Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – ESCOLA DE MINAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
MODELO ESTRUTURAL QUALITATIVO PARA PRÉ-
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE ESTRUTURAS
METÁLICAS
Ouro Preto, agosto de 2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
II
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – ESCOLA DE MINAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
MODELO ESTRUTURAL QUALITATIVO PARA PRÉ-
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE ESTRUTURAS
METÁLICAS
MÁRCIO SEQUEIRA DE OLIVEIRA
ORIENTADORA: Profa. Dra. Arlene Maria Sarmanho Freitas
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação do Departamento de
Engenharia Civil da Escola de Minas da
Universidade Federal de Ouro Preto,
como parte integrante dos requisitos para
obteão do título de Mestre em
Engenharia Civil, área de concentração:
Construção Metálica.
Ouro Preto, agosto de 2008
ads:
III
Aos meus pais, José Carlos e Jorgina.
IV
Agradecimentos
A origem deste trabalho remonta ao período 2004/2005 durante o curso de
especialização em Estruturas Metálicas CEACOM III realizado na cidade de Belo
HorizonteMG. Durante esse peodo várias pessoas contribuíram para que fosse
possível o desenvolvimento desta pesquisa, dentre essas gostaria de agradecer: ao
professor e amigo Célio Firmo, que desde aquela época como professor do curso,
proporcionou conversas e debates instigantes sobre o tema que, de certa forma, fizeram
nascer a idéia deste trabalho; ao Professor Luis Fernando Loureiro Ribeiro pelo convite
a participar do mestrado em Construções Metálicas na Universidade Federal de Ouro
Preto; e aos arquitetos Ascanio Merrighi e Pedrosvaldo Caram Santos que desde o
princípio acreditaram no meu trabalho, me incentivaram de forma encorajadora e
atras da Superintendência de Desenvolvimento e Aplicação do Aço da
USIMINAS/COSIPA proporcionaram todo o suporte financeiro deste projeto.
Gostaria de agradecer a professora e orientadora Arlene Sarmanho Freitas pela
confiaa, dedicação, incentivo e orientão ao longo dessa pesquisa, e a todos os
funcionários do laboratório de estruturas da Universidade Federal de Ouro Preto que
contribuíram para a realizão dos ensaios.
Durante o mestrado vários colegas fizeram contribuições importantes. Comentários para
o engenheiro Francisco Canazart Mendes, que ajudou com a análise computacional das
estruturas atras de orientações na utilização do software SAP 2000; a arquiteta Eliana
Nunes pelos debates, conversas e opiniões sobre o trabalho; o arquiteto Célio Firmo por
estar sempre disposto a ajudar; meu pai, José Carlos, pela colaborão na execução de
algumas pas do modelo; e todos os colegas do Mestrado pela companhia nos estudos
durante o curso.
Um Obrigado Especial aos meus pais, José Carlos e Jorgina, ao meu irmão Felipe e a
minha namorada, Bianca, pelo amor e carinho, e por sempre estarem ao meu lado
apoiando minhas iias e meus projetos de vida.
V
Resumo
As primeiras e mais importantes decisões na concepção de um projeto estrutural, que
visa tanto os aspectos estéticos como tamm os econômicos, são valores qualitativos e
intuitivos. É de extrema importância que o profissional envolvido neste processo, seja
ele o arquiteto ou o engenheiro, tenha a habilidade de visualizar e compreender o
comportamento das estruturas em diferentes circunstâncias. Tendo em vista estes
aspectos, este trabalho apresenta estudos experimentais para a avaliação do
comportamento de um modelo estrutural qualitativo, intitulado Maquete Estrutural.
Nesta pesquisa, foi desenvolvida uma metodologia experimental alternativa que valida o
modelo e que consiste basicamente de comparações utilizando imagens digitalizadas.
Para isso, foram realizados ensaios de diversos sistemas estruturais planos e espaciais,
concebidos na Maquete Estrutural. Posteriormente, esses ensaios foram comparados
com os resultados obtidos a partir de simulações dos mesmos sistemas em software
comercial. Os resultados comparados foram das deformadas dos sistemas sob
carregamento previamente definido. Os resultados experimentais constatam que o
comportamento da Maquete Estrutural é realmente similar ao comportamento de uma
estrutura real. Após a validação do modelo, são apresentadas algumas formas de
aplicação da Maquete Estrutural para a p-avaliação do comportamento de estruturas
metálicas e a montagem de diversas edificações existentes com o objetivo de
demonstrar a versatilidade do modelo.
VI
Abstract
The most important decisions in a design process of a structure, in terms of both
aesthetic and economy, are qualitative and intuitive values. It’s important that the
professionals involved in the design process, both Architect and Structural Engineer,
should have the ability to visualize and understand the structural behavior at any
circumstances. In this way, this work presents an experimental research to evaluate the
behavior of a Qualitative Structural Model called Maquete Estrutural. This work
presents an alternative experimental methodology that consists basically of comparing
digital images. Many structural systems, both plane and spatial, built with the Maquete
Estrutural, were tested and compared with computer simulations. Only the results of the
deformed shape of the structural systems were compared. The experimental results
show that the model’s behavior it is really similar of a real structural behavior. After the
model’s validation are presented some applications of the Maquete Estrutural for pre-
evaluation of steel structures behavior and representations of different existent
structures to demonstrate the versatility of the proposed structural model.
VII
Sumário
Agradecimentos.............................................................................................................IV
Resumo.............................................................................................................................V
Abstract..........................................................................................................................VI
Lista de Figuras...............................................................................................................X
Capítulo 1 | Introdução...................................................................................................1
1.1 | Considerações Iniciais........................................................................................... 2
1.2 | Objetivos ...............................................................................................................8
1.3 | Justificativa............................................................................................................8
1.4 | Estruturação do Trabalho....................................................................................11
Capítulo 2 | Modelos Estruturais.................................................................................13
2.1 | Introdução............................................................................................................ 14
2.2 | Definição e classificação dos modelos estruturais..............................................15
2.2.1 | Modelo Qualitativo...................................................................................... 16
2.2.2 | Modelo Indireto ...........................................................................................17
2.2.3 | Modelo Direto.............................................................................................. 20
2.2.4 | Modelo Reduzido .........................................................................................20
2.2.5 | Modelo Dinâmico.........................................................................................21
2.2.6 | Outras Classificões ..................................................................................24
2.3 | Modelos estruturais qualitativos para o ensino de estrutura...............................25
Capítulo 3 | Maquete Estrutural..................................................................................42
3.1 | Introdução............................................................................................................ 43
3.2 | Filosofia de ensino ..............................................................................................44
3.3 | Evolão da Maquete Estrutural.........................................................................50
3.4 | Elementos da Maquete Estrutural.......................................................................55
Capítulo 4 | Programa Experimental..........................................................................66
4.1 | Introdução............................................................................................................ 67
4.2 | Metodologia ........................................................................................................ 68
4.2.1 | Montagem do modelo...................................................................................68
4.2.2 | Digitalizão................................................................................................69
4.2.3 | Simulão computacional............................................................................71
4.2.4 | Preparão e sobreposição das imagens .................................................... 72
4.2.5 | Comparão dos resultados ........................................................................74
Capítulo 5 | Apresentação e Análise dos Resultados..................................................76
5.1 | Introdução............................................................................................................ 77
5.2 | Estruturas Planas.................................................................................................77
5.2.1 | Coluna..........................................................................................................77
5.2.2 | Viga.............................................................................................................. 81
5.2.3 | Pórtico..........................................................................................................85
5.2.4 | Viga connua...............................................................................................94
5.2.5 | Arco..............................................................................................................98
5.2.6 | Treliça........................................................................................................ 102
5.3 | Estruturas Espaciais...........................................................................................107
5.3.1 | Pórtico Espacial 1......................................................................................107
5.3.2 | Pórtico Espacial 2......................................................................................111
5.3.3 | Pórtico Espacial 3......................................................................................115
5.3.4 | Treliça Espacial......................................................................................... 120
Capítulo 6 | Aplicões da Maquete Estrutural em Estruturas Metálicas............122
6.1 | Introdução.......................................................................................................... 123
6.2 | Estudo 1 - Inflncia das ligações..................................................................... 123
6.3 | Estudo 2 - Inflncia do arranjo na estabilidade de sistemas............................133
6.4 | Estudo 3 - Estabilidade global e efeitos de segunda ordem.............................. 135
Capítulo 7 | Avalião de Edificões Existentes.....................................................141
7.1 | Introdução.......................................................................................................... 142
7.2 | Apresentação das edificações............................................................................ 143
Capítulo 8 | Considerões Finais..............................................................................154
8.1 | Conclusões ........................................................................................................155
8.2 | Sugestões para trabalhos futuros....................................................................... 158
Referências Bibliográficas..........................................................................................159
IX
Apêndice.......................................................................................................................166
X
Lista de Figuras
Capítulo 1
Figura 1.1 Imagens do livro Sistemas Estruturais................................................................ 5
Capítulo 2
Figura 2.1 Modelos estruturais qualitativos de pórticos espaciais........................................ 16
Figura 2.2 Modelo indireto de Antonio Gaudí para a Crípita da Capela Guell...................... 18
Figura 2.3 Modelos indiretos de Frei Otto......................................................................... 19
Figura 2.4 Modelo indireto do projeto de cobertura para o praça-anfiteatro da UFOP .......... 19
Figura 2.5 Modelo reduzido em escala 1/45 da plataforma de petróleo Carapeba 3.............. 21
Figura 2.6 Estudo de caso da barragem da Usina Hidretrica Melissa no estado do Paraná.. 21
Figura 2.7 Imagens do colapso da ponte de Tacoma Narrows em 1940............................... 22
Figura 2.8 Modelo dinâmico da ponte de Tacoma Narrows................................................ 23
Figura 2.9 Estudo da resposta dinâmica do complexo vrio Jornalista Roberto Marinho..... 23
Figura 2.10 Complexo vrio Jornalista Roberto Marinho.................................................. 23
Figura 2.11 Modelos em mesas vibratórias....................................................................... 24
Figura 2.12 Gunt Hamburg: equipment for engineering education...................................... 26
Figura 2.13 Aluízio F. Margarido: projeto de um modelo estrutural qualitativo................... 27
Figura 2.14 Jo Amaro dos Santos: modelos estruturais qualitativos................................. 27
Figura 2.15 Jo Amaro dos Santos: modelo estrutural qualitativo número 56..................... 28
Figura 2.16 Zacarias Chamberlain: modelo estrutural proposto por Santos (1983)............... 28
Figura 2.17 FAU/UFRJ: modelo estrutural proposto por Santos (1983)............................... 29
Figura 2.18 Yopanan Rebello: modelos estruturais qualitativos.......................................... 29
Figura 2.19 Yopanan Rebello: aula com modelos humanos”............................................. 29
Figura 2.20 Representação do sistema estrutural da ponte Forth Railway Bridge ................. 30
Figura 2.21 Aluízio F. Margarido: projeto de modelos estruturais qualitativos..................... 31
Figura 2.22 Zacarias Chamberlain: modelos estruturais qualitativos de treliças planas......... 31
Figura 2.23 FAU/UFRJ: modelos didático........................................................................ 32
Figura 2.24 Barry Hilson: modelos estruturais qualitativos................................................ 33
Figura 2.25 Drexel University: modelo de uma geodésica com três apoios.......................... 33
Figura 2.26 W. G. Godden: modelo estrutural qualitativo.................................................. 34
Figura 2.27 Structures Spagettis Franchissements: modelos estruturais com espaguetes....... 34
XI
Figura 2.28 V & M macaroni construction competition..................................................... 35
Figura 2.29 UFRGS: competão de pontes de espaguetes................................................. 35
Figura 2.30 Structures et Forces: modelos estruturais........................................................ 36
Figura 2.31 UFOP: primeira competão de pontes de madeira balsa.................................. 37
Figura 2.32 UFOP: modelos estruturais de vigas perfil I”................................................. 37
Figura 2.33 UFOP: modelos estruturais de grelhas............................................................ 38
Figura 2.34 Célio Firmo: modelos didáticos desenvolvidos a partir do Quadro................. 38
Figura 2.35 Imagens da animão de uma coluna sujeita a compressão............................... 39
Figura 2.36 Building Big: Imagens retiradas das animações do Forces Lab......................... 40
Figura 2.37 Building Big: Imagens retiradas das animações do Loads Lab.......................... 40
Figura 2.38 Building Big: Imagens retiradas das animações do Materials Lab..................... 40
Capítulo 3
Figura 3.1 Salvadori Education Center: hands-on/minds-on actives.................................... 45
Figura 3.2 Gráfico do processo de aprendizagem Learning by Making da Lego Education... 46
Figura 3.3 Lego structures: kit para montagem de sistemas estruturais................................ 47
Figura 3.4 Produtos educacionais da Educational Innovations............................................ 47
Figura 3.5 Imagens do livro Conceptual Physics............................................................... 48
Figura 3.6 Experimentação e conhecimento teórico........................................................... 49
Figura 3.7 Primeira montagem da Maquete Estrutural com peças de madeira...................... 51
Figura 3.8 Teste com tubos plásticos................................................................................ 52
Figura 3.9 Teste com mangueiras de borracha................................................................... 52
Figura 3.10 Teste com madeira e arames metálicos embutidos nas mangueiras de borracha. 52
Figura 3.11 Teste com molas metálicas............................................................................ 53
Figura 3.12 Analogia das seções transversais de uma viga com os passos da mola............... 54
Figura 3.13 Primeira apresentação da Maquete Estrutural no curso CEACOM III............... 55
Figura 3.14 Peças que compõem a Maquete Estrutural: pilares e vigas................................ 56
Figura 3.15 Peças que compõem a Maquete Estrutural: contraventamentos e tirantes........... 56
Figura 3.16 Peças que compõem a Maquete Estrutural: lajes e paredes............................... 57
Figura 3.17 Peças que compõem a Maquete Estrutural: cabos............................................ 57
Figura 3.18 Peças que compõem a Maquete Estrutural: arcos............................................. 57
Figura 3.19 Peças que compõem a Maquete Estrutural: ligão rotulada............................. 58
Figura 3.20 Peças que compõem a Maquete Estrutural: ligão rígida................................. 58
Figura 3.21 Peças que compõem a Maquete Estrutural: ligão contínua ............................ 59
XII
Figura 3.22 Peças que compõem a Maquete Estrutural: ligão de base.............................. 59
Figura 3.23 Processo de montagem e liberdade de criação da Maquete Estrutural................ 59
Figura 3.24 Dimensão dos pilares e vigas da Maquete Estrutural........................................ 61
Figura 3.25 Comparão das molas de comprimentos diferentes para colunas..................... 62
Capítulo 4
Figura 4.1 Montagem do modelo...................................................................................... 68
Figura 4.2 Peças utilizadas para a estabilização das estruturas planas.................................. 69
Figura 4.3 Aparato instrumental utilizado na análise experimental...................................... 70
Figura 4.4 Digitalização do modelo deformado................................................................. 70
Figura 4.5 Simulação computacional no software SAP2000............................................... 71
Figura 4.6 Exemplo da correlação de escala do modelo com a modelagem computacional... 71
Figura 4.7 Preparão das imagens no software Adobe Photoshop..................................... 73
Figura 4.8 Perspectiva gerada pelo software com seus respectivos pontos de fuga............... 74
Figura 4.9 Sobreposição das imagens............................................................................... 75
Capítulo 5
Figura 5.1 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 1...................................... 78
Figura 5.2 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 2...................................... 79
Figura 5.3 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 3...................................... 80
Figura 5.4 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 4...................................... 81
Figura 5.5 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 5...................................... 82
Figura 5.6 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 6...................................... 83
Figura 5.7 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 7...................................... 84
Figura 5.8 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 8...................................... 85
Figura 5.9 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 9...................................... 86
Figura 5.10 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 10.................................. 87
Figura 5.11 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 11.................................. 88
Figura 5.12 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 12.................................. 89
Figura 5.13 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 13.................................. 90
Figura 5.14 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 14.................................. 91
Figura 5.15 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 15.................................. 92
Figura 5.16 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 16.................................. 93
Figura 5.17 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 17.................................. 94
Figura 5.18 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 18.................................. 95
Figura 5.19 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 19.................................. 96
Figura 5.20 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 20.................................. 97
Figura 5.21 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 21.................................. 98
Figura 5.22 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 22.................................. 99
Figura 5.23 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 23................................ 100
Figura 5.24 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 24................................ 101
Figura 5.25 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 25................................ 102
Figura 5.26 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 26................................ 103
Figura 5.27 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 27................................ 104
Figura 5.28 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 28................................ 105
Figura 5.29 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 29................................ 106
Figura 5.30 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 1............................ 108
Figura 5.31 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 2............................ 109
Figura 5.32 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 3............................ 110
Figura 5.33 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 4............................ 111
Figura 5.34 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 5............................ 112
Figura 5.35 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 6............................ 113
Figura 5.36 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 7............................ 114
Figura 5.37 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 8............................ 115
Figura 5.38 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 9............................ 116
Figura 5.39 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 10.......................... 117
Figura 5.40 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 11.......................... 118
Figura 5.41 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 12.......................... 119
Figura 5.42 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 13.......................... 120
Figura 5.43 Comparão dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 14.......................... 121
Capítulo 6
Figura 6.1 Imagens da residência utilizada no estudo 1.................................................... 124
Figura 6.2 Desenhos esquemáticos do projeto da residência utilizada no estudo 1.............. 125
Figura 6.3 Parte do da estrutura da residência utilizada na simulação................................ 126
Figura 6.4 Estrutura utilizada para a simulação............................................................... 126
Figura 6.5 Sobreposição das imagens: configuração 1..................................................... 127
XIV
Figura 6.6 Sobreposição das imagens: configuração 2..................................................... 128
Figura 6.7 Sobreposição das imagens: configuração 3..................................................... 129
Figura 6.8 Sobreposição das imagens: configuração 4..................................................... 130
Figura 6.9 Sobreposição das imagens: configuração 5..................................................... 131
Figura 6.10 Sobreposição das imagens: configurão 6.................................................... 132
Figura 6.11 Redistribuição de forças em uma treliça plana............................................... 133
Figura 6.12 Efeitos de segunda ordem (efeitos P- e P-δ) em estruturas metálicas............. 136
Figura 6.13 Representação das configurações para a edificação de três pavimentos........... 137
Figura 6.14 Estrutura com todas as ligações engastadas................................................... 137
Figura 6.15 Detalhe do pórtico central da estrutura deformada......................................... 138
Figura 6.16 Estrutura com sistema de contraventamento em X”...................................... 138
Figura 6.17 Contraventamentos tipo K” representados com a Maquete Estrutural............ 139
Figura 6.18 Estrutura com núcleo central rígido.............................................................. 139
Capítulo 7
Figura 7.1 Escririo de arquitetura representado com a Maquete Estrutural...................... 143
Figura 7.2 Aeroporto Internacional Pinto Martins representado com a Maquete Estrutural. 144
Figura 7.3 Tribunal de Contas de Alagoas representado com a Maquete Estrutural............ 145
Figura 7.4 Edifício sede da ABM representado com a Maquete Estrutural........................ 146
Figura 7.5 London Eye representado com a Maquete Estrutural....................................... 147
Figura 7.6 New Millennium Experience Dome representado com a Maquete Estrutural..... 148
Figura 7.7 - Forth Railway Bridge representada com a Maquete Estrutural.......................... 149
Figura 7.8 Passarela estaiada representada com a Maquete Estrutural............................... 150
Figura 7.9 Ponte ferrovria representada com a Maquete Estrutural................................. 151
Figura 7.10 - Renault Distribution Centre representado com a Maquete Estrutural............... 152
Figura 7.11 HSBC em HongKong representado virtualmente com a Maquete Estrutural... 153
1. Capítulo 1 | Introdução
2
1.1 | Considerações Iniciais
Durante séculos, o homem utilizou exclusivamente o conhecimento empírico e suas
habilidades intuitivas para o projeto e execão de suas obras. Somente após o século
XVII, com o desenvolvimento da matemática e da física e com o surgimento das
ciências exatas, é que se passou a dar ênfase à análise teórica dos processos
construtivos. Desde então, o estudo voltado à resistência dos materiais foi pouco a
pouco se identificando como um assunto isolado e específico, com isso começou a
existir uma separação formal entre as atividades estruturais e as atividades
arquitetônicas (SCHWARK, 1996).
A separação entre escolas de Belas Artes e escolas de Engenharia provocou uma divisão
de trabalho entre engenheiros e arquitetos, criando a falsa idéia de que arquitetura é
atividade de arquiteto e estrutura é atividade de engenheiro. De acordo com Franco
(1995), essa separação está na base do equívoco, “Estrutura versus Arquitetura.
Essa separação, considerada algumas vezes necessária, é prejudicial a ambas as partes.
Por um lado, a arquitetura fica limitada devido à carência de informões sobre questões
estruturais, e por outro, a engenharia em geral se resume a um mundo de modelos
matemáticos abstratos, o que prejudica a compreensão de suas dimensões sociais,
ambientais e estéticas (CALATRAVA, 2003).
[...] Nos arquitetos pode se encontrar a falta de conhecimento ou interesse
sobre questões técnicas.
Nos engenheiros existe uma grande desinformação a respeito das
preocupações da arquitetura. Para o engenheiro falta o conhecimento de um
repertório mais amplo de soluções arquitetônicas e suas respostas estruturais
e que possam levá-lo a pensar em soluções estruturais mais interessantes.
Falta a eles conhecerem os arquitetos notáveis e suas obras, principalmente
aquelas em que a estrutura é destaque. Essas questõeso os principais
entraves para o encontro e entendimento entre essas duas áreas, que na
verdade são uma única.
[...]
3
Os dois profissionais, engenheiro e arquiteto, deveriam conhecer e respeitar a
profissão do outro, pois são companheiros do mesmo objetivo: a edificação
executada. É de se prever que na situação vigente esse companheirismo o
seja assim tão harmonioso [...] (REBELLO, [200-?b]).
Uma prova desta falta de integração citada anteriormente está na constante dificuldade
de diálogo entre os profissionais de engenharia e de arquitetura. Esta realidade não é
exclusiva do Brasil ou de pses hoje ditos subdesenvolvidos, segundo o Professor de
História e Arquitetura Stanford Anderson (CALATRAVA, 2003, prefácio) chefe do
departamento de Arquitetura do Massachusetts Institute of Technology (MIT) – o
divórcio entre arquitetura e engenharia é antigo, e agora, pelo menos nos Estados
Unidos, quase ubíquo [...]”.
