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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DISTÚRBIOS DA
COMUNICAÇÃO HUMANA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Gisele Rodrigues
Santa Maria, RS, Brasil
2009
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DESENVOLVIMENTO DE RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO DE MUITO BAIXO PESO
por
Gisele Rodrigues
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana, Área de
Concentração Audição e Linguagem da Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana
Orientador: Profa. Dra. Márcia Keske-Soares (UFSM)
Co-orientador: Profa. Dra. Ângela Regina Maciel Weinmann (UFSM)
Santa Maria, RS, Brasil
2009
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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Bibliotecária responsável: Kalline Bezerra da Silva Flor – CRB15/327
Rodrigues, Gisele.
Desenvolvimento de recém nascidos pré-termo de muito baixo peso /
Gisele Rodrigues. – Santa Maria, RS, 2009.
66 f.; il.
Orientadora: Márcia Keske-Soares
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria. Centro
de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da
comunicação humana.
1. Desenvolvimento neuropsicomotor Dissertação 2. Recém
nascido Dissertação. 3. Recém - nascido Prematuro - Dissertação. 3.
Recém nascido - Prematuro Baixo peso - Dissertação. 4. Teste de
Denver Dissertação. I. Márcia Keske-Soares. II. Universidade Federal
de Santa Maria. III. Título.
RN/UF/BCZM
CDU 616.89
008.43
4
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da
Comunicação Humana
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
DESENVOLVIMENTO DE RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO DE MUITO BAIXO
PESO
elaborada por
Gisele Rodrigues
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana
Comissão Examinadora:
_________________________________
Márcia Keske-Soares, Dra. - UFSM
(Presidente/Orientador)
___________________________________
Léris Salete Bonfanti Haeffner, Dra. - UFSM
___________________________________
Ana Paula Ramos de Souza, Dra. - UFSM
Santa Maria, 24 de julho de 2009.
5
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Lembro-me bem daquela noite, quando telefonei para professora Márcia
dizendo que ia desistir. Em meio à dor pela perda recente de meu
esposo, pensei que mais essa perda me seria uma realidade. Porém,
encontrei nesta pessoa incrível e humana que você é a coragem para
continuar. Meu agradecimento especial à professora Márcia keske-
Soares, por me ensinar muito além da Fonoaudiologia, por me mostrar
que devo prosseguir hoje e sempre.
6
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sua presença constante em minha vida, por seu amparo nos
momentos mais difíceis desta caminhada.
À professora e amiga Dra. Ângela R. M. Weinmann, pelo profissionalismo e
carinho com que me guiou na realização desta pesquisa.
À professora Léris Salete Bonfanti Haeffner e à professora Ana Paula Ramos
de Souza, por dedicarem horas preciosas como banca examinadora deste trabalho.
Às amigas Leila Sauer Prade e Marileda, pela atenção e competência.
Àqueles que se foram, meu querido esposo Nilson e meu amado pai Deverci,
pelos ensinamentos e por representarem muito em minha vida.
À minha mãe, Neli, e a meu irmão, Andrei, por serem meu “porto seguro”.
Ao Rodrigo, à Carol e à Elisa, por estarem sempre ao meu lado.
A todas as crianças e suas famílias, que tanto me ensinaram.
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“Se ando em meio à tribulação,
Tu me refazes a vida”
Sl 138:7
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RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana
Universidade Federal de Santa Maria
DESENVOLVIMENTO DE RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO DE MUITO BAIXO PESO
AUTORA: Gisele Rodrigues
ORIENTADORA: Márcia Keske-Soares
CO-ORIENTADORA: Ângela Regina Maciel Weinmann
LOCAL E DATA DA DEFESA: Santa Maria, julho de 2009.
Nas últimas décadas, grandes avanços na tecnologia médica e hospitalar
contribuíram para um consistente declínio nos índices de mortalidade neonatal.
Assim sendo, recém-nascidos com idade gestacional inferior a 30 semanas e peso
menor que 1.500 g (RNMBP) passaram a se tornar viáveis. O objetivo deste estudo
foi verificar o desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) de recém-nascidos pré-
termo (RNPT) de muito baixo peso ao nascer através da aplicação do Denver
Development Screening Test (teste de Denver II), na qual foram avaliadas as
seguintes áreas: motricidade fina, motricidade ampla, linguagem e pessoal/social.
Para isso, foram avaliadas 24 crianças com peso de nascimento inferior a 1500
gramas e que nasceram no período compreendido entre janeiro de 2002 e dezembro
de 2006 no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Foram excluídos deste
estudo recém-nascidos que apresentaram síndromes genéticas e malformações
maiores diagnosticadas pela equipe médica. Os dados foram tabulados e analisados
com auxílio do software STATA (versão 1.0), sendo que foram utilizados o teste T o
teste exato de Fisher. A partir dos resultados obtidos, pôde-se constatar que a
maioria das crianças apresentou desempenho desfavorável na área de motricidade
fina e que a área correspondente à linguagem mostrou-se como a mais
comprometida, que 70,8% (17) das crianças apresentaram desempenho
questionável ou anormal nesta área. A área relacionada à motricidade grossa/ampla
foi a que apresentou melhor desempenho, visto que 75% (18) apresentaram
desempenho normal.
PALAVRAS-CHAVE: Recém-nascido prematuro de muito baixo peso;
desenvolvimento; Teste de Denver.
9
ABSTRACT
Master’s Degree Dissertation
Post-Graduation Program in Human Communication Disorders
Federal University of Santa Maria
DEVELOPMENT OF PRE-TERM VERY LOW WEIGHT NEWBORN BABIES
Author: Gisele Rodrigues
Adviser: Márcia Keske-Soares
Co-Adviser: Ângela Regina Maciel Weinmann
Place and date of defense: Santa Maria – RS - Brazil, July 2009.
In the last decades, great breakthroughs in medical and hospital technology
contributed for a consistent decline in the neonatal mortality rates. The purpose of
this study was to check the neuropsychomotor development (DNPM) of pre-term
newborn babies (RNPT) with very low weight on birth, by means of the application of
the Denver Development Screening Test (Denver Test II). In order to achieve that, it
was evaluated 24 children with birth weight under 1500 grams, which were
hospitalized in the Neonatal ICU of the University Hospital of Santa Maria, in the
period from January 2002 through December 2006. It was excluded newborn babies
with genetic syndromes and bigger malformations, diagnosed by the medical team.
The data were analyzed by the software STATA 10, being used the test T, the
Fisher’s exact Test in the comparison of the results (p<0,05). From the results
obtained, it was observed that the majority of the children showed unfavorable
performance in the area of fine motricity and that the area corresponding to the
language was shown to be the most compromised, since that 70,8% (17) of the
children showed questionable or abnormal performance. The area of the gross/ample
motricity was the one that showed the best performance, since 75% (18) showed
normal performance. The results of this research show that the premature birth,
especially for those with weight under 1500 g, is followed by alterations in
development, mainly in the language area.
KEYWORDS: Premature, very low weight newborn baby; development;
Denver Test.
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Características dos 24 RNPT ao nascimento ................................... 32
TABELA 2 - Características relacionadas à mãe no momento do nascimento.....
34
TABELA 3 - Desenvolvimento geral das crianças estudadas ...............................
35
TABELA 4 - Influencia de algumas variáveis relativas à criança sobre o
desempenho na área de Conduta Social .............................................................
37
TABELA 5 - Desempenho na área de Conduta Social segundo variáveis
relacionadas à mãe ..............................................................................................
38
TABELA 6 - Desempenho na área de Motricidade Fina segundo
variáveis relacionadas à criança ...........................................................................
39
TABELA 7 - Desempenho na área de Motricidade Fina segundo
variáveis relacionadas à mãe ................................................................................
40
TABELA 8 - Desempenho na área de Linguagem segundo
variáveis relacionadas à criança ..........................................................................
41
TABELA 9 - Desempenho na área de Linguagem segundo
variáveis relacionadas à mãe ...............................................................................
42
TABELA 10 - Desempenho na área de Motricidade Grossa/Ampla
segundo variáveis relacionadas à criança ............................................................
44
TABELA 11 - Desempenho na área de Motricidade Grossa/Ampla segundo
variáveis relacionadas à mãe ................................................................................
45
11
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Aspectos clínicos evolutivos relativos às 24 crianças
participantes do estudo..................................................................................33
FIGURA 2 - Desenvolvimento geral 24 crianças estudadas,
considerando as quatro áreas avaliadas . ............................................................35
12
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A – Termo de consentimento livre e esclarecido
ANEXO B - Formulário de Identificação
ANEXO C – Protocolo referente ao Teste de Denver
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SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO......................................................................................................................
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................
2.1 – O recém-nascido pré-termo....................................................................
2.2 – Prematuridade e desenvolvimento............................................................
2.3 – Escalas de avaliação do desenvolvimento e o teste de triagem
Denver II (TTDD II)………………………………………………………..
2.4 – O desenvolvimento da linguagem em RNPT........................................
3 - METODOLOGIA..............................................................................................................
3.1 – Caracterização da pesquisa.......................................................................
3.2 – Caracterização da amostra.......................................................................
3.3 – Procedimentos..........................................................................................
3.4 – Instrumentos e critérios de avaliação........................................................
4 - RESULTADOS.................................................................................................................
5 - DISCUSSÃO................................................................................................................
5.1 – Caracterização da população estudada.....................................................
CONCLUSÕES........................................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................
ANEXOS..................................................................................................................................
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65
14
1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, grandes avanços na tecnologia médica e hospitalar,
principalmente no que diz respeito aos cuidados em Unidades de Tratamento
Intensivo (UTIs) neonatais e pediátricas, contribuíram para um consistente declínio
nos índices de mortalidade neonatal.
O aumento da sobrevivência destas crianças, cada vez menores e mais
imaturas impõe o questionamento quanto à qualidade de vida futura das mesmas.
Estas preocupações têm sido expressas na literatura e os estudos sobre seguimento
de prematuros mostram que os índices relacionados a problemas no DNPM nesta
população não têm se alterado significativamente nos últimos anos (VOHR et al.,
2000).
As pesquisas atuais têm apontado para a ocorrência de deficiências diversas
nessa população, sendo que estas crianças podem apresentar déficits motores,
cognitivos e comportamentais, que poderão comprometer sua integração na
sociedade (BENNET & SCOTT, 1997).
Alguns estudos envolvendo um grande número de sujeitos, como o de Hack &
Fanaroff (2000), referem que a maior incidência de seqüelas ocorre entre os
prematuros de extremo baixo peso (peso de nascimento inferior a 1000 g),
especialmente nos menores que 750 g e com idade gestacional de 25 semanas ou
menos.
O objetivo desta pesquisa foi caracterizar o desenvolvimento do primeiro ao
sexto ano de vida de RNPT de muito baixo peso ao nascer. Os objetivos específicos
foram:
1. avaliar o desempenho dessas crianças nas áreas de motricidade fina,
motricidade ampla, linguagem e pessoal/social;
2. analisar a possível relação entre o peso, a idade gestacional ao nascer
e o sexo à incidência de alterações do desenvolvimento
3. analisar a possível relação entre a influência de algumas variáveis
maternas como idade, tabagismo, grau de escolaridade com os
resultados obtidos na aplicação do Teste de Denver II.
Desta forma, este trabalho foi dividido em capítulos: no primeiro, é
apresentada uma revisão da literatura acerca do tema, sendo enfatizadas algumas
15
características e o desenvolvimento do RNPT além do desenvolvimento da
linguagem. No segundo capítulo, é abordada a metodologia utilizada para realização
deste estudo, no qual são apresentados: a caracterização da pesquisa e da
amostra, os procedimentos, além dos instrumentos e os critérios de avaliação. No
terceiro capítulo, são apresentados os resultados e no quarto, por sua vez, a
discussão. Por fim, são apresentadas as conclusões desta pesquisa.
16
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. O Recém-nascido Pré-Termo
Até a cada de 60, considerava-se prematura a criança com peso de
nascimento inferior a 2500g, independente da idade gestacional (AMERICAN
ACADEMY OF PEDIATRICS, 2001).
A partir da década de 70, uma nova classificação foi estabelecida,
relacionando-se o conceito de prematuridade à idade gestacional. Desta forma,
passou-se a definir como pré-termo todo recém-nascido com idade gestacional
inferior a 38 semanas; como a termo aqueles com idade gestacional entre 38 e 42
semanas e como pós-termo os com idade gestacional superior a 42 semanas
completas (AAP). Já, a WORLD HEALTH ORGANIZATION (1977), com o apoio das
escolas pediátricas européias, define que recém-nascido pré-termo (RNPT) é todo
aquele que nasce com idade gestacional (IG) inferior a 37 semanas ou 259 dias de
gestação (SEGRE, 1995).
