOKS,
1973; ALVES 1990; RAMSEY; WILSON 2000; KLEMANN; PELZ 2006). Luke et al. (2005)
estudando o controle de roedores com o uso de rodencidas anticoagulantes em granjas de
criação de suínos, em Queensland, Austrália, em 2003, constataram que a baixa efetividade
dos métodos de controle foi causada pela pobre aceitação das iscas pelos roedores, em
função do abundante suprimento de alimento fornecido aos suínos. Masi (2006), em projeto-
piloto desenvolvido no bairro Jardim Comercial, Subprefeitura de Campo Limpo, para avaliar
a efetividade dos métodos de controle de roedores proposto pelo “Programa de Controle de
Roedores de São Paulo” também constatou que a efetividade das ações foram
comprometidas pela abundância das fontes de alimento disponíveis na área. Corroborando
esses achados, Glass et al. (1988a) constatou que as populações de roedores sinantrópicos
tendem a apresentar maior peso na área urbana em relação à área rural como
conseqüência da alta disponibilidade de fontes de alimento (in MCGUIRE et al., 2006).
Todos esses resultados mostram que é necessária uma mudança no comportamento
das pessoas para que as práticas de controle de roedores deixem de ser dependentes,
quase que exclusivamente, do uso de rodenticidas químicos e passem, de fato, a ser
embasadas no manejo ambiental. Criar-se-á, assim, à adoção de um novo paradigma
fundamentado nos preceitos do “Manejo Integrado de Pragas”, que têm na manipulação do
ambiente sua principal forma de ação, fazendo dos rodenticidas químicos, apenas uma
ferramenta adicional de uso temporário e restrito a situações específicas (HYGNSTROM;
VERCAUTEREM; SCHMADERER, 1994). Embora, teoricamente, essa mudança pareça
simples, dada a amplamente conhecida aversão das pessoas pelos roedores e das
inúmeras doenças que eles podem transmitir (JUKES, 2001), na prática ela não é tão fácil,
haja vista, que até mesmo em Subprefeituras como Santo Amaro, Vila Mariana, Pinheiros e
Santana que apresentam, relativamente, altos Índices de Desenvolvimento Humano e
conseqüentemente composta por população com alto grau de instrução (PEDROSO, 2003)
as condições ambientais dos imóveis, quanto à disponibilidade de alimento, abrigo e acesso
se mostraram favoráveis a infestação por roedores (Figuras 4.5 a 4.7).
A dificuldade na mudança do comportamento humano, em relação às questões
ambientais, não é privilégio da Cidade de São Paulo. Lambropoulos et al. (1999) avaliaram
as condições ambientais e as taxas de infestação predial por roedores antes e após a
Roedores na Cidade de São Paulo
224
aplicação de medidas educativas e de controle em 1992 na cidade de Baltimore, Estados
Unidos, e ao término do estudo, apesar de todo esforço despendido, eles constataram que
não houve mudança de hábito da população. Resultados similares foram encontrados por
Masi (2006), no Jardim Comercial, bairro da Subprefeitura do Campo Limpo, em que seis
meses após o término das ações educativas e de controle de roedores na área, as
condições ambientais e as taxas de infestação voltaram a ser similares às encontradas
antes da aplicação das ações. A pouca colaboração da população, aliada à falta de
planejamento urbano, especialmente das políticas públicas de uso e ocupação do solo,
tratamento e destinação dos resíduos sólidos fortalece o elo comensal entre os roedores e o
homem no meio urbano, permitindo que estes recebam do próprio homem os elementos
essenciais à sua sobrevivência: água, abrigo, alimento (GARCIA, 1998) e acesso. A falta de
colaboração da população em zelar pela manutenção das condições de higiene em seu
próprio imóvel e nos logradouros públicos como maneira de se evitar os roedores, pode se
fundamentar na alta tolerância à presença dos roedores desenvolvida pela população,
devido à própria convivência dos moradores com esses animais por longo tempo (BROWN,
1970) ou na falta de conhecimento que a população tem sobre os hábitos dos roedores
sinantrópicos. Partindo do princípio de que, ao menos em parte, a segunda hipótese seja
verdadeira, os resultados encontrados nesta pesquisa podem ser utilizados em campanhas
de saúde pública, visando tornar os cidadãos cientes dos hábitos dos roedores e de como
eles poderiam agir para evitá-los.
Outra possibilidade é a crença dos moradores de que o poder público é o
responsável pelo controle de roedores e que, portanto, quem deve tomar as providências
para combatê-los é a administração pública municipal. Contribui com esse pensamento a
forma que historicamente as ações de controle de roedores vêm sendo desenvolvidas, em
quase todo o mundo, onde as medidas de controle concentram-se em “campanhas” de
desratização nas áreas mais problemáticas ou, pior ainda, em atendimento pontual às
reclamações feitas pelos munícipes (KAUKEINEN, 1994). Em geral, essas ações são de
curta duração e baseadas no uso de rodenticidas químicos, sem a implantação de nenhuma
ação de manejo ambiental. Conforme sugere Brown (1970), esse tipo de ação, em que não
há envolvimento da comunidade, não tem resultados em longo prazo, fazendo com que os
níveis de infestação rapidamente retornem aos encontrados antes das ações de controle, o
que é endossado pelos estudos de Lambropoulos et al. (1999) realizados em 1992 na
cidade de Baltimore e aos de Masi (2006) na Cidade de São Paulo em 2005, citados
anteriormente. Portanto, a melhor forma de controle de roedores é aquela em que há
mobilização da população afetada, com retorno periódico das equipes de desratização e
investimentos públicos em melhorias ambientais de forma que se crie um vínculo entre
Roedores na Cidade de São Paulo
225
todos os atores sociais envolvidos - população, equipes de desratização, equipes de
limpeza pública, de ação social, gestores da administração pública e iniciativa privada -
levando ao empoderamento do indivíduo sobre a sua responsabilidade perante o seu
próprio imóvel e o de seus vizinhos, de forma que se chegue ao objetivo comum que é a
manutenção de um ambiente desfavorável à presença de roedores.
Há ampla evidência de que adequado saneamento ambiental, construção de
moradias adequadas (seguindo os princípios do ratproof – construções à prova de ratos),
remoção das fontes de abrigo e de alimento, rapidamente reduziriam as populações de
roedores ou até mesmo eliminariam esses animais das moradias humanas (BROWN, 1970;
FRANTZ; COMINGS, 1976; COLVIN et al., 1990; LANGTON; COWAN; MEYER, 2001;
MURPHY; MARSHALL, 2003; BRADMAN et al., 2005; TRAWEGER; BACHMAYR, 2005;
CHANNON et al., 2006; MASI; VILAÇA; RAZZOLINI, 2008; TAYLOR et al., 2008). No
entanto, o problema é que essas medidas requerem, principalmente, mudança de
comportamento da população humana e investimentos da administração pública em
saneamento ambiental e desenvolvimento social. Assim, dada a forte correlação negativa
encontrada entre o Índice de Desenvolvimento Humano – Municipal e a infestação predial
por roedores (ver Seções 4.3 e 4.4), faz-se necessário que qualquer medida eficaz e
duradoura de controle da população murina passe, primeiramente, pela inclusão social.
5.3 – TAXAS DE INFESTAÇÃO
Ao longo dos anos poucos estudos publicados no mundo têm utilizado o método de
levantamento de infestação predial por roedores proposto pelo CDC. Dos que se encontram
publicados, menos ainda, foram realizados com as dimensões desta pesquisa, que
abrangeu toda a Cidade de São Paulo, suas 31 Subprefeituras e as três espécies de roedor
sinantrópico. Dada, portanto, a peculiaridade e o aspecto inovador da presente pesquisa
torna-se difícil a comparação da taxa de infestação predial por roedores encontrada em São
Paulo com a de outras cidades do mundo. Apesar disso, tentar-se-á comparar os resultados
encontrados com o de outros estudos disponíveis na literatura científica. Essa comparação
visa estabelecer parâmetros para tentar entender como distintas populações de roedores se
comportam em diferentes localidades do mundo, levando em consideração os aspectos
intrínsecos e extrínsecos das próprias populações.
Na Inglaterra nos anos de 1996 e 2001 durante a realização do England House
Conditions Survey foram levantadas as taxas de infestação predial por roedores. No
Roedores na Cidade de São Paulo
226
primeiro, ano a taxa de infestação foi de 3,9% e no segundo de 4,6% (DEFRA, 2005).
Comparando-se esses resultados com a taxa de infestação encontrada em São Paulo
(23,1%) percebe-se a importância em se estudar esses animais na capital paulista.
Devido às dificuldades óbvias de se comparar a taxa de infestação de uma cidade,
no caso São Paulo, com a de um País, a Inglaterra, talvez seja mais apropriado comparar-
se a taxa de infestação da Cidade de São Paulo com a encontrada em Londres, cidade
similar à capital paulista em número de habitantes e dimensões geográficas. Em Londres no
ano de 2001 a taxa de infestação predial por roedores ficou abaixo dos 5%, ou seja, cerca
de quatro vezes menor do que a encontrada em São Paulo, evidenciando, possivelmente, a
disparidade social e ambiental, que existe entre essas duas localidades.
Mesmo esperando que a taxa de infestação em Londres fosse menor do que a
encontrada em São Paulo, tamanha diferença entre elas permite que algumas hipóteses
sejam levantadas para explicá-las. Primeira, as variações climáticas entre as duas cidades;
Londres, localizada no hemisfério norte e em latitude muito superior tem inverno mais longo
e rigoroso, fazendo com que aos roedores se reproduzam mais lentamente (MEEHAN,
1984), ou seja, há menos ciclos reprodutivos por ano em Londres do que há em São Paulo.
Segunda, as diferenças quanto às questões socioeconômicas, culturais e o grau de
instrução entre as duas cidades geram hábitos e comportamentos distintos, que podem
favorecer ou prevenir as infestações. Terceira, os conceitos urbanísticos; em Londres,
devido ao inverno mais rigoroso, as casas são mais fechadas, lá também os lotes são
maiores e as casas mais espaçadas, o que torna mais difícil a dispersão ou locomoção dos
roedores de um imóvel infestado para outros. Já em São Paulo a situação é exatamente
contrária, os imóveis são mais abertos, os lotes menores e, em muitas regiões, prevalecem
as casas geminadas, além da existência de áreas de ocupação precária sem respeito às
normas de construção civil. Quarta, a principal espécie de roedor infestante em Londres é a
ratazana, que infesta principalmente as fazendas, os parques e jardins (DEFRA, 2005), ou
seja, a área externa ao imóvel; em São Paulo é o rato-de-telhado, que infesta,
principalmente, os domicílios, tanto a área interna quanto a externa (ALVES, 1990; MASI,
2006; SANTOS et al., 2006). Dado que as espécies infestantes são diferentes, seus hábitos
também são diferentes, conseqüentemente gerando diferença nos padrões de infestação.
Para se ter idéia da relevância dessa hipótese, segue uma comparação: em 1987 no Vale
do Rio Aricanduva, que àquela época era uma área de ocupação precária na Cidade de São
Paulo, a taxa de infestação predial por roedores encontrada foi de 10,9% (apenas duas
vezes maior que a encontrada em Londres em 2001); naquela ocasião a principal espécie
infestante era a ratazana e não houve registro da presença do rato-de-telhado (SILVA et al.,
1992), mostrando que quando essa é a principal espécie infestante as taxas de infestação
Roedores na Cidade de São Paulo
227
predial tendem a ser mais baixas, independentemente da localidade. Por último e não
menos importante, há substancial diferença na forma de coleta dos dados entre os dois
levantamentos. Durante o England House Condition Survey a constatação da presença de
infestação por roedores no imóvel foi feita com base no relato do morador (DEFRA, 2005),
enquanto que na Cidade de São Paulo se baseou na constatação das evidências pelo
Agente de Controle de Zoonoses. Sabendo-se que os moradores nem sempre são hábeis
em detectar os indícios de infestação (DEFRA, 2005) é de se supor que as taxas de Londres
possam estar subestimadas. Contudo, apesar da defasagem de tempo e divergência
metodológica entre os estudos, percebe-se que a situação na Cidade de São Paulo não é
confortável, já que dos 2.985.933 imóveis existentes na cidade (IBGE, 2000), estimou-se
que 689.751 apresentaram indícios de infestação por roedores.
