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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
Thaís Machado de Matos Vilela
Análise de Sensibilidade do Consumo de Gasolina C a Mudanças no Preço
nos Estados Brasileiros: Elasticidade-Imposto da Demanda por Gasolina C
Orientador: Prof. Dr. Helder Queiroz Pinto Junior
Rio de Janeiro, 2009
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Thaís Machado de Matos Vilela
Análise de Sensibilidade do Consumo de Gasolina C a Mudanças no Preço
nos Estados Brasileiros: Elasticidade-Imposto da Demanda por Gasolina C
Dissertação apresentada ao Corpo
Docente do Instituto de Economia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro
como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Mestre em Ciências
Econômicas.
Orientador:
Prof. Dr. Helder Queiroz Pinto Junior
Rio de Janeiro, agosto de 2009
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Thaís Machado de Matos Vilela
Análise de Sensibilidade do Consumo de Gasolina C a Mudanças no Preço nos
Estados Brasileiros: Elasticidade-Imposto da Demanda por Gasolina C
Rio de Janeiro, 24 de agosto de 2009
Prof. Dr. Helder Queiroz Pinto Junior, IE/UFRJ
(Orientador)
Prof. Dr. Eduardo Pontual Ribeiro, IE/UFRJ
Prof. Dr. Thompson Almeida Andrade, FCE/UERJ
Agradecimentos
Encontrar as palavras que melhor descrevem todo o apoio que obtive nos últimos anos é
uma tarefa difícil, mas certamente vale o desafio. Não foram poucos os momentos de
apreensão, insegurança quanto ao caminho escolhido e nervosismo pelo qual passei, mas
que consegui superar com o apoio da minha família, em especial dos meus pais e do meu
irmão. Sempre ao meu lado, nunca duvidaram da minha capacidade. Com palavras e atos
simples, diretos e muita paciência me deram força para continuar em frente
independentemente dos tropeços sofridos ao longo desta jornada.
Com grande participação também nesta minha jornada, agradeço ao meu orientador
professor Helder Queiroz. Desde o início acreditou em mim e, o mais importante, me
enxergou como profissional e não só como uma aluna. Com dedicação e empenho, me
ajudou a crescer profissionalmente e confiou na minha capacidade para exercer trabalhos
junto ao grupo de Economia da Energia.
Não posso deixar de agradecer aos demais professores, às secretarias e aos amigos do grupo
de energia que tornam o ambiente de trabalho bastante descontraído e leve.
Gostaria também de agradecer ao professor Eduardo Pontual, cuja ajuda na parte
econométrica foi imprescindível. Seus comentários sempre precisos me ajudaram na
elaboração dos modelos e chamaram atenção para os problemas associados a cada etapa.
Contudo, devo destacar que, para mim, a frase “você tem de contar uma história” foi a mais
importante das mensagens transmitidas. Espero tê-lo feito.
Na UFRJ encontrei pessoas incríveis, amigos para a vida inteira e professores mais que
competentes e, por isso, agradeço a todos sem citar nomes a fim de não cometer injustiça.
Por fim, agradeço à Lúcia Navegantes Bicalho e à Maria Tereza A. Oliveira Filha da Agência
Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis por terem disposto de seu tempo e esclarecido
minhas dúvidas com muita simpatia e clareza.
Obrigado a todos.
Resumo
Os diversos processos de transformação ocorridos na matriz de combustíveis automotivos,
entre esses a introdução da tecnologia flex-fuel, justificam, por si só, o estudo da
sensibilidade do consumo de gasolina C no Brasil. Contudo, dada a diversidade estadual, será
que a análise de sensibilidade do consumo de gasolina C no Brasil pode prescindir das
diferenças de comportamento entre os estados?
Essas diferenças podem ser resultado de diversos fatores, mas o enfoque deste trabalho é
restrito às diferentes respostas às mudanças no imposto estadual ICMS sobre a gasolina.
Com isso, o objetivo desta dissertação é o de avaliar a existência de diferentes reações
estaduais a mudanças no imposto estadual a fim de verificar a possibilidade de utilizar a
política tributária estadual como instrumento de políticas energética e ambiental. Os
resultados obtidos sugerem que, para determinados estados como Pernambuco e Rio
Grande do Sul, o ICMS sobre a gasolina poderia ser utilizado como mecanismo de indução de
consumo deste ou daquele combustível.
Abstract
The huge amount of transformation in the Brazilian fuel matrix, including the flex-fuel
technology introduction, justifies, by itself, the study of the C gasoline consumption behavior
in Brazil. However, given the diversity among the Brazilian states, is it possible not to
consider these consumption differences when analyzing the C gasoline sensitivity?
Those differences can be the result of many factors, but this thesis is restricted to the
differences caused by the different reactions due to state tax ICMS over gasoline. Therefore,
the main goal here is to assess the existence of different reactions caused by ICMS in order
to verify the possibility to use the tributary state policy as an instrument of energy and
environmental policies. The results obtained suggest that for some states, as Pernambuco
and Rio Grande do Sul, the ICMS over gasoline could be used as a mechanism of
consumption induction of a specific fuel.
Sumário
Introdução.........................................................................................................................................................10
Capítulo 1 Mercado de Gasolina C no Brasil ............................................................................. 16
1.1 - Evolução do Mercado de Gasolina C no Brasil..................................................................... 16
1.2 - Diferenças Estaduais ..................................................................................................................... 26
1.2.1 - Consumo de Gasolina C ........................................................................................................ 26
1.2.2 - Preço da Gasolina C ................................................................................................................ 33
1.2.2.1 - Evolução Histórica dos Preços dos Derivados ......................................................... 33
1.2.2.2 - ICMS sobre a Gasolina C ................................................................................................... 40
Capítulo 2 Revisão da Literatura .................................................................................................... 44
Capítulo 3 Elasticidade-Imposto da Demanda por Gasolina C no Brasil ................... 60
3.1 Hipóteses do Modelo .................................................................................................................... 60
3.2 Especificação do Modelo Matemático .................................................................................... 65
3.3 Especificação do Modelo Econométrico ............................................................................... 67
3.4 Obtenção dos Dados ..................................................................................................................... 68
3.5 Estimação dos Parâmetros do Modelo Econométrico ..................................................... 69
3.6 Modelo com Fins de Política Pública ...................................................................................... 77
Conclusão ....................................................................................................................................................... 80
Referência Bibliográfica ......................................................................................................................... 84
Anexo A Procedimentos e Estimação dos Parâmetros do Modelo Econométrico 87
Anexo B Matriz de Correlação ....................................................................................................... 164
Anexo C Painel Nacional ................................................................................................................... 166
Índice de Gráfico
Capítulo 1
Gráfico 1.1 - Consumo Anual de Combustíveis Automotivos (milhões de tep) ....................... 18
Gráfico 1.2 - Importação versus Exportação de Petróleo (milhões de m³) .............................. 19
Gráfico 1.3 - Dependência Externa de Petróleo (milhões de m³) ............................................ 20
Gráfico 1.4 - Venda de Autoveículos Nacionais a Diesel ao Mercado Interno no Atacado
(Unidade) .............................................................................................................................. 21
Gráfico 1.5 - Importação versus Exportação de Petróleo Bruto e seus Derivados (milhões de
US$ - FOB) ............................................................................................................................. 22
Gráfico 1.6 - Venda de Veículos Leves no Brasil (unidade*1000) ............................................ 23
Gráfico 1.7 - Venda de Automóveis a Gasolina e Flex-Fuel no Brasil (unidade) ...................... 25
Gráfico 1.8 Venda, pelas Distribuidoras, de Gasolina C em 2008 (m³) ................................. 27
Gráfico 1.9 - Variação Percentual entre 2007 e 2008 das Vendas, pelas Distribuidoras, de
Gasolina C ............................................................................................................................. 29
Gráfico 1.10 - Preço Relativo entre Álcool Hidratado e Gasolina C RJ .................................. 31
Gráfico 1.11 -Taxa de Crescimento Acumulada das Vendas, pelas Distribuidoras, de Gasolina
C entre 2000 e 2008 .............................................................................................................. 32
Capítulo 3
Gráfico 3.1 - Curvas de Oferta e Demanda do Mercado de Gasolina C ................................... 63
Gráfico 3.2 Preço Final da Gasolina C versus Imposto .......................................................... 63
Gráfico 3.3 - Efeitos de um Imposto Ad Valorem sobre a Curva de Oferta ............................. 64
Gráfico 3.4 - Efeitos de um Imposto Ad Valorem sobre as Curvas de Oferta e Demanda do
Mercado de Gasolina C ......................................................................................................... 64
Gráfico 3.5 - Preço Real da Gasolina C por Estado (R$/litro) ................................................... 76
Gráfico 3.6 - Razão entre o Preço Real do Álcool Hidratado e o Preço Real da Gasolina C para
os Sete Estados Brasileiros.................................................................................................... 77
Índice de Tabela
Capítulo 1
Tabela 1.1 - Impactos da Mudança do Imposto Estadual ICMS sobre o Consumo de Álcool
Hidratado e Gasolina C no Estado de SP ............................................................................... 30
Tabela 1.2. - Evolução do Consumo de Gasolina C por Habitante entre 2001 e 2007 (m³ por
habitante) .............................................................................................................................. 33
Capítulo 2
Tabela 2.1 - Elasticidade-Preço da Demanda por Gasolina (Burnquist e Bacchi, 2002) .......... 47
Tabela 2.2 - Elasticidade-Preço da Demanda por Gasolina (Alves e Bueno, 2003) ................. 49
Tabela 2.3 - Elasticidade-Preço da Demanda por Gasolina (Pinto et al., 2006) ....................... 51
Tabela 2.4 - Resultados da Estimação da Equação (1) (Nappo, 2007) ..................................... 52
Tabela 2.5 - Resultados da Estimação da Equação (3) (Nappo, 2007) ..................................... 53
Tabela 2.6 - Estimação das Elasticidades-Preço da Demanda por Gasolina no Longo Prazo
Dados Anuais (Schünemann, 2007) ...................................................................................... 56
Tabela 2.7 - Estimação das Elasticidades-Preço da Demanda por Gasolina no Longo Prazo
Dados Mensais (Schünemann, 2007) ................................................................................... 57
Tabela 2.8 - Estimação das Elasticidades-Preço da Demanda por Gasolina no Longo Prazo
Dados Mensais/ sem o Preço Mensal do Álcool Hidratado (Schünemann, 2007) ............... 58
Tabela 2.9 - Estimação das Elasticidades-Preço da Demanda por Gasolina no Curto Prazo
Dados Mensais/ sem o Preço Mensal do Álcool Hidratado (Schünemann, 2007) ............... 59
Tabela 2.10 - Comparação dos Resultados da Estimação das Elasticidades-Preço da Demanda
por Gasolina no Brasil ........................................................................................................... 59
Capítulo 3
Tabela 3.1 - Resultado das Estimações: Elasticidade-Preço da Demanda por Gasolina C nos
Sete Estados Brasileiros ........................................................................................................ 74
Tabela 3.2 - Painel Nacional: Elasticidades-Preço da Demanda por Gasolina C de Curto e
Longo Prazo ........................................................................................................................... 79
10
Introdução
A análise de sensibilidade do consumo de gasolina C no Brasil insere-se num contexto amplo
envolvendo três dimensões políticas, quais sejam: a política energética, ambiental e
tributária.
O principal objetivo da política ambiental é o de garantir a qualidade ambiental, ou seja,
garantir o equilíbrio ecológico, o controle econômico dos recursos naturais e o controle das
variáveis que afetam a saúde física e mental da população. Além disso, segundo Serôa da
Motta (1995), “qualquer política ambiental trata necessariamente de conflitos de interesses
microeconômicos, na medida em que o uso do meio ambiente é distinto para cada grupo de
indivíduos.” Portanto, a decisão final deve “considerar todos os agentes em conflito para
que a decisão maximize o bem-estar social e não de certos grupos de indivíduos”.
Em relação à política energética, de acordo com Bicalho (2007), essa é definida como uma
intervenção estratégica do Estado com o objetivo de garantir o suprimento de energia, tanto
no presente quanto no futuro, necessário ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar
social. Para isso, a formulação de políticas energéticas deve considerar as diversas esferas de
ação, assim como, os impactos nas diferentes áreas: econômica, tecnológica, ambiental,
política e social.
O autor ainda destaca a multiplicidade de objetivos, instituições e instrumentos relacionados
à política energética. Em relação ao último ponto, há um conjunto complexo de
instrumentos. Esses vão desde a etiquetagem de aparelhos eletrodomésticos, que sinalizam
o consumo de energia, até mecanismos sofisticados de negociações internacionais e ainda a
possibilidade de se utilizar a política tributária como ferramenta de política energética.
11
Não no Brasil, entretanto, o costume de se utilizar a política tributária com outro fim que
não o de arrecadação fiscal.
O efeito direto da introdução de um imposto é, no caso da gasolina, o aumento do preço ao
consumidor. A razão para isso será melhor descrita no capítulo três, mas por ora vale a pena
mencionar que a estrutura do mercado, isto é, as curvas de demanda e de oferta, permite
que o imposto seja repassado integralmente para os consumidores. Assim, alterações no
imposto implicariam em alterações iguais no preço.
Desta forma, considerando que qualquer consumo pode ser explicado pelo preço e pela
renda dos consumidores, uma forma de alterá-lo seria modificar o preço, é claro que em
alguns casos a resposta a esta mudança pode não ser significativa e, para estes casos,
políticas de alteração de preço não seriam eficientes. Posto isso, é importante avaliar
justamente esta resposta.
Considerando o exposto acima, esta dissertação pretende avaliar o comportamento do
mercado de gasolina no Brasil. Esse tipo de estudo não é algo recente. O interesse em avaliar
o impacto de choques na demanda por gasolina, assim como, por outros combustíveis
automotivos, aumentou a partir do Primeiro Choque de Petróleo em 1973. Desde então, a
matriz brasileira de combustíveis sofreu diversas alterações, especialmente devido ao
desenvolvimento do mercado de álcool combustível, o qual foi descontinuado no fim dos
anos 80 em função da falta de um planejamento estratégico em relação à oferta, que, neste
período, foi fortemente reduzida, gerando, assim, uma crise no suprimento de álcool.
Dentre as mudanças recentes ocorridas, tem-se a introdução, em março de 2003, da
tecnologia flex-fuel. Esta tecnologia permite que seja utilizado num mesmo tanque gasolina,
álcool ou qualquer proporção destes combustíveis, superando, portanto, o problema da
crise de suprimento de um combustível em particular. Existem, também, veículos
12
tricombustíveis que permitem ao consumidor escolher não entre a gasolina e o álcool,
mais também entre o gás natural veicular.
Dentro deste contexto, o avanço tecnológico garantiu aos consumidores maior flexibilidade
na escolha do combustível, porém dificultou a análise de sensibilidade da demanda e das
escolhas dos consumidores a mudanças no preço dos combustíveis, na renda e em outras
variáveis de interesse. Antes da introdução desta tecnologia, a preferência quanto ao
combustível era revelada no momento da compra do automóvel, agora apenas no ato da
compra do combustível dificultando, portanto, a obtenção de dados e, consequentemente, a
análise de sensibilidade do mercado de combustíveis.
Dada a importância da gasolina na matriz de combustíveis do Brasil, optou-se, nesta
dissertação, em trabalhar apenas com este combustível, mais especificamente, com a
gasolina C, definida como uma combinação entre a gasolina A, ou pura, e o álcool etílico
anidro carburante. Mas, como mensurar os impactos de variações no preço sobre o mercado
de gasolina C no Brasil diante das novas tecnologias introduzidas?
Duas abordagens podem ser utilizadas. A primeira constitui na elaboração de uma pesquisa
direta com os consumidores nos postos de abastecimento. A segunda, adotada nesta
dissertação, constitui na elaboração de um modelo econométrico, cuja variável dependente
é o Consumo de Gasolina C.
Como mencionado anteriormente, os dados sobre o consumo de gasolina C são de difícil
obtenção, sendo preciso utilizar dados referentes à venda, pelas distribuidoras, deste
combustível.
Além disso, por suposição, a demanda por gasolina é uma função do preço da gasolina C, do
álcool hidratado, da renda, da frota de automóveis à gasolina e de automóveis flex-fuel. Ou
seja, procura-se controlar para mudanças nas frotas introduzidas pelas novas tecnologias.
O objetivo na elaboração do modelo econométrico é o de analisar a sensibilidade do
consumo de gasolina C no Brasil a variações no preço. Para tal, calcula-se a elasticidade-
13
preço da demanda por este combustível, ou seja, estima-se o quão sensível é o consumo
brasileiro de gasolina C a mudanças nos preços.
No entanto, é preciso destacar as diversidades entre os estados do Brasil, constituído por 26
estados mais a capital, Distrito Federal. Existem diferentes comportamentos em relação ao
consumo de gasolina C entre os estados. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP), a variação das vendas de gasolina C entre os anos 2007 e
2008 no Acre foi igual a 17% enquanto em outros estados como, por exemplo, São Paulo e
Rio de Janeiro, a queda nas vendas foi, nesse mesmo período, 2% e 1% respectivamente.
Será, portanto, que a análise do comportamento do consumo de gasolina C no Brasil pode
desconsiderar as diferenças estaduais?
Considerando as variações das vendas de gasolina C disponibilizadas pela ANP, tem-se que,
aparentemente, as diferenças são significativas, o que indicaria que as especificidades
estaduais deveriam ser consideradas na formulação, por exemplo, de políticas públicas de
redução de consumo de gasolina C.
Estas diferenças de comportamento podem ser, em parte, explicadas pelas diferentes
respostas ao componente estadual presente na formação do preço da gasolina C. Este
componente corresponde ao imposto estadual ICMS, Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviço, sobre a gasolina.
Sendo assim, o objetivo desta dissertação é o de avaliar a existência de respostas distintas
entre os estados a mudanças no preço geradas por variações no ICMS. Ou seja, procura-se
responder a seguinte questão: As reações estaduais a mudanças no ICMS são significativas a
ponto de justificar a utilização da política tributária estadual como instrumento de políticas
energética e ambiental?
Antes, porém, de descrever a metodologia para responder esta pergunta, vale apena
mencionar que, o uso de políticas públicas regionalizadas, nem sempre é necessário.
Contudo, dada a diversidade entre os estados brasileiros e as possíveis respostas diferentes
14
quanto à variação do preço, a eficácia da política pública estadual seria, provavelmente,
maior quando comparada com uma política nacional.
Retornando à questão, calcula-se, primeiro, a elasticidade-preço da demanda e, em seguida,
a elasticidade-imposto da demanda, definida como a variação percentual na quantidade
demandada por gasolina C dividida pela variação percentual do imposto.
O cálculo das elasticidades é feito para sete estados brasileiros, que foram determinados,
entre os 26 estados mais o Distrito Federal, de acordo com a disponibilidade de dados sobre
as frotas de automóveis à gasolina e de automóveis flex-fuel. Logo, os sete estados
analisados são: Ceará; Pernambuco; Sergipe; Rio de Janeiro; Paraná; Rio Grande do Sul; e
Mato Grosso do Sul.
O período de análise considerado, também por uma questão de disponibilidade de dados,
corresponde a Julho de 2001 a Dezembro de 2008. Ao longo deste período, foram poucas as
mudanças referentes ao imposto estadual ICMS. Entretanto, as questões ambientais
referentes à emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa, como o gás dióxido de
carbono (CO
2
), tornaram-se mais relevantes e a possibilidade de utilizar o ICMS como
instrumento para fins antipoluição justifica seu estudo e faz com que este tipo de trabalho
seja relevante.
A dissertação está dividida em três partes além da Introdução e Conclusão. Primeiramente, é
feita uma análise sobre o comportamento do mercado de gasolina C no Brasil. Para tal, são
avaliados os efeitos da introdução da tecnologia flex-fuel neste mercado e as diferenças
estaduais de consumo e preço da gasolina C, incluindo uma análise detalhada do ICMS sobre
a gasolina.
Em seguida, é feita uma revisão da literatura. Neste capítulo são apresentados alguns
estudos acadêmicos, com ênfase nos estudos econométricos, realizados nos últimos anos
sobre elasticidade-preço da demanda por gasolina no Brasil.
15
No terceiro capítulo, o modelo econométrico, utilizado para calcular as elasticidades-
imposto da demanda para os setes estados brasileiros, é apresentado de forma detalhada,
considerando desde a exposição das hipóteses até os resultados e suas implicações.
Por fim, os pontos principais desta dissertação são destacados na conclusão.
16
Capítulo 1 Mercado de Gasolina C no Brasil
A matriz brasileira de combustíveis automotivos passou, e continua passando, por diversas
mudanças ora introduzidas pelo Governo Federal ora pelas condições de mercado. Dentro
deste contexto, a predominância de um combustível em relação a outro mudou ao longo das
últimas quatro décadas, tendo sido a falta de um planejamento estratégico bem definido,
em relação a essa matriz, a principal responsável pelos diversos processos de substituição
entre os combustíveis.
Dentro deste contexto, a fim de avaliar a dinâmica do consumo de gasolina C é necessário
estudar a evolução do mercado de gasolina C no Brasil, considerando para isso o
comportamento do álcool hidratado, do gás natural veicular (GNV) e do diesel, combustíveis
alternativos a gasolina.
Contudo, a avaliação do mercado brasileiro é bastante complexa, pois os estados brasileiros
apresentam comportamentos distintos quanto à demanda por gasolina C. Por suposição,
parte desta diferença é explicada pelo diferencial dos preços dos combustíveis e pelas
diferentes respostas estaduais a mudanças no preço.
Tentar compreender o mercado de gasolina no país e suas especificidades estaduais
constitui, portanto, o objetivo deste capítulo. Neste sentido, é feita, inicialmente, uma
análise sobre a evolução do mercado de gasolina C e, em seguida, é elaborado um estudo
sobre as diferenças estaduais, considerando as diferenças de consumo e preço da gasolina C.
1.1 - Evolução do Mercado de Gasolina C no Brasil
Definida como uma combinação de gasolina pura, ou A, com álcool etílico anidro carburante,
a gasolina C foi, no início do século XX, utilizada para baratear o custo da gasolina importada.
A adição do álcool anidro à gasolina até então era uma prática popular e não obrigatória.
17
Foi somente em 20 de fevereiro de 1931 que o Governo Federal tornou, para os
importadores de gasolina, obrigatória a adição de cinco por cento de álcool anidro à
gasolina. O objetivo desta medida era o de garantir a estabilidade do mercado de açúcar,
sendo os excedentes da cana utilizados na fabricação de álcool carburante.
Durante a II Guerra Mundial, o Governo passou a considerar a indústria alcooleira de
interesse nacional. Foram estabelecidos preços mínimos para o álcool e para as matérias-
primas utilizadas na sua fabricação. Contudo, no final da Segunda Guerra, as condições de
acesso ao petróleo se normalizaram retomando, assim, sua trajetória ascendente e
permanecendo até hoje como principal fonte primária de energia.
A partir da década de 70, o mercado de gasolina C sofreu diversas alterações (Gráfico 1.1).
Gráfico 1.1 - Consumo Anual de Combustíveis Automotivos (milhões de tep)
Fonte: BEN (2008)
Em 1973, os preços do petróleo no mercado internacional quadruplicaram em apenas três
meses. Em setembro de 1973, o preço do barril de petróleo, estável desde 1950, era igual a
US$ 2,90, porém, em dezembro do mesmo ano, o preço do barril era igual a US$ 11,65.
Segundo Pinto Jr et al (2007), o motivo para tal avanço dos preços foi a ameaça dos países
árabes de reduzirem as exportações mensais de petróleo em 5% aos países que apoiassem
0
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GNV
Diesel
Gasolina
Álcool Hidratado
18
Israel na guerra Yom Kippur, entre Israel e Egito. Este período ficou conhecido como o
Primeiro Choque do Petróleo.
Este rápido aumento dos preços do petróleo no mercado internacional, para a maior parte
dos países, impactou negativamente o balanço de pagamentos, o déficit fiscal e o
crescimento econômico. O Brasil, cuja dependência externa de petróleo era crescente desde
1970 (Gráfico 1.2 e 1.3), teve seu crescimento econômico também ameaçado pelo Primeiro
Choque do Petróleo.
Gráfico 1.2 - Importação versus Exportação de Petróleo (milhões de m³)
Fonte: BEN (2008)
0
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60
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Importação
Exportação
19
Gráfico 1.3 - Dependência Externa de Petróleo (milhões de m³)
Fonte: BEN (2008)
O impacto do aumento dos preços do petróleo na inflação também preocupava o Governo
Federal, que repassou o aumento apenas para os preços da gasolina subsidiando, assim, o
consumo do diesel e do GLP, Gás Liquefeito de Petróleo. Com isso, as vendas de veículos
aumentaram, resultando na “dieselização” da frota nacional.
-10
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Gráfico 1.4 - Venda de Autoveículos
1
Nacionais a Diesel ao Mercado Interno no
Atacado (Unidade)
Fonte: IPEADATA
O consumo do diesel (Gráfico 1.1) segue uma trajetória crescente desde o início da década
de 70 e, aparentemente, seu comportamento é independente dos demais combustíveis
automotivos. A expansão do agronegócio juntamente com o deslocamento de pólos de
produção e comerciais para o interior do Brasil correspondem a uma das explicações
possíveis para tal tendência ascendente.
Outro ponto que pode ser destacado é que a escolha inicial de se comprar um veículo a óleo
diesel já determina, necessariamente, a escolha do combustível a ser utilizado, de forma que
flutuações no preço dos demais combustíveis não interferem, pelo menos no curto prazo, no
consumo de diesel.
Contudo, cabe lembrar que, assim como a gasolina, o diesel é também um combustível
derivado de petróleo, cujo preço havia quadruplicado em apenas três meses. Ao contrário
dos demais países, o governo brasileiro optou por evitar a recessão econômica e com o
objetivo de reduzir ainda mais a dependência e vulnerabilidade brasileira aos preços
1
De acordo com a ANFAVEA, os autoveículos correspondem aos automóveis, aos veículos comerciais leves
(caminhonetes de uso misto, utilitários e caminhonetes de carga) e aos veículos comerciais pesados
(caminhões e ônibus). A partir de 1991 são considerados também os dados referentes às vendas de
importados.
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100000
150000
200000
250000
1957
1959
1961
1963
1965
1967
1969
1971
1973
1975
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
21
internacionais do petróleo o Governo Federal instituiu, em 14 de Novembro de 1975, o
Programa Nacional do Álcool, o ProÁlcool
2
.
Inicialmente, o Programa visava à adição de álcool anidro à gasolina, porém com o Segundo
Choque do Petróleo e com o novo patamar de US$ 30 o barril do petróleo em 1980, os
gastos com as importações de petróleo e de seus derivados aumentaram consideravelmente
(Gráfico 1.5).
Gráfico 1.5 - Importação versus Exportação de Petróleo Bruto e seus Derivados
(milhões de US$ - FOB)
Fonte: BEN (2008)
Diante desta situação, o Governo Federal passou a incentivar, através de políticas fiscais e
tributárias, o uso do álcool etílico hidratado carburante como combustível substituto a
gasolina. Entre estas medidas destacam-se: a garantia de um preço menor do etanol
combustível; a redução de 5% dos impostos dos carros a álcool; empréstimos aos produtores
a fim de aumentarem suas capacidades de produção; a obrigatoriedade de todos os postos
venderem álcool; e, finalmente, a manutenção de estoques para garantia de suprimento e
preço. Além destas medidas, em 19 de setembro de 1979, o Governo e a ANFAVEA
2
Decreto nº 76.593, de 14 de novembro de 1975.
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12000
14000
16000
18000
20000
Importação
Exportação
22
assinaram um protocolo de compromisso como o objetivo de desenvolver e comercializar
veículos a álcool no Brasil.
A adição de mais de 10% de álcool aos motores convencionais da época gerou preocupações
quanto à compatibilidade de materiais metálicos do veículo, possibilidade de corrosão, ao
aumento no consumo devido ao menor conteúdo energético do etanol e, entre outros
problemas, quanto à dificuldade com partida a frio devido à menor pressão de vapor do
etanol. Dadas estas limitações, foi necessário modificar os veículos para que pudessem
receber álcool hidratado como combustível. Estas modificações possibilitaram o avanço da
tecnologia automotiva relacionada ao etanol e garantiram ao Brasil um papel de destaque
no mundo.
Gráfico 1.6 - Venda de Veículos Leves no Brasil (unidade*1000)
Fonte: Joseph Jr. (2006)
Contudo, no final da década de 80, os preços do petróleo no mercado internacional
reduziram a metade, de US$ 30 para US$ 15 o barril, período denominado Contra-Choque do
Petróleo. Neste cenário, tornou-se custoso para o Governo financiar a produção de álcool
carburante, especialmente, o álcool hidratado.
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200
400
600
800
1000
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1400
1600
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1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
Álcool
Gasolina
23
Os subsídios foram eliminados e uma crise de abastecimento instalou-se. Dentro deste
contexto, a maior parte dos consumidores voltou a utilizar a gasolina como combustível.
Mas, o prejuízo dos consumidores, assim como, a desconfiança em relação à garantia de
oferta de álcool hidratado resultaram na descrença quanto ao uso do álcool como
combustível substituto.
Já, na década de 90, o Governo Federal incentivou o uso do gás natural como combustível
substituto da gasolina. A descoberta de reservas na Bacia de Campos e o avanço das
negociações, a partir de 1994, para a importação de gás boliviano aumentaram a
disponibilidade de gás natural no mercado brasileiro. Com isso, além do apoio
governamental e o preço baixo do produto devido ao aumento da oferta, muitos
consumidores fizeram as conversões necessárias em seus veículos para usarem gás natural.
Em Março de 2003, os carros com tecnologia flex-fuel foram introduzidos no mercado de
automóveis no Brasil, permitindo uma recuperação das vendas de álcool hidratado até então
em tendência decrescente (Gráfico 1.1). Ao mesmo tempo, cabe mencionar, que o consumo
de gasolina C manteve-se estável.
A tecnologia flex-fuel consiste na possibilidade de utilizar gasolina, álcool ou qualquer
proporção destes combustíveis num mesmo tanque. O consumo, entretanto, por quilômetro
percorrido difere entre esses. Motores movidos a gasolina percorrem dez quilômetros por
litro, enquanto os abastecidos com álcool percorrem apenas sete, ou seja, a potência
energética do motor a álcool corresponde a 70% do motor a gasolina. Devido a este
diferencial de consumo relativo, o consumo do álcool se justifica economicamente se seu
preço foi no máximo igual a 0.7 do preço da gasolina. Caso contrário, a gasolina é a opção
mais vantajosa.
24
Gráfico 1.7 - Venda de Automóveis a Gasolina e Flex-Fuel no Brasil (unidade)
Fonte: ANFAVEA
Atualmente, existem os carros tricombustíveis que permitem ao consumidor escolher não só
entre a gasolina e o álcool, mais também entre o gás natural veicular, o GNV. Segundo o
Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, para a gasolina ser mais econômica
que o GNV, seu preço deve ser 20% menor que o do gás. Já, no caso do álcool, esse deverá
ser 50% menor que o preço do GNV. Na prática, o preço do gás natural veicular é menor que
o preço de ambos os combustíveis, de forma que é sempre mais vantajoso abastecer com
gás natural.
Entretanto, os carros tricombustíveis, apesar da maior flexibilidade, tendem a ser mais caros,
uma vez que o custo de instalação do kit de gás é acrescido no preço final. Além disso, o kit
de armazenamento do gás ocupa grande parte do porta-malas, dificultando sua aceitação.
Os maiores consumidores de GNV são os taxistas, pois são grandes as distância percorridas,
justificando o investimento inicial no kit gás. Portanto, é possível considerar o mercado de
gás como um mercado próprio, independente das oscilações dos mercados de gasolina e
álcool hidratado, e com consumidores fiéis.
0
500000
1000000
1500000
2000000
2500000
2004
2005
2006
2007
2008
Automóveis a Gasolina
Automóveis Flex-Fuel
25
A introdução dos automóveis bicombustíveis, por outro lado, impacta no mercado de
gasolina. Esses, porém, são difíceis de serem mensurados. Antes da introdução desta
tecnologia, a preferência do consumidor por determinado combustível era revelada na
escolha do carro, porém, com os automóveis bicombustíveis, não é possível mais traçar uma
relação direta entre automóvel e combustível. A avaliação de preferências torna-se,
portanto, um trabalho mais difícil.
Neste sentido, dois tipos de análise podem ser feitas paralelamente. A primeira, adotada
nesta dissertação, constitui no estudo da sensibilidade do consumo, no caso, de gasolina C,
em relação a mudanças no mercado como, por exemplo, variações no preço, na renda e a
introdução da tecnologia flex-fuel. A segunda maneira constitui na elaboração e realização
de uma pesquisa direta com os consumidores.
Com relação a esta última, em setembro de 2006, o IBOPE realizou, a pedido da UNICA, uma
pesquisa
3
denominada Projeto Flex. O objetivo era revelar as preferências dos
consumidores, assim como conhecer as razões das escolhas feitas pelos mesmos.
Os dois aspectos mais interessantes da pesquisa são: (i) para 70% dos consumidores
entrevistados, as questões ambientais não são prioritárias, de forma que um dos maiores
apelos para a utilização do álcool como combustível alternativo simplesmente não vale, pelo
menos para os consumidores brasileiros; e (ii) o preço do álcool corresponde ao principal
motivo para não utilizá-lo indicando, portanto, a sensibilidade deste mercado a variações no
preço. Em São Paulo, por exemplo, a política tributária de redução do imposto estadual
sobre o álcool hidratado resultou na utilização deste combustível por 88% dos proprietários
de automóveis flex-fuel.
Com base neste último ponto, é possível ressaltar que a existência de especificidades
estaduais como, por exemplo, o imposto estadual sobre os combustíveis automotivos,
dificulta também a análise de sensibilidade do consumo de gasolina. Desta forma, as reações
a mudanças no mercado de gasolina tendem a ser diferente entre os estados sendo
necessária, a fim de se obter resultados mais precisos, uma avaliação estadual.
3
IBOPE/UNICA. Projeto Flex. Setembro de 2006.
26
Sendo assim, esta seção procurou realizar uma breve análise histórica da matriz de
combustíveis no Brasil a fim de ressaltar as diversas transformações que a matriz brasileira
de combustíveis sofreu ao longo dos anos. Com o objetivo de avaliar as características
específicas dos estados brasileiros é feita, em seguida, uma análise dos diferentes
comportamentos do consumo e do preço da gasolina C.
1.2 - Diferenças Estaduais
1.2.1 - Consumo de Gasolina C
Como não uma medida quantitativa exata do consumo de gasolina C, as vendas, pelas
distribuidoras, de gasolina C são utilizadas como medida de demanda. Cabe mencionar que
essa medida é disponibilizada pela Agência Nacional de Petróleo.
Gráfico 1.8 Venda, pelas Distribuidoras, de Gasolina C em 2008 (m³)
Fonte: Agência Nacional de Petróleo
-
1,000,000
2,000,000
3,000,000
4,000,000
5,000,000
6,000,000
7,000,000
8,000,000
Acre
Alagoas
Amapá
Amazonas
Bahia
Ceará
Distrito Federal
Espírito Santos
Goiás
Maranhão
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Minas Gerais
Pará
Paraíba
Paraná
Pernambuco
Piauí
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul
Rondônia
Roraima
Santa Catarina
São Paulo
Sergipe
Tocantins
27
De acordo com o Gráfico 1.8, é possível notar que os estados das regiões sul e sudeste são
os maiores consumidores de gasolina C no Brasil. De fato, o consumo destas duas regiões
corresponde a 68,50% do consumo total deste combustível. São Paulo é o estado que lidera
essa estatística com 27,86%. Este fato está bastante relacionado com o tamanho da frota de
automóveis.
Ao analisar os dados referentes à frota de automóveis disponibilizados pelo DENATRAN, as
regiões Sul e Sudeste possuem a maior concentração de automóveis. Em dezembro de 2007,
esta participação correspondia a, aproximadamente, 81% da frota de automóveis nacionais.
Dentro deste contexto, é possível, então, identificar diferenças quanto ao consumo de
gasolina C entre os estados brasileiros. Estas diferenças são resultados de diversos fatores
como, por exemplo, o tamanho populacional, a malha rodoviária e o desenvolvimento
econômico.
A fim de fazer uma análise exploratória mais detalhada e, com isso, tentar comparar o
comportamento dos estados em relação à demanda por gasolina C, três tipos de análise são
feitas. Primeiro, as variações percentuais de consumo entre 2007 e 2008 são calculadas. Em
seguida, as taxas de crescimento acumuladas são também calculadas, para tal considera-se o
período entre 2000 e 2008. Por fim, calcula-se o consumo de gasolina C per capita.
28
Gráfico 1.9 - Variação Percentual entre 2007 e 2008 das Vendas, pelas
Distribuidoras, de Gasolina C
Fonte: Agência Nacional de Petróleo
Com base no Gráfico 1.9, é possível notar comportamentos distintos entre os estados. O
aumento da demanda por gasolina C foi maior nos estados da Região Norte. A expansão do
agronegócio, a implantação de indústrias na região e até mesmo o estímulo à agricultura
familiar são fatores que explicam o aumento do consumo de gasolina C na Região.
Em contrapartida, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, o consumo de gasolina C
entre 2007 e 2008 diminuiu. A queda em São Paulo pode ser atribuída à política tributária
4
de redução da alíquota do imposto estadual sobre o álcool hidratado. O objetivo único dessa
política é o de desestimular a sonegação fiscal e, com isso, aumentar a arrecadação, porém,
indiretamente, esta política implicou no favorecimento do consumo do álcool hidratado.
Vale mencionar que o imposto estadual sobre a gasolina C no estado de São Paulo não foi
alterado permanecendo, portanto, em 25%.
4
ICMS/SP - Lei Estadual nº 11.593, de 04 de dezembro de 2003.
-5%
0%
5%
10%
15%
20%
Acre
Alagoas
Amapá
Amazonas
Bahia
Ceará
Distrito Federal
Espírito santo
Goiás
Maranhão
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Minas Gerais
Pará
Paraíba
Paraná
Pernambuco
Piauí
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul
Rondônia
Roraima
Santa Catarina
São Paulo
Sergipe
Tocantins
29
Tabela 1.1 - Impactos da Mudança do Imposto Estadual ICMS sobre o Consumo de
Álcool Hidratado e Gasolina C no Estado de SP
Ano
ICMS sobre o
Álcool Hidratado
Razão
*
entre
P
álcool hidratado
e o
P
gasolina C
Consumo de
Gasolina C (m³)
Consumo de
Álcool Hidratado
(m³)
2003
25%
0.57
6.714.637
1.432.295
2004
12%
0.49
6.697.062
2.326.541
2005
12%
0.53
6.953.243
2.400.752
2006
12%
0.58
7.041.661
3.743.678
2007
12%
0.53
7.153.913
5.545.120
2008
12%
0.54
7.020.308
7.251.253
*
Foi calculado primeiro a média anual dos preços dos combustíveis para depois calcular a razão entre os preços
do álcool hidratado e da gasolina C
Fonte: Agência Nacional de Petróleo
De forma análoga, a relação entre o preço do álcool hidratado e o preço da gasolina C, no
Rio de Janeiro, ficou abaixo de 0.7 entre 2007 e 2008, justificando, portanto, o uso do álcool
hidratado ao invés da gasolina C. Contudo, é preciso destacar que não houve redução do
imposto estadual sobre o álcool hidratado no Rio de Janeiro.
30
Gráfico 1.10 - Preço Relativo entre Álcool Hidratado e Gasolina C RJ
Fonte: Agência Nacional do Petróleo
A fim de analisar o comportamento de médio prazo dos estados quanto à demanda por
gasolina C, a taxa de crescimento acumulada das vendas, pelas distribuidoras, desse
combustível foi calculada.
0.40
0.45
0.50
0.55
0.60
0.65
0.70
0.75
0.80
0.85
0.90
01-07-2001
01-11-2001
01-03-2002
01-07-2002
01-11-2002
01-03-2003
01-07-2003
01-11-2003
01-03-2004
01-07-2004
01-11-2004
01-03-2005
01-07-2005
01-11-2005
01-03-2006
01-07-2006
01-11-2006
01-03-2007
01-07-2007
01-11-2007
01-03-2008
01-07-2008
01-11-2008
31
Gráfico 1.11 -Taxa de Crescimento Acumulada das Vendas, pelas Distribuidoras,
de Gasolina C entre 2000 e 2008
Fonte: Agência Nacional de Petróleo
A partir da análise gráfica, é possível notar uma tendência de consumo decrescente no
Espírito Santo, no Rio de Janeiro e em São Paulo. De fato, a Região Sudeste é a que
apresenta as menores variações de consumo de gasolina C.
Ainda com o objetivo de obter um bom indicador de consumo de gasolina que possa ser
utilizado para comparar demandas entre os estados, o consumo de gasolina C per capita foi
calculado. Por uma questão de disponibilidade de dados foram utilizados os dados de vendas
de consumo referentes a julho de cada ano, uma vez que os dados divulgados pelo IBGE
sobre o número de habitantes são referentes a julho.
-2%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
Acre
Alagoas
Amapá
Amazonas
Bahia
Ceará
Distrito Federal
Espírito santo
Goiás
Maranhão
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Minas Gerais
Pará
Paraíba
Paraná
Pernambuco
Piauí
Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Rio Grande do Sul
Rondônia
Roraima
Santa Catarina
São Paulo
Sergipe
Tocantins
32
Tabela 1.2. - Evolução do Consumo de Gasolina C por Habitante entre 2001 e 2007
(m³ por habitante)
Fonte: Agência Nacional de Petróleo e IBGE
A análise do consumo per capita de gasolina C indica um comportamento bastante distinto
entre os estados. Para a maior parte dos estados brasileiros, o consumo é estável ao longo
do período de análise, o que indica a existência de um período de ajuste a mudanças.
Contudo, para os estados da região norte e nordeste há um forte crescimento do consumo
per capita de gasolina C. Ainda em relação à Tabela 1.2, em termos absolutos, o Distrito
Federal representa o local com maior consumo per capita de gasolina C, o que pode ser
resultado da alta renda per capita da Capital do país.
Deste modo, a demanda por gasolina C no Brasil apresenta comportamentos bastante
assimétricos entre os estados brasileiros. Por suposição, os principais fatores que explicam
07/2001
07/ 2002
07/ 2003
07/2004
07/ 2005
07/ 2006
07/2007
2001-2007
AC
0.006
0.007
0.007
0.007
0.007
0.007
0.008
5.84%
AM
0.007
0.007
0.008
0.008
0.008
0.008
0.008
3.18%
RR
0.009
0.011
0.012
0.011
0.009
0.009
0.011
3.31%
AP
0.008
0.008
0.008
0.009
0.008
0.008
0.010
3.81%
TO
0.008
0.008
0.009
0.010
0.010
0.010
0.011
6.29%
PA
0.006
0.004
0.005
0.005
0.005
0.005
0.006
1.28%
RO
0.008
0.008
0.009
0.009
0.009
0.010
0.010
4.30%
AL
0.005
0.005
0.005
0.005
0.004
0.004
0.004
-1.46%
BA
0.005
0.006
0.006
0.006
0.006
0.006
0.006
0.64%
CE
0.005
0.005
0.005
0.006
0.005
0.005
0.006
1.25%
PB
0.005
0.006
0.006
0.006
0.006
0.006
0.007
5.23%
PE
0.006
0.006
0.006
0.006
0.006
0.006
0.006
0.67%
PI
0.004
0.004
0.004
0.005
0.005
0.005
0.006
7.59%
RN
0.006
0.006
0.006
0.007
0.007
0.007
0.007
2.28%
SE
0.006
0.007
0.006
0.007
0.006
0.006
0.007
1.74%
ES
0.012
0.011
0.013
0.010
0.010
0.011
0.011
-1.15%
MG
0.010
0.011
0.011
0.012
0.011
0.011
0.012
2.55%
RJ
0.010
0.011
0.010
0.010
0.009
0.009
0.008
-3.16%
SP
0.016
0.015
0.015
0.014
0.014
0.014
0.014
-2.18%
PR
0.012
0.012
0.013
0.013
0.014
0.013
0.013
0.13%
SC
0.016
0.017
0.018
0.019
0.018
0.020
0.018
2.05%
RS
0.014
0.015
0.015
0.016
0.015
0.014
0.014
-0.32%
DF
0.023
0.024
0.025
0.026
0.025
0.024
0.023
-0.02%
GO
0.012
0.013
0.014
0.014
0.013
0.013
0.013
1.47%
MT
0.009
0.011
0.011
0.012
0.011
0.011
0.010
1.63%
MS
0.011
0.012
0.012
0.013
0.012
0.011
0.012
0.77%
33
tais trajetórias são o preço da gasolina C e o preço do álcool hidratado, que por causa da
introdução da tecnologia flex-fuel, tornou-se um substituto próximo, ainda que não perfeito,
da gasolina C.
Contudo, outros fatores podem ser destacados, ainda que não seja o principal objetivo desta
dissertação estudá-los, são eles: o desenvolvimento econômico, incluindo a expansão
industrial e da agroindústria; a renda por habitante; e os hábitos dos consumidores. Este
último fator, apesar de extremamente importante e interessante, não pode, ainda, ser
mensurado e, por isso, é considerado apenas um resíduo na explicação das variações do
consumo de gasolina C.
Posto isso, de acordo com a finalidade da dissertação, na próxima seção é feita uma análise
detalhada sobre a estrutura de precificação da gasolina C no Brasil. Para tal, a evolução
histórica do preço da gasolina C é analisada, assim como os componentes do preço, em
especial, o imposto estadual.
1.2.2 - Preço da Gasolina C
1.2.2.1 - Evolução Histórica dos Preços dos Derivados
O estudo histórico sobre os preços dos derivados no Brasil tem como principal fonte a Nota
Técnica Nº13 da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Contudo, cabe mencionar que não é o
objetivo desta seção detalhar todas as políticas referentes à precificação e, sim, o de
oferecer um panorama geral sobre a formação dos preços dos derivados no Brasil.
De acordo com a ANP, a política de preços dos derivados de petróleo pode ser dividida em
duas fases. A primeira fase, de 1938 a 1990, corresponde ao período em que o Governo
passou a considerar todas as atividades relacionadas ao petróleo e seus derivados como de
utilidade pública. A segunda fase, a partir do início da década de 90, corresponde ao período
em que se iniciou o processo de desregulamentação do setor e, consequentemente, o
processo de liberalização dos preços e da abertura do mercado de combustíveis.
34
i) Fase 1: 1938 -1990
A primeira fase é caracterizada pelo forte papel do setor público no mercado de
combustíveis. O objetivo do Governo Federal, nesta fase, era o de uniformizar os preços dos
produtos refinados fossem esses nacionais ou importados. Vale mencionar que a justificativa
para tal objetivo era o de equalizar as condições econômicas e sociais. De qual quer forma, a
fim de alcançar a meta traçada foi instituído, em 1938, o Conselho Nacional de Petróleo
5
sendo uma de suas atribuições a de estabelecer os limites máximos e mínimos dos preços.
Contudo, o estabelecimento das margens pelo Conselho era possível via tributação, uma
vez que os preços dos derivados eram estruturados com base no custo, seguro e frete (cost,
insurance and freight - CIF), variáveis fora do controle do CNP. Porém, o uso da política
tributária estava comprometido, pois tanto os estados quanto os municípios possuíam o
direito legal de estabelecer as alíquotas e, até mesmo, de criar novos impostos sobre os
derivados do petróleo.
A fim de contornar tal situação, a Constituição Federal de 1937 foi alterada
6
. Com a
alteração, coube à União o direito de tributar todas as etapas da cadeia de produção dos
derivados de petróleo. A opção do Governo Federal foi a de substituir todos os impostos
(federais, estaduais e municipais) vigentes por um imposto único denominado Imposto
Único sobre Combustíveis e Lubrificantes (IUCL).
Além disso, o Governo Federal determinou o primeiro critério de formação de preços dos
derivados
7
, que deveriam então seguir a sistemática de paridade entre os preços dos
derivados de produção nacional (nas refinarias) e dos derivados importados (nos portos).
Portanto, de acordo com o novo critério, os preços dos derivados deveriam refletir o custo
dio das importações realizadas. Vale acrescentar que a conversão cambial era calculada a
partir da soma da taxa de câmbio oficial com uma sobretaxa única, fixada para a importação
de todos os produtos.
5
O Conselho Nacional de Petróleo (CNP) foi instituído em 29 de abril de 1938 (Decreto-lei nº 395/38).
6
A Constituição Federal é alterada pela Lei Constitucional nº4/40, de 20 de Setembro de 1940.
7
Lei nº 2.975/56
35
Contudo, um dos componentes do preço é o custo de transporte de forma que, apesar da
tentativa do Governo Federal de uniformizar os preços dos derivados, esses continuavam a
ser diferentes entre os estados.
Até então, a produção nacional de derivados não era capaz de suprir a demanda interna,
porém com a intensificação dos investimentos realizados pela Petrobras, criada em 1953
8
,
70% da demanda nacional era atendida. Consequentemente, o sistema de paridade de
preços já não refletia a situação do país. Um novo critério, então, foi estabelecido
9
. De
acordo com esse, o custo do petróleo importado foi incorporado na composição do preço.
Sendo assim, para estabelecer os preços dos derivados nacionais, o Conselho Nacional de
Petróleo determinou que o custo CIF do petróleo importado fosse multiplicado por
coeficientes. Esses, por sua vez, eram determinados a partir da receita líquida das refinarias
e refletiam as especificidades da indústria nacional.
Além disso, a base de cálculo do Imposto Único (IUCL) foi também alterada
10
. As alíquotas
deixaram de incidir sobre o custo CIF dos derivados importados e passaram a incidir sobre o
preço ex-refinaria, não incluindo o imposto. Ainda foram acrescentadas parcelas adicionais
(alíneas) aos preços dos derivados (e também do álcool carburante).
Contudo, em 1965, devido ao excesso de oferta houve uma redução dos preços
internacionais do petróleo, o que refletiu numa queda do custo CIF do petróleo importado.
Essa redução implicou numa diminuição da receita das refinarias, uma vez que o preço era
baseado nesse custo CIF.
A fim de manter a rentabilidade das refinarias, certa flexibilidade foi permitida no
estabelecimento do custo médio do processamento de um barril de petróleo. O custo médio
deveria refletir os níveis dos preços internacionais, mas, dado o objetivo, adaptações eram
8
Lei nº 2.004/53, de 3 de outubro de 1953.
9
Promulgação da Lei nº 4.452/64, de 5 de Novembro de 1964.
10
Lei nº 4.452/64, de 5 de Novembro de 1964.
36
possíveis. Além do custo médio, o preço de realização dos derivados considerava também os
custos nacionais de refino e uma margem de lucro.
Em 1977
11
, a sistemática de cálculo do preço de realização dos derivados foi novamente
alterada. O cálculo do preço passou a considerar o valor médio de realização, composto pelo
somatório dos seguintes fatores: (i) pelos custos gerados em função dos preços do petróleo
e de outros materiais importados e da taxa de câmbio necessária à conversão; (ii) pelos
custos da mão-de-obra utilizada nas refinarias; (iii) pelos custos relacionados à depreciação,
amortização e remuneração do capital investido; e (iv) outros custos.
O valor médio de realização correspondia à receita unitária obtida na venda dos derivados
nacionais. A receita total das refinarias, portanto, era igual ao valor médio multiplicado pelo
volume dos derivados produzidos no país e comercializados. Assim, o preço de realização
deveria ser tal que assegurasse essa receita total.
O uso de subsídios cruzados resultou dessa nova sistemática. Os consumidores de produtos
derivados cujos preços eram maiores que seus valores médios de realização transferiam
renda aos consumidores de derivados cujos preços eram inferiores aos seus respectivos
valores médios.
Em meados da década de 80
12
, novas alterações foram feitas com relação tanto à base de
cálculo do IUCL quanto aos componentes do preço dos derivados.
A base de cálculo do imposto único passou a ser específica e não mais ad valorem. Além
disso, as parcelas (alíneas) que compunham os preços ex-refinarias foram reagrupadas.
Basicamente, a função das alíneas era a de cobrir as distorções do mercado ou despesas
específicas além de possuírem função fiscal. É interessante notar como a formulação de
parte dos componentes do preço dos derivados tem objetivo político, e, não econômico.
11
Decreto-lei nº 1.599/77, de 30 de dezembro de 1977.
12
Promulgação do Decreto-lei nº 1.785/80, de 13 de maio de 1980.
37
Em 1982, os impostos federais FINSOCIAL, Fundo de Investimento Social, e PIS/PASEP,
Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor público, foram
adicionados ao preço ex-refinaria dos derivados.
Esta estrutura de preço foi preservada até 1983
13
quando foi determinado que 60% dos
recursos gerados pelo imposto único e pelas alíneas seriam repassados aos estados e
municípios. A fim de contornar tal situação, o Governo Federal substituiu todas as alíneas
pelo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O repasse não recaía sobre esse imposto.
Contudo, por razões não explicitadas aqui, o IOF sobre as importações de petróleo mostrou-
se inadequado sendo eliminado em outubro de 1984. Para substituir o IOF, dois novos
impostos foram acrescentados na composição dos preços dos derivados, são eles: (i) Frete
de Uniformização de Preços; e (ii) Frete de Uniformização de Preços de Álcool. Além desses,
em 1985, foi acrescentada ao preço uma parcela específica cujo objetivo era o de garantir
recursos para os pagamentos de royalties, relativos às plataformas continentais.
A partir de 1988, mais especificamente com a Constituição Federal de 1988, a situação
tributária relacionada aos preços dos derivados muda. O Imposto Único sobre Combustíveis
e Lubrificantes é extinto e os estados passaram a ter competência para tributar as operações
de comercialização de combustíveis.
Dentro deste contexto, em substituição ao IUCL, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS) passou a incidir sobre os combustíveis. Vale mencionar que o novo
sistema tributário só entrou em vigor em março de 1989.
Essa medida é resultado de outra mudança importante estabelecida pela Constituição
Federal. De acordo com a Constituição, o abastecimento nacional de petróleo e de derivados
deixou de ser considerado serviço de utilidade pública.
13
Emenda Constitucional nº 23/83, de 1º de dezembro de 1983, denominada Emenda Passos Porto.
38
Em 1990
14
, o Conselho Nacional de Petróleo foi substituído pelo Departamento Nacional de
Combustíveis, órgão responsável pela regulamentação do setor.
Portanto, a primeira fase, de 1938 a 1990, foi caracterizada pela forte intervenção
governamental na sistemática de precificação dos derivados do petróleo. O objetivo do
Governo Federal era, através da uniformização dos preços dos derivados e outras medidas,
equalizar as condições econômicas e sociais no país.
ii) Fase 2: 1990 até os dias atuais
A segunda fase corresponde ao período de desregulamentação do setor e,
consequentemente, do processo de liberalização dos preços e da abertura do mercado de
combustíveis. A partir dos anos 90, seguindo uma tendência mundial, o Brasil inicia um
processo gradual de desregulamentação a fim de estimular a concorrência no mercado de
derivados.
Em relação à gasolina e ao álcool hidratado, foi apenas em 25 de março de 1996
15
que seus
preços de venda foram liberalizados. Foi também em 1996
16
, a liberalização dos preços de
venda do álcool anidro nas unidades produtoras.
De acordo com este novo cenário, a sistemática de formação dos preços dos derivados de
petróleo foi alterada
17
. Coube ao Ministério de Minas e Energia em conjunto com o
Ministério da Fazenda e a Petrobras definir o preço de realização inicial de cada derivado.
Este preço deveria refletir tanto o custo operacional quanto o lucro da empresa.
Mas, foi somente no final de 2001, 31 de dezembro de 2001, que o processo de liberalização
dos preços terminou. As importações foram liberadas para todos os derivados e os preços
livres do produtor ao consumidor final. Além disso, os subsídios foram extintos, mas podem
existir mediante aprovação do Congresso Nacional.
14
Decreto-lei nº 99.180/90, de 15 de março de 1990.
15
Portaria MF nº 59/96.
16
Portaria MF nº 294/96, de 13 de dezembro de 1996.
17
Portaria MF/MME nº 3/98, de 27 de julho de 1998.
39
Com a abertura do mercado, foi necessária a adequação tributária. Em 2001, a CIDE,
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, foi criada. A CIDE é um imposto federal
cujas características são: (i) específico, ou seja, incide sobre a unidade vendida; (ii)
monofásico, cobrado em um único ponto da cadeia produtiva; e (iii) isonômico, igual em
todo território nacional.
Sendo a gasolina C o objeto de estudo deste trabalho, é apresentada, em seguida, sua
estrutura atual de formação do preço.
Dado que a gasolina C é formada pela combinação entre a gasolina A e o álcool anidro, é
preciso considerar as composições dos custos da gasolina A desde o produtor e do álcool
anidro. Considerando primeiro o custo da gasolina pura, os fatores que incidem sobre esse
são: (i) o preço de realização dos produtores; (ii) os impostos federais PIS/PASEP, COFINS e
CIDE; (iii) o imposto estadual ICMS; (iv) a substituição tributária referente ao ICMS; e (v) o
frete relativo ao transporte da gasolina A até a base de distribuição. Ao mesmo tempo, os
fatores que incidem sobre o custo do álcool anidro são: (i) o preço do álcool anidro; e (ii) o
frete de coleta.
Dessa forma, para a composição final do custo da gasolina C para os postos revendedores é
preciso acrescentar a margem de distribuição das distribuidoras, assim como o frete da base
de distribuição até os postos. Sendo assim, o preço final da gasolina C na bomba é a soma do
preço de aquisição mais a margem de revenda.
40
Figura 1.1 Composição do Preço da Gasolina C - Rio de Janeiro
18
Nota: Período de coleta: 17/08/2008 a 23/08/2008
Fonte: Petrobras
Como mencionado anteriormente, são quatro os impostos que incidem sobre as operações
envolvendo a gasolina C: (i) CIDE combustível; (ii) PIS/PASEP; (iii) COFINS; e (iv) ICMS.
Dado o objetivo deste trabalho de avaliar os impactos de mudanças no ICMS sobre o
consumo de gasolina C, será descrito apenas o ICMS.
1.2.2.2 - ICMS sobre a Gasolina C
O Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) passou a
incidir sobre a gasolina C em 1989. A Constituição Federal de 1988 atribuiu aos estados
brasileiros a competência de tributar as operações de comercialização de gasolina C.
O ICMS é o único imposto brasileiro sobre valor agregado e, por isso, equivale, em outros
países, ao value-added tax. É, também, um imposto estadual, indireto e não-cumulativo.
18
No caso do Rio de Janeiro, foi criado o Fundo de Combate à Pobreza (Lei nº 4.056/2002, regulamentada pelo
Decreto nº 32.646/2003), implicando no acréscimo, a partir do dia 8 de janeiro de 2003, de um ponto
percentual na alíquota do ICMS. Logo, sendo o ICMS sobre a gasolina igual a 31% seu valor final é igual a 32%.
41
Por ser um imposto estadual, as alíquotas referentes ao ICMS podem ser diferentes entre os
estados. Além disso, o ICMS está associado ao consumo e não à renda, uma vez que é um
imposto indireto. Por fim, por ser um imposto não-cumulativo, a incidência deste imposto é
somente sobre o valor acrescido em cada etapa de produção. Portanto, o montante de
imposto cobrado nas operações anteriores é abatido em cada nova etapa.
Os fatores geradores para a incidência do ICMS
19
são três: (i) a circulação de mercadorias
dentro de um mesmo estado ou entre estados; (ii) a prestação de serviço de comunicação; e
(iii) a prestação de serviços de transporte intermunicipal e interestadual.
Além disso, as alíquotas do ICMS são classificadas em internas, quando a comercialização
ocorre dentro de um mesmo estado, ou, caso contrário, interestaduais. Em geral, as
alíquotas internas não podem ser menores que as interestaduais cabendo ao Senado Federal
estabelecer a alíquota máximo dessa última
20
.
As alíquotas internas referentes à gasolina C pouco mudaram nos últimos oito anos não
havendo, a princípio, razão para considerar o ICMS tema de pesquisa. Contudo, a
possibilidade de utilizar o imposto estadual como instrumento de política energética e
política ambiental justifica o interesse.
Para o cálculo do imposto estadual, o preço de venda considerando o próprio imposto,
modalidade de cálculo denominada “por dentro”, é utilizado. Contudo, a fim de reduzir a
sonegação fiscal, foi estabelecido o regime de substituição tributária
21
.
De acordo com essa modalidade de tributação, um contribuinte é determinado como
responsável pelo recolhimento do imposto devido nas demais operações. No caso específico
da gasolina, as refinarias são as responsáveis por recolher o ICMS devido pelos contribuintes
referentes às operações seguintes. Neste caso, a base de cálculo
22
é obtida pelo somatório
do valor da operação realizada pelo substituto tributário, no caso as refinarias, mais o
19
Definidos na Constituição Federal de 1988, art.155, caput e 2º parágrafo.
20
Conforme disposto na Constituição Federal de 1988.
21
Lei Complementar nº87/96 de 13 de setembro de 1996 Lei Kandir.
22
Definida no Art.8° da Lei Complementar nº87/96 de 13 de setembro de 1996 Lei Kandir.
42
montante dos valores de seguro, fretes e de outros encargos cobrados ou transferíveis para
as distribuidoras e postos revendedores e, finalmente, a margem de valor agregado,
inclusive o lucro, relativa às operações posteriores.
Vale mencionar que, a margem considerada para o cálculo do imposto é estabelecida com
base em preços usualmente praticados no mercado, obtida por levantamente ou através de
informações obtidas junto aos agentes deste mercado.
A fim de caracterizar a diferenciação das alíquotas internas entre os estados brasileiros mais
o Distrito Federal, é apresentado abaixo um mapa do ICMS sobre a gasolina em janeiro de
2008 divulgado pelo Sindicom.
Fonte: Sindicom
A partir deste mapa é possível notar que, para catorze unidades da federação, a alíquota
sobre a gasolina é igual a 25%. As maiores alíquotas são encontradas no Pará (30%) e no Rio
de Janeiro (31%), sendo que, no caso do Rio de Janeiro, como mencionado anteriormente,
um acréscimo de um ponto percentual destinado ao Fundo de Combate à Pobreza, de
forma que a alíquota final é igual a 32%.
43
Com relação as operações interestaduais, a adoção do regime de substituição tributária
dependerá de acordo específico entre os estados interessados. Neste caso, a
responsabilidade pode ser atribuída ao contribuinte que realizar a operação interestadual
em relação às operações seguintes, ou seja, o estado “vendedor”.
Por fim, dado que o objeto de estudo desta dissertação é a gasolina C, é preciso analisar a
incidência do imposto sobre o álcool anidro. Em relação as operações de aquisição de álcool
anidro pelas distribuidoras às destilarias e usinas, não ICMS. O imposto estadual sobre o
álcool anidro é recolhido junto com o ICMS sobre a gasolina A. No caso do álcool anidro, e
também do álcool hidratado, cabe aos estados produtores o recolhimento do ICMS.
44
Capítulo 2 Revisão da Literatura
São muitos os trabalhos que analisam o consumo de gasolina no Brasil e no mundo através
do cálculo das elasticidades-preço da demanda de curto e de longo prazo. Contudo, dada a
especificidade da questão analisada nesta dissertação, optou-se por apresentar apenas
trabalhos acadêmicos que fazem referência ao Brasil. Não foram encontrados, entretanto
trabalhos econométricos que calculem os efeitos de variações no ICMS sobre o consumo de
gasolina no Brasil.
O estudo de Cavalcanti et al. (2006) analisa, a partir de uma análise microeconômica, os
efeitos substituição e renda gerados por mudanças no ICMS. A análise é feita para o estado
de São Paulo em 2003 e 2005, a fim de captar o efeito da redução, em 2004, do ICMS do
álcool hidratado de 25 para 12%.
O efeito do barateamento do álcool gerou dois movimentos: primeiro, a inclinação da
restrição orçamentária diminuiu
23
e, em seguida, o poder aquisitivo do consumidor
aumentou. O artigo ainda considera a pequena redução tributária sobre a gasolina e o
aumento da renda no período analisado.
Os resultados mostram a evolução do consumo destes combustíveis ao longo de dois anos
incorporando os efeitos das mudanças de ICMS. De acordo com o artigo, os incentivos
tributários servem como ferramenta de estímulo a entrada de combustíveis alternativos. O
uso deste trabalho será importante para a comparação dos resultados obtidos aqui, mais
especificamente em relação à direção dos impactos gerados pela variação no ICMS.
Os trabalhos econométricos descritos nesta seção têm como objetivo a estimação da
elasticidade-preço da demanda por gasolina no Brasil. Como mencionado anteriormente,
não foram encontrados trabalhos econométricos que analisem os efeitos sobre o consumo
23
A restrição orçamentária é
a
g
a
g
gaagg
X
P
P
P
m
XmXPXP
45
de gasolina às mudanças no imposto estadual. Estes estudos serão utilizados para
comparação dos resultados e, também, para a definição do modelo e da técnica de
estimação.
um consenso na literatura de que a elasticidade-preço da demanda por gasolina é baixa
tanto no curto quanto no longo prazo. Além disso, os resultados sugerem também que a
elasticidade no longo prazo é maior do que a elasticidade no curto dada a necessidade dos
padrões de consumo se adaptarem às mudanças no tempo.
As formas de estimação da elasticidade variam de autor para autor, mas, no caso do Brasil,
parece haver certa convergência para o uso da técnica de co-integração.
O estudo da sensibilidade do mercado de gasolina no Brasil a mudanças no preço e na renda
ganhou força a partir dos choques de petróleo na década de 70, do contra-choque na
década de 80 e do estabelecimento do Programa Nacional do Álcool, o ProÁlcool, em
novembro de 1975. Além disso, a década de 90 foi caracterizada pela abertura do mercado
tendo, em 1996/1997, sido liberalizado o preço da gasolina. Portanto, no período entre a
década de 70 e 90 ocorreram muitas transformação no mercado de combustíveis, o que
instigou os pesquisadores a analisarem os efeitos de tais mudanças no consumo de gasolina.
Sendo assim, considerando este período, dois trabalhos são apresentados, quais sejam:
Burnquist e Bacchi (2002) e Alves e Bueno (2003).
O trabalho desenvolvido por Burnquist e Bacchi (2002) tem por objetivo analisar a demanda
por gasolina no Brasil entre 1973 e 1998. Para tal, é utilizado um modelo econômico básico
que relaciona consumo, preço de gasolina e renda dos consumidores.
A variável dependente do modelo econométrico é o consumo de gasolina per capita no
Brasil. Já, os regressores são o preço real da gasolina e a renda agregada (produto interno
bruto) real per capita. A estimação dos parâmetros é realizada através da utilização da
técnica de co-integração.
46
Cabe mencionar que o preço do álcool hidratado não foi introduzido no modelo, pois,
segundo Burnquist e Bacchi (2002), durante o período analisado, o preço do álcool era
administrado pelo governo, que possuía uma política de estabilização do preço do álcool.
Como conseqüência desta política, os preços relativos destes combustíveis (gasolina e
álcool) eram mantidos praticamente constantes.
Burnquist e Bacchi (2002) especificam o seguinte modelo de correção de erro:

