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ISABEL CRISTINA MORAES DABAGUE
RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE
RIZOMAS DE GENGIBRE (Zingiber officinale Roscoe) SOB
DIFERENTES ÉPOCAS DE COLHEITA E PERÍODOS DE SECAGEM
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Agronomia, área de Produção
Vegetal, Departamento de Fitotecnia e
Fitossanitarismo, Setor de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Paraná, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de Mestre em
Agronomia.
Orientador: Prof. Dr. Cícero Deschamps
CURITIBA
2008
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Milhares de livros grátis para download.
Dedico
Aos meus pais,
esposo e filhos.
i
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me permitir estar aqui e agora, pela saúde, capacidade
e dom recebidos.
Sou muito grata aos meus pais Geraldo e Cicília pela oportunidade de existir
e pela educação tão carinhosa recebida.
Agradeço ao meu esposo Ricardo pelo amor e incentivo em todos os
momentos. Pela minha filha Juliana e meu filho Leonardo pela compreensão e
carinho na caminhada.
Agradeço aos meus mestres e professores que auxiliaram no meu
crescimento e conhecimento.
Sou imensamente grata ao meu orientador e professor Dr. Cícero
Deschamps por acreditar na minha capacidade, por sua paciência e amizade.
Aos colegas de laboratório Allan Souza, Caroline Garbuio, Rodrigo Monteiro,
Magda Masetto e Luciana Castro pela ajuda nos experimentos e pelas experiências
compartilhadas. Aos funcionários Maria Emilia (Laboratório de Fitotecnia) e Lucimara
Antunes (Secretaria do Programa de Pós Graduação em Agronomia).
Aos responsáveis pelo LACAUT ets (Laboratório de Análise de Combustíveis
Automotivos) Lilian Côcco e professores Agnes de Paula Scheer e Carlos
ItsuoYamamoto, pela realização das análises de óleo essencial.
Aos amigos e a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para o
desenvolvimento deste trabalho, muito agradecida!
ii
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BIOGRAFIA DO AUTOR
Isabel Cristina Moraes Dabague, filha de Geraldo Pires de Moraes e Cicília
Ferreira de Moraes, nascida em Leme, Estado de São Paulo, em 23 de setembro de
1959. Casada com Ricardo Dabague, tendo uma filha, Juliana Cristina Moraes
Dabague e um filho, Leonardo Augusto Moraes Dabague.
Cursou os primeiros onze anos de ensino básico em Leme. Em 1980
recebeu o diploma do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia com Habilitação
em Magistério: Formação de Professores para Deficientes Mentais, pela Pontifícia
Universidade Católica de Campinas, São Paulo. Entre 1986 a 1988 cursou língua
alemã na escola Volkhochschule e Hümmel Spracheninstitut na cidade de Stuttgart,
Alemanha.
Em 2005 recebeu o certificado de conclusão do Curso Livre de Naturologia
Aplicada, pela Faculdade Integrada Espírita, Curitiba, Paraná. Em 2006 concluiu o
Curso de Pós Graduação Latu Sensu em Fitoterapia no Campus Universitário
Bezerra de Menezes.
iii
v
SUMÁRIO
SUMÁRIO................................................................................................................iv
LISTA DE TABELAS ..............................................................................................vii
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................viii
RESUMO...............................................................................................................viii
ABSTRACT.............................................................................................................ix
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................1
2 CAPÍTULO I - REVISÃO DE LITERATURA................................................3
2.1 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA ....................................................................3
2.2 DESCRIÇÃO BOTÂNICA............................................................................4
2.3 PLANTIO E TRATOS CULTURAIS.............................................................4
2.4 ÉPOCAS DE COLHEITA.............................................................................5
2.5 SECAGEM ..................................................................................................5
2.6 ÓLEO ESSENCIAL .....................................................................................6
REFERÊNCIAS.....................................................................................................10
3 CAPÍTULO II RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL
DE DIFERENTES PROCEDÊNCIAS DE Zingiber officinale ROSCOE APÓS
PERÍODOS DE SECAGEM...................................................................................17
RESUMO...............................................................................................................17
ABSTRACT...........................................................................................................18
3.1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................19
3.2 MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................21
3.2.1 Material vegetal.........................................................................................21
3.2.2 Extração de óleo essencial........................................................................23
3.2.2.1 Análise da composição do óleo essencial.................................................24
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................24
3.3.1 Rendimento de Óleo Essencial.................................................................24
3.2.3 Composição do Óleo Essencial.................................................................26
3.4 CONCLUSÕES .........................................................................................29
REFERÊNCIAS.....................................................................................................30
iv
vi
4 CAPÍTULO III DESENVOLVIMENTO DE GENGIBRE (ZINGIBER
OFFICINALE ROSCOE), RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO DO ÓLEO
ESSENCIAL EM DIFERENTES ÉPOCAS DE COLHEITAS.................................34
RESUMO...............................................................................................................34
ABSTRACT...........................................................................................................35
4.1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................36
4.2 MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................37
4.2.1 Material vegetal.........................................................................................37
4.2.2 Determinação e análise do óleo essencial................................................38
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................39
4.3.1 Acúmulo de massa seca ...........................................................................39
4.3.2 Teor e Produtividade do Óleo Essencial ...................................................40
4.3.3 Composição do Óleo Essencial.................................................................41
4.4 CONCLUSÕES .........................................................................................44
REFERÊNCIAS.....................................................................................................45
5 CAPÍTULO IV CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................49
ANEXOS ...............................................................................................................51
v
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Descrição da produção e produtores de gengibre em Morretes, Paraná.
...........................................................................................................................22
Tabela 2 Rendimento de óleo essencial L.g¯¹massa seca) de procedências de
gengibre (Zingiber Officinale Roscoe) após períodos de secagem (Junho/2006),
Curitiba-Pr, 2006................................................................................................25
Tabela 3 Constituintes majoritários do óleo essencial de procedências de gengibre
conforme períodos de secagem. Curitiba, 2006.................................................28
Tabela 4. Descrição da produção e produtores de gengibre em Morretes, Paraná.
...........................................................................................................................38
Tabela 5. Acúmulo de massa seca total (g) de rizomas de gengibre (Zingiber
officinale Roscoe), de três procedências em função das três épocas de
colheita,Curitiba-PR, 2007...............................................................................39
Tabela 6. Teor de óleo essencial l.g
-1
massa seca) de três procedências de
gengibre.............................................................................................................40
Tabela 7. Produtividade (L.ha
-1
) de óleo essencial de rizoma de gengibre (Zingiber
Officinale Roscoe) de três procedências em três colheitas (Abril, Maio, Junho).
Curitiba, 2007.....................................................................................................41
Tabela 8. Constituintes do óleo essencial do rizoma de gengibre (Zingiber
Officinale Roscoe) de três procedências em três épocas de colheita. Curitiba-Pr,
2007...................................................................................................................43
vi
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Rizomas (A) e inflorescências de gengibre (B) cultivado em Morretes, Pr.
.............................................................................................................................4
Figura 2. Biossíntese dos terpenos. (Fonte: Taiz e Zeiger, 2004).........................8
Figura 3. Estruturas químicas dos compostos co óleo essencial do rizoma de
gengibre...............................................................................................................9
Figura 4. Rizomas de gengibres deixados secar em temperatura ambiente no
Laboratório de Ecofisiologia do Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo
(Ufpr), Curitiba, 2006..........................................................................................23
vii
ix
RESUMO
O gengibre (Zingiber officinale Roscoe) é uma planta aromática com aplicação nas
indústrias alimentícias, cosmética e fitoterápica. Apesar da importância econômica,
vários aspectos relacionados à produção e armazenamento desta espécie aromática
carecem de tecnologia adequada. Este trabalho teve como objetivo avaliar o teor e
composição do óleo essencial de rizoma de gengibre em diferentes épocas de
colheitas e períodos de secagem. As amostras foram coletadas em propriedades
rurais do município de Morretes, PR. Na avaliação do efeito dos períodos de
secagem utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado, em
esquema fatorial 5 x 5, avaliando o comportamento de cinco procedências e cinco
períodos de secagem (0, 15, 30, 45 e 60 dias) em junho de 2006 em temperatura
ambiente com quatro repetições (quatro plantas por repetição). Para avaliar o efeito
da época de colheita, foram coletadas amostras em abril, maio e junho de 2007. O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 3,
referente à três procedências e três épocas de colheita com quatro repetições
(quatro plantas por repetição). As extrações de óleo essencial foram realizadas por
hidrodestilação em aparelho graduado Clevenger durante três horas e a análise do
óleo essencial por meio de cromatografia em fase gasosa acoplada à espectrometria
de massas. Os resultados demonstram que a secagem de gengibre em temperatura
ambiente por a60 dias não resulta em diminuição de teor de óleo essencial em
todas as procedências. O geranial e o neral apresentaram maior concentração em
todas as procedências e aumentaram seus teores com os períodos de secagem. Os
teores de geraniol, acetato de geranila e β-bisaboleno diminuíram com os períodos
de secagem. Os teores de eucaliptol, canfeno e zingibereno não apresentaram
mesma resposta em relação aos períodos de secagem. As colheitas das
procedências de gengibre avaliadas no município de Morretes podem ser
antecipadas para maio, seja para fins de consumo in natura ou para a exploração
comercial do óleo essencial. Embora o teor de óleo essencial de rizomas de
gengibre colhidos no mês de abril foi superior nas procedências avaliadas em
relação aos meses de maio e junho, a produtividade foi superior em maio e junho
devido ao maior acúmulo de biomassa de rizomas. Os constituintes geraniol, acetato
de geranila e geranial tiveram seus teores reduzidos quando a colheita foi realizada
em junho.
Palavras-chave: Geranial, geraniol, neral, acetato de geranila.
viii
x
ABSTRACT
The ginger (Zingiber officinale Roscoe) is an aromatic plant used in food, cosmetic
and phytotherapy industries. Although its economical importance, some aspects
related its production and storage lack of adequate technology. This work had as
objective of evaluate the yield and composition of the essential oil of rhizomes of
ginger during different periods of drying and harvesting times. The samples were
collected from small farms of Morretes, PR. To evaluate the effect of the periods of
drying, the used experiment design was completely randomized in a 5 x 5 factorial
design, consisting of five ginger origins and five periods of drying (0, 15, 30, 45 and
60 days) in June of 2006 at ambient temperature with four repetitions (four plants by
repetition). To monitor the effect of the harvesting time, samples were collected in
April, May and June of 2007. An completely randomized experimental design was
used in a 3 x 3 factorial design, consisting of three ginger origins and three
harvesting times, with four repetitions (four plants for repetition). The essential oil
extractions were carried out by hydrodestilation using a graduated Clevenger
apparatus during three hours and the analysis of the essential oil composition was
analyzed by gas chromatography coupled to a mass spectrometer. The drying of
ginger at room temperature for up to 60 days did not result in reduction of essential
oil yield in all evaluated origins. The results showed that the ginger harvesting can be
anticipated for May at Morretes conditions for both in nature or essential oil
production. The geranial and the neral have presented greater concentration in all
the origins and increased its contents with the periods of drying. The content of
geraniol, geranyl acetate and β-bisabolene have decreased with the periods of
drying. The eucalyptol, camphene and zingiberene contents have not presented
same response during the periods of drying. Although the essential oil yield from
rhizomes harvested in April was higher than those harvested in May and June, the
productivity was great in May and June because of the highest rhizome mass
accumulation. The constituent neral, zingiberene, camphene, geraniol, β-
phellandrene and β-bisabolene have increased during the harvesting times. The
constituent geranial, geraniol, geranyl acetate and eucalyptol decreased when the
harvest was carried out at June.