Assim como para a infestação geral por roedores, também há poucos estudos que
avaliaram as taxas de infestação somente interna, somente externa ou interna e externa. Na
Inglaterra, durante o English House Condition foram encontradas em 1996 taxa de
infestação interna por roedores de 2,2% e externa de 1,7% e em 2001 de 1,7% e 2,9%,
respectivamente. Em Luang Prabang, Laos, no período de maio a setembro de 2004, foram
encontradas taxas de infestação interna de 61,4% e de infestação externa de 80,5%
(PROMKERD et al., 2008). No entanto, as comparações desses resultados com o da
presente pesquisa devem ser cautelosos, uma vez que ambos se baseiam no relato do
morador sobre a presença de roedores no imóvel, podendo assim o primeiro estar
subestimado e o segundo superestimado. Na Cidade de São Paulo, a presença interna de
roedores mostrou-se freqüente em 7,9% dos imóveis. Essa maior proximidade entre o
homem e os roedores deve ser avaliada com atenção pelos serviços de saúde, já que é
amplamente conhecida a grande capacidade dos roedores sinantrópicos de servirem como
reservatórios de diversos patógenos, conforme ilustrado na Tabela 2.3.
Moradores de imóveis urbanos infestados internamente por roedores, onde
comumente se observa a presença de fezes desses animais sobre a mesa e os alimentos,
constituem-se em população de risco para o contágio por doenças, como leptospirose,
salmoneloses, verminoses, criptosporidiose, toxoplasmose e alergias, bem como
mordeduras. Para se ter uma idéia desse risco potencial, Hurst e Ward (2001), registraram
níveis altos de contaminação de alimentos por fezes de roedores em silos de armazenagem
da Inglaterra. Eles estimaram a presença de 20 a 80 cíbalas fecais para cada ½ quilo açúcar
ou 5.000 péletes fecais para cada saca de 25 quilos. Considerando esses dados,
acrescentando que cada roedor seria capaz de liberar 3.000 oocistos de Cryptosporidium
parvum por grama de fezes e supondo que cada pelete fecal pesasse 0,5 gramas (QUY et
al., 1999), poder-se-ia esperar que cada saca de 25 quilos de açúcar contivesse 7.500.000
Roedores na Cidade de São Paulo
228
oocistos de C. parvum, representando um potencial imenso de contaminação a quem
ingerisse ao menos uma pequena fração desse alimento. Apesar desses dados
representarem, apenas, um exemplo do perigo potencial de contaminação dos alimentos por
fezes de roedores, ele não pode ser negligenciado, uma vez que, somente no ano de 1999,
foram registrados no Reino Unido cerca de 5.500 casos humanos de Criptosporidiose
(HURST; WARD, 2001). Estudos conduzidos por Taylor et al. (2008) na cidade de Durban,
África do Sul, entre 2003 e 2006, constaram que nos bairros mais carentes, onde havia mais
acesso aos roedores para a área interna dos imóveis, as soroprevalências de leptospirose e
toxoplasmose, na população humana, foram mais altas em relação aos bairros em que as
casas eram de alvenaria, recém-construídas, e portanto com menos acesso para roedores.
Embora não existam informações disponíveis sobre a infestação interna por
roedores, na Cidade de São Paulo, anteriormente ao ano de 2005, sabe-se empiricamente
que a partir do início da década de 2000 ocorreu a dispersão do rato-de-telhado das áreas
centrais da cidade para as periféricas, o que, devido aos hábitos dessa espécie, pode ter
contribuído para o aumento da presença interna de roedores nos imóveis e,
conseqüentemente, ter aumentado a possibilidade da população adquirir doenças como a
leptospirose no próprio domicílio. A análise da Figura 5.2 corrobora essa hipótese,
observando-se que a partir de 2001 ocorreu acentuado aumento do percentual de casos de
leptospirose em que a situação de risco relatada foi o contato direto com roedor.
Fonte de dados originais: SINAN/GVISAM/COVISA/SMS.
Figura 5.2 – Percentual de casos confirmados de leptospirose humana em que a situação de
risco relatada foi o contato direto com roedor, Cidade de São Paulo, 1998 a 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
229
5.3.1 – Espécies Infestantes
Na Cidade de São Paulo, o rato-de-telhado foi a principal espécie infestante,
presente em 12,7% dos imóveis, contra 9,4% dos infestados pela ratazana e 1,7% pelo
camundongo. Em comparação, em Londres a principal espécie infestante foi a ratazana,
presente em cerca de 2,7% dos imóveis. Já na cidade de Turmero, Venezuela, o rato-de-
telhado foi à espécie mais freqüente, infestando 68% dos imóveis, enquanto o comundongo
infestou 32% (CAMERO; GÓMEZ; CÁCERES, 2004).
Embora atualmente o rato-de-telhado seja a principal espécie infestante na Cidade
de São Paulo, até pouco tempo atrás isso não ocorria, sendo a ratazana a espécie
predominante. Em levantamento das espécies de roedores capturados na Cidade de São
Paulo, entre os anos de 1943 e 1944, o naturalista João Moojen (1952) registrou que 12,8%
dos animais capturados eram rato-de-telhado, 33,6% camundongo e 53,7% ratazana. Mais
recentemente, em estudo realizado, no ano de 1987, no Vale do Rio Aricanduva, em que a
metodologia de trabalho foi similar à adotada na presente pesquisa, Silva et al. (1992)
inspecionaram 1022 imóveis e encontraram taxa de infestação predial por roedores de
10,9%, sendo a ratazana a única espécie infestante.
Fenômeno similar ao corrido no município de São Paulo, em que o rato-de-telhado
em curto intervalo de tempo se dispersou de uma pequena área para todo o território,
aconteceu nas plantações de palmeira (oil palm) da Malásia durante a década de 1980. A
partir de 1982 até 1987 as populações de Rattus ratus diardii mostraram expressivas taxas
de crescimento populacional, passando de espécie praticamente sem importância na
agricultura local para a principal espécie infestante (WOO; FEE, 2003). Segundo os autores,
os efeitos dessa mudança não são claros, mas eles consideram provável que possa ter
ocorrido em função das medidas de controle com rodenticidas anticoalgulantes (Warfarin,
principalmente) empregadas contra a outra espécie infestante Rattus tomanicus, que
levaram ao desenvolvimento de resistência nessa espécie, conseqüentemente tornando-a
menos apta à competição com o Rattus rattus diardii, devido aos efeitos da pleiotropia
12
na
seleção de linhagens resistentes de R. tomanicus.
Assim como na Malásia, não se sabe ao certo quais os fatores que levaram à
dispersão do rato-de-telhado por toda a Cidade de São Paulo, mas algumas hipóteses
podem ser levantadas. Primeira, a partir do final da década de 1980 houve mudança nos
padrões de uso e ocupação do solo na Cidade de São Paulo, que aos poucos, foi deixando
12
Pleiotropia – Refere-se ao efeito fenotípico de um gene em mais de uma característica, podendo levar a
alteração no valor adaptativo da espécie (FUTUYMA, 1992).
Roedores na Cidade de São Paulo
230
de ser um pólo industrial e passando a ser, principalmente, um centro de comércios e
prestação de serviços. Essa transformação levou à difusão dos estabelecimentos
comerciais, especialmente os pequenos comércios de alimentos, por toda a cidade,
conseqüentemente, aumentando o fluxo de transporte de mercadorias de um ponto da
cidade para outro, contribuindo, dessa forma, para a dispersão do rato-de-telhado das áreas
centrais da cidade para as regiões periféricas. Essa hipótese encontra fundamentação na
proporção de imóveis de uso comercial e residencial existente na cidade (14,0%), sendo que
em algumas Subprefeituras eles equivalem à proporção de imóveis residenciais (Lapa, Sé,
Pinheiros, Santo Amaro e Mooca) e na forte associação encontrada entre imóveis
comerciais e infestação interna por rato-de-telhado (Tabela 4.43). Adicionalmente a esse
fenômeno, considera-se a precariedade estrutural e sanitária da maior parte desses
estabelecimentos, que fornecem as condições ideais para a instalação e proliferação de
roedores.
Segunda, o programa de controle de roedores na Cidade de São Paulo, desde a
década de 1970, foi centrado na supressão das populações da ratazana, visando à redução
dos casos de leptospirose humana (COVISA, 2005), conseqüentemente, negligenciando,
até devido ao seu menor potencial zoonótico, as demais espécies. Isto pode ter levado à
redução das populações de ratazana, permitido a dispersão do rato-de-telhado em função
da diminuição da competição interespecífica (AMARASEKARE, 2003), em que a primeira
subjugaria o segundo. Evidentemente o processo de dispersão e ocupação do espaço por
uma determinada espécie animal não é rápido, o que justificaria a predominância da
ratazana na Cidade de São Paulo nas décadas anteriores a 2000, uma vez que, segundo a
hipótese aqui apresentada, as populações de rato-de-telhado estariam passando pelo
processo de crescimento populacional e dispersão concêntrica a partir do centro da cidade;
isso justificaria a predominância da ratazana em Parelheiros, por exemplo. Estudo
desenvolvido por Leung e Lark (2005) em granjas de suínos, em Queensland, Austrália,
constatou que após a eliminação da infestação por rato-de-telhado, pelo uso de rodencidas
anticoagulantes, aumentou-se o número de registros da presença de camundongos,
mostrando claramente os aspectos da competição interespecífica sobre a abundância das
espécies. Essa hipótese encontra fundamentação na teoria do competidor inferior, em que
as espécies menos competitivas se beneficiariam do declínio das populações do competidor
superior apresentando explosão populacional na sua ausência ou após drástica redução em
seu número de indivíduos (CAUT et al. 2007).
Terceira, a partição natural de nichos ecológicos entre as espécies de roedores
sinantrópicos, que pode permitir que espécies próximas explorem diferentes estratos do
ambiente, diminuindo, assim, os efeitos da competição interespecífica e permitindo que a
Roedores na Cidade de São Paulo
231
espécie que melhor se adapte à exploração das feições do ambiente partilhado amplie sua
distribuição (SCHOENER, 1974; AMARASEKARE, 2003); observações empíricas do autor
indicam que o rato-de-telhado apresenta maior sucesso na partição de recursos em relação
às demais espécies. Essa hipótese encontra fundamentos na literatura, já que o Rattus
rattus é considerada a espécie de roedor mais amplamente distribuída no mundo (NOVAK,
1991) e seu sucesso é atribuído a sua grande capacidade adaptativa e competitiva
(MEEHAN, 1984). Estudos realizados nas ilhas oceânicas da Nova Zelândia, por Russel e
Clout (2004), sobre a capacidade invasiva das espécies de roedores sinantrópicos,
constataram interação negativa da ratazana, primeira espécie ocupante, com o rato-de-
telhado após sua introdução. A ratazana foi introduzida no arquipélago Neo Zelandês em
meados do século XIX, primeiro que o rato-de-telhado e o camundongo, e
subseqüentemente se distribuiu por várias ilhas, ocupando quase todo o arquipélago no final
desse mesmo século. No entanto, a partir do início do século XX, com a introdução do rato-
de-telhado e do camundongo, seu número declinou bastante e hoje ela ocupa umas poucas
ilhas. Segundo os autores, esse declínio das populações de ratazana foi causado pela
competição advinda com a introdução das outras duas espécies, principalmente do rato-de-
telhado, já que eles consideraram-no como um competidor superior à ratazana. Apesar da
hipótese de competidor superior do rato-de-telhado sobre a ratazana ter sido confirmada em
ilhas oceânicas, ela deve ser olhada com ressalvas no ambiente urbano. Primeiro, porque o
rato-de-telhado é sabidamente uma espécie mais bem adaptada a viver em ambientes
naturais, pouco antropizados, que a ratazana (ALVES, 1990; LUND, 1994) e segundo,
porque há evidencias históricas de que a ratazana expulsou, na Idade Média, o rato-de-
telhado das áreas urbanas do território europeu, em menos de um século, devido a sua
maior agressividade (ver Seção 2.1.9).
