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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
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Orientador: Prof. Dr. Rafael Antonio Cunha Perrone
SÃO PAULO, SP
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TECNOLOGIA BIM NA ARQUITETURA.
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Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Dr. Helena Ayoub Silva
Universidade Presbiteriana Mackenzie
___________________________________________
Prof. Dr. Rafael Antonio Cunha Perrone
Universidade Presbiteriana Mackenzie
___________________________________________
Prof. Dr. Wilson Flório
Universidade Presbiteriana Mackenzie
4
Ao meu marido, Carlos, pelo apoio incondicional;
À minha filha, Ana Carolina, amiga e parceira;
Aos meus Pais, Tanya e Baptista.
5
AGRADECIMENTOS
À Deus pela força, inspiração e oportunidade de ter feito esse curso.
Ao Prof. Dr. Rafael Antonio Cunha Perrone por ter sido meu orientador, paciente e amigo.
Aos Prof. Dr. Wilson Flório e Profª Drª Helena Ayoub Silva , pelos comentários e sugestões no exame de qualificação.
Às Prof
as
Dr
as
Angélica Aparecida T. Benatti Alvim e Eunice Helena S. Abascal por terem me escolhido, como aluna na
entrevista de seleção.
A todos os professores da Pós-graduação que abrilhantaram o curso com seus conhecimentos e em especial à:
Profª Drª Maria Izabel Villac, Prof
a
Dr
a
Gilda Collet Bruna, Prof
a
Dr
a
Maria Augusta J. Pisani, Prof
a
Dr
a
Ruth Verde Zein, Prof. Dr.
Abilio Guerra, Prof
a
Dr
a
Ana Gabriela Godinho Lima, Prof. Dr. Carlos Egidio Alonso, Prof. Dr. Carlos Guilherme S. S. da Mota,
Prof. Dr. Cândido Malta Campos Neto, Prof. Dr. Ladislao Pedro Szabo (in memorian), Prof. Dr. José Geraldo Simões Jr e Prof
a
Dr
a
Nadia Someck.
A todos os funcionários da Pós-graduação pelo apoio e incentivo e em especial à Fernanda Morais pelo carinho que sempre nos
dispensou.
Ao Prof. Dr. Eduardo Toledo Santos da Escola Politécnica da USP pelas informações e sugestões.
6
Resumo
Este trabalho objetiva apresentar a tecnologia contida no BIM e suas implicações no processo de projeto da arquitetura e
engenharia civil. A partir de 1960, as indústrias, aeronáutica e automotiva, haviam revolucionado a forma de projetar com o
CAD, e de fabricar com as linhas de montagem. Na Arquitetura, Engenharia e Construção, o CAD está evoluindo para o BIM
(Building Information Modeling), uma forma de projetar, construir e gerenciar, da concepção ao habite-se, aplicável a todo o
ciclo de vida da edificação. Dessa forma houve não uma redução no tempo de projeto e construção, mas também em custos
e impactos ambientais previstos em normas internacionais incorporadas ao BIM.
Palavras chave: CAE/CAD/CAM, BIM, IT, Projeto Colaborativo, LEED, IFC, IFD, IDM/MVD, Revit.
Abstract
This dissertation presents the technology within BIM and its implication in the architectural and engineering design process.
Since the 60‟s, aerospace and automotive industries have already revolutionized the way of project with the CAD, and
manufacture with the assembly lines. In AEC, the CAD became BIM, a new way of project, build and manage, from conception till
life cycle building. This brought a project and construction time reduction, cost and environmental impacts decrease foreseen in
LEED and merged in BIM.
Keywords: CAE/CAD/CAM, BIM, IT, Collaborative Project, LEED, IFC, IFD, IDM/MVD, Revit.
7
SUMÁRIO
Lista de figuras e quadros
1. Introdução
1.1. Objetivo
1.2. Justificativa
2. O CAE/CAD/CAM
3. BIM
3.1. Histórico
3.2. Metodologia
3.3. CAD x BIM
3.4. Impacto do BIM no design
3.5. Aplicações do BIM
3.6. Projeto colaborativo digital
3.7. Benefícios do BIM
3.8. Softwares BIM
4. BIM / TI
8
5. Conclusão
6. Glossário
7. Referências Bibliográficas
Apêndices
9
Lista de Figuras
Figura 1.1 Santos Dumont e o 14-bis - Acesso em 10/11/2008, disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Santos-Dumont_14-bis
Figura 1.2 Automóvel de Benz - Acesso em 10/11/2008, disponível em: www.loc.gov/rr/scitech/mysteries/auto.html
Figura 1.3 Ford modelo T 1914 - Acesso em 10/11/2008, disponível em: thehenryford.org/exhibits/showroom/1908/model.t.html
Figura 1.4 ENIAC Numerical Integrator and Computer 1946 - Acesso em 03/11/2008, disponível em: www.library.upenn.edu/exhibits/rbm/mauchly/jwmintro.html
Figura 1.5 Prof. John W. Mauchly - Acesso em 03/11/2008, disponível em: www.library.upenn.edu/exhibits/rbm/ma Figura 1.6
Figura 1.6 Insígnia da missão - Acesso em 10/11/2008, disponível em:history.nasa.gov/ap11ann/kippsphotos/apollo.html
Figura 1.7 Aldrin descendo do Módulo Lunar - Acesso em 10/11/2008, disponível em:history.nasa.gov/ap11ann/kippsphotos/apollo.html
Figura 2.1 Estação CATIA - Acesso em 10/11/2008, disponível em: design.osu.edu
Figura 2.2 Estação CALMA - Acesso em 10/11/2008, disponível em: design.osu.edu
Figura 2.3 Estação Computervision - Acesso em 10/11/2008, disponível em: design.osu.edu
Figura 2.4 Estação Apollo - Acesso em 10/11/2008, disponível em: design.osu.edu
Figura 2.5 Estação Computervision Cadds Acesso em 03/11/2008, disponível em:
Figura 2.6 Estação de trabalho Interpro da Intergraph-Acesso em 03/11/2008,disponível em:design.osu.edu/carlson/history/images/small/ipro32c.jpg
Figura 2.7 IBM 370 Mainframe anos 70-80 - Acesso em 10/11/2008, disponível em: www.computersciencelab.com
Figura 2.8 IBM PC final dos anos 80 - Acesso em 10/11/2008, disponível em: www.computersciencelab.com
Figura 2.9 Macintosh 128 Apple 1984 - Acesso em 8/12/2008, disponível em: http://lowendmac.com/compact/art/mac128k.jpg
Figura 3.1 Rogers Stirk Harbour Partners- Leadenhall Building prêmio em BIM for Architecture category, Cityscape/British Land. AEC Web Magazine Julho 2007
Figura 3.2 BIM Projeto Colaborativo
Figura 3.3 AutoCAD 2008 Projeto 2D
Figura 3.4 AutoCAD 2008 Projeto 3D
Figura 3.5 Revit Architecture 2009
Figura 3.6 Revit Architecture 2009 - Famílias
Figura 3.7 Revit Architecture 2009 Projeto Arquitetônico
Figura 3.8 Revit Architecture 2009 - Documentação
Figura 3.9 Material Desetec - Acesso em 1/12/2008, disponível em http://www.trident.com.br/index.html
Figura 3.10 Estação de trabalho HP Acesso em 2/12/2008, disponível em: http://www.hp.com/latam/br/pyme/productos/desktops_workstations/autodesk.html
Figura 3.11 Plotter HP - Acesso em 2/12/2008, disponível em: http://www.hp.com/latam/catalogo/img/c00743850.jpg
Figura 3.12 Edifício Vitality comercializado pela Lopes.Acesso em 2/12/2008, disponível em; http://www.lopes.com.br Ed. Vitality
Figura 3.13 Realidade virtual. Acesso em 2/12/2008, disponível em:http://www.barco.com/VirtualReality/en/stereoscopic/passive.asp
Figura 3.14 Metrô Vila Sônia, ensaios de estanqueidade da caixilharia. Acesso em 3/12/2008, disponível em:http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia84.asp
Figura 3.15 Modelo de canteiro de obras feito no SketchUp Google armazém 3D.
Figura 3.16 Acesso em 3/12/2008, disponível em:HTTP://www.veja.abril.com.br
Figura 3.17 Nova geração de pré-fabricados. Acesso em 3/12/2008, disponível em:http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia11.asp
Figura 3.18 Nova geração de pré-fabricados. Acesso em 3/12/2008, disponível em:http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia11.asp
10
Figura 3.19 Nova geração de pré-fabricados. Acesso em 3/12/2008, disponível em:http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia11.asp
Figura 3.20 Operação e Manutenção de Edifícios. Acesso em 8/12/2008, disponível em: http://gw3-al.com.br
Figura 4.1 Fornecedores parceiros da Embraer
Figura 4.2 O projeto do 170 da Embraer
Figura 4.3 Portal dos parceiros da Embraer
Lista de Quadros
Quadro 1 BIM multi-disciplinas no projeto colaborativo.Autodesk e associados.
Quadro 2 Fatores que influenciam informações no banco de dados da Edificação.
Quadro 3 Influências x custos
Quadro 4 Interoperabilidade mensagem
Quadro 5 Item IFC
Quadro 6 Utilização de Soluções BIM
Quadro 7 Projeto estrutural
Quadro 8 ER e MVD.
Quadro 9 ER mapeados no MVD.
Quadro 10 Troca de informações via WEB
Quadro 11 Servidor IFC via WEB.
11
1 INTRODUÇÃO
O início do século XX conta com um grande avanço tecnológico: o avião. O sonho de
ver a terra dos céus fora realizado pelas mãos de Humberto Santos Dumont, um
brasileiro, que aos olhos de muitos, decolou por seus próprios meios, sem
lançadores, no dia 23 de outubro de 1906, no campo de Bagatelle, França. Percorreu
60 metros em 7 segundos a 2 metros de altitude. Em 12 de novembro, bateu o
recorde de velocidade da época 36,84km/h voando 220m em 21,5 segundos.
