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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Departamento de Letras e Artes
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E DIVERSIDADE CULTURAL
LITERATURA E CULTURA EM FEIRA DE SANTANA
PRÁTICAS, USOS E TENDÊNCIAS EM IMPRESSOS DA FOLHA DO NORTE
(1951-1969)
Grazyelle Reis dos Santos
Feira de Santana
2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Departamento de Letras e Artes
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E DIVERSIDADE CULTURAL
LITERATURA E CULTURA EM FEIRA DE SANTANA
PRÁTICAS, USOS E TENDÊNCIAS EM IMPRESSOS DA FOLHA DO NORTE
(1951-1969)
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural
da UEFS, tendo como Orientador o Professor Doutor
Rubens Edson Alves Pereira, como requisito parcial
para obtenção do grau de mestre em Literatura.
Grazyelle Reis dos Santos
Feira de Santana, 28 de agosto de 2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Departamento de Letras e Artes
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E DIVERSIDADE CULTURAL
LITERATURA E CULTURA EM FEIRA DE SANTANA
PRÁTICAS, USOS E TENDÊNCIAS EM IMPRESSOS DA FOLHA DO NORTE
(1951-1969)
Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação de Literatura e Diversidade Cultural,
avaliada e aprovada por
_____________________________________________________
Prof. Doutor Rubens Edson Alves Pereira (Orientador)
____________________________________________________
Profª. Doutora Ana Maria Carvalho dos Santos Oliveira (Membro)
____________________________________________________
Prof. Doutor Aleilton Santana da Fonseca (Membro)
Feira de Santana, 28 de agosto de 2008
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, autor da vida e exemplo maior de sabedoria;
Minha querida avó Beatriz, o amor em pessoa;
Meus pais queridos: João (in memorian), dono de espírito aventureiro e inconfundível alegria;
e Rita, mãe carinhosa e amável, sempre me oferecendo palavras de fé;
Meu tio Sales, pessoa inspiradora, sábia, amiga e leal;
Às grandes e inseparáveis amigas, de hoje e sempre: rbara, Jacque, Laís e Michele, que
fisicamente próximas ou distantes, em diferentes ocasiões, compartilharam comigo alegrias e
aflições e marcaram minha vida de um modo todo especial;
Aos professores e colegas do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade
Cultural, com quem pude conviver, trocar idéias e obter riquíssimas lições sobre literatura;
Adriana, sempre me oferecendo a sua franca amizade. Dividimos nossas incertezas e
conquistas, juntas lutamos lapidando descobertas e debatendo os caminhos de uma relação
controversa: da história com a literatura;
Eronize, amiga de várias viagens para Congressos e Encontros, de Jequié a Porto Alegre,
pesquisadora de mão cheia, com quem pude trocar dados e percepções relevantes sobre a
história da cidade de Feira de Santana;
Solange, pela sua presença marcante e alegria manifesta durante as aulas do mestrado, além
da sua amizade;
Professor André Mattedi, por todo apoio, interesse e atenção dedicados a mim nessa fase da
minha vida profissional;
Carlos, que inicialmente leu e acreditou no meu projeto, tendo me apoiado de todas as
formas, me escutando e me indicado rumos;
Valter Soares, grande incentivador do meu trabalho, que sempre soube ser este o início de
uma pesquisa que tem muito que avançar;
Clóvis Ramaiana Oliveira, feirense como eu e grande estudioso da história de nossa terra, por
ter sido mais um leitor dos meus textos, pelas sugestões importantíssimas e pelas conversas
em que pude aprender mais sobre Feira de Santana;
Professor Rubens Pereira, orientador deste estudo, sempre diligente e zeloso, tratando com o
merecido cuidado os resultados que surgiram durante a realização desta pesquisa;
Gislene, Lindinalva e Lúcia, funcionárias do PpgLDC, pela simpatia e atenção sempre
cuidadosa;
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Funcionários do Museu Casa do Sertão/Centro de Estudos Feirenses, da UEFS,
principalmente a Ana Martha e Carlinhos, pela presteza e solicitude no atendimento;
A Dálvaro, Fernanda, Gilberto, Dr. Hugo Navarro Silva e toda a equipe que faz o jornal Folha
do Norte, quase centenário, circular ainda hoje nas bancas da cidade de Feira de Santana,
agradeço de coração por ter me acolhido para a coleta de dados no arquivo do jornal.
Agradeço especialmente a Carlos Melo, também estudioso da história da cidade e de uma de
suas personagens mais notáveis, Georgina de Mello Lima Erismann, por todo auxílio com o
manuseio dos jornais, por me indicar documentos de suma importância que eu sequer sabia da
existência, por me apresentar aquele espaço saturado de memórias, habitado por máquinas
antigas, que sugeriram na minha imaginação os ruídos e a movimentação de outrora na
tipografia da Folha do Norte;
E ao apoio essencial da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia/FAPESB, junto
à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior/CAPES, que financiou a
realização desse trabalho, tornando possível os resultados aqui apresentados.
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RESUMO
Neste trabalho, estudo as práticas, usos e tendências da literatura crônicas, cartas, contos e
poemas produzida por escritores de Feira de Santana que publicaram no semanário local
Folha do Norte, entre os anos de 1951 e 1969, período marcado por um rápido processo de
mudanças na paisagem urbana e no âmbito sócio-cultural desta cidade. Foram investigados os
meios de articulação desses escritores, suas formas de associação e projetos de criação
cultural, a partir de informações encontradas na Folha do Norte. Outras informações
possibilitaram um estudo da dinâmica das atividades culturais no campo das letras e das artes,
no período em destaque, como lançamento de livros ou promoção de eventos voltados para
esse interesse. Do conjunto de produções localizadas no jornal, 1298 ao todo, estudou-se
particularmente as composições literárias que tiveram por tema a cidade de Feira de Santana.
Verificou-se que a representação de “cidade próspera” foi a tônica de muitos discursos,
literários ou não, como que reivindicando, simbolicamente, uma supremacia sócio-cultural em
relação às demais cidades do interior baiano. Considera-se, no contexto das representações, a
perspectiva político-ideológica adotada pela Folha do Norte, principal jornal local de
circulação em Feira de Santana. Metodologicamente, esta pesquisa é resultado de uma análise
qualitativa da literatura produzida por escritores feirenses e de dados identificados sobre o
assunto no jornal Folha do Norte. O conceito de “representação” (Chartier, 1992) é de
fundamental importância para esse estudo, sobretudo para análise dos interesses e disputas
envolvidos nos processos discursivos de elaboração e difusão de idéias. Seguindo a linha
teórica da Nova História Cultural” e dos “Estudos Culturais” e fazendo dialogar a História
com a Literatura, o resultado dessa pesquisa é uma história social da literatura e da cultura em
Feira de Santana nas décadas de 1950 e 1960. Esta pesquisa teve o fomento da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia, junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior – FAPESB/CAPES.
Palavras-chave: História e Literatura; Jornal Folha do Norte; Feira de Santana.
7
ABSTRACT
In this work, a study is made on the practices, uses and tendencies of literature chronicles,
letters, story and poems produced by writers from Feira de Santana that published on the
local weekly magazine Folha do Norte, from 1951 until 1969, a period remarkable for its
rapid changes on the urban environment and the socio-cultural view of this city. Investigation
were done on the means these writers articulated themselves, their means of association and
projects for cultural creation, taken from information found in Folha do Norte. Other
information allowed a study on the dynamic of the cultural activities in the field of languages
and arts, in the same period, such as book releases and events with such purpose. From the
collection of 1298 productions contained in the newsletter in 20 years, a particular emphasis
was made on the literary works themed after the city, Feira de Santana. It was observed and
worth noting that the representation of a prosperous town” was the tone of many speeches,
literary or not, as if stating, symbolically, a social and cultural supremacy in comparison to
other cities from the countryside of Bahia. It is pondered, on this context of representations,
the political-ideological perspective adopted by the Folha do Norte, main journal on
circulation within Feira de Santana. Methodologically, this research is the result of qualitative
analysis on the literature produced by the city’s writers and from data identified on the issues
treated by the newspaper. The concept of “representação” (Chartier, 1992) is fundamentally
important for this study, even more for analyses of the disputes and interests involved in the
discursive process of the elaboration and diffusion of ideas. Following the theoretic line of the
“New Cultural History” and “Cultural Studies” and mixing History with Literature, resulting
in the social history of literature and culture on Feira de Santana in the 1950’s and the 1960’s.
This research had the backing of the Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia,
together Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – FAPESB/CAPES.
Keywords: History and Literature; Jornal Folha do Norte; Feira de Santana.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................09
1 ROTEIROS DE IDENTIDADE PARA FEIRA DE SANTANA...................................................15
1.1 LITERATURA, HISTÓRIA, CIDADE............................................................................................16
1.2 FEIRA DE SANTANA EM MEADOS DO SÉCULO XX.............................................................22
1.3 TOPOGRAFIA DE UM OBJETO: O JORNAL FOLHA DO NORTE............................................35
2 LITERATURA E CULTURA: CÓDIGOS EM TRÂNSITO........................................................48
2.1 ESCRITORES FEIRENSES: ENTRE O PARTICULAR E O UNIVERSAL.................................49
2.2 INSTITUIÇÕES DE INCENTIVO ÀS LETRAS............................................................................68
2.3 PRÁTICAS DE CRIAÇÃO CULTURAL.......................................................................................85
3 FEIRA DE SANTANA NA LITERATURA: CRÔNICAS, POEMAS E CARTAS..................100
3.1 CRÔNICAS DA VIDA URBANA.................................................................................................103
3.2 MEMÓRIA EM RUÍNAS: AS CARTAS DA SERRA DE EURICO ALVES ................................121
3.3 POEMAS SOBRE A CIDADE......................................................................................................140
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................................150
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................154
ANEXO A: POEMAS.........................................................................................................................164
ANEXO B: CARTAS..........................................................................................................................204
ANEXO C: CONTOS.........................................................................................................................208
ANEXO D: CRÔNICAS....................................................................................................................213
ANEXO E: NOMES NÃO IDENTIFICADOS................................................................................244
9
INTRODUÇÃO
A história da literatura em Feira de Santana tradicionalmente pôs em evidência uns
poucos escritores consagrados como expressão deste chão natal, renomados mesmo em outros
locais da Bahia e do Brasil, caso de Godofredo Filho e Eurico Alves, modernistas que
participaram do grupo formado em torno da revista Arco & Flexa, em fins da década de 1920.
Porém, houve na cidade de Feira de Santana muitos escritores que ficaram pouco conhecidos
do grande público. Eles chegaram a publicar algumas de suas criações em jornais feirenses e
normalmente foram reconhecidos no âmbito desta atividade apenas na sociedade local.
No semanário feirense Folha do Norte
1
, criado em 1909, um volume expressivo de
publicações literárias de escritores da cidade. Desde o ano em que o jornal surgiu, seções
literárias apareceram em quase todas as suas edições, onde foram publicadas tanto criações de
escritores locais, como de nacionais e, às vezes, de estrangeiros. Em geral, o jornal Folha do
Norte se tornou para muitos escritores feirenses um lugar de participação e de reconhecimento
social deles na vida cultural de Feira de Santana. Além disso, freqüentemente foi o único meio
mediante o qual estes escritores puderam constituir suas redes de interlocução com os leitores.
O acervo contido na Folha do Norte foi ainda pouco estudado
2
, provavelmente pela razão de
que muitos escritores que têm o registro de suas criações fossem diletantes ou bissextos no
ofício literário, não possuindo a mesma qualidade e o mesmo volume de produção que
tiveram Godofredo Filho e Eurico Alves.
Os Estudos Culturais e literários contemporâneos (CEVASCO, 2003; ESCOSTEGUY,
2000) têm enfatizado a importância de se proceder à investigação de criações literárias que
permanecem socialmente ignoradas ou que se tornaram conhecidas apenas em universos
restritos, não alcançando públicos vastos. Dentre as quais, podem-se mencionar as que se
encontra em arquivos pessoais, as mal reputadas pela crítica, ou mesmo as que tiveram
dificuldades de inserção no mercado editorial ou circularam, sobretudo, por meio da imprensa
periódica. Também no campo da História Cultural (BURKE, 1992; HUNT, 1992; KRAMER,
1992), o estudo da literatura e principalmente de uma literatura suboficial tem sido relevante,
que é também uma preocupação desse campo estudar formas de criação cultural e literária
1
Sobre aspectos gráficos, ideológicos e históricos deste jornal, ver Capítulo I, tópico 1.3.
2
Foi encontrado apenas um estudo sobre a literatura publicada na Folha do Norte, que foi o realizado por Ana
Angélica Vergne de Morais. In: MORAIS, Ana Angélica Vergne de. Sant’Anna dos Olhos d’Água: resgate da
memória cultural e literária de Feira de Santana (1890-1930). Dissertação de mestrado. Salvador: UFBA, 1998.
10
muitas vezes ainda inexploradas ou escamoteadas, e as condições sociais de produção,
circulação e assimilação desses objetos.
A realização dessa pesquisa adotou esses enfoques sugeridos pelos Estudos Culturais e
pela História Cultural, considerando-se que é hoje lugar-comum a compreensão do caráter
plural e dialético da cultura, enquanto manifestação inscrita em todos os níveis de abrangência
da realidade.
Para o estudo que aqui se apresenta foi feita uma catalogação de parcela do acervo
literário inscrito no jornal Folha do Norte, entre os anos de 1951 e 1969, que evidenciam
aspectos do funcionamento das atividades literárias em Feira de Santana no que diz respeito,
por exemplo, à caracterização formal das produções, à sua recepção e à possibilidade de trazer
para a cena principal nomes e biografias geralmente olvidados ou até desprestigiados no
âmbito desta atividade. São amplas as possibilidades de explorar esse acervo, tanto para uma
pesquisa que pretenda estudar a história da literatura em Feira de Santana por meio de jornais,
de um modo geral, como para uma pesquisa que se volte para análise das produções
específicas de certos escritores da cidade editadas no jornal. No caso aqui apresentado, foi
realizada uma história social e cultural da literatura em Feira de Santana.
Segundo Antonio Candido (2000), toda manifestação literária ganha formas concretas
na sociedade e não pode ser estudada satisfatoriamente fora do seu contexto social. As letras e
as artes estão fundamentalmente ligadas à sociedade, mesmo porque buscam transmitir
mensagens aos indivíduos que nela vivem. Ao estudar um grupo de artistas é capital buscar
conhecer atitudes e sentimentos de homens e mulheres concretos, entender os diversos fatores
internos e externos que estão em jogo na construção da sua arte e explicitar as relações sociais
na construção/elaboração da realidade, em que se inserem. Na pesquisa que realizei, busquei
estudar não só os objetos literários de escritores feirenses encontrados na Folha do Norte, mas
ainda a sua relação com a história e com o cotidiano da cidade de Feira de Santana, e, em
particular, a relação da literatura com o jornal e suas definições político-ideológicas.
Para empreender esse estudo, a escolha do recorte temporal que vai de 1951 até 1969
se deu principalmente porque esse é um período ainda bem pouco estudado sobre a história
social e cultural da cidade de Feira de Santana. No que diz respeito à história da literatura na
cidade, não foi encontrada nenhuma produção ou registro que tenha retratado o assunto, nessa
época. Aliás, essa história ainda está por ser feita e meu estudo é indicativo dessa necessidade,
na medida em que elenca um grande número de nomes e produções literárias que, mesmo
olvidados ou desprestigiados no âmbito desse ofício, fizeram parte dessa história. Isso mostra
ao leitor do meu trabalho possibilidades de execução de novas pesquisas, que podem abranger
11
ainda outros períodos da história de Feira de Santana. As décadas de 1950 e 1960 marcaram
um processo de urbanização mais célere da cidade, comparado às décadas anteriores. Nesse
tempo, a população sofre um crescimento extraordinário (no fim da década de 1960 é quase
quatro vezes maior do que era no início da década de 1950) e a paisagem da cidade vai sendo
redesenhada com novas ruas, prédios, praças, instituições (de ensino, de saúde, bancárias,
etc.). Aparecem na Folha do Norte discursos, inclusive literários, que dizem ser Feira de
Santana uma cidade “progressista”, nessa época, buscando realçar as novidades do ambiente
urbano. Busquei perceber, de modo amplo, a relação entre as práticas literárias de escritores
feirenses, os fundamentos de suas produções, e a realidade social em que se inseriam, tendo
em vista que essa realidade teve como marca principal, no período em destaque, processos de
renovações na sua paisagem urbana, humana e cultural.
Vale ressaltar que entendo que a opção por estabelecer uma delimitação temporal para
a realização da pesquisa não encerra terminantemente o entendimento sobre os modos de
expressão cultural e literária estudados, e mantém afinidades com períodos anteriores e
posteriores aos anos fixados para a sua elaboração. O recorte temporal visou facilitar a
execução do trabalho, diante do amplo acervo que possui o jornal Folha do Norte, que é hoje
quase centenário.
O objetivo central dessa dissertação foi estudar a história da literatura em Feira de
Santana a partir do acervo literário contido no jornal Folha do Norte, entre os anos de 1951 e
1969. Para tanto foram pesquisadas 912 edições do jornal e catalogadas as produções
literárias (crônicas, cartas, poemas e contos) localizadas em cada edição. Isso foi feito para se
ter um panorama geral da literatura publicada aí, a freqüência das publicações, o tipo de
publicações, os temas mais recorrentes, seus aspectos formais e os nomes dos escritores. Na
medida do possível se tentou identificar esses escritores e suas atividades, mormente a partir
de pistas que foram dadas pelo jornal. O estudo da Folha do Norte revelou mais do que a
princípio era esperado e para esta pesquisa foram arroladas não só as produções literárias, mas
também notícias sobre atividades culturais no campo das artes e das letras, em Feira de
Santana. Solenidades de lançamentos de livros, concursos literários e a inauguração de
agremiações culturais e literárias em Feira de Santana, foram notícias que forneceram indícios
acerca de sociabilidades entre os escritores feirenses e possibilidades de participação social
deles em outros âmbitos, para além do jornal. De um modo abrangente, notícias sobre a
cidade, nas décadas de 1950 e 1960, permitiram construir uma identificação desse ambiente
social, em que viviam os escritores.
12
Metodologicamente, esta pesquisa é resultado de um levantamento meticuloso e
sistemático de dados e de uma análise qualitativa da literatura produzida por escritores
feirenses, bem como das informações identificadas sobre a literatura e a cultura da cidade no
jornal Folha do Norte. Teoricamente é um trabalho interdisciplinar, em que foram aplicadas
contribuições e noções comuns tanto à área de História como à de Literatura. Para proceder a
análise proposta, foram tomadas como referências para a compreensão das práticas literárias
em Feira de Santana, no período em destaque, os conceitos de literatura” (COMPAGNON,
2003; EAGLETON, 2006), de “cultura” (BOSI, 1987; CERTEAU, 1995; CANCLINI, 2000)
e de “representação” (CHARTIER, 1992).
Esta dissertação esta dividida em três capítulos. No primeiro, Roteiros de identidade
para Feira de Santana, inicialmente, foram estabelecidos os percursos teóricos e os principais
conceitos que orientam todo o trabalho. Este capítulo teve por objetivo apresentar a cidade,
lugar de fala dos escritores, e o jornal Folha do Norte, principal meio de publicação de suas
produções literárias. Essas caracterizações iniciais são precípuas ao entendimento da literatura
em estudo. No que diz respeito à cidade de Feira de Santana, foi feita uma explanação de seus
percursos históricos, com ênfase no processo de urbanização que vivencia entre os anos de
1951 a 1969. Em relação ao jornal, foi apresentado seu histórico, suas características técnicas,
e feita uma discussão a respeito das repercussões sociais que teve na sociedade feirense,
particularmente no que se refere à circulação de produtos literários, para o que foi o melhor
meio ou o mais viável. O primeiro capítulo teve por objetivo caracterizar o ambiente cultural
e literário que se formou em Feira de Santana no período em estudo, verificando tanto a sua
importância para o jornal, como a sua importância social.
Em Literatura e cultura: códigos em trânsito, segundo capítulo, foi feita uma
caracterização da literatura presente no jornal, em que se destacou a organização das
publicações literárias, as preferências formais, os nomes que apareciam, a sua articulação com
modelos importados e a importância social disso, naquele momento. Foi trabalhado, em
seguida, um conjunto de discursos e notícias publicados na Folha do Norte sobre a
inauguração de instituições de fomento às artes e às letras na cidade. Buscou-se analisar as
atividades e os vínculos criados entre os homens de letras de Feira de Santana, seus meios de
se fazerem reconhecidos socialmente, já que a maioria deles atuava em outras profissões.
Verificou-se os anseios e desejos demonstrados em torno da expectativa de mobilização que
eles promoveram ou que intentaram promover no ambiente cultural da cidade. Neste capítulo,
foram estudados também a idealização de eventos artísticos que pretenderam tornar Feira de
Santana atualizada e entrosada com a cultura brasileira, de um modo geral. Estes foram
13
eventos que almejaram estabelecer gostos e valores artísticos para a sociedade local, para o
que o jornal também foi uma fonte de propagação. Ainda na Folha do Norte notícias de
publicações de livros de escritores da cidade e de fora e colunas que informam sobre as
publicações mais recentes no Brasil. Os conteúdos dessas colunas sugerem leituras,
comentando resumidamente alguns livros. Esse material foi estudado, buscando mostrar as
estratégias criadas pelo jornal para formar um público leitor na cidade, incentivando essa
prática, mesmo tendo em vista a alta taxa de analfabetismo. A tentativa de criação desse
público foi feita a partir da divulgação de certos gostos, de escolhas de leitura que indicam
modelos de inteligibilidade socialmente difundidos, buscando homogeneizá-lo quanto às
preferências de leitura. Ou seja, nesse segundo capítulo foram trabalhados textos que mostram
as estratégias e formas de articulação dos escritores da cidade, bem como certas práticas que
buscaram fomentar na cidade o gosto pelas letras e artes, a partir de certas tendências.
No último capítulo, Feira de Santana na literatura: crônicas, poemas e cartas buscou-
se investigar nesse corpus as estratégias discursivas, temas ou elementos da realidade
histórica de que os escritores se valem para focalizar imagens urbanas, observando como eles
tecem a relação entre passado, presente e futuro na construção de ideais de cidade. Aqui, a
relação entre literatura e história foi trabalhada de forma mais específica. Buscou-se perceber
tanto as idéias predominantes como as estratégias discursivas dos escritores ao abordar a
cidade como tema de suas criações. Por outro lado, tem-se em vista também que esses textos
estão vinculados à linha de pensamento do jornal. Foram selecionados documentos
significativos para tratar das idéias de cidade, dentro do universo de textos arrolados na
pesquisa que tiveram por tema Feira de Santana.
Este estudo fornece apenas um reconhecimento parcial e particular sobre aspectos da
história da literatura e da cultura em Feira de Santana, tratando-se de uma abordagem mais
geral sobre as produções averiguadas, os padrões de escrita de intelectuais e escritores
feirenses, a mobilização cultural na cidade e, em especial, a construção de olhares específicos
sobre o seu território urbano. É certo que para a escrita de uma história da literatura em Feira
de Santana, novos todos e fontes devem ser adotados, como a realização de entrevistas, a
análise de um corpus documental diversificado e a consulta a diferentes arquivos, particulares
e públicos. A catalogação e análise de parte do acervo do jornal Folha do Norte, foi, porém,
suficiente para a elaboração do estudo que aqui se apresenta, tendo em vista o prazo
estabelecido para a sua realização. A riqueza de dados e a profusão de material literário
averiguado no jornal exigiram um trabalho minucioso de análise do panorama social, cultural
e literário das décadas de 1950 e 1960 em Feira de Santana. Essa pesquisa traz resultados
14
iniciais, abrindo caminhos e possibilidades para futuras pesquisas, em que se possam explorar
outros meios de publicação literária na cidade ou considerar outras épocas, por exemplo,
visando aprofundar as primeiras constatações aqui estabelecidas.
É preciso remexer arquivos e encontrar novos caminhos de investigação que permitam
o estudo de aspectos do passado que tiveram significados sociais importantes para a sociedade
feirense, em determinado momento. É capital entender que a história que se tem estabelecida,
figurada pelos romances e criações poéticas mais conhecidos, pelos escritores que tiveram
seus nomes perpetuados na memória local, é apenas fragmento de uma história marcada por
uma diversidade de práticas e usos da palavra escrita, que se está se descobrindo ou que ainda
virão a ser descobertas, trazendo à luz acervos literários que não fizeram parte de um quadro
hegemônico da literatura, mas que tiveram um valor social fundamental. “É preciso deixar os
caminhos conhecidos, olhar para aquilo que não se pretendia ver a priori(ROUSSO, 1996,
p. 2).
15
1 ROTEIROS DE IDENTIDADE PARA FEIRA DE SANTANA
[...] logo admirei a cidade que se movimentava, dinamizando-se no sentido do progresso, que
ora se acentua a olhos vistos. E não é outra a sua destinação progredir muito, progredir
sempre. (GOÉS, Jorge de Faria. Minha despedida. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLVIII, nº. 2551, p. 1, 31 mai. 1958)
16
1.1 LITERATURA, HISTÓRIA, CIDADE
A cidade não se a conhecer em sua exterioridade, tampouco possui uma realidade
unívoca e conciliada. Seu aspecto visível e suas expressões culturais estão sujeitos a um sem
número de interpretações. Mas certas imagens tornam-se mais fortes e duradouras, sobretudo
porque são sucessivamente reiteradas em discursos e falas oficiais e difundidas por diferentes
meios de comunicação social. A criação diária e sempre provisória da cidade resulta das
maneiras como individual ou coletivamente os habitantes participam de seus espaços,
hierarquicamente dispostos, inclusive impregnando-os de sentidos. Com efeito, nesse ato de
criação, a cidade mostra-se multifacetada, paradoxal, fragmentária, antinômica e sobremodo
polissêmica. Reúne, portanto, uma multiplicidade de códigos através dos quais é dada a ler
como um texto, e é dentro dessa multiplicidade que trabalha o escritor, poeta ou cronista,
chamando a atenção para aspectos que normalmente passam despercebidos por muitos leitores
comuns do espaço urbano, ou estabelecendo comentários sobre assuntos mais freqüentes na
sociedade. De acordo com Renato Cordeiro Gomes (1994, p. 53), “a cidade é território textual
por excelência da transmissão e da estocagem, da multiplicidade potencial, um universo
jamais saturado de imagens”.
O discurso da literatura oferece um modo especial de compreensão e representação da
cidade. Segundo Sandra Jatahy Pesavento (2002, p. 10), o escritor está como “espectador
privilegiado do social, exerce a sua sensibilidade para criar uma cidade do pensamento,
traduzida em palavras e figurações mentais imagéticas do espaço urbano e seus atores”.
Produto artístico, a literatura preocupa-se com o que poderia ter sido a ordem das coisas e
assinala a possibilidade de um vir a ser. Porém, se por um lado é a arte da linguagem, por
outro, fixa uma abordagem histórica e pode ser estudada como documento. Nicolau Sevcenko
(1999, p. 29) afirma que “todo escritor possui uma espécie de liberdade condicional de
criação, uma vez que seus temas, motivos, valores, normas ou revoltas são fornecidos ou
sugeridos pela sua sociedade e seu tempo”. Por outro lado, Antonio Candido (1987) chama a
atenção para o risco de se considerar a história fator determinante para a criação literária, que
também possui sua carga de independência, relacionada à atitude pessoal e criativa do
escritor:
Traçar um paralelo puro e simples entre o desenvolvimento da literatura brasileira e a história
social do Brasil seria não apenas enfadonho, mas perigoso, porque poderia parecer um convite
17
para olhar a realidade de maneira meio mecânica, como se os fatos históricos fossem
determinantes dos fatos literários, ou como se o significado e a razão-de-ser da literatura
fossem devidos à sua correspondência aos fatos históricos (p. 163).
É importante compreender que é a literatura fato estético e histórico ao mesmo tempo.
Porém, no que diz respeito à sua relação com a história, Antonio Candido considera que esta
relação pode ser apreendida de forma viva ao tentarmos “descobrir como as sugestões e as
influências do meio se incorporam à estrutura da obra de modo tão visceral que deixam de
ser propriamente sociais, para se tornarem a substância do ato criador” (1987, p. 164).
Nesta pesquisa, que consiste no estudo do acervo literário contido no jornal local
Folha do Norte, notadamente das produções de escritores da cidade de Feira de Santana, que
tiveram nesse jornal o principal espaço de divulgação de sua literatura para o público feirense,
busca-se compreender, por um lado, as vinculações desses artífices da palavra com o
momento histórico e cultural das décadas de 1950 e 1960, momento selecionado para a
realização desse estudo; e, por outro lado, nos escritos que têm por tema a cidade, as
representações que estabelecem sobre a sua vida urbana e sua trajetória histórica. Em Feira de
Santana, as diferentes formas como os escritores vivenciaram sua própria historicidade e
cultura por meio de cenas e representações de cidade, acabaram interferindo na forma como
recriaram a cidade sensivelmente em seus textos. Ao lado de discursos de diferentes naturezas
(políticos, históricos, jornalísticos, etc.), esses escritos literários foram também porta-vozes de
imagens e idéias que estabeleceram formas de identificação para Feira de Santana, conquanto
a subjetividade e as idiossincrasias dos escritores sejam ingredientes que evidenciam outros
tipos de vínculos, relacionados às opções pessoas e estéticas que emolduram a matéria da
criação.
A literatura publicada na Folha do Norte mantém uma relação estreita com a história
ao abordar como assunto a cidade de Feira de Santana. Por outro lado, o momento histórico
que assinala as produções literárias também oferece subsídios para o entendimento de
escolhas formais e temáticas dos escritores. Nicolau Sevcenko (op. cit.) diz que os textos
literários podem ser considerados termômetros das mudanças que se insinuam na sociedade,
sendo a opção pela linguagem literária também uma opção histórica, que a liberdade e a
possibilidade de criação no texto permitem que os escritores exerçam seus talentos criativos
para criticar ou agradar, delatar ou entreter o leitor. Mas, a literatura não reflete a realidade.
Sevcenko reforça que há entre a história e a literatura “uma relação tensa de intercâmbio, mas
também de confrontação” (Ibid., p. 246). Por isso, é fundamental abranger as especificidades
dessa relação, entendendo que a linguagem literária é mais um ato de criação e se nesse ato
18
envolve episódios da realidade histórica é como representação dessa realidade que se
estabelece.
O historiador Roger Chartier (1992) afirma que os indivíduos vivenciam o mundo
social em dois níveis indissociáveis: o da prática e o das representações. Isto é, eles vivenciam
a realidade em sua dimensão material, gestualmente, performaticamente, conforme seus
hábitos e modos de atuação social, e segundo determinadas maneiras de senti-la e dizê-la,
mediante as quais exprimem suas próprias existências e, de um modo mais amplo, o ambiente
cultural em que vivem. Por sua vez, a realidade também se constrói no interior da linguagem e
das táticas discursivas, podendo ser apreendida a partir de diferentes formas de representação.
Assim, as representações funcionam como matrizes de dizeres e práticas diferenciados, sendo
que, por outro lado, as práticas dão a entender determinadas formas de significar a realidade.
Os discursos não são neutros e estão sempre colocados num campo de competições, cujos
desafios se anunciam em termos de poder e de dominação. Funcionam como representações
que produzem “estratégias e práticas [...] que tendem a impor uma autoridade à custa dos
outros, por elas menosprezados, a legitimar um projeto reformador ou a justificar, para os
próprios indivíduos, as suas escolhas e condutas” (Ibid., p. 17). Ou seja, nas relações sociais
diárias se esbarram diversos campos de força com seus corpos discursivos, os quais buscam
dar autenticidades reais a determinados padrões de cultura, que têm ali suas existências
primeiras.
Entender o discurso literário como representação do real é entender que esse discurso
também constrói o real, lhe atribui sentidos, tanto quanto o discurso histórico. O antagonismo
entre história e literatura durante muito tempo esteve pautado em noções que ordinariamente
associavam estes campos à verdade pautada em provas documentais e à inverdade fundada na
imaginação, respectivamente. Porém, a historiografia é resultado de um esforço para construir
explicações sobre o real, que são sempre subjetivas, seletivas, parciais, que se trata de um
empreendimento direcionado pelos objetivos, escolhas e interesses de um historiador. Além
disso, na descrição dos acontecimentos este profissional utiliza mecanismos da linguagem
para dar sentido à sua expressão, o que faz criativamente, ainda que procure se aproximar ao
máximo da verdade dos fatos. Conforme Hayden White (apud KRAMER, 1992), a história
adquire sentido da mesma forma que o poeta ou o romancista tenta lhe conferir sentido,
atribuindo à sua aparência problemática e misteriosa, o aspecto de uma forma reconhecível. O
escritor, por seu turno, também busca no real subsídios para empreender a sua criação,
assuntos e problemas que na linguagem literária são desordenados e reordenados
imaginativamente, onde substitui o mundo real pelo virtual numa operação dos sentidos, onde
19
também prevalece, por isso, o princípio da verossimilhança. Segundo Judite Grossmann
(1982, p. 73),
Se, do ponto de vista da representação, predomina a descontinuidade entre a literatura e a
realidade, do ponto de vista da experiência predomina a continuidade, uma vez que a literatura
é a expressão do experimentado (agora reexperimentado), a metamorfose da experiência, o seu
pequeno grão agora desencantado em linguagem.
Tanto a história tem componentes próprios da criação literária, como a literatura tem
componentes da realidade histórica, não quando faz referência a essa realidade em sua
escrita, mas porque está inscrita num tempo, tem registro de nascimento e representa ou funda
linhas de pensamento específicas. A definição de literatura também acompanha as vicissitudes
da história porque se inscreve em tempos e lugares determinados, ou seja, como a história, a
literatura não incorpora um estado fixo, suas acepções são também historicamente fundadas.
Hoje, não mais compreendido como objeto essencialista e atemporal, o literário pode ser
“tanto uma questão daquilo que as pessoas fazem com a escrita como daquilo que a escrita faz
com as pessoas” (EAGLETON, 2006, p. 10), ou ainda, depende “da maneira pela qual alguém
resolve ler, e não da natureza do que é lido” (Ibid., p. 12). Em vista disso, Terry Eagleton
(Ibid., p. 19) ressalta que
Todas as obras literárias, em outras palavras, são ‘reescritas’, mesmo que inconscientemente,
pelas sociedades que as lêem; na verdade, não releitura de uma obra que não seja também
uma ‘reescritura’. Nenhuma obra, e nenhuma avaliação atual dela, pode ser simplesmente
estendida a novos grupos de pessoas sem que, nesse processo, sofra modificações, talvez
quase imperceptíveis. E essa é uma das razões pelas quais o ato de classificar algo como
literatura é extremamente instável.
Ao mapear as trajetórias da relação entre história e literatura, linha mestra desta
análise, considerando-se suas especificidades epistemológicas, verifica-se que nem sempre
esta relação se estabeleceu sem pelejas. História e literatura sofreram os reveses de definições
que ora caminhavam para uma aproximação destes campos, ora para um isolamento. Lado a
lado, percorreram uma órbita controversa e mesmo hoje esta correspondência o se sustenta
pacificamente. Contudo, tem-se averiguado uma recente aproximação e o estabelecimento de
um diálogo salutar entre as disciplinas, em consenso com as abordagens mais atuais de cada
uma, com a permeabilização de tradicionais fronteiras que impediam o intercâmbio de
procedimentos e de idéias.
No campo da história, após o advento da “nova história cultural” na cada de 1970,
certas aberturas decorreram sobremaneira instigadas pela preocupação com os diversos níveis
20
de experiências e relações humanas e a propósito das invenções e usos sociais cotidianos de
utensílios culturais (materiais e mentais), que entraram na ordem do dia do labor
historiográfico, sendo a antropologia e a teoria literária as disciplinas mais influentes nesse
âmbito (cf. BURKE, 2005; CHARTIER, 1990; FALCON, 2002; HUNT, 1992; VAINFAS,
1997). Noções como a de “representação” e a de “símbolo” tornaram-se as pedras de toque
dos especialistas, que, dessa forma, esquadrinharam com mais agudeza a existência de
códigos não visíveis, mas em todo caso constitutivos da realidade social, porque
experimentados sensivelmente, possíveis de se materializar unicamente por intermédio da
linguagem. Tendo como pano de fundo os estudos da cultura é que as afinidades entre história
e literatura se aprofundaram mais proficuamente, posto que sejam também elas entendidas
como fatos culturais.
As fronteiras entre estas áreas começaram a se dissolver, sem pressa, nas últimas
décadas do século XX, e não somente pelo fato de a literatura servir de fonte para a história à
maneira de uma estatística, de um depoimento oral ou de um processo crime, e não sem
polêmicas. Hayden White e Dominick Lacapra (apud KRAMER, 1992), por exemplo,
afirmam que a história é também um fato estético, que sua narrativa é como outra qualquer,
inclusive como a literária, no que diz respeito ao papel ativo da linguagem, um sistema
intricado de significados sobre o passado, que articula as intenções de seus autores. E aque
a literatura é instituidora da realidade tanto quanto a história, sendo baldada a interposição de
empecilhos entre estes campos. Mais e mais a perplexidade de tais juízos instiga uma crise
contemporânea da consciência histórica (ZAIDAN, 1989) que tende a se alargar com o
interesse progressivo dos historiadores por abordagens inéditas, tomadas de empréstimo de
outros ramos, com as quais ainda estão aprendendo a lidar, sendo, por isso, imprescindível
nos tempos atuais a ênfase na interdisciplinaridade (BRAUDEL, 1990; REVEL, 1989).
Esses atrelamentos se tornaram mais estreitos também com o “novo historicismo”
surgido na cada de 1980, que propõe a problematização da história pela literatura, sendo a
linguagem o denominador comum desse empreendimento. Salienta-se que um e outro
domínio oferecem coordenadas de explicação por meio das quais são produzidos sentidos
sobre o passado. Contudo, esta teoria literária contesta as convenções da historiografia e da
forma do romance, atentando para os mecanismos de entrelaçamento de significados nestes
tipos de escrita, por meio dos quais tornam o real inteligível. A história deixa de ser percebida
somente como resultado inequívoco de pesquisas documentais, e o novo olhar que se coloca,
e que se tornou lugar comum entre historiadores, é o de que o passado existe mediante a
significação que lhe é estabelecida no presente. Linda Hutcheon (1991) prefere a expressão
21
“metaficção historiográfica” para assinalar que tanto a história como a ficção são discursos,
construtos humanos, sistemas de significação. Assim, contesta o poder que a história possa ter
de abolir o formalismo, bem como a capacidade de ser a sua redação discurso fidedigno,
autêntico.
Historicizar os artefatos literários inserindo-os no dinamismo da sociedade, na
urdidura de relações humanas, e apreender as maneiras por meio das quais engendram
vínculos com o real, embora se trate de um discurso o-pragmático, é mais uma opção de se
partilhar as idoneidades destes campos. Tendo em vista essas articulações é que essa pesquisa
foi pensada. Busca-se na esfera da interdisciplinaridade aproximar a literatura da história,
tendo em vista o escopo principal, que é estudar a história da cultura e da literatura da cidade
de Feira de Santana a partir dos documentos literários arrolados na Folha do Norte entre 1951
e 1969. Todos esses documentos compõem o cenário de que trata essa dissertação, que traz à
baila personagens que deixaram registros de seus trabalhos criativos e contribuíram para a
construção dessa história, embora maioria deles não tenha tido reconhecimento social no
âmbito deste ofício.
Na Folha do Norte, é copiosa a quantidade de produções literárias (entre poemas,
crônicas, contos e cartas) publicadas ao longo dos anos de 1951 a 1969. Certas produções
elegeram como tema aspectos ou momentos da realidade histórica local, mantendo vínculos
estreitos com sua atualidade e (re)elaboração diária, no âmbito material e cultural. Lançou-
lhes um olhar, uma ponderação, um juízo que fez notar, de modo singular, aspectos da história
da cidade. Todavia, se a lógica social de muitas composições foi a de evidenciar as novidades
e tipicidades do lugar, alinhavaram-se certos interesses de ordem política e ideológica, que
serviram, sobretudo, para reforçar a compreensão de que a cidade de Feira de Santana crescia
apressadamente nesse período, como veremos no último capítulo desta dissertação.
De modo geral, as produções literárias inscritas na Folha do Norte fornecem dados e
indícios para o entendimento de como se desempenhavam as atividades literárias em Feira de
Santana no período em destaque, tanto no que se refere aos seus aspectos formais, como para
a escrita de uma história da literatura local. Para a escrita dessa história em Feira de Santana
busca-se evidenciar os aspectos peculiares da constituição da literatura ligados ao contexto
social e cultural local, em que as práticas literárias se manifestam de forma diferenciada, em
relação ao contexto nacional, mostrando reapropriações e funcionamentos que dizem respeito
ao valor social e aos padrões de inteligibilidade predominantes na sociedade feirense. Mas
para a construção de uma história da literatura, Robert Darnton (1987, p. 168) faz um alerta:
22
A história da literatura tende, inevitavelmente, ao anacronismo. Cada época reconstrói a
experiência literária em seus próprios termos. Cada historiador reordena o catálogo dos
clássicos. A literatura, enquanto isso, rejeita as tentativas de imobilizá-la no interior de
esquemas interpretativos. Tal como a biblioteca de Walter Benjamin, prefere ser um estado de
espírito, sempre passível a rearranjos e reorganizações.
Seguindo o alerta de Darnton, constatou-se a dialética da história no estudo do
material literário impresso na Folha do Norte entre os anos de 1951 e 1969, pois, como
veremos no segundo capítulo, grande parte dessa literatura expressava modelos que estiveram
em voga no Brasil em fins do século XIX e no início do século XX e que, tomando-se como
parâmetro os padrões mais influentes de produção de literatura brasileira nas décadas de 1950
e 1960, haviam sido ultrapassados. Na cidade de Feira de Santana, esses antigos padrões
continuavam vivos na escrita dos escritores, onde tinham um valor e uma funcionalidade, já
que representavam formas de pensamento e visões de mundo deste grupo social.
Antes de entrar nessa senda, serão apresentados nos dois próximos tópicos deste
capítulo a cidade de Feira de Santana e o jornal Folha do Norte. A apresentação da cidade
cumpre o objetivo de assinalar o lugar social de fala dos escritores feirenses. Para tanto, será
feita uma breve caracterização da sua trajetória histórica, com ênfase nas décadas de 1950 e
1960.
1.2 FEIRA DE SANTANA EM MEADOS DO SÉCULO XX
Localizado na Bahia, numa zona de planície entre o recôncavo e os tabuleiros semi-
áridos do norte do Estado, o município de Feira de Santana
3
abarca um dos maiores
entroncamentos rodoviários do Brasil, totalmente concluído na década de 1950. É cortado por
três rodovias federais: a BR 116
4
, que rasga o município no sentido norte-sudoeste, a BR
3
Feira de Santana atualmente se limita a oeste com os municípios de Anguera, Antonio Cardoso, Ipecaetá e
Serra Preta; a leste com Conceição do Jacuípe, Coração de Maria, Santanópolis e Santo Amaro; ao norte com
Candeal, Santa Bárbara e Tanquinho; e ao sul com São Gonçalo dos Campos. Entretanto, no período em estudo a
definição territorial do município sofreu algumas alterações. Foi na década de 1950, por exemplo, que o
território de Tanquinho se desmembrou de Feira de Santana e recebeu o status de município. em 1960 o
território de Jaíba foi anexado ao de Feira de Santana como seu mais novo distrito. Feira de Santana está situada
no “polígono das secas”, exceto o distrito de Humildes, possuindo uma latitude sul de 12º15’24, uma longitude
oeste de 38º57’53 e a uma altitude de 234 m. Seu clima é tropical semi-árido. Não possui rios perenes, sendo os
principais rios que passam pelo município Calandro, Jacuípe, Pojuca, e Salgado, todos afluentes da bacia do
Paraguaçu. ainda o rio Subaé cuja nascente está em Feira de Santana. In: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DE
FEIRA DE SANTANA. Feira de Santana: CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas, 1998.
4
Também conhecida como Rio-Bahia.
23
324
5
, que o liga a Salvador, capital baiana, num percurso de 107 km, e a BR 101, na direção
sudeste; e por quatro rodovias estaduais: BA 052
6
, BA 502, BA 503 e BA 504.
Antonio Guerreiro de Freitas (2000) afirma que a construção de rodovias a partir da
segunda década do século XX alterou todo o cenário regional, até então visualizado para a
Bahia” (p. 24), “constituindo o mais um espaço articulado, pensado e desenvolvido em
torno da sua capital Salvador mas um conjunto formado de verdadeiros pedaços” (loc.
cit.), que passaram a compor uma nova regionalidade. Feira de Santana, em especial, se
tornou um dos principais pólos econômicos do Estado, o que foi possibilitado também porque
o seu cruzamento rodoviário a integrou às micro regiões baianas, ao Nordeste e ao Centro-Sul
brasileiro, favorecendo o fluxo de mercadorias, pessoas e capital que tributaram seu
crescimento econômico e urbano. Nesta cidade, a interseção de caminhos, cujos primeiros
desenhos foram se formando nas trilhas abertas pelas boiadas, lhe consagrou a função de
“pouso obrigatório” para os viajantes que transpunham suas fronteiras e ativavam seu
comércio, especialmente desde que se constituiu como povoado de importância proeminente
(OLIVEIRA, C., 2000).
Seu nascimento associa-se à gênese de uma feira semanal de gado que se estabeleceu
no primeiro quartel do século XVIII, no entorno do pequeno povoado de Sant’Ana dos Olhos
d’Água (SILVA, A., 2000), reunindo criadores que intermediavam o comércio de gado entre
o recôncavo e o sertão da Bahia. Um fator crucial para a ampliação da feira, em volume e
importância, foi justamente a facilidade de acesso a estas terras, a meio caminho da capital e
do sertão e ocupadas principalmente por fazendas pecuaristas, por onde cruzavam vaqueiros
vindos de outros currais da Bahia, Piauí, Minhas Gerias e Goiás principalmente,
transportando e negociando rebanhos pela antiga estrada real de Capoeiruçú e geralmente
destinando-se ao porto de Nossa Senhora do Rosário de Cachoeira, de onde partiam para
Salvador. A um só tempo, se estabeleceu uma feira-livre semanal que reunia mercadores,
atravessadores, tropeiros, viajantes e freqüentadores de várias localidades, em busca de
matérias-primas, víveres, artigos artesanais e manufaturas importadas de outras partes da
5
A inauguração solene desta rodovia, projetada pelo engenheiro Vasco Filho, ocorreu em 1951. Em 03 de
fevereiro deste ano, a Folha do Norte publicou a notícia “Honra a engenharia nacional a nova rodovia Bahia-
Feira”, que diz: “a nova rodovia, que recebeu o nome de Via Garcia D’Ávila em homenagem ao intrépido
entradista e desbravador dos sertões bahianos, será, assim que concluída, uma das mais belas estradas do Brasil,
à altura de honrar e elevar sobremodo a engenharia nacional”. Entretanto, ao longo da década de 1950 algumas
notícias publicadas no mesmo jornal denunciavam o abandono e o descaso com tal projeto. A rodovia foi
finalmente concluída somente no ano de 1960, conforme anuncia a Folha do Norte, em 12 de fevereiro deste
ano, quando publica a notícia “Inauguração da rodovia Salvador -Feira”.
6
Também conhecida como Estrada do Feijão.
24
Província. Boa parte destes produtos era escoada para Salvador, ou mesmo vinda de lá se
destinando a abastecer os demais municípios baianos.
Esta feira perdurou durante décadas ocupando as ruas centrais da cidade
7
. De acordo
com a descrição do repórter pernambucano Rogaciano Leite (AS TRÊS..., 1962 apud FOLHA
DO NORTE, 1962, p. 1), do Jornal do Commercio,
A feira estende-se a quase um quilômetro de distância, ao longo da Avenida Getúlio Vargas, e
tem os mais diversos produtos que se possa imaginar, desde artefatos regionais a pelas de
cobra e de ema, desde o homem do macaco ao camelô bossa-nova, vendendo livros sobre
reforma agrária.
no início da década de 1950, a feira de gado abastecia, para corte, os Estados de
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e litoral da Bahia” (FEIRA..., 1952, p. 1). A movimentação de
Feira de Santana às segundas-feiras, dia de feira na cidade, também chamou a atenção do
repórter Rogaciano Leite (op. cit.):
Mais de duas mil cabeças bovinas comparecem semanalmente à sua tradicional “feira de
animais” e cerca de mil veículos transitam diariamente pelas suas ruas com destino ao sul do
país e vice-versa. A cidade possui 1500 veículos e consome mais gasolina que o Estado de
Sergipe.
O crescimento do arraial de Santana da Feira, como inicialmente foi conhecido o local,
deveu-se ao êxito das atividades comerciais e possibilitou a criação do município de Feira de
Santana, cujo território foi desmembrado do município de Cachoeira, pelo decreto imperial de
13 de novembro de 1832. Por outro lado, a famigerada imagem de “empório der do sertão
baiano” (POPPINO, p. 20) tornou-se motivo de atração de uma população flutuante, que
vinha em busca de melhores condições de vida, favorecendo a expansão urbana do município
com fundação de novos espaços de convivência. Durval Vieira de Aguiar deixou registrada
sua impressão particular sobre Feira de Santana em Província da Bahia (1979), quando esteve
de passagem na cidade, em 1866. Chamaram-lhe a atenção a fisionomia da cidade e o
comércio feirense:
Hoje a Feira é uma cidade adiantada, limpa, de ruas espaçosas, excelentes edifícios, grande
casa da Câmara, bonitinho e asseado quartel-cadeia; está embelezada com bonitas, modernas e
perfeitamente sortidas casas comerciais, açougues higienicamente preparados em tudo
superiores aos da nossa capital, decentes repartições públicas, dois hotéis, teatro, etc. (Ibid., p.
110-111).
7
Em meados da década de 1970, a feira livre foi transferida para o Centro de Abastecimento.
25
A descrição de Aguiar enfatiza aspectos da aparência urbana feirense que indicam o
quanto a cidade estava desenvolvida naquele momento, dando a entender que não se tratava
de uma cidade comum entre as outras cidades baianas. Com efeito, em 1873, dada a notável
ampliação de suas atividades econômicas, tem modificada a sua denominação de “Feira de
Santana” para Cidade Comercial de Feira de Sant’Ana”, consolidando sua popularidade de
principal mercado a céu aberto do interior da Bahia. Aliás, esta designação também se tornou
uma forma de propaganda da atividade base de sua economia e estímulo ao seu crescimento.
E pode ser ainda avaliada como signo de identidade, recurso que qualifica e busca dar sentido
unívoco e conciliado à compreensão do lugar.
Além disso, cada vez mais a população local se diversificava e se avolumava com a
constante vinda de migrantes para a cidade. De acordo com Aldo Silva (2000, p. 23),
Em última instância, uma identidade comercial é a do feirense historicamente habituado e
receptivo ao forasteiro e às mudanças que este traz. Não lhe surpreendem nem causam
estranhamento, portanto, os novos rostos e sotaques, pois eles já compõem muito o seu
cotidiano.
A designação da cidade voltou a sofrer alteração em 1931, quando passou a ser
chamada simplesmente de “Feira”. Em 30 de novembro de 1938 volta a ser designada “Feira
de Santana”, dessa vez definitivamente, a partir da vigência do decreto estadual nº. 11089.
Eurico Alves Boaventura (1909-1974)
8
, ao caracterizar a paisagem da cidade de Feira
de Santana nas primeiras décadas do século XX, a chamou de “cidade do silêncio e da
melancolia”. Nesse tempo, segundo o poeta, a civilização do pastoreio ainda marcava sua
paisagem social. em nova referência, desta vez à década de 1920, diz Eurico (2007, p.102)
que “a Feira de Santana não passava de agradável alegoria de sutil poema de Francis Jammes.
o ABC amplo e comprido [...] entupido de chácaras e mais chácaras, valia como um
descanso para os olhos”. Anos à frente, gradualmente a cidade passou a vivenciar mudanças
significativas em seu espaço urbano e foi principalmente na década de 1950 que essas
mudanças tornaram-se mais céleres.
Eurico Alves elegeu como tema de muitos de seus versos e crônicas a Feira de
Santana, sua terra natal, observando as mudanças que iam descaracterizando o aspecto físico e
cultural das origens da cidade, trazendo ares da civilização urbana onde antes imperava a
8
Poeta e magistrado feirense, autor de diversos poemas que tiveram por tema Feira de Santana, os quais foram
reunidos no livro “Poesia” (1990); e do ensaio sociográfico Fidalgos e vaqueiros” (1989). Ambos os trabalhos
foram publicados em livro anos depois da morte do escritor. Sobre Eurico Alves Boaventura informações
mais detalhadas no terceiro capítulo dessa dissertação, no segundo tópico.
26
civilização pastoril. Ele a cantou como cidade amanhecente e adolescente em 1937 (apud
OLIVIERI-GODET, 1999, p. 154-156), vendo-a inserida num paulatino processo de
remodelamento urbano, que pouco e pouco foi lhe dando novo aspecto, feição “moderna”.
Na década de 1950, ora as novas estradas que atravessavam Feira de Santana, ora as
novas arquiteturas que realçavam sua paisagem, ou ainda o movimento mais apressado, os
hábitos mais ousados, o centro nervoso da vida urbana e o fervilhar de suas atividades
econômicas, políticas e culturais, aspectos que confirmavam ser este um tempo inusitado,
marcado pelo nascimento de um novo ethos social, logo se tornaram assuntos corriqueiros em
notícias e crônicas da Folha do Norte, que buscavam registrar a sintonia fina de uma época. A
nova plasticidade que a cidade vai adquirindo mexe com a percepção de seus observadores
diários, que geralmente classificam essa como uma época moderna para o lugar. Na
Enciclopédia dos municípios brasileiros, publicada em 1957, Feira de Santana é assinalada
como uma cidade que reúne condições favoráveis para a ampliação da sua área urbana:
A cidade de Feira de Santana está assentada sobre grande planície, que lhe facilita a expansão
dos logradouros; possui invejável posição geográfica que a faz ponto de ligação entre as zonas
da mata, do sertão e do litoral; apresenta beleza panorâmica, com largas e extensas ruas e
avenidas, dotadas de modernas construções residenciais. Tem aspecto de cidade moderna, em
franco desenvolvimento, sendo cognominada “Princesa do Sertão”
9
. Está com crescimento
demográfico e predial em marcha acelerada para isso contribuindo, também, a atração dos
pecuaristas da zona que a elegeram sede de suas residências (Ibid., p. 230).
Na década de 1950, alguns edifícios se destacavam na paisagem feirense, como os
prédios da Euterpe, o da Prefeitura Municipal, o da Mesa de Rendas do Município, o do Feira
Tênis Clube, o do Banco do Brasil e o da Escola Normal. No transcurso das décadas de 1950
e 1960, período de tempo enfatizado nessa pesquisa, o seu processo de urbanização se acelera
e seu cenário arquitetônico adquire cada vez mais novos traços: a criação de novos prédios
públicos, a exemplo do Estádio Municipal (1953do Ginásio Estadual Noturno (1957), da
Escola de Menores (1957), do Hospital D. Pedro de Alcântara (1957), da Biblioteca
Municipal (1962), do Matadouro Frigorífico e dos Currais Modelo (1962), do Museu
Regional (1967), do Parque de Exposições João Martins da Silva (1967), do Fórum Filinto
Bastos (1967) e da Estação Rodoviária (1967). Outras instalações que surgem são a do
Seminário dos Capuchinhos (1956), a do Cine Santanópolis (1958), o do Lions Clube (1958),
9
Feira de Santana foi apelidada de “Princesa do Sertão” em 1919, por Ruy Barbosa (cf. PERFIL..., 1998, p.21),
quando de sua passagem pela cidade proferiu um discurso em que ressaltou características da cidade. Esse
apelido, entretanto, vigorou de tal forma que décadas depois e ainda hoje é utilizado para se referir à cidade,
servindo também como uma forma de propagandear sua imagem de cidade mais próspera do interior baiano.
27
a da agência do Banco do Nordeste (1958), a do Aero clube (1961), a da Diocese de Feira de
Santana (1963), a do Clube de Campo Cajueiro (1964), do Ginásio Municipal Joselito
Amorim (1966), a da Casa de Saúde Santana (1968) e a da Faculdade Estadual de Educação
(1968). Já em fins da década de 1960, às vésperas de vivenciar um período de surto industrial,
novas usinas se fixam na cidade, contando especialmente com incentivos do governo estadual
e municipal, da SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) e do Banco do
Nordeste, a exemplo da INCONVEG S/A Indústria e Comércio de Óleos Vegetais
(SANTOS, 2003). Apesar disso, a atividade do comércio continuou responsável por boa
parcela das receitas do município durante este tempo.
Um fator aliado a estas mudanças foi o aumento vultoso na cifra de habitantes da área
urbana: em 1950 estes somavam 34.277, no censo divulgado no ano de 1970 esse número
salta para 134.263, revelando um crescimento quase quatro vezes maior
10
. A seca que assolou
o nordeste brasileiro por esta época provocou a formação de correntes migratórias rumo ao
sul. Feira de Santana acabou se tornando o destino de boa soma de migrantes que, ao
cruzarem suas fronteiras, decidiram interromper a viagem e se fixaram na cidade. Este fato
também explica a estatística relativa ao seu crescimento demográfico, que a posiciona, no fim
da década de 1960, como o maior município baiano, depois de Salvador. Esse período foi
também marcado por investimentos importantes na construção e reforma de estradas estaduais
e federais que rasgam a cidade, com especial atenção para a rodovia Bahia - Feira, atual BR
324. Na Bahia, o advento de tecnologias ligadas ao petróleo na década de 1950, o
desenvolvimento da indústria petroquímica e a abertura e recuperação de estradas, deram um
novo alento à sua economia e redefiniram a sua territorialidade (FREITAS, 2000).