Por fim, pode-se considerar que a relação entre as duas principais espécies de
roedores sinantópicos que infestam a Cidade de São Paulo deve ser regulada pela partição
natural de nichos ecológicos, já que essa hipótese encontra fundamentação nos achados da
presente pesquisa, conforme evidenciado pelas Tabelas 4.4 a 4.9, onde se observa que a
infestação predial pelas diferentes espécies de roedor responde diferentemente aos fatores
ambientais estudados. Assim, o rato-de-telhado apresenta maior associação com as fontes
de abrigo, especialmente os vãos de telhado e de parede; a ratazana com as fontes de
acesso, principalmente através da rede de esgoto; e o camundongo com as fontes de
alimento, especialmente alimento para animal. Além disso, mesmo quando as diferentes
espécies competem pelo mesmo recurso, elas apresentam diferenças em seu
comportamento. Por exemplo, tanto o rato-de-telhado, quanto a ratazana, apresentam
associação com as árvores frutíferas, no entanto é provável que o primeiro consuma os
Roedores na Cidade de São Paulo
232
frutos que ainda estão no pé e a segunda, os que caem no chão, levando à partição
espacial na utilização desse recurso (SCHOENER, 1974). Outra forma de partição de
recursos entre as três espécies diz respeito à exploração das fontes de acesso, em que o
rato-de-telhado associa-se, positivamente, somente com o acesso pela estrutura do imóvel,
a ratazana com o acesso pela rede de esgoto e o camundongo com nenhuma das duas
fontes de acesso estudadas.
É claro que ao se considerar, com base na taxa de infestação predial por roedores,
que a população de rato-de-telhado na Cidade de São Paulo é maior do que a de ratazana
se está aceitando que há correlação positiva entre o tamanho real da população e a taxa de
infestação predial, apesar de não haver evidências científicas para isso. Observações
empíricas do autor na Subprefeitura de Campo Limpo têm indicado que a população de rato-
de-telhado de fato é maior do que a de ratazana e a de camundongo, mas estudos de
estimativa do tamanho da população de cada espécie são necessários para se entender de
fato a dinâmica populacional desses animais.
Em diversas regiões do planeta a predominância de uma ou outra espécie de roedor
sinantrópico se altera em virtude de condições ainda pouco conhecidas. Por exemplo, na
Índia, na província de Zambezia (Moçanbique), em Madagascar, na Cidade de Luang
Prabang (Laos), no Rio de Janeiro (Brasil) e no Arquipélago Neo Zelandês, a espécie de
roedor sinantrópico predominate é o rato-de-telhado (PARSHAD, 1999; BELMAIN et al.,
2002; DUPLANTIER et al., 2003; PROMKERD et al., 2008; ALVES, 1989; RUSSEL;
CLOUT, 2004), enquanto que, na Europa (Áustria, Dinamarca, Reino Unido) e nos Estados
Unidos é a ratazana (LEIRS; LODA; KNORR, 2004; TRAWENER et al., 2006; DEFRA, 2005;
EASTERBROOK et al., 2005). Esses achados parecem indicar que, atualmente, o rato-de-
telhado é a espécie predominante nos países em desenvolvimento, talvez devido às
precariedades dos processos de habitação e saneamento ambiental dessas áreas, e a
ratazana nos países desenvolvidos, onde ela ocupa principalmente os ambientes naturais,
como margens de córregos, terrenos baldios, parques e jardins, e a área rural (DEFRA,
2005; TRAWEGER; BACHMAYR, 2005; TRAWEGER et al., 2006). Apesar dessa ser uma
hipótese atraente, ela carece de estudos comprobatórios, já que há achados contraditórios a
ela, como por exemplo, na cidade de Durban, África do Sul, em que a principal espécie
infestante é a ratazana (TAYLOR et al., 2008) e mesmo na Cidade de São Paulo, onde
diferentes Subprefeituras apresentam diferentes padrões de infestação pelas espécies de
roedores (Figura 4.35 e 4.37).
Roedores na Cidade de São Paulo
233
5.3.2 – Infestação nas Subprefeituras
A variação das taxas de infestação predial entre as 31 Subprefeituras de São Paulo,
que foi de 6,8% em Santana a 49,5% em São Miguel (amplitude de 42,7%), encontra
correspondência em outras localidades do mundo. Estudos conduzidos para avaliar a taxa
de infestação predial por roedores em oito municípios da Província de Cienfuegos, Cuba,
encontraram em 1990 taxas de infestação variando de 18,7% em Abreus a 60,1% em
Cienfuegos (amplitude de 41,4%) e em 1994 variando de 12,4% para o município de Roda a
73,9% para o município de Cienfuegos (amplitude de 61,5%) (VILLAFAÑA et al., 2000). Em
Nova Iorque, Estados Unidos, estudo avaliando os aspectos epidemiológicos das
mordeduras por roedores, encontraram em 1996 taxas de infestação por roedores que
variaram de 8,3% a 27,3% (amplitude de 19%) em diferentes áreas, agrupadas pelos
autores segundo o risco de mordeduras (CHILDS et al., 1998). Em Baltimore, Lambropoulos
et al. (1999), estudando o impacto das ações de controle de roedores em dois bairros da
cidade em 1992, constataram que a taxa de infestação variou de 21,3% no bairro mais
precário a 3,9% no de melhores condições sociais (amplitude de 17,4%). Na Inglaterra,
durante o England House Condition Survey de 2001 foi encontrada variação nas taxas de
infestação de 2,8% na Região North East a 7,0% em West Midland (amplitude de 4,2%)
(DEFRA, 2005). Todos esses estudos mostram que as áreas mais populosas e precárias,
quanto aos aspectos socioeconômicos e ambientais, também são as que apresentam as
mais altas taxas de infestação predial por roedores. Traweger e Bachmayr (2005)
consideram que a alta densidade populacional freqüentemente leva à precariedade dos
processos de saneamento ambiental, tornando essas áreas mais sujeitas a apresentar taxas
de infestação por roedores mais elevadas. Essa hipótese é corroborada pelos achados da
presente pesquisa, onde se observa que as áreas que apresentaram as mais altas taxas de
infestação predial por roedores são também as que apresentaram maior precariedade das
condições ambientais (Figuras 4.27 e 4.36) e as mais altas densidades populacionais
(SPOSATI, 2000; PEDROSO, 2003).
Tendo em vista o exposto acima, Lambropoulos et al. (1999) sugerem que diferentes
abordagens devem ser adotadas nas áreas que apresentam altas e baixas taxas de
infestação por roedores, especialmente porque os métodos tradicionais de controle
(baseados no uso de rodenticidas anticoagulantes) mostram-se efetivos apenas nas áreas
com baixas taxas de infestação, onde as populações de roedores podem ser mais
susceptíveis à extinção se o número de indivíduos for suficientemente reduzido. Já a
habilidade para controlar as populações de roedores nas áreas mais problemáticas, ou seja,
Roedores na Cidade de São Paulo
234
nas que apresentam mais altas taxas de infestação, deve se fundamentar na mudança do
status social das comunidades e de comportamento dos indivíduos. Em suma: onde
diferentes condições sociais prevalecem, deferentes abordagens devem ser adotadas para
lidar com as infestações por roedores sinantrópicos. Nesse aspecto, a análise de
agrupamentos desenvolvida na Seção 4.4 foi hábil em identificar as regiões da cidade onde
prevalecem as altas infestações (grupos 4 e 5) e as baixas infestações (grupo 1),
possibilitando à administração municipal utilizar diferentes estratégias nessas regiões.
Ao classificar as Subprefeituras em grupos homogêneos (Seção 4.4) estabeleceu-se
um critério objetivo de seleção de áreas prioritárias que devem receber mais recursos por
parte da administração municipal. Porém, esses dados não permitem identificar
individualmente dentro de cada grupo qual subprefeitura deve ser priorizada quando os
recursos são limitados. Nesse caso uma análise da Seção 4.1 pode ajudar na tomada de
decisão do administrador. Ao analisar cada Subprefeitura, pertencente a um determinado
grupo, deve-se ter em mente que se há um critério que deve ser utilizado para priorizar as
áreas que receberão medidas de controle de roedores ou investimentos públicos que
indiretamente atuarão sobre as populações de roedores, esse deve ser a presença interna
de roedor (FRANTZ; COMINGS, 1976), sendo, na presente pesquisa, essa variável formada
pela agregação das variáveis infestação somente interna e infestação interna e externa,
apresentadas para cada Subprefeitura nas Tabelas 4.2 a 4.32.
5.4 – MODELOS DE INFESTAÇÃO
Os resultados encontrados com a construção dos modelos de infestação estão de
acordo com o que é conhecido sobre a biologia dos roedores siantrópicos, evidenciando
aspectos já conhecidos de seus hábitos e comportamento. Mas o grande achado da
presente pesquisa foi poder mensurar a importância relativa de cada um dos fatores
socioeconômicos e ambientais estudados por meio do seu valor de odds ratio (razão de
probabilidade). Ao se estabelecer a importância relativa de cada variável estudada
possibilita-se que medidas específicas possam ser direcionadas aos imóveis e à população
de forma que se possa prever qual será o impacto dessas medidas sobre a infestação por
roedor. Embora os resultados tenham como finalidade principal sua utilização pela
coordenação do programa municipal de controle de roedores e pelos administradores das
31 Subprefeituras de São Paulo, sua divulgação à população e aos diferentes setores da
sociedade pode contribuir para o entendimento desses segmentos sobre as formas objetivas
Roedores na Cidade de São Paulo
235
de controle e prevenção de infestações por roedores, além de mostrar que há formas mais
simples e efetivas de se eliminar as infestações por roedores do que o uso de produtos
químicos rodenticidas.
Dentre os fatores estudados o que exerce maior influência sobre a infestação de um
dado imóvel por roedores é o IDH-M (OR 0,035) do Distrito Administrativo onde ele está
inserido (Tabela 4.33). Diversos estudos (CHILDS et al., 1998; LAMBROPOULOS et al.,
1999; LANGTON; COWAN; MEYER, 2001; BARTTERSBY; PARSONS; WEBSTER, 2002;
MURPHY; MARSHALL, 2003; BRADMAN et al., 2005; CHANNON et al., 2006; TRAWEGER
et al., 2006; DEFRA, 2005; PROMKERD et al., 2008; TAYLOR et al., 2008) têm enfatizado
que regiões socialmente mais precárias são mais susceptíveis de serem infestadas por
roedores. A variável IDH-M é baseada no conceito do Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH), criado no início de década de 1990 pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento pelo economista paquistanês Mahhub ul Haq, com o objetivo de mensurar
e comparar o desenvolvimento humano das nações combinando três componentes básicos:
longevidade, medida pela esperança de vida ao nascer; renda, medida pelo poder de
compra da população e educação, medida pela taxa de alfabetização de adultos e de
matrícula nos níveis de ensino fundamental (PEDROSO, 2003). A entrada da variável IDH-M
nos modelos de infestação excluiu as demais variáveis que apresentavam, em algum grau,
medida das condições socioeconômicas devido à multicolinearidade, exceção feita à
entrada da variável renda até 2 sálarios mínimos, que apesar de apresentar colinearidade
moderada (-0,2512) com o IDH-M pôde ser mantida no modelo (Tabela A.3). A entrada
dessa variável ocorreu porque, segundo Pedroso (2003), há ausência no IDH de indicadores
de renda; com isso a entrada dessa variável corrige nos modelos essa deficiência, dando a
real dimensão que os aspectos socioeconômicos devem ter sobre a probabilidade relativa
de infestação dos imóveis urbanos por roedores.
