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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
SILVANA MELLO FURTADO
A HOSPITALIDADE NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO: UM ESTUDO DA
GASTRONOMIA NOS PROGRAMAS DE TV
SÃO PAULO
2009
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SILVANA MELLO FURTADO
A HOSPITALIDADE NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO: UM ESTUDO DA
GASTRONOMIA NOS PROGRAMAS DE TV
Dissertação de Mestrado apresentada como
exigência para obtenção do título de Mestre em
Hospitalidade, da Universidade Anhembi Morumbi,
área de concentração Planejamento e Gestão
Estratégica em Hospitalidade, sob orientação da
Profª Drª Nilma Morcerf de Paula
SÃO PAULO
2009
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SILVANA MELLO FURTADO
A HOSPITALIDADE NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO: UM ESTUDO DA
GASTRONOMIA NOS PROGRAMAS DE TV
Aprovado em: 30/06/2009
Profª. Drª. Nilma Morcerf de Paula
Universidade Anhembi Morumbi
Prof. Dr. Gelson Santana Penha
Universidade Anhembi Morumbi
Prof. Dr. Eduardo de Camargo Oliva
Universidade Municipal de São Caetano do Sul
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos que
sempre estiveram do meu lado.
Em especial aos meus queridos
filhos, Marcela (Tica) e Guilherme
(Toco), por serem tão
A mados
M aravilhosos
I nesquecíveis
G eniais
O riginais
S ábios
AGRADECIMENTOS
Aos meus maravilhosos Pais, irmãos, sobrinhos e cunhados por torcerem tanto
por mim, acreditando nos meus desejos e vontades.
À minha querida orientadora Profª Drª Nilma Morcerf de Paula, que sempre me
apoiou e acreditou nas minhas ideias.
À Universidade Anhembi Morumbi por ter me dado a oportunidade de realizar
este trabalho.
Aos professores do programa pelos novos conhecimentos e experiências,
proporcionando momentos e situações preciosas.
Aos meus colegas do mestrado, em especial para Alessandra, Ana Paula,
Marina, Sula e Thaina pelo apoio e colaboração com a minha pesquisa.
A todos os funcionários do mestrado, em especial ao Marcos, sempre atencioso
e prestativo.
Aos meus queridos amigos de Minas Gerais, que enviaram constantes fluidos
positivos vindos da minha cidade natal.
A todos aqueles que participaram, ajudaram e apoiaram da pesquisa e
concretização deste estudo.
Muito obrigada!
RESUMO
Os programas de gastronomia na televisão tem aumentado consideravelmente, com o
desenvolvimento e inovação das tecnologias voltadas para os meios de comunicação e
neste caso com destaque para a mídia televisiva. Estes programas são apresentados
por chef de cozinha ou apresentador, os quais são responsáveis pela mensagem que
trará os resultados em relação a aceitação do telespectador. A proposta deste estudo é
pesquisar a contribuição dos programas de gastronomia na possível transformação do
saber e da prática do ouvinte ou telespectador. Participaram da pesquisa 50 sócios de
um clube do bairro Morumbi (Telespectador 1) e 50 funcionárias do centro comunitário
de trabalho do bairro Paraisópolis (Telespectador 2). Foi aplicado um questionário
contendo questões sobre as características do perfil do respondente e a opinião sobre
os programas de gastronomia na TV. Dezessete chefs de cozinha também
responderam um questionário com nove questões, referentes aos programas
gastronômicos na TV que já participaram. As respostas obtidas foram comparadas
através do teste não paramétrico de Friedman, o qual é utilizado para três ou mais
grupos e o teste não paramétrico de Mann-Whitney, que é utilizado para dois grupos
(T1 e T2). Também foi aplicado o teste Qui-Quadrado para medir a associação da
hospitalidade com os grupos de telespectadores. O nível de confiança utilizado nas
análises comparativas foi de 95%. Quanto ao perfil dos entrevistados a maioria do
grupo T1 (46%) está com idade superior a 50 anos e do grupo T2 (32%) entre 31 e 40
anos. A maior parte dos telespectadores T1 (66%) e T2 (44%) tem ensino superior
completo. Em relação aos programas de gastronomia favoritos, a porcentagem de T2
(80%) indicaram o programa da Ana Maria Braga/Rede Globo, como o preferido, sendo
que o T1 apresentou 36% para o programa Menu Confiança/GNT e 36% para outros
onde está incluído o programa do Jamie Olivier, o que pode ser explicado pelo poder
aquisitivo mais alto do grupo T1, tendo acesso a TV por assinatura/paga. Referente ao
“motivo que assistem os programas de gastronomia na TV”, 38% do grupo T1 e T2
responderam que é essencial aprender com as receitas apresentadas. 90% do grupo
T1 considera um momento de lazer e entretenimento. 58% do grupo T2 respondeu que
faz o prato apresentado na refeição do dia a dia. A maioria dos chefs (64,7%) considera
que acontece mudanças nos hábitos de consumo de alimentos do seu público alvo.
70,6% dos chefs indicaram o item “os programas de gastronomia que participaram,
tinham como foco atingir todas as camadas de público, independente do nível
econômico ou status social. Sobre hospitalidade, a concentração no resultado obtido de
T1 (54%), T2 (52%) e dos chefs (65%) foi para o item “o programa procura falar claro
sobre o assunto proposto, seja nas receitas ou na mensagem de culinária/gastronomia
mostrando na prática aquilo que está falando”. A análise dos resultados destaca a
hospitalidade na interação desejada entre os telespectadores dos programas de
gastronomia e os chefs apresentadores.
PALAVRAS-CHAVE: Hospitalidade. Programas de Gastronomia. Televisão.
Comunicação.
ABSTRACT
The programs about gastronomy on TV have considerably increased with the
development of technology and innovations concerning means of communication and in
this case with the focus on TV media. These programs are presented by a “chef du
cuisine” or a presenter, who are broadcasters responsible for the message which will
bring the results concerning the viewers acceptance. The purpose of this study is to
research about the contribution of the gastronomy programs in the transformation of the
know-how and the practice of the listener or viewer. In this way, two groups were studied
and researched, 50 were members of a sport club in the Morumbi neighborhood, in São
Paulo, (viewer of group 1) and the other 50, employees from a work communitary center
in the neighborhood of Paraisópolis (viewer of group 2). It was applied a questionnaire
asking about the profile of the person and their opinion about gastronomy on TV.
Seventeen “chefs du cuisine” also answered the questionnaire with nine questions about
the gastronomy TV shows that they had already participated. The answers were
compared to a non- parametric test of Friedman, which was used for three or more
groups and the non-parametric test of Mann-Whitney, which was used in two groups,
being in this study the two groups of viewers (T1 and T2). It was also used the test of
Qui-Square to measure the association of hospitality with the groups of viewers. The
level of accuracy used in the analysis was compared to 95%. Concerning the profile of
the viewers, the majority from group 1 (46%) are over 50 years old and in group T2
(32%) are between 31 and 40 years old. The biggest part of the viewers T1 (66%) and
T2 (44%) has a college degree. In relation to favorite gastronomy programs the
percentage of group T2 (80%) showed Ana Maria Braga´s program, from Globo Web, as
the favorite. T1 showed 36% preference for the program “Menu Confiança”/GNT and
36% for others among which is included Jamie Olivier´s program, which can be
explained by the high buying power of T1, who have access to paid cable TVs.
Concerning the reason “watch the gastronomy TV shows”, 38% of the group T1 and T2
answered that it is essential to learn with their daily cooking. 90% of the viewers T1
considered it a moment of leisure and entertainment. 58% of the viewers T2 said that
they make the dish presented in their daily cooking. The biggest majority of chefs (64%),
consider that there are changes in the comsuption habits of food in their target public.
70,6% of the chefs showed that the programs which participated aimed at reaching all
social layers of public, irrespective their social status. About hospitality the majority of
the viewers T1 (54%), T2 (52%) and the chefs (65%) reported that the shows try to
speak clearly about the issue proposed, showing, actually, what they are saying”. The
analysis of the results highlighted the hospitality on the desired integration between the
viewers of the gastronomy shows and the presented chefs.
KEYWORDS: Hospitality. Gastronomy programs. Television. Communication.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 16
CAPÍTULO I
HISTÓRICO DOS PROGRAMAS DE GASTRONOMIA NA TV ............................................. 24
1. Evolução da gastronomia .................................................................................................. 24
2. A comunicação e o vínculo humano nas diferentes décadas............................................ 29
3. Os programas de gastronomia na TV ................................................................................ 33
CAPÍTULO II
MEMÓRIA DA TV E A GASTRONOMIA E COMENSALIDADE ............................................. 43
1. Os estudiosos sobre a televisão ........................................................................................ 43
2. Trajetória da TV no Brasil .................................................................................................. 51
3. Convivialidade e o espaço doméstico ................................................................................ 55
CAPÍTULO III
BREVE PANORAMA DA SOCIOLOGIA NA COMUNICAÇÃO .............................................. 57
1. Conceito do imaginário ..................................................................................................... 57
2. Palavras e imagens ........................................................................................................... 58
3. Participação dos programas de televisão ......................................................................... 61
4. Pirâmide de Maslow: tempo e espaço, estilo de vida e aspectos sensoriais,
perceptíveis e receptivos, as trocas humanas ................................................................... 63
CAPÍTULO IV
METODOLOGIA .................................................................................................................... 69
1. O estudo ........................................................................................................................... 69
2. A população ...................................................................................................................... 71
CAPÍTULO V
RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 75
1. Perfil dos telespectadores ................................................................................................. 75
2. Opinião sobre os programas de gastronomia na TV .......................................................... 82
3. Opinião sobre os programas de gastronomia na TV segundo a idade dos telespectadores
............................................................................................................................................ 106
4. Questionário aplicado aos Chefs de cozinha ................................................................... 116
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 130
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 136
APÊNDICES
APÊNDICE I ....................................................................................................................... 141
APÊNDICE II ...................................................................................................................... 146
APÊNDICE III ..................................................................................................................... 152
LISTA DE IMAGENS
Imagem 1- Processo de avaliação e qualificação do receptor X comunicação. ....................... 59
Imagem 2: Pirâmide de Maslow interagida com a Hospitalidade e Sociologia da
Recepção X Gastronomia X Programas de TV ....................................................... 65
LISTA DE FOTOS
Foto 1: Programa “Bem Família” – Rede Bandeirantes de televisão ......................................... 35
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Panorama da gastronomia ..................................................................................... 26
Quadro 2 – Evolução da comunicação através da mídia televisiva ........................................... 31
Quadro 3: A evolução dos programas de culinária/gastronomia na TV ..................................... 41
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Porcentagens/idade (anos) ...................................................................................... 76
Figura 2 – Porcentagens por estado civil .................................................................................. 77
Figura 3 – Porcentagens por gênero ......................................................................................... 78
Figura 4 – Porcentagens por faixa de escolaridade .................................................................. 79
Figura 5 – Porcentagens por tipo de profissão .......................................................................... 80
Figura 6 – Porcentagens por programa favorito ........................................................................ 82
Figura 7 – Porcentagens para a questão “Aprendo com as receitas apresentadas”. ................ 84
Figura 8 – Porcentagens para a questão “Faço o prato apresentado na refeição do dia”. ........ 85
Figura 9 – Porcentagens para a questão “Gosto de observar o ambiente do programa
para fazer modificações na decoração da minha casa”. ........................................... 86
Figura 10 – Porcentagens para a questão “Gosto de observar os equipamentos e
materiais usados na preparação dos pratos para acompanhar as novidades do
mercado de gastronomia”. ...................................................................................... 87
Figura 11 – Porcentagens para a questão “Considero um momento de lazer
e entretenimento”. ................................................................................................... 88
Figura 12 – Porcentagens para a questão “Aprendo para vender/ negócio”. ............................ 89
Figura 13 – Porcentagens para o grupo T1 ............................................................................... 90
Figura 14 – Porcentagens para o grupo T2 ............................................................................... 91
Figura 15 – Porcentagens para o grupo T1 ............................................................................... 94
Figura 16 – Porcentagens para o grupo T2 ............................................................................... 95
Figura 17 – Porcentagens para a importância da hospitalidade do programa de
gastronomia assistido. ............................................................................................ 98
Figura 18 – Porcentagens para o grupo T1 ............................................................................. 100
Figura 19 – Porcentagens para o grupo T2 ............................................................................. 101
Figura 20 – Número de respostas para os aspectos positivos que os programas de TV
trazem para o dia a dia do telespectador.............................................................. 103
Figura 21 – Número de respostas para os aspectos negativos que os programas de
TV trazem para o dia a dia do telespectador. ....................................................... 105
Figura 22 – Porcentagens para o grupo 1 (à esquerda) e grupo 2 (à direita). ......................... 107
Figura 23 – Porcentagens para o grupo 1 (à esquerda) e grupo 2 (à direita). ......................... 109
Figura 24 – Porcentagens para a importância da hospitalidade do programa
de gastronomia assistido. ..................................................................................... 111
Figura 25 – Porcentagens para o grupo 1 ............................................................................... 114
Figura 26 – Porcentagens para o grupo 2 ............................................................................... 115
Figura 27 – Porcentagens de como é feita a escolha da preparação culinária
a ser apresentada. ................................................................................................ 116
Figura 28 – Porcentagens para o tipo de telespectador que o programa de gastronomia
que o chef já participou quer cativar/atingir? ......................................................... 118
Figura 29 – Porcentagens de respostas por aspecto .............................................................. 119
Figura 30 – Porcentagens das repostas verdadeiras e falsas para cada afirmação. ............... 120
Figura 31 – Porcentagens para o item mais importante com relação à hospitalidade ............. 122
Figura 32 – Porcentagens para as principais medidas tomadas para que o telespectador
se envolva não mudando de canal ou desligando a TV. ....................................... 123
Figura 33 – Porcentagens de respostas para cada item ......................................................... 125
Figura 34 – Porcentagens para a maneira como os programas acompanham a avaliação
dos telespectadores. ............................................................................................ 126
Figura 35 – Porcentagens para a questão: Você como chef de cozinha e apresentador
de programas de gastronomia na TV considera que aconteça mudanças nos
hábitos de consumo de alimentos do seu público alvo? ........................................ 127
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Frequências e porcentagens para a faixa de idade dos telespectadores ................ 76
Tabela 2 – Frequências e porcentagens para o estado civil dos telespectadores ..................... 77
Tabela 3 – Frequências e porcentagens para o gênero dos telespectadores ........................... 78
Tabela 4 – Frequências e porcentagens para a escolaridade dos telespectadores .................. 79
Tabela 5 – Frequências e porcentagens para o tipo de profissão dos telespectadores............. 80
Tabela 6 – Frequências das respostas das profissões dos telespectadores ............................. 80
Tabela 7 – Frequências e porcentagens para o programa de gastronomia na TV que
os telespectadores mais gostam de assistir ............................................................ 82
Tabela 8 – Frequências das respostas dos outros programas de gastronomia/culinária ........... 83
Tabela 9 – Frequências e porcentagens para a importância sobre o motivo pelo qual
os telespectadores assistem aos programas de gastronomia na TV para a
questão “Aprendo com as receitas apresentadas”. .................................................. 84
Tabela 10 – Frequências e porcentagens para a importância sobre o motivo pelo qual
os telespectadores assistem aos programas de gastronomia na TV para a
questão “Faço o prato apresentado na refeição do dia”. ........................................ 85
Tabela 11 – Frequências e porcentagens para a importância sobre o motivo pelo qual
os telespectadores assistem aos programas de gastronomia na TV para a
questão “Gosto de observar o ambiente do programa para fazer modificações
na decoração da minha casa”. .............................................................................. 86
Tabela 12 – Frequências e porcentagens para a importância sobre o motivo pelo qual
os telespectadores assistem aos programas de gastronomia na TV para a
questão “Gosto de observar os equipamentos e materiais usados na preparação
dos pratos para acompanhar as novidades do mercado de gastronomia”. ............. 87
Tabela 13 – Frequências e porcentagens para a importância sobre o motivo pelo qual os
telespectadores assistem aos programas de gastronomia na TV para a questão
“Considero um momento de lazer e entretenimento”. ............................................. 88
Tabela 14 – Frequências e porcentagens para a importância sobre o motivo pelo qual os
telespectadores assistem aos programas de gastronomia na TV para a questão
“Aprendo para vender/ negócio”. ............................................................................ 89
Tabela 15 – Frequências para a importância sobre o motivo pelo qual os telespectadores
assistem aos programas de gastronomia na TV para os telespectadores do
grupo T1. ............................................................................................................... 90
Tabela 16 – Frequências para a importância sobre o motivo pelo qual os telespectadores
assistem aos programas de gastronomia na TV para os telespectadores do
grupo T2. ............................................................................................................... 91
Tabela 17 – Frequências para o que os telespectadores do grupo T1 mais gostam no
programa de gastronomia/culinária na TV. ............................................................ 93
Tabela 18 – Frequências para o que os telespectadores do grupo T2 mais gostam no
programa de gastronomia/culinária na TV. ............................................................. 94
Tabela 19 – Frequências e porcentagens para a importância da hospitalidade do programa
de gastronomia assistido. ....................................................................................... 97
Tabela 20 – Frequências para a importância dos programas de gastronomia no estilo de
vida dos telespectadores do grupo T1. ................................................................... 99
Tabela 21 – Frequências para a importância dos programas de gastronomia no estilo de
vida dos telespectadores do grupo T2. ................................................................. 100
Tabela 22 – Frequências e porcentagens dos aspectos positivos que os programas de TV
trazem para o dia a dia do telespectador. ............................................................ 102
Tabela 23 – Frequências e porcentagens dos aspectos negativos que os programas de TV
trazem para o dia a dia do telespectador. ............................................................ 104
Tabela 24 – Frequências para a importância sobre o motivo pelo qual os telespectadores
assistem aos programas de gastronomia na TV para os telespectadores do
grupo 1. ............................................................................................................... 106
Tabela 25 – Frequências para a importância sobre o motivo pelo qual os telespectadores
assistem aos programas de gastronomia na TV para os telespectadores do
grupo 2. ................................................................................................................ 106
Tabela 26 – Frequências para o que o telespectador do grupo 1 mais gosta no programa
de gastronomia/culinária. ..................................................................................... 108
Tabela 27 – Frequências para o que o telespectador do grupo 2 mais gosta no programa
de gastronomia/culinária. ..................................................................................... 109
Tabela 28 – Frequências e porcentagens para a importância da hospitalidade do programa
de gastronomia assistido. ..................................................................................... 111
Tabela 29 – Frequências para a importância dos programas de gastronomia no estilo de
vida dos telespectadores do grupo 1. ................................................................... 113
Tabela 30 – Frequências para a importância dos programas de gastronomia no estilo de
vida dos telespectadores do grupo 2. ................................................................... 114
Tabela 31 – Frequências e porcentagens para a maneira como é feita a escolha da
preparação culinária a ser apresentada? ............................................................ 116
Tabela 32 – Frequências e porcentagens para o tipo de telespectador que o programa
de gastronomia que o chef já participou quer cativar/atingir? ............................... 117
Tabela 33 – Frequências para os aspectos mais importantes considerados no programa
que o chef já apresentou. .................................................................................... 118
Tabela 34 – Frequências e porcentagens das respostas para as afirmações. ........................ 120
Tabela 35 – Frequências e porcentagens para o motivo que os chefs consideram mais
importantes com relação à hospitalidade? ........................................................... 121
Tabela 36 – Frequências e porcentagens para as principais medidas tomadas para que o
telespectador se envolva não mudando de canal ou desligando a TV (questão
aberta). ................................................................................................................ 123
Tabela 37 – Frequências para a questão: Como VOCÊ se prepara para que o programa
consiga se comunicar de forma clara com seu público? ....................................... 124
Tabela 38 – Frequências e porcentagens para a maneira como os programas acompanham
a avaliação dos telespectadores (questão aberta). .............................................. 126
Tabela 39 – Frequências e porcentagens para a questão: Você como chef de cozinha
e apresentador de programas de gastronomia na TV considera que aconteça
mudanças nos hábitos de consumo de alimentos do seu público alvo? ............... 127
Tabela 40 – Freqüências e porcentagens para as respostas SIM. .......................................... 128
Tabela 41 – Freqüências e porcentagens para as respostas NÃO. ........................................ 128
Tabela 42 – Freqüências e porcentagens para as respostas NEM SEMPRE. ....................... 129
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CAT – Central de Atendimento ao Telespectador
CCT – Centro Comunitário de Trabalho
IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Pesquisa Estatística
PNT – Painel Nacional de Televisão
16
INTRODUÇÃO
A gastronomia tem sido estudada como um meio de sociabilidade que integra o
conjunto de ações de acolhimento, tendo assim um vínculo com a hospitalidade. Houve
uma transformação na história da alimentação a partir da Idade Moderna e do advento
da gastronomia, que nascia com os cozinheiros, “chefs”, dos reis da corte francesa. As
misturas e sabores perseguidos pelos cozinheiros fizeram com que as primeiras
alterações químicas fossem observadas e consideradas como etapas de uma mudança
mágica que legava características peculiares de sopas, caldos, cozidos, assados, pães,
bebidas e suas diversas combinações. A hospitalidde estuda o comportamento humano
na busca do entendimento de seus desejos e necessidades na relação de solidariedade
entre duas ou mais pessoas. Pode-se citar algumas frases de autores (LEAL, 1998),
que nos remetem a uma sensibilidade e percepção da sutileza e realidade ao lidar com
este tema, como:
Feliz o homem que come comida, bebe bebida, e por isso tem alegria.
(Fernando Pessoa, poeta português).
Depois de fazer uma boa refeição, somos capazes de perdoar a todos, mesmo
aos nossos parentes. (Oscar Wilde, escritor irlandês).
A descoberta de uma nova receita culinária é mais importante para a
humanidade do que a descoberta de uma nova estrela. (Brillat-Savarin, escritor
e advogado francês).
uma comunhão além do nosso Corpo quando o Pão é partido e o Vinho é
tomado
1
.
1
Traduzido pela autora: “There is a communion of more than our Bodies when Bread is broken and Wine
is drunk. M. F. K Fisher, CIA/ USA”.
17
Conforme essas citações, a arte da gastronomia é proporcionar o máximo de
prazer e sedução a quem come. Gomensoro (1999) diz que “a arte do bem comer e do
saber escolher a melhor bebida para acompanhar a refeição” remete uma ligação entre
o que o indivíduo escolhe para satisfazer seus desejos e necessidades referentes a
alimentação. Bourdieu (1979) afirma que o comportamento de consumo é uma
expressão da classe social e as escolhas dos alimentos que fazemos são determinados
por fatores sociais. Apesar de não sermos forçados ou obrigados a consumirmos
determinados alimentos, somos indivíduos livres para fazermos nossas escolhas, no
entanto, adotamos comportamentos que nos parecem óbvios em nosso meio social. Se
Bordieu refere-se também ao conceito de habitus, que traduz as nossas escolhas,
práticas, ações e situações cotidianas típicas que costumam estar associadas à
determinada classe social ou posição do indivíduo na sociedade: “... o que eu gosto e o
que eu acho bom seriam, na realidade, aquilo que estou habituado a comer; aquilo que
minha classe social de origem consome”. Desta forma a gastronomia é uma forma de
distinção entre a elite e as outras classes menos favorecidas. Os estudos de Bordieu
demonstram que as classes populares possuem uma autonomia em seu modo
alimentar. Seria, portanto, habitus um conjunto de predisposições que favorece, mas
não determina a escolha de certas práticas ao invés de outras. A forma de fazer as
coisas que as pessoas de uma mesma posição social consideram naturais, óbvias e
sensatas. Visto desta maneira, as escolhas e o gosto não são formados individualmente
e sim socialmente. E agora midiaticamente, devido o peso “cultural” da televisão no
Brasil e o seu lugar no espaço social.
Definindo gastronomia como a arte de cozinhar de maneira a proporcionar o
maior prazer a quem come, deliciar-se com finos acepipes ou guloseimas e iguarias,
tem-se o diferencial que torna a gastronomia um mundo distinto no universo simbólico
da alimentação. A gastronomia, indo além do prazer gustativo, envolve também um
universo de imaginação e visibilidade para quem a consome ou pratica. A atividade que
também pode ser definida como “o ato de comer por mais prazer do que necessidade”
(AlGRANTI, 2000). É um ramo que envolve a culinária
2
, a bebida usada para
2
Ocupa mais especificamente com as técnicas e procedimentos de confecção dos alimentos.
18
acompanhar o prato, os materiais e utensílios usados na alimentação, e em geral os
aspectos culturais a ela associados. Existe um refinamento da alimentação, incluindo
não só a maneira como os alimentos são preparados, mas também como estes
alimentos são apresentados, incluindo a arte de cozinhar e o prazer proporcionado pela
comida.
Sendo assim, torna-se necessário a troca de informações e conhecimento da
cultura local ou da pessoa a quem se está reportando, para que haja um entendimento
do significado das palavras e dos termos de cada comunidade e sociedade, sabendo
interpretar suas características e peculiaridades, através dos diferentes meios de
relacionamento e comunicação.
Barthes, (1957, 1967, 1977 e 1993), afirma que a teoria semiótica
3
mostra uma
estrutura em relação aos significados apresentados no conteúdo textual midiático e
procura identificar como a produção e veiculação desses significados estimulam o
consumo dos telespectadores. Barthes referencia ainda a análise semiótica com a
capacidade de “investigar abaixo da aparente transparência do conteúdo textual
midiático, revelando os significados mais sutis postos em circulação. Para Bourdieu
(1984, p.359) deve continuar o estímulo da indústria midiática para o consumo da
demanda de seus produtos, com o objetivo de promover seus próprios interesses.
De acordo com Jacob (2006) o mundo contemporâneo, vive um momento de
valorização intensa da gastronomia, especialmente na mídia
4
. Programas de televisão
5
não atingem mais apenas o público formado por donas de casa, estereótipo da mulher
que passava suas tardes em casa assistindo aos chamados “programas de receitas”. O
alvo das novas produções televisivas sobre gastronomia são os jovens, de ambos os
sexos. Jornais investem em cadernos especiais sobre o tema, buscando atingir esse
3
Doutrina filosófica geral dos sinais e símbolos, especialmente das funções que eles representam no
meio que são utilizados, tanto nas línguas naturais quanto nas artificialmente construídas.
4
Veículo ou meio de divulgação, ou qualquer material físico, que pode ser usado para armazenar dados;
refere-se ao instrumento ou à forma de conteúdo utilizados para a realização do processo
comunicacional.
5
Do grego teledistante e do latim visione visão, é um sistema eletrônico de recepção de imagens e
som de forma instantânea.
19
mercado. E as revistas, um dos veículos mais antigos a investir nesse ramo, mudaram
e cresceram. A publicação mais antiga ainda em circulação, Claudia Cozinha, no
mercado brasileiro desde a década de 1960, vem passando por mudanças contínuas
no seu formato, em busca desse novo público que na gastronomia um passaporte
para o status social elevado e o prazer. A gastronomia não é mais uma forma de
consumo, como a moda, neste universo ou meio fragmentado, que torna possível
diversas combinações entre as ofertas e a escolha de consumo dos alimentos e das
bebidas.
A frequência de programas de televisão relacionados a gastronomia aumentam
a cada dia. Trocando receitas, falando de temperos e sabores, vinhos e diferentes
degustações, de acordo com os costumes, hábitos e cultura, a mesa se torna um lugar
em que se estabelecem amizades e laços afetivos. Personagens famosos, como os
chefs de cozinha e apresentadores, estão presentes nos meios de comunicação, como
os programas de TV, mostrando diferentes estilos de gastronomia e hospitalidade.
Fischler (1993, p. 390) afirma que, “diante de tanta escolha, o consumidor se
torna cada vez mais ansioso em relação à vida cultural contemporânea e se volta cada
vez mais para a mídia a fim de buscar orientação”. De modo representativo, neste
mundo globalizado e de grande desenvolvimento tecnológico, a indústria midiática é a
principal produtora de bens culturais, especialmente de informação e entretenimento,
como: livros, revistas, jornais, Internet, filmes, vídeos e programas de televisão.
