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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Fernanda Lattario
ALISE DA METILAÇÃO DOS GENES DAPK E P16 E DA INFECÇÃO POR
VÍRUS DO PAPILOMA HUMANO E VÍRUS EPSTEIN-BARR EM LESÕES
PRECURSORAS E CÂNCER DO COLO DO ÚTERO.
Rio de Janeiro
2009
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ii
Fernanda Lattario
ALISE DA METILAÇÃO DOS GENES DAPK E P16 E DA INFECÇÃO POR
VÍRUS DO PAPILOMA HUMANO E VÍRUS EPSTEIN-BARR EM LESÕES
PRECURSORAS E CÂNCER DO COLO DO ÚTERO.
Orientadora: Dra. Maria da Gloria da Costa Carvalho
Rio de Janeiro
2009
Tese de Doutorado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Biofísica do Instituto de Biofísica
Carlos Chagas Filho, da
Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de
Doutor em Ciências Biológicas
(Biofísica).
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LATTARIO, Fernanda
Análise da metilação dos genes DAPK e p16 e da infecção por vírus do
papiloma humano e vírus Epstien-Barr em lesões precursoras e câncer do colo do
útero.
XIII, 134 f.
Tese: Doutor em Ciências.
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, 2009.
1. Metilação 2. Vírus do Papiloma humano
3. Vírus Epstein-Barr
I. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
II. Título
iii
Fernanda Lattario
ALISE DA METILAÇÃO DOS GENES DAPK E P16 E DA INFECÇÃO POR
VÍRUS DO PAPILOMA HUMANO E VÍRUS EPSTEIN-BARR EM LESÕES
PRECURSORAS E CÂNCER DO COLO DO ÚTERO.
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Biofísica, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção
do título de Doutor em Ciências Biológicas (Biofísica).
Rio de Janeiro, 08 de setembro de 2009.
_________________________________________________
Moacyr Alcoforado Rebello
_________________________________________________
Januário Bispo Cabral Neto
_________________________________________________
Robson de Queiroz Monteiro
iv
À minha família,
pelo estímulo, generosidade,
atenção que deles
sempre recebi.
Ao meu marido, Marcel,
pelo companheirismo e paciência
durante a elaboração deste trabalho.
v
AGRADECIMENTOS
À minha família por ser a base de tudo.
Ao Marcel, o mais novo integrante da família, por trazer mais alegria
para os meus dias e pelo incentivo, apoio e principalmente paciência.
À Dra. Maria da Gloria, mais que orientadora, amiga e conselheira, pelos
momentos agradáveis de convívio, pelo entusiasmo, pela atenção e dedicação
e por tudo que tem me ensinado.
Ao Marcelo Mota, por toda ajuda, paciência e disponibilidade sem as
quais o caminho teria sido muito mais difícil.
À Yara Furtado, Filomena Astes e Renata Fonseca pela coleta do
material. Sem vocês esse trabalho não seria possível. Obrigada.
Aos companheiros de laboratório pelo agradável convívio, em especial a
Samara Machado e Brenda Maiolino.
À Alessandra Macedo e toda equipe do CCP pela paciência e pelo
apoio.
A todos os meus amigos por entenderem os momentos de ausência e
por me incentivarem sempre.
Meu muito obrigado a todos aqueles que de alguma forma contribuíram
para a realização deste trabalho.
vi
“A cada dia Deus nos dá uma tela nova,
quem escolhe as cores somos nós.”
Frei Clemente Kesselmerer
vii
RESUMO
Lattario, Fernanda. Análise da metilação dos genes DAPK e p16 e da
infecção por vírus do papiloma humano e vírus Epstein-Barr em lesões
precursoras e câncer do colo do útero.
Rio de Janeiro, 2009. Tese de Doutorado, Instituto de Biofísica Carlos Chagas
Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O câncer cervical é o segundo tipo de câncer mais comum entre as
mulheres. O vírus do papiloma humano (HPV) tem sido identificado na maioria
dos casos de câncer e em suas lesões precursoras. O vírus Epstein-Barr (EBV)
é outro rus oncogênico que está presente em uma variedade de tipos de
câncer. A metilação da região promotora do DNA é o principal evento
epigenético durante a carcinogênese. A metilação dos genes DAPK e p16 têm
sido descrita como um evento importante na oncogênese cervical. O objetivo
deste estudo foi investigar o padrão de metilação da região promotora dos
genes DAPK e p16 e a presença de infecção por HPV e EBV em lesões
precursoras e câncer do colo do útero. As amostras foram obtidas de pacientes
que compareceram ao Departamento de Patologia Cervical do Instituto de
Ginecologia da UFRJ no período de junho de 2006 a junho de 2007. Um total
de 69 amostras foi analisado, sendo 20 de pacientes com citologia e
colposcopia normais (grupo controle), 24 de pacientes com lesão intra-epitelial
de alto grau (LIAG), 14 com carcinoma escamoso e 11 com adenocarcinoma. A
infecção viral foi avaliada utilizando reação em cadeia da polimerase (PCR)
para detecção de sequencias virais e sequenciamento do DNA e o padrão de
metilação foi analisado através da modificação química com bissulfito de sódio,
seguido de PCR. A metilação aberrante de pelo menos um gene foi
encontrada em 45% da amostras do grupo controle, 58% das amostras de
LIAG, 79% das amostras de carcinoma escamoso e 64% de adenocarcinoma.
Pelo menos um vírus foi detectado em 40% do grupo controle, 50% das LIAG,
71% dos carcinomas escamosos e 36% dos adenocarcinomas. Também
avaliamos a relação entre a infecção viral e a metilação da região promotora e
encontramos que mais de 50% das amostras com metilação apresentam
infecção viral. Nossos resultados sugerem que a metilação da região promotora
é um evento frequente no carcinoma cervical.
PALAVRAS-CHAVES: câncer do colo do útero, metilação, DAPK, p16, HPV,
EBV.
viii
ABSTRACT
Lattario, Fernanda. Evaluation of DAPK and p16 genes methylatioon and
HPV and EBV infection in precancerous cervical lesion and in cervical
cancer. Rio de Janeiro, 2009. Tese de Doutorado, Instituto de Biofísica Carlos
Chagas Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Cervical cancer is the second most common cancer among women
worldwide. Human Papillomavirus (HPV) has been identified in most cases of
cervical cancer and its precursors lesion. Epstein-Barr virus (EBV) is another
oncogenic virus present in a variety of cancers. Methylation of the DNA
promoter region is the main epigenetic change in humans. Methylation of the
DAPK and p16 gene has been described as a significant event in cervical
oncogenesis. The purpose of this study was to investigate the promoter
methylation status of DAPK and p16 genes and the presence of HPV and EBV
infection in precancerous lesion and in cervical cancer. Cervical samples were
obtained from patients from Cervical Pathology Unit of the Institute of
Gynecology at UFRJ from june 2006 to june 2007. A total of 69 samples were
analyzed, being 20 from patients with normal cytology and colposcopy (control
group), 24 from patients with high-grade intraepithelial lesion (HSIL), 14 from
patients with squamous cell carcinoma (SCC) and 11 from patients with
adenocarcinoma (AD). Viral infection was analyzed using polymerase chain
reaction (PCR) and DNA sequencing and promoter methylation status was
evaluated using chemical modification by sodium bisulfite followed by PCR.
Aberrant methylation of at least one gene was detected in 45% of control group,
58% of cases of HSIL, 79% of SCC and 64% of AD. At least one virus infection
was detected in 40% of control group, 50% in HSIL, 71% in SCC and 36% in
AD. We also evaluated the correlation between viral infection and promoter
methylation and found that more than 50% of infected samples were
methylated. Our results suggest that promoter methylation is frequent event in
cervical carcinoma and the pattern of promoter hypermethylation is distinctly
different between AD and SCC.
KEYWORDS: methylation, cervical cancer, DAPK, p16, HPV, EBV.
ix
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 Progressão de uma lesão benigna até carcinoma invasor .... 15
Figura 2 Genoma do HPV mostrando região tardia e precoce ............ 19
Figura 3 Genoma do HPV durante o processo de iintegração .............
21
Figura 4 HPV e o ciclo celular .............................................................. 22
Figura 5 Esquema da junção escamo-lacunar mostrando a infecção
por HPV e a progressão do comprometimento do epitélio
escamoso ...............................................................................
23
Figura 6 Genoma do EBV .................................................................... 26
Figura 7 Representação esquemática da regulação transcricional em
células com e sem infecção por EBV......................................
29
Figura 8 Metilação do DNA .................................................................. 32
Figura 9 Esquema do ciclo celular mostrando a participação da
proteína p16 no controle do ciclo na passagem pelo ponto
de checagem G1-S ................................................................
38
Figura 10 Representação esquemática mostrando os vários motivos e
domínios da proteína DAPK ...................................................
41
Figura 11
Via de ativação da DAPK .......................................................
42
Tabela 1 Função das principais proteínas codificadas pelo EBV ......... 27
Tabela 2 Perfil da expressão das proteínas virais do EBV nos
diferentes tipos de latência ....................................................
30
Tabela 3 Genes frequentemente metilados em células cancerosas e
suas respectivas funções nas células ....................................
35
Tabela 4 Genes frequentemente metilados em câncer cervical ........... 36
Tabela 5 Análise da infecção viral nos diferentes tipos de lesão ..........
50
Tabela 6 Análise do padrão de metilação dos genes DAPK e p16 nos
diferentes tipos de lesão ........................................................
53
Gráfico 1 Perfil da infecção viral com a progressão da lesão do colo
do útero ..................................................................................
52
Gráfico 2 Perfil do padrão de metilação com a progressão da lesão da
patologia cervical ...................................................................
54
Gráfico 3 Correlação entre a infecção viral e o padrão de metilação ....
55
Gráfico 4 Correlação entre a infecção viral e o padrão de metilação
das amostras de carcinoma escamoso ..................................
56
x
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ....................... 78
Anexo 2 Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa .........................
80
Anexo 3 Artigo publicado “Evaluation of DAPK gene methylation
and HPV and EBV infection in cervical cells from patients
with normal cytology and colposcopy” ………………………...
82
Anexo 4 Artigo publicado “Analysis of human papillomavirus and
Epstein-Barr vírus infection and aberrant death-associated
protein kinase methylation in high-grade squamous
intraepithelial lesions” …………………………………………...
88
Anexo 5 Artigo aceito para publicação “The presence of
methylation of the p16
INK4A
gene and human papillomavirus
in high-grade cervical squamous intraepithelial lesions” …….
94
Anexo 6 Manuscrito em preparação “Promoter hypermethylation of
death-associated protein kinase gene and p16 gene and
Human Papillomavirus and Epstein-Barr virus infection in
cervical cancer” …………………………………………………..
101
Anexo 7 Manuscrito em preparação “Correlation of
imunohistochemistry of p16 protein and p16 gene
methylation in patients with high-grade intraepithelial lesion
from cervix uteri infected by Papillomavirus” …………………
117
Anexo 8 Artigos relacionados aceitos para publicação – “Epstein-Barr
vírus and Papillomavirus infection in vulvar lichen sclerous” .
130
Anexo 9 Artigos relacionados aceitos para publicação “Promoter
hypermethylation patterns of death-associated kinase and
p16 in vulvar lichen sclerous” .................................................
132
xi
LISTA DE ABREVIATURAS
AMP Adenosina monofosfato
CaM Calmodulina
CDK Cyclin-dependent kinase (Cinase dependente de ciclina)
CKI CDK inhibitor protein (Proteína inibidora de cinase ciclina-
dependente)
CpG Cytosine Phospho Guanine (Citosina fosfo guanina)
DAPK Death-associated protein kinase (Proteína cinase liga à apoptose)
DNA Desoxyribonucleic acid (Ácido desoxirribonucléico)
DNMT DNA metiltransferase
E Early region (Região precoce)
EBV Epstein-Barr Vírus
EDTA Ethylenediamine teraacetic acid (Ácido etilenodiamino tetra-acético)
HPV Human Papillomavirus (Papilomavirus humano)
INF Interferon
L Late region (Região tardia)
LIAG Lesão intra-epitelial de alto grau
LIBG Lesão intra-epitelial de baixo grau
NIC-I Neoplasia intra-epitelial cervical grau I
NIC-II Neoplasia intra-epitelial cervical grau II
NIC-III Neoplasia intra-epitelial cervical grau III
Ser Serina
TNF Tumor necrosis factor (Fator de necrose tumoral)
xii
LISTA DE SÍMBOLOS
nm nanômetro (um milionésimo de milímetro)
kb kilo (quilo) pares de base
kDa kilodalton (1000 daltons)
pb pares de base
rpm rotações por minuto
mg miligrama (um milionésimo de grama)
mL mililitro (um milionésimo de litro)
µL microlitro (um milionésimo de litro)
µM micromolar (um milionésimo de mol)
mM milimolar (um milésimo de um mol)
xiii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 14
1.1 CÂNCER DO COLO DO ÚTERO ................................................ 14
1.2 PAPILOMA VÍRUS HUMANO ...................................................... 17
1.2.1 DA INFECÇÃO POR HPV AO CÂNCER .................................. 22
1.3 EPSTEIN-BARR VIRUS ...............................................................
25
1.4 METILAÇÃO ................................................................................ 31
1.5 O GENE p16 ................................................................................ 37
1.6 O GENE DAPK ............................................................................ 40
2. OBJETIVOS ......................................................................................
44
2.1 OBJETIVOS GERAIS .................................................................. 44
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................ 44
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................. 45
3.1 MATERIAL ................................................................................... 45
3.2 MÉTODOS ................................................................................... 46
3.2.1 EXTRAÇÃO DO DNA ............................................................ 46
3.2.2 ANÁLISE DA INFECÇÃO VIRAL ........................................... 46
3.2.3 VISUALIZAÇÃO DOS PRODUTOS AMPLIFICADOS ........... 47
3.2.4 SEQUENCIAMENTO ............................................................. 48
3.2.5 METILAÇÃO .......................................................................... 49
4. RESULTADOS ................................................................................. 50
4.1 ANÁLISE DA INFECÇÃO VIRAL ................................................. 50
4.2 SEQUENCIAMENTO ................................................................... 52
4.3ANÁLISE DO PADRÃO DE METILAÇÃO .....................................
53
4.4 ANÁLISE DO PADRÃO DE METILAÇÃO X INFECÇÃO VIRAL . 55
5. DISCUSSÃO ..................................................................................... 57
5.1 INFECÇÃO VIRAL ....................................................................... 57
5.2 METILAÇÃO ................................................................................ 60
5.3 METILAÇÃO X INFECÇÃO VIRAL .............................................. 63
6. CONCLUSÃO ................................................................................... 66
7. BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 67
ANEXOS ............................................................................................... 76
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 CÂNCER DO COLO DO ÚTERO
O câncer do colo uterino apresenta enormes repercussões para as
mulheres de todo mundo, e em especial para as dos países em
desenvolvimento. A cada ano, em todo o mundo, são detectados 466.000
novos casos de câncer cervical. Aproximadamente 80% dos casos ocorrem em
países em desenvolvimento, onde os programas de prevenção e diagnóstico
são pouco eficazes (CASTELLSAGUÉ, et al., 2006). No Brasil, o ncer do
colo do útero é a terceira neoplasia maligna mais comum entre as mulheres,
sendo superado pelo câncer de pele (não melanoma) e pelo ncer de mama
(INCA, 2008). No ano de 2008, as estimativas de incidência de câncer do
Instituto Nacional do Câncer (INCA), apontam para a ocorrência de 18.860
novos casos de câncer do colo do útero, com risco estimado de 19 casos para
cada 100 mil mulheres (INCA, 2008).