É evidente que, na engenharia como também na arquitetura, existem profissionais
criativos que por meio do trabalho em conjunto com outros profissionais, criam obras
exemplares. Um bom exemplo deste tipo de trabalho foi realizado pelo engenheiro
irlandês, Peter Rice, que demonstrou ao longo de sua carreira a habilidade para o
desenvolvimento de projetos multidisciplinares em diferentes linhas de trabalho. Rice
participou de vários projetos e colaborou com vários profissionais, desde artistas como
Frank Stella, cientistas como Fritz Vollrath e arquitetos internacionalmente conhecidos
como Frei Otto, Renzo Piano, Richard Rogers, Michael Hopkins e I. M. Pei. Mas foi
com o arquiteto italiano Renzo Piano, em seu Building Workshop, que o engenheiro
teve maior contato e desenvolveu grande parte de seus trabalhos. Fruto desta parceria
pode-se citar o projeto para o Center Pompidou em Paris, onde Rice participou
juntamente com Renzo Piano e Rihard Rogers (CARTER, 1995).
Além deste exemplo, podem-se citar algumas outras parcerias entre engenheiros e
arquitetos, inclusive no Brasil, como o trabalho de mais de 30 anos entre o arquiteto
Jo Filgueiras Lima (Le) e o engenheiro estrutural Roberto Vitorino, e a parceria do
arquiteto Oscar Niemeyer como o engenheiro José Carlos Sussekind. No entanto, são
casos isolados, e, infelizmente, o que deveria ser regra ainda é exceção (VITORINO,
2007).
4
No meio acadêmico a situação é similar, inserido no contexto, Estrutura versus
Arquitetura, os cursos de engenharia e arquitetura em geral são praticamente
independentes, tendo pouca relação entre suas disciplinas. Com isso o ensino de
estrutura sofre algumas distorções de conceitos que são consideradas prejudiciais à
formação dos engenheiros e arquitetos, contribuindo ainda mais para a separação entre
engenharia e arquitetura.
Segundo Rebello (2000, p. 15) e Rodrigues (2003, p. 157), nas escolas, principalmente
de arquitetura, existem inúmeras publicações que tratam exclusivamente sobre o ensino
de estrutura para arquitetos, com títulos como Estrutura para Arquitetos, Estruturas
Arquitetônicas ou The Structural Basis of Architecture. Essas publicações, mesmo
tendo uma preocupação com o ensino de estrutura dirigido especificamente para
arquitetos, apresentam um desvio em relação aos princípios do processo de ensino-
aprendizagem de estrutura, pois pressupõem existir um ensino de estrutura voltado para
arquitetos e outro voltado para engenheiros, o que é um erro, pois não existe uma
estrutura para esse ou aquele profissional. O que pode existir é a separação entre o
estudo da concepção estrutural e o estudo matemático das estruturas, ou seja, o estudo
qualitativo, onde são analisados os fenômenos que regem o comportamento das
estruturas e o estudo quantitativo, onde é feita a verificão e quantificação desses
fenômenos.
De acordo com o Engenheiro Aluízio Fontana Margarido
1
(REBELLO, 2000, prefácio),
no estudo das estruturas existem duas vertentes que devem ser seguidas, para que se
adquira a experiência necessária para conceber uma estrutura: a da percepção e a do
conhecimento teórico de cálculo. O professor deve desenvolver os conhecimentos
teóricos ao mesmo tempo em que desenvolve a intuição do aluno.
Está comprovado que o cérebro humano é dividido em dois hemisférios com funções
distintas. No lado esquerdo, processam-se os raciocínios lógicos, unívocos e analíticos,
e no direito, os pensamentos intuitivos e sintéticos, portanto, é necessário que o
1
Professor Doutor em Engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP) e
Professor Titular de Pontes e Sistemas Estruturais da Universidade São Judas Tadeu.
5
Engenheiro e o Arquiteto encontrem um equilíbrio entre razão pura e intuição
(BROHN
2
, 1992, apud SCHWARK, 1996). Segundo Firmo (2003), [...] intuição e a
razão fazem parte do ser humano, ambos são faces da mesma moeda. [...] É possível se
aproximar do belo, seja pela arte ou pela matemática, seja pela intuição ou pela razão,
mas atingi-lo, somente com essa fusão”.
Porém, percebe-se que de maneira geral, são poucos os autores que tratam do assunto
considerando estrutura como fenômeno, a grande maioria prioriza a avalião dos
aspectos técnicos, em detrimento dos conhecimentos qualitativo e intuitivo.
Um bom exemplar de abordagem diferenciada sobre a concepção estrutural, com um
método original de apresentar o comportamento das estruturas através de ilustrações, é o
livro Sistemas Estruturais” de Engel (2001). A Figura 1.1 mostra algumas imagens
como exemplo.
Figura 1.1 Imagens do livro Sistemas Estruturais
Fonte: ENGEL, 2001
2
BROHN, David M. New paradigm for structural engineering. Artigo publicado no The Strucutral
Engineer, vol. 70, n. 13, 1992.
6
Segundo o autor, quando o livro foi publicado pela primeira vez em 1967, houve
cticas de engenheiros estruturais a respeito do modo o convencional de transmitir a
teoria das estruturas, não através da matemática, mas sim através da linguagem gfica.
Foi mencionado também que o livro talvez levasse à desvalorização do projeto
arquitetônico.
O livro foi eleito em 1967 como uns dos 10 melhores livros de projeto na Feira
Internacional de Frankfurt, foi impresso em sua totalidade seis vezes sem nenhuma
modificação e foi traduzido em diversos idiomas e publicado em outros países (ENGEL,
2001).
Atualmente, esta realidade de iias tão contraditórias entre os profissionais ainda se
encontra presente. Por outro lado, hoje, com o acelerado avanço tecnológico e
consequentemente a transformação dos processos construtivos, torna-se imprescindível
o contato cada vez maior entre todos os profissionais envolvidos no processo. No caso
de estruturas metálicas, devido às características particulares do sistema, exige-se ainda
mais integração dos profissionais, por este ser um sistema construtivo industrializado.
Segundo Firmo (2003), é impossível desenvolver tecnologia sem a troca de
experiências, portanto nesses novos tempos de novas possibilidades construtivas, as
palavras-chave para um bom projeto são: flexibilidade, multidisciplinaridade e trabalho
em equipe.
De acordo com Polillo (1974, p. 2), o cálculo estrutural evolui devido à arquitetura
moderna, e o avao da arquitetura moderna ocorre gras aos novos recursos de
cálculo e à tecnologia que estão à disposição. A prova disso está no fato de que, em
geral, os pses avançados em Arquitetura são também grandes centros de engenharia
estrutural.
Assim, percebe-se que arquitetura e estrutura são conhecimentos que nascem juntos e se
desenvolvem juntos, são vertentes complementares, e que a separação destes foi
conseqüência de um problema acadêmico (REBELLO, 1992).
7
Assim, torna-se cada vez mais importante considerar a necessidade de uma amplião
na habilidade e no conhecimento do arquiteto e do engenheiro em relação a questões
estruturais e arquitetônicas, respectivamente, de forma a promover a aproximação entre
esses dois profissionais.
[...] este processo poderá ser maior, se for conduzido pelos professores nas
Universidades, unificando pontos de vista de correntes artísticas e de
correntes técnico-científicas hoje tão separadas [...].
Somente com esta aproximação do técnico e do artista, divorciados há cerca
de um século com a descoberta da análise matemática, surgirão as novas
formas da arquitetura de nosso tempo. O exemplo de união deve partir dos
mestres nas Universidades (POLILLO, 1974, p. 2, 5).
Mario Salvadori
3
sugere como alternativa para o problema da separação do ensino da
arquitetura e da engenharia, chamada por ele de ignorância recíproca”, que os
arquitetos se tornem mais engenheiros e que os engenheiros se tornem mais arquitetos
(BUSSEL, 1995).
É evidente que nem todos podem alcaar o nível profissional destes engenheiros e
arquitetos internacionalmente conhecidos, como os citados anteriormente, mas
conforme o professor Rafael L. Bras (CALATRAVA, 2003, prefácio) ex-diretor do
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental do MIT –, todo engenheiro civil pode
tentar ser mais criativo, e todo arquiteto pode tentar ser mais consciente quanto a
questões estruturais.
Assim, este trabalho pretende contribuir direta e indiretamente para a junção entre a
engenharia e a arquitetura. Para isso, demonstra-se a importância do estudo qualitativo
das estruturas como instrumento de pré-avaliação de novas concepções de projeto,
3
Considerado um dos melhores professores de estrutura de todos os tempos, Mario Salvadori sempre teve
a habilidade de passar de forma simples as mais complexas teorias. Salvadori tem influenciado
profundamente a educação dos engenheiros e arquitetos em todo o mundo, com livros como Why
Buildings Stand Up e Why buildings Fall Down. Em 1993, se tornou o primeiro engenheiro a receber o
prêmio AIA/ACSA Topaz Medalion for Execellence in Architectural Education (BUSSEL, 1995).
8
comportamento estrutural e aprimoramento de solões arquitetônicas sob o foco da
engenharia estrutural.
1.2 | Objetivos
Este trabalho tem como objetivo o estudo e o aprimoramento de um modelo estrutural
qualitativo, intitulado Maquete Estrutural
4
, desenvolvido anteriormente pelo mestrando
(OLIVEIRA, 2005, 2006). Durante este trabalho, foram feitas adaptões e
modificações no modelo, que serão apresentadas detalhadamente no capítulo 3.
Assim, esta pesquisa é basicamente experimental, com vistas ao desenvolvimento,
aplicação, avaliação e validação da Maquete Estrutural, tendo como objetivo principal
verificar a sua viabilidade como um instrumento de pré-avaliação do comportamento de
estruturas metálicas. Para isso, o modelo estrutural qualitativo é validado a partir de
comparações com modelos simulados em software comercial. Em seguida,
caractesticas específicas de estruturas metálicas são abordadas e extrapolações são
realizadas para concepções diversas em estruturas metálicas.
1.3 | Justificativa
De acordo com as idéias de Hilson (1972), é de extrema importância que o profissional
envolvido no projeto estrutural, seja ele o arquiteto ou o engenheiro, tenha a habilidade
de visualizar e compreender o comportamento das estruturas em diferentes
circunstâncias, e como a forma da estrutura vai influenciar no seu comportamento.
Os profissionais devem desenvolver um sentimento intuitivo do comportamento
estrutural, para que na fase da concepção estrutural e na de escolha da forma dos
elementos a serem utilizados uma das mais importantes maior precisão seja obtida.
Principalmente se tratando de estruturas metálicas, cujas suas características particulares
4
Maquete Estrutural para ensino de estruturas arquitetônicas. Patente requerida junto ao Instituto
Nacional de Propriedade Industrial (INPI), n
o
MU 8602813-8.
9
de sistema construtivo industrializado não permitem tomadas de decisões durante sua
execão, exigindo uma definição criteriosa da solução estrutural, levando em
consideração seus diversos detalhes, ainda durante a fase do projeto arquitetônico. A
definição de um projeto visando tanto os aspectos estéticos como também os
econômicos, depende de todas estas importantes decisões (HILSON, 1972).
Segundo Schwark (1996, p.7), em um escritório de projeto estrutural, as primeiras e
mais importantes decisões na concepção de um projeto relacionados a sua importância,
necessidade, utilidade, tipo de solução e estética são valores qualitativos e intuitivos. Só
em fase mais adiantada é que se deve completar e precisar essas primeiras decisões.
Entretanto, o ensino de estrutura que é praticado nas escolas de engenharia e arquitetura
é deficiente quanto a este aspecto. Em geral, os cursos são ministrados por via analítica
exclusivamente, e não consideram estrutura como fenômeno, deixando as noções
qualitativas e o desenvolvimento da intuição de lado. O ensino por meio da matemática,
reconhecidamente necessário para o engenheiro estrutural, não é suficiente, é preciso ter
consciência de que os números são importantes como verificadores e não como
formadores.
[...] Tem-se ensinado a manejar as ferramentas, tem-se dado o instrumental,
mas tem-se esquecido da informação fundamental.
[...]
O grande especialista se forja somente com o desenvolvimento em alto grau
de sua intuição inata. Todo engenheiro deve ter seu raciocínio desenvolvido
de modo a educar e aprimorar o seu sentido estrutural da mesma maneira que
um músico teve seu bom ouvido largamente educado e aprimorado
(POLILLO, 1974, p. 4).
Em geral, essas habilidades intuitivas só são desenvolvidas e apuradas após a graduação
dentro dos escritórios de lculo estrutural por meio da vivência dos projetos. Se jáo
bastasse, o uso da informática, da forma como ocorre atualmente, tem agravado ainda
mais a situação.
10
Segundo Brohn (2005), a partir de meados da década de 1980 com o avanço da
informática e o desenvolvimento de poderosos softwares para análise estrutural, iniciou-
se, talvez, a mudança mais significativa na história da forma de atuação do engenheiro
estrutural, uma mudaa dos cálculos manuais para o projeto e análise por meio de
computadores. Hoje, é visível que os engenheiros mais experientes têm conhecimentos
sobre o comportamento das estruturas que, devido ao uso universal dos computadores
nos escritórios de projeto, os engenheiros recém-formados, que provavelmenteo
substit-los, não possuem. Ainda não se tem uma clara definição de como esses novos
profissionais io adquirir esse conhecimento intuitivo e qual a conseência da
automação na formação desses engenheiros.
Esta é uma situação relativamente recente e ainda não se sabe ao certo qual a solução
mais adequada, são poucas as publicações e estudos sobre o assunto. Mas é preciso
reconhecer a necessidade de identificar um meio formal para o aprimoramento dessas
habilidades intuitivas e substituir essa aquisão informal provinda da vivência dentro
dos escritórios forjando os profissionais que comandao este processo no futuro. De
acordo com Brohn (2005), esses conhecimentos são prioridades para os jovens
engenheiros que irão trabalhar em escritórios onde todos os cálculos são realizados por
computadores.
O ideal seria que o engenheiro já saísse da universidade com esses conhecimentos.
Segundo Rebello (1992, p. 3), É muito comum um engenheiro civil recém-formado
o saber por onde começar um projeto estrutural quando lhe é colocado à frente um
projeto arquitetônico”.
Com mais de 25 anos de experiência oferecendo cursos de treinamentos sobre o
comportamento dos sistemas estruturais (Understanding Structural Behaviour,
Understanding Structural Design e Understanding Structural Analysis) para grandes
escritórios de engenharia estrutural em todo o mundo como Ove Arup, Buro Happold,
WS Atkins, Ramboll entre outros, o engenheiro Brohn (2005) comprova através de suas
experiências que um esquema visual é crucial para se obter soluções qualitativas. No
meio acadêmico, temos os testemunhos de diversos profissionais de diferentes
instituições de ensino em vários pses, como Hilson (1972, prefácio) – na época
11
Professor de Engenharia e Arquitetura da Brighton Polytechnic; Cowan
5
(1962, apud
REBELLO 1992, p. 41) – na época Professor de Arquitetura da Universidade da
Austlia; Rebello (1992, p. 41) Professor de Sistemas Estruturais da Universidade
São Judas Tadeu; Schwark (1996, p. 4) Professor da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo EPUSP; Engel (2001, prefácio) Professor da Escola de
Arquitetura da Universidade de Minnesota de 1956 a 1964; entre outros, que através de
suas experiências pessoais como professores, compartilham da mesma iia e ressaltam
a importância da análise visual no aprendizado do comportamento das estruturas.
Assim, acredita-se que o uso de modelos qualitativos como ferramenta de auxílio ao
aprendizado e a uma pré-avalião do comportamento das estruturas seja uma proposta
eficiente, já que os modelos permitem que o profissional ou o estudante desenvolva,
atras da vivência dos ensaios, um sentimento intuitivo do comportamento dos
sistemas estruturais. Assim, ao aprimorar essa capacidade de percepção, este
profissional esta mais preparado para conceber uma estrutura. Segundo Polillo
6
(1968,
apud RODRIGUES, 2003), a concepção estrutural é o resultado de uma produção em
cuja composição deve haver um complexo resultante de conhecimentos técnico-
científico e artístico aprimorados pela experiência, cujas sementes devem ser muito bem
plantadas nas Universidades.
1.4 | Estruturação do Trabalho
Neste capítulo introdutório foi apresentada uma visão geral da atuação dos profissionais
de Engenharia e Arquitetura ao longo dos anos, expondo em seguida os objetivos e a
justificativa desta pesquisa, ressaltando a importância de se utilizar modelos estruturais
qualitativos como ferramenta para pré-avaliação do comportamento dos sistemas
estruturais de forma geral.
5
COWAN, Henry J. Architectural Record.1962.
6
POLILLO, A. Considerões sobre o ensino de estruturas nos cursos de formação de arquitetos. Rio de
Janeiro: Sedegra-Rio, 1968.
12
No Capítulo 2 é feita uma descrição dos modelos estruturais mais utilizados na
Engenharia. Esse capítulo é composto por um breve histórico, descrição e classificão
dos modelos. São apresentadas, tamm, algumas pesquisas referentes ao uso de
modelos estruturais qualitativos para o ensino de estrutura.
O Capítulo 3 é dedicado à apresentão e à descrição do modelo proposto.
No Capítulo 4 é descrito o programa experimental realizado. São apresentados com
detalhes todos os materiais utilizados, o esquema de montagem, a instrumentão e a
metodologia utilizadas para a validação do modelo proposto.
O Capítulo 5 é dedicado à apresentão e análise dos resultados experimentais.
No Capítulo 6 são apresentadas formas de aplicação da Maquete Estrutural para a pré-
avaliação do comportamento específico de estruturas metálicas.
No Capítulo 7 são apresentadas, por meio do modelo proposto, diversas simulações de
edificações existentes em que a estrutura é destaque, demonstrando, assim, a
versatilidade do modelo.
O Capítulo 8 apresenta as considerações finais da pesquisa realizada, e algumas
sugestões para trabalhos futuros.
13
2. Capítulo 2 | Modelos Estruturais
14
2.1 | Introdução
A história nos conta que a idéia de se utilizar modelos físicos é tão antiga quanto à
vontade do homem de compreender os fenômenos da natureza. Segundo Hossdorf,
(1974, p. 18) existem basicamente três formas de se compreender o verdadeiro
comportamento de um fenômeno físico: pela observação direta do fenômeno, por meio
da teoria e por meio de experimentos. Portanto, de forma geral, a realidade (protótipo)
pode ser simulada tanto por teoria pura (modelo teórico) como também por
experimentos (modelo físico).
Ao longo dos anos, o Homem vem utilizando modelos, em diferentes setores, como
meio de adquirir conhecimento. Isso se aplica o somente ao campo da engenharia,
pois a princípio a maioria dos laboratórios, em qualquer área de conhecimento, utiliza
modelos como simulação da realidade. Na medicina, por exemplo, os experimentos com
ratos em laboratórios podem ser considerados testes como modelos, já que são adotados
experimentos análogos à realidade como meio de adquirir conhecimento. Quando se
uma caixa de pas de LEGO
7
para uma criança brincar, imagina-se que brincando com
modelos em escala reduzida ela irá aprender e se preparar para os desafios da vida real.
Na engenharia não é diferente, a principal finalidade dessas simulações, é que o
arquiteto, o engenheiro e o construtor possam prever o comportamento de seus projetos
sem que haja a necessidade de construí-los antes (HOSSDORF, 1974).
Experimentos com modelos estruturais em escala geométrica reduzida sempre
desempenharam um papel importante no desenvolvimento e na evolão da engenharia
estrutural, com diversas aplicações como na educação, concepção de projetos, pesquisas
e no desenvolvimento de produtos.
Neste capítulo tem-se a descrição dos modelos existentes que subsidiaram este trabalho.
7
O sistema LEGO é um brinquedo cujo conceito se baseia em partes que se encaixam, permitindo
inúmeras combinações. Criado pelo dinamarquês Ole Kirk Christiansen, é fabricado em escala industrial
desde meados da cada de 1950, popularizando-se em todo o mundo desde então. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Lego>. Acesso em: 29 abr. 2008.
15
2.2 | Definição e classificação dos modelos estruturais
Um Modelo Estruturalpode ser definido como qualquer elemento estrutural ou um
conjunto de elementos executados em escala geométrica reduzida (em comparação com
a estrutura em tamanho real) para ser testado, e por meio das leis de similaridade
interpretar os resultados dos testes. (JANNEY et al.
8
, 1970, apud HARRIS et al., 1999,
p. 2).
Em geral, os modelos sicos são executados em escala geométrica reduzida, porém
existem casos especiais em que são adotados modelos maiores que os protótipos,
normalmente usados para o estudo de problemas localizados.
Os modelos estruturais podem ser classificados de diferentes maneiras, alguns autores
como Pippard (1947) e Hossdorf (1974) classificam os modelos de acordo com a
finalidade da análise. Esse tipo de classificação tem como base o tipo de experimento e
seu campo de aplicação e não especificamente o tipo de modelo utilizado, assim, um
mesmo modelo pode ser enquadrado em diferentes análises como sendo de caráter
exploratório, confirmatório, como complemento para o cálculo estrutural ou como uma
ferramenta independente.
Outros autores como Harris et al. (1999) e Santos (1983) os classificam quanto às
caractesticas do modelo em si. É um pouco difícil imaginar uma completa separação
entre essas duas formas de classificação, já que em alguns momentos o tipo de
experimento define o tipo de modelo e vice-versa. No entanto, para o presente trabalho,
optou-se por adotar como base a classificação utilizada por Harris et al. (1999) como
sendo mais adequada para uma possível definição do modelo proposto. Assim, os
modelos são classificados da seguinte forma:
8
JANNEY, J. R.; BREEN, J. E.; GEYMAYER, H. Use of models in structural engineering. Models for
concrete structures. Detroit, MI: ACI SP-24, American Concrete Institute, p. 1-18, 1970.
16
2.2.1 | Modelo Qualitativo
Esse tipo de modelo tem como caractestica principal a análise visual dos femenos.
Em geral, informações exatas desses modelos o podem ser obtidas, pois esses se
restringem à alise qualitativa do comportamento das estruturas.
Modelos desse tipo têm a vantagem de serem facilmente adaptáveis a mudanças de
qualquer informação sobre as condições da estrutura estudada. O comportamento de
diferentes sistemas estruturais pode ser analisado em um mesmo modelo variando
apenas as condições de contorno, por exemplo.
