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iv
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
ANÁLISE DE CENÁRIOS PARA O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
DOMÉSTICOS RECICLÁVEIS NO HORIZONTE DO PLANO DE
GERENCIAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOS SINOS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
CAMILA GOETZE
SÃO LEOPOLDO
2009
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v
ANÁLISE DE CENÁRIOS PARA O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DOMÉSTICOS RECICLÁVEIS NO HORIZONTE DO PLANO DE
GERENCIAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOS SINOS
CAMILA GOETZE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Área de
Concentração: Gerenciamento de Resíduos, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS), como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em
Engenharia Civil.
SÃO LEOPOLDO
Abril/2009
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vi
Catalogação na Publicação:
Bibliotecária Eliete Mari Doncato Brasil - CRB 10/1184
G611a Goetze, Camila
Análise de cenários para o gerenciamento de resíduos sólidos domésticos
recicláveis no horizonte do plano de gerenciamento da Bacia Hidrográfica do
Rio dos Sinos / por Camila Goetze. --2009.
87 f . : il. ; 30cm.
Dissertação (mestrado) -- Universidade do Vale do Rio dos Sinos,
Programa de s-Graduação em Engenharia Civil, São Loepoldo, RS,
2009.
“Orientação: Profº Dr. Luis Alcides Schiavo Miranda; Co-
orientador: Profª Drª Luciana Gomes, Ciências Exatas e
Tecnológicas.”
1. Resíduo sólido urbano - Gerenciamento. 2. Bacia Hidrográfica do
Rio dos Sinos - Gerenciamento ambiental. I. Título. II. Miranda, Luis
Alcides Schiavo. III. Gomes, Luciana.
CDU 628.4
vii
INSTITUIÇÕES E FONTES FINANCIADORAS
Este trabalho foi financiado pela CAPES e desenvolvido na Universidade do Vale do
Rio dos Sinos, nas dependências do Laboratório de Microbiologia de Resíduos e do
Laboratório de Sensoriamento Remoto e Cartografia Digital.
viii
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador, Professor Luis Alcides Schiavo Miranda, pelo saber
transmitido nesses dois anos, paciência, orientação segura, apoio e incentivo constante
durante todo o trabalho. E à Professora Luciana Paulo Gomes, pela co-orientação e
oportunidade de ingressar no curso de Mestrado.
Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UNISINOS, pela
oportunidade e infra-estrutura disponibilizada.
À CAPES pelo financiamento de todo o curso de Mestrado.
Aos Professores da Universidade Federal de Pelotas, Maurício Couto Polidori, da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, e Fioravante Jaekel dos Santos pela
apresentação ao software Arcview, metodologia e paciência em solucionar dúvidas.
À Professora Vania Schneider e à equipe do Instituto de Saneamento Ambiental
da Universidade de Caxias do Sul, pela atenção e ajuda.
Aos Professores e à equipe técnica do Laboratório de Sensoriamento Remoto
(LASERCA) da Geologia da UNISINOS, pelo suporte técnico para o desenvolvimento
deste trabalho.
Aos técnicos do suporte da ESRI pela ajuda sempre imediata, ao solucionarem
dúvidas sobre o uso das ferramentas do software ArcMap. Assim, como aos blogueiros
dos sites de geografia, pela criatividade em solucionar os mais diversos problemas.
Aos colegas da turma de Mestrado: Aldrim, Amanda, Emerson, Jeferson, Karina,
Marcelo Caetano, Marcelo Grub, Marcelo Peruzzato e Rossana, pela parceria.
Aos gestores e colegas de trabalho da M.Stortti e da Goldsztein Cyrela, pela
compreensão nos momentos de ausência durante estes dois anos.
Aos meus amigos, de Porto Alegre e Pelotas, pela força nos momentos de tensão.
Ao meu tio Ari Goetze, por ser uma inspiração para a vida acadêmica.
E, especialmente, à minha família, meu marido, Carlos Cony, meus pais, Sidmara
e Nelio Goetze, minha madrinha, Branca, meu irmão, Bruno Goetze, e minha sogra,
Sandra Axelrud, pela força e confiança na conclusão deste trabalho.
Obrigada a todos!
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Produção média de resíduos no Brasil. ........................................................... 7
Tabela 2 - Destino dos resíduos sólidos no Brasil............................................................ 7
Tabela 3 - Municípios da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos.................................... 23
Tabela 4 - Dados dos municípios pertencentes a BHRS que compuseram a amostra. .. 33
Tabela 5 – Órgãos responsáveis pelos dados dos municípios da BHRS........................ 35
Tabela 6 - Fontes responsáveis de dados sobre a triagem de resíduos nos municípios
estudados. ....................................................................................................................... 35
Tabela 7- Conversão das coordenadas geográficas calculadas a partir da calculadora
geográfica do INPE. ....................................................................................................... 38
Tabela 8 - Referência de indicadores de qualidade do sistema de gerenciamento de
RSDR adotados nesta pesquisa. ..................................................................................... 39
Tabela 9 - Valores de referência para os diferentes indicadores utilizados.................... 39
Tabela 10 - Reclassificação dos Indicadores.................................................................. 41
Tabela 11 - Valores atribuídos para confecção da álgebra de mapas............................. 42
Tabela 12 – Premissas consideradas para análise de prognóstico.................................. 43
Tabela 13 - Índices de crescimento dos indicadores utilizados...................................... 44
Tabela 14 - Caracterização dos municípios.................................................................... 45
Tabela 15 – Idade dos habitantes dos municípios componentes da amostra.................. 48
Tabela 16 – Escolaridade................................................................................................ 49
Tabela 17 - Situação do gerenciamento de resíduos....................................................... 52
Tabela 18 Aproveitamento de resíduos sólidos domésticos recicláveis por município.
........................................................................................................................................ 54
Tabela 19 - Comparação da triagem entre municípios por tipo de RSDR..................... 56
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Esquema da álgebra de mapas onde observa-se o cruzamento de informações
entre os diferentes mapas.................................................................................................. 1
Figura 2 - Situação dos resíduos na Índia......................................................................... 1
Figura 3 - Estratégias de gerenciamento de resíduos sólidos em países desenvolvidos da
Europa............................................................................................................................... 1
Figura 4 - Bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul................................................... 20
Figura 5 - Mapa político da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. ............................... 24
Figura 6 - Focos de disposição de resíduos ao longo do Rio dos Sinos......................... 26
Figura 7 - Fluxograma de desenvolvimento da pesquisa. ................................................ 1
Figura 8 - Municípios da amostra................................................................................... 34
Figura 9 – Questionário aplicado aos municípios participantes da pesquisa. ................ 36
Figura 10 – Grau de relevância dos indicadores............................................................... 1
Figura 11 – Grau de relevância ao gerenciamento de RSDR formulado a partir da
definição da metodologia deste estudo............................................................................. 1
Figura 12 – População.................................................................................................... 46
Figura 13 - Densidade populacional............................................................................... 47
Figura 14 - Grau de urbanização. ................................................................................... 48
Figura 15 – Idade............................................................................................................ 49
Figura 16 – Escolaridade................................................................................................ 50
Figura 17 - PIB per capita............................................................................................... 51
Figura 18 – Índice de Desenvolvimento Humano.......................................................... 51
Figura 19 - Resíduos produzidos por habitante ao dia (g).............................................. 53
Figura 20 - Eficiência da triagem de resíduos.................................................................. 1
Figura 21 - Resíduos aproveitados na triagem. .............................................................. 55
Figura 22 - Comparação da triagem entre municípios por tipo de RSDR...................... 56
Figura 23 – Localização dos destinos dos resíduos sólidos domésticos recicláveis triados
(1). .................................................................................................................................. 57
Figura 24 - Localização dos destinos dos resíduos (2)................................................... 58
Figura 25 - Diagnóstico.................................................................................................. 59
xi
Figura 26 - Prognóstico para 10 anos............................................................................. 61
Figura 27 - Prognóstico para 20 anos............................................................................. 62
Figura 28 Comparação entre resultados de desempenho do gerenciamento de RSDR
dos municípios gerados pela álgebra de mapas.............................................................. 63
xii
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACV - Análise de Ciclo de Vida
BHRS - Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior
CBH-SMT - Comitê da Bacia do Rio Sorocaba e Médio Tietê
CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
COMITESINOS - Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do rio dos Sinos
COREDE - Conselho Regional de Desenvolvimento
COSELIX - Saneamento Ambiental na Região Metropolitana de São Paulo
DMLU - Departamento Municipal de Limpeza Urbana
EPA - Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos
FEPAM - Fundação estadual de Proteção Ambiental Henrique Roessler
GIRSU - Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICV - Inventário de Ciclo de Vida
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
LASERCA - Laboratório de Sensoriamento Remoto e Cartografia Digital
MNCR - Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis
MONALISA - Identificação dos Pontos de Impacto da Bacia Hidrográfica do Rio dos
Sinos – Retirada e Devolução de Água
NBR – Norma Brasileira
PIB - Produto Interno Bruto
Plano Sinos - Plano de Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos
PNSB - Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
Pró-Sinos - Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos
Sinos
RMPA - Região Metropolitana de Porto Alegre
RMSP - Região Metropolitana de São Paulo
RSDR - Resíduos Sólidos Domésticos Recicláveis
SCOLDSS - Sistema de Apoio à Decisão Aplicado ao Planejamento e Distribuição da
Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos
SIG - Sistema de Informações Geográficas
SSD - Sistema de Suporte à Decisão
UGRHI - Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos
UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos
€ - Euro (moeda da União Européia)
xiii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS..................................................................................................viii
LISTA DE TABELAS .................................................................................................... ix
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... x
LISTA DE ABREVIATURAS....................................................................................... xii
RESUMO ....................................................................................................................... xv
ABSTRACT .................................................................................................................. xvi
1
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 1
2
OBJETIVOS................................................................................................................ 2
2.1.
Objetivo Geral............................................................................................................2
2.2
Objetivos Específicos.................................................................................................2
3
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 3
3.1
Gerenciamento de Resíduos Sólidos..........................................................................3
3.1.1
Coleta e Coleta Seletiva...........................................................................................4
3.1.2
Cooperativas de Catadores.......................................................................................5
3.1.3
Resíduos Sólidos Domésticos Recicláveis...............................................................6
3.2
Geoprocessamento......................................................................................................8
3.2.1
Sistema de Informações Geográficas (SIG).............................................................8
3.3
Aplicações de Geoprocessamento no Gerenciamento de Resíduos Sólidos............10
3.3.1
Experiências Internacionais ...................................................................................10
3.3.1.1
Ásia....................................................................................................................10
3.3.1.2
Europa ...............................................................................................................12
3.3.2
Experiências Nacionais..........................................................................................14
3.4
Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos .......................................................................20
3.4.1.
COMITESINOS.....................................................................................................22
3.4.2.
Caracterização dos Municípios da BHRS..............................................................22
3.4.3.
Plano Sinos.............................................................................................................25
4
METODOLOGIA...................................................................................................... 30
4.1
Pesquisa bibliográfica...............................................................................................32
4.2
Delimitação da Amostra...........................................................................................32
xiv
4.3
Levantamento de Dados...........................................................................................34
4.3.1
Caracterização da área de estudos..........................................................................34
4.3.1.1
Campo ...............................................................................................................34
4.3.1.2
População ..........................................................................................................35
4.3.2
Coleta de dados......................................................................................................35
4.4
Aplicação das Informações em SIG.........................................................................37
4.4.1
Materiais.................................................................................................................37
4.4.2
Métodos..................................................................................................................37
4.5
Diagnóstico da Situação Atual .................................................................................39
4.6
Prognóstico Futuro ...................................................................................................43
5
RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................... 45
5.1
Caracterização dos municípios.................................................................................45
5.2
Diagnóstico ..........................................................................................................52
5.3
Prognóstico ..........................................................................................................60
6
CONCLUSÕES......................................................................................................... 65
7
RECOMENDAÇÕES................................................................................................ 67
8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 68
9 APÊNDICE ........................................................................................................... 75
9.1
Passo-a-passo da metodologia para uso dos dados no software ArcMap, conforme a
metodologia aplicada por SANTOS (1999). ...................................................................75
9.2
Passo-a-passo da metodologia para diagnosticar a situação dos resíduos através do
software ArcMap ..........................................................................................................76
xv
RESUMO
Nos últimos anos, a região da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos vem sofrendo
danos decorrentes da disposição inadequada de resíduos sólidos recicláveis, tornando
necessário o desenvolvimento de estudos que busquem alternativas visando a melhoria
da condição ambiental da bacia. Nesta pesquisa objetivou-se analisar os cenários para o
gerenciamento de resíduos sólidos domésticos recicláveis na Bacia Hidrográfica do Rio
dos Sinos, visando identificar meios de colaborar para a redução dos impactos
ambientais e à saúde pública.
A dissertação foi dividida em três principais partes: (i) revisão bibliográfica; (ii)
diagnóstico da situação atual do gerenciamento de resíduos sólidos domésticos
recicláves; (iii) e prognóstico dos próximos 10 e 20 anos.
A partir da identificação de indicadores de qualidade para o gerenciamento de
resíduos sólidos domésticos recicláveis, foi possível iniciar a análise da situação atual
dos municípios da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos componentes da amostra, com a
ajuda do software ArcMap e da revisão bibliográfica. A qual indicou índices de
crescimento dos indicadores permitindo gerar os prognósticos futuros para 10 e 20 anos.
A análise do prognóstico indicou as razões pelas quais alguns municípios poderão
ter um cenário futuro mais otimista e outros, mais pessimista, auxiliando os gestores
ambientais no planejamento de ações estratégicas ao gerenciamento de resíduos sólidos
domésticos recicláveis. Dentre estas, o presente estudo permitiu destacar o apoio às
cooperativas de catadores, através de incentivo à sua formação e suporte financeiro para
melhorias dos processos; a melhoria dos sistemas de coleta seletiva; e a necessidade de
investimento em programas de conscientização e educação.
Em suma, a relevância deste trabalho consiste no desenvolvimento de um método
de análise através do software ArcGIS, que poderá ser utilizado no desenvolvimento dos
estudos necessários ao cumprimento do Plano Sinos. A partir da criação do banco de
dados georreferenciado, qualquer mudança no panorama atual poderá ser facilmente
imputada e gerada uma nova análise, alertando aos gestores para que tomem medidas
preventivas.
xvi
ABSTRACT
In the last past years, the region of Sinos River Hydrographic Basin has
experienced several damages due to inadequate solid waste disposition, making
necessary to develop studies that search for ways to improve the Basin's environmental
condition. In this research, the general goal was to analyze the scenarios to domestic
recyclable solid waste management in Sinos River Hydrographic Basin (SRHB),
searching for the identification of improvements for public health.
The dissertation was divided in three major parts: (i) bibliographic review; (ii)
domestic recyclable solid waste management current situation diagnosis; (iii) prognosis
for the next 10 and 20 years.
From the identification of domestic recyclable solid waste management quality
indicators was possible to start the current situation diagnosis in the cities of SRHB
sample components, using the help of ArcMap software and bibliographic review. Wich
indicated the growing indices hallowing to generate the prognosis for the next 10 and
20 years.
The prognosis analysis indicated the reasons why some cities will have a better or
worse future scenario, helping the environmental managers in the strategic actions
planning for the domestic recyclable solid waste management. Among them, the present
study could highlight the support to collector's cooperative, through financial and
educacional incentives to improving processes; reform of selective collect systems; and
necessity of investment in awareness programs and education..
In short, this work’s relevance consists in developing an analysis method using
the ArcGIS software, which can be used in the development of Plano Sinos (Sinos Plan)
studies. From the georeferenced data base creation, any change in current panorama
could be easily imputed e generated a new analysis, warning the managers to take
preventives actions.
