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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ODONTOLOGIA e CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
CAMPUS DE ARATUBA
ANALGESIA PERIDURAL COM ROPIVACAÍNA
ASSOCIADA AO MIDAZOLAM EM CADELAS
SUBMETIDAS A OVÁRIO-SALPINGO-HISTERECTOMIA
Jiancarlo Tortoza Bignelli e Canôa
Médico Veterinário
ARAÇATUBA – SP
2009
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Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ODONTOLOGIA e CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
CAMPUS DE ARATUBA
ANALGESIA PERIDURAL COM ROPIVACAÍNA
ASSOCIADA AO MIDAZOLAM EM CADELAS
SUBMETIDAS A OVÁRIO-SALPINGO-HISTERECTOMIA
Jiancarlo Tortoza Bignelli e Canôa
Orientadora: Profa. Dra. Valéria Nobre Leal de Souza Oliva
Co-orientadora: Profa. Dra. Renata Navarro Cassu
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia
Unesp, Campus de Araçatuba, como parte das
exigências para obtenção do título de Mestre em
Ciência Animal (Fisiopatologia Médica e Cirúrgica).
Araçatuba – SP
2009
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Catalogação-na-Publicação (CIP)
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação – FOA / UNESP
Canôa, Jiancarlo Tortoza Bignelli e
C227a Analgesia peridural com ropivacaína associada ao midazolam
em cadelas submetidas a ovário-salpingo-histerectomia / Jiancarlo
Tortoza Bignelli e Canôa. - - Araçatuba : [s.n.], 2009
90 f. : il. ; tab. + 1 CD-ROM
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Odontologia e Curso de Medicina Veterinária, 2009
Orientadora: Valéria Nobre Leal de Souza Oliva
Coorientadora: Renata Navarro Cassu
1. Analgesia 2. Anestesia epidural 3. Anestésicos locais
4. Midazolam 5. Histerectomia 6. Ovariectomia
CDD 636.0896
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
JIANCARLO TORTOZA BIGNELLI e CAA Nascido em Mirandópolis (SP),
em 1
o
de março de 1976. Ingressou no curso de Graduação em Medicina
Veterinária na Universidade de Marília em 1996, o qual foi interrompido durante os
anos de 1998 e 1999, retornando no ano 2000. Casou-se em 2001. Colou grau em
dezembro de 2003. Atuou em 2004 como consultor técnico e representante de
produtos para inseminação artificial da empresa Lagoa da Serra. Em 2005 iniciou
o curso de Pós-Graduação Latu-Senso “Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais”
na Universidade do Oeste Paulista em Presidente Prudente (SP), concluindo-o em
dezembro de 2006. Em Fevereiro de 2006 mudou-se para Presidente Prudente
(SP) onde ingressou no programa de Residência Veterinária em Anestesiologia na
Universidade do Oeste Paulista, concluindo em Fevereiro de 2007. Mudou-se para
Araçatuba (SP) em março de 2007 ingressando na Unesp, sendo aprovado no
curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal do Curso
de Medicina Veterinária o qual concluiu em Julho de 2009. Atuou em Araçatuba
(SP) como Médico Veterinário nas Clínicas Veterinárias: Dra. Cláudia Stefanini e
Mundo Animal, em Valparaiso (SP) na Clínica Veterinária Pet&Farm. Em Agosto
de 2008 foi aprovado em concurso para docente da FEA – Fundação de Ensino de
Andradina, onde atua até o presente.
"Cada dia que amanhece assemelha-se a uma página em branco,
na qual gravamos os nossos pensamentos, ações e atitudes. Na
essência, cada dia é a preparação de nosso próprio amanhã".
Psicografia de Francisco C. Xavier
Livro: Indicações do Caminho
DEDICO
Aos amores da minha vida Alexandre, Felipe (filhos) e Alexssandra
(esposa). Obrigado pela vossa compreensão nos momentos difíceis. Obrigado
meus filhos por serem pacientes nos momentos de minha ausência. Obrigado
minha esposa por me acompanhar e compreender a minha caminhada.
Amo-os muito!
Aos meus pais Helena e Aroldo por terem me dado meu bem mais
precioso, a minha vida, mesmo ausentes sempre me apoiaram e me
ajudaram. Obrigado pela ajuda de voces. Amo-os incondicionalmente.
À minha orientadora Valéria, pela paciência e por me estender a mão
nos momentos mais difíceis, muito obrigado.
À minha co-orientadora Renata, que me apoiou muito durante a
residência e guiou meus primeiros passos no mundo da anestesiologia.
Essa vitória é nossa!
AGRADECIMENTOS
Agradeço:
À Deus por me guiar, me dar perseverança, guiar meus passos me dar
saúde e proteção para realização deste trabalho.
À minha orientadora, Profa. Dra. Valéria Nobre Leal de Souza Oliva, pela
oportunidade concedida.
À nossa equipe, amigos e companheiros: Guillermo Carlos, Juliana
(Nelore), Joana e Alexandre (Bahia), pela ajuda.
Aos professores Alexandre Andrade, Paulo Patto, Suely Bonfim, Paulo
Ciarlini, Katia Bresciani, Luiz Eduardo, Cecília, Wagner e muitos outros pela ajuda,
conselhos e amizade ao longo desses anos.
Às residentes do Laboratório Clínico Vanessa e Monaly pela ajuda na
realização da hemogasometria e centrifugação das amostras de sangue mesmo
durante os sábados, domingos e feriados.
À Prof. Dra. Valéria Marçal Felix, pela realização dos exames sorológicos
e pelos conselhos.
À Profa. Dra. Silvia Helena Venturolli Perri, por ajudar nas análises
estatísticas.
À Verônica Albuquerque pelos conselhos e ajuda na confecção deste
trabalho.
Ao amigo Willian Marinho Dourado Coelho, pela ajuda, apoio e amizade.
À todos os funcionários, alunos e professores da Unesp, que cada um do
seu jeito singular pôde contribuir direta ou indiretamente para realização deste
trabalho.
À todos os animais que participaram.
À todos, muito, muito obrigado!
SUMÁRIO
Página
I. INTRODUÇÃO.....................................................................................................20
II. REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................22
2.1 Dor.................................................................................................................22
2.1.1 Fisiopatologia da dor...........................................................................25
2.1.2 Avaliação da dor nos animais............................................................26
2.2 Anestesia e analgesia peridural.................................................................27
2.3 Fármacos......................................................................................................29
2.3.1 Medicação pré-anestésica (MPA) – acepromazina ..........................29
2.3.2 Anestésicos locais...............................................................................30
2.3.2.1 Ropivacaína.......................................................................................31
2.3.3 Benzodiazepínicos...............................................................................33
2.3.3.1 Midazolam..........................................................................................33
2.3.4 Cloridrato de tramadol – analgesia resgate......................................37
III. OJETIVOS.........................................................................................................38
3.1 Gerais............................................................................................................38
3.2 Específicos...................................................................................................38
IV. MATERIAL E MÉTODO....................................................................................39
4.1 Animais e local.............................................................................................39
4.2 Grupos experimentais.................................................................................39
4.3 Preparação dos animais e procedimento cirúrgico.................................40
4.3.1 Anestesia peridural..............................................................................41
4.4 Momentos experimentais............................................................................42
4.4.1 Pré-operatório......................................................................................42
4.4.2 Trans-operatório..................................................................................42
4.4.3 Pós-operatório.....................................................................................42
4.5 Avaliação de parâmetros............................................................................43
4.5.1 Pré e Pós-operatório............................................................................43
4.5.2 Trans-operatório..................................................................................43
4.6 Dosagem sérica de cortisol........................................................................44
4.7 Hemogasometria arterial.............................................................................44
4.8 Avaliação de dor e sedação........................................................................45
4.8.1 Sedação................................................................................................45
4.8.2 Dor.........................................................................................................45
4.8.2.1 Para variáveis paramétricas............................................................45
4.8.2.2. Para variáveis não paramétricas....................................................46
4.9 Pós-operatório.............................................................................................46
4.10 Análise dos resultados..............................................................................47
V. RESULTADOS...................................................................................................49
Freqüência cardíaca....................................................................................48
Freqüência respiratória...............................................................................50
Pressão arterial sistólica.............................................................................51
Temperatura corporal..................................................................................53
Tensão de CO
2
no final da expiração.........................................................54
Saturação de oxigênio na hemoglobina....................................................56
Pressão parcial de oxigênio no sangue arterial.......................................57
Pressão parcial de CO
2
no sangue arterial...............................................58
Potencial de hidrogeniônico.......................................................................59
Concentração de bicarbonato no sangue arterial....................................60
Déficit de base..............................................................................................61
Concentração anestésica de isofluorano..................................................62
Sedação........................................................................................................64
Dor.................................................................................................................66
Analgesia resgate........................................................................................67
Cortisol.........................................................................................................68
Efeitos colaterais.........................................................................................69
VI. DISCUSSÃO.....................................................................................................70
VII. CONCLUSÃO..................................................................................................74
REFERÊNCIAS......................................................................................................75
APÊNDICES...........................................................................................................87
Apêndice A.........................................................................................................87
Apêndice B.........................................................................................................88
Apêndice C.........................................................................................................89
Apêndice D.........................................................................................................90
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1 – Média (
x
) e desvio padrão(s) da frequência cardíaca (FC), em
batimentos por minuto (bpm) de cadelas submetidas à anestesia peridural com
ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e
ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante
OSH.......................................................................................................................50
Tabela 2 – Média (
x
), desvio padrão (s) e mediana (Md) da freqüência respiratória
(f), em movimentos por minuto (mpm), de cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg
(GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante
OSH........................................................................................................................51
Tabela 3 – Média (
x
) e desvio padrão (s) da pressão arterial sistólica (PAS)
obtida pelo método não invasivo, em milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas
submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada
ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg
(GM100), durante OSH.........................................................................................53
Tabela 4 – Média (
x
) e desvio padrão (s) da temperatura corporal (TC), em graus
Celsius (°C), de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR),
ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao
midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.......................................................54
Tabela 5 – Média (
x
) e desvio padrão (s) da tensão de CO
2
ao final da expiração
(ETCO
2
), em milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg
(GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante
OSH........................................................................................................................56
Tabela 6 – Média (
x
) e desvio padrão (s) da saturação de oxigênio na
hemoglobina (SpO2), em porcentagem (%), de cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg
(GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante
OSH.......................................................................................................................57
Tabela 7 – Média (
x
) e desvio padrão (s) da pressão parcial de oxigênio no
sangue arterial (PaO
2
), em milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas
submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada
ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg
(GM100), durante OSH..........................................................................................58
Tabela 8 – Média (
x
) e desvio padrão (s) da pressão parcial de CO
2
no sangue
arterial (PaCO
2
), em milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à
anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam
50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100),
durante OSH..........................................................................................................59
Tabela 9 – Média (
x
) e desvio padrão (s) do potencial hidrogeniônico (pH) do
sangue arterial, em milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à
anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam
50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100),
durante OSH.........................................................................................................60
Tabela 10 – Média (
x
) e desvio padrão (s) da concentração de bicarbonato
(HCO
3
) no sangue arterial, em milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas
submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada
ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg
(GM100), durante OSH.........................................................................................61
Tabela 11 – Média e desvio padrão (s) do excesso de bases (BE) no sangue
arterial, em mmol/l, de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína
(GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína
associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.................................62
Tabela 12 – Média (
x
) e desvio padrão (s) da concentração anestésica de
isofluorano, em volume (Vol. %), de cadelas submetidas à anestesia peridural
com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e
ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH..............64
Tabela 13 – Média (
x
) por grupo do requerimento anestésico durante o trans-
operatório (M2 a M8), de cadelas submetidas à anestesia peridural com
ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e
ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH..............65
Tabela 14 – Escores medianos de sedação, em cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg
(GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante
OSH.......................................................................................................................66
