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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DE ELETRODOS À
BASE DE NANOTUBOS DE CARBONO
ALINE CARLOS DE OLIVEIRA*
Tese apresentada como parte dos
requisitos para a obtenção do titulo
de DOUTOR EM CIÊNCIAS (área
QUIMICA ANALITICA).
Orientadora: Profa. Dra. Lucia Helena Mascaro Sales
* Bolsista CAPES
SÃO CARLOS – SP
2008
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ii
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iii
iv
DEDICATÓRIA
A meus pais, por todo amor, respeito
e confiança.
Aos meus irmãos: Patrícia e Adriano,
pela amizade.
A minha cunhada Leandra por todo
apoio nos momentos mais difíceis.
v
Ofereço ao Renato, pelo apoio,
compreensão e por estar sempre ao
meu lado, antes como um grande
amigo e agora como meu namorado.
vi
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida, paz e saúde.
A amiga, professora e orientadora Dra. Lucia Helena Mascaro
Sales, pela orientação, paciência e experiência de vida compartilhada durante os
últimos quatro anos…
Ao Prof. Dr. Ernesto Chaves Pereira (LIEC-UFSCar) por colocar a
disposição o laboratório.
Aos membros da Comissão examinadora pelas sugestões e
discussões.
Aos colegas de laboratório, Fernando, Gabriel, Leandro, Emerson,
Ettore, Roberta, Cris, Mariana, Janaina, Roberto, Alex, Murilo, Djenaine, Jaca,
Adriane, pela amizade, convivência e auxilio na realização deste trabalho.
Ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade
Federal de São Carlos pela oportunidade da realização deste trabalho.
Aos demais amigos do Departamento de Química da UFSCar,
principalmente a Tati e os colegas do LIEC, pelo apoio e amizade.
Aos meus amigos de Penápolis, Patrícia, Carina e Josiane pelos
momentos de alegria e amizade.
A CAPES pela bolsa concedida.
E a todos que de alguma forma me ajudaram, cada um da sua
maneira, sempre com a mesma importância, na realização deste trabalho.
vii
Glossário de Símbolos e Abreviaturas
CNTs - Nanotubos de Carbono
MWCNTs - Nanotubos de Carbono Multi-walled
SWCNTs - Nanotubos de Carbono Single-walled
ACNTs- Nanotubos de Carbono Alinhados
CVD - Deposição Química de Vapor
DHP - Dihexadecil Hidrogênio Fosfato
DMF - N,N- dimetilformamida
DCP - Decetil Fosfato
CV - Voltametria Cíclica
DPV - Voltametria de Pulso Diferencial
LSV- Voltametria Linear
GC - Carbono Vítreo
GPU - Compósito Grafite/Poliuretana
TEM - Microscopia Eletrônica de Transmissão
RSD - Desvio Padrão Relativo
GOD - Glicose Oxidase
OPH- Organofosforado Hidrolase
POx - Piranose Oxidase
AchE - Acetilcolinesterase
AcSChI - Iodeto de Acetiltiocolina
MEV - Microscopia Eletrônica de Varredura
FEG -
ip
a
- Corrente de Pico Anódica
r - Coeficiente de Correlação
Sd - desvio padrão do branco
CA - coeficiente angular da reta
ν - Velocidade de Varredura
A - Amplitude de Pulso
viii
MV - Paraquat
MP - Método Padrão
%I - Porcentagem de Inibição
LD - Limite de Detecção
ix
Sumário
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 1
1.1- Apresentação 1
1.2- Revisão bibliográfica sobre aplicações de eletrodos à base de
nanotubos de carbono 5
1.2.2- Eletrodos de pasta de CNTs 7
1.2.2- Eletrodo de carbono vítreo modificado com CNTS 12
1.2.3- Biossensores à base de CNTs 19
1.2.4- Considerações finais 25
1.3- Analitos de interesse 25
1.3.1- Hidroquinoa 25
1.3.2- Paraquat 25
1.3.3- Rutina e Quercetina 26
1.3.4- Clorfenvinfos 33
1.4 - Objetivos do presente trabalho 35
CAPÍTULO 2 – PARTE EXPERIMENTAL 36
2.1- Reagentes e Soluções 36
2.1.1- Soluções tampão 36
2.1.2- Solução de ferricianeto de potássio 37
x
2.1.3- Soluções padrão 37
2.1.4- Preparo das amostras analisadas 38
2.2- Equipamentos 38
2.3- Células e eletrodos 39
2.4- Confecção dos eletrodos de trabalho 39
2.4.1- Eletrodos de pasta de CNTs/Grafite e de CNTs 40
2.4.2- Eletrodos de carbono vítreo recoberto com filme de CNTs 41
2.4.3- Eletrodo de pasta de CNTs modificado com micropartículas de
cobre 41
2.4.4- Biossensor à base de CNTs e enzima acetilcolinesterase 42
2.5- Estudos voltamétricos 42
2.6- Determinação da área efetiva dos eletrodos 43
2.7- Parâmetros otimizados na construção do biossensor CNTs- AchE 43
2.8- Obtenção das curvas analíticas 43
2.9- Avaliações analíticas dos eletrodos à base de CNTs 44
2.9.1- Determinação de hidroquinona em reveladores fotográficos 44
2.9.2- Determinação de rutina em formulações farmacêuticas 45
2.9.3- Determinação de quercetina em amostra de suco de maçã 45
2.9.4- Efeito de interferentes sobre a determinação de quercetina 46
2.9.5- Determinação de clorfenvinfos em amostra de carrapaticida 46
2.10- Espectroscopia de impedância eletroquímica 46
xi
CAPÍTULO 3 – CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS
ELETRODOS À BASE DE CNTs 48
3.1- Eletrodos de pasta de CNTs/Grafite 48
3.1.1- Efeito da composição da pasta de CNTs/Grafite 48
3.1.2- Microscopia eletrônica de varredura 50
3.1.3- Estimativa da área dos eletrodos de pasta CNTs/Grafite 51
3.1.4- Efeito da velocidade de varredura 53
3.2- Eletrodos de filme de CNTs 54
3.2.1- Comportamento voltamétrico 54
3.3- Avaliação das potencialidades analíticas dos eletrodos 56
3.3.1- Desempenho do eletrodo de pasta CNTs/Grafite na
determinação de hidroquinona 56
3.2.2- Desempenho do eletrodo de GC/Filme de CNTs na
determinação de hidroquinona
61
CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS
ELETRODOS DE PASTA DE CNTs 64
4.1- Efeito da composição CNTs-óleo mineral no comportamento
voltamétrico
64
xii
4.2- Intervalo de potenciais em diferentes eletrólitos de suporte 66
4.3- Avaliação das potencialidades analíticas do eletrodo de pasta de
CNTs 69
4.3.1- Determinação de paraquat 69
4.3.2- Determinação de rutina 73
4.3.3- Determinação de quercetina 79
4.4- Avaliação das potencialidades analíticas do eletrodo de pasta de
CNTs modificados 82
4.4.1- Eletrodo modificado com micropartículas de cobre 82
4.4.1.1- Determinação de quercetina em suco de maçã 88
Estudos de interferentes na determinação de quercetina 89
4.4.2- Biossensor à base de CNTs-AchE 92
4.4.2.4- Desempenho do biossensor CNTs-AchE na determinação
de clorfenvinfos 99
CAPÍTULO 5 – CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E MORFOLÓGICA 103
5.1- Microscopia eletrônica de varredura 103
5.2- Espectroscopia de impedância eletroquímica (EIS) 106
CAPÍTULO 6 - CONCLUSÕES 111
CAPÍTULO 7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 113
xiii
Listas de Tabelas
Tabela 2.1 – Proporções em massa de carbono grafite e nanotubos de
carbono para a confecção dos eletrodos de trabalho
40
Tabela 2.2 – Proporções em massa de micropartículas de cobre e
nanotubos de carbono para a confecção dos eletrodos de trabalho
41
TABELA 3.1 – Valores da área efetiva dos eletrodos de pasta de
CNTs/Grafite e do eletrodo de pasta de carbono, determinadas
utilizando cronocoulometria
52
TABELA 3.2 – Resultados da determinação de hidroquinona no
revelador fotográfico D-76 usando o eletrodo de pasta de CNTs/Grafite
90% (CNTs, m/m) e DPV
60
TABELA 3.3 – Parâmetros otimizados na determinação de hidroquinona
62
TABELA 3.4 – Figuras de mérito referentes à determinação de
hidroquinona usando o eletrodo de carbono vítreo revestido com filme
de CNTs e eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m)
63
TABELA 4.1 – Resultados da determinação de rutina presente em
formulação farmacêutica usando o eletrodo de pasta de CNTs 60%
(CNTs, m/m) em DPV comparado com o método padrão
77
TABELA 4.2 – Figuras de mérito referentes à determinação de
quercetina usando o eletrodo de pasta de CNTs 60% (m/m) e eletrodo
de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m)
87
xiv
TABELA 4.3 – Resultados da determinação de quercetina presente em
suco de maçã usando o eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m)
em DPV comparado com espectroscopia de absorção UV-Vísivel
89
TABELA 4.4 – Resultados obtidos para a determinação de quercetina
na presença de ácido cítrico usando eletrodo de pasta de CNTs
modificados com Cu 6% (Cu, m/m)
91
TABELA 4.5 – Resultados da determinação de clorfenvinfos presente
em carrapaticida usando biossensor CNTs-AchE em
cronoamperometria comparado com espectroscopia de absorção UV-
Vísivel
102
TABELA 5.1- Valores dos elementos de circuito para os eletrodos à
base de CNTs 110
xv
Listas de Figuras
FIGURA 1.1 – Nanotubos (a) Multi-Walled (MWNT) e (b) Single-Walled
(SWNT)
1
FIGURA 1.2 – Diagrama de formação de nanotubos de carbono a partir
de uma folha de grafite
2
FIGURA 1.3 – Geometrias de CNTs perfeitos: (a) armchair, (b) zig-zag,
(c) chiral
3
FIGURA 1.4 – Fórmula estrutural da hidroquinona
25
FIGURA 1.5 – Formula estrutural do paraquat
26
FIGURA 1.6 – Fórmula estrutural da rutina
26
FIGURA 1.7 – Mecanismo de oxidação da rutina
27
FIGURA 1.8 – Fórmula estrutural da quercetina
29
FIGURA 1.9 – Mecanismo de oxidação da quercetina
30
FIGURA 1.10 – Fórmula estrutural do clorfenvinfos
33
FIGURA 2.1Representação esquemática da célula voltamétrica
39
FIGURA 2.2 Representação esquemática do eletrodo de pasta de
CNTs
40
xvi
FIGURA 3.1- Voltamogramas cíclicos obtidos com os eletrodos de pasta
de CNTs/Grafite em diferentes proporções, usando uma solução de
K
3
[Fe(CN)
6
]=5 mmol L
-1
em KCl 0,5 mol L
-1
, ν =25 mV s
-1
49
FIGURA 3.2 – Micrografias dos eletrodos (a) 10%, (b) 90%, (c)
50% e (d) pasta de carbono. Aumento 1000x
50
FIGURA 3.3 - Voltamogramas cíclicos obtidos em diferentes
velocidades de varredura entre 5 e 100 mV s
-1
e utilizando eletrodo de
pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m) em solução 5,0 mmol L
-1
de
K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5mol L
-1
. Inserção t – I
pa
vs. ν
1/2
53
FIGURA 3.4 - Voltamogramas cíclicos obtidos em diferentes
velocidades de varredura entre 2 e 100 mV s
-1
e utilizando eletrodo de
carbono vítreo recoberto com filme de CNTs em solução 5,0 mmol L
-1
de K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5 mol L
-1
54
FIGURA 3.5 - Voltamogramas cíclicos obtidos em solução 5,0 mmol L
-1
de K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5 mol L
-1
para os eletrodos de pasta de
CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m) de carbono vítreo recoberto com filme
de CNTs, ν = 5 mV s
-1
55
FIGURA 3.6 – Voltamograma cíclicos obtidos com eletrodo de pasta de
CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m), em solução de hidroquinona 5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão acetato pH 4,0 e ν = 5 mV s
-1
56
FIGURA 3.7 – Efeito da amplitude de pulso na resposta do eletrodo de
pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m), em solução de hidroquinona
5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão acetato pH 4,0 utilizando voltametria de
pulso diferencial. ν = 20 mV s
-1
57
xvii
FIGURA 3.8 – Efeito da velocidade de varredura em solução de
hidroquinona 5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão acetato pH 4,0 utilizando
voltametria de pulso diferencial, com A=100 mV no eletrodo de pasta de
CNTs/grafite 90% (CNTs, m/m)
58
FIGURA 3.9 – Curva analítica obtida para o eletrodo de pasta de
CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m) tampão acetato pH 4,0, contendo
diferentes concentrações de hidroquinona
59
FIGURA 3.10 – Curva de adição de padrão para a amostra de revelador
fotográfico D-76 Kodak usando o eletrodo de pasta de CNTs/Grafite
90% (CNTs, m/m) em voltametria de pulso diferencial, com ν de 20 mV
s
-1
e A de 100 mV
60
FIGURA 3.11 – Voltamograma cíclico obtido com eletrodo de carbono
vítreo revestido com filme de CNTs em solução de hidroquinona 5,0x10
-
5
mol L
-1
em tampão acetato pH 4,0
61
FIGURA 3.12 – Curva analítica obtida para o eletrodo de carbono vítreo
revestido com filme de CNTs, com ν de 10 mV s
-1
e A de 50 mV
62
FIGURA 4.1- Voltamogramas cíclicos obtidos com eletrodo de pasta de
CNTs em diferentes proporções, usando uma solução de K
3
[Fe(CN)
6
]=5
mmol L
-1
em KCl 0,5 mol L
-1
, ν =100 mV s
-1
65
FIGURA 4.2 - Voltamogramas cíclicos obtidos em diferentes
velocidades de varredura entre 5 e 100 mV s
-1
e utilizando eletrodo de
pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) em solução 5,0 mmol L
-1
de
K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5mol L
-1
66
xviii
FIGURA 4.3 – Voltamogramas cíclicos obtidos com o eletrodo de pasta
de CNTs 60% (CNTs, m/m) em: (a) solução de H
2
SO
4
0,1 mol L
-1
(pH
0,71); (b) tampão acetato 0,1 mol L
-1
(pH 4,0); (c) tampão fosfato 0,1
mol L
-1
(pH 7,0); (d) tampão amônio 0,1mol L
-1
(pH 10,0) e (e) NaOH
0,1mol L
-1
(pH 13,0), ν = 25 mVs
-1
67
FIGURA 4.4 – Voltamogramas cíclicos obtidos com o eletrodo de pasta
de CNTs 60% (CNTs, m/m) em: (a) solução de H
2
SO
4
0,1 mol L
-1
(pH
0,71); (b) tampão acetato 0,1 mol L
-1
(pH 4,0)
68
FIGURA 4.5 – Voltamograma cíclico obtido com eletrodo de pasta de
CNTs 60% (CNTs, m/m), em solução de paraquat 5,0x10
-3
mol L
-1
em
solução de sulfato de sódio 0,1 mol L
-1
e ν = 5 mV s
-1
70
FIGURA 4.6 – Voltamogramas de pulso diferencial, em diferentes
amplitudes, para o eletrodo de pasta de CNTs em solução de paraquat
5,0x10
-3
mol L
-1
e Na
2
SO
4
0,1 mol L
-1
, a ν de 10 mV s
-1
71
FIGURA 4.7 – Curva analítica obtida para o eletrodo de pasta de CNTs
60% (CNTs, m/m) em solução de sulfato de sódio 0,1 mol L
-1
, contendo
diferentes concentrações de paraquat. ν = 10 mV s
-1
e A = 100 mV
72
FIGURA 4.8 – Voltamograma cíclico obtidos com eletrodo de pasta de
CNTs 60% (CNTs, m/m), em solução de rutina 5,0x10
-5
mol L
-1
em
tampão fosfato pH 7,1, ν = 50 mV s
-1
.
73
FIGURA 4.9 – Voltamogramas de pulso diferencial obtidos com eletrodo
de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) e eletrodo de pasta de carbono,
em solução de rutina 5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1, A = 100
mV e ν = 10 mV s
-1
.
74
xix
FIGURA 4.10 – Voltamogramas de pulso diferencial obtidos em
diferentes pHs para o eletrodo de pasta de CNTs em solução de rutina
5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão fosfato, A de 100 mV e ν de 10 mVs
-1
75
FIGURA 4.11 – Curva analítica obtida para o eletrodo de pasta de CNTs
60% (CNTs, m/m) em solução de tampão fosfato pH 7,1, contendo
diferentes concentrações de rutina, ν = 10 mV s
-1
e A = 100 mV
76
FIGURA 4.12 – Curva de adição de padrão para amostra de formulação
farmacêutica usando o eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m)
em voltametria de pulso diferencial, com ν de 10 mV s
-1
e A de 100 mV
77
FIGURA 4.13 – Voltamograma de pulso diferencial obtido com eletrodo
de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m), em solução de quercetina 5,0x10
-
5
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1, A = 100 mV e ν = 10 mV s
-1
79
FIGURA 4.14 – Curva analítica obtida para o eletrodo de pasta de CNTs
60% (CNTs, m/m) em solução de tampão fosfato pH 7,1, contendo
diferentes concentrações de quercetina. ν = 10 mV s
-1
e A = 100 mV
81
FIGURA 4.15 - Voltamogramas de pulso diferencial obtidos com os
eletrodos de pasta de CNTs modificados com micropartículas de cobre
nas proporções de 6 (A), 10 (B) e 18% (C) utilizando solução tampão
fosfato pH 7,1 e quercetina 5,0x10
-5
mol L
-1
, a ν de 10 mV s
-1
e A de
100 mV
83
FIGURA 4.16 – Voltamogramas de pulso diferencial, em diferentes
amplitudes de pulso, para o eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu,
m/m), em solução de quercetina 5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão fosfato pH
7,1 a 10 mV s
-1
84
xx
FIGURA 4.17 – Voltamogramas de pulso diferencial obtidos com os
eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) a 10 mV s
-1
e amplitude
de pulso de 100 mV e eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) a ν
de 5 mV s
-1
e A de 10 mV utilizando solução de quercetina 5,0x10
-5
mol
L
-1
em tampão fosfato pH 7,1
85
FIGURA 4.18 – Curva analítica obtida para o eletrodo de pasta de
CNTs-Cu 6% (m/m) em solução tampão fosfato pH 7,1, contendo
diferentes concentrações de quercetina, com ν= 5 mV s
-1
, A = 10 mV
87
FIGURA 4.19 – Curva de adição de padrão para amostra de suco de
maçã usando o eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) em
voltametria de pulso diferencial, com ν de 5 mV s
-1
e A de 10 mV
88
FIGURA 4.20 – Curva de recuperação para solução de quercetina
1,956x10
-6
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1 na presença de ácido
cítrico usando o eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) em
voltametria de pulso diferencial, com νde 5 mV s
-1
e A de 10 mV
90
FIGURA 4.21 - Voltamogramas de onda quadrada obtidos com os
eletrodos de pasta de CNTs 60% (m/m) em solução de AcSChI 3,0x10
-4
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1 após a adição 2,0 U de
acetilcolinesterase para os tempos de reação 0, 20, 52 e 76 minutos. A
de 50 mV, incremento de 2 mV e freqüência de 50 s
-1
93
FIGURA 4.22 - Voltamograma de onda quadrada obtido com o eletrodo
de pasta de CNTs 60% (m/m) em solução de AcSChI 3,0x10
-4
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1. A de 50 mV, incremento de 2 mV e
freqüência de 50 s
-1
94
xxi
FIGURA 4.23 – Variação de potencial aplicado para solução de AcSChI
3,0x10
-4
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1, utilizando eletrodo de pasta
de CNTs 60% (m/m)
95
FIGURA 4.24 – Efeito do tempo de reação para oxidação de tiocolina
em solução de AcSChI 3,0x10
-4
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1
contendo 2,0 U de acetilcolinesterase, utilizando eletrodo de pasta de
CNTs 60% (m/m). Potencial aplicado: 250 mV
96
FIGURA 4.25 – Efeito do potencial aplicado sobre a oxidação de
tiocolina em tampão fosfato pH 7,1, utilizando eletrodo de pasta de
CNTs 60% (m/m)
97
FIGURA 4.26 – Efeito da concentração do substrato sobre a corrente
limite de difusão para a oxidação de tiocolina em tampão fosfato pH 7,1,
utilizando o biossensor CNTs-AchE. Potencial aplicado: 300 mV
98
FIGURA 4.27 – Efeito do tempo de incubação sobre a inibição
enzimática causada pelo carrapaticida clorfenvinfos (1,0x10
-4
mol L
-1
),
utilizando o biossensor CNTs-AchE. Potencial aplicado: 300 mV
100
FIGURA 4.28 – Curva analítica obtida para o biossensor CNTs-AchE
em solução AcSChI 3,0x10
-3
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1, para
soluções contendo diferentes concentrações de clorfenvinfos. Potencial
aplicado: 300 mV
101
FIGURA 4.29 – Curva de adição de padrão para amostra de
carrapaticida usando o biossensor CNTs-AchE em cronoamperometria.
Potencial aplicado: 300 mV 102
xxii
FIGURA 5.1 – Micrografias dos CNTs de paredes múltiplas empregados
no preparo dos eletrodos
103
FIGURA 5.2 – Micrografias do eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs,
m/m)
104
FIGURA 5.3 – Micrografias do eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu,
m/m)
105
FIGURA 5.4 – Micrografias do biossensor CNTs-AchE.
105
FIGURA 5.5- Espectros de Nyquist obtidos para os eletrodos de pasta
de CNTs 60% (CNTs, m/m), pasta de CNTs-Cu 6% (cu, m/m) e
biossensor CNTs-AchE. Potencial de circuito aberto em solução 5,0
mmol L
-1
de K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5 mol L
-1
107
FIGURA 5.5- Circuito equivalente análogo aos processos interfaciais
eletrodo-solução
108
xxiii
Resumo
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DE ELETRODOS À BASE DE
NANOTUBOS DE CARBONO Os eletrodos de CNTs foram preparados na forma
de pasta de CNTs/Grafite e filme sobre eletrodo de carbono vítreo. Estes eletrodos
foram caracterizados eletroquimicamente por meio de sua resposta em ferricianeto
de potássio e hidroquinona. Considerando os resultados obtidos, o eletrodo na
forma de pasta foi selecionado para aplicações analíticas. Neste trabalho também
foi confeccionado eletrodo de pasta de CNTs puro, ou seja, sem a adição de
grafite. Para a avaliação das potencialidades analíticas do eletrodo de pasta de
CNTs, foram realizados estudos de quantificação de paraquat, rutina e quercetina,
utilizando-se voltametria de pulso diferencial. Em relação à quantificação de
paraquat foi obtida uma curva analítica, com limite de detecção de 2,8x10
-6
mol L
-1
.
Avaliando-se o desempenho do eletrodo quanto à quantificação de rutina foi obtida
uma curva analítica com limite de detecção de 3,39x10
-8
mol L
-1
. O teor de rutina
foi determinado em formulações farmacêuticas com variação inferior a 5%. Para a
quantificação de quercetina foi obtida uma curva analítica com limite de detecção
de 5,43x10
-7
mol L
-1
. Modificadores químicos, como micropartículas de cobre e a
enzima acetilcolinesterase, foram imobilizados na matriz do eletrodo de pasta de
CNTs. O eletrodo de pasta de CNTs modificado com micropartículas de cobre
(CNTs-Cu) foi utilizado para a determinação de quercetina e os resultados
indicaram a formação de complexo quercetina-Cu (II) sobre a superfície do
eletrodo. Nesse caso a curva analítica para o sistema apresentou um limite de
detecção de 2,36x10
-7
mol L
-1
. A determinação de quercetina em amostra de suco
de maçã industrializado foi efetuada observando-se recuperação entre 98,8 e
102,9%. O biossensor CNTs-AchE foi otimizado em relação ao potencial de
trabalho, concentração de substrato iodeto de acetiltiocoilna e tempo de incubação
e foi obtida uma curva analítica para o carrapaticida clorfenvinfos com limite de
detecção de 1,15x10
-7
mol L
-1
. Ainda com relação ao clorfenvinfos, foi possível a
sua determinação em amostra de carrapaticida, com variação inferior a 2,5%.
xxiv
Abstract
DEVELOPMENT AND APPLICATION OF ELECTRODE BASED ON
CARBON NANOTUBES The electrodes based on carbon nanotubes (CNTs) were
prepared in the form of paste of CNTs/Graphite and film on glassy carbon
electrode. These electrodes were electrochemically characterized by their
response in potassium ferricyanide and hydroquinone. Considering the obtained
results, the electrode in the form of paste was selected for analytical applications.
