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de diminuir o calor de hidratação e o consumo de cimento, o que diretamente significa um custo
menor na produção do concreto.
Coutinho (1958, p.136) descreve que,
em grande parte da zona do mediterrâneo, empregou-se a terra vulcânica da
ilha de Santorim, pertencente ao arquipélago – das Cíclades, ao norte da ilha de
Creta. Da mesma forma os romanos, utilizavam tufos vulcânicos do Vesúvio,
acumulados nas proximidades da região de Pozuoli, estendendo-se, então, a
designação pozolana ao conjunto de materiais naturais ou artificiais dotados da
mesma propriedade.
Priszkulnik em sua publicação de “Pozolanas Para Aglomerantes da Construção
Civil” (1970, p.02) relata que,
após a invasão dos bárbaros e durante toda a idade média ouve uma estagnação
na produção de argamassas hidráulicas, contudo, a Renascença determinou o
retorno às misturas de cal, pozolana natural ou material cerâmico moído, areia
e água, culminando nos séculos XVIII e XIX com as pesquisas e as teorias da
hidraulicidade, associadas à interação cal-argila.
Para o mesmo autor (1970, p.02), citam-se entre as pozolanas, além das cinzas
vulcânicas italianas,
o “trass” renano e bávaro da Alemanha; o “kieselguhr” ou “trípoli” ou “moler”,
que são variedades de diatomitos encontrados na Alemanha, Escócia, Irlanda,
Dinamarca e Estados Unidos; as lavas dos Açores, da ilha de porto Santo e das
ilhas Canárias, os tufos riolíticos dos Estados Unidos e os andesiticos de Santo
Antão, no Cabo Verde; o Surkhi da Índia; as argilas e os folhelhos calcinados e
moídos, e alguns sub-produtos industriais, como cinzas de fornos e caldeiras,
cinzas de folhelhos betuminosos e cinzas de coque.
O emprego das pozolanas no Brasil iniciou-se com a construção da barragem de
Jupiá construída pelas Centrais Elétricas de Urubupungá (CELULA) no Rio Paraná. Depois de
diversos ensaios concluiu-se que, os agregados utilizados eram reativos com os álcalis do
cimento e que a adição de material pozolânico além de viável economicamente, seria capaz de
inibir ou diminuir essa reatividade.