Word-key: Geranial, geraniol, neral, geranyl acetate.
ix
1
1
1 INTRODUÇÃO
O gengibre (Zingiber officinale Roscoe) é natural do sudeste asiático, sendo
utilizado nas milenares cozinhas chinesa e indiana e apreciado no mundo moderno.
O rizoma é comercializado fresco, seco, picado, em conserva, cristalizado, em pó ou
óleo essencial e possui sabor picante e levemente agridoce (PANIZZA, 2001;
BOLETIM, 2004; BOLETIM, 2005; NEGRELLE et al., 2005; ELPO e NEGRELLE,
2006).
Embora o gengibre se destaque pela aplicação na indústria de alimentos
como conservante natural (BEAL, 2006), também é utilizado na dieta alimentar
devido às suas atividades antiinflamatórias, antieméticas, anti-náusea,
antimutagênica, desintoxicante alimentar, anti-úlcera, hipoglicêmica, bactericida e
tônico geral (YOSHIKAWA et al., 1994; BULLETIN, 2003; MENEZES JR, 2004;
SACCHETTI, 2004; GEIGER, 2005; FERNANDES, 2006; ZHOU et al., 2006;
SUKLA, 2007). Estas propriedades devem-se principalmente à presença de óleos
essenciais que se acumulam nos rizomas.
Atualmente, Índia e China são os maiores produtores, sendo que no Brasil a
produção resulta na exportação, segundo ALMEIDA (2007), de 7 mil toneladas/ano,
ao preço médio de US$ 0,7/kg. Os principais estados produtores são: Espírito Santo,
São Paulo (4.000 ton.), Paraná (1.200 ton.) e Santa Catarina (300 ton.) (GARCIA,
2006).
No Estado do Paraná, a produção de gengibre concentra-se nos municípios
de Guaratuba, Morretes e Paranaguá que respondem por 96% da produção estadual
(ANDREATA, 2005), no entanto, parte desta produção não atende a classificação
para a exportação e é comercializada no mercado interno a preços inferiores.
Considerando a demanda da indústria nacional que atualmente importa
óleos essenciais de gengibre, os rizomas sem classificação poderiam ser utilizados
para atender esta demanda, resultando em maior agregação de valor à atividade,
propiciando maior retorno econômico para os agricultores.
Este trabalho teve como objetivo principal avaliar o teor e a composição do
óleo essencial de rizomas do gengibre de diferentes procedências após períodos de
secagem a temperatura ambiente e em função de épocas de colheitas.
2
2
O capítulo I apresenta a revisão de literatura com a descrição botânica,
importância econômica, plantio, colheita, secagem e óleo essencial de Zingiber
officinale Roscoe.
O capítulo II refere-se à avaliação do efeito de períodos de secagem em
temperatura ambiente no teor e composição do óleo essencial de diferentes
procedências de Z. officinale Roscoe cultivado em propriedades rurais do município
de Morretes, PR.
O capítulo III apresenta a avaliação do teor e composição do óleo essencial
de rizomas de Z. officinale, em amostras coletadas nos meses de abril, maio e junho
de 2007.
Finalmente, no capítulo IV são discutidos os aspectos relacionados ao
potencial de utilização de rizomas de gengibre para a produção de óleos essenciais.
3
3
2 CAPÍTULO I - REVISÃO DE LITERATURA
2.1 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
A área de cultivo mundial de gengibre é de aproximadamente 320 mil
hectares, com uma produção de 800.775 toneladas, comercializada a 185 milhões
de dólares (NEGRELLE, 2005; HERBS & SPICES, 2006). O comércio de gengibre é
feito in natura, em conserva, cristalizado, seco e em (ELPO e NEGRELLE, 2004;
NEGRELLE, 2005). Há também a comercialização de derivados do gengibre, como
óleo essencial e óleo-resina que, segundo KOROCH (2007), estão acima de 28.200
toneladas/ano, sendo produzidos na China e países africanos. No Havaí, a produção
é de aproximadamente 820 toneladas e o valor total da exportação desta produção é
estimado em US$ 2,9 milhões (MORITA, 2008).
São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina estão entre os principais
estados brasileiros produtores de gengibre (ALMEIDA, 2007). Segundo o Ministério
do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior - Secretaria de Comércio Exterior,
as exportações de gengibre nos últimos anos (2005/2008) apresentaram
estabilidade (MDIC/ALICEWEB, 2008). De 1996 a 2006, o Estado de São Paulo
exportou em média 4 toneladas/ano de gengibre, com preços médios praticados em
torno de US$ 0,80/kg (ALMEIDA, 2007). A cultura de gengibre iniciou no Estado do
Espírito Santo há, aproximadamente, dez anos, atualmente ocupando 320 hectares
com 60% da produção brasileira e exportação para os mercados da Europa, Canadá
e Estados Unidos (ZEPPER, 2006; RIBEIRO, 2008).
Na safra 2004/2005, o Departamento de Economia Rural (DERAL), da
Secretaria do Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB) registrou
produção estadual de 1.579 toneladas com valor de R$ 3.106.334,00 (ANDRETTA,
2005). A cultura de gengibre, na safra 2005/2006, ocupou uma área de 300 ha no
Paraná, representando um aumento de 20,5% da área plantada em relação à safra
anterior (ANDRETTA, 2005; NEGRELLE, 2005). Morretes, maior produtor de
gengibre paranaense, adota o sistema convencional e orgânico, exportando para
países da Ásia e da Europa. Na safra 2005/2006 o Paraná negociou 540 toneladas
ofertadas ao mercado interno e externo. Nesse mesmo período, Guaraqueçaba e
Morretes negociaram com o mercado externo 300 toneladas de gengibre orgânico,
produzido por pequenos produtores (ALMEIDA, 2007).
4
4
2.2 DESCRIÇÃO BOTÂNICA
A família Zingiberaceae apresenta distribuição em áreas tropicais e semi-
tropicais, incluindo cerca de 50 gêneros e 1100 espécies. Do ponto de vista
econômico destaca-se o Zingiber officinale, com rizomas aromáticos (SOUZA, 2005).
O gengibre é uma planta herbácea aromática, perene, de rizoma articulado,
septante, carnoso, revestido de epiderme rugosa, de onde desenvolve o caule aéreo
(JOLY, 2002). Na parte inferior, possui muitos rizomas cilíndricos, horizontais,
distribuídos lateralmente, com ramificações situadas num mesmo plano, digitiformes,
no vértice das quais se encontram cicatrizes do caule foliáceo de 14 a 16 cm de
comprimento por 4 a 20 mm de espessura (Figura 01- A).
As flores são hermafroditas, com coloração amarelo-esverdeada. As
brácteas florais orbiculares possuem cálice e corola denteados que envolvem uma
flor (Figura 01 - B). O fruto é uma cápsula que se abre em três culos e abriga
sementes azuladas com albúmen carnoso (FERNANDES 2006).
Figura 1. Rizomas (A) e inflorescências de gengibre (B) cultivado em Morretes, PR.
2.3 PLANTIO E TRATOS CULTURAIS
O plantio deve ser feito no início da estação das chuvas. Para o preparo do
solo, normalmente é realizada uma aração profunda seguida de duas gradagens
cruzadas, incorporando-se os restos culturais (EMBRAPA, 2001). O gengibre
necessita de alguns tratos culturais, entre eles a amontoa, irrigação e o controle de
pragas. O ciclo da planta varia de sete a dez meses e os rizomas estão no ponto de
colheita quando as folhas começam a amarelar (MENDES, 2005).
B
A
5
5
Segundo ELPO (2008) as principais pragas da cultura do gengibre em
Morretes são a lagarta rosca (Agrotis sp.) com controle feito manualmente pelos
agricultores, e os nematóides-das-galhas (Meloidogyne incógnita e M. javanica) para
os quais não estudo de controle e onde a sugestão é rotação de cultura, uso de
sementes sadias ou ainda imersão de rizomas sementes em água quente (45 a 55º
C) por 10 minutos.
Em Morretes, o plantio se realiza principalmente em agosto e setembro,
podendo ser plantado até dezembro.
2.4 ÉPOCAS DE COLHEITA
A colheita das plantas alimentares, medicinais e aromáticas tem como
objetivo uma produção de biomassa com maior teor de princípios ativos e
compostos que conferem sabor para um melhor aproveitamento nas indústrias
alimentícia, fitoterápica e cosmética. Assim, a definição da época ideal de colheita
varia com a época do ano, o estádio de desenvolvimento da planta e com o órgão da
planta onde estes princípios se concentram (FRANCO, 2007).
Os fatores determinantes na produção e composição de óleos essenciais
são de origem genética e ambiental. Neste sentido, o efeito de condições
edafoclimáticas interferindo na produção de óleo essencial tem sido relatado em
diferentes espécies aromáticas (SILVA et al., 2003; CECILIO FILHO, 2004; SANTOS
et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2005; GOBBO-NETO e LOPES, 2007).
A colheita ocorre a partir de fevereiro, quando os rizomas apresentam-se
macios, porém, com baixo peso, e se estende a junho/julho quando a
produtividade é superior (PARANÁ, 2007).
2.5 SECAGEM
O processo de secagem permite a conservação das plantas mantendo suas
qualidades físicas e químicas. No caso de espécies aromáticas, a secagem deve ser
cuidadosa devendo-se considerar a estrutura de armazenamento e características
voláteis dos constituintes dos óleos essenciais. CORREA et al. (2004) comparando
diferentes métodos de secagem de Vernonia polyanthes observaram que a secagem
6
6
à sombra conservou o odor característico das folhas e resultou em maior teor de
óleo essencial comparado à secagem em estufa.
Em um estudo com capim-limão
(Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf) a
secagem das folhas em desumidificador apresentou maior teor e composição do
óleo essencial comparado à estufa mantida a 40ºC (COSTA et al., 2005). No caso
de Ocimum selloi Beth, a temperatura de 40ºC é a recomendada (DAVID et al.,
2006). A secagem em temperatura ambiente é lenta e deve ser conduzida à sombra,
em local ventilado, protegida de agentes externos (poeira, insetos, etc.). Neste
sentido, o período de secagem da biomassa é de extrema importância para o
processo, pois se muito longo, poderá haver perdas significativas de substâncias
voláteis (SANTOS, 2004).
