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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISAS EM ADMINISTRAÇÃO
BRUNO VIDIGAL COSCARELLI
LIQUIDEZ CORPORATIVA E
CRIAÇÃO DE VALOR PARA ACIONISTAS
Dissertação apresentada ao Centro de Pós-Graduação
e Pesquisas em Administração da Universidade
Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre em Administração.
Área de Concentração: Finanças
Orientador: Prof. Wagner Moura Lamounier, Dr.
Co-orientador: Prof. Hudson Fernandes Amaral, Ph.D.
BELO HORIZONTE
2008
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À minha família e aos meus amigos.
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AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Wagner Moura Lamounier, meu orientador, pelo profissionalismo e pelo rigor
científico empregado na orientação desta dissertação;
Ao Prof. Ph. D. Hudson Fernandes Amaral, coordenador CEPEAD e meu co-orientador, pelo
incentivo, desde a especialização;
Ao Prof. Dr. Aureliano Angel Bressan, pela qualidade de suas aulas e, principalmente, pelos
ensinamentos, que se mostraram fundamentais para realização desta dissertação;
Ao Prof. Dr. Haroldo Guimarães Brasil, pelas contribuições por ocasião da defesa do projeto
que culminou nesta dissertação;
Aos Drs. Poueri do Carmo Mário e Jersone Tasso Moreira Silva pelas contribuições por
ocasião da defesa desta dissertação;
À maior companheira de publicações científicas durante o mestrado, Maria Celia Vilela
Ribeiro, exemplo de competência e superação;
Ao companheiro de publicações, Robson de Souza Baesso, pelas discussões teóricas e pelas
inúmeras contribuições – oportunas, pertinentes e relevantes –, que enriqueceram
substancialmente esta dissertação;
Aos colegas Renato Lima Salgado e Frederico Valle e Flister, pelas discussões matemáticas e
econométricas;
Ao Caésio de Sousa Paula, companheiro de estudos, exemplo de inteligência, humildade e
esforço;
Aos amigos, à família e à Priscila, que foram, em muitos momentos, privados da minha
companhia e que entenderam o nível de dedicação com que realizei esta dissertação;
Aos demais professores, colegas do curso de mestrado e, finalmente, a todos que, de alguma
maneira, contribuíram para a concretização desta dissertação.
“A alegria está na luta, na tentativa,
no sofrimento envolvido, e não na vitória
propriamente dita.” (Mahatma Gandhi)
“O esforço dirigido a um objetivo tem sempre por prêmio,
com a consecução daquilo a que se aspira, a satisfação
que o triunfo proporciona.” (Thomas Atkinson)
RESUMO
Empresas possuem boa situação econômico-financeira quando apresentam equilíbrio
sustentável entre sua liquidez e rentabilidade. No Brasil, o modelo Fleuriet, também chamado
“modelo dinâmico de capital de giro” (MDCG), tem recebido destaque quanto a sua
capacidade de avaliar a liquidez corporativa, desde sua publicação inicial, na década de 1970.
Esse modelo apresenta-se como alternativa à análise tradicional de liquidez das
demonstrações financeiras. Por outro lado, o economic value added (EVA
®
), medida
registrada pela Stern Stewart & Co., tem sido amplamente divulgado, tanto no Brasil quanto
em outros países. Contudo, a pouca quantidade de artigos, dissertações e teses sobre o
relacionamento entre liquidez e rentabilidade evidencia que ainda há espaço para avanços
nessa linha de pesquisa. O objetivo desta dissertação consistiu em analisar o relacionamento
entre liquidez e criação de valor para o acionista. Para tanto, utilizaram-se dados de 2003 a
2007 das empresas que compunham a carteira teórica 2007-2008 do índice de sustentabilidade
empresarial (ISE). Foram utilizadas várias proxies para a liquidez corporativa. A partir de
estudos sobre os determinantes de liquidez corporativa, principalmente internacionais, foi
possível identificar uma variável formada a partir da divisão do disponível pelo ativo total.
Essa variável foi chamada de “nível de ativo líquido” (NAL). Além dessa variável, foram
considerados os índices tradicionais de liquidez e outras variáveis advindas do MDCG. Como
proxy para a criação de valor, utilizou-se o EVA do acionista e, em seguida, o market value
added (MVA). O desenvolvimento desta dissertação baseou-se em pesquisas anteriores
relacionadas tanto à liquidez quanto à criação de valor. Pode-se dizer que, de alguma forma,
esta dissertação apresenta-se como continuidade à linha de pesquisa adotada por Marques
(2002) e Carneiro Júnior (2006). Em termos metodológicos, após o levantamento do
arcabouço teórico, foi testado o modelo proposto por Marques (2002) e, em seguida, foram
formulados outros modelos que se mostraram estatisticamente mais consistentes. Realizaram-
se estimações em corte transversal para explicar: a) a média do EVA do acionista e do MVA
do período compreendido entre 2003 e 2007; e b) o EVA do acionista e o MVA do ano de
2007. Em seguida, para contemplar as várias empresas em corte transversal e também ao
longo dos anos, foram realizadas estimações em dados em painel. A validação dos dados
encontrados baseou-se na realização de testes econométricos dos pressupostos dos métodos de
estimações utilizados. Os resultados evidenciam, para a amostra e período estudados, que a
variável saldo de tesouraria (T) do MDCG e suas estruturas, captadas por meio de dummies,
apresentaram efeitos sobre a proxy de criação de valor para os acionistas – EVA. Já os
indicadores tradicionais de liquidez e o NAL não apresentaram efeito estatístico significante
em nenhum dos 3.328 modelos estimados. Portanto, pelo menos com os dados desta
dissertação, não foi possível verificar relação entre essas medidas e o EVA do acionista. Para
os outros 3.328 modelos em que se utilizou o MVA como variável dependente, conseguiu-se
apenas um, com pressupostos validados, em que o NAL apresentou efeito estatisticamente
significativo. Esses resultados evidenciam não só os efeitos das variáveis de liquidez sobre a
criação de valor, mas também uma dificuldade de se perceber esse efeito quando a expectativa
do mercado é levada em consideração, como é caso do MVA.
Palavras-chave: Liquidez. Modelo dinâmico de capital de giro. Criação de valor para
acionistas. Valor econômico adicionado. Valor de mercado adicionado.
ABSTRACT
Companies are in good economic and financial situation when there is a sustainable balance
between liquidity and profitability. The Fleuriet model, also known as working capital
dynamic model (WCDM), has been well accepted in Brazil for its usefulness in corporate
liquidity evaluation ever since its initial publication in the late 1970s. This model is an
alternative to the traditional financial statement liquidity analysis. Economic value added
(EVA
®
), a registered trademark of Stern Stewart & Co., has also been widely used in Brazil,
among other countries. Nevertheless, the fact that not many articles, dissertations, or theses
concerning the relationship between liquidity and profitability have been written suggests that
there is a need for further research in this area. The objective of this dissertation was to
analyze the relationship between corporate liquidity and shareholder wealth creation. To this
end, data from 2003 to 2007 of companies in the Brazilian social responsibility index were
used. Several variables were used as proxies for corporate liquidity. Based on previous
research about the determinants of corporate liquidity, especially international studies, it was
possible to identify a variable consisting of the ratio of cash and short-term investments to
total invested assets. This variable was called level of cash holdings. In addition, traditional
liquidity ratios and other variables obtained from WCDM were used. EVA and market value
added (MVA) were used as proxies for wealth creation. This dissertation is based on previous
research concerning liquidity and wealth creation. It may be said that this study follows the
main topic proposed by Marques (2002) and Carneiro Júnior (2006). After the model
proposed by Marques (2002) was tested, other empirical models were formulated, presenting
greater statistical consistency. Cross-section estimations were calculated to explain: a) mean
equity EVA and MVA from 2003 to 2007; b) 2007 equity EVA and MVA. After that, to
study the companies in cross-section and throughout the years, panel data has been estimated.