=
0
+
1

+
2

+
3

2
+
4
1
+
Note que a série referente à renda é defasada duas vezes. Constatou-se que este modelo foi
o que apresentou melhor ajustamento, em termos estatísticos, para a condução da análise
econométrica. O termo
1
representa o termo de regressão de erro da equação de co-
integração.
Tabela 2.1 - Elasticidade-Preço da Demanda por Gasolina (Burnquist e Bacchi,
2002)
Coeficiente
Estatística t
Curto Prazo
-0.319
-3.478
Longo Prazo
-0.227
-
Os resultados obtidos sugerem que as repostas da demanda por gasolina a alterações no
preço são pouco expressivas. Assim, dada a pequena possibilidade de expansão do consumo
em reposta a uma redução nos preços de gasolina, a possibilidade da evolução de um
desequilíbrio entre a oferta e demanda pelo produto no mercado interno é restrita.
Alves e Bueno (2003) também avaliam o comportamento da demanda por gasolina comum
no curto e longo prazo no Brasil entre 1974 a 1999. Para tal utilizam a técnica de co-
integração.
47
De acordo com os autores, o consumo de gasolina é uma função dos preços reais da
gasolina, do álcool hidratado e da renda real per capita medida a partir do produto interno
produto. A relação entre as variáveis é linear, sendo o modelo econométrico especificado da
seguinte forma:

