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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E AQÜICULTURA
DESEMPENHO ZOOTÉCNICO DO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei
(BOONE, 1931) CULTIVADO COM RAÇÃO PELETIZADA E EXTRUSADA.
MAURÍCIO NOGUEIRA DA CRUZ PESSÔA
Recife, PE
Outubro, 2008
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE PESCA E AQÜICULTURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS PESQUEIROS E AQÜICULTURA
DESEMPENHO ZOOTÉCNICO DO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei
(BOONE, 1931) CULTIVADO COM RAÇÃO PELETIZADA E EXTRUSADA.
MAURÍCIO NOGUEIRA DA CRUZ PESSÔA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Recursos Pesqueiros e Aqüicultura da
Universidade Federal Rural de Pernambuco, como
parte dos requisitos necessários para a obtenção do
grau de Mestre em Recursos Pesqueiros e
Aqüicultura.
Orientador: Prof. Dr. Paulo de Paula Mendes
Recife, PE
Outubro, 2008
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DESEMPENHO ZOOTÉCNICO DO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei
(BOONE, 1931) CULTIVADO COM RAÇÃO PELETIZADA E EXTRUSADA.
Maurício Nogueira da Cruz Pessôa
Esta dissertação foi julgada para a obtenção do título de
Mestre em Recursos Pesqueiros e Aqüicultura
E aprovada em ____/____/______ pelo Programa de Pós Graduação em Recursos Pesqueiros
e Aqüicultura em sua forma final.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Prof. Dr. Paulo de Paula Mendes - Orientador
Universidade Federal Rural de Pernambuco
______________________________________________
Prof .Dr. Walter Moreira Maia Jr.– Membro externo
Universidade Federal da Paraíba
______________________________________________
Prof. Dr. Fernando de Figueiredo Porto Neto – Membro Externo
Universidade Federal Rural de Pernambuco
______________________________________________
Prof. Dr. Eudes de Souza Correia - Membro interno
Universidade Federal Rural de Pernambuco
______________________________________________
Prof. Dr. William Severi – Membro interno (suplente)
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Dedicatória
Dedico aos meus pais Múcio e Maria Helena, pelo
incondicional apoio, confiança e amor dedicado aos
seus filhos. Em especial a minha afilhada Camila, pelo
sorriso sempre presente.
Agradecimentos
A Universidade Federal Rural de Pernambuco na pessoa do Prof. Dr. Paulo Travassos,
coordenador do Programa de Pós Graduação em Recursos Pesqueiros e Aqüicultura,
vinculado ao Departamento de Pesca e Aqüicultura (DEPAq) como também ao Programa da
Rede de Pesquisas em Carcinicultura do Nordeste (Recarcine), financiado pelo FINEP;
Ao orientador Prof. Dr. Paulo de Paula Mendes, o qual esteve presente em todas as
etapas desta dissertação, foi altamente prestativo e fundamental nessa etapa da minha vida
profissional. Aos professores Eudes de Souza Correia, José Milton, Maria do Carmo, Emiko
Mendes, Alfredo Olivera e em especial ao Prof. Dr. William Severi, por nos ter gerado espaço
no Laboratório de Limnologia e viabilizado financeiramente minha permanência em Recife
para que pudéssemos executar esse trabalho.
Aos proprietários e colegas que gerenciam as fazendas comerciais que forneceram os
dados técnicos dos cultivos, material imprescindível, para a realização desse trabalho, bem
como, aos companheiros do Laboratório de Limnologia, Anderson Antonello, Sérgio
Catunda, Bruno Dourado, Michelle Biondi, Tereza Paiva, Lucas Brainer, Márcia Prado,
Aureliano Calado, Antony de Lima e Eduardo Fuentes pelos trabalhos desenvolvidos e pelo
convívio do dia a dia, além dos colegas Engenheiros de Pesca Diogo Bessa, André Pereira,
Marcelo Gurgel, Daniela Borba e Ronaldo Amaral pelo apoio e a todos os amigos de turma,
que me incentivaram em todos os momentos, demonstrando união entre todos durante as
disciplinas em comum.
A todos os meus irmãos que de uma forma ou de outra me incentivaram nesta jornada e,
em especial, a minha namorada Maria Zilderlania Alves por todo apoio e carinho durante essa
jornada.
A todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para o desfecho deste trabalho.
RESUMO
Avaliações estatísticas do uso de ração extrusada e peletizada, em cultivos do camarão
Litopenaeus vannamei, nas condições de campo, foram realizadas com o objetivo de
determinar as vantagens sobre os índices zootécnicos dos camarões. Análises foram feitas
utilizando-se 481 cultivos, provenientes de oito fazendas comerciais do nordeste do Brasil.
Foi utilizada a técnica de regressão linear múltipla para estimar os parâmetros de manejo que
influenciaram nas variáveis respostas dos cultivos tais como produção, produtividade, fator de
conversão alimentar (FCA), crescimento semanal, peso final, quantidade de ração
administrada e sobrevivência. Essas variáveis foram avaliadas em função da densidade de
estocagem e do tempo de cultivo. Não houve diferença significativa (P 0,05) entre o uso das
rações sobre as variáveis, peso final e crescimento semanal. Nas demais variáveis observou-se
que na densidade de estocagem de 15 camarões/m
2
houve diferença de até 20,1% no FCA a
favor da ração extrusada, uma produção 9,7% maior quando se utilizou ração peletizada e um
consumo a mais de 33,2% de ração peletizada. Para densidades de 60 camarões/m
2
a
diferença no FCA foi de 18,8% menor quando se utilizou ração peletizada, a produção foi
7,2% maior utilizando-se ração peletizada, o consumo de ração foi 8,5% menor com ração
peletizada e a produtividade foi 10,3% maior quando a ração extrusada foi utilizada.
Palavras–chaves: Ração; Extrusada; Peletizada; Litopenaeus vannamei; Estatística.
ABSTRACT
The statistical evaluation of the use of extruded and pelleted ration in the Litopenaeus
vannamei shrimp culture, under field conditions, were done with the objective of determinie
the advantages of these diets on shrimp performance index. To perform the analyses were
used 481 crops, from 8 commercial farms of northeastern Brazil. It was the technique used
multiple linear regression to determine the parameters of handling variables that influenced
the responses of crops such as production, productivity, the conversion factor of food (FCA),
the weekly average growth, the average weight end, the quantity of feed consumed and
survival. These responses were measured by the density of storage, but also in time of
cultivation. It may be noted that there was no significant difference (P 0,05) between the use
of feed on the variables average weight final and average weekly growth, as in other variables
can be observed that for the storage density of 15 shrimps.m
-2
there were differences of up to
20.1% in the FCA in favour of extruded ration, a production 9.7% higher when using pelleted
ration of feed consumption and a 33.2% higher in pelleted feed. For densities of 60
shrimps.m
-2
the difference in the FCA was 18.8% lower when you used to feed pelleted,
production was 7.2% higher if using pelleted diet, consumption of feed was 8.5% lower when
used if pelleted diet and productivity was 10.3% higher when the extruded feed was used for
that density.
Words - keys: Feed, extruded; pelleted; Litopenaeus vannamei; statistics.
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................10
2. REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 12
2.1 Aqüicultura Mundial .................................................................................12
2.2 Aqüicultura na América Latina .................................................................12
2.3 Carcinicultura mundial...............................................................................13
2.4 Histórico e características da carcinicultura brasileira...............................14
2.5 Dificuldades da carcinicultura brasileira....................................................15
2.6 Custo e eficiência das rações......................................................................16
2.7 Avanços nutricionais e processo de fabricação de rações para camarões..17
2.8 Pesquisas recentes......................................................................................19
2.9 Uso da estatística........................................................................................20
3. ARTIGO CIENTÍFICODesempenho zootécnico do camarão
marinho Litopenaeus vannamei cultivado com ração peletizada e
extrusada.
RESUMO................................................................................................................25
Abstract...................................................................................................................26
1. Introdução...........................................................................................................27
2. Material e métodos .............................................................................................29
3. Resultados...........................................................................................................32
4. Discussão............................................................................................................36
5. Conclusões..........................................................................................................40
REFERÊNCIAS.....................................................................................................41
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................48
5. REFERÊNCIAS................................................................................................49
LISTA DE TABELAS
Artigo
Tabela 1 Composição centesimal das rações comerciais utilizadas no cultivo do
Litopenaeus vannamei...............................................................................44
Tabela 2 – Variáveis respostas e variáveis de manejo relacionadas ao cultivo do
camarão Litopenaeus vannamei. ...............................................................44
Tabela 3 – Sumário descritivo dos dados de cultivo do Litopenaeus vannamei,
em fazendas comerciais.............................................................................44
Tabela 4 – Equações relevantes à produção do Litopenaeus vannamei, em função
das variáveis de manejo............................................................................45
LISTA DE FIGURAS
Artigo
Figura 1 – Variáveis respostas em função da variável de manejo densidade de
estocagem (DE) do Litopenaeus vannamei. (A) Fator de Conversão
Alimentar; (B) Produção; (C) Quantidade de ração; (D) Produtividade;
(E) Taxa de sobrevivência......................................................................46
Figura 2 – Variáveis respostas em função da variável de manejo tempo de cultivo
(TC) do Litopenaeus vannamei. (A) Fator de Conversão Alimentar; (B)
Produção; (C) Quantidade de ração; (D) Produtividade; (E) Taxa de
sobrevivência.........................................................................................47
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
10
1. INTRODUÇÃO
A aqüicultura é um dos seguimentos do setor produtivo que mais cresce no mundo e,
atualmente, é responsável pela geração de mais de 42% do pescado produzido no mundo.