The validation of the results was based on econometric assumptions tests. For the sample and
duration of this work, the results show that the variable net liquid balance of WCDM, as well
as its financial structures collected by dummies, had presented effect over the shareholder
wealth creation proxy – EVA. The liquidity measurements and the level of cash holdings did
not show a significant statistical effect in any of the 3.328 estimated models and because of
that, at least with the empirical data from this dissertation, it was not possible to prove there is
a relationship between those measurements and the equity EVA. For the others 3.328 models,
for which the MVA was used as dependent variable, only one model with the level of cash
holdings had its assumptions confirmed. These results demonstrate not only the effect of the
variables of liquidity over the shareholder wealth creation but also a difficulty to notice this
effect when the market expectation is considered, as is the case with MVA.
Key-words: Liquidity. Working capital dynamic model. Creating shareholder value.
Economic value added. Value market added.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Ciclo econômico e ciclo financeiro ....................................................................... 33
Figura 2 – Nomenclaturas das variáveis do MDCG ............................................................... 34
Figura 3 – Relação das variáveis do MDCG com as contas tradicionais do BP .................... 35
Figura 4 – Estrutura financeira das empresas ......................................................................... 36
Figura 5 – Relação entre as decisões da administração e a criação de valor .......................... 41
Figura 6 – Relação entre EVA
®
e MVA ................................................................................ 48
Figura 7 – Parâmetros para as demonstrações financeiras ..................................................... 65
Figura 8 – Parâmetros de exportação para empresas do Stock Guide .................................... 66
Figura 9 – Resultado da regressão – EVA
*
contra CDG e NCG (2007) .............................. 165
Figura 10 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
contra CDG e T (2007) ......... 165
Figura 11 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
contra NCG e T (2007) ......... 165
Figura 12 – Resultado da regressão – EVA
*
contra CDG, NCG e T (2007) ......................... 166
Figura 13 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
de 2007.................................. 166
Figura 14 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
médio .................................... 166
Figura 15 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
médio com T/PL ................... 167
Figura 16 – Resultado da estimação – efeito aleatório – em painel para EVA
*
..................... 167
Figura 17 – Resultado da regressão que considerava o MVA
*
de 2007 ................................ 167
Figura 18 – Matriz de correlação das variáveis da regressão – EVA
*
médio ........................ 168
Figura 19 – Teste correlograms and q-statistics para regressão – EVA
*
médio ................... 169
Figura 20 – Teste VIF para regressão que considerava o EVA
*
médio ................................. 169
Figura 21 – Teste CUSUM para regressão que considerava o EVA
*
médio ......................... 169
Figura 22 – Teste correlograms para regressão – EVA
*
médio com T/PL............................ 170
Figura 23 – Teste VIF para regressão – EVA
*
médio com T/PL ........................................... 170
Figura 24 – Teste CUSUM para regressão –EVA
*
médio com T/PL .................................... 171
Figura 25 – Teste correlograms para regressão – EVA
*
de 2007 .......................................... 172
Figura 26 – Teste VIF para regressão que considerava o EVA
*
de 2007 .............................. 172
Figura 27 – Teste CUSUM para regressão que considerava o EVA
*
de 2007 ....................... 172
Figura 28 – Teste correlograms para regressão – MVA
*
de 2007 ......................................... 173
Figura 29 – Teste VIF para regressão que considerava o MVA
*
de 2007 ............................. 173
Figura 30 – Teste CUSUM para regressão que considerava o MVA
*
de 2007 ..................... 174
Figura 31 – Testes para autocorrelação em heterocedasticidade para os dados em painel .... 174
Figura 32 – Teste Hausman para comparação de modelos em dados em painel ................... 174
Figura 33 – Testes para autocorrelação em heterocedasticidade para os dados em painel .... 175
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Evolução da capitalização bursátil na América Latina ......................................... 17
Gráfico 2 – Composição da participação na BOVESPA ......................................................... 18
Gráfico 3 – Evolução do preço e do volume de negociação do IBOVESPA ........................... 19
Gráfico 4 – Valor de mercado das empresas que compõem o ISE .......................................... 20
Gráfico 5 – Valor investido em empresas socialmente responsáveis nos EUA ....................... 58
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Resumo das características metodológicas desta dissertação .............................. 62
Quadro 2 – Empresas que compõem a amostra da pesquisa .................................................. 63
Quadro 3 – Reclassificação das contas do ativo ..................................................................... 67
Quadro 4 – Reclassificação das contas do passivo ................................................................. 67
Quadro 5 – Estruturas financeiras e as variáveis do MDCG .................................................. 69
Quadro 6 Dummies para as estruturas financeiras do MDCG ............................................. 69
Quadro 7 – Variáveis dependentes ......................................................................................... 75
Quadro 8 – Variáveis independentes ...................................................................................... 76
Quadro 9 – Variáveis de controle ........................................................................................... 79
Quadro 10 – Testes para regressão que considerava o EVA
*
médio ........................................ 89
Quadro 11 – Matriz de correlação das variáveis dependentes ................................................ 108
Quadro 12 – Equações com pressupostos validados .............................................................. 112
Quadro 13 – Matriz de correlação das variáveis da regressão – EVA
*
de 2007 .................... 114
Quadro 14 – Matriz de correlação das variáveis da regressão – EVA
*
médio com T/PL ...... 116
Quadro 15 – Equação com pressupostos validados ................................................................ 119
Quadro 16 – Matriz de correlação das variáveis da regressão – MVA
*
de 2007 ................... 119
Quadro 17 – Resumo das equações com pressupostos validados .......................................... 120
Quadro 18 – Comparação entre resultados encontrados e resultados esperados .................... 120
Quadro 19 – Equações para verificar a relevâncias das variáveis em relação ao EVA
*
........ 142
Quadro 20 – Equações para verificar a relevâncias das variáveis em relação ao MVA
*
....... 145
Quadro 21 – Testes para regressão que considerava o EVA
*
médio ...................................... 168
Quadro 22 – Testes para regressão que considerava o EVA
*
médio com T/PL .................... 170
Quadro 23 – Testes para regressão que considerava o EVA
*
de 2007 ................................... 171
Quadro 24 – Testes para regressão que considerava o MVA
*
de 2007 .................................. 173
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Regressões estimadas para cada modelo ............................................................. 82
Tabela 2 – NCG das empresas pesquisadas .......................................................................... 94
Tabela 3 – CDG das empresas pesquisadas .......................................................................... 95
Tabela 4 – T das empresas pesquisadas ................................................................................ 96
Tabela 5 – Estrutura financeira das empresas pesquisadas ................................................... 97
Tabela 6 – Distribuição das estruturas nas empresas pesquisadas ........................................ 98
Tabela 7 – Nível de ativos líquidos mantido pelas empresas da amostra ............................. 99
Tabela 8 – Liquidez imediata .............................................................................................. 100
Tabela 9 – ROA ................................................................................................................... 101
Tabela 10 – ROE ................................................................................................................... 102
Tabela 11 – Mediana dos custos de capital anuais estimado pelo CAPM ............................ 103
Tabela 12 – Custos de capital estimado pelo modelo de Gordon.......................................... 105
Tabela 13 – EVA
*
calculados para as empresas da amostra ................................................. 106
Tabela 14 – MVA
*
calculados para as empresas da amostra ................................................ 107
Tabela 15 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
contra CDG e NCG (2007) . 109
Tabela 16 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
contra CDG e T (2007)........ 109
Tabela 17 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
contra NCG e T (2007)........ 109
Tabela 18 – Resultado da regressão – EVA
*
contra CDG, NCG e T (2007) ........................ 110
Tabela 19 – Modelos em que as variáveis de liquidez foram relevantes (EVA
*
_2007) ....... 111
Tabela 20 – Modelos em que as variáveis de liquidez foram relevantes (EVA
*
_MÉDIO) .. 112
Tabela 21 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
de 2007 ................................ 112
Tabela 22 – Resultado da regressão que utilizou o EVA
*
médio .......................................... 114
Tabela 23 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
médio com T/PL .................. 115
Tabela 24 – Resultado da estimação – efeito aleatório – em painel para EVA
*
................... 116
Tabela 25 – Modelos em que as variáveis de liquidez foram relevantes (MVA
*
_2007) ...... 117
Tabela 26 – Modelos em que as variáveis de liquidez foram relevantes (MVA
*
_MÉDIO) . 118
Tabela 27 – Resultado da regressão que considerava o MVA
*
de 2007 ............................... 119
Tabela 28 – Resumo dos resultados encontrados .................................................................. 121
Tabela 29 – Liquidez geral .................................................................................................... 146
Tabela 30 – Liquidez corrente ............................................................................................... 147