O crescimento da cidade de Feira de Santana demandou também mudanças urgentes
na sua infra-estrutura e foram acaloradas as discussões na Folha do Norte acerca da
construção de uma central de abastecimento de água, de uma rede de transmissão de energia
elétrica, da engenharia e aquisição de tubulações para a construção de redes de esgotos, da
ampliação, pavimentação, segurança e higiene das ruas. Estas demandas foram se resolvendo
aos poucos e não por completo, enfrentando sérias dificuldades de ordem política e financeira.
A Folha do Norte testemunhou a conclusão de muitas obras que deram novas linhas e feições
ao espaço urbano, bem como a formulação de projetos que não saíram do papel. Em 1963, por
exemplo, chegaram a ser discutidas nas suas páginas vantagens e desvantagens da construção
10
In: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DE FEIRA DE Santana. Feira de Santana: CDL Camara de Dirigentes
Lojistas, 1998, p. 69. neste documento, loc. cit., consta a cifra total dos habitantes da cidade (população urbana
mais população rural), que é de 107.205 para o ano de 1950 e de 190.076 para o ano de 1970.
28
de uma fonte luminosa numa das principais avenidas da cidade, a Getúlio Vargas. Este foi um
plano duramente criticado pelos colaboradores do jornal que, nesta época faziam oposição ao
prefeito Francisco Pinto
11
. O planejamento de sua arborização, embora não tenha sido levado
a efeito, é outro exemplo de como este espaço estava sendo planejado, conforme a seguinte
notícia:
Está pronto o plano de arborização de Feira de Santana. O trabalho foi executado com a
assistência técnica de conhecedores do assunto. Trata-se sem dúvida, de uma iniciativa
merecedora de aplausos e vai atender a um antigo reclamo da Princesa do Sertão. A par disso,
a arborização projetada segue os princípios modernos de urbanização das cidades tropicais
(ARBORIZAÇÃO..., p. 1, 1957).
De modo geral uma preocupação com aparência de áreas centrais da cidade, com a
construção de praças e espaços de lazer, com a arborização e com obras de saneamento e de
embelezamento perpassou esses projetos de melhorias urbanas, por ser Feira de Santana porta
de entrada para os inúmeros visitantes que dia-a-dia trafegavam pela sua malha viária e
mesmo chegavam a transitar pelo seu centro urbano. A idéia de cidade que se moderniza,
física e culturalmente, acabou se tornando essencial para caracterizar esse momento da sua
história urbana. Em vista disso, essas iniciativas de reelaboração da paisagem urbana foram
pensadas.
Considerando-se o notável crescimento desta cidade, e estando na ordem do dia dos
feirenses pensar e discutir essas mudanças, fosse no campo da política ou na esfera social
cotidiana, tornou-se comum e recorrente a apreensão da cidade como lugar “próspero”, o que
diz respeito ainda a um investimento na concepção de uma imagem da cidade que se tornou
predominante. “Feira de Santana, celeiro do progresso” foi o título de uma notícia publicada
na Folha do Norte em 02 de agosto de 1952, página 1, que conta dos aspectos urbanos e
infra-estruturais da cidade, de seu comércio, indústria, população, rendas públicas e da sua
reconhecida feira de gado. E assim introduz:
Apresentamos hoje, o progressista município de Feira de Santana. A “Princesa do Sertão”, de
tantas tradições e lutas heróicas pela defesa orgânica do Estado é hoje, uma das lulas mais
importantes da conjuntura municipalista bahiana (sic.) [...] A sede (sic.) do Município, a
cidade de Feira de Santana, é uma espécie de Capital do Sertão Bahiano, constituindo um
11
As seguintes notícias, especificamente, discutiram o assunto: CERQUEIRA, Antonio Carlos S. Fonte
luminosa. Folha do Norte. Feira de Santana, p.1, 28/09/1963; INCONVENIÊNCIA DA CONSTRUÇÃO DA
FONTE LUMINOSA NA AV. GETÚLIO VARGAS. Folha do Norte. Feira de Santana, p. 1, 29/02/1964; FONTE
LUMINOSA PERTO DA REDE DE 66000 KW PODERÁ REDUNDAR EM CATÁSTROFE. Folha do Norte. Feira de
Santana, p. 1, 07/03/1964; CERQUEIRA, Antonio Carlos S. A fonte luminosa II. Folha do Norte. Feira de Santana, p. 3,
14/03/1964.
29
movimentado centro de ligação entre o norte e o sul do país, através da rodovia
Transnordestina
12
. Ao visitante que chega à linda Cidade feirense pela primeira vez, ocorre-lhe
logo a surpreza (sic.) de ver inúmeros veículos de cargas transitando pelas ruas e avenidas da
Cidade, em cujas placas de licença lê-se os prefixos de Estados como: Ceará, Paraná, Rio G.
do Norte, São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Distrito Federal, Alagoas
(sic.), Minas gerais e ainda de outros Estados da Federação, dando-lhe um vivo colorido de
Cidade mais brasileira do Brasil (FEIRA..., 1952, p. 1).
Note-se que esta notícia ênfase ao colorido da cidade, à sua intensa movimentação
que mobiliza gente de vários lugares do país em torno do seu mais destacado evento: a feira.
Por possuir um setor comercial bem estruturado, capacitado para atender a uma demanda
diversificada de consumidores, para o que contribui a sua localização geográfica num
importante entroncamento rodoviário do Nordeste brasieliro, o redator da notícia lhe confere
ainda o título de “Capital do sertão baiano”, elevando a sua importância a nível nacional.
Porém, não eram apenas os aspectos urbanos e o dinamismo das atividades comerciais em
Feira de Santana que permitia que, pelo menos discursivamente, nas ginas da Folha do
Norte, ela fosse apresentada como cidade moderna. Além disso, os hábitos e comportamentos
sociais, de modo geral, deveriam condizer com essa situação de “modernidade”, legitimar
essa nova condição da cidade. Este semanário não se descuidou em realçar esta faceta da
sociedade feirense, buscando indicar a vinculação da população com as mudanças que se
processavam. Assim, foi comum em cada ato de inauguração de obras do governo municipal
ou a cada evento cultural sediado em Feira de Santana, que os colaboradores da Folha do
Norte tecessem considerações sobre a cidade enfatizando seu desenvolvimento e elogiando ou
incentivando a população a adotar hábitos condizentes com o ambiente “civilizado”. Para citar
um exemplo, falando sobre o “Concerto de Piano do Prof. Manoel Augusto dos Santos: noite
de arte no Feira Tênis Clube”, que aconteceu em fevereiro de 1952, a notícia destaca que:
O grande sucesso do concerto de Manoel Augusto provou sobejamente que Feira de Santana
possui um público capaz de sentir e aplaudir a boa arte, uma mentalidade promissora de
ambiente fértil, onde grandes artistas encontram certa receptividade, tão rara nas nossas
cidades do interior. E isto vem despertando nos intelectuais e jovens feirenses a idéia da
fundação de uma Sociedade de Cultura Artística
13
, que muito poderá fazer pelas coisas da
inteligência da nossa terra. Tal iniciativa é das que merecem todo o apoio dos que amam
verdadeiramente esta adorável Cidade (CONCERTO..., 1952, p. 4).
12
O redator da notícia cometeu um equívoco, pois a rodovia Transnordestina o passa por Feira de Santana.
Muito provavelmente ele estava se referindo à BR 116.
13
Sobre a fundaçãi da Sociedade de Cultura Artística de Feira de Santana/SCAFS, que ocorreu na década de
1950, ver segundo capítulo, tópico 2.2.
30
A Folha do Norte cumpriu ainda um papel pedagógico ao estabelecer idéias de cidade
e de cidadão propagadas em notícias, crônicas, contos e poemas, criando e difundindo padrões
que influenciavam os pontos de vista da população como um todo acerca do espaço em que
viviam e de como deveriam viver nesse espaço. Mas esses padrões também eram importados
de outras sociedades, vistos em notícias que falavam a respeito das cidades mais adiantadas
do Brasil e do mundo. De um modo geral e em escala nacional, no que se refere aos padrões
sociabilidade que se tornaram influentes para a conformação de novos estilos de vida ainda na
década de 1950, estes foram encontrados nas nações desenvolvidas, recém saídas da segunda
guerra mundial e tecnologicamente mais adiantadas, principalmente nos Estados Unidos. No
Brasil a aspiração à ascensão individual tornou-se forte tendência e se traduziu através do
crescente hábito consumista (MELLO; NOVAIS, 1998, p. 572). Nessa conjuntura cresce a
participação social de mulheres no mercado de trabalho e nas instituições de ensino superior.
O cronista feirense Hugo Navarro Silva, por exemplo, para se referir às mudanças de hábitos
sociais notadas no início desta década, chega a destacar em uma crônica que em Feira de
Santana “as moças bebem whisk e fumam cigarro americano” (MEU CARO..., 1951, p. 1).
Nestes “anos dourados” o Brasil viveu um intervalo de épocas marcadas por regimes
ditatoriais. A retomada dos ideais democráticos foi assinalada por um grande debate sobre as
alternativas políticas que deveriam orientar o desenvolvimento brasileiro (ABREU, 1996, p.
13). Instituições como o ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros), responsáveis pela
formulação de projetos para a construção de uma política econômica nacional, adotaram o
ideário nacional-desenvolvimentista, nos moldes da CEPAL (Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe), que basicamente apregoou a necessidade de um investimento
maciço na industrialização brasileira, conforme Guido Mantega (1984). Indústria e rodovias
foram palavras de ordem no governo Juscelino Kubitschek
14
(1902-1976), que incentivou
ainda a rápida urbanização do país. No Nordeste brasileiro, foi por intermédio da SUDENE e
do Banco do Nordeste que a construção de algumas áreas industriais se efetivou, inclusive na
cidade de Feira de Santana, em fins da década de 1960, quando foi instalado o Centro
Industrial do Subaé — CIS.
Ao longo desse decênio, particularmente, se discutiu com mais tenacidade nas páginas
da Folha do Norte o desenvolvimento urbano e cultural de Feira de Santana, que deveria estar
à altura de um empreendimento tão vultoso como o da sua industrialização. São apontados
alguns problemas na infra-estrutura da cidade que no início dos anos 1960 ainda eram
14
Juscelino Kubitschek foi presidente do Brasil entre os anos de 1956 e 1961.
31
entraves a serem suplantados, como a ampliação dos serviços de energia elétrica, de água
encanada e de redes de esgotamento sanitário na área urbana feirense. Aos poucos soluções
foram sendo encontradas, ainda que parcialmente, de modo que em 1970 foi instalado o CIS,
conforme previsto no Plano de Desenvolvimento Local Integrado de Feira de Santana,
lançado um ano antes (SANTOS, 2003).
Todas essas notícias podem ser acompanhadas nas páginas da Folha do Norte, em
meio à diversidade de publicações que sustinha as suas edições semanais. Curioso notar que
foi sobretudo na década de 1960 que o jornal esteve com as suas atenções mais voltadas para
os projetos de urbanização e de industrialização de Feira de Santana, que estavam na ordem
do dia. Por outro lado, o espaço para publicação de literatura, por exemplo, ficou escasso. O
noticiário local adquire mais destaque em suas páginas e a literatura aparece vez ou outra para
preencher um branco ou finalizar uma edição.
Isso também está relacionado às mudanças políticas que acometeram o país em 1964.
O golpe militar e a instalação de uma ditadura inauguraram para os jornais brasileiros a fase
mais sombria de suas existências. A censura imposta, os empastelamentos e as perseguições
políticas obrigaram o fechamento de várias tipografias. A maioria dos jornais conseguia
sobreviver se se mostrasse favorável ao regime, mesmo que utilizassem meios dissimulados
de contestação. A cidade de Feira de Santana vivenciou todas as truculências que marcaram o
a época da ditadura militar em todo território nacional. E a Folha do Norte não deixou de
passar por situações semelhantes de investigação e reprimendas. Nesta época, as atenções do
jornal se voltaram para a atuação dos prefeitos indiretamente nomeados, para sua agenda de
atividades na cidade, sendo que elogios às suas competências aliados às idéias de que a
modernidade e o progresso enfim foram alcançados a partir de seus feitos tornaram-se
bastante comuns. Nesta época, as primeiras ginas sempre traziam notícias sobre obras e
realizações em andamento e de inaugurações que anunciavam novidades na estrutura urbana e
social feirense, mostrando uma atmosfera de bonança e progresso, quando, na verdade, a
população vivia sob vigília e contínuas ameaças.
No campo da cultura artística, o início da segunda metade do culo XX foi marcado
no Brasil pela invenção da Bossa Nova, redirecionando as tendências da música popular
brasileira, pelo surgimento do Cinema Novo, que teve no cineasta feirense Olney Alberto São
Paulo uma das suas mais altas expressões, pela renovação no seio do pensamento católico e
ainda na temática do teatro, que buscaram aprofundar debates acerca de problemas políticos e
sociais que dia-a-dia afetavam a vida de milhares de brasileiros e se insinuavam como
demonstrações do subdesenvolvimento. Esta foi a época em que a chamada “geração de 45”,
32
voltada para a pesquisa sobre as diversas manifestações da linguagem, se caracterizou
formalmente pelo concretismo e pela poesia politicamente engajada, sendo que o romance
regionalista se atualizou e se sofisticou, mostrando a tendência para uma literatura mais
introspectiva (ABREU, op. cit.). Além dessas novidades mais gerais no campo cultural, o fato
de a seleção brasileira de futebol ter vencido pela primeira vez uma Copa do Mundo em 958,
e de a população nacional ter assistido por meio de jornais e revistas a construção de Brasília,
que a partir de 1960 tornou-se a nova capital nacional, apresentando um projeto arquitetônico
moderno, foi de fundamental importância para a percepção de que o país havia entrado numa
nova era.
Em Feira de Santana, todas essas novidades puderam ser lidas na Folha do Norte,
mostrando ao feirense que o Brasil vivia um momento de consolidação de sua economia e de
viva criação cultural. No âmbito da própria cidade, também todos os avanços e novidades que
paulatinamente se inseriam em seu cenário urbano, modificando as formas de compreensão
que, de um modo geral, seus habitantes tinham deste lugar, davam a entender que se tratava
de um lugar civilizado. Por outro lado, situações que podem ser entendidas como cenas de
“incivilidade”, verificadas nos espaços de circulação pública da cidade, eram ainda
denunciadas no jornal como grave contradição com o momento vivido historicamente, de
desenvolvimento econômico e crescimento urbano. As ruas da cidade eram principalmente os
lugares onde os problemas se concentravam de forma contundente: policiamento precário,
lâmpadas queimadas nos postes, necessidade de calçamentos, esgotos a céu aberto atraindo
insetos, além de ser um espaço onde a matança de suínos era comum e os animais circulavam
soltos, sendo manifesta a falta de asseio. Outro problema veementemente discutido e criticado
pelo jornal foi o jogo do bicho, que foi proibido no Brasil em 1946, pelo presidente Eurico
Gaspar Dutra
15
(1883-1974). Além disso, a precariedade dos serviços de energia elétrica e de
água encanada também se tornou assunto de crônicas que admoestavam esse descompasso
entre o crescimento urbano que, ao menos discursivamente, era notado como fator de
progresso da cidade, e todos os problemas estruturais e sociais que esse crescimento tende a
provocar, necessitando serem sanados pelos poderes públicos. Contudo, é curioso que para
denunciar problemas de toda ordem constatados na cidade, alguns colaboradores do jornal
preferissem começar mostrando a sua face agradável, como se não quisessem deixar dúvidas
sobre o progresso da cidade, se bem que certos obstáculos ainda precisassem ser superados. A
15
Eurico Gaspar Dutra foi presidente do Brasil de 1946 a janeiro de 1951.
33
notícia “Por carência de água, Feira não deixara de ter matadouro frigorífico”, por exemplo,
de 16 de agosto de 1952 (p. 4), o jornalista inicia com o seguinte comentário:
O que impressiona ao chegar em Feira de Santana é o aspecto dinâmico, envolvente, que
empolga o visitante. O seu progresso está atingindo um vel que nenhuma cidade do interior
bahiano possue (sic) atualmente. De cidade pacata, tranqüila que era, aspecto comum a
toda cidade sertaneja se viu colhida as vértice do desenvolvimento que a atinge agora de
maneira surpreendente. As casas se multiplicam, as ruas se prolongam, o tráfego se
intensifica, os carros caminhões e ônibus de toda a parte, do norte e do sul do País, gente de
todos os quadrantes aqui se encontram no azafama de um trabalho construtivo que demonstra
bem o que a Feira de Santana será num futuro próximo.
Na década de 1960, Feira de Santana já havia se tornado um importante centro urbano,
às vésperas de compreender um período de surto industrial. Principalmente por intermédio da
Folha do Norte os feirenses acompanharam as inovações que movimentavam o Brasil e o
mundo, as inovações tecnológicas, os avanços da ciência e as principais mudanças no cenário
econômico e político brasileiro e baiano. Os lançamentos de novos modelos automobilísticos,
das primeiras “Rural-Willys” fabricadas no país, de eletrodomésticos como o ar condicionado,
a enceradeira, a televisão e de tudo o mais que naquele momento significava que um novo
tempo marcava a economia em escala mundial, foram novidades que se tornaram notícia nas
páginas desse semanário para quem quisesse acompanhar a atualidade. Vez ou outra estas
novidades ou mesmo certos acontecimentos de ampla repercussão no país, no Estado ou na
cidade se tornavam motivos de criação não só de notícias, mas também de crônicas e poemas.
O fato de Feira de Santana ter se tornado um entreposto de importância vital no
Estado da Bahia reclamou a construção de ideais de cidade que destacavam certas qualidades
de sua paisagem e sociedade. O desenvolvimento comercial feirense e o avanço de sua
urbanização lhe instituíram um ritmo mais pressuroso, gerando um tipo de concepção que
buscava tornar manifesta a modernidade do seu espaço e de seus costumes. Esta concepção da
cidade difundida na Folha do Norte e afinada com interesses de empresários, intelectuais,
políticos e administradores locais, a havia convertido ainda em pólo de atração de
investimentos na sua economia e ainda de imigrantes, vindos especialmente de cidades
nordestinas, sendo por isso chamados de nortistas”, que vinham somar consideravelmente o
seu contingente demográfico. A despeito, objetivava-se consolidar uma imagem positiva da
terra, conveniente aos propósitos de seus idealizadores, que igualmente buscavam ocultar
contradições inerentes à sua elaboração cotidiana.
Essas imagens preponderam e encerram sentidos essenciais à nutrição de um gozo pela
sua trajetória histórica e pela sua memória, que comumente põem em primeiro plano as
34
inovações na estrutura urbana, o desempenho de personalidades de proeminência econômica,
política e social, bem como a eleição de e admiração por heróis locais, exemplos de cidadãos,
como Maria Quitéria, amiúde lembrada pelo sentimento cívico com que decidiu suas atitudes
em defesa da nação brasileira. Apesar disso, quando convinha, geralmente em épocas em que
o jornal fazia oposição a determinados grupos políticos no poder local, os redatores da Folha
do Norte não se eximiam de mostrar conflitos, lutas, mazelas, contra-sensos, queixas,
enfrentamentos e tensões sociais estampados no dia-a-dia da cidade como marcas indeléveis
do processo de construção sentimental e real do espaço urbano feirense. no que diz respeito ao
jornal Folha do Norte, é importante ter em vista que a ênfase que se a certas notícias
depende de vínculos entre o jornal e os partidos da situação. Ou seja, os discursos
publicados representam interesses e expectativas de um grupo social restrito que esà frente
do governo da cidade e/ou que compõem suas elites. Em todo caso, no estudo de construções
discursivas, é importante considerar que, como afirma Nicolau Sevcenko (1999, p. 247),
Todo discurso criativo assinala um ato fundador, na medida em que nomeia situações e
elementos imprevistos, conferindo-lhes existência e lançando-os na luta por um espaço e uma
posição, no interior das hierarquias que encerram as palavras encarregadas de dizer o mundo
conhecido e compreendido.
Esse foi um panorama geral que caracterizou a cidade de Feira de Santana nas décadas
de 1950 e de 1960. Foi nesse ambiente que viveu os escritores da cidade que, nessa época,
publicaram suas criações literárias na Folha do Norte. Certamente, esse quadro de mudanças
urbanas e culturais que configurou esse espaço também influenciou temas e idéias verificados
em muitas composições literárias. Por isso é de capital importância compreender que lugar é
esse e quais processos históricos dão à tônica da sua reelaboração cotidiana, que o próprio
tempo em que nascem essas composições também possibilita apreender melhor os motivos,
interesses e percursos adotados pelos escritores.
Igualmente importante é compreender o meio de divulgação dessas criações literárias,
e as suas peculiaridades técnicas, gráficas e político-ideológicas. A Folha do Norte é um
documento fundamental para a investigação das práticas literárias de escritores feirenses que
ganharam suas páginas e, a partir daí, alguma notoriedade social entre os leitores da cidade.
esse periódico fez largo capítulo da história da literatura e da cultura em Feira de Santana. a
apresentação de sua trajetória histórica, bem como das suas principais características e da
importância sócio-cultural desse veículo para a divulgação de literatura é o objetivo do
próximo tópico.
35
1.3 TOPOGRAFIA DE UM OBJETO: O JORNAL FOLHA DO NORTE
A Folha do Norte é o mais antigo jornal em circulação na cidade de Feira de
Santana
16
. Surgiu um século depois da primeira publicação periódica legalmente permitida no
Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro
17
. Fundado em 1909, pelo coronel Tito Ruy Bacelar
18
,
pecuarista que exerceu cargos políticos no município, se estabeleceu como instrumento de
promoção da figura e das opiniões políticas de seu criador. Com a morte de Bacelar, em 1910,
o jornal se tornou propriedade dos irmãos Arnold, Dálvaro e Raul Silva (OLIVEIRA, C.,
2000), que já trabalhavam nele desde o seu aparecimento e construíram uma carreira
jornalística baseada especialmente na experiência técnica
19
. Desde então, o jornal se manteve
sob a liderança de descendentes dessa mesma família. Como alguns deles também atuaram na
vida política local, tendo ocupado funções importantes na Prefeitura e na Câmara Municipal
20
,
a Folha do Norte serviu ainda como tribuna de divulgação de suas idéias.
Na preparação do jornal estavam em jogo as forças políticas que atuavam na cidade e,
portanto, as próprias idéias de cidade. Segundo Ana Angélica Morais (1998), a Folha do
Norte veio substituir o extinto jornal O Progresso
21
, no tocante às denúncias ao quadro
político local. Em seus números iniciais visou delatar o que apontava como práticas
16
O jornal Folha do Norte teve sua primeira publicação em 17/09/1909 e não cessou de ser editado até os dias
atuais. Até o momento é sabido que o primeiro jornal que surgiu na cidade de Feira de Santana foi O Feirense,
em 1862, semanário que se estabeleceu como órgão oficial do governo municipal. Conforme POPPINO, Rollie.
E. Feira de Santana. Tradução de Arquimedes Pereira Guimarães. Salvador: Itapuã, 1968, p. 220.
17
Até 1808 as tipografias eram proibidas no Brasil, pois havia o perigo da disseminação de idéias
revolucionárias. Essa situação só mudou com a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil. Houve então a
criação da Gazeta do Rio de Janeiro, nesse mesmo ano, mas o conteúdo deste jornal era passado por censuras
antes de chegar ao público, mantendo a ordem. LUCA,Tânia Regina de. História dos, nos e por meio dos
periódicos. In: PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005, p., pp. 133.
18
O coronel Tito Ruy Bacelar foi intendente na cidade de Feira de Santana de janeiro de 1904 a abril de 1906.
In: Anuário Estatístico de Feira de Santana, 1998, CEI, p.40.
19
Em fins da década de 1930 começa o processo de profissionalização da carreira jornalística no Brasil, com a
instalação das primeiras associações e sindicatos do grupo e a exigência de diplomas emitidos por cursos
credenciados para o exercício da profissão. O primeiro curso superior de jornalismo é institucionalizado em
1947, e começa funcionar na Faculdade Casper Líbero, integrada à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
São Bento, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Em 1969 regulamenta-se a profissão e exige-se o
diploma de curso superior para seu exercício, conforme o decreto-lei 972, cujas alterações estão estabelecidas no
decreto 65.923 e 83.284. In: ROCHA, Paula Melani. A profissionalização no jornalismo e o mercado de trabalho
para mulheres no estado de o Paulo. Revista Jurídica Eletrônica UniCOC, home page da revista jurídica, v.
v.2, n. n.2, p. 15, 2005.
20
Arnold Silva foi intendente de Feira de Santana de janeiro de 1924 a dezembro de 1927 e foi prefeito também
desta cidade de 1959 a 1962.
21
O jornal O Progresso surgiu em Feira de Santana no ano de 1882, voltando a ser novamente editado em 1900,
conforme pesquisa realizada por Carlos Melo sobre a imprensa de Feira de Santana.
36
discricionárias da administração do Coronel Abdon Alves de Abreu, intendente de Feira de
Santana e adversário político de Tito Ruy Bacelar, de quem venceu o pleito de 1907
22
.
Passado o clima de tensão política, em que se acusou a degeneração material e social do
município e quando, por isso, se abdicou provisoriamente da idéia de lugar “civilizado” para
distinguir a cidade de Feira de Santana (SILVA, A., op. cit.) em discursos apregoados pela
Folha do Norte, este jornal encontrou em uma conjuntura política favorável, na gestão do
Coronel Bernardino da Silva Bahia
23
, encetada em 1912, a ocasião propícia para recompor a
imagem positiva da cidade, como observa Aldo Silva. A partir de então, novamente o adjetivo
“civilizada” tornou a ser usual em discursos anunciados pelo periódico, sintetizando o caráter,
a essência da cidade. Contudo, nas épocas em que Feira de Santana foi gerida por grupos
políticos aos quais o jornal se opôs, essa designação voltava a ser recusada (SILVA, A.,
2000). Isso demonstra que a elaboração e a divulgação de idéias de cidade na Folha do Norte
não só levava em conta o clima político que se conformava no município a cada eleição, como
ainda o posicionamento dos dirigentes e redatores do jornal diante dessas novas situações do
poder local.
Assim, a cidade de Feira de Santana era concebida pelo jornal como uma “comunidade
imaginada”, simbólica (HALL, 2005), isto é, uma cidade que é representada conforme as
necessidades e os interesses políticos e ideológicos daqueles que elaboram a Folha do Norte,
que não refletem fundamentalmente todas as suas facetas sociais e culturais, mas elegem
imagens e idéias que melhor se articulam com a posição que ocupa o jornal nesta sociedade.
A Folha do Norte é um semanário que comumente se apresenta com quatro páginas
24
,
em formato berliner
25
, secionadas em 6 colunas de 5 cm cada. Os textos de responsabilidade
do jornal eram compostos em corpo 10 sobre entrelinha 11, sendo que havia máximo
aproveitamento de todos os espaços, resultando numa diagramação cerrada, sem plasticidade,
apresentando brancos somente nos anúncios. A maioria das edições das décadas de 1950 e
1960 o possuía manchete e geralmente não havia uso de verbos nos títulos das matérias.
Havia em cada exemplar do jornal uma ampla variedade de informações: artigos de política,
medicina ou direito, notas policiais, esportivas e fúnebres, indicadores, literatura, reclamos,
propagandas oficiais e extra-oficiais, dísticos, conselhos de saúde e beleza, colunas sociais e
22
O coronel Abdon Alves de Abreu foi intendente na cidade de Feira de Santana de janeiro de 1908 a outubro de
1912. In: ANUÁRIO ESTATÍSTICO DE FEIRA DE SANTANA, 1998, CEI, p.40.
23
Bernardino da Silva Bahia foi intendente de Feira de Santana por três vezes: de janeiro de 1912 a dezembro de
1915, de janeiro de 1920 a dezembro de 1921 e de janeiro de 1922 a dezembro de 1923. In: ANUÁRIO
ESTATÍSTICO DE FEIRA DE SANTANA, 1998, CEI, p.40.
24
Quando necessário, as páginas do jornal eram ampliadas para seis, oito, doze ou dezesseis.
25
Meio termo entre o tablóide e o standard, com páginas que medem 315 mm X 470 mm. As ginas da Folha
do Norte medem 32 X 47 cm.
37
religiosas, notícias locais. O noticiário nacional e internacional era geralmente reproduzido de
jornais do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte e/ou de agências de notícias como,
entre outras, a Globe Press, Nossa Press, Press Continental, USIS, SIJ, BNS, MPIB, Agência
Planalto e AN.
Tânia Regina de Luca (2005) pondera que jornais e revistas o são, no mais das
vezes, obras solitárias, mas empreendimentos que reúnem um conjunto de indivíduos, o que
os torna projetos coletivos, que agregam pessoas em torno de idéias, crenças e valores que se
pretende difundir a partir da palavra escrita. Assim, é também instrumento de manipulação de
interesses e de intervenção na vida social. Pressupõe-se que, de um modo geral, para a
triagem do que seria divulgado na Folha do Norte levavam-se em consideração as relações
profissionais e particulares e as afinidades político-ideológicas entre colaboradores e
diretores. As decisões a propósito do que publicar, da natureza dos conteúdos, da ordem a ser
estabelecida na disposição das notícias no papel, passavam sempre pelo crivo das idéias
políticas comungadas pelo grupo que produzia o hebdomadário. Toda organização gráfica e a
linguagem utilizada estavam relacionados à linha ideológica praticada pelo jornal. E tudo isso
era pensado, inclusive, supondo-se o público possível.
Órgão de divulgação de atividades, discursos e atos do poder legislativo e executivo
do município, a Folha do Norte mostra na elaboração das matérias vínculos com os interesses
dos grupos econômicos e instituições políticas que apóia. E não hesita em acusar os descasos
e abusos de seus adversários, que era prática comum a de os colaboradores mencionarem
em artigos ou crônicas opiniões pessoais relativas aos assuntos em pauta, fazendo do jornal
arena de debates acalorados, animando o ambiente político da cidade.
Trata-se de um jornal provinciano, noticioso, que fabrica apenas a notícia local e se
vale da publicidade oficial. Publica notas diversas (fúnebres, de congratulações, exonerações,
convites, apelos, agradecimentos, boas-vindas, despedidas, etc.), indicadores e avisos de toda
ordem (sobre cursos, inaugurações, convocações de assembléias sindicais, perda de objetos,
batizados, noivados, casamentos, formaturas, aniversários, exposições artísticas, horários de
missas, advertências, etc.), escritos por ou a pedido de pessoas que têm no jornal um espaço
ordinário e, amiúde, principal de correspondência e comunicação entre os habitantes de Feira
de Santana. Repetidas vezes pessoas da cidade publicavam lembretes, composições poéticas,
cartas e crônicas acompanhados de dedicatórias ou mesmo pondo a inscrição “homenagem”
no título ou contígua ao título, ofertando-as a amigos, parentes e até a autoridades políticas ou
religiosas, fazendo do jornal um espaço de relações domésticas. Havia um tom pessoal nos
anúncios e avisos, e mesmo as criações literárias, algumas vezes, mostravam certa intimidade
38
que parecia indicar ou indicava exatamente de quem se tratava o destinatário. Flora Süsseking
(1987) descreve os primeiros anúncios que surgiram no jornalismo brasileiro e sua
caracterização é similar ao que se vê na Folha do Norte:
Mercadorias curiosas, especiais; diversões inusitadas, como a presença de mágicos ou a
temporada de alguma companhia lírica estrangeira; recados pessoa a pessoa assim eram
esses primeiros anúncios. Quase caseiros, às vezes assumiam claramente o aspecto de
correspondência particular (Ibid., p. 61).
Com efeito, a Folha do Norte criou estratégias para ampliar seu público potencial e,
com isso, lucrar mais, que é mercadoria e não pode ser bem entendida fora de uma lógica
comercial. Logo na capa, na primeira página, é comum que o jornal faça um apelo visual, uma
espécie de auto-publicidade, para seduzir a atenção do leitor e incitar a sua compra, como
ressalta Tânia de Luca (op. cit.).
No decorrer dos seus primeiros anos de existência, a Folha do Norte se tornou o mais
importante noticiário feirense e, afirma Rollie E. Poppino (op. cit., p. 220), em 1950 “era o
jornal mais lido de todo o interior da Bahia”. Muitos jornais que surgiram em Feira de
Santana no século XIX, até no máximo o decênio de 1960, tiveram duração provisória e
basicamente pretenderam efervescer o ambiente político da cidade em períodos pré-
eleitorais
26
. Poppino verifica que não houve um esforço orientado para o arquivamento das
publicações surgidas nesse período e, em razão disso, é difícil calcular o número exato dessa
quantidade. De fato, por muito tempo Feira de Santana não teve uma hemeroteca que
possuísse e administrasse essas coleções, o que possivelmente começou a acontecer com a
26
Contou-se com a contribuição do pesquisador Carlos Melo, membro da Academia Feirense de Letras, que é
estudioso da história de Feira de Santana. Melo também trabalha na Folha do Norte alguns anos e teve o
interesse de pesquisar os jornais e periódicos que surgiram na cidade até a atualidade. Assim, foi aos arquivos da
Biblioteca Municipal Arnold Silva e ao Arquivo Público de Feira de Santana e compilou essas informações. De
acordo com o seu levantamento, apresento os periódicos que surgiram na cidade de Feira de Santana até o fim da
década de 1960: O Feirense (1862, surgindo depois em 1919), O nacional (1963), O mercantil (1868), O
comercial (1866/1877), Gazeta do Povo (1868/1891/1897/1959), O duende (1875), O motor (1876), O capítulo
(1877), O eco feirense (1878), O vigilante (1879/1883), A união (1881), Correio da Feira (1881), A chapa
(1882), O progresso (1882/1900), Diário mercantil (1882), O conservador (1883), A convicção (1884), Correio
de Notícias (1885), Jornal da Feira (1885), O esforço (1886), O notificador (1886), Cidade da Feira (1888), A
época (1889), A reação (1889), O bilontra (1889, surgindo depois em 1907), O município (1892/1908), O
tentâmen (1904), O porvir (1896), O propulsor (1896), A parasita (1899), O clarim (1899), O pandego (1899), O
rabequista (1899), O século (1899), A carapuça (1900), A metralhadora (1900), O aquidaban (1900), O bem-te-
vi (1900), O monóculo (1900), O propugnador (1900/1906), A mocidade (1901), A alvorada (1902), O
memphisto (1903), O abelhudo (1904), A república (1905), A vitória (1905), O faccto (1905), O reclamo (1905),
A metralha (1907), O farpão (1907), O garoto (1907), O rompe rasga (1907), O vesúvio (1907), O autônomo
(1909), O Proscênio (1912), O republicano (1912), A evolução (1917), A feira (1922), Do povo (1922), A flor
(1921), O clamor (1931), O grito (1932), Folha da Feira (1932), Correio Feirense (1943), A luz (1951), Diário da
Feira (1951), O combate (1952), O coruja (1953), A gazeta (1958), Situação (1966), Tribuna popular (1967),
Vanguarda (1968). Documento digitado. Inédito.
39
preparação do acervo da Biblioteca Municipal Arnold Silva, inaugurada em 1953. No entanto,
ainda segundo Poppino (1968), coletâneas incompletas indicam que pelo menos 58 periódicos
surgiram na cidade entre 1860 e 1950, sendo que “a maioria esmagadora das publicações teve
curta duração. Um terço do total viveu menos de um ano, enquanto poucos passaram de
quatro anos” (p. 220). Diferentemente desse perfil que predominou na imprensa periódica da
cidade, os diretores da Folha do Norte jamais suspenderam suas edições semanais, que
circulavam as segundas-feiras, dia de agitação e movimento intenso na cidade, quando se
realizava a famosa feira livre e a feira de gado de Feira de Santana. Nessa ocasião, esperava-
se um amplo consumo do jornal e, logo, que o alcance de suas notícias fosse mais bem
repercutido.
Embora a Folha do Norte tivesse se tornado um veículo de comunicação de
importância vital para o município de Feira de Santana, Poppino (Ibid, loc. cit.) assegura que
“a importância da imprensa local diminuíra consideravelmente” em 1950, porque as
comunicações pelo rádio passaram rapidamente a fazer parte do cotidiano dos feirenses. Na
cidade, duas estações de rádio, a ZYN-37, da Rádio Sociedade de Feira de Santana,
inaugurada 1948, a ZYN-24, da Rádio Difusora Cultura de Feira de Santana Ltda., inaugurada
em 1950, passaram, então, a concorrer com o jornal no mercado de notícias. Apesar disso,
surgiram na Folha do Norte colunas dedicadas ao rádio, como “Rádio — Locutores &
ouvintes”, assinada por João Fazdeconta; “Por detrás do microfone”, por João Querendocrer;
“Literatura e rádio” e “Rádio Local”, estas não assinadas, sendo que as últimas edições da
Folha do Norte, de 1967 a 1969, publicaram crônicas sobre “Os melhores da rádio” de cada
ano, escritas por Rossini Souza.
Além do rádio, outro meio de comunicação que apareceu no ano de 1950 em Feira de
Santana, também ornamentando as ruas centrais da cidade, foi o alto-falante. “Dois alto-
falantes, de propriedade, respectivamente, dos jornais Voz do Norte e Constelação divulgam
notícias, músicas e anúncios, o dia todo, na cidade” (Ibid., loc. cit.). Para Poppino (Ibid.),
esses dois meios de comunicação vieram a competir com jornal, que foi perdendo o status de
mais importante veículo de informações e entretenimento em Feira de Santana. A esse
respeito, Poppino (Ibid., p. 221) assegura que na década de 1950
[...] os serviços do rádio e do alto-falante haviam deslocado os jornais da cidade como os
principais divulgadores de notícias, ao mesmo tempo que, com o desenvolvimento do
transporte aéreo e pela rodagem dos jornais diários da Cidade do Salvador e do Rio de Janeiro,
passaram êstes a ter maior número de leitores no município. dois jornais, a Vanguarda,
fundado em 1949, e a Fôlha do Norte se imprimiam, em 1950, em Feira de Santana.
40
Apesar das considerações apontadas pelo brasilianista Rollie E. Poppino em Feira de
Santana (1968), a Folha do Norte desfrutava de considerável prestígio social, mesmo porque
àquela altura era um jornal que havia resistido às adversidades que provavelmente vieram
dificultar a continuidade de sua confecção, diferentemente de todos os outros jornais que
surgiram na cidade. Era um jornal antigo e respeitado, entrosado com a vida da cidade, com a
sua dinâmica e, além disso, era instrumento de divulgação de publicidade oficial, motivo mais
forte pelo qual sua permanência se fazia importante. Algumas vezes, geralmente em edições
comemorativas, chegou a publicar reportagens especiais em que certos colaboradores teciam
considerações sobre o seu valor para a sociedade feirense. O acróstico de Jonas Silva de Lima,
diretor do serviço de divulgação do Centro Cultural Recréo-educativo Monsenhor Almícar
Marques, CCREMAM, publicado em 23 de setembro de 1967, na ocasião do 58º aniversário
do jornal, aponta mesmo para uma visão do que representou no passado e do que representa o
periódico para cidade, naquele momento específico, conforme seu ponto de vista:
Feliz, bem feliz aniversário
Órgão da “Princesa do Sertão”
Líder leal, constante, altruísta,
Honroso e modesto semanário
Amigo d’arte e da tradição
Dum povo culto, bom, progressista!
Olvida, agora do teu fadário
Negras fases. E com atenção
Ouve o saudar do pobre versista:
Renove, Deus, teu dom ordinário
Teu valor, teu brio... E a afeição,
Entre nós, por ti, sempre persista (LIMA, 1967, p. 2)
Nestes versos, Jonas Lima estabelece certas qualidades que identifica no jornal, suas
características mais aprazíveis na sociedade. Em particular, dizer que o jornal cultivava o
gosto pela arte era sinônimo de prestígio e indicava sintonia com a cultura. E o fato de
pertencer a uma tradição, cultivada pelo seu tempo de existência nesta sociedade e, mais que
isso, de ser o único que até o momento na história da cidade havia conseguido sobreviver por
um período longo, era mais um fator de prestígio para o jornal. Mas atenta para o fato de o
jornal estar passando por momentos críticos. O próprio ano em que o poema foi publicado
diz, de antemão, alguma coisa a respeito dessa crise. A ditadura militar foi cruel com os
jornais, extinguiu muitas tipografias e só deixou permanecer os órgãos pró-governo. Em
vários momentos da história da imprensa brasileira, jornais foram silenciados. Em regimes
41
autoritários, foram obrigados a difundir propaganda política favorável, apesar de ter havido
formas sutis de contestação.
Em 14 de junho de 1958 foi publicada na primeira página da Folha do Norte a crônica
“Beneméritos e Heróicos”, de Demóstenes Martins, em que o assunto foi o próprio jornal, um
jornal que, àquela altura, contava com meio século de fecundo e ininterrupto labor na
“encantadora e progressista cidade” de Feira de Santana. Reconhecendo as dificuldades de
instalação e de permanência diuturna dos jornais que circulam em cidades de pequeno e
médio porte, Demóstenes Martins verifica que os quase cinqüenta anos do jornal “de profícua
existência”, celebrados naquele ano, era motivo de justa comemoração, pois que, segundo ele,
o jornal representava um “valioso patrimônio social, intelectual e moral”. Por isso, argumenta
serem dignos do título de Beneméritos e heróicos” os seus fundadores e continuadores. E
justifica:
Porque diga-se a verdade é muito heroísmo, é muito idealismo, é muito labôr e muita
fibra de lutador, fundar se um jornal numa pequena cidadéla como deve ter sido, certamente, a
“Princesa”, nos remótos idos de 1909, quando a instrução, nas suas linhas gerais, era ainda por
demais precária; repetimos — é trabalho heróico, sômente digno de homens predestinados a se
projetarem, futuro à dentro, com os olhos fitos nas eminências alcandoradas de um grande
ideal (MARTINS, 1958, p. 1).
Este cronista toca num ponto capital: as condições sociais e culturais de repercussão e
o consumo da Folha do Norte na sociedade feirense no início do século XX. A precariedade
do sistema educacional e o grave problema do analfabetismo eram considerados empecilhos
poderosos, condições adversas à comercialização do jornal. Além disso, a cidade era ainda
pequena e carecia de uma infra-estrutura urbana básica mais eficiente, que pudesse atender as
necessidades de toda população. Os jornais que surgiram em Feira de Santana, até a o início
da segunda metade do século passado, tiveram uma função clara: estimular a opinião pública
a favor de determinadas personalidades políticas que pretendiam ter nas mãos o poder de gerir
a cidade. Este foi o motivo principal da origem de muitos jornais feirenses, como também da
Folha do Norte.
Por outro lado, Demóstenes Martins também observa que no momento atual em que
escreve a sua crônica mudanças fundamentais que havia modificado consideravelmente as
redes de comunicações no Brasil e no mundo. Ele verifica um descompasso crucial entre os
avanços da modernidade e a ainda difícil situação do sistema educacional do país, expressa na
elevada taxa de analfabetismo. O cronista reconhece que somente uma parcela restrita da
população era instruída. Se, por um lado, isso pode ser ponderado como um empecilho à
42
comercialização dos jornais, por outro,há que se considerar que a opinião pública animada
pelo jornal também conseguia se difundir de boca em boca. Na esfera da oralidade, as notícias
repercutiam em diversos ambientes sociais.
Continua Martins, cometendo certos exageros:
Devemos considerar que, apesar de estarmos nos aproximando do maravilhoso advento das
comunicações inter planetárias, quando o homem poderá vislumbrar uma nêsga do infinito
cósmico, ainda póde se afirmar que o brasileiro não lê, sabido como é que, sendo analfabeta a
grande maioria, a maioria absoluta da nossa população, a leitura é um luxo adstrito à uma
pequena menoria, que não vai além de trinta por cento.
Eis porque a vida atribulada de um jornal que procura adaptar-se e desenvolver-se no
ambiente interiorano, suporta e enfrenta uma verdadeira “jornada de agonia”.
Em 1950, de um total de 107.205 habitantes no município de Feira de Santana, apenas
26.634 eram alfabetizados, ou seja, quase 25% da população (IBGE, 1955, p.125). no
censo realizado em 1960 se verifica uma mudança ainda mida: de um total de 141.757
habitantes na cidade, 54.734 sabiam ler e escrever, dominavam os códigos das letras 38,61%
dos feirenses, portanto (CENSO..., 1960, p.94). No ano de 1970 foi feita uma nova
computação que teve o seguinte resultado: numa população de 190.076 habitantes, foram
declaradas sem instrução 72.510 pessoas (ANUÁRIO..., 1998, p. 154), 38,15% do total, o que
mostra uma melhoria no nível de instrução dos feirenses. Esse resultado mostra um
crescimento progressivo da população de alfabetizados e revelam o possível horizonte de
leitores da Folha do Norte.
Heloísa de Faria Cruz (2000) assegura que a expansão da imprensa periódica paulista
de fins do século XIX aa segunda década do século seguinte aprofundou a necessidade de
disseminação das práticas da escrita e da leitura para a população como um todo, pois
verificou que, naquele momento, o consumo do jornal não era limitado a grupos sociais
específicos, devido à considerável expansão dessa atividade. Em Feira de Santana, esta era
igualmente uma necessidade imperiosa, não apenas estimulada pela necessidade de ler jornal
e tornar-se informado apesar de se considerar o fato de que o jornal também se tornava
conhecido através de audições coletivas —, mas por principalmente ser essa uma demanda do
mundo contemporâneo para melhoria das condições gerais de vida da população. Supõe-se
que a Folha do Norte foi um jornal elaborado também para ser lido coletivamente, o que
evidencia o seu papel de lançar e sustentar certas idéias, inserindo-as como tema de debate em
diferentes esferas da sociedade. A esse respeito, mesmo se reportando ao culo XIX, Tânia
43
de Luca (op. cit.) faz uma declaração que convém para bem caracterizar a situação da Folha
do Norte em Feira de Santana, em meados do século XX:
O caráter doutrinário, a defesa apaixonada de idéias e a intervenção no espaço público
caracterizaram a imprensa brasileira de grande parte do século XIX, que, é bom lembrar,
contava com contingente diminuto de leitores, tendo em vista as altíssimas taxas de
analfabetismo. Os aspectos comerciais da atividade eram secundários diante da tarefa de
interpor-se nos debates e dar publicidade às propostas, ou seja, divulgá-las e torná-las
conhecidas (Ibid., p. 133-134).
Mesmo supondo-se os períodos de crise porque deve ter passado a Folha do Norte, o
objetivo político de surgimento do jornal é um fator de explica de forma satisfatória a sua
longevidade. Demóstenes Martins chega a falar em “coronelocracia” para dizer sobre o
ambiente político e social de surgimento da Folha do Norte, mas não se refere ao fato de ter
sido o seu fundador um coronel, que inclusive foi intendente na cidade de Feira de Santana e
criou o jornal inicialmente com o objetivo de destruir a imagem do seu adversário. O cronista
assim se expressa:
Folha do Norte”, como todos os demais jornais que circulam nos nossos sertões, iniciando os
seus primeiros passos, justamente numa época em que predominava a coronelocracia [sic.],
na amplitude de sua força truculenta, é claro que não tenha podido fugir às contingências
dessa fatalidade incoercível, enfrentando, entretanto dois fatôres desagregadores: o
analfabetismo e o coronelismo.
Houve uma hegemonia da imprensa na vida intelectual brasileira e com a Folha do
Norte a coisa se deu de forma parecida: os intelectuais e grupos sociais abastados da cidade
era, possivelmente, o público que mais consumia e lia o jornal e que também influenciava,
junto com o jornal, a opinião pública a respeito dos caminhos políticos da cidade. Apesar de
ser o analfabetismo um ponto negativo, as idéias contidas na Folha do Norte provavelmente
alcançavam o grande público por tornar-se assunto de conversas, de debates que se difundiam
oralmente nos bate-papos cotidianos, em variados espaços, públicos e privados. Um fator que
animava esses colóquios era a própria atitude do jornal em ser noticioso e despreocupado com
a imparcialidade. Sem entrar nessa senda, sem tratar do poder que tem o jornal na formação
da opinião coletiva acerca dos assuntos relacionados à Feira de Santana, Demóstenes Martins
conclui que a
Folha do Norteé, hoje, portanto, um magnífico patrimônio, uma legítima glória desta não
menos gloriosa cidade de Feira de Santana; e seus fundadores, os seus continuadores podem
44
figurar, merecidamente, na galeria imortal dos grandes beneméritos da formosa “Princesa”.
Beneméritos e Heróicos.
Essa característica de deixar explícitas as opiniões, de dar palpites e fazer julgamentos
pessoais acerca dos assuntos abordados foi um dos traços que marcou a Folha do Norte, no
período em estudo, e que também foi traço comum a muitos jornais que surgiram no Brasil
até, no máximo, as primeiras décadas do século passado.
Até pelo menos a década de 1970, o padrão de confecção do jornal Folha do Norte
assemelhava-se ao modelo francês de jornalismo, amplamente aderido pela imprensa
brasileira do século XIX e primeira metade do século XX. Segundo Ana Paula Ribeiro
(2003), este modelo caracterizava-se basicamente por uma técnica de escrita bastante próxima
da literária, cujos gêneros mais valorizados eram os mais livres e opinativos, como a crônica,
o artigo polêmico e o de fundo. As notícias eram introduzidas geralmente com o “nariz de
cera”, comentário inicial que normalmente ocupava o primeiro parágrafo do texto, precedendo
a informação, apresentando linguagem rebuscada, extensa e pouco objetiva. Na Folha do
Norte, quando se tratava de noticiar, por exemplo, atos de inauguração, passagens de datas
festivas ou episódios da vida cultural da cidade, usualmente os colaboradores introduziam em
seus textos considerações filosóficas, metafísicas e moralistas, deixando fortes marcas de suas
opiniões pessoais. Na crônica intitulada “Um ‘Jardim de infância’ em Feira de Santana”,
escrita pelo médico Geraldo Leite, justamente isso. Note-se, no trecho a seguir, que ao
quarto parágrafo o escritor o havia ainda entrado no assunto que antecipa no próprio tulo,
o que só faz no oitavo parágrafo:
Muito antes dos povos se constituírem em sociedade e estas sociedades se organizarem em
civilizações bem claras e definidas, já existia o grave, o sério e o eterno problema da
educação!
Todavia, por um destes caprichos do Destino, a importância fundamental da criança como
centro do exercício educacional é relativamente hodierna e de certo modo contemporânea.
Quem rebusca o pretérito julga que o valor pedagógico da criança foi como que improvisado
por LOCKE, ROUSSEAU, PESTALOZZI, HERBART E FROEBEL.
É a esta plêiade de educadores europeus que devemos tal orientação renovadora, sem dúvida
alguma a mais estética, a mais romântica e a mais lógica dos últimos tempos (LEITE, 1953, p.
1).
Ribeiro (op. cit.) salienta também que além de ser espaço do comentário, da opinião e
da experimentação estilística, os jornais que se conformavam neste padrão funcionavam
também como instância eficaz de divulgação da obra literária e de construção da importância
45
social dos escritores. A relação conjugada entre jornalismo e literatura prevaleceu por um
largo tempo na produção periódica nacional:
No Brasil, durante muito tempo, jornalismo e literatura se confundiam. Até a segunda metade
do século XX, o jornalismo era considerado um subproduto das belas artes. Alceu Amoroso
Lima o definia como “literatura sob pressão”. Muitos jornalistas eram também ficcionistas.
Devido a ausência de um mercado editorial forte, os escritores tinham que trabalhar em outras
ocupações para garantir a sua sobrevivência. O jornalismo, como atividade mais próxima
que nesse momento permitia o livre desenvolvimento dos estilos pessoais —, era uma escolha
natural para muitos deles (RIBEIRO, 2003, p. 1).
Na Folha do Norte a publicação literária era freqüente. A coluna “Folha social”, por
exemplo, que existiu entre os anos 1951 e 1964, normalmente localizada na última página, foi
um espaço dedicado à publicação de poemas. Mas era comum encontrar poemas e poemetos
em diferentes partes do jornal, fora de colunas especificadas, misturados com notícias e
publicações diversas. Houve um grande número de escritores de poemas nas páginas do jornal
ao longo do ano de 1951 ao de 1969. Muitos publicavam dois ou três poemas e não voltavam
a publicar. Poucos deles conseguiram se sobressair nesta atividade, no período em destaque.
O estilo da maioria deles apresentou um aspecto comum: era pré-modernista, na forma e no
conteúdo. Crônicas e contos também faziam parte do corpo da Folha do Norte. Em algumas
ocasiões, foram criadas seções exclusivas para publicação desses textos. Mas nem sempre o
espaço de publicação literária foi fixo em páginas ou colunas, já que na organização do
semanário havia um esforço para enquadrar todas as informações e composições diversas no
limite das quatro páginas, de que normalmente se compunha. Além disso, Ivia Alves (2000, p.
09) chama a atenção para uma peculiaridade do jornal:
Os editores não faziam diferença entre as expressões populares transcrevendo versos de
repentistas e cantadores que circulavam pela feira e as expressões da alta” literatura,
divulgando ao mesmo tempo poemas, contos e crônicas de escritores nacionais e de jovens
talentos da terra.
Flora Süsseking (1987) ressalta que desde fins do século XIX e até as primeiras
décadas do século XX, houve uma tendência generalizada de se compreender a ligação entre
literatura e imprensa como responsável por uma “banalização artística, por uma decadência do
gosto das coisas do gênero” (Ibid., p. 86). Mas avalia a importância de pensar esse período
específico a partir de novidades técnicas, como a criação do cinematógrafo e do gramofone,
por exemplo, que interferiam diretamente nas formas de percepção da população e nos modos
de impressão e veiculação de textos, sendo dificultoso analisar o que se cria apenas em função
46
de tendências literárias anteriores ou posteriores. Süsseking (Ibid., p. 74) aponta para a
importância fundamental da relação entre literatura e jornal:
Além de ampliar o número de interlocutores para o texto literário, a colaboração da imprensa
se apresentava, no período, como a única trilha concreta em direção à profissionalização dos
escritores. Havia o emprego público, o magistério, a diplomacia, a vinculação a campanhas —
como a da Alfabetização, a do Serviço Militar Obrigatório, a do Ensino Primário ou a da
entrada do Brasil na Primeira Grande Guerra —, o trabalho com livros escolares ou
paradidáticos, as conferências, fontes de renda também possíveis.
Na década de 1920 se falava em imprensa empresarial e profissionalização do
jornalismo, mas a Folha do Norte estava ainda distante destas perceptivas. Talvez o fato de se
situar numa cidade de interior, de ter uma circulação restrita e por ser um jornal de pequeno
porte, explique esse descompasso, que não foi dele, mas de muitos jornais brasileiros que
tiveram características semelhantes. Basicamente os jornais paulistas e cariocas de circulação
nacional foram os que primeiro assimilaram essas novidades.
Alzira Alves de Abreu (1996) e Ana Paula Ribeiro (2003) salientam que na década de
1950 a modernização dos padrões de jornalismo carioca começam a se estabelecer e o modelo
norte-americano passa a substituir o francês. Gráfica e editorialmente estes jornais começam a
apresentar novidades como o lead e o copy-desk, técnicas modernas de redação e estruturação
do texto, que respondiam a uma demanda por rapidez, no que se refere à produção e ao
consumo. Na Bahia, o jornal que surge como proposta gráfica e editorial moderna é o Jornal
da Bahia (Salvador, 1958), que deixa de existir no final dos anos 1980. No período desse
estudo verificou-se que a Folha do Norte, no entanto, o se adequou a essa nova estrutura,
permanecendo com as mesmas características adotadas em fins da década de 1910.
A Folha do Norte oferece inúmeras possibilidades de pesquisa devido ao seu potencial
rico e variado. Particularmente, no que diz respeito à construção de uma história da literatura
em Feira de Santana, este semanário possui um acervo extenso e ainda pouco explorado. Até
o presente momento, tem-se conhecimento da pesquisa realizada por Ana Angélica Vergne de
Morais (1998) sobre as publicações literárias localizadas na Folha do Norte. Sua pesquisa
compreendeu um período anterior ao surgimento do jornal (de1890 a 1930) e foram utilizados
outros jornais locais para análise.
O espaço de publicação literária (poemas, crônicas, contos e cartas) na Folha do Norte
foi constante desde a época do seu surgimento. Seções exclusivas foram criadas no jornal com
esta finalidade. Boa parte dos textos que se localizam é de autoria de escritores feirenses e
indicam práticas, usos e tendências adotadas por eles na realização desta atividade e, de modo
47
geral, como a literatura foi vivenciada na cidade, no que diz respeito à produção, circulação e
possíveis recepções destes conteúdos. É essencial compreender, portanto, quem são estes
escritores e como atuavam no campo literário da cidade, o que será mostrado no próximo
capítulo.