1
1 INTRODUÇÃO
A partir do advento da Revolução Industrial, em meados do século XVIII, a
mecanização dos sistemas resultou num aumento acelerado da produção de bens e,
conseqüentemente, dos hábitos de consumo da população. Desde então, a intensidade da
industrialização e a atividade diária do homem em sociedade se tornaram um dos
principais fatores causadores da geração de resíduos sólidos urbanos. Somados ao
aumento da população mundial, os resíduos sólidos remanescentes ameaçam a saúde
humana e causam danos ao meio ambiente, como os acidentes ambientais verificados
nos últimos anos na região da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos.
Estes acidentes são devidos às mudanças na composição dos resíduos sólidos
domésticos, que meio século era predominantemente composto de matéria orgânica
putrescível (em especial, restos de alimentos), e aos avanços da tecnologia, que geraram
os materiais chamados de resíduos sólidos recicláveis (como plásticos, papéis, vidros e
metais), cada vez mais presentes na coleta diária.
A solução para prevenção destes acidentes ambientais se através da adoção do
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos. Para isso, diversos
pesquisadores nacionais e internacionais indicam como importante ferramenta a adoção
de técnicas de geoprocessamento para o diagnóstico, planejamento e gestão ambiental.
Portanto, devido aos acidentes ambientais verificados nos últimos anos na região
da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, aos danos que a disposição final inadequada de
resíduos sólidos recicláveis vem causando ao meio ambiente e à possibilidade de
aperfeiçoar o seu gerenciamento através de alternativas estratégicas para a coleta de
resíduos, justifica-se o desenvolvimento deste trabalho. Para o atendimento destes
objetivos, a dissertação foi dividida em três partes principais: (i) revisão bibliográfica;
(ii) diagnóstico da situação atual do gerenciamento de resíduos sólidos domésticos
recicláves; (iii) prognóstico dos próximos 10 e 20 anos.
2
2 OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Analisar os cenários para o gerenciamento de resíduos sólidos domésticos
recicláveis gerados na Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, visando identificar meios
de reduzir os impactos ambientais e oportunizar melhores condições de saúde pública.
2.2 Objetivos Específicos
Identificar indicadores para realizar a análise do gerenciamento de resíduos
sólidos domésticos recicláveis.
Diagnosticar a situação dos resíduos sólidos domésticos recicláveis nos
municípios componentes da Bacia Hidrográfica Rio dos Sinos.
Elaborar prognóstico dos efeitos do gerenciamento de resíduos sólidos
domésticos recicláveis, sem intervenções, em dois horizontes temporais: 10 e 20 anos.
3
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os recursos hídricos são considerados um dos mais importantes meios para a
sobrevivência do homem. É um dos mais ameaçados pelo modo atual de
desenvolvimento econômico e urbano, em que os recursos naturais ainda não são vistos
como elementos essenciais à sobrevivência humana, mas como um mero produtor de
matérias-primas e receptor dos mais diversos tipos de resíduos (FERRAZ & BIZZO,
2007). Dessa forma, pesquisas recentes têm focado seus estudos nas relações entre as
atividades humanas e as suas conseqüências ao meio ambiente, tendo nas Bacias
Hidrográficas um elemento-chave para orientar os resultados obtidos. Considerando que
numa Bacia Hidrográfica é possível verificar-se as inter-relações, vitais para o equilíbrio
ecológico do ecossistema local, estas vêm sendo adotadas como unidade geográfica
básica para realização de pesquisas e estudos.
Assim, o presente capítulo pretende demonstrar a necessidade de gerenciamento
de resíduos sólidos, com foco na coleta seletiva, nas cooperativas de catadores de
resíduos e na importância dos resíduos sólidos domésticos recicláveis. Apresentará o
estado da arte, citando a situação do gerenciamento de resíduos em outros países e quais
as técnicas adotadas para melhorá-lo. Entre elas, os Sistemas de Informação Geográfica
(SIG) como ferramenta de suporte à decisão no gerenciamento ambiental. Por fim, irá
contextualizar a origem e desenvolvimento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, a
formação do COMITESINOS e a elaboração do Plano Sinos (GOMES, 2007).
3.1 Gerenciamento de Resíduos Sólidos
A partir do início do século XVIII, com a Revolução Industrial, ocorreu um
grande incremento nos hábitos de consumo da população, conseqüentemente houve um
aumento da produção de resíduos, e que continua a crescer. Assim, os resíduos sólidos
passaram a ser um dos principais problemas ambientais a serem enfrentados pela
sociedade. Somado ao acréscimo da sua produção, o surgimento das áreas de destinação
final irregulares, como lixões e depósitos a céu aberto, acentuam a proliferação de
vetores e o risco de desastres ambientais.
4
Para TEIXEIRA & BIDONE (1999) a solução para essa questão se através da
adoção do Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (GIRSU), cujos
principais objetivos são: (i) proteger os seres humanos e o meio ambiente; e (ii)
conservar os recursos naturais.
Quando o gerenciamento é integrado, as etapas são articuladas entre si, desde a
geração até a disposição final, com atividades compatíveis com as dos demais sistemas
do saneamento ambiental. Neste caso é essencial a participação ativa e cooperativa do
primeiro, segundo e terceiro setor, respectivamente, governo, iniciativa privada e
sociedade civil organizada (CASTILHOS JR. et al., 2003).
Portanto, o GIRSU é o conjunto articulado de ações normativas, operacionais,
financeiras e de planejamento, que uma administração municipal desenvolve, baseado
em critérios sanitários, ambientais e econômicos (JARDIM, 1995). Envolve as etapas de
geração, coleta, coleta seletiva, transporte, tratamento e disposição final, dando a cada
tipo de resíduo sólido atenção especial.
3.1.1 Coleta e Coleta Seletiva
A coleta de resíduos sólidos é definida pela ABNT como o ato de recolher ou
transportar resíduos sólidos de qualquer natureza, utilizando veículos e equipamentos
apropriados, já a coleta seletiva é aquela em que os resíduos são removidos previamente
e separados pelo gerador (ABNT). Vista como uma estratégia importante de
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, a coleta seletiva é capaz de aperfeiçoar as
etapas de tratamento e disposição final, reduzindo os impactos à saúde pública e ao
meio ambiente (BRINGHENTI, 2004; BRINGHENTI, 2007).
Neste contexto, a coleta seletiva constitui um processo de valorização dos
resíduos selecionados e classificados na própria fonte geradora, visando seu
reaproveitamento e reintrodução no ciclo produtivo. Logo, a implementação de
gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo programas de coleta seletiva de resíduos
sólidos domiciliares, é fundamental para o equacionamento desta realidade
(FERNANDES, 2007).
Estes programas, que, do ponto de vista do gerenciamento dos resíduos sólidos
urbanos, têm por finalidade a minimização dos resíduos gerados, possibilitam ganhos
5
ambientais com a re-inserção de materiais recicláveis nos processos produtivos e a
diminuição do volume de resíduos para disposição final e a conseqüente redução dos
impactos decorrentes. Promovem também a inclusão social e a geração de trabalho e
renda para trabalhadores dos setores formal e informal de reciclagem que se inicia com
os catadores de materiais recicláveis, que atuam nas ruas e em organizações e culmina
nas centenas de empregos gerados na indústria de reciclagem. Do ponto de vista
econômico, destacam-se o aumento da vida útil dos aterros, considerando-se a
dificuldade de encontrar áreas adequadas para a disposição final de resíduos,
principalmente nas grandes cidades, e a redução dos custos dos programas de coleta
seletiva para as prefeituras (DEMAJOROVIC et al., 2004).
Portanto, programas municipais de coleta seletiva são importantes para aumentar a
viabilidade da reciclagem, pois possibilitam informar e sensibilizar a população e
incentivo à participação social na separação dos resíduos, o que aumenta a oferta de
recicláveis e reduz o custo do gerenciamento de resíduos soídos urbanos. Tais
programas, desenvolvidos em parceria com cooperativas de catadores, conferem maior
renda e benefícios a esses trabalhadores, melhores condições de trabalho, fortalecimento
da organização e divisão do trabalho, inclusão social e resgate da cidadania, além de
promover a inserção de catadores autônomos sob forma organizada de trabalho, em
melhores condições operacionais (GÜNTHER, 2007).
3.1.2 Cooperativas de Catadores
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2008)
existem atualmente no Brasil 230 mil catadores de resíduos. O Movimento Nacional dos
Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) diz que, devido à informalidade das
condições de trabalho, esse número poderá chegar a um milhão. No entanto, atualmente
estão cadastrados no MNCR apenas 35.637 catadores, dos quais 72% estão em grupos
completamente desorganizados que atuam na rua ou em lixão, sem infra-estrutura para o
trabalho e em condições precárias. Apenas 4% estão em cooperativas ou associações
bem organizadas.
DUARTE (2005) cita que estes catadores, atuando em conjunto com os serviços
municipais, conseguem reaproveitar de 10% a 20% dos resíduos urbanos, devolvendo
6
os materiais recicláveis ao ciclo produtivo e economizando recursos naturais e
energéticos.
Submetidos a um ambiente de trabalho carente de infra-estrutura sanitária, os
catadores encontram-se expostos a diversas doenças e a condições de trabalho bastante
desumanas. Além disso, o descarte aleatório de resíduos em nascentes, córregos,
margens de rios e estradas, além de provocar problemas ambientais graves, concentra
nesses locais um exército de desempregados e famintos. Mediante esse cenário, as
associações de catadores de material reciclável surgem para organizar esses
trabalhadores informais e marginalizados resgatando a sua cidadania (DUARTE, 2005).
3.1.3 Resíduos Sólidos Domésticos Recicláveis
A partir do aumento da produção de bens e dos hábitos de consumo da população,
houve um grande incremento na produção de resíduos. Os quais, ao longo dos anos,
vêm sofrendo mudanças nas características de sua composição. Visto que há meio
século se verificava uma maior produção de resíduos de matéria orgânica (em especial,
restos de alimentos), e nos dias de hoje, materiais chamados de Resíduos Sólidos
Domésticos Recicláveis (RSDR), como plásticos, papéis e metais, estão cada vez mais
presentes na coleta diária.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT define resíduos sólidos
como os "restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis,
indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semi-sólido ou
líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional".
A NBR 10.004 (2004) classifica os resíduos de acordo com sua origem: industrial,
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Considerando a produção média per capita diária de resíduos no Brasil entre 460
e 1.200 gramas, publicada na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), em
2000 (Tabela 1), e que os resíduos sólidos urbanos no Brasil são compostos em média
de 60% de resíduo orgânico e 40% de resíduo reciclável (OLIVEIRA, 2002), mas que
aproximadamente 10% dos resíduos sólidos coletados no Brasil não são enviados aos
aterros ou lixões (Tabela 2). Justifica-se a escolha pelo tipo de resíduo a ser estudado,
pois o RSDR acaba destacando-se pela grande quantidade produzida, pela conseqüente
7
insuficiência de áreas para disposição final e ineficiência desta alternativa como solução
ao problema.
Tabela 1 - Produção média de resíduos no Brasil.
População Lixo Domiciliar (kg/hab.dia)
Até 9.999 habitantes 0,46
De 10.000 a 99.999 habitantes 0,49
De 100.000 a 199.999 habitantes 0,69
De 200.000 a 499.999 habitantes 0,78
A partir de 500.000 habitantes 1,20
Fonte: PNSB, 2000.
Tabela 2 - Destino dos resíduos sólidos no Brasil.
Destino % da massa total coletada
Vazadouro a céu aberto (lixão) 52,72
Vazadouro em áreas alagadas 0,55
Aterro controlado 16,43
Aterro sanitário 12,77
Aterro de resíduos especiais 7,13
Usina de compostagem 2,29
Usina de reciclagem 5,24
Incineração 2,86
Fonte: PNSB, 2000.
Por fim, os benefícios da separação dos materiais recicláveis e da reinserção na
cadeia produtiva resumem-se a minimização da quantidade de resíduos descartados,
gerando uma alternativa à sua disposição final, e da utilização de fontes naturais, muitas
vezes não renováveis (ARAUJO et al., 2007).
8
3.2 Geoprocessamento
As técnicas de geoprocessamento constituem-se de importantes ferramentas para o
diagnóstico, planejamento e gestão ambiental, visto que permitem a análise de um
grande número de dados de forma rápida e menos subjetiva, auxiliando no processo de
tomada de decisão (SCHNEIDER et al., 2007).
Através da apresentação de uma ampla gama de possibilidades de
armazenamento, manipulação e análise de dados georreferenciados, o
geoprocessamento possui um espectro de utilização amplo, que tem englobado a área do
meio ambiente em larga escala, sendo utilizado em avaliação, planejamento,
monitoramento e gerenciamento ambiental (NASCIMENTO, 2001).
Dentre as ferramentas que compõem o universo do Geoprocessamento, o Sistema
de Informações Geográficas (SIG) mostra-se como uma poderosa ferramenta para um
eficiente monitoramento e análise do meio ambiente, podendo contribuir
adequadamente para a proteção ambiental (SMANIOTTO et al., 2003).
3.2.1 Sistema de Informações Geográficas (SIG)
O SIG é um sistema dedicado a projetos, permitindo uma análise única de um
problema que envolve variáveis espacialmente distribuídas, tendo como objetivo
“prover uma ferramenta eficiente de planejamento para todas as aplicações que fazem
uso de mapas. Todas as atividades que envolvem a coleta de dados relativos a
distribuição espacial de dados sobre a superfície terrestre podem se beneficiar de
sistemas desta natureza” (INPE, 1995 apud STUANI, 2003).
Em estudos ambientais, o uso do SIG provém da preocupação dos técnicos em
fornecer informações de qualidade e em formatos que possibilitem a sua utilização por
gestores ambientais (VEDOVELLO, 2000).
No caso de estudos ambientais, a sistematização de informações em um banco de
dados, torna-se de extrema importância a partir do momento em que se tem uma grande
quantidade das mesmas. O seu armazenamento e organização ocorrem através de
tabelas e formulários, que possibilitam um gerenciamento mais rápido e torna a
informação disponível a diversos usos. Um banco de dados, quando associa
9
coordenadas (geográficas ou planas) às suas informações, passa a ser denominado banco
de dados georreferenciado. O qual se difere de um banco de dados convencional por
seus dados apresentarem características espaciais, ou seja, possuem propriedades que
descrevem a sua localização, posição sobre/sob a superfície terrestre e a sua forma de
representação geométrica (ponto, linha, polígonos) (SCHNEIDER et al., 2007).
Portanto, um SIG é uma base de dados que liga informações alfanuméricas a
mapas, permitindo visualizar e analisar dados de novas e poderosas formas. Os objetos
do mundo real, quando estão representados num mapa, são denominados feições. As
feições podem ser representadas por pontos, linhas ou polígonos. As feições num SIG
possuem atributos (informações descritivas sobre elas) aos quais elas estão ligadas
(ROSA, 2004).
Os SIG também podem ser entendidos como qualquer conjunto de procedimentos,
manuais ou informatizados, utilizados para armazenar e manipular dados
geograficamente referenciados (ARONOFF, 1991 apud NASCIMENTO, 2001).
Sendo a ferramenta mais conhecida utilizada no geoprocessamento, o SIG
apresenta como principal característica a capacidade de agrupar dados provenientes de
diversas fontes, unificando-os em um banco de dados, permitindo assim, análises,
consultas e organização dos mesmos (VEDOVELLO et al., 1999 apud NASCIMENTO,
2001). A Figura 1, elaborada a partir dos estudos deste trabalho, ilustra essa situação,
onde se faz necessário o cruzamento de informações diversas através de mapas.
Figura 1- Esquema da álgebra de mapas onde observa-se o cruzamento de informações entre os
10
3.3 Aplicações de Geoprocessamento no Gerenciamento de Resíduos Sólidos
3.3.1 Experiências Internacionais
Atualmente, o gerenciamento de resíduos têm sido um dos principais focos de
preocupação no mundo todo. Devido às necessidades de proteção do meio ambiente e
conservação dos recursos naturais, diversos estudos têm sido desenvolvidos, abordando:
o desenvolvimento de sistemas de suporte à decisão; a criação de sistemas de
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos; o uso da ferramenta SIG; avaliação de
opções economicamente viáveis para o gerenciamento de resíduos; e, no caso de alguns
países desenvolvidos da Europa, foram verificados diversos estudos focados na busca
por estratégias de gerenciamento de resíduos para países em desenvolvimento.