Tabela 31 – Liquidez seca ..................................................................................................... 148
Tabela 32 – Capital circulante líquido .................................................................................. 149
Tabela 33 – Betas calculados para 2003................................................................................ 150
Tabela 34 – Betas calculados para 2004................................................................................ 151
Tabela 35 – Betas calculados para 2005................................................................................ 152
Tabela 36 – Betas calculados para 2006................................................................................ 153
Tabela 37 – Betas calculados para 2007................................................................................ 154
Tabela 38 – Betas desalavancados calculados para 2003 ...................................................... 155
Tabela 39 – Betas desalavancados calculados para 2004 ...................................................... 156
Tabela 40 – Betas desalavancados calculados para 2005 ...................................................... 157
Tabela 41 – Betas desalavancados calculados para 2006 ...................................................... 158
Tabela 42 – Betas desalavancados calculados para 2007 ...................................................... 159
Tabela 43 – Apuração do prêmio de mercado ....................................................................... 160
Tabela 44 – Custo de capital próprio para o ano de 2003 ..................................................... 160
Tabela 45 – Custo de capital próprio para o ano de 2004 ..................................................... 161
Tabela 46 – Custo de capital próprio para o ano de 2005 ..................................................... 162
Tabela 47 – Custo de capital próprio para o ano de 2006 ..................................................... 163
Tabela 48 – Custo de capital próprio para o ano de 2007 ..................................................... 164
LISTA DE SIGLAS
AC – Ativo circulante
ACC – Ativo circulante cíclico
ACF – Ativo circulante financeiro
ACL – Ativo circulante líquido
ADR – American depositary receipt
AE – Ativo econômico
AL – Ativos líquidos
AP – Ativo permanente
AT – Ativo total
BOVESPA – Bolsa de Valores do Estado de São Paulo
BP – Balanço patrimonial
CAPM – Capital asset pricing model
CCL – Capital circulante líquido
CDG – Capital de giro
CE – Ciclo econômico
CF – Ciclo financeiro
CGL – Capital de giro líquido
CI – Capital investido
CMPC – Custo médio ponderado de capital
CPL – Capital permanente líquido
CSLL – Contribuição social sobre o lucro líquido
CVM – Comissão de valores mobiliários
DMDCG – Dummy modelo dinâmico de capital de giro
EBIT – Earnings before interest and taxes
EBITDA – Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization
ELP – Exigível a longo prazo
END – Endividamento
ET – Exigível total
EUA – Estados Unidos da América
EVA
®
Economic value added
FCD – Fluxo de caixa descontado
g – Taxa de crescimento composta
GC – Governança corporativa
IBGE – Instituto brasileiro de geografia e estatística
IGPM – Índice geral de preços de mercado
IOG – Investimento operacional em giro
IPCA – Índice nacional de preços ao consumidor amplo
IPO – Initial public offering
IR – Imposto de renda
ISE – Índice de sustentabilidade empresarial
ISEF – Indicador de saúde econômico-financeira das empresas
JCP – Juros sobre o capital próprio
KD – Custo de capital de terceiros
KP – Custo do capital próprio
LAJIR – Lucro antes de juros e imposto de renda
LAJIRDA – Lucro antes de juros, imposto de renda, depreciação e amortização
LC – Liquidez corrente
LG – Liquidez geral
LI – Liquidez imediata
LL – Lucro líquido
LOLDIR – Lucro operacional líquido depois do imposto de renda
LPA – Lucro por ação
LS – Liquidez seca
MDCG – Modelo dinâmico de capital de giro
MQO – Mínimos quadrados ordinários
MVA – Market value added
N1 – Nível 1
N2 – Nível 2
NAICS – North American Industry Classification System
NAL – Nível de ativo líquido
NCG – Necessidade de capital de giro
NIG – Necessidade de investimento em capital de giro
NM – Novo mercado
NOPAT – Net operating profit after tax
NYSE – New York stock exchange
PC – Passivo circulante
PCC – Passivo circulante cíclico
PCF – Passivo circulante financeiro
PIB – Produto interno bruto
PL – Patrimônio líquido
PMP – Prazo médio de pagamento
PMR – Prazo médio de recebimento
REF – Resultado de exercícios futuros
RESET – Regression specification error test
RL – Receita líquida
RLP – Realizável a longo prazo
ROE – Return on equity
ROI – Return on investment
RONA – Return on net asset
SEC – Securities and exchange commission
SELIC – Sistema especial de liquidação e custódia
SRI – Socially responsible investment
T – Saldo de tesouraria
TBL – Triple bottom line
TSL – Tributação sobre o lucro
US GAAP – American generally accepted accounting principles
VIF – Variance inflation factors
WACC – Weighted average cost of capital
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16
2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 24
2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 24
2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 24
3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 25
4 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 31
4.1 Análise tradicional de liquidez .................................................................................. 31
4.2 O modelo dinâmico de capital de giro ...................................................................... 32
4.3 Criação de valor para o acionista .............................................................................. 38
4.3.1 Economic value added .................................................................................................. 42
4.3.2 EVA do acionista .......................................................................................................... 45
4.3.3 Market value added ...................................................................................................... 47
4.4 Custo de capital ........................................................................................................... 49
4.4.1 Modelo de Gordon ........................................................................................................ 51
4.4.2 CAPM para a avaliação do KP ..................................................................................... 53
4.5 Investimentos socialmente responsáveis ................................................................... 58
5 METODOLOGIA ....................................................................................................... 61
5.1 Limitações dos cálculos .............................................................................................. 62
5.2 Amostra ....................................................................................................................... 63
5.3 Definição operacional das variáveis .......................................................................... 65
5.3.1 Padronização das demonstrações contábeis conforme o MDCG ................................. 65
5.3.2 Cálculo da NCG ........................................................................................................... 67
5.3.3 Cálculo do CDG ........................................................................................................... 68
5.3.4 Cálculo do T ................................................................................................................. 68
5.3.5 Identificação das estruturas financeiras do MDCG ...................................................... 68
5.3.6 Mensuração do NAL .................................................................................................... 69
5.3.7 Mensuração dos índices tradicionais de liquidez ......................................................... 69
5.3.8 Cálculo do β alavancado ............................................................................................... 70
5.3.9 Cálculo do β não alavancado ........................................................................................ 70
5.3.10 Cálculo do custo de capital próprio .............................................................................. 71
5.3.11 Cálculo do EVA do acionista ....................................................................................... 73
5.3.12 Cálculo do MVA .......................................................................................................... 74
5.3.13 Variáveis de controle .................................................................................................... 76
5.4 Definição operacional das equações para testes das hipóteses de trabalho .......... 79
5.4.1 Dados em painel ........................................................................................................... 83
5.4.2 Testes para dados em corte transversal......................................................................... 85
5.4.3 Testes para dados em painel ......................................................................................... 89
6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................... 93
6.1 Análise descritiva das variáveis ................................................................................. 93
6.2 Análise dos modelos econométricos estimados ...................................................... 108
6.3 Análise final dos resultados encontrados ............................................................... 120
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 125
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 129
APÊNDICES ......................................................................................................................... 138
APÊNDICE A ....................................................................................................................... 138
APÊNDICE B ........................................................................................................................ 140
APÊNDICE C ....................................................................................................................... 143
APÊNDICE D ....................................................................................................................... 146
APÊNDICE E ........................................................................................................................ 150
APÊNDICE F ........................................................................................................................ 160
APÊNDICE G ....................................................................................................................... 165
APÊNDICE H ....................................................................................................................... 168
16
1 INTRODUÇÃO
O volume de ativos líquidos (AL) que é mantido oferece às empresas custos e benefícios.
