O Estado, partir da década de 1970, busca através das suas políticas
sócioespacias, dotar as áreas de cerrado de uma funcionalidade territorial que
atendesse às necessidades de uma fronteira agrícola em expansão (FREIRE, 2004).
Os programas que beneficiaram a Região Centro-Oeste foram coordenados
pela Superintendência para o Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO), criada
em 1967; pela Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM),
criada em 1966 e pela Secretaria do Governo Estadual, ou que estavam diretamente
ligados ao Governo Federal. Dentre esses programas destacamos: PIN (1970),
PROTERRA (1971), PRODOESTE (1972), METAMAT (1976), POLONOROESTE
(1987), POLOCENTRO (1975), POLAMAZONIA (1974), PROMAT (1977) e PRODEI
(1988).
Segundo Galindo e Santos (1995), os instrumentos de incentivos fiscais,
administrados pela SUDAM, tinham como objetivo favorecer a inserção de grandes
investimentos, que dariam origem a fornecedores importantes de produtos
agropecuários para o mercado nacional.
Tal estratégia de modernização, e por isso entende-se o aumento do uso de
intensivo de técnicas, sejam elas organizacionais, sejam em forma de objetos
técnicos, tais como máquina e insumos, traduziu-se na consolidação de um modelo
de complexos agroindustriais, bem como numa reformulação da política agrícola,
tendo sido criados também incentivos à verticalização da produção (GALINDO e
SANTOS, 1995). Até os anos 70, as principais atividades eram a pecuária extensiva,
o arroz e alguns produtos extrativistas. Observa-se também, nesse momento, uma
transformação nas relações de produção, passando a ser estritamente capitalista, e
uma forte relação com a indústria. Além disso, a agricultura foi direcionada para as
culturas voltadas para exportação ou aquelas ligadas à produção de matérias-primas
para as agroindústrias, nacionais ou multinacionais.
As culturas da cana-de-açúcar e da soja foram as que mais receberam
subsídios governamentais e créditos bancários, pois eram as mais favoráveis à
implantação do pacote tecnológico - que abrangia a compra de tratores,
colheitadeiras, insumos agrícolas e implementos - por possuir topografia
relativamente plana, dispor de grandes extensões de terra e solos favoráveis ou
então solos passíveis de serem corrigidos.
O arroz foi o cultivo usado para a abertura do cerrado, e nesse momento o
crédito rural era destinado, sobretudo a esse produto, passando posteriormente para