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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
DENSIDADES POPULACIONAIS E ÉPOCAS DE PLANTIO NA
CULTURA DA COUVE-FLOR, HÍBRIDO VERONA 284
Diego Resende de Queirós Pôrto
Engenheiro Agrônomo
JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASIL
2009
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
DENSIDADES POPULACIONAIS E ÉPOCAS DE PLANTIO NA
CULTURA DA COUVE-FLOR, HÍBRIDO VERONA 284
Diego Resende de Queirós Pôrto
Orientador: Prof. Dr. Arthur Bernardes Cecílio Filho
Co-orientador: Prof. Dr. José Carlos Barbosa
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias Unesp, Câmpus de
Jaboticabal, como parte das exigências para
obtenção do título de Doutor em Agronomia
(Produção Vegetal).
JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASIL
Julho de 2009
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Pôrto, Diego Resende de Queirós
P853d Densidades populacionais e épocas de plantio na cultura da
couve-flor, híbrido Verona 284 / Diego Resende de Queirós Pôrto. – –
Jaboticabal, 2009
x, 74 f. ; 28 cm
Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias, 2009
Orientador: Arthur Bernardes Cecílio Filho
Banca examinadora: Antonio Ismael Inácio Cardoso, Juliano
Tadeu Vilela de Resende, Jairo Osvaldo Cazetta, Durvalina Maria
Mathias dos Santos
Bibliografia
1. Brassica oleracea var. botrytis. 2. Produtividade. 3.
Crescimento. 4. Acúmulo de Nutrientes. 5. Espaçamentos 6.
Rentabilidade I. Título. II. Jaboticabal - Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias.
CDU 635.35
iii
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
DIEGO RESENDE DE QUEIRÓS PÔRTO Filho de Raimundo Pôrto de Queirós e
Maria do Socorro de Resende Queirós e irmão de Christian Resende de Queirós Pôrto
e Bruno Resende de Queirós Pôrto. O autor nasceu em Itaú, no Estado do Rio Grande
do Norte, em 17 de agosto de 1980. Iniciou o curso de Engenharia Agronômica, em
março de 1999, na Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA (antiga Escola
Superior de Agricultura de Mossoró), obtendo o título de Engenheiro Agrônomo em
janeiro de 2004. Em fevereiro de 2004, iniciou o Curso de Mestrado em Agronomia
(Produção Vegetal), na Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Jaboticabal,
concluindo em julho de 2005. Em agosto de 2005, iniciou o curso de Doutorado na
mesma instituição, no programa de Agronomia (Produção Vegetal), com conclusão em
julho de 2009. Em fevereiro de 2007, ingressou mediante concurso público para o cargo
de professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba
Câmpus de Sousa.
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“Não se considere infeliz porque alguns dos seus
sonhos não se realizaram; aqueles que nunca
sonharam é que são verdadeiramente infelizes”
Marie Von Ebner
Marie Von EbnerMarie Von Ebner
Marie Von Ebner
v
Aos meus pais
meus paismeus pais
meus pais,
Raimundo Pôrto e Socorro Resende (In
memoriam), pelo amor, dedicação e esforço para
que esse dia tão importante em minha vida fosse
alcançado.
Aos meus irmãos
meus irmãosmeus irmãos
meus irmãos,
Bruno Resende e Christian Resende, pelo amor,
incentivos, amizade e os momentos de alegria.
A todos meus familiares
meus familiaresmeus familiares
meus familiares,
(avó, tios e tias, primos e primas, sogra e sogro,
cunhadas e sobrinhas).
DEDICO
DEDICODEDICO
DEDICO
A minha querida esposa, Lizziane
LizzianeLizziane
Lizziane,
por todo o amor, paciência, dedicação, incentivo,
carinho e apoio dedicado a mim nesta longa jornada
de momentos felizes e difíceis de minha vida.
OFEREÇO
OFEREÇOOFEREÇO
OFEREÇO
vi
AGRADECIMENTO ESPECIAL
AGRADECIMENTO ESPECIALAGRADECIMENTO ESPECIAL
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Aos amigos (quase irmãos) de trabalho, Bráulio
Bráulio Bráulio
Bráulio
Luciano Alves Rezende
Luciano Alves RezendeLuciano Alves Rezende
Luciano Alves Rezende, Gilson Silvério da Silva e Aurélio Paes
, Gilson Silvério da Silva e Aurélio Paes , Gilson Silvério da Silva e Aurélio Paes
, Gilson Silvério da Silva e Aurélio Paes
Barros Júnior
Barros Júnior Barros Júnior
Barros Júnior pela ajuda, dedicação, companheirismo e
compreensão para a execução desse trabalho, que sem eles não
teria conseguido realizar.
Ao amigo e orientador, Prof. Dr. Arthur
Prof. Dr. Arthur Prof. Dr. Arthur
Prof. Dr. Arthur
Bernardes Cecílio Filho
Bernardes Cecílio FilhoBernardes Cecílio Filho
Bernardes Cecílio Filho, pelo exemplo de profissionalismo,
orientação, dedicação, paciência, amizade e principalmente por
sua atenção e compreensão em momentos de dificuldades.
vii
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
À DEUS, por me conceder a vida, a saúde, a alegria, a família que tenho e por iluminar meus caminhos.
À Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias, Campus de Jaboticabal, pela oportunidade de realizar esse trabalho e obtenção do meu título de
Doutorado.
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Campus de Sousa, na pessoa de
Francisco Cicupira, Diretor da Instituição, pela total atenção e apoio para conclusão deste curso.
Ao Prof. Dr. José Carlos Barbosa, pela co-orientação deste trabalho e valiosas sugestões.
Aos membros da banca do exame de qualificação, Profa. Dra. Teresinha de Jesus Deléo Rodrigues, Prof.
Dr. Leandro Borges Lemos, Prof. Dr. Jairo Osvaldo Cazzeta e Prof. Dr.Renato de Mello Prado pelas sugestões
dadas ao trabalho.
Aos membros da banca examinadora, Prof. Dr. Juliano Resende, Prof. Dr Ismael Cardoso, Profa. Dra.
Durvalina Santos e Prof. Dr. Jairo Cazzeta pelas oportunas observações e sugestões que resultaram no
aperfeiçoamento do presente trabalho.
A esposa do Prof. Arthur, Gislane, e filhos pela amizade e carinho, com que minha esposa e eu fomos
tratados.
Aos amigos que me acompanharam nessa minha jornada: Arthur e família, Bráulio e família, Aurélio e
Lindomar, Max e Adriana, Marcelo e Michelly, Fagner e Katyane, Gleibson e família, Ancélio e família, Ana
Karina e Gustavo, Adriana Miranda e Caio, Fernandes, Frank Magno, Gilson, Artur Barreto, Pablo, Jean,
Anderson, Luiz Gratieri, Rodrigo, Cristina Duda e Paulo, Joaci, Ítalo e Márkilla, Alécio, Caciana, Hamilton,
Renata, Letícia, Lonjoré, Anarlete e Adriana pela convivência, amizade e apoio nessa etapa da minha vida.
A todos amigos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba
Campus de Sousa, pelo apoio e convívio nesses primeiros dois anos de profissão, em especial aos professores
Merilândia, Siebra, Kátia, Chiquinho, Ana Valéria, Everaldo, Luciana e Dorinha.
Aos funcionários do Setor de Olericultura e Plantas Aromático-Medicinais, Srs. João Mota da Silva,
Inauro Santana de Lima, Sílvio Nascimento de Siqueira e Cláudio Oian, pela ajuda na execução dos
experimentos e pela amizade.
Aos funcionários do Departamento de Produção Vegetal, Nádia Lynn, Wagner Aparecido, Sidnéia
Aguiar e Marisa Coga, pela colaboração e amizade.
viii
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de
estudo em tempo parcial.
A todos os professores da FCAV com quem tive aula, pelos ensinamentos.
Enfim, a todos aqueles que de forma direta ou indiretamente tenham contribuído para o êxito deste
trabalho.
Muito Obrigado
Muito ObrigadoMuito Obrigado
Muito Obrigado!
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ix
SUMÁRIO
Página
RESUMO............................................................................................................
ix
SUMMARY.........................................................................................................
x
I. INTRODUÇÃO................................................................................................
1
II. REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................
2
2.1 Aspectos gerais da cultura......................................................................
2
2.2 Densidade populacional na cultura da couve-flor...................................
3
2.3 Nutrição da couve-flor.............................................................................
6
2.4 Época de cultivo......................................................................................
7
III. MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................
8
3.1 Localização e caracterização climática da área experimental................
8
3.2 Delineamento experimental e tratamentos.............................................
9
3.3 Instalação e condução do experimento..................................................
10
3.4 Características avaliadas........................................................................
13
3.5 Análise estatística...................................................................................
15
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................
17
4.1 Estado nutricional, crescimento e produtividade.....................................
17
4.2 Classificação............................................................................................
34
4.3 Acúmulo e exportação de nutrientes.......................................................
40
4.4 Receita bruta...........................................................................................
65
V. CONCLUSÕES..............................................................................................
67
VI. REFERÊNCIAS............................................................................................
68
x
DENSIDADES POPULACIONAIS E ÉPOCAS DE PLANTIO NA CULTURA DA
COUVE-FLOR, HÍBRIDO VERONA 284
RESUMO - Com o objetivo de avaliar o efeito de densidades populacionais e épocas de
plantio na cultura da couve-flor, híbrido Verona 284, foram realizados dois experimentos
no campo. O primeiro na primavera-verão (novembro a janeiro) e o segundo no outono-
inverno (maio a julho). O delineamento experimental foi o de blocos casualizados
completos, em esquema fatorial 4 x 4, com três repetições. Foram avaliados os fatores
espaçamento entre linhas (0,6; 0,8; 1,0 e 1,2 m) e espaçamentos entre plantas (0,4; 0,5;
0,6 e 0,7 m). A segunda época proporcionou os maiores teores de N, K e B na folha
diagnóstica, com relação à primeira época de plantio. Nos menores espaçamentos
foram verificados os menores números de folhas, diâmetro do caule e da inflorescência
e massa da inflorescência, no entanto, houve incremento na produtividade. A maior
quantidade de inflorescências classificadas na classe Extra foi obtida na primavera-
verão, enquanto no outono-inverno houve maior quantidade de inflorescências
classificadas na classe Especial. Constatou-se que a ordem decrescente de acúmulo de
nutrientes pela planta ao final do ciclo foi à mesma verificada para exportação pela
inflorescência, N, K, P, e B, com os nutrientes acumulando-se preferencialmente nas
folhas, seguidas da inflorescência e do caule. O plantio da couve-flor ‘Verona 284’, na
primeira época de plantio, proporcionou a maior receita bruta, utilizando-se os
espaçamentos 0,8 x 0,4 m, enquanto na segunda época maior receita bruta foi obtida
com os espaçamentos 0,6 x 0,6 m.
Palavras-chave: Brassica oleracea var. botrytis, produtividade, crescimento, acúmulo
de nutrientes, espaçamentos, rentabilidade.
xi
POPULATION DENSITIES AND PLANTING SEASONS FOR
CAULIFLOWER CROP, HYBRID VERONA 284
SUMMARY - With the aim of evaluating the effect of population densities and planting
seasons on cauliflower crop, hybrid Verona 284, two experiments were carried out in the
field. The first one was conducted in the spring-summer (from November to January)
and the second one in the fall-winter (from May to July). The experiments were arranged
in completely randomized blocks, in a 4 x 4 factorial design, with three replications. The
evaluated factors were the spacing between rows (0.6; 0.8; 1.0 and 1.2 m) and the
spacing between plants (0.4; 0.5; 0.6 and 0.7 m). The second planting season yielded
the highest N, K and B content in the diagnostic leaf compared with the first planting
season. Smaller spacing showed smaller numbers of leaves, smaller diameter of the
stem and inflorescence, and less inflorescence mass. However, an increment in yield
was observed. The largest quantity of inflorescences classified as Extra was obtained in
the spring-summer, whereas in the fall-winter a larger quantity of inflorescences was
classified as Special. The nutrients in decreasing order of accumulation by the plant at
the end of its cycle was the same as that observed for their export by the inflorescence -
N, K, P, and B - and they accumulated especially in the leaves, followed by the
inflorescence and stem. Cauliflower ‘Verona 284’ planted in the first planting season
yielded the highest gross income using the 0.8 x 0.4 m spacing, whereas in the second
planting season the highest gross income was obtained when the 0.6 x 0.6 m spacing
was used.
Keywords: Brassica oleracea var. botrytis, yield, growth, accumulation of nutrients,
spacing, profitability.
1
I. INTRODUÇÃO
O gênero Brassica desempenha um papel importante dentro da olericultura. As
propriedades biológicas deste grupo de hortaliças levaram-no à sua ampla adoção.
Dentre elas, a couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis) está entre as mais
comercializadas no Estado de São Paulo, sendo uma cultura rentável para os
produtores, principalmente no época do verão. Em 2008, no Estado de São Paulo,
foram produzidas cerca de 46 miles de inflorescências de couve-flor, em uma área
pouco inferior a 2 mil hectares (IEA, 2009) e comercializadas pela CEAGESP, em 2007,
10.899 toneladas de couve-flor (AGRIANUAL, 2009).
Entre muitos fatores promotores de incremento na produtividade, o manejo do
espaçamento da cultura tem possibilitado o aumento da produtividade que,
consequentemente, permite ao produtor aumentar a rentabilidade econômica do cultivo.
Contudo, a variação no espaçamento entre linhas e/ou entre plantas pode modificar a
competição entre indivíduos de uma cultura, com repercussão no crescimento e
desenvolvimento das plantas, podendo ser benéfica ou não. Portanto, a adequação do
espaçamento para couve-flor faz-se necessário, levando-se em conta a cultivar e época
de plantio, visto que a mesma é cultivada durante todo o ano.
Na literatura, poucos trabalhos são encontrados a respeito de épocas de cultivo
para a couve-flor. Embora as cultivares de couve-flor sejam recomendadas, por suas
respectivas empresas, para estações do ano bem definidas, de se avaliar o
desempenho destas em condições específicas de cultivo, pois as condições climáticas
de uma estação, em uma determinada região de plantio, não são, necessariamente,
semelhantes às de outras regiões, que m latitudes e/ou altitudes distintas. Dessa
forma, a mudança de uma região de plantio para outra pode sofrer variações de
diversos fatores como luminosidade (intensidade e duração) e temperatura que, por sua
vez, exercem influência direta no crescimento e desenvolvimento da cultura.
O presente trabalho teve como objetivos avaliar o crescimento, a nutrição, a
produtividade e a rentabilidade do cultivo de couve-flor ‘Verona 284’, em função de
épocas e densidades de plantio.
2
II. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aspectos gerais da cultura
A espécie Brassica oleracea surgiu ao longo da Costa do Mediterrâneo, de
onde se espalhou por toda a Europa. Entre as diversas hipóteses, acredita-se que a
mais provável é de que as espécies cultivadas sejam derivadas de uma espécie
selvagem denominada de Brassica oleracea var. silvestris, semelhante à couve-comum
(Brassica oleracea var. acephala) (FILGUEIRA, 2008).
O aparecimento das diferentes variedades botânicas deve ter ocorrido por
etapas e em diferentes áreas. A couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis), pertencente
a família Brassicaceae, foi, provavelmente, introduzida na Itália, aproximadamente no
ano 1409, levada da Grécia e Chipre. No início do século XVII espalhou-se pela
Alemanha, França e Inglaterra (SOUZA, 1983). As cultivares tradicionais de couve-flor
no Brasil foram provavelmente introduzidas da Europa no século XIX, na região serrana
fluminense, no município de Teresópolis, RJ (MAY et al., 2007).
Em termos nutricionais, a couve-flor apresenta-se como boa fonte de vitaminas
A, B e C, além de ser rica em potássio, fósforo, fibras e pobre em calorias. Apresenta
propriedades mineralizante, fortificante, oxidante e, graças ao elevado conteúdo de
cálcio, é importante na boa formação dos ossos (MAMBREU et al., 2007).
A couve-flor teve origem de clima temperado, sendo plantas bienais que exigem
frio para passar do estádio vegetativo para o reprodutivo. É uma planta alógama e
comporta-se como uma cultura indiferente ao fotoperíodo, sendo a temperatura o fator
agroclimático mais limitante. Possui folhas alongadas de limbo elíptico. As raízes se
concentram nos primeiros 20-30 cm de profundidade. A inflorescência (cabeça) se
desenvolve sobre um caule curto e é formada a partir do conjunto de primórdios florais,
esses primórdios florais transformam-se, posteriormente, em botões florais, podendo ter
coloração branca, creme, amarela, e mais recentemente roxa e verde (MAY et al., 2007;
FILGUEIRA, 2008).
3
A China é o maior produtor mundial de couve-flor, seguida da Índia, Espanha,
Itália e França (FAO, 2009). No Brasil, a couve-flor é mais cultivada nos Estados de São
Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina
(SILVA et al., 2009).
As maiores regiões produtoras são: Mogi das Cruzes, Ibiúna, Porto Feliz,
Itatiba, Jarinu e Sorocaba, em São Paulo; Carandaí e Barbacena, em Minas Gerais;
São José dos Pinhais, Colombo e Londrina, no Paraná; Caxias do Sul, no Rio Grande
do Sul; Teresópolis, no Rio de Janeiro; Venda Nova dos Imigrantes, no Espírito Santo e
Jaguaquara, na Bahia (MAY et al., 2007).
2.2 Densidade populacional na cultura da couve-flor
A densidade populacional é o número de plantas por unidade de área (WILLEY
& HEATH, 1969).
A competição provocada pelo aumento da densidade é chamada intra-
específica (JANICK, 1968) e ocorre por luz, água, nutrientes, espaço, polinizadores, etc.
Segundo PEREIRA (1989), a distribuição ou arranjo das plantas na área de plantio
exerce marcante influência na produtividade das culturas de forma que os diferentes
espaçamentos alteram a eficiência na captação de luz pelas folhas das plantas bem
como afetam a exploração do solo.
Assim que a pressão de competição se inicia a partir de um número de plantas
por área, a planta sofre as conseqüências e os efeitos aparecem sob diversas formas.
Em geral, a primeira manifestação que pode ser observada é a redução no tamanho da
planta à medida que a densidade aumenta (MINAMI, 1973), ou redução no tamanho
e/ou número de órgãos (MINAMI, 1980).
