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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO
Universidade Federal de Ouro Preto-Escola de Minas
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE SOLUÇÕES
ESTRUTURAIS PARA GALPÕES INDUSTRIAIS
LEVES
AUTOR: MICHEL ROQUE CHAVES
Orientador: Prof. Dr. Geraldo Donizetti de Pau
l
a
Co-orientador: Prof. Dr. José Luiz Rangel Paes
Dissertação apresentada ao programa de pós-
graduação do Departamento de Engenharia Civil
da Escola de Minas da Universidade Federal de
Ouro Preto, como parte integrante dos requisitos
para obtenção do título de Mestre em Engenharia
Civil, área de concentração: Construção Metálica.
Ouro Preto, 12 Março de 2007
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Catalogação: [email protected]
C512a Chaves, Michel Roque.
Avaliação do desempenho de soluções estruturais para galpões leves
[manuscrito] / Michel Roque Chaves. - 2007.
xv, 125f.: il. color., graf., tabs.
Orientador: Prof. Dr. Geraldo Donizetti de Paula.
Co-orientador: Prof. Dr. José Luiz Rangel Paes.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de
Minas. Departamento de Engenharia Civil. Programa de Pós Graduação em
Engenharia Civil.
Área de concentração: Construção Metálica.
1. Edifícios industriais - Teses. 2. Otimização industrial - Teses.
3. Padrões de desempenho - Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto.
II. Título.
CDU: 624.014
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iii
Aos meus pais, Domingos
e Virginia, minhas irmãs
Juliana e Fabiana, pela
atenção e incentivo
fundamentais à conclusão
deste trabalho.
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus, por colocar as pessoas certas no meu caminho e me dar a vida;
Aos meus pais, por terem dado condições para eu chegar aqui;
Ao Prof. Geraldo Donizetti de Paula, pelo incentivo e compreensão;
Ao Prof. José Luiz Rangel Paes, por ser muito mais que um orientador, um educador
na sua essência;
Ao amigo Eng. Ruquerth Cardoso Campos, que muito me ensinou;
Aos colegas e amigos do curso de mestrado, em especial ao José Maria Franco de
Carvalho;
A Universidade Federal de Ouro Preto e Universidade Federal de Viçosa, por terem
me oferecido uma ótima formação;
À empresa Belgo Mineira pelo financiamento deste trabalho.
v
RESUMO
No projeto de uma estrutura metálica para um galpão industrial existe uma ampla gama de
possibilidades que podem ser adotadas para o arranjo estrutural do edifício. A escolha
racional dos sistemas estruturais é um fator de grande importância para o desenvolvimento de
soluções padronizadas e competitivas. O objetivo deste trabalho é avaliar comparativamente o
desempenho de alguns sistemas estruturais usuais para galpões industriais. Para isso
desenvolve-se um estudo paramétrico considerando pórticos transversais de diversas
tipologias submetidos a carregamentos usuais, com os livres variando de 16 a 32 metros.
comuns por meio de simulações computacionais. As tipologias estudadas foram: rtico de
alma cheia, pórtico com treliça em arco, pórtico com treliça de banzos paralelos, pórtico com
treliça trapezoidal e pórtico com treliça triangular. Neste estudo optou-se por avaliar,
exclusivamente, a influência da tipologia e vão livre no desempenho do pórtico transversal.
Como parâmetro da avaliação da eficiência dos sistemas estruturais foram considerados a taxa
de consumo de aço e a resposta estrutural dos diversos modelos analisados. Os resultados
indicam que os pórticos treliçados apresentam menores taxas de consumo que os pórticos de
alma cheia. Os pórticos com treliça em arco e treliça de banzos paralelos apresentam taxa de
consumo de aço muito parecidas, enquanto os pórticos com treliça trapezoidal apresentam o
melhor resultado sob o ponto de vista da taxa de consumo e resposta estrutural. O estudo
desenvolvido gera subsídios que podem auxiliar a arquitetos e engenheiros a definição de
sistemas estruturais mais adequados para galpões industriais.
Palavras chave: galpões industriais, sistemas estruturais, construções metálicas.
vi
ABSTRACT
In the project of a metallic structure to an industrial hangar there is a wide range of
possibilities that can be adopted for the structural arrangement of the building exists. The
rational choice of the structural systems is a factor of great importance for the development of
standardized solutions and competitive. The objective of this work is to evaluate the acting of
some usual structural systems comparatively for industrial hangars. For that it was grows a
parametric study considering traverse porches of several typologies submitted to usual
shipments, with free empty spaces varying from 16 to 32 meters. common through
computacional simulation. The studied typologies were: porch of full soul, porch with trusses
in arch, porch with trusses of parallel brace members, porch with trapezoidal trusses and
porch with triangular trusses. In this study it was evaluated, exclusively, the influence of the
typology and free empty space in the acting of the traverse porch. As parameter of the
evaluation of the efficiency of the structural systems was considered the rate of consumption
of steel and the structural answer of the several analyzed models. The results indicate that the
trussed porches presents smaller consumption rates than the porches of full soul. The porches
with trusses in arch and trusses of parallel brace members present rate of consumption of steel
very seemed, while the porches with trapezoidal trusses present the best result under the point
of view of the consumption rate and structural answer. The developed study generates
subsidies that can aid architects and engineers the definition of more appropriate structural
systems for industrial hangars.
Key words: industrial hangar, structural systems, metallic construction
vii
Índice
RESUMO ................................................................................................................v
ABSTRACT ................................................................................................................vi
-
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO....................................................................................1
1.1. Considerações Preliminares ......................................................................................1
1.2. Objetivos ...............................................................................................................4
1.3. Estrutura do Trabalho ...............................................................................................4
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................5
2.1. Considerações Preliminares .....................................................................................5
2.2. Aspectos Relevantes da Concepção de Galpões Industriais em Aço .........................6
2.3. Considerações sobre o Projeto Estrutural de Galpões Industriais em Aço..................8
2.4. Tipos de Edifícios Industriais....................................................................................9
2.5. Arranjo Estrutural de um Galpão Industrial Leve .....................................................11
2.5.1. Vinculação entre Elementos Estruturais ..........................................................11
2.5.2. Arranjo Estrutural Típico de um Galpão Industrial .........................................12
2.6. Pórticos Transversais ...............................................................................................16
2.6.1. Sistemas Estruturais .......................................................................................16
2.6.2. Pórticos de Alma Cheia ..................................................................................18
2.6.3. Pórticos Treliçados .........................................................................................19
2.7. Estruturas de Estabilização Longitudinal ..................................................................22
2.8. Parâmetros para Avaliação do Sistema Estrutural......................................................23
CAPÍTULO 3 – BASES DO ESTUDO PARAMÉTRICO.............................................27
3.1. Considerações Preliminares ......................................................................................27
3.2. Critérios de Parametrização ......................................................................................28
3.3. Definições dos Modelos ...........................................................................................33
3.3.1. Pórticos de Alma Cheia ..................................................................................33
3.3.2. Pórticos com Treliça em Arco .........................................................................37
3.3.3. Pórticos com Treliça de Banzos Paralelos .......................................................42
3.3.4. Pórticos com Treliça Trapezoidal ...................................................................46
3.3.5. Pórticos com Treliça Triangular .....................................................................50
CAPÍTULO 4 – ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DOS PÓRTICOS
TRANSVERSAIS.............................................................................................54
4.1. Considerações Preliminares ......................................................................................54
4.2. Bases para Análise e Dimensionamento....................................................................55
4.3. Composição das Seções Transversais........................................................................56
viii
4.4. Ações ...............................................................................................................58
4.4.1. sobrecarga de Cobertura..................................................................................58
4.4.2. vento...............................................................................................................59
4.4.2.1. Estudo de Vento Típico para Galpão em Duas Águas ..........................61
4.4.2.2. Estudo de Vento Típico para Galpão em Arco .....................................64
4.5. Combinação de Ações ..............................................................................................67
4.6. Análise dos Modelos Estruturais ..............................................................................67
4.7. Dimensionamento ....................................................................................................73
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
..........................................................77
5.1. Considerações Preliminares ......................................................................................77
5.2. Representação dos Resultados do Estudo Paramétrico...............................................78
5.3. Comparativo da Taxa de Consumo de Aço................................................................79
5.3.1. Variação da Taxa de Consumo de Aço para um Mesmo Vão Livre .................79
5.3.2. Variação da Taxa de Consumo de Aço para uma Mesma Tipologia ................84
5.4. Deslocamento dos Pórticos Transversais ..................................................................92
5.4.1. Deslocamento para uma Mesma Tipologia .....................................................94
5.4.2. Comparativo dos Deslocamentos Verticais para Todas as Tipologias .............99
5.4.3. Comparativo dos Deslocamentos Horizontais para Todas as Tipologias .........102
5.5. Comparativo da Taxa de Consumo com a Literatura ................................................104
CAPÍTULO 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................106
6.1. Conclusões ...............................................................................................................106
6.2. Sugestões para Trabalhos Futuros .............................................................................108
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................109
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR..........................................................................111
ANEXO............................................................................................................................112
ix
Lista de Figuras
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO....................................................................................2
Figura 1.1 – Esquema geral de um galpão industrial de vão simples ..................................2
Figura 1.2 –Esquema geral do arranjo estrutural de um galpão industrial de vão simples ...2
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................5
Figura 2.1 – Corte esquemático de um galpão industrial (SANTOS, 1977) .......................7
Figura 2.2 – Arranjo estrutural típico de um galpão industrial leve ...................................13
Figura 2.3 – Plano das terças .............................................................................................13
Figura 2.4 – Plano do banzo inferior da treliça do pórtico transversal ................................14
Figura 2.5 – Vista geral de um galpão industrial leve com pórtico treliçado.......................14
Figura 2.6 – Pórticos engastados na base ...........................................................................17
Figura 2.7 – Pórtico rotulado na base.................................................................................17
Figura 2.8 – Pórtico atirantado...........................................................................................18
Figura 2.9 – Pórtico de alma cheia.....................................................................................18
Figura 2.10 – Pórtico com treliça triangular.......................................................................20
Figura 2.11 – Pórtico com treliça em arco..........................................................................20
Figura 2.12 – Pórtico com treliça de banzos paralelos........................................................21
Figura 2.13 – Pórtico com treliça trapezoidal.....................................................................22
Figura 2.14 – Taxa de consumo de aço para galpão leves comuns (MIC/STI, 1986) ..........24
Figura 2.15 – Taxa de consumo de aço para galpão médios (MIC/STI, 1986) ...................24
Figura 2.16 – Consumo de Aço em kg/m² para galpão em pórtico em alma cheia
(D'ALAMBERT, 2004).................................................................................25
CAPÍTULO 3 – BASES DO ESTUDO PARAMÉTRICO.............................................29
Figura 3.1 – Tipologias de pórtico transversal consideradas no estudo paramétrico............29
Figura 3.2 – Sobreposição das tipologias de pórticos de alma cheia (AC)
(dimensões em milímetros)............................................................................30
Figura 3.3 - Sobreposição das tipologias de pórticos com treliça em arco (TA)
(dimensões em milímetros)............................................................................31
Figura 3.4 - Sobreposição das tipologias de pórticos com treliça de banzos paralelos (BP)
(dimensões em milímetros)............................................................................32
Figura 3.5 - Sobreposição das tipologias de pórticos com treliça trapezoidal (TP)
(dimensões em milímetros)............................................................................32
Figura 3.6 - Sobreposição das tipologias de pórticos com treliça triangular (TT)
(dimensões em milímetros) ...........................................................................33
Figura 3.7 – Esquema geral de um galpão industrial formado por pórticos de alma cheia...34
Figura 3.8 – Sistema estrutural dos pórticos de alma cheia ................................................34
Figura 3.9 – Pórtico de alma cheia com vão livre de 16 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................35
Figura 3.10 - Pórtico de alma cheia com vão livre de 20 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................35
x
Figura 3.11 - Pórtico de alma cheia com vão livre de 24 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................36
Figura 3.12 - Pórtico de alma cheia com vão livre de 28 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................36
Figura 3.13 - Pórtico de alma cheia com vão livre de 32 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................37
Figura 3.14 – Esquema geral de um galpão industrial formado por
pórticos com treliça em arco .........................................................................38
Figura 3.15 – Sistema estrutural do pórtico treliçado em arco ...........................................38
Figura 3.16 - Pórtico com treliça em arco com vão livre de 16 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................39
Figura 3.17 - Pórtico com treliça em arco com vão livre de 20 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................40
Figura 3.18 - Pórtico com treliça em arco com vão livre de 24 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................40
Figura 3.19 - Pórtico com treliça em arco com vão livre de 28 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................41
Figura 3.20 - Pórtico com treliça em arco com vão livre de 32 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................41
Figura 3.21 – Esquema geral de um galpão industrial formado por pórticos
com treliça de banzos paralelos ...................................................................42
Figura 3.22 – Sistema estrutural do pórtico com treliça de banzos paralelos ......................43
Figura 3.23 – Pórtico com treliça de banzos paralelos com vão livre de 16 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................43
Figura 3.24 – Pórtico com treliça de banzos paralelos com vão livre de 20 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................44
Figura 3.25 – Pórtico com treliça de banzos paralelos com vão livre de 24 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................44
Figura 3.26 – Pórtico com treliça de banzos paralelos com vão livre de 28 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................45
Figura 3.27 – Pórtico com treliça de banzos paralelos com vão livre de 32 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................45
Figura 3.28 – Esquema geral de um galpão industrial formado por pórticos
com treliça trapezoidal .................................................................................46
Figura 3.29 – Sistema estrutural do pórtico com treliça trapezoidal ...................................47
Figura 3.30 – Pórtico com treliça trapezoidal com vão livre de 16 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................47
Figura 3.31 - Pórtico com treliça trapezoidal com vão livre de 20 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................48
Figura 3.32 - Pórtico com treliça trapezoidal com vão livre de 24 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................48
Figura 3.33 - Pórtico com treliça trapezoidal com vão livre de 28 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................49
Figura 3.34 - Pórtico com treliça trapezoidal com vão livre de 32 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................49
Figura 3.35 – Esquema geral de um galpão industrial formado por pórticos
com treliça triangular ....................................................................................50
Figura 3.36 – Sistema estrutural do pórtico com treliça triangular .....................................51
xi
Figura 3.37 - Pórtico com treliça triangular com vão livre de 16 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................51
Figura 3.38 - Pórtico com treliça triangular com vão livre de 20 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................52
Figura 3.39 - Pórtico com treliça triangular com vão livre de 24 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................52
Figura 3.40 - Pórtico com treliça triangular com vão livre de 28 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................53
Figura 3.41 - Pórtico com treliça triangular com vão livre de 32 metros
(dimensões em milímetros) ...........................................................................53
CAPÍTULO 4 – ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DOS PÓRTICOS
TRANSVERSAIS.............................................................................................56
Figura 4.1 – Composição das vigas treliçadas ...................................................................56
Figura 4.2 – Delimitação da área abrangida pelo estudo paramétrico nas Isopletas de
velocidade básica V
0
(m/s) .............................................................................60
Figura 4.3 – Coeficientes de forma externos para as paredes..............................................61
Figura 4.4 – Coeficientes de forma externos para telhado em duas águas ..........................62
Figura 4.5 – Sobreposição dos coeficientes de forma e de pressão
para vento longitudinal (W0°) ......................................................................62
Figura 4.6 – Sobreposição dos coeficientes de forma e de pressão
para vento transversal (W90°) .......................................................................63
Figura 4.7 – Caso de carga para vento longitudinal (W0°) (kN/m²)....................................63
Figura 4.8 – Caso de carga para vento transversal (W90°) (kN/m²)....................................63
Figura 4.9 – Coeficientes de forma externos para as paredes .............................................64
Figura 4.10 – Coeficientes de forma externos para telhado em arco ..................................65
Figura 4.11 – Sobreposição dos coeficientes de forma e de pressão
para vento longitudinal (W0°) ....................................................................65
Figura 4.12 – Sobreposição dos coeficientes de forma e de pressão
para vento transversal (W90°) ...................................................................66
Figura 4.13 – Caso de carga para vento longitudinal (W0°) (kN/m²) .................................66
Figura 4.14 – Caso de carga para vento transversal (W90°) (kN/m²) .................................66
Figura 4.15 – Seções transversais dos elementos que compõem o pórtico com treliça
trapezoidal (TP) com vão livre de 24 metros. .............................................68
Figura 4.16 – Ações devido ao peso próprio de cobertura (G) no pórtico com treliça
trapezoidal com vão livre de 24 metros.......................................................68
Figura 4.17 – Ações devido à sobrecarga de cobertura (Q) no pórtico com treliça
trapezoidal com vão livre de 24 metros ......................................................69
Figura 4.18 – Ações devidas ao vento longitudinal (W0°) no pórtico com treliça
trapezoidal com vão livre de 24 metros .....................................................69
Figura 4.19 – Ações devidas ao vento transversal (W90°) no pórtico com treliça
trapezoidal com vão livre de 24 metros ......................................................70
Figura 4.20 – Vinculação das barras .................................................................................70
Figura 4.21 – Diagrama de Esforços Axiais devido à COMB1 (1,3G + 1,5Q) ...................71
Figura 4.22 – Diagrama de Esforços Axiais devido à COMB2 (1G + 1,4W90°) ................71
Figura 4.23 – Diagrama de Esforços Axiais devido à COMB3 (1G+1,4W0°) ...................72
xii
Figura 4.24 – Diagrama de Momentos Fletores devido à COMB1 (1,3G + 1,5Q) ..............72
Figura 4.25 – Diagrama de Momentos Fletores devido à COMB2 (1G + 1,4W90°) ..........73
Figura 4.26 – Diagrama de Momentos Fletores devido à COMB3 (1G + 1,4W0°) ............73
Figura 4.27 – Verificação preliminar de seções transversais do pórtico
com treliça trapezoidal com vão livre de 24 metros, de
acordo com os critérios da AISC-LRFD/93(AISC,1993) ...........................74
Figura 4.28 – Verificação preliminar de uma diagonal da treliça
trapezoidal com vão livre de 24 metros, identificada
por meio de um círculo na Figura 4.29, no SAP2000 .................................75
Figura 4.29 – Verificação final de uma diagonal da treliça trapezoidal
com vão livre de 24 metros, identificada por meio de
um círculo na Figura 4.29, no DESMET ...................................................76
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................79
Figura 5.1 – Seções transversais dos elementos que compõem o pórtico com treliça
trapezoidal (TP) com vão livre de 24 metros..................................................79
Figura 5.2 – Taxa de consumo aço para vão livre 16 metros ..............................................80
Figura 5.3 – Taxa de consumo aço para vão livre 20 metros ..............................................80
Figura 5.4 – Taxa de consumo aço para vão livre 24 metros .............................................81
Figura 5.5 – Taxa de consumo aço para vão livre 28 metros .............................................81
Figura 5.6 – Taxa de consumo aço para vão livre 32 metros .............................................82
Figura 5.7 – Taxa de consumo aço para os vãos livres considerados,
em função das tipologias ..............................................................................83
Figura 5.8 – Taxa de consumo de aço para pórtico de alma cheia (AC) .............................85
Figura 5.9 – Taxa de consumo de aço para pórtico com treliça em arco (TA) ....................85
Figura 5.10 – Taxa consumo de aço para pórtico com treliça de banzos paralelos (BP) .....86
Figura 5.11 – Taxa de consumo de aço para pórtico com treliça trapezoidal (TP)...............86
Figura 5.12 – Taxa de consumo de aço para pórtico com treliça triangular (TT) ................87
Figura 5.13 – Taxa de consumo aço para todos os vãos livres e tipologias ........................88
Figura 5.14 – Linha de tendência de consumo de aço para pórtico de alma cheia ..............90
Figura 5.15 – Linha de tendência de consumo de aço para pórtico com treliça em arco .....90
Figura 5.16 – Linha de tendência de consumo de aço para pórtico com
treliça em banzos paralelos ...........................................................................91
Figura 5.17 – Linha de tendência de consumo de aço para pórtico com
treliça trapezoidal .........................................................................................91
Figura 5.18 – Linha de tendência de consumo de aço para pórtico com
treliça triangular ...........................................................................................92
Figura 5.19 – Deslocamento vertical típico de um pórtico com
treliça trapezoidal (TP) .................................................................................93
Figura 5.20 – Deslocamento horizontal típico de um pórtico com
treliça trapezoidal (TP) .................................................................................93
Figura 5.21 – Deslocamentos do pórtico de alma cheia .....................................................94
Figura 5.22 – Deslocamentos do pórtico com treliça em arco ............................................95
Figura 5.23 – Deslocamentos do pórtico com treliça de banzos paralelos ..........................96
Figura 5.24 – Deslocamentos do pórtico com treliça trapezoidal .......................................97
Figura 5.25 – Deslocamentos do pórtico com treliça triangular .........................................98
xiii
Figura 5.26 – Comparativo dos deslocamentos verticais para as diversas tipologias
(pórticos treliçados formados por perfil TE eletro-soldado) ..........................99
Figura 5.27 – Comparativo dos deslocamentos verticais para as diversas tipologias
(pórticos treliçados formados por cantoneira dupla) ......................................100
Figura 5.28 – Comparativo dos deslocamentos horizontais para as diversas tipologias
(pórticos treliçados formados por perfil TE eletro-soldado) ..........................102
Figura 5.29 – Comparativo dos deslocamentos horizontais para as diversas tipologias
(pórticos treliçados formados por cantoneira dupla) ......................................103
Figura 5.30 – Comparativo do consumo de aço para galpão em pórtico de alma cheia. .....105
xiv
Lista de Tabelas
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................26
Tabela 2.1 – Composição dos estágios de ações (D'ALAMBERT, 2004) .........................26
CAPÍTULO 4 – ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DOS PÓRTICOS
TRANSVERSAIS.............................................................................................57
Tabela 4.1 – Propriedades mecânicas de seções transversais .............................................57
Tabela 4.2 – Seções equivalentes da viga de cobertura e esbeltezes
dos elementos comprimidos ...........................................................................57
CAPÍTULO 5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................78
Tabela 5.1 – Lista de material para pórtico com treliça
trapezoidal com vão livre de 24 metros.........................................................78
1
INTRODUÇÃO
1.1. Considerações Preliminares
Dentre os diversos aspectos relacionados à construção metálica, destacam-se a maior
resistência mecânica do o quando comparada às dos outros materiais, a eficiência de uma
construção industrializada, a flexibilidade das soluções arquitetônicas e estruturais, a
facilidade de montagem e desmontagem, além da facilidade de reforço e ampliação. Como
conseqüências diretas destas características, podem-se obter ganhos como alívio das
fundações, aumento do espaço útil da construção, redução do tempo de construção e redução
da área de canteiro de obras, entre outros.
Devidos aos diversos aspectos positivos identificados na construção metálica, é cada
vez mais freqüente o interesse pelos edifícios em estrutura de aço no Brasil. O interesse pelos
galpões industriais em aço é cada vez maior.
Geralmente, um galpão industrial é um edifício de um único pavimento com grande
área construida (Figura 1.1 e 1.2), destinada a diversas finalidades como pequenas fábricas,
depósitos, academias, ginásios, garagens, dentre outros.
    
