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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE- CEFID
COORDENADORIA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA
DO MOVIMENTO HUMANO
LUIZ AUGUSTO OLIVEIRA BELMONTE
ANÁLISE DA FORÇA DE PREENSÃO MANUAL EM IDOSOS
PRATICANTES E NÃO-PRATICANTES DE EXERCÍCIOS
FÍSICOS REGULARES
FLORIANÓPOLIS - SC
2007
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE- CEFID
COORDENADORIA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA
DO MOVIMENTO HUMANO
LUIZ AUGUSTO OLIVEIRA BELMONTE
ANÁLISE DA FORÇA DE PREENSÃO MANUAL EM IDOSOS
PRATICANTES E NÃO-PRATICANTES DE EXERCÍCIOS
FÍSICOS REGULARES
Dissertação apresentada à banca examinadora do
mestrado em ciências do movimento humano da
Universidade do estado de santa Catarina, como
requisito para a obtenção do título Mestre.
Orientadora: Dr
a
. Susana Cristina Domenech
FLORIANÓPOLIS – SC
2007
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LUIZ AUGUSTO OLIVEIRA BELMONTE
ANÁLISE DA FORÇA DE PREENSÃO MANUAL EM IDOSOS
PRATICANTES E NÃO-PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS
REGULARES
Dissertação aprovada como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre, no
programa de pós-graduação do curso de mestrado em Ciências do Movimento Humano da
Universidade do Estado de Santa Catarina.
Banca examinadora:
Orientadora: _________________________________________________________
Dra. Susana Cristina Domenech
Universidade do Estado de Santa Catarina
Membro: _________________________________________________________
Dr. Antonio Renato Pereira Moro
Universidade Federal de Santa Catarina -UFSC
Membro: _________________________________________________________
Dr. Milton José Cinelli
Universidade do Estado de Santa Catarina
Membro: _________________________________________________________
Dr. Noé Gomes Borges Júnior
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC
FLORIANÓPOLIS, setembro de 2007.
Dedico este trabalho a minha esposa e
aos meus pais.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de iniciar meus agradecimentos aos meus amigos e colegas de trabalho pelo
incentivo e cooperação na realização desta etapa.
Aos idosos que participaram deste estudo e pelos rápidos ensinamentos passados nas
coletas.
Aos grupos de estudo e atividade com o idoso GETI- UDESC, Vovô em ação-
UNISUL e ao grupo de idosos da Praia de Fora.
A Universidade do Sul de Santa Catarina pelo apoio em equipamentos e toda logística.
A profa. Estella Maris e Giovana Mazo pelo auxílio em um momento muito
complicado deste trabalho.
Ao grupo de alunos, funcionários e amigos do LABIN pelo incentivo e apoio nestes
meses. Ao Maércio pela vontade de sempre ajudar e resolver os problemas.
Ao prof. Noé pela forma bacana que me acolheu e me ajudou. Ao Lucas Borges por
sua paciência empenho que facilitaram muito este trabalho, muito obrigado.
Ao amigo Afonso que foi muito importante nas experiências passadas e ajuda, muito
obrigado.
A minha família que sempre me incentivou a estudar desde muito tempo e deixou de
fazer muitas coisas para me dar o melhor presente que é o conhecimento.
Gostaria de agradecer especialmente a três pessoas que ajudaram cada um a sua
maneira, mas que foram fundamentais: Profa. Susana que me ensinou o que é pesquisa séria,
compromisso com a ciência e que o trabalho deve ser feito agora e não depois. Ao Jonathan
por sua grande capacidade de ajudar a qualquer momento e em qualquer situação, este
trabalho é nosso. Ao grande amor da minha vida, minha esposa e exemplo para minha
carreira, sempre muito correta, incentivadora e inteligente .
Aos integrantes do LABIN muito obrigado!!!!!
“A diferença entre o possível e o
impossível está na vontade humana”.
(Louis Pasteur)
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... 9
LISTA DE GRÁFICOS ......................................................................................................... 10
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ 12
I INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 13
1.1 O PROBLEMA ................................................................................................................. 13
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 16
1.3 DEFINIÇÃO DE TERMOS E VARIÁVEIS ................................................................. 18
1.3.1Definição de termos ....................................................................................................... 18
1.3.2 Definição de variáveis .................................................................................................. 18
1.3.2.1 Variáveis independentes do estudo......................................................................... 19
1.3.2.2 Variáveis dependentes do estudo ............................................................................ 20
1.4 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 22
1.4.1 Objetivo geral ............................................................................................................... 22
1.4.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 22
1.5 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO .................................................................................... 22
1.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO .......................................................................................... 23
1.7 HIPÓTESES ..................................................................................................................... 24
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 25
2.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ..................................................................... 25
2.2 A MÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS ....................................................................... 32
2.2.1 Ossos .......................................................................................................................... 31
2.2.2 Músculos .................................................................................................................... 35
2.2.3 Suprimento sanguíneo e nervoso ............................................................................... 36
2.3 PREENSÃO MANUAL .................................................................................................. 37
2.4 AVALIAÇÃO DA MÃO ................................................................................................ 41
2.5 DINAMOMETRIA E SUAS CARACTERÍSTICAS ..................................................... 45
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 57
3.1CARACTERÍSTICAS DO ESTUDO .............................................................................. 57
3.2 SUJEITOS DO ESTUDO ................................................................................................ 57
3.3 INSTRUMENTO DO ESTUDO ..................................................................................... 58
3.3.1 O dinamômetro e os procedimentos de ajuste de empunhadura .............................. 60
3.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS .......................................................... 61
3.4.1 Ficha de adastro, anamnese e avaliação funcional (etapa 1) ........................................ 62
3.4.2 Avaliação de medidas fisiológicas e antropométricas (etapa 2) ................................... 63
3.4.3 Protocolo de medida da força preensão manual (Etapa 3) .......................................... 63
3.5 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS ........................................................... 67
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS ......................................................... 68
4.1Análise descritiva das variáveis antropométricas de força e de tempo de força de
preensão manual em mulheres .................................................................................................. 69
4.1.1 Variáveis antropométricas ......................................................................................... 69
4.1.2 Variáveis de força e tempo de preensão manual ....................................................... 70
4.2 Testes de comparação entre grupos .................................................................................. 74
4.3 Análise descritiva das variáveis antropométricas de força e de tempo de força de
preensão manual em homens .................................................................................................... 78
4.3.1 Variáveis antropométricas ......................................................................................... 78
4.3.2 Variáveis de força e tempo de preensão manual ....................................................... 79
4.4 Testes de comparação entre grupos .................................................................................. 82
5 CONSIDEREÇÕES FINAIS .............................................................................................. 88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 90
ANEXO 1 Questionário para avaliação de indivíduos de ambos os sexos com mais de 60 anos
.................................................................................................................................................. 99
ANEXO 2 Ficha de avaliação fisiológica e antropométrica................................................... 101
ANEXO 3 Folha de aprovação do Comitê de ética em pesquisa em seres humanos da
UNISUL ................................................................................................................................. 102
ANEXO 4 Termo de consentimento livre e esclarecido ........................................................ 103
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Representação dos ossos da mão em vista anterior e posterior .................................... 33
Figura 2 -Representação dos arcos (longitudinal e os transversais) que formam a mão ............... 34
Figura 3 -Representação anatômica da inervação e do suprimento sanguíneo ............................ 36
Figura 4 -Representação dos tipos de preensão de precisão ........................................................ 39
Figura 5 -Representação dos tipos de preensão de força .............................................................. 40
Figura 6 -Representação do dinamômetro Jamar
®
...................................................................... 45
Figura 7 -Dinamômetro de força de preensão manual, ajustado em diferentes empunhaduras .... 60
Figura 8 - Representação da medida do comprimento longitudinal da mão. ................................ 63
Figura 9 -Representação da medida do comprimento transversal da mão .................................... 63
Figura 10- Representação da posição das coletas de força de preensão manual. .......................... 65
Figura 11 -Referente ao posicionamento dos indivíduos em frente ao computador para o feedback
visual durante a coleta de preensão manual.................................................................................... 65
Figura 12 -Representação do suporte desenvolvido para as coletas com o dinamômetro. ........... 65
Figura 13-Representação do momento no qual o indivíduo deverá iniciar a preensão manual e
permanecer por 30 segundos. ......................................................................................................... 66
Figura 14-Representação do momento no qual o indivíduo deverá interromper a força de
preensão manual ............................................................................................................................. 66
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Representação gráfica de uma curva de força vs tempo em um coleta de força de
preensão manual e as variáveis biomecânicas .......................................................................... 21
Gráfico 2- Representação gráfica em diagrama de caixas das variáveis antropométricas
(comprimento longitudinal e comprimento transvarsal) em mulheres. A) Praticantes B) Não-
praticantes ................................................................................................................................. 70
Gráfico 3 -Representação em diagrama de caixas das variáveis de força de preensão manual
em mulheres praticantes e não-praticantes de exercício físico regular. A)Praticantes B) Não-
praticantes ................................................................................................................................. 72
Gráfico 4- Representação em diagramas em caixas das variáveis do tempo na preensão
manual em mulheres praticantes e não-praticantes de exercício físico regular. A) Praticantes
B) Não-praticantes .................................................................................................................... 73
Gráfico 5- Representação das curvas com idosas que obtiveram em seus grupos os melhores
resultados de força máxima ..........................................................................................................................73
Gráfico 6-Representação das interações entre as variáveis dominância e prática de exercícios
em mulheres praticantes e não-praticantes de exercício físico. A) Variáveis de força B)
Variáveis de tempo. .................................................................................................................. 75
Gráfico 7- Representação gráfica das médias das variáveis antropométricas (comprimento
longitudinal e comprimento transvarsal) em homens. A) Praticantes B) Não-praticantes ....... 78
Gráfico 8- Representação em diagrama de caixas das variáveis de força de preensão manual
em homens praticantes e não-praticantes de exercício físico regular. A)Praticantes B) Não-
praticantes ................................................................................................................................. 80
Gráfico 9- Representação em diagramas em caixas das variáveis do tempo na preensão
manual em homens praticantes e não-praticantes de exercício físico regular. C) Praticantes D)
Não-praticantes ......................................................................................................................... 80
Gráfico 10- Representação das curvas com idosos que obtiveram em seus grupos os melhores
resultados de força máxima ...................................................................................................... 81
Gráfico 11- Representação das curvas com homens e mulheres praticantes e não-praticentes
que obtiveram em seus grupos os melhores resultados de força máxima ............................... 82
Gráfico 12- Representação das interações entre as variáveis dominância e prática de
exercícios em homens praticantes e não-praticantes de exercício físico. A) Variáveis de força
B) Variáveis de tempo .............................................................................................................. 83
LISTA DE TABELAS
Tabela 1-Representação das capacidades do sistema muscular e suas alterações no processo
do envelhecimento .................................................................................................................... 28
Tabela 2-Representação das articulações da mão e suas características anatômicas e
cinesiológicas ........................................................................................................................... 34
Tabela 3 -Referente aos músculos e suas ações que atuam no punho e mão .......................... 35
Tabela 4 -Representação das principais tipos de preesão manual de força e precisão ............ 40
Tabela 5 - Alocação de participantes às condições do projeto entre participantes e dentre
participantes .............................................................................................................................. 67
Tabela 6-Descrição dos grupos participantes com número de participantes por grupo,
empunhadura e médias de idade por grupo .............................................................................. 68
Tabela 7-Representação descritiva das variáveis antropométricas em médias de mulheres
praticantes e não praticantes de exercício físico regular .......................................................... 69
Tabela 8 - Representação descritiva das médias das variáveis de força e no tempo de
mulheres praticantes e não praticantes de exercício físico regular ........................................... 71
Tabela 9 - Resultados da ANOVA 2x2 para o grupo de mulheres .......................................... 74
Tabela 10 - Resultados dos testes t para o grupo de mulheres para a verificação dos efeitos
simples ...................................................................................................................................... 76
Tabela 11- Resultados do teste de Sinais em Postos de Wilcoxon, comparando dominância no
grupo de mulheres .................................................................................................................... 77
Tabela 12 - Resultados do teste de U de Mann-Whitney, comparando grupo de praticantes e
não-praticantes .......................................................................................................................... 77
Tabela 13- Representação descritiva das variáveis antropométricas em médias de homens
praticantes e não praticantes de exercício físico regular. ......................................................... 78
Tabela 14 - Representação descritiva das variáveis médias de força e no tempo de homens
praticantes e não praticantes de exercício físico regular .......................................................... 79
Tabela 15- :Resultados da ANOVA 2x2 para o grupo de homens .......................................... 82
Tabela 16- Resultados dos testes t para o grupo de homens para a verificação dos efeitos
simples ...................................................................................................................................... 84
Tabela 17- Resultados do teste t independente para efeitos simples de todas as condições da
variável prática de exercício em cada condição de dominância na variável F
(final)
, ................. 84
Tabela 18- Resultados do teste de Sinais em postos de Wilcoxon, comparando a
dominância 85
Tabela 19- Resultados do teste de U de Mann-Whitney, comparando grupo de praticantes e
não-praticantes ......................................................................................................................... 85
Tabela 20 Resultados do teste de sinais em postos de Wilcoxon, comparando a dominância 86
Tabela 21 Resultados do teste de U Mann-whitney, comparando grupo de praticantes e não-
praticantes ................................................................................................................................. 86
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA- UDESC
CENTRO DE DA SAÚDE E DO ESPORTE – CEFID
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
RESUMO
Título: Análise da força de preensão manual em idosos em praticantes e não praticantes de
exercícios físicos regulares.
Autor: Luiz Augusto Oliveira Belmonte
Introdução: A preensão manual é uma tarefa muito comum no dia-a-dia. Para agarrar ou
segurar qualquer objeto com as mãos e manipulá-lo é necessário um mínimo de força e
destreza. Em idosos, em decorrência do processo natural do envelhecimento e da perda da
força muscular, parâmetros biomecânicos de preensão manual podem ser empregados como
indicadores de força total do corpo, independência e qualidade de vida. Objetivo: verificar se
existe influência da dominância de membros superiores e da prática de exercícios físicos
regulares nos parâmetros de força (F
máx
, %F, F
final.
) e tempo (I
CM,
Δt) obtidos de curvas de
força vs tempo em movimento de preensão manual contínuo. Materiais e métodos:
participaram do estudo 36 sujeitos divididos em praticantes e não-praticantes de exercício
físico regular,com média de idade de 66,5
±
4,8 anos entre as mulheres e de 68,8± 6,8 entre
os homens. Para a coleta dos dados foi utilizado um dinamômetro de preensão manual digital
desenvolvido pelo Laboratório de Instrumentação da UDESC, com empunhaduras podendo
ser ajustadas entre 4,5 e 5,5 cm. O protocolo consistiu da realização de um movimento de
preensão manual contínuo, com duração de 30s. Cada coleta foi efetuada duas vezes com cada
mão, com intervalo de no mínimo 3 minutos entre as mesmas. O início e o término da coleta
foram conduzidos de acordo com os comandos visuais dados pelo programa de preensão
manual. O posicionamento dos sujeitos foi baseado no protocolo da Sociedade Americana de
Terapia da mão. Resultados: Nas mulheres foi verificado que a prática de exercício físico
regular tem influência estatisticamente significativa nas variáveis F
máx
, F
final
e
I
cm
na mão
dominante e nos homens, na variável F
final
somente na mão não dominante. Conclusão: Nas
mulheres a prática de exercícios físicos regulares pode influenciar nas variáveis de força e
tempo sugerindo que o exercício físico diminui as perdas decorrentes da idade e nos homens
neste estudo não foi verificado diferença.
PALAVRAS-CHAVE: Preensão manual, idosos, exercício físico regular.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA- UDESC
CENTRO DE DA SAÚDE E DO ESPORTE – CEFID
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
Abstract
Título: Analysis of the hand grip forces at elderly practicants and non-practicants of regular
physical exercises
Author: Luiz Augusto Oliveira Belmonte
Introduction: The hand grip is a very usual task in daily life. To grab or hold any object with
hands and manipulate it, a minimum force and dexterity are necessary. In elderly people, due
to the natural aging process and loss of muscular force, the hand grip biomechanical
parameters can be indicators of total body force, independence and quality of life. Objective:
to verify if there is any influence of superior members dominance and from regular physical
exercise practice on force (F
máx
, %F, F
final.
) and time (I
CM,
Delta t) parameters obtained from
force vs time curves of continuous hand grip movement. Materials and Methods: 36
individuals: 66,5± 4,8 year-old women and 68,8
±
6,8 year-old men divided in regular
exercise practicants and non-practicants participated of the study. Data were collected using a
hand grip dynamometer developed at the Instrumentation Laboratory (UDESC) with
adjustable handle position in a range 4.5 to 5.5 cm. The protocol was carried out by executing
a continuous hand grip movement during 30 s. The beginning and end of each experiment
were conducted following the visual commands of the dynamometer software. Each
experiment was measured twice in each hand, with 3 minutes interval between them.
Individuals were positioned according to Hand Therapy American Society protocol. Results:
Regular physical exercise practice has a significant influence on F
max
, F
final
and I
cm
parameters
at the dominant hand of women. In men, it was observed that physical exercise practice has
influence in F
final
only at the non-dominant hand. Conclusion: In women the practice of
physical exercises regularly can influence the variables of strength and time suggesting that
exercise reduces the losses arising from the age and men in this study were not verified
difference.
Key-words: Handgrip, elderly, regular physical exercises.
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 O PROBLEMA
O ser humano com o passar dos anos vai diminuindo sua capacidade física e funcional
e isto está relacionado à sua qualidade de vida. Há momentos da vida que esta perda é mais
acelerada. Como descreve Deschenes (2004), o pico de força muscular atinge o máximo por
volta dos trinta anos e um declínio ocorre entre os cinqüenta e sessenta anos. De acordo com
Kauffman et al (2001), a perda maior de força ocorre após os sessenta anos.
Adicionalmente, Rebellato et al (2006) relata que esta perda é determinada pela
insuficiência da atividade neuromuscular, pelo desuso e pela diminuição do condicionamento
físico. Em virtude disto, várias são as alterações em sujeitos com mais idade, como as de
força, equilíbrio e coordenação motora, entre outras (KAUFFMAN et al 2001).
Estas alterações tornam os indivíduos menos independentes, pois a maioria das
atividades do dia-a-dia necessita de força e coordenação muscular para serem realizadas. O
envelhecimento biológico segundo Rebellato et al (2006) é um fenômeno multifatorial que
está associado a profundas mudanças na atividade das células, tecidos e órgãos, como também
à redução da eficácia de um conjunto de processos fisiológicos.
O envelhecimento pode trazer declínio progressivo na saúde do idoso, afetando sua
capacidade de viver com independência e qualidade (ROGATTO, 2003).
As modificações que contribuem de forma mais significativa para a perda da
independência nos indivíduos com mais de 60 anos são as relacionadas ao sistema neuro-
músculo- esquelético e sensorial (FARIA et al, 2003).
Segundo Kauffman (2001) a perda no sistema muscular como o passar dos anos está
relacionada à mudança nas características do desempenho neuromuscular, que pode ser
verificada pela lentificação dos movimentos, perda da força muscular e pela fadiga muscular
precoce. De acordo com Rogatto (2003) estas mudanças podem influenciar no equilíbrio,
flexibilidade e velocidade das ações musculares.
A perda de força muscular, segundo Larson (1983), ocorre devido à atrofia seletiva
das fibras musculares do tipo II e pode se chamada de sarcopenia, sendo esta uma das
principais razões para o decréscimo da força relacionada ao aumento da idade.
14
A força muscular é muito importante no processo do envelhecimento, seja nos
membros inferiores presente na marcha ou nos membros superiores para a realização das
atividades vitais do dia-a-dia (KAUFFMAN, 2001). Segundo Rantanen e Era e Heikkinem
(1997) a perda de força muscular pode gerar perdas em atividades rotineiras e importantes
para os idosos como abrir uma lata com tampa de rosca. As perdas funcionais ocorrem
devido a diminuição da força e alterações no sistema nervoso central de acordo com Bassey
(1997) esta perda é devido ao processo natural do envelhecimento e poderá ser minimizado
com a prática do exercício físico regular.
A força muscular no idoso é tema atual de diversas pesquisas já que é um item
importante para sua sobrevivência e independência nas atividades diárias. Várias são as
formas de mensuração com cita Rantanen et al (2003) que podem ser realizados testes de
força de preensão manual máxima, força de extensão de joelho e tronco. Dentre os testes
destaca-se o de preensão manual por ser mais prático, economicamente viável e possibilita
que os pesquisadores associem as escalas funcionais de avaliação da mão (BLAIR, 2001).
Estudos como de Al Snib et al (2002) que verifica se há relação entre a força de
preensão manual com a força total do corpo ou se há relação com a mortalidade podem
demonstrar a importância de testes com pessoas idosas.
Dentre as alternativas de minimizar as perdas de força muscular com o passar do
tempo, há o exercício físico que possibilita que segundo Faria et al (2003) à melhora ou
manutenção da autonomia do idoso e sua inserção social. Segundo Simão (2004), os
exercícios podem minimizar os efeitos do envelhecimento e podem retardar as complicações
decorrentes da idade.
Vários autores têm se preocupado com a manutenção da força em idosos. Dentre os
exercícios físicos, tem-se a prescrição de exercícios de resistência com carga, como afirma
Carvalho et al (2004), que poderá gerar ganhos de força próximos aos de adultos jovens e com
isto, por exemplo, diminuir o risco de quedas.
O exercício físico para o idoso além de melhor sua qualidade de vida segundo Elward
e Larson (1992) apresenta benefícios em cada sistema que compõe o corpo como tamm
maior longevidade, redução dos números de medicamentos e quantidade da dose, prevenção
do declínio cognitivo, redução da freqüência de quedas como também melhora da auto-
imagem.
Há várias formas de avaliação das perdas em idosos como força, coordenação,
equilíbrio (REEVES e NARICI e MAGANARIS 2006; KAUFFMAN, 2001; DESROSIERS
et al, 1999). As avaliações têm como principal objetivo verificar as principais alterações
15
decorrentes do envelhecimento e estas estão relacionadas às funções simples ou complexas do
organismo. Dentre as formas de avaliação da força de membros superiores está o teste de
preensão manual isométrico que, segundo Barbosa et al (2006), é a forma mais utilizada em
estudos clínicos e epidemiológicos para a verificação da força dos membros superiores.
O teste de preensão manual possibilita que situações patológicas, perdas funcionais ou
diferenças entre os membros superiores sejam observadas. A maioria dos testes descritos na
literatura mundial está relacionada à força máxima em diversos grupos etários (ROGATTO,
2003; DESROSIERS et al 1999; BOHANNON et al 2006; BARBOSA et al, 2006).
