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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
GILSON PINEL DE MENDONÇA
NORMAS DO DRIS E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO
CAFEEIRO (Coffea arabica L.) NA MICRORREGIÃO DO
CAPARAÓ-ES
ALEGRE
2009
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GILSON PINEL DE MENDONÇA
NORMAS DO DRIS E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO
CAFEEIRO (Coffea arabica L.) NA MICRORREGIÃO DO
CAPARAÓ-ES
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Produção Vegetal da
Universidade Federal do Espírito Santo, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Produção Vegetal.
Orientador: Prof. Dr. José Augusto Teixeira do
Amaral. Co-orientadores: Prof. Dr. José
Francisco Teixeira do Amaral e Prof. Dr.
Ruimário Inácio Coelho.
ALEGRE
2009
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GILSON PINEL DE MENDONÇA
NORMAS DO DRIS E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO
CAFEEIRO (Coffea arabica L.) NA MICRORREGIÃO DO
CAPARAÓ-ES
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal da
Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do título
de Mestre em Produção Vegetal.
Aprovada em 31 de março de 2009.
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof. Dr. Marcelo Antonio Tomaz
Dr
a
. Scheilla Marina Bragança
Centro de Ciências Agrárias UFES
Instituto Capixaba de Pesquisa e
Extensão Rural INCAPER
Prof. Dr. José Augusto Teixeira do Amaral
Centro de Ciências Agrárias - UFES
(Co-orientador)
Centro de Ciências Agrárias - UFES
(Orientador)
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelos muitos benefícios que me tem feito.
Ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo, pela
oportunidade de realização do curso.
À FAPES, pela aprovação do projeto que originou esta dissertação e pelo apoio
financeiro na aquisição de equipamentos e reagentes utilizados nas análises foliares.
Ao INCAPER, pelo significativo apoio durante os trabalhos de campo e sugestões.
Aos meus pais, Gilson e Maria Luzia, pelos ensinamentos, muitos deles adquiridos
através de seus exemplos de vida e de luta.
À minha esposa Fernanda, pelo carinho, incentivo e compreensão.
Ao meu filho Gabriel, pelo cativante sorriso e companheirismo.
Às minhas irmãs, Érika e Camila, pelo apoio incondicional.
À minha sogra, Dona Delly, por desempenhar o brilhante papel de mãe e conselheira.
Aos professores José Augusto Teixeira do Amaral e José Francisco Teixeira do Amaral,
pelos ensinamentos, pela orientação, amizade e entusiasmo.
À pesquisadora Dr. Scheilla Marina Bragança, pelas valiosas sugestões que tanto
enriqueceram este trabalho.
Aos Professores Marcelo Antonio Tomaz e Ruimário Inácio Coelho, pelo apoio e
sugestões.
Ao Técnico de laboratório de Fisiologia e Nutrição Mineral de Plantas, Silvio Rogério
Ferraz, pela fundamental colaboração nas análises foliares.
Ao Professor Renato Ribeiro Passos e ao técnico de laboratório Alessandro, pelo
auxílio nas análises físicas e químicas de solo.
À funcionária Madalena Capucho, pela compreensão e solidariedade.
Aos amigos Ademir, Marcelo, Carlos Magno e Mariana, pelo auxílio durante as coletas
das amostras.
Aos professores do CCA-UFES, pelos ensinamentos transmitidos e pela convivência,
Aos amigos que me proporcionaram bons momentos, que me ajudaram nos trabalhos,
e que foram em muitos momentos a minha família.
Aos cafeicultores, que nos atenderam com tanta atenção e apreço durante os trabalhos
de campo.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
RESUMO
A microrregião do Caparaó apresenta relevante participação na cafeicultura capixaba,
sendo uma das principais áreas produtoras do cafeeiro arábica no Estado do Espírito
Santo. Essa microrregião capixaba engloba dez municípios com uma população total de
aproximadamente 163 mil habitantes. Apesar da representatividade econômica e social
do cafeeiro arábica para o Estado do Espírito Santo, não se tem informações sobre a
nutrição mineral de cafezais de referência, com altas produtividades, para as condições
ecológicas do Caparaó. Os teores dos nutrientes minerais nas folhas de plantas
altamente produtivas, conforme encontradas na microrregião do Caparaó, podem servir
de Padrão de Referência ou Normas do DRIS (Sistema Integrado de Diagnose e
Recomendação) para o cafeeiro arábica, para a diagnose nutricional de outras
lavouras. O objetivo deste trabalho foi estabelecer as Normas de Referência do DRIS e
as faixas críticas para o cafeeiro arábica, a partir de lavouras de altas produtividades
(acima de 40 sacas de café beneficiado por hectare) encontradas em sete municípios
produtores da microrregião do Caparaó. Foram realizadas análises foliares, análises
químicas e físicas dos solos, bem como um diagnóstico das técnicas culturais em
cafezais nos municípios de Guaçuí, Dores do Rio Preto, Ibitirama, Iúna, Irupi, Ibatiba e
Muniz Freire. As Normas do DRIS foram constituídas pelos resultados dos cálculos das
médias, desvios-padrão e coeficientes de variação a partir das relações dois a dois
entre os teores foliares de todos os nutrientes, tanto na ordem direta quanto na ordem
inversa, das 40 lavouras analisadas. Para o diagnóstico de outras lavouras, recomenda-
se calcular as funções das relações dois a dois entre todos os nutrientes, e em seguida
aplicar a equação: z(A/B) = [A/B - a/b]. k/s, onde: z(A/B) = função da relação entre os
nutrientes A e B da amostra a ser diagnosticada; A/B = valor da razão entre os
nutrientes A e B da lavoura a ser diagnosticada; a/b = valor dio das razões entre os
nutrientes a e b das lavouras de altas produtividades; K = constante arbitrária (10); e S
= valor médio dos desvios-padrão das relações entre os nutrientes a e b das lavouras
de altas produtividades. A seguir, faz-se o cálculo dos índices DRIS para cada
nutriente, por meio da equação: índice A = [z(A/B) + z(A/C) + ... + z(A/N) - z(B/A) -
z(C/A) -... - z(N/A)] / 2(n-1), onde n = número de nutrientes envolvidos nos cálculos de
cada índice DRIS. O DRIS inclui também o conceito de balanço nutricional (IBN),
através do qual podem verificar limitações de ordem não nutricional da lavoura,
somando-se os valores absolutos dos índices DRIS de cada nutriente: IBN = I índice A I
+ I índice B I + ......... + I índice N I. As faixas críticas foram estabelecidas através da
equação: FC =
y
+ k
yS
em que:
y
= média da concentração do nutriente;
yS
= desvio-
padrão da média; k = fator de correção para evitar faixas críticas muito amplas, sendo k
= 1,0 para os nutrientes onde o CV foi menor que 20%; k = 0,8 para os nutrientes onde
o CV variou de 20% a 40%; k = 0,6 para os nutrientes onde o CV variou de 40% a 80%;
k = 0,4 para os nutrientes onde o CV foi maior que 80%. De acordo com as análises de
solo, os micronutrientes mais limitantes foram: Cu>B>Zn=Mn>Fe e os macronutrientes
mais limitantes foram: Ca=Mg>K>P=S. As análises texturais apresentaram 75% de
solos com textura argilosa e 25% com textura média. As análises foliares apresentaram
valores discrepantes quando avaliadas pelo critério das faixas críticas sugeridas por
cinco autores diferentes, obtendo-se desde elementos com 100% dos valores
considerados adequados, até 100% abaixo ou acima dessas faixas.
Palavras-chave: Cafeeiro Espírito Santo (Estado). Nutrição Avaliação. Adubação.
Análise foliar.
ABSTRACT
The microregion Caparaó presents relevant participation in capixaba coffee production,
being one of the main areas of producing of Arabic coffee of the Espírito Santo. This
microregion capixaba comprises ten municipalities with a total population of
approximately 163 thousand inhabitants. Despite the economic and social
representativeness of Arabic coffee to the State of Espírito Santo, there is no
information about the mineral nutrition of coffee plantations of reference, with high yields
for the ecological conditions of Caparaó. The levels of nutrients in the leaves of plants
highly productive, as found in the microregion Caparaó may serve as a reference
standard or standards of DRIS (Diagnosis and Recommendation Integrated System) for
Arabic coffee and for the nutritional diagnosis of other crops. The objective of this work
was to establish the standards of reference DRIS and critical ranges for Arabica coffee,
from crops of high yield (over 40 bags of coffee per hectare benefited) found in seven
municipalities producers of the microregion Caparaó. Were made foliate analysis,
chemical and physical analysis of soils, and a diagnosis of cultivation techniques in
coffee plantations in the municipalities of Guaçuí, Dores do Rio Preto, Ibitirama, Iúna,
Irupi, Ibatiba and Muniz Freire. The standards of DRIS were set by the results of
calculations of the averages, standard deviations and coefficients of variation from two
to two relations between the foliar levels of all nutrients, in direct order and in reverse
order, of the 40 crops analyzed. For the diagnosis of other crops, it is recommended
calculate the functions of relations two to two between all the nutrients, and then apply
the equation: z (A / B) = [A / B - a / b]. k / s, where: z (A / B) = function of the relationship
between nutrients A and B sample to be diagnosed; A / B = value of the reason of
nutrients A and B of the crop to be diagnosed; a / b = average value of the reason
between the nutrients a and b of crops of high yield; K = arbitrary constant (10); and S =
average of standard deviations of the relationship between nutrients a and b of crops of
high yield. Then, it is made the calculation of DRIS indices for each nutrient, using the
equation: A = indice [z (A / B) + z (A / C) + ... + Z (A / N) - z (B / A) - z (C / A) -... - Z (N /
A)] / 2 (n-1), where n = number of nutrients involved in the calculation of each indice
DRIS. The DRIS also includes the concept of nutrient balance (IBN), through which is
possible see limitations of order not nutrition of the crop, adding up the absolute values
of the indice DRIS of each nutrient: IBN indice AI = I + I + BI indice. ........ + I indice N I.
The critical ranges were set by the equation: where: = average
concentration of the nutrient; = standard deviation of the mean; K = correction factor to
avoid critical ranges very wide; k = 1.0 for the nutrients where the CV was less than
20%; k = 0.8 for the nutrients where the CV varied from 20% to 40% k = 0.6 for the
nutrients where the CV varied from 40% to 80%; and k = 0.4 for the nutrients which the
CV was greater than 80%. According with the analysis of soil, the most limiting
micronutrients are: Cu> B> Zn = Mn> Fe and macronutrient most limiting are: Ca = Mg>
K> P = S. The analysis textural shows 75% of soils with clay and 25% with medium
texture. The foliate analysis shows discrepant values when evaluated by the criterion of
critical ranges suggested by five different authors, with obtaining elements since 100%
to the values considered appropriate, until 100% above or below these ranges.
Key words: Coffee - Espírito Santo (state). Nutrition - Evaluation. Fertilization. Foliate
analysis.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tabela 1 Coordenada geográfica da sede, altitude da sede, distância da
sede à capital e área dos municípios da microrregião do
Caparaó...........................................................................................................................18
Tabela 2 - Espaçamento, densidade de plantio e tipo de assistência técnica das
lavouras amostradas na microrregião do Caparaó.........................................................40
Tabela 3 - Dados culturais das lavouras amostradas na Microrregião do
Caparaó...........................................................................................................................41
Tabela 4 - Resultado das análises químicas dos solos das 40 lavouras cafeeiras de
altas produtividades selecionadas na microrregião do Caparaó.....................................51
Tabela 5 - Granulometria dos solos amostrados das lavouras de cafeeiros arábicas de
altas produtividades amostradas na microrregião do Caparaó conforme classificação da
EMBRAPA (1999)............................................................................................................60
Tabela 6 - Teores foliares médios de nutrientes das lavouras amostradas na
microrregião do Caparaó.................................................................................................62
Tabela 7 - Faixas críticas dos teores de nutrientes minerais segundo alguns autores...64
Tabela 8 - Porcentagem de nutrientes resultantes da análise de 40 lavouras
amostradas, contidos dentro das faixas críticas segundo alguns
autores.............................................................................................................................64
Tabela 9 Faixas críticas estabelecidas a partir de lavouras de altas produtividades da
microrregião do Caparaó.................................................................................................67
Tabela 10 Média (), desvio-padrão (S) e coeficiente de variação (CV) das relações
dois a dois entre os teores de todos os nutrientes minerais das lavouras de altas
produtividades da Microrregião do Caparaó...................................................................68
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Divisão regional das doze microrregiões constituídas no Estado do Espírito
Santo, com destaque para a microrregião do Caparaó...................................................19
Figura 2 - Evolução da produção de cafeeiros arábicas em relação ao conilon no
Estado do Espírito Santo entre os anos de 1992 e 2008...............................................21
Figura 3 Microrregião do Caparaó com os seus dez municípios com destaque para os
sete onde ocorreram as amostragens.............................................................................44
Figura 4A Frequência de matéria orgânica (M.O), pH, saturação por bases (V%),
fósforo (P), potássio (K) e Cálcio (Ca) dos solos das quarenta lavouras amostradas da
microrregião do Caparaó.................................................................................................56
Figura 4B Frequência de magnésio (Mg), enxofre (S), zinco (Zn), Cobre (Cu), Boro
(B) e Alumínio (Al) dos solos das quarenta lavouras amostradas da microrregião do
Caparaó...........................................................................................................................57
Figura 4C Frequência de Manganês (Mn), ferro (Fe) e Capacidade de troca de cátios
(CTC) dos solos das quarenta lavouras amostradas da microrregião do
Caparaó...........................................................................................................................58
Figura 5 Porcentagem de nutrientes considerados dentro dos padrões ideais pelo
critério das faixas críticas segundo alguns autores.........................................................65
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................13
2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................16
2.1 A CAFEICULTURA NA MICRORREGIÃO DO CAPARAÓ .....................................17
2. 2 DIAGNOSE FOLIAR ................................................................................................22
2.3 NUTRIENTES MINERAIS ........................................................................................24
2.3.1 Nitrogênio ..............................................................................................................24
2.3.2 Fósforo ..................................................................................................................25
2.3.3 Potássio .................................................................................................................26
2.3.4 Cálcio .....................................................................................................................26
2.3.5 Magnésio ...............................................................................................................27
2.3.6 Enxofre ..................................................................................................................27
2.3.7 Zinco ......................................................................................................................28
2.3.8 Boro .......................................................................................................................29
2.3.9 Cobre .....................................................................................................................30
2.3.10 Manganês ............................................................................................................31
2.3.11 Ferro ....................................................................................................................32
2.4 FAIXAS CRÍTICAS....................................................................................................33
2.5 SISTEMA INTEGRADO DE DIAGNOSE E RECOMENDAÇÃO (DRIS) ..................35
3 MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................40
3.1 TRATOS CULTURAIS DAS LAVOURAS SELECIONADAS.....................................40
3.2 AMOSTRAGENS DE FOLHAS E DESCRIÇÃO DAS LAVOURAS..........................42
3.3 ANÁLISE FOLIAR.....................................................................................................44
3.4 AMOSTRAGENS DOS SOLOS E ANÁLISES QUÍMICA E FÍSICA ........................46
3.5 ESTABELECIMENTO DAS FAIXAS CRÍTICAS FOLIARES.....................................46
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................48
4.1 TRATOS CULTURAIS DAS LAVOURAS SELECIONADAS.....................................48
4.2 ANÁLISES QUÍMICAS E FÍSICAS DOS SOLOS......................................................51
4.3 ANÁLISE FOLIAR.....................................................................................................61
4.4 ESTABELECIMENTO DAS FAIXAS CRÍTICAS.......................................................66
4.5 NORMAS DO DRIS PARA A MICRORREGIÃO DO CAPARAÓ .............................67
5 CONCLUSÕES............................................................................................................80
6 REFERÊNCIAS ...........................................................................................................81
13
1 INTRODUÇÃO
A cafeicultura é uma das atividades agrícolas mais rentável, gerando divisas e fixando o
homem no campo, promovendo melhor a interiorização e o desenvolvimento. Dentre as
82.587 propriedades rurais do Estado do Espírito Santo, o café é cultivado em 64,4%
delas, existindo no Estado mais de 550.000 pessoas que dependem diretamente do
café como meio de vida (SILVA; COSTA, 1995).
Um estudo sobre o macrozoneamento agroecológico para a cultura do café no Estado
do Espírito Santo, ilustrado por meio de um mapa esquemático, mostra que a região do
Caparaó apresenta aptidão para o cultivo do cafeeiro arábica (DADALTO; BARBOSA,
1995). De acordo com esses estudos, as maiores extensões de terras do Estado com
aptidão preferencial para a cultura do cafeeiro arábica localizam-se em altitudes acima
de 500 m, por possuírem condições climáticas adequadas. Pode-se extrapolar, ainda,
desse mapa, que o Sul do Estado do Espírito Santo possui uma região fisiográfica
relativamente extensa, propícia ao desenvolvimento do café arábica, situada em
algumas localidades dos municípios de Alegre, Divino de São Lourenço, Dores do Rio
Preto, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Irupi, Iúna,e Muniz Freire.
Apesar da representatividade social e econômica do cafeeiro arábica para o Estado do
Espírito Santo, não se tem informações sobre a nutrição mineral de cafezais de
referência, com altas produtividades, para as condições ecológicas do Caparaó. Sabe-
se que as produções médias obtidas por grande parte dos cafezais arábicas no Estado
estão em torno de 12 a 14 sacas de café beneficiado por hectare, ficando aquém do
seu potencial de crescimento reprodutivo, que em anos favoráveis pode alcançar 80
sacas de café beneficiado por hectare, elevando a produção anual de café do Estado
de dois para oito milhões de sacas, sem aumentar a área plantada (FERRÃO, 2008).
Por conseguinte, torna-se fundamental a implementação de tecnologias e técnicas
modernas, para se conseguir uma melhoria na produtividade das lavouras. Daí a
grande necessidade de se criar Padrões ou Normas que possam servir de referência no
14
diagnóstico nutricional de outras lavouras de modo a auxiliar os técnicos e os
produtores quanto ao aumento da produtividade.
A produção de grãos está intimamente ligada aos teores foliares de nutrientes no
cafeeiro (RENA; MAESTRI, 1986, 1987; COSTA, 1995; RENA; FÁVARO, 2000). Assim,
a análise dos teores de nutrientes nos tecidos vegetais torna-se uma ferramenta
importante, pois permite uma avaliação direta do equilíbrio nutricional em virtude da
própria planta ser o extrator dos nutrientes no solo (BEAUFILS,1973; LEITE, 1992). As
folhas normalmente têm sido escolhidas para essas análises (HAAG, 1987), pois dentre
os tecidos vegetais, são fáceis de serem amostradas e estão normalmente presentes
durante todo o ciclo da cultura. Além disso, as folhas constituem os principais centros
de atividades metabólicas das plantas (TAIZ; ZEIGER, 2004), e juntamente com os
frutos constituem-se nos dois maiores reservatórios de minerais do cafeeiro (CORREA
et al., 1986; RENA; MAESTRI, 1986, 1987).