Em couve-flor, a diminuição no tamanho da cabeça se deve à sensibilidade à
competição, reduzindo-se em diâmetro e em massa (MINAMI, 1980). Ainda segundo
MINAMI (1980), outro efeito da competição sobre a couve-flor é a redução no número
4
de folhas. Segundo CAMPOS (1983), de modo geral, em brássicas, quanto maior o
espaçamento, maior o tamanho do produto comercial, porém, menor a produtividade.
Estudando a relão entre sistemas de plantio e densidade de população de
couve-flor e repolho, MINAMI (1980) concluiu que o efeito de competição entre as
plantas é maior na cultura do repolho. Em densidades elevadas muitas plantas de
repolho não formaram cabeça, no entanto, a couve-flor sempre formou cabeça em
qualquer densidade, mas em altas, as mesmas foram pequenas. Para o autor, a
redução da cabeça e do tamanho da planta foi devida em maior parte ao sombreamento
mútuo entre as plantas do que à redução no número de folhas. Os efeitos da
competição sobre a couve-flor seguem os padrões relativos ao repolho, sendo a planta
muito afetada em sua qualidade, ou seja, no seu tamanho (MINAMI, 1980).
Os espaçamentos recomendados para a cultura da couve-flor são variáveis de
acordo com a literatura, sendo necessário maior estudo para as novas cultivares e
épocas de plantio. De acordo com FILGUEIRA (2008), o espaçamento recomendado
para a couve-flor varia de 1,0 a 1,1 m entre fileiras e de 0,5 a 0,6 m entre plantas,
quando plantadas em fileiras simples. Os espaçamentos maiores são utilizados para
cultivares tardias, de maior porte, no plantio de outono-inverno. Para TRANI et al.
(1997) e MAY et al. (2007), o espaçamento pode variar de 0,8 a 1,0 m entre linhas e 0,4
a 0,5 m entre plantas, dependendo da arquitetura foliar. As cultivares, cujas folhas têm
um crescimento mais ereto, podem ser plantadas em espaçamentos mais adensados.
Por outro lado, MURAYAMA (1983) recomenda espaçamentos variando de 0,7 a 1,2 m
entre linhas e 0,4 a 0,8 m entre plantas. DIAS (1959), citado por WANDERLEY &
MAFRA (1964), recomendava o espaçamento de 1,0 m entre as fileiras e 0,7 m entre
plantas na fileira, para a variedade Piracicaba Precoce, justificando que o espaçamento
entre fileiras não era demasiado, pois além de facilitar a colheita, evitava a quebra das
folhas.
Em Barra de Guabiraba, na zona da Mata do Estado de Pernambuco,
WANDERLEY & MAFRA (1964), avaliando espaçamentos de plantas de couve-flor para
a variedade Piracicaba Precoce, verificaram que a maior produtividade foi obtida com o
5
espaçamento de 1,0 m entre as fileiras e 0,4 m entre as plantas. Concluíram, ainda, que
a massa das cabeças de couve-flor foi afetada pelos espaçamentos avaliados (0,4 x 1,0
m; 0,6 x 1,0 m; 0,8 x 1,0 m e 1,0 x 1,0 m), sendo maiores nos espaçamentos entre
plantas 0,6 m, 0,8 m e 1,0 m.
PATIL et al. (1995), em Maharashtra, Índia, avaliando espaçamentos, épocas
de plantio e cultivares de couve-flor, não constataram interação significativa entre os
fatores avaliados. Verificaram que a maior produtividade foi obtida com a cultivar
Kuwari, no espaçamento 0,45 x 0,45 m em relação a 0,45 x 0,6 m e 0,6 x 0,6 m. No
entanto, a maior massa da inflorescência foi obtida com o maior espaçamento.
De acordo com SINGH & NAIK (1993), em Ranchi, India, avaliando o efeito de
doses de nitrogênio e fósforo versus espaçamentos entre plantas em couve-flor,
observaram que a cultivar avaliada, Early Kunwari, quando plantada no espaçamento
de 0,45 m x 0,30 m, obteve maior produtividade, ao ser comparado com os outros dois
espaçamentos de 0,45 m x 0,45 m e 0,45 m x 0,60 m, respectivamente.
Também na Índia, avaliando a cultivar de couve-flor Punjab Giant-26 nos
espaçamentos 0,60 m x 0,30 m, 0,60 m x 0,45 m e 0,60 m x 0,60 m; nas doses de
nitrogênio (0, 90,120 e 150 kg ha
-1
) e de fósforo (0, 40 e 60 kg ha
-1
), KHURANA et al.
(1990) constataram que as maiores produtividades foram obtidas nos menores
espaçamentos (0,60 m x 0,30 m).
Estudando a interação da época de transplantio de couve-flor, cultivar Pusa
Synthetic, e espaçamentos (0,30 m x 0,60 m, 0,45 m x 0,60 m e 0,60 m x 0,60 m),
TRIPATHI & SHARMA (1991) concluíram que o espaçamento de 0,30m x 0,60m foi o
que proporcionou a maior produtividade (13,05 t ha
-1
).
OLIVEIRA et al. (2007), avaliando o crescimento, distribuição de massa seca e
produtividade de couve-flor cultivar Verona, no espaçamento de 1,0 x 0,5 m, verificaram
que as plantas atingiram o ponto de colheita aos 69 dias após o transplantio, quando as
mesmas apresentavam 25,97 folhas, diâmetro do caule de 3,38 cm, diâmetro de cabeça
de 25,25 cm, e massa fresca de cabeça de 773,67g.
6
2.3 Nutrição da couve-flor
De acordo com TRANI & RAIJ (1997), os teores de nitrogênio, potássio e boro
considerados adequados na folha diagnóstica do estado nutricional da couve-flor estão
na faixa de: 40-60 g kg
-1
para N, 25-50 g kg
-1
para K e 30-80 mg kg
-1
para B.
Para acúmulo e exportação de nutrientes algumas pesquisas foram realizadas.
Considerando-se uma densidade de 25.000 plantas por hectare e uma produção de
9.217,5kg de inflorescências, o acúmulo de macronutrientes pela planta inteira da
cultivar Piracicaba Precoce Nº1 foi de 68,0; 8,6; 76,7; 25,5; 10,9 e 20,9 kg ha
-1
de N, P,
K, Ca, Mg e S, respectivamente. A exportação verificada pelas “cabeças” de couve-flor
foi de 35,8; 4,6; 32,1; 6,9; 3,0 e 6,6 kg ha
-1
de N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente, o
que correspondeu a 53, 54, 42, 27, 27 e 32% do total acumulado pela planta inteira
(HOMA et al., 1981). A ordem de acúmulo decrescente verificada por esses autores foi
K > N > Ca > S > Mg > P. Em se tratando de micronutrientes, o boro é o quarto
nutriente mais extraído pela planta inteira de couve-flor com 74 g ha
-1
(KURAMOTO et
al., 1981).
Por outro lado, TAKEISHI & CECÍLIO FILHO (2007) verificaram que a ordem
decrescente de acúmulo de macronutrientes pela cultivar Verona foi:
N>K>Ca>S>P>Mg, e verificaram um acúmulo de 8,98; 2,16; 6,24; 5,5; 0,87; e 2,54 g
planta
-1
de N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente. Ao final do ciclo da cultura, as
quantidades acumuladas para uma população de 25.000 plantas por hectare e
produtividade de 25,2 t ha
-1
, de N, P, K, Ca, Mg e S foram, respectivamente, 224,5; 54;
156; 136; 21,75; 63,5 kg ha
-1
. A exportação pelas inflorescências foi de 56,6; 16,1; 28,9;
4,2; 2,7 e 13,0 kg ha
-1
de N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente, o que correspondeu a
25,2; 29,2; 18,5; 3,1; 12,2 e 20,4% do total acumulado pela planta inteira.
SÁNCHEZ et al. (2001) avaliaram o crescimento vegetativo e o acúmulo de
nutrientes pela couve-flor cultivar Profil e constataram para uma população de 25.000
plantas por hectare e produtividade de 31,3 t ha
-1
, a mesma ordem de acúmulo para N,
7
K e Ca, sendo observada a seguinte ordem decrescente de acúmulo, N>K>Ca>Mg>P.
Os totais acumulados pela cultura ao fim do ciclo foram: 313,1; 32,5; 305,3; 118,6 e
35,1 kg ha
-1
de N, P, K, Ca e Mg, respectivamente. A exportação pelas inflorescências
foi de 92,4; 12,7; 95,3; 6,8 e 5,1 kg ha
-1
de N, P, K, Ca e Mg, respectivamente, o que
correspondeu a 29,5; 39,2; 31,2; 5,7 e 14,5% do total acumulado pela planta inteira
para N, P, K, Ca e Mg, respectivamente.
2.4 Época de cultivo
Na literatura, poucos trabalhos são encontrados a respeito de épocas de cultivo
para a cultura da couve-flor. Um dos fatores que contribui para isto certamente é o fato
de que, em muitas regiões, por limitações climáticas, a couve-flor é cultivada em
apenas um único período do ano. Entretanto, FILGUEIRA (2008) afirma que, com o
melhoramento genético houve desenvolvimento de híbridos de couve-flor que
apresentam condições de produção adequada em climas mais quentes, permitindo o
cultivo durante todo o ano e que inclusive para as cultivares de verão sugere o plantio
entre os meses de setembro e janeiro.
VITÓRIA (1996), avaliando o comportamento de cultivares e época de plantio
de couve-flor na região de Ilha Solteira, SP, verificou que o efeito da temperatura é
notado no comprimento do ciclo. Na primeira época (9 de janeiro) o ciclo foi em torno de
150 dias, a segunda época (21 de fevereiro) 120 dias e na terceira época (29 de
março), 110 dias. Verifica-se uma redução no ciclo médio dos genótipos com o
decréscimo da temperatura. Outro fator importante relativo à temperatura é o período
de colheita. Em temperaturas mais altas a colheita prolongou-se por um período maior
como é o caso da primeira época, onde a colheita ocorreu durante cerca de 30 dias. Em
temperaturas amenas ocorreu uma redução de aproximadamente nove dias no ciclo,
onde os períodos de duração da colheita (da primeira à última) corresponderam a 32,
23 e 14 dias, respectivamente, para a primeira, segunda e terceiras épocas de plantio.
8
III. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localizão e caracterizão climática da área experimental
Os experimentos foram realizados em campo, no Setor de Olericultura e
Plantas Aromático-Medicinais, do Departamento de Produção Vegetal, da Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias, da UNESP, localizada na cidade de Jaboticabal, SP,
que está situada a 21
o
15’ 22’’ Sul, 48
o
18’58’’ Oeste e altitude de 575 metros.
O clima de Jaboticabal é classificado como subtropical com chuvas de verão,
inverno relativamente seco, com precipitação pluvial média de 1.424,6 mm anuais e
temperatura média anual de 22,2
0
C, temperatura das máximas de 28,9ºC e das
mínimas de 16,8ºC (RESENHA..., 2007). Os dados meteorológicos dos períodos dos
experimentos estão apresentados nas Figuras 1 e 2.
Figura 1. Acumulado de precipitação e médias de insolação, umidade relativa do ar,
temperatura máxima (Tmáx), mínima (Tmín) e média (Tméd), semanais,
durante o primeiro experimento (07/11/2006 a 28/01/2007). UNESP, Câmpus
de Jaboticabal, 2009.
0
15
30
45
60
75
90
105
120
135
150
165
0-7 8-14 15-21 22-28 29-35 36-42 43-49 50-56 57-63 64-70 71-77 78-83
Dias após transplantio
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
Precipitação Insolação Umidade Tmáx Tmín Tméd
9
Figura 2. Acumulado de precipitação e médias de insolação, umidade relativa do ar,
temperatura máxima (Tmáx), mínima (Tmín) e média (Tméd), semanais,
durante o segundo experimento (03/05/2007 a 09/07/2007). UNESP, Câmpus
de Jaboticabal, 2009.
3.2 Delineamento experimental e tratamentos
Foram realizados dois experimentos, sendo o transplante das plantas do
primeiro realizado em 07 de novembro de 2006 e a colheita finalizada em 28 de janeiro
de 2007 e no segundo em 03 de maio, com colheita finalizada em 09 de julho de 2007.
Cada experimento foi instalado sob delineamento de blocos casualizados
completos, em esquema fatorial 4 x 4, com três repetições. Foram avaliados os fatores:
espaçamento entre linhas (0,6; 0,8; 1,0 e 1,2 m) e espaçamento entre plantas (0,4; 0,5;
0,6 e 0,7 m). As combinações dos fatores espaçamento entre linhas e espaçamento
entre plantas originaram diferentes densidades populacionais (Tabela 1).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0-7 8-14 15-21 22-28 29-35 36-42 43-49 50-56 57-63 64-68
Dias após transplantio
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
Precipitação Insolação Umidade Tmáx Tmín Tméd
10
Cada parcela foi composta de 18 plantas distribuídas em três linhas de cultivo
(seis plantas por linha), sendo as quatro plantas centrais da fileira central consideradas
como úteis na avaliação das características da planta e da cultura. A disposição das
plantas nas parcelas experimentais seguiu a distribuição em quincôncio.
Tabela 1. Densidades populacionais resultantes das combinações de espaçamentos
entre linhas e entre plantas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Densidade Populacional
Tratamentos
(por hectare) (por m
2
)
T1 (1,2 x 0,7 m) 11.905 1,19
T2 (1,2 x 0,6 m) 13.889 1,39
T3 (1,2 x 0,5 m) 16.667 1,67
T4 (1,2 x 0,4 m) 20.833 2,08
T5 (1,0 x 0,7 m) 14.286 1,43
T6 (1,0 x 0,6 m) 16.667 1,67
T7 (1,0 x 0,5 m) 20.000 2,00
T8 (1,0 x 0,4 m) 25.000 2,50
T9 (0,8 x 0,7 m) 17.857 1,79
T10 (0,8 x 0,6 m) 20.833 2,08
T11 (0,8 x 0,5 m) 25.000 2,50
T12 (0,8 x 0,4 m) 31.250 3,13
T13 (0,6 x 0,7 m) 23.810 2,38
T14 (0,6 x 0,6 m) 27.778 2,78
T15 (0,6 x 0,5 m) 33.333 3,33
T16 (0,6 x 0,4 m) 41.667 4,17
3.3 Instalação e condução do experimento
O solo da área experimental corresponde ao Latossolo Vermelho Eutroférrico
típico de textura muito argilosa, A moderado caulinítico-oxídico, relevo suave ondulado
a ondulado, segundo classificação da EMBRAPA (2006).
11
A amostragem de solo foi feita, coletando-se, com trado, 20 amostras simples
na camada de 0 a 0,2 m de profundidade. As amostras simples foram homogeneizadas
em um recipiente limpo, formando uma amostra composta, onde foi retirada uma
subamostra de 250 cm
3
de solo, que foi enviada ao Laboratório de Análise de Solo e
Planta, na UNESP, Câmpus de Jaboticabal, para a análise química para fins de
fertilidade, seguindo métodos descritos por RAIJ et al. (2001). As características
químicas dos solos das áreas experimentais encontram-se na Tabela 2.
Tabela 2. Resultados da análise química dos solos das áreas experimentais. UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, 2009.
pH M.O. P resina K Ca Mg H+Al
SB T V
Área
*
CaCl
2
g dm
-3
mg dm
-3
-----------------mmol
c
dm
-3
-------------- %
1 5,5 23 66 4,9 36 14 25 54,9 79,9 69
2 6,0 26 88 2,8 43 19 18 64,8 82,8 78
*
Área 1 experimento conduzido de novembro/2006 a janeiro/2007; Área 2 – experimento conduzido de
maio a julho/2007;
A cultivar utilizada foi a Verona 284, híbrido F
1
, que é adaptada ao calor,
resistente à podridão negra e de boa aceitação comercial, proporciona inflorescência de
coloração branca, com 18 a 22 cm de diâmetro e massa variando entre 1,2 a 1,5 kg. O
ciclo médio é de 100 a 110 dias (MAY et al., 2007).
A semeadura foi feita em bandejas de poliestireno expandido com 128 células,
contendo substrato Golden-Mix-Misto 98, da Amafibra
®
, colocando-se uma semente por
célula. Aos 30 dias após a semeadura, as mudas atingiram o estádio de transplante,
com quatro ou cinco folhas. O transplante foi realizado no campo, dispensando-se
canteiros. No primeiro experimento, o transplante foi realizado em 07/11/2006 e no
segundo em 03/05/2007.
A calagem foi realizada distribuindo-se calcário dolomítico calcinado (PRNT
120%) em área total e a incorporação com grade, 49 dias antes do transplante e em
quantidade para elevar a saturação por bases a 80%, conforme recomendação de
TRANI et al. (1997). Somente foi realizada a calagem no primeiro experimento.
12
Com base na análise de solo e recomendação de TRANI et al. (1997) foram
aplicados no primeiro experimento 60 kg ha
-1
de N; 200 kg ha
-1
de P
2
O
5
; 120 kg ha
-1
de
K
2
O e 3 kg ha
-1
de B. Já no segundo experimento foram aplicados 60 kg ha
-1
de N; 200
kg ha
-1
de P
2
O
5
; 180 kg ha
-1
de K
2
O e 3 kg ha
-1
de B. Utilizou-se como fontes, a fórmula
04-14-08, cloreto de potássio e ácido bórico. Em nenhum dos experimentos realizou-se
aplicação de adubo orgânico e a adubação de plantio foi realizada em área total.
Em cobertura foi realizada aplicando-se 200 kg ha
-1
de N e 60 kg ha
-1
de K
2
O,
parceladas em quatro aplicações, aos 15, 30, 45 e 60 dias após o transplante (DAT). No
segundo experimento, em virtude da redução do ciclo não foi possível realizar a quarta
parcela da adubação de cobertura, portanto as quantidades aplicadas em cobertura na
segunda época foram 150 kg ha
-1
de N e 45 kg ha
-1
de K
2
O parceladas em três
aplicações, aos 15, 30 e 45 dias após o transplante. Utilizaram-se nitrato de amônio e
cloreto de potássio como fontes. Os micronutrientes, também seguiram a
recomendação de TRANI et al. (1997), com soluções de ácido bórico e de molibdato de
amônio, nas concentrações de 0,1% e 0,05%, respectivamente, em pulverizações
foliares. Foram realizadas três aplicações ao longo do ciclo, aos 15, 25 e 40 DAT para o
boro e aos 15 e 40 DAT para o molibdênio.
