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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
EM CIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA
REPERCUSSÕES DA CURVATURA LOMBAR
SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DA LOMBALGIA
EM JOVENS PRATICANTES DE VOLEIBOL
GIOVANNA BARROS GONÇALVES
Rio de Janeiro
2007
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GIOVANNA BARROS GONÇALVES
REPERCUSSÕES DA CURVATURA LOMBAR
SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DA LOMBALGIA
EM JOVENS PRATICANTES DE VOLEIBOL
Dissertação apresentada à Universidade
Castelo Branco no Programa de Pós
Graduação Stricto Sensu em Ciência da
Motricidade Humana como requisito parcial
para a obtenção do tulo de Mestre em
Ciência da Motricidade Humana.
Orientador: Prof. Doutor João Santos Pereira
Rio de Janeiro
2007
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GONÇALVES, Giovanna Barros.
Repercussões da curvatura lombar sobre as características da lombalgia
em jovens praticantes de voleibol / Giovanna Barros Gonçalves; orientação
Professor João Santos Pereira, Rio de Janeiro, 2007. 86f.
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós Graduação
Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana – Universidade Castelo
Branco/RJ.
1 – Curvatura Lombar. 2 – Ângulo de Cobb 3 – Lombalgia 4 – Voleibol
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIA DA
MOTRICIDADE HUMANA
A Dissertação:
Repercussões da curvatura lombar sobre as
características da lombalgia em jovens praticantes de voleibol
elaborada por: Giovanna Barros Gonçalves
e aprovada por todos os membros da Banca Examinadora, foi aceita pela
Universidade Castelo Branco e homologada pelo conselho de Ensino,
Pesquisa e Extensão, como requisito parcial à obtenção do título de
MESTRE EM CIÊNCIA DA MOTRICIDADE HUMANA
Data: 11 de Dezembro de 2007.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Dr. João Santos Pereira
Presidente
___________________________________________
Dr. Marco Antônio Guimarães da Silva
___________________________________________
Dr. Manoel José Gomes Tubino
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus verdadeiros mestres e amigos, que
foram meus principais incentivadores para seguir minha profissão dentro da
carreira docente e que me encorajaram a prosseguir mesmo diante das
adversidades. A todos vocês o meu muito obrigada e a minha eterna gratidão,
vocês foram fundamentais para esta conquista.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por sempre iluminar meus caminhos e
me proporcionar momentos e conquistas inesquecíveis e inimagináveis ao
longo da minha vida.
Gostaria de agradecer à minha mãe por apoiar e incentivar minhas
escolhas, confiando sempre em minha capacidade e se orgulhando de minhas
conquistas. Não posso deixar de agradecer ao Francisco, meu segundo pai,
por proporcionar a realização deste mestrado e por sempre acreditar e
incentivar minhas escolhas. Muito obrigada, amo vocês!
Agradeço aos meus avós pelo apoio e ajuda durante a realização deste
trabalho. Gostaria de agradecer também ao meu querido pai, que nos
momentos em que eu demonstrava sinais de cansaço, apareceu incansável
para a realização das viagens. Pai, você foi muito importante para esta vitória!
Gostaria de agradecer imensamente aos colegas educadores físicos,
treinadores dos clubes de voleibol em Juiz de Fora/MG, que ajudaram e
concordaram prontamente com a realização desta pesquisa, mostrando
sempre muito interesse com o trabalho que estava sendo desenvolvido.
Agradeço também aos jogadores que colaboraram e foram fundamentais para
a realização desta pesquisa. A todos vocês, muito obrigada pela confiança!
Não posso deixar de mencionar e agradecer muito aos amigos e
estagiários Cristóvão Oliveira, Jaqueline Rocha e Márcio de Oliveira, pela ajuda
imprescindível e por o medirem esforços para me auxiliarem durante a
realização deste trabalho. Obrigada! Vocês foram maravilhosos!
Agradeço também às duas amigas e companheiras de mestrado, Giliane
Altomare e Katjane Cardoso, que compartilharam comigo todos os momentos
deste processo de crescimento e sempre estiveram dispostas a ajudar no que
fosse preciso. O carinho e amizade de vocês foi uma das minhas maiores
conquistas deste mestrado! Adoro muito vocês e sentirei saudades!
Gostaria de agradecer a amizade e companheirismo incondicional da
minha querida amiga e fisioterapeuta Renata Miranda, que sempre me
incentivou e apoiou em cada fase desde mestrado. Rê, sem a sua amizade e
ajuda esta conquista não seria possível! Muito obrigada por tudo!
Agradeço imensamente à amiga, mestre e eterna professora Jennifer
Granja Peixoto, que sempre acreditou e confiou em minha capacidade e foi
quem me incentivou a seguir a carreira docente e realizar este mestrado.
Jenny, sua inigualável arte de lecionar me fez uma pessoa apaixonada pela
minha profissão e pela docência. Muito obrigada por me encorajar e ajudar nos
momentos decisivos! Seu apoio e sua força me engrandeceram! Não tenho
palavras suficientes que expressem minha gratidão por você!
Gostaria de agradecer, finalmente e imensamente, ao meu Orientador e
Professor João Santos Pereira, que me ensinou muito mais do que realizar
uma dissertação de mestrado, mostrou o que é fundamental para o
crescimento pessoal e profissional. Professor, você foi mais que um Orientador,
foi um educador para a vida! Sua imensa dedicação somada a sua
competência, conhecimento, ajuda, apoio, amizade e muita compressão, foram
fundamentais para esta conquista! Jamais esquecerei todo o carinho,
dedicação e ensinamentos que recebi! Aprendi muito e quero aprender cada
vez mais com você! Serei eternamente grata a todos os momentos desta
jornada! Professor João, você é muito especial para mim e mora no meu
coração! Adoro você! Muito Obrigada!
RESUMO
GONÇALVES, Giovanna Barros. Repercussões da curvatura lombar
sobre as características da lombalgia em jovens praticantes de Voleibol.
A dor lombar vem sendo um achado comum em atletas e indivíduos adultos
jovens. Das diversas causas deste sintoma, as alterações mecânico-posturais
estão entre as mais comuns na população. Este estudo foi realizado com o
intuito de correlacionar a intensidade e os aspectos da lombalgia com as
medidas angulares da curvatura lombar em praticantes de voleibol.
Participaram desta pesquisa 42 jovens atletas, de ambos os sexos, com idade
entre 14 e 18 anos, que foram divididos em dois grupos, o grupo sem dor e o
grupo com dor lombar. Ambos responderam a uma ficha de avaliação inicial,
porém a escala analógica visual de dor foi aplicada apenas nos indivíduos do
grupo com dor. A seguir, todos os participantes foram submetidos ao exame
radiológico da coluna lombar. Após esta etapa, o ângulo de Cobb foi obtido
sobre as radiografias no plano sagital. Os resultados foram analisados através
da estatística descritiva e inferencial, demonstrando que, para p < 0,05, os
valores dios dos ângulos entre os dois grupos analisados não diferem
significativamente. Conclui-se que não houve correlação entre a curvatura da
coluna lombar e a lombalgia em jovens praticantes de voleibol.
Palavras-chave: Curvatura Lombar. Ângulo de Cobb. Lombalgia. Voleibol.
ABSTRACT
GONÇALVES, Giovanna Barros. Repercussions of lumbar curvature on
the characteristics of lumbar pain in young volleyball players.
Although not frequent, lately there have been cases of young adults and
athletes complaining of lumbar pain, this being one of the most common causes
of mechanical-postural alterations. In view of this, it was decided to carry out
this study correlating the intensity of lumbar pain with its
anatomical/physiological characteristics, using the measurements of the angles
of lumbar curvature in volleyball players. 42 athletes including males and
females from 14 to 18 years of age took part. These volunteers were divided
into two groups according to the symptoms of their lumbar pain: one group with
lumbar pain and the other with no lumbar pain. The initial procedure for both
groups was to complete a structured functional assessment form. Only the
group with lumbar pain then had the visual analogical scale of pain applied.
After this stage, both groups were submitted to a radiological examination of the
lumbar region of the spine, which was used to calculate the Cobb angle
examining the x-rays on the sagital plane. The results were analysed using
descriptive and inferential statistics, regarding as statistically significant p < 0.05
the difference of the mean values of the angles found in the measurements
taken in the two groups. Statistical analysis using the qui-square test, the
likelihood ratio test and Student’s t-test showed no statistically significant
difference. In view of these results, this study concluded that the differences
found through the measurement of curvature of the lumbar region of the spine
have no influence on the appearance and the intensity of lumbar pain in young
volleyball players.
Keywords: Lumbar curvature. Cobb angle. Lumbar pain. Volleyball.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Caracterização da idade da amostra........................................... 47
Tabela 2 – Caracterização da idade em relação ao sexo da amostra........... 48
Tabela 3 – Relação entre o sexo e os grupos da amostra............................ 48
Tabela 4 – Tempo de prática de voleibol dos atletas dos grupos 1 e 2........ 49
Tabela 5 – Quantidade de treinos técnicos realizados semanalmente pelos
jogadores dos grupos sem dor (SD) e com dor (CD)..................................... 50
Tabela 6 – Duração média de cada treinamento dos atletas dos grupos..... 50
Tabela 7 – Quantidade de jogos realizados por mês pelos jogadores dos
grupos sem dor (SD) e com dor (CD)............................................................. 51
Tabela 8 – Tempo de permanência em quadra dos jogadores...................... 51
Tabela 9 – Posição em quadra dos atletas................................................... 52
Tabela 10 – Detalhamento do tempo de aquecimento realizado pelos
jogadores antes dos treinos e partidas de voleibol........................................ 53
Tabela 11 – Tempo de aquecimento antes dos treinos e partidas de
Voleibol........................................................................................................... 54
Tabela 12 – Dominância em membros superiores dos jogadores................. 54
Tabela 13 – Outras profissões exercidas pelos atletas de vôlei.................... 55
Tabela 14 – Outras atividades esportivas praticadas além do voleibol........ 55
Tabela 15 – Problemas de saúde apresentados pelos jogadores................. 56
Tabela 16 – Uso de medicação associado aos problemas de saúde............ 57
Tabela 17 – Lombalgia durante os treinos e/ou partidas............................... 58
Tabela 18 – Lombalgia após os treinos e/ou partidas................................... 58
Tabela 19 – Intensidade da Dor Lombar....................................................... 59
Tabela 20 – Freqüência de dor lombar em atletas do grupo com dor........... 60
Tabela 21 – Último episódio de Lombalgia.................................................... 61
Tabela 22 – Descrição dos valores dos ângulos da lordose lombar, sexo
e idade dos atletas do grupo sem dor (SD)................................................... 62
Tabela 23 – Descrição dos valores dos ângulos da lordose lombar, sexo
e idade dos atletas do grupo com dor (CD)................................................... 63
Tabela 24 – Amostra detalhada, sexo, média, desvio padrão e variação
angular da lordose lombar dos atletas dos grupos sem dor e com dor......... 64
Tabela 25 – Relação entre sexo, idade e angulação da curvatura lombar
dos indivíduos dos grupos 1 e 2.................................................................... 64
Tabela 26 – Comparação dos valores médios das idades dos Grupos....... 65
Tabela 27 – Comparação dos valores angulares dos Grupos 1 e 2............ 65
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Percentual de indivíduos do grupo 2 que apresentavam
lombalgia durante e/ou após o treino ou partida........................................... 58
Gráfico 2 – Percentual da intensidade da dor lombar relatada na Escala
Análoga Visual (EAV) pelos indivíduos do grupo 2....................................... 59
GRÁFICO 3 – Percentual do último episódio de lombalgia relatada pelos
indivíduos no dia da avaliação...................................................................... 61
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 14
1.1 O PROBLEMA ..................................................................................... 14
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO .................................................................. 16
1.2.1 Objetivo Geral ....................................................................................... 16
1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................... 16
1.3 IDENTIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS .................................................... 17
1.3.1 Dependentes ........................................................................................ 17
1.3.2 Independentes ..................................................................................... 17
1.3.3 Intervenientes ...................................................................................... 17
1.4 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ............................................................ 17
1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO ................................................................ 18
1.6 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .............................................................. 19
1.7 LIMITAÇÃO DO ESTUDO ................................................................... 19
1.8 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ........................................................... 20
1.9 HIPÓTESES ......................................................................................... 22
1.9.1 Substantiva ........................................................................................... 22
1.9.2 Estatísticas ........................................................................................... 22
2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................... 23
2.1 VOLEIBOL ............................................................................................ 23
2.2 COLUNA LOMBAR .............................................................................. 28
2.3 LOMBALGIA ........................................................................................ 32
2.3.1 Aspectos Gerais ................................................................................... 32
2.3.2 Lombalgia na Prática Esportiva ........................................................... 33
2.4 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA COLUNA LOMBAR .... 34
3. METODOLOGIA ................................................................................... 38
3.1 MODELO DO ESTUDO ........................................................................ 38
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................. 39
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ................................................................. 40
3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ............................................................... 40
3.5 ÉTICA NA PESQUISA ......................................................................... 41
3.6 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO ..................................................... 41
3.6.1 Avaliação inicial para praticantes de voleibol ..................................... 41
3.6.2 Mensuração da intensidade da dor lombar através da E.A.V. ............ 42
3.6.3 Avaliação angular da curvatura lombar pelo método de Cobb ............ 42
3.7 PROCEDIMENTOS ............................................................................. 43
3.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................... 44
4. RESULTADOS ................................................................................... 46
4.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA................................................................ 46
4.2 CARACTERIZAÇÃO DE IDADE E SEXO DA AMOSTRA................... 47
4.3
ANÁLISE DAS ATIVIDADES DIÁRIAS DOS PRATICANTES DE
VOLEIBOL........................................................................................... 48
4.4 CARACTERÍSTICAS DA LOMBALGIA................................................ 57
4.5
ANÁLISE DOS VALORES ANGULARES DA CURVATURA LOMBAR
DOS PRATICANTES DE VOLEIBOL.................................................