Normalmente, esse tipo de modelo apresenta semelhança geométrica direta com o
protótipo (estrutura real), porém é feito com materiais homogêneos e elásticos que não
são necessariamente semelhantes ao material do protótipo. Uma variedade muito grande
de materiais é utilizada na construção desses modelos, sendo os mais empregados
aqueles com baixo módulo de elasticidade como borrachas, papéis, espumas e psticos
para acentuar as deformações, tornando assim mais cil a observão dos fenômenos
(Figura 2.1). Diferentes tipos de madeira também são utilizados, em especial a madeira
balsa em função da boa trabalhabilidade da mesma.
Figura 2.1 Modelos estruturais qualitativos de pórticos espaciais
Fonte: Disponível em: < http://www.grenoble.archi.fr/enseignement/cours/remy/L3C/01-revisions-
light.pdf>. Acesso em: 26 fev. 2007
17
2.2.2 | Modelo Indireto
Modelo Indireto é um tipo especial de modelo qualitativo que é usado para determinar
reações de apoio e esforços internos resultantes, como força cortante, momentos e
forças axiais. Esse tipo de modelo o necessariamente apresenta semelhaa
geométrica direta com o protótipo, podendo ser executado sem precisão da forma da
seção transversal ou da área dos elementos da estrutura sem afetar os resultados.
No passado, a maioria das aplicações dos modelos indiretos era para elementos o
uniformes em pórticos estaticamente indeterminados. Atualmente, esse tipo de modelo
o é muito utilizado, pois esseslculos podem ser melhores e mais facilmente
executados em computadores. Somente em casos excepcionais em que a forma
estrutural é muito complexa e difícil de ser modelada em softwares, é que são utilizados
esses modelos.
Dois exemplos bastante conhecidos de utilização de modelos indiretos são os de
Antonio Gaudí e Frei Otto. Ambos desenvolveram modelos qualitativos indiretos como
ferramenta de auxílio no processo de concepção estrutural de seus projetos de modo a
viabilizar a construção de suas obras.
Para o projeto da Cripta da Capela Güell, Antonio Gaudí reproduziu em escala 1/10 as
curvas que deram origem a forma da Capela. Com cordas fixadas ao teto e pesos (sacos
com chumbo) posicionados de acordo com as cargas que atuariam na edificação, o
arquiteto catalão reproduziu curvas, e por meio da analogia do comportamento dos
cabos com os arcos, definiu qualitativamente qual seria a forma mais eficiente para
aquela determinada situação e para um determinado carregamento. Atras de desenhos
e fotos do modelo, o arquiteto invertia a imagem transformando as curvas dos cabos em
arcos e pilares, e assim desenvolvia a estrutura, as fachadas, os espos internos e os
detalhes do projeto (Figura 2.2).
18
Figura 2.2 Modelo indireto de Antonio Gaudí para a Crípita da Capela Guell
a) Detalhe dos pesos utilizados no modelo, b) Modelo estrutural para a Crípita da Capela Guell, c)
Imagem invertida do modelo, d) Desenho original de Gaudí para a fachada principal da Capela Guell.
Fonte: a) Disponível em: < http://www.gaudiclub.com/ingles/i_vida/fotobras/colonia/1103.jpg>. Acesso
em: 22 mar. 2007, b) e c) TARRAGÓ, 1977, d) Disponível em:
<http://www.gaudiclub.com/ingles/i_vida/fotobras/colonia/1109.jpg>. Acesso em: 22 mar. 2007
Grande responsável pela evolão das estruturas de membranas, Frei Otto realiza
experimentos com bolhas de sabão como orientão para a definição de suas complexas
coberturas tencionadas como, por exemplo, o pavilo alemão da Expo 67 (Figura
2.3b). Segundo o arquiteto aleo, as bolhas de sabão apresentam um comportamento
19
similar às estruturas tencionadas, e através dos modelos é possível definir a forma, a
menor superfície e a localizão das tensões mais elevadas das membranas. A Figura
2.3 mostra alguns modelos com bolhas de sabão e o pavilhão alemão da Expo 67.
Figura 2.3 Modelos indiretos de Frei Otto
a) Modelos com bolhas de sao, b) Pavilo alemão da Expo 67
Fonte: a) OTTO, 1969, b) Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Germany_Pavilion
_Expo_67_-_Montreal_Quebec.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2007
Outros trabalhos nesta área (NUNES, 2008) ressaltam a importância do modelo indireto
como ferramenta para concepção estrutural. A Figura 2.4 mostra duas imagens do
modelo utilizado na concepção estrutural do projeto de cobertura para o praça-anfiteatro
do campus da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
Figura 2.4 Modelo indireto do projeto de cobertura para o praça-anfiteatro da UFOP
Fonte: NUNES, 2008, p.78 e 79
20
2.2.3 | Modelo Direto
Os modelos diretos são geometricamente similares, em todos os sentidos, ao protótipo e
os carregamentos são aplicados da mesma maneira. As tensões e deformões no
modelo para qualquer condição de carregamento representam quantidades similares ao
protótipo.
2.2.4 | Modelo Reduzido
Dentre todos os modelos, os modelos reduzidos são os mais complexos e geralmente
são utilizados em situações em que o se dispõe de solões nuricas satisfatórias,
podendo ser empregados no dimensionamento de protótipos.
Sempre que possível, são construídos segundo as leis da Teoria da Semelhança. Esta
teoria, estudada inicialmente por Galileu Galilei (GALILEI, 1638), mostra que em
problemas de comparação de resistência das estruturas em escalas diferentes, a simples
semelhança geotrica não é suficiente. Se os materiais do protótipo e do modelo forem
o mesmo, as forças serão reproduzidas em escalas diferentes da escala das resistências.
Ou seja, para que um modelo possa representar um protótipo, ou para que os resultados
obtidos em ensaios com modelos possam ser estendidos aos protótipos, é preciso que,
além da semelhança geotrica, os modelos sejam construídos com materiais que
apresentem semelhaa sica em relação aos materiais do protótipo, observando-se a
teoria da semelhança”. Portanto, a maior dificuldade deste tipo de análise é encontrar o
material adequado e as técnicas de fabricação para o modelo (CARNEIRO, 1996).
No Brasil, este tipo de modelo tem sido muito utilizado na área de engenharia offshore
atras dos modelos de plataformas de petróleo. A Figura 2.5 mostra imagens do
modelo reduzido em escala 1/45 da plataforma de petróleo Carapeba 3, e para o estudo
de barragens na área de hidráulica; já a Figura 2.6 mostra algumas imagens do estudo
com modelo reduzido em escala 1/50 da barragem da Usina Hidrelétrica Melissa no
estado do Paradesenvolvido no Centro de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de
Souza (CEHPAR).
21
Figura 2.5 Modelo reduzido em escala 1/45 da plataforma de petróleo Carapeba 3
Fonte: MAGLUTA et al., 2003
Figura 2.6 Estudo de caso da barragem da Usina Hidretrica Melissa no estado do Para
a) Vista geral do assoreamento do reservatório, b) Configuração geral do modelo reduzido, c) Vista da
região próxima ao vertedouro, d) Vista da região do vertedouro
Fonte: CHELLA et al., 2003
2.2.5 | Modelo Dinâmico
Os modelos dimicos são utilizados no estudo de vibrações e de efeito de cargas
dimicas nas estruturas. É comum o uso desses modelos para estudar os problemas
22
devido às cargas de vento e de efeitos sísmicos. Com este tipo de análise é possível
prever e evitar problemas como o famoso caso de colapso da ponte de Tacoma Narrows
nos Estados Unidos, que em 1940 entrou em colapso devido a rajadas de vento de
aproximadamente 70 km/h, o que provocou uma das mais famosas tragédias da
construção civil (Figura 2.7).
Figura 2.7 Imagens do colapso da ponte de Tacoma Narrows em 1940
Fonte: Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=3mclp9QmCGs&feature=related>. Acesso
em: 22 fev. 2008
A alise da ação dinâmica do vento no comportamento das edificações sempre foi
conhecida pelos engenheiros estruturais, porém, somente após este episódio, é que se
passou a considerar estes fenômenos no dimensionamento das estruturas. Depois do
desastre, foram realizados diversos estudos, utilizando modelos dinâmicos, para
entender melhor a influência do vento no comportamento da famosa ponte (Figura 2.8).
Atualmente, diversas pontes são estudadas em túneis de vento antes de serem
construídas.
23
Figura 2.8 Modelo dimico da ponte de Tacoma Narrows
Fonte: Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=qL8MhSjEpQ8&eurl=http://www.gluon.com.
br/blog/2006/09/20/ponte-tacoma/> . Acesso em: 22 fev. 2008
Na Figura 2.9, têm-se imagens do Túnel de Vento Prof. Joaquim Blessmann, do
Laboratório de Aerodimica das Construções da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS), onde foram realizados os estudos da resposta dinâmica do complexo
viário Jornalista Roberto Marinho, em São Paulo, e na Figura 2.10 imagens da obra
finalizada.
Figura 2.9 Estudo da resposta dinâmica do complexo viário Jornalista Roberto Marinho
Fonte: a) SOUZA et al., 2008
Figura 2.10 Complexo viário Jornalista Roberto Marinho
Disponível em: <http://cenasdacidade.wordpress.com/2007/10/29/ primeiro-post-ponte-estaiada-na-av-
roberto-marinho/>. Acesso em: 6 jun. 2008
24
Os túneis de vento são utilizados para a simulação das ões e efeitos do vento natural
em ensaios com modelos reduzidos. Geralmente são utilizados para medir a pressão do
ar nas estruturas e avaliar a forma da edificão atras da interação dinâmica da
estrutura com a força do vento.
Para o estudo dos efeitos das cargas de terremotos nas estruturas, normalmente os
modelos são testados em mesas vibratórias, chamadas de plataformas sísmicas (shaking
table), que simulam as movimentões naturais decorrentes dos abalos sísmicos. Este
tipo de alise é mais comum em regiões onde tais fenômenos ocorrem com mais
freqüência. A Figura 2.11 apresenta dois modelos testados em plataformas sísmicas.
Figura 2.11 Modelos em mesas vibratórias
a) Modelo antes da simulação, b) Modelo durante a simulação
Fonte: Disponível em: <http://www.nees.org/5am/ppt/WednesdayJune20/330-
500pmBreakouts/SoilFoundation-StructureAndBaseIsolation/ValentinShustov.pdf>. Acesso em: 6 jun.
2008
Os modelos dimicos tamm podem ser utilizados para avaliar os efeitos de impactos
nas estruturas.
2.2.6 | Outras Classificões
Existem tamm outras classificões que incluem modelos que o foram
considerados na classificação apresentada, visto sua diferença dos modelos estruturais.
Como exemplo pode-se citar os modelos térmicos, onde os efeitos de mudanças de
25
temperatura são estudados; modelos para procedimento de montagem de estruturas que
são usados para auxiliar os construtores no planejamento da construção de estruturas
muito complexas; modelos puramente arquitetônicos, conhecidos como maquetes, que
são tamm muito importantes no planejamento de novas construções e na correlão
de espaços; entre outros.
O uso de modelos estruturais na engenharia tem diversas aplicões como: na educação,
concepção de projetos, pesquisa e no desenvolvimento de produtos. O importante é que
o profissional veja o modelo estrutural, independente do tipo e da finalidade, como um
complemento para o projeto ou para a análise matemática das estruturas. É função do
engenheiro ou do arquiteto definir qual, quando e onde os modelos devem ser
utilizados.
2.3 | Modelos estruturais qualitativos para o ensino de estrutura
O uso de modelos qualitativos como ferramenta de auxilio no processo de ensino-
aprendizagem de estrutura é uma atividade que vem sendo desenvolvida há mais de 70
anos. Segundo Harris et al. (1999, p. 681), um dos primeiros a utilizar modelos
estruturais para demonstrações em sala de aula foi Rathbun, que me 1934 utilizou
blocos de madeira presos por arames para demonstrar o comportamento de um arco.
Dentre todos os tipos de modelos estruturais, os utilizados para demonstrações em sala
de aula, geralmente, são os mais simples. Por sua aplicação, é preciso que os mesmos
sejam portáteis e fáceis de operar. Esses modelos podem ser executados com materiais
comuns, como papel, madeira, plástico ou borrachas, pois normalmente o necessitam
de instrumentação, e o comportamento das estruturas é analisado visualmente por meios
de deformações acentuadas (HARRIS et al., 1999).
Segundo Harris et al. (1999), diversas universidades nos Estados Unidos possuem
laboratórios que utilizam modelos elásticos para o ensino de estrutura, como exemplo o
autor cita o MIT, Princeton, Lehigh, Carnegie-Mellon, Cornell, Johns Hopkins,
University of Califórnia, Berkeley, College of the City of New York, Derxel, entre
outras.
26
No exterior existem diversos fabricantes de equipamentos para a educação na
engenharia, que dispõe ao mercado uma série de modelos estruturais industrializados.
Como exemplo, pode-se citar alguns equipamentos da Gunt Hamburg: equipment for
engineering education (Figura 2.12).
Figura 2.12 Gunt Hamburg: equipment for engineering education
a) Modelo experimental de um arco parabólico, b) Modelo experimental de uma ponte suspensa.
Fonte: Disponível em: <http://www.gunt.de/static/s3_1.php>. Acesso em: 6 jun. 2008
No Brasil, percebe-se que existe uma preocupação muito grande entre os profissionais,
mas infelizmente, essa preocupação tem ficado confinada ao espaço das escolas. Em
geral, os modelos são concebidos pelos pprios professores que por sua vez o tem
preocupão em divulgá-los. Grande parte destas experiências didáticas é isolada, tanto
nas escolas de engenharia como também nas escolas de arquitetura.
A seguir, tem-se uma síntese sobre algumas publicações que serviram como base da
pesquisa bibliográfica deste trabalho.
A primeira publicação no Brasil sobre o uso de modelos estruturais para o ensino de
estrutura é atribuída aos anais do Primeiro Encontro dos Professores de Estrutura para
Escolas de Arquitetura, realizado em 1974 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo (FAU/USP). Nos anais são apresentadas rias publicações
relatando as experiências e as opiniões de professores de diferentes universidades
brasileiras. Neste encontro, dois pontos foram destaques: a necessidade do ensino da
história das estruturas e o uso de modelos qualitativos como ferramenta de auxilio ao
aprendizado. Margarido (1974) sugere uma lista de materiais para a execução de
modelos (Figura 2.13) e algumas técnicas de utilizão recomendadas para o ensino.
27
Figura 2.13 Aluízio F. Margarido: projeto de um modelo estrutural qualitativo
Fonte: MARGARIDO, 1974, p. 13
Franco (1974 b) tamm sugere a construção de modelos estruturais qualitativos a partir
de peças de madeira e molas de aço. Grande parte dos autores ressalta em suas
publicações que, mesmo sendo voltadas especificamente às escolas de arquitetura, as
iias se aplicam tamm às escolas de engenharia.
Santos (1983) desenvolveu sua dissertão de mestrado sobre a concepção, o projeto, a
execão e a utilizão de modelos estruturais qualitativos para o ensino de estrutura.
Nesse trabalho são apresentados 62 modelos diferentes contendo todos os detalhes para
a execução dos mesmos como, por exemplo, os representados na Figura 2.14.
Figura 2.14 José Amaro dos Santos: modelos estruturais qualitativos
a) Modelo número 14, b) Modelo número 27
Fonte: SANTOS, 1983
28
Atualmente, alguns trabalhos sobre o tema reproduzem os modelos sugeridos por
Santos. Chamberlain et al. (2000) e Rodrigues et al. (2006) sugerem alternativas mais
simples e econômicas para a construção de um modelo, proposto originalmente por
Santos (1983), para a obteão do comprimento efetivo de flambagem de elementos
submetidos à compressão conforme ilustrado nas Figuras 2.15, 2.16 e 2.17.
Figura 2.15 José Amaro dos Santos: modelo estrutural qualitativo número 56
a) Perspectiva, b) Vista Frontal
Fonte: SANTOS, 1983
Figura 2.16 Zacarias Chamberlain: modelo estrutural proposto por Santos (1983)
a) Modelo sem carregamento, b) Modelo com carregamento.
Fonte: CHAMBERLAIN et al., 2000, p. 3
29
Figura 2.17 FAU/UFRJ: modelo estrutural proposto por Santos (1983)
a) Modelo sem carregamento, b) Modelo com carregamento.
Fonte: Disponível em: <http://www.fau.ufrj.br/apostilas/mse/Colunas.htm>. Acesso em: 20 abr. 2008
Outro autor que trata do assunto é o Engenheiro e Professor Yopanan Rebello. Ele
utiliza diversos artifícios para facilitar a compreensão por parte dos alunos. Suas aulas
de estrutura são complementadas por diversos modelos qualitativos, construídos por ele
mesmo (Figura 2.18), quando não, os pprios alunos são os modelos (Figura 2.19).
Figura 2.18 Yopanan Rebello: modelos estruturais qualitativos
Fonte: Disponível em: <http://www.ycon.com.br/cod_CC28-G_master.htm>. Acesso em: 23 abr. 2008
Figura 2.19 Yopanan Rebello: aula com modelos humanos”
Fonte: REBELLO et al., 2001
30
Um exemplo bastante conhecido deste tipo de representação, atras de pessoas, é a
simulação do sistema estrutural da ponte Forth Railway Bridge de 1890 no Reino Unido
(Figura 2.20).
Figura 2.20 Representação do sistema estrutural da ponte Forth Railway Bridge
Fonte: a) Disponível em: < http://www.forthbridges.org.uk/>. Acesso em: 21 dez. 2007, b) Disponível
em: <http://en.structurae.de/photos/index.cfm?JS=5582>. Acesso em: 21 dez. 2007
Em sua dissertão de mestrado, Rebello (1992) apresenta uma avaliação do ensino de
estruturas praticado nas escolas de arquitetura e ressalta a importância do uso de
modelos qualitativos para a melhoria do ensino. No trabalho, é sugerida a utilizão de
uma mola como sendo um ótimo material didático para a visualizão de um grande
número de conceitos relacionados à estrutura.
Schwark (1996) apresenta em sua dissertação de mestrado sugestões para um curso
intuitivo de teoria das estruturas. O uso de modelos tamm é citado como facilitador
do aprendizado, principalmente nas disciplinas que compõe a área de estrutura. Este
trabalho já é mais voltado ao curso de engenharia.
No livro Fundamentos de Estruturas: um programa para arquitetos e engenheiros que
se iniciam no estudo das estruturas”, Margarido (2001) dedica um capítulo exclusivo
sobre a construção e utilização de modelos estruturais qualitativos, intitulado
Visualização das deformadas atras de modelos. Com o objetivo de demonstrar
como as estruturas se comportam, o autor sugere uma lista de materiais, dentre eles a
mola, para a construção de alguns sistemas estruturais como pórticos, trelas e grelhas,
conforme a Figura 2.21.
31
Figura 2.21 Aluízio F. Margarido: projeto de modelos estruturais qualitativos
a) b) Relação das peças, c) Pórtico plano, d) Treliça plana, e) Pórtico espacial com grelha
Fonte: MARGARIDO, 2001, p. 263 267
No Brasil, existem alguns seminários que tratam sobre o ensino de engenharia como o
Encontro de Ensino em Engenharia e o Congresso Brasileiro para o Ensino de
Engenharia (COBENGE). Vários trabalhos relacionados ao assunto são apresentados
nestes congressos, mas por se tratarem de eventos sobre o ensino de engenharia de uma
forma geral, poucos abordam o uso de modelos qualitativos para o ensino de estrutura,
como o de Chamberlain et al. (2001), que desenvolveu modelos qualitativos de trelas
planas. A Figura 2.22 mostra um desses modelos.
Figura 2.22 Zacarias Chamberlain: modelos estruturais qualitativos de treliças planas
a) Treliça sem carregamento, b) Treliça com carregamento
Fonte: CHAMBERLAIN et al., 2001
32
Rodrigues et al. (2006) apresenta aspectos do projeto de modelos desenvolvidos pelos
alunos da disciplina Modelagem dos Sistemas Estruturaisdo curso de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU/UFRJ) (Figura 2.23).
Figura 2.23 FAU/UFRJ: modelos ditico
a) Modelo de laje sem carregamento, b) Modelo de laje com carregamento, c) Modelo de membrana sem
carregamento, d) Modelo de membrana com carregamento
Fonte: Disponível em: <http://www.fau.ufrj.br/apostilas/mse/ModDidat.htm>. Acesso em: 20 abr. 2008
Fora do ps, uma das principais publicões sobre o uso de modelos qualitativos de
estrutura no processo de ensino-aprendizagem é atribuída a Hilson (1972), que
apresenta em seu livro Basic Structural Behaviour via Models” diversos modelos
estruturais qualitativos como os mostrados na Figura 2.24, e destaca o valor do uso de
modelos para o aprendizado do comportamento dos sistemas estruturais em geral.
Todos os modelos são detalhadamente descritos com dimensões e materiais utilizados
para possibilitar a reprodução dos mesmos, e tamm é apresentado um tópico com o
procedimento de teste a ser seguido para cada modelo.
33
Figura 2.24 Barry Hilson: modelos estruturais qualitativos
a) Modelo de viga perfil I, b) Modelo de pilar, c) Modelo de grelha
Fonte: HILSON, 1972
Os modelos de treliça e grelha, sugeridos por Hilson (1972), tamm podem ser
encontrados representados no livro “Sistemas Estruturais: teoria e exemplos” de Sales et
al. (2005, p. 107, 157).
Harris et al. (1999) apresentam no livro Structural Modeling and Experimental
Techniques um apanhado geral sobre o uso atual dos modelos estruturais para
aplicações em projeto, na educação, em pesquisas e no desenvolvimento de produtos.
No capítulo 12, Educational Models for Civil and Architectural Engineering”, é feita
uma descrição minuciosa sobre os modelos estruturais utilizados na educão, desde
histórico, classificação dos modelos, até estudo de casos, como o exemplo apresentado
na Figura 2.25.
Figura 2.25 Drexel University: modelo de uma geodésica com ts apoios
a) Superfície esrica utilizada para a montagem do modelo, b) Modelo de madeira balsa em escala 1/45
Fonte: HARRIS et al., 1999, p. 750, 751
34
Nas páginas 713 e 714, é apresentado com mais detalhes, inclusive com fotos (Figura
2.26), o modelo estrutural de Godden
9
(1963, apud HARRIS et al. 1999), utilizado por
Margarido (1974), conforme apresentado anteriormente na Figura 2.13.