A irrigação foi realizada pelo sistema de aspersão, utilizando aspersores ZE-
30D, Asbrasil
®
, com bocais de 4,5 x 5,5 mm de diâmetro, espaçados de 18 x 18 m, com
aplicação de, aproximadamente, 8 mm dia
-1
, a partir da segunda metade do ciclo no
primeiro experimento e cerca de 6 mm dia
-1
no segundo experimento, para a mesma
parte do ciclo.
Durante o experimento o controle de plantas daninhas foi realizado por capinas
manuais. Realizou-se aplicação de fungicidas para as doenças podridão negra, mancha
de alternaria, míldio, oídio e inseticidas para as pragas curuquerê da couve, lagarta
rosca, traça das crucíferas e pulgão.
O período de colheita da primeira época iniciou-se em 10/01/2007 e finalizou-se
em 28/01/2007, totalizando nove colheitas. Na segunda época, foram realizadas três
colheitas, de 03 a 09/07/2007. As colheitas foram realizadas quando as inflorescências
encontravam-se compactas e não mais apresentavam crescimento.
13
3.4 Características avaliadas
Teor foliar de N, K e B: para avaliação do estado nutricional das plantas, realizou-
se amostragem conforme recomendação de TRANI & RAIJ (1997), coletando-se a folha
recém desenvolvida, no início da formação da inflorescência. As folhas foram lavadas
obedecendo à seguinte ordem: 1º) água corrente; 2º) água desionizada + 5 ml L
-1
de
detergente neutro; 3º) água desionizada + 0,01 mol L
-1
de HCl; 4º) água desionizada e
5º) água desionizada novamente. Em seguida, foram secas em estufa com circulação
forçada de ar à temperatura de 65
o
C ± 1
o
C, por cinco dias. O material moído foi digerido
conforme metodologia descrita por BATAGLIA et al. (1983) para a determinação dos
teores de nutrientes na folha.
Na colheita, foram avaliadas, as quatro plantas da área útil da parcela.
Número de folhas: foi contada a quantidade de folhas por planta avaliada,
desconsiderando-se as folhas senescentes.
Diâmetro do caule: foi medido na base da inflorescência, com paquímetro digital,
expresso em centímetros.
Diâmetro da inflorescência (cabeça): foi medido o diâmetro da inflorescência de
couve-flor com o auxílio de régua graduada em centímetros.
Massa fresca da inflorescência: imediatamente após a colheita, as
inflorescências foram pesadas em balança analítica (duas casas decimais), expressa
em gramas.
Produtividade comercial: foi obtida pelo produto entre a massa fresca da
inflorescência e a população de plantas por hectare, expressa em kg ha
-1
.
14
Classificação da inflorescência de couve-flor: as inflorescências foram
classificadas por classe (diâmetro de inflorescência). Para tanto, foi feita equivalência
entre as classes propostas pela HORTIBRASIL (2007) e as utilizadas para
comercialização pela CEAGESP, de modo que as classes 1 (< 100 mm), 2 (> 100 e <
130mm), 3 ( 130 a < 150 mm) e 4 ( 150 a < 170 mm) passaram a compor a Classe
Primeira; as classes 5 ( 170 a < 190 mm) e 6 ( 190 a < 210 mm) passaram a compor
a Classe Especial e as classes 7 ( 210 a < 230 mm) e 8 ( 230 mm) passaram a
compor a Classe Extra.
Amulo de nutrientes: calculou-se a quantidade dos nutrientes mediante o
produto entre o teor de nutrientes obtido nos diferentes partes da planta por ocasião da
colheita e a massa seca correspondente a cada parte da planta (folha, caule e
inflorescência), também obtida na colheita. As partes da planta foram lavadas e secas
conforme descrito na característica ‘Teor foliar de N, K e B’. As massas das folhas,
caules e inflorescências secas foram determinadas em balança analítica (duas casas
decimais). O total acumulado pela planta correspondeu à soma das quantidades
acumuladas na folha, caule e inflorescência.
Exportação de nutrientes: considerou-se como exportação, as quantidades de
nutrientes presentes na inflorescência. Os valores das quantidades de nutrientes foram
expressos em kg ha
-1
. Para cálculo da quantidade exportada por área, considerou-se 1
hectare plenamente cultivado, com as diferentes densidades populacionais citadas na
Tabela 1.
Receita bruta: A população de couve-flor variou de acordo com a combinação de
espaçamentos entre linhas e entre plantas conforme Tabela 1. Para couve-flor da
primeira época de plantio (primavera-verão), fez-se a média dos preços durante os
meses janeiro, fevereiro e março, enquanto para a segunda época de plantio (outono-
inverno) foram usados os preços do produto nos meses julho, agosto e setembro, nos
últimos dois anos (2007 e 2008). Dado a dificuldade de obtenção do preço recebido
15
pelo produtor de couve-flor, na região de Jaboticabal-SP, utilizou-se o preço do setor
atacadista (CEAGESP, 2009), deduzindo-se 30% que corresponde às despesas do
produtor com embalagem, frete, carga e descarga, contribuição especial da seguridade
social rural (CESSR) e comissões. Os preços cotados nos meses referentes a cada
época de plantio foram transformados em preços reais utilizando-se o IGP-DI, para abril
de 2009 (Tabela 3). De posse dos preços corrigidos, obteve-se a receita bruta referente
a cada população de plantas decorrentes das diferentes combinações de
espaçamentos, através do produto entre preço real por kg de couve-flor e produtividade
obtida nos respectivos tratamentos.
Tabela 3. Preços reais médios mensais, por quilograma, de couve-flor, transformados
utilizando-se o IGP-DI, para valores (R$) de abril de 2009, para as diferentes
épocas de plantio. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Preços
3
Hortaliça CCC
1
IBQH
2
Pri-Ver
4
Out-Inv
5
Primeira
Classes 4
1,00 0,76
Especial Classes 5 e 6 1,27 0,97
Couve-flor
Extra
Classe > 7
1,57 1,21
1
Classificação comum de permissionarios na CEAGESP;
2
Classificação de acordo com a proposta do
Instituto Brasileiro de Qualidade em Horticultura;
3
Preço pago ao produtor estimado com base no preço
do atacado (CEAGESP-SP);
4
época de plantio (Primavera-Verão);
5
época de plantio (Outono-
Inverno).
3.5 Análise estatística
As análises foram realizadas primeiramente de forma isolada em cada
experimento e uma vez que a razão entre quadrados médios dos resíduos de cada
característica nas duas épocas avaliadas foi menor que 7, então foi feita a análise
conjunta dos experimentos utilizando o software SAS (SAS INSTITUTE INC., 1993).
A fim de se ter melhor compreeno dos efeitos dos fatores espaçamentos
entre linhas e entre plantas sobre as características, realizou-se o estudo de superfície
de resposta polinomial quadrática. Quando houve efeito significativo para pelo menos
uma das interações de espaçamento entre linhas ou de espaçamento entre plantas com
16
o fator época de plantio, foram construídas isolinhas da superfície de resposta para
cada época isoladamente. Para tanto, utilizaram-se os programas estatísticos Statistica
(STATSOFT, 1995), para a confecção dos gráficos, e SAS (SAS INSTITUTE INC.,
1993) para as demais análises.
O modelo utilizado para estudo da supercie de resposta de segunda ordem foi
o seguinte:
Y = b
0
+ b
1
EL + b
2
EP + b
3
EL² + b
4
EL . EP + b
5
EP²
Onde,
b
0
, b
1
, b
2
, b
3
, b
4,
b
5
são os parâmetros do modelo.
O estudo de regressão polinomial foi utilizado sempre que um fator foi
influenciado significativamente sem constatação de ajuste significativo da superfície de
resposta.
Por último, quando da não constatação de ajustes da superfície de resposta e
da regressão polinomial, procedeu-se a realização do teste de Tukey a 5% para
comparação de médias.
17
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Estado nutricional, crescimento e produtividade
O teor de N na folha diagnóstica do estado nutricional da couve-flor foi
influenciado significativa e isoladamente pelos fatores espaçamento entre plantas,
época de plantio e interação espaçamentos entre plantas e entre linhas (Tabela 4).
Realizou-se o estudo da superfície de resposta para espaçamento entre linhas e
plantas, porém não foi obtido ajuste significativo (Tabela 5).
Tabela 4. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da alise de variância
para teor de nitrogênio, teor de potássio e teor de boro da couve-flor Verona
284’ nas duas épocas de plantio, segundo os fatores avaliados. UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Teor de Potássio Teor de Boro
Causas de variação
Teor de
Nitrogênio
1 2 1 2
Esp. entre linhas (ELI) 0,67
ns
2,04
ns
1,55
ns
3,79* 2,22
ns
Esp. entre plantas (EPL) 3,28* 1,81
ns
0,08
ns
1,43
ns
2,47
ns
ELI x EPL 2,38* 2,28* 1,48
ns
2,97* 3,38**
Época (EP) 123,03** 86,23** 14,74**
EP x ELI 0,78
ns
1,61
ns
1,11
ns
EP x EPL 0,91
ns
0,87
ns
2,40
ns
EP x ELI x EPL 1,23
ns
3,06** 4,54**
CV (%) 7,7 19,0 19,0 12,4 12,6
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
Tabela 5. Análise da superfície de resposta para as características teor de nitrogênio
(TN), teor de potássio (TK) e teor de boro (TB) da couve-flor ‘Verona 284’,
nas duas épocas de plantio. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
TK TB
Parâmetros do modelo TN
1 2 1 2
b
0
(INTERCEPTO)
49,907667 36,287667 -7,745667 53,533737 47,171997
b
1
(ELI)
6,302187 -24,429583 50,724583 -30,473987 -34,469554
b
2
(EPL)
-61,161042 -40,990833 8,884167 -81,265525 -39,614392
b
3
(ELI x ELI)
1,039063 7,864583 -18,697917 11,979687 23,667188
b
4
(ELI x EPL)
-11,579167 17,883333 -25,616667 25,338500 -11,936833
b
5
(EPL x EPL)
64,822917 17,291667 14,375000 51,035417 43,243750
Teste F para o modelo 0,25ns 0,48ns 0,91ns 1,30ns 0,47ns
0,05 0,19 0,31 0,39 0,19
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
Quanto ao efeito do espaçamento entre plantas, verificou-se que, independente
da época de cultivo, quanto maior a distância entre plantas, menor foi o teor de N na
18
folha diagnóstica do estado nutricional da couve-flor (Tabela 6). Este resultado pode ser
devido a um efeito de diluição do nutriente, uma vez que com o aumento do
espaçamento entre plantas houve incremento na massa seca da planta.
Tabela 6. Valores de F, teste de médias, significâncias e coeficientes de variação do
teor de nitrogênio na couve-flor ‘Verona 284’, em função do espaçamento
entre plantas, segundo a análise conjunta. UNESP, Câmpus de Jaboticabal,
2009.
Espaçamento entre plantas (EPL)
Teor de N (g kg
-1
)
Conjunta (EP)
0,4 38,50 a
1
0,5 37,84 ab
0,6 37,73 ab
0,7 36,01 b
Teste F 3,28*
DMS 2,1889
Teste F (ELI x EPL) 2,38*
CV (%) 7,7
Teste F (EP x ELI) 1,50
ns
Teste F (EP x EPL) 0,68
ns
Teste F (EP x ELI x EPL) 1,14
ns
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem,
significativamente, entre si pelo Tukey a 5% de probabilidade. **significativo a 1% de
probabilidade, *significativo a 5% de probabilidade e
ns
não significativo pelo teste
Tukey.
Com relação à época de plantio, plantas de couve-flor apresentaram teor médio
de N na folha diagnóstica do estado nutricional de 34,3 g kg
-1
, na primeira época de
plantio, enquanto foi de 40,8 g kg
-1
, na segunda época (Tabela 7). Provavelmente, o
maior teor de N na segunda época deve-se ao fato que no outono-inverno, as
temperaturas mais baixas proporcionaram menor desenvolvimento das plantas com
conseqüente menor numero de folhas, menor diâmetro de caule e da inflorescência, e
isso proporcionou maior acúmulo, uma vez que não houve efeito de diluição do
nutriente. A maioria dos teores observados encontram-se abaixo do limite inferior da
faixa adequada (40 a 60 g kg
-1
) para N em couve-flor, citada por TRANI & RAIJ (1997).
O teor de potássio na couve-flor foi influenciado significativamente pela
interação tripla, espaçamento entre linhas, entre plantas e épocas de plantio (Tabela 4).
Realizou-se estudo da superfície de resposta para espaçamento entre linhas e entre
plantas na primeira e segunda época de plantio, mas não foi verificado ajuste
significativo das equações (Tabela 5).
19
Tabela 7. Teores de nitrogênio, de potássio e de boro na folha diagnóstica da couve-flor
‘Verona 284’, em função da época de plantio. UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, 2009.
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem, significativamente, entre si pelo Tukey a 5% de
probabilidade.
O teor médio de K na folha diagnóstica do estado nutricional, na primeira época
de plantio, foi de 12,8 g kg
-1
, enquanto na segunda época foi observado teor
significativamente (Tabela 7) maior, 18,6 g kg
-1
de K. Contudo, ambos os teores médios
observados são inferiores aos teores considerados adequados (25 a 50 g kg
-1
) para K
em couve-flor, citados por TRANI & RAIJ (1997).
O teor de boro na folha diagnóstica do estado nutricional da couve-flor, assim
como constatado para teor de K, foi influenciado significativamente pela interação tripla
dos fatores avaliados (Tabela 4). Realizou-se o estudo da superfície de resposta para
os fatores espaçamento entre linhas e entre plantas nas duas épocas de plantio e não
foram constatados ajustes significativos das equações (Tabela 5).
Na primeira época, houve efeito significativo do espaçamento entre linhas no
teor de B (Tabela 4) e observou-se que o teor de B na folha diagnóstica do estado
nutricional da couve-flor aumentou linearmente à medida que maior foi o espaçamento
entre linhas, com máximo de 21,8 mg kg
-1
de B no espaçamento de 1,2 m entre linhas
(Figura 3). Contudo, mesmo o maior teor observado encontra-se abaixo do limite inferior
da faixa adequada para B em couve-flor, que é de 30 a 80 mg kg
-1
, conforme citam
TRANI & RAIJ (1997).
Na segunda época, os fatores isoladamente ou em interação o influenciaram
significativamente o teor de B na folha diagnóstica do estado nutricional da couve-flor e
foi verificado teor médio de 22,4 mg kg
-1
, o qual foi maior (Tabela 7) que o teor médio
da primeira época (20,3 mg kg
-1
de B).
Época de plantio
Teor N
(g kg
-1
)
Teor K
(g kg
-1
)
Teor B
(g kg
-1
)
1
34,27 b
1
12,82 b 20,33 b
2
40,77 a 18,56 a 22,43 a
20
Figura 3. Teor de boro na couve-flor Verona 284’, na primeira época de plantio, em
função do espaçamento entre linhas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
O número de folhas por planta não foi influenciado pela interação dos fatores,
mas foi influenciado significativamente pelo espaçamento entre linhas, entre plantas e
pela época de plantio. Houve ajuste significativo da superfície de resposta para
espaçamentos entre linhas e entre plantas e não houve interação destes com época de
plantio (Tabela 8).
Tabela 8. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da alise de variância
para número de folhas da couve-flor ‘Verona 284’ e parâmetros da equação
polinomial múltipla. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Causas de variação Número de folhas
Parâmetros do modelo Número de folhas
Esp. entre linhas (ELI) 8,52** b
0
(INTERCEPTO)
17,009630
Esp. entre plantas (EPL) 6,33** b
1
(ELI)
-8,174169
ELI x EPL 0,10
ns
b
2
(EPL)
21,554838
Época (EP) 417,66** b
3
(ELI x ELI)
6,119844
EP x ELI 1,38
ns
b
4
(ELI x EPL)
-0,374750
EP x EPL 1,46
ns
b
5
(EPL x EPL)
-15,103125
EP x ELI x EPL 0,65
ns
Teste F para o modelo 26,80**
CV (%) 5,8 0,93
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
Verificou-se que o aumento dos espaçamentos entre linhas e entre plantas
incrementou o mero de folhas. A combinação dos espaçamentos 1,2 m entre linhas e
y = 15,863 + 4,9667x R
2
= 0,83*
18
19
20
21
22
23
0,6 0,8 1,0 1,2
Espaçamento entre linhas (m)
Teor B (mg kg
-
1
)
21
0,7 m entre plantas proporcionou o máximo número de folhas, 23,4 folhas (Figura 4). No
espaçamento 0,6 x 0,4 m, ou seja, na maior população de plantas por hectare (41.667)
foi observado o menor número de folhas por planta, 20,4.
Este resultado retrata o efeito da competição entre plantas de couve-flor, que
conforme MINAMI (1980) se expressa pela redução no número de folhas. Segundo o
autor, na competição, a planta tende a reduzir o tamanho de seus órgãos, sem reduzir o
número deles, ou reduzir o número sem reduzir o tamanho. Em casos mais severos, ou
em plantas mais sensíveis à competição, redução no número e no tamanho de seus
órgãos.
Figura 4. Isolinhas da superfície de resposta para número de folhas da couve-flor
‘Verona 284, em função do espaçamento entre linhas e do espaçamento
entre plantas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Na literatura, não foram encontrados relatos do efeito do adensamento no
número de folhas da couve-flor. Contudo, SCHIAVON JÚNIOR (2008) verificou
resultados semelhantes a este, porém em brócolos. O autor verificou que tanto a área
foliar quanto a massa seca de folha foram maximizados quando o brócolos encontrava-
se plantado com o maior espaçamento entre plantas, do contrário, na redução do
20,721
21,449
22,178
22,543
22,907
23,271
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
23,386
Máximo
z = 17,009630 – 8,174169x + 21,554838y + 6,119844x² – 0,374750xy – 15,103125y² R² = 0,93**
Número
de folhas
22
espaçamento houve diminuição dessas características. Portanto, segundo o autor a
maior densidade de plantas proporcionou menor crescimento foliar, devido à maior
competição das plantas pelos fatores de produção. SINGH et al. (2006) também
verificaram redução da área foliar de brócolos, cv. Fiesta, pois observaram menor
número de folhas como reflexo do menor espaçamento entre plantas. CAVARIANNI
(2008), trabalhando com diferentes espaçamentos em repolho, obteve na menor
densidade populacional, o maior número de folhas externas à cabeça por planta.
