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DANIELE FONTES FERREIRA BERNARDES
A contribuição da análise eletromiográfica de superfície para
a definição da fase de evolução da paralisia facial periférica:
fase flácida ou fase de seqüelas
Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo para obtenção do título de
Mestre em Ciências
Área de concentração: Otorrinolaringologia
Orientadora: Dra. Maria Valéria Schmidt Goffi Gomez
São Paulo
2008
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DANIELE FONTES FERREIRA BERNARDES
A contribuição da análise eletromiográfica de superfície para
a definição da fase de evolução da paralisia facial periférica:
fase flácida ou fase de seqüelas
Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo para obtenção do título de
Mestre em Ciências
Área de concentração: Otorrinolaringologia
Orientadora: Dra. Maria Valéria Schmidt Goffi Gomez
São Paulo
2008
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Dedicatória
Aos meus pais, Aurelino e Márcia, por me guiarem pelo caminho da vida...
Ao meu marido, Marcelo, pela paciência e ajuda ao longo deste trabalho,
pelo amor e dedicação que tens a mim, minha eterna gratidão.
Aos meus filhos, Henrique e Leonardo, meus tesouros, obrigada por estarem
sempre ao meu lado.
Aos meus irmãos, Carlos e Márcio, exemplos de força e sabedoria.
Agradecimentos
À Fga. Valéria Goffi, por me apresentar ao universo da Paralisia Facial.
Obrigada pelos seus ensinamentos, pela orientação, pelo carinho e
dedicação ao longo destes anos.
Ao Prof. Dr. Ricardo Ferreira Bento pela oportunidade de aprimoramento
profissional dentro da Otorrinolaringologia.
Ao Prof. Dr. Luiz Ubirajara Sennes, pela dedicação aos alunos da Pós-
Graduação.
À Fga. Maria Elisabete B. Pedalini, pela forma carinhosa que me acolheu no
ambulatório de fonoaudiologia e pela imprescindível ajuda no seminário de
Reabilitação Vestibular.
À Fga. Adriana Rahal, obrigada pela caminhada que fizemos de mãos dadas
ao longo deste trabalho.
Ao Dr. Raimar, pela análise estatística e extrema boa vontade em ajudar a
realizar este trabalho.
Aos médicos, residentes e fonoaudiólogas do Ambulatório de Paralisia
Facial, foi muito prazeroso fazer parte desta equipe um dia.
À psicóloga Heide Lorenzini, pelo constante incentivo, pela amizade e pelos
conselhos na hora certa.
Às queridas Marilede, Márcia, Lucy e Jacira, vocês são imprescindíveis.
Aos pacientes do Ambulatório de Paralisia Facial, sem vocês este trabalho
não existiria. Obrigada pela cooperação.
Aos amigos que, mesmo distantes, sempre me apoiaram nesta caminhada.
Normatização Adotada
Esta dissertação está de acordo com as seguintes normas, em vigor no momento desta publicação:
Referências: adaptado de International Committee of Medical Journals Editors (Vancouver).
Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Serviço de Biblioteca e Documentação. Guia de
apresentação de dissertações, teses e monografias. Elaborado por Annelise Carneiro da Cunha, Maria
Julia de A. L. Freddi, Maria F. Crestana, Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos Cardoso, Valéria
Vilhena. 2ª ed. São Paulo: Serviço de Biblioteca de Documentação; 2005.
Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com Listo f Journals Indexed in Index Medicus.
Sumário
Lista de abreviaturas, símbolos e siglas
Lista de figuras
Lista de tabelas
Resumo
Summary
Normas para publicação
Comprovante de submissão
Artigo enviado para publicação
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1
2. OBJETIVO ................................................................................................ 15
3. REVISÃO DA LITERATURA .................................................................... 16
4. CASUÍSTICA E MÉTODO ........................................................................ 21
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA CASUÍSTICA ......................................................... 21
4.2. PROCEDIMENTO .................................................................................. 23
4.3. CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA ....................................................................... 24
4.4. AVALIAÇÃO ELETROMIOGRÁFICA ........................................................... 25
5. ANÁLISE ESTATÍSTICA .......................................................................... 31
6. RESULTADOS ......................................................................................... 34
7. DISCUSSÃO ............................................................................................. 54
8. CONCLUSÃO ........................................................................................... 63
9. ANEXOS ................................................................................................... 64
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 67
LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E SIGLAS
µV Micro-Volt
CAPPesq Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa
cm Centímetro
EMGS Eletromiografia de superfície
FMUSP Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
HB House e Brackmann
IEMG Índice Eletromiográfico
IIQ Intervalo interquartil
mm Milímetro
PFP Paralisia Facial Periférica
RMS Root mean square
ROC Receiver-operator characteristics
SPSS Statistical Package for Social Sciences
± Mais ou menos
< Menor que
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Paciente com paralisia facial periférica à direita
características da fase flácida .................................................................... 7
Figura 2- Paciente com paralisia facial periférica à esquerda
características da fase de seqüelas........................................................... 10
Figura 3- Equipamento utilizado para avaliação eletromiográfica de
superfície ............................................................................................... ......25
Figura 4- Posicionamento dos eletrodos nos músculos: frontal,
orbicular do olho e orbicular da boca ....................................................... 27
Figura 5- Posicionamento dos eletrodos nos músculos: frontal,
orbicular do olho e zigomáticos ................................................................ 27
Figura 6- Traçado do exame eletromiográfico de um paciente da fase
flácida, durante a prova de elevação de testa .......................................... 29
Figura 7- Traçado do exame eletromiográfico de um paciente da fase de
seqüela, durante a prova de protrusão labial ........................................... 30
Figura 8- Gráfico de barras de erros apresentando média e desvio
padrão do IEMG do movimento de elevação da testa nos grupos
estudados .................................................................................................... 40
Figura 9- Gráfico de barras de erros apresentando média e desvio
padrão do IEMG do movimento de fechamento ocular nos grupos
estudados .................................................................................................... 41
Figura 10- Gráfico de barras de erros apresentando média e desvio
padrão do IEMG do movimento de protrusão labial nos grupos
estudados .................................................................................................... 42
Figura 11- Gráfico de barras de erros apresentando média e desvio
padrão do IEMG do movimento de retração labial nos grupos
estudados .................................................................................................... 43
Figura 12- Curva ROC (receiver-operator characteristics) para
diagnóstico clínico da sincinesia no lábio durante o fechamento ocular
através do IEMG... ....................................................................................... 51
Figura 13- Curva ROC (receiver-operator characteristics) do IEMG
utilizando-se diferentes pontos de corte para para diagnóstico clínico
de sincinesia no olho durante a protrusão labial ..................................... 53
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Intervalo de normalidade do IEMG para cada segmento em
cada movimento obtido no grupo controle .............................................. 33
Tabela 2- Dados demográficos da amostra analisada nos grupos fase
flácida, fase de seqüela e grupo controle ................................................. 35
Tabela 3- Médias dos valores absolutos de atividade eletromiográfica
de cada segmento da face avaliado no grupo dos 17 pacientes com
paralisia facial em fase flácida ................................................................... 36
Tabela 4- Médias dos valores absolutos de atividade eletromiográfica
de cada segmento da face avaliado no grupo dos 17 pacientes com
paralisia facial em fase seqüela ................................................................. 37
Tabela 5- Médias dos IEMG de cada segmento da face avaliado nos três
grupos estudados ...................................................................................... 39
Tabela 6- Prevalência de pacientes com IEMG normal, baixo ou elevado
no segmento da testa em ambos os grupos estudados ......................... 45
Tabela 7- Prevalência de pacientes com IEMG normal, baixo ou elevado
no segmento do olho em ambos os grupos estudados .......................... 46
Tabela 8- Prevalência de pacientes com IEMG normal, baixo ou elevado
no movimento de protrusão labial em ambos os grupos estudados ..... 47
Tabela 9- Prevalência de pacientes com IEMG normal, baixo ou elevado
no movimento de retração labial em ambos os grupos estudados ....... 48
Tabela 10- IEMG entre indivíduos com e sem sincinesia no segmento
do lábio e do olho ....................................................................................... 50
Tabela 11- Ponto de corte que apresenta ao mesmo tempo maior
sensibilidade e especificidade ................................................................... 52
RESUMO
Bernardes DFF. A contribuição da análise eletromiográfica de superfície para
a definição da fase de evolução da paralisia facial periférica: fase flácida ou
fase de seqüelas [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo; 2008. 75p.
OBJETIVO: Avaliar o padrão eletromiográfico em hemiface normal e
hemiface afetada nos casos de paralisia facial, em seus dois extremos de
evolução; musculatura sem aporte neural e musculatura após a regeneração
neural aberrante. MATERIAL E MÉTODO: Foram selecionados indivíduos
com paralisia facial periférica unilateral de qualquer etiologia, Idade entre 18
e 69 anos, de ambos os sexos, sem histórico de paralisias faciais prévias ou
congênita e sem lesões faciais que interfirissem no contato dos eletrodos.
Trinta e quatro indivíduos preencheram os critérios. O grupo controle foi
constituído de 20 indivíduos voluntários sem história de paralisia facial,
traumas de face ou anomalias craniofaciais. A avaliação da atividade elétrica
dos músculos da face foi realizada por meio de registro eletromiográfico,
usando equipamento MIOTEC com software MIOTOOL 400, de 04 canais,
filtro Passa Baixa, com eletrodos de superfície descartáveis do tipo: Ag-AgCI
mini med Kendal. Para a avaliação eletromiográfica foram solicitados os
seguintes movimentos: elevação da testa, fechamento de olhos, protrusão
labial e retração labial. Além disso, foram registradas as atividades
eletromiográficas em outros canais correspondentes aos outros grupos
musculares durante a atividade primária a fim de identificar a presença de
sincinesias, sendo a atividade dos lábios durante fechamento forçado dos
olhos, a atividade dos olhos durante protrusão labial e a atividade dos olhos
durante retração labial. A análise estatística foi realizada utilizando-se o
software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) for Mac versão 16.0
(SPSS Inc, Chicago, IL). Foi considerada como atividade eletromiográfica
de cada segmento das hemifaces avaliadas (testa, olho e lábio) durante
cada movimento (franzimento a testa, fechamento ocular, protrusão labial e
retração labial) o valor médio obtido durante os 8 segundos de registro (em
µV). O índice da atividade eletromiográfica (IEMG) foi calculado através da
divisão da atividade eletromiográfica do lado acometido pela atividade do
lado normal para o grupo em estudo e através da divisão da atividade
eletromiográfica do lado esquerdo pelo lado direito no grupo controle.
RESULTADOS: Houve diferença estatisticamente significante entre os
grupos em todos os movimentos analisados. Nas sincinesias no lábio
durante o fechamento ocular a totalidade de indivíduos será identificada
corretamente (com 100 % de verdadeiros positivo e 0 % de falsos negativos)
utilizando-se o valor de IEMG de 1,62 como ponto de corte. Para a
identificação da sincinesia no olho durante a protrusão labial o valor do
IEMG no ponto de corte que apresenta ao maior sensibilidade (93,3%) e
especificidade (95,9%) é 1,79. CONCLUSÃO: O padrão da atividade
eletromiográfica mostrou ser estatisticamente diferente entre os grupos em
fase flácida e fase de seqüelas; a relação entre as duas hemifaces é
rebaixada nos pacientes em fase flácida e pode tanto mostrar valores
normais, elevados ou rebaixados em indivíduos em fase de seqüelas; o
IEMG mostrou ser de alta sensibilidade e especificidade na identificação das
sincinesias.
Descritores: paralisia facial, eletromiografia, avaliação
SUMMARY
Bernardes DFF. The contribution of electromyographic analysis of the area
for the definition of the stage of development of peripheral facial paralysis:
flaccid or sequelae stage [dissertation]. São Paulo: Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo; 2008. 75p.
OBJECTIVE: To evaluate the electromyographic profile in the normal and the
affected faces in cases of facial paralysis, in its two extremes of evolution;
musculature without neural input and musculature after regeneration neural
aberrant. METHODS: Subjects with peripheral facial paralysis unilateral of
any etiology, with age ranging from 18 to 69 years, of both sexes, without a
history of prior facial paralysis or without congenital facial lesions that would
interfere with the contact of electrodes selected. Thirty-four subjects met the
criteria. The control group was composed of 20 volunteers without history of
facial paralysis, trauma or face craniofacial anomalies. The
electromyographic assessment of the facial muscle was performed by means
of a MIOTEC equipment with software MIOTOOL 400, 04 channels, low-pass
filter, with disposable surface electrodes type: Ag-AgCI mini med Kendal. For
the evaluation electromyographic were requested the following movements:
lifting the forehead, closure of eyes, protrusion labial and labial retraction. In
addition, Eletromyographic activities were recorded in other channels
corresponding to the other groups during the primary activity in order to
identify the presence of synkinesis, the activity of the lips during strong eye
closure, the activity of the eyes during protrusion labial and the activity of
eyes during labial retraction. The statistical analysis was performed using-
software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) version is Mac 16.0
(SPSS Inc, Chicago, IL). The mean value of the RMS during 8 seconds of
register (in µV) was considered as the electromyographic activity of each
segment of hemifaces evaluated (forehead, eye and lip) during each
movement. The electromyographic index IEMG was obtained from the
division of electromyographic activity (on) of the left side by the right side in
the control group. RESULTS: There was a statistically significant difference
between the groups in all movements analyzed. The lip synkinesiss during
the eye closure in all patients must be correctly identified (with 100% true
positive and 0 % false negative) using (a) the IEMG value of 1.62 as cutoff
point. In order to detect synkinesis in the eye or eye synkinesis during lip
protrusion the IEMG at the cutoff point is 1,79 with (a) 93.3% of sensivity and
95,9% of specificity . CONCLUSION: The pattern of electromyographic
activity showed to be statistically different between the flaccid and the
sequelae groups; the relationship between the two hemifaces is below
normal levels in patients at the flaccid stage whereas in patients at the stage
of sequelae it can either show normal values, above or below normal levels;
the IEMG showed to be of high sensitivity and specificity in the identification
of synkinesis.