48
2 LITERATURA E CULTURA: CÓDIGOS EM TRÂNSITO
É hora de sairmos da era dos valores esparsos para uma cultura conjunta, consciente e honesta
que atinja todas as camadas e estimule todos os valores sérios. (ALENCAR, Hélder. A hora da
cultura. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3023, p. 1, 25 mar. 1967)
49
2.1 ESCRITORES FEIRENSES: ENTRE O PARTICULAR E O UNIVERSAL
O jornal Folha do Norte se estabeleceu como o principal meio, quando não o único, de
publicação de composições literárias de escritores de Feira de Santana, pelo menos entre os
anos 1951 e 1969, já que na cidade não se verificou, nesse período, a existência de editoras
especializadas ou de outros meios eficazes de circulação dessa literatura
27
. Foi por meio da
Folha do Norte que muitos escritores feirenses puderam criar redes de interlocução com seus
leitores. Esse jornal abriga produções literárias inéditas e ainda pouco estudadas, que
correspondem a uma parcela significativa do que se produziu em termos de literatura em Feira
de Santana desde 1909, quando foi criado. Esta constatação amplia o cânone estabelecido e
formado por escritores feirenses renomados na cidade ou fora dela, como Godofredo Filho,
Eurico Alves, Honorato Bonfim e Aloísio Resende, apenas para citar alguns exemplos. Uma
pesquisa apurada em certos meios de circulação de literatura, como os jornais, e mesmo em
arquivos privados de escritores, onde é também possível localizar produções inéditas, é uma
forma de rescindir com padrões cristalizados, oferecendo novos elementos para a reescrita
de histórias da literatura, como também ressalta Flora Süsseking (op. cit., p. 26) ao sugerir:
Uma história da literatura brasileira que leve em conta suas relações com uma história dos
meios e formas de comunicação, cujas inovações e transformações afetam a consciência dos
autores e leitores quanto as formas e representações literárias propriamente ditas (grifo da
autora).
Entre os anos de 1951 e 1969, foram localizadas na Folha do Norte 1298 publicações
literárias, sendo 663 poemas, 502 crônicas, 72 contos e 61 cartas. Em cada um desses gêneros
se destacaram escritores feirenses que ordinariamente sobreviviam de outras profissões: eram
profissionais liberais, jornalistas, médicos, advogados, professores, estudantes, sacerdotes em
exercício na cidade e autoridades políticas e militares. Estes escritores foram pessoas que, ou
chegaram a compor o corpo de colaboradores contratados da Folha do Norte, ou
eventualmente escreviam textos literários e conseguiam publicá-los neste semanário. No
27
Essa constatação foi feita nos registros do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 1970. Vale deixar
claro que, conforme os limites propostos para a realização dessa pesquisa, não foi possível identificar os acervos
de obras de cada escritor da cidade, o que visaria compreender de forma mais aprofundada a relação de cada um
com a prática da literatura e o envolvimento que tinham com esta atividade, o que, por outro lado, demandaria
um tempo maior para execução deste estudo. O objetivo primeiro foi identificar e catalogar essas produções
contidas no semanário em apreço. Apesar disso, em relação a alguns dos escritores localizados na Folha do
Norte foi possível saber um pouco mais sobre suas produções, como veremos, a partir de certas notícias
publicadas no próprio jornal sobre suas atividades literárias.
50
geral, não se sustentavam principalmente desta atividade. Muitos deles foram diletantes ou
bissextos na literatura e é provável que a executassem por prazer, prestígio ou necessidade,
que possivelmente recebiam do jornal alguma gratificação pela publicação de seus escritos.
Eles não formaram uma categoria social francamente identificável, primeiro porque a maioria
era mais conhecida na cidade por atuar em outros ramos profissionais; segundo, porque os
membros que integraram esse grupo nem sempre se organizaram de forma coorporativa, ou
nem sempre expressaram uma linha de pensamento que os coligassem, particularmente.
O que se define aqui por “escritores feirenses” é o grupo formado tanto por escritores
da terra, quanto por escritores que, vindos de outras cidades, foram viver em Feira de Santana,
integrando-se à dinâmica e à história da cidade e estabelecendo vínculos com a sua sociedade.
Antonio Candido (2000, p. 139) diz que se não existe literatura paulista, gaúcha ou
pernambucana, sem dúvida uma literatura brasileira manifestando-se de modo diferente
nos diferentes Estados”. E que o critério de nascimento não é o mais adequado para definir
um grupo de escritores, ressaltando, por outro lado, “o critério mais compreensivo e certo da
participação na vida social e espiritual” (loc. cit.) na sociedade em que atuam, cuja “influência
marca literariamente os que nela vivem, de modo mais forte do que as do lugar onde
nasceram”. Para Antonio Candido, a literatura “é coletiva, na medida em que requer uma certa
comunhão de meios expressivos (a palavra, a imagem), e mobiliza afinidades profundas que
congregam os homens de um lugar e de um momento, para chegar a uma ‘comunicação’”
(loc. cit.). Tendo em vista essas considerações, bem como as características próprias do perfil
dos escritores de Feira de Santana que publicaram alguma literatura na Folha do Norte, é que
se pode melhor compreender esses escritores enquanto categoria social.
Essa pesquisa identificou escritores que nunca haviam sido citados em nenhum outro
documento que tratasse sobre as atividades literárias em Feira de Santana. Deste modo, um de
seus principais resultados foi acrescentar ao quadro de personagens renomados nesta prática
muitos outros nomes que por algum tempo ficaram desconhecidos ou não foram reconhecidos
neste âmbito, e apontar para novas possibilidades de aprofundamento de estudos, indicando
uma revisão de conhecimentos já consagrados sobre o assunto.
Nas próximas ginas, a exposição resumida da variedade de produções literárias
encontradas na Folha do Norte, entre crônicas, cartas, contos e poemas, somente localizando-
os, avisando sobre as suas existências, visa criar um painel geral do que se produziu em
termos de literatura em Feira de Santana entre 1951 e 1969 e que se publicou neste jornal
28
.
28
Nos anexos I, II, III e VI há a catalogação de todos os poemas, cartas, contos e crônicas encontrados na Folha
do Norte, entre 1951 e 1969.
51
Em seguida será feita uma análise do que representou essa literatura para a vida cultural
feirense e quais práticas e tendências marcaram a escrita literária de escritores da cidade.
Houve uma presença significativa de poetas feirenses na Folha do Norte, muito
embora vários poetas de proeminência nacional aparecessem no jornal. Os poemas em que
estavam subscritos a data e o local da produção deram pistas sobre escritores que residiam em
Feira de Santana. Algumas notícias publicadas nas colunas sociais da Folha do Norte, em
notas, ou até em crônicas, também permitiram aprimorar esta identificação
29
.
Os poetas feirenses que publicaram na Folha do Norte entre 1951 e 1969 e o número
de produções suas encontradas no jornal foram: Adilson Simas, com 1 poema; A. F. Borges,
com 1; A. H. S., com 1; Aita, com 37; Alcina Dantas, com 16; Aloísio Resende, com 2;
Alonso de Miraval (Luiz Lopes), com 5; Amália, com 3; Anacleto G. de Carvalho, com 3;
Antonio Gonçalves Fernandes, com 1; Antonio Leopoldo Cabral, com 4; Antonio Nicolau,
com 1; Aroldo Ramos, com 1; Ary Nogueira, com 1; Carlos Pires, com 1; Carlos Sampaio,
com 9; Crispim do Sacramento, com 3; Diógenes da Grécia, com 3; Dona Marçal Jalles, com
1; Edson Queiroz dos Santos (Paschoal), com 1; Eduardo Tudella, com 4; Eglê Marques
Santos, com 18; Eurico Alves Boaventura, com 1; Florizia Morais, com 1; Franklin de C.
Machado, com 4; Frei Elias Medeiros Ferro, com 1; Georgina de Melo Erismann, com 2;
Germina Agda Freitas, com 1; Godofredo Filho, com 1; Homero de Figueiredo, com 2;
Honorato Filho
30
, com 2; Ilza Porto, com 1; Jaldo S. Farias Góes, com 1; João Batista de
Jesus, com 1; Jorge Ramos, com 2; José Belchior da Fonseca, com 2; José de Sousa Oliveira,
com 17; José Luiz Navarro Silva, com 6; Jubileu Rodrigues Brandão, com 1; K. Beludo
Moela, com 7; M. Ribeiro Costa, com 5; Manoel Marques, com 68; Moniz Sodré Cabral, com
1; Moreira de Pinho, com 12; P. Lágio Sacassâmba Essessuíno, com 4; Posidônio Santos, com
2; R. Oliveira, com 1; Ralimpo A. Seguir, com 10; Ramos Feirense, com 1; Re-Imundo
Prebenda, com 3; Rosa de Portugal, com 31; Rossini Souza, com 2; Sanches Vieira, com 2; e
Walter de Cerqueira, com 1 poema.
No que diz respeito às crônicas publicadas na Folha do Norte, é importante considerar
a relação desse gênero com a prática jornalística adotada pelo semanário. As crônicas eram o
espaço do comentário, da opinião, onde as notícias que chocavam a sociedade, ou onde o
cotidiano dramático da sua vida urbana, eram interpretados, avaliados. O cronista tinha uma
liberdade de expressão bem maior que a do jornalista que simplesmente comunicava a notícia,
29
Apesar disso, e de feita também uma pesquisa bibliográfica e na internet, houve alguns nomes de escritores
que não foi possível identificar. Estes nomes estão localizados no anexo V.
30
Este escritor também assinava suas produções como Honorato Bomfim.
52
e podia trabalhar criativamente em seu texto, deixando as suas marcas pessoais, embora essa
liberdade fosse subordinada às idéias políticas comungadas pelo jornal. Tendo em vista o
modelo de jornalismo praticado pela Folha do Norte, que na década de 1950 e de 1960 ainda
estava mais próximo do francês, a valorização de gêneros opinativos e polêmicos foi
adequada e a crônica, na fronteira entre o literário e o jornalístico, foi o ponto alto da muitas
das suas edições, onde as representações de cidade e de cidadão se confrontavam de maneira
dinâmica.
Os cronistas feirenses que publicaram na Folha do Norte no período estudado e a
quantidade de publicações suas localizadas nesse meio foram: Abel Pedro Leão (1), Adalberto
da Costa Dórea (9), Alonso de Miraval (22), Anacleto G. de Carvalho (3), Antonio Borges
(1), Antonio Carlos S. Cerqueira (11), Antonio Nicolau (14), Augusto Freitas (1), Carlos Pires
(5), Claudemiro Campos Suzart (1), Demóstenes Martins (5), Diógenes da Grécia (3), Dival
Pitombo (3), Edjanira Alves (1), Emanoel de Miralva (1), Everaildes Silva (1), Fernando
Alves (21), Fernando de Souza Ramos (3), Franklin de C. Machado (19), Geraldo Leite (4),
Germano Barroso Filho (3), Gildarte Ramos (2), Gledson (1), Hélder Alencar (29), Hélio
Barbosa (30), Herialdo R. Bastos (1), Hugo Navarro Silva (21), Ilze Porto (19), Joel Magno
(1), Jorge de Faria Góes (1), Jorge Ramos (13), Jorge Watt (2), José Aroldo da Silva Santos
(1), José Jorge Assad (1), José Malta (1), José Monteiro Filho (5), José Navarro Silva (2),
Juraci Dórea (3), Luis Dantas Carneiro (1), Luiza Pedra Branca (1), Major Romenil de
Meirelles (1), Manoel Marques (10), Marco Aurélio (1), Mário Souza Lima (2), Milton
Marinho (6), Monsenhor José Trabuco (1), Olney São Paulo (3), Padre Albertino Carneiro
(1), Padre Heitor Araújo (2), Padre Luiz Gonzaga Mariz S. J. (1), Padre Renato Galvão (2),
Quintino Bocaiúva (1), Raimundo Oliveira Almeida (1), Raimundo Pinto (4), Rossini Souza
(11), Samuel Guelb (2), Samuel Pitombo (24), Sisnando Lima (1), José de Souza Oliveira (1),
Waldete Christina (1), Zadir de marques Porto (1) e Zoíla Ribeiro Chagas (18). Alguns desses
nomes também publicaram artigos diversos no jornal, poemas e contos.
Assim como o espaço de publicação de crônicas era bastante valorizado nos jornais de
padrão francês, a publicação de contos igualmente o era. Com efeito, o êxito social do conto
no Brasil se deveu à facilidade de circulação que obteve através da imprensa periódica, desde
fins do culo XIX. Mas na Folha do Norte poucos contos foram encontrados no período
delimitado desta pesquisa. Os feirenses que apareceram no jornal com este tipo de publicação
foram: Abel Pedro Leão, com 6, Adilson Cruz (1), Alonso de Miraval (1), Antonio Nicolau
(1), José Belchior da Fonseca (2), José Monteiro Filho (1), José Silva (1), Olney Alberto São
53
Paulo (1), José de Souza Oliveira (1), Valneide José São Paulo (2) e Anacleto G. de Carvalho,
este com 13 contos publicados na “Coluna Humorística”.
Em menor quantidade ainda foram as cartas publicadas na Folha do Norte. Algumas
foram encaminhadas a pessoas específicas da sociedade feirense, outras cartas foram abertas à
esta sociedade como um todo e buscavam chamar a atenção dos leitores para certos problemas
sociais e políticos que afligiam a cidade. Publicaram cartas no semanário os feirenses: Alonso
de Miraval (2), Geraldo Leite (1) e Hugo Navarro Silva (1). Além destes, houve outros dois
autores que se destacaram em suas cartas. Um foi Eurico Alves Boaventura, com suas Cartas
da Serra, I e II
31
, publicadas em 1960, que se constituem em documentos literários e
históricos de extrema importância, devido às imagens da cidade de Feira de Santana que
estabelecem, e aos dados que apresenta a respeito das modificações na estrutura urbana da
cidade. O outro autor foi José Belchior da Fonseca, que publicou na coluna “Escreve o Leitor”
40 cartas entre 1960 e 1963, em que comentou episódios da vida da cidade, elogiando as
novidades que apareciam na paisagem urbana ou mesmo aconselhando ou prescrevendo o seu
futuro. Mas Fonseca o vivia em Feira de Santana nessa época, a Folha do Norte viajava
centenas de quilômetros achegar à residência deste feirense que estava radicado em São
Paulo, capital
32
, de onde ele remetia suas cartas para a redação do jornal.
Para a publicação de literatura no jornal, certas vezes foram criadas seções específicas,
embora também haja textos localizados fora destes espaços reservados e de forma arbitrária,
possivelmente para preencher brancos. A coluna “Folha social”, por exemplo, serviu
exclusivamente para a publicação de poemas, de escritores da terra como de escritores
nacionais, tendo durando a1959, apesar de ter aparecido mais uma única vez em 1964. Esta
seção geralmente ocupou 2 colunas no alto da última página da Folha do Norte, no canto
esquerdo. O fato de estar localizada justamente na última página revela uma hierarquia na
organização do jornal. Primeiramente, o noticiário na capa, onde também ficavam crônicas e
artigos; reclamos e editais predominavam nas páginas seguintes; por fim, poemas ao lado de
notas e avisos diversos, de mais alguns anúncios e da continuação de textos que não couberam
até o fim da primeira ou da segunda página, onde foram iniciados. As colunas sociais eram
publicadas na segunda ou na terceira gina, às vezes no fim do jornal. Essa estrutura mostra
que os conteúdos mais sérios, por tratarem da atualidade da cidade, do país ou do mundo,
deveriam merecer o primeiro olhar do leitor ao se deparar com o jornal numa banca de
31
Uma análise sobre estas Cartas da Serra é feita no tópico 3.3, do segundo capítulo desta dissertação.
32
As informações que se tem sobre este leitor são dadas por ele próprio em suas cartas publicadas na Folha do
Norte.
54
vendas. As crônicas, como comentavam essa atualidade, já tinham espaço garantido na página
1. Os poemas, por sua vez, funcionavam como conteúdo cultural do jornal, que serviriam para
entreter ou transmitir ao leitor um conhecimento sobre literatura, ao menos dando a conhecer
certas produções, de escritores da cidade ou de fora. Em todo caso, o objetivo primeiro do
jornal é publicar, informar e atualizar os leitores, portando, esta estrutura obedeceu a sua
função e a literatura poética, em particular, acabou servindo de suplemento para um jornal que
pretendeu agrupar uma diversidade de conteúdos.
Uma das seções mais duradouras na Folha do Norte foi “À vol d’oiseau”, escrita por
Alonso de Miraval. Esta seção teve a sua primeira publicação em 03 de janeiro de 1953 e a
última em 31 de dezembro de 1962, totalizando 159 textos, entre crônicas, artigos, ensaios,
contos, cartas e poemas. Com esse título de gosto parnasiano, a seção localizou-se na primeira
página do jornal na grande maioria das vezes. Utilizando um pseudônimo, Alonso de Miraval
inicialmente escreveu crônicas sobre assuntos variados, inclusive relacionados à cidade de
Feira de Santana. Ele abordou temas como o jogo do bicho, a política local, a escola regional
de menores e a insuficiência dos serviços de energia elétrica na cidade. Criou também uma
crônica sobre o 108º aniversário do poeta baiano Castro Alves (1847-1871) e publicou
“Epístola a Maria Quitéria”, na ocasião do centenário de morte da heroína feirense, em que
informa ser a sua terra, naquele tempo, “a Feira versátil das mil atividades e dos mil ruídos”.
Aliás, é nessa epístola que Alonso de Miraval revela à “inesquecível heroína”, como ele diz, o
seu verdadeiro nome, ao descrever ficticiamente a comemoração da apoteose de Maria
Quitéria “no Empíreo, morada dos deuses”, se posicionando como um dos personagens
presentes neste ato de celebração: “Pois bem, ali onde você não me via eu era LUIZ LOPES.
Travestido na pele do azoinado ALONSO DE MIRAVAL que assina essas parlengas. Calcule
meu orgulho assistindo ao espetáculo empolgante de sua deificação” (grifos do autor).
Alonso de Miraval aos poucos foi modificando o conteúdo da seção À vol d’oiseau”,
que passa a ter um caráter mais filosófico. Em 1954 publica uma série de 5 artigos intitulados
“Retorno a Rui”
33
, sobre Rui Barbosa. Em seguida, a série de ensaios sobre religiosidade, com
o título “Sobrevoando o abismo”, divididos em 15 capítulos
34
. Pouco tempo depois vem a
série “Alguns poemas de Aristides Araújo, o poeta do infinito”, em 7 capítulos
35
; “O
33
Na seqüência, as datas de publicação desses artigos na Folha do Norte foram: 01/05/1954, 08/05/1954,
15/05/1954, 22/05/1954 e 29/05/1954.
34
Na seqüência, as datas de publicação desses ensaios na Folha do Norte foram: 05/06/1954, 12/06/1954,
19/06/1954, 26/06/1954, 03/07/1954, 10/07/1954, 17/07/1954, 24/07/1954, 07/08/1954, 14/08/1954, 04/09/1954,
11/09/1954, 18/09/1954, 25/09/1954 e 08/01/1955.
35
Na seqüência, as datas de publicação desses poemas na Folha do Norte foram: 07/05/1955, 14/05/1955,
21/05/1955, 28/05/1955, 11/06/1955, 18/06/1955 e 25/06/1955.
55
julgamento de Sócrates”, ensaios filosóficos em 10 capítulos
36
; e uma quantidade expressiva
de ensaios sobre religião, como “Qual a melhor religião”, 5 capítulos
37
; “O mistério da vida,
da morte e do renascimento”, 27 capítulos
38
; “Livre arbítrio e determinismo”, 9 capítulos
39
;
“A reencarnação afirmada na Bíblia”, 13 capítulos
40
; Espiritismo e educação”, 4 capítulos
41
;
e “A restauração do batismo, dom ou inspiração do Espírito Santo”, 14 capítulos
42
; somente
para ficar nos exemplos mais significativos.
Outra seção de crônicas que apareceu na Folha do Norte em 1951, e durou até 1952,
foi “Disco voador”, escrita por Fernando Alves. Apesar de essa seção ter durado pouco
tempo, o assunto reentrante em quase todas as suas publicações foi Feira de Santana. O
cronista Fernando Alves foi promotor na cidade e, observando os problemas sócio-estruturais
que diariamente afetavam a população como um todo, registrou seus pontos de vista,
comentou aspectos da vida cotidiana feirense, da sua movimentação, dos seus dramas
corriqueiros e da sua paisagem urbana. Ao todo, publicou 20 crônicas no jornal: “Avenida
Sossego” (23/06/1951), “A lagoa de Brito” (30/06/1951), “O espólio de Feira de Santana”
(07/07/1951), Fatos da cidade” (14/07/1951), “Fiat lux” (21/07/1951), “A pontual”
(28/07/1951), “Dois lados” (11/08/1951), “Tribunal da alçada” (25/08/1951), “Desfile de arte
e elegância” (02/08/1952), A torre da Igreja Senhor dos Passos” (09/08/1952), Parabéns
deputado Alberto Deodato” (16/08/1952), “Feirenses, sentido!” (23/08/1952), “O frigorífico”
(30/08/1952), “Festa ou bagunça” (06/09/1952), “A grande jornada do Nordeste”
(13/09/1952), “O ABC do Recife” (20/09/1952), “Paulo Afonso” (27/09/1952), “Grande
congresso médico” (11/10/1952), “Os mártires de Chateaubriand” (18/10/1952) e “Paus de
arara” (25/10/1952).
36
Na seqüência, as datas de publicação desses ensaios na Folha do Norte foram: 02/07/1955, 09/07/1955,
16/07/1955, 23/07/1955, 30/07/1955, 13/08/1955, 20/08/1955, 10/09/1955, 24/09/1955 e 08/10/1955.
37
Na seqüência, as datas de publicação desses ensaios na Folha do Norte foram: 29/09/1956, 06/10/1956,
17/11/1956, 24/11/1956 e 01/12/1956.
38
Na seqüência, as datas de publicação desses ensaios na Folha do Norte foram: 11/05/1957, 18/05/1957,
01/06/1957, 08/06/1957, 15/06/1957, 22/06/1957, 29/06/1957, 06/07/1957, 27/07/1957, 03/08/1957, 10/08/1957,
17/08/1957, 31/08/1957, 07/09/1957, 14/09/1957, 21/09/1957, 28/09/1957, 05/10/1957, 12/10/1957, 19/10/1957,
02/11/1957, 30/11/1957, 07/12/1957, 14/12/1957, 21/12/1957, 28/12/1957 e 04/01/1958.
39
Na seqüência, as datas de publicação desses ensaios na Folha do Norte foram: 20/08/1960, 27/08/1960,
03/09/1960, 10/09/1960, 17/09/1960, 24/09/1960, 01/10/1960, 08/10/1960 e 15/10/1960,
40
Na seqüência, as datas de publicação desses ensaios na Folha do Norte foram: 26/11/1960, 03/12/1960,
10/12/1960, 17/12/1960, 24/12/1960, 31/12/1960, 07/01/1961, 14/01/1961, 21/01/1961, 28/01/1961, 11/02/1961,
18/02/1961 e 25/02/1961.
41
Na seqüência, as datas de publicação desses ensaios na Folha do Norte foram: 25/05/1961, 27/05/1961,
03/06/1961 e 24/06/1961.
42
Na seqüência, as datas de publicação desses ensaios na Folha do Norte foram: 12/08/1961, 26/08/1961,
16/09/1961, 23/09/1961, 30/09/1961, 14/10/1961, 28/10/1961, 11/11/1961, 18/11/1961, 25/11/1961, 02/12/1961,
30/12/1961, 13/01/1962 e 20/01/1962.
56
Crônicas de cunho político também surgiram na Folha do Norte, em seções de curta
duração, como “Jangoladas”
43
, com críticas ao governo João Goulart, escritas por Antonio
Leopoldo Cabral; e “Se eu pudesse ser vereador”
44
, de Manoel de Oliveira Teixeira. Crônicas
esporádicas também aparecem enfocando o tema da política, como “A confissão da tinta azul”
e “A confissão da tinta vermelha”, ambas de Djalma Eurico de Souza, publicadas em 1954.
Todavia, em se tratando de política local, o cronista que foi mais contundente em suas idéias e
que publicou longos e polêmicos textos foi Hugo Navarro Silva, que, aliás, era um dos co-
proprietários do jornal. Como a Folha do Norte teve o perfil de assumir seus posicionamentos
ante o clima político da cidade, criticando confessadamente as autoridades às quais fez
oposição, como os prefeitos Aguinaldo Alves Boaventura, Almáquio Alves Boaventura e
Francisco José Pinto dos Santos
45
, e, por outro lado, incentivando irrestritamente aquelas a
quem deu apoio, como João Marinho Falcão, Arnold Ferreira da Silva, José Sisnando Lima,
Joselito Falcão Amorim e João Durval Carneiro
46
, os artigos e crônicas de Hugo Silva que
tratavam do assunto eram bastante incisivos
47
.
Contos e crônicas de teor humorístico apareceram no jornal, como os apresentados por
Anacleto G. de Carvalho, na “Coluna humorística”, totalizando 13 produções; e os localizados
na seção “Crônicas de Portugal”, escritas por Jorge Ramos, que perfizeram 9 textos. Contudo,
estas seções também tiveram pequena duração no jornal, a primeira durou de 27 de outubro de
43
Na seqüência, as datas de publicação dessas crônicas na Folha do Norte foram: 02/01/1954, 09/01/1954,
23/01/1954, 30/01/1954, 27/02/1954,
44
Na seqüência, as datas de publicação dessas crônicas na Folha do Norte foram: 30/07/1955, 06/08/1955,
27/08/1955,
45
O período do mandato destes prefeitos foi respectivamente: Aguinaldo Alves Boaventura (1948-1951),
Almáquio Alves Boaventura (1951-1955) e Francisco José Pinto dos Santos (abril de 1963-maio de 1964). In:
ANUÁRIO ESTATÍSTICO DE FEIRA DE SANTANA, 1998.
46
O período do mandato destes prefeitos foi respectivamente: João Marinho Falcão (1955-1959), Arnold
Ferreira da Silva (1959-1962), José Sisnando Lima (outubro de 1962 a maio de 1963), Joselito Falcão Amorim
(maio de 1964 a 31 de janeiro de 1967) e João Durval Carneiro (janeiro de 1967 a 31 de janeiro de 1971). In:
ANUÁRIO ESTATÍSTICO DE FEIRA DE SANTANA, 1998.
47
O cronista Hugo Silva, formado em Direito pela Universidade da Bahia em 1956, publicou na Folha do Norte,
29 crônicas de cunho político, entre 1951 e 1969. Suas publicações tornaram-se mais freqüentes a partir da
década de 1960. Pode-se perceber no título de suas crônicas o grau de comprometimento com as suas idéias
políticas. Eis alguns exemplos: E a vida continua: Pirâmides, Panteons, o Bendengó” (21/03/1959), “Palma Cavalão &
Cia.” (05/11/1960), “Ah! Fredegunda, como os tempos mudam” (12/11/1960), “O livro dos melaquins ou a rapariga Abizag”
(19/11/1960), “Vamos para diante canalhas” (11/03/1961), “Que pretende ‘Dudu Feroz’?” (01/04/1961), “Dr. Espelunca toca
em surdina” (22/04/1961), “Atrás de pintos andam raposas” (25/08/1962) e “Aonde vai, Maria Cadeira?” (01/09/1962).
57
1951 e foi até 27 de junho de 1953
48
; a segunda durou de 09 de agosto a 01 de novembro de
1952
49
.
Na década de 1960 surgiram na Folha do Norte novas seções de crônicas, assinadas
por feirenses e que falaram resumidamente sobre Feira de Santana. Foram elas: “Panorama”
(de 23/11/1963 a 13/06/1969) e “Hélder Alencar informa” (de 26/12/1964 a 22/11/1965),
ambas escritas pelo jornalista e jurista Hélder Alencar; e Machadadas” (de 30/04/1966 a
23/12/1967), por Franklin de Cerqueira Machado
50
, jornalista, jurista e poeta. Estas três
colunas também funcionaram como informativos dos acontecimentos sociais da cidade, como
festejos, inaugurações de obras, lançamentos de livros, e sobre as sociabilidades e interesses
culturais que se delineavam entre estudantes e intelectuais da cidade.
Hélder Alencar apareceu no jornal a partir de 1963 e desde estão passou a publicar
crônicas semanalmente, sendo duas das mais expressivas, na abordagem de assuntos da vida
cultural de Feira de Santana, “Sertão: um brado contra a mediocridade”, de 04/01/1964, sobre
a revista “Sertão”, publicação da Associação Cultural Filinto Bastos, de Feira de Santana,
onde foi possível encontrar “desde Estudos Sociais até Crítica Literária”, segundo Alencar; e
“A hora da cultura”, de 25/03/1967, acerca da inauguração do Museu Regional de Feira de
Santana. Franklin Machado surgiu ainda em 1952, mas passou a participar ativamente como
jornalista e cronista na Folha do Norte em 1966, inicialmente publicando apenas crônicas,
depois também atuando no espaço informativo “Machadadas”. Das crônicas em que abordou
a sua cidade, Um museu particular”, de 19/11/1966, foi das mais significativas, pois trata de
um passeio que fez à fazenda do escritor Eurico Alves Boaventura, em São José das
Itapororocas, onde encontrou objetos típicos da cultura sertaneja, como artigos em couro,
muito apreciados por Eurico, e outros típicos de uma família abastada, à qual pertencia o
escritor, como louças e pratarias importadas da Europa.
Além desses dois cronistas, a Folha do Norte contou ainda com a colaboração de
Hélio Barbosa, a partir de 1968. Barbosa não publicou numa seção exclusiva, mas a cada
semana teve uma crônica sua estampada na primeira página, até o ano seguinte. Falou sobre
Feira de Santana, como na crônica A Princesa e seu colar” (10/08/1968) e “Segredos de
48
Na seqüência, as datas de publicação dessas crônicas na Folha do Norte foram: 27/10/1951, 10/11/1951,
24/11/1951, 26/01/1952, 09/02/1952, 23/02/1952, 29/03/1952, 05/04/1952, 12/04/1952, 26/04/1952, 03/05/1952,
14/06/1952 e 27/06/1953.
49
Na seqüência, as datas de publicação dessas crônicas na Folha do Norte foram: 09/08/1952, 16/08/1952,
23/08/1952, 30/08/1952, 06/09/1952, 13/09/1952, 20/09/1952, 27/09/1952, 04/10/1952, 18/10/1952 e
01/11/1952.
50
Atualmente, este escritor adota o nome Franklin Maxado Nordestino.
58
Feira de Santana” (14/09/1968), mas também tratou de assuntos gerais, como os sentimentos,
a juventude, a velhice e o tempo, apresentando reflexões caseiras sobre a vida.
No que se refere às crônicas, prevaleceu no jornal a publicação de escritores locais.
Raras vezes crônicas de escritores de fora apareceram e, quanto a estas, foram averiguadas as
seguintes: “Milton: presente”, de Carlos Drumonnd de Andrade; “Crônica de natal: Um
mendigo que dava esmolas”, de Elsie Lessa; “Crônica da semana: Comparações”, de Gustavo
Corção, “Patrimônio Cultural da Bahia”, de Orlando Parahym; Meninos” e “Águas do mar”,
ambas de Rachel de Queiroz; “O jogo”, Surrexit” e “Prece de natal”, de Ruy Barbosa; e
“Natal e o mundo da criança”, do escritor árabe Mansour Chalitta.
As crônicas produzidas por escritores feirenses geralmente encontravam na própria
cidade a substância de seus assuntos. Muitos escritores buscavam impressionar os leitores
com a loquacidade de seus textos, recheados de reflexões filosóficas e moralistas. Ao abordar
a cidade essas crônicas se estabeleceram como um lugar de fixação de imagens e idéias,
através das quais é possível apreender os principais discursos e representações de Feira de
Santana, acerca dos seus espaços sociais e de sua cultura, aliados à perspectiva da Folha do
Norte. A crônica, de um modo geral, é a voz do jornal, é a opinião do jornal, e expressa o
pensamento de seus idealizadores. Grande parte dos cronistas está, por isso, vinculada à
postura ideológica do jornal. E para a Folha do Norte, principal jornal local e órgão envolvido
com a política feirense, falar de Feira de Santana era, primeiramente, concordar que a cidade
vivia em uma era de “progresso”. Críticas e mais críticas apareceram quando, principalmente
por meio de crônicas, o jornal visou reprochar problemas sociais e administrativos da cidade.
Mas, pelo menos nos anos de 1951 a 1969, o termo “progresso” foi repetitivo nesses
discursos, ainda que fosse para ressaltar, em alguns momentos de crise, o seu ritmo fraco
51
.
Além dessas seções que publicaram crônicas, que na maioria das vezes versaram sobre
Feira de Santana, houve uma seção que existiu por 7 anos na Folha do Norte, de 1958 a 1965,
e publicou crônicas e poemas ao mesmo tempo. Esta foi a “Seção livre: a Bíblia é a palavra de
Deus”, escrita por Manoel Marques. Como o próprio título da seção antecipa, a temática
religiosa foi o assunto destas composições. Mas foram encontrados outros poemas publicados
na “Folha Social” ou em outras partes do jornal que também falavam de religião.
51
Foram selecionadas algumas crônicas que falam sobre Feira de Santana para o estudo das representações que
estabelecem para a cidade. A análise deste material está feita no tópico 3.1, do terceiro capítulo.
59
Poemas com temática política vez ou outra surgiam. Houve a seção “Politicalha
brasileira”
52
, escrita por Antonio Pereira da Mota Junior, que possuiu somente 6 edições. No
que diz respeito à política local, surgiram poemas dedicados a certas autoridades como elogio
ou homenagem, a exemplo de “Bernardino Bahia” (21/06/1952), de Honorato Filho, e “Musa
política” (13/09/1958), de Demóstenes Martins. Mas, quando o clima político se tornava tenso
em Feira de Santana, surgiram poemas assinados por pseudônimos, que criticaram
arduamente os problemas observados nas atitudes dos gestores da cidade. Uma ocasião em
que isso aconteceu de forma reincidente foi em 1953, quando o vice-prefeito Raimundo
Simões (da gestão de Almáquio Alves Boaventura), que era professor e poeta, criticou
duramente a Folha do Norte, chamando-o de “pasquim de esquina”, repleto de “grosseirisses
de grosseirisses do maior quilate” (O PREFEITO..., 1953, p. 1). Em resposta, além de artigos
e crônicas contumazes no objetivo de defender a imagem do jornal diante a sociedade
feirense, sugiram poemas como “Brincando de esconder” (26/09/1953), “Ao poeta jurubeba”
(03/10/1953), “Mau sinal” (03/10/1953) e “Traste ou peste, o poeta?” (24/10/1953), todos de
Ralimpo A. Seguir [sic.], “Almaquianas” (10 e 24/10/1953), de Re-Imundo Prebenda, “Duas
por semana” (de 19/09 a 31/10/1953), de K. Beludo Moela, e “Concurso de quadras” (17 e
24/10/1953) e “Pega o poeta” (03/10/1953), de P. Lagio Sacassâmba Essessuíno. O título dos
poemas, bem como a escolha dos pseudônimos, infamam e zombam com a imagem do vice-
prefeito.
As crônicas do jornal Folha do Norte são documentos excelentes e abundantes, para o
estudo das representações da cidade de Feira de Santana. entre os poemas publicados no
jornal, somente 6, de um universo de 316 produzidos por escritores feirenses, tiveram por
tema esta cidade: Feira” (27/01/1951) e “Paisagens” (05/06/1954), ambos de Carlos
Sampaio; Resto de Feira” (12/01/1952), de Souza Oliveira; “Ode a Feira de Santana”
(14/01/1961), de Eduardo Tudella; “Cidade Princesa”(17/12/1961), de Eglê Marques Santos;
e mais um poema sem título, de Manoel Marques, que se encontra ao fim da notícia
“Atendendo a um pedido” (23/06/1966), em que este escritor relata sucintamente a história
desta cidade
53
.
É importante diferenciar as crônicas do conjunto dos poemas estampados no jornal,
que mostram outras formas de expressão literária dos escritores da terra. As cônicas, como
se disse, têm uma ligação forte e inseparável com o jornal, porque este é o seu meio de
52
Na seqüência, as datas de publicação dessas crônicas na Folha do Norte foram: 13/11/1959, 21/11/1959,
05/12/1959, 12/12/1959, 26/12/1959 e 09/11/1963.
53
Foi feita uma análise desses poemas no Capítulo III.
60
publicação. Porém, não se tratam de documentos exatamente jornalísticos. O cronista trabalha
com a inventividade, o gênio do escritor move a sua criação, o componente das suas
opções pessoais na condução do texto, componente intrínseco ao escritor, enquanto criador de
um objeto artístico. Por isso, a descrição de seus temas e idéias não pode ser desconsiderada
na avaliação dos conteúdos literários localizados na Folha do Norte. Sandra Jatahy Pesavento
(2002, p. 336) afirma, sobre o papel da crônica divulgada em jornais, que, muitas vezes, o
cronista faz
De um nada, de um fragmento de acontecimento, um assunto. Na narrativa do cotidiano, esse
é talvez o desafio que se apresenta ao escritor. O cronista tem a missão de falar da vida de
cada dia e dela fazer o seu artigo. É claro que os acontecimentos notáveis também podem
animar a sua escrita e inspirá-lo a redigir sua crônica, mas não é sempre que tais eventos
irrompem o cotidiano.
As produções poéticas na Folha do Norte revelam outras peculiaridades das práticas
literárias de escritores feirenses. A grande maioria dos poemas publicados na Folha do Norte
não obedeceu a modelos estéticos ou interesses comungados por um grupo de escritores
exclusivo e atuante em Feira de Santana. Também não houve uma preocupação manifesta por
parte dos escritores locais em produzir uma literatura original ou que estivesse em sintonia
com os padrões contemporâneos daquela época e que refletisse em conjunto sobre os mesmos
aspectos. Enquanto na década de 1950 a literatura brasileira estava voltada para a crítica
social dos problemas e contradições que o sistema capitalista impunha à humanidade, como
tendência mais geral, os poetas feirenses reproduziam esquemas pré-modernistas em suas
criações. De maneira geral, estes escritores cultivaram as formas clássicas, com frases de
efeito, com vocabulário rico, rebuscado, sendo a vertente parnasiana, a simbolista e a
romântica as mais recorrentes na poesia e o soneto, a forma preferida de quase totalidade dos
escritores.
As opções temáticas e formais de boa parte desses poemas revelam ter sido habitual a
repetição de modelos literários originados e praticados em outros solos do país e não mais
predominantes, malsinados pela geração modernista, evidenciando um traço forte de
provincianismo e dependência cultural. Apesar desse descompasso evidente, que identifica a
essência da literatura praticada por feirenses nas décadas de 1950 e 1960, sobretudo no âmbito
da poesia, não se atenua a importância do estudo dessas amostras, na medida em que elas
expressam, mesmo de maneira abrangente, aspectos da cultura de um lugar, num tempo
determinado. Conquanto a cultura seja aqui entendida como totalidade não hierarquizada de
manifestações cotidianas dos indivíduos que dinamizam e reinventam a sociedade, inclusive
61
discursivamente; e tendo em vista ainda que a cultura é móvel e circulatória, por isso, não se
fecha em fronteiras fixas; é razoável considerar que as práticas literárias de escritores de Feira
de Santana, no início da segunda metade do século XX, expressam preferências e influências
prevalecentes nesse campo da sua vida cultural, imitadas de outros grupos de escritores, de
um outro território e de uma outra época. Expressam bitos de leitura e escrita literária e
padrões sociais de conhecimento, adotados pela elite feirense e, a partir dela, difundidos para
a sociedade local como um todo, particularmente através da Folha do Norte.
Em pesquisa realizada sobre a literatura publicada em jornais feirenses, inclusive na
Folha do Norte, no período de 1890 a 1930, Ana Angélica Morais (1998, p. 14) constatou que
Do ponto de vista das tendências literárias, é obvio que Feira de Santana passaria, como as
demais cidades, pelo processo de imitação, ou da chamada “influência”. Mas no que se refere
à temática, de bases identitárias, encontramos, no registro de textos, um filão (o popular)
permeado dessa presença local e que apareceu muito pouco no jornal.
Segundo essa pesquisadora, os temas mais repetitivos na produção literária que
estudou foram: o homem, as paixões, o amor, a vida, a natureza, a arte poética e a religião.
Apesar de no seu trabalho ter selecionado um período anterior ao período delimitado na
pesquisa aqui relatada, verificou-se, a partir dacada de 1950, a presença assídua de
escritores feirenses na Folha do Norte e o uso em seus poemas desses mesmos temas. Ou seja,
em Feira de Santana de fins do século XIX até pelo menos o fim da década de 1960, a
literatura praticada pelos escritores da cidade e publicada em jornais, na Folha do Norte em
especial, manteve um padrão duradouro. Somente a partir de 1972, quando foi fundada a
Revista “Hera”, responsável por um movimento literário dos mais importantes na cidade,
repercutido Brasil adentro, houve uma renovação das práticas literárias de escritores feirenses
ligados ao grupo fundador da revista.
Enquanto essas renovações não aconteciam, a literatura na cidade continuava a seguir
cartilhas amarelecidas de movimentos finisseculares. Entre 1951 e 1969, passadas algumas
décadas de ocorrida a eclosão do Movimento Modernista em São Paulo e, em seguida, no Rio
de Janeiro, que modificou substancialmente os padrões de produção da literatura brasileira e
que foi nacionalmente ecoado e aderido por diversos escritores em todo o país, ainda que
diferenciadamente, a expectativa primeira em relação expressões literárias localizadas na
Folha do Norte era que elas não fossem pré-modernistas em sua maioria. Ainda porque, a
proximidade de Feira de Santana com Salvador, centro cultural do Estado, facilitaria a
divulgação dessas novas idéias na cidade.
62
Porém, é preciso considerar duas coisas: a primeira é que a cultura não é vivida como
determinismo ou evolução, cuja condição de sobrevivência está em simplesmente aderir as
mudanças que vão se estabelecendo, os novos padrões que gradualmente passam a vigorar. De
acordo com Michel de Certeau (1995, p. 234), é capital considerar “aquilo que uma prática
faz com signos pré-fabricados, aquilo que estes se tornam para os usuários ou os receptores”,
pois o nestas práticas que se produzem mobilizações e estagnações. A sobrevivência de
certas manifestações culturais está também relacionada ao valor social que adquirem para um
grupo, de modo que suas práticas expressem um modo de pensar e de atuar socialmente
aceitos. A cultura literária dos escritores feirenses exprimiu nada menos que hábitos, usos e
tendências preferencialmente assumidos e praticados por homens e mulheres de letras, através
dos quais se faziam reconhecer na sociedade local.
A segunda coisa a se considerar é que na Bahia o modernismo chegou com certo
atraso. Carvalho Filho (1986) destacou, em relação à poesia baiana praticada na década de
1920, que “vivíamos em plena aura do Parnasianismo e do Simbolismo, exaustos de tanto
brilho projetado por um espelho estético que quase mais nada tinha a refletir” (Ibid., p. 24). E
ainda: “víamos diante de nosso espírito o panorama de uma cultura respeitável em sua
compostura exterior, mas parada em seu convencionalismo estético” (Ibid., loc. cit.). Carvalho
Filho fez parte do grupo fundador da Revista “Arco & Flexa” (1928-1929), que reuniu
intelectuais, em torno da figura de Carlos Chiacchio (1884-1947), com o objetivo de criar um
Movimento Modernista na Bahia (ALVES, I., 1978). Desse grupo também fizeram parte dois
poetas feirenses: Eurico Alves Boaventura e Godofredo Filho. A revista se definia na linha do
“tradicionalismo dinâmico”, que, segundo Chiacchio, propunha uma renovação mais
conservadora e equilibrada das letras baianas. No entanto, teve uma rápida duração, contou
somente com três números, os dois últimos reunidos num volume. Ivia Alves (Ibid., p. 79)
ressalta que “a propensão do periódico em acatar tendências diversas, dado a amplitude do
‘tradicionalismo dinâmico’, cria a impossibilidade de apresentá-la definitivamente como
modernista”. Carvalho Filho (op. cit.) dá uma explicação sobre as dificuldades e sobre do mau
êxito do projeto dos escritores que criaram Arco & Flexa” em introduzir o modernismo na
Bahia, e critica o ambiente pouco receptivo a essas novas idéias:
por intermédio de jornais, chegados por via marítima com atraso de mais de um mês,
podíamos ter noção precisa do que, com o propósito de renovar em seu conteúdo e em seu
continente toda e qualquer manifestação artística — e, em primeiro nível, a literária —,
pretendiam os escritores do sul. Era a nossa liberdade de criação. O movimento literário que a
Semana de Arte Moderna originou, a rigor permanece e, na Bahia, se apresentou com um
63
perfil de hostilidade compreensível. É que nos vencia um ambiente pesado, de falsa cultura
clássica, em seu tradicionalismo intocado (Ibid., p. 24-25).
O Modernismo não foi um movimento homogêneo, no sentido de ter sido facilmente
aderido pelos intelectuais brasileiros. Sua proposta ousada e original foi motivo de fortes
reações por parte dos mais conservadores. Além disso, a notícia sobre o movimento e o
acompanhamento de suas atividades chegava tardiamente em muitos lugares do país, já na
década de 1920 ainda havia um problema sério de comunicação e o transporte rodoviário
também era dificultado pelas péssimas condições de tráfego nas estradas.
Se a proximidade de Feira de Santana com Salvador resultou em alguma influência
para a cultura literária feirense, esta pode ter sido a aceitação e a imitação de modelos pré-
modernistas, especialmente na arte poética, predominantes e irrestritamente praticados por
boa parte dos escritores da Capital. Com efeito, até mesmo na seleção de poemas de escritores
de fora da cidade feita pelos editores da Folha do Norte, para publicação na seção Folha
social”
54
, fica evidente as preferências literárias que correspondem a gostos e valores
socialmente compartilhados na sociedade feirense, pelos leitores dos suplementos literários do
jornal, por sua elite em particular. É provável que a elite feirense tenha tido um contato maior
com estas produções, não por meio do jornal, mas também por meio de livros, por seus
membros terem sido educados de acordo com certos modelos de leitura e escrita considerados
54
Eis a lista de escritores nacionais, muitos de tendências pré-modernistas e alguns modernos, que apareceram
na Folha do Norte entre 1951 e 1969, e o número respectivo de poemas seus transcritos: Adalgisa Nery (1),
Alphonsus de Guimaraens (3), Alberto de Oliveira (1), Albino Forjaz de Sampaio (1), Allegretti Filho (1),
Álvares de Azevedo (1), Anatalino A. Motta (11), Aníbal Teófilo (1), Anísio Melhor (1), Antero Bloem (1),
Antero de Alencar (1), Antonio Ferreira da Mota Júnior (1), Antonio Nadyer (1), Antonio Pereira da Mota Júnior
(17), Antonio Sales (1), Antonio Zoppi (1), Aristides Araújo (8), Arthur de Sales (3), Artur Azevedo (2), Atos
Damasceno Ferreira (1), Augusto de Lima (1), Augusto dos Anjos (1), Augusto Frederico Schmidt (3), Belmiro
Braga (1), Benedita de Mello (1), Berilo Neves (1), Bráulio de Abreu (1), Camilo de Jesus Lima (2), Camões (1),
Carlos Henrique Pires (1), Carvalho Filho (1), Cassiano Ricardo (3), Castro Alves (4), Cezario de Mello (1),
Christovam de Camargo (1), Ciro Costa (1), Ciro Vieira da Cunha (1), Cleômenes de Campos (2), Coelho Neto
(1), Confúcio (1), Constancio C. Vigil (1), Cruz e Souza (2), Da Costa e Silva (2), Demóstenes Martins (2), Dom
Frei Henrique G. Trindade (2), Domingos Rocha Barcellos (3), Emílio de Menezes (9), Eno Theodoro Wanke
(41), Ernesto Leal (1), Euricledes Formiga (1), Felix Pacheco (1), Francisco de Paula Franco (1), Gilka Machado
(1), Guilherme de Almeida (2), Heitor Maurano (1), Heitor Saldanha (1), Henrique Castriciano (1), Humberto de
Campos (2), Ibn Al-Farid (1), J. Batista Cepelos (1), J. G. de Araújo Jorge (5), J. Wanderley (1), Jansen Filho
(1), João da Cruz e Sousa (1), Joaquim Mauricio Cardoso (1), Jorge de Lima (4), José Eloy Ottoni (1), Judas
Isgorogota (2), Julio Mello e Silva (1), Julio Salusse (1), Laurindo Rabelo (1), Leopoldo Braga (1), Luiz Delfino
(1), Luiz Guimarães Junior (2), Luiz Otávio (2), Machado de Assis (4), Manuel Bandeira (6), Mariano Félix
Góes (1), Mário Linhares (1), Marques da Cruz (1), Martins Fontes (1), Moniz Bandeira (1), Múcio Teixeira (1),
Murilo Araújo (3), Natur de Assis (1), Newton Rossi (1), Nidoval Reis (1), Olavo Bilac (14), Olegário Mariano
(7), Padre Antonio Tomaz (2), Padre Hilarião Sanchez (2), Paulo Setúbal (1), Petrarca Maranhão (3), Raimundo
Zurel Correia Borges (2), Raul de Leoni (1), Raul Machado (1), Rodrigues de Abreu (1), Soares Bulcão (1),
Solimar de Oliveira (1), Vicente de Carvalho (3), Vinicius de Morais (1), Waldemar Pequeno (1) e Yára Nathan
(1).
64
indispensáveis, elegantes, finos, para este grupo social, e que inclusive eram assuntos de
conversas nos meios sociais e nos eventos que freqüentavam ou promoviam.
Na publicação de poemas de escritores nacionais houve a predominância de
parnasianos, simbolistas, românticos e naturalistas. E, embora também se verifique a presença
de escritores modernos, estes não aparecem com tanta assiduidade no jornal. Ao que parece, o
principal movimento literário do século XX não estimulou os intelectuais de Feira de Santana,
ainda que o principal significado do Movimento Modernista para a cultura e a sociedade
brasileira tenha sido o de inaugurar uma nova fase em que autenticidade e independência, em
relação às vanguardas européias principalmente, foram palavras de ordem no âmbito da
criação artística. Justamente ao contrário, a maioria dos escritores feirenses que publicaram na
Folha do Norte entre 1951 e 1969, não foi autêntica, nem original, nem independente. Isso se
percebe ao primeiro olhar sobre os temas e a forma de seus poemas: o soneto se fixou como
um padrão repetido com freqüência. Os escritores que pretendiam de fato ter algum
reconhecimento social não abdicavam dessa estrutura formal. As composições literárias de
escritores feirenses buscaram reproduzir modelos pré-modernistas, que, em geral, eram muito
bem aceitos pelos apreciadores e produtores da arte literária nesta sociedade. Ana Angélica
Morais (1998, p. 166) chegou a afirmar sobre a literatura praticada em Feira de Santana até
1930 que
Desde a primeira década do século XX, já apareceram ressonâncias, no eixo Rio-São Paulo, de
algumas expressões novas, chamadas modernistas, que vão chegar mais tarde, na Bahia, em
Salvador, em experiência de grupos, num dos quais, participavam Eurico Alves, Carlos
Chiachio, além dos outros. Mas essas experiências não chegavam a ecoar na literatura do
jornal da cidade (grifo da autora).
Como já mencionado, dois escritores feirenses participaram ativamente do Movimento
Modernista baiano: Eurico Alves Boaventura e Godofredo Filho. Apesar de eles terem sido
reconhecidos em Feira de Santana pelas suas atuações no movimento, provavelmente as
repercussões sociais de suas idéias não foram suficientemente fortes a ponto de causar uma
franca modificação nos gostos literários dos demais escritores e leitores da cidade. Eurico
Alves e Godofredo Filho tiveram muitas de suas composições publicadas na Folha do Norte,
principalmente nas décadas de 1930 e 1940, e se tornaram escritores renomados
nacionalmente. Nas duas cadas seguintes, porém, apenas foram encontrados no jornal um
poema e duas cartas, de Eurico Alves, e um poema de Godofredo Filho. Ambos os escritores
também falaram de Feira de Santana em alguns de seus poemas. Godofredo Filho, no “Poema
65
de Feira de Santana
55
, de 1926; Eurico Alves, em diversos poemas, dentre os quais se
destacam “Minha terra” (1928), Poema da rua do bom-e-barato” (1929), Cinema” (1932),
“A canção da cidade amanhecente” (1937) e “O dia alegre da minha cidadezinha romântica”
(1938)
56
. Este último escritor ainda falou sobre Feira de Santana em crônicas e no seu ensaio
sócio-histórico “Fidalgos e vaqueiros” (1989).
Na década de 1950 e de 1960 pôde-se identificar algumas exceções a essa regra geral
que norteou a prática de literatura em Feira de Santana. Nesse período, dois outros escritores
começaram a revelar na Folha do Norte novas tendências no âmbito da criação literária,
algumas mudanças ainda tímidas, mas que são novidades em meio à repetição durável de
modelos pré-modernistas verificada na grande maioria dos poemas. São eles José de Souza
Oliveira e Carlos Sampaio. Em primeiro lugar, evitando os temas universais, estes escritores
apresentaram temáticas de vertente social; em segundo lugar, a estrutura de suas produções,
com estrofes irregulares, picas conquistas do modernismo, evidencia um novo caminho de
criação. Mas falta ritmo às suas estruturas formais, o que acaba impedindo que a proposta
modernista se realize. Apesar disso, esses dois poetas insinuam uma mudança significativa
na forma de expressão literária, diante dos padrões fixos e reentrantes encontrados no jornal.
De José de Souza Oliveira foram publicados na Folha do Norte, na coluna “Folha
social”, os poemas seguintes: Invernia” (23/06/1951), “Versos de Cachoeira” (07/07/1951),
“Barracões” (21/07/1951), “Usina” (04/08/1951), “Ajudante de caminhão” (20/10/1951),
“Resto de Feira” (12/01/1952), “A palhoça das minhas recordações” (19/01/1952), “Cabelos
brancos” (26/01/1952), “Capitão de areia” (19/04/1952), “O sol” (09/08/1952), “O tronco de
um coqueiro” (30/08/1952), Paus de arara” (06/09/1952), “Paisagens que comovem”
(04/10/1952), “O parque” (25/10/1952), “O guarda noturno” (23/05/1953) e “Rosas da rua”
(13/06/1953).
A produção poética de Carlos Sampaio localizada neste semanário foi: “Feira”
(27/01/1951), “Meu canto” (19/05/1951), “Assim pensei” (02/06/1951), “Lembra-te”
(23/06/1951), “Hoje a noite” (10/04/1954), Paisagens” (05/06/1954) e Poema dos
perversos” (08/02/1958).
Apesar de os temas universais terem sido repetitivos na maioria dos poemas
encontrados na Folha do Norte, de as vertentes pré-modernistas terem sido predominantes,
outras expressões poéticas surgiram, com caráter mais amador. Alguns escritores publicaram
55
Esse poema está publicado In: GODOFREDO FILHO. Poema da Feira de Santana. Salvador, S/A Artes
Gráfica – Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1977.
56
Todos estes poemas em OLIVIERI-GODET, Rita (org.). A poesia de Eurico Alves: imagens do sertão e da
cidade. Salvador: Secretaria da Cultura e Turismo, Fundação Cultural, EGBA, 1999
66
poemas como forma de homenagear alguém. Veja-se, por exemplo, a dedicatória que aparece
no poema “Urubu” (13/12/1958), de Eduardo Tudella: “à mocidade intelectual da ‘Princesa
dos Sertões’”; ou a inscrita em “O viveiro” (31/07/1954): “à Profª. Edelvira Oliveira,
lembrança afetuosa do discípulo e admirador” Jaldo S. Faria Góes. No soneto “O viveiro”,
aliás, há ainda uma apresentação do escritor:
O jovem estudante Jaldo S. Faria es, filho do Dr. Jorge Faria Góes, Juiz de Direito nesta
Comarca, possuidor de peregrina e promissora inteligência e precoce pendor para a arte
poética, é autor do soneto que a seguir estampamos, em que se nota o belo colorido simples e
espontâneo de seus versos, pelos quais podemos avaliar o muito que poderá fazer na carreira
das letras.
A participação dos escritores neste semanário não era regular. Ano após ano novos
nomes apareciam enquanto outros desapareciam, e muitos deles não foram reconhecidos.
Mesmo atuando num espaço onde havia maior possibilidade de profissionalização, muitos
escritores continuavam a praticar literatura diletantemente e não foram além disso.
Duas mulheres da cidade também publicaram com alguma freqüência no jornal: Aita e
Rosa de Portugal. Elas publicaram pequenos poemas, quase todos com uma dedicatória para
pessoas dessa sociedade elogiando, parabenizando, dando boas-vindas, mostrando o jornal
como um ambiente doméstico.
Outras temáticas que surgiram nesse gênero foram sugeridas pelo calendário, e
mostraram em seus conteúdos alguns aspectos mais particulares da vivência dos escritores na
cidade de Feira de Santana. Datas comemorativas como Natal, dia das mães, dia dos pais, dia
das crianças, dia de Nossa Senhora Santana, padroeira da cidade, dia de São João, entre
outras, frequentemente se tornaram temas de composições poéticas.
A aceitação da literatura numa sociedade depende de um sistema de preferências. Por
outro lado, ao invés de padrões de excelência fixos para a prática literária, há o relativismo do
valor, a instabilidade do gosto, que suscita produções diversificadas dos modelos socialmente
predominantes (COMPAGNON, 2001). Surpreende o fato de que um modelo de literatura que
vigorou no Brasil, de um modo geral, no início do culo passado, mas que havia sido
suplantado, continuava nas décadas de 1950 e de 1960 sendo pertinente fora do seu contexto
de origem, em Feira de Santana. No entanto, “o valor literário não pode ser fundamentado
teoricamente: é um limite da teoria, não da literatura” (Ibid., 225). Compagnon (Ibid., p. 37)
afirma que “a literatura pode estar de acordo com a sociedade, mas também em desacordo;
pode acompanhar o movimento, mas também precedê-lo”. As mudanças que historicamente
vão se estabelecendo em relação aos modelos e gostos das produções literárias nacionais,
67
portanto, o assimiladas ou apropriadas, quando são, sempre de maneira diferenciada em
cada sociedade brasileira, evidenciando a pluralidade cultural.