Para o diagnóstico nutricional das lavouras, os teores de nutrientes resultantes das
análises dos tecidos devem ser interpretados com base em técnicas integradas, sem
interferência de fatores, tais como: tratos culturais, idade das plantas e localização da
cultura, que podem mascarar a interpretação dos resultados analíticos pelos métodos
convencionais. Uma técnica que pode ser aplicada em qualquer tempo,
independentemente das condições de cultivo, foi proposta por Beaufils (1973), baseada
na curva normal reduzida de Student, utilizando um Sistema Integrado que denominado
DRIS (Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação). Essa técnica elimina os
fatores de variabilidade o que facilita o diagnóstico nutricional e a recomendação de
adubação para as culturas, a qualquer momento, permitindo relacionar os nutrientes
minerais numa ordem decrescente de deficiência a excesso (BEAUFILS, 1973;
SUMNER, 1979; ELWALI; GASCHO, 1984; RATHFON; BURGER,1991; LEITE,1992;
WORTMANN et al., 1992; BEVERLY, 1993; WORTMANN, 1993; COSTA, 1995; ALTOÉ
et al., 2002).
O presente trabalho teve por objetivo estabelecer as Normas de Referência do DRIS e
as faixas críticas para o cafeeiro arábica, a partir de lavouras de altas produtividades
(acima de 40 sacas de café beneficiado por hectare) encontradas em sete municípios
15
produtores da microrregião do Caparaó, podendo assim avaliar o estado nutricional das
lavouras cafeeiras desta microrregião.
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
O cafeeiro foi introduzido no Brasil, em Belém - PA, em 1727, trazido da Guiana
Francesa pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta a pedido do governador do
Maranhão e Grão Pará. O primeiro plantio ocorreu em 1727, no Estado do Pará, mas
em virtude das condições climáticas, o cultivo do café se difundiu rapidamente para
outros Estados (ABIC, 2008), concentrando-se, atualmente nos Estados de Minas
Gerais e Espírito Santo. Desde meados do século XIX (CETCAF, 2009), o café tornou-
se um artigo importante no mundo econômico, tanto para os países em
desenvolvimento, onde é produzido, como para os países industrializados, que são os
principais consumidores (SILVA; COSTA, 1995).
O Brasil é o maior produtor e exportador de café, com uma participação média de 24%
nas exportações mundiais (AZEVEDO et al., 2001). Segundo a CONAB (2009), a
produção de café em 2008 foi de 45,9 milhões de sacas contra 37 milhões em 2007. O
café arábica corresponde a aproximadamente 70% do café comercializado no mundo e
é produzido principalmente no continente americano, sendo o Brasil o maior produtor
mundial da espécie (FERRÃO et al., 2007).
No Estado do Espírito Santo, a cafeicultura de arábica teve seu início na segunda
década do século XIX, consolidando-se como importante elo da economia capixaba a
partir de meados do século XIX, coincidindo com a imigração italiana e alemã
(CETCAF, 2009). Desde então, o café tornou-se uma atividade de grande importância
sócio-econômico demonstrando grande capacidade de geração de empregos e
distribuição de renda. Atualmente, o Estado do Espírito Santo é o segundo maior
produtor de café do Brasil, com participação de aproximadamente 25% da produção
nacional (CETCAF, 2009), com uma área plantada de 230 mil hectares de café em
produção e 21 mil hectares em formação. Na região montanhosa do Espírito Santo, a
cafeicultura das montanhas é constituída principalmente de cafezais arábicas, estando
distribuída em 23 mil propriedades rurais, com uma área plantada de aproximadamente
230,8 mil hectares, envolvendo cerca de 52,7 mil famílias, proporcionando em torno de
17
153 mil postos de trabalho, distribuídos entre homens (64%) e mulheres (36%)
(FERRÃO et al., 2007).
2.1 A CAFEICULTURA NA MICRORREGIÃO DO CAPARAÓ
Situada na região Sudoeste do Espírito Santo, a microrregião do Caparaó abrange a
porção capixaba da serra do Caparaó, que, além de lhe emprestar o nome, lhe confere
também as principais características físicas e ambientais, que estão presentes nos dez
municípios que a compõe: Alegre, Guaçuí, Dores do Rio Preto, Divino de São
Lourenço, Iúna, Irupi, Ibatiba, Muniz freire e São José do Calçado. A população total
dessa microrregião é de aproximadamente 163 mil habitantes, (em torno de 5% da
população total do Estado), sendo que 46% do total de habitantes estão na área rural
(ABIPTI, 2005).
Na microrregião do Caparaó, a maior parte do valor da produção agropecuária está
calcada no café e com participação também majoritária da agricultura familiar, presente
em mais de 23 mil propriedades e gerando cerca de 130 mil empregos diretos (ABIPTI,
2005).
Os dez municípios que compõem a microrregião do Caparaó participam, no seu
conjunto, com aproximadamente 2% da renda gerada em território capixaba. No
entanto, a participação na geração de renda do setor agrícola é bem mais alta, em
torno de 10%. Isso mostra a sua especialidade em relação ao padrão médio da
economia estadual. É uma região predominantemente agrícola. Sete dos dez
municípios que a compõem têm no setor agrícola a fonte de mais de 60% da renda
gerada. Apenas três municípios apresentam economia urbana expressiva: Alegre,
Guaçuí e São José do Calçado. Mesmo assim, é preciso qualificar essa economia
urbana, pois se trata, em sua grande maioria, de atividades diretamente relacionadas
ou dependentes da geração de renda agrícola e do comércio.
18
A população da microrregião representa 5% em relação à apresentada pelo Estado e
12% da população rural. Gera 2% dos empregos formais do Estado e 5% da agricultura
(ABIPTI, 2005).
A microrregião do Caparaó apresenta relevante participação na cafeicultura capixaba,
colocando-se, na atualidade, como uma das principais áreas de produção e de
expansão do café do Estado, especialmente no que se refere ao café arábica. Entre os
anos de 1990 e 2003, a participação da cafeicultura do Caparaó, relativa ao Espírito
Santo, apresentou-se com expressividade. Em termos de área plantada, essa
microrregião agregava 14% dos plantios com café no Estado em 1990, passando para
16,5% em 2000, 17,1% em 2001 e 15% em 2003 (ABIPTI, 2005).
Algumas características desses municípios estão constantes na Tabela 1 e a divisão
regional está ilustrada na Figura 1. A microrregião do Caparaó representa uma área de
3.751 km², fazendo divisa com os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Tabela 1 Coordenada geográfica da sede, altitude da sede, distância da sede à
capital e área dos municípios da microrregião do Caparaó
Municípios
Coordenadas
Geográficas das Sedes
(UTM)
Altitude da
sede (m)
Distância da
sede à capital
(km)
Área
(km
2
)
Alegre
E 236163m ; S 7701987m
250
189
775
Divino de São Lourenço
E 220353m ; S 7717503m
720
234
171
Dores do Rio Preto
E 203421m ; S 7709502m
760
236
160
Guaçuí
E 221410m ; S 7700318m
590
210
472
Ibatiba
E 237847m ; S 7760451m
730
171
240
Ibitirama
E 221883m ; S 7726817m
760
236
330
Irupi
E 224179m ; S 7747966m
735
201
185
Iúna
E 235584m ; S 7747566m
640
186
460
Muniz Freire
E 248225m ; S 7735359m
540
172
685
São José do Calçado
E 223979m ; S 7672777m
310
235
273
Fonte: ABIPTI (2005)
19
Figura 1 Divisão regional das doze microrregiões constituídas no Estado do Espírito
Santo, com destaque para a microrregião do Caparaó.
Fonte: IJSN (2008).
Segundo informações do IJSN (2008), a produção local de café do tipo arábica (90% do
total) corresponde a 40% de toda a produção estadual e ocupa 24% da área das
propriedades rurais do Caparaó, com expressiva participação da agricultura familiar,
presente em mais de 23.000 propriedades e gerando cerca de 130.000 empregos
diretos.
20
Segundo dados do INCAPER (apud ABIPTI, 2005), o café sempre manteve a economia
da região, chegando a representar cerca de 70% da renda gerada na microrregião. A
participação da atividade cafeeira na receita das propriedades rurais da microrregião do
Caparaó está em torno de 75,6%, aparecendo como a maior participação do Estado na
geração de renda das propriedades rurais, relativamente ao café. A microrregião do
Caparaó é, atualmente, a maior produtora de café arábica do Espírito Santo,
representando, no período 2002-2003, 36,86% da área produtiva do arábica do Estado
e 38,9% de sua produção. O cafeeiro arábica ocupa 35% do parque cafeeiro do Estado
do Espírito Santo (SILVA; COSTA, 1995). Seu cultivo vem se expandindo no Estado,
nas regiões fisiográficas altas e de temperaturas relativamente baixas, sendo cultivado
com sucesso na microrregião do Caparaó do Estado do Espírito Santo (DADALTO;
BARBOSA, 1995).
Não obstante à grande importância sócio-econômica do cafeeiro arábica para a
economia capixaba, e, sobretudo para a microrregião do Caparaó, essa atividade vem
se expandindo menos em relação ao café conilon (Figura 2), principalmente quando se
leva em conta o rápido crescimento da produção de café conilon no Estado, que entre
os anos de 1999 e 2002 aumentou de 2,69 milhões para 7,25 milhões de sacas
beneficiadas.
O monitoramento nutricional de cafezais mediante análise química das folhas vem
transformando-se em prática essencial para recomendações de adubações mais
equilibradas e economicamente mais ajustadas (BATAGLIA et al., 1983). Nesse
aspecto, o suprimento, a absorção e a utilização balanceada dos nutrientes minerais
essenciais, envolvendo o uso racional de fertilizantes assume um papel de fundamental
importância (SOUZA et al., 1975; BEGAZO et al., 1980; HAAG, 1987; SILVEIRA,
1995;).
21
Figura 2 - Evolução da produção de cafeeiros arábicas em relação ao conilon no
Estado do Espírito Santo entre os anos de 1992 e 2008.
Fonte: CONAB (2009).
Embora a necessidade de fertilizantes do cafeeiro seja alta, a disponibilidade de
recursos financeiros para esse fim é escassa. Além disso, o elevado preço dos
fertilizantes é uma realidade, exigindo que os insumos sejam utilizados de forma
eficiente, ou seja, determinando-se qual a necessidade nutricional da planta, na
quantidade e época corretas (CORRÊA et al., 2001). Nesse contexto, deve-se dar
atenção especial não somente à quantidade de nutrientes aplicados, mas também ao
equilíbrio entre eles. Para Malavolta (1980), o equilíbrio nutricional da planta deve ser
mantido durante todo seu ciclo. Para tanto, cada nutriente deve estar disponível na
solução do solo em quantidades e proporções adequadas.
22
2. 2 DIAGNOSE FOLIAR
A produção economicamente viável de café depende de vários fatores incluindo o
suprimento, a absorção e a utilização balanceada de elementos minerais (SOUZA et al.,
1975; BEGAZO et al., 1980; RENA; MAESTRI, 1986, 1987; HAAG,1987;
SILVEIRA,1995;). O diagnóstico nutricional das culturas também requer informações
sobre o histórico das mesmas, além de observações visuais, sendo que as análises
químicas da planta o subsídios para a interpretação do balanço nutricional
(BRAGANÇA et al., 1989; WORTMANN, 1993; SILVEIRA, 1995).
A análise do solo foi considerada por muitos anos a ferramenta única na diagnose
nutricional das plantas. Contudo, ela apresenta limitações na avaliação correta dos
teores de nitrogênio e, normalmente, não se determina os teores de micronutrientes em
análises de rotina (ELWALI; GASCHO, 1984). Não obstante, a simples presença dos
elementos minerais essenciais no solo, mesmo em quantidades adequadas, pode não
garantir um suprimento balanceado desses elementos para as plantas (WORTMANN et
al., 1992), uma vez que a composição dos nutrientes nas plantas é decorrente da
disponibilidade dos elementos minerais no solo, bem como das condições climáticas,
atributos físicos do solo, pH e disponibilidade hídrica (HAAG, 1987), incluindo aqueles
fatores inerentes à própria planta (MARSCHNER, 1995). Estudos visando o diagnóstico
sobre questões nutricionais com base nos tecidos vegetais têm se mostrado muito
vantajosos, pelo fato da própria planta ser o extrator dos nutrientes no solo,
possibilitando uma avaliação direta de seu estado nutricional (BEAUFILS, 1973).
A diagnose nutricional das plantas deve ser realizada pela avaliação dos resultados da
análise química dos tecidos, constituindo-se numa ferramenta que permite planejar,
avaliar e calibrar a recomendação de adubação utilizada nas lavouras (CORRÊA et al,
2001). Dentre os tecidos vegetais ceis de serem amostrados, normalmente presentes
durante todo o ciclo da cultura, a folha tem sido geralmente utilizada nessas análises,
pois juntamente com os frutos constituem-se nos maiores reservatórios minerais do
cafeeiro (CORRÊA et al., 1986), além de as folhas serem os principais centros de
atividades metabólicas das plantas (HAAG, 1987; TAIZ; ZEIGER, 2004).
23
Em trabalho realizado em Viçosa-MG, Martinez et al. (2003b) fizeram análises dos
teores de nutrientes em flores de cafeeiros para obtenção das faixas críticas e
verificaram-se que os teores de N, K, B, Fe e Zn não se mostraram diferentes do
observado em folhas, enquanto os de P, Ca, Mg, S, Cu e Mn diferiram.
Segundo Leite (1992), a contribuição da diagnose foliar, no auxílio da interpretação de
desequilíbrios nutricionais das culturas, levou pesquisadores do mundo inteiro a
desenvolverem diversas metodologias de interpretação de resultados de análise foliar.
A correta interpretação de resultados de análises foliares gera informações que
auxiliam no uso racional de insumos, no equilíbrio nutricional das plantas e,
consequentemente, no aumento da produtividade (PARTELLI, 2004). Todavia, a
interpretação das análises dos tecidos vegetais ainda tem sido realizada em grande
parte por intermédio de comparações dos resultados analíticos com valores de
referência chamados Níveis Críticos. Essa técnica apresenta a desvantagem dos
nutrientes serem interpretados individualmente, não se levando em consideração as
inter-relações existentes entre eles, nem as variações nos níveis dos elementos
minerais nas folhas, que podem variar com o estádio de desenvolvimento das plantas
(SUMNER, 1979; ELWALI; GASCHO, 1984), com interações que afetam a absorção e a
distribuição de nutrientes (WORTMANN et al., 1992; WORTMANN, 1993), e com a
carga pendente, (RENA; MAESTRI, 1986, 1987).
Os resultados das análises dos tecidos vegetais devem ser melhor interpretados com
base em técnicas integradas, que permitem diagnosticar o estado nutricional das
plantas excluindo os fatores intrínsecos e extrínsecos de variabilidade, que podem
mascarar os resultados. Uma técnica que pode ser aplicada a qualquer momento, sob
diferentes condições de cultivo e idade das plantas, foi proposta por Beaufils (1973), por
intermédio do DRIS, sendo posteriormente utilizado por vários autores (SUMNER, 1979;
ELWALI; GASCHO, 1984; RATHFON; BURGER, 1991; LEITE, 1992; WORTMANN et
al., 1992; BEVERLY, 1993; WORTMANN, 1993; COSTA, 1995; ALTOÉ et al., 2002).
A interpretação da análise de tecidos pelo DRIS requer o estabelecimento prévio de
padrões de referência ou normas para se estabelecer a diagnose nutricional de outras
lavouras. O estabelecimento dessas normas requer a identificação e o conhecimento
24
dos teores de nutrientes de plantas consideradas de altas produtividades (MARTINEZ
et al., 2003a), contendo os nutrientes essenciais em quantidades e proporções
balanceadas, conforme encontrados em algumas lavouras de café arábica na
microrregião do Caparaó.
2.3 NUTRIENTES MINERAIS
2.3.1 Nitrogênio (N)
A deficiência de N é a que mais limita o crescimento e produção (VAAST et al., 1998).
Dentre as espécies cultivadas, o cafeeiro é uma das mais exigentes desse nutriente
(MALAVOLTA, 1980). Segundo Malavolta (1993), uma planta de café de seis anos
acumula cerca de 290 g de N. A indicação das fontes de N mais adequadas para cada
caso específico, a dosagem e a forma correta de utilização revestem-se de certa
complexidade, em decorrência da alta mobilidade desse nutriente no solo e de uma
possível ocorrência de efeitos secundários negativos sobre o solo e a planta, além de
implicações de ordem econômica (MALTA, 2003).
De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de N das folhas pode variar de 2,30 a
3,50 dag Kg
-1
(WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993;
MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997)
A deficiência de N causa amarelecimento generalizado nas folhas, iniciando pelas
folhas mais velhas, como resultado da proteólise, ângulo agudo entre caule e folhas,
senescência precoce e folhas menores devido ao menor número de células
(PREZOTTI; FULLIN, 2007).
Dependendo das condições da lavoura e expectativa de produção, a recomendação de
N pode variar de 150 a 450 kg de N ha
-1
, o que equivale a a1000 kg ha
-1
de uréia
(RAIJ et al.,1997). O N é um dos responsáveis pelo crescimento vigoroso, retardo da
25
maturação, sendo essencial para a produção de aminoácidos, proteínas, hormônios de
crescimento, fitoalexinas e fenóis (HUBNER, 1980). É um nutriente bastante móvel no
floema, saindo de um local de residência para atender a demanda das regiões de
crescimento ativo, de modo que a clorose generalizada que caracteriza a carência
desse elemento inicia-se pelas folhas mais velhas (MARTINEZ et al., 2003a).
2.3.2 Fósforo (P)
O P é constituinte de ácidos nucléicos, nucleotídeos, coenzimas, fosfolipídios, ácido
fítico, fosfato, açúcares e outros. Influi na ntese e armazenamento de energia,
compondo a Adenosina Trifosfato (ATP). Participa também, de reações de
esterificação com açúcares e outros compostos envolvidos na respiração e na
fotossíntese (TAIZ; ZEIGER, 2004). Segundo Malavolta (1993), é acumulado em
plantas de seis anos em quantidades da ordem de 11 gramas. Para o cafeeiro arábica,
dependendo das condições da lavoura e expectativa de produção, a recomendação
pode variar de 70 a 180 kg de P
2
O
5
ha
-1
ano (LANI et al., 2007). De acordo com o
critério das faixas críticas, o teor de P nas folhas pode variar de 0,12 a 0,20 dag Kg
-1
(WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr,
1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997).
A deficiência de P ocorre nas folhas velhas, que perdem o brilho, apresentam manchas
amareladas desuniformes que evoluem para cores amarelo-arrouxeadas, podendo
tomar todo o limbo foliar (MATIELLO et al., 2002).
A marcante resposta das plantas à nutrição fosfatada é verificada principalmente no
estádio inicial de desenvolvimento. Está associada ao papel do fósforo na síntese de
proteínas, divisão celular e processo de absorção iônica, além de ter grande influência
no desenvolvimento do sistema radicular (MALAVOLTA, 1980).
26
2.3.3 Potássio (K)
Segundo Silva et al. (1995), as exigências de K pelo cafeeiro são equivalentes às de N,
sendo suficientes para mostrar a importância desse nutriente para a planta. Para
Malavolta (1980), o K tem sido considerado, já algum tempo, o “elemento da
qualidade” em nutrição de plantas. Matiello et al. (2002) consideram o nível adequado
de K no solo entre 0,25 a 0,4 cmol
c
dm
-3
de solo, ou 3 a 5% da CTC. Segundo
Malavolta (1993), o acúmulo de K pelo cafeeiro está na ordem de 150 g planta
-1
. A
recomendação de K pode variar de 80 a 550 kg de K
2
O ha
-1
ano
-1
(LANI et al., 2007).