Com o objetivo de maximizar a criação de valor para os acionistas, os gerentes devem
determinar um nível que iguale os benefícios marginais advindos dos AL mantidos pela
empresa com seus custos marginais (OPLER et al., 1999). Esses custos e benefícios
apresentados pelos autores incluem:
[…] the lower rate of return of these assets because of a liquidity premium and,
possibly, tax disadvantages. There are two main benefits from holding liquid assets.
First, the firm saves transaction costs to raise funds and does not have to liquidate
assets to make payments. Second, the firm can use the liquid assets to finance its
activities and investments if other sources of funding are not available or are
excessively costly (OPLER et al., 1999, p. 2).
1
Segundo Opler et al. (1999), existe um tradeoff entre os custos e os benefícios inerentes aos
níveis de AL mantidos pelas empresas que afeta a criação de valor para o acionista. O nível de
ativo líquido (NAL), segundo esses autores, é dado pela divisão do disponível pelo ativo total
(AT). Assim sendo, manter níveis reduzidos de AL pode fazer com que as empresas fiquem
mais susceptíveis a crises de liquidez. Segundo Martins (1977), uma crise de liquidez para as
empresas pode ser mensurada pelo hiato existente entre compromissos assumidos e receitas
auferidas em determinado instante. Vários são os fatores que podem ocasionar problemas de
liquidez: desde uma alteração macroeconômica motivada pelo governo, por exemplo, até uma
turbulência específica no segmento em que empresa opera.
No Brasil, para abordar questões inerentes aos problemas relacionados à liquidez nas
empresas, Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978) desenvolveram um método de análise, orçamento e
planejamento chamado, na edição de 2003 de “Modelo Fleuriet”. Esse método, também
chamado de “Modelo dinâmico”, por Brasil e Brasil (1999), visa avaliar a estrutura financeira
das empresas e, dessa forma, auxiliar o analista na aferição de sua liquidez. No presente
trabalho, adotou-se a nomenclatura “Modelo dinâmico de capital de giro” (MDCG), como
fizeram Carneiro Júnior (2006) e Monteiro e Moreno (2003). Destaca-se que, ao longo dos
1
Os custos para manter os níveis de ativos líquidos elevados estão relacionados à baixa taxa de retorno desses
ativos. Dentre os dois principais benefícios de se manter ativos líquidos, destacam-se a redução do custo de
transação inerente ao processo de obtenção de financiamentos e o fato de a empresa ter à sua disposição recursos
para financiar suas atividades e investimentos (OPLER et al., 1999).
17
anos, esse modelo vem sendo aprimorado por meio das contribuições de outros autores, como
Braga (1991), Marques e Braga (1995) e Brasil e Brasil (1999).
A utilização do MDCG para análise de crédito é bastante ampla. Sendo adotado por várias
empresas, “[...] (Banco do Brasil e Itaú, por exemplo), tal modelo constitui valiosa ferramenta
para a análise de crédito” (BRAGA; NOSSA; MARQUES, 2004, p. 56). A análise de crédito
realizada por esses bancos por intermédio do MDCG reforça que esse modelo é aplicável pela
ótica do analista externo. Nesse caso os gerentes podem utilizá-lo e analistas externos à
organização podem analisar a empresa por meio do MDCG. Apesar disso, nas três décadas
que se passaram após a criação do MDCG, pouca ênfase foi dada ao relacionamento desse
modelo com o processo de decisão de investimento, especificamente o relacionado ao
investimento no mercado acionário brasileiro.
O mercado acionário brasileiro vem crescendo e se destacando com o passar do tempo como
alternativa de investimento. O gráfico 1 evidencia a evolução da capitalização bursátil na
América Latina. Pode-se observar que a Bolsa de Valores do Estado de São Paulo
(BOVESPA), identificada no gráfico como “São Paulo SE”, apresenta, a partir de 1994, a
maior capitalização da América Latina, aproximando-se de 1.400 bilhões de dólares ao final
de 2007.
0
200
400
600
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1.000
1.200
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1.600
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Anos
Bilhões U$
São Paulo SE Mexican Exchange Santiago SE
Combia SE Buenos Aires SE Lima SE
Gráfico 1 – Evolução da capitalização bursátil na América Latina
Fonte – Adaptado de World Federation of Exchanges (2008, p. 1).
18
Existem vários motivos para esse desempenho do mercado acionário brasileiro. Dentre eles,
destacam-se as inovações advindas da evolução da informática e da tecnologia da informação
e a orientação para a segurança dos investidores. Como exemplos de ações bem sucedidas
implementadas pela BOVESPA, citam-se os projetos que culminaram no Home Broker e no
After Market, em meados do ano 2000, facilitando o acesso ao mercado pelos investidores
individuais. Além dos retornos, a segurança do mercado brasileiro é também um fator que
atrai o investidor externo. Verifica-se no gráfico 2 a elevação da participação dos diversos
investidores no mercado bursátil brasileiro.
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50
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150
200
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1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Bilhões U$
Investidor Individual Investidor Institucional Investidor Não-Residente
Empresas Instituições Financeiras
Gráfico 2 – Composição da participação na BOVESPA
Fonte – Adaptado de Bovespa (2008, p. 6) e World Federation of Exchanges (2008, p. 1).
A partir de dezembro de 2000, foram implantados na BOVESPA o novo mercado (NM) e os
níveis diferenciados de governança corporativa (GC), Nível 1 (N1) e Nível 2 (N2). Em julho
de 2001, foi criada também a Câmara de Arbitragem do Mercado, para dirimir os possíveis
conflitos societários. As empresas integrantes do NM devem emitir apenas ações ordinárias
(BOVESPA, 2006).
Segundo a BOVESPA (2006), o funcionamento do NM beneficia os investidores, as empresas
e o mercado acionário: os investidores têm maior acesso aos dados das empresas e mais
segurança quanto aos seus direitos; as empresas têm uma melhora de imagem institucional; e
o mercado acionário pode ser ampliado com o aumento de emissões e conseqüente aumento
de liquidez. Apresentam-se, no gráfico 3, dados do IBOVESPA que mostram uma elevação
19
do volume de negociação a partir do ano de 2003 (período estudado) em relação aos dados
anteriores a 2003.
Gráfico 3 – Evolução do preço e do volume de negociação do IBOVESPA
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação a partir de dados da Apligraf.