Descriptors: facial paralysis; electromyography; evaluation
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editorial; give inclusive page numbers for complete articles. Cite three complete
names before using "et al."
Examples of References
Journal Article: One to Three Authors
1. Tsuzuki T, Fukuda H, Fujioka T: Response of the human larynx to silicone. Am J
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Journal Article: More Than Three Authors
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supraglottic laryngectomy. Arch Otolaryngol (in press)
Complete Book
4. Paparella MM, Shumrick DA, Gluckman JL, et al (eds): Otolaryngology (ed 3).
Philadelphia, PA, Saunders, 1991
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5. Rapp R: Dental and gingival disorders, in Bluestone CD, Stool SE (eds): Pediatric
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Abstract
7. Lazar RH, Younis RT, Bassila MN: Bronchiogenic cysts: A cause of stridor in the
neonate. Am J Otolaryngol 12:117, 1991 (abstr)
Editorial
8. Piantadosi S: Hazards of small clinical trials. J Clin Oncol 8:1-3, 1990 (editorial)
PRODUCTION
Manuscripts and letters submitted will be edited before publication. The
corresponding author will be sent proofs of the typeset copy showing the changes, if
any. The authors are responsible for the integrity of the published work, including all
editorial alterations accepted by the corresponding author.
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manuscript at the publisher. Reprints are shipped 6 to 8 weeks after publication.
January 2008
Comprovante de submissão
Dear Daniele,
We have received your article "The contribution of surface electromyographic assessment on
the definition of the stage of the course of peripheral facial paralysis: flaccid or sequelae
stage" for consideration for publication in American Journal of Otolaryngology.
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American Journal of Otolaryngology
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Artigo enviado para publicação
Elsevier Editorial System(tm) for American Journal of Otolaryngology
Manuscript Draft
Manuscript Number:
Title: The contribution of surface electromyographic assessment on the
definition of the stage of the
course of peripheral facial paralysis: flaccid or sequelae stage
Article Type: Original Contribution
Keywords: facial paralysis, facil palsy; surface electromyography; evaluation
Corresponding Author: Mrs. Daniele Fontes Ferreira Bernardes, Jr.
Corresponding Author's Institution: Hospital das Clinicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de Sao Paulo
First Author: Daniele Fontes Ferreira Bernardes, Jr.
Order of Authors: Daniele Fontes Ferreira Bernardes, Jr.; Maria Valeria S
Goffi-Gomez,PhD
The contribution of surface electromyographic assessment on the
definition of the stage of the course of peripheral facial paralysis:
flaccid or sequelae stage
Summary
Objective: To evaluate the contribution of the index of electromyographic
activity (IEMG) in the identification of the two extremes of facial paralysis
course. Material and Methods: Thirty-four subjects with unilateral peripheral
facial paralysis of any etiology were selected. A control group was composed
of 20 volunteers without history of facial paralysis. The electromyographic
assessment (MIOTEC equipment with software MIOTOOL 400) of the facial
muscle was performed with surface electrodes during movements of the
forehead, eyes and lips. Electromyographic activity was also recorded in the
other channels during the primary activity to identify the presence of
synkinesis. The statistical analysis was performed using-software Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) version is Mac 16.0 (SPSS Inc,
Chicago, IL). The index of electromyographic activity (IEMG) was obtained
from the division of electromyographic activity (RMS) of the left side by the
activity of the right side in the control group. Results: There was a
statistically significant difference among groups in all analyzed movements.
The ocular-oral synkinesis in all patients must be correctly identified (with 100
% sensitivity and specificity) using IEMG of 1.62 as cutoff point. The oral-
ocular synkinesis must be correctly identified (93.3% sensivity and 95,9% of
specificity) using the IEMG of 1,79 as cutoff point. Conclusion: The IEMG is
below normal levels in patients at the flaccid stage whereas in patients at the
sequelae stage it can either show normal values, above or below normal
levels; the IEMG showed to be of high sensitivity and specificity in the
identification of synkinesis.
Keywords: facial paralysis; electromyography; evaluation
INTRODUCTION
The lack of movement and expression of one side of the face, as well
as the amendments to the way of speaking, and, in particular the
impossibility to use the facial mimics constitute since the beginning of
humanity, one of most flagrant desfiguramentos. The face reveals the
intimate our expression and is an essential part of human communication. In
addition, the increasing importance that the society of today gives the
aesthetics related-directly with the facial appearance, because the face is the
"site" where we expose the most and its traces define our individuality (Bento
et al., 1998; Lazarini et al., 2006; Vanswearingen, 2008).
The primary function of the facial nerve is innervating motor muscles
of facial expression. The nerve after leaving the temporal bone through the
foramen style-mastoideo curves around the styloid process before entering
the parotid gland and is divided into peripheral branches to supply the
muscles of facial expression (Bento et al. 1998; Rosson e Redett, 2008).
The muscles of facial expression comprise the group of most sensitive
muscles of the body. The muscles of facial expression must be observed by
dynamic aspect, under the regency of facial nerve (Madeira 2004, Rosson
and Redett, 2008). The involvement of the seventh nerve causes hypotony of
23 facial muscles innervated by it, leading to an hemiface ipsilateral to lesion
will be compromised, with greater or lesser degree (Rosson e Redett, 2008).
The degree of facial function recovery depends on the type of lesion
(neuropraxis, axonotmesis or neurotmesis) (Sunderland, 1990), duration of
denervation, motor and sensory connections (direction of the growth of
nervous fibers), degree of reinervation (how many axons regenerate), and
the state of the muscle (Irintchev e Wernig, 1994).
Evolution of PFP is well defined in two stages. The initial stage is the
flaccid, when there is a lack of neural impulse and the second phase is the
sequelae, when the motor recovery is not complete and reinervation is
aberrant (Moran e Neely, 1996; Bernardes et al., 2004).
When the paralysis is caused by some iatrogenic lesion, traumatic or
infectious disease, the possibility of Wallerian degeneration is greater and the
patient recovery shall be accompanied by sequelae inherent to natural neural
regeneration (Devriese, 1998; Diels, 2000; Goffi Gomez et al., 2004).
The sequelae stage of the PFP is characterized by contractures and
synkinesis, defined as involuntary movements accompanying the
primary/desired movement (Vanswearingen Brach, 2003). The authors
emphasize that the synkinesis only occur on the affected side. May and
Schaitkin (2000) describe synkinesis as aberrant regeneration of the facial
nerve resulting in a cross-wiring in the muscle motor end plates.
During the flaccid stage the recovery can be noticed by the beginning
of facial movements in any facial segment, until its complete recovery, or the
beginning of reinervation. With the axonal reinervation and installation of
sequelae the myofunctional work may minimize, although it will not totally
eliminate the sequelae (Novak, 2004; Goffi-Gomez, 2006).
The degree of involvement and evolution in the motor function of the
face is difficult to assess, because the assessment methods of facial
evaluation are often subjective and are not capable to demonstrate the actual
condition facial motor, whether in flaccid stage or in stage of sequelae.
The accurate determination of the degree of motor impairment of the
face is an important part of the evaluation of patients with PFP and interferes
in therapeutic decisions in each case. Thus, the evolution of a patients must
be monitored properly and the response to treatment better evaluated (Scriba
et al., 1999; Coulson et al., 2002; Linstrom, 2002).
Several rehabilitation centers of the facial nerve are concerned of the
use of clinical evaluation tools trying classify it in the best way. House and
Brackmann (1985) have proposed a system of graduation the facial
paralysis, currently recommended by the American Academy of
Otorrinolaryngology and Head and Neck surgery. Ross, Fradet and
Nedzelski (1996) presented a protocol called Facial Grading System (FGS),
which scores the clinical signs obtained at rest, durign the facial individual
functions and the presence of synkinesis. It is wildly documented in the
scientific arena that deals with facial paralysis subjects (Brach e
Vanswearingen, 1999; Diels,2000; Novak, 2004).
In search of objective ways to identify minimal variations in muscular
activity and to optimize the development of non-surgical treatment of
peripheral facial paralysis, many studies are carried out with the surface
electromyography (EMG S ) directed for the use of biofeedback. Brach and
Vanswearingen (1999), Diels (2000), Henkelmann and peuvent (2000),
Nakamura et al. (2001), Cronin and Steenerson (2003) and Novak (2004)
used the technique of biofeedback - EMGs in patients
Vanswearingen (2008) reported that the EMGs biofeedback may be
used in the muscular reeducation treatment of PFP for the observation of
subtle movements or even in the absence of movements to give the patient a
precise and immediate feedback of the attempts made by the patient does to
increase the activity of facial musculature.
Bernardes and Franco (2008) associated the technique Biofeedback
EMGs to the aesthetic stimulation of the face with the objective restore the
symmetry of smile in a patient with sequela of peripheral facial paralysis on
the left side. After ten sessions of Biofeedback EMG, the mean of the RMS of
the left depressor of the lower lip fell to 16.04 µV, almost achieving the mean
of the right depressor of the lower lip of 14.79 µV. The left zygomatic muscles
showed an increase in mean achieving 22.87 µV, while the right zygomatic
muscles showed an mean RMS of 21.88µV, evidencing a symmetry of the
amplitudes of the activity in the stimulated muscles.
The use of EMG-Biofeedback as adjuvant in the treatment of facial
paralysis is already enshrined, nevertheless the value of electromyographic
activity of mimic musculature in cases of PFP and its contribution to the
diagnosis and follow up are little explored in the literature.
Surface electromyography records the electrical activity of the muscles
beneath the pair of recording electrodes (Vanswearingen and Brach, 2003).
The use of EMGs is relatively recent em Speech Therapy, having as
objective the diagnosis and treatment of oral motor disorders, in the
swallowing, chewing and speech disordes (van Lieshout et al., 1993; Genaro,
1995; Marchiori and Vitti, 1996; Perlman et al., 1999; Thomas and Marchiori,
1999; Rahal, 2002; Rahal and GoffiGomez, 2007; Andrade, 2008).
As it is a painless and noninvasive examination, since the surface
electrodes are positioned on the skin allowing the patient executes the
movement or requested function in natural way, allowing repetion is of great
value in the monitoring of orofacial miofuncionais therapies (Rahal, 2004).
Although the surface EMG have proven importance in the evaluation
of several diseases within the framework of the orofacial myology, the
electromyographic profile of the mimic musculature in facial paralysis cases
is not fully exploited.
Objectives
To evaluate the pattern of electromyographic activity in normal
and affected hemiface in cases of PFP, in its two extremes stages:
musculature without neural supply (flaccid stage) and musculature after
aberrant neural regeneration (sequelae stage);
To assess the relationship of electromyographic activity
between the two sides of the face in cases of peripheral facial paralysis and
in normal individuals; and
To determine whether the electromyographic activity ratio
between the two hemifaces is able to identify the presence of synkinesis.
Methods
Sample features
Subjects with diagnosed PFP who met the following criteria were
studied:
Inclusion criteria:
unilateral peripheral facial paralysis of any etiology;
Ages ranging from 18 to 69 years;
Both sexes;
Subjects who had been assisted in the ambulatory of Facial
Paralysis in the Speech Therapy sector of the Division of ENT at a tertiary
hospital
during the period between January to December 2006,
Exclusion criteria:
Prior facial paralysis;
Congenital peripheral facial paralysis;
Presence of beard;
Facial lesions or scars that may interfere in the electrodes
contact.
Thirty four individuals met the criteria. The control group was
composed of 20 volunteers, without history of facial paralysis, face trauma or
craniofacial anomalies.
This study was submitted and approved by the Commission for the
Analysis of Research Project (CAPPesq) under protocol No 313/05. Patients
were informed of the aim of the study and included in the study after their
consent.
PROCEDURES
Patients with PFP and the control group were submitted to the
following procedures:
Classification of House-Brackmam
Surface electromyography
The same examiner classified all subjects and performed the EMGs
always during the morning in the same room.
Clinical classification
The clinical condition of facial musculature was classified by HOUSE
and BRACKMANN (1985), in the same day of electromyographic evaluation.
The selected subjects and volunteers were distributed into three groups after
classification with the scale of HB:
Group 1 (Flaccid stage): patients with peripheral facial paralysis in
flaccid stage (lack of neural information); House-Brackmann V or VI;
Group 2 (Sequeala stage): patients with peripheral facial paralysis
at the stage of sequelae (reinervated musculature), with onset time equal or
over 90 days and House-Brackmann III or IV.
Control Group: individuals without antecedent of peripheral facial
paralysis and House-Brackmann I.
Besides the HB classification the presence of synkinesis was identified
during primary movements of eyes closure, puckering lips and lip retraction.
In order to identify abnormal movements accompanying the intended
movement all segments (forehead, eye, nose, lip) of the affected hemiface
were observed during each primary movement.
Surface electromyographic assessment
The assessment of electric activity of the face muscles was performed
using a 4-channels MIOTEC equipment with MIOTOOL 400 software, low-
pass filter, using disposable surface electrodes Ag-AgCI mini med Kendal.
Subjects were examined while comfortably seated on a vertical
backrest chair with their feet resting over a rubber carpet. A pair of surface
electrodes were adhered on the skin over the region of frontal, orbicularis
oculi, orbicularis oris and elevator of lip/zygomatic muscle, with the following
arrengement:
2 Electrodes on the forehead (frontal muscle), one on each side of
the face, at 2cm above the eyebrows, aligned vertically the midline
of eyeball;
2 electrodes on the orbicularis oculi muscle, one on each side of
the face, at 05 mm from the external end of the eyes;
2 electrodes on the muscle orbicularis oris, one on each side of the
face, at 02 mm from the corner of the mouth accompanying naso-
labial fold.