Seguindo a tendência mundial, o Brasil vem crescendo na última década a razão de 20% ao
ano, e em especial a região Nordeste do País, em que a carcinicultura marinha é a principal
responsável por esse fato. Ressalta-se que esse agronegócio já desponta como um dos
principais itens na pauta de exportação dos vários Estados da Federação, gerando renda,
emprego e divisas para áreas que outrora sobreviviam do extrativismo ou da atividade sucro-
alcooleira.
O camarão por ser um produto de alto valor agregado, fez com que o Brasil atingisse
uma posição de destaque no cenário mundial, exportando 128.000 milhões de dólares em
2006 (FAO, 2008). Para isso sua cadeia produtiva passou por um desenvolvimento e
profissionalização muito acentuada, fazendo com que várias empresas vislumbrassem na
carcinicultura marinha, uma excelente oportunidade de negócio.
O crescimento exponencial da atividade deveu-se principalmente ao desenvolvimento
de uma ração desenhada para a espécie em exploração, ou seja, o camarão branco do Pacífico
Litopenaeus vannamei. Outras contribuições foram extremamente importantes para esse
processo, dentre elas a especialização dos laboratórios de produção de pós-larvas, a
implementação e utilização de técnicas de produção trazidas e adaptadas de outros países e a
interação entre pesquisadores, empresários e associações de classe no processo.
Nesse cenário de grande otimismo do setor e de grandes especulações no que tange a
manutenção dos índices de crescimento da atividade, empresas investiram esforços e os
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
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produtores repentinamente se viram assediados por inúmeros fornecedores de máquinas,
equipamentos, fertilizantes, pós-larvas e principalmente de rações, entre outros insumos.
Na carcinicultura, o setor de ração foi um dos que mais se desenvolveu em termos
técnicos e em número de fornecedores, acompanhando os incrementos de densidades de
estocagem as quais cresceram ao longo da última década. No Brasil, chegaram a coexistir 15
(quinze) diferentes fábricas de ração em 2005, com uma capacidade instalada para produzir
150.000 toneladas de ração (NUNES, 2006), as quais se serviram de vários artifícios de
marketing e vendas para conseguir seu lugar no mercado. Várias empresas usaram como
trunfo, baixos preços e promessas de resultados estratosféricos, outras de prazos
extremamente dilatados para conquistar clientes e outras tantas utilizaram ambos os artifícios
para gerar volume. Recentemente, sob um forte marketing foi lançada no mercado, rações
extrusadas para camarão, como forma de concorrer com as rações peletizadas, em uso na
imensa maioria dos países produtores de camarão do mundo.
Desta forma, faz-se necessário que os produtores façam uso em seus empreendimentos
de confiáveis e consistentes fornecedores, que lhes proporcionem o melhor custo benefício
possível, de forma a que estes se mantenham e cresçam dentro da atividade. Assim sendo,
objetivou-se com esse trabalho discutir os diferentes resultados obtidos em cultivos do
camarão Litopenaeus vannamei utilizando duas rações fabricadas por diferentes processos,
um de peletização e o outro de extrusão, onde os resultados contribuiram com o
desenvolvimento sustentável da atividade.
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aqüicultura Mundial
A aqüicultura é a atividade primária responsável pela produção de organismos
aquáticos que têm uma dependência direta ou indireta com a água durante o seu
desenvolvimento.
Esta atividade foi responsável, em 2006, por uma produção mundial de 66.746.713
toneladas de produtos aqüícolas. Neste mesmo ano houve um aumento de aproximadamente
5,5% da produção aquícola mundial em relação ao ano anterior. A maior parte desta produção
esteve concentrada no continente asiático que foi responsável por 92,02%, a Europa produziu
3,24%, a América do Sul participou com 1,95% da produção mundial e os demais continentes
com 2,79% (FAO, 2008).
O principal produtor mundial foi a China, responsável por 67,86% da produção
mundial em 2006, seguida por outros países asiáticos como a Índia (4,68%), Indonésia
(3,32%) e Filipinas (3,13%). Além do continente Asiático, pode-se destacar na Europa, a
Noruega que foi responsável por 1,06% da produção mundial, e na América do Sul, o Chile
que participou com 1,25% (FAO, 2008). Ao analisar a taxa de crescimento anual ao longo das
últimas décadas destacam-se a América Latina junto com os países da região do Caribe que
cresceram, em média, 21,3% por década, a partir de 1950 (FAO, 2006).
2.2 Aqüicultura na América Latina
O primeiro relato de cultivo de peixes na América Latina foi em 1883, no México com
a construção de uma piscicultura governamental, para a produção de truta arco-íris
(Oncorhynchus mykiss). No início do século XX, além da truta arco-íris, outros salmonídeos
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
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começaram a ser produzidos, como a truta marrom (Salmo trutta), truta fontinalis (Salvanilus
fantinalis), salmão do atlântico (Salmo solar) para serem utilizados na pesca esportiva no
Chile e na Argentina (FAO, 2005).
Em 1960 e 1970 a atividade aqüícola foi disseminada em todo o continente. Entre os
anos de 1970 e 1980 os cultivos de camarão marinho, salmão e tilápias passaram a ter um
objetivo comercial. Na última década, com o desenvolvimento de novas técnicas de cultivo
como o controle da qualidade da água, estudos de requerimento nutricional das espécies com
desenvolvimento de rações balanceadas, melhoramento genético e capacitação de técnicos
para desenvolver a atividade, pode-se observar uma rápida evolução da aqüicultura no
continente com destaque para o Chile com a produção do salmão e para o Brasil com altos
investimentos na carcinicultura. Porém nos últimos cinco anos, a carcinicultura brasileira
apresentou uma desaceleração por diversos motivos, diferenciando do que ocorre com a
produção mundial de camarões cultivados, que apresentou uma expansão de 48,63% na
produção entre 2003 e 2006, enquanto o Brasil teve uma redução de 27,93% no mesmo
período (FAO, 2008).
2.3 Carcinicultura mundial
O continente asiático foi responsável pela produção mundial de 99,8% das plantas
aquáticas, 97,5% dos ciprinídios, 93,4% das ostras e 88,9% dos peneídeos (camarões). Os
países asiáticos produziram em 2006 cerca de 2.800.000 toneladas de camarões. O segundo
maior produtor continental foi a América Latina que gerou 10,4% da produção mundial de
camarões. Pode-se destacar, nos últimos anos, o avanço do cultivo do L. vannamei nos países
asiáticos em substituição ao camarão nativo Penaeus monodon, pois em 2006 foram
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
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produzidas 1.814.760 toneladas de L. vannamei, enquanto que para o Penaeus monodon a
produção atingiu 648.289 toneladas (FAO, 2008).
A introdução do L. vannamei, no continente asiático, está atrelada as características
zootécnicas dessa espécie, que entre outras vantagens apresenta maior resistência a variações
de salinidade, pode ser cultivada com maior densidade, possui menor exigência protéica para
seu desenvolvimento, menor agressividade, melhor aceitação no mercado americano e
maiores taxas de sobrevivência na larvicultura e na engorda em relação ao Penaeus monodon.
2.4 Histórico e características da carcincicultura brasileira
A carcinicultura brasileira teve início na década de 70 com os cultivos das espécies
nativas Farfantepenaeus subtilis, F.brasiliensis e Litopenaeus schmitti. Inicialmente, os
cultivos eram realizados de forma bastante extensiva, em que os animais confinados
dependiam essencialmente do alimento natural para suprir suas necessidades nutricionais.
Após inúmeras tentativas de viabilizar comercialmente a atividade com espécies nativas e a
exótica (Marsupenaeus japonicus) e observou-se que entre as alternativas a que apresentou a
melhor rentabilidade era a espécie L. vannamei.
A partir da definição desta espécie, como sendo a melhor opção para cultivos
comercias, ocorreram vários investimentos em infra-estrutura (laboratórios de produção de
pós-larvas, fazendas de engordas, fábricas de rações e plantas de beneficiamento), além da
formação de recursos humanos especializados. Segundo a Associação Brasileira de Criadores
de Camarão (ABCC), a produção brasileira de camarão no ano de 1998 foi de 7.250
toneladas, atingindo seu ápice em 2003, com 90.190 toneladas. Já em 2006 houve uma
redução na produção nacional para 65.000 toneladas (ABCC, 2008). Regionalmente a
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
15
produção de camarão em cativeiro no Brasil é oriunda da região nordeste, que detém
aproximadamente 95% da produção nacional, devido às condições climáticas que permitem
uma média de 2,5 ciclos por ano.
O sistema de cultivo adotado é, praticamente, o semi-intensivo, entretanto as
densidades de estocagem variam de 10 a 80 camarões/m
2
. Adota-se o sistema bifásico em
que, a primeira fase é conhecida como a fase de berçário, onde as pós-larvas, oriundas dos
laboratórios são estocadas em tanques circulares com volumes de até 65.000 litros, por um
período de aproximadamente 15 dias. A segunda fase, conhecida como fase de engorda,
normalmente é realizada em viveiros de terra com dimensões variando de 0,5 a 10 hectares,
onde há alimentação diária, com uma freqüência de fornecimento de ração balanceada de 2 a
5 vezes ao dia, utilizando-se bandejas de alimentação. Ressalta-se que existe uma
preocupação muito grande com o fornecimento desse insumo já que o mesmo pode
representar 60% dos custos de produção. Nas duas fases de cultivo recomenda-se o
monitoramento dos parâmetros físicos e químicos da água de cultivo e o acompanhamento de
possíveis enfermidades dos animais, que podem comprometer o desempenho da atividade.
2.5 Dificuldades da carcinicultura brasileira
A carcinicultura marinha no Brasil mostra claras evidências de desaceleração,
ocasionada por motivos diversos, como a deflagração de enfermidades virais, imposições
comerciais de países importadores (ação de antidumping imposta pelos Estados Unidos), e
desvalorização do dólar em relação ao real. Estas dificuldades, a exemplo de várias outras às
quais foram submetidos os produtores, fizeram decair significativamente suas margens de
lucro (NUNES et al., 2004).
