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EFEITO DE EXTRATOS VEGETAIS E OLEOS ESSENCIAIS NO DESENVOLVIMENTO DE
Plutella xylostella (L.) (LEPIDOPTERA: PLUTELLIDAE).
Por
GUSTAVO NETO BANDEIRA
(Sob Orientação do Professor Cláudio Augusto Gomes da Câmara)
RESUMO
A família Brassicaceae é uma das mais economicamente importantes no mundo, tendo
como sua principal praga a Plutella xylostella (L.) (Lepidoptera: Plutellidae), que causa grandes
danos à cultura chegando a atingir até 100% de perdas na produção. Tendo em vista a
investigação de alternativas aos inseticidas sintéticos, as plantas medicinais tem sido alvo nos
últimos anos na busca de compostos com propriedades inseticidas, repelentes, fumigante ou que
atuem diretamente na interrupção dos ciclos biológicos de pragas, como a P. xylostella. Por outro
lado, a literatura é escassa, quando se trata de estudos com o uso de óleos essenciais e extratos
orgânicos para verificar seu potencial inseticida. Nesse sentido, as plantas medicinais escolhidas
para realização da investigação do potencial inseticida foram: Muntingia calabura; Piper
marginatum; Citrus reticulata x Citrus sinensis, C. reticulata Blanco e Melaleuca leucadendra.
Os experimentos realizados com extratos e óleos das diferentes plantas selecionadas mostraram
que as larvas de P. xylostella foi sensível a todos. Com relação ao extratos, o mais tóxico foi o
extrato etanólico da flor, que promoveu 99,5% de mortalidade de larvas e uma CL
50
estimada de
1,63 mg/mL. Na duração da fase larval, o extrato hexânico do fruto prolongou essa fase em 1,62
dias em relação ao controle e quanto à mortalidade da fase pupal, o extrato etanólico da flor
inviabilizou completamente a emergência de adultos. As larvas de P. xylostella foi sensível a
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todos os óleos testados. Os mais tóxicos foram os óleos de Citrus (CL
50
0,55ppm para C.
reticulata e CL
50
0,78ppm para C. sinensis x C. reticulata). Quanto a duração da fase larval, o
melhor resultado foi observado para o óleo de C. reticulata x C. sinensis, que apresentou um
incremento de 2,2 dias com relação ao controle.
PALAVRAS CHAVES: Plutella xylostella, atividade inseticida, produtos naturais,
extratos orgânicos, óleos essenciais
ii
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EFFECT OF PLANT EXTRACTS AND ESSENTIAL OILS ON Plutella xylostella (L.)
(LEPIDOPTERA: PLUTELLIDAE).
By
GUSTAVO NETO BANDEIRA
(Under the Direction of Professor Cláudio Augusto Gomes da Câmara)
ABSTRACT
The family Brassicaceae is one of the most economically important in the world, having as
their main pest to Plutella xylostella (L.) (Lepidoptera: Plutellidae), which causes great damage to
the crop with up to 100% of yield losses. In order to investigate alternatives to synthetic
insecticides, medicinal plants have been in recent years in search of compounds with insecticidal
properties, repellent, fumigant or that act directly on the disruption of biological cycles of pests
such as P. xylostella. Furthermore, the literature is scarce when it comes to studies with the use of
essential oils and organic extracts to verify their potential insecticide. Accordingly, the medicinal
plants chosen to carry out the research potential of the insecticide are the following families:
Tiliaceae (Muntingia calabura) Piperaceae (Piper marginatum) Rutaceae (Citrus reticulata x
Citrus sinensis, C. reticulata Blanco) and Myrtaceae (Melaleuca leucadendron). The bioassays
carried out indicated that P. xylostella larvae were susceptible to all selected plant extracts and
oils tested. Furthermore the extract etanolic of flowers (MCEFL) achieved 99.5% of larval
mortality and a lethal concentration LC
50
estimated of 1.63 mg/mL. In addition the extract
MCEFL caused 100% of pupal inviability on treated larvae. The development of larvae increased
1.62 days when being treated with the extract hexanic of fruits (MCHFR) compared to the
untreated ones. P. xylostella was susceptible to all essential oils tested. Among the oils the most
iii
toxic was those prepared from Citrus (LC
50
of 0.55ppm for C. reticulata and 0,78ppm for C.
sinensis x C. reticulata). Also, the oil from C. reticulata x C. sinensis increased larval
development in 2.2 days compared to the other oils and untreated larvae.
KEYWORDS: Plutella xylostella, insecticide activity, natural products, organic extracts,
essential oils
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EFEITO DE EXTRATOS VEGETAIS E OLEOS ESSENCIAIS NO DESENVOLVIMENTO DE
Plutella xylostella (L.) (LEPIDOPTERA: PLUTELLIDAE).
Por
GUSTAVO NETO BANDEIRA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Entomologia Agrícola, da
Universidade Federal Rural de Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do grau de
Mestre em Entomologia Agrícola.
RECIFE - PE
JULHO - 2009
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EFEITO DE EXTRATOS VEGETAIS E OLEOS ESSENCIAIS NO DESENVOLVIMENTO DE
Plutella xylostella (L.) (LEPIDOPTERA: PLUTELLIDAE).
Por
GUSTAVO NETO BANDEIRA
Comitê de Orientação:
Cláudio Algusto Gomes da Câmara - UFRPE
Reginaldo Barros - UFRPE
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EFEITO DE EXTRATOS VEGETAIS E OLEOS ESSENCIAIS NO DESENVOLVIMENTO DE
Plutella xylostella (L.) (LEPIDOPTERA: PLUTELLIDAE).
Por
GUSTAVO NETO BANDEIRA
Orientador: __________________________________________________
Cláudio Augusto Gomes da Câmara – UFRPE
Examinadores: _______________________________________________
Reginaldo Barros - UFRPE
_______________________________________________
Clécio Souza Ramos - UFRP E
_______________________________________________
César Auguste Badji – UAG-UFRPE
vii
DEDICATÓRIA
A minha família, principalmente meus pais, por me
apoiarem em tudo o que eu fiz assim como todos aqueles
que me ajudaram direta ou indiretamente na realização
deste trabalho.
viii
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente ao meu pai e minha mãe, como já foi dito antes, que sempre me
apoiaram, assim como todos da minha família; minha irmã, meu irmão, sobrinho. E
principalmente a Edla, que nos últimos anos, vem me acompanhando, me dando apoio e força
para ser uma pessoa cada vez melhor.
À Universidade Federal Rural de Pernambuco e à Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior - CAPES pelo suporte físico e financeiro.
Agradeço ao meu orientador, Prof. Cláudio A. G. da Câmara, acreditando no meu
potencial, e também todos os outros professores que me ajudaram, de alguma maneira, não só a
realizar esse projeto, mas ter contribuído na conclusão deste curso.
Tenho muito que agradecer também ao Prof. Reginaldo Barros, que sempre me acolheu
tão bem em seu laboratório, e sempre que possível (por ser vice-reitor era difícil falar com ele) me
deu ótimos conselhos.
E agora agradeço aqueles que me ajudaram de maneira indireta a não só realizar esse
trabalho, mas também em concluir o curso e à minha formação como um todo. Meus amigos, os
quais me ajudaram no campo psicológico e emocional. Eles são Tony, Paulo Henrique, Jade,
Fernandinho, Déa, Grillo, Leo Grillo, Celinha, Mila (e seu esposo, Jay), Bruno, Ceci, Michus,
Lidi, Lili, Rose, André, Tatá, Cella, Vivian, Leo, George, Diana e Raony, Kirllian e Virginia.
“A infância é curta e a maturidade é eterna.”
Bill Watterson
ix
SUMÁRIO
Páginas
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................ vii
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................ viii
CAPÍTULOS
1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................01
LITERATURA CITADA ...........................................................................................12
2 EFEITO DE EXTRATOS ORGÂNICOS DO FRUTO E FLOR DE Muntigia
calabura (TILIACEAE) SOBRE Plutella xylostella (L.) (LEPIDÓPTERA:
PLUTELLIDAE).....................................................................................................18
RESUMO ................................................................................................................19
ABSTRACT............................................................................................................20
INTRODUÇÃO ......................................................................................................21
MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................23
RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................26
LITERATURA CITADA........................................................................................30
3 EFEITO DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE QUATRO ESPÉCIES DE PLANTAS
SOBRE A Plutella xylostella (L.) (LEPIDÓPTERA: PLUTELLIDAE) ..............37
RESUMO ................................................................................................................38
ABSTRACT............................................................................................................39
INTRODUÇÃO ......................................................................................................40
MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................42
x
RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................45
AGRADECIMENTOS............................................................................................49
LITERATURA CITADA........................................................................................49
xi
CAPITULO 1
INTRODUÇÃO
A família Brassicaceae (crucíferas) é uma das mais importantes economicamente, com cerca
de 2,2 milhões de hectares plantados anualmente no mundo. Várias espécies são cultivadas pra
diversos fins, como alimentação, obtenção de óleos comestíveis e na ornamentação (Vickers et al.
2004). Há registros na literatura de ocorrência de várias pragas que atacam as crucíferas, tais
como Trichoplusia ni, Mamestra brassicae e Delia radicum (Camargo 1992), com destaque para
a P. xylostella.
Vários pesquisadores consideraram a P. xylostella (L.) como a principal praga da couve,
repolho e outras brássicas, sua alta taxa de alimentação durante o período larval, causando grandes
danos à cultura chegando a atingir até 100% de perdas na produção (Boiça Júnior et al. 2005,
Hamliton et al. 2004, Castelo Branco & Gatehouse 2001; Barros et al. 1993). É considerado
também um dos lepidópteros mais estudados e distribuídos pelo mundo, junto com a
Choristoneura fumiferana (Clemens) (Lepidoptera: Tortricidae) e Spodoptera frugiperda JE
Smith (Lepidoptera: Noctuidae) (Justus & Michell 1999). Na maioria das vezes, para seu controle,
os agricultores utilizam intensivamente produtos químicos para minimizar os danos causados por
essa praga (Sarfraz & Keddie 2004). Entretanto, os usos desses produtos, de forma
indiscriminada, têm causado danos ao ecossistema devido à sua toxicidade, facilitando assim o
surgimento de gerações de insetos mais resistente, e também afetado não só as pragas alvo como
também espécies benéficas (Villas Boas et al. 1990, Gonçalves 1997, Torres 2000). Esses
produtos, também têm possibilitado a contaminação das culturas com resíduos tóxicos
prejudicando a saúde humana e animais de pequeno e médio porte (Oliveira et al. 1999).
1
A descoberta de novas substâncias com propriedades inseticidas de interesse econômico
poderá trazer inúmeros benefícios à comunidade científica, principalmente pela contribuição ao
conhecimento químico e botânico da biodiversidade disponível, e por fim, a descoberta de um
produto ecologicamente viável, que possa ser utilizado no controle de pragas em geral e da P.
xylostella em particular.