=
0
+
1

+
2

+
3

+
A estimação dos parâmetros é realizada via dois estágios. Num primeiro momento, verifica-
se a ordem de integração das séries, pois para utilizar a técnica de co-integração, as séries
devem ter a mesma ordem. O modelo é estimado via Mínimos Quadrados Ordinários e
testa-se se as séries são co-integradas. Sendo co-integradas, é possível formular o modelo de
correção de erros, o que permite estimar as relações de curto e longo prazo entre as séries.
As elasticidades de longo prazo são dadas por:


=
1
,


=
2


=
3
Sendo
1
a elasticidade-preço da demanda por gasolina,
2
a elasticidade-preço cruzada
entre a gasolina e o álcool hidratado e
3
a elasticidade-renda da demanda.
O modelo de correção de erro é representado pela seguinte equação:

=
0
+
1

+
2

+
3

+
4
1
+
Este modelo fornece as relações de curto prazo. Mais uma vez, os parâmetros
1
,
2
e
3
são as elasticidades-preço e renda da demanda por gasolina. O parâmetro
4
é interpretado
como a velocidade de ajuste de qualquer choque que desvie a trajetória do equilíbrio de
longo prazo.
48
Seguindo, então, esta metodologia os autores estimaram as elasticidades de curto e longo
prazo. Dado o interesse específico, desta dissertação, pela elasticidade-preço da demanda
por gasolina só são apresentados aqui os resultados referentes a estes parâmetros.
Tabela 2.2 - Elasticidade-Preço da Demanda por Gasolina (Alves e Bueno, 2003)
Coeficiente
Estatística t
P-Valor
Curto Prazo
-0.0919
-0.4500
0.6634
Longo Prazo
-0.4646
-1.7132
0.1174
De acordo com os resultados obtidos, existe uma inelasticidade no curto prazo. Segundo os
autores, uma inelasticidade perfeita, uma vez que o valor estimado não é estatisticamente
diferente de zero. Dentro deste contexto, mudanças no preço não irão induzir mudanças no
consumo, pelo menos no curto prazo.
Outro resultado interessante é a alta velocidade de ajuste a choques externos (
4
=
1.4848, = 0.0003), o que confirma os resultados obtidos pelos autores em
relação aos testes de co-integração. Este parâmetro indica que um aumento na demanda
por gasolina de 1% em t-1 acima do previsto pela equação co-integrada implicará numa
queda de consumo de 1.48% no próximo período, t.
Sendo assim, os autores concluem que dada a inelasticidade da demanda por gasolina no
Brasil e a falta de um substituto próximo, a tributação sobre a gasolina seria uma boa fonte
de receita para o governo.
Vale acrescentar que a partir de 2003, a matriz de combustíveis no Brasil sofre uma nova
alteração. A introdução dos automóveis flex-fuel, em março de 2003, possibilitou uma
recuperação do álcool hidratado que tornou-se, também, um substituto mais próximo da
gasolina ainda que não perfeito. Neste novo cenário, seria de se esperar um aumento da
elasticidade-preço da demanda por gasolina no Brasil.
49
Dentro deste contexto, três trabalhos são apresentados, são eles: Pinto et al. (2006), Nappo
(2007) e Schünemann (2007).
O objetivo de Pinto et al. (2006) é o de avaliar em que medida a introdução de tecnologias
de uso flex e o avanço do gás natural veicular, GNV, vêm alterando a estrutura da demanda
por gasolina e diesel no Brasil. Dado o interesse desta dissertação serão apresentados
aqui os resultados relativos à gasolina.
Para a análise, são utilizados dados mensais de julho de 2001 a agosto de 2006 dos estados
brasileiros. Por suposição, o consumo de gasolina é uma função do preço real da gasolina, do
álcool hidratado, do GNV e da renda real. É utilizado como Proxy da renda o consumo de
energia elétrica por região, o que implica na imposição de um efeito fixo por região na
estimação do painel nacional.
Antes, entretanto, da estimação do modelo é preciso verificar se o período de introdução
efetiva do GNV e dos automóveis flex-fuel na matriz automotiva ocasionaram quebras
estruturais. Apenas num segundo momento é que a estimação da elasticidade-preço da
demanda é realizada de modo a mensurar exatamente a sensibilidade da demanda em
resposta a variações no preço da gasolina.
Para verificar a existência de quebras estruturais, é aplicado o teste de Chow. O resultado
obtido sugere a presença de instabilidade na estimação do consumo de gasolina. Há,
segundo os autores, uma nítida alteração na estabilidade entre 2002 e 2004, período de
introdução efetiva dos automóveis flex-fuel. Este resultado indicaria a necessidade de rodar
duas regressões, jul/01 a dez/03 e jan/04 a ago/06. Contudo, sendo o tamanho da amostra
pequena, dividi-la resultaria em amostras ainda menores prejudicando a confiabilidade dos
parâmetros estimados. Os autores optaram ao invés por incluir uma dummy temporal.
Segundo Pinto et al. (2006), é possível definir a seguinte equação linear da demanda por
gasolina:


=
0
+
1


+
2


+
3



+
4


+

50
É utilizado o método de painel dinâmico, para o qual os dados estaduais foram agrupados
sob a forma de um painel nacional. Logo, o subscrito i refere-se aos vinte e seis estados
brasileiros mais a capital, Distrito Federal. A estimação é realizada via Arellano e Bond. Os
resultados são apresentados na Tabela 2.3 abaixo.
Tabela 2.3 - Elasticidade-Preço da Demanda por Gasolina (Pinto et al., 2006)
Coeficiente
Estatística t
P-Valor
Curto Prazo
-0.1213
-0.67
0.089
Longo Prazo
-0.1414
-
-
Com base nos resultados, as elasticidades-preço da demanda por gasolina, tanto de curto
quanto de longo prazo, são baixas caracterizando uma inelasticidade do consumo a
mudanças no preço.
Nappo (2007) procura responder, a partir da estimação das elasticidades-preço e renda da
demanda, qual o impacto da introdução dos automóveis flex-fuel sobre a demanda por
gasolina no Brasil. O período de análise corresponde a agosto de 1994 a julho de 2006.
Com este objetivo, dois modelos são especificados. O primeiro considera que o consumo de
gasolina é uma função do preço real da gasolina, do preço real do álcool hidratado e da
renda real do consumidor (PIB). Já, no segundo modelo, o preço do álcool hidratado é
substituído por uma variável binária cujo objetivo é capturar os impactos da introdução dos
automóveis flex-fuel sobre a curva de demanda por gasolina a partir de março de 2003.
Desta forma, as especificações das curvas de demanda são:
(1) 
=
0
+
1

+
2

+
3

+ 
1
(2) 
=
0
+
1

+
2
+
3

+ 
2
51
Onde representa a variável binária de inclinação associada ao preço da gasolina.
A partir do teste de Johansen foi constatado que as séries co-integram existindo, portanto
uma relação de longo prazo entre essas. Isso permite regredir a regressão através do
todo de Mínimos Quadrados Ordinários, sem correr o risco de regressão espúria.
Considerando inicialmente a regressão (1), os resultados obtidos sugerem uma relação
positiva entre o consumo de gasolina e seu preço. Além deste resultado não esperado, o
preço do álcool hidratado mostrou-se estatisticamente não significativo. Segundo o autor,
uma possível explicação para tal resultado inusitado pode ser a existência de
multicolinearidade entre as séries referentes aos preços da gasolina e do álcool hidratado, o
que, por sua vez, pode ser explicado pelas determinações legais que regiam os preços de
combustíveis no Brasil até o final do ano de 2001.
Tabela 2.4 - Resultados da Estimação da Equação (1) (Nappo, 2007)
Elasticidade-Preço
da Demanda
Coeficiente
(desvio-padrão)
Estatística t
P-Valor
Longo Prazo
0.3561
(0.0802)
4.44
0.000
De acordo com o autor, o preço da gasolina não é influenciado pelo preço do álcool
hidratado, mas sim o contrário. A fim de determinar com maior precisão a direção de
causalidade entre os preços dos combustíveis, foi feito o teste de causalidade de Granger. O
teste indicou, como esperado, que o preço da gasolina causa, no sentido de Granger, o preço
do álcool, mas o contrário não é verdadeiro. Sendo assim, devido a não significância
estatística do preço do álcool na equação (1), o autor passa a utilizar a segunda equação.
Na equação (2), a série Preço do Álcool Hidratado foi substituída por uma variável binária de
inclinação associada ao preço da gasolina, que passa a ter valores diferentes de zero a partir
da introdução dos automóveis flex-fuel. O objetivo desta variável de interação é o de
52
capturar os desvios de inclinação da curva de demanda por gasolina, uma vez que alterações
na inclinação dessa implicam em mudanças nas elasticidades da demanda.
O autor acrescentou à equação (2) uma tendência estocástica. Desta forma, a demanda por
gasolina no Brasil passa a ter a seguinte especificação:

=
0
+
1
+
2

+
3
+
4

+ 
2
(3)
Tabela 2.5 - Resultados da Estimação da Equação (3) (Nappo, 2007)
Coeficiente
(desvio-padrão)
Estatística t
P-Valor
Elasticidade-Preço da
Demanda (Longo Prazo)
-0.1967
(0.0792)
-2.48
0.014
Variável Binária
-0.1372
(0.0388)
-3.53
0.001
Os resultados obtidos sugerem uma elasticidade-preço da demanda por gasolina no Brasil
negativa, de acordo com a teoria econômica, e baixa. A significância estatística da variável
binária indica que, a partir de março de 2003, houve mudança na elasticidade-preço da
demanda por gasolina, que se torna mais elástica, -0.3349
24
. Este resultado pode indicar
uma mudança estrutural no mercado de gasolina, sendo a causa mais provável, a entrada de
automóveis flex-fuel.
Tendo como objetivo avaliar os impactos nas elasticidades da demanda de curto e longo
prazo da expansão do GNV e também dos carros flex, o trabalho de Schünemann (2007) é
apresentado. Apesar de não corresponder a um período de análise recente, de 1970 a 2005,
a especificação dada à demanda por gasolina torna o trabalho bastante interessante.
Os dados anuais utilizados pela autora são: (i) como variável dependente, o consumo de
gasolina C per capita; (ii) como variáveis explicativas, a renda anual per capita (PIB per capita
24
Valor obtido a partir da soma da elasticidade-preço da demanda com o coeficiente da variável binária.
53
em R$ de dez/05); os preços médios anuais da gasolina C e do álcool hidratado; o consumo
anual per capita de gás natural veicular; a frota per capita de veículos à gasolina; a idade
média dos veículos à gasolina; e, finalmente, eficiência média dos veículos à gasolina.
Com o objetivo inicial de avaliar o impacto da introdução dos automóveis flex-fuel na
demanda por gasolina, três modelos são especificados:
(A) 
=
0
+
1

+
2

+
3

+
4


+
5

+
6

+
7
ê
+
Onde

corresponde a uma variável binária, que assume valor 1 para t entre jan/2003 e
fev/2007 e 0 caso contrário. O período de análise desta equação é de 1980 a 2005. A
estimação deste modelo vai permitir analisar os efeitos do preço do álcool sobre o consumo
de gasolina.
(B) 
=
0
+
1

+
2

+
3


+
4

+
5

+
6
ê
+
As diferenças do modelo B em relação à primeira equação são a omissão da série referente
ao preço do álcool hidratado e ao período maior de análise, de 1970 a 2005.
A fim de avaliar o efeito da introdução do GNV sobre as elasticidades da demanda por
gasolina e definir sua significância, a autora considera os modelos especificados acima, mas
introduz como variável adicional explicativa o consumo anual per capita do GNV. O período
de análise é de 1988 a 2005.
(C) 
=
0
+
1

+
2

+
3

+
4


+
5

+
6

+
7
ê
+
8


+
54
C.1 Estimação com Consumo de GNV

=
0
+
1

+
2

+
3

+
4


+
5

+
6

+
7
ê
+
8


+ 1
C.2 Estimação sem Consumo de GNV

=
0
+
1

+
2

+
3

+
4


+
5

+
6

+
7
ê
+ 2
Ambas as equações, C.1 e C.2, são estimadas também considerando o período de 1993 a
2005. Apenas reescrevendo:
D.1 Estimação com Consumo de GNV

=
0
+
1

+
2

+
3

+
4


+
5

+
6

+
7
ê
+
8


+
D.2 Estimação sem Consumo de GNV

=
0
+
1

+
2

+
3

+
4


+
5

+
6

+
7
ê
+ 2
Os resultados sugerem que a série Preço da Gasolina é estatisticamente significativa apenas
nas equações (B), (C.1) e (C.2). Os valores obtidos, apresentados na Tabela 2.6, estão de
acordo com os encontrados nos demais trabalhos, que indicam uma baixa elasticidade-preço
da demanda por gasolina no longo prazo.
55
Tabela 2.6 - Estimação das Elasticidades-Preço da Demanda por Gasolina no Longo
Prazo Dados Anuais (Schünemann, 2007)
(A)
(80-05)
(B)
(70-05)
(C.1)
(88-05)
(C.2)
(88-05)
(D.1)
(93-05)
(D.2)
(93-05)
Coeficiente
(p-valor)
0.0371
(0.7146)
-0.2933
(0.0004)
-0.2392
(0.0018)
-0.2646
(0.0180)
-0.0895
(0.5335)
-0.2496
0.2847
Já, os coeficientes estimados relativos ao preço do álcool hidratado não são significativos e
apresentam sinal contrário ao esperado em todas as equações. Uma possível explicação para
tal resultado é a existência de multicolinearidade entre o preço da gasolina e do álcool. A
alta correlação entre estes preços decorre da regulamentação que regia a política de preços
destes combustíveis no país até final de 2001. Os preços eram fixados pelo governo, de
forma que o preço do álcool acompanhava os preços da gasolina.
Os parâmetros relativos à frota e eficiência ou não eram significativos ou apresentavam sinal
contrário ao esperado pela teoria econômica. Os coeficientes da variável


não
foram estaticamente significativos em nenhuma regressão. A explicação para este resultado
é que a introdução dos automóveis flex-fuel é recente não sendo, portanto, expressivo no
longo espaço de tempo utilizado para a estimação das regressões anuais.
também uma relação entre as séries Idade e Eficiência, o que possivelmente explica a
não significância obtida no caso da série Eficiência. Sendo assim, a série Idade estaria
captando o efeito da eficiência sobre o consumo de gasolina.
Em relação aos dados mensais, a autora considera o consumo mensal per capita de gasolina
C como variável dependente e as seguintes variáveis explicativas: (i) a produção industrial
física mensal; (ii) os preços médios mensais de gasolina C e álcool hidratado; e, por fim, (iii) o
preço médio mensal do gás natural veicular. No caso do Modelo de Correção de Erros, a
autora inclui também como regressor o consumo de gasolina defasado.
56
A Equação 1 abaixo utiliza os dados de preço médio mensal da gasolina e do álcool
disponibilizados pela Petrobrás. O período de análise corresponde a janeiro de 1997 a
fevereiro de 2001
(1) 
=
0
+
1

+
2

+
3


+
4

+
5

+
6

+
7

+
8

+
9

+
10

+
11

+
12

+
13

+
14

+
15

+ 1
A Equação 2 possui as mesmas variáveis da Equação 1, porém a autora utiliza os preços
mensais da gasolina e do álcool disponibilizados pelo IBGE. Além disso, o período de análise
é de julho de 1994 a fevereiro de 2001
(2) 
=
0
+
1

+
2

+
3


+
4

+
5

+
6

+
7

+
8

+
9

+
10

+
11

+
12

+
13

+
14

+
15

+ 2
O objetivo da Equação 3 é o de analisar o impacto nas elasticidades da inclusão do preço do
gás natural veicular. A análise é feita para o seguinte período: julho de 2001 a fevereiro de
2007. Consideram-se os dados de preço disponibilizados pela Petrobras.
(3) 
=
0
+
1

+
2

+
3


+
4

+
5

+
6

+
7

+
8

+
9

+
10

+
11

+
12

+
13

+
14

+
15

+
16

+ 3
Tabela 2.7 - Estimação das Elasticidades-Preço da Demanda por Gasolina no Longo
Prazo Dados Mensais (Schünemann, 2007)
(1)
(jan/91-fev/07)
(2)
(jul/94-fev/07)
(3)
(jul/01-fev/07)
Coeficiente
(p-valor)
-0.0165
(0.8706)
0.04518
(0.6685)
-0.4106
(0.0040)
57
De acordo com os resultados, o preço do s natural veicular não é estatisticamente
significativo. Segundo a autora, o preço do GNV relativamente ao álcool e à gasolina sempre
foi mais competitivo e o seu consumo se difundiu na medida em que foram concedidos
incentivos fiscais e se criou uma infra-estrutura de abastecimento do GNV. Assim sendo, a
opção pelo consumo do GNV não seria captada pelo seu preço.
Além disso, o problema de multicolinearidade entre os preços da gasolina e do álcool
permanece com os dados mensais, confirmando a influência do preço da gasolina no preço
do álcool devido à regulamentação vigente até final de 2001. Ainda sobre os resultados, os
coeficientes da variável


foram estaticamente significativos em todas as
regressões ao nível de 1%, o que indica uma efetiva mudança estrutural no mercado
nacional de combustíveis automotivos do ciclo Otto, dado a robustez dos resultados.
Diante desta situação, a autora reestima os três modelos, omitindo a variável preço médio
do álcool hidratado. Os resultados são apresentados na Tabela 2.8 abaixo.
Tabela 2.8 - Estimação das Elasticidades-Preço da Demanda por Gasolina no Longo
Prazo Dados Mensais/ sem o Preço Mensal do Álcool Hidratado (Schünemann,
2007)
(1)
(jan/91-fev/07)
(2)
(jul/94-fev/07)
(3)
(jul/01-fev/07)
Coeficiente
(p-valor)
-0.2197
(0.0063)
0.02852
(0.7108)
-0.3176
(0.0019)
O coeficiente da variável

continua estatisticamente não significativo de forma que a
exclusão desta variável não interfere nos resultados. Quanto à variável Preço da Gasolina,
essa tornou-se significativa na Equação 1, mas permaneceu não significativa considerando o
período de julho de 1994 a dezembro de 2007.
Para o cálculo das elasticidades-preço da demanda no curto prazo, a autora adota o Modelo
de Correção de Erro. O consumo de gasolina defasado é acrescentado aos três modelos
anteriores a fim de captar a inércia do consumo decorrente dos hábitos de consumo dos
58
consumidores. Os resultados, apresentado na Tabela 2.9, sugerem uma baixa elasticidade no
curto prazo.
Tabela 2.9 - Estimação das Elasticidades-Preço da Demanda por Gasolina no Curto
Prazo Dados Mensais/ sem o Preço Mensal do Álcool Hidratado (Schünemann,
2007)
(1)
(jan/91-fev/07)
(2)
(jul/94-fev/07)
(3)
(jul/01-fev/07)
Coeficiente
(p-valor)
-0.4883
(0.0006)
-0.3537
(0.0097)
-0.5181
(0.0297)
Portanto, os resultados encontrados em Schünemann (2007) sugerem que o preço do álcool
não é uma boa variável explicativa para o consumo de gasolina. Contudo, a variável


foi significativa em todas as regressões de longo prazo realizadas a partir de
dados mensais, ao contrário dos resultados anuais, indicando que as vendas de automóveis
flex-fuel influenciaram o consumo de gasolina apenas no período recente.
Abaixo são apresentadas as elasticidades-preço da demanda por gasolina calculadas nos
artigos descritos anteriormente.
Tabela 2.10 - Comparação dos Resultados da Estimação das Elasticidades-Preço da
Demanda por Gasolina no Brasil
Tipo de
Dados
Período de
Análise
Método Econométrico
Curto
Prazo
Longo
Prazo
Burnquist e
Bacchi (2002)
Dados
Anuais
1973 1998
Co-Integração e MCE
-0.319
-0.227
Alves e Bueno
(2003)
Dados
Anuais
1974 1999
Co-Integração e MCE
-0.091
-0.464
Pinto et al.
(2006)
Dados
Mensais
Jul/01
Ago/06
Painel Dinâmico
Arellano e Bond
-0.121
-0.141
Nappo (2007)
(1)
Dados
Mensais
Ago/94
Jul/06
Co-Integração e MCE
-
0.356
Nappo (2007)
(3)
Dados
Mensais
Ago/94
Jul/06
Co-Integração e MCE
-
-0.196
Schünemann
(2007)
(1)
Dados
Mensais
Jan/91
Fev/07
Co-Integração e MCE
-0.4883
-0.2197
59
Schünemann
(2007)
(2)
Dados
Mensais
Jul/94
Fev/07
Co-Integração e MCE
-0.3537
0.02852
Schünemann
(2007)
(3)
Dados
Mensais
Jul/01
Fev/07
Co-Integração e MCE
-0.5181
-0.3176
MCE Mecanismo de Correção de Erro
De acordo com a tabela 2.10, é possível, de fato, perceber uma convergência em relação ao
uso da técnica de co-integração e do mecanismo de correção de erro para estimar
elasticidades-preço da demanda de curto e de longo prazo. Os modelos utilizados,
entretanto, variam de autor para autor. As variáveis explicativas são escolhidas com base no
que se pretende verificar, mas tendo como regressando o consumo de gasolina é certo que
o preço da gasolina e a renda dos consumidores serão utilizados como variáveis explicativas.
É interessante, entretanto, notar que teoricamente todos os modelos utilizam estes dois
regressores, mas quando se analisa os dados, diferenças são encontradas. No caso do preço,
por exemplo, esses podem estar em termos reais ou correntes, e, ainda, podem ser obtidos
a partir de fontes de diferentes (ANP, PETROBRAS e IBGE), o que muitas vezes implica em
metodologias diferentes. Em relação à renda, costuma-se usar o produto nacional bruto do
país, mas na falta de um PIB estadual é possível utilizar como variável proxy o consumo de
energia elétrica.
Os resultados obtidos pelos diversos trabalhos apresentados aqui sugerem uma elasticidade-
preço da demanda por gasolina tanto de curto quanto de longo prazo baixa. Além disso,
alguns estudos encontraram uma elasticidade de longo prazo menor que a de curto prazo,
ao contrário do que se espera pela teoria econômica. A razão para tal fato, entretanto, não
foi discutida por nenhum destes trabalhos.
60
Capítulo 3 Elasticidade-Imposto da Demanda por Gasolina C no Brasil
Como mencionado anteriormente, o objetivo desta dissertação é o de avaliar o impacto de
mudanças no imposto estadual ICMS sobre o consumo de gasolina C no Brasil, mais
especificamente, nos estados brasileiros. Entretanto, por uma questão de disponibilidade de
dados apenas sete estados são considerados, o eles: Ceará, Pernambuco, Sergipe, Rio de
Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
A abordagem de avaliação utilizada neste capítulo é a abordagem econométrica tradicional.
Inicialmente, são apresentadas as hipóteses do modelo. Em seguida, são descritas as
especificações dos modelos matemático e econométrico, assim como os dados utilizados.
Por fim, os parâmetros são estimados e as hipóteses testadas. A partir dos resultados
obtidos, é discutida a possibilidade de utilizar este modelo como instrumento de políticas
energética e ambiental.
3.1 Hipóteses do Modelo
De acordo com a legislação brasileira, são os produtores, refinaria, distribuidora e
revendedores, que pagam o ICMS sobre a gasolina C. Contudo, isso não significa que a
incidência deste imposto recai de fato sobre os produtores.
A incidência tributária depende de alguns fatores, sendo a estrutura de mercado o fator
mais importante. Caso o mercado seja competitivo, então a incidência do imposto
dependerá das inclinações das curvas de oferta e demanda, ou seja, das elasticidades-preço
da oferta e preço da demanda.
As elasticidades, por sua vez, são indicadores do grau de sensibilidade da quantidade
ofertada e demandada a alterações no preço de mercado. Cabe acrescentar que as
61
elasticidades independem das unidades utilizadas para medir quantidade e preço. Isso
porque são calculadas a partir das variações percentuais das variáveis em questão.
No caso específico do mercado revendedor de gasolina C, esse é considerado competitivo.
Contudo, é preciso estar ciente de que este mercado apresenta características propícias para
a formação de cartéis, quais sejam: (i) produto homogêneo; (ii) semelhança de custos; e (iii)
barreiras regulatórias.
Para comprovar a existência de um cartel seria necessário demonstrar que as estratégias
adotadas pelos postos revendedores não são racionais, a não ser na própria hipótese de
cartel. Vale mencionar que a existência de preços semelhantes entre os postos, principal
justificativa para as denúncias feitas à Secretaria de Direito Econômico, não é suficiente para
caracterizar a formação de um conluio.
Sendo assim, apesar de possíveis focos de cartelização no mercado revendedor, esses não
constituem a real estrutura de mercado sendo, portanto, apenas casos isolados. Desta
forma, considera-se, neste trabalho, que o mercado de gasolina C é competitivo. Logo, as
curvas de oferta e demanda devem ser analisadas.
Por hipótese, a curva de oferta do mercado de gasolina C é horizontal. As justificativas para
tal hipótese são duas. Em primeiro lugar, o preço da gasolina A é estabelecido considerando
aspectos políticos e não as condições de mercado, o que implica que não uma relação
bem definida entre preço e quantidade. Em segundo, a quantidade ofertada de álcool anidro
é determinada pela quantidade necessária para acrescentar à gasolina A. Mais uma vez, não
é possível estabelecer uma relação entre preço e quantidade. Sendo assim, este trabalho
assume que a quantidade ofertada de gasolina C, resultado da combinação de 75% de
gasolina A com 25% de álcool anidro, é estabelecida considerando dado o preço de mercado.
Pelo lado da demanda, de acordo com a revisão da literatura feita no capítulo anterior, a
elasticidade-preço da demanda é baixa. Além disso, os trabalhos mostram, como esperado
pela teoria, que existe uma relação negativa entre o preço e a quantidade, o que implica
numa inclinação negativa da curva de demanda.
62
Gráfico 3.1 - Curvas de Oferta e Demanda do Mercado de Gasolina C
Nesta situação, a introdução de um imposto, ainda que por lei seja atribuído aos produtores,
é repassado integralmente aos consumidores finais.
No caso específico do imposto ad valorem ICMS tem-se que:
/
=
1
1 
/
=
/
Gráfico 3.2 Preço Final da Gasolina C versus Imposto
Nota: Assumindo
/
constante
A introdução de um imposto ad valorem, que por lei incide sobre os produtores, implica num
deslocamento da curva de oferta para cima, pois é possível interpretá-lo como um aumento dos
Preço
Curva de
Demanda
Curva de
Oferta
Quantidade
Imposto ()
/
/
63
custos de produção. Logo, a introdução do imposto implica num deslocamento da curva de oferta
para cima na grandeza exata do tributo.
Gráfico 3.3 - Efeitos de um Imposto Ad Valorem sobre a Curva de Oferta
Contudo, sendo a curva de oferta de gasolina perfeitamente elástica, o imposto recai
integralmente sobre os consumidores. Portanto, o preço de oferta de equilíbrio permanece
inalterado, mas o preço de demanda aumenta exatamente no montante do imposto. Neste
caso, o preço de equilíbrio é determinado pelas condições de oferta, enquanto a quantidade
de equilíbrio é determinada pela curva de demanda.
Gráfico 3.4 - Efeitos de um Imposto Ad Valorem sobre as Curvas de Oferta e
Demanda do Mercado de Gasolina C
Quantidade
Preço
Quantidade
Curva de
Oferta
Curva de
Demanda
Preço
Curva de
Oferta
Curva de Oferta
com Imposto
Curva de Oferta
com Imposto
64
Desta forma, as hipóteses consideradas neste trabalho são:
(i) Mercado competitivo
(ii) Curva de oferta perfeitamente elástica
As conseqüências destas suposições são duas, quais sejam: (i) a incidência do imposto sobre
a gasolina C recai sobre os consumidores finais; e (ii) para avaliar os impactos de mudança
no imposto estadual na quantidade consumida de gasolina C, é preciso especificar apenas a
curva de demanda.
Tendo, então, estabelecido as hipóteses sobre a estrutura de mercado, falta determinar as
variáveis que, por suposição, afetam a demanda por gasolina C no Brasil. Vale mencionar
que as hipóteses são válidas para os sete estados brasileiros avaliados nesta dissertação.
Assume-se, portanto, que o consumo de gasolina C é influenciado pelas seguintes variáveis:
(i) Preço da gasolina C
(ii) Preço do álcool hidratado
(iii) Renda dos trabalhadores
(iv) Frota de automóveis à gasolina
(v) Frota de automóveis flex-fuel
Por ser a gasolina um bem comum, a relação entre a quantidade consumida e o preço deve
ser negativa, ou seja, se o preço aumentar, então o consumo deve diminuir. Em relação ao
preço do álcool hidratado, substituto mais próximo da gasolina, a relação esperada deve ser
positiva. Caso o preço do álcool hidratado aumente, então a demanda por gasolina deve
aumentar.
A gasolina é também um bem normal, de forma que um aumento da renda implicaria num
aumento do consumo assumindo tudo mais constante. A relação é também positiva entre o
consumo e a frota de gasolina. Entretanto, em relação à frota de automóveis flex-fuel não é
possível traçar uma relação direta, uma vez que os consumidores podem abastecer seus
65
carros utilizando gasolina ou álcool hidratado. Será interessante notar, a partir dos
resultados da estimação do modelo, a preferência dos consumidores donos de automóveis
flex-fuel. Cabe ressaltar, contudo, que esse não é o objetivo da dissertação.
3.2 Especificação do Modelo Matemático
O objetivo desta seção é o de especificar a relação funcional entre as variáveis descritas
anteriormente.
De acordo com os artigos apresentados no Capítulo 2, as relações tanto entre a demanda
por gasolina C e os preços dos combustíveis quanto entre a demanda e a renda podem ser
descritas por uma relação exponencial. Contudo, a relação entre a demanda por gasolina C e
a frota de automóveis à gasolina, assim como a relação entre o consumo de gasolina C e a
frota de automóveis flex-fuel não é tão direta.
A fim de descobrir qual é a relação funcional entre estas variáveis, foram construídos, para
cada estado brasileiro analisado, gráficos de dispersão. De acordo com os gráficos, a relação
aparente entre a demanda por gasolina C e a frota de automóveis à gasolina, assim como a
relação entre o consumo de gasolina C e a frota de automóveis flex-fuel parecem ser
caracterizadas por uma relação também exponencial. É preciso, entretanto, atenção a este
tipo de avaliação, uma vez que a relação funcional de interesse é a condicional, não sendo
possível observá-la num gráfico bivariado.
A princípio, portanto, será considerada a relação descrita a partir de uma função de
demanda por gasolina C Cobb-Douglas:
= (
1
)(
2
)(
3
)(
4
)(

5
) (1)
66
Sendo,
Constante
,
Consumo de gasolina C em litro
,
Preço real da gasolina C (R$/litro)
,
Preço real do álcool hidratado (R$/litro)
,
Folha de pagamento real por trabalhador (índice)
,
Frota de automóveis à gasolina (unidade)

,
Frota de automóveis flex-fuel (unidade)
Dado o objetivo do trabalho de calcular a elasticidade-imposto da demanda por gasolina C,
aplica-se o logaritmo neperiano à equação (1).

