beneficiada por ter bons antecedentes. Contudo, não vingou a idéia da mãe zelosa e arrependida por ter
deixado a filha com um casal de mendigos. Prevaleceu à imagem da mulher que escondeu a gravidez do
homem em cuja casa morava, já havia abandonado a filha de 11 anos --que hoje vive com a avó paterna--
por um ano e mentido para não pagar uma amiga. Simone manifestou emoção durante seu julgamento
apenas durante a leitura de cartas de afeto dirigidas a ela na cadeia por sua filha de 11 anos. Soluçou e usou
lenço de papel. "Amo as minhas filhas e me considero uma ótima mãe, principalmente para a Paola [filha de
11 anos de seu primeiro casamento]", afirmou. No final do julgamento, mostrava-se impaciente com as
intervenções do promotor. A Polícia Civil e o Ministério Público concluíram que Simone jogou a filha na
lagoa porque queria esconder do então namorado o fato de a menina ser filha de outro homem. Exame de
DNA --contestado por Simone-- apontou que esse namorado, em cuja casa vivia na época, não é pai da
menina. O pai verdadeiro ainda é desconhecido. Outro exame mostrou que ela não tem problemas mentais e
não apresentou sintomas de depressão pós-parto. THIAGO GUIMARÃES da Agência Folha, em Belo
Horizonte.
9
O
CASO- Bebê atendido no PSC_ Zona Oeste- Hum ano e meio, estuprada e afogada, na segunda
internação a bebê, cuja mãe em cárcere e morava por favor com o então companheiro da mãe presidiária e a
mãe do mesmo, chega em pré-óbito ao PSC- Zona Oeste, onde estes alegavam descuido e um ocasional
afogamento em um balde. Reconhecido por um dos profissionais de saúde da unidade, por apresentar na
primeira internação um excelente cuidado com a criança:
"ele se comportou como um pai maravilhoso, na recepção quando esperava, quando levou ela, que ela
sentiu dor ela, ela se comportou muito bem na hora da drenagem eu achei até que ela tava bem cuidada,
entendeu? Ela estava bem limpinha, bem higienizada, apesar do abscesso. A história era que a mãe estava
presa, e ele ficou cuidando da menina, e não entrei em detalhes, porque e até confiei, porque ele pareceu
muito bom pra menina... uma semana depois, essa criança mesma veio... e eu até identifiquei ela mais pela
sutura, ela chegou já morta no serviço... e eu escutei algumas conversas pela minha janela... com pai e a
mãe dele, mas eu não sabia ainda quem era... e no parecer ela chegou afogada, a história dela é que ela se
afogou em casa em um balde, numa coisa assim... examinada a menina, eu notei algumas equimoses no
pescoço, no tórax, no abdômen...nas pernas... quando viramos as costas da menina pra examinar, notamos
manchas, uma tatuagem somente de sangue na calcinha dela, a calcinha estava limpa, o cabelo estava
molhado, o cabelo do rapaz, também lá fora, que estava esperando... quando eu vi ela não tinha mais nem o
anus no local, ele...no caso ele estuprou a menina e como ela era muito pequena, o anus e o reto subiram
pra barriga. A minha imaginação que eu tive na hora é que...ele foi terminado o ato, ele foi banhar a
menina pra tirar o sangue que tinha ali, e não conseguiu estancar o sangue, não sei, e depois esse caso
chocou todos nós aqui, pensando naquilo, eu normalmente eu bloqueio um pouco pra poder cuidar bem
daquilo, eu prefiro me abster só naquele momento, mas aquela menina me chamou tanta a atenção, por eu
ter atendido uma semana antes, de ver um caso, de ser tão bem cuidada e de repente ela veio morta. Pela
mesma pessoa que a tratava tão bem. Fizemos a denúncia, a polícia veio e pegou ele em flagrante, depois
ele confessou tudo, na autópsia foram encontradas: fratura de crânio, fratura das doze costelas, fratura de
bacia, fratura de braço, de perna... depois ele contou e nós acabamos sabendo de tudo porque alguém no
órgão, veio contar pra gente, porque foi um caso, que mexeu com todo o hospital... "(PSC- Zona Oeste de
Manaus).