Portanto, este capítulo visa explanar algumas das alternativas encontradas por
países da Ásia (Bangladesh, Índia e Japão), Europa (Inglaterra, Noruega e Itália) e
América do Norte (Canadá).
3.3.1.1 Ásia
Na Índia e em Bangladesh uma das grandes preocupações ambientais são os
lixões a céu aberto, para os quais diversas alternativas para disposição têm sido
estudadas. Praticados extensivamente em Bangladesh, por serem baratos e por não
requererem planejamento, os lixões geralmente são localizados em áreas próximas de
recursos hídricos e nas periferias das cidades (SUFIAN & BALA, 2006).
Em Bangladesh a análise da composição dos resíduos sólidos não é feita
regularmente pelos municípios, porém, através de dados de KHAN (1999) apud
SUFIAN & BALA (2006), percebe-se que os resíduos constituem-se em torno de 18%
de matéria inorgânica e 82% orgânica.
Diversos estudos foram desenvolvidos no país, buscando estratégias para o
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos (KUM et al., 2005 apud SUFIAN & BALA,
2006), entre eles destacam-se as pesquisas de desenvolvimento de sistemas de suporte à
decisão (BARSI, 2000; MING et al., 2000; HEIKKI, 2000 apud SUFIAN & BALA,
2006).
11
TALYAN et al. (2007) traçaram um panorama da situação do gerenciamento de
resíduos sólidos urbanos na Índia, cuja capital, Delhi, produz 500 gramas por dia de
resíduos per capita, abriga 1,8 milhão habitantes e cresce a uma razão de 3,85% ao ano.
Os maiores problemas do país estão relacionados à disposição final dos resíduos que,
assim como em Bangladesh, geralmente tratam-se de lixões a céu aberto que ocupam
em torno de 1% do território da capital (14,83km²).
Em 2000, a Índia criou o manual “Regras para Resíduos Sólidos Urbanos”. Nesse,
as Prefeituras deveriam gerar normas e implantá-las; e fornecer infra-estrutura (coleta,
depósito, triagem, transporte, processamento e disposição final) para o gerenciamento
de resíduos. Essas regras baseavam-se na definição de que os resíduos biodegradáveis
deveriam ser processados por combinação de sistemas de tratamento (compostagem,
vermicompostagem, digestão anaeróbia e peletização) e aterro controlado. No entanto,
tais regras ainda estão longe de serem implementadas (Figura 2), devido à inviabilidade
de recursos financeiros, ausência de mão-de-obra qualificada, ausência de motivação e
consciência pública e não-cooperação das residências. A Figura 2 apresenta o status do
cumprimento das regras, embora não defina maiores detalhes sobre cada uma delas.
Paralela à dificuldade de gerenciamento dos lixões a céu aberto, existe a
problemática dos catadores de resíduos, que por não usarem equipamentos de proteção
ou segurança, sofrem de diarréia, infecções, alergias, tremores, tontura, perda de
memória, depressão e problemas respiratórios.
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Disposição Final
Tratamento dos resíduos
Transporte
Coletores
Limpeza das ruas
Coleta primária
Segregação dos recicláveis
Segregação na fonte
Figura 2 - Situação dos resíduos na Índia.
Fonte: TALYAN et al., 2007.
%
%
%
%
%
%
%
%
%
12
Neste contexto ocorre a reciclagem, formal e informalmente, através de catadores,
que realizam a coleta do resíduo e vendem-no a negociantes intermediários. Estes, por
sua vez, revendem o resíduo às unidades de reciclagem. Dessa forma, os catadores e os
intermediários obtêm 2/3 dos lucros, restando às unidades de reciclagem apenas 1/3,
proveniente de resíduos domésticos, de comércios, varrição.
No Japão a realidade é diferente, devido à adoção políticas voltadas para a
preservação do meio ambiente, com ênfase na proteção da saúde pública, e restrições a
descargas de resíduos. O país busca criar uma consciência junto a seus cidadãos sobre a
importância de criar uma sociedade voltada para a reciclagem, valorizando
simultaneamente a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico.
O Governo também incentiva as empresas a fabricar seus produtos de forma que a
reciclagem se torne mais fácil. Os resíduos são classificados em municipal e industrial,
sendo o primeiro de responsabilidade das Prefeituras e o segundo dos empreendedores
responsáveis. Outro princípio importante é o de incentivos fiscais e ajuda financeira,
implementado desde 1965, quando foi fundado o Environmental Pollution Control
Service Corporation (Corporação de Serviço de Controle da Poluição Ambiental)
atualmente chamado de Japan Environment Corporation (Corporação do Meio
Ambiente do Japão) – JEC (REIS, 2006).
TASAKI et al. (2006) citam que o foco de estudos atuais são os lixões ilegais de
resíduos industriais, devido ao aumento dos impostos de disposição de resíduos e às
normas rígidas de conservação ambiental. Buscando medidas de prevenção, através da
diminuição de alguns impostos e do aumento de multas para os lixões ilegais, a situação
foi amenizada, mas não totalmente solucionada (CHOE & FRASER, 1999). Assim, o
Governo adotou estratégias de vigilância, através de patrulhas organizadas pelas
Prefeituras, as quais TASAKI et al. (2006) sugerem que ainda poderão ser realizadas
com o auxílio da ferramenta SIG.
3.3.1.2 Europa
Na Dinamarca, estudos de KIRKEBY et al. (2006) foram focados na criação de
modelos teóricos de avaliação do consumo de recursos naturais e de impactos
13
ambientais dos sistemas de gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos através do uso
da ferramenta Análise de Ciclo de Vida (ACV).
Na Áustria, os estudos de (BRUNNER & FELLNER, 2007) focaram na busca de
alternativas para o gerenciamento de resíduos sólidos em países em desenvolvimento.
Em seus estudos, os pesquisadores citam as diferenças entre o gerenciamento de
resíduos nos países desenvolvidos e nos chamados ‘em desenvolvimento’, focando no
tema investimentos financeiros necessários.
Em geral, nos países desenvolvidos são investidos em torno de €100,00 por
habitante ao ano em gerenciamento de resíduos, para a conservação de recursos naturais
e introdução de estratégias de reciclagem. Enquanto nos países em desenvolvimento são
gastos entre €1,00 e €10,00 por habitante ao ano, arriscando a saúde e o bem-estar da
população devido ao gerenciamento de resíduos inadequado. Nos países em
desenvolvimento, o foco ainda se encontra num dos objetivos iniciais do gerenciamento
de resíduos, a proteção à saúde humana.
A Figura 3 demonstra um esquema das mudanças nas estratégias de
gerenciamento em países desenvolvidos da Europa. Enquanto nas décadas de 60 e 70, se
buscava destinar a maioria dos resíduos para aterros sanitários, a partir da década de 90,
as estratégias buscavam priorizar sistemas como a redução e a reciclagem, destinando a
menor quantidade possível de resíduos para os aterros (HUY et al., 2006).
Na Itália, as atenções dos gerenciadores e planejadores têm sido cada vez mais
focadas numa abordagem sustentável para solucionar o gerenciamento de resíduos e
Evitar
Redução
Reciclagem
Tratamento
Aterro
1960-1975
Aterro
1975-1990
Classificação, Reciclagem
Aterros
1990-2004
Redução
GIRSU
Evitar
Redução
Reciclagem
Tratamento
Aterro
Reciclagem
Aterro
Compostagem
Incineração
Figura 3 - Estratégias de gerenciamento de resíduos sólidos em países desenvolvidos da Europa.
Fonte: HUI et al., 2006.
14
integrar estratégias para chegar a melhor tomada de decisão, levando em consideração
aspectos econômicos, técnicos, legislativos e ambientais. Nos últimos anos, muitos
trabalhos foram apresentados com o objetivo de prover um modelo de decisão útil e
compreensível, que fosse próximo da realidade e computacionalmente aplicável.
Este estudo apresentou uma sugestão de estrutura de um Sistema de Suporte à
Decisão (SSD) projetado para auxiliar a tomada de decisão de prefeituras no
desenvolvimento de programas de incineração, disposição, tratamento e reciclagem
integrada (COSTI et al., 2004).
3.3.2 Experiências Nacionais
Na região Nordeste do país, os estudos de VASCONCELLOS & CALLADO
(2007) e de SILVA et al. (2007) ilustram a situação do gerenciamento de resíduos
sólidos domésticos nos dias de hoje.
Em Alagoas, VASCONCELOS & CALLADO (2007) descrevem a situação de
Arapiraca, segunda maior cidade do estado, que sofre danos à saúde pública devido à
deficiência do serviço de limpeza urbana, relacionados à disposição final do lixo. Os
autores afirmam que um Plano de Gerenciamento de resíduos sólidos permitiria adotar
uma sistemática mais eficiente e objetiva dos serviços de limpeza urbana para o
município, considerando a limpeza urbana, coleta, redução, reaproveitamento,
tratamento e destino final do lixo. Para isso, realiza uma investigação sobre a origem, a
composição e o destino dos resíduos lidos domésticos e estabelece uma proposta de
gerenciamento.
SILVA et al., (2007) apresentam um panorama da situação da compostagem no
estado da Paraíba, realizada em menos de 1% do resíduo orgânico coletado. Para
mitigar a situação os autores propõem a caracterização física, química e biológica dos
resíduos sólidos produzidos nos municípios de pequeno porte do semi-árido paraibano e
a verificação de sua forma de acondicionamento e destino final, no intuito de verificar a
possibilidade de aumentar o percentual aproveitado na compostagem.
Na região Sudeste, o Espírito Santo foi estudado por BRINGHENTI et al. (2007),
que traçou um panorama da situação do município de Vitória. O mesmo possui pequena
extensão territorial e diversas áreas protegidas, dificultando a alocação de áreas para
15
destinação final de resíduos e levando a prefeitura a implementar programas de coleta
seletiva desde 1998. Em 2002, este serviço foi ampliado, estabelecendo-se a coleta
seletiva porta a porta, abrangendo apenas 10% da população.
Como estratégia de operação de coleta, realizada pelo mesmo caminhão que fazia
a coleta normal, a equipe era composta por 1 motorista, 3 garis coelho e 3 garis
coletores. Os garis coelho passavam adiantados cerca de 30 minutos, em relação ao
horário de coleta, e realizavam inspeção e seleção dos resíduos à espera da coleta
seletiva, com o objetivo de verificar se a segregação estava corretamente efetuada. Em
caso negativo, os resíduos não eram coletados e ainda um adesivo era afixado no saco
plástico, com orientações para uma correta separação. Dessa forma, a Prefeitura criou
um meio de educar a sua população, tornando as etapas do gerenciamento de resíduos
sólidos domésticos mais eficazes.
Em Minas Gerais, MARQUES et al. (2007) descrevem a situação da coleta em
Belo Horizonte, onde são produzidos mais de 48 mil toneladas de resíduos sólidos
domiciliares por mês. Os autores propõem a utilização dos sistemas de
geoprocessamento para elaboração do planejamento de coleta, devido à necessidade de
atualização constante dos planejamentos das rotas e distritos.
No artigo foi utilizado o software MapInfo para desenho das rotas,
proporcionando medidas de percursos precisas e aproximando-se o máximo possível da
condição real no que se refere aos valores estimados para tempo. Além disso, a
apresentação dos roteiros obteve boa qualidade estética, facilitando a visualização e o
uso do material no campo. Os autores concluem o trabalho dizendo que a viabilidade do
mesmo depende de treinamento de pessoal e disponibilidade de microcomputadores e
softwares.
Em outro estudo, de BARROS et al. (2007), é descrita a situação da legislação
relativa ao gerenciamento de resíduos sólidos de Minas Gerais, onde até o início de
2007 não havia uma política estadual específica. Neste contexto, os autores
desenvolveram a pesquisa, com o objetivo de traçar o perfil do gerenciamento de
resíduos sólidos urbanos, através de estudo da composição gravimétrica dos resíduos em
três municípios do Vale do Jequitinhonha: Comercinho, Francisco Badaró e Padre
Paraíso. No caso destes municípios, os autores concluíram que o gerenciamento
empregado deve abranger desde o momento da produção nas residências, uma vez que
16
não coleta seletiva e, portanto, nenhuma separação dos resíduos, na fonte ou em
outro momento de seu manuseio.
Em São Paulo, FERRAZ & BIZZO (2007) apresentam uma avaliação das
condições da destinação final dos resíduos sólidos domiciliares dos municípios que
fazem parte da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) da Bacia do
rio Sorocaba, um dos rios mais importantes do Estado de São Paulo. Na Bacia foram
identificados problemas relacionados à geração e destinação inadequadas de resíduos
sólidos. Para isso, foram realizadas pesquisas junto ao Comitê da Bacia do Rio
Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT) para determinação das cidades que fazem parte da
Bacia Hidrográfica do rio Sorocaba e coletados dados sobre destinação final junto a
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (CETESB).
Dentre as principais conclusões dos autores, foi verificada uma tendência dos
municípios da região, que não apresentavam condições adequadas de destinação final
dos resíduos, optarem por destiná-los aos aterros sanitários particulares ou municipais
localizados em outras cidades, são os casos de Cotia, Tietê e Vargem Grande Paulista.
Outra conclusão importante foi que, de 2002 para 2005, os municípios evoluíram de
76% para 20% na quantidade daqueles que não possuíam condições adequadas de
destinação final.
Isto se deve a três fatores principais: (i) atuação dos órgãos governamentais e de
fiscalização ambiental, Ministério Público Estadual e CETESB; (ii) existência de
programas estaduais de apoio técnico e financeiro para municípios em condições
irregulares de destinação de resíduos; (iii) opção feita por alguns municípios de destinar
seus resíduos para aterros sanitários particulares ou públicos localizados em outras
cidades.
Ainda em São Paulo, GÜNTHER et al. (2007) apresentaram um panorama dos
indicadores de sustentabilidade voltados a programas de coleta seletiva e discutiram
aspectos conceituais e metodológicos dos indicadores e índices de sustentabilidade
aplicáveis aos programas e às organizações de catadores desenvolvidos na pesquisa
Saneamento Ambiental na Região Metropolitana de São Paulo (COSELIX, 2005). Cujo
objetivo foi avaliar a sustentabilidade de programas municipais dessa natureza e de
organizações de catadores parceiras na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).
17
O estudo concluiu que quase 60% dos municípios da RMSP possuem programas
municipais de coleta seletiva, sendo 83% desses em parceria com organizações de
catadores. No entanto diversos problemas foram identificados: (i) a sustentabilidade
social dos programas é fraca devido à baixa inclusão social, inexpressiva geração de
postos de trabalho e baixo número de catadores envolvidos, com alta rotatividade; (ii) o
alto índice de rejeito e o pouco volume de resíduos desviados do aterro dificultam a
sustentabilidade ambiental; (iii) a venda dos recicláveis confere baixa sustentabilidade
econômica às organizações, que continuam dependentes das municipalidades; (iv) a
integração dos programas no sistema de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos não
está efetivada. Por fim, foram recomendados investimentos na formação e capacitação
de recursos humanos e em práticas de empreendedorismo social nas organizações, para
torná-las cada vez mais profissionalizadas, estruturadas e sustentáveis.
No Sul do país, a carência de informações sobre a situação do gerenciamento dos
resíduos sólidos no Brasil é salientada por LIMA & SILVA (2007), ao desenvolverem
um estudo que apresenta as características organizacionais e operacionais de um
programa de coleta seletiva de resíduos sólidos domiciliares de Londrina, através da
participação de catadores e segregação na origem. Como principais conclusões, a
pesquisa apontou que: (i) a taxa de cobertura dos serviços coleta aumentou de 36%, em
2001, para 100%, em 2006, após o engajamento do poder público; (ii) a organização do
programa foi concebida visando a independência financeira dos catadores, não tendo o
cunho assistencial.