=
0
+
1

+
2

+
3
+
4

+
5
ln

(2)
É possível notar que o imposto estadual ICMS, objeto de estudo desta dissertação, não entra
explicitamente na equação. Dado que o ICMS representa um dos componentes do preço,
adicioná-lo ao modelo implicaria em contagem dupla. Assim, a fim de verificar o impacto do
ICMS no consumo de gasolina C, é preciso aplicar a regra da cadeia.


1
1 
=




1
1 
Por definição, o preço da gasolina C é uma função do preço da gasolina C sem o ICMS e o
próprio imposto estadual.
=
/
1 
Aplicando logaritmo neperiano a equação acima, tem-se que:

= ln
/
1
= 
/
+ ln
1
1
(3)
67
Assim, pela Equação (3) tem-se que


1
1
= 1, confirmando a hipótese de repasse
integral do imposto sobre a gasolina. Este resultado indica que calcular a elasticidade-
imposto da demanda é o mesmo que calcular as elasticidades-preço da demanda.
De fato, se as elasticidades fossem diferentes, então, os consumidores estariam
respondendo de forma diferente aos componentes do preço. Porém, para os consumidores,
a variável de interesse é o preço final, sendo, portanto, as razões que resultaram na variação
do preço não importantes.
Contudo, cabe mencionar que existe uma possibilidade da variação no imposto gerar uma
variação em algum outro componente do preço como, por exemplo, as margens de lucro, o
que justificaria, então, encontrar uma elasticidade-imposto diferente da elasticidade-preço
da demanda. Medir isso, entretanto, requereria a formulação de uma função de mark-up
dos revendedores de gasolina C, algo que não é feito nesta dissertação.
3.3 Especificação do Modelo Econométrico
O modelo matemático pressupõe uma relação exata entre as variáveis, contudo esta relação
não se verifica na prática. A demanda por gasolina C é provavelmente influenciada por
outras variáveis não explicitadas não modelo como, por exemplo, os hábitos dos
consumidores. Sendo assim, acrescentamos ao modelo determinístico, descrito
anteriormente, um termo denominado distúrbio, .

=
0
+
1

+
2

+
3
+
4

+
5
ln

+ (4)
As propriedades do distúrbio são conhecidas, sendo um ruído branco. Ou seja, o termo de
erro aleatório é não correlacionado com as variáveis explicativas, com média zero e variância
constante.
Além disso, a partir da observação dos dados referentes à demanda por gasolina C notou-se
um comportamento sazonal. Em geral, no final do ano um aumento do consumo de
68
gasolina C motivado, provavelmente, pelo aumento da renda, 13º salário, e pelas férias e
festas do final de ano. Em contrapartida, no início do ano, uma forte queda do consumo
resultado, talvez, da diminuição de renda devido à grande quantidade de impostos a serem
pagos nesta época. A fim de captar tais movimentos onze dummies sazonais foram
adicionadas ao modelo sendo janeiro considerado, aleatoriamente, o mês-base.

=
0
+
1

+
2

+
3
+
4

+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+ (5)
Cabe acrescentar que, inicialmente, tentou-se controlar para mudanças nos impostos
federais introduzindo-os ao modelo. Contudo, de forma simétrica, ao imposto estadual,
ICMS, os impostos federais, CIDE, PIS/PASEP e COFINS, são componentes do preço final da
gasolina C e adicioná-los ao modelo implicaria em multicolinearidade perfeita e, por isso,
foram retiradas do modelo.
3.4 Obtenção dos Dados
Como mencionado anteriormente, a estimação do modelo econométrico é realizada para
sete estados brasileiros devido à falta de disponibilidade de dados para todos os estados
mais o Distrito Federal. Além disso, o período de análise é mensal, de julho de 2001 a
dezembro de 2008.
Como não há dados sobre consumo de gasolina C foram utilizadas as vendas de gasolina C,
pelas distribuidoras, disponibilizadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e
Biocombustíveis. Cabe mencionar que os dados referentes à venda têm como unidade de
medida o metro cúbico, mas como os preços tanto da gasolina C quanto do álcool hidratado
estão em Reais por litro, as vendas foram multiplicadas por mil para que ficassem na mesma
unidade de volume dos preços.
As informações sobre os preços dos combustíveis também é disponibilizada pela Agência
Nacional de Petróleo. Dado o interesse de trabalhar com valores reais foi necessário
69
deflacionar os preços. Para isso, utilizou-se o Índice Geral de Preços, IGP-M, divulgado pela
Fundação Getúlio Vargas. A base original do índice é agosto de 1994, entretanto mudou-se a
base para dezembro de 2008.
Em relação à renda, foi utilizada a Folha de Pagamento Real por Trabalhador divulgada pelo
IBGE relativo à indústria geral. A Folha de Pagamento é, na verdade, um índice de base fixa,
janeiro de 2001, sem ajuste sazonal. De forma análoga ao IGP-M, mudou-se a base para
dezembro de 2008. Este índice não é divulgado para todos os estados brasileiros de forma
que para os estados Mato Grosso do Sul e Sergipe foram utilizados os dados referentes às
regiões centro-oeste e nordeste respectivamente.
Os dados referentes à frota de automóveis sejam esses à gasolina ou flex-fuel foram obtidos
junto ao Detran dos sete estados mencionados. Com exceção do Rio de Janeiro e Sergipe,
os dados disponibilizados são anuais de forma que foi preciso transformar esses em mensais.
Para isso, a taxa anual de crescimento foi calculada e, com base nessa, a taxa de crescimento
mensal.
Dado, portanto, o modelo e os dados, a próxima etapa é calcular os parâmetros do modelo
especificado
3.5 Estimação dos Parâmetros do Modelo Econométrico
O modelo econométrico final descrito na seção 3.3 é estimado com base na econometria de
séries temporais. A estimação, portanto, é realizada, no software Eviews 4.1, para os sete
estados de forma independente.
A escolha da técnica econométrica a ser utilizada depende do comportamento do
regressando e dos regressores. Sendo assim, primeiramente, é preciso verificar se as séries
temporais são estacionárias ou não. Para isso, três tipos de abordagens são utilizados. O
primeiro tipo corresponde à análise gráfica dos dados. O objetivo é, a partir da visualização,
70
ter um primeiro insight sobre o comportamento das variáveis. Em seguida, o correlograma
de cada série é estudado e, por fim, os testes de raiz unitária são realizados.
Os testes escolhidos, nesta dissertação, são: o teste de Dickey-Fuller Aumentado, que
considera a possibilidade de correlação serial; e o teste de Phillips e Perron, que assume
também a possibilidade de correlação serial, mas utiliza métodos estatísticos não-
paramétricos sem precisar, portanto, acrescentar à regressão os termos de diferenças
defasados do regressando.
Depois de determinada a ordem de integração das séries, o modelo econométrico (5) é
estimado via Mínimos Quadrados Ordinários. O objetivo é realizar dois testes de
estabilidade, quais sejam: o teste de Chow, de quebra estrutural, e o teste RESET de Ramsey,
de especificação do modelo. Dado que o tamanho da amostra é pequeno, não é possível
realizar o teste de Chow.
Caso a hipótese nula do teste de Ramsey seja rejeitada, então, um novo modelo deve ser
especificado. Caso contrário, o passo seguinte é testar a existência de correlação serial. O
teste utilizado, neste trabalho, é o teste Breusch-Godfrey (BG) considerando duas
defasagens.
Caso haja autocorrelação, então é preciso tentar eliminá-la. A estratégia adotada aqui será a
de introduzir ao modelo, primeiramente, a variável dependente defasada. Se a
autocorrelação ainda não for eliminada, então as variáveis independentes serão também
defasadas. Caso a correlação permaneça, a estimação dos parâmetros será realizada via
Variável Instrumental, sendo os instrumentos utilizados o regressando defasado e os
próprios regressores.
Caso não haja autocorrelação, outro teste é realizado: o teste de Co-Integração de Durbin-
Watson. Se as variáveis forem co-integradas, então os parâmetros são estimados via Co-
Integração e o Mecanismo de Correção de Erro. Em geral, espera-se que as variáveis sejam
co-integradas indicando, portanto, a possibilidade de existir uma relação de longo prazo
estável entre essas.
71
Se as variáveis não forem co-integradas, então estimar uma regressão entre elas implicaria
numa regressão sem sentido denominada regressão espúria. Neste caso, a especificação do
modelo teria de ser revista.
Mesmo realizando todos os testes acima mencionados, os resultados obtidos podem estar
em desacordo com o esperado. Isso pode ser resultado da presença de variáveis endógenas
no modelo. Neste caso, os parâmetros estimados seriam viesados e ineficientes. A fim de
testar isso, o teste de exogenidade de Hausman é realizado. Caso haja variáveis endógenas
no modelo, então, primeiro, um novo modelo é especificado excluindo as variáveis
endógenas. Todos os testes são refeitos considerando esta nova regressão. Porém, essa não
seria a melhor opção, sendo então, feito o Método de Auto-Regressão Vetorial, o VAR.
Sendo assim, cada um destes procedimentos é realizado para os sete estados brasileiros de
forma independente. Os testes e as estimações são apresentados de forma detalhada no
anexo A, sendo apresentado aqui apenas o resultado final.
De acordo com a realização dos testes, foi preciso especificar novos modelos econométricos
para alguns dos estados avaliados. Além disso, a técnica de estimação também variou.
Para os estados de Pernambuco, Paraná e Mato-Grosso do Sul o modelo original, Equação
(5), foi utilizado. As variáveis consideradas na regressão, de acordo com o teste de Hausman,
são exógenas, com exceção da própria variável dependente Consumo de Gasolina C. A
técnica de co-integração foi utilizada, assim como o mecanismo de correção de erro.
Com relação aos estados brasileiros Ceará e Sergipe, as variáveis Preço Real do Álcool
Hidratado, Frota de Automóveis a Gasolina e Flex-Fuel foram considerados endógenas.
Seguindo o procedimento especificou-se um novo modelo e, também, rodou-se um VAR
bivariado sendo as variáveis Preço Real da Gasolina C e Renda Real por Trabalhador
exógenas, enquanto as variáveis Consumo de Gasolina C e Preço Real do Álcool Hidratado
endógenas. Repare que as séries referentes às frotas foram excluídas, pois essas, em
quaisquer modelos, eram sempre estatisticamente não significativas.
72
Entretanto, mesmo incluindo as defasagens das variáveis endógenas até a terceira ordem,
não foi possível eliminar a correlação serial de segunda e terceira ordem do modelo VAR
bivariado, de forma que o seguinte modelo foi estimado tanto para o estado do Ceará
quanto para Sergipe:


=
0
+
1

1
+
2

12
+
3

13
+
4


+
5

+
6

1
+
7

12
+
8
13
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
18
+
19
+
20
+
(6)
A escolha das defasagens foi baseada na análise da função de correlação parcial.
Já, nos estados Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, apesar de todos os regressores serem
exógenos, foi preciso especificar um novo modelo. No caso do Rio de Janeiro, especificou-se
uma regressão adicional considerando o preço do gás natural veicular, pois a frota de
automóveis a gás no Rio é alta.
Deste modo, as equações estimadas para o Rio de Janeiro, cujos resultados são
apresentados abaixo, são:


=
0
+
1


+
2


+
3

+
4
(

2
) +
5
(

2
) +
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
(7)


=
0
+
1

12
+
2


+
3


+
4

2
+
5


+
6

+
7

12
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
18
+
19
+
(8)
Estas regressões divergem quanto às séries utilizadas devido à necessidade de melhor
especificar o modelo e eliminar autocorrelações.
No caso do Rio Grande do Sul, o modelo econométrico utilizado foi basicamente a regressão
(5) sem as séries referentes à frota de automóveis a gasolina e frota flex-fuel.
73


=
0
+
1


+
2


+
3

+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
(9)
Assim sendo, os resultados obtidos são apresentados na Tabela 3.1 abaixo.
Tabela 3.1 - Resultado das Estimações: Elasticidade-Preço da Demanda por
Gasolina C nos Sete Estados Brasileiros
(a) Curto Prazo
Coeficiente
(desvio-padrão)
Estatística de teste
P-valor
Ceará
-0.207934
(0.071802)
-2.895944
0.0052
Pernambuco
-0.707052
(0.218612)
-3.234274
0.0024
Sergipe
-0.145449
(0.093861)
-1.549630
0.1264
Rio de Janeiro (7)
-0.218402
(0.421429)
-0.518242
0.6071
Rio de Janeiro (8)
-0.074312
(0.172895)
-0.429808
0.6688
Paraná
0.050930
(0.269595)
0.188912
0.8514
Rio Grande do Sul
-0.577913
(0.183386)
-3.151352
0.0024
Mato Grosso do Sul
-0.356696
(0.427716)
-0.833957
0.4166
(b) Longo Prazo
Coeficiente
Ceará
-0.14658
Pernambuco
-0.68787
Sergipe
-0.10270
Rio de Janeiro (7)
-0.59222
Rio de Janeiro (8)
-0.06023
Paraná
-0.17940
Rio Grande do Sul
-0.58929
Mato Grosso do Sul
-0.38300
74
Com exceção de Pernambuco, as elasticidades-preço da demanda por gasolina C tanto de
curto quanto de longo prazo são baixas, o que está de acordo com os resultados obtidos nos
trabalhos apresentados no capítulo anterior.
O mais importante desta análise é observar, a partir dos resultados encontrados, a grande
diferença que existe entre os estados brasileiros quanto à reação de cada a mudanças no
preço da gasolina C. Entretanto, deve-se ter atenção, pois nem todos os parâmetros
estimados são significativos.
A não significância estatística dos testes t individuais, os altos valores encontrados de R
2
,
superior a 0.8, e a significância dos testes F de significância conjunta podem indicar a
presença de multicolinearidade entre os regressores. A princípio pouco pode ser feito, uma
vez que a multicolinearidade é essencialmente um problema de deficiência de dados
(Gujarati, 2006). Contudo, é preciso considerar que o problema da multicolinearideda está
associado a seu grau e não a sua existência. Desta forma, as correlações entre as variáveis
são calculadas (Anexo B).
Com base nos resultados, existe uma alta correlação entre as séries Preço Real da Gasolina C
e Preço Real do Álcool Hidratado, e também uma alta correlação entre as séries Frota de
Automóveis à Gasolina e Frota de Automóveis Flex-Fuel. Cabe acrescentar, entretanto, que
num modelo com mais de duas variáveis explanatórias, como é o caso, a correlação simples,
ou de ordem zero, não corresponde a um indicador exato de presença de multicolinearidade
e, portanto, não é possível definir uma relação direta entre alta correlação simples e
multicolinearidade.
Outro fator que pode estar ocasionando a não significância individual dos regressores é a
possível existência de erro de especificação. Contudo, como mencionado, o teste RESET
de Ramsey foi realizado e todos os modelos apresentados foram, de acordo com este teste,
corretamente especificados. Logo, pouco pode ser feito, sendo a deficiência de dados a
causa mais plausível para explicar a não significância estatística dos testes t individuais.
75
Descobrir o porquê das diferenças é importante a fim de considerar as especificidades de
cada estado na formulação de políticas públicas. A princípio, as diferentes alíquotas entre os
estados podem ser responsáveis pela diferentes respostas, mas considerando que Ceará e
Pernambuco têm as mesmas alíquotas de ICMS sobre a gasolina essas não representam a
única razão.
Os demais componentes dos preços finais de gasolina C aos consumidores como, por
exemplo, o frete e as margens, também podem ser apontados como fatores responsáveis
pelos diferentes comportamentos dos consumidores. De acordo com o Gráfico 3.5 abaixo, é
possível notar que os preços reais no Paraná, em geral, são menores que nos outros estados,
o que explicaria a baixa elasticidade-preço da demanda por gasolina C, uma vez que os
incentivos relativos ao custo da gasolina são menores neste estado não havendo, assim,
estímulo a mudar de combustível.
Gráfico 3.5 - Preço Real da Gasolina C por Estado (R$/litro)
Fonte: Agência Nacional de Petróleo e IPEADATA
É válido mencionar que este tipo de análise é puramente econômica não considerando,
portanto, questões relativas à preocupação ambiental que os consumidores possam vir a ter
e, neste sentido, serem estimulados a escolher combustíveis menos poluentes.
2
2.2
2.4
2.6
2.8
3
3.2
3.4
3.6
3.8
jan2001
apr2001
jul2001
oct2001
jan2002
apr2002
jul2002
oct2002
jan2003
apr2003
jul2003
oct2003
jan2004
apr2004
jul2004
oct2004
jan2005
apr2005
jul2005
oct2005
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apr2006
jul2006
oct2006
jan2007
apr2007
jul2007
oct2007
jan2008
apr2008
CE
PE
SE
RJ
PR
RS
MS
76
É possível argumentar também que talvez o importante para o consumidor seja o preço
relativo e não o preço absoluto da gasolina C. Neste caso, sendo o álcool hidratado o
substituto mais próximo, utilizando a regra de equivalência dos combustíveis
25
, tem-se que
os consumidores paranaenses deveriam consumir apenas álcool hidratado, pois, com
exceção do primeiro semestre de 2006, o preço do álcool esteve sempre abaixo dos 70% do
preço da gasolina C.
Gráfico 3.6 - Razão entre o Preço Real do Álcool Hidratado e o Preço Real da
Gasolina C para os Sete Estados Brasileiros
Fonte: Agência Nacional de Petróleo e IPEADATA
Contudo, como visto, o estado do Paraná é o que apresenta a menor elasticidade de
forma que outros fatores, que não econômicos, têm um peso maior na decisão dos
consumidores. Talvez seja o simples desconhecimento quanto a esta regra ou talvez sejam
as questões comportamentais responsáveis pela diferentes respostas entre os estados.
Infelizmente, a análise comportamental pressupõe a realização de experimentos sendo,
neste caso específico, cara, pois envolve vários estados e um número considerável de
consumidores para que a amostra seja grande o suficiente para a realização, num segundo
25
= 0.7
=>
= 0.7
0.40
0.50
0.60
0.70
0.80
0.90
1.00
jul2001
oct2001
jan2002
apr2002
jul2002
oct2002
jan2003
apr2003
jul2003
oct2003
jan2004
apr2004
jul2004
oct2004
jan2005
apr2005
jul2005
oct2005
jan2006
apr2006
jul2006
oct2006
jan2007
apr2007
jul2007
oct2007
jan2008
apr2008
jul2008
oct2008
CE
PE
SE
RJ
PR
RS
MS
0.7
77
momento, de testes econométricos. Logo, este tipo de análise não é realizada nesta
dissertação, ficando em aberto a possibilidade de um futuro trabalho.
3.6 Modelo com Fins de Política Pública
A análise de sensibilidade do mercado de gasolina C nos sete estados brasileiros avaliados
mostrou que existem diferenças significativas entre esses. As reações a mudanças no preço
final da gasolina C divergem consideravelmente. Considerando apenas os estados cujas
respostas foram significativas, tem-se que no Rio Grande do Sul e, principalmente, em
Pernambuco políticas de preço poderiam ser utilizadas como instrumentos de políticas
energéticas e ambientais.
Em relação a este último ponto tem-se que os impostos sobre a gasolina são os
instrumentos do Governo para alterar, de forma direta, os preços da gasolina C. Dadas as
diferenças de comportamento quanto à demanda por gasolina entre os estados brasileiros,
o uso do imposto estadual ICMS teria uma maior probabilidade de sucesso, uma vez que
consideras as especificidades estaduais.
Assim, tendo como perspectiva o desenvolvimento econômico sustentável, o ICMS poderia
ser utilizado para reduzir o consumo de gasolina C nos estados. O potencial deste imposto
estadual pôde ser observado, como mencionado no capítulo 1, em 04 de dezembro de 2003
em São Paulo.
Apesar da redução do ICMS sobre o álcool hidratado, de 25 para 12%, ter sido gerada com o
objetivo de diminuir a sonegação fiscal, houve um grande aumento do consumo de álcool
hidratado motivado pela redução do preço final deste combustível e, conseqüentemente,
pela queda do preço relativo entre o álcool e a gasolina. De acordo com a pesquisa realizada
pelo IBOPE-UNICA, Projeto Flex, 88% dos donos de automóveis flex-fuel em São Paulo
utilizam o álcool como principal combustível. Sendo assim, fica caracterizado o potencial de
se utilizar o ICMS sobre combustíveis como instrumento de política pública.
78
O uso do ICMS como política energética e ambiental oferece uma grande vantagem em
relação às demais políticas públicas. Sendo o Brasil um país muito grande, os estados
apresentam diversas particularidades que, em geral, não são consideradas na formulação de
políticas nacionais.
A fim de comparar as respostas dos estados brasileiros avaliados com a reação nacional a
mudanças no ICMS sobre a gasolina, estimou-se o modelo econométrico (5):


=
0
+
1


+
2


+
3


+
4


+
5
ln


+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+

, onde = 1, , 7 = 01, , 08
O modelo econométrico especificado acima procurou representar a realidade do mercado
de gasolina C no Brasil, ainda que seja praticamente impossível uma representação perfeita.
Para a estimação deste modelo foram utilizados dados em painel, onde i representa os sete
estados avaliados e t o mês.
Além disso, assumiu-se certa inércia no comportamento do consumo de gasolina C, de
forma que a variável dependente foi defasada uma vez e introduzida no modelo como
variável predeterminada. A estimação dos parâmetros, apresentada no Anexo C, foi
realizada via Arellano e Bond. Os resultados de interesse são apresentados na Tabela 3.4
abaixo
Tabela 3.2 - Painel Nacional: Elasticidades-Preço da Demanda por Gasolina C de
Curto e Longo Prazo
Coeficiente
(desvio-padrão)
Estatística
de teste
P-valor
Intervalo de
Confiança
26
(=10%)
Curto Prazo
-0.5147584
(0.073604)
-6.99
0.000
(-0.6358,-0.3936)
Longo Prazo
-0.4796999
-
-
-
26
Pr
2