Lesões intra-epiteliais cervicais, também designadas como neoplasias
intra-epiteliais cervicais (NIC), são lesões cervicais que podem progredir ao
câncer do colo do útero. Essas lesões cervicais são consideradas como um
fenômeno único, contínuo e progressivo, caracterizadas por diversos graus de
anomalias de diferenciação e maturação celular na espessura do epitélio
cervical, até o comprometimento total do mesmo (ANDERSON, et al., 1991; DE
PALO e VECCHIONE, 1996). Assim, lesões intra-epiteliais de baixo grau
(LIBG), que também podem ser chamadas de displasia leve ou NIC-I,
apresentam células com diferenciação alterada no terço inferior do epitélio. De
15
Normal
Pequena
displasia
Carcinoma
in
situ
Displasia
severa
Displasia
moderada
Carcinoma
invasor
Infec
ç
ão por HPV,
produ
ção viral
Sem produ
ç
ão
viral
Muito E6 e E7
Integra
ç
ão do
DNA viral
Carcinoma
microinvasor
Citologia
Histologia
LIBG
LIAG
NIC
-
III
NIC
-
I
NIC
-
II
Normal
Pequena
displasia
Carcinoma
in
situ
Displasia
severa
Displasia
moderada
Carcinoma
invasor
Infec
ç
ão por HPV,
produ
ção viral
Sem produ
ç
ão
viral
Excesso de pr
oteínas virais E6 e E7
Integra
ç
ão do
DNA viral
Carcinoma
microinvasor
Citologia
Histologia
LIBG
LIAG
NIC
-
III
NIC
-
I
NIC
-
II
modo similar, as lesões intra-epiteliais de alto grau (LIAG), também designadas
como displasia moderada ou acentuada, NIC-II ou NIC-III, ou ainda, carcinoma
in situ (BROSO e BUFFETTI, 1993), quando apresentam células com
diferenciação alterada nos 2/3 inferiores do estrato epitelial denominam-se
displasia moderada ou NIC-II, e quando ocupa mais de 2/3 ou toda a
espessura do epitélio cervical são designadas de displasia acentuada ou NIC-
III ou carcinoma in situ (Figura 1) (DE PALO e VECCHIONE, 1996).
Figura 1: Progressão de uma lesão benigna até carcinoma invasor. LIBG
Lesão intra-epitelial de baixo grau; LIAG Lesão intra-epitelial de alto grau;
NIC Neoplasia intra-epitelial cervical (traduzida e adaptada de LOWY e
SCHILLER, 2006).
16
O conceito de lesões precursoras de câncer cervical data de muitos
anos. Os estudos foram evoluindo como uma combinação de observações
histológicas e análises clínicas retrospectivas, levando ao conceito de que o
carcinoma escamoso invasor se desenvolvia de lesões precursoras, que
poderiam ser identificadas pelos patologistas (FIDLER et al., 1968; RICHART e
BARON, 1969).
As lesões intra-epiteliais escamosas cervicais de alto grau são lesões
precursoras de câncer cervical. Nestas, as alterações arquiteturais e celulares
estão limitadas às camadas do epitélio escamoso, portanto, mantendo íntegra
a membrana basal (RICHART, 1968). O câncer acontece quando as lulas
invadem o tecido, atravessando a lâmina basal. Adenocarcinoma é a
denominação utilizada quando o tecido afetado é glandular e carcinoma
escamoso quando o tecido afetado é o epitélio escamoso (DE PALO e
VECCHIONE, 1996).
O carcinoma escamoso apresenta-se como uma lesão que altera a
morfologia do colo, sendo muitas vezes visíveis e palpáveis. O
adenocarcinoma origina-se de células do epitélio cilíndrico endocervical e sua
incidência vem aumentando nos últimos anos (DE PALO e VECCHIONE,
1996).
Mudanças no perfil das pacientes com câncer do colo do útero têm sido
observadas, como aumento da incidência e mortalidade nas mulheres com
menos de 35 anos de idade, aumento da incidência das neoplasias intra-
epiteliais nas adultas jovens e adolescentes e na existência de exame
citológico negativo em uma parcela significativa de pacientes com o diagnóstico
de carcinoma invasor. Essas tendências sugerem que as mulheres mais jovens
17
estão sendo expostas às causas do câncer em idades mais precoces (VISIOLI
et al., 2004).
Estudos epidemiológicos sobre o perfil do câncer do colo uterino têm
relacionado o seu desenvolvimento ao comportamento sexual das mulheres e a
transmissão de agentes infecciosos. Segundo a Organização Mundial da
Saúde, o principal fator de risco para a doença é a infecção pelo vírus do
Papiloma Humano (HPV). Porém, a infecção causada pelo HPV, isoladamente,
parece não ser fator suficiente para o aparecimento do câncer cervical. Fatores
endógenos relacionados ao hospedeiro (hormonais, genéticos e imunológicos)
e exógenos ambientais (anticoncepcional oral, tabagismo, dieta e
multiparidade) e virais (tipos oncogênicos e variantes do HPV) aumentam o
risco de aparecimento do câncer cervical (HO et al., 1995; ACLADIOUS, 2002;
CASTELLSAGUÉ e MUÑOZ, 2003; FRANCO et al., 2003; GUNNELL et al.,
2006).
1.2. VÍRUS DO PAPILOMA HUMANO
O vírus do papiloma humano (HPV) é um vírus de dupla fita circular de
DNA com comprimento de 7900 kb pertencente a família Papillomaviridae (DE
VILLIERS et al., 2004). A partícula viral, vírion, consiste numa capa protéica, o
capsídeo que envolve o genoma. O HPV é vírus pequeno, não envelopado,
arredondado, com diâmetro em torno de 55 nm. Seu capsídeo, com
aproximadamente 2 nm de espessura, é composto por 72 unidades
morfológicas, os capsômeros, dispostos segundo uma simetria icosaédrica. Os
72 capsômeros são pentâmeros da proteína estrutural principal, L1. Uma outra
18
proteína, que aparece em menor proporção, L2, também compõe mais
internamente o capsídeo (DOORBAR, 2006).
O HPV é classificado conforme a espécie de hospedeiro natural e
subclassificado em tipos de acordo com a seqüência de nucleotídeos de DNA
(BURD, 2003; PEREYRA e PARELLADA, 2003).
Atualmente, o conhecidos mais de 100 tipos de HPV com base na
homologia do seu DNA, sendo que aproximadamente 40 possuem tropismo
pelo trato anogenital, e esses são classificados como grupos de alto e baixo
risco para o desenvolvimento do câncer, conforme o seu potencial oncogênico
(DE VILLIERS et al., 2004). Os HPVs dos tipos 6 e 11 induzem a condilomas
que afetam a pele anogenital e a parte inferior da vagina, sendo detectado em
lesões intra-epiteliais de baixo grau e são considerados de baixo risco pois
estão envolvidos em lesões benignas. Os HPVs tipos 16, 18, 30, 31, 33, 34, 39,
45, 51, 52, 56, 58, 59, 66, 68 e 70 o fortemente associados com ncer
cervical, sendo considerados de alto risco oncogênico (BURD, 2003;
KANESHIMA et al., 2003).
O mapa físico dos genomas de todos os HPVs é semelhante. O genoma
viral pode ser dividido em três regiões: a região “early” (precoce) contendo os
genes E1, E2, E4, E5, E6 e E7 que o necessários à replicação viral e com
propriedades de transformação oncogênica; região “late” (tardia) contendo os
genes L1 e L2 que possuem códigos para a formação de proteínas do
capsídeo viral; a região regulatória (LCR) que contém a origem da replicação e
o controle dos elementos de transcrição e replicação (Figura 2) (BURD, 2003;
PEREYRA e PARELLADA, 2003; KANESHIMA et al., 2003).
19
Figura 2: Genoma do HPV mostrando a região tardia (laranja) e a precoce
(verde e vermelho). Em vermelho aparecem os genes E6 e E7 que são
relacionados com a transformação celular (Fonte: DOORBAR, 2006).
O gene E1 codifica proteínas envolvidas na replicação viral. O gene E2
codifica uma proteína de ligação envolvida na regulação da transcrição viral e
controle os genes E6 e E7. O gene E4 é responsável pela liberação do vírus,
pois está envolvido na ruptura do citoesqueleto celular. O gene E5 codifica uma
proteína que estimula a replicação viral (BEKKERS et al., 2004). Essa proteína
parece ser importante no estágio inicial da infecção, formando complexo com o
receptor do fator de crescimento epidermal e o receptor β do fator de
crescimento plaquetário. Recentemente tem sido demonstrado associação com
a prevenção da apoptose ativada por dano no DNA (zur HAUSEN, 2002). Os
genes E6 e E7 codificam proteínas que controlam a proliferação e a
transformação celular (PEREYRA e PARELLADA, 2003).
20
Os genes da região tardia codificam a proteína maior (L1) e a proteína
menor (L2) do capsídeo viral, as quais formam as partículas virais, chamadas
vírions (BEKKERS et al., 2004). A completa liberação dos rions ocorre na
camada córnea do epitélio, durante o processo de descamação celular (BURD,
2003).
Os genes E1, E2, L1 e L2 estão nas regiões mais conservadas do
genoma dos diferentes tipos virais, sendo que o L1 é o mais estável e, por isso,
é utilizado para identificar novos tipos de HPV (DE VILLIERS et al., 2004).
O DNA viral dentro da célula do hospedeiro pode assumir duas formas: a
epissomal e a integrada. Na forma epissomal, o DNA viral permanece circular
no núcleo da lula do hospedeiro, não estando integrado ao DNA da mesma.
Essa forma é encontrada nas verrugas genitais e lesões de menor gravidade.
Para a integração do genoma circular ao DNA da célula hospedeira, esse deve
ser linearizado (Figura 3), pela quebra do DNA viral, resultando na ruptura ou
perda do gene E2, sendo encontrado nas lesões de maior gravidade
(PEREYRA e PARELLADA, 2003).
Após a integração dos HPVs de alto risco no genoma celular, esses
passam a expressar as oncoproteínas E6 e E7 que promovem o processo
maligno. A oncoproteína E6 interage com a proteína p53, promovendo sua
degradação, via ubiquitina-ligase, simulando o mesmo efeito da inativação, que
resulta na perda da função da p53 (SPINELLI, 2006). Também promove a
degradação da proteína pró-apoptótica BAK, um membro da família Bcl-2 (zur
HAUSEN, 2002), além de induzir a atividade da telomerase, evitando que a
célula entre em apoptose e induzindo ao processo de imortalização celular (zur
HAUSEN, 2000; BEKKERS et al., 2004). A oncoproteína E7 bloqueia a
21
proteína retinoblastoma (pRb), resultando na liberação do fator de transcrição
E2F, responsável para ativação de genes, importantes durante o ciclo celular
(BEKKERS et al., 2004).
Figura 3: Genoma do HPV. Durante o processo de integração ao genoma da
célula hospedeira, o genoma viral se torna linear. (traduzido de zur HAUSEN,
2002)
A integração do genoma do HPV ao DNA da lula hospedeira,
portanto, resulta na inativação e na degradação da p53 e pRb, duas proteínas
supressoras de tumor (Figura 4). Com isso, ocorre a instabilidade genética e a
perda do controle normal do ciclo celular, levando a transformação maligna das
células da mucosa cervical e posterior progressão para o câncer invasor
(DOORBAR, 2006).
Integração
Modulação dos
transcritos virais por
promotores da célula
hospedeira
Transcritos
quiméricos, aumento
da vida útil do mRNA
Frequentemente
deletados durante
a integração do
DNA
Durante a integração a
molécula circular se
abre
22
Infecção por HPV
TransativaçãoTransativação
Regulação
da
MDM
regulado
Muito p21
Pouco E7
Degradação
Inativação
do
MDM
Lâmina basal
e parabasal
Lâmina basal
Ciclina/cdk
Aumento
dos genes
necessários
para a
progressão
da fase S
Aumento
dos genes
necessários
para a
progressão
da fase S
Pouco p21
Muito E7
p21, E7 e ciclina E formam
um complexo. Ciclina E/cdk
inativa e presente em altos
níveis
p21 +E7 formam um complexo.
p21 inativada. Ciclina E/cdk ativa
e presente em baixos níveis
PROGRESSÃO DO CICLO
CELULAR INSTALADA
PROGRESSÃO
DA FASE S
Feedback
Sem
feedback
Regulação
Da p53
Infecção por HPV
TransativaçãoTransativação
Regulação
da
MDM
regulado
Muito p21
Pouco E7
Degradação
Inativação
do
MDM
Lâmina basal
e parabasal
Lâmina basal
Ciclina/cdk
Aumento
dos genes
necessários
para a
progressão
da fase S
Aumento
dos genes
necessários
para a
progressão
da fase S
Pouco p21
Muito E7
p21, E7 e ciclina E formam
um complexo. Ciclina E/cdk
inativa e presente em altos
níveis
p21 +E7 formam um complexo.
p21 inativada. Ciclina E/cdk ativa
e presente em baixos níveis
PROGRESSÃO DO CICLO
CELULAR INSTALADA
PROGRESSÃO
DA FASE S
Feedback
Sem
feedback
Sem
feedback
Regulação
Da p53
Figura 4: HPV e o ciclo celular (traduzida e adaptada de DOORBAR, 2006).
1.2.1 DA INFECÇÃO POR HPV AO CÂNCER
Os HPVs infectam a pele e a mucosa e iniciam o ciclo infeccioso no
momento em que penetram as camadas mais profundas do tecido epitelial da
cérvice uterina, em especial na junção escamo-colunar ou em regiões de
microlesões que podem ocorrer durante o intercurso sexual. Após um período
de incubação, que varia de meses a anos, podem ocorrer manifestações
clínicas como lesões vegetantes (verrugas) até o câncer cervical (Figura 5)
(BURD et al., 2003; PEREYRA e PARELLADA, 2003).
23
Epitélio escamoso estratificado
Partículas virais
Baixo grau
Neoplasia intra-epitelial cervical
Lesão intra-epitelial escamosa Câncer invasivo
Cervix normal
Alto grau
NIC-I NIC-II
NIC-III
Epitélio colunar simples
Epitélio escamoso estratificado
Partículas virais
Baixo grau
Neoplasia intra-epitelial cervical
Lesão intra-epitelial escamosa Câncer invasivo
Cervix normal
Alto grau
NIC-I NIC-II
NIC-III
Epitélio escamoso estratificado
Partículas virais
Baixo grau
Neoplasia intra-epitelial cervical
Lesão intra-epitelial escamosa Câncer invasivo
Cervix normal
Alto grau
NIC-I NIC-II
NIC-III
Epitélio colunar simples
Figura 5: Esquema da junção escamo-olunar mostrando a infecção por HPV e
a progressão do comprometimento do epitélio escamoso (traduzida e adaptada
de WOODMAN et al., 2007).