2
Nas Figuras 1.1 e 1.2 apresentam-se esquemas gerais de um galpão industrial de vão
simples, com cobertura em duas águas.
Figura 1.1 - Esquema geral de um galpão industrial de vão simples
Figura 1.2 - Esquema geral do arranjo estrutural de um galpão industrial de vão simples
    
3
Nos últimos anos, o mercado competitivo entre as empresas de engenharia aumentou a
preocupação com a redução de custos dos empreendimentos. Atualmente a otimização de
estruturas tem se mostrado uma ferramenta muito eficaz para tornar as empresas mais
competitivas num mercado globalizado. A otimização pode ser entendida como uma maneira
hábil de se identificar a melhor solução dentre as inúmeras disponíveis.
O grande desenvolvimento dos softwares para projeto estrutural e a utilização maciça
de computadores nos escritórios de engenharia aumentaram a velocidade e a eficiência da
atividade de projeto. A necessidade de redução de custos faz com que seja cada vez mais
necessário explorar as diversas ferramentas tecnológicas disponíveis para buscar soluções
mais racionais e competitivas dentre as diversas opções estruturais possíveis.
O projeto de uma estrutura é um processo que envolve diversas etapas como a
definição do sistema estrutural, a identificação e quantificação de ações, a definição de
condições de contorno, a escolha de materiais, a análise estrutural, o dimensionamento de
seções transversais, o detalhamento, as especificações, etc. O resultado final representa uma
síntese de decisões que são tomadas ao longo do desenvolvimento do projeto, em função de
uma série de opções consideradas para cada assunto relacionado ao projeto.
No projeto de uma estrutura metálica para um galpão industrial existe uma ampla
gama de possibilidades que podem ser adotadas para o arranjo estrutural do edifício.
Normalmente, o engenheiro deve ser capaz de definir a solução mais adequada para o arranjo
estrutural dentre as diversas soluções possíveis, mesmo sem realizar inúmeras simulações de
projeto. Até algum tempo atrás, isso era viável com base em uma grande experiência do
profissional. O avanço da informática torna possível simular o comportamento de diversos
modelos estruturais antes de se tomar uma decisão final sobre a tipologia estrutural a ser
adotada.
No caso específico do projeto de galpões industriais nota-se que o conhecimento que
permite uma tomada de decisão quanto à tipologia estrutural mais adequada ainda o é um
assunto amplamente difundido no meio técnico da engenharia. Os arquitetos se ressentem
ainda mais da falta dessas indicações para a concepção de galpões industriais em geral.
Neste trabalho aborda-se uma avaliação de tipologias estruturais usuais aplicáveis aos
galpões industriais. A partir do seu desenvolvimento, espera-se contribuir com engenheiros e
arquitetos na seleção de sistemas estruturais mais adequados para concepção desses edifícios.
Tendo em vista o grande interesse atual pela industrialização da fabricação de galpões
em aço, a escolha racional dos sistemas estruturais é um fator de grande importância para o
desenvolvimento de soluções padronizadas competitivas.
    
4
1.2. Objetivos
O objetivo principal deste trabalho é avaliar o desempenho de algumas soluções
estruturais usuais utilizadas em galpões industriais.
Para alcançar esse objetivo estabelecem-se alguns objetivos específicos:
apresentar as concepções de tipologias comuns para galpões industriais leves;
analisar e dimensionar os modelos estruturais;
determinar a taxa de consumo de aço para cada modelo;
comparar a taxa de consumo de o e a resposta estrutural dos diversos modelos
analisados;
avaliar a eficiência estrutural das tipologias propostas.
1.3. Estrutura do Trabalho
Esta dissertação está estruturada em seis capítulos, nos quais se apresenta o
desenvolvimento do trabalho de pesquisa realizado, os resultados obtidos e a discussão sobre
os mesmos.
No Capítulo 2 apresenta-se a revisão bibliográfica, no qual se oferece uma visão geral
sobre a concepção de galpões industriais, uma discussão sobre os arranjos estruturais
utilizados e as principais tipologias de pórticos transversais, que constituem a estrutura
principal desses edifícios. Ainda neste capítulo apresentam-se alguns parâmetros para
comparação entre sistemas estruturais.
No Capítulo 3 apresentam-se as bases do estudo paramétrico desenvolvido neste
trabalho, considerando-se os sistemas estruturais utilizados com maior freqüência nesses
edifícios.
O Capítulo 4 aborda a análise e o dimensionamento dos modelos definidos no
Capítulo 3 para o estudo paramétrico.
No Capítulo 5 apresentam-se os resultados do estudo realizado e uma discussão sobre
os mesmos.
A parte final deste trabalho é constituída pelo Capítulo 6 - Conclusões e Sugestões,
que diz respeito às diversas considerações feitas sobre os resultados obtidos no trabalho, bem
como algumas recomendações propostas para futuras pesquisas sobre o assunto.
2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Considerações Preliminares
Geralmente, os galpões industriais o construções de um único pavimento que se
estendem por grandes áreas e são constituídos por pórticos planos regularmente espaçados
com cobertura na parte superior e fechamento lateral.
Um galpão industrial pode ser construído com diversos materiais, como o, madeira,
concreto e alumínio. Pode-se utilizar esses materiais isoladamente ou em conjunto.
algum tempo, o o é o material mpais utilizado para construção de edifícios industriais no
Brasil, devido às vantagens econômicas e construtivas que oferece. Atualmente esta solução
divide espaço com os galpões pré-fabricados de concreto, que se tornaram competitivos nos
últimos anos.
Neste capítulo apresentam-se alguns aspectos do projeto de edifícios industriais em
aço, os sistemas estruturais encontrados com maior freqüência e uma descrição das estruturas
principais e de estabilização mais utilizadas.
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6
2.2. Aspectos Relevantes da Concepção de Galpões Industriais em Aço
De acordo com o Manual Brasileiro para lculo de Estruturas Metálicas (MIC/STI,
1986), os galpões industriais são, geralmente, construções de um pavimento, com a finalidade
de fechar e cobrir grandes áreas, protegendo as instalações, os produtos armazenados ou,
simplesmente, fornecendo abrigo em relação às condições climáticas externas. Destinam-se a
diversos fins, como fábricas, almoxarifado, feiras, estádios, hangares, etc.
No projeto de galpões industriais, devem ser considerados os seguintes parâmetros:
disposição e dimensões dos equipamentos que serão abrigados;
movimentação de cargas;
circulação interna;
iluminação natural e artificial;
ventilação;
condições e tipo de terreno.
Deve-se considerar também a possibilidade de ampliação e modificações futuras e,
eventualmente, de aquecimento ou resfriamento de ar, de forma a garantir adequadas
condições de trabalho (higiene, segurança e conforto) no interior do edifício.
Em função dos diversos aspectos que devem ser considerados, nota-se que a
elaboração do projeto de galpões industriais exige um planejamento global cuidadoso.
De acordo com o “Steel Design Guide 7 - Industrial Buildings", publicado pelo
AISC (FISHER, 1993), a maioria dos edifícios industriais tem como finalidade abrigar ou
encobrir uma área para estocagem ou produção. O projeto de um edifício industrial pode
parecer logicamente um campo de atuação exclusivo do engenheiro estrutural. No entanto, é
fundamental notar que a maioria dos edifícios industriais requer muito mais do que projeto
estrutural.
Segundo SCHULTE et al. (1978), a função básica dos galpões leves em duas águas é a
de transmitir aos pilares, através das tesouras, as cargas resultantes do peso próprio e as
provenientes da cobertura.
Segundo SANTOS (1977), galpões industriais são edifícios projetados adequadamente
para a instalação de atividades do tipo industrial como: bricas, oficinas, depósitos, etc. De
grande importância é o estudo detalhado dos edifícios industriais, pois sua disposição
estrutural e arquitetônica, plenamente funcional, é condição fundamental para a eficiência do
trabalho a ser desenvolvido e para o êxito da produção.
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7
Os edifícios industriais atuais geralmente apresentam planta retangular e possuem
somente um pavimento. Cada vez é mais freqüente a existência de mezaninos ou pequenas
construções acopladas no seu interior, destinadas a sanitários, escritórios, refeitórios,
laboratórios, etc. (Figura 2.1).
Figura 2.1 – Corte esquemático de um galpão industrial (SANTOS, 1977)
Na fabricação dos galpões em estrutura de aço são utilizados perfis laminados,
soldados e conformados a frio. O galpão industrial formado por estes materiais pode ser
fabricado e montado no local da obra ou fabricado em partes no pátio de uma empresa
especializada e, posteriormente, levado para o local onde será montado.
Uma das características mais marcantes dos galpões industriais em o é a
possibilidade de industrializar o processo de fabricação. A industrialização torna-se viável
desde que exista uma padronização de elementos estruturais que seja compatível com os
equipamentos disponíveis na empresa fabricante, o que garantirá rapidez, segurança e
economia no processo de fabricação.
Um galpão industrial de porte médio em aço com sistema estrutural em pórticos
treliçados pode requerer milhares de elementos estruturais. Se esses elementos estruturais
forem diferentes, não será possível tirar proveito da industrialização do processo de fabricação
dos mesmos. Portanto, para que seja viável industrializar a fabricação de uma estrutura de um
galpão industrial, torna-se necessário padronizar elementos estruturais, de forma a se obter o
maior número possível de peças com as mesmas características, sem perder de vista o critério
econômico.
A modulação arquitetônica é uma técnica de elaboração de projetos muito adequada à
construção metálica, visto que permite a obtenção de diversos elementos estruturais com as
        