Figura 2.26 W. G. Godden: modelo estrutural qualitativo
a) Modo de colapso de viga, b) Modo de colapso de pórtico plano.
Fonte: HARRIS et al., 1999, p. 714
Além das publicações, destacam-se tamm algumas experiências diticas em
universidades. Uma delas é uma competão entre os alunos da Escola de Arquitetura de
Grenoble na França, que inclusive é reproduzida em diversas universidades brasileiras.
Os alunos são desafiados a construir pequenos modelos de pontes utilizando espaguetes.
A Figura 2.27 mostra duas destas estruturas.
Figura 2.27 Structures Spagettis Franchissements: modelos estruturais com espaguetes
Fonte: Disponível em: <http://www.grenoble.archi.fr/enseignement/cours/tixier/structures.html>. Acesso
em: 26 fev. 2007
9
GODDEN, W. G. Demostration models for teaching structural mechanics. Engineering experiment
station circular, n. 78, v. 60. University of Illinois: Urbana, 1963.
35
Uma atividade similar, organizada pela empresa Vallourec & Mannesmann Tubes, foi
realizada na Universidade de Aachen na Alemanha em 2004. A V & M macaroni
construction competition” é uma competão de modelos de guindastes feitos com
espaguetes. A Figura 2.28, mostra alguns modelos participantes, e o modelo vencedor
da competição.
Figura 2.28 V & M macaroni construction competition
a) Modelos participantes, b) Modelo vencedor.
Fonte: Disponível em: <http://www.vmtubes.de/jsp/epctrl.jsp?con=vmtubes
000038&cat=vmtubes000198&mod=vmtubes000061 &pri=vmtubes&lng=1>. Acesso em: 07 fev. 2008
Esta ptica tem se tornado comum em disciplinas de estrutura de algumas
Universidades no Brasil, porém, como já foi mencionado anteriormente, poucas são
publicadas. Uma delas é a competição de pontes de espaguete da Escola de Engenharia
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Essa atividade acontece desde
2004 e foi criada com base em experiências didáticas similares relatadas em instituições
de ensino no exterior. A Figura 2.29 mostra dois modelos participantes da competão.
Figura 2.29 UFRGS: competição de pontes de espaguetes
Fonte: Disponível em: <http://www.ppgec.ufrgs.br/segovia/espaguete/fotos.html>. Acesso em: 14 fev.
2007
36
Outro trabalho desenvolvido na Escola de Arquitetura de Grenoble é o Structures et
Forces. Nesta atividade, as turmas são divididas em grupos e cada equipe tem que
construir e testar um modelo que simula um determinado sistema estrutural. O
diferencial dessa atividade, em relação às mostradas anteriormente, está no fato de que
os modelos são reproduzidos em escalas geotricas maiores e os alunos participam
efetivamente da construção dos modelos. A Figura 2.30 mostra dois desses modelos.
Figura 2.30 Structures et Forces: modelos estruturais
a) Modelo teórico 1, b) Modelo físico 1, c) Modelo teórico 2, d) Modelo físico 2
Fonte: Disponível em: <http://www.grenoble.archi.fr/enseignement/cours/tixier/structures.html>. Acesso
em: 26 fev. 2007
37
No ano de 2006, foi realizada na Universidade Federal de Ouro Preto a primeira
competição de pontes de madeira balsa para os estudantes de graduação do curso de
engenharia civil. Com base nas atividades didáticas mencionadas anteriormente, a
competição foi criada com o objetivo de estimular o interesse dos alunos pelo tema. A
Figura 2.31 mostra alguns modelos participantes da competão.
Figura 2.31 UFOP: primeira competição de pontes de madeira balsa
Na disciplina Sistemas Estruturais do curso de mestrado em Construções Metálicas da
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) – turma 2006, dois trabalhos foram
realizados utilizando-se modelos para o entendimento e estudo de aspectos como flecha,
flambagem e a influência das propriedades geométricas dos sistemas estruturais
metálicos. No primeiro, foram feitos ensaios de ts vigas de perfil I” com
propriedades geométricas diferentes. Todos os modelos foram construídos com papel
Para (Figura 2.32).
Figura 2.32 UFOP: modelos estruturais de vigas perfil I
a) Vigas utilizadas nos ensaios, b) Configuração geral do ensaio
38
No segundo, foram utilizados modelos reduzidos, sugeridos por Sales et al. (2005), para
o estudo do comportamento estrutural e das propriedades físicas que influem no
desempenho de grelhas. Para a construção dos modelos, utilizou-se como material
barras de madeira balsa com são quadrada. Foram ensaiados três modelos diferentes,
conforme Figura 2.33.
Figura 2.33 UFOP: modelos estruturais de grelhas
Firmo (2003) cita uma atividade acadêmica realizada no curso de suplementão em
p-moldados realizado pelo CEFET-MG, na disciplina A arquitetura dos p-
moldados. Por meio de um brinquedo chamado “Quadro, foram feitas simulações das
implicações práticas decorrentes do processo das constrões industrializadas. O
objetivo principal do trabalho é demonstrar que o projeto com coordenação modular não
representa uma sistemática complicada de projeto e o é um limitador da criatividade
humana. A Figura 2.34 mostra duas estruturas criadas com o mesmo conjunto de pas.
Figura 2.34 Célio Firmo: modelos didáticos desenvolvidos a partir do Quadro”
Fonte: FIRMO, 2003, p. 39
39
Para o entendimento do comportamento das estruturas, paralelamente aos modelos
sicos qualitativos, existem outros artifícios que podem ser utilizados para facilitar a
compreensão do assunto. Alguns trabalhos e sites na internet apresentam como
alternativa algumas animações que demonstram o comportamento de sistemas
estruturais.
Menezes (2003) desenvolveu em sua tese de Doutorado um CD-ROM educacional
Estruturas Metálicas: comportamento das estruturas de aço sujeitas a solicitões” que
tem como objetivo mostrar o comportamento das estruturas de aço. Este comportamento
pode ser observado através de 48 animões diferentes. A proporção dos deslocamentos
e deformações das animações permite uma melhor compreensão dos fenômenos que
podem ocorrer nas estruturas de aço. A Figura 2.35 mostra algumas imagens retiradas
da animação de uma coluna em perfil “I” sujeita à compressão.
Figura 2.35 Imagens da animação de uma coluna sujeita a compressão
Fonte: MENEZES, 2003
No site Building Big”
10
existe um laboratório interativo de engenharia chamado The
Labs, dividido em quatro grupos (Forces Lab, Loads Lab, Materials Lab e Shapes
Lab) que demonstram através de animões interativas o comportamento dos sistemas
estruturais, levando em consideração a influência da forma, o tipo do material e os tipos
10
http://www.pbs.org/wgbh/buildingbig/index.html
40
de carga que normalmente atuam sobre as estruturas. Seguem algumas imagens
capturadas destes vídeos (Figuras 2.36, 2.37 e 2.38).
Figura 2.36 Building Big: Imagens retiradas das animações do Forces Lab
Fonte: Disponível em: <http://www.pbs.org/wgbh/buildingbig/lab/forces.html>. Acesso em: 17 mai. 2008
Figura 2.37 Building Big: Imagens retiradas das animações do Loads Lab
Fonte: Disponível em: <http://www.pbs.org/wgbh/buildingbig/lab/loads.html>. Acesso em: 17 mai. 2008
Figura 2.38 Building Big: Imagens retiradas das animações do Materials Lab
Fonte: Disponível em: <http://www.pbs.org/wgbh/buildingbig/lab/materials.html>. Acesso em: 17 mai.
2008
O uso de animações é uma proposta interessante para a demonstração dos fenômenos
envolvidos no comportamento das estruturas, principalmente pela atual disponibilidade
41
do uso de computadores e consequentemente a facilidade de acesso à internet. Porém,
mesmo com o acelerado desenvolvimento de novas tecnologias e a disponibilidade de
uma série de recursos digitais, como softwares que calculam estruturas e fazem
simulações do seu comportamento de forma bem didática, acredita-se que uma análise
qualitativa de um objeto virtual permeia o campo da abstração bem mais que os estudos
e vincias atras de algo real, ou material, como os modelos físicos qualitativos.
Além disso, mesmo sendo interativas, as animações citadas anteriormente são pré-
definidas, o que impossibilita o usuário criar e testar algo novo.
A partir da alise dos trabalhos apresentados aqui, pode-se constatar que a grande
maioria apresenta modelos estruturais qualitativos bastante interessantes, entretanto,
quase todos os modelossicos são específicos para determinado sistema estrutural. São
poucos os modelos que podem ser adaptáveis a diferentes configurações e, assim,
representar mais de um tipo de fenômeno. Os modelos tamm não apresentam
solões estruturais aplicadas a edificações reais ou em um estudo preliminar da
concepção estrutural associada à arquitetônica, o que é proposto neste trabalho.
42
3. Capítulo 3 | Maquete Estrutural
43
3.1 | Introdução
A Maquete Estrutural é um material/modelo didático-experimental criado anteriormente
pelo pprio mestrando (OLIVEIRA, 2005, 2006). Desde então, o material vem sendo
desenvolvido e aperfeoado pelo arquiteto, chegando ao estágio que hoje se encontra
neste trabalho. Foram feitas algumas adaptões, modificações e principalmente o
aperfeiçoamento do modelo, que serão apresentadas posteriormente.
Conforme a classificação dos modelos estruturais apresentada no item 2.2, o modelo
proposto, trata-se de um Modelo Estrutural Qualitativo que, assim como tal, tem como
objetivo principal proporcionar aos estudantes de engenharia, de arquitetura e
profissionais da área a compreensão dos conceitos sicos relacionados ao
comportamento dos sistemas estruturais em geral, a fim de facilitar o entendimento da
alise das estruturas atras dos conhecimentos teóricos de cálculo. Suas
caractesticas de modelo de alta deformação permitem, por meio de sua manipulação, a
visualização do comportamento estrutural pelo lado qualitativo do fenômeno físico.
A Maquete Estrutural é composta por um conjunto de peças moduladas com dimensões
padronizadas que permitem a montagem e simulação de diversos sistemas estruturais,
desde os mais simples como pilares, vigas, contraventamentos, arcos, pórticos, tirantes e
treliças passando pela associão entre os sistemas e chegando até os mais complexos
como prédios de múltiplos andares, estruturas espaciais, torres, pontes, etc. Para todos
estes sistemas, o modelo permite a análise de diferentes conceitos como estabilidade
estrutural, visualização dos deslocamentos e deformadas, comportamento quanto ao tipo
de carregamento e condições de contorno, a influência da forma e o processo de
montagem. Tudo isso aliado à praticidade de montagem, manuseio e armazenamento.
Visando substanciar a capacidade de absorção de conceitos estruturais atras da
construção de modelos, no item seguinte é apresentado filosofias de ensino e
experiências diversas utilizadas como base para a criação do modelo. Em seguida, a
Maquete Estrutural propriamente dita é apresentada.
44
3.2 | Filosofia de ensino
Eu escutei e me esqueci; Eu vi e eu me lembrei; Eu fiz e eu entendi!” Confúcio
11
(apud, PINHEIRO, 2000, p. 1).
A utilização da Maquete Estrutural para demonstração do comportamento dos sistemas
estruturais tem como base filosofias e métodos de ensino e aprendizagem que defendem
o pensamento do “aprender fazendo”. Segundo Seymour Papert, professor do MIT, [...]
O que você aprende no processo de fazer algo entra mais a fundo, o conhecimento cria
mais raízes no subsolo da mente do que qualquer outra coisa dita por alguém”.
12
Na concepção do pedagogo suíço Johann Heinrich Pestalozzi (apud FRIEDRICH et al.,
2007, p. 13), o aprendizado ideal deve ser com a cabeça, o coração e as mãos, e
segundo resultados das pesquisas neurocientíficas modernas, hoje sabemos que o
cérebro humano reúne num todo os três aspectos: o pensamento, o sentimento e a ão
(FRIEDRICH et al., 2007, p. 13).
Além de enriquecer o aprendizado, o contato direto com o material faz com que o
usrio deixe de ser um mero espectador, passando a participar de forma mais ativa do
processo de aprendizagem, estimulando, assim, seu interesse pelo tema. A proposta é
que o usuário possa estimular sua curiosidade por meio do processo de ensaio e erro, e
assim desenvolver um sentimento investigativo que vá am das soluções estruturais
convencionais.
Tudo que se ensina a criaa a impede de inventar e descobrir [...] A escola,
dessa forma, deveria dar a qualquer aluno a possibilidade de aprender por si
próprio, oportunidades de investigação individual, possibilitando-lhe todas as
tentativas, todos os tateios e ensaios que uma atividade real pressupõe
(PIAGET, apud REBELLO, 1992, p. 15).
A Salvadori Education Centre on the Built Environment (SECBE) é um bom exemplo
de escola que utiliza a metodologia do aprendizado por meio da ação. See it – Build it
11
Confúcio (Kung-Fu-Tze) pensador chis (551 a 479 AC).
12
Disponível em: <http://www.lego.com/education/default.asp>. Acesso em: 10 mar. 2007.
45
– Know it, esse é o lema da SECBE. Fundada pelo Engenheiro Estrutural Mario
Salvadori, a SECBE é uma instituição educacional, sem fins lucrativos, voltada para
ensino de crianças, com foco nos princípios da arquitetura, engenharia e da construção
do meio ambiente, através de uma filosofia pedagógica chamada de hands-on/minds-
on actives (Figura 3.1). Nessa instituição são utilizadas diversas ferramentas didáticas,
como manuais, vídeos, livros e kits de modelos estruturais desenvolvidos por Salvadori.
(BUSSEL, 1995).
Figura 3.1 Salvadori Education Center: hands-on/minds-on actives
Fonte: Disponível em: <http://www.salvadori.org/index.php>. Acesso em: 16 maio 2008.
Estas mesmas iias formam a base da filosofia de ensino Learning by Making”,
utilizada pela LEGO. der mundial no segmento de brinquedos educativos para
criaas, a LEGO acredita que os métodos e materiais tradicionais de ensino tendem a
limitar a habilidade natural das crianças de aprender, pois tais instrumentos estabelecem
caminhos específicos para atingir as solões apresentadas. Em vez de ter uma
variedade de opções para solão dos problemas, os estudantes são limitados, em sua
grande maioria, a apenas uma solão. O resultado é a simples reprodução do
conhecimento no lugar da contextualização própria. Os estudantes que criam suas
pprias soluções para os problemas, vivenciam a sensação do verdadeiro aprendizado,
uma experiência totalmente diferente do que simplesmente memorizar o conhecimento
já obtido por outros
13
. A Figura 3.2 mostra um gráfico do processo de aprendizagem
Learning by Making”.
13
Disponível em: <http://www.lego.com/education/default.asp>. Acesso em: 10 mar. 2007.
46
Figura 3.2 Gráfico do processo de aprendizagem Learning by Making da Lego Education
Fonte: Disponível em: <http://www.lego.com/education/default.asp>. Acesso em: 10 mar. 2007.
[tradução nossa]
Na opinião de Chris Rogers, professor de Engenharia Mecânica da Universidade de
Tufts nos Estados Unidos, as escolas deveriam ensinar as crianças a serem curiosas
sobre as coisas ao seu redor, ensinando como resolver problemas e onde procurar por
solões e, portanto, encontrar as respostas. A utilizão de ferramentas, como o
material da Lego Education, permite que as crianças se tornem curiosas, e com a
orientação do professor, possam encontrar respostas para suas perguntas.
14
Para isso, a LEGO apresenta solões que ajudam as crianças a se tornarem pensadores
criativos, solucionadores de problemas e efetivos trabalhadores de equipe. Com diversas
opções de kits e softwares que podem ser usados dentro e fora das salas de aula,
estudantes com idade entre 8 e 16 anos, aprendem a projetar, programar e controlar
modelos funcionais que representam tarefas reais em diversas áreas de conhecimento,
como na ciência, tecnologia, engenharia e matemática, de um jeito divertido e engajado.
A Figura 3.3 mostra dois kits para a montagem de sistemas estruturais.
14
Disponível em: <http://www.lego.com/education/default.asp>. Acesso em: 10 mar. 2007.
47
Figura 3.3 Lego structures: kit para montagem de sistemas estruturais
Fonte: Disponível em: <http://www1.lego.com/education/default.asp?l2id=1_2&page=7_1>. Acesso em:
10 mar. 2007
Tal ptica de ensino é comum em diversos temas. Para o ensino da física, base de todas
as outras disciplinas científicas, é usual, por exemplo, a utilizão de experimentos
diticos em sala de aula. No site
15
da Educational Innovations estão disponíveis
diversos produtos científicos para salas de aula de qualquer disciplina científica,
inclusive o comportamento de sistemas estruturais. A Figura 3.4 mostra dois desses
produtos.
Figura 3.4 Produtos educacionais da Educational Innovations
a) Kit para montagem de moléculas, b) Kit para montagem de pontes
Fonte: Disponível em: <http://www.teachersource.com>. Acesso em: 9 jan. 2008
15
http://www.teachersource.com
48
O professor americano Paul G. Hewitt é conhecido por utilizar esse mesmo todo para
ensinar os conceitossicos dasica. Hewitt defende a idéia de que a principal razão do
estudo dasica é aperfeoar a maneira de enxergar o mundo e para isso é preciso ter a
compreensão dos conceitos básicos e ver a estrutura matemática como guias do
pensamento, mais do que como receitas para realizar lculos. Em seu livro
Conceptual Physics (HEWITT, 1997), ele sugere através de imagens a utilizão de
diversos experimentos que auxiliam no aprendizado. A Figura 3.5 demonstra que com
uma simples mola é possível compreender diferentes conceitos sicos, como as leis de
Newton, propriedade dos materiais, características das ondas sonoras e forças
eletrostáticas.
Figura 3.5 Imagens do livro Conceptual Physics
a) Leis de Newton, b) Propriedade dos materiais, c) Ondas sonoras, d) Forças eletrostáticas
Fonte: HEWITT, 1997
Se esses conceitos dasica e suasrias conexões formam a base para as demais
ciências, adotar o mesmo processo de aprendizagem para a engenharia civil e
arquitetura e, ainda, extrapolar para conceitos estruturais associados a estruturas
inovadoras é o que se pretende com a Maquete Estrutural.
A proposta é que a Maquete Estrutural possa ser utilizada em uma primeira etapa, de
experimentação, onde exista apenas a preocupão com o estudo qualitativo, dando
49
ênfase ao aspecto intuitivo, para que posteriormente sejam aprofundados e aplicados os
conhecimentos teóricos de cálculo. A Figura 3.6 ilustra essas duas etapas, a análise
qualitativa do comportamento da estrutura através da Maquete Estrutural e, em seguida,
a representão do modelo teórico utilizado para a quantificação dos fenômenos
envolvidos.
Figura 3.6 Experimentação e conhecimento teórico
A principal razão para se utilizar experimentos com modelos no estudo de estrutura é
que os fenômenos estruturais em geral, apesar de serem realmente simples, não são
intuitivos, pois esses fenômenos fogem da gama de registro de nossos sentidos.
Primeiro, devido à grandeza física das deformações e deslocamentos que ocorrem nas
estruturas (que na maioria das vezeso podem ser vistos a olho nu), e, segundo,
devido à grandeza das forças que estão envolvidas na resistência dos sistemas
estruturais (que em geral são imperceptíveis aos nossos sentidos, incapazes de registrar
tais valores) (MARGARIDO, 1974).
Atras da Maquete Estrutural por se tratar de um modelo físico de alta deformão
onde todo o processo de manipulação é feito manualmente, desde a montagem até a
aplicação do carregamento o usuário pode, além de ver os deslocamentos e
deformações, sentir a resistência e o comportamento do sistema estrutural ensaiado,
aproximando a grandeza dos femenos manifestados nas estruturas para a percepção
dos sentidos do homem. Referindo-se ao processo de aprendizagem proposto,
50
Siciliano (1974) afirma que[...] é tão mais efetivo quanto mais sentidos humanos
estiverem envolvidos no processo [...] o só a audição e a visão deveriam estar em
jogo, mas o tato tamm.”
[...] quanto mais recursos forem empregados na transmissão de uma
informação, tanto melhor ela se fixará na memória de longa duração. É mais
fácil aprender com a colaboração do maior número possível de órgãos dos
sentidos. [...] (FRIEDRICH; PREISS, 2007, p. 12).
No item seguinte, é apresentada a evolução da Maquete Estrutural e, finalmente, seus
elementos.
3.3 | Evolução da Maquete Estrutural
A iia de criar um modelo estrutural em escala reduzida que pudesse simular o
comportamento das estruturas surgiu a partir da necessidade pessoal do mestrando em
compreender os fenômenos que regem o comportamento dos sistemas estruturais de
forma tátil e visual.
O modelo sofreu modificações significativas desde sua criação até à forma apresentada
neste trabalho. Tal forma, provavelmente o é definitiva, pois se pretende que esta
pesquisa sirva, tamm, como uma etapa do aperfeoamento constante do modelo,
objetivando torná-lo cada vez mais fiel quanto ao comportamento das estruturas.
Inicialmente, foi idealizado e executado um modelo de um arco treliçado com peças de
madeira e pequenos cabos metálicos ligados por meio de imãs e esferas metálicas,
mostrado na Figura 3.7.
51
Figura 3.7 Primeira montagem da Maquete Estrutural com peças de madeira
Porém, nesse modelo, só era possível analisar o sistema estrutural como um todo, o
sendo possível perceber visualmente o comportamento dos elementos estruturais
isolados, pois as peças de madeira eram muito rígidas eo sofriam deformações
suficientes para tal alise.
Para isso, era necessário um material elástico que mesmo sofrendo grandes
deformações, voltasse à sua forma original após a retirada do carregamento. Foram
feitos diversos testes com alguns materiais, como tubos de pstico (Figura 3.8) e
mangueiras de borracha (Figura 3.9). Porém, esses não corresponderam de forma
satisfatória.
52
Figura 3.8 Teste com tubos plásticos
Figura 3.9 Teste com mangueiras de borracha
Quanto aos tubos de plástico testados, estes eram muito gidos e precisavam de uma
carga superior à força magnética dos is para sofrerem as deformações desejadas, o
que causava problemas nas ligões. Já as mangueiras de borracha, apresentavam
grandes deformações, mas dificilmente retornavam à forma original, permanecendo
deformadas. Foram feitos testes com peças de madeira e arames metálicos embutidos
nas mangueiras, com o objetivo de resolver o problema, mas os resultados o foram
satisfatórios (Figura 3.10).