62
4.6 RELAÇÃO ENTRE LOMBALGIA E MEDIDAS ANGULARES DA
CURVATURA LOMBAR...................................................................... 65
5. DISCUSSÃO........................................................................................ 66
6. CONCLUSÃO...................................................................................... 72
7. RECOMENDAÇÕES............................................................................ 73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 74
ANEXOS ....................................................................................................... 79
1. INTRODUÇÃO
1.1 O PROBLEMA
Existe correlação entre dor e alterações na curvatura da coluna lombar
em atletas praticantes de voleibol?
O voleibol é um dos esportes mais populares no país. As recentes
conquistas realizadas pelas seleções brasileiras feminina e masculina fizeram
com que a popularidade da modalidade crescesse de maneira considerável na
última década (SILVA e cols., 2003).
A dor lombar tem demonstrado ser um achado comum em atletas e
indivíduos adultos jovens (GONÇALVES; BARBOSA, 2005; PIRES, 2005).
Alinhamentos estruturais anormais da curvatura da coluna lombar como
hiperlordose ou retificação (coluna estruturalmente plana), podem ser fatores
para provocar lombalgia (MICHELI; ALLISON, 1999).
O profissionalismo no voleibol, trouxe ao atleta uma série de exigências,
levando a períodos prolongados de competição, com tempo de recuperação
insuficiente, que podem acarretar desde a queda de rendimento, a lesões por
sobrecarga (CHIAPPA, 2001).
A maioria dos estudos realizados em praticantes de voleibol mostra a
prevalência de lesões nestes atletas, procurando identificar as regiões
anatômicas mais acometidas neste esporte (JÚNIOR, 2004; FARINA;
MANSOLDO, 2006).
Nas rotinas de treinamento desportivo, tão importante quanto o
desenvolvimento das qualidades específicas para o alto desempenho, deve ser
o cuidado e a preocupação com o equilíbrio muscular e a postura, pois estes
influenciam no rendimento do atleta e podem minimizar a incidência de lesões
desportivas (JÚNIOR e cols., 2004).
De acordo com o exposto, o estudo em questão, dentro da Motricidade
Humana, na Linha de Pesquisa Estudo dos Mecanismos e Processos de
Aquisição de Condutas Motoras e Projeto de Pesquisa Influência dos Distúrbios
e Condutas Terapêuticas sobre o Sistema Motor, vai correlacionar dor com
alterações na curvatura da coluna lombar em praticantes de voleibol, buscando
maiores explicações com relação ao diagnóstico mecânico-postural das dores
lombares, na tentativa de minimizar a incidência de lombalgia, que podem vir a
influenciar o desempenho presente e futuro destes esportistas.
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO
1.2.1 Objetivo Geral
Correlacionar a intensidade e os aspectos da lombalgia em adultos
jovens praticantes de voleibol com as medidas angulares da curvatura da
coluna lombar, utilizando uma ficha de avaliação inicial para praticantes de
voleibol de quadra, a escala analógica visual de dor e avaliação radiológica
pelo método de Cobb.
1.2.2 Objetivos Específicos
Identificar a presença de dor na região lombar em praticantes de
voleibol;
Graduar a intensidade de dor na região lombar em praticantes de
voleibol;
Realizar radiografia da coluna lombar em plano sagital;
Verificar as alterações na curvatura da coluna lombar através de
radiografia;
Quantificar através da medida angular a lordose lombar.
1.3 IDENTIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS
1.3.1 Variáveis Dependentes
- Dor lombar em praticantes de voleibol.
1.3.2 Variáveis Independentes
- Alterações da curvatura da coluna lombar em jogadores desta modalidade
esportiva;
- Tempo de prática do voleibol.
1.3.3 Variáveis Intervenientes
- Aferição dos instrumentos;
- Experiência do examinador na utilização dos instrumentos e mensuração.
1.4 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
O voleibol é considerado uma das modalidades esportivas mais
complexas, que exige características físicas específicas e execução de
habilidades técnicas e táticas durante todo o jogo, como sacar, receber, passar,
levantar, atacar, contra-atacar e defender. Durante toda esta dinâmica, os
movimentos exigidos pelo esporte podem gerar alterações biomecânicas e
desequilíbrios de força e flexibilidade musculares se não forem realizados com
cuidados preventivos e preocupação com a postura correta e com o equilíbrio
muscular. Estas possíveis alterações posturais, se somadas com a dinâmica
exigida pelo esporte, podem ser fatores predisponentes ao surgimento de
lesões desportivas.
Grande parte das pesquisas com atletas de voleibol mostra a incidência
de lesões nesta prática esportiva, porém não há um consenso entre os estudos
com relação à região anatômica mais acometida. Entre as queixas mais
freqüentes nas mais diversas modalidades esportivas está a dor lombar,
independente de sua etiologia.
Com isto, justifica-se este estudo pela necessidade da avaliação estrutural
e biomecânica da curvatura da coluna lombar, com o intuito de analisar as
alterações mecânico-posturais presentes e correlacioná-las com o sintoma
lombalgia em praticantes de uma modalidade esportiva que exige muito
dinamismo e movimentos complexos que é o voleibol.
1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO
A relevância deste estudo está em possibilitar ao fisioterapeuta a
realização de um diagnóstico biomecânico-estrutural simples, identificando
alterações mecânico-posturais da curvatura da coluna lombar, um dos mais
significantes fatores etiológicos deste sintoma extremamente comum na
população mundial, que é a lombalgia.
Desta forma, relação entre a dor e a curvatura lombar proporciona para
os profissionais da área saúde, esclarecimentos para avaliação e identificação
das alterações biomecânicas da curvatura lombar.
Diante disto se poderá estabelecer um programa fisioterapêutico
preventivo para esses indivíduos, promovendo equilíbrio muscular e postural, o
que diminuirá as alterações biomecânicas e a disfunção motora da coluna
lombar, um fator etiológico comum, porém pouco explorado.
Em conseqüência disso, ocorrerá redução do tempo de afastamento e
aumento do desempenho e rendimento esportivo desses atletas.
1.6 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O estudo irá abordar a correlação entre a intensidade da lombalgia e o
grau de curvatura da coluna lombar em indivíduos adultos jovens, de ambos os
sexos, com idade entre 14 e 18 anos, praticantes de voleibol regularmente em
clubes esportivos de Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais, Brasil.
1.7 LIMITAÇÃO DO ESTUDO
O estudo poderá apresentar como limitações a falta de assiduidade dos
praticantes de voleibol aos treinamentos em seus clubes, o não acesso a estes
esportistas e a pouca disponibilidade destes indivíduos em participar
voluntariamente e aceitar os termos da pesquisa.
Aspectos emocionais do atleta como: humor, motivação, ansiedade e
atenção, assim como o conhecimento específico e a familiaridade com os itens
de avaliação, a clareza e a firmeza nas respostas poderão influir nos
resultados.
1.8 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
Júnior e cols. (2004), Farina e Mansoldo (2006), acreditam que os
aparecimentos de lesões e sintomatologias em atletas praticantes de voleibol
surgem em conseqüência dos gestos específicos da modalidade esportiva,
utilizações de técnicas inadequadas ou não aprimoradas durante a execução
dos fundamentos, repetição de determinados tipos de atividade com posições e
movimentos habituais e o período de sobrecarga de treinamento. Estas ações
geram tensões anormais nos tecidos do sistema músculo-esquelético
envolvidos, provocando um processo de adaptação orgânica que resulta em
alto potencial de desequilíbrios musculares, alterações biomecânicas e
disfunções posturais.
Os principais acometimentos em atletas praticantes de voleibol ocorrem
nas regiões do tornozelo, joelho, ombro, mãos e coluna vertebral, destacando
esta última os poucos estudos etiológicos e sintomáticos (Júnior, 2004). Para
Bahr e Reeser (2003), no tronco, a região dorsal, principalmente a coluna
lombar, é uma região muito solicitada em praticantes de voleibol pelas diversas
manobras exigidas. Por exemplo, no ataque, ocorrem os movimentos de
extensão, flexão e rotação do tronco durante a realização deste, finalizando
com a aterrissagem no solo após o salto, aumentando as tensões nesta região.
Pires (2005) observou uma grande incidência de dor lombar em
praticantes de basquetebol, handebol e voleibol, embora a lombalgia
apresentasse comprometimento leve em relação a estas práticas esportivas, já
que as atletas não deixaram de participar das mesmas.
Cailliet (2001) e Jones e Macfarlane (2005), relatam que existem diversas
condições, menos comuns, que podem causar dor lombar como traumatismos,
tumores, malformações congênitas, doenças inflamatórias, metabólicas e
psicogênicas. Dentre as causas mais comuns de lombalgia, destacam-se as
degenerativas de coluna e a mecânico-postural, também chamada lombalgia
inespecífica, que representa grande parte das algias de coluna referidas pela
população. Nela geralmente ocorre um desequilíbrio entre a carga funcional,
que seria o esforço requerido para atividades, e a capacidade funcional, que é
o potencial de execução para essas atividades.
A região pélvica é caracterizada como a chave da postura correta das
costas. Para que ocorra o alinhamento normal da pelve e de suas estruturas
correlacionadas como a curvatura lombar, os músculos abdominais, flexores do
quadril, extensores do quadril e extensores das costas precisam ser fortes,
flexíveis e equilibrados (MAGGE, 2002). Os desequilíbrios de força e
flexibilidade podem ser fatores causadores de dor lombar, que poderiam ser
evitadas por um sistema músculo-esquelético normal (KISNER, 1998).
A perda da curvatura lombar fisiológica normal reduz o efeito de
absorção de choques da região lombar e predispõe o indivíduo à lesão. Na
retificação da lordose lombar, ocorre um aumento do espaço discal posterior
que pode favorecer a protusão do núcleo pulposo posteriormente. A
hiperlordose lombar gera aproximação das facetas articulares, onde estas
podem se tornar sustentadoras de peso, o que pode causar irritação sinovial e
inflamação articular (Kisner, 1998).
Cailliet (2001), Harrison e cols. (2001) e Tribastone (2001), ressaltam que
uma carência de estudos cuidadosos que determinem o ângulo normal da
curvatura lombar e que ainda não foi estabelecido um valor angular limite para
lordose lombar. Segundo Cailliet (2001), o seu valor fisiológico, medido de L1 a
L5, é de 40º. Magee (2002) considera o ângulo normal da curvatura lordótica
lombar de 50º. Para Tribastone (2001), este fica entre os 25º e os 45º,
quantificação obtida através da radiografia da coluna em projeção sagital.
1.9 HIPÓTESES
1.9.1 Substantiva
A presença de lombalgia e suas distintas características, referidas por
atletas praticantes de voleibol, está diretamente relacionada com as alterações
na curvatura da coluna lombar.
1.9.2 Estatísticas
H01 – Não existe associação entre lombalgia e alterações na curvatura
da coluna lombar em atletas que praticam voleibol, para um nível de
significância estatística p < 0,05.
H1 – Existe associação entre lombalgia e alterações na curvatura da
coluna lombar em atletas que praticam voleibol, para um nível de significância
estatística p < 0,05.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 – VOLEIBOL
O voleibol é um dos esportes mais praticados pela população brasileira
nas escolas e clubes. Segundo estatísticas da Confederação Brasileira de
Voleibol (CBV), as seleções brasileiras, masculina e feminina, estão
classificadas em 1º e 2º lugares respectivamente no ranking da Federação
Internacional de Voleibol (FIVB). Além disso, o sucesso do voleibol do país
também ocorre nas seleções de categoria de base juvenil e infanto-juvenil
masculina e feminina, o que aumenta a popularidade deste esporte no Brasil
(CBV, 2005).
Esta modalidade é um esporte dinâmico, que exige um ritmo
extremamente rápido, no qual a bola permanece em jogo por períodos muito
curtos de tempo, demorando apenas alguns segundos para cair na quadra e
com intervalo mínimo de descanso entre cada jogada. Uma das características
marcantes desta modalidade é o mínimo contado direto entre os atletas de
equipes opostas. Com isso, as lesões que ocorrem nestes jogadores são
atribuídas principalmente aos movimentos vigorosos realizados durante os
treinos e jogos, do que devido a contatos entre jogadores de times contrários,
exceto aqueles que ocorrem entre as mãos e os pés daqueles atletas mais
próximos à rede (MELO, 2001).
No voleibol, os desempenhos funcionais das ações de saltos verticais e
oblíquos para o ataque, bloqueio, levantamento e saque, assim como
deslocamentos e mudanças de direção, se repetem durante todo o jogo
(ROCHA, 2000; SCATES; LINN, 2003). Estes movimentos repetidos várias
vezes durante o mesmo, podem gerar fadiga, que é um fator que interfere na
capacidade funcional do jogador ao longo de uma partida, evidenciada pela
falha de manutenção no desempenho de certas variáveis como a força, a
velocidade e a potência (HESPANHOL, 2004).