Os resultados apresentados na Seção 4.4 mostram claramente que as áreas onde as
condições socioeconômicas são mais apropriadas à disponibilidade de nichos ecológicos
para os roedores é menor, ou seja, a menor disponibilidade de nichos faz com que as taxas
de infestação predial sejam mais baixas e conseqüentemente aumenta a importância
relativa dos fatores ambientais disponíveis, tornando a tarefa de intervenção mais fácil e
objetiva. Tal característica é observada no grupo homogêneo de Subprefeituras 1 (Tabela
4.51). Por outro lado, onde as condições socioeconômicas são mais precárias, como nos
grupos homogêneos de Subprefeituras 4 e 5, há maior disponibilidade de nichos e recurso
ambientais, conseqüentemente fazendo com que as taxas de infestação predial por
roedores sejam mais altas e as ações de controle mais difíceis. Esses resultados
Roedores na Cidade de São Paulo
236
corroboram a importância do IDH-M como fator determinante das infestações e principal
variável de intervenção, quando se busca o efetivo controle de roedores.
O maior efeito do IDH-M sobre a infestação por roedores nas Subprefeituras
pertencentes aos grupos homogêneos 4, 5 e 6 pode ser reflexo de um processo em
feedback em que conforme pioram as condições sociais da população, mais provável se
torna a infestação de seu imóvel. Essa hipótese fundamenta-se no comportamento dos
roedores, que mostram baixa taxa de dispersão de sua área de nascimento, a não ser
quando forçados por mudanças ambientais em sua home range (MCGUIRE et al., 2006).
Sabendo-se que as mudanças estruturais e de comportamento da população humana são
mais fáceis de ser realizadas nas áreas com condições socioeconômicas mais adequadas,
portanto nos grupos de Subprefeituras 1, 2 e 3, isso tenderia a deslocar os roedores para as
áreas mais precárias socioeconomicamente, ou seja, para as Subprefeituras dos grupos 4, 5
e 6, criando agregados (hotspots) de infestação nessas áreas (CHANNON et al., 2006).
A maior probabilidade relativa de infestação dos imóveis comerciais em relação aos
estritamente residenciais (probabilidade relativa 20% maior dos imóveis comerciais serem
infestados em relação aos residenciais) encontrada na presente pesquisa é corroborada
pelos achados de outros estudos. Durante o English House Condition de 1996 foi
constatado que os imóveis comerciais apresentavam taxa de infestação por roedores 20
vezes maior do que os imóveis residenciais (LANGTON; COWAN; MEYER, 2001). Em
Turmero, Venezuela, 2001, Camero, Gómez e Cáceres (2004) também constataram maior
prevalência de imóveis comerciais infestados por roedores em relação aos residenciais.
Promkerd et al. (2008) estudando os fatores discriminantes da infestação interna e externa
por roedores em Luang Prabang, Laos, constataram que os imóveis comerciais apresentam
maior probabilidade de infestação tanto interna quanto externa por roedores. Na presente
pesquisa foi encontrada correlação negativa entre imóveis comerciais e infestação externa
por roedores, diferindo dos resultados do último autor e correlação positiva entre infestação
interna e imóveis comerciais, similarmente aos resultados encontrados por Promkerd et al.
(2008). A Tabela 5.1 apresenta uma comparação entre os resultados da presente pesquisa
e os de Promkerd et al. (2008). Os resultados são apresentados em duas colunas, para
cada estudo, na primeira consta a ordem de importância da variável como preditora da
infestação interna e na segunda sua ordem de importância como preditora da infestação
externa.
Roedores na Cidade de São Paulo
237
Tabela 5.1 – Comparação entre as variáveis preditoras de infestação interna e externa por
roedores em Luang Prabang, Laos e na Cidade de São Paulo.
Luang Prabang, Laos São Paulo, Brasil
Variável Ordem de importância¹ Ordem de importância¹
Infestação Interna Externa Interna Externa
Vão de Telhado 1 5 1 1
Alimento disponível 2 2 6 NE
Arvores Frutíferas² 3 4 7 4
Mato alto² 3 4 NE 6
Imóvel Comercial 4 7 2 7
Materiais inservíveis³ 5 3 4 2
Alimento para animal 6 6 3 5
Lixo acessível 7 1 NE 8
Objetos abandonados³ 8 8 5 3
1 – A ordem de importância refere-se à seqüência em que as variáveis são apontadas segundo o seu grau de
importância para os modelos; ela difere da ordem originalmente apresentada nas tabelas originais porque foram
excluídas as variáveis que não apresentavam similaridade e considerada a ordem de importância só das
variáveis que permaneceram.
2 – No estudo de Promkerd et al. (2008) a variável refere-se a “ mato ou árvores no jardim”.
3 – No estudo de Promkerd et al. (2008) a variável refere-se a “madeiras no jardim”.
NE – a variável não entrou no modelo logit.
Fontes: Promkerd et al. (2008) para o Laos e COVISA (2006) para os dados originais do Brasil.
Langton, Cowan e Meyer, (2001); Battersby, Parsons e Webster (2002) e Traweger
et al. (2006) consideram que áreas vicinais, propriedades abandonadas, parques e praças
sujas têm maior prevalência de infestação por roedores. Os resultados da presente pesquisa
são condizentes com esses achados, onde se observa que a probabilidade relativa de
infestação dos terrenos baldios por roedores é 2,676 vezes maior do que a probabilidade de
infestação dos imóveis residenciais, sendo que a ratazana tem probabilidade relativa de
infestação dos terrenos baldios 2,013 vezes maior em relação aos imóveis residenciais.
Entre os grupos homogêneos de Subprefeituras, o grupo 6 apresenta probabilidade
relativa de infestação dos terrenos baldios em relação aos imóveis residenciais 33,3 vezes
maior (OR 33,328) e o grupo 1, apresenta-a 11,3 vezes maior (OR 11,302). A forte
associação dessa variável com esses grupos de Subprefeituras deve se dar devido às
características locais de cada região da cidade, daí se constatar que as Subprefeituras que
compõem o grupo 1 são as que apresentam as condições socioeconômicas mais
satisfatórias e as mais baixas freqüências de imóveis com disponibilidade de recursos para
Roedores na Cidade de São Paulo
238
os roedores, logo, restaria a esses animais a alternativa de habitar os terrenos baldios. Já a
Subprefeitura de Cidade Tiradentes (única componente do grupo 6) é caracterizada pelo
grande número de conjuntos habitacionais populares verticais, gerando uma situação em
que, dada a pequena área de cada imóvel e a ausência de quintal, dificulta aos roedores
coabitarem os domicílios, fazendo com que esses se aloquem nos terrenos baldios.
Os resultados apresentados na Seção 4.3 também evidenciam a forte associação da
infestação predial por roedores com a existência de fonte de acesso nos imóveis (OR
4,520). Do ponto de vista prático parece claro que mesmo havendo alimento e abrigo no
imóvel, se não houver como o roedor chegar a esses recursos e usufruir deles não haverá
infestação, portanto, pode-se considerar a fonte de acesso o principal fator responsável
pelas infestações. Conforme já foi discutido anteriormente, na Seção 4.3.2, a maior
disponibilidade de acesso deve estar relacionada ao estado de construção e à idade do
imóvel. Esses achados são corroborados pelos resultados encontrados na Inglaterra.
Durante o English House Condition Survey de 1996 e 2001 foi constatado que as
propriedades mais antigas apresentavam precariedade das condições estruturais e
conseqüentemente mais altas taxas de infestação por roedores (LANGTON; COWAN;
MEYER, 2001; DEFRA, 2005). Leirs, Loda e Knorr (2004), estudando as infestações por
ratazana e camundongo em fazendas de criação de suínos da Dinamarca, também
encontraram correlação significativa entre a infestação por roedores e a presença de fontes
de acesso nas granjas de criação.
Nos modelos logit construídos para os grupos homogêneos de Subprefeituras
(Seção 4.4) observa-se que a maior associação entre infestação predial por roedores e
acesso pela estrutura do imóvel ocorre nos grupos 1 e 2. Analisando as Subprefeituras que
compõem esses grupos percebe-se que se trata ou de bairros antigos e bem consolidados,
onde predominam casas antigas, como Lapa, Sé, Santo Amaro, Butantã, Casa Verde, ou de
ocupações mais recentes onde predominam imóveis ainda em construção, como M’Boi
Mirim, Vila Prudente, Pirituba, Perus e Itaim Paulista. Também se observa que nessas
Subprefeituras é baixa a freqüência de imóveis com disponibilidade dos demais recursos
ambientais, fazendo com que a fonte de acesso seja o ponto chave para o controle de
roedores. Um exemplo do impacto que as intervenções nas fontes de acesso têm sobre a
infestação por roedores é fornecido por McGuire et al. (2006) que constataram acentuado
declínio das populações de ratazana, no período entre outubro e novembro de 1986, que
infestavam o celeiro do University of Illionis Biological Reserch, Illionis, Estados Unidos,
após a estrutura do celeiro ter sido reforçada para evitar o acesso dos roedores às fontes de
alimento.
Roedores na Cidade de São Paulo
239
O acesso pela rede de esgoto também mostrou forte associação com a infestação
predial por roedores (OR 2,059), o que é corroborado por outros estudos que têm mostrado
a manutenção das infestações por ratazana, que na presente pesquisa foi a espécie mais
fortemente associada a essa variável de acesso (OR 4,730), por longo período de tempo
nos bueiros e sistemas de água pluvial e esgoto, mesmo em áreas bem saneadas e sujeitas
a ações periódicas de controle (CHANNON et al., 2006). Bradman et al. (2005) encontraram
probabilidade relativa de infestação 90% (OR 1,9) maior nos imóveis que têm algum tipo de
dano no sistema de abastecimento de água em relação aos que não têm. Langton, Cowan e
Meyer (2001) também encontraram correlação positiva entre a infestação predial por
roedores e deficiências nos sistemas de drenagem de água pluvial, durante o English House
Condition Survey de 1996. Battersby, Parsons e Webster (2002) consideram as deficiências
na rede de esgoto como o segundo mais importante fator a contribuir com a infestação
predial por roedores. Na presente pesquisa, se considerarmos a ordem de entrada das
variáveis no modelo geral de infestação, ver-se-á que acesso pela rede de esgoto é a quarta
variável a entrar no modelo (Tabela 4.33) e se considerarmos a ordem de entrada no
modelo de infestação por ratazana ver-se-á que a importância dessa variável é maior, já que
ela passa a ser a segunda variável a entrar no modelo (Tabela 4.35).
A associação entre acesso pela rede de esgoto e a infestação predial por roedores
nos grupos homogêneos de Subprefeituras revela que é nos grupos 2 e 5 onde há maior
correlação. Novamente, analisando as Subprefeituras que compõem esses grupos vê-se
que elas se caracterizam por duas situações distintas: (a) Subprefeituras como Butantã,
Casa Verde, Santana são regiões bem urbanizadas da Cidade de São Paulo, portanto,
teoricamente com maior densidade de bueiros o que justificaria a maior associação da
variável acesso pela rede de esgoto com a infestação, já que os roedores podem estar
utilizando os sistemas de água pluvial para acessar os imóveis. Essa hipótese é corroborada
por Channon et al. (2006) que sugerem que há correlação positiva entre a maior densidade
de bueiros em uma dada área e a presença de roedores. Segundo esses autores, a maior
presença de bueiros gera maior quantidade de conexões subterrâneas em algumas quadras
que em outras, possibilitando que haja maior atividade de roedores nos locais que têm mais
bueiros; (b) as Subprefeituras M’Boi Mirim, Perus, Ermelino Matarazzo, São Miguel, Itaim
Paulista, Pirituba, Vila Prudente são todas áreas de precárias condições socioeconômicas
(baixo IDH-M) e portanto com bolsões de ocupação irregular (PEDROSO, 2003), onde
inexiste conexão do sistema de esgoto das moradias com a rede pública, sendo feito
desaguamento direto no córrego mais próximo, o que facilita a entrada dos roedores por
essa via nos imóveis, especialmente da ratazana.