No trabalho de SCHIRMER et al. (2007) foi apresentado um modelo de
implantação de programa de coleta seletiva para a cidade de Irati (PR), através da
Associação de Catadores do município. A proposta de implantação da coleta seletiva foi
dividida em duas etapas: (i) logística, na qual se caracterizou o sistema de coleta,
investigando as rotas (distância, periodicidade, abrangência), números de catadores,
veículos, equipamentos e metodologia; (ii) e educação ambiental, na qual foi buscada a
conscientização da população, através da confecção de folders e mobilização por meio
de visitas aos estabelecimentos comerciais, institucionais e residências. Em uma semana
25% da cidade foi visitada. Após 3 meses de programa pôde-se concluir que, com o
programa de coleta seletiva, 16% do material total reciclável deixaram de ser destinados
ao aterro sanitário. Por fim, os autores concluem que a Educação Ambiental mostra-se
18
essencial no processo de auto-sustentação da coleta seletiva, a qual traz aumentos
significativos na quantidade de material arrecadado melhorando a qualidade final dos
resíduos.
Em Santa Catarina, JUNKES (2002) estudou as conseqüências da implantação de
uma usina de triagem e compostagem em municípios de pequeno porte, identificando
vantagens ambientais, sociais e econômicas. Dentre elas, cita-se a melhoria das
condições de vida das mais de 30 famílias, que anteriormente tinham sua renda
proveniente da catação de resíduos sólidos diretamente no aterro; além da melhoria da
qualidade de vida da população em geral.
No Rio Grande do Sul, destacam-se os trabalhos desenvolvidos na Universidade
de Caxias do Sul, num dos quais SCHNEIDER et al. (2007) apresentaram o uso da
ferramenta de SIG e de bancos de dados georreferenciados, associados às imagens de
satélite, mapas temáticos e informações cartográficas digitais, para a realização de um
diagnóstico dos resíduos gerados no meio rural do Conselho Regional de
Desenvolvimento (COREDE) Serra (criações aves, suínos e bovinos, laticínios e
abatedouros). O trabalho envolveu a coleta de dados georreferenciados coletados in
loco, a sistematização destes dados e a geração de mapas temáticos da situação atual,
tornando possível caracterizar os problemas ambientais da região. Todos os dados
sócio-econômicos e ambientais levantados em campo foram armazenados em tabelas e
formulários no banco de dados relacional Access, o que permitiu a realização de
consultas e geração de relatórios sobre diversos temas abordados no instrumento de
pesquisa.
Como resultados, após a visita de 7,5% da área total do COREDE Serra, os
pesquisadores obtiveram: (i) a distribuição espacial destes produtores, que permite a
fácil identificação de áreas com maior concentração de produtores; (ii) e os mapas
temáticos e seus atributos não-espaciais (banco de dados), os quais foram gerados e
deverão ser entregues aos municípios para que façam uso em Políticas Ambientais.
Em outros estudos, NETO et al. (2007) e REICHERT (2007) defendem o uso da
ferramenta Inventário de Ciclo de Vida (ICV) para auxiliar a tomada de decisão no
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos em cidades do Rio Grande do
Sul. Os estudos apresentados com o uso do ICV, componente da ACV, permitem uma
confrontação de cenários futuros, permitindo aos planejadores tomarem suas decisões
19
com base num banco de dados e informações técnicas e econômicas mais consistentes e
abrangentes. Porém, um dos grandes obstáculos é a falta ou a pouca confiabilidade do
grande número de dados ou informações necessárias para aplicar os modelos
computacionais de ICV.
NETO et al. (2007) utilizou o software Integrated Solid Waste Management
(IWM) nas cidades de São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo, buscando realizar simulações,
a fim de verificar os impactos ambientais que cada etapa do gerenciamento tem sobre as
cidades. Constatou-se que em São Luiz Gonzaga o lixão da cidade é o principal fator de
impacto ambiental na cidade. No município de Santo Ângelo, mesmo havendo um
sistema de gerenciamento de resíduos sólidos mais completos, apresenta resultados
muito significativos, deixando bem claro o efeito positivo da reciclagem sobre o sistema
todo.
REICHERT (2007), ao avaliar o potencial da ferramenta, afirmou que “qualquer
modelo de gerenciamento de resíduos que não leve fortemente em conta a questão da
aceitação social está fadado ao fracasso. Na realidade brasileira, onde existe um grande
setor informal envolvido nas diversas etapas do gerenciamento dos resíduos (como
coleta, segregação e reciclagem), é ainda mais importante garantir a participação
popular na tomada de decisão na definição de modelos integrados.”
Na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), SIMONETTO &
BORENSTEIN (2006) apresentaram um estudo de caso sobre a concepção, modelagem
e implementação de outro sistema de suporte à decisão, aplicado ao planejamento
operacional dos sistemas de coleta de resíduos sólidos, o SCOLDSS. Cujo principal
objetivo é gerar alternativas quanto a: (i) distribuição de veículos de coleta seletiva e de
suas rotas; (ii) a determinação da quantidade diária de resíduos sólidos enviadas para
cada unidade, buscando evitar o desperdício de mão-de-obra e reduzir a quantidade de
resíduos enviados aos aterros.
A maior contribuição do estudo foi a capacidade do sistema em incorporar a
capacidade das centrais de triagem e o controle do estoque dos materiais, fato
negligenciado por prévios estudos na área. Especialmente em Porto Alegre, os
resultados do sistema foram: (i) 8,82% melhores dos que os atualmente implementados
pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU); (ii) e 17,89% menos
viagens dos caminhões de coleta.
20
3.4 Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos
Localizada na região nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, a BHRS limita-se
ao leste pela Serra Geral, ao oeste e ao norte, pela Bacia Hidrográfica do Rio Caí, e ao
sul pela Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí, todas inseridas na Bacia Hidrográfica do
Rio Guaíba, que inclui a RMPA e deságua na Lagoa dos Patos (Figura 4). A RMPA
inclui 21 dos 32 municípios que constituem a BHRS, a qual é habitada por 1,7 milhão
de pessoas, representando 17% da população total do Estado está concentrada em
apenas 1,5% do seu território, aproximadamente 4.000 km² (MACHADO, 2003).
Figura 4 - Bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul.
Fonte: SEMA, 2008.
A ocupação da BHRS data de 1788 (FARIA et al., 2007), quando o projeto Real
Feitoria do Linho Cânhamo foi transferido de Canguçu para Faxinal do Courita, atual
cidade de São Leopoldo. Em 1824, a ocupação do Vale dos Sinos ganhou intensidade
com a chegada dos primeiros imigrantes alemães. Mais tarde o artesanato perdeu espaço
Bacia do Rio dos
Sinos – G020
21
para o desenvolvimento industrial, e, mesmo com a implantação do tratamento de água,
as leis de proteção às águas perderam a eficácia e o Rio dos Sinos passou a ser local de
depósito dos rejeitos industriais e domésticos (COMITESINOS, 2000).
Segundo FARIA et al. (2007), o curso principal d’água do Rio dos Sinos tem
aproximadamente 190 quilômetros de extensão, com nascentes a 60 metros de altitude
na Serra Geral no município de Caraá, no sentido leste-oeste até São Leopoldo, onde a
direção é norte-sul, desaguando no Delta do Rio Jacuí entre as ilhas Grandes dos
Marinheiros e das Garças, a 12 metros de altitude.
As principais atividades distribuem-se entre os setores: madeireiro, moveleiro,
turístico, hoteleiro e comercial na região serrana, incluindo os municípios de São
Francisco de Paula, Canela e Gramado; coureiro-calçadista e serviços na porção
intermediária, incluindo os municípios de Três Coroas, Igrejinha, Sapiranga, Novo
Hamburgo, Estância Velha e Portão; comercial na região de Taquara; e metal-mecânico,
alimentício, petroquímico e serviços na parte inferior, incluindo os municípios de São
Leopoldo, Sapucaia do Sul e Canoas (HASSE, J. F., 2003).
Conforme LEITE & SILVA (1999), nos trechos médios e inferior há problemas
sérios na qualidade das águas, principalmente por lançamento de esgotos domésticos
sem tratamento algum. As conseqüências diretas das atividades antrópicas que alteram a
qualidade das águas, como: a poluição industrial e a doméstica; a drenagem pluvial
urbana; o desmatamento; a extração de areia do leito do rio; a poluição agrícola e a
criação de animais; a pesca predatória e o depósito inadequado dos resíduos sólidos; e a
crescente ocupação irregular das margens. Como exemplo atual de acidente ambiental,
causado a partir da atividade humana, pode-se citar o ocorrido em outubro de 2006, o
qual resultou na morte de mais de 80 toneladas de peixes e expôs ao risco a comunidade
que se abastece direta e indiretamente das águas afetadas.
Além dos problemas comuns de uma bacia hidrográfica com tais características
atendimento das demandas hídricas e poluição dos corpos d’água, entre outros – a
região vem registrando sérios acidentes ambientais, como inundações das áreas urbanas
e rurais. Tais ocorrências, quando em grande freqüência, demandam planejamento
voltado à gestão dos recursos hídricos.
Para a realização do manejo sustententável da BHRS, o planejamento deverá
abordar, entre outros temas, as estratégias de gestão de resíduos sólidos, através da
22
elaboração de um plano que defina: sistemas de coleta regulares e adequados de
resíduos sólidos domésticos; a destinação final destes resíduos, considerando as normas
técnicas; a geração de trabalho e renda, a partir da reciclagem e da produção de
composto orgânico; a geração de energia, por meio do tratamento dos resíduos; e a
implementação de políticas de redução da geração de resíduos.
3.4.1. COMITESINOS
O COMITESINOS foi criado em 1988, constituindo o primeiro comitê estadual
brasileiro. A decisão da sua criação foi tomada a partir da necessidade de discussão da
situação de um dos dois rios mais poluídos do estado. A Universidade do Vale do Rio
dos Sinos (UNISINOS) desempenha desde então um papel importante na manutenção
do Comitê.
Segundo o COMITESINOS, atualmente a sua Secretaria Executiva continua a
contar com o espaço e a infra-estrutura administrativa da UNISINOS. Financeiramente,
o Comitê conta regularmente com recursos de cinco Prefeituras municipais e dois
órgãos municipais de abastecimento público e do Fundo Estadual de Recursos Hídricos.
Estes recursos são reforçados por financiamentos pontuais associados a projetos
específicos. As principais ações e decisões do COMITESINOS refletem não
preocupações práticas, como a melhoria e divulgação da qualidade da água ou
enquadramento, mas também preocupações estruturais, como a negociação de conflitos
e o estabelecimento de uma rede de educação ambiental.
3.4.2. Caracterização dos Municípios da BHRS
A atividade de gerenciamento requer o diagnóstico da situação da sua área de
intervenção. Para isso, foram levantados dados iniciais sobre os municípios da Bacia
Hidrográfica, buscando obter-se uma breve caracterização da região de estudo. A
Tabela 3 apresenta características geográficas e populacionais dos 32 municípios da
BHRS.
23
Tabela 3 - Municípios da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos.
Município
População
total (hab)
Área total
(km²)
% Área na
Bacia
Hidro
gráfica
Área na
Bacia
Hidrográfica
(km²)
População
na Bacia
Hidrográfica
Araricá
4.032 35,86 99,00 35,5 4.027
Cachoeirinha
107.564 42 19,17 8,05 20.620
Campo Bom
54.018 62,5 100,00 62,5 54.018
Canela
33.625 246 59,03 145,21 17.071
Canoas
306.093 113,11 55,94 63,27 171.217
Capela de Santana
10.032 182,4 1,42 2,59 53
Caraá
6.403 292,71 99,67 291,74 6.383
Dois Irmãos
22.435 66,8 8,92 5,96 15
Estância Velha
35.132 50,21 93,53 46,96 35.083
Esteio
80.048 32,5 100,00 32,5 80.048
Glorinha
5.684 291,57 0,10 0,3 5
Gramado
28.593 245,3 31,61 77,53 7.496
Gravataí
232.629 497,83 16,00 79,64 3.277
Igrejinha
26.767 150,5 93,17 140,22 26.683
Ivoti
15.318 66,59 6,28 4,18 96
Nova Hartz
15.071 60,23 98,04 59,05 15.028
Nova Santa Rita
15.750 219,79 41,94 92,17 13.311
Novo Hamburgo
236.193 223,5 100,00 223,5 236.193
Osório
36.131 666,12 5,01 33,35 274
Parobé
44.776 125,6 100,00 125,6 44.776
Portão
24.657 157,4 85,99 135,35 23.979
Riozinho
4.071 255,87 99,13 253,64 4.058
Rolante
17.851 304,13 100,00 304,13 17.851
Santa Maria do Herval
5.891 157,56 2,60 4,09 45
Santo Antônio da
Patrulha
37.035 896,12 32,58 291,98 4.416
São Francisco de
Paula
19.725 3.269,15 11,43 373,73 6.987
São Leopoldo
193.547 100,5 100,00 100,5 193.547
São Sebastião do Caí
19.700 111,08 3,57 3,97 134
Sapiranga
69.189 141,91 58,95 83,66 67.792
Sapucaia do sul
122.751 57 100,00 57 122.751
Taquara
52.825 464,07 93,26 432,79 52.171
Três Coroas
19.430 166 94,16 156,31 19.292
TOTAIS 1.902.966 9.751,91
3.726,97 1.248.697
Fonte: COMITESINOS, 2008 e IBGE, 2000.
A Figura 5 ilustra a divisão política dos territórios dos municípios que compõem a
BHRS.
24
Figura 5 - Mapa político da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos.
Fonte: MONALISA, 2003.
25
3.4.3. Plano Sinos
Consciente dos riscos que o meio ambiente e a população correm com a contínua
exploração do Rio dos Sinos, o COMITESINOS criou o projeto Identificação dos
Pontos de Impacto da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos Retirada e Devolução de
Água (MONALISA, 2003). Segundo o COMITESINOS (2008), o projeto foi
inicialmente tratado como de monitoramento, mas durante sua concepção se
transformou em levantamento, cadastro, identificação de algumas das situações que
influenciam na qualidade e na quantidade dos recursos hídricos disponíveis na BHRS.
A etapa que antecedeu o MONALISA (2003) foi o projeto de Enquadramento das
Águas, no qual o COMITESINOS trabalhou junto com a Fundação Estadual de
Proteção Ambiental Henrique Roessler (FEPAM), no período de 1989 a 2002. Neste
projeto foram detectadas as condições do rio que se tinha, e investigadas, junto à
comunidade, as condições do rio que queria na época.
Entre o Enquadramento das Águas e o MONALISA (2003), outro projeto
forneceu informações sobre as condições do rio dos Sinos, definindo quais trechos dos
cursos d’água estavam mal cuidados e os locais de pesca predatória. O projeto foi
realizado através da UNISINOS e em parceria com o Ministério do Meio ambiente.
A partir de 2001, o projeto MONALISA (2003) teve a tarefa de levantar os
impactos e mapear os diagnósticos, reunindo, além de pesquisadores (professores e
estudantes), a comunidade local envolvendo as escolas da região, para implantação de
um Programa de Educação Ambiental mais focado à realidade local.
Segundo o COMITESINOS (2009), a metodologia aplicada no MONALISA
(2003), Stream-Walk-Surveys (pesquisa a partir de caminhadas ao longo dos recursos
hídricos), elaborada pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos, foi
realizada por meio da aplicação do sistema de diagnóstico visual de impactos, cujo
produto final foi a geração de um banco de dados georreferenciados. Assim, o grande
objetivo do MONALISA (2003) foi fornecer dados para projetos de recuperação,
preservação, zoneamento, planejamento e sensibilização. Entre os quais, destaca-se o
levantamento dos pontos de disposição irregular de resíduos ao longo do Rio dos Sinos
(Figura 6).
26
Figura 6 - Focos de disposição de resíduos ao longo do Rio dos Sinos.