8
mesmas características geométricas numa mesma obra. Isto favorece bastante o processo de
fabricação, podendo-se alcançar níveis elevados de racionalização e industrialização. O
módulo fundamental utilizado na construção metálica é uma medida sica que geralmente
está relacionada à dimensão da chapa padrão (12 metros) e se repete integral ou parcialmente
em toda a estrutura.
No caso de galpões industriais, a modulação pode ser aplicada desde o espaçamento
entre pórticos planos principais até detalhes construtivos menores. A utilização de vigas e
colunas de mesmas características geométricas proporciona uma redução no detalhamento da
estrutura e racionaliza o trabalho na oficina, permitindo um bom nível de industrialização do
processo de fabricação.
2.3. Considerações sobre o Projeto Estrutural de Galpões Industriais em Aço
Tendo como referência uma solução em concreto armado, uma estrutura de aço
apresenta uma grande vantagem no que se refere ao peso próprio e à resistência mecânica.
Nas estruturas de aço, a influência do peso próprio é bem menor do que a de outras ações. O
peso próprio pode ser avaliado de modo aproximado e pequenas variações do mesmo não
exercem uma influência significativa no resultado final. Por outro lado, certos efeitos que
pouco influem no dimensionamento de uma estrutura de concreto armado podem obrigar a
sensíveis mudanças no dimensionamento final de uma estrutura de aço.
Dois exemplos podem ilustrar esses conceitos:
a) uma cobertura plana feita com estrutura de aço pesa cerca de 0,15 a 0,30 kN/m². O
peso de uma estrutura de concreto armado situa-se entre 2 a 3 kN/m². A título de comparação,
a sobrecarga de cobertura prevista pela NBR 8800 (ABNT, 2006), de 0,25 kN/m², representa
em torno de 40% da combinação entre peso próprio e sobrecarga de cobertura (G+Q) para
uma estrutura de aço. Enquanto isso, para uma estrutura de concreto armado, a mesma
sobrecarga representa cerca de 10% do total da combinação de ações.
b) sobre a mesma cobertura citada, a ação do vento pode gerar uma sucção da ordem
de 0,30 a 0,70 kN/m². Tal efeito é geralmente desprezado em uma estrutura de concreto
armado devido à magnitude de seu peso próprio, que atua em direção oposta.
Em função do reduzido peso próprio, numa estrutura de aço freqüentemente se verifica
uma inversão de sinais nas solicitações que ocorrem nos elementos estruturais. Por exemplo,
se a cobertura for treliçada, o banzo inferior, normalmente tracionado, poderá ser comprimido
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e daí ficar sujeito a fenômenos de instabilidade. Se a esbeltez do banzo inferior for grande,
uma solicitação de compressão de pequena magnitude poderá se tornar o fator condicionante
do dimensionamento, até mesmo anulando os efeitos da tração.
2.4. Tipos de Edifícios Industriais
Diversos autores (MIC/STI, 1986; PINHO, 2005, BELLEI, 2006) apresentam
classificações distintas para os galpões industriais, na tentativa de sistematizar as diversas
possibilidades construtivas deste tipo de edificação.
Segundo o Manual Brasileiro para Cálculo de Estruturas Metálicas (MIC/STI, 1986),
os sistemas estruturais dos galpões industriais são escolhidos em função da finalidade a que se
destinam, das suas dimensões principais e do tipo do terreno. Para facilitar o entendimento, os
galpões podem ser agrupados quanto à:
a) estrutura principal:
pórticos simples;
pórticos múltiplos;
estruturas especiais.
b) cobertura:
cobertura plana (horizontal ou inclinada);
cobertura dentada (sheds);
cobertura em arco.
Segundo BELLEI (2006), os edifícios industriais podem ser classificados em:
estruturas de vãos simples;
estruturas de vãos múltiplos.
PINHO (2005) apresenta dois tipos sicos de galpões em pórticos, definidos em
função do tipo de estrutura transversal portante:
pórticos de alma cheia;
pórticos treliçados.
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Nos pórticos de alma cheia se utilizam perfis laminados ou soldados de grandes
dimensões como elementos principais da estrutura, enquanto nos pórticos treliçados, se
empregam perfis menores formando reticulados em treliça para compor os elementos
principais da estrutura.
Este mesmo autor (PINHO, 2005) apresenta ainda uma outra classificação dos
edifícios industriais em função da presença de pontes rolantes, equipamentos comumente
utilizados nos edifícios industriais:
galpões sem ponte rolante;
galpões com ponte rolante.
Os galpões sem ponte rolanteo usualmente empregados em coberturas para diversas
finalidades, desde pequenas instalações comerciais até ginásios poliesportivos de grandes
vãos. Nestas estruturas, a carga predominante é o vento, visto que nas mesmas se utilizam
normalmente telhas metálicas de pouco peso. Os galpões com ponte rolante são mais
complexos porque exigem apoio para o caminho de rolamento da mesma. Nestes casos, a
carga predominante é a da ponte rolante, que introduz forças verticais, horizontais e impactos
que devem ser resistidos pelos pórticos, mantendo-se sempre os deslocamentos máximos
dentro dos limites admissíveis para a operação da ponte.
Com base nas classificações anteriores, para efeito de sistematização neste trabalho
propõe-se uma nova classificação para os galpões industriais:
edifícios com vãos simples:
- cobertura em uma água;
- cobertura em duas águas;
- cobertura em arco;
estruturas com vãos múltiplos:
- cobertura em múltiplos de uma água;
- cobertura em múltiplos de duas águas;
edifícios com estruturas especiais:
- estruturas reticuladas espaciais;
- outras estruturas especiais.
De acordo com a classificação proposta, os galpões podem ou não ter pontes rolantes e
podem ou não ser de alma cheia ou em treliça em função das necessidades impostas no
projeto.
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Neste trabalho trata-se exclusivamente da avaliação do comportamento estrutural de
edifícios industriais com vãos simples, com cobertura em duas águas ou em arco, sem ponte
rolante. Para efeitos de referência, esses galpões serão denominados galpões industriais leves,
termo este utilizado em algumas referências bibliográficas para edifícios industriais sem ponte
rolante ou com pontes de pequena capacidade (até 50kN).
2.5. Arranjo Estrutural de um Galpão Industrial Leve
2.5.1. Vinculação entre Elementos Estruturais
Devido às amplas possibilidades de concepção, são muitos os sistemas estruturais que
podem ser empregados no projeto de galpões industriais em aço. No entanto,
independentemente do tipo de galpão, podem-se faitas algumas considerações de caráter geral
sobre as vinculações entre elementos estruturais usualmente utilizados nesses edifícios.
Uma estrutura de aço é o resultado da montagem de um conjunto de elementos
estruturais que são fabricados a partir de perfis e chapas metálicas produzidas na usinas
siderúrgicas.
Devido a todo o processo necessário para obtenção do produto final, uma estrutura
metálica apresenta características particulares que a diferencia de uma estrutura de concreto
convencional.
Uma estrutura de concreto moldado in loco é predominantemente monolítica e
fortemente hiperestática. Num de uma estrutura de concreto armado onde se unem uma
viga e um pilar, a rigidez da ligação é muito grande, de tal forma que pode-se considerar a
existência de uma ligação rígida, ou seja, aquela que tem capacidade de transmitir esforços
normais, cortantes e momentos fletores. Quando o se deseja transmitir momentos fletores
através dos nós de uma estrutura de concreto é necessário introduzir um artifício tecnológico
ou construtivo.
Ao contrário da estrutura de concreto convencional, a estrutura de aço nasce da
montagem de diversos elementos e o grau de vinculação entre as várias peças que a compõem
pode ser controlado introduzindo artifícios construtivos, o que possibilita uma maior
flexibilidade da escolha do sistema estrutural. Por estes aspectos, a tipologia de uma estrutura
de aço é fortemente influenciada pela seqüência de produção, sendo inteiramente diferente de
uma estrutura de concreto moldada in loco.
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Principalmente devido à necessidade de facilitar o processo de montagem e torná-lo
mais rápido, é necessário simplificar as ligações, o que faz com que o grau de vinculação
entre os elementos estruturais seja o menor possível.
De uma forma geral, as estruturas possuem um caráter tridimensional, mesmo que
possam ser decompostas em sub-estruturas planas para efeito de representação e análise. Os
efeitos de instabilidade devem ser analisados tanto no plano das estruturas principais, quanto
fora dele.
A título de exemplo, quando os pilares são engastados na base, as tesouras de
cobertura que compõem a estrutura principal podem ser ligadas aos mesmos através de
ligações flexíveis, ou seja, que não transmitem momentos fletores. Entretanto, se os pilares
forem articulados nas bases, as tesouras de cobertura deverão ser ligadas nas extremidades
superiores dos mesmos por meio de ligações rígidas, a fim de que os pórticos transversais
formados por esses elementos não fiquem hipostáticos (SANTOS, 1977).
O reduzido grau de vinculação entre elementos estruturais nas estruturas metálicas
normalmente leva ao surgimento de estruturas hipostáticas fora do plano da estrutura
principal. Para eliminar esta hipostaticidade se utilizam estruturas de estabilização
longitudinal, como os sistemas de contraventamento.
2.5.2. Arranjo Estrutural Típico de um Galpão Industrial
Nas Figuras 2.2 a 2.5 apresentam-se alguns esquemas que representam o arranjo
estrutural típico de um galpão industrial, nos quais pode-se identificar os seguintes
componentes:
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Figura 2.2 – Arranjo estrutural típico de um galpão industrial leve
Figura 2.3 – Plano das terças
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Figura 2.4 – Plano do banzo inferior da treliça do pórtico transversal
Figura 2.5 – Vista geral de um galpão industrial leve com pórtico treliçado
a) pórticos transversais (colunas e tesoura)
Constitui a estrutura principal que suporta as ações transversais que atuam na
construção, transmitindo-as até as fundações. É constituído pelas colunas e pela viga de
cobertura, também denominada tesoura, que pode ser de alma cheia ou treliçada, com seção
constante ou variável.
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b) cobertura e tapamento lateral
Tem por objetivo fechar a construção, protegendo o seu interior das intempéries.
Usualmente, o fechamento da cobertura é feito com telhas metálicas (de aço ou de alumínio).
Por outro lado, no tapamento lateral utilizam-se telhas metálicas ou alvenaria.
c) terças
São vigas situadas na cobertura, que têm por função principal apoiar as telhas da
cobertura e transmitir as ões nelas impostas (sobrecargas, vento, etc) para as tesouras dos
pórticos transversais. Geralmente, são constituidas por perfis metálicos conformados a frio ou
laminados. Denominam-se escoras (do beiral ou da cobertura) as terças que além de
suportarem as telhas, funcionam como montantes do contraventamento.
d) travessas ou longarinas
São vigas formadas por perfis conformados a frio ou laminados que tem por função
apoiar o tapamento lateral, recebendo as cargas aplicadas nestes e transmitindo-as para as
colunas.
e) tirantes
São elementos estruturais que trabalham essencialmente à tração e, em geral, são
constituídos por barras redondas. Dentre as diversas utilizações dos tirantes nas estruturas
metálicas, podem destacar aquelas onde este tipo de elemento é empregado com finalidade de
reduzir o vão das terças e das travessas, ou ainda, colaborar como elemento resistente em um
pórtico transversal.
f) barras rígidas
São barras solicitadas a esforços de compressão, formadas normalmente por
cantoneiras simples ou duplas ou perfis laminados tipo I. Podem atuar como elementos de
travamento do banzo inferior (Figura 2.4).
g) contraventamentos
São elementos que formam as estruturas de estabilização longitudinal dos galpões
industriais. Geralmente, os contraventamentos de cobertura formam treliças dispostas no
plano das terças, que juntamente com os contraventamentos laterais, absorvem as ações
longitudinais que atuam na estrutura trasmitindo-as para as fundações, garantindo assim a
estabilidade longitudinal da construção. Normalmente, os contraventamentos utilizados em
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galpões industriais são dispostos em forma de "X" e no seu dimensionamento despreza-se a
resistência das diagonais comprimidas.
A escolha do tipo de pórtico transversal (em alma cheia ou treliçado), associado a
outros parâmetros como a distância entre pórticos, define o arranjo estrutural de um galpão
industrial. Este arranjo deve ser ajustado para se obter a estrutura que melhor atenda a um
conjunto de aspectos do caso em análise, sem perder de vista a importância de se conseguir
uma solução segura e econômica, levando-se em consideração o peso total da estrutura.
A distância entre pórticos transversais é geralmente condicionada pela finalidade do
galpão. Não havendo restrições, escolhe-se o espaçamento que conduz à maior economia no
custo global de terças e vigas de cobertura.
Espaçamentos menores entre pórticos transversais favorecem os elementos
secundários de cobertura e tapamento (terças e travessas), reduzem as cargas em cada pórtico,
mas aumentam o número de pórticos e, consequentemente, o número de bases e fundações.
Espaçamentos maiores aumentam os elementos secundários da cobertura, mas, por outro lado,
reduzem o número de pórticos e de fundações. Quando o espaçamento entre as colunas é
muito grande, torna-se mais econômico o uso de vigas de cobertura intermediárias, apoiadas
em vigas longitudinais nos beirais e, às vezes, também na cumeeira.
O banzo superior da treliça ou a mesa superior da viga de alma cheia que compõem a
tesoura devem ser preferencialmente paralelos à cobertura. A inclinação da cobertura é função
do material empregado para o cobrimento ou do efeito estético que se deseja obter, respeitada
a declividade mínima permitida para o material utilizado.
De maneira mais ampla, a análise do arranjo estrutural deve ser feita considerando-se a
interação entre os aspectos construtivos da estrutura como um todo e das fundações.
2.6. Pórticos Transversais
2.6.1. Sistemas Estruturais
Existem amplas possibilidades para composição dos sistemas estruturais dos pórticos
transversais que compõem os galpões industriais leves de vãos simples. Uma variação
importante se refere à viga de cobertura, que pode ser de alma cheia ou treliçada. Em função
da tipologia da viga de cobertura podem-se adotar ligações rígidas ou flexíveis entre as
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extremidades dessas vigas e os pilares que compõem o pórtico principal, proporcionando uma
maior ou menor continuidade entre esses elementos estruturais. Outra variação comumente
explorada consiste na alteração do vínculo das colunas com as bases, o que altera
fundamentalmente os esforços transmitidos para as fundações e a deslocabilidade horizontal
da estrutura.
Quando o terreno de fundação apresenta boa capacidade de suporte, o melhor sistema
estático consiste no pórtico engastado nas bases (Figura 2.6), que permite uma melhor
redistribuição de esforços na estrutura e um dimensionamento mais econômico, além de
apresentar maior facilidade de montagem.
Figura 2.6 – Pórticos engastados na base
(a) viga de cobertura bi-rotulada, (b) viga de cobertura rigidamente ligada às colunas
Os pórticos rotulados nas bases (Figura 2.7) levam à obtenção de fundações mais
econômicas se comparados ao caso dos pórticos engastados na base, favorecendo a
implantação dessas estruturas em terrenos de baixa capacidade de suporte. Por outro lado, a
adoção de rótulas nas bases faz com que os esforços na estrutura sejam de maior magnitude
do que no caso de bases engastadas e que a estrutura apresente maior deslocamento
horizontal.
Figura 2.7 – Pórtico rotulado na base
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Quando o vão livre do pórtico é muito grande, torna-se econômica a utilização de viga
de cobertura com tirante (Figura 2.8). Com a colocação de tirantes, os deslocamentos
horizontais e os momentos nas colunas são reduzidos. São indicados para inclinações maiores
que 15°. No entanto, em determinados casos os tirantes podem ser um obstáculo indesejável.
Figura 2.8 – Pórtico atirantado
2.6.2. Pórticos de Alma Cheia
Um pórtico transversal de alma cheia é formado pelas colunas e viga de cobertura em
alma cheia. As principais vantagens das vigas de cobertura de alma cheia são: o aspecto
estético, a pequena altura do elemento estrutural, a facilidade de limpeza, pintura e
conservação. Na Figura 2.9 apresenta-se um esquema típico de um galpão em pórtico de alma
cheia.
Figura 2.9 – Pórtico de alma cheia
O galpão constituído por pórtico transversal de alma cheia é o sistema estrutural que
apresenta a melhor eficiência no processo de fabricação, pois possui um número reduzido de
elementos e ligações, conduzindo a um tempo de fabricação inferior ao dos sistemas
treliçados. Além disso, o pórtico transversal de alma cheia apresenta boa eficiência no
processo de montagem por ter um reduzido número de peças e ligações, o que leva a um
canteiro de obras mais organizado e a um tempo de montagem menor.
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No projeto de vigas de cobertura em alma cheia geralmente utilizam-se perfis
laminados ou soldados de inércia constante ao longo de todo o vão. O menor peso de uma
viga de cobertura de alma cheia é conseguida com a adoção de perfis de inércia variável.
A utilização de vigas de cobertura de alma cheia no Brasil era limitada até poucos
anos atrás, devido à falta de perfis de alma cheia de pequenas dimensões e boa relação
inércia/peso. Esta limitação foi amplamente superada com a atual disponibilidade de perfis
laminados e soldados de pequenas dimensões no mercado brasileiro. No entanto, em alguns
casos continua a haver dificuldades em obter bitolas.
2.6.3. Pórticos Treliçados
Um pórtico transversal treliçado é formado pelas colunas e viga de cobertura treliçada.
As principais vantagens das vigas de cobertura treliçadas são: a eficiência estrutural, as
amplas possibilidades de composição das treliças e a simplicidade dos equipamentos
necessários para a fabricação.
As vigas de cobertura treliçadas podem ou não ter continuidade com as colunas do
pórtico. Esta continuidade está intimamente relacionada à tipologia da viga treliçada e ao tipo
de ligação das vigas com os pilares.
A - Pórtico com treliça triangular (TT)
As treliças triangulares (Figura 2.10) são utilizadas para pequenos vãos. Devido ao
pequeno ângulo formado junto aos apoios, apresentam grandes esforços nas barras do banzo
superior próximo a esses pontos, além de levar à adoção de detalhes construtivos
desfavoráveis.
A ligação das extremidades da treliça com a coluna é naturalmente rotulada devido ao
afunilamento produzido pelo arranjo das barras, o que faz com que a viga esteja biapoiada
sobre as colunas. Portanto, a viga treliçada triangular é responsável por suportar sozinha todas
as ações provenientes da cobertura e não contribui para o enrijecimento do pórtico transversal,
o que reduz significativamente a eficiência estrutural.
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Figura 2.10 – Pórtico com treliça triangular
B - Pórtico com treliça em arco (TA)
Uma cobertura em curva pode ser projetada em arco conectado às colunas (Figura
2.11) ou em arco vencendo todo o vão, sem colunas. Os sistemas estruturais mais empregados
no caso de arco conectado às colunas são o arco contínuo com as colunas e o arco
simplesmente apoiados sobre as colunas.
Figura 2.11 – Pórtico com treliça em arco
O arco atirantado é muito econômico quando os carregamentos verticais na direção da
gravidade são predominantes. No entanto, deve-se sempre verificar o comportamento da
estrutura para os casos onde ocorrem inversão do carregamento, visto que nestes casos o arco
tende a se fechar e o tirante não mais terá função estrutural. Nesses casos o tirante deverá ser
desconsiderado na análise.
Normalmente, a treliça em arco apresenta banzos paralelos, fazendo com que as
diagonais e montantes sejam do mesmo comprimento.
O processo de fabricação dos pórticos com treliça em arco é mais trabalhoso que nos
casos de treliças de duas águas, visto que é necessário fazer um gabarito para dar a forma de
arco para os banzos que compõem a treliça, aumentando o tempo de fabricação. Uma outra
opção é usar uma calandra para modelar o perfil, apesar de ainda não ser um equipamento
corriqueiro nas fábricas de estruturas metálicas de pequeno e médio porte no Brasil.
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Quando submetida a ações verticais, a treliça em arco introduz esforços horizontais
significativos no topo das colunas, o que geralmente requer a utilização de perfis mais
pesados nas colunas para se garantir que os limites de deslocamento horizontal sejam
atendidos.
C - Pórtico com treliça de banzos paralelos (BP)
As treliças de banzos paralelos (Figura 2.12) apresentam diagonais e montantes de
mesmo comprimento, o que permite padronizar os elementos estruturais e proporciona uma
grande racionalização do processo de fabricação.
Esse sistema apresenta um desempenho estrutural parecido com o pórtico treliçado em
arco, visto que também introduz esforços horizontais significativos no topo das colunas.
Figura 2.12 – Pórtico com treliça de banzos paralelos
D - Pórtico com treliça trapezoidal (TP)
As treliças trapezoidais (Figura 2.13) apresentam bom desempenho estrutural visto
que podem ser conectadas de forma contínua com as colunas do pórtico. A ligação da
extremidade da treliça com a coluna forma um binário que garante um determinado grau de
rigidez entre a viga de cobertura e a coluna do rtico transversal. Essa continuidade
proporciona uma redistribuição de esforços entre a viga e a coluna, melhorando o
desempenho do sistema estrutural.
Figura 2.13 – Pórtico com treliça trapezoidal
        
22
2.7. Estruturas de Estabilização Longitudinal
No projeto de um galpão industrial leve é necessário adotar medidas que garantam a
estabilidade espacial da estrutura. A estabilidade no sentido transversal do edifício é garantida
pela existência de pórticos planos transversais. Normalmente, a estabilidade fora do plano da
estrutura principal (pórtico transversal), ou seja, na direção longitudinal do galpão, é
conseguida com a utilização de estruturas de estabilização longitudinal.
No caso de galpões industriais leves, geralmente se utilizam contraventamentos
horizontais (dispostos no plano da cobertura) e verticais (dispostos nas laterais do edifício)
para se conseguir a estabilização longitudinal da estrutura.
As forças resultantes da ação do vento nas fachadas laterais e outras forças horizontais
transversais são transferidas às fundações pelos pórticos transversais. As forças horizontais
longitudinais, resultantes da ão do vento e de pontes rolantes são transferidas às fundações
através do sistema formado pelos contraventamentos horizontais e verticais. Além de
servirem de apoio para as telhas de cobertura, as terças dispostas na região do
contraventamento também compõem esse sistema de estabilização, formando uma grande
treliça horizontal na cobertura.
O contraventamento em “X” é normalmente o mais comum e mais econômico. No
entanto, existem diversas formas de se compor um contraventamento, atendendo às
necessidades impostas nos diversos projetos, como, por exemplo, as aberturas nas fachadas
laterais.
O contraventamento horizontal situado no plano da cobertura também desempenha um
outro papel fundamental na estabilização da estrutura. O sistema de contraventamento torna
os pontos de apoio das terças nos pórticos transversais indeslocáveis, reduzindo o
comprimento de flambagem do banzo superior da viga de cobertura.
Para reduzir o comprimento de flambagem dos elementos do banzo inferior da viga de
cobertura, pode-se utilizar um sistema de contraventamento adicional disposto no plano do
banzo inferior ou utilizar mãos-francesas dispostas a partir das terças.
        
23
2.8. Parâmetros para Avaliação do Sistema Estrutural
A comparação entre sistemas estruturais pode ser feita com base em aspectos estéticos,
comerciais, de limitação do terreno de fundação, de cumprimento de prazos de execução, etc.
Entretanto, o aspecto que geralmente exerce maior influência na escolha de um sistema
estrutural de um galpão industrial é a taxa de consumo de aço da estrutura. Ou seja, a taxa de
consumo de aço é normalmente o parâmetro mais utilizado para estimar, ou mesmo avaliar, a
eficiência de um sistema estrutural.
O Manual Brasileiro para Cálculo de Estruturas Metálicas (MIC/STI, 1986) apresenta
alguns gráficos que permitem estimar a taxa de consumo de aço para galpões. Na Figura 2.14,
apresenta-se o gráfico para determinação do consumo de o de galpões leves comuns, com
ou sem pontes rolantes, com capacidade inferior a 50 KN. A taxa de consumo deo (K
2
) em
kg/m² de área coberta, em função do vão “s”, em metros, é dada pela expressão indicada na
Figura 2.14. Nesta taxa incluem-se todos os elementos que compõem a estrutura metálica do
galpão.
Figura 2.14 – Taxa de consumo de aço para galpão leves comuns (MIC/STI, 1986)
Na Figura 2.15, apresenta-se o gráfico que permite estimar a taxa de consumo de o
de galpões médios. Segundo o MIC/STI (1986), os galpões médios abrangem todos os
galpões comuns, excluídos os tipos “shed”, dotados de pontes com capacidade variáveis de 50
a 600 KN. A taxa de consumo de o (K
3
) em kg/de área coberta, em função do vão s”,
        
24
em metros, é dada pela expressão indicada na Figura 2.15. A taxa K
3
também considera todos
os elementos que compõem a estrutura metálica do galpão.
Figura 2.15 – Taxa de consumo de aço para galpão médios (MIC/STI, 1986)
Segundo o MIC/STI (1986), as taxas calculadas com base nas Figuras 2.14 e 2.15
deverão ser utilizadas apenas como referência por terem sido estimadas com base em
estruturas construídas na Europa no período de 1950 a 1965. Esse período é conhecido como
sendo um período transição para construção metálica, quando em 1960 foi introduzido o o
ASTM-A36.
D'ALAMBERT (2004) apresenta gráficos que permitem estimar a taxa de consumo de
aço para galpões constituídos por rticos de alma cheia. Na figura 2.16, apresenta-se o
gráfico para determinação da taxa de consumo de o para um galpão em pórtico de alma
cheia com pé direito H = 6m e distância entre pórticos B = 6m.
        