Como observado no gráfico do IBOVESPA, principal índice da BOVESPA, a partir de 2003
o volume de negociação (barras verticais na parte inferior do gráfico) apresenta uma tendência
de crescimento. Esse padrão de negociação é completamente distinto do padrão até o ano de
2003.
O crescimento do mercado bursátil brasileiro, principalmente a partir de 2003, é ocasionado
por investimentos em empresas antigas e de grande reputação, mas também em novas
empresas. Várias empresas abriram seu capital
2
recentemente, ao emitirem ações primárias na
BOVESPA. Em 2004, foram 7 empresas, ao passo que em 2007 foram 62. Em 2004, o
volume financeiro dessas negociações foi inferior a 5 bilhões de reais; em 2007, superior a 50
bilhões de reais (BOVESPA, 2007b).
Além das novas empresas que tiveram capital aberto na BOVESPA a partir de 2005,
começou-se a dar atenção especial a investimentos socialmente responsáveis, conhecidos
internacionalmente como Socially responsible investment (SRI). Um reflexo disso é a criação
do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), composto por empresas que se destacam por
2
A abertura de capital é mais conhecida como initial public offering (IPO).
20
serem sustentáveis e socialmente responsáveis. Acompanhando a evolução do valor de
mercado da bolsa brasileira como um todo, apresenta-se no gráfico 4 o valor de mercado das
empresas que compõem o ISE. Pode-se observar a elevação do valor de mercado das
sociedades anônimas consideradas SRI, conforme o critério do ISE no Brasil.
-
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5
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7
nov/07
Mês / Ano
Bilhões R
$
Valor de Mercado
Gráfico 4 – Valor de mercado das empresas que compõem o ISE
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação a partir de dados da Bovespa (2007a).
Para a composição do ISE, as empresas são avaliadas em seis dimensões, três que formam o
Triple bottom line (TBL) – econômico/financeiro, social e ambiental – e outras três
complementares, que consideram aspectos de governança corporativa, de natureza do produto
e gerais (BOVESPA, 2007c). O TBL, conceito apresentado por John Elkington em 1997,
conduz as empresas a buscarem desempenho financeiro, social e ambiental (ELKINGTON,
2001).
Investimentos que consideram questões financeiras, sociais, éticas e ambientais estão
crescendo nos mercados de capitais globais. Os acadêmicos da área de Finanças têm mostrado
interesse nesse tema, realizando vários trabalhos que envolvem mensuração de performance
dos SRI (SCHRÖDER, 2007).
Os investidores usam várias ferramentas de análise que apóiam o processo de decisão de
investimento. Uma prática muito comum consiste em utilizar as demonstrações financeiras
21
para avaliar os aspectos econômicos e financeiros das empresas. A BOVESPA e a Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) disponibilizam gratuitamente pela internet os dados
publicados pelas empresas listadas para todos que se interessarem.
Segundo Copeland, Koller e Murrin (2002), o aumento da participação dos investidores
individuais foi um dos fatores que motivaram os administradores a se preocuparem com a
criação de valor para os acionistas. Apesar de as taxas de retorno das ações sempre terem sido
alvo de preocupações por parte dos investidores, os mercados de capitais eram, em geral, até
os anos de 1980, altamente segmentados e regulados. A baixa liquidez dos papéis na maioria
das bolsas de valores do mundo fazia com que os recursos tendessem a permanecer aplicados
nos mesmos ativos. Por isso, os executivos não eram tão pressionados por desempenho.
Young e O´Byrne (2003 p. 22) afirmam que as mudanças nos mercados de capitais, como o
aumento do poder de processamento e de acessibilidade à tecnologia, ensejaram as
competições globais por recursos. O capital atingiu um grau de mobilidade sem precedente na
história da humanidade, o que, segundo os autores, deixa claro uma lição para os
administradores: “o capital não fica mais “grudado” aos investimentos, [...] indo sempre aos
lugares onde é mais valorado”.
As empresas passaram a ser demandadas por competitividade nos mercados de capitais e em
suas próprias atividades. Essa competitividade nos mercados globais refere-se à obtenção de
recursos. As empresas precisam cada vez mais ter um custo de financiamento inferior ao dos
seus concorrentes. A criação de valor para o acionista ganhou destaque. O economic value
added (EVA
®
), medida da diferença entre o retorno do capital da empresa e o custo desse
capital, torna-se cada vez mais relevante (YOUNG; O´BYRNE, 2003). A obtenção de
recursos de capital próprio está sujeita ao atendimento de uma taxa mínima que remunere o
dinheiro do acionista, conforme se percebe no texto de Ehrbar (1999) citado a seguir.
Da mesma forma pela qual credores exigem seus pagamentos de juros, acionistas
insistem em obter ao menos uma taxa de retorno mínima aceitável sobre o dinheiro
que têm risco. Visto de outra forma, o EVA é lucro da forma pela qual os acionistas
o medem (EHRBAR, 1999, p. 2).
Alguns trabalhos realizados no Brasil aproximaram o MDCG de decisões de investimento no
mercado bursátil. O trabalho de Rangel (2006) foi realizado com o intuito de investigar a
classificação de risco proposta a partir do MDCG em empresas listadas na BOVESPA. Já
22
Marques (2002) e Carneiro Júnior (2006) investigaram o relacionamento entre o MDCG e o
EVA
®
, procurando possíveis relações entre eles.
Segundo Young e O´Byrne (2003), a necessidade de capital de giro (NCG) da empresa deve
ser considerada para a mensuração do EVA
®
, uma vez que o ativo permanente (AP) somado
ao realizável a longo prazo (RLP) (considerando apenas as contas que não rendem juros) e à
NCG formam o capital investido (CI).
Segundo o conceito do TBL, apresentado por Elkington (2001), empresas sustentáveis devem
ter os três pilares – financeiro, social e ambiental – bem desenvolvidos. Alguns artigos sobre
o SRI (COCHRAN; WOOD, 1984; HAMILTON; JO; STATMAN 1993; STATMAN, 2000;
SCHRÖDER, 2007) discutem se a responsabilidade social agrega, ou não, valor às empresas.
Para tanto, esses artigos analisam o retorno de mercado das empresas, ou fundos SRI,
comparando-os com algumas ações, fundos ou índices.
As pesquisas que tratam do relacionamento entre SRI e MDCG e/ou SRI e EVA
®
ainda são
muito incipientes. A título de exemplo, em uma busca utilizando-se as palavras chaves EVA e
SRI, EVA e socially responsible investment, economic value added e SRI e economic value
added e socially responsible investment no portal periódicos da CAPES, na base de dados
EBSCO e Proquest, encontrou-se apenas um artigo internacional, escrito por Repetto, Thomas
e Dias (2007), que relacionou SRI com o EVA
®
. Esse artigo, publicado em 2007, reforça a
relevância e atualidade do presente trabalho. Dessa forma, utilizam-se as empresas do ISE
como amostra para a realização deste trabalho.
Pelo exposto, fez-se necessário estabelecer o problema de pesquisa, que, segundo Kerlinger
(2007), deve atender a três critérios: a) expressar uma relação entre duas ou mais variáveis; b)
ser apresentado em forma interrogativa; e c) possibilitar testagem empírica. A questão que
orienta este trabalho pode, então, ser definida como:
A criação de valor para o acionista está relacionada a diferentes níveis de liquidez
corporativa?