A literatura publicada no jornal também podia ser vista como entretenimento, fugindo
da seriedade das notícias, do mundo real. Às vezes servia para preencher brancos no jornal, ou
funcionava como suplementos, um algo a mais que enriquecia o seu conteúdo. A respeito da
idéia da literatura como conteúdo suplementar no jornal, Silviano Santiago (2004, p. 162-163)
diz:
O jornal criou semanalmente para o escritor e a literatura um lugar muito especial o do
suplemento literário. Vale a pena deter-se um momento na lógica do ‘suplemento’.
Complemento é a parte de um todo, o todo estará incompleto se faltar o complemento.
Suplemento é algo que acrescenta a um todo. Portanto, sem o suplemento o todo continua
completo. Ele apenas ficou privado de algo a mais; no caso um bônus é dado ao leitor. A
literatura (contos, poemas, ensaios, resenhas etc.) passou a ser algo a mais que fortalece
semanalmente os jornais, através de matérias de peso, imaginosas, reflexivas, opinativas e
críticas, que tentam motivar o leitor apressado dos dias de semana a preencher de maneira
inteligente o lazer do weekend. O suplemento tem sua raiz fincada no calendário do tempo
burguês: a notícia que transmite a ação ocupa o leitor burguês durante os dias de trabalho,
enquanto a matéria literária e/ou artística que reclama o tempo da contemplação o envolve
durante os dias de lazer (grifos do autor).
Conquanto muitos escritores feirenses tivessem algum reconhecimento e prestígio no
campo das letras nesta sociedade, tal atitude não ultrapassou essas fronteiras. Feira de Santana
continuou sendo reconhecida mais pela feira de gado ou por ter sido berço de Maria Quitéria.
No que diz respeito à literatura poucos se sobressaíram: Eurico Alves Boaventura, Honorato
Bomfim, Godofredo Filho, Edith Mendes da Gama e Abreu. Outros importantes talentos
como Carlos Sampaio e José de Souza Oliveira continuam desconhecidos do grande maioria.
Apesar disso, a literatura publicada na Folha do Norte tinha valor social, cultural e político,
porque fazia parte de uma ordem, de uma estrutura social, e era também uma das forças em
tensão nessa sociedade, já que os modelos de criação socialmente aceitos passavam pelo crivo
dos grupos intelectuais de prestígio, que definiam padrões de inteligibilidade e conhecimento.
A publicação literária no jornal Folha do Norte provavelmente era lida por uma
minoria letrada da cidade, com certo grau de instrução e poder econômico. Os escritores da
cidade normalmente atuavam em outras profissões e, com estas publicações, acabavam
promovendo ainda mais suas figuras no cenário social local, a atividade literária demonstrava
erudição, sintonia com a cultura, além de reforçar certos padrões intelectuais, que eram os
mesmo adotados e proclamados pelas elites feirenses. Por outro lado, essas publicações
68
também davam prestígio para o jornal. Nesse caso não interessava o fato de os escritores
feirenses não terem sido autênticos ou originais.
2.2 INSTITUIÇÕES DE INCENTIVO ÀS LETRAS
Na Folha do Norte notícias sobre a criação de agremiações literárias e artísticas em
Feira de Santana que se tornaram espaços de encontro e convivência da intelectualidade local.
Algumas tiveram vida curta, mas as que conseguiram resistir por mais tempo se constituíram
como espaços privativos de circulação de valores artísticos, de comunhão de idéias, e a partir
do qual certos escritores feirenses a eles vinculados puderam se apresentar à sociedade como
grupos formalmente organizados. A fundação dessas agremiações indicou, em princípio, que
uma nova postura ética estava começando a ser formalizada pelos homens de letras da cidade
que idealizaram e uniram forças para a criação de espaços que os congregassem, destinados à
discussão de assuntos relativos à literatura e às artes, que fossem, além disso, espaços a partir
dos quais pudessem obter ou reiterar um reconhecimento social pelos seus trabalhos criativos.
Antonio Candido (2000) afirma que para a efetivação sistemática da literatura em um meio
social é preciso que haja a observação de certos critérios:
Não literatura enquanto não houver essa congregação espiritual e formal, manifestando-se
por meio de homens pertencentes a um grupo (embora ideal), segundo um estilo (embora nem
sempre tenha consciência dele); enquanto não houver um sistema de valores que enforme a
sua produção e sentido à sua atividade; enquanto não houver outros homens (um público)
aptos a criar ressonância a uma e outra; enquanto, finalmente, não se estabelecer a
continuidade (uma transmissão e uma herança), que signifique a integridade do espírito
criador na dimensão do tempo (p. 140).
Esses critérios apontados por Antonio Candido são constatados na literatura praticada
por escritores feirenses. De acordo com os dados coletados na Folha do Norte, a literatura foi
um âmbito da vida cultural feirense que não apresentou um dinamismo fora do comum nas
décadas de 1950 e 1960, pois não houve nesse período mudanças expressivas, como o
rompimento com modelos desgastados pelo uso e/ou a instituição de novos estilos de criação
artística. Muitas produções encontradas no jornal, sobretudo os poemas, tendiam mais para
diletantismos literários do que propriamente para uma prática de expressão autêntica. Isso é
compreensível se se tem em vista que desenvolver habilidades no campo de criação literária,
69
segundo padrões de inteligibilidade socialmente dominantes, e ainda publicar estas criações
num jornal foi uma prática deveras prestigiada. Conforme Paulo Santos Silva (2000, p. 83)
Os vocacionados para as letras tinham na imprensa uma atraente frente de atuação e formação
intelectual. Era uma área ocupada por literatos, professores, médicos, engenheiros, advogados
e também, naturalmente, por aqueles que se dedicavam ao jornalismo.
É provável que o público para essas composições literárias fosse formado basicamente
por leitores que se interessassem por conteúdos desse tipo na Folha do Norte, que devem
constituir parcela ainda menor que a estatística de letrados em Feira de Santana verificada no
período cingido desse estudo. A existência desse público, mesmo restrito, é de capital
importância para a efetivação da literatura na cidade, visto que, como assinala Regina
Zilberman (1997), não literatura sem leitores, é preciso que o escritor forme gostos e
eduque leitores para o consumo de suas publicações, preparando-os para absorver técnicas
literárias mais refinadas.
O cultivo das letras e a prática literária eram considerados fator de importância social,
ainda que os modelos de referência adotados pela maioria dos escritores feirenses revelassem
forte traço de provincianismo. A literatura perpetrada por esses escritores e estampada na
Folha do Norte nas décadas de 1950 e 1960 foi, em linhas gerais, marcada por pouca ou
nenhuma originalidade e pela dependência de padrões literários que tiveram fama no Brasil
antes de 1922, sob a influência das vanguardas européias. A utilização desses padrões tendeu
ao paroxismo, buscando evidenciar uma sintonia com modelos que prevaleceram no Velho
Mundo no período da Belle Époque, reproduzindo uma forma de colonização. Antonio
Candido (1987, p. 150) salienta que a literatura latino-americana demonstrou uma influência
inevitável sociologicamente vinculada à dependência estabelecida com a Europa desde o
início do período colonial, no século XVI. Situação que no Brasil, particularmente, começou a
se alterar a partir da década de 1920. Apesar disso, essas alterações foram mais notáveis e
profundas primeiramente em São Paulo e no Rio de Janeiro, e, de maneira muito desigual,
enfrentando toda sorte de resistências e de reapropriações, décadas depois foram
verificadas em outros lugares no interior do país, caso de Feira de Santana a partir do ano de
1972, quando o grupo que fundou a revista “Hera”
57
empreendeu um movimento local de
renovação da literatura na cidade.
57
Conforme Moacyr Eduão (2005), a Revista Hera teve como idealizadores os poetas Roberval Pereyr e Antonio
Brasileiro, dentre outros. Ele afirma que “Uma verdadeira ‘mulher de trinta anos’, nasce a revista Hera, na
década de 70, entre os muros do Colégio Estadual de Feira de Santana e o desejo de ultrapassá-los, através da
arte poética. Desde 1972, ano de fundação da revista, até hoje, vários poetas baianos têm-se destacado no cenário
70
A fundação de entidades literárias e artísticas em Feira de Santana foi acompanhada de
discursos e notícias publicados na Folha do Norte. Esses documentos basicamente buscaram
assinalar o ato fundador das agremiações, acentuando que inicialmente se reuniriam grupos
intelectuais com o firme propósito de fomentar a renovação das práticas artísticas na cidade e
de lhes instituir novas cartilhas e ideários. Alguns intelectuais feirenses almejaram mobilizar
as agremiações para difundir projetos que servissem à consolidação de redes de influências e
de posições, que muitos deles possuíam vínculos profissionais fora do campo da atividade
literária e, além disso, fizeram conhecidos da sociedade seus talentos com a palavra escrita
especialmente por meio de jornais. Em “O país do carnaval”, Jorge Amado chegou a definir o
que era ser intelectual na Bahia na primeira metade do século passado: “o bacharel é por força
escritor, o médico que escreve um trabalho sobre sífilis passa a ser chamado de poeta e os
juízes dão valiosas opiniões literárias, das quais ninguém tem coragem de discordar” (apud
SILVA, P. 2000, p. 101).
Surgiram em Feira de Santana instituições voltadas apenas ao interesse pela literatura,
como ainda instituições mistas, voltadas também ao interesse pela cultura e artes em geral
58
.
Na década de 1950 apareceu na cidade o “Centro Literário Aloísio Resende”, a “Associação
Cultural de Feira de Santana”, a “Sociedade de Cultura Artística de Feira de Santana/SCAFS”
e mais algumas instituições de coligação estudantil, a exemplo do “Grêmio Lítero-Desportivo
Gastão Guimarães”, do “Grêmio Cultural Áureo Filho”, do “Grêmio Estudantil Honorato
Bomfim” e da “Associação Cultural Filinto Bastos”. Já na década de 1960 é criado o “Grêmio
Dival Pitombo”, a “Associação Feirense de Críticos Cinematográficos” o “Teatro
Experimental de Feira/TEF” e a “Associação Feirense de Arte”. No presente capítulo, serão
estudadas somente as agremiações que tiveram como traço marcante a vinculação com a
literatura.
Antes de se ater no estudo de documentos que atestaram a presença dessas instituições
e na importância sócio-cultural que elas tiveram para os grupos intelectuais que as formaram e
para o meio social em que se fixaram, é preciso ter em vista duas situações: primeira, a
conjuntura histórica da cidade de Feira de Santana entre os anos 1951 a 1969, em particular
no tocante às práticas e possibilidades de ensino e profissionalização dos jovens feirenses; e a
segunda é a proximidade de Feira de Santana da Capital Salvador, lugar-referência para a
concretização de padrões de sociabilidade e de vínculos institucionais entres escritores locais.
literário nacional, muitos deles partindo do incentivo das publicações na coletânea do Grupo Hera”. In: EDUÃO,
Moacyr. O Grupo “Hera” e a poesia em Feira de Santana. Latitudes. nº. 2, abril 2005, p. 80-83.
58
Não tive informação sobre a fundação de espaços como estes em época anterior à década de 1950.
71
Somente tendo em vista essas situações é possível compreender de forma mais abrangente os
significados da fundação de agremiações literárias e artísticas em Feira de Santana.
Primeiramente, o ritmo de crescimento da cidade de Feira de Santana no período em
destaque é mais célere, como foi assinalado no primeiro capítulo, o que motiva muitos
articulistas e colaboradores da Folha do Norte a classificá-la como cidade “progressista”
59
,
sendo que essa classificação tenha atendido também a interesses sociais e políticos dos
articulistas e do próprio jornal. As mudanças provocadas pelo processo de urbanização são
verificadas tanto no seu aspecto material, como nos hábitos e manifestações culturais da
população. O número de instituições (de ensino, de saúde, culturais, etc.) que passaram a
existir na cidade é, nesse caso, tomado como um fator indicativo do seu desenvolvimento
urbano, ou, como querem os cronistas da Folha do Norte, da sua “prosperidade”. A cidade
cresce, sua população aumenta e os seus problemas urbanos se multiplicam. É preciso criar
uma estrutura mínima e indispensável para administrar as necessidades da população, embora
essa estrutura geralmente favoreça apenas um grupo restrito da sociedade. O espaço da cidade
não é campo neutro, mas palco ativo de combates cotidianos, mobilizados pelas suas próprias
contradições.
As associações literárias em Feira de Santana foram instituições que não estiveram
vinculadas às necessidades básicas da população, mas que buscaram resolver outro tipo de
necessidade: a de uma mobilização cultural, a de reforçar para a própria sociedade local o que
lhe é próprio no âmbito da cultura, da literatura em particular. Entretanto, esses espaços
representaram um tipo de cultura, a letrada, e possivelmente foram seletivos em relação à
formação do seu quadro de membros. Note-se que não foi a sociedade como um todo que
reclamou a criação dessas agremiações, foram grupos de intelectuais que decidiram ser esta
uma necessidade para a cidade, discursivamente entendida como “próspera”, para evidenciar a
reciprocidade de sua condição de cidade urbanizada e adiantada com outros centros urbanos,
podendo ter sido Salvador, nesse caso, a sua principal referência. Mas é importante observar o
percurso de formação dos intelectuais da cidade.
No que diz respeito à educação em Feira de Santana, o ensino de primeiro e segundo
graus eram garantidos, tanto pela iniciativa privada, como pelo poder municipal e estadual
(SANTOS, Ana, 2001). Entretanto, o problema do analfabetismo e da formação educacional
incompleta era agravante, indicando a carência de instituições de ensino em número suficiente
para atender à demanda da população em idade escolar. O Ginásio Santanópolis, a Escola
59
A idéia de “cidade próspera” ou “progressista”, expressa em discursos literários ou não, publicados na Folha
do Norte, entre 1951 e 1969, está mais bem discutida no terceiro capítulo.
72
Normal (SOUSA, 1999), o Ginásio Padre Ovídio
60
e o Ginásio Santo Antonio
61
foram
instituições de ensino particular onde estudaram os filhos dos grupos mais abastados da
cidade. Quando terminavam o colegial, alguns desses estudantes iam para faculdade e, para
isso, tinham que se deslocar para Salvador, para prestar vestibular na Universidade da Bahia.
Supõe-se que os estudantes feirenses que freqüentaram a Universidade da Bahia eram, em sua
maioria, oriundos de instituições particulares.
Ao longo das duas décadas em análise, a Folha do Norte registra algumas reclamações
e pedidos para a criação da universidade de Feira de Santana, que viria a beneficiar toda a
população da cidade. A criação do seminário de música ou da escola de veterinária, como
campi avançado da Universidade da Bahia foi uma exigência de pessoas da Feira de Santana,
no momento em que estavam sendo estudadas propostas dessa extensão. O seminário de
música chegou a ser instalado na cidade, em 1962, como informa o jornal Folha do Norte
(ISNTALADOS..., 1962, p. 1). Mas a escola de veterinária foi fixada na cidade de Cruz das
Almas. Somente em 1968 começa a funcionar, no antigo prédio da Escola Normal, na Rua
Conselheiro Franco, a Faculdade de Educação
62
, primeira instituição de ensino superior em
Feira de Santana. Essa faculdade foi um embrião da Universidade Estadual de Feira de
Santana, institucionalizada em 1976. Mas isso só aconteceu no fim da década de 1960.
Portanto, ao longo das décadas de 1950 e de 1960 os estudantes que quisessem ter formação
universitária e seguir carreira acadêmica teriam que se deslocar para Salvador, o lugar mais
próximo, onde geralmente se formaram bacharéis membros da elite intelectual feirense.
Rapazes e moças de Feira de Santana iam estudar na Capital, sendo que alguns
retornavam a Feira de Santana, onde passavam a exercer suas profissões. É certo que o
contato com o ambiente da Capital, com seu ritmo, modificava a percepção dos feirenses à
respeito da sua própria cidade, e possivelmente da importância que tinha na cidade a produção
e a circulação de objetos de arte e de literatura. A criação de entidades artísticas e literárias na
60
O Ginásio Padre Ovídio foi criado em 1961. In: GINÁSIO PADRE OVÍDIO. Folha do Norte. Feira de
Santana, p. 1, 18/11/1961.
61
O Ginásio Santo Antonio foi criado em 1962. In: GINÁSIO SANTO ANTONIO. Folha do Norte. Feira de
Santana, p. 1, 13/01/1962.
62
Sobre a reivindicação da criação uma instituição de ensino superior em Feira de Santana, há, por exemplo, as
seguintes notícias na Folha do Norte: FACULDADE DE FILOSOFIA PARA FEIRA. Folha do Norte. Feira de
Santana, p. 1, 15/06/1963; WILSON FALCÃO REIVINDICA FACULDADE PARA FEIRA. Folha do Norte.
Feira de Santana, p. 8, 16/05/1964; ANTONIO JOSÉ COMENTA: FACULDADE DE FILOSOFIA É
REALIDADE. Folha do Norte. Feira de Santana, p. 4, 20/03/1965; FACULDADE FUNCIONARÁ EM
MARÇO. Folha do Norte. Feira de Santana, p. 1, 25/11/1967; INICIADAS AS AULAS NA FACULDADE DE
EDUCAÇÃO. Folha do Norte. Feira de Santana, p. 6, 21/09/1968. Apesar de algumas notícias fazerem menção
à criação de uma Faculdade de Filosofia, a primeira faculdade que foi institucionalizada em Feira de Santana foi
a de Educação.
73
cidade pode ter obedecido principalmente a um interesse de intelectuais feirenses de mostrar
que a cidade estava sintonizada com a cultura, atualizada no campo das artes e da literatura. A
criação desses espaços permitia a reunião, a discussão, a crítica, a troca, fazendo da arte e da
literatura objetos de interesse fundamental.
A importância dada à instituição universidade está no fato de ser este um espaço de
efervescência intelectual, de discussão, de reflexão, de troca de idéias, de formação cultural e
intelectual. Nas universidades os estudantes definem seus perfis e podem formar grupos em
torno de interesses comuns. A prática literária entre os estudantes universitários e os bacharéis
era bastante estimulada, conforme Paulo Santos Silva (2000).
Ser estudante em Salvador apresentava para esses jovens novas possibilidades de
convivência e exploração do ambiente urbano e de sua cultura. Paulo Santos Silva (Ibid.) diz
que os estudantes chegaram a dividir espaços em pensões ou nos internatos das escolas. Esse
historiador considera que a comunidade intelectual baiana de 1930 e 1940 possuía
Em comum um diploma de ensino superior (Medicina, Direito ou Engenharia) e o hábito das
letras. Tanto médicos quanto engenheiros e advogados faziam incursões pela escrita,
sobretudo através de jornais e outros periódicos. Via de regra, escreviam sobre variados
assuntos. Estes polígrafos gozavam de prestígio pela origem social e pela formação
educacional. O diploma gerava capital cultural e possibilidades profissionais na área de
especialização, assim como no jornalismo e em órgãos públicos. A magistratura e o magistério
secundário e superior constituíam campo preferencial de atuação. A política partidária era sua
destinação (p. 102).
Essa configuração feita por Silva o é muito diferente nas décadas de 1950 e 1960.
Além disso, era na Capital do Estado que se concentravam centros literários importantes e
atuantes, inclusive o mais tradicional deles, a Academia de Letras da Bahia. Muitos filhos de
Feira de Santana, aqueles mais abastados, iam estudar em Salvador e entrava em contato
com toda a diversidade cultural que movia a cidade. Salvador era o centro intelectual da
Bahia, sobretudo por se localizar as faculdades de Direito e de Medicina, o Instituto
Geográfico e Histórico da Bahia e a Academia de Letras da Bahia (Ibid.). Em relação a esta
última instituição, Paulo Santos Silva (Ibid., p. 130) chega a destacar que compunha-se de
40 membros. De acordo com os Estatutos (Art. 4º), poderiam ser considerados membros
efetivos da Academia os baianos que tivessem em qualquer dos gêneros de literatura
publicado trabalhos ou obras de reconhecido mérito e, fora desses gêneros, escritos ou livros
de valor literário. Sob esse critério também seriam escolhidos os correspondentes de outros
Estados.
74
Em segundo lugar, Salvador era a cidade mais adiantada da Bahia e por isso mesmo
uma espécie de modelo de modernidade para os demais municípios baianos. Provavelmente
Salvador foi uma cidade-referência para Feira de Santana, que de certa forma buscava mostrar
em suas expressões culturais, que também possuía o que possuía a Capital, por ser também
Feira de Santana vista como uma “capital”, mas do interior, do sertão. O que se quer enfatizar
é que Salvador foi um estigma, um padrão para Feira de Santana, ainda que bem difícil de ser
copiado. Para entender a criação de instituições literárias e artísticas na cidade de Feira de
Santana é preciso levar em conta o desejo de a cidade querer ser moderna e o modelo em que
possivelmente se espelha, que é Salvador.
Em Salvador, certas entidades criadas para reunirem intelectuais tiveram interesses
claramente políticos, a exemplo do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e da Academia
de Letras da Bahia (SILVA, P., Ibid.). em Feira de Santana, as instituições criadas não
foram tão sólidas e não tiveram o prestígio social daquelas. Foram iniciativas de grupos
restritos que nem sempre deram certo, muito embora os registros sobre o assunto na Folha do
Norte mostrem a atividade e o interesse de grupos intelectuais da cidade pelas coisas de arte e
de literatura, em períodos determinados, e, de modo particular, o interesse por obter status
social. O simples fato de essas associações terem sido idealizadas e criadas, divulgadas para a
sociedade e, de alguma forma, participadas, já é um indicativo importante de que a literatura e
as artes na cidade não foram experimentadas somente por meio dos jornais, para a população
alfabetizada como um todo, ou nas bibliotecas particulares dos filhos ilustres da terra. Mas
foram iniciativas que buscaram estabelecer um método de socialização e de participação mais
articulada, conquanto fossem circunscritas aos seus membros.
O ano de 1953 marcou a criação do Centro Literário Aloísio Resende e, com ele, a
expectativa de renovação das práticas literárias de escritores feirenses. Um s antes desse
acontecimento, em 07 de março, em primeira página a Folha do Norte publica a notícia que
tem por título “Movimento cultural”, com a seguinte mensagem:
Poetas, escritores, médicos, advogados, jornalistas, estudantes, tendo à frente o dr. Geraldo
Leite
63
, estão elaborando um Manifesto aos intelectuais indígenas, conclamando-os a aderir ao
louvável movimento de renovação e soerguimento artístico-cultural que ora se organiza em
nossa terra, visando fundar, aqui, sociedade e revista de cultura, nas quais sejam expostos e
debatidos problemas de toda ordem, incrementando-se a realização de concertos, de mostras
de arte e, sobretudo, procurando-se incutir nas novas gerações o gosto pelas letras e belas
artes.
63
Geraldo Leite foi médico em Feira de Santana e professor da Faculdade de Medicina, da Faculdade Bahiana de
Medicina e Saúde Pública.
75
A “Folha do Norte” dá o seu inteiro apoio a esses homens, que se propõem a realizar obra tão
meritória (MOVIMENTO..., 1953, p. 1).
Esse foi o único documento desse teor encontrado na Folha do Norte ao longo de todo
período investigado. Não foi possível avaliar a sua repercussão. Também não foi possível,
com os documentos encontrados, estabelecer alguma relação entre esse “movimento cultural”
e a criação do Centro Literário Aloísio Resende. Aliás, as notícias que se tem sobre a criação
desse centro não revelam os nomes de seus membros, o que impede uma investigação mais
detalhada de suas atividades.
Na mensagem transcrita acima, os intelectuais feirenses são convidados a participar e
a se lançar num movimento de renovação das letras feirenses. Ao que parece, as pessoas
envolvidas com este ideal buscavam se desintegrar de um sistema que estabelecia um padrão
literário dominante e que, por isso mesmo, era, de um modo geral, copiado, imitado. Quanto
ao manifesto ser indígena, talvez isso esteja ligado justamente ao desejo de rompimento com
os intelectuais que ainda orientavam suas criações literárias a partir de estruturas obsoletas.
Pode-se supor que os intelectuais feirenses foram acadêmicos em Salvador e
também vivenciaram algumas sociabilidades manifestadas na boemia, ou em agremiações
literárias, jornais e revistas. Aliás, um modelo de intelectual era incorporado quando entravam
na universidade e em geral não era abandonado, já que dava status, era uma forma de
distinção social. Assim, depois de retornarem à sua terra natal, procuravam manter o padrão e
um meio de se manter isso era justamente arriscar no campo da literatura, produzir, publicar,
se fazer conhecido, ao menos, na sociedade local, mostrar o gosto pelas letras. Outra
possibilidade estava na vinculação deles às agremiações literárias ou aos periódicos que
publicassem literatura.
Em Feira de Santana o surgimento dessas agremiações não deve ter se dado como uma
forma de profissionalização dos escritores, mas se constituiu em um núcleo por meio do qual
eles se faziam reconhecidos na sociedade enquanto homens de letras. Talvez a
profissionalização não fosse, para muitos deles, uma meta. O fato de produzirem literatura era
tão somente um hábito da elite letrada, que indicava intelectualidade e sintonia com a cultura.
Em abril de 1953, a Folha do Norte passou a informar sobre os preparativos para a
criação do “Centro Literário Aloísio Resende” em Feira de Santana, acompanhando sua
agenda de reuniões, que aconteciam no prédio da Prefeitura Municipal, na sala da Agência
Modelo de Estatística. Nestas reuniões ficaram registradas a presença de vários intelectuais,
interessados em debater os assuntos da futura agremiação, e ficou também decidida a data de
76
sua fundação e de posse dos membros. A princípio, o lugar em que ocorreria o ato solene era
ainda incerto, tendo se pensado na possibilidade de acontecer no salão nobre da Sociedade
Euterpe Feirense ou na sala da Câmara de Vereadores, na Prefeitura Municipal. Ao que
parece, o Centro ainda não tinha endereço fixo para estabelecer as suas atividades enquanto o
planejamento da sua instalação estava sendo discutido. Depois de três edições consecutivas
em que o jornal noticiou a mobilização de intelectuais em torno desse objetivo, sem,
entretanto, mencionar o nome dos idealizadores da entidade, a última notícia sobre a sua
criação foi esta:
No último domingo, às 10 horas, na Prefeitura Municipal, no salão da Câmara de Vereadores,
foi instalada, eleita e empossada a diretoria do Centro Literário “Aloísio Resende”.
A sessão foi presidida pelo Dr. Faria Góis, juiz de direito da comarca, fazendo parte da mesa o
representante do Sr. Prefeito do município, autoridades e representantes de várias sociedades.
Usou da palavra o Dr. Faria Góis e outros oradores (INSTALADO..., 1953, p. 1).
Após essa notícia não se falou mais em Centro Literário Aloísio Resende na Folha do
Norte por um bom tempo. Provavelmente o jornal poderia ter deixado de ser porta-voz das
atividades do Centro, ou por alguma razão não fosse mais necessário que se publicassem
notícias sobre suas atividades. Ora, a fundação de tal associação teve o objetivo claro,
explícito, de reunir os escritores da cidade, os interessados pelas belas letras. Seria um
agrupamento de intelectuais, agrupamento seleto da inteligência feirense. Além disso, o fato
de levar o nome e, com isso, homenagear um dos mais importantes poetas da cidade também
dava à instituição um status ao menos local. Velho amigo de redação na Folha do Norte,
Aloísio foi assim definido pelos redatores em uma homenagem uma década depois do seu
falecimento:
Companheiro lealdoso e destemido em todas as lutas e vicissitudes a que é sujeita uma tenda
de jornalismo como esta, marcando as páginas da Folha” com as cintilações dos seus versos
magistrais, porque sabia, como poucos, aprisionar o sentimento nas doze grandes marmóreas
de um alexandrino, e com o ardor do polemista que não se curvava nem se deixava abater, foi
uma alma revoltada e bondosa, procurando, na bohemia, talvez o esquecimento de suas
desilusões e dissabores de insatisfeito e incompreendido (O DÉCIMO..., 1951, p. 1).
Em regra, a fundação de associações literárias no Brasil teve o objetivo de agrupar em
cada localidade suas principais expressões na literatura e, com um pouco mais de ousadia,
proclamar um programa próprio, formular um pensamento próprio sobre a literatura. Não que
estivesse livre de influências, mas que se estabelecesse como crítica permanente, criando
novas alternativas e formando um pensamento um tanto quanto unificado. Não se sabe, por
77
meio dos registros encontrados na Folha do Norte, se esse foi o objetivo da fundação do
Centro Literário Aloísio Resende, se essa ousadia estava na veia dos intelectuais. Mas de
qualquer maneira a sua representatividade para a sociedade local era importante, representou a
elaboração de um sistema de valores, porque se perceberia um movimento, um rumo, um
espaço onde a sociabilidade intelectual poderia acontecer de forma mais organizada e
estabelecer relações com a sociedade
64
.
As notícias encontradas no jornal não permitiram averiguar quem eram os intelectuais
que participaram Centro Literário Aloísio Resende, quem teve a iniciativa de fundá-lo, quais
os objetivos e os regulamentos traçados para a instituição. Mas em 1955, a Folha do Norte
publica na seção “A crônica da semana”, o texto O ‘Centro Literário Aloísio Resende’”, de
José Navarro Silva, que relembra o ato de fundação do grêmio e toda a movimentação em
torno deste ideal. Abaixo foi transcrita a crônica na íntegra, devido à importância fundamental
desse documento para a apreensão das expectativas e movimentações geradas em torno da
criação dessa associação:
Foi em um domingo de Abril de 1950. Por volta das 10 horas, muita gente afluía ao Paço
municipal, ali seria fundado o “Centro Literário Aloísio Resende”. A sala da Câmara de
Vereadores estava repleta. Depois de instalada, eleita e empossada a diretoria da nova
agremiação tudo nos fazia crer que aquele movimento assumiria maiores proporções, e muito
em breve a Feira teria um pequeno movimento literário. No entanto, tudo se passou como um
sonho. Hoje, um ano e dez meses são decorridos desde a sua fundação, e ninguém tem notícia
de que tal associação tivesse se reunido um dia após o ato de sua fundação. Do “Centro
Literário Aloísio Resende” de que hoje não mais se fala, resta-nos a lembrança daquele
domingo de Abril, em que escritores e poetas, modernistas e acadêmicos estavam de mãos
dadas. Resta-nos o aroma suave dos dias de festa, a lembrança das notícias nos jornais e as
palavras dos oradores inflamados que preconizavam o “Renascimento” das letras feirenses.
O Centro Literário “Aloísio Resende” teve a sua fundação no Palácio mais nobre desta cidade,
e o referido ato foi presenciado pelas mais altas autoridades feirenses, porém, os seus
fundadores não possuíam o necessário, o essencial para que se levasse avante qualquer
empreendimento. Faltava-lhes o idealismo e o dinamismo que são peculiares aos fortes de
espírito.
Os verdadeiros movimentos, aqueles que sempre são vitoriosos, não são premeditados em
gabinetes luxuosos, nem concebidos em palácios de marfim. Talvez o Centro Literário Aloísio
Resende e a Associação Cultural de Feira de Santana estivessem de se fossem fundados à
luz de velas nos fundos de uma marcenaria, no recesso de um lar modesto ou em um quarto de
hotel. Talvez não viessem a cair no esquecimento, mas os homens, para se servirem dos seus
talentos e não perderem a oportunidade de abrir as torneiras dos longos e sonolentos discursos
de légua e meia, quase nunca procedem assim.
Depois de muita pompa, muita festa, muita propaganda, desapareceu o Centro Cultural
“Aloísio Resende” e a Associação Cultural de Feira de Santana, frutos de uma incompleta
concepção (SILVA, J., 1955, p.4).
64
Antes da criação de espaços como esse, provavelmente os escritores feirenses faziam parte de um grupo
virtual, que conseguiam se expressar de forma parecida, embora o estivessem associados a algum tipo de
sociedade da categoria.
78
Do relato de José Navarro Silva é possível apreender algumas expectativas em torno
da fundação do Centro Literário Aloísio Resende, como a de incentivar na cidade a formação
de um movimento literário próprio, genuíno desses intelectuais que formavam o grupo, que
poderiam mostrar a sua autenticidade perante a literatura nacional. Entretanto, essa instituição
não teve êxito
65
, a pompa da inauguração, as expectativas iniciais não foram suficientes nem
mesmo para motivar os membros a se reunirem sequer uma única vez. Para o cronista José
Silva, portanto, restam as lembranças. Cabe perguntar aqui, por que se investiu tanto nessa
celebração? Por que os idealizadores do Centro mobilizaram a sociedade em torno da
expectativa de sua criação e nem mesmo se reuniram uma única vez? Por que tão facilmente
foi recusada a existência dessa entidade? Ao que parece, o renascimento” das letras
feirenses, como sugeriu o cronista, não aconteceu, os esforços empreendidos para essa ideal
não foram suficientemente fortes e comprometidos com este ideal, a concepção desta entidade
não foi amadurecida. Toda a organização solene da inauguração foi um ato isolado, que o
expressou de fato o momento concreto de um nascimento, tendo se encerrado ali mesmo. José
Silva também fala, ao fim da sua crônica, sobre a criação da Associação Cultural de Feira de
Santana.
Apesar de ter afirmado que esta Associação desapareceu junto com o Centro Literário
Aloísio Resende, por ter sido “fruto de uma incompleta concepção”, na Folha do Norte
registros sobre a sua criação e sobre as suas atividades. Essa Associação Cultural foi fundada
na cidade em novembro de 1953 e foi uma instituição voltada para esse interesse das artes em
geral. Na crônica “Renascimento...”, Alonso de Miraval, articulista da coluna “À
vold’oiseau...”, fez um relato sobre a cerimônia de inauguração da Associação Cultural de
Feira de Santana:
as abencerragens do ideal e da estesia poderiam ter acorrido à Euterpe, sábado, para
prestigiar uma iniciativa porventura subestimada na sua capacidade de frutificar e florescer na
quadra da Idade Média em que vivemos. Pela vez primeira, e não desaire nisso, durante
cinco anos de minha constante comunhão com a sensibilidade feirense, pude auscutá-la sob
um aspecto insuspeitado, pude vê-la erguer-se do contingente desvirtuador para a
contemplação íntima do Belo. E o que anima e orgulha é que atendeu, com uma solicitude e
compreensão imitada, ao convite feito à sua alma talhada para os vôos andinos do sentimento
(RENASCIMENTO..., 1953, p. 1).
65
Pelo menos, não foram encontrados outros registros na Folha do Norte sobre o Centro Literário Aloísio
Resende, além dos já aqui mencionados.
79
O título da crônica de Miraval é uma alusão à época vivenciada na Europa a partir do
século XIV, convencionalmente chamada de “Renascença”. O articulista quis dar a entender
que a criação da Associação Cultural de Feira de Santana marcaria o início de uma época de
revalorização da cultura artística na cidade. Por outro lado, Miraval não faz referências a esse
estado de coisas que, em sua opinião, precisaria ser renovado. O que deixa claro em seu
comentário é a percepção de renascimento” da cultura feirense tendo a Associação Cultural
como um marco.
Note-se que tanto José Navarro Silva como Alonso de Miraval utilizam a palavra
“renascimento” para designar uma nova fase da cultura artística em Feira de Santana. Talvez
fosse bom pensar no significado dessa expressão como uma tentativa de superar padrões
antigos de produção cultural na cidade, padrões arraigados, que se estabeleceram por longo
tempo, fincando raízes difíceis de serem desenterradas. Ou seja, parece que o planejamento de
fundação da Associação Cultural também foi pensado tendo em vista o atraso, o descompasso
dos padrões convencionalmente adotados por escritores feirenses em suas práticas literárias e
a atualidade dos valores e do pensamento artístico em voga e predominante num cenário mais
amplo, nacional. Alonso de Miraval prossegue sua crônica relatando sua impressão sobre a
inauguração da Associação Cultural de Feira de Santana:
A festa inaugural da A. C. F. S. foi, antes de tudo, um encontro de almas irmãs, possuídas da
mesma sede de perfeição, da mesma ânsia de sonho, vinculadas às mesmas aspirações de fuga,
mesmo efêmera, às realidades chocantes da existência.
O silêncio, o grande silêncio eloqüente dos grandes instantes, foi o clima cujo influxo
dominador nos abandonamos, para viver uma hora de singular encantamento, ouvindo
Pergoleri, Stradella, Scarlatti, Mozart, Rossini, Auber, Massarani, Puccini, Ernani Braga,
Georgina Erismann, dos quais a vera e inspiradora poesia de Antero de Alencar se constituiu
friso e liame coloridos.
A mim, particularmente, pareceu-me ter adentrado um bosque de sonho ou átrio de um templo
de luz, onde sombras amigas me segredassem coisas jamais ouvidas...
Parabéns A. C. F. S., pelo auspicioso evento de seu primeiro recital. Ela tem o direito a
inscrever no frontispício de seu luminoso proscênio aqueles luminosos versos de Luis Delline:
“Entrai! Por mais que a noite em vós se note,
Tereis um astro à frente, na saída...” (RENASCIMENTO..., Ibid.)
O cronista expõe suas impressões e nela faz parecer que a Associação Cultural tornou
o ambiente da cidade culturalmente “respirável”. Diante de todos os problemas e dificuldades
que uma cidade em desenvolvimento experimenta em seu cotidiano, a Associação Cultural, de
acordo com Alonso de Miraval seria um ambiente onde a contemplação da arte teria o poder
de fazer seus membros se desligarem de toda movimentação comum do cotidiano da cidade,
para ingressar em um ambiente onde a contemplação da arte alimentaria o espírito saturado
80
pelas amarras do dia-a-dia. A Associação Cultural teve não só o papel de reunir os intelectuais
da cidade, como também de promover eventos artísticos para a sociedade como um todo,
como recitais, exposições e apresentações musicais, muito embora a parcela da sociedade que
possivelmente tenha prestigiado essas atividades tenha sido a mais culta e abastada.
66
No ano de 1957 surgem em Feira de Santana algumas agremiações de caráter
estudantil. Nas escolas, a sociabilidade literária também teve seu espaço privilegiado. Foram
fundados: o “Grêmio Lítero-Desportivo Gastão Guimarães”, que congregou alunos dos cursos
diurno e noturno do Ginásio Estadual de Feira de Santana; o Grêmio Cultural Áureo Filho”,
o “Grêmio Estudantil Honorato Bomfim”, do Colégio Santanópolis. Nessa época também a
“Associação Cultural Filinto Bastos” tem sancionada pelo Prefeito a lei que a considera de
utilidade pública. Em 1962, houve ainda a criação, do “Grêmio Dival Pitombo”. Essas
instituições tiveram sua importância na cidade, congregando um grupo específico, os
estudantes, e, em geral, não tiveram a literatura como objetivo, mas também outras
atividades, artísticas, esportivas e de lazer. Foram espaços de sociabilidade de estudantes, de
aprendizagem e de inserção nessa movimentação de valores. Entretanto, o foi possível
estudar em que medida e como a literatura foi vivenciada dentro dessas organizações.
Conforme Candido (2000), a literatura praticada pelos estudantes, em agremiações, de
forma mais organizada, fica impermeável à sociedade, torna-se manifestação encerrada no
âmbito de um grupo multifuncional que é ao mesmo tempo produtor e consumidor. Em
relação às agremiações estudantis em Feira de Santana, é certo que a Folha do Norte
publicava suas agendas de reuniões e atividades, mas nem todas as suas realizações figuram
no jornal, ficando por isso mesmo restrita ao próprio círculo dos membros que formam estas
entidades. Em Feira de Santana, os grupos de estudantes e de intelectuais interessados por
literatura, não pretenderam ou fundaram uma nova concepção de literatura, a crítica não foi o
fio condutor das atividades que exerciam nas agremiações, a ousadia não imperou como
marca de seus envolvimentos com o assunto, como atividade que exerciam paralelamente a
outras. Isso é o que, ao menos, mostra a produção literária que publicaram na Folha do Norte.
Outra forma de se fazer circular a literatura em Feira de Santana e de, ao mesmo
tempo, congregar estudantes e intelectuais em torno desse interesse, foi a criação de alguns
jornais de pequeno porte. Em Feira de Santana, houve em 1933 o surgimento de A Flor,
“quinzenário humorístico, literário, noticioso”. Na década de 1950 também houve a criação de
outros dois jornais: A Luz, de 1951, que se definiu como “órgão da sociedade feirense”, “em
66
Antes e depois da fundação da Associação, estes eventos eram realizados também no Feira Tênis Clube.
81
defesa dos interesses do povo”, “semanário independente, noticioso e literário”; e O Coruja,
de 1956, “órgão independente, noticioso e literário”, esse dirigido por Oyama Pinto da Silva e
tendo com redator chefe J. L. Navarro da Silva.
67
Entretanto, apesar desses jornais também se
definirem também como literários, em seus conteúdos a literatura teve um espaço restrito. Em
formato tablóide, e contendo quatro ginas cada um, esses jornais publicavam muitas
propagandas, o que provavelmente sustentava as suas edições, e notícias sobre o cotidiano da
cidade.
68
Uma das instituições mais ativas que surgiram em Feira de Santana, no período desse
estudo, foi a Associação Cultural Filinto Bastos, criada em Feira de Santana no ano de 1957.
Com freqüência essa Associação promovia atividades, relacionadas à literatura, ao lazer e
outras artes, como exposições de pinturas, concertos e recitais, chegando até a criar uma
revista própria: “Sertão”. O fato de ter criado uma revista já indica alguma solidez e
comprometimento do grupo que a fundou, no estabelecimento de idéias e linhas de
pensamento. Entretanto, foram poucas as informações encontradas na Folha do Norte a
respeito desta instituição. A data de publicação do primeiro número de “Sertão” foi 1961,
quando no jornal apareceu a seguinte notícia.
está circulando, nesta cidade, a revista literária “Sertão”, publicada sob os auspícios da
“Associação Cultural Filinto Bastos”.
A revista em apreço que já se encontra em todas as bancas e jornaleiros contém colaborações
de vários intelectuais feirenses (REVISTA..., 1957, p. 1).
Três anos depois do lançamento da revista, a Folha do Norte publica na coluna
“Panorama” uma crônica do jornalista e jurista Hélder Alencar, intitulada “Sertão: um brado
contra a mediocridade”, crônica de grande importância, que deu a entender aspectos da
dinâmica e da formação do quadro de membros da Associação Cultural Filinto Bastos. Como
é o principal documento que fala dessa Associação e também de “Sertão”, a transcrevemos na
íntegra:
Todos aqueles que lutam por incutir na consciência popular o amor pelas coisas da cultura
enfrentam terríveis dificuldades. Este é o caso dos que fazem e dos que colaboram com
“Sertão”, revista cultural que circula sob a responsabilidade da Associação Cultural Filinto
Bastos. Terça última, o grupo dirigente da revista, presidido pelo incansável Raymundo
Almeida, que tudo tem feito pela Associação, entregou aos feirenses o segundo número, mais
67
Provavelmente se trata de José Luiz Navarro da Silva, um dos irmãos Navarro que comandava a Folha do
Norte.
68
Não sei dizer quantas edições existiram desses jornais, nem o ano em que pararam de publicar. Tive acesso a
alguns desses jornais por meio de um colecionador que só tinha um exemplar de cada jornal.
82
uma vez integralmente cultural. Sempre houve e haverá os que combatem e criticam
publicações de tal natureza, por serem medíocres natos ou voluntários. Felizmente, para a
Feira, particularmente para o Brasil, há, por outro lado, os que se dedicam inteiramente à
cultura, os que nascem predestinados a fomentar e a difundir o saber! “Sertão” é arte e cultura
desde sua capa, muito bem feita, por um dos mais talentosos jovens da nova geração feirense,
o pintor e também poeta Juracy Dórea Falcão, inegavelmente uma das maiores esperanças da
cultura e da arte feirenses. Com seções de acordo com o assunto abordado, encontramos desde
Estudos Sociais até Crítica Literária, uma série de artigos e poesias despretensiosas, todos
nascidos do desejo de incentivar, colaborar e aplaudir os membros da Filinto que, com
denodado esforço, lançaram o número dois da revista “Sertão”, uma das poucas no seu gênero
no Brasil e a única no Estado da Bahia. Ao abrirmos a revista, deparamos com um artigo do
Prof. Edvaldo Boaventura, um feirense que se vem dedicando ao estudo dos problemas sócio-
econômicos do nordeste brasileiro e é considerado uma das grandes autoridades no assunto.
Fernando Ramos e Olney São Paulo, como contistas, revelam-se uma vez mais, ambos
demonstrando o talento de que são possuidores. Reunindo os novos e os velhos poetas
feirenses, Sertão apresenta poesia de inestimável valor de: José Sampaio, Aloísio Resende,
Aroldo Ramos, Georgina Erismann, Antonio Lopes, Walneide São Paulo e Dival Pitombo,
este, surgindo como poeta, a mesma força e valor do historiador, do crítico, do prosador. O
cinema, este grande veículo de cultura, não passou desapercebido e teve seu lugar através de
Fernando Ramos e Antonio Álvaro. Eurico Boaventura também esteve presente com uma
excelente crônica de viagens e Floriano Mota apresenta-se com grande talento, crítico sensato
e equilibrado. Congregando assim o que de melhor na intelectualidade de nossa terra, a
Associação Cultural Filinto Bastos lançou o segundo número da sua revista. Sertão não
marcará apenas sua passagem pela História Cultural feirense, mas sim pela Bahia, pois é um
brado veemente contra a mediocridade e a inércia que dominam muitas consciências. Sertão
colabora decisivamente na batalha que pertence a todos os homens de pensamento, para levar
ao povo uma mensagem nova e revolucionária: a mensagem dos que não se curvam e nem se
curvarão aos medíocres e derrotistas, que não enxergam o futuro. Sertão é uma mensagem
viva e autêntica, mensagem de saber, de cultura e de arte. A Feira deve prestigiar os
idealizadores de Sertão, oferecer-lhes apoio e solidariedade, porque seu nome se elevado
sempre pela cultura, pela arte, pelo saber e como provas estão Godofredo Filho, Eduardo
Portela e Raymundo Oliveira, feirenses ilustres, que em outras plagas mostram o valor de
nossa terra (SERTÃO..., 1964, p. 1).
Hélder Alencar fez uma apresentação da revista e de seus colaboradores. Mas
principalmente fala da importância da criação da revista para a cidade de Feira de Santana,
capaz de congregar os melhores expoentes das artes e da literatura na cidade. Isso demonstra
que em Feira de Santana uma movimentação cultural se formava, tinha idealizadores, projetos
de existência, pessoas engajadas, que buscavam fazer desse ideal comum uma prática
socialmente comprometida, que se revelava não somente para o grupo em si, mas para a
sociedade como um todo, que assim seria capaz de valorizar essas pessoas e essas iniciativas,
poderiam vivenciar essa circulação de valores, poderia debater, conhecer, participar mais
ativamente não da criação, mas principalmente da divulgação e da repercussão que essas
criações artísticas viriam a adquirir na cidade. Por isso, a crônica serve como publicidade e ao
mesmo tempo como convite à população para se atualizar, conhecer melhor sua terra e o que
é feito nesse campo, o que a cidade tem a contribuir para a as letras, que marca deixa nesse
83
aspecto, qual a sua trajetória, sua história e o que fica como memória. Registros sobre
todas essas coisas, guardados em arquivos, que permitem aos pesquisadores e interessados de
hoje ver o que se construiu no passado, que patrimônio cultural foi formado, o que se legou.
Ao que parece, as atividades e contribuições dos intelectuais da Associação Cultural Filinto
Bastos não aconteceram simplesmente porque fazer parte do quadro de membros de uma
associação desse tipo dava à eles prestígio social, mas porque nessa instituição se reuniu um
grupo sério, com propostas inovadoras, que ousaram realizar um movimento de renovação nas
letras feirenses e permaneceram coesos
69
em seus objetivos.
Também outras instituições culturais foram inauguradas em Feira de Santana. Porém,
a maioria teve por característica serem mistas, como as associações estudantis citadas. Ou
seja, não foi apenas a atividade de literária que estimulou a fundação desses espaços, a
literatura passou a ser mais um aspecto de um universo mais diversificado. As artes em geral,
as atividades de lazer e entretenimento e as atividades esportivas, era do que cuidavam essas
instituições. Algumas foram muito específicas, como as que tinham por interesse o teatro,
como a que ficou conhecida como “Teatro Experimental de Feira”; ou o cinema, como a
“Associação Feirense de Críticos Cinematográficos”. Outras foram mais abertas, a exemplo,
da “Sociedade Cultural e Artística de Feira de Santana”, fundada em 11 de março de 1957
70
; e
da “Associação Feirense de Arte”, surgida em 1960, que promoveu importantes concertos na
cidade.
Esses espaços institucionais originaram-se de uma rearticulação do campo intelectual
(BOURDIEU, 1987) local, provavelmente visando assegurar a afirmação, como escritores, de
pessoas normalmente reconhecidas por atuar em outras áreas profissionais; e uma maior
especialização do trabalho desse grupo. O comprometimento em assumir uma nova postura
em relação a estas práticas surgiu como promessa ou expectativa inicialmente expressa nas
cerimônias de inauguração das agremiações e da posse de seus respectivos membros, sendo
opinião geral dos grupos que havia uma necessidade imperativa de mudança com o estado
habitual das letras feirenses, segundo discursos apregoados na Folha do Norte. Essas
associações foram sendo fundadas em Feira de Santana, revelando quiçá o aumento do
interesse de intelectuais feirenses por constituir espaços de congregação onde pudessem
dialogar sobre coisas de literatura e de arte. Apesar de a criação desses espaços ter sido
estimulada também com o objetivo de renovar as formas de criação cultural-literária entre
69
Não sei dizer por quanto tempo eles permaneceram coesos, pois não encontrei registros que tratassem desse
aspecto na Folha do Norte, nem constatei, no período delimitado desse estudo, quando as atividades da
Associação Cultural Filinto Bastos foram encerradas.
70
Folha do Norte, as atividades da SCAFS, 20/07/1967.
84
intelectuais feirenses, as produções literárias encontradas na Folha do Norte não mostram
mudanças significativas nesse âmbito. Por meio dos documentos pesquisados no jornal foi
possível apenas encontrar pistas, indícios, do ambiente cultural e literário de Feira de Santana.
É certo que, como ressalta Pierre Bourdieu (op. cit., p. 186), é necessário determinar as
funções desse corpus literário na sociedade, já que esse material não pode ser compreendido
sem que seja percebido dentro de um sistema de relações de concorrência e conflito entre
grupos que assumem diferentes posições dentro de um campo intelectual, que são também
posições que definem um campo de poder. Em relação às práticas literárias esboçadas pelos
escritores, Bourdieu (o. cit., p. 201-202) considera que elas podem ser entendidas como
habitus, sistema de disposições inconscientes que constitui o produto da interiorização das
estruturas objetivas e que, enquanto lugar geométrico dos determinismos objetivos e de uma
determinação, do futuro e das esperanças subjetivas, tende a produzir práticas e, por esta via,
carreiras objetivamente ajustadas às estruturas objetivas.
Na Folha do Norte, a publicação de literatura de escritores locais revelou que havia
entre eles uma unidade informal e superficial, ao menos, que a maioria trabalhava com os
mesmos modelos criativos socialmente considerados ferramentas para a produção de boa
literatura”. Além disso, muitos escritores que publicavam no jornal eram diletantes ou
bissextos e mais reconhecidos na sociedade pelo exercício de outras profissões. a fundação
de Associações Culturais e agremiações estudantis podem ter sido derivadas da mobilização
que envolveu atitudes de idealização e de execução de planos, a partir da inquietação de
alguns intelectuais, provavelmente descontentes com o ambiente cultural/literário estabelecido
pela maioria dos escritores feirenses, que ainda guiavam suas penas por modelos
finisseculares. Por outro lado, esses espaços podem ter propiciado reconhecimento social para
os intelectuais que atuaram, e também podem ter servido como lugar de divulgação de sua
literatura, para informação ao menos da sociedade local de suas contribuições para a história
cultural da cidade.
A criação das academias de letras por todo o país
71
é exemplo concreto da necessidade
da existência desses agrupamentos, de espaços de socialização e troca de idéias, espaços onde
os escritores podiam se fazer conhecidos entre eles e do grande público, onde podiam
estabelecer, como grupo, seus próprios vínculos e modelos, com a criação de cartilhas que
71
A primeira academia de letras fundada no Brasil foi a Brasílica dos Esquecidos, na Bahia, em 1724. Em 1897
Machado de Assis, como presidente, inaugurou a Academia Brasileira de Letras para o incentivo da cultura de
nossa língua e da literatura nacional. In: PEREIRA, Rubens Alves. Fraturas do texto: Machado e seus leitores.
Rio de Janeiro: Sette Letras; Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de Santana, 1999.
85
indicariam as suas práticas. A atuação no jornal e a participação nessas agremiações podem
ter sido vias paralelas à profissionalização dos escritores. Os escritores aí agrupados podiam
encontrar uma vertente literária própria ou uma identidade que os marcasse enquanto grupo
diante de outros grupos. É importante perceber a criação dessas entidades em Feira de
Santana, ainda que de acordo com os documentos que encontrados tenha sido possível
somente assinalar suas fundações e algumas participações, sendo difícil dizer sobre a
dinâmica de suas atividades, sobre seu calendário e programa de reuniões, sobre os
participantes, etc.
2.3 PRÁTICAS DE CRIAÇÃO CULTURAL
As entidades literárias e artísticas foram, sem dúvida, espaços importantes de criação e
movimento cultural em Feira de Santana. Mas, os escritores da cidade puderam ainda buscar
reconhecimento pelos seus trabalhos literários em outros meios, um deles eram os concursos
literários. A Folha do Norte noticiou a realização de diversos concursos literários, com seus
respectivos regulamentos, tanto os de âmbito internacional, como os de âmbito nacional,
estadual e local. Em 1951, por exemplo, traz a notícia do “Prêmio Brasil”, oferecido pelo
diário português “Democracia do Sul”, como parte das comemorações do seu 50º aniversário.
Neste mesmo ano anuncia o “Concurso literário sobre aviação”, promovido pela Women’s
International Association of Aeronautics, organização sediada nos Estados Unidos. Houve
ainda em 1953 a notícia dos “Concursos literários e musicais”, promovido pela Comissão do
IV Centenário da Cidade de São Paulo, sendo que prêmio o literário, intitulado “José de
Anchieta” abrangeu romance, conto, poesia e ensaio. Em 1960 foi instituído o “Prêmio
Euclides da Cunha”, no valor de Cr$ 20.000,00, promovido pela Casa de Euclides da Cunha,
de São José do Rio Preto, São Paulo, dado para o melhor trabalho escrito ou divulgado (livro
ou folheto) durante aquele ano e que tratasse dos problemas sociológicos brasileiros. Em 1962
anunciou o regulamento para o “Primeiro Festival Brasileiro de Literatura”, organizado pela
Academia Teresopolitana de Letras. Em Feira de Santana foi organizado, em 1963, o “1º
concurso de arte e literatura infantil”, empreendimento que teve “como objetivo desenvolver e
aperfeiçoar as aptidões artísticas das escolas primárias desta cidade”. Exceto esse último
concurso, de realização local, a Folha do Norte transcreveu as notícias sobre os outros
concursos literários citados, de outros jornais de circulação nacional. Não houve registros na
86
Folha do Norte sobre a participação de escritores da cidade naqueles concursos. Em todo
caso, essas notícias, no momento em que foram publicadas no jornal feirense, apontaram para
eles possibilidades de participação.
Um prêmio foi conferido a um escritor feirense em 1964, foi noticiado na Folha do
Norte:
O livro “Jacuípe, Sol a Pino”, do feirense Hilário de Azevedo, foi agraciado com o prêmio
Franklin Távora, ofertado pela Biblioteca do Exército (ALENCAR., 1964, p. 1).
Ainda foi noticiada a participação de escritores feirenses no grande prêmio Walmap:
Sob o patrocínio do Banco Nacional de Minas S/A está sendo instituído o “Grande Prêmio
Nacional Walmap”, que visa premiar a melhor obra literária do País. O prêmio ao colocado
é da ordem de 2 (dois) milhões de cruzeiros. Entre os famosos escritores brasileiros inscritos,
estão os feirenses (com as suas respectivas obras literárias): Dival Pitombo com o “Beco do
Mocó”, Ciro de Carvalho Leite com “Flagelados do Nordeste” e Fernando de Souza Ramos
com “O Demônio”.
Como vemos, Feira Cultural está barbaramente representada. Intervalo literário
(ESCRITORES..., 1964, p. 4).
Outros importantes concursos literários foram anunciados ao longo da década de 1960.
Em 1965 Hélder Alencar, jornalista da Folha do Norte, anuncia o “Concurso Olavo Bilac”,
promovido pela Associação Cultural Filinto Bastos, no ano do centenário de nascimento deste
poeta. Os trabalhos inscritos deveriam versar sobre a vida e a obra de Bilac. Foi um concurso
destinado aos “estudantes matriculados em estabelecimentos de ensino do grau médio do
Município de Feira de Santana”, segundo Alencar, sendo que o primeiro e o segundo
colocado no concurso teriam seus trabalhos publicados na Folha do Norte. A comissão
julgadora deste concurso foi formada pelos seguintes membros: Prof. Almiro de Almeida
Vasconcelos, Profª. Teresinha Almeida, Drs. Dival da Silva Pitombo, Eurico Alves
Boaventura e Oswaldo Pinheiro Requião
72
.