Sabe-se, que as plantas medicinais têm sido utilizadas como fonte na obtenção de novos
inseticidas antes do advento dos inseticidas organossintéticos (Martins et al. 1998). Essas plantas
se constituem em uma promissora e inesgotável fonte de produtos ou formulados com
propriedades biológicas comprovadas. As principais formas de utilização e/ou avaliação do
potencial inseticida dessas plantas podem ser por meio do preparo de pós de diferentes partes do
vegetal; extratos aquoso e orgânico, óleos fixos e voláteis (óleo essencial), e de constituintes
químicos fixos isolados de diferentes extratos, compostos estes pertencentes a várias classes
químicas do metabolismo secundário, como por exemplo, substâncias que contêm nitrogênio,
destacando-se os alcalóides, heterosídeos cianogênicos e glucosinolatos; compostos fenólicos
(flavanóides, fenilpropanoides, taninos, etc) e terpenóides (mono, sesqui, di e triterpenos). Muitos
desses compostos têm sido isolados e suas propriedades medicinais confirmadas (Di Stasi 1996).
Nesse sentido, a investigação de alternativas aos inseticidas sintéticos, por meio de extratos
orgânicos e aquasos e/ou de óleos fixos ou voláteis partir de plantas medicinais tem sido
exaustivamente investigado nos últimos anos e de acordo com Martins et a.l (1998), essas plantas
apresentam uma maior resistência às doenças e pragas o que facilita, em geral, seu cultivo em
larga escala. Segundo Jbilou et al. (2006), os efeitos deletérios desses extratos podem ser devido a
sua toxicidade (efeitos alelopáticos), inibição de crescimento, redução de fecundidade, fertilidade
e repelência.
2
Os inseticidas botânicos apresentam inúmeras vantagens quando comparados como os
inseticidas sintéticos. Por exemplo, são obtidos de recursos renováveis e são, em geral,
rapidamente degradados não deixando resíduos em alimentos ou no meio ambiente (Bouda 2001).
Por outro lado, o uso alternativo destes compostos requer um estudo sistematizado que preencha
requisitos, tais como seletividade contra inimigos naturais, baixa toxicidade em mamíferos,
biodegradabilidade e ausência de fitotoxicidade, além dos requisitos econômicos para que sua
produção em alta escala seja viável (Vieira et al. 2001). Além dos estudos investigativos a partir
de plantas com potencial inseticida com o uso de pó e extratos orgânicos como alternativa aos
inseticidas sintéticos, os óleos essenciais têm atraídos a atenção de pesquisadores, nos últimos
anos, devido às suas atividades biológicas já comprovadas.
Para o controle alternativo de P. xylostella, com uso de inseticidas botânicos, existem uma
grande quantidade de artigos publicados, nos últimos dez anos. Nesses artigos os diferentes
autores reportaram o uso de extratos aquosos, orgânicos e/ou de substâncias puras obtidas a partir
de diferentes organismos vivos, tais como, vegetais e microorganismos, com efeito, inseticida,
causando mortalidade e deterrência de alimentação em larvas e repelência e infertilidade em
adultos de P. xylostella.
Estudo fitoquímico dos rizomas de alpinia galanga resultou no isolamento do acetato de 1’-
acetoxicavicol (I), o qual foi tóxico contra larvas de 3º instar de P. xylostella, cuja CL
50
estimada
foi de 4,5 µg/ inseto (Dadang et al. 1998). Em outro estudo, Kim et al. (2002) reportou o
isolamento de um derivado da adenosina apartir do corpo frugivero do fungo Cordyceps militaris
Link. Esse derivado ao ser aplicado em P. xylostella, na concentração de 500 mg/l, promoveu 78 e
100% de mortalidade após 48h e 72h de, respectivamente.
Li et al. (2008) investigando propriedades inseticidas de extratos orgânicos de 48 plantas
sobre P. xylostella, mostrou que dentre essas plantas, os extratos acetônicos de Artemia annua,
3
Euphorbia hellioscopia L.; Lagopisi supina (Steph. Ex Willd) Ik. – Gal. ex Knorr; I Patrin. e
Humulus scandens (Lour.) foram os mais ativos na concentração de 500g/L. Partição do extrato
acetônico de Xanthium sibiricum com clorofórmio e submetido aos testes com P. xylostella, na
concentração de 50g/L, promoveu a mortalidade em 24 horas de 88,33% e 91,67% em 48 horas.
A toxicidade de extratos de folhas, ramos e frutos de 18 espécies vegetais foi investigada
por Boiça Junior et al. (2005) sobre larvas de P. xylostella. A maior atividade, que causou 100%
de mortalidade foi observada para os extratos dos frutos das espécies Enterolobium
contortisilliquum, Nicotiana tabacum, Sapindus saponaria e dos ramos de Trichilia pallida. Os
extratos foliares de T. pallida (folhas) (93,8%), Azadirachta indica (89,6%), Symphytum officinale
(77,1%), Bougainvillea glabra (72,9%), Achillea millefolium (70,8%) e Chenopodium
ambrosioides (70,8%) também apresentaram toxicidades significativas.
Liu et al. (2007) investigando o potencial inseticida do extrato orgânico dos frutos de
Capsicum annuum var. annum sobre larvas de P. xylostella, observou que na concentração de
0,0625 g/mL foi deterrente de alimentação. Extratos etanólicos de Annona glabra mostraram ação
deterrente de alimentação e mortalidade em baixas concentrações, com uma DL
50
de 0,4 µg/inseto
(Ohsawa et al. 1991). Ainda relacionado ao potencial de deterrência de alimentação, agora com
compostos puros isolados de espécies vegetais, Huang et al. (2008) reportou o isolamento de
luteolina, stigmasterol, acacetina, 20-hidroxiecdisona de Ajuga nipponensis, e obteve para esses
compostos, ìndice médio de deterrência de alimentação de 1935,02; 2515,94; 6589,58; e 287,58
µg/mL após 24h de aplicação, e 1853,20; 3812,24; 2581,43; 103,45 µg/mL após 48h de aplicação,
respectivamente, contra larvas do 3ª instar de P. xylostella.
Outros terpenóides, pertencentes à classe dos triterpenóides foram também avaliados quanto
ao potencial inseticida sobre P. xylostella. A azadiractina, um triterpeno limonoide, foi usado em
testes em campo, na concentração de 0.005 mL/L repeliu em 78,3% de adultos (Hou et al. 2002).
4
Das folhas de Barbarea vulgaris foram isolados triterpenos, que ao serem aplicados em folhas de
repolho na concentração de 0,18µg/mm
2
e oferecidos às larvas de P. xylostella, apresentaram
atividade de deterrencia de alimentação (Shinoda et al. 2002).
Outra planta com propriedade deterrentes de alimentação, invetigada por Ling et al. (2008),
é Monordica charantia. Do extrato etanólico das folhas, foram isolados a monordicina I e II,
cujos Bioensaios contra larvas do 1ª e 2ª instar de P. xylostella, mostraram indicie médio de
deterrência de alimentação de 144,08 e 168,42 µg/mL para monordicina I, enquanto que para II
foi 76,69 e 116,24 µg/mL.
A partir da resina obtida do eucalipto e pinheiro, resina essa conhecida por turpetina, Han et
al. (2007) sintetizaram os terpenos, Nopol, Nopil propil éter e endo-isocamphanyl methanol
propionate e avaliaram a deterrencia de alimentação desses terpenos sobre larvas de 4º instar de P.
xylostella. Esses compostos, na concentração de 0,01g/mL após 24h de exposição se mostraram
bastantes ativos às larvas, com taxas de deterrência de alimentação de 98,33%, 99,80% e 100%,
respectivamente.
A planta asiática, Ginkgo biloba L. reconhecida mundialmente pelos seus usos na medicina
popular mundial foi investigada por Yang et al. (2008) quanto a toxicidade sobre larvas de P.
xylostella. Estudo fitoquímico da fração ativa de G. biloba sobre P. xylostela, possibilitou o
isolamento dos compostos ativos, bilobol e ácido ginkgóico. As CL
50
estimadas para ambos os
princípios ativos foram 2,0613 g/L, e 4.6002 g/L, respectivamente. Algumas substâncias
encontradas em óleos essenciais podem atuar na biologia de insetos para promover a metamorfose
prematura. Os constituintes químicos do óleo essencial do mentrasto (Ageratum conyzoides),
precoceno I e precoceno II foram responsáveis pela metamorfose prematura em insetos (Bowers
et al. 1976).
5
Compostos pertencentes à classe dos alcalóides também foram objeto de investigação para o
controle de P. xylostella. Os alcalóides, pipemonalina e piperoctadecalidina isolados a partir de
frutos Piper Longum, família Piperaceae, foram tóxicos às larvas de P. xylostella com as CL
50
estimadas em 125 e 95,5 ppm, respectivamente. (Lee 2005). Alcalóides isolados a partir do
rizoma de Dioscorea híspida demonstraram propriedades de deterrencia de alimentação, na
concetração entre 100 a 200 µg/mL, causando uma mortalidade entre 70 a 86% em larvas de P.
xyloslostella (Bannag et al. 1997). Estudos testando a viabilidade de extratos vegetais em campo
já foram investigados por meio de aspersão em plantio de couve de Bruxelas (Brassica oleracea
gemmifera) (Verkerk & Wright 1993). Esses autores mostraram, com bioensaio de teste de
imersão de disco de folha, que o extrato de sementes de Nim (AZT) foi três vezes mais eficiente
do que o princípio ativo, azadiractina sintética (AZ), com uma CL
50
estimada de 0,18µg de
AZ/mol contra larvas do 2º instar de P. xyolstella. Em teste de campo, os autores observaram que
utilizando o extrato de AZT com uma razão aproximada de 1 a 20g de AZ/ha, nas medidas:
médio-volume (200L/há) e ultrabaixo-volume (1L/ha) pelo método de aspersão, a mortalidade de
larvas de P. xylostella variou de 16-92% e 88 a 100%, respectivamente.
Por outro lado, a literatura é escassa, quando se trata de estudos com óleos essenciais para
verificar seu potencial inseticida (Choi et al. 2005), no entanto, de acordo com o levantamento
bibliográfico da ação desses óleos sobre P. xyostella, poucos são os trabalhos reportados na
literatura.
Óleos essenciais são compostos voláteis obtidos de diversas partes de plantas por meio de
hidrodestilação ou arraste à vapor d’água ou por prensagem de matrizes vegetais. Em sua maioria
são constituídos de derivados de fenilpropanóides e de terpenóides, prevalecendo os últimos com
cerca de 90%. Apresentam, normalmente, um ou dois compostos majoritários na sua constituição.
São produzidos no metabolismo secundário das plantas, variando a intensidade e a composição de
6
acordo com a espécie e fatores ambientais, geralmente específicos para um determinado órgão e
característico para o estágio de desenvolvimento da planta. Podem ser encontrados em pêlos
glandulares (Lamainaceae), canais oleíferos (Apiaceae), bolsas lisígenas ou esquisolisígenas
(Pinaceae, Rutaceae) e células parenquimáticas diferenciadas (Lauraceae, Piperaceae, Poaceae), e
podem estar presentes em diferentes órgãos da planta, como flores, caules, raízes, frutos e folhas,
entre outros (Simões & Spitzer 2004).
Recentemente, Zeng et al. 2008 mostraram que óleos essenciais de folhas de Pogostemon
cablin possuem uma forte ação deterrente de alimentação sobre a P. xylostella, apresentando uma
CL
50
de 104,28 µg/mL. Por outro lado, o óleo essencial de Mikania micrantha não foi tóxico à P
xylostella, mas apresentou uma forte ação deterrente de oviposição na concentração de 10µL por
planta (Zhang et al. 2003).