Fonte: MONALISA, 2003.
Publicado em outubro de 2007, pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente do
Ministério do Meio Ambiente, o Termo de Referência 02/2007, Recuperação
Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, apresentou as pré-condições para a
apresentação de projetos que contribuíssem para a redução dos problemas ambientais na
BHRS, através da implementação de ações práticas que objetivassem mitigar e
solucionar os problemas prioritários identificados.
Atendendo a este Edital, o Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia
Hidrográfica do Rio dos Sinos (Pró-Sinos), criado em 2007, em parceria com a
UNISINOS e o COMITESINOS, apresentou, em dezembro do mesmo ano, o Projeto do
Plano de Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (GOMES, 2007).
Diante de um quadro de dificuldades financeiras e institucionais, enfrentado pela
maioria dos municípios brasileiros, as soluções consorciadas para a destinação dos
resíduos sólidos têm se mostrado como uma alternativa para a racionalização dos
custos, possibilitando uma operação mais criteriosa. Dessa forma, o gerenciamento
intermunicipal por consórcios possibilita a ampliação e o fortalecimento das
capacidades gerenciais dos municípios, através da soma de suas capacidades
administrativas, racionalização e aperfeiçoando o uso de áreas, recursos técnicos e
econômicos (RIBEIRO FILHO, 2007).
27
O Pró-Sinos, formado pela união dos Prefeitos dos Municípios do Vale dos Sinos,
têm o objetivo de articular os diferentes setores e órgãos envolvidos, buscando a
captação de recursos necessários para a execução de obras de saneamento ambiental que
garantam a reabilitação do Rio dos Sinos, melhorando a qualidade de vida da população
que reside na região.
O Plano Sinos, inserido no modelo de gestão preconizado pela Legislação
Brasileira de Recursos Hídricos (Lei Federal no 9.433/97 e Lei Estadual no 10.350/94),
tem como objetivo final elaborar o plano de gerenciamento da BHRS. Assim, o projeto
deverá ser desenvolvido a partir da colaboração do Fundo Nacional de Meio Ambiente,
o Pró-Sinos, a UNISINOS e o COMITESINOS (GOMES, 2007).
Segundo o projeto aprovado, o Plano Sinos foi estruturado em três etapas
seqüenciais, nas quais a efetiva participação social consistirá em processo essencial ao
longo do desenvolvimento dos serviços, possibilitando a elaboração de documentos de
fácil entendimento e assimilação pela sociedade (GOMES, 2007). Assim sendo, as
etapas previstas para o Plano Sinos são:
- Etapa A, denominada "diagnóstico", objetiva sistematizar e consolidar o amplo
acervo de informações existentes sobre a BHRS, principalmente no que se refere aos
seus recursos hídricos. Está dividida em quatro atividades: sistematizar e consolidar as
informações existentes sobre a BHRS; realizar a estruturação e implementação do SIG;
realizar a síntese da situação atual; e propor a flexibilização da diretriz técnica FEPAM
01/2007.
- Etapa B, denominada "prognóstico", consiste na elaboração de cenários futuros
para os recursos hídricos da BHRS, tanto em termos de quantidade como de qualidade,
e na formalização de metas intermediárias para os objetivos de qualidade integrantes do
atual resultado do processo de enquadramento existente. Estará dividida em três
atividades, relacionadas: definição de uma proposta de vazão remanescente ou
ecológica preliminar; avaliação de cenários, atual e para 20 anos, referente ao
gerenciamento de diferentes atividades desenvolvidas na BHRS, incluindo aquelas
relacionadas aos resíduos sólidos (atividade de relevante importância para o manejo
sustentável da BHRS); execução da "Retomada" do Processo de Enquadramento na
BHRS.
28
- Etapa C: corresponde a elaboração do Programa de Ações que representa o
principal resultado do Plano Sinos, visto que apontará as ações e intervenções
(estruturais e não estruturais) a serem implementadas na BHRS, com vistas a atingir os
objetivos de qualidade e quantidade de água estabelecidos, nos prazos acordados, bem
como para alcançar outras expectativas sociais que tenham vinculação com os recursos
hídricos. Terá como atividades principais: definição do programa de ações; definição
dos Critérios para Outorga, e realização da síntese do Plano Sinos (GOMES, 2007).
Os resultados esperados para o projeto do Plano Sinos são, entre outros, o
Relatório da Coleta de Resíduos e Sistematização das Informações Existentes, através
da utilização da relação bibliográfica indicada no Catálogo Bibliográfico da Bacia
Hidrográfica do Rio dos Sinos (2005), dos resultados do Projeto MONALISA (2003) e
dos resultados parciais do Plano de Saneamento da BHRS. Como resultado, almeja-se
identificar, organizar e relacionar os diversos projetos, intervenções, ações e programas,
previstos para a região em estudo, sejam eles de natureza pública ou privada. Especial
atenção será prestada aos Planos Diretores Urbanos de cada cidade e suas repercussões
quanto à expansão das áreas urbanizadas e taxas de ocupação, bem como quanto às
repercussões diretas nos recursos hídricos (notadamente quanto à drenagem urbana).
Outro resultado esperado pelo Plano é o Relatório da Estruturação e
Implementação do SIG, que aborda a identificação dos usos atuais da área. É a chamada
classificação de uso do solo, ou da terra, para alguns autores. Os elementos básicos para
a execução dessa atividade são: imagens de satélite, fotografias aéreas e mapas
topográficos. As etapas envolvidas referem-se à revisão bibliográfica ou no caso,
análise crítica sobre trabalhos anteriores e dados existentes, visando subsidiar a
organização do levantamento atual; levantamento de dados ainda necessários para o
trabalho, se não existirem (relevo, solos, vegetação, geologia, etc.); elaboração ou
organização da base cartográfica (principalmente drenagens e sistema viário, que
auxiliam a localização em campo e nas imagens e fotografias); classificação das
imagens de satélite referente aos usos escolhidos (incluindo revisão à campo dos
resultados); levantamento de dados secundários (econômicos, sociais e ambientais); e
finalmente a integralização de todas as informações anteriores. Com base no Sistema de
Informações Geográficas desenvolvido no âmbito do Projeto MONALISA (2003) e
projetos anteriores dos parceiros/membros do COMITESINOS, será estruturado o banco
29
de dados da BHRS com o objetivo de servir ao Plano Sinos como ferramenta para a
manipulação de informações, facilitando e agilizando o desenvolvimento dos trabalhos.
Também é esperada a produção de um Relatório Síntese do Diagnóstico da
situação atual da BHRS, assim como o Relatório dos Cenários Futuros Qualitativos.
Para a questão dos resíduos sólidos, deverão ser estudados os formatos atuais de
gerenciamento de resíduo sólidos domésticos, de resíduos de construção e demolição e
lodos de estações de tratamento de água e esgoto, de forma a subsidiar a elaboração de
cenários futuros e a proposição de ações que mitiguem as atividades potencialmente
poluidoras. Serão utilizados dados secundários levantados na etapa anterior. As
informações serão espacializadas, empregando as ferramentas de geoprocessamento,
subdivididas no baixo, médio e alto Rio dos Sinos. Outra ação relacionada é a
pontuação da gestão municipal empregando método de indicadores de sustentabilidade,
abordando todas as etapas do manejo de resíduos e efluentes. Para completar a
elaboração e avaliação dos cenários, também as áreas atuais de disposição de resíduos,
sistemas de tratamento de água e esgoto e centrais de reciclagem e disposição de
resíduos da construção e demolição na BHRS serão pontuados empregando-se método
de seleção de áreas e de análise de eficiência de tratamento. Finalmente serão
dimensionadas as demandas por Centrais de Triagem e Compostagem, Aterros
Sanitários, Centrais Consorciadas de Tratamento de lodos e lixiviado e Centrais de
reciclagem e disposição de resíduos da construção e demolição na BHRS. Essa
avaliação técnica será confrontada com os licenciamentos ambientais existentes. Em
termos de quantidade serão projetadas as demandas futuras e incorporadas aos balanços
hídricos.
Os horizontes temporais considerarão os marcos cronológicos adotados no Plano
de Saneamento, abrangendo três níveis: imediatas ou de curto prazo; de médio prazo e
de longo prazo (20 anos). Para este cenário serão montadas projeções das condições de
qualidade e quantidade que expressem a futura relação entre disponibilidades e
demandas hídricas. As intervenções que integrarão o cenário em questão serão resultado
de análise sobre os elementos (programas, ações e projetos) levantados anteriormente na
Etapa de Diagnóstico.
30
4 METODOLOGIA
A metodologia proposta para a estruturação desta pesquisa fundamenta-se nos
objetivos contidos no Plano Sinos, e tem como finalidade realizar a análise de cenários
alternativos para o gerenciamento de RSDR na região.
Para alcançar os objetivos propostos, o método foi dividido em 8 etapas:
1. Pesquisa bibliográfica Etapa realizada em fase inicial para verificar o
estado da arte, buscando definir a metodologia adotada.
2. Delimitação da amostra Importante para tornar possível a realização do
estudo no período do curso de Mestrado.
3. Levantamento de dados Abrangendo 2 etapas: (i) a caracterização da
área e da população, através da revisão bibliográfica; (ii) a coleta de dados in loco
através da aplicação de questionário aos organismos responsáveis pelo
gerenciamento de resíduos sólidos domésticos no município.
4. Aplicação em SIG Tabulação das informações coletadas em banco de
dados georreferenciado.
5. Diagnóstico da situação atual
6. Prognóstico futuro – nos horizontes de 10 e 20 anos
7. Análise e discussão dos resultados etapa final para obtenção das
conclusões do trabalho.
O fluxograma da Figura 7 apresenta as etapas descritas anteriormente.
31
Início
2. Delimitar amostra
3. Levantar dados
Amostra
aprovada?
Caracterizar a área (campo e
população)
Coletar dados in loco (aplicar
questionário)
4. Aplicar em SIG
5. Diagnosticar situação atual
6. Realizar prognóstico futuro
10 anos 20 anos
7. Analisar resultados
Análise
aprovada?
Conclusões e propostas de gestão
Fim
SIM
NÃO
SIM
NÃO
1. Pesquisar bibliografia
Figura 7 - Fluxograma de desenvolvimento da pesquisa.
32
4.1 Pesquisa bibliográfica
A realização deste estudo se fez mediante levantamento bibliográfico para
consolidação do quadro teórico, busca de informações sobre a gestão de resíduos
sólidos na BHRS e consolidação da metodologia empregada.
Algumas das informações, necessárias para a etapa de diagnóstico, foram
buscadas nos bancos de dados pré-existentes indicados no Catálogo Bibliográfico da
Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (2005) e nos resultados do Projeto MONALISA
(2003).
4.2 Delimitação da Amostra
Para que o desenvolvimento da pesquisa no período do curso de Mestrado fosse
factível, foi necessário delimitar a amostra do estudo. Partindo do mapa da BHRS
(Figura 5) e da tabela com dados dos municípios (Tabela 3) foi possível definir os
critérios de seleção.
Os cortes da pesquisa foram definidos considerando quatro critérios: (i)
localização dos municípios dentro da BHRS; (ii) proporção de ocupação na BHRS; (iii)
grau de urbanização; (iv) proximidade entre os municípios selecionados, para que as
interferências na BHRS não fossem estudadas isoladamente.
A seguir estão descritos os critérios empregados:
i) Critério de localização dentro da BHRS Considerando o conceito citado por
FREITAS (1999) apud FERRAZ & BIZZO (2007) de que os estudos que relacionam as
atividades dos seres humanos e as suas conseqüências para os ambientes físicos devem
considerar a Bacia Hidrográfica como um elemento-chave para orientar seus resultados.
Visto que, somente dessa forma é possível analisar as inter-relações vitais para o
equilíbrio ecológico do ecossistema local.
ii) Critério de Proporção de Ocupação da Bacia Hidrográfica – Através de
entrevistas com as secretarias, responsáveis pela coleta seletiva, dos municípios que
compõem o COMITESINOS, constatou-se que aqueles que ocupam um percentual
muito baixo da área da BHRS consideram irrelevante a sua participação neste estudo
por possuírem apenas pequenos arroios conectados à malha do Rio dos Sinos. Portanto,
33
o critério inicial deste estudo considerará aqueles municípios que possuírem mais de
50% da sua área sobre a BHRS, pois municípios com maior ocupação sobre a área da
BHRS possuem maior probabilidade de causar riscos ao meio ambiente da mesma
iii) Critério de Urbanização – Este critério foi baseado nos trabalhos de DE
LUCA (1999) e OLIVEIRA et al. (1998) apud DE DEUS et al. (2004). Define faixas
populacionais, através do agrupamento dos municípios do estado do Rio Grande do Sul
em função da população urbana, sendo estas:
Faixa A: Municípios de pequeno porte, população urbana menor que
10.000 habitantes;
Faixa B: Municípios de médio porte, população urbana entre 10.000 e
100.000 habitantes.
Faixa C: Municípios de grande porte, população urbana maior que
100.000 habitantes;
iv) Critério de proximidade entre municípios O estudo dos municípios através
de núcleos, compreendendo a união de municípios limítrofes, auxilia a compreensão das
especificidades regionais, analisa as interferências entre municípios vizinhos e facilita a
execução do gerenciamento de RSDR (SILVA, 2008).
Neste sentido, considerando a BHRS como elemento fundamental deste estudo, o
critério de proximidade busca estudar núcleos que possam gerar uma análise realista da
situação atual.
Portanto, os municípios que serão estudados foram ilustrados na Figura 8 e
listados na Tabela 4, a seguir, os quais foram definidos a partir dos critérios
anteriormente citados.
Tabela 4 - Dados dos municípios pertencentes a BHRS que compuseram a amostra.
Porte Município
População
total (hab)
(IBGE
2006)
Área
total
(km²)
% Área na
Bacia
Hidrográfica
Área na
Bacia
Hidrográfica
(km²)
População
na Bacia
Hidrográfica
Campo Bom
56.595 62,50 100,00 62,50 56.595
Estância Velha
40.740 50,21 93,53 46,96 38.104
Pequeno
e Médio
Portão
25.583 157,40 85,99 135,35 21.998
Novo Hamburgo
253.067 223,50 100,00 223,50 253.067
São Leopoldo
207.721 100,50 100,00 100,50 207.721 Grande
Sapucaia do sul
122.231 57,00 100,00 57,00 122.231
TOTAIS 705.937 651,11
625,81 699.716
34
Figura 8 - Municípios da amostra.
Dessa forma, optou-se por utilizar 6 municípios, que ocupam somente 17% do
território da BHRS, mas que compõem 56% da população que ocupa a BHRS (Tabela
3).
4.3 Levantamento de Dados
A etapa de levantamento de dados da região de estudo envolveu as seguintes
ações: (1) Caracterização da área de estudos; (2) Coleta de dados sobre a coleta de
RSDR.
4.3.1 Caracterização da área de estudos
4.3.1.1 Campo
A coleta de dados sobre o gerenciamento de RSDR da BHRS foi realizada junto
aos órgãos responsáveis de cada município (Tabela 5) e diretamente nas centrais de
triagem ou sedes das cooperativas existentes (Tabela 6).
Campo
Bom
São
Leopoldo
Novo
Hamburgo
Sapucaia
do Sul
Portão
Estância
velha
35
Tabela 5 – Órgãos responsáveis pelos dados dos municípios da BHRS.
Município Órgãos responsáveis
Campo Bom Coordenadoria de Meio Ambiente
Estância Velha Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Preservação Ecológica
Novo Hamburgo Secretaria de Meio Ambiente e Planejamento Urbano
Portão Departamento de Meio Ambiente
São Leopoldo Secretaria Municipal do Meio Ambiente
Sapucaia do Sul Secretaria do Meio Ambiente
Tabela 6 - Fontes responsáveis de dados sobre a triagem de resíduos nos municípios estudados.