O reconhecimento de que a infecção por HPV, no trato genital, possa
estar associada com lesões pré-malignas é relativamente recente. Certas
anormalidades planas do epitélio da cérvice uterina, até o momento
considerado como lesões neoplásicas intra-epiteliais, apresentavam o mesmo
aspecto citológico das lesões verrucosas. Esse aspecto era a presença de
células conhecidas como coilócitos.
A coilocitose é o primeiro aspecto clínico da manifestação do HPV,
sendo uma célula escamosa intermediária que apresenta um grande vacúolo
citoplasmático ao redor do núcleo anormal. Outros aspectos citológicos são a
disqueratose, binucleação e multinucleação. Essas alterações caracterizam
uma lesão intra-epitelial de escamosa de baixo grau.
A progressão maligna, como dito anteriormente, resulta da integração do
24
HPV e da expressão de alguns genes, ocorrendo uma alteração na relação
hospedeiro-vírus. Esse processo é progressivo e se estende do epitélio normal
passando por lesão de baixo grau, lesões de alto grau antes de se tornar
câncer invasor. Nessa progressão, o vírus, anteriormente na forma epissomal,
passa para a forma linear, e se incorpora no DNA da célula epitelial hospedeira
(PEREYRA e PARELLADA, 2003).
As lesões intra-epiteliais escamosas de alto grau são caracterizadas por
anormalidades no crescimento e diferenciação celular que tem sua origem na
replicação das células da camada basal que originam o epitélio. Esse
fenômeno produz distúrbios morfológicos em todas as camadas do epitélio e
apresenta células de tamanho menor do que aquelas vistas em lesão intra-
epitelial escamosa de baixo grau (ALBRING et al., 2006).
O HPV afeta entre 50 e 80% das mulheres sexualmente ativas pelo
menos uma vez na sua vida. As mulheres são mais afetadas, na maioria das
vezes, ainda na adolescência ou entre 20 e 30 anos de idade. Isso pode estar
associado a uma maior liberdade sexual entre os mais jovens e aumento do
número de parceiros nas idades mais avançadas (ACCP, 2004).
Aproximadamente 5 a 10% das mulheres infectadas por HPV de alto
risco oncogênico desenvolvem infecções persistentes. Evidências mostram que
essas mulheres têm risco aumentado de desenvolver lesões intra-epiteliais
cervicais de alto grau que podem evoluir, se não tratadas adequadamente,
para o câncer do colo do útero (ACCP, 2004).
O HPV é encontrado em 90% dos casos de carcinoma. Entretanto,
como dito anteriormente, o fato de apenas 5% a 10% das mulheres infectadas
desenvolverem a doença, sugere que outros eventos são necessários para a
25
carcinogênese (WALBOOMERS et al., 1999).
1.3 VÍRUS EPSTEIN-BARR
O vírus Epstein-Barr (EBV), ou Herpesvírus humano 4, pertence à
família Herpesviridae, subfamília Gammaherpervirinae. Esses vírus
apresentam tropismo por linfócitos B e tem propensão à oncogenicidade.
São vírus de DNA fita dupla, com genoma de aproximadamente 184 kb,
constituído por uma série de repetições terminais em cada extremidade e
seqüências internas repetidas que servem para dividir o genoma em domínios
curtos e longos que possuem a capacidade de codificar a maioria dos genes
(Figura 6) (THOMPSON e KURZROCK, 2004).
A partícula viral é bastante complexa. O capsídeo é icosaédrico,
constituído por 162 capsômeros, abrigando proteínas e enzimas. Possui
envelope lipoprotéico recoberto por inúmeras glicoproteínas. O EBV é um
agente infeccioso amplamente disseminado no ambiente. Mais de 90% dos
adultos acima de 30 anos são soropositivos para EBV e, nos países em
desenvolvimento, a soropositividade já é identificada antes dos 5 anos de idade
(COHEN, 2000; RICKINSON, 2002; KLUMB et al., 2004). O vírus é secretado
na saliva e a infecção ocorre por transmissão oral, geralmente no início da vida,
porém, quando a infecção é retardada até à adolescência ou vida adulta,
frequentemente resulta no quadro clínico da mononucleose infecciosa
(WILLIANS e CRAWFORD, 2006; SIXBEY et al., 1984). O EBV está
classicamente associado ao linfoma de Burkitt, principalmente à forma
endêmica, e tem sido associado à várias neoplasias em humanos incluindo
26
neoplasias hematopoiéticas (linfomas B, T/NK e linfoma de Hodgkin), epiteliais
(carcinoma de nasofaringe e carcinoma gástrico) e mesenquimais
(pseudotumor inflamatório de fígado e baço, e neoplasias de músculo liso
associadas ao vírus da imunodeficiência - HIV) (REZK e WEISS, 2007).
Figura 6: Genoma do EBV. É possível visualizar a localização e a transcrição
dos genes latentes do EBV no epissomo dupla fita de DNA (traduzida de
MURAY e YOUNG, 2003).
O EBV infecta linfócitos B e induz a proliferação policlonal de células B
linfoblastóides que são muito semelhantes a células de vários linfomas B
associados ao EBV (FARREL et al., 1997). São reconhecidos dois padrões de
EPISSOMO FITA DUPLA
27
infecção pelo EBV: a forma lítica, ou replicativa, ocorre esporadicamente e se
caracteriza pela liberação de vírions na circulação; e a forma latente, na qual o
EBV invade o núcleo dos linfócitos B, assumindo a forma epissomal, sem
produção viral (HSU E GLASER, 2000).
Durante a infecção latente, o vírus existe como um DNA circular
extracromossômico, expressando apenas alguns genes. Entre eles estão seis
antígenos nucleares (EBNA-1, EBNA-2, EBNA-3a, EBNA-3b, EBNA-LP e
EBNA-3c), três proteínas transmembranas (LMP-1, LMP-2a e LMP-2b), e dois
RNAs não poliadenilados que não são traduzidos (EBER-1 e EBER-2) (HSU E
GLASER, 2000). Suas funções estão resumidas na tabela 1.
Tabela 1: Função das principais proteínas codificadas pelo EBV (adaptado de
THOMPSON e KURZROCK, 2004).
Proteína Função
EBNA-1 Essencial para a imortalização celular, replicação do genoma
viral e segregação dos epissomos virais durante a mitose.
EBNA-2 É uma das primeiras proteínas expressas durante a infecção
viral. É essencial para a imortalização celular e regula a
expressão de genes virais e celulares.
EBNA-3a Essencial para a imortalização celular.
EBNA-3b Não é essencial para o processo de imortalização celular. Sua
função ainda é desconhecida.
EBNA-3c Essencial para a imortalização celular, se sobrepõe a pRb no
ponto de checagem do ciclo celular e aumenta a produção de
LMP-1.
EBNA-LP Interage com EBNA-2 para inativar p53 e pRb. É uma das
primeiras proteínas expressas durante a infecção viral, redistribui
EBNA-3A no núcleo, contribuindo para imortalização celular.
28
LMP-1 Essencial para imortalização celular. Mimetiza o sinal de ligação
da CD40.
LMP-2a e b Levam o EBV à latência. Parece ter papel na oncogênese na
doença de Hodkin e em carcinomas nasofaringeo.
EBER-1 e 2 Não são essenciais para o processo de transformação celular.
Participa no controle da síntese de proteína.
Alguns trabalhos têm sugerido que a interferência no ponto de
checagem do ciclo celular e as respostas a danos no DNA por oncoproteínas
codificadas do EBV têm papel essencial na carcinogênese (O’NIONS e
ALLDAY, 2004; YI et al., 2009). Estudos recentes têm demonstrado que o EBV
codifica antígenos que podem interferir com os pontos de checagem do ciclo
celular tanto em G1/S como em G2/M (KNIGHT et al., 2004; KNIGHT e
ROBERTSON, 2004; CHOUDHURI et al., 2007) para mediar a transformação
celular. Yi e colaboradores (2009) mostraram que o antígeno EBNA3C tem
potencial inibitório nas funções da p53. Na figura 7 é possível observar que o
antígeno EBNA3C inibe a apoptose mediada por p53 impedindo a interação
proteína-proteína entre a p53 e outros fatores celulares envolvidos na via da
apoptose ou a interação direta com as proteínas envolvidas (YI et al., 2009).
Todos os cânceres associados a EBV envolvem o ciclo de latência do
vírus. Foram observados diferentes tipos de expressão gênica durante a
latência. Em indivíduos saudáveis, o vírus persiste na forma epissomal nas
células B de memória. Neste caso, apenas a proteína LMP-2 é expressa e este
tipo de latência é denominado latência 0 (THOMPSON e KURZROCK, 2004).
29
Transcrição de
genes-alvo da p53
Apoptose
Ciclo celular parado
Bloqueio da apoptose
Proliferação celular
Transcrição de
genes-alvo da p53
Transcrição de
genes-alvo da p53
Apoptose
Ciclo celular parado
Bloqueio da apoptose
Proliferação celular
Transcrição de
genes-alvo da p53
Apoptose
Ciclo celular parado
Bloqueio da apoptose
Proliferação celular
Transcrição de
genes-alvo da p53
Figura 7: Representação esquemática da regulação transcricional em células
com e sem infecção por EBV. Em resposta a danos no DNA, a p53 atua como
um ativador da transcrição de genes envolvidos no controle do ciclo celular e
apoptose. Em células infectadas com EBV, o antígeno EBNA3C inibe a p53
através da formação de um complexo estável com esta proteína. p53 RE
Elementos de resposta da p53 (traduzido e adaptado de YI et al., 2009).
Outros três tipos de latência caracterizam um grupo heterogêneo de
doenças malignas. Baseados no padrão de expressão gênica têm-se as
latências I, II e III. A latência do tipo I está classicamente associada ao linfoma
de Burkitt. A latência tipo II é observada em linfomas de Hodgkin, linfoma de
células T/NK e carcinomas indiferenciados de nasofaringe. Já a latência do tipo
III é observada em casos de doença linfoproliferativa pós-transplante (REZK e
Células sem EBV
Células
com
EBV
30
WEISS, 2007; DEYRUP, 2008). A tabela 2 apresenta o perfil de expressão
protéica viral do EBV em cada um dos tipos de latência.
Tabela 2: Perfil da expressão das proteínas virais do EBV nos diferentes tipos
de latência (adaptado de DEYRUP, 2008).
Latência tipo I Latência tipo II Latência tipo III
EBER-1
EBER-2
EBNA-1
EBER-1
EBER-2
EBNA-1
LMP-1
LMP-2
EBER-1
EBER-2
EBNA-1
EBNA-2
EBNA-3
LMP-1
LMP-2
Dois subtipos de EBV são conhecidos por infectarem humanos: EBV-1 e
EBV-2. EBV-1 e EBV-2 são diferentes na organização dos genes que codificam
o seu antígeno nuclear (EBNA-2, EBNA-3a, EBNA-3b e EBNA-3c). EBV-2
apresenta menor eficiência de transformação de células B do que o EBV-1 in
vitro, e a viabilidade das linhagens celulares linfoblastóides do EBV-2 são
menores do que as linhagens do EBV-1. As diferenças no potencial
transformante desses dois subtipos podem estar relacionadas com
divergências na sequencia de EBNA-2 (THOMPSON e KURZROCK, 2004).
Desde que foi descoberto como vírus oncogênico, a participação do EBV
tem sido demonstrada em uma série de tipos de nceres. Entre eles
destacam-se o linfoma de Burkitt, doença de Hodgkin, linfomas não-Hodgkin,
31
carcinoma de nasofaringe, câncer de mama, carcinoma gástrico, e doença
linfoproliferativa pós-transplante (ARRAND et al., 1981; TAKADA, 2000; KANG
et al., 2002; VO et al., 2002).
O papel do EBV no desenvolvimento do câncer do colo do útero ainda
não é claro. Esse vírus tem sido encontrado tanto em carcinomas como em
lesões precursoras do câncer (SASAGAWA et al., 2000). Wong e
colaboradores (1993) fizeram um estudo com pacientes com carcinoma
invasivo e encontraram EBV em 50% dos casos. O mesmo resultado foi
encontrado por Szkaradkiewicz e colaboradores (2004). Em seu trabalho, além
da presença do EBV, ele estudou a co-infecção de HPV e EBV mostrando que
pode existir uma relação da infecção viral com o desenvolvimento da patologia
cervical. Kim e colaboradores (2005) encontraram EBV em torno de 70% das
lesões cervicais analisadas e, estudando a metilação do p16, mostraram que,
em 60% das lesões EBV-positivas, o gene p16 estava metilado, sugerindo,
dessa forma, que o EBV não atua sozinho na carcinogênese, mas está
relacionado com as etapas iniciais do processo.
Alguns estudos têm demonstrado que a proteína de membrana LMP-1
ativa a enzima DNA metiltransferase celular promovendo a hipermetilação da
região promotora de genes importantes (TSAI et al., 2002; TSAI et al., 2006).
1.4 METILÃO
A metilação é uma modificação química catalisada pela S-
adenosilmetionina (SAM), um co-fator enzimático encontrado em todas as
32
células eucarióticas, na qual o adicionados radicais metil (CH
3
) em regiões
específicas do DNA (Figura 8).
Figura 8: Metilação do DNA (traduzido e adaptado de Taylor, 2006).
A metilação ocorre no carbono 5 de resíduos de citosinas (C) seguidas
de guaninas (G), conhecidas como tios CpGs, sendo mais da metade desses
sítios metilados (TYCKO,2000). Os que não estão metilados recebem a
denominação de Ilhas CpGs e encontram-se principalmente na região
promotora dos genes (HERMAN et al., 1996). O critério para se identificar uma
região como uma ilha CpG é que ela seja maior que 200bp, tenha um conteúdo
de citosina e guanina maior que 50% e que a proporção entre CG e GC seja
maior que 60% (Toyota et al., 1999; CLARK e MELKI, 2002).
A metilação é mediada por enzimas denominadas DNA metiltransferases
(DNMT). Três enzimas ativas foram identificadas: DNMT1, DNMT3a e
DNMT3b. A DNMT1 é responsável pela manutenção dos níveis de metilação
durante a replicação e o reparo do DNA. A DNMT3a e a DNMT3b são
responsáveis pela metilação de novo durante a embriogênese (DUEÑAS-
GONZÁLEZ et al., 2005). A metilação das citosinas das ilhas CpG é
DNA metiltransferase
5-metilcitosina Citosina
SAM
CH
3
SAM
33
geralmente associada com repressão transcricional, tanto por inibir diretamente
a ligação de ativadores de transcrição como pela atração de uma família de
proteínas que contém domínio de ligação com metil-CpG. Essas proteínas
complexadas com moléculas co-repressoras podem recrutar histonas
deacetilases, e a desacetilação das histonas torna a cromatina mais
compactada nos sítios adjacentes a metilação tornando-os inacessíveis a
transcrição (SZALMÁS e KÓNYA, 2009).