2 Electrodes on the region of muscles elevator of lip/zygomatic,
one on each side of the face, at 1cm from the corner of the mouth
tilted toward the external corner of the eyes.
1 unipolar reference electrode over the right esternocleidomastoid
muscle
The following movements were requested for the recording surface
EMG activity:
Raising the eyebrows;
Forced eye closure,
Lip protrusion (puckering)
Lip retraction (smile)
In addition, electromyographic activity was recorded in other channels
corresponding to the associated movements during the primary activity in
order to identify the presence of synkinesis.
activity of lips during eyes closure
activity of the eyes during lip protrusion
activity of the eyes during lip retraction
For each test the patient was requested to make the movement in
maximal effort and then the EMG recording was started for 8 seconds. The
mean of the action potentials in micro volts (µv), during the 8 seconds of
each isometric contraction was calculated by software in root mean square
(RMS).
Statistical Analysis
Statistical analysis was performed using software Statistical Package
for Social Sciences (SPSS) version is Mac 16.0 (SPSS Inc, Chicago, IL). It
was considered as electromyographic activity of each segment of hemifaces
(forehead, eye and lip) during each movement (raising eyebrow, closing
eyes, lip protrusion and lip retraction) the mean value obtained during the 8
seconds recording (µV).
The index of electromyographic activity (IEMG) was calculated based
on the electromyographic activity at the affected side divided by the activity of
normal side.
Quantitative Analysis: mean values of IEMG between flaccid stage, stage
of sequela and control groups were compared using one way ANOVA.
The normal distribution (Gaussian) of the data was confirmed by the
Kolmogorov-Smirnov test. The post hoc analysis was carried out with the
Tukey multiple comparisons test to identify between which groups there is
a difference.
Qualitative Analysis: Normal values of the electromyographic activity
index (IEMG) were obtained through the study of the control group,
obtained by dividing the activity of left by the activity of the right side.
Normal values were considered between percentiles 5 (p5) and 95 (p95)
excluding the outliers. The normal IEMG interval for each segment during
each movement are presented in table 1. The values of IEMG found in
patients in the facial paralysis groups were classified as "low" or "high"
when they were, respectively, below or above the interval included in
table 1 for each situation. The prevalence of patients with normal, low or
high IEMG were compared between groups with facial paralysis (flaccid
stage and sequela) using the Chi-square test.
For both qualitative and quantitative analyzes statistically significant
differences was considered when p values were lower than 0,05 (5%).
Accuracy of the index of electromyographic activity (IEMG) for
the identification of synkinesis.
Data of all subjects (including controls) were separated according to
the presence of synkinesis for each analysed movement. A ROC curve
(receiver-operator characteristics) was constructed for the identification of
ideal cutoff point of the index of electromyographic activity for the
identification of synkinesis. The ideal point was set at the value presenting at
the same time sensitivity and specificity closest to 100%.
RESULTS
All of the 34 (100%) patients with PFP underwent miofunctional
treatment at the sector of Speech Therapy of facial paralysis ambulatory of a
tertiary hospital.
Each subject with PFP was submitted to an electromyographic
evaluation after 6.5 months (+10.14 days) of the paralysis onset for the
flaccid stage group and 22 months (+
17.30 days) for the sequela stage
group.
Demographic data of the sample are presented in table 2, showing
that the distribution of age between the groups is similar.
The means and standard deviations of the index of electromyographic
activity (IEMG) of each segment are presented in table 3 and represented
graphically in Figures 1 to 4. Table 3 shows that there was statistically
significant difference between groups in all movements analyzed. In the post-
hoc analysis, the identification of equal letters shows that there was no
statistically significant difference between flaccid stage and control groups in
the eye during lip protrusion, and between sequela stage and control groups
in the eye and on the lip during lip retraction. All differences between groups
in other situations were statistically significant.
Tables 4 to 7 show that the primary IEMG movement at the forehead,
eyes, lip protrusion and retraction are below the normal IEMG (control group)
in 100% of patients in flaccid stage, with the exception of the movement of
the eyes (88.2 %). In the group of patients in sequelae stage, it was observed
the presence of high IEMG of those associated movements mainly in the eye
closure and lip protrusion.
Accuracy of the index of electromyographic activity (IEMG) for
the identification of synkinesis
Among all the 54 sample subjects (PFP and controls), 13 (24.1%)
presented clinically detected synkinesis on the lip during eye closure and 15
(27.8%) presented synkinesis detected in eye during the lip protrusion. All
subjects with synkinesis belonged to the facial paralysis –sequela stage
group, and all individuals in this group presented synkinesis in at least one of
the movements.
The indexes of electromyographic activity between subjects with and
without synkinesis are presented in table 8.
Figure 5 shows the ROC curve for the identification of synkinesis on
the lip during eye closure through the index of electromyographic activity. It
shows that the whole of individuals will be correctly diagnosed (with 100 % of
true positive and 0 % false negative) using the IEMG value of 1.62 as the
cutoff point.
Figure 6 shows the ROC curve for the identification of synkinesis in
eye during the lip protrusion. As shown in the curve and in table 9 the value
of IEMG cutoff point at the higher sensitivity and specificity is 1.79.
DISCUSSION
According to Coulson et al. (2002), Linstrom (2002), and Mitre et al.
(2008) an evaluation method to have clinical utility it must be objective,
allowing different examiners obtain always the same results for a given
patient in a given time, in addition of being sensitive enough to detect sublte
clinical. Even better if the method is easy to perform, requiring little
equipment. EMG showed to be an objective method, easy to and sensitive
enough to detect different stages in the course of PFP.
Electromyography using a needles in the muscle as recording
electrodes in the assessment of the electric activity of the facial
neuromuscular system may imply in some discomfort and pain, which may
prevent facial muscles to move naturally (Lazarini and Figueiredo, 2006).
Suface EMG used in this study allows the patient to perform the necessary
movements to assess facial musculature in accordance to the guidance
proposed by Ohyama et al. (1988).
At the beginning of the disease and during the course of the paralyis,
while neural impulses are absent, the person is unable to move the face.
EMG showed that at this stage the IEMG varied from 0.22 to 0.80. In those
cases that the degree of injury to the facial nerve is severe (axonotmesis or
neurotmesis), as the axons regenerates, they may enter incorrect tubes and
synkinesis may develop (Cronin and Steenerson, 2003). At this stage EMG
study showed that the IEMG varied from 0.60 to 2.59.
Wood (1994) described that there is a great variability between both
sides of the face in the normal individuals. Scriba et al. (1999) also found an
physiological asymmetry ranging from 7 to 9% in facial movements in normal
individuals. In our study the IEMG (between percentiles 5 and 95) of normal
subjects, with no history of facial nerve injury that presented the greatest
variation was the movement of lips (0.47-1.55). We attribute this to the fact
that the lip movement is one of the widest movements in the facial
expression and each individual exert a specific muscle strength. Although the
instruction to all of the subjects was to perform the movement with maximum
effort, each individual interprets this order in accordance with her/his pattern
of muscle strength. According to the findings of Pennock (1999) there is a
great variation between the muscle activity and the movement exerted by the
individual.
This is one of the reasons why the use of absolute values for the
characterization of the electromyographic activity is not advisable given the
influence of factors such as the exerted strength, in addition to the position of
electrodes, among other aspects. Under such consideration, in this work we
suggest the use of IEMG, the relative index between the two hemifaces.
On et al. (2007) found that EMG surpassed the clinical evaluation in
the identification of subtle facial movements which were not observed
clinically. Although their study has used needle electrodes, it is in accordance
with ours, in which synkinesis could be identified through EMGs in all patients
classified clinically as at the stage of sequelae. In addition, using the EMGs it
was possible to determine the ideal cutoff point of the IEMG for the diagnosis
of synkinesis. For the lip synkinesis during the eye closure all of individuals
shall be identified correctly (with 100 % of true positive and 0 % false
negative) using the IEMG of 1.62 as the cutoff point. For the identification of
synkinesis in eye during the lip protrusion the cutoff point of the IEMG at
which the greatest sensitivity (93.3%) and specificity (95.9%) was revealed is
1.79.
In this study the EMGs was capable of identifying the stages of the
course of the PFP, showing statistically significant differences between the
means of IEMG in three studied groups in all movements, except in the
flaccid stage and the control group where the primary movement was lip
protrusion and the analyzed segment was the eye. In these two groups it is
not expected the recording of electric signal in the segment eye during lip
protrusion (puckering) because the eye are not involved in the primary
movement, so both groups have equal action in the eyes. On the other hand,
in the group of sequelae the presence of ocular-oral synkinesis was detected
by EMGs, as described by Vanswearingen and Brach (2003). For example, a
person with unilateral ocular-oral synkinesis will demonstrate an abnormal
action of the lips on the affected side during the closure of the eyes.
In our study we found that the difference between the group of
sequelae and the control group in the recording of lip retraction as the
primary movement and the eye as secondary movement (abnormal) was not
statistically significant. This movement with maximum effort naturally involves
the compensatory reaction of zygomaticus and lip elevator muscles on both
sides of the face, thereby generating wrinkles of expression around the eyes.
Since the facial nerve reinervation has already occurred in the group of
sequelae, it is expected that zygomaticus/elevator muscles are activated
during this movement and muscle activity is recorded in the electrode
segment of the eyes in a similar way as in the control group.
When we analyzed the IEMG in the group of flaccid stage, we
observed that there is a prevalence of low IEMG in all movements: lifting the
forehead (100%), closing ocular (88.2%), protrusion labial (100%) and labial
retraction (100%), correlated with the linical assessment of patients. On the
other hand, the analysis of the IEMG in the group of sequelae stage has
shown that there is a prevalence of normal IEMG in raising the eyebrow
(52.9%) and eye closure (52.9%), despite a high IEMG of the associated
movement on the lips (82.4%) evidencing an ocular-oral synkinesis.
In relation to lip protrusion, both flaccid stage and sequelae stage
groups have shown low IEMG, with a prevalence of 100% for the flaccid
stage and 82.4% for the sequelae stage. However, for the same movement
(lip protrusion) the associated movement in the eye showed a high IEMG in
94.1% of the patients in the sequelae stage group. Interestingly the IEMG
value of the synkinesis was above the primary IEMG value for the primary
movement itself, which demonstrates a remarkable action of the eye in an
oral-ocular synkinesis.
Lip retraction have also shown low IEMG in the two studied groups,
with a prevalence of 100% for the flaccid stage group and 70.6% for the
sequelae stage group. Nevertheless for the sequelae stage group a normal
IEMG was found in 17.6% of the patients and and high IEMG in 11.8%. this
findings show that the smile, as an important social function, is among the
more difficult to recover even after reinervation.
The proper treatment of PFP implies in a precise diagnosis. The
clinical assessment of the orofacial motricity must be combined with an
objective examination that should be replicated throughout the course of the
disease, allowing the proper follow up. In this way, the determination of the
end of the treatment may also be based on objective data.
Surface electromyography showed to be an objective assessment tool,
capable of diferentiating both stages of the evolution of facial paralysis and
identifying the synkinesis.
CONCLUSION
The pattern of electromyographic activity showed to be statistically
different between the groups in flaccid stage and in stage of sequelae.
The relationship between the two hemifaces is below normal pattern in
patients in flaccid stage and may show normal values, high or below
pattern in individuals at the stage of sequelae;
The IEMG showed to be of high sensitivity and specificity in the
identification of sequelae.
Acknowledgements
The authors thank Dr. Raimar Weber for his statistical support.
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Table 1. Normal range of IEMG for each segment in each movement obtained in the control
group
Movement
Segment or EMG
activity register
Normal range
1
of the
electromyographic index
Raising Eyebrows Forehead 0,59 – 1,39
Eye closure Eyes 0,59 – 1,28
Lips 0,47 – 1,55
Lip protrusion Lips 0,79 – 1,28
Eyes 0,51 – 1,45
Lip retraction (smile) Lips 0,64 – 1,28
Eyes 0,71 – 1,58
1: Interval between percentil p5 and p95
Table 2. Demographic data of the sample analyzed in the Flaccid stage, Sequelae stage and
Control Groups
Flaccid stage
(N = 17)
Sequelae stage
(N = 17)
Control
Group
(N = 20)
Age (Years) 37,6 (+13,2) 48,1 (+10,0) 42,1 (+16,5)
Time since the onset of PFP (months) 6,5 (+10,1) 22,0 (+17,3) -
Etiology
Idiopatic 11 (64,7%) 9 ( 52,9%) -
Traumatic 6 (35,3%) 8 ( 47,1%) -
Side of Paralysis
Right 7 (41,0%) 5 (29,0%) -
Left 10 (59,0%) 12 (71,0%) -
HB Grade
I - - 20 (100%)
III - 7 (41,0%) -
IV - 10 (59,0%) -
V
4 (23,5%) - -
VI 13 (76,5%) -
Data presented as mean (± standard deviation) or N (%)
PFP = Peripheral Facial Paralysis
HB: House-Brackman
Table 3. IEMG averages of each segment of face evaluated in three groups studied
Group
Movement
Segment or
EMG
activity
register
Paralysis
Flaccid stage
(N = 17)
Paralysis
Sequelae stage
(N = 17)
Control
(N = 20) P
Raise Eyebrows Forehead 0,23 ± 0,09
a
0,66 ± 0,38
b
1,0 ± 0,23
c
< 0,001
Eye closure Eyes 0,29 ± 0,19
a
0,67 ± 0,34
b
0,89 ± 0,28
c
< 0,001
Lips 0,60 ± 0,32
a
2,11 ± 0,85
b
1,11 ± 0,28
c
< 0,001
Lip protrusion Lips 0,30 ± 0,11
a
0,60 ± 0,22
b
1,04 ± 0,18
c
< 0,001
Eyes 0,80 ± 0,35
a
2,59 ± 0,89
b
0,95 ± 0,42
a
< 0,001
Lip retraction (smile) Lips 0,22 ± 0,12
a
0,71 ± 0,69
b
0,99 ± 0,18
b
< 0,001
Eyes 0,37 ± 0,17
a
0,98 ± 0,43
b
1,04 ± 0,27
b
< 0,001
Legend: a,b,c: letters-indices identify statistically significant differences found between the
averages of groups (multiple comparisons test of Tukey).