Outro exemplo de ação sobre larvas de P. xylostella foi observado com Chromolaena
odorata, uma erva daninha, muito comum no Sul da China. Seu óleo essencial apresentou
significante efeito de deterrência de oviposição contra P. Xylostella na dose de 20µL/planta (Ling
et al. 2003).
Óleo de Citrus também tem sido usado na tentativa de minimizar os danos causados pela
traça das crucíferas. Hou et al. 2002 investigaram a atividade inseticida de 27 óleos essenciais,
entre estes, destacam-se os óleos das flores de Citrus aurantium, e frutos de Sibana vulgaris e C.
sinensis, os quais apresentaram alta atividade deterrente de alimentação sobre laves de 3º instar de
P. xylostella. Já Gao & Zhang (1997), investigaram a ação fumigante do óleo essencial de
sementes de Sabina vulgaris Ant. e encontraram, para o óleo, uma CL
50
estimada de 9.74 mg/L
contra lavar de P. xylostella.
Yi et al. (2007) testou 66 óleos essenciais comerciais, dentre eles, o óleo de C. aurantium,
Maleleuca alternifólia e M. viridiflora, congêneres das espécies investigadas nesse trabalho,
7
contra larvas de 3º instar de P. xylostella. No entanto, os melhores resultados, para ação
fumigante, foram obtidos para os óleos de Mentha pulegium (poejo), Rosmarinus officinalis
(alecrim) e Salvia officinalis (erva santa) com valores estimados para CL
50
de 10,77 mg/filtro
(filtro com 4,25cm de diâmetros), 15,14 mg/filtro e 15,15mg/filtro, respectivamente.
A busca por propriedades inseticidas em plantas medicinais tem crescido bastante nos
últimos anos, tornando-se uma forma promissora na descoberta de novas espécies vegetais como
agentes inseticidas. A hipótese de que o uso de extratos orgânicos e óleos essenciais de plantas
medicinais, pertencentes a diferentes gêneros, por exemplo: Calabura, Piper, Melaleuca e Citrus
como uma estratégia promissora para o controle de P. xylostella será investigada nesse trabalho.
Nesse sentido, as plantas medicinais escolhidas para realização da investigação do
potencial inseticida pertencem às seguintes famílias: Tiliaceae (Muntingia calabura); Piperaceae
(Piper marginatum); Rutaceae (Citrus reticulata x Citrus sinensis, C. reticulata Blanco) e
Myrtaceae (Melaleuca leucadendra).
Calabura ou pau-seda, nome comum da espécie Muntingia calabura, pertence à família
Tiliacae. Outros nomes comuns para esta planta são: Jamaican cherry, Panama berry, Singapore
cherry, Strawberry tree. É uma espécie nativa das Antilhas, que foi introduzida no Brasil pelo
Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em 1962 (Lopes Mora et al. 1999). Adaptou-se
rapidamente ao nosso clima, e atualmente encontra-se espalhada em todo o território brasileiro.
Embora não seja nativa da América do Sul, essa planta é bastante cultivada e utilizada em
planejamento urbano na decoração de ruas, avenidas e praças no território brasileiro. É uma
árvore de pequeno porte que apresenta rápido crescimento e intensidade de frutificação. Suas
flores são pequenas e de coloração branca, bastante visitada por vários insetos polinizadores. Seus
frutos são pequenos, vermelhos, redondos e muito doces, sendo ideal para pássaros e peixes, além
de ser bastante apreciada por crianças, e usados na preparação de geléias. As infusões das folhas
8
são utilizadas na preparação de bebidas e bastante apreciadas como chás (Morton 1987). De
acordo com o folclore peruano, essas infusões também são utilizadas para reduzir perturbações
gástricas e o inchaço da próstata (Morton 1987).
As flores são utilizadas na medicina popular para aliviar dores de cabeça e os primeiros
sintomas de resfriado e de acordo com Pio Correa 1984, possuem ação antiséptica e efeitos
antiespasmódicos.
Alguns estudos fitoquímicos e biológicos de M. calabura podem ser encontrados na
literatura reportando as propriedades antitumolral das folhas (Su et al. 2003) e raízes (kaneda
1991). Uma outra propriedade já estudada é a antinoceptiva de extratos aquoso das folhas
(Zakaria et al. 2006, Zakaria et al. 2007). Esses autores mostraram que esse extrato apresenta
atividade antinoceptiva contra estímulos nocivos induzidos quimicamente e termicamente.
Kaneda et al. (1991) reportaram o isolamento de flavanóides a partir do extrato etéreo das
raízes com atividade citotóxica. Através de um estudo biomonitorado, Su et al. (2003), isolaram
flavanóides do extrato acetato de etila das folhas como princípios ativos. Até o momento, nenhum
trabalho tem sido feito quanto ao estudo biológico de outras partes da planta, como, por exemplo,
flores e frutos.
Piper marginatum Jacq. é um arbusto com cerca de 1,5 m, muito comum nas bordas das
matas de vários biomas de Pernambuco. São conhecidas popularmente por Pimenta do Mato ou
Capeba Cheirosa e são usadas na medicina popular como diurético, para aliviar dores estomacais
e carminativo (Pio-Corrêa 1984). É também usada como agentes flavorizantes de alimentos e para
o controle de pragas (Nair & Burke 1990, Estrela et al. 2006). Investigações preliminares de
diferentes partes de espécies de Piper levaram ao isolamento de inúmeros constituintes ativos,
incluindo alcalóides, fenilpropanoides, flavanoides e lignanas (Parmar et al. 1997).
9
Extratos da folha, do fruto e óleo essencial de P. marginatum apresentaram propriedades
cercaricida (Frischkorn & Frischkorn 1978). A literatura também reporta investigações prévias da
composição química do óleo essencial dessa planta (Da Silva et al. 1973, Ramos et al. 1986,
Foungbe et al. 1976, Autran et al. 2009). Apesar do óleo essencial dessa planta ter sido
anteriormente objeto de estudo químico e biológico, nenhuma pesquisa foi encontrada na
literatura, até o presente momento, sobre o controle de P. xylostella com o óleo essencial das
folhas.
Outras espécies que serão estudas nesse trabalho pertencem ao gênero Citrus. Esse gênero é
originário do sudeste tropical e subtropical da
Ásia. No Brasil, as plantas cítricas foram
inicialmente introduzidas na Bahia (Nordeste do Brasil) em meados do sec XVI pelos
colonizadores portugueses (Moreira 1991). Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de
frutas cítricas com mais de 19 milhões de toneladas, sendo o Estado de São Paulo o principal pólo
produtor, com quase 83% da produção nacional (Agrianual 2005). Basicamente, a citricultura
brasileira é constituída por laranjas (58%), tangerinas (21%), limões (11%) e grapefruit ou
pomelos (4%) (Pio Correia 2005). O consumo in natura dos frutos, bem como as preparações de
bebidas refrescantes é mundialmente reconhecido. Embora o suco seja o principal produto
comercial dessas frutas, o óleo das cascas é um dos produtos mais importantes da indústria de
processamento. Óleos de Citrus são usados sozinhos ou em combinação com outros óleos como
ingredientes flavorizantes em vários alimentos, doces e sorvetes, e também nas indústrias
farmacêutica e de perfume (Cheng & Chou 1984). Óleos essenciais de espécies de Citrus têm sido
reportados por terem propriedades inseticidas contra gama variada de artrópodes, particularmente
de interesse na agricultura (Neves et al. 2009, Moravvej & Abbar 2008, Magdy & Samir 2008),
medicina humana (Williamson et al. 2007, Furtado et al. 2005) e veterinária (Kim et al. 2004,
Chungsamarnyart & Jansawan 1996). Porém, poucos trabalhos têm sido realizados em relação à
10
toxicidade de óleos essenciais de Citrus sobre a Plutella xylostella. (Hou et al. 2002, Yi et al.
2007).
Por último, tem a espécie Melaleuca leucadendra, que pertence à família Mirtaceae.
Espécies desse gênero são conhecidas pela produção de óleo essencial e suas propriedades
antisépticas, antimicrobiana, comumente usada na medicina popular. Melaleuca leucadendra, é
uma espécie nativa da Austrália, com registro de ocorrência em regiões tropicais e subtropicais
(Morais
et al. 2001). Algumas espécies desse gênero são muito utilizadas, popularmente, como
repelente de insetos e/ou como cosmético (Kitano et al. 1984). Embora a composição química do
óleo essencial dessa espécie tenha sido estudada em detalhe (Silvestre et al. 2008, Silva et al.
2007, Pino et al. 2002; Brophy & Lassak 1988, Kitano et al. 1984), o mesmo não é observado
para a atividade inseticida. Yatagai et al. (1998) relatou a atividade acaricida de óleos essenciais
de folhas de seis espécies do gênero Melaleuca (M. dealbata, M. symphyocarpa, M. argentea, M.
acacoides, M. saligna e M. bracteata) contra o acaro da poeira Dermatophagoides pteronyssinus,
das espécies testadas a M. bracteata apresentou o melhor resultado, com mortalidade de 100% em
uma concentração de 0,13 µg/cm
2
após 24h da aplicação do óleo.
A potencialidade de causar danos que a P. xylostella possui, somada ao fato que, cada vez
mais, populações resistentes aos inseticidas sintéticos estão surgindo (Wu & Jieng 2002,
Bhattacharya et al. 2002), tem levado pesquisadores de várias localidades do mundo a procurar
por novas alternativas como fontes de compostos com potencial inseticida em espécies botânicas
pertencentes a diferentes gêneros para o controle dessa praga.
Com base no que foi exposto até o momento, e levando em consideração os poucos
trabalhos publicados reportando o potencial inseticida de óleos essenciais contra P. xylostela, o
presente trabalho tem por objetivo avaliar o efeito inseticida dos extratos orgânicos da flor e fruto
11
de M. calabura, bem como de óleos essenciais de Piper marginatum, Citrus reticulata x C
sinensis, C. reticulata Blanco, e Melaleuca leucadendra sobre P. xylostella.
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17
CAPÍTULO 2
ATIVIDADE INSETICIDA DE EXTRATOS ORGÂNICOS DO FRUTO E DA FLOR DE
Muntingia calabura L. (TILIACEAE) SOBRE Plutella xylostella (L.) (LEP.: PLUTELLIDAE)
1
.
G
USTAVO N. BANDEIRA
2
, CLÁUDIO A.G. DA CÂMARA
2
E REGIANDO BARROS
3
2
Laboratório de Produtos Naturais Bioativos, Departamento de Química, Universidade Federal
Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, 52171-900 Recife, PE.
3
Departamento de Agronomia-Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua
Dom Manoel de Medeiros, s/n, 52171-900 Recife, PE.
1
Bandeira, G.N., C.A.G.R. Camara & R. Barros. Atividade inseticida de extratos orgânicos do fruto e da flor de
Muntingia calabura L. (Tiliaceae) no desenvolvimento de Plutella xylostella (L.) (Lepidoptera: Plutellidae). Pesquisa
Agropecuária Brasisleira.