Esta dissertação está organizada em sete capítulos, incluindo-se esta introdução. No capítulo
2, apresentam-se o objetivo geral e os específicos. No capítulo 3, faz-se uma revisão da
23
literatura, em que se descrevem os trabalhos anteriores que sustentam a realização da presente
pesquisa. No capítulo 4, descreve-se o referencial teórico, com intuito de fundamentar os
conteúdos e variáveis estudadas. No capítulo 5, aborda-se a metodologia, em que são
definidos os procedimentos para a realização dos cálculos das variáveis necessárias à
investigação do problema de pesquisa. No capítulo 6, apresentam-se os resultados e procede-
se a sua análise. No capítulo 7, formulam-se as conclusões.
24
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Analisar o relacionamento entre liquidez – índices tradicionais, NAL e variáveis do MDCG –
e a criação de valor para acionistas, aproximada por uma medida de lucro residual, o EVA
®
, e
pelo MVA, nas empresas que compõem a carteira teórica de 2007-2008 do ISE.
2.2 Objetivos específicos
Verificar a existência de relação entre o NAL e o EVA
®
;
Verificar a existência de relação entre os índices de liquidez tradicional e o EVA
®
;
Verificar a existência de relação entre as variáveis do MDCG e o EVA
®
;
Verificar a existência de relação entre o NAL e o MVA;
Verificar a existência de relação entre os índices de liquidez tradicional e o MVA;
Verificar a existência de relação entre as variáveis do MDCG e o MVA.
25
3 REVISÃO DA LITERATURA
Segundo Colquitt, Sommer e Godwin (1999), os determinantes de liquidez corporativa são
alvo de vários estudos internacionais, como os realizados por Chudson (1945), Baumol
(1952), Meltzer (1963), Frazer (1964), Vogel e Maddala (1967), Gertler e Gilchrist (1994),
Kim, Mauer e Sherman (1998) e Opler et al. (1967). Já o impacto da liquidez na rentabilidade
da empresa foi estudado no Brasil por Marques (2002), Carneiro Júnior (2006), Diláscio
(2006) e Perobelli, Pereira e David (2006).
Conforme as pesquisas anteriores – Chudson (1945), Baumol (1952), Meltzer (1963), Frazer
(1964), Vogel e Maddala (1967), Gertler e Gilchrist (1994), Kim, Mauer e Sherman (1998) e
Opler et al. (1967) – relacionadas aos determinantes da liquidez corporativa, empresas
maiores apresentam um ganho de escala nas transações de caixa, o qual faz com que,
proporcionalmente, mantenham um menor NAL. Entendem-se como AL os numerários em
caixa e os investimentos de curto prazo, e como NAL o AL dividido pelo AT. Além disso,
empresas que têm acesso a melhores fontes de financiamento também apresentam um NAL
reduzido (COLQUITT; SOMMER; GODWIN, 1999).
Para verificar essas duas afirmações, Colquitt, Sommer e Godwin (1999) propuseram a
utilização de um modelo de regressão que possibilitou a verificação do impacto de algumas
variáveis no NAL mantido pelas empresas. A variável dependente NAL foi mensurada em
função da divisão dos AL pelo investimento total em ativos. As variáveis explicativas do
modelo estavam relacionadas a tamanho das empresas, volatilidade dos fluxos de caixa, prazo
médio de pagamentos, grau de alavancagem e oportunidades de investimentos. Além dessas
variáveis, foram utilizadas duas dummies: para indicar as empresas que faziam parte de um
grupo ou conglomerado; e para distinguir empresas de capital aberto de empresa de capital
fechado. A facilidade de obtenção de financiamento foi mensurada em uma escala de 0 a 5,
sendo 0 para empresas com maior dificuldade para contrair financiamentos e 5 para as
empresas com menor dificuldade.
Os resultados dos autores mencionados no parágrafo anterior confirmaram que tanto as
empresas maiores quanto as empresas que têm melhor acesso a empréstimos apresentam,
proporcionalmente, um menor NAL. Além disso, as empresas com prazos de pagamentos
mais dilatados e as mais alavancadas mantêm um menor NAL. Finalmente, os autores
26
sugerem que as empresas com maior volatilidade nos fluxos de caixa tendem a manter um
maior NAL.
Outro trabalho internacional em que foram consideradas questões teóricas e empíricas acerca
da liquidez corporativa foi o realizado por Kim, Mauer e Sherman (1998). Nesse trabalho,
assim como no realizado por Opler et al. (1999), são destacados os custos e benefícios
advindos dos investimentos em AL. Ao investir em liquidez, a empresa reduz os
investimentos em ativos não tão líquidos. Esses ativos menos líquidos geralmente estão mais
relacionados às operações da empresa e, conseqüentemente, à geração de riqueza. Além disso,
o ato de vender e comprar ativos financeiros está sujeito a custos de transação. Entretanto,
apesar dos custos inerentes aos AL, as empresas devem manter algum recurso em caixa ou
investimento de curto prazo para arcar com suas necessidades.
Kim, Mauer e Sherman (1998) investigaram como o custo de financiamento, as incertezas
relacionadas aos fluxos de caixa e as oportunidades de investimentos impactaram a liquidez
corporativa. Máximo, Montezano e Brasil (2004), com base no trabalho de Kim, Mauer e
Sherman (1998), apontaram algumas variáveis capazes de explicar o NAL mantido pelas
empresas brasileiras. Esse nível foi mensurado pela divisão dos AL pelo AT. Esse estudo
analisou 53 empresas entre 1999 e 2001.
Os resultados do trabalho de Máximo, Montezano e Brasil (2004) demonstraram que o
retorno operacional das empresas reduzido da taxa de juros de mercado interbancário foi
positivamente relacionado com a formação da liquidez. A partir desse resultado, os autores
sugeriram que quanto menor a diferença entre essas duas taxas maior a quantidade de recursos
destinados pelas empresas para a aquisição de ativos financeiros. A variável relacionada ao
tamanho da empresa – AT – apresentou uma relação negativa com a variável dependente.
Esses autores afirmaram que empresas maiores retêm menos liquidez, o que acompanha as
pesquisas internacionais, como a realizada por Colquitt, Sommer e Godwin (1999). A variável
dummy que distinguia empresas do comércio em relação às demais também se mostrou
relevante. Concluíram que as empresas do comércio têm uma tendência maior a manter um
nível de liquidez mais elevado do que as de outros setores.
Alves (2006) também analisou o comportamento da liquidez corporativa em empresas de
capital aberto no Brasil. Para tanto, utilizou as variáveis do MDCG. A autora concluiu seu
27
trabalho apresentando algumas variáveis que impactaram a liquidez corporativa em empresas
brasileiras: o poder de barganha com clientes e fornecedores, a política de dividendos e as
condições macroeconômicas. O poder de barganha está diretamente relacionado ao ciclo
financeiro (CF). As políticas de dividendos foram analisadas por meio do payout ratio e as
condições macroeconômicas foram representadas pelo índice geral de preços de mercado
(IGPM), pela taxa do sistema especial de liquidação e custódia (SELIC) e pela variação do
produto interno bruto (PIB).
Krylova (2007) estudou a criação de valor para acionistas de empresas recentemente
adquiridas, por meio de capitais de terceiros. O termo comum na comunidade internacional
leveraged buyout significa que uma operação de compra e venda de uma empresa foi
realizada e que a aquisição foi financiada com um volume muito elevado de capital de
terceiros (CT). Nesse trabalho, Krylova identificou algumas variáveis que influenciam a
criação de valor:
It was determined that the changes in operating efficiency, financial leverage,
effectiveness of the working capital management, financial strength and corporate
governance are the main value drivers of the shareholders value performance in the
first year after the RLBO (KRYLOVA, 2007, p. 3).