In this work, the paste electrode was also prepared of pure CNTs, ie, without
addicting of graphite. For the evaluation of analytical capabilities of the CNTs paste
electrode, studies were performed about quantification of paraquat, rutin and
quercetin, using differential pulse voltammetry. Regarding the quantification of
paraquat, an analytical curve was obtained, with a detection limit of 2.8 x10
-6
mol L
-
1
. The performance of the carbon nanotubes paste electrode in the determination
of rutin, an analytical curve was obtained, with a detection limit of 3.39 x10
-8
mol L
-
1
. The content of rutin was determined in pharmaceutical formulations with relative
error lower to 5%. For the quantification of quercetin, an analytical curve was
obtained with a detection limit of 5.43 x10
-7
mol L
-1
. Chemical modifiers, such as
copper microparticles and acetylcholinesterase enzyme, were incorpored in the
CNTs paste electrode. The CNTs paste electrode odified with copper
microparticles (Cu-CNTs) was used for quercetin determination and the results
indicated the formation of quercetin-Cu (II) complex on the electrode surface. The
analytical curve obtained for this system presented a detection limit of 2.36 x10
-7
mol L
-1
. The determination of quercetin in a sample of industrialized apple juice
was carried out observing the recovery between 98.8 and 102.9%. The biosensor
CNTs-AchE was optimized with respect to the work potential, concentration of
acetylthiocoline iodide substrate and the incubation time and analytical curve was
obtained for chlorfenvinphos with a detection limit of 1.15 x10
-7
mol L
-1
. Even with
respect to chlorfenvinphos, its determination was possible in samples containing
the pesticide, with relative error lower to 2.5%.
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1- Apresentação
A descoberta de nanotubos com propriedades mecânicas, térmicas e
elétricas únicas tem motivado a pesquisa para o desenvolvimento de uma nova
geração de materiais nanocompósitos
1
. Dentre estes materiais, pode-se
destacar, os nanotubos de carbono (CNTs)
2
devido as suas propriedades e
potenciais aplicações. Os CNTs são formados de arranjos hexagonais de
carbono que originam pequenos cilindros, com as extremidades fechadas por
um tipo de “abóbada” de grafite e usualmente têm faixa de diâmetro de poucos
angstrons a dezenas de nanômetros
3
.
Dois tipos de CNTs podem ser distinguidos de acordo com as suas
propriedades estruturais: os de paredes múltiplas – onde várias folhas de
grafeno se enrolam de forma concêntrica para formar os nanotubos de
carbono, conhecidos como MWCNTs, do inglês multi-walled nanotubes, Figura
1.1a – e os de parede simples – pelo enrolamento de uma única folha,
conhecidos como SWCNTs, single-walled nanotubes, Figura 1.1b
3
.
FIGURA 1.1 – Nanotubos (a) Multi-Walled (MWNT) e (b) Single-Walled
(SWNT)
4.
2
Um CNT pode ser construído a partir de uma folha de grafite enrolada de
tal forma que coincidam dois sítios cristalograficamente equivalentes de sua
rede hexagonal, Figura 1.2.
FIGURA 1.2 – Diagrama de formação de nanotubos de carbono a partir de uma
folha de grafite
4
.
A maioria das propriedades dos CNTs depende do seu diâmetro e
ângulo chiral, também chamado de ângulo de helicidade, ф. Estes dois
parâmetros resultam dos chamados índices de Hamada (n,m)
5
.
A condução eletrônica dos CNTs ocorre porque os elétrons podem
propagar-se livremente, como em um metal. Isto contrasta fortemente com os
polímeros condutores que apresentam condução de elétrons localizada quando
dopados. Por outro lado, a condução do grafite é devido a um dos quatro
elétrons deslocalizado da camada de valência e pode, conseqüentemente, ser
compartilhado com demais átomo de carbono
6
. Em função dos índices de
Hamada (n,m), um nanotubo é metálico quando n-m é múltiplo de 3, em caso
contrário é semicondutor. Todos os CNTs do tipo armchair são metálicos (n =
m), enquanto que os zig-zag (n, m = 0) e chiral (n m 0) podem ser metálicos
ou semicondutores. As três variedades de CNT são ilustrados na FIGURA 1.3.
3
FIGURA 1.3 – Geometrias de CNTs perfeitos: (a) armchair, (b) zig-zag, (c)
chiral
4
.
Os CNTs têm sido utilizados para uma infinidade de aplicações: fontes
de elétrons para displays de tela plana, pontas (tips) para microscópio de
sonda, estocagem de gás, suporte para catalisadores, sensores, capacitores
de alta potencia, resistores quânticos, condutores balísticos, etc. e estão sendo
cotados para próxima geração de dispositivos de eletrônica molecular
7
.
A maioria dessas aplicações de CNTs demandam nanotubos com
uniformidade de diâmetro e de quiralidade e ainda, às vezes requerem grandes
quantidades, boa qualidade (ausência de defeitos estruturais) e principalmente
alta pureza dos nanotubos. Portanto, uma completa caracterização da estrutura
dos nanotubos é essencial para entendermos as propriedades medidas.
Os métodos de preparação mais utilizados na obtenção de CNTs são:
descarga por arco, ablação por laser e deposição química de vapor (CVD).
Quando uma mistura de carbono e metais de transição (< 5%), normalmente
Fe, Co, Ni, Y ou uma combinação deles são colocadas como ânodo e
submetidas à descarga por arco, nanotubos de parede única foram obtidos
8-10
.
Acredita-se que as partículas metálicas atuem como catalisadores.
No método de ablação por laser são produzidos tantos nanotubos de
parede única como de paredes múltiplas. Os SWCNTs são produzidos quando
grafite puro é submetido à ablação
11
. Os SWCNTs são produzidos quando uma
pequena quantidade de metal de transição é misturada ao grafite
12
. Assim,
novamente, o metal apresenta um papel fundamental para a obtenção de
SWCNTs. Os CNTs produzidos por ablação por laser são mais puros do que
4
aqueles produzidos por descarga por arco (70-90% de pureza)
13
. As impurezas
encontradas são partículas de grafite, carbono amorfo, fulerenos e partículas
metálicas, levando a necessidade de uma etapa de purificação.
Assim, as propriedades eletrônicas, químicas e mecânicas do CNTs o
tornam um interessante grupo de nanomateriais, apontando para diversas
aplicações no futuro
14,15
. Entre as diversas aplicações dos CNTs encontram-se
muitas na área de eletroquímica como na obtenção de sensores
15
, de
compósitos condutores e como material para armazenamento de hidrogênio
16
.
5
1.2- Revisão Bibliográfica sobre Aplicações de Eletrodos à
Base de Nanotubos de Carbono
Diferentes materiais podem ser utilizados na confecção de eletrodos à
base de CNTs, sendo exemplos os eletrodos de ouro, de platina, de grafite
pirolítico, de carbono vítreo, de fibras de carbono, além dos materiais
compósitos, utilizando diversos solventes orgânicos e polímeros como
aglutinantes. Devido a estas várias combinações a literatura apresenta diversas
aplicações de eletrodos à base de nanotubos de carbono como material
eletródico. Entretanto, nesta revisão, procurou-se destacar algumas aplicações
eletroanalíticas, as quais têm maior relação com a proposta deste trabalho.
Wu e Hu
17
desenvolveram um filme compósito de ouro coloidal-
nanotubos de carbono sobre um eletrodo de ouro. O sistema eletródico foi
preparado pela combinação de ouro coloidal (Au
nano
) com CNTs e este
compósito foi utilizado na modificação de um eletrodo de ouro. Dihexadecil
hidrogênio fosfato (DHP) em solução aquosa de ouro coloidal foi usado para
dispersar os CNTs. O filme do compósito Au
nano
/CNTs/DHP sobre a superfície
do eletrodo de ouro foi caracterizado por espectroscopia de impedância
eletroquímica e voltametria cíclica em solução de Fe(CN)
6
3-
. Este eletrodo foi
aplicado na determinação de citocromo c. Foi construída uma curva analítica
para citocromo c com região linear entre 1,5 e 45x10
-6
mol L
-1
, com desvio
padrão relativo de 2,6% para 20x10
-6
mol L
-1
de citocromo c, mostrando
excelente reprodutibilidade.
He et al.
18
utilizaram um sensor eletroquímico à base de nanotubos de
carbono multi-walled (MWCNTs) para a determinação de monóxido de carbono
(CO). O eletrodo foi preparado pelo preenchimento de uma microcavidade
contida em um microeletrodo de disco de platina (Pt) com MWCNTs
previamente tratados. O comportamento eletroquímico do eletrodo de disco de
platina modificado com MWCNTS foi estudado e comparado ao eletrodo de Pt
utilizando voltametria cíclica em solução de HClO
4
0,5 mol L
-1
contendo CO e
os resultados mostraram que os MWCNTs possuem excelente atividade
eletrocatalítica sobre a oxidação de CO, que foi atribuída a imensa área efetiva
dos eletrodos obtidos. O efeito da velocidade de varredura e do eletrólito
6
suporte sobre a resposta voltamétrica do eletrodo MWCNTME foi estudado
pelos autores. A curva de corrente-tempo obtida variando-se a concentração de
CO e mantendo-se constante o potencial aplicado sugeriu que a resposta de
corrente varia linearmente com a concentração de CO. Uma curva analítica foi
obtida para o sistema na faixa de concentração de 0,72 a 52 µg mL
-1
, com
limite de detecção de 0,60 µg mL
-1
e erro relativo de 4,8%.
Utilizando um eletrodo de ouro modificado com uma bicamada de
nanotubos de carbono multi-walled e (3-mercaptopropil)trimetoxisilano (MPS)
Zeng e Huang
19
estudaram o comportamento eletroquímico de flufenazina e a
sua determinação em amostras de medicamentos. O sistema eletródico
(MWCNTs/MPS/Au) foi preparado pela imersão do eletrodo de ouro em uma
solução de MPS por 12 h, obtendo-se um eletrodo de ouro modificado com
uma monocamada de MPS (MPS/Au). Após esta etapa o eletrodo MPS/Au foi
recoberto com 5 µL de suspensão de MWCNTs e N,N-dimetilformamida (DMF)
1 mg mL
-1
. O comportamento voltamétrico do eletrodo MWCNTs/MPS/Au foi
investigado por voltametria cíclica em solução de Fe(CN)
6
3-
e em solução de
flufenazina e as resposta obtidas foram comparadas as obtidas com eletrodo
de ouro e com eletrodo MPS/Au. Os autores também estudaram o efeito do pH,
da velocidade de varredura, da solução tampão, do tempo e potencial de
acumulação, da quantidade de MWCNTs e de interferentes na resposta
eletroquímica. Alguns parâmetros analíticos também foram avaliados, como a
regeneração e a reprodutibilidade do eletrodo MWCNTs/MPS/Au e a
construção de uma curva analítica. A faixa linear para a curva analítica foi de
5,0x10
-8
a 1,5x10
-5
mol L
-1
, com limite de detecção de 1,0x10
-8
mol L
-1
. Foram
realizadas curvas de adição e recuperação para a determinação de flufenazina
em amostras de medicamentos e obteve-se coeficiente de recuperação entre
96,4 e 104,4%.
Wang et al.
20
relataram o uso de eletrodos de MWCNT-intercalados com
grafite (MWCNT-IE) para a determinação seletiva de dopamina e serotonina na
presença de ácido ascórbico por voltametria de pulso diferencial (DPV). Os
autores caracterizaram os eletrodos utilizando microscopia eletrônica de
varredura. O comportamento voltamérico do eletrodo MWCNT-IE foi
investigado por meio de voltamogramas cíclicos de solução contendo
7
dopamina, serotonina e ácido ascórbico e as respostas obtidas foram
comparadas as obtidas com eletrodo de grafite. A influência do pH sobre a
resposta voltamétrica do eletrodo em soluções contendo dopamina, serotonina
e ácido ascórbico também foi investigado. Curvas analíticas foram obtidas para
o dopamina na presença de serotonina e ácido ascórbico, com faixa de
concentração de 0,5 a 10 µmol L
-1
, com limite de detecção de 0,1 µmol L
-1
e
para serotonina na presença de dopamina, e ácido ascórbico, com faixa de
concentração de 1 a 15 µmol L
-1
, com limite de deteção de 0,2 µmol L
-1
. Para a
determinação simultânea de dopamina, serotonina na presença de ácido
ascórbico foi empregada DPV e os resultados mostraram que o ácido ascórbico
não interfere na determinação. Também foram realizadas curvas de adição e
recuperação para amostras de dopamina, serotonina e ácido ascórbico e
obteve-se um coeficiente de recuperação entre 98 e 100%.
1.2.2- Eletrodos de Pasta de CNTs
O emprego de outras formas de eletrodos à base de nanotubos de
carbono para aplicações em eletroanalítica também vem atraindo a atenção de
inúmeros grupos de pesquisas. Dentre os materiais eletródicos à base de
nanotubos de carbono, podem-se destacar os eletrodos de pasta de CNTs, em
que um líquido orgânico não eletroativo é utilizado como aglutinante. A
descrição mais detalhada do emprego de eletrodos de pasta de CNTS se deve
a este tipo de eletrodo ter sido empregado neste trabalho.
Lawrence et al.
21
empregaram um eletrodo de pasta de nanotubos de
carbono para a determinação de homocisteína. O eletrodo foi preparado pela
mistura de CNTs previamente purificados e óleo mineral. O comportamento
eletroquímico do eletrodo foi estudado e comparado ao do eletrodo de pasta de
carbono, utilizando voltametria cíclica, e os resultados mostraram que ocorre
um decréscimo de 120 mV no potencial de oxidação da homocisteina quando
comparado ao eletrodo de pasta de carbono tradicional. Algumas
características do eletrodo foram testadas, como a reprodutibilidade e a
estabilidade de resposta, além de descreverem o efeito da velocidade de
varredura sobre a resposta voltamétrica do eletrodo. O eletrodo também foi
8
testado como detector cronoamperométrico de homocisteina em tampão
fosfato pH 7,4. Uma curva analítica foi obtida para o sistema com limite de
detecção de 6,5x10
-6
mol L
-1
.
Luque et al.
22
utilizaram um sensor eletroquímico à base de CNTs e
microparticulas de cobre para a determinação de aminoácidos e albumina. O
sensor foi preparado pela mistura de CNTs, óleo mineral e micropartículas de
cobre, sendo que o efeito da composição de cobre foi estudado pelos autores.
Aminoácidos como L-histidina não são eletroativos, mas os autores obtiveram
resposta utilizando o sensor proposto, evidenciando a formação de um
complexo de Cu (II) e L-histidina, produzido quando um potencial é aplicado.
Voltamogramas hidrodinâmicos foram utilizados para selecionar o potencial de
trabalho para futuras determinações amperométricas. Os autores também
construíram curvas analíticas para alguns aminoácidos que apresentaram
limites de detecção na ordem de 10
-6
ou 10
-5
mol L
-1
. A determinação de
albumina foi realizada utilizando voltametria de onda quadrada com
redissolução. A curva analítica obtida para albumina apresenta região linear
entre 5,0 e 25,0 mg mL
-1
e limite de detecção de 5,0 mg L
-1
.
Pedano e Rivas
23
utilizaram eletrodo de pasta de CNTs para a
determinação de ácidos nucléicos. O eletrodo de pasta de CNTs foi preparado
pela mistura de CNTs e óleo mineral na proporção 6/4 (m/m) e os resultados
obtidos com este eletrodo foram comparados aos obtidos com eletrodo de
pasta de carbono. Os comportamentos voltamétrico e cronopotenciométrico
dos ácidos nucléicos sobre o eletrodo de pasta de CNTs foram estudados. O
efeito do pré-tratamento eletroquímico no procedimento potenciodinâmico foi
estudado, e os resultados mostraram que as bases guanina e adenina
adsorvem sobre o eletrodo de pasta de CNTs. O efeito do potencial e tempo de
adsorção também foi estudado pelos autores. Cronopotenciometria foi
empregada para a determinação de oligo x e dsDNA. Curvas analíticas foram
construídas pra oligo x e dsDNA com regiões lineares entre 0 e 1,0 mg L
-1
e 0 e
15 mg L
-1
, respectivamente.
Zhao et al.
24
desenvolveram um eletrodo de nanotubos de carbono
alinhados (ACNTs) modificado com tionina para a determinação de nitrito. A
oxidação eletrocatalítica de nitrito sobre o eletrodo tionina/ACNTs foi estudada
pelos autores e os resultados mostraram que a tionina apresenta efeito de pré-
9
concentração sobre nitrito. Os autores também estudaram o efeito da
quantidade de tionina como modificador, o efeito do pH e o efeito de
interferentes sobre a resposta voltamétrica do eletrodo. Algumas características
do eletrodo tionina/ACNTs foram testadas, como a reprodutibilidade e a
estabilidade de resposta, além de construírem uma curva analítica na faixa
linear de 3,0x10
-6
a 5,0x10
-4
mol L
-1
e limite de detecção de 1,12x10
-6
mol L
-1
,
utilizando DPV. A determinação de nitrito em amostras reais foi realizada
utilizando o método proposto e os resultados apresentaram coeficientes de
recuperação entre 95,2 e 102,2%.
Ly
25
empregou um eletrodo de pasta de CNTs modificado com DNA para
a determinação de dopamina em formulações farmacêuticas. O eletrodo foi
preparado pela mistura de CNTs previamente purificados, DNA e óleo mineral
na proporção de 4:4:2 em massa. O comportamento eletroquímico do eletrodo
de pasta de CNTs modificado com DNA foi estudado em voltametria cíclica em
solução dopamina em diferentes concentrações. O autor também estudou
alguns fatores experimentais como pH do eletrólito suporte, potencial e tempo
de acumulação. Uma curva analítica foi obtida para o sistema com região linear
entre 0,01-0,11 µg L
-1
e limite de detecção de 4,0 ng L
-1
. Os resultados obtidos
para a determinação de dopamina em formulações farmacêuticas apresentam
coeficiente de recuperação em torno de 99%.
Zheng e Junfeng
26
investigaram o comportamento voltamétrico de
urapidil utilizando um eletrodo de pasta de CNTs. O eletrodo foi preparado pela
mistura de MWCNTs e parafina na razão de 60% em massa de MWCNTs. O
comportamento eletroquímico do eletrodo de pasta de CNTs foi estudado e
comparado ao do eletrodo de pasta de carbono por voltametria cíclica em
solução de urapidil em tampão Britton-Robinson pH 6,8, e os resultados
mostraram que o eletrodo de pasta de CNTs apresenta atividade
eletrocatalítica sobre a oxidação de urapidil. Alguns fatores experimentais
foram investigados para a determinação de urapidil utilizando DPV, como o
efeito do pH e efeito do tempo e potencial de acumulação. Uma curva analítica
foi obtida para urapiril na faixa de concentração de 5,0x10
-8
a 2,0x10
-8
mol L
-1
,
com limite de detecção de 3,8x10
-8
mol L
-1
. Os autores também estudaram o
efeito de alguns interferentes sobre a seletividade do método proposto. Os
10
resultados obtidos para a determinação de urapidil em formulações
farmacêuticas apresentam coeficiente de recuperação entre 98 e 102%.
Utilizando um eletrodo de pasta de CNTs modificado com 2,2’-[1,2-
etanedilbis (nitriloetilidino)]-bis-hidroquinona (EBNBH) Beitollahi et al.
27
determinaram simultaneamente epinefrina, ácido úrico e ácido fólico em soro
de sangue humano. O comportamento eletroquímico de eletrodo foi estudado
em tampão fosfato utilizando voltametria cíclica em diferentes velocidades de
varredura. Os resultados dos voltamogramas cíclicos mostraram perda de
atividade eletrocatalítica do EBNBH, indicando necessidade de regeneração da
superfície do eletrodo. Os autores também estudaram a oxidação
eletrocatalítica de epinefrina sobre o eletrodo proposto. A determinação
simultânea de epinefrina, ácido úrico e ácido fólico foi realizada utilizando DPV.
Curvas analíticas foram obtidas para epinefrina, ácido úrico e ácido fólico nas
faixas de concentração de 0,7 a 1200x10
-6
mol L
-1
, de 25 a 750x10
-6
mol L
-1
e
de 15 a 800x10
-6
mol L
-1
respectivamente. O limite de detecção para epinefrina
foi de 0,216x10
-6
mol L
-1
, de 8,8x10
-6
mol L
-1
para ácido úrico e de 11x10
-6
mol L
-
1
para ácido fólico. Os resultados obtidos para a determinação simultânea de
epinefrina, ácido úrico e ácido fólico em soro de sangue humano apresentam
coeficientes de recuperação entre 95,2 e 102,4% e desvio padrão relativo entre
2,2 e 4,3%.
Os eletrodos de pasta de carbono modificados com CNTs ganharam
cada vez mais popularidade no campo de eletroanalítica sendo de interesse
analítico investigar o uso desses eletrodos em determinações de compostos
orgânicos.
Utilizando um eletrodo de pasta de carbono modificado com filme de
CNTs Zhuang et al.
28
estudaram as propriedades eletrocatalíticas de bernegina
e determinaram-no em formulações farmacêuticas. O sistema eletródico foi
preparado recobrindo o eletrodo de pasta de carbono com 10 µL de suspensão
de CNTs e DMF 0,1 mg mL
-1
. O comportamento eletroquímico do eletrodo de
pasta de carbono modificado com CNTs foi estudado e comparado ao do
eletrodo de pasta de carbono utilizando voltametria cíclica e voltametria de
pulso diferencial em solução bernegina e os resultados mostraram que ocorre
um decréscimo de 135 mV no potencial de oxidação da bernegina quando
comparado ao eletrodo de pasta de carbono tradicional. Os autores também
11
estudaram o efeito do pH e da velocidade de varredura na resposta
eletroquímica, além de descreverem o efeito de interferentes orgânicos no
comportamento eletroquímico de bernegina. Uma curva analítica foi obtida para
bernegina na faixa de concentração de 6,0x10
-7
a 1,0x10
-5
mol L
-1
, com limite
de detecção de 7,0x10
-8
mol L
-1
. Para a determinação de bernegina em
formulações farmacêuticas foi utilizado o método de adição de padrão e os
resultados apresentaram coeficientes de recuperação entre 99,8 e 100,2%.
Li et al.
29
relataram o uso de eletrodo de pasta de CNTs/grafite para a
determinação de cisapride por voltametria de redissolução de pulso diferencial .
O comportamento voltamérico do eletrodo foi investigado por meio de
voltamogramas cíclicos em solução contendo cisapride e as respostas obtidas
foram comparadas as obtidas com eletrodo de pasta de carbono. Os resultados
mostraram que a oxidação de cisapride é controlada por um processo
irreversível de adsorção. A influência do pH sobre a resposta voltamétrica do
eletrodo em soluções de cisapride também foi investigado. Uma curva analítica
foi obtida para cisapride com faixa de concentração de 4,0x10
-8
a 2,0x10
-5
mol
L
-1
, com limite de detecção de 1,0x10
-8
mol L
-1
. Estudos de interferentes foram
realizados pelos autores e os resultados mostraram que não ocorre perda de
seletividade do método. Os resultados obtidos para a determinação de
cisapride em formulações farmacêuticas apresentam coeficiente de
recuperação entre 94 e 104%, com desvio padrão menor que 3,6%.
Dong et al.
30
utilizaram um eletrodo de pasta de carbono modificados
com CNTs e Cu
2
O para a determinação de aminoácidos. O sensor foi
preparado pela mistura de CNTs, parafina, grafite e Cu
2
O, sendo que o efeito
da composição de Cu
2
O foi estudado pelos autores. O efeito do pH sobre o
potencial e corrente de oxidação de 19 aminoácidos foi avaliado.
Voltamogramas hidrodinâmicos foram utilizados para selecionar o potencial de
trabalho para futuras determinações utilizando o eletrodo com detector em
eletroforese capilar. Os autores também construíram curvas analíticas para
alguns aminoácidos que apresentaram limites de detecção na ordem de 10
-7
a
10
-8
mol L
-1
.
12
1.2.2- Eletrodo de Carbono Vítreo Modificado com CNTS
Os eletrodos de carbono vítreo (GC) modificados com CNTs são cada
vez mais empregados no campo de eletroanalítica sendo de interesse
investigar o uso desses eletrodos em determinações analíticas. A seguir será
apresentada uma breve revisão sobre o uso deste tipo de eletrodo, o qual tem
maior relação com a proposta deste trabalho.
Wu et al.