Município Responsáveis pela triagem de resíduos
Campo Bom
COOLABORE – Cooperativa de Construção Civil e Limpeza de Campo
Bom
Estância Velha COOPEREV – Cooperativa dos Recicladores de Estância Velha
Novo Hamburgo COPREL – Cooperativa dos Recicladores de Novo Hamburgo
Portão KLL Transportes Ltda.
São Leopoldo
COOPERESIDUOS – Cooperativa de Catadores de Resíduos e Prestação
de Serviços de São Leopoldo
Sapucaia do Sul Não há triagem de resíduos
4.3.1.2 População
Configuram-se como universo da pesquisa os 6 municípios selecionados através
de amostragem (ítem 4.2): Campo Bom, Estância Velha, Novo Hamburgo, Portão, São
Leopoldo e Sapucaia do Sul.
4.3.2 Coleta de dados
A coleta de dados ocorreu entre os meses de junho e dezembro de 2008. Os dados
levantados são provenientes de questionário (Figura 9), enviado com a ajuda do
COMITESINOS aos órgãos responsáveis em cada município (Tabela 5).
36
Figura 9 – Questionário aplicado aos municípios participantes da pesquisa.
Durante esta etapa, assim como ocorreu com alguns autores da revisão
bibliográfica (ex: BRINGHENTI et al., 2007) o questionário foi enviado e, por diversas
vezes reenviado, a prefeituras e entidades que desenvolvem programas de coleta
seletiva. Adicionalmente foram feitos contatos telefônicos para solicitação dos dados.
37
Em alguns casos, em face das dificuldades em obter retorno dos municípios, resolveu-se
concentrar a pesquisa nas informações disponibilizadas nos sites das prefeituras e de
entidades do setor. Em outros casos, somente a visita in loco possibilitou a obtenção das
respostas ao questionário.
4.4 Aplicação das Informações em SIG
Para realizar o diagnóstico e os prognósticos do sistema de coleta de RSDR da
região foram utilizadas ferramentas de geoprocessamento, através da inserção dos dados
coletados em SIG.
4.4.1 Materiais
As bases cartográficas, necessárias para iniciar a aplicação dos dados coletados,
foram obtidas a partir do Projeto MONALISA (MONALISA, 2003) e do banco de
dados do Laboratório de Sensoriamento Remoto e Cartografia Digital (LASERCA) da
UNISINOS, em escala 1:50.000. Os pontos que não possuíam informações das
coordenadas geográficas, mas apenas o endereço, foram obtidos através da ajuda do
software Google Earth.
Para a conversão de dados com coordenadas geográficas (em graus minutos e
segundos) em UTM (Universal Transverse Mercator, em metros) foi utilizada a
calculadora geográfica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), disponível
em www.dpi.inpe.br/calcula.
4.4.2 Métodos
De posse das bases de dados necessárias, a metodologia para aplicação destes em
ambiente de SIG seguiu conforme a descrição do passo-a-passo contido no Apêndice.
Para a inserção de pontos, definido os locais de destinação final dos resíduos
(triagem, aterro sanitário, compradores de resíduos), as coordenadas geográficas
coletadas necessitaram ser convertidas de “graus-minutos-segundos” para “graus
38
decimais”, através do auxílio da calculadora geográfica do INPE, conforme descrito na
Tabela 7.
Tabela 7- Conversão das coordenadas geográficas calculadas a partir da calculadora geográfica do INPE.
GRAU-MINUTO GRAU DECIMAL
Vertice DESCRIÇÃO
LONG LAT X-UTM Y-UTM
COOLABORE
CENTRAL DE
TRIAGEM -510118 -294013 -51,02166667 -29,67027778
AterroCB
ATERRO
SANITÁRIO -510118 -294013 -51,02166667 -29,67027778
Sul BrasilPoA COMPRADOR -511103 -300030 -51,18416667 -30,00833333
GerdauSapucaia COMPRADOR -511020 -294852 -51,17222222 -29,81444444
SerraGaucha Caxias COMPRADOR -511100 -291021 -51,18333333 -29,1725
Plastilimpe_Venancio
COMPRADOR -521115 -293806 -52,1875 -29,635
Recividro Sapucaia COMPRADOR -510646 -295148 -51,11277778 -29,86333333
MiguelNH COMPRADOR -510701 -294110 -51,11694444 -29,68611111
Central triagem EV
CENTRAL DE
TRIAGEM -511237 -293952 -51,21027778 -29,66444444
SIL
ATERRO
SANITÁRIO -520131 -300825 -52,02527778 -30,14027778
Rainha da sucata SL COMPRADOR -511003 -294558 -51,1675 -29,76611111
Comercio de sucata
scharlau COMPRADOR -510852 -294433 -51,14777778 -29,7425
MN Rodrigues
Parobé COMPRADOR -504932 -293751 -50,82555556 -29,63083333
Central triagem NH
CENTRAL DE
TRIAGEM
-510744 -293852 -51,12888889 -29,64777778
Pablo Canoas COMPRADOR -511040 -295508 -51,17777778 -29,91888889
Central triagem PO
CENTRAL DE
TRIAGEM -511246 -294057 -51,21277778 -29,6825
Central triagem SL-
UNICILAR
CENTRAL DE
TRIAGEM -510920 -294334 -51,15555556 -29,72611111
Central triagem SL
COOPERESIDUOS
CENTRAL DE
TRIAGEM -511118 -294405 -51,18833333 -29,73472222
Aterro SL
ATERRO
SANITÁRIO -511118 -294405 -51,18833333 -29,73472222
Assis SL COMPRADOR -510958 -294637 -51,16611111 -29,77694444
Evandro NH COMPRADOR -510701 -294110 -51,11694444 -29,68611111
BNC SL COMPRADOR -510958 -294637 -51,16611111 -29,77694444
Aterro SAPUCAIA ATERRO -510548 -295116 -51,09666667 -29,85444444
39
4.5 Diagnóstico da Situação Atual
A etapa de diagnóstico permitiu realizar a análise da realidade da região da
BHRS, considerando os dados levantados dos municípios. Assim como a etapa anterior,
em que os dados foram tabulados para a aplicação em SIG, esta seguirá utilizando como
principal recurso o software ArcGIS, cuja descrição do passo-a-passo encontra-se no
Apêndice, conforme a metodologia aplicada por SANTOS (1999).
Para diagnosticar a situação atual do gerenciamento de resíduos sólidos, foram
detectados os principais indicadores de qualidade de um sistema de gerenciamento de
RSDR, conforme a bibliografia citada na Tabela 8.
Tabela 8 - Referência de indicadores de qualidade do sistema de gerenciamento de RSDR adotados nesta
pesquisa.
Indicador Bibliografia
Programas de conscientização BRINGHENTI et al. (2007)
Cooperativas BRINGHENTI et al. (2007)
Legislação municipal específica GÜNTHER et al. (2007)
Coleta seletiva GÜNTHER et al. (2007)
Índice de aproveitamento do resíduo coletado DALFOVO et al. (2007)
Escolaridade BRINGHENTI et al. (2007)
IDH IDH (2008)
PIB per capita IDB (2007)
Grau de urbanização BRINGHENTI et al. (2007)
População BRINGHENTI et al. (2007)
Resíduos produzidos por habitante ao dia SILVA (2000).
A partir da leitura do levantamento bibliográfico, foram identificados os valores
de referência para alguns indicadores, como: Índice de aproveitamento dos resíduos,
Índice de desenvolvimento humano (IDH), Produto interno bruto (PIB) per capita e
quantidade de resíduos produzidos por habitante (Tabela 9).
Tabela 9 - Valores de referência para os diferentes indicadores utilizados.
Indicador Valores de referência
Índice de aproveitamento do resíduo
coletado
Média do aproveitamento no Brasil nas esteiras de
catação: 8%
IDH IDH considerado como médio desenvolvimento
humano: de 0,450 a 0,800
PIB per capita PIB per capita da região metropolitana em 2000:
R$13.309,62/ano
Resíduos produzidos por habitante ao dia Média da produção de resíduos brasileira: 600g por
habitante ao dia
40
Para os demais indicadores foram definidos, com base na bibliografia, graus de
importância ao gerenciamento de RSDR (Figura 11):
(i) O aproveitamento percentual de resíduos coletados que conseguem ser
reaproveitados nas centrais de triagem é o principal fato a determinar se um município
está realizando um bom gerenciamento de resíduos;
(ii) A existência de cooperativas de triagem, de serviço de coleta seletiva e de
programas de conscientização são elementos que colaboram para um bom
aproveitamento dos resíduos nas centrais de triagem, portanto também foram
considerados fatores importantes ao gerenciamento;
(iii) As características dos municípios que interferem na qualidade de vida da
população como a escolaridade e o IDH são fatores que contribuem para a
conscientização e o conseqüente bom aproveitamento dos resíduos;
(iv) O volume de resíduos produzidos, gerados por um alto PIB per capita e uma
grande quantidade de habitantes, são fatores que dificultam o gerenciamento eficiente
dos resíduos;
(v) Por fim, o grau de urbanização foi considerado relevante, uma vez que o foco
da grande produção de resíduos sólidos encontra-se atualmente nos grandes centros
urbanos.
0
1
2
3
-
1
-
2
-
3
Bom aproveitamento dos resíduos
Cooperativas, coleta seletiva, programas de conscientização
Escolaridade da população, IDH
Grau de urbanização
Quantidade de resíduos produzidos, PIB, número de habitantes
Mau aproveitamento dos resíduos
Figura 10 – Grau de relevância dos indicadores
Figura 11 – Grau de relevância ao gerenciamento de RSDR formulado a partir da definição da
metodologia deste estudo.
41
Portanto, a partir das referências encontradas na bibliografia, foram estabelecidos
pesos para cada indicador de qualidade de um sistema de gerenciamento de RSDR na
Tabela 10, a seguir, em função da sua importância para um gerenciamento sustentável
(conforme bibliografia da Tabela 8).
Tabela 10 - Reclassificação dos Indicadores.
Indicador Peso
Programas de conscientização Se existe = 2; se não existe = 0
Cooperativas Se existe = 2; se não existe = 0
Legislação municipal específica Se existe = 1; se não existe = 0
Coleta seletiva Se existe = 2; se não existe = 0
Índice de aproveitamento do resíduo coletado
= (resíduo removido na esteira de catação) x 100
(quantidade total de resíduo coletado)
0% = -3; de 1% a 5%=-2; de 6% a 7%= -1;
8%=0; de 9% a 10%=1; de 11% a 15%=2;
maior que 16%=3
Escolaridade
= soma dos percentuais de pessoas com ensino
médio e ensino superior completos
Até 19% = 0; de 20% a 30%=1; Maior que
30%=2
IDH De a 0,500 a 0,800=0; de 0,800 a 0,900=1;
Maior que 0,900=2
PIB (R$ per capita/ano) Até 10.000 = 0; de 10.001 a 15.000 = -1; de
15.001 a 17.000 = - 2; Maior que 17.001 = - 3
Grau de urbanização
= (número de habitantes nas zonas urbanas) x 100
(número total de habitantes)
Até 80%=0; de 81% a 90%= -1; Maior que
91% = -2
População Menor que 100.000 habitantes=0; Maior que
100.001 habitantes = -2
Resíduos produzidos (g/hab./dia) Até 400=1; de 401 a 500 = 0; de 501 a 600 = -
1; maior que 601 = -2
Após a definição dos pesos dos indicadores, realizou-se um diagnóstico da
situação atual do gerenciamento de resíduos sólidos, através da metodologia aplicada
por SANTOS (1999), a qual permite realizar a álgebra de mapas a partir da soma dos
pesos atribuídos a cada indicador (Tabela 10) imputados no software ArcMap.
Para a obtenção do diagnóstico foi realizada a soma de indicadores, com base nos
dados da Tabela 11, conforme as fórmulas a seguir:
i) Diagnóstico do município = indicador A + indicador B + ... indicador K
42
Tabela 11 - Valores atribuídos para confecção da álgebra de mapas.
Indicador Valor do tema Valor
reajustado
Coeficiente – 10
anos
Coeficiente – 20
anos
0 0 3 5 (A) Cooperativas
1 2 3 5
0 0 1 1 (B) Programas de
conscientização
1 3 1 1
0 0 1 1 (C) Legislação municipal
específica
1 1 1 1
0 0 1 1 (D) Coleta seletiva
1 1 1 1
0 -3 1 1
7 -1 1 1
9 1 1 1
17 3 1 1
(E) Índice de
aproveitamento de
resíduos
19 3 1 1
15 0 1,3 1,6
18 0 1,3
1,6
20 1 1,3
1,6
22 1 1,3
1,6
24 1 1,3
1,6
(F) Escolaridade
31 2 1,3
1,6
0,742 0 1 1
0,805 1 1 1
0,808 1 1 1
0,809 1 1 1
0,831 1 1 1
(G) IDH
0,837 1 1 1
9.243 0 2 3
9.334 0 2
3
12.584 1 2
3
12.727 1 2
3
16.805 2 2
3
(H) PIB (R$/per
capita/ano)
19.293 3
2
3
80 0 1,01 1,02
96 -2
1,01
1,02
97 -2
1,01
1,02
98 -2
1,01
1,02
(I) Grau de urbanização
99 -2
1,01
1,02
24.657 0 1,2 1,4
35.132 0
1,2
1,4
54.018 0
1,2
1,4
122.751 -2
1,2
1,4
193.547 -2
1,2
1,4
(J) População
236.193 -2
1,2
1,4
439 2 2,33 3,66
446 2 2,33 3,66
466 1 2,33 3,66
527 0 2,33 3,66
595 0 2,33 3,66
(K) Resíduos produzidos
(g/hab.dia)
648 -1 2,33 3,66
43
4.6 Prognóstico Futuro
Na etapa de prognóstico foram simulados cenários possíveis para o gerenciamento
de RSDR conforme a descrição a seguir. Assim como nas duas etapas anteriores, o
prognóstico foi realizado utilizando as técnicas de geoprocessamento com o software
ArcGIS.
Os cenários testados consideraram dois horizontes temporais, previamente
estabelecidos como marcos cronológicos do projeto do Plano Sinos:
(i) Médio prazo (10 anos);
(ii) Longo prazo (20 anos).
Para realizar a simulação foram consideradas as premissas da Tabela 12 e
imputados os novos dados no software.
Tabela 12 – Premissas consideradas para análise de prognóstico.
Indicador Premissa Fonte
Cooperativas Há 10 anos atrás as cooperativas estudadas não existiam,
portanto foi considerada uma taxa de crescimento do
número de cooperativas de 100% a cada 5 anos.
Questionário aplicado às
cooperativas.
População Taxa de crescimento da população da região
metropolitana de Porto Alegre de 1996 a 2006: 20%
IDB (2004)
Resíduos
produzidos por
habitante ao dia
Em 30 anos, os brasileiros aumentaram 400% o consumo
de produtos industrializados.
SEGALL-CORREA &
SALLES-COSTA
(2008)
Escolaridade Em 5 anos (de 2001 a 2006) a taxa de escolaridade da
região metropolitana de Porto Alegre aumentou 15%.
IDB (2007)
PIB per capita Em 10 anos (de 1996 a 2006) o PIB per capita do estado
do Rio Grande do Sul duplicou.
IDB (2007)
Grau de
urbanização
Em 10 anos (de 1996 a 2006) o grau de urbanização das
cidades da região metropolitana de Porto Alegre
aumentou 1%.
IDB (2007)
A partir das premissas identificadas na bibliografia, foram adotados índices de
crescimento para cada um dos indicadores (Tabela 13) e imputados no software ArcMap
como coeficientes da álgebra de mapas.
44
Tabela 13 - Índices de crescimento dos indicadores utilizados.
Índice de crescimento
Indicador
10 anos 20 anos
Cooperativas 200% 400%
População 20% 40%
Resíduos produzidos por habitante ao dia 133% 266%
Escolaridade 30% 60%
PIB per capita 100% 200%
Grau de urbanização 1% 2%
Assim, de posse dos dados levantados e tabulados, foi realizado o prognóstico do
gerenciamento de RSDR, considerando a metodologia de SANTOS (1999), os pesos
atribuídos aos indicadores (Tabela 10) e os índices de crescimento dos indicadores,
conforme a Tabela 13.