Os movimentos realizados pelos jogadores de voleibol envolvem
numerosas atividades de curta duração com freqüentes trocas de intensidade.
Assim, o voleibol é considerado fisiologicamente um esporte aeróbico e
anaeróbico alternado, além de exigir força, resistência muscular e flexibilidade,
caracterizando esta modalidade como uma potência desportiva (CHIAPPA,
2001).
A execução de habilidades específicas como os saltos, rebotes,
bloqueios, cortadas, ataques e contra-ataques, apóiam-se quase
exclusivamente no metabolismo anaeróbico, devido a seu período de duração
extremamente curto e de alta intensidade. Já a movimentação geral dos atletas
em uma jogada utiliza combinação tanto do metabolismo anaeróbico quanto do
aeróbico, dependendo da duração e intensidade do movimento. O metabolismo
aeróbico é base do condicionamento do atleta, devido à limitação de energia
liberada pelas vias anaeróbia láctica e anaeróbia aláctica. A flexibilidade e a
composição corporal são outros dois fatores fisiológicos fundamentais para a
boa execução das diversas jogadas do voleibol. Além disso, é importante o
desenvolvimento de força nas fibras musculares de contração rápida devido à
velocidade rápida dos movimentos realizados pelos grupamentos musculares
de membros superiores e inferiores. A hipertrofia da massa muscular através
do treinamento de força aumentará as capacidades de produção de força do
atleta e, consequentemente, aprimorará a aceleração e a potência de suas
jogadas (FOSS; KETEYIAN, 2000; CHIAPPA, 2001).
É importante salientar a biomecânica nas ações de saltos para o saque,
ataque, bloqueio e levantamento do jogador de voleibol. Na última fase de
todos estes fundamentos, o atleta toca o solo com a ponta dos pés para o
amortecimento da queda (COLEMAN e cols., 1993). O salto vertical e o salto
oblíquo estão relacionados com a performance destes esportistas
(UGRINOWITSCH e cols., 2000).
Na fase preparatória para impulsão ocorre movimento de flexão dos
membros inferiores em direção contrária à ação principal, o salto. Este contra-
movimento é uma ação dos membros inferiores responsáveis pelo aumento da
altura do salto vertical (ROCHA e cols., 1999). Na fase de impulsão da cortada,
do saque em suspensão, do bloqueio e no levantamento, o jogador pratica
ações articulares de extensão da coluna vertebral, do quadril, do joelho e de
flexão plantar através de contração muscular concêntrica (COLEMAN e cols.,
1993; CARNAVAL, 2000).
Nas fases de saque e de cortada, o praticante de voleibol faz
hiperextensão da coluna vertebral simultaneamente com rotação da mesma.
Não um consenso entre os autores em relação aos movimentos realizados
pelo ombro do membro superior que realizará o saque ou a cortada. Para
Coleman e cols. (1993), o ombro executa estas ações através de rotação
interna e extensão. Carnaval (2000) afirma que o ombro faz movimentos de
adução, rotação interna e extensão para realizar estes fundamentos e o
cotovelo se encontra flexionado e acima do ombro no início das ações e em
seguida estará realizando o movimento de extensão. Coleman e cols. (1993) e
Carnaval (2000), relatam que durante o saque ou a cortada, o membro superior
contrário, ou seja, o que não executará uma destas funções, faz movimentos
de adução e extensão do ombro.
Os excessivos saltos realizados durante os jogos de voleibol
proporcionam riscos de lesões nestes atletas (TILLMAN e cols., 2001). Nas
ações de saque e cortada, ocorrem na região dorsal (principalmente na região
lombar) movimentos de extensão, rotação e flexão do tronco durante a
realização destes fundamentos, finalizando a ação com a aterrissagem no solo
após o salto, aumentando as tensões sobre esta região (BAHR; REESER,
2003).
As lesões no tornozelo de atletas do voleibol ocorrem principalmente
quando tocam no solo após um salto, onde as maiorias o por entorses
(CHIAPPA, 2001), sendo que, após a ação de bloqueio, as mais comuns
acontecem por supinação, e após a ação no ataque, por inversão do
(BRINER JÚNIOR; BENJAMIN, 1999).
Dores no joelho sem causa traumática direta é uma reclamação comum
em jovens atletas (ADERIM; CHENG, 2003). A dor crônica é a principal queixa,
com início gradual e insidioso, geralmente na região anterior do joelho,
podendo ter acometimento bilateral (ADERIM; CHENG, 2003; PEDIATRIC
ORTHOPAEDIC SOCIETY OF NORTH AMERICA, 2004). Segundo Briner
Júnior e Benjamin (1999), as principais lesões no joelho destes jogadores são
as tendinites e as ligamentares. Chiappa (2001) relata que a lesão de
ligamento cruzado anterior no voleibol é comum no agachamento profundo do
contra-movimento da ação de bloqueio ou da cortada. Altos índices de lesões
no joelho podem ocorrer se houver desequilíbrio muscular dos membros
inferiores, pois o sculo quadríceps é muito exigido no esporte e os
isquiostibiais geralmente fazem um trabalho compensatório insuficiente nas
técnicas do voleibol (CHIAPPA, 2001; MAGALHÃES e cols., 2001).
O ombro é a região mais acometida por lesões de membros superiores
em jogadores de voleibol (CHIAPPA, 2001). Estes atletas são predispostos a
lesões nos músculos rotadores do ombro (Wang e cols., 2000). Os
fundamentos mais susceptíveis para estes tipos de lesões são o saque, o
ataque e o bloqueio, que transmitem forças para a articulação do ombro
(BRAGMAN, 2000). Os sculos que realizam a rotação interna do ombro são
o subescapular, cabeça esternal do sculo peitoral maior, redondo maior e
grande dorsal. o principal músculo rotatório externo do ombro é o infra-
espinhoso, com contribuições significativas realizadas pela redondo menor e
pela parte posterior do deltóide (NORDIN; FRANKEL, 2003).
As lesões nas mãos de jogadores de voleibol podem ocorrer devido ao
impacto da bola sobre estas regiões, gerando tensões e/ou hiperextensões dos
dedos que podem ocasionar sub-luxações ou luxações destas articulações
(BRAGMAN, 2000).
Farina e Mansoldo (2006), em um estudo realizado com 541 atletas das
categorias de base do voleibol, com idades entre 11 e 19 anos, federadas e
atuantes no Estado de São Paulo, sobre lesões e sintomatologias nesta
modalidade esportiva, demonstraram que, 212 (39%) atletas sofreram
acometimentos que as levaram a se afastar temporariamente das atividades
esportivas em questão, 176 (33%) sofreram lesões, porém não se afastaram
das atividades esportivas e 153 (28%) relataram não ter sofrido ou percebido
qualquer tipo de acometimento neste período. O tornozelo foi a região
anatômica mais acometida (44,3%), seguida das lesões de mãos (22.2%),
joelho (10,8%) e ombro (6,6%). A lombalgia respondeu por 3,8% das lesões.
2.2 – COLUNA LOMBAR
A coluna lombar provê suporte para a porção superior do corpo e
transmite o peso dessa área para a pelve e membros inferiores. Devido a sua
localização estratégica, a região lombar deve ser incluída em qualquer
avaliação da coluna como um todo ou em qualquer exame das articulações
sacroilíacas e/ou quadris (MAGEE, 2002).
Das trinta e três vértebras presentes na coluna vertebral, cinco estão
localizadas na região lombar, cinco estão fundidas formando o sacro e quatro
formam as vértebras coccígeas. No plano sagital, as curvas torácica e sacral
são denominadas curvas primárias e são definidas como curvas cifóticas, onde
possuem convexidade posterior (concavidade anterior), enquanto as curvas
cervical e lombar são denominadas curvas secundárias e chamadas de curvas
lordóticas, onde estas apresentam uma convexidade anterior (concavidade
posterior) (NORKIN; LEVANGIE, 2001).
Os corpos vértebras são progressivamente mais largos na direção
caudal à medida que o peso sobreposto do corpo superior aumenta, e são
estruturados para sustentar principalmente cargas compressivas. As primeiras
quatro vértebras lombares apresentam semelhança em suas estruturas, a
quinta vértebra lombar apresenta adaptações para a articulação do sacro, onde
é formada a articulação lombossacral (NORKIN; LEVANGIE, 2001).
Em geral, o segmento L5-S1 é o local mais comum de problemas da
coluna lombar, pois este nível sustenta mais peso que qualquer outro nível
vertebral. O centro de gravidade passa diretamente através dessa região, o
que é vantajoso porque ele pode diminuir as forças de cisalhamento neste
segmento (MAGGE, 2002).
Existem dez articulações facetárias (cinco pares), também chamadas de
articulações apofisárias ou zigoapofisárias, na coluna lombar. Estas
articulações são constituídas pelas facetas superior e inferior e por uma
cápsula. As facetas estão localizadas sobre os arcos vertebrais. Na coluna
lombar, os processos transversos encontram-se praticamente ao mesmo nível
dos processos espinhos (MAGEE, 2002).
As estruturas ligamentares ao redor da coluna vertebral contribuem para
a sua estabilidade intrínseca. Todos os ligamentos da coluna, exceto o
ligamento amarelo, têm conteúdo altamente colágeno, os quais limitam sua
extensibilidade durante o movimento da coluna. A quantidade de deformação
em varias ligamentos difere de com o tipo de movimento realizado na região.
Durante a flexão, os ligamentos interespinhos estão sujeitos a uma maior
deformação, seguidos dos ligamentos capsulares e pelo ligamento amarelo.
Durante a extensão, o ligamento longitudinal anterior sustenta a maior
deformação. Durante a flexão lateral, o ligamento transverso contra-lateral
sofre as deformações mais altas. Os ligamentos capsulares sustentam a
maioria das deformações durante a rotação (PANJABI e cols., 1982 apud
NORDIN; FRANKEL, 2003).
Além dos ligamentos anteriormente descritos, dois componentes da
região lombar merecem destaque, que são ligamentos iliolombares e a fáscia
toracolombar. Os ligamentos iliolombares consistem de cinco feixes (anterior,
posterior, superior, inferior e vertical). Estes feixes estendem-se desde os
processos transversos de L4 e L5, até inserir-se nas cristas ilíacas. a fáscia
toracolombar consiste de três camadas (anterior, média e posterior) que têm
origem dos processos transversos e espinhosos, fundindo-se com outros
tecidos. A fáscia circunda completamente os músculos da coluna vertebral
lombar (NORKIN; LEVANGIE, 2001).
O disco intervertebral com grande importância funcional e mecânica
sustenta, distribui cargas e restringe excessivo movimento. Durante atividades
diárias, o disco está usualmente sujeito as combinações de compressão,
envergamento e torção. Flexão, extensão e flexão lateral da coluna produzem
principalmente estresses de tensão e compressão no disco, enquanto a
rotação produz principalmente estresse tangencial (NORDIN; FRANKEL,
2003).
Na coluna lombar, as raízes nervosas emergem através de forames
intervertebrais relativamente grandes e, como na coluna torácica, cada uma é
nomeada pela vértebra de cima (MAGGE, 2002).
A amplitude de movimento da coluna lombar difere nos vários níveis e
depende da orientação das facetas das articulações intervertebrais. As
estruturas esqueléticas que influenciam os movimentos da coluna vertebral são
o gradil costal, que limita o movimento da coluna torácica, e a pelve e o quadril,
que ampliam o movimento do tronco pela inclinação da pelve sobre a cabeça
do fêmur. As facetas articulares estão localizadas principalmente no plano
sagital e favorecem a flexão e a extensão sobre a flexão lateral e a rotação. A
maior parte da flexão ocorre entre os níveis de L4 e S1. A Flexão lateral é
maior nos níveis lombares superiores e menor no nível lombossacro, enquanto
a rotação é mínima de L1 a L4 e máxima ao nível lombossacro (HALL; BRODY,
2001).
A função ideal da região lombo-pélvica requer interação da musculatura
das partes posterior e anterior da coluna vertebral, da pelve e dos quadris
(HALL; BRODY, 2001). A pelve é movimentada e controlada por grupos
musculares que atuam como forças conjugadas. Para inclinar a pelve
anteriormente (anteversão pélvica), os extensores lombares do tronco,
principalmente da espinha, puxam para cima posteriormente, enquanto os
flexores de quadril, reto femoral, iliopsoas e pectíneo, puxam para baixo
anteriormente. Para a pelve ser inclinada posteriormente (retroversão pélvica),
os músculos do abdômen puxam para cima anteriormente, enquanto os
extensores de quadril, glúteo máximo, semitendíneo, semimembranáceo e
bíceps femoral (cabeça longa), puxam para baixo posteriormente. Em ambos
os casos, os grupos de músculos opostos estão atuando em força conjugada
para levar a pelve a se inclinar (LIPPERT, 2000).