31
empregaram um eletrodo GC revestido com filme de
MWCNTs na determinação simultânea de dopamina e serotonina. O sistema
eletródico foi preparado recobrindo o GC com 5 µL de suspensão de MWCNTs
e dihexadecil hidrogênio fosfato (DHP) 1 mg mL
-1
. As respostas eletroquímicas
características desse eletrodo foram examinadas e comparadas às do eletrodo
GC e do eletrodo GC recoberto com DHP em soluções de dopamina e
serotonina em tampão fosfato pH 7,0. Os autores também estudaram o efeito
do pH e da velocidade de varredura na resposta eletroquímica, além de
descreverem o comportamento eletroquímico da mistura de dopamina e
serotonina no eletrodo. Curvas analíticas foram obtidas para serotonina e
dopamina nas faixas de concentração de 2,0x10
-8
a 5,0x10
-6
mol L
-1
e 5,03x10
-8
a 5,0x10
-6
mol L
-1
, respectivamente. O limite de detecção para serotonina foi de
5,0x10
-9
mol L
-1
e de 1,1x10
-8
mol L
-1
para dopamina. Para a determinação
simultânea de dopamina e serotonina, alíquotas de serotonina (ou dopamina)
foram adicionadas à solução do eletrólito contendo dopamina (ou serotonina)
com concentração conhecida, mostrando que não há interferência na oxidação
de dopamina e serotonina. A influência de ácido ascórbico e ácido úrico sobre
a determinação de dopamina e serotonina também foi estudada, e os
resultados mostraram que ácido ascórbico e ácido úrico não interfere na
resposta voltamétrica de dopamina e serotonina. O eletrodo modificado foi
empregado para a determinação de dopamina e serotonina em soro de sangue
humano.
Goyal e Singh
32
determinaram simultaneamente dopamina e adenosina
em fluídos biológicos utilizando um eletrodo de GC recoberto com um filme de
suspensão CNTs e DMF. O comportamento eletroquímico de dopamina e
adenosina sobre o eletrodo foi investigado por voltametria de pulso diferencial.
13
Os resultados foram comparados com os obtidos com o eletrodo grafite
pirolítico, mostrando um aumento na corrente de pico ao utilizar o eletrodo GC
recoberto com CNTs. Curvas analíticas foram obtidas para dopamina na
presença adenosina, e para adenosina na presença de dopamina com faixa de
concentração de 1,0 a 100,0x10
-6
mol L
-1
, com limite de detecção de 7,0 e
34,7x10
-6
mol L
-1
, respectivamente.
Para a determinação seletiva de ácido úrico na presença de ácido
ascórbico Rodrigez et al.
33
utilizou um eletrodo GC modificado com CNTs
dispersos em polilisina e voltametria de pulso diferencial e voltametria de
redissolução de pulso diferencial . Os comportamentos voltamétricos de ácido
úrico, ácido ascórbico e da mistura destes ácidos sobre o eletrodo proposto
foram investigados e comparados aos comportamentos observados em um
eletrodo GC utilizando voltametria cíclica. Os resultados mostraram um
aumento nas correntes de pico para o ácido úrico e ácido ascórbico quando o
eletrodo proposto é utilizado, além de ocorrer um deslocamento nos picos de
oxidação para potenciais mais negativos. Os resultados para a mistura de
ácido úrico e ascórbico obtidos utilizando DPV mostram uma separação e
definição nos picos de oxidação indicando que o eletrodo pode ser empregado
para a determinação seletiva de ácido úrico. Curvas analíticas para ácido úrico
na ausência e na presença de ácido ascórbico foram obtidas, com limite de
detecção de 17x10
-6
mol L
-1
na presença de ácido ascórbico. Os autores
também construíram curvas analíticas utilizando voltametria de redissolução de
pulso diferencial, e obteve-se limite de detecção de 2,2x10
-6
mol L
-1
para ácido
úrico na presença de ácido ascórbico.
Huang et al.
34
determinaram 4-aminofenol em amostras de água
utilizando um eletrodo GC recoberto com um filme de suspensão de nanotubos
de carbono single-walled (SWCNTs) e Nafion por voltametria de redissolução.
O eletrodo foi caracterizado por microscopia eletrônica de transmissão (TEM) e
voltametria cíclica em solução de tampão HCl-citrato de sódio e, o
comportamento eletroquímico de 4-aminofenol sobre o eletrodo proposto foi
investigado por voltametria de pulso diferencial. Os resultados foram
comparados com os obtidos com o eletrodo GC e com o eletrodo GC recoberto
com Nafion, mostrando um aumento na corrente de pico ao utilizar o eletrodo
SWCNTs-Nafion GC. Os autores também estudaram o efeito do pH, do
14
potencial e do tempo de acumulação e a influencia da quantidade da
suspensão SWCNTs-Nafion sobre a resposta eletroquímica do eletrodo. Após
a otimização das condições experimentais foi construída uma curva analítica
com região linear entre 5,0x10
-9
e 2,0x10
-6
mol L
-1
e limite de detecção de
8,0x10
-10
mol L
-1
e reprodutibilidade com desvio padrão relativo de 3,7%. A
determinação de 4-aminofenol em amostra de água foi realizada utilizando o
método proposto e os resultados foram comparados aos obtidos com titulação
potenciométrica.
35
utilizou um eletrodo GC modificado com CNTs para a determinação
de 8-azaguanina em urina humana. O sistema eletródico foi preparado
recobrindo o eletrodo GC com 5 µL de suspensão de MWCNTs e decetil fosfato
(DCP) (0,5mg mL
-1
). A caracterização do eletrodo foi feita por microscopia de
transmissão de elétrons (TEM). O comportamento eletroquímico do eletrodo foi
estudado e comparado ao eletrodo GC por voltametria cíclica e DPV em
solução de 8-azaguanina em tampão fosfato pH 7,0. O autor também estudou o
efeito do eletrólito suporte, da quantidade de suspensão MWCNTs-DCP, do
tempo e potencial de acumulação e interferentes sobre a resposta voltamétrica
do eletrodo. Uma curva analítica foi obtida para 8-azaguanina com região linear
entre 2,5x10
-8
e 1,0x10
-5
mol L
-1
, limite de detecção de 1,0x10
-8
mol L
-1
e RSD
de 5,3%. Os resultados obtidos para a determinação de 8-azaguanina em urina
humana apresentaram coeficiente de recuperação entre 96,2 e 103,8%.
As análises simultâneas de substâncias com semelhanças estruturais,
como os isômeros, despertam o interesse nos pesquisadores que buscam
desenvolver métodos simples, rápidos, sensíveis e seletivos para a
determinação concomitante de duas ou mais espécies sem os efeitos nocivos
da interferência, como se comenta a seguir.
O comportamento voltamétrico dos isômeros de dihidroxibenzeno foi
estudado por Ding et al.
36
, utilizando eletrodo GC modificado com MWCNTs. O
eletrodo foi preparado recobrindo o eletrodo GC com 10 µL de suspensão de
MWCNTs e DMF 1 mg mL
-1
. As respostas eletroquímicas desse eletrodo foram
examinadas e comparadas as do eletrodo GC por voltametria cíclica e
voltametria linear (LSV) em soluções de hidroquinona, catecol e resorcinol em
tampão acetato pH 5,5 e os resultados mostraram um aumento na corrente de
pico e uma diminuição no potencial de oxidação ao utilizar o eletrodo proposto.
15
Os autores investigaram o efeito do pH, do eletrólito suporte, da velocidade de
varredura e de interferentes sobre a resposta voltamétrica do eletrodo. Alguns
parâmetros analíticos também foram avaliados, como a estabilidade de
resposta e a construção de curvas analíticas para hidroquinona, catecol, e
resorcinol, com regiões lineares entre 2,0x10
-6
e 1,0x10
-4
mol L
-1
para catecol e
hidroquinona e entre 5,0x10
-6
e 8,0x10
-5
mol L
-1
para resorcinol e limite de
detecção de 6,0x10
-7
mol L
-1
, 6,0x10
-7
mol L
-1
e 1,0x10
-6
mol L
-1
,
respectivamente. Para a determinação dos isômeros de dihidroxibenzeno
foram realizadas curvas de adição e recuperação e obteve-se um coeficiente
de recuperação entre 92,0 e 103,3%.
O comportamento voltamétrico dos isômeros de nitrofenol foi estudado
por Luo et al.
37
utilizando eletrodo GC modificado com nanotubos de carbono.
O eletrodo foi preparado recobrindo o eletrodo GC com 20 µL de suspensão de
nanotubos de carbono multi-walled (MWCNTs) e N,N- dimetilformamida (DMF)
1 mg mL
-1
. A resposta eletroquímica desse eletrodo foi examinada por
voltametria cíclica e voltametria linear em soluções de o-nitrofenol, m-nitrofenol
e p-nitrofenol e os resultados mostraram picos de redução correspondentes
aos isômeros ao utilizar o eletrodo à base de CNTs. Os autores investigaram o
efeito do pH, do eletrólito suporte e da velocidade de varredura e de
interferentes sobre a resposta voltamétrica do eletrodo proposto. Alguns
parâmetros analíticos também foram avaliados, como a estabilidade de
resposta e a construção de curvas analíticas para o-nitrofenol, m-nitrofenol e p-
nitrofenol, com regiões lineares entre 4,0x10
-6
e 2,0x10
-3
mol L
-1
, entre 1,0x10
-5
e 1,0x10
-3
mol L
-1
e entre 2,0x10
-6
e 4,0x10
-3
mol L
-1
e limites de detecção de
5,0x10
-7
mol L
-1
, 6,0x10
-6
mol L
-1
e 4,0x10
-7
mol L
-1
, respectivamente. Para a
determinação dos isômeros de nitrofenol em águas de rios foram realizadas
curvas de adição e recuperação e obteve-se um coeficiente de recuperação
entre 96,0 e 102%.
Utilizando um eletrodo GC modificado com CNTs Gong et al.
38
determinaram homocisteina em sistemas biológicos. Foram confeccionados
eletrodos utilizando nanotubos de carbono purificados (p-CNTs) e nanotubos
de carbono sem purificação prévia (CNTs). Inicialmente foram obtidos
compósitos de Nafion e CNTs (purificados ou não purificados) e esta dispersão
foi então adicionada sobre a superfície de um eletrodo GC, resultando em
16
eletrodos CNTs/Nafion/GC e p-CNTs/Nafion/GC. Os comportamentos
eletroquímicos destes eletrodos foram avaliados por voltametria cíclica e os
resultados mostraram que os CNTs (especialmente os purificados) apresentam
excelente atividade eletrocatalítica sobre a oxidação de homocisteína. Algumas
características do eletrodo p-CNTs/Nafion/GC foram testadas, como a
estabilidade e a reprodutibilidade de resposta. A potencialidade do eletrodo
para a determinação de homocisteina foi estudada por meio de técnica
amperométrica. Uma curva analítica foi obtida para o sistema na faixa de
concentração de 0,10 a 60x10
-6
mol L
-1
, com limite de detecção de 0,06x10
-6
mol L
-1
. Os autores também discutiram o mecanismo catalítico e a possibilidade
de aplicação do eletrodo p-CNTs/Nafion/GC para o estudo da auto-oxidação de
homocisteina.
Utilizando um eletrodo GC modificado CNTs Rezaei e Zare
39
determinaram noscapina em sistemas biológicos e formulações farmacêuticas.
Inicialmente foi obtida uma suspensão de CNTs em ácido nítrico (65%, m/V) e
esta suspensão foi então adicionada sobre a superfície de um eletrodo GC. O
comportamento eletroquímico de noscapine sobre o eletrodo GC modificado
com CNTs foi estudado e comparado ao comportamento em GC em
voltametria cíclica. Os resultados dos voltamogramas cíclicos mostraram que
os CNTs exercem um efeito eletrocatalítico sobre a oxidação de noscapine.
Alguns fatores experimentais foram estudados utilizando voltametria cíclica,
como o efeito do pH, da velocidade de varredura, sendo que o mecanismo de
oxidação também foi proposto pelos autores . A faixa linear para a curva
analítica obtida foi de 4,0x10
-7
a 1,0x10
-4
mol L
-1
com limite de detecção de
8,0x10
-8
mol L
-1
. O efeito de interferentes sobre a seletividade de resposta do
método proposto também foi estudado. Foram realizadas curvas de adição e
recuperação para a determinação de noscapina em amostras de plasma e
formulações farmacêuticas e obtiveram-se erros relativos de 0,73 a 5,23%.
O comportamento eletroquímico de acetaminofenol (paracetamol) em
um eletrodo GC modificado com o compósito PANI-MWCNTs foi estudado por
Li e Jing
40
utilizando voltametria cíclica, amperometria e voltametria de onda
quadrada com redissolução. O eletrodo foi preparado recobrindo um eletrodo
GC com 20 µL de uma suspensão de MWCNTs, anilina e DMF. Após a
secagem do solvente o eletrodo obtido foi transferido para uma solução 0,5 mol
17
L
-1
de ácido sulfúrico para a eletropolimerização de anilina por voltametria
cíclica com janela de potencial entre 0,0 e 1,2V. A resposta eletroquímica do
eletrodo proposto foi examinada em solução de ABS e comparada as respostas
do eletrodo GC, do eletrodo de GC modificado com PANI e do eletrodo GC
modificado com MWCNTs, e os resultados indicaram que o eletrodo PANI-
MWCNTs possui uma maior área efetiva. A oxidação de paracetamol sobre o
eletrodo proposto foi investigada por meio de voltamogramas cíclicos e a
resposta obtida foi comparada as obtidas com os demais eletrodos. Os
resultados mostraram um aumento na corrente de pico e um comportamento
reversível para paracetamol no eletrodo PANI-MWCNTs. Os autores estudaram
o efeito da concentração de anilina e MWCNTs, o efeito do pH e o efeito do
potencial e tempo de acumulação sobre a resposta do eletrodo. Alguns
parâmetros analíticos também foram avaliados, como a estabilidade de
resposta, a reprodutibilidade e a construção de curvas analíticas para
paracetamol empregando voltametria de onda quadrada, com regiões lineares
entre 1,0x10
-6
e 1,0x10
-4
mol L
-1
e entre 2,5x10
-4
e 2,0x10
-3
mol L
-1
e limite de
detecção de 2,5x10
-7
mol L
-1
. Para a determinação de paracetamol em
formulações farmacêuticas foram realizadas curvas de adição e recuperação e
obteve-se coeficiente de recuperação entre 94,6 e 104%.
Modificadores imobilizados na superfície de eletrodos também foram
explorados tanto para acumulação das espécies de interesse, como para
atividade eletrocatalítica. Em ambos os casos, o desempenho analítico do
eletrodo foi substancialmente melhorado, diminuindo o limite de detecção das
espécies em análise e/ou aumentando a seletividade para uma determinada
substância.
Para a determinação seletiva de dopamina Wang et al.
41
utilizou um
eletrodo GC modificado com SWCNTs e poli-(3-metiltiofeno) (P3MT) e
voltametria de pulso diferencial. O eletrodo (P3MT/GC) foi preparado pela
eletrodeposição de P3MT sobre o eletrodo GC por voltametria cíclica em
solução 0,1 mol L
-1
de 3-metiltiofenol, com janela de potencial entre 0,0 e 1,7 V.
Após esta etapa o eletrodo P3MT/GC foi recoberto com 5 µL de uma
suspensão de SWCNTs e Nafion, o sistema eletródico obtido foi denominado
Nafion/SWCNts/P3MT/GC. O comportamento voltamétrico de dopamina sobre
o eletrodo Nafion/SWCNts/P3MT/GC foi investigado e comparado ao
18
comportamento sobre os eletrodos Nafion/SWCNts/GC, P3MT/GC e GC. Os
resultados mostraram um aumento nas correntes de pico catódicas e anódicas
quando o eletrodo Nafion/SWCNts/P3MT/GC é utilizado, além de ocorrer um
deslocamento nos picos de oxidação e redução. Parâmetros como pH,
velocidade de varredura, quantidade da suspensão Nafion/SWCNTs e
interferentes foram estudados pelos autores a fim de avaliar o efeito destes
parâmetros sobre a resposta voltamétrica do eletrodo. Os autores também
avaliaram a reprodutibilidade e estabilidade de resposta e construíram curvas
analíticas para dopamina com regiões lineares entre 0,02 e 0,1X10
-6
mol L
-1
;
0,1 e 1,0x10
-6
mol L
-1
e 1,0 e 6,0x10
-6
mol L
-1
, com limite de detecção de
5,0x10
-
9 mol L
-1
. O método de curva de calibração foi empregado para a
determinação de dopamina em amostras de formulações farmacêuticas e soro
humano, e os resultados apresentaram coeficientes de recuperação entre 95 e
105%.
Utilizando um eletrodo GC modificado com CNTs e ácido cisteíco, Wang
et al.
42
determinaram nimesulida em amostras de formulações farmacêuticas e
soro humano. O eletrodo ácido cisteíco/CNTs/GC foi preparado recobrindo
inicialmente um eletrodo GC com 10 µL de suspensão 1,0.10
-1
mg mL
-1
de
CNTs em DMF. Após a secagem do solvente o eletrodo CNTs/GC foi imerso
em uma solução 2,5X10
-3
mol L
-1
de L-cisteína e 20 ciclos consecutivos foram
realizados por voltametria cíclica para a obtenção do sistema eletródico ácido
cisteíco/CNTs/GC. Alguns fatores experimentais foram estudados, como o
efeito do eletrólito suporte, do pH e o efeito do tempo e potencial de
acumulação para DPV. Os autores também construíram uma curva analítica
para nimesulida com faixa linear entre 1,0x10
-7
e 1,0x10
-5
mol L
-1
e limite de
detecção de 5,0x10
-8
mol L
-1
. Parâmetros analíticos como reprodutibilidade,
coeficiente de recuperação e interferentes também foram avaliados. Foram
realizadas curvas de adição e recuperação para a determinação de nimesulida
em amostras de soro humano e obteve-se coeficiente de recuperação entre
96,3 e 104,5%. Os resultados para a determinação de nimesulida em
formulações farmacêuticas apresentaram erros relativos em torno de 3,3%.
19
1.2.3- Biossensores à base de CNTs
O biossensor pode ser definido como a combinação de um elemento de
reconhecimento biológico (como por exemplo, enzima, célula, anticorpo, entre
outros) e um transdutor físico, em contato íntimo entre eles. O papel de um
transdutor é relacionar a concentração de um analito a uma propriedade
química ou física, que será seqüencialmente detectada, convertida em um sinal
elétrico/óptico, que é amplificado. Em geral, as medidas são feitas baseando-se
no consumo ou na produção de algum composto que participa de uma reação
bioquímica
43
.
Os biossensores têm sido desenvolvidos e aplicados às análises
clinicas, ambientais e de alimentos. Na atualidade, os biossensores
eletroquímicos têm sido amplamente explorados devido a sua simplicidade e
baixo custo e as enzimas são utilizadas como elementos de bio-
reconhecimento
43
.
O desenvolvimento de métodos empregando biossensores para o
monitoramento de analitos atrai muita atenção, devido às características e
vantagens como simplicidade e baixo custo de instrumentação, resposta rápida
e mínimo preparo de amostras. Exemplos deste tipo de trabalho, utilizando
eletrodos de CNTs, são apresentados a seguir.
Salimi et al.
44
desenvolveram um novo biossensor, para glicose,
preparado pela imobilização da enzima glicose oxidase (GOD) em compósito
sol-gel sobre a superfície de um eletrodo de grafite pirolitico basal plano (bppg)
modificado com MWCNTs. O comportamento eletroquímico do eletrodo
modificado foi estudado e comparado ao do eletrodo bppg não-modificado
utilizando voltametria cíclica em solução de peróxido de hidrogênio e os
resultados mostraram que os CNTs possuem excelente atividade
eletrocatalítica para a redução e oxidação de peróxido de hidrogênio liberado
na reação enzimática entre a enzima GOD e a glicose, permitindo a
determinação de glicose. O eletrodo também foi testado como detector
amperométrico de glicose em tampão fosfato pH 7,4. Uma curva analítica foi
obtida para o sistema com faixa de linearidade de 0,2 a 20x10
-3
mol L
-1
,
apresentando sensibilidade de 196 nA/mmol L
-1
. Algumas características do
20
eletrodo foram testadas, como a reprodutibilidade, a estabilidade, o tempo de
resposta e tempo de vida, indicando que o eletrodo proposto apresenta
propriedades adequadas para a determinação de glicose. Foram realizadas
curvas de adição e recuperação para a determinação de glicose em amostras
de soro humano e obteve-se um coeficiente de recuperação entre 95,6 e
103,0%.
Tang et al.
45
desenvolveram um novo biossensor amperometrico,
baseado na adsorção GOD sobre eletrodo de nanopartícula de platina
modificado com CNTs. Foram construídos eletrodos de grafite/CNTs, de
Pt/CNTs e GOD/PT/CNTs, sendo este último recoberto com filme de Nafion
(Nafion/GOD/Pt/CNTs). As morfologias e o comportamento eletroquímico dos
eletrodos grafite/CNTs, Pt/CNTs e Nafion/GOD/Pt/CNTs foram estudados por
microscopia eletrônica de varredura, voltametria cíclica e métodos
amperométricos. Algumas características do eletrodo Nafion/GOD/Pt/CNTs
foram testadas, como a reprodutibilidade e a estabilidade de resposta, além de
descreverem o efeito do pH, de interferentes e do potencial de oxidação na
resposta eletroquímica do eletrodo. Para a determinação amperomértrica de
glicose utilizando o eletrodo Nafion/GOD/Pt/CNTs foi construída uma curva
analítica, cuja faixa linear foi de 0,1 a 13,5X10
-3
mol L
-1
, tempo de resposta
menor que 5 s, densidade de corrente de 1,176 mA cm
-2
e sensibilidade de 91
mA mol
-1
L cm
-2
. Os resultados obtidos para a determinação de glicose em
plasma humano foram satisfatórios, com erro relativo de -3,33 a 4,19%.
Deo et al.
46
descreveram o uso de um biossensor de GC revestido com
de CNTs e hidrolase organofosforado (OPH) para a determinação dos
pesticidas organosfosforados paraoxion e metil paration. O biossensor GC-
OPH-CNTs foi preparado recobrindo inicialmente um eletrodo de GC com 20
µL de suspensão 5 mg mL
-1
de CNTs em uma mistura de Nafion e tampão
fosfato pH 7,4 (1:9, v/v). Após a secagem do solvente, a enzima OPH foi
imobilizada sobre a superfície do eletrodo por meio do recobrimento com 10 µL
de solução de OHP (50 IU mL
-1
) em Nafion. Os autores estudaram a detecção
anódica de p-nitrofenol e os resultados mostraram que o eletrodo GC-OPH-
CNT pode ser utilizado para a investigação do comportamento anódico de
outros compostos fenólicos. Parâmetros como a composição do filme e o
potencial para a determinação amperométrica foram estudados através de
21
voltamogramas hidrodinâmicos. Curvas analíticas para os pesticidas paraoxon
e metil paration foram construídas nas faixas de concentração de 4,0 a
10,0x10
-6
mol L
-1
e 2,0 a 10,0x10
-6
mol L
-1
, respectivamente.
Odaci et al.
47
desenvolveram um biossensor à base de CNTs e a enzima
piranose oxidase (POx) para a determinação de glicose em vinhos. O sistema
eletródico foi preparado pela mistura de CNTs, grafite, enzima piranose oxidase
e óleo mineral em diferentes proporções. Os autores estudaram o efeito da
quantidade de enzima como modificador e da quantidade de CNTs, o efeito do
pH e o efeito de temperatura sobre a resposta voltamétrica do biossensor.
Algumas características do biossensor CNTs/POx foram testadas, como a
repetibilidade e a estabilidade de resposta, além de construírem uma curva
analítica na faixa linear de 0,2x10
-3
a 30,0x10
-3
mol L
-1
. A determinação de
glicose em vinhos foi realizada utilizando o método proposto e os resultados
apresentaram coeficientes de recuperação entre 93 e 109%.
Du et al.