Segundo estudos de Camargo (2004), Lashley e Morrison (2004) e Bourdieu
(1997), o estudo da gastronomia no contexto da hospitalidade dos programas de TV
deve fugir das limitações dos estudos de nutrição atentos basicamente à alimentação
adequada, bem como dos estudos de gastronomia que buscam a estética alimentar,
procurando encontrar uma nova dimensão da refeição nos aspectos relacionados a
comunicação, a sociabilidade humana e a elementos distintos de hospitalidade. Com as
facilidades para a informação e a comunicação, através da mídia televisiva, o
conhecimento de novos bens de consumo, o valor social e cultural, a maneira mais
adequada do modo para usá-los, faz com que o telespectador aprenda mais rápido
sobre o consumo e cultivo de um determinado estilo de vida e o significado emocional
20
da mensagem, através do status, do habitus ou referência de classe social, a qual está
relacionado.
Descrevendo os formatos e gêneros na televisão brasileira, Aronchi de Souza
(2004), diz que a TV ainda não tem cheiro, mas pode ter sabor. É o que demonstra a
tradicional Cozinha da Ofélia, um dos formatos mais antigos da televisão brasileira. Seu
formato coloca a apresentadora em primeiro plano, demonstrando sua habilidade em
realizar alguma receita diante da câmera. Também programas do gênero culinário
que percorrem o universo gastronômico das grandes cidades e apresentam os
restaurantes, seus chefs e maitres, além de entrevistas com o proprietário. Silvio
Lancelloti (Bandeirantes), um colunista da imprensa, marcou seu programa do gênero
com vários formatos: entrevistas, demonstrações ‘ao vivo’ salpicado com talk show, dão
um tempero especial ao gênero culinário. O programa de variedades Ana Maria Braga
(produzido pela Record e posteriormente pela Globo) introduziu vários segmentos
culinários. A apresentadora imprimiu sua marca de degustadora, realizando uma
performance debaixo da mesa da cozinha cenográfica, seguida de sua aprovação e
recomendação da receita preparada ao vivo, durante o programa.
Segundo Lashley & Morrison (2004, p.174) foram realizados estudos sobre os
programas de culinária/gastronomia na mídia: “...embora a TV produza conteúdo textual
a respeito de diversos aspectos da hospitalidade, um elemento predomina, isto é,
aquele relativo a comer e ao ato de comer. Até agora não houve muitas tentativas para
se estudar o gênero dos programas de culiria e/ou gastronomia, para identificar que
conteúdos contextuais são oferecidos pela televisão e como esses conteúdos operam
para produzir significados sobre a hospitalidade mediados pela comunicação de massa”
e esta colocação pode ser completada, assegurando também a máxima circulação e
consumo pela audiência. A interpretação do conteúdo textual da mídia e seu significado
– a análise semiótica – é fonte de contínuo debate entre os filósofos.
Além da televisão aberta
6
, com a recente disponibilidade da televisão a cabo
7
e
por satélite
8
, com seus canais dedicados a estilo de vida, abriu oportunidades ainda
6
É como são chamados os canais de televisão gratuitos.
21
maiores para se assistir aos programas de culinária/receitas/gastronomia apresentados
por chefs de cozinha e apresentadores de diferentes países, culturas e classes sociais.
A aplicação da maneira que os símbolos e a linguagem natural e construída
(teoria semiótica) dos programas de culinária/gastronomia na TV são apresentados,
também permitem identificar particularidades pelas quais procuram desenvolver e
organizar suas estruturas de produção e significado das mensagens que serão
emitidas. “Uma das características dos programas de gastronomia da TV apresentados
por personalidades é a contradição dos significados dominantes encontrados em
associação com a produção e o consumo das comidas, em particular a justaposição
paradoxal da tradição e do local com o forasteirismo e a inovação, e da simplicidade
com a sofisticação. (Randall, 1999; Strange, 1998, p.307).
Afinal, o que deseja e espera o público de um programa de gastronomia na TV?
Qual é a contribuição do programa de gastronomia na TV na possível transformação do
saber e fazer do seu telespectador?
Para responder estas duas perguntas, este estudo de pesquisa está baseado
da seguinte forma:
O capítulo 1 aborda sobre o histórico dos programas de gastronomia na TV,
considerando a evolução da gastronomia, a comunicação e o vínculo humano nas
diferentes décadas. Camargo (2004) escreve as áreas de estudo sobre a Hospitalidade
e fala sobre a gastronomia virtual, ou seja, nos programas e sites que tratam da
alimentação associada as devidas propostas. Com o fenômeno da globalização, a
gastronomia brasileira adquiriu diversas características que foram adicionadas a riqueza
do sabor de seus pratos regionais e caseiros e ao jeito descontraído e hospitaleiro de
seu povo.
7
Ou televisão de antena comunitária é um sistema de distribuição de conteúdos audiovisuais de
televisão, de rádio FM e de outros serviços para consumidores através de cabos fixos, aos invés do
tradicional e antigo sistema de transmissão via antenas de rádio (televisão aberta). Espalhou-se por
vários países, principalmente através dos serviços de televisão por assinatura.
8
Transmite e recebe sinais de rádio utilizando antenas especializadas chamadas parabólicas de satélite
e soluciona os problemas de alcance e distorção por meio da transmissão de sinais de satélites que
orbitam a Terra.
22
O capítulo 2 relata a memória da TV ligada a gastronomia e comensalidade,
fazendo um estudo sobre a televisão e sua trajetória no Brasil, destacando os diversos
programas femininos, com diferentes características e propostas, como: decoração para
casa, atualidades, moda e receitas. Aborda, ainda, a convivialidade constituindo-se de
um sistema de comunicação que se refere a um inter-relacionamento, ligando os
hábitos da refeição e sua ritualização no espaço doméstico. Segundo Bordieu (1997) “A
televisão tem uma espécie de monopólio de fato sobre a formação das cabeças de uma
parcela muito importante da população. Existe uma proporção muito importante de
pessoas que não lêem jornal, livro ou revista e que estão devotadas de corpo e alma à
televisão (informações do IBGE pesquisa realizada no site (2009) 90% da
população brasileira tem televisão em casa) como fonte única de informação.
O capítulo 3 faz um breve panorama da sociologia na comunicação, trazendo o
conceito do imaginário, ligado as palavras e imagens, mostrando a participação dos
programas de televisão e a performance do chef como apresentador no território do
programa de gastronomia na TV. Ressalta a pirâmide de Maslow, fazendo uma
interligação com a hospitalidade ligada a sociologia da recepção, a gastronomia e os
programas na TV com o tempo e espaço, o estilo de vida e aspectos sensoriais,
perceptíveis e receptivos nas trocas dos relacionamentos e vivências humanas.
O capítulo 4 e 5 descrevem a metodologia e a análise exploratória de dados
através de freqüências e porcentagens, além da construção de gráficos de barras para
melhor visualização e discussão dos resultados. Foi realizada uma pesquisa
quantitativa, que foram comparadas através do teste não paramétrico de Friedman
(comparação entre os itens da questão) e o teste não paramétrico de Mann-Whitney
(comparação entre os grupos de telespectadores). Os dados foram colhidos através da
aplicação de questionários e tabulação efetuados pelo pesquisador procurando
investigar a influência dos programas de gastronomia da TV no comportamento
alimentar dos telespectadores. As informações foram obtidas com chefs de cozinha que
já participaram de programas de gastronomia na TV e considerados dois grupos: sócios
de um clube no bairro Morumbi (São Paulo) e funcionárias do centro comunitário de
trabalho do bairro Paraisópolis (São Paulo).
23
Sendo assim, este é um estudo sobre a contribuição deste mundo ligado aos
programas de gastronomia na TV, que apresentam uma diversidade na maneira de
transmitir e comunicar a sua mensagem, mostrando a inovação e criação ligada a
hospitalidade e o interesse ou não do telespectador, num misto de palavras, gestos e
objetos, que se interagem: no ato de cozinhar, na origem dos ingredientes em estado
natural e todo o trabalho na produção do prato para não perder a autenticidade, nas
inúmeras e variadas receitas que tem um “mix” de produtos e temperos, nas referências
dos pratos, costumes, hábitos e tradições regionais.
24
CAPÍTULO I – HISTÓRICO DOS PROGRAMAS DE GASTRONOMIA NA
TV
1. EVOLUÇÃO DA GASTRONOMIA
Sabendo-se que a palavra gastronomia tem o sentido de estudo das leis do
estômago
9
, o seu significado hoje é muito mais amplo. Leal (1998) refere-se a
gastronomia destacando dois pontos:
1. A arte de preparar pratos saborosos e iguarias, tornando-as com um sabor
peculiar, com o foco para obter o máximo de prazer;
2. Mais acessível as classes de maior poder aquisitivo, já que o povo come
para se alimentar e sobreviver, e não pelo prazer da arte da gastronomia.
Para ele, as memórias da arte de comer, por assim dizer da gastronomia, tem a
marca do passado, da história, da sociedade, do povo, da região e da nação à qual
pertence. Desta forma, cozinhar é uma ação cultural ligada aos hábitos pessoais e
regionais, ao clima, as características de plantação e colheita do local, ao período de
guerra e de paz. Fatos e realidades que influem e interferem na maneira de alimentar,
beber, saborear e degustar os alimentos acompanhados de suas respectivas bebidas.
São diversas as comemorações em cerimônias, com as mais variadas tendências e
raízes que cada país tem em sua culinária regional, como: casamentos, nascimentos,
batizados, aniversários e até mesmo a morte. Momentos considerados de grande
sensibilidade e transformações na vida do ser humano.
A evolução da gastronomia passou por períodos, conforme Quadro 1, a seguir,
com situações e características significativas para cada época: Pré História, Idade
Antiga, Idade Média, Idade Contemporânea. As tendências da culinária e a troca de
conhecimentos e práticas na cozinha foram sendo aprimoradas com as novas
9
Órgão da digestão, que segue ao esôfago (conduz os alimentos até o estômago) e se acha em
comunicação inferior com o duodeno (zona inicial do intestino delgado, entre o estômago e o jejuno).
25
descobertas das terras e civilizações e com as facilidades de comunicação, que foram
surgindo e chegando no Brasil. Com o desenvolvimento e a interação dos povos,
culturas, hábitos e costumes, as informações obtidas refletiram em aprendizados de
novos estilos de vida e facilidades para a execução das atividades diárias relacionadas
ao comer, beber e dormir e posteriormente o prazer do belo e as inovações das
receitas.
26
Quadro 1 - Panorama da gastronomia
Fonte: adaptado do livro: LEAL (1998). A história da gastronomia.
PERÍODOS
CARACTERÍSTICA
RESULTADOS
OBSERVAÇÕES
Pré história
-
Como t
udo começou
- Inventou o forno de barro compactado, o qual revelava
sabores inesperados, dando o exato ponto de assadura ao
alimento. A cozinha tornou-se mais requintada.
Utilização do fogo; o homem ligou-se ao solo; novos hábitos, como: dormir, sentar, comer e
guardar alimentos nas moradias fixas; desenvolvimento da agricultura e a domesticação de
animais.
Idade Antiga
-
Os povos dos grandes banquetes
- Apareceu a figura do chef de cozinha.
- Os banquetes eram usados também para debater questões
de literatura, filosofia e política.
- Nos festins, a refeição era tão exagerada e demorada, que
havia intervalos para os convidados tomarem banho e
fazerem massagem.
O nascimento de Cristo é desta época; o o foi o alimento de base em todas as classes
sociais da civilização ocidental; os gregos levaram os princípios da sua culinária para os
romanos, quando eles se confrontaram em guerras de conquistas.; a cozinha de Roma
progrediu e os cozinheiros eram descendentes dos gregos e considerados os
melhores da região, hábeis e pessoas importantes, reconhecidas como artistas e que
recebiam altos salários. Ter um desses cozinheiros passou a ser um símbolo de
ascensão social.
Idade Média
-
A tradição gastronômica dos mosteiros e os monges
- O vinho era utilizado na Eucaristia, nas refeições dos
monges e para seus hóspedes.
- As feiras duravam a semanas e foram um marco
importante para o início de uma economia internacional.
- A cozinha apresentava mais luxo do que sabedoria. Os
ingredientes eram adicionados sem a preocupação com a
combinação.
- Nesta época, pouco se escreveu sobre a evolução da
gastronomia e os prazeres da mesa.
Os mosteiros serviam de armazém de alimentos para as populações das redondezas e
ofereciam hospedagem aos viajantes, sempre com mesa muito farta; os monges cultivavam
a uva para o vinho, a maça para a cidra e o malte para a cerveja; dedicaram-se a
jardinagem, levando legumes e frutas de volta para as mesas; foram responsáveis por
mudanças importantes na cozinha da época: exploraram minas de sal, desenvolveram a
pecuária, curtiram o couro e aprimoraram a conservação e preparação dos alimentos,
enriquecendo a qualidade dos produtos.
Idade Moderna
-
A época das grandes inovações e o Renascimento
- Época das grandes inovações, rico em termos de idéias e
novos comportamentos e que também recebeu o nome de
Renascimento. Este surgiu na Itália e foi uma época marcada
pela beleza das músicas, pelo brilho e exuberância das artes
plásticas e pela liberação dos prazeres, dentre os quais
estavam os prazeres gastronônicos.
- No meio da crise financeira do século XVIII, que a França
também vivenciava, surgiu em Paris o primeiro restaurante.
- Chef Beauvilliers escreveu a “Arte de Cozinhar”, que foi
considerada uma obra prima da gastronomia.
Época que na Itália Leonardo da Vinci pintou a lebre Monalisa, na Inglaterra, o poeta e
autor de teatro, William Shakespeare, escreveu Romeu e Julieta, na Espanha Cervantes se
destacou com a bela obra Dom Quixote e na gastronomia foi Taillevent, que escreveu o
mais antigo livro de cozinha em francês Le Viandier. Foi cozinheiro de reis, grande
chef , o qual a sua contribuição foi decisiva para o requinte e a sofisticação da cozinha
francesa. Época de grandes viagens no mar, descobrimento do Brasil, com consequências
para o mundo e a gastronomia. A cozinha e seu refinamento foi marcante com a
expanção da viagem marítima, provocando um enorme intercâmbio cultural entre os
europeus e aqueles com os quais mativeram contato. Receitas são trocadas e
declamadas em verso.
I
dade
Contemporânea
-
O caminho do aperfeiçoamento e a internacionalização
da cozinha brasileira
- Momento do encontro da tradição X invenção, combinação
dos bons velhos tempos X a inovação das receitas inéditas. -
-- É destaque o grande filósofo da mesa, Anthelme Brillat-
Savarin, que escreveu “Fisiologia do Gosto”, livro que
marcou uma geração e que se tornou obrigatório para
quem desejar exercer o prazer da arte em comer.
A Idade Contemporânea iniciou em 1789, ano da Revolução Francesa e vai até hoje;
marcada como sendo o caminho do aperfeiçoamento gastronômico com o requinte da
cozinha francesa, cada vez mais artística e luxuosa e o nascimento da cozinha burguesa
que misturava os aromas do campo com a elegância da alta gastronomia. Napoleão
Bonaparte, Imperador da França e uma das figuras que se destacou na época, tinha suas
preferências gastronômicas em pratos tradicionais, sem muita especiaria – todos italianos e
não franceses; atuação de grandes chefs, gourmets, cozinheiros, escritores e
filósofos da
mesa; fundou
-
se grêmios e sociedades de gastronomia
.
27
Com a evolução da gastronomia mostrada no Quadro 1, surgem formas de
informação e comunicação sobre o assunto com os livros voltados para a arte de
cozinhar, os quais começaram a aparecer entre a Idade Média e a Idade Moderna, com
as diversas cozinhas internacionais e a sabedoria de seus chefs voltando-se para o
aperfeiçoamento gastronômico (LEAL, 1998).
De acordo com Cascudo (2004) a gastronomia no Brasil também tem sua
história nas origens das diferentes regiões, nos sabores e criatividade. O índio teve o
seu contato com Pero Vaz de Caminha, escrivão da expedição de Pedro Álvares
Cabral, onde teve o conhecimento do índio brasileiro com a comida européia (vinho,
presunto, peixe cozido, massa folheada e recheada, pão, confeitos de açucar).
Com a colonização do Brasil pelos portugueses, a principal atividade
econômica era a produção e exportação do açucar. Nasceu o brasileiro”, no início do
século XVI – filho de indígenas, portugueses e africanos. Assim surgiu a cozinha
brasileira que foi o resultado de uma interação da culinária portuguesa com a indígena
e que foi mesclada com a cozinha africana.
No Brasil, quando os portugueses fundaram a indústria do açucar e passaram a
destilar a aguardente, surgiu a cachaça, aproveitando o mel da cana. A cachaça teve
um papel importante durante os encontros dos movimentos de revolta contra o domínio
dos portugueses no Brasil. Os brindes eram realizados com a aguardente,
acompanhada de pratos da cozinha brasileira. Nos grandes banquetes políticos
brasileiros, com foco na independência e liberdade, a comida juntamente com a bebida
se tornaram um símbolo bastante representativo da situação. Esta era uma maneira de
conhecimento e comunicação dos interesses políticos da época.
Leal (1998) e Cascudo (2004) descrevem a chegada do Príncipe Regente D.
João e os nobres portugueses, em 1808, no Rio de Janeiro, mostrando que a vida
social da tranquila cidade modificou-se completamente com os saraus, jantares ao ar
livre e as ceias à luz de velas. Vieram assim, novos pratos para a mesa brasileira, com
a chegada dos diversos ingredientes, frangos, molhos, enfeites e outras iguarias de
Portugal, para a preparação do cardápio que os nobres portugueses estavam
28
acostumados na Corte. As influências tanto na comida quanto na bebida brasileira
continuaram: o vinho português, a champanhe francesa (preços altíssimos), cervejas
alemãs e inglesas. Os cardápios se modificaram com os patês de foiegras, conservas,
queijos, saladas, doces, frutas e licores. Surgiram as confeitarias, as sorveterias e os
primeiros restaurantes italianos (povo que mais contribuiu para o enriquecimento da
culinária no Brasil) e franceses. Foram os italianos que trouxeram este jeito
descontraído e hospitaleiro da cozinha brasileira.
O relacionamento e a interação com diversos países fez com que a culinária
brasileira adquirisse diversas características que foram adicionadas a riqueza do sabor
de seus pratos regionais e caseiros. Desta maneira, a gastronomia de hoje com o
fenômeno da globalização possui peculiaridades como os detalhes da feirinha da
esquina, a utilização dos produtos importados, as características da regionalização e os
conhecimentos e toque especial de cada chef, cozinheiro e gastrônomo. Pode-se
encontrar diferentes cozinhas espalhadas por todo o mundo.
A comunicação, as facilidades da internet e a televisão com suas imagens e
palavras eliminam as fronteiras e os segredos da culinária. Essa é a grande revolução
na comunicação vinculada com a gastronomia, interligando as diversas partes do
planeta, quase que instantaneamente, permitindo a divulgação rápida de usos, hábitos
e costumes, na preparação das mais variadas receitas, relacionadas à culinária.
29
2. A COMUNICAÇÃO E O VÍNCULO HUMANO NAS DIFERENTES DÉCADAS
Camargo (2004) referencia o trajeto do nascimento das diferentes ciências,
destacando em 1968, o surgimento dos cursos de comunicação, como: jornalismo,
rádio, televisão, editoração, biblioteconomia, publicidade, cinema, entre outros. Explica
as relações entre os campos da comunicação e do entretenimento. Os egressos das
escolas de comunicação não se sentem à vontade quando são registrados dentro do
campo do entretenimento. Para eles a evidência é de que o lazer das pessoas é quase
totalmente realizado e vivido dentro das casas. Metade deste tempo está ligado aos
meios de comunicação de massa em geral: rádio, televisão, jornais, revistas, games e a
variedade de eletrônicos.
O conceito de comunicação para Scanlan (1979, p.372) pode ser definida
simplesmente como o processo de se passar informações e entendimentos de uma
pessoa para outra. Para Thompson (1998) a comunicação é caracterizada como um
tipo de atividade social que envolve a produção, a transmissão e a recepção de formas
simbólicas e implica a utilização de vários recursos de tipos diferentes.
Segundo Capparelli e Lima (2004), diversas inovações ocorrem nas tecnologias
de comunicações e informação (TCI), no último quarto do século passado. Trata-se da
revolução digital, identificando-se com a globalização. As redes digitais integradas de
usos múltiplos dissolvem as fronteiras entre as tecnologias das telecomunicações, da
comunicação de massa e da informática, ou entre o telefone, a televisão e o
computador.
O vínculo humano necessita ser solidificado e a comunicação nas suas
diversas formas demonstra o acesso para que esta interação ou aproximação aconteça
com mais facilidade. Camargo (2004, p.52) define a hospitalidade como o ato humano,
exercido em contexto doméstico, público e profissional, de recepcionar, hospedar,
alimentar e entreter pessoas que estão deslocadas de seu habitat natural, sendo neste
primeiro caso os tempos sociais. Considera também os espaços sociais, nos quais o
30
processo acontece, sendo o doméstico, o público, o comercial e o virtual, onde aparece
os meios de comunicação e entre eles a televisão.
Bourdieu (1997, p. 39-41) enfatiza que “... o pensamento é por definição
subversivo: deve começar por desmontar as ‘idéias feitas’ e deve em seguida
demonstrar.” Existe um “...elo entre o pensamento e o tempo. E um dos problemas
levantados pela televisão é a questão das relações entre o pensamento e a
velocidade.” Como se submete à lógica do mercado, a televisão acaba sendo inimiga
do pensamento. Por isto a TV constitui-se no espaço privilegiado dos chamados fast
thinkers (pensadores rápidos), que difundem “idéias feitas” como se estivessem
avaliando profundamente os temas que lhes são propostos.
O Quadro 2, a seguir, sintetiza as características de cada década que
influenciaram nos programas de televisão e seus conteúdos, pois neste estudo, quando
se fala de meios de comunicação, o foco é a televisão.
DÉCADAS
CARACTERÍSTICAS
OB
SERVAÇÕES
1950
Época da aprendizagem, criatividade
e improvização, conquistas técnicas
e experiências de linguagem.
- Alto custo do aparelho televisor
(importado) dava acesso a classe
mais abastada;
- Programas eram feitos ao vivo;
- Objetivo da época: programação
baseada no respeito humano e na
ética social.
1960
Início da industrialização e da
massificação; a ditadura militar
assumiu o governo do país e
controlou a televisão que com as
telenovelas iniciou sua força de
manipulação social.
Época de mudanças nos costumes:
revolução sexual, revoltas estudantis
e conquista da lua.
- Surgimento do comunicador de
auditório e das telenovelas
aumentado a audiência e com isto
as verbas publicitárias;
- Incentivo a utilização da gravação
de fitas de vídeo;
- Primeiras idéias de formação de
rede de emissoras.
1970
Maturidade da televisão brasileira:
novas conquistas da tecnologia
como a cor e os efeitos eletrônicos,
trazendo melhor nível de produção.
- Formação de rede via satélite que
alcançou grande parte do território
brasileiro: reforçando a influência
social e modificando hábitos,
costumes e opiniões;
- As telenovelas foram marcadas
pela preferência popular e foram
exportadas para outros países,
31
divulgando a televisão brasileira.
- Rede Globo tornou-se caso sui
generis na história da televisão
mundial: fonte de informação e
tendências para milhões de
brasileiros.
1980
Liberdade de expressão e
manipulação social com o término
da ditadura militar: fim da censura à
imprensa e aos programas de TV e a
força da televisão no comportamento
da população, influindo até nas
eleições.
- Surgimento: primeiras
transmissões via cabo e as
produtoras independentes de vídeo
que tentavam colocar suas
programações no ar por meio das
redes;
- Os programas femininos com
novos formatos e veiculados em
todas as emissoras;
- Expansão do aparelho de vídeo
cassete residencial, permitindo ao
telespectador escolha dos
programas.
1990
Violência (inclusive nas telenovelas
que continuaram com a maior
audiência) e a comercialização
(transformou a TV em uma vitrine de
ofertas).
- Continuando com as novidades na
expansão, técnicas e conteúdos;
- Apareceu novas redes, aumentou o
sistema de TV a cabo e inaugurou
várias emissoras independentes com
público mais direcionado,
aparecendo os programas femininos;
- A transmissão esportiva foi
incentivada e apareceram novos
comunicadores;
- Introdução da TV interativa.
2000
Televisão digital proporcionando
uma qualidade superior de som e
imagem.
- A televisão digital entrou em
operação comercial em 2/12/2007;
- Lançada também em 2/12/2007 a
primeira emissora blica por
iniciativa do governo federal: TV
Brasil.
Quadro 2 – Evolução da comunicação através da mídia televisiva
Fonte: adaptado do site: http://www.centrocultural.sp.gov.br/tvano50/pesquisa2.asp
Com as transformações cio-políticas do país, a televisão foi sempre revendo
sua programação e modificando de acordo com as novas expectativas e
acontecimentos. Os telejornais voltaram-se além da informação para a discussão de
idéias e opiniões.
Segundo Amorim (1998), o esclarecimento de assuntos diversificados na área
social, econômica, cultural, tornou-se interesse predominante nos programas na década
de 90, como: programas de debates, juvenis, entrevistas e até nos programas
32
femininos, que não se limitaram mais aos problemas domésticos e incluíram discussões
como os direitos da mulher, o posicionamento feminino na sociedade e a mulher como
profissional. A partir daí, os programas femininos adquiriram diferentes formatos e
foram muito veiculados em todas as emissoras, no horário matutino e vespertino,
surgindo a explicação de receitas e temperos. Os vários canais de televisão do Brasil
começaram a apresentar os mais diversos programas femininos, com diferentes
características e propostas, como: decoração para casa, atualidades, moda e receitas.
Os programas femininos mostram mudanças em relação ao estilo e conteúdo
do programa e as alterações são referenciadas pela aceitação ou não do telespectador,
de acordo com a pontuação do IBOPE, a qual faz com que o programa tenha
continuidade nas suas apresentações ou deverá ser cancelando.
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico (IBGE, 2005) existe cerca de 90% dos
lares brasileiros com aparelhos de TV, o que significa que a televisão é um meio de
entretenimento em quase todos os lares brasileiros, sendo ao mesmo tempo um
instrumento de integração nacional e de informações, apesar do Brasil possuir
diferenças culturais, sociais e territoriais. Com o surgimento da televisão digital
10
em
dezembro de 2007, os programas apresentaram uma melhor qualidade de som e
imagem.
10
Usa um modo para enviar video, audio e sinais de dados aos aparelhos compatíveis com a tecnologia,
proporcionando assim transmissão e recepção de maior quantidade de conteúdo, por uma mesma
frequência (canal) podendo atingir o alvo de alta qualidade na imagem e som (alta definição).
33
3. OS PROGRAMAS DE GASTRONOMIA NA TV
Camargo (2004, p. 63) escreve as áreas de estudo sobre a hospitalidade e fala
sobre a gastronomia virtual, ou seja, nos programas e sites que tratam da alimentação
associada as propostas que assumem, isto é, aos exercícios e as orientações expostas
para o público. Porém, deve-se ficar atento ao complemento referente ao entreter
virtual:
“Do século XIX aos dias atuais, iniciou-se e desenvolveu-se o entretenimento
virtual: rádio, televisão, games, internet. Hoje o entretenimento virtual é o
campo mais poderoso do lazer, do ponto de vista econômico. Envolve
aproximadamente, mais de 40% da totalidade do tempo livre dos indivíduos. As
implicações do fato são relevantes para a hospitalidade em geral, na medida
em que tanto os profissionais do lazer urbano, como do turismo, da hotelaria
ou dos eventos lutam exatamente para tirar o indivíduo do casulo doméstico
onde, em maior grau, este entretenimento midiático lhe prende”.
Com o desenvolvimento virtual e entre eles a televisão, os indivíduos foram
afetados em relação ao sentido de espaço e de tempo (Thompson, 1998). Antes do
desenvolvimento da mídia, a compreensão que muitas pessoas tinham de lugares
distantes e passados era manifestada pelas interações orais face a face. A expansão e
transformação dos meios de comunicação alterou a compreensão que os indivíduos
tem do passado e do mundo além de seus locais de vida.
De acordo com Almeida e Araújo (1995), destacando a primeira transmissão de
televisão, a primeira emissora e o primeiro programa feminino na televisão brasileira,
pode-se citar:
A primeira transmissão de televisão no Brasil aconteceu em 28 de
setembro de 1948, na cidade de Juiz de Fora em Minas Gerais. O
apresentador foi Olavo Bastos de Freire e o programa apresentado por ele
foi uma partida de futebol, entre o time local, Tupi, e o Bangu do Rio de
Janeiro.