No que se refere ao automóvel, é um fato bastante controverso. O início pode ser
constatado pela obra de Leonardo da Vinci cujos desenhos e modelos datam do
século XV. Houve modelos a vapor, Nicolas-Joseph Cugnot (1769) na França e
elétrico (1832-39) por Robert Anderson, na Escócia, porém, o motor à combustão
movido a gasolina surge entre 1885 e 1986, na Alemanha, por Karl Friedrich Benz.
No início do século XX, Henry Ford, um americano fundador da Ford Motor Company,
popularizou o automóvel por meio de técnicas produtivas adotadas doravante na
indústria. As linhas de montagem para produção em massa revolucionaram o
transporte e a indústria. O “Fordismo”, a ele creditado, era a produção em massa de
uma grande quantidade de automóveis de baixo custo, por meio de linhas de
montagem e altos salários.
Figura 1.1
Santos Dumont e o 14-bis
Acesso em 10/11/2008, disponível em:
pt.wikipedia.org/wiki/Santos-Dumont_14-bis
Figura 1.2
Automóvel de Benz
Acesso em 10/11/2008, disponível em:
www.loc.gov/rr/scitech/mysteries/auto.html
12
Com Ford, muitos conceitos de produção foram implantados e sobrevivem até hoje. A
padronização, intercambiabilidade de partes e peças e a linha de montagem, onde o
trabalhador fica em uma estação fixa, monta ou adiciona peça ao automóvel que se
desloca pela linha de montagem. Com isso, uma linha de fluxo abastece a estação de
montagem, e a cada estação o carro vai sendo montado, com precisão e eficiência.
Isso revolucionou a indústria barateando os custos de produção em larga escala,
maximizando a qualidade e minimizando a ocorrência de erros ou defeitos.
Disponível em: <http://www.thehenryford.org>. Acesso em 10 de novembro de 2008
Em meados do século XX, outro invento aparece: o primeiro computador de larga
escala e propósito geral, ENIAC Electronic Numerical Integrator and Computer.
Construído na Escola de Engenharia Elétrica da Universidade da Pensilvânia, sua
origem é datada entre 1942-46, mas tratava-se de um projeto militar secreto,
conhecido como Projeto PX, desenvolvido durante a segunda guerra mundial.
O ENIAC é de suma importância histórica porque a partir dele se fundamenta toda
indústria da computação moderna, demonstrando ser possível computação digital de
alta velocidade, e com tecnologia a válvula (tubo de vácuo) disponível na época.
Para que um alvo fosse atingido com precisão, mísseis em teste necessitavam de
tabelas cujos fatores determinantes se modificavam a todo o momento, tais como o
Figura 1.3
Ford modelo T 1914
Acesso em 10/11/2008, disponível em:
thehenryford.org/exhibits/showroom/1908/model.t.
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13
tamanho, a inclinação do canhão, a velocidade e direção do vento, pressão
atmosférica, temperatura, umidade, tipo de lançador e projétil. Todo o cálculo das
tabelas era feito a mão, levando horas e muitas vezes nesse intervalo esses fatores
se modificavam totalmente. Era necessário criar um dispositivo que calculasse com
rapidez, com resposta instantânea.
A máquina projetada, pelos Drs. John Eckert e John Mauchly era monstruosa.
Quando ficou pronta ocupava uma área imensa, pesava 30 Ton e consumia 200KW
de potência, alem de ter sido construído com 19.000 válvulas, 1.500 relés e centenas
de milhares de resistores, capacitores e indutores. Ao todo eram 42 painéis de 2,70m
de altura, 0,60m largura e 0,30 de profundidade organizados em forma de U. Era
programada por conexões via cabo com um painel de controle dotado de 3.000
interruptores de funções, mas o objetivo havia sido alcançado. Um cálculo balístico
feito com uma calculadora de mão levava 20 horas, com o analisador diferencial de
Bush, precursor do ENIAC, levava 15 min. O ENIAC podia fazê-lo em 30 seg.
Disponível em: <http://www.arl.mil>;
<ftp.arl.mil/~mike/comphist/61ordnance/chap2.html>;
<ftp.arl.army.mil/~mike/comphist/eniac-story.html>. Acesso em 03 Nov. 2008.
Fonte: WEIK,Martin H. 1961, Ordnance Ballistic Research Laboratories, Aberdeen Proving Ground, MD
KIERAN, Stephen; TIMBERLAKE, James. 2004 - Refabricating Architecture, McGraw-hill, NY
Figura 1.4
ENIAC Electronic Numerical Integrator and Computer
1946
Figura 1.5
Prof. John W. Mauchly, ca.
Acesso em 03/11/2008, disponível em:
www.library.upenn.edu/exhibits/rbm/mauchly/jwmintro.html
14
Os computadores evoluíram muito e em pouco tempo, após a criação do ENIAC. A
descoberta do silício e sua introdução na fabricação de processadores, não
aumentou a capacidade de processamento, mas também sua memória e capacidade
de armazenamento de dados, tornando-os cada vez menores e milhões de vezes
mais potentes.
Nos anos 60, a corrida espacial foi o novo objetivo tecnológico a ser conquistado. Iuri
Alieksieievitch Gagarin (1934-1968) foi o primeiro homem a viajar pelo espaço em 12
de abril de 1961 a bordo da Vostok I, e o primeiro a ver que “A Terra é azul”, citação
histórica. Mas a humanidade está sempre à procura de novos desafios, o homem
agora queria pisar na Lua.
John F. Kennedy, 35º presidente Americano, em 12 de Setembro de 1962, proferiu a
célebre citação We choose to go to the Moon(nós escolhemos ir para a lua), cujo
poder verbal e comunicação oral, inspirou, motivou e persuadiu a corrida espacial.
Somente em 20 de julho de 1969, o módulo lunar da missão Apolo 11, tripulada por
Neil Armstrong seu comandante, Edwin „Buzz‟ Aldrin e Michael Collins, pousou na
Lua.
A corrida espacial alavancou o desenvolvimento de novos materiais, da energia
fotovoltaica (energia obtida da luz solar por meio de placas de silício), a
miniaturização do computador e o desenvolvimento da comunicação e da informática.
15
Acesso em 10/11/2008 e disponível em:
http://www.famousquotes.me.uk/speeches/John_F_Kennedy/3.htm;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iuri_Gagarin; http://history.nasa.gov/
1.1 Objetivo
Essa dissertação tem como objetivo, apresentar um estudo da evolução da
ferramenta CAD/CAM até sua incorporação pela Arquitetura e mais recentemente
com o BIM, BUILDING INFORMATION MODELING, analisando pré-requisitos para
sua implementação, ferramentas e normalização.
Serão utilizados exemplos obtidos com o software REVIT Suíte da AutoDESK, para
clarificar cada especialidade do projeto (arquitetura, estrutura, instalações elétricas e
hidráulicas etc.) contemplada com essa metodologia, visando à interação entre as
mesmas.
Finalmente, sefeita uma análise dos benefícios e influências sobre a metodologia
de projeto na Arquitetura, no Design e na Engenharia, a Identificação de todos e
processos que beneficiam toda a concepção, detalhamento e gerenciamento de uma
obra arquitetônica. Como os recursos atuais disponíveis podem ser introduzidos e
gerenciados na equipe de projeto e seus prestadores de serviço.
16
1.2 Justificativa
Com a globalização, a evolução e disponibilização dos recursos cada vez maiores a
serviço da Arquitetura, da Engenharia, em projetos e obras, é iminente a mudança no
processo da construção civil, que tende cada vez mais a se industrializar,
minimizando o tempo de produção, assim como outras áreas do setor produtivo.
No Brasil, especificamente, o processo da construção civil se encontra muito longe
dos padrões mundiais e normas cada vez mais exigentes quanto à eficiência,
qualidade, controle, sustentabilidade e preservação do meio ambiente.
Atualmente o comprador de um imóvel, as incorporadoras, os empreendedores e
vários agentes ligados ao ramo imobiliário e de construções estão mais exigentes e
necessitam conhecer melhor um empreendimento antes mesmo de sua construção,
fazendo com que novas técnicas de marketing sejam criadas a partir do projeto 3D.
Por outro lado, não só o Arquiteto, mas toda a equipe envolvida passa a atuar
também na coordenação e compatibilização entre o projeto e a execução. A equipe
de coordenação e planejamento deve se certificar que cada item especificado seja
inspecionado e instalado conforme requisitos técnicos e de qualidade, assim como
qualquer imprevisto deve ser avaliado, registrado e analisado minimizando problemas
futuros.
17
2 O CAE/CAD/CAM
A partir dos anos 1960, a indústria do SOFTWARE gráfico começa a se desenvolver.
Na área de Engenharia, o computador passa a ser uma ferramenta imprescindível: o
CAD Computer Aided Design Projeto auxiliado por computador e o CAM
Computer Aided Manufacturing Manufatura Auxiliada por computador, partir do
SKETCHPAD, desenvolvido por Ivan Sutherland como parte de sua tese de PhD,
MIT. O projetista interagia com o computador graficamente utilizando uma caneta
para desenhar na tela do computador. Graças a essa engenhosidade, as operações
que duravam horas, hoje são feitas em uma milionésima parte do segundo. Seguindo
o Sketchpad, os monitores TFT (thin-film transistor technology) ou flat panel display,
sensível ao toque já estão disponíveis, mas não em sistemas CAD.
Como o primeiro CAM, denominado PRONTO, foi criado em 1957, pelo Dr. Patrick J.
Hanratty, ele ficou sendo referenciado como o pai do CAD/CAM.