A secagem em temperatura ambiente é recomendada para regiões que
tenham condições climáticas favoráveis, relacionadas principalmente à alta
ventilação e temperatura, com baixa umidade relativa. O secador de temperatura
ambiente é o modelo mais econômico e bons resultados em climas secos e
quentes quando na época da colheita e secagem. Internamente deve conter
estruturas de madeira ou metal, onde se apóiam as plantas em feixes ou em
bandejas com camadas finas, permitindo assim a circulação de ar entre as partes
vegetais e favorecendo a uniformidade da secagem (NAGAO, 2005; CIAGRI, 2008).
A secagem artificial consiste em manter os rizomas sob ventilação em
temperatura de 35 a 40ºC. As temperaturas acima de 45ºC podem danificar os
órgãos vegetais e seu próprio conteúdo devido à cocção do material vegetal (MELO
2004).
No gengibre do Havaí, JOLAD (2005) em estudo com o gengibre seco,
observou redução de concentração dos constituintes do óleo essencial em rizomas
secos de gengibre durante o processo de secagem comercial, devido à desidratação
destes rizomas e a perda de compostos voláteis.
2.6 ÓLEO ESSENCIAL
Existem três grandes grupos de metabólitos secundários: terpenos,
compostos fenólicos e alcalóides. Estes compostos são descritos como
“secundários” e embora não sejam necessários ao ciclo da vida da planta,
desempenham papel na interação das plantas com o meio ambiente (PERES, 2004).
7
7
O óleo essencial é uma mistura de substâncias voláteis, lipofílicas, odoríferas
e líquidas (SIMÕES, 2003). Quimicamente são compostos de hidrocarbonetos
terpênicos, alcoóis simples e terpenos, aldeídos, cetonas, fenóis, ésteres, óxidos,
peróxidos, furanos, ácidos orgânicos, lactonas, cumarinas e compostos contendo
enxofre, apresentando diferentes concentrações. Dentre estes, o grupo mais
representativo são os terpenóides, os quais são formados pela fusão de unidades
isoprênicas de cinco carbonos; quando submetidos a altas temperaturas, podem se
decompor em isoprenos, podendo referir-se, ocasionalmente, a todos os terpernos
como isoprenóides (TAIZ e ZEIGER, 2004). É considerado um grupo homogêneo
devido às unidades de isopreno (-C5H8), os quais formam hemiterpenos,
monoterpenos, sesquiterpenos, diterpenos, triterpenos e tetraterpenos (CASTRO et
al., 2004; SIMÕES, 2004; BRIELMANN et al. 2006). Os monoterpenos são
substâncias voláteis pela sua baixa massa molecular, sendo que podem ocorrer nas
células parenquimáticas diferenciadas, canais oleíferos, pêlos glandulares e bolsas
lisígenas (PERES, 2004).
Os terpenos são biossintetizados a partir de metabólitos primários por no
mínimo duas rotas diferentes (Figura 2): a rota do ácido mevalônico, onde três
moléculas de acetil-CoA são ligadas, a partir de uma série de etapas da rota, para
formar este ácido e posteriormente, o IPP (isopentenil-pirofosfato) o qual originará
terpenos maiores; e a rota do metileritritol fosfato (MEP), onde o gliceraldeído 3-
fosfato e piruvato levam à formação do isopentenil-pirofosfato (IPP) (TAIZ e ZEIGER,
2004).
8
8
.
Figura 2. Biossíntese dos terpenos. (Fonte: TAIZ e ZEIGER, 2004).
Durante o desenvolvimento, as espécies aromáticas sintetizam compostos
que protegem de herbívoros e microorganismos patogênicos, exercendo ainda,
outras funções ecológicas, como atração de polinizadores, dispersores de sementes,
etc. (ARAUJO et al., 2001; TAIZ e ZEIGER, 2004).
O gengibre fresco contém 40 a 60% de amido, 10% de proteínas, 10% de
gorduras, sais minerais, resinas, saponinas, além de vitaminas como tiamina,
riboflavina, niacinina, ácido ascórbico, ácido aspártico, ácido glutâmico, ácido
piperólico, arginina, asparagina. O teor médio de óleo essencial varia de 1 a 3%,
9
9
sendo relatada presença dos seguintes constituintes: 1,8 cineol, acetato de geralina,
acetato de zingiberol, β-bisaboleno, β-felandreno, borneol, canfeno, caprilatos de
zingiberol, chugaóis, citral, canfeno, falandreno, gingediol, gingeróis, linalol,
zingiberol, zingibereno (BULLETIN, 2003).
O óleo essencial extraído do rizoma fresco do gengibre é constituído por
monoterpenos (Figura 03), dos quais o neral, geraniol, geranial e acetato de geranila
estão presentes (SAKAMURA, 1987). Atualmente o óleo essencial de gengibre tem
sido usado como parte dos ingredientes de alimentos (sabor), bebidas (sabor),
higiene e cosméticos (aroma) e devido ao seu potencial antimicrobiano
(SACCHETTI, 2004).
Canfeno ß – felandreno Eucaliptol
Neral Geraniol Geranial
Acetato de geranila Zingibereno ß - bisaboleno
Figura 3. Estruturas químicas dos compostos do óleo essencial do rizoma de gengibre.
10
10
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, N.G. Aspectos Econômicos da Cultura do Gengibre. Secretaria de
Estado da Agricultura e do Abastecimento - SEAB. Departamento de
Economia Rural - DERAL. Curitiba, PR. 2007.
ANDRETTA, G.C. Valor bruto da produção agropecuária paranaense em 2005.
Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento - SEAB.
Departamento de Economia Rural - DERAL. Curitiba, PR. 2005, p. 64-65.
ARAUJO, A.J.; LORDELLO, A.L.L.; MAIA, B.H.L.N.S. Análise comparativa de
óleos essenciais de folhas e galhos de Ocotea puberula (Laucaceae). Revista
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17
17
3 CAPÍTULO II RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO DE ÓLEO ESSENCIAL DE
DIFERENTES PROCEDÊNCIAS DE Zingiber officinale ROSCOE APÓS
PERÍODOS DE SECAGEM
RESUMO
A produção de gengibre no Paraná concentra-se no município de Morretes, plantio
em área de aproximadamente 300 ha. O objetivo deste trabalho foi avaliar o
rendimento e composição do óleo essencial de gengibre produzido em Morretes e
submetido a diferentes períodos de secagem a temperatura ambiente. O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5 x 5,
com quatro repetições (quatro plantas por repetição), avaliando o efeito de 5
procedências e períodos de secagem de 0, 15, 30, 45 e 60 dias a temperatura
ambiente, em junho de 2006. As extrações de óleo essencial foram realizadas por
hidrodestilação em aparelho graduado Clevenger durante três horas e a análise dos
constituintes foi realizada por meio de cromatografia em fase gasosa acoplada à
espectrometria de massas. A secagem de gengibre em temperatura ambiente por
até 60 dias não resultou em diminuição de rendimento de óleo essencial em todas
as procedências. O geranial e o neral apresentaram maior concentração em todas
as procedências e aumentaram seus teores com os períodos de secagem. Os teores
de geraniol, acetato de geranila e
β-bisaboleno diminuíram com os períodos de
secagem. Os teores de eucaliptol, canfeno e zingibereno não apresentaram mesma
resposta em relação aos períodos de secagem.
Palavras-chave: Geranial, Geraniol, Neral, Zingibereno, Canfeno.
18
18
ABSTRACT
The production of ginger in the Paraná is concentrated in the city of Morretes, with
close to 300 ha of cultivated area. The objective of this work was to evaluate the yield
and the composition of the essential oil of ginger produced in Morretes and submitted
to different periods of drying at room temperature. The experimental design was in
factorial project 5 x 5, with four repetitions (four plants for repetition), evaluating the
effect of 5 origins and periods of drying of 0, 15, 30, 45 and 60 days the ambient
temperature in June of 2006. The essential oil extractions had been carried through
by hydrodestilation in graduated Clevenger apparatus during three hours and the
analysis of the constituent was carried out through by means of coupling gas
chromatography to mass spectrometry (GC/MS). The drying of ginger at room
temperature for up to 60 days did not result in reduction of essential oil yield in all the
origins. The geranial and the neral have presented greater concentration in all the
origins and increased its contents with the periods of drying. The texts of geraniol,
geranyl acetate and β-bisaboleno have decreased with the periods of drying. The
texts of eucalyptol, camphene and zingiberene have not presented same reply in
relation to the periods of drying.
Word-key: Geranial, Geraniol, Neral, Zingiberene, Camphene.
19
19
3.1 INTRODUÇÃO
O gengibre é uma planta utilizada como condimento e como erva medicinal
desde a antiguidade pelos povos asiáticos e foi distribuído pelos continentes na era
das grandes navegações e comércio de especiarias (BOLETIM, 2004). Atualmente é
comercializada in natura, em conserva, cristalizado, seco e em (ELPO, 2004;
NEGRELLE et al ., 2005), bem como na forma de óleo essencial dos rizomas como
ingrediente em alimentos, bebidas, higiene e cosmética (SACCHETTI et al., 2004).
O Paraná é responsável por 90% da produção nacional de plantas
medicinais e aromáticas com aproximadamente 2 mil ha plantados, correspondendo
a mais de 70% das espécies botânicas utilizadas pela indústria farmacêutica, de
cosméticos, corantes, chás e de bebidas (BELLINI, 2005; CAMARGO, 2004;
NEGRELLE et al, 2005; ALMEIDA, 2007).
Em 2005/2006 a cultura de gengibre no Estado do Paraná ocupou uma área
de 300 ha. Na safra 2005/2006 houve um aumento da área de 20,5% em relação à
safra anterior (ANDRETTA, 2005; NEGRELLE et al, 2005).
Morretes é o principal município produtor de gengibre paranaense. Adota os
sistemas convencional e orgânico de cultivo, exportando para países da Ásia, da
Europa e para os EUA. Na safra 2005/2006 produziu 540 toneladas que foram
negociadas no mercado interno e externo. Nesse mesmo período, Guaraqueçaba e
Morretes negociaram com o mercado externo 300 toneladas de gengibre orgânico,
produzido por pequenos produtores (ALMEIDA, 2007).
A comercialização de rizomas no CEASA-PR utiliza como critério de
avaliação: tamanho, brilho, ausência de terra (limpeza), ausência de brotamento e
quebra, grau de desenvolvimento, uniformidade, aspecto e cor (ELPO, 2008;
LORENZETTI, 2008). Segundo ELPO (2004), o toalete do gengibre ocorre na
própria propriedade do agricultor, consistindo na lavagem, limpeza das raízes,
secagem natural, classificação, acondicionamento (embalagem) e transporte para
comércio interno em caixas de madeira e caixas plásticas e para o externo utilizam-
se caixas de papelão. Conforme ELPO (2004), os rizomas de gengibre são
classificados em Tipo Extra (rizomas com peso igual ou acima de 500 g
comercializado no mercado interno e principalmente na exportação), Tipo 1 (rizomas
com 250 g até 500 g), Tipo 2 (rizomas de 150 a 250 g), e Tipo 3 (rizoma com menos
20
20
de 150 g utilizado para processamento industrial ou como propágulo para a próxima
cultura).
