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INSTITUTO BIOLÓGICO
PÓS-GRADUAÇÃO
Rotaviroses em suínos:
Implicação dos efluentes da criação no ambiente
Marcelo Kenji Nishida
Dissertação apresentada ao Instituto
Biológico, da Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios, para
obtenção do título de Mestre em
Sanidade, Segurança Alimentar e
Ambiental no Agronegócio.
Área de Concentração: Sanidade
Animal, Segurança Alimentar e o
Ambiente
Orientador: Prof. Dr. Fábio Gregori
São Paulo
2009
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SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO
AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS
INSTITUTO BIOLÓGICO
Pós-Graduação
Av. Cons. Rodrigues Alves 1252
CEP 04014-002 - São Paulo SP
FOLHA DE APROVAÇÃO
Nome do candidato: Marcelo Kenji Nishida
Título:Rotavirose em suínos: Implicação dos efluentes da criação no ambiente
Orientador(a): Prof. Dr. Fábio Gregori
Dissertação apresentada ao Instituto
Biológico da Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios para
obtenção do título de Mestre em
Sanidade, Segurança Alimentar e
Ambiental no Agronegócio.
Área de Concentração: Sanidade
Animal, Segurança Alimentar e
Ambiental do Agronegócio
Aprovada em:
Banca Examinadora
Assinatura:____________________________________________________________
Prof. (a) Dr.(a):__________________________________________________
Instituição:____________________________________________________________
Assinatura:____________________________________________________________
Prof. (a) Dr.(a):__________________________________________________
Instituição:____________________________________________________________
Assinatura:____________________________________________________________
Prof. (a) Dr.(a):__________________________________________________
Instituição:____________________________________________________________
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DADOS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Núcleo de Informação e Documentação - Biblioteca
Instituto Biológico
Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Nishida, Marcelo Kenji
Rotavirose em suínos: implicação dos efluentes da criação no ambiente /
Marcelo Kenji Nishida. São Paulo, 2009.
Dissertação (Mestrado) Instituto Biológico (São Paulo). Programa de Pós-Graduação.
Área de concentração:.Sanidade Animal, Segurança Alimentar e o Ambiente
Linha de pesquisa: Sanidade suína.
Orientador: Fábio Gregori
Versão do título para o inglês: Rotavirosis in swine: implications of farm wastewater in
the environment.
1. Rotavirus 2. Meio ambiente 3. Suinocultura 4. Criações de baixa tecnificação 5.
Efluentes contaminados I.Gregori, Fábio II. Instituto Biológico (São Paulo). Programa
de Pós-Graduação III. Título
IB/Bibl /2009/015
IV
Agradecimentos
V
Dedico esta dissertação:
Para toda minha família, sem distinção;
Aos meus amigos da pós-graduação;
Aos meus amigos do colégio, no qual mesmo as interpéries do tempo não desgastou a
amizade, apenas se criou saudades;
A minha turma, 67, pelos 5 anos de vivência que apesar de breves, deixaram um legado de
irmandade para uma vida inteira;
Aos meus outros amigos no qual não citei, mas não por isso, menos importantes;
A todos os outros que me ajudaram direta e indiretamente em minha vida.
E ao meu futuro.
Meus agradecimentos vão a aqueles que tornaram este trabalho realidade e os dou para:
O meu orientador Fábio Gregori não pela orientação, mas também os momentos de
amizade e descontração;
A Leticie, pesquisadora do laboratório pelas ajudas, conversas e os bons momentos;
Ao Professor José Antônio Jerez da USP, por seus conselhos e pela orientação dada;
A pesquisadora Josete Garcia Bersano, por me auxiliar na na etapa de colheita de amostras
clínicas;
O Instituto de Zootecnia, em particular, os doutores Fernando Castro e Fábio Budiño pela
ajuda em contatar as propriedades de Nova Odessa;
A CATI, em especial ao Engenheiro Agrônomo José De Sordi Neto por auxiliar na coleta de
amostras em Nova Odessa;
O mestre Daniel Gonçalves Bruno (Emú) do VNP-FMVZ-USP, por me auxiliar na coleta de
amostra em Descalvado;
Todos os outros que injustamente tenha esquecido citar.
“Now this is not the end. It is not even the beginning of the end, but it is, perhaps, the
end of the beginning.”
Winston Churchill
VI
Resumo
VII
Resumo:
NISHIDA, M.K. ROTAVIROSES EM SUÍNOS: IMPLICAÇÃO DOS EFLUENTES DA
CRIAÇÃO NO AMBIENTE. São Paulo. 2009. Dissertação (Mestrado em sanidade animal,
segurança alimentar e ambiental no agronegócio) Instituto Biológico.
Os rotavírus são um dos principais agentes virais envolvidos na ocorrência de
gastroenterites em crianças e em animais de diferentes espécies. Sua elevada resistência
ambiental aliada à via de transmissão fecal-oral, torna-o um agente propício de se propagar
pela água, principalmente nos efluentes. O objetivo deste estudo foi o de se detectar a
circulação e eliminação de rotavírus das criações de suínos de baixa tecnificação no Estado
de São Paulo, Brasil, a partir de materiais fecais de leitões com diarréia e efluentes. As
amostras foram triadas em paralelo para detecção do rotavírus através da eletroforese em
gel de poliacrilamida (PAGE) e ELISA, sendo os resultados positivos confirmados por RT-
PCR (transcrição reversa - reação em cadeia pela polimerase). Foram colhidas 69 amostras
de 16 propriedades, das quais evidenciou apenas uma amostra positiva (1/69 ou 1,45%)
pela PAGE, proveniente de material fecal. Através do ELISA observou-se 19 (19/69 ou
27,53%) amostras positivas, dentre elas 12 de material fecal e 7 de efluentes. A RT-PCR
confirmou o resultado do PAGE e ELISA positivo de todas as amostras fecais e em 3
amostras de efluentes. O presente estudo demonstrou a presença do rotavírus em 6 de 16
(37,5%) das criações pesquisadas, das quais em 3 foram encontrados o vírus tanto no
efluente quanto nos animais, cujo manejo envolviam o despejo das excretas em solo direto,
aterro e caixa de decantação com posterior destinação a agricultura. Adicionalmente foram
definidos os genotipos G e P de rotavírus nestes materiais, sendo eles o G[5], G[10], P[6] e
P[7], sendo que em uma amostra pode ser definido o G[10] P[7]. Tais resultados
evidenciaram a eliminação de rotavírus no ambiente a partir dos efluentes das criações de
suínos apesar das práticas de manejo nelas adotadas, comprovando-se a necessidade de
se assegurar tratamentos de excretas que visem a sua inocuidade, não ambiental, mas
também microbiológica.
VIII
Palavras Chave: rotavírus, efluente, meio-ambiente, suíno
IX
Abstract
X
Abstract:
NISHIDA, M.K. ROTAVIROSIS IN SWINE: IMPLICATIONS OF FARM WASTEWATER IN
THE ENVIRONMENT. São Paulo. 2009. Dissertation (Mestrado em sanidade animal,
segurança alimentar e ambiental no agronegócio) Instituto Biológico.
The rotavirus is one of the most important viral agent of gastroenteritis in child and
animals from different species. The high environmental resistance and the fecal-oral way of
transmission make the rotavirus suitable to be transmitted by water, mainly by wastewater.
This present study seeks to detect the elimination and circulation of rotavirus in low
technified pig farms in São Paulo State, Brazil, from feces of piglets with diarrhea and
wastewater samples. These samples were submitted in a parallel screening scheme of
rotavirus detection through poliacrilamide gel electrophoresis (PAGE) and ELISA, which the
positive samples were further confirmed by RT-PCR (reverse transcription polimerase chain
reaction). From 16 properties, 69 samples were collected, which by PAGE only one sample
were positive (1/69 or 1.45%) from fecal sample and by ELISA 19 (19/69 or 27.53%)
samples were seen positive, which 12 were from fecal samples and 7 from wastewater
samples. The RT-PCR confirmed the positive PAGE and ELISA results in all fecal samples
and 3 wastewater samples. This study confirmed the rotavirus presence in 6 of 16 (37.5%)
researched farms, which in 3 of them, the virus were found both in animals and wastewater
samples. The excreta treatment found in these rotavirus positive wastewater farms were
direct soil wasting, landfill wasting and the use of stabilization pond with later use to
agriculture. Further, the G and P genotypes in these samples were definied as G[5], G[10],
P[6] e P[7], where one sample could be definied as G[10] P[7]. These results show the
rotavirus elimination from pig farm wastewater in spite of the given management, what
means the need of assuring microbiological and environmental safety in wastewater
treatments.
Keywords: rotavirus, wastewater, environment, swine
XI
Lista de Figuras
XII
Figura 1 (NISHIDA, 2007): Aspecto de uma suinocultura tecnificada. Destaca-se a alta
densidade animal, higiene, controle nutricional e infraestrutura. ........................................... 5
Figura 2 (NISHIDA, 2007): Exemplo de uma criação de suínos com baixa (ou nenhuma)
tecnificação. Observam-se o mal estado de conservação das instalações e entulho próximo
à baia de criação. ................................................................................................................. 6
Figura 3 (IBGE, 2009): Mapa político do Estado de São Paulo. As propriedades visitadas
neste estudo encontram-se nos municípios destacados em vermelho. ................................ 18
Figura 4 (NISHIDA, 2007): Emissão de efluente de criação de suínos diretamente em corpo
d´água.. ............................................................................................................................... 28
Figura 5 (NISHIDA, 2007): Tanque de decantação de efluentes danificado, apresentando
vazamento, presente em criação de suínos. ........................................................................ 28
XIII
Lista de Tabelas
XIV
Tabela 1: Destinação e tratamento de efluentes em granjas de suínos de baixa tecnificação
amostradas no presente estudo. São Paulo 2008............................................................. 27
Tabela 2: Resultados dos testes de PAGE e ELISA em amostras fecais e de efluentes de
granjas de criação de suínos. São Paulo 2008. ................................................................ 29
Tabela 3: Resultados dos testes de PAGE, ELISA e RT-PCR em amostras fecais e de
efluentes de granjas de criação de suínos, de acordo com o município de colheita. São
Paulo 2008. ...................................................................................................................... 32
XV
Lista de Abreviaturas
XVI
apud = citado por
bp = pares de base
BNDES = Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
°C = graus Celsius
°C / minuto = graus Celsius por minuto
CONAMA = Conselho Nacional do Meio Ambiente
DALY = ajuste de anos de vida por doença
DMSO = dimetil-sulfóxido
DNA = ácido desoxirribonucléico
DNAc = ácido desoxirribonucléico complementar
dNTP = nucleotídeos trifosfato (desoxi adenilato, desoxi guanilato, desoxi citidilato e desoxi
timidilato)
DTT = ditiotreitol
EDTA = ácido etilenoamino tetra-acético
et al. = e colaboradores
g = aceleração da gravidade terrestre (aproximadamente 9,8 m/s²)
HCl = ácido clorídrico
M = molar
mA = miliamperes
MgCl
2
= cloreto de magnésio
µg/mL = micrograma por mililitro
µL = microlitro
mL = mililitro
mM = milimolar
nº = número
NCDV = Nebraska calf diarrhea virus
nm = nanômetro
NSP = proteína não estrutural
partículas/mL = partículas por mililitro
PAGE = eletroforese em gel de poliacrilamida
PAHO = Organização Pan-Americana de Saúde
§ = parágrafo
PCR = reação em cadeia pela polimerase
pmol/µL = picomol por microlitro
p/v = peso por volume
pH = potencial hidrogeniônico
q.s.p. = quantidade suficiente para
XVII
VP = proteína viral
v/v = volume por volume
RNA = ácido ribonucléico
RT-PCR = reação em cadeia pela polimerase precedido por transcrição reversa
SDS = dodecilsulfato de sódio
TRIS = hidroximetil-aminometano
U = unidade internacional
UFP = unidade formadora de placa
WHO = Organização Mundial da Saúde
XVIII
Sumário
XIX
AGRADECIMENTOS .................................................................................... IV
RESUMO ..................................................................................................... VI
ABSTRACT.................................................................................................. IX
LISTA DE FIGURAS .................................................................................... XI
LISTA DE TABELAS................................................................................... XIII
LISTA DE ABREVIATURAS ......................................................................... XV
SUMÁRIO ............................................................................................... XVIII
1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................1
2. REVISÃO LITERÁRIA ................................................................................4
2.1. Suinocultura no Brasil ...............................................................................5
2.2. Efluentes ................................................................................................6
2.2.1. Aspectos legais .....................................................................................7
2.2.2. Implicações ambientais e sanitárias .........................................................9
2.2.3. Tratamento de efluentes ...................................................................... 11
2.3. Rotavírus .............................................................................................. 12
3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... 16
3.1. Propriedades ......................................................................................... 17
3.2. Amostras fecais e efluentes ..................................................................... 18
3.3. Detecção de rotavírus ............................................................................. 19
3.3.1. Preparo do material fecal e efluente....................................................... 19
3.3.2. Eletroforese de gel de poliacrilamida (PAGE) ........................................... 20
3.3.2.1. Extração do RNA viral para a PAGE ..................................................... 20
3.3.2.2. Preparo do gel de poliacrilamida ......................................................... 21
3.3.2.3. Condições de corrida eletroforética ..................................................... 21
3.3.2.4. Coloração com nitrato de prata .......................................................... 22
3.3.2.5. Interpretação dos resultados .............................................................. 22
3.3.3. Reação de ELISA ................................................................................. 22
3.3.3.1. Condições de teste ........................................................................... 23
3.3.4. Reação de RT-PCR ............................................................................... 24
4. RESULTADOS ......................................................................................... 26
4.1. Criações e tratamentos de água ............................................................... 27
4.2. Amostras fecais e efluentes ..................................................................... 29
4.2.1. Confirmação dos resultados por ELISA e RT-PCR ..................................... 32
5. DISCUSSÃO ........................................................................................... 34
6. CONCLUSÃO ........................................................................................... 42
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 44
8. ANEXOS ................................................................................................. 57
1
1 - Introdução
2
A suinocultura brasileira desempenha um papel importante na agroindústria nacional.