Table 4. Prevalence of patients with normal, low or high IEMG in the eyesbrows segment in
both studied groups.
Group
Movement
Segment or
EMG
activity
register
Electromyographic
activity
Paralysis
Flaccid
stage
(N = 17)
Paralysis
Sequelae
stage
(N = 17) P
Raising
Eyebrows
Forehead Low 17 (100%) 7 (41,2%)
Normal 0 (0,0%) 9 (52,9%) 0,001
High 0 (0,0%) 1 (5,9%)
Table 5. Prevalence of patients with normal, low or high IEMG in the eyes segment in both
studied groups
Group
Movement
Segment
or EMG
activity
register
Electromyographic
activity
Paralysis
Flaccid stage
(N = 17)
Paralysis
Sequelae
stage
(N = 17) P
Eye closure Eyes Low 15 (88,2%) 7 (41,2%)
Normal 2 (11,8%) 9 (52,9%) 0,015
High 0 (0,0%) 1 (5,9%)
Lips Low 7 (41,2%) 0 (0,0%)
Normal 10 (58,8%) 3 (17,6%) <
0,001
High 0 (0,0%) 14 (82,4%)
Table 6. Prevalence of patients with normal, low or high IEMG during lip protrusion in both
studied groups
Group
Movement
Segment or
EMG activity
register
Electromyographic
activity
Paralysis
Flaccid stage
(N = 17)
Paralysis
Sequelae
stage
(N = 17) P
Lip
protrusion
Lips Low 17 (100%) 14 (82,4%)
Normal 0 (0,0%) 3 (17,6%) 0,23
High 0 (0,0%) 0 (0,0%)
Eyes Low 1 (5,9%) 0 (0,0%)
Normal 14 (82,4%) 1 (5,9%) <0,001
High 2 (11,8%) 16 (94,1%)
Table 7. Prevalence of patients with normal, low or high IEMG in the lips segment in both
studied groups.
Group
Movement
Segment or
EMG activity
register
Electromyographic
activity
Paralysis
Flaccid stage
(N = 17)
Paralysis
Sequelae
stage
(N = 17) P
Lip
retraction
Lips Low 17 (100%) 12 (70,6%)
Normal 0 (0,0%) 3 (17,6%) 0,05
High 0 (0,0%) 2 (11,8%)
Eyes Low 17 (100%) 7 (41,2%)
Normal 0 (0,0%) 7 (41,2%) 0,001
High 0 (0,0%) 3 (17,6%)
Table 8. IEMG between subjects with and without synkinesis in the segment of Lips and
Eyes
Synkinesis
Yes No
Movement
Segment
or EMG
activity
register
N Index N Index P
Eye closure Lips 13 2,43 ± 0,67 41 0,89 ± 0,40 < 0,001
Lip
protrusion
Eyes 15 2,73 ± 0,84 39 0,91 ± 0,41 < 0,001
Table 9. Cutoff point that presents at the same time greater sensitivity and specificity
Cutoff point
Sensitivity Specificity
1,21 100% 82,1%
1,33 93,3% 82,1%
1,48 93,3% 84,6%
1,51 93,3% 87,2%
1,52 93,3% 89,7%
1,64 93,3% 92,3%
1,79 93,3% 95,9%
1,89 86,7% 95,9%
1,98 86,7% 97,4%
2,07 86,7% 100%
Figure 1. Graph of bars of errors presenting the mean and standard deviation of IEMG of the
movement raising the eyesbrows in the studied groups.
Figure 2. Graph of bars of errors presenting the mean and standard deviation of IEMG of the
movement of eye closure in the studied groups.
Figure 3. Graph of bars of errors presenting the mean and standard deviation of the IEMG of
lip protrusion in the studied groups.
Figure 4. Graph of bars of errors presenting the mean and standard deviation of the IEMG in
the lip retraction in the studied groups.
Figure 5. ROC curve (receiver-operator characteristics) for the clinical diagnosis of
synkinesis in Lips during closure ocular through IEMG.
Figure 6. ROC curve (receiver-operator characteristics) of the IEMG using different cutoff
points for clinical identification of sinkinesis in Eyes during the lip protrusion.
1
1. INTRODUÇÃO
A falta de movimentos e de expressão de um dos lados da face,
assim como as alterações no modo de falar, e, sobretudo a impossibilidade
de usar a mímica facial, constituem desde os primórdios da humanidade, um
dos desfiguramentos mais flagrantes. A face revela o íntimo de nossa
expressão e é parte essencial da comunicação humana. Além disso, a
importância cada vez maior que a sociedade dos tempos atuais dá à estética
relaciona-se diretamente com a aparência facial, pois a face é o “local” onde
mais nos expomos ao meio e os seus traços marcam a nossa
individualidade (Bento et al., 1998).
A paralisia facial periférica (PFP) é uma afecção que ocorre
subitamente, acometendo indivíduos de ambos os sexos e de todas as
idades. A impossibilidade de movimentar uma hemiface traz dificuldades,
principalmente de expressão não verbal, que interferem no relacionamento
interpessoal temporária ou permanentemente. A paralisia facial pode
influenciar vários aspectos da vida de uma pessoa. Nossa primeira forma de
comunicação não verbal, a expressão facial, é tão essencial para a
comunicação humana que mal temos consciência disso (Diels, 2001).
Mais do que um problema apenas cosmético, a PFP constitui uma
alteração da comunicação. Os pacientes acometidos encontram-se
extremamente angustiados e frustrados pela falta da expressão facial e
pelos problemas funcionais relacionados ao fechamento dos olhos, produção
da fala e alimentação (Santini, 2001).
2
A função primária do nervo facial é a inervação motora dos músculos
da expressão facial. O nervo facial segue um percurso tortuoso desde o
tronco cerebral até a periferia. As fibras motoras nascem no núcleo do VII
par no tronco cerebral, adjacente ao núcleo do nervo abducente, sexto par
craniano. O nervo facial também contém fibras parassimpáticas para as
glândulas salivares secundárias e fibras viscerais sensitivas dos 2/3
anteriores da língua e do palato para o núcleo do trato solitário no tronco
cerebral, que constituem o nervo intermédio, ou nervo de Wrisberg
(Bento et
al. 1998; Rosson e Redett, 2008).
As fibras do nervo intermédio nascem tanto no núcleo salivar superior,
como no núcleo do trato solitário, como também no núcleo do V par. Os dois
ramos do nervo facial (facial e intermédio), juntamente com o nervo
vestíbulo-coclear (VIII par craniano), passam pelo ângulo ponto-cerebelar
(segmento pontino) para entrar no meato acústico interno (segmento
meatal). O nervo facial corre lateralmente acima do vestíbulo, entre a cóclea
e os canais semicirculares (segmento labiríntico). Quando alcança a parede
medial do recesso epitimpânico, o nervo abruptamente se curva para trás e
lateralmente. Neste ponto, existe um abaulamento, o gânglio geniculado, de
onde emerge o nervo petroso superficial maior
(Bento et al. 1998). Passando
entre a janela oval e o canal semicircular lateral atinge a eminência piramidal
(segmento timpânico), de onde emerge o ramo que supre o músculo
estapediano, chamado nervo estapediano. O nervo facial faz um segundo
joelho no osso temporal ao entrar na porção vertical do canal de Falópio
3
(segmento mastoideo), de onde saem as fibras do nervo corda do tímpano,
que fornece inervação parassimpática para as glândulas submandibular e
sublingual e fibras para a percepção da gustação dos 2/3 anteriores da
língua. O nervo após sair do osso temporal pelo forame estilo-mastoideo se
curva em torno ao processo estilóide antes de entrar na glândula parótida e
se dividir em ramos periféricos para suprir os músculos da expressão facial
(Bento et al. 1998).
Segundo Madeira, 2004 os músculos da expressão facial compõem o
grupo de músculos mais delicados do corpo, e suas funções são: músculo
frontal (traciona a pele da fronte para cima), músculo corrugador do
supercílio (puxa o supercílio medialmente), músculo prócero (traciona a pele
da glabela para baixo), músculo orbicular dos olhos (fecha as pálpebras e
asa comprime contra o olho), músculo nasal (dilata e comprime a narina),
músculo levantador do lábio superior (levanta o lábio superior), músculo
levantador do ângulo da boca (levanta o ângulo da boca), músculo orbicular
da boca (comprime os lábios contra os dentes, fecha a boca; protrai os
lábios), músculo risório (retrai o ângulo da boca), músculos zigomáticos
maior e menor (traciona a comissura labial para cima e para trás), músculo
bucinador (distende a bochecha e a comprime de encontro aos dentes; retrai
o ângulo da boca), músculo abaixador do lábio inferior (abaixa o lábio
inferior), músculo abaixador do ângulo da boca (abaixa o ângulo da boca),
músculo mentual (enruga a pele do mento; everte o lábio inferior), músculo
platisma (enruga a pele do pescoço). Os músculos da expressão facial
devem ser observados pelo aspecto dinâmico, sob a regência do nervo
4
facial. Suas contrações produzem na face variações na forma dos orifícios
anatômicos, pregas e sulcos da pele que alteram a fisionomia e exteriorizam
os sentimentos das pessoas. São as manifestações faciais das alterações
do comportamento, a expressão das emoções.
O acometimento do sétimo nervo causa hipotonia dos 23 músculos
faciais inervados por ele, sendo que toda a hemi face ipsilateral à lesão
estará comprometida, em maior ou menor grau de acometimento (Bento e
Barbosa, 1994; Rosson e Redett, 2008).
O grau de recuperação da função facial depende do tipo de lesão
(neuropraxia, axonotmese ou neurotmese), duração do período de
desnervação, conexões motoras e sensoriais (direcionamento do
crescimento das fibras nervosas), grau de reinervação (quantos axônios
regeneram), e estado do músculo (Irintchev e Wernig, 1994).
Sunderland (1990) classificou o grau de lesão neural em 03 grupos:
Neuropraxia: bloqueio fisiológico sem degeneração Walleriana, em que
há a melhora dos movimentos assim que a causa da lesão é aliviada,
observando-se regeneração completa dos axônios e nenhuma seqüela.
Axonotmese: ocorre um lapso neural parcial dos axônios e bainhas de
mielina, mas o tubo endoneural continua intacto. Há degeneração
Walleriana, sendo que a célula nervosa poderá se recuperar ou se
degenerar. No local lesado podem crescer brotos a procura de um axônio
distal, podendo ocorrer a regeneração cruzada, uma das causas de
sincinesias.
5
Neurotmese: é o grau mais severo de lesão, sendo que o tubo
endoneural é rompido, degenerando o segmento distal do nervo. Os
axônios se multiplicam neste local e se agrupam formando o neuroma de
ponta, sendo que somente por meio de cirurgia e reaproximação das
extremidades pode-se favorecer a regeneração dos axônios
seccionados.
A evolução da PFP está bem dividida em duas fases. A inicial é a fase
flácida, quando há ausência do impulso neural e a segunda é a fase de
seqüelas, quando a recuperação motora não é completa e a reinervação se
faz de forma aberrante (Moran e Neely, 1996; Bernardes et al., 2004).
Na fase aguda, a PFP caracteriza-se por flacidez generalizada da
musculatura do lado paralisado (musculatura desnervada), onde se observa
no repouso do lado paralisado (comparando-se ao lado normal) interrupção
de rugas na testa no lado paralisado; olho mais alargado e/ou pálpebra
inferior caída do lado afetado; queda da asa do nariz do lado afetado; rima
naso-labial apagada ou ausente do lado afetado; queda da comissura labial
do lado afetado; filtro labial desviado para o lado não afetado. Com a
observação do comportamento do lado paralisado durante o movimento
voluntário (comparando-se ao lado normal) verifica-se na testa a diminuição
ou ausência de movimento tanto à elevação quanto à contração; nos olhos o
fechamento é incompleto com presença de gap e piscadas assincrônicas;
nariz com elevação ausente ou incompleta; lábios com protrusão desviada
para o lado não afetado com diminuição ou ausência do movimento e
retração com diminuição ou ausência do movimento; ao vedamento labial
6
nota-se incompetência do lado afetado com escape de ar ao inflar as
bochechas. Estas por sua vez mostram grande amplitude de movimento do
lado afetado à sucção geralmente é possível à custa da pressão negativa na
cavidade oral e observa-se bochecha sem resistência sendo bastante
“sugada” entre as arcadas do lado afetado (Goffi Gomez et al., 2004;
Bernardes et al., 2008) (Figura 1).
7
Figura 1: paciente com paralisia facial periférica à direita,
características da fase flácida:
- interrupção de rugas na testa no lado paralisado;
- olho mais alargado e/ou pálpebra inferior caída do lado
afetado;
- queda da asa do nariz do lado afetado;
- rima naso-labial apagada do lado afetado;
- queda da comissura labial do lado afetado;
- filtro labial desviado para o lado não afetado.