18
RESUMO - A traça-das-crucíferas, Plutella xylostella (L.) é considerada uma das mais
importantes pragas de plantios comerciais de brásicas do mundo. A procura por propriedades
inseticidas em plantas medicinais tem crescido bastante nos últimos anos, tornando-se uma
estratégia promissora na descoberta de novas espécies vegetais como agentes inseticidas. Nesse
sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de extratos hexânico (MCHFL e
MCHFR) e etanólico (MCEFL e MCEFR) de flores e frutos de Muntingia calabura sobre o
desenvolvimento larval de P.xylostella L através do método de imersão de disco de folhas. Os
parâmetros biológicos avaliados foram: mortalidade, duração da fase larval e viabilidade pupal.
Todos os extratos foram tóxicos, com destaque para o extrato MCEFL na concentração de 3
mg/mL, que promoveu 99,5% de mortalidade de larvas e CL
50
estimada de 1,63 mg/mL, seguidos,
em ordem decrescente de atividade, pelos extratos MCHFR (CL
50
5,11) e MCEFR (CL
50
6,20
mg/mL), os quais não diferem estatisticamente entre si. Quanto a duração da fase larval, não
houve diferença estatística entre os extratos de M. calabura e o controle, embora o extrato
MCHFR (8,97 dias) tenha prolongado a fase larval em 1,62 dias em relação ao controle (7,35
dias). Quanto à mortalidade da fase pupal, apenas o extrato MCEFL na concentração de 3mg/mL
inviabilizou completamente a emergência de adultos.
PALAVRAS-CHAVE: Plutella xylostella, Muntigia calabura, Extratos orgânicos, atividade
inseticida
19
INSECTICIDAL ACTIVITY OF ORGANIC EXTRACT OF THE FRUITS AND FLOWERS OF
THE Muntingia calabura L. (TILIACEAE) AGAINST Plutella xylostella (L.) (LEP.:
PLUTELLIDAE).
ABSTRACTThe diomondback moth, Plutella xylostella (L.) is considered one of the most
important pests of commercial plantations brásicas of the world. The demand for properties
insecticides in medicinal plants has grown considerably in recent years, making it a promising
strategy in the discovery of new plant species as insecticidal ativicty. Accordingly, this study was
to evaluate the effect of hexane extracts (MCHFL and MCHFR) and ethanol (MCEFL and
MCEFR) of flowers and fruits of Muntingia calabura on the larval development of P.xylostella L
by the leaf-dipping method. The biological evaluated parameters were: mortality, duration of the
larval stage and pupal viability. All extracts were toxic, with the extract MCEFL the concentration
of 3 mg / mL, which promoted 99.5% mortality of larvae and estimated LC50 of 1.63 mg / mL,
followed in descending order of activity by MCHFR extracts (LC50 5.11) and MCEFR (LC50
6.20 mg / mL), which did not differ statistically among themselves. The duration of the larval
stage, there was no statistical difference between the extracts of M. calabura and control, while
the extract MCHFR (8.97 days) has extended the larval phase in 1.62 days in the control (7.35
days). As the pupal viability, only the extract MCEFL the concentration of 3mg/mL completely
prevented the emergence of adults.
KEY WORDS: Plutella xylostella, Muntigia calabura, Organic extracts, insecticidal activity
20
Introdução
A traça-das-crucíferas, Plutella xylostella L. (Lepidoptera: Plutellidae), é considerada uma
das mais importantes pragas de plantios comerciais de crucíferas, causando danos diretos em
cabeças de repolho com 100% de perdas (Barros et al. 1993, Castelo Branco & Gatehouse 2001).
A principal estratégia de controle dessa praga ainda é por meio do uso de inseticidas
convencionais (Sarfraz & Keddie 2004), no entanto, seu uso indiscriminado tem agredido bastante
o ecossistema, devido à elevada toxicidade, que tem afetado não só a praga alvo, como também,
espécies benéficas. A utilização desses inseticidas tem facilitado o surgimento de gerações de
insetos mais resistentes (Villas Boas et al. 1990, Gonçalves 1997, Torres 2000) e promovido a
contaminação das culturas com resíduos tóxicos, colocando a saúde humana em risco (Oliveira et
al. 1999). Como alternativa a esses inseticidas convencionais, plantas medicinais têm sido
investigadas, com relatos de toxicidade em vários artrópodes, muito antes do advento dos
inseticidas organossintéticos (Martins et al. 1998).
A busca por propriedades inseticidas em plantas medicinais tem crescido bastante nos
últimos anos, tornando-se uma forma promissora na descoberta de novas espécies vegetais como
agentes inseticidas. Recentemente, estudos com extratos orgânicos a partir de plantas com
propriedades medicinais têm sido reportados na literatura revelando propriedades inseticidas, tais
como, mortalidade (Boiça Junior et al. 2005, Li et al. 2008, Rani et al. 1999) e deterrência de
alimentação (Liu et al. 2007, Zhang et al. 2007, Lee 2005, Yuan et al. 2004, Hou et al. 2002,
Shinoda et al. 2002) em larvas, repelência (Verkerk & Wright 1991, Hou et al. 2002) e
infertilidade em adultos de P. xylostella (Gu et al. 2004).
A potencialidade de causar danos que a P. xylostella possui, somada ao fato que, cada vez
mais, populações resistentes aos inseticidas sintéticos estão surgindo (Wu & jieng 2002
Bhattacharya et al. 2002), tem levado pesquisadores de várias localidades do mundo a procurar
21
por novas alternativas como fontes de compostos com potencial inseticida em espécies botânicas
pertencentes a diferentes gêneros para o controle dessa praga. Entre as espécies que tem seu uso
na medicina popular em várias locais do mundo, destaca-se Muntingia calabura, que pertence à
família Tiliaceae.
Calabura ou pau-seda é a denominação popular, no Brasil, para espécie M. calabura. É uma
planta nativa das Antilhas, que foi introduzida no Brasil pelo Instituto Agronômico de Campinas
(IAC) em 1962 (Lopes Mora et al. 1999). Embora não seja nativa da América do Sul, essa planta
é amplamente cultivada e utilizada em planejamento urbano na decoração de ruas, avenidas e
praças em diferentes regiões do Brasil. Na medicina popular, as infusões das folhas são utilizadas
para reduzir perturbações gástricas e o inchaço da próstata (Morton 1987). No Brasil, as flores são
utilizadas, em forma de chá, para aliviar dores de cabeça e os primeiros sintomas do resfriado e
possuem ação antiséptica e efeitos antiespasmódicos (Pio Correa 1984). Os frutos são bastante
apreciados como alimento in natura ou utilizados na preparação de geléias.
Há relatos na literatura de estudos químicos e biológicos das folhas e raízes de M. calabura.
Kaneda (1991) e Su et al. (2003) estudaram a propriedade anitumoral do extrato orgânico das
raízes e folhas, respectivamente. Além dessa propriedade, o extrato das folhas apresentou
propriedade antinoceptiva contra estímulos nocivos induzidos quimicamente e termicamente
(Zakaria et al. 2006, Zakaria et al. 2007). Apesar de haver trabalhos publicados sobre a
comprovação da eficácia, na medicina popular, dos extratos orgânico e/ou aquoso de folhas e
flores de M. calabura (Kaneda et al. 1991, Zakaria et al. 2007, Su et al. 2003), nenhum registro
foi encontrado, até o momento, na literatura referente à ação biológica de extratos orgânicos dos
frutos e flores sobre P. xylostella, portanto, este trabalho tem como objetivo avaliar, em condições
de laboratório, o efeito inseticida, de extratos hexânicos e etanolicos dos frutos e flores de M.
calabura sobre larvas de P. xylostella.
22
Material e Métodos
Material Vegetal. Flores e frutos foram coletados no período da manhã em julho de 2008, no
campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A planta foi identificada pela
Dra. Carmen Zickel da área de Botânica do Departamento de Biologia da Universidade Federal
Rural de Pernambuco e uma exsicata foi depositada no Herbário Vasconcelos Sobrinho do
Departamento de Biologia da UFRPE sob o número 2816.
Obtenção dos Extratos. Ao todo foram preparados quatro extratos a partir de duas matrizes
vegetais de M. calabura. Dois extratos das flores e dois dos frutos com poropriedades lipofílica e
hidrofílica. A técnica utilizada para obtenção dos extratos foi maceração à frio com solventes de
diferentes polaridades: lipofílico (hexano) e hidrofílico (etanol). Flores (500g) foram secas à
temperatura ambiente, trituradas, pesadas e submetidas às extrações sucessivas, inicialmente
maceradas com hexano por três dias, sendo o solvente filtrado e evaporado à pressão reduzida a
cada 24h. O extrato hexânico das flores obtido foi denominado de MCHF. Para obtenção do
extrato etanólico das flores, utilizou-se a mesma matriz vegetal, que foi macerada com hexano. O
mesmo procedimento foi usado para obtenção do extrato etanólico das flores e foi denominado de
MCEFL. Os extratos hexânico e etanólico dos frutos foram extraídos pelo mesmo procedimento
descrito acima para MCHFL e MCEF e foram denominados de MCHFR e MCEFR,
respectivamente. Os extratos foram acondicionados em recipientes de vidro, pesados e estocados à
8º C até serem utilizados nos bioensaios. Os percentuais dos extratos foram calculados com base
no peso fresco das matrizes vegetais e nos pesos dos extratos obtidos.
Criação de P. xylostella. A criação foi estabelecida a partir de pupas obtidas junto à criação-
estoque mantidas no Laboratório de Biologia de Insetos da UFRPE, nas condições de temperatura
de 25
+2°C e umidade relativa de 70+15%, segundo metodologia descrita por Barros (1998).
23
Os adultos emergidos foram acondicionados em gaiolas plásticas teladas, contendo um
recipiente com esponja embebida em água, cujo objetivo era manter a umidade relativa adequada
para os insetos no interior da gaiola. Sobre a esponja foi colocado um disco de papel filtro (
8,0cm) e sobre o mesmo, nas mesmas dimensões, um disco de folha de couve manteiga, B.
oleracea var. acephala, para a realização das posturas. Os adultos foram alimentados com solução
de mel a 10%, fornecida em espuma de poliuretano acoplada em um orifício circular na parte
superior da gaiola. Diariamente, os discos de folha de couve com as posturas, foram transferidos
para placas de Petri datadas, onde permaneceram até a eclosão das larvas. Em seguida, os discos
contendo as larvas foram colocados em recipientes plásticos retangulares contendo folhas de
couve manteiga, provenientes de cultivo orgânico, as quais serviram de alimento. As larvas
permaneceram nestes recipientes, onde as folhas de couve eram trocadas diariamente até
atingirem a fase de pupa, quando eram recolhidas em tubos de ensaio vedados com plástico de
PVC contendo microorifícios para circulação de ar.
As pupas foram armazenadas sob temperatura ambiente até a emergência de novos adultos,
os quais eram transferidos para as gaiolas anteriormente mencionadas dando origem a geração F1.
Esse procedimento foi efetuado por sucessivas gerações, de modo a assegurar a quantidade de
adultos necessários para a execução dos experimentos.
Bioensaios. Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Biologia de Insetos/Resistência
de Plantas a Insetos do Departamento de Agronomia da Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), com larvas de P. xylostella à 30 ± 0,7ºC, 67 ± 2,7% UR e fotofase de 12
horas. O método utilizado foi o de imersão de disco de folha adaptado de Park et al. (2002).