O país foi o quarto maior exportador e criador do mundo, produzindo 2.869,9 mil toneladas
(superado apenas pelos Estados Unidos, União Européia e a China) e fornecendo 528,195
mil toneladas em 2006 (perdendo apenas nos Estados Unidos, União Européia e Canadá),
gerando apenas de exportação neste ano 1,037 bilhões de dólares (Anuário brasileiro de
aves e suínos, 2007; ABIPECS, 2006). Além da contribuição econômica, a produção de
suínos também tem repercussões sociais, pois a produção suína no país foi responsável no
ano de 2002 pelo emprego de 730 mil pessoas diretamente e 2,7 milhões indiretamente
(ROPPA, 2002 apud GONÇALVES; PALMEIRA, 2006).
As criações atualmente caracterizam-se pelo sistema intensivo e elevado grau de
tecnificação e desempenho (GONÇALVES; PALMEIRA, 2006), porém, em contraste,
convivem com propriedades de tecnificação mínima, destinadas a um mercado fragmentado
com poucas práticas voltadas à sanidade ou qualidade, mas que, por sua vez, constituem-
se como fonte de renda e subsistência a estes trabalhadores (BNDES, 1995).
Paralelamente à produção, ocorre a geração de excretas e efluentes, estes últimos
definidos pela Organização Mundial da Saúde como todo líquido com excretas animais ou
humanas, sem resíduos químicos industriais, podendo também ser chamado de esgoto,
sendo atualmente objeto de intenso debate ambiental, social, tecnológico, sanitário e
econômico (WHO, 2006).
A Lei federal brasileira número 6.938 (de 31/08/1981), dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, e em seu artigo 3º, inciso 3º, entende como poluição “atividades
que direta ou diretamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população,
criem condições adversas às atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente a
biota, afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente e lancem matérias ou
energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos”. Nesse sentido, as
atividades ligadas à suinocultura, conduzidas sem procedimentos zootécnicos adequados e
atendimento às exigências legais, em princípio são poluidoras (SEGANFREDO, 2000). As
fezes de suínos apresentam-se ricas em nutrientes capazes de causar sérios problemas
ambientais, como a eutrofização. Estimativas apontam que 20 milhões de hectares de terras
agriculturáveis no mundo são irrigados com efluentes brutos, tratados e/ou parcialmente
diluídos, tornando necessários mais estudos quanto aos danos e riscos que esta prática
pode trazer (HAMILTON et al., 2006).
Além disso, os efluentes constituem-se numa importante via de transmissão de
agentes patogênicos virais, parasitários e bacterianos (RZEZUTKA; COOK, 2004; JAY,
2005; HAMILTON et al., 2006; WHO, 2006; SEGANFREDO, 2007).
3
Dentre os agentes virais, os rotavírus participam da etiologia da diarréia em animais
neonatos de diversas espécies e constituem-se no principal agente etiológico da
gastroenterite infantil, sendo responsável por cerca de 610.000 óbitos em crianças
anualmente, sobretudo em países emergentes (PARASHAR et al., 2006, KHAMRIN et al.,
2007). O agente encontra-se bastante disseminado tanto mundialmente como no Brasil,
tendo sido descrito por diversos autores tanto em animais quanto em humanos (ALFIERI et
al., 1999; GREGORI, 2003; KHAMRIN et al., 2007; STEYER et al., 2008).
Cabe ressaltar o caráter zoonótico dos rotavírus ou mesmo sua capacidade de
infecção inter-espécies, no qual os suínos são considerados como principal reservatório
para a diversidade genética e antigênica dos rotavírus humanos (PAHO, 2001; MARTELLA
et al., 2005; COOK et al., 2004).
A principal via de transmissão dos rotavírus é indireta, pelo contágio fecal-oral
(ESTES; KAPIKIAN, 2007), onde o ambiente de criação exerce um importante papel na
propagação do agente. As partículas virais são eliminadas pelos animais durante a fase
aguda da diarréia, em torno de 10
11
partículas/mL de fezes (KOOPMANS; DUIZER, 2004).
É bem conhecida a elevada resistência dos rotavírus às condições ambientais.
Segundo a WHO (2006) o vírus permanece viável por 60±16 dias em esgoto comum, ou até
mesmo infectantes em temperaturas tão altas quanto 50 °C (FAUQUET et al., 2005). Ramos
et al. (2000) demonstraram que a infectividade dos rotavírus suínos pode ser mantida por
um longo período de tempo (32 meses aproximadamente) a 10 °C em fezes, tornando
preocupante a possibilidade de serem veiculados através dos efluentes não-tratados e como
conseqüência, disseminarem-se para outras criações, espécies animais ou mesmo
humanos, através de um curso d'água.
Considerando a importância das rotaviroses tanto em animais quanto em humanos, e
dada a escassez de informações quanto a possível eliminação do agente em criações de
suínos de baixo grau de tecnificação, este trabalho tem por objetivos:
a) Pesquisar a ocorrência de rotavírus a partir de amostras fecais de suínos, oriundas de
diferentes criações de baixa tecnificação localizadas em municípios no Estado de São Paulo.
b) Detectar a presença de rotavírus nos efluentes destas criações;
c) Contribuir para o entendimento de possíveis implicações ambientais das rotaviroses
suínas e sua prevenção.
4
2 - Revisão literária
5
2.1 - Suinocultura no Brasil
O mercado de carne suína é de grande importância para o Brasil e muito embora
seja o quarto maior produtor e exportador do mundo, ainda um marcante potencial de
crescimento, sobretudo pelo fato de existirem terras passíveis de cultivo sem denegrir o
meio ambiente. A região de maior importância no país é a Sul, sendo responsável por 58,7%
da produção, porém, atualmente, a maior parte dos investimentos está direcionada para o
Centro-Oeste, contando com 14% do rebanho nacional (Anuário Brasileiro de Aves e Suínos,
2007).
Apesar dos elevados patamares de produção e sucesso obtidos, a trajetória da
suinocultura é recente no país. Com efeito, até o início do século XX, a produção era
rudimentar e destinada principalmente à subsistência, tornando-se então expressiva
décadas de 80 e 90, fruto da tecnificação do setor (GOYOS JÚNIOR, 2007; BNDES, 1995).
As criações industriais voltadas à exportação e mercado interno são caracterizadas
pela alta tecnificação (Figura 1), manejo intensivo, animais com alto valor genético e
rigoroso controle sanitário e nutricional, localizadas principalmente nas regiões Sul, Sudeste
e Centro Oeste do Brasil (GOYOS JÚNIOR, 2007).
Figura 1: Aspecto de uma suinocultura tecnificada. Destacam-se a alta densidade animal, higiene,
controle nutricional e a infraestrutura(NISHIDA, 2007).
6
Por outro lado, em algumas regiões coexistem suinoculturas de baixa tecnificação,
caracterizadas pelo baixo emprego de tecnologia (Figura 2) e geralmente voltadas à
subsistência, cuja participação no mercado interno é de 23% (GOYOS JÚNIOR, 2007;
BNDES, 1995).
Figura 2: Exemplo de uma criação de suínos com baixa (ou nenhuma) tecnificação. Observam-se o
mal estado de conservação das instalações e entulho próximo à baia de criação (NISHIDA,
2007).
2.2 - Efluentes
Os efluentes da suinocultura são uma mistura de água, fezes e urina, sem resíduos
químicos industriais (WHO, 2006), de composição química variável em função dos
elementos presentes na ração dos animais (PALHARES, 2007). Este último aspecto talvez
seja o grande entrave da utilização direta destes dejetos na agricultura industrial, devido à
demanda de um fertilizante homogêneo, nutricionalmente equilibrado e capaz de atender
uma escala correspondente às dimensões da plantação (SEGANFREDO et al., 2000).
7
2.2.1 - Aspectos legais
A Constituição Brasileira de 1988 foi a primeira da história do país a abordar
diretamente o meio ambiente (LENZA et al., 2008) tendo como influência a Declaração de
Estocolmo de 1972, reforçada ainda pela Declaração do Rio em 1992 e pelo Protocolo de
Quioto em 2002. De uma maneira geral são resguardados os seguintes princípios (PHILLIPI
JUNIOR, ALVES, 2005):
a) Ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa
humana. O meio ambiente saudável é parte integrada do direito humano não relativo ao
bem estar, mas também da saúde e a própria existência do homem.
b) Natureza pública da proteção ambiental. Os bens ambientais são de natureza pública.
Ninguém pode utilizar o meio ambiente à sua conveniência.
c) Obrigatoriedade da intervenção estatal. O Estado não pode se omitir de proteger o
meio ambiente.
d) Prevenção e precaução. Os danos no meio ambiente são de difícil correção e
indenização, portanto, deve-se evitar ao máximo possível quaisquer danos ambientais.
e) Participação. Permite que todos os interessados possam a participar no cuidado do meio
ambiente, mesmo que indiretamente.
f) Informação e notificação ambiental. As pessoas têm direito ao acesso e notificação ao
se tratar de matérias ambientais.
g) Educação ambiental. A educação sobre as questões ambientais deve atingir a todos,
tanto jovens como adultos e os menos favorecidos, ampliando e estimulando a consciência
ambiental.
h) Poluidor pagador. O impacto ambiental deve ser levado conta pelo agente econômico,
antes de realizar qualquer alteração do meio ambiente, impondo uma contribuição pelo seu
uso.
i) Desenvolvimento sustentável. Evitar o esgotamento econômico dos bens ambientais,
devido à exploração excessiva ou poluição.
j) Ubiquidade. Todo ato, desde a legislação até a exploração, deve levar em conta a
proteção do meio ambiente, ou seja, tudo que se pretende fazer, criar ou desenvolver deve
passar preliminarmente por um crivo ambiental.
As questões envolvendo os efluentes contextualizam-se tanto nas áreas de
conhecimento da Saúde Pública quanto do Ambiente, estabelecidas na Constituição Federal
8
de 1988 no artigo 225, que declara: “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”.
Prova disto, a partir das premissas anteriores e agora dentro do escopo das
legislações infraconstitucionais, a Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, em seu artigo
considera o saneamento como um fator determinante à saúde. Como definição, a Lei
6.938 de 31 de agosto 1981, artigo 3º, §3º, considera poluição as “atividades que direta ou
diretamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, criem
condições adversas às atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente a biota,
afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente e lancem matérias ou energia
em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. (BRASIL, 1981).
As punições dos agravos ambientais relacionadas aos efluentes estão previstas na
Lei 9.605 de 12 de fevereiro de 1998 e no Decreto 3.179 de 21 de setembro 1999,
neste último, em seu artigo 41, prescreve-se multa a quem “causar poluição de qualquer
natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que
provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa à flora”, caracterizando no
§1º como causador de poluição hídrica, todo aquele causar a interrupção do suprimento
público de água de uma comunidade em função das suas atividades devido ao lançamento
de resíduos em desacordo com as leis ou regulamentação. Complementarmente, o artigo nº
45, sujeita a multa quem “disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar
danos à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas.”