A desidratação é uma técnica utilizada para a preservação de alimentos
limitando ou evitando o crescimento de microrganismos ou outras reações de ordem
química, bem como para facilitar o transporte, armazenamento e manuseio do
produto final (ARCHER, 2008). O período de secagem da biomassa é de extrema
importância na produção de óleos essenciais, podendo haver perdas significativas
devido às características voláteis dos constituintes químicos. Porém para algumas
espécies, esse tempo de secagem pode ser benéfico, impedindo os processos de
degradação enzimática e proporcionando a sua conservação, com manutenção da
qualidade em composição química (MARTINS, 2001).
A cultura do gengibre apresenta uma exploração econômica relevante na
forma in natura (FREITAS, 2006). No entanto, o uso dos rizomas para a obtenção de
óleos essenciais, extratos e concentrados de gengibre têm despertado interesse da
indústria farmacêutica e cosmética pelos seus princípios ativos (SACCHETTI, 2004;
BANDEIRA-PEREIRA et al., 2007).
O gengibre é rico em óleos voláteis, gingerol e shogaol, este último é um
produto da quebra do gingerol produzido durante a secagem (AMEENAH, 2002).
SAKAMURA (1987) por sua vez, relatou a presença de neral, geraniol, geranial e
acetato de geranila. Segundo o autor, durante a armazenagem houve cerca de 60%
de aumento dos constituintes neral e geranial, porém, houve decréscimo de geraniol
e acetato de geranila, isto é, ocorreu conversão de acetato de geranila a geraniol e
geranial a neral. Além dos constituintes majoritários, outros têm sido identificados
em menor proporção.
No gengibre produzido no Havaí foram encontrados 63 componentes
(JOLAD et al., 2005). Em sistema de produção orgânico e convencional de gengibre
produzido em Morretes, foram identificados os constituintes, respectivamente: α-
zingibereno (12,8-28,4%; 18,0-30,5%), geranial (20,3-22,8%; 12,5-22,8%), β-
sesquifelandreno (7,7-9,2%; 8,2-14,0%), α-farneseno (6,0-7,8%; 6,8-9,3%), cineol
(6,0%; 6,6-7,4%), neral (5,6-10,8%; 3,5-6,3%), geraniol (3,4-5,6%; 2,2-11,6%) e γ-
curcumeno (6,0%; 0,0%) (MACHADO et al., 2003).
Os métodos de processamento e o tempo de secagem podem influenciar na
qualidade e rendimento do óleo essencial do rizoma de gengibre em função de
21
21
fatores como: tamanho das partículas processadas e do processo de secagem
(DABAGUE et al., 2007). O processo de secagem pode ser realizado em
temperatura ambiente ou em secador (BALLADIN et al., 1999). A secagem artificial
consiste em manter sob ventilação a temperatura de 35 a 40º C. Temperaturas
acima de 45º C danificam os órgãos vegetais e seu próprio conteúdo, pois
proporcionam uma "cocção" dos rizomas e não uma secagem, além de inativar
diversas enzimas (PRASAD, 2006).
O processo de secagem em temperatura ambiente é recomendado para
regiões que tenham condições climáticas favoráveis, relacionadas principalmente à
alta ventilação e temperatura, com baixa umidade relativa. A secagem em
temperatura ambiente é o modelo mais econômico e bons resultados em climas
secos e quentes quando na época da colheita e secagem (CIAGRI, 2008). Segundo
MELO et al. (2004), a velocidade e temperatura do ar também exercem influência na
quantidade e qualidade do óleo essencial presente em plantas aromáticas. O tempo
de secagem do gengibre também depende do tamanho da área das partículas
processadas do rizoma (BALLADIN et al., 1996).
Parte da produção de gengibre produzido nas propriedades de Morretes não
alcança padrão para exportação (Tipo Extra), sendo armazenado à temperatura
ambiente até o momento de comercialização. Este produto normalmente alcança
valores reduzidos no mercado interno, sendo que a exploração do óleo essencial
surge como uma alternativa com potencial econômico.
O objetivo deste trabalho, portanto, foi avaliar o rendimento e composição do
óleo essencial de gengibre produzido em Morretes, PR, e submetido a diferentes
períodos de secagem em temperatura ambiente.
3.2 MATERIAL E MÉTODOS
3.2.1 Material vegetal
Inicialmente foi realizada visita em 2006 a três produtores de Morretes, para
averiguação da disponibilidade de realizar esta pesquisa. Na propriedade do
produtor 1, foram encontradas duas procedências de rizoma de gengibre sendo
denominadas pelo produtor de “variedade gigante havaiano” plantada em outubro de
2005 e “variedade paulista” plantada em novembro de 2005. O sistema de plantio
22
22
utilizado foi orgânico, com adubação de compostagem e biodinâmica (sílica,
camomila e esterco bovino).
Na propriedade do segundo produtor foram encontradas duas procedências
de rizoma sendo denominadas “variedade paulista” e “variedade japonesa” esta
última assim denominada pela sua origem, importada do Japão. O sistema utilizado
foi o convencional com plantio em agosto e setembro de 2005.
Na propriedade do terceiro produtor foi encontrada uma procedência
desconhecida, que quatorze anos os propágulos da cultura anterior são
plantados. O sistema utilizado é o convencional e a época de plantio foi outubro de
2005 (Tabela 1).
Tabela 1 Descrição da produção e produtores de gengibre em Morretes, Paraná.
Produtores Procedências Sistema de plantio Época de plantio
Identificação
Paulista Novembro
P1
1
Havaiano
Orgânico
Outubro
P2
Paulista Setembro
P3
2
Japonês
Convencional
Agosto
P4
3 Própria Convencional Outubro
P5
Na época das visitas foram coletadas amostras dos solos para análise, com
resultados apresentados no Anexo 15.
Os rizomas de gengibre foram coletados no mês de junho, em três
propriedades, totalizando 5 procedências. As amostras foram acondicionadas em
sacos plásticos e transportadas ao Laboratório de Ecofisiologia do Departamento de
Fitotecnia e Fitossanitarismo (UFPR). Os rizomas foram lavados e separados por
procedências e repetições, mantidos à sombra para realização da secagem. O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro repetições
(quatro plantas por repetição), avaliando-se o efeito de cinco períodos de secagem
(0, 15, 30, 45 e 60 dias) em temperatura ambiente, sobre 5 diferentes procedências
(fatorial 5 x 5).
23
23
Segundo a SIMEPAR as condições de umidade e temperatura na cidade de
Curitiba, Paraná, registradas neste período, apresentaram temperaturas máximas e
mínimas de 17,4º C e 11,1º C em junho; 13,9º C e 10,2º C em julho e, 22,5º C e
13,1º C em agosto. Umidade do ar foi 90,4% em junho; 91,8% em julho e, 71,5% em
agosto.
3.2.2 Extração de óleo essencial
Logo após a colheita e em intervalos de quinze dias os rizomas de cada
amostra foram fatiados e colocados em balões para realização das extrações de
óleo essencial (Fig. 03). Também foram separadas 20 gramas de cada material,
fatiado, com espessura aproximada de 0,5 cm, e colocados a secar em estufa com
ventilação forçada a temperatura de 60º C por 96 horas, até atingir massa constante.
Figura 4 Rizomas de gengibres deixados secar em temperatura ambiente no
Laboratório de Ecofisiologia do Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo (UFPR),
Curitiba, 2006.
As extrações de óleo essencial foram realizadas por hidrodestilação em
aparelho graduado Clevenger, durante 3 horas, em balão de vidro de 2 L, onde
foram adicionados 100 g de rizoma de gengibre processado fatiado, com 1000 mL
de água destilada. Após cada extração o óleo essencial foi quantificado com
micropipeta e as amostras foram armazenadas à temperatura de -20°C, onde
permaneceram até o momento da análise.
24
24
3.2.2.1 Análise da composição do óleo essencial
Para análise dos constituintes do óleo essencial dos rizomas foram usadas
amostras compostas dos tratamentos utilizando 20 µL de óleo essencial de cada
repetição, não sendo possível realizar análise estatística dos constituintes. A análise
destas amostras foi realizada mediante cromatografia em fase gasosa acoplada à
espectrometria de massas (CG/EM) pelo LACAUT (Laboratório de Análises de
Combustíveis Automotivos - Departamento de Engenharia Química da UFPR). O
equipamento e as condições operacionais utilizadas para a quantificação dos
constituintes do óleo essencial foram as seguintes: Cromatógrafo gasoso Varian,
modelo CP 3800 com detector FID (CG_FID); coluna capilar Chrompack de sílica
fundida CP-SIL 8 CB, 0.25mm de diâmetro interno, 30 m de comprimento e 0,25 µm
de filme líquido. Temperatura do injetor: 250 °C, s plit 1:200. Quantidade de amostra
injetada: 1,0 µL.
Pressão na coluna: 30,0 psi. Gás de arraste: hélio. Gás de make up: ar sintético,
nitrogênio e hidrogênio. Temperatura do detector FID: 300°C. A programação de
temperatura do forno: temperatura inicial de 6C, elevação de temperatura a 90ºC
na razão de C permanecendo por 5 minutos; elevaçã o de temperatura a 140ºC na
razão de C; elevação de temperatura a 240ºC na ra zão de 30°C permanecendo
por 5 minutos. O tempo total da corrida: 40 minutos.
A análise da variância para o rendimento de óleo essencial do rizoma de
gengibre foi realizada com auxílio do programa ASSISTAT (ASSIS, 2007). As
variâncias dos tratamentos foram testadas quanto à homogeneidade pelo teste de
Bartlett. As médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.3.1 Rendimento de Óleo Essencial
Houve interação entre os fatores procedências e períodos de secagem para
o rendimento de óleo essencial. Somente em uma procedência (4) não apresentou
redução no rendimento nos diferentes períodos de secagem dos rizomas em
temperatura ambiente.
25
25
Para as procedências 1, 2, 3 e 5 houve redução dos teores de óleo
essencial, demonstrando que os períodos de secagem dos rizomas de gengibre
podem interferir no teor de óleo em algumas procedências, principalmente se o
objetivo da exploração econômica for o óleo essencial. Esta redução foi significativa
para a procedência 1 logo após 15 dias de secagem, enquanto que para a
procedência 2 esta redução ocorreu aos 45 dias, e para as procedências 3 e 5 após
30 dias de secagem em relação ao rendimento de óleo essencial de rizomas
frescos.