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
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De acordo com Coutteau (2004), a contínua diminuição dos preços do camarão, nos
últimos anos, levou os criadores a cortar custos e melhorar a eficiência produtiva. As
estratégias de corte, nos custos tradicionais, envolvem duas medidas contraditórias: aumento
de densidade de estocagem e redução dos gastos com ração. Essa última pode ser obtida
melhorando a forma de manejo do alimento ou utilizando uma formulação mais barata.
2.6 Custo e eficiência das rações
A ração é o insumo da aqüicultura que pode corresponder até 60% dos custos de
produção dependendo do empreendimento (VELASCO et al., 1999; SMITH et al., 2002;
TACON et al., 2002; CUZON et al., 2004). Entretanto, cortar custos com a eliminação dos
ingredientes mais caros da formulação nem sempre resulta em melhor custo-benefício, e pode
custar mais ao criador do que ele economizou na formulação.
Segundo Lemos (2003), rações contendo proteína em excesso, assim como altos teores
de proteína indigerível, são fontes de poluição ambiental dos efluentes dos tanques de cultivo.
Portanto, nutrientes perdidos como alimento não ingerido e fezes correspondem a perdas
econômicas para o criador, podendo resultar em degradação ambiental dentro e fora da sua
propriedade.
Seguindo a linha de observação de Lemos (2003), Fegan (2005), alerta para a taxa de
eficiência protéica (TEP) que permite avaliar quanto da proteína bruta da ração foi convertida
em peso corporal dos camarões. As rações com altos níveis de proteína bruta podem ter uma
baixa TEP o que contribui com o aporte de nitrogênio nos viveiros, que se transforma em
amônia, que diretamente afeta a lucratividade do cultivo, pois pode inibir o crescimento dos
camarões e dependendo do pH da água pode torna-se tóxica e provocar mortalidade.
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
17
2.7 Avanços nutricionais e processo de fabricação de rações para camarões
Nos últimos 35 anos verificaram-se vários avanços na área de nutrição de camarões,
passando por pesquisas voltadas à exigências protéicas de peneídeos (ANDREWS et al.,
1972; DOMINY et al., 1988; SUDARYONO et al., 1999), estabilidade das rações na água
(BALAZS et al., 1973; MURAI et al., 1981; CUZON et al., 1982; GU et al., 1990; CHEN &
JENN, 1992; DAS et al., 1994), utilização de aglomerantes na formulação das rações
(MEYERS et al., 1972; HEINEN, 1981; DOMINY et al., 1991; ABU-ADIYA, 1992),
digestibilidade (AKIYAMA et al., 1989 e DAVIS & ARNOLD, 1995); e processos de
fabricação como a extrusão (RYU et al., 1995; DAVIS & ARNOLD, 1995; OBALDO et al.,
1999; BORTONE et al., 2002; TACON et al., 2003 e CHAMBERLAIN, 2004).
O fornecimento de ração tem como objetivo melhorar o desempenho zootécnico dos
camarões criados em cativeiro, visto que para atender as exigências nutricionais desses
organismos faz-se necessário à mistura de vários ingredientes, como soja, farinha de peixe,
farinha de trigo, sal e vitaminas, entre outros (CHAMBERLAIN, 2004). A matéria prima dos
ingredientes de uma ração representa 90% do custo de produção da mesma e a qualidade
desses ingredientes é fundamental para a produção de uma ração com qualidade (BORTONE
et al., 2002). Esses ingredientes são triturados, peneirados e misturados para facilitar a
homogeneidade, além de passar por vários condicionadores a vapor, altos níveis de umidade,
altas taxas de compressão, pós–condicionamento e secagem (CHAMBERLAIN, 2004).
Um dos processos de fabricação de ração para camarões é o de peletização. Esse
processo consiste em uma passagem forçada (pressão) de uma massa, previamente,
condicionada (umidade e temperatura) através de um molde com orifícios em forma cilíndrica
“pélete” e que gera densidade à ração (BORTONE et al., 2002). Esse processo, permite que os
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
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ingredientes fiquem unidos em forma de pélete, facilitando a ingestão de todos os ingredientes
da ração pelos animais em confinamento.
No acondicionador da peletizadora a combinação de umidade, tempo de residência e
temperatura são fatores determinantes para que os péletes alcancem altas estabilidades na
água. Também no acondicionador pode se ativar aglutinantes comerciais. O tempo de
acondicionamento deve ser no mínimo 90 segundos, porém é preferível que esse tempo seja
entre 270 e 350 segundos, dependendo dos ingredientes que serão incorporados na formula. A
temperatura não deve ser menor que 90ºC enquanto a umidade da massa misturada deve esta
entre 16 a 18% (BORTONE et al., 2002).
Durante o processo de peletização há uma melhoria da digestibilidade devido à
gelatinização do amido, utilizado na formulação. Essa técnica promove a gelatinização do
amido para taxas entre 50 e 60%, mas não existem maiores possibilidades de melhoras,
segundo Chamberlain (2004).
Outro processo que vem sendo utilizado na fabricação de rações para camarões é o
processo de extrusão, em que nesse processo inclui o cozimento da massa da mistura dos
ingredientes à alta temperatura e pressão no acondicionador, em um curto espaço de tempo (5
a 10 segundos), que favorece uma maior gelatinização do amido (80 a 95%) utilizado na
formulação, além da fragmentação das partículas dos ingredientes (BORTONE et al., 2002).
As rações extrusadas para camarão são fabricadas desde os anos 70. No entanto, não
se difundiram muito devido à tendência de expansão que apresentam esses produtos, levando
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
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a flutuação, o que é indesejado para cultivos de camarões. Essas restrições foram superadas
pelos recentes avanços da tecnologia de extrusão, tais como o ajuste do desenho e velocidade
da rosca sem fim e mudanças na configuração do molde, permitindo assim que a totalidade da
ração extrusada para camarão afundasse a partir do processo de peletização.
Nesse processo, a gelatinização do amido pode alcançar taxas de até 95%
(CHAMBERLAIN, 2004). Segundo Rokey (2004), as taxas de gelatinização do amido e sua
pasteurização são pontos chaves da ração que podem ter impactos nutritivos e ambientais
consideráveis. A gelatinização do amido na ração de camarão é importante na digestibilidade
do alimento e contribui para a estabilidade da ração na água.
2.8 Pesquisas recentes
Um experimento comparando rações peletizadas e extrusadas para o camarão marinho
Litopenaeus vannamei, desenvolvido por Tacon (2003), em aquários durante 12 semanas,
constatou que as rações extrusadas que afundavam tiveram melhores desempenhos em relação
à peletizada, para as variáveis ganho de peso e fator de conversão alimentar.
Barbieri (2002), afirma que rações deficientes não permitem a obtenção de resultados
satisfatórios na carcinicultura, por melhores que sejam as práticas de manejo adotadas. Tal
afirmativa serve para conscientizar os produtores de que os testes são válidos, muito embora
se deva avaliar, através do Fator de Eficiência Produtiva (FEP), qual o melhor custo-benefício
alcançado e quais os insumos utilizados em um e outro viveiro. Uma das recomendações de
Nunes et al., (2005), é, sempre que possível, avaliar o desempenho da ração adquirida,
ponderando quanto às relações custo-benefício no momento da aquisição do produto.
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
20
Comentando a importância de distinguir a diferença entre os termos produtividade e
eficiência da produção Souza (2005), propõe que o aumento da produção, em determinada
área de cultivo, não necessariamente confirma a eficiência da fazenda. Como exemplo o autor
cita que por desconhecimento técnico, o aumento da produtividade pode vir acompanhado do
aumento demasiado de bandejas de alimentação e aeradores, o que pode gerar uma alta taxa
de conversão alimentar e um aumento no custo com energia e mão de obra, tornando a
fazenda menos eficiente. Segundo Tacon (2005), existe uma limitação nas informações
relativas aos requerimentos alimentares do camarão em condições práticas de cultivo e que as
formulações das rações para camarão cultivado varia amplamente dentro dos países
produtores e, entre eles, de acordo com as diferentes espécies e sistema de cultivos utilizados,
com uma crescente procura pelos produtores por rações mais baratas.
2.9 Uso da estatística.
A formulação de modelos matemáticos vem sendo uma ferramenta utilizada para
determinar uma reta que melhor se ajuste as observações feitas na interpretação das relações
entre diversas variáveis estudadas (MONTGOMERY & PECK, 1982). Algumas técnicas vêm
sendo utilizadas para modelar os parâmetros de cultivo da carcinicultura que envolve diversas
variáveis independentes com uma variável resposta, como exemplo a regressão linear múltipla
(MENDES et al., 2006). Ao associar as respostas (variável dependente) à técnicas de seleção
de variáveis, é possível identificar quais variáveis independentes interferem em cada resposta
que se queira obter.
A regressão linear múltipla é um problema onde três variáveis podem determinar um
plano, ou é um problema de inúmeras variáveis que descrita graficamente implica num
hiperplano (STEVENSON, 2001). Para determinar a relação entre o modelo desenvolvido e
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
21
as variáveis utilizadas é necessária a observação do coeficiente de regressão múltiplo (r
2
) que
pode variar entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1 for o coeficiente, mais bem sucedida será a
relação entre o modelo e as variáveis, sendo o inverso verdadeiro, ou seja, quanto mais
próximo de 0 menor será a representatividade do modelo para as variáveis em questão.
Embora um coeficiente de regressão nulo indique que não há nenhuma relação linear entre as
variáveis, é possível que haja uma relação entre essas variáveis não lineares (SPIEGEL,
1985).
