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TALITHA ARAÚJO FARIA
ANÁLISE COMPORTAMENTAL DA PREFERÊNCIA E CONSUMO DE
RAÇÕES COMERCIAIS EM TEIÚS Tupinambis merianae (DUMÉRIL &
BIBRON, 1839) (SQUAMATA, TEIIDAE) MANTIDOS EM CATIVEIRO
ILHÉUS – BAHIA
2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA
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TALITHA ARAÚJO FARIA
ANÁLISE COMPORTAMENTAL DA PREFERÊNCIA E CONSUMO DE
RAÇÕES COMERCIAIS EM TEIÚS Tupinambis merianae (DUMÉRIL &
BIBRON, 1839) (SQUAMATA, TEIIDAE) MANTIDOS EM CATIVEIRO
ILHÉUS – BAHIA
2005
Dissertação apresentada, para obtenção do
título de Mestre em Zoologia, à Universidade
Estadual de Santa Cruz.
Área de concentração: Zoologia Aplicada
Orientadora: Profa. Dra. Selene Siqueira da
Cunha Nogueira
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TALITHA ARAÚJO FARIA
ANÁLISE COMPORTAMENTAL DA PREFERÊNCIA E CONSUMO DE
RAÇÕES COMERCIAIS EM TEIÚS Tupinambis merianae (DUMÉRIL &
BIBRON, 1839) (SQUAMATA, TEIIDAE) MANTIDOS EM CATIVEIRO
Ilhéus - BA, / /2005
Profa. Dra. Selene Siqueira da Cunha Nogueira
UESC – BA
(orientadora)
Prof. Dr. Arrilton Araújo
UFRN – RN
Prof. Dr. Sérgio Luiz Gama Nogueira Filho
UESC – BA
Dissertação apresentada, para obtenção do
título de Mestre em Zoologia, à Universidade
Estadual de Santa Cruz.
Área de concentração: Zoologia Aplicada
Orientadora: Profa. Dra. Selene Siqueira da
Cunha Nogueira
DEDICATÓRIA
A Deus, minha força, meu sentido de vida, meu tudo. Sem ti nada seria possível!!!
À minha família, mamãe, papai e irmãs, pelo amor, carinho, apoio, orações e força
para superar os momentos difíceis e a saudade que mata.
À Tia Elvira e Tia Mariza pela ajuda incondicional em todos os momentos.
À minha vovó Maria (in memorian) pela certeza da sua intercessão, saudades...
AGRADECIMENTOS
Ao Mestrado de Zoologia da Universidade Estadual de Santa Cruz e a CAPES
pela concessão da bolsa.
A Dra. Selene Siqueira da Cunha Nogueira pela orientação dada para o
desenvolvimento deste trabalho.
A Irene pelo auxílio na análise estatística dos dados coletados.
Ao Dr. Yvonnick Victor Le Pendu pelo auxílio na confecção do sociograma e
pelas dicas.
Ao Dr. Marcelo Ribeiro Duarte, do Instituto Butantan, pelos artigos cedidos, pela
força durante o trabalho e pela amizade.
Ao Dr. Otávio Augusto Vuolo Marques, do Instituto Butantan, pelos artigos
cedidos.
A Dra. Verônica Oliveira Vianna pelos artigos cedidos, pelas dicas dadas em
relação ao trabalho e pela amizade.
Ao Professor Neylor Calasans pelas informações climáticas cedidas.
A Dra. Sílvia Cristina R. de Souza pelos artigos cedidos.
A Luciana Barreto Nascimento pelo livro a mim presenteado.
Ao Ms. Antônio J. S. Argôlo pelo empréstimo dos livros e artigos e pela
amizade.
Ao Ms.Binael Soares Santos pelo empréstimo de material.
Ao Ms. Alcester Mendes pela ajuda no desenvolvimento do trabalho, pelo apoio
e amizade.
Ao Fábio de Carvalho Falcão pelas fotos tiradas, pelo carinho, força, paciência e
companheirismo, principalmente nos meus momentos de “crise”. Você é muito
especial!
Ao Daniel Simões e ao Luciano Leone pelo auxílio, apoio, carinho e amizade e
por me agüentarem reclamando e chorando de saudades.
A Taís Tripodi “Galvão” e a Tatiana Senra pela amizade, carinho e
companheirismo nos momentos alegres e difíceis desse mestrado. Viva a Almada!
A todos os amigos do mestrado, Fábio, Taís, Tatiana, Daniel, Juan, Rick,
Willian, Zilton, pelo companheirismo e também a Melissa, Renato, Luciano, Jaqueline,
Tiago, Érico, Renata, Amanda, Carlos, Camila pelas boas risadas nos churrascos.
Vamos nadar!
Ao Joaquim Martins e a Olma Karoline pelo trabalho que tiveram procurando os
artigos que pedi, pelo apoio e amizade mesmo com a grande distância. Vocês moram no
meu coração!
A tio Ercílio e tia Leila pelos artigos que deram muito trabalho para serem
encontrados. Vocês são fofos!
Ao Lucas A. Almeida de Almeida pelo auxílio nas medidas biométricas dos
animais experimentais.
Ao Senhor Gilson, pelo amor e cuidado, com os animais e pelo auxílio na
contenção dos mesmos e a Senhor Osvaldo, Brasão, Martin, Miranei, Antônio, Mineiro,
Senhor Moraes pelo auxílio durante as coletas, na fazenda do Almada, pelo carinho e
amizade.
Aos motoristas e amigos Pedro, Roberto, Samuel, Senhor Edvaldo e Jorge pelas
“longas” viagens à Almada repletas de boas conversas e muitas risadas. Vocês são
demais!
Às tias Elvira e Mariza pelo carinho, força e orações durante toda a minha
“jornada de aprendizagem”. Vocês são responsáveis por mais essa vitória!
A minha querida mãezinha Cica, por ser tudo na minha vida. Sem seu amor eu
não seria quem sou. Devo-te TUDO!!!
As minhas irmãzinhas Cinara, Clarissa e a mais nova Nathália pela certeza de
que com Deus nós vencemos tudo!!!
Ao meu pai Ildê por ter me ensinando a crescer como pessoa de Deus. Obrigada!
A todos os meus amigos “de perto e de longe”, em especial ao GOU, pelo apoio,
carinho, orações e torcida. Essa alegria é nossa!
“Os que plantam sementes entre lágrimas,
ceifarão com alegria. Na ida caminham
chorando, os que levam a semente a espargir.
Na volta, virão com alegria, quando trouxerem
seus feixes.”
Salmo 125, 5 - 6
“Felicidade é uma opção de vida, é a certeza da
vitória em Deus!”
Talitha Araújo Faria
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Exemplar de Tupinambis merianae.------------------------------------------------ 21
Figura 2: Exemplar de Tupinambis teguixin. ------------------------------------------------- 21
Figura 3: Tupinambis merianae; a,b- visão lateral da cabeça; c- placa preanal, poros
preanais e poros femorais (espécime em crescimento); d- visão ventral da cabeça.
Extraído de Ávila-Pires (1995).----------------------------------------------------------------- 22
Figura 4: Tupinambis teguixin; a,b- visão lateral e dorsal da cabeça; c- placa preanal,
poros preanais e poros femorais (juvenis); d- visão ventral da cabeça. Extraído de Ávila-
Pires (1995). --------------------------------------------------------------------------------------- 23
Figura 5: Métodos de regulação da temperatura da temperatura em teiús. Extraído de
Pianka e Vitt (2003).------------------------------------------------------------------------------ 25
Figura 6: Distribuição de Tupinambis merianae na América do Sul. --------------------- 31
Figura 7: Distribuição de Tupinambis merianae no Brasil.--------------------------------- 31
Figura 8: Representação das mudanças na dentição das espécies de Tupinambis. a)
animais com massa corpórea inferior a 600g. III) dentes tricúspides predominantes em
relação a II. b) animais com massa corpórea superior a 750g. IV) mudança na dentição
em relação a III. Extraído de Dessem (1985). ------------------------------------------------ 35
Figura 9: Exemplar de Tupinambis merianae.------------------------------------------------ 39
Figura 10: Vista de uma das baias experimentais. ------------------------------------------- 41
Figura 11: Marcação individual dos animais.------------------------------------------------- 42
Figura 12: Pesagem dos animais. --------------------------------------------------------------- 42
Figura 13: Contenção de um animal para a realização das medições.--------------------- 43
Figura 14: Recipientes com os alimentos ofertados aos animais.-------------------------- 45
Figura 15: Localização do observador durante a sessão experimental. ------------------- 45
Figura 16: Pesagem dos alimentos anterior a sessão de observação.---------------------- 46
Figura 17: Pesagem do alimento após sessão de observação. ------------------------------ 46
Figura 18: Fluxograma representando as seis seqüências comportamentais encontradas
durante a categoria comportamental de alimentação.-----Erro! Indicador não definido.