As procedências 1 e 5 apresentaram rendimento de óleo essencial
estatisticamente superior em relação à procedência 4 após a colheita (tempo 0)
(Tabela 2). Após 60 dias em temperatura ambiente, estas procedências
apresentaram maiores rendimentos comparativamente à procedência 3. Diferenças
na composição dos constituintes do óleo essencial em espécies aromáticas
submetidas a diferentes processos de secagem têm sido relatadas por MELO
(2004).
Estes resultados indicam que o período de secagem apresentou influência
para algumas procedências sobre o rendimento do óleo essencial no rizoma de
gengibre, assim como observado por BALLADIN (1996).
Tabela 2 Rendimento de óleo essencial L.g¯¹massa seca) de procedências de gengibre
(Zingiber officinale Roscoe) após períodos de secagem (junho/2006), Curitiba-PR, 2006.
Período pós-colheita (dias)
Procedências
0
15
30
45
60
1 16,35 Aa 12,70 Bab 11,14 Ba 10,64 Bb 12,83 ABab
2 14,29 Aab 12,24 ABab 10,94 ABa 6,05 Cc 9,61 BCbc
3 15,31 Aab 14,93 Aa 8,85 Ba 11,85 ABb 9,13 Bc
4 12,17 Ab 10,36 Ab 9,19 Aa 12,21 Aab 10,65 Aabc
5 16,50 Aa 14,10 ABa 11,57 Ba 15,56 Aa 14,00 ABa
Nota: * Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem
pelo teste de Tukey 5%. Coeficiente de Variação: 14.99%.
Vários fatores podem influenciar o rendimento de óleo essencial, tais como ,
solo, clima, época de colheita, método e tempo de destilação (ANDRADE, 2000),
além da diversidade genética da espécie (SILVA et al, 2006). Segundo NAGAO et
al. (2005) o processo natural e forçada de secagem para Lippia alba depende das
caracteristicas da planta como por exemplo, se é lenhosa ou herbácea bem como
26
26
para a finalidade do uso. Para CORREA et al. (2004) em experimento com assa-
peixe (Vernonia polyanthes) a secagem à temperatura ambiente apresentou maior
teor de óleo essencial.
3.2.3 Composição do Óleo Essencial
Os seguintes constituintes foram identificados no óleo essencial das
amostras de gengibre:
α-pineno, canfeno, β-pineno, mirceno, limoneno, β-
felandreno, eucaliptol, isoterpinoleno, linalol, borneol, α-terpineol, neral, geraniol,
geranial, acetato de citronelila, acetato de geranila, cariofileno, zingibereno, β-
bisaboleno, β-sesquifelandreno, espatulenol, β-eudesmol e α-bisabolol. Os
constituintes majoritários citados na literatura (AMEENAH, 2002; BANDEIRA-
PEREIRA et al., 2007; KOROCH et al., 2007) foram identificados nas amostras
(Tabela 2).
MACHADO (2003) identificou, em análise cromatográfica, no óleo essencial
de rizomas de gengibre em Morretes, 16 compostos descritos em porcentagem para
gengibre convencional e orgânico respectivamente: canfeno (0,9-11,8%; 0,6-2,8%),
cineol (0,6-11,7%; 0,4-8,4%), diidroterpineol (1,1-1,9%; 0,8-1,8%), borneol (0,9-
3,2%; 0,4-2,3%), terpineol (1,3-4,5%; 0,9-4,8%), citronelol (0,8-2,0%; 1,1-2,1%),
neral (5,2-10,8%; 3,4-10,4%), geraniol (2,1-10,1%; 3,8-12,3%), geranial (10,0-27,9%;
6,5-22,8%), curcumeno (1,9-7,7%; 0,8-18,0%), α-zingibereno (12,8-23,3%; 1,9-
28,9%), α-farneseno (3,8-9,2%; 1,4-11,5%), β-bisaboleno (3,1-5,3%; 3,0-7,6%), γ-
cadineno (0,9-2,8%; 1,0-3,1%) e β-sesquifelandreno (7,47-11,2%; 7,9-11,7%).
Observando, no presente trabalho, a composição do óleo essencial das
diferentes procedências após a colheita, as porcentagens de cada constituinte foram
as seguintes: geranial (23,6 a 30,3%); neral (10 a 14,8%); geraniol (5.8 a 7.6%);
acetato de geranila (3.5 a 4.5%); eucaliptol (3,6 a 5,9%); canfeno (2,8 a 5,8%),
zingibereno (2,3 a 5%); ß felandreno (0,5 a 4%) e ß-bisaboleno (2,8-3,4%).
Durante os períodos de secagem houve diferenças nas concentrações de
constituintes nas procedências analisadas (Tabela 3).
Segundo SAKAMURA (1987), durante a armazenagem houve cerca de 60%
de aumento dos constituintes neral e geranial, porém houve decréscimo de geraniol
e acetato de geranila, isto é, houve conversão de acetato de geranila em geraniol e
geranial em neral. De acordo com esta informação, observou-se também neste
27
27
trabalho que o geranial e o neral, além de apresentarem maiores concentrações em
todas as procedências avaliadas, juntamente com o
β-felandreno, aumentaram seus
teores com os períodos de secagem.
Resultados obtidos por WOHLMUTH et al., (2006) suportam a hipótese de
que o geranial e neral ocorrem em uma taxa fixa de aproximadamente 2:3, assim
como em outras plantas, como por exemplo, no capim limão. Estes altos níveis de
teores são de interesse comercial para as indústrias de aroma e fragrância.
No entanto, o período de secagem dos rizomas resultou em diminuição das
porcentagens de acetato de geranila e geraniol e zingibereno em todas as
procedências. Os constituintes ß-bisaboleno, canfeno e eucaliptol apresentaram
redução das porcentagens no óleo essencial em procedências 5, 4 e 3,
respectivamente.
De acordo com MELO (2004), o processo de secagem pode propiciar a
transformação e degradação dos constituintes químicos. Em Melissa officinalis L.
tem sido demonstrado que folhas frescas contêm maior concentração de neral e
geraniol que folhas secas (BLANK et al., 2005). Estudo com Lippia alba com
temperatura do ar variando de ambiente até 80º C resultou em uma redução no teor
de citral (geranial e neral) do óleo essencial obtido das plantas secas em relação a
plantas frescas (BARBOSA, 2006).
28
28
Tabela 3 Constituintes majoritários do óleo essencial de procedências de gengibre conforme
períodos de secagem. Curitiba, 2006.
Constituintes
P1 P2 P3 P4 P5
Geranial
0
30,3 23,6 29,4 27,4 26,0
15
27,4 27,3 28,4 30,2 29,9
30
25,3 27,4 30,1 30,0 30,7
45
29,7 27,5 30,5 34,1 31,2
60
32,8 32,7 33,7 35,3 31,7
Neral
0
14,8 11,8 15,0 13,3 12,9
15
13,1 13,4 14,2 14,4 15,2
30
13,0 13,5 14,8 14,7 16,9
45
17,3 14,1 15,1 15,7 15,8
60
17,1 17,1 17,2 16,9 16,9
Geraniol
0
5,8 7,6 7,1 7,2 7,0
15
5,2 7,5 6,1 7,0 5,9
30
5,1 6,8 5,1 5,9 6,5
45
5,0 5,5 3,8 5,9 4,7
60
4,8 4,8 3,3 5,5 4,4
Eucaliptol
0
5,2 5,9 5,0 3,8 5,0
15
5,8 6,5 5,6 6,9 6,1
30
5,7 5,9 3,9 4,5 5,4
45
5,7 5,5 6,2 4,6 5,3
60
4,8 4,8 4,9 4,6 6,9
Canfeno
0
4,5 5,3 3,8 3,0 5,8
15
8,1 4,5 5,7 4,9 4,3
30
8,3 4,8 5,0 4,2 3,3
45
5,6 4,8 5,0 3,1 2,4
60
3,5 3,5 2,9 3,7 2,2
Zingibereno
0
3,2 4,6 3,5 5,1 2,7
15
4,0 4,7 3,9 4,6 3,5
30
3,9 4,9 3,7 4,3 3,3
45
2,8 4,5 3,1 3,4 2,8
60
3,3 3,3 2,9 3,1 2,6
Acetato de geranila
0
3,5 4,1 3,9 4,5 4,4
15
2,7 3,5 2,9 3,5 3,0
30
2,4 2,8 3,2 2,9 2,4
45
1,5 2,4 1,6 1,7 1,5
60
1,7 1,7 0,9 1,5 1,1
ß-bisaboleno
0
3,4 3,7 3,4 4,0 4,1
15
3,7 3,1 4,4 2,7 3,1
30
4,2 3,2 3,6 2,7 2,7
45
3,1 2,8 3,5 2,1 2,3
60
2,1 2,1 3,7 2,1 0
ß-felandreno
0
1,3 1,3 1,5 2,1 1,1
15
1,9 2,2 2,2 1,59 2,2
30
1,6 2,4 2,3 2,7 2,2
45
1,9 2,1 2,9 2,2 2,1
60
2,2 2,2 2,6 2,1 1,8
29
29
3.4 CONCLUSÕES
A secagem de gengibre em temperatura ambiente, por até 60 dias, não
resulta em diminuição de rendimento de óleo essencial em todas as procedências.
O geranial e o neral apresentam maior concentração em todas as
procedências e aumentam seus teores com os períodos de secagem.
Os teores de geraniol, acetato de geranila e
β-bisaboleno diminuem com os
períodos de secagem.
Os teores de eucaliptol, canfeno e zingibereno não apresentam mesma
resposta em relação aos períodos de secagem.
30
30
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34
34
4 CAPÍTULO III DESENVOLVIMENTO DE GENGIBRE (ZINGIBER OFFICINALE
ROSCOE), RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL EM
DIFERENTES ÉPOCAS DE COLHEITAS
RESUMO
O óleo essencial do rizoma de gengibre tem sido comercializado para indústrias
alimentícias, cosmética e farmacêutica. Neste trabalho avaliou-se a influência da
época de colheita no teor e composição do óleo essencial extraído de rizomas
coletadas no município de Morretes, PR. O delineamento experimental foi
inteiramente casualizado, com quatro repetições (quatro plantas) sendo avaliadas
três procedências em três épocas de colheitas (abril, maio e junho). As extrações de
óleo essencial foram realizadas por hidrodestilação em aparelho graduado
Clevenger durante três horas e a análise do óleo essencial foi realizada por meio de
cromatografia em fase gasosa acoplada à espectrometria de massa. Os resultados
obtidos indicam que a colheita do gengibre pode ser antecipada para maio caso o
objetivo seja a produção de óleo essencial. O maior acúmulo de massa ocorreu a
partir de maio em duas procedências. Embora o teor de óleo essencial de rizomas
de gengibre colhidos no mês de abril tenha sido superior em relação aos meses de
maio e junho, maiores produtividades de óleo essencial são obtidas em colheitas
realizadas a partir de maio devido ao maior produção de rizomas. Os constituintes
geranial, geraniol, neral e acetato de geranila apresentaram teores superiores em
relação aos demais constituintes para todas as procedências e em todas as
colheitas. Os constituintes geraniol, acetato de geranila e eucaliptol apresentaram
teores inferiores em colheitas realizadas em junho, enquanto os teores de canfeno,
β-bisaboleno, β-felandreno e zingibereno foram superiores quando os rizomas foram
colhidos no mesmo mês.