Mais três concursos foram ainda anunciados na Folha do Norte: o “Grande concurso
monográfico: Padre José de Anchieta”, de 1966; o “Prêmio para trabalho sobre Bartolomeu de
Gusmão”, de 1967; e, também em neste ano, um concurso estadual:
72
o encontrei registros no jornal que tivessem tratado das etapas posteriores de realização do concurso, ou
mesmo da publicação de trabalhos dos dois primeiros colocados. Isso deve ter acontecido porque, como ressaltei
na Introdução desse estudo, algumas edições do jornal estavam ausentes em meio à coleção geral dos exemplares
de cada ano pesquisado.
87
O Governo do Estado, através do Decreto n. 22.334, de 14 de setembro do ano corrente,
instituiu prêmios literários no valor de dois mil cruzeiros novos, intitulados Artur Sales, para
poesia, Xavier Marques, para novela, e Jorge Amado, para romance.
Para a concessão dos mencionados prêmios a Secretaria de Educação realizará concursos
anuais e as obras premiadas serão publicadas por editora de projeção nacional.
As inscrições para o concurso estarão abertas a partir de 3 de novembro do ano corrente e
serão encerradas a 30 de junho de 1968 e os prêmios somente serão conferidos a baianos.
Qualquer informação deverá ser solicitada ao sr. Diretor do Departamento da Educação e da
Cultura, Museu do Estado, Salvador-Bahia.
Mesmo que muitos intelectuais feirenses não tivessem participado da maior parte dos
concursos divulgados na Folha do Norte, esses anúncios foram importantes para informar
essa possibilidade, podendo ter gerado um estímulo entre eles, afinal, através de concursos os
escritores poderiam ter seus nomes lançados, reconhecidos, e também podiam angariar fundos
para editar seus livros.
Há também na Folha do Norte mais um conjunto de notícias que indicam aspectos das
atividades intelectuais em Feira de Santana: as que dão notícia sobre lançamentos de livros de
intelectuais feirenses. Em 07 de abril de 1951 a Folha do Norte noticia: “‘MARIA
QUITÉRIA’, de Fernando Alves, irá para o prelo”:
Estamos seguramente informados que o nosso ilustre conterrâneo Fernando Alves, está
cogitando de levar ao prelo, dentro em breves dias, o seu interessante trabalho cujo título serve
de epígrafe às presentes linhas “Maria Quitéria”, prêmio do 1º Congresso de História há pouco
realizado, ao que tudo indica está fadado ao melhor sucesso de livraria.
Segundo nos foi possível verificar “Flâmula Propaganda Ltda.”, está autorizada a tratar da
publicação do interessante trabalho de Fernando Alves, tudo indicando que sua publicação
virá pela “Editora Globo” de Porto Alegre, no Estado do R. G. do Sul.
Outro importante lançamento que aconteceu na cidade Feira de Santana, em 1961, foi
o da revista “Tule Poesia”. Entretanto, não na Folha do Norte informações sobre os
criadores da revista e a única notícia que se tem sobre a sua publicação é a seguinte:
Acontecimento cultural dos mais importantes do ano, nesta cidade, foi o lançamento da revista
Tule Poesia, realizado na livraria “O Lápis de Ouro”, ontem às 17 horas.
Destacados membros da sociedade e dos meios literários dessa cidade e de Salvador estiveram
presentes no ato, que foi patrocinado pela prefeitura local e pela Imprensa Oficial da Bahia
(LANÇAMENTO..., 1961).
Uma publicação de escritor feirense teve uma nota mais extensa na Folha do Norte.
Trata-se de um trabalho do Prof. Dival Pitombo publicado na Argentina. Pitombo foi
intelectual muito prestigiado em Feira de Santana. Ora era chamado de Doutor pelo jornal, ora
de professor, de crítico literário, de historiador e de jornalista. De fato, ela caminhou por todos
88
esses campos. Foi assídua a presença dele em vários eventos culturais da cidade, divulgando
ou organizando, como mostra a Folha do Norte, por exemplo, no anúncio da “Grande
exposição de arte moderna em Feira de Santana”, ou ao destacar sua presença em lançamentos
de livros na cidade, em exposições, ou proferindo palestras. Dival da Silva Pitombo (1916-
1989) foi poeta, ensaísta e conferencista feirense. Bacharel em odontologia pela Universidade
da Bahia (1946), foi também professor em Feira de Santana, historiador
73
e dirigiu o Museu
Regional desta cidade. Para o jornal, uma publicação sua não era motivo de prestígio
pessoal para o escritor, mas para a cidade. O nome de Feira de Santana pôde, assim, ser
lembrado em outro país, como a terra de Dival Pitombo, como mostra a seguinte notícia:
A revsita “ECOS” que se edita na cidade de Buenos Aires, capital da República Argentina, em
seu número comemorativo do 15º aniversário, publica, entre outras produções literárias de
intelectuais portenhos, um trabalho do nosso conterrâneo Dr. Dival Pitombo sobre a poetisa
Lucila Godoy Alcayaga, que se tornou famosa no mundo das letras com o pseudônimo de
Gabriela Mistral.
O mencionado trabalho aparece naquela revista, em língua castelhana, numa primorosa
tradução da escritora argentina Marta Casablanca, que se tem revelado uma grande amiga da
nossa Pátria, pois está sempre procurando os reais valores da nossa terra e da nossa gente.
Após o nome do nosso conterrâneo que assina a referida produção literária vem assinalada a
seguinte indicação: “Professor na Cidade de Feira de Santana (Estado da Bahia) Brasil”.
Registramos, pois constitui uma prova de que o nome da nossa Cidade está sendo levado a
terras distantes, não apenas pelas façanhas do nosso futebol, mas também pelos seus foros de
inteligência e cultura (UMA PUBLICAÇÃO..., 1957, p.1).
Em outros momentos, a Folha do Norte publicou notícias sobre livros que estavam no
prelo, demonstrando que os intelectuais da cidade estavam em atividade, produzindo
conhecimento e publicando seus trabalhos. Em 1965, na coluna informativa “Hélder Alencar
informa”, este jornalista fala sobre a publicação “Fidalgos e vaqueiros”
74
, ensaio
sociográfico-literário (SOARES, 2003) de Eurico Alves:
Ainda este ano estará nas livrarias o esperado livro do feirense Eurico Boaventura: “Fidalgos e
vaqueiros”. Segundo podemos informar, com absoluta segurança e em primeira mão, o editor
73
Lélia Victor Fernandes de Oliveira diz que Dival Pitombo “foi professor catedrático de História, fundador da
Sociedade Feirense de Arte, conferencista, articulista, diretor do Instituto de Educação Gastão Guimarães,
membro da Academia Feirense de Letras, onde foi presidente; do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia,
diretor do Museu Regional de Feira de Santana, diretor da Vida Universitária da UEFS. Escreveu: ‘Litania para o
Tempo e a Esperança’ (poesia); Poesia Hispano-Americana’ (Ensaio); ‘José Bonifácio e a Independência’
(História); ‘Palavras para a Juventude’ (discursos); ‘José de Alencar e o Modernismo’ (conferência); ‘Florilégio
Poesia’ (antologia”. In. OLIVEIRA, lia Vitor Fernandes de. Memorial Poético de Feira de Santana: (100
poetas feirenses). Feira de Santana: Mendecosta, 2001.
74
BOAVENTURA, Eurico Alves. Fidalgos e vaqueiros. Salvador: UFBA, Centro Editorial e Didatico, 1989.
89
Gumercindo da Rocha Dórea, da Editora G. R. D., mostra-se interessado na publicação da
citada obra (ALENCAR, 1965, p.)
75
.
Mais um evento de grande importância para a cidade foi o lançamento de “Os pastores
da noite”, do escritor Jorge Amado, na Livraria Guanabara, em Feira de Santana. A Folha do
Norte traz a notícia da movimentação que causou na cidade a presença desse consagrado
escritor baiano, num evento que reuniu cerca de 500 pessoas:
Jorge Amado autografou cerca de 500 volumes, para os seus leitores, entre os quais se
notavam, ao lado dos intelectuais e pessoas letradas, gente do povo, disputando uma
dedicatória ao autor nos volumes adquiridos.
Foi um sucesso inédito o lançamento do livro (SUCESSO..., 1964, p. 4).
E acrescenta, dizendo alguns nomes de intelectuais que participaram do ato:
O autor compareceu ao ato, autografando cerca de quinhentos exemplares. Estiveram
presentes o Prefeito Joselito Amorim, o jornalista Hélder de Alencar, os escritores Fernando
Ramos, Ciro Leite, Dival Pitombo, intelectuais, autoridades e representantes de entidades de
classe (GUANABARA..., 1964, p. 1).
A grande movimentação social que causou o lançamento de “Os pastores da noite” em
Feira de Santana mostra um interesse expressivo da sociedade local ou em admirar o evento,
ou em apreciar o autor e sua obra, supondo-se que Amado tivesse um público leitor formado
na cidade, para as suas criações. Com efeito, Antonio Candido afirma (2000, p. 76) que o
público nunca é um grupo social, sendo sempre uma coleção inorgânica de indivíduos, cujo
denominador comum é o interesse por um fato”. Apesar disso, a obra provoca um dinamismo
social porque cria na sociedade redes de influência, cria públicos e modifica o comportamento
dos grupos, definindo as relações humanas (Ibid., p. 74). A literatura é pois um sistema vivo
de obras, agindo umas sobre as outras e sobre os leitores; e vive na medida em que estes a
vivem, diferenciando-a, aceitando-a deformando-a” (Ibid., p. 74).
As livrarias feirenses, apesar de terem funcionado ao mesmo tempo como papelarias,
sobretudo atendendo o público estudantil da cidade, e de não terem sido especializadas em
fornecer livros acadêmicos ou literários em grande número de títulos para a sociedade local,
tornaram-se espaços onde as sociabilidades intelectuais puderam ser observadas em eventos
75
Apesar dessa informação o “segura”, Fidalgos e vaqueiros” só veio a ser editado em 1989, 15 anos depois
da morte de Eurico, por iniciativa de sua filha Maria Eugênia Boaventura.
90
como lançamentos de livros.
76
A Livraria Guanabara parece ter sido a principal livraria
feirense a sediar eventos como esses. Além de ter sediado uma tarde de autógrafos de “Os
pastores da noite”, também foi lugar onde o professor feirense René Guimarães lançou “O
estudo do idioma no domínio das coisas” e “Pelos caminhos do amor”, esse literário. Também
promoveu o lançamento do livro “Últimos sinos da infância”, do escritor Ariovaldo Matos:
Em promoção realizada pela Associação Feirense de Arte, Associação Cultural Filinto Bastos
e Livraria Guanabara, o escritor Ariovaldo Matos autografou terça última, 300 exemplares de
sua mais recente obra contista, “Últimos sinos da infância”.
O livro que é editado pela Livraria São José, apresenta uma capa muito bonita à cargo do
plástico Lênio Braga, traz prefacio de Jorge Amado (“Com esse livro ganha o conto um cultor
de primeira ordem”) e mais opiniões de Valdemar Cavalcanti, Adonias Filho, Glauber Rocha,
Walmyr Ayala e Eneida, sobre o autor. Ariovaldo Matos é sem dúvida um bons contistas da
nova geração brasileira, que tem publicados dois interessantes livros: “A dura lei dos homens”
e “Corta-braço” que tem uma só linha, o de apresentar a realidade nua e crua como a provém o
seu sentimento. Ao lançamento compareceram entre as inúmeras pessoas: Srs. Dival Pitombo
(Crítico literário), Olney São Paulo (cineasta), Hélio Cerqueira (presidente da SCAFS), Profa.
Laura Folly e mais. Serviu de madrinha do lançamento o brotinho Ângela Nou (TARDE...,
1965, p. 2).
Para o lançamento de “Últimos sinos da infância” a apreciação feita por intelectuais
renomados na sociedade baiana, destacando o talento do seu escritor, é uma forma de criar
nos leitores uma expectativa de consumo. A obra inserida na sociedade causa (re)apropriações
e significados novos no processo da leitura, que muitas vezes extrapolam a expectativa do
próprio escritor. De fato, a aceitação por parte do público de obras recém lançadas é variável.
De acordo com Candido (2000, p.77), “um público se configura pela existência e natureza dos
meios de comunicação, pela formação de uma opinião literária e a diferenciação de setores
mais restritos que tendem à liderança do gosto as elites”. A respeito de Últimos sinos da
infância”, o fato de o escritor Ariovaldo Matos ter lançado seu livro cercando-o de opiniões
de intelectuais de peso, provavelmente facilitou a sua aceitação social.
Mais uma grande publicação na cidade, foi o Álbum de Feira de Santana”, em 1966,
escrito por Franklin Machado, que nesta época trabalhava como jornalista na Folha do Norte:
Sob o patrocínio de várias firmas desta cidade e da capital baiana, será lançada, hoje, às 17.30
horas, na FEIRAM (Mandacaru Hotel), o Álbum da Feira de Santana de autoria do nosso
confrade Franklin Machado. A apresentação do mesmo estará a cargo dos srs. Prof. Dival
Pitombo, Eurico Alves Boaventura e Olney São Paulo (ÁLBUM..., 1966, p. 6).
76
Livrarias e ou papelarias existentes na cidade de Feira de Santana, nas décadas de 1950 e 1960, citadas pela
Folha do Norte: Livraria Bahia, Livraria Jacuípe, Livraria Lápis de Ouro, Mirim, Livraria Santana (da Marechal
Deodoro e da Sales Barbosa) e Depósito de Revistas.
91
O livro de Franklin Machado trata de assuntos relativos à história e à cultura da cidade
de Feira de Santana, contendo informações sobre a sua gente e a movimentação de seus
espaços e também ilustrações feitas pelo próprio escritor, em que buscou retratar cenas do
cotidiano da cidade, como a feira de gado. Aliás, ressaltando a cultura sertaneja que, segundo
Machado, é marcante em Feira de Santana, criou para o seu livro uma capa em couro.
77
Outro acontecimento de grande repercussão na vida cultural de Feira de Santana foi
uma tarde de autógrafos concedida pelo escritor feirense Juarez Bahia, conforme testemunha a
Folha do Norte:
Encontra-se em nosso meio, desde a semana finda, em visita aos seus familiares, o jornalista e
escritor conterrâneo Juarez Bahia, radicado há vários anos na cidade de Santos, estado de São
Paulo.
O escritor Juarez Bahia, que é autor dos livros “Três fases da imprensa brasileira”, “Um
homem de trinta anos” e “Jornal, história e técnica”, realizará na próxima terça-feira, dia 25
deste mês, uma tarde de autógrafos na Livraria Jacuípe, a convite do proprietário desta e do
Presidente da Associação de Jornalistas Estudantis de Feira.
Prevê-se grande comparecimento de intelectuais, professores e pessoas outras interessadas em
assuntos culturais à tarde de autógrafos de Juarez Bahia, pois, além de outras razões para isso,
de ser ele o primeiro escritor feirense, residente fora, a lançar livro na sua cidade natal
(ESCRITOR..., 1967, p. 5).
As notícias sobre lançamentos de livros em Feira de Santana evidenciam práticas
culturais que dizem respeito à produção, circulação e consumo de objetos literários na cidade.
Conquanto as produções literárias publicadas na Folha do Norte mostrassem vínculos de
escritores feirenses com modelos de criação estrangeiros, usados em larga escala nos poemas,
e a relação com temas relativos ao cotidiano da cidade, sobretudo nas crônicas, nas notícias
sobre a criação de associações culturais, sobre a participação de escritores em concursos
literários e sobre a publicação de seus livros na cidade, revelam-se outras esferas da dinâmica
social da literatura em Feira de Santana. A expressão mais significativa dessas notícias foi a
de mostrar que, na cidade, os grupos intelectuais se diferenciavam quanto às preferências
formais de criação da literatura e quanto à participação efetiva em associações que visaram
discutir as práticas literárias, que de alguma forma evidenciavam o comprometimento deles na
realização dessa atividade. Assim, o campo intelectual socialmente estabelecido em Feira de
Santana revela disputas, contradições e relações de poder, perceptíveis nas posições ocupadas
pelos escritores, no modo como definiam sua relação com a literatura e no modo como se
articulavam e se confrontavam (BOURDIEU, 1987). De um lado, muitos poemas publicados
77
MACHADO, Franklin de C. Feira de Santana: Álbum. 2.ed Feira de Santana: Cacimbinha, [19--].
92
na Folha do Norte revelavam o traço forte de provincianismo de escritores feirenses, de outro,
a idealização de associações literárias buscaram promover um “renascimento” nas práticas
literárias expressas pela maioria desses escritores, ou seja, alguns intelectuais demonstraram a
firme intenção de realizar um movimento artístico local.
As notícias sobre as práticas de criação cultural em Feira de Santana mostram ainda
finalidades e interesses específicos dos escritores no que diz respeito à formação de um
público leitor na cidade, o que é essencial para se tornarem reconhecidos e, para além disso,
para que suas produções viesse adquirir valor social e pudessem ser consumidas. Antonio
Candido (2000, p. 74) também chama a atenção para um entendimento importante:
O escritor, numa determinada sociedade, é não apenas o indivíduo capaz de exprimir a sua
originalidade (que o delimita e especifica entre todos), mas alguém desempenhando um papel
social, ocupando uma posição relativa ao seu grupo profissional e correspondendo a certas
expectativas dos leitores ou auditores. A matéria e a forma da sua obra dependerão em parte
da tensão entre as veleidades profundas e a consonância ao meio, caracterizando um diálogo
mais ou menos vivo entre criador e público.
A partir da década de 1960 surgiram na Folha do Norte colunas destinadas a noticiar o
que acontecia no mercado editorial e mesmo para apresentar sugestões de leitura literária. O
surgimento dessas colunas mostra como o perfil do jornal vai mudando e incorporando outras
novidades. As colunas “Livros” (noticiário das “Edições Ouro”, publicada apenas em 1963) e
“Falando de livros”
78
(publicada a partir de 1962 e assinada por Dival Pitombo, que a cada
semana expunha no jornal sugestões de leitura e as sinopses dos livros sugeridos) tiveram
uma função social e pedagógica de instruir o leitor ou de estimular a formação de um público
tendo em conta as opções de leitura que ofereciam.
Em relação às possibilidades de leitura em Feira de Santana, nas décadas de 1950 e
1960, além do jornal, escolas, bibliotecas e livrarias também foram instâncias que propiciaram
a circulação e a socialização de produtos literários diversos, e, deste modo, o fortalecimento
de condições sociais, culturais e técnicas para a formação de públicos leitores de literatura e
para o comércio de publicações literárias em Feira de Santana. Nas bancas de revista da
cidade podia-se revistas de grande circulação à época, como Cruzeiro e Seleções.
Mas houve outras formas possíveis de circulação de livros na sociedade feirense, de
empréstimos e trocas de materiais de leitura, entre os estudantes das agremiações escolares,
por exemplo. Por outro lado, a criação da Biblioteca Municipal Arnold Silva, em 1962, teve
um significado importante para a população da cidade. A sua criação foi propagandeada como
78
A partir de 1967, essa coluna passa a ser chamada apenas de “Livros”.
93
uma grande realização do então prefeito Arnold Silva, que deu seu nome ao estabelecimento e
que era um dos irmãos que estavam no comando da Folha do Norte. No que se refere à
inauguração da Biblioteca, meses antes desse acontecimento o jornal publicou a seguinte
notícia, em 24 de dezembro de 1960:
Possivelmente a inauguração do majestoso prédio da Biblioteca Pública Municipal, uma das
mais grandiosas obras da administração do Prefeito Arnold Silva, cujos trabalhos de
construção acham-se muito adiantados, ocorrerá no dia 5 de julho de 1961, quando visitarão
esta cidade cientistas de todas as partes do globo, reunidos em Salvador para a realização de
importante congresso médico nacional.
A visita à Feira de Santana será incluída no programa do Congresso, havendo, além da
inauguração referida, almoço oferecido pela prefeitura aos congressistas, que serão saudados
pelo sr. Arnold, Silva.
Um dos organizadores do Congresso é o destacado médico nesta cidade, Dr. Geraldo Leite,
prof. da Faculdade Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Além da Biblioteca Municipal, a cidade oferecia outros espaços, ainda que precários,
para a circulação de livros, como as bibliotecas particulares e as de algumas escolas. Porém, o
número de analfabetos restringe de forma significativa as possibilidades de acesso a essas
formas de conhecimento. Segundo Regina Zilberman (1997, p. 1), entender a história da
leitura como relato da progressão cronológica das obras escritas, impõe certas condições:
A primeira é a de existir a escrita, reconhecida pela sociedade enquanto um de seus possíveis
meios de comunicação; outra, é a de obras produzidas terem se tornado públicas, vale dizer,
socializadas. Da sua parte, essa socialização decorre de algumas providências, como a de
possibilitar o acesso à escrita por parte dos membros da sociedade, o que implica também o
estabelecimento de uma instituição encarregada de fazê-lo: a escola, que, de seu lado, carece
de pessoal qualificado para desempenhar a tarefa de decodificar letras e alfabetizar o que
corresponde à leitura.
E apesar dessa forma importante de socialização do conhecimento, de abertura de
novas rotas de circulação de livros, o universo de leitores que se tinha era ainda restrito, como
foi evidenciado no primeiro capítulo quando se falou sobre as taxas de analfabetismo em
Feira de Santana nas décadas de 1950 e 1960. É importante perceber que “os livros possuem
uma vida social e um valor econômico” (DARNTON, 1987, p.182). Poderíamos dizer que, no
âmbito sócio-cultural de Feira de Santana, tinha também importante valor simbólico.
De modo geral, a mobilização verificada no campo cultural da cidade de Feira de
Santana poderia até ser classificada como experiência menor ou inexpressiva no âmbito na
literatura brasileira. Porém, fugindo de esquemas de classificação que buscam definir a boa e
a literatura, aqui se entende que os documentos literários encontrados na Folha do Norte
94
são de fundamental importância para o estudo e a compreensão de práticas que marcaram a
cultura e a sociedade local e que estão estreitamente vinculadas à construção histórica da
cidade, enquanto aspectos determinantes e imprescindíveis dessa história. Evidencia-se aqui o
papel do particular, não em oposição a outros contextos e abrangências, mas enquanto uma
definição específica que rejeita o relativismo. Busca-se assinalar uma realidade particular e as
suas condições de desenvolvimento cultural, compreendendo a dialética da temporalidade,
abriga simultaneidades e descompassos no desenvolvimento de diferentes sociedades. Assim,
podemos encontrar em plena segunda metade do século XX grupos de indivíduos,
organizados em entidades associativas ou não, que apregoam padrões de literatura muito
ultrapassados no Brasil, pelo menos nos centros mais desenvolvidos.
Em Feira de Santana aconteceram eventos artísticos e culturais que congregaram os
intelectuais e a sociedade como um todo. Exposições de pinturas, concertos musicais, recitais
de piano, exibições de peças teatrais e de filmes no Cine Íris e no Cine Santanópolis foram
noticiadas na Folha do Norte. A importância que esses eventos tiveram para a cidade foi a de
criar um ambiente cultural ativo e estimulante para a população feirense, que participava
dessas atividades também como opção de lazer.
Em 11 de março de 1957 foi fundada uma instituição de apoio às artes na cidade: a
Sociedade Cultural e Artística de Feira de Santana
79
. Esta entidade foi considerada de
utilidade pública pela lei municipal n. 180, segundo a Folha do Norte (AS ATIVIDADES...,
1957, p. 1), graças aos esforços dos seus dirigentes: Francisco Barreto, Jorge Dinaldo Bastos,
Teresinha Alba Amaral, José Falcão da Silva, Walter Guimarães Carneiro e Marquise Jales.
Diz a Folha do Norte, poucos meses depois da fundação da SCAFS, que os dirigentes da
instituição, “vêm cumprindo vasto e bem traçado programa de realizações, tendo oferecido
aos seus associados e ao povo feirense, os concertos de Pierre Klose, Mafalda Busato e a
exposição de R. F. Oliveira” (Ibid., loc. cit.). Em 08 de junho de 1957 a “insigne declamadora
gaúcha”, Mafalda Busato, realizou um recital de poesia no salão nobre da Prefeitura
Municipal. Foi um evento patrocinado pela SCAFS, junto à Associação Cultural Filinto
Bastos e a Prefeitura Municipal. Sobre o evento, a notícia do dia 08/06/1957 diz:
A apresentação da artista foi feita pelo Prof. Dival Pitombo, o qual discorreu sobre o tema
Arte e Poesia, congratulou-se com o público pelo interesse demonstrado e elogiou os
patrocinadores que permitiram ao povo aquela festa do espírito (RECITAL..., 1957, p. 1).
79
A Sociedade Cultural e Artística de Feira de Santana é abreviadamente chamada de SCAFS na Folha do
Norte.
95
A SCAFS contava ainda com um Clube de Cinema e com um departamento de teatro
amadorista. Também tinha um departamento de esportes, atuando na preparação de equipes
femininas e masculinas de vôlei e basquete. Segundo notícia da Folha do Norte, “a associação
vem batalhando pelo progresso cultural de Feira, a SCAFS merece não os aplausos, mas
também a ajuda de todos os feirenses” (AS ATIVIDADES..., op. cit., loc. cit.). A concepção
da SCAFS foi a de uma instituição recreativa e completa, no que diz respeito à promoção de
atividades diversas, culturais e artísticas, para a sociedade local. Ao lado da Associação
Cultural Filinto Bastos, fundada também em 1957, a SCAFS foi mais uma instituição que
surgiu em Feira de Santana com o objetivo promover para a população mais oportunidades de
participar ativamente da cultura artística local. Com este mesmo propósito também surgiu a
Associação Feirense de Arte (AFA)
80
, dirigida por Dival Pitombo, que trouxe para Feira de
Santana artistas famosos, como Lili Kraus, Joy Kim, Joel Rosen, Eduardo Hazan, Moysés
Mandel e também o Ballé La Vega. Esperava-se que o público soubesse “corresponder ao
esforço da AFA, quem tem realmente trazido à Feira de Santana o que de melhor no
mundo em matéria de arte musical” (AFA..., 1960, p. 5). É difícil avaliar a repercussão social
desses eventos, mas possivelmente eles contaram com a participação maior da elite feirense.
Outros eventos artísticos relevantes aconteceram na cidade. Em 1952 a Folha do Norte
anuncia a Grande Exposição de Arte Moderna em Feira de Santana” ocasião em que,
primeiramente, buscou-se destacar o refinamento do gosto artístico da população. No anúncio
publicado na Folha do Norte, o articulista não apenas relatou uma informação-convite, sobre
local e data do evento, mas empenhou um discurso sobre a relevância de sua realização para a
sociedade feirense, já que reuniria uma boa soma de trabalhos de artistas de renomada
importância local, nacional ou estrangeira. Eis a notícia que também diz sobre os artistas e os
seus respectivos trabalhos apresentados na exposição:
Acontecimento de singular importância para a vida social e intelectual da cidade, será, sem
dúvida, a grande Exposição de Arte Moderna da Feira de Santana, a instalar-se no dia primeiro
do mês de Junho, no hall do Edifício Euterpe, organizada a patrocinada pelos jovens
intelectuais feirenses dr. Dival Pitombo e o artista Raimundo Oliveira, em homenagem ao 25ª.
Aniversário de fundação da nossa Escola Normal Rural, intelectuais que vêm, destarte,
soerguer o nome e as tradições da Feira de cidade civilizada e culta.
Ergue-se, assim, a nossa Terra, impoluta e altaneira, pelo trabalho dos seus intelectuais [...].
Será portanto, um espetáculo à parte dos quantos nos acostumamos a presenciar. Será uma
festa da inteligência e do espírito, da cultura e da sensibilidade.
Deixemos de lado, por uns dias, as nossas misérias. Cubramos as nossas feridas, e
recepcionemos condignamente, os grandes artistas brasileiros e estrangeiros que estarão entre
80
A primeira notícia que se tem da Associação Feirense de Arte data de 1960, mas não foram encontrados dados
sobre o ano de sua fundação.
96
nós, representados pelos seus trabalhos, quando não pessoalmente, como Mario Cravo Jr., que
comparecerá à abertura da Exposição.
A Feira terá oportunidade de entrar em contato com obras das maiores figuras da Arte
Moderna no Brasil, dentre os quais podemos citar Candido Portinari (1 desenho), Djanira (1
pintura), Pancetti (1 desenho e 3 pinturas). Mario Cravo Jr. (3 esculturas, 3 gravuras e 3
pinturas), Carybé (3 pinturas), Inimá (2 pinturas), Marcelo Grossmann (4 gravuras), Guersoni
(2 gravuras), Aldo Bonadei (2 gravuras), Silvio Abramo (1 gravura), Graciano (1 gravura),
Carlos Scliar (1 gravura), Poty (3 gravuras), Aldemir Martins (2 gravuras e 1 desenho), Jenner
Augusto (2 pinturas), Estevão (3 pinturas), Ronault (1 gravura), Ligia Sampaio (3 pinturas),
Genaro de Carvalho (3 pinturas), Raimundo F. Oliveira (pinturas, gravuras e desenhos),
Milton da Costa (1 pintura), Ado Malagoli (1 pintura).
O povo da Feira não pode negar apoio a tão belo empreendimento artístico-educacional-
cultural, nem aos seus idealizadores e organizadores, a quem, antecipadamente, formulamos
os parabéns da “Folha”, com os votos de pleno êxito (GRANDE..., 1952, p. 1).
Nestas palavras, coloca-se em evidência um grupo social responsável por elevar a
cidade à categoria de “civilizada” e “culta”: os intelectuais feirenses. Civilizar implicaria em
mostrar certo grau de desenvolvimento cultural, o que poderia ser verificado na realização de
eventos artísticos como esse. Dizer que Feira de Santana é uma cidade “culta” e “civilizada”,
busca classificar o ambiente cultural local, a partir do conteúdo de valores que representa. O
articulista também classifica Feira de Santana como “impoluta” e “altaneira”, termos que
buscam reforçar o sentido da percepção histórica da cidade e a intenção de estabelecer um
lugar social e hierárquico específico para essa história. No que se refere à repercussão social
da Grande Exposição de Arte Moderna em Feira de Santana, essas informações não foram
encontradas na Folha do Norte.
Em 1963 uma Semana de Arte também foi noticiada no semanário, mostrando a
movimentação da sociedade feirense, particularmente dos estudantes, em torno do evento, que
ocorreu na Biblioteca Municipal Arnold Silva. Uma descrição detalhada sobre a programação
da Semana, os conteúdos expostos e a sua participação social vê-se na seguinte notícia:
A Biblioteca Municipal tem vivido, esta semana, dias de intensa movimentação cultural com a
realização da Semana de Arte, promovida por um grupo intelectual de jovens feirenses.
Exposições, palestras, conferências, demonstrações de caráter educativo têm sido realizadas,
provocando a atenção de multidões consideráveis que vem lotando todas as noites as
dependências daquela casa de cultura.
Dentre as exposições que ora se realizam ali, destacam-se pelo seu valor educativo a da
História de Arte, organizada pelo Dr. Dival Pitombo, com reproduções de quadros famosos e
obras de arte desde a pré-história aos nossos dias, pertencentes às coleções do organizador, o
Dr. Eurico Boaventura, que tem colaborado com o seu concurso, inclusive com uma palestra
que pronunciou sobre coisas de nossa terra.
Um grande interesse tem despertado a exposição de motivos folklóricos [sic.] de D. Hilda
Carneiro, reconstituindo o nosso ambiente rural com grande fidelidade através de miniaturas
de trabalhos em couro, feitos com perfeição e arte.
97
A exposição de Literatura Infantil do Prof. Manoel Planzo tem sido muito visitada e admirada,
conjuntamente com as exposições de pintura dos artistas feirenses Juraci Falcão e Osvaldo
Sales, de beleza plástica e decorativa.
Na ocasião de abertura participou o madrigal dos Seminários de Música, obtendo incauculável
êxito.
Na quarta-feira, Dr. Dival Pitombo pronunciou uma conferência sobre Evolução da Arte
Contemporânea, mantendo a atenção de uma multidão que lotou o auditório da Biblioteca,
durante duas horas.
Tem havido todas as noites exibições de filmes educativos em sessões muito freqüentadas.
Nota-se, sobretudo, o enorme interesse dos jovens que evidenciam a vontade de aprender,
comparecendo em massa todos os dias. Isto constitui grande alegria para os que amam esta
Cidade.
Vai assim preenchendo as suas altas finalidades a nossa Biblioteca Municipal, templo de
cultura, que Arnold Silva construiu, uma necessidade imperiosa para a educação dessa
juventude que orientará, com segurança, o futuro de Feira de Santana (SEMANA..., 1963, p.
1).
A notícia mostra que em Feira de Santana alguns intelectuais, como Dival Pitombo e
Eurico Alves Boaventura, estiveram empenhados em estimular a movimentação cultural na
cidade, em interagir com a população, exibindo seus trabalhos e expressando idéias e valores
de criação que se referiam à concepção de arte de que partilhavam. Esse evento evidencia
sociabilidades em que se percebe uma função social da atividade intelectual, que é a de
socializar produtos de arte e conhecimentos e a de evidenciar para a sociedade as expressões
artísticas que a representam, bem como um compromisso em fazer com que haja a circulação
e assimilação de valores nesse âmbito.
Em 1967, grêmios estudantis e associações culturais da cidade se reuniram para
planejar a realização de outro evento na cidade: o I Congresso de Cultura de Feira de Santana.
A notícia abaixo transcrita revela os objetivos desse acontecimento:
Foi realizada no último dia 25 no Seminário de Música de Feira de Santana, a primeira
reunião para deliberar sobre a realização do I CONGRESSO DE CULTURA DA FEIRA DE
SANTANA que contou com a participação de representantes da SCAFS, META, TEF
81
,
SCAP, ALEFS
82
, AFCC
83
, dos diversos Grêmios Estudantis e do Secretário de Educação dr.
Raimundo Pinto. Diversos assuntos do Congresso foram discutidos em franco congraçamento
das entidades culturais da cidade.
[...]
A finalidade de tal Congresso visa, não somente a agregação do pessoal que faz cultura, mas
também mostrar e expor às autoridades competentes a carência de uma assistência maior para
os grupos de teatro, Grêmios Estudantis, Sociedades Recreativas e Beneficentes; enfim, dar
uma maior divulgação à cultura e às artes em Feira de Santana (I CONGRESSO..., 1957, p. 1).
81
Teatro Experimental de Feira.
82
As siglas META, SCAP e ALEFS não foram identificadas.
83
Associação Feirense de Críticos Cinematográficos.
98
Esteve no cerne das preocupações das entidades culturais e estudantis em Feira de
Santana, que idealizaram o I Congresso de Cultura, a necessidade de incentivos para a
realização de suas atividades, como informa a Folha do Norte. A notícia sobre o Congresso
mostra outra faceta da sociedade local, diferente das evidenciadas nas notícias sobre a Grande
Exposição de Arte Moderna e sobre a Semana de Arte. Nestas duas últimas, buscou-se
ressaltar o nível de desenvolvimento cultural feirense, a primeira delas destacando Feira de
Santana como cidade “culta” e “civilizada”, “impoluta e altaneira pelo trabalho dos seus
intelectuais”. A idealização do I Congresso de Cultura, por sua vez, parece ter sido motivada
justamente com o intuito de chamar a atenção dos poderes públicos para a necessidade de
auxílios de que careciam as entidades. Além disso, a idealização desse evento também teve a
intenção de mobilizar a sociedade local para a discussão de assuntos relativos a aspectos da
sua cultura. Raimundo Pinto, ao informar sobre a instalação desse evento, na coluna
“Educação & Cultura” da Folha do Norte, chega mesmo a dizer que Feira de Santana era a
uma terra de “fracas tradições culturais”:
Será instalado hoje, na Biblioteca Municipal, o I Congresso de Cultura de Feira de Santana.
Em uma terra como a nossa, de tão fracas tradições culturais, é motivo de orgulho para todos
nós feirenses quando um grupo de jovens resolve discutir, em assembléia ampla, problemas de
cultura, ensino e artes. (PINTO, 1967, p. 6).
No programa do evento, que durou seis dias (de 17 a 22 de junho de 1967), foram
temas de discussão em sessões plenárias: artes plásticas e cinematográficas (cinema, pintura e
artesanato); problemas educacionais (Grêmios Estudantis, ensino primário, ensino secundário,
ensino superior); cultura teatral e musical (grupos teatrais e Seminário de Música); e literatura
(cultura popular e jornalismo estudantil). Foram também proferidas palestras de professores
da Universidade da Bahia, como Roberto Argollo, Nelson Araújo e Hélio Rocha. Outro
palestrante do evento foi o pároco Renato de Andrade Galvão.
A realização de eventos culturais e artísticos em Feira de Santana permitiu a
circulação de idéias e valores vislumbrados nas práticas de estudantes e de intelectuais locais.
Essa constatação a entender aspectos da história social e cultural da cidade, no que se
refere às sociabilidades intelectuais e artísticas vislumbradas nos eventos mencionados acima.
Em particular, a respeito da relação entre produtores e consumidores de objetos de arte, essas
são duas categorias sociais identificadas, a princípio, pelo papel que exercem na sociedade, de
produção e de consumo. Entretanto, ambas os grupos são aqui entendidas como produtores de
cultura, visto que não uma assimilação passiva daqueles objetos, não contato sem que
99
haja mudança; e que, nesse processo estão também envolvidos interesses, disputas e
negociações para o estabelecimento de gostos e valores na sociedade, de um modo geral, que
permitiriam a aceitação mais aberta de práticas culturais socializadas pelos artistas da terra.
100
3 FEIRA DE SANTANA NA LITERATURA: CRÔNICAS, POEMAS E CARTAS
És orgulho da Bahia
Princesinha do Sertão,
És um templo construído
Pelo Deus da Perfeição!
Cidade Maravilhosa,
Monumento de alegria!
És a jóia sideral,
De um sonho angelical
No berço da poesia! (SANTOS, Eglê Marques. Cidade Princesa. Folha do Norte, Feira de
Santana, ano 53, nº. 2736, p. 3, 16 dez. 1961)
101
A cidade desafia os olhares atentos à reflexão sobre a sua existência, sentida em seu
ritmo diário, no colorido de sua população, em suas vozes, ruídos e bulícios, em sua anatomia,
em sua história. Como um palimpsesto, é continuamente reescrita ou reconstruída, concreta e
simbolicamente, e seus territórios redesenhados e reapropriados de maneira sempre nova.
Como um calidoscópio, permite ser observada e interpretada a partir de diferentes ângulos de
visão. Sua definição é em todo tempo múltipla, imperfeita e provisória.
As concepções de cidade formuladas no campo do discurso incorporam toda sorte de
hierarquias e enquadramentos de valor intrínsecos às estruturas sociais de que emanam”
(SEVCENKO, 1999, p. 28). Os discursos fixam representações que reinventam a cidade
imaginativamente, expressando desejos e poderes, que retratam interesses em disputa na
sociedade. O discurso literário, em particular, com sua linguagem própria, é também um
terreno onde as idéias de cidade se exercitam.
No jornal feirense Folha do Norte, a existência de um corpus literário (crônicas, cartas
e poemas) cujo tema em comum é a cidade de Feira de Santana mostra as sensibilidades que
envolvem as percepções de escritores locais acerca desse ambiente particular. Expectativas,
anseios, desejos e dramas registrados nessa literatura são vistos como matéria integrante de
um processo intrincado que, pelo menos de 1951 a 1969, envolve a renovação do espaço
urbano feirense, mudanças de hábitos sociais, nascimento de novos códigos culturais, em
convívio e em confronto com as estruturas antigas.
Compreender a cidade de Feira de Santana a partir de textos literários publicados na
Folha do Norte exige que se tenha em vista a situação do jornal nesta sociedade, isto é, o seu
posicionamento político-ideológico, que influi categoricamente na fabricação da notícia, na
concepção de cidade e de cidadão que comunica, e, em particular, na veiculação de conteúdos
literários que têm por tema esta cidade. Órgão conservador, provinciano e noticioso, desde
que surgiu, a Folha do Norte passou a acompanhar a trajetória histórica do município sempre
produzindo significados sobre o perfil de sua gente, sobre os seus espaços de circulação social
e seus usos, sobre a sua vida e aflições cotidianas, inspirando a opinião geral da população.
Assiduamente publicou matérias e discursos privilegiando as imagens de lugar “próspero” e
“desenvolvido” para classificar a Feira de Santana, imagens positivas fortemente relacionadas
com os seus interesses políticos, haja vista que os próprios donos do semanário também
fizeram carreira na política local.
Terreno onde se exercita com maior liberdade os juízos sobre a cidade e tudo o que lhe
diz respeito, os textos literários estão igualmente vinculados à perspectiva adotada pela Folha
102
do Norte para abordar o assunto “cidade feirense”
84
. Sua subjetividade compreende o gênio
do escritor e as intencionalidades do meio em que são divulgados. Suas idéias se articulam a
uma instância que lhe é externa, o jornal, já que é por intermédio desse meio de comunicação
social que circulam na sociedade. Em todo caso, cada composição apresenta-se como um
olhar sobre a cidade, um olhar excepcional, como percepções distintas dos autores, que a um
tempo são leitores e criadores da cidade e instituem maneiras novas de ver e dizer esse
lugar de difícil decifração. Como afirma Renato Cordeiro Gomes (1994, p. 23), “ler a cidade
consiste não em reproduzir o visível, mas torná-la visível, através de mecanismos da
linguagem”.
A palavra literária que fazia circular a Folha do Norte transmitia representações da
cidade e criava sempre novas possibilidades de leitura de sua paisagem, ainda que parceladas
e provisórias. Renato Cordeiro Gomes (Ibid., p. 24) considera que “o texto é relato sensível
das formas de ver a cidade; o enquanto mera descrição física, mas como cidade simbólica,
que cruza lugar e metáfora, produzindo uma cartografia dinâmica”. Leituras possíveis da
cidade o o que apresentam os escritores feirenses, cada um buscando uma visão exclusiva
sobre um detalhe, uma rua, indivíduos, costumes, eventos, continuamente oferecendo ao
público um novo ponto de observação e contemplação.
Neste último capítulo são justamente as idéias de cidade exploradas no campo literário
que estarão no foco da análise. Busca-se apreender em crônicas, poemas e cartas as formas
como aí é tecida a relação entre realidade social e discurso literário, considerando-se o
momento especial da história urbana e social feirense no limiar da segunda metade do século
XX. Para tanto, foram selecionados textos significativos que mostram visões diversificadas e
muitas vezes complementares sobre a cidade de Feira de Santana.
Note-se que a compreensão dessas produções literárias está intimamente relacionada
ao meio onde são divulgadas e ao momento histórico que a cidade vivencia entre 1951 e 1969,
em que se destaca o gradual processo de modificações da sua estrutura urbana, que mexe com
os hábitos e valores da população e, pouco e pouco, afeta sua cultura e sociedade. A literatura
que teve por mote a cidade foi, ao mesmo tempo, fruto dessas mudanças e também registro,
através do qual é possível abranger o modo como os escritores observaram, sentiram,
avaliaram e enunciaram esse espaço e tempo específico, muito embora, ao falar sobre a cidade
84
Quando se fala de “cidade feirense” como assunto de textos literários, esse assunto pode ser focado em
algumas perspectivas: quando faz referência à cidade de Feira de Santana, de um modo geral, e quando faz
referência a aspectos particulares da cidade, como as novidades urbanas que vão modificando a sua aparência, o
perfil da população e eventos sociais de todo tipo.
103
concreta o escritor veja nela sentimentos, perplexidades, desejos, poderes, sem jamais
apreendê-la em sua totalidade e complexidade.
3.1 CRÔNICAS DA VIDA URBANA
Dentre todos os gêneros literários que a Folha do Norte publicou ao longo das décadas
de 1950 e 1960, as crônicas se estabeleceram como um espaço privilegiado para dizer sobre
Feira de Santana, sendo um dos principais componentes da estrutura do jornal. O comentário
de notícias, dos principais episódios da vida da cidade ou até de aspectos corriqueiros do seu
dia-a-dia, estava reservado às crônicas.
É importante enfatizar que o jornal é mercadoria destinada ao consumo da população e
reporta-se aos eventos a partir do lócus de suas concepções político-ideológicas. Heloísa de
Faria Cruz (2000) afirma que os periódicos delineiam um campo extremamente dinâmico da
disputa cultural e é palco de concorrências para a elaboração e propagação de idéias de cidade
e de cidadão. Na Folha do Norte, o espaço de quatro páginas de que normalmente se
compunha ficava dividido entre os conteúdos que falavam sobre Feira de Santana e o volume
dos demais conteúdos incorporados ao jornal, que também publicava notícias nacionais e
internacionais, além da publicidade não-oficial e oficial, estas ocupando espaços largos na
diagramação do periódico. O seu conteúdo se caracterizava pela busca de matérias já frias,
publicadas em jornais de Salvador, do Rio de Janeiro e São Paulo. Com algum atraso ficava-
se sabendo em Feira de Santana o que estava acontecendo no Estado, no Brasil e no mundo.
Feira de Santana era comentada na Folha do Norte em crônicas, em colunas sociais e em
noticiário resumido. Em momentos festivos, como em época de Micareta
85
e da Festa de
Santana
86
(BATISTA, 1997; TELES, 2000), eram criadas matérias especiais, lançadas em
primeira página, inclusive com fotos e ilustrações. Contudo, são nas crônicas que o cotidiano
dramático da cidade aparece de forma mais viva, bem que esses não fossem conteúdos
neutros.
O cronista diferencia-se do jornalista stricto senso porque pode exprimir com maior
liberdade comentários, opiniões, críticas, sugestões, interpretações. Normalmente a crônica é
85
A Micareta é uma festa tradicional em Feira de Santana, seu um carnaval fora de época, que teve início na
década de 1920.
86
Senhora Santana é padroeira da cidade.
104
objeto de consumo instantâneo, como a notícia, se publicada no jornal, onde está
ordinariamente relacionada ao calendário. Muitos críticos a consideram, por essa razão, como
gênero menor no âmbito da literatura. Segundo Chalhoub, Neves e Pereira (2005, p. 9),
tradicionalmente a crônica foi considerada como “filha bastarda da arte literária”,
caracterizada por uma suposta ausência de elaboração narrativa. Seu enlevo estaria
condicionado ao momento da sua divulgação, diferente das obras de grandes poetas e
romancistas, muitas vezes consideradas atemporais e transcendentes. Porém, esta percepção
olvida a complexidade dos significados que encerram este gênero híbrido que é a crônica.
Chalhoub, Neves e Pereira (Ibid.) afirmam que específico na crônica é a natureza de sua
indeterminação, posto que o cronista está sempre sujeito ao imponderável do cotidiano, que
tanto lhe oferece temas e problemas com os quais discutir, quanto modifica e redireciona suas
opções iniciais” (Ibid., p. 15). O vínculo com o jornal assegura sua divulgão e possibilita a
criação de espaços reservados à sua edição.
Sandra Jatahy Pesavento (2002, p. 199) salienta que “o cronista exalta a posição do
flâneur do urbano, do voyeur da cidade, aquele que é capaz de dar atenção ao que ninguém
percebe e olhar para além da aparência das coisas”. A cidade é um desafio ao olhar e a sua
decifração jamais oferece uma imagem plena e genuína, ao contrário, decifrar/ler a cidade “é
cifrá-la novamente, é reconstruí-la com cacos, fragmentos, rasuras, vazios” (GOMES, p. 37).
O cronista percebe no mundo ao seu redor algo sobre o que tecer uma reflexão. A cidade, da
qual também é parte, adquire uma nova dimensão material e sentimental em sua escrita, onde
é sempre objeto inesgotável. De acordo com Roland Barthes:
A cidade é uma escrita, quem se desloca nela (o seu usuário) é uma espécie de leitor, que,
conforme as suas obrigações e os seus deslocamentos, faz um levantamento antecipado de
fragmentos do enunciado para atualizá-los em segredo (apud GOMES, p. 154).
Na Folha do Norte, aspectos do dia-a-dia da cidade de Feira de Santana, de sua
movimentação costumeira, ou acontecimentos que mobilizavam a sociedade como um todo e
provocavam o burburinho na feira livre das segundas-feiras, dia em que o jornal estava nas
bancas preparado para ser consumido e quando também havia maior circulação de pessoas e
veículos no centro da cidade, geralmente tornavam-se motivo de criação de crônicas no jornal.
Estes conteúdos se estabeleciam (quase) como análise dos assuntos que abordavam e
habitualmente deixavam claros juízos de valor que acaloravam a opinião pública. Criavam
representações de cidade que indicam uma disputa cultural em torno de idéias e imagens que
dão um sentido de unidade e de identidade ao espaço, olvidando contra-sensos e lutas sociais
105
que rotineiramente a reinventam. Trata-se de processos semânticos de construção de imagens,
que envolvem interesses e disputas em sua produção e buscam instituir e legitimar um modo
específico de apreensão da realidade. Michel Foucault (2007) ressalta que todo discurso tem
um poder coercitivo sobre os indivíduos e, de certa maneira, esligado a discursos que o
precedem e aos que o seguem, estando, por isso, aberto à repetição.
Certamente os discursos são feitos de signos; mas o que fazem é mais que utilizar esses signos
para designar coisas. É esse mais que os torna irredutíveis à língua e ao ato da fala. É esse
“mais” que é preciso fazer aparecer e que é preciso descrever (Ibid., p. 55).
As crônicas na Folha do Norte que tiveram por tema a cidade de Feira de Santana
criaram representações geralmente relacionadas ao tempo histórico vivido pela cidade nas
décadas de 1950 e 1960, de intensas mudanças em seu ambiente físico e sócio-cultural. São as
representações de cidade expressas em algumas dessas crônicas que serão aqui estudadas.
Para tanto, foram selecionadas quatro crônicas significativas, no que diz respeito às imagens
de cidade que estabelecem para retratar esse momento em especial da história urbana, social e
cultural feirense. São elas: “Meu caro Aloísio” (13/01/1951), de Hugo Navarro Silva; “Minha
despedida” (31/05/1958), de Jorge Faria Goés; “A Feira e o congresso médico” (15/07/1961),
de Augusto Freitas; e “A Feira e o progresso” (15/10/1966), de Adalberto da Costa Dórea.
Vale dizer que essas crônicas estão na fronteira com o jornalismo e possuem uma
função social dentro do jornal Folha do Norte, estando associadas às demandas deste veículo.
A realização estética dessas crônicas fica comprometida pelo papel que assumem por estarem
vinculadas ao jornal. Os seus autores provavelmente levaram em consideração a liberdade de
expressão que esse gênero de escrita permite, sem ter tido a intenção ou a consciência de estar
fabricando “literatura”. É provável que eles nem se percebessem como escritores. Entretanto,
trata-se de trabalhos criativos, sendo que, na investigação do jornal, esses textos foram
observados e classificados enquanto manifestação literária, conquanto se tenha reconhecido a
sua natureza híbrida. O componente da criatividade, da inventividade e da expressão subjetiva
que possuem esses textos, foi adotado para estabelecer essa classificação
“Meu caro Aloísio” é uma das crônicas mais significativas do jornal, e se sobressai por
ser documento literário, jornalístico e histórico relevante. Na crônica, o autor, que nessa época
era estudante da Faculdade Livre de Direito da Universidade da Bahia, e também co-
proprietário da Folha do Norte, onde atuava como jornalista, reporta-se a vários aspectos da
cidade de Feira de Santana. A referência temporal é categórica, porque inscreve a cidade no
tempo da sua escrita, naquele momento presente, em que observa e vivencia a paisagem
106
urbana e humana feirense. Hugo Silva exibe uma realidade marcada por dramas e
contradições, mas também por um progresso material espantoso, e que naquele momento
mostram mudanças tidas em relação à cidade de alguns anos antes, chegando mesmo a
afirmar ser este “o alvorecer da segunda metade do século na província com pernosticismo de
capital”. O seu objetivo ao escrever esta crônica foi fazer uma homenagem póstuma ao amigo
e antigo companheiro de redação na Folha do Norte, o poeta feirense Aloísio Resende
87
.
Preferiu escrever sua crônica em forma de carta e a remeteu a Resende exatamente na data em
que se completou o décimo ano de morte do poeta. Contudo, por trás desse objetivo explícito,
Hugo Silva pretendeu fazer uma crítica árdua da sociedade e dos costumes de seu tempo, em
um texto carregado de ironia, beirando ao sarcasmo.
“O período em que Aloísio Resende viveu (1900-1941) foi, para Feira de Santana, o
da chegada de códigos comportamentais modernizadores, e, no rastro das ‘Marinetes de
Isaltino, uma nova cidade estava sendo desenhada”, conforme Clóvis Oliveira (2000, p. 111).
Com efeito, no período republicano os espaços urbanos adquirem novos sentidos, passando a
concentrar o grosso da população e toda sorte de tensões sociais, como também a oferecer
estruturas de organização que influenciam os modos e condições de vida de seus habitantes,
expressas, por exemplo, nos usos feitos de seus espaços e nas produções discursivas que
acabam por estabelecer representações e signos de identidade para a cidade e, deste modo, a
fazer parte da sua realidade.
Em “Meu caro Aloísio” Hugo Silva considera que as mudanças urbanas que vinham
ocorrendo em Feira de Santana se tornaram ainda mais pidas e profundas no início da
década de 1950. Mostrando-se um leitor agudo da vida urbana de sua cidade natal, fez em sua
crônica/carta um inventário das mudanças que descaracterizavam o cenário arquitetônico e
sócio-cultural de Feira de Santana. Deste modo, assinalou, a partir do seu ponto de vista
particular, as diferenças entre uma velha e uma nova estrutura social em Feira de Santana, a
primeira contemporânea do seu interlocutor, de caráter mais rural, progressivamente
suplantada pela segunda, que apresenta modificações evidentes provocadas pela veemência da
urbanização em curso. Diz o cronista a Aloísio Resende, cometendo alguns exageros:
87
Sobre a vida de Aloísio Resende, diz Lélia Victor de Oliveira: “Nascido em Feira de Santana, em 26 de
outubro de 1900 e falecido em 12 de janeiro de 1941. Era poeta, jornalista e polemista. Filho do soldado
Eufrázio Paulo de Souza e D. Maria José de Souza. Criado por D. Laura Resende de quem tomou o sobrenome.
Aos cem anos do seu nascimento a UEFS publica um livro, registrando a sua curta vida e os seus versos”. In.
OLIVEIRA, Lélia Vitor Fernandes de. Memorial Poético de Feira de Santana: (100 poetas feirenses). Feira de
Santana: Mendecosta, 2001, p. 19. Aloísio Resende trabalhou na Folha do Norte e publicou boa parte de seus
versos neste jornal. O livro de que fala Lélia Victor de Oliveira, publicado pela UEFS é: MORAIS, Ana
Angélica Vergne de; PORTO, Cristina de Magalhães; ASSUNCAO, Lucidalva Correia. Aloísio Resende:
poemas; com ensaios críticos e dossiê. Feira de Santana: UEFS, 2000.
107
A tua cidade, bisonha e, certamente, com algo de pitoresco e de romântico à época em que
viveste, derramou-se, esbateu-se por sobre o planalto com o afã de quem tem um encontro
marcado com o progresso. Os palacetes alinham-se como nunca se alinharam. Rasgam-se
avenidas, tentáculos gigantescos que parecem pretender abarcar a orbe.
Os subúrbios estão irreconhecíveis, transformados.
[...]
A população sofreu uma extraordinária mudança. Há nortistas, com todos os sotaques e de
todas as peixarias.
O destacamento policial também cresceu muito, e trabalha febrilmente em dar facada em
paraibano e receber facada de paraibano.
Ontem deu dois macacos no bicho, que anda muito animado por cá.
Como todo discurso, esta crônica inaugura representações que assinalam um modo de
ordenar a realidade. Hugo Silva pinta e emoldura a realidade observável, fixando instantes da
sua complexa mobilidade. Ele ressalta o crescimento material da cidade e, em contrapartida, a
decadência social e o aprofundamento de tensões sociais geradas por esse crescimento. A
dinâmica apresentada é, em suas palavras, resultado de um encontro marcado da cidade com o
progresso, ou seja, teria o impacto do progresso sido responsável pela dimensão das
mudanças detectadas na paisagem e no ritmo urbano. Todavia o cronista quis ser sarcástico ao
realçar o progresso que, sendo uma noção normalmente associada à perspectiva evolucionista,
que naturaliza o devir histórico (SCHWARCZ, 1993), surtiu em Feira de Santana efeitos
perniciosos, observados principalmente nos contrastes sociais de sua população, cada vez
mais volumosa com a chegada constante de nortistas, como o paraibano a que se refere.
Este cronista também buscou evidenciar o progresso da cidade e suas contradições nos
modos de vida e hábitos sociais da população, como se quisesse mostrar para Aloísio Resende
que a sociedade feirense do princípio da cada de 1950 parecia estar inserida num tempo
radicalmente outro. O texto de Hugo Silva tem o tom de deboche, essa é a perspectiva adotada
por ele para dar visibilidade aos instantâneos culturais da cidade, como os que faz referência
no seguinte trecho:
As moças bebem whisk e fumam cigarro americano. Há dancing clubs e clubs dancing.
Em cada esquina, berra um pastor protestante com sua proverbial burrice, atirando o
evangelho às golfadas, aos troncos, aos pedaços, por sobre os fiéis e por sobre quem passa.
Mas, ainda bons católicos, os que vão à missa, aos domingos, por que assim manda o
catecismo, e de doutrina cristã sabem ficar o Vaticano em Roma e que Satanás é um mau
sujeito.
[...]
As beatas redobraram suas atividades na fiscalização do altar e da vida alheia. Os beatos ainda
cantam no coro em tom de falsete sofisticado.
Mas a mocidade, ah! A mocidade! Que bela coisa essa mocidade! Que ideais, que aspirações,
que independência intelectual!
108
Um mocinho, na Feira, alcançado a meta suprema de todos os seus sonhos no dia em que
dá passos de cabaretier no Tênis Clube e no Cassino Irajá.