Figura 19: Interação agonística entre os animais. -------------------------------------------- 55
Figura 20: Interações agonísticas de acordo com o sexo. ----------------------------------- 56
Figura 21: Interações agonísticas entre os sexos.--------------------------------------------- 56
Figura 22: Competição pelo alimento entre os animais.------------------------------------- 56
Figura 23: Sociograma das interações ocorridas entre os animais. ------------------------ 57
Figura 24: Respostas dadas pelos animais agredidos ás interações agonísticas
acontecidas. ---------------------------------------------------------------------------------------- 58
Figura 25: Respostas ás agressões, emitidas pelos animais experimentais. -------------- 58
Figura 26:Consumo médio dos alimentos oferecidos aos animais.------------------------ 59
Figura 27: Consumo médio de carcaça de frango com e sem o elemento motivador. -- 60
Figura 28: Consumo médio de ração de cachorro com e sem o elemento motivador.-- 60
Figura 29: Consumo médio de ração de gato com e sem o elemento motivador. ------- 61
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Composição dos grupos nas baias experimentais -------------------------------- 40
Tabela 2: Descrição dos padrões comportamentais relacionados à alimentação em
Tupinambis merianae em cativeiro.------------------------------------------------------------ 49
Tabela 3: Categoria comportamental de alimentação contendo número de ocorrência,
porcentagens e duração dos padrões comportamentais executados pelos T. merianae. 53
LISTA DE ANEXOS
Anexo 9.1 - Ficha de observação dos animais------------------------------------------------64
Anexo 9.2 - Planilha dos pesos dos recipientes antes e depois das observações---------65
Anexo 9.3 - Matriz de interações agonísticas onde os animais na vertical são os
agressores e na horizontal os agredidos--------------------------------------------------------66
Anexo 9.4 - Quantidade de respostas emitidas pelos animais agredidos nas interações
agonísticas acontecidas---------------------------------------------------------------------------67
Anexo 9.5 - Teste de preferência (X
2
-quadrado) --------------------------------------------68
Anexo 9.6 - Teste t-Student para consumo das rações com e sem Tribolium
castaneaum----------------------------------------------------------------------------------------70
ANÁLISE COMPORTAMENTAL DA PREFERÊNCIA E CONSUMO DE
RAÇÕES COMERCIAIS EM TEIÚS Tupinambis merianae (DUMÉRIL &
BIBRON, 1839) (SQUAMATA, TEIIDAE) MANTIDOS EM CATIVEIRO
Autora: TALITHA ARAÚJO FARIA
Orientadora: Profa. Dra. SELENE SIQUEIRA DA CUNHA NOGUEIRA
RESUMO
Tupinambis merianae ou teiú, como é popularmente conhecido, é uma espécie que
possui potencial zootécnico para a comercialização de couro e carne. Porém, o mercado
para a criação da espécie ainda é insipiente e pois o consumo da carne ainda é feito
através da caça ilegal. Estudos a respeito de sua biologia básica em especial seu
comportamento ainda são escassos. Neste contexto, necessidade de ampliar o
conhecimento da espécie para subsidiar a produção comercial. O presente estudo teve
como objetivo descrever o comportamento alimentar de T. merianae, a preferência
alimentar dos animais frente à apresentação de três tipos de alimento: carcaça de frango,
ração de gato e de cachorro e analisar um possível aumento do consumo de alimento
com a presença de um agente motivador (Tribolium castaneaum). Desta forma, quinze
indivíduos adultos nascidos em cativeiro foram divididos em três grupos de cinco
animais em baias experimentais. Os animais foram observados em sessões de duas
horas, totalizando 120 horas, através do método ad libitum, onde foram registrados
todos os padrões comportamentais durante a alimentação. Os resultados revelaram a
presença de seis seqüências comportamentais na alimentação, com nove padrões
comportamentais. O alimento mais consumido foi a carcaça de frango (χ
2
(11)
=1500,15; p
< 0,01). Foi observada a presença de neofobia alimentar e não houve diferença
significativa do consumo do alimento com T. castaneaum, o que indica que o besouro
não foi um agente motivador ao consumo do alimento.
Palavras - chave: lagarto, comportamento alimentar, neofobia alimentar, criação em
cativeiro.
BEHAVIORAL PREFERENCE ANALYZE AND CONSUM OF COMERCIAL
RATIONS IN TEGU Tupinambis merianae (DUMÉRIL & BIBRON, 1839)
(SQUAMATA, TEIIDAE) IN CAPTIVE BREEDING
Author: TALITHA ARAÚJO FARIA
Adviser: Profa. Dra. SELENE SIQUEIRA DA CUNHA NOGUEIRA
ABSTRACT
Tupinambis merianae or tegu has a zootecnical interest for the leather
commercialization and meat consumption. In this context, there is a need to increase the
knowledge about basic biology and behavior to support captivity breeding. The aim of
the present study was to describe the feeding behavior and preference for three diets -
chicken carcass, wet commercial dog and cat diets and analyze the food consumption
with motivator agent (Tribolium castaneaum). The animals were observed in two hours
sessions, totaling 120 hours, through the ad libitum method. The results showed nine
feeding pattern behaviours and six stereotiped sequences. The chicken carcass was
prefered for the animals (χ
2
(11)
= 1500, 15; p < 0,01) and suggest neophobia behavior.
The T. castaneaum did not work as a motivator agent for food`s consumption.
Keywords: lizard, feeding behaviour, feeding neophobia, captivity breeding.
SUMÁRIO
Resumo-----------------------------------------------------------------------------------------------i
Abstract---------------------------------------------------------------------------------------------ii
1 - INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------------------1
2 - REVISÃO DE LITERATURA-------------------------------------------------------------4
2.1 - Classificação taxonômica e morfologia---------------------------------------------------4
2.2 - Comportamento alimentar em lagartos----------------------------------------------------8
2.2.1 - Estratégias de captura das presas---------------------------------------------------------8
2.2.2 - Hábitos alimentares em lagartos--------------------------------------------------------11
2.3 - Distribuição geográfica de Tupinambis merianae--------------------------------------15
2.4 - Características morfológicas e biológicas da espécie----------------------------------17
2.5 - História natural e comportamento alimentar em Tupinambis merianae-------------18
3 - OBJETIVO GERAL------------------------------------------------------------------------23
3.1 - Objetivos específicos-----------------------------------------------------------------------23
4 - METODOLOGIA---------------------------------------------------------------------------24
4.1 - Animais experimentais---------------------------------------------------------------------24
4.2 - Área de estudo-------------------------------------------------------------------------------25
4.3 - Instalações-----------------------------------------------------------------------------------25
4.4 - Características climáticas------------------------------------------------------------------26
4.5 - Procedimento experimental----------------------------------------------------------------26
4.5.1 - Marcação dos animais-------------------------------------------------------------------26
4.5.2 - Medidas biométricas---------------------------------------------------------------------27
4.5.3 - Período de coletas de dados-------------------------------------------------------------28
4.5.4 - Alimentação dos animais durante o experimento------------------------------------28
4.5.5 - Fases experimentais----------------------------------------------------------------------29
4.5.6 - Metodologia de observação-------------------------------------------------------------29
4.5.7 - Protocolo para o fornecimento da ração experimental-------------------------------31
4.6 - Análise estatística---------------------------------------------------------------------------32
5 - RESULTADOS-------------------------------------------------------------------------------33
5.1 - Descrição do comportamento alimentar no cativeiro----------------------------------33
5.2 - Comportamento agonístico por roubo de alimento------------------------------------40
5.2.1 - Reação dos animais após o roubo do alimento---------------------------------------42
5.3 - Análise da preferência dos animais por rações: carcaça de frango X ração de
cachorro X ração de gato-------------------------------------------------------------------------44
5.4 - Fornecimento da carcaça de frango utilizando um agente motivador (Tribolium
castaneaum)----------------------------------------------------------------------------------------44
5.5 - Fornecimento da ração de cachorro utilizando um agente motivador (Tribolium
castaneaum)----------------------------------------------------------------------------------------45
5.6 - Fornecimento da ração de gato utilizando um agente motivador (Tribolium
castaneaum)----------------------------------------------------------------------------------------46
5.7 - Variação da massa corpórea dos animais ao longo dos meses de observação-----46
6 - DISCUSSÃO----------------------------------------------------------------------------------47
7 - CONCLUSÕES------------------------------------------------------------------------------53
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS--------------------------------------------------54
9 - ANEXOS--------------------------------------------------------------------------------------64
1 -
INTRODUÇÃO
O depauperamento das populações de répteis é mais evidente nas espécies maiores e
gregárias, como os crocodilos. No entanto, os animais de menor porte, como os teiús
(Tupinambis merianae), têm sido igualmente ameaçados pela caça indiscriminada
(TURNER, 1977). Durante a década de 80, cerca de 1.900.000 peles de teiús da
Argentina foram comercializadas, principalmente para os Estados Unidos, Canadá,
México, Hong Kong, Japão e vários países da Europa (FITZGERALD et al., 1994). Na
cidade de Córdoba, entre os anos de 1988 e 1992, a maioria das peles comercializadas
nos curtumes era de animais jovens e fêmeas (MOGNI; BUCHER, 1999).
No Brasil, segundo o IBGE (1970), até a proibição da caça comercial, aproximadamente
1.300.000 peles eram exportadas por ano. Na região do nordeste brasileiro a
comercialização da gordura dos teiús tem aumentado, principalmente em feiras
regionais por acreditarem que a gordura é capaz de curar inflamações e hemorróidas
(CARVALHO, 2001).
A Bolívia também faz uso do lagarto teiú, através da caça realizada pelas comunidades
indígenas que vendem seu couro para atravessadores e usam sua carne como fonte de
proteína, além da utilização de sua gordura para fins medicinais (MONTANO FLORES,
1999).
A exportação do couro de teiú, atualmente, tem sido dominada principalmente pelo
Paraguai e Argentina, com aproximadamente 1.000.000 peles de Tupinambis sp.
comercializadas anualmente (MIERES et al., 1997), A Argentina, em 1987, estabeleceu
um plano de manejo para esta espécie e atualmente, junto com o Paraguai, cria a espécie
com finalidade econômica (FITZGERALD et al., 1988; FITZGERALD et al., 1994).
A criação de Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839) em cativeiro ainda é
pouco difundida no Brasil, principalmente pela falta de conhecimentos sobre seu
manejo e manutenção adequados. A produção dessa espécie em cativeiro poderia ser
uma alternativa para sua conservação, pois é um animal muito caçado por ser um
predador de ovos e pintos e por possuir carne apreciada no mercado nacional e couro no
internacional. No entanto, para a criação da espécie em cativeiro necessidade de
estudos básicos sobre seu comportamento para subsidiar o manejo da espécie em
cativeiro.
Conhecimentos a respeito do comportamento alimentar em teiús se fazem necessários
para sua produção em larga escala, pois, até o presente momento, a literatura não
registra estudos relativos ao comportamento alimentar em teiús. A descrição do
comportamento adotado por esta espécie durante sua alimentação e a verificação de sua
preferência alimentar, serão contribuições importantes para criadores comerciais ou
conservacionistas da espécie .