O diâmetro do caule de couve-flor foi influenciado significativamente pelo
espaçamento entre linhas nas duas épocas de plantio, pelo espaçamento entre plantas
somente na primeira época de plantio e pelo fator época de plantio, sendo observada
interação somente entre os fatores espaçamento entre plantas e época de plantio. No
entanto, houve ajuste significativo da superfície de resposta, para as duas épocas de
plantio, em função das combinações de espaçamento entre linhas e entre plantas
(Tabela 9).
Tabela 9. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da alise de variância
para diâmetro do caule da couve-flor ‘Verona 284’ e parâmetros da equação
polinomial múltipla, nas duas épocas de plantio. UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, 2009.
Diâmetro do caule
Diâmetro do caule
Causas de variação
1 2
Parâmetros do modelo
1 2
Esp. entre linhas (ELI) 3,50* 8,80** b
0
(INTERCEPTO)
1,292678 0,463236
Esp. entre plantas (EPL) 11,57** 1,85
ns
b
1
(ELI)
1,149429 2,385135
ELI x EPL 0,79
ns
0,78
ns
b
2
(EPL)
5,028518 1,700030
Época (EP) 2226,24** b
3
(ELI x ELI)
-0,663594 -0,781250
EP x ELI 0,46
ns
b
4
(ELI x EPL)
0,546050 -1,072700
EP x EPL 3,19* b
5
(EPL x EPL)
-4,153125 -0,382500
EP x ELI x EPL 1,05
ns
Teste F para o modelo 13,42** 9,52**
CV (%) 3,9 5,6 0,87 0,83
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
Verificou-se que o diâmetro do caule da couve-flor foi influenciado de modo
diferente pelos fatores espaçamentos entre linhas e entre plantas nas épocas avaliadas
(Figuras 5 e 6). Enquanto na primeira época de plantio o maior diâmetro do caule (3,7
cm) foi obtido no maior espaçamento, 1,2 x 0,7 m (Figura 5), na segunda época, o
diâmetro máximo de 2,32 cm, ocorreu no espaçamento de 1,0 x 0,7 m (Figura 6).
23
De comum às duas épocas, tem-se que os maiores valores do diâmetro do
caule foram obtidos com o maior espaçamento entre plantas, talvez demonstrando que
este seja a componente com maior participação na competição intra-específica do que
o espaçamento entre linhas, e que os menores diâmetros do caule foram verificados na
combinação de menores espaçamentos entre linhas e entre plantas. Nesta condição,
maior competição intra-específica ocorreu, o que diminuiu o diâmetro do caule e,
possivelmente, modificou a translocação de água, nutrientes e fotoassimilados. Efeitos
semelhantes sobre o diâmetro do caule foram observados por CHUNG (1982), KAHN et
al. (1991), SINGH et al. (2006) e SCHIAVON JÚNIOR (2008), que avaliaram o efeito de
espaçamentos no brócolos.
Figura 5. Isolinhas da superfície de resposta para diâmetro do caule da couve-flor
‘Verona 284, em função do espaçamento entre linhas e do espaçamento
entre plantas, na primeira época de plantio. UNESP, Câmpus de Jaboticabal,
2009.
Na Tabela 10 o apresentados valores de F, teste de médias, significâncias e
coeficientes de variação da análise de variância para o diâmetro da inflorescência da
couve-flor.
z = 1,292678 + 1,149429x + 5,028518y - 0,663594x² + 0,546050xy - 4,153125y² = 0,87**
3,302
3,382
3,462
3,542
3,583
3,623
Espamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
3,660
Máximo
Diâmetro do
caule (cm)
24
Observou-se efeito significativo do fator espaçamento entre linhas e entre
plantas somente na primeira época de plantio e pelo fator época de plantio
isoladamente, sendo observada interação somente entre os fatores espaçamento entre
linhas e época de plantio. Houve ajuste significativo da superfície de resposta em
função das combinações de espaçamento entre linhas e entre plantas apenas para a
primeira época de plantio e não foi obtido ajuste significativo da superfície de resposta
para segunda época de plantio (Tabela 10).
Figura 6. Isolinhas da superfície de resposta para diâmetro do caule da couve-flor
‘Verona 284, em função do espaçamento entre linhas e do espaçamento
entre plantas, na segunda época de plantio. UNESP, Câmpus de Jaboticabal,
2009.
De acordo com o ajuste da superfície de resposta polinomial quadrática, obtido
para a primeira época de plantio, o aumento dos espaçamentos entre linhas e entre
plantas incrementou o diâmetro da inflorescência da couve-flor. O maior diâmetro foi de
24,5 cm e obtido no espaçamento 1,0 x 0,7 m (Figura 7).
z = 0,463236 + 2,385135x + 1,700030y - 0,781250x² - 1,072700xy - 0,382500y² R² = 0,83**
2,037
2,1
2,163
2,226
2,257
2,289
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
2,319
Máximo
Diâmetro do
caule (cm)
25
z = -4,267319 + 35,833186x + 27,669453y - 17,473906x² - 1,641850xy - 16,041875y² R² = 0,85**
20,031
21,013
21,996
22,978
23,469
23,96
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
24,451
Máximo
Diâmetro da
inflorescência (cm)
Tabela 10. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da análise de variância
para diâmetro da inflorescência da couve-flor ‘Verona 284’ e parâmetros da
equação polinomial múltipla, nas duas épocas de plantio. UNESP, Câmpus
de Jaboticabal, 2009.
Diâmetro da inflorescência
Diâmetro da inflorescência
Causas de variação
1 2
Parâmetros do modelo
1 2
Esp. entre linhas (ELI) 8,69** 0,22
ns
b
0
(INTERCEPTO)
-4,267319 -0,747772
Esp. entre plantas (EPL) 7,75** 1,72
ns
b
1
(ELI)
35,833186 43,661618
ELI x EPL 0,79
ns
0,84
ns
b
2
(EPL)
27,669453 -2,477885
Época (EP) 97,58** b
3
(ELI x ELI)
-17,473906 -16,076563
EP x ELI 4,17** b
4
(ELI x EPL)
-1,641850 -28,280600
EP x EPL 2,14
ns
b
5
(EPL x EPL)
-16,041875 34,271250
EP x ELI x EPL 0,59
ns
Teste F para o modelo 10,97** 1,11
ns
CV (%) 6,4 6,4 0,85 0,36
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
Figura 7. Isolinhas da superfície de resposta para diâmetro da inflorescência da couve-
flor Verona 284’, em função do espaçamento entre linhas e do espaçamento
entre plantas, na primeira época de plantio. UNESP, Câmpus de Jaboticabal,
2009.
Mantendo-se o espaçamento de 1,0 m entre linhas, que maximizou o diâmetro
da inflorescência, a diminuição do espaçamento entre plantas para 0,6; 0,5 e 0,4 m
acarretou redução de 2,1; 5,5 e 10,3% no diâmetro em relação ao máximo observado.
26
Verifica-se que as reduções no diâmetro da inflorescência (%) foram pequenas quando
o espaçamento entre plantas reduziu de 0,7 m para 0,6; 0,5 e 0,4 m, mas suficiente
para enquadrá-las em classes comerciais distintas. Por outro lado, tem-se o incremento
populacional de 14.286 para 25.000 plantas por hectare, ou seja, a possibilidade de
colher 10.714 plantas a mais em um hectare com o adensamento, o que, dependendo
do valor recebido pela couve-flor nas diferentes classificações, pode compensar
economicamente a produção de couves-flores com menor diâmetro. No menor
espaçamento (0,6 x 0,4 m), ou seja, na maior população de plantas (41.667 plantas por
hectare) o diâmetro de inflorescência, na primeira época de plantio, foi de 19,1 cm. Uma
vez que foram constatadas reduções no número de folhas e diâmetro do caule com
plantios sob menores espaçamentos, era de se esperar por diminuições no diâmetro da
inflorescência. O resultado observado corrobora o de MINAMI (1980), que verificou
diminuição do diâmetro e massa da inflorescência de couve-flor em consequência de
maior competição entre as plantas. SCHIAVON JÚNIOR (2008) também verificou
redução no diâmetro da inflorescência central de brócolos da cv. Mônaco à medida que
menores foram os espaçamentos entre plantas.
Na segunda época de plantio, não houve diferença significativa entre os
espaçamentos entre linhas estudados e a média foi de 19,6 cm de diâmetro (Tabela
11). Quanto aos espaçamentos entre plantas, verificou-se que, na primeira época de
plantio, os espaçamentos entre plantas de 0,6 e 0,7 m apresentaram valores médios
superiores ao espaçamento de 0,4 m, no entanto, não diferiram significativamente do
espaçamento 0,5 m entre plantas. Na segunda época, o se verificou diferença
significativa entre os espaçamentos entre plantas estudados (Tabela 11).
A diferença de resposta da couve-flor ao espaçamento entre linhas nas duas
épocas se deve ao fato da cultivar Verona ser geneticamente melhorada para cultivo no
verão. Embora em Jaboticabal, SP, não tenha o inverno rigoroso, o que permite o
cultivo do híbrido também nesta época, as temperaturas médias na primeira e segunda
época de cultivo foram 23,6°C e 19,7°C, respectivamente; e as médias das
temperaturas mínimas dos períodos foram 19,7°C e 13,4°C. Essa diferença térmica
pode explicar o porquê de na primeira época de plantio ter obtido diâmetro de
27
inflorescência médio de 22,3 cm e na segunda época de plantio de 19,6 cm. A
temperatura média mensal ideal para o desenvolvimento das brássicas varia de 1C a
18
°
C com máximas de 23,8
°
C (CASSERES, 1980) e de 15°C a 20
°
C, segundo
FERREIRA (1983), sendo a temperatura ótima para o crescimento vegetativo poucos
graus acima da ótima para o crescimento reprodutivo. Isso corrobora com o que ocorreu
na primeira época de cultivo (primavera-verão) onde a média de temperatura foi mais
alta e proporcionou essa superioridade.
Tabela 11. Valores de F, teste de médias, significâncias e coeficientes de variação do
diâmetro da inflorescência da couve-flor ‘Verona 284’, segundo os fatores
avaliados. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Época de plantio (EP)
Espaçamento entre linhas (ELI)
1 2
0,6 20,62 b
1
19,38
0,8 22,48 a 19,78
1,0 23,53 a 19,57
1,2 22,59 a 19,64
Teste F 8,69** 0,22
ns
DMS 1,5878 1,3945
Espaçamento entre plantas (EPL) 1 2
0,4 20,76 b 18,96
0,5 22,35 ab 19,55
0,6 22,59 a 20,08
0,7 23,53 a 19,79
Teste F 7,75** 1,72
ns
DMS 1,5878 1,3945
Teste F (ELI x EPL) 0,79
ns
0,84
ns
CV (%) 6,4 6,4
Média 22,31 A
2
19,59 B
Teste F (EP x ELI) 4,17**
Teste F (EP x EPL) 2,14
ns
Teste F (EP x ELI x EPL) 0,59
ns
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem, significativamente, entre
si pelo Tukey a 5% de probabilidade.
2
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha
não diferem, significativamente, entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
**significativo a 1% de probabilidade, *significativo a 5% de probabilidade e
ns
não
significativo pelo teste Tukey.
A massa fresca da inflorescência da couve-flor foi influenciada
significativamente pelo espaçamento entre linhas, pelo espaçamento entre plantas, nas
duas épocas de plantio e pelo fator época de plantio, sendo observada interação
somente entre os fatores espaçamento entre linhas e época de plantio. Houve ajuste
significativo da superfície de resposta, para as duas épocas de plantio, em função das
combinações de espaçamento entre linhas e entre plantas. (Tabela 12).
28
Tabela 12. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da análise de variância
para massa fresca da inflorescência da couve-flor Verona 284’ e
parâmetros da equação polinomial múltipla, nas duas épocas de plantio.
UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Massa da inflorescência
Massa da inflorescência
Causas de variação
1 2
Parâmetros do modelo
1 2
Esp. entre linhas (ELI) 15,60** 5,29** b
0
(INTERCEPTO)
-1156,222188 -950,118040
Esp. entre plantas (EPL) 13,61** 6,13** b
1
(ELI)
1803,195778 1426,636219
ELI x EPL 0,83
ns
1,63
ns
b
2
(EPL)
2989,468320 3084,379213
Época (EP) 39,26** b
3
(ELI x ELI)
-798,765938 -272,916719
EP x ELI 2,80* b
4
(ELI x EPL)
212,396200 -1282,027750
EP x EPL 1,78
ns
b
5
(EPL x EPL)
-2052,957500 -1305,554375
EP x ELI x EPL 1,17
ns
Teste F para o modelo 23,52** 8,50**
CV (%) 13,0 12,3 R
2
0,81 0,81
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
Verificou-se que o aumento dos espaçamentos entre linhas e entre plantas
incrementou a massa fresca da inflorescência da couve-flor, na primeira (Figura 8) e
segunda época de plantio (Figura 9). Na primeira época, a máxima massa fresca da
inflorescência da couve-flor, 1.122,48 g, foi obtida no espaçamento 1,2 x 0,7 m (Figura
8); enquanto na segunda época, 826,41 g, aconteceu com 1,2 x 0,6 (Figura 9). No
menor espaçamento (0,6 x 0,4 m), as massas das inflorescências foram 556,43 e
524,79 g, respectivamente obtidas na primeira e segunda época de cultivo, que
corresponderam a 49,6 e 63,5% das máximas massas das inflorescências obtidas nas
respectivas épocas. Verificou-se que na primeira época de cultivo, mais adequado à
cultivar, o espaçamento que maximizou o número de folhas, o diâmetro do caule e a
massa fresca da inflorescência foi o mesmo, 1,2 x 0,7 m, o que não ocorreu na segunda
época.
A produtividade comercial foi influenciada significativamente pelo espaçamento
entre linhas, entre plantas e pela época de plantio, porém não foi observada interação
dos fatores. Houve ajuste significativo da superfície de resposta em função das
combinações de espaçamentos entre linhas e entre plantas (Tabela 13).
29
Figura 8. Isolinhas da superfície de resposta para massa fresca da inflorescência da couve-flor
‘Verona 284’, em função do espaçamento entre linhas e do espaçamento entre
plantas, na primeira época de plantio. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Figura 9. Isolinhas da superfície de resposta para massa fresca da inflorescência da couve-flor
‘Verona 284’, em função do espaçamento entre linhas e do espaçamento entre
plantas, na segunda época de plantio. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
z = -1156,222188 + 1803,195778x + 2989,468320y - 798,765938x² + 212,396200xy - 2052,957500y² R² = 0,92**
659,347
762,266
865,185
968,103
1019,56
1071,02
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
1122,481
Máximo
Massa da
inflorescência (g)
z = -950,118040 + 1426,636219x + 3084,379213y - 272,916719x² - 1282,027750xy - 1305,554375y² R² = 0,81**
579,645
634,501
689,356
744,212
771,639
799,067
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
826,413
Máximo
Massa da
inflorescência (g)
30
Tabela 13. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da análise de variância
para produtividade comercial da couve-flor ‘Verona 284’ e parâmetros da
equação polinomial múltipla. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Causas de variação Produtividade
Parâmetros do modelo Produtividade
Esp. entre linhas (ELI) 46,16** b
0
(INTERCEPTO)
33705,00
Esp. entre plantas (EPL) 20,90** b
1
(ELI)
-13632,00
ELI x EPL 1,24
ns
b
2
(EPL)
-2566,436518
Época (EP) 30,27** b
3
(ELI x ELI)
3001,578281
EP x ELI 0,93
ns
b
4
(ELI x EPL)
-6645,932550
EP x EPL 0,24
ns
b
5
(EPL x EPL)
-5935,884375
EP x ELI x EPL 1,08
ns
Teste F para o modelo 35,07**
CV (%) 12,5 0,95
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
O fato de não ter havido interação significativa entre épocas de plantio e os
espaçamentos entre linhas e entre plantas demonstra que estes fatores atuaram do
mesmo modo e intensidade sobre a produtividade da couve-flor nas duas épocas
avaliadas.
Verificou-se que o aumento dos espaçamentos entre linhas e entre plantas
reduziu a produtividade, ou seja, à medida que maiores foram os espaçamentos entre
linhas e entre plantas, menor a produtividade (Figura 10).
A combinação dos espaçamentos 0,6 x 0,4 m proporcionou a máxima
produtividade da couve-flor, 23.035,02 kg ha
-1
(Figura 10), a qual foi semelhante à
obtida por MONTEIRO et al. (2008), que avaliando o desempenho de cultivares de
couve-flor de verão em Jaboticabal-SP, verificaram produtividade da cultivar Verona de
22.430 kg ha
-1
. Porém, a produtividade obtida foi muito maior do que a verificada por
MAY et al. (2000), 12580 kg ha
-1
, com a cultivar Verona 184, mas cultivada no
espaçamento 1,0 x 0,8 x 0,6 m (12.655 plantas produtivas por hectare). No entanto, se
considerada população semelhante à utilizada por MAY et al. (2000), 11.905 plantas por
hectare (1,2 x 0,7 m, Figura 10), a produtividade neste trabalho foi de 11.381,20 kg ha
-1
e, portanto, próxima da obtida por MAY et al. (2000).
No espaçamento 1,2 x 0,7 m, ou seja, na menor população de plantas (11.905
plantas por hectare), em que foi obtida a maior massa de inflorescência na primeira
época de cultivo (Figura 8), 36% a mais do que a máxima massa obtida na segunda
31
época (Figura 9), foi observada a menor produtividade, 11.381,20 kg ha
-1
(Figura 10).
Esta correspondeu a 49,4% da máxima produtividade obtida.
Figura 10. Isolinhas da superfície de resposta para produtividade comercial da couve-
flor ‘Verona 284’, em função do espaçamento entre linhas e do
espaçamento entre plantas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Comparando-se as épocas de plantio, é interessante observar que os valores
médios das características foram maiores na primeira época de cultivo (Tabela 14).
O número médio de folhas na segunda época atingiu apenas 78,6% (19,2
folhas) do valor médio observado na primeira época (24,5 folhas); o diâmetro médio do
caule no cultivo da primeira época de plantio, foi de 3,5 cm, maior do que 2,2 cm do
cultivo da segunda época de plantio; o diâmetro médio da inflorescência na primeira
época foi de 22,3 cm, maior do que 19,6 cm do cultivo da segunda época; e a massa
fresca média da inflorescência foi de 882,4 g na primeira época de plantio, enquanto na
segunda época foi de 749,7 g. Quanto à produtividade comercial, constatou-se que na
segunda época atingiu-se 86,9% (16.279,15 kg ha
-1
) da média observada na primeira
época (18.738,75 kg ha
-1
) (Tabela 14).