Palavras-chave: Geranial, geraniol, neral, acetato de geranila.
35
35
ABSTRACT
The ginger is a aromatically plant whose essential oil has been commercialized for
nourishing industries, cosmetic and druggist. In this work it was evaluated influence
of the time of harvest in the text and composition of collected the extracted essential
oil of rhizomes in the city of Morretes, PR. The experimental design with four
repetitions (four plants for repetition) being evaluated three origins at three times of
harvests (April, May and June). The essential oil extractions had been carried
through by hydrodestilation in graduated device Clevenger during three hours and
the analysis of the essential oil was carried through by means of chromatography in
connected gaseous phase to the mass spectrometry. The gotten results indicate that
the harvest of the ginger can be anticipated for May case the objective is the
essential oil production. The biggest accumulation of mass occurred from May in two
origins. Although harvested the essential oil text of rhizomes of ginger in the April
month has been superior in relation to the months of May and June, greaters
productivities of essential oil are gotten in harvests carried through from May due to
the biggest production of rhizomes. The constituent geranial, geraniol, neral and
geranyl acetate had presented superior texts in relation to the excessively constituent
for all origins and in all the harvests. The constituent geraniol, geranila acetate and
eucalyptol had presented inferior texts in harvests carried through in June, while the
texts of camphene, β-bisaboleno, β-phelandrene and zingiberene had been superior
when rhizomes had been harvested in the same month.
Key words: Geranial, geraniol, neral, geranyl acetate.
36
36
4.1 INTRODUÇÃO
O gengibre é uma planta herbácea, perene, de cultivo anual, com cerca de
1m de altura, apresentando folhas lineares e sésseis; flores verde-amareladas,
rizomas com várias gemas, sabor picante e odor aromático (LAMAS, 2004). É
comercializado na forma in natura, seco, em pó, cristalizado e como óleo essencial
(NEGRELLE et al., 2005; ELPO & NEGRELLE, 2006). Na dieta alimentar é utilizado
devido às atividades antiinflamatórias, antieméticas, anti-náusea, antimutagênica,
desintoxicante alimentar, anti-úlcera, hipoglicêmica, bactericida e tônico geral
(YOSHIKAWA et al., 1994; BULLETIN, 2003; MENEZES, 2004; SACCHETTI, 2004;
GEIGER, 2005; FERNANDES, 2006; ZHOU et al., 2006; SUKLA, 2007).
O óleo essencial de gengibre é ligeiramente amarelado, líquido, de
aparência oleosa à temperatura ambiente. É constituído principalmente de
monoterpenos e sesquiterpenos (SACCHETTI et al., 2004). Em Madagascar, por
exemplo, foram identificados como constituintes o
α-pineno, canfeno, β-felandreno,
1,8 cineol, neral, geranial, acetato de geranila, α- zingibereno, β-bisaboleno e β-
sesquifelandreno (KOROCH, 2007). No Brasil, Machado (2003) identificou no óleo
essencial de rizomas de gengibre cultivado no sistema convencional e orgânico,
respectivamente, os seguintes constituintes: canfeno (0,9-11,8%; 0,6-2,8%), cineol
(0,6-11,7%; 0,4-8,4%), diidroterpineol (1,1-1,9%; 0,8-1,8%), borneol (0,9- 3,2%; 0,4-
2,3%), terpineol (1,3-4,5%; 0,9-4,8%), citronelol (0,8-2,0%; 1,1-2,1%), neral (5,2-
10,8%; 3,4-10,4%), geraniol (2,1-10,1%; 3,8-12,3%), geranial (10,0-27,9%; 6,5-
22,8%), curcumeno (1,9-7,7%; 0,8-18,0%), α-zingibereno (12,8-23,3%; 1,9-28,9%),
α-farneseno (3,8-9,2%; 1,4-11,5%), β-bisaboleno (3,1-5,3%; 3,0-7,6%), γ-cadineno
(0,9-2,8%; 1,0-3,1%) e β-sesquifelandreno (7,47-11,2%; 7,9-11,7%).
A época de plantio para o gengibre nas regiões produtoras no Brasil,
segundo Mendes (2005), é de agosto a novembro quando se inicia a estação das
chuvas. Em Morretes, o plantio é realizado de junho a agosto, com colheita após
seis meses de ciclo com rizomas ainda tenros. Os rizomas estão no ponto de
colheita quando a parte aérea da planta estiver seca e as folhas amareladas
(EMBRAPA, 2006; SANTOS et al., 2007). A produtividade média no país é de 20
toneladas por hectare, sendo o rendimento potencial de até 40 toneladas por hectare
(MENDES, 2005).
37
37
Embora o cultivo de gengibre tenha apresentado crescimento mundial
contínuo. No Paraná a situação é inversa devido ao baixo nível tecnológico adotado
nas lavouras (NEGRELLE et al., 2005; ALMEIDA et al., 2007). Como parte da
produção de rizomas é descartada na classificação, a utilização destes para
obtenção de óleo essencial poderia ser implementada para agregar valor ao produto.
Não registros de trabalhos anteriores avaliando o efeito da época de colheita
tanto na produtividade de rizomas de gengibre, como no rendimento e composição
de seu óleo essencial em propriedades rurais do município de Morretes, PR.
Neste trabalho objetivou-se avaliar o acúmulo de massa seca e a produção e
composição do óleo essencial de rizomas de procedências de gengibre em
diferentes épocas de colheita.
4.2 MATERIAL E MÉTODOS
4.2.1 Material vegetal
As amostras de rizomas de gengibre foram obtidas em propriedades rurais
do município de Morretes, PR. Foram avaliadas três procedências cultivadas em
sistema convencional com época do plantio realizada em agosto de 2006. As
colheitas foram realizadas em abril, maio e junho. Na propriedade (1) foi encontrada
uma procedência (1) desconhecida, já que há quatorze anos os propágulos da
cultura anterior são plantados. O sistema utilizado foi o convencional e a época de
plantio foi em agosto de 2006. Na propriedade (2) foi encontrada uma procedência
(2), denominada “variedade paulista”. O sistema utilizado foi o convencional com
plantio em agosto de 2006. Na propriedade (3) foi encontrada uma procedência (3)
denominada variedade “Santa Catarina”, por ser oriunda deste Estado brasileiro. O
sistema utilizado foi o convencional e o plantio foi realizado em agosto de 2006
(Tabela 4). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema
fatorial 3x3 comparando três procedências e três épocas de colheita, com quatro
repetições (quatro plantas por repetição). Após a coleta as amostras foram mantidas
em estufa com ventilação de ar (Modelo Fanem) a temperatura de 65º C durante 4
dias no Laboratório de Ecofisiologia do Departamento de Fitotecnia e
Fitossanitarismo (UFPR).
38
38
Tabela 4. Descrição da produção e produtores de gengibre em Morretes, Paraná.
Produtores Procedências Sistema de plantio Época de plantio
Identificação
1 Própria Convencional Agosto
P1
2 Paulista Convencional Agosto
P2
3 Santa Catarina Convencional Agosto
P3
4.2.2 Determinação e análise do óleo essencial
As extrações de óleo essencial foram realizadas por hidrodestilação em
aparelho do tipo Clevenger, em balão de vidro com 2 L de capacidade, onde foram
adicionados 1 L de água destilada e 100 g de rizoma fresco de gengibre. Após a
extração, o óleo essencial foi quantificado com auxílio de micropipeta de precisão (0-
100 µL) sendo as amostras armazenadas em freezer até o momento da análise.
A análise dos constituintes químicos do óleo essencial foi realizada mediante
cromatografia em fase gasosa acoplada à espectrometria de massa (CG/EM). O
equipamento e as condições operacionais utilizadas para a quantificação dos
constituintes do óleo essencial foram as seguintes: Cromatógrafo a gás Varian,
modelo CP 3800 com detector FID (CG_FID); coluna capilar Chrompack de sílica
fundida CP-SIL 8 CB, 0,25mm de diâmetro interno, 30 m de comprimento e 0,25 µm
de filme líquido. Temperatura do injetor: 250 °C, s plit 1:200. Quantidade de amostra
injetada: 1,0 µL. Pressão na coluna: 30,0 psi. Gás de arraste: hélio. Gás de make up:
ar sintético, nitrogênio e hidrogênio. Temperatura do detector FID: 300°C. A
programação de temperatura do forno: temperatura inicial de 6C, elevação de
temperatura a 90ºC na razão de C permanecendo por 5 minutos; elevação de
temperatura a 140ºC na razão de C; elevação de te mperatura a 240ºC na razão
de 30°C permanecendo por 5 minutos. O tempo total d a corrida: 40 minutos.
A análise da variância para o teor de óleo essencial do rizoma de gengibre
foi realizada com auxilio do programa ASSISTAT (ASSIS, 2007). As variâncias dos
39
39
tratamentos foram testadas quanto à homogeneidade pelo teste de Bartlett e as
médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.3.1 Acúmulo de massa seca
As procedências não apresentaram diferenças significativas no acúmulo de
massa seca dos rizomas quando a colheita foi realizada em abril (Tabela 5).
Tabela 5. Acúmulo de massa seca total (g) de rizomas de gengibre (Zingiber officinale
Roscoe), de três procedências em função das três épocas de colheita, Curitiba-PR, 2007.
Épocas de colheita
Procedências
Abril Maio Junho
P1 143,87 Ba 408,56 Ab 432,26 Aab
P2 143,58 Ca 496,50 Aa 418,14 Bb
P3 145,19 Ca 361,88 Bb 483,68 Aa
NOTA: * Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem
pelo teste de Tukey 5%. Coeficiente de Variação: 10.16%.
Embora a procedência 2 tenha apresentado maior acúmulo de massa seca
no mês de maio, as procedências 1 e 3 foram superiores no mês de junho devido á
ocorrência de doença fúngica causada por Fusarium sp./ Rhizoctonia solani, na
procedência 2, resultando em lesões dos rizomas associados à podridão causada
por Erwinia spp, conforme laudo Fitopatológico do Centre de Diagnósticos Marcus
Enrietti, SEAB, Curitiba, PR.. O ciclo vegetativo do gengibre é de aproximadamente
10 meses, quando as gemas laterais formam novos rizomas (MENDES, 2005). Após
este período a colheita deve ser realizada devido à maior produção de biomassa e
princípio ativo da planta (MARCHESE e FIGUEIRA, 2005). O desenvolvimento dos
rizomas de gengibre, segundo observação em campo, ocorre a partir do sexto mês
após o plantio, com a realização das amontoas, de forma a recobrir os rizomas que
começam a aparecer na superfície (MENDES, 2005; ELPO et al., 2008;
LORENZETTI, 2008). Depois deste período o acúmulo de massa fresca do rizoma
apresenta um desenvolvimento acentuado (DEVIDE et al., 2004). Neste trabalho,
observou-se que a procedência 2 tem sua fase de maior acúmulo de biomassa
40
40
antecipada em relação às demais procedências cujas médias de biomassa de
rizomas foram superiores em junho.