Nos anos 1970, o CAD/CAM começa a migrar da pesquisa para uso comercial.
Sempre associadas a universidades, a indústria automobilística começa a
desenvolver seus próprios programas de CAD/CAM: Ford (PDGS), General Motors
(CADANCE), Mercedes-Benz (SYRCO), Nissan (CAD-I released in 1977) e Toyota
(TINCA, 1973 Hiromi Araki's team, CADETT,1979 Hiromi Araki). A indústria
Figura 2.1 CATIA
Figura 2.2 CALMA
Figura 2.3 Computervision
Figura 2.4 Apollo
Estações de CAD dos anos 70 e 80.
Acesso em 10/11/2008, disponível
em: design.osu.edu
18
Aeroespacial também opta pelo software proprietário (desenvolvido para uso interno):
Lockheed (CADAM), McDonnell-Douglas (CADD) and Northrop (NCAD).
Iniciam com softwares de CAD 2D (duas dimensões plano, como o CADAM), mas a
pesquisa e o interesse comercial são voltados para o CAD 3D (três dimensões
espacial) especialmente em entidades complexas e modelamento de superfícies.
Computadores mais potentes e pidos, minicomputadores de baixo custo com
capacidade gráfica tornaram o CAD mais acessível aos engenheiros. O mercado
emergente de softwares de CAD, até o final da década era forte e lucrativo. Com o
aumento dessa demanda, a padronização tornou-se necessária e, em 1979, a
Boeing, General Electric e a NBS (National Bureau of Standards), hoje, NIST
(National Institute of Standards) concordaram em desenvolver o primeiro IGES (Initial
Graphic Exchange Standard). O IGES iria possibilitar a transferência de curvas
complexas 3D e superfícies entre diferentes softwares de CAD, e é utilizado até hoje.
Ao final dos anos 1970, vários softwares disputavam o Mercado: Auto-trol's Auto-
Draft, Calma, Computervision's CADDS, IBM's CADAM (sob licença da Lockheed),
M&S Computing's IGDS (Interactive Graphics Design Software) e McAuto's
Unigraphics (resultado da compra da United Computing pela McAuto's 1976).
Figura 2.5 acima
Estação Computervision Cadds
Figura 2.6 abaixo
Estação de trabalho Interpro da Intergraph,
80´s
Acesso em 03/11/2008, disponível em:
design.osu.edu/carlson/history/images/small/ipr
o32c.jpg
19
O precursor dos computadores, o ENIAC, nunca fez de seus inventores, Mauchly e
Eckert, homens prósperos, sua companhia teve problemas financeiros e foi vendida.
Mas a briga entre os fabricantes de grandes computadores, conhecidos como
MAINFRAMES, fez empresas o ricas a ponto de o governo ter que interferir com
uma política antitruste, de 1969 a 1982. Esse foi o caso da IBM, que nos anos 60
vendia mais computadores do que a UNIVAC. A IBM também manteve escondida
uma empresa desconhecida, mas agressiva chamada MICROSOFT, cujo interesse
era produzir software para seu IBM-PC, o MICROCOMPUTADOR assim chamado
por incorporar, em seu interior, um microprocessador fabricado, em circuito integrado
IC, desenvolvido pela INTEL, em 1971. A Intel foi a primeira a espremer um
computador inteiro em um CHIP, até então era fabricante de memórias e
semicondutores.
Os anos 1980 se iniciaram com uma corrida pelo mercado de CAD. A M&S
Computing passou a adotar o nome Intergraph e, em 1983, apresentava as estações
INTERACT (de dupla tela) e INTERPRO baseadas em processadores DEC VAX e
MicroVAX, com grande poder de modelamento de superfícies complexas em 3D. HP
lançava seu PE CAD. A empresa Dassault cria sua subsidiaria Dassault Systems em
1981 e lança no ano seguinte o CATIA v1 que se tratava do CADAM, com
modelamento de superfícies 3D e Controle Numérico. A General Electric adquire a
CALMA cujo faturamento era de cem milhões de dólares anuais em vendas de
estações de CAD. A Unigraphics lança o UniSolids CAD.
Figura 2.7 acima
IBM 370 Mainframe anos 70-80
Figura 2.8 abaixo
IBM PC final dos anos 80
Acesso em 10/11/2008, disponível em:
www.computersciencelab.com
20
Até aqui, os softwares de CAD eram executados em Mainframes ou
Minicomputadores, a partir de terminais gráficos. Esta estrutura proprietária e
dependente do computador central era antieconômica, pois se o computador central
parava, conseqüentemente os terminais não operavam. Era necessário o
desenvolvimento de uma estação gráfica com seus próprios recursos de hardware e
software. O UNIX, sistema operacional de arquitetura aberta, ou seja, pode ser
utilizados em computadores de várias marcas; é multitarefa e multiusuário. Foi criado
por Dennis Ritchie e Ken Thompson em 1973, e escrito em linguagem C o que
permitia sua portabilidade. Por ser multitarefa, otimizou muito o processamento de
funções no CAD.
O mercado passa definitivamente para softwares em 3D, modelamento sólido e
rendering (sombreamento), porém somente em estações poderosas com sistema
operacional UNIX.
Em 1982, é criada a AUTODESK cujo produto, AUTOCAD R1, fora desenvolvido para
ser utilizado em IBM PC, a um custo muito menor do que estações. Em 1983, a Adra
Systems lança o CADRA 2D CAD. Em 1984, a Bentley Systems lança o MicroStation,
derivado do CAD Intergraph IGDS (Interactive Graphic Design System). No ano
seguinte, a Micro-Control System é criada e lança o CADKEY. Todos os softwares de
CAD para IBM PC. Mas a APPLE aparece com seu MACINTOSH 128, em 1984, e
Figura 2.9
Macintosh 128 Apple 1984.
Acesso em 8/12/2008, disponível em:
http://lowendmac.com/compact/art/mac128k.jpg
21
junto com a empresa Diehl Graphsoft lançam o MiniCAD que seria o software mais
vendido para MAC.
Mais uma vez era necessária a criação de um novo software de troca de dados, pois
o IGES não mais atendia as novas entidades gráficas. É criado na Europa o PDES
(Product Data Exchange Specification) para solucionar essas necessidades.
Em 1985, é lançado o CATIA V2 e outra empresa francesa, a Matra Datavision, lança
o EUCLID-IS modelador sólido 3D para CAD que utilizava um único mix híbrido de
facetas planas no modelo (aumentando sua velocidade) com estrutura CSG
(Constructive Solid Geometry), ou seja, a seqüência de entidades e operações que
compõe o modelo.
O primeiro software de CAD 3D para Workstation UNIX é lançado em 1987, o
Pro/Engineer da Parametric Technology Corporation. Inicialmente fora desprezado
por seus competidores que o achavam instável e irrelevante, mas em 18 meses se
tornou um grande recorde de vendas. Ele conquistou o mercado pela sua interface
gráfica com o usuário (pull down menus, ícones, caixas de entrada entre outras)
graças a facilidades de janelas do Unix, facilidade e principalmente pela rapidez no
processamento de sólidos. Tornou obsoletos todos os softwares disponíveis até
então, por se tratarem de softwares baseados em sistemas operacionais proprietários
desenvolvidos em Fortran e Assembler, o que os tornava muito lentos.
22
Começa a era dos hardwares independentes dos softwares (open hardware platform),
e o primeiro a ser portado é o Unigraphics para estações Apollo, HP e Sun. Dassault
porta o Catia para estações IBM UNIX RISC
1
(RS6000).
Ao entrarmos nos anos 1990, vemos o aparecimento do RENDERING, recurso para
criar uma imagem tridimensional, dotado de milhares de cores (hoje milhões), pontos
de luz e sombra, proporcionando uma imagem realística. O Pro/Engineer foi
novamente o pioneiro.
Acesso em 10/11/2008, disponível em: http://www.cadazz.com/cad-software-history.htm.
Referências: CALLICOTT, Nick - Computer-Aided Manufacture in Architecture - The Pursuit of Novelty
e COMPUTERVISION - The CADCAM Handbook 1980.
1
Uma estação RISC- Reduced Instruction Set Computer (computador com conjunto reduzido de instruções) tem seu
processamento mais simplificado, acesso à memória mais rápido e otimizado. OS PC´s e Mainframes (computadores de
grande porte) são CISC Complex Instruction Set Computer, necessitando de micro programação.
23
3 - BIM
3.1 Histórico
O modelamento de geometrias 3D foi objeto de extensiva pesquisa devido a sua
ampla aplicação não na Arquitetura, no Design e na Engenharia, mas também no
desenvolvimento de jogos eletrônicos, no cinema e também na publicidade. O
primeiro filme a utilizar computação gráfica foi TRON, em 1987, mas em 1973, o
estudo de sólidos era desenvolvido por Ian Braid, na Universidade de Cambridge,
Bruce Baumgart, na Universidade de Stanford, e Ari Requicha e Herb Voelcker, na
Universidade de Rochester, e passou a ser denominado SOLID MODELING
(modelamento sólido), a primeira geração de ferramentas para modelamento 3D.
Com a utilização do BIM, um modelo preciso do empreendimento é criado
digitalmente. Ao término, temos todas as informações necessárias ao suporte à
construção, fabricação, materiais e até parceiros necessários para realizar atividades
específicas, podendo incluir custos. O BIM também irá auxiliar após o término da
obra, durante a vida da edificação, para manutenção, futuras alterações além de
contribuir para otimização de processos construtivos e materiais futuros.
Fonte: EASTMAN, Chuck. BIM Handbook, capítulo 2
EASTMAN, Charles. Building Product Models, Part One
Figura 3.1
Rogers Stirk Harbour Partners; Leadenhall Building- prêmio
em BIM for Architecture category. Imagem de Cityscape/British
Land. AEC Web Magazine Julho 2007
24
Partimos da premissa que: todos os sistemas CAD geram arquivos digitais. Sistemas
CAD antigos geram cópias plotadas. Um modelo criado com ferramentas BIM pode
suportar múltiplas vistas dos dados contidos no conjunto de desenhos, incluindo
representações em 2D e 3D.