13500
15618,9
17737,8
19856,73
20916,2
21975,64
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
Máximo
23035,02
z = 33705 – 13632x – 2566,436518y + 3001,578281x² – 6645,932550xy – 5935,884375y² R² = 0,95**
Produtividade
(kg ha
-1
)
32
Tabela 14. Teste de médias e coeficientes de variação do número de folhas (NF),
diâmetro do caule (DC), diâmetro da inflorescência (DI), massa fresca da
inflorescência (MFI) e produtividade da couve-flor Verona 284’, segundo os
fatores avaliados, na primeira e segunda época de plantio. UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Época de
plantio
NF DC (cm) DI (cm) MFI (g) Produtividade (kg ha
-1
)
1 24,5 a
1
3,5 a 22,3 a 882,4 a 18.738,75 a
2 19,2 b 2,2 b 19,6 b 749,7 b 16.279,15 b
CV (%) 5,8 4,6 6,4 12,7 12,5
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem, significativamente, entre si pelo Tukey a 5% de probabilidade.
A diferença de desempenho entre as épocas, provavelmente, se deve a cultivar
Verona 284 ser um híbrido recomendado para cultivo de verão. Sob altas temperaturas
a planta permanece vegetando e pode emitir mais folhas. Este resultado está de acordo
com FERREIRA (1983), que afirmou ser maior a quantidade de folhas sob altas
temperaturas. MOEL (1991) verificou que se elevando a temperatura média de 17°C
para 25°C, o número de folhas formadas por planta aumentou de 26 para 37 por planta.
Sob baixas temperaturas o estímulo a emissão de inflorescência e pode ocorrer o
encurtamento do estádio vegetativo com consequente menor número de folhas.
Na primeira época de plantio, o ciclo (da semeadura à última colheita) foi de
114 dias, enquanto na segunda época o ciclo foi de 97 dias. Verifica-se, portanto, uma
redução no ciclo médio da cultura com o decréscimo da temperatura, o que é
decorrente de maior precocidade na emissão da inflorescência. VITÓRIA (1996),
avaliando o comportamento de cultivares e época de plantio de couve-flor na região de
Ilha Solteira, SP, verificou situação semelhante. O ciclo (da semeadura à última
colheita) reduziu de 150 dias no cultivo da primeira época (9 de janeiro) para 110 dias
no período da terceira época (29 de março). O autor atribuiu ao resultado à redução da
temperatura.
O ciclo da couve-flor foi influenciado somente pelo espaçamento entre plantas e
pela época de plantio. Realizou-se o estudo da superfície de resposta para ciclo em
função dos espaçamentos entre linhas e entre plantas, porém não foi constatado ajuste
33
significativo (Tabela 15). Também foi realizado estudo de regressão polinomial para
ajuste da equação por se tratar de um fator quantitativo, porém não se obteve ajuste.
Tabela 15. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da análise de variância
para ciclo da couve-flor ‘Verona 284’ e parâmetros da equação polinomial
múltipla. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Causas de variação Ciclo
Parâmetros do modelo Ciclo
Esp. entre linhas (ELI) 1,77ns b
0
(INTERCEPTO)
95,444167
Esp. entre plantas (EPL) 4,05* b
1
(ELI)
0,293229
ELI x EPL 0,90
ns
b
2
(EPL)
8,538542
Época (EP) 786,56** b
3
(ELI x ELI)
2,669271
EP x ELI 1,98ns b
4
(ELI x EPL)
-5,604167
EP x EPL 2,24ns b
5
(EPL x EPL)
2,343750
EP x ELI x EPL 0,82ns Teste F para o modelo
0,10ns
CV (%) 2,0
0,02
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
O menor espaçamento entre plantas (0,4 m) proporcionou maior ciclo do que
plantas distantes entre si em 0,7 m, porém, não diferiu dos demais espaçamentos
(Tabela 16).
Tabela 16. Valores de F, teste de médias, significâncias e coeficientes de variação do
ciclo da couve-flor ‘Verona 284’, em função do espaçamento entre plantas,
segundo a análise conjunta. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Espaçamento entre plantas (EPL) Conjunta (EP)
0,4 101,71 a
1
0,5 100,61 ab
0,6 100,67 ab
0,7 99,67 b
Teste F 4,05*
DMS 1,5483
Teste F (ELI x EPL) 0,90
ns
CV (%) 2,0
Teste F (EP x ELI) 1,98
ns
Teste F (EP x EPL) 2,24
ns
Teste F (EP x ELI x EPL) 0,82
ns
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem,
significativamente, entre si pelo Tukey a 5% de probabilidade. **significativo a 1% de
probabilidade, *significativo a 5% de probabilidade e
ns
não significativo pelo teste
Tukey.
Uma possível explicação para esse resultado é que devido ao aumento da
densidade de plantas na área, em decorrência dos menores espaçamentos, ocorre
maior competição por fatores como luz, o que resulta em maior sombreamento de uma
34
planta sobre outra, retardando, assim, o desenvolvimento e prolongando o ciclo das
plantas. STOFFELLA & FLEMING (1990) também verificaram que quando se diminui a
densidade de plantio, há redução do ciclo da cultura no repolho e KIRK (1981) verificou
mesmo efeito em Couve-de-Bruxelas.
4.2 Classificação
A porcentagem de inflorescências na classe Primeira não foi influenciada pela
interação dos fatores, pelo espaçamento entre plantas e pela época de plantio, mas foi
influenciado significativamente pelo espaçamento entre linhas (Tabela 17).
Em razão da ausência de interação dos fatores com época de plantio realizou-
se, para análise conjunta das épocas, o estudo da superfície de resposta para
espaçamentos entre linhas e entre plantas e houve ajuste significativo (Tabela 18).
Tabela 17. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da análise de variância
para classe Primeira, Especial e Extra de couve-flor ‘Verona 284’ nas duas
épocas de plantio, segundo os fatores avaliados. UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, 2009.
Classe Especial Classe Extra
Causas de variação
Classe
Primeira
1 2 1 2
Esp. entre linhas (ELI) 6,94** 11,50** 3,86* 18,99** 1,33
ns
Esp. entre plantas (EPL) 2,65
ns
9,02** 0,78
ns
11,93** 1,84
ns
ELI x EPL 1,29
ns
1,54
ns
0,33
ns
2,08
ns
0,54
ns
Época (EP) 2,76
ns
98,76** 116,73**
EP x ELI 1,12
ns
12,32** 10,09**
EP x EPL 1,73
ns
2,04
ns
1,15
ns
EP x ELI x EPL 0,65
ns
0,61
ns
0,38
ns
CV (%) 295,2 96,7 41,2 21,8 107,8
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
Verificou-se que o aumento dos espaçamentos entre linhas e entre plantas
reduziu a porcentagem de inflorescências na classe Primeira. A combinação dos
espaçamentos 0,6 m entre linhas e 0,4 m entre plantas proporcionou o máximo
porcentual de inflorescências nesta classe, 19,2% (Figura 11). No maior espaçamento
1,2 x 0,7 m, ou seja, na menor população de plantas por hectare (11.905) foi observado
pequeno porcentual do total de inflorescências produzidas nesta classe, 2,4%
35
Tabela 18. Análise da superfície de resposta para as características classe Primeira,
Especial e Extra, nas primeira e segunda época de plantio, da couve-flor
‘Verona 284’. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Classe Especial Classe Extra
Parâmetros do modelo
Classe
Primeira
1 2 1 2
b
0
(INTERCEPTO)
141,10417 582,875000 126,708333 -529,45833 -262,33333
b
1
(ELI)
-172,29167 -535,833333 159,791667 636,14583 84,47917
b
2
(EPL)
-181,45833 -997,083333 -550,833333 979,79167 931,04167
b
3
(ELI x ELI)
52,08333 156,250000 -78,125000 -195,31250 13,02083
b
4
(ELI x EPL)
112,50000 341,666667 75,000000 -379,16667 -262,50000
b
5
(EPL x EPL)
52,08333 520,833333 416,666667 -468,75000 -572,91667
Teste F para o modelo 23,29** 26,36** 7,23** 37,56** 7,76**
0,92 0,93 0,78 0,95 0,80
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
.
Figura 11. Isolinhas da superfície de resposta para classe Primeira (<170 mm de diâmetro) de
couve-flor ‘Verona 284’, em função do espaçamento entre linhas e do espaçamento
entre plantas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Na classe Especial, a porcentagem de inflorescências foi influenciada
significativamente pela interação do fator espaçamento entre linhas com época de
plantio e efeito isolado da época de plantio (Tabela 17). Em razão da interação com
época de plantio, realizou-se o estudo de superfície de resposta para as duas épocas
de plantio, em função das combinações de espaçamentos entre linhas e entre plantas.
Foram constatados ajustes significativos das equações (Tabela 18).
1,033
4,065
7,098
10,131
13,164
16,196
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
z = 141,104167 – 172,291667x – 181,458333y + 52,083333x² + 112,500000xy + 52,083333 y² R² = 0,92**
19,229
Máximo
Classe
Primeira (%)
36
Verificou-se que as inflorescências da classe Especial foram influenciadas de
modo diferente pelos fatores espaçamentos entre linhas e entre plantas nas épocas
avaliadas (Figuras 12 e 13). Enquanto na primeira época de plantio o maior porcentual
nesta classe (84,1%) foi obtido no menor espaçamento, 0,6 x 0,4 m (Figura 12), na
segunda época, o porcentual máximo de 88,3%, ocorreu no espaçamento de 1,2 x 0,4
m (Figura 13).
De comum às duas épocas, tem-se que os maiores porcentuais de
inflorescências nesta classe foram obtidos com o menor espaçamento entre plantas,
talvez demonstrando que este seja a componente com menor participação na
competição intra-específica do que o espaçamento entre linhas (Figuras 12 e 13).
A segunda época de plantio proporcionou um porcentual maior de
inflorescências nesta classe com um porcentual mínimo de 41% de inflorescência na
combinação 0,6 x 0,6 m (Figura 12), verificando-se, inclusive, que em algumas
combinações de espaçamentos na primeira época de plantio, por exemplo, 1,0 x 0,6 m
e 1,0 x 0,7 m não houve sequer inflorescência classificada nesta classe.
Figura 12. Isolinhas da superfície de resposta para classe Especial (> 170 a < 210 mm de
diâmetro) de couve-flor ‘Verona 284’ na primeira época de plantio, em função do
espaçamento entre linhas e do espaçamento entre plantas. UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, 2009.
9,409
21,862
34,315
46,767
59,22
71,672
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
z = 582,875000 – 535,833333x – 997,083333y + 156,250000x² + 341,666667xy + 520,833333y² R² = 0,93**
84,125
Máximo
Classe
Especial
(%)
37
Figura 13. Isolinhas da superfície de resposta para classe Especial (> 170 a < 210 mm
de diâmetro) de couve-flor ‘Verona 284 na segunda época de plantio, em
função do espaçamento entre linhas e do espaçamento entre plantas.
UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Na classe Extra, assim como verificado para a classe Especial, a porcentagem
de inflorescências foi influenciada significativamente pela interação do espaçamento
entre linhas com época de plantio e isolado do fator época de plantio (Tabela 17). Da
mesma forma, em razão da interação com época de cultivo, realizou-se o estudo da
superfície de resposta para cada época, em função das combinações de espaçamentos
entre linhas e entre plantas e constatou-se ajuste significativo para as equações (Tabela
18).
Verificou-se que as inflorescências na classe Extra (> 210 mm de diâmetro)
foram influenciadas de modo diferente pelos fatores espaçamentos entre linhas e entre
plantas nas épocas avaliadas (Figuras 14 e 15). Enquanto na primeira época de plantio
o maior porcentual nesta classe (100%) foi obtido no espaçamento, 1,1 x 0,6 m (Figura
14), a segunda época, o porcentual máximo de 53,8%, ocorreu no espaçamento de 0,6
x 0,7 m (Figura 15). Os menores porcentuais de inflorescências desta classe foram
47,722
54,483
61,245
68,007
74,768
81,53
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
z = 126,708333 + 159,791667x – 550,833333y – 78,125000x² + 75,000000xy + 416,666667y² R² = 0,78**
Máximo
88,292
Classe
Especial
(%)
38
encontrados nos espaçamentos 0,6 x 0,4 m na primeira época (7,8%) e na combinação
1,2 x 0,7 m (8,3%) na segunda época.
Comparando-se as épocas de plantio, observou-se que o cultivo de primavera-
verão (primeira época de plantio) proporcionou inflorescências de maiores tamanhos,
com maioria enquadrando-se na classe Extra, enquanto no cultivo do outono-inverno
(segunda época de plantio), maior porcentual da produção classificou-se na Classe
Especial (Tabela 19).
Figura 14. Isolinhas da superfície de resposta para classe Extra (> 210 mm de
diâmetro) de couve-flor ‘Verona 284 na primeira época de plantio, em
função do espaçamento entre linhas e do espaçamento entre plantas.
UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
As razões que justificam o resultado observado foram anteriormente
apresentadas e referem-se, basicamente, ao efeito de menores temperaturas, na
segunda época de plantio, determinando menor potencial produtivo (número de folhas,
diâmetro do caule) e ciclo da couve-flor.
O porcentual médio de inflorescências da classe Primeira, na primeira época de
plantio, 1,6%, não diferiu significativamente dos 4,7% da segunda época. A classe
Especial apresentou porcentual maior de inflorescências na segunda época de plantio,
21,533
35,233
48,933
62,633
76,333
90,032
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
z = – 529,458333 + 636,145833x + 979,791667y – 195,312500 x² – 379,166667xy – 468,750000 y² R² = 0,95**
Máximo
100,00
Classe
Extra
(%)
39
68,8%, significativamente maior do que os 19,8% verificados na primeira época de
plantio. A segunda época de plantio proporcionou a esta classe a maior participação no
total de inflorescências classificadas. Na classe Extra observou-se que na primeira
época de plantio o porcentual de 78,65% foi significativamente superior ao observado
na segunda época com 26,56% das inflorescências classificadas nesta classe. A
primeira época de plantio proporcionou uma maior participação dessa classe no total
das inflorescências classificadas (Tabela 19).
Figura 15. Isolinhas da superfície de resposta para classe Extra (> 210 mm de
diâmetro) de couve-flor ‘Verona 284’ na segunda época de plantio, em
função do espaçamento entre linhas e do espaçamento entre plantas.
UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Tabela 19. Porcentagens da produção total de couve-flor ‘Verona 284’ nas classes
Primeira, Especial e Extra, em função da época de plantio. UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, 2009.
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem, significativamente, entre si pelo
Tukey a 5% de probabilidade.
Época de plantio
Classe Primeira
(< 170 mm)
Classe Especial
(> 170 a < 210 mm)
Classe Extra
(> 210 mm)
1
1,56 a
1
19,79 b 78,65 a
2
4,69 a 68,75 a 26,56 b
14,841
21,391
27,941
34,491
41,041
47,59
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
z = – 262,333333 + 84,479167x + 931,041667y + 13,020833x² – 262,500000xy – 572,916667y² R² = 0,80**
Máximo
53,792
Classe
Extra
(%)
40
4.3 Acúmulo e exportação de nutrientes
Os acúmulos de nitrogênio nas folhas e no caule da couve-flor não foram
influenciados pela interação dos fatores, mas foram influenciados significativamente
pelo espaçamento entre linhas e pela época de plantio (Tabela 20). Para estas
características, realizou-se o estudo da superfície de resposta para espaçamentos entre
linhas e entre plantas e não foram observados ajustes significativos das equações
(Tabela 21).
Tabela 20. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da análise de variância
para acúmulo de nitrogênio na folha (AcNF), no caule (AcNC), na
inflorescência (AcNI) e total (AcNT) da couve-flor Verona 284’. UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, 2009.
AcNI
Causas de variação AcNF AcNC
1 2
AcNT
Esp. entre linhas (ELI) 7,95** 4,09* 5,07** 6,96** 15,29**
Esp. entre plantas (EPL) 0,48
ns
0,46
ns
2,19
ns
3,00* 1,97
ns
ELI x EPL 1,62
ns
0,82
ns
1,65
ns
0,96
ns
1,87
ns
Época (EP) 131,63** 810,67** 265,80** 410,29**
EP x ELI 0,73
ns
1,03
ns
0,83
ns
1,32
ns
EP x EPL 1,00
ns
0,73
ns
0,62
ns
0,67
ns
EP x ELI x EPL 0,97
ns
0,52
ns
2,09* 1,73
ns
CV (%) 21,1 22,9 15,9 15,6 14,0
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
Tabela 21. Parâmetros da equação polinomial múltipla para acúmulo de nitrogênio na
folha (AcNF), no caule (AcNC), na inflorescência (AcNI) e total (AcNT) da
couve-flor ‘Verona 284’. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
AcNI
Parâmetros do modelo AcNF AcNC
1 2
AcNT
b
0
(INTERCEPTO)
-3,955290 0,023643 0,806269 -2,244778 -4,650902
b
1
(ELI)
11,189665 0,481194 2,036743 4,158583 14,768522
b
2
(EPL)
6,781922 0,593360 1,083460 5,715335 10,774680
b
3
(ELI x ELI)
-3,080593 -0,024024 -1,266555 -1,781740 -4,628764
b
4
(ELI x EPL)
-7,302911 -0,471934 2,287157 -0,536894 -6,899713
b
5
(EPL x EPL)
0,472185 -0,061601 -1,583660 -3,984436 -2,373464
Teste F para o modelo 0,96
ns
0,08
ns
2,46
ns
6,33** 0,64
ns
0,16 0,02 0,55 0,76 0,11
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
41
Os acúmulos de nitrogênio na folha e no caule da couve-flor aumentaram
linearmente à medida que maior foi o espaçamento entre linhas, com máximos de 4,2 e
0,56 g planta
-1
de N, respectivamente (Figura 16).
Com o aumento dos espaçamentos, as plantas dispõem de mais espaço para
se desenvolverem, o que provavelmente possibilitou maior número de folhas, massa de
caule, de folha e de inflorescência, e, portanto, as plantas mais vigorosas conseguem
absorver, consequentemente, mais nutrientes, explicando assim o maior acúmulo de
nitrogênio em seus órgãos.