Para a seleção das variáveis preditórias nos modelos de estudos exploratórios, pode-se
utilizar o método de seleção stepwise backward. Neste tipo, todas as variáveis preditoras são
incluídas no modelo e a partir daí utilizando-se a estatística “F” as variáveis não significativas
vão sendo excluídas. Em estudos exploratórios, o pesquisador elabora um modelo teórico de
investigação que inclui hipóteses sobre relacionamentos entre as variáveis, mas que ainda não
possibilita afirmações consistentes sobre a magnitude ou direção desses relacionamentos
(DRAPER; SMITH, 1981).
Na carcinicultura, a estatística vem sendo utilizada para estimar parâmetros
zootécnicos do Litopenaeus vannamei nos últimos anos (SILVA et al., 2006; BEZERRA et
al., 2007). Na avaliação de banco de dados de fazendas de camarões, pode-se definir como
variáveis independentes os dados de manejo, como exemplo a densidade de povoamento, o
tempo de cultivo, o tipo de ração utilizada, a área do viveiro, o tipo de povoamento, a
quantidade de ração consumida, além de todos os parâmetros físicos e químicos da água de
cultivo, entre outras variáveis que envolvem o cultivo.
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
22
Já as variáveis dependentes seriam as respostas obtidas nos cultivos, como exemplo,
pode-se citar a produção, a produtividade, o fator de conversão alimentar, a sobrevivência
final, o crescimento médio semanal, entre outros. A utilização de equações matemáticas
envolvendo as variáveis independentes com uma variável resposta, determina o quanto cada
variável independente pode contribuir ou não com a variável resposta e se essa contribuição é
positiva ou negativa.
Segundo Bonini e Bonini (1972), Spiegel (1985), Casuso (1996), Stevenson (2001), e
Mendes (2006), a regressão múltipla é descrita através do seguinte modelo:
ininii
XXY
ε
β
β
β
+
+
+
+
=
...
110
Em que Y: é a variável resposta;
β
0
,
β
1
,
β
2
,...,
β
n
: os parâmetros do modelo; X
1
, X
2
,..., X
n
: as variáveis preditórias
(manejo) e
ε
i
é o erro associado a i: ésima observação, com distribuição normal (0,σ
2
).
Para estimar os parâmetros do modelo (β
0,1,2,3...n
) normalmente é utilizado o método
dos mínimos quadrados. Esse método foi inicialmente desenvolvido para se estimar os
parâmetros de um modelo de regressão, podendo ser linear ou não linear (STIGLER, 1986;
STEVENSON, 2001). O método dos mínimos quadrados é utilizado para determinar uma reta
(plano), que represente o melhor ajuste (menor distância) desse plano em relação aos pontos
plotados no gráfico, já que dificilmente os dados terão uma relação linear perfeita (r
2
= 1).
Com esse método estimam-se os parâmetros, de modo que esses valores minimizem a
soma dos quadrados dos desvios ou erros, em torno da reta estimada (VIANNA, 2003). Esses
estimadores além de serem não tendenciosos, possuem variância mínima e, desse modo, são
mais eficientes (WONNACOTT & WONNACOTT, 1980 e CASUSO, 1996). A reta
resultante tem duas características importantes: a primeira é a soma dos desvios verticais dos
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
23
pontos, em relação à reta é zero. A segunda é que a soma dos quadrados desses desvios gera
um número menor possível (STEVENSON, 2001).
O coeficiente de determinação ou índice determinístico (r
2
) pode ser estimado pela
seguinte relação entre a soma dos quadrados da regressão e a soma total, ou seja:
SQtotalSQregr /
2
=
Em que: r
2
é o coeficiente de determinação; SQreg é a soma dos quadrados da regressão e SQtotal é a soma dos
quadrados total
O coeficiente de determinação (r
2
) e a redução da soma dos quadrados dos resíduos,
podem ser melhorados utilizando transformadores. A família de transformadores de Box e
Cox corrige a não normalidade e/ou a variância não constante dos erros, sendo expressa da
seguinte forma (MENDES, 2006):
0,ln0,/1 ===
λλλ
λ
parayWouparaYW
ijijijij
Em que W: valor da variável transformada; Y: valor observado; j: ésima repetição; i: ésimo tratamento; ln:
logaritmo neperiano; λ: fator de transformação de Box e Cox (1964).
Ao utilizar o transformador de “W
ij
”, com esta formulação, o valor de ”λ” que
minimiza a soma dos quadrados dos resíduos pode não representar com fidedignidade os
resultados. Portanto, Montegomery e Peck (1982), propuseram a seguinte transformação:
(
)
0,ln0,/1
1
===
λλλ
λλ
parayMGWeparaMGYW
ijijijij
Em que W: valor da variável transformada; Y: é o valor observado; λ: é a família dos transformadores; MG:
Média Geométrica do vetor resposta original; ln: logaritimo neperiano e i: é a enésima observação (i = 1, 2,
3,...,I).
Para avaliar a influência das observações dos modelos ajustados, assim como a
existência de pontos discrepantes (outliner), é realizada a análise de resíduos em cada modelo
de predição, de acordo com as definições de Cordeiro e Neto (2004). As análises gráficas dos
resíduos padronizados (r
i
) versus observações ordenadas, dão suporte para avaliar se as
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
24
suposições de homogeneidade da variância, a linearidade e se as independências dos erros são
válidos. No entanto, para uma avaliação mais apurada pode-se confirmar se há normalidade
na distribuição utilizando-se os testes de D’Agostino, D’Agostino-Pearson, e Shapiro-Wilk.
Nos modelos de predição na carcinicultura, normalmente tem-se verificado dois tipos
de variáveis, ou seja, qualitativas e quantitativas. Para as variáveis qualitativas, como, tipo de
ração (extrusada ou peletizada), tipo de povoamento, ano e mês de povoamento, elas são
incorporadas no modelo sob forma de números binários, atribuindo-se valores 1 e 0,
respectivamente para a ocorrência e não ocorrência da variável, conforme recomendado por
Mendes (2006). Já para as variáveis quantitativas são atribuídos os valores reais de acordo
com as unidades de cada variável.
3. ARTIGO CIENTÍFICO
Os resultados obtidos durante o trabalho experimental dessa dissertação foi descrito no
artigo intitulado “Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei
cultivado com ração peletizada e extrusada.”
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
25
DESEMPENHO ZOOTÉCNICO DO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei
CULTIVADO COM RAÇÃO PELETIZADA E EXTRUSADA.
Maurício Nogueira da Cruz Pessôa
1
, Diogo Bessa Neves Spanghero
1
& Paulo de Paula
Mendes
2
1
Depto Pesca e Aqüicultura/UFRPE. Av. Manuel de Medeiros s/n, Dois Irmãos. Recife/PE,
Brasil 55-81-3320-6514 ([email protected])
2
Depto Pesca e Aqüicultura/UFRPE. Av. Manuel de Medeiros s/n, Dois Irmãos. Recife/PE,
Brasil 55-81-3320-6507.
RESUMO
Avaliações estatísticas do uso de ração extrusada e peletizada em cultivos do camarão
Litopenaeus vannamei, nas condições de campo, foram realizadas com o objetivo de
determinar as vantagens sobre os índices zootécnicos dos camarões. Analises foram feitas
utilizando-se 481 cultivos, provenientes de 8 fazendas comerciais do nordeste do Brasil. Foi
utilizada a técnica de regressão linear múltipla para estimar os parâmetros das variáveis de
manejo que influenciaram nos cultivos tais como produção, produtividade, fator de conversão
alimentar (FCA), crescimento semanal, peso final, quantidade de ração administrada e taxa de
sobrevivência. Essas variáveis foram avaliadas em função da densidade de estocagem e do
tempo de cultivo. Não houve diferença significativa (P 0,05) entre o uso das rações sobre as
variáveis peso final e crescimento semanal, nas demais variáveis observou-se que na
densidade de estocagem de 15 camarões.m
-2
houve diferença de até 20,1% no FCA quando se
usou ração extrusada, uma produção 9,7% maior com o uso da ração peletizada e um
consumo a mais de 33,2% de ração peletizada. Para densidades de 60 camarões.m
-2
o uso de
ração peletizada proporcionou um melhor FCA (18,8%), consumo de ração (8,5%), alem de
uma melhor produção (7,2%), enquanto a ração extrusada teve maior produtividade (10,3%) e
uma melhor taxa de sobrevivência (24,3%).
Palavras–chaves: Ração; extrusada; peletizada; Litopenaeus vannamei; estatística.
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
26
Abstract
Statistical analysis of the use of feed pellets and extruded into cultivation of shrimp
Litopenaeus vannamei in the field, were carried out in order to determine the benefits on the
indices of shrimp husbandry. Analysis were made using a 481 crops, from 8 commercial
farms in northeastern Brazil. We used the technique of multiple linear regression to estimate
the parameters of the variables that influence the management of crops such as production,
yield, feed conversion factor (FCA), growing weekly, final weight, quantity of feed
administered and survival rate. These variables were evaluated in terms of stocking density
and time of cultivation. There was no significant difference (P 0.05) between the use of
rations on the variables final weight and weekly growth in other variables observed that the
storage density of 15 camarões.m
-2
there was a difference of up to 20.1 % In the FCA when
used extruded ration, a production 9.7% higher with the use of feed pellets and a consumption
of more than 33.2% of feed pellets. For densities of 60 camarões.m
-2
the use of feed pellets
provided a better FCA (18.8%), feed intake (8.5%), besides better production (7.2%), while
the diet extruded had higher productivity (10.3%) and survival rate (24.3%).
Keys-words: Feed, extruded; pelleted; Litopenaeus vannamei; statistics.
