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‘O homem pensa como vive’, dizem em Cuba. Para Gramsci, o sujeito também
pensa como vive. E dado que o sujeito subalterno é um sujeito dominado, o
pensamento sobre e a partir dele aparece em primeiro plano como uma negação, um
limite.
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Para Rodriguez, a subalternidade se constitui em um lugar epistemológico apresentado
como um limite, negação e enigma. Na esteira de Spivak, trata-se de um limite absoluto ou
lugar onde a história se narrativiza como lógica. Rodriguez continua, dizendo que há uma
multi-localização dos lugares teóricos da subalternidade, e que esses lugares não devem ser
perdidos de vista, e, sim, enfatizar as agências subalternas desses lugares.
Rodriguez aponta que:
O lugar do subalterno ou da subalternidade, assim concebidos, conduz hoje ao
estudo da história em termos de formação de legalidades. A subalternidade se
discute agora através dos significados dos conceitos de cidadanias, hegemonias,
subordinações, sociedade civil, espaço público, e governabilidades. A meu ver, esse
é um dos propósitos dos estudos subalternos: reconhecer o protagonismo do estado
Moderno Europeu como princípio ordenador e norma da história; de estudar a
história como escola política, uma disciplina que, uma vez institucionalizada como
curriculum dentro do sistema de ensino, cumpre a função de organizar hegemonias
(homogeneidades) na esfera pública dos países centrais, e domínios
(heterogeneidades) através das elites nos países ou espaços periféricos.
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Observamos, na esteira de Rodriguez, que o intelectual sempre foi discutido dentro da
categoria das elites e que os subalternos estiveram do lado de fora, dominados, à margem da
história e da elite pensante. Como aponta Beverly, quando diz que “o subalterno não pode ser
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‘El hombre piensa como vive’, dicen em Cuba. Para Gramsci, el sujeto también se piensa como vive. Y dado
que el sujeto subalterno es um sujeto dominado, el pensamiento sobre y desde él aparece em primer plano como
una negación, un limite. RODRIGUEZ. Revista de Investigaciones Literárias y Culturales, p.36.
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El lugar del subalterno o de la subalternidad, así concebidos, conduce hoy al estúdio de la historia em téminos
de formación de legalidades. La subalternidad se discute ahora a través de los significados de los conceptos de
ciudadanías, hegemonias, subordinaciones, sociedad civil, espacio público, y gobernabilidades. A mi ver, esse es
uno de los propósitos de los estúdios subalternos: reconocer el protagonismo del estado Moderno Europeo como
principio ordenador y norma de la historia; de estudioar la historia como escuela política, uma disciplina que,
uma vez institucionalizada como curriculum dentro del sistema de enseñanza, cumple la función de organizar
hegemonias (homogeneidades) em la esfera pública de los países centrales, y domínios (heterogeneidades) a
través de las elites em los países o espacios periféricos. RODRIGUEZ. Revista de Investigaciones Literárias y
Culturales, p.41.