+
2

= 1
79
A partir dos resultados encontrados, é possível notar uma elasticidade-preço da demanda
por gasolina C baixa, mas não inelástica. Os valores obtidos estão em acordo com os
encontrados na literatura e apresentados no Capítulo 2.
Ainda sobre os resultados obtidos, chama atenção a menor elasticidade-preço no longo
prazo, seria de se esperar uma maior flexibilidade e, conseqüentemente, um aumento da
sensibilidade a mudanças no preço.
Entretanto, o ponto que deve ser destacado é a diferença da resposta nacional em relação
às respostas estaduais. Desta forma, estratégias baseadas no uso de políticas públicas
nacionais, que não consideram as especificidades de cada estado, provavelmente não serão
eficazes. Isso porque um aumento de 1% no preço implicaria, no curto prazo, numa redução
de 0.51%, enquanto, por exemplo, no Ceará a queda seria de apenas 0.20%.
Posto isso, é grande a relevância de políticas públicas estaduais nos objetivos do governo
federal, pois essas aumentam a probabilidade de que os recursos financeiros públicos sejam
alocados de maneira eficiente e eficaz.
80
Conclusão
A análise de sensibilidade do mercado de gasolina C a variações no preço tornou-se mais
difícil a partir da introdução da tecnologia flex-fuel. Antes dessa, as preferências dos
consumidores eram reveladas na escolha do automóvel, de forma que para avaliar as
reações a mudanças no mercado de gasolina C os dados referentes às vendas de automóveis
a gasolina poderiam ser utilizados. Entretanto, a mesma relação não pode ser traçada entre
a venda de automóveis flex-fuel e o consumo de gasolina.
Além disso, o estudo do comportamento da gasolina C no Brasil desconsidera as
especificidades estaduais. Os estados reagem de forma diferente a mudanças no preço. As
razões para tal diferença são, muitas vezes, difíceis de serem mensuradas como, por
exemplo, a existência de hábitos de consumo diferentes e, em geral, são geradas por fatores
distintos.
Estes fatores correspondem aos componentes de formação do preço final da gasolina C,
entre esses, o imposto estadual ICMS. Esse é o único imposto brasileiro sobre valor agregado
e, por isso, equivale, em outros países, ao value-added tax. É, também, um imposto
estadual, indireto e não-cumulativo. Passou a incidir sobre a gasolina C em 1989 tendo a
Constituição Federal de 1988 atribuído aos estados brasileiros a competência de tributar as
operações de comercialização de gasolina C.
Assim, com o objetivo de avaliar o impacto de mudanças no imposto estadual ICMS sobre o
mercado brasileiro de gasolina C, a elasticidade-imposto da demanda foi estimada. Essa é
definida como a variação percentual na quantidade demandada de gasolina C dividida pela
variação percentual do imposto. A elasticidade-imposto indica, portanto, o quão sensível é o
consumo de gasolina C a mudanças no imposto.
A avaliação do impacto de mudanças neste imposto se justifica pela possibilidade de utilizar
a política tributária como instrumento de políticas públicas ambientais e energéticas.
81
De fato, a análise de sensibilidade da demanda por gasolina C insere-se num contexto mais
amplo envolvendo estas três dimensões da política pública: tributária, ambiental e
energética.
Dentro deste contexto, a fim de avaliar com maior precisão as respostas a mudanças no
ICMS, estimou-se a elasticidade-imposto via uma abordagem econométrica. Vale lembrar
que, no caso do ICMS, estimar a elasticidade-imposto é o mesmo que estimar a elasticidade-
preço da demanda.
Portanto, para a estimação, algumas hipóteses quanto à estrutura do mercado foram feitas,
quais sejam: (i) o mercado final de gasolina C é competitivo; e (ii) a curva de oferta é
perfeitamente elástica. Como resultado destas duas suposições tem-se que, primeiro, o
imposto estadual recai integralmente sobre os consumidores e, segundo, apenas a curva de
demanda por gasolina C precisa ser especificada.
Por suposição, o consumo de gasolina C é uma função do preço da gasolina C, do preço do
álcool hidratado, da renda dos trabalhadores, da frota de automóveis a gasolina e de
automóveis flex-fuel. O preço da gasolina C é, por definição, uma função do preço da
gasolina sem ICMS e do próprio imposto. Logo, para o cálculo da elasticidade-imposto da
demanda por gasolina utiliza-se a regra da cadeia. Como o repasse é integral, a elasticidade-
imposto do preço é igual a um, o que significa que estimar elasticidade-imposto é o mesmo
que estimar elasticidade-preço da demanda.
A estimação da elasticidade-preço da demanda foi realizada para sete estados brasileiros por
uma questão de disponibilidade de dados, no caso dados referentes às frotas de automóveis
a gasolina e flex-fuel. Os sete estados analisados são: Ceará; Pernambuco; Sergipe; Rio de
Janeiro; Paraná; Rio Grande do Sul; e Mato Grosso do Sul.
Para a estimação dos parâmetros, diversas análises e testes foram realizados. Primeiro,
através da análise gráfica, do correlograma e dos testes de raiz unitária, verificou-se o
comportamento das séries temporais. Para todos os estados analisados, as séries são não-
estacionárias. Depois, o teste de estabilidade RESET de Ramsey foi feito a fim de verificar se
82
o modelo estava bem especificado. Durante a realização deste teste, houve a necessidade de
fazer algumas alterações no modelo original (5) para alguns estados, indicando, talvez, as
particularidades de cada um.
A partir da determinação de um modelo corretamente especificado, o teste de Breusch-
Godfrey de correlação serial de segunda ordem foi realizado. No caso da estimação dos
coeficientes do modelo original, o teste de co-integração entre as séries foi, também,
realizado. Sendo as séries co-integradas, a técnica de co-integração e o mecanismo de
correção de erro foram utilizados para a estimação dos parâmetros. Finalmente, o teste de
exogenidade de Hausman foi feito.
Para alguns estados, as séries Preço Real do Álcool Hidratado, Frota de Automóveis a
Gasolina e de Automóveis Flex-Fuel são endógenas. Por serem não significativas,
independente do modelo especificado, as séries referente às frotas foram excluídas do
modelo e tentou-se estimar os parâmetros via um VAR bivariado. Contudo, não foi possível
eliminar a autocorrelação entre os erros e a inclusão de mais variáveis dependentes
defasadas não foi possível devido ao pequeno tamanho da amostra. Diante desta situação, a
solução foi excluir as variáveis endógenas do modelo.
Depois de realizar todos os passos mencionados acima, os resultados obtidos sugerem que
as respostas às mudanças no preço são de fato bastante diferentes entre os estados
brasileiros avaliados. Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Sul foram os estados cujas
elasticidades estimadas foram significativas considerando 10% de significância. Sendo assim,
com exceção do Ceará, políticas de preço poderiam ser utilizadas como instrumentos de
políticas energéticas e ambientais.
Em relação a este último ponto tem-se que os impostos sobre a gasolina são os
instrumentos do Governo para alterar, de forma direta, os preços da gasolina C. Dadas as
diferenças de comportamento quanto à demanda por gasolina entre os estados brasileiros,
o uso do imposto estadual ICMS teria uma maior probabilidade de sucesso, uma vez que
consideras as especificidades estaduais.
83
A fim de comparar as respostas dos estados brasileiros avaliados com a reação nacional,
estimou-se um painel nacional. Os resultados obtidos sugerem respostas bastante diferentes
entre o Brasil e os sete estados avaliados. Assim, estratégias baseadas no uso de políticas
públicas nacionais, que não consideram as especificidades de cada estado, provavelmente
não serão eficazes.
Portanto, procurou-se, nesta dissertação, mostrar a viabilidade da política tributária como
instrumento de política pública e não apenas de arrecadação fiscal. O importante a ressaltar
aqui é que as respostas entre os estados são diferentes e que, portanto, uma política
nacional na indução deste ou daquele combustível poderá ter sua eficácia altamente
comprometida se não houver uma sintonia com relação às políticas estaduais, no manejo do
ICMS. Desta forma, o estudo sugere a necessidade de uma complementariedade entre a
política nacional e as políticas estaduais, vis-à-vis as metas estabelecidas.
A complementariedade entre as diversas esferas políticas, porém, não é algo simples. A
integração entre a esfera nacional e os grupos estaduais depende da gestão política e de
forças, também políticas, não-técnicas. Dada a complexidade destes desdobramentos, que
por si representam temas de dissertação, esses podem ser objetos de trabalhos
futuros. Deve-se, porém, destacar a importância de disponibilização de séries históricas, no
sentido de aprimorar os modelos econométricos. A indisponibilidade de dados impede,
muitas vezes, que estimativas sejam calculadas e, consequentemente, que estudos práticos
sejam feitos. Dados amostrais cujo tamanho da amostra é pequeno também representam
um desafio ao pesquisador, pois, como descrito no capítulo anterior, a deficiência dos dados
pode implicar na não significância estatística dos testes t individuais.
84
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03CEB69705E6 >
87
Anexo A Procedimentos e Estimação dos Parâmetros do Modelo Econométrico
1. Ceará
a. Análise Gráfica das Séries
17.3
17.4
17.5
17.6
17.7
17.8
17.9
18.0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LCG
8
9
10
11
12
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFFLEX
13.1
13.2
13.3
13.4
13.5
13.6
13.7
13.8
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFG
0.9
1.0
1.1
1.2
1.3
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPG
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPA
3.9
4.0
4.1
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LY
88
Aparentemente, existe um comportamento sazonal nas séries Consumo de Gasolina e Renda
Real por Trabalhador, de forma que 11 dummies sazonais são inclusas no modelo a fim da
captar tais movimentos.
b. Análise do Correlograma
Consumo de Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real da Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real do Álcool Hidratado
Série não-estacionária
Renda Real por Trabalhador
Série não-estacionária
Frota de Automóveis à gasolina
Série não-estacionária
Frota de Automóveis Flex-Fuel
Série não-estacionária
A partir dos resultados encontrados, as séries Preço Real da Gasolina C, do Álcool Hidratado,
Frota de Automóveis a Gasolina e Flex-Fuel podem ser descritas por um processo auto-
regressivo de primeira ordem AR(1). Já, a série Renda Real por Trabalhador parece ser um
AR(13), enquanto a série Consumo de Gasolina C um AR(12).
A determinação da ordem de integração dos processos auto-regressivos foi feita com base
nos coeficientes da função de correlação parcial.
c. Teste de Raiz Unitária
Dickey-Fuller Aumentado
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Defasagem
(Crit. Schwarz)
Estatística
ADF
Valor
Crítico 10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
0
-6.906
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante e
tendência
13
-2.007
-3.204
Aceita
LFg
Constante e
tendência
1
-2.707
-3.158
Aceita
LPg
Constante
0
-1.934
-2.584
Aceita
LPa
Constante
1
-2.284
-2.584
Aceita
LY
Constante e
tendência
13
-2.451
-3.159
Aceita
89
Phillips-Perron
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Estatística PP
Valor Crítico
10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
-7.077
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante
-15.374
-2.599
Rejeita
LFg
Constante e
tendência
-2.403
-3.158
Aceita
LPg
Constante
-1.920
-2.584
Aceita
LPa
Processo
aleatório puro
-1.000
-1.614
Aceita
LY
Constante e
tendência
-5.881
-3.154
Rejeita
Os resultados obtidos, a partir dos dois testes de raiz unitária, sugerem que a série Consumo
de Gasolina C é estacionária em torno de uma tendência determinística. Logo, a tendência é
adicionada ao modelo.
Apesar de alguns testes divergirem, os resultados da análise conjunta das três abordagens
indicam que as séries não são estacionárias.
Optou-se, inicialmente, por não transformá-las em séries estacionárias devido à perda de
informação, uma vez que o tamanho da amostra é pequeno.
Posto isso, o modelo estimado é:
(1) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
i. Regressão via Mínimos Quadrados Ordinários
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2004:12 2008:12
Included observations: 49 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
90
C
36.46775
48.15491
0.757301
0.4546
LPG
-0.720397
0.226008
-3.187482
0.0033
LPA
0.388675
0.107923
3.601398
0.0011
LY
0.234397
0.197428
1.187256
0.2441
LFG
-1.481970
3.632597
-0.407964
0.6861
LFFLEX
0.000204
0.091930
0.002221
0.9982
@SEAS(2)
-0.102557
0.021175
-4.843244
0.0000
@SEAS(3)
-0.041717
0.021388
-1.950440
0.0602
@SEAS(4)
-0.076236
0.021242
-3.588981
0.0011
@SEAS(5)
-0.060759
0.022561
-2.693059
0.0113
@SEAS(6)
-0.084187
0.024963
-3.372441
0.0020
@SEAS(7)
-0.023800
0.024262
-0.980953
0.3342
@SEAS(8)
0.017429
0.023846
0.730894
0.4703
@SEAS(9)
0.015112
0.022160
0.681964
0.5003
@SEAS(10)
0.036588
0.022185
1.649206
0.1092
@SEAS(11)
-0.062823
0.049843
-1.260404
0.2169
@SEAS(12)
0.027587
0.076373
0.361217
0.7204
@TREND
0.011995
0.028644
0.418769
0.6783
R-squared
0.940117
Mean dependent var
17.63999
Adjusted R-squared
0.907277
S.D. dependent var
0.097946
S.E. of regression
0.029825
Akaike info criterion
-3.910079
Sum squared resid
0.027575
Schwarz criterion
-3.215125
Log likelihood
113.7969
F-statistic
28.62779
Durbin-Watson stat
2.067546
Prob(F-statistic)
0.000000
d. Teste de Estabilidade
ii. Teste de Chow
Dados insuficientes para a realização deste teste.
iii. RESET de Ramsey fitted terms: 1
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
7.374232
Probability
0.010869
Log likelihood ratio
10.76942
Probability
0.001032
Considerando 10% de significância, a hipótese nula do teste é rejeitada, o que implica que o
modelo está mal especificado e deve, portanto, ser melhorado.
Os erros de especificação testados pelo teste RESET podem ser gerados por: variáveis
relevantes omitidas; forma funcional; e existência de correlação entre os regressores e o
distúrbio. A má especificação do modelo resulta em estimadores viesados e inconsistentes.
91
Com o objetivo de melhor especificar o modelo acrescentou-se as variáveis Renda Real e
Consumo de Gasolina C defasadas duas, doze e treze vezes, valores obtidos a partir da
análise do correlograma parcial. Entretanto, os resultados continuam não satisfatórios. A
introdução do quadrado dos regressores foi também testada sem sucesso.
A relevância das séries referentes à frota de automóveis a gasolina e flex-fuel também foi
testada. Os resultados obtidos sugerem que essas séries podem ser excluídas do modelo
original. Contudo, excluí-las do modelo não resolveu o problema de especificação.
Testou-se também a relevância da série Preço Real do Álcool Hidratado. De acordo com o
resultado esta série pode também ser excluída do modelo.
Sendo assim, com base nas diversas tentativas, considerou-se o modelo de ajustamento
parcial com defasagens distribuídas:
(2) 

=
0
+
1

1
+
2

12
+
3

13
+
4


+
5

+
6

1
+
7

12
+
8

13
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
18
+
19
+
20
+
92
(i) Regressão via MQO
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2002:02 2008:12
Included observations: 83 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
18.50897
3.462007
5.346312
0.0000
LCG(-1)
0.186139
0.119126
1.562531
0.1233
LCG(-12)
-0.202093
0.115013
-1.757125
0.0838
LCG(-13)
-0.216410
0.127169
-1.701756
0.0938
LPG
-0.207934
0.071802
-2.895944
0.0052
LY
0.426631
0.213057
2.002429
0.0496
LY(-1)
0.009015
0.225010
0.040064
0.9682
LY(-12)
0.315653
0.208048
1.517208
0.1343
LY(-13)
0.049708
0.212674
0.233728
0.8160
@SEAS(2)
-0.106992
0.117490
-0.910652
0.3660
@SEAS(3)
-0.057150
0.110948
-0.515105
0.6083
@SEAS(4)
-0.061603
0.117439
-0.524558
0.6018
@SEAS(5)
-0.054544
0.114431
-0.476655
0.6353
@SEAS(6)
-0.085333
0.112264
-0.760115
0.4501
@SEAS(7)
-0.007192
0.107520
-0.066888
0.9469
@SEAS(8)
-0.008621
0.109700
-0.078583
0.9376
@SEAS(9)
0.009321
0.103968
0.089652
0.9289
@SEAS(10)
0.041847
0.111945
0.373818
0.7098
@SEAS(11)
-0.199843
0.156986
-1.272997
0.2078
@SEAS(12)
-0.131454
0.134379
-0.978233
0.3318
@TREND
0.001189
0.000957
1.242602
0.2187
R-squared
0.912368
Mean dependent var
17.58705
Adjusted R-squared
0.884100
S.D. dependent var
0.112446
S.E. of regression
0.038281
Akaike info criterion
-3.473398
Sum squared resid
0.090858
Schwarz criterion
-2.861402
Log likelihood
165.1460
F-statistic
32.27531
Durbin-Watson stat
1.872172
Prob(F-statistic)
0.000000
(i) Teste Reset de Ramsey fitted terms: 1
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
2.057723
Probability
0.156543
Log likelihood ratio
2.753664
Probability
0.097032
(ii) Teste de Correlação Serial - Breusch-Godfrey (BG): duas defasagens
=
1
1
+
2
2
+
93
H
0
:
1
= 0,
2
= 0
Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:
F-statistic
0.718754
Probability
0.491507
Obs*R-squared
1.942025
Probability
0.378700
Tabela A.1.1 Elasticidade-Preço da Demanda de Gasolina C no Ceará
Curto Prazo
-0.20793
Longo Prazo
-0.14658
Sendo a elasticidade-preço de longo prazo calculada da seguinte maneira:

=

1
2
3
Vale acrescentar que sendo difícil determinar quais variáveis são exógenas e quais são
endógenas tentou-se estimar o modelo original através do método VAR, Auto-Regressão
Vetorial. Para tal estimação, foi necessário transformar as séries em estacionárias, o que
implicou em perda de informação.
Com exceção das séries referentes às frotas de automóveis, as demais séries tornaram-se
estacionárias a partir das primeiras-diferenças. No caso das frotas, foi preciso calcular as
segundas-diferenças.
(i) Transformação das Séries
a. Teste de Raiz Unitária
Dickey-Fuller Aumentado
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Defasagem
(Crit. Schwarz)
Estatística
ADF
Valor Crítico
10%
Hipótese
Nula
D(LCg)
Constante e
tendência
11
-4.614
-3.158
Rejeita
D2(LFflex)
Passeio
aleatório puro
11
-17.434
-1.611
Rejeita
D2(LFg)
Passeio
0
-9.000
-1.614
Rejeita
94
aleatório puro
D(LPg)
Passeio
aleatório puro
0
-9.340
-1.614
Rejeita
D(LPa)
Passeio
aleatório puro
0
-6.933
-1.614
Rejeita
D(LY)
Constante
11
-4.243
-2.585
Rejeita
Phillips-Perron
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Estatística
PP
Valor Crítico
10%
Hipótese
Nula
D(LCg)
Passeio aleatório puro
-22.293
-1.614
Rejeita
D2(LFflex)
Passeio aleatório puro
-7.049
-2.601
Rejeita
D2(LFg)
Passeio aleatório puro
-9.000
-1.614
Rejeita
D(LPg)
Processo aleatório puro
-9.735
-1.614
Rejeita
D(LPa)
Processo aleatório puro
-6.903
-1.614
Rejeita
D(LY)
Processo aleatório puro
-16.656
-1.614
Rejeita
O grande problema de se trabalhar com diferenças é a perda de significância econômica das
próprias variáveis e, conseqüentemente, dos parâmetros estimados. Por esta razão, optou-
se por não estimar a regressão original via VAR.
Existem, entretanto, testes de exogeneidade que podem ser aplicados a fim de saber quais
variáveis são exógenas e quais são endógenas. O teste utilizado nesta dissertação é o teste
de Hausman. Antes de prosseguir, vale mencionar que o teste de causalidade de Granger,
além de pressupor estacionariedade das séries, não deve ser utilizado para determinar se
uma variável é endógena ou exógena.
f. Teste de Hausman
Para realizar este teste considere que o Preço Real da Gasolina e a Renda Real por
Trabalhador são variáveis exógenas, enquanto as demais variáveis são endógenas.
95
(1)
=
0
+
1
+
2
+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(2)
=
0
+
1
+
2
+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(3)

=
0
+
1
+
2
+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
Cabe notar que a tendência foi retirada do modelo. A inclusão da tendência no modelo de
regressão só se justifica no caso de séries temporais estacionárias em tendência.
De posse dos valores estimados, a seguinte regressão é estimada via Mínimos Quadrados
Ordinários:


=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8

+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16

+
17
+
18


+
19

+
20


+
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2004:12 2008:12
Included observations: 49 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
31625.45
13461.66
2.349298
0.0261
LPG
3177.027
1501.673
2.115658
0.0434
LPA
0.350174
0.104403
3.354067
0.0023
LY
-8762.570
3671.794
-2.386455
0.0240
LFG
-2.250856
3.615131
-0.622621
0.5386
LFFLEX
-0.020588
0.089101
-0.231069
0.8189
@SEAS(2)
130.7336
47.19874
2.769854
0.0098
@SEAS(3)
10.77293
9.930363
1.084847
0.2872
@SEAS(4)
110.0797
39.20808
2.807578
0.0090
@SEAS(5)
316.5197
112.5423
2.812452
0.0089
@SEAS(6)
519.0364
191.8821
2.704975
0.0115
@SEAS(7)
564.4160
217.5004
2.595011
0.0149
@SEAS(8)
502.1522
198.4071
2.530918
0.0173
96
@SEAS(9)
209.4045
78.37662
2.671773
0.0124
@SEAS(10)
-9.481507
41.62727
-0.227772
0.8215
@SEAS(11)
1816.018
779.3783
2.330085
0.0272
@SEAS(12)
3159.783
1348.966
2.342374
0.0265
@TREND
0.018255
0.028405
0.642673
0.5257
LPA_FITTED
-4371.288
1961.954
-2.228028
0.0341
LFG_FITTED
-41.68371
208.5721
-0.199853
0.8430
LFFLEX_FITTED
510.0583
226.4628
2.252283
0.0323
R-squared
0.953343
Mean dependent var
17.63999
Adjusted R-squared
0.920016
S.D. dependent var
0.097946
S.E. of regression
0.027701
Akaike info criterion
-4.037199
Sum squared resid
0.021485
Schwarz criterion
-3.226419
Log likelihood
119.9114
F-statistic
28.60598
Durbin-Watson stat
1.998722
Prob(F-statistic)
0.000000
(iii) Teste F
H
0
:
18
=
19
=
20
= 0
Redundant Variables: LPA_FITTED LFG_FITTED LFFLEX_FITTED
F-statistic
2.645736
Probability
0.068525
Log likelihood ratio
12.22887
Probability
0.006639
Recorrendo ao teste F, a hipótese nula é rejeitada considerando 10% de significância, de
forma que as variáveis Preço Real do Álcool Hidratado, Frota de Automóveis a Gasolina e de
Flex-Fuel podem ser tratadas como endógenas.
A partir deste resultado, um VAR bivariado considerando a série referente ao preço do álcool
hidratado é rodado, mesmo sabendo as implicações disso sobre a qualidade das informações
obtidas.
(1) VAR Bivariado séries estacionárias
a. Variáveis endógenas: 
e 
b. Variáveis exógenas: 
, 
, constante, tendência, dummies sazonais
(2) Identificação: as primeiras-diferenças das séries analisadas nesta parte são
estacionárias
(3) Definição do Número de Defasagens
97
a. Critérios de Informação
i. Critério de Schwarz: 3 defasagens
ii. Critério de Akaike: 4 defasagens
iii. Critério Hannan-Quinn: 3 defasagens
b. Teste de Granger
Pairwise Granger Causality Tests
Sample: 2001:01 2008:12
Lags: 3
Null Hypothesis:
Obs
F-Statistic
Probability
Y_DIF does not Granger Cause CG_DIF
93
15.8062
2.9E-08
CG_DIF does not Granger Cause Y_DIF
18.3702
2.7E-09
PG_DIF does not Granger Cause CG_DIF
87
0.75303
0.52380
CG_DIF does not Granger Cause PG_DIF
0.31245
0.81632
PA_DIF does not Granger Cause CG_DIF
87
0.66736
0.57454
CG_DIF does not Granger Cause PA_DIF
1.47488
0.22765
PG_DIF does not Granger Cause Y_DIF
87
0.82514
0.48384
Y_DIF does not Granger Cause PG_DIF
0.75745
0.52128
PA_DIF does not Granger Cause Y_DIF
87
1.85722
0.14353
Y_DIF does not Granger Cause PA_DIF
0.21288
0.88721
PA_DIF does not Granger Cause PG_DIF
87
1.17292
0.32534
PG_DIF does not Granger Cause PA_DIF
2.34124
0.07946
(4) Estimação
Vector Autoregression Estimates
Sample(adjusted): 2001:11 2008:12
Included observations: 86 after adjusting
endpoints
Standard errors in ( ) & t-statistics in [ ]
D(LCG)
D(LPA)
D(LCG(-1))
-0.488617
0.049078
(0.11471)
(0.09114)
[-4.25963]
[ 0.53852]
D(LCG(-2))
-0.373678
-0.038942
(0.12330)
(0.09796)
[-3.03057]
[-0.39752]
D(LCG(-3))
-0.092791
-0.094193
(0.11089)
(0.08810)
[-0.83676]
[-1.06911]
98
D(LPA(-1))
0.083119
0.381860
(0.14462)
(0.11490)
[ 0.57473]
[ 3.32336]
D(LPA(-2))
0.003649
-0.163409
(0.15892)
(0.12626)
[ 0.02296]
[-1.29418]
D(LPA(-3))
-0.080632
0.106012
(0.14773)
(0.11737)
[-0.54582]
[ 0.90323]
C
0.069316
0.000200
(0.01547)
(0.01229)
[ 4.47994]
[ 0.01623]
D(LPG)
-0.558011
0.417924
(0.13328)
(0.10589)
[-4.18686]
[ 3.94685]
D(LY)
0.326460
-0.039138
(0.05897)
(0.04685)
[ 5.53635]
[-0.83542]
@SEAS(2)
-0.186583
0.013803
(0.02460)
(0.01954)
[-7.58621]
[ 0.70635]
@SEAS(3)
-0.102118
0.003780
(0.02672)
(0.02123)
[-3.82171]
[ 0.17803]
@SEAS(4)
-0.104528
-0.011196
(0.02707)
(0.02151)
[-3.86127]
[-0.52054]
@SEAS(5)
-0.058997
0.001308
(0.02294)
(0.01823)
[-2.57147]
[ 0.07178]
@SEAS(6)
-0.081604
-0.004400
(0.02181)
(0.01733)
[-3.74204]
[-0.25394]
@SEAS(7)
0.003753
-0.000391
(0.02068)
(0.01643)
[ 0.18143]
[-0.02382]
@SEAS(8)
-0.030153
-0.006338
(0.02241)
(0.01780)
[-1.34571]
[-0.35604]
99
@SEAS(9)
-0.040614
-0.007723
(0.02178)
(0.01731)
[-1.86454]
[-0.44627]
@SEAS(10)
-0.041797
-0.018939
(0.02184)
(0.01735)
[-1.91409]
[-1.09164]
@SEAS(11)
-0.200966
0.018596
(0.02553)
(0.02028)
[-7.87223]
[ 0.91688]
@TREND
0.000116
7.54E-06
(0.00019)
(0.00015)
[ 0.62129]
[ 0.05068]
R-squared
0.819175
0.366715
Adj. R-squared
0.767120
0.184406
Sum sq. resids
0.118598
0.074862
S.E. equation
0.042390
0.033679
F-statistic
15.73657
2.011502
Log likelihood
161.1849
180.9688
Akaike AIC
-3.283371
-3.743460
Schwarz SC
-2.712592
-3.172682
Mean dependent
0.005047
-0.003575
S.D. dependent
0.087842
0.037293
Determinant Residual Covariance
2.02E-06
Log Likelihood (d.f. adjusted)
319.7271
Akaike Information Criteria
-6.505282
Schwarz Criteria
-5.363725
(5) Teste de Significância Conjunta Teste F
Estatística F = 15.73
F
10%
(1,21) = 2.97 => A hipótese nula de que todos os parâmetros são estatisticamente
diferentes de zero é rejeitada.
100
(6) Teste de Diagnósticos Estabilidade do Sistema (Gráfico dos Resíduos)
(7) Teste de Correlação Serial
VAR Residual Serial Correlation LM Tests
H0: no serial correlation at lag order h
Sample: 2001:01 2008:12
Included observations: 86
Lags
LM-Stat
Prob
1
3.190445
0.5265
2
7.863318
0.0967
3
9.056531
0.0597
Probs from chi-square with 4 df.
Com base neste teste, considerando 10% de significância, correlação serial de segunda e
terceira ordem. Isso indica que ou não há defasagens suficientes ou há erro de especificação
(variável omitida).
-.15
-.10
-.05
.00
.05
.10
.15
01 02 03 04 05 06 07 08
D(LCG) Residuals
-.08
-.04
.00
.04
.08
.12
.16
01 02 03 04 05 06 07 08
D(LPA) Residuals
101
Com o objetivo de tentar eliminar a autocorrelação, é possível acrescentar as variáveis
endógenas defasadas mais vezes. Porém, isso poderá ser tema de um trabalho futuro.
102
2. Pernambuco
a. Análise Gráfica das Séries
Existe, aparentemente, um comportamento sazonal nas séries Consumo de Gasolina e
Renda Real por Trabalhador, de forma que 11 dummies sazonais são inclusas no modelo a
fim da captar tais movimentos.
17.5
17.6
17.7
17.8
17.9
18.0
18.1
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LCG
6
7
8
9
10
11
12
13
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFFLEX
13.4
13.5
13.6
13.7
13.8
13.9
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFG
.4
.5
.6
.7
.8
.9
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPA
0.92
0.96
1.00
1.04
1.08
1.12
1.16
1.20
1.24
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPG
4.1
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LY
103
b. Análise do Correlograma
Consumo de Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real da Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real do Álcool Hidratado
Série não-estacionária
Renda Real por Trabalhador
Série não-estacionária
Frota de Automóveis à gasolina
Série não-estacionária
Frota de Automóveis Flex-Fuel
Série não-estacionária
A partir dos resultados encontrados, as séries Preço Real da Gasolina C, Frota de Automóveis
a Gasolina e Flex-Fuel podem ser descritas por um processo auto-regressivo de primeira
ordem. Já, a série Preço Real do Álcool Hidratado parece ser um AR(2). No caso das séries
Renda Real por Trabalhador e Consumo de Gasolina C, os coeficientes da função de
correlação parcial parecem ser significativos apenas nas defasagens 1, 12 e 13. Portanto, por
suposição, será admitido que o processo que gerou tais séries seja no máximo um AR(13).
c. Teste de Raiz Unitária
Dickey-Fuller Aumentado
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Defasagem
(Crit. Schwarz)
Estatística
ADF
Valor
Crítico 10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
0
-6.816
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante e
tendência
13
-2.685
-3.184
Aceita
LFg
Constante e
tendência
1
-2.489
-3.158
Aceita
LPg
Constante
1
-1.889
-2.584
Aceita
LPa
Constante
1
-2.945
-2.584
Aceita
LY
Constante e
tendência
12
-0.182
-3.160
Aceita
104
Phillips-Perron
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Estatística PP
Valor Crítico
10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
-7.147
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante e
tendência
-4.941
-3.171
Rejeita
LFg
Constante e
tendência
-2.457
-3.158
Aceita
LPg
Constante
-2.102
-2.584
Aceita
LPa
Processo
aleatório puro
-0.903
-1.614
Aceita
LY
Constante e
tendência
-5.602
-3.156
Rejeita
Os resultados obtidos, a partir dos dois testes de raiz unitária, sugerem que a série Consumo
de Gasolina C é estacionária em torno de uma tendência determinística. Logo, a tendência é
adicionada ao modelo a fim de removê-la dos dados.
Apesar de alguns testes divergirem, os resultados da análise conjunta das três abordagens
indicam que as séries são não-estacionárias.
Optou-se, inicialmente, por não transformá-las em séries estacionárias devido à perda de
informação, uma vez que o tamanho da amostra é pequeno.
Posto isso, o modelo a ser estimado é:
(1) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
i. Regressão via Mínimos Quadrados Ordinários
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2003:12 2008:12
Included observations: 61 after adjusting endpoints
105
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
15.46016
16.35072
0.945534
0.3497
LPG
-0.687874
0.232945
-2.952950
0.0051
LPA
0.448796
0.101688
4.413458
0.0001
LY
0.354816
0.210499
1.685591
0.0991
LFG
0.090158
1.190053
0.075759
0.9400
LFFLEX
0.012710
0.019082
0.666050
0.5089
@SEAS(2)
-0.092775
0.023546
-3.940094
0.0003
@SEAS(3)
-0.011647
0.024013
-0.485030
0.6301
@SEAS(4)
-0.067808
0.023721
-2.858582
0.0065
@SEAS(5)
-0.050348
0.023508
-2.141687
0.0379
@SEAS(6)
-0.068575
0.023899
-2.869387
0.0064
@SEAS(7)
-0.065379
0.023982
-2.726147
0.0092
@SEAS(8)
-0.014702
0.024939
-0.589538
0.5586
@SEAS(9)
0.012285
0.029864
0.411357
0.6829
@SEAS(10)
0.044332
0.024598
1.802245
0.0785
@SEAS(11)
-0.044647
0.028118
-1.587856
0.1196
@SEAS(12)
0.041368
0.053088
0.779227
0.4401
@TREND
-0.001305
0.004524
-0.288407
0.7744
R-squared
0.829060
Mean dependent var
17.78716
Adjusted R-squared
0.761479
S.D. dependent var
0.075528
S.E. of regression
0.036887
Akaike info criterion
-3.521424
Sum squared resid
0.058508
Schwarz criterion
-2.898544
Log likelihood
125.4034
F-statistic
12.26765
Durbin-Watson stat
1.832512
Prob(F-statistic)
0.000000
d. Teste de Estabilidade
ii. Teste de Chow
Dados insuficientes para a realização deste teste.
iii. RESET de Ramsey fitted terms: 1
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
2.081202
Probability
0.156539
Log likelihood ratio
2.950193
Probability
0.085867
Considerando 10% de significância, a hipótese nula do teste é aceita. Logo, não é preciso
especificar outro modelo.
f. Teste de Correlação Serial - Teste Breusch-Godfrey (BG) Duas Defasagens
=
1
1
+
2
2
+
106
H
0
:
1
= 0,
2
= 0
Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:
F-statistic
0.752269
Probability
0.477689
Obs*R-squared
2.159224
Probability
0.339727
De acordo com este teste, não é possível rejeitar a hipótese de não autocorrelação entre os
erros.
g. Teste de Co-Integração de Durbin-Watson
H
0
: = 0 => as séries são co-integradas
O valor crítico estimado com base em Mackinnon (1992) é
+
1
+
2
2
, sendo os valores de
β obtidos no artigo de Mackinnon, e T o tamanho da amostra.
São seis as séries temporais não-estacionárias para qual a hipótese nula de co-integração
está sendo testada. Considerando 10% de significância o valor crítico é:
= 4.6999 +
(16.445)
61
+
(0)
61
2
= 4.9694
A estatística de Durbin-Watson é igual a 1.8325, ou seja, está acima do valor crítico, o que
implica que a hipótese nula de co-integração não pode ser rejeitada, sugerindo a existência
de uma relação de longo prazo estável entre estas variáveis.
É possível que no curto prazo haja desequilíbrios, sendo este termo de erro utilizado para
ligar o comportamento de curto e de longo prazo entre as séries estudas. Este procedimento
é denominado Mecanismo de Correção de Erro e é realizado em seguida.
(2) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
1
+
107
Dependent Variable: D(LCG)
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2004:01 2008:12
Included observations: 60 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
-0.004715
0.019535
-0.241343
0.8105
D(LPG)
-0.707052
0.218612
-3.234274
0.0024
D(LPA)
0.358755
0.174243
2.058938
0.0457
D(LY)
0.177233
0.171608
1.032780
0.3076
D(LFG)
0.937911
4.241822
0.221110
0.8261
D(LFFLEX)
0.013514
0.075431
0.179157
0.8587
D(@SEAS(2))
0.082120
0.043457
1.889704
0.0657
D(@SEAS(3))
0.172712
0.043511
3.969394
0.0003
D(@SEAS(4))
0.088065
0.043186
2.039186
0.0478
D(@SEAS(5))
0.145318
0.045518
3.192568
0.0027
D(@SEAS(6))
0.131627
0.050262
2.618813
0.0122
D(@SEAS(7))
0.143250
0.045772
3.129616
0.0032
D(@SEAS(8))
0.138950
0.047387
2.932259
0.0054
D(@SEAS(9))
0.094222
0.053858
1.749457
0.0875
D(@SEAS(10))
0.076735
0.060291
1.272750
0.2101
D(@SEAS(11))
0.037857
0.049414
0.766120
0.4479
D(@SEAS(12))
0.111201
0.030581
3.636317
0.0007
ERRO(-1)
-0.907997
0.154501
-5.876954
0.0000
R-squared
0.863420
Mean dependent var
0.001466
Adjusted R-squared
0.808138
S.D. dependent var
0.083434
S.E. of regression
0.036546
Akaike info criterion
-3.537185
Sum squared resid
0.056095
Schwarz criterion
-2.908881
Log likelihood
124.1155
F-statistic
15.61840
Durbin-Watson stat
1.855681
Prob(F-statistic)
0.000000
Sendo assim, as elasticidades-preço da demanda por gasolina C em Pernambuco são
apresentadas na Tabela A.2 abaixo.
Tabela A.2 - Elasticidades-preço da demanda por gasolina C em Pernambuco
Curto Prazo
-0.70705
Longo Prazo
-0.68787
Um resultado interessante da aplicação deste modelo é a velocidade de ajuste, indicando
que o equilíbrio é restaurado rapidamente ainda que não no mesmo período, uma vez que o
termo de erro de equilíbrio não é estatisticamente diferente de zero.
108
Contudo, os resultados obtidos a partir do Método de Correção de Erro são muito acima dos
encontrados na literatura, ainda que as análises sejam realizadas para o Brasil e não para os
estados brasileiros. Deve-se considerar que ainda que “ainda que o conceito de co-
integração seja claramente um importante fundamento teórico do modelo de correção de
erro, persistem problemas relativos à sua aplicação prática; valores críticos e o
comportamento de muitos desses testes em amostras pequenas são desconhecidos para
uma ampla gama de modelos” (Gujarati, 2008; p.662).
Uma explicação possível para tal resultado pode ser a possibilidade da existência de
variáveis endógenas na regressão. Sendo assim, de forma análoga ao procedimento
realizado para o estado do Ceará, o teste de Hausman de exogeneidade.
h. Teste de Hausman
Para realizar este teste considere que o Preço Real da Gasolina e a Renda Real por
Trabalhador são variáveis exógenas, enquanto as demais variáveis são endógenas.
(4)
=
0
+
1
+
2
+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(5)
=
0
+
1
+
2
+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(6)