25
Figura 2.16 – Consumo de Aço em kg/m² para galpão em pórtico em alma cheia
(D'ALAMBERT, 2004)
De acordo com o estudo realizado por D'ALAMBERT (2004) os parâmetros Q4, Q5 e
Q6 indicam o estágio de ações considerado. Cada estágio corresponde a uma velocidade de
vento associada a distancia entre pórticos transversais, conforme indicado na Tabela 2.1.
Tabela 2.1 – Composição dos estágios de ações (D'ALAMBERT, 2004)
Composição dos Estágios de Ação
Estágio de Ações
Velocidade do vento
Distância entre os Pórticos B
(m/seg) (m)
45 6
35 9
Q4
30 12
40 6
35 6
Q5
30 9
Q6 30 6
        
26
Segundo o MIC/STI (1986), o desenvolvimento tecnológico influencia decisivamente
a taxa de consumo de aço para um galpão industrial. Normalmente, uma estrutura construída
algum tempo apresenta uma taxa consumo de aço maior do que estruturas construídas nos
tempos atuais. A própria melhoria da qualidade do aço contribui significativamente para a
redução da taxa de consumo de aço nas estruturas atuais. Ainda assim, o consumo de o em
uma estrutura não é apenas função da tecnologia da época, dependendo também das relações
entre custo de matéria prima e custo de mão de obra. À medida que aumenta o custo da mão
de obra, a tendência é se utilizar detalhes construtivos mais simples, mesmo que isso acarrete
um maior consumo de aço.
3
BASES DO ESTUDO PARAMÉTRICO
3.1. Considerações Preliminares
Tendo em vista o objetivo de avaliar o desempenho de algumas soluções estruturais
para galpões industriais leves, decidiu-se realizar um estudo paramétrico considerando-se os
sistemas estruturais utilizados com maior freqüência nesses edifícios. Este estudo deverá
permitir uma comparação da taxa de consumo de aço e da resposta estrutural dos diversos
modelos analisados.
No universo dos galpões industriais leves, existe uma ampla gama de características que
podem ser variadas com objetivo de avaliar as soluções estruturais. No entanto, considerando
que para obtenção da taxa de consumo de o para cada modelo é necessário realizar todas as
etapas de um projeto estrutural (avaliação de ações, análise e dimensionamento), torna-se
necessário limitar o número de casos analisados.
Este Capítulo é dedicado à apresentação das bases adotadas para desenvolvimento do
estudo paramétrico deste trabalho. Para isso apresentam-se os pórticos transversais considerados
neste estudo, com a definição dos critérios que orientaram a concepção dos mesmos.
               
28
3.2. Critérios de Parametrização
O estudo paramétrico de galpões industriais leves pode abranger a variação de diversas
características que influenciam a resposta da estrutura, como:
• tipologia do pórtico transversal;
• vão livre do pórtico transversal;
• inclinação da cobertura;
• altura da coluna;
• tipo de vinculação;
• distância entre pórticos transversais;
• relação entre altura no meio do vão (flecha) e vão livre do pórtico transversal;
• variação da magnitude das cargas.
Cada um desses parâmetros exerce uma maior ou menor influência na taxa de consumo
de aço e na resposta estrutural. Portanto, para uma avaliação abrangente seria necessário
analisar um elevado número de modelos estruturais na tentativa de determinar a influência de
cada característica.
Para o estudo paramétrico deste trabalho optou-se por avaliar, exclusivamente, a
influência das seguintes variáveis:
• tipologia do pórtico transversal;
• vão livre do pórtico transversal.
Para as demais características de projeto adotam-se valores normalmente encontrados
em galpões industriais leves:
• distancia entre pórticos transversais - 6 metros
• inclinação - 10%
• altura da coluna - 6 metros
• comprimento total do galpão - 60 metros
Tendo em vista o objetivo de avaliar a influência da solução estrutural para galpões
industriais leves e considerando que a estrutura desses edifícios é marcada pela repetição de
pórticos planos transversais, o estudo paramétrico deste trabalho se centra na avaliação
estrutural desses pórticos principais.
               
29
Uma vez que a distância entre pórticos e a magnitude dos carregamentos é a mesma em
todos modelos do estudo, considera-se que os elementos estruturais secundários como terças,
travessas, contraventamentos, dentro outros, são os mesmos em todos os casos, não exercendo
influência na taxa de consumo de aço para as distintas tipologias.
Para desenvolvimento deste estudo, adotam-se cinco tipologias distintas para o pórtico
transversal e cinco vãos livres diferentes, variando de 16 a 32 metros, conforme se mostra na
Figura 3.1. As tipologias consideradas são:
• AC - Pórtico de alma cheia
• TA - Pórtico com treliça em arco
• BP - Pórtico com treliça de banzos paralelos
• TP - Pórtico com treliça trapezoidal
• TT - Pórtico com treliça triangular
16 m 20 m 24 m 28 m 32 m
AC
AC-16 AC-20 AC-24 AC-28 AC-32
TA
TA-16 TA-20 TA-24 TA-38 TA-32
BP
BP-16 BP-20 BP-24 BP28 BP32
TP
TP-16 TP-20 TP-24 TP-28 TP-32
TT
TT-16 TT-20 TT-24 TT-28 TT-32
Figura 3.1 – Tipologias de pórtico transversal consideradas no estudo paramétrico
               
30
Para definição das dimensões dos modelos que compõem o estudo paramétrico, toma-se
como referência uma inclinação de 10% para as vigas de cobertura, o que é usual para o caso
de telhas metálicas.
Para o pórtico de alma cheia (AC), a inclinação de 10% leva a uma flecha no meio do
vão equivalente a L/20, sendo “L” o vão livre do pórtico transversal.
Preservando-se a inclinação de 10%, adota-se uma relação de L/10 para a flecha da viga
de cobertura dos modelos em treliça de banzos paralelos (BP) e treliça trapezoidal (TP). Com
esta medida pretende-se manter próximas as inércias equivalentes das seções transversais no
meio do vão dos diferentes tipos de pórticos.
No caso da treliça triangular (TT), preserva-se a relação de L/10 para a flecha do meio
do vão, o que leva a uma inclinação de 20% para a cobertura. A manutenção da inclinação de
10% para esse caso levaria ao surgimento de esforços muito elevados nas extremidades da viga
de cobertura, devido ao afunilamento produzido pelo arranjo das barras da treliça, além de
reduzir significativamente a inércia equivalente da seção transversal no meio do vão.
Para a treliça em arco (TA) toma-se como referência uma relação entre a flecha e o vão
livre em torno de 1/6 a 1/5, conforme recomendação de SALES et. al. (1994). Portanto, para
esses modelos define-se uma relação de L/5 para a flecha no meio do vão.
Nas Figuras 3.2 a 3.6 apresenta-se uma sobreposição das tipologias de pórticos
transversais e suas respectivas variações adotadas neste estudo paramétrico.






Figura 3.2 – Sobreposição das tipologias de pórticos de alma cheia (AC)
(dimensões em milímetros)
               
31

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







Figura 3.3 - Sobreposição das tipologias de pórticos com treliça em arco (TA)
(dimensões em milímetros)
               
32


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




Figura 3.4 - Sobreposição das tipologias de pórticos com treliça de banzos paralelos (BP)
(dimensões em milímetros)








Figura 3.5 - Sobreposição das tipologias de pórticos com treliça trapezoidal (TP)
(dimensões em milímetros)
               
33
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


Figura 3.6 - Sobreposição das tipologias de pórticos com treliça triangular (TT)
(dimensões em milímetros)
3.3. Definição dos Modelos
Tendo em vista os critérios de parametrização dos pórticos transversais apresentados
anteriormente, neste item se definem as características geométricas de cada modelo.
3.3.1. Pórticos de Alma Cheia
Na Figura 3.7 apresenta-se um esquema geral de um galpão industrial formado por
pórticos de alma cheia. Para esta tipologia admite-se que a ligação entre a coluna e a viga de
cobertura em alma cheia é rígida e as colunas estão engastadas na base (Figura 3.8).
               
34
Figura 3.7 – Esquema geral de um galpão industrial formado por pórticos de alma cheia
Figura 3.8 – Sistema estrutural dos pórticos de alma cheia
Nas Figuras 3.9 a 3.13 apresentam-se os cinco modelos de pórtico de alma cheia
considerados neste estudo paramétrico, cujos vãos livres variam de 16 a 32 metros, com
incrementos de 4 metros.
               
35


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

Figura 3.9 – Pórtico de alma cheia com vão livre de 16 metros (dimensões em milímetros)







Figura 3.10 - Pórtico de alma cheia com vão livre de 20 metros (dimensões em milímetros)
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36
 


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Figura 3.11 - Pórtico de alma cheia com vão livre de 24 metros (dimensões em milímetros)
 




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Figura 3.12 - Pórtico de alma cheia com vão livre de 28 metros (dimensões em milímetros)
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37
 
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Figura 3.13 - Pórtico de alma cheia com vão livre de 32 metros (dimensões em milímetros)
3.3.2. Pórticos com Treliça em Arco
Na Figura 3.14 mostra-se um esquema de galpão industrial formado por pórtico com
treliça em arco. Para essa tipologia admite-se que as ligações entre os banzos da viga de
cobertura e a coluna são flexíveis e que as colunas estão engastadas na base. Por outro lado, as
diagonais e os montantes da treliça são rotulados nas suas extremidades (Figura 3.15).
Segundo SALES et. al. (1994), nos arcos metálicos a relação entre a altura entre banzos
e o vão livre entre colunas varia em torno de 1/40 a 1/30. Neste trabalho adota-se uma relação
de L/30 para a distância entre banzos.
               
38
Figura 3.14 – Esquema geral de um galpão industrial formado por pórticos com treliça em arco
Figura 3.15 – Sistema estrutural do pórtico treliçado em arco
               
39
Nas Figuras 3.16 a 3.21 apresentam-se os cinco modelos de pórtico com treliça em arco
considerados neste estudo paramétrico, cujos vãos livres variam de 16 a 32 metros, com
incrementos de 4 metros.





Figura 3.16 - Pórtico com treliça em arco com vão livre de 16 metros
(dimensões em milímetros)
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40
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Figura 3.17 - Pórtico com treliça em arco com vão livre de 20 metros
(dimensões em milímetros)
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
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Figura 3.18 - Pórtico com treliça em arco com vão livre de 24 metros
(dimensões em milímetros)
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 
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Figura 3.19 - Pórtico com treliça em arco com vão livre de 28 metros
(dimensões em milímetros)
 


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
Figura 3.20 - Pórtico com treliça em arco com vão livre de 32 metros
(dimensões em milímetros)
               
42
3.3.3. Pórticos com Treliça de Banzos Paralelos
Um esquema típico de um pórtico com treliça de banzos paralelos é indicado na Figura
3.21. Na Figura 3.22 apresenta-se o sistema estrutural para o pórtico com treliça de banzos
paralelos. As colunas são engastadas na base e a ligação dos banzos da treliça com a coluna é
flexível. Os elementos das diagonais e montantes são rotulados nas suas extremidades.
Nestes modelos admite-se que a distância entre banzos corresponde à metade da altura
no meio do vão, ou seja, à metade da flecha da treliça.
Figura 3.21 – Esquema geral de um galpão industrial formado por pórticos
com treliça de banzos paralelos
               
43
Figura 3.22 – Sistema estrutural do pórtico com treliça de banzos paralelos
Nas Figuras 3.23 a 3.27 apresentam-se os modelos de pórticos com treliça de banzos
paralelos considerados neste estudo paramétrico, mantendo-se a mesma variação de vãos
utilizada nos estudos anteriores (16 a 32 metros, com incrementos de 4 metros).





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Figura 3.23 – Pórtico com treliça de banzos paralelos com vão livre de 16 metros
(dimensões em milímetros)
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44
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Figura 3.24 – Pórtico com treliça de banzos paralelos com vão livre de 20 metros
(dimensões em milímetros)
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Figura 3.25 – Pórtico com treliça de banzos paralelos com vão livre de 24 metros
(dimensões em milímetros)
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45
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

Figura 3.26 – Pórtico com treliça de banzos paralelos com vão livre de 28 metros
(dimensões em milímetros)
 


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
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
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Figura 3.27 – Pórtico com treliça de banzos paralelos com vão livre de 32 metros
(dimensões em milímetros)
               
46
3.3.4. Pórticos com Treliça Trapezoidal
Na Figura 3.28 mostra-se um esquema geral de um galpão industrial formado por
pórticos com treliça trapezoidal.
Na Figura 3.29 apresenta-se o sistema estrutural adotado para esses modelos, no qual os
critérios de vinculação seguem o mesmo princípio adotado nos modelos em pórtico com treliça
em arco e pórtico com treliça de banzos paralelos, ou seja, colunas engastadas na base, ligação
flexível entre os banzos da treliça e a coluna e extremidades das diagonais e montantes
rotuladas.
Figura 3.28 – Esquema geral de um galpão industrial formado por pórticos
com treliça trapezoidal
               
47
Figura 3.29 – Sistema estrutural do pórtico com treliça trapezoidal
São apresentados nas Figuras de 3.30 a 3.34 os modelos propostos para esse sistema
estrutural.







Figura 3.30 – Pórtico com treliça trapezoidal com vão livre de 16 metros
(dimensões em milímetros)
               
48








Figura 3.31 - Pórtico com treliça trapezoidal com vão livre de 20 metros
(dimensões em milímetros)
 







Figura 3.32 - Pórtico com treliça trapezoidal com vão livre de 24 metros
(dimensões em milímetros)
               
49
  







Figura 3.33 - Pórtico com treliça trapezoidal com vão livre de 28 metros
(dimensões em milímetros)
  
 






Figura 3.34 - Pórtico com treliça trapezoidal com vão livre de 32 metros
(dimensões em milímetros)
               
50
3.3.5. Pórticos com Treliça Triangular
O último grupo de modelos considerado no estudo paramético é o pórtico com treliça
triangular. Na Figura 3.35 apresenta-se um esquema geral de um galpão industrial formado por
pórticos com treliça triangular.
O sistema estrutural do pórtico com treliça triangular é apresentado na Figura 3.36. A
ligação da viga de cobertura com a coluna é flexível, as barras que compõem a treliça têm suas
extremidades rotuladas e as colunas são engastadas na base.
Figura 3.35 – Esquema geral de um galpão industrial formado por pórticos
com treliça triangular
               
51
Figura 3.36 – Sistema estrutural do pórtico com treliça triangular






Figura 3.37 - Pórtico com treliça triangular com vão livre de 16 metros
(dimensões em milímetros)
               
52






Figura 3.38 - Pórtico com treliça triangular com vão livre de 20 metros
(dimensões em milímetros)
 






Figura 3.39 - Pórtico com treliça triangular com vão livre de 24 metros
(dimensões em milímetros)
               
53
  






Figura 3.40 - Pórtico com treliça triangular com vão livre de 28 metros
(dimensões em milímetros)
  







Figura 3.41 - Pórtico com treliça triangular com vão livre de 32 metros
(dimensões em milímetros)
4
ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO DOS
PÓRTICOS TRANSVERSAIS
4.1. Considerações Preliminares
No Capítulo 3 foram apresentadas as tipologias de pórticos transversais adotadas para
o desenvolvimento do estudo paramétrico deste trabalho.
Neste Capítulo apresentam-se as bases adotadas para desenvolvimento da análise e
dimensionamento dos pórticos transversais considerados. Faz-se uma abordagem sobre os
programas computacionais utilizados e a composição das seções transversais empregadas nos
elementos estruturais que compõem os pórticos.
Tendo em vista a grande quantidade de resultados gerados com a análise e
dimensionamento dos vinte e cinco modelos de pórticos transversais considerados no estudo
paramétrico, optou-se por apresentar, a título de exemplificação, os resultados de um único
modelo.
                       
55
4.2. Bases para Análise e Dimensionamento
Considerando que o estudo paramétrico deste trabalho se centra na avaliação dos
pórticos transversais das tipologias propostas e tendo em conta que os elementos estruturais
secundários (terças, travessas, contraventamentos, etc.) são os mesmos para todas as
tipologias, optou-se pela utilização de modelos de pórticos planos para avaliação do
comportamento estrutural. Dadas às características do arranjo estrutural dos galpões
industriais leves, com a repetição regular de pórticos planos e estabilização longitudinal, a
análise dos pórticos planos é um procedimento usualmente empregado no projeto desses
edifícios.
A avaliação das ações sobre os pórticos transversais foi feita com base na
NBR8800(ABNT,1986) e NBR6123(ABNT,1988). Para determinação das forças devidas ao
vento nos galpões estudados foram utilizados os programas computacionais Visualventos
(CHIARELLO et al.,2003) e Autoventos (REQUENA et al.,2001).
Para análise estrutural dos modelos propostos utilizou-se o programa computacional
SAP2000 - Versão 10 (COMPUTERS AND STRUCTURES, 2005). O SAP2000 é um
programa computacional amplamente utilizado no meio acadêmico e profissional para análise
linear e não-linear de estruturas em geral, cujos resultados foram contrastados por diversos
autores ao longo do tempo.
Para composição dos pórticos de alma cheia foram utilizados perfis eletro-soldados
tipo I tanto para as colunas, quanto para a viga de cobertura. Para todas as tipologias de
pórticos treliçados foram utilizados perfis eletro-soldados tipo I nas colunas e cantoneiras
duplas nas diagonais e montantes. Para composição dos banzos superiores e inferiores das
vigas de cobertura treliçadas foram consideradas duas opções: perfis tipo TE eletro-soldado e
cantoneiras duplas.
Os perfis eletro-soldados foram introduzidos no mercado brasileiro nos últimos anos.
São formados por um processo de solda contínua que usa uma corrente de alta freqüência de
400KHz. A resistência à passagem desta corrente aquece uma zona especifica que atinge a
temperatura plástica, permitindo assim a fusão, através de uma leve pressão de rolos. Esses
perfis apresentam como principais características a leveza (quando comparado a perfis de
mesmas propriedades mecânicas) e a flexibilidade de dimensões (podem ter até 18 metros de
comprimento e forma assimétrica).
                       
56
4.3. Composição das Seções Transversais
Durante o desenvolvimento do estudo paramétrico, notou-se a necessidade de avaliar o
desempenho de algumas composições de seções para as vigas treliçadas. Os principais
objetivos dessa análise preliminar são avaliar a relação Inércia/Massa das seções transversais
equivalentes para distintas composições e o desempenho do elemento estrutural isolado na
treliça.
Foram estabelecidos três tipos de composições de treliças, considerando-se perfis U
laminados, cantoneiras duplas e perfis TE eletro-soldados, conforme mostrado na Figura 4.1.
As propriedades mecânicas de cada seção transversal considerada nessa análise preliminar são
mostradas na Tabela 4.1.