Discos de folhas de couve manteiga (Brassica oleracea var. acephala) foram usadas nos
experimentos como suporte dos extratos e alimento das larvas de P. xylostella. Os parâmetros
avaliados foram: mortalidade, duração da fase larval e viabilidade pupal. Uma alíquota de 1g dos
24
extratos hexanico e etanólico das flores e frutos de M. calabura foi suspendida em 19,9mL de
água destilada e 0,1mL do dispersante Tween 80. Essa solução foi agitada até a dissolução
completa do extrato, em seguida, filtrada com papel de filtro Whatman No. 1, obtendo-se assim, a
solução estoque para preparação das diferentes concentrações usadas nos bioensaios. A partir da
solução estoque, foram feitas diluições para obtenção das soluções de imersão (50mL) nas
concentrações desejadas. As concentrações utilizadas variaram de 0,5 mg/mL a 25 mg/mL.
Dentro deste intervalo foram obtidas faixas mais estreitas de respostas para serem utilizadas na
obtenção das concentrações letais médias (CL
50
), no entanto, algumas concentrações foram
suprimidas na análise de probitos para melhor se adequar ao modelo.
O bioensaio para avaliar a mortalidade, duração da fase larval e viabilidade pupal foi
baseado no método descrito por Boiça Júnior et al (2005) com algumas modificações. Discos de
folha de couve manteiga (B. oleracea var. acephala), proveniente de cultivo orgânico, com 8 cm
de diâmetro foram imersas, por 10 seg, nas soluções de diferentes concentrações dos extratos
MCHF, MCHFR, MCEF e MCEF. Os Após evaporação do solvente, por 1 h ao ar livre, os discos
de folhas foram transferidos, individualmente, para placas de Petri de 9 cm de diâmetro, contendo
no fundo, um disco de papel filtro (8cm) umedecido com água destilada. Em cada placa, foram
confinadas, nos discos de folha, 10 lagartas recém-eclodidas (entre 0 e 12h de idade). As placas
foram vedadas com 'filme' plástico transparente PVC para evitar fuga das larvas. Os testes foram
conduzidos à temperatura de 30 ± 1ºC, UR de 70% ± 10 e fotofase de 12h. O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado com 5 tratamentos e 3 repetições.
A avaliação do experimento foi iniciada 72h após a instalação e as demais com intervalo
de 24h. Para avaliar a mortalidade e duração da fase larval, observou-se o número de lagartas
sobreviventes em cada tratamento. Após a primeira avaliação, os discos de folha, não tratados,
foram trocados em um intervalo de 48h até que as larvas atingissem o estágio de pupa. Nessa fase
25
do experimento, as larvas que se transformaram em pupas foram transferidas individualmente
para placas de “Teste ELISA” para avaliação de sua mortalidade.
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo método de Scott &
Knott com intevalo de confiança a 95% de probalidade, utilizando o programa SAS (SAS
Institute, 2004) e também por meio de regressão de probit (Finney 1971), utilizando o programa
Polo (LeOra Software 1987). Foram determinadas as CL
50
(concentração que causa mortalidade
de 50% da população) com os intervalos de confiança a 95% de probabilidade (Robertson &
Preisler 1991).
Resultados e Discussão
Os rendimentos dos extratos hexânicos e etanólicos obtidos de M. calabura, variaram de
acordo com a parte da planta e o tipo de solvente utilizado. Os maiores rendimentos foram
observados para os extratos etanólicos da flor (MCEFL) com 45,1% e do fruto (MCEFR) com
25,0%, seguidos dos extratos hexânicos da flor (MCHFL) com 12,8% e do fruto (MCHFR) com
9,1%.
Todos os extratos testados foram tóxicos às larvas de P. xylostella. A toxicidade observada
variou de acordo com a matriz vegetal e o solvente utilizado. As larvas de P. xylostella foram
mais sensíveis aos extratos de MCEFL, que promoveu 99,57% de mortalidade, seguido por
MCEFR (89,53%) e MCHFR (87,09%) (Tabela 1). Os valores estimados das CL
50
para os
extratos obtidos de M. calabura são mostrados na Tabela 2 com seus respectivos intervalos de
confiança. Os valores da CL
50
estimados para os extratos de MCHFR (CL
50
5,11 mg/mL)
e
MCEFR (CL
50
6,20 mg/mL), também não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade.
Quanto ao potencial inseticida observados para os extratos e considerando as CL
50
estimadas,
26
observou-se que o extrato MCEFL (1,63mg/mL) foi 11,2 vezes mais tóxico do que MCHFL (CL
50
18,30 mg/mL), e 3 vezes mais tóxico do que os extratos dos frutos (MCEFR e MCHFR).
Extratos de diferentes espécies vegetais têm sido avaliados quanto a sua toxicidade contra
larvas de P. xylostella. Em geral, os resultados obtidos para os extratos de M. calabura foram
mais tóxicos, quando comparados aos reportados na literatura para extratos orgânicos (Li et al.
2008, Rani et al. 1999, Yang et al. 2008) e aquoso (Boiça Junior et al. 2005; Torres et al. 2001).
No presente estudo, as larvas de P. xylostella foram mais sensíveis ao extrato MCEFL na
concentração de 3,0 mg/mL, que causou 99,57 % de mortalidade e uma CL
50
estimada de 1,63
mg/ml. Quantidades maiores de extratos das espécies: Enterolobium contortisillidium (fruto),
Nicotiana tabacum (folha), Sapindus saponaria (fruto) e Trichilia pallida (ramos) foram
utilizadas por Boiça Junior et al. (2005) para observar 100% de mortalidade larval, quando
alimentadas por discos de couve (B. oleracea var. acephala) tratadas com 10% de extrato aquoso.
O mesmo percentual de mortalidade foi observado por Torres et al. (2001) para extratos aquosos
de sementes e casca de Azadirachta indica A. Juss. e Aspidosperma pyrifolium Mart.,
respectivamente.
Recentemente, Li et al. (2008) mostraram que a fração acetônica do extrato clorofórimico,
na concentração de 50g/L, de Xanhtium sibiricum promoveu 91,67% de mortalidade larval, ou
seja, cerca de 15 vezes menos tóxica do que o extrato MCEFL.
Em outro estudo, Rani et al. (1999), observaram 100% de mortalidade com extrato etanólico
dos ramos de Melia azaderach a uma concentração superior a utilizada no presente estudo, ou
seja, 7,5% sobre larvas de P. xylostella.
Yang et al. (2008) reportaram a ação inseticida contra larvas de P. xylostella para dois
constituintes químicos ativos isolados do fruto de Ginko biloba, cujas CL
50
estimadas para
bilobol (CL
50
= 2,0613 g/L) e ácido ginkgóico (CL
50
= 4,6002 g/L) foram respectivamente 1,3 e
27
2,8 vezes maior do que a estimada pra o extrato MCEFL avaliado no presente trabalho. Em outro
estudo, também com substâncias isoladas, Lee (2005) reportaram a ação inseticida sobre larvas de
P. xylostella de dois constituintes químicos isolados a partir do fruto de uma Piperaceae (Piper
longum): pipemonalina e piperoctadecalidina. As CL
50
estimadas para estas substâncias foram 125
e 95,5 ppm, respectivamente. Embora essa atividade, pareça ser superior à observada para o
extrato MCEFL, o grande número de substância que constitui os extratos de M. calabura usado
nesse trabalho, provavelmente tenha interferido na atividade inseticida, minimizando a ação do
princípio ativo e do extrato como um todo.
Em relação aos resultados da duração da fase larval, não houve diferença estatística entre os
extratos de M. calabura e o controle, embora o extrato MCHFR (8,97 dias) tenha prolongado a
fase larval em 1,62 dias em relação ao controle (7,35 dias) (Tabela 3). Apesar de os tratamentos
não diferirem estatisticamente quanto à duração da fase larval, observou-se uma correlação direta
(r = 0,71; P<0,05) entre essa duração e a mortalidade de larvas, sendo que os extratos que
causaram maior mortalidade, também causaram aumento na fase larval. Esse fato também foi
observado por Boiça junior et al. (2005) e Torres et al. (2001). Uma explicação plausível para
esse resultado está relacionada com a diminuição da alimentação das larvas, por existir
possivelmente substâncias fagoinibidoras nos extratos (Hernandez & Vendramim 1997). Por fim,
os resultados obtidos para os extratos de M. calaburas referentes à duração da fase larval foram
inferiores àqueles reportados para extratos aquosos das plantas testadas por Boiça junior et al.
(2005) e Torres et al. (2001).
Os resultados obtidos para mortalidade da fase pupal dos extratos de M. calabura são
mostrados na Tabela 4, com ênfase para o extrato de MCEFL que inviabilizou completamente a
emergência de adultos, seguido dos extratos MCHFR, MCEFR e MCHFL. Esses resultados estão
de acordo com os reportados por Torres et al. (2001). Analisando se há alguma influência entre
28
esses dados com o da mortalidade larval, observou-se uma correlação direta entre eles (r = 0,84;
P<0,05). Ou seja, os extratos que causaram maior mortalidade, também causaram maior
mortalidade da pupal. Por outro lado, uma fraca correlação inverça (- 0,37; P<0,05) entre a
mortalidade da fase pupal e a duração da fase larval foi observada. O aumento da fase larval quase
não influencia a mortalidade da fase pupal.
Fatores fisiológicos para sobrevivência vegetal pode ser uma possível explicação para a
menor atividade observada para os extratos dos frutos (MCHFR e MCEFR). No estádio de
floração, a planta, provavelmente, produz mais substâncias ativas do que na frutificação. Nos
frutos, as sementes já estão completando a sua maturidade fisiológica, não necessitando tanto de
mecanismos de defesa contra herbivoria como nas flores, que sua persistência é essencial para a
reprodução da planta.
Com relação aos resultados obtidos para os extratos avaliados nesse trabalho, com exceção
do extrato MCHFL, que mostrou baixa toxicidade, sugerem que esses extratos são constituídos de
substâncias bioativas, o que vem confirmar o efeito deletério dos mesmos sobre a traça. Por outro
lado, nos vários parâmetros avaliados, verificou-se que, dentre as estruturas vegetais de M.
calabura testadas, a maior eficiência foi constatada com extrato etanólico obtidos a partir das
flores (MCEFL), vindo a seguir, em ordem decrescente de atividade inseticida, os extratos
MCHFR e MCEFR. Estes dados indicam que é nas flores dessa planta que se concentra o ou os
princípios ativos que atuaram contra P. xylostella.
Os resultados desse estudo sugerem que o extrato MCEFL pode ser usado para o controle de
larvas de P. xylostella. No entanto, para uso prático, uma avaliação de custo e benéficos são
requeridos, bem como estudos fitoquímicos para o isolamento e identificação do(s) composto(s)
responsáveis pela atividade inseticida, com realização de novos bioensaios com esses compostos
29
para comprovação da atividade observada no extrato bruto e preparação de formulados a partir de
frações enriquecidas com o princípio ativo.
Litrerata Citada
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32
Tabela 1. Percentual de mortalidade larval de Plutella xylostella alimentadas com folhas de
couve tratadas com extrato etanólico e hexânico da flor e fruto de Muntigia calabura em
diferentes concentrações.