4.3.2 Teor e Produtividade do Óleo Essencial
Houve interação entre os fatores procedências e épocas de colheitas em
relação aos teores de óleo essencial dos rizomas. Para todas as procedências, os
teores de óleo essencial foram superiores quando colhidos no s de abril (Tabela
6). Estes resultados podem estar relacionados com as propriedades ecológicas dos
constituintes dos óleos essenciais, atuando na proteção dos rizomas na fase inicial
de maturação. Outro fator a ser considerado é a eficiência do processo de extração,
tendo em vista que o óleo essencial seria mais facilmente extraído em abril, quando
os rizomas ainda não atingiram a maturação (ZARATE, 1994). Estes resultados
estão de acordo com os obtidos para Curcuma longa (Zingiberaceae) aonde o
acúmulo de massa seca durante a maturação também resulta em menores teores de
óleo essencial (CECÍLIO FILHO, 2004; SILVA et al., 2006).
Tabela 6. Teor de óleo essencial (µL.g
-1
massa seca) de três procedências de gengibre
(Zingiber officinale Roscoe), em função de três épocas de colheita. Curitiba, 2007
.
Épocas de colheita
Procedências
Abril Maio Junho
1 24,89 Aa 13,92 Ba 14,94 Ba
2 22,86 Aa
8,64 Bb 10,74 Bb
3 18,68 Ab 14,20 Ba
9,12 Cb
NOTA: * Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem pelo teste de
Tukey 5%.
Coeficiente de Variação: 10.33%.
Comparando-se os teores de óleo essencial das procedências, observou-se
que os rizomas da procedência 1 apresentaram teores superiores às procedências 2
e 3 quando colhidos em junho. Na colheita realizada em abril as procedências 1 e 2
obtiveram teores superiores (Tabela 6), enquanto na segunda colheita (maio), as
procedências 1 e 3 apresentaram maiores médias. As diferenças nos teores de óleo
essencial em rizomas das procedências podem estar relacionadas a vários fatores,
entre eles a continuidade na utilização de material de propagação por varias safras,
o que dificulta o manejo fitossanitário e afeta a produção de óleo essencial.
41
41
Com relação à produtividade do óleo essencial do rizoma de gengibre foram
observadas maiores médias na procedência 1 cuja produtividade foi superior em
todas as épocas de colheita em relação ás procedências 2 e 3 (Tabela 7). Os
resultados demonstram ainda que maiores produtividades de óleo essencial sejam
obtidas a partir de maio e, portanto, caso seja este o interesse econômico, a colheita
pode ser antecipada na região para atender a esta finalidade.
Tabela 7. Produtividade (L.ha
-1
) de óleo essencial de rizoma de gengibre (Zingiber officinale
Roscoe) de três procedências em três colheitas (abril, maio, junho). Curitiba, 2007.
Épocas de colheita
Procedências
abril maio junho
1 84,50 Ca
139,00 Aa 148,
75 Aa
2 76,50 Bb
119,75 Ab 116,
75 Ab
3 67,25 Bc
115,00 Ab 113,00 Ab
NOTA: * Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem pelo teste de
Tukey 5%.
Coeficiente de Variação: 3.90%.
4.3.3 Composição do Óleo Essencial
Na análise cromatográfica das amostras de óleo essencial de rizomas
colhidos em diferentes épocas, identificou-se 23 constituintes, entre eles, α-pineno,
canfeno, β-felandreno, eucaliptol, isoterpinoleno, linalol, borneol, α-terpineol, neral,
geraniol, geranial, acetato de citronelila, acetato de geranila, cariofileno, zingibereno,
β-bisaboleno, β-sesquifelandreno, espatulenol, β-eudesmol e α-bisabolol. Tais
constituintes haviam sido relatados em trabalhos avaliando a composição do óleo
essencial de gengibre, porém com teores diferentes (AMEENAH, 2002; BANDEIRA-
PEREIRA et al., 2007; KOROCH et al., 2007).
Foi observada variação da porcentagem dos constituintes conforme a
procedência em cada época de colheita (Tabela 8). Nas três procedências, os
constituintes com maiores percentuais foram geranial (21,47- 25,24%), seguidos do
neral (10,44 - 12,56%), geraniol (8,14 – 10,15%) e acetato de geranila 4,01 a
5,47%). Wohlmuth et al (2006), encontraram como constituintes majoritários,
geranial (17,51 a 44,31%), neral (10,6 a 26,49%), geraniol (1,5 a 6%), acetato de
geranila (inferior a 1%), zingibereno (1,86 a 11,21%),
β-bisaboleno e β-felandreno
(inferior a 2%). Estes constituintes majoritários atribuem aroma ao gengibre,
42
42
descritos por Onyenekwe (1999). No rizoma fresco a pungência está presente
devido principalmente aos constituintes, geranial, geraniol e neral, conforme descrito
por Balladin, et al. (1999). Comparando com os resultados do presente trabalho com
os obtidos por Machado (2003), houve diferença em relação aos teores dos
constituintes químicos majoritários.
Na avaliação de nove constituintes cujos percentuais foram superiores a
1,5% observou-se que o geranial apresentou maior concentração em abril para a
procedência 2 e em maio para as procedências 1 e 3 e em junho procedência 1. O
geraniol apresentou concentração superior na colheita de abril para as procedências
1 e 3, na colheita de maio para a procedência 3 e em junho para a procedência 1. O
neral não deferiu nas concentrações nas épocas de colheita. Porém o acetato de
geranila apresentou concentrações significativas em abril para as procedências 1 e
3, em maio e junho para as procedências 1 e 2.
43
43
Tabela 8. Constituintes do óleo essencial do rizoma de gengibre (Zingiber officinale Roscoe)
de três procedências em três épocas de colheita. Curitiba-PR, 2007.
Procedências
Constituintes
P1 P2 P3
Geranial
Abr 25.0 Bb 29.8 Aa 26.0 Bb
Mai 28.6 Aa 25.4 Bb 29.1 Aa
Jun 25.2 Ab 21.5 Bc 22.3 Bc
Geraniol
Abr 14.2 Aa 11.5 Ca 13.2 Ba
Mai 9.6 Bb 8.7 Bb 11.1 Ab
Jun 10.1 Ba 8.1 Bb 8.7 Cb
Neral
Abr 10.4 Ba 11.7 Aa 10.8 Aa
Mai 11.7 ABa 11.3 ABa 12.5 Aa
Jun 12.6 Aa 10.4 Ab 11.9 Aab
Acet. de geranila
Abr 13.8 Aa 10.6 Ba 14.5 Aa
Mai 7.97ABb 9.1 Ab 7.7 Bb
Jun 5.5 Ac 4.8 ABc 4.0 Cb
Eucaliptol
Abr 5.5 Aa 4.9 ABa 4.1 Bb
Mai 2.4 Cb 3.2 Bb 5.1 Aa
Jun 4.2 Ba 4.4 Aa 3.5 Bc
Zingibereno
Abr 3.4 Ab 3.2 Ab 3.7 Ab
Mai 5.7 Aa 5.9 Aa 4.7 Ba
Jun 4.2 Bb 5.9 Aa 5.1 ABa
Canfeno
Abr 3.0 Aa 2.2 Ab 0.5 Bc
Mai 0.1 Bb 4.1 Aa 3.2 Aa
Jun 3.2 Aa 2.9 Ab 1.7 ABb
ß- bisaboleno
Abr 1.6 Bb 1.6 Bb 2.5 Aa
Mai 3.9 Aa 3.0 Ab 2.7 Ab
Jun 2.2 bB 2.9 Aa 3.1 Aa
ß- felandreno
Abr 1.6 Aab 1.4 Bab 0.8 Bb
Mai 0.5 Bb 2.6 Aa 2.0 Aa
Jun 2.2 Aa 2.6 Aa 1.5 Ab
Total de abril 78.7 77.0 76.2
Total de maio 70.5 73.5 78.3
Total de junho 69.5 63.6 61.9
NOTA: * Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem pelo teste de Tukey 5%
44
44
4.4 CONCLUSÕES
O maior acúmulo de massa de rizomas de gengibre ocorre a partir de maio
em duas procedências e, portanto a colheita pode ser antecipada na região para a
produção de rizomas de gengibre para o mercado in natura.
O teor de óleo essencial de rizomas de gengibre colhidos no mês de abril é
superior em relação aos meses de maio e junho.
Para maior produtividade de óleo essencial de gengibre, a colheita pode ser
realizada em maio em duas procedências.
Os constituintes geranial, geraniol, neral e acetato de geranila apresentaram
teores majoritários para todas as procedências em todas as colheitas.
A colheita das procedências de gengibre pode ser antecipada para maio seja
para fins de consumo in natura ou para a exploração comercial do óleo essencial.
45
45
REFERÊNCIAS
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49
49
5 CAPÍTULO IV CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho avaliou-se o rendimento e composição do óleo essencial do
rizoma de Zingiber officinale Roscoe, em cinco períodos de secagens a temperatura
ambiente e três épocas de colheitas, buscando conhecer melhor o desenvolvimento
vegetativo da espécie e, como conseqüência, obter uma maior produtividade de óleo
essencial.
A necessidade deste estudo surgiu em função da falta de informações sobre
o rendimento e a composição do óleo essencial desta espécie, na região de
Morretes. Este possibilitaria, a partir do conhecimento, novos mercados com maiores
ganhos para o produtor e para a comunidade envolvida na extração e
comercialização do óleo essencial conhecido pelo mercado mundial, sendo
utilizado pelas indústrias alimentícias, farmacêuticas e de cosméticos.
A secagem de gengibre em temperatura ambiente por até 60 dias não
resultou em diminuição de rendimento de óleo essencial em todas as procedências.
O geranial e o neral apresentaram maior concentração em todas as procedências e
aumentaram seus teores com os períodos de secagem. O eucaliptol, canfeno e
β-
felandreno apresentaram-se estáveis nas procedências com diminuição durante os
períodos de secagem. O geraniol, acetato de geranila e zingibereno se
apresentaram estáveis nas procedências.
Nas colheitas do mês de abril o rendimento do óleo essencial foi muito
significativo, pois sua massa vegetal em formação permitiu a liberação de partículas
de óleo essencial mais fácil comprovando o efeito do óleo essencial no papel contra
herbivoria, ataque de patógenos e competição entre plantas, porém, a produtividade
é baixa por ter rizomas menos desenvolvidos.
Na colheita de junho, quando a planta está no seu ponto de maturação, com
desenvolvimento de massa vegetal mais acentuada o conteúdo do óleo essencial foi
menor quanto quantificado no rendimento da massa seca (µL.g
-1
massa seca), porém
quanto a quantificação foi realizada com a produtividade (L.ha
-1
) este rendimento se
apresenta superior, permitindo um melhor rendimento no total.