X
Y
a) Treliça com banzos em
cantoneira dupla

X
Y
b) Trela com banzos em
perfil TE eletro-soldado
X
Y
c) Treliça com banzos em
perfil U
Figura 4.1 – Composição das vigas treliçadas
                       
57
Tabela 4.1 – Propriedades mecânicas de seções transversais
Massa Área d bf tw tf Ix Wx rx Iy Wy ry
kg/m
cm
2
mm mm mm mm
cm
4
cm
3
cm
cm
4
cm
3
cm
U101,6x7,95 7,95 10,1 40,1 101,6 7,5 4,57 13,1 4,6 1,14 159,5 31,4 3,97 U
U101,6x9,30 9,3 11,9 41,8 101,6 7,5 6,27 15,5 5,1 1,14 174,4 34,3 3,84 U
U8 na 1ª
17,10 21,70 57,00 203,00 9,90 5,60 53,80 12,60 7,87 1340,00 132,00 1,58 U
U8 na 2ª
20,50 26,00 59,00 203,00 9,90 7,70 62,00 13,70 7,58 1490,00 147,00 1,55 U
2L51x6.35
9,51 12,12 50,80 109,60 6,35 6,35 29,20 4,08 1,55 72,95 4,08 2,45 2L
2L63x4,76
9,11 11,60 63,50 135,00 4,76 4,76 46,00 5,00 1,99 99,62 5,00 2,93 2L
2L76,2x4,76
11,04 14,06 76,20 160,40 4,76 4,76 80,00 7,22 2,39 166,47 7,22 3,44 2L
TE75x10,5
10,50 13,30 75,00 75,00 9,50 9,50 69,00 13,20 2,30 33,00 8,90 1,60 T
TE85x10
10,20 13,00 85,00 85,00 8,00 8,00 89,00 14,70 2,60 41,00 9,60 1,80 T
TE85x12
12,00 15,20 85,00 85,00 9,50 9,50 103,00 17,10 2,60 49,00 11,50 1,80 T
Perfil Forma
Para cada composição de treliça determina-se a inércia da seção equivalente da viga de
cobertura e as esbeltezes dos elementos estruturais comprimidos, considerando-se um
comprimento de flambagem L=200cm, conforme exemplos mostrados na Tabela 4.2.
Tabela 4.2 - Sões equivalentes da viga de cobertura e esbeltezes dos elementos comprimidos
                
            
           
     

kgcmMI
cmI
I
dAII
mkgxL
X
x
x
x
x
4
4
2
2
16292/
154938
)8010.122.29(2
)(2
/51.935.6512
'
=
=
+=
+=
93
16.2
200
16.2
129
55.1
200
55.1
====
====
ry
L
ycmry
rx
L
xcmrx
λ
λ
kgcmMI
cmI
I
dAII
mkgxTE
X
x
x
x
x
4
4
2
2
16226/
170378
)803.1369(2
)(2
/5.105,1075
'
=
=
+=
+=
125
60,1
200
60,1
87
30,2
200
30,2
====
====
ry
L
ycmry
rx
L
xcmrx
λ
λ
kgcmMI
cmI
I
dAII
mkgxU
X
x
x
x
x
4
4
2
2
16415/
152668
)809.114.174(2
)(2
/3.93.96.101
'
=
=
+=
+=
175
14.1
200
14.1
52
83.3
200
83.3
====
====
ry
L
ycmrx
rx
L
xcmry
λ
λ
                       
58
Para os casos mostrados na Tabela 4.2, observa-se que a relação Inércia/Massa é muito
próxima para os três casos. No entanto, nota-se também que nos casos de seções compostas
por cantoneira dupla e perfil TE eletro-soldado as esbeltezes com relação aos dois eixos
principais de inércia são mais próximas entre si do que no caso do perfil U laminado.
Esta análise indica que a adoção de seções compostas por cantoneira dupla e perfil TE
eletro-soldado deverá conduzir à obtenção de estruturas de menor peso e, por essa razão,
foram consideras no dimensionamento das treliças.
4.4. Ações
As ações atuantes nos modelos foram determinadas de acordo com as recomendações do
Anexo B da NBR8800 (ABNT, 1986) e de BELLEI (2006):
a) Ações Permanentes
No caso de galpões industriais leves, as ações permanentes correspondem ao peso
próprio dos elementos constituintes da estrutura e dos materiais a ela ligados. O peso próprio
dos elementos estruturais do pórtico transversal é determinado diretamente pelo SAP2000,
enquanto que as demais cargas são informadas separadamente. Para todos modelos
considera-se uma ação permanente de 0,11kN/m² levando-se em conta o peso próprio das
telhas, terças e elementos secundários de cobertura.
b) ões Variáveis
As ações variáveis são aquelas que ocorrem com valores que apresentam variações
significativas durante a vida útil da construção. No caso de galpões industriais leves, as ações
variáveis a serem consideras são a sobrecarga de cobertura e o vento.
4.4.1. Sobrecarga de Cobertura
Segundo o item B-3.5.1 do Anexo B da NBR8800 (ABNT,1986), para coberturas
comuns, na ausência de especificação mais rigorosa, deve ser prevista uma sobrecarga
nominal mínima de 0,25 kN/m
2
.
                       
59
Segundo BELLEI (2006), em galpões de porte pequeno e médio, fora de zonas de
acúmulo de poeira, deve-se adotar para sobrecargas de cobertura o valor de 0,15KN/m².
Para todos os modelos considerados neste trabalho considera-se uma sobrecarga de
cobertura de 0,15 kN/m
2
.
4.4.2. Vento
O estudo de vento para os galpões considerados neste trabalho foi feito de acordo com
as prescrições da NBR 6123 (ABNT, 1988). Admitiu-se uma situação de vento comum a
todos os galpões, o que implicou em adotar uma mesma velocidade básica de vento para todos
os modelos.
Na avaliação das forças devidas ao vento se estabeleceu uma velocidade básica
V
0
=35m/s, o que abrange todo o Norte e Nordeste, parte da região Sudeste e Centro Oeste do
Brasil, como pode ser identificado pela parte hachurada da Figura 4.2. Isto torna este estudo
representativo para boa parte do território brasileiro.
Admitiu-se também que os galpões serão implantados em terreno plano ou fracamente
acidentado, aberto em nível ou aproximadamente em nível, com poucos obstáculos isolados,
tais como árvores e edificações baixas (a cota média do topo dos obstáculos é considerada
inferior ou igual a 1m). Por último supôs-se também que as aberturas principais do galpão
estejam fechadas numa situação crítica de vento, o que permitiu admitir que as quatro faces
são igualmente impermeáveis.
                       
60
Figura 4.2 – Delimitação da área abrangida pelo estudo paramétrico nas Isopletas de
velocidade básica V
0
(m/s)
Em fuão da descrição anterior, foram admitidas as seguintes características para o vento:
Velocidade Básica - V
0
= 35m/s
Fator Topográfico - S
1
= 1,0
Fator de Rugosidade - S
2
= 0,92
Fator Estatístico - S
3
= 1,0
Para essas condições, a pressão dinâmica (q) admitida é de:
3210
SSSVV
k
=
222
/64,0/58,635613,0 mkNmNVq
k
===
Para desenvolvimento do estudo paramétrico é necessário determinar as forças devidas
ao vento para dois casos distintos de edifício com planta retangular: com cobertura em duas
águas e com cobertura em arco.
Considerando a grande quantidade de dados de todos os modelos, optou-se por
apresentar somente os estudos de vento para um modelo com cobertura em duas águas e outro
com cobertura em arco.
                       
61
4.4.2.1.
Estudo de Vento Típico para Galpão em Duas Águas
a) Características
galpão em duas águas
vão livre - 20 metros
distância entre pórticos transversais - 6 metros
altura da coluna - 6 metros
inclinação - 10%
comprimento - 60 metros
b) Coeficientes de Forma Externos
Figura 4.3 – Coeficientes de forma externos para as paredes
                       
62
Figura 4.4 – Coeficientes de forma externos para telhado em duas águas
c) Coeficientes de Pressão Interna
Admite-se que o galpão possui quatro faces igualmente permeáveis:
Cpi = - 0,3 ou 0 (considerar o valor mais nocivo)
d) Sobreposição dos Coeficientes de Forma e de Pressão
Figura 4.5 – Sobreposição dos coeficientes de forma e de pressão
para vento longitudinal (W0°)
                       
63
Figura 4.6 – Sobreposição dos coeficientes de forma e de pressão
para vento transversal (W90°)
e) Casos de Carga Críticos
Figura 4.7 – Caso de carga para vento longitudinal (W0°) (kN/m²)
Figura 4.8 – Caso de carga para vento transversal (W90°) (kN/m²)
                       
64
4.4.2.2.
Estudo de Vento Típico para Galpão em Arco
a) Características
galpão em arco
vão livre - 20 metros
distância entre pórticos transversais - 6 metros
altura da coluna - 6 metros
flecha no meio do vão - 4 metros
comprimento - 60 metros
b) Coeficientes de Forma Externos
Figura 4.9 – Coeficientes de forma externos para as paredes
                       
65
Figura 4.10 – Coeficientes de forma externos para telhado em arco
c) Coeficientes de Pressão Interna
Admite-se que o galpão possui quatro faces igualmente permeáveis:
Cpi = - 0,3 ou 0 (considerar o valor mais nocivo)
d) Sobreposição dos Coeficientes de Forma e de Pressão
Figura 4.11 – Sobreposição dos coeficientes de forma e de pressão
para vento longitudinal (W0°)
                       
66
Figura 4.12 – Sobreposição dos coeficientes de forma e de pressão
para vento transversal (W90°)
e) Casos de Carga Críticos
Figura 4.13 – Caso de carga para vento longitudinal (W0°) (kN/m²)
Figura 4.14 Caso de carga para vento transversal (W90°) (kN/m²)
                       
67
4.5. Combinações de Ações
O carregamento que atua numa estrutura é o resultado da combinação das diversas
ações que têm probabilidade de ocorrerer simultaneamente num período de tempo
determinado.
A NBR8800 (ABNT,1986) define os critérios para combinação das ações nos Estados
Limites Últimos e de Serviço de uma estrutura de aço, com o objetivo de determinar os efeitos
mais desfavoráveis na mesma.
Seguindo as prescrições da NBR8800 (ABNT,1986), foram definidas as seguintes
combinações de ações para os modelos estruturais do estudo paramétrico:
COMB1 1,3 * G (peso próprio) + 1,5 * Q (sobrecarga)
COMB2 1,0 * G (peso próprio) + 1,4 * W90° (vento transversal)
COMB3 1,0
* G (peso próprio) + 1,4 * W0° (vento longitudinal)
4.6. Análise dos Modelos Estruturais
De forma a exemplificar o trabalho realizado para todos os modelos de pórtico
transversal considerados no estudo paramétrico, mostram as seções transversais, os casos de
carga, às vinculações e alguns resultados da análise estrutural de um modelo de pórtico com
treliça trapezoidal (TP) com vão livre de 24 metros.
Neste modelo os banzos superiores e inferiores são formados por perfil TE
eletro-soldado, os montantes e diagonais por cantoneira dupla e as colunas por perfil tipo I
eletro-soldado (Figura 4.15).
                       
68
Figura 4.15 – Seções transversais dos elementos que compõem o pórtico com treliça
trapezoidal (TP) com vão livre de 24 metros.
Nas Figuras 4.16 e 4.17 mostra-se a aplicação das ações devidas ao peso próprio e
sobrecarga de cobertura no modelo estrutural. Nas Figuras 4.18 e 4.19 são indicadas as ões
devidas ao vento longitudinal (W0°) e ao vento transversal (W90°) respectivamente.
Quando o vento incide numa estrutura, em geral, ele atua na face do telhado e o
telhado transfere essa carga para as terças. Por esse motivo a aplicação da carga no do
pórtico é inserida na direção da terça, formando um ângulo de 90° com o plano da cobertura.
Figura 4.16 – Ações devidas ao peso próprio de cobertura (G) no pórtico com treliça
trapezoidal com vão livre de 24 metros
                       
69
Figura 4.17 – Ações devido à sobrecarga de cobertura (Q) no pórtico com treliça
trapezoidal com vão livre de 24 metros
Figura 4.18 – Ações devidas ao vento longitudinal (W0°) no pórtico com treliça
trapezoidal com vão livre de 24 metros
                       
70
Figura 4.19 – Ações devidas ao vento transversal (W90°) no pórtico com treliça
trapezoidal com vão livre de 24 metros
Na Figura 4.20 mostra-se a vinculação das barras que compõem o pórtico transversal.
Pode-se observar que todas diagonais e montantes são rotuladas nas suas extremidades. A
coluna é engastada na base e rotulada no plano perpendicular ao pórtico transversal.
Figura 4.20 – Vinculação das barras
                       
71
Tendo definido os casos de carga e as combinações de ações, procede-se à análise
estrutural do modelo com auxilio do SAP2000.
A seguir apresentam-se alguns resultados da análise estrutural do pórtico com treliça
trapezoidal com vão livre de 24 metros. Nas Figuras 4.21, 4.22 e 4.23, mostram-se os
diagramas de Esforços Axiais devidas às combinações COMB1, COMB2 e COMB3.
Figura 4.21 – Diagrama de Esforços Axiais devida à COMB1 (1,3G + 1,5Q)
Figura 4.22 – Diagrama de Esforços Axiais devida à COMB2 (1G + 1,4W90°)
                       
72
Figura 4.23 – Diagrama de Esforços Axiais devida à COMB3 (1G + 1,4W0°)
Nas Figuras 4.24, 4.25 e 4.26 são mostrados os diagramas de momentos fletores
devido às combinações COMB1, COMB2 e COMB3, respectivamente.
Figura 4.24 – Diagrama de Momentos Fletores devida à COMB1 (1,3G + 1,5Q)
                       
73
Figura 4.25 – Diagrama de Momentos Fletores devido à COMB2 (1G + 1,4W90°)
Figura 4.26 – Diagrama de Momentos Fletores devido à COMB3 (1G + 1,4W0°)
4.7. Dimensionamento
Também com o objetivo de exemplificar o trabalho realizado para todos os modelos
de rtico transversal, apresentam-se a seguir os procedimentos utilizados para definição das
seções transversais.
A versão 10 do SAP2000 conta com um módulo integrado à análise estrutural que
permite a verificação de seções transversais de aço. A verificação de seções no SAP2000 pode
ser realizada com base em diversas normas internacionais. Tendo em vista que no SAP2000
não é possível verificar as seções com base nos critérios da NBR8800 (ABNT,1986),
                       
74
o pré-dimensionamento dos pórticos transversais foi feito de acordo com o AISC-LRFD
(AISC,1993).
Após a obtenção dos esforços em cada barra do pórtico transversal para as diversas
combinações de ações consideradas e verificação preliminar das seções transversais com base
nos critérios do AISC-LRFD (AISC,1993), fez-se a verificação final das seções de acordo
com os critérios da NBR8800 (ANBT,1986), com auxílio do programa computacional
DESMET-Versão 2.08 (VERÍSSIMO et al.,1998).
Na Figura 4.27 apresentam-se os resultados da verificação preliminar de seções
transversais realizada com auxílio do programa computacional SAP2000 para o pórtico com
treliça trapezoidal (TP) com vão livre de 24 metros, com base nos critério do AISC-LRFD
(AISC,1993). Os resultados apresentados nessa figura representam a relação Nd/Rd para a
combinação mais desfavorável em cada barra do pórtico transversal. Valores de Nd/Rd
menores de 1,00 indicam que a barra atende ao critério de Estado Limite Último.
Figura 4.27 – Verificação preliminar de seções transversais do pórtico com treliça trapezoidal
com vão livre de 24 metros, de acordo com os critérios da AISC-LRFD (AISC,1993)
Para cada elemento componente do pórtico transversal, o SAP2000 apresenta os
resultados da verificação da seção transversal para todos os Estados Limite Últimos
aplicáveis.
                       
75
A título de exemplo, na Figura 4.28 mostra-se a verificação preliminar da seção
transversal escolhida para uma diagonal da treliça trapezoidal com vão livre de 24 metros,
identificada por meio de um círculo na Figura 4.27. Esta barra apresenta uma relação
Nd/Rd = 1.021 para a combinação crítica de ações (COMB1), de acordo com os critérios de
verificação de seções do AISC-LRFD (AISC,1993).
Figura 4.28 – Verificação preliminar de uma diagonal da treliça trapezoidal com vão livre de
24 metros, identificada por meio de um círculo na Figura 4.27, no SAP2000
                       
76
Uma vez obtidos os resultados da verificação preliminar de seções transversais a partir
do SAP2000, procede-se a uma verificação final das seções com auxílio do programa
computacional DESMET. Na Figura 4.29 mostra-se a verificação da mesma diagonal da
treliça trapezoidal (TP) destacada na Figura 4.27.
Na Figura 4.29 pode-se observar que o esforço de cálculo (Nd) e os comprimentos de
flambagem correspondem aos valores
Pu
e
Length
indicados na verificação do SAP2000
(Figura 4.28). Para o caso em estudo, a relação Nd/Rd obtida através do programa
computacional DESMET foi de 0,96, de acordo com os critérios da NBR8800 (ABNT,1986),
o que valida a verificação preliminar realizada com auxilio do SAP2000, de acordo com os
critérios do AISC-LRFD (AISC,1993).
Figura 4.29 Verificação final de uma diagonal da treliça trapezoidal com vão livre de 24
metros, identificada por meio de um círculo na Figura 4.27, no DESMET
5
RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1.
Considerações Preliminares
Neste Capítulo apresentam-se as taxas de consumo de aço e os deslocamentos
máximos obtidos para todos os modelos considerados no estudo paramétrico. Mostra-se
também uma análise comparativa das taxas de consumo de aço para as diversas tipologias e
vãos livres dos pórticos transversais.
Como descrito no Capítulo 2, vários autores utilizam a taxa de consumo de aço como
critério inicial para avaliar e, amesmo, comparar tipologias estruturais. No presente estudo
optou-se também por utilizar a taxa de consumo de aço como parâmetro comparativo. Além
disso, fez-se uma comparação dos deslocamentos verticais e horizontais dos pórticos
transversais.
Após o processo de análise e dimensionamento dos modelos, mostrado no Capítulo 4,
elaborou-se uma lista de material com as informações básicas sobre os perfis usados na
composição de cada modelo do estudo a partir da qual determina-se a taxa de consumo de aço
do galpão.
           
78
5.2. Representação dos Resultados do Estudo Paramétrico
Tendo em vista a quantidade de modelos estudados e, conseqüentemente, as diversas
listas de material geradas, optou-se por apresentar os resultados de somente um modelo.
Na Tabela 5.1 mostra-se a lista de material elaborada para um modelo de rtico com
treliça trapezoidal (TP) com vão livre de 24 metros, obtida após análise e dimensionamento
dos elementos estruturais. A análise e a verificação de seções desse mesmo modelo foram
descritas no Capitulo 4.
Na lista de material apresentam-se algumas características a respeito da composição
do pórtico transversal como:
descrição do modelo;
descrição do perfil e definição do tipo de elemento estrutural;
quantidade de peças;
comprimento total;
peso total do pórtico transversal.
No fim da Tabela indica-se o peso total do pórtico, a sua área de influência e a taxa de
consumo de aço.
Tabela 5.1 – Lista de material para pórtico com treliça trapezoidal com vão livre de 24 metros
Lista Material TP-24
Perfil Tipo Peças
Comp. Total
Peso Total
Unidades
m Kg
2L50.8X3.17 Diag2 8
23,23
113,80
2L50.8X4.76 Diag1 4
10,01
72,40
2L38.1X4.76 Montante 11
20,40
108,90
CVE250X31 Coluna 2
14,40
442,09
TE75X10.5 Banzos 4
48,12
504,11
Peso Total 1241,30
Área Influência (24*6) 144,00
Taxa (kg/m²) 8,62
Na Figura 5.1 mostra-se o arranjo final de seções transversais do pórtico com treliça
trapezoidal (TP) com vão livre de 24 metros, após conclusão das etapas de análise e
dimensionamento.
           