Tabela 15 – Escores medianos de dor, em cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg
(GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante
OSH.......................................................................................................................67
Tabela 16 – Resgate: n
o
de animais (x) em relação ao total (n) de cada grupo que
necessitaram analgesia complementar (resgate) nos diferentes momentos, de
cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína
associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) ropivacaína associada ao midazolam
100µg/kg (GM100), durante OSH..........................................................................68
Tabela 17 – Média (
x
) e desvio padrão (s) do cortisol sérico, em nanogramas por
decilitro (ng/dl), segundo os grupos em cada momento de avaliação de cadelas
submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada
ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg
(GM100), durante OSH.........................................................................................69
LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 1 – Valores médios da freqüência cardíaca (FC) em batimentos por
minuto (bpm) de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR),
ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao
midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.........................................................50
FIGURA 2 – Valores médios de freqüência respiratória (f) em movimentos por
minuto (mpm) de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR),
ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao
midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.........................................................52
FIGURA 3 – Valores médios da pressão arterial sistólica (PAS) obtida pelo método
não invasivo, em milímetros de mercúrio (mmHg) de cadelas submetidas à
anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam
50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100),
durante OSH...........................................................................................................53
FIGURA 4 – Valores médios da temperatura corpórea (TC) em graus Celsius (ºC)
de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína
associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam
100µg/kg (GM100), durante OSH..........................................................................55
FIGURA 5 – Valores médios da tensão de CO
2
ao final da expiração (ETCO
2
), em
milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia peridural
com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e
ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH...............56
FIGURA 6 – Valores médios da porcentagem de saturação de oxigênio na
hemoglobina (SpO
2
) de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína
(GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína
associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH..................................58
FIGURA 7 – Valores médios da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial
(PaO
2
) em milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg
(GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante
OSH........................................................................................................................59
FIGURA 8 – Valores médios da pressão parcial de CO2 no sangue arterial
(PaCO
2
), em milímetros de mercúrio (mmHg), em cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg
(GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante
OSH........................................................................................................................60
FIGURA 9 – Valores médios do potencial hidrogeniônico (pH) em milímetros de
mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína
(GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína
associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH..................................61
FIGURA 10 – Valores médios da concentração de bicarbonato (HCO
3
-
) em
milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia peridural com
ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e
ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH...............62
FIGURA 11 – Valores médios de déficit de base (BE) em mmol/l, de cadelas
submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao
midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg
(GM100), durante OSH...........................................................................................63
FIGURA 12 – Valores médios da concentração de isofluorano (%Vol.), de cadelas
submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao
midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg
(GM100), durante OSH...........................................................................................64
FIGURA 13 – Médias (M2 a M8) individuais da concentração anestésica de
isofluorano (%Vol.) utilizada para cada grupo, em cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg
(GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante
OSH........................................................................................................................65
FIGURA 14 – Valores medianos para o escore de sedação, de cadelas
submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao
midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg
(GM100), durante OSH...........................................................................................66
FIGURA 15 – Valores medianos para o escore de dor, em cadelas submetidas à
anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam
50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100),
durante OSH...........................................................................................................67
FIGURA 16 Resgate: n
o
de animais (x) em relação ao total do grupo (n) que
necessitaram analgesia complementar (resgate) nos diferentes momentos, de
cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína
associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam
100µg/kg (GM100), durante OSH...........................................................................68
FIGURA 17 – Valores médios da dosagem sérica de cortisol em nanogramas por
decilitro (ng/dl), em cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína
(GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína
associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH..................................70
LISTA DE ABREVIATURAS
x
- média
µg – micrograma
AL – anestésico local
bpm – batimentos por minuto
CO
2
– dióxido de carbono
DB – deficit de base
dl – decilítro
EN – escala numérica
EPM – erro padrão da média
ETCO
2
– tensão de CO
2
no final da
expiração
f – frequência respiratória
FC – frequência cardíaca
GABA – ácido gama amino butírico
GR – grupo ropivacaína
GM50 grupo
ropivacaína/midazolam
GM100 grupo
ropovacaína/midazolam
HCO
3
-
– íons de bicarbonato
IM intramuscular
IV - intravenoso
Kg – kilogramas
LCE – líquido céfalo espinhal
LVC – leishmaniose visceral canina
Md - mediana
mg miligramas
mmHg – milímetros de mercúrio
mmol milimol
MPA – medicação pré-anestésica
M0 – momento basal (antes MPA)
M1 – 15 minutos após MPA
M2 – 15 minutos após peridural
M3 – 30 minutos após peridural
M4 – pinçamento pedículo ovariano
esquerdo
M5 – pinçamento pedículo ovariano
direito
M6 – pinçamento e ligamento do
coto uterino
M7 – início da sutura de cavidade
M8 – fim da sutura de pele
MP0 – pós-operatório imediato
(após extubação)
MP1 – 1 hora após OSH
MP3 – 3 horas após OSH
MP6 – 6 horas após OSH
MP12 – 12 horas após OSH
n
o
– número
ng - nanogramas
OSH – ovário-salpingo-
histerectomia
o
C – graus centigrados
PaO
2
– pressão parcial de oxigenio
no sangue arterial
PaCO
2
– pressão parcial de dióxido
de carbono no sangue arterial
pH – potencial hidrogênionico
pKa – constante de dissociação
RL – solução de ringer com lactato
SAS – statistical analysis system
SC – subcutâneo
SNC – sistema nervoso central
TC – temperatura corporal
ANALGESIA PERIDURAL COM ROPIVACAÍNA ASSOCIADA AO
MIDAZOLAM EM CADELAS SUBMETIDAS A OVÁRIO-SALPINGO-
HISTERECTOMIA
RESUMO O presente estudo teve como objetivos avaliar os efeitos
paramétricos, analgésico, sedativo e a dose mais adequada de midazolam (50
ou 100µg/kg) associado à ropivacaína pela via peridural em cadelas
submetidas à OSH eletiva. Participaram do estudo, 24 cadelas sadias, adultas,
de diferentes raças, com peso médio de 8,25 kg, as quais foram pré-medicadas
com acepromazina (0,05mg/kg, IM), seguindo-se a indução e a manutenção
anestésica com propofol (5 mg/kg) e isofluorano, respectivamente, sendo
alocadas em três grupos experimentais: GR - ropivacaína 0,2 mL/kg, GM100 -
midazolam (100µg/kg) + ropivacaína 0,2mL/kg e GM50 - midazolam (50µg/kg)
+ ropivacaína 0,2mL/kg. Foram avaliados: frequências cardíaca e respiratória,
pressão arterial sistólica, temperatura retal, saturação de oxigênio na
hemoglobina, variáveis hemogasométricas, concentração plasmática de
cortisol, grau de analgesia pós-operatória e sedação. Os dados foram
submetidos à ANOVA, seguidas pelo teste Tukey no programa SAS (p<0.05).
Para as variáveis qualitativas ordinais foram realizados os testes Kruskal-
Wallis, teste de Friedman e o teste de Dunn. Foram observados efeitos
analgésicos mais duradouros do anestésico local no grupo dos animais em que
se utilizou a dose de 100µg/kg de midazolam, quando comparados ao grupo
que utilizou 50µg/kg e 50% dos animais do grupo GM100 receberam analgesia
resgate 12 horas após a cirurgia. A associação do midazolam na dose de
100µg/kg à ropivacaína apresentou efeito superior à dose de 50µg/kg de
midazolam, que não potencializou o efeito analgésico, porém, prolongou o
período de analgesia residual pós-operatório. Concluiu-se que a associação do
midazolam à ropivacaína não produziu alterações paramétricas significativas,
nem efeitos adicionais sobre a sedação, entretanto o midazolam na dose de
100µg/kg pode ser pode ser mais uma opção no tratamento pós-operatório
anti-álgico em cadelas submetidas à OSH.
Palavras-Chave – Cadelas, Midazolam, Ovariosalpingohisterectomia,
Peridural, Ropivacaína.
EPIDURAL ANALGESIA WITH ROPIVACAINE ASSOCIATED TO
MIDAZOLAM IN OVARIOSALPINGOHISTERCTOMY BITCHES
ABSTRACT This research aimed evaluate the parametric, analgesic,
sedative effects and most appropriate dose of midazolam (50 or 100μg.kg) for
epidural anesthesia bitches submitted the elective ovariosalpingohisterectomy.
Twenty-four bitches tool part study, adults, different breeds, mediun weigh 8.25
kg and premedicated with acepromazine (0.05 mg.kg, IM), followed by
anesthetic induction and maintenance with propofol (5mg.kg) and isoflurane,
respectively, and allocated in three experimental groups: GR - ropivacaine 0.2
mL.kg, GM50 - midazolam (50μg.kg) + ropivacaine 0.2 mL.kg and GM100 -
midazolam (100μg.kg) + ropivacaine 0.2 mL.kg. Were evaluated: heart and
respiratory rate, indirect systolic arterial pressure, rectal temperature, oxygen
saturation in hemoglobin, blood gas variables, plasma cortisol, degree of
postoperative analgesia and sedation. The results was submitted to ANOVA
followed by Tukey test in the SAS (p <0.05). From the qualitative variables were
performed ordinal tests Kruskal-Wallis, Friedman and Dunn tests. Were
observed effects more durable local anesthetic in the group of animals that
used the 100μg/kg dose of midazolam as compared to the group that used
50μg.kg and 50% of the animals tested GM100 received rescue analgesia 12
hours after surgery. The combination of midazolam in the dose of ropivacaine
had 100μg/kg the upper end of the dose of midazolam 50μg.kg, not increasing
the analgesic effect, however, extending the period of residual postoperative
analgesia. It was concluded that the association of midazolam to ropivacaine
did not produce significant parametric changes or additional sedation effects,
but midazolam in 100μg.kg
may be another option in releave post-operative
pain on OSH bitches surgery (procedure) in bitches subjected the OSH.
Key words – Bitches, Midazolam, Ovariosalpingohisterectomy, Epidural,
Ropivacaine.
20
I. INTRODUÇÃO
Nos dias atuais a preocupação com o bem estar animal vem ganhando
destaque na medicina veterinária fazendo com que o profissional possua maior
compromisso com o alívio da dor e do sofrimento animal, assim como com a
própria ética profissional.
Segundo Tranquilli et al. (2005) o grau de dor previsto para uma ovário-
salpingo-histerectomia é de moderado a intenso, sendo necessária a
administração de analgésicos, podendo ser feito até mesmo no momento pré-
operatório (analgesia preemptiva).
Uma das alternativas no controle da dor é a aplicação de fármacos pela
via peridural tendo a finalidade de anestesiar e/ou promover analgesia. A
anestesia peridural normalmente é realizada com o uso de anestésicos locais
podendo-se associá-los, com o objetivo de promover analgesia trans e pós-
operatória, à outras classes farmacológicas como os anestésicos dissociativos,
agonistas alfa-2 ou opióides (BRONDANI et al., 2004; MARUCIO et al., 2006;
TORSKE e DYSON, 2000).
Os benzodiazepínicos também constituem uma alternativa na
associação à anestésicos locais no homem, trazendo alguns incrementos na
anestesia peridural. A administração destes fármacos pela via peridural na
espécie humana foi realizada acidentalmente com o uso do diazepam,
promovendo sedação reversível e paralisia motora e sensitiva (LIN et al.,
1986). A associação de midazolam (um benzodiazepínico hidrossolúvel) a um
anestésico local também foi amplamente estudado no homem, sendo descritos
benefícios de um incremento analgésico além de promover sedação e amnésia
(NAGUIB et al. 1995; NISHIYAMA, et al. 1991; NISHIYAMA et al., 1992).
Contudo, em medicina veterinária, a utilização de benzodiazepínicos não
é realizada e não se encontram, na literatura, relatos a este respeito na espécie
canina.
21
Desta maneira, o presente estudo justifica-se pela necessidade de se
obter informações sobre a associação do midazolam (benzodiazepínico) à
ropivacaína (anestésico local) pela via peridural, a fim de se verificar esta
possibilidade de analgesia pós-operatória na cirurgia de ovário-salpingo-
histerectomia (OSH).
22
II. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Dor
Desde os tempos mais antigos, a dor tem sido uma preocupação
constante da humanidade e há séculos é tratada por diferentes povos e por
diferentes métodos. No Egito, papiros antigos (2250 a.C) referem-se ao
tratamento da dor utilizando mel, óleo de rícino, papoula, hiosciamina,
escopolamina e eletroterapia (peixe elétrico) (ROLLIN, 2002).
No entanto, embora o conhecimento da dor date da antiguidade, nossa
civilização só passou a aceitar que um animal pode experimentar a sensação
dolorosa há algumas décadas. Entre as décadas de 70 e 80 iniciaram-se as
primeiras pesquisas e a formação de grupos para o estudo e o tratamento da
dor aguda e crônica na medicina veterinária (ROLLIN, 1997).
No homem, a dor já é considerada o quinto
sinal vital pela Agência
Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública e Sociedade
Americana da Dor que priorizam que esta deve ser avaliada no mesmo instante
em que se verificam outros sinais vitais. O conceito de “dor como o quinto sinal
vital” foi criado com o intuito de despertar a preocupação entre os profissionais
de saúde em relação ao tratamento da mesma. As instituições médicas foram
convocadas a encarar tal fenômeno seriamente e informar a seus pacientes
que eles têm o direito de tê-la avaliada e tratada (SOUSA e HORTENCE,
2004).
Porém, na medicina veterinária, mesmo com estudos científicos
inerentes ao processo nociceptivo e terapias antiálgicas, o desconforto ainda é
negligenciado. Muitos profissionais resistem ao emprego de analgésicos para o
alívio da dor (LASCELLES et al., 1994; SLINGSBY e WATERMAN-PEARSON,
1998).
A dor aguda resultante do evento traumático, cirúrgico ou infeccioso, é
de duração relativamente curta, porém se não adequadamente tratada pode
23
evoluir para dor crônica (MITCHELL e SMITH, 1989). A dor pós-operatória é
um tipo de dor aguda com etiologia bem definida, causada pelo ato operatório,
de natureza autolimitante, com pico entre seis e vinte e quatro horas após o
procedimento cirúrgico, devendo cessar ou reduzir com a cicatrização ou
estabilização da área afetada (GOZZANI, 2001; HANSEN, 1997).
O tratamento da dor envolve também a consciência da agregação de
conceitos éticos e morais perante o sofrimento de um animal. Quando há dor,
desencadeia-se uma resposta característica de estresse, incluindo o aumento
da concentração sérica de algumas substâncias como cortisol, hormônio
antidiurético, catecolaminas, aldosterona, renina, angiotensina II e glicose, com
redução de insulina e testosterona (BENSON et al., 1991; BREARLY et al.,
1990; HALL et al., 1997; LEONG e CHERNOW, 1988; LIN et al., 1993 ). Tais
alterações podem desencadear aumento do catabolismo de proteína muscular
e lipólise, além de retenção de água e sódio associada à retenção de potássio.