A primeira emissora de televisão do Brasil e da América Latina foi a TV
Tupi de São Paulo, fundada em 18 de setembro de 1950 por Assis
Chateaubriand, o “Chatô”.
34
O primeiro programa feminino na televisão brasileira foi apresentado em
1958, “Revista Feminina” na TV Tupi. O produtor do programa era
Abelardo Figueiredo (produtor), Maria Tereza Gregori, Gilberto Amaral
Campos, Renato Macedo, Laurinha Figueiredo e Ofélia Anunciato. Com
este programa, Ofélia Anunciato tornou-se a culinarista do primeiro
programa feminino de televisão no Brasil.
Os programas de culinária/gastronomia na TV eram conhecidos como
“Programas Femininos”, apesar de alguns apresentadores serem do sexo masculino.
Estes programas mostram uma variedade de assuntos que envolvem: notícias, receitas,
prestação de serviços e entretenimento. Focam o compromisso da comunicação:
informar e formar a opinião pública, sem perder de vista a opção que muitos buscam
como o lazer e o prazer em assistir a programação escolhida. A diversidade de
assuntos, unida a um bate-papo e a participação do telespectador, são: informação,
práticas de culinária/gastronomia, novidades do mundo fashion, criatividade e talento
nas artes e artesanato, saúde, fatos e flagrantes que movimentam o cenário nacional,
economia doméstica, paisagismo, ambiente, decoração e curiosidades em geral.
Para exemplificar, por ter tido a oportunidade de acompanhar pessoalmente,
como observadora do programa “Bem Família”, os bastidores da Rede Bandeirantes de
televisão, cito a visita realizada no dia 08 de novembro de 2008, às 7 horas da manhã,
pois há uma preparação de quase uma hora e meia, antes de iniciar a gravação.
O programa Bem Família, como o próprio nome já diz, diz respeito a tudo o que
for novidade em produtos alimentícios, panelas, utensílios domésticos,
eletrodomésticos, embalagens, enfim, tudo aquilo que encanta a dona de casa.
Proposta: apresentar um time de primeira linha de culinaristas e chefs, verdadeiras
aulas de panificação, arte confeitaria, técnicas de chocolate, faça e venda, gastronomia
internacional e, é claro, a cozinha do dia-a-dia com receitas para facilitar a rotina da
dona de casa.
35
Apresentação: Daniel Bork e direção de Catarina Casanova estreou no dia 14 de
março de 2005. Dias da semana: o programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das
9h00 às 11h30.
Comentários sobre o apresentador: Daniel Bork é um “homem diferente”. nove
anos, quando sua primeira filha nasceu, ele assumiu o comando da casa para que a
mulher, uma executiva bem-sucedida, pudesse trabalhar. "Na época ela ganhava mais
do que eu. Decidimos então abrir mão das convenções e trocar os papéis”. Adaptou ao
trabalho e com o passar dos anos se transformou num verdadeiro pai de família.
“Quando minha mulher chega em casa, encontra tudo em ordem", diz com indisfarçável
orgulho. Começou na TV Bandeirantes no comando do sucesso de Receita Minuto”,
apresentando todos os dias receitas rápidas e econômicas. Com a oportunidade de
espaço na telinha, decidiu ampliar o seu trabalho de ajuda à dona-de-casa. "Eu sei
exatamente quais são os problemas e preocupações da mulher que cuida de sua
família porque vivencio cada um deles. Quero ser um amigo no vídeo", ressalta.
A Foto 1, que se refere ao Programa “Bem Família” mostra o apresentador
(Daniel Bork) e o chef convidado (Rogério Shimura) e o apoio da equipe.
Foto 1: Programa “Bem Família” – Rede Bandeirantes de televisão
Fonte: própria
36
Conforme exposto, o apresentador procura cativar o seu público, criando
momentos inusitados com palavras e situações ligadas a rotina de seus clientes
receptores das mensagens do programa e a magia relacionada à gastronomia e a
apresentação do chef convidado.
O programa foi ao ar apenas no dia 02 de janeiro de 2009, mais de dois meses
após a gravação. A gravação (iniciou às 9 horas) foi antecipada, devido o final de ano,
pois a empresa tem férias coletivas para seus funcionários. Como observadora da
gravação e de todo o movimento de preparação e interação da equipe, percebe-se a
presença da hospitalidade entre a equipe, o apresentador, Daniel Borck, e o chef
convidado, Chef Rogério Shimura, Chef Confeiteiro”, que apresentou a receita:
“Maravilhoso pão de cebola”. Para que o programa atinja o principal objetivo (Ibope)
ficou evidente a necessidade de entrega, carinho e esmero nos detalhes de toda a
equipe.
Além do programa “Bem Família”, a oportunidade de acompanhar em casa, o
programa “Menu Confiança” e o programa Mais Você”, proporcionaram informações e
detalhes com as respectivas características de cada programa:
“Menu Confiança”
O programa “Menu Confiança foi assistido no primeiro semestre de 2008 com uma
atenção e observação de pesquisador. A parceria do programa se desfez em outubro
de 2008 entre o Chef Claude Troisgros e o jornalista Renato Machado. A partir do dia 9
de fevereiro de 2009, o programa iniciou uma nova temporada, sob o comando do chef
de cozinha Claude Troisgros e a sommelière Deise Novakoski.
Quando o programa foi analisado e pesquisado, primeiro semestre de 2008 possuía as
seguintes características:
Dias da semana:
2
a
. feira - 9:30 hs e 22:00 hs
4
a
. feira - 18:00 hs.
5
a
. feira - 12:00 hs.
6
a
. feira – 7:00 hs.
Domingo – 15:00 hs.
37
Duração do programa: meia hora.
Apresentadores: Claude Troisgros e Renato Machado.
Comandado pelo chef francês Claude Troisgros e pelo jornalista e expert em vinhos,
Renato Machado,"Menu Confiança" trazia a combinação perfeita entre vinhos e alta
gastronomia. Claude resgatava a tradição de sua família de chefs (pai e avô), seus
tempos na Borgonha e as origens dos alimentos no preparo de um cardápio exclusivo;
enquanto Renato desvendava o universo dos vinhos, com seus produtores, regiões e
hábitos, em busca da harmonização perfeita.
Características do Programa:
O “Menu Confiança” recebia a visita de artistas e celebridades, que adoram cozinhar e
resolviam mostrar seus dotes culinários no programa e suas dicas e detalhes nos mais
variados pratos e sabores. Ao lado do chef Claude Troisgros, para acompanhar o prato,
Renato Machado sugeria vinhos, de acordo com o toque da receita do chef. Os
apresentadores também realizaram viagens para outros pses, a Itália por exemplo, e
o programa transmitiu toda a vivência e experiência da culinária e dos vinhos italianos.
Características do vinho, segundo Renato Machado: simples, agradável, é fácil de
conseguir no mercado, bom preço.
Características do prato, segundo Claude Troisgros: saborosos e sempre com
detalhes especiais da experiência do chef.
Características do ambiente, segundo observação do pesquisador como
telespectador: uma atmosfera acolhedora ; panelas, materiais e equipamentos de
grande qualidade e que são encontrados com facilidade no mercado; apoio de lojas,
como a Camicado.
Receita: toda a preparação do prato, mostrando os detalhes dos ingredientes, modo
de preparo, toque final e tempo.
Vinho: o mais adequado para acompanhar o prato.
Degustação: apreciação do prato preparado e do vinho escolhido, com troca de idéias
e “papo amigo” sobre todo o processo de preparação do prato, escolha do vinho para
combinar com o prato e a degustação com comentários.
38
“Mais Você”
Apresentadora: Ana Maria Braga tem a companhia do papagaio fantoche, Louro José.
O programa: estreou em outubro de 1999 e é produzido pela Rede Globo.
Gravação: desde março de 2008 é apresentado diretamente do estúdio “F” do Projac,
no Rio de Janeiro, tendo como atual diretor Boninho. Anteriormente o programa era
gravado no estúdio “3” da TV Globo de São Paulo.
Horário: o programa é diário, de 2ª. feira a 6ª. feira, e inicialmente o programa passava
as 13:40 horas. Depois começou a ser apresentado às 8:00 horas da manhã.
Estilo do programa: voltado para o público feminino, com temas variado sobre
culinária, onde a apresentadora faz os pratos e explica suas receitas e os pratos que
são apresentados, além de apresentar também arte, artesanato, beleza, jardinagem e
música. O programa tem um enfoque diferenciado dos outros programas femininos:
direcionado para a comunidade, temas da atualidade, a conscientização por meio de
reportagens sobre qualidade de vida, apresenta entrevistas com artistas da emissora e
também cobre assuntos da atualidade.
Audiência/Ibope do programa: os primeiros programas renderam um índice no Ibope
acima de 20 pontos. Passado um mês de apresentação, a audiência de “Mais Você
caiu, atingindo 12 pontos de média. Quando o programa migrou para às 8:00 horas da
manhã, sua performance melhorou. Atualmente, o programa tem uma média de 8 a 9
pontos, sendo líder isolado de audiência no gênero. Novidades estão acontecendo
como a apresentadora está colocando no ar reality shows, como o “Super Chefe”.
Assim, com médias de audiência de 9 pontos e share de 35% no mercado nacional, o
“Mais Você” atinge quase cinco milhões de telespectadores em todo o Brasil, sempre
sendo líder de audiência. (informações obtidas no site
< http://pt.wikipedia.org/wiki/Mais_Voc%C3%AA>. (Acesso em 6 fev.2009).
Segundo Capparelli e Lima (2004), a conquista da audiência relaciona-se com o
pacto entre a produção e a recepção, ou seja:
“...um lugar onde desejos e expectativas dos telespectadores e dos produtores
finalmente se encontram, naquilo que constitui a parte que cabe a cada um,
sobre o tipo de relação que se estabelece entre eles, sobre as regras que
regem seu encontro e sobre as finalidades a serem buscadas desse encontro”.
39
Este pacto está também na memória dos programas anteriores, considerando-
se uma sequência de temporalidade, com formas de expressão oral e escrita, em
diferentes épocas e culturas.
A interação da equipe e o comprometimento na apresentação mostraram a
hospitalidade através de atitudes e comportamentos como: equipe entrosada,
relacionamento descontraído, comunicação verbal em relação ao recebimento das
informações através dos cinco sentidos (audição, visão, olfato, tato e paladar),
sensibilidade na percepção do outro, atenção nos movimentos, cores, som, música,
surpresa, beleza, atração, e compreensão e interpretação no significado das
mensagens e dos símbolos ao redor, com: observação versus retenção versus
repetição.
Conforme descrito, percebe-se que a comunicação via olhares e o significado
dos gestos e sinais sustentam a captação das sutilezas nas relações de trabalho
voltadas para a hospitalidade e nos processos de integração e participação das
pessoas observadas na Rede Bandeirantes, em relação aos estudos realizados.
É necessário destacar que existem três tipos diferentes de programas voltados
para gastronomia, os quais apresentam diferenças na retórica e apresentação:
Experiência direta: chef de cozinha em espaço público ou ambiente que lhe autoriza
expor seus conhecimentos e vivência na área;
Experiência indireta: domesticidade da culinária. Exemplo: Ana Maria Braga;
Curiosidade culinária: elemento organizado de uma situação cotidiana bem marcada,
como por exemplo, uma senhora da rua, que está sendo apresentada com a Ana Maria
Braga.
O Quadro 3, a seguir, ilustra a evolução de diferentes programas de culinária
e/ou gastronomia apresentados nos diversos canais de TV. Mostra uma sequência de
tempo/ano, não considerando as características e similaridades dos programas.
40
NOME
EMISSORA
ANO
AUTOR
OBSERVAÇÕES
Revista Feminina TV Tupi 1958 Abelardo Figueiredo
(produtor), Maria
Tereza Gregori,
Gilberto Amaral
Campos, Renato
Macedo, Laurinha
Figueiredo e Ofélia
Anunciato.
Com este programa, Ofélia
Anunciato tornou-se a
culinarista do primeiro
programa feminino da
televisão brasileira.
O programa teve uma
produção contínua, através
dos anos, marcando época
na televisão. Ao ser
encerrado na TV Tupi,no
fim da década de 60, ficou
ainda muitos anos no ar na
TV Bandeirantes.
Clube do Lar Paulista
1959 A apresentadora
Regina Macedo
entrevista a atriz
Henriette Morineau
Produção de Heloísa
Castellar. Programa
feminino com diversas
atrações, desde culinária a
indicações de filmes, livres
e peças teatrais.
Apresentava entrevistas
com pessoas famosas e
ministrava cursos de
artesanato.
A Cozinha
Maravilhosa da
Ofélia
Bandeirantes
1968 Apresentadora e
"mestre de cozinha"
Ofélia Anunciato
Este programa se originou a
partir de um quadro que a
apresentadora fazia dentro
do programa Revista
Feminina, de Maria Tereza
Gregori. No encerramento
do programa, Ofélia
Anunciato criou um
programa seu, só de
culinária, com emissão
diária, que durou muitos
anos na rede Bandeirantes.
Zeloni, Forno e
Fogão
TV Tupi
1973 Ator e apresentador
Otelo Zeloni e sua
esposa, a atriz Gióia
Stefanini.
Novidade na televisão da
época um programa de
culinária apresentado por
um homem.
Forno, Fogão & Cia Rede NGT 1987 Apresentado
inicialmente por Ofélia
Anunciato (faleceu
1998) e hoje é
apresentado por
Cidinha Santiago, que
por muito tempo foi a
principal assistente de
Ofélia na cozinha.
Apresenta uma grande
variedade de receitas:
doces, salgados, massas,
carnes, peixes, pizzas e
sobremesas. O programa
completou 20 anos de
sucesso.
TV Culinária TV Gazeta
1999 Palmirinha Onofre O programa ensina as mais
variadas receitas de dar
água na boca, como:
entradas, salgados,
massas, carnes, peixes,
pães e biscoitos, saladas,
sopas, sobremesas.
Mais Você
Globo
1999
Apresentadora Ana
Maria Braga e seu fiel
O programa é dinâmico
com a participação
41
companheiro o Louro
José.
constante do Louro José e
apresentação de saborosas
e práticas receitas, com
convidados da área.
Bom dia Mulher Rede TV
2002 Olga Bongiovanni Programa que apresenta
uma variedade de receitas,
criadas e elaboradas por
conhecedores culinaristas.
Todo Seu TV Gazeta
2005 Ronnie Von O apresentador tem a
responsabilidade de trazer
um agradável bate-papo,
entrevistas, novidades,
curiosidades e moda,
acompanhada da melhor
gastronomia, preparada e
degustada ao vivo com seu
convidado.
Hoje em Dia Record
2005 Ana Hickmann e Britto
Jr. comandam o
programa.
Apresentação de
comentários sobre tudo o
que acontece no Brasil e no
mundo e muita culinária
sob o comando do chef
Eduardo Guedes. Tudo isso
mesclado por um bate-papo
descontraído e a
indispensável participação
do telespectador.
Bem Família Bandeirantes 2005 Daniel Bork Com um time de primeira
linha de culinaristas e chefs,
Daniel Bork comanda,
diariamente, verdadeiras
aulas de panificação, arte
confeitaria, técnicas de
chocolate, faça e venda,
gastronomia internacional e,
é claro, a cozinha do dia-a-
dia - com receitas para
facilitar a rotina da dona de
casa.
Bon Gourmet Bandeirantes 2008 Apresentador Haroldo
Bretas
e o chef de cozinha
Olavo Jr.
O programa apresenta
pratos inesquecíveis e é um
passeio ligando o saber e o
saber fazer. É
conhecimento humano,
porque tem gente criando
sabores novos e ótimos
todos os dias. O
telespectador assiste na TV
e interage no site e pode
apenas seguir uma receita
ou ousar variações sobre o
tema.
Menu Confiança GNT
2009 Comandada pelo chef
francês Claude
Troisgros
O chef está voltando a
apresentar o programa,
depois de uma parceria
com Marcelo Machado,
trazendo novamente a
combinação perfeita entre
vinhos e alta gastronomia.
Claude resgata a tradição
de sua família de chefs (pai
e avô), seus tempos na
Borgonha e as origens dos
alimentos no preparo de um
cardápio exclusivo.
Quadro 3: A evolução dos programas de culinária/gastronomia na TV
Fonte: adaptado do site < http://www.guiademidia.com.br/televisao/culinaria.htm>
42
Segundo Amaral (1999, p.61-63), a preparação de uma refeição envolve além
do sabor, a sedução, o requinte e o humor, sendo uma razão de prazer para todos. O
autor expõe que ao cozinhar “Vamos cuidar da parte intelectual do estômago”. Os
amigos (no caso deste estudo os telespectadores) merecem dedicação plena e as
receitas são mais rebuscadas, a preparação pode levar mais tempo. O cuidado com o
ambiente, encenação, textualidade, a lista de convidados, música, décor,
acompanhamentos, as bebidas e a sobremesa, tudo precisa ser esmerado.”
43
CAPÍTULO II – MEMÓRIA DA TV E A GASTRONOMIA E
COMENSALIDADE
1. OS ESTUDIOSOS SOBRE A TELEVISÃO
Segundo Bourdieu (1997), a televisão através de diferentes mecanismos, expõe
as diferentes esferas da produção cultural, arte, literatura, ciência, filosofia, direito e a
um perigo não menor a vida política. A manipulação ocorreria porque a exemplo de
outros meios de comunicação a TV depende das notícias de variedades: sangue, sexo,
drama e crime. "As notícias de variedades consistem numa espécie elementar e
rudimentar da informação, que é muito importante, porque interessa a todo mundo,
omnibus, sem ter consequências e porque ocupa tempo, que poderia ser empregado
para dizer outra coisa." Além disso, existe uma proporção muito importante de pessoas
que não lêem jornal, livro ou revista e que estão devotadas de corpo e alma à televisão
como fonte única de informação.
Enquanto que no Brasil a televisão tende a ser a principal forma de
entretenimento (por isso essa domesticidade direta, sem intervenções críticas), na
França é uma entre outras formas de entretenimento. O peso “cultural” da televisão no
Brasil é muito maior que na França, assim como o seu lugar simbólico no espaço social.
A legitimidade da televisão no Brasil está diretamente ligada ao traço de união nacional
projetado pelo Regime Militar. Uma união que funcionou inicialmente como um marco
ideológico, agora é um traço da cultura massiva na medida que pertence ao "universo
globalizado" das mídias.
Bourdieu (1997, p. 23-24) afirma, também, que a televisão não manipula só
pelo que transmite, mas, sobretudo pelas coisas ocultas que muitas vezes são
preciosas. É por isto que ele insiste na tese:
“A televisão tem uma espécie de monopólio de fato sobre a formação das
cabeças de uma parcela muito importante da população. Ora, ao insistir nas
variedades, preenchendo esse tempo raro com o vazio, com nada ou quase
44
nada, afastam-se as informações pertinentes que deveria possuir o cidadão
para exercer seus direitos democráticos."
Para o autor, o princípio de seleção do programa e como será feita a
mensagem é a busca do sensacional, do espetacular. O uso de uma palavra
“grandiloquente”. De fato, o mundo da imagem é dominado pelas palavras. Nomear,
como se sabe, é fazer ver, é criar, levar a existência.
Coube a televisão no Brasil, a invenção de uma certa cotidianidade através dos
programas diários, ou seja, naquele determinado horário, o telespectador pode esperar
que tal programa estará lá na tela da televisão.
A própria televisão está passando por mudanças significativas para ajustar-se à
crescente interatividade e a concorrência da Internet. Além disto, qualquer pessoa ou
grupo adquiriu direito à existência política e social e pode produzir e difundir conteúdos
pela rede mundial de computadores. Assim, a televisão sofre a pressão da Internet,
onde todos usuários podem comunicar-se com todos os demais o tempo todo. Não é
preciso muito conhecimento ou dinheiro para produzir programas de TV e divulgá-los
através do youtube, usando webcams, máquinas digitais ou filmadoras portáteis e
recursos do Windows, como o moviemaker.
Para a empresa jornalística, a notícia é mercadoria. De sua venda depende a
existência e a lucratividade do negócio. O público, entretanto, tem direito de saber tudo
que precisa para bem orientar sua vida. Resulta daí que a notícia não é apenas uma
mercadoria, mas um bem cultural útil e necessário.
Com o advento da Internet qualquer cidadão capaz de produzir um texto
(escrito, sonoro ou imagético) pode divulgá-lo na rede por e-mail ou através de um
website. Além de divulgar sua mensagem na rede, o usuário ou grupo interessado
pode, ainda, entrar em contato com inúmeros veículos de informação para tentar fisgar
um jornalista pela curiosidade ou concorrência. O monopólio de difusão de informações
foi quebrado pela Internet, a atividade do jornalista foi substancialmente modificada. A
interatividade deu aos leitores o poder de ajudar a definir a pauta de pequenas, médias
e grandes publicações.
45
Bourdieu (1997, p. 16-17) fala que a tela de televisão se tornou hoje uma
espécie de espelho de Narciso, um lugar de exibição narcísica. Para alguns dos
filósofos e escritores, ser é ser percebido na televisão, isto é, definitivamente, ser
percebido e bem-visto pelos jornalistas (o que implica muitos compromissos e
comprometimentos) e para existir com continuidade, eles não tem outro recurso senão
aparecer tão frequentemente quanto possível no vídeo, escrever portanto, a intervalos
regulares, e tão breves quanto possível, têm por função principal assegurar-lhes
convites na televisão.
Com a televisão, o telespectador fica diante de um instrumento que
teoricamente possibilita atingir todo mundo. Daí certos questionamentos:
O que se tem a dizer es destinado a atingir todo mundo?
O emissor está disposto a fazer que seu discurso, por sua forma, possa ser
entendido por todo mundo?
Bourdieu cita expressões que levam a reflexões, como:
A televisão tem uma espécie de monopólio de fato sobre a formação das
cabeças de uma parcela muito importante da população;
Ocultar mostrando: o princípio da seleção é a busca do sensacional, do
espetacular. A televisão convida a dramatização, no duplo sentido: põe em cena, em
imagens, um acontecimentos e exagera-lhe a importância, a gravidade e o caráter
dramático, trágico.
O mundo da imagem é dominado pelas palavras é preciso palavras
extraordinárias. Com palavras comuns não se “faz cair o queixo do burguês”, nem do
“povo”.
Para ser o primeiro a ver e a fazer ver alguma coisa, está-se disposto a quase
tudo, e como se copia mutuamente visando a deixar os outros para trás, a fazer antes
dos outros, ou a fazer diferente dos outros, acaba-se por fazerem todos a mesma coisa,
46
e a busca da exclusividade, que em outros campos, produz a originalidade, a
singularidade, resulta aqui na uniformização e na banalização.
Nas equipes de redação, passa-se uma parte considerável do tempo falando de
outros jornais e, em particular, do “que eles fizeram e que nós não fizemos” (“deixamos
escapar isso!”) e que deveriam ter feito – sem discussão – porque eles fizeram. É assim
que se fazem os sucessos na mídia, inúmeras vezes em correlação com sucessos de
venda. Essa espécie de jogo de espelhos refletindo-se mutuamente produz um
formidável efeito de barreira, de fechamento mental.
Diferenças percebidas contribuem para o sucesso no índice de audiência, pois
há um enorme mingau homogêneo imposto pelo círculo, muitas vezes vicioso, da
informação circulando de maneira circular entre pessoas em comum. hoje, uma
“mentalidade-índice-de-audiência” nas salas de redação e nas editoras.
O problema maior da comunicação, de uma mensagem televisual por exemplo,
é de saber se as condições de recepção são preenchidas. Aquele que escuta tem o
código para decodificar o que está sendo dito?
Ainda referindo aos estudos e pesquisa de Bourdieu é levantado o
questionamento de que “o que sempre impressiona os telespectadores é o papel do
apresentador?”
1. Considera-se o primeiro nível o apresentador. O apresentador impõe o
respeito pela regra do jogo? Certos sociólogos tentaram destacar o implícito
não-verbal da comunicação verbal: dizemos tanto pelos olhares, pelos silêncios,
pelos gestos e pelas mímicas quanto pela própria palavra. E também pela
entonação.
O próprio apresentador intervém pela linguagem inconsciente, por sua maneira
de fazer as perguntas, por seu tom: dia uns com um tom cortante, “Queira
responder, o senhor não respondeu à minha pergunta” ou “Estou esperando a
sua resposta”. Outro exemplo muito significativo, as diferentes maneiras de
dizer Obrigado”. “Obrigado” pode significar “Eu lhe agradeço, sou-lhe grato,
47
acolho com gratidão suas palavras”. Mas uma maneira de dizer “Obrigado”
que equivale a uma despedida.
“Obrigado” quer dizer
então: “Está bem
terminado. Passemos ao seguinte.” Tudo isso se manifesta de maneira
infinitesimal, em nuances infinitesimais do tom, mas o interlocutor engole,
engole a semântica aparente e a semântica oculta.
2. Considera-se o segundo nível a composição do estúdio. Ela é determinante.
É um trabalho invisível, do qual o próprio estúdio é o resultado. A composição
do estúdio é importante porque deve dar a imagem de um equilíbrio
democrático (o limite é o “cara a cara”).
3. Outro fator invisível, e no entanto absolutamente determinante é o
dispositivo previamente montado, por conversações preparatórias com os
participantes sondados e que pode levar a uma espécie de roteiro, mais ou
menos rígido. Nesse roteiro previsto por antecipação, praticamente não há lugar
para a improvisação, para a palavra livre, desenfreada, arriscada demais ou
mesmo perigosa para o apresentador e para o programa.
4. Outra propriedade invisível desse espaço é a própria lógica do jogo de
linguagem, como diz Bourdieu. Há regras tácitas desse jogo que vai ser jogado,
tendo cada um dos universos em que circula o discurso uma estrutura tal que
certas coisas podem ser ditas e outras não.
Segundo Bourdieu (1997, p. 50-51), a televisão é ligada às relações sociais e
de cumplicidade, baseada nos interesses dos envolvidos e que tem categorias de
percepção e apreciação:
“A televisão é um instrumento de comunicação muito pouco autônomo, sobre o
qual pesa uma série de restrições que se devem às relações sociais, relações
de concorrência encarniçada, implacável, até o absurdo queo também
relações de conivência, de cumplicidade objetiva, baseadas nos interesses
comuns ligados à sua posição no campo de produção simbólica e no fato de
que têm em comum estrutura cognitiva, categorias de percepção e de
apreciação ligadas à sua origem social, à sua formação (ou a sua não-
48
formação). Daí decorre que esse instrumento de comunicação aparentemente
desenfreado, que é a televisão, tem freio”.
Sendo assim, constrói-se o objeto para ser apresentado conforme as categorias
de percepção e gosto do receptor e com um comprometimento mais ou menos
vergonhoso com as exigências do índice de audiência, que leva a acumular os
compromissos com a facilidade no horário nobre e o esoterismo nas horas avançadas
da noite.
Baudrillard (1975) desenvolveu uma série de teorias as quais nos remetem ao
estudo dos impactos da comunicação e das mídias na sociedade e na cultura
contemporâneas. Partindo do princípio de uma realidade construída (hiper-realidade
11
),
o autor discute a estrutura do processo em que a cultura de massa produz esta
realidade virtual. Os impactos do desenvolvimento da tecnologia e a abstração das
representações dos discursos são outros fenômenos que servem de objecto para os
seus estudos. Destaca a confusão medium/mensagem no sentido do desaparecimento
de todas as estruturas duais. Cita que o discurso “circula”, e isto quer dizer que já não
vai de um ponto para o outro, mas que percorre um ciclo que engloba indistintamente
as posições de emissor e de receptor, de agora em diante não identificáveis enquanto
tais.
O segredo e o poder de todo o discurso, a autogestão consciente ou
inconsciente das palavras, a maneira em que se refere que a televisão olha-nos, a
televisão manipula-nos, a televisão informa-nos. Em tudo isso fica este simulacro
12
,
esta representação que o olho da TV já não é a fonte de um olhar absoluto e o ideal do
controle já não é o da transparência. Pelo saber estabelece um modo de ser. A
circularização do poder, do saber, do discurso, põe fim a toda localização das
instâncias e dos pólos.
11
É um meio de caracterizar a via das interações conscientes com a realidade, especificamente quando
uma consciência perde sua habilidade de distinguir a realidade da fantasia, e passa a se relacionar com
ela.