Hugo Silva posiciona-se como uma testemunha ocular do movimento cotidiano de
Feira de Santana. Pondera sobre as novas sociabilidades que passam a compor o quadro de
referências culturais da população, ante uma rápida mudança de valores, quando se refere, por
exemplo, às crenças religiosas, ao comportamento feminino e os anseios dos jovens feirenses,
sempre a partir de uma visão crítica e zombeteira. Realiza uma metáfora da cidade
fragmentada evidenciando uma sensível tensão diante dos novos projetos de sociedade que se
delineiam e tornam Feira de Santana concreta e simbolicamente nova. Como afirma Renato
Cordeiro Gomes (1994, p. 27), “a linguagem plástica parece mimetizar a montagem urbana
em sua parte física e representa novas configurações da cidade, descentrando o fluxo
comunicacional de seu referente”. A cultura, como a cidade, apesar da solidez aparente de sua
existência, está em contínuo movimento e processo de (re) invenção. Michel de Certeau
(1995, p. 244) ressalta dois aspectos importantes da cultura:
Por um lado, presa na efêmera liga coletiva, cuja possibilidade ela cristaliza, por um momento,
destinada a desaparecer com ela, a expressão cultural depende, ao mesmo tempo, do instante
que ela marca e da morte na qual ela retorna. Ela representa um risco que não poderia ser
eliminado de um dos seus sinais, tal como um pássaro metamorfoseado em pedra. (grifos do
autor).
Móvel e dialética, a cultura nunca incorpora um estado inabalável e é sempre mistura e
diversidade produzida pela criatividade dos indivíduos que conduzem esse processo. Em Feira
de Santana, o aparecimento de formas de sociabilidade e de códigos culturais imitados
inclusive de outras sociedades, como os referidos por Hugo Navarro Silva quando diz que “as
moças bebem whisk e fumam cigarro americano”, expressa uma mudança crucial nos hábitos
e valores sócio-culturais da população. Na década de 1950, as principais cidades brasileiras se
influenciaram pelos modelos culturais difundidos pelas nações econômica e tecnologicamente
mais avançadas, recém saídas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), principalmente os
Estados Unidos, sobretudo depois do boom do cinema hollywoodiano (MELLO, NOVAIS,
1998).
O cronista Hugo Silva é mordaz em sua crítica ao mencionar que “em cada esquina,
berra um pastor protestante com sua proverbial burrice, atirando o evangelho às golfadas, aos
troncos, aos pedaços, por sobre os fiéis e por sobre quem passa”. Por outro lado, centraliza
cenas da rotina da cidade que continuam se repetindo. Ao afirmar que ainda os bons
109
católicos”, esse “ainda” revela a permanência de uma velha atitude em Feira de Santana, em
contraponto à maneira torpe com que se refere à presença de protestantes na cidade. Ele o
fez menção aos “bons católicos” de forma irrefletida. Tendo-se em conta a genealogia
histórica da cidade e um discurso de origem tradicionalmente difundido que diz ter nascido
Feira de Santana no entorno da capela dedicada ao culto de Sant’Ana e São Domingos
(ANDRADE, 1990), essa citação aponta para uma expressão cultural dominante, concentrada
num território de poder.
Conquanto o cronista tenha feito referências a aspectos da realidade histórica local, é
essencial compreender a principal representação de cidade que fundamenta, ou seja, perceber
o que é esta cidade em seu discurso. Feira de Santana é vista por Hugo Silva em seus aspectos
históricos, arquitetônicos, sociológicos e políticos e em sua variedade de manifestações
sociais e culturais. O cronista, no entanto, busca enfatizar ironicamente os efeitos ruinosos e
as contradições do progresso, considerando-se o período em que seu discurso é enunciado,
quando o processo de urbanização em Feira de Santana adquire um ritmo mais ágil.
Aldo Silva (2000) afirma que de fins do século XIX até as primeiras décadas do século
XX prevaleceu, em discursos a respeito de Feira de Santana, localizados em periódicos locais,
uma representação de cidade saudável, de clima salubre, que buscava justificar a sua condição
de lugar civilizado, articulada a um processo mais amplo de construção de uma identidade
social urbana para Feira de Santana. Porém, esta representação foi pouco e pouco sendo
esvaziava junto à população local, cedendo espaço para a fixação de uma nova imagem: a de
cidade comercial.
As antigas gerações passavam e com elas paulatinamente a antiga visão da terra ia sendo
esquecida, suplantada pela imagem de uma cidade que se erguia ao ritmo frenético de uma
nova fase comercial de maiores contatos, maior volume e rapidez. Mesmo esquecidas, porém,
aquelas idéias sobre a terra ajudaram, tornaram possível a cidade moderna e progressista.
(Ibid, p. 190).
A compreensão de Feira de Santana também como “cidade progressista” foi idéia
usada por políticos em campanhas eleitorais e por comerciantes e empresários locais, como
forma de propaganda que atendia aos seus objetivos capitalistas de atrair investidores e
consumidores para os seus negócios. Foi idéia usada ainda por intelectuais e escritores
feirenses para demarcar o território de suas existências. A imagem de “cidade progressista” se
complementava à de “Princesa” ou “Capital do Sertão”, repercutida desde a primeira metade
do século XX, de uma cidade que se diferenciava simbolicamente das demais do interior
baiano, em conseqüência do seu desenvolvimento acelerado.
110
Quando em sua crônica Hugo Silva ressaltou o encontro marcado de Feira de Santana
com o progresso, pretendeu assinalar ou definir uma fase da história urbana, social e cultural
feirense, embora compreendida a partir de imagens selecionadas por ele, que dão visibilidade
a um modo de existir da cidade. Michel de Certeau salienta que se “no discurso, a cidade
serve de baliza ou marco totalizador e quase mítico para as estratégias sócio-econômicas e
políticas, a vida urbana deixa sempre mais remontar àquilo que o projeto urbanístico dela
excluía” (2007, p. 186). De fato, o discurso é uma ficção da realidade, na medida em que se
vale de estratégias que fixam, ordenam, enquadram, determinam ou suprimem imagens
porque se vinculam aos objetivos políticos de seu criador. Assim, o úteis na produção e
manutenção de idéias de identidade que buscam representar a realidade de forma homogênea
e unívoca.
Em Meu caro Aloísio”, Hugo Silva ainda lança seu olhar para outra faceta da cultura
local: os hábitos de leitura dos feirenses. Um olhar geral, panorâmico, acerca do valor social
do livro, das preferências bibliográficas e da adoção de idéias e condutas que a prática da
leitura instiga. Diz ao poeta Aloísio Resende:
Os livros são muito procurados, pelo marroquim das encadernações e pelo ouro dos dorsos,
para servir de ornamento a um belo hall ou a um gabinete fidalgo.
[...]
Sobre literatura, tem-se certeza, apenas, que Camões era caolho, Bocage pornográfico, que
Olavo Bilac era Olavo Bilac e Castro Alves, um moço muito inteligente, morto cedo,
tuberculose, de pena dos escravos.
Quanto às preferências bibliográficas, lê-se um artigozinho de Seleções, uma boa revista
americana criada para ensinar medicina a alguns médicos da Feira, e contos de Rabelais
intercalados com versos dos Cuícas de Santo Amaro daqui e de fora.
Nesse trecho Hugo Silva faz uma crítica sarcástica ao valor social do livro e da leitura
em Feira de Santana. Critica ainda a prática profissional de médicos da cidade que, segundo
ele, liam “Seleções” para aprender medicina. O cronista cria uma imagem global da sociedade
feirense, realçando a importância dada ao livro pelo poder e prestígio social que a posse desse
objeto representa, por indicar um tipo específico de cultura, a letrada, tradicionalmente
considerada como fator de distinção social.
Hugo Silva finaliza a sua crônica destacando brevemente alguns problemas e mazelas
da vida urbana que atingiam Feira de Santana no começo da década de 1950, apresentando a
Aloísio Resende mais outros aspectos que caracterizaram esse tempo particular da história da
cidade. De acordo com o cronista, Feira de Santana não só estava experimentando o fôlego de
um crescimento célere, ou, como ele diz, do progresso, que assinalava uma modernização de
111
sua estrutura concreta, bem como as implicações desse crescimento observadas no
aprofundamento da desigualdade social. E é buscando reprochar os antagonismos produzidos
pelo próprio vigor da urbanização feirense que Hugo Silva diz:
Asseguro-te, nunca houve tanta barriga a mais e tanta cabeça a menos como agora.
[...]
Os escândalos têm a ressonância de gongos sonoros.
As misérias, em prosa e verso, perpetram-se, não somente em letra de fôrma, mas, agora, em
grande escala também na linguagem falada que espalham as torres de aço das estações de
rádio.
Este é o alvorecer da segunda metade do século na província com pernosticismo de capital.
Quisera falar dos teus versos, mas não adianta. Hoje golpes e golpistas. A linguagem é
“dar serviço”.
Não escapou ao olhar atento de Hugo Silva as contradições inerentes ao processo de
recriação da paisagem da cidade, observáveis nas condições de vida da sua população. Ao
escrever a sua correspondência a Aloísio Resende, Hugo Silva poderia ter falado sobre a vida
e a obra do poeta, mostrando aos leitores da Folha do Norte, quem foi e que legado deixou
Resende para a cultura local. Contudo, o assunto foi Feira de Santana, em 1951. A afirmação
de que a Feira de Santana teve “um encontro marcado com o progresso” e de que era a
“província com pernosticismo de capital”, serviu para fundamentar a sua crítica, para zombar
com a própria idéia de progresso. É provável que as críticas feitas pelo cronista a propósito
dos aspectos negativos ou desagradáveis do progresso urbano feirense, pretendessem alcançar
as autoridades políticas locais, que à época da publicação de Meu caro Aloísio” a cidade
estava vivendo o fim do mandato do prefeito Agnaldo Soares Boaventura, encerrado no mês
de março daquele ano, quando Almáquio Alves Boaventura assumiu o cargo. O jornal Folha
do Norte fez oposição a ambos os prefeitos.
Também tendo como eixo de interpretação da cidade de Feira de Santana a idéia de
prosperidade da terra, vislumbrada em sua cultura e em seu ambiente urbano, porém não de
uma perspectiva crítica/irônica, se apresenta a crônica Minha despedida”, escrita por Jorge
de Faria Góes, publicada na Folha do Norte em 31 de maio de 1958. Faria Góes foi juiz de
direito na comarca desta cidade por quase seis anos e naquele ano de 1958 foi transferido para
a comarca da cidade de Santo Amaro. Fez, então, uma crônica de despedida e reconhecimento
à sociedade feirense pelo acolhimento a ele dispensado durante o tempo em que viveu e atuou
na cidade. Sua crônica possui aspecto de carta pelo modo como prepara a escrita, lisonjeiro,
exibindo um relacionamento extremoso com as pessoas da cidade e com a própria cidade, em
sua dimensão sentimental e espacial, a respeito da qual fala com certa intimidade:
112
Há quase seis anos, entre múltiplos parabéns recebidos por me ter removido para esta cidade e
comarca de Feira de Santana, ouvi, de alguns, que eu assim alcançara uma autêntica
promoção. E exagero não houve na expressiva assertiva.
Ao conhecer, então, essa minha nova comarca, logo admirei a cidade que se movimentava no
sentido do progresso, que ora se acentua a olhos vistos. E não é outra a sua destinação
progredir muito, progredir sempre.
Faria Góes faz referência ao progresso de Feira de Santana como uma fatalidade
inevitável, “sua destinação”. E enfatiza a intensidade e a duração desse estado de coisas que
anima a vida da cidade: “muito” e “sempre”. As opiniões que ele ouviu a respeito de Feira de
Santana e da sua ambiência, possivelmente de quem havia estado na cidade ou sabia dizer
algo sobre a cidade por ter escutado opiniões de outrem, parece ter mostrado uma percepção
geral socialmente difundida. Algumas expressões condensam a força dessa percepção: havia o
juiz alcançado a “autêntica promoção” e, por isso, recebido “múltiplos parabéns”. O sentido
dessa “autêntica promoção”, como deu a entender Faria Góes em sua crônica, foi o de ter ido
habitar uma cidade adiantada, ativa e próspera, imagem que logo verificou e contemplou ao
primeiro olhar. Dizer que seria o destino de Feira de Santana progredir muito e sempre, marca
uma temporalidade que é repetitiva e evolutiva. Por outro lado, esta forma de representar a
cidade de Feira de Santana já havia se tornado, àquele tempo, um lugar-comum e um signo de
identidade, repetido em muitas crônicas e discursos publicados na Folha do Norte.
Em “Minha despedida” o cronista cria a cidade como uma comunidade imaginada” e
instituída no campo discursivo. E nada mais são os discursos que representações. Stuart Hall
(2001, p. 48), afirma que as identidades “são formadas e transformadas no interior da
representação”, que suprime diferenças de toda ordem e instaura simbolicamente uma
conciliação, expressando formas de poder cultural. As representações admitidas como formas
de compreensão da realidade vivida tornam-se efetivamente parte da realidade. Dizer ser Feira
de Santana uma cidade que se “movimentava no sentido do progresso, que ora se acentua a
olhos vistos” diz respeito a uma representação que se tornou durável, não porque naquele
momento a urbanização feirense adiantava-se, mas principalmente porque servia a interesses
específicos dos grupos políticos e econômicos socialmente dominantes na cidade.
Na crônica “Minha despedida”, Jorge de Faria Góes fundamenta uma visão otimista da
cidade de Feira de Santana, o que é compreensível tendo em vista o seu lugar social de fala e
a ocasião que para ele se delineava, naquele momento. Tendo atuado como juiz na cidade e,
por isso, se tornado personalidade bem conhecida nesse meio social, dificilmente trataria da
cidade para criticar ou delatar seus problemas ou contradições. Por outro lado, como estava se
113
despedindo de Feira de Santana, a criação de uma crônica de sua autoria e a divulgação desta
crônica no jornal de maior circulação na cidade, para o alcance de toda a sociedade feirense,
traduziu-se num gesto elegante, cortês. As representações de cidade que estabelece em seu
texto estão relacionadas à sua motivação pessoal para a escrita da crônica, mais do que à
intenção de reforçar um discurso ou uma percepção sobre Feira de Santana. Mesmo assim, a
forma como se reporta à cidade, acentuando o progresso que se acentua a olhos vistos” tanto
vem repetir uma visão cada vez mais comum a respeito da cidade, pelo menos entre cronistas
e jornalistas da Folha do Norte, como é significativa no sentido de estabelecer um testemunho
sobre o crescimento urbano de Feira de Santana. Faria Góes apresenta em sua crônica
amostras da prosperidade local, que realça inicialmente:
Insofismavelmente no-lo atesta o quanto se pode observar de sua larga e procurada praça
comercial, cheia de agências bancárias, e da cidade em si, crescendo para todos os lados, com
bonitas avenidas, de belas residências, e ruas e mais ruas, amplas e extensas, que são outras
avenidas. Atestam-no também seu meio social e cultural, de diplomados sem conta, nele se
incluindo homens de letras e de saber, juristas e professores, seus ginásios, escolas, igrejas, o
movimentado meio feirense, suas casas de saúde e grande corpo clínico, clubes sociais,
cinemas, ambiente esportivo e tudo o mais, como até mesmo algum senão existente, tão
compreensível em cidades que crescem e prosperam por forma incontível.
Jorge de Faria Góes salientou o progresso feirense manifestando-se tanto no território
físico como na vida espiritual da cidade. Construiu um catálogo de imagens, buscando tornar
evidente esse progresso em Feira de Santana. Selecionou, recortou e aproximou o seu olhar
dos fragmentos de cidade costurados em sua metáfora, buscando compor uma legibilidade que
explicaria a idéia principal de prosperidade da terra feirense. Ao aludir os “diplomados sem
conta, nele se incluindo homens de letras e de saber, juristas e professores”, o autor outra vez
quer deixar claro mais um aspecto que, no seu ponto de vista, informa o progresso de Feira de
Santana, nesse caso percebido no grau de instrução dos feirenses. Com estas citações, Faria
Góes hierarquiza os espaços de poder na cidade, não só vislumbrados em seu desenho urbano,
mas ainda em sua cultura e sociedade. Todas as imagens as quais recorre o cronista são, para
ele, provas que confirmam que a cidade é moderna, desenvolvida, servida em todas as suas
necessidades. Já no fim da sua crônica, Faria Góes diz:
No momento em que me encaminho à outras paragens, que fiquem estas expressões de
despedida, extensivas aos termos de Santo Estevão e Riachão do Jacuípe, traduzindo um
aperto de mão às pessoas de bem desta terra, aos servidores todos da Justiça, aos
juridicionados em geral, desde o mais humilde, significando ainda um adeus sentido aos meus
amigos, particularmente aos diletos companheiros da Associação de Proteção à Infância e
114
nobres colegas das lides forenses e à própria cidade, cujo perfil, majestade e detalhes a
evocação constantemente reunirá numa visão pitoresca e alegre de calidoscópio.(grifo meu).
O progresso foi a lente de observação da cidade na crônica “Minha despedida”, sendo
que o autor buscou prová-lo em diferentes expressões da vida urbana, da sua paisagem ou da
sua cultura, elegendo imagens que atestariam o ímpeto e o ritmo desse estado de coisas em
Feira de Santana. A evocação da imagem do calidoscópio, ao final, sugere mais que isso, uma
multiplicidade ilimitada e inapreensível, que impede que uma decifração categórica acerca da
cidade se realize. Com efeito, o discurso é uma autêntica instituição social porque produz a
realidade, tanto quanto as práticas cotidianas dos indivíduos, tendo um funcionamento ativo
no interior dessas práticas (CHARTIER, 1992). As imagens representadas no discurso criam
um modo de existir da cidade, que, tendo referência na realidade, em situações banais de sua
vida diária, em sua ambiência, em sua história e em sua geografia, busca estabelecer formas
de compreensão dessa mesma realidade. Deste modo, como pondera Renato Cordeiro Gomes
(1994, p. 76),
A representação imagística da cidade está estritamente ligada às metáforas visuais, numa
recorrência que forma uma tradição. A cena da escrita faz-se sob o signo da visibilidade;
traduz-se no “dar a ver”. Pode prender-se, por um lado, à técnica do retrato, quando, na
produção do discurso, remete-se à realidade observável e atrela-se à geografia do lugar; por
outro, busca construir cidades invisíveis” que a imaginação torna visíveis. Em ambos os
casos, verifica-se a persistência da metáfora espacial para descrever a cidade, para
compreendê-la em termos visuais.
Em outra crônica publicada na Folha do Norte, em 15 de julho de 1961, é possível
examinar novas maneiras de ver, sentir e dizer a cidade de Feira de Santana. “A Feira e o
Congresso Médico”, de Augusto Freitas é uma crônica que trata da movimentação social que
um evento científico, o Congresso de Hematologia e Hemoterapia, ocorrido de 15 a 21 de
julho de 1961, no Hospital das Clínicas, em Salvador, poderia causar em Feira de Santana no
único dia em que as suas atividades foram programadas para acontecer nesta cidade, o dia 17.
O congresso reuniu médicos de várias partes do Brasil e até de outros países, que, juntamente
com suas famílias, se hospedaram por um dia na segunda maior cidade baiana. Augusto
Freitas assim inicia sua narrativa:
A nossa Feira de Santana será palco por um dia do CONGRESSO DE HEMATOLOGIA E
HEMOTERAPIA. O que isto significa para a nossa Cidade, não se considerando o lado
científico do certame, senão, tão só, o seu aspecto médico-social e folclórico, todos nós bem o
sabemos. São centenas de esculápios com suas famílias, todos ávidos de penetrar os mais
interessantes e característicos pormenores das atividades, dos anseios, dos sentimentos e
115
tendências, em suma, da vida que palpita na maior cidade do interior da Bahia, hoje ponto de
justa curiosidade de quantos têm olhos de observador. Então, veremos pela primeira vez, em
nossa história feirense, um congresso nacional, transformar-se, por 12 horas, num congresso
regional! Eis o que é o progresso. Progresso genuíno, estreme, porque é pela voz da Cultura,
da Ciência, que um povo pode dizer que se civiliza e progride! Casas, ruas, logradouros,
intensa agitação comercial de fato espelham uma faceta de uma cidade que avança, que se
robustece no cadinho da vida material. Mas, é o seu espírito, a sua inteligência, o seu forte
impulso em busca do padrão elevado da Cultura, através da concretização de um programa de
realizações em tal setor, que lhe dão o direito legítimo de se ostentar como uma urbe
progressista.
O cronista prevê a movimentação que o congresso científico poderia causar em Feira
de Santana, posicionando-se exatamente no lugar do estrangeiro, imaginando seus anseios ao
entrar em contato com “vida que palpita na maior cidade do interior da Bahia”. Mas, além da
mera descrição de cenários e de personagens que circulariam e se envolveriam no âmago da
movimentação habitual da cidade, o fôlego da escrita se concentra no modo como o cronista
atribui significados, valores, sentimentos, desejos, ao lugar de fala. O tema central da crônica
“A Feira e o Congresso Médico” não é o evento em si, é a Feira de Santana. O evento é, nesta
ocasião, um pretexto ou um mote que confirma, atesta uma concepção de cidade explicitada
por Augusto Freitas: “cidade que avança, que se robustece no cadinho da vida material”, que
até já possuiria “o direito legítimo de se ostentar como uma urbe progressista”. Nas últimas
linhas do seu texto, Augusto Freitas conclui a sua descrição da cidade citando Ruy Barbosa:
“região saturada de espiritualidade, onde a inteligência nos envolve e enche o ambiente, como
o azul da atmosfera, a luz solar e a doçura das nossas virações”.
Esta crônica se diferencia de “Meu caro Aloísio” e de “Minha despedida” porque não
se trata de um comentário feito pelo cronista a respeito de uma situação que a cidade já tivesse
experimentado. A notícia do Congresso de Hematologia e Hemoterapia e de sua realização
também em Feira de Santana parece ter sido o motivo que levou o cronista Augusto Freitas a
escrever um texto em que narra cenas e comportamentos que provavelmente seriam flagrados
em Feira de Santana na ocasião do congresso, e em que estabelece possíveis zonas de
intervenção, de relacionamento, de sociabilidade que, em síntese, busca dar inteligibilidade ao
complexo movimento da cidade. Augusto Freitas traça percursos, apanha olhares, destaca
interesses de uma mobilidade intensa observada em seus detalhes, apenas no plano sensível da
sua imaginação. Mesmo referindo-se à cidade real, a cidade de que fala é a cidade do desejo, é
a cidade simbólica, apreendida pelo cronista na forma como lhe atribui sentidos, ao salientar,
por exemplo, seu o progresso, a sua cultura e a civilidade do seu povo. De fato, como afirma
Sandra Jatahy Pesavento (1996, p.378). “a cidade, tal como as instituições, não se reduzem ao
simbólico, mas não podem existir sem a constituição de uma ordem simbólica imaginada, que
116
articula uma rede de significações dotadas de uma relativa coerência e cujo acesso é
codificado e sancionado socialmente”.
Há na crônica “A Feira e o Congresso Médico” duas idéias fortes. A primeira é a idéia
de progresso. A própria cena criada pelo autor é por fim nomeada: eis o que é o progresso”,
não qualquer progresso, mas um progresso “genuíno, estreme”. O progresso é dado a entender
a partir da visibilidade de cenas urbanas que o cronista, ao seu gosto, põe em foco: “casas,
ruas, logradouros, intensa agitação comercial de fato espelham uma faceta de uma cidade que
avança, que se robustece no cadinho da vida material”. A essa idéia está relacionada a idéia de
cultura, e, quanto à cidade de Feira de Santana, Augusto Freitas pondera que “é o seu espírito,
a sua inteligência, o seu forte impulso em busca do padrão elevado da Cultura, através da
concretização de um programa de realizações em tal setor, que lhe dão o direito legítimo de se
ostentar como uma urbe progressista.” O cronista fixa uma noção de cultura que tem em vista
apenas manifestações no campo do saber e do desenvolvimento urbano feirense. É a cultura
no singular e é, também, mais uma prova que confirma o progresso da cidade e a sua condição
de civilizada, afinal, como ele mesmo diz, é “pela voz da Cultura, da Ciência, que um povo
pode dizer que se civiliza e progride!”. Este é um tipo de representação que contém em si
artifícios de poder e se insere num campo dinâmico de estratégias e práticas de produção de
imagens da cidade.
O cronista Augusto Freitas quer tornar evidente que Feira de Santana não está aquém
do progresso material e sócio-cultural identificado em outros centros urbanos brasileiros, com
os quais devem estar acostumados os médicos e suas famílias que se deslocam para uma
cidade do interior baiano. Investe nesse discurso em imagens que reforçam a idéia de lugar
diferenciado e, mais que isso, compatível com uma realidade que não deixa a desejar a esses
novos visitantes, realidade quase turística, dada à experimentação visual e concreta, que à
primeira vista despertaria a atenção de olhares acostumados com outros ritmos e hábitos de
vida. Augusto Freitas acrescenta ainda que:
Tal iniciativa receba-mo-la de coração aberto. É, aliás, o nosso dever. Em jogo está a nossa
terra que muito amamos. Se os que se tornaram feirenses pelo trabalho em prol do nosso
verdadeiro progresso tão bem procuram situar a nossa Princesa do Sertão no campo das lides
intelectuais, quanto mais os que se dão conta de que aqui nasceram, cresceram, prosperaram e
têm, hoje, uma parcela de responsabilidade em face dos destinos do torrão natal.
Nesste trecho, Freitas dirige a mensagem para um público específico: os habitantes da
cidade, entre os quais também se inclui. Sua fala parece querer convencer a população local a
assumir um comportamento, uma postura e a defesa de uma imagem de si e da cidade diante
117
da ocasião que se desenha. O texto de Freitas quer se estabelecer como horizonte de
intervenção nessa realidade que se concretizará, mas que se planeja e se decalca desde antes.
Localizada no único jornal que circula na cidade, o poder de interferência dessa crônica sobre
a opinião dos leitores, sobre o julgamento que tal evento científico pode significar para as
rotina local, busca estimular um posicionamento ideológico e concreto ante a situação que se
apresenta.
Mais uma crônica foi selecionada com o objetivo de estudar as representações de
cidade. Trata-se de a “A Feira e o progresso”, de Adalberto da Costa Dórea, publicada em 15
de outubro de 1966. Nesta época, o Brasil vivenciava o período da ditadura militar (1964-
1985) e em Feira de Santana todas as atrocidades do regime se fizeram sentir num clima tenso
de perseguições e prisões. A Folha do Norte foi porta-voz de discursos pró-ditadura, tendo
apoiado a eleição indireta do prefeito Joselito Falcão Amorim logo que o golpe foi deferido e
o país passou a viver uma das piores fases da sua conjuntura política. Apresentando diferenças
nítidas com as edições publicadas no início da década de 1950, no jornal Folha do Norte de
fins dos anos 1960 a cidade de Feira de Santana aparece de forma mais recorrente em notícias,
em crônicas, em colunas sociais. Tudo o que se divulgava sobre a cidade pretendia, nesse
momento, dar a entender que a modernidade havia, enfim, chegado a estas paragens,
possibilitado pelo regime imposto. Por outro lado, a publicação literária, nesse tempo, não
foi tão freqüente como antes. As crônicas que surgiram estiveram direta ou indiretamente
relacionadas com o regime. Quando não falavam dele, abordavam assuntos tão banais que
poderiam ter sido publicadas anos antes ou anos depois daquele período, tão frouxa era a sua
vinculação com o tempo histórico da escrita.
Na crônica “A Feira e o progresso”, Adalberto da Costa Dórea realiza mais uma
reflexão sobre manifestações de progresso no cenário urbano e social feirense. Assim inicia:
Qualquer turista que chega a nossa cidade hoje sente, em cada um dos feirenses, uma feição de
orgulho e satisfação por haver nela nascido. E não é para menos. A cada dia que passa Feira
de Santana sofre novos e gigantescos impulsos de progressos.
Se em suas primeiras frases a crônica revela uma constatação que basicamente se
refere à idéia de “progresso” colada à idéia de cidade, no restante do texto o autor busca
seguramente em enfatizar a importância de um político para Feira de Santana, o prefeito
Joselito Falcão de Amorim, cujo mandato findou em janeiro de 1967, após quase três anos no
cargo, e em apontar seus principais feitos pelo que ele chama de “progresso” na cidade.
Joselito Amorim assumiu a prefeitura de Feira de Santana imediatamente após o golpe militar
118
de 1964 que desfigurou todo o cenário político do Brasil. As práticas discricionárias e
abusivas do poder exercido pelos militares e políticos empossados sob seu arrimo revelaram o
lado sombrio e traumatizante de uma época. Apesar disso, a afirmação de que o país avançava
se tornou um slogan do governo para maquiar o clima de arbitrariedades que extirpou a
democracia e propagou o terror. Mas a crônica de Adalberto da Costa Doréa carrega esse
tempo de sentidos positivos. Diz ele:
Ao aproximar-se o último dia do seu trabalho à frente da Prefeitura do Município, não
poderíamos deixar de, daqui, honestamente, ressaltarmos com a justiça e o reconhecimento
precisos, a sua abnegação, coragem e vontade de, realmente, sem a demagogia que caracteriza
a maioria dos homens blicos servir desinteressadamente à missão que lhe fora confiada
pelos que introduziram no País uma política de vergonha e sensatez. Intransigente às vezes,
inarredável e mesmo áspero até em muitas de suas atitudes, Joselito falcão de Amorim sempre
visou o bem-estar da Comuna e o sério papel que teria de desempenhar, face às grandes
necessidades que o progresso da Feira de Santana estava urgentemente a reclamar.
Essa crônica trata de cenários e personagens da realidade histórica de Feira de Santana
e tem mais um caráter de avaliação de um momento que qualifica, identifica, distingue, e,
assim sendo, institui uma nova realidade porque reordena a realidade concreta a que se refere.
Na se trata de uma crônica em seu estatuto de gênero, mas de texto encomiástico, direcionado,
carimbado.
Nos anos da ditadura muitos jornais foram censurados e empastelados, a liberdade de
expressão foi cerceada a tal ponto que a fiscalização sobre os meios de comunicação se
empenhou em tirar de circulação tudo o que pudesse macular a imagem de governo dos
militares. A crônica de Adalberto da Costa Doréa, que elogia, aclama e descreve mais adiante
os feitos positivos do prefeito Joselito Amorim, como para atestar a realidade que apresenta
ao leitor, se insere nesse clima de tensões políticas onde a própria sobrevivência também se
subordinava às idéias que se defendia. Por outro lado, ao destacar a figura do prefeito,
sobrepõe à imagem austera de seu comportamento, que primeiro identifica, suas intenções e
ações para o “progresso” feirense. o sentido de progresso” é necessariamente a nova
existência material de locais e instituições para uso da população. Assim, o Ginásio
Municipal, o Ginásio Industrial, a Estação Rodoviária, o Fórum Filinto Bastos e o Estádio
Municipal são, por exemplo, obras a que Doréa faz referência para qualificar o que chama de
“progresso”. Nesse caso, a crônica, além de produto das idiossincrasias do escritor, pode ser
entendida como registro e discurso que narra a história, deformando ou reformando sua
realidade. E prossegue Adalberto Dérea em sua crônica:
119
Assim, ao aproximar-se o término do mais alto cargo do Município, pode, o sr. Joselito Falcão
de Amorim, afirmar e reafirmar tranqüilo e orgulhoso, que cumpriu à risca o seu dever. Não só
consolidou os propósitos revolucionários nesta terra, mas também os fortificou, graças ao
magnífico desempenho que teve, demonstrando, assim, que poderá dar mais de si próprio ao
futuro, em defesa da causa política de Feira de Santana. A sua participação decisiva em todos
esses inúmeros benefícios prestados à terra, poderá receber dos próprios filhos dela
respeito, admiração e estima.
Nesse fragmento, o cronista continua investindo na imagem de Joselito Falcão
Amorim e, para tanto, recorre a duas estratégias básicas, a primeira é apresentar o personagem
em foco como pessoa incorruptível, proba em defesa dos interesses municipais; a segunda, é
enfatizar a percepção e o sentimento dos próprios feirenses diante do caráter do prefeito
apresentado. Isso deixa entrever que o cronista opta por apresentar a realidade de forma
harmônica e homogênea, onde o espaço e motivos para desacordos e contra-sensos. Ao
caracterizar esse momento como “revolucionário” também utiliza a força da palavra escrita
para transmitir uma imagem que não condiz com as truculências cometidas pelos militares no
poder. E a história se inscreve não como possibilidade criada pela imaginação, mas como
máscara que esconde ou camufla as forças desagradáveis ao regime imposto.
As quatro crônicas apresentadas tiveram por base motivações e contextos de produção
diferentes, mas cada uma da sua maneira fez notar a idéia de “progresso” da cidade de Feira
de Santana, para reforçar algumas vezes as novidades e peculiaridades do espaço, outras vezes
as ações políticas. Tomando a própria realidade histórica como referência, esses textos
alinhavam sentidos e sensibilidades que o a entender seus modos de particulares de
apreensão da história. A propósito do estudo de textos desta natureza, Chalhoub, Pereira e
Neves (2005, p. 11) assinalam que:
Por mais banais que fossem para os contemporâneos, a especificidade dos temas coloca, a um
leitor de hoje, a necessidade de uma cuidadosa operação exegética para decifrar e decodificar
os seus termos. assim será possível relacionar definitivamente tais textos à realidade que é,
a uma só vez, a sua matéria-prima e horizonte de intervenção.
Em vista disso, as crônicas evidenciam uma tensão que se percebe não na tarefa de
comentar a realidade, mas de transformá-la e apresentá-la ao leitor de uma forma nova,
representada. Destina-se a um público vasto e diferenciado e, em todo, caso, esta atrelada e é
filtrada pelo jornal onde é publicada.
O cronista chama a atenção para aspectos que normalmente passam despercebidos
pelos “leitores” diários da cidade, ou assentando um comentário sobre assuntos mais
freqüentes na sociedade. A palavra “progresso” se repetiu nestas crônicas, designando um
120
modo de compreensão que os cronistas fixavam ao notar as novas linhas e curvas que a
urbanização desenhava neste espaço. O jornal Folha do Norte, por ser único jornal local, nas
décadas de 1950 e 1960, e por estar envolvido com a política da cidade, não poderia macular a
imagem de Feira de Santana. Seus diretores também entraram na disputa eleitoral e nessas
épocas sempre tinham aliados. O jornal abrigou debates acalorados em épocas pré-eleitorais e
sempre teve o perfil de se posicionar e de opinar sobre esses assuntos.
É fundamental considerar que toda representação social concorre dentro de um campo
de forças, de um sistema discursivo saturado de outras formas de representações, cada uma
servindo a interesses específicos de diferentes grupos e se pretendendo hegemônicas. Deste
modo, a representação é apenas uma maneira de conceber o mundo, em embate contínuo com
tantas outras. Segundo Roger Chartier, a realidade social é contraditoriamente construída
pelos diferentes grupos que compõem a sociedade. As práticas desses grupos, no modo de
viver e inventar o espaço onde atuam, fazem reconhecer maneiras próprias de significá-lo e de
representá-lo, que exprimem identificações partilhadas socialmente. As representações
colocam em jogo o ordenamento e a hierarquização da própria estrutura social, e criam
estratégias que determinam posições e relações e constroem identidades, que tentam dar um
sentido de unidade e harmonia à diversidade de práticas e representações que constituem a
sociedade. Tenta estabelecer uma ordem para a desordem (CHARTIER, 1991). Por sua vez,
Boaventura de Souza Santos (1999, p. 135) assinala que a identidade é “semifictícia e
seminecessária”, justamente por planear um consenso em torno das formas de pensar e agir
socialmente, e por atender aos objetivos planejados no interior de um grupo social. E
acrescenta:
Para quem a formula, apresenta-se sempre como uma ficção necessária. Se a resposta é obtida,
o seu êxito mede-se pela intensidade da consciência de que a questão fora, desde o início, uma
necessidade fictícia. É, pois, crucial conhecer quem pergunta pela identidade, em que
condições, contra quem, com que propósitos e com que resultados (Ibid., p. 135).
A cultura impressa também constitui dimensão importante da experiência social, que
dando visibilidade a imagens duráveis cumpre com um objetivo de unificar certos modos de
compreensão do espaço, bem que essa unificação seja ideal e aconteça apenas no plano
discursivo. Durval Muniz de Albuquerque Jr. considera que “nossos territórios existenciais
são imagéticos. Eles nos chegam e são subjetivados por meio da educação, dos contatos
sociais, dos hábitos, ou seja, da cultura, que nos faz pensar o real como totalizações abstratas”
(2001, p. 27). Os jornais adentram o ambiente doméstico e sugerem reflexões, comentários e
121
posicionamentos acerca dos discursos que veicula, funcionando efetivamente como espaços
ativos de produção e reprodução de imagens da cidade.
3.2 MEMÓRIA EM RUÍNAS: AS CARTAS DA SERRA DE EURICO ALVES
Nas duas Cartas da Serra que o escritor feirense Eurico Alves Boaventura (1909-
1974) publicou no jornal Folha do Norte (em 21/05/1960 e em 09/07/1960, respectivamente),
as novidades que recriavam a paisagem urbana da cidade feirense estiveram no centro da sua
atenção. Este escritor reinventou a cidade com novas imagens e representações. Não repetiu,
como muitos cronistas do jornal, a idéia do progresso natural de Feira de Santana. Seu
discurso é diferenciado e nele sua memória está entrelaçada à história da sua terra. Preenche
de novos significados o processo de mudanças urbanas que surpreendem a sua cidade e
carrega de desejos o momento histórico em evidência. Feira de Santana é referência central
na escri
ta de Eurico [...] é a cidade-síntese, pois lugar onde tradição, memória e identidade se
tocam e se entrelaçam, porque contexto a partir do qual Eurico exercita o seu pensar/sentir e
tece a sua rede de significados” (SOARES, 2005, p. 90-91). A respeito da relação de Eurico
Alves com a sua terra natal, Juraci Dórea afirma que
Feira de Santana é compreensivelmente, na obra de Eurico Alves, tema essencial e recorrente.
Primeiro, porque ele tinha pela terra natal uma paixão incontrolável, um amor sem medidas.
[...] Segundo, por ser a Feira de Santana de Eurico Alves uma cidade idealizada, uma cidade
que ele revela a partir de um processo de arqueologia sentimental, onde se mesclam realidade,
memória e poesia (DÓREA apud SOARES, 2003, p. 90).
Eurico Alves é um dos nomes mais significativos das letras baianas, tendo participado,
em Salvador, do grupo formado em torno da revista Arco & Flexa (ALVES, I., 1978). Chegou
a manter contato com Manuel Bandeira, um dos poetas mais importantes do Movimento
Modernista de 1922, para quem escreveu Elegia para Manuel Bandeira”, “poema-convite
para que o autor de ‘Passárgada’ visitasse a sua cidade natal, porta de entrada do sertão
baiano” (PEREIRA, 1999, p. 82), tendo obtido como resposta Escusa”, poema-bilhete em
que Bandeira desculpa-se por não poder atender ao convite de Eurico.
122
Os modernistas baianos preocupavam-se notadamente com a situação de anacronismo
e descompasso econômico e sociocultural do Estado, principalmente com relação a São Paulo
e ao Rio de Janeiro. Por isso, suas produções literárias eram ressaltadas pela necessidade de
renovação no seio da sociedade. Carvalho Filho (1986, p.26) assinala que o modernismo
demorou seis anos para chegar à Bahia, onde, “cedendo às determinações da cultura e da
sensibilidade, os que atuaram em favor da nova corrente literária só tinham de longe a
imagem perfeita do ambiente cultural que nos asfixiava”.
Intelectual em sintonia com o espírito de seu tempo, Eurico Alves evidencia a
diversidade sociocultural baiana e brasileira nas suas Cartas da Serra, em que faz um
diagnóstico das mudanças urbanas em Feira de Santana, criticando determinadas formas de
apropriação do espaço que geraram um distanciamento com histórias e memórias tecidas
desde as origens da cidade, preocupação tipicamente modernista. Assim, faz apelo aos
políticos, aos intelectuais e à sociedade feirense pela salvaguarda de vestígios do passado e
pela valorização da cultura local. É curioso que tenha usado o título Cartas da Serra e o
pseudônimo Fernandes nestas duas escrituras. Juraci Dórea Falcão (2005) percebe um
diálogo intertextual com o romance A Cidade e as Serras, de Eça de Queiroz (1901), no qual
Zé Fernandes é a personagem com quem Eurico Alves mais se identifica. E explica:
Eurico Alves que chega ao sertão, na década de 30, não dúvida, está mais próximo de
Jacinto do que de Zé Fernandes [...] Mas, com o correr dos anos, o escritor baiano termina por
reencontrar suas raízes sertanejas, identificando-se mesmo é com a figura desse curioso
personagem serrano, criado por Eça de Queiroz. Da mesma forma que Fernandes, também
Eurico Alves revela alguns tropeços e, às vezes, percebe-se que a ligação de ambos com o
campo é forte. Com o campo e com a serra. No caso de Eurico Alves, com uma serra, em
particular: a de São José das Itapororocas (FALCÃO, op. cit., P. 163-164).
De 1926 a 1970, Eurico Alves publicou parte da sua literatura em periódicos da Bahia,
Pernambuco e Alagoas (OLIVIERI-GODET, 1999). No entanto, de acordo com Rita Olivieri-
Godet (Ibid., p.11), as publicações esparsas de alguns de seus textos em jornais, assim como
“a edição tardia de duas das suas obras [Fidalgos e Vaqueiros, em 1989; e Poesia, em 1990]
dificultaram a divulgação e o reconhecimento crítico de uma produção intelectual
estreitamente vinculada à sua região e ao seu tempo”. No jornal feirense que nasceu no
mesmo ano que ele, a Folha do Norte, Eurico Alves publicou com alguma freqüência nas
décadas de 1930 e 1940. Entretanto, nas décadas de 1950 e 1960 o nome dele pouquíssimas
vezes apareceu neste jornal. Sua vida profissional o levou a trabalhar como magistrado em
outras cidades do interior baiano e Eurico Alves aparecia no seu torrão natal principalmente
123
em época de rias ou em fins-de-semana, quando descansava na fazenda Fonte Nova, lugar
onde nasceu e viveu durante a sua infância e adolescência (SOARES, 2003).
Atualmente existem estudos importantes sobre a vida e a obra do escritor (ALVES, I.,
1978, 1999; OLIVIERI-GODET, 1999; DÓREA, 1978, 1999; PEREIRA, 1999; SOARES,
2001, 2002, 2003), o que tem ampliado a sua fortuna crítica e o conhecimento sobre uma
personalidade que fez carreira na magistratura, nas letras e cantou a sua terra como ninguém.
Isso também foi estimulado porque a filha do escritor, Maria Eugenia Boaventura, se
empenhou em organizar e publicar parcela do seu arquivo literário, com algumas produções
inéditas, chamando a atenção para o valor de Eurico Alves não para Feira de Santana, mas
para o Brasil. Publicação tardia, de fato, pois muita coisa não foi conhecida do grande público
no momento em que Eurico Alves produziu. Mas o publicações de máxima importância,
como Fidalgos e vaqueiros (1989), Poesias (1990) e A paisagem humana e o homem (2007),
que tem despertado o interesse de muitos estudiosos da atualidade. Material rico em
qualidade, em criatividade, em idéias, que mostra uma pessoa profundamente sintonizada com
o seu tempo, averiguando problemas, investigando, sugerindo, palpitando, principalmente nos
textos em prosa.
No período desse estudo, apenas um poema seu aparece na Folha do Norte, “Ode sem
motivo” (27/06/1959). Mas apareceu por um motivo muito especial, na ocasião do seu
qüinquagésimo aniversário. Na Folha do Norte dessa mesma data, uma homenagem: Dival
Pitombo publica na primeira página a crônica “Cincoentenário de um poeta”. E diz:
Complexos são os fatores pelos quais uma vida se realiza integralmente em sua destinação,
dentro dos limites impostos pelo meio, pela época e pelas circunstâncias oriundas do
determinismo biológico. Mas se realiza sempre quando presidida por um espírito privilegiado
e uma personalidade singular. A projeção e a fama que cavalgam certas mediocridades
ilustres, comumente não correspondem à medida do mérito real, permitindo a criação de tipos,
dos quais o Pacheco de Eça constitui o símbolo eterno. Entretanto, a recíproca esconde, muitas
vezes, pela atitude consciente ou não de indiferença ou desencanto, valores admiráveis que
somente a sensibilidade de alguns íntimos descobre e guarda a profunda impressão que lhes
deixam.
se enquadra perfeitamente o poeta Eurico Alves (PITOMBO, Dival. Cincoentenário de um
poeta. Folha do Norte. Feira de Santana, p. 1, 27 jun. 1959).
Afora a concepção determinista, manifesta em sua escrita, Dival Pitombo, que foi
amigo muito próximo de Eurico Alves e também escritor e intelectual conceituado em Feira
de Santana, evidencia, nesta crônica a importância de Eurico Alves para a sociedade local.
Pitombo lembra ainda que Eurico Alves é magistrado, mas é antes poeta “no sentido profundo
do vocábulo” (Ibid.), que “vive e apreende realmente o flagrante da beleza em sua plenitude
124
integral” (Ibid.). Além da dedicação à poesia, Dival Pitombo ressalta o ineditismo dos
trabalhos de natureza histórica e sociológica, para os quais Eurico Alves realizou um intenso
trabalho de investigação. E recorda “os tempos ousados da investida modernista onde o prazer
supremo consistia em irritar a burrice reacionária” (Ibid.):
Quem o conheceu na juventude integrando o inquieto grupo de “Arco & Flexa” na velha
Salvador, formando a bateria de vanguarda no assalto à cidade do academicismo literário,
bombardeada rijamente pela revolução modernista de vinte e dois, quem o conheceu
extravagante e “blagueur”, contando baladas de Verlaine dentro da noite misteriosa da Bahia
“pour épater lê bourgeois”, pode formar idéia de sua evolução intelectual e espiritual,
comparando-lhe os versos de então com sua poesia atual: sonora,
elástica, diáfana (Ibid.).
É inegável a importância de Eurico Alves no movimento modernista baiano. Contudo,
nem ele, nem Godofredo Filho conseguiram provocar essa atmosfera de ousadia no âmbito da
criação literária de escritores feirenses. que se considerar que, como se falou, o gosto
literário, o valor da literatura que predominou na sociedade feirense foi fortemente ditado
pelos grupos sociais e econômicos privilegiados, que têm um grau de instrução mais elevado,
que foram estudar principalmente em Salvador, onde concluíram cursos universitários. Dada a
força, o poder de liderança e de decisão desses grupos, como também o poder intelectual, eles
tinham essa autoridade de estabelecer qual a “boa literatura”, a literatura que se devia cultuar,
criar, expressar.
Nos jornal Folha do Norte, os poemas de Eurico Alves se tornaram expressões
particulares e únicas, ao lado de produções também aí publicadas que, em sua maioria,
apresentavam estilos pré-modernistas. Seus poemas foram vozes solitárias dentro de uma
cidade que discursivamente era classificada de civilizada e próspera. Inquietava a Godofredo
Filho esse ambiente brutalmente provinciano. Já Eurico Alves foi até o fim da sua vida um
apaixonado incondicional da sua terra, para a qual fez composições poéticas e em prosa de
grande importância. Esteve sempre atento ao seu movimento, às suas mudanças, aos seus
problemas, aos perfis de sua gente, às suas necessidades, às suas novidades, acompanhando
passo a passo a sua trajetória histórica, acompanhando quase como um jornalista seus fatos
corriqueiros e interpretando-os com o olhar curioso e analítico de historiador, sociólogo,
antropólogo, memorialista e cidadão. Mesmo tendo aparecido o pouco na Folha do Norte
entre 1951 e 1969, Eurico Alves deixou registros de importância ímpar, que revelam o talento
de um cronista e a paixão por sua terra: as Cartas da Serra.
125
Poeta de renomada proeminência no cenário literário baiano e brasileiro, Eurico Alves
Boaventura é natural do mundo arcaico do sertão feirense, que é fonte de arrebate para os seus
cantos idílicos. Conhece a turbulência dos grandes centros urbanos pelo menos por intermédio
da literatura, e a partir daí absorve o conflito que se insinua entre a versão pré-capitalista da
sociedade, em contínua desagregação, e a ascensão de uma cultura urbana e tecnológica que
gradativamente, cedo ou tarde, reforma as paisagens das cidades, inserindo-as nas canchas da
modernidade (OLIVIERI-GODET, 1999). Rita Olivieri-Godet (Ibid., p. 19) argumenta que
sua linguagem poética enforma essa dimensão de historicidade, isto é, o “eu lírico recria o
momento histórico submetendo-o à intencionalidade do contexto poético, imprimindo-lhe
assim um sentido próprio”.
Eurico Alves escreveu quatro Cartas da Serra, sendo que as duas primeiras foram
publicadas na Folha do Norte. As duas últimas permaneceram inéditas até o ano passado,
quando foram publicadas no livro A paisagem urbana e o homem, que também contém as
primeiras
88
. Maria Eugenia Boaventura, filha do escritor e organizadora do livro, encontrou
no arquivo pessoal de seu pai um conjunto de escritos que falam de Feira de Santana. Ela
afirma:
Não conheço nenhuma narrativa que possa prestar-se tão bem para descrever a Feira de
Santana de outrora como esses textos de Eurico, marcados por uma relação intensa de
contemporaneidade com o vivido historicamente. A atualidade e o pioneirismo dos temas
desta antologia revelam-se impressionantes: ecologia, urbanismo, preservação do patrimônio
arquitetônico, educação dos menores carentes, alimentação, etc. Assuntos variados, na moda
hoje, e preocupação obsessiva da reflexão do escritor, desde os anos 1930. Melhor, questões
levantadas e adaptadas à realidade da sua terra. Esses escritos de juventude e de maturidade se
articulam por um traço comum: a paixão pelo homem nordestino e pela sua paisagem
(BOAVENTURA, M., 2007, p. 11-12).
Dada a importância de todas as Cartas da Serra para se pensar o momento em que
Feira de Santana vivia um processo intenso de urbanização e justamente por causa dessas
mudanças que rearranjavam o espaço e mexiam com os valores e hábitos locais, a necessidade
de salvaguardar fragmentos de um passado continuamente ameaçado precisava ser sanada.
Nesse sentido, apesar de cada carta trazer um conteúdo, um discurso particular, todas elas
esboçam um sentido de mudança, uma vontade de construir uma cidade que não despreze seu
passado, suas tradições e que possa crescer sem olvidar suas raízes. Para isso Eurico Alves
apresenta propostas como a criação de instituições, arquivos e museus que armazenem coisas
88
Nesta pesquisa, foram tomadas para análise apenas as duas primeiras Cartas da Serra, apesar do acesso às
outras duas. Entretanto, o critério que vem sendo empregado até aqui é de analisar apenas produções que foram
publicadas na Folha do Norte, que através desse meio de comunicação tiveram uma repercussão social.
126
do passado, testemunhos, objetos, evidências. Sugere também um investimento na paisagem
da cidade, para que ela se apresente com uma feição própria, que mostre seus potenciais
ecológicos.
Este escritor se importava com a atitude que os dirigentes políticos deveriam ter para
com a cidade. Quis inquietar, estimular, argumentando a importância para a atual e para as
futuras gerações de manter contato com o passado da cidade, de trazer sua história viva na
memória. Os lugares por onde as pessoas circulavam não se mostravam assim vazios, mas
saturados de vivências, de sociabilidades, de significados que foram se construindo, se
modificando e se acumulando ao longo da história. Eurico Alves quis também estimular o
empenho da população, seu interesse conjunto para a organização de museus, de lugares de
memória, de arquivos, contribuindo de alguma maneira, se mobilizando, e tendo a consciência
da real importância dessa atitude de doação e preservação.
A primeira das Cartas da Serra mostra os desejos e expectativas de um intelectual
profundamente ligado à sua terra e, com a mesma intensidade, preocupado com o seu futuro.
Inicia comentando sobre e figura de Arnold Silva, prefeito recém eleito naquele momento,
para quem escreve esta carta. Eurico Alves tece elogios e ao longo do terceiro parágrafo faz
uma descrição detalhada do dia da posse de Arnold Silva para intendente de Feira de Santana,
quando pela primeira vez assumiu o governo desta cidade. Eurico recorre à sua memória
relembrando a ocasião, quando tinha apenas 15 anos de idade (1924), os trajes vestidos por
ele, por seu pai e pelos membros da sociedade que receberam o político no salão do Conselho
Municipal. Nem mesmo a botina Stella, calçado usado por Eurico Alves e por outros meninos
da época, ficou esquecida. Ela fica lembrada por Eurico Alves como o calçado usado pelos
meninos quando iam às posses, quando “era o homogêneo e respeitável o Conselho
Municipal” (BOAVENTURA, Eurico Alves. Cartas da Serra I. Folha do Norte. Feira de
Santana, p. 1, 21 maio. 1960a). E diz: “eu, embora minúsculo de talhe, estava pronto para a
festa, metido em calças curtas, de colete, cadeia de relógio atravessada no colete, em meio a
tanta gente de fraque e chapéu d pelo” (Ibid.).
Eurico Alves não desenvolve essa descrição irrefletidamente. O ano de 1960 marcou o
início da segunda gestão de Arnold Silva no governo municipal de Feira de Santana. Ou seja,
sua segunda candidatura estaria marcada pela primeira. E ao invés de iniciar sua carta fazendo
um balanço do governo passado de Silva, Eurico Alves preferiu descrever o momento solene
da sua primeira posse, cheio de expectativas, momento em que também foi proferido um
discurso cheio de promessas. Chega a relatar que, na cerimônia, “cobertas de jóias, as
senhoras imponentes sacudiam airosamente leques finíssimos, completando a festa. Tal um
127
figurino inglês, falou Arnold Silva” (Ibid.). Segundo Eurico Alves, Arnold Silva “fez tudinho
o que estava no discurso. E foi reeleito. De novo, os fraques vieram dar imponência a outra
tarde de novo janeiro” (Ibid.).
Tendo recorrido à memória da juventude, aos detalhes daquela movimentação e tendo
reforçado a idoneidade de Arnold Silva, Eurico prosseguiu seu texto com o objetivo principal,
que o foi falar de Arnold Silva e de seu caráter. Eurico Alves queria falar de Feira de
Santana, colocando em discussão sua imagem, sua paisagem. E pensando na paisagem, Eurico
Alves recorre outra vez à sua memória de vida e compara dois tempos: a Feira de Santana da
década de 1920 e a da década de 1960. Um espaço, dois tempos: num primeiro, a paisagem
rural é ainda marcante; num segundo, o processo de urbanização havia traçado uma nova
geografia, um novo desenho e um novo ritmo, nova sonoridade.
Nesse tempo [década de 1920] a Feira de Santana não passava de agradável alegoria de sutil
poema de Francis Jammes. o ABC amplo e comprido como uma promessa de candidato a
prefeito atualmente, entupido de chácaras e mais chácaras, valia como um descanso para os
olhos. Lá no alto, do outro lado da cidade, o Alto do Cruzeiro abençoava a cidade. Mudaram-
se os tempos. Já Feira de Santana de hoje é uma sugestiva ilustração de nervoso verso de
Émile Verhaeren, ou a reticência de um trecho de Toda América, de Ronald de Carvalho.
Dinamismo, vida nova, movimento e movimento. Nunca se poderá dizê-la “Cidade do
Silêncio e da Melancolia”. Foi-se esse tempo... Carros, autocaminhões, ônibus sacolejando a
paisagem, a grita de buzinas vigorosas, alto-falantes desmentem essa legenda. Que coisa
diferente!... Edifícios que sobem vaidosos pelos músculos seguros de seis e sete andares
(Ibid.).
Eurico Alves deixa claro nesse trecho da sua carta-crônica as diferenças que saltam
aos olhos entre uma época e outra. O importante registro da sua memória funciona como
testemunho e tem um sentido de continuidade com o passado. Por mais que retrate duas
temporalidades, é desejo de Eurico Alves não romper com o fio histórico que as une, ainda
que esta união seja marcada por paradoxos, contradições, diferenças físicas e espirituais,
disparidades. É evidente a transfiguração da paisagem em seu discurso.
Interessante notar que mesmo se referindo às circunstâncias da realidade, a crônica de
Eurico Alves investe na dimensão estética da linguagem. Veja-se este trecho, por exemplo:
Recordo, nos solenes dias de festa, recordo o brilho escarlate da faixa larga e decorativa do
meu padrinho de crisma, Cônego Tertuliano Carneiro Silva, componente do Conselho
Municipal. Recordo: a vibração dos óculos de Leôncio Santos, cara de irmão da penitência
bebendo cerveja. Revejo a cara de lagosta enlatada do velho Cel. Manuelzinho Falcão, rindo
por todas as regueiras do carão bem lustroso. Seu Bahia (Cel. Seu Bernardino Bahia), solene
como um sim de casamento, vaidoso do genro substituí-lo na política da terra. Revejo a
afobação de João Martins da Silva, o coronel mais moço da grei. E vejo na lembrança o
inesquecível Benigno do Jegue, a blaterar contra a inclusão de João Martins na bancada,
128
porque, violento como era, sangue nas gueiras, só saberia fazer “leis explosivas”. Textual: leis
explosivas. E cafungava o velho popular, numa roda, o jumentinho parado à sua espera.
Francis Jammes gostaria de Benigno... E concluía que não se andou bem Arnold, incluindo na
chapa o João Martins. E censurava a chapa, bem aborrecido o arremedo popular de um
Marquês de Maricá iletrado (Ibid.).