A metilação é um processo que ocorre naturalmente dentro das células
sendo, portanto, um mecanismo essencial para o desenvolvimento normal das
células. Inicialmente, este processo estava associado apenas ao controle da
expressão gênica. Atualmente, as funções da metilação na célula normal já
estão bem estabelecidas (STRATHDEE e BROWN, 2004):
Inativação do cromossomo X – fêmeas de mamíferos apresentam
dois cromossomos X enquanto o macho contém apenas uma
cópia. Esse problema de dosagem é compensado pela inativação
de um dos cromossomos X, na fêmea, durante os primeiros
estágios do desenvolvimento. A inativação do cromossomo X é
associada com a metilação generalizada das suas ilhas CpGs. A
metilação da citosina também é responsável pela inativação de
genes específicos no cromossomo X. Sabe-se que a inativação
do cromossomo X é um processo que ocorre nas fêmeas de
mamíferos e nas mulheres, resultando na inativação seletiva de
alelos em um dos dois cromossomos. A escolha do X inativado
na célula é aleatória, de modo que algumas células inativarão o X
paterno e outras, o X materno. O cromossomo X inativo pode ser
34
visto próximo à membrana do núcleo interfásico da célula como
corpúsculo de Barr ou corpúsculo de cromatina sexual
(MOMPARLER e BOVENZI, 2000).
Imprinting inúmeros genes de mamíferos são conhecidos por
apresentarem imprinting, ou seja, funcionam de maneira haplóide
expressando apenas um dos alelos herdados. A metilação do
DNA parece ser uma parte crítica neste processo que uma
grande parte dos genes com imprinting está associada com
regiões diferencialmente metiladas. É um tipo de herança
epigenética, na qual os alelos de determinado gene são
expressos de formas diferentes, dependendo de que progenitor
foi herdado. Seu descontrole conduz a alterações no
desenvolvimento embrionário, doenças hereditárias e
carcinogênese (mola hidatiforme e teratomas ovarianos). A perda
do imprinting associada à perda de metilação alelo-específica
caracteriza um exemplo de variação epigenética, encontrada em
células tumorais, que atuam como facilitadoras da expressão de
proto-oncogenes e inativadoras de genes supressores tumorais
(FALLS et al., 1999; SCHOFIELD et al., 2001).
Em câncer, o funcionamento aberrante das enzimas modificadoras da
cromatina resulta num padrão de metilação alterado e modificação de histonas.
Numerosos estudos têm demonstrado que a metilação do promotor pode ser
um dos mecanismos da inativação de genes supressores de tumor em células
cancerosas (TYCKO, 2000). Muitos genes foram identificados por possuírem
metilação diferente em células tumorais, incluindo genes envolvidos em todos
35
os aspectos do desenvolvimento e progressão do tumor (TEODORIDIS et al.,
2004). Alguns genes frequentemente metilados e silenciados em tumores o
mostrados na tabela 3.
Tabela 3: Genes frequentemente metilados em células tumorais e seus
respectivos efeitos na célula (adaptado de TEODORIDIS et al., 2004).
Efeito na célula tumoral Gene
Potencial replicativo ilimitado
Rb, CDX1, GATA-4, GATA-5, Myf-3, SOES-3
Insensibilidade a sinais
anticrescimento
CyclinD2, ER
α
, INHA, Lot1, MB-Comt,p15INK4b,
p16INK4a, p21WAF1, p27KIP1, Pax5, PTEN, RAR
β
,
RASSF1, SFRPs, TGF
β
R1
Angiogênese THBS1, THBS2, VHL
Evasão de apoptose
Apaf1, Casp8, DAPK, DLC-1, Fas, p14ARF, p53, P 73,
SHP1, Trail-R1, XAF1
Adesão intracelular e invasão
de tecido
ADAM23, E-Cadherin, H-Cadherin, Cav-1, CD44,
CLCA2, CLDN-7, gelsolin, laminin-5, OPCML, TIMP3,
SLIT2, TFF1, TSCL1
Reparo do DNA
MGMT, MLH1, BRCA1, FancF
Metabolismo
GSTP1, Cytp4501A1, MDR1, RFC
Em câncer do colo do útero, a metilação de genes tem sido bastante
estudada (REESINK-PETERS et al., 2004; YANG et al., 2004; KIM et al.,
2005). Na tabela 4 estão descritos alguns dos genes que estão sendo
estudados e que apresentam metilação aberrante em câncer cervical.
36
Tabela 4: Genes frequentemente metilados em câncer cervical (adaptado de
DUEÑAS-GONZÁLEZ et al., 2005).
Gene Taxa de metilação Função
p73 39% Apoptose
p16 10-100% Ciclo celular
MGMT 5-81% Reparo de DNA
BRAC1 6,1% Via FA-BRAC
DAPK 45-100% Metástase e morte celular
TSLC1 58-65% Supressor de tumor
FHIT 11-88% Reparo de DNA e morte celular
TIMP2 47% Inibidor de metaloproteínas
TIMP3 1-10% Inibidor de metaloproteínas
Muller e colaboradores (2004) desenvolveram um trabalho no qual foram
comparados os padrões de metilação em células normais e tumorais. Foi
verificado que pacientes cujo padrão de metilação das lulas tumorais era
semelhante ao padrão de células normais tiveram o tumor restrito ao colo do
útero e um prognóstico melhor quando comparados com pacientes cujo padrão
de metilação era muito diferente das células normais.
O prognóstico do câncer do colo útero pode ser derivado do padrão de
metilação das células tumorais, o que fornece uma informação importante para
a escolha do tratamento.
37
1.5 O gene p16
O gene p16, também referido como CDKN2, INK4A, CDK41 e MST1, é
um gene supressor de tumor, localizado no cromossomo humano 9p21, que
codifica uma proteína de 156 aminoácidos, designada p16, que
especificamente liga-se às cinases dependentes de ciclina (CDKs) CDK4 e
CDK6. Estas cinases são as principais parceiras catalíticas para as ciclinas D.
Colaboram com a ciclina E-CDK2 no controle da transição da fase G1 para S
do ciclo celular (HARA et al., 1996; GRAY-SCHOPFER et al., 2006).
No ciclo de divisão celular (Figura 9), a p16 se liga ao complexo ciclina
D-CDK4 ou 6, inibindo a fosforilação da pRb e retornando a formação do
complexo pRb/E2F. Com isso temos a finalização dos processos no ponto de
checagem G1-S. A perda funcional do p16 resulta na proliferação celular
anormal pela remoção do controle do ponto de checagem do ciclo celular, o
que permite que as células progridam para a fase S (CASTELLANO et al.,
1997).
A proteína p16 inibe as CDK4 e 6 no ponto de checagem G1, para que
a célula entre na fase G0 (quiescência) até que o dano do DNA seja corrigido.
A inativação desta proteína, ou a sua ausência (por metilação do gene p16),
permite que a célula entre na fase S após uma breve parada na fase G1
(SANO et al., 1998).
38
Ciclo
celular
Ciclo
celular
Figura 9: Esquema do ciclo celular mostrando a participação da proteína p16
no controle do ciclo na passagem pelo ponto de checagem G1-S. CCND1
ciclina D (traduzida e adaptada de SEKULIC et al., 2008).
A expressão da proteína p16 no tecido humano varia com a idade; na
infância, a expressão é confinada ao timo e na idade adulta é expressa no
endométrio proliferativo, nos ductos mamários, em células do antro gástrico, no
epitélio escamoso esofágico, nas glândulas salivares, e em algumas células
neuroendócrinas (NIELSEN et al., 1999).
Devido ao seu importante papel no controle do ciclo celular, o gene p16
tem sido alvo de diversos estudos que tem demonstrado que as anormalidades
39
neste gene ocorrem por deleção (33%), metilação (20%) ou mutação (10%)
(NUOVO et al., 1999).
A inativação na transcrição do gene p16, em associação com a
hipermetilação das ilhotas CpG na região promotora proximal, tem sido
relacionada com algumas formas de câncer e parece ser, particularmente,
comum em tumores de células escamosas (NUOVO et al., 1999). A metilação
do gene da p16 tem sido reportada tanto em câncer como em lesão pré-
maligna sugerindo um papel precoce desse gene no desenvolvimento de
tumores. Em câncer do colo do útero, a incidência da metilação desse gene em
pacientes varia entre 10% a 100%, dependendo da população em estudo
(DUEÑAS-GONZÁLEZ et al., 2005).
A hipermetilação da região promotora de seis genes, entre eles o p16,
foi avaliada através da técnica de PCR metilação-específico. Neste estudo,
foram avaliados 53 casos de câncer do colo do útero, sendo 31 casos de
carcinoma escamoso e 22 casos de adenocarcinoma. Os autores concluíram
que a freqüência de metilação é maior nos casos de carcinoma escamoso
(38%) do que nos casos de adenocarcinoma (18%) e não encontraram
metilação em tecidos de pacientes normais. Assim sendo, a metilação do gene
p16 poderia ser usado como um marcador tumoral (DONG et al., 2001).
Ainda utilizando a técnica de PCR metilação-específica, Yang e
colaboradores (2004), também detectaram uma maior freqüência de metilação
do gene da p16 em pacientes com carcinoma escamoso (29%) quando
comparado com adenocarcinoma (25%).
Em pacientes com lesões de alto grau, o p16 aparece metilado em 24%
dos casos, e em 42% dos casos de câncer (VIRMANI et al., 2004). Diversos
40
trabalhos observaram o aumento da freqüência de metilação com a progressão
da patologia cervical (NARAYAN et al., 2003; VIRMANI et al., 2004; LEA et al.,
2004; SZALMÁS e NYA, 2009). Esse fato sugere que a metilação do p16 é
um evento precoce na progressão da patologia cervical.
1.6 O gene DAPK
A apoptose é um processo geneticamente controlado de morte celular
programada, sendo importante para a manutenção da homeostase dos tecidos.
O gene DAPK (death-associated protein kinase) codifica uma serina/treonina
cinase que atua com mediador positivo da apoptose (CHAN et al., 2005). Sua
atividade, relacionada a superexpressão de cinases, leva a alterações ligada a
morte celular incluindo alterações de membrana, desligamento da matriz
extracelular e formação de vesículas autofágicas (BIALIK e KIMCH, 2006).
A proteína DAPK tem estrutura complexa, com multi-domínios que
incluem um domínio cinase regulado por cálcio/calmodulina, uma série de
repetições anquirinas e um domínio carboxi-terminal de morte celular (Figura
10) (JIN et al., 2002).
DAPK pode ser ativado por rios mecanismos, incluindo ligação com
CaM, fosforilação da Ser735 pela ERK e fosforilação da Ser308. Outros
mecanismos que levam ao aumento da DAPK incluem a ativação da p53 no
ponto de checagem para apoptose dependente do complexo p19ARF/p53
(Figura 11). O DAPK também participa na morte celular induzida por INFγ e na
apoptose induzida por TNFα e Fas (BIALIK E KINCHI, 2006).
41
Domínio
quinase
Domínio
morte celular
Microfilamento de actina
Região
regulatória
CAM
Domínio de
ligação ao
microfilamento
“Loop”
Calda C-terminal
Anquirinas
Domínio
quinase
Domínio
morte celular
Microfilamento de actina
Região
regulatória
CAM
Domínio de
ligação ao
microfilamento
“Loop”
Calda C-terminal
Anquirinas
Figura 10: Representação esquemática mostrando os vários motivos e
domínios da proteína DAPK (traduzida e adaptada de KIMCHI, 2001).
O gene DAPK está localizado no cromossomo 9q34.1 e sua expressão é
frequentemente perdida em tumores humanos por metilação da região
promotora. O gene DAPK está associado à supressão de tumores por controlar
a apoptose e impedir o crescimento de células tumorais (INBAL et al., 2000).
Análises do padrão da metilação do gene DAPK mostraram alta
frequência de metilação em inúmeros tipos de cânceres: carcinoma escamoso
de cabeça e pescoço (HASEGAWA, et al., 2002), carcinoma de ovário (BAI et
al., 2004), carcinoma gástrico (CHAN et al., 2005), entre outros. Foi observado
que há um risco maior do paciente apresentar metástase quando este gene
encontra-se metilado (ESTELLER et al., 2001; HASEGAWA, et al., 2002;
GONZALEZ-GOMES et al., 2003).
42
Estímulo para apoptose
Desfosforilação
CaM
Formação de
autofagossomo
Alteração de
membrana
Desligamento
da matriz
Integrinas
sinalização
Morte celular
Fragmentação do DNA
corpos apoptóticos
Apoptose
Autofagia
Necrose
programada
Estímulo para apoptose
Desfosforilação
CaM
Formação de
autofagossomo
Alteração de
membrana
Desligamento
da matriz
Integrinas
sinalização
Morte celular
Fragmentação do DNA
corpos apoptóticos
Apoptose
Autofagia
Necrose
programada
Figura 11: Via de ativação da DAPK. DAPK regula numerosas funções através
da fosforilação de múltiplos substratos (setas azuis). Essas vias resultam em
diferentes fenótipos que culminam com a morte celular (setas vermelhas)
(traduzida e adaptada de BIALIK E KINCHI, 2006).
Em câncer cervical, a região promotora de gene DAPK pode estar
metilada entre 45 e 100% dos casos (DUEÑAS-GONZÁLEZ et al., 2005).
Henken e colaboradores (2007) avaliaram a hipermetilação da região
promotora de diversos genes em ncer do colo do útero. Com relação ao
DAPK, foi observado que este gene está metilado em 56% dos casos de
carcinoma escamoso e em nenhum caso de adenocarcinoma.
Ressink-Peters e colaboradores (2004) avaliaram a metilação do DAPK
em 48 amostras de câncer cervical e em 41 amostras controles e encontraram
43
metilação em 73% das amostras de câncer contra 2 % das amostras controles.
Das amostras de câncer com metilação, a grande maioria é de carcinoma
escamoso (61%). O mesmo resultado foi observado por Dong e colaboradores
(2001). Neste trabalho, os autores sugerem que a metilação da região
promotora do gene DAPK é um evento comum na carcinogênese cervical.
Alguns estudos têm demonstrado metilação neste gene não somente
em câncer, mas também em lesões precursoras. Cerca de 30% a 60% das
lesões precursoras de câncer do colo uterino apresenta DAPK metilado (DONG
et al., 2001; NARAYAN et al., 2003).
Esse fato sugere que a metilação desse gene pode ser um evento
precoce na carcinogênese cervical e que poderia ser utilizado como um
marcador de prognóstico.
44
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o padrão de metilação da região promotora dos genes DAPK e
p16 e analisar a presença dos vírus HPV e EBV em células de pacientes
normais (controle, pacientes com citologia e colposcopia normais), com lesão
precursora e câncer do colo do útero.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar a participação dos vírus HPV e EBV na oncogênese
cervical.
Verificar se a presença dos vírus altera o padrão de metilação das
amostras estudas.
Relacionar a metilação com a progressão da doença.
45
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 MATERIAL
Neste trabalho foram utilizadas células de colo uterino provenientes de
pacientes sem lesão no colo do útero (grupo controle), com lesão intra-epitelial
escamosa de alto grau e carcinoma (adeno e escamoso) com idades entre 19 e
86 anos que compareceram ao Ambulatório de Patologia Cervical do Instituto
de Ginecologia da UFRJ no período de junho de 2006 a junho de 2007.
As pacientes recrutadas apresentaram citologia prévia com diagnóstico
de lesão intra-epitelial escamosa de alto grau ou carcinoma cervical. Também
foram selecionadas pacientes com citologia e colposcopia normais para
formarem o grupo controle.