8
Na fase flácida a recuperação pode ser notada pelo início dos
movimentos nos segmentos faciais, até sua completa recuperação, ou início
da reinervação. Com a reinervação axonal e a instalação das seqüelas o
trabalho miofuncional poderá diminuir, embora não elimine totalmente as
seqüelas (Novak, 2004; Goffi-Gomez, 2006).
Quando a paralisia é originada por alguma lesão iatrogênica,
traumática ou infecciosa, a possibilidade de degeneração Waleriana é maior
e também é esperado que a recuperação do paciente venha acompanhada
de seqüelas inerentes à regeneração neural natural (Devriese, 1998; Diels,
2000; Goffi Gomez et al., 2004).
A fase de seqüelas a PFP caracteriza-se por contratura e sincinesias,
definidas por Vanswearingen e Brach, 2003 como movimentos involuntários,
que acompanham o movimento desejado. Os autores enfatizam que as
sincinesias ocorrem somente do lado afetado pela paralisia.
As seqüelas são descritas na literatura como inerentes à regeneração
neural porque a recuperação das fibras nervosas geralmente ocorre de
forma supranumerária e desviada, podendo também haver falhas na
transmissão entre axônios adjacentes e hiperexcitabilidade nuclear (Moran e
Neely, 1996; Bajaj-Luthra et al., 1998).
À observação do indivíduo em repouso (comparado ao lado normal)
nota-se presença de rugas na testa no lado afetado; olhos mais estreitos ou
contraídos do lado comprometido, rima naso-labial mais pronunciada do lado
comprometido, filtro labial desviado para o lado comprometido; comissura
9
labial elevada do lado comprometido; evidenciando a presença de
contraturas. Com a observação do movimento voluntário (comparado ao
lado normal) nota-se testa com movimento incompleto e presença de
sincinesias; olhos com fechamento completo e presença de sincinesias;
nariz com movimento incompleto e presença de sincinesias; lábios com
protrusão desviada para o lado comprometido e presença de sincinesias,
retração assimétrica e presença de sincinesias; nas bochechas o lado
comprometido enche menos, devido à contratura muscular (Goffi Gomez et
al., 2004) (Figura 02).
10
F
Figura 2: paciente com paralisia facial periférica à esquerda,
características da fase de seqüelas:
-
presença de rugas na testa no lado afetado;
-
olhos mais estreitos ou contraídos do lado comprometido,
-
rima naso-labial mais pronunciada do lado comprometido,
-
filtro labial desviado para o lado comprometido;
-
comissura labial elevada do lado comprometido;
evidenciando a presença de contraturas.
11
Com a descrição das duas fases acima, é possível evidenciar que elas
apresentam-se com características bem diferentes, porém faltam recursos
objetivos de identificação da evolução dos quadros (Bernardes et al., 2004).
Durante a fase aguda, a melhora é notada pelo início dos movimentos nos
segmentos faciais, até sua completa recuperação, ou início da reinervação.
Com a reinervação axonal e a instalação das seqüelas o trabalho
miofuncional poderá diminuir, embora não elimine totalmente as seqüelas.
O grau de comprometimento motor da face é de difícil determinação,
pois atualmente os métodos de avaliação facial muitas vezes empregados
são subjetivos e não são capazes de demonstrar o verdadeiro
comprometimento motor facial, seja na fase flácida da doença ou na fase de
seqüelas .
A determinação precisa do grau de comprometimento motor da face
consiste em parte importante da avaliação de pacientes com PFP e interfere
nas decisões terapêuticas de cada caso. Assim, a evolução de um paciente
pode ser monitorada adequadamente e a resposta ao tratamento melhor
avaliada (Scriba et al., 1999; Mitre, 2001; Coulson et al., 2002; Linstrom,
2002).
O Comitê de Doenças do Nervo Facial da Academia Americana de
Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço recomenda o método
de graduação da PFP proposto por House e Brackmann (1985) como
referência e modelo comparativo para qualquer outro método proposto,
apesar de ser absolutamente subjetivo.
12
Vários centros de reabilitação do nervo facial se preocupam em usar
instrumentos de avaliação clínica que evidenciem a fase de evolução da
PFP tentando classificá-la da melhor forma. House e Brackmann (1985)
propuseram um sistema de graduação facial, mundialmente usado e
recomendado pela Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia
de Cabeça e Pescoço. Estabeleceram uma escala de seis categorias das
funções faciais, atribuíram grau I para função normal, grau II para disfunção
leve, grau III para disfunção moderada, grau IV para disfunção
moderadamente severa, grau V para disfunção severa e grau VI para
paralisia total.
Ross, Fradet e Nedzelski (1996) apresentaram um protocolo
denominado Sistema de Graduação Facial (FGS), o qual pontua os sinais
obtidos em repouso, as funções de cada segmento facial e a presença de
sincinesias, amplamente difundido nas publicações que abordam a evolução
do tratamento da paralisia facial (Brach e Vanswearingen, 1999; Diels,2000;
Novak, 2004).
Na paralisia facial periférica, muitas pesquisas são realizadas com a
EMGs voltadas para uso do biofeedback (retroalimentação) em busca de
formas objetivas de identificar variações mínimas na atividade muscular e
obter elementos para a constatação da evolução do tratamento não-cirúrgico
da paralisia facial periférica.
Brudny (1991), Ross (1991), Brach (1997), Diels (1994), Diels (2000),
Henkelmann e May (2000), Nakamura et al. (2001), Cronin e Steenerson
(2003) e Novak (2004) utilizaram a técnica de biofeedback - EMGs em
13
pacientes com seqüelas de paralisia facial e concluíram que o biofeedback
EMGs é um dos mais efetivos instrumentos de re-educação facial
neuromuscular, por demonstrar diminuição significativa das sincinesias.
Vanswearingen (2008), referiu que o biofeedback EMGs pode ser
usado para reeducação muscular nos tratamentos de PFP durante a
constatação de poucos movimentos ou até mesmo na ausência de
movimentos para dar ao paciente um feedback preciso e imediato das
tentativas que o paciente faz de aumentar a atividade da musculatura facial.
Nos casos de sincinesia o biofeedback EMGs gera informações sobre as
tentativas feitas pelo paciente para diminuir esta atividade muscular anormal,
enquanto mantém ou aumenta a atividade dos músculos que tentaram
realizar a ação facial.
Bernardes e Franco (2008) associaram a técnica do biofeedback
EMGs à Fonoaudiologia e Estética da Face com o objetivo restabelecer a
simetria do sorriso em um paciente com seqüela de paralisia facial periférica,
ao final da décima sessão do biofeedback EMGs, a média do músculo
depressor de lábio inferior esquerdo baixou para 16,04 µV, ficando assim
bem próxima da média do músculo depressor de lábio inferior direito que foi
de 14,79 µV. Os músculos zigomáticos da hemiface direito obtiveram um
aumento na média, passando para 22,87 µV, enquanto os músculos
zigomáticos da hemiface direito obtiveram 21,88 µV de média, evidenciando
uma simetria nas amplitudes das ondas dos músculos treinados.
O uso do biofeedback EMGs como adjuvante no tratamento das
paralisias faciais já está consagrado, entretanto o valor da atividade
14
eletromiográfica da musculatura mímica em casos de PFP e sua
contribuição para o diagnóstico e evolução dos casos estão pouco
explorados na literatura.
A eletromiografia com eletrodo de superfície pode ser definida como
um método de avaliação das condições da musculatura humana, tanto no
seu estado normal quanto no patológico. O eletromiógrafo registra o
potencial de ação das fibras musculares nos pacientes sintomáticos e
assintomáticos, utilizando eletrodos bipolares de superfície instalados sobre
a pele da região a ser examinada (Tessler, 2000).
A utilização da EMGs é recente em fonoaudiologia, tendo como
objetivo auxiliar no diagnóstico e tratamento dos distúrbios motores orais,
nas alterações da deglutição, mastigação e fala (Van Lieshout et al., 1993;
Genaro, 1995; Marchiori e Vitti, 1996; Schievano, 1997; Silvério, 1999; Tomé
e Marchiori, 1999; Rodrigues, 2001; Rahal, 2002; Rahal e GoffiGomez, 2007;
Andrade, 2008).
Como é um exame indolor e não invasivo, uma vez que o eletrodo de
superfície é posicionado sobre a pele permitindo que o paciente execute o
movimento ou função solicitada de maneira relaxada, podendo realizá-la
repetidas vezes é de grande valia no acompanhamento das terapias
miofuncionais orofaciais (Rahal, 2004).
15
2. OBJETIVO
Avaliar o padrão da atividade eletromiográfica na hemiface normal e
na hemiface afetada nos casos de PFP, em seus dois extremos de evolução:
musculatura sem aporte neural (fase flácida) e musculatura após a
regeneração neural aberrante (fase de seqüelas); avaliar a relação da
atividade eletromiográfica entre os dois lados da face em casos de paralisia
facial periférica e em indivíduos normais; e determinar se a relação da
atividade eletromiográfica entre as duas hemifaces é capaz de identificar a
presença de sincinesias.
16
3. REVISÃO DA LITERATURA
Vários centros de reabilitação da PFP propõem métodos objetivos que
não dependem do julgamento subjetivo do examinador.
Ohyama et al. (1985), utilizaram a eletromiografia com eletrodos de
agulha para realizar uma análise computadorizada através da qual
reproduziam os movimentos faciais (franzir a testa, fechar os olhos, piscar,
sorrir e encher as bochechas) em uma figura topográfica colorida.
Concluíram que a técnica era de fácil realização e reprodutibilidade, assim
como quantificava o menor movimento mímico dos pacientes com PFP. Os
mesmos autores realizaram em 1988 uma pesquisa semelhante utilizando
trinta e três pacientes com paralisia de Bell para documentar a quantidade e
tempo de evolução da doença. Ressaltaram que a técnica pode ser utilizada
como um dos métodos propostos para graduar a perda dos movimentos
faciais na prática clínica.
Wood (1994) utilizou um software de computador para gerar uma
escala na qual criou um sistema de mensuração do movimento facial normal
comparada com os movimentos de elevação do supercílio e de sorriso. Os
autores avaliaram onze indivíduos normais e concluíram que estes
apresentaram grande variabilidade entre os lados da face.
Neely et al. (1996) realizaram através de um software de computador
uma técnica de subtração de imagens da face em repouso e nas expressões
faciais. Avaliaram vinte e sete pacientes com PFP e ressaltaram que com
17
este método puderam classificar objetivamente as alterações faciais
observadas.
Bajaj-Luthra (1998) usou a documentação fotográfica para avaliar
pacientes com PFP e indivíduos normais. Foram feitas marcações nas
regiões da face onde eram visíveis as sincinesias e depois realizado o
registro fotográfico. Concluiu que ocorria um movimento da boca durante a
movimentação dos olhos dos pacientes com PFP, e nos casos de indivíduos
normais este movimento ocorria de forma simétrica.
Scriba et al. (1999) , utilizaram a técnica digitalização de imagens da
face em vinte voluntários sem alterações faciais e concluíram que há uma
assimetria fisiológica entre 7 a 9% na movimentação facial de indivíduos
normais.
Pennock et al. (1999) estudaram 16 voluntários sem históricos de PFP
e correlacionaram o resultado eletromiográfico do músculo frontal com a
medida da elevação da sobrancelha dos mesmos indivíduos. Para uma
elevação de um cm da sobrancelha alguns sujeitos precisaram de 18 µv
enquanto outros necessitaram de 135 µv. Concluíram que existe uma ampla
variação entre a atividade muscular e o movimento facial resultante.
Gilhuis et al. (2001) utilizaram a EMG com eletrodo de agulha para
avaliar o estudo de caso de um paciente com PFP pós exérese de
schwannoma do vestibular no ângulo ponto cerebelar esquerdo. Após três
meses da cirurgia o paciente apresentou respostas fracas para os
segmentos labiais, mentuais e nasais à hemiface esquerda nos potenciais
18
da EMG. Os autores ressaltaram que a reinervação contralateral na PFP é
um fenômeno desconhecido para muitos clínicos e recebem pouca atenção
na literatura. Concluíram recomendando que a EMG deve ser utilizada não
apenas para demonstrar a reinervação mas também para determinar a sua
origem.
Coulson (2002) investigou a simetria dos lados direito e esquerdo da
face em quarenta e dois sujeitos sem histórico de PFP, através de um
programa de computador (Expert Vision Motion Analysis System), o qual
realizava uma quantificação tridimensional dos movimentos da face.
Concluiu que a movimentação tridimensional da hemiface esquerda foi
significativamente maior que do lado direito. A diferença variou de 0,48mm a
2.28mm entre os lados direito e esquerdo da face. O autor concluiu que esta
diferença deve ser levada em consideração para a criação de uma linha
base de movimentação normal da face.
Listrom (2002) estudou o movimento linear em locais pré-
determinados da face de trinta e quatro indivíduos normais e vinte e seis
pessoas com PFP através do sistema interativo de computador-vídeo.
Adesivos refletores foram aderidos à pele e as expressões faciais de sorriso
fechado e olhos fechados foram avaliadas. O método detectou
acuradamente e quantificou mudanças sutis e visíveis na função facial. A
sensibilidade do aparelho mediu 95% da assimetria das expressões faciais
para os sujeitos com PFP e verificou que nestes indivíduos a movimentação
do lado normal da face foi significativamente excessivo de 27 a 35%
19
dependendo da expressão ressaltando que os pacientes com PFP exageram
no lado não afetado como um esforço para mover o lado afetado.
Bernardes et al. (2003), realizaram um estudo eletromiográfico dos
músculos faciais em cinco indivíduos normais e cinco pacientes portadores
de PFP em fase flácida. Concluíram que nos indivíduos normais a média
eletromiográfica para ambos os lados da face foi semelhante, enquanto nos
pacientes com PFP a média eletromiográfica para ambos os lados da face
foi diferente, demonstrando o comprometimento da musculatura facial devido
à lesão do nervo facial.