48
utilizaram um biossensor à base da enzima acetilcolinesterase
(AchE) imobilizada em compósito MWCNTs e quitosana (MC) sobre um
eletrodo GC para a determinação de inseticidas organofosforados. O sistema
eletródico AchE-MC/GCE foi preparado recobrindo o eletrodo GC com 2 µL de
suspensão de MWCNTs, quitosana e glutaraldeído Sobre este compósito
foram adicionados 4 µL de uma solução de AchE. O eletrodo foi caracterizado
por AFM. O comportamento eletroquímico do biossensor AchE-MC/GCE foi
estudado utilizando voltametria cíclica em solução cloreto de acetiltiocolina 0,4
mmol L
-1
em tampão fosfato pH 7,0. Os resultados mostraram um pico de
oxidação em 660 mV. Este pico corresponde ao processo de oxidação de
tiocolina, produto da hidrólise de acetiltiocolina, catalisada pela enzima AchE
imobilizada. Para a determinação do inseticida triazofos alguns fatores
experimentais foram estudados, como o efeito do tempo de incubação sobre a
inibição da atividade enzimática causa pelo inseticida. Curvas analíticas foram
obtidas para o sistema com faixas de linearidade de 0,03 a 7,8x10
-6
mol L
-1
e
de 7,8 a 32x10
-6
mol L
-1
, apresentando limite de detecção de 0,01x10
-6
mol L
-1
.
Utilizando o mesmo biossensor Du et al.
49
determinaram os inseticidas
organofosforados carbaril, malation, dimetoate e monocrotofos. Os
comportamentos eletroquímicos destes inseticidas sobre o biossensor AchE-
MC/GCE foram estudados em voltametria cíclica. Os resultados dos
22
voltamogramas cíclicos mostraram uma perda significativa na corrente de pico
com a adição destes inseticidas. Contudo, este decréscimo na corrente de pico
é diferente para cada pesticida, indicando que a inibição depende da interação
entre o pesticida e a enzima. Com base nestes resultados, os autores
compararam a sensibilidade do sistema eletródico para cada inseticida. Este
estudo mostrou uma maior sensibilidade para o pesticida carbaril, seguido de
malatiom, dimetoate e monocrotofos.
1.2.4- Considerações Finais
Durante a última década, o desenvolvomento de eletrodos à base de
CNTs mostrou um crescente interesse em eletroanalítica. Como já
mencionado, inúmeros são os métodos existentes para o preparo destes
eletrodos. No entanto, a escolha do método de preparo pode influenciar
significativamente na resposta analítica, sendo que a escolha adequada do
mesmo é de grande interesse para o bom desempenho dos eletrodos à base
de CNTs.
Pela revisão de literatura, de uma forma geral, é possível concluir que a
estratégia empregada no preparo de eletrodos à base de CNTs leva a
obtenção de resultados analíticos variados, sobre tudo do ponto de vista de
sensibilidade e limite de detecção. Estas diferenças encontradas em relação a
limite de detecção e sensibilidade é uma das motivações para o
desenvolvimento desta tese.
Outro parâmetro muito importante no desenvolvimento dos eletrodos à
base de CNTs é a origem e o método de preparo dos mesmos. Assim, a
grande variedade de CNTs encontrados comercialmente, com número de
paredes, diâmetros e quiralidade diferentes leva a uma dificuldade na
comparação das respostas analíticas obtidas. Considerando as referências
apresentadas nota-se que eletrodos preparados por estratégias semelhantes,
mas que utilizam CNTs de diferentes procedências pode levar a obtenção de
diferentes resultados analíticos. De modo geral, estas observações são mais
freqüentes em eletrodos preparados na forma de filme, visto que CNTs com
23
número de paredes, diâmetros e quiralidade distintos podem dispersar de
diveras maneiras, influenciando no filme de CNTs obtido.
Quando se trata de eletrodos na forma de pasta de CNTs, uma grande
variedade de trabalhos pode ser encontrada na literatura utilizando diversos
tipos de aglutinantes. O aglutinante (responsável pela consistência da pasta)
deve preencher os intersticios entre as partículas de CNTs e deve ser
eletroinativo, quimicamente inerte, imicivel com água (e outros solventes),
possuir baixa volatilidade e não conter impurezas. Sendo assim, o uso de
diferentes aglutinantes no preparo de eletrodos na forma de pasta dificulta a
comparação entre as inúmeras respostas analíticas encontradas na literatura.
Após a apresentação de CNTs ao meio científico em 1991, observou-se
uma grande quantidade de trabalhos referentes ao desenvolvimento de
eletrodos à base de CNTs, uma vez que esperava-se um grande aumento de
sensibilidade, atribuída tanto as propriedades eletrônicas quanto ao diâmetro
nanomêtrico (grande área superficial) dos CNTs. Contudo, pode-se concluir
com base no que foi relatado nesta revisão bibliográfica, que o emprego de
CNTs na confecção de eletrodos para determinações eletroanalíticas leva a um
pequeno aumento na sensibilidade e também a uma pequena diminuição nos
valores de limites de detecção. No entento, é possível concluir também, que os
CNTs apresentam propriedades eletrocatalíticas sobre a oxidação de inúmeros
compostos orgânicos, e assim é possível a determinação simultânea de
espéceis com estruturas semelhantes, ou seja, ocorre um ganho em relação à
seletividade de resposta. Estas propriedades eletrocatalíticas dos CNTs são
atribuídas a grupos funcionais contendo oxigênio, como grupos carboxílicos,
sobre a superfície dos mesmos.
Os CNTs também são muito utilizados no preparo de eletrodos
modificados, onde modificadores químicos são introduzidos na matriz do
eletrodo ou depositados sobre os mesmos. Muitos trabalhos foram encontrados
na literatura empregando-se enzimas como modificador químico. Estes
biossensores à base de CNTs apresentam vantagens em relação a tempo de
vida e imobilização enzimática. Isto porque os CNTs apresentam propriedades
adequadas, como alta área superficial, que podem favorecer a imobilização de
enzimas na matriz do biossensor, ou ainda pelos grupos funcionais presentes
nas superfícies dos CNTs, como grupos carboxílicos.
24
Com o grande volume de publicações muito se aprendeu sobre os
eletrodos à base de CNTs. Entretanto, as discussões apresentadas nesta
revisão mostram que o desenvolvimento de eletrodos à base de CNTs pode
crescer ainda mais, haja vistas que muitas questões necessitam de resposta,
principalmente com relação ao ganho de sensibilidade esperado para este
material.
25
1.3- Analitos de Interesse
1.3.1- Hidroquinona
A hidroquinona é um sólido cristalino branco, obtido primeiramente em
1820 por Pelletier e por Caventou pela destilação seca de ácido quinico
50
.
Atualmente é usada como agente redutor orgânico, especialmente em
reveladores fotográficos, na produção de inibidores de polimerização e
borrachas e nos antioxidantes de alimentos. A hidroquinona e alguns de seus
éteres são usados em cremes dermatológicos como despigmentadores e como
agentes inibidores do mecanismo de formação de melanina. Sua fórmula
molecular é C
6
H
6
O
2
, e sua fórmula estrutural se encontra representada na
Figura 1.4:
FIGURA 1.4 – Fórmula estrutural da hidroquinona.
São encontrados vários estudos na literatura sobre a determinação de
hidroquinona utilizando técnicas eletroanáliticas empregando eletrodos à base
de carbono
51,52
.
1.3.2- Paraquat
O paraquat (MV) (1,1-dimetil-4,4-bipiridina-dicloreto) é um herbicida
utilizado no controle de ervas daninhas em cultivos com chá, milho, soja e
frutas. Essa substância foi introduzida na década de 30, porém somente
começou a ser utilizado como indicador redox na década de 50. Suas
propriedades como herbicida foram avaliadas em 1958 e alguns anos depois
foi introduzido comercialmente
53
. O paraquat é extremamente tóxico, podendo
OH
OH
26
causar intoxicações fatais em humanos e animais, sendo sua determinação em
amostras, como águas naturais, de grande interesse nos dias atuais. Sua
fórmula molecular é C
12
H
14
Cl
2
N
2
,
e sua fórmula estrutural é apresentada na
Figura 1.5:
FIGURA 1.5 – Fórmula estrutural do paraquat.
1.3.3- Rutina e Quercetina
A rutina é um flavonol glicosídico pertencente a uma importante classe
de flavonóides, sendo extensamente encontrados na natureza. A rutina
apresenta uma importância terapêutica em virtude de determinar a
normalização da resistência e permeabilidade das paredes dos vasos
capilares, além de inibir o processo de formação de radicais livres em vários
estágios
54
. Sua fórmula molecular é C
27
H
30
O
16
, e sua fórmula estrutural se
encontra representada na Figura 1.6:
FIGURA 1.6 – Fórmula estrutural da rutina.
27
O mecanismo de oxidação desse flavonóide é observado na
Figura 1.7. Em uma única etapa, a molécula de rutina é eletroquimicamente
oxidada em um processo que envolve a oxidação 3’4’ dihidróxi substituído no
anel B.
FIGURA 1.7 – Mecanismo de oxidação da rutina.
A determinação analítica de rutina envolve diferentes técnicas como
espectrofotometria
55
e cromatografia
56
. Entretanto, nesta revisão, procurou-se
destacar alguns métodos eletroanalíticos, os quais tem maior relação com a
proposta deste trabalho, que envolvem eletrodos à base de carbono.
Um eletrodo de pasta de carbono modificado com poli (vinilpirrolidona)
(PVP) foi utilizado por Franzoi et al.
57
para a determinação de rutina em
formulações farmacêuticas. O eletrodo foi preparado misturando-se pó de
grafite, Nujol e PVP na proporção de 75:15:10% em massa. O PVP foi utilizado
como modificar por apresentar propriedades adsortivas sobre rutina.
Parâmetros experimentais foram otimizados pelos autores, como eletrólito
suporte, pH, velocidade de varredura e tempo de acumulação. Após a
otimização destes parâmetros foi obtida uma curva analítica para rutina
utilizando voltametria linear sweep com faixa linear de 3,9x10
-7
a 1,3x10
-5
mol L
-
1
e limite de detecção de 1,5x10
-7
mol L
-1
. Alguns fatores analíticos como
repetibilidade, reprodutibilidade e estudos de interferentes também foram
avaliados pelos autores. Foram realizadas curvas de adição e recuperação
para amostras de rutina e obteve-se coeficiente de recuperação entre 98,3 e
101,7%. A técnica de adição de padrão foi usada para a determinação rutina
em formulações farmacêuticas. Os resultados encontrados foram satisfatórios,
erro relativo entre 1,4 e 6,1%.
28
Utilizando um eletrodo de carbono vítreo modificado com filme de ácido
poli glutâmico Santos et al.
58
determinaram rutina em formulações
farmacêuticas. Inicialmente os autores investigaram a incorporação
eletroquímica de rutina sobre o filme de ácido poli glutâmico por voltametria
cíclica. Os autores também compararam a resposta voltamétrica do eletrodo
proposto com a resposta obtida utilizando um eletrodo GC, e os resultados
mostraram um aumento significativo nas correntes de pico anódica e catódica.
Alguns fatores experimentais foram estudados utilizando voltametria cíclica,
como o efeito da velocidade de varredura e o efeito do pH. Uma curva analítica
para a rutina foi obtida utilizando voltametria de onda quadrada, com região
linear ente 7,0x10
-7
e 1,0x10
-5
mol L
-1
e limite de detecção de 3,4x10
-7
mol L
-1
.
Os resultados obtidos para a determinação de rutina em formulações
farmacêuticas apresentam coeficiente de recuperação entre 105 e 106,5%.
Fernandes et al.
59
desenvolveram um biossensor para rutina preparado
pela imobilização de lacase em quitosana crosslinked com tripolifosfato (TPP)
e um eletrodo de pasta de carbono. Para a construção do biossensor proposto
foram realizados estudos para verificar o efeito da concentração de lacase.
Parâmetros experimentais também foram otimizados, como o efeito do pH,
freqüência e amplitude de pulso para voltametria de onda quadrada. Após a
otimização das condições experimentais, foram obtidas curvas analíticas para
rutina com regiões lineares entre 5,99x10
-7
e 3,92x10
-6
mol L
-1
e entre 5,82x10
-6
e 1,31x10
-5
mol L
-1
, com limite de detecção de 6,23x10
-8
. Algumas
características do biossensor foram testadas, como a repetibilidade,
reprodutibilidade e a estabilidade indicando excelente imobilização de lacase
sobre quitosana crosslinked com TPP. Foram realizadas curvas de adição e
recuperação para a determinação de rutina em formulações farmacêuticas e
obteve-se coeficientes de recuperação entre 92 e 105%.
MALAGUTTI et al.
60
relataram o uso do eletrodo compósito à base de
poliuretana e grafite (GPU) para a determinação de rutina em chá verde por
voltametria de onda quadrada. O comportamento eletroquímico do eletrodo
compósito foi estudado e comparado ao eletrodo de carbono vítreo utilizando
voltametria cíclica em solução de rutina e os resultados mostraram um
aumento na corrente de pico ao utilizar o eletrodo compósito GPU. A influência
do pH sobre a resposta voltamétrica do eletrodo em soluções contendo rutina
29
também foi investigado. Parâmetros experimentais como freqüência, step e
amplitude foram otimizados. Os autores também construíram uma curva
analítica para a rutina, com faixa linear entre 1,1x10
-6
e 3,1x1
-6
mol L
-1
e limite
de detecção de 7,1x10
-9
mol L
-1
. Os resultados obtidos para a determinação de
rutina em chá verde utilizando o eletrodo compósito GPU concordaram com os
resultados obtidos com HPLC.
A quercetina é um flavonóide amplamente distribuído no reino vegetal.
Trata-se de um composto polifenólico presente naturalmente em vegetais
como, maçã, cebola, chá e em plantas medicinais como Ginkgo biloba,
Hypericum perforatum. A quercetina possui propriedades antioxidante. Tem
atividade cardiovascular, reduzindo o risco de morte por doenças das
coronárias e diminuindo a incidência de enfarte do miocárdio
54
. Sua fórmula
molecular é C
15
H
10
O
7
, e sua fórmula estrutural se encontra representada na
Figura 1.8:
FIGURA 1.8 – Fórmula estrutural da quercetina.
O mecanismo de oxidação da quercetina é observado na
Figura 1.9. Em uma primeira etapa, a molécula de quercetina é
eletroquimicamente oxidada em um processo que envolve a oxidação de 3’4’
dihidróxi substituído no anel B. Posteriormente, ocorre oxidação da hidroxila
substituída no anel C.
30
FIGURA 1.9 – Mecanismo de oxidação da quercetina.
São encontrados vários estudos na literatura sobre a determinação de
quercetina, envolvendo diferentes técnicas. Entretanto, nesta revisão,
destacam-se, a seguir, os métodos eletroanalíticos, os quais tem maior relação
com a proposta deste trabalho que envolve eletrodos à base de carbono.
A determinação de quercetina na presença de ácido ascórbico foi
realizada com auxílio da técnica de voltametria de onda quadrada por Xu e
Kim
61
utilizando um eletrodo de carbono vítreo modificado com filme de CNTs.
O comportamento eletroquímico de quercetina sobre o eletrodo de carbono
vítreo modificado com CNTs foi estudado e comparado ao comportamento em
GC em voltametria cíclica e DPV. Os resultados dos voltamogramas cíclicos
mostraram um ganho significativo na corrente de pico com a utilização do
eletrodo GC modificado com CNTs. O efeito do pH sobre a resposta
voltamétrica do eletrodo foi estudado pelos autores. Alguns parâmetros
analíticos também foram avaliados, como o efeito de interferentes. Uma curva
analítica foi obtida para quercetina na presença de ácido ascórbico, com faixa
de concentração de 0,02x10
-6
a 1,8x10
-6
mol L
-1
. Para a determinação seletiva
31
de quercetina foi utilizado o método de adição de padrão e os resultados
mostraram que o método proposto pode ser utilizado para a determinação de
quercetina.
Um eletrodo de carbono vítreo modificado com CNTs e os monômeros
sucinoglicam foi utilizado por Jin et al.
62
para a determinação de quercetina.
Voltamogramas cíclicos foram realizados em solução quercetina para avaliar a
resposta voltamétrica do eletrodo. Os resultados mostraram que ocorre um
aumento de corrente em relação às respostas obtidas utilizando eletrodos de
carbono vítreo convencionais. Para a determinação de quercetina foi obtida
uma curva analítica utilizando voltametria de onda quadrada com região linear
entre 2,36 e 59x10
-6
mol L
-1
.
O comportamento voltamétrico de quercetina sobre um eletrodo de pasta
de carbono foi investigado por Farglaly
63
. O eletrodo foi preparado pela mistura
de pó de grafite e parafina na proporção de 85:15% m/m. O comportamento
eletroquímico de quercetina sobre o eletrodo de pasta de carbono foi estudado
em voltametria cíclica. Alguns fatores experimentais foram estudados, como o
efeito do eletrólito suporte, o efeito do pH, o efeito do potencial e tempo de
acumulação para voltametria de onda quadrada, o efeito de interferntes e a
construção de curva analítica para a quercetina. A faixa linear para a curva
analítica foi de 67,66 e 338,3 ppb com limite de detecção de 6,77 ppb. O
método de adição de padrão foi utilizado para a determinação de quercetina
em amostras de urina e os resultados obtidos apresentaram coeficiente de
recuperação de 99,9 ± 0,5%.
Utilizando um eletrodo de pasta de nanotubos de carbono e voltametria
cíclica com pré-concentração XIAO et al.
64
determinaram o flavanóide
quercetina. O eletrodo de pasta de CNTs foi preparado pela mistura de CNTs e
parafina na proporção de 7/3 (m/m). Parâmetros como pH, velocidade de
varredura, eletrólito suporte, potencial e tempo de acumulação e interferentes
foram estudados pelos autores a fim de avaliar o efeito destes parâmetros
sobre a resposta voltamétrica do eletrodo. Após a otimização dos parâmetros
experimentais, uma curva analítica foi obtida com regiões lineares entre
2,0x10
-9
a 1,0x10
-7
mol L
-1
e 1,0x0
-7
a 2,0x10
-5
mol L
-1
. Algumas características
do eletrodo foram testadas como a reprodutibilidade e a regeneração indicando
que o eletrodo proposto apresenta propriedades adequadas para a
32
determinação de quercetina. O método de adição de padrão foi utilizado para a
determinação de quercetina em rutina hidrolisada e os resultados
apresentaram coeficiente de recuperação entre 99,2 e 102,6%.
Os eletrodos à base de nanotubos de carbono têm sido utilizados na
determinação de rutina e de quercetina, como se observa a seguir:
Lin et al.
65
empregaram um eletrodo de pasta de CNTs na determinação
simultânea de quercetina e rutina. As respostas eletroquímicas características
desse eletrodo foram examinadas e comparadas às do eletrodo de carbono
vítreo em solução de rutina, solução de quercetina e solução da mistura
quercetina e rutina em tampão Britton-Robinson pH 7,0. Os resultados mostram
que ocorre um decréscimo nos potenciais de oxidação da rutina e da
quercetina quando utilizado o eletrodo de pasta de CNTs. Foi observado
também resposta voltamétrica para a mistura quercetina e rutina quando
utilizado o eletrodo de pasta de CNTs. Os autores também estudaram o efeito
do pH e do tempo de pré-concentração na resposta eletroquímica do eletrodo.
Algumas características do eletrodo foram testadas, como a reprodutibilidade,
repetibilidade e o efeito de interferentes como ácido cítrico e ácido ascórbico.
Uma curva analítica foi obtida para quercetina na presença de 10,0x10
-6
mol L
-1
de rutina na faixa de concentração de 0,05x10
-6
a 5,0x10
-6
mol L
-1
. Também foi
obtida uma curava analítica para rutina na presença de quercetina com região
linear de 0,1x10
-6
a 10,0x10
-6
mol L
-1
. O limite de detecção para a quercetina foi
de 2,0x10
-8
mol L
-1
e de 4,0x10
-8
mol L
-1
para a rutina. O eletrodo foi empregado
para a determinação de quercetina e rutina em soro de sangue humano e
urina.
Xu et al
66
discutem o uso de um eletrodo compósito à base de CNTs e
polistireno para a determinação de rutina e quercetina em plantas medicinais
utilizando eletroforese capilar. Os resultados obtidos utilizando o eletrodo
compósito à base de CNTs foram comparados aos obtidos utilizando um
eletrodo compósito à base de grafite. Os resultados mostraram uma maior
separação dos picos dos flavonóides e também uma maior corrente. Os
autores também estudaram fatores analíticos como estabilidade de resposta e
construíram curvas analíticas para os flavonóides com região linear entre
1,0x10
-6
e 1,0x10
-3
mol L
-1
. A determinação de rutina e quercetina em plantas
medicinais apresentaram desvio padrão entre 2,4 e 3,7%.
33
Os trabalhos acima representam alguns exemplos recentes do uso de
técnicas eletroanalíticas para a determinação de rutina e quercetina. A
literatura, entretanto, trás mais informações, porém estenderiam
demasiadamente esta introdução.
1.3.4- Clorfenvinfos
O clorfenvinfos é um carrapaticida da classe dos organosfosforados.
Tais compostos contêm carbono e fósforo, sendo geralmente obtidos por meio
de sais orgânicos e de ácido fosfórico. São extremamente tóxicos, sendo fatais
na proporção de alguns miligramas. Estas substâncias reagem com as enzimas
que possuem resíduos do aminoácido serina (enzimas de serina) no sítio ativo,
entre elas a acetilcolinesterase, que decompõe a acetilcolina após a
transmissão do impulso nervoso de um neurônio a outro. Ao ser decomposta, a
acetilcolinesterase não pode mais decompor a acetilcolina, que se acumula nos
receptores sinápticos, impedindo as transmissões nervosas que acarretam a
morte por falência dos órgãos
67
. Por serem amplamente utilizados na
agropecuária, o desenvolvimento de técnicas para a detecção de clorfenvinfos
vem atraindo a atenção de vários grupos de pesquisa. Sua fórmula molecular é
C
12
H
14
Cl
3
O
4
P e sua fórmula estrutural é apresentada abaixo:
FIGURA 1.10 – Fórmula estrutural do clorfenvinfos.
A análise de pequenas quantidades de clorfenvinfos é de grande
importância do ponto de vista ambiental e de saúde. No entanto, não são
encontrados na literatura muitos trabalhos envolvendo sua determinação e
técnicas eletroanalíticas. O único exemplo deste tipo de determinação é o
34
trabalho realizado por Sreedhar et al.
68
que relataram o uso de um eletrodo
gotejante de mercúrio para a determinação de dicrotofos, crotoxifos e
clorfenvinfos em formulações e amostras de grama ou solo. Os
comportamentos voltamétricos destes pesticidas foram estudados utilizando
voltametria de pulso diferencial. Os autores também analisaram o efeito do pH
sobre a resposta do eletrodo. Os resultados obtidos para a determinação
destes pesticidas apresentaram coeficientes de recuperação entre 96,33 e
99,67%.
35
1.4 - Objetivos do Presente Trabalho
Este trabalho teve por objetivo principal desenvolver eletrodos à base de
nanotubos de carbono, que apresentam propriedades eletrônicas, químicas e
mecânicas, adequadas para aplicações em eletroanalítica.
De modo específico os objetivos eram preparar eletrodos à base de
CNTs em diferentes formas, caracterizar eletroquimicamente, bem como
verificar a influência do modo de preparo na resposta eletroanalítica. Para tanto
foram preparados eletrodos de carbono vítreo modificado com filme de CNTs,
eletrodos de pasta de CNTs/Grafite em diferentes composições e eletrodos de
pasta de CNTs. Estes eletrodos foram aplicados em determinações analíticas
de substâncias de interesse farmacalógico e/ou biológico tais como flavonóides
e de interesse ambiental, como pesticidas.
Em outra etapa do trabalho havia o objetivo de introduzir modificadores
químicos na matriz do eletrodo para melhorar a sensibilidade e seletividade de
resposta. Neste caso, os eletrodos modificados também foram aplicados em
amostras de interesse farmacológico, biológico e ambiental.
De maneira mais abrangente, predentia-se associar as respostas
analíticas encontradas com as características físicas e morfológicas por meio
de espectroscopia de impedância eletroquímica e microscopia eletrônica de
varredura.
36
CAPÍTULO 2
PARTE EXPERIMENTAL
Neste capítulo, será apresentada toda a parte experimental, incluindo a
construção dos eletrodos, os reagentes e os equipamentos utilizados durante a
realização deste trabalho.
2.1- Reagentes e Soluções
Todos os reagentes utilizados neste trabalho foram de grau analítico
(P.A.) e usados sem purificação prévia. A água usada no preparo das soluções
foi purificada por um sistema de osmose reversa marca Gehaka modelo OS20
LX FARMA.
Nanotubos de carbono de paredes múltiplas, com pureza em torno de
90%, procedentes de SUN NANOTECH Co Ltda.e Schenzhen Nanotech Port
Co. Ltd. (Schenzhen, China) com diâmetros que variam de 20 a 40 nm foram
utilizados no preparo dos eletrodos à base de CNTs.