Neste contexto, o presente estudo teve como principal meta descrever e analisar três
tipos de ração facilmente encontrados no mercado nacional a fim de nortear produtores
em potencial da espécie e contribuir com o avanço da produção de espécies silvestres
com potencial zootécnico.
2 - REVISÃO DE LITERATURA
2.1 - Classificação taxonômica e morfologia
A família Teiidae compreende, aproximadamente, 40 gêneros e mais de 200 espécies
restritas ao continente Americano, particularmente nas regiões tropicais da América do
Sul (VANZOLINI, 1993; NASCIMENTO et al., 1994; ROCHA, 1994a; ROCHA,
1994b; FRANCISCO, 1997). Sua organização a divide, informalmente, em dois grupos:
os microteiídeos, pequenos lagartos e os macroteiídeos, lagartos de grande porte
(VANZOLINI, 1993).
Os animais do gênero Tupinambis pertencem ao grupo dos macroteídeos, que englobam
mais seis gêneros: Ameiva, Cnemidophorus, Crocodilurus, Dicrodon, Kentropyx e Teius
(VANZOLINI, 1993) e cerca de 200 espécies com os mais variados hábitos de vida
(GOIN et al., 1978; DONADIO; GALLARDO, 1984, FRANCISCO, 1997). Os
macroteiídeos são os animais de maior porte sul-americano, sendo que os do gênero
Tupinambis chegam a medir, aproximadamente, 160 cm de comprimento e a pesar mais
de 5kg (VANZOLINI et al., 1980; CHANI, 1995). Pode-se dizer que os animais desse
gênero, apresentam uma espécie de “gigantismo” devido ao seu tamanho e massa
corpórea elevada em relação aos demais representantes da família Teiidae, sendo os
machos maiores e de maior massa corpórea que as fêmeas (LOPES, 1986;
FITZGERALD et al., 1988; CHANI, 1990) como é o caso dos T. merianae. São
conhecidos popularmente como teiús, sendo que, na Argentina são chamados de “teiú
preto e branco” (PARIS, 1998).
É apresentado a seguir, um resumo geral sobre a classificação dos Tupinambis, de
acordo com a regra de nomenclatura biológica, exemplificando com a espécie em
estudo:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Reptilia
Subclasse: Sauria
Superclasse: Tetrapoda
Ordem: Squamata
Infraordem: Scincomorpha
Família: Teiidae
Subfamília: Tupinambinae
Gênero: Tupinambis
Espécie: Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839)
Os T. merianae foram por muito tempo confundidos com os T. teguixin, com isso vários
estudos foram realizados com T. merianae sendo chamados de T. teguixin. Os dois
lagartos são simpátricos em algumas regiões do Brasil, como no Goiás e São Paulo, em
regiões de cerrado e florestas de galeria e devido a grande semelhança morfológica
entre eles é possível entender esse equívoco na classificação das espécies (ÁVILA-
PIRES, 1995) (Figuras 1 e 2).
Figura 1: Exemplar de Tupinambis merianae.
Figura 2: Exemplar de Tupinambis teguixin.
Foto: Fábio Falcão
Foto: Fábio Falcão
Ávila-Pires (1995) descreveu as duas espécies e as classificou em T. merianae e T.
teguixin, desfazendo a confusão. Foi verificado que existem várias diferenças
morfológicas entre essas espécies, principalmente na região anterior do corpo. Os T.
merianae possuem escamas de tamanhos, quantidades e formatos visualmente diferentes
quando comparados a T. teguixin (Figuras 3 e 4).
Figura 3: Tupinambis merianae; a,b- visão lateral da cabeça;
c- placa preanal, poros preanais e poros femorais (espécime
em crescimento); d- visão ventral da cabeça. Extraído de
Ávila-Pires (1995).
Figura 4: Tupinambis teguixin; a,b- visão lateral e dorsal da
cabeça; c- placa preanal, poros preanais e poros femorais
(juvenis); d- visão ventral da cabeça. Extraído de Ávila-
Pires (1995).
2.2 - Comportamento alimentar em lagartos
2.2.1 - Estratégias de captura das presas
Os lagartos possuem padrões de atividade que variam desde o sedentarismo até os em
constante movimento. O método de captura de presas das espécies sedentárias é
denominado “senta e espera”, onde o animal permanece em um local fixo, de onde pode
perscrutar uma vasta área até que sua presa se aproxime (COLLI et al., 1997; PIANKA;
VITT, 2003).
Animais que permanecem constantemente em movimento são denominados
“forrageadores ativos”. Estes saem à procura de sua presa, movendo-se na superfície do
substrato até encontrar seu alimento. Possuem o aparelho quimiosensorial bem
desenvolvido que é utilizado para detectar suas presas e, provavelmente, procuram
concentrações locais de presas (PIANKA, 1966; SCHOENER, 1971; HUEY; BENNET,
1986; NASCIMENTO et al., 1994; ROCHA, 1994b). Deslocam-se durante a sua
atividade por grandes extensões do habitat, procurando ativamente suas presas. Nestes
animais a visão é pouco importante na localização do alimento (PIANKA, 1966;
SCHOENER, 1971; NASCIMENTO et al., 1994; ROCHA, 1994b).
Esses métodos variam de acordo com o tamanho e a mobilidade da presa (PIANKA;
VITT, 2003). Podemos então dizer que os diferentes comportamentos de forrageio dos
lagartos levam a diferenças nas suas dietas, mesmo quando esses animais ocupam o
mesmo hábitat (HUEY; BENNET, 1986; NASCIMENTO et al., 1994; PIANKA; VITT,
2003). Essas diferenças estão correlacionadas também com as características
fisiológicas e comportamentais desses animais (HUEY; BENNET, 1986). Os animais
que caçam de “senta-espera”, em sua maioria, apresentam corpo robusto, cauda curta e
coloração críptica. Algumas espécies possuem padrões dorsais formados por manchas
de cores diferentes que obscurecem os contornos do corpo do animal. As espécies
“forrageadoras ativas”, geralmente possuem o corpo delgado e alongado e cauda longa e
possuem padrão de coloração de listras que provocam ilusão óptica quando se
movimentam (ROCHA, 1994a, 1994b; ÁVILA-PIRES, 1995; COLLI et al., 1997).
Os teiús são considerados forrageadores ativos tendo sua temperatura corporal média de
35 ºC (VITT, 1995), o que facilita a habilidade na busca pelo alimento (PIANKA;
VITT, 2003). Esses animais são mais ágeis e mesmo sendo ectotérmicos, não
necessitam de muito tempo de exposição solar para regular sua temperatura (PIANKA;
VITT, 2003). A regulação da temperatura corpórea nesses animais pode ocorrer
comportamentalmente, alterando o uso de diferentes fontes externas de calor, como
insolação direta, ar e substrato (VRCIBRADIC et al., 2000; PIANKA; VITT, 2003)
(Figura 5).
Figura 5: Métodos de regulação da temperatura da temperatura em teiús. Extraído de
Pianka e Vitt (2003).
Em estações frias, ocorre o abaixamento de sua temperatura corpórea devido à
diminuição de radiação solar, fazendo com que o animal entre em estado de dormência
(GOELDI, 1902; GALLARDO, 1970; ABE, 1983; PIANKA; VITT, 2003; SOUZA et
al., 2004) e permaneça entocado. Este processo é muito complexo e envolve vários
graus de mudanças fisiológicas em resposta ao frio (CLOUDSLEY-THOMPSON,
1971; BENETT; DAWSON, 1976), acontecendo de forma cíclica (SOUZA et al.,
2004). Neste período os animais dificilmente regularam sua temperatura, diminuindo
Legenda:
Luz solar direta
Difusão e reflexão da
luz solar
Partículas de matéria
Radiação térmica da
atmosfera
Radiação térmica da
vegetação
Radiação térmica do
solo
assim seu metabolismo (GOELDI, 1902; PIANKA; VITT, 2003). Existem, porém,
referências de uma diminuição do período de dormência em latitudes mais baixas
(NORIEGA et al., 1996). Porque nestes locais as variações na temperatura são menores
e consequentemente o período de dormência também. Em algumas regiões como na
região Tropical Norte, os teiús têm atividades ao longo de todo ano (HERRERA;
ROBINSON, 2000).
2.2.2 - Hábitos alimentares em lagartos
Ao longo dos últimos anos, alguns trabalhos sobre alimentação de répteis, têm sido
desenvolvidos. A maioria desses se refere a estudos sobre dieta alimentar nas mais
diversas espécies de lagartos.
VITT e LACHER Jr. (1981) estudaram a dieta de um iguanídeo, Polychrus acutirostris,
que foram capturados na natureza e sacrificados para análise do conteúdo estomacal. Os
autores verificaram uma grande diversidade de animais como presas, tais como
hemípteros, homópteros, odonatas, isópteros, coleópteros, entre outros.
Um estudo sobre os mecanismos comportamentais de ovofagia no lagarto Heloderma
horridum foi realizado por Herrel et al (1997). Os pesquisadores tinham o objetivo de
investigar a base do mecanismo de ovofagia nesses lagartos e verificar a existência de
adaptações que justificassem essa dieta. Para isso, dois exemplares adultos do lagarto
foram retirados do zoológico de Detroit e colocados em viveiros individuais. Os
resultados obtidos sugerem que em H. horridum ocorra um padrão fixo de
comportamento com cinco estágios ou seqüências comportamentais: “approach,
piercing, uptake, crushing e swallowing (aproximação do alimento, perfuração,
introdução do alimento na cavidade oral, esmagamento e ingestão)”. Verificaram
também que ao induzirem a alimentação, o lagarto emitiu apenas os comportamentos de
piercing e crushing. Analisando a força colocada na mordida do alimento, descobriram
que durante o estágio de piercing os animais mordem o ovo com mais força, mas sem
quebrá-lo. Durante o estágio de crushing, o animal esmaga o ovo, mas a força colocada
é inferior a do estágio anterior. Verificaram também que H. horridum possuem uma
dentição diferenciada o que levou os pesquisadores a concluir que esses animais são
predadores de ovos especializados.