79
Figura 5.1 – Seções transversais dos elementos que compõem o pórtico com treliça
trapezoidal (TP) com vão livre de 24 metros
5.3. Comparativo da Taxa de Consumo de Aço
Neste item apresenta-se a análise comparativa das taxas de consumo de aço para as
diversas tipologias consideradas no estudo paramétrico, com vãos livres de 16, 20, 24, 28 e 32
metros. Nos gráficos apresentados utiliza-se a mesma identificação para as cinco tipologias
distintas de pórtico transversal conforme definido no Capítulo 3:
• AC - Pórtico de alma cheia
• TA - Pórtico com treliça em arco
• BP - Pórtico com treliça de banzos paralelos
• TP - Pórtico com treliça trapezoidal
• TT - Pórtico com treliça triangular
5.3.1 – Variação da Taxa de Consumo de Aço para um Mesmo Vão Livre
Nas Figuras 5.2, 5.3, 5.4, 5.5 e 5.6 apresentam-se as taxas de consumo de aço para os
vãos livres de 16, 20, 24, 28 e 32 metros em função das tipologias estudadas. Na Figura 5.7
apresenta-se uma sobreposição dos resultados para os diferentes vãos livres considerados.
Em cada gráfico representam-se os resultados para as duas opções de composição dos
banzos superiores e inferiores da treliça (perfis tipo TE eletro-soldado e cantoneira dupla).
Para as vigas de cobertura do pórtico de alma cheia foi avaliada uma única solução em perfil
           
80
tipo I eletro-soldado. Por este motivo , as duas séries de cada gráfico sempre coincidem no
ponto correspondente ao pórtico de alma cheia (AC).
AC
TA
BP
TP
TT
7,00
8,00
9,00
10,00
11,00
12,00
13,00
14,00
15,00
16,00
17,00
18,00
AC TA BP TP TT
Tipologia
Taxa Consumo(kg/m²
) .
Perfil TE Perfil 2L
Figura 5.2 – Taxa de consumo aço para vão livre de 16 metros
TP
AC
TA
BP
TT
7,00
8,00
9,00
10,00
11,00
12,00
13,00
14,00
15,00
16,00
17,00
18,00
AC TA BP TP TT
Tipologia
Taxa Consumo(kg/
) .
Perfil TE Perfil 2L
Figura 5.3 – Taxa de consumo aço para vão livre de 20 metros
           
81
TT
TP
BP
TA
AC
7,00
8,00
9,00
10,00
11,00
12,00
13,00
14,00
15,00
16,00
17,00
18,00
AC TA BP TP TT
Tipologia
Taxa Consumo(kg/m²
) .
Perfil TE Perfil 2L
Figura 5.4 – Taxa de consumo aço para vão livre de 24 metros
TT
TP
BP
TA
AC
7,00
8,00
9,00
10,00
11,00
12,00
13,00
14,00
15,00
16,00
17,00
18,00
AC TA BP TP TT
Tipologia
Taxa Consumo(kg/m²
) .
Perfil TE Perfil 2L
Figura 5.5 – Taxa de consumo aço para vão livre de 28 metros
           
82
AC
TA
BP
TP
TT
7,00
8,00
9,00
10,00
11,00
12,00
13,00
14,00
15,00
16,00
17,00
18,00
AC TA BP TP TT
Tipologia
Taxa Consumo(kg/m²
) .
Perfil TE Perfil 2L
Figura 5.6 – Taxa de consumo aço para vão livre de 32 metros
           
83
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
AC TA BP TP TT
Vão Livre (m)
Taxa Consumo(kg\m²
) .
TE-16
TE-20
TE-24
TE-28
TE-32
2L-16
2L-20
2L-24
2L-28
2L-32
Figura 5.7 – Taxa de consumo aço para os vãos livres considerados, em função das tipologias
Como pode-se observar, em todos os gráficos (Figuras 5.2 a 5.6), as taxas de consumo
de aço para os pórticos compostos por cantoneira dupla são sempre inferiores àquelas obtidas
para os pórticos compostos por perfil TE eletro-soldado.
Isto está relacionado ao salto de bitolas” dos perfis eletro-soldados, ou seja, existem
poucas opções de bitolas para perfis TE eletro-soldados de pequenas dimensões. Por esse
motivo, quando um determinado perfil TE chega ao seu limite de resistência para certa
condição de carregamento e é necessário utilizar uma bitola maior, o próximo perfil é muito
maior do que o anterior. Neste trabalho este fato foi chamado de “salto de bitola”.
           
84
Com a cantoneira dupla o ocorre o “salto de bitola” porque existe uma grande
variação de espessuras para uma mesma dimensão externa da cantoneira. Comparativamente,
para cada salto de bitola do perfil TE existem, em média, quatro possibilidades de bitola do
perfil em cantoneira.
Com respeito à variação da taxa de consumo de aço para um mesmo vão livre,
observa-se que existe pouca variação entre os resultados dos pórticos com treliças TA, BP e
TP. Observa-se também que a taxa de consumo de aço da treliça triangular é sempre maior
que as outras tipologias treliçadas, mas não supera a taxa de consumo obtida para os pórticos
de alma cheia.
Com base na Figura 5.7, observa-se que as taxas de consumo de aço apresentam a
mesma tendência de variação para todos os vãos livres, em função das tipologias estudadas.
Em função dessas análises observa-se que o modelo formado por pórtico com treliça
trapezoidal (TP) apresenta uma ligeira vantagem em relação aos demais modelos, visto que
em todos os gráficos a taxa de consumo de aço é menor do que a das demais tipologias. Em
contrapartida, os modelos formados por pórticos de alma cheia apresentam taxas de consumo
de aço superior às demais, seguido pelo modelo de pórtico com treliça triangular.
5.3.2 – Variação da Taxa de Consumo de Aço para uma Mesma Tipologia
Nas Figuras 5.8 a 5.12 apresentam-se as taxas de consumo de o para as diversas
tipologias estudadas em função do vão livre do pórtico transversal. Na Figura 5.13 apresenta-
se uma sobreposição dos resultados para todas as tipologias consideradas.
Para os pórticos treliçados, em cada gráfico apresentam-se os resultados para as duas
opções de composição dos banzos superiores e inferiores da treliça (perfil tipo TE
eletro-soldado e cantoneira dupla). Para os pórticos de alma cheia foi avaliada uma única
solução em perfis tipo I eletro-soldado.
           
85
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
16 20 24 28 32
o Livre (m)
Taxa Consumo(kg\m²
) .
Perfill AC
Figura 5.8 – Taxa de consumo de aço para pórtico de alma cheia (AC)
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
16 20 24 28 32
o Livre (m)
Taxa Consumo(kg\m²
) .
Perfil TE Perfil 2L
Figura 5.9 – Taxa de consumo de aço para pórtico com treliça em arco (TA)
           
86
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
16 20 24 28 32
o Livre (m)
Taxa Consumo(kg\m²
) .
Perfil TE Perfil 2L
Figura 5.10 – Taxa consumo de aço para pórtico com treliça de banzos paralelos (BP)
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
16 20 24 28 32
o Livre (m)
Taxa Consumo(kg\m²
) .
Perfil TE Perfil 2L
Figura 5.11 – Taxa de consumo de aço para pórtico com treliça trapezoidal (TP)
           
87
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
16 20 24 28 32
Vão Livre (m)
Taxa Consumo(kg\m²
) .
Perfil TE Perfil 2L
Figura 5.12 – Taxa de consumo de aço para pórtico com treliça triangular (TT)
           
88
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
16 20 24 28 32
o Livre (m)
Taxa Consumo(kg\m²
) .
AC
TA-TE
BP-TE
TP-TE
TT-TE
TA-2L
BP-2L
TP-2L
TT-2L
Figura 5.13 – Taxa de consumo aço para as tipologias de pórtico transversal consideradas,
em função do vão livre
Com base na Figura 5.13 pode-se observar o desempenho das tipologias estudadas em
função da variação do vão livre. Nota-se que a tipologia do pórtico transversal exerce maior
influência à medida que aumenta o vão livre.
Com respeito à variação da taxa de consumo de aço para uma mesma tipologia,
observa-se uma tendência de aumento da taxa com o aumento do vão livre, para todos os
pórticos com treliças TA, BP e TP. O aumento da taxa de consumo é muito mais expressivo
nos casos de pórticos com treliça triangular (TT) e alma cheia (AC).
           
89
Em função dessas análises observa-se que o pórtico de alma cheia apresenta maiores
taxas de consumo de o, seguido pelo pórtico formado por treliça triangular. O pórtico com
treliça trapezoidal se sobressai com relação às demais tipologias.
Na Figura 5.11 apresenta-se a variação da taxa de consumo de aço para o pórtico com
treliça trapezoidal. Observa-se que para o modelo com vão livre de 16 metros a taxa de
consumo de aço é maior do que para o modelo com vão livre de 20 metros. Este resultado é
influenciado pela bitola mínima do perfil TE eletro-soldado (TE75x10,5), que é utilizada
tanto para o modelo de 16 metros, quanto para o modelo de 20 metros, levando a uma taxa de
consumo maior no primeiro caso.
A taxa de consumo de aço para o modelo com vão livre de 16 metros também sofre
influência da limitação de deslocamentos horizontais definida na NBR8800 (ABNT,1986).
Em virtude dessa limitação foi necessário utilizar o mesmo perfil para as colunas dos modelos
com 16 e 20 metros, apesar do modelo de 16 metros requerer um perfil mais leve na
verificação da resistência. Ou seja, foi utilizado um perfil com uma folga de resistência em
torno de 79% devido à imposição do deslocamento horizontal máximo. Isto ocorre também
para pórtico de alma cheia com vão livre de 16 metros (Figura 5.8). No item 5.4 deste
Capítulo apresenta-se uma discussão detalhada sobre os deslocamentos máximos
recomendados e os resultados de deslocamentos dos modelos analisados.
De acordo com as Figuras 5.9 a 5.12 observa-se que as taxas de consumo de aço para
os pórticos compostos por cantoneira dupla são sempre inferiores àquelas obtidas para os
pórticos compostos por perfil TE eletro-soldado. Como comentado no item 5.3.1, esses
resultados são influenciados pelo “salto de bitolas” dos perfis tipo TE eletro-soldado.
Em função da Figura 5.13, nota-se que os resultados dos pórticos treliçados formados
por perfil TE com o livre de 16 metros são muito próximos entre si devido à limitação de
bitola mínima, ao contrário dos pórticos treliçados formados por perfil em cantoneira dupla.
Nas Figuras 5.14 a 5.18 apresenta-se um ajuste de curvas para a variação da taxa de
consumo de aço para as diversas tipologias em função do vão livre do pórtico transversal.
           
90
y = 0,3526x + 4,7797
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
14 18 22 26 30 34
o Livre (m)
Taxa Consumo(kgf\m²) .
Perfill AC Linear (Perfill AC)
Figura 5.14 – Linha de tendência de consumo de aço para pórtico de alma cheia
y = 0,0791x + 7,6681
6
8
10
12
14
16
18
14 18 22 26 30 34
Vão Livre (m)
Taxa Consumo(kgf\m²) .
Perfil TE Linear (Perfil TE)
Figura 5.15 – Linha de tendência de consumo de aço para pórtico com treliça em arco
           
91
y = 0,1005x + 7,0092
6
8
10
12
14
16
18
14 18 22 26 30 34
Vão Livre (m)
Taxa Consumo(kgf\m²) .
Perfil TE Linear (Perfil TE)
Figura 5.16 – Linha de tendência de consumo de aço para pórtico com
treliça de banzos paralelos
y = 0,0844x + 6,643
6
8
10
12
14
16
18
14 18 22 26 30 34
o Livre (m)
Taxa Consumo(kgf\m²) .
Perfil TE Linear (Perfil TE)
Figura 5.17 – Linha de tendência de consumo de aço para pórtico com treliça trapezoidal
           
92
y = 0,2368x + 5,2682
6
8
10
12
14
16
18
14 18 22 26 30 34
Vão Livre (m)
Taxa Consumo(kgf\m²) .
Perfil TE Linear (Perfil TE)
Figura 5.18 – Linha de tendência de consumo de aço para pórtico com treliça triangular
5.4. Deslocamentos dos Pórticos Transversais
O Anexo C da NBR8800 (ABNT, 1986) prescreve os valores ximos de
deslocamentos elásticos verticais e horizontais para as estruturas. Esses deslocamentos
máximos são utilizados para verificar o Estado Limite de Utilização de deslocamentos
excessivos da estrutura.
Em galpões industriais deve-se verificar os deslocamentos verticais no meio do vão da
viga de cobertura (V) (Figura 5.19) e o deslocamentos horizontais no topo da coluna (H)
(Figura 5.20).
Normalmente, em galpões industriais os deslocamentos horizontais são causados pela
movimentação de ponte rolante e pelo vento que atua na direção transversal do galpão. Os
deslocamentos verticais são causados geralmente pelos carregamentos devidos ao vento, peso
próprio e sobrecarga.
No caso dos deslocamentos verticais pode-se ou não considerar a utilização de uma
contraflecha na viga de cobertura medida no meio do vão.
           
93
Segundo o Anexo C da NBR8800 (ABNT, 1986), o deslocamento horizontal ximo
(H) para edifícios industriais é de H/400 a H/200, onde H é a altura total da coluna. O
deslocamento vertical máximo (V) é de L/180, sendo L o vão teórico entre apoios.
Neste trabalho são considerados quatro casos de carga, conforme mostrado no
Capítulo 4. O maior deslocamento horizontal é causado pelo vento transversal (W90°). As
demais ões (G, Q e W0°) o responsáveis pelos maiores deslocamentos verticais. Nas
Figuras 5.19 e 5.20 são mostradas as deformadas típicas de um modelo de pórtico transversal
com treliça trapezoidal (TP-24). Para cada caso indica-se a posição onde devem ser
verificados os deslocamentos máximos verticais e horizontais.
Figura 5.19 – Deslocamento vertical típico de um pórtico com treliça trapezoidal (TP)
Figura 5.20 – Deslocamento horizontal típico de um pórtico com treliça trapezoidal (TP)
           
94
5.4.1. Deslocamentos para uma Mesma Tipologia
Para verificação do deslocamento vertical máximo em edifícios industriais, no
Anexo C da NBR8800 (ABNT,1986) recomenda-se considerar a sobrecarga de cobertura e se
estabelece um valor máximo de L/180 para o caso de estruturas biapoiadas suportando
elementos de cobertura elásticos. Admitindo-se que atualmente tem sido comum não se
utilizar contraflecha nas vigas de cobertura, considera-se uma combinação de peso próprio e
sobrecarga (COMB4 = G + Q) para essa verificação.
Para verificação do deslocamento horizontal máximo, neste trabalho considera-se o
critério indicado no Anexo C da NBR8800 (ABNT,1986), que recomenda levar em conta a
ação do vento e estabelece um valor máximo médio de H/300.
Nas Figuras 5.21 a 5.25 apresentam-se os deslocamentos máximos horizontais (H) e
verticais (V) para as diversas tipologias de pórtico transversal consideradas em função do
vão livre.
Para os pórticos treliçados o apresentados quatro gráficos por tipologia. Os dois
primeiros se referem aos deslocamentos horizontais e verticais para vigas de cobertura
compostas por perfil TE eletro-soldado e os dois últimos para as compostas por cantoneira
dupla.
A - Deslocamentos dos pórticos de alma cheia
ALMA CHEIA-H
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E( m
)
AC
H-max
ALMA CHEIA-V
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E(m)
AC
V-max
a) Deslocamento horizontal b) Deslocamento vertical
Figura 5.21 – Deslocamentos do pórtico de alma cheia
           
95
B - Deslocamentos dos pórticos com treliça em arco
TRELIÇA EM ARCO-T
H
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E( m
)
TA-T
H-max
TRELIÇA EM ARCO-TE
V
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E(m)
V-T
V-max
a) Deslocamento horizontal perfil TE b) Deslocamento vertical perfil TE
TRELIÇA EM ARCO-2L
H
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E( m )
TA-2L
H-max
TRELIÇA EM ARCO-2L
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E(m)
V-2L
V-max
c) Deslocamento horizontal perfil 2L d) Deslocamento vertical perfil 2L
Figura 5.22 – Deslocamentos do pórtico com treliça em arco
           
96
C - Deslocamentos dos pórticos com treliça de banzos paralelos
BANZO PARALELO-T
H
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E( m )
BP-T
H-max
BANZO PARALELO-TE
V
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
16 20 24 28 32
VÃ O LIV R E(m)
V-T
V-max
a) Deslocamento horizontal perfil TE b) Deslocamento vertical perfil TE
BANZO PARALELO-2L
H
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E( m )
BP-2L
H-max
BANZO PARALELO-2L
V
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E(m)
V-2L
V-max
c) Deslocamento horizontal perfil 2L d) Deslocamento vertical perfil 2L
Figura 5.23 – Deslocamentos do pórtico com treliça de banzos paralelos
           
97
D - Deslocamentos dos pórticos com treliça trapezoidal
TRELIÇA TRAPEZOIDAL-T
H
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E( m )
TP-T
H-cm
TRELIÇA TRAPEZOIDAL-TE
V
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E(m)
V-T
V-max
a) Deslocamento horizontal perfil TE b) Deslocamento vertical perfil TE
TRELIÇA TRAPEZOIDAL-2L
H
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E( m
)
TP-2L
H-max
TRELIÇA TRAPEZOIDAL-2L
V
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E(m)
V-2L
V-max
c) Deslocamento horizontal perfil 2L d) Deslocamento vertical perfil 2L
Figura 5.24 – Deslocamentos do pórtico com treliça trapezoidal
           
98
E - Deslocamentos dos pórticos com treliça triangular
TRELIÇA TRIÂNGULAR-T
H
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E( m )
TT-T
H-max
TRELIÇA TRIÂNGULAR-TE
V
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E(m)
V-T
V-max
a) Deslocamento horizontal perfil TE b) Deslocamento vertical perfil TE
TRELIÇA TRIÂNGULAR-2L
H
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E( m )
TT-2L
H-max
TRELIÇA TRIÂNGULAR-2L
V
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
16 20 24 28 32
VÃ O LIVR E(m)
V-2L
V-max
c) Deslocamento horizontal perfil 2L d) Deslocamento vertical perfil 2L
Figura 5.25 – Deslocamentos do pórtico com treliça triangular
Em todos os gráficos (Figuras 5.21 a 5.25) pode-se observar que os deslocamentos máximos
horizontais e verticais não ultrapassam os valores limites em todos os modelos analisados. Isto
demonstra que todos os modelos atendem ao Estado Limite de Utilização de deslocamentos
excessivos da estrutura, de acordo com as recomendões da NBR8800 (ABNT, 1986).
Como o deslocamento horizontal máximo é função da altura da coluna e como todos
os modelos apresentam mesma altura da coluna (6 metros), as séries referentes aos
deslocamentos horizontais ximos formam uma linha horizontal. Por outro lado, como o
deslocamento vertical máximo é função do vão livre da viga de cobertura e como uma
variação do vão livre no estudo, os valores limite formam uma linha inclinada..
           