Para a obtenção dos prognósticos foi realizada a soma de indicadores, com base
nos dados da Tabela 11, conforme as fórmulas a seguir:
i) Prognóstico para 10 anos do município = coeficiente 10 anos X (indicador A)
+ coeficiente 10 anos Y (indicador B) +... coeficiente 10 anos Z (indicador K)
ii) Prognóstico par 20 anos do município = coeficiente 20 anos X (indicador A)
+ coeficiente 20 anos Y (indicador B) +... coeficiente 20 anos Z (indicador K)
45
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O diagnóstico da situação atual do sistema de gerenciamento do RSDR baseou-se
na análise dos mapas georreferenciados, elaborados a partir das informações contidas
nos questionários respondidos pelas cooperativas e na revisão bibliográfica.
5.1 Caracterização dos municípios
A Tabela 14 mostra a caracterização dos municípios estudados (Campo Bom,
Estância Velha, Novo Hamburgo, Portão, São Leopoldo, Sapucaia do Sul) com relação
a diferentes aspectos interferentes na qualidade de vida da população. Os dados
levantados na Tabela 14 serão explicados nos mapas a seguir.
Tabela 14 - Caracterização dos municípios.
Campo
Bom
Estância
Velha
Novo
Hamburgo
Portão
São
Leopoldo
Sapucaia
do sul
Fonte
População (hab)
56595 40740 253067 25583 207721 122231
IBGE (2007)
de 0 a 9 anos
9498 6354 43041 4521 35592 22657
IBGE (2000)
de 10 a 19 anos
10300 6752 43735 4659 36607 23437
IBGE (2000)
de 20 a 39 anos
19133 12492 81011 8383 65737 40937
IBGE (2000)
de 40 a 59 anos
11201 7288 49708 5187 40894 27070
IBGE (2000)
Idade
mais de 60 anos
3886 2246 18698 1907 14717 8650
IBGE (2000)
Feminino
27340 17595 120761 12259 98863 62454
IBGE (2000)
sexo
Masculino
26678 17537 115432 12398 94684 60297
IBGE (2000)
IDH
0,837 0,808 0,809 0,831 0,805 0,742
IDH (2000)
Densidade (hab/km²)
905 811 1.132 162 2.066 2.144
IBGE (2007)
Área total (km²)
62,5 50,21 223,5 157,4 100,5 57
IBGE (2008)
% Área na BHRS
100,00 93,53 100,00 85,99 100,00 100,00
COMITESINOS
Área na BHRS (km²)
62,5 46,96 223,5 135,35 100,5 57
COMITESINOS
Ano de instalação
1959 1959 1927 1963 1864 1961
Questionário
Código da Unidade
Geográfica
4303905 4307609
4313409 4314803 4318705 4320008
IBGE (2000)
Grau de Urbanização
0,96 0,97 0,98 0,8 0,99 0,99
IBGE (2000)
Sem instrução
1645 1128 7685 976 6271 5047
IBGE (2000)
até 4 anos
18906 9685 66723 8090 49040 32105
IBGE (2000)
de 5 a 8 anos
21067 11487 65826 7324 54594 38112
IBGE (2000)
de 9 a 11 anos
14816 4996 34144 2853 30580 20187
IBGE (2000)
de 12 a 14 anos
1342 746 9435 408 8158 2491
IBGE (2000)
Educação
15 anos ou mais
1051 557 7856 354 7798 1384
IBGE (2000)
PIB per capita
18768 12202 15062 17820 11252 10799
IBGE (2006)
46
A Figura 12 ilustra o dado ‘População’, contido na Tabela 14. Na figura abaixo
podemos observar que os municípios mais populosos, São Leopoldo e Novo Hamburgo,
são justamente aqueles por onde cruza o Rio dos Sinos e nos quais são encontrados os
maiores focos de deposição inadequada de resíduos, conforme pode ser observado na
Figura 6.
Figura 12 – População dos municípios da área de estudo.
Fonte: IBGE, 2007.
Por outro lado, ao analisar-se a densidade populacional, Sapucaia do Sul destaca-
se pela alta quantidade de habitantes por km², 2.144. Situação oposta pode ser verificada
no município de Portão, o qual possui apenas 162 habitantes por km² (Figura 13).
25583
40740
56595
122231
207721
253067
47
Figura 13 - Densidade populacional dos municípios da área de estudo.
Fonte: IBGE, 2007.
Quanto ao grau de urbanização, verifica-se que todos os municípios da amostra
possuem altas taxas de habitantes vivendo em meio urbano, acima de 80%. No entanto,
entre eles, Portão diferencia-se por ser 80% urbanizado, enquanto os demais variam
entre 96% e 99% (Figura 14).
2
.144 hab/km²
162 hab/km²
48
Figura 14 - Grau de urbanização dos municípios da área de estudo.
Fonte: IBGE, 2000.
A análise da idade dos habitantes não apontou diferenças significativas. Exceto
pelo aumento de 1% a 2% na população adulta, de 20 a 39 anos, de Campo Bom e
Estância Velha, em relação aos demais. E no aumento de 1% a 2% na população idosa
de Novo Hamburgo, Portão e São Leopoldo, conforme se observa na Tabela 15 e na
Figura 15.
Tabela 15 – Idade dos habitantes dos municípios componentes da amostra.
Idade
Campo
Bom
Estância
Velha
Novo
Hamburgo
Portão
São
Leopoldo
Sapucaia
do sul
de 0 a 9 anos
18% 18% 18% 18% 18% 18%
de 10 a 19 anos
19% 19% 19% 19% 19% 19%
de 20 a 39 anos
35% 36% 34% 34% 34% 33%
de 40 a 59 anos
21% 21% 21% 21% 21% 22%
mais de 60 anos
7% 6% 8% 8% 8% 7%
Fonte: IBGE, 2007.
49
Figura 15 – Idade dos habitantes dos municípios da área de estudo.
Fonte: IBGE, 2000.
No entanto, a análise do grau de escolaridade dos habitantes revelou que,
enquanto Campo Bom e Estância Velha possuem níveis de instrução semelhantes, Novo
Hamburgo e São Leopoldo destacam-se dos demais por possuírem maior número de
habitantes com ensino médio, ensino superior ou pós-gradução (Figura 16).
Neste aspecto, Portão demonstra viver outra realidade: 77% dos seus habitantes
possuem ensino fundamental (40%) ou ensino médio (37%) completos (Tabela 16).
Tabela 16 – Escolaridade dos habitantes dos municípios componentes da amostra.
Escolaridade
Campo
Bom
Estância
Velha
Novo
Hamburgo
Portão
São
Leopoldo
Sapucaia
do sul
Sem instrução
4% 4% 4% 5% 4% 5%
até 4 anos
35% 34% 35% 40% 31% 32%
de 5 a 8 anos
39% 40% 34% 37% 35% 38%
de 9 a 11 anos
17% 17% 18% 14% 20% 20%
de 12 a 14 anos
3% 3% 5% 2% 5% 3%
15 anos ou mais
2% 2% 4% 2% 5% 1%
Fonte: IBGE, 2000.
50
Figura 16 – Escolaridade dos habitantes dos municípios componentes da amostra.
Fonte: IBGE, 2000.
Analisando o PIB per capita, Sapucaia do Sul e São Leopoldo aparecem como os
mais baixos, R$ 10.799,00 e R$ 11.252,00 respectivamente. E Campo Bom e Portão
destacam-se pelo alto PIB per capita, R$ 18.768,00 e R$ 17.820,00, respectivamente.
No entanto, a grande concentração de indústrias na região pode dificultar a identificação
do real valor do PIB por habitante (Figura 17).
Mesmo assim, o IDH aponta os dois municípios, Campo Bom e Portão, como os
que obtêm o melhor Índice de Desenvolvimento Humano e, portanto, com as melhores
condições de qualidade de vida (Figura 18). Assim como as cidades com os maiores
PIB são as que possuem os melhores índices de IDH, aquelas com os mais baixos PIB
per capita, São Leopoldo e Sapucaia do Sul, foram as que obtiveram as piores
avaliações do IDH.
51
Figura 17 - PIB per capita dos habitantes dos municípios componentes da amostra.
Fonte: IBGE, 2006.
Figura 18 – Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios da área de estudo.
Fonte: IDH, 2000.
PIB per capita
R$ 10.799
/ano
R$ 11.252/ano
R$ 12.202/ano
R$ 15.062/ano
R$ 17.820/ano
R$ 18.768/ano
52
5.2 Diagnóstico do gerenciamento de RSDR
A Tabela 17 mostra o diagnóstico da situação atual do gerenciamento de RSDR
dos municípios da amostra, os quais geraram as Figuras 19, 20 e 25. Estes dados são
discutidos a partir da análise das figuras referidas.
Tabela 17 - Situação do gerenciamento de resíduos.
A Figura 19 ilustra a quantidade de resíduos sólidos domésticos produzidos
diariamente por habitante. Campo Bom, Estância Velha, São Leopoldo e Novo
Hamburgo tiveram um comportamento esperado, no qual o PIB per capita justifica a
maior ou menor produção de resíduos. Esta justificativa também é apresentada por
outros pesquisadores que salientam a importância do PIB na estimativa da geração de
resíduos.
Porém, Portão e Sapucaia do Sul apontaram resultados que não correspondem a
essa lógica. O primeiro, com um dos maiores PIB per capita, produz apenas 430 gramas
por habitante ao dia; e o segundo, com o mais baixo PIB per capita, tem uma alta
produção de resíduos, 597 gramas por habitante ao dia, em comparação aos demais
municípios da amostra. Embora, a média nacional para municípios do porte de Sapucaia
do Sul seja 690 gramas por habitante ao dia, conforme a Tabela 1.
Campo Bom
Estância
Velha
Novo
Hamburgo
Portão
São Leopoldo
Sapucaia
do sul
Fonte
volume de RSD
coletado (t/dia)
35,0 18,5 110,0 11,0 85,0 73,0 Questionário
volume de RSDR
produzido (kg/hab)
0,618 0,454 0,434 0,430 0,409 0,597 Questionário
% domicílios atendidos
pela coleta
100 100 100 100 100 100 Questionário
%volume de RSDR
triado
100 100 100 100 100 0 Questionário
volume de RSDR
aproveitado (t/dia)
2,45 3,28 9,90 1,87 7,65 0 Questionário
Destino dos resíduos Aterro próprio SIL SIL SIL Aterro próprio
Aterro
próprio
Questionário
Quantidade de rejeito
para aterros (t/dia)
32,55 15,22 100,10 9,13 77,35 73,00 Questionário
Coleta seletiva Não Sim Sim Não Sim Não Questionário
COOPERATIVA COOLABORE
COOPEREV
COPREL KLL COOPERESIDUOS
Não Questionário
Legislação específica Sim Não Sim Sim Sim Sim Questionário
Programa
conscientização
Sim Não Sim Sim Sim Sim Questionário
53
Esses resultados podem ser explicados pela ausência de programas de coleta
seletiva e cooperativas de coleta em Sapucaia do Sul, o que faz com que todo o resíduo
produzido pelos seus habitantes seja coletado pelo sistema público. Por outro lado, os
resultados de Portão fortalecem a suposição de que o PIB per capita alto é justificado
pela alta concentração de indústrias no município, citada no item 52.
Figura 19 - Resíduos produzidos por habitante ao dia (kg).
Na Figura 20, a eficiência da triagem dos RSDR nas esteiras de catação foi
avaliada. Nela, Portão e Estância Velha demonstraram ótimos resultados, 17% e 18%,
respectivamente, considerando que a média nacional é 8% (DALFOVO et al., 2007). O
resultado de Sapucaia do Sul deve-se a ausência de centrais de triagem ou cooperativas
no município.
0,409
0,410 – 0,430
0,431 – 0,434
0,435 – 0,441
0,442 – 0,618
(
k
g)
54
Dos RSDR triados nas esteiras, percebe-se que a sucata de ferro é o principal
resíduo a ser aproveitado, seguido pelos plásticos em filme e pelas sacolas de
supermercado (Tabela 18).
Tabela 18 – Aproveitamento de resíduos sólidos domésticos recicláveis por município.
A Figura 21 compara a proporção entre os resíduos aproveitados em cada
município individualmente. Nos quais se pode verificar que os materiais representados
Tipo de RSDR
Campo
Bom
Estância
Velha
Novo
Hamburgo
Portão
São
Leopoldo
Sapucaia
do Sul
Fonte
Lata de alumínio (kg) 580 450 764 300 853 0 Questionário
Papel jornal (kg) 2830 1800 3692 1400 3200 0 Questionário
Papel Branco (kg) 4200 2600 1508 2000 3500 0 Questionário
Tetrapak (kg) 7300 6850 2400 3600 8500 0 Questionário
Plástico duro (kg) 4300 6300 4128 2000 7600 0 Questionário
Filmes (sacos de alimentos)
(kg)
17200 4000 10480 8000 1000 0 Questionário
PET (kg) 3200 4500 6400 1500 4200 0 Questionário
Plástico BP (kg) 1000 1300 1600 600 1800 0 Questionário
Sacola de supermercado (kg) 10976 6700 15000 5000 18000 0 Questionário
Vidro quebrado (t) 9500 8500 20000 4500 22000 0 Questionário
Garrafa inteira de vidro (Un) 5000 5500 15800 2000 13000 0 Questionário
Sucata de ferro (t) 12000 8000 16000 6500 16000 0 Questionário
Figura 20 - Eficiência da triagem de resíduos.
55
pelas cores frias do gráfico caco de vidro, sacola de supermercado, vidros inteiros e
sucata de ferro são aqueles que os catadores conseguem aproveitar em maior
quantidade na esteira de catação.
Figura 21 - Resíduos aproveitados na triagem.
A Figura 22 e a Tabela 19 comparam a proporção dos resíduos que são removidos
entre os municípios. Nela observa-se que, atualmente, São Leopoldo e Novo Hamburgo
conseguem extrair a maior quantidade de latas de alumínio, jornal, plástico BP, sacola
de supermercado, sucata de ferro e vidros inteiros ou quebrados. Também pode ser
observado que Portão, na comparação entre municípios estudados, consegue aproveitar
um volume menor de resíduos em todas as categorias.
56
Figura 22 - Comparação da triagem entre municípios por tipo de RSDR.
Essa análise deve considerar que, ainda assim, Portão consegue aproveitar 17% do
resíduo doméstico coletado, mas comparativamente aos demais municípios estudados o
resíduo removido na triagem possui menor volume.
Tabela 19 - Comparação da triagem entre municípios por tipo de RSDR
Tipo de RSDR
Campo
Bom
Estância
Velha
Novo
Hamburgo
Portão
São
Leopoldo
Sapucaia
do sul
Lata de alumínio (kg) 20% 15% 26% 10% 29% 0
Papel jornal (kg) 22% 14% 29% 11% 25% 0
Papel Branco (kg) 30% 19% 11% 14% 25% 0
Tetrapak (kg) 25% 24% 8% 13% 30% 0
Plástico duro (kg) 18% 26% 17% 8% 31% 0
Plástico filme (kg) 42% 10% 26% 20% 2% 0
PET (kg) 16% 23% 32% 8% 21% 0
Plástico BP (kg) 16% 21% 25% 10% 29% 0
Sacola de supermercado (kg) 20% 12% 27% 9% 32% 0
Vidro quebrado (t) R$0,03/kg 15% 13% 31% 7% 34% 0
Garrafa inteira de vidro (Un) 12% 13% 38% 5% 31% 0
Sucata de ferro (t) 21% 14% 27% 11% 27% 0
57
Por fim, a análise da situação atual do gerenciamento de RSDR levou em
consideração a localização dos principais compradores de RSDR, dos aterros sanitários
e das centrais de triagem, buscando identificar o destino final desses resíduos (Figura
23).