Na folha, o nível tido como ideal está entre 1,8 e 2,6 dag Kg
-1
(WILLSON, 1985;
REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr, 1996;
MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997). A deficiência desse elemento provoca
clorose, seguida de necrose das margens das folhas mais velhas, internódios curtos e
diminuição da dominância apical (PREZOTTI; FULLIN, 2007).
2.3.4 Cálcio (Ca)
O Ca é o terceiro elemento mais exigido pelo cafeeiro e o terceiro mais exportado como
produto colhido (MALAVOLTA et al., 1977). Segundo Malavolta (1993), é acumulado
em plantas de café de seis anos em quantidades da ordem de 100 g planta
-1
. É
constituinte da lamela média das paredes celulares, influi na estruturação da planta,
atua como cofator de enzimas e como mensageiro secundário na regulação metabólica.
Também é utilizado no fuso mitótico durante a divisão celular (TAIZ; ZEIGER, 2004). A
calagem assegura às plantas de café um suprimento adequado de Ca, porém quando
excessiva, pode resultar em deficiência de ferro e outros elementos (MARTINEZ et al.,
2003a). De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de Ca nas folhas pode variar
de 0,75 a 2,50 dag kg
-1
(WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA,
1993; MILLS; JONES Jr, 1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997).
27
A deficiência de Ca causa seca dos ramos, queda no crescimento das raízes
(EPSTEIN; BLOOM, 2006), amarelecimento nas margens das folhas novas, folhas
tortuosas, murchamento e morte das gemas terminais (PREZOTTI; FULLIN, 2007).
2.3.5 Magnésio (Mg)
O Mg participa ativamente da síntese de clorofila, ativação de enzimas, transporte de P
e carboidratos nas plantas, além de possuir papel específico na ativação de enzimas
envolvidas na respiração, fotossíntese e síntese de DNA e RNA (TAIZ; ZEIGER, 2004).
Segundo Malavolta (1993), é acumulado em plantas de café de seis anos em
quantidades da ordem de 37 g planta
-1
. Diferentemente do Ca, é rapidamente
translocado das regiões maduras para as mais jovens da planta, com crescimento ativo
(EPSTEIN; BLOOM, 2006). A exemplo do Ca é fornecido principalmente durante a
prática da calagem. De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de Mg das folhas
pode variar de 0,25 a 0,50 dag kg
-1
(WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988;
MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr., 1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO,
1997).
Os sintomas de carência provocam cloroses internervais iniciadas nas folhas mais
velhas, podendo evoluir para necrose (MARTINEZ et al., 2003a).
2.3.6 Enxofre (S)
É parte constituinte de aminoácidos, como a cisteína e metionina (MARTINEZ et al.,
2003a; TAIZ; ZEIGER, 2004;). Sua deficiência ocorre principalmente em solos
arenosos, pobres em matéria orgânica e em áreas com maior precipitação (FULLIN et
al., 2007). Plantas de seis anos o acumulam em quantidades da ordem de 10g
28
(MALAVOLTA, 1993). Uma planta deficiente em S apresenta clorose, inicialmente nas
folhas mais novas, folhas pequenas, enrolamento das margens das folhas, necrose,
desfolhamento, internódios curtos e redução no florescimento (MALAVOLTA, 1980).
Segundo Alcarde et al. (1989, apud FULLIN et al., 2007), o pH ideal para absorção do S
está entre 6,0 e 7,0. A deficiência em campo tende a crescer, ocasionada pela falta
e/ou redução da matéria orgânica no solo e pelo uso de adubos, geralmente, sem S
(MATIELLO et al., 2002). De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de S das
folhas pode variar de 0,02 a 0,25 dag Kg
-1
(WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON,
1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr, 1996; MALAVOLTA et al., 1997;
MATIELLO, 1997). Esse elemento é fornecido na adubação, principalmente na forma
de sulfato de amônio, contendo em sua fórmula de 22 a 24% de S.
2.3.7 Zinco (Zn)
O cafeeiro é muito exigente em micronutrientes, especialmente em relação ao Zn. Esse
nutriente tem comprometido a produtividade da cafeicultura brasileira, pois nossos solos
apresentam, de modo geral, baixos teores desse elemento (REIS JR et al., 2002). É
acumulado por plantas de café de seis anos em quantidades de cerca de 200 mg
planta
-1
(MALAVOLTA, 1993).
O Zn é constituinte da álcool desidrogenase, desidrogenase glutâmica, anidrase
carbônica e outras enzimas. Atua no controle da expressão genética, integridade da
membrana (TAIZ; ZEIGER, 2004) e na regulação da absorção do P (MARSCHNER,
1995). Grande parte dos sintomas de deficiência de Zn esassociada a distúrbios no
metabolismo das auxinas, principalmente do ácido idolacético (AIA), um dos fitormônios
responsáveis pelo crescimento das plantas (MALAVOLTA, 1980).
Calagem excessiva (pH elevado), altos níveis de P, matéria orgânica elevada, solos
arenosos (baixa CTC) e pH fora da faixa de 5,0 a 6,5 favorecem a deficiência desse
elemento (RESENDE et al., 1988), que provoca o crescimento reduzido das folhas e a
29
dificuldade dos internódios em alongar-se, dando origem ao sintoma conhecido por
roseta (EPSTEIN; BLOON, 2006). Estudando micronutrientes em frutos de cafeeiro
arábica em Martins Soares-MG, Laviola et al. (2007) constataram ser o Zn o nutriente
que apresentou maior acúmulo relativo (%) no estádio de expansão rápida, o que
segundo Marschner (1995), denota a sua importância na síntese de triptofano,
aminoácido precursor da biossíntese da auxina, e ácido indol acético (AIA), essencial
para o processo de alongamento celular. Ainda esses autores, estudando o acúmulo de
micronutrientes nos frutos em diferentes altitudes, sugerem que, em caso de
fornecimento do Zn via foliar isoladamente, as pulverizações ocorram com intervalos de
25 a 30 dias, independentemente da altitude.
De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de Zn nas folhas pode variar de 8,0 a
30,0 mg kg
-1
(WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993;
MILLS; JONES Jr, 1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997).
O Zn é fornecido ao cafeeiro principalmente na forma de adubação foliar, forma esta
considerada oito vezes mais eficiente que via solo (ARZOLLA et al., 1962, apud RENA;
VARO, 2000). Rena e Fávaro (2000) demonstraram algebricamente que a maioria
dos micronutrientes devem ser aplicados por via foliar ao contrário dos macronutrientes
que devem ser aplicados via solo.
2.3.8 Boro (B)
Embora diversas funções tenham sido propostas para o B, o consenso é que estão
relacionadas à estrutura da parede celular e com as substâncias pécticas associadas a
ela, especialmente a lamela média (EPSTEIN; BLOOM, 2006). É acumulado em plantas
de café de seis anos na ordem de 300 mg planta
-1
. Solos arenosos, alta pluviosidade,
veranicos e estações secas, baixos teores de matéria orgânica e pH fora da faixa entre
5,0 e 7,0 são condições que favorecem a deficiência desse elemento (RESENDE,
2003). Sua deficiência em cafeeiro causa curvamento dos ramos laterais, que ocorrem
30
entre o e últimos s, sendo este bastante pronunciado, inicialmente para baixo e
em seguida para cima, com ocorrência no período de estiagem, em pré-florada
(MATIELLO et al., 2001). Esses autores encontraram ainda um sintoma pouco comum
de deficiência desse elemento, onde os ramos secundários apresentaram pequeno
engrossamento junto à sua inserção, pendendo para baixo e se desprendendo
ligeiramente do ramo primário e secando em sua maioria.
De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de B nas folhas pode variar de 40,0 a
100,0 mg kg
-1
(WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993;
MILLS; JONES Jr, 1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997).
Barros et al. (1996), trabalhando com café, utilizaram diferentes fontes de B via solo, e
concluíram que a fonte mais eficiente foi o bórax aplicado na cova na dose de 2,7g
cova
-1
ou em cobertura, após o plantio com 5,47g cova
-1
. Obertli (1994) sugere que o B
não está distribuído homogeneamente nas plantas, mas acumulado em áreas
marginais, topos de folhas e entre nervuras, sendo translocado com a corrente de
transpiração. A concentração de B dentro da mesma folha pode variar em até 100
vezes, sendo que, desta forma, a análise foliar representa somente um valor médio do
B contido nas folhas (LEITE, 2003).
2.3.9 Cobre (Cu)
O Cu é componente do ácido ascórbico oxidase, tirosinase, monoamina oxidase,
uricase, citocromo oxidase, fenolase, lacase e plastocianina (TAIZ; ZEIGER, 2004). No
cafeeiro é acumulado em quantidades da ordem de 340 mg planta
-1
de seis anos de
idade (MARTINEZ et al., 2003a). De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de
Cu nas folhas pode variar de 7,0 a 50,0 mg Kg
-1
(WILLSON, 1985; REUTER;
ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr, 1996; MALAVOLTA et al.,
1997; MATIELLO, 1997).
31
Segundo Prezotti e Fullin (2007), sua deficiência caracteriza-se por distorção e
curvamento das folhas jovens, seguida por perda de cor verde em áreas distribuídas
irregularmente. É amplamente utilizado como fungicida nos programas de controle de
doenças. Ainda segundo esses autores, os níveis ideais desse nutriente no solo está
entre 0,8 e 1,8 mg dm
-3
. Para Carvalho et al. (2007), os fungicidas cúpricos funcionam
como nutrientes para as plantas. Sua utilização pode promover, além do controle da
ferrugem e outras doenças, o fornecimento do íon Cu
+
ou Cu
2+
para as plantas, o qual
funciona como co-fator de enzimas nas células. Ainda para esses autores, o efeito de
retenção de folhas e frutos que os cúpricos promovem no cafeeiro, deve ser destacado
e, como consequência, maior produção e melhoria da qualidade final do café.
Segundo Rena e varo (2000) o Cu é aproveitado pelo cafeeiro com maior eficiência
via adubação foliar. Essa afirmação pôde ser confirmada por Matiello et al. (1997), que
obtiveram maiores produtividades com essa forma de adubação.
2.3.10 Manganês (Mn)
O Mn é importante para a atividade de algumas desidrogenases, oxidases,
descarboxilases, quinases, e peroxidases. Atua na clivagem da água no processo
fotossintético, como ativador de muitas enzimas além de estar envolvido em processos
de oxidação e redução no sistema de transporte de elétrons (TAIZ; ZEIGER, 2004).
Segundo Malavolta (1993), é acumulado em plantas de café de seis anos na ordem de
550 mg planta
-1
. Sua deficiência causa clorose das folhas novas seguida de
branqueamento, manchas perenes e necróticas nas folhas, que apresentam formas
anormais, e menor nodulação nas leguminosas (PREZOTTI; FULLIN (2007). O papel
mais bem documentado e exclusivo do Mn em plantas verdes refere-se à foto-oxidação
da molécula de água, no fotossistema II da fotossíntese (TAIZ; ZEIGER, 2004; KIRKBY;
ROMHELD, 2007). De acordo com o critério das faixas críticas, o teor de Mn nas folhas
pode variar de 50,0 a 210,0 mg kg
-1
(WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988;
32
MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr, 1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO,
1997).
Em solos com pH elevados, normalmente ocorre carência desse elemento. Barros e
Matiello (1994), trabalhando com cafeeiro arábica na zona da mata de Minas Gerais,
concluíram que teores baixos de Mn estavam correlacionados com teores elevados de
Ca e Mg e de pH elevados (superiores a 5,7 a 6,9), mostrando que a calagem
excessiva foi um dos fatores responsáveis pela deficiência. Esses autores afirmam
ainda que a correção da deficiência pode ser obtida, a curto prazo, com aplicações
foliares se sulfato de manganês a 1%. Para Rena e Fávaro (2000), à semelhança dos
demais micronutrientes, o Mn é mais bem aproveitado pelo cafeeiro quando aplicado
via adubação foliar.
2.3.11 Ferro (Fe)
Este elemento é importante na formação da clorofila e na respiração, é constituinte de
vários metabólicos, como citocromos envolvido no transporte de elétrons na
fotossíntese e respiração, e Fe-proteínas não hemínicas, tais como a Fe-proteína e a
Mo-Fe-proteína, envolvidas na fixação do N
2.
Grupos Fe-heme também participam da
estrutura da nitrato redutase e nitrito redutase. As proteínas Fe
4
S
4
são constituintes da
redutase do nitrito, enquanto as proteínas Fe-S participam do transporte de elétrons no
fotossistema I. A ferredoxina, uma proteína não hemínica, participa no transporte de
elétrons no fotossistema I, da assimilação do sulfato, da redução do nitrito e da fixação
do N
2
(TAIZ; ZEIGER, 2004). Deve-se destacar o importante papel do ferro como
constituinte das proteínas heme dos citocromos, na cadeia de transporte de elétrons
mitocondrial, que gera a maioria do ATP celular (EPSTEIN; BLOOM, 2006).
Sob deficiência de ferro diminuição de clorofila e de outros pigmentos que captam
luz, assim como das atividades de carregadores de elétrons de ambos os
fotossistemas. Nessas condições, um sintoma característico de deficiência de ferro é a
33
clorose internerval, que surge inicialmente nas folhas mais novas, pois o ferro não é
prontamente mobilizado das folhas mais velhas (TAIZ; ZEIGER, 2004). Segundo
Malavolta (1993) o ferro é acumulado em plantas de café de seis anos na ordem de
6.300 mg planta
-1
. Portanto a deficiência de Fe afeta inicialmente o desenvolvimento e a
função do cloroplasto (KIRKBY; ROMHELD, 2007). De acordo com o critério das faixas
críticas, o teor de Fe nas folhas pode variar de 70,0 a 200, 0 mg kg
-1
(WILLSON, 1985;
REUTER; ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr, 1996;
MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO, 1997).
2.4 FAIXAS CRÍTICAS
A contribuição da diagnose foliar levou pesquisadores a desenvolverem diversas
metodologias de interpretação de resultados de análise foliar, dentre as quais se
encontra a faixa crítica ou nível crítico, definido como sendo a concentração do
nutriente no tecido vegetal, acima do qual pequenos ou nenhum aumento na produção
é esperado (ESCANO et al., 1981) ou a concentração que separa populações de baixa
e alta probabilidade de resposta à adição do nutriente.
O diagnóstico realizado por meio da análise do solo tem recebido suporte adicional
mediante análise de tecidos. A possibilidade de uma interpretação interativa com
suporte na análise foliar e na análise de solo é uma boa alternativa para avaliar o
comportamento das plantas de maneira mais controlada. No caso de culturas perenes,
maior possibilidade de se diagnosticar os problemas nutricionais pela análise foliar e
tentar corrigi-los no mesmo ano agrícola, existindo, inclusive, ajustes na recomendação
de adubação para o cafeeiro que levam em conta resultados da diagnose foliar
(Malavolta, 1993).
A forma tradicional de se obter níveis críticos passa por ensaio de calibração da
produtividade vegetal em função do teor de um nutriente na planta. Segundo Walworth
e Sumner (1988), muitos pesquisadores conduzem experimentos variando a dose do
34
nutriente no solo, obtendo a produtividade e a concentração do nutriente no tecido
vegetal.
Pode-se citar como vantagens do uso de níveis críticos, a facilidade de interpretação
dos resultados e a independência entre os níveis, ou seja, a concentração de um
nutriente não afeta a classificação do outro. Entretanto, apresenta como desvantagens
a impossibilidade de determinar o grau da deficiência ou do excesso e, ainda, a
limitação em identificar qual o nutriente mais problemático, quando se tem mais de um
nutriente limitante (BALDOCK; SCHULTE, 1996; MARTINEZ et al., 1999).
Segundo Martinez et al. (2003a) o nível crítico de um determinado nutriente na planta é
definido como o valor da concentração que separa a zona de deficiência da zona de
suficiência. Acima dele, a probabilidade de haver aumento na produção pela adição do
nutriente é baixa; e abaixo, a taxa de crescimento, a produção e a qualidade diminuem
significativamente (MALAVOLTA, 1980). Para aumentar a flexibilidade da diagnose,
considera-se uma faixa e não um único valor crítico (MARTINEZ et al., 1999, 2000).
Malavolta e Cruz (1971) definiram a concentração crítica como a faixa de concentração
de um elemento na folha abaixo da qual a produção é limitada e acima da qual a
adubação não é econômica.
Encontra-se na literatura de diversos autores níveis críticos dos nutrientes na folha do
cafeeiro (WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON, 1988; JONES JR. et al., 1991;
MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES JR., 1996; MALAVOLTA et al., 1997; MATIELLO,
1997), que, ao serem estabelecidos, não consideraram as variações regionais, sendo
necessário estabelecer padrões próprios para cada região ou Estado, para uma
avaliação nutricional mais precisa.
Viana et al. (1985) verificaram os efeitos de doses de N de 0, 100, 200 e 400 kg ha
-1
e
doses de K de 0, 83, 166 e 332 kg ha
-1
em um solo LE cultivado com cafeeiro „Catuaí‟.
Foi encontrado resposta linear com o aumento das doses de N, e a maior produção
correspondeu a 400 kg de N ha
-1
e a um teor foliar de N correspondente a 33 g kg
-1
de
N. Para o K, a produção maior foi obtida com a dose de 166 kg de K ha
-1
, que
corresponde a um teor médio de K no solo de 126 mg dm
-3
e foliar de 13,6 g kg
-1
.
35
Santinato et al. (1996), utilizando doses crescentes de 0, 114, 145 176 e 208 kg de K
ha
-1
para cafeeiro arábica em LV, encontraram que a maior produção foi obtida com a
dose de 176 kg de K ha
-1
na forma de nitrato de potássio. Os teores foliares de N e K na
dose de maior produção foram de 28 e 22 g kg
-1
, respectivamente.
Malavolta (1993) estabeleceu uma tabela com os teores de N, K e S nas folhas
classificados em: deficiente, marginal, adequado, alto e excessivo, amostrados em
fevereiro/março. Os teores de nutrientes admitidos como adequados (faixa crítica) por
esse autor são: N 27 a 32 g kg
-1
; K - 19 a 24 g kg
-1
e S - 1,5 a 2,0 g kg
-1
.
2.5 SISTEMA INTEGRADO DE DIAGNOSE E RECOMENDAÇÃO (DRIS)
O método DRIS, foi proposto por Beaufils (1973), desenvolvendo estudos com milho e
seringueira na África do Sul. Inicialmente o DRIS foi proposto como modelo para
identificar fatores limitantes de produtividade. Entretanto, com o tempo, tem se
mostrado muito mais eficiente como uma forma de interpretação de análise nutricional
das plantas do que como modelo de produtividade agrícola (BATAGLIA, 1989).
A interface do DRIS que expressa os resultados da avaliação do estado nutricional, se
constitui dos índices que representam numericamente, em uma escala contínua, a
influência de cada nutriente no balanço nutricional da planta. Os índices são valores
negativos ou positivos. Valores negativos indicam deficiência do nutriente em relação
aos demais. Valores positivos indicam excesso, e quanto mais próximo de zero
estiverem esses índices, mais próxima estará a planta do equilíbrio nutricional
(BEVERLY, 1993).