Como ao longo das últimas décadas, um número cada vez maior de recém-
nascidos com peso inferior a 1500g têm sobrevivido, nos meados de 1985, surgiu
uma nova classificação para que fosse possível agrupar essas crianças com peso
cada vez menor. Essa nova classificação divide os RNPT nascidos com menos de
1500g em três categorias: recém-nascido de muito baixo peso aqueles com peso
de nascimento inferior a 1500g; recém-nascidos de baixo peso extremo nascidos
com peso menor do que 1000g e microprematuros aqueles com peso de
nascimento menor do que 800g (BROCK, 1998).
A idade gestacional (IG) diz respeito à duração da gestação desde o primeiro
dia do último período menstrual materno até o parto, sendo expresso em dias ou
semanas completas (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1977).
Quanto à idade gestacional, os RNPT podem ser classificados em três
grupos: RNPT limítrofe (idade gestacional entre 37 e 38 semanas), RNPT moderado
(31 a 36 semanas de idade gestacional) e RNPT extremamente prematuro (idade
gestacional entre 24 e 30 semanas) (LEONE, RAMOS & VAZ, 2003).
O baixo peso ao nascer pode ser atribuído ao parto prematuro e ao retardo do
17
crescimento intra-uterino que isolados ou associados fazem com que uma criança
apresente muito baixo peso ao nascer (BARBIERI et al., 2000). No que diz respeito
ao recém-nascido, vários fatores de risco concorrem para a condição de MBP ao
nascer como a gemelaridade, o sexo e as alterações placentárias (NASCIMENTO &
GOTLIEB, 2001).
Rades, Bittar & Zugaib (2004) comenta que a prematuridade pode ser
classificada em duas categorias: espontânea, conseqüência do trabalho de parto
espontâneo propriamente dito ou da rotura prematura de membranas, e eletiva,
quando ocorre por indicação médica, decorrente de intercorrências maternas e/ou
fetais.
O RNPT de muito baixo peso apresenta idade gestacional inferior a 30
semanas, medem menos do que 38cm de estatura e apresentam perímetro cefálico
inferior a 29cm ao nascimento (LEONE, RAMOS & VAZ, 2003).
Essas crianças necessitam de longos períodos de hospitalização, sendo
submetidas a muitos procedimentos invasivos tais como: inserção de cateter
intravascular, sondagem orogástrica e intubação orotraqueal.
Nascimento & Gotlieb (2001) comentam que a ocorrência de recém-nascidos
prematuros varia entre países, sendo, inclusive, um indicador geral de nível de
saúde de uma população, visto que está altamente associado às condições
socioeconômicas.
2.2 Prematuridade e desenvolvimento
No decorrer dos últimos vinte anos, os avanços científicos e tecnológicos
associados a grandes mudanças na assistência obstétrica e neonatal, destacando-
se o incremento no uso de corticóide antenatal e a terapia de reposição de
surfactante no RNPT, tem aumentado consideravelmente a sobrevivência de RNPT
(LEONE, RAMOS & VAZ, 2003). autores, como Rugolo (2005) que atribuem
esse aumento na sobrevida dessas crianças também à melhora no suporte
assistencial oferecido às gestantes.
Desta forma, tanto em países desenvolvidos como naqueles em
desenvolvimento, tem ocorrido um aumento significativo nas taxas de sobrevida de
prematuros de muito baixo peso (RUGOLO, 2005). Em alguns países
desenvolvidos, como na França, Estados Unidos e Inglaterra, a incidência de
18
prematuros é da ordem de 6%. Em geral, a incidência da prematuridade é tanto
maior quanto menos desenvolvido é o meio, sendo que o número total de RN de
baixo peso é submetido a igual influência (LEONE, RAMOS & VAZ, 2003).
Ao final da década de 90, nos Estados Unidos, a expectativa de sobrevida
para prematuros com peso entre de 750g-1000g e de 500-749g situava-se em torno
de 85% e 45%, respectivamente. Enquanto no Brasil, a Rede Brasileira de
Pesquisas Neonatais apontava, nesta época, sobrevida de 66-73% na faixa de
750g-1000g, e de 9-44% na faixa de 500g-749g (HORBAR et al., 2002).
Vaz (1996) comenta que a prematuridade e o baixo peso são elementos que
constituem os maiores fatores de risco isolados para a saúde infantil, sendo que
além da morte podem levar a um alto risco de complicações como a paralisia
cerebral e as deficiências auditivas. Concordando com o autor citado, Xavier (1998)
aponta que os recém-nascidos com história de prematuridade podem apresentar,
inicialmente, uma série de problemas clínicos, podendo desenvolver patologias
respiratórias, gastrintestinais, lesões cerebrais e outras complicações.
O termo desenvolvimento pode ser conceituado como o resultado da
interação entre as características biológicas da criança e os fatores culturais e
sociais em que ela está inserida. Assim, a aquisição de novas habilidades relaciona-
se à faixa etária e às interações vividas com os outros indivíduos do seu grupo
(BISCEGLI et al., 2007). Vaz (1996) ainda acrescenta que o desenvolvimento da
criança se dá a partir da aquisição de funções neuro-psico-motoras.
Méio et al. (2004) comentam que o RNPT, ao nascer, possui as habilidades
próprias de sua etapa de amadurecimento; contudo, sua exposição aos cuidados
intensivos neonatais e uma história interacional tão antecipada exigem a
participação de competências ainda não existentes, sobrecarregando seu processo
de desenvolvimento integral. Por isso, devem existir profissionais encarregados de
acompanhá-los após a alta hospitalar, garantindo-lhes um suporte adequado em
todas as áreas. Estas crianças com peso ao nascimento menor do que 1500g têm
sido objeto de vários estudos nos últimos 20 anos, sendo que, inicialmente, a ênfase
destas pesquisas envolvia a incidência de complicações maiores como o retardo
mental, a cegueira, a perda auditiva neurossensorial, a paralisia cerebral e a
epilepsia (HACK & FANAROFF, 2000).
De acordo com Giacominni (1997), o risco de desvios no processo de
evolução de crianças prematuras é grande, uma vez que a prematuridade gera uma
19
série de condições prejudiciais a elas. Para essas autoras, a prematuridade e o
baixo peso são elementos que constituem fatores de risco para o desenvolvimento,
desde alterações globais de longa duração, como as paralisias cerebrais, os
retardos mentais, as deficiências auditivas e visuais, até alterações específicas de
linguagem.
Conforme Alves, Xavier & Taques (1996), deve-se considerar que existem
diferenças nas performances do recém-nascido de termo e do RNPT durante o seu
desenvolvimento, sendo importante enfatizar que a idade gestacional isolada não é
suficiente para determinar prejuízos na evolução da criança, considerando-se as
intercorrências clínicas a que estas crianças estão sujeitas, tais como: problemas
respiratórios, hemorragias, anemia e outros fatores pré, peri e pós-natais.
Leone, Ramos & Vaz (2003) afirmam que com o passar dos anos, tem se
observado diminuição da incidência de seqüelas neurológicas e intelectuais em
RNPT, observando-se uma melhor qualidade de vida pós-alta nesta população.
Estes autores comentam que antes da década de 1960, a incidência de seqüelas
mais graves em RN menores de 1.500g era de 50 a 70%, sendo que após a
introdução dos cuidados intensivos neonatais esse índice foi reduzido a
aproximadamente 15%.
Os dados referentes à incidência de seqüelas maiores em RNMBP na
Inglaterra, Estados Unidos, Suíça e Austrália têm revelado valores entre 10 e 30%.
Para os recém-nascidos com peso inferior a 1.000g, apesar de, atualmente, serem
vistos com maior otimismo, os estudo de seguimento dessas crianças mostram
maior incidência de deficiência intelectual e dificuldades de aprendizagem (LEONE,
RAMOS & VAZ, 2003).
Butha et al. (2002) demonstraram que os RNPT apresentaram escores
cognitivos inferiores aos de controles a termo, correlacionados ao peso de
nascimento e à idade gestacional.
Para Saigal et al. (2000), o nascimento prematuro pode significar riscos para
alterações comportamentais e cognitivas, além de distúrbios perceptivos, de atenção
e hiperatividade.
Giacominni (1997) e Alves, Xavier & Taques (1996) afirmam que o
desenvolvimento mental das crianças com história de prematuridade é retardado
durante o primeiro ano de vida, sendo que as mesmas adquirem o sorriso social
mais tardiamente.
20
Doyle & Casalaz (2001) realizaram uma coorte de 79 RNPT de muito baixo
peso nascidos no final da década de 70 e os acompanharam até quatorze anos de
idade. Os autores observaram que, na adolescência, apenas 46% apresentavam
desenvolvimento totalmente normal, 14% tinham seqüelas motoras, visuais ou
intelectuais grave, 15% apresentavam deficiências moderadas e 25% tinham
distúrbios leves. Contudo, é importante considerar que esses valores podem ser
diferentes para prematuros nascidos em décadas mais recentes.
Halpern et al. (2000) aplicaram o teste de Denver II em 1.363 crianças aos 12
meses de idade com o objetivo de verificar a prevalência de suspeita de atraso no
DNPM e seus possíveis determinantes. Os autores observaram que aquelas
nascidas com peso inferior a 2.000g tiveram um risco de apresentar o teste suspeito
quatro vezes maior, quando comparadas àquelas com maior peso.
Seqüelas graves, tais como cegueira, surdez e paralisia cerebral, são
detectadas em 6 a 20% dos RNPT de muito baixo peso, sendo suas freqüências
inversamente proporcionais à idade gestacional (HACK & FANAROFF, 2000).
É difícil predizer o prognóstico de desenvolvimento de RNPT de muito baixo
peso, pois este depende da interação complexa de diversos fatores biológicos e
ambientais. rios estudos identificam fatores de risco para alterações no
neurodesenvolvimento, mas os resultados não são unânimes e não um fator que
isoladamente seja capaz de predizer o desenvolvimento dessas crianças (HACK &
FANAROFF, 2000).
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento apresentados na
literatura podem ser didaticamente divididos em: fatores biológicos: idade
gestacional menor ou igual do que 25 semanas, peso ao nascer menor do que 750g,
alterações graves ao ultra-som de crânio (leucomalácia periventricular, hemorragia
peri-ventricular graus 3 e 4 e hidrocefalia), morbidade neonatal grave, especialmente
a displasia bronco-pulmonar, uso de corticóide pós-natal e perímetro cefálico
anormal na alta hospitalar; e fatores ambientais: baixa condição sócio-econômica e
pais usuários de drogas (HACK & FANAROFF, 2000).
Lester & Miller–Loncar (2000) comentam que, por outro lado, existem fatores
de proteção, tais como a participação efetiva da família e o temperamento da
criança, os quais podem modular o prognóstico, ajudando a criança a superar suas
dificuldades e ter boa qualidade de vida.
21
O follow-up do desenvolvimento dessas crianças deve ser um processo
contínuo e flexível de avaliação, incluindo a observação da criança, o exame
neurológico sistematizado,a valorização da opinião dos pais ou responsáveis, a
avaliação dos marcos do desenvolvimento neuromotor e a realização de testes de
triagem, como por exemplo, o Teste de Denver.
No primeiro ano de vida, deve ser avaliada com maior atenção a evolução
motora do prematuro, com observação detalhada do tônus passivo, postura,
mobilidade ativa e força muscular. Anormalidades neurológicas transitórias como
alterações de postura, habilidades motoras finas e grosseiras, coordenação e
equilíbrio, reflexos e tônus são detectadas em 40 a 80% dos casos de
prematuridade e tendem a desaparecer no segundo ano de vida.
Exame neuromotor normal no segundo semestre de vida indica
desenvolvimento motor normal, sendo que a persistência de padrões alterados de
tônus, reflexos e postura pode ser uma anormalidade transitória ou manifestação de
paralisia cerebral.
Na interpretação dos dados sobre o prognóstico de prematuros, deve-se
considerar que, na maioria das pesquisas, a casuística é constituída em função do
peso de nascimento, sendo que o desenvolvimento está diretamente relacionado à
idade gestacional. Outro fator refere-se às limitações relacionadas aos estudos de
seguimento, incluindo: pequeno número da amostra, principalmente, perda amostral
durante o acompanhamento, tempo de seguimento, variação nas idades e nos
métodos de avaliação, além de características do grupo controle.