Vitt e Zani (1998) estudaram as relações ecológicas entre lagartos simpátricos do norte
da Amazônia e verificaram que o tamanho da presa varia, proporcionalmente, em
relação ao tamanho do predador. Tendo esses animais tamanhos e atividades variadas, o
tipo e o tamanho das presas também serão variados.
Herrel e Vree (1999) verificaram que os lagartos Uromastix acanthinurus possuem
estruturas diferentes na língua que variam entre as espécies. Essas estruturas unidas às
estruturas dentárias, m como conseqüência o desenvolvimento da capacidade
modulatória que é responsável pelas especializações nas dietas dessas espécies
consideradas herbívoras.
Herrel et al. (1999) estudaram as relações entre a dieta e a morfologia e propriedades
fisiológicas do sistema mandibular do lagarto Plocederma stellio (insetívoros) em
relação ao Uromastix aegyptius (herbívoros). Eles verificaram que a capacidade
oxidativa dos músculos mandibulares é maior em U. aegyptius. Verificaram também
que as características de contração e a desempenho do sistema alimentar são
dependentes da temperatura. Essas características estão presentes em Uromastix e têm
como conseqüência sua dieta herbívora.
Herrel et al. (2000) estudaram os diferentes mecanismos de apreensão através da língua
preênsil em camaleões e verificaram a função da língua durante a captura dos diferentes
tipos presa. Os pesquisadores descobriram que os camaleões possuem uma modificação
no sistema primitivo dos iguanas, que inclui o componente de sucção em seu
mecanismo preênsil. Isso explica o sucesso desses animais durante a captura de suas
presas.
Herrel et al. (2001) estudando dois lagartos que ocorrem sintopicamente, Podarcis
muralis e Lacerta vivípara, testaram a capacidade que esses animais tinham para
selecionar a base da dieta a partir da força que é exercida na mordida. Eles testaram a
dureza das presas encontradas para verificar a relevância da força das mordidas. O
estudo mostrou que os lagartos com maior tamanho corporal e de cabeça possuem uma
mordida mais forte que os demais. Concluindo que o tamanho da cabeça é um indicador
do desempenho da mordida nessas espécies e que a capacidade de morder é uma
importante variável ecológica que pode ser usada na escolha das presas.
Verwaijen et al. (2002) realizaram um estudo semelhante ao de Herrel (2001), que
verificou a relação entre morfologia, força da mordida, eficiência de manejo das presas
e a exploração do nicho em duas espécies de lagartos lacertídeos simpátricos, Podarcis
melisellensis (Braun, 1877) e Lacerta oxycephala (Duméril & Bibron 1839). Os
resultados deste estudo mostraram que a forma da cabeça não variou muito, mas o
tamanho absoluto e relativo diferiu bastante tanto entre as espécies quanto entre os
sexos, sendo que os P. melisellensis possuem a cabeça maior que os L. oxycephala,. O
tamanho da cabeça dos machos é maior que das fêmeas. A diferença no tamanho do
corpo e da cabeça nos machos, comparado com as fêmeas, explica a maior força na
mordida dos machos. Isso não significa que exista diferença na força da mordida entre
as espécies. Essa relação tamanho-força varia individualmente nos lagartos, assim como
a relação entre a eficiência na captura (manejo) e a força da mordida. Os machos
selecionam presas maiores e mais duras que as fêmeas. A proporção da dureza do corpo
e tamanho-largura da presa está correlacionada positivamente com a força da mordida.
Concluindo, portanto, que as diferenças no tamanho da cabeça e do corpo interferem
diretamente na força da mordida, na escolha da presa, na direção e eficiência no manejo.
Cooper Jr. e Vitt (2002), baseados na literatura, examinaram a dieta de 450 espécies de
lagartos com intuito de verificar a dieta alimentar através do consumo de plantas. Eles
descreveram a distribuição e o grau de onivoria e herbivoria. Verificaram que as plantas
fazem parte da dieta de mais da metade das espécies de lagartos estudados. Elas formam
10% do volume da dieta de 12,1% das espécies e 90% ou mais da dieta de 0,8% nos
lagartos onívoros. Nos lagartos das famílias Iguanidae, Corytophanidae,
Gerrhosauridae, Agamidae, Xantusiidae, e Tropiduridae, mais de 10% de sua dieta é
formada por plantas. Os herbívoros tendem a ser folívoros e possuem adaptações
incluindo uma dentição especializada para cortar e reduzir as folhas, intestino alongado,
válvulas de passagem do alimento e enzimas intestinais para digestão de celulose.
Lagartos onívoros são desprovidos dessas especializações, mas consomem muitas
frutas, sementes, e algumas partes das plantas de fácil ingestão, de acordo com a
abundância sazonal e do alto teor nutritivo. A maioria dos lagartos se alimenta de néctar
e pólen, até mesmo a seiva que é consumida por alguns geckos. Assim puderam
verificar que a maioria dos lagartos, dentro das mais diferentes famílias, se alimenta de
diversos tipos plantas.
Herrel et al. (2004) desenvolveram um estudo com o objetivo de verificar se a
frugivoria tem correlação com o tamanho do corpo de lagartos, em um grupo sintrópico,
da espécie Anolis da Jamaica, onde existem grandes lagartos comedores de frutos.
Adicionalmente, a relação do tamanho do fruto consumido com o tamanho do corpo do
predador. Verificaram que o tamanho do corpo ou a força residual da mordida não está
totalmente correlacionado com o tamanho do fruto. Além disso, demonstraram que
lagartos, semelhantes à Anolis, consumidores de frutas são em média maiores do que os
que não as consomem. Concluindo que o consumo de frutas por esses lagartos é medido
pelo tamanho do corpo, não importando o lugar onde esses lagartos vivem.
2.3 - Distribuição geográfica de Tupinambis merianae
Os teiús são encontrados no Brasil, norte da Argentina e Uruguai. (PRESCH, 1973;
ÁVILA-PIRES, 1995). No Brasil habitam o sul da Amazônia, em vegetações abertas no
Carajás e sudeste do Pará, também ocupam todo o litoral brasileiro, a região central e
região sudeste (ÁVILA-PIRES, 1995) (Figuras 6 e 7).
Figura 6: Distribuição de Tupinambis merianae na América do Sul.
Figura 7: Distribuição de Tupinambis merianae no Brasil.
O habitat desses animais é representado principalmente em regiões de vegetação aberta
como cerrado e caatinga e localidades antrópicas. Podem ser vistos, também, em
substratos rochosos, como os encontrados em Carajás, no Pará (VANZOLINI et al.,
1980; VANZOLINI, 1993; ÁVILA-PIRES, 1995). Os T. merianae são animais
simpátricos a uma série de outras espécies de lagartos do mesmo gênero. Isso ocorre em
Legenda:
Regiões de ocorrência de
Tupinambis merianae na
América do Sul
Legenda:
Regiões de ocorrência de
Tupinambis merianae no
Brasil
várias regiões brasileiras, sendo T. merianae simpátrico com T. teguixin, T. rufescens e
T. duseni (ÁVILA-PIRES, 1995). Atualmente uma nova espécie de Tupinambis
simpátrica a T. merianae foi descrita por Colli et al. (1998). Esta espécie, Tupinambis
cerradensis, é aparentemente endêmica da região de cerrado do Brasil e encontra-se
também associado a florestas de galeria.
2.4 – Características morfológicas e biológicas da espécie
Os T. merianae, são animais que possuem uma cabeça comprida e pontiaguda,
delimitada por um sulco que liga a entrada do ouvido e pescoço largo. Os machos
possuem um “papo” que é visualmente identificado e inexistente nas fêmeas (ÁVILA-
PIRES, 1995). São providos de mandíbulas fortes com pequenos dentes pontiagudos,
cônicos, sendo o canino mais largo que os demais. Sua língua possui coloração rosada
de formato lanceolado, comprida e com a ponta bífida, coberta dorsalmente por
pequenas e imbricadas papilas semelhantes a escamas e sulcos médio-dorsais
(PRESCH, 1973; ÁVILA-PIRES, 1995; FRANCISCO, 1997).
Esses animais possuem cauda longa e arredondada que vai se afilando até a ponta,
diferindo-se dos animais do gênero Dracaena e Crocodilurus (PRESCH, 1973; ÁVILA-
PIRES, 1995). Sua coloração próxima à base é semelhante a do resto do corpo e
possuem anéis brancos que se intercalam com áreas escuras (ÁVILA-PIRES, 1995;
FRANCISCO, 1997). O corpo dos adultos é preto ou marrom escuro, com manchas
claras que resultam em um padrão de bandas transversais no dorso (ÁVILA-PIRES,
1995). Já os filhotes são esverdeados e essa coloração vai desaparecendo ao longo do
seu desenvolvimento (MILSTEAD, 1961; PRESCH, 1973; FRANCISCO, 1997).
2.5 – História natural e comportamento alimentar em Tupinambis merianae
Os T. merianae são animais ovíparos, que atingem a maturidade sexual por volta dos
três anos de idade, fazendo tocas onde permanecem inativos. A incubação dos ovos leva
em torno de dois a três meses e as ninhadas variam de 13 a 35 ovos (NASCIMENTO et
al.,1994; VITT, 1995; LOPES, 1986). Os dados disponíveis para lagartos tropicais
indicam que o período reprodutivo se concentra na estação úmida (VITT; GOLDBERG,
1983). Durante a estação seca, as fêmeas acumulam reservas para a produção dos ovos
(HERRERA; ROBINSON, 2000) e é comum ocorrer interações agressivas entre esses
animais, principalmente entre machos de diferentes tamanhos, como característica do
combate ritual realizado na disputa pela fêmea (CARPENTER; FERGUSON, 1977;
LOPES, 1986).