Roedores na Cidade de São Paulo
240
O forte efeito da fonte de abrigo sobre a infestação por roedores (OR 3,184), parece
evidenciar a precariedade dos processos de limpeza e manutenção dos imóveis. Outros
estudos têm mostrado que falta de reparos nas propriedades contribuem para a infestação
destas por roedores. Langton, Cowan e Meyer (2001) constataram durante o English House
Condition Survey de 1996, que os imóveis que têm manutenção insatisfatória de suas
instalações apresentam taxa de infestação por roedores cerca de 2,5 vezes maior do que
aqueles que mantêm condições satisfatórias, enquanto que no English House Condition
Survey de 2001 essa diferença é de mais de 5 vezes (DEFRA, 2005). Bradman et al. (2005)
constataram que a probabilidade relativa de infestação é 2,1 vezes maior nos imóveis que
têm a pintura deteriorada em relação aos que não têm e que imóveis “menos limpos” têm
probabilidade relativa de infestação 2,2 vezes maior do que os “mais limpos”. Similarmente a
presente pesquisa, Promkerd et al. (2008) encontraram que a variável de abrigo mais
fortemente correlacionada com a infestação interna por roedores é o vão de telhado; seus
estudos também destacaram as variáveis material inservível e mato alto como sendo dos
principais fatores determinantes da infestação externa (Tabela 5.1).
Traweger et al., (2006), em estudo desenvolvido na cidade de Salzburg (Áustria)
durante o ano de 2001, sugerem que as fontes de abrigo são recursos fundamentais na
manutenção das infestações por roedores. Eles também constataram que nos locais com
vegetação alta há maior probabilidade de infestação por ratazana, assim como nas
localidades onde existe maior densidade de bueiros, já que esses seriam dois locais
propícios para esse animal se abrigar. Esses resultados são condizentes com os
encontrados na presente pesquisa, em que a probabilidade relativa de infestação por
ratazana é cerca de 44% (OR 1,436) maior nos imóveis que têm mato alto em relação aos
que não têm. Taylor et al. (2008) encontraram correlação positiva significativa entre as
infestações por ratazana com a presença de materiais inservíveis e vãos de parede. Na
Cidade de São Paulo, conforme evidenciado pelos resultados da presente pesquisa, a
probabilidade relativa de um imóvel ser infestado internamente por ratazana aumenta em
2,029 vezes se houver vãos de parede e em 1,463 vezes se houver material inservível,
sendo essa a espécie de roedor que apresenta a mais forte correlação da infestação interna
com essas variáveis. Assim pode-se argumentar que a presença dessas fontes de abrigo
representariam um ponto fundamental na cadeia de transmissão da leptospirose, já que está
permitindo à ratazana, que é o maior reservatório da doença (LEVETT, 2001), coabitar com
o homem. Taylor et al. (2008) também constataram que nos imóveis em que havia vãos de
parede a prevalência de soroprevalentes para Leptospira era maior na população humana,
corroborando a hipótese aqui apresentada. Murphy e Marshall (2003), estudando a
infestação por camundongos em Manchester, Inglaterra, sugerem que as infestações por
Roedores na Cidade de São Paulo
241
essa espécie são mais prováveis de ocorrer nos imóveis em que há pobre manutenção da
estrutura e da higiene e ampla disponibilidade de abrigos internos. Os achados desse
estudo são condizentes com os resultados encontrados na presente pesquisa, onde se
observa que a probabilidade relativa de infestação interna dos imóveis urbanos por
camundongo é aumentada em 72% (OR 1,722) quando há vãos de parede, em 34% quando
há materiais inservíveis (OR 1,345), em 95% (OR 1,950) quando há materiais para
construção, em 103% quando há alimento para animal (OR 2,026) e em 120% (OR 2,195)
quando há alimento humano disponível. Também similarmente ao encontrado na presente
pesquisa Taylor et al. (2008) constataram na cidade de Durban, que as infestações por
camundongos independem das fontes de acesso. A maior correlação de determinada
espécie de roedor com uma ou mais variáveis de abrigo denota que mesmo nos imóveis em
que pode estar havendo infestação simultânea por duas ou mais espécies há uma partição
de nichos entre elas (SCHOENER, 1974; AMARASEKARE, 2003). Por exemplo, a única
espécie que apresenta associação com a variável de abrigo mato alto é a ratazana (OR
1,436), enquanto rato-de-telhado é a única espécie a se associar com vão de telhado (OR
3,842) e o camundongo apresenta a mais forte associação com os materiais inservíveis.
Portanto, se medidas de controle forem direcionadas a uma espécie essas questões devem
ser consideradas.
Nos modelos logit construídos para estudar os efeitos dos fatores ambientais sobre a
infestação por roedores nos grupos homogêneos de Subprefeituras (Seção 4.4), observa-se
que nos grupos de Subprefeituras 5 e 6 há diferenças no efeito de uma ou outra variável de
abrigo sobre a infestação. No grupo 5 a variável de abrigo que tem maior efeito sobre a
infestação é vão de telhado, sendo a probabilidade relativa de infestação dos imóveis que
tem a presença dessa variável 5,117 vezes maior do que nos que não têm e no grupo 6 é a
variável materiais de construção, com a probabilidade relativa de infestação 4,726 vezes
maior nos imóveis com a presença dessa variável em relação aos que não têm. Esses dois
achados evidenciam que em diferentes localidades, de acordo com a disponibilidade de
recursos, as populações de roedores podem explorar diferentemente o ambiente.
Assim como as demais variáveis associadas com a infestação predial por roedores,
outros estudos têm mostrado que na área urbana as fontes de alimento mais fortemente
associadas com a infestação por roedores são o alimento para animal e as árvores frutíferas
(PROMKERD et al., 2008). Na presente pesquisa a probabilidade relativa de infestação é
cerca de 63% (OR 1,627) maior nos imóveis que têm alimento para animal e quase 80%
(OR 1,792) maior nos que tem árvores frutíferas. Durante o English House Condition Survey
de 1996 e 2001 foi constatada correlação positiva entre a presença de animais no imóvel e a
infestação por roedores (LANGTON; COWAN; MEYER, 2001; DEFRA, 2005). Na
Roedores na Cidade de São Paulo
242
Dinamarca, Leirs, Loda e Knorr (2004) encontraram correlação positiva significativa entre a
presença de alimentadores automáticos e infestação por roedores nas granjas de criação de
suínos em função da permanente oferta de alimento que esses equipamentos propiciam.
Em Salzburg, Áustria, em 2001, Traweger et al. (2006) constataram que a presença
de árvores frutíferas e alimento para animais foram fatores ambientais que influenciaram a
infestação por ratazana. Na presente pesquisa essas duas variáveis também foram
importantes preditores das infestações por ratazana. Nos imóveis onde havia a presença de
árvores frutíferas foi constatado que a probabilidade relativa de infestação por essa espécie
aumenta em 72% (OR 1,721) e nos imóveis onde havia a presença de alimento para animal
a probabilidade relativa aumenta em 37,4%, sendo que a ratazana foi a espécie de roedor
que apresentou a mais forte correlação com a primeira variável e a mais fraca correlação
com a segunda.
Como já foi dito diversas vezes, a variável lixo acessível caracteriza-se como uma
das principais fontes de alimento para roedores na área urbana; embora ela não tenha
entrado no modelo geral de infestação, ela entrou no modelo de infestação externa e nos
modelos de infestação dos grupos homogêneos de Subprefeituras 3, 4 e 5. Similarmente a
esses resultados, Promkerd et al. (2008), estudando os fatores discriminantes entre
infestação interna e externa por roedores, em Luang Prabang, Laos, encontraram que lixo
acessível é a variável mais importante para discriminar as infestações externas das internas
(Tabela 5.1). Quanto à entrada dessa variável nos grupos homogêneos, ela se mostra
particularmente mais importante nos grupos 4 e 5, sendo que neste último é a variável que
apresenta o segundo maior valor de odds ratio (6,416), atrás apenas da variável rede de
esgoto (OR 7,317). Essa maior importância dessa variável nesses grupos evidencia a
disparidade entre as diferentes regiões da cidade quanto às questões básicas de
saneamento ambiental e mostra que a divisão das Subprefeituras em grupos homogêneos
captou aspectos característicos de cada localidade, permitindo que políticas públicas
direcionadas a determinado problema sejam adotadas como forma eficiente de controlar as
populações de roedores.
A entrada nos modelos de infestação de variáveis cujo valor de odds ratio ficou muito
próximo de 1, apesar de mostrarem-se altamente significantes com p-valor abaixo de
0,0001, pode se dever a um super ajustamento dos modelos em função do grande tamanho
da amostra de 17.375 imóveis (HAIR; ANDERSON; TATHAN, 2005). Entre os modelos
desenvolvidos para os grupos homogêneos de Subprefeituras o efeito de super ajustamento
do modelo pode ter ocorrido no grupo 2, pois este conta com 13 Subprefeituras ou,
praticamente, metade dos imóveis amostrados.
Roedores na Cidade de São Paulo
243
Por fim, considera-se que os modelos de infestação desenvolvidos foram eficientes
em identificar os fatores socioeconômicos e ambientais que dirigem a infestação por
roedores na Cidade de São Paulo, além de terem identificado diferenças que governam as
infestações por cada uma das espécies de roedor e seus locais de predileção para
infestação. Os modelos de infestação também foram úteis na distinção entre as diferenças
regionais, evidenciadas pelos conjuntos de Subprefeituras, mostrando que em diferentes
condições sociais e ambientais as infestações por roedores respondem diferentemente à
disponibilidade dos recursos existentes. Espera-se que os resultados aqui apresentados
sejam de utilidade pública, na Cidade de São Paulo e em outras localidades do Brasil e do
mundo, na adoção de políticas voltadas ao controle de roedores e na melhoria da qualidade
de vida da população. Além disso, os resultados encontrados evidenciam aspectos do
comportamento humano e dos fatores urbanísticos que regem a dinâmica social da Cidade
de São Paulo, podendo ser úteis em programas de inclusão social, reestruturação urbana,
saneamento ambiental e educação sanitária.
Roedores na Cidade de São Paulo
244
– CAPÍTULO 6 –
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Finalizando a presente pesquisa, apresentam-se nas três Seções seguintes as
conclusões a que os resultados conduziram; as recomendações ao programa de controle de
roedores, quanto às possíveis melhorias que podem ser feitas para o aprimoramento dos
próximos estudos; as recomendações à administração pública, das políticas que podem ser
adotadas para se obter resultados satisfatórios no controle dos roedores e das doenças por
eles transmitidas; e por último seguem as considerações finais do autor.
6.1 – CONCLUSÕES
Do estudo apresentado conclui-se:
As taxas de infestação predial por roedores são governadas, primeiramente, pelos
fatores socioeconômicos (IDH-M e renda), antes que pelos fatores ambientais
(alimento, abrigo e acesso). Sendo assim as altas taxas de infestação predial por
roedores são decorrentes dos processos de exclusão social.
A infestação do imóvel se dá como conseqüência da infestação da localidade onde
ele está inserido, logo, áreas mais infestadas, que não receberem políticas públicas
voltadas ao controle de roedores, tenderão a ser mais infestadas e servirão de ponto
de dispersão dos roedores para outros pontos da cidade, numa dinâmica fonte-poço.