A evolução a longo prazo do RNPT diferencia-se da apresentada pela
população normal em dois aspectos fundamentais: seu padrão de crescimento e seu
desenvolvimento pós-natais (MEIO et al., 2004).
O desenvolvimento posterior dessas crianças está diretamente relacionado ao
processo de maturação do sistema nervoso central, entretanto pode sofrer
interferências de fatores externos. Alguns fatores agravantes, como a imaturidade
dos órgãos e sistemas, podem determinar o aparecimento de alterações do
desenvolvimento, possibilitando a instalação das seqüelas.
Algumas dificuldades têm sido encontradas em crianças que o
consideradas sobreviventes não seqüeladas. Este fato está relacionado a melhoras
nas taxas de sobrevida, a técnicas de avaliação mais refinadas e a
acompanhamentos mais longos. Desta forma, tem ocorrido alta prevalência de
22
disfunções menos severas, como distúrbios de aprendizagem e problemas
comportamentais e emocionais (MARLOW, 2004).
No Brasil, poucos estudos de seguimento dessas crianças foram publicados.
Provavelmente, esse fato possa ser atribuído às dificuldades encontradas na
realização de estudos longitudinais que avaliem resultados a curto, a dio e a
longo prazo. O grande número de faltas às consultas de acompanhamento dificulta e
muitas vezes impede o cumprimento de todas as etapas de um programa de
seguimento (MELLO et al., 1998).
Santos, Araújo & Porto (2008) comentam que no município do Rio de Janeiro,
a maioria dos serviços de acompanhamento a prematuros utiliza escalas de
desenvolvimento de maneira informal, não fazendo uso de medidas diagnósticas
normatizadas e com eficácia comprovada. Além disso, no Brasil, falta de
instrumentos de avaliação padronizados para a população local, sendo necessária a
utilização de medidas padronizadas para populações de outros países, havendo
carência de estudos nacionais que confirmem se o instrumento de avaliação é
apropriado para a população de nosso país.
Saigal (2000) refere que a dificuldade em manter o seguimento de RNPT por
longos períodos é uma realidade também em outros países, sendo que perdas de
30% ou mais são comuns.
Halpern et al. (2000) enfatiza que, no seguimento de recém-nascidos pré-
termo, deve ser considerada a idade corrigida, com o objetivo de identificar aquelas
crianças que realmente apresentam algum atraso no desenvolvimento, bem como
evitar os falsos-positivos e os falsos-negativos.
A idade cronológica pode ser definida como o tempo de vida desde o
nascimento até o momento presente;, a idade corrigida diz respeito à idade
cronológica menos o número de semanas que faltaram entre o nascimento
prematuro e as 40 semanas de idade gestacional (RUGOLO, 2005).
A determinação desses processos inclui um conjunto de fatores, dentre os
quais destacam-se a idade materna, a situação sócio-econômica, o baixo peso
materno no início da gravidez, o tabagismo, a instabilidade emocional durante a
gestação e a deficiência na assistência pré-natal (SOUZA & SIQUEIRA, 2002).
23
2.3 Escalas de Avaliação do Desenvolvimento e o Teste de Triagem Denver II
(TTDD II)
Várias escalas foram elaboradas para avaliação e diagnóstico do
desenvolvimento normal e patológico, além da caracterização do grau de
anormalidade. Entre esses métodos encontram-se as escalas de Bayley II e de
Griffiths, as quais quantificam o desenvolvimento cognitivo, abrangendo as
seguintes áreas: motor, adaptativo, pessoal-social e de linguagem; sendo que a
escala de Bayley II quantifica o quociente de desenvolvimento em dois setores:
psicomotor e mental, e é, atualmente, o mais utilizado para o diagnóstico de
desenvolvimento nos primeiros três anos de vida (Rugolo, 2005).
Outro teste utilizado para avaliação do desenvolvimento cognitivo é o WPPSI-
R (Wechsler Preschool and Primary Scale of Intelligence Revised), o qual é um
teste psicométrico e que consiste na avaliação de habilidades individuais em
diversas tarefas, abrangendo crianças com idades entre 3 anos e 11 meses e 7
anos e 3 meses.
O Teste Seletivo de Desenvolvimento de Denver foi idealizado por
FranKenburg & Dodds em 1967 (Colorado, EUA) e é uma das escalas mais
conhecidas e largamente utilizadas pelos profissionais da saúde (MÉIO et al,1992).
A versão original apresentava métodos de pontuação e administração pouco
seguros para os padrões atuais, dificultando a sua utilização em pesquisas. Sendo
assim, uma nova versão do teste foi desenvolvida com o objetivo de avaliar e
identificar crianças de risco para atraso no desenvolvimento.
Esta nova versão também foi normatizada e validada para a população do
Colorado (EUA) e acredita-se que esta versão mais atualizada apresente maior
sensibilidade na identificação de atraso em relação à primeira, especialmente na
área de linguagem (FRANKENBURG et al., 1992).
Este teste, traduzido para o português, foi delineado para ser utilizado em
crianças desde os quinze dias até a idade de seis anos. É um teste de triagem,
tendo como objetivo a detecção precoce de algum possível desvio e sendo utilizado
para o acompanhamento do desenvolvimento de todas as crianças, sejam ou não de
risco (HALPERN et al., 1996).
O teste consiste em 125 itens que o divididos em quatro grupos: a)
Pessoal-Social: aspectos da socialização da criança dentro e fora do ambiente
24
familiar; b) Motor fino ou adaptativo: coordenação olho-mão, manipulação de
pequenos objetos; c) Linguagem: produção de som, capacidade de reconhecer,
entender e usar linguagem e d) Motor amplo ou grosso: controle motor corporal,
sentar, caminhar, pular e todos os demais movimentos realizados pela musculatura
ampla. Esses itens são administrados diretamente à criança e em alguns deles é
solicitado que a mãe informe se a criança realiza ou o determinada tarefa
(HALPERN et al, 1996).
Santos, Araújo & Porto (2008) comentam que a aplicação do teste é de fácil
execução e oferece um material para treinamento e orientações quanto a sua
utilização. As mesmas autoras acrescentam que embora o teste não seja validado
para nossa população, uma adaptação cultural não formal foi realizada por Halpern
et al. (1996) com o objetivo de facilitar a sua aplicação.
O Teste de Denver II apresenta bons índices de validade e confiabilidade
(0,99 interobservador e 0,9 em teste reteste), sendo assim amplamente utilizado
(SANTOS, ARAÚJO & PORTO, 2008).
Halpern et al. (1996) defende que apesar destes possíveis fatores de
limitação, a inexistência de um instrumento padronizado para o Português,
associado à necessidade de uma identificação de crianças de risco, justifica o uso
do Teste de Denver II.
Os itens a serem avaliados são apresentados em forma de gráfico, e em cada
marco do desenvolvimento, podemos observar os respectivos limites mínimo e
máximo da idade de aparecimento. Os itens são codificados individualmente em
passa, falha, ou recusa (não testável), de acordo com a habilidade da criança em
realizar determinado item.
De acordo com os critérios de avaliação previstos no manual do teste, a
interpretação global do teste é feita como normal, não-normal, questionável e
não-testável.
É importante ressaltar que sendo um teste de triagem, um resultado não-
normal alerta para um risco potencial que deve ser confirmado mediante testes
diagnósticos. Através desta identificação precoce pode ser possível o
estabelecimento de programas de intervenção que visem à prevenção de distúrbios
no desenvolvimento (HALPERN et al., 1996).
O Teste de Denver II foi desenvolvido para a população americana, portanto
segue as características culturais dos Estados Unidos. A versão traduzida para o
25
português não é oficial, mas mostra que vários itens não se adequam às atividades
cotidianas das crianças brasileiras. A partir deste fato, deve-se considerar as
diferenças culturais no momento de interpretar cada teste. É importante ressaltar
que o uso deste teste pressupõe um treinamento para os aplicadores conforme
previsto no manual.
26
2.4 O desenvolvimento da linguagem em recém-nascidos pré-termo
De acordo com Palladino (2005), verifica-se a presença de diferentes
tradições na compreensão da linguagem: a empirista, segundo a qual a linguagem
tem papel representativo e é tomada como fruto de um processo de aprendizagem;
a racionalista, que a linguagem como uma faculdade específica, resultante da
atualização de um saber prévio, como uma criatividade biologicamente determinada,
e, por fim, a tradição dialética, em que a linguagem tem um papel constitutivo, fruto
de um processo interacional.
Para Andrade (1996), o desenvolvimento da linguagem na criança depende
de vários fatores, entre os quais se destaca: a integridade e maturação do Sistema
Nervoso Central (SNC); a integridade e maturação do sistema sensório-motor e dos
órgãos fonoarticulatórios; a qualidade de relação com o meio ambiente e o modelo
lingüístico a integrar, o qual é influenciado por fatores socioculturais e de
estimulação do meio ambiente.
Alves, Xavier & Taques (1996) afirmam que a não-maturação do SNC pode
provocar um retardo no desenvolvimento global da criança, incluindo a linguagem, o
qual pode estar associado a outros fatores como: deficiência nutricional, estimulação
inadequada e outras experiências ambientais.
De acordo com a American Academy of Pediatrics (2001), um dos aspectos
que deve ser criteriosamente avaliado nos primeiros anos de vida dessas crianças é
o desenvolvimento da linguagem, visto que, quanto menor o peso de nascimento e a
idade gestacional, maior a probabilidade de atraso nos vários estágios de
desenvolvimento da linguagem.
Tommiska et al. (2003), em seu estudo envolvendo 211 RNPT de muito baixo
peso (46% com idade gestacional igual ou menor do que 26 semanas), observaram
que, no segundo ano de vida, o atraso na fala foi o distúrbio mais freqüente,
presente em 42% dos casos. Os autores também verificaram que 76% das crianças
apresentaram desenvolvimento motor normal e 11% tinham paralisia cerebral.
Alterações visuais ocorreram em 23% dos casos e 3% apresentaram deficiência
auditiva grave.
De acordo com Perissinoto & Isotani (2003), o risco de desvios no processo
de evolução de crianças prematuras é grande, uma vez que a prematuridade gera
uma série de condições prejudiciais a elas. De acordo com as mesmas autoras, a
27
prematuridade e o baixo peso são elementos que constituem fatores de risco para o
desenvolvimento, desde alterações globais de longa duração, como as paralisias
cerebrais, os retardos mentais, as deficiências auditivas e visuais, até alterações
específicas de linguagem.
Para Alves, Xavier & Taques (1996), deve-se considerar que existem
diferenças nas performances do recém-nascido de termo e do RNPT durante o seu
desenvolvimento. De acordo com as autoras, cabe ressaltar que a idade gestacional
sozinha não é suficiente para determinar prejuízos na evolução da criança, sendo
que devem ser consideradas as intercorrências clínicas a que estas crianças estão
sujeitas, tais como: problemas respiratórios, hemorragias, anemia e outros fatores
pré, peri e pós-natais.
Alguns autores, entre eles Alves Xavier & Taques (1996) e Giacominni (1997),
afirmam que o desenvolvimento mental das crianças com história de prematuridade
é retardado durante o primeiro ano de vida, sendo que as mesmas adquirem o
sorriso social mais tardiamente.
A linguagem representa um dos aspectos mais importantes no
desenvolvimento infantil (TSAO et al., 2004). Perissinoto & Isotani (2003) comentam
que ao se garantir o desenvolvimento saudável da linguagem estamos propiciando à
criança a inserção social ao meio em que vive, além uma comunicação efetiva com
seus semelhantes.
Estudos norte-americanos mostram que 19% das crianças em idade pré-
escolar apresentam alguma alteração de linguagem, sendo que as manifestações
variam desde distúrbios fonológicos até distúrbios específicos de linguagem (LAW,
2001).
Vários estudos relacionam o efeito da maturidade biológica ao
desenvolvimento humano, porém, não está claro até que ponto estes efeitos estão
presentes em aspectos específicos do comportamento, principalmente quanto aos
que se referem à linguagem (PERISSINOTO, 1996).
Junto aos RNPT, a atuação do fonoaudiólogo pode ser didaticamente dividida
em imediata de seguimento, sendo que as diretrizes do seguimento do
desenvolvimento do RNPT compreendem a identificação de sinais iniciais de
desvios do processo de aquisição e evolução da linguagem e a posterior orientação
ou tratamento, quer seja por intermédio da família ou diretamente com a criança.