Figura 16. Acúmulo de nitrogênio na folha (AcNF) e no caule (AcNC) da couve-flor
‘Verona 284’, nas épocas conjuntamente, em função do espaçamento entre
linhas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Para acúmulo de nitrogênio na inflorescência, verificou-se interação tripla dos
fatores avaliados (Tabela 20). Realizou-se o estudo da superfície de resposta para cada
época de plantio e somente constatou-se ajuste significativo da interação
espaçamentos entre linhas e entre plantas na segunda época (Tabela 21). Na primeira
época de plantio, constatou-se ajuste significativo somente do espaçamento entre
linhas (Tabela 20) e verificou-se que o acúmulo de nitrogênio na inflorescência
aumentou linearmente com o maior espaçamento entre linhas (Figura 17). O resultado
pode ser explicado pela maior massa de inflorescência obtida também com incremento
Espaçamento entre linhas (m)
AcNF (g planta
-
1
)
AcNC (g planta
-
1
)
y = 0,3524 + 0,1733x R
2
= 0,91**
y = 2,2636 + 1,6285x R
2
= 0,86*
3,0
3,3
3,6
3,9
4,2
4,5
0,6 0,8 1,0 1,2
0,44
0,46
0,48
0,50
0,52
0,54
0,56
0,58
AcNF
AcNC
42
de espaçamentos entre linhas e/ou entre plantas (Figura 8), resultado de menor
competição entre plantas. Mesmo não tendo sido observado efeito significativo do
espaçamento entre plantas no acúmulo de nitrogênio na inflorescência, verificou-se que
a quantidade de nitrogênio na inflorescência aumentou linearmente (y = 2,013 + 1,4x R
= 0,92*) com o aumento nos espaçamentos.
Figura 17. Acúmulo de nitrogênio na inflorescência (AcNI) de couve-flor ‘Verona 284’,
na primeira época de plantio, em função do espaçamento entre linhas.
UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Na segunda época de plantio, o ajuste significativo da superfície de resposta
para espaçamentos entre linhas e entre plantas permite observar que o aumento dos
espaçamentos entre linhas e entre plantas incrementou o acúmulo de nitrogênio na
inflorescência (Figura 18). A combinação dos espaçamentos 1,1 x 0,6 m proporcionou o
máximo acúmulo de nitrogênio na inflorescência de couve-flor, 1,81 g planta
-1
. O menor
acúmulo foi de 1,13 g planta
-1
verificado na combinação dos menores espaçamentos,
0,6 x 0,4 m, ou seja, na maior população de plantas por hectare (41.667) (Figura 18).
O acúmulo de nitrogênio na planta inteira de couve-flor, assim como constatado
para acúmulo de N na folha e no caule, não foi influenciado pela interação dos fatores,
mas foi influenciado significativamente pelo espaçamento entre linhas e pela época de
y = 1,8663 + 1,0133x R
2
= 0,83*
2,0
2,3
2,6
2,9
3,2
3,5
0,6 0,8 1,0 1,2
Espaçamento entre linhas (m)
AcNI (g planta
-
1
)
43
plantio (Tabela 20). Não houve ajuste significativo da superfície de resposta para
espaçamentos entre linhas e entre plantas (Tabela 21).
Figura 18. Isolinhas da superfície de resposta para acúmulo de nitrogênio na
inflorescência (AcNI) de couve-flor Verona 284’ na segunda época de
plantio, em função do espaçamento entre linhas e do espaçamento entre
plantas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Houve efeito significativo do espaçamento entre linhas no acúmulo de N na
planta inteira (Tabela 20). Observou-se que o acúmulo de N na planta inteira de couve-
flor aumentou linearmente à medida que maior foi o espaçamento, com máximo de 7,22
g planta
-1
de N no espaçamento de 1,2 m entre linhas (Figura 19).
O acúmulo de fósforo na folha de couve-flor não foi influenciado pela interação
dos fatores, mas foi influenciado significativamente pela época de plantio (Tabela 22).
Não houve ajuste significativo da superfície de resposta para espaçamentos entre
linhas e entre plantas (Tabela 23). A segunda época proporcionou maior acúmulo de
fósforo na folha, 0,31 g planta
-1
significativamente superior ao observado para a
primeira época de plantio, 0,25 g planta
-1
.
1,228
1,327
1,426
1,525
1,625
1,724
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
1,814
Máximo
z = – 2,244778 + 4,158583x + 5,715335y – 1,781740x² – 0,536894xy – 3,984436y² R² = 0,76**
AcNI
(g planta
-1
)
44
O acúmulo de fósforo no caule de couve-flor foi influenciado significativamente
pelo espaçamento entre linhas nas duas épocas de plantio, pelo espaçamento entre
plantas somente na primeira época de plantio e pelo fator época de plantio, sendo
observada interação entre os fatores somente na segunda época de plantio e entre o
fator espaçamento entre plantas e época de plantio (Tabela 22). Não houve ajuste
significativo da superfície de resposta para acúmulo de P no caule, em função de
espaçamento entre linhas e entre plantas (Tabela 23).
Figura 19. Acúmulo de nitrogênio total (AcNT) na couve-flor ‘Verona 284’, nas épocas
conjuntamente, em função do espaçamento entre linhas. UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, 2009.
Tabela 22. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da análise de variância
para acúmulo de fósforo na folha (AcPF), no caule (AcPC), na inflorescência
(AcPI) e total (AcPT) da couve-flor ‘Verona 284’. UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, 2009.
AcPC AcPI
Causas de variação AcPF
1 2 1 2
AcPT
Esp. entre linhas (ELI) 2,70
ns
3,76* 6,58** 9,54** 3,00* 6,21**
Esp. entre plantas (EPL) 0,25
ns
2,95* 0,60
ns
2,85
ns
2,91
ns
1,70
ns
ELI x EPL 1,11
ns
2,17
ns
2,97* 2,50* 1,76
ns
0,89
ns
Época (EP) 15,86** 326,19** 98,27** 22,80**
EP x ELI 2,70
ns
1,21
ns
0,46
ns
1,50
ns
EP x EPL 0,80
ns
3,26* 0,61
ns
0,68
ns
EP x ELI x EPL 0,56
ns
1,65
ns
2,81** 1,14
ns
CV (%) 24,8 19,5 17,0 15,4 16,4 15,9
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
y = 4,0474 + 2,6399x R
2
= 0,91**
5,0
6,0
7,0
8,0
0,6 0,8 1,0 1,2
Espaçamento entre linhas (m)
AcNT (g planta
-
1
)
45
Tabela 23. Parâmetros da equação polinomial múltipla para acúmulo de fósforo na folha
(AcPF), no caule (AcPC), na inflorescência (AcPI) e total (AcPT) da couve-
flor ‘Verona 284’. UNESP, mpus de Jaboticabal, 2009.
AcPC AcPI
Parâmetros do modelo AcPF
1 2 1 2
AcPT
b
0
(INTERCEPTO)
-0,199792
0,037750
-0,065254 0,019561 -0,090940 -0,249234
b
1
(ELI)
0,728867
0,211609
0,090955 0,202855 0,559004 1,261078
b
2
(EPL)
0,473446
-0,286415
0,189647 0,014457 0,068910 0,466745
b
3
(ELI x ELI)
-0,222114
-0,108208
-0,014118 -0,148043 -0,246131 -0,480364
b
4
(ELI x EPL)
-0,510818
0,012985
-0,090525 0,257340 -0,104351 -0,473093
b
5
(EPL x EPL)
0,021200
0,281758
-0,098365 -0,136952 0,146874 0,117858
Teste F para o modelo 0,91
ns
1,48
ns
2,94
ns
3,01
ns
2,00
ns
2,65
ns
0,15
0,42
0,59 0,60 0,50 0,34
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
No entanto, o estudo de regressão polinomial foi utilizado para o espaçamento
entre linhas nas duas épocas de plantio, em função da não constatação de ajuste
significativo da superfície de resposta (Figura 20). Foi observado que o acúmulo de
fósforo no caule de couve-flor para espaçamento entre linhas apresentou ajuste
quadrático para a primeira época de plantio, onde se observou aumento do acúmulo até
o espaçamento 1,0 m entre linha, em que o máximo acumulado chegou a 0,08 g planta
-
1
de P, em seguida houve redução. Na segunda época, observou-se que o acúmulo de
P no caule de couve-flor, aumentou linearmente à medida que maior foi o espaçamento,
com máximo de 0,04 g planta
-1
de P no espaçamento de 1,2 m entre linhas (Figura 20).
Os menores acúmulos de P no caule foram obtidos no menor espaçamento, 0,6 m entre
linhas, na primeira e segunda época de plantio, com valores de 0,06 e 0,03 g planta
-1
de
P, respectivamente (Figura 20).
Houve significância para espaçamento entre plantas na primeira época de
plantio para acúmulo de fósforo no caule de couve-flor. O maior espaçamento entre
plantas, 0,7 m proporcionou o maior acúmulo de fósforo no caule (0,083 g planta
-1
)
significativamente superior ao verificado para o espaçamento 0,6 m (0,067 g planta
-1
),
porém não diferindo dos demais espaçamentos (Tabela 24). A primeira época
proporcionou em média maior acúmulo de fósforo no caule, 0,07 g planta
-1
significativamente superior ao verificado na segunda época de plantio, 0,03 g planta
-1
(Tabela 24).
46
Figura 20. Acúmulo de fósforo no caule (AcPC) de couve-flor ‘Verona 284’ na primeira e
segunda época de plantio, em função do espaçamento entre linhas.
UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Tabela 24. Valores de F, teste de médias, significâncias e coeficientes de variação do
acúmulo de fósforo no caule da couve-flor ‘Verona 284’, segundo o
espaçamento entre plantas nas duas épocas de plantio. UNESP, Câmpus
de Jaboticabal, 2009.
Época de plantio (EP)
Espaçamento entre plantas (EPL)
1 2
0,4 0,069 ab
1
0,032
0,5 0,073 ab 0,033
0,6 0,067 b 0,035
0,7 0,083 a 0,032
Teste F 2,95* 0,60
ns
DMS 0,0158 0,0062
Teste F (ELI x EPL) 2,17
ns
2,97*
CV (%) 19,5 17,0
Média 0,07 A
2
0,03 B
Teste F (EP x ELI) 1,21
ns
Teste F (EP x EPL) 3,26*
Teste F (EP x ELI x EPL) 1,65
ns
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem,
significativamente, entre si pelo Tukey a 5% de probabilidade.
2
Médias seguidas pela
mesma letra maiúscula na linha não diferem, significativamente, entre si pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade. **significativo a 1% de probabilidade, *significativo a
5% de probabilidade e
ns
não significativo pelo teste Tukey.
O acúmulo de fósforo na inflorescência de couve-flor foi influenciado
significativamente pela interação dos três fatores avaliados (Tabela 22). Ajuste
significativo da superfície de resposta para acúmulo de P na inflorescência não foi
y = - 0,0234 + 0,2062x - 0,1044x
2
R
2
= 0,96*
y = 0,0183 + 0,0167x R
2
= 0,83*
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0,09
0,6 0,8 1,0 1,2
1ª época
2ª época
Espaçamento entre linhas (m)
AcPC (g planta
-
1
)
47
observado, em função de espaçamentos entre linhas e entre plantas nas épocas de
plantio avaliadas (Tabela 23).
O estudo de regressão polinomial foi utilizado para os espaçamentos entre
linhas e entre plantas nas duas épocas de plantio, em função da não constatação de
ajuste significativo da superfície de resposta. Foi observado que o acúmulo de fósforo
na inflorescência de couve-flor apresentou ajuste linear na primeira e segunda época de
plantio para espaçamento entre linhas, aumentando à medida que os espaçamentos
aumentaram, atingindo máximos de 0,19 e 0,25 g planta
-1
de P na primeira e segunda
época de plantio, respectivamente, no espaçamento de 1,2 m entre linhas (Figura 21).
Figura 21. Acúmulo de fósforo na inflorescência (AcPI) de couve-flor Verona 284’ na
primeira e segunda época de plantio, em função do espaçamento entre
linhas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Quando houve mudança do fator, o comportamento foi semelhante, onde à
medida que se aumentaram os espaçamentos entre plantas nas duas épocas de
plantio, houve incremento do acúmulo de fósforo na inflorescência atingindo máximos
de 0,18 e 0,25 g planta
-1
de P na primeira e segunda época de plantio, respectivamente,
no espaçamento de 0,7 m entre plantas (Figura 22). Assim como constatado para o
fator espaçamento entre linhas, nas duas épocas avaliadas, os maiores espaçamentos
entre plantas também proporcionaram os maiores acúmulos de fósforo na
inflorescência.
y = 0,0976 + 0,0768x R
2
= 0,72*
y = 0,1806 + 0,0567x R
2
= 0,60*
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
0,24
0,26
0,28
0,6 0,8 1,0 1,2
1ª época
2ª época
Espaçamento entre linhas (m)
AcPI (g planta
-
1
)
48
Figura 22. Acúmulo de fósforo na inflorescência (AcPI)de couve-flor ‘Verona 284’ na
primeira e segunda época de plantio, em função do espaçamento entre
plantas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
O acúmulo de fósforo na planta inteira de couve-flor não foi influenciado pela
interação dos fatores, mas foi influenciado significativamente pelo espaçamento entre
linhas e pela época de plantio (Tabela 22). Não houve ajuste significativo da superfície
de resposta para espaçamentos entre linhas e entre plantas (Tabela 23).
O acúmulo de P na planta inteira de couve-flor apresentou significância para os
espaçamentos entre linhas avaliados conjuntamente. O acúmulo de P diferiu
significativamente entre os espaçamentos avaliados conjuntamente, onde o
espaçamento 1,0 m entre linhas proporcionou o maior acúmulo, 0,58 g planta
-1
de P,
sendo significativamente superior ao espaçamento 0,6 m (0,48 g planta
-1
de P), porém
não diferindo dos demais espaçamentos avaliados, 0,8 e 1,2 m entre linhas (Tabela 25).
O acúmulo de potássio na folha de couve-flor foi influenciado significativamente
pela interação entre o fator espaçamento entre linhas e época de plantio (Tabela 26).
Não houve ajuste significativo da superfície de resposta para acúmulo de K na folha, em
função de espaçamentos entre linhas e entre plantas nas duas épocas de plantio
(Tabela 27).
y = 0,1091 + 0,1032x R
2
= 0,91*
y = 0,1575 + 0,1364x R
2
= 0,89*
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
0,24
0,26
0,28
0,4 0,5 0,6 0,7
1ª época
2ª época
Espaçamento entre plantas (m)
AcPI (g planta
-
1
)
49
Tabela 25. Valores de F, teste de médias, significâncias e coeficientes de variação do
acúmulo de fósforo total na couve-flor ‘Verona 284’, em função do
espaçamento entre linhas, segundo a análise conjunta. UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, 2009.
Espaçamento entre linhas (ELI) Conjunta (EP)
0,6 0,48 b
1
0,8 0,52 ab
1,0 0,58 a
1,2 0,55 a
Teste F 6,21**
DMS 0,0646
Teste F (ELI x EPL) 0,89
ns
CV (%) 15,9
Teste F (EP x ELI) 1,50
ns
Teste F (EP x EPL) 0,68
ns
Teste F (EP x ELI x EPL) 1,14
ns
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem,
significativamente, entre si pelo Tukey a 5% de probabilidade. **significativo a 1% de
probabilidade, *significativo a 5% de probabilidade e
ns
não significativo pelo teste
Tukey.
Tabela 26. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da análise de variância
para acúmulo de potássio na folha (AcKF), no caule (AcKC), na
inflorescência (AcKI) e total (AcKT) da couve-flor Verona 284’. UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, 2009.
AcKF
AcKI AcKT
Causas de variação
1 2
AcKC
1 2 1 2
Esp. entre linhas (ELI) 2,95* 2,37
ns
1,05
ns
11,11** 2,51
ns
4,04* 3,24*
Esp. entre plantas (EPL) 0,33
ns
1,93
ns
0,40
ns
1,43
ns
2,85
ns
0,33
ns
0,66
ns
ELI x EPL 2,35* 1,34
ns
1,04
ns
4,95** 0,68
ns
2,09
ns
0,76
ns
Época (EP) 0,69
ns
164,37** 38,17** 1,72
ns
EP x ELI 3,05* 0,48
ns
4,04* 4,52**
EP x EPL 0,97
ns
0,20
ns
1,68
ns
0,56
ns
EP x ELI x EPL 1,68
ns
1,02
ns
1,07
ns
1,49
ns
CV (%) 37,54 25,8
30,6
18,0 28,7 26,1 19,5
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
Tabela 27. Parâmetros da equação polinomial múltipla para acúmulo de potássio na
folha (AcKF), no caule (AcKC), na inflorescência (AcKI) e total (AcKT) da
couve-flor ‘Verona 284’. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
AcKF
AcKI AcKT
Parâmetros do modelo
1 2
AcKC
1 2 1 2
b
0
(INTERCEPTO)
-4,380862 -7,976284 -0,524649 -0,373842 2,025950
-4,973107
-6,781228
b
1
(ELI)
13,388376 8,607860 1,209597 3,226602 0,909108
17,77149
10,77965
b
2
(EPL)
6,194056 24,594960 1,653954 -1,059786 -7,176387
6,419280
19,44147
b
3
(ELI x ELI)
-5,808792 -2,763565 -0,605582 -2,068196 -0,631945
-8,627133
-3,856529
b
4
(ELI x EPL)
-7,748040 -6,029414 -0,159307 0,713504 1,281067
-6,593430
-5,508067
b
5
(EPL x EPL)
0,469069 -18,01082 -1,321438 0,540065 6,267531
-0,456267
-12,92076
Teste F para o modelo 1,06
ns
1,54
ns
0,12
ns
0,88
ns
5,93**
1,25
ns
2,13
ns
0,35 0,44 0,02 0,31 0,75
0,38
0,52
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
50
Na primeira época de cultivo, houve interação significativa para espaçamentos
entre linhas e entre plantas (Tabela 26). O fator espaçamento entre linhas influenciou
significativamente o acúmulo de potássio na folha e verificou-se que quanto aos
espaçamentos, na primeira época de plantio, verificou-se que entre linhas, o
espaçamento de 0,8 m proporcionou acúmulo de 2,86 g planta
-1
de K na folha, valor
este significativamente superior ao acúmulo de 1,80 g planta
-1
de K, observado no
espaçamento de 1,2 m, no entanto, não diferindo significativamente dos espaçamentos
0,6 e 1,0 m entre linhas (Tabela 28).