Na articulação lombossacral (entre L5-S1), o primeiro segmento do
sacro, que está inclinado ligeiramente anterior e inferior, forma um ângulo com
a horizontal denominado ângulo lombossacral. Este ângulo varia com a posição
da pelve e afeta a curvatura lombar (NORKIN; LEVANGIE, 2001). Aumento no
ângulo lombossacral resultará numa acentuação da lordose lombar
(hiperlordose lombar) e num aumento na inclinação pélvica anterior
(anteversão), aumentando a quantidade de estresse por cisalhamento ao nível
da articulação lombossacral (KENDALL, 1995; KISNER, 1998; NORKIN;
LEVANGIE, 2001; SAHRMANN, 2005). a retificação lombar, caracteriza-se
por uma diminuição no ângulo lombossacral, gerando diminuição na lordose
lombar e uma inclinação posterior da pelve (retroversão). Esta disfunção
postural na região lombo-pélvica pode ser devido a um encurtamento
adaptativo dos tecidos moles e haver fraqueza muscular envolvida (KENDALL,
1995; KISNER, 1998; SAHRMANN, 2005).
Na hiperlordose lombar e na anteversão pélvica, os desequilíbrios
musculares observados ocorrem entre os músculos flexores do quadril
(iliopsoas, reto femoral) e músculos extensores lombares (eretores da espinha)
retraídos, e os músculos abdominais (reto abdominal, oblíquo interno e
externo) e músculos extensores do quadril (glúteo máximo, isquiostibiais) que
alongados e fracos. Na retificação lombar e na retroversão pélvica, os
desequilíbrios musculares ocorrem entre os sculos flexores do tronco (reto
abdominal) e músculos extensores do quadril retraídos e músculos extensores
lombares e possivelmente flexores do quadril alongados e enfraquecidos
(KENDALL, 1995; KISNER, 1998; SAHRMANN, 2005).
2.3 – LOMBALGIA
2.3.1 Aspectos Gerais
A lombalgia ou síndrome dolorosa lombar pode ser definida como uma
dor localizada na região lombar, de início insidioso, vago ou muito intenso
(PEREIRA e cols., 2001). A dor na coluna lombar constitui um problema de
saúde relevante e tem atraído diversas pesquisas, que correlacionam não só
com o ambiente ou tipo de trabalho, mas também com o desporto praticado
(MORAES e cols., 2003).
É um sintoma comum na prática da fisioterapia, em grande parte devido
à sua elevada incidência e prevalência, que tem aumentado significativamente
nos últimos anos. Episódios de lombalgia aguda afetam cerca de 80% da
população em algum momento da sua vida (WADDELL, 2004).
A dor lombar é usualmente classificada em aguda, sub-aguda ou crônica
em função do fator tempo. A lombalgia é considerada aguda quando tem
duração menor que 6 semanas, sub-aguda quanto está presente entre 6 e 12
semanas e crônica quando sua duração é de pelo menos 3 meses
(WANDDELL, 1998).
É importante reconhecer a dor aguda, porém ela costuma ser de curta
duração, sendo que a maioria dos indivíduos consegue tolerar esse tipo de dor,
que geralmente é temporária. A dor crônica não é de curta duração e produz
profundas alterações nos aspectos físicos, psicológicos e sociais da vida do
indivíduo. Em geral, a dor crônica é um grande componente que caracteriza a
lombalgia (HALL; BRODY, 2001).
Os mecanismos fisiológicos da dor envolvem conceitos de sensibilização
periférica e neroplasticidade na perpetuação da dor, com ação através de
mediadores bioquímicos nas vias nociceptivas. A dor crônica, quando mal
tratada, afeta o status físico e mental dos indivíduos, com comprometimento da
qualidade de vida (PAIVA e cols., 2006).
2.3.2 A Lombalgia na Prática Esportiva
A dor lombar é dos maiores problemas clínicos e de saúde pública do
Brasil e do mundo, sendo uma causa freqüente de incapacidade na população,
gerando altos custos para o sistema econômico de saúde. A lombalgia é um
achado comum durante a prática esportiva e as alterações mecânico-
posturais é um dos mais importantes fatores etiológicos de dores lombares,
principalmente em adultos jovens (JONES; MACFARLANE, 2005; PIRES,
2005).
2.4 – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA COLUNA LOMBAR
A etiologia da síndrome dolorosa lombar é um processo eminentemente
clínico, onde exames complementares devem ser solicitados apenas para
confirmação da hipótese diagnóstica (GHELDOF, 2005). Várias doenças
podem causar lombalgia, porém as causas mecânicas e as degenerativas são
as mais comuns (JONES e cols., 2005). Outras causas, menos comuns, podem
gerar dor lombar (com ou sem irradiação da dor), dentre elas destacam-se as
síndromes facetárias, estenose do canal vertebral, espondilolistese,
espondilólise, degeneração dos discos, disfunções das articulações
sacroilíacas e herniação de disco lombar (HALL; BRODY, 2001; SAHRMANN,
2005).
O fenômeno de dor lombar não pode ser considerado um quadro álgico
isolado. Na literatura ela vem sendo descrito como uma síndrome de
descondicionamento (AROKOSKI e cols., 2001; COHEN; RAINVILLE, 2002).
As modificações estruturais dos músculos paravertebrais e do ritmo lombo-
pélvico também têm sido relacionadas à dor lombar crônica e à fadiga precoce
dos músculos (LEINONEN e cols., 2000; AROKOSKI e cols., 2001). Estas
modificações vêm sendo associadas ao desuso secundário ao quadro álgico,
compondo a “síndrome do descondicionamento” (AROKOSKI e cols., 2001;
COHEN; RAINVILLE, 2002). Danneels e cols. (2001) analisou o músculo
multífido através de tomografia computadorizada, que demonstrou hipotrofia
seletiva de suas fibras em 80% dos pacientes com dor crônica, o que vem
destacando o músculo multífido como importante estabilizador dinâmico do
segmento lombar.
Kendall (1995) relata que mais de 80% das lombalgias são secundárias
à deficiência muscular. Os músculos fadigam-se, os ligamentos são
sobrecarregados, e o tecido conectivo pode inflamar como resultado de um
posicionamento postural.
Os desequilíbrios de força e flexibilidade podem gerar disfunção postural
e, assim, ser fatores causadores de síndromes de uso excessivo, predispor a
área a lesões e desenvolver síndromes dolorosas na região lombar. A perda
da curvatura lombar fisiológica normal ocorre devido a desequilíbrios
musculares da região lombo-pélvica, que podem ser fontes potenciais de dor
dependendo da alteração da curvatura lombar presente (KENDALL, 1995;
KISNER, 1998; SAHRMANN, 2005). Na retificação da lordose lombar, ocorre
um aumento do espaço discal posterior que pode favorecer a protusão do
núcleo pulposo posteriormente. Já a hiperlordose lombar gera aproximação das
facetas articulares, onde estas podem se tornar sustentadoras de peso, o que
pode causar irritação sinovial e inflamação articular (KISNER, 1998; NORKIN;
LEVANGIE, 2001).
Vários métodos vêm sendo utilizados no tratamento da dor crônica
lombar, mas muitos poucos possuem investigação científica. Apesar da falta de
evidências que comprovem a eficácia destes métodos, alguns tratamentos
passivos como repouso, ultra-som, estimulação elétrica, massagem, aplicação
de calor ou gelo e medicamentos, vêm sendo comumente utilizados. Esta
abordagem terapêutica passiva, embora possa gerar o alívio da dor, não
promove a cura do problema através de adaptações fisiológicas positivas.
Sendo assim, estas terapias apresentam pouca eficácia no tratamento de dor
lombar crônica (CARPENTER; NELSON, 1999).
Kendall (1995) destaca as disfunções posturais devido aos
desequilíbrios dos músculos antero-posteriores do tronco e quadris como
associadas à dor na região lombar. De acordo com os músculos que estarão
em posição encurtada (retraídos ou fortes) e os músculos que estarão em
posição alongada (ou fracos), que geram influência e alteram o posicionamento
lombo-pélvico, procedimentos de tratamento baseado em provas de
alinhamento e provas de comprimento e força musculares, podem ser
estabelecidos para a intervenção adequada nestas alterações biomecânicas e,
assim, eliminar ou reduzir ao máximo uma das principais causas de lombalgia.
Dentre os procedimentos de tratamento da hiperlordose lombar
(aumento da curvatura lombar) juntamente com a anteversão pélvica
(inclinação anterior pélvica), destacam-se o alongamento dos músculos da
região lombar e flexores dos quadris (se retraídos), e o fortalecimento dos
músculos abdominais e extensores dos quadris (se fracos). Na retificação da
lordose lombar com a retroversão pélvica (inclinação posterior pélvica), os
músculos da região lombar e flexores dos quadris devem ser fortalecidos (se
fracos), enquanto que os músculos abdominais anteriores e extensores dos
quadris devem ser alongados (se retraídos). Todos estes procedimentos m
como objetivo eliminar os desequilíbrios musculares presentes, reduzir as
disfunções lombo-pélvicas presentes e, consequentemente, eliminar as
condições dolorosas que afetam a região lombar (Kendall, 1995).
Para prevenir e aliviar a disfunção motora da coluna lombar, a
musculatura do tronco precisa manter a coluna vertebral e a pelve no melhor
alinhamento possível. Para que isso seja possível, é necessário que os
músculos tenham comprimento e força adequados e que sejam capazes de
executar o padrão correto de atividade ( SAHRMANN, 2005).
3. METODOLOGIA
Serão abordados neste capítulo o modelo do estudo, a população e
amostra, critérios de inclusão e exclusão, ética em pesquisa, instrumentos de
avaliação e procedimentos, além da análise de dados.
3.1 MODELO DO ESTUDO
Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo do tipo descritivo
observacional, tendo um grupo controle sem dor lombar e um experimental
com lombalgia. Segundo Haddad (2004), o estudo é do tipo descritivo pela
descrição da caracterização de aspectos variados de um agravo à saúde,
condição funcional ou sinais e sintomas, estudando a distribuição no tempo, no
espaço e conforme peculiaridades individuais. Campana e cols. (2001) afirma
que, no estudo observacional, o pesquisador simplesmente observa o paciente,
as características da doença ou transtorno e sua evolução, sem intervir ou
modificar qualquer aspecto que esteja estudando.
O estudo em questão correlacionou a presença e a intensidade de dor
com a medida angular da curvatura da coluna lombar em jovens praticantes de
voleibol, de acordo com a manifestação de dor lombar apresentada nos últimos
meses, desde que obedecem aos critérios de inclusão e exclusão.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
De uma população de praticantes regulares de voleibol em clubes
esportivos de Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais, Brasil, foram
selecionados para participar do estudo jovens voluntários com idade entre 14 e
18 anos, que tivessem no mínimo três meses de prática na atividade esportiva,
independente de sexo, cor, estatura e massa corporal, porém com classificação
de peso normal ao Índice de Massa Corporal (IMC).
A amostra foi selecionada por conveniência, ou seja, todos os atletas
que demonstraram interesse e obedecessem aos critérios de inclusão e
exclusão, participaram da pesquisa.
Os indivíduos foram selecionados para compor os grupos de acordo com
as características álgicas e os aspectos temporais de dor. Participaram do
grupo experimental aqueles que apresentavam dor lombar freqüente nos
últimos seis meses, com pelo menos um episódio mensal, tendo sido o último
há pelo menos quinze dias, de moderada ou grande intensidade, independente
do tempo de duração, relação com a prática esportiva, necessitando ou não do
uso de medicação analgésica ou antiinflamatória para melhora. Já o grupo
controle era composto de atletas com as mesmas características, sem queixas
de lombalgia ou aqueles que tivessem relatado no máximo dois episódios
esporádicos de curta duração e leve intensidade nos últimos seis meses, sem
relação com a prática esportiva.
De uma população de 71 jovens praticantes de voleibol, com idade entre
14 e 18 anos, de ambos os sexos, 64 atletas dos clubes esportivos do SESI
(Clube do Trabalhador), SESC (Serviço Social do Comércio de Minas Gerais),
Sport Clube Juiz de Fora e do Tupinambás Futebol clube, todos localizados na
cidade de Juiz de Fora/MG, foram selecionados inicialmente. Destes, 22 que
não se enquadravam dentro dos critérios de inclusão e exclusão, foram
excluídos do estudo, sendo: dois com diagnóstico de espondilolistese ao
exame de raio-x, um por ter prótese em fêmur esquerdo, nove por obesidade,
de acordo com o IMC, dez por não realizarem treinamento regularmente ou
terem menos de 3 meses de prática esportiva. Os 42 restantes constituíram a
amostra e foram divididos de acordo com os a sintomatologia e protocolo
estabelecido em dois grupos: sem dor (SD) e com dor (CD). O primeiro grupo
(SD) era composto de 22 indivíduos (doze mulheres e dez homens) e o
segundo (CD) de 20 (doze mulheres e oito homens).
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Foram utilizados como critérios de inclusão para este estudo,
participantes com idade entre 14 e 18 anos, praticantes de voleibol há pelo
menos três meses, assíduos aos treinos, que realizassem no mínimo de dois
treinamentos semanais com duração média de 60 minutos e apresentassem a
relação de peso / altura classificada como de peso normal ao cálculo do Índice
de Massa Corporal (IMC).
3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Foram excluídos os participantes que apresentavam lombalgia
decorrente de etiologias que não sejam provenientes de alterações mecânico-
posturais, ou seja, outras causas de dores lombares tais como estenose do
canal vertebral, herniação de disco lombar, espondilólise, espondilolistese,
artrose de coluna, traumatismo de coluna lombar e degeneração dos discos
intervertebrais e prótese em MMII.