Nos idosos, a mensuração da força máxima é importante pois pode se um indicador de
independência e qualidade de vida como afirma Kauffman (2001) .
Mas além da força máxima há outras variáveis que possibilitam uma avaliação da
qualidade na realização de tarefas no idoso, como a velocidade no comendo da contração e o
tempo de manutenção da força máxima. Então o mesmo autor relata que nos indivíduos com
idade igual ou superior a 60 anos as mudanças ocorridas no sistema muscular podem
modificar a qualidade dos movimentos e alterar a função dos membros.
Em estudos das séries de tempo com dinamômetros digitais e a modelização
matemática, pode-se gerar uma descrição gráfica da força de preensão em função do tempo, e
estes dados podem informar de maneira mais clara como são as características fisiológicas e
biomecânicas da contração isométrica de preensão manual (NOVO Jr. et al., 1999). As
variáveis estudadas como o instante que inicia a contração muscular e o tempo até alcançar a
força máxima em um estudo da análise da força vs tempo possibilita o entendimento sobre o
funcionamento do sistema neuromuscular e suas alterações durante o envelhecimento.
A maioria dos estudos está relacionada à dinamometria analógica, onde os dados
mensurados referem-se à força máxima gerada e não ao seu comportamento durante um
intervalo de tempo sendo este um diferencial em trabalhos com idosos pois há uma série de
alterações com o envelhecimento e em especial no sistema muscular que não são visualizados
em avaliações de força máxima com equipamentos analógicos.
Devido ao exposto acima, formulou-se a seguinte questão problema: “Qual é diferença
da força de preensão manual no tempo no membro dominante e não dominante em sujeitos
com idade igual ou superior a 60 anos de ambos os sexos praticantes e não-praticantes de
exercícios físicos regulares”?
16
1.2 JUSTIFICATIVA
A população mundial e especialmente a do Brasil está vivendo um processo de
envelhecimento e este deverá trazer alterações relacionadas às políticas públicas como saúde,
economia e sociedade. Segundo dados do Ministério da Saúde a população brasileira acima
dos sessenta anos crescerá 16 vezes entre os anos de 1950 e 2020 (MATSUDO, 1997).
Estudos relacionados à vida do idoso possibilitam entender suas dificuldades e
necessidades perante a sociedade moderna. Suas perdas físicas e funcionais podem
comprometer sua qualidade de vida.
Alguns estudos estão buscando o entendimento sobre o idoso sob os mais variados
aspectos como a nutrição mais adequada, as modificações no sistema nervoso, as alterações
da marcha, a relação com a sociedade (BARBOSA et al, 2006; FARIA et al, 2003;
CARVALHO et al, 2004; REBELLATO et al, 2006; RANGANATHAN et al, 2001;
FREDERIKSEN et al, 2006; DESROSIERS et al, 1999; GIAMPIOLI et al, 1999).
A preocupação com idoso cresce à medida que o número de pessoas com mais de 60
anos aumenta, pois se sabe que em virtude do processo natural de envelhecimento, há uma
perda no sistema ósseo, muscular, articular e nervoso (KAUFFMAN, 2001). Estas alterações
deverão ser conhecidas e descritas por pesquisas para que equipamentos, tratamentos e a
atenção ao idoso possam ser adequados e eficientes.
A prática do exercício físico regular poderá diminuir as perdas de força decorrentes da
idade e também possibilitar que as diferenças funcionais dependentes da força muscular entre
os membros superiores aumentem com a idade. As alterações no sistema neuromuscular
ocasionadas pelos os exercícios físicos regulares possibilitarão melhora na qualidade de vida
do idoso, este dado foi estudado por diversos autores como, por exemplo, que os exercícios
melhoram o desempenho físico e assim reduzem o risco de quedas (ELWARD e
LARSON,1992) .
O conhecimento das variáveis como força máxima, tempo até chegar na força máxima
da preensão manual no gráfico força vs tempo poderá ser um importante instrumento clínico e
fisioterapêutico em procedimentos de identificação e caracterização da condição física do
idoso, pois até agora os estudos estavam principalmente focalizados no estudo da força
máxima. A análise da curva gerada após a realização de um teste de preensão manual
contribuirá para uma avaliação voltada a qualidade dos processos neuromusculares e de
fatores que interferem na contração e não apenas a valores absolutos (ROGATTO 2003,
17
DESROSIERS et al, 1997). Como afirma Novo Jr et al (1999) a representação gráfica é a
representação fisiológica e biomecânica da contração isométrica em um modelo matemático.
Na área da saúde voltada ao idoso, muitas vezes o profissional que está envolvido em
um processo de reabilitação ou prescrição de exercícios não possui dados precisos das
variáveis biomecânicas, como a força que cada pessoa pode efetuar em um exercício ou o tipo
de contração que é mais adequada ao idoso. Com a possibilidade da obtenção de dados mais
confiáveis sob o ponto de vista da exatidão e precisão, conseqüentemente os exercícios
poderão ser prescritos de forma mais adequada.
Entre as abordagens relacionadas à qualidade de vida dos idosos, estão os exercícios
físicos regulares. Na terceira idade é um assunto que está em debate em vários artigos
(REEVES et al, 2006; REBELATTO et al, 2006; CARVALHO et al, 2004). Seus benefícios
estão relacionados à melhora das capacidades físicas como força, flexibilidade e coordenação
motora em decorrência da idade.
A validação e utilização de equipamentos com tecnologia nacional fortalecem os grupos
de pesquisa, pesquisadores e alunos envolvidos na elaboração dos instrumentos de medida
possibilitam o aperfeiçoamento das mensurações na área de dinamometria da preensão
manual. O dinamômetro e o programa de aquisição de dados utilizado no projeto foram
elaborados no Laboratório de Instrumentação (LABIN) do Centro de Ciências da Saúde e do
Esporte (CEFID) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) pelo Prof. Dr. Noé
G. Borges Jr e colaboradores.
Este projeto contempla a realização de pesquisas que permitam a validação do
equipamento desenvolvido, a elaboração de protocolos de medição na área da saúde, bem
como a modelização de sinais biológicos produzidos pelos mesmos, permitindo interpretações
do sinal de força de preensão manual sob aspectos biomecânicos e fisiológicos em virtude do
tempo.
A apresentação das medições em tempo real possibilita que os resultados sejam mais
precisos e a prescrições de exercícios físicos para idosos não estejam apenas relacionados a
cargas, séries e intervalos como já é feita nos dias de hoje. O fato de poder estudar o
comportamento da força no tempo dará subsídios aos profissionais que trabalham com idosos
em relação a outras valências físicas como, por exemplo, a velocidade de contração ou então o
tempo que o idoso consegue manter em contração máxima.
As medições do comportamento das variáveis biomecânicas em adultos se apresentam
em estágio inicial, pois são poucos os trabalhos e equipamentos que possibilitam esta
mensuração e principalmente um banco de dados de diversas populações.
18
1.3 DEFINIÇÃO DE TERMOS E VARIÁVEIS
A seguir são conceituados alguns termos e variáveis utilizados ao longo do texto.
1.3.1 Definição de termos
Dinamômetro de preensão manual – É um sistema de aferição da força de preensão manual.
É constituído por duas barras de aço paralelas, que ao sujeito tentar apertar para aproximá-las,
se dobram, provocando uma alteração na resistência dos aferidores de tensão elétrica,
ocorrendo uma produção correspondente na produção de voltagem. Esta produção é
diretamente proporcional à força exercida sobre as barras (INNES, 1999).
Contração isométrica – É a contração muscular durante a qual o músculo permanece em
tensão sem a produção de movimento (HAY & REID, 1985).
Força de preensão manual - Força gerada entre os pontos de contato da mão e a superfície
no ato de apertar um objeto na mão (WING et al, 1996).
Idoso – Segundo a OMS em 1982 são pessoas com 60 anos ou mais (ANDRADE, 2003).
Neste estudo serão indivíduos com idade completa ou mais de sessenta anos no momento da
coleta. Foram indagados sobre isto na ficha de anamnese.
Exercícios físicos regulares - Algo realizado ou praticado para desenvolver, melhorar ou
exibir uma força ou capacidade específica e está relacionado à aptidão física (ROBERGS e
ROBERTS, 2002). Neste estudo foi verificado pela prática regular de exercício físico e
registrado na ficha de anamnese. Esta informação será dada pelo pesquisado e pelo
responsável profissional pelos idosos.
19
1.3.2 Definição de variáveis
As variáveis foram divididas em independentes e dependentes para melhor compreensão
destas.
1.3.2.1 Variáveis independentes do estudo
Prática de exercício físico regular. A prática do exercício físico regular será verificada pela
participação em um grupo de prescrição de exercício físico para idosos e deveram apresentar
uma freqüência de três dias de prática por semana com tempo total de prática de 3 meses
consecutivos e imediatamente anteriores a coleta. Neste estudo os sujeitos serão divididos em
praticantes e não praticantes de exercício físico regular.
Tipo de teste de preensão manual – Teste de preensão manual isométrico contínuo: teste
que consiste em aplicar uma força de preensão manual máxima possível através de uma
contração muscular isométrica durante um tempo de 30 segundos dos músculos da mão e
antebraço (definição adotada pelo autor).
Dominância de membros superiores – Na maioria das vezes há uma mão preferida (mão
dominante) nas atividades manuais, sendo que a outra mão (mão não dominante) exerce
funções complementares ou de apoio. A dominância manual refere-se ao fato de se utilizar
uma das mãos mais do que a outra na maioria de tarefas, associada a uma maior competência
ou habilidade e força da mão dominante quando comparada à mão oposta ou mão não
dominante. No presente estudo será dividido em dominante (D) e não-dominante (ND) sendo
coletado no momento da anamnese.
Sexo: - Pode ser definido como as diferenças anátomo-fisiológicas existentes entre os homens
e as mulheres. Neste estudo será definido como masculino e feminino.
20
1.3.2.2. Variáveis dependentes do estudo
As variáveis dependentes no estudo estão divididas em antropométricas e fisiológicas.
Antropométricas
Comprimento longitudinal da mão - É medida da parte distal do punho na parte palmar até
a polpa digital do terceiro dedo (BOADELLA et al, 2005). Neste estudo foi mensurada com o
auxílio de fita antropométrica e sua unidade de medida é em centímetros (cm).
Comprimento transversal da mão - É medida com a maior distância das extremidades do
primeiro e do quinto dedo com a mão em abertura máxima (RUIZ-RUIZ, 2002). Neste estudo
foi mensurada com o auxílio de fita antropométrica e sua unidade de medida é em centímetros
(cm).
Fisiológicas
Pressão arterial (PA) - É uma medida da resistência vascular ao fluxo sanguíneo (Minor e
Minor, 2001). Neste estudo foi medida no braço esquerdo dos indivíduos com o auxílio do
estetoscópio e esfigmomanômetro momentos antes e após a coleta de preensão manual. Sua
unidade de medida é mm de mm/Hg.
Freqüência cardíaca (FC) – É a medida dos pulsos ou batimentos do coração por minuto
(Minor e Minor, 2001). Neste estudo foi verificada no pulso radial por 15s e o valor aferido
foi multiplicado por 4 (Minor e Minor, 2001). Foi verificada a FC momentos antes e após a
coleta do teste biomecânico de preensão. Sua unidade de medida é bpm (batimentos por
minuto).
Variáveis da força e do tempo da preensão manual
Força máxima (F
máx
) – É o valor máximo de força (N) medido durante o teste de força de
preensão manual, seja isométrico ou intervalar (NOVO Jr. et al., 1999). Neste estudo foi o
ponto máximo de força verificada na curva força vs tempo após o início da coleta (definido
pelo autor para o projeto estudo).
21
Decréscimo da força normalizada (%F)– É a diferença entre a força máxima (F
máx
) e força
final (F
final
) dividida pelo valor da força máxima e multiplicada por 100 (adimensional).
(NOVO Jr. et al., 1999), ou seja:
Neste projeto a força final foi registrada como a força mensurada no instante de 30 segundos
após o início da coleta.
Força final (F
final.
) – É o valor da força (N) do último ponto na curva de força de preensão
manual no instante de 30 segundos após o início da coleta (definido pelo autor, para o
presente estudo). Foi utilizado este tempo devido há ser o instante que terminou a coleta de
dados.
Tempo inicial da contração muscular (I
CM
) – Será o instante no qual for registrado a força
inicial. Sua unidade de medida é o segundo (s). Para a determinação deste instante será
adotado o momento no qual for registrado o valor de três desvios padrões nos valores da força
de preensão. Sua unidade de medida será o segundo (s).
Variação do tempo entre a força inicial e a força máxima (Δt)- Neste estudo foi definido
como a diferença entre o tempo (instante) da força máxima e o tempo (instante) da força
inicial. Sua unidade de medida é o segundo (s).
Gráfico 1- Representação gráfica de uma curva de força vs tempo em idoso do sexo feminino em uma coleta de
força de preensão manual e as variáveis de força e tempo na preensão manual.
100.%
máx
finalmáx
F
FF
F
=
-5 0 5 10 15 20 25 30 35
0
50
100
150
200
250
300
350
F
final
F
x
Força (N)
Tempo (s)
Força de preensão maõ não-dominante
I
CM
%F
t
22
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo geral
Analisar as variáveis de força e de tempo obtidas de curvas de força de preensão
manual contínua, e verificar se existe influência da dominância de membros superiores e da
prática de exercícios físicos regulares nas variáveis de força e tempo de preensão manual.
1.4.2 Objetivos específicos
Mensurar as variáveis da força e tempo de preensão manual (F
máx.
, F
final
,%F, I
cm
, Δ
t
)
em testes de preensão manual nos grupos de sujeitos avaliados (idosos praticantes ou
não de exercício físico regular), na mão dominante e não-dominante;
Verificar se há influência significativa da dominância de membros superiores sobre as
variáveis da força e tempo de preensão manual (F
máx.
, F
final
,%F, I
cm
, Δ
t
) mensuradas
em mulheres e em homens.
Verificar se há influência significativa da prática de exercícios físicos regulares sobre
as variáveis da força e tempo de preensão manual (F
máx.
, F
final
,%F, I
cm,
Δ
t
) mensuradas
em mulheres e em homens
1.5 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO
Este estudo foi delimitado à análise das variáveis: (F
in,
F
máx.
, F
final
, %F, I
cm
, Δt
,
) medidas
nas curvas de força vs tempo obtidas nos testes de força de preensão manual em ambas as
mãos, em indivíduos de ambos os sexos com idade igual ou acima de 60 anos praticantes e
não praticantes de exercícios físicos regulares..Os sujeitos do estudo são participantes de
grupos de estudo e atividade com idosos residentes das cidades da Grande Florianópolis.
23
1.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
O protótipo de dinamômetro empregado encontra-se em fase de patenteamento. Outros
aspectos relativos ao tipo de sinal gerado (características da curva de preensão manual) e sua
modelização matemática encontram-se em fase de avaliação e não foram incluídas neste
estudo. A respeito do tipo de exercício realizado pelos indivíduos, não houve como controlar
o tipo de exercício físico.
Em relação aos exercícios físicos regulares praticados pelos idosos houve dificuldade
em relação à determinação a prescrição do trabalho, que pode estar voltado à melhora da
resistência muscular ou força, pois cada indivíduo segue uma prescrição individualizada de
exercícios. Os grupos participantes deste estudo seguem prescrição de exercícios físicos
diferenciados, geralmente baseados em ciclos de atividades que seguem a programação de
cada grupo. Isto dificultou algumas considerações, pois se acredita que exercícios resistidos
de força com carga possibilitem a melhora da força geral e também a força de preensão
manual.
Variáveis antropométricas e fisiológicas foram mensuradas em todos os indivíduos, com
o intuito de iniciar a construção de um banco de dados e permitir o embasamento e posteriores
avaliações.
A posição do corpo durante o teste foi a única e orientada antes da coleta, posições
diferentes do corpo durante o teste não foram verificadas, mas alterações mínimas no
cotovelo, punho não foram controladas e se isto poderá ocasionar alguma influência no
desempenho da força de preensão manual ao mudar a posição da mão e do corpo.
O entendimento cognitivo e a acuidade visual e auditiva por parte dos idosos do
processo de coleta poderão influenciar as coletas. Esta dificuldade foi menor em sujeitos que
praticavam exercícios físicos regulares.
Não serão controladas a temperatura e umidade ambiente durante as coletas dos testes
de força de preensão manual contínuo.
24
1.7 HIPÓTESES
Há influência significativa da dominância de membros superiores sobre as variáveis da
força e tempo de preensão manual (F
máx.
, F
final
,%F, I
cm
, Δ
t
) mensuradas em mulheres e
em homens.
Há influência significativa da prática de exercícios físicos regulares sobre as variáveis
da força e tempo de preensão manual (F
máx.
, F
final
,%F, I
cm,
Δ
t
) mensuradas em
mulheres e em homens
25
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo tem o intuito de apresentar o referencial teórico utilizado nesta pesquisa.
Esta revisão será dividida em tópicos: o processo de envelhecimento, a mão, a preensão
manual e força de preensão.
A descrição dos itens estará relacionada ao idoso e suas limitações. O primeiro item está
relacionado ao processo do envelhecimento e suas implicação na vida diária do idoso. O
segundo possibilitará o entendimento do funcionamento da mão e está relacionado às
características anatômicas, biomêcanicas e funcionais da mão. No terceiro item será
apresentada a preensão manual e suas particularidades e a força de preensão manual.
2.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
O processo de envelhecimento está sendo foco das pesquisas atuais em virtude do
crescente número de pessoas que estão chegando à terceira idade. Várias são as linhas de
pesquisa e estas buscam o entendimento do idoso sob os aspectos fisiológicos e sua qualidade
de vida.
Segundo Kauffman (2001) o envelhecimento é uma experiência maravilhosa e singular.
O envelhecimento humano é um processo definido como natural, irreversível e atinge todo ser
humano e provoca a perda estrutural e funcional progressiva no organismo (KUHNEN et al,
2005).
De acordo com Rebellato et al (2006) a quantidade de indivíduos que chega a terceira
idade aumenta e com isto faz com que os problemas de saúde característicos deste período de
vida e vários aspectos relativos a qualidade de vida desta população façam parte de vários
estudos.
Envelhecimento refere-se ao processo biológico natural, gradual, universal e
irreversível, que acelera na maturidade e que provoca uma perda progressiva
no organismo. Este pode ser acelerado ou desacelerado por diversos fatores,
mas não pode ser revertido (NAHAS, 2006).
O processo de envelhecimento do ser humano tem sido um foco de atenção crescente
por parte de cientistas em todo o mundo, na medida em que a quantidade de indivíduos que
chega à chamada “terceira idade” aumenta e, por decorrência, faz com que tanto os problemas
26
de saúde característicos desse período da vida quanto os vários aspectos relativos à qualidade
de vida dessa população sejam objetos de preocupação e de estudos (REBELATTO et al,
2005).
Dados coletados pelo IBGE (2003) relatam que, no Brasil, nos anos 50 tinha como
expectativa de vida 43,3 anos; em 1980 esses índices aumentaram para 60,1 anos e, em 1999,
subiu para 68,4 anos, fenômeno este que vem sendo observado desde o século XIX. Segundo
dados do ministério da saúde (2000), a população de idoso no Brasil é de 14 milhões, sendo
que se projeta que em 2025 esses números chegarão a mais de 32 milhões de pessoas com 60
anos ou mais, correspondendo 15% da população nacional, o que nos colocará em termos
absolutos como a sexta população de idosos do mundo. E em torno do ano 2020 o número de
idosos com mais de 60 anos, será equivalente ao numero de jovens.
Para Gallahue e Ozmun (2001) com a idade, a estrutura e a função dos músculos
esqueléticos alteram-se. Estruturalmente, a massa muscular diminui à medida que o número e
o tamanho das fibras musculares declinam durante o final da meia-idade e dos anos
posteriores da idade adulta. Nóbrega et al, (1999) cita que entre as 3ª e 4ª décadas de vida, a
força máxima permanece estável ou com reduções pouco significativas. Em torno dos 60 anos
é observada uma redução de força máxima muscular entre 30 e 40%, o que corresponde a uma
perda de força de cerca de 6% por década dos 35 aos 50 anos de idade, a partir daí, 10% por
década.
Matsudo (2001) ainda ressalta que a perda da massa muscular e conseqüentemente da
força muscular é o modo principal de se notar a deteriorização da mobilidade e da capacidade
funcional do indivíduo durante o envelhecimento.
Segundo Leite (1996) relaciona a perda de força muscular diretamente a uma
mobilidade e a um desempenho físico limitados durante o processo de envelhecimento.
Afinal, a velhice é definida como um momento de perda dos papeis sociais, onde há um
afastamento de todas as atividades, incluindo as atividades de vida diária (MAZO, 2001).
A prevalência de indivíduos idosos em detrimento de indivíduos jovens compreende um
quadro comum na população mundial em todas as camadas sociais de países desenvolvidos e
em desenvolvimentos (NOVAES et al, 2005). Este quadro pode ser explicado em parte pelo
aumento da longevidade e sua expectativa de vida como afirma (LACOURT e MARIN,
2006).
Muito deste crescimento está relacionado à melhora ao da qualidade de vida, os
avanços da saúde e seus tratamentos. O crescimento desta faixa de pessoas com idade igual ou
mais de 60 anos no Brasil é feito por estimativas como relata Rebellato et al (2006) em 2025,
27
15% da população brasileira estará acima dos 60 anos, já que em 1950 era de cinco vezes
menores.
De acordo com Faria et al (2003) o envelhecimento traz uma série de modificações
fisiológicas inevitáveis sobre o sistema neuro-músculo-esquelético e também no sistema
sensorial. Estas alterações alteraram a capacidade de realizar diferentes atividades diárias,
atividades de trabalho e atividades de lazer (CARVALHO et al, 2004).
Segundo Rogatto (2003) o envelhecimento é um período marcado por profundas
alterações nas habilidades físicas e nas funções orgânicas e o processo do envelhecimento
biológico pode resultar em declínios progressivos na saúde do idoso afetando sua capacidade
de viver com independência.
Para que o idoso viva com qualidade razoável de vida, é importante sua independência
nas ações e atividades diárias estas atividades de acordo com Faria et al (2003) depende de
força muscular, equilíbrio, resistência cardiovascular e também motivação.
A independência funcional é tida por vários autores como sendo a principal variável
relacionada ao idoso como descreve Lacourt e Marini (2006) como sendo a capacidade do
indivíduo de realizar capacidade motora com os próprios meios.