Com referência à composição do óleo essencial, os 23 compostos
identificados para todas as extrações, nove apresentaram-se majoritários.
O geranial apresentou maior concentração para as procedências avaliadas,
seguido do neral e geraniol. Durante as colheitas, devido ao ciclo vegetativo do
50
50
gengibre, o canfeno, beta-felandreno, eucaliptol e zingibereno apresentaram
acréscimo, bem como o beta-felandreno, o zingibereno e o beta-bisabolol. O acetato
de geranila e o beta bisaboleno apresentaram decréscimo, bem como o eucaliptol e
acetato de geranila em 2007.
forte presença do citral, mistura dos isômeros: geranial e neral no óleo
essencial do rizoma de gengibre. Estes compostos podem ser isolados e utilizados
pela indústria de perfumes e de alimentos como matéria-prima na síntese de
vitamina A e
β-caroteno. Ainda, o geranial e neral podem ser transformados em
geraniol e nerol que tem alto preço no mercado pelas indústrias por possuírem odor
de rosa e laranja.
Este estudo não é conclusivo no que diz respeito ao efeito do ciclo
vegetativo do rizoma de gengibre e na produção de óleo essencial, visto que vários
fatores interferem na composição química destes, onde se percebeu que épocas de
colheita e períodos de secagem modificaram a quantidade dos componentes do óleo
essencial.
51
51
ANEXOS
ANEXO 1. Laudo oficial de exame Fitopatológico realizado pelo Centro de
Diagnóstico “Marcos Enrietti” Secretaria de Estado da Agricultura e
do Abastecimento Departamento de Fiscalização e de defesa
Agropecuária - Estado do Paraná.
ANEXO 2
.
Análise de variância de rendimento de óleo essencial L.g¯¹massa seca)
do experimento monitoramento do rendimento e composição do óleo
essencial de gengibre (Zingiber officinale Roscoe) de procedências
após períodos de secagem.
Fatores de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 4 180.35 45.09 13.65**
Fator 2 (F2) 4 261.90 65.48 19.82**
Int. F1xF2 16 204.00 12.75 3.86**
Tratamentos 24 646.24 26.93 8.15**
Resíduo 75 247.79 3.30
Total 99 894.03
Coeficiente de Variação: 14.99 %
NOTA: ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo. Fator 1 Procedências, Fator 2 Períodos pós-colheita
52
52
ANEXO 3. Análise de variância de massa seca total (g) de rizomas de três
procedências de gengibre, em função das três épocas de colheita, do
experimento monitoramento do rendimento e composição do óleo
essencial de gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em diferentes épocas
de colheitas.
Fatores de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 2 4442.07 2221.04 1.89 ns
Fator 2 (F2) 2 672537.52 336268.76 286.60 **
Int. F1xF2 4 42459.18 10614.80 9.05 **
Tratamentos 8 719438.77 89929.85 76.65 **
Resíduo 27 31679.64
1173.32
Total 35 751118.41
Coeficiente de Variação: 10.16%
NOTA:
** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo.
Fator 1 Procedências, Fator 2 Épocas de colheita.
ANEXO 4. Análise de variância de rendimento de óleo essencial (µL. g¯¹massa seca)
do experimento monitoramento do rendimento e composição do óleo
essencial de gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em diferentes épocas
de colheitas.
Fatores de
variação
Graus de
liberdade
Soma dos
quadrados
Quadrado
médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 2 120.40 60.20 23.99 **
Fator 2 (F2) 2 837.32 418.66 166.86 **
Int. F1xF2 4 110.54 27.64 11.01 **
Tratamentos 8 1068.26 133.53 53.22 **
Resíduo 27 67.75 2.51
Total 35
1136.00
Coeficiente de Variação: 10.33%
NOTA:
** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo. Fator 1 Procedências, Fator 2 Épocas de colheita.
ANEXO 5. Análise de variância de rendimento de óleo essencial (L.ha
-1
) de três
procedências em três colheitas (abril, maio, junho de 2007) do
experimento monitoramento do rendimento e composição do óleo
essencial de gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em diferentes épocas
de colheitas.
Fatores de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 2 4442.06 2221.03 123.45 **
Fator 2 (F2) 2 19281.56 9640.78 535.87 **
Int. F1xF2 4 670.28 167.57 9.31 **
Tratamentos 8 24393.89 3049.24 169.49 **
Resíduo 27 485.75 17.99
Total 35 24879.64
Coeficiente de Variação: 3.90%
NOTA:
** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo. Fator 1 Procedências, Fator 2 Épocas de colheita
.
53
53
ANEXO 6. Análise de variância da porcentagem de canfeno do óleo essencial de
três procedências em três épocas de colheita do experimento
monitoramento do rendimento e composição do óleo essencial de
gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em diferentes épocas de colheitas.
Fatores de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 2 10.61 5.31 4.13 **
Fator 2 (F2) 2 3.28 1.64 1.28 **
Int. F1xF2 4 42.55 10.64 8.27 **
Tratamentos 8 56.45 7.06 5.49 **
Resíduo 27 34.72 1.29
Total 35 91.17
Coeficiente de Variação: 48.77 %
NOTA:
** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo. Fator 1 Procedências, Fator 2 Períodos de colheita.
ANEXO 7. Análise de variância da porcentagem de ß-felandreno do óleo essencial
de três procedências em três épocas de colheita do experimento
monitoramento do rendimento e composição do óleo essencial de
gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em diferentes épocas de colheitas.
Fatores de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 2 4.67 2.34 15.83 **
Fator 2 (F2) 2 4.17 2.09 14.16 **
Int. F1xF2 4 8.89 2.22 15.06 **
Tratamentos 8 17.74 2.22 15.03 **
Resíduo 27 3.98 0.15
Total 35 21.72
Coeficiente de Variação: 22.51 %
NOTA:
** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo. Fator 1 Procedências, Fator 2 Períodos de colheita.
ANEXO 8. Análise de variância da porcentagem de eucaliptol do óleo essencial de
três procedências em três épocas de colheita do experimento
monitoramento do rendimento e composição do óleo essencial de
gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em diferentes épocas de colheitas.
Fatores de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 2 0.13 0.07 0.23 ns
Fator 2 (F2) 2 9.93 4.96 17.47 **
Int. F1xF2 4 20.92 5.23 18.41 **
Tratamentos 8 30.97 3.87 13.63
Resíduo 27 7.67 0.28
Total 35 38.64
Coeficiente de Variação: 12.86 %
NOTA: ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo. Fator 1 Procedências, Fator 2 Períodos de colheita.
54
54
ANEXO 9. Análise de variância da porcentagem de neral do óleo essencial de três
procedências em três épocas de colheita do experimento monitoramento
do rendimento e composição do óleo essencial de gengibre (Zingiber
officinale Roscoe) em diferentes épocas de colheitas.
Fatores de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 2 1.96 0.98 0.94 ns
Fator 2 (F2) 2 5.10 2.55 2.45 ns
Int. F1xF2 4 14.37 3.59 3.45 *
Tratamentos 8 21.43 2.68 2.57 *
Resíduo 27 28.09 1.04
Total 35 49.52
Coeficiente de Variação: 8.88 %
NOTA: ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo. Fator 1 Procedências, Fator 2 Períodos de colheita.
ANEXO 10. Análise de variância da porcentagem de geraniol do óleo essencial de
três procedências em três épocas de colheita do experimento
monitoramento do rendimento e composição do óleo essencial de
gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em diferentes épocas de
colheitas.
Fatores de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 2 23.63 11.82 38.40 **
Fator 2 (F2) 2 106.12 53.06 175.11 **
Int. F1xF2 4 11.40 2.85 9.40 **
Tratamentos 8 141.16 17.64 58.23 **
Resíduo 27 8.18 0.30
Total 35 149.34
Coeficiente de Variação: 5.19 %
NOTA: ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo.Fator 1 Procedências, Fator 2 Períodos de colheita
.
ANEXO 11. Análise de variância da porcentagem de geranial do óleo essencial de
três procedências em três épocas de colheita do experimento
monitoramento do rendimento e composição do óleo essencial de
gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em diferentes épocas de colheitas.
Fatores de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 2 3.33 1.67 1.23 ns
Fator 2 (F2) 2 153.98 76.99 56.83 **
Int. F1xF2 4 110.54 27.64 20.40 **
Tratamentos 8 267.86 33.48 24.72 **
Resíduo 27 36.58 1.36
Total 35 304.43
Coeficiente de Variação: 4.50 %
NOTA: ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo.Fator 1 Procedências, Fator 2 Períodos de colheita.
55
55
ANEXO 12. Análise de variância da porcentagem de acetato de geranila do óleo
essencial de três procedências em três épocas de colheita do
experimento monitoramento do rendimento e composição do óleo
essencial de gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em diferentes
épocas de colheitas.
Fatores de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 2 4.80 2.45 5.06 *
Fator 2 (F2) 2 412.40 206.20 426.70 **
Int. F1xF2 4 38.43 9.61 19.88 **
Tratamentos 8 455.72 56.87 117.88 **
Resíduo 27 13.05 0.48
Total 35 468.77
Coeficiente de Variação: 8.02 %
Nota: ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo.Fator 1 Procedências, Fator 2 Períodos de colheita.
ANEXO 13. Análise de variância da porcentagem de zingibereno do óleo essencial
de três procedências em três épocas de colheita do experimento
monitoramento do rendimento e composição do óleo essencial de
gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em diferentes épocas de
colheitas.
Fatores de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 2 2.13 1.07 3.15 ns
Fator 2 (F2) 2 27.68 13.84 40.92 **
Int. F1xF2 4 6.98 1.75 5.16 **
Tratamentos 8 36.80 4.60 13.60 **
Resíduo 27 9.13 0.34
Total 35 45.94
Coeficiente de Variação: 12.47 %
NOTA: ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo.Fator 1 Procedências, Fator 2 Períodos de colheita.
ANEXO 14. Análise de variância da porcentagem de ß-bisaboleno do óleo essencial
de três procedências em três épocas de colheita do experimento
monitoramento do rendimento e composição do óleo essencial de
gengibre (Zingiber officinale Roscoe) em diferentes épocas de
colheitas.
Fatores de
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrado
Médio
F
Observado
Fator 1 (F1) 2 0.64 0.32 1.96 ns
Fator 2 (F2) 2 10.53 5.26 31.99 **
Int. F1xF2 4 7.01 1.75 10.65 **
Tratamentos 8 18.18 2.72 13.81 **
Resíduo 27 4.44 0.16
Total 35 22.63
Coeficiente de Variação: 15.51%
NOTA: ** significativo a 1% de probabilidade; * significativo a 5% de probabilidade; ns não
significativo. Fator 1 Procedências, Fator 2 Períodos de colheita
.
56
56
ANEXO 15 Laudo de análise de solo dos produtores de gengibre, Morretes
Paraná.
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