A partir de técnicas e aplicações desenvolvidas inicialmente para indústrias
aeroespacial e automobilística, a indústria da construção civil também vem se
beneficiando dessas tecnologias, customizando-as para o projeto civil. O BIM nasceu
da evolução do aplicativo CAD, voltado para o projeto de edificações. Hoje dispomos
de aplicativos gráficos desenvolvidos especificamente para o projeto arquitetônico,
estrutural, instalações prediais elétricas e hidráulicas, ar condicionado, análise do
terreno, paisagismo, entre outras. Além disso, é possível transformar um desenho 3D
em uma imagem realística com características inclusive do local da edificação.
Building Information Modeling (BIM) é a utilização de informações computacionais
consistentes e coordenadas sobre um determinado projeto de edificação. É utilizado
para decisões de projeto, documentos de alta qualidade da construção, previsão,
estimativa de custos, planejamento da construção e eventualmente gerenciamento e
operação do empreendimento após o término. Também definimos BIM como uma
tecnologia de modelagem e conjuntos associados de processos para produzir,
comunicar e analisar um BUILDING MODEL, ou seja, modelo da Edificação.
Figura 3.2
VIZ08 BIM Projeto Colaborativo - AutoDesk
25
A definição de tecnologia BIM, a seguir, foi fornecida pela empresa M.A.Mortenson
Company, uma construtora que utiliza exaustivamente essa tecnologia: na “intelligent
simulation of architecture, ou seja, uma simulação inteligente da arquitetura. Essa
simulação deverá conter seis características chave:
1. Digital;
2. Espacial 3D;
3. Mensurável: quantidade, dimensão e seleção;
4. Compreensiva: encapsulando e comunicando a intenção do desenho,
desempenho da construção, construtibilidade e inclui aspectos de planejamento
e financeiros de métodos e processos;
5. Acesso a todo o grupo AEC por interoperabilidade e interface intuitiva
(conhecimento análogo);
6. Durabilidade: utilizável durante o ciclo de vida da edificação.
Por se tratar de uma nova tecnologia, esses itens são fundamentais para obter
sucesso na implementação do BIM. No entanto, sabemos que ainda não um
software para BIM que contemple todos esses critérios. A capacidade crescerá
quanto mais for utilizada e desenvolvida.
Fonte: BIM Handbook, capítulo 1.4.
AECbytes "Building the Future" Article (Agosto, 2007), Autodesk
26
3.2 Metodologia
A visão do comitê para padrões internacionais abertos e tecnologia neutra, conhecida
como tecnologia buildingSMART, visa permitir um fluxo eficiente da informação
durante o completo ciclo de vida da edificação. IFC compatível com BIMs formam
parte dos fundamentos para esta visão. Um BIM integrado armazena todas as
informações relevantes durante o ciclo de vida total da edificação e provê acesso a
estas informações para membros participantes.
Poder compartilhar essas informações implica em três especificações necessárias:
1. Um FORMATO de troca, definindo COMO compartilhar as informações a IFC
é essa especificação (padrão ISO - em desenvolvimento) - HOW;
2. Uma BIBLIOTECA de referência, para definir O QUE está sendo
compartilhado, a biblioteca IFD (uma implementação da ISO 12006-3) tem
essa finalidade - WHAT;
3. Requisitos da informação, definindo QUAL informação a ser compartilhada
QUANDO. O foco do IDM/MVD (também uma ISO em desenvolvimento) forma
esta especificação - WHICH / WHEN
Fonte: Erabuild 2008. Review of the Development and Implementation of IFC compatible BIM.
27
Para BIM e IFC a padronização é relevante para:
- Dados do Modelo;
- Certificação: conteúdo e processo;
- Bibliotecas de referência;
- Requisitos para troca de informações.
Atualmente os países escandinavos são os mais desenvolvidos em tecnologias e
ferramentas utilizadas para o BIM. Entidades como a AIA-EUA, NIBS-EUA, STAND-
INN-Europa, Erabuild-Noruega/Suécia/Finlândia/Dinamarca/Holanda criadas para
padronização, desenvolvimento de metodologias e novos recursos se interagem por
todo o mundo com o objetivo de tornar o BIM um padrão para serviços em
Arquitetura, Engenharia e Construção.
Nos Estados Unidos, o USGBC - United State Green Building Council (Conselho dos
Estados Unidos para Edificações Verdes) e o LEED - Leadership in Energy and
Environmental Design (Líder em Energia e projeto ambiental) são entidades de
controle e avaliação da sustentabilidade de novas edificações. As especificações
BIM, são implementadas de forma a atenderem requisitos estabelecidos por estas
entidades, objetivando sua qualificação final LEED Credit. As especificações dentro
do BIM model deverão manter uma referência cruzada garantindo coordenação e
acesso as especificações LEED.
28
3.3 CAD x BIM
As aplicações desenvolvidas para CAD têm características distintas daquelas
incorporadas em aplicações BIM. Podemos dizer que o BIM é uma nova forma de
projetar edificações com confiabilidade, rapidez e cooperação entre todas as equipes
envolvidas. Após a criação da Internet, muitas empresas passaram a trabalhar
utilizando dados de suas contratadas e vice versa, esta forma de trabalho é o que
denominamos Projeto Colaborativo. A partir do projeto arquitetônico, cada empresa
utiliza uma aplicação específica para desenvolver o projeto relacionado a sua
disciplina da edificação: ex: Instalações Revit MEP. Clarificando, o é necessário
redesenhar uma planta baixa para lançar uma linha de tubulação.
No CAD, as entidades primárias utilizadas para construção geométrica, são planares
(ex: pontos, retas, curvas) para projeto 2D, ou são espaciais (ex: esfera, cilindro,
paralelepípedo) para projetos 3D, mas são entidades geométricas como as
conhecemos. Figuras 3.3 e 3.4. No BIM, as entidades formam famílias de
componentes da edificação (ex: paredes, portas, janelas, etc.). As dimensões são
variáveis e atribuídas no momento do projeto, podendo ser alterada a qualquer
momento sem que haja necessidade de alterar cortes ou outras vistas necessárias a
compreensão do projeto. Figuras 3.5, 3.6, 3.7 e 3.8.
Fonte:AUBIN, Paul F.; Mastering Revit Architecture 2009 Delmar Cengage learning
29
Tela do AutoCAD 2008 Projeto 2D
Figura 3.3
AutoCAD 2008 Projeto 2D
30
Tela do AutoCAD 2008 Projeto 3D
Figura 3.4
AutoCAD 2008 Projeto 3D
31
Tela inicial do Revit Architecture 2009 Arquivo novo
Figura 3.5
Revit Architecture 2009
32
Tela do Revit Architecture 2009 Projeto - Famílias
Figura 3.6
Revit Architecture 2009
Famílias
33
Tela do Revit Architecture 2009 Projeto Arquitetônico
Figura 3.7
Revit Architecture 2009
Projeto Arquitetônico
34
Tela do Revit Architecture 2009 Folhas de desenho - Documentação
Figura 3.8
Revit Architecture 2009
Documentação
35
Parâmetros de definição de objetos BIM:
- Definições geométricas, dados associados e regras;
- Geometria é integrada e desenvolvida em 3D. O plano e elevação de um dado
objeto devem ser sempre consistentes. Dimensões não podem ser forjadas devem
ser reais.
- Regras paramétricas para objetos, automaticamente, modificam geometrias
associadas quando inseridos num Building Model, ou quando modificações o
feitas a um objeto associado. Exemplo: uma porta irá caber automaticamente numa
parede, o interruptor irá automaticamente para o lado correto da porta e a parede
se erguerá até o pé direito definido ou teto, e assim sucessivamente.
- Objetos podem ser definidos em diferentes níveis de agregação, então podemos
definir uma parede assim como seus componentes. Objetos podem ser definidos e
manipulados em qualquer nível da hierarquia. Exemplo: se o peso da linha de um
dos componentes da parede muda, o peso da parede deve mudar.
É possível o intercambio de desenhos desenvolvidos com diferentes aplicações. O
IGES - Initial Graphics Exchange Specification (especificação inicial de troca de
dados gráficos), padrão ANSI (American National Standards Institute), desde 1980
para transferência de dados, é utilizado até hoje para ler arquivos provenientes de
sistemas CAD proprietários, muitas vezes de empresas que já não mais existem.
36
Modelamento Paramétrico.
No início do modelamento sólido e de superfícies, este era feito por meio de
parâmetros geométricos que constituíam as entidades gráficas, por exemplo: um
paralelepípedo era definido pela sua altura, largura e profundidade, bem como
coordenada de localização; localização e diâmetro de uma esfera. Operações com
estas entidades fariam suas devidas modificações conforme requisitos de projeto, por
exemplo: União, Interseção e diferença. Nenhuma entidade gráfica era definida por
meio de operações.
No sistema paramétrico de modelamento, uma forma é definida por um conjunto de
operações de construção. Cada operação é definida com seus parâmetros. Portanto,
a forma será definida como uma equação algébrica, onde os valores de variáveis são
atribuídos no momento da criação da forma.
Exemplo: Quadro 4 Porta ao inserir uma porta no projeto, devemos definir largura,
altura e para que lado será aberta. Todos os outros parâmetros de definição da porta
estão inseridos no contexto da porta previamente definida conforme padrões.
Fonte: EASTMAN, Charles. Building Product Models: Computer environments Supporting design and
construction. CRC press, 1999
37
3.4 Impacto do BIM no design
Diferente do CADD (Computer Aided Design and Drafting), que inicialmente modificou
o processo tradicional de projetar, o BIM é considerado uma mudança de paradigma.