Segundo Carvalho et al (2004) a perda da força e da muscular predispõe os idosos a uma
limitação funcional sendo este um fator predisponente para muito dos processos patológicos
associados ao aumento da mortalidade e morbidade. Outro autor descreve que a redução da
massa e da força muscular decorrentes do envelhecimento são os aspectos mais freqüentes na
literatura (CARVALHO et al, 2004). Ainda reforça o mesmo autor relacionando o maior risco
de quedas a perda de força muscular em membros inferiores.
O sistema muscular nos idosos e por conseqüência a força muscular apresentam
diminuição considerável com o avançar da idade, segundo Kauffman, (2001) são descritos
como comprometimento do desempenho neuromuscular e podem ser divididos em: fraqueza
muscular, lentificação dos movimentos, perda da força muscular e pela fraqueza muscular
precoce.
Segundo Kauffman (2001) em torno dos 80 anos de idade são perdidos cerca de 40 a
50% da força muscular, da massa muscular, dos motoneurônios alfa e das células
musculares.Em relação ao desempenho neuromuscular podemos dividí-los de acordo com
Kauffman (2001) conforme a tabela abaixo:
28
Tabela 1- Representação das capacidades do sistema muscular e suas alterações no processo do
envelhecimento
.
Capacidade muscular Alterações no envelhecimento
Força muscular -Alterações na força isométrica, dinâmica e
eletricamente evocada;
-Menor perda na força excêntrica;
-O declínio inicia na terceira década de vida e se
acelera na sexta e sétima década;
-A taxa global de progressão é de
aproximadamente de 8% por década;
Velocidade de contração -Pode ser mais importante que a força máxima;
-Retardo da condução nervosa, na junção
neuromuscular e o somatório da duas;
-Aumento dos tempos de contração e de
relaxamento;
Resistência muscular -É controverso;
-Redução do aporte sanguíneo e densidade capilar,
menor densidade mitocondrial, atividade
diminuída das enzimas oxidativas;
Massa Muscular -Redução da área transversal e no volume
muscular;
-Início na terceira década de vida e acelera-se a
partir da quinta década de vida;
-Substituição do tecido muscular por tecido não-
muscular (adiposo e conjuntivo);
-Os principais motivos são: diminuição dos tipos
de fibras I e II e o declínio da área transversa;
Unidade motora -Sofre profundas alterações;
-Degeneração dos elementos neurais,
reorganização dos componentes restantes,
alteração nas propriedades de cada unidade
motora.
Tipo de fibra -Há alteração da quantidade de fibras do tipo I e II.
O processo de envelhecimento biológico no idoso traz inúmeras repercussões nas
atividades diárias dos idosos como alterações no equilíbrio como Faria et al (2003) descreve
que ocorrem alterações no sistema somato-sensorial que podem ser atribuídas ao processo de
senescência assim como alterações na marcha que podem ser atribuídas ao aumento do peso
corporal, força e potência reduzida dos músculos dos membros inferiores, aumento da rigidez
articular, déficit de equilíbrio e diminuição de flexibilidade.
As variáveis relacionadas ao sistema muscular como define Lacourt e Marini (2006) em
seu artigo de revisão, são alteração da força, potência, resistência e a qualidade de vida,
conclui que as perdas do sistema muscular estão relacionadas a um fenômeno chamado
sarcopenia que ocorre devido a uma variedade de fatores como decréscimo de fibras
musculares, diminuição do número de unidades motoras e sedentarismo além de fatores
hormonais entre outros fatores.
A sarcopenia é definida por Silva et al (2006) está intimamente relacionada com a perda
muscular esquelética decorrente do processo natural do envelhecimento e estima-se que este
29
processo tenha início após os 40 anos de idade e com perda de 5% por década de vida e
aumente o seu declínio após os 65 anos.
Dentre as formas de trabalho voltado a minimizar as perdas do sistema muscular com a
idade, Silva et al (2006) apresenta a reposição de esteróides sexuais, reposição de GH
(hormônio do crescimento),suplementos nutricionais e exercícios físicos.
Essa redução nas atividades físicas da vida diária contribui para deteriorar o processo
do envelhecimento, tornando o desuso o principal problema do envelhecimento. Com a
habilidade motora diminuída, o processo do envelhecimento contribui para fragilidade. Esta
diminuição é mediada por alterações tanto na massa óssea, quanto pelas perdas na massa
muscular.
Para Pescatello e Di Pietro (1993) muitas das alterações nas estruturas e funções
fisiológicas que aparecem com a idade são decorrentes da inatividade física. Esta diminuição
da tolerância a um esforço físico vem mostrando que um grande número de idosos vive
abaixo do limiar da sua capacidade física, necessitando apenas de uma mínima intercorrência
na saúde para torná-las completamente dependentes. Por esta e outras razões, que cada vez
mais os estudos estão mostrando que o exercício físico é um recurso muito importante no que
diz respeito a minimizar a degeneração provocado pelo envelhecimento, possibilitando desta
forma que o idoso se torne mais ativo (OKUMA, 2002).
Funcionalmente, a redução na força muscular parece ocorrer ao mesmo tempo em que
ocorrem perdas no tecido muscular. Porém, Gallahue e Ozmun (2001) afirmam que embora
uma perda de massa muscular ou hipotrofia muscular pareça ocorrer com a idade, estas
alterações também podem ser decorrentes da inatividade física.
O sedentarismo ocorre em todas as faixas etárias, mas na velhice pode ser mais
evidente, e um dos motivos pode ser a crença popular, de que com o processo de
envelhecimento deve-se diminuir a intensidade e quantidade de atividades físicas. Esta
diminuição pode ocorrer também pelo receio de prejudicar a saúde e pelo medo da morte
(MAZO, 2001).
Uma pessoa é considerada sedentária, desde que tenha um estilo de vida com um
mínimo de atividades físicas (trabalho + lazer + atividade doméstica + locomoção)
equivalentes a um gasto energético inferior a 500 quilos de caloria por semana (Kgcal/sem).
Para que a pessoa seja considerada moderadamente ativa, ela deve acumular com as
atividades físicas pelo menos 1000 kcal/sem. Isto corresponde, aproximadamente a caminhar
a passos rápidos por 30 minutos, cinco vezes por semana. (NAHAS, 2006)
30
No entanto, o declínio dos níveis de atividade física no envelhecimento acarreta a um
declínio de massa magra (sarcopenia), subseqüentemente decréscimo da força muscular e nas
habilidades funcionais que são causados pela redução da atividade neural ou pela
atrofia/hipoplasia muscular. Assim, a redução na força muscular causada pela inatividade
física, pode ser atenuada ou revertida pela adoção de um estilo de vida mais ativo
(ROGATTO et al, 2003 ).
Tratando-se principalmente de idosos, o ser humano requer movimento, onde os
resultados são extremamente positivos com o mínimo de exercícios. Talvez, o maior benefício
para manter uma vida saudável seja a saúde e o grau de independência que é proporcionado.
Porém, para que uma pessoa idosa pratique atividade física regularmente, ela deve ter
conhecimento sobre os benefícios que a mesma ira proporcioná-la (MAZO, 2001).
Para Matsudo (2001) o exercício físico atua como forma de prevenção e reabilitação
da saúde do idoso, fortalecendo a aptidão física, melhorando sua independência e autonomia,
mantendo por mais tempo a execução das atividades de vida diária.
Okuma (2002) também defende que com o envelhecimento do sistema muscular, há
uma redução tanto da forças estática e dinâmica máximas. Porém, podem ser aumentadas com
a prática de um exercício regular.
Sabe-se que o exercício físico é capaz de produzir de imediato um profundo aumento
nas funções essenciais de aptidão física de idosos. Desta forma os estudos reportam que o
treinamento físico pode ser capaz de induzir mudanças no controle neural, nos sistemas
cardiovasculares, respiratório, endócrino, melhorar a mobilidade, impedir a atrofia muscular e
reverter quadros de hipertensão e alta freqüência cardíaca. Esses dados proporcionam
importante subsídio para que o exercício físico regular possa ser realizado como terapia
cardioprotetora. Cada vez mais estudos mostram que o exercício físico é capaz de minimizar a
degeneração provocada pelo envelhecimento, possibilitando ao idoso manter uma vida mais
ativa (OKUMA, 2002).
Rebelatto et al (2005) em seus estudos mostra que a recuperação da força muscular
em idosos, pode ser conseguida mediante programas de condicionamento físico, de força e
resistência, de alta ou baixa intensidade, inclusive em nonagenários.
Felizmente, o nível de aptidão funcional pode ser melhorado, mantido ou, pelo
menos, sua taxa de declínio pode ser minimizada, realizando-se algum tipo de exercício físico
sistematizado. A inclusão num programa de exercício regular pode ser um tipo de intervenção
31
efetiva para reduzir ou, mesmo, prevenir o número de declínios funcionais associados ao
envelhecimento (MAZZO, 2001).
Com o treinamento de sobrecarga de peso, ocorrem mudanças hormonais que
conseqüentemente levam a importantes estímulos nos indivíduos mais velhos, contribuindo
para a prevenção da sarcopenia e da perda de força (Kraemer et al. 1999).
Com base nos dados apresentados anteriormente, percebe-se que com o processo de
envelhecimento ocorre diminuição de força muscular. Sendo assim, há uma diminuição da
força de preensão manual e em homens por volta dos 65 anos é aproximadamente 20% em
comparação com os valores para os indivíduos de 20 anos; para as mulheres a perda no
transcorrer desses mesmos 45 anos varia de 2 a 20%.
O menor declínio nas mulheres poderia ser atribuído a uma força máxima
relativamente menor nos anos mais jovens, em virtude do menor uso profissional das mãos
(LEITE, 1996).
O exercício físico é a forma mais indicada para a diminuição das perdas em idosos.
Segundo Carvalho et al (2004) que estímulos adequados aos idosos podem diminuir ou
retardar as perdas na força e da massa muscular normalmente associada aos idosos.
Os exercícios de acordo com Simão (2004) podem melhorar a saúde
muscuuloesquelética de homens e mulheres mais velhos e que estímulos adequados podem
trazer melhoras significativas.
A prescrição de exercícios aos idosos está relacionada à melhora da resistência e força
do sistema muscular com o objetivo de melhora da qualidade de vida e o risco de fraturas ou
quedas (CARVALHO et al, 2004). De acordo com Alves et al (2004) os exercícios físicos
podem minimizar as perdas funcionais decorrentes do envelhecimento.
Várias são as correntes de prescrição de exercícios para os idosos como hidroginástica,
treinamento de exercícios com cargas, treinamento baseado na resistência neuromuscular e
todos segundo seus autores trazem benefícios a curto, médio e longo prazo a saúde do idoso
(ALVES et al, 2004; CARVALHO et al 2004; FARIA et al, 2003; ROGATTO, 2003).
Acredita-se que o envelhecimento possa trazer alterações em todos os sistemas corporais
dos indivíduos e estas em maior ou menos escala alterem as capacidades funcionais e sua
qualidade de vida. Existem muitas alternativas de medicamentos e tratamentos que
minimizam estes processos dentre os quais as reposições hormonais e suplementação
nutricional, mas o exercício físico de força ou resistência, cardiovascular ou o
cardiorrespiratório é comprovadamente uma das melhores alternativas.
32
2.2 A MÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS
A mão é uma estrutura importante para a sobrevivência da espécie humana, pois
possibilita a sua alimentação, a comunicação e a também a transmissão de sentimentos
cordiais entre as pessoas. Vários autores definem a mão com suas particularidades e funções
como Gardner, Gray e O’ Rahilly (1988) é a parte do membro superior distal do antebraço e
sua importância funcional decorre do fato que muitas lesões geram incapacidade permanente.
Segundo Magee (2002) define a mão e o punho como estruturas que estão suscetíveis a
traumas por serem muito utilizadas em atividades diárias das pessoas como pentear-se além
de ser expressiva na comunicação e ter papel protetor e também atuar como órgão motor e
sensitivo. Outros autores descrevem que a mão é um órgão complexo que possui múltiplas
finalidades, é capaz de gerar força preênsil que excedem 45 kg ou 445 N bem como
possibilita movimentos delicados (LEHMKUHL,WEISS e SMITH, 1997).
Segundo Lech et al (2005) o estudo anatômico da mão é o mais complexo de todo o
sistema musculoesquelético, por apresentar estruturas pequenas ou pela especificidade de suas
funções. O mesmo autor descreve que a mão e o punho são responsáveis por 90% da
utilização do membro superior. A mão apresenta grande utilidade aos seres humanos e seu
estudo necessita do conhecimento das estruturas e suas interrelações.
Em virtude da complexidade de estruturas que compõem a mão e o punho, seu aspecto
anatômico será abordado em quatro aspectos: ossos (articulações), músculos, suprimento
sanguíneo e nervoso.
2.2.1 Ossos
A mão em sua anatomia é composta de acordo com Magee (2002) por 28 ossos e várias
articulações. De acordo com Gould III (1993) o esqueleto da mão e do punho é composto por
os ossos rádio, ulna, e 27 ossos da mão. Como o estudo está relacionado à preensão manual
então como tema desta revisão será apenas a mão. Segundo Lech et al (2005) os dedos são
numerados a partir do osso rádio do antebraço como: I (polegar), II (dedo indicador), III (dedo
médio), IV (dedo anelar) e V (dedo mínimo).
Os ossos da mão podem ser classificados em: falanges, metacarpos, e carpo e estão
assim divididos pelas semelhanças na estrutura e função. as falanges são em número de 14
33
em suas estruturas lembram ossos longos, são cinco os ossos metacarpos e os ossos do carpo
foram duas fileiras transversais com quatro ossos em cada (GOULD III,1993).
A visualização dos ossos da mão conforme a figura 1 possibilita o entendimento de
quais são as articulações formadas pelos ossos ou melhor, quais são os ossos que se articulam
entre si.
Figura 1: Representação dos ossos da mão em vista anterior e posterior (THOMPSON, 2003).
O estudo da mão sob o aspecto das articulações torna-se interessante pois as articulações
em conjunto que possibilitam a grande gama de funções e movimentos da mão. Segundo Lech
et al (2005) as articulações podem ser assim denominadas: radiocarpal (entro o osso rádio e o
carpo), mediocarpal (formada proximalmente pelo escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme
e distalmente pelo trapézio, trapezóide, capitato e hamato), carpometacarpal do 2° ao 5° dedos
(formada pela região distal dos ossos do carpo e proximal dos metacarpos),
metacarpofalangeanas (formada entro o metacarpo e as falanges proximais), interfalangeanas
proximais e distais (formada entre as falanges). De acordo com o mesmo autor, o polegar
apresenta apenas duas falanges a proximal e a distal.
34
Segundo Magee (2005) dividem as articulações da mão de acordo com o tipo de
articulação, graus de liberdade e movimentos. Para a melhor visualização acompanhe a tabela
2 apresentada a seguir:
Tabela 2- Representação das articulações da mão e suas características anatômicas e cinesiológicas (MAGEE,
2005).
Articulação Componentes ósseos Classificação Graus de liberdade
Radioulnar Distal
Radiocarpal
Rádio e a ulna
Radio e ossos do carpo
Uniaxial, tipo pivô
Biaxial, elipsoidal
Um
Dois
Intercarpais Ossos do carpo proximais
(escafóide, semilunar e
piramidal) e distais (trapézio,
trapezóide, hamato e capitato)
Planas Um
Mediocarpais Ossos do carpo proximais
(escafóide, semilunar e
piramidal) e distais (trapézio,
trapezóide, hamato e capitato)
Selar, selar composta (entre o
escafóide e o trapézio e o
trapezóide)
Dois
Intermetacarpais Ossos do metacarpo Planas Mínimo
Metacarpofalangeanas Metacarpo e falanges Condilóides Dois
Interfalângicas Entre as falanges Dobradiça Um
Os ossos e articulações que compõem a mão podem em conjunto fornecer várias
funções as mãos e é importante que os arcos que formam a mão estejam preservados.
O arranjo ou o formato da mão está diretamente relacionado aos arcos da mão que
possibilitam que as posições funcionais ocorram. Os arcos da mão podem ser definidos de
acordo com Magee (2005) em arco longitudinal e transversos da mão conforme a figura 2.
Figura 2- Representação dos arcos (longitudinal e os transversais) que formam a mão (MAGEE, 2005).
35
2.2.2 Músculos
De acordo com Lehmkuhl, Weiss e Smith, (1997) existem razões que dificultam o
entendimento complexo da ação muscular na mão como, por exemplo, quase todos os
músculos são pluriaticulares e por isto exercem efeito sobre cada articulação cruzada. O
mesmo autor ainda descreve que o estudo da ação muscular deve ser realizado sobre os
seguintes aspectos: a - sobre qual a articulação o músculo passa; b – a linha de ação do
músculo e o seu tendão; c – o comprimento relativo do músculo. Em virtude disto, os
músculos serão divididos de acordo com Magee (2005) por suas ações nas articulações
conforme a tabela 3 abaixo:
Tabela 3: Referente aos músculos e suas ações que atuam no punho e mão.
Ação Músculos envolvidos
Extensão do punho Extensor radial longo do carpo; extensor radial curto do carpo; extensor
ulnar do carpo.
Flexão do punho Flexor radial do carpo; flexor ulnar do carpo
Desvio ulnar do punho Flexor ulnar do carpo; extensor ulnar do carpo
Desvio radial do punho Flexor radial do carpo; extensor radial longo do carpo; abdutor longo do
polegar; extensor curto do polegar
Extensão dos dedos Extensor comum dos dedos; extensor do dedo indicador; extensor do
dedo mínimo;
Flexão dos dedos Flexor profundo dos dedos; flexor superficial dos dedos; lumbricais;
interósseos; flexor do dedo mínimo
Abdução dos dedos
estendidos
Interósseos dorsais; abdutor do dedo mínimo;
Adução dos dedos estendidos Interósseos palmares
Extensão do polegar Extensor longo do polegar; extensor curto do polegar; abdutor longo do
polegar
Flexão do polegar Flexor curto do polegar; flexor longo do polegar; oponente do polegar
Abdução do polegar Abdutor longo do polegar; abdutor curto do polegar
Adução do polegar Adutor do polegar
Oposição do polegar e do
dedo mínimo
Oponente do polegar; flexor curto do polegar; abdutor curto do polegar;
oponente do dedo mínimo
O estudo da atuação muscular nos movimentos da mão pode ser facilitado pela divisão
em músculos extrínsecos e intrínsecos que de segundo Hamill e Knutzen (1999) a diferença
está na origem muscular onde músculos extrínsecos têm origem fora da mão e intrínsecos na
própria mão.
De acordo com Evans (2003) os movimentos do punho são: flexão, extensão, desvio
ulnar e radial. Os movimentos de flexão e extensão do punho apresentam componentes da
articulação mediocárpica (MAGEE, 2005).
De acordo com Magee (2005) há uma relação de importância dos dedos em virtude da
função que eles apresentam para a mão, sendo o polegar o dedo mais importante em virtude
de sua relação com os demais dedos. O dedo indicador é o segundo mais importante pois
36
apresenta interação com o polegar e força utilizada nos movimentos de pinça (MAGEE,
2005). O polegar de acordo com Evans (2003) apresenta posição de destaque, pois seu
posicionamento na mão é diferente e apresenta movimentos exclusivos.
A ação muscular nos movimentos da mão possibilita uma grande variedade de
amplitudes e arranjos mioarticulares, que transformam a mão em uma estrutura capaz de
realizar grande força de preensão e apresentar habilidade para tocar um instrumento.
Vários são os movimentos da mão, para este estudo direcionaremos para os movimentos
envolvidos na preensão manual.
2.2.3 Suprimento sanguíneo e nervoso
O suprimento sanguíneo da mão é feito pela artéria radial e ulnar conforme a figura 3. A
artéria radial deixa o antebraço curvando-se em direção dorsal em torno do ligamento
colateral radial, escafóide e trapézio no assoalho da tabaqueira anatômica e a artéria ulnar
entra na mão na frente do retináculo flexor, lateralmente ao pisiforme entre o osso e o hâmulo
do hamato (GARDNER, GRAY E O’ RAHILLY ,1988).
Figura 3 : Representação anatômica da inervação e do suprimento sanguíneo (THOMPSON, 2003).
37
O suprimento nervoso da mão pode ser divido em sensorial e motor. Ambos os sistemas
motor e sensorial são composto pelo nervo mediano, ulnar e radial (GOULD III, 1993). O
sistema sensorial possibilita uma melhor reposta ao sistema motor. Sendo que cada nervo atua
em músculos e dermátomos diferentes.
Segundo Magee (2005) há relação entre os nervos periféricos que inervam a mão e as
funções. O mesmo autor descreve que a flexão e a sensibilidade dos dedos ulnares são
controlados pelo nervo ulnar e estão relacionados à preensão de força, os dedos radiais são
controlados pelo nervo mediano e estão ligados a preensão de precisão e o polegar é inervado
por ambos os nervos e a abertura da mão depende do nervo radial.
2.3 PREENSÃO MANUAL
Há uma grande variedade de atividades diárias que envolve a preensão manual como a
as atividades de higiene e alimentação. Segundo Sande e Coury (1998) apesar da mão
apresentar inúmeras funções sua função essencial é a preensão manual. A preensão manual de
força possibilita-nos a vida independente e com qualidade. A preensão manual é um conjunto
ordenado de ações musculares, estímulos neurais que possibilitam a independência do ser
humano (WELLS e GRIEG, 2001).
Segundo Kapanji (1980) o ato de pegar objetos com a mão não é exclusividade de nossa
espécie mas o polegar possibilitou que a preensão manual abrangesse diversos arranjos
biomêcanicos nas atividades diária.
O processo envolvido no ato da preensão manual é resultante de da evolução no
processo de maturação do sistema nervoso e muscular e este ocorre pelos estímulos oferecidos
ao recém nato. De acordo com Shepherd (1996), Holle (1990), Meyerhof (2003) a evolução
da preensão manual acontece em três estágios no bebê:
A – Reflexo de Preensão: ocorre quando há qualquer estímulo aplicado a palma da mão.
Este estímulo desaparece até o terceiro mês e a força de preensão é palmar.
B – Alcance: é o ato de ir ao encontro do objeto que está dentro do campo visual e nesta
fase a criança desenvolve outras habilidades que necessitam se segurar como engatinhar.
C – Preensão propriamente dita: as tarefas fazem com que a mão se adapte. A primeira a
ser desenvolvida é a preensão cúbito-palmar (aos 4 meses de idade), palmar simples ( aos 5 a
6 meses de idade), rádio-palmar (aos 7 a 8 meses de idade) e a rádio-digital (preensão de
pinçamento) onde já há o controle dos objetos.
38
Após o desenvolvimento normal das funções da mão é importante o entendimento do
ato neuromuscular da preensão manual. A mão compreende a porção mais distal e dentre
suas funções temos a preensão manual e de acordo com Moreira et al (2003) pode ser dividida
em três fases: inicia com a extensão dos dedos, flexão das articulações metacarpofalangeanas
com extensão das falanges distais e flexão das articulações distais.