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
27
1. Introdução
A aqüicultura é a atividade responsável pela produção de organismos aquáticos com a
ênfase em peixes, crustáceos, moluscos e algas. Nas últimas décadas esse agronegócio tem
apresentado grandes avanços tecnológicos, passando de modelos rudimentares para uma
atividade altamente tecnificada (Barroso et al., 2002). O investimento em pesquisa e novas
tecnologias (fabricação de rações, genética e controle da qualidade da água dos cultivos) vêm
sendo observado ao longo do tempo.
A produção aqüícola mundial cresceu nos últimos dez anos mais de 86,2%, passando
de 35.841.901,1 de toneladas em 1997 para 66.746.713 de toneladas em 2006 (FAO, 2008).
Dentre as atividades desse setor uma das que mais se desenvolveu, nos últimos anos, foi à
produção de camarões em cativeiros, que teve uma participação em 2006 de 4,74% do total da
produção mundial de pescado oriundos da aqüicultura. O continente asiático foi responsável
por 88,90% da produção mundial, sendo a China o maior produtor e responsável por 39,26%
da produção. Fora do eixo asiático, destacam-se o México e o Brasil na América Latina que
juntos produziram 5,60% do camarão cultivado no mundo em 2006 (FAO, 2008).
A produção brasileira de camarão no ano de 1998 foi de 7.250 toneladas, atingindo seu
ápice em 2003, com 90.190 toneladas. Segundo dados da Associação Brasileira de Criadores
de Camarão (ABCC), nos anos de 2004 e 2005 observou-se uma redução na produção
nacional para 65.000 toneladas (ABCC, 2008). Regionalmente, 95% da produção de camarão
em cativeiro é oriunda do nordeste do Brasil devido às condições climáticas que
proporcionam uma média de 2,5 ciclos.ano
-1
. O desenvolvimento da carcinicultura brasileira
deve-se, em grande parte, a adaptabilidade climática da espécie exótica Litopenaeus vannamei
e nos investimentos realizados em pesquisa principalmente nas áreas de melhoramento de
rações.
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
28
O sistema de cultivo adotado no Brasil é o semi-intensivo bifásico, em que a primeira
fase é realizada em tanques circulares (berçários), com capacidade de até 65m
3
. As pós-larvas,
provenientes dos laboratórios, são estocadas nestes tanques por um período de 10-15 dias para
serem aclimatadas e induzidas a consumir ração balanceada. A segunda fase, denominada de
engorda é realizada em viveiros de terra com áreas que variam de 0,5 a 10 hectares, onde as
pós-larvas são alimentadas diariamente com ração desintegrada e teor protéico de 40% numa
freqüência de 2 a 5 vezes ao dia, utilizando-se bandejas de alimentação.
Considerando-se que a ração é o insumo mais importante e pode corresponder até 60%
dos custos de produção (Velasco et al., 1999; Smith et al., 2002; Tacon et al., 2002; Cuzon et
al., 2004), vários estudos tem sido realizados para minimizar essa relação.
No início dos anos 70, testou-se a influência de dietas protéicas e níveis de energia no
crescimento e sobrevivência de peneídeos (Andrews et al., 1972). Nos anos 80, alguns autores
(Chen et al., 1985; Dominy et al., 1988), pesquisaram alternativas de fontes protéicas para o
Litopenaeus vannamei, além de terem estudado a digestibilidade de rações para L. vannamei
(Akiyama et al., 1989). Nos anos seguintes iniciaram-se as pesquisas com a utilização de
diferentes carboidratos na dieta para Penaeus monodon (Shiau & Peng, 1992) e quanto a
estabilidade das rações na água (Romero-Alvarez, 1995). Nesse período alguns autores
começam a pesquisar o processo de extrusão de rações para camarões (Caver et al., 1989;
Davis et al., 1995; Obaldo et al., 1999 e Tacon., 2003).
Nos últimos anos, as empresas de ração disponibilizaram para o mercado dietas com
processamento de peletização e extrusão. O primeiro processo consiste em uma extrusão
forçada (pressão) de uma massa previamente condicionada (unidade e temperatura) através de
um molde com orifícios que da uma forma cilíndrica “pellet” e da densidade. O tempo de
acondicionamento deve ser no mínimo 90 segundos, porém é preferível que esse tempo seja
entre 270 e 350 segundos a uma temperatura de aproximadamente 90 ºC. O segundo processo
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
29
inclui o cozimento da massa da mistura dos ingredientes a alta temperatura e pressão no
acondicionador, em um curto espaço de tempo (5 a 10 segundos), que favorece uma maior
gelatinização do amido (80 a 95%) utilizado na formulação, além da fragmentação das
partículas dos ingredientes (Bortone et al., 2002).
Objetivando diferenciar as eficiências de rações extrusadas e peletizadas Tacon
(2003), avaliou durante 12 semanas, a eficiência em ganho de peso e conversão alimentar do
L. vannamei. Tacon (2005) comentou que existe uma limitação de informações relativas aos
requerimentos alimentares do camarão em condições práticas de cultivo e que as formulações
das rações para camarão cultivado, varia amplamente dentro dos países produtores.
Informações valiosas relativas a capacidade do camarão utilizar ingredientes de origem
vegetal sob condições controladas tem sido geradas, porém a aplicação prática dos dados a
partir desses estudos é limitada (Amaya et al., 2007ab).
Quanto as técnicas utilizadas para avaliação de dados exploratórios em fazendas
aquícolas com ênfase em estimar parâmetros zootécnicos do camarão Litopenaeus vannamei
(Silva et al., 2006; Bezerra et al., 2007), têm-se utilizados modelos matemáticos que podem
ser desenvolvidos e empregados nas fazendas comerciais. Entre as principais técnicas, têm-se
a utilização da regressão linear múltipla, com o processo de “stepwise” os quais permitem
visualizar e identificar as variáveis de manejos que interferem significativamente nas
variáveis respostas dos cultivos. Desta forma, utilizando-se dessa técnica, objetivou-se avaliar
o desempenho zootécnico do camarão L. vannamei quando alimentado com ração extrusada
ou peletizada, em condições de campo em fazendas comerciais do nordeste do Brasil.
2. Material e métodos
Para comparar as eficiências do uso de rações extrusada e/ou peletizada, em cultivos
do camarão L. vannamei, foram utilizados dados de cultivos de oito fazendas comerciais
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
30
localizadas no nordeste brasileiro. Foram utilizados dados de 481 cultivos que foram
realizados entre os anos de 2003 e 2007. As fazendas escolhidas tinham o sistema de cultivo
semelhante (semi-intensivo), com variações entre bifásico ou monofásico, utilizaram viveiros
de terra semi-escavados com áreas de 0,8 a 6,5 hectares, abastecidos com água salgada (~
30,0 ‰) e densidades de estocagem de 15 a 63 camarões.m
-2
. Em todos os cultivos a
freqüência alimentar foi de 2 a 4 vezes ao dia, utilizando-se bandeja para o controle do
consumo alimentar. Em todas as fazendas os viveiros foram monitorados quanto aos
parâmetros da qualidade da água, como temperatura, pH, oxigênio dissolvido (diariamente) e
salinidade (quinzenalmente).
Foram utilizadas rações comerciais oriundas de dois fornecedores, um de ração
extrusada e o outro de ração peletizada. As rações continham 35% de proteína bruta e eram
indicadas pelos fornecedores para camarões a partir de 3,0g e densidades superiores a 30
camarões.m
-2
. As rações possuíam ainda em sua composição o mesmo percentual de umidade
e nutrientes (Tabela 1).
Os dados dos 481 cultivos foram submetidos a uma triagem, com o objetivo de
identificar dados discrepantes que pudessem distorcer os resultados. Os cultivos que
apresentaram sobrevivências superiores a 100% foram descartados, assim como viveiros que
foram despescados com camarões de peso muito inferior ao comercial. As variáveis de cultivo
de camarões foram classificadas em dependentes e independentes, ou seja, variáveis respostas
e de manejo, respectivamente (Tabela 2).
Para relacionar as variáveis respostas de cultivo (produtividade, produção,
sobrevivência, fator de conversão alimentar, peso final, crescimento semanal, quantidade de
ração utilizada) com as de manejo (densidade de estocagem, tempo de cultivo, tipo de
povoamento, tipo de ração, mês de povoamento, área do viveiro, ano do cultivo), enfatizando
o tipo de ração utilizou-se o seguinte modelo matemático:
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
31
jij
n
i
ij
XVR
εββ
++=
=1
0
Em que: VR - variável resposta;
β
0
,
β
1
,
β
2
,...,
β
n
: - parâmetros do modelo; Xvariável de manejo; i – i-ésimo
variável de cultivo; j – j-ésima observação e
εerro associado a observação com parâmetros ε ~ N (0,σ
2
).
As variáveis de manejo qualitativas, como tipo de ração (extrusada ou peletizada), tipo
de povoamento, ano e mês de povoamento, foram inseridas no modelo sob a forma binária (0
ou 1), de conformidade com as recomendações de Mendes (2006). A estimação dos
parâmetros “β” das variáveis foi feita através da técnica dos mínimos quadrados, conforme
recomendado por Draper e Smith (1981), Montgomery e Peck (1982), Weisberg (1985) e
Mendes (2006).
O método de Stepwise Backward foi utilizado para selecionar as variáveis de manejo
mais significativas e que influenciaram sobre as variáveis respostas. O valor da estatística F,
para inclusão ou exclusão da variável do modelo foi de F = 4. Para minimizar a soma dos
quadrados dos resíduos foi utilizada a família de transformadores de Box e Cox, objetivando
corrigir a não normalidade e/ou a variância não constante dos erros, melhorar o coeficiente de
determinação (r
2
) e minimizar a soma dos quadrados.