Na primeira consulta, as pacientes foram esclarecidas quanto às
características do projeto e da não necessidade do aceite para que obtivessem
o tratamento adequado e, só então, assinaram o termo de Consentimento
Informado Livre e Esclarecido (Anexo 1).
As pacientes foram submetidas ao exame colposcópico de acordo com a
rotina do Ambulatório de Patologia Cervical para confirmação do exame
citológico e posterior encaminhamento.
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho sob o número 047/06 (Anexo 2).
Fizeram parte deste trabalho pacientes menacmes e climatéricas.
Pacientes grávidas ou que engravidaram durante o trabalho, com
procedimentos cervicais prévios e HIV positivas foram excluídas do trabalho.
46
O material foi coletado na forma de escovado em pacientes normais e
com e adenocarcinoma e de biópsia em pacientes com lesão de alto grau e
carcinoma escamoso. Ao todo foram analisadas 20 amostras de pacientes com
citologia e colposcopia normais (grupo controle), 24 pacientes com lesão intra-
epitelial de alto grau, 25 pacientes com câncer cervical, sendo 14 com
carcinoma escamos e 11 com adenocarcinoma.
3.2 MÉTODOS
3.2.1 EXTRAÇÃO DE DNA
As amostras coletadas das pacientes foram tratadas com 100 µL
proteinase K (10mg/mL), incubado durante 16 horas, a temperatura de 55º C.
Após esse período a mistura foi tratada com fenol:clorofórmio (1:1) por duas
vezes e, em seguida, precipitada com etanol absoluto a -20ºC por 16 horas. As
amostras foram lavadas com etanol 80% e ressuspendidas 20 µL de água
estocadas a -20ºC até serem utilizadas.
3.2.2 ANÁLISE DA INFECÇÃO VIRAL
O DNA extraído foi submetido à reação em cadeia da polimerase (PCR)
para confirmação da sua integridade, usando iniciadores para o exon 5 do gene
codificante da proteína p53, que amplificam um fragmento de 274 pb segundo
descrito por Pestener e colaboradores.
47
A análise da infecção por HPV e por EBV foi realizada por PCR. A
detecção do HPV foi feita utilizando os iniciadores MY09 e MY11 (TING et
al.,1990), que amplificam uma região conservada do gene L1 de 450 pb. Para a
detecção do EBV foram utilizados os iniciadores TC67 e TC69 (SAITO et al.,
1989). Estes iniciadores amplificam um fragmento de 288 pb correspondente a
região Bam M que é repetida 10 vezes no genoma do EBV.
As reações de PCR foram realizadas utilizando 4 µL de DNA em volume
final de 50 µL de mistura de reação contendo 5 µL de tampão 10 x, 1,5 µL de
50 mM MgCl
2
, 1 µL de 10 mM dNTPs, 0,5 µL de Taq 5 U/µl, 1 µL de 10 µM de
iniciador direto, 1 µL de 10 µM de iniciador reverso e H
2
0 para 50 µL de reação.
Para HPV são utilizados 3µL de 50 mM MgCl
2
, 3 µL de 10 µM de iniciador
direto e 3 µL de 10 µM de iniciador reverso . As condições de amplificação
foram: 5 minutos de desnaturação a 95°C, seguido de 35 ciclos de 95°C
durante 1 minuto, 60°C durante 1 minuto e 72ºC durante 1 minuto. A extensão
final foi realizada por 10 minutos a 72°C e o produto amplificado foi mantido a
4°C. Em todas as reações foram utilizados controles positivo e negativo. Como
controle positivo da reação para detecção do HPV e EBV foram utilizadas as
linhagens celulares HeLa e Raji, respectivamente. No controle negativo o DNA
foi substituído por água destilada.
3.2.3 VISUALIZAÇÃO DOS PRODUTOS AMPLIFICADOS
Os produtos do PCR foram analisados por eletroforese em gel de
poliacrilamida a 10% (2,7 mL de H
2
O, 0,5 mL de TBE 5x, 1,7 mL de Acrilamida-
Bisacrilamida 30:0,8, 120 µL de 10% AMP, 2,6 µL de TEMED). Aos 11 µL do
48
produto da PCR foram adicionados 3 µL de tampão de amostra e a essa
mistura foi aplicada no gel. A eletroforese foi feita a 80 V.
Após a corrida, o gel foi corado por nitrato de prata. Inicialmente o gel é
imerso na solução fixadora (5 mL de etanol, 0,4 mL de ácido acético, 45 mL de
água destilada) por 10 minutos. Logo após, é feita imersão na solução de prata
(0,1 g de AgNO
3
, 50 mL de água destilada) por 10 minutos (coloração pela
prata) e por fim, após lavagem com 50 mL de água destilada, o gel é revelado
em solução de revelação (1,5g de NaOH, 0,4 mL de formaldeído 37%, 50 mL
de água destilada). A revelação é interrompida pela solução fixadora.
O tamanho aproximado dos fragmentos amplificados foi estimado
utilizando-se o marcador de peso molecular 100 Base Pair Ladder (Pharmacia
Biotech).
3.2.4 SEQUENCIAMENTO
Para confirmação da infecção por EBV, as amostras positivas foram
submetidas ao sequenciamento. O DNA foi purificado com o GFX PCR and Gel
Band Purification Kit (Amersham Biosciences), seguindo as instruções do
fabricante.
Nas reações de sequenciamento foi utilizado o kit DNA Sequencing Big
Dye
TM
(Perkin Elmer). As reações foram constituídas de 400 ng de DNA, 2 µL
de mix Big Dye e 1 µL do iniciador (TC67 ou TC69). As condições de
amplificação foram: 96ºC durante 10 segundos, 50ºC durante 5 minutos e 60ºC
durante 4 minutos em um total de 25 ciclos. Após a amplificação, as amostras
foram precipitadas através da adição de 80 µL de isopropanol 80%. As
49
amostras foram mantidas a - 20ºC até o momento do sequenciamento. O
sequenciamento foi realizado em um sequenciador automático ABI PRISM
TM
377 (Perkin Elmer).
3.2.5 METILAÇÃO
A avaliação da metilação dos genes DAPK e p16 foi realizada em duas
etapas. A primeira consistiu na modificação química do DNA pelo método do
bissulfito como descrito por Rosas et al., 2001. Aproximadamente 5 µg de DNA
foi diluído em 50 µL de água destilada e desnaturado em 0.2 M NaOH por 10
minutos a 37ºC. O DNA desnaturado foi diluído em 550 µL de solução
contendo 10 mM de hidroquinona e 3 M de bissulfito de sódio pH 5,0. A
solução foi incubada por 16 horas a 50ºC. Depois desse período, a solução foi
desalinizada com o kit Wizard DNA Clean-Up System (Promega), tratada a
temperatura ambiente por 5 minutos com 0.3 M NaOH e precipitada com
etanol. O DNA modificado foi ressuspendido em 28 µL de água e armazenado
a – 20ºC até o uso.
Na segunda etapa, o DNA modificado foi submetido a PCR com
iniciadores específicos para os genes p16 e DAPK metilado e não metilado. As
condições de amplificação e a visualização do produto formando foram as
mesmas descritas acima.
50
4 RESULTADOS
No total foram analisadas 24 amostras de pacientes com lesão intra-
epitelial de alto grau, 11 pacientes com adenocarcinoma, 14 pacientes com
carcinoma escamoso e 20 pacientes com citologia e colposcopia normais que
constituíram o grupo controle.
4.1 ANÁLISE DA INFECÇÃO VIRAL
A análise da presença dos vírus HPV e EBV foi realizada por PCR com
iniciadores específicos para cada rus e o os produtos das reações foram
visualizados em gel de poliacrilamida corado com nitrato de prata. A
amplificação de um segmento do gene p53 foi utilizado para averiguar a
integridade do DNA extraído (Figura 1 do Anexo 3 e Figura 1 do Anexo 4).
Os resultados obtidos para os diferentes vírus, nos diferentes tipos de
lesão e controles, estão resumidos na tabela 5.
Tabela 5: Análise da infecção viral nos diferentes tipos de lesão e controle.
HPV
(%)
EBV
(%)
HPV + EBV
(%)
Sem
infecção (%)
Total
(%)
Grupo controle 0 (0) 5 (25) 3 (15) 12 (60) 20
(100)
Lesão intra-
epitelial de alto
grau
4 (17) 4 (17) 4 (17) 12 (50) 24
(100)
Carcinoma
escamoso
5 (36) 1 (7) 4 (29) 4 (29) 14
(100)
Adenocarcinoma 3 (27) 1 (9) 0 (0) 7 (64) 11
(100)
Total 12 (17) 11 (16) 11 (16) 35 (51) 69
(100)
51
Não encontramos apenas infecção por HPV em pacientes sem lesão no
colo do útero, mas encontramos o HPV associado ao EBV em 15% das
amostras. O EBV foi encontrado em 25% das pacientes com citologia e
colposcopia normais.
Nas amostras provenientes de pacientes com lesão precursora intra-
epitelial de alto grau encontramos pacientes com infecção por HPV (17%), com
infecção por EBV (17%) e com co-infecção viral (17%). Metade das amostras
analisadas não apresentou infecção viral.
Como era esperado, a grande maioria das pacientes com carcinoma
escamoso apresentam infecção por HPV (64%). O HPV sozinho aparece em
36% e, em associação com o EBV, em 29% das amostras analisadas.
Nas amostras de pacientes com adenocarcinoma não encontramos co-
infecção por HPV e EBV e apenas 27% das pacientes apresentaram infecção
por HPV. O EBV apareceu em 9% das pacientes e 64% não apresentaram
infecção.
No gráfico 1 é possível observar o perfil da infecção viral nos diferentes
grupos. O HPV não associado não aparece em pacientes do grupo controle,
mas sua freqüência vai aumentando à medida que a lesão progride, o que
sugere que o HPV é um fator associado ao câncer do colo do útero. A infecção
por EBV é mais comum em pacientes sem lesão e sua presença diminui com a
progressão da doença. Este fato pode sugerir que o EBV seja necessário para
a instalação da doença. A co-infecção por HPV e EBV aumentando com a
gravidade da lesão, corrobora a idéia anterior de que esses dois vírus estão
participando dos estágios iniciais do desenvolvimento da neoplasia cervical. O
adenocarcinoma, normalmente, apresenta taxa de infecção por HPV menor do
52
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Controle Lesão de alto grau Carcinoma
escamoso
Adenocarcinoma
HPV EBV HPV + EBV Sem infecção
que o carcinoma escamoso e não está intimamente ligado com a progressão
da doença como no caso do carcinoma escamoso. A co-infecção não foi
observada em adenocarcinomas.
Gráfico 1: Perfil da infecção viral com a progressão da lesão do colo do útero.
4.2 SEQUENCIAMENTO DO EBV
Para confirmar que as amostras apresentavam infecção viral por EBV, 6
amostras foram sequenciadas, sendo três de pacientes com lesão intra-epitelial
de alto grau e três de pacientes com citologia e colposcopia normais. Todas as
sequências apresentaram 100% de similaridade e 100% de identidade com a
sequência padrão do EBV, amplificada com os iniciadores TC67 e TC69. O
alinhamento da sequência padrão do EBV com diferentes amostras
sequenciadas encontra-se na figura 2 do anexo 4.
53
4.3 ANÁLISE DO PADRÃO DA METILAÇÃO
A análise da metilação foi realizada em duas etapas. A primeira etapa
constituiu na modificação química do DNA pelo método do bissulfito de sódio.
Esta técnica transforma as citosinas o metiladas em uracilas e não altera as
citosinas metiladas. Na segunda etapa, o DNA modificado foi submetido a PCR
com iniciadores específicos para os genes DAPK e p16 metilado e não-
metilado (Figura 2 do Anexo 3, Figura 3 do Anexo 4 e Figura 1 do Anexo 5).
Os resultados obtidos para os padrões de metilação dos genes DAPK e
p16, nos diferentes tipos de lesão, estão resumidos na tabela 6.
Tabela 6: Análise do padrão de metilação dos genes DAPK e p16 nos
diferentes tipos de lesão.
DAPK
metilado
(%)
P16
metilado
(%)
DAPK e p16
metilados (%)
Sem
metilação
(%)
Total
(%)
Grupo controle 5 (25) 3 (15) 1 (5) 11 (55) 20
(100)
Lesão intra-
epitelial de alto
grau
1 (4) 8 (33) 5 (21) 10 (42) 24
(100)
Carcinoma
escamoso
6 (44) 4 (27) 1 (8) 3 (21) 14
(100)
Adenocarcinoma 2 (18) 2 (18) 3 (27) 4 (36) 11
(100)
Total 14 (20) 17 (25) 10 (14) 28 (41) 69
(100)
A metilação é mais frequente em pacientes com algum tipo de lesão do
que em pacientes normais. No grupo controle, encontramos metilação em 45%
das amostras, sendo que 25% apresentavam metilação do gene DAPK, 15%
da p16 e 5% apresentavam ambos os genes metilados.
54
Em pacientes com lesão intra-epitelial de alto grau, a frequência de
metilação foi de 58%, sendo a metilação do p16 (33%) mais comum do que a
do DAPK (4%). Os dois genes foram encontrados metilados em 21% das
amostras.
Pacientes com ncer mostraram 72% de metilação. A metilação é mais
comum em pacientes com carcinoma escamoso (79%) do que em pacientes
com adenocarcinoma (64%). A metilação do DAPK foi encontrada em 44% das
amostras de carcinoma escamoso e a metilação do p16 e do DAPK
simultaneamente, em 27% das amostras de adenocarcinoma.
No gráfico 2 é possível visualizar o padrão de metilação dos genes
DAPK e p16 na progressão da doença. Quanto mais evoluída a doença, maior
a frequência de metilação.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Controle Lesão de alto grau Carcinoma
escamoso
Adenocarcinoma
DAPK M p16 M DAPK e p16 M Sem metilação
Gráfico 2: Perfil do padrão de metilação com a progressão da patologia
cervical.
55
4.4 ANÁLISE DO PADRÃO DE METILAÇÃO X INFECÇÃO VIRAL
Para verificar se a infecção viral influencia no padrão de metilação,
avaliamos a correlação entre a metilação e a infecção viral (Tabela 1 do Anexo
3, Tabela 2 do Anexo 4, Tabela 3 do Anexo 5 e Tabela 2 do Anexo 6).
A grande maioria das amostras metiladas apresenta infecção viral
(Gráfico 3). Observando a metilação do DAPK, verificamos que 65% das
amostras apresentam infecção viral, sendo o HPV o vírus mais frequente
nestas amostras. No entanto, para o p16, cerca de 50% das amostras
apresentam infecção viral, sendo o EBV o vírus o mais frequente. Quando
avaliamos a metilação dos genes simultaneamente, encontramos 70% de
infecção viral, sendo que o HPV está presente em 40% das amostras.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
DAPK metilado p16 metilado DAPK e p16
metilados
Sem metilação
HPV EBV HPV + EBV Sem infecção
Gráfico 3: Correlação entre a infecção viral e o padrão de metilação. A
linha tracejada indica 50% das amostras, mostrando que a maioria das
amostras com metilação também apresentam infecção viral.
56
Analisando as amostras de carcinoma escamoso, a correlação entre a
infecção viral e a metilação fica mais evidente (Gráfico 4). Todas as amostras
que apresentam metilação também apresentam infecção por HPV e/ou EBV.