Esses teiús são considerados uma espécie terrícola, com tendências fossoriais, podendo
ter sua área de vida associada à distribuição de plantas específicas ou afloramentos
rochosos (VITT, 1991; NASCIMENTO et al., 1994; ÁVILA-PIRES, 1995). São
diurnos, estando ativos durante todo o dia, principalmente nos horários de 10:00 às
15:00 horas (VITT, 1995; CARVALHO, 2001) e freqüentemente visto assoalhando no
verão (GOELDI, 1902; VITT, 1995). Passa a maior parte do tempo em movimento à
procura de presas que localiza com o auxílio da língua comprida e bífida (GOELDI,
1902; ÁVILA-PIRES, 1995; VITT, 1995; CARVALHO, 2001).
São animais onívoros e por serem forrageadores ativos podem sofrer alterações na sua
dieta de acordo com as variações sazonais (NASCIMENTO et al., 1994; ÁVILA-
PIRES, 1995; FRANCISCO, 1997; COOPER Jr; VITT, 2002; KIEFER; SAZIMA,
2002; PIANKA; VITT, 2003). Podem se alimentar de diferentes tipos presas como:
larva de insetos, crustáceos, invertebrados adultos, ovos de vertebrados, pequenos
vertebrados como camundongos, aves, rãs, além de folhas e frutos (HERRERA, 1980;
VANZOLINI et al., 1980; MERCOLLI; YANOSKY, 1994; NASCIMENTO et al.,
1994; ÁVILA-PIRES, 1995; FRANCISCO, 1997; KIEFER; SAZIMA, 2002; PIANKA;
VITT, 2003). Essa diversificação na dieta, principalmente quando está relacionada às
variações sazonais, devem ser esperadas em espécies que vivem em ambientes tropicais,
onde a produtividade local está sujeita aos ciclos de pluviosidade (STEPHENS;
KREBS, 1986; NASCIMENTO et al., 1994; BOZINOVIC; DEL RIO, 1996). Os teiús
podem ter também uma dieta dependente dos fatores bióticos não alimentares como
predadores e competidores (STEPHENS; KREBS, 1986; BOZINOVIC; DEL RIO,
1996).
Outras alterações podem ser verificadas em T. merianae, como as variações ontogênicas
registradas por Dessem (1985). Foi realizado um estudo com o objetivo de verificar a
existência ou não de mudanças ontogênicas na dentição e na dieta de T. merianae
(classificado ainda neste trabalho como T. teguixin) e T. nigropuntactus. Para isso,
foram analisados 41 animais da coleção do Museu de História Natural de Chicago. As
análises mostraram mudanças ontogênicas na dentição desses lagartos. Enquanto
jovens, o número de dentes cúspides encontrava-se em maior quantidade, à medida que
a massa corpórea aumentava ocorria uma diminuição no número de cúspides e aumento
no número de dentes caninos (Figura 8).
Figura 8: Representação das mudanças na dentição das
espécies de Tupinambis. a) animais com massa corpórea
inferior a 600g. III) dentes tricúspides predominantes em
relação a II. b) animais com massa corpórea superior a
750g. IV) mudança na dentição em relação a III. Extraído
de Dessem (1985).
Verificou também que não existe diferença ontogênica significativa na dieta dos teiús de
massa corpórea variando entre 600 e 750g, mas acima desses valores os animais
começam a diversificar sua dieta diminuindo o número de ingestão de caracóis e
crustáceos significativamente.
Outro estudo com o objetivo de analisar a dieta de T. merianae foi realizado por Ávila-
Pires (1995). Ela verificou o conteúdo estomacal de cinco teiús provenientes do Carajás
e foi encontrado um anfíbio do gênero Bufo sp., uma fruta (espécie não identificada) e
outros vegetais. Também foi registrado a presença de uma cabeça de formiga e abdome
de outros insetos (espécies não identificadas), pedaços de ovos e pequenos caroços. Dos
alimentos encontrados as sementes ocuparam a maior parte do estômago e intestino
desses animais, seguido do anfíbio, vários insetos e caroços. Segundo a pesquisadora, a
presença de caroços no estômago desses teiús não é acidental. Um estudo realizado por
Sokol (1971 - citado por: ÁVILA-PIRES, 1995) registrou litofagia em T. rufescens,
sugerindo que os caroços têm uma função abrasiva que facilita a digestão em teiús.
Alguns estudos de dieta com animais juvenis também foram desenvolvidos. Vianna
(1999), através do uso de dietas artificiais, verificou o desenvolvimento inicial de
filhotes de teiú através do oferecimento de alimentos com três níveis de proteína bruta
(30%, 40% e 50%). Os resultados mostraram que animais alimentados com a ração
balanceada contendo 50% de proteína bruta obtiveram maior crescimento que os
animais submetidos aos demais tratamentos.
Kiefer e Sazima (2002) estudaram a dieta de T. merianae juvenis, através da análise do
conteúdo estomacal de 35 espécimes reservadas do Museu de História Natural da
Universidade Estadual de Campinas e do Museu de História Natural de Capão da
Imbuia. Os autores verificaram que os alimentos mais comuns foram os invertebrados,
com a presença de coleópteros adultos e larvas, himenópteros, aranhas, ortópteros,
anuros, aves e pequenos mamíferos. Os pesquisadores observaram que esta espécie
pode ser considerada um importante dispersor de sementes, corroborando com o estudo
feito por Castro e Galleti (2004), pois foi encontrada uma grande quantidade de
sementes de diferentes famílias e partes de frutos. E também por se deslocarem por
grandes áreas, o que possibilita a distribuição de fezes com sementes em diferentes
habitats (CASTRO; GALLETI, 2004).
Kiefer e Sazima (2002), relataram também a presença de necrofagia em indivíduos
juvenis que foram vistos alimentando-se de Passer domesticus, popularmente chamado
de pardal, e em indivíduos sub-adultos que se alimentaram de Dasypus novemcinctus,
popularmente chamado de tatu-bola, como havia sido registrado nos estudos
realizados por Vanzolini et al. (1980); Donadio e Gallardo (1984) e Sazima e Haddad
(1992 apud KIEFER; SAZIMA, 2002) que verificaram necrofagia em T. merianae e T.
rufescens.
Para teiús criados em cativeiro, Frye (1991) registrou uma dieta geralmente constituída
por grilos, gafanhotos, larvas e besouros adultos e carne moída (apud VIANNA, 1999;
FRANCISCO, 1997).
Os T. merianae competem interespecificamente por alimento, o que está diretamente
relacionado com o tamanho do indivíduo e sua versatilidade na seleção do habitat e de
sua dieta (MILSTEAD, 1961). Esses animais adotam o comportamento de se alimentar
e fugir para a vegetação a fim de evitar predadores e a competição com outros animais
pela presa capturada (NASCIMENTO et al., 1994; VITT, 1995; PIANKA; VITT,
2003).
3-OBJETIVO GERAL
O presente estudo teve como principal objetivo descrever o comportamento
alimentar de Tupinambis merianae em cativeiro e verificar a preferência do animal por
três tipos de rações facilmente encontradas no mercado nacional.
3.1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Descrever o comportamento alimentar de Tupinambis merianae em cativeiro;
2. Verificar a existência de interações entre os animais durante a alimentação;
3. Analisar a preferência dos animais entre três tipos de ração (carcaça de frango, ração
para gato e para cachorro);
4. Verificar o consumo das rações a partir da utilização de um organismo vivo
(Tribolium castaneaum) como agente motivador;
4 - METODOLOGIA
4.1 - Animais experimentais
Foram utilizados quinze lagartos da espécie Tupinambis merianae (Figura 9), adultos,
com idade entre cinco e sete anos. A composição dos grupos segue conforme Tabela 1.
Figura 9: Exemplar de Tupinambis merianae
.
Tabela 1: Composição dos grupos nas baias experimentais
Animais
experimentais
B1 B2 B3
Número de machos
e identificação ٭
3 = RO, AM, VE
3 = VE, AM, RO
2 = AM, AZ
Número de fêmeas
e identificação٭
2 = AZ, DO 2 = LA, AZ
3 = RO, VE,
DO
Peso médio (g) 1380 2984 1716
٭
A identificação dos animais foi realizada pela cor das unhas: RO = rosa, AM = amarelo,
LA = alaranjado, VE = vermelho, DO = dourado, AZ = azul.
4.2 - Área de estudo
O presente estudo foi realizado na Fazenda Experimental do Almada pertencente á
Universidade Estadual Santa Cruz, Ilhéus – Ba, localizada no km 23 na rodovia Ilhéus –
Uruçuca.
4.3 – Instalações
Os animais foram alojados em três baias de concreto com 20m
2
. Cada baia
experimental continha uma bandeja plástica para o fornecimento de água ad libitum, e
duas tocas cobertas por telhas de amianto, cada uma (Figura 10). Nos períodos mais
quentes do ano adicionavam-se pentes de piaçava sobre o telhado para propiciar maior
conforto térmico aos animais.
Figura 10: Vista de uma das baias experimentais.
4.4 - Características climáticas
A temperatura registrada ao longo do período experimental foi em dia 25ºC e a
precipitação média foi de 133,58mm, sendo que a maior parte dos períodos chuvosos foi
registrada a noite.
4.5 - Procedimento experimental
4.5.1 - Marcação dos Animais
Os teiús possuem marcas naturais na região ventral, com as quais é possível identificá-
los individualmente, porém, para as observações deste estudo foi adotado um sistema de
marcação que viabilizou sua identificação à distância. Durante todo o experimento
procedeu-se com a pintura das unhas dos animais com esmalte colorido. Esta marcação
mostrou-se eficiente, uma vez que qualquer marcação sob a pele não era duradoura o
suficiente, uma vez que estes animais trocam constantemente sua pele (Figura 11).
Figura 11: Marcação individual dos animais.
4.5.2 - Medidas biométricas
Os valores de massa corpórea dos animais foram coletados antes e após cada etapa
experimental com a utilização de uma balança analítica (Figura 12). Esses valores foram
mensurados com objetivo de verificar o desenvolvimento do animal durante o período
de realização do experimento.