Figura 3.10 Teste com madeira e arames melicos embutidos nas mangueiras de borracha
53
Depois de diversas tentativas, chegou-se à mola metálica, sem dúvida, o material que
mais se adequou às necessidades do modelo (Figura 3.11). Após alguns testes, ficou
clara a eficiência do material para este tipo de análise.
Um exemplo simples do aprendizado global ao qual me refiro é o estudo de
uma mola, onde podem ser analisados os conceitos de elasticidade, tração, os
estudos de Hooke, o uso das molas em diversas situações, os tirantes, as
estruturas penseis, etc. É fácil ver que de uma simples mola pode ser
aprendido um grande número de conceitos, e suas ligações com as
realizações estruturais e de outras áreas (REBELLO, 1992, p. 54).
Figura 3.11 Teste com molas metálicas
Além de permitir a visualizão do comportamento de um sistema estrutural como um
todo e dos elementos estruturais isoladamente, percebe-se, que com a mola é possível
extrapolar a análise a partir da analogia dos passos da mola com as seções transversais
ao longo de um elemento estrutural. As Figuras 3.12a e 3.12b, mostram que as seções
transversais de uma viga submetida à flexão, giram em torno do seu eixo horizontal
apresentando compressão na parte superior e tração na parte inferior. Nas Figuras 3.12c
e 3.12d, percebe-se, que uma viga (componente da Maquete Estrutural), sobre as
mesmas condições, apresenta uma aproximação dos passos da mola na parte superior e
um afastamento na parte inferior.
54
Figura 3.12 Analogia das seções transversais de uma viga com os passos da mola
a) Viga submetida a flexão, b) Sões transversais da viga, c) Mola submetida a flexão, d) Paços da mola
Fonte: a), b) REBELLO, 2000, p.98
Após a definição do material das pas principais, foram desenvolvidos os outros
elementos estruturais, como lajes, contraventamentos, tirantes e os diferentes tipos de
ligações, conforme será apresentado no item 3.4. A Figura 3.13 mostra a primeira
apresentação da Maquete Estrutural durante o curso de especializão CEACOM III.
55
Figura 3.13 Primeira apresentação da Maquete Estrutural no curso CEACOM III
Desde o princípio, tem-se procurado aperfeiçoar a Maquete Estrutural de forma a
aproximá-la ao ximo do comportamento de uma estrutura real. Até então, sabia-se
que, de forma geral, as deformadas e deslocamentos do modelo utilizando as molas
metálicas eram semelhantes aos de uma estrutura comum. Mas até que ponto esse
comportamento é realmente similar? As conexões entre as pas funcionam realmente
como ligaçõesgidas ou rotuladas? Até onde se pode confiar no modelo para uma p-
avaliação do comportamento de um sistema estrutural? D a necessidade de realizar a
investigação comprobatória proposta neste trabalho e apresentada no capítulo 5.
3.4 | Elementos da Maquete Estrutural
Com o objetivo de aproximar-se aoximo do comportamento de uma estrutura real, a
Maquete Estrutural é composta pelas mesmas peças que constituem uma estrutura
comum, como pilares, vigas, lajes, paredes, contraventamentos, ligões, cabos, arcos,
56
fundações, etc. Para atender a todas as características mencionadas no item 3.1 e
possibilitar a analogia quanto ao comportamento das estruturas, as pas do modelo
foram projetadas da seguinte forma:
Pilares e Vigas: molas metálicas de tração e compressão que permitem grandes
deformações quando carregadas, retornando a sua forma original após o
descarregamento (Figura 3.14).
Figura 3.14 Peças que compõem a Maquete Estrutural: pilares e vigas
Contraventamentos e Tirantes: molas metálicas com a parte central retilínea que
apresentam pouca resistência à compressão (Figura 3.15).
Figura 3.15 Peças que compõem a Maquete Estrutural: contraventamentos e tirantes
Lajes e Paredes: placasgidas de MDF
16
com imãs na periferia (Figura 3.16).
16
Medium-density fiberboard é um material derivado da madeira e é internacionalmente conhecido por
MDF. Em português a designação correta é placa de fibra de madeira de média densidade. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Medium_Density_Fiberboard>. Acesso em: 22 mai. 2008.
57
Figura 3.16 Peças que compõem a Maquete Estrutural: lajes e paredes
Cabos: são feitos de duas maneiras dependendo da finalidade, ou são pequenos cabos
metálicos, ou pequenas correntes também metálicas. A ligão destas pas com o
restante dos elementos do modelo é feita por meio de uma pequena mola metálica com
imã embutido e um gancho em uma das extremidades (Figura 3.17).
Figura 3.17 Peças que compõem a Maquete Estrutural: cabos
Arcos: molas metálicas de tração e compressão com o eixo curvo (Figura 3.18).
Figura 3.18 Peças que compõem a Maquete Estrutural: arcos
58
Todas as conexões do modelo são feitas por meio de magnetismo. Esferas metálicas
fazem o papel da ligação entre as pas que possuem imãs em suas extremidades.
Ligação rotulada: As ligões feitas por meio das esferas são consideradas ligões
rotuladas, pois permitem o giro das pas não transmitindo momento (Figura 3.19).
Figura 3.19 Peças que compõem a Maquete Estrutural: ligação rotulada
Ligação rígida: a ligão gida é obtida a partir do acréscimo de uma placa gida de
MDF com três imãs que fazem a coneo entre as pas impedindo a rotão relativa
entre as barras e consequentemente transmitindo o momento (Figura 3.20).
Figura 3.20 Peças que compõem a Maquete Estrutural: ligação rígida
Ligação contínua: a ligação contínua é obtida a partir do acréscimo de uma placa rígida
de MDF com três imãs que fazem a conexão, por exemplo, entre as vigas
independentes, transmitindo os esforços entre elas sem transferi-los para a coluna
(Figura 3.21). Assim, a ligação contínua permite a continuidade do elemento estrutural e
a transmissão dos esforços.
59
Figura 3.21 Peças que compõem a Maquete Estrutural: ligação contínua
Ligação de base: a ligão da esfera com a base é feita por meio de uma peça metálica
cilíndrica. Suas dimensões são adequadas para que as peças de ligação rígida possam ser
utilizadas. Essa pa possui imãs na parte inferior que fazem o contato com a fundação
(chapa metálica) (Figura 3.22).
Figura 3.22 Peças que compõem a Maquete Estrutural: ligação de base
Além de facilitar a montagem, as ligações com os imãs e as esferas metálicas, permitem
uma ampla possibilidade de arranjos sem um posicionamento p-definido de uma mola
em relação às outras, podendo assumir qualquer posão e gerando liberdade de criação.
A Figura 3.23 mostra como uma pa pode assumir diversas posões.
Figura 3.23 Processo de montagem e liberdade de criação da Maquete Estrutural
60
Partindo do princípio que neste trabalho seriam feitas simulações de estruturas
metálicas, foi estudada uma modulão quanto às dimensões de cada pa do modelo,
de forma a aproximá-lo ao ximo das modulões e proporções utilizadas na grande
maioria dos projetos que seguem este sistema construtivo. O principal desafio, quanto à
padronizão das pas, foi tentar simular o maior número de sistemas estruturais
diferentes com a menor variedade de pas possível.
Por se tratar de um sistema construtivo industrializado, foram tomadas como base duas
caractesticas fundamentais que, em geral, definem a coordenação modular do
processo. A primeira, no que diz respeito à limitação da dimensão das pas
(geralmente de 12 metros de comprimento) devido ao transporte, que a estrutura é
executada em fábrica e depois transportada e montada no local; e a segunda, no que diz
respeito à preocupão quanto à repetição dos elementos estruturais, evitando uma
grande variedade de dimensões, de forma a facilitar o processo de fabricação e
montagem, e tamm, visando o máximo aproveitamento do material.
Tendo em vista as características do sistema construtivo e a possibilidade de montagem
dos mais variados sistemas estruturais, foram definidos como elementos principais do
modelo as colunas e as vigas. Todos os outros elementos têm suas dimensões definidas
em função desses principais. Assim, optou-se que as colunas e vigas teriam quatro
comprimentos diferentes que representariam, a princípio, as dimensões 3, 4, 6 e 12
metros de uma estrutura real, conforme ilustrado na Figura 3.24.
61
Figura 3.24 Dimensão dos pilares e vigas da Maquete Estrutural
A relação mostrada na Figura 3.24 o precisa ser seguida obrigatoriamente, é possível
utilizar qualquer mola para representar uma coluna de três metros, por exemplo, isso vai
depender do sistema estrutural a ser analisado com o modelo. A relão mostrada
anteriormente serve apenas para ilustrar os princípios utilizados para a definição da
modulação que foi empregada na construção do modelo.
Destaca-se que, dependendo do elemento estrutural a ser analisado, pas com
dimensões mais adequadas para representar melhor tal fenômeno podem ser utilizadas.
No caso da alise da flambagem de colunas submetidas à compressão, onde, por
exemplo, a esbeltez da pa é determinante, é mais interessante utilizar as pas (molas)
mais esbeltas, ou seja, de maior comprimento. A Figura 3.25 mostra que a visualizão
da deformada é melhor nas pas com maior esbeltez, como as das Figuras 3.25a e
3.25b, do que nas pas de menor esbeltez, como as das Figuras 3.25c e 3.25d, onde
este fenômeno é bem menor ou até mesmo inexistente.
62
Figura 3.25 Comparação das molas de comprimentos diferentes para colunas
a) Mola 12, b) Mola 6, c) Mola 4, d) Mola 3
No caso da alise de edificações verticais, por exemplo, quando o objetivo é a
visualização do comportamento da estrutura como um todo e não somente do elemento
comprimido, é mais interessante utilizar como colunas as peças (molas) com
comprimentos menores.
Assim, a escolha da pa a ser utilizada para determinado elemento estrutural vai variar
de acordo com as dimensões e proporções do sistema estrutural e com a finalidade da
alise. Portanto, todos os sistemas estruturais apresentados neste trabalho foram
idealizados de acordo com as dimensões das pas mais apropriadas.
A partir da definição do comprimento das molas, foram definidas as dimensões das
outras peças e conseqüentemente sua nomenclatura, conforme indicado na Tabela 3.1.
63
Tabela 3.1 Relação das peças da Maquete Estrutural
64
Tabela 3.1 Relação das peças da Maquete Estrutural (continuação)
65
Tabela 3.1 Relação das peças da Maquete Estrutural (continuação)
66
4. Capítulo 4 | Programa Experimental
67
4.1 | Introdução
Neste capítulo, seo apresentados todos os detalhes de procedimento, configurações e a
metodologia das análises experimentais e computacionais utilizadas neste trabalho.
O objetivo principal da investigação experimental foi validar, atras da comparação de
resultados, o modelo Maquete Estrutural como um meio confiável para avalião
qualitativa do comportamento estrutural aplicado a estruturas metálicas. Para isso,
foram realizados no Laboratório de Estruturas Professor Altamiro Tibiriçá Dias do
DECIV/EM/UFOP ensaios de diversos sistemas estruturais planos e espaciais, que
posteriormente foram comparados com os resultados obtidos com simulações dos
mesmos sistemas no software Structural Analysis Program (SAP2000, 2005). Esses
resultados e suas comparações serão apresentados no capítulo 5.
Este trabalho apresenta um programa experimental alternativo que permite a medão
dos deslocamentos sem contato direto com o modelo ensaiado. Esta metodologia foi
desenvolvida com base em estudos de análises experimentais que utilizam técnicas de
aquisição e processamento de imagens digitas (JURJO et al., 2006).
Em geral, este tipo de análise é utilizada em modelos de escala reduzida queo podem
ser monitorados com sensores convencionais, como é o caso da Maquete Estrutural,
pois, devido à sensibilidade do modelo, a utilização desses sensores provocaria
alterações significativas no seu comportamento. Am dos modelos reduzidos, esta
metodologia tamm pode ser aplicada em grandes estruturas com dicil acesso para a
colocação da instrumentão convencional (JURJO et al., 2006).
Porém, neste caso, devido ao objetivo da análise, foi utilizado um aparato
computacional bem mais simples do que os utilizados normalmente nesse tipo de
alise, visto que a Maquete Estrutural o é um modelo reduzido cujas grandezas
sicas são medidas e representam o protótipo. Portanto, os valores dos deslocamentos
o foram quantificados, mas as deformadas e sua relação com os sistemas estruturais
foram avaliadas.
68
4.2 | Metodologia
A metodologia experimental, desenvolvida neste trabalho, para a validação da Maquete
Estrutural é constitda basicamente de cinco etapas, que serão descritas a seguir:
- Montagem do modelo;
- Digitalização;
- Simulação computacional;
- Preparação e sobreposão das imagens;
- Comparação dos resultados.
4.2.1 | Montagem do modelo
Nesta primeira etapa é definido o modelo teórico, em seguida é feita a separação das
peças e posteriormente a montagem do sistema estrutural a ser ensaiado, conforme
apresentado na Figura 4.1.
Figura 4.1 Montagem do modelo
a) Modelo teórico escolhido, b) Peças separadas para a montagem, c) Vista frontal do sistema estrutural
Para a montagem e estabilização das estruturas planas, foram utilizados alguns
articios, como componentes da Maquete Estrutural. No caso dos pórticos planos,
como o da Figura 4.1c, foram utilizados duas pas de contraventamentos/tirantes
conectadas a base metálica para manter a estrutura no mesmo plano, conforme mostrado
na Figura 4.2.
69
Figura 4.2 Peças utilizadas para a estabilização das estruturas planas
Em alguns casos, quando a estrutura apresenta uma quantidade maior de nós, como as
treliças planas, por exemplo, não foi possível a utilização destes elementos de
travamento, sendo então utilizada como sistema de estabilização a montagem das
treliças em dois planos, conforme será apresentado no item 5.2.6.
Para a análise das colunas e vigas, isoladamente, foram utilizados acessórios metálicos
como elementos gidos para a conexão/ancoragem das peças de ligação de base em
planos diferentes do horizontal.
4.2.2 | Digitalizão
Para a digitalização das imagens, foi utilizado um aparato instrumental simples
composto de uma mera digital com tri-pé e um sistema de luz para manter a
iluminação uniforme sobre a estrutura. Para melhorar a qualidade das imagens, utilizou-
se um fundo de cor preta (material usado em estúdios fotográficos) para aumentar o
contraste com as peças do modelo e eliminar as sobras geradas pela estrutura sobre a
base e o fundo (Figura 4.3). Procurou-se manter nos ensaios todos os procedimentos de
utilização do modelo da forma que serão feitos normalmente. Portanto, todo manuseio
do modelo incluindo, a aplicação do carregamento, foi feito manualmente.
70
Figura 4.3 Aparato instrumental utilizado na alise experimental
Nesta etapa, é feita a preparação da instrumentão utilizada e a digitalização da
imagem do modelo. Após a montagem do modelo (Figura 4.4a), é aplicada uma força
na direção desejada gerando uma estrutura deformada, como a representada na Figura
4.4b. Esta imagem é digitalizada para posterior avaliação e comparação com a
simulação computacional.
Figura 4.4 Digitalização do modelo deformado
a) Modelo estrutural montado, b) Deformada do modelo estrutural
71
4.2.3 | Simulão computacional
Paralelamente a montagem do modelo e a digitalizão da imagem, são feitas a
modelagem e a simulão do mesmo sistema estrutural no software Structural
Analysis Program (SAP2000). Com este programa, é possível simular estruturas com
comportamentos lineares e não-lineares através de análises estáticas e dinâmicas e,
tamm, estruturas em 3D. A partir do programa, é gerada uma imagem da deformada
da estrutura modelada (Figura 4.5).
Figura 4.5 Simulação computacional no software SAP2000
a) Modelo estrutural com indicação do carregamento, b) Deformada da estrutura
Para a simulação computacional dos sistemas estruturais, foi feita uma correlão
proporcional das dimensões da Maquete Estrutural com as dimensões mais usuais do
mesmo sistema em escala real, conforme o exemplo da Figura 4.6. Essa correlação
observa a proporção da edificação, as caractesticas do elemento estrutural e as
particularidades da Maquete Estrutural.
Figura 4.6 Exemplo da correlação de escala do modelo com a modelagem computacional
a) Dimensões da Maquete Estrutural em milímetro, b) Dimensões do modelo no SAP em metro
Com o objetivo de simplificar a simulação computacional e aproximá-la ao máximo da
Maquete Estrutural, optou-se por utilizar uma única seção transversal, tubular circular,
72
para todos os elementos estruturais, já que todas as molas do modelo também têm são
circular.
Antes de ser definida a seção tubular circular, foram feitas diversas simulações variando
as tipologias de sões transversais dos elementos, de modo a verificar a influência da
mesma no resultado final. Para análises de um sistema estrutural em um único plano,
como um pórtico plano, por exemplo, a escolha da seção transversal dos elementoso
influencia no resultado da deformada e dos deslocamentos.
Como a configuração da deformada de um sistema estrutural pode ser alterada para
qualquer escala no software, optou-se por utilizar uma seção transversal com dimensões
aleatórias e um único valor representativo, de 1 kN, para todos os carregamentos
aplicados nas estruturas simuladas.
4.2.4 | Preparão e sobreposição das imagens
Esta etapa tem como objetivo principal preparar as imagens digitais para a etapa final de
comparação dos resultados. Para isto, foi utilizado o software Adobe Photoshop CS
(2003) que permite melhorar a qualidade das imagens, ajustando cor, tamanho e posição
em relação à imagem gerada pelo software SAP2000. Optou-se por utilizar as imagens
da Maquete Estrutural em preto e branco para facilitar a visualizão da sobreposão
das imagens coloridas geradas pelo software na etapa de comparação dos resultados. A
Figura 4.7 apresenta as duas imagens na área de trabalho do software Adobe Photoshop
durante o processo de preparação e sobreposição das mesmas.
73
Figura 4.7 Preparação das imagens no software Adobe Photoshop
Esta metodologia mostrou-se eficiente no caso de estruturas planas, conforme será
apresentado no exemplo a seguir. No entanto, para a comparação das deformadas das
estruturas espaciais, o processo de sobreposição das imagens não foi utilizado.
As imagens, em três dimensões, das estruturas espaciais fornecida pelo software
SAP2000 apresentam distorções acentuadas devido aos pontos de fuga da perspectiva
estarem muito próximos entre si, conforme a Figura 4.8. Isso impossibilita a
sobreposição com as imagens da Maquete Estrutural, pois essas distorções acentuadas,
são articios utilizados na construção da perspectiva. Na imagem de um objeto real,
essas distorções são bem mais suaves. Acredita-se que, mesmo com a utilizão de
lentes especiais para fotografar o modelo, não seria possível que as imagens da Maquete
Estrutural apresentassem a mesma conformação das perspectivas do software
SAP2000.
Assim, para as estruturas espaciais, as deformadas foram comparadas sem a
sobreposição das mesmas, conforme será apresentado no item 5.3.
74
Figura 4.8 Perspectiva gerada pelo software com seus respectivos pontos de fuga
4.2.5 | Comparão dos resultados
A partir da sobreposição das imagens é realizada a comparação entre os resultados
obtidos pela Maquete Estrutural e os obtidos pelo modelo computacional (Figura 4.9).
Para a visualização dos resultados digitalizados, na versão impressa da dissertão,
utilizou-se uma transpancia, onde foi impressa a imagem colorida da deformada da
estrutura gerada no software, sobreposta à folha de papel, onde está impressa a imagem
em preto e branco da Maquete Estrutural. Esta técnica de apresentão permite a
visualização das duas imagens sobrepostas ou, se necessário, a visualizão de cada
uma isoladamente. Retirando-se a transparência, tem-se a visualizão apenas da
Maquete Estrutural, e a partir da colocão de uma folha em branco, sob a
transpancia, pode-se visualizar-se apenas o modelo computacional, facilitando, assim,
a alise.
75
Figura 4.9 Sobreposição das imagens
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Em seguida, é feita a comparação e a validação da Maquete Estrutural para o sistema
estrutural ensaiado. Todos os resultados seo apresentados no capítulo 5.
76
5. Capítulo 5 | Apresentação e Análise dos
Resultados
77
5.1 | Introdução
A apresentão e análise dos resultados foi organizada e dividida segundo a tipologia
das estruturas em estruturas planas e estruturas espaciais
De modo geral, na comparação dos resultados, foi encontrada boa concordância entre as
deformadas da Maquete Estrutural e as deformadas geradas pelo software referentes ao
comportamento dos sistemas estruturais ensaiados. Porém, alguns detalhes foram
observados. A seguir são apresentados todos os resultados e suas respectivas
observações. No Apêndice é apresentada uma tabela com a descrição de todos os
ensaios realizados para facilitar a identificação dos sistemas testados e consulta dos
mesmos.
5.2 | Estruturas Planas
Para facilitar a análise dos resultados, as estruturas planas estão divididas por sistema
estrutural e segundo a lista a seguir:
- Coluna (ensaios 1 a 4);
- Viga (ensaios 5 a 8);
- Pórtico (ensaios 9 a 17);
- Viga contínua (ensaios 18 a 21);
- Arco (ensaios 22 a 25);
- Treliça (ensaios 26 a 29).
5.2.1 | Coluna
Nas Figuras 5.1 a 5.4, que correspondem respectivamente aos ensaios de 1 a 4, são
apresentados os resultados para uma coluna submetida a um carregamento axial de
compressão. Para cada ensaio foram consideradas condições de contorno diferentes para
o mesmo elemento estrutural.
78
Figura 5.1 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 1
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Observa-se com a sobreposão das imagens na Figura 5.1 que para a coluna bi-apoiada
montada com a Maquete Estrutural a configuração da deformada é bem similar a
simulação computacional. Os eixos estruturais deformados coincidem ao longo de todo
o comprimento da coluna, mostrando um bom desempenho das ligões rotuladas e da
peça (mola) utilizada para esse tipo de análise.
79
Figura 5.2 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 2
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na coluna engastada e apoiada, apresentada na Figura 5.2, a configuração da deformada
da Maquete Estrutural é também similar a simulação computacional, porém, os eixos
deformados das colunas não coincidem exatamente ao longo de todo o comprimento do
elemento analisado, existe uma imprecisão próxima a ligão engastada. Isso ocorre
devido ao fato de que as pas de ligação rígida, em função da sua dimensão, ao
engastarem a coluna, apresentam um travamento de um trecho do elemento ao invés de
apenas na extremidade do mesmo. Essa imprecisão aumenta com o aumento do
carregamento e consequentemente da deformada.