A função de Box e Cox utilizada foi a apresentada por Montgomery e Peck (1982), ou
seja:
[
]
0),ln(0,/1
1
===
λλλ
λλ
parayMGWeparaMGYW
ijijijij
Em que W: valor da variável transformada; Y: é o valor observado; λ: é a família dos transformadores; MG:
Média Geométrica do vetor resposta original; ln: logaritimo neperiano e i: é a enésima observação (i = 1, 2,
3,...,I).
Para avaliar a influência das observações nos modelos ajustados e a presença de
pontos discrepantes, realizou-se a análise dos resíduos, de acordo com as definições de
Cordeiro e Neto (2004). As análises dos resíduos padronizados (r
i
) versus observações
ordenadas, foram realizadas para avaliar as suposições de homogeneidade da variância, a
linearidade e se as independências dos erros foram validos. A confirmação da normalidade na
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
32
distribuição dos dados foi feita utilizando-se os testes de D’Agostino e/ou D’Agostino-
Pearson, ao nível de 5% de probabilidade.
Para comparar e melhorar visualização a relação entre as variáveis de manejo e às
respostas, além das interações entre as variáveis de manejo foram feitos os gráficos dos
modelos, utilizando-se Microsoft Excel/2000 e para os demais cálculos utilizou-se o
SysEAPRO (v.1.0).
3. Resultados
Ao avaliar o banco de dados de cultivos de L. vannamei, contendo 481 cultivos,
verificou-se que após a exclusão dos dados, considerados discrepantes ou fora das faixas de
limites estipulados, restaram 382 cultivos (79,42%) dos quais 265 (69,37%) utilizaram ração
extrusada (RE) e 117 (30,63%) ração peletizada (RP). As médias da taxa de sobrevivência dos
camarões cultivados com ração extrusada foi estatisticamente igual (P 0,05) quando se
utilizou ração peletizada, respectivamente 62,38 ± 0,97% e 61,81 ± 1,33%. Apesar de a
produtividade ter sido igual estatisticamente (P 0,05), ao utilizar ração peletizada e ração
extrusada, verificou-se que os cultivos realizados com ração peletizada apresentaram um
incremento de produtividade de 104,6 kg.ha
-1
.ciclo
-1
a mais que os cultivos com ração
extrusada. Os demais resultados dos cultivos, com ambas as rações, bem como os limites
máximos e mínimos das varveis são apresentados na Tabela 3.
Das sete variáveis respostas avaliadas (Tabela 2), apenas cinco (produtividade,
produção, taxa sobrevivência, fator de conversão alimentar e quantidade de ração), tiveram
correlação estatisticamente significativa (P < 0,05) com as variáveis de manejo (Tabela 4). A
utilização de ração peletizada ou extrusada não diferenciou (P 0,05) o crescimento semanal
e o peso final.
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
33
A exclusão de algumas variáveis de manejo nos modelos de predição, evidencia a não
interferência estatística na resposta. Ressalta-se que no caso das variáveis binárias como tipo
de ração, faz-se necessário a exclusão de uma delas para que não haja indeterminação na
matriz de dados. Observou-se que as variáveis de manejo mais recorrente nos modelos foram
a densidade de estocagem, o tempo de cultivo e o tipo de ração utilizado (Tabela 4). Outra
variável de manejo considerada recorrente nos modelos foi o mês de povoamento, constatou-
se que a produção, o fator de conversão alimentar e a sobrevivência sofreram maiores
influências dessa variável, em decorrência do número de vezes que essa variável apareceu nos
modelos, ou seja, 4, 6 e 4, respectivamente. A variável ano de povoamento (AP) interferiu na
produção, taxa de sobrevivência, produtividade e fator de conversão alimentar. A variável
área do viveiro (AV) só não interferiu significativamente (P 0,05) na produtividade.
Os coeficientes de determinação (r
2
) dos modelos variaram de 0,2608 a 0,8449 sendo
o menor registrado para o modelo da taxa de sobrevivência (TS) e o maior para o de
estimação quantidade de ração (QR). Os valores de “λ” que foram utilizados para minimizar a
soma dos quadrados dos resíduos variou de 0,35 a 0,90 (Tabela 4). Para melhor visualizar a
aplicabilidade dos modelos, foram atribuídos valores para algumas variáveis de manejo dos
modelos como área do viveiro (AV = 3,0); ração peletizada (RP = 0 ou 1); ano do
povoamento (AP
ii
= 0 ou 1); mês do povoamento (MP
ii
= 0 ou 1) e povoamento indireto (PI =
0). As respostas obtidas foram apresentadas em forma de gráficos em função da densidade de
estocagem e em função do tempo de cultivo, que variaram de 15 a 60 camarões.m
-2
e de 60 a
180 dias de cultivo, respectivamente.
De acordo com os modelos estatísticos de estimação das variáveis respostas pode-se
verificar que a ração extrusada propiciou um aumento no FCA à medida que a densidade
aumentou. Na menor densidade utilizada (15 camarões.m
-2
), o FCA para a ração extrusada foi
20,1% menor que o FCA da ração peletizada, as rações geraram o mesmo resultado quando a
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
34
densidade foi de 39,2 camarões.m
-2
. No entanto, o uso de ração peletizada em densidade
superior a 40 camarões.m
-2
teve um FCA de 18,8% menor que a ração extrusada. Entre as
densidades de 15 a 60 camarões.m
-2
,
o FCA dos camarões alimentados com ração peletizada
variou de 1,79 a 1,87 enquanto que com ração extrusada essa variação foi de 1,49 a 2,13 (Fig.
1A). Isso ocorreu principalmente em função da quantidade de ração consumida.
Ao relacionar a produção em função da densidade de estocagem dos camarões
observou-se em média uma eficiência de 8,3% a mais nos cultivos com ração peletizada. As
maiores diferenças percentuais foram verificadas nas densidades mais baixas, atingindo até
9,7%. Já com densidade de 60 camarões.m
-2
a diferença da produção entre as rações diminui
para 7,2% (Fig. 1B).
Com densidades de estocagem menores que 45 camarões.m
-2
o consumo de ração
peletizada foi maior em relação a extrusada, sendo a maior diferença (33,2%) na menor
densidade utilizada (15 camarões.m
-2
). Em densidades superiores (45 a 60 camarões.m
-2
) o
consumo de ração peletizada foi inferior ao consumo da extrusada (Fig. 1C).
A produtividade dos viveiros, utilizando-se ração peletizada com densidades de 15 a
35 camarões.m
-2
foi em média de 8,8% maior que dos cultivos realizados com ração
extrusada. Nas densidades superiores a ração extrusada propiciou, em média, 5,4% mais
(Kg.ha
-1
.ciclo
-1
) que os camarões cultivados com a ração peletizada. Na densidade de 60
camarões.m
-2
a diferença entre as produtividades foi de 10,3% favorecida pelo uso de ração
extrusada (Fig. 1D).
A taxa de sobrevivência dos camarões alimentados com ração peletizada foi em média
8,6% maior entre as densidades de 15 a 35 camarões.m
-2
. Por outro lado, em cultivos com
densidade de estocagem entre 35 e 60 camarões.m
-2
com
administração de
ração extrusada os
camarões tiveram uma sobrevivência média 12,9% superior aqueles alimentados com ração
peletizada (Fig. 1E).
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
35
Ao relacionar as variáveis de manejo em função do tempo de cultivo evidenciou-se
que na faixa de 60 a 180 dias, apenas quando os viveiros foram despescados com 60 dias foi
que a ração peletizada apresentou um FCA melhor. Nessa faixa, a média geral do FCA da
ração extrusada foi 8,6% menor que o FCA obtido nos viveiros com ração peletizada (Fig.
2A). Os viveiros despescados até 70 dias tiveram uma melhor produção quando os camarões
foram alimentados com ração extrusada. Após esse período os viveiros despescados
apresentaram maior produção quando os camarões foram alimentados com ração peletizada,
podendo chegar aos 180 dias de cultivo com uma diferença superior a 21% (Fig. 2B).
A quantidade de ração administrada em relação aos dias de cultivo foi semelhante às
observações realizadas na análise da produção. O uso de ração extrusada nos primeiros 70
dias foi maior que o uso de ração peletizada. A partir dos 70 dias observou-se que os
camarões alimentados com ração peletizada tiveram um consumo superior a 23% para
cultivos com 180 dias (Fig. 2C). Esse fato justifica a tendência do FCA, já que essa variável é
diretamente relacionada com a produção e o consumo de ração (Fig. 2B e 2C).
A produtividade foi maior nos viveiros que foi ofertada ração peletizada, mas somente
para tempos de cultivo superiores a 90 dias. Cultivos com 100 e 110 dias tiveram em média
produtividade de 2345,89 e 2240,27 Kg.ha
-1
.ciclo
-1
, respectivamente, para ração peletizada
(Fig. 2D). Entre as variáveis analisadas apenas a taxa de sobrevivência decresceu com o
tempo de cultivo (Fig. 2E). Cultivos de 60 a 80 dias propiciaram sobrevivências superiores a
75%. Nessa faixa a ração extrusada gerou os melhores resultados. Identificou-se uma
tendência de diminuição da sobrevivência à medida que os cultivos foram prolongados,
independente de qual tipo de ração que foi usada. Observou-se que quanto maior foi o número
de dias de cultivo a taxa de sobrevivência dos camarões alimentados com ração extrusada foi
menor para cultivos superiores a 90 dias. Com 180 dias a diferença da taxa de sobrevivência,
entre os dois tipos de rações foi superior a 26% (Fig. 2E).