Eurico Alves transforma o mundo em linguagem, substitui o mundo visível pelo
dizível, materializa sua percepção e nesse processo evidencia-se a sua visão pessoal e o modo
de realização da linguagem, com o que seleciona, o que silencia, o que enfatiza. A respeito da
força da linguagem, Judith Grossmann (1982, p. 68) diz que se a linguagem é expressão de
uma carência, essa carência pode ser expressa através da linguagem, pelo quê, essa
carência passa a ser uma suficiência”. Essa carência se refere, com efeito, a uma percepção
latente, a uma possibilidade de poder ver e dizer de uma forma, ou de uma nova forma,
inaugurando sentidos. É assim que as Cartas da Serra de Eurico Alves despertam nos leitores
uma nova percepção sobre Feira de Santana. Eurico Alves altera o mundo social pela sua
força criativa. A literariedade que marca o seu talento criativo se mostra sua relação com o
tempo vivido no passado e no presente, com a memória e com a história.
É importante que não vejamos de maneira dicotômica as diferenças entre o que é
literatura e o que não é, simplesmente identificando elementos de realismos e anti-realismos
na ficção. Ora, a literatura possui uma linguagem híbrida, como a possui a história. Ou seja, a
literatura pode acoplar ao seu discurso elementos da realidade, ou pode mesmo falar de uma
realidade, sem perder o seu status. A liberdade criadora permite isso, e não é preciso provar o
seu desligamento da realidade para afirmar a sua autonomia. No território do historiador a
relação entre literatura e história é permeada por controvérsias, porque a sua escrita deve
possuir o status científico. Porém, a respeito da escrita da história Hayden White (1991) diz
que o discurso histórico não é uma construção objetiva e alia elementos próprios da literatura,
os tropos, que têm como resultado possibilitar o historiador se expressar melhor, conseguir
desenvolver o seu texto tanto de forma criativa como significativa, no sentido que precisa
estabelecer conexões, convencer, enfatizar, etc., considerando-se as opções e seleções que faz.
Outro ponto importante a ser ponderado é que as crônicas são documentos importantes
para a história porque são registros de uma época, de uma percepção, mesmo com a forte
marca da subjetividade do escritor. Os historiadores têm aprendido a lidar com a subjetividade
dos documentos, principalmente desde que se rompeu definitivamente com a concepção
positivista. Hoje tudo é documento e todos os documentos são subjetivos. E não se trata de
uma banalização, mas do entendimento de que todo documento é construção humana e
enquanto tal envolve interesses, negociações, relações de força, motivações pessoais ou
129
coletivas. Para o campo da literatura a subjetividade não é um problema, ao contrário, é disso
que ela se constitui, se fundamenta. E seus estudiosos saber como lidar com isso, recorrendo
tanto à psicologia, como à filosofia, principalmente. Diferentes teorias da literatura buscaram
justamente oferecer subsídios para a compreensão da construção da obra, de seus estilos e
estéticas, temas, e de seus autores e suas motivações, suas relações com a obra, ou seja, as
subjetividades evidentes. Nas mãos do historiador a crônica funciona basicamente como
testemunho; nas mãos do estudioso de literatura é também criatividade, nio. As cartas de
Eurico Alves mostram esta combinação de testemunho, sensibilidade e criatividade. Ainda
sobre a funcionalidade do texto literário, Judith Grossmann (op. cit.) traz uma afirmação que é
fundamental para o entendimento das Cartas da Serra, de Eurico Alves:
A capacidade de expressar literariamente a realidade nasce, igualmente, de uma capacidade
diferenciada de experimentá-la, que inicialmente, esmaga, mas, em seguida, origem à
expressão. O permanente processo de aprendizagem da linguagem corresponde a um
permanente processo de aprendizagem da realidade e a uma certa incapacidade de lidar com
ela diretamente, melhor dizendo, de abarcá-la diretamente, a uma correspondente tendência
para se relacionar com ela através da linguagem. A linguagem poética tornará essa realidade
selvagem mais domada por um lado, e mais selvagem por outro. A maneira pela qual estes
fatores irão se equacionar na obra literária fica a depender das características do escritor (p.
71).
Em seus escritos, Eurico Alves mostra a capacidade de abordar diretamente ou
literariamente a realidade, que é a da sua cidade, Feira de Santana. No seu ensaio Fidalgos e
Vaqueiros utiliza uma linguagem mais sociográfica. Eurico Alves transita tanto no meio
literário como fora dele. A sua formação profissional na magistratura e o seu gosto e
dedicação às letras, onde não é visto como diletante, mas como escritor de peso, acentuam a
sua característica de intelectual que se completa por essas atividades, uma estimulando a
outra.
Em Cartas da Serra I, Eurico Alves percebe uma temporalidade diferente e uma
sociedade diferente. Muita coisa em Feira de Santana é novidade: a paisagem urbana, os
costumes, os valores, a política. Este escritor mostra a consciência de ruptura paulatina com o
passado, como a avanço da urbanização na sua cidade. Seu texto reforça a necessidade de
salvaguarda de fragmentos do passado, para que não se perca totalmente a possibilidade de se
ter contato com história e memórias que o processo de urbanização vai sepultando. Logo no
início da sua carta, Eurico encarna um tempo, o passado, a ocasião da posse de Arnold Silva
como intendente de Feira de Santana em 1924, revive, anota, recorrendo à movimentação, às
sensações, ao sentimento, ao humor, aos vestígios, aos cenários, narrando o que o tempo não
130
pôde corroer na sua memória afetiva. Ou seja, na falta, na inexistência e impossibilidade de
reviver, Eurico Alves mergulha na sua percepção individual e deixa aflorar sensações e
emoções misturadas aos fatos. A respeito da relação entre a memória e a história, o historiador
Pierre Nora (1984, p. 9) observa:
A memória é a vida, sempre carregada por grupos vivos e, nesse sentido, ela está em
permanente evolução, aberta à dialética da lembrança e do esquecimento, inconsciente de suas
deformações sucessivas, vulnerável a todos os usos e manipulações, susceptível de longas e de
repentinas revitalizações [...] é um fenômeno sempre atual, um elo vivido no eterno presente
[...] Porque afetiva e mágica, a memória não se acomoda a detalhes que a confortam, ela se
alimenta de lembranças vagas, telescópicas, globais ou flutuantes, particulares ou simbólicas,
sensível a todas as transferências, cenas, censura ou projeções.
Eurico Alves faz o percurso pendular do presente para o passado, para o presente outra
vez, principalmente porque é motivado pelo pretexto da sua crônica: a reeleição de Arnold
Silva para prefeito de Feira de Santana em 1960. Fez esse movimento justamente porque quis
estabelecer um confronto entre as diferentes temporalidades, que faz sentido diante das tantas
descontinuidades do passado no presente. Um presente, aliás, que traz para o político Arnold
Silva novos desafios, afinal, é outra a cidade. Diz Eurico:
Arnold Silva volta agora em outro ambiente. Tão diferente... Já não se vê um fraque sisudo na
sua posse, não se vende mais a garbosa botina Stella alegremente rangendo, para a
meninada bem apresentada. Mas Arnold volta sempre inspirado pela legenda gloriosa do
nosso passado (BOAVENTURA, op. cit.).
O escritor mostra que na cerimônia de posse as pessoas já não usavam os velhos trajes
de gala. Mas o mais importante para Eurico Alves é que Arnold Silva era um intelectual que
possuía, como ele, profundo interesse pela preservação das memórias do passado de Feira de
Santana. Silva lançou na Folha do Norte a coluna “Vida feirense”, que segundo Ana Angélica
Morais (1998, p. 12), existiu de 1923 a 1952, lembrando também que, a princípio, a coluna se
chamava “Crônica feirense” e que Arnold Silva a assinava com o pseudônimo de Gil
Moncorvo. Nessa seção do jornal, Arnold Silva organizou registros sobre a história da cidade,
anotando eventos e datas que marcaram a a trajetória histórica feirense. Apresentou dados aos
quais teve acesso principalmente em arquivos de Feira de Santana e de Salvador. A respeito
desta coluna, Ana Angélica Morais (Ibid., p. 34) considera que:
Arnold Silva, foi, no jornal, além de fundador, diretor durante muitos anos (1923-1952),
jornalista e escritor de crônicas e contos. Durante esse período, escreveu cerca de 250
crônicas-relatos, publicadas semanalmente. Ele dedicou uma boa parte de sua vida (três
131
décadas) à pesquisa sobre o município e a cidade de Feira de Santana, visitando,
cotidianamente, os arquivos públicos e particulares, as bibliotecas municipal e nacional, os
grêmios literários, as filarmônicas, cartórios, batistérios e demais órgãos públicos de Feira de
Santana e de outras capitais. Além dessa coluna, ele também escrevia editoriais e contos.
Na Carta da Serra I Eurico Alves esteve particularmente preocupado com a beleza, a
estética da cidade. Ressalta neste documento que
Feira de Santana não é a balança de gado, nem a roça de algodão, nem o trapiche de fumo.
Nem é só a Mesa de Rendas. Feira de Santana é mais que isto tudo.
Embeleza-se a cidade. Seria melhor que se dissesse quase se renova a cidade vigorosamente.
Foi sempre bonita desde a nascença. Mas vez ou outra, há um cochilo na elegância da cidade.
Nem sempre a beleza, nem sempre o sentido de estesia estão presentes nas construções que se
levantam nas suas ruas novas. Mal que não é nosso, diga-se logo. Nas outras cidades da
Bahia, na sua própria capital, estão sendo construídos monstrengos de cimento, a que se dá o
pomposo nome de casa. Falta-nos o gosto, falta-nos a noção de elegância para tais
construções. O que se registra é o grito do arrivista, no mais das vezes, propalando o custo dos
pisos, dos sanitários (e como falam em sanitários! O saudoso José Valadares estava projetando
analisar esta preocupação pelo serviço sanitário luxuoso de certa classe de gente), o preço das
cortinas, de tudo. Parece mais uma exposição de produtos mercantis do que uma vivenda
(BOAVENTURA, op. cit.).
A crônica de Eurico Alves vai apresentando uma movimentação temporal, ao passo
em que o escritor registra as mudanças que se imprimem na paisagem urbana feirense. No
trecho citado acima, não é mais a voz da memória que faz a trajetória do texto. É a voz de um
intelectual que, embora admire a beleza da cidade, preocupa-se com o perigo de que Feira de
Santana se torne uma cidade semelhante a tantas outras, seguindo padrões arquitetônicos e
decorativos, ornamentais, estilos de moda que lhe tire a aparência singular, distintiva, do seu
ambiente urbano, que é uma constatação do presente vivido e sentido pelo escritor. Ele
“ressente-se de um processo de urbanização que desfigura a cidade, fazendo-a perder a sua
beleza original, seu sentido de estesia(SOARES, op. cit., p. 95). Acerca das mudanças na
aparência urbana de Feira de Santana, de que fala Eurico Alves em Cartas da Serra I, Valter
Soares (p. 95-96) diz que
No gesto de protesto frente à modificação da paisagem urbana, delineia-se sobretudo o avanço
de uma cidade cuja nova fisionomia vai se construindo sobre os escombros de uma velha
ordem e seus símbolos. Alterações que vão lançando para os subterrâneos da história antigas
tradições e colocando em risco uma memória e uma identidade tecidas em torno do lugar.
Em Cartas da Serra I, o escritor feirense mostra-se saudoso de um espaço que o
mais poderá ser o mesmo, espaço que poderá ser evocado pela memória ou por meio de
registros ainda conservados do passado, materiais e culturais. É a distância do presente para
132
com o passado que provoca no escritor um sentimento de perda, uma ausência, do que seu
discurso é um novo vestígio, indício, trilha:
Onde as chácaras, as solenes chácaras do ABC? Quem, nesta cidade, contar com duas
quinzenas de vida, pode bem sentir saudades do carinho das velhas frondes amigas, que nos
acolhiam serenamente nas vibráteis manhãs de verão. Estão longe estas franças amplíssimas.
Apenas na saudade dos que viveram aqui até o início da quarta década do século
(BOAVENTURA, op. cit.).
Pondo em confronto história e memória, presente e passado, modernidade e tradição,
Eurico Alves observa as mudanças que alteram decisivamente a paisagem urbana e o homem
feirense, conquanto mostre a expectativa de preservar fragmentos do passado, para não deixar
esquecidos ou perdidos dados sobre a história e a cultura da sua terra. Constata que Feira de
Santana urbanizada “ficará uma cidade de tipo longelino, antropologicamente falando” (Ibid.).
E verifica o que ainda resta no presente da cidade de outrora: o Parque Santana, a Praça Padre
Ovídeo, um pedaço da Praça Fróes da Mota e
Uns restos melancólicos do velho jardim Bernardino Bahia. Só. E isto na parte velha da
cidade. No trecho que surge, a ordem dos levantadores de casas é para destruir toda árvore
arrogante que se encontre. Pomares, chácaras se vão de roldão. Pena que não haja uma
edição popular das palavras de Ruskin. É pena... (Ibid.)
O discurso do escritor é quase um lamento pela perda de referenciais que sucumbem
com o processo de urbanização em Feira de Santana. O espólio dos lugares que ainda resistem
à força avassaladora desse processo define “lugares de memória”, na fala de Eurico Alves. A
respeito desses lugares, o historiador Pierre Nora (1984, p. 13) os distingue em três sentidos:
material, simbólico e funcional. Eles existem porque não memória espontânea e são, por
exemplo, arquivos, museus, bibliotecas, cemitérios, coleções, festas de aniversários, tratados,
processos verbais, monumentos, santuários, associações, que “são marcos testemunhas de
outra era, ilusões da eternidade. Entretanto, uma sociedade que não reconhece sua origem, seu
processo ontológico de constituição, perde o fio da trajetória histórica”. Nora afirma também
que “os lugares de memória são, antes de tudo, restos” (p. 12). Em Cartas da Serra I, o que
escritor Eurico Alves enumera como lugares de memória são, de fato, restos, o que ainda
subsiste aos efeitos destrutivos das construções hodiernas, o que ainda figura na paisagem
urbana. Este escritor chama a atenção para esses lugares antigos e para a necessidade de sua
preservação pelo que significam para a constituição da sociedade feirense, já que existe o
perigo do que Nora (p. 13) chama de “desritualização de nosso mundo”:
133
O que secreta, veste, estabelece, constrói, decreta, mantém pelo artifício e pela vontade uma
coletividade fundamentalmente envolvida em sua transformação e sua renovação.
Valorizando, por natureza, mais o novo do que o antigo, mais o jovem do que o velho, mais o
futuro do que o passado.
Para Eurico Alves, o perigo talvez esteja precisamente na valorização do presente, do
novo, do progresso e, além disso, na depreciação do antigo. O escritor lamenta a destruição do
patrimônio urbano, que foi se formando enquanto Feira de Santana vivia um processo lento de
urbanização, em fins do século XIX e principalmente nas primeiras décadas do século XX. Na
impossibilidade de recuperar esse patrimônio, Eurico Alves faz um apelo a Arnold Silva, que
é o de salvaguardar o que ainda se preserva na fisionomia urbana e de valorizar a natureza da
terra, como alternativa para dar um colorido próprio à Feira de Santana. Diz Eurico Alves:
A prefeitura prestaria um grande benefício ao povo se aproveitasse o avanço das casas e
fizesse o seu avanço verde. No largo da nova estação da Leste, há alegre arremedo de jardim.
Boa sugestão. Ali, vestígios do mato primitivo. Aproveitaria a prefeitura as plantas mais
rústicas e mais decorativas e teria semeado recantos agradáveis aos olhos. Não é preciso
apelar-se para a sensibilidade decorativa de BURLE MAX. E até se sentiriam bem alecrins,
licuris, mandacarus, bromélias, sapateiras, gravatás. Porque se apelar para importados
gladíolas, para antúrios, quando, a preço módico, se nos oferecem plantas belíssimas e de
magnífico efeito decorativo? Imbés, gravatás... A flor-de-São-João seria ótima para os nossos
recantos. Pelo menos, durante a quadra que vai de maio a setembro, teríamos as praças
iluminadas de flores amarelas, oiro em cachos, em pingentes, caído perdulariamente sob os
nossos passos. E, como recorda o velho DURÃO, no seu poema Caramuru,
Dando a ver por diante, e nas espaldas,
Cachos de ouro com verdes esmeraldas,
A flor-de-São-João alegraria a paisagem modernizada. O rubro dos cactos, a grita do
flamboyant, o ouro da flor-de-São-João e o verde da folharia... E sem pedir tudo isto, regras e
regras. Bastava-lhes a chuvarada do inverno, a benção temporã das trovoadas e tudo seria uma
festa para a nossa sensibilidade (BOAVENTURA, op. cit.).
Além da preocupação com o aspecto da cidade, com o que pode ser construído de
modo a ressaltar suas características próprias, de sua gente, o escritor possui uma preocupação
ecológica. Eurico teme que Feira de Santana se torne similar a tantas outras cidades baianas,
e, em vista disso, rejeita as tentativas de homogeneização da sua aparência. Como alternativa
propõe que a sua paisagem seja decorada com plantas comuns da região. Mostra outro gosto,
outro olhar. Quer singularizar o espaço, não para torná-lo exótico, mas sim para que ele, na
sua aparência, mostre a sua face própria que é genuíno, original do lugar, o que é e está. E
ainda antecipa a reação daqueles que chegariam à cidade e perceberiam a ornamentação
sugerida por Eurico Alves:
134
E nós tabaréus, quando chegássemos à cidade civilizada e vendo que ela não anatematizaria a
nossa lembrança, o prestígio das nossas plantas, ficaríamos tão contentes que iríamos cavar
eleitores, fabricar candidatos a eleitores apara aumentar o prestígio político do município
(Ibid.).
A cidade se inscreve na fala do escritor como desejo, anseio, expectativa. Note-se que
a sua preocupação não é apenas cultural, mas também política e turística. Eurico Alves indica
um potencial a ser explorado que, segundo ele, aumentaria o prestígio político do município.
se tem um embate entre cidade real e cidade do desejo, a concreta e a imaginada. O texto
de Eurico Alves é tanto campo de experiência como horizonte de expectativa.
Conforme Lloyd Kramer (1992), o texto é uma rede de resistência, sendo importante
ter em vista que é impossível reduzir o passado a uma ordem. É preciso respeitar todas as suas
vozes e perceber que o campo que se pretende dominar sempre ultrapassa as estruturas
explicativas que os definem. Perceber também que na leitura de textos e contextos históricos é
importante reconhecer a complexidade de sua construção e a possibilidade de novos tipos de
escrita sobre a mesma abordagem. Kramer (op. cit., p. 158) diz que “a literatura sugere formas
alternativas de conhecer e descrever o mundo e usa a linguagem imaginativa para representar
as ambíguas e imbricantes categorias da vida, do pensamento, das palavras e da experiência”.
Em Cartas da Serra I, Eurico Alves apresentou uma percepção particular sobre Feira
de Santana, em que identifica seus espaços de circulação social e de habitação, bem como os
usos feitos desses espaços, no passado e no presente. Eurico Alves reforça seu desejo de
manter a aparência sertaneja da cidade, que não se altere a sua plasticidade sem que se atente
para o que há de mais característico na cultura e na natureza local. Com esta intenção,
escreve, por fim, a Arnold Silva:
Amigo Arnold Silva, você que lê a crítica dirigida aos que procuram imitar costumes de países
e terras diferentes, que sabe como é ridículo o esnobismo de muita gente, faça a nossa
paisagem permanecer sertaneja. Bem sertaneja, emoldurando os suntuosos arranha-céus, coisa
que se encontra em todo canto, desde os que encantaram a Paul Morand, até os da nossa
Capital. Com os nossos parques, as nossas plantas matutas, os visitantes terão algo que ver em
aqui chegando. Está de acordo?
Seu admirador (BOAVENTURA, op. cit.).
Conforme Michel Foucault (1966, p. 64), o poeta é aquele que, por sob as diferenças
nomeadas e cotidianamente previstas, reencontra os parentescos subterrâneos das coisas, suas
similitudes dispersadas”. A atitude do escritor feirense Eurico Alves é semelhante à do poeta
referido por Foucault. Eurico Alves fala de um lugar que lhe é familiar, a sua cidade, mostra
parentesco, intimidade com as coisas, com a feição e a dinâmica do espaço urbano feirense,
135
que é o seu lugar. Em relação ao posicionamento de Eurico frente às mudanças urbanas em
Feira de Santana, Juraci Dórea (2005, p. 166) afirma:
O esforço crítico de Eurico Alves, diante das mudanças urbanas de Feira de Santana, é de
censura e apreensão, evidentemente, mas não traz o tom passadista. Ao contrário, o tom de seu
discurso remete a certas questões ambientais que também na atualidade atormentam os
moradores das cidades em crescimento.
Juraci Dórea (op. cit.) percebe que a preocupação de Eurico Alves com a preservação
da memória sertaneja remete, no plano nacional, às iniciativas semelhantes, desenvolvidas por
alguns expoentes do modernismo. Eurico fez esse percurso de ida e vinda ao passado histórico
da cidade para apreender as diferentes cenas que marcaram o seu olhar sobre o arquivo visível
e sensível de Feira de Santana. Mostra a mobilidade e a dialética da história, que vive a
constante relação entre presente e passado, em suas variadas dimensões e tensões. Ele quer
reconciliar a paisagem da cidade com a sua natureza sertaneja. Ainda que o plural a habite,
que Feira de Santana seja a cidade do encontro de diferentes, ao menos sua natureza lhe
assegura um aspecto irrefutável: é sertão, sertaneja por essência. E no entender de Eurico
Alves isso bem que pode ser explorado em lugar de maquiá-la com os mesmos objetos, com o
mesmo gosto que tornam tantas cidades parecidas em seu aspecto exterior.
O mote da Carta da Serra II (BOAVENTURA, Eurico Alves. Cartas da Serra II.
Folha do Norte. Feira de Santana, p. 2, 09 jul. 1960b) vem de mais outra preocupação de
Eurico Alves: onde guardar os vestígios, os documentos do passado feirense. Nesta carta,
Feira de Santana continua sendo o centro das atenções do escritor. Na primeira carta, Eurico
Alves atentou para a aparência da cidade, dando palpites sobre a renovação de sua paisagem,
e assinalou os espaços antigos ainda preservados, que mostram para os feirenses fragmentos
do passado, da história, de uma ordem que se estabeleceu na cidade em sua estrutura concreta,
no traçado de suas ruas, nas suas praças, nos seus prédios que guardam em suas marcas
envelhecidas aspectos da cidade de outrora. Esse patrimônio é documento, é indício, e Eurico
Alves tem a consciência disso. Todavia, também lança o seu olhar para outros tipos de
documentos, de marcas, de testemunhos históricos. A sua maior preocupação é com o perigo
que se apresenta, com o passar do tempo, de corrosão, de desgaste, de perda dos vestígios do
passado histórico feirense. Por isso, a segunda das Cartas da Serra funciona também como
denúncia do descaso das autoridades locais em relação à organização de arquivos, museus e
bibliotecas em Feira de Santana.
136
Em Cartas da Serra II, espécie de carta aberta à população local, Eurico não analisa a
cidade em si, mas a necessidade de criação de lugares de preservação da sua história e da sua
memória. Numa atitude preocupada, o poeta faz um apelo à sociedade feirense para que
compreenda os riscos de se olvidar o passado da cidade. A criação de arquivos e de museus,
nesse caso, seria a solução premente para minorar os efeitos do tempo, que paulatinamente
deteriora vestígios de outras épocas. O feirense, que nesse momento experimenta os abalos
das mudanças modernizadoras, tornando-se um sujeito cada vez mais fragmentado pela perda
de referenciais fixos com os quais estabelecia uma relação de identidade, deveria ter no
arquivo e no museu a presença de indícios do passado que, mesmo fracionado, transmite a ele
imagens dos primórdios desta sociedade. Assim, diz Eurico:
Toda gente espalha por aí a fora que o sertão é coisa vazia. Vazia como uma auréola
decorativa. E a que envolve a nossa paisagem, para muita gente, está cheia apenas de sol. Sol e
aboio. E, se assim fosse, isto seria pouco? E não é assim, todavia, todos o sabem. O que nos
falta é exibir a prova do que se afirma, por exemplo, de que fizemos largo capítulo da história
baiana. Isto. E a prova está aí. Basta que se ao arquivo público e se leia o material, a
documentação da vida pretérita sertaneja.
Aqui mesmo, contamos com farto material documentário. Está, porém, criminosamente
largado como um montão de estrume de gado, na malhada. Se se chegar a uma saleta de
fundo, no palácio municipal, depois do salão do júri, encontraremos um corpo-de-delito da
nossa incúria, do nosso crime. Empilhados, como coisa sem préstimo, centenas de processos
estão sendo danificados pelo tempo. Criminosamente ali ficam (Ibid.).
Nesta carta Eurico acusa o desprezo com que são tratados documentos e monumentos
que figuram o passado feirense. Critica a falta de uma organização sistematizada de todo esse
material num lugar destinado a este fim. O perigo do esquecimento coloca o poeta em alerta,
o impele a tomar um posicionamento, a chamar a atenção para essa falta de cuidados que pode
ter como decorrência um distanciamento cada vez maior dos feirenses em relação ao passado
da cidade, aos seus objetos, à sua cultura, aos seus símbolos e, de um modo geral, ao percurso
da história feirense. O texto de Eurico Alves transmite o posicionamento político de um
cidadão atento às mudanças que transfiguram a cidade e que tendem a enterrar vestígios e
memórias de outras épocas. O poeta deseja perceber um sentido de continuidade, a afirmação
das raízes sertanejas da cidade, para que os feirenses reconheçam um passado comum. É a
ligação entre o passado e o presente o objetivo maior do escritor.
Eurico Alves, em Cartas da Serra II traz um olhar sobre Feira de Santana em 1960 e
sobre como os feirenses vivenciam sua própria historicidade, nesse momento. Tratando do
novo tempo e de sujeitos também novos, embora em crise, abalados com as mudanças que
redesenham concreta e simbolicamente a cidade, Eurico transmite a necessidade de esses
137
sujeitos não buscarem se definir identitariamente, mas se definir valorizando os elementos
do lugar, a natureza, os costumes, os objetos, as histórias e as memórias, sendo importante a
criação e a manutenção de vínculos com o passado. O olhar de Eurico Alves sobre Feira de
Santana é um olhar individual, comprometido pela forte relação que mantém com o lugar e
com o desejo de que nele convivam sem maiores conflitos tradição e modernidade. A
sociedade feirense, como qualquer outra sociedade, também vivencia relações antagônicas e
os elementos de identificação do espaço são múltiplos e inclusive diferentes. Para Eurico, o
essencial é que todos os cidadãos feirenses tenham acesso aos fragmentos do passado,
compartilhem de um mesmo sentimento com respeito às memórias e histórias da cidade e
estabeleçam, deste modo, laços de pertencimento. E assim continua:
Vamos ver se se consegue o Arquivo da Feira de Sant’Anna? E do arquivo se iria adiante. E
porque não um Museu Municipal? O ambiente é rico de elementos que dariam para se compor
vistoso museu. De início, lentamente, é verdade.
[...]
Pobres tabaréus... Tabaréus uma conversa. Gente fidalga e formidável, nobreza áspera como
espinho de mandacaru e que deu ao Estado nomes de realce. Encourados de Pedrão, Maria
Quitéria, o Periquitão, o maior poeta das Américas, cuja voz tem ressonância de tempestades e
clarões de alvoradas CASTRO ALVES, da gente de Brumado. CASTRO ALVES
guardava mais o jeito de tabaréu dos parentes maternos do que a etiqueta dos parentes
paternos.
O sertão necessita de dar cor de si e exige o culto da sua gente, a história de seu passado. E
aqui, na nossa cidade do planalto, teria a gente meios de começar a escrever esta história.
Onde um documento, onde uma fotografia, onde uma relíquia que lembram Maria Quitéria?
Onde uma coisa concreta que assegura a recordação de uma das mais fortes vozes oratórias do
Brasil, o grande pregador LACERDA?.
[...]
E pouca gente sabe que, encanecido, solitário, perto daqui, está abandonado um velho canhão
da Sabinada. Vamos carregar processionalmente esta relíquia para uma praça da cidade, ou
para um jardim escolar? [...] Onde se encontra a farda, ou um retrato do capitão Manoel Alves
de São Boaventura, aparentado com os velhos troncos dos Alves de São Boaventura daqui, e
de Cachoeira, revolucionário também da Sabinada, preso, processado, julgado, porque sonhou
a liberdade da sua terra? [...] E isto não é história por acaso? História no duro. História de
verdade (ibid.).
O autor propõe e justifica a criação de “lugares de memória”, a reunião de vestígios, a
reconciliação com o passado, a importância que deve ser dada aos heróis locais. Segundo ele,
a sociedade feirense precisa presenciar esta lembrança, entender como o espaço da cidade fora
experimentado em suas primeiras décadas de existência. Nascida como comunidade sertaneja
e pastoril, onde a figura do vaqueiro e do tabaréu foram suas expressões típicas, para Eurico
Alves Feira de Santana necessita de um espaço para o resguardo de utensílios do passado,
imagens em que possam se reconhecer neste tempo e afirmar suas origens para as gerações
vindouras.
138
O lugar social de fala de Eurico interfere na seleção destas imagens. Fidalgo oriundo
da casa-de-fazenda, ele busca analisar as relações e as tensões sociais tendo como parâmetro
seu lugar de nascimento (SOARES, 2003). Seu discurso se aproxima do de uma história
oficial que contempla os nomes de pessoas que se notabilizaram nesta sociedade por terem
vencido lutas políticas, causas locais, ou que tiveram participação visibilizada na construção
desta cidade por terem ocupado postos de destaque na sociedade. Deste modo, esta
reconstrução do passado fica comprometida por seu olhar subjetivo. Eurico Alves também
atenta para os documentos tidos como oficiais, como cartas e discursos, títulos, escrituras,
mas também para outros tipos de documentos como vestuário, mobiliário, objetos de uso
doméstico, fotografias e relíquias, o que amplia o leque de possibilidades através da qual a
antiga sociedade é possível de ser notada e investigada.
Eurico Alves reconhece os conflitos e tensões sociais que assinalam a história urbana e
social feirense, sobretudo no período em que escreve suas Cartas da Serra, quando Feira de
Santana havia se transfigurado em outra cidade, bem diferente de como era no início do
século XX. No entanto, seu conflito pessoal é o que notabiliza a narrativa, sua preocupação
em mobilizar políticos e intelectuais para resguardar fragmentos da Feira de Santana antiga,
estilhaços do passado que deixam entrever determinadas imagens da cidade, em detrimento
das imagens ausentes, que se perderam para sempre, que não puderam ser conservadas ou que
não tiveram um local apropriado para conservação. Eurico diz ainda que:
Um museu e a Feira de Sant’Anna estaria completa. Certa feita, numa visita que fiz a um
amigo bacharel e estudioso do passado feirense, durante as férias, na sua fazenda, vi o carinho
com que ali se cultua o passado de Feira de Sant’Anna e do sertão todo. Guarda ele um museu.
Não somente de arqueologia indígena, como também da vida sertaneja. Vi ali muito retrato de
gente do século passado. Vi muita obra de santeiro daqui. Leques, berloques, jornais, postais
de boas festas, louça, mobiliário. Museu particular. E que custa a prefeitura organizar um
museu da família maior, a comunidade? Se este meu amigo guarda documentos da sua família,
como formais de partilha, escrituras de escravos, títulos de crédito, de eleitores do início da
República, nós os da coletividade poderemos guardar toda a história da nossa região. Vamos
tentar? (BOAVENTURA, op. cit.).
O escritor investe toda a sua narrativa em persuadir sobre a necessidade de um espaço
adequado para conservação e acúmulo do patrimônio histórico e memorialístico da cidade de
Feira de Santana. Os feirenses, que também participam da idéia de cidade, estariam, deste
modo, mais próximos ou mais ligados à história local ao ter acesso às fontes que dão a
entender aspectos do seu passado. Nas duas primeiras Cartas da Serra, Eurico Alves ressalta
imagens do passado feirense que, para ele, no momento da sua escrita, são mais vibrantes,
mais intensas, e, nesse sentido, atribui significados e constrói identidades sobre a cidade, com
139
ênfase na cultura sertaneja. Sobre o processo de construção de idéias sobre o espaço urbano,
Albuquerque Jr., (1999) salienta que o espaço é em si resultado de práticas discursivas e o-
discursivas, inseridas no campo de forças de poder e de saber, que constroem determinados
estereótipos do lugar, razão pela qual integram o terreno instável das identidades, criações
eminentemente históricas.
O ensejo da criação das Cartas da Serra de Eurico Alves vem da inquietação subjetiva
que acomete o escritor, posto que, tendo nascido e vivido durante a sua infância num local
com aparência ainda rural, como o era Feira de Santana nas primeiras décadas do século XX,
onde “o ABC amplo e comprido [...] entupido de chácaras e mais chácaras, valia como um
descanso para os olhos”, as transformações advindas com o processo de urbanização acabam
por colocá-lo em uma crise pessoal, já que se identificava profundamente com a velha
sociedade, quando “Feira de Santana não passava de agradável alegoria de sutil poema de
Francis Jammes”.
Confrontando duas imagens da cidade, uma rural, outra urbana, Eurico Alves
demonstra as vicissitudes de uma temporalidade marcada por abalos, choques, contradições,
rupturas e permanências que dialeticamente constrói o mundo social. As mudanças pelas
quais passa o espaço urbano feirense provocam o progressivo desaparecimento de elementos
característicos de sua aparência mais antiga e o nascimento de uma nova realidade constituída
de signos culturais que passam a definir, de um modo geral, a sociedade urbanizada. Tais
mudanças o marcadas pela transitoriedade de elementos que integram o aporte cultural do
lugar, o que proporciona uma crise ou desestabilização das concepções identitárias.
A fala de Eurico Alves traduz o sentimento de perda ou distanciamento de símbolos
socioculturais e identitários que representavam a Feira de Santana antiga. A paisagem rural
pouco e pouco se torna urbana. Eurico Alves, que em seus primeiros poemas ressaltava as
imagens rústicas de Feira, as quais, em todo caso, funcionam como discursos identitários,
posto que definem o lugar, reconhece na década de 1960 as diferenças notórias que assinalam
a destruição de discursos, representações e práticas que não mais se adequam ou servem de
referência para identificar a cidade.
Em ambas as Cartas da Serra, Eurico Alves Boaventura deixa entrever as mudanças
que redesenham o mapa da cidade, mas mostra-se particularmente apegado à Feira de outrora
e por isso insiste na importância de se preservar suas memórias e histórias. A segunda carta
continuidade à primeira com o mesmo propósito de evidenciar a cidade de Feira de Santana
no princípio da década de 1960. As mudanças urbanas que desafiam o olhar do escritor são
características de uma nova etapa histórica que paulatinamente recria cenários cotidianos,
140
intenções e percepções a propósito da cidade. Eurico Alves busca equilibrar o velho e o
novo, tradição e modernidade, para que os sinais desse novo tempo não apaguem de vez os
traços que profundamente definiam o lugar, e assim seu empenho é em fazer conviver essas
duas temporalidades, pelo menos para que ele não passe a se sentir um forasteiro em sua
própria terra.
3.3 POEMAS SOBRE A CIDADE
Na Folha do Norte, diferentemente das crônicas, que maioria das vezes falaram sobre
aspectos da vida urbana, cultural e social feirense, no campo da poesia apenas seis
composições tiveram por tema Feira de Santana
89
: duas de Carlos Sampaio, “Feira” (1951, p.
2) e “Paisagens” (1954, p. 2); uma de José de Souza Oliveira, “Resto de Feira” (1952, p. 4),
uma de Eduardo Tudella, “Ode a Feira de Santana” (1961, p. 1), uma de Eglê Marques Santos
“Cidade Princesa” (1961)
90
, e mais um poema sem título, de Manoel Marques, que se
encontra ao fim da notícia “Atendendo a um pedido” (1966, p. 7), em que este escritor relata
sucintamente a história da cidade de Feira de Santana.
Carlos Sampaio foi um poeta feirense, autor de outros cinco poemas na publicados na
Folha do Norte: “Meu canto” (19/05/1951), “Assim pensei” (02/06/1951), “Lembra-te”
(23/06/1951), “Hoje a noite” (10/04/1954) e “Poema dos perversos” (08/02/1958). No poema
“Feira”, destaca determinadas cenas da rotina da cidade:
Homens, mulheres, crianças
Pelas suas ruas
Em passos apressados
Em todas as direções
Vão escrevendo seu destino
Nas suas principais ruas
Os miseráveis sentados nas calçadas
Contemplam o seu orgulho
De outros lados
89
Como se disse no primeiro capítulo, a quase totalidade dos poemas publicados no semanário nas décadas de
1950 e 1960 teve por tema a natureza, o amor, a solidão, a religião, a arte poética, ou mesmo surgiram como
homenagens oferecidas a determinados membros da sociedade feirense.
90
Eglê Marques Santos publicou esse poema na Folha do Norte em 17/12/1961. Porém, essa edição do jornal
não foi localizada. Tem-se notícia desse poema e da data de sua publicação através da edição da Folha do Norte
de 23/12/1961, que traz a matéria intitulada “Eglê Marques Santos”.
141
Estendem-se suas avenidas
Com um braço estendido
De mãos abertas
A receber o bem vindo
Depois... Vêm as ruas dos becos
Onde suas casinhas
De fisionomias esquisitas
Ficam perto defronte a outra
E suas portas e janelas abertas
Parecem que estão a gritar
Em seguida
Os velhos subúrbios
De mulheres magras
Das velhas histórias
Crianças barrigudas
E de homens quase nus
Somente os olhos das poças d’águas
Olham para estes esquecidos
Os dias vão passando
E sua corte de operários
Sempre a renovar sua beleza
Embora que depois
Ela ria-se orgulhosamente para eles
Os crepúsculos chegam
E o suor da feira
Corre no corpo
Dos homens que lutam
Pela sua vida
Agora estamos na hora
Mais silenciosa de Feira
As suas ruas vazias
Ficam a recordar o passado.
Na estrutura deste poema, o que logo se evidencia é a estrofação irregular. oito
estrofes, em que a primeira tem 5 versos; a segunda, 3; a terceira, 5; a quarta, 6; a quinta, 8; a
sexta e a sétima, 5, e a oitava, 4. A trica também é irregular, visto que os versos diferem
quanto ao número de sílabas. Essas duas características são claramente conquistas do
modernismo. Ainda assim, é um poema canhestro porque a essa estrutura formal falta ritmo,
ou, dito melhor, o apuro do ritmo. O autor força a mão para que esse ritmo venha a se fundir
com a imagem, que, no caso, é a da cidade. O tratamento, que deixa muito a desejar, do ritmo
e da fusão deste com a imagem, compromete a transformação do assunto em tema.
O poema “Feira” tem uma vertente social e evidencia uma sociedade saturada de
contrastes, em que coabitam realidades distintas, material e culturalmente antagônicas. O seu
142
cenário é o espaço urbano de Feira de Santana, que não é percebido como uma univocidade
homogênea, mas exatamente como o inverso. Ponto de encontro de uma diversidade humana,
esta cidade é apresentada em uma série de cenas que se alternam entre locais públicos, como a
feira livre e as principais vias da cidade, em que se esbarram indivíduos sem nenhuma relação
aparente entre si, e locais privados, como onde se exibem os paradoxos existenciais
decorridos dos contra-sensos da modernidade feirense. Este poema glosa a história, transmite
imagens de uma possível realidade flagrada de um dia-a-dia corriqueiro, de uma
movimentação que parece se repetir ciclicamente.
Sampaio surpreende a antinomia de cenas corriqueiras que compõe a sociedade
feirense, demonstrando que neste espaço tudo está impregnado de seu contrário. Feira de
Santana, à medida que amplia sua área urbana passa a abrigar mais criticamente uma série de
desigualdades, que denunciam o lado ameaçador deste fenômeno.
No poema “Paisagens”, também de vertente social, Carlos Sampaio flagra cenas do
cotidiano feirense, de homens e mulheres na faina diária, movimentando o mercado informal,
lutando pela sobrevivência:
Meu relógio estava parado
Em duas horas da madrugada.
Parecia que a noite
Estava abraçada com o silêncio.
De repente ouvi um apito.
Com certeza era o apito do guarda noturno
Que se despedia...
Não tardou para o dia clarear.
Que pretinho da voz forte
Gritava como um herói vendendo bananas!
Um homem magro
Empurrava um carro de madeira
Na altura do seu peito.
Era um vendedor de pães...
Um camarada chicoteava dois animais.
Os animais também compreendem as horas amargas
E sentem-se felizes quando estão em liberdade.
Três mulheres com cestos na cabeça
Cheios de frutas e verduras,
Caminhavam em direção do mercado.
Um cachorro branco e forte
Pegou um cachorrinho fraco
E deu uma surra.
Até os animais praticam injustiças.
143
Um caminhão passou em velocidade.
Quase que pegava uma criança
Que brincava de bola na rua.
Os pais olham para seus filhos
Que estão brincando
Sem saberem o que está se passando...
“Paisagens” também apresenta estrofes irregulares e, como o poema “Feira”, a
concepção é modernista. Carlos Sampaio nessa composição põe em destaque certos atores da
cidade, que o os trabalhadores ambulantes, o vendedor de bananas, o vendedor de pães, as
vendedoras de frutas e verduras, e suas atividades, lutas e dramas. O poeta cria a paisagem e
os sujeitos que nela atuam descrevendo seus movimentos, gestos, vozes, receios, roteiros, no
momento em que a cidade amanhece. Parece retratar o cenário do comércio que se realizaria
nas ruas de bairros da cidade, em que os vendedores passavam anunciando sua chegada, como
o vendedor de bananas que Sampaio chama de pretinho da voz forte”, que “gritava como
herói”. Esse seria um cenário corriqueiro da cidade de Feira de Santana, com a movimentação
de veículos e animais e com crianças brincando na rua, enquanto os vendedores labutavam
pela própria sobrevivência.
Mais outro poeta que publicou na Folha do Norte uma criação em que o cenário é
Feira de Santana foi José de Sousa Oliveira, em “Resto de Feira”:
Áureo crepúsculo derrama uma onda infinita
De sombras entretecedoras sobre todas as cousas...
Os sinos silenciaram... cantaram, como almas melancólicas,
A Ave-Maria romântica do entardecer
................................................................................................
Estão fechadas as antigas e silenciosas
Grades de ferro do meu velho mercado...
Num resto de feira há tantos contrastes, na sua aquarela
(sentimental...
Alegria profunda acariciando os lares ricos...
Tristeza imensa rondando, como sentinelas,
As velhas e solitárias choupanas pobres...
Balaios vazios... outros fartos, no entanto, nos sisudos e belos palacetes...
Crianças chorando com fome... doentes... tossindo...
Outras sorrindo,
144
Brincando com presentes lindos que lhes deram...
Poeira subindo pelas estradas iluminadas
Dos clarões ensangüentados da agonia hemoptísica do sol...
Animais trotando... broacas batendo...
Assadas de carnes magras e caras que os angustiados
(campônios
Nas humildes cangalhas vão levando...
Homens e mulheres voltando a povoações distantes...
E a vários lugares circunvizinhos...
Gado mugindo... tristonho... deixando o campo... balança
(mercenária...
Seguindo, agora, trôpego, tangido... rumos diferentes...
Numa caminhada lenta e longa para a morte...
Resto de feira...
Tédio na profusão do amor da mulher infeliz de vida
(alheia...
Suor... cansaço...
Desilusões de uns..., esperanças em outros...
Estampadas na face...
Como Carlos Sampaio, José de Souza Oliveira buscou retratar contrastes sociais que
seriam flagrantes no dia-a-dia da cidade de Feira de Santana. O cenário criado corresponde a
o de um fim de tarde, quando se encerra a movimentação da feira livre e quando, para o poeta,
os contrastes sociais se tornariam alarmantes, como mostra no verso “balaios vazios... outros
fartos, no entanto, nos sisudos e belos palacetes...”. Constrói seu poema confrontando
imagens opostas, de fartura e de penúria, destacando cenas marcantes que assinalam aspectos
da desigualdade social na cidade. O poema se inscreve como crítica. Representa um cenário
comum da cidade, o da sua afamada feira livre, e, por outro lado, flagra os antagonismos que
delineiam forças sociais em conflito, relações de poder visualizadas no território urbano.
A maneira como o ambiente urbano se organiza evidencia campos de poder que se
chocam na dinâmica de construção diária da cidade, mostrando hierarquias sócio-culturais.
Souza Oliveira retrata grupos sociais e suas diferenças nítidas, que podiam ser observadas na
moradia, nos condutas e nas condições materiais de existência, como no trecho seguinte:
Alegria profunda acariciando os lares ricos...
Tristeza imensa rondando, como sentinelas,
As velhas e solitárias choupanas pobres...
Ou em:
145
Crianças chorando com fome... doentes... tossindo...
Outras sorrindo,
Brincando com presentes lindos que lhes deram...
E ainda em:
Assadas de carnes magras e caras que os angustiados
(campônios
Nas humildes cangalhas vão levando...
As disparidades sociais ficam manifestas nestes trechos. A escolha do título do poema
também mostra o tom de crítica social que representa. “Resto de feira” se relaciona a um
momento particular, quando
Estão fechadas as antigas e silenciosas
Grades de ferro do meu velho mercado...
Momento em que delineia sentimentos como
Tédio na profusão do amor da mulher infeliz de vida
(alheia...
Suor... cansaço...
Desilusões de uns..., esperanças em outros...
Estampadas na face...
Souza Oliveira aborda os contrastes sociais que esse momento evidencia. Seu poema é
engajado nesse propósito. É por essa via que preferiu retratar cenários da vida urbana feirense,
como também Carlos Sampaio, ao seu modo. Diferentemente de muitos cronistas que atuaram
na Folha do Norte, que em seus textos normalmente mostravam o cotidiano da cidade de
Feira de Santana a partir de aspectos que evidenciavam o progresso da urbanização, esses dois
poetas observavam a cidade pelo lado negativo que essa urbanização propiciava, apanhando
contra-sensos, problemas, conflitos e angústias que marcaram a vida de milhares de seus
habitantes, os que particularmente sofriam mais com o agravamento da desigualdade social
que se acentuava à medida que crescia a cidade.
Evidenciando uma visão mais romântica acerca do processo histórico de Feira de
Santana, aparece na Folha do Norte o poeta Eduardo Tudella com “Ode à Feira de Santana”,
em que diz:
Avultas, linda, aureolada
146
Num largo amplexo de luz,
Sob a Estrela de teus filhos,
Que um bom destino conduz.
I
És princesa, entre as princesas
Maiores, de nosso Estado:
Manténs teu nome incrustado,
Num conjunto de belezas:
Reflexos das incertezas,
Da fibra de teus avós,
Encantando a todos nós,
Tua paisagem sublime,
Que engrandece e que redime,
Teu povo laborioso:
Batalhador ardoroso,
De uma luta inacabada...
E unida às tuas irmãs,
Nas investidas mais sãs
AVULTAS, LINDA, AUREOLADA
II
Aos timbres da voz humana,
Célere — correndo Mundo:
Tens de segundo em segundo,
Um culto de soberana!
Filha da Pátria bahiana,
Vens de ancestral simpatia:
De uma graça que irradia,
Doces graças do infinito!
E no esplendor desse rito,
Que consagra o teu ingresso,
Nas fileiras do progresso,
Nos eflúvios de Jesus:
Surges — transpondo a jornada:
Numa feliz alvorada.
NUM LARGO AMPLEXO DE LUZ
III
Em torno a tal ascendência,
A um porte assim, valoroso:
Não falha o Bem dadivoso,
Não fogem Dons de clemência!
Nem surtos de inteligência,
Que esse teu Lema institui,
E altivamente usufrui,
Teu breve e rápido avanço:
Para o qual não há descanso,
Na mira de teu futuro:
Conceito, nobre e seguro,
No senso de teus caudilhos:
Pugnando por teus direitos,
147
Restaurando excelsos pleitos,
SOB A ESTRELA DE TEUS FILHOS.
IV
Ao calor desse ideal,
Dessa existência fecunda,
Há de erguer-se, alta e profunda,
A tua História imortal!
Erguer-se o piano real
Do valor de tua raça,
Que resiste — e que não passa
Às águas do esquecimento!
Já nos lembra um monumento,
Teu ritmo novo e crescente,
Como um sol alborescente
Ungindo a sagrada Cruz!
Salve, pois — santa e princesa:
Tua constante grandeza,
QUE UM BOM DESTINO CONDUZ
Além de Ode à Feira de Santana”, Eduardo Tudella publicou mais dois poemas no
jornal: “Canção da ‘Boca do Rio’” (11/02/1961) e Urubu”. Este último poema foi publicado
em duas ocasiões na Folha do Norte, a primeira vez foi em 13/12/1958 e a segunda, em
18/02/1961. Na sua primeira publicação, dedica-o “à mocidade intelectual da ‘Princesa do
Sertão’” e revela que o poema, assim como “Canção da ‘Boca do Rio’”, faz parte do seu livro,
em preparo, “Sombras do meu destino”.
“Ode a Feira”, é um coquetel de expressões grandiloqüentes, que, como se sabe,
desgastaram-se inteiramente. Um certo condoreirismo, sem a poesia de um Castro Alves vem
aqui ao encontro da velha cultura bacharelesca baiana para produzir o que o é senão a letra
de um hino à cidade. E letra, é claro, porque pesada, irrespirável, toda ornamental. Este
poema mostra o tom pré-modernista, ou melhor, o gosto duvidoso do baixo parnasianismo.
No que diz respeito às imagens de cidade, o poema de Tudella evidencia para Feira de
Santana um sentido de construção histórica, em que destaca, por um lado, uma evolução na
qual se entrevê apenas aspectos positivos da sua “existência fecunda”, que um bom destino
conduz”. O poeta trabalha com a idéia de progresso como um fator natural da construção
histórica da cidade. No processo dessa construção em nenhum momento enxerga infâmias,
contradições, desacertos, tratando somente de retratar uma imagem conciliada e tranqüila. Por
outro lado, o poeta situa Feira de Santana em um lugar social dizendo que:
És princesa, entre as princesas
Maiores, de nosso Estado:
148
A representação criada por Tudella diferencia-se substancialmente das criadas por
Carlos Sampaio e Souza Oliveira em seus respectivos poemas. Eduardo Tudella retrata uma
cidade idealizada, não seleciona exatamente cenas urbanas, demonstra uma concepção sobre a
criação histórica da cidade, que é uma concepção romântica, com forte grau de idealização.
Um poema que mostra imagens semelhantes às criadas por Eduardo Tudella é “Cidade
Princesa”, de Eglê Marques Santos:
És orgulho da Bahia
Princesinha do Sertão,
És um templo construído
Pelo Deus da Perfeição!
Cidade Maravilhosa,
Monumento de alegria!
És a jóia sideral,
De um sonho angelical
No berço da poesia!
“Cidade Princesa” comove pela ingenuidade do recurso às imagens mais banais do
gosto popular. Mas muito longe do gosto popular que se vê, por exemplo, recriado por um
poeta como o pernambucano Ascenso Ferreira, que foi, sim, autêntico modernista.
Depois da publicação de “Cidade Princesa” em 17 de dezembro de 1961, na edição da
semana seguinte, a Folha do Norte divulgou uma matéria sobre Eglê Marques Santos, da qual
destaca-se o seguinte trecho:
Vem causando admiração nos meios radiofônicos e culturais da cidade, o estilo da
correspondência que a Senhorita Eglê Marques Santos mantém com os diversos programas
levados ao ar pela Rádio Sociedade de Feira de Santana, principalmente o “Acorde Sorrindo”,
apresentado pelo Francisco Almeida.
É que a Eglê revela-se uma poetiza de méritos, como devem ter percebido os nossos leitores
através da poesia “Cidade Princesa” publicada no número anterior (ÊGLE..., 1961, p. 5).
91
Eglê Marques Santos publicou também na Folha do Norte os poemas “Teus encantos”
(20/01/1962), “Um soneto ao meu amor” (27/01/1962), “Olhos castanhos” (17/02/1962),
“Símbolo de amor” (24/02/1962), Conselho” (137/03/1962), “Para uma noite chuvosa”
(24/03/1962), “No teu amor” (31/03/1962), “Princesinha do sul” (28/04/1962), A felicidade
existe” (05/05/1962), “Aprendi” (15/05/1962), Régia triste” (30/06/1962), “Amar”
91
Folha do Norte, 23/12/1961.
149
(07/07/1962), “Por teu amor” (14/07/1962), “És minha vida” (21/07/1962), “Teu nome”
(18/08/1962), “Carta” (25/08/1962), “Súplica” (20/10/1962) e “Sem te” (03/11/1962).
Em “Cidade Princesa”, Eglê Marques Santos idealiza a cidade e a representa de forma
homogênea, consagrando um lugar social privilegiado para Feira de Santana.
O último poema encontrado na Folha do Norte, que tematiza a cidade é o abaixo
transcrito, sem título, de Manoel Marques:
A Princesa do nosso amor
Sentimental Inspiração
Quisera eu ser a Bandeira
A tremular na ribeira
No fim da costa marítima
No princípio do sertão.
Feira que tanto gozou
Aqui D. Pedro pisou
Foi a terra dos Pedreiras
Subiu com muitas carreiras
A vizinha admirou
Ultimamente te falta
Um filho do coração
Que renuncie do pecado
Que tenha o maior cuidado
Em vir beijar tua mão.
Esse é mais um poema que utiliza o recurso a imagens banais, como fez Eglê Marques
Santos, ao seu gosto. Manoel Marques usa a sua criatividade para falar da cidade empregando
uma visão sensível sobre a sua constituição, ele inscreve a cidade no território sentimental.
No que diz respeito ao conjunto dos seis poemas identificados na Folha do Norte, que
tematizam Feira de Santana, cada escritor criou uma percepção particular. Para Carlos
Sampaio e José de Souza Oliveira, o poema foi espaço de criação, mas também de
mobilização de idéias. Estes poetas fizeram críticas sociais incisivas à realidade social
feirense em seus poemas. Já os demais escritores trabalharam o tema da cidade sem se
reportar aos seus aspectos históricos, apenas estabeleceram um modo de olhar e sentir a
cidade.
150
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse estudo visou mostrar como a literatura foi dinamizada e apresentada à sociedade
feirense das décadas de 1950 e 1960 por meio do semanário local Folha do Norte. Este foi um
jornal de opinião que recrutou colaboradores que expressassem a sua ideologia. O jornal
estava engajado no campo de lutas políticas na cidade e por isso também foi tribuna de
propaganda de seus membros. A literatura publicada na Folha do Norte só pode ser entendida
tendo em vista o que era a cidade de Feira de Santana no período e o que representava esse
jornal para essa sociedade. Como foi desde a época da sua fundação, em 1909, até a década de
1970 o principal jornal em circulação na cidade, a Folha do Norte exerceu certo tipo de
hegemonia na dinamização das suas opiniões.
De 1951 a 1969 a cidade de Feira de Santana experimentou um crescimento urbano
significativo. Esse crescimento motivou os articulistas do jornal a caracterizá-la como cidade
“próspera”. Por outro lado, fazendo jus a sua tradição de ser um veículo de idéias e de
opiniões francas, em momentos em que a cidade foi administrada por políticos aos quais o
jornal fez oposição, essa idéia de cidade era rasurada. Em todo caso, foi idéia presente na
Folha do Norte e serviu para motivar a opinião pública em torno dos interesses particulares do
jornal. A publicação literária também não se estabeleceu gratuitamente. Em primeiro lugar,
segundo o modelo de jornal praticado pela Folha do Norte, era de bom-tom publicar coisas
literárias, que demonstrava sintonia com a cultura, dava prestígio. Era, além disso, espaço
onde os intelectuais da cidade, geralmente formados na Universidade da Bahia, podiam
expressar suas habilidades com a palavra escrita, já que, enquanto acadêmicos, eram
estimulados a desenvolverem suas propensões para as letras, reforçando seus conhecimentos
no campo das humanidades. Esse foi o quadro social geral dos escritores identificados na
Folha do Norte. As seções literárias que surgiram no jornal deram voz a essas expressões e
promoveram seu reconhecimento social.
Por meio da literatura publicada na Folha do Norte foi possível apreender as
preferências formais e ideológicas dos escritores feirenses, as tendências predominantes no
campo da invenção literária, cartilhas conforme as quais estes escritores preferiram orientar
suas criações. Porém, é indispensável compreender sobre essa literatura que não se tratou de
uma aceitação unânime de modelos e valores artísticos de origem estrangeira. A cópia foi,
sem dúvida, a via escolhida por muitos deles, já que houve uma repetição amiudada de
modelos e estilos pré-modernistas, prevalecentes na literatura brasileira de fins do século XIX
151
e primeiros anos do século XX. Apesar disso, houve escritores na cidade que buscaram inovar
em seus poemas, mesmo timidamente, fugindo da rijeza desses esquemas, no que se refere aos
temas escolhidos e à estrutura das composições, caso de Carlos Sampaio e José de Souza
Oliveira.
A literatura em Feira de Santana, no período em destaque, foi também dinamizada em
outros espaços. A Folha do Norte notícias sobre a idealização e a criação de agremiações
literárias que congregaram intelectuais, por meio dos quais eles puderam se fazer
reconhecidos na cidade, principalmente como escritores. Era um lugar que dava status e para
entender as motivações da criação desses espaços foi preciso compreender a situação da
cidade no período, particularmente no que diz respeito às suas instituições sociais e à
possibilidade de ensino e profissionalização dos jovens feirenses. Os que queriam e podiam
ter formação universitária iam para Salvador, onde o ambiente acadêmico era propício para a
socialização de hábitos das letras. A existência na capital de instituições de congregação
intelectual e literária possivelmente motivou a criações de entidades do gênero em Feira de
Santana. A criação desses lugares atendeu a objetivos muito particulares de grupos
intelectuais locais. O fato de terem sido idealizadas já revela uma nova postura ética desses
homens de letras, que possivelmente não tinham por referência a realidade de Salvador,
como quiseram estar em sintonia, em reciprocidade com essa realidade, conquanto também a
objetivos particulares do grupo em se fazerem reconhecidos no mínimo entre as pessoas de
sua própria sociedade fosse mais um estímulo.