80
Figura 5.3 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 3
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na coluna bi-engastada, apresentada na Figura 5.3, a configuração da deformada da
Maquete Estrutural é tamm similar a simulão computacional, porém, assim como
no caso anterior (ensaio 2) os eixos deformados das colunas não coincidem exatamente
ao longo de todo o comprimento do elemento analisado, existe uma imprecisão nas
partes próximas às ligações engastadas.
81
Figura 5.4 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 4
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na coluna engastada e livre, apresentada na Figura 5.4, a configuração da deformada da
Maquete Estrutural é também similar a simulão computacional, porém, os eixos
deformados não coincidem exatamente ao longo de todo o comprimento do elemento
analisado. No entanto, diferente dos dois casos anteriores (ensaios 2 e 3) a imprecisão
ocorre a meia altura do elemento.
5.2.2 | Viga
Nas Figuras 5.5 a 5.8, que correspondem respectivamente aos ensaios de 5 a 8, são
apresentados os resultados para uma viga submetida a um carregamento concentrado no
82
meio do o. Para cada ensaio foram consideradas condões de contorno diferentes
para o mesmo elemento estrutural.
Figura 5.5 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 5
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Observa-se com a sobreposão das imagens na Figura 5.5 que para a viga bi-apoiada
montada com a Maquete Estrutural a configuração da deformada é a mesma da
simulação computacional, os eixos deformados coincidem ao longo de todo o
comprimento do elemento analisado, mostrando um bom desempenho das ligões
rotuladas e da pa (mola) utilizada para esse tipo de análise.
83
Figura 5.6 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 6
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na viga engastada e apoiada, apresentada na Figura 5.6, a configurão da deformada
da Maquete Estrutural é também similar a simulação computacional, porém, os eixos
deformados não coincidem exatamente ao longo de todo o comprimento do elemento
analisado, existindo uma imprecisão próxima a ligação engastada e na parte mediana do
o. Assim como nos ensaios 2 a 4 da coluna mostrada anteriormente, essas imprecisões
ocorrem devido ao fato de que as pas de ligação gida, em função da sua dimensão,
ao engastarem a viga, apresentam um travamento de um trecho do elemento ao invés de
apenas a são da extremidade. Essas imprecisões aumentam com o aumento do
carregamento e consequentemente da deformada.
84
Figura 5.7 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 7
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na viga bi-engastada, apresentada na Figura 5.7, a configuração da deformada da
Maquete Estrutural é tamm similar a simulão computacional, porém, assim como
no caso anterior (ensaio 6) os eixos deformados não coincidem exatamente ao longo de
todo o comprimento do elemento analisado, existe uma imprecisão nas partes próximas
as ligações engastadas e no meio do vão.
85
Figura 5.8 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 8
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na viga engastada e livre, apresentada na Figura 5.8, a configuração da deformada da
Maquete Estrutural é também similar a simulão computacional, porém, os eixos
deformados não coincidem exatamente ao longo de todo o comprimento do elemento
analisado. Diferente dos dois casos anteriores (ensaios 6 e 7) a imprecisão acontece
somente no trecho entre a ligão gida e a metade do elemento em função da não
existência de outro apoio na extremidade livre.
5.2.3 | Pórtico
Nas Figuras 5.9 a 5.15, que correspondem respectivamente aos ensaios de 9 a 15, são
apresentados os resultados para um pórtico submetido a dois tipos de carregamento
concentrado, um vertical no meio do o e outro horizontal no superior. Para cada
86
ensaio foram consideradas condições de contorno diferentes para o mesmo sistema
estrutural.
Figura 5.9 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 9
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Observa-se com a sobreposão das imagens na Figura 5.9 que para o pórtico montado
com a Maquete Estrutural a configuração da deformada é bem similar a simulão
computacional. Os eixos estruturais deformados coincidem ao longo de todo o
comprimento dos elementos estruturais, mostrando um bom desempenho das ligões
rotuladas, que neste caso não transmitem momento para as colunas.
87
Figura 5.10 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 10
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Para o pórtico apresentado na Figura 5.10, a configuração da deformada da Maquete
Estrutural é também similar a simulação computacional, pom, os eixos deformados
das colunas não coincidem exatamente ao longo de todo o comprimento do elemento
analisado, existindo uma imprecisão nas colunas próxima as ligões engastadas. Assim
como nos ensaios de colunas e vigas mostrados anteriormente, essas imprecisões estão
associadas às peças de ligação rígida.
88
Figura 5.11 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 11
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Para o pórtico apresentado na Figura 5.11, a configuração da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar à simulação computacional, os eixos deformados
coincidem ao longo de todo o comprimento dos elementos estruturais. Percebe-se a
transmissão do momento para as colunas. Diferente de todos os ensaios apresentados,
as imprecisões associadas às pas de ligação gida não ocorrem de forma tão
acentuada. Isso se deve ao fato de que, neste caso, essas peças engastadas são dois
elementos flexíveis (mola coluna e viga), e não a um elemento flexível (mola) com
um elemento gido (ligação de base) conforme os casos anteriores. Nestes casos só
ocorrem imprecisões com carregamentos muito elevados.
89
Figura 5.12 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 12
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Para o pórtico apresentado na Figura 5.12, a configuração da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar à simulação computacional, os eixos deformados
coincidem ao longo de todo o comprimento dos elementos estruturais. Percebe-se a
transmissão do momento para a viga. Assim como no ensaio anterior (ensaio 11) as
imprecisões associadas às pas de ligão rígida só ocorrem com carregamentos muito
elevados.
90
Figura 5.13 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 13
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Para o pórtico apresentado na Figura 5.13, a configuração da deformada da Maquete
Estrutural é também similar a simulação computacional, pom, os eixos deformados
o coincidem exatamente ao longo de todo o comprimento dos elementos analisados,
existe uma imprecisão no meio do vão da viga e a meia altura das colunas. Essas
imprecisões estão associadas às peças de ligão gida, principalmente as conectadas a
base.
91
Figura 5.14 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 14
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Para o pórtico apresentado na Figura 5.14, a configuração da deformada da Maquete
Estrutural é também similar a simulação computacional, pom, os eixos deformados
o coincidem exatamente ao longo de todo o comprimento dos elementos analisados,
existe uma imprecisão maior ao longo de toda a viga com exceção do ponto no meio do
o, e a meia altura das colunas uma imprecisão menor. Essas imprecisões estão
associadas às peças de ligação rígida.
92
Figura 5.15 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 15
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
No pórtico apresentado na Figura 5.15, a configuração da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar a simulação computacional, os eixos deformados
coincidem ao longo de todo o comprimento dos elementos estruturais. Percebe-se a
transmissão do momento para as colunas. Assim como no ensaio 11, as imperfeões
associadas às pas de ligão gida o ocorrem de forma tão acentuada. Isso se deve
ao fato de que, neste caso, essas pas estão conectadas a dois elementos flexíveis (mola
– coluna e viga), e não a um elemento flexível (mola) com um elemento rígido (ligação
de base) conforme os casos anteriores. Neste caso só ocorrem imprecisões com
carregamentos muito elevados.
93
Figura 5.16 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 16
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
No pórtico apresentado na Figura 5.16, a configuração da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar a simulação computacional, os eixos deformados
coincidem ao longo de todo o comprimento dos elementos estruturais. Percebe-se a
transmissão do momento para as colunas.
94
Figura 5.17 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 17
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
No pórtico apresentado na Figura 5.17, a configuração da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar a simulação computacional, os eixos deformados
coincidem ao longo de todo o comprimento dos elementos estruturais. Percebe-se a
transmissão do momento para as colunas.
5.2.4 | Viga connua
Na Figura 5.18 e 5.20 (ensaio 18 e 20) tem-se a representão de duas vigas visando a
comparação com as chamadas de vigas contínuas e representadas nas Figuras 5.19 e
95
5.21, que correspondem respectivamente aos ensaios de 19 e 21. Foi utilizado um
carregamento vertical concentrado no meio do vão, e analogamente aos itens anteriores,
foram consideradas condições de contorno diferentes para o mesmo sistema estrutural.
Figura 5.18 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 18
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Observa-se com a sobreposão das imagens na Figura 5.18, que para os pórticos
montados com a Maquete Estrutural a configuração da deformada é bem similar a
simulação computacional, os eixos deformados coincidem ao longo de todo o
comprimento dos elementos estruturais. Percebe-se que o carregamento aplicado na
viga do pórtico do lado esquerdo o é transmitido para a viga seguinte, que compõe o
pórtico ao lado direito, pois não existe continuidade entre as mesmas.
96
Figura 5.19 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 19
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na estrutura apresentada na Figura 5.19, a configuração da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar a simulação computacional, os eixos deformados
coincidem ao longo de todo o comprimento dos elementos estruturais. Diferente do
ensaio anterior (ensaio 18) o carregamento aplicado na viga do pórtico do lado esquerdo
é transmitido para a viga seguinte que compõe o pórtico do lado direito, pois existe
continuidade entre as mesmas. Percebe-se que a carga é transmitida, por meio da peça
de ligação contínua, entre as vigas sem transmitir momento para a coluna central. Existe
um limite de carregamento para a utilização desta pa em particular, este limite está
diretamente ligado à força magnética dos imãs.
97
Figura 5.20 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 20
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na estrutura apresentada na Figura 5.20, a configuração da deformada da Maquete
Estrutural é também similar à simulação computacional, pom, os eixos deformados
o coincidem ao longo de todo o comprimento dos elementos estruturais, existe uma
imprecisão maior no deslocamento do nó superior da coluna central, e nas vigas
observa-se uma imprecisão menor próximo às ligações engastadas. Essas imprecisões
novamente estão associadas às pas de ligação rígida. Percebe-se, neste caso, que além
de transmitir o carregamento entre as vigas dos pórticos, as ligações gidas transmitem
momento para as colunas, diferente da pa de ligação contínua utilizada no ensaio
anterior (ensaio 19).
98
Figura 5.21 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 21
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na estrutura apresentada na Figura 5.21, a configuração da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar à simulação computacional, os eixos deformados
coincidem ao longo de todo o comprimento dos elementos estruturais. Percebe-se que,
assim como no ensaio 19, a carga é transmitida, por meio da pa de ligação contínua,
sem transmitir momento para a coluna.
5.2.5 | Arco
Nas Figuras 5.22 a 5.25, que correspondem respectivamente aos ensaios de 22 a 25, são
apresentados os resultados para um arco submetido a um carregamento concentrado
vertical no meio do o. Para cada ensaio foram consideradas condições de contorno
diferentes para o mesmo sistema estrutural.
99
Figura 5.22 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 22
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Observa-se com a sobreposão das imagens na Figura 5.22 que para o arco montado
com a Maquete Estrutural a configuração da deformada é bem similar à simulão
computacional, porém, os eixos deformados não coincidem ao longo de todo o
comprimento do elemento estrutural, existem imprecisões próximas às ligões
engastadas. Estas imprecisões estão associadas às peças de ligação gida. Percebe-se
que mesmo sendo composto por duas molas, as peças de ligação contínua conectadas no
nó central transmitem o carregamento transformando em um único elemento.
100
Figura 5.23 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 23
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
No arco apresentado na Figura 5.23, a configurão da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar à simulação computacional, os eixos deformados
coincidem ao longo de todo o comprimento do elemento estrutural.
101
Figura 5.24 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 24
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
No arco apresentado na Figura 5.24, a configurão da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar à simulação computacional, os eixos deformados
coincidem ao longo de todo o comprimento do elemento estrutural. Assim como no
ensaio 22, as pas de ligação contínua conectadas no central fazem a ligação entre
os elementos transformando o arco em um único elemento.
102
Figura 5.25 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 25
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
No arco apresentado na Figura 5.25, a configurão da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar à simulação computacional, os eixos deformados
coincidem ao longo de todo o comprimento do elemento estrutural.
5.2.6 | Treliça
Na Figura 5.26 (ensaio 26) tem-se a representão de um pórtico visando a comparação
com as treliças representadas nas Figuras 5.27 a 5.29, que correspondem
respectivamente aos ensaios de 27 a 29. Os carregamentos utilizados são verticais,
concentrados e aplicados nos nós das trelas.
103
Figura 5.26 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 26
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Observa-se com a sobreposão das imagens na Figura 5.26 que para a estrutura
montada com a Maquete Estrutural a configuração da deformada é bem similar à
simulação computacional, porém, com imprecisões nas colunas associadas às pas de
ligação rígida.
104
Figura 5.27 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 27
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na trela apresentada na Figura 5.27, a configurão da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar à simulação computacional. Percebe-se que neste caso o
houve o afastamento entre os nós inferiores da treliça como no ensaio anterior
(ensaio 26), devido ao acréscimo de um elemento ligando esses nós. A transformação da
estrutura do ensaio 26 em uma trela fez com que a estrutura não apresente nenhuma
deformação visível.
105
Figura 5.28 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 28
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na treliça apresentada na Figura 5.28, observa-se que para estabilizão do sistema a
mesma foi montada em dois planos e a configuração da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar à simulação computacional, os eixos coincidem ao longo
de todo o comprimento dos elementos estruturais. Por ser um sistema estrutural que tem
como principal característica a solicitação axial dos elementos estruturais, as trelas
apresentam pouca deformão dificultando a análise visual.
106
Figura 5.29 Sobreposição das imagens: estruturas planas - ensaio 29
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na trela apresentada na Figura 5.29, a configurão da deformada da Maquete
Estrutural é tamm similar à simulação computacional, os eixos coincidem ao longo
de todo o comprimento dos elementos estruturais. Neste ensaio tamm se utilizou uma
treliça adicional para estabilizão. Percebe-se que mesmo uma treliça vencendo um
o maior que o do ensaio anterior (ensaio 28) ainda assim apresenta pouco
deslocamento.
107
5.3 | Estruturas Espaciais
Conforme mencionado anteriormente, a deformada das estruturas espaciais foi
comparada sem a sobreposão das imagens. As estruturas espaciais estão divididas em
ts grupos listados a seguir:
- Pórtico Espacial 1 (ensaios 1 a 4);
- Pórtico Espacial 2 (ensaios 5 a 8);
- Pórtico Espacial 3 (ensaios 9 a 13);
- Treliça Espacial (ensaio 14).
Para cada grupo foi mantida a mesma escala para representão da deformada na
simulação computacional. Este artifício permite uma comparação entre os sistemas de
cada grupo.
5.3.1 | Pórtico Espacial 1
Nas Figuras 5.30 a 5.33, que correspondem respectivamente aos ensaios de 1 a 4, são
apresentados os resultados para o Pórtico Espacial 1 submetido a um carregamento
concentrado horizontal em um superior. Para cada ensaio foram consideradas
condições de contorno diferentes para o mesmo sistema estrutural.
108
Figura 5.30 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 1
Observa-se com a comparação das imagens na Figura 5.30 que para o pórtico espacial
montado com a Maquete Estrutural a configuração da deformada é similar a simulão
computacional. No plano onde é aplicado o carregamento, percebe-se que somente as
colunas se deformam, pois estão engastadas na base. O plano oposto o é solicitado,
pois as vigas estão rotuladas e assimo transmitem momento para o mesmo.
109
Figura 5.31 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 2
No pórtico espacial da Figura 5.31 a configuração da deformada da Maquete Estrutural
é tamm similar à simulão computacional. Percebe-se que com todas as ligões
engastadas existe a transmissão de momento a todos os elementos estruturais, inclusive
os que compõem o plano oposto ao que é aplicado o carregamento. Este caso é diferente
do caso anterior (ensaio 1) onde somente as colunas se deformam e o plano oposto ao
que é aplicado o carregamento não é solicitado.
110
Figura 5.32 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 3
No pórtico espacial da Figura 5.32 a configuração da deformada da Maquete Estrutural
é tamm similar à simulão computacional. Percebe-se que o comportamento deste
pórtico espacial é similar ao caso anterior (ensaio 2). No entanto, devido principalmente
as ligações rotuladas das bases das colunas, o pórtico apresenta deslocamentos maiores.
111
Figura 5.33 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 4
No pórtico espacial da Figura 5.33 a configuração da deformada da Maquete Estrutural
é tamm similar à simulão computacional. Neste caso, percebe-se a influência da
laje no comportamento do pórtico com um todo. Com a mesma configuração das
ligações do ensaio 1, este apresenta um comportamento diferente. A laje, funcionando
como diafragma horizontal, contraventa o plano horizontal transmitindo a carga para o
plano oposto ao carregamento.
5.3.2 | Pórtico Espacial 2
Nas Figuras 5.34 a 5.37, que correspondem respectivamente aos ensaios de 5 a 8, são
apresentados os resultados para o Pórtico Espacial 2 submetido a um carregamento
concentrado horizontal em um nó superior. Este pórtico difere do anterior pois é
composto por um número maior de pórticos planos. Para cada ensaio foram
consideradas condões de contorno diferentes para o mesmo sistema estrutural.
112
Figura 5.34 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 5
Observa-se com a comparação das imagens na Figura 5.34 que para o pórtico espacial
montado com a Maquete Estrutural a configuração da deformada é similar a simulão
computacional. Percebe-se, quando comparado com o ensaio 1, que mesmo com um
número maior de pórticos planos, este sistema estrutural apresenta o mesmo
comportamento. No plano onde é aplicado o carregamento, somente as colunas se
deformam, e os outros planos não são solicitados.
113
Figura 5.35 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 6
No pórtico espacial da Figura 5.35 a configuração da deformada da Maquete Estrutural
é tamm similar à simulão computacional. Percebe-se, quando comparado com o
ensaio 2, que mesmo com um número maior de pórticos planos, este sistema estrutural
apresenta o mesmo comportamento.
114
Figura 5.36 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 7
No pórtico espacial da Figura 5.36 a configuração da deformada da Maquete Estrutural
é tamm similar à simulão computacional. Percebe-se, quando comparado com o
ensaio 3, que mesmo com um número maior de pórticos planos, este sistema estrutural
apresenta o mesmo comportamento. Devido principalmente as ligões rotuladas das
bases das colunas, este apresenta deslocamentos maiores que o ensaio anterior
(ensaio 6).
115
Figura 5.37 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 8
No pórtico espacial da Figura 5.37 a configuração da deformada da Maquete Estrutural
é tamm similar à simulão computacional. Percebe-se, quando comparado com o
ensaio 4, que mesmo com um número maior de pórticos planos, este sistema estrutural
apresenta o mesmo comportamento. A laje, funcionando como diafragma horizontal,
contraventa o plano horizontal transmitindo a carga para todos os outros planos.
5.3.3 | Pórtico Espacial 3
Nas Figuras 5.38 a 5.42, que correspondem respectivamente aos ensaios de 9 a 13, são
apresentados os resultados para o Pórtico Espacial 3, que está associado a estrutura
típica de um galpão, submetido a um carregamentos concentrados horizontais. Para cada
ensaio foram consideradas condições de contorno e tipos de travamento diferentes para
o mesmo sistema estrutural.
116
Figura 5.38 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 9
Observa-se, com a comparação das imagens na Figura 5.38, que para o galpão montado
com a Maquete Estrutural a configuração da deformada é similar à simulação
computacional. Percebe-se, que com as ligações engastadas existe a transmissão de
momento entre os elementos estruturais provocando um deslocamento na estrutura
como um todo e deformações maiores nas colunas.
117
Figura 5.39 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 10
No galpão da Figura 5.39 a configurão da deformada da Maquete Estrutural é
tamm similar à simulão computacional. Percebe-se, quando comparado com o
ensaio anterior (ensaio 9), que ligações engastadas tamm transmitem momento entre
os elementos estruturais, entretanto com o carregamento no superior da cobertura o
deslocamento da estrutura e a deformação das vigas são maiores.
118
Figura 5.40 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 11
No galpão da Figura 5.40 a configurão da deformada na Maquete Estrutural é
imperceptível, o deslocamento é muito pequeno. Percebe-se, quando comparado com o
ensaio 9, que a utilização de contraventamentos emx” no plano vertical, trava a
estrutura para essa condição de carregamento, transformando os pórticos deslocáveis do
ensaio 9 em pórticos indeslocáveis.
119
Figura 5.41 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 12
No galpão da Figura 5.41 a configuração da deformada da Maquete Estrutural é similar
à simulação computacional. Percebe-se, quando comparado com o ensaio anterior
(ensaio 11), que a utilizão de contraventamentos emx” somente nos planos verticais,
o confere o contraventamento de toda a estrutura. Assim, o carregamento no nó
superior da cobertura provoca deslocamento nos quadros que compõe a mesma.
120
Figura 5.42 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 13
No galpão da Figura 5.42 a configurão da deformada da Maquete Estrutural é
imperceptível, o deslocamento é muito pequeno. Percebe-se, quando comparado com o
ensaio anterior (ensaio 12), que a utilizão de contraventamentos em x nos planos
horizontais e da cobertura confere o travamento de toda a estrutura.
5.3.4 | Treliça Espacial
Na Figura 5.43, que corresponde ao ensaio 14, é apresentado o resultado para a treliça
espacial com quatro apoios submetida a um carregamento concentrado horizontal.
121
Figura 5.43 Comparação dos resultados: estruturas espaciais - ensaio 14
Observa-se com a comparação das imagens na Figura 5.43, que para a treliça espacial
montada com a Maquete Estrutural a configuração da deformada é similar à simulão
computacional. Para o carregamento indicado um deslocamento da estrutura com
rotação da mesma em relação a um eixo vertical e ainda deslocamento nas colunas.
122
6. Capítulo 6 | Aplicações da Maquete Estrutural
em Estruturas Metálicas
123
6.1 | Introdução
Em uma estrutura metálica determinar rigorosamente a capacidade resistente de seus
elementoso é suficiente se os esforçoso forem adequadamente avaliados. A
alise global do comportamento de uma estrutura, em particular uma estrutura
metálica, depende fundamentalmente das suas características de deformabilidade e
rigidez, da estabilidade global, da estabilidade dos seus elementos, do comportamento
das ligações e do comportamento das seções transversais. Assim, na análise de uma
estrutura metálica devem-se considerar todos estes aspectos (SIMÕES, 2007).