Apesar do Decreto-Lei 2.848 de dezembro de 1940, artigo 21, afirmar que o
desconhecimento não é motivo de escusabilidade, existem atenuantes e agravantes para a
pena, definidos pela Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (BRASIL, 1998).
No Estado de São Paulo, a Lei Estadual 12.300 de 16 de março de 2006, artigo
nº14, §1° a 8°, proíbe que efluentes sejam:
a) Lançados céu aberto in natura”, em redes de drenagem de águas pluviais, de esgotos,
eletricidade, telecomunicações e assemelhados;
b) Depositados inadequadamente e em locais sob regime de proteção especial ou sujeitas à
inundação;
c) Queimados a céu aberto;
d) Infiltrados no solo sem tratamento prévio e sem projeto aprovado pelo órgão de controle
ambiental estadual competente;
e) Utilizados para alimentação animal ou humana.
O artigo 16 desta mesma Lei, exige dos responsáveis pela contaminação ou
degradação ambiental causada por estes resíduos o dever de realizar a recuperação das
áreas e pelo artigo 48, de realizar o manejo ambientalmente adequado delas.
9
A Lei Estadual de São Paulo 9.509 de 20 de março de 1997, por sua vez,
regulamenta as penalizações impostas nos artigos 28 a 33, variando a infração desde uma
advertência, multa, embargo, até mesmo demolição ou confisco de bens, no qual a
gravidade tem como variante a reincidência, cumprimento das normas estabelecidas e os
danos causados.
Por último, os limites estabelecidos do despejo de poluentes estão na Resolução
357 de 17 de março de 2005 do CONAMA, artigos 14 a 17. Ela define padrões aceitáveis
de coliformes fecais, cianobactérias, resíduos tóxicos, metais pesados e características
físico-químicas (BRASIL, 2005).
2.2.2 - Implicações ambientais e sanitárias
A intensificação dos processos produtivos animais tornaram o desprezo de efluentes
das criações animais num sério desafio ambiental, sobretudo em função do montante de
dejetos produzidos atualmente ser insuportável para a natureza, caso fossem lançados
diretamente na natureza (HOODA et al., 2000; SEGANFREDO, 2007). Apenas como
exemplos do volume de esgoto criado na suinocultura, a engorda de 10.000 animais produz
poluição equivalente a uma cidade com 18.000 habitantes (TOWNSEND; BEGON; HARPER,
2006) e nos Estados Unidos, os processos de alimentação animal geram 100 vezes mais
resíduos efluentes que os serviços de esgoto doméstico (GERBA; SMITH JUNIOR, 2005).
As fezes de suínos são ricas em material orgânico, abundante de nitrogênio e
fósforos e se lançadas num corpo d´água pode levar à ocorrência de dois eventos distintos,
porém muito relacionados; a eutrofização e a anaerobiose, descritos a seguir (HOODA et al.,
2000; TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006; SEGANFREDO, 2007).
A eutrofização consiste na multiplicação excessiva de algumas algas unicelulares na
água, tornando sua superfície rica em oxigênio enquanto sua porção mais profunda
apresenta-se anaeróbia devido à falta de luminosidade. Com isso, gera-se uma dinâmica
própria, resultando na morte dos fitobentos (plantas e algas do substrato aquático) e animais
pela falta de oxigenação. Porém, as algas da superfície que se proliferavam pelo excesso de
nutrientes (principalmente o fósforo), dado o esgotamento destes últimos, passam a morrer,
evoluindo o sistema para uma anaerobiose (CHORUS; BARTRAM, 1999; TOWNSEND;
BEGON; HARPER, 2006).
A anaerobiose, por sua vez, pode ocorrer diretamente sem a necessidade prévia de
eutrofização, a partir do momento quando determinadas bactérias decompõem os detritos
10
orgânicos lançados, aumentando demasiadamente a demanda de oxigênio, cujo resultado é
a redução do teor deste gás na água. Ela se difere da eutrofização porque tanto a superfície
como o fundo da água permanecem com teores baixos ou mesmo ausentes de oxigênio.
Este processo também é extremamente prejudicial ao ambiente, pois a falta de oxigênio
mata praticamente toda a fauna e flora do local e faz com que a água tenha um odor
pungente (TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006).
Além dos processos de eutrofização e anaerobiose, a presença das fezes causa
degradação paisagística e perda de potabilidade. Quando lançamento das fezes no solo,
os impactos ambientais encontrados consistem na redução da fertilidade do solo com
acúmulo de metais pesados, multiplicação excessiva de moscas e na existência de um
lençol freático no subterrâneo, como risco de contaminação destas águas (SEGANFREDO,
2007).
No universo de problemas de saúde implicados pelos efluentes, as alterações dos
níveis nitrogênio devido o despejo de material fecal, causam efeitos tóxicos em humanos e
animais (TOWNSEND; BEGON; HARPER, 2006), como a metahemoglobinemia em
humanos, causada pela ingestão de elevadas quantidades de nitratos, cujas principais
vítimas são bebês e crianças que venham a consumir regularmente a água (WHO, 2006).
As fezes e água contaminada também são uma importante forma de contágio de
agentes causadores de doenças, entre eles parasitas, bactérias e vírus (JAY, 2005;
MEHNERT, 2003). Muitos destes contam com alta resistência ambiental, ou seja, não têm
dificuldade em permanecerem vários dias em ambiente adverso até estabelecerem uma
relação de parasitismo com um hospedeiro suscetível (WHO, 2006).
Dentre as zoonoses passíveis de se contraírem a partir do contato com excretas
suínas incluem-se a colibacilose (PELL, 1997), salmonelose, rotavirose, leptospirose (WHO,
2006) e hepatite E (KASORNDORKBUA et al., 2005).
A propósito, foi descrito o encontro de rotavírus em verduras e água potável
(HERNÁNDEZ et al., 1997; WALTER et al., 2001; KOOPMANS; DUIZER, 2004; RZEZUTKA
et al., 2004; JAY, 2005; HAMILTON et al., 2006; VAN ZYL et al., 2006). Outros exemplos
incluem adenovírus humano (HE; JIANG, 2005), bacteriófagos (HARWOOD et al., 2005) e
enterovírus bovino (LEY; HIGGINS; FAYER, 2002). Na realidade, estima-se que cerca de
150 agentes microbianos patógenos já tenham sido relacionados à transmissão por
efluentes (GERBA; SMITH JUNIOR , 2005).
11
2.2.3 - Tratamento de efluentes
O tratamento dos efluentes, como visto, é obrigatório por lei e a redução de agentes
patógenos na água é uma preocupação da engenharia sanitária (LIBÂNIO, 2005). Portanto,
existe a necessidade de uma correta destinação dos efluentes gerados, que por sua vez
implica num adequado tratamento dos mesmos, fazendo-se necessários investimentos e
orientação técnica correta (SEGANFREDO, 2007). Na falta de uma escala de produção que
possa gerar recursos financeiros suficientes, os pequenos criadores por vezes encontram
grandes dificuldades quanto ao acesso de soluções para a destinação dos resíduos
(PALHARES, 2007).
Na suinocultura, a compostagem é uma alternativa para a destinação de animais
mortos e dejetos sólidos, consistindo a técnica em estocar o material em condição de
anaerobiose e então utilizá-lo como fertilizante (PEDROSO-DE-PAIVA, 1987). Outra opção
é o uso de biodigestor, no qual as excretas são colocadas com água em ambiente anaeróbio.
Este meio propicia a geração do biogás, opcionalmente utilizado com finalidades de
aquecimento, e cuja parte sólida restante, assim como a quida, podem ser utilizadas na
agricultura, sem o odor desagradável. Por ser uma medida mitigadora do efeito estufa,
possibilita a venda de créditos de carbono, se forem atendidos os requerimentos para tanto.
O biodigestor, contudo, implica em investimento de capital maior em relação às outras
opções de tratamento de efluentes, nem sempre disponível ao produtor (PALHARES, 2007).
Entre os meios alternativos de baixo custo e não tradicionais, Brandão et al. (2007)
pesquisaram a viabilidade do uso de filtros de material orgânico, tendo sido avaliados casca
de arroz, casca de frutos do cafeeiro, bagaço de cana de açúcar, sabugo de milho,
serragem de madeira e fino de carvão vegetal, como componentes deste sistema. Dentre
eles, os autores observaram maior efetividade na retenção de matéria orgânica e minerais
utilizando-se o bagaço de cana e a serragem de madeira.
A lagoa de decantação (ou de estabilização) é um dos tratamentos mais utilizados na
suinocultura brasileira em função da sua eficiência e relativa facilidade de implementação. O
sistema compreende duas fases, sendo a primeira a decantação dos efluentes e uma
segunda etapa o tratamento da matéria orgânica, feito numa lagoa destinada a este fim com
a marcante ação de microorganismos que atuarão sobre este substrato (PERDOMO et al.,
1999). É considerado um método efetivo para eliminar bactérias, vírus e ovos de parasitas
(VARÓN; COLOMBIA; MARA, 2004).
12
2.3 - Rotavírus
O rotavírus pertence à família Reoviridae, gênero Rotavírus, cuja morfologia é
semelhante a uma roda radiada (do latim “rota”, significa roda) (FAUQUET et al., 2005),
acometendo animais de diferentes espécies e crianças, principalmente de até 5 anos de
idade (CARMO, 2006).
Na suinocultura, a rotavirose afeta principalmente animais de maternidade e creche
(entre 5 a 35 dias de vida), sendo altamente infecciosa, cujo principal sintoma é uma
gastroenterite de grau variável, aliado à inapetência, febre e eventualmente vômitos, com
duração entre 4 a 6 dias, podendo levar o animal à morte ou a infecção ser auto limitante.
Sua ocorrência acarreta, portanto, prejuízos ao produtor, em função da morte e refugo dos
animais, perda de uniformidade dos lotes e custos por tratamento de suporte (MORES et al.,
1987; PAHO, 2001).
A partícula viral do rotavírus mede aproximadamente 75 nm e possui um capsídeo
icosaédrico de 3 camadas protéicas não envelopadas com 60 espículas protéicas. Seu
material genético é um RNA de fita dupla, constituído de 11 segmentos e tamanho
aproximado de 18.000 pares de base. Das doze proteínas dos rotavírus, seis são estruturais,
denominadas VP (do inglês “viral protein”), sendo elas VP1, VP2, VP3, VP4, VP6 e VP7, e
outras seis não estruturais, NSP (no inglês Non-structural protein), a NSP1, NSP2, NSP3,
NSP4, NSP5 e NSP6, (ESTES; KAPIKIAN, 2007).
A camada exterior do vírus é composta pela VP7 e permeada por espículas
formadas de dímeros da VP4. A camada intermediária é constituída pela VP6, onde a VP4
está ancorada e a camada mais interna da partícula cujo componente é a molécula VP2,
que envolve as moléculas VP1, VP3 e o genoma (TANIGUCHI; URASAWA, 1995;
HOSHINO; KAPIKIAN, 2000; WARD et al., 2006).
Até o presente momento foram definidos 5 diferentes grupos de rotavírus, com base
na proteína viral VP6, sendo eles: A, B, C, D e E, admitindo-se a possibilidade de
adicionalmente mais dois: F e G. Os rotavírus do grupo A são os mais prevalentes na
maioria dos surtos em diferentes espécies animais, tanto que os demais são por vezes
denominados “rotavírus não-A”. Assim, embora existam diferenças entre os rotavírus do
grupo A, quer em amostras animais ou humanas, o diagnóstico imunológico destes vírus,
por exemplo através do teste de ELISA, é facilitado, já que todas as amostras conhecidas do
grupo A compartilham epítopos de reatividade cruzada, localizados na VP6 (FAUQUET et al.,
2005; ESTES; KAPIKIAN, 2007).
13
Outros epítopos, denominados antígenos de subgrupo, foram definidos
sorologicamente também com base na VP6 e têm sido usados como marcadores
epidemiológicos para os rotavírus do grupo A, dada a possibilidade de ajudar na
diferenciação das amostras (BISHOP, 1994).
Os rotavírus também podem ser classificados em sorotipos definidos pela reatividade
imunológica dos rus frente a duas proteínas: a “VP4” e “VP7”. Assim, o sorotipo do VP7 é
denominado G, pela VP7 ser uma glicoproteína e o sorotipo do VP4 é denominado P pela
VP4 ser protease sensível (HOSHINO; KAPIKIAN, 2000).