=
0
+
1
+
2
+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
Cabe notar que a tendência foi retirada do modelo. A inclusão da tendência no modelo de
regressão só se justifica no caso de séries temporais estacionárias em tendência.
De posse dos valores estimados, a seguinte regressão é estimada via Mínimos Quadrados
Ordinários:
109


=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8

+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16

+
17
+
18


+
19

+
20


+
Para rodar a regressão acima foi preciso excluir duas dummies sazonais, caso contrário a
matriz é singular o que significa que não pode ser invertida e, conseqüentemente, os
parâmetros não podem ser estimados.
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2003:12 2008:12
Included observations: 61 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
1329.953
2201.735
0.604048
0.5491
LPG
-60.21197
100.7205
-0.597812
0.5532
LPA
0.448047
0.102466
4.372650
0.0001
LY
15.82070
26.74345
0.591573
0.5573
LFG
0.011760
1.206260
0.009749
0.9923
LFFLEX
0.015314
0.019717
0.776688
0.4417
@SEAS(2)
0.285276
0.611778
0.466307
0.6434
@SEAS(3)
-0.085899
0.168701
-0.509177
0.6133
@SEAS(4)
0.207805
0.431973
0.481061
0.6330
@SEAS(5)
-0.157118
0.194198
-0.809059
0.4230
@SEAS(6)
-0.490258
0.759062
-0.645873
0.5219
@SEAS(7)
-0.424340
0.658377
-0.644525
0.5227
@SEAS(10)
-0.455506
0.822700
-0.553671
0.5827
@SEAS(11)
-1.514531
2.509029
-0.603632
0.5493
@SEAS(12)
-3.591529
6.261693
-0.573572
0.5693
@TREND
-0.001322
0.004559
-0.290093
0.7732
LPA_FITTED
4.889635
9.605057
0.509069
0.6134
LFG_FITTED
-99.73640
167.2921
-0.596181
0.5543
LFFLEX_FITTED
4.123253
6.903163
0.597299
0.5535
R-squared
0.830494
Mean dependent var
17.78716
Adjusted R-squared
0.757849
S.D. dependent var
0.075528
S.E. of regression
0.037167
Akaike info criterion
-3.497065
Sum squared resid
0.058017
Schwarz criterion
-2.839579
Log likelihood
125.6605
F-statistic
11.43218
Durbin-Watson stat
1.823096
Prob(F-statistic)
0.000000
110
(i) Teste F
H
0
:
18
=
19
=
20
= 0
Redundant Variables: LPA_FITTED LFG_FITTED LFFLEX_FITTED
F-statistic
0.496787
Probability
0.686491
Log likelihood ratio
2.127054
Probability
0.546459
Diferentemente do estado do Ceará, não é possível rejeitar a hipótese nula. Sendo assim, as
variáveis Preço Real do Álcool Hidratado, Frota de Automóveis a Gasolina e de Automóveis
Flex-Fuel podem ser tratadas como exógenas.
111
3. Sergipe
a. Análise Gráfica das Séries
Aparentemente, existe um comportamento sazonal nas séries Consumo de Gasolina e Renda
Real por Trabalhador, de forma que 11 dummies sazonais são inclusas no modelo a fim da
captar tais movimentos.
16.1
16.2
16.3
16.4
16.5
16.6
16.7
16.8
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LCG
5
6
7
8
9
10
11
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFFLEX
12.00
12.05
12.10
12.15
12.20
12.25
12.30
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFG
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPA
0.90
0.95
1.00
1.05
1.10
1.15
1.20
1.25
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPG
4.1
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LY
112
b. Análise do Correlograma
Consumo de Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real da Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real do Álcool Hidratado
Série não-estacionária
Renda Real por Trabalhador
Série não-estacionária
Frota de Automóveis à gasolina
Série não-estacionária
Frota de Automóveis Flex-Fuel
Série não-estacionária
A partir dos resultados encontrados, as séries Preço Real da Gasolina C, do Álcool Hidratado,
Frota de Automóveis a Gasolina e Flex-Fuel podem ser descritas por um processo auto-
regressivo de primeira ordem AR(1). Já, as séries Renda Real por Trabalhador e Consumo de
Gasolina C parecem ser um AR(13).
A determinação da ordem de integração dos processos auto-regressivos foi feita com base
nos coeficientes da função de correlação parcial.
c. Teste de Raiz Unitária
Dickey-Fuller Aumentado
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Defasagem
(Crit. Schwarz)
Estatística
ADF
Valor
Crítico 10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
0
-7.848
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante e
tendência
0
-3.975
-3.173
Rejeita
LFg
*
-
-
-
-
-
LPg
Passeio
aleatório puro
0
-1.236
-1.614
Aceita
LPa
Constante
1
-1.915
-2.584
Aceita
LY
Constante e
tendência
12
-2.077
-3.159
Aceita
*
Em qualquer um dos três modelos, o coeficiente referente à série Frota de Automóveis a Gasolina defasada é
positivo. Embora seja possível, este caso é excluído, pois implicaria numa série temporal explosiva.
113
Phillips-Perron
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Estatística PP
Valor Crítico
10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
-8.087
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante e
tendência
-4.055
-3.173
Rejeita
LFg
*
-
-
-
-
LPg
Passeio
aleatório puro
-1.257
-1.614
Aceita
LPa
Constante
-0.716
-1.614
Aceita
LY
Constante e
tendência
-6.007
-3.155
Rejeita
*
Em qualquer um dos três modelos, o coeficiente referente à série Frota de Automóveis a Gasolina defasada é
positivo. Embora seja possível, este caso é excluído, pois implicaria numa série temporal explosiva.
Os resultados obtidos, a partir dos dois testes de raiz unitária, sugerem que as séries
Consumo de Gasolina C e a Frota de Automóveis Flex-Fuel são estacionária em torno de uma
tendência determinística. Logo, a tendência é adicionada ao modelo.
Apesar de alguns testes divergirem, os resultados da análise conjunta das três abordagens
indicam que as séries não são estacionárias.
Optou-se, inicialmente, por não transformá-las em séries estacionárias devido à perda de
informação, uma vez que o tamanho da amostra é pequeno.
Posto isso, o modelo estimado é:
(3) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
114
i. Regressão via Mínimos Quadrados Ordinários
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2004:02 2008:12
Included observations: 59 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
-0.998864
12.89532
-0.077459
0.9386
LPG
-0.329388
0.340653
-0.966931
0.3392
LPA
0.124960
0.143304
0.871991
0.3883
LY
0.088277
0.390539
0.226040
0.8223
LFG
1.454164
1.038392
1.400401
0.1689
LFFLEX
-0.021539
0.038282
-0.562646
0.5767
@SEAS(2)
-0.124318
0.026779
-4.642317
0.0000
@SEAS(3)
-0.046225
0.026585
-1.738788
0.0896
@SEAS(4)
-0.087998
0.027105
-3.246517
0.0023
@SEAS(5)
-0.083523
0.026937
-3.100711
0.0035
@SEAS(6)
-0.069058
0.026692
-2.587211
0.0133
@SEAS(7)
-0.113398
0.026579
-4.266382
0.0001
@SEAS(8)
-0.048016
0.027026
-1.776670
0.0830
@SEAS(9)
-0.032080
0.035879
-0.894116
0.3765
@SEAS(10)
-0.035190
0.029807
-1.180570
0.2446
@SEAS(11)
-0.081704
0.044168
-1.849869
0.0715
@SEAS(12)
0.026932
0.106284
0.253395
0.8012
@TREND
-0.000757
0.005359
-0.141347
0.8883
R-squared
0.885355
Mean dependent var
16.48469
Adjusted R-squared
0.837819
S.D. dependent var
0.096832
S.E. of regression
0.038996
Akaike info criterion
-3.404523
Sum squared resid
0.062347
Schwarz criterion
-2.770698
Log likelihood
118.4334
F-statistic
18.62501
Durbin-Watson stat
2.432681
Prob(F-statistic)
0.000000
e. Teste de Estabilidade
ii. Teste de Chow
Dados insuficientes para a realização deste teste.
iii. RESET de Ramsey fitted terms: 1
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
0.002819
Probability
0.957919
Log likelihood ratio
0.004158
Probability
0.948584
115
Considerando 10% de significância, a hipótese nula do teste é aceita, o que implica que não
é preciso especificar um novo modelo econométrico.
f. Teste de Correlação Serial - Teste Breusch-Godfrey (BG) Duas Defasagens
=
1
1
+
2
2
+
H
0
:
1
= 0,
2
= 0
Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:
F-statistic
1.620970
Probability
0.210744
Obs*R-squared
4.528071
Probability
0.103930
Segundo o teste Breusch-Godfrey, não é possível rejeitar a hipótese nula de correlação serial
g. Teste de Co-Integração de Durbin-Watson
H
0
: = 0 => as séries são co-integradas
O valor crítico estimado com base em Mackinnon (1992) é
+
1
+
2
2
, sendo os valores de
β obtidos no artigo de Mackinnon, e T o tamanho da amostra.
São seis as séries temporais não-estacionárias para qual a hipótese nula de co-integração
está sendo testada. Considerando 10% de significância o valor crítico é:
= 4.6999 +
(16.445)
59
+
(0)
59
2
= 4.97862
A estatística de Durbin-Watson é igual a 2.432, ou seja, está acima do valor crítico, o que
implica que a hipótese nula de co-integração não pode ser rejeitada, sugerindo a existência
de uma relação de longo prazo estável entre estas variáveis.
É possível que no curto prazo haja desequilíbrios, sendo este termo de erro utilizado para
ligar o comportamento de curto e de longo prazo entre as séries estudas. Este procedimento
é denominado Mecanismo de Correção de Erro e é realizado em seguida.
(4) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
1
+
116
Dependent Variable: D(LCG)
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2004:03 2008:12
Included observations: 58 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
-0.023265
0.072219
-0.322140
0.7490
D(LPG)
-0.366411
0.473414
-0.773976
0.4435
D(LPA)
0.322910
0.250254
1.290326
0.2043
D(LY)
0.114135
0.260073
0.438858
0.6631
D(LFG)
1.753019
2.274273
0.770804
0.4454
D(LFFLEX)
-0.043263
0.083995
-0.515068
0.6093
@SEAS(2)
-0.091328
0.075765
-1.205413
0.2351
@SEAS(3)
0.101642
0.075936
1.338509
0.1883
@SEAS(4)
-0.018122
0.071373
-0.253906
0.8009
@SEAS(5)
0.027806
0.076303
0.364418
0.7175
@SEAS(6)
0.038006
0.077283
0.491772
0.6256
@SEAS(7)
-0.020475
0.074699
-0.274104
0.7854
@SEAS(8)
0.085749
0.072031
1.190451
0.2409
@SEAS(9)
0.039145
0.061517
0.636329
0.5282
@SEAS(10)
0.021134
0.081483
0.259366
0.7967
@SEAS(11)
-0.025149
0.106585
-0.235949
0.8147
@SEAS(12)
0.125991
0.117762
1.069878
0.2911
ERRO(-1)
-1.261125
0.153914
-8.193711
0.0000
R-squared
0.849495
Mean dependent var
0.008555
Adjusted R-squared
0.785531
S.D. dependent var
0.080555
S.E. of regression
0.037306
Akaike info criterion
-3.490209
Sum squared resid
0.055669
Schwarz criterion
-2.850761
Log likelihood
119.2160
F-statistic
13.28072
Durbin-Watson stat
2.128160
Prob(F-statistic)
0.000000
Sendo assim, as elasticidades-preço da demanda por gasolina C em Sergipe são
apresentadas na Tabela A.3 abaixo.
Tabela A.3 - Elasticidades-preço da demanda por gasolina C em Sergipe
Curto Prazo
-0.36641
Longo Prazo
-0.32938
Um resultado interessante da aplicação deste modelo é a velocidade de ajuste, indicando
que o equilíbrio é restaurado rapidamente ainda que não no mesmo período, uma vez que o
termo de erro de equilíbrio não é estatisticamente diferente de zero.
Contudo, os resultados obtidos a partir do Método de Correção de Erro não são
estatisticamente significativos.
117
Assim como nos demais estados, o teste de Hausman de exogeneidade é feito.
h. Teste de Hausman
Para realizar este teste considere que o Preço Real da Gasolina e a Renda Real por
Trabalhador são variáveis exógenas, enquanto as demais variáveis são endógenas.
(1)
=
0
+
1
+
2
+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(2)
=
0
+
1
+
2
+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(3)

=
0
+
1
+
2
+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
Cabe notar que a tendência foi retirada do modelo. A inclusão da tendência no modelo de
regressão só se justifica no caso de séries temporais estacionárias em tendência.
De posse dos valores estimados, a seguinte regressão é estimada via Mínimos Quadrados
Ordinários:
(4) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
18


+
19

+
20


+
Para que a regressão fosse possível, foi necessário remover três dummies sazonais, pois,
caso contrário, a matriz torna-se singular o que implica que não é inversível e,
conseqüentemente, os parâmetros não podem ser calculados.
118
Dado que uma queda no consumo no início do ano e aumento da demanda por gasolina
no final do ano, as dummies correspondentes ao meio do ano (maio, junho, julho, agosto e
setembro) foram retiradas da regressão.
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2004:02 2008:12
Included observations: 59 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
-175.9311
70.91320
-2.480935
0.0170
LPG
4.327070
1.762502
2.455072
0.0181
LPA
0.222138
0.149887
1.482037
0.1455
LY
-0.029806
0.384941
-0.077430
0.9386
LFFLEX
-0.003638
0.041356
-0.087961
0.9303
@SEAS(2)
-0.177667
0.056099
-3.167010
0.0028
@SEAS(3)
-0.071200
0.047508
-1.498678
0.1411
@SEAS(4)
-0.056015
0.026303
-2.129575
0.0388
@SEAS(10)
-0.015501
0.025611
-0.605238
0.5481
@SEAS(11)
-0.058823
0.056775
-1.036073
0.3058
@SEAS(12)
0.022987
0.131170
0.175243
0.8617
@TREND
0.003727
0.004198
0.887795
0.3795
LPA_FITTED
0.095064
0.774441
0.122752
0.9029
LFG_FITTED
16.02204
5.858261
2.734948
0.0090
LFFLEX_FITTED
-0.781188
0.295350
-2.644957
0.0113
R-squared
0.848925
Mean dependent var
16.48469
Adjusted R-squared
0.800856
S.D. dependent var
0.096832
S.E. of regression
0.043212
Akaike info criterion
-3.230286
Sum squared resid
0.082159
Schwarz criterion
-2.702098
Log likelihood
110.2934
F-statistic
17.66048
Durbin-Watson stat
2.495307
Prob(F-statistic)
0.000000
i. Teste F
H
0
:
18
=
19
=
20
= 0
Redundant Variables: LPA_FITTED LFG_FITTED LFFLEX_FITTED
F-statistic
3.225466
Probability
0.031448
Log likelihood ratio
11.72824
Probability
0.008375
Recorrendo ao teste F, a hipótese nula é rejeitada considerando 10% de significância, de
forma que as variáveis Preço Real do Álcool Hidratado, Frota de Automóveis a Gasolina e de
Flex-Fuel podem ser tratadas como endógenas.
119
A partir deste resultado, um VAR bivariado considerando apenas a série referente ao preço
do álcool hidratado é rodado, mesmo sabendo as implicações disso sobre a qualidade das
informações obtidas.
(1) VAR Bivariado séries estacionárias
a. Variáveis endógenas: 
e 
b. Variáveis exógenas: 
, 
, constante, tendência, dummies sazonais
(2) Identificação: as primeiras-diferenças das séries analisadas nesta parte são
estacionárias
c. Teste de Raiz Unitária
Dickey-Fuller Aumentado
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Defasagem
(Crit. Schwarz)
Estatística
ADF
Valor Crítico
10%
Hipótese
Nula
D(LCg)
Passeio
aleatório puro
1
-12.609
-1.614
Rejeita
D(LPg)
Passeio
aleatório puro
0
-7.574
-1.614
Rejeita
D(LPa)
Passeio
aleatório puro
0
-6.576
-1.614
Rejeita
D(LY)
Constante e
tendência
11
-3.667
-3.159
Rejeita
Phillips-Perron
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Estatística
PP
Valor Crítico
10%
Hipótese
Nula
D(LCg)
Passeio aleatório puro
-18.986
-1.614
Rejeita
D(LPg)
Processo aleatório puro
-7.465
-1.614
Rejeita
D(LPa)
Processo aleatório puro
-6.733
-1.614
Rejeita
D(LY)
Processo aleatório puro
-18.305
-1.614
Rejeita
(3) Definição do Número de Defasagens
d. Critérios de Informação
120
i. Critério de Schwarz: 24 defasagens
ii. Critério de Akaike: 24 defasagens
iii. Critério Hannan-Quinn: 24 defasagens
e. Teste de Granger
Pairwise Granger Causality Tests
Sample: 2001:01 2008:12
Lags: 24
Null Hypothesis:
Obs
F-Statistic
Probability
LPA does not Granger Cause LCG
66
0.85753
0.64268
LCG does not Granger Cause LPA
0.65027
0.83694
LPG does not Granger Cause LCG
66
0.72162
0.77326
LCG does not Granger Cause LPG
0.90540
0.59685
LY does not Granger Cause LCG
71
1.95524
0.05925
LCG does not Granger Cause LY
1.06906
0.43957
LPG does not Granger Cause LPA
66
0.59757
0.87912
LPA does not Granger Cause LPG
1.17292
0.37298
LY does not Granger Cause LPA
66
0.82005
0.67900
LPA does not Granger Cause LY
1.13770
0.39843
LY does not Granger Cause LPG
66
0.48165
0.95065
LPG does not Granger Cause LY
0.89314
0.60851
(4) Estimação
Para não ficar algo muito extenso, são apresentados apenas os resultados referentes as
primeiras-diferenças do log do preço real da gasolina e do log da renda real por
trabalhador.
Vector Autoregression Estimates
Sample(adjusted): 2003:08 2008:12
Included observations: 65 after adjusting
endpoints
Standard errors in ( ) & t-statistics in [ ]
D(LCG)
D(LPA)
C
-4.553484
1.156571
(3.60698)
(1.67668)
[-1.26241]
[ 0.68980]
D(LPG)
-6.350215
2.744054
(7.67414)
(3.56727)
[-0.82748]
[ 0.76923]
D(LY)
-14.23617
3.594897
(10.2249)
(4.75298)
R-squared
0.995425
0.989941
121
Adj. R-squared
0.853607
0.678111
Sum sq. resids
0.002298
0.000497
S.E. equation
0.033897
0.015757
F-statistic
7.019010
3.174620
Log likelihood
240.8966
290.6902
Akaike AIC
-5.473743
-7.005853
Schwarz SC
-3.366260
-4.898370
Mean dependent
0.007452
-0.003178
S.D. dependent
0.088594
0.027773
Determinant Residual Covariance
2.48E-07
Log Likelihood (d.f. adjusted)
309.8138
Akaike Information Criteria
-5.655810
Schwarz Criteria
-1.440844
(5) Teste de Significância Conjunta Teste F
Estatística F = 7.019
F
10%
(1,63) = 2.79 => A hipótese nula de que todos os parâmetros são estatisticamente
diferentes de zero é rejeitada.
122
(6) Teste de Diagnósticos Estabilidade do Sistema (Gráfico dos Resíduos)
(7) Teste de Correlação Serial
Número de observações insuficiente para a realização deste teste. De forma que, não
como prosseguir, ou seja, a análise dos resultados do VAR (função impulso e decomposição
da variância) não é realizada.
Dada a impossibilidade de realizar o teste de autocorrelação e o parâmetro referente à
primeira-diferença do preço da gasolina estimou-se outro modelo excluindo as variáveis
endógenas e adicionando a variável dependente e a série referenta a renda defasada uma,
doze e treze vezes com base na função de correlação parcial.
-.04
-.03
-.02
-.01
.00
.01
.02
.03
.04
01 02 03 04 05 06 07 08
D(LCG) Residuals
-.020
-.015
-.010
-.005
.000
.005
.010
.015
.020
01 02 03 04 05 06 07 08
D(LPA) Residuals
123
(5) 

=
0
+
1

1
+
2

12
+
3

13
+
4


+
5

+
6

1
+
7

12
+
8

13
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
18
+
19
+
20
+
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2002:03 2008:12
Included observations: 82 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
19.90469
3.158156
6.302631
0.0000
LCG(-1)
-0.017928
0.114727
-0.156271
0.8763
LCG(-12)
-0.131874
0.115096
-1.145771
0.2564
LCG(-13)
-0.416144
0.115840
-3.592417
0.0007
LPG
-0.145449
0.093861
-1.549630
0.1264
LY
0.163438
0.300013
0.544770
0.5879
LY(-1)
0.463639
0.318096
1.457546
0.1501
LY(-12)
0.362771
0.280323
1.294120
0.2005
LY(-13)
0.360184
0.301320
1.195355
0.2366
@SEAS(2)
0.064468
0.130621
0.493548
0.6234
@SEAS(3)
0.061346
0.123926
0.495019
0.6224
@SEAS(4)
0.077374
0.118676
0.651974
0.5169
@SEAS(5)
0.098557
0.127699
0.771795
0.4432
@SEAS(6)
0.089769
0.130121
0.689885
0.4929
@SEAS(7)
0.045205
0.123302
0.366620
0.7152
@SEAS(8)
0.095690
0.120292
0.795487
0.4294
@SEAS(9)
0.172629
0.112604
1.533061
0.1304
@SEAS(10)
0.222526
0.141932
1.567836
0.1221
@SEAS(11)
0.073967
0.172802
0.428047
0.6701
@SEAS(12)
0.018053
0.186739
0.096673
0.9233
@TREND
0.002556
0.000802
3.188453
0.0023
R-squared
0.893248
Mean dependent var
16.44220
Adjusted R-squared
0.858247
S.D. dependent var
0.116643
S.E. of regression
0.043916
Akaike info criterion
-3.196716
Sum squared resid
0.117647
Schwarz criterion
-2.580361
Log likelihood
152.0653
F-statistic
25.52078
Durbin-Watson stat
1.930704
Prob(F-statistic)
0.000000
a. Teste de Estabilidade RESET de Ramsey - fitted terms: 1
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
0.780459
Probability
0.380527
Log likelihood ratio
1.059750
Probability
0.303272
124
Considerando 10% de significância, a hipótese nula do teste é aceita, o que implica que não
é preciso especificar um novo modelo econométrico.
j. Teste de Correlação Serial - Teste Breusch-Godfrey (BG) Duas Defasagens
=
1
1
+
2
2
+
H
0
:
1
= 0,
2
= 0
Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:
F-statistic
0.199608
Probability
0.819603
Obs*R-squared
0.551114
Probability
0.759149
125
4. Rio de Janeiro
a. Análise Gráfica das Séries
18.6
18.7
18.8
18.9
19.0
19.1
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LCG
8
9
10
11
12
13
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFFLEX
14.60
14.64
14.68
14.72
14.76
14.80
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFG
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPA
0.92
0.96
1.00
1.04
1.08
1.12
1.16
1.20
1.24
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPG
3.9
4.0
4.1
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LY
126
Aparentemente, existe um comportamento sazonal nas séries Consumo de Gasolina e Renda
Real por Trabalhador, de forma que 11 dummies sazonais são inclusas no modelo a fim da
captar tais movimentos.
b. Análise do Correlograma
Consumo de Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real da Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real do Álcool Hidratado
Série não-estacionária
Renda Real por Trabalhador
Série não-estacionária
Frota de Automóveis à gasolina
Série não-estacionária
Frota de Automóveis Flex-Fuel
Série não-estacionária
A partir dos resultados encontrados, as séries Preço Real da Gasolina C, Frota de Automóveis
a Gasolina e Flex-Fuel podem ser descritas por um processo auto-regressivo de primeira
ordem AR(1). Aparentemente, a série Preço Real do Álcool Hidratado parece ser um AR(2).
Com base na função de correlação parcial, a primeira defasagem e a décima segunda são
estatisticamente diferentes de zero, o que pode implicar que o processo gerador da série
Consumo de Gasolina C seja AR(12), assim como, o processo da série Renda Real por
Trabalhador.
c. Teste de Raiz Unitária
Dickey-Fuller Aumentado
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Defasagem
(Crit. Schwarz)
Estatística
ADF
Valor
Crítico 10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
0
-7.046
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante
2
-1.919
-2.595
Aceita
LFg
Constante
14
-2.040
-2.586
Aceita
LPg
Constante
1
-2.104
-2.584
Aceita
LPa
Constante
1
-3.196
-2.584
Rejeita
LY
Constante e
tendência
11
-2.097
-3.158
Aceita
127
Phillips-Perron
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Estatística PP
Valor Crítico
10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
-7.453
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante e
tendência
-9.597
-3.173
Rejeita
LFg
Constante e
tendência
-3.946
-3.158
Rejeita
LPg
Passeio
aleatório puro
-1.273
-1.614
Aceita
LPa
Constante
-2.522
-2.584
Aceita
LY
Constante e
tendência
-5.633
-3.154
Rejeita
Os resultados obtidos, a partir dos dois testes de raiz unitária, sugerem que a série Consumo
de Gasolina C é estacionária em torno de uma tendência determinística. Logo, a tendência é
adicionada ao modelo.
Apesar de alguns testes divergirem, os resultados da análise conjunta das três abordagens
indicam que as séries não são estacionárias.
Optou-se, inicialmente, por não transformá-las em séries estacionárias devido à perda de
informação, uma vez que o tamanho da amostra é pequeno.
Posto isso, o modelo estimado é:
(1) 

=
0
+
1


+
2

+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
i. Regressão via Mínimos Quadrados Ordinários
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2004:02 2008:12
Included observations: 59 after adjusting endpoints
128
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
31.59575
12.94590
2.440599
0.0191
LPG
-0.590783
0.238360
-2.478530
0.0174
LPA
0.122389
0.093239
1.312636
0.1966
LY
0.052870
0.108282
0.488262
0.6280
LFG
-0.835927
0.863087
-0.968532
0.3385
LFFLEX
0.010445
0.024313
0.429612
0.6697
@SEAS(2)
-0.069398
0.021797
-3.183871
0.0028
@SEAS(3)
0.034166
0.023019
1.484252
0.1454
@SEAS(4)
-0.005501
0.023308
-0.236023
0.8146
@SEAS(5)
-0.016866
0.021867
-0.771313
0.4449
@SEAS(6)
-0.024686
0.023553
-1.048088
0.3007
@SEAS(7)
0.002254
0.023351
0.096541
0.9236
@SEAS(8)
0.020230
0.024888
0.812835
0.4210
@SEAS(9)
0.030461
0.025623
1.188811
0.2414
@SEAS(10)
0.035693
0.025148
1.419346
0.1634
@SEAS(11)
-0.004776
0.022973
-0.207917
0.8363
@SEAS(12)
0.146023
0.032573
4.482970
0.0001
@TREND
-0.004513
0.001943
-2.323292
0.0252
R-squared
0.871694
Mean dependent var
18.76529
Adjusted R-squared
0.818495
S.D. dependent var
0.073703
S.E. of regression
0.031400
Akaike info criterion
-3.837825
Sum squared resid
0.040424
Schwarz criterion
-3.204000
Log likelihood
131.2158
F-statistic
16.38528
Durbin-Watson stat
2.159817
Prob(F-statistic)
0.000000
d. Teste de Estabilidade
ii. Teste de Chow
Dados insuficientes para a realização deste teste.
iii. RESET de Ramsey fitted terms: 1
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
5.157878
Probability
0.028596
Log likelihood ratio
7.155832
Probability
0.007472
Com base no teste de estabilidade de Ramsey, a hipótese nula do teste é rejeitada
considerando 10% de significância.
Com o objetivo de melhor especificar o modelo, substituiu-se as séries referentes as frotas
pelo quadrado das variáveis Frota de Automóveis a Gasolina e Automóveis Flex-Fuel.
129
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2004:02 2008:12
Included observations: 59 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
25.37000
6.616928
3.834106
0.0004
LPG
-0.592224
0.245026
-2.416987
0.0202
LPA
0.123804
0.093042
1.330626
0.1907
LY
0.054935
0.107920
0.509035
0.6135
LFG^2
-0.027845
0.029202
-0.953546
0.3459
LFFLEX^2
0.000568
0.001490
0.381326
0.7049
@SEAS(2)
-0.069581
0.021799
-3.191874
0.0027
@SEAS(3)
0.034139
0.023030
1.482352
0.1459
@SEAS(4)
-0.005463
0.023319
-0.234273
0.8159
@SEAS(5)
-0.016873
0.021877
-0.771259
0.4450
@SEAS(6)
-0.024562
0.023565
-1.042319
0.3034
@SEAS(7)
0.002351
0.023373
0.100582
0.9204
@SEAS(8)
0.020406
0.024907
0.819266
0.4174
@SEAS(9)
0.030652
0.025627
1.196086
0.2385
@SEAS(10)
0.035877
0.025146
1.426787
0.1612
@SEAS(11)
-0.004904
0.022979
-0.213424
0.8321
@SEAS(12)
0.145604
0.032564
4.471264
0.0001
@TREND
-0.004670
0.002557
-1.826550
0.0751
R-squared
0.871574
Mean dependent var
18.76529
Adjusted R-squared
0.818324
S.D. dependent var
0.073703
S.E. of regression
0.031415
Akaike info criterion
-3.836884
Sum squared resid
0.040462
Schwarz criterion
-3.203059
Log likelihood
131.1881
F-statistic
16.36760
Durbin-Watson stat
2.158670
Prob(F-statistic)
0.000000
e. Teste de Correlação Serial - Teste Breusch-Godfrey (BG) Duas Defasagens
=
1
1
+
2
2
+
H
0
:
1
= 0,
2
= 0
Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:
F-statistic
0.708170
Probability
0.498768
Obs*R-squared
2.067580
Probability
0.355657
Segundo o teste Breusch-Godfrey, não é possível rejeitar a hipótese nula.
f. Teste de Co-Integração de Durbin-Watson
H
0
: = 0 => as séries são co-integradas
O valor crítico estimado com base em Mackinnon (1992) é
+
1
+
2
2
, sendo os valores de
β obtidos no artigo de Mackinnon, e T o tamanho da amostra.
130
São seis as séries temporais não-estacionárias para qual a hipótese nula de co-integração
está sendo testada. Considerando 10% de significância o valor crítico é:
= 4.6999 +
(16.445)
59
+
(0)
59
2
= 4.97862
A estatística de Durbin-Watson é igual a 2.158, ou seja, está acima do valor crítico, o que
implica que a hipótese nula de co-integração não pode ser rejeitada, sugerindo a existência
de uma relação de longo prazo estável entre estas variáveis.
É possível que no curto prazo haja desequilíbrios, sendo este termo de erro utilizado para
ligar o comportamento de curto e de longo prazo entre as séries estudas. Este procedimento
é denominado Mecanismo de Correção de Erro e é realizado em seguida.
(2) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4
(