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
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4. Discussão
No presente trabalho foram descartados durante o processo de triagem dos dados
20,58% dos 481 cultivos levantados. Essa técnica de triagem de banco de dados de fazendas
comerciais de cultivo camarão marinho L. vannamei, foi realizada por Silva et al., (2006) e
Bezerra et al., (2007) após estabelecerem critérios de filtragens dos dados, semelhantes ao
utilizados nesse trabalho. Silva e colaboradores, (2006), descartaram apenas 14,4% dos
cultivos, já Bezerra et al. (2007), descartaram 18,07% dos cultivos da massa de dados inicial,
aproximando dos valores de descarte do presente trabalho. A quantidade de dados descartados
dependerá fundamentalmente da qualidade das informações obtidas, como por exemplo
informações completas dos cultivos e da homogeneidade dos dados dentro dos limites
estabelecidos pelo pesquisador.
Os modelos desenvolvidos para as variáveis respostas: produção, produtividade,
quantidade de ração e fator de conversão alimentar apresentaram coeficientes de correlação
(r
2
) altos evidenciando que as variáveis de manejo selecionadas para os modelos tiveram
grande influência sobre a variável resposta. No entanto, esse coeficiente foi considerado
baixo (26,08%) no modelo de estimação da taxa de sobrevivência em relação ao obtido por
Bezerra, et. al. (2007). Esses autores utilizando 83 dados de cultivos, ao relacionarem a taxa
de sobrevivência com as variáveis de manejo, pH, nível da água, transparência, oxigênio
dissolvido, salinidade e temperatura da água, uso de aeração e fornecedor de pós-larvas,
obtiveram um r
2
de 63%. Com base nos resultados obtidos pelos referidos autores evidencia-
se que os parâmetros hidrológicos têm uma relação direta com a taxa de sobrevivência, o que
pode justificar o baixo coeficiente para a taxa de sobrevivência no presente trabalho, já que no
mesmo não foram utilizadas tais variáveis, onde as mesmas foram recebidas de forma
incompletas o que dificultou a sua utilização no banco de dados definitivo.
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
37
A exceção dos modelos de predição do peso final e crescimento semanal, os quais não
foram significativos (P 0,05), todos os demais foram altamente correlacionados com as
variáveis tempo de cultivo (TC) e densidade de estocagem (DE). Ao relacionar as variáveis de
manejo com as variáveis de resposta, Silva et al. (2006), verificaram que apenas a variável
tempo de cultivo apareceu em todos os modelos, indicando que essa variável de manejo tem
uma interferência direta nos resultados da atividade.
Amaya et al., (2006), ao utilizarem ração extrusada em 16 viveiros de 0,1ha, estocados
com 35 camarões.m
2
, para avaliar a diminuição de farinha de peixe na ração do L. vannamei,
após 18 semanas, obtiveram resultados médios do FCA de 1,22, produtividade de 6.026,25
kg.ha
-1
.ciclo
-1
e taxa de sobrevivência de 88,15%. Ao atribuir os parâmetros de manejo
supracitado nos modelos de predição, ter-se-ia como estimativa 1,50; 2.653,47; 84,70%,
respectivamente, para FCA, produtividade e taxa de sobrevivência. Contudo a alta
produtividade alcançada no experimento citado, pode está relacionada ao maior controle das
variáveis de manejo em função da reduzida área dos viveiros. Outro fator que pode ter
contribuído para as diferentes respostas é que os modelos desenvolvidos nesse trabalho são
indicados para viveiros com áreas entre 0,8 a 6,5ha.
Rout & Bandyopadhyay (1999), testaram ração comercial peletizada e extrusada,
desenvolvida para juvenis de Penaeus monodon, durante 30 dias e observaram que não houve
diferença significativa no FCA e na taxa de eficiência protéica (TEP) entre as duas rações.
Estes resultados divergem das observações realizadas, já que a variável FCA, seja em função
do tempo de cultivo ou da densidade, foram significativas para sua predição.
Fegan (2005), alerta para a taxa de eficiência protéica (TEP) que permite avaliar
quanto da proteína bruta da ração foi convertida em peso corporal dos camarões. As rações
com altos níveis de proteína bruta podem ter uma baixa TEP, o que contribui com o aporte de
nitrogênio nos viveiros, que se transforma em amônia e diretamente afeta o rendimento do
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
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cultivo. Ressalta-se que esse processo pode inibir o crescimento dos camarões e dependendo
do pH da água pode tornar-se tóxica provocando a mortalidade dos mesmos. Essa observação
não foi confirmada nesse trabalho já que não houve diferença significativa para taxa de
crescimento dos camarões, bem como as taxas de sobrevivência que foram acima de 60% para
ambas rações utilizadas. O fato de não ter ocorrido diferença significativa do FCA no
experimento com o P. monodon, pode esta relacionado ao curto espaço de tempo do
experimento (30 dias) e ao maior controle de variáveis como alimentação e parâmetros
hidrológicos, que são controlados com mais regularidade no laboratório do que no campo.
Considerando-se a indicação dos fornecedores das rações para cultivos acima de 30
camarões.m
-2
, a produtividade em relação a densidade de estocagem foi melhor quando
utilizou-se ração extrusada. Porém, deve-se tomar cuidado com os resultados das
produtividades dos viveiros, pois nem sempre um viveiro com maior produtividade tem uma
boa eficiência produtiva. Ressalta-se que a produtividade reflete uma produção em uma
determinada área, mas sem levar em conta os custos com equipamentos, insumos e mão de
obra. Souza et al., (2005) comenta a importância de distinguir a diferença entre os termos
produtividade e eficiência da produção. O aumento da produção, em determinada área de
cultivo, não necessariamente confirma a eficiência da fazenda. Como exemplo ele cita que por
desconhecimento técnico, o aumento da produtividade pode vir acompanhado do aumento
demasiado de bandejas de alimentação e aeradores, o que pode gerar uma alta taxa de
conversão alimentar, tornando a fazenda menos eficiente.
Tacon et al. (2003), ao realizarem um experimento em aquários durante doze semanas
(84 dias) utilizando densidade de 50 camarões.m
-2
e
rações extrusadas e peletizadas que
afundavam, avaliaram o peso final, taxa de sobrevivência e fator de conversão alimentar.
Esses autores observaram diferença significativa entre a ração peletizada e extrusada para a
variável peso final, em que a ração extrusada propiciou um incremento de peso de 14,8% a
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
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mais que a ração peletizada. Estes resultados divergem das observações realizadas no presente
trabalho, já que não houve diferença significativa ao se utilizar as diferentes rações no peso
final dos camarões. No mesmo experimento esses autores não observaram diferença
significativa para a taxa de sobrevivência e o fator de conversão alimentar, ao utilizar ração
peletizada e extrusada, também diferenciando do observado nesse trabalho em discussão. As
divergências nesse trabalho podem estar relacionadas ao fato do experimento citado ter sido
realizado em aquários, onde provavelmente existiu o maior controle das variáveis inerentes ao
cultivo do que em cultivos realizados em campo de forma comercial. Outro fator que pode ter
contribuído para a diferença entre os resultados dos trabalhos, pode ter sido a produtividade
natural dos viveiros que pode contribuir com mais de 25% dos nutrientes necessários para os
camarões, conforme afirmação de Lawrence e Lee (1997).
Ao utilizar o modelo de estimação da produtividade, usando ração extrusada com 35%
P.B., atribuindo DE = 37,5 camarões.m
-3
e TC = 81 dias e extrapolando a profundidade média
dos viveiros para 1 metro, ter-se-á como resposta da produtividade 266,8 g.m
-3
. Ao avaliar o
trabalho de Amaya et al. (2007), que testaram fontes alternativas de dietas para o L. vannamei,
entre elas a substituição de farinha de peixe por fontes protéicas vegetais, utilizando 37,5
camarões.m
-3
e rações extrusadas com média de 36,35% de proteína bruta, em caixas plásticas
durante 81 dias, com água rica em microalgas, pode-se reforçar a diferença entre os
experimentos realizados em laboratório e os resultados práticos de campo, já que a média dos
tratamentos para produtividade calculada nesse experimento foi de 610 g.m
-3
, sendo bem
superior ao resultado obtido através do modelo de estimação. Outro ponto divergente entre os
resultados de laboratório e o de campo é a taxa de sobrevivência, onde o experimento em
laboratório registrou uma taxa de sobrevivência de 86,66%, enquanto que a média dos dados
obtidos em campo foi de 62,38%.
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
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Em relação ao tempo de cultivo observou-se que a ração extrusada teve melhores
respostas para cultivos com duração máxima de 85 dias. Atualmente, a produção de camarão
no Brasil está voltada a atender o mercado interno, que está trabalhando com camarões abaixo
de 10,0g de peso final. Dessa forma, a ração extrusada pode ser uma boa opção para os
produtores brasileiros. Porém, uma das recomendações de Nunes et al. (2005) é, sempre que
possível, avaliar o desempenho da ração adquirida, ponderando quanto às relações custo-
benefício no momento da aquisição do produto. Portanto, apesar dos bons resultados para
cultivos rápidos apresentados pela ração extrusada, deve se levar em conta o custo dessa ração
em relação a peletizada.
5. Conclusões
Para densidades menores que 40 camarões.m
-2
, a ração extrusada apresentou resultados
de FCA e quantidade de ração consumida melhores,
enquanto a ração peletizada
apresentou melhores resultados para taxa de sobrevivência, produtividade e produção.
Para cultivos com até 75 dias, a ração extrusada propiciou os melhores resultados de
produtividade, FCA, produção e taxa de sobrevivência.
Não houve diferença significativa no peso final e crescimento semanal, dos camarões
quando cultivados com ração peletizada ou extrusada.
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
41
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44
Tabela 1 - Composição centesimal das rações comerciais utilizadas no cultivo do Litopenaeus vannamei
Níveis de Garantia
Umidade (max.)
Proteína Bruta (min.)
Extrato Etéreo (mín.)
Fibra (max.)
Cinzas (max.)
Cálcio (max.)