O estresse causado pela dor pode reduzir a cicatrização de feridas (GAYNOR,
2000). Além dessas alterações, esse estresse também pode causar efeitos
sobre o sistema cardiovascular, resultando em vasoconstrição, elevação na
pressão sanguínea, aumento da contratilidade e freqüência cardíacas e maior
susceptibilidade a arritmias cardíacas (CÔRTES, 2006; COUSINS, 1994;
HAMIL, 1994).
A mensuração sérica de cortisol mostrou-se interessante como
indicador de dor e estresse em vários estudos, uma vez que esta variável
clínica tende a apresentar incrementos significativos, decorrentes do
procedimento cirúrgico e principalmente da dor pós-operatória (CONZEMIUS et
al., 1997; DOBBINS et al., 2002; FOX et al., 1998; FOX et al., 1994; HANSEN
et al., 1997; KO et al. 2000; MASTROCINQUE, 2000; MASTROCINQUE, 2005;
POPILSKIS et al., 1993; SMITH et al., 1996; SMITH et al., 1999 e UDELSMAN
et al., 1987). A elevação do cortisol determina, ainda, aumento da
gliconeogênese hepática e hiperglicemia (BREAZILE, 1987; LAMONT et al.,
2000).
24
Em recente estudo, Selmi et al., (2008) encontraram resultados
semelhantes aos apresentados por Firth e Haldane (1999); e Lascelles et al.,
(1998) em que há uma correlação confiável nos níveis séricos de cortisol, e o
nível de dor apresentada por cadelas submetidas a OSH.
Mastrocinque (2005), em estudo prospectivo comparativo, randomizado
e cego, obteve os menores escores de analgesia e os maiores valores na
concentração sérica de cortisol (encontradas entre 2 e 4 horas após o término
do procedimento de OSH), no grupo placebo e no grupo tratado com tramadol
pela via intramuscular quando comparados ao grupo no qual o tramadol foi
administrado pela via peridural, como nos resultados descritos por Dobbins et
al., (2002).
Caldeira et al. (2006) avaliaram a dosagem sérica de cortisol pela
técnica de radioimunoensaio em cadelas submetidas a OSH, como parâmetro
para avaliar e comparar a eficácia analgésica do cloridrato de tramadol nas vias
de administração peridural e intravenosa. Os resultados demonstraram um pico
na concentração máxima de cortisol com duas horas após injeção peridural,
excedendo a variação fisiológica canina, sugerindo a ocorrência da
sensibilização mais intensa dos nociceptores periféricos por substâncias
algogênicas presentes no processo inflamatório da ferida cirúrgica. A alteração
da sensibilização periférica por efeito de mediadores químicos também foi
referida por Sackman (1991); Raffe (1997) e Lamont et al. (2000).
Entretanto Cassu et al., (2008) em estudo semelhante avaliaram o uso
de lidocaína isolada na dose de 8,5 mg/kg e 6,5mg/kg associada ao fentanil
(5ug/kg) perfazendo um volume final de 1,7 ml/kg administrados pela via
peridural em cadelas para realização de OSH, observaram valores entre 0,25 a
2,3 µg/dl pelo método de eletroquimioluminescência, valores considerados
normais segundo Jericó, (1998).
25
2.1.1 Fisiopatologia da dor
Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor, a dor é uma
“Experiência sensorial e emocional desagradável que está associada a lesões
reais ou potenciais” (HE, 1987).
A transdução é o processo pelo qual o estímulo nociceptivo, seja ele
mecânico, térmico ou químico gera uma atividade elétrica nas terminações
sensoriais (nociceptores), localizadas na pele, músculos, articulações, polpa
dentária e vísceras. Os nociceptores são terminações livres, especializadas de
fibras nervosas do tipo A-delta e C que conduzem a dor e cuja principal
característica é apresentar limiar de estímulo alto (DRUMMOND, 2000).
A transmissão ou condução do estímulo nociceptivo caracteriza-se pela
propagação de impulsos nervosos predominantemente pela raiz dorsal do
nervo espinhal do tipo sensitiva (DRUMMOND, 2000).
A modulação é um processo pelo qual a transmissão é facilitada ou
inibida. Em termos neurofisiológicos, a modulação medular da dor se faz por
intermédio de três mecanismos: bloqueio dos receptores das substâncias
neurotransmissoras; inibição da liberação desses neurotransmissores e
estrangulamento ou impedimento do processo de transmissão nociceptiva. O
denominado sistema descendente de controle da dor ou supramedular,
responsável pelo mecanismo central ou endógeno de modulação da dor é
constituído basicamente por cinco regiões do sistema nervoso central: o
sistema diencefálico e o cortical; a substância cinzenta periaquedutal e
periventricular, rica em receptores opióides; o núcleo magno da rafe e o núcleo
adjacente; o locus coeruleus e o corno posterior bulbar e medular. Além dos
circuitos nervosos que transitam por estruturas, existem três espécies de
substâncias neuroquímicas que desempenham papel modulatório: os
neurotransmissores clássicos, constituídos pela acetilcolina, pelas
catecolaminas e pela serotonina; os peptídeos opióides endógenos (as
encefalinas, as dimorfinas e as beta-endorfinas) e os peptídeos não-opióides,
destacandos-se a substância P e a colecistoquinina (DRUMMOND, 2000).
26
Por fim, a percepção ocorre quando o impulso é integrado e percebido
como dor. Neste processo estão envolvidos não só uma análise momentânea
dos estímulos nociceptivos, mas também a resposta sensorial e discriminativa
(em nível cortical), afetiva e motivacional (em nível límbico e hipotalâmico) e
cognitivo e avaliativa (ANDRADE, 2000).
A compreensão destes mecanismos é de importância relevante, pois o
controle da dor pode ser feito por meio da administração de fármacos que
atuem na transdução a nível periférico como os anti-inflamatórios, que inibem a
formação de prostaglandinas e leucotrienos; em nível central como os opióides,
que se ligam a receptores opióides ou que interrompem diretamente a
condução do impulso, como os anestésicos locais (FANTONI e
MASTROCINQUE, 2002).
2.1.2 Avaliação da dor nos animais
O diagnóstico de dor na medicina veterinária deve ser baseado no
exame físico (inspeção, palpação, verificação de sinais vitais e alterações nas
respostas autonômicas), nas alterações comportamentais (utilizando-se
escalas de avaliação), nos achados laboratoriais (dosagens séricas de cortisol)
e na quantificação da dor. A detecção da dor nos animais pode ser muito difícil,
principalmente se o observador não estiver familiarizado com o comportamento
normal da espécie. Alguns deles não demonstram sinais óbvios de dor ou
podem demonstrar apenas discretas mudanças comportamentais como
isolamento e diminuição do apetite (McKELVEY e HOLLINGSHEAD, 1994).
Assim, as pessoas mais indicadas para observação e quantificação da dor são
os seus proprietários, seus tratadores e o próprio médico veterinário.
Os animais com dor podem ficar deprimidos e indiferentes ao meio ou,
ao contrário, se tornarem extremamente agressivos, agitados e apresentarem
vocalização. Pode-se observar, também, dificuldade para dormir e inapetência,
tentativas de lambedura, mordida ou coceira na região dolorosa. Há alterações
na postura corporal e muitos relutam em se deitar ou se movimentar para
27
proteger a área dolorosa (FANTONI e MASTROCINQUE, 2002).
Vários instrumentos de avaliação da dor estão disponíveis para permitir
a sua mensuração de maneira fácil e prática possibilitando a obtenção de
bases subjetiva e objetiva do nível de dor. Segundo Posso (1995), a avaliação
da dor deve ser feita de modo subjetivo, utilizando-se escalas baseadas no
comportamento, e também no modo objetivo, pela mensuração dos parâmetros
fisiológicos {freqüência cardíaca (FC), respiratória (f) e pressão arterial sistólica
(PAS)} e pela determinação bioquímica (cortisol sérico).
A avaliação quantitativa subjetiva da dor pode ser obtida mediante a
utilização de diferentes escalas. A escala numérica (EN) quantifica a dor
utilizando para esta avaliação, variáveis objetivas como FC, PAS, f, e
subjetivas, como vocalização, grau de agitação, dilatação pupilar, salivação,
postura e resposta à manipulação da área submetida à cirurgia (BRONDANI et
al., 2004; BUBACK et al., 1996; PIBAROT et al., 1997; STOBIE et al., 1995).
São atribuídos escores para cada item, de modo que o escore máximo obtido
seja de 20 pontos (apêndice A). Quanto maior o escore atingido, maior será o
grau de dor. Dessa forma, será considerado grau discreto, moderado e intenso
de dor, quando o escore máximo total obtido estiver compreendido entre zero e
cinco, seis e nove ou superior a nove, respectivamente (PIBAROT et al., 1997).
Todos os animais, cuja somatória de escore for igual ou superior a seis devem
receber analgesia complementar.
2.2 Anestesia e Analgesia Peridural
Tanto a anestesia subaracnóidea como a anestesia peridural foram
descritas no final do século XIX, quando Corning injetou cocaína no cão
através das apófises espinhosas das duas últimas vértebras dorsais. Em 1898
Bier, na Alemanha, realizou a primeira raquianestesia e descreveu todos os
comemorativos desta técnica, inclusive a cefaléia (IMBELLONI, 1993).
A peridural também conhecida como epidural ou extra-dural, é um
procedimento regional, segmentar e temporário, produzido por fármacos
28
anestésicos em diferentes concentrações e doses, depositados ao redor da
dura-matér (INTELIZANO et al., 2002; MASSONE, 2002; McKELVEY et al.,
1994).
A anestesia peridural lombo-sacral destaca-se pela sua simplicidade,
segurança cardiorrespiratória (CASSU et al., 2008) e eficácia, sendo esta a
técnica regional mais utilizada e indicada para cirurgias e procedimentos retro-
umbilicais em cães (SKARDA, 2002). Segundo esses mesmos autores, a
anestesia peridural é freqüentemente recomendada para cesarianas por
ocasionar pouca depressão nos filhotes, quando comparada a outras técnicas
anestésicas. A cadela se mantém acordada e estará hábil para tomar conta
dos filhotes imediatamente após a cirurgia.
Como em outras técnicas regionais, este tipo de anestesia tem sido
erroneamente considerado livre de efeitos deletérios e complicações, sendo
dessa forma indicada para pacientes de alto risco. Contudo, seus efeitos
cardiovasculares facilmente compensados em pacientes hígidos podem ser
irreversíveis em pacientes debilitados, sendo necessária a avaliação cuidadosa
do quadro clínico antes de se optar pela anestesia peridural (FANTONI e
CORTOPASSI, 2002).
Efeitos adversos associados a anestesia peridural incluem
hipoventilação secundária à paralisia dos músculos respiratórios atribuída à
expansão do anestésico local para segmentos da medula espinhal (SKARDA,
2002). Segundo Conceição (2004) pode haver bloqueio do nervo frênico. A
hipotensão e síndrome de Horner também são dois efeitos adversos causados
pelo bloqueio do sistema simpático (NISHIYAMA et al., 2003; OTERO, 2005;
SESSLER e PONTE, 1990; SKARDA, 2002).
A hipotensão acontecerá pela perda do controle simpático e redução do
retorno venoso ao coração. Quanto mais extenso o bloqueio, maior a
intensidade da redução da pressão arterial (CONCEIÇÃO, 2004).
29
2.3 Fármacos
2.3.1 – Medicação Pré-Anestésica (MPA) – Acepromazina.
A medicação pré-anestésica (MPA) é o ato que antecede a anestesia,
prepara o animal para o sono artificial, diminuindo a irritabilidade, a
agressividade e reações indesejáveis causadas pelos anestésicos (MASSONE,
1999b). Os fármacos utilizados para esta função podem causar analgesia
discreta permitindo manipulações não cruentas.
Dentre os fármacos utilizados para este fim em pequenos animais, pode-
se citar os fenotiazínicos que possuem ação ansiolítica, psicodepressora, anti-
histamínica, anti-sialagoga e antiespasmódica (MASSONE, 1999b). Os efeitos
clínicos dos fenotiazínicos podem estar presentes entre quatro e oito horas,
sendo o período de latência de cinco a dez minutos quando administrada pela
via intramuscular (IM) (FANTONI e CORTOPASSI, 2002).
A acepromazina é um tranquilizante fenotiazínico muito utilizado na
medicina veterinária como medicação pré-anestésica, atuando no sistema
nervoso central deprimindo o sistema reticular e bloqueando
neurotransmissores como a serotonina e a dopamina. Pode resultar em
diminuição da temperatura corporal devido à ação no centro hipotalâmico
termoregulador (FANTONI e CORTOPASSI, 2002; MASSONE, 1999b).
Seu principal efeito hemodinâmico é a hipotensão arterial devido ao
bloqueio dos receptores alfa-1 adrenérgicos periféricos. A redução da pressão
arterial é dose-dependente, podendo resultar em taquicardia reflexa e aumento
das catecolaminas circulantes. Promovem pouca depressão respiratória e
potencializam a ação depressora dos anestésicos gerais (CORTOPASSI e
FANTONI, 2002; HALL et al., 2001). Outros efeitos atribuídos à acepromazina
são: antiemético moderado, diminuição da produção de saliva e de secreções,
e antiarrítmico cardíaco (CORTOPASSI e FANTONI, 2002; HALL et al., 2001;
VALVERDE, 2004).
30
2.3.2 Anestésicos Locais
Os anestésicos locais são substâncias capazes de bloquear
reversivelmente a condução nervosa (MASSONE, 2002). O primeiro anestésico
local estudado foi a cocaína, por volta de 1884 e, desde então, estes fármacos
foram evoluindo até surgirem substâncias mais eficazes e menos tóxicas, como
as disponíveis hoje no mercado (MASSONE, 2002; MASSONE, 1999a).