2
) +
5
(

2
) +
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
1
+
Dependent Variable: D(LCG)
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2004:03 2008:12
Included observations: 58 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
-0.006086
0.008885
-0.685027
0.4973
D(LPG)
-0.218402
0.421429
-0.518242
0.6071
D(LPA)
0.127901
0.129197
0.989971
0.3281
D(LY)
-0.002882
0.073731
-0.039085
0.9690
D(LFG^2)
0.062328
0.102976
0.605263
0.5484
D(LFFLEX^2)
0.002202
0.004515
0.487593
0.6285
D(@SEAS(2))
0.162224
0.022507
7.207664
0.0000
D(@SEAS(3))
0.226994
0.028107
8.076125
0.0000
D(@SEAS(4))
0.128630
0.032652
3.939446
0.0003
D(@SEAS(5))
0.170410
0.034405
4.952991
0.0000
D(@SEAS(6))
0.180568
0.033391
5.407692
0.0000
D(@SEAS(7))
0.190850
0.035968
5.306130
0.0000
D(@SEAS(8))
0.163774
0.035690
4.588740
0.0000
D(@SEAS(9))
0.150439
0.037269
4.036535
0.0002
D(@SEAS(10))
0.145053
0.037349
3.883699
0.0004
D(@SEAS(11))
0.139918
0.034485
4.057304
0.0002
D(@SEAS(12))
0.169261
0.022476
7.530685
0.0000
131
ERRO(-1)
-1.168719
0.160364
-7.287904
0.0000
R-squared
0.911464
Mean dependent var
0.001915
Adjusted R-squared
0.873837
S.D. dependent var
0.084260
S.E. of regression
0.029929
Akaike info criterion
-3.930876
Sum squared resid
0.035829
Schwarz criterion
-3.291428
Log likelihood
131.9954
F-statistic
24.22326
Durbin-Watson stat
2.144864
Prob(F-statistic)
0.000000
Tabela A.4.1 - Elasticidades-preço da demanda por gasolina C no Rio de Janeiro
Curto Prazo
-0.218406
Longo Prazo
-0.592224
A partir da análise dos resultados obtidos, dois aspectos chamam atenção. Primeiro, a
grande diferença entre as elasticidades-preço da demanda por gasolina C no curto e no
longo prazo. E, finalmente, a não significância estatística da elasticidade-preço do curto
prazo.
As questões apontadas aqui podem indicar a existência de um problema na especificação do
modelo. Assim, seguindo os procedimentos adotados nos demais estados, o teste de
Hausman é realizado considerando.
g. Teste de Hausman
Para realizar este teste considere que o Preço Real da Gasolina e a Renda Real por
Trabalhador são variáveis exógenas, enquanto as demais variáveis são endógenas.
(1)
=
0
+
1
+
2
+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(2)
2
=
0
+
1
+
2
+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(3)

2
=
0
+
1
+
2
+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
132
Cabe notar que a tendência foi retirada do modelo. A inclusão da tendência no modelo de
regressão só se justifica no caso de séries temporais estacionárias em tendência.
De posse dos valores estimados, a seguinte regressão é estimada via Mínimos Quadrados
Ordinários:
(4) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
18


+
19

2
+
20


2
+
Para que a regressão fosse possível, foi necessário remover três dummies sazonais, pois,
caso contrário, a matriz torna-se singular o que implica que não é inversível e,
conseqüentemente, os parâmetros não podem ser calculados.
a. Teste F
Redundant Variables: LPA_FITTED LFG2_FITTED LFFLEX2_FITTED
F-statistic
0.502360
Probability
0.682931
Log likelihood ratio
2.294732
Probability
0.513531
De acordo com o teste F, não é possível rejeitar a hipótese nula de forma que as variáveis
estudadas podem ser tratadas como variáveis exógenas.
O teste de hausmam foi repetido considerando o modelo original (1) e, assim como, no teste
anterior, os resultados obtidos sugerem que as variáveis podem ser tratadas como variáveis
exógenas.
No caso do Rio de Janeiro, é interessantes acrescentar a série Preço Real do GNV dado o
grande número de carros a gás neste estado. Tanto o modelo original quanto o modelo cujas
variáveis referentes às frotas foram substituídas pelo seus respectivos quadrados não
passaram no teste de estabilidade de Ramsey. Assim, optou-se, neste caso, por um modelo
mais simples apenas como a renda e os preços dos combustíveis.
133
(3) 

=
0
+
1


+
2


+
3


+
4

+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2001:07 2008:12
Included observations: 90 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
19.50277
0.475971
40.97469
0.0000
LPG
-0.588710
0.181009
-3.252374
0.0017
LPA
0.054398
0.093273
0.583219
0.5615
LPGNV
-0.152276
0.093694
-1.625242
0.1084
LY
0.018372
0.115891
0.158526
0.8745
@SEAS(2)
-0.060530
0.028549
-2.120225
0.0374
@SEAS(3)
0.017218
0.030277
0.568686
0.5713
@SEAS(4)
0.003191
0.030463
0.104739
0.9169
@SEAS(5)
-0.002630
0.028822
-0.091256
0.9275
@SEAS(6)
-0.044721
0.029897
-1.495833
0.1390
@SEAS(7)
-0.000204
0.030347
-0.006734
0.9946
@SEAS(8)
0.013493
0.031559
0.427537
0.6702
@SEAS(9)
0.005009
0.031082
0.161164
0.8724
@SEAS(10)
0.043917
0.030763
1.427600
0.1577
@SEAS(11)
-0.013534
0.027911
-0.484881
0.6292
@SEAS(12)
0.131596
0.038708
3.399688
0.0011
@TREND
-0.002923
0.000558
-5.235654
0.0000
R-squared
0.701249
Mean dependent var
18.79221
Adjusted R-squared
0.635770
S.D. dependent var
0.087148
S.E. of regression
0.052595
Akaike info criterion
-2.883953
Sum squared resid
0.201937
Schwarz criterion
-2.411767
Log likelihood
146.7779
F-statistic
10.70943
Durbin-Watson stat
1.187335
Prob(F-statistic)
0.000000
h. Teste de Estabilidade RESET de Ramsey
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
2.207366
Probability
0.141719
Log likelihood ratio
2.717757
Probability
0.099237
i. Teste de Correlação Serial Teste Breusch-Godfrey (BG) Duas Defasgens
=
1
1
+
2
2
+
134
H
0
:
1
= 0,
2
= 0
Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:
F-statistic
9.005204
Probability
0.000327
Obs*R-squared
18.21064
Probability
0.000111
Com o objetivo de tentar eliminar a autocorrelação entre os erros especificou-se um modelo
auto-regressivo com defasagens distribuídas. Acrescentou-se ao modelo as variáveis
dependente e de renda defasadas doze vezes e a variável Preço Real do Álcool Hidratado
duas vezes. Valores escolhidos com base na função de correlação parcial.
(4) 

=
0
+
1

12
+
2


+
3


+
4

2
+
5


+
6

+
7

12
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
18
+
19
+
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2002:01 2008:12
Included observations: 84 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
23.11012
1.756882
13.15405
0.0000
LCG(-12)
-0.233764
0.083472
-2.800508
0.0067
LPG
-0.074312
0.172895
-0.429808
0.6688
LPA
0.022712
0.084850
0.267672
0.7898
LPA(-2)
-0.140219
0.075196
-1.864715
0.0668
LPGNV
-0.110140
0.076435
-1.440973
0.1545
LY
0.103894
0.098903
1.050456
0.2975
LY(-12)
-0.001966
0.088972
-0.022102
0.9824
@SEAS(2)
-0.063635
0.023441
-2.714711
0.0085
@SEAS(3)
0.037897
0.025678
1.475869
0.1449
@SEAS(4)
0.018766
0.025771
0.728186
0.4692
@SEAS(5)
0.011505
0.023406
0.491535
0.6247
@SEAS(6)
-0.031298
0.024689
-1.267685
0.2095
@SEAS(7)
0.024319
0.025942
0.937403
0.3521
@SEAS(8)
0.037323
0.027489
1.357719
0.1793
@SEAS(9)
0.030293
0.026877
1.127100
0.2639
@SEAS(10)
0.077867
0.026738
2.912241
0.0049
@SEAS(11)
-0.004218
0.023178
-0.181962
0.8562
@SEAS(12)
0.163476
0.040950
3.992076
0.0002
@TREND
-0.003391
0.000552
-6.137189
0.0000
R-squared
0.834732
Mean dependent var
18.79283
Adjusted R-squared
0.785668
S.D. dependent var
0.089355
S.E. of regression
0.041368
Akaike info criterion
-3.328375
135
Sum squared resid
0.109522
Schwarz criterion
-2.749609
Log likelihood
159.7917
F-statistic
17.01315
Durbin-Watson stat
2.165210
Prob(F-statistic)
0.000000
j. Teste de Estabilidade RESET de Ramsey
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
0.767600
Probability
0.384289
Log likelihood ratio
1.017282
Probability
0.313165
k. Teste de Correlação Serial Teste Breusch-Godfrey (BG) Duas Defasgens
=
1
1
+
2
2
+
H
0
:
1
= 0,
2
= 0
Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:
F-statistic
1.139454
Probability
0.326602
Obs*R-squared
2.978089
Probability
0.225588
Tabela A.4.2 - Elasticidades-preço da demanda por gasolina C no Rio de Janeiro
Curto Prazo
-0.074312
Longo Prazo
-0.060231
Sendo a elasticidade-preço de longo prazo calculada da seguinte maneira:

=

1
1
Cabe mencionar que estes valores não são estatisticamente significativos.
136
5. Paraná
a. Análise Gráfica das Séries
18.4
18.5
18.6
18.7
18.8
18.9
19.0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LCG
8
9
10
11
12
13
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFFLEX
14.45
14.50
14.55
14.60
14.65
14.70
14.75
14.80
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFG
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPA
0.8
0.9
1.0
1.1
1.2
1.3
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPG
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LY
137
Aparentemente, existe um comportamento sazonal nas séries Consumo de Gasolina e Renda
Real por Trabalhador, de forma que 11 dummies sazonais são inclusas no modelo a fim da
captar tais movimentos.
b. Análise do Correlograma
Consumo de Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real da Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real do Álcool Hidratado
Série não-estacionária
Renda Real por Trabalhador
Série não-estacionária
Frota de Automóveis à gasolina
Série não-estacionária
Frota de Automóveis Flex-Fuel
Série não-estacionária
A partir dos resultados encontrados, as séries Preço Real da Gasolina C, do Álcool Hidratado,
da Frota de Automóveis a Gasolina e Flex-Fuel podem ser descritas por um processo auto-
regressivo de primeira ordem AR(1). Já, as séries Renda Real por Trabalhador e Consumo de
Gasolina C parecem ser geradas por um processo AR(13).
A determinação da ordem de integração dos processos auto-regressivos foi feita com base
nos coeficientes da função de correlação parcial.
c. Teste de Raiz Unitária
Dickey-Fuller Aumentado
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Defasagem
(Crit. Schwarz)
Estatística
ADF
Valor
Crítico 10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
0
-7.852
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante e
tendência
13
-1.963
-3.204
Aceita
LFg
Constante e
tendência
1
-2.478
-3.172
Aceita
LPg
Constante e
tendência
0
-2.612
-3.156
Aceita
LPa
Constante
0
-2.384
-2.584
Aceita
LY
Constante e
12
-1.115
-3.158
Aceita
138
tendência
Phillips-Perron
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Estatística PP
Valor Crítico
10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
-8.319
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante
-13.248
-2.599
Rejeita
LFg
Constante
-6.525
2.593
Rejeita
LPg
Constante e
tendência
-2.496
-3.156
Aceita
LPa
Constante
-2.658
-2.584
Rejeita
LY
Constante
-5.761
-2.583
Rejeita
Os resultados obtidos, a partir dos dois testes de raiz unitária, sugerem que a série Consumo
de Gasolina C é estacionária em torno de uma tendência determinística. Logo, a tendência é
adicionada ao modelo.
Apesar de alguns testes divergirem, os resultados da análise conjunta das três abordagens
indicam que as séries não são estacionárias.
Optou-se, inicialmente, por não transformá-las em séries estacionárias devido à perda de
informação, uma vez que o tamanho da amostra é pequeno.
Posto isso, o modelo estimado é:
(1) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
139
i. Regressão via Mínimos Quadrados Ordinários
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2003:12 2007:12
Included observations: 49 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
-43.13797
63.45088
-0.679864
0.5016
LPG
-0.179401
0.256030
-0.700700
0.4887
LPA
-0.054709
0.107714
-0.507906
0.6151
LY
0.558514
0.440030
1.269263
0.2138
LFG
4.127682
4.418739
0.934131
0.3575
LFFLEX
0.007767
0.089130
0.087145
0.9311
@SEAS(2)
-0.017724
0.032825
-0.539955
0.5931
@SEAS(3)
0.081269
0.032948
2.466592
0.0194
@SEAS(4)
0.075337
0.036277
2.076736
0.0462
@SEAS(5)
0.052226
0.040398
1.292788
0.2056
@SEAS(6)
-0.001593
0.037046
-0.043001
0.9660
@SEAS(7)
0.023892
0.037436
0.638216
0.5280
@SEAS(8)
0.086793
0.037988
2.284728
0.0293
@SEAS(9)
0.049442
0.041191
1.200314
0.2391
@SEAS(10)
0.037640
0.037690
0.998666
0.3257
@SEAS(11)
-0.042920
0.048080
-0.892681
0.3789
@SEAS(12)
0.059982
0.102386
0.585836
0.5622
@TREND
-0.018377
0.012767
-1.439451
0.1600
R-squared
0.739746
Mean dependent var
18.73746
Adjusted R-squared
0.597027
S.D. dependent var
0.072171
S.E. of regression
0.045814
Akaike info criterion
-3.051585
Sum squared resid
0.065067
Schwarz criterion
-2.356630
Log likelihood
92.76383
F-statistic
5.183211
Durbin-Watson stat
1.614143
Prob(F-statistic)
0.000038
d. Teste de Estabilidade
ii. Teste de Chow
Dados insuficientes para a realização deste teste.
iii. RESET de Ramsey fitted terms: 1
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
0.040952
Probability
0.840997
Log likelihood ratio
0.066842
Probability
0.795991
140
Logo, não é possível rejeitar a hipótese de que a regressão foi corretamente especificada.
e. Teste de Correlação Serial - Teste Breusch-Godfrey (BG) Duas Defasagens
=
1
1
+
2
2
+
H
0
:
1
= 0,
2
= 0
Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:
F-statistic
0.472356
Probability
0.628245
Obs*R-squared
1.545877
Probability
0.461654
Segundo o teste Breusch-Godfrey, não é possível rejeitar a hipótese nula.
l. Teste de Co-Integração de Durbin-Watson
H
0
: = 0 => as séries são co-integradas
O valor crítico estimado com base em Mackinnon (1992) é
+
1
+
2
2
, sendo os valores de
β obtidos no artigo de Mackinnon, e T o tamanho da amostra.
São seis as séries temporais não-estacionárias para qual a hipótese nula de co-integração
está sendo testada. Considerando 10% de significância o valor crítico é:
 = 4.6999 +
(16.445)
49
+
(0)
49
2
= 5.035512
A estatística de Durbin-Watson é igual a 2.158, ou seja, está acima do valor crítico, o que
implica que a hipótese nula de co-integração não pode ser rejeitada, sugerindo a existência
de uma relação de longo prazo estável entre estas variáveis.
É possível que no curto prazo haja desequilíbrios, sendo este termo de erro utilizado para
ligar o comportamento de curto e de longo prazo entre as séries estudas. Este procedimento
é denominado Mecanismo de Correção de Erro e é realizado em seguida.
(2) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4
(
) +
5
(

) +
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
1
+
141
Dependent Variable: D(LCG)
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2004:01 2007:12
Included observations: 48 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
-0.115497
0.098877
-1.168082
0.2520
D(LPG)
0.050930
0.269595
0.188912
0.8514
D(LPA)
-0.237972
0.115475
-2.060806
0.0481
D(LY)
0.228083
0.368511
0.618930
0.5406
D(LFG)
-4.221891
15.30620
-0.275829
0.7846
D(LFFLEX)
0.100327
0.299174
0.335347
0.7397
@SEAS(2)
0.106326
0.085921
1.237484
0.2255
@SEAS(3)
0.224073
0.090981
2.462849
0.0197
@SEAS(4)
0.118044
0.080573
1.465053
0.1533
@SEAS(5)
0.090251
0.086560
1.042643
0.3054
@SEAS(6)
0.074357
0.103324
0.719652
0.4773
@SEAS(7)
0.152263
0.088762
1.715405
0.0966
@SEAS(8)
0.192589
0.085362
2.256143
0.0315
@SEAS(9)
0.084084
0.085991
0.977820
0.3360
@SEAS(10)
0.126616
0.093990
1.347124
0.1880
@SEAS(11)
0.087683
0.126950
0.690694
0.4951
@SEAS(12)
0.269490
0.138982
1.939022
0.0620
ERRO(-1)
-0.819348
0.168991
-4.848471
0.0000
R-squared
0.877420
Mean dependent var
0.000631
Adjusted R-squared
0.807958
S.D. dependent var
0.095590
S.E. of regression
0.041890
Akaike info criterion
-3.227534
Sum squared resid
0.052644
Schwarz criterion
-2.525833
Log likelihood
95.46081
F-statistic
12.63168
Durbin-Watson stat
1.983171
Prob(F-statistic)
0.000000
Tabela A.5 - Elasticidades-preço da demanda por gasolina C no Paraná
Curto Prazo
0.050930
Longo Prazo
-0.179401
A partir da análise dos resultados obtidos, três aspectos chamam atenção. Primeiro, a
grande diferença entre as elasticidades-preço da demanda por gasolina C no curto e no
longo prazo. Em seguida, tem-se que o sinal positivo da elasticidade de curto prazo contrário
ao esperado pela teoria econômica, e, finalmente, a não significância estatística das
elasticidades-preço tanto no curto quanto no longo prazo.
142
As questões apontadas aqui podem indicar a existência de um problema na especificação do
modelo. Assim, seguindo os procedimentos adotados nos demais estados, o teste de
Hausman é realizado considerando.
m. Teste de Hausman
Para realizar este teste considere que o Preço Real da Gasolina e a Renda Real por
Trabalhador são variáveis exógenas, enquanto as demais variáveis são endógenas.
(1) 
=
0
+
1

+
2

+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(2) 
=
0
+
1

+
2

+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(3) 

=
0
+
1

+
2

+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
Cabe notar que a tendência foi retirada do modelo. A inclusão da tendência no modelo de
regressão só se justifica no caso de séries temporais estacionárias em tendência.
De posse dos valores estimados, a seguinte regressão é estimada via Mínimos Quadrados
Ordinários:
(4) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
18


+
19

+
20


+
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2003:12 2007:12
Included observations: 49 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
143
C
-11364.14
10067.19
-1.128829
0.2685
LPG
-4029.315
4433.936
-0.908744
0.3712
LPA
-0.044427
0.113961
-0.389841
0.6996
LY
2404.586
2454.187
0.979789
0.3356
LFG
4.369113
4.666056
0.936361
0.3571
LFFLEX
0.007635
0.094702
0.080624
0.9363
@SEAS(2)
-28.90635
25.89766
-1.116176
0.2738
@SEAS(3)
36.49621
38.01303
0.960098
0.3452
@SEAS(4)
70.67720
102.9974
0.686204
0.4982
@SEAS(5)
208.8230
234.6667
0.889871
0.3811
@SEAS(6)
303.1334
431.9597
0.701763
0.4886
@SEAS(7)
402.9512
439.7658
0.916286
0.3673
@SEAS(8)
390.5357
421.6852
0.926131
0.3623
@SEAS(9)
376.8706
414.1295
0.910031
0.3706
@SEAS(10)
279.3349
341.3486
0.818327
0.4201
@SEAS(11)
-83.34287
368.4074
-0.226225
0.8227
@SEAS(12)
-493.5207
582.6468
-0.847032
0.4042
@TREND
-0.019677
0.013440
-1.464081
0.1543
LPA_FITTED
3458.640
2932.823
1.179287
0.2482
LFG_FITTED
171.8477
305.6725
0.562196
0.5785
LFFLEX_FITTED
57.59328
291.6759
0.197456
0.8449
R-squared
0.754284
Mean dependent var
18.73746
Adjusted R-squared
0.578772
S.D. dependent var
0.072171
S.E. of regression
0.046840
Akaike info criterion
-2.986614
Sum squared resid
0.061433
Schwarz criterion
-2.175834
Log likelihood
94.17205
F-statistic
4.297626
Durbin-Watson stat
1.693610
Prob(F-statistic)
0.000233
a. Teste F
Redundant Variables: LPA_FITTED LFG_FITTED
LFFLEX_FITTED
F-statistic
0.552184
Probability
0.650899
Log likelihood ratio
2.816451
Probability
0.420799
Com base no teste F, as variáveis Preço Real do Álcool Hidratado, da Frota de Automóveis a
Gasolina e de Automóveis Flex-Fuel podem ser tratadas como exógenas.
144
6. Rio Grande do Sul
a. Análise Gráfica das Séries
Aparentemente, existe um comportamento sazonal nas séries Consumo de Gasolina e Renda
Real por Trabalhador, de forma que 11 dummies sazonais são inclusas no modelo a fim da
captar tais movimentos.
18.6
18.7
18.8
18.9
19.0
19.1
19.2
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LCG
7
8
9
10
11
12
13
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFFLEX
14.70
14.75
14.80
14.85
14.90
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFG
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
1.1
1.2
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPA
0.92
0.96
1.00
1.04
1.08
1.12
1.16
1.20
1.24
1.28
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPG
4.0
4.1
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LY
145
b. Análise do Correlograma
Consumo de Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real da Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real do Álcool Hidratado
Série não-estacionária
Renda Real por Trabalhador
Série não-estacionária
Frota de Automóveis à gasolina
Série não-estacionária
Frota de Automóveis Flex-Fuel
Série não-estacionária
A partir dos resultados encontrados, as séries Preço Real da Gasolina C, do Álcool Hidratado,
da Frota de Automóveis a Gasolina e Flex-Fuel podem ser descritas por um processo auto-
regressivo de primeira ordem AR(1). A série Renda Real por Trabalhador parece ser gerada
por um processo AR(13), uma vez que as defasagens 1, 12 e 13 são estatisticamente
diferentes de zero. Já, a série Consumo de Gasolina C é, aparentemente, descrita por um
processo auto-regressivo de décima segunda ordem.
A determinação da ordem de integração dos processos auto-regressivos foi feita com base
nos coeficientes da função de correlação parcial.
c. Teste de Raiz Unitária
Dickey-Fuller Aumentado
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Defasagem
(Crit. Schwarz)
Estatística
ADF
Valor
Crítico 10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
0
-9.072
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante e
tendência
13
-1.944
-3.204
Aceita
LFg
Constante e
tendência
1
-3.058
-3.184
Aceita
LPg
Constante e
tendência
0
-2.033
-3.156
Aceita
LPa
Constante
1
-2.433
-2.584
Aceita
LY
Constante e
tendência
13
-2.682
-3.159
Aceita
146
Phillips-Perron
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Estatística PP
Valor Crítico
10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
-9.423
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante
-13.028
-2.599
Rejeita
LFg
Constante e
tendência
-3.362
-3.183
Rejeita
LPg
Constante e
tendência
-1.924
-3.156
Aceita
LPa
Passeio
aleatório puro
-0.777
-1.614
Aceita
LY
Constante e
tendência
-5.693
-3.154
Rejeita
Os resultados obtidos, a partir dos dois testes de raiz unitária, sugerem que a série Consumo
de Gasolina C é estacionária em torno de uma tendência determinística. Logo, a tendência é
adicionada ao modelo.
Apesar de alguns testes divergirem, os resultados da análise conjunta das três abordagens
indicam que as séries não são estacionárias.
Optou-se, inicialmente, por não transformá-las em séries estacionárias devido à perda de
informação, uma vez que o tamanho da amostra é pequeno.
Posto isso, o modelo estimado é:
(1) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
i. Regressão via Mínimos Quadrados Ordinários
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2003:12 2007:12
Included observations: 49 after adjusting endpoints
147
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
190.2752
144.1309
1.320155
0.1964
LPG
-0.645851
0.230753
-2.798887
0.0087
LPA
0.176240
0.109075
1.615764
0.1163
LY
0.706373
0.378007
1.868678
0.0711
LFG
-11.97111
9.980659
-1.199431
0.2394
LFFLEX
0.182811
0.160731
1.137372
0.2641
@SEAS(2)
-0.032939
0.037105
-0.887727
0.3815
@SEAS(3)
0.091551
0.040267
2.273575
0.0301
@SEAS(4)
0.023673
0.045599
0.519148
0.6073
@SEAS(5)
0.042562
0.042466
1.002259
0.3240
@SEAS(6)
0.018076
0.042879
0.421571
0.6762
@SEAS(7)
0.028877
0.035377
0.816253
0.4206
@SEAS(8)
0.038881
0.032343
1.202133
0.2384
@SEAS(9)
0.023138
0.037439
0.618017
0.5411
@SEAS(10)
0.045424
0.035783
1.269428
0.2137
@SEAS(11)
-0.045394
0.034428
-1.318514
0.1970
@SEAS(12)
-0.010637
0.094905
-0.112082
0.9115
@TREND
0.023844
0.021149
1.127441
0.2682
R-squared
0.783438
Mean dependent var
18.89862
Adjusted R-squared
0.664678
S.D. dependent var
0.072936
S.E. of regression
0.042235
Akaike info criterion
-3.214276
Sum squared resid
0.055298
Schwarz criterion
-2.519321
Log likelihood
96.74976
F-statistic
6.596817
Durbin-Watson stat
2.612612
Prob(F-statistic)
0.000003
f. Teste de Estabilidade
ii. Teste de Chow
Dados insuficientes para a realização deste teste.
iii. RESET de Ramsey fitted terms: 1
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
0.922237
Probability
0.344565
Log likelihood ratio
1.483631
Probability
0.223207
Logo, não é possível rejeitar a hipótese de que a regressão foi corretamente especificada.
g. Teste de Correlação Serial - Teste Breusch-Godfrey (BG) Duas Defasagens
=
1
1
+
2
2
+
148
H
0
:
1
= 0,
2
= 0
Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:
F-statistic
4.252072
Probability
0.024023
Obs*R-squared
11.11085
Probability
0.003866
Segundo o teste Breusch-Godfrey, a hipótese nula é rejeitada. A fim de eliminar a correlação
serial de segunda ordem, as defasagens das séries são adicionadas. A escolha da defasagem
foi baseada na função de correlação parcial.
Entretanto, não foi possível eliminar a autocorrelação de segunda ordem acrescentando
apenas as defasagens indicadas no correlograma. Para eliminar a correlação serial de
segunda ordem foi preciso adicionar a variável dependente defasada duas vezes.
A adição da série Consumo de Gasolina defasada duas vezes eliminou a autocorrelação de
segunda ordem, mas vale mencionar que a variável dependente defasada uma vez foi
mantida a fim de eliminar a correlação serial de primeira ordem. Desta forma, como
resultado final, o modelo estimado, no caso do Rio Grande do Sul, é um modelo dinâmico
(2) 

=
0
+
1

1
+
2

2
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
149
i. Regressão via Mínimos Quadrados Ordinários
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2003:12 2007:12
Included observations: 49 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
174.5931
126.6076
1.379010
0.1784
LCG(-1)
-0.492185
0.153666
-3.202953
0.0033
LCG(-2)
-0.336454
0.153583
-2.190699
0.0367
LPG
-0.994188
0.230050
-4.321614
0.0002
LPA
0.210331
0.096505
2.179470
0.0376
LY
0.365164
0.347041
1.052221
0.3014
LFG
-9.688533
8.785218
-1.102822
0.2792
LFFLEX
0.155472
0.141308
1.100237
0.2803
@SEAS(2)
-0.065264
0.044272
-1.474152
0.1512
@SEAS(3)
-0.041387
0.054663
-0.757124
0.4551
@SEAS(4)
-0.072840
0.049283
-1.477984
0.1502
@SEAS(5)
-0.056799
0.050740
-1.119421
0.2721
@SEAS(6)
-0.084201
0.048829
-1.724383
0.0953
@SEAS(7)
-0.064014
0.043545
-1.470059
0.1523
@SEAS(8)
-0.045669
0.038585
-1.183609
0.2462
@SEAS(9)
-0.044859
0.039725
-1.129257
0.2680
@SEAS(10)
-0.029183
0.041166
-0.708901
0.4840
@SEAS(11)
-0.097004
0.035140
-2.760544
0.0099
@SEAS(12)
0.000956
0.084867
0.011262
0.9911
@TREND
0.019343
0.018607
1.039529
0.3071
R-squared
0.844031
Mean dependent var
18.89862
Adjusted R-squared
0.741845
S.D. dependent var
0.072936
S.E. of regression
0.037058
Akaike info criterion
-3.460866
Sum squared resid
0.039825
Schwarz criterion
-2.688694
Log likelihood
104.7912
F-statistic
8.259724
Durbin-Watson stat
2.132239
Prob(F-statistic)
0.000000
h. Teste de Estabilidade
iv. Teste de Chow
Dados insuficientes para a realização deste teste.
v. RESET de Ramsey fitted terms: 1
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
1.379718
Probability
0.250042
Log likelihood ratio
2.356903
Probability
0.124730
150
Logo, não é possível rejeitar a hipótese de que a regressão foi corretamente especificada.
i. Teste de Correlação Serial - Teste Breusch-Godfrey (BG) Duas Defasagens
=
1
1
+
2
2
+
H
0
:
1
= 0,
2
= 0
Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:
F-statistic
1.623250
Probability
0.215922
Obs*R-squared
5.259402
Probability
0.072100
Segundo o teste Breusch-Godfrey, não é possível rejeitar a hipótese nula, de forma que não
há indício de correlação de segunda ordem neste modelo.
Tabela A.6.1 - Elasticidades-preço da demanda por gasolina C no Rio Grande do
Sul
Curto Prazo
-0.994188
Longo Prazo
-0.543671
A partir da análise dos resultados obtidos, três aspectos chamam atenção. Primeiro, a
grande diferença entre as elasticidades-preço da demanda por gasolina C no curto e no
longo prazo. Em seguida, a menor elasticidade de longo prazo e, por fim, há, principalmente,
a alta elasticidade-preço da demanda por gasolina C no curto-prazo.
As questões apontadas aqui podem indicar a existência de um problema na especificação do
modelo. Assim, seguindo os procedimentos adotados nos demais estados, o teste de
Hausman é realizado considerando.
n. Teste de Hausman
Para realizar este teste considere que o Preço Real da Gasolina e a Renda Real por
Trabalhador são variáveis exógenas, enquanto as demais variáveis são endógenas.
(1) 
=
0
+
1

+
2

+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
151
(2) 
=
0
+
1

+
2

+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(3) 

=
0
+
1

+
2

+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
Cabe notar que a tendência foi retirada do modelo. A inclusão da tendência no modelo de
regressão só se justifica no caso de séries temporais estacionárias em tendência.
De posse dos valores estimados, a seguinte regressão é estimada via Mínimos Quadrados
Ordinários:
(4) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
18