2.1.1- Soluções Tampão
A solução tampão acetato 0,1 mol L
-1
, pH 4,0, foi preparada com 1,38 g
de acetato de sódio (Merck) e 0,28 mL de acido acético (Mallinckrodt),
completando-se o volume para 100 mL.
A solução tampão fosfato 70 mmol L
-1
, pH 7,1, foi preparada
dissolvendo-se 15,95 g de fosfato dibásico de sódio (Merck) e 3,823 g de
fosfato monobásico de sódio (Mallinckrodt) em água, ajustando-se o volume
final para 2 L.
Para a solução tampão amônio 0,1 mol L
-1
com pH 11 foi utilizado 17,5 g
de cloreto de amônio (Merck) e 142 mL de hidróxido de amônio (Merck) 28%,
ajustando-se o volume para 250 mL.
37
2.1.2- Solução de Ferricianeto de Potássio
Pesou-se 0,165 g de K
3
[Fe(CN)
6
] (Merck) e 3,728 g de KCl (Merck) que
foram dissolvidos em 100 mL de água para preparar uma solução 5,0 mmol L
-1
e 0,5 mol L
-1
, respectivamente.
2.1.3- Soluções Padrão
A solução de hidroquinona (Vetec) 5,0x10
-3
mol L
-1
foi preparada
adicionando-se 0,0550 g do composto em tampão acetato pH 4,0 e diluída para
100 mL.
Uma solução padrão de paraquat (Aldrich) com concentração de
5,0x10
-3
mol L
-1
foi preparada em meio de sulfato de sódio 0,1 mol L
-1
.
A solução de rutina (Aldrich) 1,0x10
-3
mol L
-1
foi preparada adicionando-
se 0,0061 g do composto em uma solução 50% (v/v) de tampão fosfato pH 7,1
e etanol e diluída em um balão volumétrico para 10 mL.
Foram dissolvidos 0,0033 g de quercetina (Aldrich) em 10mL de etanol
para preparar uma solução 1,0x10
-3
mol L
-1
. Em seguida uma alíquota de 1,25
mL desta solução foi diluída em 25 mL de tampão fosfato pH 7,1 e a
concentração obtida foi de 5,0x10
-5
mol L
-1
.
Para os experimentos realizados com o biossensor à base de CNTs e a
enzima acetilcolinesterase (AchE), soluções contendo diferentes concentrações
do substrato iodeto de acetiltiocolina foram preparadas a partir de uma solução
estoque de 1,2x10
-2
mol L
-1
.
Foram dissolvidos 0,0072 g de clorfenvinfos (Aldrich) em 10mL de
metanol para preparar uma solução 2,0x10
-3
mol L
-1
. Em seguida uma alíquota
de 500 µL desta solução foi diluída em 10 mL de tampão fosfato pH 7,1 e a
concentração obtida foi de 1,0x10
-4
mol L
-1
.
38
2.1.4- Preparo das Amostras Analisadas
Determinou-se hidroquinona em amostra de revelador fotográfico. Foram
pesados 0,0220 g do revelador, que foram dissolvidos em 100 mL de uma
solução tampão acetato pH 4,0 para a preparação da solução 1,0x10
-4
mol L
-1
,
a qual foi usada como solução estoque.
A rutina foi analisada em amostra de formulações farmacêuticas. A
solução foi preparada dissolvendo-se 152,0 µL do medicamento em 10,0 mL de
etanol. Após esta etapa, uma alíquota de 500 µL foi diluída em um balão
volumétrico de 50 mL com solução tampão fosfato pH 7,1, obtendo-se assim
uma solução com concentração final igual a 5,0x10
-6
mol L
-1
, de acordo com o
rótulo. Como amostra de quercetina foi utilizado suco de maçã industrializado.
A solução foi preparada dissolvendo-se 500,0 µL do suco em 25,0 mL de
tampão fosfato pH 7,1.
Como amostra de clorfenvinfos foi utilizado carrapaticida comercial. A
solução foi preparada dissolvendo 52,0 µL do carrapaticida em 10,0 ml de
metanol. Após esta etapa, uma alíquota de 12,5 µL foi diluída em um balão
volumétrico de 10 mL com solução tampão fosfato pH 7,1.
2.2- Equipamentos
Os experimentos voltamétricos foram realizados em um
potenciostato/galvanostato Autolab modelo PGSTAT20, acoplado a um
microcomputador e controlado pelo software GPES 5.8. Todas as medidas
foram realizadas a temperatura ambiente, com exceção das medidas utilizando
o biossensor CNTs (T=37°C).
As análises de microscopia eletrônica de varredura (MEV) foram
realizadas em um equipamento Zeiss DSM 940-A, operado a 5kV em
diferentes magnificações. Foram realizadas também análises microscópicas
(FEG) utilizando um microscópio FEG-VP Zeiss Supra 35.
Todas as medidas espectrofotométricas foram feitas em um
espectrofotômetro NIR Cary modelo 5G acoplado a um microcomputador e
39
controlado pelo software Cary Win UV contendo uma cela de quartzo com
caminho ótico de 1 cm.
2.3- Células e Eletrodos
Todas as medidas voltamétricas foram feitas em uma célula de vidro de
3 eletrodos, com capacidade para 25,0 mL. O eletrodo auxiliar era um fio de Pt,
o eletrodo de referência era de Ag
+
/AgCl e diferentes eletrodos à base de CNTs
foram utilizados como eletrodos de trabalho. Os procedimentos de construção,
tratamento e caracterização dos eletrodos de trabalho são descritos na sessão
2.4. Uma representação da célula voltamétrica pode ser vista na Figura 2.1.
FIGURA 2.1Representação esquemática da célula voltamétrica.
2.4- Confecção dos Eletrodos de Trabalho
Os eletrodos de CNTs foram preparados nas formas de pasta e de filme
sobre eletrodo de GC. As respostas voltametricas obtidas utilizando um par
redox conhecido (ferro/ferricianeto) e hidroquinona foram comparadas a fim de
verificar a melhor estratégia para o preparo de eletrodos à base de CNTs.
40
2.4.1- Eletrodos de Pasta de CNTs/Grafite e de CNTs
Os eletrodos de pasta de CNTs/Grafite e CNTs puros foram construídos
dentro de um capilar de vidro de diâmetro interno de 1,2 mm e externo de 8
mm. O contato foi feito por meio de um fio de latão fixado dentro do capilar.
Os eletrodos de pasta de CNTs foram preparados pela mistura de
quantidades apropriadas de CNTs e óleo mineral (Nujol) de modo a obter a
proporção de CNTs desejada (40-70%, m/m). As pastas foram
homogeneizadas com o auxílio de um almofariz e um pistilo de ágata e então
prensadas na ponta do eletrodo. A superfície exposta foi polida antes de cada
medida.
Foram preparados quatro eletrodos de pasta de CNTs/Grafite variando
as proporções, em massa, de carbono grafite (CG) (ALDRICH) e nanotubos de
carbono (CNTs) conforme Tabela 2.1. Os CNTs e o Grafite foram misturados
ao óleo mineral de modo a obter a proporção de 40 e 60% m/m de carbono
Uma representação do eletrodo pode ser vista na Figura 2.2.
Tabela 2.1 – Proporções em massa de carbono grafite e nanotubos de carbono
para a confecção dos eletrodos de trabalho
Eletrodo Composição
1 90 % CG + 10 % CNTs
2 10 % CG + 90 % CNTs
3 50 % CG + 50 % CNTs
4 100 % CG
FIGURA 2.2 Representação esquemática do eletrodo de pasta de CNTs.
41
2.4.2- Eletrodos de Carbono Vítreo Recoberto com Filme de
CNTs
Os eletrodos de filme de CNTs foram preparados recobrindo uma
superfícia de carbono vítreo (GC) com diâmetro de 3 mm com 20 µL de
suspensão de nanotubos de carbono e N,N-dimetilformamida (DMF) 1 mg mL
-1
.
O eletrodo foi armazenado em um dessecador para a evaporação do solvente.
A seguir o contato elétrico foi estabelecido conectando-se um fio de cobre ao
eletrodo com auxílio de um jacaré.
2.4.3- Eletrodo de Pasta de CNTs Modificado com
Micropartículas de Cobre
O eletrodo de pasta de CNTs modificado com micropartículas de cobre
foi construído dentro de um capilar de vidro de diâmetro interno de 1,2 mm. O
contato foi feito por meio de um fio de latão fixado dentro do capilar. Foram
preparados três eletrodos de pasta variando as proporções, em massa, de
micropartículas de cobre (Cu,) com pureza em torno de 90%, procedentes da
Acros Organics com diâmetro médio de 45 µm e nanotubos de carbono
(CNTs)
22
conforme Tabela 2.2.
Tabela 2.2 – Proporções em massa de micropartículas de cobre e nanotubos
de carbono para a confecção dos eletrodos de trabalho
Eletrodo Composição
1 6 % Cu + 54 % CNTs + 40% de óleo mineral
2 10 % Cu + 50 % CNTs + 40% de óleo mineral
3 18 % Cu + 42 % CNTs + 40% de óleo mineral
42
2.4.4- Biossensor à base de CNTs e Enzima Acetilcolinesterase
O preparo do biossensor CNTs-AChE foi realizado utilizando uma massa
de 0,050 g de pasta de CNTs (60%, m/m) e 6,75 mg da enzima AchE 250 U. A
proporção de enzima/pasta (39,4 U g
-1
) foi estudada por Dragunski
69
. A mistura
foi homogeneizada e inserida em tubos de vidro com 1,2 mm de diâmetro
interno e o contato elétrico foi estabelecido conectando-se um fio de latão ao
material ainda não curado, com auxilio de epóxi de prata (EPO-TEK 410E,
Epoxy Technology).
2.5- Estudos Voltamétricos
A caracterização eletroquímica dos eletrodos de pasta de CNTs/Grafite e
CG/filme de CNTs foi obtida por VC em meio de ferricaneto de potássio.
Nesses estudos o potencial foi variado entre -150 e 650 mV e a velocidade de
varredura de potenciais de 10 a 500 mV s
-1
.
Alguns estudos de voltametria cíclica para avaliar o intervalo útil de
potenciais para os eletrodos de pasta de CNTs puros, contendo 60% (m/m) de
CNTs foram realizados em diferentes pH e eletrólitos: H
2
SO
4
0,1 mol L
-1
;
tampão acetato; tampão fosfato; solução; tampão amônio e NaOH 0,1 mol L
-1
.
As curvas de voltametria de pulso diferencial foram obtidas para as
soluções de hidroquinona, paraquat, rutina e quercetina, sendo o intervalo de
potencial e o tipo de eletrodo utilizado escolhido de acordo com cada analito
avaliado. Nestes experimentos, inicialmente, foi avaliada as condições
experimentais em que se tinha a melhor resposta para cada analito. Na
otimização das condições experimentais foi variada a velocidade de varredura
(10 a 100 mV s
-1
) e a amplitude de pulso (10 a 100 mV).
Todos os experimentos voltamétricos foram realizados sem desaeração
das soluções, exceto as medidas realizadas com solução de paraquat.
43
2.6- Determinação da Área Efetiva dos Eletrodos
As áreas efetivas dos eletrodos foram estimadas por meio de
experimentos cronocoulométricos utilizando solução 5,0 mmol L
-1
de
K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5 mol L
-1
e aplicada a equação de Cottrell
70
.
2.7- Parâmetros Otimizados na Construção do Biossensor
CNTs- AchE
Estudos para a otimização de parâmetros na construção do biossensor
CNTs-AchE foram realizados utilizando voltametria de onda quadrada.
Inicialmente foi estudado o comportamento eletroquímico do substrato de
AcSChI 3,0x10
-4
mol L
-1
em um eletrodo de pasta de CNTs 60% (m/m). Após
esta etapa foi adicionada à célula eletroquímica 2,0 U da enzima acetiltiocolina
para a avaliação do potencial de oxidação de tiocolina (produto da reação
enzimática entre AcSChI e a enzima AchE).
A avaliação da ação enzimática foi realizada por cronoamperometria
aplicando diferentes potenciais (250, 300, 350, 400, 450, 500 e 620 mV). Nesta
etapa também foram avaliados o tempo de reação enzimática e o e o potencial
de oxidação de tiocolina (0, 100, 200, 250, 300 e 350).
Cronoamperogramas foram obtidos em diferentes concentrações de
AcSChI (0,5; 1,0; 1,5; 2,0 e 3,0 mmol L
-1
) para avaliar a melhor concentração
do substrato.
A inibição enzimática causada pelo pesticida clorfenvinfos 1,0x10
-4
mol
L
-1
em tampão fosfato pH 7,1 foi estudada variando-se o tempo de incubação
do biossensor CNTs-AChE (0, 2, 5, 8, 10, 15 e 20 minutos).
2.8- Obtenção das Curvas Analíticas
As curvas analíticas foram obtidas por voltametria diferencial de pulso,
exceto para o clorfenvinfos, na velocidade de varredura e amplitude de pulso
previamente otimizados e por adições sucessivas do analito. As medidas foram
44
realizadas com renovação da superfície do eletrodo no caso do uso de
eletrodos do tipo pasta.
A curva analítica para o clorfenvinfos foi obtida com o uso o biossensor
CNTs-AchE nas condições otimizadas de potencial, tempo de incubação e
concentração do substrato AcSChI.
Inicialmente foi obtida uma curva cronoamperogramétrica para uma
solução de 3,0 mmol L
-1
de AcSChI em tampão fosfato pH 7. Após esta etapa o
biossensor foi imerso em soluções contendo diferentes concentrações de
clorfenvinfos e o mesmo foi posteriormente transferido para a célula
eletroquímica contendo a solução do substrato AcSChI e realizou-se as
medidas croamperométricas para determinar a inibição provocada nas
correntes limites de difusão, relacionadas com a oxidação da tiocolina. A partir
dos cronoamperogramas medidos em cada concentração, determinou-se a %
de inibição e uma curva analítica de % de inibição em função da concentração
de clorfenvinfos foi obtida.
2.9- Avaliações Analíticas dos Eletrodos à Base de CNTs
2.9.1- Determinação de Hidroquinona em Reveladores
Fotográficos
Para a determinação de hidroquinona na amostra de revelador
fotográfico, foram realizadas curvas de adição de padrão e a técnica de
voltametria de pulso diferencial. A concentração de hidroquinona inicial foi
ajustada para aproximadamente 4,0x10
-4
mol L
-1
, segundo informações do
rótulo, e foram realizadas três adições sucessivas de 100 µL de solução padrão
8,0x10
-2
mol L
-1
de hidroquinona. Para cada adição três voltamogramas de
pulso diferencial foram obtidos. Por meio da média das correntes de pico
encontradas, obteve-se um gráfico de concentração hidroquinona em função
de i
pa
. Este procedimento de adição de padrão foi feito em duplicata.
45
2.9.2- Determinação de Rutina em Formulações Farmacêuticas
A determinação de rutina em formulações farmacêuticas
foi realizada
utilizando o mesmo procedimento descrito para hidroquinona sendo que a
concentração inicial de rutina foi de 5,0x10
-6
mol L
-1
e três adições de 400 µL da
solução 2,5x10
-4
mol L
-1
de rutina foram realizadas.
Para efeito de comparação a rutina também foi determinada utilizando o
método padrão AOAC
71
. Este método constitui em realizar as medidas de
absorvância de rutina diretamente em 352,5 nm. A concentração de rutina
inicial foi de 5,0x10
-4
mol L
-1
, e foram realizadas três adições sucessivas de 20
µL de solução padrão 7,5x10
-4
mol L
-1
rutina.
2.9.3- Determinação de Quercetina em Amostra de Suco de
Maçã
Nesse caso também foi utilizado o método de adição de padrão.
Inicialmente 500 µL de suco foram diluídos em 25 mL de tampão fosfato pH 7,1
e em seguida foram realizadas três adições de 400 µL de solução contendo
4,0x10
-4
mol L
-1
de quercetina sendo determinada a corrente de pico obtida na
voltametria de pulso diferencial.
Para que se pudesse efetuar uma validação dos resultados obtidos pela
técnica de voltametria de pulso diferencial foi utilizada espectroscopia de
absorção UV-Vísivel na determinação da quercetina no suco de maçã. Este
método constitui em realizar as medidas de absorvância de quercetina
diretamente em 368 nm. Foram adicionadas a cubeta 3,0 mL da amostra
diluída no método eletroquímico e após esta etapa foram realizadas três
adições sucessivas de 24 µL de uma solução contendo 1,0x10
-3
mol L
-1
de
quercetina.
46
2.9.4- Efeito de Interferentes sobre a Determinação de
Quercetina
Para avaliar uma possível interferência de ácido cítrico sobre a
determinação de quercetina foram realizadas curvas de adição e recuperação
fixando a concentração de quercetina em 1,956x10
-6
mol L
-1
e variando a
concentração de ácido cítrico em até 100 vezes a concentração de quercetina.
2.9.5- Determinação de Clorfenvinfos em Amostra de
Carrapaticida
A determinação de clorfenvinfos em carrapaticida
foi realizada utilizando
o método de adição de padrão e o biossensor CNTs-AchE. Inicialmente 52 µL
de carrapaticida foram diluídos em 10 mL metanol e em seguida 12,5 µL desta
solução foram diluídas em 10 mL de tampão fosfato pH 7,1. Após esta etapa
foram realizadas três adições de 100 µL de solução contendo 2,5x10
-4
mol L
-1
de clorfenvinfos sendo determinada a inibição enzimática utilizando o mesmo
procedimento descrito para curva analítica.
Para que se pudesse efetuar uma validação dos resultados obtidos com
o biossensor CNTs-AchE foi utilizada espectroscopia de absorção UV-Vísivel
na determinação clorfenvinfos. Este método constitui em realizar as medidas
de absorvância de clorfenvinfos diretamente em 245 nm. Foram adicionadas a
cubeta 3,0 mL da amostra diluída no método eletroquímico e após esta etapa
foram realizadas três adições sucessivas de 24 µL de uma solução contendo
1,0x10
-3
mol L
-1
de clorfenvinfos.
2.10- Espectroscopia de Impedância Eletroquímica
As medidas de espectroscopia de impedância eletroquímica (EIS) foram
executadas utilizando-se um potenciostato/galvanostato AUTOLAB
(GPES/FRA) da ECO CHEMIE modelo PGSTAT20 para os eletrodos de pasta
de CNTs 60% (CNTs, m/m), pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) e biossensor
47
CNTs-AchE em solução 5,0 mmol L
-1
de K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5 mol L
-1
. As
medidas foram realizadas no potencial de circuito aberto, sendo polarizados
por um período de 300 s realizando-se as medidas em um intervalo de
freqüência de 10 mHz < f < 10 kHz com uma amplitude de 10 mV.
Utilizou-se o software ZView 2.6 para o ajuste dos espectros de
impedância eletroquímica, e obtenção dos valores dos respectivos elementos
de circuito.
48
CAPÍTULO 3
CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS ELETRODOS À BASE
DE CNTs
Diferentes estratégias podem ser empregadas no preparo de eletrodos à
base de nanotubos de carbono, sendo que o modo de preparo do material
eletródico é considerado um parâmetro critico na obtenção e na qualidade da
resposta voltamétrica. Desta forma decidiu-se construir diferentes eletrodos à
base de CNTS como os de pasta de CNTs e os eletrodos de carbono vítreo
recoberto com filme de CNTs e o comportamento eletroquímico destes foi
avaliado em um par redox conhecido (ferro/ferricianeto). Após esta etapa foram
realizados estudos utilizando hidroquinona a fim de investigar uma possível
aplicação analítica destes eletrodos.
3.1- Eletrodos de Pasta de CNTs/Grafite
3.1.1- Efeito da Composição da Pasta de CNTs/Grafite
A composição da pasta nos eletrodos do tipo pasta de carbono é um
fator importante na resposta voltamétrica obtida e, assim, foi feito um estudo
para avaliar o efeito da composição do eletrodo no seu comportamento
voltamétrico.
Segundo Trijueque
72,73
as partículas de grafite se comportariam como
um multimicroeletrodo, ao estabelecer contato físico. Seguindo a teoria de
percolação os autores estabeleceram que 62% de grafite seria a composição
ótima para sistemas compósitos à base de grafite. Assim, optou-se por
preparar eletrodo de pasta de CNTs e grafite com quantidade total de condutor
correspondente a 60% em massa.
Os eletrodos de pasta de CNTs/Grafite preparados em diferentes
composições contendo de 10-90% m/m de CNTs foram avaliados por
voltametria cíclica em solução de K
3
[Fe(CN)
6
] 5,0 mmol L
-1
em KCl 0,5 mol L
-1
e
49
comparados com a resposta de um eletrodo de pasta de carbono não
modificado. Na Figura 3.1 apresenta-se um resultado típico obtido.
-0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
-15
-10
-5
0
5
10
I / µA
E / V
Eletrodo:
10% CNTs
90% CNTs
50% CNTs
pasta de carbono
FIGURA 3.1- Voltamogramas cíclicos obtidos com os eletrodos de pasta de
CNTs/Grafite em diferentes proporções, usando uma solução de
K
3
[Fe(CN)
6
]=5 mmol L
-1
em KCl 0,5 mol L
-1
, ν =25 mV s
-1
.
Na Figura 3.1 observa-se o comportamento típico do par redox ferro/ferri
para todos os eletrodos avaliados com pequenas diferenças entre as curvas. O
eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m) apresenta uma maior
corrente de pico e uma maior reversibilidade, observada pela menor separação
entre o pico catódico e anódico e estes são parâmetros importantes para a
aplicação destes eletrodos em eletroanalítica, pois melhora a sensibilidade e
indica que a reação de transferência de carga é mais rápida. Nas outras
composições não se observa nenhum ganho significativo com a adição dos
CNTs ao grafite.
50
3.1.2- Microscopia Eletrônica de Varredura
A morfologia dos eletrodos de pasta de CNTs/Grafite e de carbono puro
foi avaliada por microscopia eletrônica de varredura e as micrografias obtidas
após abrasão com lixa d’água 600, são apresentadas na Figura 3.2.
Observa-se que não é possível detectar uma variação significativa na
morfologia dos eletrodos com o aumento do conteúdo de CNTs em
comparação ao eletrodo de pasta de carbono. Entretanto, pode-se diferenciar
uma pequena variação no tamanho dos aglomerados. Para a composição de
10% (CNTs, m/m) a superfície apresenta-se ainda muito semelhante à
superfície observada para o eletrodo de pasta de carbono. Nas composições
de 50 e 90% (CNTs, m/m) as superfícies mostram-se um pouco mais rugosas,
apesar do polimento. Em todos os casos tem-se uma superfície homogênea.
FIGURA 3.2 – Micrografias dos eletrodos (a) 10%, (b) 90%, (c) 50% e (d) pasta
de carbono. Aumento 1000 x.
( b )
( c ) ( d )
( a ) ( b )( b )
( c )( c ) ( d )( d )
( a )( a )
51
3.1.3- Estimativa da Área dos Eletrodos de Pasta CNTs/Grafite
As áreas efetivas dos eletrodos de pasta de CNTs/Grafite foram
determinadas utilizando-se cronocoulometria em solução 5,0 mmol L
-1
de
K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5 mol L
-1
, aplicando um pulso de potencial de 0,4 a 0 V,
com duração de 1 segundo.
No uso de cronocoulometria para estimar a área efetiva dos eletrodos
usou-se a forma integrada da Equação de Cottrell
70
(Equação 3.1):
sendo,
q - carga determinada (C)
A - área (cm
2
)
F -constante de Faraday (96487 eq
-1
)
C- concentração do reagente na solução (mol cm
-3
)
D – coeficiente de difusão de [Fe(CN)
6
]
3-
(7,6.10
-6
cm
2
s
-1
)
t – tempo (s)
Gráficos de carga (q) em função de tempo
1/2
fornecem retas com
coeficiente angular (CA), que se relaciona com a área do eletrodo pela
Equação 3.2, segundo a qual a área do eletrodo é diretamente proporcional ao
coeficiente angular da reta:
A Tabela 3.1 descreve os resultados obtidos onde se pode verificar que
os eletrodos de pasta de CNTs apresentam uma área efetiva maior que o de
pasta de carbono. Todos os eletrodos de pasta de CNTs/Grafite apresentam
(Equação 3.2)
(Equação 3.1)
½½
0
½
0
1
2
t
CnFAD
q
π
=
0
½
0
½
2
)(
CnFD
CA
A
π
=
52
áreas efetivas maiores que as áreas geométricas de 4,5x 10
-2
cm
2
, esperada
para diâmetro de 0,12 cm.