3.5 ÉTICA EM PESQUISA
O estudo obedeceu a Resolução 196/96 de Conselho Nacional de
Saúde, sendo submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Castelo Branco (Anexo 1) e iniciado após os participantes
assinarem o termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2).
3.6 INTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
3.6.1 Ficha de Avaliação Inicial para Praticantes de Voleibol de Quadra
(Anexo 3)
Esta ficha de avaliação inicial foi elaborada com intuito de se obter a
identificação, as características e as atividades diárias dos jovens praticantes
de voleibol de quadra, tendo como objetivo buscar maiores esclarecimentos
sobre as habilidades técnicas e táticas que são desempenhadas por cada
atleta durante os treinos e jogos, abordando a presença de dor lombar durante
e/ou após os treinamentos ou partidas e sua freqüência. Esta ficha foi validada
pela análise de três professores doutores “experts “ (Anexo 4).
3.6.2 Mensuração da intensidade da dor lombar através da Escala
Análoga Visual (EAV) (Anexo 5)
A EAV é uma escala nominal que determina a intensidade da dor,
graduada de zero a dez, nas quais zero significa ausência de dor e dez, a pior
dor imaginável. É um instrumento de fácil utilização, onde barreiras lingüísticas
e culturais não afetam seu uso simples, e tendo como objetivo adquirir apenas
informações acerca da intensidade da dor
(HALL, BRODY, 2001).
3.6.3 Avaliação angular da curvatura da coluna lombar pelo método
radiográfico – método de Cobb (Anexo 6)
A leitura quantitativa do alinhamento das curvaturas da coluna vertebral
no plano sagital é realizada através da aplicação do método de Cobb nas
radiografias (GUIGUI e cols,, 2003).
As medidas das angulações das curvaturas lombares são realizadas
diretamente sobre as radiografias em perfil, onde o ângulo de Cobb será obtido
pela intersecção da reta que passa pelo platô superior da primeira vértebra
lombar (L1) e pela reta que passa pelo platô inferior da última vértebra lombar
(L5) (MAGEE, 2002; DAMASCENO e cols., 2006).
Este método é considerado o padrão-ouro, sendo o mais aceito e mais
usado mundialmente inclusive como referência para estudos que desejam
validar instrumentos de medição não invasivos da curvatura da coluna
vertebral, independente se a cifose torácica ou a lordose lombar
(KYUREGHYAN e cols., 2005).
3.7 PROCEDIMENTOS
Após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e assinatura do termo
de consentimento livre e esclarecido os participantes foram submetidos à
avaliação preliminar através de um questionário, utilizando a
Ficha de
Avaliação Inicial para Praticantes de Voleibol de Quadra.
A seguir verificou-se a intensidade do último episódio de dor lombar nos
indivíduos do grupo CD utilizando-se a Escala Análoga Visual (EAV) para
pontuar a dor, sendo os participantes instruídos a classificar de zero a dez a
intensidade da mesma, de acordo com a interpretação de sua sensação álgica
na região lombar.
Após esta etapa, todos os participantes foram submetidos ao exame
radiológico da região lombar, realizados no Hospital Doutor João Felício de Juiz
de Fora/MG, pelo mesmo técnico radiologista, no mesmo aparelho e
preferencialmente pela manhã, quando o indivíduo estava descansado e o
posicionamento foi padronizado: pés alinhados, joelhos estendidos, descarga
de peso igual em membros inferiores, horizontalidade do olhar e incidência em
perfil direito. Leroux e cols. (2000) sugerem que o posicionamento para este
tipo de exame radiológico seja com os joelhos e pés estendidos, olhar
horizontal e incidência perfil direito.
O laudo radiológico foi emitido sempre pelo mesmo radiologista, sendo
excluído do estudo os indivíduos que apresentarem patologias identificadas
através deste exame, como espondilolistese e osteoatrose de coluna vertebral.
As medidas angulares das curvaturas lombares, obedecendo às normas
descritas, foram realizadas pela própria pesquisadora, que utilizou o mesmo
goniômetro para medir o ângulo de Cobb nas radiografias. Shea e cols. (1998)
em seus estudos demonstraram que há menor chance de erro quando a
mensuração angular pelo método de Cobb é feita por um único avaliador.
Após a obtenção das medidas angulares da coluna lombar dos
participantes, foi verificado se havia ou não diferença entre as medidas
encontradas em ambos os grupos.
3.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os resultados obtidos durante o estudo foram submetidos à análise
estatística, sendo utilizada a estatística descritiva para analisar as
características da amostra, apresentando-se os valores médios e o desvio
padrão. A Estatística Descritiva foi relativa à Distribuição de Freqüências
segundo os grupos avaliados e os resultados das respostas encontradas no
instrumento de pesquisa utilizado, o questionário. A idade e ângulo de Cobb
foram as duas variáveis que observaram as médias e o desvio padrão.
Através estatística inferencial utilizou-se o teste de Likelihood Ratio
(maximiza a probabilidade) para verificar a homogeneidade da amostra e o
teste Não Paramétrico do Qui-quadrado para re-testagem das respectivas
significâncias e corroboração nas análises críticas das Hipóteses Nulas (p
>0,05), no sentido de se verificar a existência de diferenças estatisticamente
significativas (sig. p < 0,05) entre as Distribuições de Freqüências dos dois
grupos observados.
O constructo do presente estudo, consiste no entendimento e verificação
de possíveis diferenças entre os dois grupos da pesquisa, com e sem dor.
Ainda, considerando que os dados caracterizam-se como sendo de natureza
nominal (questionário) e ordinal contínuo (dados paramétricos), observou-se,
pois, testes de hipóteses distintas e adequadas aos respectivos grupos de
dados. Para os resultados de natureza nominal, aplicou-se o teste de hipótese
Qui-Quadrado de Pearson, para análise comparativa entre as respectivas
distribuições de freqüências dos respectivos grupos. Adicionado a este,
aplicou-se o teste Likelihood, objetivando corroborar e ratificar os resultados
calculados no método do Qui-quadrado de Pearson. Para a comparação inter-
grupos dos valores médios das variáveis paramétricas utilizou-se o teste t de
Student. Para ambos o protocolo estatístico considerou um nível de
significância p < 0,05 para rejeição da Hipótese Nula, isto é, não diferença
significativa entre as Distribuições de Freqüências ou valores médios na ótica
inter-grupos.
4. RESULTADOS
4.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA
Dos 42 participantes do estudo, 24 (57,15%) eram do sexo feminino e 18
(42,85%) do sexo masculino. Apresentavam como média de Índice de Massa
Corporal (IMC) 22,1 kg/m
2
, que se encontra entre 18,5 e 24,9 Kg/m
2
, indicando
classificação de peso como normal na interpretação do IMC, sendo um dos
critérios de inclusão para este estudo.
Considerando que a presente pesquisa observou dois grupos distintos,
um - Grupo 1(grupo sem dor) e o outro - Grupo 2 (grupo com dor), compostos
ambos de pessoas dos dois sexos, tomamos este parâmetro (Var_20) como a
variável discricionária para análise comparativa. Esse processo comparativo se
deu até a variável Var_14 onde as perguntas são comuns para ambos os
grupos. Nas demais questões, somente o Grupo 2 foi solicitado a responder,
face à presença de dor. A descrição destas variáveis e respectivos códigos
utilizados durante todas as análises, pode ser observada no Glossário abaixo:
VARIÁVEL NUM CÓDIGO
Nomes
1 Var_1
Tempo de prática
2 Var_2
Treinos por semana
3 Var_3
Duração do treino
4 Var_4
Jogos por mês
5 Var_5
Tempo em quadra
6 Var_6
Posição
7 Var_7
Tempo de Aquecimento
8 Var_8
Dominância
9 Var_9
Profissão
10 Var_10
Outra profissão
11 Var_11
Outros esportes
12 Var_12
Problema de saúde
13 Var_13
Medicamento
14 Var_14
Dor durante o treino
15 Var_15
Dor após o treino
16 Var_16
Intensidade
17 Var_17
Freqüência
18 Var_18
Último episódio
19 Var_19
Grupo
20 Var_20
Idade
21 Var_21
Angulo
22 Var_22
4.2 CARACTERIZAÇÃO DE IDADE E SEXO DA AMOSTRA
A idade média para o grupo sem dor foi de 15,81
±
1,43 anos e para o
grupo com dor a idade média foi de 15,65 ± 1,18 anos, conforme exposto na
Tabela 1.
Tabela 1 – Caracterização da idade da amostra:
Indivíduos Idade Grupo SD (anos) Idade Grupo CD (anos)
1 14 anos 14 anos
2 14 anos 14 anos
3 14 anos 14 anos
4 14 anos 14 anos
5 14 anos 15 anos
6 15 anos 15 anos
7 15 anos 15 anos
8 15 anos 15 anos
9 15 anos 15 anos
10 15 anos 15 anos
11 16 anos 16 anos
12 16 anos 16 anos
13 16 anos 16 anos
14 16 anos 17 anos
15 16 anos 17 anos
16 17 anos 17 anos
17 17 anos 17 anos
18 17 anos 17 anos
19 18 anos 17 anos
20 18 anos 17 anos
21 18 anos -
22 18 anos -
Média 15,82 15,65
Desvio Padrão 1,44 1,18
A análise da idade em relação ao sexo nos grupos sem dor (SD) e com
dor (CD) mostrou que, para o grupo SD, a média de idade para o sexo feminino
foi de 14,75 anos e para o sexo masculino de 17,1 anos, enquanto no grupo
CD a dia de idade das mulheres foi de 14,66 anos e dos homens de 16,1
anos. Estes dados, assim como o desvio padrão, estão disponibilizados na
Tabela 2.
Tabela 2 – Caracterização da idade em relação ao sexo da amostra:
Sexo
Média de idade e desvio
padrão do grupo SD (anos)
Média de idade e desvio
padrão do grupo CD (anos)
Feminino 14,75 ± 0,75 14,66 ± 0,65
Masculino 17,1 ± 0,87 16,1 ± 0,99
O sexo da amostra foi relacionado com os grupos, onde o resultado
observado deste cruzamento denota que as distribuições de freqüências são
equivalentes e conseqüentemente não apresentam diferenças significativas.
Nesse contexto podemos dizer que os vieses derivados das possíveis
diferenças inter-sexo, dar-se-ão também de modo equivalente e, portanto, não
interferindo nos resultados dos cruzamentos comparativos. Esta relação pode
ser observada na Tabela 3.
Tabela 3 – Relação entre o sexo e os grupos da amostra:
Sexo Total
Var_20 Masculino Feminino 1
Sem Dor N 10 12 22
55,60% 50,00% 52,40%
Com Dor N 8 12 20
44,40% 50,00% 47,60%
Total N 18 24 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,721 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,721
4.3 ANÁLISE DAS ATIVIDADES DIÁRIAS DOS PRATICANTES DE VOLEIBOL
Na análise do tempo de prática do voleibol, 10 (23,8%) jovens praticam
vôlei entre 4 e 5 meses, 05 (12%) jogam entre 6 e 12 meses, 09 (21,4%) entre
12 e 24 meses, 07 (16,6%) entre 24 e 48 meses e 11 (26,2%) praticam vôlei há
mais de 48 meses. As distribuições do tempo desta prática esportiva pelos
voluntários, de acordo com os grupos SD e CD, estão descritas na Tabela 4.
Tabela 4 Tempo de prática de voleibol dos atletas dos grupos 1 (SD) e 2
(CD):
Grupos
Var_2 1 2 Total
12 a 24 meses N 5 4 9
22,70% 20,00% 21,40%
24 a 48 meses N 6 1 7
27,30% 5,00% 16,70%
4 meses N 5 5 10
22,70% 25,00% 23,80%
6 a 12 meses N 3 2 5
13,60% 10,00% 11,90%
mais de 48 meses N 3 8 11
13,60% 40,00% 26,20%
Total N 22 20 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,194 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,162
O resultado acima denota que não existem diferenças significativas entre
as Distribuições de Freqüências dos dois Grupos (1 e 2), o que pode ser
interpretado como não sendo significativa as possíveis associações do fator
“dor manifesta” e tempo de prática (Var_2).
Em relação aos treinos cnicos semanais e duração dos treinamentos,
foi contatado que 21 (50%) indivíduos treinavam 2 ou 3 vezes por semana e 21
(50%) realizavam 4 ou 5 treinos semanais, enquanto que, 16 (38,1%)
jogadores treinavam em média de 60 a 90 minutos e 26 (61,9%) realizavam por
mais de 90 minutos cada treinamento. As demais informações, como a
quantidade de treinos semanais e duração dia de cada treinamento em
relação aos grupos sem e com dor estão disponibilizadas nas Tabelas 5 e 6.
Tabela 5 – Quantidade de treinos técnicos realizados semanalmente pelos
jogadores dos grupos sem dor (SD) e com dor (CD):
Grupos
Var_3 1 2 Total
2 ou 3 N 12 9 21
54,50% 45,00% 50,00%
4 ou 5 N 10 11 21
45,50% 55,00% 50,00%
Total N 22 20 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,537 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,536
Tabela 6 – Duração média de cada treinamento dos atletas dos grupos 1 e 2:
Grupos
Var_4 1 2 Total
60 a 90 min. N 11 5 16
50,00% 25,00% 38,10%
mais de 90 min. N 11 15 26
50,00% 75,00% 61,90%
Total N 22 20 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,091 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,070
Os resultados acima denotam que não existem diferenças significativas
entre as Distribuições de Freqüências dos dois Grupos (1 e 2), o que pode ser
interpretado como não sendo significativas as possíveis associações do fator
“dor manifesta” e número de treinos por semana (Var_3) e também as
possíveis associações do fator “dor manifesta” e o Tempo de Treino (Var_4).