99
5.4.2 – Comparativo dos Deslocamentos Verticais para Todas as Tipologias
Os deslocamentos do pórtico transversal também podem ser usados como uma
referência para comparação do desempenho das diversas tipologias.
Apresentam-se a seguir, letras A e B, os comparativos dos deslocamentos verticais dos
pórticos em alma cheia e treliçados formados por perfis TE e 2L.
A - Comparativo dos deslocamentos verticais dos pórticos de alma cheia e
treliçados compostos por perfil TE
Na Figura 5.26 mostra-se o gráfico comparativo dos deslocamentos verticais para
todas as tipologias em função do vão livre, sendo os pórticos treliçados formados por perfil
TE eletro-soldado.
V-COMPARATIVO-TE
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
16 20 24 28 32
O LIVRE(m)
V-cm
AC
TA
BP
TP
TT
V-max
Figura 5.26 – Comparativo dos deslocamentos verticais para as diversas tipologias
(pórticos treliçados formados por perfil TE eletro-soldado)
           
100
B - Comparativo dos deslocamentos verticais dos pórticos de alma cheia e
treliçados compostos por perfil 2L
Na Figura 5.27 mostra-se o mesmo tipo de gráfico, porém com pórticos
treliçados formados por cantoneira dupla.
V-COMPARATIVO-2L
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
16 20 24 28 32
O LIVRE(m)
V-cm
AC
TA
BP
TP
TT
V-max
Figura 5.27 –Comparativo dos deslocamentos verticais para as diversas tipologias
(pórticos treliçados formados por cantoneira dupla)
Tomando-se como referência uma viga simplesmente apoiada, submetida a um
carregamento vertical, o fato que mais contribui para o controle da flecha é o momento de
inércia equivalente do elemento estrutural.
Em um sistema estrutural mais complexo, como os pórticos transversais estudados, o
que determinará o deslocamento vertical da viga de cobertura é a inércia da seção equivalente
e o tipo de apoio com a coluna.
Como pode ser visto nos gráficos das Figuras 5.26 e 5.27, os deslocamentos dos
modelos formados por pórticos de alma cheia são muito superiores àqueles verificados nos
           
101
pórticos treliçados.
O motivo dos deslocamentos do pórtico de alma cheia serem superiores deve-se à
menor inércia das vigas de cobertura, quando comparada aos pórticos treliçados.
Dentre os pórticos treliçados, o pórtico com treliça trapezoidal é o que apresenta
menor deslocamentos verticais. Isto se deve à grande inércia equivalente da viga treliçada
trapezoidal e da ligação viga/coluna. Pode-se interpretar o pórtico com treliça trapezoidal
como sendo uma viga equivalente com seção variável e ligação rígida com as colunas.
A viga treliçada que mais se aproxima da viga trapezoidal quanto à inércia equivalente
é a viga em treliça triangular. Entretanto, as ligações entre a viga treliçada triangular e as
colunas são naturalmente flexíveis, ou seja, a viga é bi-rotulada. Por esse motivo, não ocorre
continuidade entre viga e colunas, o que causa maiores esforços e deslocamentos.
Nas vigas treliçadas com banzos paralelos e treliça em arco, a falta de um elemento
para conter o deslocamento horizontal do topo das colunas ocasiona um deslocamento vertical
superior aos das vigas treliçadas trapezoidais.
           
102
5.4.3 – Comparativo dos Deslocamentos Horizontais para Todas as Tipologias
Na Figura 5.28 apresenta-se o gráfico comparativo dos deslocamentos horizontais para
todas as tipologias em função do vão livre, sendo os pórticos treliçados formados por perfil
TE eletro-soldado. Na Figura 5.29 mostra-se o mesmo tipo de gráfico, porém com pórticos
treliçados formados por cantoneira dupla.
A - Comparativo dos deslocamentos horizontais dos pórticos de alma cheia e
treliçados compostos por perfil TE
H-COMPARATIVO-TE
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
16 20 24 28 32
O LIVRE(m)
H-cm
AC
TA
BP
TP
TT
H-max
Figura 5.28 – Comparativo dos deslocamentos horizontais para as diversas tipologias
(pórticos treliçados formados por perfil TE eletro-soldado)
           
103
B - Comparativo do deslocamentos horizontais dos pórticos de alma cheia e
treliçados compostos por perfil 2L
H-COMPARATIVO-2L
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
16 20 24 28 32
O LIVRE(m)
H-cm
AC
TA
BP
TP
TT
H-max
Figura 5.29 – Comparativo dos deslocamentos horizontais para as diversas tipologias
(pórticos treliçados formados por cantoneira dupla)
Os principais elementos responsáveis por conter os deslocamentos horizontais nos
pórticos transversais são as colunas. A viga de cobertura também contribui para conter esses
deslocamentos horizontais, no entanto, essa parcela não é tão representativa.
Não uma definição clara sobre que tipo de pórtico é mais eficiente quanto ao
deslocamento horizontal, como pode ser observado nos gráficos das Figuras 5.28 e 5.29. Essa
falta de definição está diretamente relacionada ao salto de bitolas nos perfis das colunas, que é
muito superior aos saltos dados por perfis tipo TE eletro-soldados e cantoneira dupla.
           
104
Ainda assim, percebe-se que o pórtico de alma cheia apresenta uma pequena vantagem
em relação os demais modelos para os vãos de 16, 20 e 24 metros. No entanto, essa diferença
não é tão representativa a ponto de destacá-lo dos demais modelos.
Durante as análises observou-se que o deslocamento horizontal e o deslocamento
vertical são fatores condicionantes para o dimensionamento dos pórticos transversais.
5.5. Comparativo da Taxa de Consumo com a Literatura
Tendo em vista a possibilidade de comparar a taxa de consumo de aço obtido nas
análises com resultados apresentados na literatura, é feito uma comparação da taxa de
consumo de aço.
Dos dois estudos referentes a galpões industriais apresentados no Capitulo 2 o que
mais se aproxima dos resultados do presente estudo foi o realizado por D'ALAMBERT
(2004). Os resultados de taxa de consumo de aço apresentado no Manual Brasileiro para
Cálculo de Estruturas Metálicas (MIC/STI, 1986) é muito antigo e não apresenta
compatibilidade de materiais. Por esse motivo serão usados os resultados de taxa de consumo
de aço provenientes da publicação de D'ALAMBERT (2004).
A taxa de consumo de aço do modelo AC20 o considera o peso das telhas, terças e
contraventamento. Para fazer a comparação da taxa obtida com os resultados de
D'ALAMBERT (2004) é necessário acrescentar a taxa desses elementos secundários no valor
obtido para o modelo AC20.
Considerando uma variação de 10 a 12 kg/m² para a taxa de consumo de aço das
telhas, terças e contraventamentos. Temos uma taxa de aproximadamente 20,5 kg/m² para o
modelo AC20.
Na Figura 5.30, apresenta-se o comparativo da taxa de consumo de aço do modelo
AC20 (pórtico de alma cheia com vão livre de 20 metros) com o mesmo tipo estudado por
D'ALAMBERT (2004). A curva CC” em vermelho representa a taxa de consumo de o
para o modelo AC20 com o acréscimo da taxa devido as telhas, terças e contraventamento. A
curva “CC” deve ser comparada com a curva Q5 de D'ALAMBERT (2004) que representa a
taxa de consumo de aço para galpão em alma cheia com estudo de vento compatível ao deste
trabalho.
Como pode ser observado a taxa de consumo de o para os dois estudos estão muito
próximas, o que indica a compatibilizarão dos resultados dos dois estudos.
           
105
Figura 5.30 – Comparativo do consumo de aço para galpão em pórtico de alma cheia.
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste Capítulo apresentam-se as considerações finais sobre o trabalho realizado,
abrangendo os aspectos relativos à variação da taxa de consumo de aço, considerações sobre
os perfis utilizados e suas composições, deslocamentos do pórtico transversal e a eficiência
estrutural das tipologias estudadas. Por fim, serão apresentadas sugestões para trabalhos
futuros.
6.1. Conclusões
As análises demonstraram que os pórticos de alma cheia apresentam taxas de consumo
de o maiores que todas as outras tipologias de pórticos treliçados estudados para todos os
vãos livres.
À medida que aumenta o vão livre do pórtico, maior é a influência da tipologia sobre a
taxa de consumo de aço, assim como aumenta a vantagem dos pórticos treliçados sobre os
pórticos de alma cheia.
           
107
Quantos aos deslocamentos, os pórticos de alma cheia apresentam deslocamentos
verticais maiores do que os pórticos treliçados estudados. Quanto aos deslocamentos
horizontais não se pode apontar diretamente a melhor tipologia.
Como as vigas de coberturas apresentam um determinado grau de continuidade nas
ligações com as colunas (exceto no caso das vigas em treliça triangular), o deslocamento
horizontal é fortemente influenciado pelas colunas. Como as colunas para um mesmo vão
livre são semelhantes, esse deslocamento passa a ser próximo um do outro, não sendo
possível associar o desempenho à tipologia do pórtico transversal.
O pórtico com treliça triangular é a tipologia treliçada com menor eficiência para
todos os vãos livres, visto que apresentou uma taxa de consumo de aço superior aos demais
modelos. Para o vão livre de 20 metros, sua taxa de consumo ficou muito próxima à do
pórtico em alma cheia.
O deslocamento vertical do pórtico com treliça triangular é muito próximo dos
pórticos com banzos paralelos e em arco. As curvas referentes ao deslocamento vertical
dessas tipologias se encontram entre a curva do pórtico em alma cheia e do pórtico com
treliça trapezoidal.
As curvas de taxa de consumo de aço e deslocamento para o pórtico com treliça de
banzos paralelos e com treliça em arco apresentam resultados muito próximos. A resposta
estrutural dessas duas tipologias é muito parecida, visto que a forma do arco é muito próxima
da forma da treliça de banzos paralelos. As vigas de cobertura das duas tipologias inserem
esforços horizontais significativos no topo da coluna quando submetidos a ações verticais,
principalmente no sentido da gravidade.
A tipologia que apresentou melhores resultados foi a do pórtico com treliça
trapezoidal. A taxa de consumo de o para todos os vão livres tem valores menores que as
demais tipologias. Até mesmo na comparação do deslocamento vertical essa tipologia se
sobressai das demais.
O banzo inferior da treliça trapezoidal trabalha como um tirante que contribui
significativamente para absorver os carregamentos do pórtico. Além disso, a inércia
equivalente desta viga de cobertura é superior a das demais tipologias.
As seções transversais dos perfis influenciam fortemente a taxa de consumo de aço
dos pórticos treliçados, independentemente da tipologia. A taxa de consumo de aço poderia
até ser melhorada se fosse utilizada uma quantidade maior de bitolas numa mesma viga de
cobertura, ou seja, se fosse construtivamente viável utilizar uma grande variação de seções
transversais numa mesma treliça. Entretanto, isto não é um procedimento usual.
           
108
No Capítulo 4 foram avaliadas algumas composições de perfis para os pórticos
treliçados. Observou-se que a existência de uma maior quantidade de bitolas seqüenciais do
perfil cantoneira dupla foi o fator decisivo para a variação da taxa de consumo de aço nas
diversas tipologias de pórticos treliçados. Desta forma, consegue-se ajustar um perfil mais
racional para uma determinada situação de carregamento.
O fato de uma tipologia sobressair-se em relação as outras, não permite afirmar
categoricamente que esta seja mais econômica do ponto de vista de projeto. Existem outras
variáveis num projeto que condicionam a escolha de uma tipologia. Como exemplo, pode-se
citar o direito efetivo. Se houver a necessidade de armazenar objetos que ocupam uma
altura maior, provavelmente a tipologia que melhor irá atender os requisitos de projeto seo
pórtico com treliça em arco ou o pórtico com treliça de banzos paralelos.
Portanto, o menor custo de uma estrutura deve ser avaliado sob o ponto de vista do
projeto global. Acredita-se que este trabalho possa contribuir com engenheiro e arquitetos,
oferecendo uma diretriz para a escolha dos sistemas estruturais mais adequados.
Conclui-se, portanto que sobre o ponto de vista estrutural, dentre as tipologias e vãos
estudados, os pórticos treliçados são mais eficientes do que os pórticos de alma cheia. Das
tipologias de pórticos treliçados, o pórtico com treliça trapezoidal é o mais eficiente, seguido
dos pórticos com treliça em arco, com treliça de banzos paralelos e treliça triangular, nesta
ordem.
6.2. Sugestões para Trabalhos Futuros
Para o desenvolvimento de futuros trabalhos sugere-se:
realizar novos estudos de galpões leves industriais levando-se em consideração a
vinculação da base das colunas. Neste caso, poderia-se utilizar bases rotuladas e
avaliar a influência dessa condição na fundação e no peso na estrutura.
avaliar os sistemas estruturais estudados utilizando-se perfis formados a frio para
compor as vigas dos pórticos treliçados.
estudar as mesmas tipologias considerando-se a existência de pontes rolantes no
galpão.
estudar novas tipologias como: pórticos de alma cheia com seção variável, treliça
em arco com seção variável, galpões em shed, dentre outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Vento em Edificações - NBR-6123. Rio de Janeiro: ABNT, 1988. 80p.
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soldados por alta freqüência eletrofusão Requisitos: NBR-15279. Rio de Janeiro:
ABNT, 2007. 17p.
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Aço de Edifícios - Procedimento : NBR-8800. Rio de Janeiro: ABNT, 1986. 200p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Projeto de Estruturas de
Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios - Procedimento : NBR-8800.
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COMPUTERS AND STRUCTURES, Inc. SAP 2000 advanced - Structural Analysis Program
- Version 10. Berkley: COMPUTERS AND STRUCTURES, Inc., 2005.
D'ALAMBERT, F. Galpões em Pórticos com Perfis Estruturais Laminados (Coletânea do
Uso do Aço). Belo Horizonte : GERDAU Açominas, 2004. 2. ed. v.3
FISHER, J.M. IndustrialBuildings, Roofs to Column Achorage. Steel Design Guide Series, 7.
Chicago: AISC. 1993.
MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO. SECRETARIA DE TECNOLOGIA
INDUSTRIAL (MIC/STI). Manual Brasileiro para Cálculo de Estruturas Metálicas. v.1.
Brasília: MIC/STI, 1986.
PINHO, F. O. Galpões em Pórticos de Aço. Construção Metálica, n.70, Mai-Jun, 2005.
p.21-27.
REQUENA, J. A.V.; BRANCO, R.H.F. AUTOVENTOS-ARCOS - Automação das Forças
Devidas ao Vento em Edificações com Telhados em Arco. Campinas: UNICAMP, 2001.
SALES, J. J.; MUNAIAR NETO, J.; MALITE, M.; DIAS, A.A.; GONÇALVES, R.M.
Sistemas Estruturais: Teoria e Exemplos. São Carlos: SET/ESSC/USP, 2005. 266p.
SANTOS, A.F.dos Estruturas Metálicas - Projeto e Detalhes para Fabricação. São Paulo:
McGraw Hill do Brasil, 1977. 476p.
SCHULTE, H., YAGUI, T., PITTA, J.A.A. Estruturas Metálicas para Coberturas. Informões
Construtivas para Projetos Escolares. São Carlos: SET/ESSC/USP, 1978.
VERÍSSIMO, G. S.; PAES, J.L.R.; RIBEIRO, J.C.L. DESMET Versão 2.08 -
Dimensionamento de Elementos Estruturais Metálicos. Viçosa: UFV, 1998. Versão 2.08.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
AÇOMINAS. Galpões em Estrutura Metálica (Coletânea cnica do Uso do Aço). Belo
Horizonte: Açominas, 1989. v.VII.
ÁLVAREZ, R.A.; BUSTILLO, R.A.; MARTITEGUI, F.A.; REALES, J.R.A.; CALLEJA,
J.J.M. Estructuras de Acero: Uniones y Sistemas Estructurales. v.2. Madrid: Bellisco, 2001.
BELEIGOLI, E. A., 2004. Eficiência dos contraventamentos horizontais em edifícios
industriais de aço dotados de pontes rolantes. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil, Escola de Minas, UFOP. Ouro Preto.
SALES, J. J.; et all. Cobertura em Arco Metálico Treliçado Exemplo de lculo. São Carlos:
SET/ESSC/USP, 1994. 26p.
SALES, J. J.; et all. Edicios Industriais em Aço com Ponte Rolante – Exemplo de Cálculo. São
Carlos: SET/ESSC/USP, 1994. 64p.
PFEIL, W. Estruturas de Aço. Rio de Janeiro: LTC, 1982. 3v.
VERÍSSIMO, G. S.; PAES, J.L.R.; RIBEIRO, J.C.L. AUTOPERFIL Versão 2.08 -
Gerenciador de Catálogos Automáticos de Produtos para Construção Metálica. Viçosa:
UFV, 1998. Versão 2.08.
ANEXO
Listas de Materiais
a. Pórtico de Alma Cheia
Lista Material AC16
Perfil Tipo Nª Peças
Comp. Total
Peso Total
Unidades
m Kgf
CVE250X38 Coluna
2
12,00
451,32
VE300X33 Viga 2
16,08
681,94
Peso Total 1133,26
Area Estudada ( 16*6) 96,00
Taxa kgf/m² 11,80
Lista Material AC20
Perfil Tipo Nª Peças
Comp. Total
Peso Total
Unidades
m Kgf
CVE300X47 Coluna
2
12,00
569,63
VE350X35 Viga 2
20,10
692,01
Peso Total 1261,64
Area Estudada (20*6) 120,00
Taxa (kgf/m²) 10,51
       
113
Lista Material AC24
Perfil Tipo Nª Peças
Comp. Total
Peso Total
Unidades
m Kgf
CVE300X47 Coluna
2
12,00
569,63
VE450X51 Viga 2
24,12
1237,49
Peso Total 1807,12
Area Estudada (24*6) 144,00
Taxa (kgf/m²) 12,55
Lista Material AC28
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total
Peso Total
Unidades m Kgf
VE500X61 Coluna 2
28,14
1723,68
VE450X59 Viga 2
12,00
705,15
Peso Total 2428,83
Area Estudada (28*6) 168,00
Taxa (kgf/m²) 14,46
Lista Material AC32
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total
Peso Total
Unidades m Kgf
VE450X59 Coluna 2
12,00
705,15
VE500X79 Viga 2
32,16
2536,75
Peso Total 3241,90
Area Estudada (32*6) 192,00
Taxa (kgf/m²) 16,88
b. Pórtico com Treliça em Arco
b.1. Pórtico com Treliça em Arco (Banzos em TE)
Lista Material TA16 -TE
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades M Kgf
2L38.1X3.17 Diag/Mont
33
28,55
103,76
CVE250X31 Coluna 2
13,33
409,36
TE75X10.5 Banzos 4
35,44
371,27
Peso Total 884,39
Area Estudada ( 16*6) 96,00
Taxa kgf/m² 9,21
       