Na segunda época de plantio, não houve efeito significativo dos espaçamentos
entre linhas e entre plantas, isoladamente ou em interação sobre o acúmulo de potássio
na folha (Tabela 26), cuja média foi de 2,26 g planta
-1
de K.
Tabela 28. Valores de F, teste de médias, significâncias e coeficientes de variação do
acúmulo de potássio na folha da couve-flor ‘Verona 284, segundo os
fatores avaliados. UNESP, mpus de Jaboticabal, 2009.
Época de plantio (EP)
Espaçamento entre linhas (ELI)
1 2
0,6 2,52 ab
1
2,14
0,8 2,86 a 2,10
1,0 2,38 ab 2,65
1,2 1,80 b 2,17
Teste F 2,95* 2,37
ns
DMS 0,9971 0,6492
Espaçamento entre plantas (EPL) 1 2
0,4 2,49 2,15
0,5 2,23 2,56
0,6 2,54 2,33
0,7 2,30 2,01
Teste F 0,33
ns
1,93
ns
DMS 0,9971 0,6492
Teste F (ELI x EPL) 2,35* 1,34
ns
CV (%) 37,5 25,8
Média 2,39 A
2
2,26 A
Teste F (EP x ELI) 3,05*
Teste F (EP x EPL) 0,97
ns
Teste F (EP x ELI x EPL) 1,68
ns
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem,
significativamente, entre si pelo Tukey a 5% de probabilidade.
2
Médias seguidas pela
mesma letra maiúscula na linha não diferem, significativamente, entre si pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade. **significativo a 1% de probabilidade, *significativo a
5% de probabilidade e
ns
não significativo pelo teste Tukey.
O acúmulo de potássio no caule da couve-flor somente foi influenciado
isoladamente pela época de plantio (Tabela 26). Não houve ajuste significativo da
51
superfície de resposta para espaçamentos entre linhas e entre plantas (Tabela 27). A
primeira época proporcionou maior acúmulo de potássio no caule, 0,64 g planta
-1
significativamente superior ao observado para a segunda época de plantio, 0,27 g
planta
-1
.
O acúmulo de potássio na inflorescência de couve-flor foi influenciado
significativamente pela interação do espaçamento entre linhas e época de plantio
(Tabela 26). Assim realizou-se estudo da superfície de resposta, para cada época de
plantio, em função de espaçamentos entre linhas e entre plantas e somente verificou-se
ajuste significativo da equação na segunda época de plantio (Tabela 27).
O estudo de regressão polinomial foi utilizado para o espaçamento entre linhas
na primeira época de plantio, em função da não constatação de ajuste significativo da
superfície de resposta (Figura 23). Observou-se que o acúmulo de potássio na
inflorescência de couve-flor apresentou ajuste cúbico na primeira época de plantio, com
incremento na característica até o espaçamento de 0,8 m entre linhas, obtendo-se o
máximo de 0,86 g planta
-1
de K na inflorescência (Figura 23).
Figura 23. Acúmulo de potássio na inflorescência (AcKI) de couve-flor ‘Verona 284’ na
primeira época de plantio, em função do espaçamento entre linhas. UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, 2009.
y = - 7,9967 + 29,419x - 31,708x
2
+ 10,972x
3
R
2
= 1,00*
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
0,6 0,8 1,0 1,2
Espaçamento entre linhas (m)
AcKI (g planta
-
1
)
52
Efeito significativo do fator espaçamento entre plantas não foi observado no
acúmulo de potássio na inflorescência de couve-flor, na primeira época de plantio; não
havendo, dessa forma diferença significativa entre os espaçamentos avaliados na
primeira época de plantio (Tabela 29).
Na segunda época de plantio, verificou-se que o aumento dos espaçamentos
entre linhas e entre plantas incrementou o acúmulo de potássio na inflorescência
(Figura 24). A combinação dos maiores espaçamentos 1,2 x 0,7 m proporcionou o
máximo acúmulo de potássio na inflorescência de couve-flor, 1,33 g planta
-1
. O menor
acúmulo foi de 0,71 g planta
-1
com, 0,6 x 0,5 m, ou seja, na segunda maior população
de plantas por hectare (33.333) (Figura 24).
Com relação ao efeito de épocas de plantio, a segunda época proporcionou, em
média, maior acúmulo de potássio na inflorescência, 0,96 g planta
-1
, sendo
significativamente superior ao acúmulo observado na primeira época de plantio que foi
de 0,69 g planta
-1
(Tabela 29).
Tabela 29. Valores de F, teste de médias, significâncias e coeficientes de variação do
acúmulo de potássio na inflorescência da couve-flor ‘Verona 284’, segundo
o espaçamento entre plantas nas duas épocas de plantio. UNESP, Câmpus
de Jaboticabal, 2009.
Época de plantio (EP)
Espaçamento entre plantas (EPL)
1 2
0,4 0,68 0,90 ab
1
0,5 0,64 0,84 b
0,6 0,74 0,96 ab
0,7 0,71 1,15 a
Teste F 1,43
ns
2,85*
DMS 0,1382 0,3066
Teste F (ELI x EPL) 4,95** 0,68
ns
CV (%) 18,0 28,7
Média 0,69 B
2
0,96 A
Teste F (EP x ELI) 4,04*
Teste F (EP x EPL) 1,68ns
Teste F (EP x ELI x EPL) 1,07ns
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem,
significativamente, entre si pelo Tukey a 5% de probabilidade.
2
Médias seguidas pela
mesma letra maiúscula na linha não diferem, significativamente, entre si pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade. **significativo a 1% de probabilidade, *significativo a
5% de probabilidade e
ns
não significativo pelo teste Tukey.
53
Figura 24. Isolinhas da superfície de resposta para acúmulo de potássio na
inflorescência (AcKI) de couve-flor ‘Verona 284’ na segunda época de
plantio, em função do espaçamento entre linhas e do espaçamento entre
plantas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
O acúmulo de potássio na planta inteira de couve-flor foi influenciado
significativamente pela interação entre o fator espaçamento entre linhas e época de
plantio (Tabela 26). Realizou-se o estudo da superfície de resposta, para cada época,
em função dos espaçamentos entre linhas e entre plantas, porém não foi constatado
ajuste significativo das equações (Tabela 27). No entanto, o espaçamento entre linhas
influenciou isoladamente o acúmulo de potássio na planta inteira de couve-flor, nas
duas épocas de plantio (Tabela 26).
Na primeira época de plantio, verificou-se que o espaçamento de 0,8 m entre
linhas proporcionou acúmulo de 4,42 g planta
-1
de K na planta inteira, valor este
significativamente superior ao acúmulo de 3,03 g planta
-1
de K, observado no
espaçamento de 1,2 m, no entanto, o diferiu significativamente dos espaçamentos
0,6 e 1,0 m entre linhas (Tabela 30). Enquanto que na segunda época de plantio,
verificou-se que o espaçamento de 1,0 m foi o que proporcionou maior acúmulo de 3,99
g planta
-1
de K na planta inteira, valor este significativamente superior ao acúmulo de
0,795
0,885
0,974
1,063
1,152
1,241
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
1,331
Máximo
z = 2,025950 + 0,909108x – 7,176387y – 0,631945x² + 1,281067xy + 6,267531y² R² = 0,75**
AcKI
(g planta
-1
)
54
3,19 g planta
-1
de K, observado no espaçamento de 0,6 m, porém, não diferindo
significativamente dos espaçamentos 0,8 e 1,2 m entre linhas (Tabela 30).
Tabela 30. Valores de F, teste de médias, significâncias e coeficientes de variação do
acúmulo de potássio total na couve-flor ‘Verona 284’, segundo o
espaçamento entre linhas nas duas épocas de plantio. UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, 2009.
Época de plantio (EP)
Espaçamento entre linhas (ELI)
1 2
0,6 3,73 ab
1
3,19 b
0,8 4,42 a 3,31 ab
1,0 3,72 ab 3,99 a
1,2 3,03 b 3,50 ab
Teste F 4,04* 3,24*
DMS 1,0796 0,7578
Teste F (ELI x EPL) 2,09
ns
0,76
ns
CV (%) 26,1 19,5
Média 3,72 A
2
3,50 A
Teste F (EP x ELI) 4,52**
Teste F (EP x EPL) 0,56
ns
Teste F (EP x ELI x EPL) 1,49
ns
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem,
significativamente, entre si pelo Tukey a 5% de probabilidade.
2
Médias seguidas pela
mesma letra maiúscula na linha não diferem, significativamente, entre si pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade. **significativo a 1% de probabilidade, *significativo a
5% de probabilidade e
ns
não significativo pelo teste Tukey.
Os acúmulos de boro nas folhas e no caule da couve-flor somente foram
influenciados isoladamente pela época de plantio (Tabela 31). Realizou-se o estudo da
superfície de resposta para espaçamento entre linhas e plantas, porém não foi obtido
ajuste significativo (Tabela 32). A primeira época proporcionou maiores acúmulos de
boro nas folhas e caules, 3,55 e 0,83 mg planta
-1
significativamente superior aos
observados para a segunda época de plantio, 2,25 e 0,22 mg planta
-1
, respectivamente.
Tabela 31. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da análise de variância
para acúmulo de boro na folha (AcBF), no caule (AcBC), na inflorescência
(AcBI) e total (AcBT) da couve-flor ‘Verona 284’. UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, 2009.
Causas de variação AcBF AcBC AcBI AcBT
Esp. entre linhas (ELI) 2,52
ns
0,99
ns
6,64** 5,00**
Esp. entre plantas (EPL) 0,65
ns
0,50
ns
3,76** 0,22
ns
ELI x EPL 1,65
ns
1,55
ns
2,02
ns
2,37*
Época (EP) 84,66** 486,63** 51,05** 196,24**
EP x ELI 2,14
ns
1,64
ns
2,05
ns
2,45
ns
EP x EPL 1,38
ns
1,40
ns
0,56
ns
1,47
ns
EP x ELI x EPL 1,18
ns
0,61
ns
1,89
ns
1,38
ns
CV (%) 23,7 25,8 20,2 17,0
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
55
Tabela 32. Parâmetros da equação polinomial múltipla para acúmulo de boro na folha
(AcBF), no caule (AcBC), na inflorescência (AcBI) e total (AcBT) da couve-
flor ‘Verona 284’. UNESP, mpus de Jaboticabal, 2009.
Parâmetros do modelo AcBF AcBC AcBI AcBT
b
0
(INTERCEPTO)
-0,808249 0,212669
-1,339604
-1,935184
b
1
(ELI)
9,421917 0,416943
3,587024
13,425884
b
2
(EPL)
-2,094742 0,186957
2,629794
0,722009
b
3
(ELI x ELI)
-2,855343 0,326634
-1,896848
-4,425557
b
4
(ELI x EPL)
-6,681074 -1,733686
0,342520
-8,072241
b
5
(EPL x EPL)
6,805321 1,305823
-1,986688
6,124456
Teste F para o modelo 0,63
ns
0,13
ns
1,63
ns
0,43
ns
0,11 0,02
0,24
0,08
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
O acúmulo de boro na inflorescência de couve-flor não foi influenciado pela
interação dos fatores, mas foi influenciado significativamente pelo espaçamento entre
linhas, espaçamento entre plantas e pela época de plantio (Tabela 31). Realizou-se o
estudo da superfície de resposta para espaçamento entre linhas e plantas, porém não
foi obtido ajuste significativo (Tabela 32). Apenas foi obtido ajuste de equação no
estudo de regressão polinomial para o espaçamento entre plantas das épocas de
plantio estudadas.
O acúmulo de boro na inflorescência apresentou significância para
espaçamentos entre linhas avaliados conjuntamente. O acúmulo de boro diferiu
significativamente entre os espaçamentos avaliados conjuntamente, onde o menor
espaçamento 0,6 m entre linhas proporcionou o menor acúmulo, 1,05 mg planta
-1
de B,
sendo significativamente inferior aos demais espaçamentos avaliados, 0,8; 1,0 e 1,2 m
entre plantas, que não diferiram entre si (Tabela 33).
O estudo de regressão polinomial foi utilizado para o espaçamento entre
plantas das épocas de plantio conjuntas, em função da não constatação de ajuste
significativo da superfície de resposta (Figura 25). Observou-se que o acúmulo de boro
na inflorescência de couve-flor aumentou linearmente à medida que maior foi o
espaçamento, com máximo de 1,36 mg planta
-1
de B no espaçamento de 0,7 m entre
plantas (Figura 25).
56
Tabela 33. Valores de F, teste de médias, significâncias e coeficientes de variação do
acúmulo de boro na inflorescência da couve-flor ‘Verona 284’, em função do
espaçamento entre linhas, segundo a análise conjunta. UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, 2009.
Espaçamento entre linhas (ELI) Conjunta (EP)
0,6 1,05 b
1
0,8 1,33 a
1,0 1,32 a
1,2 1,29 a
Teste F 6,64**
DMS 0,1925
Teste F (ELI x EPL) 2,02
ns
CV (%) 20.2
Teste F (EP x ELI) 2,05
ns
Teste F (EP x EPL) 0,56
ns
Teste F (EP x ELI x EPL) 1,89
ns
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem,
significativamente, entre si pelo Tukey a 5% de probabilidade. **significativo
a 1% de probabilidade, *significativo a 5% de probabilidade e
ns
não
significativo pelo teste Tukey.
Figura 25. Acúmulo de boro na inflorescência (AcBI) de couve-flor ‘Verona 284’, nas
épocas conjuntamente, em função do espaçamento entre plantas. UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, 2009.
O acúmulo de boro na planta inteira de couve-flor foi influenciado significativa e
isoladamente pelos fatores espaçamento entre linhas, época de plantio e interação
espaçamentos entre plantas e entre linhas (Tabela 31). Realizou-se o estudo da
y =0,8304 + 0,7599x R
2
= 0,94**
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
0,4 0,5 0,6 0,7
Espaçamento entre plantas (m)
AcBI (mg planta
-
1
)
57
superfície de resposta para espaçamento entre linhas e plantas, porém não foi obtido
ajuste significativo (Tabela 32).
O acúmulo de B na planta inteira de couve-flor apresentou significância para os
espaçamentos entre linhas avaliados conjuntamente. O acúmulo de B diferiu
significativamente entre os espaçamentos, onde o espaçamento 0,8 m entre linhas
proporcionou o maior acúmulo na planta inteira, 4,9 mg planta
-1
de B, sendo
significativamente superior ao acúmulo de 4,1 mg planta
-1
de B observado no
espaçamento 0,6 m, porém não diferindo dos demais espaçamentos avaliados, 1,0 e
1,2 m entre linhas (Tabela 34).
Tabela 34. Valores de F, teste de médias, significâncias e coeficientes de variação do
acúmulo de boro total na couve-flor ‘Verona 284’, em função do
espaçamento entre linhas e entre plantas, segundo a análise conjunta.
UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Espaçamento entre linhas (ELI) Conjunta (EP)
0,6 4,13 b
0,8 4,91 a
1,0 4,79 a
1,2 4,86 a
Teste F 5,00**
DMS 0,6054
Teste F (ELI x EPL) 2,37*
CV (%) 17,0
Teste F (EP x ELI) 2,45
ns
Teste F (EP x EPL) 1,47
ns
Teste F (EP x ELI x EPL) 1,38
ns
1
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna não diferem,
significativamente, entre si pelo Tukey a 5% de probabilidade. **significativo a 1% de
probabilidade, *significativo a 5% de probabilidade e
ns
não significativo pelo teste
Tukey.
O nitrogênio foi o nutriente acumulado em maior quantidade pela couve-flor. Do
total de nitrogênio acumulado ao final do ciclo da cultura, as folhas contribuíram com
aproximadamente 60% (4,2 g planta
-1
), seguida pela inflorescência com
aproximadamente 32% (2,2 g planta
-1
) e com o caule, 8% (0,6 g planta
-1
). Em
espaçamento que proporcionou menor acúmulo, as proporções com que folhas,
inflorescências e caule participaram no total acumulado foram praticamente as
mesmas, sendo de 60%, 31% e 9%, respectivamente.
58
O fósforo por sua vez, foi acumulado em pequena quantidade pela planta
inteira de couve-flor. A participação dos diferentes órgãos no acúmulo total seguiu a
mesma ordem do nitrogênio, onde ao final do ciclo, as folhas contribuíram com 50%
(0,28 g planta
-1
), seguida pela inflorescência com aproximadamente 39% (0,22 g planta
-
1
) e com o caule contribuindo com 11% (0,06 g planta
-1
). Sob menor espaçamento, as
proporções foram semelhantes, sendo de, aproximadamente, 52%, 38% e 10%, para
folhas, inflorescência e caule, respectivamente.
Verificou-se que o potássio foi o segundo nutriente mais acumulado pela planta
inteira de couve-flor. Do total de potássio acumulado ao final do ciclo da cultura as
folhas contribuíram com aproximadamente 64% (2,7 g planta
-1
), seguida pela
inflorescência com aproximadamente 25% (1,05 g planta
-1
) e com o caule, 11% (0,46 g
planta
-1
). Em espaçamento que proporcionou menor acúmulo, as proporções com que
folhas, inflorescências e caule participaram no total acumulado foram praticamente as
mesmas, sendo de 66%, 22% e 12%, respectivamente.
O boro foi o nutriente acumulado em menor quantidade quando comparado aos
demais, porém trata-se de um micronutriente o que justifica tal comportamento. Em
termos de acúmulo máximo, observou-se que as folhas foram quem mais contribuíram
com 61 % (2,90 mg planta
-1
), seguida pela inflorescência com aproximadamente 28%
(1,35 mg planta
-1
) e com caule contribuindo com cerca de 11% (0,53 mg planta
-1
). Sob
menor espaçamento que proporcionou o menor acúmulo, as proporções foram
semelhantes, sendo de, aproximadamente 63%, 26% e 11%, para folhas,
inflorescência e caule, respectivamente.
A exportação de nitrogênio pela couve-flor foi influenciada significativamente
pela interação tripla, espaçamento entre linhas, entre plantas e épocas de plantio
(Tabela 35). Houve ajuste significativo da superfície de resposta para exportação de N
pela couve-flor, em função de espaçamentos entre linhas e entre plantas na primeira e
segunda época de plantio (Tabela 36).