Deleyiannis et al. (2005) avaliaram 6 pacientes após cirurgia de Sling
Fascial, através da EMG com eletrodos de superfície com o objetivo de
examinar se houve melhora na atividade muscular dos pacientes após o
procedimento. Concluíram que a EMGs realizada após o procedimento
demonstrou aumento da atividade do músculo zigomático maior em todos os
pacientes, tanto no pico máximo quanto nas médias eletromiográficas.
On et al. (2007) avaliaram 30 pacientes com PFP através da
Eletromiografia com eletrodos de agulha e concluíram que a correlação da
EMG de agulha com o exame clínico foi alta quando a sincinesia visível
estava presente, porém a EMG superou a avaliação clínica para a
determinação de sincinesias discretas que não foram vistas à inspeção
visual. Neste mesmo estudo os autores comparam os resultados da EMG
com a escala subjetiva FGS e relataram que em 65% dos pacientes com
pequenos movimentos ou ausência de movimentos no músculo orbicular do
olho em exame clínico, estes foram detectados através da EMG.
20
Mitre (2008) propôs um método objetivo para graduação da
motricidade facial em indivíduos normais e em portadores da paralisia facial
periférica unilateral, foram estudados quatorze indivíduos voluntários
normais e trinta e cinco indivíduos com diagnóstico de PFP unilateral, o
método constou de avaliação fotográfica e de mensuração de distâncias
entre pontos faciais pré-determinados. Concluiu-se que o método utilizado é
objetivo, possibilitou estabelecer dez faixas do índice de percentual global de
assimetria facial e o índice de concordância com o sistema de graduação de
House e Brackamnn foi de 85,71%.
21
4. CASUÍSTICA E MÉTODO
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA CASUÍSTICA
Foram estudados indivíduos com diagnóstico de PFP unilateral que
foram atendidos no Ambulatório de Paralisia Facial do setor de
Fonoaudiologia da Divisão de Clínica Otorrinolaringológica do Hospital
das Clínicas da FMUSP, no período de janeiro a dezembro de 2006, que
preencheram os seguintes critérios:
Critérios de inclusão:
- Paralisia facial periférica unilateral de qualquer etiologia;
- Idade entre 18 e 69 anos;
- Ambos os sexos.
Critérios de exclusão:
- Paralisias faciais prévias;
- Paralisia facial periférica congênita;
- Presença de barba;
- Lesões faciais que interfiram no contato dos eletrodos.
Trinta e quatro indivíduos preencheram os critérios acima.
O grupo controle foi constituído de 20 indivíduos voluntários, sem
história de paralisia facial, traumas de face ou anomalias craniofaciais.
22
Este trabalho foi submetido e aprovado pela Comissão de Análise de
Projeto de Pesquisa (CAPPesq) da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo sob o protocolo nº 313/05 (Anexo A).
Os pacientes foram informados do trabalho a ser realizado por meio
do termo de Consentimento Livre e Esclarecido do Hospital das Clínicas
da FMUSP, e incluídos no estudo após sua assinatura (Anexo B).
23
4.2. PROCEDIMENTOS
As pacientes com PFP e o grupo controle foram submetidos aos
seguintes procedimentos:
- Classificação de House-Brackmann;
- Avaliação eletromiográfica de superfície.
O mesmo examinado classificação todos os sujeitos e realizou a
avaliação EMGs sempre no mesmo local e no período matutino.
24
4.3. CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA
A classificação da paralisia facial dos indivíduos com PFP foi
analisada pela proposta de HOUSE e BRACKMANN (1985) (Anexo C), no
mesmo dia da avaliação eletromiográfica.
Os indivíduos selecionados foram distribuídos em dois grupos de
estudo após a classificação com a escala de HB:
Grupo 1 (Fase Flácida): pacientes portadores de paralisia
facial periférica em fase flácida (musculatura desnervada).
Classificação de House e Brackmann V ou VI;
Grupo 2 (Fase Seqüela): pacientes portadores de
paralisia facial periférica em fase de seqüelas (musculatura
reinervada). Instalação do quadro superior ou igual a 90
dias e classificação de House e Brackmann III ou IV.
Durante a classificação da condição clínica da musculatura facial foi
identificada a presença de sincinesias durante os movimentos primários
de fechamento dos olhos, de protrusão labial e de retração labial. Para
tanto observou-se a manifestação associada de movimentos nos demais
segmentos da hemiface paralisada nos pacientes com paralisia facial ou
em qualquer das hemifaces nos indivíduos do grupo controle.
25
Figura 3: Equipamento utilizado para avaliação eletromiográfica de superfície
4.4. AVALIAÇÃO ELETROMIOGRÁFICA COM ELETRODOS DE
SUPERFÍCIE
A avaliação da atividade elétrica dos músculos da face foi realizada
por meio de registro eletromiográfico, usando equipamento MIOTEC com
software MIOTOOL 400, de 04 canais, filtro Passa Baixa, com eletrodos
de superfície descartáveis do tipo: Ag-AgCI mini med Kendal (Figura 3).
26
Os indivíduos foram examinados confortavelmente sentados em uma
cadeira com encosto vertical e com os pés apoiados em um tapete de
borracha.
Os eletrodos de superfície foram aderidos na região dos músculos
frontal, orbicular do olho, orbicular da boca e elevadores do lábio
superior/zigomáticos, com a seguinte disposição (Figuras 4 e 5):
02 eletrodos sobre o músculo frontal, um de cada lado da face,
02 cm acima das sobrancelhas, alinhados verticalmente à linha
média do globo ocular quando olhar à frente;
02 eletrodos sobre o músculo orbicular dos olhos, um de cada
lado da face, a 05 mm do canto externo dos olhos;
02 eletrodos sobre o músculo orbicular da boca, um de cada
lado da face, a 02 mm da comissura labial acompanhando a
rima naso-labial;
02 eletrodos sobre a região dos músculos elevadores do lábio
superior/zigomáticos, um de cada lado da face, a 01cm da
comissura labial inclinados em direção do canto externo dos
olhos;
01 eletrodo unipolar de referência no músculo
esternocleidomastoídeo direito.
27
FIGURA 4. posicionamento dos eletrodos nos músculos: frontal,
orbicular do olho e elevadores do lábio su
p
erio
r
/
zi
g
omáticos
FIGURA 5. posicionamento dos eletrodos nos músculos: frontal,
orbicular do olho e orbicular da boca
28
Foram solicitadas as seguintes provas para o registro da atividade
eletromiográfica de superfície:
elevação da testa
fechamento forçado dos olhos
protrusão labial (bico)
retração labial (sorriso)
Além disso, foram registradas as atividades eletromiográficas em
outros canais correspondentes aos outros grupos musculares durante a
atividade primária a fim de identificar a presença de sincinesias:
atividade dos lábios (no eletrodo que acompanha a rima
naso-labial) durante fechamento forçado dos olhos
atividade dos olhos durante protrusão labial
atividade dos olhos durante retração labial
Para cada prova foi solicitado ao paciente que realizasse o
movimento em esforço máximo e em seguida era iniciada a captação do
registro EMG durante 8 segundos. A média dos potenciais elétricos dos
músculos em micro volts (µv), durante os 8 segundos de cada contração
isométrica ao esforço máximo, foi calculada pelo software em root mean
square (RMS) (Figura 6 e 7).
29
Figura 6. Traçado do exame eletromiográfico de um paciente da fase flácida,
durante a prova de elevação de testa.
30
Figura 7. Traçado do exame eletromiográfico de um paciente da fase de
seqüela, durante a prova de protrusão labial.
31
5. ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística foi realizada utilizando-se o software Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) for Mac versão 16.0 (SPSS Inc,
Chicago, IL). Foi considerado como a atividade eletromiográfica de cada
segmento das hemifaces avaliadas (testa, olhos e lábios) durante cada
movimento (franzimento a testa, fechamento ocular, protrusão labial e
retração labial) o valor médio obtido durante os 8 segundos de registro
(em µV).
O índice eletromiográfico (IEMG) foi calculado através da divisão da
atividade eletromiográfica do lado acometido pela atividade do lado
normal.
Análise quantitativa: Os valores médios do IEMG entre os grupos
paralisia fase flácida, paralisia fase seqüela e controle foram comparados
utilizando-se o teste ANOVA one way. A distribuição normal (Gaussiana)
dos dados foi confirmada através do teste de Kolmogorov-Smirnov. A
análise pós-teste (post hoc) para identificação de entre quais grupos há
diferença foi realizada com o teste de comparações múltiplas de Tukey.
Análise qualitativa: Os valores de normalidade do IEMG foram obtidos
através do estudo do grupo controle, obtido pela divisão da atividade do
lado esquerdo pela atividade do lado direito. Foram considerados como
normais os valores compreendidos entre os percentis 5 (p5) e 95 (p95) da
distribuição dos dados excetuando-se valores considerados extrínsecos
32
(outliers)
1
. Os intervalos de normalidade do IEMG para cada segmento
das hemifaces avaliadas durante cada movimento estão apresentados na
tabela 1. Os valores dos IEMG encontrados nos pacientes dos grupos
com paralisia facial foram classificados como “baixo” ou “elevado” quando
se encontravam, respectivamente, abaixo ou acima do intervalo
compreendidos na tabela 1 para cada situação. As prevalências de
pacientes com índice de atividade eletromiográfica normal, baixo ou
elevado foram comparadas entre os grupos com paralisia facial (fase
flácida e seqüela) utilizando-se o teste do qui-quadrado.
Para ambas as análises qualitativa e quantitativa foram consideradas
como diferenças estatisticamente significantes quando os valores de p
foram menores que 0,05 (5%).
33
Tabela 1. Intervalo de normalidade do IEMG para cada segmento em cada
movimento obtido no grupo controle
Movimento
Segmento de
captação da
atividade EMG
Intervalo de normalidade
1
do índice eletromiográfico
Franzimento da testa Testa 0,59 – 1,39
Fechamento ocular Olho 0,59 – 1,28
Lábio 0,47 – 1,55
Protrusão labial Lábio 0,79 – 1,28
Olho 0,51 – 1,45
Retração labial Lábio 0,64 – 1,28
Olho 0,71 – 1,58
1: Intervalo entre percentis p5 e p95
EMG: eletromiográfica
Acurácia da utilização do índice na detecção de sincinesias: A
totalidade de indivíduos analisados (incluindo controles) foi dividida para
cada movimento analisado de acordo com a presença de sincinesias. Foi
construída uma curva ROC (receiver-operator characteristics) para
identificação do ponto de corte ideal no índice eletromiográfico para
diagnóstico de sincinesias. Foi considerado como ideal o ponto que
apresenta ao mesmo tempo sensibilidade e especificidade mais próximos
de 100%.
34
6. RESULTADOS
Os 34 (100%) pacientes portadores de PFP realizavam terapia
fonoaudiológica no setor de fonoaudiologia do ambulatório de paralisia
facial do Hospital das Clínicas.
Cada indivíduo com PFP foi submetido a uma avaliação
eletromiográfica em média 6,5 meses após a instalação da paralisia para
o grupo Fase Flácida (±10,14 dias) e 22 meses para o grupo Fase
Seqüela (±17,30 dias).
Os dados demográficos da amostra estão apresentados na tabela 2,
mostrando que a distribuição de idade entre os grupos é semelhante.
As médias dos valores absolutos de atividade eletromiográfica de
cada segmento da face avaliado no grupo dos 17 pacientes com paralisia
facial em fase flácida estão apresentadas na tabela 3 .
As médias dos valores absolutos de atividade eletromiográfica de
cada segmento da face avaliado no grupo dos 17 pacientes com paralisia
facial em fase seqüela estão apresentadas na tabela 4.
35
Tabela 2. Dados demográficos da amostra analisada nos grupos fase
flácida, fase de seqüela e grupo controle
Fase Flácida
(N = 17)
Fase Seqüela
(N = 17)
Grupo
Controle
(N = 20)
Idade (anos) 37,6 (±13,2) 48,1 (±10,0) 42,1 (±16,5)
Tempo de instalação da PFP
(meses)
6,5 (±10,1) 22,0 (±17,3) -
Etiologia
Idiopática 11 (64,7 %) 9 (52,9 %) -
Traumática 6 (35,3 %) 8 (47,1 %) -
Lado da Paralisia
Direito 7 (41,0 %) 5 (29,0 %) -
Esquerdo 10 (59,0 %) 12 (71,0 %) -
Grau de Paralisia – Escala HB
I - - 20 (100 %)
III - 7 (41,0 %) -
IV - 10 (59,0 %) -
V
4 (23,5 %) - -
VI 13 (76,5 %) -
Dados apresentados como média (± desvio padrão) ou N (%)
PFP : Paralisia Facial Periférica
HB: House-Brackmann
36
Tabela 3. Médias dos valores absolutos da atividade eletromiográfica (em
mµ) e seus respectivos desvios padrão, de cada segmento da face avaliado
no grupo fase flácida
Lado
Movimento
Segmento de
captação da atividade
EMG Paralisado Normal P
Franzimento testa Testa 34,0 ± 14,7 159,9 ± 57,0 < 0,001
Fechamento
ocular
Olho 31,8 ± 17,8 121,1 ± 48,1 < 0,001
Lábio 24,7 ± 15,6 53,9 ± 39,9 0,003
Protrusão labial Lábio 67,8 ± 35,8 223,6 ± 68,6 < 0,001
Olho 28,2 ± 14,3 36,1 ± 14,4 0,018
Retração Labial Lábio 37,1 ± 15,8 200,5 ± 94,1 < 0,001
Olho 31,5 ± 15,8 106,0 ± 71,4 < 0,001
EMG: eletromiográfica
37
Tabela 4. Médias dos valores absolutos da atividade eletromiográfica (em
mµ) e seus respectivos desvios padrão, de cada segmento da face avaliado
no grupo fase seqüela
Lado
Movimento
Segmento de captação
da atividade EMG Paralisado Normal P
Franzimento testa Testa 84,1 ± 63,0 137,7 ± 80,0 0,006
Fechamento
ocular
Olho 79,5 ± 53,4 122,2 ± 53,9 0,002
Lábio 89,2 ± 42,7 46,9 ± 29,8 < 0,001
Protrusão labial Lábio 124,6 ± 61,8 207,4 ± 52,0 < 0,001
Olho 66,4 ± 32,7 26,6 ± 11,7 < 0,001
Retração Labial Lábio 115,4 ± 68,1 187,1 ± 61,7 0,003
Olho 99,6 ± 54,0 114,7 ± 67,9 0,222
EMG: eletromiográfica
38
As médias e respectivos desvios padrão dos índices de atividade
eletromiográfica (IEMG) de cada segmento da face avaliado em cada
movimento estão apresentados na tabela 5 e representados graficamente
nas figuras 8, 9, 10, 11. A tabela 5 mostra que houve diferença
estatisticamente significante entre os grupos em todos os movimentos
analisados. Na análise post-hoc, a identificação de letras iguais mostra
que não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos
fase flácida e controle no olho durante a protrusão labial, e entre os
grupos fase seqüela e controle no olho e no lábio durante a retração
labial. Todas as diferenças entre os grupos nas demais situações foram
estatisticamente significantes.