Automatizando, parcialmente, os itens de detalhamento do building model, o BIM
reorganiza a distribuição de esforços que se concentram em maior escala na
concepção. Existem muitos outros benefícios e facilidades que minimizam a margem
de erros da concepção à construção, uma vez que todos os dados são incorporados
num único banco de dados gráfico, cuja visualização é possível em todas as escalas
e fases do projeto.
Seguindo premissas do Manual do BIM, iremos analisar o impacto do BIM no projeto
por quatro pontos de vista:
a) Desenho de conceito: hoje inclui uma pré-análise de fatores como localização
da edificação, adequação do planejamento construtivo, características de
sustentabilidade, eficiência energética, custos operacionais e muitas vezes
inovações, neste momento BIM auxilia na tomada de decisão;
b) Integração dos serviços de engenharia: BIM suporta o fluxo de informação de
projeto e os integra com análise e simulações utilizadas;
c) Modelamento para construção: essa é a maior vantagem do BIM, incluir
detalhamento, especificação e estimativas de custos;
38
d) Integração entre a construção e o projeto: Design colaborativo e processo
construtivo facilitando a procura e compra de itens.
Adotar práticas BIM implica também em modificações do processo tradicional de
utilização do CAD, tais como: trocar desenhos 2D por modelos digitais 3D;
automação de cópias de desenho e documentação; acompanhar o nível de detalhes
do building model; desenvolvimento e gerenciamento de bibliotecas de componentes
e montagem; novas formas de integrar especificações com estimativa de custos.
No início da Renascença, em 1452, o arquiteto Leon Battista Alberti fazia distinção
entre projeto de arquitetura e construção propondo que a essência do design está no
processo do pensamento associado com o transporte da linha no papel. Sua
premissa era diferenciar a tarefa intelectual de projetar do ofício de construir.
Antes de Alberti, no primeiro século AC, Vitruvius discutia o valor inerente de utilizar
planos, elevações e perspectivas para projetar, considerado o primeiro tratado da
arquitetura. Ao longo de toda a história da arquitetura, o desenho permaneceu o
modo dominante de representação. (Morgan 1960, Alberti 1997)
Da mesma forma que até bem pouco tempo um projetista utilizava uma mesa de
desenho, com réguas paralelas ou tecnígrafo, um par de esquadros, escalímetro,
canetas nanquim, lapiseiras, borrachas, este processo esta paulatinamente sendo
Figura 3.9
Material Desetec
acesso em 1/12/2008, disponível em
http://www.trident.com.br/index.html
39
substituído por um computador e uma ploter ou impressora, quando se é necessário o
documento em papel.
O BIM é considerado uma terceira geração do projeto, onde se incorporam
informações arquitetônicas, estruturais e simulações, instalações elétricas,
hidráulicas, ar condicionado e ventilação (HVAC), além de especificações de
materiais, processos, estimativas de custos e até planejamento e gerenciamento da
obra e a posteriori do edifício pronto.
Figura 3.11
Plotter HP
Acesso em 2/12/2008, disponível em:
http://www.hp.com/latam/catalogo/img/c00743850.jpg
Figura 3.10
Estação de trabalho HP
Acesso em 2/12/2008, disponível em:
http://www.hp.com/latam/br/pyme/productos/desktops_workstations/autodesk.htm
40
3.5 Aplicação do BIM
A indústria da Construção civil, mais precisamente a área de AEC Arquitetura,
Engenharia e Construção são consideradas ineficientes e cheias de desperdícios, e
ainda agravada por fatores tais como:
- Designers e construtores adotam novas tecnologias lentamente;
- Práticas antiquadas e desacreditadas;
- Produtividade em AEC declinou apesar dos ganhos de manufatura.
Os computadores são pouco utilizados nas fases da construção e quando são
utilizados:
- utiliza-se CAD 2D, simulando o desenho em prancheta;
- não há esforço para melhorar práticas e padrões.
Deseja-se:
- o uso do CAD 3D e tecnologias WEB;
- integração de ferramentas WEB com o processo de projeto, construção e
documentação.
Com o BIM:
- adotar práticas e ferramentas 3D em sua totalidade;
- modificar todo o processo da construção interferindo até na fabricação;
- banco de dados e informações confiáveis no ciclo de vida da edificação.
41
Pré-requisitos do BIM:
a) DIGITAL permite simulações no projeto e na construção, não é uma mera
representação gráfica;
b) ESPACIAL três dimensões para representar todos os componentes da
edificação, permitindo simulações e processos complexos;
c) COMENSURÁVEL Dimensões, quantidades e totalização;
d) COMPREENSÍVEL Propósito do design, aspectos de desempenho dos
sistemas da edificação, construtibilidade no espaço e tempo, composição de
custos;
e) ACESSO de toda a equipe AEC, proprietários e usuários, interoperabilidade
entre as plataformas de hardware e software, simples e interface intuitiva
possibilitando uma gama de representações e mídias para visualização dos
dados;
f) DURÁVEL Projeto e planejamento, fabricação e construção, operação e
manutenção.
Poucas o as empresas que seguem os seis itens considerados essenciais para a
mudança de paradigma na indústria da construção. Esses critérios foram
apresentados no Web3D 2007 Symposium, de 15 a 18 de Abril de 2007,
Universidade de Perugia, Umbria, Itália.
42
O BIM utiliza:
3.5.1 Visualização de todo o Projeto
Utilizado por designers e construtores para comunicação do foco do projeto:
- Dentro da equipe de projeto;
- Para proprietários e usuários finais;
- Para divulgação.
A visualização do projeto é histórica, desde o papel, quadros com pinturas, maquetes
e mais recentemente por simulações digitais em computador que permitem “andar”
pela edificação.
Hoje, técnicas como a projeção estereoscópica entra na realidade virtual, ou seja, por
meio de óculos e luvas especiais, tem-se a sensação de estar efetivamente “dentro”
do projeto.
Figura 3.12
Edifício Vitality comercializado pela Lopes.
Acesso em 2/12/2008, disponível em;
http://www.lopes.com.br/ficha-imovel-
lancamento/lps/klabin-segall-s-a/sp/sao-paulo/leste/vila-
prudente/apartamento/vitality/255
Figura 3.13
Realidade virtual
Acesso em 2/12/2008, disponível em:
http://www.barco.com/VirtualReality/en/stereoscopic/passive.asp
43
3.5.2 Projeto Assistido e Inspeção
- Análise e testes de métodos e processos;
- Garantia de construção de acordo com o planejamento e os custos;
- Erros na omissão da documentação de projeto no BIM não ocorre;
- Alternativas, preservando o propósito do projeto.
Fornecedores devem estabelecer regras de colocação e inspeção de seus produtos
e serviços, de forma a preservar a qualidade de todo o empreendimento.
A documentação do projeto não é constituída apenas por desenhos e memoriais
descritivos, deverá incluir também manuais de instalação, ensaios necessários e
folhas de medição e inspeção após o término do serviço.
A qualidade do empreendimento como um todo é proporcional a qualidade de cada
item nele inserido.
Figura 3.14
Metrô Vila Sônia, ensaios de estanqueidade da caixilharia
Acesso em 3/12/2008, disponível em:
http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia84.asp
44
3.5.3 Planejamento do canteiro de obra e utilização do espaço
Toda a área do terreno que irá receber a edificação deverá ser utilizada obedecendo
a critérios de segurança, facilitando o trânsito em seu interior bem como no entorno e
divulgando previamente situações temporárias como perigo ou obstrução de via.
Construtora:
- facilidades propostas e existentes;
- acesso ao canteiro de obras;
- segurança e saídas de emergência;
- escavações;
- escoramento;
- Retirada de água;
- Guindastes e gruas;
- zonas de descarga de materiais.
Preocupação com o entorno:
- divulgação de situações perigosas ou incômodas;
- prevenir trabalhos subterrâneos sem segurança;
- manter o planejamento em dia.
Figura 3.15
Modelo de canteiro de obras feito no SketchUp
Google armazém 3D
45
3.5.4 4D Planejamento e seqüência da construção
O projeto arquitetônico 3D deverá incluir a previsão de início e término de cada
atividade em forma de cronograma, possibilitando:
- visualizar o planejado;
- identificar falhas;
- otimizar o espaço do canteiro de obras;
- trocar operários que não se informam do planejamento.
O modelo 4D é assim denominado por incluir o modelo 3D e a 4ª dimensão: o tempo.
3.5.5 5D Estimativa de custos
A estimativa de custos, a 5ª dimensão, associada ao projeto interligado ao banco de
dados de custos de componentes e serviços. Permite:
- BIM mais estimativa de custos;
- modelo permite pesquisa de quantidade de material e componentes;
- quantidades ligadas direto ao banco de dados de custos;
- custos envolvidos em mudança de projeto podem ser identificados
imediatamente.
Rápida previsão de discrepâncias e despesas imprevistas.
Figura 3.16
Acesso em 3/12/2008, disponível em:
HTTP://www.veja.abril.com.br
46
3.5.6 Integração de subcontratos e fornecedores
Os Subcontratados e fornecedores contribuem com detalhes no modelo:
- Dados do produto;
- Detalhes de fabricação;
- métodos de instalação;
- dados do modelo altamente detalhado.
Desse modo é possível prever treinamento, minimizando custos com perdas ou
instalações impróprias.
3.5.7 Coordenação dos sistemas
Como o BIM precisa de todos os dados, relativos ao planejamento e custos dos
componentes e serviços, muitas situações serão visualizadas ainda em projeto,
possibilitando alterações ou correções. Haverá:
- Detecção de discrepâncias: equipamento, fixações, tubulações, fiações,
conduítes, componentes estruturais, detalhes arquitetônicos;
- BIM checa uma gama de conflitos antes da instalação em campo;
- Redução de 80% das questões e conflitos em campo.