28
Para que isso corra faz-se necessário a atuação sistemática e periódica de
observação do comportamento.
Pedromônico (1998) comenta que os trabalhos de seguimento do
desenvolvimento de prematuros têm apontado que crianças provenientes de famílias
de baixa renda têm piores desempenhos em habilidades verbais.
Orlandini (2005) realizou um acompanhamento de uma coorte de crianças
do interior do Rio Grande do Sul com o objetivo de detectar precocemente fatores de
risco para atraso no desenvolvimento da linguagem. A autora observou que, nas
análises bivariadas, não foi encontrada relação estatisticamente significante entre o
peso de nascimento e risco para atraso de linguagem, embora tenha sido observada
tendência à linearidade desta relação, sendo que quanto menor o peso de
nascimento, maior a probabilidade de a criança apresentar atraso de linguagem.
29
3. METODOLOGIA
3.1 Caracterização da pesquisa
Este estudo caracterizou-se por ser do tipo observacional e tranversal
(FACHIN, 2003). O estudo foi desenvolvido no Hospital Universitário de Santa Maria,
sendo que algumas crianças foram avaliadas no Serviço de Atendimento
Fonoaudiológico (SAF) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o
restante em suas residências.
O Hospital Universitário de Santa Maria encontra-se situado no Campus da
UFSM e atende à população da cidade de Santa Maria e cidades vizinhas. Trata-se
de um hospital público geral e é uma instituição de referência na região, sendo
vinculado ao governo federal e mantido pelo Sistema Único de Saúde. Convém
salientar que os indivíduos atendidos nesse hospital pertencem a diferentes níveis
sócio-econômicos com predominância de indivíduos de menor poder aquisitivo.
Este trabalho é parte de um projeto maior que vem sendo desenvolvido no
Hospital Universitário de Santa Maria, sendo que este projeto de pesquisa foi
aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa do CCS (Centro de Ciências da Saúde)
da UFSM e do HUSM sob o número 0131.0.243.000-06.
3.2 Caracterização da amostra
A população avaliada foi composta por vinte e quatro RNPT de muito baixo
peso (peso de nascimento inferior a 1500 gramas) egressos da Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Maria
(HUSM-UFSM) nascidos entre janeiro de 2002 e dezembro de 2006, com idades
entre um ano e um mês e cinco anos e 11 meses, sendo 17 meninas e 7 meninos.
Neste período, internaram na unidade 1604 recém-nascidos, sendo 400 de muito
baixo peso, ou seja, com peso ao nascer inferior a 1500 gramas. Destes, 230
tiveram alta e pertenciam à cidade de Santa Maria, sendo possível localizar 24
crianças, cujos pais e/ou responsáveis aceitaram participar desse estudo.
30
Foram excluídos recém-nascidos que apresentavam síndromes genéticas e
malformações maiores diagnosticadas pela equipe médica.
3.3 Procedimentos
Primeiramente, foi realizado um levantamento nos livros de registro da UTI
Neonatal do HUSM a fim de identificar todos os RNPT nascidos com peso inferior a
1.500g. A seguir, foi realizada uma revisão dos prontuários com o objetivo de se
verificar as condições maternas durante a gestação, o tipo de parto, o peso ao
nascer e a idade gestacional.
A partir de então foi realizado contato telefônico com os pais ou
responsáveis pela criança para que fosse possível a realização da avaliação. A
família foi informada sobre os objetivos (avaliar o DNPM em RNPT de muito baixo
peso), os procedimentos (avaliação do DNPM através do teste de Denver II) e os
possíveis riscos (não existe risco previsível à criança), atendendo a Resolução MS
196/96 CNS. Após essas explicações, foi solicitada a autorização para a
realização da pesquisa através de um consentimento livre e esclarecido (anexo A)
Anteriormente à realização do teste, foi aplicado um questionário com a mãe ou
responsável pela criança a fim de se obter informações maternas (algumas
patologias maternas, número de gestações, a idade atual da mãe e no momento do
nascimento da criança, o grau de escolaridade) e da criança (freqüenta creche,
rehospitalizacões, ocorrência de otites e convulsões).
Foi aplicado o teste de Denver II, sendo que as crianças pequenas foram
avaliadas no colo da mãe ou responsável, desde que seus braços e mãos
pudessem manipular facilmente o material de teste.
Os itens referentes ao teste foram registrados através de observação direta
da criança e, quando necessário, foi solicitado à e ou responsável que
informasse se a criança realizava ou não determinada tarefa.
Quanto à aplicação do teste, inicialmente, calculou-se a idade gestacional
corrigida (em meses) para cada criança participante do estudo. Após, traçou-se no
formulário de teste (FranKenburg et al., 1992) uma linha vertical correspondente à
idade. Foram aplicados então os itens que se encontravam na linha traçada, bem
como os que se encontravam à esquerda da linha de teste em cada área do
desenvolvimento, com o objetivo de se detectar algum desvio.
31
Visto que o teste de Denver II abrange uma ampla faixa etária, os pais ou
responsáveis foram esclarecidos que não se esperava que a criança fosse capaz de
acertar todos os itens avaliados.
Convém salientar que a impossibilidade de acompanhar os RNPT de modo
contínuo no HUSM associada à interligação ainda precária da rede hospital-Unidade
Básica de Saúde impediu uma amostra mais representativa da população.
3.4 Instrumentos e critérios de avaliação
Para a realização desta pesquisa foram utilizados protocolos de avaliação
referentes ao questionário de identificação e à aplicação do teste de Denver II
(anexo C). No referido questionário indagou-se a mãe a respeito do seu grau de
escolaridade, se tem outros filhos, se é hipertensa ou diabética, sua profissão e se é
tabagista. Também foram levantados dados referentes à criança, tais como a
ocorrência de otites e convulsões, se já foi hospitalizado e se freqüenta creche.
Quanto ao teste de Denver II, esse foi escolhido por ser o método mais
utilizado pelos profissionais da área da saúde para triagem em populações
assintomáticas e por ser um dos mais abrangentes quanto à faixa etária de
aplicação, tendo em vista que pode ser utilizado desde décimo quinto dia de vida até
os 6 anos de idade (FRANKENBURG et al., 1992).
O teste de Denver II consiste em 125 itens, classificados em quatro áreas: 1.
pessoal/social; 2. motricidade fina; 3. linguagem; 4. motricidade ampla. Na presente
pesquisa foram avaliados 88 itens, tendo em vista que a aplicação de todos poderia
cansar a criança, interferindo no resultado dos últimos a serem avaliados. Desta
forma, priorizou-se pelos itens mais relevantes em cada área avaliada.
Durante a avaliação da área pessoa/social, foi avaliada a maneira como a
criança se relaciona com terceiros e como atua nas atividades de vida diária. Na
avaliação da motricidade fina, foram observadas a coordenação olho/mão e a
manipulação de pequenos objetos.
Para avaliação da motricidade ampla, foi verificada a habilidade da criança
em relação a movimentos globais do corpo, como sentar, caminhar e pular; e, por
fim, na avaliação da linguagem, foi observada capacidade que a criança apresenta
para reconhecer, entender e usar a linguagem.
32
Para aplicação do teste, foram utilizados os seguintes materiais: um pom-pom
vermelho, cinco balas do tipo jujuba, um chocalho, um vidro pequeno e transparente,
um sino pequeno, uma bola pequena, um lápis, um pequeno bloco de papel, oito
cubos de 2,5cm cada e as folhas de aplicação do teste.
Cada item é representado por uma barra disposta no eixo do tempo,
indicando a idade em que determinado comportamento deve surgir até a idade em
que deve ser alcançado pela maior parte das crianças daquela faixa etária. A barra é
graficamente apresentada como um retângulo branco, indicando o período de
aquisição do comportamento, contígua a um retângulo escuro, o qual representa a
fase em 75 a 90% das crianças já o apresentam.
Os resultados foram assim expressos (FranKenburg, 1992):
Passa: quando a criança realizou corretamente a atividade
Falha: quando a criança falhou na execução da atividade proposta
Recusa: a criança recusou realizar determinada tarefa
Não observado: quando os pais ou responsáveis relataram que a
criança não teve oportunidade de realizar aquela tarefa específica
Convém salientar que a recusa e a não observação do comportamento foram
considerados como falha para fins de análise estatística.
Foram somados o número de itens aplicados e o número de itens acertados
em cada área e após, foi divido o número de itens acertados pelo número de itens
aplicados, multiplicado-se por cem (100) o valor encontrado. Desta forma, foi obtido
o percentual de acertos para cada área.
Para obtenção do resultado final do teste, os valores foram considerados da
seguinte forma: de 90 a 100% - normal ; 75% a 89% - criança necessitando de
estimulação, que poderá ser realizada pelos pais, com orientação e supervisão
adequada - questionável ; abaixo de 75% - criança necessitando de intervenção por
parte de profissionais especializados - anormal.
É importante enfatizar que foi utilizada a idade gestacional corrigida a fim de
se obter a expectativa real para cada criança, sem subestimar o RNPT ao confrontá-
lo com os padrões de referência (FRANKENBURG et al., 1992). No ajuste da idade
gestacional , subtraiu-se da mesma o número de semanas que faltavam para a
criança completar 40 semanas de gestação (o ideal). Essa diferença foi dividida por
4 semanas, o que corresponde a 1 mês, sendo que, quando essa divisão foi maior
que 0,5, acrescentou-se 1 mês à idade gestacional da criança.
33
Após a coleta, as informações obtidas foram armazenadas em um banco de
dados em programa de Sistema Gerenciador de Base de Dados Excel. Em seguida,
foram analisados com o auxílio do software estatístico STATA 1.0. Para comparação
das variáveis expressas em médias e desvio padrão utilizou-se o teste T e para
associação entre as variáveis expressas em percentuais foi utilizado o teste exato
de Fisher. Considerou-se como significante p< 0,05.
34
4. RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentados os resultados encontrados neste trabalho.
Os dados referentes aos 25 RNPT avaliados foram analisados
estatisticamente e os resultados foram convertidos em tabelas para melhor
visualização e compreensão dos mesmos.
Este capítulo será dividido em duas seções, sendo que na primeira será
apresentada a caracterização da população estudada.
1. Caracterização da População Estudada
A Tabela 1 apresenta as características ao nascer dos 24 RNPT que fizeram
parte desta pesquisa. Pode-se observar que das 24 crianças estudadas, apenas
16,7% nasceram de parto vaginal, sendo 83,3% de parto cesáreo. Quanto ao peso
de nascimento, 8,3% apresentaram peso ao nascer inferior a 1000g, 54,2% peso
entre 1000 e 1250g e 37,5% peso entre 1251 e 1499g. No que diz respeito à idade
gestacional, 20,8% tinham entre 26 e 28 semanas e 79,2% entre 29 e 35 semanas.
Em relação ao sexo, houve predomínio do sexo feminino, visto que 70,8% das
crianças avaliadas eram meninas, enquanto 29,2% eram meninos.
Tabela 1 – Características dos 24 RNPT ao nascimento
Variáveis
n %
Tipo Parto
Vaginal 4 16,7
Cesáreo 20 83,3
Peso (g)
<1000** 2 8,3
1000-1250** 13 54,2
1251-1499** 9 37,5
IG (semanas)
26/28 semanas** 5 20,80
29/35 semanas** 19 79,2
Sexo (%)
Masculino
7 29,2
Feminino 17 70,80
Na Figura 1, estão dispostos alguns aspectos clínicos evolutivos relativos aos
RNPT que fizeram parte desta pesquisa, obtidos no momento da avaliação para
realização do Teste de Denver II. A esse respeito, 41,7% das crianças apresentaram
otites de repetição, sendo que 58,33% não apresentaram esse fator complicador.
Episódios de convulsão foram observados em apenas 8,3% e antecedentes de
hospitalizações em 37,5%. A maioria das crianças avaliadas (70,8%) não
freqüentava creche.
Figura 1. A
spectos clínicos evolutivos relativos às 24 crianças participantes do
estudo.
Na tabela 2
estão apresentadas algumas características relacionadas às
mães das crianças estudadas. O numero de gestações foi em média de 2,2 1,5).