Dado que a área encontra-se infestada, a infestação do imóvel é dependente das
condições ambientais deste, especialmente da disponibilidade de acesso para as
fontes de alimento e abrigo.
Os principais fatores ambientais que governam a infestação predial por roedores na
Cidade de São Paulo são: a característica do imóvel; a presença de acesso pela
rede de esgoto e pela estrutura do imóvel; a presença de abrigo pelos vãos de
telhado, pelos vãos parede, por meio dos materiais inservíveis, dos materiais de
construção, do mato alto; e das fontes de alimento, alimento para animal e árvores
frutíferas.
Roedores na Cidade de São Paulo
245
As três espécies de roedores sinantrópicos estudadas respondem diferentemente à
disponibilidade dos fatores ambientais. O Rattus norvegicus associa-se mais
fortemente com a fonte de acesso, depois com a fonte de alimento e por fim com a
fonte de abrigo; o Rattus rattus associa-se mais fortemente com a fonte de abrigo,
depois com a fonte de acesso e por último com a fonte de alimento; e o Mus
musculus associa-se mais fortemente com a fonte de abrigo e depois com a fonte de
alimento.
Imóveis comerciais e terrenos baldios apresentam maior probabilidade relativa de
infestação que os imóveis residenciais.
A partição natural de recursos é o principal fator que governa a infestação predial
pelas espécies de roedores sinantrópicos na Cidade de São Paulo, assim como é a
responsável pela distribuição da infestação nos dois nichos ambientais estudados
nos imóveis, o interno e o externo.
A probabilidade de infestação interna e externa do imóvel é determinada pelas
características do próprio imóvel, antes que pelas características da região, e é
governada por diferentes fatores ambientais ou por diferença na intensidade do
mesmo fator.
Áreas mais precárias tendem a ser mais infestadas do que áreas menos precárias,
além de apresentarem maior probabilidade de infestação interna por roedores.
Diferentes regiões da cidade, conforme evidenciado pela análise de agrupamentos,
apresentam diferente grau de infestação predial por roedores e possibilitam que esta
seja governada por diferentes fatores ambientais do imóvel.
A infestação predial por roedores apresenta segregação espacial bem definida, com
as maiores taxas ocorrendo nas regiões periféricas e as menores nas regiões
centrais da Cidade.
Os casos de leptospirose são conseqüência da deterioração ambiental, que leva às
altas taxas de infestação predial por roedores, sendo esses três eventos reflexo dos
processos de exclusão social.
A taxa de infestação predial encontrada na Cidade de São Paulo (23,1%) é
considerada alta e um problema de saúde pública que requer ação do Estado.
Roedores na Cidade de São Paulo
246
6.2 – RECOMENDAÇÕES
Do exposto na presente pesquisa ficam as seguintes recomendações aos diversos
seguimentos envolvidos nas ações de controle de roedores na Cidade de São Paulo:
6.2.1 – Ao Método de Levantamento de Infestação
Diminuição da taxa de não resposta. Padronizar o número de retornos aos imóveis
fechados e recusados em três visitas, além da inicialmente feita, sendo uma delas
realizada em final de semana ou feriado. Segundo Silva (2001), “após o terceiro
retorno as estimativas para variáveis demográficas tornam-se estáveis e o vício pode
ser considerado desprezível”. Outro critério que pode ser adotado é realizar retornos
aos imóveis até alcançar uma taxa mínima de resposta estimada em 85% (KISH,
1965).
Desenvolver estudos comparativos da freqüência das variáveis observadas no
levantamento de infestação predial por roedores nos imóveis inspecionados e nos
fechados e recusados.
Desagregação da unidade básica de coleta de dados, passando da unidade amostral
quadra para a unidade amostral imóvel. Isto é, sugere-se que ao invés de se
inspecionar todos os imóveis de uma mesma quadra, inspecione-se apenas uma
fração deles; com isso aumentar-se-ia o número de quadras amostradas e evitar-se-
ia o efeito da agregação das variáveis observadas sobre os intervalos dos desvios
padrões das estimativas.
Realizar o ajuste a posteriori da amostra, padronizando o número médio de imóveis
por quadra, evitando com isso a interferência do efeito do desenho sobre as
estimativas (Albuquerque, 2007).
Formação de uma única equipe (altamente capacitada) responsável pela coleta dos
dados em toda a cidade, evitando assim o efeito das peculiaridades regionais na
coleta de dados (viés do observador), tornando as comparações entre as diferentes
regiões mais seguras e evitando a perda de informações essenciais ao planejamento
das ações de controle.
Roedores na Cidade de São Paulo
247
Manter uma proporção de imóveis (cerca de 20%) da amostra anterior na
amostragem do levantamento seguinte, escolhida aleatoriamente, para que se
possam realizar avaliações diretas da efetividade das ações de controle de roedores
adotadas pelo programa.
Coletar informações referentes às condições sociais e demográficas diretamente nos
imóveis, como número de moradores, escolaridade do responsável, número de
banheiros, tipo de ocupação (imóvel próprio, locado, ou área de invasão) e presença
de bueiros a menos de 30 metros.
Desagregar a variável acesso pela estrutura do imóvel em: acesso pelas deficiências
nas portas e janelas, acesso pela estrutura do imóvel (refere-se a danos na estrutura
de alvenaria), acesso pelas aberturas para fios e tubulações (já incluídos pela
COVISA no levantamento de 2007 e 2008). Desagregar a variável acesso pela rede
de esgoto em acesso pela rede de esgoto (propriamente dita) e acesso pelo sistema
de água pluvial.
Incluir como característica do imóvel a variável comércio de alimento, como uma
forma de distinção em relação aos outros tipos de comércio.
Nos imóveis em que há dúvida se a infestação é recente ou antiga, adotar o registro
de pegadas (footprint) como forma de confirmação (PROMKERD et al., 2008).
Realizar o levantamento de infestação predial por roedores sempre no mês de
outubro, antes ou após a execução do ADL, evitando-se assim a sobrecarga de
atividades decorrentes dos outros meses do ano em função da sazonalidade da
transmissão da dengue e da leptospirose.
A cada 3 ou 5 anos realizar levantamento amostral visando a estimativa da
densidade relativa de roedores na Cidade de São Paulo.
Manter o mesmo método amostral e de coleta de dados ao longo dos anos para que
os resultados sejam sempre comparáveis.
6.2.2 – Ao Programa de Controle de Roedores
Ampliar a alocação de recursos humanos e intensificar as ações de controle nas
Subprefeituras pertencentes aos grupos homogêneos 4 e 5, inclusive adotando-se o
procedimento de desratização casa-a-casa nas áreas dessas Subprefeituras que
Roedores na Cidade de São Paulo
248
representarem os hotspots de infestação e as áreas programa para controle da
leptospirose, definidas pelos métodos epidemiológicos e de geoprocessamento.
Nas áreas infestadas, tratamento químico com repasses em intervalos máximos de 2
semanas em ciclos trimestrais, mediante o monitoramento do consumo de raticida e
da redução da taxa de infestação predial (MASI, 2006; COSTA, 2007).
Buscar formar parcerias permanentes e formalmente legalizadas junto às demais
secretárias municipais (Secretaria das Subprefeituras, Secretaria da Educação,
Secretaria da Ação Social, entre outras) para que todas atuem junto no controle de
roedores e na promoção social das populações mais carentes.
Estabelecer convênio com instituições de pesquisa (como a Universidade de São
Paulo – Faculdade de Medicina Veterinária, Instituto de Biociências, Faculdade de
Saúde Pública – Instituto Biológico; Instituto Adofo Lutz; Instituto Emílio Ribas; entre
outros) visando estudar a prevalência dos diversos patógenos transmitidos pelos
roedores, nos próprios roedores, nos animais domésticos e nos seres humanos.
Formar um grupo técnico especializado e voltado ao estudo científico dos aspectos
que afetam a dinâmica populacional e a transmissão de doenças pelos roedores na
Cidade de São Paulo.
Intensificar a ação fiscalizatória das autoridades sanitárias municipais sobre o
descumprimento das determinações do Código Sanitário do Município (Lei Municipal
13.725/04) e da Lei Municipal 10.309/87.
Promover informação continuada sobre as espécies de roedores que ocorrem na
cidade, seus hábitos e formas de controle e prevenção das infestações (COSTA,
2007).
Dar ciência à população das obrigatoriedades legais a que elas estão sujeitas
segundo as legislações vigentes.
Dar ampla divulgação aos resultados do levantamento de infestação e da evolução
temporal das taxas de infestação e das condições ambientais. Regionalizar as
informações para que os moradores de cada região da cidade possam ter idéia da
real dimensão do problema roedor em sua área.
Roedores na Cidade de São Paulo
249
6.2.3 – À Administração Pública
Adoção de manejo ambiental em áreas públicas e particulares com vistas a impedir a
proliferação de roedores (COSTA, 2007).
Aumentar a fiscalização em áreas particulares visando fazer cumprir as legislações
vigentes de uso e ocupação do solo, bem como as normas de construção civil.
Aumentar a fiscalização nos estabelecimentos de comércio de alimento e outros
sujeitos a ação da vigilância sanitária, visando ao cumprimento dos dispositivos
legais, à adoção das boas práticas de maniplação de alimentos e à implantação de
sistemas à prova de ratos nas construções.
Estabelecer políticas adequadas de vigilância ambiental com vistas ao adequado
manejo ambiental e ao controle da proliferação de roedores (COSTA, 2007),
priorizando as Subprefeituras pertencentes aos grupos 4, 5 e 6.
Obrigar os responsáveis pelos imóveis abandonados, pelas construções e obras
civis, recicladoras e demais estabelecimentos similares a adotarem procedimentos
de antiratização.
Melhorar a infra-estrutura urbana, o sistema de coleta e disposição de lixo, e
implantar o sistema de saneamento básico nas áreas onde este é ausente,
priorizando as Subprefeituras pertencentes aos grupos 4, 5 e 6.
Estabelecer cronograma de limpeza e manutenção de córregos, bueiros e demais
áreas públicas, priorizando as Subprefeituras pertencentes aos grupos 4, 5 e 6, e
conciliando esses atividades as ações de desratização.
Investir em políticas de promoção e inclusão social, especialmente nas
Subprefeituras pertencentes aos grupos 4, 5 e 6.
Fornecer subsídios ou estimular por outros meios as medidas de melhoria na
qualidade estrutural dos imóveis das áreas mais carentes e dos bairros mais antigos
da cidade, especialmente nas Subprefeituras pertencentes aos grupos 1, 2 e 5.
Estimular a participação da população nas políticas voltadas ao controle de roedores
e saneamento ambiental, por meio de campanhas publicitárias.
Levar em conta a segregação espacial da infestação por roedores, das
precariedades ambientais e, principalmente, dos casos de leptospirose na
Roedores na Cidade de São Paulo
250
distribuição de recursos voltados às ações de prevenção de doenças, promoção da
saúde e saneamento ambiental.
6.3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora a adoção das políticas públicas sugeridas pareçam difíceis de serem
executadas, dadas as dimensões e a magnitude dos problemas sociais existentes na
Cidade de São Paulo, elas não são impossíveis, desde que ações bem planejadas e
baseadas em critérios técnicos e científicos sejam adotadas ao invés de medidas paliativas
de caráter apenas político. Ações essas que devem contar a com a participação de diversas
secretarias, como Secretaria da Saúde, das Subprefeituras, de Gestão, do Verde e Meio
Ambeinte, de Desenvolvimento Social, de Infra-estrutura Urbana, de Educação, da
Habitação, entre outras. Além disso, muitas da medidas duradouras e eficazes dependem
de conhecimento consolidado sobre a dinâmica das infestações por roedores na cidade;
com isso, espera-se que a presente dissertação seja uma fonte de consulta, tanto aos
responsáveis pelas ações de controle de roedores, quanto aos administradores das 31
Subprefeituras da cidade e que, também, este trabalho sirva como base de dados para
definição de níveis de redução da infestação e dos limites de tolerância para os diferentes
fatores ambientais determinantes da infestação em cada Subprefeitura. Por fim, almeja-se
que esta pesquisa possa ser uma ferramenta apta a ajudar à administração municipal a
direcionar o investimento de recursos públicos visando à redução da infestação predial por
roedores e a melhoria da qualidade de vida da população.