Entretanto, a sorotipagem de amostras apresenta algumas limitações principalmente
quanto ao acesso e desenvolvimento de anticorpos específicos necessários para os testes.
Houve, portanto, um incremento a partir da década de 1990 do uso de reações de Biologia
Molecular, que independem destes reagentes, entre elas a transcrição reversa de RNA
aliada à reação em cadeia pela polimerase (PCR) (GENTSCH et al., 1992; DAS et al., 1994;
GOUVEA; SANTOS; TIMENETSKY , 1994a, b; HOSHINO; KAPIKIAN, 2000).
Existe correlação biológica entre os genótipo e sorotipo G, fato este que não ocorre
quanto aos sorotipos e genótipos P, onde não concordância na classificação (ESTES;
KAPIKIAN, 2007), adotando-se por convenção, colocar os algarismos entre colchetes
quando se trata de um genótipo de P e ao ser um sorotipo, se escrever sem os colchetes
(HOSHINO; KAPIKIAN, 2000). As causas desta não concordância, entre outras, incluem os
mecanismos de diversidade evolutiva dos rotavírus, os quais incluem mutações pontuais,
rearranjo e a reestruturação (TANIGUCHI; URASAWA, 1995).
Até o momento presente, foram relatados 16 diferentes tipos G e 27 genótipos P,
com uma aparente predominância de certos genótipos infectando diferentes espécies
hospedeiras. Em suínos, os genótipos G3, G4, G5, G11, P[6] e P[7] são os mais
frequentemente detectados, muito embora existam relatos do encontro de amostras G1, G2-
like, G6, G8, G9, G10, P[13], P[19], P[23], P[26] e P[27] (KHAMRIN et al., 2007; MARTELLA
et al., 2007; PARRA et al., 2008; STEYER et al., 2008).
A via de transmissão do rotavírus é fecal-oral, contando com importante participação
do ambiente, água, alimentos e fômites (SAIF; ROSEN; PARWANI, 1994; COOK et al.,
2004; GRATACP-CAVALLIER et al., 2000). O vírus pode permanecer na criação ao ser
eliminado pelos animais sintomáticos como pelas porcas assintomáticas e causar surtos
quando há redução da imunidade do rebanho por estresse ambiental ou mudança de
manejo, dentre outros fatores (MORES et al., 1987).
A rotavirose tem um caráter zoonótico, amplamente revisado por Cook et al. (2004).
Segundo a Organização Pan-Americana da de Saúde, apesar do rotavírus ser um agente
espécie específico, ele pode infectar outros animais (FLORES et al., 1986 apud PAHO,
14
2001), mas de acordo com Estes e Kapikian (2007) a transmissão interespécies é rara.
Mesmo assim, a Organização Mundial de Saúde considera a rotavirose como uma zoonose
com possibilidade de ser transmitida pela água (WHO, 2004).
Entre relatos zoonóticos de rotaviroses no mundo, Nakagomi et al. (1992)
diagnosticaram uma amostra humana (Ro1845, sorotipo G3) de provável origem animal em
Israel; LAIRD et al. (2003), detectaram genótipos P pertencentes a rotavírus de origem suína
e canina no México; Banerjee et al. (2007) encontraram na Índia, a partir de amostras
humanas de crianças assintomáticas, um rotavírus G11P[25] no qual, os autores relatam a
possibilidade de uma interação zoonótica, ao considerarem que o genótipo G11 é mais
frequentemente encontrado em bovinos e suínos. Estes mesmos autores também
encontraram uma amostra G3P[3], cujo genótipo G3 mostrava maior identidade nucleotídica
com cepas animais, comparada às humanas.
No Brasil, Gouvea, Santos e Timenetsky (1994a) observaram a presença do sorotipo
humano G8 em amostra suína pela prova de PCR; Gabbay et al. (2008) detectaram por
PCR, rotarus do grupo C com características suínas em fezes de crianças na cidade de
Belém, Pará; e Mascarenhas et al. (2007) encontraram rotavírus humano com seqüências
nucleotídicas de VP4 e NSP4 semelhantes às de origem suína, também na cidade de Belém,
no Estado do Pará.
Foram desenvolvidos vários testes visando o diagnóstico de rotavírus, dentre eles a
microscopia eletrônica (BISHOP et al., 1973), imunofluorescência e imunomicroscopia
eletrônica (BRIDGER; WOODE, 1975), ensaio imunoenzimático (ELLENS; DELEEUW,
1977; GREGORI et al. 2000), radioimunoensaio (CUCKOR; BERRY; BLACKLOW, 1978),
co-aglutinação com proteína A do Staphylococcus aureus (DURIGON et al., 1991),
contraimunoeletroforese (CANDEIAS; ROSENBURG; RÁCZ, 1978) e reação em cadeia pela
polimerase precedido por transcrição reversa (GOUVEA et al., 1991; TANIGUCHI et al.,
1992), "real-time" RT-PCR (SCHWARZ et al., 2002).
A eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE) tornou-se uma importante técnica
laboratorial e epidemiológica na caracterização das amostras de vírus. Consiste em extrair o
RNA viral e observar os segmentos genômicos de acordo com a sua mobilidade
eletroforética (HERRING et al., 1982). Assim, ela permite a detecção de rotavírus de
qualquer grupo (ESTES; KAPIKIAN, 2007), dispensando o desenvolvimento de reagentes
imunológicos (HERRING et al., 1982), apesar de ter uma execução relativamente complexa,
dificultando o processamento em grande quantidade de amostras (JEREZ, 1997).
A técnica de ELISA é uma alternativa bastante sensível, específica e com maior
praticidade metodológica, mas depende diretamente da qualidade dos anticorpos
empregados e de sua disponibilidade (BEARDS et al., 1984; GREGORI et al., 2000). Apesar
do ELISA ser um método eficiente para detecção do agente, é importante que haja outras
15
técnicas confirmatórias da presença do vírus (MARKOWSKA et al., 1996). Atualmente, o
ELISA é empregado principalmente na detecção dos rotavírus do grupo A (PAHO, 2001).
A RT-PCR é uma técnica de alta sensibilidade e especificidade, no qual teoricamente
é possível detectar apenas uma partícula viral, mas em prática, o limiar se encontra entre
100 a 1000 partículas virais (WALTER, 2001). Outra característica da RT-PCR é a
possibilidade de se caracterizarem os genótipos virais em conjunto com a detecção
(GOUVEA et al., 1994a), desde que haja os primers adequados (GOUVEA et al., 1990).
Comparando as três técnicas anteriormente citadas mais a microscopia eletrônica,
Winiarczyk; Gradzki (2002) encontraram valores sensibilidade e especificidade respectivos
de 91,3% e 100% para PAGE, 78,3% e 100% para a microscopia eletrônica, 100% e 94,7%
para ELISA e 100% de e 98,7% para RT-PCR.
Com relação às suas características de persistência ambiental, os rotavírus
apresentam uma elevada viabilidade, estimada em 60±16 dias em esgoto comum (WHO,
2006); 7 meses no meio ambiente (ESTES; KAPIKIAN, 2007); temperaturas de 60°C, bem
como grande amplitude de pH, frente a uma diversidade desinfetantes conhecidos (RAMOS
et al., 2000).
A variação do tempo que o vírus se mantém estável está em função da temperatura
e condições ambientais, constatado por Walter (2001) ao encontrarem valores de
persistência de 14 dias no verão e 200 dias no inverno na Alemanha.
Favorece a sua persistência o elevado número de partículas virais eliminadas pelas
fontes de infecção, em torno de 10
11
partículas viáveis por grama de fezes (KOOPMANS;
DUZIER, 2004), enquanto a dose mínima de infecção é considerada apenas uma unidade
viral (WALTER, 2001).
A presença do rotavírus em efluente tratado já foi demonstrada em esgoto municipal
de Pequim (XE et al., 2008), em suínos nos Estados Unidos, a partir de amostras colhidas
em lagoa de decantação, biodigestor e compostagem, por Constantini et al. (2007),
mediante as técnicas de ELISA e PCR e também em águas fluviais no município de Manaus,
Amazonas, Brasil (MIAGOSTOVICH et al., 2008). Cabe ressaltar que a quantidade estimada
de partículas virais presente em efluentes geralmente é baixa, variando entre 10
2
a 10
4
partículas virais por litro, porém suficiente para infectar um hospedeiro (BATES; GODDARD;
BUTLER, 1984; DESSELBERGER, 1995 apud SCHWARZ, 2002; WHO, 2006 e WALTER,
2001).
16
3 - Materiais e Métodos
17
Neste capítulo estão descritos os materiais e metodologias utilizadas para a
realização deste trabalho.
Resumidamente, foi delineado um estudo transversal, com amostragem não-
probabilística, com o intuito de se diagnosticar a presença de rotavírus a partir de amostras
clínicas e efluentes mediante o emprego em paralelo das reações de Eletroforese em Gel de
Poliacrilamida (PAGE) e ELISA. Para a confirmação dos resultados de ELISA, foi
estabelecido o emprego em série do RT-PCR das amostras positivas. Os resultados foram
tabulados e analisados a concordância entre tais provas mediante o coeficiente Kappa.
3.1 - Propriedades
Em função da ausência de definição na literatura acerca da caracterização de granja
de baixa tecnificação, adotou-se como critério o atendimento a pelo menos três dos
seguintes aspectos: rara (ou nenhuma) orientação técnica de veterinário na criação;
ausência ou pouca racionalização do espaço de criação em termos de instalações
zootécnicas e de manejo dos animais; ausência de escrituração zootécnica; uso de lavagem
como base da alimentação dos animais; ausência de restrição à entrada e saída de
tratadores ou da circulação de outras espécies animais nas áreas de criação de suínos. No
total, foram visitadas 16 propriedades localizadas nos municípios de Descalvado, Embu
Guaçú, Francisco Morato, Franco da Rocha, Ibiúna, Itapeva, Mairiporã, Nova Odessa,
Piedade e São Paulo (Figura 3), todos estes no Estado de São Paulo.
18
Figura 3: Mapa político do Estado de São Paulo sem escala (IBGE, 2009 disponível em
http://www.ibge.gov.br/. acesso em 05/02/2009, 11:26:12). As propriedades visitadas neste estudo
encontram-se nos municípios destacados em vermelho.
3.2 - Amostras fecais e efluentes
Foram colhidas amostras de fezes de leitões com quadro clínico de diarréia e águas
de efluentes, em criações com baixa tecnificação do Estado de São Paulo, totalizando 69
amostras, das quais 16 consistem de efluentes e 53 de fezes, sendo pelo menos uma de
cada propriedade. Foi também observado qual o sistema de tratamento de efluentes nelas
presentes.
As colheitas de amostras fecais foram feitas mediante a compressão do abdômen
dos leitões, sendo indicativos a presença de fezes liquidas e/ou pastosas nas baias,
resíduos de fezes emplastradas no corpo dos leitões e/ou eritema em região perianal. Com
relação aos efluentes, foram colhidos pós tratamento em quantidade aproximada de 300mL
a partir do local que estes eram despejados para fora da criação. As amostras fecais e de
efluentes foram mantidas sob refrigeração durante a colheita e congeladas a -20°C até o
momento do processamento.
19
3.3 - Detecção de rotavírus
Foi adotado um esquema diagnóstico em paralelo (THRUSFIELD, 2004), utilizando-
se as técnicas de PAGE e ELISA em todas as amostras colhidas. A confirmação dos
resultados positivos gerados, e adicionalmente a genotipagem viral, foram feitas mediante
emprego da reação de RT-PCR.
3.3.1 - Preparo do material fecal e efluente
As amostras de efluentes foram concentradas mediante osmose, utilizando-se
açúcar refinado e sacos de diálise (Sigma
®
D6191), com retenção de proteínas maiores que
12.000 Da, reduzindo-se o volume a aproximadamente 5 mL.
Quanto as amostras fecais, diluíram-se aproximadamente 5 gramas de cada material
em tampão TRIS-HCl 0,1 M pH 7,3, em proporção de 1:5 (p/v), utilizando-se tubos de
polipropileno contendo em seu interior algumas pérolas de vidro e identificados
individualmente. Homogeneizou-se este material em agitador de tubos tipo vórtex por 3
vezes em intervalos de 10 minutos. O material foi então centrifugado a 11.400 g durante 30
minutos.
Quanto aos efluentes, já concentrados, eles foram apenas centrifugados nas
condições anteriormente citadas e utilizado o seu sobrenadante nas etapas subseqüentes.