12
É uma realidade diferente daquela que simula; aquilo que não remete a um modelo original ou não
busca se lançar para além das aparências, a fim de atingir a essência
.
49
A experiência da vida e do mundo é contaminada pelos vários simulacros, pela
mídia. A imagem torna-se centro dos acontecimentos. O exceder as expectativas é
essencial. A imagem é o seu próprio simulacro. A mídia tenta naturalizar os produtos e
serviços apresentados, através de gestos e modo de ser, pois na naturalização se torna
real. É pela repetição que um hábito se estabelece. Toda a gestão midiática está
focada na repetição.
Há dois tipos de simulacros nos programas de gastronomia:
1. Os gestos e os atos de produção de um prato remetem a uma espécie
de domesticidade da cozinha;
2. Os atos e produção de um prato remetem aos modos de fazer da
cozinha de um restaurante.
Considerando-se duas formas de ver os programas de gastronomia na televisão
e tendo dois tipos de sociabilidade envolvidas, pode-se dizer que as “formas” de
hospitalidade que os programas de culinária produzem podem estar relacionadas ao
imaginário da diferença dos gestos e dos atos que levam a confecção de um prato e, ao
mesmo tempo, ao imaginário da diferença de identidade que estes programas são
capazes de encenar.
A partir do interesse e das necessidades das pessoas e a maneira de
assimilação e interpretação das mensagens e informações observadas na televisão,
que leva o telespectador a uma percepção mais adequada dos seus desejos, sendo ou
não influenciados pelos programas assistidos, pode-se relembrar o estudo realizado por
Bourdieu (1997) reforçando que o habitus se faz pela repetição. Deve ser destacado a
temporalidade quando se fala da mídia e nela o foco nos programas de televisão, pois a
experiência do tempo é algo simulado com todo o envolvimento das transformações e
mudanças que refletirão nas interpretações e representações. Isto reforça a ligação
entre a repetição e o habitus.
50
A representação da comida e do espaço na TV mostra que a mídia cria novas
necessidades diante da realidade: simulação
13
é a preparação dos pratos com todos os
detalhes e simulacro são os pratos prontos. Neste sentido, a equipe tem que ser uma
única, para produzir o que o emissor elaborou para o receptor, em uma interação em
todo o processo.
A simulação do programa de TV voltado para a elaboração dos pratos com todo
o ritual
14
está ligada a experiência histórica de transformar imaginariamente o
presenciado. O simulacro tem os elementos que vão dar força a uma nova realidade, a
outro contexto de representação, pois o simulacro transforma o real. O simulacro está
vinculado ao esquecimento e a temporalidade. A temporalidade trabalha com a cultura
e a experiência que fazem parte do contexto apresentado.
Conforme mencionado por Baudrillard (1975) o simulacro na forma midiática,
tornou possível o entretenimento através da “naturalização” dos seus procedimentos. O
entretenimento significa a auto-inserção do mundo representado na produção geral de
realidade. Significa não procurar nem encontrar nenhum motivo para responder a
comunicação com comunicação. O entretenimento tem um efeito de reforço em relação
a um saber já presente e uma simbiose com o contexto. A repetição constrói o contexto.
Um programa de culinária televisivo já é um entretenimento. A comida passa a ser
“fatos midiáticos”, isto é, a transmissão do sócio- cultural para o midiático.
Deve-se citar também, como destaque dos estudos de Baudrillard, que a
produção de presença esem sintonia com a TV no dinamismo e na concepção do
corpo com o ambiente. A medida do mundo não é mais o corpo e sim a imagem. Para
interpretar a imagem volta-se para a imaginação e a experiência.
13
Consiste em empregar conhecimentos com o propósito de imitar um processo ou operação do mundo
real.
14
Expressa comportamentos de troca que ganham valor comunicativo: obrigações religiosas, satisfação
de necessidades emocionais e espirituais, fortalecimento de laços sociais, aprovação para certo evento,
ou às vezes, apenas o prazer do ritual em si.
51
2. TRAJETÓRIA DA TV NO BRASIL
muito tempo sonhou-se com um aparelho que transportasse som e imagem
a longas distâncias a televisão que é hoje uma das principais companhias do ser
humano. Isto aconteceu como fruto de pesquisas que começaram no princípio do
século XIX. O Brasil foi um dos primeiros países a apostar na “era da modernidade”, na
qual os americanos passaram a exportar técnicas e equipamentos para onde existisse
alguém com disposição para entrar na nova era da inovação.
Capparelli e Lima (2004) descrevem sobre a televisão e a comunicação com
seus desafios após globalização: início e história, mudanças e tendências,
programação e audiência. Em fevereiro de 1949, o empresário Francisco de Assis
Chateaubriand Bandeira de Melo, conhecido com “Chatô”, dono dos Diários
Associados, cadeia nacional de jornais e emissoras de rádio, resolveu ter uma TV.
A primeira transmissão foi restrita a São Paulo, TV na Taba, nome escolhido em
homenagem ao “indiozinho” do logotipo da Rádio Tupi. Depois de algum tempo,
técnicos do rádio foram fazer treinamento nos Estados Unidos e, aos poucos, sempre
com um bom aparato publicitário, a TV Tupi foi melhorando, se impondo e se
transformou na grande escola da televisão brasileira. Com o sucesso em São Paulo,
Assis Chateaubriand resolveu levar a televisão para outras cidades e, em 1951,
inaugurou a TV Tupi do Rio de Janeiro. A partir desse momento, outros empresários
começaram a se interessar pelo novo veículo: (1952) TV Paulista que mais tarde se
transformou na Rede Globo; (1953) TV Record de São Paulo; (1955) TV Record do
Rio de Janeiro; (1959) TV Itacolomy de Belo Horizonte e TV Excelsior em São Paulo;
(1965) TV Globo no Rio de Janeiro; (1967) TV Bandeirantes em São Paulo. (PRADO,
1996, p.11-17).
Iniciando a força de comunicação da televisão, as agências publicitárias
aumentaram as pesquisas de opinião, com o objetivo de conhecer os hábitos de
consumo do telespectador e qual o melhor horário para veicular os respectivos
produtos. Criado em 1954, o IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Pesquisa
52
Estatística fornece informações e dados sobre a audiência e apoia na tomada de
decisões de seus clientes, realizando pesquisas sobre os mais variados temas: mídia,
opinião pública, política, consumo, comportamento, mercado e outros. A publicidade
transformou-se na força dominante da televisão. A produção televisiva se volta em torno
de gêneros, como: telejornal e a telenovela. Os gêneros ficcionais, em 1978 ocuparam
57% da programação da televisão brasileira, sendo que o cinema ocupava 22%, a
telenovela 12%, diversos tipos de séries 16% e os desenhos animados 6%.
(CAPARELLI, 1982, p.45).
A televisão brasileira vem vivenciando diversas transformações desde a década
de cinquenta até os dias de hoje, sendo quase 60 anos de existência. A TV foi
adquirindo novas características e interesses com o passar do tempo no que diz
respeito ao aprimoramento profissional das equipes, a evolução tecnológica, a
mudança da mentalidade tanto do emissor dos programas quanto do receptor.
De acordo com Capparelli e Lima (2004, p. 116-117) houveram épocas
diferentes que aconteceram pressões para alterar os conteúdos transmitidos na
televisão:
“Uma das primeiras organizações a se formar como grupo de pressão sobre os
conteúdos da televisão foi conhecido pelas “Senhoras de Santana”. Trata-se
de uma organização que apareceu pela primeira vez antes de 1964, cujos
participantes com véus e terços na mão saíram em procissão com Deus pela
Paz e pela Liberdade”, exigindo a intervenção dos militares contra o
comunismo, o que refletiu mais tarde no golpe de 1964. Essas “Senhoras de
Santana” voltaram em 1980, chamando a atenção para um fato até então
pouco noticiado no Brasil: a pressão do telespectador para alterar o conteúdo
veiculado na televisão. Católicas, as senhoras moradoras do bairro de classe
média alta de São Paulo, acamparam na frente da Rede Globo de São Paulo,
onde era gravado o quadro de Marta Suplicy sobre sexo para o programa “TV
Mulher”, exigindo a sua extinção. Considerando que o quadro da sexóloga era
a divulgação da pornografia, elas coletaram mais de cem mil assinaturas
protestando contra o abuso” da TV. Num período onde a censura estava em
decadência, as “Senhoras de Santana” foram rapidamente desacreditadas pela
mídia”.
Thompson (1998) e Caparelli e Lima (2004) abordam que a televisão é vista
numa perspectiva que percorre um tempo histórico mostrando-se numa sucessão de
tecnologias e programações, que não aparecem por acaso. Este é um assunto
complexo, por estar entre o emissor e o receptor, o mercado e a cultura do local, a
53
política e a economia vigentes, o coletivo (a massa) e o individual, o nacional e o
internacional e também no que diz respeito aos limites das propriedades dos diferentes
meios e a própria comunicação e as telecomunicações. Extrapolando esta continuidade
dos fatos e acontecimentos, a comunicação foi mediada por computador e a web, que
eram consideradas as estrelas antes da visão atual da televisão digital, restrita por
enquanto como uma tecnologia nova à tendência do mercado, que acaba influindo
como uma opção social, política e econômica, com impactos culturais.
Além disso, uma maior variedade de programas femininos surgiu e, pela
simpatia de suas apresentadoras, atingiram boa audiência e as emissoras que não se
interessavam com esse tipo de emissão, passaram a criar atrações do gênero. Assim,
aumentaram também, principalmente na rede de televisão por assinatura, programas de
culinária com apresentação masculina.
Criaram-se programas e até canais por assinatura
15
, exclusivamente, para
venda de produtos. Na programação normal, além do intervalo comercial, inúmeros
programas passaram a utilizar vinhetas sobrepostas à imagem da atração, com o nome
dos patrocinadores ou avisos de promoções comerciais especiais. O merchandising,
dominante na telenovela, foi utilizado também nos programas de auditório e nos
programas humorísticos. Diversas exibições veiculadas pela manhã e à tarde,
destinadas principalmente ao público feminino, inverteram a importância de suas
mensagens fazendo com que apresentações como moda, culinária, artesanato ou
prestação de serviços servissem de pretexto para a divulgação de produtos e de
profissionais.
Amorim (1998) ainda expõe a preocupação de estudiosos e analisadores da
televisão, referindo-se à audiência/IBOPE sem foco para a qualidade dos programas e
seus conteúdos
:
15
É uma modadlidade de serviço também conhecida como TV paga. Oferece uma quantidade elevada de
canais em relação à televisão aberta e cobra uma quantia por isso, geralmente por mês.
54
“Segundo estudiosos e demais analisadores do veículo, o fato da televisão ter
como objetivo principal ganhar dinheiro, sem se preocupar com a qualidade da
grande maioria de suas atrações, vem propiciando, para a sociedade brasileira,
de maneira geral, um padrão de informação, de convivência e de ética cada
vez pior, com graves consequências atuais e futuras para a cultura do país”.
A visita de observação da gravação do programa de gastronomia/culinária
“Bem Família”, na Rede Bandeirantes de Televisão, realizada pela pesquisadora foi
explicada no item sobre os programas de gastronomia na TV e mostrou que a
convivência e o relacionamento são percebidos durante a preparação e apresentação
dos programas.
55
3. CONVIVIALIDADE E O ESPAÇO DOMÉSTICO
Segundo Fernandes (1991), o homem é criador de símbolos e ritos através de
práticas sociais:
“Toda a encenação anda associada a uma perpetuação dos modos de fazer.
As práticas da comensalidade constituem um campo de particular expressão
da ritualização. A absorção de alimentos o tem uma mera função biológica,
reveste-se também de inúmeras outras dimensões simbólicas. A pluralidade de
significações que possui tem a ver com as diferentes camadas sociais e as
situações existenciais em que ocorrem.”
O autor contextualiza a comensalidade constituindo-se de um sistema de
comunicação que se refere a um inter-relacionamento, ligando os hábitos da refeição e
sua ritualização. As diferenciações sociais definem os espaços e aparecem a
diversidade dos modos de vida e a subjetividade. A comensalidade é uma expressão de
poderio. A abundância e o cerimonial da mesa são utilizados como manifestações de
diferenciações sociais. Os diversos segmentos da população não se alimentam das
mesmas coisas e as pessoas são aquilo de que se alimentam e da maneira que o
fazem. A comensalidade encontra-se ligada a diferentes maneiras de sociabilidade que
podem ter lugar em tempos, espaços e blicos diversificados: grupos que se reunem
para a comensalidade, que em diversas situações são ritualizadas escolhendo os locais
apropriados para reativar e reviver a convivência. Integra-se ao prestígio e ritual da
preparação e dos acontecimentos de interesse para o grupo específico ou para a
comunidade envolvida.
Com as mudanças que ocorrem na sociedade e no interior dos lares, com
famílias sem filhos, a prática da convivialidade no espaço doméstico é alterada,
passando a servir interesses, comodidades e conveniências, pois o homem moderno
come em restaurantes, em pequenas mesas e pequenos grupos, no qual se paga em
seguida;
A comensalidade promove a convivialidade em ocasiões particulares dos ritos
de festas familiares como: nascimento, casamento, aniversários e grandes festas como
o Natal. Estes momentos convidam a convivialidade ao redor da mesa. O comer e
56
beber bem na relação familiar e social: o gesto e o gosto alimentar tem ligação com a
classe social, sendo que as classes populares dão importância a abundância e as
camadas superiores atribuem importância ao ritual, ao ritmo e a forma, dando um
refinamento estético e um requinte a mesa.
A comensalidade e a convivialidade no espaço doméstico, presentes em todas
as camadas sociais, reveste-se de acordo com cada uma delas de ritualizações
próprias. Esta consideração interferem no que se come e bebe, na maneira que se
come e bebe e no modo de vida específico. As classes sociais tendem a encenar o seu
quotidiano existencial em diversas modalidades, e as refeições e alimentação são
elementos importantes, marcados pelas conveniências e ritualizações.
Paula (2002) em diversos estudos e pesquisas focados para a alimentação,
introduz o conceito de hospitalidade em serviços de alimentação, não se esquecendo
do convívio e seus rituais, buscando as origens da convivência humana, que se
relacionam com o ato de compartilhar o alimento, analisando essa atividade que
envolve desde a satisfação dos desejos e necessidades de ordem psicológica,
passando pelas trocas culturais, até as relações socioeconômicas, chegando à
discussão sobre os aspectos atuais da gestão e serviços ligados a hospitalidade e
alimentação.
57
CAPÍTULO III – BREVE PANORAMA DA SOCIOLOGIA NA
COMUNICAÇÃO
1. CONCEITO DO IMAGINÁRIO
Segundo Deleuze (1992) a palavra imagem é uma representação mental,
consciente ou não, que se forma pelas vivências, lembranças passadas e que podem
ser modificadas através de novas experiências. O imaginário corresponde à imaginação
à partir de diversas óticas, que podem ser conflitantes. Para Bachelard, a imaginação é
aberta e evasiva, devido ao imaginário. Para Lacan, o imaginário é um aspecto
fundamental da construção da subjetividade, sendo o simbólico, coletivo e cultural e o
imaginário, individual e ilusório.
Durand (1997) descreve o imaginário como algo dinâmico que confere uma
realidade e essência própria. Ele afirma que: “o pensamento lógico não está separado
da imagem. A imagem seria portadora de um sentido cativo da significação imaginária,
um sentido figurado, constituindo um símbolo intrinsecamente motivado, ou seja, um
símbolo.”
Deleuze levanta dúvidas sobre o imaginário, quando considera suas idéias a
partir da imagem no cinema, ou seja, a imagem-movimento. Imagens, coisas e
movimento não se diferenciam. Esta imagem compõe mais do que algo visível, porque
há o que ver na imagem e atrás da imagem. Neste contexto, a imagem torna-se
pensamento. Fala do cinema como produtor de identidade entre o movimento e tempo.
Pelo exposto dos estudiosos sobre a imagem, o pensamento, o imaginário, o
movimento e o tempo, pode-se fazer uma relação das dúvidas levantadas por Deleuze
sobre o cinema e o mesmo podendo acontecer nos programas de televisão,
relacionando o que o emissor propõe com suas palavras, gestos e imagens e a
interpretação do receptor ou telespectador destas mensagens.
58
2. PALAVRAS E IMAGENS
A performance do chef, as imagens, as palavras, a produção do programa e a
valorização da comensalidade estão referenciadas em dois territórios diferentes, que
devem ser considerados:
Território dos programas emissor das receitas, dos temperos e como
fazê-los e usá-los.
Terrritório do consumo e recepção destes programas receptor das
mensagens e palavras e como esta informação será interpretada e
descodificada na sua rotina voltada para alimentação e preparo de suas
refeições.
A receita relacionada a culinária e/ou gastronomia segue passos ou etapas para
a preparação daquele alimento. A receita conta detalhadamente sobre o preparo e seus
temperos. Hoje a facilidade para encontrar uma receita é varidada: sites, programas de
TV e de rádio, livros, jornais, revistas e “cadernos de receita”.
As imagens ligadas a uma receita dão um toque especial as palavras que
explicam como realizar o alimento ou bebida que está sendo preparado. Palavras e
imagens devem atrair a atenção do público que se deseja atingir.
A Imagem 1, a seguir, expõe uma visão deste processo de comunicação e
interpretação das palavras e imagens nos programas, relacionadas com a recepção do
telespectador ou público alvo do apresentador:
Proposta do programa;
Avaliação das receitas e classificação do telespectador, pelas palavras e
imagens, em relação a comunicação feita pelo emissor, que neste estudo é
através da televisão e dos programas de gastronomia escolhido;
59
Entre a proposta do programa e a avaliação e classificação aparece a
percepção do telespectador da mensagem emitida pelo chef ou
apresentador;
Interesse pela receita ou assunto exposto;
Decisão de aceitação e utilização da mensagem e informação transmitidas,
no seu dia a dia, adaptando ou mudando o seu hábito.
A teoria da informação, segundo Weaver (1987), possibilitou uma descrição do
sistema de comunicação bastante duradoura. Até hoje, ao se falar de comunicação,
parte-se do modelo matemático: a comunicação é uma cadeia formada por uma fonte
de informação, um emissor ou codificador, que transforma uma mensagem em
sinais, a fim de torná-la transmissível; um canal que é o meio utilizado para o
transporte da mensagem; um receptor ou decodificador da mensagem, que reconstitui
a mensagem a partir de sinais; e o destinatário, que é a pessoa ou coisa a quem a
mensagem é transmitida.
Imagem 1
- Processo de avaliação e qualificação do receptor X comunicação.
Fonte: Adaptado de Weaver (1987)
Emissor:
informação,
serviço e
produto
apresentado ao
receptor
(A PROPOSTA DO
PROGRAMA)
Inferencias do
receptor sobre
determinados
atributos
(A PERCEPÇÃO)
Proc
esso de
classificação e
avaliação do
receptor ou
ouvinte
(CLASSIFICAÇÃO
E AVALIAÇÃO)
Julgamento
do receptor
sobre o
potencial
do valor
agregado e
benefícios
(O
INTERESSE
)
Recomendação
sobre a
aceitação ou
rejeição da
proposta do
programa
assistido
(A DECISÃO)
60
Numa comunicação entre pessoas e objetos, as partes têm que estar
interagidas para que aconteça a compreensão da proposta da mensagem: a informação
tem que ser clara, o emissor ou apresentador deve conduzi-la para agregar valor ao
ouvinte ou telespectador, o qual tem a percepção e faz a avaliação através do interesse
pessoal despertado. Neste momento, a decisão de aceitação ou rejeição da mensagem
efetuada te o seu resultado. Cada interpretação vai envolver o estilo de vida do
telespectador, bem como seus hábitos e poder aquisitivo, ligados a imaginação e
recepção de cada um ao assistir o programa na TV.
61
3. PARTICIPAÇÃO DOS PROGRAMAS DE TELEVISÃO
A televisão pode ser abordada de duas formas distintas. Primeiro tomá-la como
um fenômeno de massa, de grande impacto na vida social moderna, e segundo,
sbmetê-la a uma análise sociológica. O que vale é a amplitude das experiências e as
suas repercussões. Considerando a televisão como um sistema de difusão ou fluxo de
programação, a concepção que importa é o que acontece de fato na tela e todo o
sistema político, econômico e tecnológico, no qual acontecem as regras de produção e
as condições de recepção.
A força de comunicação da televisão deve-se voltar para o conhecimento dos
hábitos de consumo do telespectador e qual o melhor horário para veicular os
respectivos produtos, programas e publicidade. O foco dado para o IBOPE, fornecendo
as pesquisas e dados sobre a audiência, transformou-se na força dominante da
televisão, e com isto, a produção televisiva se volta em torno dos diferentes gêneros:
telejornal, telenovela, seriados, desenhos animados, programas femininos, programas
de gastronomia e alimentação, dentre diversos outros.
A atuação da publicidade, com sua persuasão e insistência acaba iludindo,
influindo e impondo as preferências do consumidor, fazendo com que ele perca a noção
de seu próprio desejo, necessidade e gosto.
Rezende (1993, p. 58) fala que:
“A telecomunicação envolve, entretém, mantém o espectador dentro dele. A
vida cotidiana, o trabalho, o dia cansativo, as vivências próprias, enfim, a
personalidade do telespectador refugia-se numa instância nebulosa; é como
que guardada entre parênteses. Magicamente imerso na comunhão estética.
Fundidos nessa nova relação, é possível ao telespectador, a liberdade psíquica
para exorcizar seus demônios aprisionados, realizar os sonhos mais secretos,
as necessidades proibidas, ou simplesmente evadir-se para lugares aprazíveis,
ter a aparência física desejada, ou status, bens e dinheiro de que precisa”.
Estudos realizados por Chauvel, Oguri e Suarez (2008) dizem que a Rede
Globo foi a primeira emissora de televisão a utilizar pesquisa junto aos telespectadores
para planejar e administrar sua grade de programação. A empresa capta informações
62
sobre os consumidores através de pesquisas/índices de audiência (IBOPE), as
pesquisas qualitativas (discussões em grupos) e a Central de Atendimento ao
Telespectador (CAT), que se manifestam por cartas, imprensa e telefonemas. Segundo
a pesquisa realizada, segue as informações ressaltadas:
“Os dados levantados pelo IBOPE são coletados em tempo real e de forma
contínua. O IBOPE Mídia tem por objetivo fornecer dados sobre a
segmentação da população, hábitos de consumo e audiência de mídia. O
Painel Nacional de Televisão (PNT), sistema utilizado pela empresa para
aferição eletrônica da audiência minuto a minuto. O objetivo principal da PNT é
oferecer ao mercado uma descrição do consumo de TV no mercado brasileiro
traduzida em informações de estado de sintonia, audiência domiciliar e
individual, penetração, perfil, alcance e freqüência de exposição ao meio. Além
de avaliar o volume total de audiência, permite aferir a qualificação ou perfil do
público de cada programa. Oferece informações por faixas de horário e
programas, apresentando estimativas em percentuais ou números absolutos”.
De acordo com o exposto pelos estudiosos e pesquisadores, o
acompanhamento da audiência é permanente nos diferentes programas e canais de
televisão, acontecendo à improvisação no processo produtivo, com foco na audiência,
na receita e muitas vezes esquecendo-se da qualidade dos programas apresentados.
63
4. PIRÂMIDE DE MASLOW: TEMPO E ESPAÇO, ESTILO DE VIDA E ASPECTOS
SENSORIAIS, PERCEPTÍVEIS E RECEPTIVOS, AS TROCAS HUMANAS
O espaço e o tempo ocupado pela pessoa e a atividade interligada, o estilo de
vida com a sensibilidade, percepção e trocas entre os seres humanos, permite falar de
hospitalidade dentro do contexto da gastronomia e dos programas de televisão. “A
hospitalidade pode ser colocada, dentre suas várias definições, como “virtude daquele
que recebe com vontade, agrado e acolhimento” (BENEDUCE; PRADO; THEODORO,
2005, p. 6). Trata-se de uma autêntica virtude que exige entrega, carinho e esmero nos
detalhes.
Segundo Castelli (2005, p. 12), o conceito de hospitalidade permeia o objeto de
várias ciências, entre as quais cabe citar a filosofia, a sociologia, a política, a economia,
a história, a geografia, a arquitetura, a comunicação, a antropologia. Apesar de ser um
tema recente, sabe-se que as pesquisas a seu respeito estão caminhando, de forma
gradual, de maneira que se possa compreender um pouco mais desse campo de
estudo. Contudo, ainda há muita discussão, muita polêmica que se faz em torno do que
chamamos hospitalidade.
Fazendo uma relação com os textos e teorias apresentadas de Baudrillard
(1975), a maior parte dos aspectos da hiper-realidade podem ser pensados como
“realidade por representação”. Como exemplo, alguém que assiste aos programas de
gastronomia na TV, de chefs e apresentadores, começa a viver no mundo não-existente
da hospitalidade gastronômica, envolvido pelas palavras e imagens, que seja uma
descrição precisa do ambiente, para aquele que está a contemplá-lo, a realidade se
torna algo não-existente. Cria-se um mundo com a promessa de uma quantidade de
detalhes (o chef de cozinha ou o apresentador, a receita ou o prato, o local, a
decoração, os produtos, materiais e equipamentos utlizados, as palavras e imagens
para o público receptor), quando na "realidade" a representação produzida não é
idêntica ou mesmo infinita, mas de ingredientes diversos que serão identificados e
interpretados de forma diferente (conhecimento, educação, poder aquisitivo, posição
social, idade, sexo).
64
A interatividade permite a integração de elementos que antes se encontravam
separados. Este fenômeno cria distúrbios na percepção da distância e na definição de
um juízo de valor. As partes envolvidas encontram-se tão ligadas que inibem a
representação das diferenças transmitida por elas. A máquina representa o homem que
se torna um elemento virtual deste sistema. As representações são simuladas num
ambiente que fornecem uma ilusão de informações e descobertas. Tudo é previamente
estabelecido: “O sistema gira deste modo, sem fim e sem finalidade”, diz o autor.
Devido à sociedade tecnocrática e ao poder dominador dos meios de comunicação, a
vida humana acaba se tornando uma "realidade virtual".
De acordo com a pirâmide a seguir, o dar receber retribuir, três palavras
citadas no contexto da hospitalidade, segundo Camargo (2004), pode permitir dentro da
gastronomia, um entendimento de fenômenos correlatos, como a associação e a
solidariedade humana que vem acontecendo no mundo da mídia e em especial aos
programas de TV, relacionados aos mais diversos assuntos e as mais variadas
reações, desejos e satisfação dos telespectadores.
Essa interação está relacionada com as diferentes necessidades e interesses,
colocados na “Pirâmide de Maslow”, do receptor ou telespectador, referente a
informação do programa de TV escolhido.
Camargo (2004) coloca a hospitalidade em diferentes instâncias. Define a
hospitalidade como uma interação de seres humanos com seres humanos, em tempos
(receber, hospedar, alimentar, entreter) e espaços (doméstico, público, comercial e
virtual) planejados para essa interação.
O tema hospitalidade surge atualmente como o vínculo ou elo de ligação entre
os seres humanos, tendo a alimentação como um fator primordial, fazendo parte das
necessidades básicas na vida das pessoas. O assunto tornou-se extremamente útil o
em áreas correlatas, mas também em outras formas de questionamento da
sociedade, baseado em trocas de experiências e conhecimentos.