Estruturalmente os anestésicos locais (AL) estão divididos em três
partes: um grupo aromático (ácido benzóico, ácido paraminobenzóico, e a
xilidina), responsável pela absorção do anestésico; a cadeia intermediária, que
pode ser um éster ou uma amida, a porção que lhe confere a potência
anestésica; um grupo amina, que responde pela difusibilidade do fármaco e
pelos seus efeitos tóxicos (MASSONE, 1999a; MILLER e KATZUNG, 2003).
As características químicas que determinam os efeitos sobre os vasos e
a lipossolubilidade são fatores que devem ser considerados na absorção do
fármaco. A associação a vasoconstritores aumenta o período de ação do
anestésico, reduzindo a sua absorção sistêmica (MASSONE, 2002). O pKa, o
pH do meio, a lipossolubilidade e a capacidade de ligação às proteínas
plasmáticas não influenciam somente na absorção e na eliminação do
anestésico mas, também, na permeabilidade e na capacidade de bloquear as
membranas celulares. Assim, a lidocaína e a bupivacaína possuem tempo de
latência de 5 a 10 minutos e de 20 a 30 minutos, respectivamente, pela
diferença de solubilidade.
A bupivacaína e a ropivacaína possuem maior tempo de ação (3-6
horas), por apresentarem alta capacidade em se ligar às proteínas plasmáticas
(JONES, 2001). A concentração do anestésico local também é importante, na
medida em que as concentrações influenciam na qualidade do bloqueio
(MASSONE, 2002), como pode ser evidenciado no caso da bupivacaína e da
ropivacaína que, em concentrações baixas, causam bloqueios motores menos
efetivos e, até mesmo, de menor tempo de duração (FELDMAN et al., 1996;
JONES, 2001; SIMONETTI, 1995; SKARDA, 2002).
31
2.3.2.1 Ropivacaína
A bupivacaína é, dentre os anestésicos locais, o que apresenta maior
cardiotoxicidade (MILLER et al., 2003). Esta cardiotoxicidade estimulou
pesquisas que culminaram com o descobrimento de um isômero de potência
anestésica semelhante, que promove uma maior diferenciação entre os efeitos
sensoriais e motores e possui menor grau de cardiotoxicidade quando
comparado à bupivacaína. Tal fármaco recebeu o nome de ropivacaína (N-
propil pipecolil xilidina). A ropivacaína e a bupivacaína são isômeros ópticos
que possuem a mesma estrutura química, mas tem a sua conformação
espacial diferente (KLAMT, 2003). A bupivacaína é uma mistura racêmica com
o isômero R(+) dextrógiro e S(-) levógiro, enquanto que a ropivacaína é
comercializada apenas na sua fração S(-) levógira (HURLEY, 1991;
SIMONETTI, 1995). A cardiotoxicidade da bupivacaína está relacionada à sua
fração R(+) dextrógira que liga-se firmemente ao canal de sódio e é dissociado
mais lentamente que o S(-) levógiro (ropivacaína) (SIMONETTI, 1995).
A ropivacaína é um anestésico local do grupo amino-amida, considerada
de longa duração, possuindo propriedades vasoconstritoras intermediárias, não
sendo necessária a adição de adrenalina (ANDRADE et al., 2002). É cerca de
três a quatro vezes mais potente do que a lidocaína, e de efeito mais
prolongado, com um período de latência semelhante ao da bupivacaína (cerca
de 20 minutos) (OTERO, 2005).
Os aspectos físico-químicos da ropivacaína são semelhantes aos da
bupivacaína, como a taxa de ligação protéica de 95% e o pKa de 8,1. Porém,
seu coeficiente de solubilidade está situado entre o da lidocaína e o da
bupivacaína. A ropivacaína sofre dealquilação hepática, produzindo o PPX
(pipecolil xilidina) como principal metabólito, cuja toxicidade é cerca de do
produto original, sendo a excreção realizada pelos rins em concentrações
baixas (SIMONETTI, 1995).
Em concentrações e doses baixas produz analgesia sensitiva sem
bloqueio motor profundo, devido ao menor efeito sobre as fibras motoras
32
(ANDRADE et al., 2002; MASSONE, 2002). De acordo com Freitas et al.,
(2004) a ropivacaína a 0,75% é a mais indicada para bloqueios anestésicos.
O fármaco é comercializado nas concentrações de 0,2; 0,5; 0,75 e 1% e
a dose máxima indicada é de 3,0 mg/kg. A dose de 4,9 mg/kg pela via
intravenosa (IV) é considerada tóxica e convulsivante. A ropivacaína possui
baixa toxicidade, apresentando grande margem de segurança para os sistemas
cardiovascular e nervoso central (OTERO, 2005a).
Em um estudo realizado onde foi avaliado os efeitos cardiorrespiratórios
e analgésicos da lidocaína, ropivacaína e lidocaína associadas à xilazina pela
via peridural em cães, encontrou-se estabilidade cardiorrespiratória nos
animais anestesiados com ropivacaína, bem como anestesia e
miorrelaxamento satisfatório na região retro- umbilical. Nesses animais também
foi observado uma duração maior de anestesia quando comparados aos
tratados com lidocaína (GASPARINI, 1999).
De acordo com o estudo realizado por Maia (2006) avaliando efeitos
cardiorrespiratórios da associação de ropivacaina a opióides (morfina, petidina
ou butorfanol) administrados pela via peridural, não houve depressão
cardiorrespiratória. A ropivacaína quando utilizada isolada promoveu bloqueio
sensitivo e motor de maior duração. A associação aos opióides promoveu
sedação, sendo o butorfanol o que resultou em sedação mais intensa.
Segundo Silva (2007) que estudou a associação da ropivacaína a
opióides (fentanil e tramadol) administrados pela peridural, a associação resulta
em maior dispersão cranial, quando comparada à ropivacaína utilizada
isoladamente. Os opióides produziram sedação, sendo mais duradoura com o
fentanil e sem a ocorrência de alterações cardiorrespiratórias.
Em semelhante e recente estudo, Albuquerque (2008) relatou que a
associação de ropivacaína ao tartarato de butorfanol pela via peridural em
cadelas permitiu a realização de cirurgias de ovário-salpingo-histerectomia com
uma sedação pronunciada, sem a necessidade de indução a anestesia geral
intravenosa e sem promover alterações hemodinâmicas significativas. Neste
33
mesmo estudo, os animais do grupo no qual foi utilizada a ropivacaína isolada
necessitaram de complementação analgésica no trans-operatório.
2.3.3 Benzodiazepínicos
Os benzodiazepínicos são relaxantes musculares de ação central.
Existem pelo menos duas categorias de sítios com reconhecimento para os
benzodiazepínicos. Um deles é funcional e espacialmente relacionado a
receptores gama-amino-butírico (GABA) e o outro é denominado de receptor
periférico de benzodiazepínicos. O GABA é considerado o principal
neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central de mamíferos (FANTONI
e CORTOPASSI, 2002).
A maioria dos efeitos farmacológicos ocorre devido ao aumento da
atividade do GABA e pela abertura dos canais de cloro, hiperpolarizando as
membranas pós-sinápticas. Produzem efeitos por se ligarem aos receptores
benzodiazepínicos no sistema nervoso central (SNC). Apresentam efeitos
calmante, anticonvulsivante e causam depressão mínima no SNC (MUIR et al.,
2001). Quando utilizados isoladamente, os benzodiazepínicos causam apenas
depressão moderada na circulação e respiração (GABAY, 2003).
2.3.3.1 Midazolam
O midazolam é um benzodiazepínico que apresenta um anel imidazol
apenso ao núcleo químico comum às demais substâncias do mesmo grupo e
possui algumas peculiaridades farmacológicas, dentre as quais se destaca a
hidrossolubilidade (DUNDEE et al., 1983).
Esse fármaco liga-se extensivamente às proteínas plasmáticas e quando
injetado por via intravenosa, em dose única, sua curva de concentração no
plasma declina biexponencialmente permitindo admitir um modelo
bicompartimental (ALLONEN et al., 1981).
Do ponto de vista farmacodinâmico, por compartilhar das propriedades
que são comuns aos benzodiazepínicos, oferece ao anestesiologista
34
perspectivas de utilização em pré-medicação, em sedação, no curso de
anestesias regionais e na indução da anestesia geral (REVES et al., 1978).
O midazolam é um benzodiazepínico que possui meia-vida de 1,3 a 2,2
horas, sendo normalmente utilizado nas doses de 0.2 a 0.5mg/kg em cães e
gatos. Sua principal vantagem sobre o diazepam é a meia-vida mais curta (1,7
horas) e a maior potência hipnótica, o que o torna um agente mais útil em
anestesia (CORTOPASSI E FANTONI, 2002). A sua maior hidrosolubilidade
em relação ao diazepam, permite o uso em misturas e garante melhor
absorção seja pela via intramuscular (IM) ou subcutânea (SC) (DYSON, 2004).
Segundo Massone (2003b), esse fármaco não altera significativamente a
freqüência cardíaca e a temperatura retal, elevando discretamente a freqüência
respiratória, sem nenhum significado biológico nos primeiros 15 minutos
decorridos da sua aplicação.
Os receptores benzodiazepínicos estão distribuídos no sistema nervoso,
incluindo a medula espinhal e estão ligados aos receptores GABA. Substâncias
benzodiazepínico-miméticas endógenas foram descobertas no líquido cérebro
espinhal (LCE) (MÖHLER e OKADA, 1977).
O receptor GABA localizado na medula espinhal está envolvido nos
mecanismos nociceptivos (HAMMOND e DROWER, 1984; ROBERTS et al,
1986) e o midazolam produz a sua ação analgésica devido à atuação nesses
receptores benzodiazepínicos do complexo GABA (EDWARDS et al, 1990).
Tais efeitos são exercidos através de dois (2) subtipos de receptores: GABA
a
e
GABA
b
.
Segundo Honda et al. (2008) a administração de antagonistas GABA
a
intratecal em ratos atenuaram os estímulos nociceptivos, enquanto que a
administração de antagonistas GABA
b
não foi capaz de atenuar tais estímulos,
sugerindo que uma parte está relacionada aos receptores GABA
a
que estão
diretamente envolvidos na condução dos estímulos nociceptivos e uma outra
parte pelos receptores muscarínicos M
1
na medula espinhal.
35
Em ratos o bloqueio espinhal dos receptores GABA facilitaram a
resposta das fibras C na resposta aos neurônios da espinha dorsal (SOKAL e
CHAPMAN, 2001) e induzindo a uma alodinia mecânica (HAO et al., 1994).
Essas observações sugerem que o sistema GABA presente na espinha dorsal
pode influenciar os processos nociceptivos no estado fisiológico normal
(McCARSON e ENNA, 1999).
Foi descrito que uma única aplicação de midazolam na espécie humana
possui efeito analgésico na dor pós-operatória somática, mas não visceral (KIM
e LEE, 2001; NISHIYAMA, 1991; NISHIYAMA et al, 1992; NISHIYAMA, 1995)
podendo alcançar 24 horas de analgesia (AGRAWAL et al., 2005).
Nishiyama et al. (1991) e Nishiyama et al, (1992) relatam que, em alguns
tipos de cirurgia como nas laparotomias, pode-se obter melhores resultados
administrando-se um fármaco que produza analgesia visceral associado ao
midazolam pela via peridural.
Estudos anteriores demonstraram não haver toxicidade e danos para a
medula espinhal e meninges em ratos (SCHOEFFLER et al, 1991; SERRAO et
al, 1990), coelhos (AUROY et al, 1988), gatos (NISHIYAMA e HANAOKA,
1997) e cães (NISHIYAMA et al., 2003) após a injeção peridural de
benzodiazepínicos.
O midazolam administrado pela via intratecal (GOODCHILD e NOBLE,
1987; SERRAO et al, 1992) e pela via peridural (AGRAWAL et al., 2005;
AUROY et al, 1988; CREVAT-PISSANO et al, 1986; SCHOEFFLER et al, 1991;
SERRAO et al, 1990) no homem não produziu efeitos irreversíveis e adversos.
Esses mesmos autores descrevem que na administração epidural de
midazolam há uma menor toxicidade quando comparada à ocorrida pela via
intratecal. Tal fato deve-se à menor concentração de midazolam no LCE,
resultante da administração por essa via quando comparada à intratecal.
Outros estudos no homem comprovaram que a administração do
midazolam pela via peridural não resultou em efeitos colaterais e, além de
melhorar a analgesia, produziu sedação e amnésia (NAGUIB et al., 2005;
36
NISHIYAMA, 1991; NISHIYAMA et al, 1992; NISHIYAMA, 1995), e segundo
Crevat-Pisano et al. (1986) a concentração sérica de midazolam necessária
para produzir sedação no homem é de 200 ng/ml.
Nishiyama et al. (2003) avaliaram as concentrações séricas de
midazolam no sangue e líquido cefalo-espinhal de cães após a administração
peridural de 1mg/kg de midazolam. As amostras de sangue e líquido céfalo-
espinhal eram colhidas 5, 10, 30, 60, 90, 120, 180 e 240 minutos (após a
peridural) através de cateteres colocados na artéria femural e região atlanto-
occiptal. Estes pesquisadores relataram que a concentração sérica de
midazolam aumentou em 129 ng/ml aos 5 minutos após sua administração e
teve seu pico aos 30 minutos (224.8 ng/ml) reduzindo para 25.8 ng/ml aos 240
minutos. As concentrações no líquido cefalo espinhal (LCE) de midazolam
estavam abaixo de 5 ng/ml aos 5 minutos, aos 10 minutos foi observado 6.2
ng/ml tendo seu pico também aos 30 minutos 7.2 ng/ml e reduzindo para 3.6
ng/ml aos 240 minutos. Esses mesmos autores observaram uma correlação
de que 97% do midazolam administrado peridural adentra a circulação
sistêmica rapidamente através de difusão passiva, mantendo uma proporção
de apenas 3% na LCE do midazolam administrado (peridural).