É um método no qual os nutrientes não são considerados pelos seus teores individuais
(análises univariadas), mas, sim, pelas relações binárias (análises bivariadas). O uso de
relações entre vários nutrientes maior segurança às interpretações individuais dos
nutrientes (ROCHA, 2007). Nesse método a razão entre concentrações de nutrientes
em uma amostra é comparada matematicamente com valores ótimos” (valores de
36
referência ou normas) das mesmas razões obtidas a partir de uma população de alta
produtividade (população de referência) a qual é assumida como nutricionalmente
equilibrada (MAEDA; RONZELLI JR., 2004).
Segundo Jones (1981), o método DRIS é baseado em algumas considerações relativas
à influência da concentração foliar de nutrientes no rendimento das culturas: a) as
relações entre as concentrações de nutrientes são frequentemente, os melhores
indicadores de deficiências nutricionais do que os valores isolados de concentrações; b)
algumas relações entre nutrientes são mais importantes ou significativas do que outras;
c) produtividades adequadas são atingidas apenas quando os valores de relações
nutricionais importantes aproximam-se de valores ótimos, que são as médias de valores
determinados em populações selecionadas, de alta produtividade; d) pelo fato de que
relações nutricionais mais importantes devem apresentar valores próximos aos obtidos
em populações de alta produtividade, a variância de uma relação nutricional importante
é menor em uma população de alta produtividade (população de referência) do que em
populações de baixa produtividade. Dessa forma, as relações entre as variâncias da
população de alta produtividade e baixa produtividade podem ser utilizadas para a
seleção de relações nutricionais significativamente importantes para o método; e) os
índices DRIS podem ser calculados para cada nutriente, baseando-se nos desvios
médios de cada relação nutricional deste nutriente com os demais, em relação aos
valores ótimos dessa determinada relação nutricional. Assim sendo, o valor ideal do
índice DRIS para cada nutriente deve ser zero; índices negativos apontam deficiências
e índices positivos excesso.
Para Baldock e Schulte (1996), o DRIS apresenta quatro vantagens e quatro
desvantagens. As vantagens são as seguintes: a) a escala é contínua e facilmente
interpretada; b) o DRIS classifica os nutrientes desde o mais deficiente a o mais
excessivo; c) o DRIS pode identificar alguns casos onde a produtividade está limitada
por um desbalanço de nutrientes mesmo que nenhum deles esteja abaixo de seu nível
crítico; d) o IBN (índice de balanço nutricional) uma medida do efeito conjunto dos
níveis de nutrientes sobre a produtividade. Como desvantagens citam: a) é um sistema
que exige aplicação complexa de cálculos de computação; b) os índices não são
independentes, ou seja, o nível de um nutriente pode ter um marcante efeito sobre os
37
outros índices; c) ele resulta em diagnoses positivas falsas com muita frequência; d)
embora tenha sido divulgado na literatura que esse sistema é menos sensível à
maturidade da planta, na prática ele é frequentemente tão sensível à idade da planta
quanto o método das faixas de suficiência.
Salvo (2001) e Leite (1993) contradizem algumas dessas desvantagens argumentando
que: a) com os avanços recentes na área da computação, a dificuldade em executar o
método passou a ser pouco relevante; b) a não independência dos índices entre os
nutrientes é talvez uma vantagem e não uma desvantagem, pois é, provavelmente, a
maior contribuição do método em relação ao de faixas de suficiência; c) possivelmente,
o que Baldock e Schulte (1996) pretendiam dizer é que o teor muito alto de um
determinado nutriente poderia causar um falso diagnóstico de deficiência para os
demais nutrientes.
O primeiro passo para a implantação de qualquer método de diagnose nutricional é o
estabelecimento de valores padrões ou normas, e o mesmo se aplica ao método DRIS.
As normas são obtidas sempre de uma população de alta produtividade, denominada
população de referência (BEAUFILS, 1973). A população de referência é selecionada a
partir de uma população maior dentro de um conjunto de dados também
criteriosamente selecionados. Os bancos de dados para obtenção das normas podem
ter tamanho variável em função das premissas a serem adotadas no método e devem
ser uniformes quanto às características da cultura. No que diz respeito à base de
dados, ocorre na literatura grande variação com relação ao tamanho dessa base,
havendo desde 24 observações (LEITE, 1992), 23 observações (PARTELLI et al.,
2002), até 2800 ou mais (SUMNER, 1977). Walworth et al. (1988) demonstraram que as
normas DRIS desenvolvidas a partir de 10 observações de milho cultivadas em campo,
com produtividade superior a 18 t ha
-1
, foram mais representativas e eficientes que
normas provenientes de banco de dados maiores. Em contraste, Letzsch e Sumner
(1984) estabeleceram que as melhores normas tiveram origem de grandes bases de
dados com observações de altas produtividades. Para Salvo (2001) normas DRIS muito
abrangentes e genéricas podem representar prejuízo na eficiência do diagnóstico. A
qualidade das observações deve ser a meta para a escolha da base de dados a
despeito da quantidade.
38
Os Padrões ou Normas de Referência do DRIS são obtidos por intermédio das médias
das razões dois a dois entre todos os nutrientes, tanto na ordem direta quanto na ordem
inversa, bem como os desvios-padrão e coeficientes de variação dessas razões, das
análises foliares de lavouras/plantas de altas produtividades (BEAUFILS, 1973;
SUMNER, 1979; ELWALI; GASCHO, 1984; RATHFON; BURGER,1991; LEITE,1992;
WORTMANN et al., 1992; BEVERLY, 1993; WORTMANN,1993; COSTA, 1995;
PARTELLI et al., 2002; MARTINEZ et al., 2003a). O uso da população de alta
produtividade para obtenção das normas parte do pressuposto que, nesta população, o
valor médio da relação entre dois nutrientes quaisquer esteja mais próximo do ótimo
fisiológico (SILVA; CARVALHO, 2006).
Após a definição da população de referência, de onde são originadas as normas,
comparam-se as razões entre as concentrações de cada nutriente com os demais,
obtidos de uma amostra de tecido a ser diagnosticada. Essas comparações são
efetuadas por intermédio dos valores de funções, baseada na função normal reduzida
de Student (BEAUFILS, 1973; VENEGAS; LEITE, 1992), conforme apresentadas por
vários autores (BEAUFILS, 1973; JONES, 1981; RATHFON; BURGER, 1991;
VENEGAS; LEITE, 1992; WORTMANN, 1993; COSTA, 1995; PARTELLI et al., 2002;
MARTINEZ et al., 2003a).
O diagnóstico nutricional baseia-se no cálculo das funções das relações das razões
dois a dois dos teores de cada elemento com os demais, comparando-os com outras
relações consideradas padrões, cuja composição mineral foi obtida de uma população
de plantas altamente produtivas (JONES, 1981). Sumner (1979) acrescenta que,
quando a relação entre dois nutrientes encontra-se na faixa adequada, três
possibilidades existem: a) tanto o numerador quanto o denominador estão em faixas
adequadas; b) ambos, numerador e denominador estão em excesso; c) ambos,
numerador e denominador estão em faixas insuficientes. Quando a relação estiver
acima da relação ótima, o numerador está na faixa ótima com o denominador na faixa
insuficiente ou o numerador está em excesso e o denominador na faixa ótima. Quando
a relação estiver abaixo da ótima, o numerador está na faixa ótima e o denominador em
excesso ou o numerador está na faixa insuficiente e denominador na faixa ótima.
39
Para calcular as funções das razões dos nutrientes, existem três métodos: a) o método
original de Beaufils (1973); b) o método de Jones (1981); c) o método de Beaufils
(1973) modificado por Elwali e Gascho (1984). Bataglia e Santos (1990), trabalhando
com seringueira, testaram esses três métodos para o cálculo de índices para os
nutrientes N, P, K, Ca, Mg e S, concluindo que os métodos de Beaufils (1973) e Elwali e
Gascho (1984) apresentaram resultados semelhantes entre si, e que o método de
Jones (1981) mostrou-se muito dependente da ordem de razão de cada par de
nutriente. Concluíram, ainda, que além dos índices DRIS terem sido influenciados pelo
procedimento de lculo, a obtenção apropriada desses índices dependem de uma
população de referência conveniente.
Santos (1997 apud SALVO, 2001), comparando o método de interpretação de análise
foliar para macronutrientes em citros, pelo critério de faixas de suficiência com o método
DRIS, através do acompanhamento da resposta em termos de produtividade das
plantas cítricas, testou os três métodos para cálculo das funções das razões dos
nutrientes concluindo: a) o todo de Beaufils (1973) proporcionou maior realce para
deficiências; b) o método de Elwali e Gascho (1984) levou a menor número de
interpretações errôneas; c) o método de Jones (1981) apresenta maior facilidade de
cálculo bem como estatística mais formal. Altoé et al. (2002) e Partelli (2004),
trabalhando com café conilon no Norte do Estado do Espírito Santo, utilizaram o
método de Jones (1981), com as recomendações de Venegas e Leite (1992),
concluindo que desse modo o método DRIS se torna de fácil operacionalização e
fornece bons resultados. Para Mourão Filho et al. (2002, apud PARTELLI, 2004), esse
método foi superior aos métodos de Beaufils (1973) e Elwali e Gascho (1984). Nick
(1998) também testou os três métodos e concluiu que o método de Jones (1981) foi
superior aos métodos de Beaufils (1973) e Elwali e Gascho (1984), por ter resultado em
índices DRIS mais precisos.
40
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 TRATOS CULTURAIS DAS LAVOURAS SELECIONADAS
Por intermédio de entrevistas com os produtores rurais das lavouras consideradas de
altas produtividades da microrregião do Caparaó, foram obtidas as informações
referentes à densidade de plantio, tipo de assistência técnica desenvolvida (Tabela 2),
análise de solo e foliar, adubação foliar, área total da propriedade, área amostrada e
método de controle do mato naquela microrregião (Tabela 3).
Tabela 2 Espaçamento, densidade de plantio e tipo de assistência técnica das
lavouras amostradas na microrregião do Caparaó
(continua)
LAVOURA
ESPAÇAMENTO
PLANTAS ha
-1
ASSISTÊNCIA
TÉCNICA
1
2,0X1,0
5000
Incaper
2
2,0X0,6
8332
Particular
3
2,0X0,6
8332
Particular
4
2,0X1,0
5000
Particular
5
2,0X0,8
6250
Particular
6
2,0X0,7
7142
Particular
7
2,0X0,6
8332
Particular
8
2,0X0,6
8332
Incaper
9
2,0X1,0
5000
Incaper
10
2,0X0,7
7142
Incaper
11
2,0X0,6
8332
Particular
12
2,0X0,6
8332
Incaper/Particular
13
2,0X0,8
6250
Incaper
14
2,0X0,6
8332
Incaper
15
2,0X1,0
5000
Incaper
16
2,0X0,6
8332
Incaper/Particular
17
2,0X0,7
7142
Incaper
18
2,0X1,0
5000
Incaper
19
2,0X0,8
6250
Incaper
20
2,0X0,6
8332
Incaper
21
2,0X0,6
8332
Incaper
22
2,0X0,7
7142
Particular
23
2,0X0,7
7142
Particular
41
Tabela 2 Espaçamento, densidade de plantio e tipo de assistência técnica das
lavouras amostradas na microrregião do Caparaó
(conclusão)
LAV Nº
ESPAÇAMENTO
PLANTAS ha
-1
ASSISTÊNCIA
TÉCNICA
24
2,0X1,0
5000
Incaper
25
2,0X0,6
8332
Incaper
26
2,0X0,8
6250
Incaper
27
2,0X0,6
8332
Incaper
28
2,0X1,0
5000
Particular
29
2,0X0,7
7142
Particular
30
2,0X1,0
5000
Particular
31
2,0X1,0
5000
Particular
32
2,0X0,8
6250
Incaper
33
2,0X0,7
7142
Incaper
34
2,0X1,0
5000
Incaper
35
2,0X0,7
7142
Incaper
36
2,0X0,7
7142
Incaper
37
2,0X0,8
6250
Incaper
38
2,0X1,0
5000
Incaper
39
2,0X0,6
8332
Incaper
40
2,0X0,7
7142
Incaper
Tabela 3 - Dados culturais das lavouras amostradas na microrregião do Caparaó
(continua)
LAV
()
ANÁLISE
DE SOLO
ANÁLISE
FOLIAR
ADUBAÇÃO
FOLIAR
ÁREA DA
PROPRIEDADE
(ha)
ÁREA
AMOSTRADA
(ha)
CONTROLE DO
MATO
1
Sim
Sim
Não
50
0,5
Roçadeira
2
Sim
Sim
Sim
100
0,6
Química
3
Sim
Sim
Não
70
0,8
Química
4
Sim
Ocasionalmente
Não
40
0,4
Química
5
Sim
Não
Sim
80
0,8
Química
6
Sim
Sim
Não
40
0,6
Química
7
Sim
Sim
Sim
50
0,5
Química
8
Sim
Ocasionalmente
Não
60
0,4
Manual/Química
9
Sim
Sim
Não
30
0,9
Roçadeira
10
Sim
Sim
Sim
40
0,7
Roçadeira
11
Sim
Ocasionalmente
Não
80
0,8
Roçadeira
12
Sim
Sim
Não
30
0,6
Manual/Química
13
Sim
Sim
Não
35
0,8
Roçadeira
42
Tabela 3 - Dados culturais das lavouras amostradas na microrregião do Caparaó
(conclusão)
LAV
(Nº)
ANÁLISE
DE SOLO
ANÁLISE
FOLIAR
ADUBAÇÃO
FOLIAR
ÁREA DA
PROPRIEDADE
(ha)
ÁREA
AMOSTRADA
(ha)
CONTROLE DO
MATO
14
Sim
Ocasionalmente
Sim
30
0,9
Roçadeira
15
Sim
Ocasionalmente
Não
25
0,5
Manual/Química
16
Sim
Ocasionalmente
Sim
40
0,5
Manual/Química
17
Sim
Ocasionalmente
Não
50
0,8
Roçadeira
18
Sim
Sim
Não
40
0,5
Roçadeira
19
Sim
Sim
Sim
30
0,5
Roçadeira
20
Sim
Sim
Não
60
0,5
Roçadeira
21
Sim
Ocasionalmente
Sim
35
0,5
Manual/Química
22
Sim
Sim
Sim
50
0,8
Química
23
Sim
Sim
Não
60
0,7
Química
24
Sim
Ocasionalmente
Não
35
0,5
Manual/Química
25
Sim
Ocasionalmente
Sim
30
0,5
Química
26
Sim
Ocasionalmente
Não
30
0,6
Roçadeira
27
Sim
Não
Sim
50
0,8
Roçadeira
28
Sim
Ocasionalmente
Não
40
0,5
Manual/Química
29
Sim
Ocasionalmente
Não
45
0,5
Química
30
Sim
Ocasionalmente
Não
25
0,5
Química
31
Sim
Ocasionalmente
Sim
40
0,6
Química
32
Sim
Ocasionalmente
Sim
50
0,9
Química
33
Sim
Ocasionalmente
Não
60
0,5
Manual/Química
34
Sim
Ocasionalmente
Não
60
0,8
Roçadeira
35
Sim
Não
Não
35
0,5
Roçadeira
36
Sim
Ocasionalmente
Sim
40
0,7
Roçadeira
37
Sim
Ocasionalmente
Não
30
0,5
Roçadeira
38
Sim
Ocasionalmente
Sim
35
0,6
Roçadeira
39
Sim
Ocasionalmente
Não
30
0,8
Roçadeira
40
Sim
Ocasionalmente
Não
40
0,6
Química
3.2 AMOSTRAGEM DE FOLHAS E DESCRIÇÃO DAS LAVOURAS
Para o estabelecimento das normas DRIS para a microrregião do Caparaó, foram
selecionadas 40 lavouras de café arábica com produtividade média de 2 anos
consecutivos acima de 40 sacas beneficiadas por hectare em sete municípios, sendo
43
estes: Guaçuí, Dores do Rio Preto, Ibitirama, Iúna, Irupi, Ibatiba e Muniz Freire,
conforme ilustrado na Figura 3. Os municípios de Alegre, Divino de São Lourenço e São
José do Calçado não foram incluídos entre os amostrados por não possuírem,
comprovadamente, lavouras com a produtividade exigida no presente trabalho. Para
seleção dessas 40 lavouras, foram utilizadas informações quanto às produtividades
médias das lavouras obtidas junto aos pesquisadores e extensionistas do INCAPER de
todos os sete municípios.
Procedeu-se uma avaliação detalhada de cada lavoura selecionada, a fim de identificar
a área que fosse a mais representativa possível do tipo de solo, do manejo da lavoura e
que apresentasse plantas de aspecto mais uniforme.
As amostragens para análise dos teores de nutrientes foram realizadas quando os
frutos estavam na fase de chumbinho. Em cada lavoura, foram coletadas folhas
situadas no 3
0
ou 4
0
nó, contados a partir do ápice de ramos plagiotrópicos localizados
no terço mediano das plantas, nos 4 pontos cardeais, em ziguezague, ficando as folhas
acondicionadas em sacos de papel, sendo constituída cada amostra de 600 folhas por
lavoura, para análises dos teores de nutrientes.
As amostragens ocorreram nos anos agrícolas de 1997/1998. Foram amostrados
talhões homogêneos de 0,5 a 1,0 ha demarcados em lavouras de 5 a 9 anos de idade e
com população variando entre 5000 e 8332 plantas ha
-1
nos municípios de Iúna,
Ibitirama, Guaçuí, Muniz Freire, Irupi e Ibatiba de acordo com a metodologia descrita
por Martinez et al. (1999), mas quanto ao número de plantas ha
-1
, os autores utilizaram
3000 a 5000 plantas ha
-1
. Também foram feitas entrevistas com os cafeicultores da
microrregião do Caparaó, de modo a caracterizar as lavouras quanto ao espaçamento
utilizado, tipo de agente de assistência técnica, área da propriedade, área amostrada e
tratos culturais.
44
Figura 3 Microrregião do Caparaó com os seus dez municípios com destaque para os
sete onde ocorreram as amostragens.
Fonte: IDAF.
3.3 ANÁLISE FOLIAR
As amostras de folhas das lavouras de altas produtividades foram transferidas para o
Laboratório de Fisiologia e Nutrição Mineral de Plantas do Centro de Ciências Agrárias
da UFES, em Alegre-ES. Em seguida as folhas de cada lavoura foram lavadas com
água destilada, acondicionadas em sacos de papel e colocadas para secar em estufa
de circulação forçada, a 75
o
C, até peso constante.
Posteriormente, o material foi moído em moinho Wiley, com peneira de 60 mesh, para
se proceder às digestões sulfúrica, utilizando 100 mg de cada amostra em tubos de
digestão, acrescentando-se 3 mL de H
2
SO
4
, mais 1 mL de H
2
O
2
e 1 g da mistura
catalisadora, constituída de Na
2
SO
4
anidro, CuSO
4
.5H
2
O e Se (100:1:0,8 p/p/p)
(McCLURE; ISRAEL, 1979). Em seguida, os tubos foram transferidos para um bloco
digestor a 350
o
C até a obtenção dos extratos clarificados. Após esfriar à temperatura
ambiente, os tubos com as amostras digeridas foram acoplados num destilador de
45
micro e macro kjeldahl, para obtenção dos teores de N pelo método apresentado por
Silva (1999). Para as digestões nitro-perclóricas, adicionaram-se 500 mg das amostras
secas e moídas em tubos de digestão, os quais foram acoplados em um bloco digestor
instalado no interior de uma capela de digestão, acrescentando-se 8 mL da mistura
nitro-perclórica, constituída de ácido nítrico e ácido perclórico (3:1 v/v). As soluções
obtidas pela digestão nitro-perclórica foram usadas para as determinações dos teores
de P, K, Ca, Mg, S, Mn, Fe, Cu, Zn e B. Para posterior quantificação dos teores de B foi
feita digestão adicional sem amostra vegetal, para constituir o branco durante a leitura.
Os teores de P foram obtidos pelo método da espectrofotometria com azul de
molibdênio (SILVA, 1999). O teor de K foi estimado em um fotômetro de chama. As
concentrações de Ca e Mg foram avaliadas por meio de um espectrofotômetro de
absorção atômica (SILVA, 1999), modificado, acrescentando-se nas alíquotas dos
extratos de cada elemento 2,5 mL de cloreto de estrôncio 16.000 ppm, ao invés de
ácido lantânico. Os teores de Mn, Fe, Cu e Zn foram obtidos por meio de um
espectrofotômetro de absorção atômica pela metodologia descrita por Silva (1999).
Para a determinação dos teores de B adicionaram-se, em tubos plásticos, 2 mL do
extrato da digestão nitroperclórica, mais 4 mL de solução tampão (500 g de acetato de
amônio, 30 g de EDTA, 800 mL de água destilada e 250 mL de ácido acético glacial ) e
2 mL de solução azometina-H 0,45 % (1 g ácido ascórbico e 0,45 g de azometina-H em
100 mL de água destilada). Todos esses procedimentos também foram feitos com a
amostra do branco. À exceção da digestão nitro-perclórica, todos os demais
procedimentos foram realizados em recipientes de plástico. Após 30 minutos foram
feitas as leituras em um espectrofotômetro, a 460 nm. os teores de S foram
estimados conforme metodologia de Johnson e Ulrich (1959).
Os resultados das análises foliares foram tabulados, onde as concentrações dos
nutrientes de cada uma das lavouras selecionadas foram utilizadas para se proceder as
quantificações das médias, dos coeficientes de variações e dos desvios-padrão das
relações dois a dois entre todos os nutrientes minerais, tanto na ordem direta quanto na
ordem inversa. Esses valores constituíram os Padrões de Referência ou Normas do
46
DRIS (BEAUFILS, 1973; JONES, 1981; VENEGAS; LEITE, 1992; MARTINEZ et al.,
2003a) para o cafeeiro arábica da microrregião do Caparaó.
3.4 AMOSTRAGENS DOS SOLOS E ANÁLISES QUÍMICA E FÍSICA
Para as análises química e física dos solos, foram retiradas amostras do perfil com o
auxílio de um trado, na profundidade de 0 a 20 cm, caminhando em ziguezague nas
glebas consideradas homogêneas e representativas das lavouras, conforme descrito
por Prezotti e Fullin (2007).
As análises químicas dos solos foram realizadas no laboratório de Análises de
Fertilizantes, Águas, Minérios, Resíduos, Solos e Plantas (LAFARSOL), localizado no
Núcleo de Estudos e de Difusão de Tecnologia em Floresta, Recursos Hídricos e
Agricultura Sustentável (NEDTEC), no município de Jerônimo Monteiro-ES. Essa
análise compreendeu os seguintes itens: pH H
2
O; Ca
2+
, Mg
2+
,K
+
,SO
4
-2
, PO
4
-2
, Al
3+
,
H+Al, SB, T e V, conforme Embrapa (1997) e carbono orgânico total por oxidação da
matéria orgânica, via úmida, utilizando-se solução de dicromato de potássio em meio
ácido, de acordo com a metodologia proposta por Yeomans e Bremner (1988).
As análises texturais dos solos foram realizadas no Laboratório de Física dos Solos do
Departamento de Produção Vegetal do Centro de Ciências Agrárias da UFES, em
Alegre-ES. Foi utilizado o todo da pipeta conforme metodologia descrita por
Resende (1988).
3.5 ESTABELECIMENTO DAS FAIXAS CRÍTICAS FOLIARES
De posse dos resultados das análises foliares, foram determinados: a média ( ), o
desvio-padrão da média ( ) e o coeficiente de variação (CV) das concentrações de
47
cada nutriente nas folhas das plantas, calculando-se, a partir desses, a faixa crítica
(FC) segundo metodologia de Martinez et al 2003c, como segue:
em que:
= média da concentração do nutriente;
= desvio-padrão da média;
K= fator de correção para evitar faixas críticas muito amplas.
Os valores de k foram estabelecidos em razão do CV, da seguinte forma:
k = 1,0 para os nutrientes cujo CV foi menor que 20%;
k = 0,8 para os nutrientes cujo CV variou de 20% a 40%;
k = 0,6 para os nutrientes cujo CV variou de 40% a 80%;
k = 0,4 para os nutrientes cujo CV foi maior que 80%.
Utilizando-se as faixas críticas para cada nutriente, torna-se possível avaliar o estado
nutricional das lavouras cafeeiras, permitindo classificar os nutrientes em três níveis:
excessivo, adequado e deficiente.
48
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 TRATOS CULTURAIS DAS LAVOURAS SELECIONADAS
Uma constatação relevante foi a presença de muitas pequenas e produtivas
propriedades cafeeiras na microrregião do Caparaó. Das 40 propriedades amostradas,
31 delas possuem até cinquenta hectares, obtendo no trabalho familiar a maior parte da
mão-de-obra utilizada, conforme já caracterizado pela ABIPTI (2005).
Torna-se relevante enfatizar que a densidade de plantio da maioria das lavouras
consideradas de altas produtividades foi relativamente elevada (Tabela 2). Segundo
Fazuoli (1994), o plantio adensado no Brasil tem aumentado significativamente,
tornando necessários trabalhos de pesquisas visando principalmente a obtenção de
cafeeiros adaptados para esse sistema de plantio. Em média, as lavouras amostradas
apresentaram 6.805 plantas ha
-1
. Valor esse muito superior ao publicado pela CETCAF
(1999), em lavouras de café arábica no Espírito Santo, com média de 3.220 plantas
ha
-1
. Para Matiello et al. (2002), o espaçamento é importante para a otimização do
aproveitamento da energia solar irradiada na área, através do correto “stand” de
plantas, capaz de resultar em boas produtividades. Matsunaga (2000) observou serem
mais competitivos os talhões super adensados, nos quais, dentre outros benefícios,
notou um maior rendimento da mão-de-obra no momento da colheita. Por outro lado, o
autor notou que houve um menor aproveitamento dos insumos. Pavan e Chaves (1994)
concluíram que o aumento da densidade de cafeeiros por unidade de área aumenta o
pH e os teores de P, Ca, Mg, K, P, carbono orgânico, bem como melhora a estabilidade
dos agregados do solo, a retenção de água no solo, a micorrização e diminui o Al
3+
no
solo.
Outro fator considerado por Prezotti e Rocha (2004) refere-se ao aumento da
densidade de raízes e da umidade do solo, proporcionada pela maior cobertura vegetal.
Com isso ocorre aumento da eficiência de recuperação de nutrientes pelas plantas,
49
contribuindo para reduzir a quantidade de fertilizantes a ser aplicada à lavoura. Eles
atribuem os benefícios na fertilidade do solo à maior queda de folhas e de ramos, ao
menor escorrimento de água, lixiviação de NO
3
-
e oxidação da matéria orgânica.
Segundo os produtores das lavouras amostradas, a maior vantagem se deve
principalmente à diminuição do mato entre as linhas do cafeeiro e ao aumento na
produtividade média, citando como maior desvantagem a dificuldade na adubação e
colheita.
No tocante à assistência técnica a esses produtores, foi constatado que todos possuem
algum tipo de assistência técnica (Tabela 2). Grande parte dos produtores (45%) conta
com o INCAPER para prestação de consultoria, enquanto que 32,5% utilizam
consultores particulares e 22,5% optam por ambos os tipos de consultoria. Segundo a
ABIPT (2005), a assistência técnica insuficiente tem sido uma das razões para a baixa
produtividade das lavouras cafeeiras da microrregião do Caparaó. Para Mendes (2000),
a ação pessoal da extensão, no ato de por vezes provocar, persuadir e alertar de forma
mais interativa, que mesmo os meios modernos de disseminação da informação
ainda são impessoais, desprovidos da emoção e das interações psicológicas entre os
indivíduos, foi, é e continuará a ser um aliado imprescindível. A presença dos técnicos
no campo é de grande importância para o manejo racional da lavoura cafeeira.
Os dados culturais das lavouras amostradas encontram-se na Tabela 3. Pode-se notar
que apesar da maioria dos produtores fazerem análise foliar, mesmo que
ocasionalmente, poucos fazem adubação por via foliar. Isto pode ser considerado um
fator importante para aumentar ainda mais a produção dessas lavouras e de outras
lavouras que não foram consideradas neste trabalho, que a maioria dos
micronutrientes é mais bem aproveitada via pulverização (RENA; FÁVARO, 2000).
Santinato et al. (1991) concluíram que de 6 a 12 aplicações por ano com soluções na
concentração de 0,25% de boro orgânico (10%B) não coincidentes com a florada,
proporciona altas produtividades e mantém certa correlação entre teor foliar de B e
produção. Reddy e Perkins (1974) concluíram que a absorção de zinco pelas raízes,
especialmente em solos argilosos e intemperizados, é prejudicada pela forte ação
adsortiva exercida pelas argilas sobre o cátion.
50
Nas lavouras implantadas em solos húmicos, como os de Manhuaçu-MG, a deficiência
de Cu é frequente (MATIELLO et al., 1997), como encontrado em grande parte das
lavouras da microrregião do Caparaó. Ainda Matiello et al. (1997) corrigiram a
deficiência desse elemento mediante pulverizações com sulfato, oxicloreto e hidróxido
de cobre 0,8%. Para o caso dos macronutrientes, Garcia et al. (1979), trabalhando com
lavoura em formação, e Silva et al. (1975), Martins et al. (1980) e Viana (1981), com
lavoura em produção, indicaram claramente que, quando são utilizados níveis
adequados de N, P e K no solo, as suplementações foliares com estes elementos, em
diferentes dosagens e épocas, não trouxeram benefício adicional ao desenvolvimento e
à produção do cafeeiro. A ineficácia da aplicação de macronutrientes via foliar foi muito
bem demonstrada por Rena e Fávaro (2000).
Em muitas lavouras visitadas foram observados que alguns produtores faziam
aplicações sistemáticas com macronutrientes via foliar, especialmente N e P e de
micronutrientes via solo, principalmente Zn. Essas pulverizações com macronutrientes
implicam maior custo de produção devido ao baixo aproveitamento desses nutrientes
pela planta por esse método de aplicação.
O controle do mato em lavouras cafeeiras, em áreas montanhosas, é feito,
normalmente, com capinas ou roçadas manuais, utilizando em menor escala herbicidas
de pós-emergência, sendo conveniente no período chuvoso manter o mato roçado e
baixo para proteger o solo e diminuir a concorrência com o cafeeiro (MATIELLO et al.,
1986). Segundo Alcântara e Ferreira (2000), os métodos de controle de plantas
daninhas afetam diferencialmente os parâmetros de crescimento do cafeeiro tais como:
altura de planta, diâmetro de copa e de caule, e o vigor dos cafeeiros. Para um cafeeiro
em formação, após 4 anos de concorrência com o mato, a queda na produção varia de
55,9% a 77,2%, (MATIELLO et al., 2002). Das 40 lavouras amostradas, oito faziam
controle do mato com capinas manuais, mesmo assim, de forma consorciada com a
capina química.
Um fato importante constatado nas lavouras amostradas, principalmente quando se
refere ao uso adequado do solo, é a utilização de roçadeiras, equipamentos que fazem
o corte do mato a cerca de cinco centímetros do solo, que não o deixa completamente
51
desprotegido (MATIELLO, 1986; ALCÂNTARA; FERREIRA, 2000). Essa técnica evita
em grande parte a ação dos agentes erosivos, uma vez que a microrregião do Caparaó
é composta por lavouras em locais de declividade acentuada e consequentemente com
potencial erosivo elevado.
4.2 ANÁLISES QUÍMICA E FÍSICA DOS SOLOS
Os resultados relativos às análises química dos solos das lavouras de altas
produtividades encontradas na microrregião do Caparaó encontram-se na Tabela 4. De
acordo com os limites de interpretação de fertilidade do solo, proposto por Prezotti e
Fullin (2007), pode-se considerar, de uma maneira global, os resultados das análises de
solo favoráveis, uma vez que esses solos, naturalmente, são considerados pobres
quimicamente, desprovidos de minerais primários e, por conseguinte, muito
intemperizados (ACHA PANOSO et al., 1978)
Tabela 4 Resultado das análises químicas dos solos das 40 lavouras cafeeiras de
altas produtividades selecionadas na microrregião do Caparaó
(continua)
Lav
pH
M.O
P
K
S
Zn
B
Cu
Mn
Fe
Ca
Mg
Al
H + Al
CTC
(T)
S.B
V
M
H2O
g/kg
mg/dm
3
cmol/dm
3
%
1
4,3
35,7
8
64
28
2,4
0,4
0,6
4,4
68,9
2,3
1,0
0,2
5,0
5,46
0,46
52,2
2,3
2
4,3
40,2
76
222
6
11,4
0,4
0,6
19,1
25,8
4,3
0,8
0,0
2,8
8,51
5,68
66,7
0,0
3
5,5
34,9
53
198
18
12,6
0,7
0,7
13,1
33,8
3,6
1,0
0,0
2,3
7,45
5,12
68,7
0,0
4
5,6
36,6
22
202
20
2,3
0,5
0,3
43,0
26,1
2,6
0,8
0,2
5,7
9,59
3,93
41,0
4,8
5
5,0
21,5
12
101
32
2,9
0,5
0,7
33,7
46,8
2,7
0,7
0,0
1,7
5,34
3,67
68,8
0,0
6
5,5
23,7
29
161
18
3,4
0,4
1,1
10,6
61,2
1,7
0,7
0,2
2,2
4,98
2,81
56,5
5,1
52
Tabela 4 Resultado das análises químicas dos solos das 40 lavouras cafeeiras de
altas produtividades selecionadas na microrregião do Caparaó
(continuação)
Lav
pH
M.O
P
K
S
Zn
B
Cu
Mn
Fe
Ca
Mg
Al
H + Al
CTC
(T)
S.B
V
M
H2O
g/kg
mg/dm
3
cmol/dm
3
%
7
5,4
36,5
8
72
8
1,7
0,6
0,9
10,5
32,8
1,8
0,4
0,3
6,2
8,55
2,38
47,9
9,5
8
5,4
24,2
15
92
15
1,5
0,3
0,2
5,8
59,3
1,6
0,5
0,1
3,3
5,67
2,34
41,2
2,1
9
5,5
30,9
9
74
28
1,7
0,7
0,2
11,3
87,1
1,0
0,4
0,5
5,0
6,59
1,59
44,1
23,9
10
5,0
34,2
12
70
17
1,3
0,3
0,2
4,5
70,9
1,6
0,4
0,3
4,8
7,01
2,18
51,1
12,1
11
5,2
31,0
11
55
5
2,9
0,6
0,6
13,9
51,8
2,7
1,1
0,0
3,2
7,11
3,94
55,5
0,0
12
5,5
28,8
68
116
26
1,4
0,4
0,6
7,3
63,2
4,3
1,3
0,0
3,3
9,23
5,90
63,9
0,0
13
5,7
28,7
19
250
49
0,8
0,8
0,3
7,4
103,
4
1,8
0,8
0,2
3,7
6,92
3,25
47,0
5,8
14
5,0
35,1
12
93
15
2,0
0,5
0,7
11,5
61,7
2,3
0,7
0,2
2,8
6,08
3,25
53,4
5,8
15
5,3
24,0
9
92
18
0,8
0,4
0,3
8,7
85,0
1,0
0,4
0,3
3,3
4,98
1,65
43,1
15,4
16
5,0
35,9
22
74
8
1,8
0,2
0,7
13,6
23,9
6,0
1,5
0,0
1,5
9,21
7,71
83,7
0,0
17
6,1
37,4
10
71
21
2,2
0,5
0,2
8,2
66,9
1,0
0,3
0,6
5,8
7,31
1,48
40,3
27,1
18
5,5
40,1
8
71
14
2,8
0,4
0,4
10,8
34,1
4,4
0,9
0,1
6,3
11,8
1
5,48
46,4
1,8
19
5,6
33,8
14
108
14
1,4
0,4
0,3
7,0
44,3
4,3
1,2
0,0
1,7
7,44
5,78
77,6
0,0
20
6,2
29,5
9
92
14
2,5
0,4
0,4
9,0
44,6
4,1
1,3
0,0
1,7
7,31
5,65
77,2
0,0
21
6,3
29,8
7
94
6
6,2
0,5
0,6
5,5
36,9
3,0
0,9
0,2
5,0
9,14
4,14
45,3
3,5
22
5,8
23,2
16
151
33
1,5
0,6
0,3
17,0
35,0
2,3
1,0
0,1
2,7
6,36
3,70
58,1
2,6
23
5,6
24,3
11
101
21
3,5
0,5
0,4
6,8
57,9
2,4
0,8
0,2
3,7
7,14
3,47
48,6
5,4
24
5,3
26,5
8
97
34
1,9
0,5
0,4
13,7
67,6
1,9
0,6
0,3
3,7
6,41
2,75
42,8
8,3
25
5,3
29,2
9
101
38
1,2
0,6
0,3
7,3
81,8
1,1
0,5
0,4
5,8
7,69
1,86
46,2
17,7
26
5,1
21,9
13
126
25
5,7
0,7
0,6
11,2
64,7
1,0
0,3
0,4
3,8
5,45
1,62
50,7
19,8
27
5,0
35,5
31
125
32
4,0
0,8
0,3
6,6
50,5
3,1
1,3
0,1
4,0
8,72
4,72
54,1
2,1
28
5,5
22,5
10
120
25
2,2
0,5
0,5
11,3
62,7
2,2
0,8
0,1
3,3
6,64
3,31
49,8
4,3
29
5,4
33,8
11
74
20
4,4
0,5
0,6
9,4
37,3
3,8
1,1
0,1
4,8
9,92
5,09
51,3
1,9
30
5,6
23,7
9
90
18
3,7
0,6
0,5
6,5
54,1
2,3
0,7
0,1
4,8
8,07
3,24
40,2
4,4
31
5,4
30,6
31
186
36
1,8
0,4
0,5
27,2
60,1
2,6
0,9
0,2
4,0
7,97
3,98
50,9
3,6
32
5,1
32,4
14
58
21
7,1
0,4
0,8
9,1
60,2
3,1
1,0
0,0
3,0
7,25
4,25
58,6
1,2
33
5,5
37,2
10
54
17
5,9
0,5
0,9
6,8
45,8
4,1
1,2
0,0
3,7
9,10
5,44
59,7
0,9
34
5,8
32,9
12
73
54
32,0
0,5
2,7
23,9
43,0
2,6
0,8
0,3
4,0
7,59
3,59
47,3
7,7
35
5,5
23,1
24
93
12
6,2
0,3
1,2
28,6
45,3
3,4
0,8
0,0
1,7
6,12
4,46
72,8
1,1
36
5,8
20,3
19
166
31
13,2
0,5
0,8
81,7
42,1
2,5
0,6
0,1
1,8
5,36
3,52
65,8
4,1
37
5,7
26,7
9
143
20
3,3
0,6
1,1
27,1
50,8
1,6
0,6
0,1
3,5
6,06
2,57
42,3
3,8
38
5,5
24,5
11
84
74
3,0
0,4
0,5
12,3
91,5
1,7
0,5
0,4
4,3
6,75
2,41
45,8
12,7
39
5,3
30,8
10
84
23
1,9
0,3
0,4
9,2
76,3
3,2
0,9
0,2
3,2
7,48
4,31
57,7
3,4
40
5,6
31,2
8
89
36
1,9
0,5
0,2
10,2
115,4
1,1
0,5
0,5
7,8
9,66
1,83
48,9
19,8
Média
5,42
29,77
17,48
109,68
23,75
4,26
0,49
0,59
14,62
56,77
2,60
0,80
0,18
3,77
7,39
3,61
49,73
6,10
53
Tabela 4 Resultado das análises químicas dos solos das 40 lavouras cafeeiras de
altas produtividades selecionadas na microrregião do Caparaó
(conclusão)
Lav
pH
M.O
P
K
S
Zn
B
Cu
Mn
Fe
Ca
Mg
Al
H + Al
CTC
(T)
S.B
V
M
H2O
g/kg
mg/dm
3
cmol/dm
3
%
S
0,40
5,68
15,51
48,03
13,73
5,41
0,14
0,43
13,82
21,08
1,17
0,30
0,16
1,47
1,55
1,54
16,27
7,09
CV%
7,45
19,08
88,75
43,80
57,79
126,91
27,65
73,01
94,50
37,14
45,13
37,98
92,19
39,07
20,97
42,55
32,73
116,23
No entanto, esses solos são de características físicas favoráveis, sendo profundos, de
fácil manejo e se devidamente corrigidos, fertilizados e manejados, podem dar suporte
a elevadas produções. O solo predominante na região é classificado como Latossolo
Vermelho Amarelo Distrófico, tendo fertilidade de média a baixa e pH em torno de 5,0
(ESPÍRITO SANTO, 1994).
De acordo com os limites de interpretação adotados por Prezotti e Fullin (2007), pode-
se verificar, dentre as quarenta lavouras amostradas, que 52,5% dos solos apresentam
níveis elevados de matéria orgânica e os outros 47,5% níveis considerados médios.
Esses valores são expressivos quando comparados com os de Corrêa et al. (2001) em
cafezais no Sul de Minas Gerais, que apresentaram 37,3% de valores considerados
altos, 61,3% considerados médios e 1,4% considerados baixos. O alto teor de matéria
orgânica pode ter contribuído para o baixo teor de cobre no solo, ficando este com 80%
dos valores abaixo dos níveis ideais. Esses resultados estão de acordo com os obtidos
por Matiello et al. (1997). Um fator que contribui para a diminuição da matéria orgânica
do solo é a calagem, que aumenta a atividade microbiana, favorecendo a mineralização
da mesma e liberando os nutrientes ligados às cadeias carbônicas (PREZOTTI;
FULLIN, 2007). Yamada (2001) sugere a aplicação de boro para reduzir os efeitos
nocivos do alumínio tóxico sem a aplicação de calcário, o que possibilitaria trabalhar em
faixas de pH mais baixa (de 5,0 a 5,5) sem prejuízo às plantas. Para a microrregião do
Caparaó, que possui lavouras com teores elevados de matéria orgânica no solo,
trabalhos envolvendo o boro para redução dos efeitos tóxicos do alumínio o de suma
importância.
54
Com relação à acidez do solo, 95% obtiveram acidez considerada média, ficando os
outros 5% como acidez elevada. Martins et al. (2008), em levantamento da fertilidade
do solo realizado em seis municípios da microrregião do Caparaó, encontraram 57,14%
das amostras com acidez média e 9,52% com acidez elevada. Segundo Valladares et
al. (2003), em condições de reação ácida a moderadamente ácida, os óxidos de ferro e
o alumínio apresentam-se preferencialmente com cargas positivas, sendo capazes de
reter em sua superfície vários tipos de ânions, com predomínio de íons fosfatos.
Atualmente, a principal forma de se corrigir a acidez do solo é através da calagem.
Porém, estudos recentes mostram avanços em tecnologias para correção da acidez do
solo como, por exemplo, a aplicação de resíduos orgânicos na forma de estercos de
animais, compostagem e resíduos vegetais que provocam o aumento do pH
(MIYAZAWA et al., 2000). Machado et al. (2008), trabalhando com rejeitos de rochas
ornamentais, concluíram que o rejeito de mármore e o rejeito de rocha demonstraram
potencial de utilização como corretivos da acidez do solo para os solos estudados.
O P, apesar de ser um elemento de baixa disponibilidade nos solos tropicais (NOVAES;
SMITH, 1999; PREZOTTI; FULLIN, 2007), apresentou cerca 2,5% de seus valores
considerados como baixos, 47,5% médios e 50% altos. Valores esses considerados
muito favoráveis, levando em conta que grande parte dos solos brasileiros são
intemperizados e apresentam óxidos de ferro e alumínio e argilas do grupo da caulinita,
como principais constituintes da fração argila, minerais caracterizados pela presença de
cargas de superfície variáveis segundo a reação da solução do solo (VOLKSWEISS;
RAIJ, 1977, apud VALLADARES et al., 2003). Martins et al. (2008) obtiveram para a
microrregião do Caparaó aproximadamente 95% de valores baixos de P, o que
segundo esses autores é um valor preocupante que o fósforo é considerado um dos
nutrientes mais limitantes para a produção agrícola.
Com relação ao Al, elemento tóxico às plantas (PREZOTTI; FULLIN, 2007), 72,5% das
lavouras amostradas apresentaram níveis considerados baixos e 27,5% valores
considerados médios, números considerados satisfatórios quando comparados aos
obtidos por Martins et al. (2008), que obtiveram em 52,14% dos solos estudados
valores considerados médios e altos para esse elemento. Apesar de se ter na calagem
a principal forma de se insolubilizar o Al, novos estudos envolvendo adubações com B,
55
como por exemplo, o de Yamada (2001), onde se relata que os óxidos de alumínio
fixam mais B que os óxidos de Fe. Assim, em pH 6,0, a adsorção de B é
aproximadamente 20 vezes maior nos óxidos de alumínio que nos óxidos de ferro.
Ainda segundo esse autor, com o boro controlando parcialmente o alumínio tóxico,
sugere empreender menores valores de pH, conseguindo assim menor mineralização e,
consequentemente, maior acúmulo da matéria orgânica no solo.
O K apresentou 7,5% de seus valores considerados baixos, 72,5% médio e 20%
elevado. Esses valores diferem daqueles alcançados por Martins et al. (2008) os quais
encontraram valores de 38,10% considerados baixos, 57,15% médio e 4,75 altos.
Corrêa et al. (2001) encontraram percentuais de 5,3% médio e 94,7% altos.
O Ca apresentou 15% de seus valores considerados baixos, 67,5% médio e 17,5%
elevado. O Mg, 70% considerado médio, 15% alto e 15% baixo. No caso do Mn, que
apresentou valores elevados nas análises foliares, no solo, obteve 5% de níveis
considerados baixos, 60% médio e 35% alto. Prezotti e Fullin (2007) atribuem a
disponibilidade desse elemento à acidez do solo, estando mais disponíveis em solos
com baixo pH. Apesar de 90% das amostras possuírem acidez moderada, e 60% das
amostras possuírem níveis de manganês considerados médios, as análises foliares
apresentaram níveis elevados desse elemento. Possivelmente, tais valores foliares se
devem à elevada absorção deste elemento antes da correção do solo pela calagem.
Ainda para o manganês, Matiello et al. (2000) consideram que sua correção deve ser
feita apenas via foliar devido às sistemáticas aplicações de corretivos de acidez que
causam queda desse elemento no solo. Todos os resultados obtidos podem ser mais
bem visualizado nas Figuras 4A, 4B e 4C.
Problemas relacionados ao equilíbrio nutricional no solo vêm merecendo a atenção de
alguns pesquisadores, como exemplo, aqueles relacionados à nutrição com o zinco em
decorrência de crescentes adubações fosfatadas, fazendo com que a interação ZnxP
seja objeto de vários estudos (BINGHAM, 1963; IGUE; BORNESMIZA, 1967; OLSEN,
1972; PASRICHA et al., 1987; SOUZA; FERREIRA, 1991). Altas doses de fósforo
parecem diminuir a concentração de zinco na parte aérea, além do que, aplicações de
zinco afetam a concentração de fósforo nos tecidos foliares (MARQUES, 1990).
56
FIGURA 4A Frequência de matéria orgânica (M.O), pH, saturação por bases (V%),
fósforo (P), potássio (K) e Cálcio (Ca) dos solos das quarenta lavouras amostradas da
microrregião do Caparaó.
57
FIGURA 4B Frequência de magnésio (Mg), enxofre (S), zinco (Zn), Cobre (Cu),
Boro (B) e Alumínio (Al) dos solos das quarenta lavouras amostradas da microrregião
do Caparaó.
FIGURA 4C Frequência de Manganês (Mn), ferro (Fe) e Capacidade de troca de
cátios (CTC) dos solos das quarenta lavouras amostradas da microrregião do
Caparaó.
Alguns autores, como Evanylo et al. (1987), Oliveira e Souza (1993), Leandro
(1998), Cunha (2005), Rocha et al. (2007) e Santana (2008), testaram a metodologia
DRIS com base nas análises de solo. Para Rocha (2007), o uso do DRIS no solo
assume importância no manejo da adubação, pois é mais fácil alterar concentrações
de nutrientes no solo, mediante a calagem ou adubação, do que alterar as
concentrações foliares. Esse autor afirma ainda que um dos problemas do emprego
do DRIS no solo é que algumas variáveis têm valores relativos. Nas plantas, os
nutrientes são analisados quanto aos teores totais e representam as concentrações
e proporções de nutrientes que desempenham determinadas funções metabólicas.
59
Os resultados de análise de solo, ao contrário, são índices que fornecem referências
da resposta da planta à adubação. O P extraído pelo Mehlich I constitui-se em um
índice, e não a quantidade total de nutriente que é passível de absorção pelas raízes
(LEANDRO, 1998). Em trabalho realizado com laranja, Santana (2008) considerou a
avaliação do estado nutricional pelas normas foliares mais precisa do que a
diagnose pelas normas de análise de solo. Porém, no presente trabalho não será
apresentado a metodologia do DRIS para o solo por considerar que essa
metodologia precisa ser mais bem pesquisada, pois além dos problemas
apresentados por alguns autores, como Evanylo et al. (1987), Oliveira e Souza
(1993), Leandro (1998), Cunha (2005), Rocha et al. (2007) e Santana (2008), os
extratores utilizados podem ser diferentes, o que pode levar ao erro, como por
exemplo, na análise do sforo e do potássio, que alguns laboratórios utilizam o
extrator Melich e outros a resina trocadora de ânions.
Outro ponto que deve ser mais bem estudado é a inclusão dos valores da matéria
orgânica e da CTC nas relações, pois apesar de terem influência direta na fertilidade
do solo, provavelmente, por não serem nutrientes, não poderiam entrar no cálculo
para obtenção das normas. Futuros trabalhos utilizando esta metodologia se tornam
necessários, tendo em vista que seus resultados poderão ser utilizados como uma
informação adicional aos padrões DRIS para folha.
As análises texturais e as ilustrações das proporções de areia, silte e argila
encontram-se na Tabela 5 e Figura 5, respectivamente.
O conhecimento sobre a distribuição granulométrica de partículas sólidas é essencial
para várias aplicações. A textura do solo indica a proporção relativa em que se
encontram, em determinada massa de solo, os diferentes tamanhos das partículas
constituintes. Refere-se, especificamente, às proporções relativas das partículas ou
frações de areia, silte e argila na terra fina seca ao ar (TFSA). É a propriedade física
do solo que menos sofre alteração ao longo do tempo (EMBRAPA, 1999). A argila é
a que possui maior superfície específica e é de natureza coloidal com alta retenção
de cátions e adsorção de sforo. A fração argila representa a maior parte da fase
sólida do solo e é constituída de uma gama variada de minerais (minerais de argila)
que apresentam cargas elétricas negativas responsáveis pela capacidade de troca
de cátions (CTC) (PRADO, 2001). Assim, a análise granulométrica é um parâmetro
fundamental na inferência do potencial de compactação, da disponibilidade de água,
60
da aeração, da condutividade do solo ao ar, à água e ao calor, da infiltração e da
redistribuição de água (PREVEDELO, 1996, apud SILVA et al., 2004).
Tabela 5 Granulometria dos solos amostrados das lavouras de cafeeiros arábicas
de altas produtividades amostradas na microrregião do Caparaó conforme
classificação da EMBRAPA (1999)
(continua)
AMOSTRA
ARGILA
AREIA
SILTE
CLASSIFICAÇÃO
g kg
-1
1
519,5
305
176
Argilosa
2
143,3
694
163,2
Média
3
357,4
522
120,5
Argilosa
4
343,4
524,8
131,8
Média
5
385,4
440
174,4
Argilosa
6
290,3
547
163,1
Média
7
546,8
300
153,2
Argilosa
8
307,5
545
147,8
Média
9
396,8
460
142,8
Argilosa
10
298
483
219
Média
11
489,2
426
84,9
Argilosa
12
521,2
263
215,8
Argilosa
13
372,2
519
109,3
Argilosa
14
320,2
551
128,7
Média
15
365,3
526
108,4
Argilosa
16
454,2
401
144,7
Argilosa
17
293,4
421
285,3
Média
18
417,8
403
179
Argilosa
19
484,7
321
194,6
Argilosa
20
461,6
357
181,4
Argilosa
21
406,1
425
168,5
Argilosa
22
373,3
514
112,4
Argilosa
23
434
530
36,2
Argilosa
24
412,2
454
133,4
Argilosa
25
462,5
395
142,3
Argilosa
26
322,7
481
196,8
Média
27
349,4
537
113,9
Argilosa
28
367,3
508
125
Argilosa
29
465,2
419
116,3
Argilosa
30
423,1
479
98,3
Argilosa
31
438,3
466
95,7
Argilosa
32
421,5
382
196,7
Argilosa
33
480,5
441
78,1
Argilosa
34
360,9
491
148,3
Argilosa
35
347
510
143,5
Média
36
381,9
423
195
Argilosa
37
317,2
390
293,2
Média
38
419,6
430
150,7
Argilosa
39
423
440
136,9
Argilosa
40
427,3
405
167,7
Argilosa
61
Segundo Prado (1991), os teores de areia fina quando são muito maiores do que os
de areia grossa contribuem para o aumento da disponibilidade de água no perfil. Na
escala de Atterberg, a argila corresponde a partículas com diâmetros < 0,002 mm; o
silte com diâmetro entre 0,002 a 0,02 mm; a areia fina com diâmetro de 0,02 a 0,2
mm; e a areia grossa com diâmetro de 0,2 a 2,0 mm.
Comparando-se os dados da Tabela 5, pode-se observar que entre as 40 lavouras
amostradas, 30 possuem textura argilosa, representando 75% do total. Esse maior
número de texturas argilosas (Tabela 5) pode explicar o baixo nível de fósforo em
algumas lavouras amostradas (Tabela 4). Para Matiello et al. (2002), quanto maior o
número de partículas finas (argila e silte), maior será a capacidade de retenção do
solo dos nutrientes (cátions) e da água. Ainda para esses autores, solos arenosos,
com menos de 15 a 20% de argila, salvo em condições especiais, não são indicados
para a cafeicultura. Outro fator importante é o enquadramento do fósforo dentro dos
critérios das faixas críticas no solo, pois esse varia de acordo com a textura do solo
(MATIELLO et al., 2003; PREZOTTI et al., 2007)
4.3 ANÁLISE FOLIAR
Os resultados das análises foliares das lavouras cafeeiras de altas produtividades da
microrregião do Caparaó encontram-se na Tabela 6. Pode-se considerar, de uma
maneira geral, os resultados das análises foliares como satisfatórios para alguns
autores e insatisfatórios para outros, como Willson (1985), Reuter e Robinson
(1988), Malavolta (1993), Mills e Jones Jr. (1996), Malavolta et al. (1997) e Matiello
(1997), o que reforça ainda mais a importância de uma adubação química
equilibrada.
Segundo Dumas e Martin-Prével (1958 apud SILVA; CARVALHO, 2006), quando os
nutrientes são considerados individualmente, como no método do nível crítico, nem
sempre os teores dos nutrientes que se apresentam iguais ou acima do valor do
nível crítico estão associados com alta produtividade ou valores abaixo estão
associados com baixa produtividade, sugerindo que a utilização das relações entre
nutrientes seria mais adequada.
62
O nível crítico indica a concentração do elemento em certa parte específica da
planta, em certo estádio de desenvolvimento, que corresponde a 90-95 % da
produção máxima (ELWALI; GASCHO, 1984). As comparações pelo nível crítico
apresentam a desvantagem dos nutrientes serem interpretados individualmente, não
se levando em consideração as interrelações existentes entre eles, nem as
variações nos níveis dos elementos minerais nas folhas, os quais são muito
influenciados pelo estádio de desenvolvimento das plantas (SUMNER, 1979;
ELWALI; GASCHO, 1984) e por interações que afetam a absorção e a distribuição
de nutrientes (WORTMANN et al., 1992; WORTMANN, 1993).
Foi o que aconteceu, quando foram comparados os resultados obtidos com os
critérios de faixas críticas de cinco autores (WILLSON, 1985; REUTER; ROBINSON,
1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES JR, 1996; MALAVOLTA et al., 1997;
MATIELLO, 1997) indicando diferenças bastante significativas (Tabelas 7 e 8, Figura
5).
Ao se comparar os resultados de Reuter e Robinson (1988) com os de Mills e Jones
Jr. (1996), obtém-se, para o enxofre, valores de 100% fora da faixa crítica em
relação aos dados obtidos pelos dois primeiros autores e 100% dentro da faixa para
os outros autores. Para o nitrogênio os valores variaram de 35 % a 100%, para o
fósforo de 7,5 % a 100%, para o potássio de 15% a 27% e para o cálcio de 25% a
97,5%. Tal fato possui grande importância, principalmente no momento de tomada
de decisão de um técnico durante uma recomendação de adubação.
Tabela 6 Teores foliares médios de nutrientes das lavouras amostradas na
microrregião do Caparaó
(Continua)
Lavoura
N
P
K
Ca
Mg
S
Zn
B
Cu
Mn
Fe
dag Kg-1
mg kg-1
1
3,09
0,12
2,42
1,03
0,34
0,17
13,97
48,35
14,29
230,00
87,23
2
3,10
0,16
3,38
1,26
0,38
0,18
20,89
61,69
12,32
153,96
95,18
3
3,05
0,15
3,30
1,39
0,40
0,19
16,90
57,19
12,88
112,67
100,80
4
3,09
0,15
2,79
1,45
0,33
0,18
19,15
58,23
21,07
734,60
128,84
5
2,89
0,14
2,89
1,43
0,40
0,17
18,49
74,85
14,42
333,86
91,49
6
2,96
0,13
2,22
1,18
0,53
0,16
22,47
59,72
11,57
132,17
88,40
7
3,02
0,14
2,83
1,36
0,36
0,18
19,96
54,24
23,09
263,75
97,28
8
3,23
0,13
3,02
1,27
0,34
0,17
13,81
57,74
12,05
198,90
87,87
63
Tabela 6 Teores foliares médios de nutrientes das lavouras amostradas na
microrregião do Caparaó
(Conclusão)
Lavoura
N
P
K
Ca
Mg
S
Zn
B
Cu
Mn
Fe
dag Kg-1
mg kg-1
9
3,17
0,13
3,04
1,31
0,30
0,16
56,12
62,00
9,85
63,20
120,76
10
3,14
0,14
3,10
1,18
0,29
0,16
77,32
57,33
9,41
77,45
135,38
11
2,90
0,14
2,78
1,30
0,42
0,16
13,12
57,86
13,72
148,08
57,76
12
2,94
0,18
3,15
1,04
0,33
0,16
11,22
43,89
12,26
80,79
69,37
13
3,03
0,14
2,45
1,32
0,47
0,20
16,43
49,65
23,11
168,08
92,65
14
3,29
0,12
2,11
0,88
0,42
0,15
12,80
58,75
15,09
129,21
85,98
15
3,17
0,13
2,90
0,91
0,28
0,16
14,85
43,67
12,08
69,34
80,06
16
2,74
0,17
3,20
1,01
0,35
0,16
12,51
52,93
17,70
102,59
95,99
17
3,14
0,14
3,12
1,12
0,29
0,15
44,78
66,40
6,20
52,36
88,34
18
2,67
0,13
2,62
1,05
0,30
0,15
12,17
50,49
14,82
97,59
70,97
19
2,81
0,13
3,05
0,91
0,30
0,16
15,94
41,37
15,33
48,61
64,66
20
3,08
0,15
2,53
1,15
0,30
0,18
28,38
49,47
17,14
49,17
84,70
21
3,16
0,14
2,71
0,85
0,28
0,14
14,41
36,79
17,33
39,09
61,02
22
3,10
0,13
2,62
1,04
0,32
0,20
15,44
48,39
18,22
252,43
85,42
23
3,17
0,13
3,02
0,92
0,25
0,19
12,53
51,18
17,32
137,93
89,35
24
3,18
0,13
2,99
1,17
0,34
0,20
40,42
71,68
16,41
193,75
91,68
25
3,13
0,13
2,71
0,93
0,34
0,17
17,17
44,68
15,28
73,92
73,82
26
3,16
0,13
3,15
0,71
0,28
0,14
16,95
39,60
11,22
132,03
50,88
27
2,93
0,15
3,14
0,87
0,31
0,16
21,44
47,81
11,23
72,60
101,25
28
3,05
0,15
2,55
1,25
0,40
0,19
15,94
61,16
14,63
179,64
98,07
29
2,92
0,14
2,96
1,04
0,32
0,17
30,56
64,72
18,93
75,07
106,10
30
2,96
0,14
2,96
1,15
0,32
0,16
25,91
56,86
12,25
103,54
79,44
31
3,07
0,14
3,15
1,07
0,32
0,16
26,30
52,19
15,99
210,47
147,94
32
3,08
0,13
3,34
1,01
0,36
0,18
50,55
68,28
27,20
82,41
91,49
33
2,77
0,12
2,75
0,95
0,31
0,16
25,97
65,03
13,70
69,78
128,08
34
3,03
0,13
2,40
1,25
0,35
0,18
23,19
72,14
16,62
131,56
148,30
35
3,20
0,13
2,71
1,02
0,30
0,15
17,11
64,13
13,47
189,23
115,57
36
2,82
0,14
1,54
1,38
0,45
0,16
11,01
70,18
12,98
112,37
151,24
37
3,11
0,14
2,26
1,31
0,39
0,18
14,49
58,19
20,55
401,51
141,57
38
2,77
0,13
2,45
0,95
0,34
0,15
15,16
61,97
11,42
226,50
67,99
39
3,06
0,14
2,95
1,23
0,39
0,16
11,55
59,54
9,87
107,27
61,55
40
2,73
0,15
2,56
1,36
0,39
0,16
14,33
62,53
13,36
347,86
76,78
3,02
0,14
2,80
1,13
0,35
0,17
22,04
56,57
14,91
157,11
157,14
S
0,1538
0,0125
0,3774
0,1866
0,0581
0,0154
13,8900
9,3174
4,1558
128,9311
222,8708
CV%
5,0904
9,0372
13,5040
16,5809
16,7086
9,2172
63,0141
16,4700
27,8730
82,0667
141,8263
64
Tabela 7 Faixas críticas dos teores de nutrientes minerais segundo os autores: 01 -
Willson (1985), 02 Reuter; Robinson (1988), 03 - Malavolta (1993), 04 - Mills;
Jones JR. (1996), 05 - Malavolta et al. (1997) e 06 - Matiello (1997), conforme
extraído de Martinez et al. (2003a)
Nutrientes
Autores
01
02
03
04
05
06
------------------------------ dag Kg-1 -----------------------------
N
2,60 3,40
2,50 3,00
2,70 3,20
2,30 3,00
2,90 3,20
3,00 3,50
P
0,15 0,20
0,15 0,20
0,15 0,20
0,12 0,20
0,16 0,19
0,12 0,20
K
2,10 2,50
2,10 2,60
1,90 2,40
2,00 2,50
2,20 2,50
1,80 2,50
Ca
0,75 1,50
0,75 1,50
1,00 1,40
1,00 2,50
1,30 1,50
1,00 1,50
Mg
0,25 0,40
0,25 0,40
0,31 0,36
0,25 0,40
0,40 0,45
0,35 0,50
S
0,15 0,25
0,02 0,10
0,15 0,20
0,10 0,20
0,15 0,20
0,15 0,20
----------------------------- mg kg-1 -------------------------
Zn
15 - 30
15 - 30
8 - 16
12 - 30
15 20
10 20
B
40 - 90
40 - 100
59 - 80
40 - 75
50 60
40 80
Cu
7 - 20
16 - 20
8 - 16
10 - 25
11 14
10 50
Mn
50 - 100
50 - 100
120 - 210
50 - 200
80 100
50 100
Fe
70 - 200
70 - 200
90 - 180
70 - 125
100 130
100 - 200
Tabela 8 Porcentagem de nutrientes resultantes da análise de 40 lavouras
amostradas, contidos dentro das faixas críticas segundo seis autores diferentes: 01 -
Willson (1985), 02 Reuter; Robinson (1988), 03 - Malavolta (1993), 04 Mills;
Jones JR. (1996), 05 - Malavolta et al. (1997) e 06 - Matiello (1997), adaptado de
Martinez et al. (2003a)
Nutrientes
Autores
01
02
03
04
05
06
% de nutrientes dentro das faixas críticas segundo cada autor
N
100
35
92,5
65
77,5
72,5
P
22,5
22,5
22,5
100
7,5
100
K
25
27,5
15
22,5
22,5
25
Ca
97,5
97,5
25
25
27
75
Mg
87,5
87,5
40
87,5
2,5
37,5
S
92,5
0
92,5
100
92,5
92,5
Zn
52,5
52,5
52,5
85
35
67,5
B
95
95
40
95
40
95
Cu
87,5
77,5
30
87,5
52,5
90
Mn
27,5
27,5
30
70
7,5
27,5
Fe
82,5
82,5
50
82,5
17,5
30
65
Figura 5 Porcentagem de nutrientes considerados dentro dos padrões ideais pelo
critério das faixas críticas segundo vários autores (WILLSON, 1985; REUTER;
ROBINSON, 1988; MALAVOLTA, 1993; MILLS; JONES Jr, 1996; e MALAVOLTA et
al., 1997; MATIELLO, 1997).
Essas distorções reforçam ainda mais a necessidade de estudo de normas de
diagnose mais regionalizadas e com a utilização de modelos que tratam os
nutrientes não de forma individual, mas sim a relação entre eles, sugerindo sempre a
importância do equilíbrio nutricional apresentado pelo DRIS.
Considerando que quanto menor o coeficiente de variação, menor será a amplitude
dos valores dos nutrientes, pode-se inferir que menores serão os pesos no cálculo
dos índices DRIS (ROCHA, 2007). Na tabela 6, pode-se verificar que os valores dos
coeficientes de variação obtidos para as concentrações de nutrientes nas folhas
estão abaixo de 35% para N, P, K, Ca, Mg, S, B e Cu e acima de 35% para Zn, Mn e
Fe, sendo o CV do Fe de 141,82%. Trabalhando com café conilon na região Norte
do Espírito Santo, Partelli (2004) obteve coeficientes de variação menores que 35%
para: N (5,80%), P (12,1%), K (9,06%), Ca (19,2%), Mg (13,5%), S (19,00%), B
(11,6%), Fe (11,2%) e Zn (13,3%) e acima de 35% para os micronutrientes: Cu
(35,7%) e Mn (49,3%). Rocha et al. (2007), trabalhando com milho em Hidrolândia-
66
GO, obtiveram coeficientes de variação menores que 35% para N, P, K, Ca, Mg, S e
Zn, e acima de 35% para Cu, Fe, Mn e B.
4.4 ESTABELECIMENTO DAS FAIXAS CRÍTICAS
Por intermédio da metodologia descrita por MARTINEZ et al. (2003c),
estabeleceram-se as faixas críticas do cafeeiro arábica para as condições ecológicas
da microrregião do Caparaó, a partir dos resultados das análises foliares de 40
lavouras consideradas de alta produtividade da seguinte forma:
FC =
y
+ k
yS
em que:
FC = faixa crítica
y
= média da concentração do nutriente;
yS
= desvio-padrão da média;
k = fator de correção para evitar faixas críticas muito amplas.
Os valores de k foram estabelecidos em razão do CV, da seguinte forma:
k = 1,0 para os nutrientes cujo CV foi menor que 20%;
k = 0,8 para os nutrientes cujo CV variou de 20% a 40%;
k = 0,6 para os nutrientes cujo CV variou de 40% a 80%;
k = 0,4 para os nutrientes cujo CV foi maior que 80%.
67
Tabela 9 Faixas críticas estabelecidas a partir de lavouras de altas produtividades
da microrregião do Caparaó
N
P
K
Ca
Mg
S
Zn
B
Cu
Mn
Fe
dag kg
-1
mg kg
-1
2,86 - 3,17
0,12 0,15
2,42 3,17
0,94 1,31
0,29 0,40
0,15 0,18
13,17 30,37
47,26 65,88
11,58 18,23
105 280
68 246
A partir do estabelecimento das faixas críticas para as condições ecológicas da
microrregião do Caparaó, é possível fazer uma avaliação mais precisa do estado
nutricional das lavouras, uma vez que ao utilizar as faixas críticas estabelecidas em
diferentes regiões, os resultados obtidos podem não corresponder ao real estado
nutricional da lavoura diagnosticada.
4.5 NORMAS DO DRIS PARA A MICRORREGIÃO DO CAPARAÓ
Os padrões ou Normas de referência do DRIS das lavouras consideradas de altas
produtividades existentes na microrregião do Caparaó encontram-se na Tabela 9.
Para o estabelecimento das normas de referência para o cafeeiro arábica na
microrregião do Caparaó, foram selecionadas 40 lavouras com produtividade média
de 40 sacas de café beneficiado por hectare. Tal número de lavouras se limitou a 40
devido ao baixo número de lavouras comprovadamente tidas como de altas
produtividades, o que confirma a necessidade de se criar normas para auxílio de
técnicos e produtores rurais na diagnose da nutrição do cafeeiro.
Grande variação com relação ao tamanho da base de dados para a determinação
das normas de referência do DRIS pode ser encontrada na literatura. Leite (1992)
utilizou 24 lavouras como suficientes para dar origem às normas DRIS específicas
para Coffea canephora Pierre cv. ConiIon, cultivado no Norte do Estado do Espírito
Santo, enquanto Partelli et al. (2002) estabeleceram as normas do DRIS para o
cafeeiro conilon em Vila Valério, região Norte do Espírito Santo, utilizando-se 23
lavouras com produtividades acima de 60 sacas de café beneficiado por hectare.
68
Souza et al. (2000) utilizaram 168 lavouras de café arábica, sendo 41 da região de
Viçosa, 36 da região de Manhuaçu, 44 de Patrocínio e 47 do Sul de Minas. Partelli
(2004) utilizou 96 lavouras de café conilon no Norte do Espírito Santo, sendo 40 sob
cultivo convencional e 56 sob cultivo orgânico. Para culturas anuais, Sumner (1977),
na África do Sul, utilizou 2.800 plantas para estabelecer as normas de referência
para a cultura do milho. Rocha (2007), trabalhando com milho, amostrou 133 glebas
no município de Hidrolândia-GO, tendo cada uma dimensões de 20 metros de
comprimento por 50 metros de largura.
Tabela 10 Média (), desvio-padrão (s) e coeficiente de variação (cv) das relações
dois a dois entre os teores de todos os nutrientes minerais das lavouras de altas
produtividades da microrregião do Caparaó
(continua)
Relações
Média
Desvio-padrão
CV
N/P
21,47228566
2,334090129
10,87
N/K
1,457769906
0,163647529
11,22
N/Ca
2,765461751
0,530206192
19,17
N/Mg
8,423451925
1,481802286
17,59
N/S
20,40919162
2,900718289
14,21
N/Zn
0,232867599
0,106663015
45,80
N/B
0,052080782
0,009966039
19,13
N/Cu
0,236907891
0,083095127
35,07
N/Mn
0,029939093
0,019261222
64,33
N/Fe
0,04761627
0,010495265
22,04
P/N
0,046097938
0,005289631
11,47
P/K
0,066744683
0,006906972
10,34
P/Ca
0,126266409
0,021496103
17,02
P/Mg
0,386223763
0,06989706
18,09
P/S
0,935881082
0,132680423
14,17
P/Zn
0,010681888
0,004778611
44,73
P/B
0,002393669
0,000509352
21,27
P/Cu
0,010832246
0,003622923
33,44
P/Mn
0,00136987
0,000873016
63,72
P/Fe
0,002183872
0,000493166
22,58
K/N
0,694222477
0,075811169
10,92
K/P
15,14277712
1,601940257
10,57
K/Ca
1,909132538
0,366956699
19,22
K/Mg
5,847948993
1,171881021
20,03
K/S
14,12397732
2,211910023
15,66
K/Zn
0,15771731
0,067878323
43,03
K/B
0,035976482
0,006990504
19,43
69
Tabela 10 - Média, desvio-padrão e coeficiente de variação das relações dois a
dois entre os teores de todos os nutrientes minerais das lavouras de altas
produtividades da microrregião do Caparaó
(continuação)
Relações
Média
Desvio-padrão
CV
K/Cu
0,16449011
0,063737404
38,74
K/Mn
0,020810754
0,013229342
63,56
K/Fe
0,032735944
0,006800808
20,77
Ca/N
0,373585509
0,065929156
17,64
Ca/P
8,125251765
1,255792446
15,45
Ca/K
0,541663061
0,098515287
18,18
Ca/Mg
3,079206926
0,427380463
13,87
Ca/S
7,525045647
1,172545117
15,58
Ca/Zn
0,084622092
0,035573404
42,03
Ca/B
0,019094449
0,00333113
17,44
Ca/Cu
0,087495163
0,031663126
36,18
Ca/Mn
0,010579857
0,006146507
58,09
Ca/Fe
0,017498507
0,003860638
22,06
Mg/N
0,122790235
0,024545676
19,98
Mg/P
2,681903288
0,552896187
20,61
Mg/K
0,179349328
0,044792731
24,97
Mg/Ca
0,331872791
0,053855948
16,22
Mg/S
2,490541296
0,551543111
22,14
Mg/Zn
0,02852367
0,01333771
46,76
Mg/B
0,00630713
0,001355028
21,48
Mg/Cu
0,028694768
0,010001962
34,85
Mg/Mn
0,003481492
0,001948559
55,96
Mg/Fe
0,005808111
0,001596156
27,48
S/N
0,049919844
0,006838503
13,69
S/P
1,091406409
0,171899268
15,75
S/K
0,07257664
0,011837871
16,31
S/Ca
0,136213906
0,022279286
16,35
S/Mg
0,417860867
0,081179715
19,42
S/Zn
0,011345189
0,004731427
41,70
S/B
0,002573708
0,000481117
18,69
S/Cu
0,011527253
0,00326268
28,30
S/Mn
0,001449056
0,000852405
58,82
S/Fe
0,002352862
0,000516089
21,93
Zn/N
5,825923489
4,159192787
71,39
Zn/P
128,9390233
98,52169294
76,40
Zn/K
8,197154095
5,292490129
64,56
Zn/Ca
15,76025798
11,31690657
71,80
Zn/Mg
49,95210859
39,93058676
79,93
70
Tabela 10 - Média, desvio-padrão e coeficiente de variação das relações dois a
dois entre os teores de todos os nutrientes minerais das lavouras de altas
produtividades da microrregião do Caparaó
(continuação)
Relações
Média
Desvio-padrão
CV
Zn/S
116,9472975
85,9128168
73,46
Zn/B
0,287072479
0,19041404
66,32
Zn/Cu
1,44907242
1,545101901
106,62
Zn/Mn
0,190844438
0,217393211
113,91
Zn/Fe
0,255943849
0,148934061
58,19
B/N
19,88742412
3,764653929
18,92
B/P
435,0897409
87,20032638
20,04
B/K
28,86196476
5,824616099
20,18
B/Ca
53,92718836
9,306099739
17,25
B/Mg
165,3713196
33,93118315
20,51
B/S
401,645678
73,18934614
18,22
B/Zn
4,404621729
1,728748592
39,24
B/Cu
4,667139861
1,84926261
39,62
B/Mn
0,572341277
0,340546516
59,50
B/Fe
0,922046829
0,163149203
17,69
Cu/N
4,636326781
1,362668899
29,39
Cu/P
101,2162116
30,66724237
30,29
Cu/K
6,728717372
1,935995702
28,77
Cu/Ca
12,66184012
3,907832271
30,86
Cu/Mg
38,64250674
12,1038679
31,32
Cu/S
92,41450039
22,57817232
24,43
Cu/Zn
1,059782649
0,506616818
47,80
Cu/B
0,238441489
0,073461893
30,80
Cu/Mn
0,130587167
0,087732046
67,18
Cu/Fe
0,215695305
0,064056423
29,69
Mn/N
55,26878771
51,48151709
93,14
Mn/P
1190,255983
1045,023972
87,79
Mn/K
80,68147822
76,06328438
94,27
Mn/Ca
140,1137772
105,6213033
75,38
Mn/Mg
438,7589853
370,5637191
84,45
Mn/S
1092,197601
969,9969304
88,81
Mn/Zn
13,17715678
14,33405578
108,77
Mn/B
2,737838801
2,339108272
85,43
Mn/Cu
11,84552556
9,769532629
82,47
Mn/Fe
2,473783249
1,976605578
79,90
Fe/N
22,12831572
5,396593299
24,38
Fe/P
483,3421968
119,4717679
24,71
Fe/K
31,91433656
7,080055841
22,18
71
Tabela 10 - Média, desvio-padrão e coeficiente de variação das relações dois a
dois entre os teores de todos os nutrientes minerais das lavouras de altas
produtividades da microrregião do Caparaó
(conclusão)
Relações
Média
Desvio-padrão
CV
Fe/Ca
60,0957377
14,06592598
23,40
Fe/Mg
185,0679511
50,46947274
27,27
Fe/S
446,5502225
103,6424856
23,20
Fe/Zn
4,814884378
1,800979471
37,40
Fe/B
1,12115667
0,218084802
19,45
Fe/Cu
5,121265235
1,880229986
36,71
Fe/Mn
0,639654671
0,395308366
61,80
Walworth et al. (1988) demonstraram que as normas DRIS desenvolvidas a partir de
10 observações de milho, com produtividade superior a 18 t ha
-1
, foram mais
representativas e eficientes que as normas provenientes de banco de dados
maiores. Em contraste, Letzsch e Sumner (1984), estabeleceram que as melhores
normas, tiveram origem de grandes bases de dados com observações de alta
produtividade. Para Nick (1998), as normas do DRIS são muito genéricas e
abrangentes podendo possivelmente representar prejuízos na precisão e,
consequentemente, na eficiência da diagnose. Assim, a qualidade das observações
deve ser a meta para a escolha da base de dados a despeito da quantidade. Com o
desenvolvimento de normas específicas para cada região, unidade de solo, tipo de
cultivo e época de amostragem, será possível verificar se ocorre diferenças
significativas que justifiquem separá-las de modo a reduzir ao máximo o coeficiente
de variação obtido para as relações dois a dois entre os nutrientes. Novos trabalhos
envolvendo as normas para a microrregião do Caparaó em comparação com normas
em nível de município são necessários para melhor esclarecer essa questão.
No que diz respeito à relação entre os nutrientes, Bragança et al. (1989) chamam a
atenção principalmente para a relação Mn/Fe em café conilon como sendo
problemática para a região Norte do Espírito Santo. Também com café conilon, Leite
(1993) obteve para a relação Mn/Fe o valor de 0,55 e CV de 47%. Para o cafeeiro
arábica, Souza et al. (2000) encontraram variações para os valores dessa mesma
relação em quatro cidades de Minas Gerais, sendo de 1,63 e CV de 52,85% em
72
Manhuaçu, de 0,88 e CV 46,89% em Patrocínio e de 1,61 e CV de 48,31% para o
Sul de Minas. Partelli (2004) encontrou 4,95 e CV de 41,14% para café conilon sob
cultivo orgânico e 7,50 e CV de 48,32 % sob cultivo convencional. Partelli et al.
(2005), trabalhando com amostragens de verão e inverno em cafeeiro arábica, em
Manhuaçu, obtiveram valores da razão Mn/Fe de 1,25 e CV de 93,37% para
amostragem de verão, enquanto que no inverno esses valores foram de 1,23 e CV
de 61,52%. Neste trabalho esta relação é de 2,47 com CV de 79,90% (Tabela 9),
sugerindo que as normas de referência do DRIS devem ser específicas para cada
região.
Mesmo considerando as condições ecológicas de Manhuaçu semelhantes às dos
municípios da microrregião do Caparaó, os resultados alcançados diferiram
daqueles obtidos por Souza et al. (2000). As médias dos valores de 54 razões,
dentre as relações dois a dois entre os teores dos nutrientes das lavouras
amostradas na microrregião do Caparaó (Tabela 9), foram inferiores em comparação
com as mesmas relações obtidas por Souza et al. (2000) em Manhuaçu, para
lavouras com média de duas safras consecutivas, com produtividade média de 30
sacas de café beneficiado por hectare. Essas diferenças nas médias de referência
do DRIS reforçam a tendência de se criar normas regionalizadas (DARA et al., 1992;
REIS JR, 1999; SOUZA et al., 2000; REIS JR.; MONNERAT, 2003; PARTELLI,
2004; ROCHA et al., 2007), específicas para cada forma de cultivo (PARTELLI,
2004) e para cada estação do ano (PARTELLI, 2005).
Outra informação muito importante obtida com o DRIS refere-se ao índice do
balanço nutricional (IBN) (RATHFON; BURGER, 1991; LEITE, 1992; VENEGAS;
LEITE, 1992; ALTOÉ et al., 2002), ou seja, a soma dos valores absolutos dos
índices DRIS. Naturalmente que quanto menor o IBN, melhor seria o estado
nutricional da lavoura em questão. De posse dos valores de referência, futuros
trabalhos visando a diagnose das lavouras cafeeiras da microrregião do Caparaó,
com base no IBN, poderão traçar novas estratégias de políticas públicas focadas na
assistência técnica, tendo como direcionamento principal o subsídio dos
cafeicultores locais quanto aos nutrientes mais limitantes à produção. Tais normas
obtidas para a microrregião poderão servir de base para futuros trabalhos
relacionados ao levantamento do estado nutricional das lavouras cafeeiras da
microrregião do Caparaó, podendo ser comparadas com lavouras de diversas
73
produtividades médias, obtendo tanto o IBN quanto a sequência de deficiência a
excesso dos nutrientes de cada lavoura estudada, uma vez que trabalhos avaliando
o estado nutricional das lavouras dessa microrregião são escassos na literatura. De
posse dos Padrões ou Normas de Referência apresentados, os produtores de café
arábica da microrregião do Caparaó e os cnicos consultores poderão fazer um
melhor diagnóstico nutricional da lavoura, racionalizando o uso de adubos e
principalmente, obtendo plantas nutricionalmente sadias e equilibradas.
Os padrões atuais para as faixas de suficiência são genéricos quanto à abrangência
territorial, diversidade de cultivares e estádios fenológicos das plantas. Essas faixas,
no entanto, não deixarão de ter grande utilidade para a diagnose foliar do cafeeiro.
Na falta de padrões mais específicos para cada situação ou cultivar em particular, os
padrões atuais das faixas de suficiência poderão auxiliar, junto com os do DRIS, no
fornecimento de parâmetros de orientação.
As contribuições deste estudo ao método DRIS e ao banco de normas do DRIS, se
traduzem na melhoria dos instrumentos disponíveis aos cafeicultores para
diagnosticar problemas nutricionais nos cafezais. Assim, procura-se atingir os
objetivos básicos da cafeicultura atual, que são o de aumentar a produtividade da
lavoura e diminuir o custo de produção. Essas duas metas têm por finalidade
garantir a permanência do cafeicultor na sua atividade, mesmo durante períodos de
preços baixos do café e sob as inesperadas adversidades climáticas.
Para o uso das normas de referência do DRIS, torna-se necessário a capacitação de
técnicos que prestam consultoria aos produtores locais no uso das normas de
referência, pois o DRIS, por apresentar muitos valores numéricos (110 relações de
nutrientes), exige o uso de software adequado para facilitar os cálculos (NICK,
1998).
Para realizar-se a avaliação dos teores dos nutrientes de lavouras a serem
diagnosticadas, calculam-se as relações dois a dois entre todos os nutrientes, tanto
na ordem direta quanto na ordem inversa, combinando-se cada nutriente com os
demais. Em seguida, calculam-se as funções das relações dois a dois entre os
nutrientes conforme apresentado por Jones (1981), e recomendado por Venegas e
Leite (1992) e por Martinez et al. (2003a), pela seguinte equação:
74
Z(A/B) = (A/B - a/b) . (k/s) (1)
em que:
Z(A/B) = função da relação entre os nutrientes A e B da amostra a ser diagnosticada;
A/B = valor da razão entre os nutrientes A e B das amostras de folhas das lavouras
a serem diagnosticadas;
a/b = valor médio das razões entre os nutrientes a e b das amostras de folhas das
lavouras de altas produtividades;
k = constante arbitrária, que tem sido normalmente sugerida ser 10;
s = desvio padrão das relações dois a dois das lavouras de referência.
A equação (1) originou da equação de cálculo da distribuição normal reduzida [f(z)]
de Student (BEAUFILS, 1971, 1973) definida como:
f(z) = (x - µ) / σ (2)
em que:
x = quociente das relações A/B da lavoura em análise;
µ = média da relação a/b das lavouras de referência;
σ = desvio-padrão (s) do quociente das relações a/b das lavouras de referência.
Os resultados dessas funções são utilizados para os cálculos dos índices DRIS para
cada nutriente, os quais representam medidas integradas oriundas das comparações
de cada nutriente com os demais (VENEGAS; LEITE, 1992; MARTINEZ et al.,
2003a). O valor do índice de cada elemento mineral resulta da soma algébrica de
todos os valores das funções onde o nutriente diagnosticado aparece no numerador,
e subtraída de todos os valores das funções onde o elemento aparece no
75
denominador, dividido pelo número de funções envolvidas no cálculo (WORTMANN,
1993). Assim, o índice de um determinado nutriente representa a média aritmética
do somatório das funções das relações dois a dois onde o nutriente aparece no
numerador subtraído do somatório das funções das relações dois a dois onde o
nutriente aparece no denominador (VENEGAS; LEITE, 1992; MARTINEZ et al.,
2003a), do seguinte modo:
índice A = [z(A/B) + z(A/C) + ... + z(A/N) - z(B/A) - z(C/A) -...- z(N/A)] / 2(n-1) (3)
em que:
índice A = índice DRIS do nutriente a ser diagnosticado;
n = número total de nutrientes em análise;
2(n-1) = número de funções envolvidas em cada cálculo do índice Dris.
Os índices DRIS podem assumir valores negativos ou positivos, sendo negativos
quando ocorre deficiência do elemento e valores positivos indicam excesso. Quanto
mais próximos de zero estiverem esses índices, mais próxima estará a planta do
equilíbrio nutricional para o elemento em estudo, permitindo, desse modo, a
classificação dos nutrientes em ordem de importância de limitação na produção e
fornecendo, ao mesmo tempo, uma indicação da intensidade de exigência de
determinado nutriente pela planta (BEAUFILS, 1973; VENEGAS; LEITE, 1992;
DAVEE et al. 1986, apud COSTA, 1995; ALTOÉ et al., 2002; MARTINEZ et al.,
2003a).
O todo DRIS fornece também o índice de balanço nutricional da lavoura (IBN),
calculado pela soma modular dos índices de cada elemento (RATHFON; BURGER,
1991; VENEGAS; LEITE, 1992; LEITE, 1992; ALTOÉ et al., 2002; MARTINEZ et al,
2003a), do seguinte modo:
IBN = I índice A I + I índice B I + ......... + I índice N I (4)
76
O índice de balanço nutricional da lavoura (IBN) possibilita verificar limitações de
ordem não nutricional na lavoura. Quanto menor o IBN melhor é o estado nutricional
das lavouras, sendo que, em lavouras de café conilon de alta produção, a amplitude
desses valores variou de 39 a 94 (LEITE, 1992). Altoé et al. (2002) verificaram
amplitudes maiores (11,1 a 97) em café conilon em Vila Valério. Em cafeeiros
arábicas, Martinez et al. (2003a) encontraram valores de IBN variando de 25 a 194
em Manhuaçu.
Em alguns casos, pode ocorrer que lavouras de baixa produtividade apresentem IBN
inferiores aos das lavouras de referência, indicando que a baixa produtividade é
decorrente de causas não nutricionais (LEITE, 1992; MARTINEZ et al., 2003a).
Martinez et al. (2003a), avaliando o IBN de lavouras consideradas de média e baixa
produtividade, obtiveram índices de 82 e 89 respectivamente, sugerindo que a
limitação da produtividade foi de ordem não-nutricional, devendo ser observados
outros fatores, como por exemplo, os ambientais, fisiológicos e fitossanitários.
Outra ferramenta importante fornecida pelo DRIS é a sequência decrescente de
deficiência a excesso dos nutrientes minerais das lavouras (JONES, 1981;
RATHFON; BURGER, 1991; LEITE, 1992; WORTMANN, 1993; COSTA, 1995;
ALTOÉ et al., 2002).
controvérsias na literatura com relação à utilização de equações de cálculo do
DRIS na diagnose nutricional de outras lavouras (JONES, 1981; RATHFON;
BURGER, 1991; VENEGAS; LEITE, 1992; WORTMANN, 1993). Alguns autores
sugerem a utilização do desvio-padrão (s) (JONES, 1981) e outros o coeficiente de
variação (cv) (RATHFON e BURGER, 1991; WORTMANN, 1993) aplicados na
equação original de Beaufils (1971, 1973).
Para o cálculo das funções das relações dois a dois entre todos os nutrientes
analisados, Rathfon e Burger (1991) e Wortmann (1993) recomendaram equações,
deduzidas pela substituição do desvio padrão (s) pelo coeficiente de variação (CV),
considerando que cv = 100 s / (a/b) na equação (1) de Jones (1981). Assim:
se: a/b < A/B
Z(A/B) = [(A/B)/(a/b) - 1] . (100 k/CV)
77
sendo k = 10, tem-se que:
Z(A/B) = [(A/B)/(a/b) - 1] . (1000/CV) (5)
se: a/b > A/B,
Z(A/B) = [1 - (a/b)/(A/B)] . (100 K/CV)
sendo k = 10, tem-se que:
Z(A/B) = [1 - (a/b)/(A/B)] . (1000/CV) (6)
em que:
Z(A/B) = função da relação entre os nutrientes A e B da amostra a ser diagnosticada;
a/b = valor médio das razões entre os nutrientes a e b das lavouras de altas
produtividades;
A/B = valor da razão entre os nutrientes A e B da lavoura a ser diagnosticada;
K = constante arbitrária, que tem sido normalmente sugerida ser 10;
CV = valor do coeficiente de variação em termos percentuais.
Entretanto, deve-se destacar que Venegas e Leite (1992) demonstraram a existência
de erros matemáticos nas expressões (5) e (6). Desse modo, substituindo K pelo
valor arbitrário 10 e o desvio padrão (s) pelo coeficiente de variação [CV=100s/(a/b)]
na equação (1) de Jones (1981), obtém-se a seguinte equação:
z(A/B) = [(A/B - a/b) / a/b] . (1000/CV) (7)
logo:
z(A/B) = [(A/B)/(a/b) - 1)] . (1000/CV) (8)
Nesse caso, a equação (8) é igual à equação (5), conforme sugerido por aqueles
autores. Todavia, se quisermos calcular z(B/A), considerando que z(A/B) seja
positivo, então z(A/B) > z(B/A). Por conseguinte, z(B/A) assume valor negativo,
78
originando uma equação bem diferente daquela indicada por Rathfon e Burger
(1991) e Wortmann (1993), conforme previsto por Venegas e Leite (1992). Com base
nessas considerações, a equação de Jones (1981) ficará conforme segue:
- z(B/A) = (B/A - b/a) . (K/s) (9)
Substituindo k pelo valor arbitrário 10 e s pelo coeficiente de variação [CV=
100s/(a/b)] na equação (9) obtém-se a seguinte expressão:
z(B/A) = [1 (B/A /b/a)] . (1000/CV) (10)
Portanto, recomenda-se utilizar nos cálculos das funções do DRIS a equação (1) de
Jones (1981), independentemente das relações dois a dois entre os nutrientes a
serem diagnosticados serem maiores ou menores que as mesmas relações das
Normas do DRIS, conforme sugerido por Venegas e Leite (1992), por ser de
aplicação fácil e segura. Para os cálculos dos índices DRIS recomenda-se a
utilização da equação (3) (VENEGAS; LEITE,1992; LEITE, 1992; MARTINEZ et al.,
2003a) e para a quantificação do IBN deve-se utilizar a equação (4) (LEITE, 1992;
MARTINEZ et al., 2003a).
Segundo Beverly (1991), existem dois métodos DRIS: o DRIS (BEAUFIIS, 1973) e o
M-DRIS (WALWORTH et al., 1988; HALLMARK et al., 1987). O M-DRIS é uma
variação do DRIS que utiliza nos cálculos o conteúdo dos nutrientes nas relações
dois a dois, ao invés de se utilizar os teores dos nutrientes. O M-DRIS utiliza valores
absolutos, com base no peso da matéria seca da folha, enquanto o DRIS utiliza
valores relativos. Sabe-se que em plantas sem frutos os teores de nutrientes
decrescem em virtude de diluições decorrentes da maior massa de matéria seca nas
folhas dessas plantas em relação às plantas com frutos (AMARAL, 1991).
Provavelmente, nos cálculos das relações dois a dois entre todos os nutrientes, na
ordem direta e inversa, bem como na aplicação da fórmula (expressão 1) para
determinação das funções dessas relações, talvez minimize em grande parte os
efeitos decorrentes de concentrações ou diluições dos nutrientes nas folhas.
79
A matéria seca constitui-se essencialmente da soma da concentração de três
nutrientes, C, H e O, os quais são normalmente ignorados em considerações
nutricionais sendo um bom indicador para a maturidade do tecido amostrado em
relação ao padrão. Para Leite (1992), o poder de diagnose do DRIS com base no
conteúdo de nutrientes presentes na matéria seca foliar, deve aumentar,
principalmente para o cafeeiro, que possui ciclo bienal de produtividade. O M-DRIS
envolve dados e valores de relevada importância, porém foge ao objetivo do
presente trabalho, que é o de fornecer normas de uso imediato e facilitado para os
produtores da microrregião do Caparaó, não sendo portanto utilizado.
Trabalhos recentes têm sido direcionados quanto à abrangência da aplicação das
normas do DRIS. Souza et al. (2000), trabalhando com café arábica em quatro
municípios de Minas Gerais, demonstraram que mesmo procurando uniformizar ao
máximo as lavouras amostradas e mesmo tendo em alguns casos normas
parecidas, as normas de aplicação do DRIS em lavouras cafeeiras devem ser
regionalizadas. Reis Jr. e Monnerat (2003) avaliaram o uso universal das normas do
DRIS para cana-de-açúcar e concluíram que tais normas devem ser estabelecidas
para cada região produtora. Na avaliação do estado nutricional de milho, Dara et al.
(1992) verificaram que índices DRIS calculados utilizando normas obtidas na
literatura foram menos precisos que aqueles calculados utilizando dados obtidos
localmente.
A bienalidade de produção do cafeeiro não alterou significativamente as normas
para a aplicação do DRIS (VENEGAS et al. (2000), porém têm-se sugerido que o
tipo de cultivo e a época de amostragem alteraram as normas do DRIS (PARTELLI,
2004; PARTELLI et al., 2005), contrariando ao que foi idealizado e sugerido
inicialmente (BEAUFILS, 1971, 1973). Na maior parte dos trabalhos, se utiliza como
forma de se uniformizar as lavouras a idade, a produtividade média, a densidade de
plantas e a região. No entanto, faz-se necessário um estudo mais aprofundado
envolvendo essas regiões, porém com altitudes e variedades diferentes. Trabalhos
futuros envolvendo essas variáveis poderão apresentar respostas a esses
questionamentos.
80
5 CONCLUSÕES
Por intermédio das análises foliares das lavouras de altas produtividades foi possível
estabelecer as normas de referência do DRIS e as faixas críticas para o cafeeiro
arábica da microrregião do Caparaó.
Os macronutrientes mais limitantes, de acordo com a análise de solo foram:
Ca=Mg>K>P=S.
Os micronutrientes mais limitantes de acordo com a análise de solo foram:
Cu>B>Zn=Mn>Fe.
81
6 REFERÊNCIAS
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trajetória. Disponível em:<HTTP://www.abic.com.br/scafe_historia.htmL>. Acesso
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Microrregião do Caparaó / ES. Alegre: EAFA, 2005, 109 p. Disponível em:
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