Segundo Magee (2005) a preensão pode ser dividida em três fases:
A- Abertura da mão com a ação simultânea dos músculos intrínsecos da mão e
músculos extensores longos.
B- Fechamento dos dedos e polegar para agarrar o objeto e adaptar-se à sua forma,
o que envolve músculos flexores e de oposição extrínsecos e intrínsecos.
C- Força exercida, a qual varia dependendo da ação, utilizando os músculos
flexores e de oposição extrínsecos e intrínsecos.
Segundo MC Dougall et al (2002) durante a força de preensão palmar, os dedos
encontram-se aduzidos, flexionados, lateralmente rodados e inclinados em direção ao lado
ulnar da mão e o polegar encontra-se flexionado, aduzido tento na articulação
metacarpofalangeana como na carpometacárpica e opondo-se a polpa dos dedos.
O movimento de preensão provoca intensa atividade dos músculos flexor superficial e
profundo dos dedos, dos interósseos e do quarto lumbrical, bem como nota-se atividade de
músculos que realizam o movimento de contrapressão realizado pelo polegar, pelo músculo
flexor longo do polegar, de músculos tenares (oponente do polegar, adutor do polegar e flexor
curto do polegar) e hipotenares (flexor curto do dedo mínimo), estes agindo como agonistas e
contraindo-se isotonicamente (MOREIRA et al 2003).
A força de preensão manual segundo Balogum et at (1999), afirmam que os músculos
que agem durante a força de preensão são geralmente mais fortes em comprimentos
ligeiramente mais longos, isto acontece, segundo Paschoarelli e Coury (2000), devido à
solicitação dos músculos flexores profundos durante a força de preensão.
Em relação a atuação muscular na força de preensão Sande e Coury (1998) descrevem
que na preensão de força a participação principal se dá pelos músculos extrínsecos e há a
participação dos interósseos e músculos tenares.
O movimento de preensão manual se dá devido a ação de vários músculos e arranjos
articulares e pode ser dividida de acordo com Magee (2005) em preensão de força e de
precisão.
39
A preensão de precisão segundo Magee (2005) está limitada principalmente às
articulações metacarpofalangeana e envolve principalmente a face radial da mão. Está
relacionada a movimentos de exatidão e precisão figura 4.
Figura 4 : Representação dos tipos de preensão de precisão (MAGEE, 2005).
A preensão de força exige um controle firme e é utilizada quando há a necessidade de
força ou resistência. Para a realização da força de preensão o arranjo articular e angular se dá
com a flexão dos dedos, leve desvio ulnar e discreto extensão do punho (MAGEE, 2005).
Durante a preensão, a posição adotada pode assumir de forma geral um equilíbrio
estático ou dinâmico para a manipulação dos objetos. Isto geralmente acontece quando o
punho é mantido em extensão (± 20°) em posição neutra em relação ao rádio e à ulna,
articulação metacarpofalangiana fletida a (± 45°), articulações interfalângicas proximais com
variação de 30° a 45° e articulações interfalangianas distais com variação de 10° a 20°
(NAPIER, 1993).
Os modelos biomecânicos têm sido usados para estimar as forças na mão durante a
execução de tarefas específicas. Os músculos flexores em conjunto com os intrínsecos
produzem 80% da força gerada para a execução de tarefas. Estudos mostram que a preensão é
precisamente controlada pelo sistema sensório-motor, e que varia de acordo com a forma,
tamanho e fragilidade do objeto a ser empunhado (AN et al , 1985).
40
Figura 5 : Representação dos tipos de preensão de força (MAGEE, 2005).
Em virtude da grande variedade de preensões manuais de precisão e força foram
denominadas por diversos autores como Magee (2005), Napier (1993), Rasch e Burke (1980).
Adicionalmente, Brunnstrom (1979) adota uma classificação abrangente e funcional: anzol ou
alça, cilíndrica, esférica, fechada, de ponta, palmar, lateral.
A classificação de Magee (2005) pode ser assim apresentada de acordo com a tabela 4.
Tabela 4: Representação das principais tipos de preesão manual de força e precisão.
Preensão manual Características cinesiológicas e funcionais
Força
-Gancho Todos ou apenas o terceiro ou segundo dedos são utilizados
como gancho. Atuam as articulações Interfalangeanas,
metacarpofalangeanas sem o polegar
-Cilíndrica Tipo de preensão palmar, o polegar é utilizado e envolve
todo o objeto.
-Digital palmar ou em punho A mão envolve um objeto estreito.
-Esférica Tipo de preensão palmar onde a oposição é maior e a mão
envolve um objeto esférico.
Precisão (3 tipos)
-Três pontas ou três dedos Pinça palmar do tipo polpa digital com polpa digital e a
oposição entre o polegar e os dedos
-Pinça lateral, preensão lateral,
oposição subtérmino-lateral
O polegar e a face lateral do dedo indicador entram em
contato, a oposição não é necessária.
-Pinça de ponta de dedos, oposição
terminal
A ponta do polegar é levada em oposição a ponta do outro
dedo.
41
Segundo Sande e Coury (1998) os tipos de preensão estão relacionados as atividades
desenvolvidas pelas pessoas e a atuação dos músculos intrínsecos ou extrínsecos como por
exemplo, para uma atividade que exija um preensão de precisão os movimento grosseiros e
forças compressivas são realizados pelos músculos extrínsecos enquanto os músculos
interrósseos fornecem forças rotacionais e os lumbricais permitem adução e abdução
adequadas.
2.4 AVALIAÇÃO DA MÃO
A avaliação da mão compreende a sua função em testes funcionais e a força e de acordo
com Blair (2001) a avaliação da força é um dos ítens mais fáceis de se medir em virtude da
complexidade desta estrutura. O mesmo autor descreve que além da função motora, a mão
apresenta um componente sensorial importante como a informação da textura de um objeto ao
sistema nervoso central.
A mão é um instrumento complexo que possui objetivos múltiplos, tendo como função
possibilitar a execução de uma atividade na alimentação, vestir-se e gerar independência dos
seres humanos (SANDY e COURY, 1998).
As avaliações do membro superior podem ser divididas em capacidade funcional e de
força de preensão manual. Os testes de capacidade funcional de acordo com Blair (2001)
estão relacionados a realização de tarefas e seus tempos para realizá-las. O mesmo autor
desvreve que uma bateria de teste que se destaca neste ítem é o TEMPA (Test Évaluant Les
Membres Supérieurs Des Personnes Agées) que é utilizado para a avaliação de idosos e está
baseado em várias carcterísticas da função motora da mão e sua velocidade em realizar as
tarefas.
Os testes de avaliação da capacidade motora apresentam várias limitações como destaca
Blair (2001) como a falta de evidências de confiabilidade e validade, a diversidade de escalas
e índices, os procedimentos operacionais variados e a condição cognitiva e física dos
pesquisados.
Nas avaliações de força de preensão manual como a ser empregada neste estudo, os
dados encontrados são mais objetivos e servem de norteadores para comparações entre sexo,
idade, dominância da mão e entre diferentes idades (BLAIR, 2001, DESROSIERS et al,
1999). Nas avaliações da força de preensão manual pode ser um indicador de força total e ser
um dos ítens de avaliação da aptidão física (BELOGUM et al, 1999).
42
Nos idosos as avaliações do membro superior estão relacionadas a capacidade funcional
e a força. Os testes funcionais de acordo com Blair (2001) verificam como estão as funções
dos membros superiores na execução das atividades da vida diária e são mensurados os
tempos e velocidade de execução.
A maioria das avaliações de força de preensão manual em idosos estão relacionadas a
verificar como ocorre o decréscimo da força no passar do tempo, perda das funções como a de
pinçamento (DESROSIERS et al 1999, GIAMPAOLI et al, 1999).
Vários estudos atuais buscam formas de avaliação da mão e estas podem ser divididas
em avaliação funcional que é realizada através da aplicação de escalas com pontuações ou
uma forma mais direta e objetiva como a avaliação da força de preensão manual (BLAIR,
2001).
A avaliação da força da mão pode ser considerada objetiva e que tem como resultado
um valor referente a um teste, como descreve Blair (2001) que é bastante utilizada por ser um
item de fácil mensuração e é objetivo. Adicionalmente Innes (1999) é um método rápido, fácil
confiável e produz resultados que são interpretados e armazenados facilmente.
Para a avaliação da força da mão de acordo com Blair (2001) a forma bastante utilizada
está relacionada ao movimento de preensão manual, pois é a função da mão mais utilizada
para a realização das atividades da vida diária.
Basicamente existem dois tipos de preensão manual identificados por Napier (1956)
sendo a preensão de força e a preensão de precisão. Estes dois tipos seguem protocolos
diferentes de avaliação (BLAIR, 2001; INNES, 1999).
A força de preensão da mão de acordo com Blair (2001) não é apenas a medida de força
mas também pode ser um indicador de força total do corpo e pode ser empregada em testes de
aptidão física como apresenta Balogun et al (1990) que verificou a relação entre índices de
massa corporal e preensão manual.
Innes (1999) destaca que o teste de preensão manual é utilizado em aplicações clínicas
em diversas áreas como a ortopedia e fisioterapia e está relacionada a avaliação de lesões que
acometem o membro superior e sua evolução com os tratamentos propostos.
Em virtude da mão apresentar uma gama de movimentos e funções há várias formas de
avaliação e instrumentos utilizados (BLAIR, 2001; INNES, 1999).
Dentre os métodos utilizados Blair (2001) destacam-se em sua divisão os métodos
objetivo e subjetivo estes último está relacionado à força gerada em um instrumento e a
percepção de quem a faz.
43
Os métodos objetivos que sofreram durante o passar do tempo, uma evolução
principalmente no item dos instrumentos utilizados para a coleta da força de preensão como
de acordo com Blair (2001) foram utilizados o vigorômetro, esfigmomanômetro e o
dinamômetro Jamar
®
sendo o mais utilizado nas pesquisas de força de preensão manual no
mundo por sua confiança nos dados e praticidade.
Segundo Innes (1999) há quatro categorias básicas de equipamentos utilizados para a
mensuração da força manual: hidráulico, pneumático, mecânico e com células de carga.
Segundo Richards e Palmiter-Thomas (1996) os instrumentos para a avaliação da preensão
manual hidráulicos geram medidas de força em quilogramas.
Os instrumentos pneumáticos de acordo com Richards e Palmiter-Thomas (1996) seu
funcionamento e aferição se dá pela compressão do ar e sua unidade de medida é o mm/Hg. É
utilizado com populações que apresentam dificuldade de preensão como por exemplo com
pacientes com artrite reumatóide. Segundo Innes (1999) os instrumentos mecânicos são
aqueles que associam molas de aço que registram a medições em quilogramas.
Segundo Wolf et al (1996) o instrumento com células de carga gera um sinal elétrico e
este é transformado em uma medida de força que pode ser em N ou kgf.
Nos trabalhos de avaliação da força de preensão manual, existe grande dificuldade de
comparação de normalização dos dados pois os instrumentos, os protocolos de avaliação
seguem orientações distintas. De acordo com Innes (1999) a normalização dos protocolos e a
posição do avaliados seria um item importante para a comparação dos dados.
De acordo com Innes (1999) várias posições foram testadas e a mais aceita atualmente
é a descrita pela American Society of Hand Therapists (ASHT) assim descrita Mathiowetz
(1990):
O ombro deverá estar aduzido e sem rotação, cotovelo
com flexão de 90° graus, como o antebraço em
posição neutra e o punho entre 0 a 30° graus de
extensão e 0 a 15° de desvio ulnar.
Sendo que esta definição foi desenvolvida para o dinamômetro Jamar, em casos onde
é utilizado o vigorômetro não é a posição que possibilita a melhor coleta de força de preensão
manual (INNES, 1999).
De acordo com Innes (1999) o protocolo para definir quantas repetições e o intervalo
entre as repetições. Adicionalmente relata que o número de repetições deveram ser três
repetições com elaboração da média das três tentativas. O intervalo entre as tentativas deverá
ser de no mínimo 60s (INNES, 1999).
44
De acordo com Smith e Lukens (1983) a realização de contrações isométricas por um
longo período de tempo poderá trazer alterações na pressão arterial e na freqüência cardíaca
dos avaliados, principalmente em pessoas que estão descondicionadas fisicamente. Em
virtude disto neste estudo, foi adotado como prática a aferição da freqüência cardíaca e
pressão arterial e caso houvesse alterações elevadas destes índices, os sujeitos não realizavam
a coleta.
Há várias formas e protocolos de avaliação da força de preensão manual em diversos
tipos de população, neste estudo foi priorizada a coleta nas mesmas condições como o
posicionamento dos sujeitos, o posicionamento do ombro, cotovelo, mão e punho, o mesmo
estímulo visual sem a interferência do comando verbal mais intenso e sim apenas o comando
visual.
A importância e a larga utilização da dinamometria é evidenciada pelo grande número
de publicações em diversas áreas como a ortopedia, reumatologia e ciências dos esportes. A
partir da obtenção de dados, originam parâmetros que possibilitam a normalização de valores
de força muscular, a identificação da capacidade da contração muscular ou do desempenho
muscular, o ajuste da eficácia de tratamentos e prescrição de exercícios, como também a
validade e confiabilidade dos instrumentos de medida, seja na prática clínica ou laboratórios
de ensino e pesquisa (NOVO Jr. et al, 1999).
Dentre os dinamômetros disponíveis no mercado, o de marca Jamar
®
(Patterson
Medical Products, EUA) visualizado na figura 6 é o mais utilizado por sua precisão e
facilidade de aplicação. Consiste de um sistema hidráulico para mensuração da força de
preensão, com ajuste de empunhadura em cinco posições e um relógio de leitura contendo
duas escalas de sensibilidade: (0-200) lb/(0-90) kgf.
45
Figura 6: Representação do dinamômetro Jamar
®
(Patterson Medical Products, EUA)
www.jlwinstruments.com/img/jamar.jpg.
Existe uma tendência em utilizar dinamômetros eletrônicos, pois permitem o
monitoramento contínuo e a quantificação da atividade da força muscular durante toda a fase
de contração em estudos com forças estáticas ou intervalares, dando assim oportunidade de
estudar este importante fator: a força de preensão manual (NICOLAY e WALKER, 2005).
Segundo Blair (2001), vários estudos têm se destinado à avaliação da capacidade
funcional da mão, na maioria, relacionados com a medição direta da força de preensão e
construção de novos equipamentos para mensuração. De acordo com Novo Jr. et al (1999)
descreveram a implantação de um sistema para teste de preensão isométrica da mão com
confecção de uma cadeira com apoio de braço ajustável para instalação de um dinamômetro
hidráulico, estabelecendo uma posição fixa do cotovelo.
Há muito interesse por parte de diversos autores que o processo realizado na coleta e
análise dos dados da preensão manual tenha uma forma universal, pois existem diversos
estudos, mas suas comparações são praticamente inexistem devido as inúmeras metodologias
utilizadas.
2.5 DINAMOMETRIA E SUAS CARACTERÍSTICAS
A biomecânica utiliza-se dos princípios da Física para análise dos movimentos do
corpo humano. Os métodos aplicados podem prover resultados diretos ou indiretos
dependentes da natureza dos fenômenos.
De acordo com Knudson e Morrison (2001) dividem os modelos de análise em
qualitativos, através da observação sistemática e julgamento introspectivo sobre a qualidade
do movimento e quantitativos, pela análise numérica dos dados obtidos por mensuração
46
direta. Para Amadio e Barbanti (2000) há uma real interdependência entre esses dois métodos
de análise.
Diante da complexidade da quantificação de forças, a biomecânica desenvolveu
métodos de estudo próprios para análises em situações estáticas e dinâmicas, principalmente
no que concerne a medidas de forças internas, possibilitando a investigação de parâmetros não
observáveis diretamente. Segundo Amadio e Baumann (2000) citam que as medidas de forças
externas aliadas a modelos antropométricos e matemáticos permitem a obtenção das variáveis
internas responsáveis pela locomoção humana, já que uma ação interna das forças manifesta-
se externamente.
Medidas mais precisas das forças de contato externas provêm dados mais fidedignos
para a construção de modelos biomecânicos (CHADWICK e NICOL, 2001). Com o avanço
tecnológico, vários equipamentos estão sendo desenvolvidos a fim de reproduzir resultados
mais confiáveis e próximos à realidade do movimento.
A dinamometria vem se consolidando como um método de fundamental importância
na avaliação dos parâmetros do movimento humano, é um método que consiste em na
medição que visa quantificar os efeitos produzidos por forças de natureza física, em diferentes
movimentos do corpo humano (AMADIO e DUARTE, 1996). É a medida das forças de
reação entre o corpo e o meio ambiente (AMADIO e BARBANTI, 2000).
Pode ser caracterizada como método de quantificação de forças que possibilita,
através de equipamentos especializados, desde uma leitura direta do fenômeno até sistemas de
aquisição computadorizados para coleta, armazenamento, processamento e análise de dados
provenientes de medidas diretas. Os registros possibilitam uma história temporal gráfica e
cálculos dos diferentes tipos de forças.
Essa técnica permite medir variáveis dinâmicas, utilizando-se de plataformas de
forças, aparelhos isocinéticos, células de cargas, F-Scan
®
, Jamar
®
(dinamômetros de
preensão), maquinas de ensaio de tração e compressão.
A evolução histórica e tecnológica apresenta o método em si e sua relevância dentro
da biomecânica, abordando fatos históricos que compreendem as primeiras observações
realizadas acerca do movimento funcional humano até o desenvolvimento e emprego de
novos materiais de confecção.
A tentativa de avaliações científicas do movimento humano vem sendo feitas desde a
Grécia Antiga (STEINDLER, 1953 apud DURWARD, BAER e ROWE, 2001). Pitágoras
47
(582 A.C.) teorizou que se tudo tem forma, essas formas podem ser expressas a analisadas
através de números (KOESTLER, 1968 apud NIGG, 1994), como uma primeira observação
para posterior quantificação dos fenômenos pelo uso da matemática. Aristóteles (384-322
A.C.), através da observação da força que o solo exercia na marcha humana, antecipou a lei
da ação e reação, posteriormente descoberta por Newton (SETTINERI e RODRIGUES, 1976;
CAVANAGH, 1990 apud NIGG, 1994).
Arquimedes (287-212 A.C.) realizou estudos sobre leis de alavancas e fundou a
mecânica teórica (RASCH, 1991). Tais contribuições perduraram até o final da idade média,
visto que neste período os estudos focalizaram-se apenas na descrição do movimento humano
(NIGG, 1994).
Da Vinci (1452) anteviu as leis da Inércia dos corpos e ação e reação e descreveu a
mecânica de alguns movimentos. Galileo Galilei (1564-1643), fundou a mecânica clássica,
investigou a inter-relação entre força e movimento e introduziu a metodologia experimental
na ciência (SETTINERI e RODRIGUES, 1976; RASCH, 1991).
Borelli (1608-1679) aplicou as fórmulas matemáticas aos problemas relacionados ao
movimento humano com sugestões de como determinar forças em sistemas biológicos,
tratando de movimentos de flexão e extensão em situações como caminhar, correr, etc.
Comparou, pela primeira vez, animais a máquinas, sendo considerado o pai da biomecânica
moderna do sistema locomotor (RASCH, 1991; NIGG, 1994).
Hooke, em 1678, estabeleceu a relação entre tensão-deformação em corpos
submetidos a solicitações mecânicas, onde se o material for isotrópico e a força não exceder
seu limite elástico, essa relação será linear (ZARO, 2000).
Newton (1642-1727) estabeleceu os fundamentos da dinâmica, pela elaboração das
leis da mecânica clássica, estudou a queda dos corpos, movimento uniformemente acelerado e
composição de forças pela regra do paralelogramo (SETTINERI e RODRIGUES, 1976;
RASCH, 1991). Segundo ele, as alterações do movimento são mudanças na quantidade de
força que as produz. Tal teoria deu surgimento à idéia de mensurar a força pelo produto da
massa e aceleração exibida pelos corpos.
Os irmãos Weber (1806-1871/1795-1878) classificaram a alavanca do pé como sendo
do tipo inter-resistente; descreveram também a mecânica da marcha, onde o ato da
deambulação era constituído em um movimento de queda para frente com o equilíbrio
restaurado pela sobreposição dos membros (SETTINERI e RODRIGUES, 1976; RASCH,
1991).
48
Nessa mesma época, Marey desenvolveu um pneumógrafo com uma placa acoplada a
duas molas que permitia a avaliação da expansão torácica no movimento de inspiração e
retornando à posição inicial no movimento de expiração. Riva-Rocci desenvolveu um
medidor de pressão arterial (esfigmomanômetro) utilizando manômetro de mercúrio em um
tecido revestido por uma borracha e uma caixa com suprimento de ar o qual era bombeado
para a borracha e responsável pela variação do nível da coluna de mercúrio. Mosso aprimorou
o medidor de pressão, utilizando dois tubos de metal e uma câmara de borracha, onde a
pressão provém do constante movimento de ar dentro do manômetro gerando uma diferença
de pressão. Um dinamômetro de mola para força de preensão manual também foi
confeccionado nessa época, por Collin, onde a compressão da mola por ação da mão causava
o movimento de dois ponteiros sobre um relógio, que indicava a pressão exercida.
Em 1856, Lord Kelvin estudando as propriedades dos materiais, demonstrou que havia
mudança na resistência do ferro e do cobre quando submetidos a tensão (NIGG, 1994). Já em
1872, Carlet desenvolveu métodos de medição com princípios pneumáticos para quantificação
de forças entre o pé e o solo. No ano seguinte, Marey apresentou um dispositivo portátil com
tambores registradores de pressão sob a sola de calçados, seguindo os princípios pneumáticos
de Carlet (SETTINERI e RODRIGUES, 1976; NIGG, 94).
A descoberta do efeito piezoelétrico foi realizada pelos irmãos Currie, em 1880, sendo
este princípio utilizado para quantificar forças posteriormente. Em 1882, Beely relatou as
forças locais máximas, com sujeitos sentados em um saco com gesso (NIGG, 1994).
Considerando as relações estabelecidas por Hooke, em 1900, Huggenberger
desenvolveu extensômetros mecânicos. Abramson em 1927, utilizando aço é cobre sob uma
superfície fina indicou a força máxima local pela penetração desses materiais na superfície
após aplicação de carga e Basler, nesse mesmo ano, usando seções de uma plataforma de
força suspensa em arames de metal determinou a força de ação na seção pela freqüência dos
arames. Morton (1930) usou uma superfície de borracha com tinta, onde a coloração era
proporcional à força local máxima. Carlson (1931) construiu o primeiro strain gauge de fio
do tipo não colado e em 1935,
Bloach construiu o primeiro strain gauge com filme de liga de carbono (NIGG, 1994;
ZARO, 2000). Elftman, utilizando uma superfície de borracha com projeções piramidais
apoiadas e montadas sobre uma rígida placa de vidro com um fluido entre os espaços da
matriz e da placa de vidro, filmou a deformação das pirâmides de borracha provendo
informações sobre a distribuição de pressão dinâmica (NIGG, 1994).