Quanto à
idade, 20,8% apresentavam entre 13 e 19 anos, 58,4% das mães tinham
entre 20 e 34 anos e 20,8% entre 35 e 42 anos. Quanto aos antecedentes de
patologias maternas, 41,7% apresentavam hipertensão arterial e apenas 8,3%
tinham historia de diabetes. Em relaçã
concluído o ensino superior, 25%, o ensino médio e, 58,3%, apenas o ensino
fundamental. No que diz respeito ao hábito de fumar, 79,2% não eram tabagistas
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
OCORRÊNCIAS
DE OTITES
Na Figura 1, estão dispostos alguns aspectos clínicos evolutivos relativos aos
RNPT que fizeram parte desta pesquisa, obtidos no momento da avaliação para
realização do Teste de Denver II. A esse respeito, 41,7% das crianças apresentaram
otites de repetição, sendo que 58,33% não apresentaram esse fator complicador.
Episódios de convulsão foram observados em apenas 8,3% e antecedentes de
hospitalizações em 37,5%. A maioria das crianças avaliadas (70,8%) não
spectos clínicos evolutivos relativos às 24 crianças participantes do
estão apresentadas algumas características relacionadas às
mães das crianças estudadas. O numero de gestações foi em média de 2,2 1,5).
idade, 20,8% apresentavam entre 13 e 19 anos, 58,4% das mães tinham
entre 20 e 34 anos e 20,8% entre 35 e 42 anos. Quanto aos antecedentes de
patologias maternas, 41,7% apresentavam hipertensão arterial e apenas 8,3%
tinham historia de diabetes. Em relaçã
o ao grau de escolaridade, 16,7% haviam
concluído o ensino superior, 25%, o ensino médio e, 58,3%, apenas o ensino
fundamental. No que diz respeito ao hábito de fumar, 79,2% não eram tabagistas
OCORRÊNCIAS
DE CONVULSÕES
FOI
HOSPITALIZADO
FREQUENTA
CRECHE
35
Na Figura 1, estão dispostos alguns aspectos clínicos evolutivos relativos aos
RNPT que fizeram parte desta pesquisa, obtidos no momento da avaliação para
realização do Teste de Denver II. A esse respeito, 41,7% das crianças apresentaram
otites de repetição, sendo que 58,33% não apresentaram esse fator complicador.
Episódios de convulsão foram observados em apenas 8,3% e antecedentes de
hospitalizações em 37,5%. A maioria das crianças avaliadas (70,8%) não
spectos clínicos evolutivos relativos às 24 crianças participantes do
estão apresentadas algumas características relacionadas às
mães das crianças estudadas. O numero de gestações foi em média de 2,2 1,5).
idade, 20,8% apresentavam entre 13 e 19 anos, 58,4% das mães tinham
entre 20 e 34 anos e 20,8% entre 35 e 42 anos. Quanto aos antecedentes de
patologias maternas, 41,7% apresentavam hipertensão arterial e apenas 8,3%
o ao grau de escolaridade, 16,7% haviam
concluído o ensino superior, 25%, o ensino médio e, 58,3%, apenas o ensino
fundamental. No que diz respeito ao hábito de fumar, 79,2% não eram tabagistas
.
FREQUENTA
SIM
NÃO
36
Tabela 2 – Características relacionadas à mãe no momento do nascimento
Variáveis n %
Número de Gestações
24 2,2 ± 1,5
Idade Materna ao nascimento
da criança (anos)*
24 26,7 ± 7,7
13/19 anos** 5 20,8
20/34 anos** 14 58,4
35/42 anos** 5 20,8
Hipertensão Arterial**
Sim 10 41,7
Não 14 58,3
Diabetes**
Sim 2 8,3
Não 22 91,7
Grau de escolaridade **
Nível Superior 4 16,7
Nível Médio 6 25
Nível Fundamental
14 58,3
É tabagista **
Sim 5 20,8
Não 19 79,2
*Valores expressos em média e DP **Valores expressos em porcentagem
Na tabela 3 e Figura 2 estão apresentados os resultados encontrados nas 24
crianças, nas quatro áreas avaliadas pelo Teste de Denver II. No que se refere à
conduta social, 45,8% das crianças foram avaliadas como estando dentro da
normalidade, 33,4% apresentaram desempenho questionável e 20,8% apresentaram
uma conduta anormal. Resultado semelhante foi observado para a motricidade fina,
com um percentual maior de crianças, 37,5%, classificadas como anormais, 25%
como questionáveis e 37,5% como normais. A linguagem mostrou-se comprometida
em 16,6% das crianças, e na maioria (54,2%) foi considerada questionável, sendo
normal em 29,2%. O melhor resultado foi encontrado em relação à motricidade
grossa, área na qual a maioria (75%) das crianças avaliadas foi considerada dentro
da normalidade, 20,8% questionáveis e apenas 4,2% anormais.
Tabela 3 –
Desenvolvimento geral das crianças estudadas
Variáveis
Conduta Social
90 a 100% -
Normal
75 a 89% -
Questionável
74% - Anormal
Motricidade Fina
90 a 100% -
Normal
75 a 89% -
Questionável
74% - Anormal
Linguagem
90 a 100% -
Normal
75 a 89% -
Questionável
74% - Anormal
Motricidade grossa/ampla
90 a 100% -
Normal
75 a 89% -
Questionável
74% - Anormal
Figura 2. Desenvolvimento geral 24 crianças estudadas, considerando as quatro áreas
avaliadas .
0
10
20
30
40
50
60
70
80
CONDUTA
SOCIAL
MOTRICIDADE
Desenvolvimento geral das crianças estudadas
Variáveis
n
Normal
11
Questionável
8
5
Normal
9
Questionável
6
9
Normal
7
Questionável
13
4
Motricidade grossa/ampla
Normal
18
Questionável
5
1
Figura 2. Desenvolvimento geral 24 crianças estudadas, considerando as quatro áreas
MOTRICIDADE
FINA
LINGUAGEM MOTRICIDADE
GROSSA/AMPLA
37
%
45,8
33,4
20,8
37,5
25
37,5
29,2
54,2
16,6
75
20,8
4,2
Figura 2. Desenvolvimento geral 24 crianças estudadas, considerando as quatro áreas
NORMAL
QUESTIONÁVEL
ANORMAL
38
Na Tabela 4, são expostas as influências de algumas variáveis, relativas à
criança, sobre a área da conduta social. Quanto ao tipo de parto, observou-se que
entre as crianças que apresentaram desempenho normal, 8,3% nasceram de parto
vaginal e 37,5% de parto cesáreo. Em relação ao sexo, nenhum dos meninos
avaliados apresentou desempenho normal. Em se tratando do peso ao nascimento,
apenas 8,3% das crianças que nasceram com peso inferior a 1000g apresentaram
desempenho normal nessa área. Observou-se também que 45,9% das crianças
apresentaram desempenho considerado normal, sendo que 4,2 tinham idade
gestacional ao nascer entre 26 e 28 semanas e 41,7% entre 29 e 35 semanas. Foi
possível constatar ainda que, entre as crianças que apresentaram desempenho
normal na área de conduta social, a maioria (29,2%) não freqüentava creche. Um
último aspecto a ser considerado na análise dessa tabela diz respeito à ocorrência
de convulsões. Sobre esse aspecto, pode-se constatar que a maior parte (41,7%)
dos sujeitos avaliados não apresentou convulsões. Analisando-se todas as variáveis
expostas nessa tabela, pode-se constatar que apenas a variável sexo apresentou
diferença estatisticamente significativa, tendo em vista que o melhor desempenho
nessa área foi encontrado entre as meninas.
39
Tabela 4 Influencia de algumas variáveis relativas á criança sobre o
desempenho na área de Conduta Social.
CONDUTA SOCIAL
VARIÁVEL
(n) 90 a 100%
(n) 75 a 89%
(n)
74%
P
Normal
Questionável
Anormal
Tipo de Parto
Vaginal (2) 8,3 (1) 4,2 (1) 4,2
ns
Cesáreo (9) 37,5 (7) 29,2 (4) 16,6
Sexo
Masculino (0) 0,0 (4) 16,7 (3) 12,5
0,007
Feminino (11) 45,8 (4) 16,7 (2) 8,3
Peso ao Nascer (g)
< 1000 (2) 8,3 (0) 0,0 (0) 0,0
ns
1000-1250 (5) 20,8 (5) 20,8 (3) 12,5
1251-1499 (4) 16,8 (3) 12,5 (2) 8,3
IG Nascer (semanas)
26/28 (0)4,2 (0)8,3 (2) 8,3
ns
29/35 (10) 41,7 (6) 25 (12,5)
IC avaliação (meses)
11/23 (2) 8,3 (3) 12,5 (4) 16,7
ns
24/59 (5) 20,8 (5) 20,8 (1) 4,2
60/69 (4) 16,7 (0) 0,0 (0) 00
Creche
Sim (4) 16,6 (1) 4,2 (2) 8,3
ns
Não (7) 29,2 (7) 29,2 (3) 12,5
Antecedentes OMA
Sim (6) 20,8 (3) 12,5 (2) 8,4
ns
Não (7) 25 (5) 20,8 (3) 12,5
Antecedentes convulsão
Sim (1)4,2 (0) 0,0 (1) 4,2
ns
Não (10) 41,7 (8) 33,2 (4) 16,7
Hospitalizações
Sim (5) 20,8 (1) 4,2 (3) 12,5
ns
Não (6) 25 (7) 29,2 (2) 8,3
*valores expressos em percentual. IG=idade gestacional; IC=idade cronológica: OMA:otite média aguda
A tabela 5 apresenta a influência das variáveis maternas sobre o
desempenho das crianças na área de conduta social. Neste sentido, nenhuma das
variáveis estudadas esteve associada ao desempenho da criança nessa área.
40
Tabela 5 Desempenho na área de Conduta Social segundo variáveis
relacionadas à mãe
CONDUTA SOCIAL
VARIÁVEL
(n) 90 a 100%
(n) 75 a 89%
(n)
74%
P
Normal
Questionável
Anormal
Idade Materna (anos)
13/19 (2)12,5 (1) 4,2 (2)4,2
ns
20/34 (6) 25 (6) 25 (2)8,3
35/42 (2)8,3 (1) 4,2 (2)8,3
Idade Materna atual (anos)
13/23 (1)8,3 (0) 12,5 (2) 8,3
ns
24/39 (2)16,7 (2) 20,8 (2)12,5
39/44 (3)20,8 (0)0,0 (0) 0,0
Número gestações
1 (4)16,7 (3) 12,5 (1) 4,2
ns
2 (4)20,8 (2) 8,3 (2) 8,3
3 (2)8,3 (1)4,2 (1) 4,2
4 (0) 0,0 (1) 4,2 (1) 4,2
8 (0) 0,0 (1) 4,2 (0) 0,0
Outros filhos
ns
Sim (7) 29,2 (6) 25 (4) 16,7
Não (4) 16,7 (2) 8,3 (1) 4,2
Escolaridade
Fundamental (6) 25 (4) 16,7 (4) 16,7
ns
Médio (3)12,5 (3) 12,5 (0) 0,0
Superior (2)8,3 (1) 4,2 (1) 4,2
Tabagismo
ns
Sim (3)12,5 (1) 4,2 (1) 4,2
Não (8)33,3 (7) 29,2 (4) 16,7
Hipertensão Materna
ns
Sim (5)20,8 (2) 8,3 (3) 12,5
Não (6)25 (6) 25 (2) 8,3
Diabetes Materno
ns
Sim (0) 4,2 (0) 0,0 (1)4,2
Não (10) 41,7 (8) 33,3 (4) 16,7
*valores expressos em percentual.
A tabela 6 apresenta a relação entre o desempenho das crianças avaliadas
na área de motricidade fina segundo algumas variáveis relacionadas à criança. Em
relação ao tipo de parto, pode-se constatar que a maioria das crianças que
41
apresentou desempenho normal (29,2%) nasceu de parto cesáreo. Quanto à idade
gestacional, os sujeitos com maior idade gestacional (29 a 35 semanas)
apresentaram melhor desempenho nessa área. Pode-se observar ainda que a
maioria (33,3%) das crianças que apresentaram desempenho normal não
apresentou antecedentes de convulsão.