TABELA 3.1 – Valores da área efetiva dos eletrodos de pasta de CNTs/Grafite
e do eletrodo de pasta de carbono, determinadas utilizando cronocoulometria
Com base nos resultados do estudo de composição dos eletrodos de
pasta de CNTs/Grafite, MEV e área efetiva, optou-se por utilizar o eletrodo de
pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m) para comparação com eletrodos de
filme de CNTs em aplicações analíticas.
Eletrodo
Área / cm
2
Pasta de carbono
0,057
Pasta de CNTs 90%
0,259
Pasta de CNTs 50%
0,123
Pasta de CNTs 10%
0,133
53
3.1.4- Efeito da Velocidade de Varredura
O efeito da velocidade de varredura sobre a resposta voltamétrica dos
eletrodos de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m) foi investigado em
solução 5,0 mmol L
-1
de K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5 mol L
-1
. Os resultados obtidos
variando as velocidades de varredura de 5 a 100 mV s
-1
são apresentados na
Figura 3.3.
Os voltamogramas cíclicos mostram que há um aumento linear da
corrente de pico com a raiz quadrada da velocidade de varredura e um
deslocamento dos potenciais de picos anódico e catódico, sugerindo um
processo controlado pela transferência de massa.
-0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
-20
-10
0
10
20
i/ µA
E / V
5
10
50
100
200
FIGURA 3.3 - Voltamogramas cíclicos obtidos em diferentes velocidades de
varredura utilizando eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m)
em solução 5,0 mmol L
-1
de K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5mol L
-1
. Inserção t – I
pa
vs. ν
1/2
246810121416
2
4
6
8
10
12
14
16
Ip / µA
v
1/2
/ (mV s
-1
)
1/2
54
3.2- Eletrodos de Filme de CNTs
3.2.1- Comportamento Voltamétrico
A resposta voltamétrica do eletrodo de carbono vítreo recoberto com
filme de CNTs foi investigado em solução 5,0 mmol L
-1
de K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl
0,5 mol L
-1
. Os voltamogramas obtidos variando as velocidades de varredura
de 5 a 100 mV s
-1
são apresentados na Figura 3.4. A comparação do
comportamento voltamétrico dos dois tipos de eletrodo à base de CNTs pode
ser melhor visualizada na Figura 3.5, onde de apresenta a sobreposição dos
CVs obtidos a 5 mV s
-1
.
-0.20.00.20.40.6
-200
-100
0
100
200
i / µA
E / V
5
10
25
50
100
FIGURA 3.4 - Voltamogramas cíclicos obtidos em diferentes velocidades de
varredura utilizando eletrodo de carbono vítreo recoberto com filme de
CNTs em solução 5,0 mmol L
-1
de K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5 mol L
-1
.
Comparando-se as Figuras 3.3 e 3.4 observa-se que para os eletrodos
de filme o processo redox é menos reversível (maior separação entre processo
anódico e catódico) e os picos não estão bem definidos. Esse resultado indica
que a reação de transferência de carga é dificultada neste tipo de eletrodo.
55
-0.2 -0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
i / µA
E / V
eletrodo de filme
eletrodo pasta
FIGURA 3.5 - Voltamogramas cíclicos obtidos em solução 5,0 mmol L
-1
de
K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5 mol L
-1
para os eletrodos de pasta de CNTs/Grafite
90% (CNTs, m/m) de carbono vítreo recoberto com filme de CNTs, ν = 5
mV s
-1
A maior corrente de pico observada para o eletrodo de carbono vítreo
recoberto com filme de CNTs é atribuída à maior área geométrica deste
eletrodo, o que não sugere um melhor desempenho analítico. Para avaliar o
desempenho analítico destes eletrodos à base de CNTs, em termos de
sensibilidade, é necessário utilizar densidade de corrente e não corrente de
pico.
56
3.3- Avaliação das Potencialidades Analíticas dos Eletrodos
3.3.1- Desempenho do Eletrodo de Pasta CNTs/Grafite na
Determinação de Hidroquinona
O eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m) foi testado
empregando a técnica de voltametria cíclica para investigar os potenciais de
oxidação e redução da hidroquinona e o resultado obtido é apresentado na
Figura 3.6. O uso de hidroquinona na avaliação das potencialidades analíticas
dos eletrodos à base de CNTs é atribuído ao seu perfil voltamétrico quase-
reversível e muito conhecido na literatura.
-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2
-30
-20
-10
0
10
20
30
i / µA
potencial / V
FIGURA 3.6 – Voltamograma cíclico obtido com eletrodo de pasta de
CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m), em solução de hidroquinona 5,0x10
-5
mol
L
-1
em tampão acetato pH 4,0 e ν = 5 mV s
-1
.
Na Figura 3.6 é possível observar os picos característicos de
oxidação/redução da hidroquinona correspondentes a reação reversível dada
abaixo:
OH
OH
2e
-
2H
+
O
O
(Equação 3.3)
57
A voltametria cíclica é considerada uma técnica com potencialidades
para investigação de mecanismos, porém apresenta aplicabilidade limitada em
determinações quantitativas, nas quais a corrente capacitiva é relativamente
alta. Desta forma decidiu-se avaliar o comportamento do eletrodo de pasta de
CNTs/Grafite em voltametria de pulso diferencial.
Inicialmente foi feito um estudo para avaliar o efeito da amplitude de
pulso (A) sobre a resposta do eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs,
m/m). Os resultados obtidos variando as amplitudes de pulso de 10 a 100 mV
em solução de hidroquinona 5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão acetato pH 4,0 são
apresentados na Figura 3.7. Após esse estudo optou-se por usar amplitude de
pulso de 100 mV, por apresentar uma maior sensibilidade, aliada a um perfil
voltamétrico melhor definido.
-0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0
20
40
60
80
I / µA
E / V
10
20
25
50
100
FIGURA 3.7 – Efeito da amplitude de pulso na resposta do eletrodo de pasta
de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m), em solução de hidroquinona 5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão acetato pH 4,0 utilizando voltametria de pulso
diferencial. ν = 20 mV s
-1
.
Usualmente amplitudes de pulso elevadas levam a distorção na forma
do pico em DPV, entretanto, neste caso, isto não foi observado e as vantagens
do uso de pulso elevado em termos de corrente de pico e sensibilidade
puderam ser aproveitadas.
58
Também efetuou-se um estudo variando a velocidade de varredura de 5
a 100 mV s
-1
a fim de avaliar o efeito deste parâmetro sobre a resposta do
eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m), Figura 3.8.
-0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0
20
40
60
80
I
/
µ
A
E / V
10
20
25
50
100
FIGURA 3.8 – Efeito da velocidade de varredura em solução de hidroquinona
5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão acetato pH 4,0 utilizando voltametria de pulso
diferencial, com A=100 mV no eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90%
(CNTs, m/m).
Apesar de ocorrer um aumento na intensidade de corrente com
velocidade de 25, 50 e 100 mV s
-1
, optou-se por utilizar a velocidade de
varredura de 20 mV s
-1
nos demais experimentos, por ocorrer perda de
resolução no pico de corrente, como observado na Figura 3.8 para velocidade
maiores que 25 mV s
-1
.
Para observar a repetibilidade da resposta do eletrodo de pasta de
CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m) em voltametria de pulso diferencial, foi
realizado um estudo no qual mediram-se as correntes de pico para solução de
hidroquinona 5,0x10
- 3
mol L
-1
em tampão acetato pH 4,0, em dez replicatas. Os
resultados obtidos apresentaram um valor médio de 3,99x10
-5
A e desvio
padrão de 0,047x10
-5
A. Com base nestes resultados, conclui-se que o eletrodo
de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m) apresenta repetibilidade adequada
para a quantificação de hidroquinona por DPV, quando submetida a sucessivas
regenerações de superfície. Isto é importante porque a hidroquinona adsorve
ao eletrodo, sendo necessário lixar a superfície após cada determinação.
59
Após otimizar as condições experimentais foi obtida uma curva analítica
para o sistema, adicionando diferentes concentrações de hidroquinona da
ordem de 10
-5
mol L
-1
em tampão acetato pH 4,0. As medidas voltamétricas
foram realizadas com renovação da superfície do eletrodo
A Figura 3.9 mostra a curva resultante, que obedece à equação I
pa
(µA)
= 0,443 (µA) + 0,217 [hidroquinona] (10
-5
mol L
-1
), com r = 0,9998 (n = 5) no
intervalo de concentração de 1,99x10
-5
a 1,92x10
-4
mol L
-1
e limite de detecção
de 2,30x10
-6
mol L
-1
. O limite de detecção foi calculado usando a equação
74
:
3 Sd
CA
sendo,
Sd – desvio padrão do branco
CA – coeficiente angular da reta
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
0
1
2
3
4
5
I / uA
[hidroquinona] / 10
-5
mol L
-1
FIGURA 3.9 – Curva analítica obtida para o eletrodo de pasta de CNTs/Grafite
90% (CNTs, m/m) tampão acetato pH 4,0, contendo diferentes
concentrações de hidroquinona.
O teor de hidroquinona presente em revelador fotográfico foi
determinado pelo método de adição de padrão, nas condições especificadas na
parte experimental e a curva obtida está representada na Figura 3.10.
(Equação 3.4)
60
-4 -2 0 2 4 6 8 10 12
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
i / µA
concentração / 10
-4
mol L
-1
FIGURA 3.10 – Curva de adição de padrão para a amostra de revelador
fotográfico usando o eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m)
em voltametria de pulso diferencial, com ν de 20 mV s
-1
e A de 100 mV.
Na Tabela 3.2 são apresentados os resultados obtidos na determinação
da hidroquinona com o eletrodo de pasta de CNTs/Grafite, que apresenta
variação de 1,2%, e concordam com os valores encontrados na literatura
comparar
50
.
TABELA 3.2 - Resultados da determinação de hidroquinona em revelador
fotográfico usando o eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m) e
DPV
Hidroquinona /
mg g
-1
Valor rotulado Valor encontrado
(DPV)
Variação* / %
50 50,6 1,2
* variação relativo ao rótulo.
Pode-se concluir, então, que quando se utiliza eletrodo de pasta de
CNTs/Grafite na determinação de hidroquinona se tem resultados próximos do
61
rotulado, sendo possível a utilização do método proposto na determinação de
hidroquinona em reveladores fotográficos.
3.2.2- Desempenho do Eletrodo de GC/Filme de CNTs na
Determinação de Hidroquinona
Foi feita uma comparação entre a resposta do eletrodo de carbono vítreo
revestido com filme de CNTs e do eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90%
(CNTs, m/m) para a determinação da hidroquinona.
A Figura 3.11 apresenta voltamograma cíclico para hidroquinona no
eletrodo de carbono vítreo revestido com filme de CNTs. Quando comparados,
sob as mesmas condições experimentais, os voltamogramas apresentados nas
Figuras 3.10 e 3.6 mostram que o eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90%
(CNTs, m/m) comporta-se melhor em termos de reversibilidade, pela menor
separação entre o pico catódico e anódico.
-0.8 -0.4 0.0 0.4 0.8 1.2
-100
0
100
200
I / µA
E / V
FIGURA 3.11 – Voltamograma cíclico obtido com eletrodo de carbono vítreo
revestido com filme de CNTs em solução de hidroquinona 5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão acetato pH 4,0.
Nesse caso também foi utilizada a técnica de voltametria de pulso
diferencial para a determinação de hidroquinona e os parâmetros de obtenção
62
das curvas voltamétricas foram otimizados da mesma maneira e são listados
na Tabela 3.3.
TABELA 3.3 - Parâmetros otimizados na determinação de hidroquinona
Parâmetro Intervalo Selecionado
Amplitude de pulso /
mV
10-100 50
Velocidade de
varredura / mv s
-1
10-100 10
A curva analítica obtida para este eletrodo nas condições otimizadas
pode ser observada na Figura 3.12, que apresenta a média de três
determinações.
02468101214161820
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
i / µA
concentração / 10
-5
mol L
-1
FIGURA 3.12 – Curva analítica obtida para o eletrodo de carbono vítreo
revestido com filme de CNTs, com ν de 10 mV s
-1
e A = 50 mV.
Foram comparadas figuras de mérito como região linear e limite de
detecção para o eletrodo de carbono vítreo revestido com filme de CNTs e o
eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m). A Tabela 3.4 resume os
resultados obtidos.
63
TABELA 3.4 – Figuras de mérito referentes à determinação de hidroquinona
usando o eletrodo de carbono vítreo recoberto com filme de CNTs e eletrodo
de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m)
Eletrodo
Região linear / mol L
-1
n r LD / mol L
-1
GC com filme de
CNTs
1,99x10
-5
– 1,98x10
-4
6 0,999 3,64x10
-6
Pasta CNTs/Grafite 1,99x10
-5
– 1,98x10
-4
5 0,999 2,30x10
-6
Observando a Tabela 3.4 nota-se que ao utilizar o eletrodo de carbono
vítreo recoberto com filme CNTs o limite de detecção apresentou-se maior que
o encontrado utilizando o eletrodo de pasta de CNTs/Grafite 90% (CNTs, m/m),
enquanto a região linear apresentou-se a mesma.
Durante a caracterização do eletrodo de carbono vítreo recoberto com
filme de CNTs em técnica voltamétrica de pulso diferencial, foi observado que a
hidroquinona adsorve sobre a superfície do eletrodo. Para um possível
aproveitamento analítico deste eletrodo em voltametria de pulso diferencial,
seria necessária uma limpeza do eletrodo ciclando-o em solução ácida. Este
tratamento levaria a um aumento no tempo de analise e também a uma
dificuldade de repetibilidade de resposta. Outro fato também observado durante
a caracterização do eletrodo de carbono vítreo recoberto com filme de CNTs é
a falta de aderência do filme de CNTs sobre o substrato de carbono vítreo;
após um período de trabalho o filme de CNTs se desprendia do eletrodo de
carbono vítreo, sendo necessária a repetição de todo o procedimento. Além
disto, muitas dificuldades foram observadas no processo de preparo do
eletrodo de filme CNTs.
Considerando os resultados obtidos tanto para K
3
[Fe(CN)
6
] como para
hidroquinona, e levando-se em conta a dificuldade na limpeza e na aderência
do filme de CNTs sobre o eletrodo de carbono vítreo, o eletrodo na forma de
pasta foi selecionado para aplicações analíticas.
64
CAPÍTULO 4
CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS ELETRODOS DE
PASTA DE CNTs
4.1- Efeito da Composição CNTs-Óleo Mineral no
Comportamento Voltamétrico
Uma das maiores dificuldades encontradas no uso de eletrodos de pasta
de CNTs/Grafite é a dificuldade de homogeneização do material o que poderia
dificultar o processo de preparação/renovação da superfície do eletrodo, com
conseqüente perda de repetibilidade.
Com base nos resultados do capítulo anterior e considerando a
dificuldade de homogeneização do material, optou-se por utilizar eletrodo de
pasta de CNTs puro, isto é, sem a adição de grafite, já que apenas os eletrodos
contendo 90% de CNTs levaram a um aumento na sensibilidade. Além disto,
um dos objetivos do trabalho é a introdução de modificadores químicos na
matriz do eletrodo, para melhorar a sensibilidade e seletividade de resposta. A
introdução de modificadores químicos na matriz do eletrodo leva a um aumento
no número de fases e conseqüentemente a um aumento na dificuldade de
homogeneização do material.
Definido que o eletrodo a ser utilizado neste trabalho seria de pasta de
CNTs puro foi iniciado um estudo a respeito da composição CNTs-nujol na
pasta. Para isso medidas voltamétricas foram realizadas em solução de
K
3
[Fe(CN)
6
] 5,0 mmol L
-1
em KCl 0,50 mol L
-1
utilizando os eletrodos
preparados em diferentes composições CNTs-nujol, contendo de 40-70% de
CNTs, em massa. Valores maiores de CNTs não foram avaliados por não ser
possível uma boa agregação do material com uma quantidade pequena de
nujol. A Figura 4.1 apresenta um resultado típico obtido.
65
-0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
i / µA
E / V
CNTs (m/m)
40%
50%
60%
70%
FIGURA 4.1- Voltamogramas cíclicos obtidos com eletrodo de pasta de CNTs
em diferentes proporções, usando uma solução de K
3
[Fe(CN)
6
]=5 mmol L
-1
em KCl 0,5 mol L
-1
, ν =100 mV s
-1
.
Pode-se observar que ocorre um aumento na corrente de pico com o
aumento da quantidade de CNTs, e é possível observar também que as
composições de 60 e 70% de CNTs apresentam valores de corrente muito
próximas. Devido a esta semelhança nos resultados e também devido à
dificuldade no preparo do eletrodo de pasta de CNTs na composição de 70%,
atribuída à dificuldade de homogeneização e no empacotamento da pasta no
tubo de vidro, a composição de 60% foi selecionada para os demais estudos.
O efeito da velocidade de varredura sobre a resposta voltamétrica do
eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) foi investigado em solução 5,0
mmol L
-1
de K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5 mol L
-1
. Os resultados obtidos são
apresentados na Figura 4.2. O comportamento observado é semelhante ao do
eletrodo de pasta de CNTs/Grafite e já foi discutido anteriormente.
66
-0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
i / µA
E / V
5
10
25
50
100
FIGURA 4.2 - Voltamogramas cíclicos obtidos em diferentes velocidades de
varredura entre 5 e 100 mV s
-1
e utilizando eletrodo de pasta de CNTs
60% (CNTs, m/m) em solução 5,0 mmol L
-1
de K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5mol
L
-1
.
4.2- Intervalo de Potenciais em Diferentes Eletrólitos de
Suporte
O desempenho do eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) foi
avaliado por CV em diferentes eletrólitos suporte, para verificar o intervalo útil
de potenciais sob diferentes condições, Figura 4.3.
Os eletrólitos testados foram: H
2
SO
4
0,1 mol L
-1
(pH 0,71); tampão
acetato 0,1 mol L
-1
(pH 4,0); tampão fosfato 0,1 mol L
-1
(pH 7,1); tampão
amônio 0,1 mol L
-1
(pH 11,0) e NaOH 0,1 mol L
-1
(pH 13,0). Foi observado, em
todos os casos avaliados, uma corrente capacitiva característica dos CNTs, a
qual apresentou diferentes intensidades quando se variou o eletrólito. A
resposta voltamétrica tem estabilidade entre ciclos sucessivos. Nos extremos
de potenciais observa-se um aumento exponencial de corrente,
correspondentes a reação de desprendimento de oxigênio nos potenciais mais
positivos e ao desprendimento de hidrogênio nos potenciais mais negativos.
Nos pHs 4,0 e 7,1 o potencial em que se inicia a reação de
desprendimento de oxigênio ocorre em potenciais mais positivos do que para o
carbono vítreo
75
indicando que houve um ganho na faixa de potencial de
67
trabalho quando se utiliza o eletrodo de pasta de CNTs. No entanto, a reação
de desprendimento de hidrogênio ocorre em potenciais menos negativos do
que o carbono vítreo neste intervalo de pH. Para os pHs 11,0 e 13,0 (Figuras
4.3.d e 4.3.e) o intervalo útil de potenciais assemelha-se ao observado em
eletrodos de carbono vítreo.
Nas Figuras 4.4 a e b se tem uma ampliação dos voltamogramas obtidos
em meio ácido e observa-se picos de oxidação e redução referentes a grupos
carboxílicos presentes nos CNTs, resultantes do processo de produção.
Estes resultados mostram que o eletrodo de pasta de CNTs 60% (m/m)
pode ser empregado em determinações eletroanalíticas em que o processo
ocorre em regiões de potenciais positivos onde os eletrodos de mercúrio não
podem ser empregados, ou seja, se tem uma melhor utilização destes
eletrodos nas reações de oxidação, como é observado nos demais eletrodo à
base de carbono.
-2.0 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
50µA
(a)
i / µA
E / V
20
µA
(b)
500µA
(c)
(d)
125µA
250µA
(e)
FIGURA 4.3 – Voltamogramas cíclicos obtidos com o eletrodo de pasta de
CNTs 60% (CNTs, m/m) em: (a) solução de H
2
SO
4
0,1 mol L
-1
(pH 0,71);
(b) tampão acetato 0,1 mol L
-1
(pH 4,0); (c) tampão fosfato 0,1 mol L
-1
(pH
7,1); (d) tampão amônio 0,1mol L
-1
(pH 11,0) e (e) NaOH 0,1mol L
-1
(pH
13,0), ν = 25 mVs
-1
.
68
-1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5
-100
-50
0
50
100
i / µA
potencial / V
a
-1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
i /
µA
potencial / V
b
FIGURA 4.4 – Voltamogramas cíclicos obtidos com o eletrodo de pasta de
CNTs 60% (CNTs, m/m) em: (a) solução de H
2
SO
4
0,1 mol L
-1
(pH 0,71);
(b) tampão acetato 0,1 mol L
-1
(pH 4,0).
69
4.3- Avaliação das Potencialidades Analíticas do Eletrodo de
Pasta de CNTs
4.3.1- Determinação de Paraquat
Para avaliar as potencialidades analíticas do eletrodo de pasta de CNTs
60% (CNTs, m/m) inicialmente foram realizados estudos utilizando o paraquat
(MV) como analito teste, visto que este é um pesticida amplamente conhecido
na literatura.
O eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) foi testado empregando
a técnica de voltametria cíclica para investigar os potenciais oxidação e
redução do paraquat e o resultado obtido é apresentado na Figura 4.5.
Este pesticida apresenta dois processos de oxi-redução
correspondentes aos picos a1/c1 e a2/c2 observados na Figura 4.5. O par
redox a1/c1 pode ser representado pela eq. 4.1 e o segundo processo a2/c2
pela eq. 4.2. Em seguida pode haver, segundo a literatura, a formação de um
dímero, dado pela eq. 4.3
76
.
MV
2+
+ e
-
' MV
+
MV
+
+ e- ' MV°
MV° + MV
2+
' MV
2
2+
(Equação 4.1)
(Equação 4.2)
(Equação 4.3)
70
FIGURA 4.5 – Voltamograma cíclico obtido com eletrodo de pasta de CNTs
60% (CNTs, m/m), em solução de paraquat 5,0x10
-3
mol L
-1
em solução de
sulfato de sódio 0,1 mol L
-1
e ν = 5 mV s
-1
.
Como foi empregada a técnica de voltametria de pulso diferencial nas
análises posteriores, novamente se iniciou o estudo pela otimização dos
parâmetros a serem utilizados. Os resultados obtidos variando as amplitudes
de pulso de 5 a 100 mV em solução de paraquat 5,0x10
-3
mol L
-1
em solução
de sulfato de sódio 0,1 mol L
-1
são apresentados na Figura 4.6. Observa-se
nesta figura que o processo avaliado foi o de redução e que há dois picos de
redução bem definidos, como no caso da voltametria cíclica. Após esse estudo
optou-se por usar amplitude de pulso de 100 mV, por apresentar uma maior
sensibilidade, aliada a um perfil voltamétrico melhor definido.
Na análise do efeito da velocidade de varredura utilizou-se o intervalo de
5 a 100 mV s
-1
e devido a fortes distorções observadas nos picos de correntes
para velocidades de varredura superiores a 20 mV s
-1
, optou-se por utilizar a
velocidade de 10 mV s
-1
nos demais experimentos.
-1,2 -1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2
-150
-100
-50
0
50
100
150
c2
c1
a2
a1
i /
µA
E / V
71
-1.2 -1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2
-180
-160
-140
-120
-100
-80
-60
-40
-20
0
i /
µA
E / V
5
10
20
25
50
100
12
FIGURA 4.6 – Voltamogramas de pulso diferencial, em diferentes amplitudes,
para o eletrodo de pasta de CNTs em solução de paraquat 5,0x10
-3
mol L
-1
e Na
2
SO
4
0,1 mol L
-1
, a ν de 10 mV s
-1
.
Após otimizar as condições experimentais para o eletrodo de pasta de
CNTs 60% (CNTs, m/m) utilizando voltametria de pulso diferencial, foi obtida
uma curva analítica para sistema utilizando o primeiro pico de redução. Vale
salientar que o segundo pico de redução apenas foi observado para
concentrações de paraquat superiores a 3,70x10
-4
mol L
-1
.
A Figura 4.7 mostra a curva resultante, cuja equação obtida foi I
pa
(µA) =
1,586 (µA mol L
-1
) + 0,578 [paraquat] (10
-5
mol L
-1
), com r = 0,9997 (n =5) no
intervalo de concentração de paraquat de 1,99x10
-5
a 9,80x10
-5
mol L
-1
, com
limite de detecção de 2,80x10
-6
mol L
-1
.