Outro estudo aleatório, comparativo e prospectivo em humanos
realizado por Nishiyama et al. (1999), avaliaram quatro diferentes grupos,
dentre os grupos, dois deles receberam bupivacaína associada ao midazolam
de forma contínua ao longo de 12 horas, dentre os dois, um recebeu doses de
100mg de bupivacaína + 10mg de midazolam e outro grupo 100mg de
bupivacaína + 20 mg de midazolam. Os grupos que receberam bupivacaína
associada ao midazolam apresentaram uma analgesia clínica superior aos
outros dois grupos, sendo que somente o grupo que recebeu 20mg de
midazolam apresentou analgesia estatisticamente superior à dos demais
grupos.
Naguib et al. (1995) estudaram o efeito analgésico da administração
peridural de midazolam no controle de dor pós-operatória em crianças, e
37
observaram resultados semelhantes encontrados por Nishiyama et al. (1992)
ou seja, melhores efeitos analgésicos com o uso de midazolam na dose de 50
µg/kg associado à bupivacaína administrado pela via peridural.
Agrawal et al. (2005) avaliaram o efeito analgésico do midazolam
associado à bupivacaína na espécie humana administrada pela via intratecal,
comparando dois grupos: Grupo B = 3ml de bupivacaína pesada (com adição
de glicose) + 0,2 ml de solução salina a 0,9%, perfazendo um volume final de
3,2 ml e grupo BM = 3ml de bupivacaína pesada + 0,2 ml de midazolam (1mg)
perfazendo um volume final de 3,2 ml. Neste estudo o tempo do primeiro
resgate no grupo BM foi significativamente maior (17.56 ± 8.87 horas) do que o
tempo do primeiro resgate analgésico do grupo B (4 ± 3.5 horas).
Por outro lado, resultados obtidos por Kim e Lee (2001) que avaliaram a
associação de bupivacaína e midazolam nas doses de 1 mg e 2 mg pela via
intratecal no homem, observaram incremento da analgesia em 2 e 4,5 horas
respectivamente.
2.3.4 Cloridrato de tramadol – analgesia resgate
O tramadol é um análogo sintético da codeína e, como o fentanil, possui
efeito analgésico. É um opióide agonista
, porém com baixa afinidade e seu
metabólito (desmetiltramadol) possui maior afinidade aos receptores opióides
(CAMPAGNOL, 2002). Apresenta mecanismo de ação misto, com atividade
bloqueadora monoaminérgica, o que o caracteriza como um opióide atípico,
não podendo ser totalmente revertido por um antagonista (GUEDES et al.,
2002; INTELINZANO et al., 2002). Apresenta como vantagem, a reduzida
depressão respiratória e o fato de não permitir degranulação de mastócitos
com liberação de histamina, o que normalmente ocorre com o uso de outros
opióides. A dose clinicamente utilizada, de 1 a 4 mg/kg, produz efeito
analgésico de no mínimo seis horas em animais e de até oito horas, no homem
(FANTONI, 2002 e OTERO, 2005b).
38
III. OBJETIVOS
3.1 Gerais
Este estudo teve como objetivo geral a avaliação dos efeitos
paramétricos, analgésico e sedativo da associação de midazolam à
ropivacaína, quando administrados pela via peridural em cadelas saudáveis
submetidas à ovário-salpingo-histerectomia.
3.2 Específicos
1. Investigar o possível incremento analgésico e provável efeito
sedativo conferido pelo midazolam quando associado ao anestésico local
(ropivacaína), e administrados pela via peridural em cães.
2. Determinar qual a dose de midazolam associada à ropivacaína
que possa conferir maior incremento analgésico e/ou sedativo, quando
administrada pela via peridural em cães.
3. Avaliar as possíveis alterações paramétricas decorrentes das
associações estudadas.
4. Verificar a possibilidade de utilização da associação do
midazolam à ropivacaína como uma opção para a analgesia pós-
operatória de cirurgia de ovário-salpingo-histerectomia em cadelas.
39
IV. MATERIAL E MÉTODO
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de ética na experimentação
animal (CEEA) em 29 de fevereiro de 2008 sob protocolo n
o
2007-009207.
4.1 Animais e Local
O estudo foi realizado nas dependências do laboratório de cirurgia e
anestesiologia experimental do curso de medicina veterinária da Unesp -
campus de Araçatuba. Foram utilizadas 24 cadelas sadias, adultas, de
diferentes raças, com peso médio de 8,25 ± 2,26kg, previamente selecionadas
para a realização da OSH eletiva.
Os animais foram selecionados junto à comunidade local, mediante
campanha de castração. Foram submetidos a exame físico, colheita de sangue
para realização de hemograma completo e sorologia para leishmaniose visceral
canina (LVC), por tratar-se de uma região endêmica para esta doença.
Somente cadelas soronegativas para LVC e saudáveis, constatadas pelos
exames, foram incluídas nos grupos mediante a assinatura de um termo de
consentimento por seus proprietários.
Todas as cadelas pré-selecionadas foram trazidas 12 horas antes da
cirurgia e a tricotomia foi realizada na presença do proprietário para a
minimização do estresse. Na seqüência, foram alojados em gaiolas individuais
e pernoitavam no canil do laboratório de cirurgia e anestesiologia experimental,
de modo que o jejum hídrico (4horas) e sólido (12 horas) fosse cumprido.
4.2 Grupos Experimentais
Foram utilizadas 24 cadelas alocadas aleatoriamente em três grupos
experimentais:
40
GR: Grupo controle ropivacaína 1%
1
0,2ml/kg, completada com solução
NaCl a 0,9% perfazendo um volume final de 0,3 ml/kg.
GM50 Grupo midazolam
2
50 µg/kg associado à ropivacaína 1% 0,2
ml/kg completada com solução NaCl a 0,9% perfazendo um volume final
de 0,3 ml/kg.
GM100: Grupo midazolam 100 µg/kg associado à ropivacaína 1% 0,2
ml/kg completada com solução NaCl a 0,9% perfazendo um volume final
de 0,3 ml/kg.
4.3 Preparação dos animais e procedimento cirúrgico
Os parâmetros correspondentes ao momento M0 (momento basal)
foram aferidos evitando-se manipulações excessivas de modo evitar alterações
significativas que pudessem prejudicar as avaliações de analgesia no pós-
operatório.
Na medicação pré-anestésica (MPA) foi administrado o maleato de
acepromazina
3
(0,05mg/kg) pela via intramuscular (IM). Decorridos 15 minutos
foi inserido um catéter
4
22G na veia cefálica para infusão do fluido de
manutenção, ringer com lactato
5
(RL), na taxa de 10 ml/kg/h mantida através
da bomba de infusão peristáltica
6
. A indução anestésica foi realizada com
propofol
7
(5 mg/kg) IV, seguida da entubação orotraqueal e manutenção
anestésica com isofluorano
8
em concentração inicial de 1,5% em fluxo de
1l/minuto com oxigênio a 100%. A concentração de isofluorano foi reduzida

1
Naropin, 1% – Cristália prod. Químicos e farmacêuticos Ltda, Itirapira, SP
2
Dormire – Cristália prod. Químicos e farmacêuticos Ltda, Itirapira, SP
3
Acepran 0,2% – Univet Vetnil, São Paulo, SP
4
Catéter 22G – BD, São Paulo, SP
5
Solução de Ringer com lactato, HalexIstar, Goiânia, GO.
6
Bomba de Infusão Peristáltica ST550 – Samtronic, São Paulo, SP
7
Propovan – Cristália prod. Químicos e farmacêuticos Ltda, Itirapira, SP
8
Isoforine – Cristália prod. Químicos e farmacêuticos Ltda, Itirapira, SP
41
para 0,8% após 15 minutos da administração peridural, e variou conforme o
requerimento anestésico durante o procedimento cirúrgico.
Os animais foram colocados sobre um colchão térmico
9
na calha
cirúrgica, para minimizar a perda da temperatura corpórea.
As cirurgias foram realizadas pela mesma equipe cirúrgica,
padronizando-se a técnica cirúrgica de OSH e o tempo máximo cirúrgico de 60
minutos.
4.3.1 Anestesia peridural
A técnica peridural foi conduzida de maneira duplamente encoberta,
tanto para os anestesistas avaliadores, como para os cirurgiões.
Após início da anestesia inalatória, os animais foram colocados na
posição de esfinge (decúbito esternal, com os membros pélvicos flexionados
em direção cranial) e a anestesia peridural foi realizada posicionando-se a
agulha no espaço lombo-sacro (L7-S1), certificando-se estar neste local por
meio de três sinais: a aspiração de uma gota de NaCl a 0,9% colocada
previamente no canhão da agulha, aspiração de ar com uma seringa e
administração da anestesia sem resistência no êmbolo da seringa. Todas as
anestesias peridurais foram aplicadas no período de 1 minuto (padronizado).
Após 15 minutos em decúbito esternal, a concentração de isofluorano foi
reduzida a 0,8 V% para a realização do pinçamento interdigital dos membros
pélvicos (direito e esquerdo), foram aferidos os parâmetros como FC, PAS e f e
TC e em seguida a concentração de isofluorano variou de acordo com a
necessidade anestésica no trans-operatório.

9
Sistema de Hipertermia Gaymar MGAYTP 5000, Nova York, USA – Processo Fapesp 2005/02134-8.
42
4.4 Momentos experimentais
4.4.1 Pré-Operatório
M0 – Correspondente ao basal
M1 – Correspondente a 15 minutos após a MPA
M2 – 15 minutos após a peridural
4.4.2 Trans-Operatório
M3 – 30 minutos após a peridural (15 minutos após a incisão de pele);
M4 – Correspondente ao pinçamento do pedículo ovariano esquerdo
(tempo médio em todos os grupos de 18 minutos após a incisão);
M5 – Correspondente ao pinçamento do pedículo ovariano direito;
(tempo médio em todos os grupos de 22 minutos após a incisão);
M6 – Correspondente ao pinçamento e ligamento do coto uterino;
(tempo médio em todos os grupos de 25 minutos após a incisão);
M7 – Correspondente ao início da sutura da cavidade;
(tempo médio em todos os grupos de 29 minutos após a incisão);
M8 – Correspondente ao final da sutura de pele.
(tempo médio em todos os grupos de 37 minutos após a incisão);
4.4.3 Pós-Operatório
MP0 – Correspondente ao fim da cirurgia, logo após a extubação;
MP1 – Correspondente à 1
a
hora após a cirurgia;
MP3 – Correspondente à 3
a
hora após a cirurgia;
MP6 – Correspondente à 6
a
hora após a cirurgia;
MP12 – Correspondente à 12
a
hora após a cirurgia.
43
4.5 Avaliação dos parâmetros:
4.5.1 Pré-operatório e pós-operatório
Freqüência cardíaca (FC): foram aferidos utilizando estetoscópio
10
;
Freqüência respiratória (f): baseado na observação de movimentos
respiratórios;
Temperatura: mensurada através de um termômetro
11
digital;
Pressão arterial sistólica (PAS): através de “doppler” vascular
12
.
4.5.2 Trans-operatório
Durante todo o procedimento cirúrgico os parâmetros vitais foram
avaliados a cada 5 minutos e anotados em fichas anestésicas (apêndice B),
como se segue:
Freqüência cardíaca (FC) e ritmo cardíaco: mensurada por auxílio de
observação eletrocardiográfica
13
com eletrodos acoplados nos membros
anteriores e posteriores, com leitura na segunda derivação de Eithoven;
Freqüência respiratória (f): mensurada através de monitor
multiparametrico
13
e/ou movimentos do balão respiratório;
Pressão arterial sistólica (PAS): através de “doppler” vascular
12
com
adaptação do manguito no membro posterior esquerdo (respeitando-se uma
relação de 0,4 entre a largura do manguito e a circunferência do membro);
Temperatura (TC): através do monitor multiparamétrico
13
com sensor
inserido no esôfago do animal.
Tensão de CO
2
no final da expiração (ETCO
2
): através do monitor
multiparamétrico
13
Concentração de Isofluorano inspirado (Vol%): através do monitor
multiparamétrico
13
.

10
3M Littmann – Lightweight II – Nova York, USA.
11
RC5 – BD – São Paulo, SP
12
Doppler Veterinário DV 100 – Microehm – Ribeirão Preto, SP – processo Fapesp 2008/511444-4.
13
Monitor Cardiocap 5 - Datex Ohmeda – Helsing, Finlândia – processo Fapesp 2005/00858-9.
44
Saturação de oxigênio na hemoglobina (SpO
2
): oxímetro de pulso
14
, com
sensor pediátrico colocado na língua dos animais;
4.6 Dosagem sérica de cortisol
Para dosagem sérica de cortisol, amostras de sangue venoso foram
colhidas nos momentos M0, MP0, MP1, MP3, MP6 e MP12, com seringas de
3ml, e colocadas, em seguida, em tubos de ensaio. Após centrifugação o soro
foi armazenado em tubos cônicos plásticos do tipo “eppendorf” identificados e
congelados a -80
o
C, até o momento de análise.