65
Desta forma, a “Pirâmide de Maslow” interagida com a hospitalidade e a
sociologia da recepção, a gastronomia e os programas de TV vem enriquecer este
estudo, fazendo um paralelo com os estudiosos do assunto: Lashley & Morrison, Callié
e Lahire ligados a hospitalidade e a sociologia da recepção, Baudrillard ligado a
gastronomia e Bourdieu ligado aos programas de TV, conforme Imagem 2, a seguir:
HOSPITALIDADE
A pirâmide de Abraham Maslow fala sobre a hierarquia das necessidades
humanas que se apresentam em níves, como: necessidades fisiológicas por abrigo,
roupa e comida; necessidades de segurança e proteção contra ameaças físicas e
danos; necessiddes sociais de pertencer a um grupo e relacionar-se com outros;
necessidade de auto estima para satisfazer o ego e obter status e necessidade de auto
realização, no sentido de utilizar o máximo potencial individual e buscar o bem estar
emocional. Estes níveis são analisados de acordo com as motivações pessoais e o
poder aquisitivo. A sociologia da recepção em relação aos usos sociais das dias
NECESSIDADES
SOCIAIS E DE
SEGURANÇA
NECESSIDADES
FISIOLÓGICAS BÁSICAS
(DAR/RECEBER/RETRIBUIR)
“Lashley & Morisson, Caillé”
PROGRAMAS DE TV
(MEIOS DE COMUNICAÇÃO/INFORMAÇÃO)
“Bourdieu”
Imagem 2: Pirâmide de Maslow interagida com a Hospitalidade e Sociologia da
Recepção X Gastronomia X Programas de TV
Fonte: adapatado pela pesquisadora
GASTRONOMIA
(TIPO DE ALIMENTAÇÃO/INTERESSE)
“Baudrillard”
AUTO
REALIZAÇÃO
AUTO
ESTIMA
66
pode ser apoiada na trajetória acadêmica e do pensamento do sociólogo Bernard
Lahire (2003), o qual acredita que as mensagens e as imagens se imprimem
diretamente na mente das pessoas que assistem à televisão ou ao rádio. Considera
que, as diferentes experiências sociais passadas e as diversas categorias de
telespectadores ou ouvintes não tratam da mesma forma os programas assistidos. Os
ouvintes ou telespectadores não se apropriam dos programas de maneira homogênea.
A relação dos estudiosos com a “Pirâmide de Maslow”, apresentada na Imagem
2, mostra esta interação e interpretação, de acordo com a explicação a seguir:
Lashley e Morrison (2004) e a Hospitalidade: embora a televisão produza
conteúdo textual a respeito de diversos aspectos da hospitalidade, um elemento
predomina, isto é, aquele relativo a comer e ao ato de comer. Até então parece que não
houve muitas tentativas para se estudar os programas de culinária e/ou gastronomia
como um gênero televisivo específico com o objetivo de identificar-se determinados
conteúdos contextuais oferecidos e, dessa forma, levantar como esses conteúdos
operam na produção de significados na hospitalidade ou, melhor dizendo, numa
hospitalidade mediada pelos meios de comunicação massivos.
Caillé (1998) e a Hospitalidade (dar, receber e retribuir): descreve a hipótese
que devia ser defendida e que estava patente: é a de que existe de fato em Marcel
Mauss uma teoria sociológica poderosa e coerente, que fornece as linhas mestras do
único paradigma propriamente sociológico que se possa conceber e defender. Esta é
uma íntima ligação entre o simbolismo e a obrigação de dar, receber e retribuir que tem
o vínculo com a hospitalidade. O que é próprio de Mauss que estende a noção de
símbolo para muito além dos signos linguísticos ou pictóricos. Segundo Caillé, para
Mauss, o conceito da natureza simbólica da relação social e suas implicações negativas
e positivas, envolvendo as palavras, as saudações e os presentes trocados, recebidos
e retribuídos.
Baudrillard e a Gastronomia (tipo de alimentação e interesse): os programas de
gastronomia na TV podem ser relacionados com as teorias e estudos de Baudrillard,
como segue:
67
Uma simulação: preparação dos pratos com todos os detalhes;
Um simulacro: pois simula o sabor;
Um entretenimento: pois o acompanhamento do preparo da
refeição/receita e assistir a um programa de TV são considerados como
lazer ou entretenimento;
Uma produção de presença: considerando a sintonia do corpo com o
ambiente e a imagem.
Bourdieu e os programas de televisão (meios de comunicação e informação):
fala do princípio de seleção do programa e como será feita a mensagem em busca do
sensacional, do espetacular. A comunicação da televisão convida à dramatização, no
duplo sentido: põe em casa, em imagens, um acontecimento ou informação e exagera-
lhe a importância, a gravidade, e o caráter dramático, trágico. Que palavra
“grandiloquente” faz-se o mesmo trabalho com as palavras. De fato, o mundo da
imagem é dominado pelas palavras. Nomear, como se sabe, é fazer ver, é criar, levar a
existência.
Sendo assim, o antes, o durante e o depois da preparação, gestão e efetivação
de um programa de gastronomia na TV tem que focar na qualidade e conteúdo, para
que o receptor ou telespectador assimile e consiga decodificar a mensagem de acordo
com o seu estilo de vida, conhecimento, motivação e poder aquisitivo.
Para Camargo (2004, p.79-80), a hospitalidade permite uma ampliação do seu
campo quando relacionada com a comunicação:
“Um novo recorte surge quando pensadores da hospitalidade dialogam com os
pensadores da comunicação. A noção do senso comum de hospitalidade
desvela e privilegia um processo de comunicação entre aquele que visita e
aquele que recebe. Como a ciências da comunicação auxiliam no estudo
desse processo? Também a comunicação sofre diante da amplitude do desafio
de estudar um campo no qual se desenrola um processo ainda mais complexo,
com três elementos em permanente feedback o emissor (e sua mensagem),
o canal (sempre supondo que não existe contato pessoal entre o emissor e o
receptor) e o receptor (e a forma como ele elabora a mensagem recebida,
condição para o início do processo de feedback).
68
O setor da hospitalidade pode ser considerado como um grande sistema, em
que o receptor vivencia as suas necessidades e desejos, de acordo com os programas
escolhidos por ele na televisão, e que, os diferentes tipos de serviços e produtos
oferecidos pelas imagens e palavras são sub-sistemas das experiências vividas neste
ciclo. A qualidade do resultado total e final desta experiência e vivência de cada pessoa
será a avaliação e classificação individualizada, sendo a somatória da avaliação e
classificação de cada um deles o resultado final, medido pela audiência - o IBOPE. É a
partir do perfeito funcionamento desse todo (sistema) que se pode gerar bens e
serviços com a qualidade que as pessoas ou clientes esperam diante daquilo que
procuram, necessitam ou desejam.
69
CAPÍTULO IV – METODOLOGIA
Este capítulo abordará as etapas do estudo realizado, incluindo a pesquisa e
coleta de dados, dando continuidade posteriormente a tabulação e análise dos
resultados.
1. O ESTUDO
O estudo do comportamento do consumidor, que neste caso é o telespectador
dos programas de gastronomia na TV, leva ao questionamento dos pontos necessários
para conquistar a atenção da audiência. Grover (2006) e Zaltman (2008) ressaltam a
necessidade de entender o comportamento do cliente, ouvir sua voz e aprender a partir
de suas experiências. Afinal, o que deseja e espera o público de um programa de
gastronomia na TV? Qual é a contribuição do programa de gastronomia na TV na
possível transformação do saber e fazer do seu ouvinte?
Callahan e Lasry (2004) e Enkel, Perez-Freije e Gassman (2005) comentam da
importância da integração das informações dos clientes no processo de inovação das
empresas, a qual está prestes a ser incluída no rol das melhores práticas, com amplo
suporte teórico e empírico. Para Lusch e Vargo (2006), o consumidor pode ser
entendido como “co-criador” do valor que é oferecido pela empresa. Esta colocação
pode variar em relação à “quase interação mediada” (Thompson, 1998), isto é, aquela
que implica o uso de um meio técnico, neste caso a TV, o qual possibilita a transmissão
de informação e conteúdo simbólico para indivíduos situados, no espaço, no tempo ou
em ambos. Os participantes podem estar em contextos espaciais ou temporais
distintos, o que pode diferenciar no valor da mensagem emitida pela organização e
recebida através do produto ou serviço exposto.
As características deste estudo estão voltadas para pesquisa quantitativa, a
qual está no terreno objetivo das características e é constituída das variáveis e dos
70
índices. Neste caso é ressaltado sobre os programas de gastronomia na TV,
considerando-se como quantificação nas ciências sociais, os fenômenos que consistem
em medições de atitudes e de opiniões, podendo estar sujeito a problemas de
subjetividade. Os resultados terão como referência as características do grupo
pesquisado e não a cada indivíduo. As técnicas utilizadas foram a observação pessoal,
entrevista, questionário aplicado pelo próprio pesquisador, com coleta dos dados,
tabulação e análise estatística dos resultados obtidos.
Dencker e Da Viá (2001, p. 22-26) citam diversos estudiosos em relação a
pesquisa dirigida para as relações interpessoais, em busca de métodos e formas que
permitam compreender a realidade influenciada pelos meios de comunicação e seus
efeitos. Comentam também sobre a recepção e influência das mensagens veiculadas
nos comportamentos dos indivíduos e na constituição da sociedade e a pesquisa de
controle, de análise de conteúdo e dos meios de comunicação, permanecendo a
preocupação de pesquisar a audiência e analisar os efeitos da comunicação. Referem
também sobre a ênfase dada a pesquisa quantitativa na área da comunicação, na
década de 90: “A evolução tecnológica, em especial a disseminação do uso do
computador, com sua linguagem acessível e a criação de programas de tabulação, que
permitem quantificar dados de maneira mais simples, contribuiram muito para que isso
ocorresse”.
71
2. A POPULAÇÃO
Este estudo será composto por três tipos de participantes que serão
entrevistados pelo pesquisador:
Emissor: chefs de cozinha de programas de gastronomia na televisão.
Receptor (telespectador 1): telespectadores associados de um clube no bairro
Morumbi (São Paulo), pela facilidade da aplicação da entrevista e distinção de classe
social.
Receptor (telespectador 2): telespectadores do centro comunitário de trabalho do
bairro Paraisópolis (São Paulo), pela facilidade da aplicação da entrevista e distinção de
classe social.
2.1. Critérios para seleção da amostra
Para obter os dados necessários para a proposta da pesquisa foram levadas
em consideração as seguintes informações referentes à seleção da amostra:
Dados considerados para os chefs de cozinha: indivíduos de ambos os sexos,
formação e prática na gastronomia e participação em pelo menos um programa de
gastronomia na TV.
Dados considerados para os cios do clube do bairro Morumbi (São
Paulo): características do perfil dos respondentes (Parte I) que deverão ser somente
dos associados deste clube do bairro Morumbi, incluindo sexo, idade, formação,
profissão, e a opinião destes associados sobre os programas de gastronomia na TV, os
quais devem possuir o hábito de assistir programas de gastronomia na TV, pelo menos
uma vez por semana (Parte II).
72
Dados considerados para as funcionárias do centro comunitário de trabalho
do bairro Paraisópolis (São Paulo): características do perfil dos respondentes (Parte
I) que deverão ser somente as funcionárias do centro comunitário de trabalho do bairro
Paraisópolis, incluindo sexo, idade, formação, profissão, e a opinião destes moradores
sobre os programas de gastronomia na TV, os quais devem possuir o hábito de assistir
programas de gastronomia na TV, pelo menos uma vez por semana (Parte II).
2.2 O n amostral
Participaram da pesquisa 50 sócios de um clube do bairro Morumbi
(Telespectador 1) e 50 funcionárias do centro comunitário de trabalho do bairro
Paraisópolis (Telespectador 2). Foi aplicado um questionário contendo questões sobre
as características do perfil do respondente e a opinião sobre os programas de
gastronomia na TV.
Dezessete chefs de cozinha também responderam um questionário com nove
questões referentes aos programas gastronômicos na TV que já participaram.
2. 3 A coleta de dados
A coleta de dados foi realizada com três grupos diferentes:
Chefs de cozinha: por meio de entrevista com questões abertas, múltipla
escolha, mista (Apêndice I) sobre o conteúdo dos programas, como estes são definidos,
a escolha da receita a ser apresentada, a audiência e o Ibope, o marketing pessoal.
Estas entrevistas foram feitas através de questionário pré-preparado, tabuladas e
passadas literalmente para o papel, de acordo com o exposto por cada entrevistado. A
princípio, foram escolhidos aleatoriamente os chefs de cozinha da UAM Universidade
Anhembi Morumbi, do Curso de Gastronomia e Nutrição, que atenderam as
73
características expostas na metodologia e que tinham a experiência de pelo menos
uma apresentação em programa de gastronomia na TV. Foram enviados por email 30
questionários, dos quais vários chefs que não puderam responder indicaram um amigo
que estava dentro da proposta da pesquisa. Sendo assim, dos 30 questionários
emitidos, foram respondidos 17 questionários, que estavam dentro dos quesitos
necessários para a pesquisa.
Sócios de um clube do bairro Morumbi de São Paulo (Telespectador 1): os
quais receberam do pesquisador, um questionário (Apêndice II), com a orientação de
respondê-los imediatamente e devolvê-los ao término. O questionário foi respondido na
hora que foi entregue. O pesquisador aguardou cada participante responder o
questionário, tirou todas as dúvidas na hora que cada respondente solicitou e recolheu
logo após o término completo das questões propostas.
Funcionárias de centro comunitário de trabalho do bairro Paraisópolis
(Telespectador 2): os quais receberam do pesquisador, um questionário (Apêndice III),
com a orientação de respondê-los imediatamente e devolvê-los ao término. O
questionário foi respondido na hora que foi entregue. O pesquisador aguardou cada
participante responder o questionário, tirou todas as dúvidas na hora que cada
respondente solicitou e recolheu logo após o término completo das questões propostas.
2.4 Acompanhamento dos vieses
Foram aplicados 4 questionários para cada um dos três grupos de estudo: chefs
de cozinha que já participaram de programa de gastronomia na TV, sócios de um clube
do bairro Morumbi de São Paulo e funcionárias do centro comunitário de trabalho de
Paraisópolis. Este pré-teste realizado antecipadamente, num total de 12 questionários,
possibilitou checar possíveis vieses referentes às perguntas propostas dos 3
questionários aplicados e alterar as questões relacionadas com respostas que
74
anulavam a pergunta ou davam duplicidade de informação, tendo como objetivo a
clareza e compreensão das perguntas solicitadas.
2.5 Análise Estatística
Foi realizada uma análise exploratória de dados através de freqüências e
porcentagens e construídos gráficos de barras para melhor visualização dos resultados.
As variáveis categóricas, considerando todas as variáveis, pois é uma pesquisa
quantitativa, (tirando as questões abertas onde não são realizados os testes
estatísticos) foram comparadas através do teste não paramétrico de Friedman
(comparação entre os itens da questão) e o teste não paramétrico de Mann-Whitney
(comparação entre os grupos de telespectadores).
A diferença entre o teste de Friedman e o teste de Mann-Whitney é que o
primeiro é utilizado para 3 ou mais grupos e o segundo é utilizado para 2 grupos,
portanto, na comparação entre os itens da questão, como são mais que 3 itens utilizou-
se o teste de Friedman (Questões 7, 8 e 10 ). a comparação entre os grupos de
telespectadores (2 grupos apenas) utilizou o teste de Mann-Whitney (questão 7).
Para a questão 7, foi utilizado o de duas proporções para comparar os grupos
de telespectadores que preferiram o programa da Ana Maria Braga.
Para a questão 9, foi aplicado o teste Qui-Quadrado para medir a associação
da hospitalidade com os grupos de telespectadores. Testes de proporções também
foram utilizados nas comparações.
O nível de confiança utilizado nas análises comparativas foi de 95%.
O software estatístico utilizado foi o XLSTAT 2009.
75
CAPÍTULO V – RESULTADOS E DISCUSSÃO
1. PERFIL DOS TELESPECTADORES
A caracterização sociodemográfica dos participantes tem o objetivo de elaborar
um perfil que permita identificar a amostra estudada e inclui informações em relação as
seguintes variáveis: idade, estado civil, gênero, escolaridade e profissão.
A amostra final de 100 telespectadores foi constituída por 50 telespectadores
sócios do clube do bairro Morumbi (T1) e 50 telespectadores funcionárias do centro
comunitário de trabalho (CCT) do bairro Paraisópolis (T2).
Com relação aos resultados por perfil realizou-se apenas as comparações por
idade. O motivo é que não foi possível observar os resultados por nero, pois a
pesquisa apresentou 5 telespectadores do gênero masculino; para o estado civil, as
frequências de respostas para os solteiros, separados e divorciados também foi baixa.
Mesmo na idade, a amostra estava um pouco desbalanceada, considerando os grupos
de telespectadores, onde os telespectadores do grupo 1 tem mais idade comparados
aos telespectadores do grupo 2. O ideal seria que eles estivessem balanceados.
76
Tabela 1 Frequências e porcentagens para a faixa de idade dos telespectadores
Idade
T1
T2
N
%
n
%
Até 24 anos 3 6,0 7 14,0
De 25 a 30 anos 1 2,0 9 18,0
De 31 a 40 anos 7 14,0 16 32,0
De 41 a 50 anos 16 32,0 10 20,0
Mais de 50 anos 23 46,0 8 16,0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
até 24 de 25 a 30 de 31 a 40 de 41 a 50 mais de 50
Idade (anos)
Porcentagem (%)
T1
T2
Figura 1 – Porcentagens/idade (anos)
A idade dos telespectadores do grupo T1 foi superior comparado aos
telespectadores do grupo T2. A porcentagem de telespectadores com mais de 40 anos
foi igual a 78%, para os telespectadores T1, e 36% para os telespectadores T2. Apenas
8% dos telespectadores T1 têm 30 anos ou menos, enquanto 32% de T2 têm 30 anos
ou menos. O resultado da pesquisa teve sua influência em pontos que devem ser
levantados: a pesquisa dos telespectadores T1 foi realizada no final de semana, pois
durante a semana o pesquisador tentou aplicar os questionários, o que não teve
aceitação dos respondendes. Em relação a Paraisópolis, a pesquisa foi aplicada no
meio da semana, pois no final de semana o centro comunitário de trabalho não
funciona, somente para eventos especiais e comemorativos.
77
O estado civil apresentou resultados semelhantes entre os grupos de
telespectadores. A grande maioria dos telespectadores T1 (72%) e T2 (58%) são
casados. Dentre os telespectadores que responderam não ser casados, solteiros,
separados ou divorciados, um deles afirmou ser viúvo para o grupo T1, e para o grupo
T2, quatro telespectadores afirmaram viver juntos/amigados, dois são viúvos e um deles
afirmou ser emancipado. Um telespectador do grupo T1, que respondeu a categoria
outro, não afirmou qual é o seu estado civil.
Tabela 2 Frequências e porcentagens para o estado civil dos telespectadores
Estado Civil
T1
T2
N
%
n
%
Solteiro 7 14,0 10 20,0
Casado 36 72,0 29 58,0
Separado 2 4,0 1 2,0
Divorciado 3 6,0 3 6,0
Outro 2 4,0 7 14,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Solteiro Casado Separado Divorciado Outro
Estado Civil
Porcentagem (%)
T1
T2
Figura 2 – Porcentagens por estado civil
78
A grande maioria dos telespectadores T1 e T2 são do gênero feminino, e isto
pode ser explicado pelo fato da pesquisa ter sido realizada no centro comunitário de
trabalho (T2) que mais de 97% dos funcionários são do sexo feminino e no clube do
bairro Morumbi, as mulheres se sentiram mais à vontade para responder o questionário.
Tabela 3 Frequências e porcentagens para o gênero dos telespectadores
Gênero
T1
T2
N
%
n
%
Feminino 46 92,0 49 98,0
Masculino 4 8,0 1 2,0
0
20
40
60
80
100
Feminino Masculino
Gênero
Porcentagem (%)
T1
T2
Figura 3 – Porcentagens por gênero
A maior parte dos telespectadores T1 e T2 têm ensino superior completo. Nota-
se uma maior porcentagem de respostas para a categoria “outros” para os
telespectadores T1, sendo que, todos os 9 telespectadores afirmaram possuir pós-
graduação (mestrado/ doutorado). O telespectador do grupo T2, afirmou ter o ensino
fundamental incompleto.
79
A minoria dos telespectadores tem profissão relacionada à gastronomia ou a
comunicação. A profissão dos telespectadores T1, não ligadas à gastronomia ou
comunicação, é de 90%. Para os telespectadores T2 esta porcentagem é de 84%.
Tabela 4 Frequências e porcentagens para a escolaridade dos telespectadores
Escolaridade
T1
T2
N
%
n
%
Ensino médio completo 2 4,0 20 40,0
Ensino médio incompleto 2 4,0 1 2,0
Ensino superior completo 33 66,0 22 44,0
Ensino superior incompleto 4 8,0 6 12,0
Outro 9 18,0 1 2,0
0
10
20
30
40
50
60
70
Ensino
médio
completo
Ensino
médio
incompleto
Ensino
superior
completo
Ensino
superior
incompleto
Outro
Escolaridade
Porcentagem (%)
T1
T2
Figura 4 – Porcentagens por faixa de escolaridade
80
Tabela 5 Frequências e porcentagens para o tipo de profissão dos telespectadores
Profissão
T1
T2
N
%
n
%
Ligada a gastronomia 0 0,0 4 8,0
Ligada a comunicação 5 10,0 4 8,0
Outro 45 90,0 42 84,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Ligada a gastronomia Ligada a comunicação Outro
Profissão
Porcentagem (%)
T1
T2
Figura 5 – Porcentagens por tipo de profissão
Tabela 6 Frequências das respostas das profissões dos telespectadores
Profissão
T1
T2
Administração 2 1
Advogada 3 0
Aposentada/Prof. 2 0
Arquitetura 1 0
Artista Plástica 1 0
Assistente 1 1
Auxiliar Administrativa 0 1
Auxiliar Enfermagem 0 1
Auxiliar de Cozinha 0 1
Auxiliar de limpeza 0 1
Dentista 2 0
Comerciante 1 0
Comunicação Social/Marketing 1 0
81
Consultor 1 0
Copeira 0 3
Cozinheira 0 2
Cuidadora de Idoso 0 1
Desembargadora 1 0
Dona de Casa 2 1
Economia 1 0
Ed. Física 1 0
Educadora/Educação 3 19
Empresária 1 0
Enfermeira 2 0
Engenharia 4 0
Estudante 3 0
Fonoaudiologia 1 0
Medicina 1 0
Nutricionista Clínica 1 0
Pedagoga 0 1
Professor 6 5
Proprietária/Marketing 1 0
Psico Pedagogia 1 0
Psicologia 4 0
Publicidade 1 0
Serviço Gerais 0 1
Serviço Social 0 1
Faltantes 1 10
Nota-se um destaque para a função educadora (19 respostas) para os
telespectadores T2, e isto pode ser explicado pelo fato da pesquisa ter sido realizada
em um centro comunitário voltado para a educação e apoio a diferentes grupos, em
idade e interesse, com atividades ligadas a valorização da qualidade de vida: saúde,
leitura, esportes, pré natal de jovens futuras mamães (entre 15 anos e 20 anos).
82
2. OPINIÃO SOBRE OS PROGRAMAS DE GASTRONOMIA NA TV
Tabela 7 Frequências e porcentagens para o programa de gastronomia na TV que os
telespectadores mais gostam de assistir
Programa
T1
T2
n
%
n
%
Ana Maria Braga – Rede Globo 14 28,0 40 80,0
Bem Família – Rede Bandeirantes 0 0,0 3 6,0
Menu Confiança – GNT 18 36,0 0 0,0
Outro 18 36,0 7 14,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Ana Maria Braga
(Globo)
Bem Família
(Bandeirantes)
Menu Confiança
(GNT)
Outro
Programa Favorito
Porcentagem (%)
T1
T2
Figura 6 – Porcentagens por programa favorito
A porcentagem de telespectadores T2 (80%) que indicaram o programa da Ana
Maria Braga como o seu programa favorito de gastronomia foi significativamente
superior comparado aos telespectadores T1 (teste de duas proporções; p<0,001).
Um dos motivos dessa diferença ser significativa é a maior dispersão dos
resultados dos telespectadores T1. Com um maior poder aquisitivo, estes
telespectadores têm mais opções de programas de culiria em TV por
83
assinatura/paga. Nota-se uma grande porcentagem de citações para o programa Menu
Confiança da GNT, além de outros programas de TV fechada como Jamie Oliver.
A tabela seguinte mostra os resultados dos programas favoritos de gastronomia
citados para a categoria “outros”.
Tabela 8 Frequências das respostas dos outros programas de gastronomia/culinária
Programa
T1
T2
Jamie Olivier 7 0
Olivier Anquier 3 0
Todo Seu/Ronnie Von 2 1
Edu Guedes/TV Record 2 4
Mestre Cuca 1 0
Nigella 1 0
Receita Minuto/Daniel Bork 1 1
Inglês GNT 1 0
Palmeirinha 0 2
TV Gazeta 0 1
Os resultados seguintes referem-se às questões avaliadas em escala
categórica de 6 pontos onde:
(6) Essencial; (5) Muito importante; (4) Importante; (3) Pouco importante;
(2) Indiferente; (1) Fora do contexto.
Por se tratar de uma escala categórica, e tendo como as questões foram
apresentadas com a observação de serem respondidas de acordo com uma sequência
de valores onde a resposta 1 seria a menos importante e a resposta 6 seria a mais
importante, as comparações estatísticas foram realizadas através de testes não-
paramétricos.
84
Nenhum telespectador de ambos os grupos (T1 e T2) apontou a categoria
“outro” para nenhum dos itens da questão: “Porque você assiste aos programas de
gastronomia na TV?”.
Tabela 9 Frequências e porcentagens para a importância sobre o motivo pelo qual os
telespectadores assistem aos programas de gastronomia na TV para a questão Aprendo com as
receitas apresentadas”.
Aprendo com as receitas
apresentadas
T1
T2
n
%
n
%
Essencial 19 38,0 29 58,0
Muito importante 10 20,0 10 20,0
Importante 7 14,0 3 6,0
Pouco importante 8 16,0 8 16,0
Indiferente 5 10,0 0 0,0
Fora do contexto 1 2,0 0 0,0
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
T1 T2
Grupo
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 7 – Porcentagens para a questão “Aprendo com as receitas apresentadas”.
Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos T1 e T2 (Mann-
Whitney; p-valor=0,020). Os telespectadores do grupo T2 deram maior importância para
a questão, comparados aos telespectadores do grupo T1. T2 (58%) respondeu que é
essencial aprender com as receitas apresentadas, adaptando as condições/custos de
85
compra dos insumos sugeridos pelo chef de cozinha ou apresentadora, no caso Ana
Maria Braga, e T1 (38%), os quais possuem em casa uma empregada doméstica que é
responsável pelas refeições e que quando é possível, assistem televisão nos horários
dos programas de gastronomia, para adquirirem novas sugestões de pratos para suas
patroas e respectivas famílias.
Tabela 10 Frequências e porcentagens para a importância sobre o motivo pelo qual os
telespectadores assistem aos programas de gastronomia na TV para a questão “Faço o prato
apresentado na refeição do dia”.
Faço o prato apresentado na refeição
do dia
T1
T2
n
%
n
%
Essencial 2 4,0 3 6,0
Muito importante 11 22,0 19 38,0
Importante 11 22,0 14 28,0
Pouco importante 14 28,0 5 10,0
Indiferente 11 22,0 7 14,0
Fora do contexto 1 2,0 2 4,0
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
T1 T2
Grupo
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 8 – Porcentagens para a questão “Faço o prato apresentado na refeição do dia”.
Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos T1 e T2 (Mann-
Whitney; p-valor=0,042). Os telespectadores do grupo T2 deram uma maior importância
86
para a questão referente em fazer o prato apresentado na refeição do dia a dia,
comparados aos telespectadores do grupo T1.
Tabela 11 Frequências e porcentagens para a importância sobre o motivo pelo qual os
telespectadores assistem aos programas de gastronomia na TV para a questão “Gosto de
observar o ambiente do programa para fazer modificações na decoração da minha casa”.
Gosto de observar o ambiente do programa para
fazer modificações na decoração da minha casa
T1 T2
n
%
n
%
Essencial 2 4,0 1 2,0
Muito importante 4 8,0 1 2,0
Importante 7 14,0 8 16,0
Pouco importante 10 20,0 8 16,0
Indiferente 26 52,0 22 44,0
Fora do contexto 1 2,0 10 20,0
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
T1 T2
Grupo
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 9 Porcentagens para a questão “Gosto de observar o ambiente do programa para fazer
modificações na decoração da minha casa”.
Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos T1 e T2
(Mann-Whitney; p-valor=0,054). A maior parte dos telespectadores apontaram a
resposta “indiferente”, em relação a observar o ambiente do programa para fazer as
modificações na decoração da casa.
87
Tabela 12 Frequências e porcentagens para a importância sobre o motivo pelo qual os
telespectadores assistem aos programas de gastronomia na TV para a questão “Gosto de
observar os equipamentos e materiais usados na preparação dos pratos para acompanhar as
novidades do mercado de gastronomia”.
