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1 - INTRODUÇÃO
Os nervos periféricos são estruturas expostas a traumatismos de ordem
física, química e mecânica. Estas lesões podem vir a promover danos de diversas
magnitudes, dentre as quais, a compressão, o estiramento e a secção, culminando
com transtornos motores, estéticos e psicológicos (IDE, 1996).
As lesões dos nervos periféricos podem ser causadas por agentes
traumáticos, neoplásicos e iatrogênicos. A violência, os acidentes de trânsito, as
atividades esportivas e demais atividades recreativas, dentre outras, podem levar
a danos ao sistema nervoso periférico. A regeneração nervosa periférica, após a
lesão de um nervo periférico, é um fenômeno complexo que envolve vários
eventos (IDE, 1996). Logo após a transecção do nervo (axotomia), este passa a
apresentar um coto proximal e um coto distal, separados por uma fenda resultante
da retração dessas estruturas (LUNDBORG, 1993). No coto distal desenvolve o
processo da degeneração Walleriana. Esta tem como característica principal, a
degeneração da bainha de mielina e dos axônios lesados. Dois tipos celulares
presentes no nervo, os macrófagos e as células de Schwann (SC) iniciam a
fagocitose dos elementos em degeneração (BRÜCK, et al.,1995 e BRÜCK, 1997).
No início, os macrófagos sintetizam e liberam interleucinas 1 e 6 (IL-1 e IL 6), as
quais atuam como agentes quimiotáxicos para as SC. As SC, por sua vez,
também realizam fagocitose e sintetizam compostos fundamentais para o
processo regenerativo, entre eles, os fatores neurotróficos. Os principais fatores
neurotróficos presentes no microambiente do nervo são o fator neurotrófico
derivado do cérebro (BDNF), fator neurotrófico de crescimento do nervo (NGF),
fator neurotrófico derivado da glia (GDNF) e fator neurotrófico ciliar (CNTF). Após
a lesão periférica, seus níveis aumentam, juntamente com seus receptores
(TANIUCHI, et al., 1986; LEWIN, et al., 1997 e ZOCHODNE, 2000). Apesar da
grande capacidade regenerativa do Sistema Nervoso Periférico (SNP), há casos
onde a extensão da lesão impossibilita a simples reunião dos cotos. Uma técnica
de reparo empregada nessa situação é a tubulização, que pode ser otimizada com