49
Em 1938, o mesmo pesquisador utilizando uma plataforma de força, publicou a
mensuração das forças de reação do solo durante a locomoção. Nesse mesmo ano, Simmons
confeccionou strain gauge de fio, cimentado às faces de uma barra de aço para estudos de
impacto e Ruge no MIT com circuito baseado na tecnologia Caltech, montou um fio entre
duas folhas de papel (ROESLER, 1997).
Rehman em 1947, com a utilização de uma plataforma de força, procurou caracterizar
o comportamento da marcha em jovens e idosos (ROESLER, 1997). Hettinger (1950),
construiu o primeiro dinamômetro com sistema de medição isométrica. Peter Jackson,
utilizando a tecnologia de circuito impresso, em 1952 patenteou strain gauges no Reino
Unido (STEIN, 1992 apud SHRIVE, 1994) e Cunningham e Brown desenvolveram a primeira
plataforma com strain gauges (ROESLER, 1997). Um ano após, Demec introduziu, para
medidas em concreto extensômetros desmontáveis.
Um instrumento chamado “pedobarógrafo plástico” com 640 seções verticais montado
sobre uma superfície de borracha foi desenvolvido por Barnett em 1954, para determinação da
distribuição de pressão em situações dinâmicas (NIGG, 1994). As plataformas de força
também foram empregadas para estudos sobre atividades relativas ao trabalho por
profissionais de diversas áreas. Um dos mais antigos sistemas para medição de esforços
associados com uma variedade de atividades de trabalho foi o “detector de esforço” de Lauru,
(1954 e 1957), já com emprego de cristais piezoelétricos. Após a construção do “detector de
esforço” de Lauru, Greene e Morris (1958) desenvolveram uma plataforma de força que
utilizava um transformador linear diferencial variável (LVDT) como sensor. Em 1958
Whitney utilizou uma plataforma composta por vigas instrumentadas com extensômetros em
seus trabalhos (ROESLER, 1997).
Na década de 60, foram desenvolvidos extensômetros envolvendo a tecnologia da
indústria microeletrônica (STEIN, 1992 apud SHRIVE, 1994) e James Perrine desenvolveu o
primeiro aparelho de isocinético, para medir a capacidade do músculo isométrica e
isotonicamente, em pesquisas sobre parâmetros de performance (ANDRUSAITIS, 2000).
Em 1963, Baumann usou transdutores capacitivos para identificação dos pontos de
maior pressão local entre o pé e o calçado (NIGG, 1994); Whetel (1964) desenvolveu uma
plataforma hexagonal com conceito de medição LVDT (ROESLER, 1997) e Petersen
desenvolveu uma plataforma de força triangular somente para esforços verticais (ROESLER,
1997; ZARO, 2000).
Paine et al (1968) utilizaram o modelo de plataforma de Whitney, porém com menores
dimensões, Hearn & Kanz adicionaram 6 LVDT’s para medições dos momentos em torno os
50
três eixos e Peizer nesse mesmo ano e Peizer e Wright, 1969, também com a utilização de
plataformas de força, procuraram estudar mais profundamente os padrões da marcha normal e
patológica (ROESLER, 1997). Nesse mesmo ano a empresa KISTLER, construiu a primeira
plataforma de força, disponível comercialmente, com cristais piezoelétricos para análise da
marcha no laboratório de Zurich (NIGG, 1994). Essa plataforma retornava valores de Fx, Fy,
e Fz, o momento em torno do eixo vertical Mz e a localização da força resultante vertical
(ROESLER, 1997).
Jones e Hanson, 1970, utilizaram uma plataforma de força para estudar o efeito da
postura nos movimentos em atividades normais como sentar e levantar e Ramey construiu
outra plataforma de força utilizando tubos circulares instrumentados com extensômetros
(ROESLER, 1997; ZARO, 2000). Em 1972, Hutton construiu uma plataforma de força com
strain gauges dividida em seções para verificação da distribuição de pressão (NIGG, 1994).
Foram introduzidos em biomecânica strain gauges com mercúrio líquido, nessa mesma
década (STEIN, 1992 apud SHRIVE, 1994).
Para trabalho de medição de força em pedal de bicicleta, Hull e Davis (1980)
desenvolveram uma célula de carga extensométrica onde as forças em X e Y eram
desacopladas e Gola construiu uma plataforma de força triangular suspensa. Um conjunto de
quatro dessas células foi utilizado para obtenção de todas as forças e momentos nos três eixos.
Em 1982, Tschang propõe um sistema para medição de forças e momentos em todas as
direções exceto na vertical (ROESLER, 1997).
Nesse mesmo ano, Hennig, utilizou sensores piezocerâmicos em uma matriz de
borracha em palmilhas, para detecção da distribuição de pressão. Em 1983, Aritomi
desenvolveu folhas de detecção de forças (Fuji folhas) para medidas de máxima pressão local.
Nicol em 1990 desenvolveu sensores do tipo strain gauges com uma membrana de
silicone para medidas da distribuição de pressão em superfícies finas (NIGG, 1994).
Atualmente as plataformas são ferramentas básicas na avaliação em biomecânica e os
sensores mais utilizados são do tipo piezoelétricos e strain gauges. Além das plataformas,
uma grande variedade de dinamômetros encontra-se disponível no mercado para diferentes
tipos de avaliações e testes.
A instrumentação em biomecânica no Brasil ainda não atingiu o padrão de alta
tecnologia, porém está sempre trabalhando na construção de novos equipamentos com a
finalidade de minimização de custos e desenvolvimento de tecnologia nacional.
51
O ato de mensurar é, basicamente, o processo de observação classificatória. É uma
operação realizada desde a antigüidade que consiste na comparação da medida realizada com
padrões já pré-estabelecidos (GONÇALVES JR., 1997; DURWARD, BAER e ROWE,
2001).
Vários tipos de instrumentos são utilizados para a mensuração e quantificar os efeitos
produzidos por forças no corpo humano. De acordo com seus princípios de funcionamento,
são divididos em analógicos e digitais. Segundo ZARO (2000) instrumentos analógicos são
aqueles cuja magnitude da grandeza a ser medida é dada pelo deslocamento angular de um
ponteiro, enquanto os instrumentos digitais fornecem a leitura na forma de dígitos em um
display. O mesmo autor faz uma comparação entre os dois tipos de sinais obtidos, citando que
os analógicos podem assumir qualquer valor dentro de uma escala de medida, por isso são
considerados mais precisos, enquanto que os digitais estabelecem um número finito entre os
valores mínimo e máximo.
Ainda que não seja possível mensurar diretamente a força, pode-se medir a
deformação ocorrida em materiais quando submetidos à ação dessa força. Existem diversas
estruturas para mensuração de deformações utilizadas em biomecânica as quais apresentam
diferentes princípios físicos. Essas estruturas são denominadas transdutores de força que
necessitam de um componente elástico (sensor), através do qual a força realiza um trabalho
que será traduzido em deformação desse sensor, e de um sistema elétrico capaz de converter
as deformações em sinais elétricos proporcionais. Esses sensores podem ser do tipo
mecânicos, magnéticos, elétricos, ópticos e outros (ZARO, 2000).
Serão descritos a seguir os principais tipos de transdutores empregados em
biomecânica bem como suas aplicações na instrumentação.
a) balões de ar – balões preenchidos com fluido cuja pressão interna é conhecida. Quando
uma carga externa é aplicada há uma deformação decorrente da diferença de pressão. Esses
sensores apresentam alta linearidade, baixa histerese, alta freqüência de resposta. Aplicações:
foram inicialmente aplicados para quantificar forças sob as patas de um cavalo e atualmente
há uma grande variedade de sistemas que se utilizam desse tipo de sensor, tais como na
quantificação das forças de preensão manual e das forças entre os tecidos moles e o meio
ambiente (NIGG, 1994).
b) sistema piramidal – sistema com uma superfície de borracha contendo uma matriz de
pequenas pirâmides apoiadas sobre uma placa de vidro. Quando uma carga externa é aplicada,
as pirâmides sofrem deformação, onde o grau dessa deformação é proporcional à magnitude
52
da força aplicada. Essa deformação é medida pelo aumento da área de contato entre as
pirâmides e a placa de vidro, a qual pode ser quantificada opticamente. Aplicações: é utilizado
para verificação da distribuição de pressão do pé em situações dinâmicas (NIGG, 1994).
c) sistema de molas – são instrumentos que possuem apenas uma parte mecânica elástica
(mola) onde há uma deflexão, normalmente linear, sob aplicação de carga (NIGG, 1994).
Aplicações: dinamômetros para testes de preensão manual.
d) sensores capacitivos - São compostos por duas placas condutoras de eletricidade
separadas por uma pequena distância, a qual para fina de mensuração de forças em
biomecânica, é preenchido por material elástico não condutor, chamado dielétrico. Quando
submetidos a uma força, a distância entre essas placas muda. Essa mudança produz alteração
na espessura do dielétrico que é inversamente proporcional à corrente que pode ser medida.
Esse tipo de sensor apresenta baixa histerese e sensibilidade a temperatura, erros de até 20% e
linearidade dependente do dielétrico (NIGG, 1994). Aplicações: distribuição de pressão
durante a locomoção. São colocados em palmilhas ou placas. Também são usados para
mensuração de forças entre superfícies moles (NICOL e HENNIG, 1976 apud NIGG, 1994).
e) sensores condutores - consistem em duas camadas de material condutivo, semelhante ao
capacitor, entretanto o material interno também é condutor (basicamente sensores resistivos),
os quais se deformam sob aplicação de força reduzindo a resistência elétrica entre as duas
placas. A relação entre a corrente de saída e a força aplicada pode ser determinada usando a
Lei de Ohm. Esse tipo de sensor apresenta baixa histerese e baixa sensibilidade à temperatura
e erros de até 20%. Aplicações: medidas de distribuição de pressão interna do corpo humano
ou em palmilhas (NIGG, 1994).
f) sensores piezoelétricos – (piezo = pressão) são materiais que quando submetidos a uma
carga (mecânica ou elétrica) produzem uma tensão atômica que é acompanhada de uma
contração ou expansão de uma ou mais de suas dimensões (CHISTENSEN, 1988). Materiais
desse tipo são cristais não-condutores que geram cargas elétricas quando submetidos à tensão
mecânica (NIGG, 1994) . O quartzo (SiO
2
) é o mais estável dos materiais que exibem tal
propriedade devido à estabilidade de seu sinal (ZARO, 2000).
Ainda que o sinal de saída seja baixo em relação ao dos materiais cerâmicos, os
cristais são adequados para medidas em biomecânica pela precisão e sensibilidade. A carga
que aparece na superfície é resultante do movimento relativo de cargas internas no cristal.
Esses transdutores precisam de um amplificador que transforme as cargas
eletrostáticas em tensões proporcionais (ZARO, 2000). O corte desses materiais é feito de
53
modo a permitir sensibilidade à pressões ou forças de cisalhamento em apenas uma direção
(ZARO, 2000).
Esses tipos de sensores apresentam alta linearidade, histerese muito baixa e erros de
até 5%. Para aplicações biomecânicas, os cortes são em discos perpendiculares aos eixos
cristalográficos x ou y. Aplicações: confecção de plataformas de força mais precisas para
mensuração das forças de reação do solo durante a locomoção humana (NIGG, 1994).
g) sensores piezoresistivos – De acordo com Zaro (2000); Nigg (1994) são materiais sólidos
de resistência variável que se deformam em extensão quando submetidos à forças externas.
Possuem dimensões pequenas que possibilitam sua colocação em locais de difícil acesso.
Normalmente são conectados eletricamente a um circuito tipo “Ponte de Wheatstone”
produzindo sinal elétrico da ordem de mV ou V e pode ser lido a partir de uma série de
aparelhos (ZARO, 2000). Um dos mais importantes sensores dessa classe são os chamados
strain gauges (extensômetros).
Esses tipos de sensores apresentam boa linearidade, baixa histerese e baixa
sensibilidade a temperatura e erros de até 5%. Aplicações: São aplicados em medições das
forças de reação do solo em situações dimicas, para verificação da relação tensão-
deformação em ossos, ligamentos, tendões, vértebras, discos entre outros materiais in vitro,
implantes em próteses internas e externas in vivo e atividades esportivas instrumentalizando
aparatos desportivos (NIGG, 1994).
Os equipamentos dinamométricos mais utilizados em pesquisas são:
-Plataformas de força – Conjunto de células de carga dispostas de maneira a mensurar
forças e momentos uni ou multidirecionalmente. Estes dispositivos apresentam modelos
específicos para aquisição de dados em diversas situações e locais (meio líquido ou não,
durante marcha, corrida, saltos, entre outros) e em situações estáticas e dinâmicas (ZARO,
2000).
-Equipamentos de Pressão Plantar – Consiste em um conjunto de microsensores
inseridos em uma palmilha fina, acopladas a um sistema computadorizado, permitindo análise
dinâmica e estática da distribuição da pressão plantar (NIGG, 1994).
-Dinamômetros isocinéticos – aparelhos que trabalham com uma velocidade fixa,
contra uma resistência que automaticamente se adapta a qualquer força exercida pelo
indivíduo em qualquer ponto do arco de movimento.
Os sistemas de aquisição de dados que são utilizados nas medições das forças têm por
finalidade a aquisição do sinal elétrico bruto proveniente do sensor utilizado. A apresentação
54
de forma gráfica e numérica permite a visualização do comportamento da grandeza medida,
bem como o processamento matemático necessário para a obtenção de novas variáveis
dependentes da grandeza mensurada.
Os equipamentos dinamométricos que utilizam células de carga como princípio para a
aquisição dos dados é necessário que o sinal captado seja transformado para o seu
armazenamento. Estas células, quando submetidas a cargas, deformam-se gerando um sinal
elétrico. O sinal elétrico proveniente da célula de carga passa por uma placa condicionadora
de sinais, a qual converte a variação de resistência elétrica em variação de voltagem, além de
amplificar o sinal (ZARO, 2000).
Em seguida, o sinal passa por uma placa de conversão analógica digital (A/D) onde
ocorre a transformação dos sinais contínuos em discretos, que consiste na representação de
um sinal contínuo por uma seqüência de amostras instantâneas, recolhidas em espaços de
tempo pré-fixados (freqüência de amostragem). Cada amostra traduz a amplitude do sinal
contínuo no instante da amostragem. A seqüência de amostras constitui um sinal discreto no
tempo que pode ser armazenado, reproduzido, processado e lido (ZARO, 2000).
O processamento do sinal após armazenado contém uma série de sinais provenientes de
fenômenos eletromagnéticos captados em conjunto e necessita de tratamento matemático para
que se possa extrair o máximo de informações deste. Dois tipos de processamento são
normalmente usados: processamento no domínio temporal e processamento no domínio da
freqüência (ZARO, 2000).
A dinamometria segundo Duarte (s.d.), estuda os tipos de medidas de força que geram
o movimento, bem como a distribuição de pressão. Seus estudos são direcionados tanto para
a área clínica como para a área biomecânica.
A aplicação clínica mais comum da dinamometria é a análise da marcha (onde são
estudadas as forças de reação do solo - FRS e a distribuição de pressão plantar), além da
utilização de dinamômetros isocinéticos ou não, para mensurar a força de determinado(s)
grupo(s) muscular(es).
Várias pesquisas têm sido realizadas neste sentido. Entre elas, Wu et al. (1999)
realizou um estudo verificando os padrões de marcha após artrodese de tornozelo,
pesquisando as alterações da força de reação de solo (FRS) utilizando plataformas de força.
Outros estudos utilizam a distribuição de pressão plantar através de palmilhas
sensorizadas ou plataformas de força. HENNIG (1999), esclarece que durante a locomoção,
as forças entre o corpo humano e o chão são distribuída sobre várias superfícies de suporte
55
dos pés, e que as mensurações da distribuição de pressão nos dá informação sobre a carga
individual das estruturas. A análise do pico de pressão nos dá informações sobre as mais altas
pressões sobre o pé e como elas ocorrem durante o contato.
BIRKE et al (1999) estudou o efeito da dureza do material ortótico durante a
caminhada em diabéticos de alto risco, utilizando o sistema de sensores Pedar
®
para
verificação da distribuição da pressão plantar. Outros estudos de distribuição de pressão
plantar clínicos podem focalizar o pós-operatório de diversas patologias de membros
inferiores, obesidade, próteses de membros inferiores entre outros.
Existem ainda os dinamômetros que podem ser isocinéticos ou não. Os primeiros são
dispositivos computadorizados que além de mensurar a força, mensuram a velocidade angular
de dado movimento. Os dinamômetros mais simples visam mensurar indiretamente a força
em determinado local. Existe um em especial que é largamente utilizado, o
esfignomanômetro, para mensurar a pressão arterial, além dos dinamômetros com célula de
carga para mensurar força de membros superiores ou outros segmentos.
A preensão palmar tem sido estudada porque é ela que possibilita duas funções
diferentes na mão: força e destreza, além de ser utilizada como referência de evolução de
tratamentos de reabilitação da mão. Fernandes et al., (2001) realizou uma comparação entre
dois protocolos para fortalecimento isotônico para preensão palmar com a utilização de um
dinamômetro mecânico Jamar
®
para quantificar o ganho de força.
São inúmeras as aplicações da dinamometria, tanto clínicas quanto biomecânicas. Visando
maior fidedignidade e/ou maior controle de variáveis, ela também tem sido utilizada em
conjunto com outros métodos de medição como antropometria e cinemetria.
Vários são os estudos que estão relacionados com a preensão manual, buscam
entender o comportamento da força de atletas, idosos e crianças e em relação aos ganhos de
força e perda durante a vida. Os trabalhos envolvendo dinamometria através da preensão
manual relacionam principalmente a força máxima, pois os estudos publicados utilizam e
dinamômetros analógicos e hidráulicos como o Jamar®.
Os estudos com dinamômetros analógicos vem sendo modificados pois o interesse
pela característica da curva força pelo tempo
Para realização da mensuração da força de preensão manual Novo Jr. et al (1999),
esclarece que devem ser realizadas medidas prévias da mão, pois em preensão de força o
comprimento da empunhadura do dinamômetro deve exceder a largura da mão do indivíduo
que o utiliza. Alerta também para o posicionamento do indivíduo na hora de adquirir os
56
dados, dizendo que o sujeito deve estar preferencialmente sentado, com apoio para
antebraço/mão, mantendo flexão de cotovelo de 90º e antebraço em posição neutra.
Novo Jr, Cliquet Jr e Gallo Jr (1997) implementaram um sistema dirigido à
avaliação da força muscular isométrica de preensão manual através de um dispositivo
hidráulico baseado numa superfície rígida, porém deformável sob a aplicação de cargas,
obtendo-se parâmetros físicos através da curva força x tempo.
57
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capítulo serão apresentados os procedimentos metodológicos do presente estudo,
assim descritos: características do estudo, indivíduos do estudo, instrumentação,
procedimentos de coleta, tratamento matemático e tratamento estatístico.
3.1 CARACTERÍSTICAS DO ESTUDO
Este é um estudo descritivo-comparativo, que de acordo com Luciano (2001) que visa
descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de
relações entre as variáveis.
Foi verificado o comportamento da força de preensão manual ao longo do tempo, em
idosos de ambos os sexos com idade de 60 anos ou mais que praticam e não praticam
exercício físico regular. O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Instrumentação
(LABIN) do Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos (CEFID) da Universidade
do Estado de Santa Catarina (UDESC), Clínica Escola de Fisioterapia UNISUL - Pedra
Branca e em grupos de atividades e estudos com idosos da Grande Florianópolis.
3.2 SUJEITOS DO ESTUDO
A população do estudo foi composta de idosos de ambos os sexos que no momento da
coleta apresentem idade igual ou superior a 60 anos participantes de grupos de atividades e
estudos com idosos que têm na sua rotina a prática ou não de exercícios físicos regulares.
Estes grupos foram pré-selecionados pelos núcleos participantes e cadastrados na Prefeitura
Municipal de Palhoça-SC, Grupo de Estudos da Terceira Idade GETI-CEFID-UDESC e pelo
grupo de idosos “Vovô em Ação” pertencente à UNISUL Pedra Branca Palhoça SC.
Os idosos foram selecionados pela técnica não-probabilística intencional que de acordo
com Luciano (2001) são escolhidos casos para compor a amostra que representem o bom
julgamento da população/universo. Os critérios de inclusão e exclusão estão de acordo com
Fraser et al (1999), Bodur et al (2006) e Desrosiers et al (1997):
58
Foram definidos os seguintes critérios de inclusão: os sujeitos deverão de ambos os
sexos, com idade igual ou superior a 60 anos no momento da coleta, moradores da grande
Florianópolis e participantes de grupos de estudos ou atividades com idosos. Além disso,
deverão ser sujeitos que nos dois últimos anos não apresentaram fratura, subluxação, luxação,
processos degenerativos avançados ou períodos de imobilização prolongados no punho e/ou
mão. No momento da coleta, não poderão apresentar rigidez, dor ou formigamento nas mãos,
doença ou patologia que o impeça de realizar força isométrica (ou seja, deverão ter condições
físicas e clínicas de realizar força isométrica contínua). Serão excluídos dos testes os
indivíduos que apresentarem dificuldade de entendimento ao processo de coleta ou
apresentarem alterações locais ou sistêmicas na realização dos testes.
Para a realização do estudo, os indivíduos serão divididos em quatro grupos de sujeitos
de ambos os sexos contendo 9 sujeitos cada:
A) Sujeitos do sexo feminino que praticam exercício físico regularmente;
B) Sujeitos do sexo feminino que não praticam exercício físico regularmente;
C) Sujeitos do sexo masculino que praticam exercício físico regularmente,
D) Sujeitos do sexo masculino que não praticam exercício físico regularmente;
Os sujeitos que realizam exercício físico regularmente praticam há mais de três meses
consecutivos com três dias por semana de freqüência semanal.
3.3 INSTRUMENTOS DO ESTUDO
Os instrumentos utilizados no estudo foram: i) Ficha de cadastro, anamnese e avaliação
funcional; ii) Ficha de avaliação e equipamentos para medidas fisiológicas e antropométricas;
iii) Protocolo e equipamentos para medições de força de preensão manual; iv) softwares para
tratamento matemático e estatístico dos dados.