Gosto de observar os equipamentos e materiais
usados na preparação dos pratos para
acompanhar as novidades do mercado de
gastronomia
T1 T2
n % n %
Essencial 7 14,0 4 8,0
Muito importante 13 26,0 10 20,0
Importante 9 18,0 9 18,0
Pouco importante 15 30,0 15 30,0
Indiferente 4 8,0 9 18,0
Fora do contexto 2 4,0 3 6,0
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
T1 T2
Grupo
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 10 – Porcentagens para a questão “Gosto de observar os equipamentos e materiais usados
na preparação dos pratos para acompanhar as novidades do mercado de gastronomia”.
Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos T1 e T2
(Mann-Whitney; p-valor=0,108). Grande parte dos telespectadores de ambos os grupos
(30%) apontou a resposta “pouco importante”.
88
Tabela 13 Frequências e porcentagens para a importância sobre o motivo pelo qual os
telespectadores assistem aos programas de gastronomia na TV para a questão “Considero um
momento de lazer e entretenimento”.
Considero um momento de laze
r e
entretenimento
T1
T2
n
%
n
%
Essencial 19 38,0 8 16,0
Muito importante 11 22,0 7 14,0
Importante 16 32,0 14 28,0
Pouco importante 1 2,0 9 18,0
Indiferente 2 4,0 7 14,0
Fora do contexto 1 2,0 5 10,0
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
T1 T2
Grupo
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 11 – Porcentagens para a questão “Considero um momento de lazer e entretenimento”.
Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos T1 e T2 (Mann-
Whitney; p-valor<0,001). Os telespectadores do grupo T1 deram uma maior importância
para a questão, comparados aos telespectadores do grupo T2. Mais de 90% dos
telespectadores do grupo T1 acharam que a questão relacionada com momento de
lazer e entretenimento é importante, muito importante ou essencial.
89
Tabela 14 Frequências e porcentagens para a importância sobre o motivo pelo qual os
telespectadores assistem aos programas de gastronomia na TV para a questão Aprendo para
vender/ negócio”.
Aprendo para vender/ negócio
T1
T2
n
%
n
%
Essencial 2 4,0 5 10,0
Muito importante 0 0,0 3 6,0
Importante 0 0,0 2 4,0
Pouco importante 2 4,0 4 8,0
Indiferente 2 4,0 5 10,0
Fora do contexto 44 88,0 31 62,0
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
T1 T2
Grupo
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 12 – Porcentagens para a questão “Aprendo para vender/ negócio”.
Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos T1 e T2 (Mann-
Whitney; p-valor=0,003). 88% dos telespectadores do grupo T1 acharam que o item
“aprendo para vender/negócio” esfora do contexto enquanto que essa porcentagem
foi inferior para os telespectadores do grupo T2 (62%), o que pode ser explicado pelo
fato de no grupo T2 existirem profissionais ligados a área de gastronomia, como por
exemplo, cozinheira, auxiliar de cozinha e copeira.
90
Nota-se claramente que o item “aprendo para vender/negócio” teve um
comportamento diferente dos demais itens (figuras 13 e 14). A grande porcentagem de
respostas “fora do contexto” indica que este item “aprendo para vender/negócio” não é
um dos motivos pelo qual os telespectadores assistem aos programas de gastronomia
na TV em nenhum dos grupos de telespectadores.
Tabela 15 – Frequências para a importância sobre o motivo pelo qual os telespectadores assistem
aos programas de gastronomia na TV para os telespectadores do grupo T1.
Resposta
Item
a
b
c
d
e
f
Essencial 19 2 2 7 19 2
Muito importante 10 11 4 13 11 0
Importante 7 11 7 9 16 0
Pouco importante 8 14 10 15 1 2
Indiferente 5 11 26 4 2 2
Fora do contexto 1 1 1 2 1 44
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Queso
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 13 – Porcentagens para o grupo T1
91
Legenda:
a.
Aprendo com as receitas apresentadas.
b.
Faço o prato apresentado na refeição do dia.
c.
Gosto de observar o ambiente do programa para fazer modificações na decoração da minha casa.
d.
Gosto de observar os equipamentos e materiais usados na preparação dos pratos para acompanhar
as novidades do mercado de gastronomia.
e.
Considero um momento de lazer e entretenimento
f.
Aprendo para vender/ negócio
Tabela 16 – Frequências para a importância sobre o motivo pelo qual os telespectadores assistem
aos programas de gastronomia na TV para os telespectadores do grupo T2.
Resposta
Item
a
b
c
d
e
f
Essencial
29 3 1 4 8 5
Muito importante
10 19 1 10 7 3
Importante
3 14 8 9 14 2
Pouco importante
8 5 8 15 9 4
Indiferente
0 7 22 9 7 5
Fora do contexto
0 2 10 3 5 31
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Queso
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 14 – Porcentagens para o grupo T2
92
Legenda (item):
a.
Aprendo com as receitas apresentadas.
b.
Faço o prato apresentado na refeição do dia.
c.
Gosto de observar o ambiente do programa para fazer modificações na decoração da minha casa.
d.
Gosto de observar os equipamentos e materiais usados na preparação dos pratos para acompanhar
as novidades do mercado de gastronomia.
e.
Considero um momento de lazer e entretenimento
f.
Aprendo para vender/ negócio
Comparação entre os itens – Grupo T1
Foram encontradas diferenças significativas entre os itens avaliados (Friedman; p-
valor<0,001). A importância do item “considero um momento de lazer e entretenimento”
foi superior comparada aos itens “faço o prato apresentado na refeição do dia”, “gosto
de observar o ambiente para fazer modificações na decoração da minha casa” e
“aprendo para vender/negócios”. A importância dos itens “aprendo com as receitas
apresentadas” e “gosto de observar os equipamentos e materiais usados na preparação
dos pratos para acompanhar as novidades do mercado de gastronomia foi superior
comparada aos itens “gosto de observar o ambiente para fazer modificações na
decoração da minha casa” e “aprendo para vender/negócios”. A importância dos itens
“faço o prato apresentado na refeição do dia e gosto de observar o ambiente para
fazer modificações na decoração da minha casa” foi superior comparada ao item
“aprendo para vender/negócios”.
Comparação entre os itens – Grupo T2
Foram encontradas diferenças significativas entre os itens avaliados (Friedman; p-
valor<0,001). A importância do item “aprendo com as receitas apresentadas” foi
superior comparada aos itens “faço o prato apresentado na refeição do dia”, “gosto de
observar o ambiente para fazer modificações na decoração da minha casa”, gosto de
observar os equipamentos e materiais usados na preparação dos pratos para
acompanhar as novidades do mercado de gastronomia”, “considero um momento de
lazer e entretenimento” e “aprendo para vender/negócios”. A importância dos itens
“considero um momento de lazer e entretenimento”, “faço o prato apresentado na
93
refeição do dia” e “gosto de observar os equipamentos e materiais usados na
preparação dos pratos para acompanhar as novidades do mercado de gastronomia”, foi
superior comparada aos itens “gosto de observar o ambiente para fazer modificações
na decoração da minha casa” e “aprendo para vender/negócios”.
Os resultados das comparações indicam que o principal motivo pelo qual os
telespectadores do grupo T1 assistem TV é o lazer/ entretenimento, o que está
relacionado com os estudos apresentados do filósofo Baudrillard (1975), em que o
entretenimento significa não procurar nem encontrar nenhum motivo para responder a
comunicação com comunicação. O entretenimento tem um efeito de reforço em relação
a um saber já presente e uma simbiose com o contexto. A repetição constrói o contexto.
Um programa de culinária televisivo já é um entretenimento. A comida passa a ser
“fatos midiáticos”.
Para os telespectadores do grupo T2 o principal motivo é aprender com as
receitas apresentadas, que pode ser relembrado com a comensalidade e convivialidade
citadas por Fernandes (1991) dizendo que o sistema de comunicação se refere a um
inter-relacionamento, ligando os hábitos da refeição e sua ritualização.
Tabela 17 Frequências para o que os telespectadores do grupo T1 mais gostam no programa de
gastronomia/culinária na TV.
Resposta
I
tem
a
b
c
d
e
f
Essencial 10 12 9 13 2 3
Muito importante 13 15 4 9 8 1
Importante 10 13 13 7 5 2
Pouco importante 9 5 14 10 10 2
Indiferente 4 5 8 9 17 8
Fora do contexto 4 0 2 2 8 34
94
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Queso
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 15 – Porcentagens para o grupo T1
Tabela 18 Frequências para o que os telespectadores do grupo T2 mais gostam no programa de
gastronomia/culinária na TV.
Resposta
Item
a
b
c
d
e
f
Essencial 15 15 3 8 6 3
Muito importante 13 11 10 7 8 1
Importante 12 7 10 12 5 4
Pouco importante 3 6 9 13 14 5
Indiferente 5 7 13 6 13 6
Fora do contexto 2 4 5 4 4 31
95
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Queso
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 16 – Porcentagens para o grupo T2
Legenda (item):
a.
Estimula a preparação de pratos especiais nas refeições em família;
b.
Dá informações claras e fáceis sobre a preparação dos pratos realizados, influenciando nas receitas
que gosto de fazer;
c.
Motiva novas técnicas de preparo dos alimentos, com palavras, termos da culinária e utilizando
produtos e utensílios cada vez mais práticos;
d.
Tem uma função educativa, fazendo o telespectador aprender uma maneira mais saudável de comer.
e.
Propicia detalhes importantes na preparação dos pratos realizados pelo chef de cozinha, que ensina
como economizar com os gastos em alimentação;
f.
Tem a participação direta com seus telespectadores, com perguntas e respostas na hora da
apresentação do programa, esclarecendo com facilidade as dúvidas e curiosidades.
Comparação entre os itens – Grupo T1
Foram encontradas diferenças significativas entre os itens avaliados (Friedman; p-
valor<0,001). A importância dos itens “Estimula a preparação de pratos especiais nas
refeições em família”, “dá informações claras e fáceis sobre a preparação dos pratos
realizados, influenciando nas receitas que gosto de fazer” e “tem uma função educativa,
fazendo o telespectador aprender uma maneira mais saudável de comer” foi superior
96
comparada aos itens “propicia detalhes importantes na preparação dos pratos
realizados pelo chef de cozinha, que ensina como economizar com os gastos em
alimentação” e “tem a participação direta com seus telespectadores, com perguntas e
respostas na hora da apresentação do programa, esclarecendo com facilidade as
dúvidas e curiosidades”. A importância dos itens “motiva novas técnicas de preparo dos
alimentos, com palavras, termos da culinária e utilizando produtos e utensílios cada vez
mais práticos” e “propicia detalhes importantes na preparação dos pratos realizados
pelo chef de cozinha, que ensina como economizar com os gastos em alimentação” foi
superior comparada ao item “tem a participação direta com seus telespectadores, com
perguntas e respostas na hora da apresentação do programa, esclarecendo com
facilidade as dúvidas e curiosidades” .
Comparação entre os itens – Grupo T2
Foram encontradas diferenças significativas entre os itens avaliados (Friedman; p-
valor<0,001). A importância do item “estimula a preparação de pratos especiais nas
refeições em família” foi superior comparada aos itens “motiva novas técnicas de
preparo dos alimentos, com palavras, termos da culinária e utilizando produtos e
utensílios cada vez mais práticos”, propicia detalhes importantes na preparação dos
pratos realizados pelo chef de cozinha, que ensina como economizar com os gastos em
alimentação” e “tem a participação direta com seus telespectadores, com perguntas e
respostas na hora da apresentação do programa, esclarecendo com facilidade as
dúvidas e curiosidades”. A importância dos itens “dá informações claras e fáceis sobre a
preparação dos pratos realizados, influenciando nas receitas que gosto de fazer” e “tem
uma função educativa, fazendo o telespectador aprender uma maneira mais saudável
de comer” foi superior comparada ao item “tem a participação direta com seus
telespectadores, com perguntas e respostas na hora da apresentação do programa,
esclarecendo com facilidade as dúvidas e curiosidades”.
97
Tabela 19 Frequências e porcentagens para a importância da hospitalidade do programa de
gastronomia assistido.
Hospitalidade
T1
T2
n
%
n
%
a)
O chef de cozinha atende VOCÊ em relação ao programa,
porque há uma interação.
3 6,0 12 24,0
b) O programa procura ser simpático e alegre.
7 14,0 2 4,0
c) O programa faz sorteio e oferece brindes aos telespectadores.
0 0,0 1 2,0
d)
O programa procura falar claro sobre o assunto proposto, seja
nas receitas ou na mensagem de culinária/gastronomia,
mostrando na prática aquilo que está falando.
27 54,0 26 52,0
e)
Troca de conhecimentos: você compreende claramente as
receitas explicadas e faz a receita em casa.
13 26,0 9 18,0
Não foram observadas respostas para a categoria “Outro”.
Dos 3 telespectadores do grupo T1 que responderam o item a (interação), dois
afirmaram ter interação pela Internet e um interação ao vivo. Para os telespectadores
do grupo T2, oito afirmaram haver interação ao vivo e quatro interação pela Internet. A
concentração do resultado nos 2 grupos (53%, aproximadamente) mostra a importância
da comunicação, que nos remete ao trida Pirâmide de Maslow, no qual foi feita a
relação: Hospitalidade e a Comunicação através dos programas de gastronomia na
televisão.
98
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
T1 T2
Grupo
Porcentagem
a
b
c
d
e
Figura 17 Porcentagens para a importância da hospitalidade do programa de gastronomia
assistido.
Foi encontrada associação significativa entre os grupos e a importância da
hospitalidade do programa assistido (Qui-Quadrado; p-valor=0,042). As maiores
diferenças entre os grupos T1 e T2 ocorreu em relação aos itens o chef de cozinha
atende VOCÊ em relação ao programa, porque há uma interação” e “o programa
procura ser simpático e alegre”. Os telespectadores do grupo T1 apontaram uma maior
importância para o item “o programa procura ser simpático e alegre” e menor
importância para o item “o chef de cozinha atende VOCÊ em relação ao programa,
porque uma interação” comparados aos telespectadores do grupo T; no entanto, a
maior importância de ambos os grupos ocorreu para o item “o programa procura falar
claro sobre o assunto proposto, seja nas receitas ou na mensagem de
culinária/gastronomia, mostrando na prática aquilo que está falando”. Pode-se ressaltar
como a comunicação clara entre o emissor e o receptor influência em relação ao
acolhimento ou hospitalidade do programa apresentado.
Foi utilizado o teste de k proporções para a comparação dos itens dentro de
cada grupo de telespectadores, ou seja, telespectadores associados de um clube no
bairro Morumbi (São Paulo), denominados T1 e telespectadores do centro comunitário
de trabalho do bairro Paraisópolis (São Paulo), denominados T2.
99
Na comparação entre os itens para o grupo T1, a importância do item “o
programa procura falar claro sobre o assunto proposto, seja nas receitas ou na
mensagem de culinária/gastronomia, mostrando na prática aquilo que está falando” foi
significativamente superior à importância dos itens “o chef de cozinha atende VOCÊ em
relação ao programa, porque uma interação”, “o programa procura ser simpático e
alegre” e o programa faz sorteio e oferece brindes aos telespectadores”. Para o grupo
T2, a importância do item “o programa procura falar claro sobre o assunto proposto,
seja nas receitas ou na mensagem de culinária/gastronomia, mostrando na prática
aquilo que está falando” foi significativamente superior à importância dos itens “o
programa procura ser simpático e alegre”, “o programa faz sorteio e oferece brindes aos
telespectadores” e “troca de conhecimentos: você compreende claramente as receitas
explicadas e faz a receita em casa”.
Nota-se que o item c (sorteio/brindes) não foi selecionado como um fator
importante para a hospitalidade do programa de gastronomia assistido, para nenhum
dos grupos de telespectadores.
Tabela 20 Frequências para a importância dos programas de gastronomia no estilo de vida dos
telespectadores do grupo T1.
Resposta
Item
a
b
c
d
e
f
Essencial 4 17 5 13 6 5
Muito importante 6 9 8 5 9 13
Importante 7 8 8 7 15 5
Pouco importante 7 9 7 8 10 9
Indiferente 11 5 15 5 7 7
Fora do contexto 15 2 7 12 3 11
100
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Queso
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 18 – Porcentagens para o grupo T1
Legenda (item):
a.
Oferecendo um maior conhecimento sobre diversas receitas de um chef de cozinha;
b.
Proporcionando novas idéias para fazer a receita no dia a dia;
c.
Atualizando sobre os diferentes assuntos ligados a gastronomia/culinária;
d.
Tornando um momento prazeroso, de descanso e lazer, ao assistir o programa;
e.
Aprendendo sobre novos temperos para incrementar o sabor dos alimentos;
f.
Conhecendo novas técnicas de preparo dos alimentos.
Tabela 21 Frequências para a importância dos programas de gastronomia no estilo de vida dos
telespectadores do grupo T2.
Resposta
Item
a
b
c
d
e
f
Essencial 9 22 2 6 7 4
Muito importante 12 7 11 6 8 6
Importante 5 10 8 10 9 8
Pouco importante 4 8 17 10 10 1
Indiferente 13 3 8 13 11 2
Fora do contexto 7 0 4 5 5 29
101
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Queso
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 19 – Porcentagens para o grupo T2
Comparação entre os itens – Grupo T1
Foram encontradas diferenças significativas entre as respostas (Friedman; p-
valor=0,001). A importância do item “proporcionando novas ideias para fazer a receita
no dia a dia” foi significativamente superior comparada aos itens “oferecendo um maior
conhecimento sobre diversas receitas de um chef de cozinha” e “atualizando sobre os
diferentes assuntos ligados a gastronomia/culinária”.
Comparação entre os itens – Grupo T2
Foram encontradas diferenças significativas entre as respostas (Friedman; p-
valor=0,001). A importância do item “proporcionando novas ideias para fazer a receita
no dia a dia” foi significativamente superior comparada a todos os outros itens
“oferecendo um maior conhecimento sobre diversas receitas de um chef de cozinha”,
“atualizando sobre os diferentes assuntos ligados a gastronomia/culinária”, “tornando
um momento prazeroso, de descanso e lazer, ao assistir o programa”, e “conhecendo
novas técnicas de preparo dos alimentos” . A importância do item “oferecendo um maior
102
conhecimento sobre diversas receitas de um chef de cozinha” foi significativamente
superior comparada ao item “conhecendo novas técnicas de preparo dos alimentos”.
Tabela 22 Frequências e porcentagens dos aspectos positivos que os programas de TV trazem
para o dia a dia do telespectador.
Aspectos positivos
T1
T2
n
%
n
%
1
-
Não respondeu
9 18 17 34
2
-
Renovar
cardápio,
variedade
de r
eceitas
,
criatividade
e
simplicidade
23 46 3 6
3
-
Novos conhecimentos culinária
20 40 29 58
4
-
Lazer
,
entretenimento
e
relaxamento com a família
19 38 5 10
5
-
Incrementar o trivial casei
ro
e
informações práticas para
o dia a dia
15 30 28 56
6
-
Novas técnicas de preparo dos alimentos
e d
icas de
culinária
4 8 6 12
7
-
Transmitir valor dos
alimentos e s
aúde
4 8 5 10
8
-
Papel educativo para as domésticas
3 6 0 0
9
-
Novos co
nhecimentos do p
aís e da língua e
cultura
2 4 0 0
10
-
Experimentação ao vivo e a cores
1 2 0 0
11
-
Ótimas receitas
0 0 5 10
12
-
Facilidade de encontrar a receita na Internet
0 0 1 2
As porcentagens foram calculadas sobre o número total de telespectadores por grupo (50).
103
0
5
10
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Aspectos positivos
mero de respostas
T1
T2
Figura 20 – Número de respostas para os aspectos positivos que os programas de TV trazem para
o dia a dia do telespectador.
Nota-se que 18% (T1) e 34% (T2) dos telespectadores não responderam a
questão referente aos aspectos positivos que os programas de TV trazem para o seu
dia a dia.
Os aspectos positivos mais citados pelo grupo T1 foram: renovar cardápio/
variedade receitas/criatividade/simplicidade (46%), novos conhecimentos de culinária
(58%), lazer/entretenimento/relaxamento com a família (38%).
Os aspectos positivos mais citados pelo grupo T2 foram: novos conhecimentos
culinários (58%), incrementar o trivial caseiro/informações práticas para o dia a dia
(56%), tendo 34% que não responderam.
104
Tabela 23 Frequências e porcentagens dos aspectos negativos que os programas de TV trazem
para o dia a dia do telespectador.
Aspectos negativos
T1
T2
n
%
n
%
1
-
Não respondeu
35 70 43 86
2
-
Receitas sofisticadas
não para o dia a dia (dicas +
práticas)
13 26 14 28
3
-
Horário ruim para quem trabalh
a/Falta de tempo
10 20 17 34
4
-
Muito anúncio/propaganda
9 18 6 12
5
-
Repetitivo/não existe mudança
8 16 1 2
6
-
Programas longos/falta objetividade
6 12 0 0
7
-
Receitas c/ ingredientes difíceis para encontrar no
mercado
6 12 0 0
8
-
Higiene (uso de luva
s/toca)
3 6 1 2
9
-
Não relaciona com aspecto saúde/alimentos
2 4 1 2
10
-
Atrapalha dieta/hipocalórica
2 4 0 0
11
-
Receitas c/ produtos do patrocinador
2 4 0 0
12
-
Produtos caros
1 2 14 28
13
-
Usa + produtos naturais
1 2 0 0
14
-
Quero fazer a receita
na hora
1 2 0 0
15
-
Dá fome
1 2 0 0
16
-
Dá vontade de comprar + itens ligados a cozinha
1 2 0 0
17
-
Falta interação com o telespectador
1 2 0 0
18
-
Não há aproveitamento dos alimentos
0 0 2 4
19
-
Convidados que não conhecem o assunto
0 0 1 2
As porcentagens foram calculadas sobre o número total de telespectadores por grupo (50).
105
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Aspectos negativos
mero de respostas
T1
T2
Figura 21 – Número de respostas para os aspectos negativos que os programas de TV trazem para
o dia a dia do telespectador.
Nota-se que grande parte dos telespectadores, 70% (T1) e 86% (T2) não
responderam a questão referente aos aspectos negativos que os programas de TV
trazem para o seu dia a dia.
Os aspectos negativos mais citados pelo grupo T1 foram: (26%) receitas
sofisticadas e não para o dia a dia (dicas + práticas); (20%) horário ruim para quem
trabalha e falta de tempo e (18%) muito anúncio/propaganda.
Os aspectos negativos mais citados pelo grupo T2 foram: (34%) horário ruim
para quem trabalha e falta de tempo; (28%) receitas sofisticadas e não para o dia a dia
(dicas + práticas) e (12%) muito anúncio/propaganda. Os aspectos negativos para os
dois grupos foram coincidentes.
Para os telespectadores do grupo T2 também foi observado (28%) das
respostas com relação ao preço caro dos produtos.
106
3. OPINIÃO SOBRE OS PROGRAMAS DE GASTRONOMIA NA TV SEGUNDO A
IDADE DOS TELESPECTADORES
A idade dos telespectadores foi categorizada em dois grupos com a finalidade
de compará-los segundo as questões avaliadas. Os grupos foram categorizados com
telespectadores com até 40 anos (grupo 1) e telespectadores com mais de 40 anos
(grupo 2). Os telespectadores com até 40 anos corresponderam a 43% da amostra e os
telespectadores com mais de 40 anos corresponderam a 57% da amostra.
Tabela 24 – Frequências para a importância sobre o motivo pelo qual os telespectadores assistem
aos programas de gastronomia na TV para os telespectadores do grupo 1.
Resposta
Item
a
b
c
d
e
f
Essencial 20 3 2 3 12 4
Muito importante 10 11 2 10 7 2
Importante 4 14 7 7 9 2
Pouco importante 9 5 7 12 6 3
Indiferente 0 8 16 9 5 5
Fora do contexto 0 2 9 2 4 27
Tabela 25 – Frequências para a importância sobre o motivo pelo qual os telespectadores assistem
aos programas de gastronomia na TV para os telespectadores do grupo 2.
Resposta
Item
a
b
c
d
e
f
Essencial 28 2 1 8 15 3
Muito importante 10 19 3 13 11 1
Importante 6 11 8 11 21 0
Pouco importante 7 14 11 18 4 3
Indiferente 5 10 32 4 4 2
Fora do contexto 1 1 2 3 2 48
107
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Questão
Porcentagem
Fora do contexto Indiferente Pouco importante
Importante Muito importante Essencial
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Questão
Porcentagem
Fora do contexto Indiferente Pouco importante
Importante Muito importante Essencial
Figura 22 – Porcentagens para o grupo 1 (à esquerda) e grupo 2 (à direita).
Legenda (item):
a.
Aprendo com as receitas apresentadas.
b.
Faço o prato apresentado na refeição do dia.
c.
Gosto de observar o ambiente do programa para fazer modificações na decoração da minha casa.
d.
Gosto de observar os equipamentos e materiais usados na preparação dos pratos para acompanhar
as novidades do mercado de gastronomia.
e.
Considero um momento de lazer e entretenimento
f.
Aprendo para vender/ negócio
Comparação entre os itens – Grupo 1
Foram encontradas diferenças significativas entre os itens avaliados (Friedman; p-
valor<0,001). A importância do item “aprendo com as receitas apresentadas” foi
superior comparada aos itens “gosto de observar o ambiente do programa para fazer
modificações na decoração da minha casa”, gosto de observar os equipamentos e
materiais usados na preparação dos pratos para acompanhar as novidades do
mercado de gastronomia”, e “aprendo para vender/ negócio”. A importância do item
“considero um momento de lazer e entretenimento” foi superior comparada aos itens
“gosto de observar o ambiente do programa para fazer modificações na decoração da
minha casa” e “aprendo para vender/ negócio”. A importância do item “faço o prato
108
apresentado na refeição do dia” foi superior comparada ao item “aprendo para vender/
negócio”.
Comparação entre os itens – Grupo 2
Foram encontradas diferenças significativas entre os itens avaliados (Friedman; p-
valor<0,001). A importância do item “aprendo com as receitas apresentadas” foi
superior comparada aos itens “faço o prato apresentado na refeição do dia”, “gosto de
observar o ambiente do programa para fazer modificações na decoração da minha
casa”, e “aprendo para vender/ negócio”.
A importância dos itens “faço o prato apresentado na refeição do dia”, “gosto de
observar os equipamentos e materiais usados na preparação dos pratos para
acompanhar as novidades do mercado de gastronomia” e “aprendo para vender/
negócio” foi superior comparada aos itens gosto de observar o ambiente do programa
para fazer modificações na decoração da minha casa” e “aprendo para vender/
negócio”.
A importância do item “gosto de observar o ambiente do programa para fazer
modificações na decoração da minha casa” foi superior comparada ao item “aprendo
para vender/ negócio”.
Tabela 26 – Frequências para o que o telespectador do grupo 1 mais gosta no programa de
gastronomia/culinária.
Resposta
Item
a
b
c
d
e
f
Essencial 9 13 3 10 5 3
Muito importante 11 8 6 8 9 1
Importante 13 6 7 10 2 5
Pouco importante 4 7 10 9 9 4
Indiferente 4 5 11 2 13 8
Fora do contexto 2 4 6 4 5 22
109
Tabela 27 – Frequências para o que o telespectador do grupo 2 mais gosta no programa de
gastronomia/culinária.
Resposta
Item
a
b
c
d
e
f
Essencial 16 14 9 11 3 3
Muito importante 15 18 8 8 7 1
Importante 9 14 16 9 8 1
Pouco importante 8 4 13 14 15 3
Indiferente 5 7 10 13 17 6
Fora do contexto 4 0 1 2 7 43
Legenda:
a. Estimula a preparação de pratos especiais nas refeições em família;
b. Dá informações claras e fáceis sobre a preparação dos pratos realizados, influenciando nas receitas que gosto de
fazer;
c. Motiva novas técnicas de preparo dos alimentos, com palavras, termos da culinária e utilizando produtos e
utensílios cada vez mais práticos;
d. Tem uma função educativa, fazendo o telespectador aprender uma maneira mais saudável de comer.
e. Propicia detalhes importantes na preparação dos pratos realizados pelo chef de cozinha, que ensina como
economizar com os gastos em alimentação;
f. Tem a participação direta com seus telespectadores, com perguntas e respostas na hora da apresentação do
programa, esclarecendo com facilidade as dúvidas e curiosidades.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Questão
Porcentagem
Fora do contexto Indiferente Pouco importante
Importante Muito importante Essencial
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Questão
Porcentagem
Fora do contexto Indiferente Pouco importante
Importante Muito importante Essencial
Figura 23 – Porcentagens para o grupo 1 (à esquerda) e grupo 2 (à direita).