Para encerrar apresentam-se alguns exemplos de ações bem sucedidas no controle
das infestações por roedores. O mais recente exemplo de implantação de um programa de
saneamento e controle de roedores de sucesso refere-se à cidade de Durban, África do Sul,
onde os elementos que contribuíram para o sucesso das ações foram a adoção de estudos
científicos dirigidos e centralizados à problemática roedores, a cooperação entre as
autoridades governamentais, os institutos de pesquisa e os especialistas em controle de
pragas e a participação comunitária. Esse exemplo ilustra que países em desenvolvimento
também podem ser hábeis em responder às mais sérias questões ambientais e de saúde
pública que persistem no século XXI (TAYLOR et al., 2008). Traweger et al. (2006) também
mostraram que mudanças ambientais, relativamente simples, tais como a modernização do
sistema de coleta de lixo, com o uso de containeres fechados, a melhoria na estrutura de
construção dos imóveis, a constante limpeza e a pavimentação das vias públicas e beiras de
Roedores na Cidade de São Paulo
251
córrego, foram medidas que resultaram na redução da infestação por roedores na cidade de
Salzburg (Áustria). No entanto, talvez o maior sucesso alcançado em um programa de
controle de roedores tenha sido obtido durante a década de 1970 em Budapeste (Hungria),
onde, em menos de meia década, a taxa de infestação predial por roedores foi reduzida de
33% a menos de 0,5%. Isto só ocorreu porque nessa cidade, àquela época, a administração
local tratou o problema roedores como programa de Estado e houve engajamento de toda a
população nas políticas adotadas (BAJOMI, 1980).
Roedores na Cidade de São Paulo
252
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ANEXOS
Tabela A.1 - Subprefeituras, Distritos Administrativos, número de imóveis, população e Índice de
Desenvolvimento Humano – Municipal (IDH-M), Cidade de São Paulo. (continua)
Subprefeitura Distrito Administrativo N° imóveis População IDH-M
Aricanduva
Carrão
Aricanduva
Vila Formosa
72.161 251.311 0,76
Butantã
Morumbi
Raposo Tavares
Rio Pequeno
Butantã
Vila Sônia
108.906 384.561 0,79
Campo Limpo
Capão Redondo
Campo Limpo
Vila Andrade
128.711 471.179 0,74
Cidade Dutra
Grajaú
Capela do Socorro
Socorro
150.262 567.919 0,67
Cachoeirinha
Casa Verde
Casa Verde
Limão
98.197 351.617 0,73
Cidade Ademar
Cidade Ademar
Pedreira
98.288 367.626 0,69
Cidade Tiradentes Cidade Tiradentes 48.380 185.506 0,68
Ermelino Matarazzo
Ermelino Matarazzo
Ponte Rasa
55.352 200.191 0,73
Brasilândia
Freguesia do Ó
Freguesia do Ó
94.767 345.541 0,70
Guaianases
Guaianases
Lajeado
66.714 258.504 0,68
Cursino
Ipiranga
Ipiranga
Sacomã
124.115 418.493 0,76
Itaim Paulista
Itaim Paulista
Vila Curuçá
86.212 331.132 0,67
Roedores na Cidade de São Paulo
269
Tabela A.1 - Subprefeituras, Distritos Administrativos, número de imóveis, população e Índice de
Desenvolvimento Humano – Municipal (IDH-M), Cidade de São Paulo . (continua)
Subprefeitura Distrito Administrativo N° imóveis População IDH-M
Cidade Líder
Itaquera
Jose Bonifácio
Itaquera
Parque do Carmo
127.471 479.710
55.363
0,70
Jabaquara Jabaquara 188.826 0,73
Jaçanã
Jaçanã/Tremembé
Tremembé
64.934 243.870 0,68
Barra Funda
Jaguara
Jaguaré
Lapa
Perdizes
Lapa
Vila Leopoldina
91.312 282.187 0,85
Jardim Ângela
M’Boi Mirim
Jardim São Luis
139.580 516.703 0,64
Água Rasa
Belém
Brás
Mooca
Pari
Mooca
Tatuapé
98.265 312.421 0,80
Marsilac
Parelheiros
Parelheiros
32.636 129.692 0,65
Artur Alvim
Cangaíba
Penha
Penha
Vila Matilde
140.296 487.364 0,73
Anhanguera
Perus
Perus
27.342 106.063 0,69
Alto de Pinheiros
Itaim Bibi
Jardim Paulista
Pinheiros
Pinheiros
95.726 261.362 0,91
Jaraguá
Pirituba
Pirituba/Jaraguá
São Domingos
116.713 419.528 0,71
Roedores na Cidade de São Paulo
270
Tabela A.1 - Subprefeituras, Distritos Administrativos, número de imóveis, população e Índice de
Desenvolvimento Humano – Municipal (IDH-M), Cidade de São Paulo. (conclusão)
Subprefeitura Distrito Administrativo N° imóveis População IDH-M
Santana
Santana/Tucuruvi
Tucuruvi
94.577 322.296 0,81
Campo Belo
Santo Amaro
Santo Amaro
74.511 241.830 0,85
São Mateus
São Mateus
São Rafael
100.919 382.521 0,68
São Miguel 111.216 380.909 0,68
137.477 365.815 0,84
Vila Guilherme
Vila Maria
Vila Maria/Vila Guilherme
Vila Medeiros
86.745 301.793 0,73
Moema
Saúde
Vila Mariana
Vila Mariana
110.616 318.844 0,88
São Lucas
Sapopemba
Vila Prudente
Vila Prudente
158.169 558.938 0,69
São Paulo 96 2.985.933 10.434.252 0,74
Mandaqui
Campo Grande
Iguatemi
Jardim Helena
São Miguel
Vila Jacuí
Bela Vista
Bom Retiro
Cambuci
Consolação
Liberdade
República
Santa Cecilia
Fonte de originais: IBGE, 2000 e Pedroso, 2003. Adaptado pelo autor.
Roedores na Cidade de São Paulo
271
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua).
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030804000045 5
355030804000060 5
355030804000063 7
355030804000077 4
355030804000091 8
355030804000094 4
355030820000020 6
355030820000048 2
355030820000068 3
355030820000090 2
355030820000096 1
355030863000039 3
355030885000005 11
355030885000023 2
355030885000024 2
355030885000030 3
355030885000055 5
355030885000056 1
355030885000079 4
Aricanduva
355030885000101 3
355030812000001 3
355030854000023 7
355030854000038 2
355030865000007 3
355030865000046 1
355030865000053 3
355030865000066 4
355030865000090 9
355030867000014 1
355030867000043 10
Butantã
355030867000071
355030854000008 13
355030867000016 1
8
Roedores na Cidade de São Paulo
272
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030867000098 5
355030894000008 5
355030894000021 9
355030894000063 7
355030817000030 3
355030894000036 14
355030894000054 1
355030894000069 3
Butantã
355030894000103 1
355030817000058 1
355030817000084 7
355030817000094 7
355030817000105 1
355030817000110 1
355030817000133 1
355030817000142 2
355030819000003 1
355030819000023 11
355030819000052 2
355030819000103 8
355030819000159 9
355030819000160 7
Campo Limpo
355030819000199 1
355030823000026 6
355030823000061 3
355030823000124 6
355030823000186 10
355030823000204 4
355030830000012 6
355030830000051 2
355030830000097 5
355030830000071 12
355030830000083 5
Capela do Socorro
Roedores na Cidade de São Paulo
273
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030830000157 1
355030830000221 2
355030830000225 2
4
355030830000278 6
355030830000293 4
355030830000326
Capela do Socorro
355030830000334 4
355030813000019 1
355030813000036 3
7
2
3
6
1
355030813000049 5
355030813000061 4
355030813000068
355030813000076 1
355030821000001 2
355030821000013
355030821000036 2
355030850000028 3
355030850000058
355030850000082 5
355030850000083
Casa Verde
355030850000085 21
355030822000022
355030822000032 7
3
4
6
355030822000041 4
355030822000066 3
355030822000079
355030822000099 3
355030822000200 4
355030822000265
355030858000018 7
355030858000026 1
355030858000027
Cidade Ademar
355030858000033 2
Roedores na Cidade de São Paulo
274
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
Cidade Ademar 355030858000075 4
355030825000040 3
355030825000041 6
355030825000118 1
355030825000131 1
355030825000172 1
355030825000177 1
355030825000178 6
Cidade Tiradentes
355030825000181 5
355030828000068 6
355030828000070 3
355030828000072 3
355030828000081 3
355030828000085 1
355030828000093 4
355030828000128 4
355030828000130 7
355030864000021 8
355030864000047 3
355030864000077 5
355030864000081 1
355030864000093 5
355030864000094 5
355030864000129 1
Ermelino Matarazzo
355030864000137 2
355030811000045 6
355030811000108 10
355030811000113 6
355030829000012 8
355030811000127 5
355030811000139 2
355030829000024 1
Freguesia do O
355030829000032 8
Roedores na Cidade de São Paulo
275
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030829000091 5
355030829000092 4
355030829000097 3
Freguesia do Ó
355030829000112 7
355030831000031 6
355030831000042
355030831000062 2
355030831000063 4
355030831000066 1
355030831000106 4
355030896000120 3
355030896000123 4
355030896000135 7
355030896000149 6
Guaianases
355030896000166 2
355030827000045 2
355030827000055 3
355030827000096 3
355030834000092 1
355030868000050 4
355030868000252 2
355030827000138 1
355030834000013 2
355030834000112 4
355030868000032 1
355030868000070 3
355030868000147 1
Ipiranga
355030836000012 4
355030836000055 6
Itaim Paulista
355030836000056 6
355030831000037 2
2
355030896000136 4
355030827000013 3
Roedores na Cidade de São Paulo
276
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030836000064 3
355030836000121 1
355030836000140 1
355030836000163 8
355030836000171 1
355030836000177 2
355030836000203 4
355030836000215 5
355030884000020 7
355030884000038 7
355030884000079 5
355030884000099 8
355030884000104 7
355030884000116 3
355030884000149 10
Itaim Paulista
355030884000160 4
355030824000007 5
355030824000066 8
3
6
355030837000099 2
355030837000102 1
355030824000084 8
355030824000085 4
355030824000093
355030824000128 6
355030837000075
355030837000083 6
355030837000123 4
355030837000131 6
355030837000147 5
355030847000006 5
355030847000020 2
355030847000123 2
Itaquera
355030857000058 2
Roedores na Cidade de São Paulo
277
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
Itaquera 355030857000063 2
355030838000001 4
355030838000016 5
355030838000047 6
355030838000051 1
355030838000079 1
355030838000084 4
355030838000142 1
355030838000143 2
355030838000149 8
355030838000155 4
355030838000176 6
355030838000187 2
Jabaquara
355030838000265 1
355030839000009 7
355030839000011 7
355030839000029 9
355030839000054 4
355030839000093 3
355030839000096 5
355030839000097 7
355030839000109 1
355030881000009 4
355030881000023 2
355030881000051 3
355030881000080 8
355030881000099 5
355030881000108 4
355030881000131 7
5
Jacana/Tremembe
355030881000131 8
355030881000140 3
355030881000164
355030881000170 6
Roedores na Cidade de São Paulo
278
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030840000013 8
355030840000026 8
355030841000021
355030841000022 1
355030841000045 6
355030848000026 5
355030848000073 4
355030860000003
355030860000053 1
355030860000126 1