3
Koller, Goedhart, Wessels (2005, p. 171) afirmam que excesso de caixa não deve ser incluído
no capital investido “By its definition, excess cash is unnecessary for core operations […]
Given its liquidity and low risk, excess cash will earn very small returns”.
4
Em estudo entre
1993 e 2000 os autores identificaram que no Mercado norte-americano empresas com recurso
em caixa superiores a 2% seriam consideradas com excesso de caixa. Porém, os mesmos
autores afirmam que “Companies in economies with poor shareholder protections tend to
hold more cash.” (KOLLER; GOEDHART; WESSELS, 2005, p. 171).
5
Em estudo realizado Brasil, Silva e Ferreira (2006) regrediram o EVA
®
, calculado pela
diferença entre o LL e o PL, multiplicada pelo custo do capital próprio, como proxy para a
3
Constatou-se que a gorvenança corporativa, as mudanças na eficiência das operações, a alavancagem financeira
e a gestão do capital de giro foram os principais elementos criadores de valor para os acionistas no primeiro ano
após a ocorrência da operação de compra e venda da empresa (KRYLOVA, 2007).
4
Por definição, o excesso de caixa é desnecessário às operações fim da empresa. Em razão de sua liquidez e do
baixo risco, o excesso de caixa proporciona pequenos retornos (KOLLER; GOEDHART; WESSELS, 2005).
5
Empresas em economias que oferecem pouca proteção aos acionistas tendem a manter mais recurso em caixa
(KOLLER; GOEDHART; WESSELS, 2005).
28
criação de valor contra índices financeiros. Dentre os índices utilizados, citam-se os de
liquidez (geral, corrente e seca), os de atividade, os de endividamento e os de rentabilidade.
Outro artigo brasileiro, realizado por Perobelli, Pereira e David (2006), relacionou o retorno
contábil das empresas, estimado pelo return on equity (ROE), à sua liquidez. Nesse artigo,
foram analisados dois setores: comércio (segmento: lojas de departamento – 3 empresas) e
indústria (segmento: siderurgia – 4 empresas). Os dados utilizados basearam-se em
demonstrações financeiras não consolidadas, obtidas para cada trimestre entre 1998 e 2005
(PEROBELLI; PEREIRA; DAVID, 2006).
A variável dependente ROE foi analisada separadamente para os dois setores, em função de
algumas variáveis, que ora consideravam aspectos de liquidez, ora não. As duas variáveis que
fizeram parte de todas as regressões foram margem e maf. A margem foi obtida pela divisão
do LL pela receita líquida (RL), enquanto a maf, variável utilizada para captar o grau de
alavancagem, foi obtida pelo AT divido pelo patrimônio líquido (PL). Além dessas variáveis,
os autores testaram o saldo de tesouraria (T) dividido pelo AT, bem como essa mesma
variável em sua forma quadrática, uma vez que tanto o excesso quanto sua falta podem
comprometer a rentabilidade da empresa. Foi criada ainda uma variável qualitativa, perfil2,
com valores de 1 a 6, representando as estruturas propostas por Braga (1991) (PEROBELLI;
PEREIRA; DAVID, 2006).
A significância observada da variável
)
2
T/AT sugere que a rentabilidade mensurada pelo
ROE foi impactada pelo T muito baixo ou muito elevado. Outro resultado indicado por
Perobelli, Pereira e David (2006) refere-se às estruturas financeiras. Verificaram que
empresas comerciais e industriais que apresentaram excesso de liquidez tenderam a ter
menores rentabilidades. Percebeu-se correlação negativa entre as estruturas financeiras do
MDCG e o ROE: “Os resultados obtidos confirmaram estes pressupostos teóricos ao
apresentarem uma correlação inversa entre o perfil de liquidez das empresas analisadas e suas
respectivas rentabilidades” (PEROBELLI; PEREIRA; DAVID,
2006, p. 15).
Além do retorno, mensurado pelo ROE no trabalho de Perobelli, Pereira e David (2006),
alguns trabalhos deram ênfase ao relacionamento do MDCG com o risco. O trabalho de
Rangel (2006) relacionou o β do
capital asset pricing model (CAPM) – considerando 60
meses – com as estruturas do MDCG. O autor utilizou uma
proxy para o endividamento
29
(END) da empresa, dada pelo logaritmo natural da divisão entre o exigível total (ET) e o PL.
Para captar o efeito do tamanho das empresas, utilizou-se o logaritmo natural do faturamento
bruto. As estruturas do MDCG foram tratadas como tipos de risco, sendo incluídas na
regressão por meio de variáveis
dummies, uma para cada tipo de estrutura financeira. Foram
utilizados 4.410 balanços patrimoniais relativos a 134 empresas, distribuídas em 17 setores
distintos. O período amostral foi definido entre 1990 e 2004 com dados corrigidos pela
inflação.
Carneiro Júnior (2006) investigou o relacionamento entre indicadores econômicos e
financeiros e a criação de valor em empresas do setor elétrico. Nesse estudo, foram testados
indicadores do MDCG e patrimoniais para explicar o EVA
®
. A amostra utilizada foi
composta por empresas constantes na revista Balanço Anual, no período de 2000 a 2004,
divididas por subgrupo: distribuição, 48 empresas; produção e transmissão, 109 empresas. Os
resultados encontrados pelo autor apontaram para a relevância das variáveis independentes
para explicar o EVA
®
, à exceção da variável relacionada ao grau de endividamento – ET/AT
–, que não se mostrou significante.
Marques (2002) investigou se a partir de uma análise econômico-financeira baseada no
MDCG é possível saber se a empresa agrega, ou não, valor econômico. Esse estudo utilizou
dados de 171 empresas de três setores, nos anos de 1999 e 2000. Todas as empresas foram
analisadas em conjunto e agrupadas por setor. O modelo utilizado por esse autor considerava
apenas as variáveis do MDCG.
A busca por medidas que relacionem a situação financeira com a rentabilidade da empresa fez
com que Braga, Nossa e Marques (2004) desenvolvessem um indicador de saúde econômico-
financeira das empresas (ISEF), surgindo daí um indicador que relacionava liquidez e
rentabilidade, conforme apresentado na citação a seguir.
No âmbito da análise das demonstrações contábeis é comum encontrar a expressão
situação financeira como sinônimo de capacidade de solvência da empresa e
situação econômico-financeira relacionada com algo mais amplo que envolve,
também, a geração de lucros (BRAGA; NOSSA; MARQUES, 2004, p. 52).
Para desenvolver o ISEF, Braga, Nossa e Marques (2004) utilizaram dados não consolidados
de empresas comerciais, industriais e de serviços. O universo da pesquisa foi formado por
1.237 empresas, as quais ainda foram separadas por faixa de faturamento. Para definir a
30
amostra, os autores calcularam o ROE. Empresas que consideradas outliers foram
expurgadas.
Os resultados desse artigo escrito por Braga, Nossa e Marques (2004) permitiram a
construção de uma tabela em que são atribuídos pontos para as empresas em função de sua
condição econômico-financeira. O aspecto financeiro foi analisado com base no MDCG. A
partir da pontuação, classificaram-se as empresas em três faixas: luz vermelha (até 6 pontos);
luz amarela (de 6,1 até 8 pontos); e luz verde (de 8,1 até 10 pontos). Os autores afirmaram,
ainda, que o modelo construído “permite aprofundar a análise dos elementos determinantes da
situação financeira” (BRAGA; NOSSA; MARQUES
, 2004, p. 63).