Fósforo (min.)
Vitamina A (U.I.)
Vitamina D3 (U.I.)
Vitamina E (U.I.)
Vitamina C (mg)
1,45%
4.000
2.000
150
130
140
130
PeletizadaExtrusada
13,00%
35,00%
0,70%
7,50%
5,00%
13,00%
3,00%
3.800
1.900
Ração
13,00%
35,00%
8,00%
6,00%
13,00%
3,00%
Variáveis de manejo
Tempo de cultivo (TC)
Densidade de estocagem (DE)
Área do viveiro (AV)
Povoamento Direto (PD)
Povoamento Indireto (PI)
Ração Peletizada (RP)
Ração Extrusada (RE)
Mês de povoamento (MP
ii
)
Ano de povoamento (AP
ii
)
Tabela 2 - Variáveis respostas e variáveis de manejo relacionadas ao cultivo do camarão Litopenaeus vannamei
Produção (Prd)
Quantidade de ração (QR)
Peso final (Pmf)
Variáveis respostas
Crescimento semanal (Cms)
Produtividade (Prdt)
Taxa de sobrevivência (TS)
Fator de Conversão Alimentar (FCA)
Tabela 3. Sumário descritivo dos dados de cultivo do Litopenaeus vannamei em fazendas comerciais.
Variável
Mínimo Máximo
Média
±
ε
Mínimo Máximo
Média
±
ε
Á
rea do viveiro (ha.) 0,80 6,50
2,94 ± 0,06
a
1,00 6,50
3,19 ± 0,08
b
Densidade de estocagem (camarões.m
-2
)
15,00 62,67
29,69 ± 0,71
a
15,00 62,91
33,26 ± 0,76
b
Quantidade de ração ofertada (Kg) 1.050,00 31.822,00
9.338,79 ± 412,59
a
2.950,00 31.485,00
11.940,32 ± 593,57
b
Produção (Kg) 971,00 16.981,98
5.894,20 ± 206,56
a
1.987,00 14.159,00
6.727,68 ± 253,00
b
Produtividade (Kg.ha
-1
.ciclo
-1
)
624,19 4.978,00
2.038,38 ± 56,43
a
877,17 4.689,00
2.142,98 ± 72,88
a
Taxa de sobrevivência (%) 25,10 97,69
62,38 ± 0,97
a
26,96 97,27
61,81 ± 1,33
a
Tempo de cultivo (dias) 62,00 178,00
112,09 ± 1,71
a
65,00 178,00
110,64 ± 2,96
a
Peso final (g) 6,01 19,71
11,49 ± 0,20
a
6,04 16,60
10,73 ± 0,24
b
Fator de conversão alimentar 0,40 2,80
1,50 ± 0,03
a
0,87 2,89
1,74 ± 0,04
b
Crescimento semanal (g.sem
-
1
)
0,44 1,40
0,73 ± 0,01
a
0,47 0,93
0,69 ± 0,01
b
Comparação de médias utilizando-se o teste "z", onde letras diferentes representam diferenças significativa entre as médias (P > 0,05);
ε
= Desvio Padrão
Ração extrusada Ração Peletizada
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
45
Tabela 4 - Equações relevantes à produção do
L
itopenaeus vannamei , em função das variáveis de manejo
λ
r
2
F
QR =
(2057,1593 - 258,721PI - 729,7043AV + 450,7360AP
5
- 43,7411DE - 17,0747TC - 388,9708MP
9
- 23,4651RP*DE +
+
9,8160RP*TC + 20,5539AV*DE + 6,9496AV*TC + 0,4694DE*TC)
1,1764
Prd =
(18,5509 - 0,9373PI - 1,5532AP
4
- 2,2149AP
6
- 3,4163AP
7
- 0,0453TC - 0,6847MP
3
- 1,2882MP
4
+ 2,1546MP
6
-
-
0,7374MP
9
- 0,4294RP*AV + 0,0180RP*TC + 0,0307AV*DE + 0,0132AV*TC + 0,0006DE*TC)
2,8571
Prdt =
(22,6179 - 3,8233AP
6
- 5,8134AP
7
+ 0,1826DE - 0,0881RP*DE + 0,0316RP*TC + 0,0013DE*TC)
2,2222
0,45 74,49% 182,48
FCA =
(0,2796 + 0,1439AP
5
+ 0,1328AP
6
+ 0,0083DE + 0,0060TC + 0,1014MP
2
+ 0,1703MP
3
+ 0,1156MP
4
- 0,1918MP
6
-
-
0,0724MP
9
- 0,0581MP
12
+ 0,0533RP*AV - 0,0093RP*DE + 0,0019RP*TC)
1,4285
TS =
(79,2776 - 2,1903PI - 11,5068AP
4
- 9,9359AP
5
- 14,1966AP
6
- 19,5368AP
7
- 0,1973TC - 3,6479MP
2
- 3,2250MP
3
+
+
14,4678MP
6
+ 4,5358MP
11
- 0,3349RP*DE + 0,1124RP*TC - 0,0229AV*DE)
1,1111
Em que: QR - Quantidade de Ração; Prd - Produção; Prdt - Produtividade; FCA - Fator Conversão Alimentar; TS - Taxa de Sobrevivência; PI - Povoamento Indireto; AV - Área do Viveiro;
AP - Ano do Povoamento; DE - Densidade de estocagem; MP - Mês do Povoamento; TC - Tempo de Cultivo; RP - Ração Peletizada;
λ
- Fator de Transformação; r
2
- Coeficiente de correlação e
F - Estatística de Snedecor.
0,35 82,19% 120,97
9,9895
0,70 65,92% 54,76
Equações
0,85 84,49%
0,90 26,08%
2762183,19
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
46
AB
CD
E Legenda:
Ração Extrusada
Ração Peletizada
Atribuições:
Rpel = 1 ou 0
MP
9
=
0
DE = 15 a 60
MP
11
=
0
TC = 110
MP
12
=
0
AV = 3,0
AP
4
=
0
MP
2
=
0
AP
5
=
1
MP
3
=
0
AP
6
=
0
MP
4
=
1
AP
7
=
0
MP
6
=
0PI =0
(A) Fator de Conversão Alimentar; (B) Produção; (C) Quantidade de ração; (D) Produtividade; (E) Taxa de sobrevivênci
Figura 1 - Variaveis respostas em função da variavel de manejo densidade de estocagem (DE) do
Litopenaeus vannamei
a
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
10.000
11.000
12.000
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Produção (kg.ciclo
-1
)
Densidade de estocagem (camarões.m
-2
)
6.000
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Quan
Densidade de estocagem (camarões.m
-2
)
9.000
12.000
15.000
18.000
21.000
24.000
tidade de Ração
(kg.ciclo
-1
)
1500
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Densidade de estocagem (camarões.m
-2
)
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Produtividade
(Kg.ha
-1
.ciclo
-1
)
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
80,00
85,00
90,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Taxa de sobrevivência (%)
Densidade de estocagem (camarões.m
-2
)
1,40
1,50
1,60
1,70
1,80
1,90
2,00
2,10
2,20
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
F.C.A
Densidade de estocagem (camarões.m
-2
)
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
47
AB
CD
E Legenda:
Ração Extrusada
Ração Peletizada
Atribuições:
Rpel = 1 ou 0
MP
9
=
0
DE = 30
MP
11
=
0
TC = 60 a 180
MP
12
=
0
AV = 3,0
AP
4
=
0
MP
2
=
0
AP
5
=
1
MP
3
=
0
AP
6
=
0
MP
4
=
1
AP
7
=
0
MP
6
=
0PI =0
Figura 2 - Variaveis respostas em função da variavel de manejo tempo de cultivo (TC) do
Litopenaeus vannamei
(A) Fator de Conversão Alimentar; (B) Produção; (C) Quantidade de ração; (D) Produtividade; (E) Taxa de sobrevi
vência
6.000
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190
Q
Tempo de cultivo (dias)
9.000
12.000
15.000
18.000
21.000
24.000
uantidade de Ração
(kg.ciclo
-1
)
1750
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 18
Tempo de cultivo (dias)
2000
2250
2500
2750
3000
3250
3500
0 190
Produtividade
(Kg.ha
-1
.ciclo
-1
)
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
80,00
85,00
90,00
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190
Taxa de sobrevivência (%)
Tempo de cultivo (dias)
1,10
1,30
1,50
1,70
1,90
2,10
2,30
2,50
2,70
2,90
3,10
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190
FCA
Tempo de cultivo (dias)
5.000
5.500
6.000
6.500
7.000
7.500
8.000
8.500
9.000
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190
Produção (kg.ciclo
-1
)
Tempo de cultivo (dias)
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
48
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sugere-se que os resultados apresentados nesse trabalho sejam avaliados
conjuntamente com os preços das rações, para que se possa avaliar os custos e benefícios das
rações.
Quanto a metodologia utilizada no trabalho, ela pode ser aplicada a várias outras
respostas que se queira obter, para avaliação dos benefícios que insumos de diferentes
fornecedores possa trazer ao cultivo do camarão.
A utilização dessa metodologia como ferramenta de planejamento em fazendas
comerciais pode gerar uma melhor otimização das áreas de cultivo, melhorando a
rentabilidade dos produtores.
Deve-se utilizar a metodologia desse trabalho para avaliar as rações com outros
percentuais de proteína bruta, com diferentes densidades de estocagem, como também em
condições climáticas diferentes.
PESSÔA, M.N.C. Desempenho zootécnico do camarão marinho Litopenaeus vannamei (BOONE, 1931)...
49
5. REFERÊNCIAS
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WONNACOTT. T. H; WONNACOTT, R.R. Introdução à estatística trad. Alfredo Alves
Farias Rio de Janeiro: Livros Técnicos Científicos, 1980. p. 589.
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