Para representar a aplicabilidade, confiabilidade, versatilidade e praticidade da Maquete
Estrutural na simulação do comportamento de estruturas metálicas, três estudos foram
realizados. No Estudo 1 tem-se a avalião da influência das ligões e travamentos em
uma estrutura p-existente, o Estudo 2 avalia a influência do arranjo de barras,
representados pelas molas, em sistemas estruturais. No Estudo 3 é representada uma
edificação em que a estabilidade global e efeitos de segunda ordem, usuais em
estruturas metálicas, podem ser observados. A seguir têm-se a descrão e os resultados
dos ts estudos.
6.2 | Estudo 1 - Influência das ligações
Para alise de uma estrutura metálica é importante prever a influência das ligões
entre os elementos estruturais no comportamento da estrutura como um todo. Estas
ligações podem influenciar nos valores e na transmissão dos esforços e/ou na
deslocabilidade/estabilidade da mesma. A escolha da ligação é feita na etapa inicial do
projeto e o seu dimensionamento é realizado após a avaliação dos esforços da estrutura.
A ligação dimensionada é avaliada de forma a garantir se o comportamento da mesma
reflete ou não a ligação prevista na etapa inicial do projeto.
Com o objetivo de representar a etapa de escolha da ligação entre os elementos de uma
estrutura no processo de concepção estrutural, foi simulada na Maquete Estrutural uma
124
única estrutura com diferentes condições de contorno e tipos de travamento, e assim
avaliado qualitativamente a influência das ligões no comportamento da mesma.
Para validar o comportamento da Maquete Estrutural e comprovar a eficiência do
modelo como ferramenta do processo de concepção estrutural de edificações foi
utilizada a mesma metodologia apresentada no item 4.2. Portanto todas as configurações
da estrutura montada com o modelo foram simuladas no software SAP2000 e
posteriormente comparadas.
Para este estudo utilizou-se uma residência estruturada em o localizada na cidade de
São Paulo, conforme as imagens da Figura 6.1. A edificão foi constrda em 1980
com projeto arquitetônico de Arnaldo Martino e Eduardo de Almeida, e está localizada
em um terreno de acentuado declive conforme pode ser visto na Figura 6.2 atras da
planta da estrutura do primeiro pavimento e do corte longitudinal da edificação.
Figura 6.1 Imagens da resincia utilizada no estudo 1
Fonte: DIAS, 2002a, p. 47 e 50
125
Figura 6.2 Desenhos esquemáticos do projeto da resincia utilizada no estudo 1
a) Planta da estrutura do primeiro pavimento, b) Corte longitudinal
Fonte: DIAS, 2002a, p. 48 e 49
Para facilitar a montagem com a Maquete Estrutural foram feitas algumas adaptões
no projeto. Foi desconsiderado o desnível do terreno e o balanço dos fundos, e a
modulação da estrutura foi padronizada para tornar mais visível as deformadas e
deslocamentos e assim facilitar a análise dos resultados. A Figura 6.3 mostra, na planta
da estrutura do primeiro pavimento e no corte longitudinal, a parte da estrutura utilizada
na simulação. Na Figura 6.4 são apresentadas, a estrutura simulada no software e a
montada com a Maquete Estrutural.
126
Figura 6.3 Parte do da estrutura da residência utilizada na simulação
a) Planta da estrutura do primeiro pavimento, b) Corte longitudinal
Figura 6.4 Estrutura utilizada para a simulação
a) Estrutura simulada no SAP2000, b) Estrutura montada com a Maquete Estrutural
Para a avaliação do comportamento da estrutura em questão foram feitas análises em
um único plano, fachada longitudinal, tendo como prioridade a influência do balanço no
comportamento da estrutura como um todo.
Nas Figuras 6.5 a 6.10, são apresentados os resultados para a estrutura submetida a um
carregamento vertical concentrado nos nós superiores do balanço sob diferentes
configurações alterando as condões de contorno e tipos de travamento. Observa-se
com a sobreposão das imagens que para todas as estruturas montadas com a Maquete
127
Estrutural, a configurão das deformadas são similares à simulação computacional, os
eixos estruturais praticamente coincidem ao longo de todo o comprimento dos
elementos estruturais.
Figura 6.5 Sobreposição das imagens: configuração 1
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Percebe-se na estrutura da Figura 6.5, configuração 1, que devido ao fato de todas as
ligações serem engastadas existe a transmissão de momento entre todos os elementos
estruturais e consequentemente deformações a flexão desses elementos. Os elementos
que compõem a parte da estrutura em balanço apresentam deformações bem mais
elevadas que o restante da estrutura.
128
Figura 6.6 Sobreposição das imagens: configuração 2
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na configuração 2 apresentada na Figura 6.6, observa-se que na parte superior das
colunas tem-se um deslocamento menor quando comparado com a deformada da
configuração 1. Os elementos que compõem a parte da estrutura em balanço não
apresentam deformações devido ao fato das ligações estarem rotuladas. Porém, nesta
configuração, percebe-se um deslocamento lateral da estrutura como um todo maior do
que no caso anterior (configuração 1).
129
Figura 6.7 Sobreposição das imagens: configuração 3
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na estrutura apresentada na Figura 6.7, percebe-se que com as diagonais na parte
superior do balanço, funcionando como tirantes, o deslocamento horizontal da estrutura
como um todo é maior que no caso anterior (configuração 2). Neste caso a deformada é
similar à deformada da configuração 1, porém, com deslocamento bem menor no ponto
extremo do balanço.
1
30
Figura 6.8 Sobreposição das imagens: configuração 4
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na estrutura apresentada na Figura 6.8, percebe-se um deslocamento bem maior na
extremidade superior das colunas, quando comparado com as configurações 1, 2 e 3.
Isto ocorre devido à viga superior estar rotulada à coluna nesta configuração e
consequentemente o deslocamento da extremidade do balanço também é elevado.
131
Figura 6.9 Sobreposição das imagens: configuração 5
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na estrutura apresentada na Figura 6.9, percebe-se que o acréscimo de outra diagonal na
extremidade oposta ao balanço resulta em pouco deslocamento lateral da estrutura. Esta
configuração, mesmo com um número reduzido de ligações engastadas, quando
comparada com as apresentadas, percebe-se a existência de pouca deformão a
flexão dos elementos estruturais.
132
Figura 6.10 Sobreposição das imagens: configuração 6
a) Imagem do modelo deformado, b) Deformada gerada pelo software impressa em transpancia
Na estrutura mostrada na Figura 6.10, percebe-se que o acréscimo de umcleo central
contraventado fornece bastante rigidez a estrutura que mesmo com todas as ligões
rotuladas apresenta pouco deslocamento. A ausência de ligações gidas faz com que
ocorram poucas deformações a flexão dos elementos e somente deformões axiais.
Após a alise das seis configurações para a mesma estrutura, percebe-se a forte
inflncia das ligações no comportamento da mesma. O travamento do balanço diminui
o deslocamento vertical do mesmo, mas não é suficiente para conter o deslocamento de
toda a edificação. O uso de engastes conduz a deformações nos elementos (vigas e
colunas) o que não ocorre quando o travamento é utilizado. Assim, a configuração 6 é a
que apresenta melhor resultado quanto à deslocabilidade da edificação, pois possui
travamento no balao e núcleo central contraventado.
133
6.3 | Estudo 2 - Influência do arranjo na estabilidade de sistemas
A disposão dos elementos de uma estrutura, em geral, é responsável pela distribuição
dos esforços externos entre os mesmos, de forma a manter a estrutura em equibrio. A
Figura 6.11 ilustra a redistribuição de forças externas entre os elementos que compõem
uma treliça plana por meio da disposão adequada de barras.
Figura 6.11 Redistribuição de forças em uma treliça plana
Para demonstrar a influência do arranjo de barras na estabilidade de sistemas estruturais,
foram analisadas estruturas de viga, para dois os livres de comprimentos diferentes,
com a variação do arranjo de seus elementos.
Foram definidas comparações entre quatro arranjos de sistemas estruturais. No primeiro
uma viga bi-apoiada, no segundo uma treliça plana vencendo o mesmo o da viga
(chamado de vão menor), no terceiro uma trela plana com um vão maior que o
anterior (chamado de vão maior), e o quarto uma treliça multiplanar com o mesmo vão
do terceiro arranjo.
A metodologia empregada foi a comparação visual entre vista frontal, vista superior e
perspectiva de cada sistema deformado. A Tabela 6.1 ilustra os sistemas após a
deformação.
134
135
Observa-se, na vista frontal do arranjo 1, que a viga bi-apoiada com carregamento de
apenas uma esfera metálica e um imã (elementos componentes da Maquete Estrutural)
concentrado no meio do vão apresenta uma deformão por flexão (flecha) acentuada.
A vista superior mostra que não há perda de estabilidade lateral.
Nos arranjos seguintes (arranjo 2, 3 e 4) foi considerado o peso pprio das estruturas
como carregamento.
Na vista frontal do arranjo 2, percebe-se que a trela plana apoiada nas extremidades
vence o mesmo o da viga anterior sem apresentar flecha visível. A vista superior
mostra que tammo há perda de estabilidade lateral.
Nas imagens do arranjo 3, observa-se que, com o aumento do vão, a trela plana
tamm é aumentada (em relação ao arranjo 2), perdendo estabilidade lateral conforme
a vista superior.
No arranjo 4, para o mesmo vão do arranjo 3, tem-se a trela multiplanar sem flecha
visível e sem perda de estabilidade lateral.
Percebe-se com esta simulação, que os sistemas estruturais trelados em o
apresentam como características principais estruturas esbeltas e resistentes, mas
propícias a problemas de estabilidade. A disposição dos elementos compondo a forma
da estrutura mostrou-se fundamental na estabilidade global da mesma. O arranjo 4
propiciou maior rigidez no plano perpendicular ao do carregamento, gerando
estabilidade lateral e, ainda, a redução da flecha.
Este é apenas um exemplo da influência do arranjo dos elementos no comportamento
das estruturas, esses princípios se aplicam o somente aos sistemas trelados, mas
tamm a qualquer outra criação de forma que torne a estrutura mais estável.
6.4 | Estudo 3 - Estabilidade global e efeitos de segunda ordem
As estruturas metálicas têm como característica leveza e esbeltez de elementos se
comparada com estruturas convencionais como as em concreto armado. Devido à
136
esbeltez de seus elementos e a grande deslocabilidade da estrutura, a análise dos
esforços e deslocamentos em uma estrutura metálica pode ser de primeira ou de segunda
ordem. Na alise de primeira ordem, os esforços internos e os deslocamentos são
obtidos a partir da geometria inicial não deformada da estrutura, na análise de segunda
ordem, os esforços internos são influenciados pela configuração deformada da estrutura.
Em uma estrutura aporticada, com elementos submetidos a esforços axiais, os efeitos de
segunda ordem são geralmente designados por efeitos P- (efeitos globais) ou efeitos P-
δ (efeitos locais ao nível do elemento). Conforme apresentado na Figura 6.12, estes
efeitos ocorrem devido aos deslocamentos do pórtico que geram esforços adicionais,
alterando os valores dos próprios deslocamentos (SIMÕES, 2007).
Figura 6.12 Efeitos de segunda ordem (efeitos P- e P-δ) em estruturas metálicas
a) Representação do modelo teórico, b) Representação com a Maquete Estrutural
Na ptica, as estruturas que podem ser verificadas através da análise de primeira
ordem, são classificadas como “estruturas indeslocáveis”, e as estruturas que não podem
ser verificadas apenas atras da análise de primeira ordem, são classificadas como
estruturas deslocáveis, logo mais sensíveis aos efeitos de segunda ordem. A rigidez
aos deslocamentos laterais em uma estrutura metálica, pode ser obtida por meio da
triangulação de elementos estruturais, utilizão de ligões rígidas, colunas engastadas
na base, etc., ou a partir de sistemas de contraventamento ou, ainda, paredes e cleos
gidos (SIMÕES, 2007).
Com o objetivo de demonstrar a eficiência da Maquete Estrutural na avaliação de
estruturas sujeitas aos efeitos de primeira e segunda ordem, foi montada uma edificação
de ts pavimentos, com três configurações diferentes e submetida a um carregamento
horizontal concentrado no nó superior. Na Figura 6.13, tem-se a representação das
137
configurações analisadas. A primeira, com todas as ligões engastadas, a segunda, com
sistema de contraventamento emX e a terceira, com núcleo rígido.
Figura 6.13 Representação das configurações para a edificação de ts pavimentos
a) Estrutura com todas as ligações engastadas, b) Estrutura com contraventamento em X”, c) Estrutura
com núcleo rígido
Nas Figuras 6.14 e 6.15 são apresentados os resultados da estrutura com todas as
ligações engastadas, conforme a representação da configuração mostrada na
Figura 6.13a.
Figura 6.14 Estrutura com todas as ligações engastadas
a) Modelo sem carregamento lateral, b) Modelo com carregamento lateral
Observa-se na Figura 6.14b, que a estrutura apresenta um deslocamento lateral elevado
quando comparada com a posição inicial apresentada na Figura 6.14a, caracterizando o
efeito P-. Além do comportamento global da estrutura, percebe-se que os esforços
internos nos elementos isoladamente são influenciados pela configuração deformada da
estrutura. Observando a parte central da estrutura deformada (Figura 6.15), percebe-se o
efeito P-δ e consequentemente a influência do efeito de segunda ordem na deformada
dos elementos que compõe a estrutura.
138
Figura 6.15 Detalhe do pórtico central da estrutura deformada
Na Figura 6.16, é apresentado o resultado da estrutura com sistema de contraventamento
emX, conforme a configuração mostrada na Figura 6.13b.
Figura 6.16 Estrutura com sistema de contraventamento em X”
a) Modelo sem carregamento lateral, b) Modelo com carregamento lateral
O sistema de contraventamento utilizado na estrutura da Figura 6.16b, aumenta a rigidez
da estrutura, o deslocamento lateral é imperceptível quando comparado com a estrutura
antes da aplicação do carregamento (Figura 6.16a). A rigidez dos elementos a
deformação axial, como os contraventamentos da Figura 6.16b, é muito maior que a
rigidez dos elementos a deformação por flexão, como as colunas e vigas da
Figura 6.14b. Percebe-se neste caso que as forças horizontais são absorvidas pelo
sistema de contraventamento, assim a estrutura é considerada indeslocável podendo ser
realizada uma análise de primeira ordem.
139
Em estruturas metálicas a forma de contraventamento em Xé a mais usual, por ser
mais eficiente e consequentemente mais econômica. Mas outras formas podem ser
adotadas como as apresentadas na Figura 6.17 que representam duas formas de
contraventamento tipo K”.
Figura 6.17 Contraventamentos tipo K” representados com a Maquete Estrutural
Além dos sistemas de contraventamento mostrados anteriormente, outros sistemas de
estabilização lateral são utilizados em estruturas metálicas, caracterizando um núcleo
gido. Na Figura 6.18, a estrutura em questão é apresentada com conjunto de paredes
funcionando como núcleo central rígido conforme a configuração da Figura 6.13c.
Figura 6.18 Estrutura com núcleo central rígido
a) Modelo sem carregamento lateral, b) Modelo com carregamento lateral
Percebe-se na Figura 6.18b que o núcleo centralgido, assim como o sistema de
contraventamento em X do caso anterior, aumenta a rigidez da estrutura. O
deslocamento lateral é imperceptível, quando comparado com a estrutura antes do
carregamento, caracterizando também uma estrutura indeslocável.
140
Segundo o ECCS Technical Committee 8 Stability
17
(apud SIMÕES, 2007),
independente do tipo de estabilizão lateral utilizado, uma estrutura só é considerada
contraventada, que implica na dispensa da inclusão dos efeitos de segunda ordem,
quando o sistema de contraventamento adotado reduzir a flexibilidade lateral em pelo
menos 80%.
Após a analise das ts configurações, constata-se que o modelo demonstra claramente o
comportamento tanto de estruturas deslocáveis”, mais sensíveis aos efeitos de segunda
ordem (Figura 6.14), como tamm as estruturas “indeslocáveis” que podem ser
verificadas atras da análise de primeira ordem (Figuras 6.16 e 6.18).
17
ECCS Technical Committee 8 Stability Rules for Member Stability in EN 1993-1-1: Background
documentation and design guidelines, n
o
6 (p.242), 1975.
141
7. Capítulo 7 | Avalião de Edificações Existentes
142
7.1 | Introdução
Neste capítulo, seo apresentadas algumas simulações, realizadas com a Maquete
Estrutural, do princípio estrutural de edificações existentes. Essas simulações têm como
objetivo comprovar a versatilidade do modelo, que mesmo limitado por apenas quatro
peças (molas) de dimensões diferentes, conforme mostrado no capítulo 3, pode
representar, devido sua coordenação modular, uma grande variedade de sistemas
estruturais respeitando suas características e proporções.
Quanto à escolha das edificões a serem simuladas, procurou-se definir as que fossem
estruturadas em aço e que tivessem a estrutura como destaque, de forma que fosse
possível a compreensão do sistema estrutural apenas com imagens da obra finalizada,
sem que houvesse a necessidade de recorrer a informações de projeto.
Todas as comparações foram feitas a partir de fotos das edificações, em alguns casos,
quando disponível e necessário, foram utilizados desenhos esquemáticos das estruturas
e fotos durante a construção da obra. Toda imagem ou desenho das edificões é
seguido por uma imagem da Maquete Estrutural representando o mesmo sistema
estrutural. Seguem as edificões simuladas.
143
7.2 | Apresentação das edificações
- Escritório de Arquitetura
Arquitetura: Siegbert Zanettini. Colaboração: Ubirajara de Freitas. Estrutura: Ernesto
Tarnoczy Jr. Fabricação e Montagem: ALUFER. Construção: 1988. Local: São Paulo
SP (DIAS, 2002a).
Figura 7.1 Escritório de arquitetura representado com a Maquete Estrutural
Fonte: a), c), e) DIAS, 2002a, f) Arquivo pessoal
144
- Aeroporto Internacional Pinto Martins
Arquitetura: Francisco Luiz Muniz Deusdara, Francisco Expedito Muniz Deusdara e
Daniela Alcântara. Estrutura: Paulo André Brasil Barroso. Fabricação e Montagem:
Alusud e Cibresme. Construtora: Queiroz Galo. Cliente: Infraero. Construção: 1998.
Local: Fortaleza – CE (DIAS, 2001).
Figura 7.2 Aeroporto Internacional Pinto Martins representado com a Maquete Estrutural
Fonte: a), c), DIAS, 2001, p.80
145
- Tribunal de Contas da União no Estado de Alagoas
Arquitetura: João Filgueiras Lima, Lelé. Estrutura: Roberto Vitorino. Fabricação,
Montagem e Construção: CTRS. Cliente: Tribunal de Contas da União. Construção:
1997. Local: Maceió – AL (DIAS, 2001).
Figura 7.3 Tribunal de Contas de Alagoas representado com a Maquete Estrutural
Fonte: a), c), e) DIAS, 2001.
146
- Edicio Sede da ABM
Arquitetura: Plínio Croce, Roberto Aflalo, Gian C. Gasperini. Estrutura: Figueiredo
Ferraz. Fabricão e Montagem: FEM. Construtora: LM. Construção: 1984. Local: São
Paulo – SP (DIAS, 2002a).
Figura 7.4 Edifício sede da ABM representado com a Maquete Estrutural
Fonte: DIAS, 2002a.
147
- London Eye.
Arquitetura: Marks Barfield. Estrutura: Jane Wernick de Ove Arup, Babtie Allot &
Lomax, Infra Groep. Construção: 2000. Local: Londres, Inglaterra.
Figura 7.5 London Eye representado com a Maquete Estrutural
Fonte: a) Disponível em: <http://www.marksbarfield.com/project.php?projectid=10> . Acesso em: 1 mar.
2008. c), e) LYALL, 2002.
148
- New Millennium Experience Dome
Arquitetura: Richard Rogers Partnership. Estrutura: Buro Happold. Construção: 1996
1999. Local: Londres, Inglaterra.
Figura 7.6 New Millennium Experience Dome representado com a Maquete Estrutural
Fonte: a), c), e) Disponível em: <http://www.richardrogers.co.uk>. Acesso em: 8 mar. 2008.
149
- Forth Railway Bridge.
Estrutura: John Fowler, Benjamin Baker. Construção: 1883 1890. Local: Escócia
Reino Unido.
Figura 7.7 - Forth Railway Bridge representada com a Maquete Estrutural
Fonte: a) Disponível em: <http://en.structurae.de/photos/index.cfm?JS=5582>. Acesso em: 21 dez. 2007.
150
- Passarela Estaiada
Estrutura estaiada, simétrica com dois portais em Arnheim na Holanda, próxima à
divisa com a Alemanha (MEYER, 1996).
Figura 7.8 Passarela estaiada representada com a Maquete Estrutural
Fonte: a), c) MEYER, 1996.
151
- Ponte Ferroviária
Ponte ferroviária treliçada sobre o canal de Erie em Nova York, Estados Unidos.
Figura 7.9 Ponte ferroviária representada com a Maquete Estrutural
Fonte: a) Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Image:ErieCanalRRBridge04_1A.jpg>. Acesso
em: 28 jun. 2008.
152
- Renault Distribution Centre
Arquitetura: Norman Foster. Construção: 1980-1982. Local: Swindon, Inglaterra.
Figura 7.10 - Renault Distribution Centre representado com a Maquete Estrutural
Fonte: a), c) Disponível em: <http://www.fosterandpartners.com/Projects/0295/Default.aspx>. Acesso
em: 16 jun. 2008
153
- HongKong and Shanghai Banking Corporation Headquarters
Arquitetura: Norman Foster. Construção: 1981 – 1986. Local: Hong Kong.
A estrutura desta edificão em particular não foi montada com a Maquete Estrutural
devido a quantidade de peças necessárias. No entanto foi feita uma modelagem virtual
de todas as pas para representar uma possível montagem desta estrutura. As imagens
mostradas na Figura 7.11 foram geradas no software 3ds Max (2005).
Figura 7.11 HSBC em HongKong representado virtualmente com a Maquete Estrutural
Fonte: a), d) Disponível em: < http://www.fosterandpartners.com/Projects/0501/Default.aspx>. Acesso
em: 2 mar. 2007.
154
8. Capítulo 8 | Considerações Finais
155
8.1 | Conclusões
O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento de um modelo estrutural
qualitativo, denominado Maquete Estrutural, através de comparações com simulões
computacionais. As simulações validaram o modelo como instrumento para a pré-
avaliação do comportamento de estruturas metálicas.