47
3.5.8 Layout e trabalhos de campo
O BIM permite a obtenção de qualquer desenho de apoio, conforme necessidades de
visualização:
- uso do modelo para assistência no layout;
- desenhos de apoio: extração de vistas ou cortes 2D, detalhados e
dimensionados, com qualidade e confiabilidade;
- vistoria automática: cotas e coordenadas norte e leste aplicadas diretamente
nos equipamentos de inspeção.
Agiliza investigação de problemas e/ou dúvidas de campo.
3.5.9 Pré-fabricação
Esta tendência ocorre cada vez mais em países desenvolvidos. A pré-fabricação visa
a qualidade e uniformidade dos materiais e componentes bem como a rapidez na
execução. O layout do canteiro de obra também é otimizado: planejamento de
entrega e colocação de itens pré-fabricados. São:
- elementos repetitivos;
- com menos conexões, trabalho e programação;
- maior qualidade e consistência.
Figuras 3.17, 3.18, 3.19
Nova geração de pré-fabricados
Acesso em 3/12/2008, disponível em:
http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/tecnologia11.asp
48
3.5.10 Operação e manutenção
A operação e manutenção de uma edificação após sua entrega deverá ter acesso ao
BIM pois nele se encontram todas as informações necessárias a perfeita utilização e
manutenção das facilidades do edifício. Também deverá prever:
- A atualização do BIM durante a construção criando “as-built”;
- geometria ligada a texto e informações no equipamento e manuais de
manutenção;
- o modelo fica sendo referência para o gerenciamento da edificação.
O acesso aos manuais e procedimentos de operação e manutenção dos
componentes da edificação , também irão permitir o treinamento de pessoal incluso
neste tipo de atividade.
Fonte: Web3D 2007 Symposium, de 15 a 18 de Abril de 2007, Universidade de Perugia, Umbria Itália.
Figura 3.20
Operação e Manutenção de Edifícios.
Acesso em 8/12/2008, disponível em:
http://gw3-al.com.br
49
3.6 Projeto Colaborativo Digital
O projeto de uma edificação entra, atualmente, na fase da documentação da
construção (CD Construction Documentation). Existe uma equipe de diferentes
disciplinas de projeto, trabalhando simultaneamente na concepção de uma edificação,
a partir da concepção inicial gerada pelo projeto arquitetônico. Empresas vão se
associando a outras, cada qual em sua área de eficácia, para atingir um único
objetivo: uma edificação de qualidade, eficiente e que preserve o meio ambiente,
construída durante o período planejado e com custos previstos.
Várias atividades correm paralelamente no planejamento. A partir do building model
gerado pelo arquiteto, o engenheiro de instalações e o de estruturas iniciarão seus
respectivos detalhamentos simultaneamente, enquanto por outro lado o proprietário
inicia a documentação necessária para a liberação da construção, estabelece
concorrências para cada item necessário, locação de equipamentos, sem esquecer a
estimativa de tempo e custos. Como esse volume de informação sendo gerado, é
necessário um sistema que atenda essa demanda com confiabilidade e rapidez. Se
levarmos em consideração que todas essas informações irão transitar pela internet,
teremos que nos preocupar com a segurança destes dados, a permissão de acesso
de cada um, bem como essa complexa comunicação que crescerá
exponencialmente.
50
Quadro 1- BIM multi-disciplinas no projeto colaborativo.
Autodesk e associados.
51
Soluções para o Gerenciamento de Projeto colaborativo (COM Collaborative Project
Management) procuram melhorar a comunicação permitindo a distribuição da
informação orientada e confiável que vem do BIM, disponibilizando-a de forma
apropriada aos participantes no processo da edificação.
Apropriada, porque nem todos terão que acessar as mesmas informações com os
mesmos formatos. Se um grupo utiliza o REVIT para acessar o BIM, não
necessariamente todos deverão acessá-lo com o REVIT. Um arquivo DXF (data
Exchange file - AutoDESK) por exemplo, é uma forma de distribuir informação de um
projeto para qualquer pessoa que necessite ver, imprimir, ou acessar por qualquer
propósito sem perda de informação e sem a necessidade de conhecer ou mesmo
ter disponível o software com o qual o BIM foi construído.
Essa característica é essencial nos dias de hoje que nem todas as equipes que
fazem parte das atividades da edificação se encontram próximas.
Para que o BIM funcione perfeitamente é necessário INTEROPERABILIDADE.
52
“Interoperabilidade” – Interoperability
Definição
(computer science) the ability to exchange and use information (usually in
a large heterogeneous network made up of several local area networks);
(computação) habilidade de trocar e utilizar informações (geralmente em
grandes redes heterogêneas com várias redes locais (LAN‟s)). Em
português essa palavra é considerada um neologismo.
Ao se adotar a tecnologia BIM, utilizando softwares como o Revit, Bentley, ADT etc.,
a maior preocupação é com a troca de informações entre os participantes. Quanto
maior for a inteligência do modelo virtual, mais importantes se tornam os dados que
serão intercambiáveis entre todos os envolvidos. Desde a concepção, até após a
construção, na operação e manutenção da edificação, esses dados serão utilizados
por um grande número de pessoas. Ver quadro 2.
No passado, a troca de dados entre diferentes sistemas CAD era feita gravando-se
arquivos no formato .DXF (data Exchange file-Autodesk), essa era a forma usual de
troca de dados. Outra opção era o IGES (Initial Graphic Exchange Specification),
inicialmente, utilizado somente em sistemas CAD baseado em Workstation RISC.
53
Quadro 2 Fatores que influenciam informações no banco de dados da Edificação.
Desenvolvido pela parceria buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard.
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007
54
Quadro 3 Influências x custos
Desenvolvido pela parceria buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard.
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007
55
Padrões de Interoperabilidade aberta
Com a globalização, empresas de várias partes do mundo se associam para
desenvolverem empreendimentos internacionais. A adoção do BIM em projeto
colaborativo internacional implica na criação de normas de trabalho a serem seguidas
de forma a compatibilizar informações. Esse “dicionário de projeto” pode ser traduzido
pela IFC e IFC-BIM. Organizações internacionais se uniram para criarem essas
padrões de informação: AIA, IAI, Erabuild, NBIMS estão trabalhando num dicionário
universal: o IFD International Framework Dictionary, compatível com IFC.
São padrões de interoperabilidade aberta: IFC, IFC BIM, NBIMS, Omniclasses
®
, ISO,
BuildingSmart
®
.
Omniclass
®
A OmniClass Construction Classification System (Omniclass ou OCCS) é um novo
sistema de classificação para a indústria da construção. É utilizado em muitas
aplicações, da organização, biblioteca de materiais, literatura de produtos e
informações de projeto, até prover uma estrutura de classificação para um banco de
dados eletrônico. Incorpora outros sistemas e um como base para muitas de suas
tabelas: MasterFormat™ para resultados de trabalhos, Uniformar para elementos e
EPIC (Electronic Product Information Cooperation) para estrutura de produtos.
56
Características da OmniClass:
Sistema de classificação multifacetas.
Conjunto de tabelas inter relacionadas para classificar objetos que descrevem
ambientes construtivos de vários pontos de vista.
Entradas nas tabelas podem ser combinadas umas com as outras para
adicionar uma específica à classificação de um objeto.
IFC modelling / XML
Omniclass é constituído por 15 tabelas:
11 Entidades de Construção (por função)
12 Entidades de Construção (por forma)
13 Espaços (por função)
14 Espaços (por forma)
21 Elemento
22 Resultados de trabalho
23 Produtos
31 Estágios
32 Serviços
33 Disciplinas
34 Papel da organização
35 Auxílio aos Processos
41 Informação
42 Materiais
49 Propriedades
57
Exemplo: Tabela 11 Entidades de construção por função
Definição: Significativa, unidades definidas do ambiente da construção constituída de
espaços inter-relacionados e caracterizados por função.
Sistemas herdados:
IBC, BOCA, UBC, e outras classificações de código de ocupação da
edificação;
ISO IS 12006-2:
Tabela 4.2 Entidades da construção (por função ou atividade do usuário);
Tabela 4.6 Edificações (construções complexas, entidades da construção e
espaços por função e atividade do usuário);
Uniclass Tabela D Edificações.
Padrões ISO seguidos
Normas ISO desenvolvidas para construção e novas normas criadas para troca de
informações de projeto da construção civil:
ISO TC59/SC13/WG2 (1988)
ISO Technical Report 14177 (1994) Organization of Information about
Construction Works
ISO/IS 12006-2 Framework for Classification of Information
ISO/PAS 12006-3 Framework for Object-Oriented Information Exchange
58
Problemas com a Interoperabilidade
O que pode dificultar a interoperabilidade:
• Utilização do BIM em tempo real e interoperabilidade;
Profissionais de AEC obcecados com a integridade dos dados;
Inúmeros formatos de arquivos proprietário (desenvolvido para o proprietário).
Funções da International Alliance for Interoperability (IAI)
Building Smart Mission
IAI é uma aliança de organizações dedicadas a tornar real uma mudança coordenada
para aumentar a produtividade e eficiência na construção bem como facilitar o
gerenciamento da indústria (Building Smart). Seus membros se engajam em
programas da indústria nacional que objetam mudar a organização, o processo e a
tecnologia da indústria.
Organizações desta aliança são membros de CAPTERS (Clubes) regionais.
Atualmente, IAI tem Chapters servindo a Austrália, China, países de língua francesa e
alemã, Países Ibéricos, Itália, Japão, Coréia, America do Norte, Países nórdicos,
Singapura e Inglaterra.
59
Seus objetivos:
Patrocinar missão Building Smart, coordenando:
Mudanças;
Aumento de produtividade;
Eficiência em AEC.