A análise foi realizada no laboratório de endocrinologia da Unesp,
utilizando-se a técnica de radioimunoensaio
15
.
Os valores séricos obtidos de cortisol foram comparados ao momento
M0.
4.7 Hemogasometria arterial
Para realização da hemogasometria arterial, foram utilizadas seringas de
1ml heparinizadas
16
, específicas para tal finalidade, colhendo-se sangue
arterial por punção da artéria femoral, em dois momentos: logo após a peridural
(M2) e ao final do procedimento cirúrgico, logo após o último ponto da sutura
de pele (M8). As amostras eram então armazenas em geladeira por até duas
horas e enviadas para análise no equipamento
17
situado no laboratório clínico
do Hospital Veterinário da Unesp – “Luis Quintiliano de Oliveira”.

14
Oxilife Plus – Cmos Drake do Nordeste, Ilhéus, BA
15
Kit Cout-a-Count DPC / Siemens, USA
16
BD – heparin syringes – São Paulo, SP
17
Aparelho de hemogasometria Omni C – Roche Diagnostics – Alemanha
45
4.8 Avaliação de dor e sedação
As observações foram realizadas por dois avaliadores de maneira duplo
cego, ou seja, sendo realizada com cada animal separadamente,
desconhecendo-se a qual grupo experimental pertenciam. Os resultados eram
anotados em fichas, confeccionadas especificamente para esta finalidade
(apêndice A).
4.8.1 Sedação
O grau de sedação foi avaliado nos mesmos momentos que a analgesia
(MP0, MP1, MP3, MP6 e MP12) de acordo com estudos descritos por PASCOE
e DYSON (1993); PIBAROT et al., (1997) (apêndice C), podendo variar de 0 a
5, onde quanto maior o escore, maior a sedação.
4.8.2 Dor
A dor foi avaliada segundo escala numérica, utilizando variáveis
objetivas (paramétricas) e subjetivas (não paramétricas) descritas por STOBIE
et al., 1995; BUBACK et al., 1996; PIBAROT et al., 1997; BRONDANI et al.,
2004.
Para os momentos MP0, MP1, MP3, MP6 e MP12, as variáveis
paramétricas foram anotadas e comparadas com o momento basal (M0) e as
não-paramétricas foram observadas e anotadas. A cada variável era atribuído
um escore de acordo com a tabela (apêndice D).
4.8.2.1 Para variáveis paramétricas:
FC, f e PAS com valores acima do basal (M0) em até 10%, (escore 0),
de 11 a 30% (escore 1), de 31 a 50% (escore 2), acima de 51% (escore 3).
46
4.8.2.2 Para variáveis não-paramétricas:
1) Salivação: ausente (escore 0) ou presente (escore 1);
2) Pupilas: normais (escore 0) ou dilatadas (escore 1);
3) Vocalização: ausente (escore 0), presente mas controlada sem
medicação (escore 1), presente e não controlada (escore 2);
4) Agitação: adormecido ou calmo (escore 0), leve agitação (escore 1),
moderada (escore 2), severa (escore 3);
5) Postura: decúbito esternal movendo-se com tranqüilidade (escore 0),
defendendo e protegendo a área afetada, incluindo posição fetal ou decúbito
lateral (escore 3)
6) Resposta à manipulação da ferida cirúrgica: sem resposta (escore 0),
resposta mínima ou tentativa de esquivar-se (escore 1), vira a cabeça para
área cirúrgica com leve vocalização (escore 2), vira a cabeça para área
cirúrgica com intenção de morder com severa vocalização (escore 3).
A pontuação final do escore poderia variar de 0 a 20 através da soma
dos escores para cada variável. Nessa somatória, valores compreendidos entre
0 e 5 representaram uma boa analgesia, entre 6 e 10, uma discreta analgesia e
acima de 10, sem ou mínima analgesia. Todos os animais para os quais a
somatória do escore fossem igual ou superior a 6 receberam analgesia
complementar com tramadol
18
(4 mg/kg, via IM). O número total de aplicações,
bem como o intervalo entre as administrações adicionais de tramadol foi
registrado.
4.9 Pós-operatório
Após avaliação da 12
a
hora (MP12), as cadelas que ainda não haviam
recebido analgesia complementar, foi administrado 4mg/kg de tramadol pela
via IM. Todas receberam meloxicam (0,2mg/kg SC) e enrofloxacina (5mg/kg
SC) antes de serem entregues a seus proprietários.

18
Tramadon – Cristália Cristália prod. Químicos e farmacêuticos Ltda, Itirapira, SP
47
Para os dias posteriores ao pós operatório imediato foi prescrito
enrofloxacina (5mg/kg) duas vezes por dia (BID), e o meloxicam (0,2mg/kg)
uma vez ao dia (SID). A limpeza da ferida cirúrgica foi indicada por 2 (duas)
vezes ao dia com o uso de antibiótico rifamicina (spray tópico) ou solução
tópica a base de iodo povidine.
Em média os pontos foram retirados no oitavo dia após a cirurgia.
4.10 Análise dos resultados
As variáveis que apresentaram distribuição normal e valores de cortisol
após transformação log(x+1) foram analisadas por meio de análise de variância
(ANOVA), sendo as médias comparadas através do teste de Tukey.
As variáveis que não apresentaram distribuição normal e as variáveis
qualitativa ordinais (escores) foram analisadas usando o teste Kruskal-Wallis
para comparar os grupos em cada momento e o teste de Friedman para
comparar os momentos em cada grupo, seguido do teste de Dunn para
comparações múltiplas.
As estatísticas foram consideradas significativas quando p < 0,05
As análises foram efetuadas empregando-se o programa SAS
(Statistical Analysis System).
48
V. RESULTADOS
Por ser uma região endêmica para leishmaniose visceral canina (LVC),
inicialmente houve muita dificuldade em triar os animais soronegativos. A
sorologia era realizada nas dependências da UNESP – Laboratório de
Imunologia Veterinária.
Durante a realização dos testes piloto, a ropivacaína na concentração de
0,75% no grupo GM100 resultava em um volume final maior que os demais
grupos. Este problema foi solucionado substituindo a concentração da
ropivacaína para 1%, assim era mantida a mesma dose mg/kg e volume final
para os 3 grupos.
Durante o presente estudo foram observados:
Freqüência cardíaca:
Os grupos GM50 e GM100 diferiram no momento M7, onde a FC
aumentou no GM100 em relação ao GM50.
Em relação aos momentos em cada grupo, observou-se que no grupo
GR, no momento M1 a FC foi menor do que no M5. No grupo GM50, os
momento M0 e M1 apresentaram a FC superior aos momentos M7 e M8. Já os
momentos M2 e M3 apresentaram uma freqüência cardíaca menor do que o
momento M5, a qual foi superior aos momentos M7 e M8 (tabela 1) (figura 1).
49
Tabela 1 – Média ( x) e desvio padrão (s) da freqüência cardíaca (FC), em batimentos por minuto
(bpm), de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína
associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg
(GM100), durante OSH
Momento
FC (x ± s)
GR GM50 GM100
M0
92 ± 9 102 ± 11 ab 105 ± 17
M1
88 ± 12 b 104 ± 19 ab 98 ± 14
M2
98 ± 14 89 ± 19 bc 104 ± 10
M3
96 ± 10 89 ± 15 bc 89 ± 20
M4
98 ± 14 97 ± 9 105 ± 20
M5
104 ± 15 a 107 ± 13 a 106 ± 15
M6
98 ± 13 99 ± 10 96 ± 11
M7
96 ± 11 82 ± 13 cB 98 ± 14 A
M8
100 ± 12 85 ± 13 c 105 ± 25
Médias seguidas de letras diferentes minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si pelo
teste de Tukey (P>0,05).
FIGURA 1 – Valores médios da freqüência cardíaca (FC) em batimentos por minuto (bpm) de cadelas
submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam
50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.
50
Freqüência respiratória:
Os grupos GM50 e GM100 diferiram no momento M8 e a f aumentou no
grupo GM100 em relação ao GM50.
Para os momentos em cada grupo, foi observado que no grupo GM50, o
momento M1 diferiu, apresentando uma f superior aos momentos finais (M6,
M7 e M8) (tabela 2) (figura 2).
Tabela 2 – Média ( x), desvio padrão (s) e mediana (Md) da freqüência respiratória (f), em movimentos
por minuto (mpm), de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR),
ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao
midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH
Momento
f
GR GM50 GM100
x ± s
Md
x ± s
Md
x ± s
Md
M0
23 ± 4
24
23 ± 3
24
26 ± 6
24
M1
24 ± 4
24
28 ± 4
28 a
28 ± 5
26
M2
18 ± 7
19
23 ± 7
22
24 ± 8
20
M3
20 ± 5
18
21 ± 2
21
21 ± 5
20
M4
22 ± 14
19
20 ± 5
23
18 ± 8
18
M5
24 ± 15
20
20 ± 7
22
18 ± 8
18
M6
20 ± 12
19
19 ± 5
20 b
19 ± 7
20
M7
21 ± 9
18
19 ± 2
19 b
20 ± 7
22
M8
23 ± 8
22
20 ± 2
20 bB
27 ± 3
26 A
Medianas seguidas de letras diferentes minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si
pelo teste de Dunn (P > 0,05).
51
FIGURA 2 – Valores médios de freqüência respiratória (f) em movimentos por minuto (mpm) de cadelas
submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam
50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.
Pressão arterial sistólica (PAS):
Não houve diferença significativa entre os três grupos.
Durante os momentos em cada grupo observou-se que no grupo GR, os
momentos M0, M1, M3, M4, M5, M6 e M7 foram diferentes do momento M2,
que apresentou uma PAS menor. Também no grupo GM50 o momento M2
apresentou uma menor PAS, diferindo dos momentos M4 e M5. No grupo
GM100 o momento M0 foi diferente apresentando PAS superior aos momentos
M2 e M3, o momento M1 foi semelhante aos momentos M4, M5, M6, M7 e M8;
O momento M2 foi diferente dos outros momentos, exceto de M3, que
apresentou a PAS semelhante a M2 (tabela 3) (figura 3).
52
Tabela 3 – Média ( x) e desvio padrão (s) da pressão arterial sistólica (PAS) obtida pelo método
não invasivo, em milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e
ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH
Momento
PAS (x ± s)
GR GM50 GM100
M0
110 ± 13 a 109 ± 6 131 ± 35 a
M1
109 ± 10 a 105 ± 5 120 ± 20 ab
M2
75 ± 14 b 95 ± 17 b 86 ± 26 c
M3
101 ± 22 a 108 ± 21 93 ± 20 bc
M4
106 ± 26 a 121 ± 29 a 120 ± 21 ab
M5
111 ± 27 a 120 ± 16 a 114 ± 23 ab
M6
106 ± 23 a 113 ± 13 115 ± 21 ab
M7
98 ± 18 a 109 ± 19 109 ± 26 ab
M8
94 ± 15 104 ± 19 108 ± 12 ab
Médias seguidas de letras diferentes minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si
pelo teste de Tukey (P > 0,05).
FIGURA 3 – Valores médios da pressão arterial sistólica (PAS) obtida pelo método não invasivo, em
milímetros de mercúrio (mmHg) de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína
(GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao
midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.
53
Temperatura Corporal (TC):
Todos os grupos se apresentaram de maneira semelhante, havendo
redução da mesma ao longo dos momentos até o final do experimento.
Para os momentos em cada grupo, observou-se que no grupo GR os
momentos M0 e M1 diferiram, apresentando uma temperatura superior aos
outros momentos (M3, M4, M5, M6, M7 e M8). O momento M2 foi semelhante
aos momentos M3 e M5, diferindo dos momentos M4, M6, M7 e M8 que
apresentaram uma TC menor. Já no grupo GM50 os momentos M0 e M1 a TE
foi maior do que a do momento M2 que por sua vez foi maior do que os
momentos subseqüentes. Para o grupo GM100 os momentos M0 e M1 foram
semelhantes, diferindo-se dos demais momentos. Os momentos M2, M3, M4 e
M5 foram semelhantes entre si e superiores aos momentos finais (M6 a M8)
(tabela 4) (figura 4).
Tabela 4 – Média ( x) e desvio padrão (s) da temperatura corporal (TC), em graus Celsius (°C), de
cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao
midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100),
durante OSH
Momento
TC (x ± s)
GR GM50 GM100
M0
38,0 ± 0,5 a 38,3 ± 0,5 a 38,0 ± 0,5 a
M1
37,8 ± 0,5 ab 38,1 ± 0,6 a 37,8 ± 0,4 a
M2
37,3 ± 0,7 bc 37,7 ± 0,6 b 37,2 ± 0,7 b
M3
36,9 ± 0,7 cd 37,3 ± 0,5 c 36,8 ± 0,7 bc
M4
36,7 ± 0,8 de 37,2 ± 0,5 c 36,8 ± 0,6 bc
M5
36,8 ± 0,7 cde 37,2 ± 0,5 c 36,8 ± 0,7 bc
M6
36,5 ± 0,6 de 37,1 ± 0,5 c 36,7 ± 0,6 c
M7
36,4 ± 0,6 de 37,1 ± 0,5 c 36,7 ± 0,6 c
M8
36,2 ± 0,7 e 37,0 ± 0,5 c 36,5 ± 0,7 c
Médias seguidas de letras diferentes minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si pelo
teste de Tukey (P > 0,05).
54
FIGURA 4 – Valores médios da temperatura corporal (TC) em graus Celsius (ºC) de cadelas
submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao
midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg
(GM100), durante OSH.