Figura 12: Pesagem dos animais.
Foto: Fábio Falcão
Para a realização das pesagens os animais foram contidos com uma vara de madeira de
ponta bifurcada (Figura 13).
Figura 13: Contenção de um animal para a realização
das medições.
4.5.3 - Período de coletas de dados
As observações se deram no período de novembro de 2003 a outubro de 2004. Porém,
houve uma pausa nas observações nos meses de maio a agosto de 2004, devido ao alto
índice de precipitação que anualmente é registrado nesses meses. As sessões foram
realizadas de forma contínua, com duas horas de observação em cada baia, das 10:00 às
12:00 horas.
4.5.4 - Alimentação dos animais durante o experimento
Os animais foram submetidos a um período de privação de quinze dias antecedendo a
sessão de observação. Este período foi calculado em função de períodos de estiva do
animal e atividade, pois normalmente recebem alimento três vezes por semana quando
estão em plena atividade. Este procedimento foi adotado para garantir que os animais
realmente estivessem com apetite durante a coleta de dados. Nos meses de maio a
agosto os animais receberam alimentação normal.
4.5.5 - Fases experimentais
A primeira fase experimental (F1) foi caracterizada pelo oferecimento dos três tipos de
alimento simultaneamente. Para esta fase foram destinadas 24 horas de observação.
A segunda fase experimental (F2) foi dividida em três etapas de 40 horas cada,
totalizando 120 horas de observação:
1ª - Oferecimento da carcaça de frango com e sem Tribolium castaneaum,
2ª - Oferecimento da ração de cachorro com e sem Tribolium castaneaum,
3ª - Oferecimento da ração de gato com e sem Tribolium castaneaum.
4.5.6 - Metodologia de observação
O método adotado para a realização das sessões de observação foi o “ad libitum
(ALTMANN, 1974). Antecedendo as sessões de observação os recipientes com o
alimento eram pesados e posteriormente levados para a baia (Figura 14) onde eram
colocados em posições aleatórias, para que os animais não se habituassem ao
posicionamento do prato com a ração.
Figura 14: Recipientes com os alimentos ofertados aos
animais.
Após a introdução dos recipientes o observador se posicionava em uma cadeira
localizada sobre a baia a uma distância de aproximadamente dois metros dos animais
(Figura 15).
Os comportamentos emitidos pelos animais, incluindo as interações agonísticas
referentes à alimentação e suas respostas foram registradas em uma planilha ao longo de
todo o período experimental (Anexo 1).
Figura 15: Localização do observador durante a sessão
experimental.
4.5.7 - Protocolo para o fornecimento da ração experimental
Na primeira fase, foi ofertado um quilo de cada uma das três rações experimentais,
simultaneamente, para cada sessão de observação. Esses recipientes foram pesados
antes e depois de cada sessão experimental, a fim de registrar o consumo alimentar dos
animais (Figuras 16 e 17; Anexo 2).
Figura 16: Pesagem dos alimentos anterior a sessão de
observação.
Figura 17: Pesagem do alimento após sessão de
observação.
Na segunda fase foi oferecido um total de 900g de alimento, em cada sessão de
observação. O alimento foi dividido em recipientes de plástico, com o alimento
correspondente àquela etapa (carcaça de frango ou ração de gato ou ração de cachorro).
Um prato continha apenas o alimento e o outro o alimento acrescido de 10g do
elemento motivador vivo (Tribolium castaneaum). O procedimento de pesagem dos
recipientes foi novamente adotado.
4.6 - Análise de dados
Os padrões comportamentais registrados durante a alimentação foram descritos e
organizados em uma escala ordinal (LEHNER, 1996) de preferência. Também foi
realizado um fluxograma com as interações sociais entre os animais encontradas durante
a alimentação.
A preferência dos animais por um tipo de alimento foi analisada utilizando o teste qui-
quadrado (X
2
), por serem variáveis independentes (MARTINS, 2001).
O teste t-Student foi utilizado para analisar a preferência do animal pelo alimento com
ou sem o elemento motivador, por serem variáveis emparelhadas. Estas são calculadas
pelo quociente da diferença entre a média amostral e a média verdadeira pelo desvio
padrão da média (VANZOLINI, 1993).
Esses testes foram realizados por meio do pacote estatístico Statistical Package for
Social Sciences (SPSS).
5 - RESULTADOS
5.1 - Descrição do comportamento alimentar no cativeiro
No presente estudo foram encontrados nove padrões comportamentais referentes à
alimentação dos animais, que foram: locomoção (LO), protrair a língua (PL),
reconhecer o alimento (RA), erguer o corpo (EC), ingerir o alimento (IA), roubar o
alimento (RA), lamber a boca (LB), limpar a boca no solo (LS), afastar-se com o
alimento (AA); (Tabela 2). Estes comportamentos foram realizados em seis seqüências
comportamentais e dentro dessas seqüências foram incluídas as pausas (P) entre um
comportamento e outro (Figura 18).
Tabela 2: Descrição dos padrões comportamentais relacionados à alimentação em
Tupinambis merianae em cativeiro.
Padrão comportamental Descrição
1 - Locomoção (LO):
O animal sai do lugar de origem e
caminha em direção ao alimento, com
os membros anteriores e posteriores
erguidos e o corpo com uma pequena
curvatura em forma de arco.
2 - Protrair a língua (PL):
3 - Reconhecer o alimento (RA):
O teiú protrai a língua, movimentando-a
para cima e para baixo, constantemente.
Este comportamento também é emitido
enquanto o animal caminha até o
alimento.
O animal inspeciona o alimento com o
batimento da língua sobre o item
alimentar, antes da ingestão do mesmo.
Foto: Fábio Falcão
Foto: Fábio Falcão
4 - Erguer o corpo (EC): - Parte anterior do corpo erguida (CE):
O animal ergue a parte anterior do
corpo durante a alimentação, mantendo
o abdome em arco. As patas traseiras
permanecem flexionadas e as dianteiras
erguidas.
5 - Ingerir o alimento (IA):
6 - Roubar o alimento (PA):
O animal abocanha o alimento retirando
pedaços e posteriormente ingerindo-os.
Comentários: ao longo da ingestão, o
animal permanece protraindo língua.
Enquanto um animal se alimenta outro
pode chegar e tentar tirar o alimento da
boca do animal que estava alimentando-
se. O corpo dos animais permanece
arqueado e com os membros anteriores
e posteriores erguidos.
Foto: Fábio Falcão
7 - Lamber a boca (LB):
Durante a ingestão do alimento e após o
término deste, o animal passa a língua
em torno da boca, de uma extremidade à
outra. Comentários: Este
comportamento ocorre intercalado com
o comportamento de protrair a língua.
8 - Limpar a boca no solo (LS):
O animal passa a boca no chão, da
direita para a esquerda, após ingerir o
alimento. Os membros posteriores
permanecem flexionados e os anteriores
também sofrem uma pequena flexão,
sem que a parte ventral do animal
encoste-se ao chão.
Fotos: Fábio Falcão
Foto: Fábio Falcão
9 - Afastar-se com o alimento (AA):
O animal abocanha o alimento e afasta-
se com este na boca para ingeri-lo
posteriormente. O corpo do animal
permanece arqueado com o membro
posterior flexionado e o anterior
erguido.
Com relação ao tempo gasto em cada ato comportamental relativo à alimentação,
encontramos que os animais passam a maior parte deste período com o corpo erguido
(EC), ingerindo alimento (IA) e lambendo a boca (LB). Em seguida a estes padrões
alimentares foi observado que a locomoção tanto em direção ao alimento como em
direção oposta a este é o quarto ato comportamental mais freqüente (Tabela 3).
Foto: Fábio Falcão
Tabela 3: Categoria comportamental de alimentação contendo número de ocorrência,
porcentagens e duração dos padrões comportamentais executados pelos T. merianae.
Padrões
comportamentais
Número de
ocorrências
Porcentagem
de ocorrência
(%)
Freqüência
Tempo médio
de duração
(s)
Desvio padrão
LO 600 17,39 0.17 29,6 13,57
PL 600 17,39 0.17 2,5 0,71
RA 558 16,17 0.16 2 0,94
EC 405 11,74 0.11 122,08 86,35
IA 405 11,74 0.11 122,08 86,35
PA 28 0,81 0.008 11,64 35,37
LB 403 11,68 0.11 112,92 89,03
LS 351 10,17 0.10 2,5 0,71
AA 100 2,90 0.02 1 0
Total 3450 100 % ---- ---- ----
LO
PL
EC
RA
P
AA
IA
LS
LB
LS
LB
PL
IA
LO IA PL LS
LO
PL
PA
LO
IA
PL
LS
LO
SEQ: I, II, III, IV, V, VI
SEQ: I
SEQ: I
SEQ: I, II, III, IV, V, VI
SEQ: II
SE
Q:
II,
III
SEQ: I, II, III, IV, V, VI
SEQ: I, II, III, IV, V, VI
SE
Q:
III
SEQ: I
SEQ: I
SEQ:
IV,
V,
VI
SEQ: II
SEQ: II
SEQ: IV
SEQ: V, VI
SEQ: VI
SEQ: VI
SEQ: V
SEQ: V
SEQ: VI
SEQ: I
SEQ:
IV
SEQ:
IV
Figura 18: Fluxograma representando as seis seqüências comportamentais
encontradas durante a categoria comportamental de alimentação.
5.2 – Comportamento agonístico por roubo de alimento
Durante as observações foi verificada a presença de interações agonísticas entre os
animais estudados (Figuras 19 e 20). As agressões foram registradas somente na baia 01
e corresponderam a 40% do total das observações nesta baia. Das interações agonísticas
observamos que houve mais interações agonísticas realizadas pelos machos do que
pelas fêmeas. Observamos que ocorrem poucas interações agonísticas entre as fêmeas
(Figuras 21 e 22).