Extrato
Concentração
(mg/mL)
Mortalidade
(%)
1
Espécie
Concentração
(mg/mL)
Mortalidade
(%)
1
Controle 9,0 ± 1,21 a Controle 8,5 ± 0,89 a
0,5 27,9 ± 087 b 1,0 13,6 ± 0,87 b
1,0 48,7 ± 1,25 c 2,0 18,0 ± 1,00 b
1,5 63,0 ± 1,52 d 4,0 38,0 ± 1,76 c
2,0 91,8 ± 0,97 e 6,0 62,1 ± 1,52 d
MCEFL
3,0 99,6 ± 2,64 e
MCEFR
8,0 89,5 ± 2,01 e
Controle 8,01 ± 2,91 a Controle 14,5 ± 2,01 a
2,5 11,1 ± 1,13 a 2,0 19,5 ± 2,50 b
5,0 18,1 ± 1,40 b 4,0 31,1 ± 3,29 c
10,0 27,6 ± 2,37 c 6,0 46,5 ± 2,91 c
15,0 40,8 ± 1,46 d 10,0 62,2 ± 2,65 d
MCHFL
25,0 71,6 ± 3,04 e
MCHFL
15,0 87, 1 ± 2,87 e
MCEFL = Extrato etanólico da flor; MCEFR = Extrato etanólico do fruto; MCHFL = extrato
hexânico da flor; MCHEFR = Extrato hexânico do fruto.
1
Médias seguidas pela mesma letra, no mesmo tratamento não diferem entre si pelo método de
Scott & Knott a 5% de probabilidade.
33
Tabela 2. Concentração letal média (CL
50
) e razão de toxicidade de extratos hexênico e
etanólico de Muntigia calabura sobre larvas de Plutella xylostella alimentadas com folhas de
couve tratadas com diferentes concentrações dos distintos extratos.
Extrato n
CL
50
- mg/mL
(I.C. a 95%)
Equação
(I.C. 95% para β)
x
2
P RT
MCEFL 480 1,6 (1,17 – 1,93) y = 2,73 + 3,57logx 5,72 0,88 11,23
MCEFR 480 5,1 (4,39 – 5,78) y = 3,50 + 1,24logx 4,43 0,79 3,58
MCHFL 480 18,3 (17,09 – 19,76) y = 5,30 + 3,19logx 3,02 0,77 1,00
MCHFR 480 6,2 (5,40 – 7,19) y = 4,21 + 2,92logx 4,25 0,75 2,95
MCEFL = Extrato etanólico da flor; MCEFR = Extrato etanólico do fruto; MCHFL = extrato
hexânico da flor; MCHEFR = Extrato hexânico do fruto. n = Número de insetos testados, RT =
Razão de toxicidade entre os extratos.
34
Tabela 3. Média da duração da fase larval de Plutella xylostella alimentadas com folhas
de couve tratadas com extrato etanólico e hexânico da flor e fruto de Muntigia calabura em
diferentes concentrações.
Extrato
Concentração
(mg/mL)
Duração larval
(dias)
Extrato
Concentração
(mg/mL)
Duração larval
(dias)
Controle 8,0 ± 1,41 a Controle 9,2 ± 1,76 a
0,5 8,3 ± 1,85 a 1,0 9,3 ± 1,78 a
1,0 7,8 ± 0,69 a 2,0 9,1 ± 0,68 a
1,5 7,3 ± 1,82 a 4,0 10,3 ± 1,19 a
2,0 7,5 ± 0,50 a 6,0 10,6 ± 0,27 a
MCEFL
3,0 8,6 ± 3,52 a
MCEFR
8,0 10,4 ± 0,75 a
Controle 8,5 ± 0,31 a Controle 7,4 ± 3,01 a
2,5 7,8 ± 1,18 a 2,0 7,7 ± 2,11 a
5,0 8,5 ± 1,47 a 4,0 7,7 ± 1,23 a
10,0 9,1 ± 1,03 a 6,0 8,7 ± 0,53 a
15,0 8,9 ± 0,81 a 10,0 8,6 ± 0,74 a
MCHFL
25,0 9,4 ± 1,23 a
MCHFL
15,0 9,0 ± 1.12 a
MCEFL = Extrato etanólico da flor; MCEFR = Extrato etanólico do fruto; MCHFL = extrato
hexânico da flor; MCHEFR = Extrato hexânico do fruto.
Médias seguidas pela mesma letra, no mesmo tratamento não diferem entre si pelo método de
Scott & Knott à 5% de probabilidade.
35
Tabela 4. Mortalidade da fase pupal de Plutella xylostella alimentadas com folhas de
couve tratadas com extrato etanólico e hexânicos da flor e do fruto de Muntigia calabura em
diferentes concentrações.
Extrato
Concentração
(mg/mL)
Duração larval
(dias)
Extrato
Concentração
(mg/mL)
Duração larval
(dias)
Controle 12,4 ± 0,36 a Controle 2,3± 0,40 a
0,5 14,6 ± 0,76 a 1,0 4,8 ± 0,63 b
1,0 19,6 ± 2,05 a 2,0 5,4 ± 1,56 b
1,5 11,8 ± 0,67 a 4,0 5,2 ± 2,72 c
2,0 87,5 ± 1,72 b 6,0 2.5 ± 3,73 c
MCEFL
3,0 100,0 ± 3,89 c
MCEFR
8,0 24,5 ± 2,36 d
Controle 11,5 ± 0,36 a Controle 12,4 ± 0,36 a
2,5 8,2 ± 0,64 a 2,0 13,6 ± 0,67 a
5,0 7,9 ± 1,67 a 4,0 20,0 ± 1,72 b
10,0 8,5 ± 2,68 a 6,0 27,8 ± 2,78 c
15,0 6,3 ± 3,7 a 10,0 52,5 ± 3,89 d
MCHFL
25,0 10,6 ± 2,82 a
MCHFL
15,0 61,4 ± 2,65 d
MCEFL = Extrato etanólico da flor; MCEFR = Extrato etanólico do fruto; MCHFL = extrato
hexânico da flor; MCHEFR = Extrato hexânico do fruto.
1
Médias seguidas pela mesma letra, no mesmo tratamento não diferem entre si pelo método de
Scott & Knott a 5% de probabilidade.
36
CAPITULO 3
ATIVIDADE INSETICIDA DE ÓLEOS ESSENCIAIS NO DESENVOLVIMENTO DE
Plutella xylostella L. (LEP.: PLUTELLIDAE)
2
.
G
USTAVO N. BANDEIRA
2
, CLÁUDIO A.G. DA CÂMARA
2
E REGIANDO BARROS
3
2
Laboratório de Produtos Naturais Bioativos, Departamento de Química, Universidade Federal
Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, 52171-900 Recife, PE.
3
Departamento de Agronomia-Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua
Dom Manoel de Medeiros, s/n, 52171-900 Recife, PE.
1
Bandiera, G.N., C.A.G. Camara & R. Barros. Atividade insetisida de óleos essenciais no desenvolvimento de
Plutella xylostella L. (Lepidóptera Plutellidae). Anais da Academia Brasielira de Ciências.
37
RESUMO - A potencialidade de causar danos que a P. xylostella possui, somada ao fato que, cada
vez mais, populações resistentes aos inseticidas sintéticos estão surgindo, tem levado
pesquisadores de várias localidades do mundo a procurar por novas alternativas aos inseticidas
convencionais para o controle dessa praga. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar
a ação de óleos essenciais da casca de Citrus reticulata x C. sinensis, C. reticulata e óleo da folha
de Piper marginatum e Melaleuca leucadendra sobre o desenvolvimento larval de P.xylostella
através do método de imersão de disco de folhas. Todos os óleos testados foram tóxicos às larvas
de P. xylostella. O mais tóxico foram os óleos de Citrus, que causaram mortalidade acima de 85%
com uma concentração menor (2ppm) do que as utilizadas para os óleos de P.marginatum (4ppm)
e M. leucadendra (7ppm), que causaram mortalidade acima de 80%. As CL
50
estimadas para os
de Citrus (0,55ppm para C. reticulata e CL
50
0,78ppm para C. sinensis x C. reticulata) não
diferem estatísticamente entre si. O mesmo foi observado entre os óleos de P.marginatum e M.
lecucadendra. Por outro lado, A CL
50
do óleo de Citrus reticulata foi cerca de 5 vezes menor do
que a CL50 estimada para o óleo de M. lecadendra. O melhor resultado observado para duração
da fase larval foi para o óleo de C. reticulata x C. sinensis, que apresentou um incremento de 2,2
dias com relação ao controle, seguidos do óleo de C. reticulata, com 1,4 dias. Esses resultados
mostram que os óleos obtidos da casca de C. reticulata e C. sinensis x C. reticulata são produtos
em potencial que podem ser usados para o controle de larvas de P. xylostella.
PALAVRAS-CHAVE: Óleo essencial, Citrus sp, Piper marginatum, Melaleuca leucadendra,
atividade inseticida, Plutella xylostella
38
INSECTICIDAL ACTIVITY OF ESSENTIAL ON Plutella xylostella L. (LEP.:
PLUTELLIDAE).
ASTRACT - The potential to cause damage to the P. xylostella has added to the fact that,
increasingly, people are resistant to synthetic insecticides arise, has led researchers in several
locations in the world to look for new alternatives to conventional insecticides to control this pest.
Accordingly, this study was to evaluate the action of essential oils of the peel of Citrus reticulata
x C. sinensis, C. reticulata and the leaf oil of Piper marginatum and Melaleuca leucadendra on
the larval development of P.xylostella by the leaf-dipping method. All oils tested were toxic to
larvae of P. xylostella. The most toxic were the oils of Citrus, which caused mortality above 85%
with a lower concentration (2ppm) than those used for oil P.marginatum (4ppm) and M.
leucadendra (7ppm), which caused mortality above 80%. The estimated LC50 for Citrus (C.
reticulata to 0.55 ppm and 0.78 ppm LC50 for C. sinensis x C. reticulata) did not differ
statistically among themselves. The same was observed between the oil and P.marginatum and M.
lecucadendra. Furthermore, the LC50 of the oil of C. reticulata was about 5 times lower than the
LC50 estimate for the oil of M. lecadendra. The best result observed for the duration of the larval
stage was for the oil of C. reticulata x C. sinensis, which showed an increase of 2.2 days with
respect to the control, followed by oil C.
reticulata, with 1.4 days. These results show that the oils
from the peel of C. reticulata and C. sinensis x C. reticulata are the potential products that can be
used to control larvae of P. xylostella.