Foi realizada, ainda, a análise da quantidade de jogos realizados em
média por mês e o tempo médio de permanência dos atletas em quadra
durante uma partida e foi contatado que todos os 42 jogadores realizam em
média, 1 a 3 jogos por mês, e o tempo de permanência em quadra por jogo de
cada indivíduo varia, sendo que 7 (16,6%) jogam em média menos de 20
minutos, 16 (38,1%) entre 20 a 40 minutos e 19 (45,3%) atletas jogam mais de
40 minutos por partida. Além disso, a posição em quadra dos jogadores mais
comumente encontrada foi a de atacante, correspondendo a 34 (81%)
jogadores, enquanto que para a posição de levantador foi de 6 (14,3%) atletas
e 2 (4,7%) indivíduos jogam na posição de líbero. Estas distribuições podem
ser melhores visualizadas nas Tabelas 7, 8 e 9.
Tabela 7 Quantidade de jogos realizados por mês pelos atletas dos grupos
sem dor (SD) e com dor (CD):
Grupos
Var_5 1 2 Total
1 a 3 N 18 17 35
81,80% 85,00% 83,30%
4 a 6 N 1 1 2
4,50% 5,00% 4,80%
X N 3 2 5
13,60% 10,00% 11,90%
Total N 22 20 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,935 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,935
Tabela 8 – Tempo de permanência em quadra dos jogadores:
Grupos
Var_6 1 2 Total
20 a 40 min. N 8 8 16
36,40% 40,00% 38,10%
mais de 40 min. N 10 9 19
45,50% 45,00% 45,20%
menos de 20 min. N 4 3 7
18,20% 15,00% 16,70%
Total N 22 20 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,951 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,951
Tabela 9 – Posição em quadra dos atletas:
Grupos
Var_7 1 2 Total
Atacante N 17 17 34
77,30% 85,00% 80,90%
levantador N 3 3 6
13,60% 15,00% 14,30%
líbero N 2 0 2
9,10% 0,00% 4,80%
Total N 22 20 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,259 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,178
Estes resultados mostram que não existem diferenças significativas
entre as Distribuições de Freqüências dos dois Grupos (1 e 2), o que pode ser
interpretado como não sendo significativa as possíveis associações do fator
“dor manifesta” e o número de jogos por mês (Var_5), assim como também
não foram significativas as possíveis associações dos fatores “dor manifesta” e
o Tempo de quadra (Var_6) e “dor manifesta” e a posição do jogador em
quadra (Var_7).
O tempo de aquecimento físico antes de iniciarem os treinamentos e
partidas de voleibol foi variável, sendo que sete atletas realizavam em média
10 minutos de aquecimento, o mesmo número de jogadores realizavam
aquecimento com duração de 30 e de 40 minutos, nove faziam aquecimento
por 15 minutos, cinco por 20 minutos, dois realizam por 5 minutos, o mesmo
número de jogadores que faziam por 60 minutos, enquanto que 3 não
realizavam nenhum aquecimento. Estes dados estão disponíveis nas Tabelas
10.
Tabela 10 – Detalhamento do tempo de aquecimento realizado pelos jogadores
antes dos treinos e partidas de voleibol:
Grupos Total
Var_8 1 2 1
10 min. N 4 3 7
18,20% 15,00% 16,70%
15 min. N 6 3 9
27,30% 15,00% 21,40%
20 min. N 3 2 5
13,60% 10,00% 11,90%
30 min. N 5 2 7
22,70% 10,00% 16,70%
40 min. N 0 7 7
0,00% 35,00% 16,70%
5 min. N 2 0 2
9,10% 0,00% 4,80%
60 min. N 1 1 2
4,50% 5,00% 4,80%
não N 1 2 3
4,50% 10,00% 7,10%
Total N 22 20 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,104 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,031
O resultado do teste Qui-quadrado acima denota que não existem
diferenças significativas entre as Distribuições de Freqüências dos dois Grupos
(1 e 2), o que pode ser interpretado como não sendo significativa as possíveis
associações do fator “dor manifesta” e a variável Tempo de aquecimento
(Var_8). Contudo, quando do resultado do teste Likelihood Ratio, temos que
existe um significância expressiva (sig.p =0,031 < 0,05) implicando pois na
composição de uma alternativa de aglutinação das freqüências no sentido de
dar uma maior significância numérica ao processo comparativo conforme a
Tabela 11 que segue:
Tabela 11 – Tempo de aquecimento antes dos treinos e partidas de voleibol:
Grupos
1 2 Total
<=30 Min 15 8 23
71,43% 44,44% 58,97%
> 30 Min 6 10 16
28,57% 55,56% 41,03%
Total 21 18 39
Qui-quadrado sig.p=0,087 > 0,05
Este resultado confirma não existir uma associação entre a variável
Tempo de aquecimento e o fator discricionário “manifesto de dor”.
Os indivíduos foram avaliados quanto à dominância em membros
superiores (MMSS), onde 38 (90,50%) apresentaram dominância de MSD e
apenas 04 relataram dominância em MSE (9,50%). O resultado mostra que não
existem diferenças significativas entre as Distribuições de Freqüências dos dois
Grupos (1 e 2), ou seja, as possíveis associações do fator dor manifesta” e
Dominância (Var_9) o são significativas. Estes resultados podem ser
observados na Tabela 12.
Tabela 12 – Dominância em MMSS dos jogadores:
Grupos Total
Var_9 1 2 1
MSD N 20 18 38
90,90% 90,00% 90,50%
MSE N 2 2 4
9,10% 10,00% 9,50%
Total N 22 20 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,920 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,920
A profissão exercida, assim como a prática de outras atividades
esportivas, foi pesquisada durante a avaliação. Todos os jovens atletas são
estudantes e, devido a isto, a variável Var_10 (Profissão) não foi submetida ao
cruzamento. Dos voluntários, apenas 04 (9,52%) exercem outra profissão além
dos estudos (03 indivíduos do grupo SD e 01 do grupo CD), sendo que os
mesmos não relatam dor ou desconforto em nenhuma região do corpo durante
ou após sua atividade profissional. Em relação à prática de outras atividades
esportivas além do voleibol, 03 (7,15%) voluntários participam de outras
modalidades como handebol e futebol (02 indivíduos do grupo SD e 01 do
grupo CD). Estes dados podem ser melhores visualizados nas Tabelas 13 e 14.
Tabela 13 – Outras profissões exercidas pelos atletas de vôlei:
Grupos Total
Var_11 1 2 1
auxiliar cozinha N 1 0 1
4,50% 0,00% 2,40%
auxiliar escritório N 0 1 1
0,00% 5,00% 2,40%
loja/+3a/6hs N 1 0 1
4,50% 0,00% 2,40%
malharia N 1 0 1
4,50% 0,00% 2,40%
não N 19 19 38
86,40% 95,00% 90,50%
Total N 22 20 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,418 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,244
Tabela 14 – Outras atividades esportivas praticadas além do voleibol:
Grupos Total
Var_12 1 2 1
Futebol, basq. N 1 0 1
4,50% 0,00% 2,40%
Handebol/+de3a. N 0 1 1
0,00% 5,00% 2,40%
Handebol/-de 1a N 1 0 1
4,50% 0,00% 2,40%
Não N 20 19 39
90,90% 95,00% 92,90%
Total N 22 20 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,401 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,252
Os resultados acima denotam que não existem diferenças significativas
entre as Distribuições de Freqüências dos dois Grupos (1 e 2), o que pode ser
interpretado como não sendo significativas as possíveis associações do fator
“dor manifesta” e a profissão (Var_11) e “dor manifesta” e prática de outros
esportes (Var_12).
Foi contatado, ainda, que dos quarenta e dois voluntários, 37 (88,10%)
não relataram nenhum problema de saúde ou uso de medicamento, enquanto
05 (11,9%) afirmaram apresentar algum problema de saúde com conseqüente
uso de medicação. Os resultados destas análises demonstram que não
existem diferenças significativas entre as Distribuições de Freqüências dos dois
Grupos, ou seja, não são significativas as possíveis associações dos fatores
“dor manifesta” e Presença de outras doenças (Var_13) e “dor manifesta” e o
uso de medicamentos (Var_14). Estes dados estão disponíveis nas Tabelas 15
e 16.
Tabela 15 – Problemas de saúde apresentados pelos jogadores:
Grupos Total
Var_13 1 2 1
Asma N 0 1 1
0,00% 5,00% 2,40%
Bronquite N 0 2 2
0,00% 10,00% 4,80%
Diabetes N 1 0 1
4,50% 0,00% 2,40%
Epilepsia N 0 1 1
0,00% 5,00% 2,40%
não N 21 16 37
95,50% 80,00% 88,10%
Total N 22 20 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,232 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,111
Tabela 16 – Uso de medicação associado aos problemas de saúde:
Grupos Total
Var_14 1 2 1
Broncodilatador N 0 2 2
0,00% 10,00% 4,80%
Fenobarbital N 0 1 1
0,00% 5,00% 2,40%
Insulina N 1 0 1
4,50% 0,00% 2,40%
Miclofezona N 0 1 1
0,00% 5,00% 2,40%
não N 21 16 37
95,50% 80,00% 88,10%
Total N 22 20 42
100,00% 100,00% 100,00%
Qui-quadrado sig.p=0,232 e Likelihood Ratio Sig.p = 0,111
4.4 CARACTERÍSTICAS DA LOMBALGIA
As variáveis que seguem não foram objeto de cruzamento com a
variável discricionária (Presença de Dor Grupos), uma vez que as mesmas
somente foram constituídas para o Grupo com dor.
Na análise da presença e dos aspectos temporais de dor lombar que
caracterizam o grupo com dor (grupo 2), foi visto que, dos 20 jogadores
pertencentes a este grupo, 9 (45%) relataram lombalgia durante e após os
treinamentos e/ou partidas, 6 (30%) apresentaram este sintoma apenas após
os treinos e/ou partidas e 5 (25%) indivíduos relataram dor lombar somente
durante os treinamentos e/ou partidas. Estas distribuições podem ser
visualizadas de forma simplificada em duas tabelas (Tabelas 17 e 18) e de
forma detalhada no Gráfico 1.
Tabela 17 - Lombalgia durante os treinos e/ou partidas:
Grupo
Var_15 2
N 0
0,00%
Não N 6
30,00%
Sim N 14
70,00%
Total N 20
100,00%
Tabela 18 - Lombalgia após os treinos e/ou partidas:
Grupo
Var_16 2
N 0
0,00%
Não N 5
25,00%
Sim N 15
75,00%
Total N 20
100,00%
GRÁFICO 1: Percentual de indivíduos do grupo 2 que apresentavam lombalgia
durante e/ou após o treino ou partida.
Na análise das características álgicas da lombalgia, mensuradas através
da escala análoga visual (EAV), que gradua a intensidade da dor de zero a
dez, foi constatado que cinco (25%) jogadores relataram dor igual a 4 na EAV,
cinco (25%) referiram dor igual a 5 na escala, sete (35%) apresentaram dor
igual 6, um (5%) relatou dor igual 7 e dois (10%) referiram dor igual a 8 na
EAV. A média da intensidade da dor foi de 5,50 1,235). As distribuições
destes valores estão disponibilizadas na Tabela 19 e no Gráfico 2.
Tabela 19 - Intensidade da Dor Lombar:
Grupo
Var_17 2
Sem nota N 0
0,00%
nota: 4 N 5
25,00%
nota: 5 N 5
45,00%
30,00%
25,00%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
Durante e Após
treinamento
Apenas Após
treinamento
Apenas Durante
treinamento
Lombalgia
25,00%
nota: 6
N 7
35,00%
nota: 7
N 1
5,00%
nota: 8
N 2
10,00%
Total
N 20
100,00%
GRÁFICO 2 Percentual da intensidade da dor lombar relatada na Escala
Análoga Visual (EAV) pelos indivíduos do grupo 2.
Em relação à freqüência do acometimento pela dor lombar nestes
indivíduos, notou-se diversidade nos episódios apresentados, sendo que 3
relataram lombalgia uma vez por mês, 6 de quinze em quinze dias, 2 de dois a
três episódios ao mês, 3 uma vez por semana, 2 dois acometimentos
semanais, 2 de dois a três episódios por semana e 2 de três a quatro
acometimentos semanais. As distribuições da freqüência de lombalgia são
descritas na Tabela 20.
Tabela 20 – Freqüência de dor lombar em atletas do grupo com dor (CD):
Grupo
Var_18
2
N 0
0,00%
1 x por mês
N 3
15,00%
1 x por semana
N 3
15,00%
25,00% 25,00%
35,00%
5,00%
10,00%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
nota 4 nota 5 nota 6 nota 7 nota 8
Intensidade da lombalgia na Escala Análoga Visual de dor
15 em 15 dias
N 6
30,00%
2 x por semana
N 2
10,00%
2/3 x por mês
N 2
10,00%
2/3 x por semana
N 2
10,00%
3/4 x por semana
N 2
10,00%
Total
N 20
100,00%
O último episódio de dor lombar foi relatado pelos jogadores e
constatou-se que 14 (70%) indivíduos apresentavam lombalgia no dia da
avaliação, 3 (15%) relataram dor nesta região sete dias e 3 (15%)
afirmavam presença deste sintoma há quinze dias em relação ao dia da
avaliação inicial. Estes dados podem ser melhores visualizados na Tabela 21 e
os no Gráfico 3.