59
i) Ficha de cadastro, anamnese e de avaliação funcional
Este instrumento (anexo 1) foi composto de perguntas referentes ao cadastro dos
sujeitos, dados pessoais e perguntas controle dos critérios de inclusão dos indivíduos na
pesquisa. As perguntas fechadas e abertas foram formuladas com o intuito de registrar a
situação funcional das mãos, punhos e fatores relacionados à prática do exercício físico
regular. As perguntas deste instrumento estão de acordo com FRASER et al (1999), BODUR
et al (2006).
A avaliação funcional das mãos foi avaliada de acordo com os procedimentos de
avaliação funcional de Magee (2005), que descreve como forma de avaliação movimentos
ativos e resistidos de punho e mão.
Foram realizados movimentos ativos e resistidos de flexão, extensão, desvio ulnar,
radial do punho e movimentos de abrir e fechar as mãos. Serão registrados na ficha os
movimentos que gerarem dor ou limitação de movimento. A avaliação funcional será obtida
com os indivíduos realizando os movimentos ativos bilateralmente no mesmo instante e os
movimentos resistidos separadamente, caso haja alteração esta foi assinalada na ficha.
ii) Ficha de avaliação e equipamentos para medidas fisiológicas e antropométricas
Neste instrumento (anexo 2), foram registrados os dados das medições fisiológicas e
antropométricas. As medições fisiológicas consistira da medida da freqüência cardíaca através
dos procedimentos descritos em Minor e Minor, (2001), que orienta que seja monitorada a
freqüência cardíaca no pulso radial por 15s e multiplicar o valor por 4.
A medida da pressão arterial foi realizada através de um estetoscópio (Littmann™,
Classic II 2813 ) com alta sensibilidade acústica e um esfigmomanômetro (adulto, Bic
®
), com
sensibilidade de 1 mm/hg.
As medidas antropométricas seguiram as mensurações realizadas nos estudos de
Boadella et al, (2005) e Ruiz-Ruiz (2002) e foram conduzidas com uma fita antropométrica
(Mabbis Cardiomed) com sensibilidade de 1 mm e um paquímetro ósseo de
segmento(Cardiomed
® ,
WCS 15cm
) com sensibilidade de 1/1 mm.
60
iii) Protocolo e equipamentos para medições de força de preensão manual
Este protocolo foi adaptado dos protocolos de Rogatto (2003), Frederiksen et al (2006) e
Haidar et al (2004). As medidas de força de preensão manual foram obtidas nas curvas de
Força vs tempo. A variável força máxima (F
máx
), força final (F
final.
), instante da contração
muscular (I
cm
), variação do tempo entre a força inicial e a força máxima (Δτ), decréscimo da
força normalizada (%F), foram obtidas a partir dos dados coletados. Para estas medições, foi
empregado um dinamômetro de força de preensão manual desenvolvido pelo Laboratório de
Instrumentação em Biomecânica do CEFID-UDESC. Os detalhes de construção e
funcionamento do equipamento estão descritos no item 3.3.1.
Este dinamômetro foi escolhido devido ao registro dos dados de força no tempo, isto
possibilita que sejam realizados estudos relacionados a variáveis temporais e dinâmicas. Esta
alternativa de tratamento dos dados poderá evidenciar alterações não contempladas em
dinamômetros analógicos.
3.3.1 O dinamômetro e os procedimentos de ajuste de empunhadura
O dinamômetro digital (figura 7) foi construído pelo LABIN-UDESC por Noé Jr e
colaboradores e é empregado em diversas pesquisas.
Figura 7 - Dinamômetro de força de preensão manual, ajustado em diferentes empunhaduras.
Um sistema de variação de empunhadura linear foi adotado permitindo uma maior
precisão das empunhaduras em diferentes tamanhos de mãos. Para a regulação da
empunhadura de cada sujeito da coleta, foi utilizado como referência o artigo de Ruiz-Ruiz
61
(2002) o qual indica o uso de uma empunhadura de 5.5 cm, que neste estudo por apresentar
sujeitos de ambos os sexos com diferentes tamanhos das mãos foi empregado três
empunhaduras possíveis 5.5, 5.0 ou 4.5 cm. Foi adotado o seguinte procedimento, haverá um
momento antes da coleta de adaptação do avaliado ao instrumento de coleta (dinamômetro) e
esta empunhadura será de 5.5 cm, caso não ocorra uma empunhadura confortável e adequada
para o indivíduo, foi oferecido a possibilidade das três empunhaduras. Este procedimento foi
adotado em virtude da amostra ser de homens e mulheres.
O ajuste da empunhadura foi registrado na ficha de dados antropométricos com o
auxílio do paquímetro. O sistema é sensível a forças de tração que atuam no plano ortogonal
ao que contêm as empunhaduras.
Para a aquisição e armazenamento dos dados foi utilizado o programa desenvolvido pelo
Laboratório de instrumentação-LABIN intitulado “Força de preensão manual”, contruído em
linguagem C++ que utiliza a porta paralela do computador para a aquisição dos dados.
iv) Softwares para tratamento matemático e estatístico dos dados
Foram utilizados dois tipos de software para o tratamento matemático e estatístico dos
dados. Para o tratamento matemático foi utilizado o programa Origin 7.5
®
for Windows. O
tratamento estatístico será realizado no software programa SPSS
®
14.0.
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
A coleta de dados do estudo foi realizada em locais diferentes como centros de
atividades e estudos com idosos que realizam ou não exercícios físicos da Grande
Florianópolis. As coletas foram realizadas por uma equipe de pesquisa composta de alunos
dos cursos de fisioterapia dos cursos da UDESC e UNISUL, alunos regulares do Mestrado em
Ciências do Movimento Humano e um fisioterapeuta responsável habilitado para a realização
das mesmas.
O procedimento de coleta foi padronizado pelo treinamento da equipe de coleta,
cabendo a cada integrante uma função. Os alunos do curso de Fisioterapia da UDESC e
UNISUL foram selecionados para a realização da aferição dos sinais vitais, ficha de
anammese e avaliação funcional.
62
Os alunos do mestrado foram responsáveis pelas coletas relacionadas às medições
antropométricas e de força de preensão manual. Todas as coletas foram padronizadas e
realizadas pelas mesmas pessoas.
Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética de Pesquisa em Seres Humanos da
UNISUL (anexo 3) foi realizado o contato com os sujeitos responsáveis pelos grupos de
atividade e estudo do idoso e com os profissionais e estes indicaram quais eram os sujeitos
com o perfil adequado para participar do estudo. Após a aceitação do convite e assinatura do
termo de consentimento livre e esclarecido (anexo 4), foram combinados o dia e o horário
para as avaliações e coletas. Os procedimentos de coleta de dados foram explicados aos
sujeitos e houve um tempo de adaptação do indivíduo ao dinamômetro. Este procedimento foi
realizado com o intuito de facilitar a compreensão do processo de pesquisa e ajuste da
empunhadura.
Todos os procedimentos de coleta foram realizados em seqüência e no mesmo período
de coleta. Alguns cuidados na coleta foram verificados como: não ter realizado o exercício
físico antes da coleta (será aceito o indivíduo que realizou exercício físico a mais de 12
horas); a ordem das coletas de força isométrica foi mão dominante e após não-dominante (foi
determinado pelo pesquisador para facilitar o armazenamento dos dados no programa); os
indivíduos foram orientados a não interromper a respiração no momento da coleta (valsalva).
3.4.1 – Cadastro, anamnese e avaliação funcional (etapa 1)
A primeira etapa das coletas foi composta do preenchimento da ficha de cadastro e
anamnese (anexo 1) por meio de entrevista realizada pela equipe de pesquisa, para registro
dos dados pessoais, controle dos critérios de inclusão dos indivíduos na pesquisa e da prática
de exercício físico regular. Após a entrevista, foram coletados os dados referentes a avaliação
funcional das mãos dos indivíduos adaptados segundo Magee (2005).
Nesta etapa os indivíduos ficaram sentados com os ombros em posição de repouso ao
lado do tronco com os cotovelos em flexão e punhos e mãos livres para a realização da
avaliação funcional.
63
3.4.2 - Avaliação de medidas fisiológicas e antropométricas (etapa 2)
Na segunda etapa, os indivíduos foram submetidos a avaliações antropométricas
fisiológicas e os valores foram registrados em uma ficha de avaliação de medidas fisiológicas
e antropométricas (anexo 2).
Primeiramente, foram realizadas as seguintes medidas antropométricas, segundo os
seguintes autores Anakwe e Huntley e Mceachan (2007); Boadella et al, (2005) :
- Medidas da mão: Comprimento longitudinal (figura 8A) (linha pisiforme até a ponta
do dedo médio); comprimento transversal (figura 8B) (com dedos abduzidos, medida da ponta
do dedo mínimo à ponta do polegar) BOADELLA et al, (2005).
Figura 8: Representação da medida do comprimento
longitudinal da mão.
Figura 9 –Representação da medida do comprimento
transversal da mão.
A avaliação fisiológica foi composta de freqüência cardíaca (FC) e pressão arterial
(PA). Para esta avaliação os sujeitos foram orientados a sentar e foi esperado o tempo de 5
minutos para a realização das medições. Foram realizadas duas verificações de FC e PA, a
primeira coleta foi mensurada momentos antes da coleta e a segunda após o término da última
coleta de força. Este procedimento de monitoramento dos sinais vitais está de acordo com os
cuidados referentes em coletas de força. Segundo Smith e Lukens (1983) a realização da
contração isométrica pode gerar aumento da freqüência cardíaca e pressão arterial
principalmente em pessoas descondicionadas fisicamente.
3.4.3 – Protocolo de medida da força de preensão manual (Etapa 3)
Após estas etapas, foi medida a força de preensão manual isométrica como os sujeitos.
O protocolo de coleta de dados foi adaptado dos trabalhos de HILLMAN et al (2005);
64
FREDERIKSEN et al (2006); DESROSIERS et al (1997); WATANABE et al (2005).
Segundo estes autores alguns cuidados e procedimentos deverão ser seguidos como o
posicionamento do cotovelo, punho e mão e o número de repetições para a verificação de
força.
Os sujeitos foram instruídos a respeito da coleta, o tempo de preensão, a postura
adotada e a respiração durante a coleta. Antes de iniciar a força de preensão manual foi
orientada uma série de exercícios para um pequeno aquecimento com o objetivo de
proporcionar a ativação neuromuscular, melhora da circulação sanguínea e do metabolismo e
uma adaptação do sujeito ao dinamômetro, onde o avaliado segurou e testou a empunhadura
no instrumento. De acordo com Robergs e Roberts (2002) o aquecimento possibilita uma
melhora nos resultados nos testes para aptidão física de força. Este breve aquecimento é
composto por movimentos circulatórios, ativos de flexão, extensão de punho e movimentos
ativos de mão e dedos como abrir e fechar as mãos. A intensidade e o volume não foi
controlado e a duração dos movimentos de aquecimentos terá em média 2 minutos.
O posicionamento dos sujeitos durante a avaliação da força de preensão foi baseado no
protocolo de avaliação da Sociedade Americana de Terapia da Mão (BOHANNON, 1991
apuda HAIDAR et. al, 2004) e Ruiz-Ruiz (2002) o qual é realizado com o sujeito sentado, o
cotovelo mantendo um ângulo de 90º, com três empunhaduras possíveis de 5.5, 4.5, 4 cm,
com antebraço em meia pronação e punho neutro, podendo movimentá-lo até 30° graus de
extensão e com leve desvio ulnar. O braço do sujeito ficou suspenso no ar, o avaliador
verificará durante todo o teste a manutenção da posição do braço e tronco do sujeito figura 9.
O tronco do sujeito deverá estar entre 90° graus e 110° graus de flexão em relação ao quadril.
O ombro ficou na posição de repouso ao lado do tronco com o pesquisador. A posição
do cotovelo foi verificada com o auxílio do goniômetro, este ângulo será mensurado, pois nas
coletas foram encontradas diversos modelos de cadeiras com encostos com diferentes
angulações.
65
Os sujeitos ficaram em frente à tela de um computador colocado sobre uma mesa no
ângulo de visão do avaliado com os dois pés no chão e encostados na cadeira, onde o
programa gerou os comandos de início e final da coleta conforme a figura 11.
Para que as medidas das angulações adotadas em ombro e cotovelo fossem mantidas, foi
desenvolvido um suporte regulável para o dinamômetro e este é regulado antes do início das
coletas conforma a figura 12.
Antes do teste, os avaliadores explicaram a necessidade aos indivíduos avaliados após a
visualização do comando “PRESSIONE” na cor verde figura 13 e deverão realizar o máximo
de força possível durante o tempo estipulado de 30s até o comando de “PARE” na cor
vermelha figura 14. Ante do início da realização da força de preensão manual foi dado o
seguinte comando verbal: “Faça o máximo de força que a senhor (a) puder quando aparecer o
comando pressione em verde embaixo da tela e mantenha pressionado até aparecer o comando
pare em vermelho”. Durante o teste os avaliadores ficaram em silêncio, somente intervindo se
ocorresse algum erro de coleta, posicionamento do sujeito ou alteração de dor ou desconforto
nas mãos. Este protocolo de teste foi determinado pelos pesquisadores.
Figura 10- Representação da
posição das coletas de força de
preensão manual.
Figura 11- Referente ao posicionamento
dos indivíduos em frente ao computador
para o feedback visual durante a coleta de
preensão manual.
Figura 12- Representação do
suporte desenvolvido para as
coletas com o dinamômetro.
66
O protocolo de coleta de dados da força de preensão manual consistiu em permanecer
realizando o máximo de força possível durante 30 s. A freqüência de aquisição utilizada no
teste será de 100 Hz. O tempo de coleta está de acordo com Nicolay e Walker (2005) que
estimaram o tempo de coleta de preensão manual de força, resistência e as variações
antropométricas e diferenças entre os gêneros em seus estudos.
De acordo com Innes (1999) em seu estudo de revisão verificou que os tempos de
coleta podem ser de 3, 6, 10 ou 30 segundos e neste estudo foi utilizado o tempo de 30
segundos em virtude do idoso apresentar lentificação dos movimentos e diminuição do tempo
de reposta a um comando (KAUFFMAN, 2001).
O tempo necessário de coleta foi estipulado de acordo com os objetivos do estudo que
foi analisar a força e o tempo na força de preensão manual no tempo. Foram realizadas
medidas no membro superior direito e esquerdo em duas coletas para cada membro, com
intervalo de no mínimo 5 minutos entre cada coleta. Foi utilizada a curva coletada força vs
tempo que apresentou os maiores valores de força máxima F
(máx)
. O intervalo entre as coletas
com o mesmo membro foi determinado pelo tempo de recuperação neuromuscular necessário
para a geração de outra força isométrica máxima.
A realização de apenas duas tentativas foi adotada por motivos de fadiga e geração de
desconfortos articulares e musculares após a segunda tentativa nas coletas preliminares com
os idosos. A escolha de apenas uma curva teve como critério a curva no qual o idoso
apresentou a força de preensão máxima maior.
Figura 13- Representação do momento no qual o
indivíduo deverá iniciar a preensão manual e
permanecer por 30 segundos.
Figura 14 - Representação do momento no qual o
indivíduo deverá interromper a força de preensão
manual
67
3.5 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS
Segundo os objetivos específicos, verificou-se a existência de influência das variáveis
independentes (prática de exercícios físicos e dominância de membros superiores) sobre os
valores das variáveis dependentes (força e tempo de preensão manual) em mulheres. Os dados
das variáveis de força e de tempo de preensão manual foram primeiramente testados quanto à
distribuição normal, por meio do teste de Shapiro-Wik. Posteriormente, foram obtidas as
medidas descritivas.
Para tanto, elaborou-se um delineamento de projeto fatorial, considerando uma
variável independente entre grupos (prática de exercícios físicos) e uma independente dentre
grupos (dominância de membros superiores). Em cada condição da variável “prática de
exercícios físicos”, participou nove indivíduos diferentes como ilustrado na tabela 5.
Tabela 5: Alocação de participantes às condições do projeto entre participantes e dentre participantes.
Dominância de membros superiores
Mão Dominante Mão Não-dominante
Prática de
exercícios físicos
Praticantes P
1
P
2
P
3
...
P
9
P
1
P
2
P
3
...
P
9
Não-praticantes P
10
P
11
P
12
...
P
18
P
10
P
11
P
12
...
P
18
Para verificar as hipóteses, foi realizado um teste ANOVA 2x2 (entre e dentre
participantes) para os dados das variáveis que apresentaram distribuição normal. As variáveis
que apresentaram efeitos principais significativos, foram posteriormente submetidas a teste t
para análise dos efeitos simples.
As variáveis que não apresentaram distribuição normal foram analisadas por testes não
paramétricos. Nas comparações entre mão dominante e não-dominante, foi empregado o teste
de Sinais em Postos de Wilcoxon. Para as comparações entre praticantes e não–praticantes,
utilizou-se o teste U de mann-Whitney.
Para todos os testes estatísticos, empregou-se o software SPSS for Windows 14.0.
Para todos os testes foi empregado um nível de significância α de 0,05, considerando
hipóteses bicaudais.
68
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS
Inicialmente serão apresentados os dados na forma descritiva das variáveis
antropométricas (comprimento longitudinal, comprimento transversal e empunhadura) após
serão abordados os dados referentes as variáveis da curva força vs tempo da preensão manual
nos grupos masculino e feminino praticantes de exercício físico regular e não praticantes.
Após esta etapa serão realizadas as comparações entre os grupos em relação à dominância, ao
sexo e exercício físico regular.
Os sujeitos participantes deste estudo foram idosos com 60 anos completos ou mais
que praticam e não praticam exercícios físicos regular em um total de 36 idosos.
Apresentaram as seguintes as medidas descritivas de acordo com a tabela 6.
Tabela 6 : Descrição dos grupos participantes com número de participantes por grupo, empunhadura e médias de
idade por grupo.
*Exercício físico regular
** A moda dos valores lidos
Os dados da empunhadura visualizados na tabela 6 tem um tendência a ser maior em
homens. Este fato pode ser entendido devido ao fato do grupo de idosos do sexo masculino
apresentarem as variáveis antropométricas de comprimento longitudinal e transversal maiores
que das mulheres. A empunhadura é alvo de estudos por vários autores e não há um consenso
sobre se há diferença entre elas e o quanto é maior em homens. Isto dificulta por exemplo a
padronização das coletas e a normalização dos dados. De acordo com Ruiz-Ruiz (2002) em
seu trabalho esclarece que há grande dificuldade nos tamanhos adequados de empunhadura
para a maior geração de força em homens e mulheres. Adicionalmente relata para mulheres as
medidas da mão podem influenciar nos tamanhos da empunhadura e em homens em seu
trabalho o tamanho da mão parece não influenciar no tamanho da empunhadura.
De acordo com Boadella et al (2005) as medidas da mão como o comprimentos
podem ter relação com a escolha de uma empunhadura maior ou menor. Acredita-se que a
escolha de uma das três empunhaduras tenha relação com a adaptação ao instrumento e ao
maior ou menor tamanho das mãos entre homens e mulheres.
Gênero/ praticantes ou não de
exercício físico regular
Número de
participantes
Empunhadura**
Idade
X
S S
2
Mulheres praticantes Ex*
9 4,5 64,4 4,58 21
Mulheres não praticantes Ex
9 5 68,7 14,19 71
Homens praticantes Ex
9 5,5 67,56 7,33 53,77
Homens não praticantes Ex
9 5,5/5,0 69 4,5 20,25
69
De acordo com a tabela 6, as idosas praticantes e não praticantes de exercício físico
regular apresentaram respectivamente a média de idade de 64,4
±
4,58 anos e 68,7
±
14,19
anos e os homens praticantes e não praticantes apresentaram respectivamente a média de
67,5 ± 7,33anos e 69 ± 4,5 anos com suas médias de idade sendo que todos os grupos foram
selecionados de acordo com os critérios da OMS que define idoso aquela pessoa que
apresentar 60 anos completos isto em países em desenvolvimento já em países desenvolvidos
a idade é de 65 anos (MAZO e LOPES e BENEDETTI, 2001).
A idade é um fator importante para a análise da força, pois a maioria dos estudos com
idoso e força está relacionada às perdas na força de preensão manual por década de vida com
citam os trabalhos de Frederiksen et al (2006); Desrosiers et al (1999); Desrosiers et al (1997).
Os autores em seus trabalhos buscam o entendimento sobre como acontece o decréscimo da
força em adultos e idosos de ambos os sexos e as possíveis diferenças entre homens e
mulheres. Como o objetivo de facilitar o entendimento do trabalho a apresentação dos
resultados divididos em mulheres e homens.
4.1 Análise descritiva das variáveis antropométricas, de força e de tempo de força de preensão
manual em mulheres
4.1.1 Variáveis antropométricas
As variáveis antropométricas verificadas nas mulheres foi o comprimento longitudinal
e o comprimento transversal de ambas as mãos. As medidas nas mulheres foram coletas na
unidade de cm e divididas em dominantes e não-dominantes acordo com a tabela 7.
Tabela 7: Representação descritiva das variáveis antropométricas em médias de mulheres praticantes e não
praticantes de exercício físico regular.
Prática de
exercício físico
(praticantes/não-
praticantes)
Dominância
(dominante/não
dominante)
Variáveis
(cm)
Medida descritiva
x
S S
2
Intervalo de Confiança
(95%)
Limite
inferior
Limite
superior
Praticantes Dominante
Comprimento longitudinal
17,44 3,62 13,11 14,66 20,22
Comprimento transversal
21,16 1,62 2,62 19,92 22,41
Não Dominante
Comprimento longitudinal
17,43 3,62 13,13 14,64 20,21
Comprimento transversal
21,21 1,54 2,37 20,02 22,39
Não-
praticantes
Dominante
Comprimento longitudinal
17,77 0,66 0,44 17,21 18,33
Comprimento transversal
20,65 1,14 1,30 19,69 21,60
Não Dominante
Comprimento longitudinal
18,17 0,88 0,78 17,43 18,91
Comprimento transversal
21,08 1,29 1,66 20 22,16
70
Na tabela7, observa-se que houve diferença entre os valores do comprimento transversal
e do comprimento longitudinal, sendo o comprimento transversal maior em ambas as mãos
nos grupos de mulheres praticantes e não praticantes de exercício físico regular visualizado no
gráfico 2 abaixo.
No gráfico 2, observa-se que os dados do comprimento longitudinal estão menos
dispersivos em comparação aos dados do comprimento transversal em ambas as mãos e em
todos os grupos.
Isto pode estar relacionado à diferença entre a forma que é realizada a medição
antropométrica das duas medidas. O comprimento longitudinal é medido em repouso
enquanto o comprimento transversal é medido pedindo para o sujeito realizar uma abdução
máxima dos dedos. Esta abdução máxima pode ser influenciada e diminuída pelos
encurtamentos musculares dos músculos intrínsecos das mãos e processos degenerativos
decorrentes do histórico laboral de cada sujeito, aumentados pelo processo de envelhecimento
no sistema músculo-esquelético (KAUFFMAN, 2001).