72
246810
2
3
4
5
6
7
8
i / µA
[paraquat] / 10
-5
mol.L
-1
FIGURA 4.7 – Curva analítica obtida para o eletrodo de pasta de CNTs 60%
(CNTs, m/m) em solução de sulfato de sódio 0,1 mol L
-1
, contendo
diferentes concentrações de paraquat. ν = 10 mV s
-1
e A = 100 mV.
Nota-se, por meio das figuras de mérito encontradas como região linear
e limite de detecção, que o eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m)
apresenta potencialidades analíticas para a determinação de paraquat em
diferentes amostras. São encontrados na literatura inúmeros trabalhos sobre a
determinação de paraquat, sendo observados limites de detecção menores
76
.
No entanto, nestes trabalhos normalmente são empregadas técnicas mais
sensíveis que DPV, como voltametria de onda quadrada.
73
4.3.2- Determinação de Rutina
O eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) foi testado empregando
a técnica de voltametria cíclica para investigar o mecanismo de oxidação de
rutina e o resultado obtido é apresentado na Figura 4.8. A rutina apresenta um
processo de oxi-redução atribuído ao grupo 3’4’ dihidróxi substituído no anel B,
como apresentado na Figura 1.7.
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
E / V vs Ag/AgCl
i /
µ
A
FIGURA 4.8 – Voltamograma cíclico obtidos com eletrodo de pasta de CNTs
60% (CNTs, m/m), em solução de rutina 5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão fosfato
pH 7,1, ν = 50 mV s
-1
.
Após esta etapa, o eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) foi
empregando para a determinação de rutina, utilizando a técnica de voltametria
de pulso diferencial e o resultado obtido (Figura 4.9) foi comparado ao obtido
com o eletrodo pasta de carbono, nas mesmas condições.
74
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
0
1
2
3
4
5
6
E / V vs Ag/AgCl
i /
µ
A
Pasta de CNTs
Pasta de Carbono
FIGURA 4.9 – Voltamogramas de pulso diferencial obtidos com eletrodo de
pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) e eletrodo de pasta de carbono, em
solução de rutina 5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1, A = 100 mV e
ν = 10 mV s
-1
.
Na figura acima é possível observar que o processo de oxidação da
rutina ocorre em 356 mV quando utilizado o eletrodo de pasta de carbono. Ao
utilizar o eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) este processo ocorre
em 156 mV. Esta diminuição de 200 mV no potencial de oxidação indica efeito
catalítico dos CNTs sobre a oxidação da rutina, atribuído a grupos funcionais
contendo oxigênio, como grupos carboxílicos, sobre a superfície dos CNTs.
Pode-se observa ainda, um ganho significativo na corrente de pico ao utilizar o
eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m), indicando um melhor
desempenho analítico.
O efeito do pH da solução sobre a resposta voltamétrica do eletrodo de
pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) para a determinação de rutina foi estudado
no intervalo de pH de 4,2 e 9,1. As curvas obtidos são apresentados na Figura
4.10.
75
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
i / µA
E / V
4,2
5,0
6,0
7,1
9,1
FIGURA 4.10 – Voltamogramas de pulso diferencial obtidos em diferentes pHs
para o eletrodo de pasta de CNTs em solução de rutina 5,0x10
-5
mol L
-1
em
tampão fosfato, A de 100 mV e ν de 10 mVs
-1
.
A corrente de pico para a oxidação de rutina é maior entre pHs 6,0 e 7,1
e o pH de 7,1, foi escolhido para os estudos posteriores. Nesse pH além de
uma maior sensibilidade se tem um perfil voltamétrico melhor definido, sendo o
mesmo utilizado em outros trabalhos da literatura
65
.
Após esta etapa, foi feito um estudo parar avaliar o efeito da amplitude
de pulso e da velocidade de varredura sobre a resposta do eletrodo de pasta
de CNTs 60% (CNTs, m/m) em solução de rutina 5,0x10
-5
mol L
-1
e tampão
fosfato pH 7,1 e os valores escolhidos foram de 100 mV e 10 mV s
-1.
Para observar a repetibilidade de resposta do eletrodo foi realizado um
estudo no qual mediram-se as correntes de pico em dez replicatas, polindo-se
o eletrodo entre cada medida voltamétrica. Os resultados obtidos apresentaram
uma corrente média de 1,63 µA e desvio padrão de 0,073 µA. Com base
nestes resultados, conclui-se que o eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs,
m/m) apresenta repetibilidade adequada para a quantificação de rutina por
DPV, quando submetida a sucessivas regenerações de superfície. Isto é
importante porque a rutina adsorve sobre o eletrodo, sendo necessário polir a
superfície após cada determinação.
Após otimizar as condições experimentais para o eletrodo de pasta de
CNTs 60% (CNTs, m/m) foi obtida uma curva analítica para o sistema
adicionando diferentes concentrações de rutina em solução tampão fosfato pH
76
7,1. A Figura 4.11 mostra a curva resultante, cuja equação obtida foi I
pa
(A) = -
0,196 (10
-8
A mol L
-1
) + 0,408 [rutina] (10
-6
mol L
-1
), com r = 0,9999 (n =8) no
intervalo de concentração de rutina de 1,99x10
-7
a 9,99x10
-6
mol L
-1
, com limite
de detecção de 3,39x10
-8
mol L
-1
.
0 20406080100
0
10
20
30
40
i / 10
-8
A
[rutina] / 10
-7
mol L
-1
FIGURA 4.11 – Curva analítica obtida para o eletrodo de pasta de CNTs 60%
(CNTs, m/m) em solução de tampão fosfato pH 7,1, contendo diferentes
concentrações de rutina, ν = 10 mV s
-1
e A = 100 mV.
Na literatura
65
são encontrados trabalhos com limites de detecção da
mesma ordem de grandeza ao encontrado com o eletrodo de pasta de CNTs
60% (CNTs, m/m), no entanto são utilizadas técnicas com pré-concentração o
que leva a um aumento no tempo de análise.
O método de adições sucessivas de padrão foi utilizado na determinação
do teor de rutina presente em formulação farmacêutica, usando as condições
previamente otimizadas e com a metodologia descrita na parte experimental.
Um exemplo da curva de adição de padrão obtida neste experimento pode ser
observado na Figura 4.12.
77
-8-6-4-20246810121416
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
i / µA
concentração / 10
-5
mol L
-1
FIGURA 4.12 – Curva de adição de padrão para amostra de formulação
farmacêutica usando o eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) em
voltametria de pulso diferencial, com ν de 10 mV s
-1
e A de 100 mV.
Como método comparativo para a determinação de rutina foi utilizado o
método padrão (MP) recomendado pela AOAC
71
(espectroscopia de absorção
no UV-Visível) e os resultados obtidos são apresentados na Tabela 4.1.
TABELA 4.1 – Resultados da determinação de rutina presente em formulação
farmacêutica usando o eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) em DPV
comparado com o método padrão
Rutina / mg ml
-1
Valor
rotulado
DPV
a
MP
b
Variação
1
c
/ % Variação
2
d
/ %
20 19,9 ± 0,1 20,8 ± 0,1 -0,5 -4,3
a) média ± desvio padrão (n=3)
b) média ± desvio padrão (n=2)
c) [(DPV – rotulado) / rotulado] x 100%
d) [(DPV –MP) /MP] x 100%
Os resultados obtidos com método proposto apresentam coeficiente de
recuperação entre 99,20 e 100,5%, e concordam com os valores encontrados
78
pelo método recomendado em 95% de confiança, de acordo com o teste t-
Student.
Pode-se concluir que o método voltamétrico baseado no eletrodo de
pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) leva a resultados próximos dos encontrados
utilizando o método padrão da AOAC, sendo possível a utilização do método
proposto na determinação de rutina em formulações farmacêuticas.
79
4.3.3- Determinação de Quercetina
O eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) foi testado empregando
a técnica de voltametria de pulso diferencial para investigar o mecanismo de
oxidação de quercetina e o resultado obtido é apresentado na Figura 4.13. O
pH selecionado para a determinação de quercetina foi de 7,1, o mesmo
escolhido para a determinação de rutina, por pertencerem a mesma classe de
flavonóides e apresentarem processos de oxidação semelhantes.
-0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
1.8
2.0
2.2
2.4
2.6
2.8
3.0
3.2
3.4
3.6
i / µA
E / V
1
2
FIGURA 4.13 – Voltamograma de pulso diferencial obtido com eletrodo de
pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m), em solução de quercetina 5,0x10
-5
mol
L
-1
em tampão fosfato pH 7,1, A = 100 mV e ν = 10 mV s
-1
.
Nessa figura é possível observar dois processos de oxidação, sendo o
primeiro em 82 mV correspondente a oxidação de 3’4’ dihidróxi substituído no
anel B e um segundo processo em 400 mV referente à oxidação da hidroxila
substituída no anel C, como apresentado na Figura 1.9.
80
Para um possível aproveitamento analítico do eletrodo de pasta de
CNTs 60% (CNTs, m/m) na determinação de quercetina em voltametria de
pulso diferencial, foram realizados estudos com relação à amplitude de pulso e
a velocidade de varredura. Após esse estudo optou-se por usar amplitude de
pulso de 100 mV e velocidade de 10 mV s
-1
por apresentar uma maior
sensibilidade, aliada a um perfil voltamétrico melhor definido.
A quercetina possui grupos carboidratos hidrofílicos que são capazes de
acumular-se sobre a superfície de CNTs e devido a esta habilidade, a
quercetina adsorve sobre a superfície do eletrodo levando a perda de
repetibilidade. Assim, outro estudo foi feito medindo-se as correntes de pico em
10 replicatas, lixando-se a superfície do eletrodo entre cada medida, para
observar a repetibilidade de resposta. Os resultados obtidos apresentaram
correntes médias de 1,06 ± 0,150 µA e de 0,421 ± 0,067 µA para os picos 1 e
2, respectivamente. Nota-se, que o primeiro pico de oxidação apresenta maior
corrente e melhor repetibilidade, sendo este pico selecionado para
determinação de quercetina.
Após otimizar as condições experimentais foi obtida uma curva analítica
para o sistema utilizando o primeiro pico de oxidação, adicionando diferentes
concentrações de quercetina da ordem de 10
-6
mol L
-1
em tampão fosfato pH
7,1. A Figura 4.14 mostra a curva resultante, cuja equação obtida foi I
pa
(µA) =
0,530 (µA mol L
-1
) + 0,127 [quercetina] (10
-6
mol L
-1
), com r = 0,9999 (n =6) no
intervalo de concentração de quercetina de 4,98x10
-6
a 3,85x10
-5
mol L
-1
, com
limite de detecção de 5,43x10
-7
mol L
-1
.
81
0 5 10 15 20 25 30 35 40
1
2
3
4
5
6
i / µA
[quercetina] / 10
-6
mol L
-1
FIGURA 4.14 – Curva analítica obtida para o eletrodo de pasta de CNTs 60%
(CNTs, m/m) em solução de tampão fosfato pH 7,1, contendo diferentes
concentrações de quercetina. ν = 10 mV s
-1
e A = 100 mV.
Pode-se concluir que o eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m)
pode ser empregado para a determinação de quercetina em diversas amostras.
Modificadores químicos são amplamente utilizados em matrizes de
eletrodos para melhorar a sensibilidade e seletividade de resposta. São
encontrados na literatura alguns trabalhos sobre a formação de complexo entre
a quercetina e cobre (II)
77,78
. Assim, micropartículas de cobre foram
introduzidas na matriz do eletrodo de pasta de CNTs para melhorar a
sensibilidade e seletividade para a determinação de quercetina.
82
4.4- Avaliação das Potencialidades Analíticas do Eletrodo de
Pasta de CNTs Modificados
4.4.1- Eletrodo Modificado com Micropartículas de Cobre
O cobre exerce ação catalítica sobre a oxidação de inúmeros compostos
orgânicos, além de formar complexos com agentes quelantes. Com base
nestas propriedades, micropartículas de cobre vem sendo utilizadas como
modificador em eletrodos à base de CNTs
22,79
.
Um estudo realizado por Valle et al.
77
mostrou a interação de íons cobre
com a quercetina. Neste estudo foi observada a formação de complexo
quercetina-Cu por meio de espectroscopia de UV-Visível e voltametria de onda
quadrada.
Os relatos acima levaram a proposição de introduzir micropartículas de
cobre na matriz do eletrodo de pasta de CNTs para a determinação de
quercetina visando melhorar a sensibilidade e a seletividade deste tipo de
eletrodo.
Inicialmente foi feito um estudo para avaliar o efeito da porcentagem de
cobre no comportamento voltamétrico do eletrodo de pasta de CNTs. Este
estudo foi realizado para evitar interferência do pico de oxidação do cobre
sobre o processo de oxidação da quercetina.
Os eletrodos de pasta de CNTs preparados em diferentes composições
contendo de 6-18%, em massa, de micropartículas de cobre foram avaliados
por voltametria de pulso diferencial em solução de tampão fosfato, pH 7,1, para
observar o processo de oxidação do cobre. Esses experimentos também foram
realizados em solução de quercetina 5,0x10
-5
mol L
-1
. A Figura 4.15 apresenta
as curvas obtidas neste estudo.
83
FIGURA 4.15 - Voltamogramas de pulso diferencial obtidos com os eletrodos
de pasta de CNTs modificados com micropartículas de cobre nas
proporções de 6 (A), 10 (B) e 18% (C) utilizando solução tampão fosfato
pH 7,1 e quercetina 5,0x10
-5
mol L
-1
, a ν de 10 mV s
-1
e A de 100 mV.
Tal estudo demonstrou que com o aumento da porcentagem de cobre o
pico referente ao processo de oxidação deste ocorre na mesma região de
oxidação da quercetina. Este processo limita o uso de altas porcentagens de
cobre como modificador em eletrodo de pasta CNTs. Assim a composição de
6% foi selecionada para os demais experimentos.
O efeito da amplitude de pulso sobre a resposta voltamétrica do eletrodo
de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) foi investigado em solução 5,0x10
-5
mol L
-1
de quercetina em tampão fosfato pH 7,1. Os resultados obtidos variando as
amplitudes de 10 a 100 mV são apresentados na Figura 4.16. Os
voltamogramas mostram que, com o aumento da amplitude de pulso, ocorre
-0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
i / µA
E / V
(A)
tampão fosfato
quercetina
-0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
0
1
2
3
4
5
6
tampão fosfato
quercetina
i / µA
E / V
(B)
-0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
tampão fosfato
quercetina
i / µA
E / V
(C)
84
um aumento na intensidade de corrente, entretanto, também ocorre uma menor
definição e separação dos picos de oxidação da quercetina. Desse modo, a
amplitude de 10 mV foi selecionada para os demais estudos, apesar desta
amplitude apresentar uma menor sensibilidade.
-0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
-0,10,00,10,20,30,40,50,60,7
0,0 2
0,0 4
0,0 6
0,0 8
0,1 0
0,1 2
0,1 4
0,1 6
I / µA
E / V
5 mV
i / µA
E / V
10
25
50
100
FIGURA 4.16 – Voltamogramas de pulso diferencial, em diferentes amplitudes
de pulso, para o eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m), em solução
de quercetina 5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1 a 10 mV s
-1
.
Em seguida foi avaliada a velocidade de varredura para a solução de
quercetina nas mesmas condições. As velocidades de varredura foram
variadas de 5 a 25 mV s
-1
e a velocidade de varredura selecionada foi de 5 mV
s
-1
, por apresentar uma maior definição e separação dos picos de oxidação da
quercetina.
Quando se compara as curvas voltamétricas obtidas para os eletrodos
sem e com micropartículas de cobre é possível observar o desaparecimento do
segundo pico de oxidação da quercetina (400 mV), referente a oxidação da
hidroxilia substituída no anel C e o aparecimento de um novo pico em 230 mV
(pico 3), Figura 4.17. Não se podem comparar as magnitudes de corrente por
ter sido os voltamogramas obtidos em diferentes amplitudes e velocidades de
varredura.
85
FIGURA 4.17– Voltamogramas de pulso diferencial obtidos com os eletrodo de
pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) a 10 mV s
-1
e A de 100 mV e eletrodo de
pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) a ν de 5 mV s
-1
e A= 10 mV utilizando
solução de quercetina 5,0x10
-5
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1.
Com base nestes resultados é possível sugerir a formação do complexo
quercetina-Cu (II) por meio da ligação entre o anel C de quercetina e o Cu (II).
Inicialmente, o cobre metálico é convertido a óxido de cobre por meio da
aplicação de potencial, assim o cobre (II) presente na superfície do eletrodo é
responsável pela formação do complexo. Um estudo realizado por Ni
78
utilizando um eletrodo de carbono vítreo mostrou que o processo de oxidação
do complexo quercetina-Cu (II) ocorre em 213 mV o que sugere que o pico
observado em 230 mV corresponde à oxidação do complexo quercetina-Cu (II).
O complexo formado é apresentado a seguir:
86
Após esta etapa foi realizado um estudo para avaliar a repetibilidade de
resposta do eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m), polindo-se o eletrodo
de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) entre cada medida voltamétrica. Os
resultados obtidos em dez replicatas, para o primeiro pico de oxidação,
apresentaram um corrente média de 0,269 µA e desvio padrão de 0,011 µA.
Para a construção da curva analítica utilizando o eletrodo de pasta de
CNTs-Cu 6% (m/m) também foi utilizado o primeiro pico de oxidação da
quercetina. A Figura 4.18 mostra a curva resultante, cuja equação obtida foi I
pa
(µA) = -0,075 (10
-9
A mol L
-1
) + 0,0032 [quercetina] (10
-6
mol L
-1
), com r = 0,9996
(n =6) no intervalo de concentração de quercetina de 9,96x10
-7
a 9,62x10
-6
mol
L
-1
, com limite de detecção de 2,36x10
-7
mol L
-1
. Para concentrações maiores
que 9,62x10
-6
mol L
-1
as correntes de pico apresentam valores muito próximos,
sugerindo saturação dos sítios ativos do eletrodo e indicando que realmente
ocorre um processo de adsorção neste caso, como proposto anteriormente.
87
0246810
0
5
10
15
20
25
30
35
i / 10
-9
A
[quercetina] / 10
-6
mol L
-1
FIGURA 4.18 – Curva analítica obtida para o eletrodo de pasta de CNTs-Cu
6% (m/m) em solução tampão fosfato pH 7,1, contendo diferentes
concentrações de quercetina, com ν= 5 mV s
-1
, A = 10 mV.
Foram comparadas figuras de mérito como região linear e limite de
detecção para a determinação de quercetina utilizando eletrodo de pasta de
CNTs 60% (m/m) e eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m). A Tabela 4.2
resume os resultados obtidos.
TABELA 4.2 – Figuras de mérito referentes à determinação de quercetina
usando o eletrodo de pasta de CNTs 60% (m/m) e eletrodo de pasta de CNTs-
Cu 6% (Cu, m/m)
Eletrode Região linear/ mol L
-1
n r Limite de detecção / mol L
-1
Pasta de
CNTs
4,98x10
-6
– 3,85x10
-5
6 0,9999 5,43x10
-7
Pasta de
CNTs-Cu
9,96x10
-7
– 9,62x10
-6
6 0,9996 2,36x10
-7
Na Tabela 4.2 nota-se uma pequena diminuição no limite de detecção
quando utilizado o eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m). Esta pequena
diminuição é atribuída ao complexo quercetina-Cu (II) ser formado sobre a
88
superfície do eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (m/m) por meio da interação
entre íons Cu(II) e o anel C da quercetina. Limites de detecção menores
(2,0x10
-8
mol L
-1
) foram encontrados na literatura
65
, no entanto, estes trabalhos
utilizaram técnicas com redissolução com pré-concentração, o que leva a um
aumento no tempo de análise. Desta forma, o eletrodo de pasta de CNTs-Cu
6% (Cu, m/m) foi selecionado para a determinação de quercetina em amostras
de suco de maçã.
4.4.1.1- Determinação de Quercetina em Suco de Maçã
O método de adições sucessivas de padrão foi utilizado na determinação
do teor de quercetina presente em suco de maçã, usando as condições
previamente otimizadas e o eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m).
Foram realizadas três adições sucessivas de 400 µL de uma solução estoque
4,0x10
-4
mol L
-1
de quercetina em solução tampão fosfato pH 7,1 (Figura 4.19)
sendo a curva de adição de padrão foi obtida em duplicata.
O método de UV-Vísivel também foi utilizado na determinação do teor de
quercetina em suco de maçã e os resultados obtidos por DPV e por UV-Vísivel
são apresentados na Tabela 4.3.
-10-5 0 5 10152025
1
2
3
4
5
6
7
i / 10
-8
A
concentração / 10
-6
mol L
-1
FIGURA 4.19 – Curva de adição de padrão para amostra de suco de maçã
usando o eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) em voltametria de pulso
diferencial, com ν de 5 mV s
-1
e A de 10 mV.
89
TABELA 4.3 – Resultados da determinação de quercetina presente em suco de
maçã usando o eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) em DPV
comparado com espectroscopia de absorção UV-Vísivel
Quercetina / mg L
-1
DPV
a
UV-Vísivel
b
Variação
c
/ %
144,85 ± 3,60 141,50 ± 2,12 2,37
a) média ± desvio padrão (n=2)
b) média ± desvio padrão (n=2)
c) [(DPV – UV-Vísivel) / UV-Vísivel] x 100%
Os resultados obtidos com o método proposto apresentam coeficiente de
recuperação entre 98,80 e 102,9%, e concordam com os valores encontrados
pelo método recomendado em 95% de confiança, de acordo com o teste t-
Student
11
, com variação menor que 3%. Estes resultados indicam a ausência
de efeito de matriz. Sendo assim, o eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu,
m/m) pode ser empregado para a determinação de quercetina em amostras de
suco de maçã sem que haja a necessidade de pré-tratamento.
Estudos de Interferentes na Determinação de Quercetina
No preparo de sucos industrializados são utilizados acidulantes para
conservação e conseqüente aumento do prazo a validade do mesmo. Um dos
acidulantes mais comumente utilizados é o ácido cítrico e o efeito desta
espécie sobre a resposta do eletrodo pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) na
determinação de quercetina foi avaliado. Nesse caso foram realizadas curvas
de recuperação fixando a concentração de quercetina e variando-se a
concentração do ácido cítrico em até 100 vezes maior que a concentração de
quercetina. Os resultados obtidos neste estudo são apresentados na Tabela
4.4. Um exemplo de uma curva de recuperação é apresentado na Figura 4.20.
90
-3-2-10123456
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
i / 10
-8
A
quercetina / 10
-6
mol L
-1
FIGURA 4.20 – Curva de recuperação para solução de quercetina 1,96x10
-6
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1 na presença de ácido cítrico usando o
eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) em voltametria de pulso
diferencial, com νde 5 mV s
-1
e A de 10 mV.
91
TABELA 4.4 – Resultados obtidos para a determinação de quercetina na
presença de ácido cítrico usando eletrodo de pasta de CNTs- Cu 6% (Cu, m/m)
Ácido cítrico ( 10
-6
mol L
-1
) Quercetina ( 10
-6
mol L
-1
) Recuperação (%)
Adicionado Recuperado
1,960 1,96 1,76 90,2
98,00 1,96 1,79 91,7
192,3 1,91 1,80 93,9
Observando a Tabela 4.4 nota-se que os valores de recuperação
encontrados estão dentro dos valores permitidos pela AOAC
80
(entre 70 e
130%). Desta forma, é possível concluir que o eletrodo de pasta de CNTs-Cu
6% (Cu, m/m) pode ser utilizado na determinação de quercetina sem a
necessidade de tratamento prévio para a eliminação de ácido cítrico.
92
4.4.2- Biossensor à base de CNTs-AchE
Uma das maiores dificuldades na construção de biossensores
enzimáticos está relacionado com a estabilidade da molécula biológica. Fora do
seu ambiente bioquímico, a proteína, da qual a enzima faz parte, tende,
naturalmente, a se desnaturar, perdendo seu poder catalítico
69
. Assim, a
atividade enzimática diminui com o tempo e o biossensor perde seu
desempenho analítico. Esta dificuldade pode ser diminuída pela imobilização
adequada da enzima o que diminui a velocidade de desnaturação. O uso de
suporte para a imobilização enzimática aumenta a estabilidade e fixa melhor a
enzima sobre a superfície do eletrodo.
A acetilcolinesterase é uma enzima capaz de degradar 300 mil
moléculas de acetilcolina (principal neurotransmissor do sistema nervoso
parassimpático) por minuto, tendo como produto desta reação a colina. Como a
colina pode ser oxidada em baixos potenciais, esta enzima é uma das mais
utilizadas para a construção de biossensores utilizados na determinação de
pesticidas das classes dos carbamatos e organofosforados
69
.