Tensão de CO
2
ao final da expiração (ETCO
2
):
No momento M7, a média de ETCO
2
foi maior no grupo GM50 em
relação ao grupo GR.
Em relação aos momentos de cada grupo, somente em GM100 houve
diferença significativa sendo que o momento M3 apresentou maior valor de
ETCO
2
diferindo estatisticamente do momento M8 (tabela 5) (figura 5).
55
Tabela 5 – Média ( x) e desvio padrão (s) da tensão de CO
2
ao final da expiração (ETCO
2
), em
milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia peridural com
ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína
associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH
Momento
ETCO
2
(x ± s)
GR GM50 GM100
M2
35,9 ± 5,0 40,3 ± 6,8 37,4 ± 3,8
M3
37,8 ± 5,5 39,8 ± 3,0 40,4 ± 5,0 a
M4
35,5 ± 6,4 39,8 ± 1,5 39,5 ± 3,8
M5
36,3 ± 4,8 39,8 ± 2,9 39,0 ± 4,7
M6
37,1 ± 3,9 38,9 ± 2,2 37,8 ± 5,0
M7
35,4 ± 3,4 B 40,5 ± 2,7 A 36,3 ± 4,8
M8
35,3 ± 4,5 38,8 ± 1,6 34,5 ± 4,1 b
Médias seguidas de letras diferentes minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si
pelo teste de Tukey (P > 0,05).
FIGURA 5 – Valores médios da tensão de CO
2
ao final da expiração (ETCO
2
), em milímetros de
mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR),
ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao
midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.
56
Saturação de oxigênio na hemoglobina (SpO
2
):
Durante os momentos em cada grupo, no GR o momento M2
apresentou média menor de SpO
2
diferindo dos momentos M5 e M6 e M8. O
grupo GM50 apresentou os momentos M2 e M3 semelhantes entre si, mas M2
foi menor nos momentos M6, M7 e M8. O momento M3 foi semelhante aos
momentos M6 e M7, mas estatisticamente menor do que M8. No grupo GM100,
os momentos não diferiram entre si (tabela 6) (figura 6).
Tabela 6 – Média ( x ) e desvio padrão (s) da saturação de oxigênio na hemoglobina (SpO2), em
porcentagem (%), de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR),
ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao
midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH
Momento
SpO
2
(x ± s)
GR GM50 GM100
M2
97,9 ± 0,6 b 97,8 ± 0,7 c 98,6 ± 0,7
M3
98,1 ± 1,0 97,6 ± 0,7 bc 97,9 ± 3,2
M4
98,4 ± 0,7 98,4 ± 0,7 98,5 ± 1,1
M5
98,6 ± 0,5 a 98,3 ± 0,5 98,5 ± 1,1
M6
98,8 ± 0,5 a 98,5 ± 0,5 ab 98,8 ± 0,5
M7
98,5 ± 0,5 98,4 ± 0,7 ab 98,8 ± 0,5
M8
98,6 ± 0,5 a 98,8 ± 0,5 a 98,8 ± 0,5
Médias seguidas de letras diferentes minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si
pelo teste de Tukey (P > 0,05).
57
FIGURA 6 – Valores médios da porcentagem de saturação de oxigênio na hemoglobina (SpO
2
) de
cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao
midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100),
durante OSH.
Pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO
2
):
Os grupos GR e GM50 diferiram do momento M8 onde o grupo GR
apresentou maiores valores para PaO
2
do que o grupo GM50. Na análise dos
momentos em cada grupo, no GR o M8 foi maior que M2 (tabela 7) (figura 7).
Tabela 7 – Média ( x) e desvio padrão (s) da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO
2
), em
milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína
(GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao
midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH
Variável
PaO
2
(x ± s)
GR GM50 GM100
M2
638,8 ± 8,7 b 639,3 ± 7,2 643,1 ± 8,9
M8
650,0 ± 9,3 aA 638,7 ± 7,4 B 645,9 ± 2,9
Médias seguidas de letras diferentes minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si pelo
teste de Tukey (P > 0,05).
58
FIGURA 7 – Valores médios da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial (PaO
2
) em milímetros de
mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR),
ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam
100µg/kg (GM100), durante OSH.
Pressão parcial de CO
2
no sangue arterial (PaCO
2
):
Os grupos GM50 e GM100 diferiram do momento M8, observou-se uma
maior pressão arterial de dióxido de carbono (PaCO
2
) no GM50 em relação ao
GM100 (tabela 8) (figura 8).
Tabela 8 – Média ( x) e desvio padrão (s) da pressão parcial de CO
2
no sangue arterial (PaCO
2
), em
milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia peridural com
ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína
associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH
Variável
PaCO
2
(x ± s)
GR GM50 GM100
M2
40,5 ± 8,2 39,1 ± 4,8 36,3 ± 8,1
M8
35,4 ± 6,0 43,0 ± 8,7 A 33,1 ± 2,7 B
Médias seguidas de letras diferentes minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si pelo
teste de Tukey (P > 0,05).
59
FIGURA 8 – Valores médios da pressão de dióxido de carbono (PaCO
2
) no sangue arterial, em
milímetros de mercúrio (mmHg), em cadelas submetidas à anestesia peridural com
ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína
associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.
Potencial de hidrogeniônico (pH):
Para o pH, os grupos não diferiram entre si e também não houve
diferença significativa nos momentos M2 e M8 (tabela 9) (figura 9).
Tabela 9 – Média ( x) e desvio padrão (s) do potencial hidrogeniônico (pH) do sangue arterial, em
milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia peridural com
ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína
associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH
Variável
pH (x ± s)
GR GM50 GM100
M2
7,357 ± 0,039 7,338 ± 0,028 7,356 ± 0,063
M8
7,342 ± 0,059 7,343 ± 0,057 7,347 ± 0,049
Médias seguidas de letras diferentes minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si pelo
teste de Tukey (P > 0,05).
60
FIGURA 9 – Valores médios do potencial hidrogeniônico (pH) em milímetros de mercúrio (mmHg), de
cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao
midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100),
durante OSH.
Concentração de bicarbonato no sangue arterial (HCO
3
):
Os animais do grupo GM50 apresentaram o HCO
3
superior aos dos
demais grupos (tabela 10) (figura 10).
Tabela 10 – Média ( x) e desvio padrão (s) da concentração de bicarbonato (HCO
3
) no sangue
arterial, em milímetros de mercúrio (mmHg), de cadelas submetidas à anestesia peridural
com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e
ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH
Variável
HCO
3
(x ± s)
GR GM50 GM100
M2
19,9 ± 2,2 21,4 ± 2,3 19,7 ± 2,4
M8
20,0 ± 2,2 B 22,7 ± 2,6 A 19,6 ± 0,9 B
Médias seguidas de letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem entre si pelo teste de
Tukey (P > 0,05).
61
FIGURA 10 – Valores médios da concentração de bicarbonato (HCO
3
-
) em milímetros de mercúrio
(mmHg), de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína
associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam
100µg/kg (GM100), durante OSH.
Déficit de base (BE):
Os grupos GR e GM100 diferiram do momento M8, onde o BE foi maior
no grupo GM100 em relação ao grupo GR. Já análise dos momentos em cada
grupo mostrou média de M2 maior que M8 no GR e média de M8 maior que M2
em GM100 (tabela 11) (figura 11).
Tabela 11 – Média e desvio padrão (s) do excesso de bases (BE) no sangue arterial, em mmol/l, de
cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada
ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg
(GM100), durante OSH.
Variável
BE (x ± s)
GR GM50 GM100
M2
-4,9 ± 1,1 a -5,0 ± 1,1 -4,0 ± 1,7 b
M8
-5,6 ± 1,1 bB -4,8 ± 1,0 -2,9 ± 2,0 aA
Médias seguidas de letras diferentes minúscula na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si pelo
teste de Tukey (P > 0,05).
62
FIGURA 11 – Valores médios de déficit de base (BE) em mmol/l, de cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e
ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.
Concentração anestésica de isofluorano (% Vol.):
Não houve diferença no requerimento anestésico dos diferentes grupos.
Segundo os momentos em cada grupo, para o grupo GR, o momento
M2 foi semelhante aos momentos M3, M4 e M5, e superior aos demais
momentos. Os momentos M3, M4, M5 e M7 foram semelhantes entre si, mas
os momentos M3, M4 e M5 diferiram do momento M8 que apresentou a menor
concentração de isofluorano observada. Com o grupo GM100 o momento M2
foi semelhante ao momento M3, mas apresentou requerimento anestésico
maior do que o observados nos demais momentos. Os momentos M3, M4, M5,
M6 e M7 foram semelhantes entre si. O momento M8 apresentou o menor
requerimento anestésico dos demais grupos (tabela 12) (figura 12).
O grupos GR, GM50 e GM100 foram mantidos individualmente com uma
concentração média ( x ) (M2 a M8) de 1,15; 1 e 1,03 %Vol. de isofluorano
respectivamente durante o trans-operatório (tabela 13) (figura 13).
63
Tabela 12 – Média ( x) e desvio padrão (s) da concentração anestésica de isofluorano, em volume
(Vol. %), de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína
associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam
100µg/kg (GM100), durante OSH
Momento
%Vol. de Isofluorano (x ± s)
GR GM50 GM100
M2
1,34 ± 0,31 a 1,32 ± 0,41 1,41 ± 0,14 a
M3
1,19 ± 0,26 ab 1,40 ± 0,47 1,23 ± 0,47 ab
M4
1,15 ± 0,20 ab 0,98 ± 0,25 1,02 ± 0,20 b
M5
1,24 ± 0,32 ab 1,20 ± 0,15 1,03 ± 0,18 b
M6
1,08 ± 0,27 1,00 ± 0,33 0,89 ± 0,25 bc
M7
0,95 ± 0,26 bc 0,93 ± 0,34 1,04 ± 0,27 b
M8
0,75 ± 0,23 c 0,90 ± 0,44 0,65 ± 0,09 c
Médias seguidas de letras diferentes minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si pelo
teste de Tukey (P > 0,05).
FIGURA 12 – Valores médios da concentração de isofluorano (%Vol.), de cadelas submetidas à
anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam
50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante
OSH.
64
Tabela 13 – Média ( x) por grupo do requerimento anestésico durante o trans-operatório (M2 a M8),
de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína
associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam
100µg/kg (GM100), durante OSH.
Trans-operatório
%Vol. de Isofluorano
GR GM50 GM100
(x ) de M2 a M8
1,15 1 1,03
FIGURA 13 – Médias (M2 a M8) individuais de cada grupo da concentração anestésica de isofluorano
(%Vol.) utilizadas durante o trans-operatório, em cadelas submetidas à anestesia peridural
com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína
associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.
Sedação:
O grau de sedação apresentou comportamento semelhante quando
comparados os grupos entre si.
Para os momentos em cada grupo, no grupo GR, os momentos MP0 e
MP1 foram semelhantes, diferindo de MP12 que apresentou o menor escore
para sedação, este momento também foi semelhante ao momento MP6. Já no
grupo GM50 os momento MP0, MP1 e MP3 foram semelhantes diferindo
estatisticamente do momento MP12 que apresentou o menor para sedação,
65
este momento também foi semelhante ao momento MP6. No grupo GM100 o
momento MP0 foi diferente por apresentar o maior escore de sedação do que
observados nos momentos MP6 e MP12. O momento MP6 foi semelhante aos
momentos MP1 e MP12 (tabela 14) (figura 14).
Tabela 14 – Escores medianos de sedação, em cadelas submetidas à anestesia peridural com
ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína
associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH
Momento
Escore mediano de sedação
GR GM50 GM100
MP0
5 a 4 a 5 a
MP1
3 ab 3 ab 3 ab
MP3
2 3 ab 3
MP6
2 bc 2 bc 1 bc
MP12
0 c 0 c 0 c
Medianas seguidas de letras diferentes minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem entre si
pelo teste de Dunn (P > 0,05).
FIGURA 14 – Valores medianos para o escore de sedação, de cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50)
e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.
66
Dor:
Os escores de dor foram semelhantes sem diferença entre os grupos.
Para os momentos em cada grupo, em todos os grupos os momentos
MP0 e MP1 foram semelhantes entre si, diferindo do momento MP12 que
apresentou maior escore, correspondendo a uma menor analgesia. Nos grupos
GR e GM50 esta diferença já ocorreu a partir de MP6 (tabela 15) (figura 15).
Tabela 15 – Escores medianos de dor, de cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína
(GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao
midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH
Momento
Escore mediano de dor
GR GM50 GM100
MP0
0 b 0 b 1 b
MP1
2 b 2 b 3 b
MP3
3 3 2
MP6
6 a 5 a 3
MP12
6 a 6 a 6 a
Medianas seguidas de letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem entre si pelo teste de
Dunn (P > 0,05).
FIGURA 15 – Valores medianos para o escore de dor, de cadelas submetidas à anestesia peridural com
ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína
associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.
67
Analgesia resgate:
No grupo GR receberam analgesia resgate 5 animais, enquanto que no
GM50 foram 7 animais. Entretanto no GM100, 4 animais (50%) necessitaram
analgesia resgate (tabela 16) (figura16).
Não houve necessidade de reaplicação de analgesia resgate, portanto
cada animal recebera apenas uma aplicação.