O controle positivo foi feito com amostra NCDV de rotavírus, gentilmente cedida pelo
Laboratório de Virologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade
de São Paulo.
20
3.3.2 - Eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE)
Foi realizada segundo Herring et al. (1982) com algumas modificações,
particularmente nas etapas de extração de RNA viral.
3.3.2.1 - Extração do RNA viral para a PAGE
A extração do RNA viral para a prova de PAGE consistiu em transferir 400 µL da
suspensão fecal ou efluente previamente preparado (Item 3.3.1) em um tubo de
polipropileno e adicionar 40 µL de SDS, este último previamente diluído à concentração de
10% (p/v) em água ultrapura. Depois, 40 µl de acetato de sódio 1 M e 400 µl de solução
fenol (240 µL)/clorofórmio (156 µL)/álcool isoamílico (4 µL) (v/v) (Anexo 1, Item 1) foram
adicionados e posteriormente, os tubos foram agitados em vórtex por um minuto e
centrifugados a 8.000 g por 2 minutos, para então se transferir o sobrenadante para outros
tubos previamente identificados.
A próxima etapa consistiu em adicionar 800µL de etanol 75% a 4 °C em cada tubo e
agitá-los em vórtex por 1 minuto. Os tubos então foram incubados por 8 horas a 20 °C, e
depois centrifugados 13.800 g por 10 minutos. Após esta etapa, o sobrenadante foi
desprezado, o tubo invertido sobre papel filtro e removido o excesso de etanol. A seguir, o
sedimento foi ressuspenso em 20 µL de dissociador de amostra (anexo 1, item 2) e os tubos
incubados a 56 °C por 15 minutos. Finalmente, foram adicionados 15 µL de cada amostra
nas canaletas da placa de gel de poliacrilamida (Item 3.3.2.2).
21
3.3.2.2 - Preparo do gel de poliacrilamida
Em posição horizontal, os espaçadores foram colocados sobre uma das placas,
sobrepondo-se a outra restante, sendo ambas presas com garras metálicas. A seguir, foi
promovido o correto ajuste das peças, no qual as extremidades das placas foram vedadas
com agarose fundida a 2% (p/v em água ultrapura). Em seguida o conjunto foi colocado em
posição vertical, apoiado sobre as garras, mantendo-se um correto nível horizontal no
espaço destinado ao gel para finalmente se adicionar o gel de corrida a 7,5% (Anexo 1, Item
7) até o nível ligeiramente inferior à extremidade do pente e se aguardou a polimerização. O
gel de empilhamento a 3,5% (Anexo 1, Item 7) foi adicionado, assim como o pente, e se
aguardou a polimerização.
Após a última polimerização, as garras da parte inferior do conjunto foram soltas,
retirando a vedação e o espaçador da base. As placas montadas foram então fixadas ao
suporte de eletroforese com o auxílio das garras, evitando a formação de bolhas. A face
com a placa de vidro recortada ficou encostada ao suporte, abaixo do nível superior do
aparato de eletroforese vertical. A seguir, os reservatórios foram preenchidos com tampão
de corrida (Anexo 1, Item 9) e o pente foi retirado em movimentos firmes e verticais.
3.3.2.3 - Condições de corrida eletroforética
Cada amostra foi colocada em sua canaleta correspondente com o auxílio de um
pipetador, numa quantidade aproximada de 15 µL (item 3.3.2.1). Depois, os “plugs” da fonte
de tensão foram conectados e a corrente regulada em 20 mA. A corrida eletroforética tinha
um tempo estimado de 2 horas, se adotando como medida geral, esperar que a linha azul
decorrente da presença de azul de bromofenol presente na solução dissociadora da amostra
percorresse toda a placa para então finalizar a eletroforese dentro de 30 minutos.
22
3.3.2.4 - Coloração com nitrato de prata
Após a finalização da eletroforese, as placas de suporte foram retiradas, assim como
uma das placas de vidro. O gel de empilhamento foi eliminado e se fez uma referência no
gel com um pequeno corte na margem superior esquerda. Depois, deslizou-se o gel pela
placa de vidro lavando-se a placa com água ultrapura para um recipiente plástico. O gel foi
lavado 3 vezes com água ultrapura e a solução de etanol-ácido acético (Anexo 1, Item 10)
foi adicionada, mantendo-se sob agitação por 30 minutos. Desprezou-se a solução anterior,
e o gel imerso em solução de nitrato de prata 0,011 M sob agitação por 60 minutos para
então se desprezar esta solução. Depois, o gel foi lavado 3 vezes com água ultrapura para
se remover todo o resíduo de nitrato de prata. Uma vez removida toda a água de lavagem,
adicionou-se a solução reveladora Anexo 1, Item 11), até o aparecimento nítido das bandas.
Uma vez observadas estas bandas, a solução reveladora foi removida e se adicionou ao gel
a solução de ácido acético previamente diluído em água ultrapura a 5% (v/v). Após 15
minutos, o gel então, foi lavado 3 vezes com água ultrapura e a água residual eliminada; a
solução de etanol 15% foi adicionada e examinou-se o gel com auxílio de transiluminador
com luz visível.
3.3.2.5 - Interpretação dos resultados
Consideraram-se positivas as amostras que apresentaram disposição de bandas na
migração eletroforética de padrão compatível com os grupos de rotavírus, sendo
considerado no experimento como amostra padrão positiva o NCDV.
23
3.3.3 - Reação de ELISA
Foi empregado um todo de ELISA direto do tipo “duplo sanduíche” no qual o
antígeno é capturado em fase sólida (microplaca) por anticorpo policlonal elaborado em
carneiro, revelado através de anticorpo elaborado em coelho e um conjugado anticoelho
(com peroxidase), segundo metodologia descrita por Gregori et al. (2000).
3.3.3.1 - Condições de teste
A microplaca de ELISA (Nunc-Maxisorp
®
) foi sensibilizada com anticorpo de captura
em concentração de 10 µg/mL em tampão carbonato-bicarbonato 0,05 M pH 9,6 (Anexo 2,
Item 1), e incubada a 4 °C por 18 horas. Depois, cada cavidade da microplaca foi lavada
com 250 µL de tampão de lavagem (Anexo 2, Item 2.4), por 3 vezes consecutivas e a placa
bloqueada através da adição de 200 µL por cavidade de tampão carbonato-bicarbonato
0,05 M pH 9,6 (Anexo 2, Item 1) acrescido de leite em pó desnatado a 10% (p/v),
mantendo-se a placa a 37 °C por 1 hora.
A seguir, cada cavidade foi lavada com 250 µL de tampão de lavagem (Anexo 2, Item
2.4), por 3 vezes consecutivas. As amostras fecais tratadas (Item 3.3.1) foram adicionadas e
diluídas a 1:4 (v/v) em tampão de lavagem (Anexo 2, Item 2.4), acrescido de leite em
desnatado a 5% (p/v), em volume final de 100 µL por cavidade, em duplicata. A microplaca
foi vedada e incubada em estufa a 37 °C por 1 hora e finalmente, cada cavidade foi lavada
com 250 µL de tampão de lavagem (Anexo 2, Item 2.4), por 3 vezes consecutivas.
O anticorpo revelador foi diluído a 1:100 em tampão de lavagem (Anexo 2, Item 2.4),
acrescido de leite em desnatado a 5% (p/v), e adicionado em volume final de 100 µL por
cavidade. Depois, a microplaca foi incubada em estufa a 37 °C por 1 hora, sendo que cada
cavidade foi posteriormente lavada com 250 µL de tampão de lavagem (Anexo 2, Item 2.4)
por 3 vezes consecutivas.
Adicionou-se o conjugado (Sigma
®
A-61543) na diluição de 1:1.000 em tampão de
lavagem (Anexo 2, Item 2.4) acrescido de leite em desnatado a 5% (p/v) em volume final
de 100 µL por cavidade. A microplaca foi incubada em estufa a 37 °C por 1 hora e
24
posteriormente, cada cavidade foi lavada com 250 µL de tampão de lavagem (Anexo 2, Item
2.4), por 3 vezes consecutivas, para então se adicionar a solução cromógena (Anexo 2, Item
3.3) em volume de 100 μL por cavidade.
Passados 10 minutos, foi adicionada a cada cavidade 50 μL de HCl 1 N, realizada a
leitura da reação em aparelho leitor de microplacas com filtro de 492 nm, utilizando-se a
amostra NCDV de rotavírus como controle. Os valores de absorbância obtidos foram
expressos através da média aritmética da duplicata de cada diluição, considerando-se
amostra positiva aquela cujo valor da absorbância fosse maior que o ponto de corte.
3.3.4 - Reação de RT-PCR
As reações visando o diagnóstico de rotavírus, e adicionalmente a sua
caracterização genotípica, foram baseadas em RT-PCR utilizando-se primers e suas
respectivas condições de amplificação previamente descritas por Gouvea, Santos e
Timenetsky (1994a, 1994b).
Para a extração de RNA total foi utilizado o reagente TRIzol
®
(Invitrogen) de
acordo com as instruções do fabricante, a partir de suspensões fecais ou efluentes
previamente clarificados por centrifugação (Item 3.3.1).
A partir do RNA extraído, procedeu-se a reação de transcrição reversa (síntese de
DNAc), na qual foram inicialmente misturados 5,6 µL da amostra de RNA extraído com
1,4 µL DMSO, desnaturado a 97 °C por 5 minutos e mantidos em gelo. Estes foram então
adicionados à solução composta por 1x First Strand Buffer (Invitrogen™), 1 mM de cada
dNTP, 10 mM DTT, 1 pmol/µL de cada primer (Con2 e Con3, para a detecção/genotipagem
P; Beg9, End9, End9UK e End9CRW8, para a detecção/genotipagem G) e 200 U M-MLV
Reverse Transcriptase (Invitrogen™) para um volume final de reação de 20 µL, mantidos a
42 °C por 1 hora.
A seguir, 5 µL do DNAc foi adicionado à solução de PCR composta por 1x PCR
Buffer (Invitrogen™), 0,2 mM de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada primer (Con2 e Con3,
para a detecção/genotipagem P; Beg9, End9, End9UK, e End9CRW8, para a
detecção/genotipagem G), 1,5 mM de MgCl
2
, 1,25 U de Taq DNA Polymerase (Invitrogen™),
água ultrapura q.s.p. 50 µL. A solução foi então submetida em termociclador, a 30 ciclos de
25
94 °C/ 1 minuto, 42 °C/ 2 minutos, 72 °C/ 1minuto, seguido de 72 °C/ 10 minutos para
extensão final.
A segunda amplificação ("nested-PCR"), consistiu em misturar 5 µL de DNA
amplificado na etapa anterior à solução composta por 1x PCR Buffer (Invitrogen™), 0,2 mM
de cada dNTP, 0,5 pmol/µL de cada primer (Con2, pUK, pNCDV, pGOTT, pB223 e pOSU
para a detecção/genotipagem P; sBeg9, FT5, ET10, DT6, BT11 e HT8 para
detecção/genotipagem G), 1,5 mM de MgCl
2
, 1,25 U de Taq DNA Polymerase (Invitrogen™),
água q.s.p. 50 µL, e submetidos a 25 ciclos de 94 °C/ 1 minuto, 55 °C/ 2 minutos, 72 °C/1
minuto, seguindo-se um passo final de 72 °C/10 minutos para extensão final.
Em seguida, 10 µL dos produtos oriundos tanto da quanto da amplificação
foram analisados por eletroforese em gel de agarose a 1,5% (p/v) em tampão TRIS-borato
0,045 M; EDTA 0,001 M pH 8,0, fazendo-se corar o gel em banho de água com 0,5 µg/mL
de brometo de etídio por 10 minutos. Cada uma das etapas da RT-PCR (extração,
transcrição reversa, PCR e eletroforese) foi conduzida em salas separadas, sendo utilizando
como controle positivo a amostra NCDV de rotavírus e água ultrapura como negativo.
Consideram-se positivas as amostras que, apresentaram no gel segmentos (bandas)
visíveis de tamanho correspondente àqueles descritos por GOUVEA et al. (1994a,b), em
qualquer uma das etapas de PCR ( ou amplificação), tendo como referência a inclusão
de 10 µL de DNA ladder 100 bp (Invitrogen™).
3.4 - Concordância
Foi calculada a concordância dos resultados gerados entre as técnicas de PAGE e
ELISA através do teste Kappa (MARTIN; MEEK; WILLBERG, 1987) a um intervalo de
confiança de 95%, usando o software WinEpiscope (© 2001, BLAS, ORTEGA, FRANKENA,
NOORDHUIZEN; THRUSFIELD). Além disso, foi definida a frequência de resultados
positivos à RT-PCR concordantes com aqueles gerados pelas provas de PAGE e ELISA.