39
Tabela 5. Médias dos IEMG de cada segmento da face avaliado nos três
grupos estudados
Grupo
Movimento
Segmento
de
captação
da
atividade
EMG
Paralisia
Fase Flácida
(N = 17)
Paralisia
Fase
Seqüela
(N = 17)
Controle
(N = 20) P
Franzimento
testa
Testa 0,23 ± 0,09
a
0,66 ± 0,38
b
1,0 ± 0,23
c
< 0,001
Fechamento
ocular
Olho 0,29 ± 0,19
a
0,67 ± 0,34
b
0,89 ± 0,28
c
< 0,001
Lábio 0,60 ± 0,32
a
2,11 ± 0,85
b
1,11 ± 0,28
c
< 0,001
Protrusão
labial
Lábio 0,30 ± 0,11
a
0,60 ± 0,22
b
1,04 ± 0,18
c
< 0,001
Olho 0,80 ± 0,35
a
2,59 ± 0,89
b
0,95 ± 0,42
a
< 0,001
Retração
Labial
Lábio 0,22 ± 0,12
a
0,71 ± 0,69
b
0,99 ± 0,18
b
< 0,001
Olho 0,37 ± 0,17
a
0,98 ± 0,43
b
1,04 ± 0,27
b
< 0,001
Legenda: a,b,c: letras-índices identificam as diferenças estatisticamente significantes
encontradas entre as médias dos grupos (teste de comparações múltiplas de Tukey)
EMG: eletromiográfica
40
Figura 8. Gráfico de barras de erros apresentando média e desvio padrão
do IEMG do movimento de elevação da testa nos grupos estudados
41
Figura 9. Gráfico de barras de erros apresentando média e desvio padrão do
IEMG do movimento de fechamento ocular nos grupos estudados
42
Figura 10. Gráfico de barras de erros apresentando média e desvio padrão
do IEMG do movimento de protrusão labial nos grupos estudados
43
Figura 11. Gráfico de barras de erros apresentando média e desvio padrão
do IEMG do movimento de retração labial nos grupos estudados
44
As tabelas 6 a 9 mostram que o IEMG do movimento primário tanto de
testa, olhos, como de protrusão ou retração lábios está abaixo dos IEMG
dos indivíduos do grupo controle em 100% dos pacientes em fase flácida,
com exceção do movimento dos olhos (88.2%). No grupo de pacientes
em fase de seqüelas, observou-se a presença de IEMG elevado de
movimentos associados principalmente no fechamento dos olhos e na
protrusão labial.
45
Tabela 6. Prevalência de pacientes com IEMG normal, baixo ou elevado no
segmento da testa em ambos os grupos estudados
Grupo
Movimento
Segmento
de
captação
da
atividade
EMG
Atividade
eletromiográfica
Paralisia
Fase
Flácida
(N = 17)
Paralisia
Fase
Seqüela
(N = 17) P
Elevação da
testa
Testa Baixa 17 (100%) 7 (41,2%)
Normal 0 (0,0%) 9 (52,9%) 0,001
Elevada 0 (0,0%) 1 (5,9%)
EMG: eletromiográfica
46
Tabela 7. Prevalência de pacientes com IEMG normal, baixo ou elevado no
segmento do olho em ambos os grupos estudados
Grupo
Movimento
Segmento de
captação da
atividade EMG
Atividade
eletromiográfica
Paralisia
Fase
Flácida
(N = 17)
Paralisia
Fase
Seqüela
(N = 17) P
Fechamento
ocular
Olho Baixa 15(88,2%) 7 (41,2%)
Normal 2 (11,8%) 9 (52,9%) 0,015
Elevada 0 (0,0%) 1 (5,9%)
Lábio Baixa 7 (41,2%) 0 (0,0%)
Normal 10(58,8%) 3 (17,6%) <0,001
Elevada 0 (0,0%) 14(82,4%)
EMG: eletromiográfica
47
Tabela 8. Prevalência de pacientes com IEMG normal, baixo ou elevado no
movimento de protrusão labial em ambos os grupos estudados
Grupo
Movimento
Segmento de
captação da
atividade EMG
Atividade
eletromiográfica
Paralisia
Fase Flácida
(N = 17)
Paralisia
Fase
Seqüela
(N = 17) P
Protrusão
labial
Lábio Baixa 17 (100%) 14 (82,4%)
Normal 0 (0,0%) 3 (17,6%) 0,23
Elevada 0 (0,0%) 0 (0,0%)
Olho Baixa 1 (5,9%) 0 (0,0%)
Normal 14 (82,4%) 1 (5,9%) <0,001
Elevada 2 (11,8%) 16 (94,1%)
EMG: eletromiográfica
48
Tabela 9. Prevalência de pacientes com IEMG normal, baixo ou elevado no
movimento de retração labial em ambos os grupos estudados
Grupo
Movimento
Segmento
de captação
da atividade
EMG
Atividade
eletromiográfica
Paralisia
Fase Flácida
(N = 17)
Paralisia
Fase Seqüela
(N = 17) P
Retração
labial
Lábio Baixa 17 (100%) 12 (70,6%)
Normal 0 (0,0%) 3 (17,6%) 0,05
Elevada 0 (0,0%) 2 (11,8%)
Olho Baixa 17 (100%) 7 (41,2%)
Normal 0 (0,0%) 7 (41,2%) 0,001
Elevada 0 (0,0%) 3 (17,6%)
EMG: eletromiográfica
49
Acurácia do índice eletromiográfico para detecção de sincinesia
Dos 54 indivíduos analisados, 13 (24,1 %) apresentavam sincinesia
detectada clinicamente no lábio durante o fechamento ocular e 15 (27,8
%) apresentavam sincinesia detectada no olho durante a protrusão labial.
Todos os indivíduos com sincinesia pertenciam ao grupo paralisia
facial – fase seqüela, sendo que todos os indivíduos deste grupo
apresentavam sincinesia em pelo menos um dos movimentos.
Os índices de atividade eletromiográfica entre indivíduos com e sem
sincinesia estão apresentados na tabela 10.
50
Tabela 10. IEMG entre indivíduos com e sem sincinesia no segmento do
lábio e do olho
Sincinesia
Sim Não
Movimento Segmento N Índice N Índice P
Fechamento ocular Lábio 13 2,43 ± 0,67 41 0,89 ± 0,40 < 0,001
Protrusão labial Olho 15 2,73 ± 0,84 39 0,91 ± 0,41 < 0,001
A figura 12 apresenta a curva ROC para diagnóstico da sincinesia no
lábio durante o fechamento ocular através do índice de atividade
eletromiográfica. A totalidade de indivíduos será diagnosticada
corretamente (com 100 % de verdadeiros positivo e 0 % de falsos
negativos) utilizando-se o valor 1,62 como ponto de corte.
51
Figura 12. Curva ROC (receiver-operator characteristics) para
diagnóstico clínico da sincinesia no lábio durante o fechamento ocular
através do IEMG
52
A tabela 11 demonstra que o ponto de corte que apresenta ao mesmo
tempo maior sensibilidade e especificidade é 1,79.
Tabela 11. Ponto de corte que apresenta ao mesmo tempo maior
sensibilidade e especificidade
Ponto de corte Sensibilidade Especificidade
1,21 100 % 82,1 %
1,33 93,3 % 82,1 %
1,48 93,3 % 84,6 %
1,51 93,3 % 87,2 %
1,52 93,3 % 89,7 %
1,64 93,3 % 92,3 %
1,79 93,3 % 95,9 %
1,89 86,7 % 95,9 %
1,98 86,7 % 97,4 %
2,07 86,7 % 100 %
A figura 13 apresenta a curva ROC para diagnóstico de sincinesia no
olho durante a protrusão labial. Conforme apresentado na curva e na
tabela 11 o ponto de corte que apresenta ao mesmo tempo maior
sensibilidade e especificidade é 1,79.
53
Figura 13. Curva ROC (receiver-operator characteristics) do IEMG utilizando-
se diferentes pontos de corte para diagnóstico clínico de sincinesia no olho
durante a protrusão labial
54
7. DISCUSSÃO
Segundo Coulson et al. (2002), Linstrom (2002), e Mitre et al. (2008)
para que um método de avaliação tenha utilidade clínica deve ser objetivo
permitindo que diferentes examinadores obtenham sempre as mesmas
respostas para um dado paciente em um determinado momento, além de
ser sensível o suficiente para detectar alterações clínicas importantes.
Melhor ainda é que o método seja de fácil realização, necessitando de
pouco equipamento. A EMG mostrou ser um método objetivo, de fácil
realização e sensível a ponto de detectar diferentes fases de evolução da
PFP.
A eletromiografia que utiliza uma agulha de inserção no músculo
como eletrodo de registro para a investigação da atividade elétrica motora
neuromuscular facial, é um exame difícil de ser realizado, acarreta
desconforto e dor na colocação de eletrodos de inserção, os quais
impedem o relaxamento voluntário da musculatura facial (Lazarini e
Figueiredo, 2006). A EMG usada neste estudo não faz uso de eletrodos
de agulha e sim de eletrodos de superfície, os quais possibilitam ao
paciente a realização de diversos movimentos necessários para avaliar a
musculatura facial. Nosso estudo vem de encontro com os achados de
Ohyama et al. (1988), pois também utilizamos uma técnica (EMG) de fácil
realização e reprodutibilidade com a grande vantagem de não usar
eletrodos de agulha e sim os eletrodos de superfície.
55
No início da doença o indivíduo fica impossibilitado de movimentar a
face, devido à lesão no nervo facial. A EMG mostrou que nesta fase o
IEMG variou de 0,22 a 0,80. Com a evolução da doença o indivíduo
recupera a movimentação, porém muitas vezes chega a apresentar
seqüelas ao final do restabelecimento do nervo facial. Nesta fase a EMG
mostrou que o IEMG variou de 0,60 a 2,59.
Conforme analisado por Wood (1994), entre os indivíduos normais
existiu uma grande variabilidade entre os lados da face e Scriba et al.
(1999), que também encontraram uma assimetria fisiológica entre 7 a 9%
na movimentação facial dos indivíduos normais. Em nosso estudo o IEMG
dos indivíduos normais, sem histórico de alteração facial está entre os
percentis 5 e 95 que apresentou maior variação foi o movimento de lábios
(0,47-1.55). Atribuímos ao fato de cada indivíduo empregar uma
determinada força muscular específica, embora a ordem fosse de esforço
máximo da musculatura, cada indivíduo interpreta esta ordem de acordo
com seu padrão de força muscular. De acordo com os achados de
Pennock (1999) existe uma grande variação entre a atividade muscular e
o movimento realizado pelo indivíduo.
Nas tabelas 3 e 4 estão apresentados os valores absolutos da
atividade eletromiográfica em cada segmento avaliado em ambos os
grupos de paralisia facial. Podemos observar que os valores se diferem
bastante entre os grupos e até mesmo dentro do próprio grupo. Esse é
um dos motivos pelos quais a utilização de valores absolutos para a
caracterização da atividade eletromiográfica é desaconselhável dada à
56
influência de fatores como força empregada, além da posição dos
eletrodos entre outros aspectos. Sob essa consideração, neste trabalho
sugerimos a utilização do IEMG, índice relativo entre as duas hemifaces.
Segundo On et al. (2007) a EMG superou a avaliação clínica quando
detectou movimentos faciais que não foram observados clinicamente,
embora esse estudo tenha usado eletrodos de agulha, ele concordou com
nossa pesquisa, a qual detectou sincinesias através da EMGs em todos
os pacientes classificados clinicamente como na fase de seqüelas. Além
disso através da EMGs foi possível determinar o ponto de corte ideal no
IEMG para o diagnóstico das sincinesias. Nas sincinesias no lábio durante
o fechamento ocular a totalidade de indivíduos será identificada
corretamente (com 100 % de verdadeiros positivo e 0 % de falsos
negativos) utilizando-se o valor de IEMG de 1,62 como ponto de corte
(Figura 12). Para a identificação da sincinesia no olho durante a protrusão
labial o valor do IEMG no ponto de corte que apresenta a maior
sensibilidade (93,3%) e especificidade (95,9%) é 1,79 (Figura 13).