O sociograma de interações (Figura 23) revela que o animal RO foi o que mais iniciou
as interações agonísticas com os outros indivíduos e que depois dele, uma das fêmeas
também apresentou comportamento agonístico em grande proporção (Anexo 3).
Figura 18: Interação agonística entre os animais.
0
20
40
60
80
100
Fêmea Macho
Interações agonísticas (%)
Figura 19: Interações agonísticas de acordo com o sexo.
0
20
40
60
80
100
F X F F X M M X M
Ocorrência de interações (%)
Figura 20: Interações agonísticas entre os sexos.
Figura 21: Competição pelo alimento entre os animais.
Figura 22: Sociograma das interações ocorridas entre os animais.
5.2.1 - Reação dos animais após o roubo de alimento
As respostas dos animais agredidos foram: sair correndo com o restante para dentro da
toca ou para o fundo da baia 35,71%, tomar o alimento roubado 32,14%, tomar o
alimento e sair correndo 3,57%, deixar o alimento com o indivíduo agressor 17,86% e
voltar ao recipiente com alimento para continuar comendo 10,71% (Figura 24).
AM
AZ
DO
RO
VE
> 0,0 x -1
> 0,0 x -1
> 0,0 x -1
> 0,0 x -1
> 60,0 x -10
> 30,0 x -10
> 20,0 x -10
> 10,0 x -10
32,14%
35,72%
3,57%
10,71%
17,86%
Tomar alimento roubado
Sair correndo com resto
de alimento para fundo
da baia ou para a toca
Tomar alimento roubado
e sair correndo
Voltar ao recipiente para
continuar comendo
Desistir do alimento
roubado
Figura 23: Respostas dadas pelos animais agredidos ás interações
agonísticas acontecidas.
O animal que mais emitiu respostas às agressões recebidas foi o AZ, seguido de RO
(Figura 25; Anexo 4).
0
2
4
6
8
10
12
AZ RO VE AM DO
Animais experimentais
Quantidade de respostas
emitidas
Figura 24: Respostas ás agressões, emitidas pelos animais
experimentais.
5.3 - Análise da preferência dos animais por rações: carcaça de frango X ração de
cachorro X ração de gato
Através do teste qui-quadrado (X
2
) foi verificado que houve maior consumo de ração de
frango em relação às demais rações (χ
2
(11)
=1500,15; p=0,000) (Figura 26; Anexo 5).
1070,77
149,23
180
0
200
400
600
800
1000
1200
Frango Gato Cachorro
Alimentos oferecidos
Consumodio (g)
Figura 25:Consumo médio dos alimentos oferecidos aos animais.
5.4 - Fornecimento da carcaça de frango utilizando um agente motivador
(Tribolium castaneaum)
Comparando o consumo da carcaça de frango com e sem T. castaneaum verificamos
que foi significativo o maior consumo da carcaça de frango sem o elemento motivador
do que com este elemento (F = 3,868; p = 0,016) (Figura 27; Anexo 6).
148,33
90,33
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Sem Com
Elemento motivador
Consumo médio (g)
Figura 26: Consumo médio de carcaça de frango com e sem o
elemento motivador.
5.5 - Fornecimento da ração de cachorro utilizando um agente motivador
(Tribolium castaneaum)
Comparando o consumo da ração de cachorro com e sem T. castaneaum verificamos
que não houve diferença significativa (F = 1,076; p = 0,660) entre eles (Figura 28;
Anexo 6).
33,33
27,5
0
5
10
15
20
25
30
35
Sem Com
Elemento motivador
Consumo médio (g)
Figura 27: Consumo médio de ração de cachorro com e sem
o elemento motivador.
5.6 - Fornecimento da ração de gato utilizando um agente motivador (Tribolium
castaneaum)
Comparando o consumo da ração de gato com e sem T. castaneaum verificamos que
não houve diferença significativa (F = 0,888; p = 0,542) entre eles (Figura 29; Anexo
6).
47,67
38,33
0
10
20
30
40
50
60
Sem Com
Elemento motivador
Consumo médio (g)
Figura 28: Consumo médio de ração de gato com e sem o
elemento motivador.
5.7 - Variação da massa corpórea dos animais ao longo dos meses de observação
A massa corpórea dos teiús foi em média 2,58 kg ± 7,35, com aumento de 50g a 1,5
kg/mês em alguns indivíduos. Foi verificado, nos meses de janeiro a agosto de 2004,
uma diminuição média da massa corpórea de 1,06 kg ± 3,30, sendo que a partir do mês
de setembro os animais voltaram a ter um desenvolvimento normal.
6 – DISCUSSÃO
O presente estudo descreveu o comportamento alimentar exibido por Tupinambis
merianae em cativeiro, que até o presente momento não havia sido descrito na
literatura. O potencial zootécnico da espécie e a escassez de informações sobre sua
biologia, trazem a necessidade de desenvolver estudos relacionados à alimentação
desses animais e o desenvolvimento de rações que possam facilitar sua exploração
comercial. Vianna (1999) interessada em desenvolver dietas que favorecessem o
crescimento de algumas espécies comerciais de répteis, entre elas Tupinambis merianae,
elaborou uma ração balanceada para filhotes de teiús criados em cativeiro, porém, neste
estudo a autora não analisou aspectos comportamentais da espécie e tampouco ofereceu
informações a respeito de rações para animais adultos. Nessas condições este estudo
propôs três tipos de ração comercial, nas quais pôde relatar seqüências comportamentais
dos animais. Nos répteis, em geral são encontrados comportamentos estereotipados
associados à reprodução (LOPES, 1986; NORIEGA et al., 1996) ou a alimentação
(HERREL et al., 1997). Com relação ao comportamento alimentar Herrel et al (1997),
descreveram em uma espécie de lagarto, Heloderma horridum, a presença de duas
seqüências de alimentação para o consumo de ovos com cinco padrões de alimentação,
sendo uma seqüência estereotipada. No presente estudo, também foi encontrada uma
estereotipia, revelando seis seqüências alimentares.
Ao longo do estudo, episódios de agressividade entre os animais foram encontrados
durante a alimentação. Os animais roubavam alimento uns dos outros sendo que os teiús
machos foram os mais agressivos. O animal de maior massa corpórea (RO) foi o que
mais iniciou as interações agonísticas, podendo ser tanto com outros machos quanto
com fêmeas. Chani (1995) relata que lagartos machos de maior massa corpórea são mais
agressivos, independente da idade. Lagartos em geral são animais competitivos
(ANDERSON; VITT, 1990; ETHERIDGE; WIT, 1993; ALBERTS, 1994; NORIEGA
et al., 1996; LÓPEZ; MARTÍN, 2001; PLAVICKI et al., 2004) e podem interagir
agonísticamente por território (YELDIN; FERGUSON, 1973; ARAÚJO, 1987;
ETHERIDGE; WIT, 1993; NORIEGA et al., 1996), por fêmeas durante o período
reprodutivo (LOPES, 1986; ANDERSON; VITT, 1990; CHANI, 1995; NORIEGA et
al., 1996;) e por alimento (MILSTEAD, 1961; ALBERTS, 1994; BUJES;
VERRASTRO, 1998; VITT; ZANI, 1998), apesar de muitas vezes não apresentarem
dominância social definida (CHANI, 1995).
As interações agonísticas em lagartos registradas entre machos e fêmeas estão
principalmente relacionadas a alimento ou ao período reprodutivo, quando a fêmea se
torna muito agressiva (YEDLIN; FERGUSON, 1973; ANDERSON; VITT, 1990;
LOPES, 1986). Foi registrado também nesse estudo que durante a alimentação, fêmeas
com massa corpórea mais elevada, iniciaram algumas interações agonísticas, tanto com
machos quanto com outras fêmeas.
Em um estudo realizado por Bujes e Verrastro (1998) com lagartos da família
Tropiduridae, Liolaemus occipitalis, eles registraram interações agonísticas causadas,
provavelmente pelo estresse provocado pelo cativeiro. Nesse caso os animais haviam
sido capturados na natureza e levados para cativeiro o que tornou comum o registro de
interações agonísticas pela disputa do alimento oferecido. A agressividade encontrada
entre os T. merianae neste estudo, sugere que a agressividade existente no momento da
alimentação é um padrão da espécie, pois esses animais foram nascidos e criados em
cativeiro. Outros estudos relacionados à agressividade em lagartos relatam que algumas
espécies desenvolvem dominância sobre as outras e apresentam comportamentos de
ameaça e submissão (BUJES; VERRASTRO, 1998; LOPÉZ; MARTÍN, 2001). Os
tropiduros, por exemplo, apresentam hierarquia de dominância entre indivíduos adultos
e jovens, onde adultos dominantes não permitiram a aproximação dos indivíduos jovens
ao alimento ou a ocupação de lugares ao sol (BUJES; VERRASTRO, 1998), o que não
foi observado para Tupinambis merianae.
A resposta mais freqüente dos animais agredidos, após o roubo de alimento, foi sair
correndo com o restante do alimento para dentro da toca ou para o fundo da baia.
Porque lagartos em geral, tendem a fugir quando são ameaçados ou atacados por outros
animais a fim de proteger o alimento capturado (PIANKA; VITT, 2003). Os animais
que tinham parte do seu alimento roubado não se preocupavam em ficar brigando por
ele. Os roubos aconteceram, principalmente quando o agressor se aproximava do
mesmo recipiente onde se encontrava outro animal. Houve casos em que os mesmos
animais (agressor-agredido) permaneciam nos recipientes se alimentando sem que
houvesse interações.
Com relação à análise da preferência alimentar em teiús, foi registrada maior
preferência pela carcaça de frango que foi o alimento mais consumido durante todo o
experimento. O estudo revelou que os animais preferiram consumir o alimento que
fazia parte de sua dieta, sugerindo neofobia alimentar. Segundo Burrit e Provenza, 1995
(apud CHENEY; MILLER, 1997) a maioria dos animais não consomem alimentos
novos. Essa relutância denominada neofobia pode durar muitos dias, principalmente
quando os animais se encontram em um novo ambiente (CHENEY; MILLER, 1997).