4.1.2 Variáveis de força e tempo de preensão manual
As variáveis de força de tempo da preensão manual são as Força máxima (F
máx
), F
final (F
final
), decréscimo da força normalizada (%F), Instante do início da contração muscular
(I
CM),
Variação do tempo entre a força inicial e a força máxima (Δt). Na tabela 8 e no gráfico
4 abaixo são apresentados os valores encontrados das variáveis de força e tempo na força de
preensão manual.
10
15
20
25
Comprimento
transversal
Comprimento
longitudinal
Comprimento
transversal
Mão não-dominante
Valores das variáveis antropométricas (cm)
Variáveis antropométricas
Mão dominante
Comprimento
longitudinal
A
10
15
20
25
B
Valores das variáveis antropométricas (cm)
Mão não-dominante
Mão dominante
Comprimento
transversal
Comprimento
longitudinal
Comprimento
transversal
Variáveis antropométricas
Comprimento
longitudinal
Gráfico 2-Representação gráfica em diagrama de caixas das variáveis antropométricas (comprimento
longitudinal e comprimento transvarsal) em mulheres. A) Praticantes B) Não-praticantes.
71
Tabela 8 : Representação descritiva das médias das variáveis de força e no tempo de mulheres praticantes e não
praticantes de exercício físico regular.
* Valor da mediana
Prática de
exercício
físico
Dominância Variável Medida descritiva
x
S S
2
Intervalo de Confiança (95%)
Limite inf Limite sup
Praticantes Dominante
Força máxima (N)
106,41
4,86 23,62
89,91 122,86
Força Final (N)
67,47
4,31 18,63
52,83 82,07
Decréscimo de força total (%)
158,23
14,73 217,4
108,30 208,19
Tempo inicial da contração muscular (s) 0,49 0,21 0,04 0,33 0,66
Variação do tempo (tfmax-tfinicial) (s) 3,03* 0,83 5,23
Não Dominante
Força máxima (N)
101,95
6,10 37,21
81,27 122,64
Força Final (N)
62,04
4,83 23,40
45,64 78,45
Decréscimo de força total (%)
170
11,01 123,27
132,38 207,66
Tempo inicial da contração muscular (s) 0,48 0,24 0,059 0,29 0,67
Variação do tempo (tfmax-tfinicial) (s) 1,92* 1,13 2,72
Não-
praticantes
Dominante
Força máxima (N)
73,47
4,30 18,50
58,91 88,06
Força Final (N)
39,69
4,30 18,50
25,09 54,24
Decréscimo de força total (%)
207,27
15,40 237,25
155,05 259,44
Tempo inicial da contração muscular (s) 1,40 0,79 0,62 0,79 2
Variação do tempo (tfmax-tfinicial) (s) 4,47 5,04 25,42 0,59 8,35
Não Dominante
Força máxima (N)
72,01
4,71 22,25
56,00 87,97
Força Final (N)
32,81
4,58 21,02
17,24 48,33
Decréscimo de força total (%)
245,46
24,28 590
163,12 327,79
Tempo inicial da contração muscular (s) 0,97 0,62 0,39 0,48 1,45
Variação do tempo (tfmax-tfinicial) (s) 1,43 0,77 0,59 0,84 2,03
72
De acordo com a tabela 8 no grupo das mulheres praticantes em relação a F
(máx)
existe
uma tendência dos valores serem maiores do lado dominante e apresentar na variável (
Δt)
valores médios menores que a não-dominante. A variável I
(cm)
na mão dominante não há a
tendência dos valores serem menores que do lado dominante.
Na variável
variação do tempo
entre a força inicial e a força máxima (Δt) o lado não dominante apresenta valores médios
menores que o lado dominante.
No grupo das mulheres não-praticantes em relação a F
(máx)
existe uma tendência dos
valores médios da mão não-dominante serem próximos ao lado dominante e apresentar na
variável (Δt) valores médios menores que a não-dominante. A variável I
(cm)
na mão não-
dominante há a tendência dos valores serem menores que do lado dominante.
Na variável
variação do tempo entre a força inicial e a força máxima Δt o lado não dominante apresenta
valores médios menores que o lado dominante.
De acordo com o gráfico 3, observa-se que nas variáveis F
(máx)
e F
(final)
em mãos
dominante e não-dominantes valores pouco dispersivos em mulheres praticantes e não-
praticantes de exercícios físicos. Nos valores de decréscimo da força (%F) observa-se que
tanto na mão dominante como não-dominante os valores dispersos e com valores discrepantes
acentuados.
O gráfico 4 mostra os valores das variáveis do tempo na preensão manual entre
mulheres praticantes e não-praticantes,
0
20
40
60
80
100
Decréscimo
força tot. (%)
Decréscimo
força tot. (%)
Força final
Força finalForça máx
Variáveis de força de preensão
Valores de força de preensão (N)
Mão não-dominante
Mão dominante
Força máx
A
0
20
40
60
80
100
B
Valores de força de preensão (N)
Decréscimo
força tot. (%)
Decréscimo
força tot. (%)
Força final
Força final
Força máx
Variáveis de força de preensão
Força máx
Mão não-dominante
Mão dominante
Gráfico 3 : Representação em diagrama de caixas das variáveis de força de preensão manual em mulheres
praticantes e não-praticantes de exercício físico regular. A)Praticantes B) Não-praticantes.
73
0
1
2
3
4
5
6
7
Variáveis de tempo de preensão
Valores de tempo de preensão (s)
Mão não-dominante
Mão dominante
Variação do tempo
(t
Fmax
-t
Finicial
)
Tempo inicial
contr. musc.
Tempo inicial
contr. musc.
Variação do tempo
(t
Fmax
-t
Finicial
)
A
0
1
2
3
4
5
6
7
B
Variação do tempo
(t
Fmax
-t
Finicial
)
Tempo inicial
contr. musc.
Variáveis de tempo de preensão
Valores de tempo de preensão (s)
Mão não-dominante
Mão dominante
Tempo inicial
contr. musc.
Variação do tempo
(t
Fmax
-t
Finicial
)
*17.2
Gráfico 4 : Representação em diagramas em caixas das variáveis do tempo na preensão manual em mulheres
praticantes e não-praticantes de exercício físico regular. A) Praticantes B) Não-praticantes
De acordo com o gráfico 4, observa-se que os valores das variáveis do tempo I
(cm)
em
ambos grupos são poucos dispersos diferentemente dos dados relacionados a variável Δt que
apresenta valores dispersos em um intervalo de dados maior com a presença de valores
discrepantes.
No gráfico 5 pode se observar as diferenças entre as idosas que praticam e não
praticam exercício físico regular.
0 5 10 15 20 25 30 35
0
50
100
150
200
250
300
0 5 10 15 20 25 30 35
0
50
100
150
200
250
300
Mulher sem exercício
Força (N)
Tempo (s)
Mulher com exercício
Gráfico 5: Representação das curvas com idosas que obtiveram em seus grupos os melhores resultados de força
máxima.
Pode ser verificar no gráfico 5 que as idosas que obtiveram maiores valores de força
máxima nos grupos de praticantes e não-praticantes apresentam as curvas de força x tempo
diferenciadas no valor de força e tempo na preensão manual.
74
4.2 Testes de comparação entre grupos
Segundo os objetivos específicos, verificou-se a existência de influência das variáveis
independentes (prática de exercícios físicos e dominância de membros superiores) sobre os
valores das variáveis dependentes (força e tempo de preensão manual) em mulheres.
Para tanto, elaborou-se um delineamento de projeto conforme descrito no capítulo 3
(pág. 56). Para verificar as hipóteses, foi realizado um teste ANOVA 2x2 (Fatorial entre e
dentre participantes) para os dados das variáveis que apresentaram distribuição normal. A
variável Δt foi analisada por testes não paramétricos.
Testes paramétricos
Os resultados da análise dos efeitos principais das variáveis independentes sobre as
variáveis de força e tempo de preensão manual, estão descritos na tabela 9.
Tabela 9: Resultados da ANOVA 2x2 para o grupo de mulheres .
Variáveis
dependentes
Variáveis
independentes
F p
η
2
F
máx
(N)
Dominância 0,886 0,360 0,052
Prática de exercício 9,896
0,006
0,382
Dominância x Prática
de exercício
0,225 0,641 0,014
F
final (N)
Dominância 2,695 0,120 0,144
Prática de exercício 10,959
0,004
0,407
Dominância x Prática
de exercício
0,039 0,846 0,002
%
F
Dominância 2,296 0,149 0,125
Prática de exercício 3,913 0,065 0,197
Dominância x Prática
de exercício
0,643 0,434 0,039
I
cm (s)
Dominância 2,060 0,170 0,114
Prática de exercício 11,689
0,004
0,422
Dominância x Prática
de exercício
2,332 0,146 0,127
75
O efeito principal da variável dominância sobre a variável força máxima (F
máx
) tem
um valor de F (0,886) com uma probabilidade de significância de 0,360 (p>α); sobre a força
final (F
final
) tem um valor de F (2,695) com uma probabilidade de significância de 0,120
(p>α); sobre o decréscimo da força normalizada (%F) tem um valor de F (2,296) com uma
probabilidade de significância de 0,149 (p>α); sobre o tempo da contração inicial (I
CM
) tem
um valor de F (2,060) com uma probabilidade de significância de 0,170 (p>α). Ou seja, em
todos os níveis combinados da variável prática de exercício (praticantes e não-praticantes),
não há diferenças estatisticamente significativas entre as médias da mão dominante e não-
dominante nas variáveis F
(max)
, F
(final),
%F e I
(CM)
.
O efeito principal da variável prática de exercício sobre a variável força máxima (F
máx
) apresentou um valor de F (9,896) com uma probabilidade de significância de 0,006
(p<α); sobre a força final (F
final
) tem um valor de F (10,959) com uma probabilidade de
significância de 0,004 (p<α); sobre o decréscimo da força normalizada (%F) tem um valor de
F (3,913) com uma probabilidade de significância de 0,065 (p>α); e sobre o tempo da
contração inicial (I
cm
) tem um valor de F (11,689) com uma probabilidade de significância de
0,0004 (p<α). Ou seja, em todos os níveis combinados da variável dominância (mão
dominante e não-dominante), há diferenças estatisticamente significativas entre as médias das
mulheres praticantes e não-praticantes, nas variáveis F
máx
, F
final
e I
cm
. Não foram observadas
diferenças estatisticamente sobre a variável %F.
O efeito principal da interação entre dominância e prática de exercício não apresentou
significância, como pode ser verificado no gráfico 6.
0
20
40
60
80
0
20
40
60
80
Não-praticantes
F
máx
, mão dominante
F
final
, mão dominante
, mão dominante
Médias dos valores de força de preensão (N)
Praticantes
%F
F
máx
, mão não dominante
F
final
, mão não dominante
, mão não dominante
Prática de Exercícios
%F
A
0
20
40
60
80
0
20
40
60
80
Não-praticantes
F
máx
, mão dominante
F
final
, mão dominante
, mão dominante
Médias dos valores de força de preensão (N)
Praticantes
%F
F
máx
, mão não dominante
F
final
, mão não dominante
, mão não dominante
Prática de Exercícios
%F
A
Gráfico 6-Representação das interações entre as variáveis dominância e prática de exercícios em mulheres
praticantes e não-praticantes de exercício físico. A) Variáveis de força B) Variáveis de tempo
.
76
As variáveis que apresentaram efeitos principais significativos, foram submetidas a
testes t, para análise dos efeitos simples. Verificou-se se há diferenças entre as médias de
mulheres praticantes e não praticantes de exercício. Na tabela 10 encontram-se os resultados
dos testes t.
Tabela10: Resultados dos testes t para o grupo de mulheres para a verificação dos efeitos simples.
Variáveis dependentes Condição t p
F
máx
(N)
Mão Dominante
3,451
,003
Mão não-dominante
2,641
,018
F
final
(N)
Mão Dominante
3,101
,007
Mão não-dominante
2,985
,009
I(
CM
) (s)
Mão Dominante
-3,326
,004
Mão não-dominante
-2,135
,049
Observa-se na tabela 10 que para todas as condições o p<(0,005). O efeito simples de
todas as condições (praticantes/não-praticantes) da variável prática de exercício na condição
mão dominante, tem um valor para F(
máx
) de t=3,451, com uma probabilidade de significância
de 0,003 (p<α); para F(
final)
t=3,101, com uma probabilidade de significância de 0,007 (p<α);
e de I
(CM)
de t=-3,326, com uma probabilidade de significância de 0,004 (p<α). Ou seja, existe
diferença significativa nas médias das variáveis F(
max
), F(
final
) e I
CM
medidas na mão
dominante entre mulheres que praticam e não praticam exercício.
O efeito simples de todas as condições (praticantes/não-praticantes) da variável prática
de exercício na condição mão não dominante, tem um valor para F
(máx)
de t=2,641, com uma
probabilidade de significância de 0,018 (p<α); para F
(final)
t=2,985, com uma probabilidade de
significância de 0,009 (p<α); e de I
(cm)
de t=-2,135, com uma probabilidade de significância
de 0,049 (p<α). Ou seja, existe diferença significativa nas médias das variáveis F
máx
,
F
final
e I
cm
medidas na mão dominante e não-dominante entre mulheres que praticam e não
praticam exercício.
Testes não paramétricos
De acordo com os testes de normalidade de Shapiro Wilk, os dados da variável Δt
não apresentaram distribuição normal. Logo, realizaram-se testes comparativos não
paramétricos. Primeiro, realizou-se a comparação entre os grupos dominante/não dominante
(Teste dos Sinais em Postos de Wilcoxon) no grupo de praticantes de exercício. Depois,
77
realizou-se a mesma comparação no grupo de não-praticantes de exercício. Os resultados,
podem ser observados na tabela 11.
Tabela11: Resultados do teste de Sinais em Postos de Wilcoxon, comparando dominância no grupo de mulheres
Variáveis dependentes Condição Z P
Variação de tempo (s)
Praticantes
-1,362 ,173
Não-Praticantes
-2,310
,021
No grupo dos praticantes, verificou-se um valor da estatística Z (-1,362) com uma
probabilidade de significância de 0,173 (p>α). No grupo dos não-praticantes, verificou-se um
valor da estatística Z (-2,310) com uma probabilidade de significância de 0,021 (p<α). Ou seja,
existe diferença significativa entre as medianas da variável Δt entre mão dominante e não
dominante somente no grupo dos não- praticantes.
Em uma segunda etapa, realizou-se a comparação entre os grupos praticantes/não-
praticantes, na condição mão dominante e depois na condição mão não- dominante
empregando o teste U de Mann-Whitney. Os resultados, podem ser observados na tabela 12.
Tabela 12 Resultados do teste de U de Mann-Whitney, comparando grupo de praticantes e não-praticantes.
Variáveis dependentes Condição U p
Variação de tempo (s)
Praticantes 32,000 0,453
Não-Praticantes 28,000 0,270
Na medidas da mão dominante, verificou-se um valor da estatística U (32,000) com
uma probabilidade de significância de 0,453 (p>α). Nas medidas da mão não dominante,
verificou-se também um valor da estatística U (28,000) com uma probabilidade de
significância de 0,270 (p>α). Ou seja, que não existe diferença significativa entre as medianas
da variável Δt entre mulheres praticantes e não praticantes de exercício independentemente da
dominância de mão.
78
4.3 Análise descritiva das variáveis antropométricas, de força e de tempo de força de preensão
manual em homens.
4.3.1 Variáveis antropométricas
As variáveis antropométricas verificadas nos homens foi o comprimento longitudinal e
o transversal de ambas as mãos. As medidas nos homens foram coletadas na unidade de cm e
divididas em dominantes e não-dominantes acordo com a tabela 13.
Tabela 13: Representação descritiva das variáveis antropométricas em médias de homens praticantes e não
praticantes de exercício físico regular.
Prática de
exercício físico
(praticantes/não-
praticantes)
Dominância
(dominante/não
dominante)
Variáveis
(cm)
Medida descritiva
x
S S
2
Intervalo de Confiança
(95%)
Limite
inferior
Limite
superior
Praticantes Dominante
Comprimento longitudina
17,44 3,62 13,11 14,66 20,22
Comprimento transversal
21,16 1,62 2,62 19,92 22,41
Empunhadura
5,4
Não Dominante
Comprimento longitudinal
17,43 3,62 13,13 14,64 20,21
Comprimento transversal
21,21 1,54 2,37 20,02 22,39
Empunhadura
5,18
Não-
praticantes
Dominante
Comprimento longitudinal
17,77 0,66 0,44 17,21 18,33
Comprimento transversal
20,65 1,14 1,30 19,69 21,60
Empunhadura
Não Dominante
Comprimento longitudinal
18,17 0,88 0,78 17,43 18,91
Comprimento transversal
21,08 1,29 1,66 20 22,16
Na tabela 13, observa-se que houve diferença entre os valores do comprimento
transversal e do comprimento longitudinal, sendo o comprimento transversal maior em ambas
as mãos nos grupos homens praticantes e não praticantes de exercício físico regular
visualizado no gráfico 7.
10
15
20
25
C
Valores das variáveis antropométricas (cm)
Variáveis antropométricas
Comprimento
transversal
Comprimento
longitudinal
Comprimento
transversal
Comprimento
longitudinal
Mão não-dominante
Mão dominante
10
15
20
25
D
Valores das variáveis antropométricas (cm)
Variáveis antropométricas
Comprimento
transversal
Comprimento
longitudinal
Comprimento
transversal
Comprimento
longitudinal
Mão não-dominante
Mão dominante
Gráfico 7 : Representação gráfica das médias das variáveis antropométricas (comprimento longitudinal e
comprimento transvarsal) em homens. A) Praticantes B) Não-praticantes
79
Observa-se no gráfico 7 que os valores da variável comprimento longitudinal são menos
dispersos que os valores da variável comprimento tranversal em ambos grupos de praticantes
e não-praticantes. O valor do comprimento longitudinal dos sujeitos apresenta valores
discrepantes. O valor se mantém maiores no comprimento transversal em relação ao
comprimento longitudinal em ambos os grupos.
4.3.2 Variáveis de força e tempo de preensão manual
As variáveis de força de tempo da preensão manual são as Força máxima (F
máx
), F
final (F
final
), decréscimo da força normalizada (%F), Instante do início da contração muscular
(
I
CM),
Variação do tempo entre a força inicial e a força máxima (Δt). Na tabela 14 e no
gráfico 8 abaixo são apresentados os valores encontrados das variáveis de força e tempo na
força de preensão manual.
Tabela 14 : Representação descritiva das variáveis médias de força e no tempo de homens praticantes e não
praticantes de exercício físico regular.
Prática de
exercício
físico
Dominância
Variável Medida descritiva
x
S S
2
Intervalo de Confiança
(95%)
Limite
inferior
Limite
superior
Praticantes Dominante
Força máxima (N) 167,05 8,05 64,86 139,75 194,34
Força Final (N) 108,26 6,96 48,53 84,67 131,90
Decréscimo de força total (%) 157,26 7,12 50,75 133,13 181,42
Tempo inicial da contração muscular(s) 0,52 0,43 0,19 0,18 0,85
Variação do tempo (tfmax-tfinicial) (s) 1,78 0,91 0,83 1,07 2,48
Não
Dominante
Força máxima (N) 159,73 9,32 0,86 128,11 191,08
Força Final (N) 103,85 7,96 59,27 77,74 129,96
Decréscimo de força total (%) 156,29 8,69 75,52 126,83 185,74
Tempo inicial da contração muscular(s) 0,46 0,17 0,02 0,33 0,59
Variação do tempo (tfmax-tfinicial) (s) 2,22 1,89 3,57 0,77 3,67
Não-
praticantes
Dominante
Força máxima (N) 151,88 4,63 21,52 167,62 302,52
Força Final (N) 86,70 5,62 30,50 105,44 151,11
Decréscimo de força total (%) 186,67 15,16 230 238,09 300,56
Tempo inicial da contração muscular(s) 1,25 1,38 1,91 0,19 2,31
Variação do tempo (tfmax-tfinicial) (s) 3,13 2,24 5,05 1,40 4,96
Não
Dominante
Força máxima (N) 139,62 5,76 33,25 159,15 266,85
Força Final (N) 66,15 4,80 23,25 82,46 110,64
Decréscimo de força total (%) 219,97 21,63 467,86 293,30 325,94
Tempo inicial da contração muscular(s) 0,65 0,49 0,24 0,27 1,03
Variação do tempo (tfmax-tfinicial) (s) 1,69 1,67 2,80 0,40 2,98
80
0
20
40
60
80
100
C
Valores de força de preensão (N)
Decréscimo
força tot. (%)
Decréscimo
força tot. (%)
Força final
Força final
Força máx
Variáveis de força de preensão
Força máx
0
20
40
60
80
100
D
Valores de força de preensão (N)
Decréscimo
força tot. (%)
Decrésci mo
força tot. (%)
Força final
Força final
Força máx
Variáveis de força de preensão
Força máx
Gráfico 8 : Representação em diagrama de caixas das variáveis de força de preensão manual em homens
praticantes e não-praticantes de exercício físico regular. A)Praticantes B) Não-praticantes.
De acordo com a tabela 14 os valores médios de força máxima e força final entre
membros dominante e não-dominante apresentam uma tendência de ser maior no grupo de
praticantes de exercício. A variável %F apresenta os valores mais dispersos das variáveis da
força.
O gráfico 9 apresenta os dados das variáveis do tempo em homens praticantes e não
praticantes.
0
1
2
3
4
5
6
7
D
Valores de tempo de preensão (s)
Variação do tempo
(t
Fmax
-t
Finicial
)
Tempo inicial
contr. musc.
Variáveis de tempo de preensão
Tempo inicial
contr. musc.
Variação do tempo
(t
Fmax
-t
Finicial
)
Mão não-dominante
Mão dominante
*8.3
0
1
2
3
4
5
6
7
C
Valores de tempo de preensão (s)
Variáveis de tempo de preensão
Variação do tempo
(t
Fmax
-t
Finicial
)
Tempo inicial
contr. musc.
Tempo inicial
contr. musc.
Variação do tempo
(t
Fmax
-t
Finicial
)
Mão não-dominante
Mão dominante
Gráfico 9-Representação em diagramas em caixas das variáveis do tempo na preensão manual em homens
praticantes e não-praticantes de exercício físico regular. C) Praticantes D) Não-praticantes
81
De acordo com o gráfico 9, observa-se que os valores das variáveis do tempo Δt
ambos grupos são mais dispersos em um intervalo de dados maior com a presença de valores
discrepantes que os dados relacionados a variável I
cm
que apresenta menos dispersos.