26
4 - Resultados
27
4.1 - Criações e tratamentos de água
Nas propriedades, foram encontradas diferentes formas de destinação final
dos efluentes, variando desde a presença de biodigestor e compostagem, ao lançamento
direto em curso de água, conforme a Tabela 1 e Figuras 4 e 5.
Tabela 1: Destinação e tratamento de efluentes em granjas de suínos de baixa tecnificação
amostradas no presente estudo. São Paulo 2008.
Propriedade
Município
Tratamento
01
São Paulo
Efluente sem tratamento
02
Piedade
Caixa de decantação com destinação a agricultura
03
Embu-guaçu
Aterro
04
São Paulo
Caixa de decantação com destinação a agricultura
05
Francisco Morato
Caixa de decantação com destinação a agricultura
06
São Paulo
Caixa de decantação com destinação a agricultura
07
Itapeva
Caixa de decantação com destinação a agricultura
08
Descalvado
Biodigestor
09
São Paulo
Efluente sem tratamento
10
São Paulo
Efluente sem tratamento
11
Nova Odessa
Caixa de decantação com destinação a agricultura
12
Nova Odessa
Caixa de decantação com destinação a agricultura
13
Ibiúna
Solo sem tratamento
14
Nova Odessa
Solo sem tratamento
15
Franco da Rocha
Compostagem
16
Nova Odessa
Solo sem tratamento
Fonte: NISHIDA, 2008
Dentre as propriedades apresentadas na Tabela 1, observou-se que 7/16 (43,75%)
das criações destinavam os efluentes numa caixa de decantação para posterior uso do
material na agricultura; 3/16 (ou 18,75%) desprezava o efluente diretamente em solo; 3/16
(ou 18,75%) lançava-os sem tratamento em corpo d´água, e por último, a utilização de
aterro (1/16 ou 6,25%), compostagem (1/16 ou 6,25%) e biodigestor (1/16 ou 6,25%).
28
Figura 4: Emissão de efluente de criação de suínos diretamente em corpo d´água. (NISHIDA, 2007).
Figura 5: Tanque de decantação de efluentes danificado, apresentando vazamento, presente em
criação de suínos. (NISHIDA, 2007).
29
4.2 - Amostras fecais e efluentes
Foram colhidas 69 amostras, das quais 53 eram de origem fecal e 16 de efluentes,
cujos resultados dos testes para a presença de rotavírus mediante os testes de PAGE e
ELISA estão apresentados na Tabela 2.
Tabela 2: Resultados dos testes de PAGE e ELISA em amostras fecais e de efluentes de
granjas de criação de suínos. São Paulo 2008.
Identificação
Propriedade
Município
Material
PAGE
ELISA
1
1
São Paulo
fezes
NEG
POS
2
1
São Paulo
fezes
NEG
NEG
3
1
São Paulo
fezes
NEG
NEG
4
1
São Paulo
fezes
NEG
NEG
5
1
São Paulo
efluente
NEG
NEG
6
2
Piedade
fezes
NEG
NEG
7
2
Piedade
fezes
NEG
NEG
8
2
Piedade
fezes
NEG
NEG
9
2
Piedade
fezes
NEG
NEG
10
2
Piedade
fezes
NEG
NEG
11
2
Piedade
efluente
NEG
NEG
12
3
Embu-guaçu
fezes
POS
POS
13
3
Embu-guaçu
fezes
NEG
POS
14
3
Embu-guaçu
fezes
NEG
NEG
15
3
Embu-guaçu
fezes
NEG
NEG
16
3
Embu-guaçu
fezes
NEG
NEG
17
3
Embu-guaçu
efluente
NEG
POS
18
4
São Paulo
fezes
NEG
NEG
19
4
São Paulo
efluente
NEG
POS
20
5
Francisco Morato
fezes
NEG
NEG
21
5
Francisco Morato
fezes
NEG
NEG
22
5
Francisco Morato
fezes
NEG
NEG
23
5
Francisco Morato
fezes
NEG
NEG
24
5
Francisco Morato
fezes
NEG
NEG
Fonte: NISHIDA, 2008
Notas: Abreviaturas utilizadas:
"POS" significando resultado positivo ao teste
"NEG" significando resultado negativo ao teste
30
(Cont.) Tabela 2: Resultados dos testes de PAGE e ELISA em amostras fecais e de
efluentes de granjas de criação de suínos. São Paulo 2008.
Identificação
Propriedade
Município
Material
PAGE
ELISA
26
5
Francisco Morato
fezes
NEG
NEG
27
5
Francisco Morato
fezes
NEG
NEG
28
5
Francisco Morato
fezes
NEG
NEG
29
5
Francisco Morato
fezes
NEG
NEG
30
5
Francisco Morato
efluente
NEG
NEG
31
6
São Paulo
fezes
NEG
NEG
32
6
São Paulo
efluente
NEG
NEG
33
7
Itapeva
fezes
NEG
NEG
34
7
Itapeva
fezes
NEG
POS
35
7
Itapeva
fezes
NEG
POS
36
7
Itapeva
fezes
NEG
POS
37
7
Itapeva
fezes
NEG
POS
38
7
Itapeva
efluente
NEG
POS
39
8
Descalvado
fezes
NEG
NEG
40
8
Descalvado
fezes
NEG
NEG
41
8
Descalvado
efluente
NEG
POS
42
9
São Paulo
fezes
NEG
NEG
43
9
São Paulo
efluente
NEG
NEG
44
10
São Paulo
fezes
NEG
NEG
45
10
São Paulo
fezes
NEG
NEG
46
10
São Paulo
fezes
NEG
NEG
47
10
São Paulo
fezes
NEG
NEG
48
10
São Paulo
efluente
NEG
NEG
49
11
Nova Odessa
fezes
NEG
POS
50
11
Nova Odessa
fezes
NEG
NEG
51
11
Nova Odessa
fezes
NEG
NEG
52
11
Nova Odessa
fezes
NEG
NEG
53
11
Nova Odessa
fezes
NEG
POS
54
11
Nova Odessa
efluente
NEG
POS
55
12
Nova Odessa
fezes
NEG
POS
56
12
Nova Odessa
fezes
NEG
NEG
57
12
Nova Odessa
fezes
NEG
POS
58
12
Nova Odessa
efluente
NEG
POS
59
13
Ibiúna
fezes
NEG
NEG
60
13
Ibiúna
fezes
NEG
NEG
61
13
Ibiúna
efluente
NEG
NEG
62
14
Nova Odessa
fezes
NEG
POS
Fonte: NISHIDA, 2008
Notas: Abreviaturas utilizadas:
"POS" significando resultado positivo ao teste
"NEG" significando resultado negativo ao teste
31
(Cont.) Tabela 2: Resultados dos testes de PAGE e ELISA em amostras fecais e de
efluentes de granjas de criação de suínos. São Paulo 2008.
Identificação
Propriedade
Município
Material
PAGE
ELISA
63
14
Nova Odessa
efluente
NEG
POS
64
15
Franco da Rocha
fezes
NEG
NEG
65
15
Franco da Rocha
fezes
NEG
NEG
66
15
Franco da Rocha
fezes
NEG
NEG
67
15
Franco da Rocha
efluente
NEG
NEG
68
16
Nova Odessa
fezes
NEG
NEG
69
16
Nova Odessa
efluente
NEG
NEG
Fonte: NISHIDA, 2008
Notas: Abreviaturas utilizadas:
"POS" significando resultado positivo ao teste
"NEG" significando resultado negativo ao teste
Das 53 amostras fecais testadas, 1 delas (1/53 ou 1,8%) foi positiva para a presença
de rotavírus por PAGE sendo pertencente ao sorogrupo A, enquanto que 12 (12/53 ou
22,64%) entre elas foram positivas por ELISA.
Se consideradas as 16 propriedades envolvidas no estudo, apenas uma delas
apresentou resultado positivo para rotavírus a partir de material fecal, enquanto que, por
ELISA, 6 propriedades tiveram pelo menos uma amostra fecal positiva (6/16 ou 37,5%).
Das 16 amostras de efluentes testadas, nenhuma delas apresentou-se positiva para
a presença de rotavírus mediante a prova de PAGE (0/16 ou 0%), enquanto que, por ELISA,
observaram-se 7 amostras positivas (7/16 ou 43,75%).
Se consideradas apenas as propriedades que foram simultaneamente negativas para
a presença de rotavírus em material fecal e em efluente, totalizam-se 8 propriedades (ou
50%).
Entre as 8 (ou 50%) propriedades positivas para a presença de rotavírus em material
fecal e/ou efluente, em 5 houve a detecção simultânea do agente em fezes e efluentes.
32
4.2.1 - Confirmação dos resultados de ELISA por RT-PCR
Um total de 19 amostras foram triadas como positivas para rotavírus, das quais 12
delas eram de origem fecal e 7 de efluente. Estas foram submetidas à tecnica de RT-PCR,
cujos resultados estão dispostos na Tabela 3.
Tabela 3: Resultados dos testes de RT-PCR, PAGE e ELISA em amostras fecais e de
efluentes de granjas de criação de suínos, de acordo com o município de colheita.
São Paulo 2008.
Amostras
Cidade
Material
PAGE
ELISA
1ªG
2ªG
1ªP
2ªP
1
São Paulo-1
fezes
NEG
POS
POS
NT
POS
NT
12
Embu-guaçu
fezes
POS
POS
NEG
NT
POS
P[6]
13
Embu-guaçu
fezes
NEG
POS
POS
G[10]
POS
NT
17
Embu-guaçu
efluente
NEG
POS
POS
G[10]
POS
NT
19
São Paulo-2
efluente
NEG
POS
NEG
NT
NEG
NT
34
Itapeva
fezes
NEG
POS
NEG
NT
POS
NT
35
Itapeva
fezes
NEG
POS
NEG
NT
POS
NT
36
Itapeva
fezes
NEG
POS
NEG
NT
POS
NT
37
Itapeva
fezes
NEG
POS
NEG
G[5]
POS
NT
38
Itapeva
efluente
NEG
POS
NEG
NT
POS
NT
41
Descalvado
efluente
NEG
POS
NEG
NT
NEG
NT
49
Nova Odessa
fezes
NEG
POS
NEG
NT
POS
P[7]
53
Nova Odessa
fezes
NEG
POS
NEG
G[10]
POS
P[7]
54
Nova Odessa
efluente
NEG
POS
NEG
NT
NEG
NT
55
Nova Odessa-2
fezes
NEG
POS
NEG
NT
POS
P[7]
57
Nova Odessa-2
fezes
NEG
POS
NEG
NT
POS
NT
58
Nova Odessa-2
efluente
NEG
POS
NEG
NT
NEG
NT
62
Nova Odessa-3
fezes
NEG
POS
POS
NT
NEG
NT
63
Nova Odessa-3
efluente
NEG
POS
POS
NT
NEG
NT
Fonte: NISHIDA, 2008
Notas: Números após o nome da cidade referem-se à identificação da propriedade.
Sinais convencionais utilizados:
"POS" significando resultado positivo ao teste
"NEG" significando resultado negativo ao teste
“NT” significando resultado de não tipificado
33
O valor de concordância obtido através do teste Kappa, a um intervalo de confiança
de 95%, a partir dos resultados gerados entre os testes de PAGE e ELISA aplicados a todas
as amostras do estudo (n=69) foi de 0,075.
Ao se compararem os resultados positivos frente as três diferentes provas
diagnósticas para a presença de rotavírus, observou-se que das 19 amostras triadas por
ELISA, 15 delas (78,94%) também apresentaram resultado positivo à RT-PCR (Tabela 3). A
única amostra triada (Tabela 3) como positiva pela PAGE, também apresentou resultado
positivo à RT-PCR (100%).
34
5 - Discussão
35
As diarréias nas criações animais consistem num complexo desafio quanto ao seu
controle e prevenção não só pela carência diagnóstica em grande parte dos episódios
(BERN; GLASS, 1994), mas por contar com diferentes causas associadas, entre elas
nutricionais, fisiológicas, ambientais, infecciosas, entre outras, atuando simultaneamente.
Em se tratando da produção animal isto reflete em prejuízos principalmente nas fases
iniciais de vida, um período crítico na sobrevida e desenvolvimento dos animais (MORÉS;
AMARAL, 2001).