59
Tabela 35. Valores de F, significâncias e coeficiente de variação da análise de variância
para exportação de nitrogênio (ExpN), fósforo (ExpP), potássio (ExpK) e
boro (ExpB) pela couve-flor Verona 284’. UNESP, Câmpus de Jaboticabal,
2009.
ExpN
Causas de variação
1 2
ExpP ExpK ExpB
Esp. entre linhas (ELI) 17,22** 8,92** 23,27** 22,64** 19,71**
Esp. entre plantas (EPL) 13,17** 7,83** 16,48** 16,12** 10,86**
ELI x EPL 2,15ns 0,88ns 1,11ns 1,89ns 1,67ns
Época (EP) 209,8* 65,09** 32,48** 32,42**
EP x ELI 2,92* 2,07ns 2,25ns 0,60ns
EP x EPL 2,18ns 1,04ns 0,83ns 0,37ns
EP x ELI x EPL 2,45* 1,96ns 1,72ns 1,98ns
CV (%) 16,9 20.9 20,7 24,4 23,6
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
Tabela 36. Parâmetros da equação polinomial múltipla para exportação de nitrogênio
(ExpN), fósforo (ExpP), potássio (ExpK) e boro (ExpB) pela couve-flor
‘Verona 284’. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
ExpN
Parâmetros do modelo
1 2
ExpP ExpK ExpB
b
0
(INTERCEPTO)
205,647168 93,324083 15,225106 87,913606 58,131779
b
1
(ELI)
-88,486584 -16,259906 -3,323102 -4,474305 16,942402
b
2
(EPL)
-227,230289 -104,216284 -23,227926 -198,617951 -67,613465
b
3
(ELI x ELI)
1,514370 -10,444854 -1,416474 -17,135003 -26,477287
b
4
(ELI x EPL)
70,569794 20,253390 4,512663 34,974324 16,234150
b
5
(EPL x EPL)
73,883130 38,026305 12,306582 129,797867 18,057947
Teste F para o modelo 9,42** 11,74** 21,64** 12,09** 11,51**
0,82 0,85 0,92 0,86 0,85
*, ** e
ns
, respectivamente, linha sob linha, corresponde a significativo pelo teste F a 5%, 1% e não significativo.
Verificou-se que as exportações de nitrogênio foram influenciadas de modo
semelhante pelos fatores espaçamentos entre linhas e entre plantas nas duas épocas
avaliadas. Na primeira e segunda época de plantio as maiores exportações de N foram
verificadas nos menores espaçamentos, 0,6 x 0,4 m, respectivamente, 90,97 e 49,07
kg ha
-1
de N (Figura 26 e 27). Ainda de comum às duas épocas, tem-se que as
menores exportações de nitrogênio pela inflorescência foram observadas com os
maiores espaçamentos 1,2 x 0,7 m, apresentando exportações de 38,1 e 21,5 kg ha
-1
de N, respectivamente, nas duas épocas avaliadas.
60
Figura 26. Isolinhas da superfície de resposta para exportação de nitrogênio (ExpN) pela couve-
flor ‘Verona 284’ na primeira época de plantio, em função do espaçamento entre
linhas e do espaçamento entre plantas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
Figura 27. Isolinhas da superfície de resposta para exportação de nitrogênio (ExpN) pela couve-
flor ‘Verona 284’ na segunda época de plantio, em função do espaçamento entre
linhas e do espaçamento entre plantas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
45,622
53,179
60,736
68,294
75,851
83,409
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
ExpN
(kg ha
-1
)
Máximo
90,966
z = 205,647168 – 88,486584x – 227,230289y + 1,514370x² + 70,569794xy + 73,883130y² R² = 0,82**
25,409
29,352
33,295
37,238
41,181
45,124
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
ExpN
(kg ha
-1
)
Máximo
49,066
z = 93,324083 – 16,259906x – 104,216284y – 10,444854x² + 20,253390xy + 38,026305y² R² = 0,85**
61
A exportação de fósforo pela couve-flor não foi influenciada pela interação dos
fatores, mas foi influenciada significativamente pelo espaçamento entre linhas,
espaçamento entre plantas e pela época de plantio (Tabela 35). Houve ajuste
significativo da superfície de resposta para espaçamentos entre linhas e entre plantas
(Tabela 36).
Verificou-se que a redução dos espaçamentos entre linhas e entre plantas
incrementou a exportação de fósforo pela couve-flor. A combinação dos espaçamentos
0,6 m entre linhas e 0,4 m entre plantas proporcionou a máxima exportação, 6,5 kg ha
-1
de P. No espaçamento 1,2 x 0,7 m, ou seja, na menor população de plantas por hectare
(11.905) foi observada a menor exportação de P, 2,8 kg ha
-1
(Figura 28).
Figura 28. Isolinhas da superfície de resposta para exportação de fósforo (ExpP) pela
couve-flor ‘Verona 284’, em função do espaçamento entre linhas e do
espaçamento entre plantas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
A exportação de potássio pela couve-flor não foi influenciada pela interação
dos fatores, mas foi influenciada significativamente pelo espaçamento entre linhas,
espaçamento entre plantas e pela época de plantio (Tabela 35). Houve ajuste
3,291
3,823
4,355
4,887
5,418
5,951
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
ExpP
(kg ha
-1
)
Máximo
6,482
z = 15,225106 – 3,323102x – 23,227926y – 1,416474x² + 4,512663xy + 12,306582y² R² = 0,92**
62
significativo da superfície de resposta para espaçamentos entre linhas e entre plantas
(Tabela 36).
Verificou-se que a redução dos espaçamentos entre linhas e entre plantas
incrementou a exportação de potássio pela couve-flor. A combinação dos
espaçamentos 0,6 m entre linhas e 0,4 m entre plantas proporcionou a máxima
exportação, 28,8 kg ha
-1
de K. No espaçamento 1,2 x 0,6 m, foi observada a menor
exportação de K, 10,6 kg ha
-1
(Figura 29).
Figura 29. Isolinhas da superfície de resposta para exportação de potássio (ExpK) pela
couve-flor ‘Verona 284’, em função do espaçamento entre linhas e do
espaçamento entre plantas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
A exportação de boro pela couve-flor não foi influenciada pela interação dos
fatores, mas foi influenciada significativamente pelo espaçamento entre linhas,
espaçamento entre plantas e pela época de plantio (Tabela 35). Houve ajuste
significativo da superfície de resposta para espaçamentos entre linhas e entre plantas
(Tabela 36).
Verificou-se que a redução dos espaçamentos entre linhas e entre plantas
incrementou a exportação de boro pela couve-flor. A combinação dos espaçamentos
13,214
15,808
18,401
20,995
23,588
26,181
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
ExpK
(kg ha
-1
)
Máximo
28,775
z = 87,913606 – 4,474305x – 198,617951y – 17,135003x² + 34,974324xy + 129,797867y² R² = 0,86**
63
0,6 m entre linhas e 0,4 m entre plantas proporcionou a máxima exportação, 38,5 g ha
-1
de B. No espaçamento 1,2 x 0,7 m, ou seja, na menor população de plantas por
hectare (11.905) foi observada a menor exportação de B, 15,5 g ha
-1
(Figura 30).
Figura 30. Isolinhas da superfície de resposta para exportação de boro (ExpB) pela
couve-flor ‘Verona 284’, em função do espaçamento entre linhas e do
espaçamento entre plantas. UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2009.
A ordem decrescente dos nutrientes acumulados pela cultura de couve-flor foi:
N>K>P>B.
TAKEISHI & CECÍLIO FILHO (2007) constataram a mesma ordem,
considerando apenas os macronutrientes N e K, onde a ordem de acúmulo verificada
pela couve-flor Verona foi N > K > Ca > S > P > Mg. SÁNCHEZ et al. (2001) também
constataram a mesma ordem de acúmulo para N e K na couve-flor ‘Profil’, sendo
observado N > K > Ca > Mg > P. Por outro lado, HOMA et al. (1981) verificaram que o K
foi o nutriente acumulado em maior quantidade na couve-flor Piracicaba Precoce 1’
(K > N > Ca > S > Mg > P).
18,779
22,067
25,354
28,642
31,929
35,218
Espaçamento entre linhas (m)
Espaçamento entre plantas (m)
0,4
0,5
0,6
0,7
0,6 0,8 1,0 1,2
ExpB
(kg ha
-1
)
Máximo
38,505
z = 58,131779 + 16,942402x – 67,613461y – 26,477287x² + 16,234150xy + 18,057947y² R² = 0,85**
64
Ao final do ciclo da cultura para uma população de 11.905 plantas por hectare
(menor população de plantas) e produtividade de 13,6 t ha
-1
na primeira época de
plantio, as quantidades máximas de nutrientes exportados de N, K e P,
respectivamente, foram de 38,1; 10,6; e 2,8 kg ha
-1
e de 15,5 g ha
-1
para B. Na segunda
época de plantio, houve diferença na quantidade exportada de nitrogênio que
passou a ser de 21,5 kg ha
-1
de nitrogênio, porém com uma produtividade de apenas
9,5 t ha
-1
na mesma população de plantas. Quando a população de plantas aumentou
para 41.667 plantas por hectare, ou seja, na maior população de plantas e a
produtividade observada na primeira época de plantio foi de 25,7 t ha
-1
as quantidades
máximas de nutrientes exportadas pelas inflorescências de couve-flor para N, K e P,
respectivamente, foram de 91,0; 28,8; e 6,5 kg ha
-1
e de 38,5 g ha
-1
para B. Na segunda
época de plantio, houve diferença na quantidade exportada de nitrogênio que
passou a ser de 49,1 kg ha
-1
de nitrogênio, porém com uma produtividade de apenas
19,6 t ha
-1
na mesma população de plantas.
A ordem decrescente de exportação dos nutrientes pela inflorescência de
couve-flor foi: N > K > P > B, mesma seqüência observada pela exigência nutricional da
cultura. Considerando-se apenas esses três macronutrientes (N, P e K), TAKEISHI &
CECÍLIO FILHO (2007) constataram a mesma ordem de exportação, onde a
exportação verificada pela couve-flor cultivar Verona foi N (56,6 kg ha
-1
) > K (28,9 kg
ha
-1
) > P (16,1 kg ha
-1
) para uma população de 25.000 plantas por hectare e
produtividade de 25,2 t ha
-1
. HOMA et al. (1981) também constataram a mesma ordem
de exportação para N, K e P na couve-flor ‘Piracicaba Precoce 1’, sendo observado
N (35,8 kg ha
-1
) > K (32,1 kg ha
-1
) > P (4,6 kg ha
-1
) para uma população de 25.000
plantas por hectare e produtividade de 9,2 t ha
-1
. Por outro lado, SÁNCHEZ et al.
(2001) verificaram que o K foi o nutriente exportado em maior quantidade pela couve-
flor ‘Profil’, K (95,3 kg ha
-1
) > N (92,4 kg ha
-1
) > P (12,7 kg ha
-1
) para uma população de
25.000 plantas por hectare e produtividade de 31,3 t ha
-1
.
65
4.4 Receita bruta
A primeira época de plantio proporcionou sempre as maiores receitas brutas
totais, considerando-se o somatório das receitas obtidas nas três classes de couve-flor
quando comparada com as receitas brutas proporcionadas pela segunda época de
plantio (Tabela 37). Isso ocorreu devido a dois fatores: o primeiro, foi o fato da
produtividade obtida na primeira época ser em média superior à produtividade obtida
na segunda época de plantio quando foi realizada classificação nas classes Especial e
Extra, que estas apresentaram interação com épocas de plantio, e segundo, o preço
da couve-flor maior na primeira época de plantio, em média, 31% superior aos preços
pagos na segunda época de plantio.
Na primeira época de plantio, a população de 31.250 plantas por hectare
proveniente da combinação dos espaçamentos 0,8 x 0,4m proporcionou a maior receita
bruta total, R$ 32.709,00 por hectare, porém com maior participação das classes
Especial e Extra com 41,4 e 53,3% na receita bruta total, respectivamente. Na segunda
época de plantio, a população de 27.778 plantas por hectare proveniente da
combinação dos espaçamentos 0,6 x 0,6m foi a que proporcionou a maior receita bruta
total, R$ 21.534,80 por hectare (Tabela 37).
Assim como observado na primeira época de plantio, na segunda época as
classes Especial e Extra foram as que mais contribuíram para a receita bruta total, com
valores de 37,3 e 57,7%, respectivamente (Tabela 37).
A pequena participação da classe Primeira na composição da receita bruta total
nas duas épocas de plantio se deve ao fato de que nessas combinações de
espaçamentos, o porcentual de inflorescências classificadas nessa classe foi bem
menor e também o preço pago pelo quilograma de couve-flor desta classe é inferior ao
pago pelas inflorescências das classes Especial e Extra.
Interessante observar que, apesar das receitas brutas totais serem
maximizadas nos espaçamentos 0,8 x 0,4m (1ª época, 31.250 plantas ha
-1
) e 0,6 x
0,6m (2ª época, 27.778 plantas ha
-1
), é possível obter receitas muito próximas do valor
máximo, porém com uma população de plantas inferior (Tabela 37).
66
Na primeira época de plantio é possível obter uma receita bruta total de R$
31.713,90 por hectare
utilizando-se a combinação dos espaçamentos 0,8 x 0,5m que
origina uma população de 25.000 plantas por hectare, ou seja, o resultado seria uma
receita bruta inferior apenas em 3% à máxima possível, porém com uma redução de
20% na população de plantas por hectare. Provavelmente, esta condição proporcionará
maior receita líquida, visto que menores serão os gastos com a colheita e
comercialização.
Na segunda época de plantio resultado semelhante poderia ser obtido, onde
utilizando-se a combinação de 0,6 x 0,7m (23.810 plantas por hectare) a receita bruta
verificada seria de R$ 20.655,10 por hectare, ou seja, seria obtida uma receita apenas
4% inferior à máxima obtida para esta época de plantio, entretanto, a redução na
população de plantas seria de 14% (Tabela 37).
Tabela 37. Receita bruta (R$/ha) obtida nas classes Primeira, Especial, Extra e Total da
couve-flor ‘Verona 284’, na primeira (1ª) e segunda (2ª) épocas de plantio,
de acordo com o espaçamento adotado. UNESP, Câmpus de Jaboticabal,
2009.
Primeira
Especial
Extra
Total
Espaçamento
(ELI x EPL)
População
plantas/ha
0,6 x 0,4 41.667 4429,4* 3366,4 24770,3 12470,0 2851,3 2855,3 32051,0 18691,6
0,6 x 0,5 33.333 2735,2 2078,8 14982,6 9440,9 14617,8 9425,8 32335,6 20945,5
0,6 x 0,6 27.778 1407,6 1069,8 8107,0 8028,2 21651,6 12436,8 31166,3 21534,8
0,6 x 0,7 23.810 426,0 323,8 4523,0 8111,5 23988,7 12219,8 28937,7 20655,1
0,8 x 0,4 31.250 1722,4 1309,0 13545,0 14324,6 17441,6 2466,0 32709,0 18099,7
0,8 x 0,5 25.000 751,7 571,3 6023,2 11043,3 24939,1 6720,0 31713,9 18334,6
0,8 x 0,6 20.833 85,5 65,0 1838,6 9485,6 27909,1 7874,7 29833,2 17425,4
0,8 x 0,7 17.857 - - 620,9 9226,8 27026,2 6642,2 27647,1 15868,9
1,0 x 0,4 25.000 303,5 230,7 6216,1 14700,8 24074,7 2363,3 30594,3 17294,7
1,0 x 0,5 20.000 - - 1376,8 11268,9 27771,0 4936,9 29147,8 16205,8
1,0 x 0,6 16.667 - - - 9602,0 26958,5 4937,7 26958,5 14539,7
1,0 x 0,7 14.286 - - - 9089,6 24302,8 3198,8 24302,8 12288,4
1,2 x 0,4 20.833 - - 2925,3 13888,4 23680,8 2460,7 26606,1 16349,1
1,2 x 0,5 16.667 - - 315,3 10507,8 24748,1 3713,7 25063,4 14221,5
1,2 x 0,6 13.889 30,3 23,0 23,5 8846,6 22940,8 2939,7 22994,6 11809,3
1,2 x 0,7 11.905 267,9 203,6 1548,6 8201,4 18952,0 969,0 20768,6 9374,1
* Valores em reais (R$) obtidos de acordo com o preço do kg do produto para a classe correspondente e a produtividade na respectiva
época de plantio.
67
V. CONCLUSÕES
Diferentes épocas de plantio e densidades populacionais conferem diferenças
significativas nos teores de N, K e B na folha diagnóstica do estado nutricional, no
crescimento, ciclo, produtividade comercial, classificação das inflorescências, acúmulo
e exportação de nutrientes.
A redução nos espaçamentos entre linhas e entre plantas, com conseqüente aumento
na densidade populacional, causa reduções no número de folhas, no diâmetro do caule
e da inflorescência e na massa fresca da inflorescência, porém proporciona incremento
na produtividade comercial.
Maiores crescimento, produtividade comercial e classificações das inflorescências de
couve-flor, híbrido Verona 284, são obtidos no cultivo de primavera-verão em relação ao
de outono-inverno.
A produção de 100% das inflorescências na classe Extra, da CEAGESP, ou na
Classe 7 e 8, da Hortibrasil, é obtida na primavera-verão e espaçamento de 1,1 x 0,6 m.
No outono-inverno, a maior percentagem (53,8%) da produção comercial de
inflorescências na classe Extra, da CEAGESP, ou na Classe 7 e 8, da Hortibrasil, é
obtida com 0,6 m entre linhas x 0,7 m entre plantas.
A maior produtividade comercial (23 t ha
-1
) é obtida na maior população de plantas
(41.667 plantas ha
-1
) no plantio de primavera-verão.
A maior exportação de nutrientes foi verificada na maior densidade populacional e no
cultivo de primavera-verão, com 91,0; 28,8; 6,5 kg ha
-1
e 38,5 g ha
-1
para N, K, P e B,
respectivamente.
Considerando-se a receita bruta, melhor resultado é obtido com o plantio da Verona
284’ na primavera-verão, no espaçamento 0,8 x 0,4 m.
No plantio de outono-inverno, o espaçamento que proporciona maior receita bruta
para a couve-flor ‘Verona 284’ é 0,6 x 0,6 m.
68
VI. REFERÊNCIAS
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