+
19

+
20


+
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2003:12 2007:12
Included observations: 49 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
-25652.49
28819.91
-0.890096
0.3810
LPG
2584.825
4701.697
0.549764
0.5868
LPA
0.169406
0.116136
1.458686
0.1558
LY
6414.185
7009.293
0.915097
0.3680
LFG
-12.63996
10.43483
-1.211323
0.2359
LFFLEX
0.192937
0.167503
1.151844
0.2591
@SEAS(2)
380.1126
420.9488
0.902990
0.3742
@SEAS(3)
507.8771
557.7310
0.910613
0.3703
@SEAS(4)
599.0061
651.8494
0.918933
0.3660
@SEAS(5)
552.4122
601.8813
0.917809
0.3666
@SEAS(6)
454.4083
496.2751
0.915638
0.3677
@SEAS(7)
169.9469
259.0438
0.656055
0.5171
@SEAS(8)
58.92129
194.0578
0.303628
0.7637
@SEAS(9)
236.3356
325.2049
0.726728
0.4734
@SEAS(10)
210.8925
280.1926
0.752670
0.4579
@SEAS(11)
-265.8424
329.3762
-0.807109
0.4264
@SEAS(12)
-1583.841
1741.638
-0.909397
0.3709
@TREND
0.025328
0.022137
1.144172
0.2622
152
LPA_FITTED
-474.2406
2432.763
-0.194939
0.8468
LFG_FITTED
-83.14345
319.0994
-0.260557
0.7963
LFFLEX_FITTED
-276.1306
300.6264
-0.918518
0.3662
R-squared
0.789869
Mean dependent var
18.89862
Adjusted R-squared
0.639776
S.D. dependent var
0.072936
S.E. of regression
0.043775
Akaike info criterion
-3.121975
Sum squared resid
0.053655
Schwarz criterion
-2.311195
Log likelihood
97.48838
F-statistic
5.262517
Durbin-Watson stat
2.586390
Prob(F-statistic)
0.000038
a. Teste F
Redundant Variables: LPA_FITTED LFG_FITTED LFFLEX_FITTED
F-statistic
0.285666
Probability
0.835319
Log likelihood ratio
1.477251
Probability
0.687531
Com base no teste F, as variáveis Preço Real do Álcool Hidratado, da Frota de Automóveis a
Gasolina e de Automóveis Flex-Fuel podem ser tratadas como exógenas.
Apesar de, aparentemente, o modelo (2) não apresentar problemas, a elasticidade-preço da
demanda de curto prazo muito alta gera desconfianças quanto aos parâmetros estimados.
Sendo assim, um modelo mais parcimonioso foi especificado. Neste modelo, as séries
referentes às frotas são excluídas, uma vez que em todos os modelos regredidos seus
coeficientes são estatisticamente zero.
(5) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
i. Regressão via Mínimos Quadrados Ordinários
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2001:07 2008:12
Included observations: 90 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
17.72114
0.809872
21.88141
0.0000
LPG
-0.589293
0.136194
-4.326866
0.0000
LPA
0.077553
0.067175
1.154495
0.2520
153
LY
0.434670
0.199615
2.177540
0.0326
@SEAS(2)
-0.071648
0.024242
-2.955557
0.0042
@SEAS(3)
0.011757
0.025704
0.457398
0.6487
@SEAS(4)
-0.016368
0.027459
-0.596101
0.5529
@SEAS(5)
-0.000941
0.026054
-0.036133
0.9713
@SEAS(6)
-0.044344
0.025598
-1.732340
0.0874
@SEAS(7)
-0.020349
0.022299
-0.912562
0.3644
@SEAS(8)
-0.003567
0.022393
-0.159297
0.8739
@SEAS(9)
-0.016871
0.023231
-0.726222
0.4700
@SEAS(10)
0.026765
0.023210
1.153154
0.2526
@SEAS(11)
-0.067339
0.024224
-2.779798
0.0069
@SEAS(12)
0.022897
0.054553
0.419717
0.6759
@TREND
-0.001144
0.000717
-1.594587
0.1151
R-squared
0.786251
Mean dependent var
18.89322
Adjusted R-squared
0.742923
S.D. dependent var
0.082250
S.E. of regression
0.041703
Akaike info criterion
-3.356672
Sum squared resid
0.128697
Schwarz criterion
-2.912262
Log likelihood
167.0503
F-statistic
18.14669
Durbin-Watson stat
2.235433
Prob(F-statistic)
0.000000
a. Teste de Estabilidade RESET de Ramsey - fitted terms: 1
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
0.822732
Probability
0.367367
Log likelihood ratio
1.008654
Probability
0.315225
Logo, não é possível rejeitar a hipótese de que a regressão foi corretamente especificada.
b. Teste de Correlação Serial - Teste Breusch-Godfrey (BG) Duas Defasagens
=
1
1
+
2
2
+
H
0
:
1
= 0,
2
= 0
Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:
F-statistic
0.768158
Probability
0.467630
Obs*R-squared
1.880275
Probability
0.390574
Segundo o teste Breusch-Godfrey, não é possível rejeitar a hipótese nula, de forma que não
há indício de correlação de segunda ordem neste modelo.
c. Teste de Co-Integração de Durbin-Watson
154
H
0
: = 0 => as séries são co-integradas
O valor crítico estimado com base em Mackinnon (1992) é
+
1
+
2
2
, sendo os valores de
β obtidos no artigo de Mackinnon, e T o tamanho da amostra.
São quatro as séries temporais não-estacionárias para qual a hipótese nula de co-integração
está sendo testada. Considerando 10% de significância o valor crítico é:
= 4.1474 +
(11.165)
90
+
(9.88)
90
2
= 4.27267
A estatística de Durbin-Watson é igual a 2.235, ou seja, está acima do valor crítico, o que
implica que a hipótese nula de co-integração não pode ser rejeitada, sugerindo a existência
de uma relação de longo prazo estável entre estas variáveis.
É possível que no curto prazo haja desequilíbrios, sendo este termo de erro utilizado para
ligar o comportamento de curto e de longo prazo entre as séries estudas. Este procedimento
é denominado Mecanismo de Correção de Erro e é realizado em seguida.
(6) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
1
+
16
1
+
Dependent Variable: D(LCG)
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2001:08 2008:12
Included observations: 89 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
-0.001291
0.004450
-0.290165
0.7725
D(LPG)
-0.577913
0.183386
-3.151352
0.0024
D(LPA)
0.027558
0.105738
0.260628
0.7951
D(LY)
0.526467
0.209493
2.513053
0.0142
D(@SEAS(2))
-0.000560
0.055960
-0.010015
0.9920
155
D(@SEAS(3))
0.066446
0.066956
0.992382
0.3243
D(@SEAS(4))
-0.017734
0.071069
-0.249527
0.8037
D(@SEAS(5))
0.008832
0.074328
0.118822
0.9057
D(@SEAS(6))
-0.004251
0.072279
-0.058816
0.9533
D(@SEAS(7))
0.042105
0.070929
0.593624
0.5546
D(@SEAS(8))
0.021294
0.062939
0.338335
0.7361
D(@SEAS(9))
0.005036
0.062344
0.080776
0.9358
D(@SEAS(10))
0.017360
0.064536
0.269003
0.7887
D(@SEAS(11))
-0.027187
0.063618
-0.427352
0.6704
D(@SEAS(12))
0.073081
0.044016
1.660322
0.1011
ERRO(-1)
-1.105404
0.124686
-8.865498
0.0000
R-squared
0.858500
Mean dependent var
0.004040
Adjusted R-squared
0.829425
S.D. dependent var
0.100191
S.E. of regression
0.041380
Akaike info criterion
-3.370683
Sum squared resid
0.124996
Schwarz criterion
-2.923288
Log likelihood
165.9954
F-statistic
29.52682
Durbin-Watson stat
1.924172
Prob(F-statistic)
0.000000
Tabela A.6.2 - Elasticidades-preço da demanda por gasolina C no Rio Grande do
Sul
Curto Prazo
-0.577913
Longo Prazo
-0.589293
156
7. Mato Grosso do Sul
a. Análise Gráfica das Séries
Aparentemente, existe um comportamento sazonal nas séries Consumo de Gasolina e Renda
Real por Trabalhador, de forma que 11 dummies sazonais são inclusas no modelo a fim da
captar tais movimentos.
16.8
16.9
17.0
17.1
17.2
17.3
17.4
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LCG
9.6
10.0
10.4
10.8
11.2
11.6
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFFLEX
12.90
12.95
13.00
13.05
13.10
13.15
13.20
13.25
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LFG
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
1.1
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPA
0.96
1.00
1.04
1.08
1.12
1.16
1.20
1.24
1.28
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LPG
4.0
4.1
4.2
4.3
4.4
4.5
4.6
4.7
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LY
157
b. Análise do Correlograma
Consumo de Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real da Gasolina Comum
Série não-estacionária
Preço Real do Álcool Hidratado
Série não-estacionária
Renda Real por Trabalhador
Série não-estacionária
Frota de Automóveis à gasolina
Série não-estacionária
Frota de Automóveis Flex-Fuel
Série não-estacionária
A partir dos resultados encontrados, as séries Preço Real da Gasolina C, do Álcool Hidratado,
da Frota de Automóveis a Gasolina e Flex-Fuel podem ser descritas por um processo auto-
regressivo de primeira ordem AR(1). A série Renda Real por Trabalhador parece ser gerada
por um processo AR(13), uma vez que as defasagens 1,11, 12 e 13 são estatisticamente
diferentes de zero. Já, a série Consumo de Gasolina C é, aparentemente, descrita por um
processo auto-regressivo de décima segunda ordem.
A determinação da ordem de integração dos processos auto-regressivos foi feita com base
nos coeficientes da função de correlação parcial.
c. Teste de Raiz Unitária
Dickey-Fuller Aumentado
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Defasagem
(Crit. Schwarz)
Estatística
ADF
Valor
Crítico 10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
12
-1.844
-3.158
Aceita
LFflex
Constante e
tendência
14
-3.860
-3.268
Rejeita
LFg
Constante e
tendência
1
-1.135
-3.185
Aceita
LPg
Passeio
aleatório puro
0
-1.101
-1.614
Aceita
LPa
Constante
1
-3.267
-2.584
Rejeita
LY
Constante e
tendência
13
-2.866
-3.159
Aceita
158
Phillips-Perron
H
0
: contém uma raiz unitária
Modelo
Estatística PP
Valor Crítico
10%
Hipótese
Nula
LCg
Constante e
tendência
-8.504
-3.154
Rejeita
LFflex
Constante
-10.401
-2.614
Rejeita
LFg
Constante e
tendência
-1.208
-3.184
Aceita
LPg
Passeio
aleatório puro
-1.249
-1.614
Aceita
LPa
Constante
-2.506
-2.584
Aceita
LY
Constante e
tendência
-5.330
-3.154
Rejeita
Os resultados obtidos, a partir dos dois testes de raiz unitária, sugerem que a série Frota de
Automóveis Flex-Fuel é estacionária em torno de uma tendência determinística. Logo, a
tendência é adicionada ao modelo.
Apesar de alguns testes divergirem, os resultados da análise conjunta das três abordagens
indicam que as séries não são estacionárias.
Optou-se, inicialmente, por não transformá-las em séries estacionárias devido à perda de
informação, uma vez que o tamanho da amostra é pequeno.
Posto isso, o modelo estimado é:
(1) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
i. Regressão via Mínimos Quadrados Ordinários
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2006:02 2008:12
Included observations: 35 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
159
C
30.63711
49.61641
0.617479
0.5451
LPG
-0.383007
0.426813
-0.897365
0.3821
LPA
0.241703
0.273135
0.884922
0.3885
LY
0.120855
0.578313
0.208978
0.8369
LFG
-1.034081
3.836514
-0.269537
0.7908
LFFLEX
-0.153709
0.264717
-0.580654
0.5691
@SEAS(2)
-0.052192
0.036235
-1.440406
0.1679
@SEAS(3)
0.038311
0.040236
0.952173
0.3544
@SEAS(4)
0.008932
0.043651
0.204618
0.8403
@SEAS(5)
0.029052
0.037565
0.773381
0.4499
@SEAS(6)
-0.028021
0.035844
-0.781757
0.4451
@SEAS(7)
0.042227
0.036764
1.148585
0.2666
@SEAS(8)
0.068616
0.037929
1.809042
0.0882
@SEAS(9)
0.068905
0.039653
1.737685
0.1003
@SEAS(10)
0.083174
0.037585
2.212953
0.0409
@SEAS(11)
-0.024404
0.093696
-0.260455
0.7976
@SEAS(12)
0.118866
0.169726
0.700339
0.4932
@TREND
0.017776
0.032636
0.544694
0.5930
R-squared
0.900266
Mean dependent var
17.14272
Adjusted R-squared
0.800532
S.D. dependent var
0.083109
S.E. of regression
0.037118
Akaike info criterion
-3.442987
Sum squared resid
0.023422
Schwarz criterion
-2.643093
Log likelihood
78.25227
F-statistic
9.026675
Durbin-Watson stat
2.268205
Prob(F-statistic)
0.000019
d. Teste de Estabilidade
ii. Teste de Chow
Dados insuficientes para a realização deste teste.
iii. RESET de Ramsey fitted terms: 1
H
0
: a regressão original foi corretamente especificada
Ramsey RESET Test:
F-statistic
1.150621
Probability
0.299332
Log likelihood ratio
2.430598
Probability
0.118987
Logo, não é possível rejeitar a hipótese de que a regressão foi corretamente especificada.
e. Teste de Correlação Serial - Teste Breusch-Godfrey (BG) Duas Defasagens
=
1
1
+
2
2
+
H
0
:
1
= 0,
2
= 0
160
Breusch-Godfrey Serial Correlation LM Test:
F-statistic
0.280928
Probability
0.758969
Obs*R-squared
1.263663
Probability
0.531617
De acordo com o teste Breusch-Godfrey, a hipótese nula é aceita.
f. Teste de Co-Integração de Durbin-Watson
H
0
: = 0 => as séries são co-integradas
O valor crítico estimado com base em Mackinnon (1992) é
+
1
+
2
2
, sendo os valores de
β obtidos no artigo de Mackinnon, e T o tamanho da amostra.
São seis as séries temporais não-estacionárias para qual a hipótese nula de co-integração
está sendo testada. Considerando 10% de significância o valor crítico é:
= 4.6999 +
(16.445)
35
+
(0)
35
2
= 5.1697
A estatística de Durbin-Watson é igual a 2.268, ou seja, está acima do valor crítico, o que
implica que a hipótese nula de co-integração não pode ser rejeitada, sugerindo a existência
de uma relação de longo prazo estável entre estas variáveis.
É possível que no curto prazo haja desequilíbrios, sendo este termo de erro utilizado para
ligar o comportamento de curto e de longo prazo entre as séries estudas. Este procedimento
é denominado Mecanismo de Correção de Erro e é realizado em seguida.
(6) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
1
+
16
1
+
Dependent Variable: D(LCG)
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2006:03 2008:12
161
Included observations: 34 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
0.001147
0.045595
0.025165
0.9802
D(LPG)
-0.356696
0.427716
-0.833957
0.4166
D(LPA)
0.309856
0.294910
1.050679
0.3090
D(LY)
-0.159869
0.456170
-0.350460
0.7306
D(LFG)
1.250918
6.609194
0.189269
0.8523
D(LFFLEX)
-0.057106
0.535754
-0.106590
0.9164
D(@SEAS(2))
0.200394
0.135530
1.478588
0.1587
D(@SEAS(3))
0.248754
0.134001
1.856360
0.0819
D(@SEAS(4))
0.175249
0.152471
1.149394
0.2673
D(@SEAS(5))
0.206786
0.154295
1.340196
0.1989
D(@SEAS(6))
0.179049
0.143096
1.251252
0.2288
D(@SEAS(7))
0.232216
0.141666
1.639181
0.1207
D(@SEAS(8))
0.157248
0.135986
1.156348
0.2645
D(@SEAS(9))
0.136526
0.144242
0.946506
0.3580
D(@SEAS(10))
0.137043
0.145408
0.942467
0.3600
D(@SEAS(11))
0.117017
0.134585
0.869460
0.3975
D(@SEAS(12))
0.180699
0.065466
2.760196
0.0139
ERRO(-1)
-1.091391
0.271069
-4.026244
0.0010
R-squared
0.916548
Mean dependent var
0.010542
Adjusted R-squared
0.827880
S.D. dependent var
0.088874
S.E. of regression
0.036872
Akaike info criterion
-3.457699
Sum squared resid
0.021752
Schwarz criterion
-2.649626
Log likelihood
76.78088
F-statistic
10.33685
Durbin-Watson stat
1.865737
Prob(F-statistic)
0.000012
Tabela A.6.2 - Elasticidades-preço da demanda por gasolina C no Rio Grande do
Sul
Curto Prazo
-0.356696
Longo Prazo
-0.383007
Contudo, estes dois parâmetros estimados não são estatisticamente significativos. Seguindo
o mesmo procedimento dos demais estados, o teste de exogeneidade de Hausman é feito.
g. Teste de Hausman
Para realizar este teste considere que o Preço Real da Gasolina e a Renda Real por
Trabalhador são variáveis exógenas, enquanto as demais variáveis são endógenas.
162
(1) 
=
0
+
1

+
2

+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(2) 
=
0
+
1

+
2

+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
(3) 

=
0
+
1

+
2

+
3
+
4
+
5
+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
Cabe notar que a tendência foi retirada do modelo. A inclusão da tendência no modelo de
regressão só se justifica no caso de séries temporais estacionárias em tendência.
De posse dos valores estimados, a seguinte regressão é estimada via Mínimos Quadrados
Ordinários:
(4) 

=
0
+
1


+
2


+
3

+
4


+
5
ln

+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+
17
+
18


+
19

+
20


+
Dependent Variable: LCG
Method: Least Squares
Sample(adjusted): 2006:02 2008:12
Included observations: 35 after adjusting endpoints
Variable
Coefficient
Std. Error
t-Statistic
Prob.
C
918.8880
6237.188
0.147324
0.8850
LPG
-818.7622
3929.169
-0.208380
0.8379
LPA
0.234571
0.309197
0.758647
0.4606
LY
-760.5392
2725.452
-0.279051
0.7843
LFG
-0.724553
4.281452
-0.169231
0.8680
LFFLEX
-0.145501
0.295691
-0.492071
0.6303
@SEAS(2)
13.49963
80.94085
0.166784
0.8699
@SEAS(3)
-28.60249
46.27283
-0.618127
0.5464
@SEAS(4)
-30.59249
46.91445
-0.652091
0.5249
@SEAS(5)
-2.139325
34.61653
-0.061801
0.9516
@SEAS(6)
26.21903
65.27456
0.401673
0.6940
@SEAS(7)
74.92287
180.2780
0.415596
0.6840
@SEAS(8)
65.10935
232.4009
0.280160
0.7835
163
@SEAS(9)
69.77686
262.3694
0.265949
0.7942
@SEAS(10)
70.95462
182.2563
0.389312
0.7029
@SEAS(11)
164.9097
377.9143
0.436368
0.6692
@SEAS(12)
245.0169
757.6908
0.323373
0.7512
@TREND
0.015100
0.036568
0.412946
0.6859
LPA_FITTED
1059.108
3257.245
0.325155
0.7499
LFG_FITTED
86.84832
364.0437
0.238566
0.8149
LFFLEX_FITTED
131.1194
322.3227
0.406795
0.6903
R-squared
0.903400
Mean dependent var
17.14272
Adjusted R-squared
0.765401
S.D. dependent var
0.083109
S.E. of regression
0.040254
Akaike info criterion
-3.303489
Sum squared resid
0.022686
Schwarz criterion
-2.370280
Log likelihood
78.81106
F-statistic
6.546402
Durbin-Watson stat
2.147289
Prob(F-statistic)
0.000408
b. Teste F
Redundant Variables: LPA_FITTED LFG_FITTED
LFFLEX_FITTED
F-statistic
0.151416
Probability
0.927050
Log likelihood ratio
1.117583
Probability
0.772831
Desta forma, as variáveis Preço Real do Álcool Hidratado, Frota de Automóveis a Gasolina e
de Automóveis Flex-Fuel podem ser tratadas como variáveis exógenas.
164
Anexo B Matriz de Correlação
1. Ceará
LCG
LFFLEX
LFG
LPG
LPA
LY
LCG
1.000000
0.693735
0.744911
-0.522941
-0.495260
0.729654
LFFLEX
0.693735
1.000000
0.963128
-0.440082
-0.449364
0.465255
LFG
0.744911
0.963128
1.000000
-0.389561
-0.361761
0.574518
LPG
-0.522941
-0.440082
-0.389561
1.000000
0.706362
-0.308225
LPA
-0.495260
-0.449364
-0.361761
0.706362
1.000000
-0.366551
LY
0.729654
0.465255
0.574518
-0.308225
-0.366551
1.000000
2. Pernambuco
LCG
LFFLEX
LFG
LPA
LPG
LY
LCG
1.000000
0.265912
0.580704
-0.283284
-0.376267
0.572185
LFFLEX
0.265912
1.000000
0.938770
0.124223
0.204552
0.445122
LFG
0.580704
0.938770
1.000000
-0.215914
-0.294862
0.499230
LPA
-0.283284
0.124223
-0.215914
1.000000
0.694160
-0.420960
LPG
-0.376267
0.204552
-0.294862
0.694160
1.000000
-0.262784
LY
0.572185
0.445122
0.499230
-0.420960
-0.262784
1.000000
3. Sergipe
LCG
LFFLEX
LFG
LPA
LPG
LY
LCG
1.000000
0.699415
0.793027
-0.204223
-0.491112
0.670569
LFFLEX
0.699415
1.000000
0.952396
0.262802
0.094444
0.505553
LFG
0.793027
0.952396
1.000000
0.000670
-0.192387
0.554846
LPA
-0.204223
0.262802
0.000670
1.000000
0.756383
-0.143016
LPG
-0.491112
0.094444
-0.192387
0.756383
1.000000
-0.243410
LY
0.670569
0.505553
0.554846
-0.143016
-0.243410
1.000000
4. Rio de Janeiro
LCG
LFFLEX
LFG
LPA
LPG
LY
LCG
1.000000
-0.563708
-0.207362
-0.140464
0.112724
-0.126855
LFFLEX
-0.563708
1.000000
-0.618085
0.223142
-0.019507
0.546028
LFG
-0.207362
-0.618085
1.000000
-0.197865
-0.660829
0.333668
LPA
-0.140464
0.223142
-0.197865
1.000000
0.706760
-0.024906
LPG
0.112724
-0.019507
-0.660829
0.706760
1.000000
-0.337882
LY
-0.126855
0.546028
0.333668
-0.024906
-0.337882
1.000000
5. Paraná
LCG
LFFLEX
LFG
LPA
LPG
LY
LCG
1.000000
0.197230
0.509458
-0.164450
-0.517370
0.398439
LFFLEX
0.197230
1.000000
0.985290
0.482334
0.468616
-0.023442
LFG
0.509458
0.985290
1.000000
0.087814
-0.120987
0.143150
LPA
-0.164450
0.482334
0.087814
1.000000
0.644077
-0.093427
LPG
-0.517370
0.468616
-0.120987
0.644077
1.000000
-0.107488
LY
0.398439
-0.023442
0.143150
-0.093427
-0.107488
1.000000
165
6. Rio Grande do Sul
LCG
LFFLEX
LFG
LPA
LPG
LY
LCG
1.000000
-0.029497
0.002973
-0.412401
-0.569610
0.701852
LFFLEX
-0.029497
1.000000
0.990636
0.389680
0.233773
0.446824
LFG
0.002973
0.990636
1.000000
0.306723
0.148977
0.475577
LPA
-0.412401
0.389680
0.306723
1.000000
0.769252
-0.235330
LPG
-0.569610
0.233773
0.148977
0.769252
1.000000
-0.452007
LY
0.701852
0.446824
0.475577
-0.235330
-0.452007
1.000000
7. Mato Grosso do Sul
LCG
LFFLEX
LFG
LPA
LPG
LY
LCG
1.000000
0.671012
0.628466
-0.515447
-0.553722
0.617053
LFFLEX
0.671012
1.000000
0.989429
-0.926756
-0.936044
0.507699
LFG
0.628466
0.989429
1.000000
-0.611642
-0.705382
0.407517
LPA
-0.515447
-0.926756
-0.611642
1.000000
0.784605
-0.251753
LPG
-0.553722
-0.936044
-0.705382
0.784605
1.000000
-0.209637
LY
0.617053
0.507699
0.407517
-0.251753
-0.209637
1.000000
166
Anexo C Painel Nacional
Para a estimação do modelo nacional o software utilizado foi o Stata 8.
Modelo Original:


=
0
+
1


+
2


+
3


+
4


+
5
ln


+
6
+
7

+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13
+
14

+
15
+
16
+

A estimação deste modelo foi realizada considerando a variável dependente Consumo de
Gasolina C defasada uma vez, ou seja, considerou-se um modelo dinâmico.


=
0
+ 
1
+
1


+
2


+
3


+
4


+
5
ln


+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11
+
12
+
13

+
14
+
15
+
16
+

No caso de dados em painel, este modelo deve ser estimado via Arellano e Bond.
Arellano-Bond dynamic panel-data estimation Number of obs = 354
Group variable (i): estado Number of groups = 7
Wald chi2(17) = 918.20
Time variable (t): mes Obs per group: min = 34
avg = 50.57143
max = 60
One-step results
------------------------------------------------------------------------------
D.lcg | Coef. Std. Err. z P>|z| [90% Conf. Interval]
-------------+----------------------------------------------------------------
lcg |
LD | -.1827871 .0596565 -3.06 0.002 -.2809134 -.0846609
lpg |
D1 | -.4597234 .0745478 -6.17 0.000 -.5823437 -.3371031
lpa |
D1 | .1568276 .033888 4.63 0.000 .1010867 .2125685
ly |
167
D1 | .0357118 .0712515 0.50 0.616 -.0814866 .1529102
lfg |
D1 | 1.815474 .2457397 7.39 0.000 1.411268 2.21968
lfflex |
D1 | -.0087581 .0103748 -0.84 0.399 -.0258231 .0083069
_Id_2 |
D1 | -.1012925 .0121206 -8.36 0.000 -.1212292 -.0813559
_Id_3 |
D1 | -.0253323 .0155029 -1.63 0.102 -.0508323 .0001677
_Id_4 |
D1 | -.0541055 .0118875 -4.55 0.000 -.0736587 -.0345523
_Id_5 |
D1 | -.0536022 .0134946 -3.97 0.000 -.0757989 -.0314055
_Id_6 |
D1 | -.0661436 .012938 -5.11 0.000 -.0874246 -.0448625
_Id_7 |
D1 | -.0481091 .0135881 -3.54 0.000 -.0704595 -.0257587
_Id_8 |
D1 | -.0073327 .012921 -0.57 0.570 -.0285859 .0139204
_Id_9 |
D1 | -.0076738 .0120086 -0.64 0.523 -.0274262 .0120786
_Id_10 |
D1 | .0027837 .0120807 0.23 0.818 -.0170872 .0226546
_Id_11 |
D1 | -.0442104 .0133705 -3.31 0.001 -.0662029 -.0222179
_Id_12 |
D1 | .0926078 .0223378 4.15 0.000 .0558655 .1293502
_cons | -.0046422 .0011976 -3.88 0.000 -.006612 -.0026723
------------------------------------------------------------------------------
Sargan test of over-identifying restrictions:
chi2(119) = 229.55 Prob > chi2 = 0.0000
Arellano-Bond test that average autocovariance in residuals of order 1 is 0:
H0: no autocorrelation z = -9.53 Pr > z = 0.0000
Arellano-Bond test that average autocovariance in residuals of order 2 is 0:
H0: no autocorrelation z = -3.28 Pr > z = 0.0010
Os testes indicam que há autocorrelação de primeira ordem como esperado, porém há
também correlação serial de segunda ordem. A fim de eliminar esta última acrescentou-se
ao modelo original a variável dependente defasada duas vezes.


=
0
+
1

1
+
2

2
+
1


+
2


+
3


+
4


+
5
ln


+
6
+
7
+
8
+
9
+
10
+
11

+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+

Arellano-Bond dynamic panel-data estimation Number of obs = 354
Group variable (i): estado Number of groups = 7
Wald chi2(18) = 994.62
Time variable (t): mes Obs per group: min = 34
avg = 50.57143
168
max = 60
One-step results
------------------------------------------------------------------------------
D.lcg | Coef. Std. Err. z P>|z| [90% Conf. Interval]
-------------+----------------------------------------------------------------
lcg |
LD | -.1490186 .0551348 -2.70 0.007 -.2397073 -.0583298
L2D | -.1074178 .0516221 -2.08 0.037 -.1923286 -.022507
lpg |
D1 | -.4475602 .0723772 -6.18 0.000 -.5666101 -.3285103
lpa |
D1 | .1448908 .0327783 4.42 0.000 .0909753 .1988063
ly |
D1 | .0159817 .0647475 0.25 0.805 -.0905185 .1224819
lfg |
D1 | 2.012843 .2350563 8.56 0.000 1.62621 2.399476
lfflex |
D1 | -.0101293 .0100619 -1.01 0.314 -.0266797 .006421
_Id_2 |
D1 | -.0822849 .0135632 -6.07 0.000 -.1045944 -.0599754
_Id_3 |
D1 | -.0175328 .0146985 -1.19 0.233 -.0417096 .0066441
_Id_4 |
D1 | -.0576198 .0120498 -4.78 0.000 -.07744 -.0377997
_Id_5 |
D1 | -.0457518 .0129553 -3.53 0.000 -.0670613 -.0244423
_Id_6 |
D1 | -.0633903 .0125325 -5.06 0.000 -.0840044 -.0427762
_Id_7 |
D1 | -.0434947 .0130651 -3.33 0.001 -.0649849 -.0220046
_Id_8 |
D1 | -.005443 .0125447 -0.43 0.664 -.0260772 .0151911
_Id_9 |
D1 | -.0056545 .0116332 -0.49 0.627 -.0247895 .0134804
_Id_10 |
D1 | .0096698 .0117943 0.82 0.412 -.0097301 .0290697
_Id_11 |
D1 | -.0362405 .0127609 -2.84 0.005 -.0572303 -.0152506
_Id_12 |
D1 | .107469 .0206791 5.20 0.000 .0734549 .1414831
_cons | -.0051797 .0011165 -4.64 0.000 -.0070161 -.0033433
------------------------------------------------------------------------------
Sargan test of over-identifying restrictions:
chi2(178) = 263.65 Prob > chi2 = 0.0000
Arellano-Bond test that average autocovariance in residuals of order 1 is 0:
H0: no autocorrelation z = -13.18 Pr > z = 0.0000
Arellano-Bond test that average autocovariance in residuals of order 2 is 0:
H0: no autocorrelation z = -2.78 Pr > z = 0.0054
Mesmo acrescentando a variável dependente defasada duas vezes não foi possível eliminar
a correlação serial de segunda ordem. Portanto, para eliminá-la, adicionou-se ao modelo a
variável dependente defasada três vezes e ainda considerou-se os regressores em nível
como instrumentos.
169


=
0
+
1

1
+
2

2
+
3

3
+
1


+
2


+
3


+
4


+
5
ln


+
6
+
7
+
8
+
9
+
10

+
11
+
12
+
13
+
14
+
15
+
16
+

Arellano-Bond dynamic panel-data estimation Number of obs = 354
Group variable (i): estado Number of groups = 7
Wald chi2(19) = 979.62
Time variable (t): mes Obs per group: min = 34
avg = 50.57143
max = 60
One-step results
------------------------------------------------------------------------------
D.lcg | Coef. Std. Err. z P>|z| [90% Conf. Interval]
-------------+----------------------------------------------------------------
lcg |
LD | -.1188787 .0552743 -2.15 0.031 -.2097969 -.0279605
L2D | -.1008464 .052659 -1.92 0.055 -.1874627 -.0142301
L3D | .1466409 .0536944 2.73 0.006 .0583214 .2349604
lpg |
D1 | -.5147584 .0736048 -6.99 0.000 -.6358275 -.3936892
lpa |
D1 | .1762694 .033909 5.20 0.000 .120494 .2320447
ly |
D1 | .0311502 .0700499 0.44 0.657 -.0840715 .146372
lfg |
D1 | 1.437583 .2632678 5.46 0.000 1.004546 1.87062
lfflex |
D1 | -.0100045 .0102679 -0.97 0.330 -.0268938 .0068848
_Id_2 |
D1 | -.0739572 .0136207 -5.43 0.000 -.0963613 -.0515531
_Id_3 |
D1 | -.0282557 .0156599 -1.80 0.071 -.0540139 -.0024976
_Id_4 |
D1 | -.0524092 .0122228 -4.29 0.000 -.072514 -.0323045
_Id_5 |
D1 | -.0286383 .0139615 -2.05 0.040 -.051603 -.0056736
_Id_6 |
D1 | -.0589008 .0125272 -4.70 0.000 -.0795061 -.0382955
_Id_7 |
D1 | -.0318414 .0133364 -2.39 0.017 -.0537778 -.0099051
_Id_8 |
D1 | .0043052 .0127568 0.34 0.736 -.0166779 .0252882
_Id_9 |
D1 | .0064658 .0120762 0.54 0.592 -.0133978 .0263295
_Id_10 |
D1 | .018691 .0119035 1.57 0.116 -.0008885 .0382705
_Id_11 |
D1 | -.0355596 .0129597 -2.74 0.006 -.0568764 -.0142428
_Id_12 |
D1 | .1085681 .0216604 5.01 0.000 .0729398 .1441963
_cons | -.0033417 .0012016 -2.78 0.005 -.0053181 -.0013653
------------------------------------------------------------------------------
Sargan test of over-identifying restrictions:
chi2(133) = 236.47 Prob > chi2 = 0.0000
Arellano-Bond test that average autocovariance in residuals of order 1 is 0:
H0: no autocorrelation z = -12.20 Pr > z = 0.0000
170
Arellano-Bond test that average autocovariance in residuals of order 2 is 0:
H0: no autocorrelation z = -1.17 Pr > z = 0.2401
A introdução da terceira defasagem da variável dependente eliminou a correlação serial de
segunda ordem. Resta saber agora se o modelo estimado está corretamente especificado.
Para tal, o estimou-se novamente via dois estágios. O teste de Sargan, apresentado abaixo,
indica que os instrumentos escolhidos são válidos e que o modelo está bem especificado.
i. Teste de Sargan:
H
0
: instrumentos válidos
Sargan test of over-identifying restrictions:
chi2(133) = 0.00 Prob > chi2 = 1.0000
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