15
A partir disto, de maneira até controvertida, rotula o espírito ocidental como
analítico, objetivo, científico e generalizador, e o espírito oriental como sintético,
totalizador, integrador, dedutivo e intuitivo, ou seja, num contexto contemporâneo,
como holístico. Sendo assim, esta obra será de muita importância à pesquisa, por
tratar dos aspectos psicológicos do humano quando em contato com o Zen, por
meio de outras atividades ilustradas pelas diversas histórias de monges e samurais
narradas pelo autor.
Ainda com Suzuki, na sua obra Zen and Japanese Culture (1973), a partir de
uma documentação histórica e cronológica, traça um panorama histórico que elucida
como o Zen originário da China, frente às várias rejeições e conflitos com a religião
local, se instala e, posteriormente, se infiltra no Japão, modificando toda sua cultura.
Enfatiza, ao longo dos onze capítulos, as clássicas expressões do Zen, sendo os
mais destacados neste trabalho: o Zen e o Samurai, o Zen e o código de ética
Samurai (dois capítulos), o Zen e a poesia, o Zen e a cerimônia do chá. O autor
elucida que o Zen é uma experiência a ser vivida por meio de uma identificação, e
até fusão, com o que se está fazendo. Na arte, na cozinha, na luta marcial ou no
trabalho, o indivíduo, ao contrário do que ocorre no ocidente, não deve apartar do
objeto com que se relaciona e sim interagir com este num estado de consciência que
o desligue do mundo dual em que vivemos.
Em relação à experiência do Zen Budismo, sob uma ótica ocidental, tratada
por um ocidental, foi utilizada a obra de Christmas Humphreys (1999): O Budismo e
o Caminho da Vida, que trata do budismo aplicado à vida cotidiana, nos padrões
ocidentais. Aborda o processo de conversão ao Budismo pelos ocidentais
esclarecendo que tal processo ocorreria pelas vias da intelecção, ao contrário do
cristianismo que, segundo o autor, teria uma conversão movida mais pela emoção e
pela salvação. Acreditando na possibilidade de um dia haver a existência de um
Budismo ocidental distinto do oriental, que concilie a tradição asiática e o
pensamento analítico e investigativo do ocidente, expõe relevantes temas sobre
como se aplicar o Zen Budismo fora de seu torrão natal.
A obra A Experiência Mística do Zen (1984) de Allan Watts discorre sobre a
temática de viver o Zen, sob um enfoque metafísico da religião; já Takuan Soho que
foi um grande mestre de uma linhagem do Zen Budismo chamada Rinzai e
conselheiro do terceiro Xogunato (governante militar) Tokugawa. No livro Mente