No gráfico 10 pode-se observar as diferenças entre os idosos que obtiveram os maiores
valores de força máxima que praticam e não praticam exercício físico regular.
0 5 10 15 20 25 30 35
0
50
100
150
200
250
0 5 10 15 20 25 30 35
0
50
100
150
200
250
Força (N)
Tempo (s)
Homem praticante
Homem não-praticante
Gráfico 10: Representação das curvas com idosos que obtiveram em seus grupos os melhores resultados de
força máxima.
Pode ser verificar no gráfico 10 que os idosos que obtiveram maiores valores de força
máxima nos grupos de praticantes e não-praticantes apresentam as curvas de força x tempo
diferenciadas no valor de força máxima mas os valores temporais semelhantes na preensão
manual.
No gráfico 11 são apresentadas as curvas de força X tempo nos homens e mulheres
praticantes e não-praticantes de exercícios físicos regulares que obtiveram os melhores
resultados de força máxima.
82
0 5 10 15 20 25 30 35
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
Força (N)
Tempo (s)
Mulheres não-Praticantes
Mulheres praticantes
Homens praticantes
Homens não-praticantes
Gráfico 11: Representação das curvas com homens e mulheres praticantes e não-praticentes que obtiveram em
seus grupos os melhores resultados de força máxima.
4.4 Testes de comparação entre grupos
Segundo os objetivos específicos, verificou-se a existência de influência das variáveis
independentes (prática de exercícios físicos e dominância de membros superiores) sobre os
valores das variáveis dependentes (força e tempo de preensão manual) em homens.
Para tanto, elaborou-se um delineamento de projeto conforme descrito no capítulo 3
(pág 56). Para verificar as hipóteses, foi realizado um teste ANOVA 2x2 (Fatorial entre e
dentre participantes) para os dados das variáveis que apresentaram distribuição normal. As
variáveis IMC e Δt foram analisadas por testes não paramétricos.
Testes paramétricos
Os resultados da
análise dos efeitos principais das variáveis independentes sobre as
variáveis de força e tempo de preensão manual, estão descritos na tabela15.
Tabela 15:Resultados da ANOVA 2x2 para o grupo de homens
Variáveis
dependentes
Variáveis
independentes
F P
η
2
F
máx
(N)
Dominância 3,632 ,075 ,185
Prática de exercício 1,581 ,227 ,090
Dominância x Prática
de exercício
,227 ,640 ,014
F
final (N)
Dominância
5,004
,040
,238
Prática de exercício
6,130
,025
,277
Dominância x Prática
de exercício
2,095 ,167 ,116
83
%
F
Dominância 1,297 ,272 ,075
Prática de exercício 3,146 ,095 ,164
Dominância x Prática
de exercício
1,459 ,245 ,084
Observa-se na tabela 15, que o efeito principal da variável dominância sobre a variável
força máxima tem um valor de F (3,632) com uma probabilidade de significância de 0,075
(p>α); sobre a variável força final tem um valor de F (5,004) com uma probabilidade de
significância de 0,040 (p<α); sobre a variável decréscimo da força total tem um valor de F
(1,297) com uma probabilidade de significância de 0,272 (p>α). Ou seja, em todos os níveis
combinados da variável prática de exercício (mulheres praticantes e não-praticantes), não há
diferenças estatisticamente significativas entre as médias da mão dominante e não-dominante
nas variáveis F
(máx)
e %F. Foram encontradas diferenças significativas na variável F
(final)
.
O efeito principal da variável prática de exercício sobre a variável força máxima tem
um valor de F (1,581) com uma probabilidade de significância de 0,227 (p>α); sobre a
variável força final tem um valor de F (6,130) com uma probabilidade de significância de
0,025 (p<α); sobre a variável decréscimo da força total tem um valor de F (3,146) com uma
probabilidade de significância de 0,095 (p>α). Ou seja, em todos os níveis combinados da
variável dominância (mão dominante e não-dominante), não há diferenças estatisticamente
significativas entre as médias dos homens praticantes e não-praticantes, nas variáveis F
(máx)
,
%F. Foram observadas diferençam estatisticamente significativas na F
(final)
.
O efeito principal da interação entre dominância e prática de exercício não apresentou
significância, como pode ser verificado no gráfico 12.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0
20
40
60
80
F
max
, mão dominante
F
final
, mão dominante
, mão dominante
A
Médias dos valores de força de preensão (N)
F
max
, mão não-dominante
F
final
, mão não-dominante
, mão não-dominante
Praticantes
Não-praticantes
Prática de Exercios
0
2
4
6
8
10
0
2
4
6
8
10
B
Médias dos valores de tempo de preensão (s)
ICM, mão não dominante
Δt, mão não dominante
Praticantes
Não-praticantes
Prática de Exercícios
ICM, mão dominante
Δt, mão dominante
Gráfico 12- Representação das interações entre as variáveis dominância e prática de exercícios em homens
praticantes e não-praticantes de exercício físico. A) Variáveis de força B) Variáveis de tempo
84
As variáveis que apresentaram efeitos principais significativos, foram submetidas a
testes t, para análise dos efeitos simples. Verificou-se se há diferenças entre as médias de
homens praticantes e não praticantes de exercício. Na tabela 16 encontram-se os resultados
dos testes t.
Tabela16: Resultados dos testes t para o grupo de homens para a verificação dos efeitos simples
Variável
dependente
Condição t p
F
final
(N)
Praticantes ,456 ,660
Não-Praticantes 3,677
,006
O efeito simples de todas as condições (dominante/não-dominante) da variável
dominância medidas no grupo de praticantes de exercício, tem um valor para F
final
t=0,456,
com uma probabilidade de significância de 0,660 (p>α). Ou seja, não existe diferença
significativa nas médias da variável F
(final)
(medida na mão dominante) entre homens que
praticam e não praticam exercício.
O efeito simples de todas as condições (dominante/não-dominante) da variável
dominância medidas no grupo de praticantes de exercício, para F
(final)
t=3,6770, com uma
probabilidade de significância de 0,006 (p<α); Ou seja, existe diferença significativa nas
médias da variável F
(final)
(medidas na mão não dominante) entre homens que praticam e não
praticam exercício.
Tabela 17: Resultados do teste t independente para efeitos simples de todas as condições da variável prática de
exercício em cada condição de dominância na variável F
(final)
,
Variável dependente Condição t p
F
final
(N) Mão Dominante 1,650 ,118
Mão não-dominante 2,825
,012
O efeito simples de todas as condições (praticantes/não-praticantes) da variável
prática de exercício na condição mão dominante, tem um valor para F
(final)
t=1,650, com uma
probabilidade de significância de 0,118 (p>α). Ou seja, não existe diferença significativa nas
médias da variável F
(final)
(medida na mão dominante) entre homens que praticam e não
praticam exercício.
O efeito simples de todas as condições (praticantes/não-praticantes) da variável
prática de exercício na condição mão não dominante, para F
(final)
t=2,985, com uma
probabilidade de significância de 0,012 (p<α); Ou seja, existe diferença significativa nas
médias da variável F
(final)
(medidas na mão não dominante) entre homens que praticam e não
praticam exercício.
85
Testes não-paramétricos
Como os dados da variável I
(CM)
não apresentaram distribuição normal, realizaram-se
testes comparativos não paramétricos. Primeiro, realizou-se a comparação entre os grupos
mão dominante/mão não dominante (Teste dos Sinais em Postos de Wilcoxon) no Grupo de
Praticantes de Exercício. Depois, realizou-se a comparação entre os grupos mão
dominante/mão não dominante (Teste dos Sinais em Postos de Wilcoxon) no Grupo de Não-
praticantes de Exercício.
Tabela 18:Resultados do teste de Sinais em postos de Wilcoxon, comparando a dominância.
Variáveis dependentes Condição Z p
I
(CM)
(s)
Praticantes -,356 ,722
Não-Praticantes -1,481 ,139
No grupo dos Praticantes, verificou-se um valor da estatística Z (-0,356) com uma
probabilidade de significância de 0,722 (p>α). No grupo dos não-praticantes, verificou-se um
valor da estatística Z (-1,481) com uma probabilidade de significância de 0,139 (p>α). Ou
seja, não existe diferença significativa entre as medianas da variável I
CM
entre mão dominante
e não dominante, independentemente da prática de exercícios.
Em segundo lugar, realizou-se a comparação entre os grupos exercício / não exercício,
na condição mão dominante (Teste U de Mann-Whitney). E depois, não- dominante (Teste U
de Mann-Whitney).
Tabela 19:
Resultados do teste de U de Mann-Whitney, comparando grupo de praticantes e não-praticantes
Variáveis dependentes Condição U p
ICM (s) Mão Dominante 25,000 ,171
Mão Não-dominante 33,500 ,536
Na medidas da mão dominante, verificou-se um valor da estatística U (25,000) com
uma probabilidade de significância de 0,171 (p>α). Nas medidas da mão não dominante,
verificou-se também um valor da estatística U (33,500) com uma probabilidade de
significância de 0,536 (p>α). Ou seja, que não existe diferença significativa entre as medianas
da variável ICM entre mulheres praticantes e não praticantes de exercício, independentemente
da dominância de mão.
Como os dados da variável Δt também não apresentaram distribuição normal,
realizaram-se testes comparativos não paramétricos. Primeiro, realizou-se a comparação entre
86
os grupos mão dominante/mão não dominante (Teste dos Sinais em Postos de Wilcoxon) no
Grupo de Praticantes de Exercício. Depois, realizou-se a comparação entre os grupos mão
dominante/mão não dominante (Teste dos Sinais em Postos de Wilcoxon) no Grupo de Não-
praticantes de Exercício.
Tabela 20: Resultados do teste de Sinais em Postos de Wilcoxon, comparando a dominância.
Variáveis dependentes Condição Z p
Variação de tempo (s) Praticantes
-,059 ,953
Não-Praticantes
-1,955 ,051
No grupo dos Praticantes, verificou-se um valor da estatística Z (-0,059) com uma
probabilidade de significância de 0,953 (p>α). No grupo dos não-praticantes, verificou-se um
valor da estatística Z (-1,955) com uma probabilidade de significância de 0,051 (p>α). Ou
seja, não existe diferença significativa entre as medianas da variável diferença de tempo entre
mão dominante e não dominante independentemente da prática de exercícios físicos.
Em segundo lugar, realizou-se a comparação entre os grupos praticantes/não-
praticantes exercício, na condição mão dominante (Teste U de Mann-Whitney). E depois,
não- dominante (Teste U de Mann-Whitney).
Tabela 21:Resultados do teste de U de Mann-Whitney, comparando grupo de praticantes e não-praticantes.
Variáveis dependentes Condição U p
Variação de tempo (s) Mão Dominante 23,500 ,133
Mão não-dominante 27,000 ,233
Na medidas da mão dominante, verificou-se um valor da estatística U (23,500) com
uma probabilidade de significância de 133 (p>α). Nas medidas da mão não dominante,
verificou-se também um valor da estatística U (27,000) com uma probabilidade de
significância de 233 (p>α). Ou seja, que não existe diferença significativa entre as medianas
da variável diferença de tempo entre homens praticantes e não praticantes de exercício,
independentemente da dominância de mão.
Através dos resultados obtidos nos testes estatísticos foram feitas algumas constatações
incialmente no grupo dos homens e após nas mulheres.
Nos homens em relação a dominância dos membros superiores não há evidências
suficientes para afirmar que a variável dominância tem influência sobre as variáveis F
(máx),
F
(final),
%F e I
(cm)
. Na variável Δt teve influência significativa somente nos homens não
praticantes.
87
Foi verificado que a prática de exercício físico regular tem influência significativa nas
variáveis F
(máx)
, F
(final)
e
I
(cm)
. E não há evidências suficientes para afirmar que a variável
prática de exercícios tem influência na variável %F e Δt.
De acordo com as medidas descritivas apresentadas entre os grupos de homens que
são praticantes e não-praticantes podemos afirmar para este estudo somente que na variável F
(máx)
as mulheres que praticam exercício físico regularmente apresentam em valores médios a
F
(máx)
30% maior que as mulheres que não praticam.
Em relação a F
(final)
no instante 30 s as mulheres que praticam exercício físico
regularmente apresentam em valores médios aproximadamente 40% a mais de força que as
mulheres que não-praticam exercício físico regular. Na variável I
(cm)
as mulheres que praticam
exercício físico regularmente apresentam em valores médios uma reposta neuromuscular três
vezes mais rápida.
Em virtude dos resultados obtidos pode-se sugerir que em mulheres idosas a prática do
exercício físico regular influencia as variáveis de força e a resposta neuromuscular ao
estímulo da contração muscular.
Nos homens não há evidências suficientes para afirmar que a variável dominância tem
influência sobre as variáveis F
(máx)
, %F, I
(cm)
e Δt. Na variável força final foi verificada
influência significativa da dominância somente nos não-praticantes.
Foi verificado que a prática de exercício físico tem influência significante nas
variáveis F
(final)
somente na mão não dominante. E não há evidências suficientes para afirmar
que a variável prática de exercícios tem influência nas variáveis F
(máx),
%F, I
(cm)
e Δt.
88
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao término deste trabalho algumas considerações podem ser realizadas, como que
mulheres e homens idosos apresentaram diferentes resultados perante a prática ou não do
exercício físico regular.
As mulheres são em maior quantidade nos grupos de estudo e atividade do idoso e
praticam mais exercício físico. O exercício físico é a ferramenta mais importante para um
envelhecimento saudável, pois como visto neste estudo há diferenças significativas em
praticantes homens ou mulheres no sentido da resposta neuromotora como também na
capacidade de gerar força máxima.
No idoso estes dois aspectos são de profunda importância para o sistema
neuromuscular e para a sua qualidade de vida e indepedência funcional. Em virtude da
diminuição de todos os processos biológicos durante a vida é na terceira idade que a
possibilidade de acidentes se torna mais evidente como o risco de queda, queda de objetos
seguros com os membros superiores.
A avaliação das condições funcionais e de força dos membros superiores é muito
importante para boa qualidade de vida no idoso em viturde disto há várias correntes de
prescrição de exercícios físicos para o idoso.
Nas mulheres foi verificado que a prática de exercício físico regular tem influência
significativa nas variáveis F
(máx)
, F
(final)
e
I
(cm)
. Em virtude dos resultados obtidos pode-se
sugerir que em mulheres idosas a prática do exercício físico regular influencia as variáveis de
força e a resposta neuromuscular ao estímulo da contração muscular.
Nos homens não há evidências suficientes para afirmar que a variável dominância tem
influência sobre as variáveis F
(máx)
, %F, I
(cm)
e Δt. Na variável F
(final)
foi verificada a
influência significativa da dominância somente nos não-praticantes.
Foi verificada que a prática de exercício físico tem influência significante nas
variáveis F
(final)
somente na mão não dominante. E não há evidências suficientes para afirmar
que a variável prática de exercícios tem influência nas variáveis F
(máx),
%F, I
(cm)
e Δt.
Para este estudo, as mulheres que praticam exercício físico regularmente apresentam as
variáveis de força com menor decréscimo que as mulheres que não-praticam.
Foi verificado de forma subjetiva que os idosos que participaram do estudo apresentam
diferenças principalmente as relacionadas ao entendimento e realização dos testes. Os idosos
89
praticantes de exercícios físicos regulares entendem melhor o processo de coleta e
possivelmente a realizam de forma correta.
90
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WELLS, R.; GREIG, M. Characterizing human prehensile strength by force and moment
wrench. Ergonomics, v44, n15, p. 1392-1402, , 2001.
98
WING, A.M.; HAGGARD, P., FLANAGAN, J.R. Anticipatory control of grip force in rapid
arm movements. Hand and Brain: The Neurophysiology and Psychology of Hand
Movements. Academic Press, San Diego, p. 301-324, 1996.
WOLF, L. D.; MATHESON, L. N.; FORD, D. D.; KWAK, A. L. Relationships among grip
strength, work capacity and recovery. Journal of Occupational Rehabilitation, v. 6, p. 57-
70, 1996.
ZARO, M. Técnicas experimentais. Porto Alegre,(Apostila). Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, 2000.
99
ANEXO 1
QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DE INDIVÍDUOS DE AMBOS OS SEXOS
COM MAIS DE 60 ANOS
FICHA DE CADASTRO E ANAMNESE
Data da avaliação: Hora: Sexo ( ) M ( ) F
Nome:
Idade: Data de nascimento:
Profissão atual: Ocupação anterior:
Endereço: Telefone cont:
Dominância: ( ) Direita ( ) Esquerda ( ) Ambidestra
Perguntas relacionadas as mãos
1- Apresenta alguma dor ou desconforto nas mãos durante as atividades durante o dia?
( ) Sim ( ) Não Qual mão?
2- Você sente alguma fraqueza nas mãos quando realiza alguma tarefa do dia-a-dia?
( ) Sim ( ) Não Qual das mãos?
3- Você sente algum formigamento nas mãos quando realiza alguma tarefa do dia-a-dia?
( ) Sim ( ) Não Qual das mãos?
4- Você teve algum problema relacionado à fratura (queda) ou torceu a mão ou o punho nos
dois últimos anos?
( ) Sim ( ) Não
Qual a mão? Está completamente curada? ( ) Sim ( ) Não
5- Você tem alguma doença controlada (diabetes,hipertensão)?
( ) Sim ( ) Não Qual?
6-Você está tomando algum medicamento no momento?
( ) Sim ( ) Não Qual?
Prática de exercício Físico
7- Você pratica exercício resistido com carga (musculação)?
( ) Sim ( ) Não
8-Há quanto
tempo?_____________________________________________________________
9- Quantas vezes o sr ou sr(a) vai a academia por
semana?______________________________
100
AVALIAÇÃO FUNCIONAL (Marcar os movimentos com limitação de movimento ou dor
em uma comparação uni ou bilateral)
ATIVOS D E
1-Flexão (punho)
2-Extensão (punho)
3-Desvio ulnar
4-Desvio radial
5-Abrir e fechar os dedos
RESISTIDOS D E
6-Flexão (punho)
7-Extensão (punho)
8-Desvio ulnar
9-Desvio radial
101
ANEXO 2
FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOLÓGICA E ANTROPOMÉTRICA
MEDIDAS FISIOLÓGICAS
Sinais vitais Antes da coleta Durante a coleta Depois da coleta
11-Freqüência Cardíaca
(bpm)
12-Pressão arterial (mm/Hg)
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DA MÃO
Medidas (cm) Direita Esquerda
Mão
13-Comprimento
Longitudinal
14-Comprimento Transversal
Empunhadura (cm)
16-Ajuste da empunhadura
102
ANEXO 3
Comitê de Ética de Pesquisa em Seres Humanos da UNISUL
103
ANEXO 4
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO
Título do Projeto: Estudo biomecânico de preensão manual bilateral em idosos praticantes
de exercício físico regular.
Gostaria de obter todas as
informações sobre este estudo:
a- tempo que terei de ficar
disponível;
b- quantas sessões serão necessárias
(com dia e horário previamente
marcados);
c- detalhes sobre todos os
procedimentos (testes, tratamentos,
exercícios, etc.);
d- local onde será realizado;
e- equipamentos ou instrumentos que
serão utilizados;
f- se preciso vestir alguma roupa ou
sapato apropriado;
e quaisquer outras informações sobre
o procedimento do estudo a ser
realizado em mim.
a- O tempo disponível para as coletas será de 30
minutos.
b- Será necessário apenas este dia de coleta;
c- Serão realizados os seguintes procedimentos:
-Entrevista feita pelo pesquisador sobre o
histórico de suas mãos;
-Verificação da Pressão arterial e freqüência
cardíaca antes e depois da coleta de força;
- Medição dos antebraços e suas mãos com fita
métrica e paquímetro;
-Avaliação funcional das mãos e punhos (com
movimentos ativos e resistidos);
-Avaliação da força através do dinamômetro de
preensão manual onde o sr (a) vai realizar uma
força de preensão manual com cada mão duas
vezes e cada vez o sr (a) deverá mantê-la por 30
segundos.
d- O local a ser realizado será na Clínica Escola
de Fisioterapia UNISUL, situada
: Avenida Pedra
Branca n. 25, Cidade Universitária Pedra
Branca- Palhoça.
e- Serão utilizados uma questionário, fita
métrica, paquímetro ósseo e o dinamômetro de
preensão manual desenvolvido pelo LABIN-
UDESC.
f- O sr.(a) deverá estar vestido com roupa
confortável.
f- Caso haja desconforto em qualquer parte da
coleta o sr(a) deverá informar ao pesquisador
responsável e imediatamente a coleta será
interrompida.
104
Quais as medidas a serem obtidas?
As medidas obtidas serão:
Comprimentos das mãos;
Perímetros dos antebraços;
Força de preensão máxima bilateral;
Freqüência cardíaca e pressão arterial antes e
depois da coleta.
Quais os riscos e desconfortos que
podem ocorrer?
Pode ocorrer durante a coleta de força de
preensão manual, como dor ou desconforto nas
mãos.
Quais os meus benefícios e vantagens
em fazer parte deste estudo?
Os benefícios e vantagens com o trabalho é
saber como se comporta sua força de preensão
máxima em 30 segundos e esta dará aos
profissionais de saúde que venham a trabalhar
com o (a) sr. (a) um indicador mais preciso de
qual trabalho de reabilitação ou de exercício
físico é melhor para o sr (a).
Quais as pessoas que estarão me
acompanhando durante os
procedimentos práticos deste estudo?
As pessoas que estarão acompanhando o sr (a)
são profissionais habilitados em Fisioterapia e
Eduçação física.
Existe algum questionário que
preciso preencher? Sou obrigado a
responder a todas as perguntas?
No começo da avaliação o sr (a) será
entrevistado pelo pesquisador responsável sobre
o histórico de seus problemas gerais e
relacionados às suas mãos, estas perguntas são
importantes, pois darão ao pesquisador a
possibilidade de colocá-lo ou retira-lo da
pesquisa. O sr (a) tem o direito de não responder
as perguntas feitas, mas em virtude da
importância das perguntas o sr (a) não
participará do estudo.
PESSOA PARA CONTATO:
Prof. Luiz Augusto Oliveira Belmonte
(pesquisador responsável)
NÚMERO DO TELEFONE: 48 99299424 ou
32404462
ENDEREÇO: Dr. Percy Borba 240 Barreiros
São José. SC
105
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de
forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a
meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos
experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim.
Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.
Nome por extenso : _______________________________________________
RG : _______________________________________________
Local e Data: _______________________________________________
Assinatura: _______________________________________________
Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Committee, Sheffield Health Authority, UK; (2)
Comitê de Ética em pesquisa - CEFID - Udesc, Florianópolis, BR.
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