Os resultados obtidos comprovam a eficiência do modelo para a p-avaliação do
comportamento de sistemas estruturais. O modelo mostrou-se bastante eficiente, quando
comparado a outros modelos estruturais qualitativos existentes, pois permite a avaliação
do comportamento de diferentes estruturas sob diversos aspectos, levando em conta
conceitos de estabilidade estrutural; visualizão dos deslocamentos e deformadas;
comportamento quanto ao tipo de carregamento e condições de contorno; a influência
da forma e do arranjo dos elementos, além do processo de montagem. O modelo possui
praticidade de montagem e manuseio, e, ainda, fácil compreensão do funcionamento da
conexão de seus elementos.
O manuseio da Maquete Estrutural, desde a montagem até a aplicação do carregamento,
mostrou-se muito importante na compreensão do comportamento das estruturas
analisadas, pois acrescenta a inflncia do tato ao entendimento do vel de rigidez das
estruturas e dos elementos. Esse entendimento aproxima a grandeza dos fenômenos
manifestados à percepção dos sentidos humanos, uma vez que nas estruturas reais, em
geral, nossos meios de percepção são incapazes de registrar estes valores.
A metodologia da análise experimental, aplicada a esta pesquisa, se concentrou na
comparação de imagens das deformadas dos sistemas estruturais ensaiados com
simulações computacionais. Essa metodologia mostrou-se eficiente para este tipo de
alise, ondeo existe a quantificação das grandezas físicas envolvidas, mas somente a
alise da configuração das deformadas das estruturas. Porém, dependendo da
quantidade e da disposão dos elementos que compõem a estrutura estudada, a
visualização é dificultada e consequentemente a aplicação da metodologia.
156
Em todas as estruturas analisadas, tanto planas quanto espaciais, a representação atras
da Maquete Estrutural mostrou-se eficiente e representativa. Isto foi observado tanto
nos elementos estruturais quando isolados (colunas, vigas e arcos), como nos sistemas
estruturais (pórticos planos e espaciais e trelas planas e espaciais). Entretanto, existem
algumas limitações e detalhes que precisam ser destacados.
A deformabilidade das molas utilizadas na construção das peças do modelo mostrou-se
determinante na representão do comportamento das estruturas analisadas. O elemento
na forma de mola representa, também, a região de esforços comprimidos e tracionados
de um elemento estrutural real.
As pas de ligão representam bem a transmissão dos esforços e deslocamentos em
uma estrutura real. No entanto, a pa Ligação Rígida foi o elemento que mostrou maior
interfencia na configuração da deformada das estruturas. Essa interfencia é maior
quanto maior for o carregamento, e quanto menor for o elemento engastado, visto a
região travada pela peça de Ligação Rígida. Esta influência é mais significativa nos
apoios, quando a pa em questão conecta-se a pa Ligação de Base.
Estas imprecisões oriundas das peças de Ligação gida são nimas e não interferem
nos resultados de uma analise qualitativa, a qual o modelo se propõe. Am disso, essas
peças se mostraram, ao longo dos ensaios, muito pticas em sua utilizão. Portanto,
neste caso, mais vale a praticidade de utilização da pa do que uma precisão maior da
configuração da deformada.
A esfera metálica mostrou-se eficiente como elemento de ligação, entretanto seu peso é
elevado quando comparado ao peso de outros elementos da Maquete Estrutural.
Dependendo da estrutura modelada e da quantidade de esferas utilizadas, o uso desta
pode ser um fator limitador de crião, visto o aumento do peso pprio da estrutura.
As placas de MDF se mostraram eficientes quando utilizadas como elemento gido
para o travamento de quadros estruturais, tanto em planos horizontais (lajes), como
tamm nos planos verticais (paredes). No entanto, a simulação da transmissão das
cargas em uma estrutura, das lajes para as vigas,o pode ser observada, pois as placas
de MDF são conectadas diretamente às esferas metálicas.
157
Pôde-se perceber durante os ensaios com a Maquete Estrutural que os sistemas
estruturais apresentam um comportamento similar quando comparados aos
deslocamentos e deformadas. Contudo, a resistência dos sistemas estruturais montados
o foi quantificada, pois está diretamente ligada à força magtica dos imãs que fazem
as ligações entre os elementos estruturais. Portanto, em geral, o modo de colapso da
Maquete Estruturalo corresponde à situação real, o que inviabiliza este tipo de
alise.
A padronização, referente à dimensão das pas, criada na construção da Maquete
Estrutural mostrou-se eficiente, visto a variedade de sistemas estruturais montados
respeitando as dimensões e proporções reais desses sistemas em estruturas metálicas.
Para a utilizão da Maquete Estrutural é necessário que o usuário tenha ptica com o
modelo. Dependendo da complexidade da estrutura, leva-se tempo para a montagem,
logo é preciso que haja um planejamento para a utilizão do modelo. Em relação às
dimensões do modelo, é importante destacar que o mesmo deve ser utilizado por apenas
uma pessoa ou por pequenos grupos, uma vez que sua escala o é adequada para
demonstrações. Até mesmo porque, como mencionado anteriormente, o manuseio da
Maquete Estrutural é fundamental para o entendimento das estruturas modeladas.
Esta pesquisa comprova a aplicabilidade, confiabilidade, versatilidade e praticidade da
Maquete Estrutural usada para simular o comportamento de sistemas estruturais
aplicados a estruturas metálicas. O modelo mostra, clara e qualitativamente, que a
alise global do comportamento de sistema construtivo em aço depende
fundamentalmente das suas caractesticas de deformabilidade, rigidez, estabilidade
global, estabilidade dos seus elementos e do comportamento das ligações. Assim,
determinar rigorosamente a capacidade resistente de seus elementos o é suficiente se
os esforços, os deslocamentos e a influência destes não forem adequadamente avaliados.
A alise de uma estrutura metálica deve considerar todos estes aspectos.
158
8.2 | Sugestões para trabalhos futuros
Como sugestões para trabalhos futuros pode-se destacar:
- Desenvolvimento de outros componentes para a Maquete Estrutural, como por
exemplo, pas de ligação rígida e contínua ajustáveis a várias inclinões;
- O aperfeiçoamento dos componentes existentes, através de pesquisas de materiais mais
adequados para execão dos mesmos, de forma a tornar a Maquete Estrutural mais
leve;
- Desenvolvimento de um software para auxiliar na quantificação das pas e na
montagem de estruturas que utilizem um número elevado de elementos com a Maquete
Estrutural, fornecendo lista de pas, planta, vistas, cortes e perspectivas da estrutura
modelada;
- A partir da Maquete Estrutural, avaliar a sua possibilidade, e as modificações
necessárias para ter-se um modelo reduzido.
- Estudo e desenvolvimento de outros modelos estruturais qualitativos abrangendo
outras caractesticas das estruturas, como por exemplo, a análise de problemas
localizados e a influência da forma da seção transversal dos elementos no
comportamento das estruturas, muito comum em estruturas metálicas.
159
9. Referências Bibliográficas
160
3DS MAX. Autodesk, Inc. Release 8.0, 2005.
ADOBE PHOTOSHOP CS. Adobe Systems, Inc. Version 8.0, 2003.
ARRUDA, José R. de F. Introdução histórica à mecânica dos sólidos. Notas de aula do
curso de História da Menica ministrado na Faculdade de Engenharia Mecânica da
Universidade Estadual de Campinas FEM-UNICAMP. Campinas, 2001.
BROHN, David. Understanding structural analysis. 3rd ed. London: New Paradigm
Solutions, 2005.
BUSSEL, Abby. Super Mario. Progressive Architecture, 1995. Disponível em:
<http://www.salvadori.org/library/documents/1995_super_mario.pdf>. Acesso em: 23
mai. 2008.
CALATRAVA, Santiago. Santiago Calatrava conversa com estudantes. Conferências
do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Tradução de Lya Luft. Barcelona:
Gustavo Gili, 2003.
CARNEIRO, Fernando Lobo. Análise dimensional e teoria da semelhança e dos
modelos físicos. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996.
CARTER, Brian. Peter Rice: Building to a Human Scale. The Journal of the
International Institute. Michigan, vol. 2, n. 3, Spring 1995. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/2027/spo.4750978.0002.309>. Acesso em: 27 abr. 2007.
CHAMBERLAIN, Z. M. P.; BORDIGNON, R. Modelos intuitivos para ensino de
estabilidade das estruturas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO DE
ENGENHARIA, 18., 2000, Ouro Preto, Minas Gerais. Anais... 1 CD. Disponível em:
<http://www.lese.upf.br>. Acesso em: 28 fev. 2007.
CHAMBERLAIN, Z. M. P.; ORLANDO, D. Modelos Qualitativos de Treliças Planas:
Construção e Aplicação no Ensino da Alise e Comportamento Estrutural. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO DE ENGENHARIA (COBENGE), 19.,
2001, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Anais... 1 CD. Disponível em:
<http://www.lese.upf.br>. Acesso em: 14 mai. 2007.
CHELLA, Márcia R.; OTA, José J.; POVH, Paulo H. Simulão física do transporte de
sedimentos e assoreamento em reservatórios. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
RECURSOS HIDRICOS, 15., 2003, Curitiba Paraná. Anais... Disponível em:
<http://www.lactec.org.br/OInstituto/downloads/Biblioteca/2003/066_2003.pdf>.
Acesso em: 7 jun. 2008.
DIAS, Ls Andrade de M. Aço e arquitetura: estudo de edificações no Brasil. São
Paulo: Zigurate, 2001.
______. Edificões de aço no Brasil. 3. ed. São Paulo: Zigurate, 2002 a.
161
______. Estruturas de aço: conceitos, técnicas e linguagem. 4. ed. São Paulo: Zigurate,
2002 b.
ENGEL, Heino. Sitemas estruturais. Ed. castelhana/portuguesa. Barcelona: Gustavo
Gili, 2001.
FRANCO, Mário. O papel da história no ensino da teoria das estruturas. In:
ENCONTRO DE PROFESSORES DE ESTRUTURA PARA ESCOLAS DE
ARQUITETURA, 1., 1974a, São Paulo. Anais... São Paulo: Ed. FAU USP, 1974.
Organizado pela Associão Brasileira de Escolas de Arquitetura.
______. Notas para um curso de estruturas em faculdades de arquitetura. In:
ENCONTRO DE PROFESSORES DE ESTRUTURA PARA ESCOLAS DE
ARQUITETURA, 1., 1974b, São Paulo. Anais... São Paulo: Ed. FAU USP, 1974.
Organizado pela Associão Brasileira de Escolas de Arquitetura.
______. Arquitetura e estrutura: experiências e perspectivas. 1995. Palestra. Disponível
em: <http://www.idea.org.br/programas/06.doc>. Acesso em: 10 abr. 2007.
FRIEDRICH, Gerhard; PREISS, Gerhard. Ciência do aprendizado. Revista mente e
cérebro, São Paulo, 2007. Parte integrante da edição especial como o cérebro aprende,
n. 8, p. 6-13. Tradução de Sérgio Tellaroli.
FIRMO, lio da Silveira. Estruturas tubulares enrijecidas por superfícies de dupla
curvatura (hiperbólicas). 2003. 194p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil)
Departamento de Engenharia Civil da Escola de Minas da Universidade Federal de
Ouro Preto, Ouro Preto, 2003.
GALILEI, Galileu. Discorsi e dimostrazione matematiche intorno a due nuove scienze.
1638. E-text, 1 ed. eletrônica, 1998. Disponível em: <http://www.e-text.it/>. Acesso em:
27 mar. 2007
HARRIS, Harry G.; SABINS, Gajanan M. Structural modeling and experimental
techniques. 2nd ed. Florida: CRC Press LLC, 1999.
HEWITT, Paul G. Conceptual physics. 8th ed. USA: Addison Wesley, 1997.
HILSON, Barry. Basic structural behaviour via models. London: Crosby Lockwood,
1972.
HOSSDORF, Heinz. Model analysis of structures. New York: Van Nostrand Reinhold,
1974.
JURJO, Daniel L. B. R.; MAGLUTA, Carlos; ROITMAN, Ney; GONÇALVES, Paulo
B. Identificação estrutural de colunas esbeltas sujeitas ao peso pprio utilizando
técnicas de processamento e imagens digitas. In. JORNADAS SULAMERICANAS DE
ENGENHARIA ESTRUTURAL, 32., 2006, Campinas. Anais... Campinas, 2006. 1 CD-
ROM.
162
LYALL, Sutherland. Maestros de la estructura: La ingeniea em las edificaciones
innovadoras. Espanha: Editora Blume, 2002.
MACDONALD, Angus J. Structure & Architecture. 2
nd
ed., 2001.
MAGLUTA, Carlos; GADÉA, Anderson de S. M.; ROITMAN, Ney. Identificação de
danos em plataformas fixas de petróleo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE P&D EM
PETLEO & S, 2., 2003, Rio de Janeiro. Anais... Disponível em:
<http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/2/2071.pdf>. Acesso em: 6 jun. 2008.
MARGARIDO, Alzio Fontana. Pesquisa experimental aplicada ao ensino de
estruturas nas escolas de arquitetura. In: ENCONTRO DE PROFESSORES DE
ESTRUTURA PARA ESCOLAS DE ARQUITETURA, 1., 1974, São Paulo. Anais...
São Paulo: Ed. FAU USP, 1974. Organizado pela Associação Brasileira de Escolas de
Arquitetura.
______. Fundamentos de estruturas: um programa para arquitetos e engenheiros que se
iniciam no estudo das estruturas. São Paulo: Zigurate, 2001.
MENEZES, Márcia Veloso. Estruturas Metálicas: comportamento de estruturas de aço
sujeitas a solicitações. Belo Horizonte, 2003. CD-ROM.
MEYER, Karl Fritz. Estruturas Metálicas: passarelas e pontes para dutos. Nova Lima:
KM Engenharia Ltda., 1996.
NUNES, Eliana Ferreira. Tensoestruturas cabos e elementos metálicos associados a
membranas. 2008. 169 p. Dissertão (Mestrado em Engenharia Civil) Departamento
de Engenharia Civil da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro
Preto, 2008.
OLIVEIRA, Márcio Sequeira de. Monografia do curso de especializão em arquitetura
das construções metálica (CEACOM III). Universidade Federal de Ouro Preto em
parceria com o Instituo Metodista Izabela Hendrix, Belo Horizonte, 2005.
______. Maquete Estrutural: um instrumento para o ensino de estrutura em escolas de
arquitetura. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DA CONSTRUÇÃO METÁLICA
(CICOM), 3., 2006, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto, 2006. 1 CD-ROM.
OTTO, Frei; TROSTEL, R. Tensile structures: Volume 1: Pneumatic Structures. The
M.I.T. Press, Cambridge, 1969.
______. Tensile structures: Volume 2: Basic concepts and survey of tensile structures.
The M.I.T. Press, Cambridge, 1969.
PINHEIRO, Paulo César da Costa. Desenvolvimento de protótipos: instrumento de
motivação e ligação das disciplinas do curso de engenharia. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ENSINO DE ENGENHARIA (COBENGE-2000), 28., 2000, Ouro
Preto. Anais... Ouro Preto, ABENGE, Associação Brasileira de Ensino de Engenharia,
2000. 1 CD-ROM.
163
PIPPARD . A. J. S. - The experimental study of structures. London: Edward Arnold &
Co., 1947.
POLILLO, Adolpho. [Sem título]. In: ENCONTRO DE PROFESSORES DE
ESTRUTURA PARA ESCOLAS DE ARQUITETURA, 1., 1974, São Paulo. Anais...
São Paulo: Ed. FAU USP, 1974. Organizado pela Associação Brasileira de Escolas de
Arquitetura.
REBELLO, Yopanan C. P. Contribuição ao ensino de estrutura nas escolas de
arquitetura. 1992. 107p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1992.
______. A concepção estrutural e a arquitetura. São Paulo: Zigurate, 2000.
______. Questões sobre o processo de concepção da arquitetura e estrutura. Parte 1.
Palestra da Ycon Formação Continuada. [200-?a]. Disponível em:
<http://www.construtek. com.br/w2/noticias_59.php>. Acesso em: 18 mar. 2007.
______. Questões sobre o processo de concepção da arquitetura e estrutura. Parte 2.
Palestra da Ycon Formação Continuada. [200-?b]. Disponível em:
<http://www.construtek.com.br/w2/noticias_60.php>. Acesso em: 18 mar. 2007.
______. [Sem tulo]. Entrevista concedida ao Ycon Formão Continuada. São Paulo.
[200-?c]. Disponível em: <http://www.ycon.com.br/entrevista_01_master.htm>. Acesso
em: 18 mar. 2007.
______. Projetar não é apenas realizar uma tarefa. Artigo. [200-?d]. Disponível em:
<http://www.ycon.com.br/artigo_06_master.htm>. Acesso em: 18 mar. 2007.
REBELLO, Yopanan C. P.; BOGÉA, Marta. Exercícios de estrutura. Revista
ProjetoDesign, out. 2001. Parte integrante da edição 260. Disponível em:
<http://arcoweb.com.br/debate/debate17a.asp>. Acesso em: 18 mar. 2007.
RODRIGUES, Paulo F. N. Aspectos do ensino de sistemas estruturais nos cursos de
formão de arquitetos: uma estrutura para a faculdade de arquitetura da UFRJ.
Arquitetuta e ensino - Reflexões para uma reforma curricular. Rio de Janeiro:
FAU/UFRJ, p. 156-161, 2003. Disponível em: <http://www.fau.ufrj.br/apostilas
/mse/pdf/rodrigues.pdf>. Acesso em: 23 mai. 2008.
RODRIGUES, Paulo F. N.; HERMIDA, Adriana da S. Modelagem de elementos
sicos de estruturas para a análise qualitativa do comportamento estrutural. Revista de
Ciência e Tecnologia, Universidade Iguaçu, v. 6, n. 1, jun. 2006. Disponível em:
<http://www.fau.ufrj.br/apostilas/mse/pdf/facet_v6_n1.pdf> . Acesso em: 20 abr. 2008.
SALES, José Jairo et al. Sistemas estruturais: teoria e exemplos. São Carlos:
SET/EESC/USP, 2005.
164
SALVADORI, Mario. A life in education. The Bridge. National Academic of
Engineering, v. 27, n. 2, summer 1997. Disponível em: <http://www.salvadori.org/
library/documents/marioalifeineducation.pdf>. Acesso em: 23 mai. 2008.
SANDAKER, Bjorn N.; EGGEN, Arne Petter. The structural basis of architecture.
Translation by Steven Kirwin. New York: Watson-Guptill, 1992.
SANTOS, José Amaro dos. Sobre a conceão, o projeto, a execução e a utilização de
modelos físicos qualitativos na engenharia de estruturas. 1983. Dissertação (Mestrado
em Engenharia) Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo EPUSP, São Paulo, 1983.
SAP2000. Stuctural Analysis Program. Computers and Stuctures, Inc. Advanced 10.0.1
version, 2005.
SCHWARK, Martin Paul. Sugestões para um curso intuitivo de teoria das estruturas.
1996. Dissertação (Mestrado em Engenharia) Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo, São Paulo, 1996.
SICILIANO, Paulo Cesar. Sistematizão Filosófica Processo de Aprendizagem. In:
ENCONTRO DE PROFESSORES DE ESTRUTURA PARA ESCOLAS DE
ARQUITETURA, 1., 1974, São Paulo. Anais... São Paulo: Ed. FAU USP, 1974.
Organizado pela Associão Brasileira de Escolas de Arquitetura.
SIMÕES, Rui A. D. Manual de dimensionamento de estruturas metálicas. 2. ed.
Coimbra: CMMAssociação Portuguesa de Construção Metálica e Mista, 2007.
SOUZA, Acir M. L.; ROCHA, Marcelo M.; NÚNES, Gustavo J. Z.; CARPEGGIANI,
Elvis A.; PALUCH, Mário. Estudo em túnel de vento da resposta dimica do
complexo viário jornalista Roberto Marinho. In: JORNADAS SUDAMERICANAS DE
INGENIERIA ESTRUCTURAL, 33., 2008, Santiago. Anais... Santiago, 2008. 1 CD-
ROM.
TARRAGÓ, Salvador. Gaudí entre la estructura y la forma. A+U Architecture &
Urbanism. Antonio Gaudí. Tokyo: A+U Publishing Ltda., n86, nov. 1977. 292p. Edição
especial.
TIMOSHENKO, Stephen P. History of strength of materials. New York: McGraw-Hill
Book Company, 1953.
TZONIS, Alexander. Santiago Calatrava: The Poetics of Moviment. London: Editora
Thames & Hudson, 1999.
VIEIRA, Inaldo Ayres. Sugestões para o ensino de estruturas ao arquiteto. In:
ENCONTRO DE PROFESSORES DE ESTRUTURA PARA ESCOLAS DE
ARQUITETURA, 1., 1974, São Paulo. Anais... São Paulo: Ed. FAU USP, 1974.
Organizado pela Associão Brasileira de Escolas de Arquitetura.
165
VITORINO, Roberto. Engenharia x Arquitetura [mensagem pesoal]. Mensagem
recebida por <marciosequeira@hotmail.com> em 9 maio 2007.
WISE, Chris. We have more than enough engineers. We need magical conjurers. The
Guardian. UK, 14 nov. 2007. Disponível em: <http://www.guardian.co.uk/
commentisfree/story/0,,2210591,00.html>. Acesso em: 20 mar. 2008.
ZANETINI, Siegbert. Aspectos do ensino de estrutura para arquitetos. In: ENCONTRO
DE PROFESSORES DE ESTRUTURA PARA ESCOLAS DE ARQUITETURA, 1.,
1974, São Paulo. Anais... São Paulo: Ed. FAU USP, 1974. Organizado pela Associação
Brasileira de Escolas de Arquitetura.
ZANETINI, Siegbert; SOPHIA, Paulo. O o na visão dos arquitetos Paulo Sophia e
Siegbert Zanettini. Revista Constrão Metálica, São Paulo, edição 70, p. 8, 2005.
166
Andice
167
Tabela A1 Lista de ensaios de estruturas planas
168
Tabela A1 Lista de ensaios de estruturas planas (continuação)
169
Tabela A1 Lista de ensaios de estruturas planas (continuação)
170
Tabela A1 Lista de ensaios de estruturas planas (continuação)
171
Tabela A2 Lista de ensaios de estruturas espaciais
172
Tabela A2 Lista de ensaios de estruturas espaciais
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo