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RONIALISON FERNANDES QUEIROZ
DESENVOLVIMENTO DE MAMÃO FORMOSA
‘TAINUNG 01’ CULTIVADO EM RUSSAS-CEARÁ
MOSSORÓ-RN
2009
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RONIALISON FERNANDES QUEIROZ
DESENVOLVIMENTO DE MAMÃO FORMOSA ‘TAINUNG
01’ CULTIVADO EM RUSSAS-CEARÁ
Dissertação apresentada à
Universidade Federal Rural do Semi-
Árido (UFERSA), como parte das
exigências para obtenção do título de
Mestre em Agronomia: Fitotecnia,
com área de concentração em
produção e pós-colheita de frutos e
hortaliças tropicais.
ORIENTADORA
:
Prof
. D. Sc. EDNA MARIA MENDES AROUCHA
MOSSORÓ-RN
2009
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RONIALISON FERNANDES QUEIROZ
DESENVOLVIMENTO DE MAMÃO FORMOSA ‘TAINUNG
01’ CULTIVADO EM RUSSAS-CEARÁ
Dissertação apresentada à
Universidade Federal Rural do Semi-
Árido (UFERSA), como parte das
exigências para obtenção do título de
Mestre em Agronomia: Fitotecnia,
com área de concentração em
produção e pós-colheita de frutos e
hortaliças tropicais.
APROVADA EM: 26/02/2009
iii
À Deus pela minha vida e concessão de potencialidades que em
mim foram despertadas e por estar sempre ao meu lado.
Aos meus irmãos, Rodrigo, Ângela, Ana Sara e Maria Eduarda
por me ajudarem sempre que precisei.
A minha tia e seu esposo, Socorro e José Melquiades, pelo apoio e
aconchego que sempre me deram.
Ao meu primo e sua esposa, Ivanaldo e Lucicleide (madinha), pelo
estimulo, confiança e pela ajuda que sempre me deram.
Ao meu primo e quase irmão, José Fernandes, pela dedicação,
amizade sincera, companheirismo e ajuda.
A minha namorada Ana Laelma, pela força, amizade,
companheirismo, apoio, incentivo e momentos de felicidade.
Enfim, a toda minha família que de todo o meu coração
DEDICO.
Aos meus pais, Raimundo Nonato
Fernandes e Maria Francisca
Fernandes Queiroz, a razão de minha
existência meus melhores amigos e
incentivadores
,
a eles devo tudo o que
eu sou;
Ofereço.
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus, em primeiro lugar por sempre ter colocado pessoas
maravilhosas na minha vida e por sua proteção.
Ao corpo docente da UFERSA, em especial do curso de pós-
graduação em Fitotecnia, pela realização do mestrado.
À Embrapa Agroindústria Tropical e Banco do Nordeste do Brasil,
pelo apoio financeiro á pesquisa, e em especial ao Laboratório de Fisiologia
e Tecnologia Pós-Colheita pelas instalações concedidas durante a realização
desta dissertação.
Ao CNPq pela concessão da bolsa de estudo.
Ao professor Vander, pela amizade, sugestões e incentivo durante
o curso.
Ao professor Glauber por estar sempre presente nos meus trabalhos
científicos me ajudando na “complexa e adorável” estatística e também pela
sua amizade e respeito.
À professora e amiga Edna Maria Mendes Aroucha, pela
orientação, incentivo, apoio, dedicação e amizade.
A D. Sc. Andréia Hansen pela dedicação e amizade sincera,
companheirismo, apoio durante as análises no decorrer da pesquisa,
ajudando sem medir esforços.
Ao D. Sc. Ebenézer pelo apoio dado sempre que precisei.
A Fazenda Fruta-Cor, em especial aos amigos João e Lucivania,
pela doação dos frutos para a realização do experimento.
Aos meus colegas do Laboratório de Fisiologia e Tecnologia Pós-
Colheita da Embrapa Agroindústria Tropical, em especial, Carol, Juliana,
Palôma e Melissa pelo convívio, pelas ajudas nas análises, pelo trabalho
duro e pelo companheirismo.
A minha amiga Aquidauana, pela força e coragem dessa
“Guerreira”, que me encorajou quando precisei.
v
A analista Márcia Régia, pela ajuda nas análises e pelo
companheirismo.
Aos colegas de mestrado, em especial, Halen, Mauro, Aparecida,
Madalena, Isaias, Django e Pascalle pelos dias e noites de estudos,
discussões, brincadeiras e que também estiveram ao meu lado quando
precisei.
A todos que eu esqueci de mencionar,
Muito Obrigado!
vi
QUANTO MAIS
Quanto mais alto estejas,
Mais apto a prestar.
De quanto mais disponhas,
Mais poder de servir.
Quem possui mais cultura,
Pode ensinar melhor.
Não recuses doar,
Do que tenhas ou sejas.
Virtude sem trabalho,
Lembra riqueza morta.
Recorda: Deus te dá,
Para que também dês.
(Emmanuel).
vii
DADOS BIOGRAFICOS DO AUTOR
RONIALISON FERNANDES QUEIROZ, filho de Raimundo Nonato
Fernandes e Maria Francisca Fernandes Queiroz, nasceu no dia 31 de janeiro
de 1983 no Município de Doutor Severiano-RN, onde concluiu o 1º Grau em
1997, no Colégio Estadual Cristóvão Colombo de Queiroz. Em 2000
concluiu o Grau no mesmo colégio. Em 2002, ingressou no curso de
Engenharia Agronômica da Universidade Federal Rural do Semi-Árido,
concluindo em 2006. Em março de 2007, na mesma universidade iniciou o
curso de mestrado, como bolsista do CNPq, finalizando em Fevereiro de
2009.
viii
RESUMO
QUEIROZ, Ronialison Fernandes. Desenvolvimento do fruto de mamão
Formosa Tainung 01’e ponto ideal de colheita. 2009. 80f. Dissertação
(Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) Universidade Federal Rural do
Semi-Árido (UFESA), Mossoró, 2009.
O estudo da curva de crescimento dos frutos de mamão tem grande
importância para o conhecimento das diferentes fases fenológicas envolvidas
no seu desenvolvimento, como a época de maior ganho de massa ou a época
de início da maturação para definir os períodos de colheitas. A partir de
estudos dessa natureza, podem se revelar períodos críticos em seu
desenvolvimento que possibilitem a produção dos mesmos com alta
qualidade, como também a colheita na época correta, satisfazendo, assim, os
consumidores mais exigentes. Apesar de sua importância, as informações
disponíveis sobre a curva de crescimento de frutos de mamão do grupo
‘Formosa’ ainda são escassas. Diante dessa problemática esse trabalho teve
como objetivo caracterizar parâmetros físicos e químicos do fruto do
mamoeiro, através da curva de crescimento, a fim de determinar possíveis
indicadores do ponto de colheita (maturidade fisiológica ideal). Os frutos de
idade conhecida, provenientes do desenvolvimento de flores previamente
marcadas, foram colhidos ao longo dos 4,5 meses seguintes para a avaliação
de seu crescimento na Fazenda Frutacor no município de Russas-CE. O
intervalo entre a coleta das amostras foi semanal no primeiro mês (28 dias) e
após 88 dias do desenvolvimento do fruto, e quinzenal dos 28 aos 88 dias
após a marcação das flores. Após as coletas os frutos foram transportados até
a Embrapa Agroindústria Tropical, para avaliação de parâmetros físico-
químicos como matéria fresca e seca total da polpa e das sementes,
comprimento transversal e longitudinal, diâmetro da cavidade ovariana,
espessura e firmeza de polpa, coloração da epiderme e da polpa,
quantificação de clorofilas e carotenóides da casca, carotenóides da polpa,
sólidos solúveis, acidez e açúcares solúveis totais. O delineamento
experimental para os estudos de crescimento do fruto foi inteiramente
casualizado, com 5 repetições, sendo cada repetição composta por três
frutos. Com base nos valores médios de todos os parâmetros analisados nos
frutos colhidos, verificou-se que a colheita pode ser realizada a partir dos
130 dias após a frutificação efetiva (DAFE), pois os valores obtidos estavam
dentro do intervalo considerado ideal para comercialização de frutos do
grupo ‘Formosa’ destinados ao mercado e quando submetidos ao
armazenamento amadureceram normalmente estando aptos para o consumo.
Aos 123 DAFE, apesar dos parâmetros físico-químicos indicarem que os
frutos apresentavam maturidade fisiológica, estes permaneceram verdes e
ix
murchos quando armazenados em temperatura ambiente (25±2ºC e 60±2%
UR) por 7 dias.
Palavras-chave: Maturidade fisiológica, curva de crescimento, qualidade.
x
ABSTRACT
QUEIROZ, Ronialison Fernandes. Development of papaya fruit from
Formosa 'Tainung 01' and ideal point of collection. 2009. 80f.
Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) - Universidade Federal
Rural do Semi-Árido (UFESA), Mossoró, 2009.
The study of the curve of growth of papaya fruit is very important to the
knowledge of the different phenological stages involved in its
development as the season of greatest gain in weight or time of onset of
ripening to determine the periods of harvest. From such studies, can
reveal critical periods in their development that enables the production of
such high quality, but also the harvest season in the right, satisfying
therefore the most demanding consumers. Despite its importance,
available information on the curve of growth of fruits of papaya group
'Formosa' are still scarce. Faced with this problem this study aimed to
characterize the chemical and physical parameters of papaya fruit by
growth curve, to determine possible indicators from the point of harvest
(physiological maturity ideal). The fruits of known age, from the
development of previously marked flowers were collected over 4.5
months to evaluate their growth in the municipality of Finance Frutacor
Russas-CE. The interval between collection of samples was weekly
during the first month (28 days) and after 88 days of fruit development,
and fortnightly from 28 to 88 days after the marking of flowers. After
collecting the fruits were transported to Embrapa Tropical Agroindustry
to assess physical and chemical parameters as the total fresh and dry the
pulp and seeds, longitudinal and transverse length, diameter of the
ovarian cavity, thickness and firmness of flesh, the color skin and pulp,
quantification of chlorophylls and carotenoids of the shell, the carotenoid
pulp, soluble solids, acidity and total soluble sugars. The experimental
design for studies of growth of the fruit was completely randomized, with
5 repetitions, each repetition of three fruits. Based on the average values
of all parameters examined in fruits, it was found that the collection can
be performed from 130 days after fruit set (DAFE) because the values
were within the range considered ideal for marketing of fruits group
'Formosa' for the market and when subjected to storage is usually
matured fit for consumption. The 123 DAFE, despite the physical and
chemical parameters indicate that they were physiological maturity, they
remained green and shriveled when stored at room temperature (25 ± 2ºC
and 60 ± 2% UR) for 7 days.
Key-words: physiological maturity, curve of growth, quality.
xi
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1 - Descrição das principais características visuais nos
diferentes estádios de maturação dos frutos de mamão
(Carica papaya L.)........................................................... 21
Tabela 2 - Firmeza de polpa (FP), sólidos solúveis (SS), acidez
titulável (AT) e açúcares solúveis totais (AST) de
mamão Formosa ‘Tainung 01’em função do período de
colheita com 7 dias de armazenamento em temperatura
ambiente 25±2ºC e 60±2% UR. Fortaleza-CE
2008.................................................................................. 55
xii
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1 Tipos florais do mamoeiro: A) Flor masculina; B) Flor
feminina e C) Flor hermafrodita............................................ 07
Figura 2 Etapas do desenvolvimento fisiológico dos frutos. 1) Início
da formação da polpa; 2) Termino do crescimento em
tamanho; 3) Início do período de consumo, mas, ainda
imaturo; 4) Período ótimo de consumo; 5) Predominância
de reações degradativas e 6) Não utilizável para consumo,
(RYALL; LIPTON, 1979)................................................... 14
Figura 3 Marcações de flores hermafroditas em mamoeiro do grupo
Formosa ‘Tainung 01’, Russas-CE, 2008............................ 24
Figura 4 Determinação do comprimento transversal e longitudinal de
mamão formosa ‘Tainung 01’, Fortaleza-CE, 2008. 25
Figura 5 Texturômetro digital Stable Micro Systems, modelo
TA.XT2i................................................................................ 27
Figura 6 Matéria fresca total e da polpa durante o desenvolvimento
de mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
-
dados observados................................................................. 34
Figura 7 Matéria fresca das sementes durante o desenvolvimento de
mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados
observados............................................................................ 35
Figura 8 Matéria seca total e da polpa durante o desenvolvimento de
mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados
observados............................................................................ 36
Figura 9 Matéria seca das sementes durante o desenvolvimento de
mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados
observados........................................................................... 37
Figura 10 Comprimento transversal e longitudinal durante o
desenvolvimento de mamão ‘Tainung 01’, cultivado em
Russas-CE.
- dados observados........................................ 39
xiii
Figura 11 Cavidade Ovariana e Espessura de Polpa durante o
desenvolvimento de mamão ‘Tainung 01’, cultivado em
Russas-CE.
- dados observados..................................... 39
Figura 12 Firmeza de Polpa durante o desenvolvimento de mamão
‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados
observados............................................................................ 41
Figura 13 Frutos de mamoeiro ‘Tainung 01’, aos 7 (A), 14 (B), 21
(C), 28 (D), 43 (E), 58 (F), 73 (G), 88 (H), 95 (I), 102 (J),
109 (K), 116 (L), 123 (M), 130 (N), 137 (O) e 143 dias (P)
após a frutificação efetiva, representando a evolução da
coloração da casca durante o desenvolvimento, cultivado
em Russas-CE....................................................................... 43
Figura 14 Cor da casca durante o desenvolvimento de mamão
‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados
observados............................................................................ 44
Figura 15 Cor da polpa durante o desenvolvimento de mamão
‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados
observados.......................................................................... 45
Figura 16 Clorofila e carotenóides da casca durante o
desenvolvimento de mamão ‘Tainung 01’, cultivado em
Russas-CE.
- dados observados....................................... 46
Figura 17 Carotenóides da polpa durante o desenvolvimento de
mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados
observados........................................................................... 48
Figura 18 Sólidos solúveis da polpa durante o desenvolvimento de
mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados
observados.......................................................................... 50
Figura 19 Acidez titulável da polpa durante o desenvolvimento de
mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados
observados.......................................................................... 51
xiv
Figura 20 Açúcares solúveis totais da polpa durante o
desenvolvimento de mamão ‘Tainung 01’, cultivado em
Russas-CE.
- dados observados...................................... 53
xv
SUMÁRIO
Página
RESUMO............................................................................................... VIII
ABSTRACT........................................................................................... X
LISTA DE TABELA............................................................................ XII
LISTA DE FIGURA ............................................................................ XIII
1. INTRODUÇÃO.............................................................................. 1
2. REVISÃO DE LITERATURA...................................................... 5
2.1. Importância e características da cultura do mamoeiro.............. 5
2.2. Características dos frutos do mamoeiro..................................... 7
2.2.1 Flores................................................................................ 7
2.2.2 Características físicas, físico-químicas e nutricionais...... 8
2.3. Desenvolvimento do fruto......................................................... 14
2.3. Ponto de colheita....................................................................... 19
3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................. 23
3.1. Local do experimento............................................................... 23
3.2. Análises físicas......................................................................... 25
3.2.1. Dimensões do fruto....................................................... 25
3.2.2. Matéria fresca e matéria seca........................................ 26
3.2.3. Firmeza de polpa............................................................ 26
3.2.4. Coloração da casca e da polpa....................................... 27
3.3. Análises físico-químicas........................................................... 28
3.3.1. Preparo das amostras para as determinações físico-
químicas.......................................................................... 28
3.3.2. Clorofilas na casca........................................................ 28
3.3.3. Carotenóides na casca e na polpa................................. 29
3.3.4. Sólidos solúveis............................................................ 30
3.3.5. Acidez titulável............................................................. 30
3.3.6. Açúcares solúveis totais............................................... 31
xvi
3.4. Análise pós-colheita................................................................ 32
3.5. Delineamento experimental.................................................... 32
3.6. Analise estatística.................................................................... 32
4. RESULTADO E DISCUSSÃO..................................................... 34
4.1. Características físicas............................................................... 34
4.1.1. Matéria fresca e matéria seca........................................ 34
4.1.2. Dimensões do fruto....................................................... 37
4.1.3. Firmeza de polpa........................................................... 40
4.1.4. Cor da casca e da polpa................................................. 41
4.2. Características físico-químicas................................................. 45
4.2.1. Clorofilas e carotenóides da casca................................. 45
4.2.2. Carotenóides da polpa................................................... 47
4.2.3. Sólidos solúveis............................................................. 48
4.2.4. Acidez Titulável............................................................ 50
4.2.5. Açúcares solúveis totais................................................ 52
4.3. Armazenamento....................................................................... 53
5. CONCLUSÕES.............................................................................. 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................... 57
1
1 INTRODUÇÃO
O mamoeiro é uma planta frutífera originária da América Tropical,
pertence à família Caricaceae e ao gênero Carica. Das 22 espécies do
gênero, a mais cultivada comercialmente nas mais variadas regiões tropicais
do mundo é a Carica papaya L. A produção nacional do mamão está
baseada em dois grupos: ‘Formosa’ e ‘Solo’. Este último é comercializado
tanto para o mercado interno quanto no externo, o ‘Formosa’é destinado
principalmente para o mercado interno (ROCHA, 2003).
O Brasil é o terceiro produtor mundial de frutas e a base agrícola da
cadeia produtiva dessas frutas abrange 2,2 milhões de hectares, gera 4,6
milhões de empregos diretos e um PIB agrícola de US$ 11 bilhões. Este
setor demanda mão-de-obra intensiva e qualificada, fixando o homem no
campo de forma única, pois permite uma vida digna de uma família dentro
de pequenas propriedades e também nos grandes projetos. É possível
alcançar um faturamento bruto de R$ 1.000 a R$ 20.000 por hectare. Além
disso, para cada US$ 10.000 investidos em fruticultura, geram-se três
empregos diretos permanentes e dois empregos indiretos. Ou seja, 2,2
milhões hectares cultivados com frutas significam 4 milhões de empregos
diretos (2 a 5 pessoas por hectare) (SEAGRI-BA, 2006).
Atualmente, o cultivo do mamoeiro é verificado em mais de
cinqüenta países, sendo os dez maiores produtores mundiais, em ordem
decrescente: Brasil, México, Nigéria, Índia, Indonésia, Etiópia, Congo, Peru,
China e Venezuela (FAO, 2006).
O cultivo dessa frutícola no Brasil, além de sua grande importância
econômica, deve ser ressaltado o aspecto social, como gerador de emprego e
renda, absorvendo mão de obra durante o ano todo, pela constante
necessidade de manejo, tratos culturais, colheita e comercialização,
2
efetuadas de maneira contínua nas lavouras, além dos plantios serem
renovados, em média, a cada três anos.
O Brasil tem expressiva participação na produção mundial, com um
volume de produção, em 2007, de 1.811.535 toneladas de mamão (IBGE,
2009). A maior parte do território brasileiro é produtor de mamão, no
entanto, os estados com maiores volumes de produção são Bahia, com uma
produção de 863.828 toneladas, sendo responsável por 46% da produção
nacional, Espírito Santo com 646.277, o que representa 40% do total
produzido, seguido pelo Rio Grande do Norte que detem uma produção de
89.203 toneladas com rendimento médio de 52.104 kg/ha, e Ceará que
produziu 79.576 toneladas de mamão, com uma produção média de 43.784
kg/ha, sendo que o município de Russas contribuiu com 362 t/ano (IBGE,
2009). De toda a produção nacional da fruta, 95% são destinados ao mercado
in natura e apenas 5% são aproveitados pela indústria (MONTEIRO, 2006).
Entretanto, vários produtos ou subprodutos podem ser obtidos a partir dos
frutos ou da planta de mamoeiro, como por exemplo, doces, compotas,
geléias, néctar e papaína, os quais, infelizmente, muito pouco, são
explorados.
A produção brasileira ocupa o lugar em volume de exportação
seguido pela Tailândia, Indonésia, Taiwan e Belize, sendo o México e a
Malásia os maiores exportadores (MONTEIRO, 2006). O estado do Espírito
Santo em 2007 foi responsável por 49,5% do total brasileiro exportado
(AGRIANUAL, 2008).
A globalização do comércio de frutas é uma realidade nos dias
atuais. O aumento no consumo e nas exigências por produtos de qualidade
tornou o mercado frutícola um dos mais competitivos (ARAÚJO, 2006). Um
exemplo bem claro dessa globalização são as exigências impostas pelo
mercado norte-americano, de que os mamões não podem ser colhidos com
maturação superior ao “estádio 2” (frutos com até 25% da superfície da
casca amarela), devido ao rigoroso sistema de controle contra mosca das
3
frutas Ceratitis capitata (Wied). Para o mercado europeu, preferencialmente
são exportados frutos no “estádio 3(frutos com até 50% da superfície da
casca amarela), desde que o transporte seja via aérea. Para o mercado interno
são também destinados frutos com 50% ou mais de casca amarela;
entretanto, deve-se ressaltar que nesta fase os frutos são bastante suscetíveis
a danos mecânicos e podridões (JACOMINO et al., 2003). Existe um
instrumento utilizado para quebrar as barreiras quarentenárias impostas por
países importadores como Estados Unidos e Japão, por exemplo, esse
instrumento, é denominado de “System Approach”. È um sistema que prevê
o acompanhamento da cultura desde a primeira frutificação até o seu destino
final, com controle de todos os procedimentos de pré e pós-colheita,
beneficiamento e transporte dos frutos, de forma a conferir sanidade e
segurança quarentenária para comercialização no mercado externo.
O estrangulamento na capacidade do transporte aéreo obriga as
empresas a recorrerem ao transporte marítimo para exportar. Os embarques
de mamão por via marítima passaram de 6,62% do total exportado em 2001
para mais de 50% em 2004 (ALICE-Web, 2009). Apesar de propiciar uma
redução em custos de transporte e aumentos de escala, esse modal incorre
em elevação significativa de perdas por frutas danificadas e redução da
qualidade das frutas no destino final, uma vez que a tecnologia pós-colheita
ainda não está completamente adequada a este transporte. O transporte pelo
modal marítimo implica em cargas volumosas, deslocando a concorrência
baseada em qualidade para disputa em preço.
Com o objetivo de colher frutos capazes de suportar ao transporte
para mercados distantes, muitos exportadores acabam colhendo frutos
imaturos, o que compromete seriamente a qualidade dos mesmos. Por essa
razão, a colheita de frutos no “estádio 0” (fruto crescido e desenvolvido
100% verde), está em desuso. Os critérios utilizados atualmente para
identificar o ponto de colheita para frutos destinados à exportação é o
“estádio 1(fruto com até 15% da superfície da casca amarela) (MARIN et
4
al., 1995) como também a porcentagem mínima de sólidos solúveis de
11,5% (BLEIROTH, 1995).
O mamão é um fruto climatérico, ou seja, apresenta em determinada
etapa de seu ciclo vital, um aumento rápido e acentuado na atividade
respiratória, com amadurecimento imediato. Podem amadurecer na planta ou
fora dela se colhidos maturos, em outras palavras, fisiologicamente
desenvolvidos (CHITARRA; CHITARRA, 2005). Sendo assim o mamão
pode ser colhido quando atinge a maturidade fisiológica, e a cor da casca
mencionada anteriormente por alguns autores é um dos parâmetros mais
utilizados como indicativo do estabelecimento do ponto de colheita do
mamão. No entanto, o grau de coloração da casca, sob condições de campo,
é, geralmente, uma estimativa subjetiva que pode levar a erros, como
colheita de frutos fisiologicamente imaturos.
Desse modo o estudo da curva de crescimento dos frutos tem grande
importância para o conhecimento das diferentes fases fenológicas envolvidas
no seu desenvolvimento, como a época de maior ganho de massa ou a época
de início da maturação para definir os períodos de colheitas. A partir de
estudos dessa natureza, podem se revelar períodos críticos em seu
desenvolvimento que possibilitem a produção dos mesmos com alta
qualidade, como também a colheita na época correta, satisfazendo, assim, os
consumidores mais exigentes. Apesar de sua importância, as informações
disponíveis sobre a curva de crescimento de frutos de mamão do grupo
‘Formosa’ ainda são escassas.
Diante dessa problemática esse trabalho teve como objetivo
caracterizar eventos fisiológicos e bioquímicos associados ao
desenvolvimento (curva de crescimento) e aos estádios de maturação como
indicativos do ponto de colheita ideal para mamão ‘Tainung 01’, nas
condições de cultivo comercial do município de Russas-CE.
5
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Importância e características da cultura do mamoeiro
As exportações brasileiras de frutas passaram de cerca de US$128
milhões em 1998, para US$ 345 milhões em 2003, um crescimento de 169%.
No mesmo período, a exportação de mamão in natura aumentou 224%,
quando as vendas para os Estados Unidos e União Européia pularam de US$
8,2 milhões para US$ 26,4 milhões. O volume comercializado cresceu
303%, passando de 8,4 para 34 mil toneladas da fruta. A participação do
Brasil no comércio mundial de mamão saltou de 8,8% em 1998 para 18%
em 2003, ocupando atualmente, o terceiro lugar no mercado internacional. O
país domina mercados-chave, como o europeu, sendo responsável por 75%
de todo o mamão importado pelos quinze países membros da União
Européia em 2003, excluindo o comércio intra-bloco (RADAR
COMERCIAL, 2009).
O Ceará é o terceiro maior produtor de mamão do Nordeste e o
quarto do Brasil. Sua produção corresponde a 5,71% da nordestina e 4,39%
da brasileira. A cultura do mamão ocupou, em 2004, uma área total de
1.691ha, da qual 1.008ha correspondem a áreas irrigadas. Assim , o mamão
sozinho representa 3,64% de toda área irrigada do setor de frutas do Estado.
A cultura do mamão forneceu ao Ceará 2.120 mil empregos em 2004. Deste
total, 848 corresponderam a empregos diretos. Em relação às exportações,
ocupou o último lugar no ranking estadual das seis culturas do Projeto Frutas
do Ceará, de modo que, segundo o MDIC (2006), somente 1,5% da
produção de mamão é exportada.
O mamoeiro é uma planta perene herbácea, de caule verde com até 8
m de altura com haste única, ereta, flexível, encimada por uma coroa de
6
folhas grandes recortadas. Apresenta flores brancas ou amareladas. Possui
uma vida útil de três a quatro anos (SIMÃO, 1998). A cultura do mamoeiro
(Carica papaya L.) está difundida em regiões que apresentam clima tropical,
pluviosidade elevada, solos férteis e bem drenados (MARIN et al., 1987). É
uma cultura exigente em irrigação consumindo de 1200 mm até 3125 mm de
água por ano. O déficit hídrico do solo afeta sensivelmente o mamoeiro em
todas as suas fases de desenvolvimento. No período de desenvolvimento
vegetativo, entre a e a 11ª semana após o plantio, a planta pode tornar-se
ainda mais sensível ao déficit hídrico. Apresenta exigências nutricionais
crescentes e contínuas durante o primeiro ano de desenvolvimento, atingindo
o máximo aos doze meses de idade (COELHO; OLIVEIRA, 2004). O
mamoeiro inicia sua produção cerca de oito a dez meses após o plantio das
mudas no campo, dependendo da região, sendo que o desenvolvimento
completo do mamão apresenta uma duração de quatro a sete meses,
dependendo das condições climáticas, como temperatura média e umidade
relativa do ar (CARVALHO, 1966; KUHNE; ALLAN, 1970; LUNA, 1979).
As condições climáticas ideais para a cultura são: temperatura média de
25°C, com mínima de 21°C e máxima de 33°C e umidade relativa entre 60 e
80% (CORDEIRO, 2000).
As variedades de mamoeiro são classificadas em dois grupos: Solo e
Formosa. O grupo Solo, no qual se encontra a maioria das cultivares de
mamoeiro utilizadas no mundo, apresentam frutos com peso médio de 350 a
600 g. O grupo Formosa é composto por mamoeiros híbridos que
apresentam frutos com peso médio de 800 a 1100g. As cultivares Sunrise
Solo, Improved Sunrise Solo Line 72/12 e o híbrido F1 Tainung N° 1
apresentam produção média nacional de 45 t/ha/ano, 40 t/ha/ano e 60
t/ha/ano, respectivamente.
7
2.2 Características dos frutos do mamoeiro
2.2.1 Flores
As flores do mamoeiro podem ser de três tipos bem diferenciados:
flor pistilada ou feminina típica, que origina fruto de forma quase esférica
até oblongo ou piriforme, geralmente com cavidade ovariana
correspondendo a mais da metade do diâmetro do fruto; flor estaminada ou
masculina típica, e flor hermafrodita que é a mais importante em termos
comerciais, apresentando pedúnculo curto e menor, pétalas soldadas da base
até a metade do seu comprimento (Figura 1). Que segundo (OLIVEIRA,
1999a), na maioria das vezes, origem a um fruto de forma alongada,
variando de piriforme a cilíndrica, com cavidade ovariana menor do que a
metade do diâmetro do fruto. Somente esse último fruto tem valor comercial.
È com base nos aspectos florais, que se distinguem os três tipos de
mamoeiros: feminino, masculino e hermafrodita.
A B
C
Figura 1 – Tipos florais do mamoeiro: A) Flor masculina; B) Flor feminina
e C) Flor hermafrodita.
8
É sabido que o tipo de flor exerce influência no formato do fruto,
pois as flores hermafroditas elongatas resultam em frutos piriformes,
enquanto as flores femininas resultam em frutos de maior tamanho e formato
arredondado. Tendo em vista esse fenômeno, os pomares comerciais bem
conduzidos são implantados de forma a obter o maior número possível de
plantas hermafroditas. De acordo com (MARIN, 1988), ao se polinizar uma
flor feminina com pólen de uma flor masculina, obter-se-ão cerca de 33% de
plantas masculinas, 33% de hermafroditas e 33% de femininas. Flores de
mamoeiro hermafroditas ao serem fecundadas pelo próprio pólen, ou pelo
pólen de outras flores hermafroditas, originarão sementes que produzirão em
torno de 66% de mamoeiros hermafroditas para 33% de femininos. Assim,
na obtenção de sementes, é recomendado realizar autofecundação de flores
hermafroditas para obter o máximo de plantas hermafroditas.
2.2.2 Características físicas, físico-químicas e nutricionais
O fruto do mamoeiro é uma baga carnosa, derivada de um único
ovário, normalmente com cinco carpelos. O fruto pode ser arredondado
cilíndrico ou piriforme, de tamanho variável, polpa carnosa, de coloração
vermelho-alaranjada com numerosas sementes pretas. A casca geralmente é
fina, bastante resistente, aderida à polpa, lisa de cor verde escura, que vai se
tornando amarelada ou alaranjada à medida que o fruto vai amadurecendo.
É rico em vitaminas A, C e do complexo B, é fonte também de sais
minerais como cálcio, ferro e fósforo. O mamão ‘Formosa’ é rico em
betacaroteno (responsável pela formação de vitamina A no organismo).
Sendo sua composição química constituída de água 85,6%, proteína 0,5%,
extrato gorduroso de éter 0,3%, fibras 0,8%, carboidratos 12,3%, cinzas
0,51% e ácido cítrico 0,13% (CORREA, 1984). O mamão, além de ser uma
9
fruta barata, que se cultiva o ano todo, tem uma grande vantagem: uma rara
capacidade digestiva, graças a uma enzima chamada papaína. A papaína do
mamão age exatamente como a pepsina, enzima do estômago, transformando
as proteínas dos alimentos em aminoácidos. Além de auxiliar na digestão, o
mamão tem propriedades levemente laxantes que atuam contra a
fermentação intestinal, evitando a prisão de ventre e a formação de gases. A
composição do mamão pode variar em função dos teores de nutrientes do
solo, época do ano, da cultivar e do grau de maturação do fruto (CONABIO,
2005).
O tamanho e a forma são atributos importantes, pois a variação entre
as unidades individuais de um produto pode afetar a escolha desse produto
pelo consumidor; as práticas de manuseio; o potencial de armazenamento; a
seleção de mercado e o destino final - consumo in natura ou
industrialização. A característica de tamanho do fruto é um aspecto
importante, principalmente quando se visa à exportação para outros países,
pois há uma exigência específica quanto a esse atributo. Neste sentido, deve-
se observar que o tamanho dos frutos ao longo da produção anual deverá ser
considerado para a programação das exportações para cada país e que esse
atributo é variável em função das condições climáticas, e manejo da cultura
(BALBINO, 2003).
Para Kays (1991), o grau de firmeza da polpa também é de
importância considerável, uma vez que está relacionado com as condições
fisiológicas do fruto. Na pré-colheita fatores abióticos, tais como umidade do
solo, temperatura, luz e disponibilidade de nutrientes no solo, influenciam
diretamente a firmeza. Entre os nutrientes, o cálcio é o mais associado com a
qualidade e em particular, a textura (SAMS, 1999).
Nas frutas em geral, a textura é ditada pela maciez ou pela firmeza
da polpa. Na sua maioria, a perda progressiva da firmeza ou seu
amaciamento ocorre como conseqüência do amadurecimento normal, um
processo complexo que envolve diferentes mecanismos tais como: perda do
10
turgor celular, redução nos tamanhos e distribuição dos polímeros das
paredes celulares, ação de enzimas hidrolíticas e outros mecanismos não
enzimáticos (CHITARRA; CHITARRA, 2005). A diminuição da firmeza da
polpa do mamão é atribuído a atividade das pectinases, em especial a
poligalacturonase (PG) e pectinametilesterase (PME). A ação da PG
aumenta durante o amadurecimento, sendo mais pronunciada nas porções
internas do pericarpo. Durante o amadurecimento, observa-se diminuição de
20 a 30 vezes na firmeza da polpa do fruto (JACOMINO et al., 2003). Paull
et al. (1999) afirmam também que o amaciamento dos tecidos é um dos
primeiros sinais de amadurecimento, sendo relacionado com mudanças na
estrutura e no metabolismo do produto.
O mamão tem por característica a mudança gradual e desuniforme
na cor da casca de verde para amarela, formando inicialmente estrias
amarelas partindo da região estilar para a inserção peduncular do fruto
(OLIVEIRA et al., 2002).
A mudança da cor da casca, de verde para amarela, deve-se à
degradação da clorofila e à síntese e revelação de carotenóides. Quanto à cor
da polpa, a criptoxantina é o principal pigmento encontrado nos mamões de
polpa amarela, enquanto nos mamões de polpa vermelha como: ‘Sunrise
Solo’, ‘Golden’ e ‘Tainung 01’ o pigmento predominante é o licopeno (65%)
seguido da criptoxantina (33%) e B-caroteno (4%) (JACOMINO, 2003).
Segundo Souza (2004) existe diferença entre frutos do mesmo grupo
originados de Estados diferentes, por exemplo, frutos do grupo ‘Formosa’
oriundos do Estado de São Paulo apresentaram teor médio de β-caroteno de
1,4 µg/g enquanto que frutos provenientes da Bahia apresentaram valor de
6,1 µg/g. Condições de cultivo, maturação, variedades ou cultivar, locais
geográficos e estações do ano são variáveis relatadas por Setiawan et al.,
(2001), capazes de proporcionar variação nos teores de carotenóides de
frutos.
11
Viegas (1992) explica que, em alguns tecidos, os carotenóides
sintetizados podem ser mascarados pela clorofila durante os primeiros
estádios de maturação, porém, quando é iniciada a degradação da clorofila,
estes carotenóides tornar-se-iam visíveis. Fonseca (2002) observou algo
parecido, relatando que no mamão ocorre a degradação da clorofila e a
síntese de carotenóides na casca, sendo este último em menor proporção que
o primeiro em frutos de ‘Sunrise Solo’ e ‘Golden’.
Várias propriedades dos frutos têm sido usadas como índice de
colheita e padronização para a comercialização. Para o mamão, um aspecto
importante é o teor de sólidos solúveis, propriedade que permite estimar o
conteúdo de açúcares do fruto.
Souza (2004) observou uma diferença significativa nos teores de
sólidos solúveis (SS) entre os estádios de maturação estudados, encontrando-
se teores de SS mais elevados, para o híbrido Tainung 01’ no estádio 2.
Esse resultado indica que, provavelmente, quanto mais avançado o estádio
de maturação do fruto na colheita, maior será o teor de SS do mamão no
final do período pós-colheita. Esta observação foi confirmada por Balbino e
Costa (2003), Souza (1998) e Oliveira (1999a).
No Estado do Espírito Santo, tem-se observado uma discrepância em
termos de SS no inverno e no verão (COSTA; PACOVA, 2003). Alves et. al
(2003) descrevem como padrão de produção e classificação dos frutos teores
de SS de 11% a 14%, no inverno, e até 17%, no verão. Variações muito
parecidas no teor de SS entre os frutos do grupo ‘Solo’ e ‘Formosa’ foram
relatados por Oliveira (1999a), acreditando que estes cultivares sofrem
efeitos dos mesmos fatores. O mesmo cita teores de SS médios dos frutos no
dia pós-colheita variando entre 11,5% na cultivar ‘Improved Sunrise Solo
Line 72/12’ e 10,4% no híbrido ‘Tainung 01/781’.
A contribuição dos ácidos orgânicos para a qualidade sensorial dos
frutos deve-se, principalmente, ao balanço entre seus conteúdos e os de
12
açúcares, relação SS/AT. Esta relação alta contribui com um sabor doce na
fruta, o que pode ser verificado com os frutos de mamão.
O mamão é um fruto de baixa acidez, geralmente apresentando
valores menores que 0,2% em ácido cítrico. No mamão, predominam os
ácidos cítricos e málico, seguidos do alfa-cetoglutárico em quantidade bem
menor, os quais, juntamente com o ácido ascórbico, contribuem com 85% do
total de ácidos no fruto. Todavia o conteúdo de ácido málico tende a
decrescer à medida que o mamão amadurece (BALBINO; COSTA, 2003).
Sousa (2004) encontrou valores de acido cítrico de 0,16 a 0,18% nos
frutos do híbrido ‘Tainung’ 01 e 0,17 a 0,19% na cv. ‘Golden’. De acordo
com Oliveira (1999a), a porcentagem desse ácido decresce durante o período
pós-colheita, apresentando valores médios ao 7° dia de colhidos de 0,063% e
0,056% para a cultivar ‘Improved Sunrise Solo Line 72/12’ e no híbrido
‘Tainung 01/78’.
Segundo Bicalho (1998) a acidez titulável do mamão aumenta com o
amadurecimento até atingir aproximadamente 75% da coloração da casca
amarela, e a partir daí os níveis decrescem, exceto no interior do mesocarpo,
onde a acidez titulável aumenta até o fruto atingir completo amarelecimento.
Wills e Widjanarko (1995), também constataram variações na acidez
titulável do mamão durante o amadurecimento de 1,61 meq.100g
-1
a 2,00
meq.100g
-1
do estádio verde para o estádio 100% amarelo, respectivamente.
O conteúdo e a concentração de açúcares tem papel fundamental no
sabor, sendo também indicadores do estádio de maturação do fruto. Essa
composição pode variar entre cultivares e na mesma cultivar, dependendo
das condições climáticas, da fertilidade do solo, da época do ano, do estádio
de maturação e da porção do fruto (ARRIOLA et al., 1980). Os açúcares
desempenham um papel importante no ‘flavor’ característico do mamão e
também na avaliação comercial da qualidade do fruto fresco e de seus
produtos processados (BICALHO, 1998).
13
Segundo Chitarra; Chitarra (2005), o teor de açúcares nos frutos,
normalmente, constitui 65 a 85% do teor de sólidos solúveis.
Jacomino et al., (2003) afirmam que o mamão não acumula amido
durante a maturação, como a banana, e deve ser mantido na planta para
acumular açúcares. Por esse motivo, o teor de açúcares não sofre grandes
variações na pós-colheita. A parte interna do mesocarpo apresenta teor de
sólidos solúveis mínimo de 11,5 °Brix. Os principais açúcares presentes no
mamão são: sacarose, glicose e frutose.
Devido às transformações bioquímicas, os teores e tipos de açúcares
são variáveis nos diferentes estádios de desenvolvimento do mamão. A
concentração de açúcares aumenta ligeiramente durante o desenvolvimento
do fruto e acentuadamente com o início do amadurecimento do mesmo na
planta (BALBINO; COSTA, 2003). Esse aumento se dá apenas enquanto o
fruto está ligado à planta, uma vez que o mamão apresenta baixo teor de
amido para ser hidrolisado em açúcares solúveis durante o climatério
(BALBINO, 1997). CHAN JR et al., (1979) observaram que o teor de
açúcares totais aumenta lentamente durante os primeiros 110 dias do
desenvolvimento do fruto, chegando a 3,4 g/100 g de polpa, depois ocorre
um período de rápido incremento até um pico de 9,8 g/100 g, aos 135 dias
após a antese DAA. Nesses primeiros 110 dias a glicose é o açúcar
predominante, enquanto a sacarose e a frutose representam menor porção
dos açúcares totais. A partir daí, aumenta drasticamente a quantidade de
sacarose, que passa a predominar, enquanto diminuem os teores de glicose e
frutose. Aos 135 DAA, tendo atingido o pico de concentração, o teor de
sacarose decresce rapidamente e o de glicose e frutose aumentam, indicando
que a sacarose é hidrolisada a açúcares simples.
14
2.3 Desenvolvimento do fruto
As mudanças físicas e físico-químicas durante o desenvolvimento e
maturação dos frutos são usados como critérios importantes para determinar
padrões de maturidade, ponto de colheita e qualidade em vários frutos.
Durante a vida do fruto, esse passa por diversas etapas ou estádios
(Figura 2) com características bem definidas, sendo a conceituação dos
mesmos de fundamental importância para o entendimento das alterações que
ocorrem durante o desenvolvimento dos frutos.
Figura 2 Etapas do desenvolvimento fisiológico dos frutos. 1) Início da
formação da polpa; 2) Termino do crescimento em tamanho; 3) Início do
período de consumo, mas, ainda imaturo; 4) Período ótimo de consumo; 5)
Predominância de reações degradativas e 6) Não utilizável para consumo,
(RYALL; LIPTON, 1979).
Chitarra; Chitarra (2005) utilizam as seguintes terminologias e
conceitos para caracterizá-los:
- Pré-maturação: como o nome indica, corresponde ao estádio de
desenvolvimento que antecede a maturação, e eralmente inclui a metade do
período entre a floração e a colheita. Esse estádio é caracterizado pelo
15
extensivo aumento de volume e termina quando o desenvolvimento do fruto
é apenas aceitável, mas não ótimo para o consumo.
- Maturação: pode ser definida como a sequencia de mudanças
bioquímicas, fisiológicas e estruturais dos frutos, conduzindo a um estado
que os torna comestíveis. Esse, entretanto, não é um estado fisiológico fixo,
pois, pode variar de um para outro fruto e, em alguns casos, as mudanças
podem ocorrer até em direções opostas. Por exemplo, em mamão, há uma
perda de ácido cítrico no fruto maduro, ao passo que, em bananas, ocorre o
inverso, ou seja, um acumulo desse ácido.
- Amadurecimento: é um evento interessante no ciclo vital dos
frutos, por transformá-los em produtos atrativos e aptos para o consumo
humano. É uma etapa intermediária entre o final do desenvolvimento e o
início da senescência, sendo um processo normal e irreversível.
- Pré-climatério: etapa da maturação que antecede a elevação bita
da produção de etileno e da atividade respiratória em alguns tipos de frutos.
- Climatério: corresponde a elevação súbita da produção
autocatalítica de etileno e da respiração em alguns tipos de frutos, induzindo
ao rápido amadurecimento dos mesmos (frutos climatéricos, ex.: mamão).
- Pós-climatério: fase de declínio na produção súbita de etileno e na
atividade respiratória de alguns tipos de frutos, indicativa do início de
senescência.
- Senescência: corresponde aos processos que ocorrem após a
maturidade fisiológica ou hoticultural e que, por serem predominantemente
degradativos, resultam na morte dos tecidos.
Segundo Chitarra; Chitarra, (2005) após a iniciação ou germinação,
o ciclo vital dos frutos é composto por três fases fisiológicas, embora uma
distinção precisa entre essas não seja viável. Essas fases correspondem ao
crescimento, à maturação e à senescência. O desenvolvimento (formação,
crescimento e maturação) das plantas e seus órgãos ocorre mediante uma
série dinâmica de processos fisiológicos e bioquímicos geneticamente
16
programados, culminando com a senescência e morte celulares. O
crescimento corresponde ao aumento irreversível do tamanho ou volume
celular, acompanhado pela biossíntese de novos constituintes celulares do
protoplasma, ao passo que a diferenciação celular diz respeito às mudanças
qualitativas nas células. As variações nos fatores ambientais (luz,
temperatura, precipitação pluviométrica, solo, etc.) tem influência marcante
na fase de desenvolvimento do produto no campo
O volume das células é o fator mais importante no crescimento do
fruto. A expansão celular, por sua vez, é influenciada pela plasticidade da
parede celular, pelo grau de desenvolvimento da parede secundária, pelo
turgor e pela resistência do epicarpo e de outras camadas protetoras. Esses
fatores são influenciados pelos reguladores de crescimento e pelo ambiente.
O crescimento ocorre por meio de diferentes processos fisiológicos e
metabólicos, entre os quais salientam os seguintes: inibição dos mecanismos
de oposição ao crescimento, canalização de nutrientes para o órgão em
crescimento, produção de energia necessária para o processo e estímulo dos
mecanismos biossintéticos. A vida dos frutos pode ser grosseiramente
separada em dois períodos de crescimento: a pré-antese, em que o
crescimento ocorre principalmente por divisão celular, e pós-fertilização, em
que a expansão celular é o evento principal do crescimento. A divisão celular
cessa gradualmente durante a antese, ao passo que a expansão celular inicia-
se e torna-se responsável pela última parte do aumento de volume do fruto
(CHITARRA; CHITARRA, 2005). Segundo Berilli et al., (2007) a fase de
crescimento é uma etapa de desenvolvimento do fruto onde ocorrem as
alterações quantitativas que resultam no aumento de peso, volume, diâmetro,
comprimento, cavidade ovariana e espessura de polpa desse órgão. Tal fase é
bastante influenciada por fatores do ambiente, como temperatura, radiação
solar e precipitação, além de fatores genéticos intrínsecos de cada material
vegetal.
17
Na vida do fruto, a maturação ocorre antes que o seu
desenvolvimento completo seja atingido, independentemente da planta mãe.
Após a maturação, não mais aumento no tamanho do fruto. Os frutos são
normalmente colhidos nesse estádio, após o qual, vivem utilizando-se dos
substratos acumulados. É um evento interessante no ciclo vital, por
transformá-los em produtos atrativos e aptos para o consumo humano. É
uma etapa intermediária entre o final do desenvolvimento e o início da
senescência, sendo um processo normal e irreversível; porém, pode ser
retardado com o uso de meios adequados. Essa fase é discutida sobre dois
aspectos: pode ser entendida como a manifestação da senescência, na qual a
organização intracelular começa a ser destruída; e/ou representa o estádio
final da diferenciação e, por isso, é um processo dirigido que requer a síntese
de enzimas específicas. Inicia-se, em geral, antes que o crescimento termine
e inclui diferentes alterações na composição, que variam de acordo com o
tipo de fruto. Esse emerge de um estádio incompleto, atingindo o
crescimento pleno e máxima qualidade comestível. Grande parte do processo
ocorre com o fruto ainda não colhido. A fase final da maturação e designada
como amadurecimento, sendo, porém, excluída do desenvolvimento, uma
vez que nessa etapa predominância de processos degradativos
(CHITARRA; CHITARRA, 2005).
O amadurecimento é considerado como o aprimoramento do
conjunto de processos que ocorrem desde os últimos estádios de
desenvolvimento, até as etapas iniciais da senescência, resultando em
características de estética e qualidade para o fruto. Nessa fase, há um
aprimoramento das características sensoriais, ou seja, sabores e odores
específicos desenvolvem-se em conjunto com o aumento da doçura, com a
redução da acidez e da adstringência. O fruto torna-se macio e mais colorido
em decorrência da degradação da clorofila e do desenvolvimento acentuado
de pigmentos carotenóides e/ou flavonóides. Portanto, o amadurecimento
corresponde basicamente às mudanças nos fatores sensoriais: sabor, odor,
18
cor e textura, que tornam o fruto aceitável para o consumo. Algumas dessas
mudanças podem ser detectadas por análise ou observação visual das
transformações físicas, ou pela análise das transformações endógenas, como
mudanças nos teores de pigmentos, ácidos, taninos, carboidrato, pectinas,
etc. Essas transformações parecem estar sincronizadas e encontram-se,
provavelmente, sob controle genético. Essa afirmativa tem suporte no fato de
que o intervalo entre a antese e o amadurecimento, em condições climáticas
similares, é relativamente constante, para um determinado fruto
(SALUNKHE; DESAI, 1984).
A senescência é considerada como o período na vida de um órgão
vegetal, no qual os processos anabólicos (sínteses) diminuem, havendo
predominância dos processos catabólicos (degradações), que são
responsáveis pelo envelhecimento e morte dos tecidos. Nos frutos, esses
processos bioquímicos do envelhecimento substituem as trocas químicas do
amadurecimento. A senescência pode ocorrer antes ou após a colheita e
ocorre porque, na fase final, a capacidade de síntese do tecido vegetal é
muito limitada. Dentro de um curto espaço de tempo, as transformações
irreversíveis tendem para o lado das degradações, o que determina a
perecibilidade do órgão vegetal (SALUNKHE; DESAI, 1984).
Não uma distinção bem delineada entre amadurecimento e
senescência, embora cada um dos processos que contribuem para a síndrome
da senescência conduza diretamente a morte dos tecidos. O processo de
senescência aumenta a probabilidade de morte, não porque há
predominância de reações catabólicas, mas, também, porque desidratação
dos tecidos ou invasão acentuada de microorganismos.
Embora os frutos apresentem diferenças na sua morfologia e em sua
composição, todos são similares em suas atividades fisiológicas e em seu
comportamento metabólico. Para que ocorra um completo desenvolvimento
fisiológico, bem como para que ocorram as alterações metabólicas, o fruto
depende da planta mãe no que diz respeito à fotossíntese que se realiza nas
19
folhas, à absorção de minerais e água pelas raízes, à taxa de transporte de
materiais orgânicos e inorgânico através do sistema radicular e, depende,
principalmente, dos fitormônios presentes ou sintetizados nos tecidos, que
regulam o processo de desenvolvimento e de amadurecimento (CHITARRA;
CHITARRA, 2005). Portanto é fundamental o conhecimento das diferentes
fases ou etapas da vida do fruto, não para a realização da colheita na
época apropriada, mas também para a utilização de tecnologias que
propiciem a manutenção da qualidade com aumento da vida útil do produto.
2.4 Ponto de colheita
O mamoeiro produz o ano inteiro; dessa forma, a operação de
colheita deve ocorrer uma ou mais vezes por semana, garantindo o controle
do índice de maturação.
Os frutos devem ser colhidos num momento de alto potencial de
armazenamento, aliado à maturação suficiente, para garantir bom sabor e
boa textura, mesmo depois de armazenados. Procura-se colher os frutos no
estádio denominado maturidade fisiológica. Este é definido como o estádio
de desenvolvimento a partir do qual o fruto pode ser colhido e, ainda assim,
apresentará amadurecimento normal e expressará as características típicas da
variedade. É, portanto, o ponto de colheita teórico ideal. No entanto, na
prática, seu reconhecimento é difícil. A maturidade fisiológica é determinada
usualmente por características externas, como a mudança da cor da casca: de
verde-escura para verde-clara. O período necessário para que o fruto atinja a
maturidade fisiológica é de quatro a seis meses, a partir da abertura da flor,
dependendo de inúmeros fatores, como cultivar, condições climáticas e
tratos culturais, entre outros (JACOMINO et al., 2003).
20
A colheita no estádio de maturação inadequado é um dos problemas
que contribuem para aumentar as perdas pós-colheita de mamão. O fruto
colhido muito maduro apresenta boa qualidade sensorial, porém curto
período de conservação, e normalmente não suporta o tempo e as condições
de transporte e comercialização até o consumidor final. o fruto colhido
mais verde é mais resistente aos danos mecânicos e demora mais a
amadurecer, mas apresenta qualidade insatisfatória (ROCHA, 2005).
O fruto colhido antes da maturidade fisiológica não amadurece
adequadamente. O ponto de colheita influencia principalmente a
pigmentação do fruto e a percentagem de sólidos solúveis. O teor de açúcar
no fruto sofre poucas variações após a colheita, pois o mamão é um fruto que
não acumula amido. Assim, para que apresente boa qualidade, ele já deve ser
colhido com teor de açúcar elevado. Quanto à coloração, frutos que
apresentam 100% da casca verde no momento da colheita geralmente não
desenvolvem coloração satisfatória quando comparados aos de estádios mais
adiantados (FONSECA, 2002).
Embora o ponto de colheita seja de vital importância para a obtenção
de frutos de melhor aroma e sabor, associados a um potencial de
armazenamento adequado, não existe um método eficiente para identificação
desse ponto e para classificação dos frutos por estádio de maturação.
A escolha é de fundamental importância para que o fruto chegue aos
supermercados em condições ótimas para consumo. A distância
compreendida entre o local de produção e o mercado consumidor é usada
como critério na hora da escolha do ponto de colheita (CARVALHO et al.,
1992). O mesmo autor, estudando a qualidade de mamão papaya
comercializado em Porto Alegre-RS, afirma que as variações observadas na
composição química dos frutos se devem ao estádio de maturação, sendo que
frutos maduros possuem maior teor de sólidos solúveis e menor acidez
titulável em relação a frutos ainda verdes.
21
Em termos práticos, tem-se usado a coloração da casca do fruto na
colheita. A identificação de cada estádio é feita por características visuais,
conforme apresentado na Tabela 1.
Tabela 1 Descrição das principais características visuais nos diferentes
estádios de maturação dos frutos de mamão (Carica papaya L.)
Ponto de
colheita
Características visuais
Fruto crescido e desenvolvido (100% verde);
Casca do fruto passa de verde para verde claro;
Estádio 0
Polpa interna branca amarelada com pequenas manchas róseo claras.
Conhecido como estádio de uma pinta (15% da superfície da casca
amarela);
Casca do fruto com verde mais claro;
Uma estria amarela quase imperceptível (base do fruto);
Estádio 1
Estádio usado para frutos destinados a mercados de exportação (por
via aérea) ou para grandes distâncias (1000 a 2000Km).
Estádio de duas pintas (25% da superfície do fruto amarela);
Casca com verde claro em toda superfície do fruto;
Duas estrias amareladas bem perceptíveis (na base);
Polpa interna com coloração amarela pálida na região próxima a
casca e amarela avermelhada próxima aos ovários;
Estádio 2
Estádio utilizado para frutos exportados via aérea ou para mercados
internos com distancia de 500 a 1000 km do local de produção.
Estádio de três pintas (50% da superfície do fruto amarela);
3 a 4 estrias amareladas bem perceptíveis;
Polpa amarela avermelhada próxima a casca e vermelha alaranjada
próxima aos ovários;
Estádio 3
Frutos comercializados para mercados com distancias de ate 500 km
do local de produção.
Fonte: Sanches (2003)
Em termos gerais, o mamão amadurece uniformemente e alcança
qualidade superior quando sua coloração externa passa de verde escuro a
verde claro, com uma ou duas estrias amareladas (BLEINROTH, 1995).
Existe ainda, uma linha de estudo que correlaciona a cor da casca com teor
de sólidos solúveis do fruto. Para o grupo ‘Solo’, por exemplo, o mesmo
autor afirma que esses frutos não devem ser colhidos com menos de 11,5% e
que este teor de sólidos solúveis corresponde a 6% de coloração amarela na
casca. Akamine; Goo (1971), estudando a relação entre a porcentagem de
coloração amarela na casca em mamão ‘Solo’, encontraram teor máximo de
22
sólidos solúveis (14,5 °Brix) em frutos com 80% de coloração amarela na
casca e que, para se alcançar este índice, o fruto deveria ser colhido com no
mínimo, 33% de coloração amarela na casca, visto que o teor de sólidos
solúveis é um dos principais atributos de qualidade.
23
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local do Experimento
O experimento foi conduzido em um pomar comercial de mamão da
empresa FrutaCor no município de Russas, CE (situado a 20m de altitude,
latitude 04° 56' 25''S e longitude 37° 58' 33''W), durante o ciclo produtivo de
2008. A temperatura média anual do local é 26
o
C, umidade relativa 63% e
evaporação total, 4,5 mm (estação total Meu IrriWise- EB 1). Foram
utilizadas plantas de mamoeiro do grupo ‘Formosa’ híbrido ‘Tainung 01’
com 5 meses de idade, espaçadas 2m entre fileiras e entre plantas. O talhão
utilizado no experimento possui uma área de 4 hectares (ha) com orientação
leste-oeste, o qual foi implantado em 19 de março de 2008, utilizando mudas
certificadas da empresa Top Plant (Mossoró-RN), dispostas em 94 fileiras
com uma densidade de plantas de 1410 plantas/ha. Antes da implantação do
pomar, o solo foi corrigido para elevar o pH a 5,5-6,0 com 4 toneladas de
calcário dolomítico aplicados de forma parcelada, sendo 2 toneladas
aplicadas em junho de 2007 e as outras 2 toneladas em fevereiro de 2008. O
pomar é fertirrigado, por sistema de gotejamento (microirrigação), com
gotejadores distanciados 40 cm entre si e vazão de l,5 l/h e a linha de
irrigação distanciada 30 cm em ambos os lados das plantas.
Na primeira quinzena de agosto foram identificadas 160 plantas, e
em cada planta, três flores hermafroditas já fecundadas, ou seja, com
diâmetros variando de 1 a 1,5cm (0 dia após a frutificação efetiva) foram
marcadas em inserções foliares distintas (Figura 3). Em cada inserção foliar,
foi selecionada apenas uma flor, sendo realizado desbaste das demais, de
modo a resultar um fruto por inserção foliar. Os frutos de idade conhecida,
provenientes do desenvolvimento das flores marcadas, foram colhidos ao
24
longo dos 4,5 meses seguintes para a avaliação de seu desenvolvimento. O
intervalo entre a coleta das amostras foi semanal no primeiro mês (28 dias) e
após 88 dias do desenvolvimento do fruto, e quinzenal dos 28 aos 88 dias
após a marcação das flores. A coleta dos frutos foi feita ao acaso, durante o
período da manhã.
Após as coletas os frutos foram acondicionados em monoblocos
revestidos com jornal umedecido e transportado para a Embrapa
Agroindústria Tropical, para avaliação dos parâmetros físicos e químicos,
cerca de 4 horas após a colheita.
Figura 3 - Marcações de flores hermafroditas em mamoeiro do grupo
Formosa ‘Tainung 01’, Russas-CE, 2008.
25
3.2 Análises físicas
3.2.1 Dimensões do fruto
Para as medições dos frutos foi utilizado um paquímetro digital
(Fowler Sylvac) com precisão de 0,02mm a 0,03mm. O comprimento
longitudinal foi medido desde a inserção do pedúnculo até a cicatriz do
estigma e o comprimento transversal foi medido na região equatorial (Figura
4). Para a medição da espessura da polpa e do diâmetro da cavidade
ovariana, fez-se um corte transversal na região mediana do fruto. A
espessura média da polpa foi determinada pela média entre a maior e a
menor espessura da polpa, uma vez que o fruto, cortado transversalmente,
apresenta a cavidade ovariana de formato estrelado. O diâmetro da cavidade
ovariana compreendeu a medida da linha traçada entre duas pontas da estrela
(CALEGARIO, 1997).
Figura 4 - Determinação do comprimento transversal e longitudinal de
mamão formosa ‘Tainung 01’, Fortaleza-CE, 2008.
26
3.2.2 Matéria fresca e matéria seca
Para a obtenção da matéria fresca total de cada fruto, foi utilizada
uma balança semi-analítica. Foi feito um corte transversal e outro
longitudinal no fruto e as sementes foram separadas da polpa e pesadas antes
e após secagem em estufa. Após retirada das sementes, uma das metades
resultantes do corte longitudinal foi pesada, cortada em cubos e secada em
estufa sob ventilação forçada a 70°C, até peso constante. Com a porção
mediana da outra metade, foram realizadas as análises químicas.
3.2.3 Firmeza da polpa
Para a determinação da firmeza de polpa utilizou-se de um
texturômetro digital Stable Micro Systems, modelo TA.XT2i com ponteira
de 2mm (até os 28 dias) e de 6mm para as demais avaliações (Figura 5). A
epiderme foi removida com um descascador em dois pontos distintos na
região de maior diâmetro. Considerando-se que a pressão que provoca a
ruptura da polpa é equivalente à relação entre a força aplicada na ponteira e a
área da mesma, foram feitos cálculos para uniformizar os resultados obtidos
com a utilização de ponteiras diferentes Os dados foram expressos em
Kgf.cmm
-2
, considerando a média das duas leituras.
27
Figura 5 - Texturômetro digital Stable Micro Systems, modelo TA.XT2i
3.2.4 Coloração da casca e da polpa
A coloração da casca e da polpa foi determinada por reflectômetria,
utilizando-se um colorímetro CR-300 (Konica Minolta
®
, Japão), calibrado
em superfície de porcelana branca sob condições de iluminação. As leituras
foram expressas no módulo L, c e °h que, segundo a CIE (Commission
Internacionale de L’Eclaraige), definem a cor: L, que corresponde à
luminosidade (brilho, claridade ou refletância; 0 = escuro/opaco e 100 =
branco); C, o croma (saturação ou intensidade da cor; 0 = cor impura e 60 =
cor pura); e °h, o ângulo Hue (tonalidade; = vermelha; 90º = amarelo;
180º = verde; 270º = azul). As medidas foram feitas tomando-se 2 pontos
eqüidistantes. Sendo os resultados expressos em ângulo hue (h°),
considerando a média das duas leituras.
28
3.3 Análises físico-químicas
3.3.1 Preparo das amostras para as determinações físico-químicas
Após as avaliações físicas, extraiu-se a polpa comestível,
utilizando-se uma centrifuga doméstica modelo RI 6720 marca Philips-
Wallita. Parte do extrato foi utilizado para a análise imediata dos sólidos
solúveis, outra parte foi acondicionado em copos filmes e armazenado em
ultra-freezer a -70°C, para posterior determinação de açúcares totais e
acidez. Também foram armazenados casca e polpa envoltos em papel
alumínio, para determinação de clorofila e de carotenóides totais.
3.3.2 Clorofilas na casca
Aproximadamente 1,0 g de casca foi retirado em diversos pontos
igualmente distribuídos na superfície do fruto. O tecido foi macerado, em
câmara escura, em 7,0 mL de acetona 80% com areia lavada. O extrato foi
filtrado em papel ‘J prolab’, com porosidade de 14 L.s
-1
m
-2
e diâmetro de
11,5 cm, protegido contra a luminosidade, envolvendo-se os balões
volumétricos com papel-alumínio. O filtro foi lavado duas vezes com 7,0 mL
de acetona 80% e o volume completado para 25 mL. As absorbâncias do
extrato foram lidas em um espectrofotômetro (Spectronic
®
Genesys
TM
2) nos
comprimento de ondas de 646,8 e 663,2 nm, utilizando cubetas de quartzo.
O conteúdo de clorofilas a (Ca), b (Cb) e total foram determinados segundo
as equações proposta por (LICHTENTHALER, 1987):
29
Clorofila a (ug.mL
-1
) = 12,25 x A
663,2
- 2,79 x A
646,8
Clorofila b (ug.mL
-1
) = 21,5 x A
646,8
- 5,10 x A
663,2
Clorofila Total (ug.mL
-1
) = 7,15 x Abs
663,2
+ 18,71 x Abs
646,8
Abs
663,2
e Abs
646,8
: absorbâncias nos respectivos comprimentos de
onda.
Para transformar os valores encontrados em ug.mL
-1
para ug.g
-1
, faz-
se necessário a multiplicação desse resultado por 25mL (volume do balão)
dividindo-se pelo peso da amostra.
3.3.3 Carotenóides na casca e na polpa
Os carotenóides da casca foram avaliados no mesmo extrato
utilizado para o cálculo das clorofilas, seguindo-se o mesmo procedimento,
sendo as leituras das absorbâncias realizadas em comprimento de onda de
646,8, 663,2 e 470 nm, utilizando-se a equação proposta por
(LICHTENTHALER, 1987).
Carotenóides Total (ug.mL
-1
)=[1000 x Abs
470
- (1,82 Ca - 85,02 x Cb)]/198
Para a determinação dos carotenóides na polpa, o procedimento foi
idêntico ao descrito para a casca, tendo sido retirado cerca de 3,0 g de polpa
em vários pontos da região mediana do fruto.
Para transformar os valores encontrados em ug.mL
-1
para ug.g
-1
, faz-
se necessário a multiplicação desse resultado por 25mL (volume do balão)
dividindo-se pelo peso da amostra.
30
3.3.4 Sólidos Solúveis
Para a determinação de sólidos solúveis retirou-se uma amostra da
polpa de cada repetição, que foi processada em uma centrifuga, modelo RI
6720 marca Philips-Walita, sendo o suco resultante filtrado em papel filtro e
avaliado em refratômetro digital modelo PR-101 pallete (Attago co, Ltd,
Japan), com escala variando de 0 até 45% e compensação automática de
temperatura. Os resultados foram expressos em porcentagem (%).
3.3.5 Acidez Titulável
A acidez total titulável foi determinada em duplicata, utilizando-se
uma alíquota de suco (1g), à qual foram adicionados 50 mL de água
destilada e três gotas de fenolftaleína alcoólica 1%, titulando-se com solução
de NaOH 0,1N, previamente padronizada, até atingir o ponto de viragem,
caracterizado pelo surgimento da cor rosada. Em seguida, os resultados
foram calculados e expressos em porcentagem (%) de ácido cítrico
(INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 1985).
Para a determinação do cálculo de percentagem de acidez utilizou-se
a fórmula:
Acidez (%) =10 x F
ácido
x F
NaOH
x V
NaOH
(mL) / m(g)
F
ácido
= Fator de correção obtido na padronização do ácido cítrico
F
NaOH
= Fator de correção obtido na padronização do NaOH
V
NaOH
= Volume gasto na titulação da amostra (ml)
M = massa de polpa (g)
31
3.3.6 Açúcares Solúveis Totais
Os açúcares solúveis totais foram determinados utilizando-se o
reagente de Antrona, conforme Yemn e Willis (1954). Foi obtido um extrato
através da homogeneização de aproximadamente 1g de polpa e 50 ml de
água destilada, sendo posteriormente filtrado em papel filtro para um balão
volumétrico de 250 ml, que em seguida foi aferido com água destilada.
Desta solução, 500 µl (mamão até 21 dias), 250ul (mamão entre 28 e 73
dias), 200ul (mamão com 88 dias), 150ul (mamão com 95 dias), 100ul
(mamão entre 102 e 123 dias) e 50ul (mamões a partir dos 130 dias) foram
retirados e depositados em tubos de ensaio rosqueável, adicionando
posteriormente 500, 750, 800, 850, 900 e 950ul de água destilada
respectivamente, para a obtenção de um volume final de 1ml. Feito isso os
tubos foram colocados em banho de gelo para a adição de 2ml de antrona,
em seguida agitou-se em vórtex, colocou-se em banho de gelo novamente e
logo após em banho maria na temperatura de 100°C, por 5 minutos. Ao
retirá-los do banho maria os tubos de ensaio retornaram ao banho de gelo
para serem resfriados. As amostras foram lidas em espectrofotômetro a 620
nm.
Os cálculos para obtenção do teor de açúcares solúveis totais foram
realizados com base nas fórmulas a seguir:
Resultado = Peso (g) x alíquota (ml) x 1.000.000
Diluição (ml)
% açúcar = Média da concentração x 100
Resultado
32
3.4 Análises pós-colheita
A partir dos 123 dias após a frutificação efetiva (DAFE), foram
coletados 6 frutos, par compor uma amostra de três repetições, sendo cada
repetição, composta por dois frutos. Esses frutos foram armazenados em
temperatura ambiente 25±2ºC e 60±2% UR, para posterior verificação da
sua maturação. Foram realizadas análises de firmeza de polpa, sólidos
solúveis, acidez titulável e açúcares solúveis totais.
3.5 Delineamento experimental
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com 5
repetições, sendo cada repetição composta por 3 frutos.
Utilizou-se o DIC, porque o solo era homogêneo, as plantas eram de
mesma idade, oriundas de mudas certificadas, o sistema de irrigação era todo
sistematizado com monitoramento automático de pressão, vazão, turno de
rega,etc.
3.6 Análise Estatística
Os dados foram submetidos à análise de variância e todas as análises
foram efetuadas através do programa SISVAR. A partir dos resultados foram
ajustados modelos de regressão através do programa Table Curve (Jandel
Scientific, 1991). A equação mais adequada foi obtida em função do R
2
(coeficiente de determinação), das significâncias dos parâmetros das
33
equações e dos desvios de regressão. Foi aplicado o teste de Tukey ao nível
de 5% de probabilidade para os tratamentos qualitativos (pós-colheita).
34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Características físicas
4.1.1 Matéria fresca e matéria seca
A matéria fresca total, da polpa e das sementes (Figuras 6 e 7)
seguiram um padrão sigmoidal simples, conforme enfatiza AWAD (1993),
caracterizado por um crescimento inicial rápido até 88 dias após a
frutificação efetiva (DAFE), seguido por um crescimento lento. O período de
maior ganho de massa fresca total e do fruto ocorreu dos 28 aos 88 DAFE,
ganhando nesse período 84,7% da sua massa total (Figura 6). O
conhecimento das diferentes fases fenológicas envolvidas no
desenvolvimento dos frutos são importantes não somente para definir o
momento ideal de colheita, mas, também para viabilizar o manejo com
irrigação e nutrientes no solo.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 30 60 90 120 150
MATÉRIA FRESCA (g)
DIAS APÓS FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
Matéria Fresca Total
Matéria Fresca da Polpa
y = 1248,45/(1 + exp(-x - 62,00)/17,95)) r² = 98,46
y = 1313,48/(1 + exp(-x - 62,08)/17,76)) r² = 98,57
35
Figura 6 - Matéria fresca total e da polpa durante o desenvolvimento de
mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados observados.
Da mesma forma que a matéria fresca da polpa, a maior taxa de
acúmulo de matéria fresca das sementes, de 92,6%, ocorreu dos 28 aos 88
DAFE (Figura 7). Ao contrário da polpa, que continuou o acúmulo de
matéria até os 144 DAFE, a semente praticamente cessou a taxa de
crescimento aos 123 DAFE, portanto 14 a 21 dias antes da polpa (Figura 7).
Semelhante a este resultado, CALEGARIO (1997) verificou que sementes
de mamão Sunrise Solo Improved Line 72/12, cessam crescimento 10 a 20
dias antes da polpa.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 30 60 90 120 150
MATÉRIA FRESCA DAS SEMENTES (g)
DIAS APÓS FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
y = 65,63/(1 + exp(-x – 64,91)/14,32)) r² = 97,04
Figura 7 - Matéria fresca das sementes durante o desenvolvimento de
mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados observados.
Verificaram-se valores médios para peso, variando de 1285 a 1300g,
quando os frutos atingiram a maturidade fisiológica (130 DAFE). Entretanto,
Yamanish et al., (2005) e Costa e Pacova (2003), citam que o peso
intermediário (800 e 1100g) de mamão do grupo Formosa é preferido para o
mercado. Souza (1998) cita uma faixa de variação com valores
compreendidos entre 1202 g e 1352 g. Estes extremos são referentes ao
híbrido ‘Tainung 01’ colhidos no estádio de maturação 1 e 2,
respectivamente. Junior et al., (2007) verificaram que os mamões, do grupo
36
Formosa comercializados na CEASA de Campina Grande, tinham peso
médio de 1530,7g.
A matéria seca total (MST), matéria seca da polpa (MSP) e matéria
seca das sementes (MSS), também apresentaram padrão de crescimento
sigmoidal (Figuras 8 e 9). Verifica-se na figura 8 que 50% da matéria seca
total e da polpa, formaram-se até os 102 DAFE. O acúmulo de matéria seca
parece estar relacionado principalmente ao aumento no volume das paredes
celulares do pericarpo. Aumento esse, decorrente principalmente das
divisões celulares e da expansão das células do parênquima do fruto (ROTH
e CLAUSNITZER, 1972).
0
50
100
150
200
250
0 30 60 90 120 150
MATÉRIA SECA (g)
DIAS APÓS FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
Matéria Seca Total
Matéria Seca da Polpa
y = 341,22/(1 + exp(-x – 135,24)/36,81)) r² = 98,40
y = 342,77/(1 + exp(-x – 139,12)/37,57)) r² = 98,47
Figura 8 - Matéria seca total e da polpa durante o desenvolvimento de
mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados observados.
Os outros 50% da matéria seca total e da polpa se deu no período
compreendido entre 109 e 144 DAFE, ou seja, em menos de um terço do
tempo que o fruto levou para completar seu desenvolvimento. Estes dados
são coerentes com os obtidos por QIU et al. (1995), que observaram maior
incremento em peso da matéria seca, dos frutos de mamoeiro da variedade
Kapoho Solo, após 130 dias de crescimento.
37
Praticamente a partir dos 102 DAFE, a semente não acumulou mais
matéria seca (Figura 9), seu maior acúmulo ocorreu nos períodos
compreendidos entre 43 e 102 dias DAFE. O acúmulo rápido de matéria seca
em semente deve-se, principalmente, ao fato de constituir-se um órgão de
dispersão e perpetuação de espécies.
0
2
4
6
8
10
12
14
0 30 60 90 120 150
MATÉRIA SECA DAS SEMENTES (g)
DIAS APÓS FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
y = 10,94/(1 + exp(-x – 73,41)/11,89)) r² = 96,58
Figura 9 - Matéria seca das sementes durante o desenvolvimento de mamão
‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados observados.
4.1.2 Dimensões do Fruto
Os frutos apresentaram uma elevada taxa de crescimento até
aproximadamente 73 DAFE, seguido por uma fase de crescimento lento, que
compreende o período entre os 73 a 102 dias, após os quais, seguiu-se uma
fase de estabilidade, sem mudança aparente nas dimensões, indicando que o
tamanho definitivo do fruto foi atingido nesse período (Figura 10 e 11).
Yamanishi et al., (2005), verificaram em mamão Formosa que esse
crescimento lento do comprimento longitudinal se deu no período
38
compreendido entre 63 e 126 dias após a frutificação efetiva (DAFE), e para
comprimento transversal, isso ocorreu a partir dos 105 DAFE.
Os valores encontrados nesse experimento de 23,56 e 11,06cm para
comprimento longitudinal e transversal, respectivamente, se aproximam
daqueles encontrados em mamão ‘Tainung 01’ por Júnior et al. (2007) de
25,60cm e 10,95 cm, respectivamente. Berilli et al. (2007) relatam que
períodos com temperaturas mais elevadas, propiciam o desenvolvimento de
frutos de mamão com maiores comprimentos e menores diâmetros. Isso é
importante do ponto de vista comercial, pois os grandes mercados
consumidores preferem frutos mais alongados e cilíndricos (Manica, 1996).
Verifica-se, aos 88 DAFE, que os frutos apresentaram médias de
peso (1065g), comprimento longitudinal (22,8cm), comprimento transversal
(10,45cm), cavidade ovariana (45,25mm) e espessura de polpa (27,74mm),
adequados para a colheita, sem, no entanto, terem atingido valores ideais
para outras características, como teores de SS (5,61ºBrix), além de
apresentarem altos teores de clorofila na casca (451,14ug.g
-1
) e baixos teores
de carotenóides na polpa (1,27 ug.g
-1
).
Observem que o comprimento longitudinal, transversal, cavidade
ovariana e espessura de polpa apresentaram crescimento sigmoidal simples,
corroborando com o trabalho realizado por Calegario (1997) com mamão
Sunrise Solo Improved Line 72/12.
É possível observar na figura 10, que o aumento do crescimento
longitudinal é maior que o transversal, caracterizando o formato alongado do
fruto, formato, esse, preferido pelo mercado consumidor, pois apresenta um
maior rendimento de polpa. Em frutos oriundos de flor feminina, o
crescimento transversal se assemelha ao longitudinal, originado frutos quase
esféricos apresentando baixo rendimento de polpa.
Na figura 11 ficou claro que a cavidade ovariana cresce e cessa seu
crescimento junto com as sementes (figura 7), deixando explícito a relação
entre os dois.
39
0
5
10
15
20
25
0 30 60 90 120 150
COMPRIMENTO (cm)
DIAS APÓS FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
Comp.Transversal
Comp. Longitudinal
y = 11,09/(1 + exp(-x – 35,50)/18,83)) r² = 99,16
y = 23,57/(1 + exp(-x – 29,92)/17,96)) r² = 98,63
Figura 10 Comprimento transversal e longitudinal durante o
desenvolvimento de mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
-
dados observados.
0
10
20
30
40
50
60
0 30 60 90 120 150
CAVIDADE E ESPESSURA (mm)
DIAS APÓS FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
Cavidade Ovariana
Espessura de Polpa
y = 51,34/(1 + exp(-x – 44,50)/21,09)) r² = 98,07
y = 28,53/(1 + exp(-x – 30,74)/16,10)) r² = 99,20
Figura 11 Cavidade Ovariana e Espessura de Polpa durante o
desenvolvimento de mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
-
dados observados.
40
4.1.3 Firmeza de polpa
Observou-se a partir do período inicial de análise, um declínio
gradual nos valores de firmeza da polpa de frutos de mamão (Figura 12),
indicando haver amaciamento dos tecidos do fruto. A taxa de declínio da
firmeza dos tecidos oscilou em torno de 68,7% até 144 DAFE. O
amaciamento dos tecidos do mamão está associado, em grande parte, as
atividades das enzimas pectinametilesterase e poligalacturonase. Bicalho,
(1998) observou que a atividade da pectinametilesterase aumentou
gradualmente durante o amadurecimento do mamão. Entretanto, acredita-se
que a atividade da enzima poligalacturonase seja efetivamente responsável
pelo maior declino na firmeza do mamão Bicalho, (1998). Paull e Chen
(1983) observaram que o pico de atividade da poligalacturonase do mamão
ocorre quando a cor da casca encontra-se com 40 a 60% de cor amarela.
Possivelmente devido a isso não foi observado queda drástica da firmeza da
polpa, pois os frutos analisados nesse trabalho atingiram
aproximadamente 25% da coloração da casca amarela (144 DAFE).
41
0,30
0,35
0,40
0,45
0,50
0,55
0 30 60 90 120 150
FIRMEZA DE POLPA (kgf/m)
DIAS APÓS A FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
y = 0,55 – 0,02x
0,5
r² = 84,46
Figura 12 Firmeza de Polpa durante o desenvolvimento de mamão
‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados observados.
4.1.4 Cor da casca e da polpa
A intensificação da cor verde na casca do fruto, medida pelo ângulo
hue (°h), é acompanhada pelo aumento da quantidade de clorofila e
carotenóides na casca até os 88 dias (Figuras 14 e 16). A coloração dos
frutos aos 88 dias após a frutificação efetiva, apresentou valor médio de
ângulo hue de 128°, correspondendo a cor verde escura na casca (Figura 14).
Os carotenóides e clorofilas da casca também tiveram um ligeiro aumento,
atingindo a concentração máxima, aos 88 dias, de 451,14 e 212,33ug.g
-1
,
respectivamente, (Figura 16). Porém a partir deste período houve o declínio
da cor verde em razão da mudança da coloração do fruto de um verde escuro
para um verde claro devido à redução da quantidade de clorofila na epiderme
do fruto. Este decréscimo na quantidade de clorofila está relacionado com a
atividade enzimática das clorofilases (KAYS, 1991).
42
Verifica-se na figura 14 uma queda acentuada nos valores do ângulo
hue a partir dos 123 DAFE, mostrando indícios de maturidade fisiológica,
porém Bleinroth e Sigrist (1989) advertem que, mesmo que o fruto tenha
atingido a maturidade fisiológica aos 120-140 dias após a antese, no caso de
não apresentar estrias amarelas na casca, existe a possibilidade do fruto não
amadurecer corretamente após a colheita, permanecendo verde, perdendo
umidade e, conseqüentemente, enrugando, desse modo, quanto maior a
porcentagem de coloração amarela na casca do fruto no momento da
colheita, melhor é a qualidade da polpa atingida depois do amadurecimento.
Por outro lado, quanto mais verde a casca no momento da colheita, maior
será o tempo de conservação do produto.
Aos 130 DAFE, o fruto apresentou valor de ângulo hue de 122°
(Figura 14), que corresponde ao aspecto do fruto mais utilizado como ponto
de colheita para comercialização que equivale ao “estádio 1” (15% da casca
amarela) na escala de Sanches (2003), evidenciando dessa forma a
maturidade fisiológica. Bron (2006), trabalhando com mamão ‘Golden’,
diferenciou os estádios 0, 1, 2 e 3 de maturação quanto a cor da casca, que
apresentaram na caracterização 110,8, 108,3, 105,3 e 101,5° (Hue)
respectivamente.
Silva (1995), Akamine e Goo (1971) e Birth et al., (1984)
detectaram o surgimento da coloração amarela ao redor dos 130 dias após a
antese. Observe que mesmo sendo cultivado em locais diferentes e com
material diferente o aparecimento da coloração amarela culmina com o
período relatado por esses autores.
43
Figura 13 - Frutos de mamoeiro ‘Tainung 01’, aos 7 (A), 14 (B), 21 (C), 28
(D), 43 (E), 58 (F), 73 (G), 88 (H), 95 (I), 102 (J), 109 (K), 116 (L), 123
(M), 130 (N), 137 (O) e 143 dias (P) após a frutificação efetiva,
representando a evolução da coloração da casca durante o
desenvolvimento, cultivado em Russas-CE.
44
100
105
110
115
120
125
130
135
0 30 60 90 120 150
COR DA CASCA h)
DIAS APÓS FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
y = 114,35 + 0,36x – 0,002x
2
r² = 74,56
Figura 14 – Cor da casca durante o desenvolvimento de mamão ‘Tainung
01’, cultivado em Russas-CE.
- dados observados.
De acordo com o sistema CIELAB 1976, se o ângulo hue ou h
estiver entre 0 e 90°, quanto maior ele for mais amarelo é o fruto e quanto
menor ele for mais vermelho é o fruto. Pode-se observar na figura 15, que os
valores de h obtidos para os frutos nos diferentes períodos de
desenvolvimento, no intervalo de 14 aos 102 dias, permaneceram constantes
em torno dos 108º, correspondendo a uma coloração verde claro.
A partir dos 109 DAFE, a polpa começou a adquirir coloração rósea
na periferia da cavidade do fruto e essa coloração intensificou-se a partir de
então, de forma que, aos 130 dias o valor do ângulo hue diminui quase 50%
chegando ao valor de 56° correspondendo a uma coloração amarelo
alaranjada. Calegario (1997) pôde observar a mudança de coloração da
polpa aos 130 dias após a antese (DAA). A mudança de cor da polpa ocorreu
do centro para a periferia e do ápice para a base do fruto, reiterando as
afirmações de ROTH e CLAUSNITZER (1972) de que o amadurecimento
não se inicia uniformemente dentro do fruto.
45
40
50
60
70
80
90
100
110
120
0 30 60 90 120 150
COR DA POLPAh)
DIAS APÓS FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
y = 54,38 + ((54,50/1 + exp(-x-120,54)/ -2,91)) r² = 98,17
Figura 15 Cor da polpa durante o desenvolvimento de mamão ‘Tainung
01’, cultivado em Russas-CE.
- dados observados.
4.2 Características físico-químicas
4.2.1 Clorofila e carotenóides da casca
Pode-se observar na figura 16 que ocorreu síntese de clorofila e
carotenóides na casca do mamão até aos 88 DAFE, apresentando nesse
período seus valores máximos de 451,14 e 212,33ug.g
-1
, respectivamente. A
partir desse período até 144 DAFE, observou-se queda nos teores de
clorofila e carotenóides da casca. Ao contrário destes resultados, FONSECA
et al. (2007), observaram em mamão ‘Golden’ decréscimo de clorofila e
aumento de carotenóides com o amadurecimento do fruto. Enquanto,
CALEGARIO (1997) detectou em mamão ‘Sunrise Solo Improved Line
72/12’ queda no teor de clorofila somente após 110 DAA e carotenóides a
partir de 40 DAA.
46
Yamanishi et al. (2005), observaram em mamão Formosa ‘Tainung
01’, cultivado em Brasília, no período de novembro a maio, que os teores de
clorofila caíram de modo significativo a partir dos 126 dias após a
frutificação efetiva.
A quantidade de clorofila da casca do mamão Formosa aos 130
DAFE foi de (331,4 ug/g), quando a cor da casca apresentava as primeiras
estrias amarelas, foi superior aos teores detectados em mamão ‘Sunrise Solo’
(192,35 ug/g) e ‘Golden’ (104,6 ug/g casca) por FONSECA et al. (2007), no
referido estádio de maturação.
De acordo com Kays (1991), a perda de clorofila é mediada por um
aumento na atividade da enzima clorofilase, que degrada a molécula de
clorofila. O referido autor argumenta, que paralelo a essa degradação não
ocorre síntese de carotenóides, em alguns frutos, e sim exposição de
carotenóides (amarelo a vermelho) preexistentes. Isso pode ser observado
nesse trabalho, pois a partir da queda nos teores de clorofila, não houve
aumento nos teores de carotenóides (Figura 16).
0
100
200
300
400
500
600
0 30 60 90 120 150
CLOROFILA E CAROTENÓIDES (ug/g)
DIAS APÓS FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
Carotenóides da Casca
Clorofíla da Casca
y = 34,42 + 9,86x – 0,058x
2
r² = 78,25
y = 28,55 + 4,27x – 0,025x
2
= 83,23
Figura 16 Clorofila e carotenóides da casca durante o desenvolvimento de
mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados observados.
47
4.2.2 Carotenóides da polpa
Os pigmentos da polpa aumentaram significativamente após 109
DAFE (Figura 17). O acréscimo no teor de carotenóides até 144 DAFE foi
de 8,45 vezes em relação a 109 DAFE e 10,22 vezes em relação a 14 DAFE,
dando uma idéia de que quase não houve síntese de carotenóides no
intervalo de 14 aos 109 dias. Verificou-se, no inicio da pigmentação amarela
da casca, com 130 dias, que a polpa apresentou cerca de 29,4% do
carotenóides acumulado total, que era de 12,68 ug/g aos 144 DAFE. Ficou
evidenciado um aumento drástico a partir dos 130 dias, deixando claro a
possibilidade de ocorrência da maturidade fisiológica.
Kimura et al., (1991)
obtiveram teores de carotenóides na faixa de 32,4 - 50,11ug.g
-1
em mamão
Formosa.
Souza, (2004) observou comportamentos diferentes entre os teores
de licopeno e β-caroteno, quando se compara o estádio de maturação 1 e 2.
Para os frutos do híbrido ‘Tainung 01’ coletados em janeiro de 2003, houve
diferença significativa entre os dois estádios de maturação, tanto para
licopeno quanto para β-caroteno. Os teores médios foram de 20,3 µg/g e 27,3
µg/g de licopeno nos estádios de maturação 1 e 2, respectivamente. Quanto
ao β-caroteno foram de 4,1 µg/g no estádio de maturação 1 e 5,2 µg/g no
estádio de maturação 2. para os frutos coletados em fevereiro de 2004,
houve diferença significativa apenas entre os teores médios de licopeno, que
foram de 23,7 µg/g e 31,7 µg/g nos estádios de maturação 1 e 2,
respectivamente. Os teores médios de 2,8 µg/g e 2,1 µg/g para β-caroteno
nos estádios de maturação 1 e 2, respectivamente, não diferem
significativamente.
ROTH e CLAUSNITZER (1972) argumentam que o fruto do
mamão amadurece de dentro para fora, e que isto está associado a uma
desuniformidade anatômica entre as células do centro e da periferia do fruto.
48
As células da parte central do pericarpo dividem-se em vários planos,
diferenciam-se primeiro, aumentam mais de tamanho e são ricas em
cromoplastos de cor alaranjada, enquanto que as subepidérmicas ficam
pequenas por mais tempo e se adaptam ao crescimento por estiramento
tangencial, formando um tecido esponjoso de células contendo cloroplastos.
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
0 30 60 90 120 150
CAROTENÓIDES DA POLPA (ug/g)
DIAS APÓS FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
y = 1,24 + ((1187,32/1 + exp(-x-186,39)/ 9,14)) r² = 99,28
Figura 17 Carotenóides da polpa durante o desenvolvimento de mamão
‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados observados.
4.2.3 Sólidos Solúveis
Houve acréscimo no teor de sólidos solúveis (SS) durante o
desenvolvimento do fruto (Figura 18). Os valores oscilaram de 5,1 a 13,0%,
sendo que no início do desenvolvimento até aos 73 DAFE, não houve
aumento significativo na porcentagem de SS que permaneceu entre 5,1% e
5,3%. Enquanto, em mamão ‘Sunrise Solo’, foi verificado aumento no teor
de SS após 40 DAA por SILVA (1995) e após 120 dias em mamão Sunrise
Solo Improved Line 72/12, por Calegario (1997). Os mesmos atribuem tal
49
comportamento, a alta atividade metabólica dos tecidos, verificada pelo
grande incremento em dimensões do fruto até esse período.
A percentagem de SS aumentou a partir dos 88 DAFE estendendo-se
até os 144 dias. Yamanishi et al (2005) observaram significativo aumento
um pouco antes, a partir do 63º DAFE, estendendo-se somente até o 126
DAFE, quando atingiu 10,3% de SS.
Observe que o início da elevação dos SS (Figura 18) culmina com o
início do decréscimo de clorofila na casca (Figura 16). Resultados
semelhantes foram observados em mamão Sunrise Solo Improved Line
72/12 (Calegario, 1997), em que a mudança na cor da casca (perda de
clorofila) ocorreu no início de acúmulo de SS no fruto.
Aos 130 dias os frutos apresentavam teores de SS de 11,24%,
faixa ideal para comercialização de mamão, do grupo ‘Formosa’, destinado
ao mercado interno. Este valor se aproxima dos valores encontrados por
Sousa (2004) que foi de 11,1 a 12,5% para mamões “Tainung 01’ coletados
em épocas e estádios de maturação correspondente ao estádio 1 e 2.
Verificou-se, neste trabalho, que o teor de SS dos frutos ficou bem
acima (13%) da faixa considerada normal para esse grupo (9,0-12%)
segundo dados obtidos em trabalhos realizados por Viegas (1992),
Fioravanço et al. (1994) e Fagundes (1999). Não se observou o decréscimo
em sólidos solúveis totais que, segundo Medina (1989), ocorre quando os
frutos atingem mais de 80% de maturação, em conseqüência de possível
deterioração.
Com base nos dados de sólidos solúveis, a colheita deveria ser
indicada a partir dos 130 DAFE, quando o fruto está com cerca de 10% de
casca amarela (Figura 13). Aos 123 DAFE, com base no tamanho do fruto,
coloração da polpa, da casca (verde claro), com o inicio do aumento dos
carotenóides da polpa e teor de sólidos solúveis de 9,95%, levantou-se a
hipótese de que o fruto estivesse maduro fisiologicamente. Entretanto, após
coletado e armazenado em temperatura ambiente de 25±2ºC e 60±2% UR,
50
foi possível observar que os frutos não amadureceram, permanecendo verdes
e murchos devido à perda de água dos tecidos.
2
4
6
8
10
12
14
0 30 60 90 120 150
SÓLIDOS SOLÚVEIS (%)
DIAS APÓS A FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
y = 5,14 + ((9,0/1 + exp(-x-121,43)/11,53)) r² = 99,71
Figura 18 – Sólidos solúveis da polpa durante o desenvolvimento de mamão
‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados observados.
4.2.4 Acidez titulável
Os valores de acidez decresceram, do inicio do desenvolvimento, até
73 DAFE, apresentando o valor de 0,089% (Figura 19). Segundo Chitarra;
Chitarra (2005), esse decréscimo ocorre porque os ácidos orgânicos estão
sendo largamente utilizados como substratos no processo respiratório ou na
sua transformação em açúcares. No entanto isso não ocorre em todos os
frutos, como por exemplo, a banana. Tem papel importante nas
características de sabor (acidez) e do aroma, uma vez que alguns compostos
são voláteis.
KAYS (1991) explica que a síntese de ácidos orgânicos em frutos
ocorre pela oxidação, descarboxilação, e em alguns casos, pela carboxilação
na via respiratória do ácido tricarboxílico.
51
A partir dos 73 DAFE, os teores de acidez mantiveram-se constantes
(0,089%). Esses dados foram semelhantes aos detectados em mamão por
SILVA (1995), onde a acidez titulável da polpa apresentou uma fase de
contínua redução até 110 DAA e, posteriormente, uma relativa estabilidade
até a maturação, aos 135 DAA. Porém, Yamanish et al., (2005) e Calegario,
(1997) verificaram no mamão ‘Tainung 01’ e ‘Sunrise Solo Improved Line
72/12’, respectivamente, decréscimos nos valores da acidez, seguido
posteriormente por um acréscimo nesses valores até a maturidade
fisiológica. Kays (1991) explica que tanto a cultivar quanto a época de
produção pode interferir na concentração dos ácidos nos frutos.
Os resultados de acidez detectados neste trabalho, confirmam
aqueles obtidos por SELVARAJ et al. (1982) e Chen (1964) citado por
Calegario (1997), em que a acidez decresce em dois terços durante a
maturação do fruto do mamão.
Em comparação com outros frutos, a acidez titulável do mamão é
considerável baixa ao longo da ontogenia (SELVARAJ e PAL, 1982;
SELVARAJ et al., 1982). O ácido cítrico é o mais comumente detectado,
formando, juntamente com o málico, 30 a 60% da acidez não-volátil
(SELVARAJ et al., 1982).
52
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0 30 60 90 120 150
ACIDEZ TITULÁVEL (%)
DIAS APÓS FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
y = 0,089 + ((11,67/1 + exp(-x-25,33)/-8,43)) = 89,87
Figura 19 Acidez titulável da polpa durante o desenvolvimento de mamão
‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados observados.
4.2.5 Açúcares Solúveis Totais
A mudança mais importante no mamão está relacionada às
modificações nos carboidratos, pois os açúcares são muito importantes para
o sabor da fruta e oscilam de acordo com o tipo, cultivar, estádio de
maturação do fruto e condições climáticas (BICALHO, 1998).
Houve acréscimo nos teores de açúcares totais dos 14 (1,12%) aos
144 (11,42%) DAFE (Figura 20). Em mamão ‘Sunrise Solo Impoved Line
72/12’, Calegario (1997) verificou aumento no teor de açúcares totais dos 30
aos 159 dias após a antese e somente a partir dos 120 DAA o fruto tornou-se
um dreno mais forte de açúcares (Calegario, 1997).
Pode ser observado comportamento semelhante para o mamão
‘Tainung 01’ a partir dos 130 DAFE, nesse período, os teores de açúcares
totais dos frutos que foi de (8,7%), corresponderam a 77,4% dos lidos
53
solúveis (11,2%) e 76,3% dos açúcares solúveis totais acumulado aos 144
DAFE (11,4%). Nesse período, pode se supor que não seja bom para a
qualidade do fruto antecipar a colheita, pois somente a partir dos 130 dias foi
verificado amadurecimento normal (Tabela 3), sendo estatisticamente iguais
os teores de açúcares totais aos 130 dias e 144 dias.
Neste trabalho verificou-se aos 144 DAFE que os teores de açúcares
totais representavam cerca de 87,7% do total dos sólidos solúveis. Para
Chitarra e Chitarra (2005) o teor de açúcares dos frutos representam cerca de
85%-90% dos sólidos solúveis. Bell et al. (1996), argumentam que os
açúcares participam de 90% da composição dos sólidos solúveis, o que
corresponde de 10 a 14% do peso da polpa.
Em mamão Sunrise Solo Improved Line 72/12, os açúcares
redutores até 120 DAA representam quase 90% dos açúcares totais. Aos 150
DAA, estes representam somente 35% dos açúcares totais (CALEGARIO,
1997).
É importante sempre avaliar, em conjunto, as principais
características que determinam o ponto de colheita (Cor da casca e da polpa,
pigmentação, firmeza, sólidos solúveis, açúcares solúveis totais entre
outras), sabendo que estão diretamente relacionadas a fatores como
condições climáticas, manejo, adubação, tratos culturais, etc., bem como a
distância ao mercado consumidor.
54
0
2
4
6
8
10
12
0 30 60 90 120 150
AÇÚCARES SOLÚVEIS TOTAIS (%)
DIAS APÓS FRUTIFICAÇÃO EFETIVA
y = 0,96 + ((96,39/1 + exp(-x-233,32)/43,08)) r² = 99,32
Figura 20 Açúcares solúveis totais da polpa durante o desenvolvimento de
mamão ‘Tainung 01’, cultivado em Russas-CE.
- dados observados.
4.3 Armazenamento
Após 7 dias de armazenamento a 25±2ºC e 60±2% UR, é possível
observar na tabela 2 que os frutos colhidos aos 130 dias apresentaram
firmeza de polpa maior do que os frutos coletados aos 144 DAFE, os
sólidos solúveis e acidez titulável foi menor. No que diz respeito aos
açucares solúveis totais não houve diferença nos frutos armazenados.
Ribeiro (2002), trabalhando com o mamão Formosa ‘Tainung 01’, em
condições ambientes sem nenhum tratamento pós-colheita, observou
aumento de açúcares por ocasião da colheita até os 9 dias de
armazenamento.
Desse modo, os frutos armazenados em temperatura ambiente
25±2ºC e 60±2% UR, a partir dos 130 DAFE apresentaram características
ótimas para consumo, como: firmeza de polpa, sólidos solúveis, acidez
titulável e açúcares solúveis totais (Tabela 2). Vale salientar que todos
55
apresentavam, aos sete dias de armazenamento, mais de 75% da polpa
amarela. Em mamão Formosa ‘Tainung 01’, sob condições ambientais
Ribeiro (2002) verificou evolução na coloração da casca até os seis dias, de
armazenamento, estando os frutos ótimos para a comercialização entre três e
seis dias quando apresentavam mais de 50% casca com coloração amarela.
Honório (1988) observou que frutos colhidos com 6% da superfície da casca
amarela, e mantidos à temperatura ambiente, atingem 95% de cor amarela 20
dias após a colheita.
Em mamão ‘Sunrise Solo’, armazenado a temperatura ambiente,
Lopes (1997) verificou evolução na coloração da casca dos frutos até oito
dias, fato que evidencia um amadurecimento mais acelerado do mamão
Formosa em comparação ao mamão Papaya.
Ribeiro (2002), estudando mamão formosa híbrido ‘Tainung 01’, na
temperatura ambiente, sem nenhum tratamento pós-colheita, observou que
aos nove dias de armazenamento, os frutos estavam impróprios para o
consumo, com nota inferior a 2 para aparência externa e inferior a 3 para
aparência interna.
Os frutos armazenados com períodos anterior aos 130 DAFE não
amadureceram mantendo-se verdes e enrugados, devido a perda de água dos
frutos, corroborando com os resultados encontrados pelas variáveis
analisadas, de que a maturidade fisiológica, ou ponto ideal de colheita,
ocorreu a partir dos 130 dias de armazenamento.
56
Tabela 2 - Firmeza de polpa (FP), sólidos solúveis (SS), acidez titulável
(AT) e açúcares solúveis totais (AST) de mamão Formosa ‘Tainung 01’em
função do período de colheita com 7 dias de armazenamento em temperatura
ambiente 25±2ºC e 60±2% UR. Fortaleza-CE, 2008.
Média Dias até a
colheita
FP
(kgf.mm
-2
)
SS
(%)
AT
(%)
AST
(%)
130
*
0,065a
1
12,67a 0,11a 9,74a
137 0,046ab 13,67ab 0,13ab 11,09a
144 0,034b 14,33b 0,16b 11,55a
1
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível
de 5% de probabilidade.
*Após os respectivos dias, os frutos permaneceram 7 dias em temperatura ambiente 25±2ºC e
60±2% UR.
57
5 CONCLUSÕES
Com base nos valores médios de todos os parâmetros analisados nos
frutos colhidos aos 130 DAFE, verificou-se que a colheita pode ser feita a
partir deste estádio, pois os valores obtidos estavam dentro do intervalo
considerado ideal para comercialização de frutos do grupo ‘Formosa’
destinados ao mercado e quando submetidos ao armazenamento
amadureceram normalmente estando aptos para o consumo.
Para as condições e época de condução do experimento, concluiu-se
que:
Os teores de clorofila dos frutos decrescem conforme o aumento do grau
de maturação.
Os resultados das análises de firmeza da polpa, acidez, açúcares, e sólidos
solúveis totais sugeriram que o fruto atingiu a maturidade fisiológica aos 130
DAFE, que coincidiu com a época em que ocorreu o aparecimento de uma
lista amarela na casca.
A qualidade comercial dos frutos é garantida, se a colheita é feita aos 130
DAFE, coincidente com a época do aparecimento das listas amarelas na
casca.
58
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