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Soy loco por ti, América misturando rumba, cumbia e mambo
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, com parte da letra
em espanhol, faz uma declaração em favor da revolução comunista/socialista cubana e uma
homenagem a Che Guevara, à época, recentemente assassinado. Do mesmo modo, a salsa
merengue Bucaneira
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utiliza-se tanto da mesclagem de ritmos, juntando marchinhas
carnavalescas (O que é que a baiana tem? de Dorival Caymmi
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, 1938; e Alá-lá-ô
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de
nombre del hombre muerto / Não sejam palavras tristes / Soy loco por ti de amores / Um poema ainda existe /
Com palmeiras, com trincheiras, canções de guerra, / quem sabe canções do mar / Ai, hasta te comover / Ai,
hasta te comover // Soy loco por ti, América / Soy loco por ti de amores // Estou aqui de passagem / Sei que
adiante um dia vou morrer / De susto, de bala ou vício / De susto, de bala ou vício / Num precipício de luzes /
Entre saudades, soluços, eu vou morrer de bruços / nos braços, nos olhos / Nos braços de uma mulher / Nos
braços de uma mulher // Mais apaixonado ainda / Dentro dos braços da camponesa, guerrilheira, / manequim, ai
de mim / Nos braços de quem me queira / Nos braços de quem me queira // Soy loco por ti, América / Soy loco
por ti de amores /
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A rumba é uma dança cubana em compasso binário e ritmo complexo que influenciou e foi incorporado ao
Flamenco. Em termos da melodia, a escala menor harmônica não é tão utilizada quanto nos outros palos, sendo
que geralmente uma escala diatônica predomina e interage em breves momentos com a menor harmônica em
suas notas ciganas (o que de certo modo ajuda a manter as características do flamenco nesse estilo diferente).
Um bom exemplo de Rumba (como palo Flamenco) é a canção Entre dos Águas composta por Paco de Lucía.
A cumbia é hoje o ritmo musical mais popular da Argentina. Até em lugares distantes de grandes centros
populacionais, como por exemplo Bariloche, a cumbia predomina. Ouve-se cumbia nos guetos portenhos, nas
residências, em todos os lugares. Além disso, a Argentina vem produzindo enormes talentos no gênero. A
Argentina hoje "exporta" sua cumbia para o mundo interiro, com apresentações de seus principais conjuntos,
como o Rafaga em shows na Europa e o Kumbia Kings em shows nos EUA (país onde vivem, mas não deixam a
cumbia argentina de fora de suas músicas).
O mambo é um estilo musical e de dança originária de Cuba. A história do mambo moderno tem início em 1939
quando Orestes López e Cachao López escreveram uma danzón (estilo com origens na contradanza espanhola e
a contredanse francesa) chamada "Mambo", com o uso de ritmos derivados da música africana. A contradanza
chegou a Cuba no século XVIII, onde se tornou conhecida como danza. A chegada dos negros haitianos no final
do século mudou a contradanza, acrescentando a ela o cinquillo (também encontrado em outro descendente da
contradanza, o Tango argentino). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/
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A raiz da palavra bucaneiro está no francês boucanier. O boucan é um grelhador usado para fazer carne
defumada. Este é uma forma de preservar carne dos índios nativos das Caraíbas Arawak, que ensinaram a técnica
aos colonizadores ilegais em Hispaniola (atual ilha do Haiti e República Dominicana). Estes colonos intrusos
caçaram o gado e porcos selvagens e usaram o boucan para preservar a carne para depois comer ou vender aos
navios que passavam. Os caçadores que viviam do boucan, ficaram conhecidos por bucaneiros.
Este termo inglês refere-se aos piratas originários dos portos das Caraíbas, que inicialmente atacavam os navios e
cidades espanholas nas Caraíbas e na América Central. Expulsos e perseguidos do território espanhol, os
caçadores juntaram-se a grupos de escravos e cortadores de lenha do México que tinham fugido, desertores,
antigos soldados e outros que tinham sido atacados por navios espanhóis, por isso, este tipo de piratas tinha
grande ódio aos espanhóis e semearam a vingança nos navios destes.
Rapidamente a palavra bucaneiro se tornou comum, e no século XVII foi usada para denominar os piratas e
corsos que tinham formado fortalezas nas Índias Ocidentais. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/
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Seu primeiro grande sucesso, na voz de Carmen Miranda, no filme Banana da Terra, lançado no Carnaval de
1939. Carmen Miranda (1909-1955), pseudônimo de Maria do Carmo Miranda da Cunha, nasceu em Portugal,
na zona rural de Marco de Canavezes. Veio para o Brasil com 18 meses. Quando Carmen Miranda, em 1939,
chegou ao Porto de Nova Iorque, era uma ilustre desconhecida do público americano. Bastou-lhe, porém, um
mês para conquistar a feira mundial, a Broadway e extraordinária popularidade.
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A história de "Alá-Lá-Ô" começou no carnaval de 1940, quando um bloco do bairro da Gávea cantou nas ruas
a marcha "Caravana", de autoria de seu patrono Haroldo Lobo, que tinha apenas estes versos: "Chegou, chegou a
nossa caravana / viemos do deserto / sem pão e sem banana pra comer / o sol estava de amargar / queimava a
nossa cara / fazia a gente suar". Meses depois, preparando o repertório para o carnaval de 41, Haroldo pediu a
Antônio Nássara para completar a composição. Achando a idéia (a caravana, o deserto, o calor...) bem melhor do
que os versos, ele logo faria esta segunda parte: "Viemos do Egito / e muitas vezes nós tivemos que rezar / Alá,
Alá, Alá, meu bom Alá / mande água pra Ioiô / mande água pra Iaiá / Alá, meu bom Alá". Conta Nássara - em
depoimento realizado para o Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro, em 1983 - que, quando Haroldo tomou
conhecimento dos versos, com a palavra "Alá" repetida várias vezes, entusiasmou-se: "Mas que palavra você me