52
países menos desenvolvidos como Brasil, México, Índia e Argentina, não cessaram
completamente a produção de alguns corantes à base de benzidinas, como por
exemplo, o corante Congo Red 14, de grande potencialidade econômica
(GUARATINI; ZANONI, 2000).
Os testes de toxicidade ou bioensaios podem conter desde o princípio mais
básico das curvas “dose-resposta” e observação de modificações comportamentais,
fisiológicas e letalidade, até enfoques mais sofisticados como alterações
bioquímicas, genéticas ou teratogênicas (ZAMBONI, 2000).
Os efeitos passíveis de serem observados são numerosos e dependem das
características de cada método empregado, da biologia da espécie-teste, do tipo de
composto avaliado e do objetivo da cada estudo. Os bioensaios podem ainda ser
realizados com água, sedimentos, efluentes, produtos químicos puros e com
indivíduos, populações ou comunidades de animais, vegetais como um todo,
buscando sempre as respostas mais rápidas, precisas, de fácil interpretação e que
sejam correlacionáveis com outros meios da avaliação ambiental (VIEIRA, 2004).
A maior parte das substâncias químicas alcança direta ou indiretamente o
ecossistema marinho, especialmente porque muitos dos grandes centros urbanos
estão localizados no litoral. Com a água do mar cobrindo mais 70% da superfície da
Terra, e com a vasta diversidade de plantas e animais encontrados em estuários e
mar aberto, a avaliação toxicológica dos efeitos dessas substâncias em organismos
marinhos e estuarinos é essencial para a manutenção da biodiversidade e da própria
espécie humana (VIEIRA, 2004).
Apesar da importância e extensão do ambiente costeiro, a preocupação com
a proteção do ecossistema marinho é recente no Brasil. São ainda restritas as
espécies marinhas para as quais as normas são padronizadas. Os organismos mais
utilizados são os microcrustáceos Artemia sp. (Norma Técnica L5.021, CETESB,
1987), Daphnia (COOMAN et al., 2003; SHINY et al., 2005; HAN et al., 2006),
Mysidopsis juniae (Norma Técnica L5.251, CETESB, 1992a) e os embriões do
equinodermo Lythechinus variegatus (Norma Técnica L5.250, CETESB, 1992b). No
entanto, outras espécies vêm sendo testadas, tais como embriões da ostra
Crassostrea rhizophorae (NASCIMENTO, 2002) e do mexilhão Perna perna
(ZAMBONI, 2000), o misidáceo Mysidium gracile (BADARÓ-PEDROSO et al., 2002),
os copépodos Acartia lilljeborgi e Temora stylifera (NIPPER, 2002), o anfípodo