0
1
2
3
4
5
6
DAPK metilado p16 metilado DAPK e p16
metilados
Sem metilação
HPV EBV HPV + EBV Sem infecção
Gráfico 4: Correlação entre a infecção viral e o padrão de metilação das
amostras de carcinoma escamoso.
Dessa forma, parece haver uma correlação entre a infecção viral por
HPV e EBV e o padrão de metilação dos genes p16 e DAPK.
57
5 DISCUSSÃO
O câncer cervical é caracterizado por uma fase pré-maligna bem
caracterizada que pode ser detectada no exame citológico de esfoliados
cervicais e confirmados no exame histológico do material cervical. Apesar do
tratamento terapêutico das lesões pré-malignas ser eficiente, algumas vezes
são ineficazes. Essa situação acontece porque algumas incertezas estão em
torno da história natural das neoplasias intra-epiteliais cervicais. Os exames
citológicos e histológicos não podem distinguir com precisão quais mulheres
evoluirão para um ncer invasivo no meio de um vasto número de mulheres
que regridirão espontaneamente (WOODMAN et al., 2007).
5.1 INFECÇÃO VIRAL
A maioria das infecções por HPV é benigna, subclínica e limitada, sendo
uma grande parcela associada com lesão intra-epitelial de baixo grau que
regride espontaneamente. Por outro lado, a infecção cervical persistente com
um HPV oncogênico é o mais importante fator para a progressão para uma
lesão intra-epitelial de alto grau, a qual é reconhecida como lesão precursora
que pode ser tratada para prevenir o desenvolvimento do câncer invasivo
(LOWY e SCHILLER, 2006).
O HPV integrado é encontrado na grande maioria dos carcinomas e em
um número significativo de lesões intra-epiteliais de alto grau, mas também
pode ser encontrado em lesões de baixo grau. A integração do genoma viral no
cromossomo da célula hospedeira é um evento crítico no desenvolvimento da
58
maioria dos cânceres cervicais e, apesar de ocorrer de maneira randômica pelo
genoma, vários estudos indicaram a preferência para integração em alguns
sítios frágeis e sugeriram que mudanças na expressão dos genes próximos aos
locais de integração devem participar do desenvolvimento do ncer
(DOORBAR,2006).
Neste trabalho, encontramos HPV em todos os grupos avaliados (exceto
no grupo controle), sendo sua freqüência maior em amostras de pacientes com
lesão de alto grau (34%) e carcinoma escamoso (69%). O HPV foi bem
caracterizado com um vírus oncogênico ligado ao câncer cervical. A maioria
dos trabalhos publicados encontra infecção por HPV em torno de 90% a 100%
dos casos de carcinoma escamoso, número acima do encontrado neste
estudo. Essa diferença pode ser explicada por uma baixa carga viral, por
perdas de parte do genoma durante a integração na célula hospedeira e ainda
pela deleção de L1 (parte do genoma que é amplificado pelos iniciadores MY09
e MY11) quando ocorre a integração do HPV ao genoma da célula hospedeira
(WALLBOOMERS et al., 1999; ZIELINSKI et al., 2003; SCHORGE et al., 2004).
Outra causa de baixa detecção de HPV pode ser explicada por meio do
processo de eliminação natural do rus em lesões mais avançadas, onde se
observa baixo número de partículas virais, que torna o HPV indetectável pelos
métodos de biologia molecular (KLETER et al., 1999; QUINT et al., 2001).
Em geral, os vírus oncogênicos são capazes de bloquear os pontos de
checagem do ciclo celular induzidos por estresse genotóxico. Entre as
oncoproteínas de vírus que causam tumor em humanos, a oncoproteína E6 do
HPV forma um complexo com a p53 e bloqueia a atividade transcricional
59
dependente de p53, o que contribui para a oncogênese mediada por vírus (YI
et al., 2009).
O EBV é um rus oncogênico relacionado com diversos tipos de
cânceres. Mais de 90% dos adultos apresentam infecção persistente por este
vírus. O EBV tem sido encontrado no colo do útero, mas seu papel na
carcinogênese cervical não foi bem definido. Nossos resultados mostram
infecção por EBV em amostras de pacientes sem lesão (25%), com lesão
precursora de alto grau (17%) e em câncer cervical (24%). Landers e
colaboradores (1993) avaliaram a presença do EBV em tecidos normais, com
lesão precursora e câncer do colo do útero e encontraram infecção por EBV em
43% dos casos de câncer cervical, 8% dos casos de lesão precursora e em
nenhuma amostra sem lesão. Com isso, os autores sugeriram que o EBV pode
apresentar um papel na instalação da carcinogênese cervical. No entanto,
estes resultados são muito diferentes dos resultados obtidos por Wong e
colaboradores (1993), onde 50% das amostras de câncer e 51% das amostras
normais apresentaram infecção por EBV. Sasagawa e colaboradores (2000)
mostraram diferentes taxas de infecção viral por diferentes métodos de
detecção do vírus. Por PCR, método utilizado neste trabalho, os autores
encontraram 55% de EBV em amostras de câncer e 29% de EBV em amostras
normais. Essa diferença pode ser explicada pelo método de detecção da
infecção viral (SASAGAWA et al., 2000; SEO et al., 2005). É importante
lembrar que a população em estudo também é um fator importante para a
diferença dos resultados encontrados na literatura.
O EBV, quando em latência, codifica um antígeno, o EBNA3C, que inibe
a apoptose mediada por p53 impedindo a interação proteína-proteína entre a
60
p53 e outros fatores celulares envolvidos na via da apoptose ou a interação
direta com as proteínas envolvidas (YI et al., 2009). E pode ser esse o
mecanismo utilizado por esse vírus na carcinogênese cervical.
A co-infecção viral também foi encontrada nas amostras analisadas,
sendo mais freqüente em carcinoma escamoso (29%). Resultados
semelhantes foram encontrados por Szkaradkiewicz e colaboradores (2004).
Os autores avaliaram a co-infecção em câncer cervical e em amostras normais.
Nas amostras normais a co-infecção foi encontrada em 8% das amostras. Nas
amostras de câncer, o EBV e o HPV estavam presentes em 32% das amostras
analisadas.
Portanto, o HPV e o EBV são dois vírus encontrados tanto em lesão
precursora como em câncer do colo do útero que atuam, de maneira
semelhante, sobre as funções da proteína p53, promovendo, assim, a
oncogênese.
5.2 METILÃO
Em contraste com a célula normal, o padrão de metilação das células
tumorais é alterado. As regiões que são frequentemente metiladas são as ilhas
CpG que estão na região promotora de genes house-keeping e de genes
supressores de tumor (CLARK e MELKI, 2002). A metilação aberrante da
região promotora das ilhas CpGs de genes supressores de tumor é uma das
várias mudanças epigenéticas que contribuem para a carcinogênese
(WOODMAN et al., 2007). Genes envolvidos em regulação do ciclo celular,
reparo do DNA, resistência a drogas, detoxificação, diferenciação, apoptose,
61
angiogênese e metástase foram identificados por serem suscetíveis a
metilação em diferentes tipos de cânceres (CLARK e MELKI, 2002).
Os genes estudados neste trabalho estão ligados a controle do ciclo
celular (p16) e a apoptose (DAPK) que são dois processos rigidamente
controlados na célula. Em células tumorais, esse controle é perdido e a célula
adquire a capacidade de se dividir indefinidamente e de fugir da apoptose.
Encontramos metilação dos dois genes em diferentes tipos de lesão e ainda
em amostras de pacientes sem lesão. Este último fato sugere que a metilação
seja um evento precursor no processo carcinogênico. No entanto, é necessário
o seguimento dessas pacientes para observar se apresentaram algum tipo
lesão e em quanto tempo. Muitos trabalhos de metilação não encontraram essa
alteração epigenética em amostras de pacientes sem lesão (DONG et al.,
2001). Entretanto, Jeong e colaboradores (2006) compararam a metilação em
pacientes com câncer de colo de útero e pacientes sem lesão e encontraram
DAPK e p16 metilados nos dois grupos. A freqüência de metilação do DAPK e
do p16 nas amostras de câncer cervical foram, respectivamente, 45% e 57% e
nas amostras do grupo controle foram 4% e 8%, respectivamente. Portanto, a
frequência de metilação do DAPK e da p16 é significativamente maior em
câncer do colo do útero, o que corrobora os nossos achados.
O aumento da metilação da p16 com a progressão da doença foi
observada por inúmeros autores. Wong e colaboradores (1999) mostraram que
a metilação do p16 é mais comum em estágios avançados dos tumores do que
em lesões precursoras. Lea e colaboradores (2004) mostraram que a metilação
da região promotora do gene p16 tende a aumentar de amostras sem leo
(7%) para lesão precursora (20%) até carcinoma escamoso (61%). Com isso,
62
esses autores sugeriram que a metilação da p16 está mais envolvida na
progressão da doença do que na sua iniciação. No entanto, neste trabalho,
encontramos maior metilação do p16 nos estágios iniciais da patologia cervical.
Este resultado está em conformidade com o trabalho realizado por Nuovo et al
(1999) onde foi observado que a metilação do p16 é um evento precoce na
carcinogênese cervical. Essa diferença entre resultados pode ser devido a
influência de outros fatores na metilação dos genes, como infecção viral
(discutido adiante) e fatores ambientais, além da diversidade genética das
populações estudadas.
Nossos resultados mostraram que a metilação do gene DAPK é mais
freqüente em câncer (48%) do que em lesão precursora (4%). O mesmo
resultado foi encontrado por Narayan e colaboradores (2003) e Feng e
colaboradores (2005) que mostraram que a hipermetilação do DAPK aumenta
com a progressão da patologia cervical. No câncer cervical, a metilação do
gene DAPK foi avaliada por diversos autores e sua frequência de metilação
variou de 40% a 73% entre as amostras estudadas (DONG et al.,
2001;REESINK-PETERS et al., 2004; YANG et al., 2004; HENKEN et al.,
2007).
Entre as amostras de câncer cervical, 79% das amostras de carcinoma
escamoso e 64% das amostras de adenocarcinoma apresentaram metilação
para pelo menos um gene. Nossos resultados estão de acordo com o que
encontramos na literatura. A metilação dos genes DAPK e p16 é mais
frequente é carcinoma escamoso do que em adenocarcinoma (DONG et al.,
2001; YANG et al., 2004). Além disso, o padrão de metilação dos diferentes
genes é diferente nos dois tipos de cânceres (REESINK-PETERS et al., 2004).
63
No gráfico 2, é possível observar que a metilação de DAPK e p16,
separadamente, é mais frequente em amostras de carcinoma escamoso,
enquanto que a dupla metilação é mais comum em adenocarcinoma.
Tem sido demonstrado que a metilação do DAPK aumenta o potencial
de metástase (CHAN et al., 2005). Avaliando a metilação do DAPK e do p16
em câncer de cabeça e pescoço, Hasegawa e colaboradores (2002)
observaram que a metátase é mais frequente quando metilação do DAPK
quando comparado com o p16. O DAPK metilado também foi encontrado em
90% das amostras de linfócitos periféricos de pacientes com metástase
cerebral (GONZALEZ-GOMES et al., 2003). Este fato sugere que a
hipermetilação da região promotora do gene DAPK é um evento comum no
processo de metástase.
O trabalho publicado por Muller e colaboradores (2004), onde o padrão
de metilação de 25 genes foi avaliado em câncer do colo do útero e em
amostras sem lesão, mostrou que quanto maior a similaridade do padrão de
metilação do tumor com o padrão de metilação da célula sem lesão, melhor o
prognóstico. Com isso, o padrão de metilação do DNA de um gene selecionado
pode ser um marcador atrativo de diagnóstico, e o potencial da metilação para
diagnóstico precoce, prognóstico e ajuste do tratamento já é reconhecido
(MELNIKOV et al., 2005).
5.3. METILAÇÃO X INFECÇÃO VIRAL
A metilação da região promotora de genes supressores de tumor varia
quantitativamente e qualitativamente entre carcinomas gástricos com infecção
64
por EBV e sem infecção por EBV. Também varia entre o câncer de vulva e o de
cabeça e pescoço com e sem infecção por HPV (WOODMAN et al., 2007).
Nossos resultados mostram que mais de 50% das amostras com metilação
apresentam infecção viral, sendo que 100% das amostras de carcinoma
escamoso, com metilação, apresentam infecção por HPV e/ou EBV.
Encontramos HPV em 67% das amostras com metilação e EBV em 75% das
amostras com metilação. A co-infecção foi encontrada em 60% das amostras
metiladas.
Estudos recentes têm demonstrado que a oncoproteína E7 de HPV pode
modular a maquinaria de metilação de DNA de modo a controlar os
mecanismos de proliferação celular. Burgers e colaboradores (2007)
demonstraram que a oncoproteína E7 se associa tanto in vitro como in vivo
com a DNA metiltransferase DNMT1 e estimula sua atividade enzimática. A
proteína E7 de HPVs oncogênicos também podem induzir alterações
epigenéticas através da família de supressores de tumor da família do
retinoblastoma. Uma das numerosas funções da pRb é recrutar as
deacetilases. No entanto, a E7 sozinha pode se associar diretamente com
deacetilasese recrutá-las para induzir a repressão transcricional.
Além disso, avaliando a expressão gênica de cultura de células de
câncer cervical com células normais, foi verificado um aumento na expressão
da DNMT1 nas culturas de células de câncer. Também foi verificado que há um
aumento da expressão da DNMT3b em células imortalizadas por HPV
(WOODMAN et al., 2007).
Vírus oncogênicos podem induzir a metilação de genes supressores de
tumor através da ativação das enzimas DNA metiltransferase. A proteína de
65
membrana (LMP1) do EBV é capaz de ativar a DNA metiltrasferases e metilar o
gene CDH1 (caderina) (TSAI et al. 2002). A proteína E7 do HPV se liga a
DNMT1 estimulando sua atividade enzimática (WOODMAN et al., 2007). Em
função do que foi exposto e dos nossos resultados, concluímos que parece
haver uma correlação entre os vírus HPV e EBV e o padrão de metilação das
amostras analisadas.
66
6 CONCLUSÃO
A partir dos resultados apresentados, conclui-se:
1. Este estudo demonstrou a presença de infecção por HPV e EBV e da
metilação da região promotora dos genes DAPK e p16 e a correlação
entre a infecção viral e a metilação.
2. A infecção das células cervicais por EBV foi confirmada por
seqüenciamento. Este vírus parece estar associado com a oncogênese
cervical.
3. O padrão de metilação mostrou-se diferente entre os diferentes tipos de
lesões avaliadas o que sugere que podem ser usados como marcadores
de prognóstico e tratamento.
4. A infecção viral parece influenciar no padrão de metilação dos genes
estudados.
67
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77
ANEXO 1
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
78
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TÍTULO DO PROJETO: Análise da infecção por HPV e EBV e da metilação da região
promotora dos genes DAPK e p16 em células cervicais de pacientes normais, com lesões
precursoras e câncer de colo de útero.
PESQUISADORA RESPONSÁVEL: Fernanda Lattario Laboratório de Expressão
Gênica do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho – UFRJ.