Tabela 6 Desempenho na área de Motricidade Fina segundo variáveis
relacionadas à criança
MOTRICIDADE FINA
VARIÁVEL
(n) 90 a 100%
(n) 75 a 89%
(n)
74%
P
Normal
Questionável
Anormal
Tipo de Parto
Vaginal (2) 8,3 (0) 0,0 (2) 8,3
ns
Cesáreo (7) 29,2 (6) 25 (7) 29,2
Sexo
Masculino (1)8,3 (1) 4,2 (4) 16,7
0,007
Feminino (7) 29,2 (5) 20,8 (5) 20,8
Peso ao Nascer (g)
< 1000 (1) 4,2 (0) 0,0 (1) 4,2
ns
1000-1250 (6) 25 (1) 4,2 (6) 25
1251-1499 (2) 8,3 (5) 20,8 (2) 8,3
IG Nascer (semanas)
26/28 (2) 8,3 (0)0,0 (3) 12,5
ns
29/35 (7) 29,2 (6) 25 (6) 25
IC avaliação (meses)
11/23 (3) 12,5 (3) 12,5 (3) 12,5
ns
24/59 (2) 8,3 (3) 12,5 (6) 25
60/69 (4) 16,7 (0)0,0 (0)0,0
Creche
Sim (5) 20,8 (1) 4,2 (1) 4,2
ns
Não (4) 16,7 (5) 20,8 (8) 33,3
Antecedentes OMA
Sim (4) 16,7 (3) 12,5 (3) 12,5
ns
Não (5) 20,8 (3) 12,5 (6) 25
Antecedentes convulsão
Sim (1) 4,2 (1)4,2 (0) 0,0
ns
Não (8) 33,3 (5) 20,8 (9) 37,5
Hospitalizações
Sim (4) 16,7 (2) 8,3 (3) 12,5
ns
Não (5) 20,8 (4) 16,7 (6) 25
*valores expressos em percentual. IG=idade gestacional; IC=idade cronológica: OMA:otite média
aguda
42
A tabela 7 apresenta a relação entre o desempenho das crianças avaliadas
na área de motricidade fina segundo algumas variáveis relacionadas à mãe. Neste
aspecto, apenas a variável idade materna atual apresentou-se estatisticamente
significante, sendo que o pior desempenho foi apresentado pelas crianças cujas
mães tinham idades entre 24 e 54 anos.
Tabela 7 Desempenho na área de Motricidade Fina segundo variáveis
relacionadas à mãe
MOTRICIDADE FINA
VARIÁVEL
(n) 90 a 100%
(n) 75 a 89%
(n)
74%
P
Normal
Questionável
Anormal
Idade Materna (anos)
13/19 (2) 8,3 (1) 4,2 (2)8,3
ns
20/34 (5) 20,9 (3) 12,5 (6) 25
35/42 (2) 8,3 (2) 8,3 (1) 4,2
Idade Materna atual (anos)
13/23 (3) 12,5 (2) 8,3 (2) 8,3
ns
24/39 (1) 4,2 (4) 16,7 (7) 29,2
39/44 (5) 20,8 (0) 0 (0)0,0
Número gestações
1 (4) 16,7 (1) 4,2 (3) 12,5
ns
2 (3) 20,8 (3) 12,5 (3) 12,5
3 (1) 4,2 (1) 4,2 (2) 8,3
4 (0) 0,0 (1) 4,2 (0) 0,0
8 (0)0,0 (0) 0,0 (1) 4,2
Outros filhos
ns
Sim (5) 20,8 (4) 16,7 (8) 33,3
Não (4) 16,7 (2) 8,3 (1) 4,2
Escolaridade
Fundamental (3) 12,5 (4) 16,7 (7) 29,2
ns
Médio (4) 16,5 (1) 4,2 (1) 4,2
Superior (2) 8,3 (1) 4,2 (1) 4,2
Tabagismo
ns
Sim (1) 4,2 (2) 8,3 (2) 8,3
Não (8) 33,3 (4) 16,7 (7) 29,2
Hipertensão Materna
ns
Sim (4) 16,7 (3) 12,5 (3) 12,5
Não (5) 20,8 (3) 12,5 (6) 25
Diabetes Materno
ns
Sim (1)8,3 (0)0,0 (0) 0,0
Não (7) 29,2 (6) 25 (9) 37,5
*valores expressos em percentual.
43
As tabelas 8 e 9 apresentam a relação entre o desempenho das crianças
avaliadas na área de linguagem segundo algumas variáveis relacionadas à criança e
à mãe, respectivamente. No que diz respeito à idade gestacional, pode-se observar
que nenhuma criança na faixa compreendida entre 26 e 28 semanas apresentou
desempenho normal. Na análise dessa tabela, constata-se que não houve
associações estatisticamente significantes.
Tabela 8 – Desempenho na área de Linguagem segundo variáveis relacionadas
à criança
LINGUAGEM
VARIÁVEL
(n) 90 a 100%
(n) 75 a 89%
(n)
74%
P
Normal
Questionável
Anormal
Tipo de Parto
Vaginal (2) 8,3 (2) 8,3 (0) 0,0
ns
Cesáreo (5) 20,8 (11) 45,8 (4)16,7
Sexo
Masculino (2) 8,3 (3) 12,5 (2) 8,3
ns
Feminino (5) 20,8 (10) 41,7 (2) 8,3
Peso ao Nascer (g)
< 1000 (1) 4,2 (1) 4,2 (0) 0,0
ns
1000-1250 (3) 12,5 (8) 33,3 (2) 8,3
1251-1499 (3) 12,5 (4) 16,7 (2) 8,3
IG Nascer (semanas)
26/28 (0) 0,0 (3) 12,5 (2) 8,3
ns
29/35 (7) 29,2 (10) 41,7 (2) 8,3
IC avaliação
(meses)
11/23 (2) 8,3 (5) 20,8 (2) 8,3
ns
24/59 (2) 8,3 (7) 29,2 (2) 8,3
60/69 (3) 12,5 (0) 4,2 (0)0,0
Creche
Sim (4) 16,7 (3) 12,5 (0) 0,0
ns
Não (3) 12,5 (10) 41,7 (4) 16,7
Antecedentes OMA
Sim (3) 12,5 (6) 25 (1) 4,2
ns
Não (4) 16,7 (7) 29,2 (3) 12,5
Antecedentes convulsão
Sim (0) 0,0 (2) 8,3 (0) 0,0
ns
Não (7) 29,2 (11) 45,8 (4) 16,7
Hospitalizações
Sim (3) 12,5 (6) 25 (0) 0,0
ns
Não (4) 16,7 (7) 29,2 (4) 16,7
*valores expressos em percentual. IG=idade gestacional; IC=idade cronológica: OMA:otite média aguda
44
Tabela 9 – Desempenho na área de Linguagem segundo variáveis relacionadas
à mãe
LINGUAGEM
VARIÁVEL
(n) 90 a 100%
(n) 75 a 89%
(n)
74%
P
Normal
Questionável
Anormal
Idade Materna (anos)
13/19 (2) 8,33 (3) 12,5 (0) 0,0
ns
20/34 (5) 20,83 (8) 33,33 (1) 4,16
35/42 (0) 0,0 (2) 8,35 (3) 12,5
Idade Materna atual (anos)
13/23 (2) 8,33 (4) 16,66 (1) 4,20
ns
24/39 (1) 4,16 (8) 33,33 (3) 12,5
39/44 (4) 16,66 (1) 4,16 (0)0,0
Número gestações
1 (3) 12,5 (5) 20,83 (0) 0,0
ns
2 (3) 12,5 (6) 25,00 (0) 0,0
3 (1) 4,16 (1) 4,16 (2) 8,37
4 (0) 0,0 (1) 4,16 (1) 4,16
8 (0)0,0 (0) 0,0 (1) 4,16
Outros filhos
ns
Sim (5) 20,83 (8) 33,33 (4) 16,66
Não (2) 8,37 (2) 8,31 (3) 12,5
Escolaridade
Fundamental (3) 12,5 (7) 29,07 (4) 16,66
ns
Médio (2) 8,37 (4) 16,66 (0) 0,0
Superior (2) 8,37 (2) 8,37 (0) 0,0
Tabagismo
ns
Sim (1) 4,16 (2) 8,37 (2) 8,37
Não (6) 25,00 (11) 45,83 (2) 8,37
Hipertensão Materna
ns
Sim (1) 4,16 (7) 29,16 (2) 8,37
Não (6) 25,00 (6) 25,00 (2) 8,30
Diabetes Materno
ns
Sim (0) 0,0 (2) 8,37 (0) 0,0
Não (7) 29,16 (11) 45,83 (4) 16,64
Nas tabelas 10 e 11, é apresentada a relação entre o desempenho das
crianças avaliadas na área de motricidade grossa/ampla segundo algumas variáveis
relacionadas à criança e à mãe, respectivamente. Quanto ao tipo de parto, pode- se
45
observar que a maior parte (66,66%) das crianças que obtiveram desempenho
normal nessa área nasceu de parto cesáreo. Em relação à idade gestacional,
também pode ser constatado que a maioria dos sujeitos compreendidos entre 29 e
35 semanas apresentaram desempenho normal. Quanto às variáveis relacionadas
à mãe, houve associação estatisticamente significante em relação ao desempenho
dos sujeitos avaliados e o número de gestações. Pode-se observar que as crianças
cujas mães possuíam 4 filhos ou mais, apresentaram pior desempenho nesta área.
46
Tabela 10 Desempenho na área de Motricidade Grossa/Ampla segundo
variáveis relacionadas à criança
MOTRICIDADE GROSSA/AMPLA
VARIÁVEL
(n) 90 a 100%
(n) 75 a 89%
(n)
74%
P
Normal
Questionável
Anormal
Tipo de Parto
Vaginal (2) 8,37 (2) 8,37 (0) 0,0
ns
Cesáreo (16) 66,66 (3) 12,5 (1) 4,10
Sexo
Masculino (4) 16,66 (2) 8,37 (1) 4,14
ns
Feminino (14) 58,33 (3) 12,5 (0) 0,0
Peso ao Nascer (g)
< 1000 (2) 8,37 (0) 0,0 (0) 0,0
ns
1000-1250 (10) 41,66 (2) 8,37 (1) 4,10
1251-1499 (6) 25,00 (3) 12,5 (0) 0,0
IG Nascer (semanas)
26/28 (3) 12,5 (1) 4,18 (1) 4,16
ns
29/35 (15) 62,5 (4) 16,66 (0) 0,0
IC avaliação (meses)
11/23 (7) 29,16 (2) 8,36 (0) 0,0
ns
24/59 (7) 29,16 (3) 12,5 (1) 4,16
60/69 (4) 16,66 (0) 0,0 (0) 0,0
Creche
Sim (6) 25,00 (1) 4,18 (0) 0,0
ns
Não (12) 50 (4) 16,66 (1) 4,16
Antecedentes OMA
Sim (7) 29,16 (3) 12,5 (0) 0,0
ns
Não (11) 45,82 (2) 8,36 (1) 4,16
Antecedentes convulsão
Sim (1) 4,16 (1) 4,16 (0) 0,0
ns
Não (17) 70,83 (4) 16,66 (1) 4,19
Hospitalizações
Sim (6) 25,00 (3) 12,5 (0) 0,0
ns
Não (12) 50 (2) 8,36 (1) 4,14
*valores expressos em percentual. IG=idade gestacional; IC=idade cronológica: OMA:otite média aguda
47
Tabela 11 Desempenho na área de Motricidade Grossa/Ampla segundo
variáveis relacionadas à mãe
MOTRICIDADE GROSSA/AMPLA
VARIÁVEL
(n) 90 a 100%
(n) 75 a 89%
(n)
74%
P
Normal
Questionável
Anormal
Idade Materna (anos)
13/19 (3) 12,5 (2) 8,36 (0) 0,0
ns
20/34 (12) 50 (1) 4,16 (1) 4,16
35/42 (3) 12,5 (2) 8,32 (0) 0,0
Idade Materna atual (anos)
13/23 (5) 20,83 (2) 8,36 (0) 0,0
ns
24/39 (8) 33,33 (3) 12,5 (1) 4,16
39/44 (5) 80,82 (0) 0,0 (0) 0,0
Número gestações
1 (6) 25 (2) 8,36 (0) 0,0
ns
2 (8) 33,33 (1) 4,16 (0) 0,0
3 (4) 16,66 (0) 0,0 (0) 0,0
4 (0) 0,0 (2) 8,33 (0) 0,0
8 (0) 0,0 (0) 0,0 (1) 4,16
Outros filhos
ns
Sim (12) 50 (4) 16,68 (1) 4,16
Não (6) 25 (1) 4,16 (0) 0,0
Escolaridade
Fundamental (8) 33,33 (5) 20,85 (1) 4,16
ns
Médio (6) 25 (0) 0,0 (0) 0,0
Superior (4) 16,66 (0) 0,0 (0) 0,0
Tabagismo
ns
Sim (4) 16,66 (1) 4,16 (0) 0,0
Não (14) 58,33 (4) 16,66 (1) 4,19
Hipertensão Materna
ns
Sim (8) 33,33 (2) 8,33 (0) 0,0
Não (10) 41,66 (3) 12,7 (1) 4,16
Diabetes Materno
ns
Sim (1) 4,16 (1) 4,19 (0) 0,0
Não (17) 70,83 (4) 16,66 (1) 4,16
*valores expressos em percentual.