No presente trabalho a construção do biossensor CNTs-AchE foi
realizada sem adição de qualquer suporte para a imobilização enzimática. Isto
porque os CNTs apresentam propriedades adequadas, como alta área
superficial, que podem favorecer a imobilização da enzima AchE na matriz do
biossensor, ou ainda pelos grupos funcionais presentes nas superfícies dos
CNTs, como grupos carboxílicos.
Assim, um estudo sobre a estabilidade do biossensor foi realizado
utilizando cronoamperometria (potencial aplicado, 300 mV) em solução de
AcSChI 3,0 mmol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1. Medidas realizadas após 20
dias da construção do biossensor não apresentaram perda significativa na
corrente limite de difusão. Estes resultados mostram que é possível a obtenção
de biossensores à base de CNTs sem a necessidade do uso de suporte para
imobilização enzimática.
O primeiro passo na otimização de biossensor amperométrico, é a
determinação do potencial de trabalho. Para isto foram realizados
voltamogramas de onda quadrada (parâmetros utilizados: amplitude de pulso
de 50 mV, incremento de 2 mV e freqüência de 50 Hz) em solução de AcSChI
93
3,0x10
-4
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1 contendo 2,0 U de
acetilcolinesterase, para observar o pico de oxidação de tiocolina ( produto da
reação enzimática), utilizando eletrodo de pasta de CNTs 60% (m/m). Os
voltamogramas foram realizados em diferentes tempos de reação e os
resultados obtidos são apresentados na Figura 4.21. É possível observar dois
picos referentes aos processos de oxidação da tiocolina, sendo o segundo pico
(~250 mV) selecionado para os procedimentos cronoamperométricos.
AcSChI + AchE
HAc + Tiocolina
-0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
6.5
7.0
7.5
i / µA
E / V
tempo de reação / min
0
20
52
76
FIGURA 4.21 - Voltamogramas de onda quadrada obtidos com os eletrodos de
pasta de CNTs 60% (m/m) em solução de AcSChI 3,0x10
-4
mol L
-1
em
tampão fosfato pH 7,1 após a adição 2,0 U de acetilcolinesterase para os
tempos de reação 0, 20, 52 e 76 minutos. A = 50 mV, incremento = 2 mV e
freqüência de 50 s
-1
.
A fim de verificar se o processo de oxidação do substrato AcSChI
interfere na ação enzimática, estudos utilizando voltametria de onda quadrada
nas mesmas condições anteriores foram realizados em solução de AcSChI
3,0x10
-4
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1. A Figura 4.22 apresenta o resultado
obtido, onde se pode notar que o inicio do processo de oxidação do substrato
94
AcSChI (~ 500 mV) é próximo do potencial de término do pico de oxidação da
tiocolina (~350 mV).
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
i / µA
E / V
FIGURA 4.22 - Voltamograma de onda quadrada obtido com o eletrodo de
pasta de CNTs 60% (m/m) em solução de AcSChI 3,0x10
-4
mol L
-1
em
tampão fosfato pH 7,1. A de 50 mV, incremento de 2 mV e freqüência de
50 s
-1
.
Estes resultados mostram a necessidade de um estudo mais detalhado
dos potenciais possíveis para a avaliação da ação enzimática, sem sofrer a
interferência da oxidação do substrato. Com este intuito saltos potenciostáticos
para diferentes potenciais finais foram executados em solução de AcSChI
3,0x10
-4
mol L
-1
. Os potenciais aplicados foram variados entre 250 mV (pico de
oxidação da tiocolina) e 620 mV (pico de oxidação de AcSChI) e os resultados
são apresentados na Figura 4.23.
Na Figura 4.23 pode-se observar que até o potencial de 450 mV as
correntes do patamar são pequenas e não variam com o potencial aplicado e,
portanto, não houve a interferência do substrato. A partir do potencial de 500
mV foi observado um aumento da corrente com o tempo referente ao processo
de oxidação de AcSChI.
95
0 50 100 150 200 250
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
0 50 100 150 200 250
0.0
0.2
0.4
i / µA
tempo / s
i / µA
tempo / s
Potencial de oxidação de AcSChI / mV
250
300
350
400
450
500
620
FIGURA 4.23 – Variação de potencial aplicado para solução de AcSChI 3,0x10
-
4
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1, utilizando eletrodo de pasta de CNTs
60% (m/m).
Em seguida, foram adicionadas 0,14 U de acetlicolinesterase na célula
contendo solução de AcSChI 3,0x10
-4
mol L
-1
a fim de avaliar o tempo de
reação enzimática. Medidas cronoamperométricas para os tempos de reação
entre 0 e 300 minutos foram realizadas polarizando o eletrodo de pasta de
CNTs 60% (m/m) em 250 mV, Figura 4.24. Pode-se observar que a corrente
aumenta com o tempo de reação até o tempo de 100 min indicando a oxidação
da tiocolina. Após este tempo não há variação da corrente o que indica que
todos os sítios ativos da enzima já foram ocupados.
96
0 50 100 150 200 250
0.0
0.5
1.0
1.5
0 50 100 150 200 250
0.0
0.1
0.2
i / µA
E / V
i / µA
E / V
tempo / min
0
10
25
50
100
200
300
FIGURA 4.24 – Efeito do tempo de reação para oxidação de tiocolina em
solução de AcSChI 3,0x10
-4
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1 contendo 2,0
U de acetilcolinesterase, utilizando eletrodo de pasta de CNTs 60% (m/m).
Potencial aplicado: 250 mV.
Após praticamente toda reação enzimática ter ocorrido (300 minutos), ou
seja, tempo necessário para o substrato reagir com a enzima e ser
transformado em tiocolina, foram realizados cronoamperogramas para observar
o potencial de oxidação da tiocolina sem a interferência do substrato. Os
potenciais foram variados entre 0 e 350 mV (término do pico de oxidação da
tiocolina) e os resultados são apresentados na Figura 4.25. É possível observar
um aumento nas correntes limites de difusão com o aumento do potencial
aplicado. Para os potenciais de 300 e 350 mV as correntes limite de difusão
apresentam valores muito próximos. Devido a diferença não significativa entre
as correntes destes potenciais, selecionou-se para os demais estudos o
potencial de 300 mV, pois além de estar próximo ao potencial de oxidação da
tiocolina (~350 mV), está afastado do início do processo de oxidação do
substrato AcSChI (~ 500 mV), evitando eventuais interferências.
97
0 50 100 150 200 250
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
050100150200250
0.0
0.1
0.2
i / µA
tempo / s
i / µA
tempo / s
E / mV
0
100
200
250
300
350
FIGURA 4.25 – Efeito do potencial aplicado sobre a oxidação de tiocolina em
tampão fosfato pH 7,1, utilizando eletrodo de pasta de CNTs 60% (m/m).
A concentração do substrato é outro parâmetro fundamental para se
avaliar nos biossensores, pois este juntamente com a enzima
acetilcolinesterase resulta nas correntes medidas nas análises. O efeito da
concentração do substrato sobre a corrente limite de difusão foi avaliado no
intervalo de concentração entre 0,5 e 3,0 mmol L
-1
, utilizando o biossensor
CNTs-AchE, Figura 4.26.
98
0 50 100 150 200 250
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 50 100 150 200 250
0.0
0.5
i / µA
tempo / s
i / µA
tempo / s
Concentração / 10
-3
mol L
-1
0,5
1,0
1,5
2,0
3,0
branco
FIGURA 4.26 – Efeito da concentração do substrato sobre a corrente limite de
difusão para a oxidação de tiocolina em tampão fosfato pH 7,1, utilizando
o biossensor CNTs-AchE. Potencial aplicado: 300 mV.
Observa-se na Figura 4.26 que o patamar de corrente aumenta com a
adição AcSChI, entretanto para as duas ultimas adições (de 2,0 e 3,0 mmol L
-1
)
a corrente tende a se estabilizar o que poderia indicar que a velocidade de
reação enzimática passou a ser controlada pela sua cinética e não mais pelo
transporte de substrato para a superfície do eletrodo. Após esse estudo optou-
se por usar a concentração de 3,0 mmol L
-1
de AcSChI, por apresentar uma
maior corrente limite de difusão.
99
4.2.2.1 - Desempenho do Biossensor CNTs-AchE na
Determinação de Clorfenvinfos
Após a otimização dos parâmetros experimentais (potencial de trabalho
e concentração de AcSChI), foram realizados estudos relacionados com a
inibição enzimática na presença do carrapaticida clorfenvinfos.
O clorfenvinfos compete com o substrato AcSChI pelo sítio ativo da
enzima AchE, diminuindo a velocidade da reação. Assim, um estudo para
avaliar o efeito do tempo de incubação sobre a inibição da atividade catalítica
da enzima foi realizado.
As porcentagens de inibição (%I) causadas pelo carrapaticida
clorfenvinfos sobre a atividade enzimática do eletrodo CNTs-AchE foram
calculadas de acordo com a equação:
100%
10
X
I
II
I
=
onde I
0
e I
1
são as respostas do biossensor antes e após o processo de
incubação, respectivamente.
O tempo de incubação, ou seja, tempo em que o eletrodo deve ficar
imerso na solução de clorfenvinfos antes das medidas cronoamperometricas
serem realizadas, foi variado entre 2 e 20 minutos e os resultados são
apresentados na Figura 4.27.
100
0 2 4 6 8 10121416182022
0
10
20
30
40
50
60
70
% Inibição
tempo / min
FIGURA 4.27 – Efeito do tempo de incubação sobre a inibição enzimática
causada pelo carrapaticida clorfenvinfos (1,0x10
-4
mol L
-1
), utilizando o
biossensor CNTs-AchE. Potencial aplicado: 300 mV.
É possível observar na Figura 4.26 que a porcentagem de inibição
aumenta com o tempo. No entanto, o tempo de 10 minutos foi selecionado
como o tempo de incubação. Esta escolha é justificada pelo aumento no tempo
de análise e também pela perda de linearidade ao se utilizar tempos de
incubação maiores.
Após a otimização das condições experimentais para o biossensor
CNTs-AchE, utilizando cronoamperometria, foi obtida uma curva analítica para
o sistema. Inicialmente o eletrodo foi imerso pelo tempo de incubação
selecionado em soluções contendo diferentes concentrações de clorfenvinfos.
Em seguida o biossensor foi transferido para a cela eletroquímica contendo
solução de AcSChI 3,0x10
-3
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1 e realizou-se os
cronoamperogramas para se determinar a %I provocada nas correntes limites
de difusão, relacionadas com a oxidação da tiocolina. A Figura 4.28 mostra a
curva resultante, que obedece à equação I
pa
(µA) = 21,81 (%I) + 4,91
[clorfenvinfos] (10
-6
mol L
-1
), com r = 0,995 (n = 6) no intervalo de concentração
de 4,90x10
-7
a 4,76x10
-6
mol L
-1
e limite de detecção de 1,15x10
-7
mol L
-1
.
101
012345678
15
20
25
30
35
40
45
50
Inibição / %
concentração / 10
-6
mol L
-1
FIGURA 4.28 – Curva analítica obtida para o biossensor CNTs-AchE em
solução AcSChI 3,0x10
-3
mol L
-1
em tampão fosfato pH 7,1, para soluções
contendo diferentes concentrações de clorfenvinfos. Potencial aplicado:
300 mV.
O método de adições sucessivas de padrão foi utilizado na determinação
do teor de clorfenvinfos presente em carrapaticida, usando as condições
previamente otimizadas e com a metodologia descrita na parte experimental.
Um exemplo da curva de adição de padrão obtida neste experimento pode ser
observado na Figura 4.29.
O método de UV-Vísivel também foi utilizado na determinação
clorfenvinfos em carrapaticida e os resultados obtidos utilizando o biossensor
CNTs-AchE e por UV-Vísivel são apresentados na Tabela 4.5.
102
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
10
20
30
40
50
Inibição / %
concentração / 10
-6
mol L
-1
FIGURA 4.29 – Curva de adição de padrão para amostra de carrapaticida
usando o biossensor CNTs-AchE em cronoamperometria. Potencial
aplicado: 300 mV.
TABELA 4.5 – Resultados da determinação de clorfenvinfos presente em
carrapaticida usando biossensor CNTs-AchE em cronoamperometria
comparado com espectroscopia de absorção UV-Vísivel
Clorfenvinfos / g L
-1
Biossensor
CNTs-AchE
UV-Vísivel
Variação
a
/ %
225 220 2,27
a) [(Biossensor – UV-Vísivel) / UV-Vísivel] x 100%
Pode-se concluir que o método baseado no biossensor CNTs-AchE leva
a resultados próximos dos encontrados utilizando o método UV-Vísivel sendo
possível a utilização do método proposto na determinação de clorfenvinfos em
diversas amostras.
103
CAPÍTULO 5
CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E MORFOLÓGICA
5.1- Microscopia Eletrônica de Varredura
Inicialmente as imagens de MEV-FEG foram empregadas para
caracterizar os CNTs usados neste trabalho na confecção dos eletrodos. Essas
medidas foram realizadas no pó de CNTs, sendo o mesmo disperso em
acetona e pingado sobre o porta amostra. Na Figura 5.1 apresentam-se as
micrografias obtidas em diferentes aumentos.
Na Figura 5.1a observa-se claramente que o material se apresenta
bastante uniforme o que permitiu uma boa homogeneização dos eletrodos de
pasta. Também pode-se concluir destas micrografias que grande parte do
material é composto pelos CNTs e não por outras formas de carbono.
Na Figura 5.1b é apresentada a micrografia dos CNTs com um maior
aumento onde é destacado o diâmetro dos CNTs que variam entre 20 e 40 nm,
concordando com o dado da ficha técnica informado pelo fabricante.
(a) (b)
FIGURA 5.1 – Micrografias dos CNTs de paredes múltiplas empregados no
preparo dos eletrodos. Escalas: (a) 1µm e (b) 100 nm.
104
A Figura 5.2 mostra as micrografias das superfícies do eletrodo de pasta
de CNTs 60% (CNTs, m/m) após abrasão com lixa d’água 600. Nota-se na
Figura 5.2a que a superfície da pasta é bastante uniforme e ainda que os CNTs
permanecem com sua estrutura, indicando que mesmo com o processo de
maceração, os CNTs não são destruídos. Ainda pode-se concluir que os CNTs
estão distribuídos de forma homogênea na pasta. Já em ampliações maiores,
Figura 5.2b, é possível observar que o diâmetro dos CNTs é aumentado, o que
se deve, provavelmente, a presença do aglutinante utilizado (Nujol), que
reveste os CNTs.
(a) (b)
FIGURA 5.2 – Micrografias do eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m).
Escalas: (a) 200 nm e (b) 200 nm.
Foram obtidas também micrografias para o eletrodo de pasta de CNTs-
Cu 6% (Cu, m/m) após abrasão com lixa d’água 600. Na Figura 5.3a é
apresentada a micrografia deste eletrodo, a qual se distingue das anteriores
(Figura 5.2) por apresentar regiões formadas por placas sobrepostas com uma
morfologia mais lisa. Essas regiões podem ser atribuídas as micropartículas de
cobre metálico utilizadas como modificador. Vale salientar que as partículas de
cobre têm tamanho médio 45 µm e a porcentagem em massa deste
modificador é de apenas 6%, portanto, era de se esperar que fossem
observados nas micrografias da superfície apenas alguns poucos pontos que
caracterizassem estas micropartículas. Em ampliações maiores também foi
observado, como no caso anterior, a presença dos CNTs, Figura 5.3b.
105
(a) (b)
FIGURA 5.3 – Micrografias do eletrodo de pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m).
Escalas: (a) 1µm e (b) 200 nm.
As Figuras 5.4a e 5.4b mostram as micrografias da superfície do
biossensor CNTs-AchE após abrasão com lixa d’água 600. Na Figura 5.4a
nota-se que a superfície do biossensor apresenta uma estrutura mais
compacta, com regiões mais rugosas e outras mais planas e ainda pequenas
partículas na forma esférica. Em ampliações maiores (Figura 5.4b) é possível
observar a presença dos CNTs e regiões com pequenos grumos, atribuídos a
presença da enzima AchE, a qual tem uma estrutura do tipo couve-flor.
(a) (b)
FIGURA 5.4 – Micrografias do biossensor CNTs-AchE. Escalas: (a) 2µm e
(b) 200 nm.
106
5.2- Espectroscopia de Impedância Eletroquímica (EIS)
A espectroscopia de impedância eletroquímica é uma técnica bastante
útil na investigação dos processos eletroquímicos e é amplamente utilizada
para caracterização dos processos que ocorrem em superfícies eletródicas
eletrodo/solução. Neste sentido, a determinação de parâmetros tais como
resistência da solução, transferência de carga, capacitância interfacial e
elementos de circuitos envolvidos nos fenômenos estudados se fazem bastante
útil, na correlação dos diferentes eletrodos de pasta de CNTs 60% (CNTs,
m/m), pasta de CNTs-Cu 6% (cu, m/m) e biossensor CNTs-AchE.
O estudo utilizando EIS se baseou na polarização dos eletrodos à base
de CNTs no potencial de circuito aberto. O perfil geral dos espectros de Nyquist
para eletrodos de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m), pasta de CNTs-Cu 6%
(Cu, m/m) e biossensor CNTs-AchE são mostrados na Figura 5.5, bem como
seus respectivos ajustes.
107
0 50 100 150 200
0
50
100
150
200
(A)
0 400 800 1200 1600
0
400
800
1200
1600
-Z`` /
cm-2
Z` /
cm
-2
-Z`` /
cm
-2
Z` /
cm
-2
Z` /
cm
-2
0 40 80 120 160 200 240 280
0
40
80
120
160
200
240
280
(B)
0 400 800 1200 1600
0
400
800
1200
1600
-Z`` /
cm
-2
Z` /
cm
-2
-Z`` /
cm
-2
Z` /
cm
-2
0 50 100 150 200 250
0
50
100
150
200
250
-Z /
cm
-2
Z` /
cm
-2
FIGURA 5.5- Espectros de Nyquist obtidos para os eletrodos de pasta de CNTs
60% (CNTs, m/m) (A), pasta de CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) (B) e biossensor
CNTs-AchE (C) em potencial de circuito aberto de 0,346; 0,207 e 0,192 V
respectivamente. Solução 5,0 mmol L
-1
de K
3
[Fe(CN)
6
] em KCl 0,5 mol L
-1
.
108
Os espectros obtidos para os três eletrodos analisados são distintos,
entretanto, pode-se observar um semi-círculo em altas freqüências e uma
região linear em baixas freqüências, exceto para o biossensor CNTs-AchE. De
forma geral, os espectros de impedância que apresentam esta forma são
interpretados como característicos de processos eletródicos simples
controlados por transferência de carga (semi-círculo em altas freqüências) e
transporte de massa (região linear em baixas freqüências).
Uma análise comparativa entre os espectros obtidos foi realizada
considerando o sistema eletrodo/solução como um circuito elétrico, mostrado
na Figura 5.6. Ele se baseia na resistência da solução (R
s
) em serie com um
elemento de fase constante (CPE) paralelo à resistência de transferência de
carga (R
tc
) e um elemento difusional Warburg.
A partir do circuito proposto foi obtido, utilizando o software ZView 2.6, o
espectro de impedância teórico e a curva obtida foi sobreposta a experimental
para comparação.
Para a região de altas freqüências foi definido um semi-círculo para os
três eletrodos, que na curva experimental está incompleto. Esse semi-círculo
permite determinar os valores de R
tc
apresentados na Tabela 5.1. Vale
salientar que para o biossensor não está representado o semi-círculo calculado
porque a escala do gráfico teria que ser muito ampliada e os pontos
experimentais e a sobreposição das curvas ficaria pouco visível.
Rs CPE1
R1 W1
FIGURA 5.6- Circuito equivalente análogo aos processos interfaciais eletrodo-
solução.
Os valores de R
tc
foram distintos para os três eletrodos, sendo que o
eletrodo de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) é o que apresenta menor
resistência e o biossensor CNTs-AchE maior resistência.
109
Os valores de resistência obtidos podem ser justificados da seguinte
forma. Sistemas de baixa dimensionalidade tais como CNTs, apresentam
menores valores de R
tc
devido suas propriedades ímpares características, tais
como boa condução elétrica o que se remete num valor de R
tc
baixo.
Apesar de ser esperado que a modificação com partículas metálicas
fosse melhorar a condutividade da pasta, o comportamento observado foi o
oposto e a resistência do eletrodo foi 2,5 vezes superior com a adição de Cu. O
aumento do valor de R
tc
pode ser atribuído a possível formação de uma
camada de passivação oriunda da oxidação do Cu
0
, formando CuO. Esta
formação de CuO foi observada também nos estudos realizados com o analito
quercetina por meio da formação do complexo quercetina-Cu (II) sobre a
superfície do eletrodo.
Já para o biossensor CNTs-AchE o valor de R
tc
aumentou em uma
ordem de grandeza para a reação [Fe(CN)
6
]
4-/3-
o que se deve, provavelmente,
a diminuição do número de sítios de CNTs disponíveis, pois a enzima ocupa
grande parte da área superficial, como visto nas micrografias e a mesma é não
condutora.
Os valores de CPE também são apresentados na Tabela 5.1. Para os
eletrodos de pasta de CNTs 60% (CNTs, m/m) e CNTs-Cu 6% (Cu, m/m) os
valores de CPE são muito próximos e característicos do processo de
carregamento de dupla camada para uma interface do tipo metal/solução. Já
para o biossensor CNTs-AchE o valor de CPE aumenta em 100 vezes o que se
deve a característica menos condutora deste.
Uma análise mais detalhada dos diagramas de impedância não foi
realizada porque o objetivo destas medidas foi apenas o de comparar os
diferentes eletrodos em termos de sua condutividade elétrica.
110
TABELA 5.1- Valores dos elementos de circuito para os eletrodos à base de
CNTs
Elementos de Circuito
Eletrodo CPE / F n R
tc
/
Pasta CNTs 4,5x10
-8
0,6472 90,5
Pasta CNTs-Cu 3,0x10
-8
0,6709 252,0
Biossensor 1,5x10
-6
0,5330 3.050,0
111
CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES
Os resultados obtidos permitem concluir que os eletrodos à base de
CNTs na forma de pasta apresentam respostas voltamétricas melhores que as
obtidas com o eletrodo de GC recoberto com filme de CNTs. Ainda com relação
ao eletrodo de pasta de CNTs, estes eletrodos apresentam facilidade de
construção, sensibilidade e facilidade de regeneração da superfície.
A melhor resposta voltamétrica em solução de ferricianeto de potássio
foi obtida para o eletrodo de pasta contendo 60% (m/m) de CNTs, o que está
de acordo com relatos da literatura. Esta composição também apresentou-se
reprodutível quanto a renovação de superfície.
O eletrodo de pasta de CNTs se mostrou útil em intervalos de potenciais
comparáveis às do carbono vítreo. Este eletrodo respondeu satisfatoriamente
aos analitos: paraquat, rutina e quercetina.
Avaliando-se o analito rutina por DPV, foi possível observar um
decréscimo de 200 mV no potencial de oxidação quando comparado ao
eletrodo de pasta de carbono tradicional, indicando um efeito eletrocatalítico
dos CNTs. Ainda com relação à rutina, foi possível a obtenção de um limite de
detecção de 3,39x10
-8
mol L
-1
e a sua determinação em formulações
farmacêuticas, com variações inferiores a 5%.
Ao empregar-se a quercetina como analito, observou-se dois processos
de oxidação, sendo o primeiro pico selecionado para determinação de
quercetina por ter apresentado maior corrente e melhor repetibilidade. Para
este sistema obteve-se um limite de detecção de 5,43x10
-7
mol L
-1
.
O eletrodo de pasta de CNTs foi modificado com micropartículas de Cu
para a determinação de quercetina. Os resultados observados neste estudo
indicaram a formação do complexo quercetina-Cu II sobre a superfície do
eletrodo modificado. A formação deste complexo resultou numa pequena
diminuição no limite de detecção para o valor de 2,36x10
-7
mol L
-1
. Ainda com
relação à quercetina, foi possível a sua determinação em amostra de suco de
maçã industrializado, com coeficientes de recuperação entre 98,8 e 102,9%.
112
O biossensor CNTs-AchE apresentou facilidade de construção, não
sendo necessária a utilização de suporte para a imobilização enzimática. Este
biossensor foi empregado para a determinação do carrapaticida clorfenvinfos
apresentado limite de detecção de 1,15x10
-6
mol L
-1
. Ainda com relação ao
clorfenvinfos, foi possível a sua determinação em amostra de carrapaticida,
com variações inferiores a 2,5%.
113
CAPÍTULO 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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