Prezada Paciente:
Você es sendo convidada a participar desta pesquisa, que estuda as alterações
genéticas e o polimorfismo de genes relacionados ao desenvolvimento de câncer do colo do
útero.
A aceitação em participar, uma vez que estejam preenchidos os critérios
estabelecidos, vai nos ajudar a entender melhor a evolução das lesões precursoras do câncer
do colo uterino e estabelecer melhores de avaliação, diagnóstico e tratamento desta patologia.
Se, em qualquer momento, você desejar sair do estudo, poderá fazê-lo e isto não
trará nenhum prejuízo ao seu diagnostico e tratamento.
Você não será identificada pessoalmente nem seu nome aparecerá em qualquer
circunstância, quando da avaliação destes dados em estudos médicos.
Não há pagamentos pela participação dos indivíduos neste projeto.
Você poderá ter acesso aos dados desta pesquisa a qualquer momento.
Declaro ter entendido as informações que me foram prestadas, que as dúvidas foram
esclarecidas e que concordo em participar. Caso sejam necessários maiores esclarecimentos
referentes a esta pesquisa, fui informada que poderei entrar em contato com a pesquisadora
responsável pelos telefones 2562-6511 ou 9855-3243 a qualquer momento.
Nome:_______________________________________________________RG: ____________
Telefone:___________________E-mail:____________________________________________
Rio de Janeiro, _____ de _________________ de _______.
________________________________________________
Assinatura
___________________________________ ___________________________________
Testemunha Pesquisador responsável
79
ANEXO 2
Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa
80
81
ANEXO 3
Artigo publicado
“Evaluation of DAPK gene methylation and HPV and EBV infection in
cervical cells from patients with normal cytology and colposcopy.”
82
83
84
85
86
87
ANEXO 4
Artigo publicado
“Analysis of human papillomavirus and Epstein-Barr vírus infection and
aberrant death-associated protein kinase methylation in high-grade
squamous intraeoithelial lesions.”
88
89
90
91
92
93
ANEXO 5
Artigo aceito para publicação
“The presence of methylation of p16INK4A gene and human
papillomavirus in high-grade cervical squamous intraepithelial lesions.”
94
95
96
97
98
99
View Letter
Date: Apr 17, 2009
To: "Yara Furtado" yarafurtadorj@terra.com.br
From: "Diagnostic Molecular Pathology" diagmol[email protected]
Subject: Editor's decision on your submission to Diagnostic Molecular Pathology
Ref.: Ms. No. DMP09-429R1
THE PRESENCE OF METHYLATION OF GENE p16INK4A AND HUMAN
PAPILLOMAVIRUS IN HIGH-GRADE CERVICAL SQUAMOUS
INTRAEPITHELIAL LESIONS
Diagnostic Molecular Pathology
Dear Dr. Furtado,
I am pleased to inform you that your paper entitled above has been accepted for
publication in Diagnostic Molecular Pathology. The manuscript and illustrations will
be forwarded to our publishers. They will contact you concerning page proofs, reprints,
and a quote if you submitted color figures. When you receive the proofs, please review
them with care and return them to the publisher as promptly as possible. This will help
assure the overall quality and timely publication of your work.
I wish to thank you for your excellent contribution and look forward to receiving
additional work from you in the future.
Thank you for your interest and support of Diagnostic Molecular Pathology.
With kind regards,
Mark H. Stoler, M.D.
Editor in Chief
Diagnostic Molecular Pathology
100
ANEXO 6
Manuscrito em fase final de preparação
“Promotes hypermethylation of death-associated protein kinase and p16
gene and human papillomavirus and Epstein-Barr virus infection in
cervical cancer.”
101
Promoter hypermethylation of Death-associated protein kinase gene and
p16 gene and Human Papilloma virus and Epstein-Barr virus infection in
cervical cancer.
Fernanda Lattario
1
, Yara Lucia Furtado
2
, Renata Fonseca
2
, Filomena Aste
Silveira
2
, Isabel Cristina do Val
2
, Gutemberg Almeida
2
, Maria da Gloria da
Costa Carvalho
1
1
Gene Expression Control Laboratory, Carlos Chagas Filho Institute of
Biophysics, Federal University of Rio de Janeiro, Brazil.
2
Institute of Gynecology, Federal University of Rio de Janeiro, Brazil.
* Address
Correspondence to: Fernanda Lattario, Laboratório de Controle da
Expressão nica, Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ, Centro de
Ciência da Saúde (CCS), Bloco G, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ, CEP
21949-900, Brazil. Phone: + 55 21 2562-6511. Fax: + 55 21 2280-8193
102
Abstract
This study was conducted to investigate the presence of Epstein-Barr
virus (EBV) and human papillomavirus (HPV) and the promoter methylation
status of death-associated protein kinase (DAPK) and p16 gene in cervical
carcinoma. Twenty-five women, who had been patients at Institute of
Gynecology of the Federal University of Rio de Janeiro, which showed cervical
carcinoma, were selected for this work. Analysis of viral infection was done
using polymerase chain reaction and promoter methylation status was
evaluated using chemical modification by sodium bisulfite followed by PCR. Of
the 25 patients, 11 showed adenocarcinoma and 14 showed squamous cell
carcinoma. Methylation was found in more than 70% of samples analyzed. No
relationship between viral infection and promoter methylation was found. The
promoter methylation is an important event during carcinogenesis and may
have potential clinical application as a marker for the progression and prognosis
of cancer, and also for it treatment.
Keywords: DAPK, p16, methylation, EBV, HPV, cervical cancer.
103
Introduction
Cervical cancer is the second most common cancer among women
worldwide (1). The majority of cases occur in the developing world, where, in
most countries, it is leading cause of cancer mortality in women (2). In many
developed countries, the incidence of squamous cell carcinoma (SCC) of the
cervix has been falling for some time, although that of adenocarcinoma (AD) of
the cervix is now rising (1,3,4).
Human Papilloma virus (HPV) infect the stratified squamous epithelia of
skin and mucous membranes, where they cause benign lesions, some of which
have the potential to progress to invasive cancer (5). Most genital HPV infection
are benign, subclinical and self-limited, and a high portion of infections also
regress spontaneously. By contrast, persistent cervical infection with an
oncogenic HPV type, especially HPV 16 and 18, is the most important risk
factor for progression to cancer (6). Virtually, all cases of cervical cancer are
attributable to sexually acquired HPV infection (7).
Epstein-Barr virus (EBV) was the first human virus to be directly
implicated in carcinogenesis. Nearly 90% of adults are infected with EBV.
While almost all EBV infections are benign, a small percentage of infected
persons develop certain types of cancer like lymphomas, gastric cancer, breast
cancer, and nasal cancer (8). Recent studies suggest a link between EBV and
cervical cancer (9).
DNA methylation is a frequent epigenetic event in many human cancers.
A growing number of cancer-related genes are being recognized that harbor
dense methylation of CpGs islands of gene promoter (10). Many cellular
104
pathways are inactivated by this epigenetic event, including DNA repair, cell
cycle, apoptosis, cell adherence, and detoxification (11).
The p16 gene is one of the cell cycle regulating genes and encodes a
nuclear protein, p16, which inhibits the D-type cyclin/cyclin-dependent kinase
complexes that phosphorylate the retinoblastoma gene product (pRb), thus
blocking G1-S cycle progression. The inactivation of p16 tumor suppressor
gene promotes cell proliferation, and is found in many different types of
carcinoma such as gastric carcinoma, bladder tumor, glioma, breast cancer and
head and neck tumors (12-13).
Death-associated protein kinase (DAPK) is a pro-apoptotic
serine/threonine protein kinase which expression is frequently lost in human
cancer (14). Although its apoptosis-promoting mechanism is poorly understood,
DAPK seems to be involved in p53-dependent suppression of tumor
development and it participates in a number of death signaling pathways.
Moreover, DAPK is involved in the formation of autophagic vesicles and takes
part in mediation of membrane blebbing, presumably through phosphorilation of
its direct substrate myosin-II regulatory light chain (RLC). Promoter methylation
of DAPK gene has been demonstrated in a variety of tumors and tumors
derived cell lines including B-cell malignancies, non-small cell lung cancer, head
and neck cancer, thyroid lymphoma, advanced stage gastric cancer and other
adenocarcinomas of the upper gastrointestinal tract (15-16).
In this study, we explore HPV and EBV infection of the uterine cervix and
p16 and DAPK that are frequently methylated in cervical carcinomas. Moreover,
we investigated as to whether these factors play in independent or synergic role
during cervical carcinogenesis.
105
Material and Methods
Samples: This study was performed after approval by our Ethical Committee.
From June 2006 to June 2007, 25 patients with cervical cancer being 11
patients with adenocarcinoma (AD) and 14 with squamous cell carcinoma
(SCC) were draw from the Cervical Pathology Unit of the Institute of
Gynecology of Federal University from Rio de Janeiro.
DNA extraction: The biopsy samples and cervical brushings were treated with
100 µL of proteinase K (10 mg/mL) and incubated for 16 hours at a temperature
of 55
o
C. Following this period, the mixture was treated with phenol-chloroform
(1:1) twice and the DNA was then precipitated by using pure ethanol at -20
o
C
for 16 hours. The samples were washed with 80% ethanol, re-suspended in 20
µL of water and stored at -20º C until time of use.
The extracted DNA was submitted to polymerase chain reaction (PCR) in order
to confirm its integrity, using primers for the exon 5 of the coding gene of protein
p53 that amplify a fragment of 274 bp. The sequences of the primers used in
the reaction for gene p53 were as described by Pestaner et al (17).
Detection of HPV and EBV: The presence of HPV and EBV was detected using
PCR. Detection of HPV was done using the MY09 and MY11 (18) consensus
primers, which amplify a fragment of 450 bp. In order to detect EBV, we used
consensus primers TC67 and TC69 (19), whose product contains 288 bp. The
amplifications were done in a thermocycler using the following protocol: 5
minutes of denaturing at 95º C, 35 cycles at 95º C for 1 minute, at 60º C for 1
106
minute, and at 72º C for 1 minute and a final prolongation of 10 minutes at 72º
C. A HeLa and Raji cell line was used as a positive reaction control for HPV and
EBV, respectively. Samples containing distilled water were used as negative
control.
Bisulfite treatment: Genomic DNA was treated with sodium bisulfite as
described by Rosas et al (20). Briefly, 1 µg of genomic DNA was resuspended
in 50 µL of water and denatured in 0.2 M NaOH for 10 minutes at 37 oC. The
denatured DNA was then diluted in 550 ML of freshly prepared solution
containing 10 mM hydroquinone (Sigma) and 3 M of sodium bisulfite (Sigma) at
pH 5.0 and incubated for 16 hours at 50º C. After 16 hours, the DNA sample
was desalinated through a column (Wizard DNA Clean Up System, Promega),
treated with 0.3 M NaOH for 5 minutes at room temperature and precipitated by
ethanol. The bisulfite-modified genomic DNA was resuspended in 28 µL of
water and used immediately or stored at – 20º C.
PCR amplification of bisulfite-treated DNA: The modified DNA was used as a
template for PCR amplification using specific primers for either methylated or
modified unmethylated DNA. Because the bisulfite treatment converts
unmethylated cytosines to uracil but leaves methylation cytosines intact,
specific primers were designed to accommodate these changes. The primers
used for unmethylated reaction were: DAPK 5’-
GGAGGATAGTTGGATTGAGTTAATGTT-3’ (sense) and 5’-
CAAATCCCTCCCAAACACCAA-3’ (antisense); p16: 5’-
TTATTAGAGGGTGGGGTGGATTGT-3’ (sense) and 5’-
107
CAACCCCAAACCACAACCATAA-3’ (antisense). The primers for methylated
reaction were: DAPK 5’-GGATAGTCGGATCGAGTTAACGTC-3’ (sense) and
5’-CCCTCCCAAACGCCGA-3’ (antisense); p16 5’-
TTATTAGAGGGTGGGGCGGATCGC-3’ (sense) and 5’-
GACCCCGAACCGCGACCGTAA-3’ (antisense). For PCR amplification, 2 µL of
bisulfite-modified DNA were added to a final volume of 50 µL PCR mix
containing 1 X PCR buffer, dNTPs (each at 1.25mM), primers (300 ng each per
reaction), 3 mM MgCl2, and 1.25 units of Taq polymerase. All PCR
amplifications were performed for 40 cycles. Each cycle consisted of heating at
95º C for 1 min., 60º C for during 1 min., and 72º C for 1 min. The final
elongation step was prolonged for 10 minutes to ensure complete extension of
the amplified products.
Detection: Visualization of the PCR results was done in 10% polyacrylamide gel
stained with silver nitrate. The approximate size of the amplified fragments was
calculated by using the 100 Base Pair Ladder molecular weight marker
(Pharmacia Biotech, USA).
Results
HPV and EBV detection: The results are summarized in table 1. HPV was found
in 36% of SCC and 27% of AD while EBV was found in 7% of SCC and in 9% of
AD. Co-infection was found only in SCC (29%).
108
DAPK and p16 methylation: The status of promoter methylation of DAPK an
p16 genes were evaluated in 25 cervical cancers. As shown in table 2, p16 was
methylated in 18% of AD and in 29% of SCC. DAPK was methylated in 43% of
SCC and in 18% of AD. Both genes were methylated in 27% of AD and 7% of
SCC.
Discussion
Even with extensive screening programs, cervical cancer is still among
the five most common causes of cancer deaths in women (2). Epidemiological
and laboratory data suggest that the presence of HPV and the integration of
their genome into the host cell genome are important factors in the development
of cervical neoplasia. However, as the majority of patients with HPV infection do
not develop invasive lesions, HPV infection alone is probably insufficient for
complete neoplastic transformation of cervical cells, suggesting the involvement
of other genetic and epigenetic events in cervical carcinogenesis.
Since it was discovered as the first human tumor virus, EBV has been
implicated in the development of a wide range of cancers (21). The clinical
relevance of genital infection caused by EBV may be due to this virus capacity
for cellular transformation, thus possibly contributing as a co-factor to the
development of malignant neoplasias. EBV infection was found in patients with
normal cytology and colposcopy (22) and in patients with high grade
intraepithelial lesion (9), suggesting that this virus play a role in cervical
carcinogenesis.
109
Aberrant methylation of the promoter region of tumor suppressor genes
is one mechanism for gene inactivation that can eventually lead to loss of cell
cycle control.
In this study we found methylation of DAPK and p16 genes. From all
samples analyzed, 72% showed methylation for one or both genes (table 2). No
relationship between viral infection and promoter methylation was found.
Cervical adenocarcinomas had a trend towards lower incidence of p16
methylation when compared with squamous cancer. Dong et al (23) observed
that cervical adenocarcinomas had a significantly lower incidence of p16
methylation than squamous cancer. DAPK was shown to be methylated in 50%
of patients with squamous cell carcinoma and in 49% of patients with
adenocarcinoma. These results are consistent with those found in literature
(24). Inactivation of DAPK, mainly by promoter hypermethylation, has been
demonstrated in some tumor types and found to be associated with aggressive
and metastatic phenotype (25, 26). Thus, DAPK gene hypermethylation might
be a valuable marker for tumor diagnosis, and evaluation of treatment outcome
in cervical cancer. Because of its frequency of methylation in cervical cancer, it
might also be potentially used as therapeutic target for cervical treatment.