KEY WORDS: Essential oil, Citrus sp, Piper marginatum, Melaleuca leucadendra, Insecticidal
activity, Plutella xylostella
39
Introdução
Vários pesquisadores consideraram a P. xylostella (L.) como a principal praga de brássicas
do mundo. Essa praga destaca-se pela alta taxa de alimentação durante o período larval, causando
grandes danos à cultura chegando a atingir 100% de perdas na produção (Boiça Júnior et al. 2005,
Hamliton et al. 2004, Castelo Branco & Gatehouse 2001; Barros et al. 1993). É considerada
também um dos lepidópteros mais estudados e distribuídos pelo mundo, junto com a
Choristoneura fumiferana (Clemens) (Lepidoptera: Tortricidae) e Spodoptera frugiperda JE
Smith (Lepidoptera: Noctuidae) (Justus & Michell 1999). Na maioria das vezes, com o intuito de
minimizar os danos causados nas plantações, os agricultores fazem uso intensivo de inseticidas
convencionais (Sarfraz & Keddie, 2004). Entretanto, a utilização desses produtos, de forma
indiscriminada, tem causado danos ao ecossistema devido à sua toxicidade, que tem afetado não
só as pragas alvo como também espécies benéficas, facilitando assim o surgimento de gerações de
insetos mais resistentes (Villas Boas et al. 1990, Gonçalves, 1997, Torres, 2000). Esses produtos,
também têm possibilitado a contaminação das culturas com resíduos tóxicos prejudicando a saúde
humana (Oliveira et al. 1999).
Como alternativa a esses inseticidas, pesquisadores de várias partes do mundo têm avaliado
produtos a partir de plantas medicinais para o controle de artrópodes. Essa estratégia tem se
configurado como uma forma promissora na descoberta de novas espécies vegetais como agentes
inseticidas. Além dos estudos investigativos a partir de plantas medicinais com potencial
inseticida, utilizando pós e extratos orgânicos, óleos essenciais têm atraído à atenção de muitos
pesquisadores devido às suas atividades biológicas já comprovadas (Di Stasi 1996). Plantas
aromáticas podem ser uma fonte alternativa de inseticidas botânicos para ser usado no controle de
pragas, devido o óleo essencial ser constituído por substâncias bioativas e serem usadas
comumente como fragância, agentes flavorizantes, na conservação de alimentos e bebidas.
40
Embora a toxicidade de óleos essenciais tenha sido amplamente descrito por Isman (2000), pouco
trabalho tem sido reportado em relação à toxicidade de óleos essenciais sobre P. xylostella.
Entre as plantas medicinais que se caracterizam pela produção de óleos essenciais e que são
cultivadas no Nordeste brasileiro, destacam-se as espécies: Piper marginatum Jacq; Melaleuca
leucadendra L.; Citrus reticulata Blanco e C. sinensis Osbeck x C. reticulata Blanco. Estas
plantas são reconhecidas pela produção de óleos essenciais e seus usos na medicinal popular (Pio
Correa 1987, Pino et al. 2002).
Essas espécies têm sido largamente estudadas quanto à composição e atividade biológica
dos constituintes químicos fixos e voláteis. Apesar do óleo essencial de várias espécies de Citrus
terem sido investigados com relação ao potencial inseticidas contra vários artrópodes, apenas o
óleo C. aurantium, e C. sinensis foram avaliados, demonstrando para o óleo de C. sinensis
atividade deterrente alimentar contra larvas de 3º P. xylostella (Hou et al. 2002, Yi et al. 2007).
Até o momento não há registro na literatura avaliando a ação dos óleos essenciais da casca do
fruto de C. sinensis x C. reticulata sobre Plutella xylostella.
As espécies P. marginatum Jacq. e M. leucadendra têm sido amplamente investigadas
quanto a composição química do óleo essencial (Pino et al. 2002, Parmar et al. 1997), no entanto,
nenhum estudo para avaliar a ação inseticida foi realizado, até o presente momento, com o óleo
essencial das folhas sobre o controle de P. xylostella.
Como parte de um estudo sistemático da avaliação do potencial inseticida da flora nativa ou
exótica do Nordeste, o presente trabalho tem por objetivo investigar a ação inseticida dos óleos
essenciais de Piper marginatum Jacq; Melaleuca leucadendra L.; Citrus reticulata Blanco e C.
sinensis Osbeck x C. reticulata Blanco sobre larvas de P. xylostella.
41
Material e Métodos
Coleta do Material Botânico. Com exceção das espécies de Citrus (Citrus reticulata Blanco e
Citrus sinensis Osbeck x Citrus reticulata Blanco), que foram coletadas no Sítio Cigarra no
município de Santana do Mandaú – Alagoas, e identificadas pela Dra. Suzene Izídio da Silva, as
outras espécies (Piper marginaturm Jarq., e Melaleuca leucandendra L.) foram coletadas no
próprio campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e identificadas pela Dra.
Carmen Sílvia Zickel. Uma exsicata de cada material botânico coletado foi depositada no
Herbário Vasconcelos Sobrinho do Departamento de Biologia da UFRPE sob o número 45870 (P.
marginatum), 48489 (M. leucadendra), 48740 (C. reticulata x C. sinensis) e 48738 (C. reticulata
blanca).
Obtenção dos Óleos Essenciais. A obtenção dos óleos foi realizada no Laboratório de Produtos
Naturais Bioativos do Departamento de Química da UFRPE. Folhas de P. marginatum e M.
leucadendra e casca do fruto de C. reticulata Blanco e C. reticulata x C. sinensis foram
submetidas exaustivamente à técnica de hidrodestilação, por meio de um aparelho do tipo
Clevenger para obtenção dos respectivos os óleos essenciais. O óleo obtido foi inicialmente
separado da água por decantação, em seguida secos com sulfato de sódio anidro. Os óleos foram
estocados em vidro âmbar e guardados no freezer até realização dos experimentos.
Criação de P. xylostella. A criação foi estabelecida a partir de pupas obtidas junto à criação-
estoque mantidas no Laboratório de Biologia de Insetos da UFRPE, nas condições de temperatura
de 25
+2°C e umidade relativa de 70+15%, segundo metodologia descrita por Barros (1998).
Os adultos emergidos foram acondicionados em gaiolas plásticas teladas, contendo um
recipiente com esponja embebida em água, cujo objetivo era manter a umidade relativa adequada
para os insetos no interior da gaiola. Sobre a esponja foi colocado um disco de papel filtro (
8,0cm) e sobre o mesmo, nas mesmas dimensões, um disco de folha de couve manteiga, B.
42
oleracea var. acephala, para a realização das posturas. Os adultos foram alimentados com solução
de mel a 10%, fornecida em espuma de poliuretano acoplada em um orifício circular na parte
superior da gaiola. Diariamente, os discos de folha de couve com as posturas, foram transferidos
para placas de Petri datadas, onde permaneceram até a eclosão das larvas. Em seguida, os discos
contendo as larvas foram colocados em recipientes plásticos retangulares contendo folhas de
couve manteiga, provenientes de cultivo orgânico, as quais serviram de alimento. As larvas
permaneceram nestes recipientes, onde as folhas de couve eram trocadas diariamente até
atingirem a fase de pupa, quando eram recolhidas em tubos de ensaio vedados com plástico de
PVC contendo microorifícios para circulação de ar.
As pupas foram armazenadas sob temperatura ambiente até a emergência de novos adultos,
os quais eram transferidos para as gaiolas anteriormente mencionadas dando origem a geração F1.
Esse procedimento foi efetuado por sucessivas gerações, de modo a assegurar a quantidade de
adultos necessários para a execução dos experimentos.
Bioensaios. Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Biologia de Insetos/Resistência
de Plantas a Insetos do Departamento de Agronomia da Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), com larvas de P. xylostella à 30 ± 0,7ºC, 67 ± 2,7% UR e fotofase de 12
horas. O método utilizado foi o de imersão de disco de folha adaptado de Park et al. (2002).
Discos de folhas de couve manteiga (Brassica oleracea var. acephala) foram usadas nos
experimentos como suporte dos óleos e alimento das larvas de P. xylostella. Os parâmetros
avaliados foram: mortalidade, duração da fase larval. O volume das soluções etanólica para
imersão dos discos foliares foi de 50mL e as concentrações dos óleos testados variaram de 0,1 a 7
ppm. O grupo controle foi constituindo apenas com álcool etílico P.A.. Dentro deste intervalo
foram obtidas faixas mais estreitas de respostas para serem utilizadas na obtenção das
43
concentrações letais médias (CL
50
), no entanto, algumas concentrações foram suprimidas na
análise de probit para melhor se adequar ao modelo.
O bioensaio para avaliar a mortalidade, duração da fase larval foi baseado no método
descrito por Boiça Júnior et al. (2005) com algumas modificações. Discos de folha de couve
manteiga (B. oleracea var. acephala), proveniente de cultivo orgânico, com 8 cm de diâmetro
foram imersas, por 10 seg, nas soluções de diferentes concentrações dos óleos essenciais. O
solvente foi evaporado a temperatura ambiente por 1 h. Os discos de folhas foram transferidos,
individualmente, para placas de Petri de 9 cm de diâmetro, contendo no fundo, um disco de papel
filtro (8cm) umedecido com água destilada. Em cada sistema de placa de Petri, foram confinadas,
10 lagartas recém-eclodidas (entre 0 e 12h de idade). As placas foram vedadas com 'filme' plástico
transparente PVC para evitar fuga das larvas. Os testes foram conduzidos à temperatura de 30 ±
1ºC, UR de 70% ± 10 e fotofase de 12h. O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado com 6 (seis) tratamentos e 3 repetições.
A avaliação do experimento foi iniciada 72h após a instalação e as demais, com intervalo de
24h. Para avaliar a mortalidade e duração da fase larval, observou-se o número de lagartas
sobreviventes em cada tratamento. Após a primeira avaliação, em um intervalo de 48h, os discos
foliares tratados foram substituídos por outros não tratados até que as larvas atingissem o estágio
de pupa.
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo método de Scott &
Knott com intevalo de confiança a 95% de probalidade, utilizando o programa SAS (SAS Institute
2004), e também por meio de regressão de probit (Finney 1971), utilizando o programa Polo
(LeOra Software 1987). Foram determinadas as CL
50
(concentração que causa mortalidade de
50% da população) com os intervalos de confiança a 95% de probabilidade (Robertson & Preisler
1991).
44
Resultados e Discussão
Das espécies vegetais utilizadas para obtenção do óleo essencial, as do gênero Citrus foi a
que forneceu maior rendimento do óleo. Ou seja, 1,37% para C. reticulata x C. sinensis e 2,04%
para C. reticulata, seguidos das espécies M. leucadendra e P. marginatum com 0,18% 0,11%,
respectivamente.
Investigações fitoquímicas relacionadas à identificação dos constituintes químicos dos óleos
essenciais de Citrus reticulata, C. sinensis x C. reticulata, P. marginatum e M. leucadendra foram
realizadas por Neves et al. (2009), Autran et al. (2009), e Silvestre et al. (2008), respectivamente.
Os componentes majoritários identificados por esses autores são mostrados na Tabela 1.
As larvas de P. xylostella mostraram-se sensíveis para todos os óleos testados (Tabela 2). A
maior atividade ficou por conta dos óleos da casca de Citrus, que causaram mortalidade acima de
85% com uma concentração menor (2ppm) do que as utilizadas para os óleos de P.marginatum
(4ppm) e M. leucadendra (7ppm), que causaram mortalidade acima de 80%. A comparação entre
as CL
50
estimadas para esses dois grupos de óleos testados (óleos de Citrus e óleos de
P.marginatum e M. lecucadendra) mostra que houve diferença estatística entre os dois grupos
(Tabela 3). Por outro lado, os intervalos de confiança entre as CL
50
dos óleos das espécies do
grupo dos Citrus (0,55ppm para Citrus reticulata e CL
50
0,78ppm para C. sinensis x C. reticulata)
se sobrepõem. O mesmo foi observado para as CL
50
obtidas para os óleos do outro grupo de
espécies (1.92ppm para P. marginatum e 2,86ppm para M. leucadendra) (Tabela 3). Esses
resultados mostram que os óleos de Citrus foram mais tóxicos do que os óleos de P. marginatum
e M. lecadendra.