Neste estudo a EMGs foi capaz de identificar as fases de evolução da
doença (PFP), mostrando diferenças estatisticamente significantes entre
as médias do IEMG nos três grupos estudados em todos os movimentos
realizados, exceto no grupo fase flácida e grupo controle quando o
movimento era o de protrusão labial e o segmento analisado era o olho.
Nesses dois grupos não é esperada a captação de sinal elétrico no
segmento olho durante a protrusão labial (bico) pois não mexemos com
os olhos quando fazemos o bico. Por outro lado, no grupo de seqüelas é
57
comprovada e detectada através da EMGs a presença da sincinesia
lábio/olho, descrita por Vanswearingen e Brach (2003).
Outra diferença encontrada no nosso estudo que também não foi
estatisticamente significante foi no grupo de seqüelas com o grupo
controle quando o movimento era de retração labial e o segmento
analisado era o olho. Para este movimento com esforço máximo da
musculatura os músculos zigomáticos tracionam músculo orbicular dos
olhos, gerando assim as rugas de expressão ao redor dos olhos, como no
grupo de seqüelas já houve a reinervação do nervo facial e os músculos
zigomáticos já estão exercendo suas funções este movimento é captado
pelo eletrodo do segmento dos olhos assim como nos indivíduos do grupo
controle.
Quando analisamos o IEMG no grupo de fase flácida, observamos
que há uma prevalência de indivíduos com IEMG baixo nos movimentos:
elevação da testa (100%), fechamento ocular (88,2%), protrusão labial
(100%) e retração labial (100%), correlacionado com a avaliação clínica
dos pacientes, descrita por Bernardes et al., (2008). Enquanto ao
analisarmos o IEMG no grupo de fase de seqüelas observou-se que há
uma prevalência de indivíduos com IEMG normal na elevação da testa
(52,9%) e no fechamento ocular (52,9%) demonstrando a reinervação do
nervo facial descrita por Bernardes et al., (2004), porém com IEMG alto
neste movimento para o segmento lábio (82,4%) evidenciando a
sincinesia olho/lábio, referida por Goffi Gomez et al.,2008 (no prelo).
58
A figura 8 revela que o IEMG do movimento de elevação de testa é
estatisticamente diferente para todos os grupos estudados, mostrando o
IEMG bastante reduzido para o grupo em fase flácida, enquanto alguns
valores do grupo fase de seqüelas são semelhantes com o IEMG do
grupo controle. Esta semelhança de valores pode ser traduzida como que
alguns pacientes do grupo de seqüelas mostram reinervação com o IEMG
próximo a 1,0 ou seja, praticamente simétrica.
Na figura 9 observa-se que no fechamento ocular o IEMG do
movimento primário (olho) é estatisticamente diferente entre os grupos,
embora alguns valores são semelhantes revelando que a ação muscular
de alguns pacientes em fase de seqüelas pode ainda não ter sido
reinervada nesse segmento, enquanto que para outros a ação pode ser
praticamente simétrica (valores próximos a 1,0).
Observa-se ainda que na sincinesia de olhos com lábios, a ação de
lábios do lado paralisado (valores inferiores a 0,5) é significativamente
elevada no grupo seqüelas, com IEMG médio de 2,2 ou seja, a atividade
dos lábios do lado afetado (lado seqüela) é exacerbada em relação à
atividade dos lábios dos grupos flácido e controle.
Na figura 10 observa-se que a IEMG do movimento primário
(protrusão labial) é estatisticamente diferente entre os grupos, mostrando
valores próximos a 1,0 (simetria) no grupo controle e inferiores a 1,0 em
ambos os grupos com paralisia.
59
Por outro lado, a ação associada do músculo orbicular dos olhos é
simétrica tanto no grupo fase flácida como no grupo controle, enquanto
que no grupo fase de seqüela o IEMG atinge valores em até 3,4
revelando a ação exacerbada da musculatura dos olhos do lado da
paralisia durante o movimento de protrusão labial. E este é uma das
queixas mais freqüentes dos nossos pacientes, enquanto eles falam ou
mastigam os olhos fecham quase por completo.
A figura 11 mostra que o IEMG no movimento primário (sorriso) é
estatisticamente diferente entre os grupos, sendo que no grupo fase de
seqüelas a atividade varia desde ausência de movimento do lado
paralisado (valores semelhantes aos do grupo fase flácida) até valores
próximos a 1,0 (semelhantes aos valores do grupo controle).
A tabela 6 mostra que o IEMG da elevação de testa de 100% dos
pacientes do grupo fase flácida está abaixo do IEMG dos indivíduos do
grupo controle, enquanto que para o grupo fase de seqüela, esse índice
esteve baixo em 41,2% e alto em 52,9% dos casos. Somente em um
paciente (5,9%) mostrou atividade elevada o que poderia ser explicada
pela presença de contraturas.
A tabela 7 mostra que no IEMG da ação dos olhos no grupo fase
flácida, 88,2% dos pacientes têm atividade baixa e no grupo fase seqüela,
52,9% têm atividade normal, mostrando a presença da função muscular
pela reinervação do facial.
60
Enquanto à ação associada (sincinesia) nos lábios durante o
fechamento dos olhos, a musculatura do orbicular dos lábios no grupo
fase flácida mostra ausência de movimentação, nenhum paciente (0%)
obteve índice elevado, contrapondo com os pacientes da fase de
seqüelas onde 82,4% destes obtiveram IEMG elevado no segmento labial
enquanto fechavam os olhos.
A tabela 8 mostra que no movimento de protrusão labial, ambos os
grupos fase flácida e fase de seqüelas obtiveram pacientes com IEMG
baixo. Fase flácida com (100%) e fase de seqüelas com (82,4%),
entretanto neste mesmo movimento o segmento olho do grupo de
seqüelas foi elevado em (94,1%), valor este acima do próprio movimento
primário realizado pelo paciente, o que demonstra a presença marcante
da sincinesia lábio/olho, também evidenciada por Goffi Gomez et. al.,
2008 (no prelo).
A tabela 9 mostra que no movimento de retração labial, este também
possuiu os índices próximos nos dois grupos estudados, 100% dos
pacientes da fase flácida obtiveram IEMG baixo. Enquanto no grupo de
seqüelas, 70,6% dos pacientes apresentaram IEMG baixo, 17,6% dos
pacientes apresentaram IEMG normal e 11,8% dos pacientes
apresentaram IEMG elevado, demonstrando que o sorriso, sendo uma
função socialmente importante, está entre as mais difíceis de ser
recuperada mesmo após a reinervação, assim também relatado por
Bernardes e Franco (2008).
61
A tabela 10 mostra que todos os pacientes que apresentaram
sincinesia eram do grupo de seqüela e a sincinesia mais freqüentemente
encontrada é a boca/olho, ou seja, quando o paciente movimenta o
músculo orbicular da boca há uma movimentação involuntária do músculo
orbicular do olho, gerando um grande desconforto como já discutido
anteriormente.
As figuras 12 e 13 fornecem dados objetivos para discutir a alta do
paciente. Sabemos que quando as seqüelas já estão instaladas elas não
podem ser removidas, porém com o trabalho fonoaudiológico,
principalmente com o biofeedbackEMG referido pelos autores Diels
(2000); Henkelmann e May (2000); Nakamura et al. (2001); Cronin e
Steenerson (2003); Novak (2004); Vanswearingen (2008); Bernardes e
Franco (2008), elas poderão ser minimizadas, e o ponto de corte das
curvas ROC torna-se um valor objetivo para avaliarmos se o paciente
obteve diminuição ou não das sincinesias presentes.
O grau de comprometimento motor da face é de difícil determinação,
pois atualmente os métodos de avaliação facial muitas vezes empregados
são subjetivos e não são capazes de demonstrar o verdadeiro
comprometimento motor facial, seja na fase flácida da doença ou na fase
de seqüelas .
Para o tratamento adequado da PFP é imprescindível o diagnóstico
preciso. A avaliação da motricidade orofacial inicial dos pacientes deve
ser realizada através de um exame objetivo e que possa ser reproduzido
ao longo da evolução da doença, pois assim poderíamos descrever o
62
grau de comprometimento motor facial e reavaliá-lo a cada nova consulta
com o paciente. Dessa forma a determinação da alta em momento
adequado também pode ser feita com base em dados objetivos.
A eletromiografia de superfície mostrou ser uma avaliação objetiva
capaz de diferenciar as fases de evolução da paralisia facial e identificar
as seqüelas.
63
8. CONCLUSÃO
O padrão da atividade eletromiográfica mostrou ser estatisticamente
diferente entre os grupos em fase flácida e fase de seqüelas;
A relação entre as duas hemifaces é rebaixada nos pacientes em fase
flácida e pode tanto mostrar valores normais, elevados ou rebaixados
em indivíduos em fase de seqüelas;
O IEMG mostrou ser de alta sensibilidade e especificidade na
identificação das seqüelas.
64
9. ANEXOS
ANEXO A: Protocolo de aprovação da CAPPesq.
65
Anexo B: Termo de consentimento livre e esclarecido
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL
LEGAL
1. NOME DO PACIENTE:
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº: SEXO : .M F
DATA DE NASCIMENTO:......../......../......
ENDEREÇO: APTO:
BAIRRO: CIDADE:
CEP: TELEFONE:
II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
A avaliação da evolução da Paralisia Facial Periférica tem sido feita por meio de
métodos subjetivos, ou seja, pela simples observação das linhas de expressão no
repouso e durante os movimentos a mímica facial. A Eletromiografia de superfície
permite avaliar os movimentos faciais e fazer a comparação entre os lados da face. A
eletromiografia de superfície é um exame indolor e não invasivo. Os eletrodos de
superfície são colados sobre a pele da face e medem a atividade muscular do paciente,
sem interferir na realização do movimento ou função solicitada de maneira relaxada.
Entretanto não são conhecidos os valores da atividade eletromiográfica dos músculos
inervados pelo nervo facial tanto em indivíduos sem antecedentes de paralisia facial
como naqueles portadores de paralisia facial periférica aguda ou após reinervação.
O (a) senhor (a) está sendo convidado a participar voluntariamente desta pesquisa que
avaliará os valores eletromiográficos dos músculos da face.
Este estudo visa estudar a atividade eletromiográfica dos músculos inervados pelo nervo
facial em indivíduos normais e em pessoas portadoras de paralisia facial periférica.
O exame eletromiográfico será realizado no Departamento de Otorrinolaringologia do
HCFMUSP.
O (a) senhor (a) poderá não aceitar participar desta pesquisa sem que isso interfira no
seu tratamento no Hospital das Clínicas.
Essa participação não é remunerada e o (a) senhor (a) não precisará pagar por ela.
Após ter recebido todas as informações relacionadas ao estudo, eu,
_______________________________________________________,RGHC__________
certifico que a Fga. Daniele Fontes Ferreira Bernardes respondeu a todas as minhas
perguntas sobre o estudo e minha condição, e eu, voluntariamente, aceito participar
dele. Está entendido que eu posso retirar-me do estudo a qualquer momento, e isto não
modificará os meus cuidados médicos no presente e no futuro. Todas as informações a
meu respeito serão confidenciais.
Eu,_____________________________________________________RGHC__________
Concordo ainda que a documentação fotográfica seja usada para fins didáticos e
científicos, com eventual publicação da(s) minha(s) foto(s) sem necessidade de ocultar
traços fisionômicos, considerando-se que estes são essenciais para registrar a simetria
facial.
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que
me foi explicado, consinto em participar do presente Protocolo de Pesquisa.
São Paulo, de 200 .
assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal assinatura do pesquisador
66
Anexo C: Classificação de House-Brackman
Tradução do sistema de graduação da paralisia facial proposto por House & Brackmann (1985).
Grau Definição
____________________________________________________________________________
I. Normal Função facial normal em todas as áreas.
II. Disfunção leve Fraqueza leve notável na inspeção de perto.
No repouso: tônus e simetria normais. Motricidade:
movimento leve a normal da testa; habilidade de
fechar os olhos com esforço mínimo e leve assimetria;
habilidade de mover a comissura dos lábios com
esforço máximo e leve assimetria. Nenhuma sincinesia,
contratura ou espasmo hemifacial.
III. Disfunção moderada Diferença óbvia mas não desfigurante entre os dois
lados. Nenhum comprometimento funcional; sincinesia
notável mas não severa, contratura e/ou espasmo
hemifacial. No repouso: simetria e tônus normais.
Motricidade: movimento de testa leve a ausente;
habilidade de fechar os olhos com esforço máximo e
assimetria evidente; habilidade de mover a comissura
dos lábios com esforço máximo e assimetria evidente.
Pacientes com sincinesia evidente mas não
desfigurante, contratura, e/ou espasmo hemifacial
estão no grau III, independente da atividade
motora.
IV. Disfunção moderadamente Fraqueza evidente e/ou assimetria desfigurante. No
grave repouso: simetria e tônus normais. Motricidade:
nenhum movimento de testa; inabilidade de fechar os
olhos completamente com esforço máximo; movimento
assimétrico das comissuras labiais ao esforço máximo.
Os pacientes com sincinesia, contratura, e/ou espasmo
hemifacial suficientemente severos para interferir na
função, estão no Grau IV, independente do grau de
atividade motora.
V. Disfunção grave Somente movimentos suavemente perceptíveis. No
repouso: possível assimetria com queda da comissura
labial e apagamento ou ausência do sulco naso-labial.
Motricidade: nenhum movimento da testa; fechamento
incompleto dos olhos e somente movimento leve da
pálpebra com esforço ximo; movimento discreto da
comissura labial. Sincinesia, contratura e espasmo
hemifacial geralmente ausentes.
VI. Paralisia total Perda de tônus; assimetria, nenhum movimento;
ausência de sincinesia, contratura ou espasmo
hemifacial.
67
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