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114
Table 1: Presence of HPV and EBV in adenocarcinoma, squamous cell
carcinoma and in control group.
HPV (%) EBV (%) HPV and
EBV (%)
No infection
(%)
Adenocarcinoma
3 (27) 1 (9) 0 (0) 7 (64)
Squamous cell
carcinoma
5 (36) 1 (7) 4 (29) 4 (29)
115
Table 2: DAPK and p16 genes promoter methylation status.
Methylated
DAPK (%)
Methylated
p16 (%)
Methylated
DAPK and
p16 (%)
Unmethylated
(%)
Adenocarcinoma
2 (18) 2 (18) 3 (27) 4 (36)
Squamous cell
carcinoma
6 (43) 4 (29) 1 (7) 3 (21)
116
ANEXO 7
Artigos relacionados – Artigo em preparação
“Correlation of imunohistochemistry of p16 protein and p16 gene
methylation in patients with high-grade intraepithelial lesion from cervix
uteri infected by Papillomavirus”
117
Correlation of imunohistochemistry of p16 protein and p16 gene
methylation in patients with high-grade intraepithelial lesion from cervix
uteri infected by Papillomavirus
Brenda Maiolino, Fernanda Lattario, Yara Furtado, Gutemberg Almeida,
Nathalie Canedo, Roberto José Lima e Maria da Glória da Costa Carvalho.
Introduction
Cervical cancer is one of the most common malignant diseases in women
worldwide. Epidemiological and molecular researches have shown that the
Human papillomavirus (HPV) is considered the etiological agent for cervical
cancer. Therefore, it has been established that persistent infection with an
oncogenic type of HPV is a necessary condition for the development of
precursor lesions and cervical cancer [3-4]. However, an infection caused by
HPV alone is not a sufficient factor for the appearance of cervical cancer.
Genetic, exogenous environmental and viral factors increase the risk of cervical
cancer [3-4]. Some studies show high percentage of DNA-HPV (87-100%) in
squamous cervical carcinoma (SCC) and in cervical high-grade squamous
intraepithelial lesions (HSIL) [5-7]. So, understanding the natural history of
cervical cancer is important for optimal management of its precursor lesions.
Cervical cancer is characterized by uncontrolled proliferation of immortalized
cells. Abnormalities in genes that control the cell cycle can be found in various
types of human tumors [10,13-14]. Among the epigenetic events, methylation is
the main change in mammals, which is characterized by a chemical
modification where a methyl group is added to the cytosine in the CpG islands
118
in the promoter region of the gene. Abnormal increase in methylation status
leads to the inactivation of genetic transcription, alteration found in many human
cancers [14].
The p16 protein (coded by the p16INK4a gene) is an important tumor supressor
that regulate cell cycle, by inhibiting the CDK 4 protein (cyclin-dependent
kynase 4), which regulate the G1 checkpoint. In normal condition, CDK
phosphorylate the retinoblastoma (Rb) protein, which results in conformational
change and the release of E2F from Rb protein, which promotes activation of
cell cycle. Earlier research has shown that the p16 protein is overexpressed in
intraepithelial lesions and in cases of cervical cancer [15-18]. It is possible,
however, that lack of p16 immunoreactivity may not necessarily imply loss of pl6
expression; in other words, lack of pl6 immunoreactivity may not reflect gene
inactivation but may represent a physiological normal state. In most normal
cells, pl6 expression at both the mRNA and protein levels is known to be low. In
this regard, a diffuse and intense immunohistochemical result for p16 protein
might indicate the up-regulation of p16 gene expression. Thus, the intense p16
protein staining that is limited to cervical neoplasia not only suggests that the
deletion or mutational inactivation of the p16 gene is rare, but also that up-
regulation or overexpression of the p16 gene may occur in cervical
carcinogenesis.
The loss of transcription of the p16
INK4a
gene cancels out the negative control
mechanism of the p16 protein which removes DNA damaged cells from the cell
cycle. This may be considered one of the bases of human oncogenesis [14]. In
cervical carcinogenesis, besides the mutation in DNA induced by the integration
119
of HPV, hypermethylation of the p16
INK4a
gene has frequently been observed
[13].
This study aims at detecting the presence of methylation of the p16 gene and
detection of p16 protein by immunohistochemistry as well as the DNA-HPV in
patients with high grade squamous intraepithelial lesions of the cervix and
analyze the results found in both methods.
Materials and Methods
DNA extraction: Samples were incubated with 100 µL of proteinase K (10
mg/mL) for 16 hours at 55
o
C. Following this period, the mixture was treated with
phenol-chloroform (1:1) twice and, subsequently, precipitated using pure
ethanol at -20
o
C for 16 hours. The samples were washed with 80% ethanol, re-
suspended in 20 µL of water and stored at -20º C until time of use. In order to
confirm its integrity, the extracted DNA underwent polymerase chain reaction
using primers for p53 exon 5, that amplify a fragment of 274 bp. The sequences
of primers used in the reaction for gene p53 were as described by Pestaner et
al [20].
Detection of HPV: The presence of HPV was detected by PCR using the MY09
and MY11 consensus primers, which amplify a fragment of 450 bp [21]. The
amplifications were done in a thermocycler using the following protocol: 5
minutes of denaturing at 95ºC, 35 cycles at 95ºC for 1 minute, at 60ºC for 1
minute, and at 72ºC for 1 minute and a final elongation of 10 minutes at 72ºC. A
HeLa cell line was used as a positive reaction control for HPV detection. In the
negative control group, the DNA was replaced by distilled water. Visualization of
120
the PCR results was done in 10% polyacrylamide gel stained with silver nitrate.
The approximate size of the amplified fragments was calculated by using the
100 Base Pair Ladder molecular weight marker (Pharmacia Biotech, USA).
Methylation analysis: Evaluation of methylation of the p16
INK4a
gene was done in
two stages. The first consisted of chemical modification of the DNA using the
sodium bisulfite method. This process transforms the unmethylated cytosines
into uraciles and does not alter the methylated cytosines. Approximately 5 µL of
DNA were diluted in 50 µL of distilled water and denatured in 0.2 M of NaOH for
10 minutes at 37
o
C. The denatured DNA was diluted in 550 µL of solution
containing 10 mM of hydroquinone (Sigma, St. Louis, MO) and 3 M of pH 5.0
sodium bisulfate (Sigma, St. Louis, MO). The solution was covered with mineral
oil and incubated for 16 hours at 50
o
C. After that, the solution was desalinated
through a column (Wizard DNA Clean-Up System; Promega,Madison, WI),
treated at room temperature for 5 minutes with 3 M NaOH and precipitated
using ethanol. The modified DNA was re-suspended in 28 µL of water and
stored at -20
o
C until time of use. In the second stage, the modified DNA
underwent PCR using specific primers for the p16
INK4a
gene, methylated and
unmethylated [22-23]. For PCR amplification, 2 µL of modified DNA were added
to a final volume of 50 µL of mixture for PCR containing 1x PCR buffer,
deoxyribonucleotide triphosphates (1.25 mM each), primers (300 ng for each
reaction), 3 mM of MgCl
2
and 1.25 units of Taq polymerase. All the
amplifications of the PCR were done for 40 cycles. The amplification conditions
were the same as those described earlier. The primers used for unmethylated
DNA reaction were: Sense-5 TTATTAGAGGGTGGGGTGGATTGT-3’ and
121
antisense- CAACCCCAAACCACAACCATAA-3’. the primers used for
methylated DNA reaction were: Sense-5’-
TTATTAGAGGGTGGGGCGGATCGC-3’ and antisense
5’GACCCCGAACCGCGACCGTAA-3’.
Results
Caso 77733_00: Segmento de canal endocervical exibindo epitélio escamoso
metaplásico, com imunorreatividade forte, principalmente em um foco de
ocupação glandular. Acima, nota-se lumens glandulares em meio a estroma
fibroso ( 0.10 X 4 ).
122
77733_01: Detalhe de foco de ocupação glandular, a onde se células com
citoplasmas e núcleos reativos, notar ainda, os núcleos volumosos e irregulares
(efeito citopático) fortemente corados (padrão nuclear de imunorreatividade)
predominantemente localizados nas camadas mais profundas ( 0.25 x 10 ).
123
77733_04: Panorâmica apresentando duas áreas de epitélio escamoso
metaplásico com imunorreatividade forte em células das camadas profundas,
demarcando nitidamente a camada basal (0.10 x 4).
124
7733_05: Detalhe camada basal (0.25 x 10).
125
7733_06: Detalhe da camada basal e intermediária, a onde se observa células
fortemente coradas com padrão nuclear e citoplasmático. Notar células com
psdrão de imunorretatividade nuclear volumosos e outras de padrão
citoplasmática com núcleos vesiculosos ( 0.65 x 40).
126
77733_07: Àrea de canal com glândulas ocupadas por epitélio escamoso
apresentando imunorreatividade forte (0.10 x 4.)
127
78176_01: Aumento de 0.25 x 10. Junção escamo-colunar (JEC).
128
Número do Paciente
Iniciais Diagnóstico
Inefção por
HPV
Metilação do
p16
Imunohitoquímica do
p16
78031 GCCC HSIL, displasia acentuada sim sim positivo
78000 MGSL HSIL, displasia acentuada sim não positivo
78176 JCO HSIL, displasia acentuada não sim positivo
78160 ADC HSIL, displasia acentuada não sim negativo
77808 LSC HSIL, displasia acentuada sim sim positivo
78057 ASS HSIL, displasia acentuada sim não positivo
78211 MJM HSIL, displasia acentuada não sim
78210 STS HSIL, displasia acentuada não sim positivo
78091 EEMB HSIL, displasia acentuada sim sim
78026 ASB HSIL, displasia acentuada sim sim positivo
78/77821 CBF HSIL, displasia acentuada sim sim
77733 EGS HSIL, displasia moderada sim sim positivo
77715 MFA HSIL, displasia moderada sim sim positivo
77719/3 LMS HSIL, displasia acentuada não não positivo
77990 SMS HSIL, displasia acentuada sim sim positivo
77954 SROF HSIL, displasia acentuada sim não positivo
77947 RSA HSIL, displasia moderada sim não
77861 LA HSIL, displasia acentuada sim sim
77688 LGS HSIL, displasia moderada não sim positivo
77704 MBJ HSIL, displasia acentuada não não positivo
77895 MGLS HSIL, displasia acentuada sim não positivo
77924 CLS NIC III não não
78020 DJMA NIC III sim sim
78121 ENT NIC III sim não
129
ANEXO 8
Artigos relacionados – Artigo aceito para exposição oral e posterior
publicação na revista da International Society for the Study of
Vulvovaginal Disease
“Epstein Barr Virus and Human Papillomavirus infection in Vulvar Lichen
Sclerosus”
130
Epstein Barr Virus and Human Papillomavirus infection in Vulvar Lichen
Sclerosus
Susana Aidé PhD, Fernanda Lattario PhD, Gutemberg Almeida PhD, Isabel Val PhD,
Maria Gloria Carvalho PhD.
Vulvar Pathology Unit, Gynecology Institute and Gene Expression Control Laboratory,
Carlos Chagas Filho Institute, Federal University of Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,
Brazil
Background: Squamous cell carcinoma (SCC) of the vulva can originate from an usual
vulvar intraepithelial neoplasia (VIN) tied to oncogenic human papillomavirus (HPV);
or from a differentiated VIN tied to lichen sclerosus (LS). HPV has been investigated
for its possible association with LS. HPV is recognized as the major cause of cervical
and vulvar cancer. The Epstein-Barr virus (EBV), a member of the human herpes virus
group, has been suggested as another oncogenic virus related to cervical carcinogenesis,
by showing its presence in cervical carcinoma cells and in precancerous lesions of the
cervix. EBV has been demonstrated in oral lichen planus 11, however, until now, its
association with LS was not described.
Objective: To elucidate the relationship between EBV, HPV in patients with lichen
sclerosus.
Patients and Methods: We investigated the presence of HPV and EBV from 34 vulvar
biopsies of patients with LS who had had no previous treatment, and from 17 normal
vulvar brushings used as controls. We used PCR to amplify DNA sequences of these
viruses. HPV and EBV DNA detection was carried out using MY09/MY11 and
TC67/TC69 consensus primers, respectively. The amplified PCR products were
analyzed by 10% polyacrylamide gel.
Results: The average age of the patients was 57 years old, with the majority at
postmenopausal stage. HPV DNA was not found in the LS samples studied, but it was
found in 23.2% (4/17) of the controls. However, EBV DNA was found in 26.5% (9/34)
of the LS samples analyzed and it was not found in the controls.
Conclusion: Our results showed no relationship between HPV and LS. This result is in
accordance with other literature data. We have found 26.5% of EBV in our samples,
suggesting that EBV could either play a role in cases of LS or it could just be sheer
coincidence. This is a preliminary study and other molecular studies might elucidate
whether EBV is involved with the etiology of LS.
131
Mensagem original
De: Debbie Roepe <
Para: Isabel Val <
Assunto: ISSVD Abstract
Enviada: 16/06/2009 17:54
June 16, 2009
Dear Isabel doVal, PhD:
The scientific committee is delighted to confirm the acceptance of your abstract "Epstein Barr
Virus and Human Papillomavirus infection in Vulvar Lichen Sclerosus " as an oral presentation
at the World Congress of the International Society for the Study of Vulvovaginal Disease in
Edinburgh, Scotland.
We will be in touch soon to let you know when you will be scheduled to make your presentation.
We have had an overwhelming response and have received a record number of abstract
submissions for this Congress.
We appreciate your patience and hope that this information will assist you in making your final
preparations for attending this excellent meeting.
If you have any questions, please do not hesitate to contact me.
If you would like a copy of this email posted to you by US Mail, please let me know and I will be
happy to send you an official copy.
Debbie Roepe
Executive Director
8814 Peppergrass Lane
Waxhaw NC 28173
PH: 704-814-9493
FAX: 704-814-9571
www.issvd.org
132
ANEXO 9
Artigos relacionados – Artigo aceito para exposição oral e posterior
publicação na revista da International Society for the Study of
Vulvovaginal Disease
“Promoter Hypermethylation patterns of Death-associated Protein Kinase
and p16 in Vulvar Lichen Sclerosus”
133
Mensagem original
De: Debbie Roepe <
Para: Isabel Val <
Assunto: ISSVD Abstract
Enviada: 16/06/2009 17:42
June 16, 2009
Dear Gutemberg Almeida, PhD:
The scientific committee is delighted to confirm the acceptance of your abstract "Promoter
Hypermethylation patterns of Death-associated Protein Kinase and p16 in Vulvar Lichen
Sclerosus " as an oral presentation at the World Congress of the International Society for the
Study of Vulvovaginal Disease in Edinburgh, Scotland. We look forward to having you at our
World Congress and as a Fellow of our society.
We will be in touch soon to let you know when you will be scheduled to make your presentation.
We have had an overwhelming response and have received a record number of abstract
submissions for this Congress.
We appreciate your patience and hope that this information will assist you in making your final
preparations for attending this excellent meeting.
If you have not yet registered for the World Congress and or Postgraduate Course, please do
so by visiting the website at
http://www.issvd.org/world_congress.asp
If you have any questions, please do not hesitate to contact me.
Sincerely,
Debbie Roepe
Executive Director, ISSVD
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