De acordo com a literatura, nenhum estudo foi econtrado, até o momento, reportando a
atividade inseticida dos óleos essenciais das quatro espécies testadas sobre larvas de P. xylostella,
no entanto, a atividade para óleos de espécies congêneres de Citrus e Melaleuca contra outros
45
artrópodes tem sido publicada, inclusive para larvas de P. xylostella. Por exemplo, dos poucos
trabalhos encontrados na literatura, a grande maioria teve como objetivo avaliar a ação dos óleos
na deterrência de alimentação e oviposição de larvas e adultos de P. xylostella, respectivamente
(Zeng et al. 2006, Zhang et al. 2003, Ling et al. 2003, Hou et al. 2002, Gao & Zhang 1997).
Apenas dois outros artigos reportam à toxicidade, mas empregam metodologias diferentes da
utilizada no presente trabalho para avaliar a mortalidade larval de P. xylostella (Yi et al. 2007,
Gao & Zhang 1997).
Utilizando o método de fumigação, Yi et al. (2007) realizaram testes com 66 óleos de várias
espécies vegetais, incluindo, óleos de três congêneres utilizadas nesse trabalho: C. aurantium, M.
viridiflora e M. alternifólia, sobre larvas 3º instar de P. xylostella em bioensaios com camara de
fumigação. Na concentração de 50mg/papel de filtro ( 4,25cm), os óleos de C. aurantium e M.
alternifólia mostraram mortalidades inferiores a 80%, enquanto que o óleo de M. viridiflora
mostrou 100%, de mortalidade e uma CL
50
estimada de 27,31 mg/filtro. Resultados melhores do
que estes foram obtidos para óleos de outras espécies vegetais, Mentha pulegium (poejo),
Rosmarinus officinalis (alecrim) e Salvia officinalis (erva santa), que tiveram as CL
50
estimadas
em 10,77 mg/filtro, 15,14 mg/filtro e 15,15mg/filtro, respectivamente. Em outro estudo, também
avaliando a ação fumigante, Gao & Zhang (1997) avaliaram a ação do óleo essencial de Sabina
vulgaris para larvas de P. xylostella e obtiveram para o óleo testado uma CL
50
de 9,74 mg/L.
Uma comparação direta da potência da toxicidade sobre larvas de P. xylostella, observada
para os óleos testados no presente trabalho com os resultados descritos na literatura não é possível
devido ao fato de terem sidos empregados métodos de avaliação e experimentais diferentes. A
diferença dos métodos, toxicidade por fumigação e toxicidade de contato (imersão de disco foliar)
é basicamente no modo como os óleos podem agir nas larvas. No primeiro método, o óleo age nas
através dos vapores dos constituintes químicos, enquanto que no segundo método, usado no
46
presente trabalho, além dos vapores, as larvas são intoxicadas também pela ingestão das
substâncias impregnadas nos discos foliares.
Essa observação explica por que as quantidades de óleo utilizadas na presente pesquisa
foram relativamente inferiores, para promover uma maior mortalidade de larvas do que àquelas
utilizadas nos experimentos de fumigação realizados por Yi et al. (2007) para óleos obtidos,
principalmente das espécies congêneres de Citrus e Melaleuca. Em outro estudo, Gao & Zhang
(1997) avaliando também a ação fumigante do óleo essencial obtido a partir das folhas de Sabina
vulgaris sobre lavas de P. xylostella, estimou a CL
50
para esse óleo como sendo 17,7 vezes maior
do que a obtida, nessa pesquisa, para o óleo de Citrus reticulata.
Em relação aos resultados da duração da fase larval, o óleo de P. marginatum não mostrou
diferença estatística entre os outros óleos e o controle. No entanto, os demais óleos atuaram no
aumento da duração da fase larval, com destaque para o óleo de C. reticulata x C. sinensis, que
apresentou um incremento de 2,2 dias com relação ao controle, seguidos do óleo de C. reticulata,
com 1,4 dias (Tabela 4). Uma correlação direta (r = 0,78; P<0,05) entre resultados obtidos para
duração da fase larval e mortalidade foi observada, ou seja, os óleos que causaram maior
mortalidade também promoveram aumento da fase larval. Esses dados estão coerentes com os
reportados por Torres et al. (2001) e Boiça Junior et al. (2005), mas para extratos aquosos
vegetais.
Os resultados deste estudo demonstraram que alguns dos óleos testados, como os de Citrus
mostraram alta toxicidade de contato com larvas de P. xylostella, seguidos de P. martiginatum e
M. leucadendra. Tanto na mortalidade quanto na duração da fase larval, os óleos de Citrus foram
os que apresentaram os melhores resultados.
Os óleos testados no presente trabalho são basicamente constituídos por terpenóides (Piper
sp., Melaleuca sp. e Citrus sp.) e benzenóides (Piper sp.) (Tabela 1). A atividade inseticida de
47
monoterpenóides e benzenóides, já tem sido reportada contra uma gama variada de artrópodes
(Sarank & Tunc 1995, Isman 2000). A alta atividade inseticida observada para os óleos de Citrus
no presente estudo, pode ser atribuída ao limoneno, que é o composto majoritário nos óleos de (C.
reticulata e C. sinensis x C. reticulata) (Tabela 1), para o qual já existem na literatura dados que
comprovam seu potencial inseticida para outros artrópodes (Lee et al. 2001, Lee et al. 2003;
Garcia et al. 2005).
Esses resultados sugerem que os óleos obtidos da casca de Citrus reticulata e Citrus
sinensis x Citrus reticulata são produtos em potencial que podem ser usados para o controle de
larvas de P. xylostella.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao CNPq pela concessão da bolsa ao primeiro autor. A Cláudio
Gomes da Câmara e Reginal Barros que colaboraram na realização deste trabalho.
Literatura Citada
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48
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53
Tabela 1. Percentual dos compostos majoritários identificados nos óleos essenciais das
espécies testadas sobre larvas de P. xylostella
Composto
Piper
marginaturm
Citrus reticulata
C. sinensis x
C. reticulata
Melaleuca leucadendra
(Z)-Asarone 30,4
Álcool Patchouli 16,0
Limoneno 80,2 62,2
Mirceno 6,7
p-menta-2,4-(8)-
dieno
10,0
(E)Nerolidol 92,5
54
Tabela 2. Percentual Médio de Mortalidade larval de P. xylostella alimentadas com folhas
de couve, tratadas com óleos essenciais de espécies dos gêneros Melaleuca, Piper e Citrus em
diferentes concentrações.
Espécie
1
Concentração
(ppm)
Mortalidade
(%)
Espécie
Concentração
(ppm)
Mortalidade
(%)
Controle 5,8 ± 0,33 g Controle 8,3 ± 0,35 f
0,5 15,7 ± 1,54 f 0,1 11,5 ± 1,38 f
1,0 29,5 ± 2,67 e 0,2 25,2 ± 2,61 e
2,0 40,5 ± 1,47 d 1,0 44,0 ± 2,63 d
4,0 57,7 ± 3,58 c 2,0 60,0 ± 1,89 c
6,0 67,5 ± 2,98 b 3,0 70,7 ± 3,34 b
M. leucadendr
a
7,0 80,2 ± 3,09 a
P.marginatum
4,0 82,7 ± 2,98 a
Controle 4,2 ± 0,24 g Controle 3,2 ± 0,28 g
0,1 18,8 ± 1,48 f 0,1 19,9 ± 1,45 f
0,2 35,6 ± 1,68 e 0,2 33,5 ± 1,82 e
0,4 47,8 ± 2,01 d 0,4 49,0 ± 2,69 d
0,8 62,8 ± 2,93 c 0,8 60,0 ± 3,43 c
1,6 75,7 ± 3,09 b 1,6 77,0 ± 1,27 b
C. reticulata
2,0 85,0 ± 1,98 a
C. reticulata
x
C. sinensis
2,0 89,5 ± 2,72 a
1
Médias seguidas pela mesma letra, no mesmo tratamento, não diferem entre si pelo método de
Scott & Knott a 5% de probabilidade.
55
Tabela 3. Concentração letal média (CL
50
) e razão de toxicidade de óleos essenciais de
Melaleuca leucadendra, Piper marginatum, Citrus reticulata e Citrus reticulata x Citrus sinensis
sobre larvas de Plutella xylostella alimentadas com folhas de couve tratadas com diferentes
concentrações.
Óleo
n
CL
50
- ppm
(I.C. a 95%)
Equação
(I.C. 95% para β)
x
2
P RT
M leucadendra
600 2,9 (2,37 – 3,35) y = -0,799 + 1,946logx 4,62 0,75 1,00
P. marginatum 600 1,9 (1,45 – 2,39) y = -0,398 + 1,527logx 2,74 0,83 3,60
C. reticulata 600 0,6 (0,45– 0,65) y = 0,472 + 1,807logx 1,44 0,85 2,77
C. reticulata
x
C. sinensis
600 0,8 (0,59 – 0,97) y = 0,199 + 1,984logx 4,13 0, 79 2,16
n = Número de insetos testados
RT =
Razão de toxicidade entre os extratos.
56
Tabela 4. Duração da fase larval de Plutella xylostella alimentadas com folhas de couve
tratadas com óleos essenciais de espécies dos gêneros Melaleuca, Piper e Citrus em diferentes
concentrações.
Espécie
1
Concentração
(µL)
Duração
(dias)
Espécie
Concentração
(µL)
Duração
(dias)
Controle 8,4 ± 0,03 a Controle 8,3 ± 0,15 a
0,5 8,2 ± 0,54 a 0,1 8,5 ± 0,28 a
1,0 8,1 ± 0,07 a 0,2 8,2 ± 0,13 a
2,0 8,2 ± 0,11 a 1,0 8,3 ± 0,22 a
4,0 8,5 ± 0,34 a 2,0 8,8 ± 0,12 a
6,0 8,7 ± 0,41 a 3,0 8,7 ± 0,10 a
M.
leucadendra
7,0 9,2 ± 0,33 a
P.marginatum
4,0 9,1 ± 0,67 a
Controle 8,7 ± 0,40 a Controle 8,5 ± 0,38 a
0,1 8,9 ± 0,22 a 0,1 8,8 ± 0,09 a
0,2 9,2 ± 0,37 a 0,2 9,8 ± 0,51 b
0,4 8,9 ± 0,04 a 0,4 9,7 ± 0,57 b
0,8 9,3 ± 0,23 a 0,8 9,7 ± 0,22 b
1,6 9,5 ± 0,44 a 1,6 10,7 ± 0,63 b
C. reticulata
2,0 10,1 ± 0,27 b
C. reticulata
x
C. sinensis
2,0 10,3 ± 0,51 b
1
Médias seguidas pela mesma, no mesmo tratamento, letra não diferem entre si pelo método de
Scott & Knott a 5% de probabilidade.
57
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