110
Comparação entre os itens – Grupo 1
Foram encontradas diferenças significativas entre os itens avaliados (Friedman; p-
valor<0,001). A importância dos itens “estimula a preparação de pratos especiais nas
refeições em família”, “dá informações claras e fáceis sobre a preparação dos pratos
realizados, influenciando nas receitas que gosto de fazer” e “tem uma função educativa,
fazendo o telespectador aprender uma maneira mais saudável de comer” foi superior
comparada ao item “tem a participação direta com seus telespectadores, com perguntas
e respostas na hora da apresentação do programa, esclarecendo com facilidade as
dúvidas e curiosidades”.
Comparação entre os itens – Grupo 2
Foram encontradas diferenças significativas entre os itens avaliados (Friedman; p-
valor<0,001). A importância do item “tem a participação direta com seus
telespectadores, com perguntas e respostas na hora da apresentação do programa,
esclarecendo com facilidade as dúvidas e curiosidades” foi inferior comparada aos
demais itens. A importância dos itens estimula a preparação de pratos especiais nas
refeições em família” e “dá informações claras e fáceis sobre a preparação dos pratos
realizados, influenciando nas receitas que gosto de fazer” foi superior comparada ao
item “propicia detalhes importantes na preparação dos pratos realizados pelo chef de
cozinha, que ensina como economizar com os gastos em alimentação”.
111
Tabela 28 Frequências e porcentagens para a importância da hospitalidade do programa de
gastronomia assistido.
Hospitalidade
Grupo 1
Grupo 2
n
%
n
%
a)
O chef de cozinha atende VOCÊ em relação ao programa,
porque há uma interação.
11 25,6 4 7,0
b) O programa procura ser simpático e alegre.
3 7,0 6 10,5
c) O programa faz sorteio e oferece brindes aos telespectadores.
1 2,3 0 0,0
d)
O programa procura falar claro sobre o assunto proposto, seja
nas receitas ou na mensagem de culinária/gastronomia,
mostrando na prática aquilo que está falando.
21 48,8 32 56,1
e)
Troca de conhecimentos: você compreende claramente as
receitas explicadas e faz a receita em casa.
7 16,3 15 26,3
Não foram observadas respostas para a categoria “Outro”.
Dos 11 telespectadores do grupo 1 que responderam o item a (interação), seis
afirmaram ter interação ao vivo e cinco interação pela internet. Para o grupo 2, três
telespectadores afirmaram haver interação ao vivo e um telespectador afirmou haver
interação pela Internet.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
T1 T2
Grupo
Porcentagem
a
b
c
d
e
Figura 24 Porcentagens para a importância da hospitalidade do programa de gastronomia
assistido.
112
Não foi encontrada associação significativa entre os grupos e a importância da
hospitalidade do programa assistido (Qui-Quadrado; p-valor=0,070). A maior diferença
em percentual ocorreu para o item o
chef de cozinha atende VOCÊ em relação ao
programa, porque uma interação
, onde os telespectadores do grupo 1
representaram 25,6% do total e os telespectadores do grupo 2 apenas 7% do total de
respostas.
Foi utilizado o teste de k proporções para a comparação dos itens dentro de
cada grupo de telespectadores.
Na comparação entre os itens para o grupo 1, o item “o
programa procura falar
claro sobre o assunto proposto, seja nas receitas ou na mensagem de
culinária/gastronomia, mostrando na prática aquilo que está falando” foi
significativamente superior comparada aos itens “o
programa procura ser simpático e
alegre”, “o
programa faz sorteio e oferece brindes aos telespectadores” e “troca de
conhecimentos: você compreende claramente as receitas explicadas e faz a receita em
casa” com relação a ser uma manifestação de hospitalidade do programa. O item o
chef de cozinha atende VOCÊ em relação ao programa, porque uma interação
foi
superior ao item “o
programa faz sorteio e oferece brindes aos telespectadores”.
Para o grupo 2, o item “o
programa procura falar claro sobre o assunto
proposto, seja nas receitas ou na mensagem de culinária/gastronomia, mostrando na
prática aquilo que está falando” foi significativamente superior comparado aos itens “o
chef de cozinha atende VOCÊ em relação ao programa, porque uma interação
, “o
programa procura ser simpático e alegre”, “o
programa faz sorteio e oferece brindes aos
telespectadores” e “troca de conhecimentos: você compreende claramente as receitas
explicadas e faz a receita em casa com relação a este ser uma manifestação de
hospitalidade do programa. O item “troca de conhecimentos: você compreende
claramente as receitas explicadas e faz a receita em casa” foi superior comparado ao
item “o
programa faz sorteio e oferece brindes aos telespectadores”.
113
Nota-se que o item c (sorteio/brindes) não foi selecionado como um fator
importante para a hospitalidade do programa de gastronomia assistido, para nenhum
dos grupos de telespectadores. O item mais importante em ambos os grupos foi o item
“o
programa procura falar claro sobre o assunto proposto, seja nas receitas ou na
mensagem de culinária/gastronomia, mostrando na prática aquilo que está falando”.
Tabela 29 Frequências para a importância dos programas de gastronomia no estilo de vida dos
telespectadores do grupo 1.
Resposta
Item
a
b
c
d
e
f
Essencial 6 21 3 4 6 3
Muito importante 7 7 6 9 5 9
Importante 6 4 8 9 10 6
Pouco importante 7 8 12 6 8 2
Indiferente 13 3 8 9 9 1
Fora do contexto 4 0 6 6 5 22
Legenda:
a.
Oferecendo um maior conhecimento sobre diversas receitas de um chef de cozinha;
b.
Proporcionando novas idéias para fazer a receita no dia a dia;
c.
Atualizando sobre os diferentes assuntos ligados a gastronomia/culinária;
d.
Tornando um momento prazeroso, de descanso e lazer, ao assistir o programa;
e.
Aprendendo sobre novos temperos para incrementar o sabor dos alimentos;
f.
Conhecendo novas técnicas de preparo dos alimentos.
114
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Questão
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 25 – Porcentagens para o grupo 1
Tabela 30 Frequências para a importância dos programas de gastronomia no estilo de vida dos
telespectadores do grupo 2.
Resposta
Item
a
b
c
d
e
f
Essencial 7 18 4 15 7 6
Muito importante 11 9 13 2 12 10
Importante 6 14 8 8 14 7
Pouco importante 4 9 12 12 12 8
Indiferente 11 5 15 9 9 8
Fora do contexto 18 2 5 11 3 18
115
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Questão
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 26 – Porcentagens para o grupo 2
Comparação entre os itens – Grupo 1
Foram encontradas diferenças significativas entre os itens avaliados (Friedman; p-
valor<0,001). A importância do item “proporcionando novas idéias para fazer a receita
no dia a dia” foi superior comparada à todos os demais itens da questão.
Comparação entre os itens – Grupo 2
Foram encontradas diferenças significativas entre os itens avaliados (Friedman; p-
valor=0,001). A importância do item “proporcionando novas idéias para fazer a receita
no dia a dia” foi superior comparada aos itens “oferecendo um maior conhecimento
sobre diversas receitas de um chef de cozinha” e “conhecendo novas técnicas de
preparo dos alimentos”. O telespectador T1 e o T2 responderam que em relação a
importância dos programas de gastronomia para o seu estilo ou modo de vida, “as
novas idéias para fazer a receita no dia a dia” é o item mais significativo.
116
4. QUESTIONÁRIO APLICADO AOS CHEFS DE COZINHA
O questionário teve por objetivo pesquisar como o preparados os programas
de gastronomia na TV e qual é o principal motivo que o chef de cozinha aceita o convite
para participar de um programa de gastronomia na TV.
Tabela 31 Frequências e porcentagens para a maneira como é feita a escolha da preparação
culinária a ser apresentada?
Como é feita a escolha da preparação culinária a ser apresentada?
n
%
a)
O
chef
de cozinha faz a sugestão
8 47,1
b)
Por meio das solicitações feitas pelos telespectadores
0 0,0
c)
Os telespectadores solicitam
on time
” (no ar) para o programa seguinte
0 0,0
d)
De acordo com a proximidade de datas comemorativas (Natal, Fim d
e
Ano, Mãe, Criança, outros)
5 29,4
e)
Por uma equipe determinada pela produção do programa
4 23,5
f)
Outro
0 0,0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
a b c d e f
Como é feita a escolha da preparão culinária a ser
apresentada?
Porcentagem (%)
Figura 27 – Porcentagens de como é feita a escolha da preparação culinária a ser apresentada.
117
A Tabela 31 mostra que 47,1% dos chefs indicou que o principal motivo da
escolha da preparação culinária é a sugestão do próprio chef de cozinha. O restante
dos chefs apontou que a escolha é feita devido a proximidade de datas comemorativas
(Natal, Fim de Ano, Mãe, Criança, outros) ou por uma equipe determinada pela
produção do programa.
O principal problema identificado na escolha da preparação culinária,
comparativamente com os resultados encontrados para as respostas dos
telespectadores, é que nenhum dos chefs apontou que a preparação culinária depende
das solicitações dos telespectadores do programa. Este fato pode explicar o motivo da
ocorrência de alguns aspectos negativos apontados pelos telespectadores, como por
exemplo receitas sofisticadas e produtos caros.
Tabela 32 Frequências e porcentagens para o tipo de telespectador que o programa de
gastronomia que o
chef
participou quer cativar/atingir?
Qual o tipo de telespectador que o programa de gastronomia que
VOCÊ já participou quer cativar/atingir?
n %
a)
Um programa que atinja todas
as camadas de blico, independente do
seu nível econômico ou
status
social
12 70,6
b)
Um programa que cative a alta sociedade, pois é um blico de poder
aquisitivo que pode comprar os produtos e insumos que uso nas minhas
receitas
0 0,0
c)
Um programa q
ue desperte o interesse do público jovem para a arte de
cozinhar
1 5,9
d)
Um programa que envolva os adultos que são conhecedores de
receitas e querem aprender novidades que possam incrementar seus
conhecimentos para implantar novidades no dia a dia de sua culinária
2 11,8
e)
Um programa para pessoas leigas, mas apreciadoras de boa comida
2 11,8
A grande maioria dos chefs (70,6%) indicou que os programas de gastronomia
em que participaram desejam atingir todas as camadas de público independente do
nível econômico ou status social.
118
0
10
20
30
40
50
60
70
80
a b c d e
Qual o tipo de telespectador que o programa de
gastronomia que você já participou quer cativar/atingir?
Porcentagem (%)
Figura 28 Porcentagens para o tipo de telespectador que o programa de gastronomia que o
chef
já participou quer cativar/atingir?
Tabela 33 – Frequências para os aspectos mais importantes considerados no programa que o
chef
já apresentou.
Resposta
Aspecto
a
b
c
d
e
f
Essencial 7 0 2 6 3 1
Muito importante 5 4 1 5 6 4
Importante 5 6 7 5 7 5
Pouco importante 0 3 5 1 0 2
Indiferente 0 3 1 0 0 2
Fora do contexto 0 1 1 0 1 3
Legenda:
a. Facilidade de execução da receita apresentada;
b. Custo do prato apresentado;
c. Ambiente: decoração do estúdio, materiais e equipamentos usados;
d. Imagem pessoal do chef de cozinha: carisma;
e. Palavras e termos relacionados à gastronomia e que são de fácil entendimento;
f. Palavras de carinho durante a apresentação do programa, com o objetivo de criar um vínculo com o telespectador.
119
Apenas três chefs indicaram um outro aspecto além dos aspectos indicados na
questão. As respostas foram: pratos da cozinha brasileira, originalidade/praticidade da
receita e materiais e insumos fáceis de encontrar no mercado.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Queso
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Fora do contexto
Figura 29 – Porcentagens de respostas por aspecto
Foram encontradas diferenças significativas entre os itens avaliados (Friedman;
p-valor<0,001). A importância dos itens “facilidade de execução da receita apresentada
e “imagem do chef de cozinha:carisma” foi superior comparada os itens “custo do prato
apresentado”, “ambiente: decoração do estúdio, materiais e equipamentos usados” e
“palavras de carinho durante a apresentação do programa, com o objetivo de criar um
vínculo com o telespectador”.
120
Tabela 34 – Frequências e porcentagens das respostas para as afirmações.
Afirmações
Verdadeira
Falsa
n
%
n
%
A.
Os programas de gastronomia na TV alteram o hábito do
consumo de alimentos do seu público alvo.
13 76,5 4 23,5
B.
Os programas de gastronomia na TV devem dar prêmios de
culinária para seus telespectadores, como um carinho e
interação, além do conhecimento em fazer o prato apresentado .
4 23,5 13 76,5
C.
Os programas de gastronomia na TV devem ter a participação
direta, com perguntas e respostas na hora da apresentação do
programa, com seus telespectadores.
9 52,9 8 47,1
D.
Os programas de gastronomia na TV incentivam novas
técnicas de preparo dos alimentos.
16 94,1 1 5,9
E.
Os programas de gastronomia na TV devem ter uma função
educativa para seus telespectadores, no que diz respeito a uma
alimentação saudável.
14 82,4 3 17,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
A B C D E
Afirmação
Porcentagem (%)
Verdaddeira
Falsa
Figura 30 – Porcentagens das repostas verdadeiras e falsas para cada afirmação.
A opinião da maioria dos chefs foi verdadeira com relação as afirmações “os
programas de gastronomia na TV incentivam novas técnicas de preparo dos alimentos”
(94,1%), “os programas de gastronomia na TV devem ter uma função educativa para
seus telespectadores, no que diz respeito a uma alimentação saudável” (82,4%) e “os
121
programas de gastronomia na TV alteram o hábito do consumo de alimentos do seu
público alvo” (76,5%).
A porcentagem de respostas verdadeiras foi significativamente superior à
porcentagem de respostas falsas para estas afirmações (teste de uma proporção; p-
valor
A
=0,029; p-valor
D
<0,001 e p-valor
E
=0,008).
Para o item “os programas de gastronomia na TV devem dar prêmios de
culinária para seus telespectadores, como um carinho e interação, além do
conhecimento em fazer o prato apresentado”, a porcentagem de respostas falsas foi
significativamente superior à porcentagem de respostas verdadeiras (teste de uma
proporção; p-valor
B
=0,008).
Não foram encontradas diferenças significativas entre a porcentagem de
respostas verdadeiras e falsas para o item “os programas de gastronomia na TV devem
ter a participação direta, com perguntas e respostas na hora da apresentação do
programa, com seus telespectadores” (teste de uma proporção; p-valor
C
=0,808). Neste
caso, as respostas estão quase iguais (52,9 verdadeiras e 47,1 falsas), sugerindo uma
indefinição para a avaliação deste item. Será que os chefs não querem aproximação
com os telespectadores?
Tabela 35 – Frequências e porcentagens para o motivo que os
chefs
consideram mais importantes
com relação à hospitalidade?
O que você considera mais importante com relação à hospitalidade?
n
%
A.
Acredito que o programa deva atender as solicitações dos telespectadores
tornando-se um momento de entretenimento no espaço familiar
4 23,5
B.
Minha intenção é que o programa seja todo ao vivo, permitindo uma maior
interação com o público através de ligações telefônicas no ar
0 0,0
C.
Faço com que o programa procure ser simpático: tendo momentos alegres, com
sorteio e oferecendo brindes
0 0,0
D.
Procuro durante toda a apresentação do programa falar claro sobre o assunto
proposto, seja nas receitas ou na mensagem de culinária/gastronomia, mostrando
na prática aquilo que estou falando
11 64,7
E. Não respondeu
2 11,8
122
0
10
20
30
40
50
60
70
A B C D E
Item mais importante
Porcentagem (%)
Figura 31 – Porcentagens para o item mais importante com relação à hospitalidade
A grande maioria dos chefs (65%) indicou que o fator mais importante com
relação à hospitalidade é que procuram durante toda a apresentação do programa falar
claro sobre o assunto proposto, seja nas receitas ou na mensagem de
culinária/gastronomia, mostrando na prática aquilo que estão falando. Quatro chefs
indicaram que o fator mais importante é que o programa deva atender as solicitações
dos telespectadores tornando-se um momento de entretenimento no espaço familiar e
dois chefs não responderam a questão.
O resultado em relação a hospitalidade, referente a letra b (intenção que o
programa seja todo ao vivo, permitindo uma maior interação com o público através de
ligações telefônicas no ar) mostra que os chefs não percebem a comunicação direta
como hospitalidade.
Outro resultado interessante com relação à hospitalidade, é que as respostas
dos chefs e dos telespectadores foram coincidentes. A maioria dos telespectadores,
conforme Tabela 19 (54% - grupo 1 e 52% - grupo 2) e a maioria dos chefs (65%)
responderam que procuram falar claro sobre o assunto proposto, mostrando na prática
123
aquilo que está falando. Percebe-se neste caso, a ligação entre a hospitalidade e a
comunicação.
Tabela 36 Frequências e porcentagens para as principais medidas tomadas para que o
telespectador se envolva não mudando de canal ou desligando a TV (questão aberta).
Quais são as principais medidas tomadas para que o telespectador se
envolva não mudando de canal ou desligando a TV?
n %
A. Receitas interessantes/simples que podem ser reproduzidas em casa
10 58,8
B. Carisma do Chef independente da receita apresentada
4 23,5
C. Ser dinâmico e manter contato com o telespectador, indo além da receita
4 23,5
D.
Receitas do dia com pontos atraentes: custo, requinte, saúde, facilidade de
execução e adequação da receita para diabetes, hipertensão, crianças
4 23,5
E. Contar a história da gastronomia de uma forma clara
1 5,9
F. Falar sobre as propriedades dos alimentos
1 5,9
G. Explicar como deve ser a manipulação dos alimentos
1 5,9
H. Bom humor e técnicas, desvendando alguns mistérios da gastronomia
1 5,9
I. Velocidade de execução da receita, clareza nas explicações
1 5,9
J. Quebra de etapas da receita com intervalo comercial
1 5,9
A porcentagem foi calculada sobre o total de chefs que participaram da pesquisa (17).
0 10 20 30 40 50 60 70
J
I
H
G
F
E
D
C
B
A
Medida
Porcentagem (%)
Figura 32 Porcentagens para as principais medidas tomadas para que o telespectador se
envolva não mudando de canal ou desligando a TV.
124
Com relação à questão aberta sobre as principais medidas tomadas para que o
telespectador se envolva não mudando de canal ou desligando a TV, a maioria dos
chefs (58,8%) apontou a medida A (receitas interessantes/simples que podem ser
reproduzidas em casa) como sendo a principal.
Tabela 37 – Frequências para a questão: Como VOCÊ se prepara para que o programa consiga se
comunicar de forma clara com seu público?
Resposta
Item
a
b
c
d
e
Essencial 1 0 4 4 9
Muito importante 2 0 6 5 3
Importante 1 1 4 5 2
Pouco importante 6 6 0 1 1
Indiferente 5 8 1 0 0
Foram observadas 2 respostas para a letra f - Item “Outro”, comentadas após a legenda.
Legenda (item):
a. Preparando a voz e a dicção com um fonoaudiologista;
b. Vestindo-me com roupas de marca que o público se identifique, de acordo com a classe social que assiste meu
programa;
c. Explicando o valor/custo dos alimentos e temperos usados e as facilidades de encontrá-los no mercado;
d. Relacionando a preparação dos pratos com os benefícios que os produtos utilizados fazem para a saúde;
e. Direcionando a mensagem através das receitas, utilizando palavras e imagens na tela da televisão, para
conhecimento e compreensão do público e explicando os termos mais técnicos.
f. Palavras de carinho durante a apresentação do programa, com o objetivo de criar um vínculo com o telespectador.
Apenas dois chefs indicaram um outro item além dos itens indicados na
questão. O primeiro afirmou que procura sempre fazer algo instrutivo e divertido para se
comunicar com o público e o segundo indicou que atende as solicitações e é claro nas
demonstrações.
125
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
a b c d e f
Queso
Porcentagem
Essencial
Muito importante
Importante
Pouco importante
Indiferente
Figura 33 – Porcentagens de respostas para cada item
Foram encontradas diferenças significativas entre os itens avaliados (Friedman;
p-valor<0,001). A importância do item “direcionando a mensagem através das receitas,
utilizando palavras e imagens na tela da televisão, para conhecimento e compreensão
do público e explicando os termos mais técnicos” foi superior comparada aos itens
“preparando a voz e a dicção com um fonoaudiologista” e “vestindo-me com roupas de
marca que o público se identifique, de acordo com a classe social que assiste meu
programa”. A importância dos itens “explicando o valor/custo dos alimentos e temperos
usados e as facilidades de encontrá-los no mercado” e “relacionando a preparação dos
pratos com os benefícios que os produtos utilizados fazem para a saúdefoi superior
comparada ao item “vestindo-me com roupas de marca que o público se identifique, de
acordo com a classe social que assiste meu programa”.
A maioria dos chefs indicou que a maneira como os programas acompanham a
avaliação dos telespectadores é feita através do IBOPE/Audiência do programa
(52,9%), seguida pela Internet, através dos emails enviados, com 35,3% de citações.
126
Tabela 38 – Frequências e porcentagens para a maneira como os programas acompanham a
avaliação dos telespectadores (questão aberta).
Como o programa acompanha a avaliação dos telespectadores?
n
%
IBOPE/Audiência 9 52,9
Internet: através dos emails enviados 6 35,3
Ligações feitas para a produção do programa 4 23,5
Site do programa/TV 2 11,8
Não conhece 2 11,8
A porcentagem foi calculada sobre o total de chefs que participou da pesquisa (17).
0 10 20 30 40 50 60
Não conhece
Site do programa/TV
Ligações feitas para a
produção do programa
Internet: através dos
emails enviados
IBOPE/Audiência
Porcentagem (%)
Figura 34 – Porcentagens para a maneira como os programas acompanham a avaliação dos
telespectadores.
127
Tabela 39 Frequências e porcentagens para a questão: Você como
chef
de cozinha e
apresentador de programas de gastronomia na TV considera que aconteça mudanças nosbitos
de consumo de alimentos do seu público alvo?
Resposta
n
%
Sim 11 64,7
Não 3 17,6
Nem sempre 3 17,6
0
10
20
30
40
50
60
70
Sim Não Nem sempre
Porcentagem (%)
Figura 35 Porcentagens para a questão: Você como
chef
de cozinha e apresentador de
programas de gastronomia na TV considera que aconteça mudanças nos hábitos de consumo de
alimentos do seu público alvo?
A maioria significativa dos chefs (64,7%), considera que acontece mudanças
nos hábitos de consumo de alimentos do seu público alvo. Três chefs (17,6%)
consideram que não mudança e outros ts apontaram que nem sempre há esta
mudança.
As tabelas seguintes indicam o motivo pelo qual os chefs acreditam que há ou
não esta mudança no consumo de alimentos de seu público alvo. Os destaques
positivos foram: (36,4%) “explicação das funções de cada alimento, fazendo o
128
telespectador utilizar na prática o que foi ensinado” e “vantagens citadas sobre saúde e
valores nutricionais, agregando valor para sua vida”.
Tabela 40 – Freqüências e porcentagens para as respostas SIM.
Resposta Frequência
% sobre o
total de
respostas SIM
(11)
% sobre o
total de Chefs
(17)
Explicação das funções de cada alimento, fazendo o
telespectador utilizar na prática o que foi ensinado
4 36,4 23,5
Gastronomia é assunto da moda/ “prazer de comer” e
o link que mais estimula o telespectador está ligado as
vantagens citadas sobre saúde e valores nutricionais,
agregando valor para sua vida
3 27,3 17,6
Ensinando o aproveitamento de produtos baratos e
pouco usados de maneira criativa
2 18,2 11,8
Mídia televisiva tem grande influência na população: “O
brasileiro acredita porque passou na TV
1 9,1 5,9
A busca de status pode ser o principal fator:
sofisticação
1 9,1 5,9
Tabela 41 – Freqüências e porcentagens para as respostas NÃO.
Resposta Frequência
% sobre o
total de
respostas
NÃO (3)
% sobre o
total de Chefs
(17)
As pessoas resistem ao novo. Os hábitos alimentares
estão arraigados e difíceis de serem modificados, ou, é
modismo como petit gâteau e bem casado
1 33,3 5,9
O público acaba fazendo alguns pratos apresentados,
mas não acredito que venha mudar os hábitos
alimentares do telespectador
1 33,3 5,9
Não acredito na mudança de hábitos, mas num maior
conhecimento sobre alimentação, gastronomia,
nutrição.
1 33,3 5,9
129
Foi encontrado uma porcentagem igual (33,3%), para todos os itens de
respostas negativas em relação a opinião do chef de cozinha entrevistado, sobre “os
programas de gastronomia apresentados na TV e se acontecem mudanças nos hábitos
de consumo de alimentos do seu público alvo”.
Tabela 42 – Freqüências e porcentagens para as respostas NEM SEMPRE.
Resposta Frequência
% sobre o total
de respostas
NEM SEMPRE (3)
% sobre o
total de Chefs
(17)
Depende do grau de alcance/entendimento e
credibilidade
2 66,7 11,8
Depende das questões culturais e renda
1 33,3 5,9
Dois chefs responderam que NEM SEMPRE há mudanças nos hábitos de
consumo de alimentos do seu público alvo, dizendo que depende do grau de alcance,
entendimento e credibilidade da apresentação do programa e um chef respondeu que
depende das questões culturais e renda. Bordieu fala que a televisão é ligada às
relações sociais e ao habitus das pessoas. A partir das necessidades das pessoas e a
maneira de assimilação e interpretação das mensagens e informações, que leva o
telespectador a uma percepção mais adequada dos seus desejos, sendo ou não
influenciados pelos programas assistidos.
130
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pesquisar os programas de gastronomia na televisão ligados a comunicação e
a hospitalidade mostra que muito que ser estudado neste campo, com tantos
aspectos que envolvem as modificações, transformações e inovações em relação ao
público alvo dos diversos produtos e serviços. Para analisar a receptividade dos
programas de gastronomia da TV foram consideradas as influências do programa para
o dia a dia dos telespectadores, em relação ao comportamento alimentar e as
transformações no aprender e saber da recepção das mensagens recebidas.
Considerou-se a identificação de informações com chefs de cozinha, diante dos
aspectos que norteiam a concepção de um programa de gastronomia da TV que eles
participaram e como esta construção é percebida pelos receptores. A maioria
significativa dos chefs considera que acontece mudanças nos hábitos de consumo de
alimentos do seu público alvo. Colocam que em seus programas, os pontos positivos
são referentes a explicação clara das funções de cada alimento para que o
telespectador utilize na prática e as vantagens sobre saúde e valores nutricionais dos
alimentos. O principal problema identificado na escolha da preparação culinária,
comparativamente com os resultados encontrados para as respostas dos
telespectadores, é que nenhum dos chefs apontou que a preparação culinária depende
das solicitações dos telespectadores do programa. Este fato pode explicar o motivo da
ocorrência de alguns aspectos negativos apontados pelos telespectadores, como por
exemplo receitas sofisticadas e produtos caros.
O resultado em relação a hospitalidade, referente a intenção que o programa
seja todo ao vivo, permitindo uma maior interação com o público através de ligações
telefônicas no ar mostra que os chefs não percebem a comunicação direta como
hospitalidade. Referente as principais medidas tomadas para que o telespectador se
envolva não mudando de canal ou desligando a televisão, pode-se notar que os chefs
apontaram como sendo a principal, que as receitas sejam interessantes e simples,
131
podendo ser reproduzidas em casa. Percebe-se a necessidade de envolvimento com o
público com palavras que sejam de fácil compreensão e receitas que cativem os
telespectadores para que possam fazê-las no dia a dia.