48
5. DISCUSSÃO
1. Caracterização da População Estudada
Pode ser observado na Tabela 1 que, quanto ao tipo de parto, 16,7% (4)
foram do tipo vaginal e 83,3% (20) do tipo cesáreo. Estes resultados concordam
com os encontrados por Kreling, Brito & Matsuo (2006), Pontes (2006), Carvalho,
Nascimento & Gotlieb (2001). Talvez, esses resultados possam ser justificados pelo
fato de que o hospital no qual foi realizada a presente pesquisa é referência para
realização de partos de gestantes de alto risco.
Quanto ao peso de nascimento, observou-se que 8,3% (2) apresentaram
peso inferior a 1000g; 54,2% (13) peso entre 1000g e 1250g e 37,5% (9) peso entre
1251g e 1499g. Através destes resultados, constata-se que a maioria das crianças
possuía peso superior a 1000g e que embora estejam sujeitas a muitas
complicações, apresentam prognóstico diferenciado quando comparadas àquelas
com peso ao nascer inferior a 1000g. Sendo assim, convém salientar que a amostra
desta pesquisa foi composta por recém-nascidos de muito baixo peso e que estas
crianças são consideradas de risco para o desenvolvimento, podendo apresentar
inúmeras complicações. Constatou-se ainda que 20,8% (5) apresentaram idade
gestacional entre 26 e 28 semanas e 79,2% (19) entre 29 e 35 semanas.
Na tabela 2, são apresentadas algumas características gerais relacionadas à
criança. No que diz respeito ao sexo, observou-se que 72% (n= 18) eram do sexo
feminino e 28% (n= 7) do sexo masculino, revelando acentuado predomínio do sexo
feminino. Estes resultados concordam com os encontrados por Meio et al. (1992),
Meio et al. (2004) e Uchoa et al. (2003), visto que estes autores também
encontraram prevalência do sexo feminino. Esse fato pode ser explicado devido a
influências hormonais do sexo feminino (índice mais baixo de testosterona) que
levam a uma maior produção de surfactante em nível pulmonar quando comparado
ao sexo masculino, o que levaria a uma maior sobrevida do sexo feminino (Alves,
Xavier & Taques, 1996).
Em relação à ocorrência de otites, observou-se que 41,7% (10) apresentaram
algum episódio. Sobre este assunto, Vinther, Elbrond & Pedersen (1979) afirmam
que a otite média aguda apresenta associação como o baixo peso ao nascimento.
49
Van Gauwemberg & Kluuskens (1984) demonstraram que enquanto crianças
nascidas a termo apresentam 16% de probabilidade de apresentar episódios de otite
média secretora, as crianças prematuras apresentam 36%.
Quanto à ocorrência de convulsões, observou-se 91,7% (22) o
apresentaram nenhum episódio. Resultados semelhantes foram encontrados por
Meio et al. (2004) e Kreling, Brito & Matsuo (2006). Meio et al. (2004) observaram
que, dos 78 RNMBP avaliados, apenas 4 apresentaram episódios de convulsões
neonatais. Kreling, Brito & Matsuo (2006), avaliando alguns aspectos clínicos
evolutivos de 87 lactentes de muito baixo peso ao nascimento, constataram que
apenas 5,7% (5) apresentaram convulsões no período neonatal. Sendo assim, pode-
se considerar a baixa ocorrência de convulsões como um fator positivo no
desenvolvimento destas crianças, visto que este fato parece estar relacionado a
uma integridade maior do sistema nervo central.
No presente estudo, pôde-se constatar que 37,5% (9) haviam sido
rehospitalizados após a data de alta da UTI. Estes resultados concordam com os
encontrados por Kreling, Brito & Matsuo (2006), as quais observaram que 49,4%
(43) das crianças participantes de seu estudo haviam sido rehospitalizadas devido a
complicações neurológicas e respiratórias. Fatores como a ocorrência de otites,
convulsões e rehospitalizações apresentam-se como determinantes no
desenvolvimento destas crianças, visto que a presença de vários fatores de risco na
vida de uma mesma criança tende a resultar em um efeito multiplicador,
constituindo-se em condição de “múltiplo risco”.
Na tabela 2, ainda pode-se observar que apenas 29,2% (7) das crianças
avaliadas freqüentam creche. Estes resultados concordam com os encontrados por
Meio et al. (2004). Na pesquisa destas autoras, das 61 crianças nascidas com peso
inferior a 1500g avaliadas em relação à escolaridade, apenas 10 freqüentavam
creche. Talvez, esse fato possa ser atribuído à condição sócio-econômica das
famílias das crianças participantes deste estudo, visto que a maioria das mães eram
donas de casa, não exercendo atividade remunerada.
A tabela 3 apresenta características referentes às mães das crianças
avaliadas. Observou-se que a média do número de gestações foi de 2,2. Quanto à
idade materna na época do nascimento da criança, observou-se que 20,8% (5)
apresentavam idades entre 13 e 19 anos, 58,4% (14) entre 20 e 34 anos e 20,8% (5)
entre 35 e 42 anos. Desta forma, é possível constatar que a maioria das mães
50
apresentava idade inferior a 34 anos. Esses resultados concordam com os
encontrados por Pontes (2006).
No que diz respeito à relação existente entre as variáveis idade materna e
RNBP, Nascimento & Gotlieb (2001) realizaram um estudo envolvendo 165 recém-
nascidos com peso abaixo de 2500g e observaram que a idade materna é
considerada fator de risco quando igual ou menor do que 19 anos ou igual ou maior
do que 35 anos.
Quanto à ocorrência de patologias maternas, 41,7% (10) referiram
hipertensão arterial. Carvalho, Linhares & Martinez (2001), Tronchin (2003) e Kreling
et al. (2006) encontraram resultados semelhantes. Carvalho, Linhares & Martinez
(2001), em um estudo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto, observaram que das 18 mães de recém-nascidos de muito baixo
peso questionadas sobre a ocorrência de hipertensão arterial, apenas 7
responderam afirmativamente.
Tronchin (2003) investigou algumas intercorrências maternas relacionadas ao
baixo peso de nascimento de 50 RNMBP e observou que das 50 mães avaliadas,
apenas 7 (14%) referiram hipertensão arterial.
Rades, Bittar & Zugaib (2004) observaram que entre os fatores determinantes
do parto prematuro, a hipertensão arterial representou 21,2%. Sobre esse assunto,
Angonesi & Polato (2007) comentam que os distúrbios hipertensivos são as
complicações médicas de maior relevância durante o período gravídico-puerperal.
Sobre a ocorrência de diabetes entre as mães das crianças participantes
deste estudo, constatou-se que apenas 8,3% (2) referiram a doença. Resultados
semelhantes foram encontrados por Carvalho, Linhares & Martinez (2001), as quais
observaram que apenas 1 das es das crianças participantes de seu estudo era
diabética.
Fritz (2007) observou que, entre os fatores de risco pré-natais, a ocorrência
de diabetes não se demonstrou como estatisticamente significante.
No que diz respeito ao grau de escolaridade da mãe, constatou-se que 58,3%
(14) tinham cursado apenas o ensino fundamental, 25% (6) o nível médio e 16,7%
(4) o ensino superior. Observa-se que apenas 4 mães apresentavam o ensino
superior completo. Esses resultados concordam com os encontrados por Pontes
(2006), Linhares (2003) e Kreling, Brito & Matsuo (2006). Sobre esse assunto,
Carvalho et al. (2001) afirma que variáveis sociais e econômicas desempenham
51
papel primordial no desenvolvimento psicomotor de crianças que apresentaram
muito baixo peso ao nascimento.
Nascimento & Gotlieb (2001) ressaltam que a variável instrução materna pode
ser entendida como sócio-econômica e revela que um estrato mais privilegiado da
comunidade, ou seja, aquelas mães que freqüentaram a escola por mais de oito
anos, têm na maior escolaridade um fator protetor para a ocorrência de RNBP.
Quanto ao hábito de fumar, observou-se que 20,8% (5) das mães são
fumantes. Sobre esse assunto, Mariotoni & Filho (1998) analisaram algumas
variáveis como possíveis fatores de risco para o baixo peso ao nascer e observaram
que das 182 mães de crianças nascidas com peso inferior a 2500g, 60 eram
fumantes.
Na tabela 4, estão dispostas as características referentes ao desempenho
das crianças nas quatro áreas avaliadas segundo o Teste de Denver II. Quanto à
área de conduta social, pode-se observar que 45,8% (11) apresentaram
desempenho normal, 33,4% (8) suspeito e 20,8% (5) alterado.
No que diz respeito à motricidade fina, constatou-se que 37,5% (9)
apresentaram desempenho normal, 25% (6) questionável e 37,5% (9) anormal.
Analisando-se estes dados, pode-se constatar que a maioria das crianças
apresentou desempenho desfavorável nesta área, já que apenas 37,5% dos sujeitos
avaliados apresentaram o comportamento esperado para sua idade gestacional
corrigida.
Em relação à linguagem, observou-se que 29,2% (7) apresentaram
desempenho normal, 54,2% (13) questionável e 16,6% (4) anormal.
No tocante à motricidade grossa/ampla, foi possível constatar que 75% (18)
apresentaram desempenho normal, 20,8% (5) questionável e 4,2% (1) anormal.
Analisando-se os resultados acima descritos, pode-se constatar que a área
correspondente à linguagem mostrou-se como a mais comprometida, que 70,8%
(17) das crianças apresentaram desempenho questionável ou anormal.
Affonso et al. (2005) aplicaram o Teste de Denver II em 135 crianças aos
quatro anos de idade com o objetivo de comparar o desempenho nas áreas motora
e de linguagem. Foi observado que o maior número de erros encontrou-se na área
relacionada à linguagem, porém, com forte associação entre o desenvolvimento
motor e o de linguagem.
52
Rezende, Costa & Pontes (2005) avaliaram o desenvolvimento de 66 crianças
com idades entre dois e três anos através do Teste de Denver II. Os piores
resultados foram encontrados na área relacionada à linguagem, já que apenas
74,2% das crianças apresentaram desempenho normal nesta área, enquanto nas
áreas pessoal-social, motora fina e motora grossa, mais de 80% apresentou
desempenho normal.
Beteli & Rezende (2006) realizaram cinco avaliações utilizando o Teste de
Denver II em 150 crianças com idades entre quatro meses e cinco anos. Foi
observado que, ao longo das avaliações, houve melhora estatisticamente
significante nos resultados do teste, exceto para a área de linguagem,
permanecendo o desempenho nesta área inalterado.
Biscegli et al. (2007), realizaram um estudo envolvendo 113 crianças com
idades entre seis e setenta meses em que aplicaram o Teste de Denver. Os
resultados globais do teste mostraram que 42 (37%) apresentaram resultado
suspeito, destas, 25 (22%) apresentaram alteração em apenas uma área do
desenvolvimento, oito (7%) em duas áreas, três (3%) em três e seis (5%) em todas
elas, sendo que a área mais alterada foi a da linguagem
Chachapuz & Halpern (2006) aplicaram um questionário a mães de 204
crianças de até seis anos de idade com o objetivo de determinar a prevalência de
suspeita de atraso de linguagem e possíveis associações entre fatores ambientais e
biológicos. O referido questionário continha questões referentes ao histórico
gestacional, neonatal e o desenvolvimento geral. O Teste de Denver II foi utilizado
para avaliar a aquisição da linguagem e foi possível constatar uma prevalência de
suspeita de atraso de linguagem em 26% dos sujeitos participantes deste estudo.
Os autores concluíram que fatores como a baixa escolaridade materna e renda
familiar reduzida interferem na estrutura familiar, comprometendo o desenvolvimento
da linguagem.
Gurgel et al. (2006) avaliaram através do Teste de Denver II 66 pré-escolares
com idades entre dois e três anos. Os autores constataram que, nas áreas de
linguagem e conduta social, as crianças apresentaram mais atrasos e sinais de
atenção, sendo que nas áreas de motricidade fina e grossa/ampla foi verificado
menor número de alterações.