• Industry Foundation Classes (IFC e IFCxml)
Open source (fonte aberta);
Endossada pela ISO como especificação pública;
Suportada pela maioria de aplicações CAD/BIM.
Proprietários esclarecidos estão pedindo interoperabilidade e IFC.
Nos EUA - US General Services Administration (GSA)
Responsável por todos os prédios públicos federais (Casa branca etc.)
Responsável pelo programa National BIM: IFC in 2007.
60
Troca de Informações / Mensagem
A troca de mensagem implica num conceito com significado, formato (norma STEP) e
informação a ser trocado através de um meio.
Quadro 4 Interoperabilidade mensagem
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard.
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007
61
IFC Industry Foundation Classes
“Virtual building pieces”
Quadro 5 Item IFC
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard.
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007
62
Como é utilizado o IFC:
IFCs não são visualizáveis por usuários de software. Usrios devem saber
como trabalhar com IFC-BIM, ex. Saber como um determinado dado do projeto
deve ser montado. Esse conhecimento é um importante resultado para o
projeto.
O dado IFC do modelo é utilizado pela indústria da tecnologia da informação e
desenvolvedores de software para implementar e desenvolver compatibilidade
de software, ferramentas e sistemas com IFC.
Aplicações de software que suportam modelos IFC podem trocar e
compartilhar dados com outras aplicações que também suportam modelos IFC.
O escopo de troca é definido por um “Model View”; uma subcategoria do
modelo IFC relevante para a troca. Ex: Um software de modelamento estrutural
trocando dados com um software de analise não necessita saber como trocar
dados sobre simulação de energia.
63
3.7 Benefícios do BIM
3.7.1 Antes da construção (proprietário)
Facilita o planejamento da edificação e estimativa de custos; aumenta a
qualidade e desempenho da edificação através de simulações e análise prévia.
3.7.2 Benefícios do Projeto:
- Visualização do projeto antecipada;
- Correção automática de todo o modelo quando um item é corrigido;
- Possibilidades de geração de desenhos 2D a qualquer momento em qualquer
vista conforme necessidade de visualização;
- Colaboração antecipada de múltiplas disciplinas;
- Estimativa de custos antecipada, durante o projeto;
- Melhoria na eficiência energética e sustentabilidade.
3.7.3 Benefícios na Construção e fabricação:
- Sincronizar projeto e planejamento da construção 4D-CAD requer ligação
com objetos 3D do projeto, assim sendo é possível simular qualquer fase da
obra num dado tempo;
- “Clash Detection Erros e omissões antes da construção, conflitos são
identificados antes de ocorrerem em campo;
64
- Reação rápida a mudanças no projeto ou de campo;
- O design model é utilizado para fabricação de componentes (shop model),
representação precisa dos objetos a serem fabricados ou construídos;
- Melhor implementação e técnicas de construção mais enxutas. Como o BIM
fornece um modelo preciso da edificação, a quantificação de material e o
planejamento também ficam precisos, no que se refere ao Just-in-time, ou
seja, material, mão-de-obra e equipamentos chegam à obra na data certa para
sua execução;
- Sincronização do sistema de compra de materiais e serviços.
3.7.4 Benefícios após a Construção
- Gerenciamento e operação da edificação o otimizados. O building model
traz uma série de informações gráficas e não gráficas disponíveis por toda vida
da edificação;
- Integração entre a operação e o gerenciamento de sistemas. Com o BIM,
toda a documentação técnica da edificação, gráfica ou não gráfica, que for
corretamente atualizada durante a construção, se torna uma ferramenta
poderosa para todas as atividades exercidas na edificação.
Referência: EASTMAN, Chuck. BIM Handbook, capítulo 1.6.
65
3.8 Softwares BIM
Todos os softwares de CAD tradicionais têm em seu contexto de AEC aplicações que
suportam BIM. Abaixo, encontra-se uma lista dos softwares que, atualmente,
dominam esse mercado.
Arquitetura
- ArchiCAD
- AutoCAD Architecture
- Revit Architecture 2008
- Gehry Digital Project
- Vectorworks Architect (Nemetschek)
- Bentley Architecture
- DDS-CAD House Partner
Estrutura
- Tekla Structures
- Bentley Structural
- Allplan (Nemetschek)
- StruCAD
- ScaleCAD
- ProSteel 3D
66
- Autodesk Revit Structure 2008
Sistemas - Building Services
Mecânico, HVAC
- Carrier E20-II HVAC System Design
- MagiCAD
- AutoCAD MEP
- Bentley Building Mechanical System
- DDS HVAC
- Vectorworks Architect
- ADT Building Systems
- Autodesk Revit MEP
Elétrica
- Bentley Building Electrical System
- DDS-CAD Electrical
- Autodesk Revit MEP
- Vectorworks Architect
Tubulação (piping)
- Vectorworks
- ProCAD 3D Smart
- Quickpen Pipedesigner 3D
- Autodesk Revit MEP
67
Elevadores e escadas
- Elevator 6.0
Planejamento (Site Planning)
- Autodesk Civil 3D
- Bentley Power Civil
- Eagle Point‟s Landscape & Irrigation Design
Construção
- ArchiCAD Constructor and Estimator
- DDS-CAD Building
Materiais e Componentes
- ERP systems
Gerenciamento Facility Management
- Bentley Facilities
- ArchiFM
- FMDesktop
- Rambyg
68
Para aplicações como custo e planejamento, existe um grande número de aplicações,
geralmente em um mercado muito menor e com funcionalidades específicas de cada
País.
Uma pesquisa feita, em Junho de 2007, com um grupo internacional de 5486
assinantes da AECbytes, na internet, 651 responderam como utilizam e avaliam
soluções de BIM. Essa pesquisa foi patrocinada pela BENTLEY SYSTEMS, mas as
questões foram neutras e elaboradas pelo autor do relatório. Desse total, 46% eram
arquitetos, 9% engenheiros e 17% Gerentes de CAD/IT. Os assinantes são
internacionais e interessados nas soluções BIM, como mostra a figura abaixo. Os três
importantes critérios para a escolha da ferramenta BIM foram:
- suporte total para produzir documentos da construção de forma que outra
aplicação não seja necessária;
- Objetos inteligentes os quais mantêm associatividade, conectividade e relação
com outros objetos;
- Disponibilidade de biblioteca de objetos.
69
Quadro 6: Utilização de Soluções BIM
Avaliação dos assinantes internacionais do site AECbytes (Khemlani, 2007).
Atualmente, dentro todos os softwares que contemplam BIM, o REVIT é o mais
utilizado, quase 70%, seguido do ArchiCAD, 30%. Essa pesquisa foi elaboradas por
usuários e assinantes internacionais da AECbytes, em 2007. O REVIT tem a
vantagem de ser uma SUITE: Arquitetura, MEP (instalações) e estrutura e ainda um
gerenciador de dados, trata-se de uma solução completa desenvolvida pela
AutoDESK, EUA.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Soluções BIM
% de
70
4 - A TI
Tecnologia da Informação (IT - Information Technology) - É o termo que engloba toda
tecnologia utilizada para criar, armazenar, trocar e usar informação em seus diversos
formatos (dados corporativos, áudio, imagens, vídeo, apresentações multimídia e
outros meios, incluindo os que não foram criados ainda).
É um termo conveniente para incluir a tecnologia de computadores e
telecomunicações na mesma palavra.
Essa convergência está conduzindo a "revolução da informação", em todas as áreas.
O projeto de uma edificação é definido em tantas disciplinas, quanto maior for a sua
complexidade. São vários participantes contribuindo e utilizando uma grande
quantidade de dados. Nem sempre uma uniformidade na ferramenta a ser
utilizada. Ex: Um projeto de estrutura em REVIT e uma simulação no Cosmos. Além
disso, a internet nos trouxe a possibilidade de trabalhar para qualquer cliente no
mundo, desde que utilizamos um dicionário para comunicação. No projeto não é
diferente. Em todo o mundo existem entidades que estudam e criam normas e
padrões para facilitar essa comunicação entre diferentes culturas, e essas entidades
estão empenhadas em disponibilizar uma interface/dicionário de projeto.
Figura 4.1
Acesso em 1/11/2008, disponível no Google Earth,
Universidade Mackenzie, Av. Consolação, SP.
71
O BIM/IFC está para o projeto assim como um tradutor está para a linguagem.
Processo de troca de informação.
Um requisito de troca expressa a idéia de comunicação de um conjunto de
dados elementos + restrições.
A informação então permite a execução de um processo de negócio.
O requisito de troca é preparado do ponto de vista do que é necessário como
entrada de dados por um processo de negócio a ser executado.
Referencias de troca:
NBIMS define processos da indústria;
Requisitos de troca (ER-Exchange Requirements) adequados a processos
específicos.
Requisitos de troca dependem do contexto/propósito do processo da
comunicação.
72
Exemplo: Projeto Estrutural
Quadro 7 Projeto estrutural
Requisitos de troca de informações com o BIM.
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard.
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007
73
Requisitos de troca e MVD (Model View Definition)
Quadro 8 ER e MVD.
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard.
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007
74
Requisitos de troca (ER) mapeados no MVD
Quadro 9 ER mapeados no MVD.
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard.
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007
75
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Quadro 10 Troca de informações via WEB
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard.
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007
76
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Quadro 11 Servidor IFC via WEB.
Desenvolvido pela parceria de buildingSmartalliance, NIBS e IAI para National BIM Standard.
Deke Smith, para o Dr. Francois Grobler, Washington DC, 2007
77
A Indústria aeronáutica é o melhor exemplo de uma troca de informações bem
sucedida entre parceiros de risco. Exemplificamos com a indústria aeronáutica
brasileira: a EMBRAER. Suas aeronaves são constituídas de partes desenvolvidas
por parceiros de diferentes áreas e diferentes países. A EMBRAER também é
responsável pelo projeto de alguns itens porem, é a integradora de todo o avião. Isso
requer uma uniformidade nos dados recebidos e emitidos em sua íntegra.