Tabela 21 – Último episódio de Lombalgia:
Grupo
Var_19
2
N 0
0,00%
Atual
N 14
70,00%
há 15 dias
N 3
15,00%
há 7 dias
N 3
15,00%
Total
N 20
100,00%
GRÁFICO 3 Percentual do último episódio de lombalgia relatada pelos
indivíduos no dia da avaliação.
70,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Dor lombar
* Último episódio de dor lombar referente ao dia da avaliação inicial
realizada.
4.5 ANÁLISE DOS VALORES ANGULARES DA CURVATURA LOMBAR DOS
PRATICANTES DE VOLEIBOL
Os valores obtidos de cada angulação da curvatura lombar dos
indivíduos dos grupos SD e CD, o sexo e a idade correspondentes, estão
descritos detalhadamente nas tabelas 22 e 23.
Tabela 22 – Descrição dos valores dos ângulos da lordose lombar, sexo e
idade dos atletas do grupo sem dor (SD).
Tabela 23 – Descrição dos valores dos ângulos da lordose lombar, sexo e
idade dos atletas do grupo com dor (CD).
Grupo Com Dor (CD):
Indivíduos Sexo Idade Angulação
1 Masculino 17 anos 21º
2 Masculino 17 anos 29º
3 Feminino 15 anos 31º
4 Masculino 14 anos 31º
5 Feminino 14 anos 41º
6 Masculino 16 anos 41º
Grupo Sem Dor (SD):
Indivíduos Sexo Idade Angulação
1 Feminino 14 anos 26º
2 Feminino 17 anos 35º
3 Masculino 17 anos 36º
4 Feminino 15 anos 38º
5 Masculino 18 anos 39º
6 Masculino 14 anos 41º
7 Feminino 16 anos 42°
8 Feminino 15 anos 44º
9 Masculino 18 anos 44º
10 Feminino 15 anos 45º
11 Masculino 16 anos 45º
12 Masculino 14 anos 46º
13 Feminino 15 anos 46º
14 Masculino 18 anos 46º
15 Feminino 16 anos 47º
16 Feminino 14 anos 48º
17 Feminino 14 anos 48º
18 Masculino 16 anos 48º
19 Masculino 18 anos 49º
20 Feminino 17 anos 52º
21 Masculino 15 anos 54º
22 Feminino 16 anos 58º
Média e desvio padrão:
15,82 ± 1,44
Média e desvio padrão:
44,41º ± 6,88
7 Masculino 17 anos 42º
8 Feminino 15 anos 44º
9 Feminino 17 anos 44º
10 Feminino 14 anos 47º
11 Feminino 15 anos 48º
12 Masculino 15 anos 48º
13 Feminino 17 anos 48º
14 Masculino 15 anos 50º
15 Feminino 16 anos 51º
16 Feminino 17 anos 51º
17 Feminino 14 anos 52º
18 Feminino 16 anos 52º
19 Feminino 15 anos 59º
20 Masculino 17 anos 62º
Média e desvio padrão:
15,65 ± 1,18
Média e desvio padrão:
44,60º ± 10,20
Nas medidas das angulações das curvaturas lombares realizadas
diretamente sobre as radiografias pelo método de Cobb, os valores obtidos
variaram de 26º a 58º (média de 44,41º) para o grupo sem dor (SD), sendo que
estas angulações ficaram entre 26º e 58º (média de 44,08º) para o sexo
feminino e entre 36º e 54º (média de 44,8º) para o sexo masculino, enquanto
que os valores obtidos para o grupo com dor (CD) variaram de 21º a 62º
(média de 44,60º), sendo que as angulações pra o sexo feminino foram entre
31º e 59º (média de 47,3º) e para o sexo masculino foram entre 21º e 62º
(média de 40,5º). As demais informações descritivas, média e desvio padrão,
estão disponibilizadas na Tabela 24.
Tabela 24 – Amostra detalhada, sexo, média, desvio padrão e variação angular
da lordose lombar dos atletas dos grupos sem dor (SD) e com dor (CD):
Grupos Amostra Sexo Média angular(º) Desvio Padrão Variação
SD 12 Feminino 44,08º ± 8,26 26º a 58º
10 Masculino 44,8° ± 5,18 36º a 54º
CD 12 Feminino 47,3º ± 6,98 31° a 59º
8 Masculino 40,5º ± 13,16 21º a 62º
Ao analisar o sexo da amostra dos grupos sem dor (SD) e com dor (CD)
e sua relação com a idade e a angulação da curvatura lombar, constatamos
que, para o sexo feminino, a média de idade foi de 14,75 anos e a média da
angulação da lordose lombar foi de 44,08º para o SD, enquanto para o grupo
CD a média de idade foi de 14,66 anos e a de angulação foi de 47,3º. Em
relação ao sexo masculino, a média de idade foi de 17,1 anos e a média da
angulação lombar foi de 44,8º para o SD, já para o grupo CD a média de idade
foi de 16,1 anos e a média angular foi de 40,5º. Estes valores estão descritos
na tabela 25.
Tabela 25 – Relação entre sexo, idade e angulação da curvatura lombar dos
indivíduos dos grupos 1 e 2.
Sexo
Grupos
Média da angulação
e desvio padrão (º)
Média de idade
e desvio padrão (anos)
Feminino
Sem Dor x 44,08º ± 8,26 14,75 ± 0,75
Com Dor 47,3º ± 6,98 14,66 ± 0,65
Masculino
Sem dor x 44,8° ± 5,18 17,1 ± 0,87
Com Dor 40,5º ± 13,16 16,1 ± 0,99
Foi observado, ainda, através do Teste Intra-Grupo – Gr1 (0,815), Gr2
(0,146) e sexo (0,294), que as medidas angulares nos dois sexos não diferem
significativamente. Com isso, pode-se dizer que o sexo não constitui uma
variável discricionária dos valores angulares.
A análise da comparação dos valores médios das idades e valores
angulares dos dois Grupos foi realizada, conforme segue nas Tabelas 26 e 27:
Tabela 26 – Comparação dos valores médios das idades dos Grupos:
Var_20 N Média D.P
Var_21
1 22 15,82 1,44
2 20 15,65 1,18
Teste t de Student Sig.p = 0,455 > 0,05
Tabela 27 – Comparação dos valores angulares dos Grupos 1 e 2:
Var_20 N Média D.P
Var_22
1 22 44,41 6,88
2 20 44,60 10,20
Teste t de Student Sig.p = 0,114 > 0,05
Os resultados acima denotam que os Grupos não diferem
significativamente nas idades médias e nos valores médios dos ângulos.
4.6 RELAÇÃO ENTRE LOMBALGIA E MEDIDAS ANGULARES DA
CURVATURA LOMBAR
Conforme os resultados comparativos das dias angulares dos grupos
SD e CD, temos uma sig.p = 0,114 > 0,05, denotando que não existem
diferenças significativas entre os valores médios dos ângulos de Cobb e,
portanto, não havendo relação entre as angulações e o status de dor lombar.
De acordo com esta análise, podemos afirmar que a curvatura, na população
observada, o denota existir inferência significativa quanto a manifestação de
lombalgia.
5. DISCUSSÃO
O presente estudo teve como objetivo correlacionar dor com alterações
na curvatura da coluna lombar em jovens praticantes de voleibol, buscando
maiores esclarecimentos com relação ao diagnóstico mecânico-postural das
dores lombares.
Não concordância na literatura mundial quando se trata da análise da
curvatura lombar no plano sagital, sendo descritas diversas formas de
mensuração (LEROUX e cols., 2000; HARRISON e cols., 2001; ROUSSOULY
e cols., 3005). No presente estudo foi avaliada a lordose lombar considerando
a medida da curvatura lombo-lombar, a qual foi obtida pela intersecção da reta
que passa pelo platô superior da primeira vértebra lombar (L1) e pela reta que
passa pelo platô inferior da última vértebra lombar (L5), parâmetros estes
utilizados também por Guigui e cols. (2003), Vialle e cols. (2005) e Damasceno
e cols. (2006).
Entre os vários métodos de mensuração da intensidade da dor, a escala
visual analógica de dor (EAV) é utilizada e validada como um método de
mensuração quantitativa da dor, uma vez que pode detectar pequenas
diferenças na intensidade da mesma quando comparada com outras escalas.
Além disso, consiste em um método de fácil utilização pelo examinador, além
de ser muito utilizado para dados clínicos e para pesquisas (MRUS e cols.,
2003). A mensuração da intensidade da dor lombar no presente estudo foi
através desta escala (EAV), graduada de zero a dez, onde foi encontrada nota
mínima de 4 e máxima de 8, com nota dia de 5,5 de dor lombar,
considerando esta intensidade moderada entre os atletas.
Gonçalves e Barbosa (2005) relatam que a lombalgia vem sendo um
sintoma comum em atletas e indivíduos adultos jovens. Pires (2005) avaliou 96
atletas e observou uma grande incidência de dor lombar em praticantes de
basquetebol, handebol e voleibol, onde 61,5% das atletas avaliadas relataram
lombalgia, embora esta dor apresentasse comprometimento leve em relação a
estas práticas esportivas, já que as atletas não deixaram de participar das
mesmas. O mesmo ocorreu no presente estudo, todos os jovens avaliados que
apresentaram queixas de lombalgia não estavam afastados dos treinamentos e
partidas de voleibol, onde se pode afirmar que apesar da presença de dor
lombar, esta não compromete suas atividades e prática esportiva.
Para Bahr e Reeser (2003), a coluna lombar é uma região muito solicitada
em praticantes de voleibol pelas diversas manobras exigidas, principalmente na
posição de ataque, onde ocorrem os movimentos de extensão, flexão e rotação
do tronco durante a realização deste, finalizando com a aterrissagem no solo
após o salto, aumentando as tensões nesta região. No atual trabalho as
posições dos jogadores em quadra, ou seja, atacante, levantador ou líbero, não
tiveram significativas associações com os sintomas de dor lombar.
Segundo Castropil (2000), dependendo da atividade física praticada e da
intensidade aplicada, acometimentos do sistema músculo-esquelético poderão
surgir. Safran, Mckeag e Camp (2002) relatam que cerca de 30% a 50% de
todos os acometimentos esportivos estão ligados ao uso excessivo, sendo que
destes acometimentos, 70% são causados por erros de treinamento. Helms
(1997) afirma em seu estudo, que é provável que crianças e jovens que
praticam treinamento intensivo e disputam frequentemente competições,
possam sofrer lesões agudas ou acometimentos por repetição precocemente.
Para Pires (2005), o tempo de treinamento semanal tem significante
associação com a lombalgia em atletas.
O desempenho esportivo de cada indivíduo é baseado na interação de
aspectos cognitivos, capacidades físicas e psicológicas, que, na presença de
certos fatores externos associados a condições limitantes, levam à aptidão
física. A ocorrência de acometimentos esportivos é decorrente da inter-relação
entre o atleta e o esporte praticado. Toda atividade física gera uma sobrecarga
em algum ponto do aparelho locomotor. Se esta sobrecarga fica circunscrita à
capacidade fisiológica do organismo de se recuperar, não há a instalação de
um processo patológico (PEDRINELLI, 2002 apud TORRES, 2004).
No presente estudo, a quantidade de treinamentos semanais, duração
média dos treinos, número de jogos mensais, tempo de permanência em
quadra durante uma partida e a prática de outros esportes não tiveram
associações significantes com a presença de dor lombar, assim como ocorreu
com o tempo de prática esportiva, o que pode sugerir que os trabalhos
realizados nestes clubes esportivos envolvem treinamentos e preparações
adequadas para seus atletas.
A lombalgia possui diversas causas, entre elas destacam-se como sendo
as mais comuns às degenerativas de coluna e as mecânico-posturais
(CAILLIET, 2001; JONES; MACFARLANE, 2005). O presente estudo abordou a
lombalgia decorrente de alterações mecânico-posturais da região lombar,
excluindo todas as outras diversas causas deste sintoma para que a causa
investigada fosse especificamente as alterações biomecânicas da coluna.
Micheli e Allison (1999) relatam que os alinhamentos estruturais anormais da
curvatura da coluna lombar como a hiperlordose ou a coluna plana, são fatores
que podem gerar dor nesta região.
O valor angular normal da curvatura lombar ainda não foi estabelecido
(CAILLIET, 2001; HARRISON e cols. 2001; TRIBASTONE, 2001), devido a
isso, se fez necessário incluir um grupo de adolescentes sem queixas de dores
lombares na atual pesquisa, com o intuito de servir como grupo controle para o
grupo que apresenta lombalgia.
Para Tribastone (2001), o valor fisiológico da angulação da curvatura
lombar fica entre os 25º e os 45º, quantificação obtida através da radiografia da
coluna em projeção sagital. Segundo o estudo de Cailliet (2001), este valor,
medido de L1 a L5, é de 40º, enquanto que para Magee (2002) o ângulo
normal da curvatura lordótica lombar é de 50º.