Chermont et al. (2005) avaliaram 20 crianças com peso de nascimento inferior
a 2500g e idade gestacional inferior a 37 semanas. Na data de avaliação, os sujeitos
53
participantes desta pesquisa tinham idades entre um e dois anos e foi observado
que 90% das crianças apresentavam alteração em, pelo menos, uma das quatro
áreas avaliadas. Constatou-se que 65% das crianças apresentavam alteração na
linguagem, 20% na motricidade grossa/ampla e 65% na conduta social.
Schirmer, Portuguez & Nunes (2006) realizaram um estudo transversal com o
objetivo de verificar a influência do peso ao nascimento e da idade gestacional na
aquisição de linguagem e no neurodesenvolvimento de 69 crianças aos três anos de
idade. Os sujeitos participantes deste estudo foram estratificados em relação ao
peso de nascimento: inferior a 1500g e entre 1500 e 2500g e foram aplicadas as
seguintes avaliações: Teste de Denver II, Teste de Bayley II, avaliação neurológica
clínica e avaliação da linguagem. As autoras concluíram que aquelas crianças com
baixo peso ao nascimento e que nasceram com idade gestacional reduzida
apresentaram maior probabilidade de terem atraso no desenvolvimento da
linguagem.
Kreling, Brito & Matsuo (2006) concluíram que o Teste de Denver II é
adequado para a avaliação do desenvolvimento de RNPT de muito baixo peso. As
autoras avaliaram 87 lactentes aos doze meses de idade corrigida e observaram
que 54 (62,1%) apresentaram respostas normais, 33 (37,9%) respostas alteradas e
14 (16,1%) tinham paralisia cerebral.
Halpern et al. (2000) avaliaram 1363 crianças através do Teste de Denver II
com o objetivo de verificar a prevalência de suspeita de atraso no desenvolvimento
neuropsicomotor. Os autores observaram diferenças consideráveis nas quatro áreas
avaliadas, sendo que a área relacionada à motricidade grossa/ampla apresentou
15% de suspeita, seguida pela área de adaptação social (5,5%), motricidade fina
(1,6%) e linguagem (menos de 1%).
Na presente pesquisa, pode-se constatar também que a área relacionada à
motricidade grossa/ampla foi a área na qual as crianças participantes deste estudo
apresentaram melhor desempenho, visto que 75% (18) apresentaram desempenho
normal.
Estes resultados discordam dos encontrados por Silva et al. (2004). Estes
autores aplicaram o Teste de Denver II em 15 crianças com cardiopatia congênita
não corrigida. A média de idade dos lactentes participantes deste estudo foi de 6,7
meses e foi observado que 93% (14) das crianças apresentaram suspeita de atraso
no desenvolvimento neuropsicomotor, sendo a área referente à motricidade
54
grossa/ampla a mais comprometida, seguida da linguagem e motricidade fina e
conduta social. Convém salientar que os achados desses autores podem ser
justificados pelo fato de que essas crianças apresentam limitação na atividade
motora devido à cardiopatia associada à super-proteção familiar comum nesses
casos.
Gontijo et al. (2001) avaliaram o desempenho neuromotor de 28 crianças com
idades entre zero e três anos, 14 portadoras do vírus HIV e 14 HIV negativo. Foram
utilizados o TSDD II e a escala Bayley Infant Neurodevelopment Screener (BINS) e
puderam ser observadas diferenças importantes entre os dois grupos,
principalmente nas áreas relacionadas à linguagem e motora grossa/ampla.
Magallhães et al. (1999) realizaram uma pesquisa com o objetivo de verificar
a validade do TTDD II em um grupo de 29 RNPT de muito baixo peso. As autoras,
em seu estudo, avaliaram apenas 53 itens e observaram que 22% das crianças
avaliadas apresentaram respostas diferenciais em relação aos dados da
amostragem normativa do instrumento. Estes resultados evidenciam a necessidade
da validação deste teste para a aplicação em crianças brasileiras, visto que
aspectos sociais e culturais estão ligados ao desempenho das crianças.
Cabe ressaltar que foram encontrados poucos estudos referentes à aplicação
do Teste de Denver II em RNPT de muito baixo peso. Em nosso país,
particularmente, a maioria das pesquisas envolvendo este teste são, em geral,
transversais, em diferentes faixas etárias e realizadas em locais diversos (creches
públicas e privadas, domicílio e ambulatórios), dificultando a comparação dos
resultados.
As tabelas 5 e 6 apresentam a relação entre o desempenho das crianças
avaliadas na área de conduta social segundo algumas variáveis relacionadas à
criança e à mãe, respectivamente. Analisando-se estes resultados, pode-se
constatar que, em relação à variável sexo, as meninas tiveram um melhor
desempenho quando comparadas aos meninos. Desta forma, pode-se inferir que o
risco para apresentar alterações na área de conduta social seria menor para os
sujeitos do sexo feminino, talvez porque as morbidades no sexo masculino sejam
mais freqüentes.
Nas tabelas 7 e 8, é apresentada a relação entre o desempenho das crianças
avaliadas na área de motricidade fina segundo algumas variáveis relacionadas à
criança e à mãe, respectivamente. Observando-se a tabela 7, pode-se verificar que
55
não houve relação estatisticamente significante entre estas variáveis. Já na tabela 8,
pode-se constatar que houve associação estatisticamente significante entre o
desempenho das crianças avaliadas nesta área e a idade materna. Pode-se
constatar que o pior desempenho foi apresentado pelas crianças cujas mães tinham
idades entre 24 e 54 anos. Uma possível justificativa para esses resultados seria o
fato de que, nesta faixa etária, as mulheres encontram-se em uma fase muito
produtiva, principalmente no que diz respeito à vida profissional, assumindo, muitas
vezes, atividades profissionais fora do ambiente doméstico e dedicando menos
tempo ao cuidado dos filhos.
As tabelas 9 e 10 apresentam a relação entre o desempenho das crianças
avaliadas na área de linguagem segundo algumas variáveis relacionadas à criança e
à mãe, respectivamente. Verifica-se que o houve relação estatisticamente
significante entre estas variáveis.
Nas tabelas 11 e 12, é apresentada a relação entre o desempenho das
crianças avaliadas na área de motricidade grossa/ampla segundo algumas variáveis
relacionadas à criança e à mãe, respectivamente. Analisando-se estes resultados,
pode-se verificar que houve associação estatisticamente significante em relação ao
desempenho dos sujeitos avaliados nesta área e o número de gestações. Pode-se
observar que as crianças cujas mães possuíam 4 filhos ou mais, apresentaram pior
desempenho na área de motricidade grossa/ampla. Talvez, esses resultados
possam ser justificados pelo fato de que o mero excessivo de filhos dificulte a
mãe a se dedicar àquela criança, sendo esta, geralmente, cuidada pelos irmãos
mais velhos.
56
6. CONCLUSÕES
Ao término deste estudo, que teve como objetivo caracterizar o
desenvolvimento de RNPT de muito baixo peso ao nascer através da aplicação do
teste de Denver II, pode-se concluir que:
A maior parte das crianças com peso ao nascimento inferior a 1500g
apresentou desempenho anormal ou questionável na avaliação através do
Teste de Denver, especialmente na área da linguagem;
A área menos comprometida foi a relacionada à motricidade grossa, visto que
a maior parte dos sujeitos avaliados obteve desempenho normal;
O risco para apresentar alterações na área de conduta social é menor para os
sujeitos do sexo feminino, provavelmente porque as morbidades no sexo
masculino sejam mais freqüentes;
As crianças cujas mães possuíam quatro filhos ou mais, apresentaram pior
desempenho na área de motricidade grossa/ampla. Talvez, porque o número
excessivo de filhos dificulte a mãe a se dedicar àquela criança, sendo esta,
geralmente, cuidada pelos irmãos mais velhos.
Convém salientar que pesquisas envolvendo esta população devem ser
analisadas criteriosamente para que não sejam formulados rótulos ou que se passe
a entender o nascimento prematuro como o único risco para o desenvolvimento
destas crianças. Fatores sócio-culturais devem sempre ser levados em
consideração, visto que esses apresentam papel relevante no desenvolvimento
infantil.
Assim, considera-se de extrema importância que novos estudos envolvendo um
número maior de sujeitos sejam realizados, na tentativa de esclarecer a participação
efetiva dos aspectos orgânicos e sócio-culturais no desenvolvimento dos recém-
nascidos pré-termo.
57
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65
ANEXOS
ANEXO A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO de CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO(Res. MS n
o
196/96)
As informações contidas neste documento, de consentimento livre e
esclarecido, foram fornecidas pela Fonoaudióloga Gisele Rodrigues, aluna do Curso
de Mestrado em Distúrbios da Comunicação Humana, sob supervisão/orientação da
Prof
a
. Dr
a
.Ângela Weinmann e da Dra. Fga. Márcia Keske-Soares, com o objetivo de
explicar de forma pormenorizada a natureza de sua pesquisa, seus objetivos,
métodos, benefícios previstos, potenciais de risco e possíveis incômodos que
possam vir a acarretar ao(a) meu (minha) filho(a). O projeto:
Título: “Desenvolvimento neuropsicomotor de recém-nascidos pré-termo de muito
baixo peso”.
Objetivo: Avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) de recém-nascidos
pré-termo (RNPT) de muito baixo peso ao nascer.
Justificativa: Acredita-se que a caracterização do DNPM dessas crianças possa vir
a estabelecer um padrão de desenvolvimento, com o objetivo de facilitar o
diagnóstico e o tratamento precoces desses distúrbios nessa população.
Procedimentos: Inicialmente, serão coletados nos prontuários dos pacientes e após
será realizada uma avaliação. Não existe risco previsível para a criança. As
avaliações não terão nenhum custo financeiro e serão realizadas no Serviço de
Atendimento Fonoaudiológico (SAF). Todos os procedimentos serão realizados pela
pesquisadora ou por uma das colaboradoras devidamente treinadas. A participação
de seu(sua) filho(a) neste projeto poderá ser suspensa a qualquer momento sem
prejuízo a sua pessoa. Mediante os esclarecimentos recebidos da Fonoaudióloga
Gisele Rodrigues, eu, _________________________________________,
portador(a) da carteira de identidade n
o
___________________, autorizo a
participação de meu filho(a)__________________________em sua pesquisa, sendo
submetido(a) às avaliações que forem necessárias. Os dados desta pesquisa serão
divulgados em meio científico, sem identificação dos envolvidos.
Santa Maria, ____ /____ /____
Assinatura do Responsável_________________________________________
______________________________________Gisele Rodrigues CRFa. 8734
66
ANEXO B – Formulário de Identificação
Formulário de Identificação:
1. IDENTIFICAÇÃO DA MÃE:
Nome:.................................................................................................
Idade na época do nascimento da criança:.........................................
Idade atual:................................
Endereço:.............................................................................................
Telefone:...............................................................................................
SAME:..................................................................................................
Parto: ( ) normal ( ) cesárea ( ) fórceps ( ) pélvico
Gestação:......................................................................................
Grau de escolaridade da mãe:...........................................................
Tem outros filhos? ( ) SIM ( )NÃO Quantos? ..........................................
É tabagista? ( ) SIM ( )NÃO
Profissão:...........................................................................................
Diabética? ( ) SIM ( )NÃO
Hipertensa? ( ) SIM ( )NÃO
2. IDENTIFICAÇÃO DA CRIANÇA:
Nome:................................................................................................
Sexo: ( ) F ( ) M
DN:.....................................................................................................
Data do exame:.................................................................................
Idade Cronológica:.....................................
Idade Corrigida|:.........................................
3. CARACTERÍSTICAS NEONATAIS:
Peso ao nascer:......................g
Apgar: 1
o
min.................. 5
o
min.................... 10
o
min...................
Principais patologias:..........................................................................
Necessidade de ventilação mecânica: ..............................................
Tempo de permanência no aparelho: ...............................................
Necessidade de exsanguineotransfusão? ( ) SIM ( )NÃO
67
5. DADOS ATUAIS
Freqüenta creche? ( ) SIM ( )NÃO Qual?.........................................
Já teve otites? ( ) SIM ( )NÃO
Foi hospitalizado? ( ) SIM ( )NÃO
Já teve convulsões? ( ) SIM ( )NÃO Quantas:...................................
Quando falou as primeiras palavras?........................................................
Engatinhou? ( ) SIM ( )NÃO
É ou foi amamentado no peito? ( ) SIM ( ) NÃO
Peso:.................................................
68
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