A idealização de eventos culturais voltados para as artes e a literatura em Feira de
Santana também demonstra a intenção dos intelectuais da cidade em socializar seus trabalhos
artísticos e obter reconhecimento social. Um objetivo foi concretizado, embora não de forma
unânime: a mobilização da cidade em torno desses eventos, o que contribuía para a afirmação
de gostos, tendências, identificações com padrões culturais predominantes.
A Folha do Norte também apresentou uma forma de criar e homogeneizar esses gostos
através das colunas que falavam de livros. Essas colunas selecionaram leituras, apresentaram
resumos das obras, o que foi um modo de estabelecer socialmente padrões de leitura. Por
outro lado, as notícias sobre a publicação de livros de escritores feirenses e da participação de
alguns deles em concursos literários, mais uma vez foram motivos para mostrar que a
literatura na cidade apresentou uma dinâmica própria e foi ativa, embora peculiarmente o
estilo de muitas produções poéticas publicadas na Folha do Norte pré-modernista.
Os textos literários em geral mostram gostos hegemônicos, padrões de inteligibilidade
no âmbito da literatura, em Feira de Santana. Mas os textos que têm por tema a cidade, em
152
particular, mostram menos esses gostos e mais uma dinamização no campo das idéias,
concatenadas com os objetivos do próprio jornal. As crônicas, textos de fronteira com o
jornalismo, foram espaços especiais para a elaboração da idéia de cidade, por ser o espaço
mais opinativo do jornal, o espaço do comentário. A escrita livre permitia que o escritor se
expressasse criativamente para falar de assuntos relativos à cidade. Esse era um forte pilar de
sustentação do jornal, um conteúdo obrigatório em suas edições e mecanismos de expressão
das idéias políticas e ideológicas partilhadas pelos donos do jornal. Em geral, a idéia de
cidade próspera foi expressa em muitas crônicas, articuladas com o jornal, porque foi seu
interesse, principalmente em momentos em que estavam na prefeitura políticos que apoiaram.
Essa idéia só era rasurada, maculada em tempos de oposição. No que diz respeito aos poemas
que tematizaram Feira de Santana alguns, como os de Carlos Sampaio e de José de Souza
Oliveira, representaram a cidade a partir dos seus contrastes sociais. Já os poemas de Eduardo
Tudella, Eglê Marques Santos e Manoel Marques idealizaram a cidade e a sua trajetória
histórica, de modo a ressaltar apenas aspectos positivos.
Documentos de relevantes encontrados na Folha do Norte foram também as Cartas da
Serra escritas por Eurico Alves. Nestas cartas, o escritor feirense deixa entrever o processo de
mudanças urbanas que acometem a sua cidade, mas mostra seu lado sensível, sua preocupação
particular com a ruptura com o passado. Por isso, procura convencer sobre a necessidade de
preservação de um patrimônio em ruínas. E apresenta possibilidades através das quais o
feirense possa vivenciar esse processo sem perder o contato com suas raízes e se tornar igual a
tantos citadinos que vivenciam sua cultura de forma parecida, mesma arquitetura, mesmos
padrões, comportamentos, etc. É um discurso saudoso, mas é um discurso comprometido com
um ideal que de não deixar morrer em Feira de Santana o que se constituía de mais típico, de
mais peculiar em sua cultura.
O estudo da história social e cultural da literatura em Feira de Santana entre os anos de
1951 a 1969, demonstrou um ambiente dinâmico e vivo em torno desse interesse, apesar da
identificação de padrões de criação literária e de padrões culturais hegemônicos que
conduziram esse processo de forma muito específica, restringindo valores, gostos,
preferências. Esse foi o ambiente identificado, segundo informações encontradas na Folha do
Norte. A literatura foi vivenciada como um padrão predominante de cultura, que os
intelectuais baianos tiveram esse perfil de se aventurarem no campo da criação artística.
Diletantes ou bissextos, foram eles que formaram um capital cultural da cidade nesse período.
Em Feira de Santana a maioria dos escritores que surgiram no período, até onde se pôde
constatar, foram intelectuais, profissionais em outras áreas, mas foram eles responsáveis pela
153
dinâmica da literatura local, publicaram suas criações na Folha do Norte ou atuando nas
associações culturais e literárias e promovendo e participando dos eventos culturais e
artísticos na cidade.
154
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164
ANEXO A: POEMAS
Lista de poemas arrolados na Folha do Norte entre 1951 e 1969, organizada em ordem
alfabética:
A TODAS AS CRIANÇAS (MENSAGEM DOS PROFESSORES PRIMÁRIOS ÀS
CRIANÇAS DESTE MUNICÍPIO). Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3000, p. 8,
15 out.1966.
A. H. S. O Brasil nas mãos de Deus. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 52, nº. 2691, p. 3,
04 fev. 1961.
ABREU, Bráulio de. Semeador. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIX, nº. 2594, 28
mar. 1959. Folha Social, p. 4.
ABREU, Rodrigues de. Nova colheita. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº.
2288, 16 mai. 1953. Folha Social, p. 4.
AITA. A Maria. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2820, p. 3, 11 mai. 1963.
AITA. A memória do inesquecível irmão Pedro Carvalho. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano L, nº. 2639, p. 3, 06 fev. 1960.
AITA. A minha cruz. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2764, p. 3, 30 jun. 1962.
AITA. A prece. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 52, nº. 2694, p. 2, 25 fev. 1961.
AITA. A um casal religioso. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2810, p. 2, 02
mar. 1963.
AITA. A um formado competente. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIX, nº. 2604, p.
7, 06 jun. 1959.
AITA. A um médico do Instituto. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIX, nº. 2579, p.
2, 13 dez. 1958.
AITA. A uma noiva amiga. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVI, nº. 2437, p. 6, 24
mar. 1956.
AITA. Ao casal Modezil Cerqueira, pela passagem desse venturoso dia, 30-9-59. Folha do
Norte. Feira de Santana, ano L, nº. 2621, p. 2, 03 out. 1959.
AITA. Aos ceguinhos. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIV, nº. 2332, p. 3, 20 mar.
1954.
AITA. Aos doutores Getúlio e Gastão. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2790, p.
4, 20 out. 1962.
165
AITA. As dedicadas chefes Niáitan. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII, nº. 2562,
p. 2, 16 ago. 1958.
AITA. Comemorando o aniversário. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L, nº. 2624, p. 2,
24 out. 1959.
AITA. Da parábola o semeador. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIX, nº. 2600, p. 5,
09 mai. 1959.
AITA. Felicidade. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIV, nº. 2314, p. 3, 14 nov. 1953.
AITA. Filha de Maria. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVI, nº. 2423, p. 3, 17 dez.
1955.
AITA. Glória a Maria. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIX, nº. 2615, p. 2, 22 ago.
1959.
AITA. Gratidão a Rosa Portugal. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 52, nº. 2692, p. 2, 11
fev. 1961.
AITA. Gratidão. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2814, p. 4, 30 mar. 1963.
AITA. Gratidão. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 56, nº. 2936, p. 4, 24 jul. 1965.
AITA. Gratidão. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº. 2166, p. 3, 13 jan. 1951.
AITA. Hélvia. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII, nº. 2531, p. 2, 11 jan. 1958.
AITA. Homenagem a Dom Jackson Berenguer Prado. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
54, nº. 2807, p. 4, 09 fev. 1963.
AITA. Homenagem de gratidão. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2765, p. 2, 07
jul. 1962.
AITA. Jesus é o meu conforto. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2817, p. 2, 20
abr. 1963.
AITA. Mariolanda. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII, nº. 2515, p. 5, 21 set.
1957.
AITA. O casamento de Toninho. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIX, nº. 2571, p. 2,
18 out. 1958.
AITA. O desfile bíblico. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2680, p. 6, 19 nov.
1960.
AITA. O teu dia feliz. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII, nº. 2532, p. 2, 18 jan.
1958.
166
AITA. Parabéns ao nosso bispo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2819, p. 6, 04
mai. 1963.
AITA. Parabéns aos ofertantes. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 52, nº. 2693, p. 2, 18
fev. 1961.
AITA. Poemeto. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2267, p. 2, 20 dez. 1952.
AITA. Poesia. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L, nº. 2655, p. 2, 28 mai. 1960.
AITA. Reconhecimento. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2274, p. 3, 07 fev.
1953.
AITA. Reconhecimento. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2287, p. 3, 09 mai.
1953.
AITA. Respondendo os teus versos. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L, nº. 2660, p. 3,
02 jul. 1960.
AITA. Um pleito de gratidão a uma filha de Lisboa. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLIX, nº. 2589, p. 2, 21 fev. 1959.
ALENCAR, Antero de. O teu natal. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIV, . 2319,
19 dez. 1953. Folha Social, p. 4.
AL-FARID, Ibn, Meu coração disse. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3005, p.
5, 19 nov. 1966.
ALLEGRETTI FILHO. Mãe. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº. 2240, 14 jun.
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ALMEIDA, Guilherme de. Soneto. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLV, nº. 2365, p.
4, 06 nov. 1954.
ALMEIDA, Guilherme de. Uma dama de olhos verdes. Folha do Norte. Feira de Santana,
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na escola dominical. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº. 2631, 12 dez. 1959.
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MARQUES, Manoel. Amar a Deus, e ao teu próximo, é caridade. Folha do Norte. Feira de
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MARQUES, Manoel. Amor sem fé. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII, nº. 2519,
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MARQUES, Manoel. As árvores do Brasil. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº.
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MARQUES, Manoel. As boas orações de salvação. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
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MARQUES, Manoel. Como de ser o fim? Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº.
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MARQUES, Manoel. Como será o fim? Quando será o fim? Todo povo do Brasil: todo povo
em oração. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº. 3062, 23 dez. 1967. A Bíblia é a
palavra de Deus, p. 3.
MARQUES, Manoel. Construindo uma ponte um ator desconhecido. Folha do Norte. Feira
de Santana, ano 58, nº. 3044, p. 5, 19 ago. 1967.
MARQUES, Manoel. Continuamente vamos seguindo em oração. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano 58, nº. 3047, 09 set. 1967. A Bíblia é a palavra de Deus, p. 3.
MARQUES, Manoel. Deus não é figura. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2955,
04 dez. 1965. A Bíblia é a palavra de Deus, p. 6.
MARQUES, Manoel. Disse Jesus. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2868, 11
abr. 1964. Seção livre: A Bíblia é a palavra de Deus, p. 2.
MARQUES, Manoel. Ele lavará. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2817, 20 abr.
1963. Seção livre: A Bíblia é a palavra de Deus, p. 3.
MARQUES, Manoel. Então virá o fim. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3032,
27 mai. 1967. A Bíblia é a palavra de Deus, p. 5.
MARQUES, Manoel. Eu cheguei tarde demais! Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº.
2959, 01 jan. 1966. A Bíblia é a palavra de Deus, p. 5.
MARQUES, Manoel. Igreja do Senhor. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2988,
23 jul. 1966. A Bíblia é a palavra de Deus, p. 5.
MARQUES, Manoel. Inigualável amor. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3024,
p. 2, 01 abr. 1967.
183
MARQUES, Manoel. Jesus Cristo, é braço forte. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59,
nº. 3051, 07 out. 1967. A Bíblia é a palavra de Deus, p. 2.
MARQUES, Manoel. Jesus é preso. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2751, 31
mar. 1962. Seção livre: A Bíblia é a palavra de Deus, p. 3.
MARQUES, Manoel. Mãe querida. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2821, 18
mai. 1963. Seção livre: A Bíblia é a palavra de Deus, p. 2.
MARQUES, Manoel. Minha igreja é nossa casa de oração. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano 57, nº. 2991, 13 ago. 1966. A Bíblia é a palavra de Deus, p. 5.
MARQUES, Manoel. Morte do crente. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3035,
17 jun. 1967. A Bíblia é a palavra de Deus, p. 5.
MARQUES, Manoel. Morte ou vida? Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2825, 15
jun. 1963. Seção livre: A Bíblia é a palavra de Deus, p. 3.
MARQUES, Manoel. Na santa sabedoria. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº.
2768, 28 jul. 1962. Seção livre: A Bíblia é a palavra de Deus, p. 3.
MARQUES, Manoel. Nasceu o redentor. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2737,
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VIEIRA, Sanches. Acróstico. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2296, 11 jul.
1953. Folha Social, p. 4.
VIEIRA, Sanches. Decepção. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2299, 01 ago.
1953. Folha Social, p. 4.
VIGIL, Constancio C. Terra virgem. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº. 2182, 05
mai. 1951. Folha Social, p. 4.
WANDERLEY, J. Distancia. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2270, 10 jan.
1953. Folha Social, p. 4.
WANKE, Eno Theodoro. A conquista da lua. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 61, nº.
3157, p. 2, 18 out. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. A minha filha de 14 anos. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
60, nº. 3117, p. 3, 11 jan. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Ao poeta jovem. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3120, p. 4, 01 fev. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Aos jornais do interior. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60,
nº. 3148, p. 5, 16 ago. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. As dores de Maria. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº.
2958, p. 10, 25 dez. 1965.
WANKE, Eno Theodoro. Benquerença. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3112,
p. 3, 07 dez. 1968.
WANKE, Eno Theodoro. Breve reencontro. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 61, nº.
3167, p. 4, 27 dez. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Cantigas feitas de espuma. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
55, nº. 2840, p. 5, 28 set. 1963.
WANKE, Eno Theodoro. Cerimônia nupcial. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3115, p. 5, 28 dez. 1968.
WANKE, Eno Theodoro. Desejos de retorno. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº.
2674, p. 2, 08 out. 1960.
WANKE, Eno Theodoro. Em meio a vida. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3123, p. 2, 22 fev. 1969.
202
WANKE, Eno Theodoro. Futuro encontro. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3107, p. 4, 02 nov. 1968.
WANKE, Eno Theodoro. Inútil. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3151, p. 2, 06
set. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. John Kennedy. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3101,
p. 5, 21 set. 1968.
WANKE, Eno Theodoro. Lendo a “Via Láctea” de Bilac. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano 51, nº. 2676, p. 4, 22 out. 1960.
WANKE, Eno Theodoro. Longe de ti. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3122, p.
4, 15 fev. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Luar em Itapoã. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3118, p. 2, 18 jan. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Madona. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2684, p. 6,
17 dez. 1960.
WANKE, Eno Theodoro. Mensagem de natal. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3114, p. 6, 21 dez. 1968.
WANKE, Eno Theodoro. Minhas barbas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3103,
p. 4, 05 out. 1968.
WANKE, Eno Theodoro. Namorados no parque. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60,
nº. 3111, p. 2, 30 nov. 1968.
WANKE, Eno Theodoro. Nuvens, céu, terra. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 61, nº.
3158, p. 2, 25 out. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. O anoitecer de natal. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº.
2737, p. 4, 23 dez. 1961.
WANKE, Eno Theodoro. O anoitecer do natal. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº.
2685, 24 dez. 1960. Caderno 2, p. 1.
WANKE, Eno Theodoro. O apóstolo João XXIII. do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3102, p. 3, 28 set. 1968.
WANKE, Eno Theodoro. O presépio. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2686, p.
2, 31 dez. 1960.
WANKE, Eno Theodoro. O tempo da Terra azul. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 61,
nº. 3159, p. 2, 01 nov. 1969.
203
WANKE, Eno Theodoro. O vôo da pombinha. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº.
2666, p. 8, 13 ago. 1960.
WANKE, Eno Theodoro. Paisagem em Congonhas do Campo (Minas). Folha do Norte.
Feira de Santana, ano 60, nº. 3125, p. 3, 08 mar. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Quando ele veio. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3108, p. 3, 09 nov. 1968.
WANKE, Eno Theodoro. Quase um beijo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3106, p. 2, 26 out. 1968.
WANKE, Eno Theodoro. Ser poesia. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3119, p.
5, 25 jan. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Sol de cabeceira. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 61, nº.
3160, p. 2, 08 nov. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Trovas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº. 3050, p. 4,
30 set. 1967.
WANKE, Eno Theodoro. Trovas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3137, p. 2,
31 mai. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Trovas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3138, p. 4,
07 jun. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Trovas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3141, p. 2,
28 jun. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Trovas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3142, p. 2,
05 jul. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Trovas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3144, p. 5,
19 jul. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Trovas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3145, p. 2,
26 jul. 1969.
WANKE, Eno Theodoro. Trovas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3146, p. 6,
02 ago. 1969.
ZOPPI, Antonio. Eu e o vento. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIX, nº. 2591, 07
mar. 1959. Folha Social, p. 6.
204
ANEXO B: CARTAS
Lista de cartas arroladas na Folha do Norte entre 1951 e 1969, organizada em ordem
alfabética:
[CARTA]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2846, 09 nov. 1963. Escreve o
leitor, p. 6.
BASTOS, Paulo Rodrigues. A pedido carta. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLV,
nº. 2401, p. 3, 16 jul. 1955.
DORIA, Mario de Araújo. Carta aberta aos trabalhistas do Brasil. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLV, nº. 2406, p. 3, 20 ago. 1955.
FALCÃO, Wilson. Carta aberta. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII, nº. 2548, p.
1, 10 mai. 1958.
FERNANDES, Zé. Cartas da serra I. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L, nº. 2654, p. 1,
21 mai. 1960.
FERNANDES, Zé. Cartas da serra II. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2661, p.
1, 09 jul. 1960.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L, nº. 2641, 20
fev. 1960. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L, nº. 2644, 12
mar. 1960. Escreve o leitor, p. 3.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L, nº. 2648, 09
abr. 1960. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L, nº. 2655, 28
mai. 1960. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2662, 16
jul. 1960. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2663, 23
jul. 1960. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2671, 17
set. 1960. Escreve o leitor, p. 5.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2681, 26
nov. 1960. Escreve o leitor, p. 2.
205
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2682, 03
dez. 1960. Escreve o leitor, p. 6.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2683, 10
dez. 1960. Escreve o leitor, p. 5.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2686, 31
dez. 1960. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2690, 28
jan. 1961. Escreve o leitor, p. 1.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2693, 18
fev. 1961. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2694, 25
fev. 1961. Escreve o leitor, p. 1.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2702, 22
abr. 1961. Escreve o leitor, p. 1.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2707, 27
mai. 1961. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2709, 10
jun. 1961. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2716, 29
jul. 1961. Escreve o leitor, p. 5.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2718, 12
ago. 1961. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2721, 02
set. 1961. Escreve o leitor, p. 4.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2723, 16
set. 1961. Escreve o leitor, p. 4.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2725, 30
set. 1961. Escreve o leitor, p. 3.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2727, 14
out. 1961. Escreve o leitor, p. 3.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2730, 04
nov. 1961. Escreve o leitor, p. 3.
206
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2743, 03
fev. 1962. Escreve o leitor, p. 3.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2745, 17
fev. 1962. Escreve o leitor, p. 3.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2749, 17
mar. 1962. Escreve o leitor, p. 3.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2751, 31
mar. 1962. Escreve o leitor, p. 3.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2757, 12
mai. 1962. Escreve o leitor, p. 4.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2758, 19
mai. 1962. Escreve o leitor, p. 4.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2759, 26
mai. 1962. Escreve o leitor, p. 1.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2761, 09
jun. 1962. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2763, 23
jun. 1962. Escreve o leitor, p. 4.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2766, 14
jul. 1962. Escreve o leitor, p. 5.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2790, 20
out. 1962. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2801, 29
dez. 1962. Escreve o leitor, p. 1.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2806, 02
fev. 1963. Escreve o leitor, p. 4.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2836, 31
ago. 1963. Escreve o leitor, p. 2.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2839, 21
set. 1963. Escreve o leitor, p. 1.
FONSECA, José Belchior da. [Carta]. Folha do Norte. Feira de Santana ano 55, nº. 2846, 09
nov. 1963. Escreve o leitor, p. 2.
GRÉCIA, Diógenes. Muito obrigado, Arnold Silva! Folha do Norte. Feira de Santana, ano
54, nº. 2815, p. 1, 06 abr. 1963.
207
LEÃO, A. Carta aberta ao meu filho Marcone. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº.
2983, p. 5, 18 jun. 1966.
LEITE, Ciro de Carvalho. Carta aberta à Santana Filmes S. A.. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano 57, nº. 2949, p. 2, 23 out. 1965.
LEITE, Geraldo. Carta à juventude brasileira. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII,
nº. 2283, p. 1, 11 abr. 1953.
LIMA, José Sisnando. Carta do atual prefeito ao ex-secretário. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano 54, nº. 2814, p. 6, 30 mar. 1963.
MASCARENHAS, José Olympio da S. COAP e Cine Íris! Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLVIII, nº. 2526, p. 2, 07 dez. 1957.
MIRAVAL, Alonso de. [CARTA]. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2298, 25
jul. 1953. À vol d’oiseau..., p. 1.
MIRAVAL, Alonso de. Carta a D. Energia Elétrica. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLIII, nº. 2288, 16 mai. 1953. À vol d’oiseau..., p. 1.
PITOMBO, Samuel. Carta a um cronista. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIX, nº.
2582, p. 4, 03 jan. 1959.
PRADO, Dom Jackson Berenguer. A Diocese interessada pela Universidade de Feira carta
do Sr. Bispo Diocesano. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3036, p. 1, 24 jun.
1967.
SANTANA, Odilon Diogo de. Outra vítima de perseguição pessedista. Folha do Norte. Feira
de Santana, ano 54, nº. 2836, 31 ago. 1963. Escreve o leitor, p. 6.
SILVA, Hugo. Carta a Fróes da Mota. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2801, p.
1, 19 ago. 1961.
SOUSA, José Elmiro. Carta à redação. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº.
2279, p. 4, 14 mar. 1953.
SOUZA, R. de. Carta aberta aos irmãos comunistas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
55, nº. 2841, p. 2, 05 out. 1963.
SOUZA, Rossini. Carta aberta a um agressor. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº.
2823, p. 1, 01 jun. 1963.
208
ANEXO C: CONTOS
Lista de contos arrolados na Folha do Norte entre 1951 e 1969, organizada em ordem
alfabética:
A MOÇA QUE VIAJA. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 52, nº. 2719, p. 4, 19 ago.
1961.
AL-KALIUBI. O leão, o urso e o homem no poço. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58,
nº. 3012, p. 2, 07 jan. 1967.
CAMPOS, Humberto de. Carnaval. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº. 2169, p.
4, 03 fev. 1951.
CARVALHO, Anacleto G. de. A bola Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2285,
p. 2, 25 abr. 1953.
CARVALHO, Anacleto G. de. A mãe rainha. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIV,
nº. 2338, 01 mai. 1954. Coluna Humorística, p. 2.
CARVALHO, Anacleto G. de. A maior de Quincas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLII, nº. 2206, p. 2, 20 out. 1951.
CARVALHO, Anacleto G. de. Compra-se bigodes! Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLIV, nº. 2335, 10 abr. 1954. Coluna Humorística, p. 3.
CARVALHO, Anacleto G. de. Desforra segura. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII,
nº. 2211, 24 nov. 1951. Coluna Humorística, p. 2.
CARVALHO, Anacleto G. de. É bom trabalhar com música? Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLII, nº. 2209, 10 nov. 1951. Coluna Humorística, p. 2.
CARVALHO, Anacleto G. de. Futurino. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº.
2233, 26 abr. 1952. Coluna Humorística, p. 2.
CARVALHO, Anacleto G. de. Na quarta página do jornal. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLII, nº. 2207, 27 out. 1951. Coluna Humorística, p. 4
CARVALHO, Anacleto G. de. Natal. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIV, nº. 2320,
p. 4, 26 dez. 1953.
CARVALHO, Anacleto G. de. Nova história de Sansão e Dalila. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLII, nº. 2224, 23 fev. 1952. Coluna Humorística, p. 4.
CARVALHO, Anacleto G. de. O apêndice de Cunegundes. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLII, nº. 2230, 05 abr. 1952. Coluna Humorística, p. 2.
209
CARVALHO, Anacleto G. de. O castigo da providência. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLII, nº. 2226, 08 mar. 1952. Coluna Humorística, p. 2.
CARVALHO, Anacleto G. de. O escultor miscelâneo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLII, nº. 2222, 09 fev. 1952. Coluna Humorística, p. 2.
CARVALHO, Anacleto G. de. O maestro Filorino. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLII, nº. 2205, p. 2, 13 out. 1951.
CARVALHO, Anacleto G. de. O romance do Gerôncio. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLII, nº. 2223, 16 fev. 1952. Coluna Humorística, p. 2.
CARVALHO, Anacleto G. de. O sonho de Praxedes. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLII, nº. 2229, 29 mar. 1952. Coluna Humorística, p. 3.
CARVALHO, Anacleto G. de. O tesouro enterrado. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLII, nº. 2234, 03 mai. 1952. Coluna Humorística, p. 2.
CARVALHO, Anacleto G. de. Olá! Bigodes Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII,
nº. 2294, 27 jun. 1953. Coluna Humorística, p. 3.
CARVALHO, Anacleto G. de. Poetas e mais poetas Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLII, nº. 2231, 12 abr. 1952. Coluna Humorística, p. 2.
CARVALHO, Anacleto G. de. Um valor artístico. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLIV, nº. 2343, 05 jun. 1954. Coluna Humorística, p. 2.
CARVALHO, Anacleto G. de. Versos, versos à mão cheia. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLII, nº. 2240, 14 jun. 1952. Coluna Humorística, p. 2.
CARVALHO, Anacleto G. de. Espandongo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII,
nº. 2220, 26 jan. 1952. Coluna Humorística, p. 2.
COELHO NETO. A escolha. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº. 2248, p. 4, 09
ago. 1952.
CONTO DE NATAL. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2958, p. 9, 25 dez. 1965.
CRUZ, Adilson. Vingança de garoto. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3010, p.
3, 24 dez. 1966.
FONSECA, José Belchior da. O chapéu e o travesseiro. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano 55, nº. 2881, p. 4, 11 jul. 1964.
FONSECA, José Belchior da. O leão e a minhoca. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55,
nº. 2878, p. 7, 20 jun. 1964.
JOBEL. A história duma pulga Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2745, p. 2, 17
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210
LEÃO, Abel. A madeira e seus sofrimentos. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº.
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LEÃO, Abel. Acerto de tabaréu. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2985, p. 6, 02
jul. 1966.
LEÃO, Abel. Cara esquisita. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, . 2991, p. 3, 13
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LEÃO, Abel. Equívoco. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2984, p. 6, 25 jun.
1966.
LEÃO, Abel. Noiva maliciosa. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2988, p. 4, 23
jul. 1966.
LEÃO, Abel. O presente de Manoele. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2958, p.
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LEITE, Geraldo. Posta restante. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2293, p. 1,
20 jun. 1953.
LESSA, Elsie. Crônica de natal: Um mendigo que dava esmolas. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLIX, nº. 2581, p. 2, 27 dez. 1958.
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MIRAVAL, Alonso. A peregrinação da pequena centelha. Folha do Norte. Feira de Santana,
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MIRAVAL, Alonso. Colcha de retalhos Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº.
2284, 18 abr. 1953. À vol d’oiseau..., p. 1.
MIRAVAL, Alonso. O leão e o burro caçando. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII,
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NEVIO. Coisas da vida: A morte de João. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº.
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NEVIO. Noite maviosa. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2805, p. 2, 26 jan.
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NICOLAU, Antonio. O menino e o pássaro. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 61, nº.
3160, p. 6, 08 nov. 1969.
211
NICOLAU, Antonio. Os dramas da vida. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3142,
p. 4, 05 jul. 1969.
OLINDA, Cap. Horton Pereira de. As rugas do camarada. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLVII, nº. 2506, p. 1, 20 jul. 1957.
OLIVEIRA, Souza. Uma tesoura que é um tesouro (memórias). Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLIV, nº. 2314, p. 4, 14 nov. 1953.
PAULO, Olney Alberto São. Sede. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 52, nº. 2692, p. 2,
11 fev. 1961.
PAULO, Valneide José São. Quando brilham as estrelas. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano 52, nº. 2699, p. 2, 01 abr. 1961.
PAULO, Valneide José São. Um grito de terror. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 52,
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PICHANE, O GATO TURISTA. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2877, p. 4, 13
jun. 1964.
RAMOS, Jorge. A careta. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº. 2251, 30 ago.
1952. Crônicas de Portugal, p. 4.
RAMOS, Jorge. Alvorada. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2258, 18 out.
1952. Crônicas de Portugal, p. 4.
RAMOS, Jorge. Aptidão e dispersão. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº. 2248,
09 ago. 1952. Crônicas de Portugal, p. 4.
RAMOS, Jorge. Caso grave de agulha e linha. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII,
nº. 2253, 13 set. 1952. Crônicas de Portugal, p. 4.
RAMOS, Jorge. Dia de chuva. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2260, 01
nov. 1952. Crônicas de Portugal, p. 2.
RAMOS, Jorge. Livros de memórias. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº. 2252,
06 set. 1952. Crônicas de Portugal, p. 4.
RAMOS, Jorge. Outra espécie de romantismo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII,
nº. 2256, 04 out. 1952. Crônicas de Portugal, p. 4.
RAMOS, Jorge. Serpentes, sem pele Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº. 2250,
23 ago. 1952. Crônicas de Portugal, p. 4.
RAMOS, Jorge. Sua irreverência, o gato... Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº.
2249, 16 ago. 1952. Crônicas de Portugal, p. 4.
RAMOS, Jorge. Tabuleta e realidade. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2255,
27 set. 1952. Crônicas de Portugal, p. 4.
212
RAMOS, Jorge. Viajar. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2254, 20 set. 1952.
Crônicas de Portugal, p. 4.
REGO, José Lins do. Momo e o menino novo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI,
nº. 2172, p. 3, 24 fev. 1951.
ROSSINI. O negro da ilha. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2682, p. 1, 03 dez.
1960.
SARKIS, Khalil Ramez. No dia em que Jesus nasceu. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
57, nº. 2958, p. 10, 25 dez. 1965.
SCHMIDT, Augusto Frederico. Conto do mistério de natal. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano 51, nº. 2686, p. 2, 31 dez. 1960.
SILVA, José. Presente de natal. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2958, p. 1, 25
dez. 1965.
SOUZA, Rossini. Obrigado, papai Noel. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3114,
p. 1, 21 dez. 1968.
VIGIL, Constancio C. A porta. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº. 2177, p. 2, 31
mar. 1951.
213
ANEXO D: CRÔNICAS
Lista de crônicas arroladas na Folha do Norte entre 1951 e 1969, organizada em
ordem alfabética:
AFRODITE. Os voltados do Ceará. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2869, 18
abr. 1964. Carrossel, p. 3.
AFRODITE. Sua volta. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2873, 16 mai. 1964.
Carrossel, p. 5.
ALBERTO, Olney. Falando de cinema: Redenção”. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
L, nº. 2622, p. 1, 10 out. 1959.
ALBERTO, Olney. Fim das chanchadas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 52, nº. 2711,
24 jun. 1961. Cinema, p. 2.
ALBERTO, Olney. Hiroshima meu amor. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº.
2762, 16 jun. 1962. Cinema, p. 4.
ALENCAR, Hélder. “A Kultura sufoca”. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3149,
p. 1, 23 ago. 1969.
ALENCAR, Hélder. A atitude de Lomanto. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº.
2839, p. 1, 21 set. 1963.
ALENCAR, Hélder. A beira da morte. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2846, p.
1, 09 nov. 1963.
ALENCAR, Hélder. A grande lição. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2984, p. 1,
25 jun. 1966.
ALENCAR, Hélder. A grandeza de Ruy Folha do Norte. Feira de Santana, ano 56, nº. 2913,
13 fev. 1965. Hélder Alencar informa, p. 1.
ALENCAR, Hélder. A hora da cultura. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3023, p.
1, 25 mar. 1967.
ALENCAR, Hélder. A marcha prossegue Folha do Norte. Feira de Santana, ano 56, nº. 2919,
27 mar. 1965. Hélder Alencar informa, p. 1.
ALENCAR, Hélder. A nova idade da “Folha” Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº.
2944, 17 set. 1965. Hélder Alencar informa, p. 1.
ALENCAR, Hélder. A revolução continua. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº.
2878, p. 1, 20 jun. 1964.
214
ALENCAR, Hélder. A voz do povo Folha do Norte. Feira de Santana, ano 56, nº. 2920, 03
abr. 1965. Hélder Alencar informa, p. 1.
ALENCAR, Hélder. Concórdia universal Folha do Norte. Feira de Santana, ano 56, nº. 2922,
17 abr. 1965. Hélder Alencar informa, p. 1.
ALENCAR, Hélder. Confiemos nas “feras”. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3146, p. 1, 02 ago. 1969.
ALENCAR, Hélder. Cuidado com eles! Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2885,
p. 1, 08 ago. 1964.
ALENCAR, Hélder. Divagações de uma manhã (encalorada) de segunda-feira. Folha do
Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3147, p. 1, 09 ago. 1969.
ALENCAR, Hélder. Dois assuntos. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3152, p. 1,
13 set. 1969.
ALENCAR, Hélder. Duas comemorações. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 61, nº.
3155, p. 1, 04 out. 1969.
ALENCAR, Hélder. E a água subiu... Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2838, p.
1, 14 set. 1963.
ALENCAR, Hélder. E agora? Folha do Norte. Feira de Santana, ano 61, nº. 3158, p. 1, 25
out. 1969.
ALENCAR, Hélder. Estação rodoviária. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2827,
p. 1, 29 jun. 1963.
ALENCAR, Hélder. Fenômeno publicitário. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3148, p. 1, 18 ago. 1969.
ALENCAR, Hélder. FERAS: primeira etapa vencida. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
60, nº. 3151, p. 1, 06 set. 1969.
ALENCAR, Hélder. Justa homenagem. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2829,
p. 1, 13 jul. 1963.
ALENCAR, Hélder. Manoel Ferreira. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 61, nº. 3156, p.
1, 11 out. 1969.
ALENCAR, Hélder. Mensagem a um mendigo qualquer. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano 54, nº. 2828, p. 1, 06 jul. 1963.
ALENCAR, Hélder. Morreu um santo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2824, p.
1, 08 jun. 1963.
ALENCAR, Hélder. O futuro chegou. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3145,
p. 1, 26 jul. 1969.
215
ALENCAR, Hélder. O sabiá. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3141, p. 1, 28
jun. 1969.
ALENCAR, Hélder. Oswaldo Requião. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 61, nº. 3154,
p. 1, 27 set. 1969.
ALENCAR, Hélder. Reencontro com Machado. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60,
nº. 3144, p. 6, 19 jul. 1969.
ALENCAR, Hélder. Sertão: um brado contra a mediocridade. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano 55, nº. 2854, 04 jan. 1964. Panorama, p. 1.
ALENCAR, Hélder. Um ano de administração. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº.
2867, p. 6, 04 abr. 1964.
ALENCAR, Hélder. Um ano depois. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3150, p.
1, 30 ago. 1969.
ALENCAR, Hélder. Um encontro proveitoso. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 61, nº.
3153, p. 1, 21 set. 1969.
ALENCAR, Hélder. Um hotel. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2832, p. 2, 03
ago. 1963.
ALENCAR, Hélder. Um presente. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2837, p. 1,
07 set. 1963.
ALENCAR, Hélder. Uma contemporânea do padre Ovídeo. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano 56, nº. 2918, 20 mar. 1965. Hélder Alencar informa, p. 1.
ALENCAR, Vilobaldo. Um herói. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2968, p. 3,
05 mar. 1966.
ALENCAR, Viobáldo. Poeta Augusto dos Anjos. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L,
nº. 2640, p. 2, 13 fev. 1960.
ALKMIM, Tereza. O lobo que comeu o prefeito de Feira de Santana. Folha do Norte. Feira
de Santana, ano 58, nº. 3026, p. 1, 15 abr. 1967.
ALMEIDA, Raimundo Oliveira. O equívoco do mestre. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano 56, nº. 2928, p. 8, 29 mai. 1965.
ALVES, Edjanira. Suave despertar. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2845, p. 4,
02 nov. 1963.
ALVES, Fernando. A grande jornada do Nordeste. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLII, nº. 2253, 13 set. 1952. Disco voador, p. 4.
216
ALVES, Fernando. A lagoa de Brito. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº. 2190,
30 jun. 1951. Disco voador, p. 1.
ALVES, Fernando. A pontual. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº. 2194, 28 jul.
1951. Disco voador, p. 1.
ALVES, Fernando. A torre da igreja Senhor dos Passos. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLII, nº. 2248, 09 ago. 1952. Disco voador, p. 1.
ALVES, Fernando. Avenida sossego. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº. 2189,
23 jun. 1951. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. Desfile e elegância. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº.
2247, 02 ago. 1952. Disco voador, p. 1.
ALVES, Fernando. Dois lados. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº. 2196, 11 ago.
1951. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. Fatos da cidade. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº. 2192, 14
jul. 1951. Disco voador, p. 1.
ALVES, Fernando. Feirenses, sentido! Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº. 2250,
23 ago. 1952. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. Festa ou bagunça. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº. 2252,
06 set. 1952. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. Fiat Lux. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº. 2193, 21 jul.
1951. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. Grande congresso médico. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII,
nº. 2257, 11 out. 1952. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. O ABC do Recife. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº.
2254, 20 set. 1952. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. O espólio de Feira de Santana. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLI, nº. 2191, 07 jul. 1951. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. O frigorífico. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, . 2251, 30
ago. 1952. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. Os mártires de Chateaubriand. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLIII, nº. 2258, 18 out. 1952. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. Os satélites. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII, nº. 2545, 19
abr. 1958. Disco voador, p. 6.
ALVES, Fernando. Parabéns deputado Alberto Deodato. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLII, nº. 2249, 16 ago. 1952. Disco voador, p. 4.
217
ALVES, Fernando. Paulo Afonso. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2255, 27
set. 1952. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. Paus de arara. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2259, 25
out. 1952. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. Tribunal da alçada. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº. 2198,
25 ago. 1951. Disco voador, p. 4.
ALVES, Fernando. Venceslaubraz. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII, nº. 2544,
12 abr. 1958. Disco voador, p. 2.
ANDRADE, Carlos Drumonnd de. Milton: presente. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
51, nº. 2673, p. 1, 01 out. 1960.
ARAÚJO, Heitor. Dia das mães. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3030, p. 6, 13
mai. 1967.
ARAÚJO, Pe. Heitor. O dois de novembro. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº.
3059, p. 2, 02 dez. 1967.
ASSAD, José Jorge. Desfile Matarazzo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L, nº. 2626, p.
4, 07 nov. 1959.
AURÉLIO, Marco. O Rei Sol. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2682, p. 2, 03
dez. 1960.
BARBOSA, Hélio. A Bahia no cenário. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3127,
p. 4, 22 mar. 1969.
BARBOSA, Hélio. A festa. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3118, p. 1, 18 jan.
1969.
BARBOSA, Hélio. A princesa e seu colar. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº.
3095, p. 1, 10 ago. 1968.
BARBOSA, Hélio. Angústia. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº. 3097, p. 1, 24
ago. 1968.
BARBOSA, Hélio. Apolo 8. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3116, p. 1, 04 jan.
1969.
BARBOSA, Hélio. Bancos 35. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº. 3096, p. 6, 17
ago. 1968.
BARBOSA, Hélio. Banda feminina. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3120, p. 1,
01 fev. 1969.
218
BARBOSA, Hélio. Brasão. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3115, p. 1, 28 dez.
1968.
BARBOSA, Hélio. Chegou quem faltava. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3113, p. 6, 14 dez. 1968.
BARBOSA, Hélio. Coração de papel. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3103, p.
6, 05 out. 1968.
BARBOSA, Hélio. Falece uma relíquia. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3110,
p. 1, 23 nov. 1968.
BARBOSA, Hélio. Independência. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº. 3099, p. 1,
07 set. 1968.
BARBOSA, Hélio. Madrugada. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº. 3098, p. 1, 31
ago. 1968.
BARBOSA, Hélio. Morte. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3107, p. 1, 02 nov.
1968.
BARBOSA, Hélio. O último domingo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3101, p.
5, 21 set. 1968.
BARBOSA, Hélio. Onde mora a felicidade? Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3114, p. 5, 21 dez. 1968.
BARBOSA, Hélio. Rebeldia da juventude. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3105, p. 1, 19 out. 1968.
BARBOSA, Hélio. Revolução ano. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3129,
p. 4, 05 abr. 1969.
BARBOSA, Hélio. Samuel, povo e morte. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 61, nº.
3156, p. 1, 11 out. 1969.
BARBOSA, Hélio. Segredos de Feira de Santana. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59,
nº. 3100, p. 1, 14 set. 1968.
BARBOSA, Hélio. Semente que floresceu. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº.
3104, p. 1, 12 out. 1968.
BARBOSA, Hélio. Será que você viu? Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3112, p.
6, 07dez. 1968.
BARBOSA, Hélio. Solentepapelar. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3106, p. 1,
26 out. 1968.
BARBOSA, Hélio. Um dia na história. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3111, p.
6, 30 nov. 1968.
219
BARBOSA, Hélio. Uma flor da ciência. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3101,
p. 6, 21 set. 1968.
BARBOSA, Hélio. Velhice. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3102, p. 1, 28 set.
1968.
BARBOSA, Hélio. Velho que remoçou. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3108,
p. 1, 09 nov. 1968.
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PITOMBO, Dival. Uma amiga do Brasil. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº.
2282, p. 1, 04 abr. 1953.
PITOMBO, Samuel A. A fatalidade, o homem e o touro. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano 58, nº. 3023, p. 3, 25 mar. 1967.
PITOMBO, Samuel. A divina música. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII, nº.
2555, p. 6, 28 jun. 1958.
PITOMBO, Samuel. A insônia debilita severamente a energia humana. Folha do Norte. Feira
de Santana, ano XLIX, nº. 2576, p. 6, 22 nov. 1958.
PITOMBO, Samuel. A utilíssima propaganda. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L, nº.
2648, p. 4, 09 abr. 1960.
PITOMBO, Samuel. Beethoven, sua vida e sua arte. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLVI, nº. 2458, p. 4, 18 ago. 1956.
PITOMBO, Samuel. Coisas da eternidade. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVII, nº.
2504, p. 6, 06 jul. 1957.
PITOMBO, Samuel. Combate à ignorância. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L, nº.
2642, p. 4, 27 fev. 1960.
PITOMBO, Samuel. Feliz ano novo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIX, nº. 2583,
p. 4, 10 jan. 1959.
PITOMBO, Samuel. Fundamentos básicos da democracia. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLVII, nº. 2486, p. 4, 02 mar. 1957.
PITOMBO, Samuel. Gasparino, o homem dos milhões. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLIX, nº. 2579, p. 3, 13 dez. 1958.
PITOMBO, Samuel. Grande realização em prol da sétima arte. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLIX, nº. 2573, p. 6, 01 nov. 1958.
PITOMBO, Samuel. Inaugurou-se imponente edifício. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLIX, nº. 2613, p. 4, 08 ago. 1959.
PITOMBO, Samuel. Inaugurou-se novo posto Texaco. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
L, nº. 2622, p. 6, 10 out. 1959.
PITOMBO, Samuel. Just-about society, referindo-me a sociedade. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLIX, nº. 2581, p. 4, 27 dez. 1958.
PITOMBO, Samuel. O acumulador progressista. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLIX, nº. 2610, p. 6, 18 jul. 1959.
237
PITOMBO, Samuel. O Lions Clube e a história da sua fundação. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLIX, nº. 2602, p. 8, 23 mai. 1959.
PITOMBO, Samuel. O negro e seu complexo na América do Norte. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLVII, nº. 2478, p. 4, 05 jan. 1957.
PITOMBO, Samuel. O valor de uma reportagem. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L,
nº. 2632, p. 4, 19 dez. 1959.
PITOMBO, Samuel. Perdemos um notável romancista. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLVIII, nº. 2517, p. 4, 05 out. 1957.
PITOMBO, Samuel. Prepara-se uma verdadeira onda de candidatos. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLVII, nº. 2510, p. 4, 17 ago. 1957.
PITOMBO, Samuel. Princesa infeliz. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII, nº.
2550, p. 1, 24 mai. 1958.
PITOMBO, Samuel. Progresso de uma cidade. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVI,
nº. 2442, p. 4, 28 abr. 1956.
PITOMBO, Samuel. Surge entre nós, uma iniciativa de progresso. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLVIII, nº. 2556, p. 6, 05 jul. 1958.
PITOMBO, Samuel. Surpresa Janial. Folha do Norte. Feira de Santana, ano L, nº. 2630, p. 4,
05 dez. 1959.
PITOMBO, Samuel. Vida noturna, uma imperiosa necessidade. Folha do Norte. Feira de
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PIVA, Mario. A biblioteca de Feira. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2789, p. 1,
13 out. 1962.
PORTO, Ilze. Benjamim Constant. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº. 3053, p. 1,
21 out. 1967.
PORTO, Ilze. Comece por você. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2971, p. 7, 26
mar. 1966.
PORTO, Ilze. Guerras longas, idéias curtas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº.
3035, p. 1, 17 jun. 1967.
PORTO, Ilze. Noite de luar. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2995, p. 3, 10 set.
1966.
PORTO, Ilze. O arauto. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº. 3050, p. 1, 30 set.
1967.
238
PORTO, Ilze. O Brasil de sempre. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2994, p. 1,
03 ago. 1966.
PORTO, Ilze. O Brasil espera. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2987, p. 1, 16
jul. 1966.
PORTO, Ilze. O grande brasileiro. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3014, p. 1,
21 jan. 1967.
PORTO, Ilze. O iluminado. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2965, p. 1, 12 fev.
1966.
PORTO, Ilze. O livro do destino. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2961, p. 1, 15
jan. 1966.
PORTO, Ilze. Olha para o alto. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2963, p. 1, 29
jan. 1966.
PORTO, Ilze. Orgulho de brasileira. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2807, p. 1,
09 fev. 1963.
PORTO, Ilze. Os famosos salmos. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2991, p. 1,
13 ago. 1966.
PORTO, Ilze. Otimismo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2967, p. 1, 26 fev.
1966.
PORTO, Ilze. Prudente de Morais. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 56, nº. 2942, p. 1,
04 set. 1965.
PORTO, Ilze. Renovações... Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº. 3051, p. 3, 07 out.
1967.
PORTO, Ilze. Renovar, melhorando. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2981, p.
2, 04 jun. 1966.
PORTO, Ilze. Rodrigues Alves. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2960, p. 1, 08
jan. 1966.
PORTO, Ilze. Veículo do progresso. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3039, p. 1,
15 jul. 1967.
PORTO, Zadir Marques. Crônica da primavera. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº.
2946, p. 7, 02 out. 1965.
QUEIROZ, Rachel de. A campanha pela austeridade. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLIV, nº. 2329, p. 2, 27 fev. 1954.
QUEIROZ, Rachel de. Águas do mar. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2280,
p. 1, 21 mar. 1953.
239
QUEIROZ, Rachel de. Meninos. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2257, p. 1,
11 out. 1952.
RABELO, Genival. Feira de Santana constitui exemplo. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano 53, nº. 2765, p. 1, 07 jul. 1962.
RAMOS, Fernando de Souza. A tríada Dorival Oliveira Pipiu Antonio Lins. Folha do
Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2859, p. 4, 08 fev. 1964.
RAMOS, Fernando de Souza. Jorge Bem. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº.
2869, p. 3, 18 abr. 1964.
RAMOS, Fernando de Souza. Pipiu. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2856, p. 2,
18 jan. 1964.
RAMOS, Gildarte. À minha mãe. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2820, p. 1,
11 mai. 1963.
RAMOS, Jorge. A morte do sorriso. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº. 2244, p.
1, 12 jul. 1952.
RAMOS, Jorge. Crime sem remorso Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº. 2211, p.
1, 24 nov. 1951.
RAMOS, Jorge. Estatística. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº. 2216, p. 1, 29
dez. 1951.
RAMOS, Jorge. Ridendo Castigat mores... Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº.
2207, p. 1, 27 out. 1951.
REZENDE, Oto Lara. Nunca é tarde para aprender. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLIV, nº. 2352, p. 3, 07 ago. 1954.
RODRIGUES, Nelson. Doce e Santo tri-campeonato. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
57, nº. 2969, p. 4, 12 mar. 1966.
ROSSINI. Nu ou não? Folha do Norte. Feira de Santana, ano 51, nº. 2676, p. 4, 22 out. 1960.
SANTO, José Amaro do Espírito. Penitência. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº.
2794, p. 4, 10 nov. 1962.
SANTOS, Agenor. A “jangada” sem direção. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº.
2843, p. 3, 19 out. 1963.
SANTOS, Agenor. O retrato da fome. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2881, p.
2, 11 jul. 1964.
SANTOS, Agenor. O sacrifício do caviar. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 56, nº.
2918, p. 1, 20 mar. 1965.
240
SANTOS, Agenor. O tipógrafo de outrora. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 56, nº.
2925, p. 1, 08 mai. 1965.
SANTOS, José Aroldo da Silva. Crônica. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3013,
p. 2, 14 jan. 1967.
SANTOS, Oswaldo Galeão dos. Porcos à solta. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLV,
nº. 2405, p. 4, 13 ago. 1955.
SANTOS, Ruy. Toma que o filho é teu. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLII, nº.
2203, p. 2, 29 set. 1951.
SCHMIDT, Augusto Frederico. Crise e não apogeu. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLI, nº. 2195, p. 1, 04 ago. 1951.
SERRANO, Jota. Nossa missão é de vigilância. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII,
nº. 2290, p. 3, 30 mai. 1953.
SILVA, Everaildes. Noite de chuva. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2824, p. 1,
08 jun. 1963.
SILVA, Hugo Navarro. “Badé” anda bêbado. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII,
nº. 2518, p. 1, 12 out. 1957.
SILVA, Hugo Navarro. Meu caro Aloísio. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLI, nº.
2166, p. 4, 13 jan. 1951.
SILVA, Hugo. “As clarinadas dos sinos”. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2804,
p. 1, 19 jan. 1963.
SILVA, Hugo. A cólera sagrada. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2808, p. 1, 16
fev. 1963.
SILVA, Hugo. A primeira bola da noite. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIV, nº.
2351, p. 1, 31 jul. 1954.
SILVA, Hugo. A renúncia de Araújo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3004, p.
1, 11 nov. 1966.
SILVA, Hugo. Aonde vai, Maria Cadeira? Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº.
2784, p. 1, 08 set. 1962.
SILVA, Hugo. As orelhas do Rei Midas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2786,
p. 1, 22 set. 1962.
SILVA, Hugo. Atrás de pintos andam raposas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº.
2782, p. 1, 25 ago. 1962.
241
SILVA, Hugo. Candidato fez propaganda. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº.
2785, p. 1, 15 set. 1962.
SILVA, Hugo. Deus o guarde, Prof. Araújo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº.
3003, p. 1, 05 nov. 1966.
SILVA, Hugo. Dr. Espelunca toca em surdina. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 52, nº.
2702, p. 1, 22 abr. 1961.
SILVA, Hugo. E a vida continua: Pirâmides, Panteons, o Bendengó. Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLIX, nº. 2593, p. 1, 21 mar. 1959.
SILVA, Hugo. Novos doutores e velhos barbeiros ou a micareta vem aí. Folha do Norte.
Feira de Santana, ano 52, nº. 2697, p. 1, 18 mar. 1961.
SILVA, Hugo. O fazedor de desertos. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2851, p.
1, 14 dez. 1963.
SILVA, Hugo. O melhor candidato. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 58, nº. 3001, p. 1,
22 out. 1966.
SILVA, Hugo. O velhaco pede aval. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 53, nº. 2783, p. 1,
01 set. 1962.
SILVA, Hugo. Os dois caminhos. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2788, p. 1,
06 out. 1962.
SILVA, Hugo. Os filhos de alguém... Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2806, p.
1, 02 fev. 1963.
SILVA, Hugo. Que pretende “Dudu Feroz”? Folha do Norte. Feira de Santana, ano 52, nº.
2699, p. 1, 01 abr. 1961.
SILVA, Hugo. Vamos para diante canalhas. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 52, nº.
2696, p. 1, 11 mar. 1961.
SILVA, José Navarro. O centro literário Aloísio Resende. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLV, nº. 2378, 05 fev. 1955. A crônica da semana, p. 4.
SILVA, José Navarro. Os discos voadores. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLV, nº.
2377, 29 jan. 1955. A crônica da semana, p. 4.
SILVA, Tavares da. O grito da terra. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 56, nº. 2939, p.
1, 14 ago. 1965.
SOUZA, Djalma Eurico de. A confissão da “tinta vermelha” Folha do Norte. Feira de
Santana, ano XLIV, nº. 2326, p. 2, 06 fev. 1954.
SOUZA, Djalma Eurico de. A confissão da tinta azul. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLIV, nº. 2325, p. 2, 30 jan. 1954.
242
SOUZA, Djalma Eurico de. Porque o divórcio das elites. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLIV, nº. 2329, p. 4, 27 fev. 1954.
SOUZA, Djalma Eurico de. Uma questão moral. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
XLIV, nº. 2319, p. 4, 19 dez. 1953.
SOUZA, Rossini. À família feirense. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 54, nº. 2821, p.
1, 18 mai. 1963.
SOUZA, Rossini. A imprensa. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº. 2946, p. 1, 02
out. 1965.
SOUZA, Rossini. As festas de fim de ano. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 57, nº.
2958, p. 6, 25 dez. 1965.
SOUZA, Rossini. Cidadão emérito. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 55, nº. 2879, p. 2,
27 jun. 1964.
SOUZA, Rossini. Joazeiro, a Progressiva. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 56, nº.
2939, p. 1, 14 ago. 1965.
SOUZA, Rossini. Micareta – alegria do povo feirense. Folha do Norte. Feira de Santana, ano
57, nº. 2977, p. 1, 07 mai. 1966.
SOUZA, Rossini. O aniversário do Instituto de Educação Gastão Guimarães. Folha do Norte.
Feira de Santana, ano 57, nº. 2981, p. 1, 04 jun. 1966.
SOUZA, Rossini. Os “jornalistas”. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº. 3060, p. 1,
09 dez. 1967.
SOUZA, Rossini. Os melhores do rádio em 1967. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59,
nº. 3063, p. 1, 30 dez. 1967.
SOUZA, Rossini. Simplicidade. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 60, nº. 3133, p. 4, 03
mai. 1969.
SPANUDIS, Dr. Theon. A Pintura de Raimundo Oliveira. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLVIII, nº. 2553, p. 2, 14 jun. 1958.
SPINOLA, L. Âncoras sobre o abismo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII, nº.
2538, p. 2, 01 mar. 1958.
SUZART, Claudemiro Campos. Novos destinos. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 52,
nº. 2723, p. 5, 16 set. 1961.
SUZART, Claudemiro Campos. Pró-construção do Ginásio de Esportes. Folha do Norte.
Feira de Santana, ano 53, nº. 2750, p. 2, 24 mar. 1962.
243
TEIXEIRA, Manoel Oliveira. Se eu pudesse ser vereador. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLV, nº. 2403, p. 4, 30 jul. 1955.
TEIXEIRA, Manoel Oliveira. Se eu pudesse ser vereador. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLV, nº. 2404, p. 4, 06 ago. 1955.
TEIXEIRA, Manoel Oliveira. Se eu pudesse ser vereador. Folha do Norte. Feira de Santana,
ano XLV, nº. 2407, p. 4, 27 ago. 1955.
TRABUCO, Mons. José. Dom Jackson. Folha do Norte. Feira de Santana, ano 59, nº. 3095,
p. 1, 10 ago. 1968.
V. M. Eleitor. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLVIII, nº. 2543, p. 6, 05 abr. 1958.
WATT, Jorge. Escola de malandros. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLV, nº. 2365, p.
3, 06 nov. 1954.
WATT, Jorge. Hoje tem espetáculo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIII, nº. 2297,
p. 2, 18 jul. 1953.
WATT, Jorge. Olavo Lobo. Folha do Norte. Feira de Santana, ano XLIV, nº. 2349, p. 3, 17
jul. 1954.
244
ANEXO E: NOMES NÃO IDENTIFICADOS
Lista de nomes de escritores não identificados, que publicaram na Folha do Norte
entre 1951 e 1969, organizada em ordem alfabética:
A. Telha
Agnaldo Marques
Albérico Benevides
Alberto de Moura
Alexandre R. D’Almeida Júnior
Aloysio Oliveira
Antonio Lopes
Carlos Bremmer
Carlos Neto Carlos Neto
Cledenor O. Santos
Clóvis C. Carneiro
Creuza Felício de Matos
Crispim do Sacramento
Expedito Braga
Floriano da Costa Melo
Gentil de Camargo
Gilberto de Souza Lima
Glêdson Melo
Ivone Maria Galvão Rocha
Jacinto de Figueiredo
Jaime Figueiredo
João Gustavo da Silva
Jonas Pinheiro de Matos
José Serejo
Lauro Mota
Luiz Carlos
Luiz Dantas Carneiro
Ma. Portugal Lima
245
Maria José
Milton Costa Lima
Moisés da Cunha Rocha
Osvaldo Crusoé
Oswaldo Nascimento
Otaviano Silva
Padre Moro S. C. C.
Pedro Serafim
Ramos Neto
Renato Carneiro
Renato Eliseu
René Guimarães
Robert H. Davies
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