Figura 4.1 Fornecedores parceiros da Embraer
Acesso em 14/12/2008, disponível em HTTP://www.embraer.com.br
Figura 4.2 O projeto do 170 da Embraer
Acesso em 14/12/2008, disponível em HTTP://www.embraer.com.br
78
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Figura 4.3 Portal dos parceiros da Embraer
Acesso em 14/12/2008, disponível em HTTP://www.embraer.com.br
79
5 CONCLUSÕES
A construção civil se encontra num momento crítico, o pela recessão mundial,
mas também pelo crescimento da população e a necessidade de edifícios
sustentáveis e que ajudem a preservar o meio ambiente, os Green Buildings. A cada
minuto surgem novas tecnologias, materiais e processos que revolucionam métodos
construtivos e de projeto. O BIM é uma nova tecnologia que vem numa época pós-
CAD para a AEC. Sua implantação e utilização no Brasil ainda é pouco disseminada
o que nos da a oportunidade em pensarmos como nos integrar às organizações
existentes no mundo que estão trabalhando nesse dicionário de dados para troca
de informações na arquitetura e na construção civil.
Com a globalização, cada vez mais as fronteiras serão virtuais, é preciso criar regras
para essas fronteiras virtuais assim como temos regras de fronteiras federais.
O Brasil dispõe de edifícios homologados pela LEED, norma cada vez mais
utilizada nas edificações sustentáveis. É preciso agora, se engajar nas considerações
internacionais que definem o IFC, IFD de forma a estarmos aptos para prestar a
qualquer país no mundo. O BIM é esse canal de comunicação.
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6
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G
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CISC
Complex Instruction Set Computer - computador com conjunto complexo de
instruções.
CPU
Central Processing Unit Unidade central de processamento cérebro do sistema
CAE/CAD/CAM, controla a retirada, codificação e processamento de informações
assim como a interpretação e execução de instruções operacionais aritméticas,
lógicas e de controle.
ENIAC
Electronic Numerical Integrator and Computer Integrador numérico eletrônico e
Computador primeiro computador
RISC
Reduced Instruction Set Computer - computador com conjunto reduzido de
instruções.
81
Glossário BIM
AEC/FM (Architecture-Engineering-Construction/Facility Management)
Grupo responsável pelo desenvolvimento do projeto e da construção.
AIA American Institute of Architects, EUA
http:// www.aia.org
BEM (Building Element Model)
Representação digital de uma edificação que pode ser inserida e utilizada numa
ferramenta BIM ou aplicações que utilizam informação integrada do produto.
Building Data Model
Um esquema de objetos para representar uma edificação. Pode ser usado para
representar esquemas de troca de arquivos, para XML-based WEB ou banco de
dados armazenados. Ex: IFC e CIS/2 normas de produto para estruturas em aço.
Building Objects
Elementos e partes que compõe a edificação. Objeto é qualquer unidade da
edificação que tenha propriedades associadas, entretanto espaço também é objeto.
82
BIM Application
Utilização específica do BIM para suportar o processo de trabalho ou tarefas do grupo
de projeto.
BIM Process
Um processo que confia na informações geradas pela ferramenta de design BIM para
analisar, detalhar fabricação, estimar custos, planejar etc.
BIM System
Um sistema de software que incorpora ferramentas de design BIM e outras
aplicações que utilizam dados do BIM. Pode estar em ambiente LAN ou WAN (web).
BIM Tool
Um software utilizado para gerar e manipular building information models. Ex.: BIM
Design Tool é usado para se referir a ferramentas utilizadas para o projeto de
arquitetura como REVIT Architecture, Bentley Architecture, ArchiCAD etc.
Building Model
Registro digital da edificação: seu desempenho, planejamento, construção e
operação posterior. É considerado a próxima geração de um desenho de edificação
ou desenho de arquitetura.
83
- Componentes da edificação são representados com inteligência digital
(objetos) que sabem o que são e podem ser associados com dados de atributos e
gráficos computacionais e regras paramétricas;
- Componentes que incluem dados que descrevem comportamento, para
utilização em análise e processo como especificações e análise de energia;
- Dados Consistentes e não-redundantes como modificação nos dados de
componentes são representados em todas as vistas do componente;
- Dados de Coordenada de forma que todas as vistas sejam representadas da
mesma forma.
Building Model Repository/ Model Server
Sistema de banco de dados cujo esquema é baseado no formato baseado no objeto.
Diferente do PDM (Sistema Product Data Management) e de sistemas de
gerenciamento de projeto baseados na WEB no qual o sistema PDM o baseados
em arquivos e levam arquivos de CAD e análise. BMR são baseados no objeto
permitindo quantificar, transferir, atualizar e gerenciar objetos individuais de projeto de
um conjunto heterogêneo de aplicações.
BuildingSMART
Conjunto de padrões abertos e relativa tecnologia com o objetivo de alcançar efetivo
fluxo de informações na indústria AEC/FM.
84
CAD (Computer Aided Design)
Projeto auxiliado por computador dotado de software gráfico.
CADD (Computer Aided Design and Drafting)
Projeto e detalhamento auxiliados por computador, software gráfico.
CAE (Computer Aided Engineering)
Engenharia (e simulação) auxiliada por computador, software gráfico para cálculo e
simulação.
CAM (Computer Aided Manufacturing)
Manufatura (ou fabricação) auxiliada por computador. Software para controle
numérico com ou sem simulação de ferramenta. Utilizado para programação de torno,
fresa, usinagem, otimização e corte de chapas entre outras aplicações.
CIM (Computer Integrated Manufacturing)
É a integração do CAE/CAD/CAM na indústria.
HVAC Heating Ventilating and Air Conditioning
Projeto do controle climático de uma edificação.
85
IAI (International Alliance for Interoperability)
Um consórcio aberto para desenvolvimento, promoção e suporte à implementação do
IFC.
IDM (Information Delivery Manual)
Coletivamente, um conjunto de mapas de processo, requisitos de troca de
informações, partes funcionais, regras do negócio e guia BIM que permita o controle
do processo de troca da informação dentro de um projeto.
IFC (Industry Foundation Classes)
Uma especificação internacional para toca de dados de produto e compartilhamento
para AEC/FM. IFC permite a inter operacionalidade entre computadores com
aplicações AEC/FM. Um subconjunto da IFC já foi aprovado como ISO/PAS 16739. É
objeto de uma padronização mundial para serviços de Arquitetura, Engenharia e
Construção.
IFD (International Framework for Dictionaries)
O desenvolvimento de uma biblioteca internacional de objetos da indústria AEC/FM,
que seja compatível com IFC e poderá ser usada para adquirir informações dentro e
fora do projeto da construção. Uma identidade alternativa para modelo conceitual
dentro da ISO 12006-parte 3.
86
IGES (Initial Graphic Exchange Specification)
Software para troca de dados de sistemas CAD proprietários.
Integrated BIM (Integrated Building Information Model)
O BIM ao qual a informação necessita ser compartilhada e garante normas
internacionais abertas para compartilhamento de informações.
Interoperability
Habilidade de ferramentas BIM de fornecedores diferentes em trocar dados do
Building model bem como operar esses dados. É pré-requisito para projeto
colaborativo.
ISO (International Organization for Standardization)
Uma rede de Institutos de Normalização de 157 Países.
LEED Leadership in Energy and Environmental Design
MVD (Model View Definition)
IFC Model View Definition documenta como a especificação do modelo IFC é
aplicada na troca de informações entre diferentes tipos de aplicações.
87
NIBS National Institute for Building Standards, EUA
Lidera os trabalhos do National BIM Standard, nBIM (NIBS, 2007)
Http:// www.nbis.org
RECC (Real Estate and Construction Cluster)
Grupo responsável pelo Projeto, Produção e Manutenção do ambiente de construção.
Ex: RECC Proprietários, Gerentes do Empreendimento, Construtoras e
Subcontratadas, civil, estrutural, engenheiros, arquitetos e outros profissionais
desempenhando funções na edificação.
The STAND-INN Project
Comitê Europeu de normalização de projeto.
www.europe-innova.org
STEP - Standard for the Exchange of Product Model Data
É uma norma ISO (ISO-10303) que descreve como representar e trocar informações
digitais de produtos.
http://www.steptools.com/library/standard/
USGBC United States Green Building Council
Comunidade de líderes, sem fins lucrativos, trabalhando para disponibilizar o GREEN
BUILDING (Edifício Verde (sustentável)) para todos por gerações.
88
Http://www.usgbc.org
XML (eXtensible Markup Language)
Linguagem para definição e compartilhamento de estrutura, interpretação da
linguagem por computador. Proporciona um método para definição da informação e
codificação de dados baseados na definição de um formato de troca.
Os termos e definições, parcialmente baseados no Guidance Report, Relatório Guia:
IFC for Sustainability, STAND-INN (Wix ET AL., 2007).
89
7
7
-
-
Referências Bibliográficas
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CALLICOTT, Nick - Computer-Aided Manufacture in Architecture - The Pursuit of Novelty, 2001
COMPUTERVISION - The CADCAM Handbook 1980
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EASTMAN, Chuck; TEICHOLZ, Paul; SACKS, Rafael; LISTON, Kathleen - BIM Handbook: A guide to Building Information Modeling
HOFFER, Erin Rae; Sustainability and software: fueling green design with BIM, AIA, LEED AP
KEMPER, Alfred M.; Pioneers of CAD in Architecture
KERCKHOVE, Derrick -The Architecture of Intelligence (The Information Technology Revolution in Architecture)
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IDM general overview WIX, Jeffrey
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IFD Library Workshop Building a global dictionary for construction - The construction specification Institute
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