Os municípios envolvidos neste estudo representam áreas de intensa produção
suína no Estado de São Paulo, de acordo com o último censo agropecuário (IBGE, 1996). A
maioria das propriedades pesquisadas (8/16 ou 50%) era proveniente da mesorregião
Grande São Paulo, aqui incluindo os municípios de Embu-Guaçu (1/8), Francisco Morato
(1/8), Franco da Rocha (1/8) e São Paulo (5/8); houve também propriedades da mesorregião
de Campinas (4/16 ou 25%), todas estas do município de Nova Odessa (4/4); da
mesorregião Macro Metropolitana Paulista (2/16 ou 12,5%), advindas de Ibiúna (1/2) e
Piedade (1/2); da mesorregião de Araraquara (1/16 ou 6,25%), esta de Descalvado; e da
mesorregião de Itapetininga (1/16 ou 6,25%), aqui representada pelo município de Itapeva
(1/1).
Todas as propriedades amostradas eram de pequeno porte, destinadas à
subsistência e muitas vezes compartilhando o mesmo espaço de criação com outras
espécies animais. Apresentavam ciclo de produção completo, isto é, englobavam todas as
fases da criação, desde a maternidade até a terminação do animal (SOBESTIANSKY et al.,
1998).
Além destas características, elas apresentavam em comum a sua baixa tecnificação,
além de uma notável carência de higienização das instalações, manejo nutricional irregular
(uso de lavagem, ração não balanceada), mistura de animais de diferentes faixas etárias,
práticas de profilaxia, biossegurança e sanidade deficientes, mesmo naquelas que
apresentavam infra-estrutura para compostagem e biodigestão de efluentes (Tabela 1),
sendo estes dois últimos os mais eficientes na redução de contaminantes ambientais
(SEGANFREDO, 2007). Tais características são relevantes, pois são fatores capazes de
elevar a ocorrência das gastroenterites (DEWEY et al., 2003; MORÉS; AMARAL, 2001).
Aliás, quanto ao manejo de efluentes, observou-se que a maioria das criações
realizava tratamento através de caixa de decantação, com posterior uso para a agricultura
(7/16 ou 43,75%), mas também foram encontradas criações que realizavam compostagem
(1/16 ou 6,25%) ou uso de biodigestor (1/16 ou 6,25%), além das propriedades sem
36
tratamento de esgoto, destinando-os diretamente nas coleções de água (3/16 ou 18,75%)
(Figura 4), terra (3/16 ou 18,75%) ou mesmo em aterro (1/16 ou 6,25%).
Dentre algumas das propriedades com tratamento de efluentes se observou não
conformidades tanto na instalação como na manutenção dos mesmos. Por exemplo, em
uma propriedade havia vazamento do efluente cuja destinação acabava sendo uma coleção
de água próxima (Figura 5), em outra, a caixa de decantação estava adjacente ao rio (dado
não mostrado), quando o aconselhado é pelo menos a 45 metros de distância (PHILLIPI;
ALVES, 2005)
Face a estes resultados, parece evidente a necessidade de se proporcionar um
maior nível de acesso e orientação destes pequenos produtores quanto à destinação dos
efluentes gerados, e assim, resguardar o ambiente e a saúde (PELL, 1997) em
concordância com o que é preconizado pela Constituição Federal Brasileira de 1988
(BRASIL, 1988), leis infra-constitucionais (PHILLIPI et al., 2005) e também pela WHO (2006).
Os riscos causados na emissão de efluentes afetam não as coleções aquáticas,
como também o solo (WALTER, 2001; WHO, 2006), e nesse sentido, Abbaszadegan,
Stewart, Le Chevallier (1999) e Shay Fout et al. (2003) relataram o encontro de enterovírus
em lençol freático.
Considerando a elevada ocorrência de diarréias em crianças e diversas espécies
animais (STEYER et al., 2008; GABBAY et al, 2008), o estudo dos rotavírus em efluentes
torna-se relevante, não pela possibilidade de veiculação drica (HUNTER; ZMIROU-
NAVIER; HARTEMANN, 2009), mas também por sua resistência às condições ambientais
(WALTER, 2001; WHO, 2006).
A aplicação das técnicas diagnósticas de ELISA e PAGE nas amostras fecais e de
efluentes evidenciaram a circulação de rotavírus em parte das criações abordadas neste
estudo (Tabela 2).
Os resultados da PAGE indicaram a presença de uma única amostra com rotavírus
(1/69 ou 1,45%), sem ter sido observado, neste caso, a presença do agente no respectivo
efluente da criação. As demais amostras (fecais e efluentes) foram negativas ao teste.
Por outro lado, a técnica de ELISA detectou o vírus tanto em efluentes quanto em
fezes de suínos de 5 propriedades, o que representa 31,25% (5/16). Além disso, em duas
propriedades detectou-se o agente somente no efluente e em outra propriedade, apenas em
material fecal.
37
Podem ser atribuídas algumas hipóteses quanto às discrepâncias observadas entre
o total de resultados positivos gerados pelas técnicas empregadas, uma vez que o valor
Kappa (k) obtido foi de 0,075 (Item 4.2.1), que indica uma concordância pobre.
Uma primeira explicação consistiria nas diferenças entre os limiares de detecção
destas provas. Desselberger (1995) apud Schwarz (2002) e Winiarczyk; Gradzki (2002)
indicam que a prova de PAGE apresenta um limiar de detecção superior ao teste de ELISA.
Portanto, as amostras de efluentes poderiam apresentar diluições virais tão elevadas que
mesmo apesar do processo de concentração utilizado (Item 3.3.1), este o tenha sido
suficiente para intervir no sinal da prova.
Outro aspecto diz respeito à integridade do RNA viral, submetido a condições de
elevada umidade e presença de inibidores inespecíficos. Os efluentes, em função da sua
composição e condições diversas aos quais estão submetidos podem degradar o RNA viral
(WILSON, 1997) e com isso gerar resultados negativos. Entretanto, podemos refutar
parcialmente esta hipótese, visto que a prova de RT-PCR também depende da integridade
do material genético viral, que por sua vez resultou em 3 amostras de efluentes positivas
(Tabela 3).
Quanto ao teste de ELISA, este depende da integridade das proteínas virais, em
especial a VP6 (ESTES; KAPIKIAN, 2007), mas não necessariamente ligada à viabilidade
da partícula. Por outro lado, a prova de ELISA pode gerar resultados do tipo falso-positivo,
devido ao encontro de substâncias capazes de promover a ocorrência de reações cruzadas
e ruídos (CROWTHER, 1995), partindo-se de amostras de composição tão diversa quanto
fezes e efluentes. No entanto, das 12 amostras fecais positivas por ELISA, todas elas foram
também RT-PCR positivas, indicando que a PAGE, se utilizada isoladamente para a triagem
das amostras, não seria uma abordagem apropriada, pois isso implicaria em grande perda
de sensibilidade diagnóstica.
Devido a uma maior sensibilidade e especificidade atribuída à RT-PCR
(WINIARCZYK; GRADZKI, 2002), esta prova foi utilizada para a confirmação dos resultados.
Dentro da literatura consultada, entretanto, observou-se que as metodologias para a
detecção genérica de rotavírus fazem uso de primers desenhados principalmente a partir de
sequências de amostras virais de origem humana, tal como aqueles desenvolvidos por
Iturriza-Gomara et al. (1999), Winiarczyk; Gradzki (2002) e Elschner et al. (2002).
Considerando os mecanismos de variabilidade dos rotavírus (TANIGUCHI;
URASAWA, 1995), optou-se por utilizar primers descritos por Gouvea et al. (1994a,b),
destinados à genotipagem de amostras de rotavírus do grupo A, mas que implicitamente
também fornece diagnóstico quanto à presença ou não do agente, justificando a atribuição
38
do estado de positivo a partir de evidenciação de banda específica na ou etapas de
amplificação visando os genes codificadores da VP4 e VP7.
Deve ser levado em conta que amostras não caracterizadas por esta técnica não
sejam necessariamente negativas. Dentre as causas podemos citar: baixa concentração
viral; o estado de conservação da partícula; a marcante presença de inibidores inespecíficos
nas amostras (WILSON, 1997, RÅDSTRÖM et al., 2002; ABBASZADEGAN; STEWART;
LeCHEVALLIER, 1999; SHAY FOUT et al., 2003; SHIEH et al., 1995); o vírus em questão
pertencer a um genótipo diferente daqueles contemplados pelos primers utilizados nas
reações (WINIARCZYK; GRADZKI, 2002); mutações pontuais no sítios de ligação dos
primers (PARRA et al., 2008); ou mesmo por um excesso de template DNAc na segunda
amplificação (SACHSE, 2002).
Com efeito, Winiarczyk; Gradzki (2002) genotiparam 96,8% de G e 87,1% de P das
amostras dos Estados Unidos, mas na Polônia, obtiveram apenas 54,5% de G e 38,6% de P.
Parra et al. (2008), ao genotiparem 30 amostras argentinas, tiveram sucesso em identificar o
genótipo de apenas 8 amostras (26,67%).
Das 19 amostras que foram submetidas a técnica de RT-PCR, 12 eram de fezes e 7
de efluentes, das quais 15 (78,95%) foram confirmadas positivas, sendo 12 amostras fecais
e 3 de efluentes.
Quanto à caracterização de rotavírus de acordo com os genótipos G, 3 delas (3/19
ou 15,78%) apresentaram o genótipo G[10] e 1 delas (1/19 ou 5,26%) o genótipo G[5]
(Tabela 3). Cabe ressaltar que uma destas 3 amostras genotipadas como G[10] era
proveniente de efluentes da criação e a outra era de origem fecal. O encontro de um mesmo
genótipo de rotavírus em amostras fecais e de efleuntes, como no caso da propriedade 03,
de Embu-Guaçu, permite argumentar de um modo seguro que uma contaminação fecal
suína em direção aos efluentes gerados por uma dada granja.
para os genótipos P (Tabela 3), foi possível identificar a presença de 3 amostras
P[7] e uma P[6], muito embora outras 9 amostras (2 delas de efluentes) tenham apresentado
amplificação viral específica na 1ª amplificação por RT-PCR (Item 3.3.4, Tabela 3).
Não foram encontradas misturas entre genótipos e uma única amostra foi definida
como G[10]P[7] (Tabela 3). Estes genótipos estão em concordância com aqueles descritos
na literatura em suínos.
Com efeito, os genótipos mais frequentemente relacionados a suínos são o G3, G4 e
G5, (STEYER et al., 2008), muito embora o G10, predominantemente descrito infectando
bovinos, já tenha sido relatado (PONGSUWANNA et al. ,1996; ESTES; KAPIKIAN, 2007).
39
Gregori (2003) ao caracterizar amostras fecais de suínos no Estado de São Paulo
encontrou a presença de G10, além do G5, e Pongsuwanna et al. (1996) também encontrou
como mais predominante na Tailândia o G10.
Rácz et al. (2000) detectaram em amostras da Região Sul do Brasil principalmente o
G3, G4 e o G5, além do G10, um atípico G9, combinações entre G4 e G9 e entre G5 e G10;
e Alfieri et al. (1999), por sua vez, ao testarem amostras fecais diarréicas em leitões da
região Norte, Oeste e Sudoeste do Estado do Paraná, observaram a ocorrência de
infecções singulares G5, G4 e G3; infecções mistas G3+G5; G3+G4 e G5+G10.
em outros países, predominância do relato dos genótipos G3, G4 e G5 em
suínos, como visto por Steyer et al. (2008), em amostras da Eslovênia, além de terem
encontrado em menor quantidade o G1, G2, G6, G10 e G11; Solarte et al. (1999)
observaram predominantemente o G5 em na Colômbia; Winiarczyk; Gradzki (2002)
detectaram a ocorrência dos genótipos G3, G4, G5, G9 e G10 em amostras fecais nos
Estados Unidos e G3, G4, G5 naquelas oriundas da Polônia; Van der Heide et al. (2005)
obtiveram em amostras da Holanda os genótipos G3 e G4; Parra et al. (2008) encontraram
os genótipos G4, G8 e G6 em amostras de 4 propriedades na Argentina. Teodoroff et al.
(2005) observaram um padrão de infecção que difere dos demais, com predominância do
rotavírus G9, além do G1, G3, G4 e G5 no Japão.
Quanto ao genótipo P, em estudos a partir de amostras suínas no Brasil, Rácz et al.
(2000) encontraram P[6,Gott], P[6,M37] e P[7]; enquanto que Alfieri et al. (1999) ao testarem
amostras da região Norte, Oeste e Sudoeste do Estado do Paraná, observaram a ocorrência
de infecções genótipos P[6] e P[7].