114
Lista Material TA20-TE
Perfil Tipo Peças
Comp. Total Peso Total
Unidades
M Kgf
2L38.1X4.76 Diag 2
2,72
14,54
2L38.1X3.17 Diag/Mont 39
36,10
131,18
TE75X10.5 Banzo Sup 2
22,30
233,61
TE85X12 Banzo Inf 2
22,09
264,32
CVE250X38 Coluna 2
13,74
516,73
Peso Total 1160,38
Area Estudada (20*6) 120,00
Taxa (kgf/m²) 9,67
Lista Material TA24-TE
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades M Kgf
2L38.1X4.76 Diag 2
2,91
15,51
2L38.1X3.17 Mont 47
49,30
179,16
CVE250X38 Colunas 2
14,28
537,1
TE100X12 Banzos 4
53,27
642,21
Peso Total 1373,98
Area Estudada (28*6) 144,00
Taxa (kgf/m²) 9,54
Lista Material TA28-TE
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades M Kgf
2L38.1X4.76 Diag/Mont
57
66,83
356,77
CVE300X47 Coluna 2
14,65
695,23
TE85X12 Banzos 4
62,15
743,76
Peso Total 1795,76
Area Estudada (28*6) 168,00
Taxa (kgf/m²) 10,69
Lista Material TA32-TE
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades M Kgf
2L50.8X3.17 Diag/Mont
65
83,30
408,01
CVE300X47 Coluna 2
15,01
712,54
TE100X12 Banzos 4
71,03
856,29
Peso Total 1976,84
Area Estudada (32*6) 192,00
Taxa (kgf/m²) 10,30
       
115
b.2. Pórtico com Treliça em Arco (Banzos em 2L)
Lista Material TA16-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades M Kgf
2L63.5X4.76 Banzos 4
35,44
323,71
2L38.1X3.17 Diag/Mont
33
28,55
103,76
CVE250X31 Colunas 2
13,33
409,36
Peso Total 836,83
Area Estudada ( 16*6) 96,00
Taxa kgf/m² 8,72
Lista Material TA20-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades M Kgf
2L63.5X4.76 Banzos 4
44,39
405,43
2L38.1X4.76 Diag/Mont
2
2,72
14,54
2L38.1X3.17 Diag/Mont
39
36,10
131,18
CVE250X38 Colunas 2
13,74
516,73
Peso Total 1067,88
Area Estudada (20*6) 120,00
Taxa (kgf/m²) 8,90
Lista Material TA24-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades M Kgf
2L63.5X4.76 Banzos 4
26,50
242,07
2L50.8X4.76 Diag/Mont
24
26,77
193,7
2L38.1X4.76 Diag/Mont
2
2,91
15,51
2L38.1X3.17 Diag/Mont
47
49,30
179,16
CVE300X47 Colunas 2
14,28
677,89
Peso Total 1308,33
Area Estudada (24*6) 144,00
Taxa (kgf/m²) 9,09
Lista Material TA28-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades M Kgf
2L63.5X4.76 Banzos 4
62,15
567,68
2L38.1X4.76 Diag/Mont
57
66,83
356,77
CVE300X47 Colunas 2
14,65
695,23
Peso Total 1619,68
Area Estudada (28*6) 168,00
Taxa (kgf/m²) 9,64
       
116
Lista Material TA32-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades M Kgf
2L50.8X3.17 Diag/Mont
65
83,30
408,01
2L76.2X4.76 Banzos 4
71,03
783,58
CVE300X47 Colunas 2
15,01
712,54
Peso Total 1904,13
Area Estudada (32*6) 192,00
Taxa (kgf/m²) 9,92
c. Pórtico com Treliça de Banzos Paralelos
c.1. Pórtico com Treliça de Banzos Paralelos (Banzos em TE)
Lista Material BP16-TE
Perfil Tipo Nª Peças
Comp. Total Peso Total
Unidades
M Kgf
2L50.8X3.17 Diag 4
8,35
40,91
2L63.5X4.76 Diag 4
8,35
76,29
2L44.45X3.17 Mont 7
5,60
23,89
CVE250X31 Coluna 2
13,60
417,53
TE75X10.5 Banzos
4
32,16
336,91
Peso Total 895,53
Area Estudada ( 16*6) 96,00
Taxa kgf/m² 9,33
Lista Material BP20-TE
Perfil Tipo Nª Peças
Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L63.5X4.76 Diag 10
21,54
196,76
2L44.45X3.17 Mont 9
9,00
38,40
CVE250X31 Colunas
2
14,00
429,81
TE100X12 Banzos 4
40,20
484,63
Peso Total 1149,60
Area Estudada (20*6) 120,00
Taxa (kgf/m²) 9,58
Lista Material BP24-TE
Perfil Tipo Nª Peças
Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L63.5X4.76 Diag 2
4,47
40,85
2L50.8X4.76 Diag 10
22,36
161,81
2L44.45X3.17 Mont 11
13,20
56,31
CVE250X38 Colunas
2
14,40
541,58
TE100X14 Banzos 4
48,24
685,21
Peso Total 1485,76
Area Estudada (24*6) 144,00
Taxa (kgf/m²) 10,32
       
117
Lista Material BP28-TE
Perfil Tipo Nª Peças
Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L63.5X4.76 Diag 14
32,65
298,26
2L44.45X3.17 Mont 13
18,20
77,64
CVE300X47 Coluna 2
14,80
702,55
TE100X12 Banzos
4
56,28
678,49
Peso Total 1756,94
Area Estudada (28*6) 168,00
Taxa (kgf/m²) 10,46
Lista Material BP32-TE
Perfil Tipo Nª Peças
Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L63.5X4.76 Diag 16
39,06
356,79
2L44.45X3.17 Mont 15
24,00
102,39
CVE250X38 Coluna 2
15,20
571,67
TE125X15 Banzos
4
64,32
977,34
Peso Total 2008,19
Area Estudada (32*6) 192,00
Taxa (kgf/m²) 10,46
c.2. Pórtico com Treliça de Banzos Paralelos (Banzos em 2L)
Lista Material BP16-2L
Perfil Tipo Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L50.8X3.17 Diag 8
8,35
40,91
2L50.8X4.76 Banzos 4
40,51
293,15
2L44.45X3.17 Mont 7
5,60
23,89
CVE250X31 Coluna 2
13,60
417,53
Peso Total 775,48
Area Estudada ( 16*6) 96,00
Taxa kgf/m² 8,08
Lista Material BP20-2L
Perfil Tipo Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L63.5X4.76 Diag 20
40,20
367,19
2L44.45X3.17 Mont 9
9,00
38,4
CVE250X31 Coluna 2
14,00
429,81
2L63.5X3.17 Banzos 4
21,54
132,74
Peso Total 968,14
Area Estudada (20*6) 120,00
Taxa (kgf/m²) 8,07
       
118
Lista Material BP24-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L63.5X4.76 Banzos 4
52,71
481,47
2L50.8X4.76 Diag 10
22,36
161,81
2L44.45X3.17 Mont 11
13,20
56,31
CVE250X38 Colunas 2
14,40
541,58
Peso Total 1241,17
Area Estudada (24*6) 144,00
Taxa (kgf/m²) 8,62
Lista Material BP28-2L
Perfil Tipo
Peças Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L63.5X4.76 Diag/Banzos
22
88,93
812,32
2L44.45X3.17
Mont 13
18,20
77,64
CVE300X47 Coluna 2
14,80
702,55
Peso Total 1592,51
Area Estudada (28*6) 168,00
Taxa (kgf/m²) 9,48
Lista Material BP32-2L
Perfil Tipo Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L63.5X4.76 Diag 16
39,06
356,79
2L63.5X6.35 Diag 16
32,16
386,78
2L44.45X3.17 Mont 15
24,00
102,39
2L76.2X6.35 Banzos 4
32,16
468,2
CVE250X38 Coluna 2
15,20
571,67
Peso Total 1885,83
Area Estudada (32*6) 192,00
Taxa (kgf/m²) 9,82
       
119
d. Pórtico com Treliça Trapezoidal
d.1. Pórtico com Treliça Trapezoidal (Banzos em TE)
Lista Material TP16-TE
Perfil Tipo Nª Peças
Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L50.8X4.76 Diag 2
4,47
32,36
2L44.45X3.17 Mont 6
14,67
62,58
2L38.1X3.17 Diag 7
8,80
31,98
TE75X10.5 Banzos 4
32,08
336,07
CVE250X31 Colunas
2
13,60
417,53
Peso Total 880,52
Area Estudada ( 16*6) 96,00
Taxa kgf/m² 9,17
Lista Material TP20-TE
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L50.8X3.17 Diag 4
10,54
51,62
2L50.8X4.76 Diag 2
4,66
33,76
2L44.45X3.17
Mont 4
10,50
44,81
2L38.1X3.17 Diag/Mont
9
14,00
50,88
CVE250X31 Colunas 2
14,00
429,81
TE75X10.5 Banzos 4
40,10
420,09
Peso Total 1030,97
Area Estudada (20*6) 120,00
Taxa (kgf/m²) 8,59
Lista Material TP24-TE
Perfil Tipo Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L50.8X3.17 Diag 8
23,23
113,80
2L50.8X4.76 Diag 4
10,01
72,40
2L38.1X4.76 Mont 11
20,40
108,90
CVE250X31 Colunas 2
14,40
442,09
TE75X10.5 Banzos 4
48,12
504,11
Peso Total 1241,30
Area Estudada (24*6) 144,00
Taxa (kgf/m²) 8,62
       
120
Lista Material TP28-TE
Perfil Tipo Nª Peças
Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L44.45X4.76 Diag 2
4,80
30,18
2L50.8X3.17 Diag 4
12,19
59,73
2L63.5X4.76 Diag 10
29,60
270,40
2L44.45X3.17 Mont 3
8,00
34,13
2L38.1X4.76 Mont 8
15,20
81,14
CVE250X38 Colunas
2
14,80
556,63
TE75X10.5 Banzos 28
56,14
588,13
Peso Total 1620,34
Area Estudada (28*6) 168,00
Taxa (kgf/m²) 9,64
Lista Material TP32-TE
Perfil Tipo
Peças Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L44.45X4.76
Mont 10
22,00
138,32
2L50.8X3.17 Diag 5
14,80
72,49
2L63.5X4.76 Diag 6
20,14
183,96
CVE250X38 Colunas 2
15,20
571,67
TE75X10.5
Banzo
Sup 16
32,16
336,91
TE85X10 Banzo Inf 16
32,00
325,5
2L63.5X3.17 Diag 10
31,29
191,01
Peso Total 1819,86
Area Estudada (32*6) 192,00
Taxa (kgf/m²) 9,53
d.2. Pórtico com Treliça Trapezoidal (Banzos em 2L)
Lista Material TP16-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L44.45X4.76 Diag 8
16,08
101,09
2L50.8X3.17 Banzos 4
20,47
100,27
2L44.45X3.17 Mont 6
14,67
62,58
2L38.1X3.17 Diag 7
8,80
31,98
CVE250X31 Colunas 2
13,60
417,53
Peso Total 713,45
Area Estudada ( 16*6) 96,00
Taxa kgf/m² 7,43
       
121
Lista Material TP20-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L50.8X3.17 Diag 4
10,54
51,62
2L50.8X4.76 Banzos 4
44,76
323,92
2L44.45X3.17 Diag 4
10,50
44,81
2L38.1X3.17 Mont 9
14,00
50,88
CVE250X31 Colunas 2
14,00
429,81
Peso Total 901,04
Area Estudada (20*6) 120,00
Taxa (kgf/m²) 7,51
Lista Material TP24-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L50.8X3.17 Diag 8
23,23
113,80
2L50.8X6.35 Banzos 4
24,00
227,88
2L50.8X4.76 Mont 16
34,12
246,93
2L38.1X4.76 Diag 11
20,40
108,90
CVE250X31 Colunas 2
14,40
442,09
Peso Total 1139,60
Area Estudada (24*6) 144,00
Taxa (kgf/m²) 7,91
Lista Material TP28-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L44.45X4.76 Diag 2
4,80
30,18
2L50.8X3.17 Diag 4
12,19
59,73
2L63.5X4.76 Banzos 4
85,74
783,19
2L44.45X3.17 Mont 3
8,00
34,13
2L38.1X4.76 Mont 8
15,20
81,14
CVE250X38 Colunas 2
14,80
556,63
Peso Total 1545,00
Area Estudada (28*6) 168,00
Taxa (kgf/m²) 9,20
Lista Material TP32-2L
Perfil Tipo Nª Peças
Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L44.45X4.76 Diag 10
22,00
138,32
2L50.8X3.17 Mont 5
14,80
72,49
2L63.5X4.76 Banzos 4
84,30
770
CVE250X38 Colunas 2
15,20
571,67
2L63.5X3.17 Mont/Diag 10
31,29
191,01
Peso Total 1743,49
Area Estudada (32*6) 192,00
Taxa (kgf/m²) 9,08
       
122
e. Pórtico com Treliça Triangular
e.1. Pórtico com Treliça Triangular (Banzos em TE)
Lista Material TT16-TE
Perfil Tipo
Peças Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L50.8X3.17
Diag 2
4,65
22,76
2L50.8X4.76
Diag 2
5,09
36,86
2L38.1X4.76
Diag 2
4,30
22,95
2L38.1X3.17
Mont 7
6,31
22,92
TE100X12 Banzo Sup
2
16,00
192,89
TE75X10.5 Banzo Inf 2
16,31
170,84
CVE250X38 Colunas 2
12,00
451,32
Peso Total 920,54
Area Estudada ( 16*6) 96,00
Taxa kgf/m² 9,59
Lista Material TT20-TE
Perfil Tipo
Peças
Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L50.8X3.17
Diag 2
4,65
22,76
2L63.5X4.76
Diag 2
5,62
51,29
2L50.8X4.76
Diag 2
5,09
36,86
2L38.1X4.76
Diag 2
4,30
22,95
2L38.1X3.17
Mont 9
9,85
35,81
CVE250X38 Colunas 2
12,00
451,32
TE100X14 Banzo Sup
2
20,38
289,55
TE125X15 Banzo Inf 2
20,00
303,90
Peso Total 1214,44
Area Estudada (20*6) 120,00
Taxa (kgf/m²) 10,12
Lista Material TT24-TE
Perfil Tipo
Peças Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L50.8X3.17
Diag 2
4,65
22,76
2L50.8X4.76
Diag 4
10,71
77,49
2L63.5X6.35
Diag 2
6,19
74,49
2L38.1X4.76
Diag 2
4,30
22,95
2L38.1X3.17
Mont 11
14,19
51,56
CVE250X38 Colunas 2
12,00
451,32
TE100X14 Banzo Sup
2
24,46
347,46
TE175X25 Banzo Inf 2
24,00
609,33
Peso Total 1657,36
Area Estudada (24*6) 144,00
Taxa (kgf/m²) 11,51
       
123
Lista Material TT28-TE
Perfil Tipo
Peças Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L44.45X4.76
Diag 2
4,73
29,73
2L50.8X3.17 Diag 2
4,65
22,76
2L50.8X4.76 Diag 3
7,85
56,82
2L63.5X6.35 Diag 6
18,62
223,99
2L38.1X4.76 Mont 2
4,30
22,95
2L38.1X3.17 Mont 10
11,82
42,97
CVE250X38 Colunas 2
12,00
451,32
TE125X18
Banzo
Sup 2
28,54
511,76
TE175X25 Banzo Inf 2
28,00
710,89
Peso Total 2073,19
Area Estudada (28*6) 168,00
Taxa (kgf/m²) 12,34
Lista Material TT32-TE
Perfil Tipo
Peças Comp. Total Peso Total
Unidades
m Kgf
2L50.8X3.17
Diag 2
4,65
22,76
2L50.8X6.35
Diag 7
19,02
180,55
2L50.8X4.76
Diag 2
5,09
36,86
2L63.5X6.35
Diag 4
13,01
156,46
2L38.1X4.76
Mont 2
4,30
22,95
2L38.1X3.17
Mont 10
11,82
42,97
2L76.2X6.35
Diag 2
7,47
108,72
CVE250X38 Colunas 2
12,00
451,32
TE125X18 Banzo Sup
2
32,62
584,87
TE180X34 Banzo Inf 2
32,00
1090,98
Peso Total 2698,44
Area Estudada (32*6) 192,00
Taxa (kgf/m²) 14,05
       
124
e.2. Pórtico com Treliça Triangular (Banzos em 2L)
Lista Material TT16-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L50.8X3.17 Diag 2
4,65
22,76
2L63.5X4.76 Diag 8
16,31
148,96
2L50.8X4.76 Diag 2
5,09
36,86
2L76.2X4.76 Banzos 4
16,00
176,51
2L38.1X4.76 Mont 2
4,30
22,95
2L38.1X3.17 Mont 7
6,31
22,92
CVE250X38 Colunas 2
12,00
451,32
Peso Total 882,28
Area Estudada ( 16*6) 96,00
Taxa kgf/m² 9,19
Lista Material TT20-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L50.8X3.17 Diag 2
4,65
22,76
2L63.5X4.76 Diag 12
26,00
237,49
2L50.8X4.76 Diag 2
5,09
36,86
2L38.1X4.76 Mont 2
4,30
22,95
2L38.1X3.17 Mont 9
9,85
35,81
2L76.2X6.35 Banzos 4
20,00
291,17
CVE250X38 Colunas 2
12,00
451,32
Peso Total 1098,36
Area Estudada (20*6) 120,00
Taxa (kgf/m²) 9,15
Lista Material TT24-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L50.8X3.17 Diag 2
4,65
22,76
2L63.5X4.76 Diag 4
11,81
107,87
2L50.8X4.76 Diag 2
5,09
36,86
2L38.1X4.76 Mont 2
4,30
22,95
2L38.1X3.17 Mont 11
14,19
51,56
CVE250X38 Colunas 2
12,00
451,32
2L81.9X6.35 Banzos 4
48,46
760,61
Peso Total 1453,93
Area Estudada (24*6) 144,00
Taxa (kgf/m²) 10,10
       
125
Lista Material TT28-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L44.45X4.76 Diag 2
4,73
29,73
2L50.8X3.17 Diag 2
4,65
22,76
2L50.8X4.76 Diag 3
7,85
56,82
2L63.5X6.35 Diag 6
18,62
223,99
2L38.1X4.76 Mont 2
4,30
22,95
2L38.1X3.17 Mont 10
11,82
42,97
2L81.9X7.94 Banzos 4
56,54
1098,36
CVE250X38 Colunas 2
12,00
451,32
Peso Total 1948,90
Area Estudada (28*6) 168,00
Taxa (kgf/m²) 11,60
Lista Material TT32-2L
Perfil Tipo Nª Peças Comp. Total Peso Total
Unidades m Kgf
2L50.8X3.17 Diag 2
4,65
22,76
2L50.8X6.35 Diag 7
19,02
180,55
2L50.8X4.76 Diag 2
5,09
36,86
2L63.5X6.35 Diag 4
13,01
156,46
2L38.1X4.76 Mont 2
4,30
22,95
2L38.1X3.17 Mont 10
11,82
42,97
2L76.2X6.35 Mont 2
7,47
108,72
2L81.9X7.94 Banzos 4
64,62
1255,27
CVE250X38 Colunas 2
12,00
451,32
Peso Total 2277,86
Area Estudada (32*6) 192,00
Taxa (kgf/m²) 11,86
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