Tabela 16 – Número de animais (x) em relação ao total (n) de cada grupo que necessitaram analgesia
complementar (resgate) nos diferentes momentos, de cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacna associada ao midazolam 50µg/kg (GM50)
ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH
FIGURA 16 – Número de animais (x) em relação ao total do grupo (n) que necessitaram analgesia
complementar (resgate) nos diferentes momentos de cada grupo, de cadelas submetidas à
anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg
(GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH.
Momento
de resgate
Animais (x/n)
GR GM50 GM100
MP3 1/8 0/8 1/8
MP6 4/8 3/8 1/8
MP12 0/8 4/8 2/8
68
Cortisol:
Segundo os momentos em cada grupo, no grupo GR, o M0 foi
semelhante ao MP12 apresentando os menores valores séricos de cortisol,
diferindo dos momentos MP1 e MP12, que foram semelhantes e tiveram os
valores mais elevados da dosagem sérica de cortisol. No grupo GM50, o M0
também foi semelhante ao momento MP12, observando-se menores valores
séricos de cortisol que foi diferente dos momentos MP1, MP3 e MP12. Já no
grupo GM100, os momentos M0, MP0, MP1 e MP3 foram semelhantes. O
momento M0 também apresentou semelhança com o momento MP12. Já os
momentos MP0, MP1 e MP3 foram maiores do que o momento MP12 (tabela
17) (figura 17).
Tabela 17 – Média ( x) e desvio padrão (s) do cortisol sérico, em nanogramas por decilitro (ng/dl),
segundo os grupos em cada momento de avaliação de cadelas submetidas à anestesia
peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao midazolam 50µg/kg (GM50) e
ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100), durante OSH
Momento
Cortisol (x ± s)
GR GM50 GM100
M0
3,93 ± 1,77 c 2,89 ± 2,09 c 5,96 ± 2,82 ab
MP0
6,24 ± 2,28 5,77 ± 2,84 ab 7,83 ± 2,97 a
MP1
8,42 ± 2,74 a 7,64 ± 2,18 a 7,81 ± 3,37 a
MP3
7,56 ± 2,01 ab 7,07 ± 2,49 a 7,74 ± 2,06 a
MP6
4,76 ± 1,56 5,54 ± 1,60 ab 5,18 ± 2,53
MP12
4,32 ± 1,83 bc 3,15 ± 1,50 bc 3,58 ± 2,62 b
Médias seguidas de letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, diferem entre si pelo teste de
Tukey (P > 0,05).
69
FIGURA 17 – Valores médios da dosagem sérica de cortisol em nanogramas por decilitro (ng/dl), em
cadelas submetidas à anestesia peridural com ropivacaína (GR), ropivacaína associada ao
midazolam 50µg/kg (GM50) e ropivacaína associada ao midazolam 100µg/kg (GM100),
durante OSH.
Efeitos colaterais:
Um animal do grupo GM50 e outro do grupo GR tiveram êmese logo
após a extubação.
Nenhum animal apresentou a síndrome de Schiff-Sherrington.
70
VI. DISCUSSÃO
A síndrome de Schiff-Sherrington, que é uma alteração neurológica
(efeito colateral) comum nas anestesias peridurais não foi observada em
nenhum animal, parte deste achado pode ser atribuído ao cuidado com a
velocidade de administração peridural, que foi lenta e constante do anestésico.
A alteração paramétrica mais evidente observada no trans-operatório foi
a hipotensão arterial ocorrida de maneira coincidente com o início de efeito da
anestesia peridural, confirmando resultados descritos por Albuquerque (2008)
que relatou maior hipotensão aos 30 minutos após a peridural com ropivacaína
devido ao bloqueio simpático. Esta hipotensão também foi relatada com o uso
isolado de midazolam pela via peridural em cães (NISHIYAMA et al., 2003). Tal
alteração poderia contra indicar este tipo de anestesia em pacientes nos quais
a redução da pressão arterial possa representar risco (CORTOPASSI e
FANTONI, 2002).
A estabilidade das demais variáveis cardiorrespiratórias confirma os
relatos de Cortopassi e Fantoni (2002) de que a anestesia peridural é um
procedimento seguro.
Com relação à temperatura corporal, pôde-se observar no decorrer do
trans-operatório, uma redução significativa, o que pode ser atribuída a vários
fatores. A ação do maleato de acepromazina sobre o centro termorregulador e
seu efeito vasodilatador periférico como relatado por Massone (2003) são
causas importantes a serem consideradas. Somam-se a isso a perda de calor
para o meio ambiente através da respiração, a utilização de fluído intravenoso
em temperatura inferior à corpórea, o bloqueio simpático e vasodilatação
periférica resultante da peridural e a exposição da cavidade abdominal como
determinantes adicionais desta redução de temperatura (FANTONI e
CORTOPASSI, 2002). O aquecimento foi realizado somente com colchão
térmico de água, que não foi suficiente para minimizar a perda de calor. Vale a
71
pena ressaltar, contudo, que nenhum animal apresentou hipotermia grave, não
havendo, portanto, importância biológica.
Os valores de ETCO
2
durante todo o procedimento anestésico se
mantiveram dentro dos esperados para a espécie de maneira semelhante ao
relatado por Maia (2006) ao observar poucos efeitos nesta variável ao utilizar a
ropivacaína pela via peridural em cães.
As variáveis hemogasométricas, apesar de algumas alterações
significativas entre momentos, não ultrapassaram os limites considerados
fisiológicos para a espécie canina, semelhantemente ao descrito por
Albuquerque (2008), Silva (2007) e Maia (2006). A PaO
2
se manteve elevada
assim como o SpO
2
devido, ao fornecimento de O
2
a 100% como fluxo diluente
do anestésico inalatório. Tais achados demonstram não ter ocorrido depressão
respiratória ou desequilíbrio ácido-básico de importância clínica.
O requerimento anestésico de isofluorano foi maior durante a ligadura
dos pedículos ovarianos em alguns animais, fato este, devido ao bloqueio não
ter atingido as inervações ovarianas que partem do terceiro e quarto nervos
lombares (Ellenport, 1986), corroborando com Cassu et al. (2008), que em um
estudo aleatório associaram doses altas de lidocaína (8,5 mg/kg) ao fentanil, e
tal associação não permitiu a realização de OSH em 40% dos animais,
necessitando complementação anestésica com propofol. Da mesma maneira,
em estudo prospectivo comparativo semelhante a este, Albuquerque (2008)
verificou que a ropivacaína aplicada de maneira isolada pela via peridural não
possibilitou a realização de OSH sem complementação anestésica.
Os achados do presente trabalho demonstram que o midazolam pela via
peridural não produz efeito sedativo residual no período pós-operatório, pois a
sedação em todos os grupos foi semelhante. Levando-se em conta a meia-vida
do midazolam em relação aos momentos avaliados para sedação,
provavelmente os efeitos deste fármaco já seriam mínimos ou ausentes no
período pós-operatório, segundo estudo de Nishiyama et al., (2003). Tais
autores relataram que 97% do midazolam administrado pela via peridural no
72
cão vai rapidamente para a corrente circulatória e os outros 3% se difundem no
líquido céfalo-espinhal e, a partir de 90 minutos, as concentrações em ambos
os compartimentos celulares foram baixas, sendo muito baixas após 240
minutos da aplicação. Neste estudo os animais apresentaram menores escores
de sedação aproximadamente aos 240 minutos após a administração peridural
de midazolam (MP3) diferentemente de outros autores que observaram
sedação na espécie humana. A sedação observada no período pós-operatório
foi provavelmente ocasionada pelo efeito residual da medicação pré-anestésica
(MPA), maleato de acepromazina (FANTONI e CORTOPASSI, 2002).
A intensidade analgésica observada neste estudo foi diferente das
encontradas por Nishiyama et al. (1999), Nishiyama e al., (1992).
Entretanto Naguib et al. (1995) e Nishiyama et al., (1992) preconizam a
dose de 50µg/kg de midazolam em humanos, diferente deste estudo onde
100µg/kg produziram clinicamente efeitos analgésicos mais duradouros do que
50µg/kg.
Apesar de não apresentar significância estatística entre os grupos,
clinicamente pode-se observar uma maior duração analgésica no grupo
GM100, levando a um resgate analgésico mais tardio em relação ao grupo GR
(tabela 15) (figura 15).
No presente estudo 50% dos animais do grupo GM100 receberam
analgesia resgate dentro das 12 horas após a cirurgia (1 animal em MP3, 1 em
MP6 e 2 em MP12) (tabela 16), e os outros 50% deste grupo após MP12
(média de 12,5 horas após a peridural), resultados próximos aos descritos por
Agrawal et al. (2005) que relatam analgesia de até 24 horas (média de 17±7
horas) com uso do midazolam na dose de 100µg/kg. Entretanto Kim e Lee
(2001) observaram incremento analgésico de 2 e 4,5 horas com 100 e
200µg/kg, respectivamente, contrariando o presente estudo e os resultados
observados por Agrawal et al. (2005).
Os primeiros momentos no grupo GR (MP6), onde houve necessidade
de resgate analgésico, coincidem com o término do efeito anestésico /
73
analgésico da ropivacaína (ALBUQUERQUE, 2008; SILVA, 2007). Pôde-se
notar que os grupos que receberam a adição de midazolam, o efeito analgésico
da ropivacaína foi prolongado corroborando com o estudo de Agrawal et al.
(2005), provavelmente devido a sua ação nos receptores GABA da medula
espinhal.
Os valores séricos obtidos de cortisol foram comparados ao momento
M0, tendo como referência os valores normais para a espécie entre 0,5 e 6,0
µg/dl (FELDMAN e NELSON, 1985).
O cortisol variou conforme descritos por Caldeira et al. (2006), mas seu
pico na concentração sérica nos 3 grupos foi com 180 minutos (MP3) após a
cirurgia, diferentemente de Caldeira et al (2006) que observaram maior pico
após 120 minutos após peridural. O presente estudo corrobora com resultados
obtidos por Dobbins et al., (2002) e Mastrocinque (2005) que observaram
maiores concentrações séricas de cortisol entre 120 e 240 minutos após a
cirurgia, provavelmente devido à sensibilização mais intensa dos nociceptores
periféricos por substâncias algogênicas presentes no processo inflamatório da
ferida cirúrgica. A alteração da sensibilização periférica por efeito de
mediadores químicos também foi referida por Lamont et al. (2000); Raffe
(1997) e Sackman (1991).
O midazolam prolongou o período de ação analgésica do anestésico
local, apesar dos níveis séricos de cortisol terem valores absolutos muito
próximos (não diferiram estatisticamente), mas observou-se clinicamente maior
analgesia nos animais.
74
VII. CONCLUSÃO
Embasados nos resultados deste estudo, previamente discutidos
podemos concluir que:
A associação do midazolam à ropivacaína potencializou o efeito
analgésico do agente local, sendo que a dose de 100µg/kg proporcionou o
maior período de analgesia residual pós-operatório.
As doses de midazolam 50 e 100 µg/kg não produziram efeitos
adicionais sobre a sedação.
As associações estudadas não proporcionaram alterações paramétricas
com significado clínico relevante.
O midazolam na dose de 100µg/kg associado à ropivacaína pode ser
mais uma opção no tratamento pós-operatório anti-álgico em cadelas
submetidas à OSH.
75
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87
APÊNDICES
Apêndice A – Critérios utilizados para avaliação do escore de dor
PARÂMETRO CRITÉRIO
PONTUAÇÃO
FC, f, PAS
</= 10% maior que o valor pré-
operatório
0
11 a 30% maior que o valor pré-
operatório
1
31 a 50% maior que o valor pré-
operatório
2
50% maior que o valor pré-
operatório
3
Salivação
Normal
0
Acima do normal
1
Pupilas
Normal
0
Dilatadas
1
Vocalização
Sem Vocalização 0
Vocalização presente e controlada
sem medicação
1
Vocalização presente não
controlada
2
Agitação
Adormecido ou calmo 0
Leve agitação 1
Moderada Agitação 2
Severa Agitação 3
Postura
Decúbito esternal ou movendo-se
com tranqüilidade
0
Defendendo e protegendo a área
afetada, incluindo posição fetal, ou
decúbito lateral
1
Resposta a
manipulação da
ferida cirúrgica
Sem Resposta
0
Resposta mínima, tenta esquivar-se
1
Vira cabeça em direção à ferida
cirúrgica, leve vocalização
2
Vira a cabeça com intenção de
morder, severa vocalização
3
(BRONDANI et al., 2004 ; BUBACK et al., 1996 ; PIBAROT et al., 1997; STOBIE et al., 1995)
88
Apêndice B - Ficha anestésica
Hora
Fármaco Dose /k g
Parâme tros
22
0
210
20
0
19 0
18
0
17 0
16
0
15 0
14
0
13 0
12
0
110
10
0
90
80
70
60
50
40
30
20
Observações:

Notificações:PedículoEsquerdoHora___:____ Relaxamento(1–3):_____________
 PedículoDireitoHora___:____ Relaxamento(1–3):_____________
Lig.CotoUterinoHora___:____ Relaxamento(1–3):_____________
Suturas:MuscularHora____:____SubcutâneoHora____:____PeleHora____:____
89
Apêndice C - Critérios utilizados para avaliar o grau de sedação.
Parâmetro Critério Pontuação
Grau de
sedação
Acordado, se mantém em pé e
caminha
0
Se mantém em pé, mas
incoordenado
1
Tenta mas não consegue se
manter em pé
2
Mantém a cabeça levantada 3
Somente abre os olhos 4
Sem resposta
5
(PASCOE e DYSON, 1993; PIBAROT et al., 1997).
90
Apêndice D - Ficha utilizada para avaliação do grau de sedação e escore de dor.
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