Steyer et al. (2008) em amostras da Eslovênia relataram maior ocorrência de P[6],
P[7] e P[13], com presença também de amostras de P[9] e P[27]; Parra et al. (2006) teve em
amostras da Argentina uma predominância de P[6], além do o encontro de uma amostra
P[1]; Pongsuwanna et al. (1996) descreveram uma grande variedade de genótipos P na
Tailândia, pertencentes ao P[1A], P[1B], P[2A], P[3A], P[3B], P[4], P[5], P[6], P[7], P[8], P[9],
e P[10]; Teodoroff et al. (2005) teve como resultado em amostras do Japão, os genótipos
P[6], P[7], P[13]+P[22] e P[23]; Van der Heide et al. (2005) em amostras da Holanda,
caracterizou o P[6] e P[7].
Se analisados conjuntamente resultados positivos das reações de RT-PCR que
apresentaram resultados positivos com o tipo de manejo de efluentes utilizados nas
propriedades, observa-se que 3 propriedades tiveram em seus efluentes a eliminação de
rotavírus. Os manejos nelas presentes eram: caixa de decantação com destinação para a
agricultura, aterro e solo direto sem tratamento.
40
Face a estes resultados, foi detectada a eliminação de rotavírus nos efluentes, o que
concorda com Constantini et al. (2007), quando estes descreveram a ocorrência da
eliminação do rotavírus em lagoa de decantação nos Estados Unidos tanto por ELISA como
via RT-PCR.
Não foi detectado rotavírus em efluentes lançados diretamente em curso d'água,
muito embora, numa das três propriedades que adotavam esta prática, observou-se a
presença de rotavírus a partir de material fecal. Devem ser consideradas neste caso, ao
menos três possibilidades. A primeira delas seria a ausência ou baixa circulação de
rotavírus nestas criações, o que explicaria a não detecção nos efluentes. A segunda seria a
alta diluição das partículas no momento da colheita, ou então o comprometimento da
viabilidade viral para os testes. Neste caso, estudos mais detalhados que envolvam um
aumento amostral e acompanhamento longitudinal, se fazem úteis para se definirem
possíveis padrões da dinâmica da eliminação do vírus nos efluentes.
Deve ser levado em conta, entretanto, que os resultados positivos aos testes de
detecção empregados, não necessariamente implicam na viabilidade e/ou infecciosidade
das partículas virais, que estão presentes condições adversas, tal como a alta umidade,
que são capazes de inativar o rotavírus (ESTES; KAPIKIAN, 2007).
Por outro lado, Constantini et al. (2007) tiveram sucesso em inocular o rotavírus de
efluentes em animais gnotobióticos. Estes animais permaneceram assintomáticos, mas eles
eliminaram o rotavírus pelas fezes. Além disso, segundo Limsawat e Ohgaki (1997), apesar
de não ser possível mensurar a viabilidade viral por técnicas moleculares de detecção do
ácido nucléico como o RT-PCR, é provável que a partícula viral esteja competente a
infeccionar, visto a rápida degradação sofrida pelos ácidos nucléicos quando em contato
com os efluentes.
Assim, para se elucidar tal questão, uma das alternativas seria a tentativa de
isolamento destes vírus em cultivos celulares, muito embora esta técnica ainda tenha baixa
sensibilidade e alto limiar de detecção (GREEN; LEWIS, 1999).
O risco do rotavírus apresentar transmissão inter-espécies é rara (ESTES; KAPIKIAN,
2007), mas existente, podendo inclusive afetar humanos a ponto da doença ser considerada
uma zoonose (WHO, 2006; PAHO, 2001). A eliminação do rotavírus no ambiente pode
apresentar relações com a agricultura, na medida em que pode contaminar alimentos; com a
água, para o consumo humano e de animais, inclusive de outras espécies (principalmente
bovinos e aves) e a fauna silvestre; e também pelo contato de humanos ao utilizarem a água
para outros fins como banho, diversão ou higienização (WHO, 2006; WHO, 2004; VAN ZYL
et al., 2006; WALTER et al., 2001; HAMILTON et al., 2006; HERNÁNDEZ et al., 1997). Cabe
41
ressaltar que foi possível detectar neste estado o genótipo G[10], amplamente descrito em
bovinos (PONGSUWANNA et al. ,1996; ESTES; KAPIKIAN, 2007) tanto em fezes quanto
em efluente de criações suínas, sugerindo um possível histórico de infecção cruzada entre
as espécies animais.
Apesar do objetivo deste trabalho não contemplar a avaliação da efetividade do qual
cada método de tratamento efluente contribui na inativação do agente viral, o fato é que foi
possível detectar a presença de rotavírus neste material. Portanto, abrem-se perspectivas
para estudos cujo escopo envolva:
a) a constatação da viabilidade destas partículas detectadas;
b) avalição, em condições experimentais, dos diferentes tratamentos de efluente em
prática na suinocultura;
c) amplificação para pesquisa/detecção de outros rus, por exemplo, Hepatite E
(KASORNDORKBUA et al., 2005) e o vírus da diarréia epidêmica suína (PEDV) (CHOI et al.,
2009);
d) o desenvolvimento de metodologias para a concentração viral;
e) a realização de inquéritos de surtos de rotavírus animais, relacionando-os com a
presença de curso hídrico unindo estas criações.
f) a detecção de rotavírus em espécies vegetais irrigadas com o material de efluente,
principalmente se estes vegetais são consumidos crus (HERNÁNDEZ et al., 1997; WALTER,
2001; KOOPMANS; DUIZER, 2004; RZEZUTKA et al., 2004; JAY, 2005; HAMILTON et al.,
2006; VAN ZYL et al., 2006; WHO, 2006).
Os resultados ora obtidos apontam também para um maior aprimoramento legal da
questão sanitária dos efluentes, por exemplo quanto à legislação vigente sobre o padrão
limite aceitável de poluição das águas (Resolução 357 de 17 de março de 2005 do
CONAMA). Esta Resolução é bem descritiva quanto a concentração de metais pesados,
nutrientes e produtos tóxicos, mas é carente quanto as questões de agentes biológicos,
limitando-se aos limites aceitáveis de coliformes fecais e cianobactérias, sem se detalhar em
outros, como espécies virais ou protozoários.
também preocupações relativas aos métodos de tratamento de esgoto. Sistemas
efetivos contra rus foram testados, como aqueles à base de detergente SDS, cloro,
ozônio, raios ultravioleta ou microfiltração (WARD; ASHLEY, 1980; VAUGHN et al., 1987;
LIBÂNIO et al., 2005; WALTER, 2001; WHO, 2006). Entretanto, tais técnicas não são viáveis
na criação de suínos pelo vultoso investimento necessário para viabilizar sua instalação.
42
A realidade dos pequenos produtores de suínos está relacionada a processos de
menor escala de geração de efluentes, como lagoas de decantação, biodigestores e
compostagem, cujo investimento inicial é menor, mas ainda necessidade de aumentar a
acessibilidade destes sistemas principalmente em termos de crédito e assistência técnica.
43
6 - Conclusões
44
As conclusões deste estudo foram:
- Foi detectada a circulação de rotavírus em criações de baixa tecnificação no Estado de
São Paulo;
- Houve a eliminação de rotavírus de criações de suínos através de seus efluentes, apesar
das práticas de tratamento adotadas;
- O lançamento de efluentes suínos pode ser um potencial meio de transmissão do
rotavírus não a outras espécies animais, mas também a humanos, demonstrando-se a
necessidade de se assegurem tratamentos de efluentes na suinocultura que visem a sua
inocuidade, não só ambiental, mas também microbiológica.
45
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58
Anexo 1
Soluções empregadas na reação de PAGE
1 - Mistura fenol, clorofórmio e álcool isoamílico
Reagente
Quantidade
Fenol
6,0 mL
Clorofórmio
3,9 mL
Álcool Isoamílico
100 L
2 - Dissociador da amostra
Reagente
Quantidade
SDS 10%
3,0 mL
Upper TRIS 4x
1,25 mL
2-mercapto-etanol
0,5 mL
Glicerol
4,0 mL
Azul de bromofenol 0,5%
100 l
Água bidestilada
q.s.p. 10,0 mL
Nota: para preparo do padrão, preparar mistura dissociador com 3g de uréia em substituição
ao glicerol.
3 - Acrilamida / bis-acrilamida (50/1,3)
Reagente
Quantidade
Acrilamida
50,0 g
Bis-acrilamida
1,3 g
Água bidestilada
q.s.p. 100,0 mL
59
4 - Lower TRIS 4x (1,5M TRIS/HCl; pH 8,8)
Reagente
Quantidade
TRIS (base)
18,17 g
HCl concentrado
q.s.p. pH 8,8
Água bidestilada
q.s.p. 100,0 mL
5 - Upper TRIS 4x (0,5M TRIS/HCl;pH 6,8)
Reagente
Quantidade
TRIS (base)
6,06 g
HCl concentrado
q.s.p. pH 6,8
Água bidestilada
q.s.p. 100 mL
6 - Persulfato de amônio (20 mg/mL)
Reagente
Quantidade
Persulfato de amônio
20 mg
Água bidestilada
q.s.p. 1,0 mL
7 - Gel de poliacrilamida
*
Quantidade de Reagente
Gel de empilhamento (3,5%)
Gel de corrida (7,5%)
Solução mãe de
Acrilamida/Bisacrilamida*
0,35 mL
3 mL
Lower TRIS 4x
-----
5 mL
Upper TRIS 4x
1,25 mL
-----
H
2
O bidestilada
3,23 mL
11,3 mL
Persulfato de amônio
150 L
660 L
TEMED
20 L
50 L
*Solução-mãe de acrilamida/bis-acrilamida a 50/1,3, com C=2,53% (crosslinking).
60
8 - Solução estoque TRIS-glicina 4x
Reagente
Quantidade
TRIS (base)
12,0 g
Glicina
57,6 g
Azida sódica 10%
10, 0 mL
Água bidestilada
q.s.p. 1000 mL
9 - Tampão de corrida
Reagente
Quantidade
TRIS-glicina 4x
200 mL
Água bidestilada
800 mL
10 - Etanol-ácido acético
Reagente
Quantidade
Etanol
20 mL
Ácido acético
1 mL
Água bidestilada
q.s.p. 200 mL
11 - Solução reveladora
Reagente
Quantidade
NaOH
7,5 g
Formaldeído (40%)
1,9 mL
Água bidestilada
q.s.p.250 mL
Nota: Adicionar o formaldeído quando o volume estiver próximo do volume total.
61
Anexo 2
Soluções empregadas na reação de ELISA
1 - Tampão carbonato-bicarbonato 0,05M pH 9,6
Reagente
Quantidade
Na
2
CO
3
0,85 g
NaHCO
3
1,43 g
Água bidestilada
q.s.p. 500 mL
2 - Tampão de lavagem (PBS 0,01M pH 7,2 + 0,5% Tween 80 (v/v))
2.1 - Solução A (mãe) de PO4 0,2M
Reagente
Quantidade
NaH
2
PO
4
x H
2
O
14,2 g
Água bidestilada
q.s.p. 500 mL
2.2 - Solução B (mãe) de PO4 0,2M
Reagente
Quantidade
Na
2
HPO
4
x 7 H
2
O
26,9 g
Água bidestilada
q.s.p. 500 mL
2.3 - NaCl solução mãe a 1,5 M
Reagente
Quantidade
NaCl
43,83g
Água bidestilada
q.s.p. 500 mL
62
2.4 - Solução de uso - Tampão de lavagem
Reagente
Quantidade
NaCl solução mãe a 1,5 M
100 mL
Mistura das soluções A+B de
PO
4
14 mL solução A
36 mL solução B
Tween 80
5 mL
Água bidestilada
q.s.p. 200 mL
3 - Solução cromógena
3.1 - Solução A (mãe) de ácido cítrico 0,033M para substrato
Reagente
Quantidade
Ácido cítrico x H
2
O
0,7 g
Água bidestilada
q.s.p. 100 mL
3.2 - Solução B (mãe) de PO
4
0,084M para substrato
Reagente
Quantidade
Na
2
HPO
4
x 7 H
2
O
11,3 g
Água bidestilada
q.s.p. 500 mL
3.3 - Tampão para substrato OPD
Reagente
Quantidade
Mistura das soluções
A+B de PO
4
13 mL solução A
12 mL solução B
OPD
10 mg
Perhidrol
10 μL
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