Relacionado aos dois grupos de telespectadores (T1 e T2), de bairros de poder
aquisitivo diferentes em São Paulo, segue uma síntese dos testes comparativos, os
quais mostram resultados comparados entre os itens da questão (teste não paramétrico
de Friedman) e entre os dois grupos de telespectadores pesquisados ( teste não
paramétrico de Mann-Whitney):
O teste não paramétrico de Friedman em relação ao grupo T1 destacou que a
importância do item considero um momento de lazer e entretenimento” foi superior
comparada aos itens “faço o prato apresentado na refeição do dia”, “gosto de observar
o ambiente para fazer modificações na decoração da minha casa” e “aprendo para
vender/negócios”. Os itens “aprendo com as receitas apresentadas” e “gosto de
observar os equipamentos e materiais usados na preparação dos pratos para
acompanhar as novidades do mercado de gastronomia” foi superior comparada aos
itens “gosto de observar o ambiente para fazer modificações na decoração da minha
casa” e “aprendo para vender/negócios”. A importância dos itens “faço o prato
apresentado na refeição do dia” e “gosto de observar o ambiente para fazer
modificações na decoração da minha casa” foi superior comparada ao item “aprendo
para vender/negócios”. Verificou-se que os telespectadores que foram entrevistados
não demonstraram interesse em assistir os programas de gastronomia na televisão
como aprendizado para um negócio próprio. Este pode ser um nicho para ser explorado
frente ao estudo e a pesquisa realizada.
O teste não paramétrico de Mann-Whitney em relação ao grupo T2 demonstrou
a importância do item “aprendo com as receitas apresentadas” que foi superior
comparada aos itens “faço o prato apresentado na refeição do dia”, “gosto de observar
o ambiente para fazer modificações na decoração da minha casa”, “gosto de observar
os equipamentos e materiais usados na preparação dos pratos para acompanhar as
novidades do mercado de gastronomia”, “considero um momento de lazer e
entretenimento” e “aprendo para vender/negócios”. A importância dos itens “considero
132
um momento de lazer e entretenimento”, “faço o prato apresentado na refeição do dia”
e “gosto de observar os equipamentos e materiais usados na preparação dos pratos
para acompanhar as novidades do mercado de gastronomia”, foi superior comparada
aos itens “gosto de observar o ambiente para fazer modificações na decoração da
minha casa” e “aprendo para vender/negócios”.
Os resultados das comparações indicam que o principal motivo pelo qual os
telespectadores do grupo T1 assistem televisão é o lazer/ entretenimento, o que está
relacionado com os estudos apresentados do filósofo Baudrillard (1975), em que o
entretenimento significa não procurar nem encontrar nenhum motivo para responder a
comunicação com comunicação. O entretenimento tem um efeito de reforço em relação
a um saber já presente e uma simbiose com o contexto. A repetição constrói o contexto.
Um programa de culinária televisivo já é um entretenimento. A comida passa a ser
“fatos midiáticos”.
Para os telespectadores do grupo T2 o principal motivo é aprender com as
receitas apresentadas, que pode ser relembrado com a comensalidade e convivialidade
citadas por Fernandes (1991) dizendo que o sistema de comunicação se refere a um
inter-relacionamento, ligando os hábitos da refeição e sua ritualização. Os
telespectadores do centro comunitário de trabalho do bairro Paraisópolis demonstraram
aprender com as receitas apresentadas nos programas de gastronomia na televisão, e
quando necessário, adaptando as condições e os custos de compra dos insumos
sugeridos pelo chef de cozinha ou apresentadora, no caso Ana Maria Braga. Por outro
lado, os telespectadores entrevistados associados de um clube no bairro Morumbi
possuem em casa uma empregada doméstica que é responsável pelas refeições e que
quando é possível, assistem televisão nos horários dos programas de gastronomia,
para adquirirem novas sugestões de pratos para suas patroas e respectivas famílias.
Ainda relacionado aos dois grupos de telespectadores (T1 e T2), onde foram
solicitadas as opiniões sobre os programas de gastronomia da TV e a contribuição que
eles proporcionam para estas pessoas, pode-se observar que são pessoas que gostam
de aprender com as receitas apresentadas. Porém, não possuem muito interesse em
observar o ambiente do programa para fazer modificações na decoração da casa, e nos
133
equipamentos e materiais usados na preparação dos pratos para acompanhar as
novidades do mercado de gastronomia. O grupo T2, de telespectadores do centro
comunitário de trabalho do bairro Paraisópolis, citou a falta de tempo e os horários dos
programas não serem adequados para aqueles que trabalham fora de casa. Estas
pessoas muitas vezes preparam as receitas para as famílias onde trabalham, mas por
serem sofisticadas e caras não podem fazer em seus lares. Nota-se a necessidade de
proporcionar ao telespectador de poder aquisitivo mais baixo, maiores opções nos
horários disponíveis para os programas de gastronomia, pois o pessoas que não
podem comprar TV por assinatura, devido ao valor cobrado. Além disso é importante a
explicação e indicação de locais onde pode-se comprar insumos sugeridos nas receitas
apresentadas, com custos adequados a esta faixa de poder aquisitivo mais baixo.
A maioria dos telespectadores e dos chefs destacaram que falar claro sobre o
assunto proposto dos programas de gastronomia na TV, mostrando na prática aquilo
que está falando, é um fator importante relacionado com a hospitalidade. Percebe-se
neste caso, a ligação entre a hospitalidade e a comunicação: acolhimento na troca de
ideias e informações.
Algumas limitações foram encontradas no decorrer do trabalho no que se refere
ao número de pesquisados, devido ao tempo disponível e a delimitação de um perfil
mais específico dos entrevistados, relacionados principalmente a idade, estado civil,
escolaridade e profissão. O estudo sobre a hospitalidade percebida na recepção das
mensagens no meio televisivo é importante considerar o perfil dos entrevistados.
Por outro lado, os chefs não demonstraram intenção ou vontade que o
programa seja ao vivo, com participação direta de seus telespectadores, com perguntas
e respostas através de ligações telefônicas no ar , permitindo uma maior interação com
o público, ou outra forma que possa esclarecer com facilidade as dúvidas e
curiosidades.
As respostas (falsa ou verdadeira) referentes as perguntas sobre este assunto
foram quase iguais, sugerindo uma indefinição para a avaliação deste item. Será que os
chefs não querem aproximação com os telespectadores?
134
Os programas de gastronomia na TV podem direcionar o conteúdo da
apresentação voltado às conveniências e vantagens para o público alvo, no aspecto do
empreendedorismo e do negócio, pois foi demonstrado pouco interesse, ou talvez até
falta de conhecimento dos benefícios da atividade ligada à alimentação.
Na área acadêmica, este estudo permite que outros profissionais das áreas
ligadas à hospitalidade, gastronomia e comunicação, possam aprofundar sobre a
identificação dos aspectos que contribuem para uma relação hospitaleira entre o
telespectador e os programas de gastronomia na televisão.
Na área da Comunicação: estudar a força de comunicação da televisão
aumentando as pesquisas de opinião, com o objetivo de conhecer os hábitos de
consumo do telespectador e qual o melhor horário para veicular os respectivos
programas. Alguns questionamentos: O que se tem a dizer está destinado a atingir todo
mundo? O emissor está disposto a fazer que seu discurso, por sua forma, possa ser
entendido por todo mundo? Considera-se o primeiro nível o apresentador ou o
receptor? O apresentador impõe o respeito pela regra do jogo? Aquele que escuta tem
o código para decodificar o que está sendo dito?
Na área da Gastronomia: é necessário destacar que existem três tipos
diferentes de programas voltados para gastronomia, os quais apresentam diferenças na
retórica e apresentação: 1. experiência direta, o chef de cozinha em espaço público ou
ambiente que lhe autoriza expor seus conhecimentos e vivência na área; 2. experiência
indireta, que mostra a domesticidade da culiria; 3. curiosidade culinária, elemento
organizado de uma situação cotidiana bem marcada, como por exemplo, uma senhora
da rua, que está sendo apresentada num programa de gastronomia da TV. Neste caso
torna-se importante a atenção com o perfil do público alvo e os tipos de receitas e
insumos que serão apresentados. Poderão ser pratos sofisticados e caros, se os chefs
de cozinha entrevistados indicaram que os programas de gastronomia que participaram
desejam atingir todas as camadas de público independente do nível econômico ou
status social?
135
Na área da Hospitalidade: os entrevistados dos dois grupos de telespectadores
não consideraram o programa que faz sorteio e oferece brindes como uma maneira de
acolhimento. Mas, deve-se destacar que a comunicação e informação clara sobre o
assunto proposto, seja nas receitas ou na mensagem de culinária/gastronomia,
mostrando na prática aquilo que está falando foi um item relevante na pesquisa, pois
coincidiu como forma de hospitalidade tanto para os telespectadores entrevistados
quanto para os chefs. A concentração dos resultados obtidos mostra a importância da
comunicação, que nos remete ao tripé baseado na “Pimide de Maslow”, no qual foi
feita a relação: Hospitalidade e a Comunicação através dos programas de gastronomia
na televisão.
O presente trabalho procurou trazer respostas para a contribuição dos
programas de gastronomia da televisão no saber e fazer para os telespectadores. Que
outros estudiosos e pesquisadores possam encontrar neste estudo e pesquisa
referências para dar continuidade ou aprofundamento no assunto.
136
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141
APÊNDICE I
MESTRADO EM HOSPITALIDADE
PESQUISA: A influência dos programas de gastronomia da TV no
comportamento alimentar dos telespectadores”
Prezado(a) Chef,
Sou professora da Universidade Anhembi Morumbi e, também, aluna do Programa de
Mestrado em Hospitalidade, e por este motivo lhe peço um grande favor.
Este formulário faz parte de minha pesquisa, que é requisito obrigatório para conclusão
do curso. Tem por objetivo identificar os aspectos que norteiam a concepção de um
programa de gastronomia em TV e como essa construção é percebida pelos
telespectadores.
Sua participação deverá ser livre e espontânea. Qualquer dúvida ou esclarecimento,
por favor, entre em contato comigo (email: [email protected] ou cel: (11)
81558545).
Suas respostas serão utilizadas apenas para fins acadêmicos.
Não serão divulgados nomes e nem será feita a identificação dos respondentes.
Muito obrigada pela sua participação !
142
FORMULÁRIO:
1. Como é feita a escolha da preparação culinária a ser apresentada?
Assinale apenas 1 resposta.
( ) O chef de cozinha faz a sugestão;
( ) Por meio das solicitações feitas pelos telespectadores;
( ) Os telespectadores solicitam “on time” (no ar) para o programa seguinte;
( ) De acordo com a proximidade de datas comemorativas (Natal, Fim de
Ano, Mãe, Criança, outros);
( ) Por uma equipe determinada pela produção do programa.
( ) Outro. Qual? ________________________________________________
2. Qual o tipo de telespectador que o programa de gastronomia que VOCÊ já participou
quer cativar/atingir? Assinale apenas 1 resposta.
( ) Um programa que atinja todas as camadas de público, independente do
seu nível econômico ou status social;
( ) Um programa que cative a alta sociedade, pois é um público de poder
aquisitivo que pode comprar os produtos e insumos que uso nas minhas
receitas;
( ) Um programa que desperte o interesse do público jovem para a arte de
cozinhar;
( ) Um programa que envolva os adultos que já são conhecedores
de receitas e querem aprender novidades que possam incrementar seus
conhecimentos para implantar novidades no dia a dia de sua culinária;
( ) Um programa para pessoas leigas, mas apreciadoras de boa comida
3. Quais são os aspectos mais importantes considerados no programa que VOCÊ
apresentou? Coloque em uma escala de valores (6, 5, 4, 3, 2 e 1), sendo:
(6) Essencial;
(5) Muito importante;
143
(4) Importante;
(3) Pouco importante;
(2) Indiferente;
(1) Fora do contexto.
a. ( ) Facilidade de execução da receita apresentada;
b. ( ) Custo do prato apresentado;
c. ( ) Ambiente: decoração do estúdio, materiais e equipamentos usados;
d. ( ) Imagem pessoal do chef de cozinha: carisma;
e. ( ) Palavras e termos relacionados a gastronomia e que são de fácil
entendimento;
f. ( ) Palavras de carinho durante a apresentação do programa, com o
objetivo de criar um vínculo com o telespectador.
g. ( ) Outro Qual(is)?______________________________________
4. Assinale como Falsa ou Verdadeira as seguintes afirmativas, de acordo com a SUA
opinião.
A. Os programas de gastronomia na TV alteram o hábito do consumo de alimentos do
seu público alvo.
(F) (V)
B. Os programas de gastronomia na TV devem dar prêmios de culinária para seus
telespectadores, como um carinho e interação, além do conhecimento em fazer o prato
apresentado . (F)
(V)
C. Os programas de gastronomia na TV devem ter a participação direta, com perguntas
e respostas na hora da apresentação do programa, com seus telespectadores. (F) (V)
D. Os programas de gastronomia na TV incentivam novas técnicas de preparo dos
alimentos. (F
) (V)
E. Os programas de gastronomia na TV devem ter uma função educativa para seus
telespectadores, no que diz respeito a uma alimentação saudável. (F) (V)
144
5. Sendo a palavra “Hospitalidade” entendida como recepcionar, hospedar, alimentar e
entreter pessoas, o que VOCÊ, como apresentador do programa de gastronomia
considera mais importante em relação a “Hospitalidade”, ou seja, o “acolhimento do
programa de gastronomia com seu telespectador?
Assinale 1 item que você destaca como sendo uma manifestação de hospitalidade do
seu programa para os que o assistem.
( ) Acredito que o programa deva atender as solicitações dos telespectadores
tornando-se um momento de entretenimento no espaço familiar.
( ) Minha intenção é que o programa seja todo ao vivo, permitindo uma maior
interação com o público através de ligações telefônicas no ar.
( ) Faço com que o programa procure ser simpático: tendo momentos alegres, com
sorteio e oferecendo brindes.
( ) Procuro durante toda a apresentação do programa falar claro sobre o assunto
proposto, seja nas receitas ou na mensagem de culiria/gastronomia, mostrando
na prática aquilo que estou falando.
( ) Outro Qual?_________________________________________
6. Quais são as principais medidas tomadas para que o telespectador se envolva não
mudando de canal ou desligando a TV?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
7. Como VOCÊ se prepara para que o programa consiga se comunicar de forma clara com
seu público?
145
Coloque em uma escala de valores (5, 4, 3, 2 e 1), sendo:
(5) Essencial;
(4) Muito importante;
(3) Importante;
(2) Pouco importante;
(1) Indiferente.
a. ( ) Preparando a voz e a dicção com um fonoaudiologista.
b. ( ) Vestindo-me com roupas de marca que o público se identifique, de acordo com
a classe social que assiste meu programa.
c. ( ) Explicando o valor/custo dos alimentos e temperos usados e as facilidades de
encontrá-los no mercado;
d. ( ) Relacionando a preparação dos pratos com os benefícios que os produtos
utilizados fazem para a saúde
e. ( ) Direcionando a mensagem através das receitas, utilizando palavras e
imagens na tela da televisão, para conhecimento e compreensão do público e
explicando os termos mais técnicos.
f. ( ) Outro Qual? __________________________________________________
8. Como o programa acompanha a avaliação dos telespectadores?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
9. VOCÊ como chef de cozinha e apresentador de programas de gastronomia na TV
considera que aconteça mudanças nos bitos de consumo de alimentos do seu
público alvo? Por quê?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
146
APÊNDICE II
MESTRADO EM HOSPITALIDADE
PESQUISA: A influência dos programas de gastronomia da TV no
comportamento alimentar dos telespectadores”
Prezada (o) sócia (o) deste Clube no bairro do Morumbi,
Sou professora da Universidade Anhembi Morumbi e, também, aluna do Programa de
Mestrado em Hospitalidade, daquela universidade.
Este formulário faz parte de minha pesquisa, que é requisito obrigatório para conclusão
do curso. Tem por objetivo levantar informações sobre o seu interesse nos programas
de gastronomia na TV. Está dividido em duas partes:
PARTE I – onde são solicitadas suas informações pessoais, de forma que seja possível
traçar o perfil dos telespectadores deste tipo de programa.
PARTE II onde são levantadas sua opinião sobre os programas de gastronomia na
TV, para poder analisar a contribuição que estes programas fazem aos seus
telespectadores.
Suas respostas serão utilizadas apenas para fins acadêmicos.
Não serão divulgados nomes e nem será possível a identificação dos respondentes.
Muito obrigada pela sua participação !
147
FORMULÁRIO:
PARTE I Caracterisiticas do perfil do respondente
POR FAVOR, RESPONDA DE ACORDO COM AS INSTRUÇOES DADAS PARA
CADA UMA DAS QUESTÕES A SEGUIR:
1. Idade
( ) até 24
( ) de 25 a 30 anos
( ) de 31 a 40 anos
( ) de 41 a 50 anos
( ) mais de 51 anos
2. Estado Civil
( ) Solteiro
( ) Casado
( ) Separado
( ) Divorciado
( ) Outro Qual? ___________________________________
3. Sexo
( ) Feminino
( ) Masculino
4. Escolaridade
( ) Ensino médio completo
( ) Ensino médio incompleto
( ) Ensino superior completo
( ) Ensino superior incompleto
( ) Outro Qual? _________________________________________
148
5. Profissão
( ) ligada a Gastronomia Qual? _______________________________
( ) ligada a Comunicação Qual? _______________________________
( ) Outra Qual? _______________________________
PARTE II Opinião sobre os programas de gastronomia na TV
POR FAVOR, RESPONDA DE ACORDO COM AS INSTRUÇOES DADAS PARA
CADA UMA DAS QUESTÕES A SEGUIR:
6. Qual o programa de gastronomia na TV que você mais gosta de assistir?
Assinale apenas 1 resposta.
( ) Ana Maria Braga – Rede Globo
( ) Bem Família – Rede Bandeirantes
( ) Menu Confiança – GNT
( ) Outro programa de gastronomia/culinária Qual? _______________________
7. Porque você assiste aos programas de gastronomia na TV?
Coloque em uma escala de valores (6, 5, 4, 3, 2 e 1), sendo:
(6) Essencial;
(5) Muito importante;
(4) Importante;
(3) Pouco importante;
(2) Indiferente;
(1) Fora do contexto.
a. ( ) Aprendo com as receitas apresentadas.
b. ( ) Faço o prato apresentado na refeição do dia.
c. ( ) Gosto de observar o ambiente do programa para fazer modificações na
decoração da minha casa.
149
d. ( ) Gosto de observar os equipamentos e materiais usados na preparação dos
pratos para acompanhar as novidades do mercado de gastronomia.
e. ( ) Considero um momento de lazer e entretenimento
f. ( ) Aprendo para vender/ negócio
g. ( ) Outro Qual? ___________________________________________
8. O que você mais gosta no programa de gastronomia/culinária na TV?
Coloque em uma escala de valores (6, 5, 4, 3, 2 e 1), sendo:
(6) Essencial;
(5) Muito importante;
(4) Importante;
(3) Pouco importante;
(2) Indiferente;
(1) Fora do contexto.
Por favor, NÃO repita a numeração.
a. ( ) Estimula a preparação de pratos especiais nas refeições em família;
b. ( ) Dá informações claras e fáceis sobre a preparação dos pratos realizados,
influenciando nas receitas que gosto de fazer;
c. ( ) Motiva novas técnicas de preparo dos alimentos, com palavras, termos da
culinária e utilizando produtos e utensílios cada vez mais práticos;
d. ( ) Tem uma função educativa, fazendo o telespectador aprender uma maneira
mais saudável de comer.
e. ( ) Propicia detalhes importantes na preparação dos pratos realizados pelo chef
de cozinha, que ensina como economizar com os gastos em alimentação;
f. ( ) Tem a participação direta com seus telespectadores, com perguntas e
respostas na hora da apresentação do programa, esclarecendo com facilidade
as dúvidas e curiosidades.
150
9. Entendendo que “Hospitalidade é recepcionar, hospedar, alimentar e entreter
pessoas, o que você considera mais importante em relação a “Hospitalidade”, ou seja, o
“acolhimento” do programa de gastronomia que você assiste.
Assinale 1 item que você destaca como sendo uma manifestação de hospitalidade do
programa.
a. ( ) O chef de cozinha atende VOCÊ em relação ao programa, porque há uma
interação:
( ) Ao vivo de perguntas e respostas;
( ) Pela internet;
( ) Outro Qual?_________________________________
b. ( ) O programa procura ser simpático e alegre.
c. ( ) O programa faz sorteio e oferece brindes aos telespectadores.
d. ( ) O programa procura falar claro sobre o assunto proposto, seja nas receitas ou
na mensagem de culinária/gastronomia, mostrando na ptica aquilo que está
falando.
e. ( ) Troca de conhecimentos: você compreende claramente as receitas explicadas e
faz a receita em casa.
f. ( ) Outro Qual?________________________________________________
10. Qual a importância dos programas de gastronomia no seu estilo ou modo de vida?
Coloque em uma escala de valores (6, 5, 4, 3, 2 e 1), sendo:
(6) Essencial;
(5) Muito importante;
(4) Importante;
(3) Pouco importante;
(2) Indiferente;
(1) Fora do contexto.
Por favor, NÃO repita a numeração.
151
a. ( ) Oferecendo um maior conhecimento sobre diversas receitas de um chef de
cozinha.
b. ( ) Proporcionando novas idéias para fazer a receita no dia a dia.
c. ( ) Atualizando sobre os diferentes assuntos ligados a gastronomia/culinária.
d. ( ) Tornando um momento prazeroso, de descanso e lazer, ao assistir o programa.
e. ( ) Aprendendo sobre novos temperos para incrementar o sabor dos alimentos.
f. ( ) Conhecendo novas técnicas de preparo dos alimentos.
g. ( ) Outro Qual? ________________________________________
11. Cite dois pontos positivos e dois pontos negativos que os programas de TV trazem
para o seu dia a dia.
ASPECTOS POSITIVOS:
1. ______________________________________________________________
2. ______________________________________________________________
ASPECTOS NEGATIVOS
1. ______________________________________________________________
2. ______________________________________________________________
152
APÊNDICE III
MESTRADO EM HOSPITALIDADE
PESQUISA: A influência dos programas de gastronomia da TV no
comportamento alimentar dos telespectadores”
Prezada funcionária do centro comunitário de trabalho de Paraisópolis (SP),
Sou professora da Universidade Anhembi Morumbi e, também, aluna do Programa de
Mestrado em Hospitalidade, daquela universidade.
Este formulário faz parte de minha pesquisa, que é requisito obrigatório para conclusão
do curso. Tem por objetivo levantar informações sobre o seu interesse nos programas
de gastronomia na TV. Está dividido em duas partes:
PARTE I – onde são solicitadas suas informações pessoais, de forma que seja possível
traçar o perfil dos telespectadores deste tipo de programa.
PARTE II onde são levantadas sua opinião sobre os programas de gastronomia na
TV, para poder analisar a contribuição que estes programas fazem aos seus
telespectadores.
Suas respostas serão utilizadas apenas para fins acadêmicos.
Não serão divulgados nomes e nem será possível a identificação dos respondentes.
Muito obrigada pela sua participação !
153
FORMULÁRIO:
PARTE I Caracterisiticas do perfil do respondente
POR FAVOR, RESPONDA DE ACORDO COM AS INSTRUÇOES DADAS PARA
CADA UMA DAS QUESTÕES A SEGUIR:
1. Idade
( ) até 24
( ) de 25 a 30 anos
( ) de 31 a 40 anos
( ) de 41 a 50 anos
( ) mais de 51 anos
2. Estado Civil
( ) Solteiro
( ) Casado
( ) Separado
( ) Divorciado
( ) Outro Qual? ___________________________________
3. Sexo
( ) Feminino
( ) Masculino
4. Escolaridade
( ) Ensino médio completo
( ) Ensino médio incompleto
( ) Ensino superior completo
( ) Ensino superior incompleto
( ) Outro Qual? _________________________________________
154
5. Profissão
( ) ligada a Gastronomia Qual? _______________________________
( ) ligada a Comunicação Qual? _______________________________
( ) Outra Qual? _______________________________
PARTE II Opinião sobre os programas de gastronomia na TV
POR FAVOR, RESPONDA DE ACORDO COM AS INSTRUÇOES DADAS PARA
CADA UMA DAS QUESTÕES A SEGUIR:
6. Qual o programa de gastronomia na TV que você mais gosta de assistir?
Assinale apenas 1 resposta.
( ) Ana Maria Braga – Rede Globo
( ) Bem Família – Rede Bandeirantes
( ) Menu Confiança – GNT
( ) Outro programa de gastronomia/culinária Qual? _______________________
7. Porque você assiste aos programas de gastronomia na TV?
Coloque em uma escala de valores (6, 5, 4, 3, 2 e 1), sendo:
(6) Essencial;
(5) Muito importante;
(4) Importante;
(3) Pouco importante;
(2) Indiferente;
(1) Fora do contexto.
a. ( ) Aprendo com as receitas apresentadas.
b. ( ) Faço o prato apresentado na refeição do dia.
c. ( ) Gosto de observar o ambiente do programa para fazer modificações na
decoração da minha casa.
155
d. ( ) Gosto de observar os equipamentos e materiais usados na preparação dos
pratos para acompanhar as novidades do mercado de gastronomia.
e. ( ) Considero um momento de lazer e entretenimento
f. ( ) Aprendo para vender/ negócio
g. ( ) Outro Qual? ___________________________________________
8. O que você mais gosta no programa de gastronomia/culinária na TV?
Coloque em uma escala de valores (6, 5, 4, 3, 2 e 1), sendo:
(6) Essencial;
(5) Muito importante;
(4) Importante;
(3) Pouco importante;
(2) Indiferente;
(1) Fora do contexto.
Por favor, NÃO repita a numeração.
a. ( ) Estimula a preparação de pratos especiais nas refeições em família;
b. ( ) Dá informações claras e fáceis sobre a preparação dos pratos realizados,
influenciando nas receitas que gosto de fazer;
c. ( ) Motiva novas técnicas de preparo dos alimentos, com palavras, termos da
culinária e utilizando produtos e utensílios cada vez mais práticos;
d. ( ) Tem uma função educativa, fazendo o telespectador aprender uma maneira
mais saudável de comer.
e. ( ) Propicia detalhes importantes na preparação dos pratos realizados pelo chef
de cozinha, que ensina como economizar com os gastos em alimentação;
f. ( ) Tem a participação direta com seus telespectadores, com perguntas e
respostas na hora da apresentação do programa, esclarecendo com facilidade
as dúvidas e curiosidades.
156
9. Entendendo que “Hospitalidade é recepcionar, hospedar, alimentar e entreter
pessoas, o que você considera mais importante em relação a “Hospitalidade”, ou seja, o
“acolhimento” do programa de gastronomia que você assiste.
Assinale 1 item que você destaca como sendo uma manifestação de hospitalidade do
programa.
a. ( ) O chef de cozinha atende VOCÊ em relação ao programa, porque há uma
interação:
( ) Ao vivo de perguntas e respostas;
( ) Pela internet;
( ) Outro Qual?_________________________________
b. ( ) O programa procura ser simpático e alegre.
c. ( ) O programa faz sorteio e oferece brindes aos telespectadores.
d. ( ) O programa procura falar claro sobre o assunto proposto, seja nas receitas ou
na mensagem de culinária/gastronomia, mostrando na ptica aquilo que está
falando.
e. ( ) Troca de conhecimentos: você compreende claramente as receitas explicadas e
faz a receita em casa.
f. ( ) Outro Qual?________________________________________________
10. Qual a importância dos programas de gastronomia no seu estilo ou modo de vida?
Coloque em uma escala de valores (6, 5, 4, 3, 2 e 1), sendo:
(6) Essencial;
(5) Muito importante;
(4) Importante;
(3) Pouco importante;
(2) Indiferente;
(1) Fora do contexto.
Por favor, NÃO repita a numeração.
157
a. ( ) Oferecendo um maior conhecimento sobre diversas receitas de um chef de
cozinha.
b. ( ) Proporcionando novas idéias para fazer a receita no dia a dia.
c. ( ) Atualizando sobre os diferentes assuntos ligados a gastronomia/culinária.
d. ( ) Tornando um momento prazeroso, de descanso e lazer, ao assistir o programa.
e. ( ) Aprendendo sobre novos temperos para incrementar o sabor dos alimentos.
f. ( ) Conhecendo novas técnicas de preparo dos alimentos.
g. ( ) Outro Qual? ______________________________________________
11. Cite dois pontos positivos e dois pontos negativos que os programas de TV trazem
para o seu dia a dia.
ASPECTOS POSITIVOS:
1. ______________________________________________________________
2. ______________________________________________________________
ASPECTOS NEGATIVOS
1. ______________________________________________________________
2. ______________________________________________________________
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