Figura 23 – Localização dos destinos dos resíduos sólidos domésticos recicláveis triados (1).
Os principais compradores de RSDR da RMPA encontram-se nos municípios de
São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo, Canoas e Porto Alegre. Fora da
RMPA, existem compradores em Venâncio Aires, Caxias do Sul e Parobé, todos
compradores de plásticos.
Os aterros sanitários localizam-se em Campo Bom, São Leopoldo, Sapucaia do
Sul e Minas do Leão (Figura 24), sendo que para este último município são enviados os
resíduos de 50% dos municípios da amostra: Estância Velha, Portão e Novo Hamburgo
(Tabela 17). Juntos, os três municípios enviam para a empresa SIL cerca de 3.700
toneladas de resíduos ao mês.
Exceto Sapucaia do Sul, todos os demais municípios realizam a triagem de seus
resíduos, conforme identificado na Figura 23 e na Tabela 6.
58
Figura 24 - Localização dos destinos dos resíduos (2).
Assim, de posse dos dados levantados e tabulados, foi realizado o diagnóstico da
situação atual do gerenciamento de RSDR, cujo resultado é ilustrado pela Figura 25.
Os coeficientes observados na Figura 25 foram obtidos a partir do somatório dos
pesos atribuídos a cada indicador, conforme a Tabela 10, e representam um índice de
desempenho de cada município obtido após a álgebra de mapas. Considerando que a
álgebra de mapas consiste na soma de dados alfanuméricos atribuído a informações
espaciais que irão gerar os mapas, a relevância do uso deste método consiste em
permitir uma análise de um grande número de dados ponderando o espaço em que estão
inseridos. Caso contrário, a análise ocorreria somente através do uso de tabelas (textos e
números) e se perderia a informação espacial, necessária à análise de grandes áreas,
como no caso de estudos ambientais e urbanos.
0
5
10
15
km
59
Figura 25 – Diagnóstico do gerenciamento de RSDR nos municípios da amostra.
Considerando os pesos definidos para cada indicador conforme os parâmetros
estabelecidos na Tabela 10 e na Figura 11, foi realizado o diagnóstico no software
ArcMap, cujos resultados demonstraram que:
(i) Sapucaia do Sul possui o pior cenário para o gerenciamento de resíduos,
principalmente devido à ausência de coleta seletiva e cooperativas de catadores, o que
faz com que 100% do RSDR produzido seja enviado ao aterro. Além disso, possui
elevado número de habitantes, vivendo 99% em meio urbano, que acabam por produzir
uma maior quantidade de resíduos sólidos domésticos per capita: 597 gramas ao dia,
considerando os municípios da amostra.
(ii) Campo Bom, apesar de possuir programas de conscientização, não possui
coleta seletiva, o que faz com que o resíduo sólido doméstico, mesmo que 100% triado,
tenha um mau aproveitamento na triagem, atingindo apenas 7%. Além disso, o
município tem a maior produção de resíduos por habitante, provocados por um elevado
PIB per capita.
(iii) Novo Hamburgo, São Leopoldo e Estância Velha obtiveram um resultado
semelhante (entre 3 e 4) devido a uma combinação de fatores distintos em cada um dos
-6
1
3
4
6
60
municípios. No entanto, a diferença que distingue o desempenho de Novo Hamburgo de
seus dois vizinhos é alta quantidade de resíduos produzidos por habitante e o baixo
desempenho das unidades de triagem no aproveitamento de RSDR (9%).
(iv) Na análise da situação atual, Portão obteve o melhor desempenho. Apesar de
possuir um alto PIB per capita, tem o menor número de habitantes dos municípios da
amostra, vivendo apenas 80% em meio urbano. O que resulta num dos mais baixos
valores de produção de resíduos sólidos domésticos por habitante, 430 gramas ao dia.
Ainda que tenha poucos habitantes com vel superior ou pós-graduação, o
município possui o segundo maior IDH e conta com programas de conscientização,
legislação específica municipal e cooperativas de catadores. Todos estes resultados
implicam na alta taxa de aproveitamento de resíduos na esteira de catação: 17%.
5.3 Prognóstico do gerenciamento de RSDR
Após a concretização do diagnóstico, foi realizado o prognóstico da situação do
gerenciamento de RSDR. Supondo que a eficiência das cooperativas de catação se
mantenha nos próximos anos e que sejam mantidos os programas de conscientização e
coleta seletiva dos municípios, foi desenvolvido o prognóstico considerando os índices
de crescimento da Tabela 13.
Os resultados da análise realizada para os próximos 10 anos, através do software
ArcMap, podem ser observados na Figura 26. Nela, a grande diferença verificada em
relação ao diagnóstico atual é a evolução de Estância Velha no ranking do
gerenciamento de RSDR.
O bom desempenho do município deve-se ao baixo número de habitantes e ao
baixo PIB per capita, ambos considerados bastante relevantes ao gerenciamento de
RSDR e com elevados coeficientes de crescimento (Tabela 13).
61
Figura 26 - Prognóstico para 10 anos.
Os resultados da análise realizada para os próximos 20 anos podem ser
observados na Figura 27. Ainda supondo que a eficiência das cooperativas de catação se
mantenha nos próximos anos e que sejam mantidos os programas de conscientização e
coleta seletiva dos municípios, foi realizado o prognóstico considerando os índices de
crescimento da Tabela 13.
Nesta análise, Estância Velha segue com alto desempenho, porém São Leopoldo
demonstra um grande resultado ao ultrapassar Portão no ranking do gerenciamento de
RSDR.
Apesar da grande quantidade de habitantes de São Leopoldo, o município produz
menos resíduos por habitante do que Portão. Segundo a na Tabela 12, o índice de
crescimento da população é quase 7 vezes menor do que o índice de crescimento do
consumo de produtos industrializados.
A baixa produção de resíduos por habitante é ainda mais acentuada pelo baixo
PIB per capita de São Leopoldo, comparativamente ao de Portão. Somado a isso, a
conscientização sobre a importância da separação dos RSDR do município de São
Leopoldo tem maior probabilidade de aumentar ao longo dos anos, independente dos
-8,45
-8,44 - -0,08
-0,07 – 4,87
4,88 – 6,93
6,94
62
programas criados pela Prefeitura, devido ao alto índice de escolaridade dos seus
habitantes.
Figura 27 - Prognóstico para 20 anos.
Para facilitar a compreensão dos resultados do gerenciamento de RSDR dos
municípios, a Figura 28 demonstra uma comparação entre o diagnóstico e os
prognósticos para 10 e 20 anos. A figura citada nos mostra que, no horizonte
considerado no Plano da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, ocorrerá uma alteração
no ranking de desempenho de gerenciamento de RSDR entre os municípios em estudo.
No diagnóstico da situação atual do gerenciamento de RSDR, Portão obteve o
melhor desempenho, no entanto, na análise para os próximos 20 anos sofreu um
decréscimo, caindo para a terceira posição do ranking. Conforme explicação da Figura
27, o fato deve-se a alta quantidade de RSDR produzidos por habitante ao dia,
considerando o índice de crescimento do consumo de produtos industrializados de
133% por década, citado na Tabela 13.
Exceto por Sapucaia do Sul, que obteve os piores resultados por não possuir
sistema de coleta seletiva e não realizar a triagem dos RSDR, enviando todo o seu
-11,26
-11,25 - -1,36
-1,35 – 6,40
6,41 – 8,04
8,05 – 9,60
63
resíduo sólido doméstico para o aterro municipal, os demais municípios Campo Bom,
Estância Velha, São Leopoldo e Novo Hamburgo apresentaram melhorias em seus
resultados. Porém, São Leopoldo e Estância Velha destacaram-se pelo crescimento
pronunciado de seus coeficientes de desempenho de gerenciamento de RSDR. No caso
de São Leopoldo, foram relevantes baixos valores dos indicadores PIB per capita e
produção de resíduos por habitante ao dia. E Estância Velha, pelo baixo PIB per capita e
pelo pequeno porte do município, inferior a 100.000 habitantes (Tabela 10, Figura 11 e
Figura 12).
Figura 28 – Comparação entre resultados de desempenho do gerenciamento de RSDR dos municípios
gerados pela álgebra de mapas.
64
É importante considerar que a eficiência das cooperativas de catação, a quantidade
de programas de conscientização e de coleta seletiva existentes dos municípios foram
preservados na análise, pois não foram encontrados registros sobre os índices de
crescimento ao longo dos anos para estes indicadores. Outro aspecto relevante a
considerar é a ausência de dados sistematizados que sirvam de base para estudos de
gerenciamento de RSDR no âmbito da região estudada, situação observada nos estudos
de BRINGHENTI et al. ( 2007).
Por fim, a análise entre diagnóstico e prognósticos pôde indicar as razões pelas
quais alguns municípios poderão obter um cenário futuro mais otimista e outros, mais
pessimista, auxiliando os gestores ambientais no processo de tomada de decisão durante
o gerenciamento de RSDR.
O método aplicado, a álgebra de mapas, se mostrou um facilitador do processo de
tomada de decisões, podendo ser utilizado como ferramenta em demais estudos de
gerenciamento ambiental, não apenas para resíduos sólidos domésticos recicláveis, mas
também em outros casos.
65
6 CONCLUSÕES
Esta dissertação buscou analisar os cenários futuros para o gerenciamento de
RSDR gerados na BHRS, visando identificar meios de colaborar para a redução dos
impactos ambientais e à saúde pública.
A identificação de indicadores de qualidade para o gerenciamento de RSDR
permitiu iniciar a análise da situação atual dos municípios da BHRS através do software
ArcMap e da revisão bibliográfica. Estas ferramentas permitiram indicar os índices de
crescimento dos indicadores possibilitando gerar os prognósticos futuros para 10 e 20
anos, conforme orientação do Plano Sinos (GOMES, 2007).
i. O diagnóstico permitiu identificar a situação dos municípios da amostra,
considerando as práticas de gerenciamento de RSDR atualmente empregadas. A partir
dos resultados obtidos na análise de diagnóstico, destacam-se as seguintes
considerações:
i. Municípios que não realizam a triagem de resíduos, como Sapucaia do Sul,
demonstraram o pior cenário para o gerenciamento de RSDR. Como conseqüência,
100% dos resíduos produzidos no município são enviados aos aterros.
ii. Municípios com elevado número de habitantes, com quase 100% dos
habitantes vivendo em meio urbano e com alto PIB/per capita produzem elevadas
quantidades de resíduos, dificultando a prática adequada do gerenciamento de RSDR.
iii. Municípios que não possuem programas de coleta seletiva, como Campo
Bom, obtiveram baixa eficiência de triagem nas esteiras de catação. Por outro lado,
municípios que possuem programas de conscientização, cooperativas de catadores e
legislação específica ao gerenciamento de resíduos, como Portão, demonstram melhores
resultados na conscientização da população e no desempenho da triagem nas esteiras de
catação.
A análise do prognóstico indicou as razões pelas quais alguns municípios obterão
um cenário futuro mais otimista e outros, mais pessimista, auxiliando os gestores
ambientais no planejamento de ações estratégicas ao gerenciamento de RSDR. Estas
ações devem ser pautadas nos seguintes critérios:
iv. Apoio às cooperativas de catadores, através de incentivo à sua formação e
suporte financeiro para melhorias dos processos;
66
v. Melhoria dos sistemas de coleta seletiva;
vi. Investimento em programas de conscientização e educação, que levem a
uma racionalização na produção de resíduos.
A criação do banco de dados georreferenciado demonstrou que qualquer mudança
no panorama atual, que leve à modificação dos indicadores considerados para a análise
do gerenciamento de RSDR, poderá ser facilmente imputada e gerada uma nova análise,
alertando aos gestores para que tomem medidas preventivas.
Em suma, este trabalho possibilitou o desenvolvimento de um método de análise
através do software ArcGIS que poderá ser utilizada nos desenvolvimento dos estudos
relacionados ao gerenciamento de RSDR no âmbito da BHRS.
67
7 RECOMENDAÇÕES
Em vista dos resultados observados, recomendam-se os seguintes estudos:
1. Ampliar a área amostral, através de um estudo que contemple todos os
municípios da BHRS, gerando uma análise mais completa da situação do
gerenciamento de RSDR na região.
2. Aumentar o nível de detalhamento de cada município, ampliando o
número de indicadores do gerenciamento de RSDR de forma a abordar questões
específicas relativas à coleta seletiva, como: eficiência da coleta, definição de
rotas, abrangência, etc.
3. Criar um instrumento que permita realizar uma análise mais criteriosa do
desempenho das cooperativas de catadores e que sirva de indicador para aplicação
no método aqui proposto.
68
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75
9 APÊNDICE
9.1 Passo-a-passo da metodologia para uso dos dados no software ArcMap, conforme
a metodologia aplicada por SANTOS (1999).
A partir das bases de dados, a metodologia para aplicação dos dados em ambiente
de SIG segue conforme a seqüência descrita a seguir:
i. Após iniciar o programa ArcMap (componente do ArcGIS), deve-se selecionar
a opção View e o comando Data Frame Properties, para configurar as unidades do
mapa em Map Units, e escolher a opção Meters;
ii. A seguir, as bases de arquivos coletadas são inseridas com o comando Add
data. Inseridas as bases, suas aparências no display deve ser editadas, clicando com o
botão direito do mouse em cada shapefile e após em Properties e em Simbology;
iii. Aqueles arquivos que estavam em formato *.dxf (formato do software
AutoCAD) devem ser inseridos no próprio ArcMap, na opção polygon. Logo em
seguida, serão convertidos para shapefile, clicando no botão direito do mouse e
acionando o comando Data/Export Data. Assim os arquivos poderão ser salvos em
*.shp (formato Shapefile), o qual possibilita a análise espacial pois contém
características vetoriais, com informações de posição e atributos: ponto, linha ou
polígono (IST, 2008);
iv. Os polígonos dos municípios componentes da amostra serão separados em uma
única shapefile, clicando em Editor e em Start Editing, para a edição dos mesmos. O
comando Select Features possibilita a seleção de determinados polígonos (municípios
fora da amostra) e a exclusão dos mesmos através da tecla Delete;
v. Nessa shapefile foram inseridos os dados coletados do questionário enviado às
cooperativas. Para isso, deve-se cancelar o comando Start Editing, clicando na opção
Stop Editing. Com o mouse sob a shapefile dos municípios, clicar no botão direito para
selecionar a opção Open Attribute Table, após em Options / Add Field;
vi. Para inserir nas novas colunas os novos dados coletados junto às cooperativas,
ativar a opção Start Editing, clicar com o botão direito sob a shapefile dos municípios e
em Open Attribute Table. Após, deve-se retivar a opção Stop Editing;
76
vii. Por fim, inserir os pontos com as localizações das centrais de triagem, dos
destinos finais e dos locais onde o resíduo é comprado;
9.2 Passo-a-passo da metodologia para diagnosticar a situação dos resíduos através do
software ArcMap
i. Montados os mapas e os bancos de dados, preparar cada shapefile (symbology
e categories) para que a criação dos grids, que permitirão realizar a álgebra de mapas.
ii. Clicar em Tools / Extensions para ativar a ferramenta de análise Spatial
Analyst, e em View / Toolbars para visualizá-la.
iii. Em Spatial Analyst clicar em Convert Features to Raster para converter cada
uma das shapefiles em Grids.
iv. O próximo passo foi estabelecer os pesos para a reclassificação dos Grids, em
função da sua importância para um gerenciamento de resíduos sustentável (Tabela 10).
Assim, todos os Grids devem ser reclassificados utilizando a ferramenta Spatial Analyst
/ Reclassify. Na Tabela 11 podem ser observados os valores originais e os novos,
obtidos após a reclassificação, onde os representados por 0 (zero) significam a ausência
do recurso.
v. Após a reclassificação dos Grids, realizar a álgebra de mapas com o comando
Spatial Analyst / Raster Calculator. O resultado desse cálculo foi um mapa mostrando
um diagnóstico de todos os dados levantados somados (Figura 25).
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