Baker et al. (1977, apud LICHTENSTEIN; CASSINI, 2001) citam que os animais
possuem habilidades para reconhecer e distinguir os alimentos a fim de selecionar sua
dieta, sendo que a presença de novos alimentos pode provocar neofobia na maioria dos
animais. O medo do novo alimento é tão comum em animais especialistas, quanto em
generalistas (HEINRICH, 1988), como é o caso dos T. merianae. O registro de neofobia
é mais comum em animais adultos que em jovens porque os adultos dificilmente
incorporam novos alimentos a sua dieta (PROVENZA, 2003). Segundo Garcia (1989,
apud CHENEY; MILLER, 1997) a persistência da neofobia pode acontecer devido a
uma experiência de aprendizagem negativa durante a seleção da dieta, seja com o cheiro
do novo alimento, o sabor ou até mesmo o seu valor nutritivo.
Não foram encontrados estudos de neofobia em lagartos, mas para alguns animais como
roedores, e aves foram registrados neofobia alimentar. Kelly et al. (1998) registraram
neofobia em ratos que, na presença de novos alimentos, se aproximaram com cautela
dos recipientes para o reconhecimento e eventualmente ingeriram pequenas quantidades
a fim de verificar, provavelmente, as reações do alimento no organismo. Outro registro
de neofobia alimentar em ratos foi feito por File (2001). A pesquisadora verificou que
ratos, assim como outros roedores, possuem neofobia quando expostos a novos
alimentos ou alimentos com novos odores. Esses animais selecionaram
preferencialmente, os alimentos com odores conhecidos.
Foi verificado neofobia também em papagaios, em um estudo realizado por Mettke-
Hofmann et al (2002). Nesse estudo, os papagaios não se alimentaram devido à
introdução de objetos novos ao recinto onde eles se encontravam. Outro motivo foi a
presença de insetos dentro dos recipientes com alimento provocando neofobia nesses
animais. Segundo os pesquisadores, a neofobia pode ocorrer devido ao risco que esses
animais podem estar correndo ao se alimentarem do novo alimento.
Os besouros Tribolium castaneaum não funcionaram como um elemento motivador para
o consumo das rações. Este fato pode ter ocorrido provavelmente porque os teiús,
mesmo tendo o T. castaneaum como base da sua alimentação na natureza (KIEFER;
SAZIMA, 2002), não foram alimentados com esses animais em momento algum desde
seu nascimento. A introdução do besouro aos alimentos ofertados também pode ter
gerado um processo de neofobia nos animais. Além da possibilidade dos teiús não
terem aceitado o besouro por ser um novo alimento outra hipótese pode ser considerada.
Os coleópteros correspondem a 18,2% da dieta dos indivíduos jovens de T. merianae
(KIEFER; SAZIMA, 2002), mas esses animais modificam sua dieta à medida que vão
ficando mais velhos, tornando-se cada vez mais generalistas (HERRERA, 1980;
VANZOLINI et al., 1980; MERCOLLI; YANOSKY, 1994; COOPER JR; VITT, 2002)
e diminuindo o consumo de invertebrados. As mudanças ontogênicas ocorridas na
dentição desses animais (DESSEM, 1985) é um dos fatores mais aceitáveis para a
mudança na dieta dos teiús. Estes animais quando filhotes possuem um maior número
de dentes cúspedes que, à medida que vão ficando adultos vão se modificando em
caninos.
Em relação à variação da massa corpórea dos animais ao longo dos meses de
observação, os teiús, entre os meses de janeiro a agosto de 2004, tiveram uma
diminuição no valor de sua massa corpórea. Isso se deu, provavelmente porque entre os
meses de janeiro a abril de 2004 os animais estavam sendo alimentados com as rações
de cachorro e gato. Neste período houve uma diminuição no consumo dos alimentos
fazendo com que, conseqüentemente, a massa corpórea dos teiús diminuísse. Porém, no
mês de setembro de 2004 os animais voltaram a se alimentar normalmente com carcaça
de frango e houve recuperação da massa corpórea.
7 - CONCLUSÕES
Os Tupinambis merianae, criados em cativeiro, apresentaram dez padrões
comportamentais com seis seqüências alimentares.
Em virtude do maior número de agressões entre os animais terem partido dos machos
com maior massa corpórea, este estudo sugere que em cativeiro deve-se ter o cuidado de
manejar esses animais de forma que os machos fiquem mais distribuídos nas baias na
tentativa de evitar ou minimizar tais comportamentos agressivos.
A carcaça de frango sem o Tribolium castaneaum foi o alimento mais consumido pelos
teiús, revelando que este alimento pode ser oferecido aos animais como o principal
elemento de sua dieta.
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268 - 275.
9 - ANEXOS
9.1 - ANEXO 1
Ficha de observação dos animais
Data: Observação nº.:
Horário de observação:
Interações agonísticas
B2 AM
AZ RO DO LA VE
AM 0
AZ 0
RO 0
DO 0
LA 0
VE 0
Anotações dos comportamentos em relação à alimentação:
9.2 - ANEXO 2
Planilha dos pesos dos recipientes antes e depois das observações
Observação nº.:
Data:
Peso antes:
Peso depois:
Observação nº.:
Data:
Peso antes:
Peso depois:
Observação nº.:
Data:
Peso antes:
Peso depois:
Observação nº.:
Data:
Peso antes:
Peso depois:
Observação nº.:
Data:
Peso antes:
Peso depois:
Observação nº.:
Data:
Peso antes:
Peso depois:
Observação nº.:
Data:
Peso antes:
Peso depois:
Observação nº.:
Data:
Peso antes:
Peso depois:
Observação nº.:
Data:
Peso antes:
Peso depois:
9.3 - ANEXO 3
Matriz de interações agonísticas onde os animais na vertical
são os agressores e na horizontal os agredidos.
Agressões
RO VE AZ AM DO
RO 0 3 6 5 0
VE 0 0 2 0 0
AZ 2 0 0 4 0
AM 1 0 2 0 0
DO 0 0 2 1 0
9.4 - ANEXO 4
Quantidade de respostas emitidas pelos animais agredidos nas
interações agonísticas acontecidas.
Animais agredidos Quantidade de respostas emitidas
AZ 11
RO 7
VE 5
AM 4
DO 1
9.5 - ANEXO 5
Teste de preferência (X
2
-quadrado)
Comparação do consumo entre as três rações
Quantidade consumida Porcentagem
Baias
Frango Cachorro Gato total Frango
Cachorro
Gato
total
B1 1000 200 250 1450 68,97 13,79 17,24
100,00
B1 670 260 0 930 72,04 27,96 0,00 100,00
B1 710 120 80 910 78,02 13,19 8,79 100,00
B1 270 0 0 270 100,00
0,00 0,00 100,00
B2 1000 220 290 1510 66,23 14,57 19,21
100,00
B2 280 0 50 330 84,85 0,00 15,15
100,00
B2 280 60 0 340 82,35 17,65 0,00 100,00
B2 590 20 0 610 96,72 3,28 0,00 100,00
B3 1000 270 300 1570 63,69 17,20 19,11
100,00
B3 300 20 0 320 93,75 6,25 0,00 100,00
B3 400 0 0 400 100,00
0,00 0,00 100,00
B3 460 0 0 460 100,00
0,00 0,00 100,00
Total
6960 1170 970 9100 76,48 12,86 10,66
100,00
1000
670
710
270
1000
280
280
590
1000
300
400 460
200
260
120
220
60
20
270
20
250
80
290
50
300
0%
20%
40%
60%
80%
100%
B1 B1 B1 B1 B2 B2 B2 B2 B3 B3 B3 B3
Gato
Cachorro
Frango
Porcentagem consumida das rações oferecidas pelos animais
experimentais.
O valor esperado para cada repetição é 1/3 ou 33,33
(oi-ei) (oi-ei)
2
/ei
B1 35,67 -19,51 -16,06 38,20 11,43 7,74
B1 38,74 -5,34 -33,30 45,08 0,86 33,30
B1 44,72 -20,11 -24,51 60,06 12,15 18,04
B1 66,70 -33,30 -33,30 133,60 33,30 33,30
B2 32,93 -18,73 -14,09 32,55 10,54 5,97
B2 51,55 -33,30 -18,15 79,80 33,30 9,89
B2 49,05 -15,65 -33,30 72,26 7,36 33,30
B2 63,42 -30,02 -33,30 120,79 27,07 33,30
B3 30,39 -16,10 -14,19 27,74 7,79 6,05
B3 60,45 -27,05 -33,30 109,74 21,97 33,30
B3 66,70 -33,30 -33,30 133,60 33,30 33,30
B3 66,70 -33,30 -33,30 133,60 33,30 33,30
X
2
amostra = 1500,15
Para alfa = 5% e 11 graus de liberdade, o X
2
alfa = 21,026.
Como X
2
amostra > = X
2
alfa, rejeita-se Ho.
O p-valor foi de 0,000000
9.6 - ANEXO 6
Teste t-Student para consumo das rações com e sem Tribolium castaneaum
Paired Samples Statistics
287,10 31 778,86 139,89
174,84 31 477,06 85,68
92,26 31 256,07 45,99
74,19 31 206,54 37,10
64,52 31 183,92 33,03
53,23 31 147,90 26,56
FS
FC
Pair
1
GS
GC
Pair
2
CS
CC
Pair
3
Mean N Std. Deviation
Std. Error
Mean
Paired Samples Correlations
31 ,974 ,000
31 ,962 ,000
31 ,921 ,000
FS & FCPair 1
GS & GCPair 2
CS & CCPair 3
N Correlation Sig.
Paired Samples Test
112,26 332,35 59,69 -9,65 234,17 1,881 30 ,070
18,06 80,27 14,42 -11,38 47,51 1,253 30 ,220
11,29 74,90 13,45 -16,18 38,76 ,839 30 ,408
FS - FCPair 1
GS - GCPair 2
CS - CCPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
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