Guigui e cols. (2003), encontraram angulações variando de 13,6º a 69°,
média de 43º, enquanto que as angulações obtidas por Damasceno et al
9
variaram de 15º a 78º, média de 45,1º. Neste estudo, a angulação mínima
encontrada no grupo assintomático foi de 26º e a máxima de 58º, dia de
44,41º, enquanto que no grupo com lombalgia a angulação variou de 21º a 62º,
com média de 44,60º. As médias angulares das curvaturas lombares
encontradas neste estudo apresentam valores semelhantes aos encontrados
pelos autores supracitados.
Ao se analisar a curvatura lombar dos indivíduos em relação ao sexo, o
estudo de Murrie e cols. (2003) demonstrou que esta lordose é maior em
mulheres do que em homens, resultados estes condizentes à pesquisa de
Guigui e cols. (2003), que também encontrou diferença entre os sexos, com as
mulheres apresentando curvaturas maiores.
No estudo de Baraúna e cols. (2006), que correlaciona lombalgia e
concavidade lombar em universitários através do Cifolordômetro, o ângulo da
curvatura entre o sexo feminino e masculino não apresentou diferença
significativa. O mesmo ocorreu no presente estudo, onde a análise dos valores
angulares das curvaturas lombares não apresentou diferenças significativas
entre ambos os sexos.
Foram avaliados jovens atletas na faixa etária compreendida entre 14 e 18
anos e não foram encontradas diferenças significativas na comparação entre
os valores médios das idades dos adolescentes. Em concordância com o atual
estudo, Murrie e cols. (2003) concluíram que a idade não influencia na
curvatura da coluna lombar. Para Guigui e cols. (2003) e Baraúna e cols.
(2006) a lordose lombar aumenta com o decorrer da idade.
Damasceno e cols. (2006) analisou indivíduos entre 18 e 50 anos e,
apesar da faixa etária avaliada ser distinta à da atual pesquisa, a média angular
da curvatura lombar encontrada em ambos os estudos foram similares.
Segundo Evicik e Yucel (2003), que estudaram pacientes com dores
lombares crônicas e pacientes com dores lombares agudas através de exame
radiológico, os indivíduos com lombalgia crônica apresentaram maior
angulação na coluna lombar inferior. Korovessis e cols. (2004) utilizaram o
cifolordômetro para avaliar a curvatura lombar de crianças entre 9 e 15 anos e
não encontraram correlação entre a dor lombar e a curvatura. Resultados
semelhantes a estes foram observados no estudo de Baraúna e cols. (2006),
onde foi utilizado o mesmo instrumento de avaliação, o cifolordômetro, e não
foram encontradas correlações significantes entre a lombalgia e o contorno da
curvatura lombar.
Norton e cols. (2004) avaliaram a curvatura lombar de indivíduos de
ambos os sexos e concluíram que não houve diferença entre o grupo com
patologia e sem patologia, não verificando, assim, correlação entre a
concavidade lombar e a dor lombar. No estudo de Murrie e cols. (2003), que
avaliaram esta curvatura em indivíduos com dor lombar e sem a dor, foi
concluído que a concavidade lombar o se correlacionou a lombalgia. Assim
como nos diversos trabalhos citados, no presente estudo os valores médios
dos ângulos dos dois grupos analisados (sem dor e com dor) não diferem
significativamente, não verificando, portanto, correlação entre a curvatura da
coluna lombar e a lombalgia.
6. CONCLUSÕES
De acordo com os resultados obtidos neste estudo, concluí-se que não
houve correlação estatisticamente significativa entre as características
anátomo-fisiológicas da lombalgia e as medidas angulares de curvatura da
coluna lombar em jovens praticantes de voleibol.
Em relação ao sexo e a idade, as medidas dos valores angulares das
curvaturas lombares de ambos os sexos não evidenciaram diferenças
estatisticamente significativas, assim como em relação aos valores médios das
idades, demonstrando que a idade e o sexo não têm influência sobre a
curvatura da coluna lombar na amostra estudada.
A lombalgia no grupo com dor se apresentou com intensidade moderada
entre os atletas e indicou comprometimento leve em relação à prática esportiva
dos participantes.
A presença de alterações mecânico-posturais na região lombar, como as
curvaturas lombares acentuadas ou diminuídas, podem ou não desenvolver a
lombalgia, indicando que são necessárias investigações dos fatores etiológicos
de forma abrangente, procurando maiores esclarecimentos quanto aos
possíveis fatores causais desta sintomatologia.
7. RECOMENDAÇÕES
Embora não se tenham obtido resultados significativos, talvez devido ao
tamanho da amostra, estudos utilizando maior número de voluntários de ambos
os sexos devem ser realizados para avaliação da curvatura lombar.
A análise das diferentes faixas etárias deve ser realizada com intuito de
analisar o comportamento da lordose da coluna lombar com o decorrer da
idade.
Deve-se investigar a origem da dor lombar, considerando não só os
possíveis fatores causais, mas também as manifestações associadas e as
atividades de vida diária de cada indivíduo que, embora o exame físico e
complementar aponte um fator causal, este pode não ser o único envolvido na
etiologia dos sintomas.
A realização de treinamentos e preparação física dos jogadores nos
clubes esportivos são de grande importância e devem respeitar a
individualidade dos atletas, para que o desenvolvimento e desempenho
esportivo de cada um os levem a melhora da aptidão física, colaborando desta
forma para menor risco de acometimento físico decorrente da prática esportiva.
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ANEXO 1
CARTA DE APROVAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA NO COMITÊ DE
ÉTICA EM PESQUISA DA UCB
ANEXO 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, Giovanna Barros Gonçalves, mestranda do Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana da Universidade
Castelo Branco/RJ, estou desenvolvendo um estudo intitulado “Repercussões
da Curvatura Lombar sobre as características da Lombalgia em jovens
praticantes de voleibol”, a ser realizado no ano de 2007, na Cidade de Juiz de
Fora no Estado de Minas Gerais, sob orientação do Prof. Dr. João Santos
Pereira, realizado de acordo resolução 196 de 10/10/1996 do Conselho
Nacional de Saúde.
O estudo tem como objetivo correlacionar a intensidade e os aspectos da
lombalgia com as medidas angulares da curvatura da coluna lombar em jovens
praticantes de voleibol. Inicialmente será realizada a avaliação através de um
questionário para jogadores de voleibol de quadra e, posteriormente, se
verificada a intensidade do último episódio de dor lombar através da escala
análoga visual. Após esta etapa será realizado o exame radiológico da coluna
lombar no plano sagital. Todos os procedimentos são inócuos, não trazendo
nenhum prejuízo a saúde, já que se trata da realização de apenas uma
radiografia e aplicação de questionários.
Os resultados das avaliações realizadas serão fornecidos e estarão à
disposição para consulta a qualquer momento, assim como as dúvidas que
ocorrerem em qualquer fase da pesquisa serão esclarecidas prontamente pela
pesquisadora responsável. Além disso, todos os participantes deste estudo
serão informados continuamente sobre o andamento da pesquisa, assim como
os resultados obtidos devido a sua participação.
Este estudo tem caráter essencialmente científico, sendo os resultados
individuais e confidenciais. Sua participação é voluntária, sem qualquer ônus
ou vantagem, estando livre para negar sua participação, sem perder os
benefícios oferecidos pela instituição.
Assim, eu __________________________________________________
Abaixo assinado, concordo (e autorizo / menor)
___________________________________________________ participar, de
livre e espontânea vontade deste estudo, assim como autorizo a divulgação
dos resultados para fins científicos, com sua publicação em periódicos e
Congressos Científicos, assim como a utilização das imagens e possíveis
fotografias.
Juiz de Fora, _____de ________________de 200___.
____________________________ _____________________________
Assinatura do participante Assinatura da pesquisadora
ou responsável
RG:_______________
ANEXO 3
FICHA DE AVALIAÇÃO INICIAL
PARA PRATICANTES DE VOLEIBOL DE QUADRA
CLUBE: _______________________
I. IDENTIFICAÇÃO
Nome: _________________________________________ Sexo: ( ) M ( ) F
Data de nascimento: ____________ Cor:__________ Tels: _______________
Estado civil: ___________ Naturalidade: _______ Profissão:______________
II. CARACTERÍSTICAS
Peso: _________ Estatura:
_______ Índice de Massa
Corporal: ___________
IMC
= Peso = (Kg/m
2
)
(Estatura X Estatura)
Dominância: ( ) MSD; ( ) MSE; ( )Ambos
III. ATIVIDADES DIÁRIAS
III.1.
Pratica outras atividades esportivas?
( ) Sim. Qual (is)?____________
( ) Não
III.1.2. Há quanto tempo?
( ) menos de 1 ano; ( ) de 1 a 2 anos; ( ) mais de 3 anos.
III.2. Exerce outra profissão?
( ) Não; ( ) Sim. Qual (is)?________________
_
III.2.1. Há quanto tempo ?
( ) menos de 1 ano; ( ) de 1 a 2 anos; ( ) mais de 3 anos.
Interpretação do IMC
IMC Classificação
Abaixo de 18,5 Abaixo do peso
Entre 18,5 - 24,9 Peso Normal
Entre 25,0 - 29,9 Sobrepeso
Entre 30,0 - 34,9 Obesidade Leve (grau I)
Entre 35,0 – 39,9 Obesidade Moderada (grau II)
40,0 e acima
Obesidade Grave ou Mórbida
(grau III)
III.2.2. Qual seu período diário de trabalho?
( ) < 4 horas ( ) entre 4 e 6 horas ( ) entre 6 e 8 horas ( ) > 8 horas
III.2.3. Realiza pausas durante o trabalho?
( ) Sim; ( ) Não.
III.2.4. Sente dor ou desconforto em alguma região do corpo durante seu
trabalho?
( ) Não;
( ) Sim. Onde e em que tipo de atividades? ____________________________
III.2.5. E após a atividade profissional
? ( ) Não;
( ) Sim. Localização: ____________
III.2.6. Já sofreu acidente no trabalho
? ( ) Não;
( ) Sim. Qual?__________________
III.3. Tem algum problema de saúde?
( ) Não
( ) Sim. Qual? ___________________
III.4. Há quanto tempo pratica voleibol?
( ) menos de 6 meses; ( ) entre 6 e 12 meses; ( ) entre 12 e 24 meses;
( ) entre 24 e 48 meses; ( ) mais de 48 meses
.
III.5. Quantos treinos técnicos você realiza por semana?
( ) 2 ou 3 por semana; ( ) 4 ou 5 por semana; ( ) 6 ou 7 por semana.
III.6. Qual a duração média de cada treinamento?
( ) menos de 30 minutos; ( ) de 30 a 60 minutos; ( ) de 60 a 90 minutos;
( ) mais de 90 minutos.
III.7. Qual sua posição?
( ) atacante; ( ) levantador; ( ) líbero.
III.8. Quantos jogos você realiza em média por mês?
( ) nenhum; ( ) 1 a 3 jogos; ( ) 4 a 6 jogos; ( ) 7 ou mais jogos por mês.
III.9. Qual o tempo médio de permanência na quadra durante a partida?
( ) menos de 20 minutos; ( ) de 20 a 40 minutos; ( ) mais de 40 minutos.
III.10. Já apresentou alguma lesão durante o treinamento / partida?
( ) Não; ( ) Sim. Qual?__________________________________________
III.11. Já apresentou dor lombar durante o treinamento / partida?
( ) Não; ( ) Sim. Qual a freqüência ?_____________________________
III.12. E após cada partida?
( ) Não; ( ) Sim. Qual a freqüência ?_____________________________
III.13. Habitualmente realiza aquecimento físico antes de iniciar cada
partida?
( ) Não; ( ) Sim. Quanto tempo? ____________________________
III.14. Utiliza algum medicamento?
( ) Não; ( ) Sim. Qual ?_____________
ANEXO 4
PROFESSORES DOUTORES QUE ANALISARAM E VALIDARAM
A FICHA DE AVALIAÇÃO INICIAL PARA PRATICANTES DE
VOLEIBOL DE QUADRA
ESTÉLIO HENRIQUE MARTIN DANTAS
Doutorado em Educação Física - Universidade do Estado do Rio de Janeiro -
1988 – (Livre docência equiparada ao doutoramento através do Parecer 148/91
de 12 de março de 1991, do Conselho Federal de Educação)
Livre-docência em Educação Física - Universidade Federal Fluminense -1994.
Pós-doutorado: em Psicofisiologia Universidade Gama Filho RJ 1998 e
em Fisiologia – Universidad Catolica San António de Murcia - 2000.
JOSÉ FERNANDES FILHO
Doutorado em Educação Física - Instituto de Investigação Científica de Cultura
Física e Esportes da Rússia - 1997.
Pós-doutorado – Universidade Católica de Murcia, Espanha – 2002.
MANOEL JOSÉ GOMES TUBINO
Doutorado em Educação Universidade Federal do Rio de Janeiro 1988
Doutorado em Educação Física Universidade Livre de Bruxelas 1982
Livre Docência em Educação Física – Universidade do Estado do Rio de
Janeiro - 1988.
ANEXO 5
ESCALA ANÁLOGA VISUAL DE DOR (EAV)
ANEXO 6
MÉTODO DE COBB NAS RADIOGRAFIAS
Livros Grátis
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