355030888000015
355030888000018 22
355030888000019 4
355030843000136 5
355030843000140 4
355030843000260
355030843000267 6
355030843000269 4
355030846000046 1
355030846000065 8
11
2
4
Lapa
5
355030846000098 5
355030846000145 1
355030846000172 1
355030846000178 7
355030846000220 4
355030846000220 4
355030846000227 2
6
M’Boi Mirim
355030846000260 6
355030860000024 1
355030860000026 1
355030846000260
Roedores na Cidade de São Paulo
279
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030801000009 1
355030801000032 6
355030801000051 4
355030801000088 4
355030808000002 1
355030808000032 5
355030808000050 3
355030808000054 5
355030808000056 1
355030810000007 11
355030810000027 3
355030853000054 4
355030853000074 7
355030853000088 5
Mooca
355030856000018 13
355030855000001 5
355030855000002 3
355030855000003 7
355030855000005 5
355030855000011 4
355030855000014 4
355030855000016 7
355030855000017 4
355030855000022 4
355030855000037 2
355030855000038 6
355030855000043 3
355030855000044 7
355030855000046 6
355030855000047 10
355030855000049 5
355030855000050 1
355030855000054 12
355030855000063 5
Parelheiros
355030855000066 2
Roedores na Cidade de São Paulo
280
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030855000069 4
355030855000071 2
355030855000072 3
355030855000073 5
355030855000090 5
355030855000092 5
355030855000098 5
355030855000099 11
355030855000115 9
Parelheiros
355030855000119 5
355030805000020 5
355030805000052 2
355030805000062 5
355030805000084 4
355030818000147 4
355030859000025 2
355030859000044 6
355030859000052 9
355030859000053 4
355030859000063 6
355030859000066 2
355030859000104 5
355030891000031 4
355030891000089 4
355030891000095 5
Penha
355030891000122 7
355030803000000 0
355030803000007 20
355030803000008 10
355030803000017 11
355030803000025 13
355030803000028 12
Perus
355030803000033 5
Roedores na Cidade de São Paulo
281
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030861000001 9
355030861000003 6
355030861000005 5
355030861000015 3
355030861000020 5
355030861000024 3
355030861000029 12
355030861000031 9
355030861000032 6
355030861000039 5
355030861000046 4
355030861000061 12
Perus
355030861000073 4
355030802000026 3
355030802000037 2
355030835000042 1
355030835000132 1
355030845000016 1
355030845000020 1
355030845000090 1
355030845000091 1
355030845000131 1
355030862000007 4
355030862000020 11
355030862000034 1
Pinheiros
355030862000056 1
355030842000001 7
355030842000085 8
355030842000095 16
355030842000103 5
355030842000119 1
355030842000128 1
Pirituba/Jaragua
355030842000144 4
Roedores na Cidade de São Paulo
282
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030863000039 3
355030863000050 4
355030863000062 1
355030863000064 4
355030863000107 1
355030863000116 3
355030863000123 3
355030863000143 8
355030863000148 2
355030895000018 7
355030895000055 4
Pirituba/Jaragua
355030895000075 11
355030851000002 3
355030851000086 2
355030870000030 2
355030870000121 3
355030882000024 4
355030882000038 5
355030882000119 6
Santana/Tucuruvi
355030882000120 3
355030815000019 11
355030815000037 8
355030815000043 6
355030815000047 7
355030815000049 2
355030815000055 2
355030815000072 5
355030815000072 5
355030815000075 3
355030815000092 3
355030816000025 3
355030816000072 1
Santo Amaro
355030816000096 1
Roedores na Cidade de São Paulo
283
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030871000021 14
355030871000025 4
355030871000030 12
355030871000032 7
355030871000039 5
355030871000058 3
355030871000063 10
Santo Amaro
355030871000073 13
355030833000035 8
355030833000036 2
355030833000043 5
355030833000110 9
355030873000025 4
355030873000078 3
355030873000097 5
355030873000132 7
355030873000146 6
355030873000152 5
São Mateus
355030873000186 5
355030844000038 6
355030844000115 5
355030844000121 6
355030844000138 1
355030844000172 5
355030874000016 7
355030874000104 7
355030874000122 6
355030887000023 4
355030887000037 5
355030887000064 5
355030887000067 4
355030887000094 3
355030887000128 2
São Miguel
355030887000179 7
Roedores na Cidade de São Paulo
284
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (continua)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030807000038 1
355030807000052 1
355030807000096 4
355030809000001 3
355030814000034 3
355030866000071 1
355030866000079 1
355030866000085 2
355030869000001 1
355030869000024 1
355030869000055 1
355030869000061 1
355030869000090 1
355030878000004 5
355030878000032 2
355030888000029 1
355030886000035 4
355030886000043 7
355030889000004 3
355030889000050 13
355030889000087 5
355030889000139 5
355030892000004 4
355030892000009 1
355030892000011 7
355030892000066 2
355030892000088 7
355030892000093 4
355030892000116 1
355030892000139 5
Vila Maria/Vila Guilherme
355030892000148 5
Roedores na Cidade de São Paulo
285
Tabela A.2 - Total de quadras existentes em cada um dos 486 setores censitários sorteados
para composição da amostra, Cidade de São Paulo, 2006. (conclusão)
Subprefeitura Código do Setor Sorteado Total de Quadras no Setor
355030832000028 1
355030832000038 7
355030832000066 7
355030877000031 3
355030872000004 6
355030877000173 2
355030890000027 2
355030890000032 1
355030890000049 2
355030890000082 3
355030890000130 1
355030890000159 4
Vila Mariana
355030890000212 1
355030872000019 9
355030872000138 7
355030872000159 7
355030876000034 4
355030876000062 4
355030876000104 3
355030876000135 3
355030876000162 3
2.198
355030876000278 5
355030876000282 3
355030876000313 3
Vila Prudente
355030893000113 5
Total 486
Fonte de dados originais: IBGE, 2000.
Roedores na Cidade de São Paulo
286
Tabela A.3 – Matriz de correlação das variáveis ambientais e de infestação usadas nos
modelos logísticos, Cidade de São Paulo, 2006.
Variáveis Imóvel comercial Terreno Baldio Materiais Inservíveis Alimento Animal Árvores Frutíferas
Imóvel comercial 1,0000 0,0655 -0,0010 0,0774 0,0430
Terreno baldio 0,0655 1,0000 -0,0735 0,0522 -0,0009
Materiais Inservíveis -0,0010 -0,0735 1,0000 -0,1005 -0,0865
Alimento animal 0,0774 0,0522 -0,1005 1,0000 -0,1150
Árvores frutíferas 0,0430 -0,0009 -0,0865 -0,1150 1,0000
Material de construção 0,0528 0,0135 -0,2618
Estrutura do imóvel
-0,0174
-0,1272
-0,0593 -0,0621
Vão de parede -0,0019 0,0124 -0,1055 -0,0330 0,0036
Mato alto 0,0015 -0,2854 -0,0889 -0,0252 -0,1395
0,0071 0,0599 -0,1697 -0,0678 0,0262
Rede de esgoto 0,0388 0,0415 -0,1125 0,0002 0,0146
Vão de telhado 0,0283 0,0603 -0,0925 -0,0629 -0,0460
Renda até 2 SM 0,0719 -0,0099 -0,0110 0,0573
IDH-M -0,3866 -0,1521 -0,2023 -0,1046
Variáveis
Material de
Construção
Vão de Parede Mato Alto
Estrutura do
imóvel
Rede de
esgoto
Imóvel comercial 0,0528 -0,0019 0,0015 0,0071 0,0388
Terreno baldio 0,0135 0,0124 -0,2854 0,0599 0,0415
Materiais Inservíveis -0,2618 -0,1055 -0,0889 -0,1697
1,0000
-0,0555
-0,2087
-0,0869
-0,1125
Alimento animal -0,0593 -0,0330 -0,0252 -0,0678 0,0002
Árvores frutíferas -0,0621 0,0036 -0,1395 0,0262 0,0146
Material de construção -0,1039 -0,0166 -0,0846 -0,0410
Vão de parede -0,1039 1,0000 0,0142 -0,1273 -0,0574
Mato alto -0,0166 0,0142 1,0000 0,0072 -0,0555
Estrutura do imóvel -0,0846 -0,1273 0,0072 1,0000 -0,1454
Rede de esgoto -0,0410 -0,0574 -0,1454 1,0000
Vão de telhado -0,0005 -0,0043 -0,2465 0,0080
Renda até 2 SM -0,0055 -0,0707 0,0200 0,0573
IDH-M -0,0793 -0,0419 -0,0120 -0,2498 -0,1369
Variáveis Vão de telhado Renda até 2SM IDH-M
0,0283 0,0719 -0,3866
Terreno baldio 0,0603 -0,0099 -0,1272
Materiais Inservíveis -0,0925 -0,0174
Árvores frutíferas
-0,0120
0,0080
-0,1521
Alimento animal -0,0629 -0,0110 -0,2023
-0,0460 0,0573 -0,1046
Material de construção -0,0005 -0,0055 -0,0793
Vão de parede -0,2087 -0,0707 -0,0419
Mato alto -0,0043 0,0200
Estrutura do imóvel -0,2465 0,0573 -0,2498
Rede de esgoto -0,0869 -0,1369
Vão de telhado 1,0000 0,0049 -0,1447
Renda até 2 SM 0,0049 1,0000 -0,2512
IDH-M -0,1447 -0,2512 1,0000
Imóvel comercial
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
287
Tabela A.4 – Definição do número final de grupos de Subprefeituras da análise de
agrupamentos. Definição do ponto de parada – em negrito - Procedimento CLUSTER TREE,
do SAS
®
, Método de Ward, Cidade de São Paulo, 2006.
Número de
Grupos
Pseudo F Pseudo T² S.P.R²
. 0,0009 0,999
29 8098 . 0,0011 0,998
28
26
23 1466
22 1218
21
20
19
18
17 679
16 608
15 551
14
5198 57,3 0,0012 0,997
27 3765 . 0,0014 0,995
2750 53,2 0,0020 0,993
25 2206 52,8 0,0020 0,991
24 1807 . 0,0023 0,989
. 0,0031 0,986
. 0,0036 0,982
1051 49,2 0,0038 0,979
936 40,3 0,0038 0,975
845 43,5 0,0042 0,970
773 63,8 0,0045 0,966
. 0,0069 0,959
. 0,0076 0,951
. 0,0084 0,943
512 77,6 0,0086 0,934
13 483 68,3 0,0092 0,925
12 464 221 0,0094 0,916
11 446 102 0,0112 0,905
10 423 57 0,0149 0,890
9 395 107 0,0197 0,870
8 377 124 0,0222 0,848
7 362 125 0,0273 0,820
6 362 139 0,0286 0,792
5 340 149 0,0516 0,740
4 342 78,2 0,0579 0,682
3 361 89,5 0,0808 0,601
2 502 162 0,0901 0,511
1 . 502 0,5113 0,000
30 18000
Fonte de dados originais: COVISA.
Roedores na Cidade de São Paulo
288
Figura A.1 - Boletim do Índice de Infestação Predial. Formulário utilizado na coleta dos
dados de infestação e das deficiências ambientais durante as atividades de campo, Cidade
de São Paulo, 2006.
Fonte: Coordenação do Programa de Controle de Roedores, GVISAM, COVISA, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
289
Figura A.2 - Mapa indicando as quadras as serem trabalhadas. No destaque em azul os
setores censitários sorteados e em vermelho a quadra, Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte: Subgerência de Informação. COVISA, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
290
Figura A.3 - Mapa de setor censitário utilizado para a localização no campo da quadra a ser
trabalhada (no destaque em vermelho), Cidade de São Paulo 2006.
Fonte: IBGE, 2000.
Roedores na Cidade de São Paulo
291
Figura A.4 - Termo de autorização de desratização, Cidade de São Paulo, 2006.
Fonte: Coordenação do Programa de Controle de Roedores, GVISAM, COVISA, 2006.
Roedores na Cidade de São Paulo
292
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