Conforme esta revisão de literatura sugere, em algumas circunstâncias a liquidez impacta a
rentabilidade das empresas. Os estudos dos determinantes da liquidez corporativa (Colquitt,
Sommer e Godwin, 1999; Kim, Mauer e Sherman, 1998; Opler
et al., 1999; Máximo,
Montezano e Brasil, 2004; Alves, 2006) são úteis para elencar variáveis que afetam tanto a
liquidez quanto a rentabilidade. Podem-se elencar algumas dessas variáveis: o tamanho das
empresas, o grau de alavancagem, o
spread entre retorno operacional das empresas e a taxa de
juros de mercado interbancário.
Segundo Braga, Nossa e Marques (2004, p. 52), “[...] uma empresa possui boa situação
econômico-financeira quando apresenta adequado equilíbrio entre sua liquidez e
rentabilidade”. A rentabilidade pode ser aproximada pelo ROE, como fizeram Braga, Nossa e
Marques
(2004) e Perobelli, Pereira e David (2006), ou utilizando o EVA
®
, como fizeram
Marques (2002) e Carneiro Júnior (2006).
Nos estudos de Braga, Nossa e Marques (2004), Perobelli, Pereira e David (2006), Marques
(2002) e Carneiro Júnior (2006), a liquidez foi estudada por intermédio do MDCG. Ressalta-
se ainda que tanto Perobelli, Pereira e David (2006) quanto Rangel (2006) destacaram
questões relacionadas ao risco, sendo que esse último autor regrediu o β do CAPM –
proxy de
risco – contra as estruturas do MDCG.
31
4 REFERENCIAL TEÓRICO
Tradicionalmente, segundo Brigham e Ehrhadt (2006), a avaliação de liquidez ocorre por
meio de índices calculados a partir das demonstrações financeiras. A estrutura financeira, a
avaliação de liquidez e a estrutura de capital de giro das empresas têm sido tema de muitas
publicações. Inicialmente, Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978), quando realizaram um estudo
sobre a dinâmica financeira das empresas brasileiras, formularam vários conceitos que foram
aprimorados, desde então, por autores como Marques e Braga (1995), Brasil e Brasil (1999) e
Vieira (2005).
4.1 Análise tradicional de liquidez
A capacidade de pagamento da empresa na data do vencimento pode ser percebida por meio
da avaliação da liquidez tradicional. Assim, uma empresa estará equilibrada no curto prazo
quando o ativo circulante (AC) for maior que o passivo circulante (PC). Sempre que essa
situação existir, pode-se dizer que existe capital circulante líquido (CCL) positivo.
PCACCCL =
[1]
Além do CCL, a análise financeira tradicional utiliza os indicadores de liquidez: geral,
corrente, seca, imediata (PEREIRA FILHO, 1997). A habilidade para cumprir obrigações de
curto prazo é mensurada por meio do índice de liquidez corrente (LC). Contudo, em função de
esse índice ser composto por estoques, que normalmente são menos líquidos que outros
ativos, pode-se usar também o índice de liquidez seca (LS) (BRIGHAM; EHRHADT, 2006).
PC
AC
LC =
[2]
PC
ESTOQUES-AC
LS =
[3]
O índice de liquidez geral (LG) considera, além das contas de curto prazo, contempladas pelo
LC, as contas de longo prazo – RLP e exigível a longo prazo (ELP) –, de acordo com a
equação [4].
32
ELPPC
RLPAC
LG
+
+
=
[4]
Finalmente, apresenta-se o índice de liquidez imediata (LI), que contempla apenas os ativos
disponíveis divididos pelo PC. Os disponíveis, conforme já apresentado na revisão da
literatura desta dissertação, são os AL, variável composta por numerários em caixa acrescidos
dos investimentos de curto prazo.
PC
AL
PC
sDisponívei
LI ==
[5]
Na análise tradicional, quanto maior forem os indicadores, mais bem avaliadas, sob os
aspectos de liquidez, serão as empresas analisadas. Nesse caso, em termos de liquidez, quanto
maior forem o CCL, a LG, a LC, a LS e a LI, melhor estará a situação da empresa. Entretanto,
Silva (2007) apresenta alguns cuidados que devem ser considerados ao se analisarem as
empresas. O autor destaca que a exigibilidade dos passivos é inquestionável, mas a realização
dos ativos nem tanto, devendo ser bem avaliada. Além disso, deve-se buscar conhecer as
características dos financiamentos e a política de crédito da empresa. Índices não devem ser
analisados isoladamente; é preciso conhecer o setor da empresa.
Brasil e Brasil (1999) afirmam que buscava-se, tradicionalmente, comprovar se as empresas
tinham ou não condições de saldar seus compromissos. Todavia, essa avaliação estava
fundamentada em uma visão estática da empresa, enfatizando o aspecto de solvência. Os
autores, ao criticarem essa mesma avaliação, apoiaram a utilização de um modelo que
considerava não apenas a solvência, mas o pagamento dos compromissos como um processo
contínuo. Esse modelo, desenvolvido por Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978), deu um enfoque
dinâmico à liquidez.
4.2 O modelo dinâmico de capital de giro
Entre 1970 e 1980, o professor Michel Fleuriet, com o apoio da Fundação Dom Cabral,
realizou pesquisas relevantes sobre a dinâmica financeira das empresas. Fleuriet, Kehdy e
Blanc (1978), em seu livro, explicaram como o balanço patrimonial (BP) é organizado da
forma tradicional e sugeriram que algumas contas do ativo e do passivo circulante deveriam
33
ser consideradas de maneira diferente, pelo fato de serem contas que se renovam
constantemente. Essa renovação está ligada aos ciclos econômico e financeiro das empresas.
Segundo Brasil e Brasil (1999), o ciclo econômico (CE) é dado pela diferença entre a data de
venda do produto acabado e a data da compra da matéria-prima. Essa diferença entre datas,
segundo Brasil e Fleuriet (1998), apresenta uma defasagem em relação ao CF, que, por sua
vez, é o prazo decorrido entre o recebimento das vendas e o pagamento das compras. Fleuriet,
Kehdy e Blanc (2003) acrescentam que o CF é o CE mais o prazo médio de recebimento
(PMR) das contas a receber menos o prazo médio de pagamento (PMP) das contas a pagar,
conforme se verifica na equação [6] mencionada por Ross, Westerfield e Jaffe (2002), e na
figura 1, adaptada de Silva (2007).
PMP- PMR CE CF +=
[6]
Figura 1 – Ciclo econômico e ciclo financeiro
Fonte – Adaptado de Silva (2007, p. 420).
Quando positivo, o CF, ou ciclo de caixa, inicia-se na data em que a empresa paga por suas
compras e é finalizado no momento em que essa mesma empresa recebe dos seus clientes os
valores referentes às vendas. Diz-se que o ciclo de caixa é negativo quando a empresa recebe
de seus clientes antes de pagar aos seus fornecedores (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE,
2002). Brigham e Ehrhardt (2006) destacam que, para se alcançar um ciclo de caixa negativo,
as empresas procuram negociar os PMP e PMR, mas buscam cada vez mais uma redução do
CE. Essa redução do CE está condicionada à otimização dos processos da cadeia de
suprimento, como: estocagem, produção e venda.
Ciclo econômico (CE)
Prazo médio de recebimento (PMR)
Prazo médio de pagamento (PMP)
Compra
Venda
Pagamento Recebimento
Ciclo financeiro (CF)
34
Tanto na análise tradicional quanto na análise dinâmica, os ciclos financeiro e econômico
influenciam diretamente o CCL, também conhecido como “capital de giro líquido” (CGL), ou
“ativo circulante líquido” (ACL) (ASSAF NETO, 2007). A partir dos ciclos, os autores que
tratam sobre o MDCG, tais como Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978), sugeriram uma
reclassificação das contas do BP, a qual distinguiu contas que compõem a NCG, o capital de
giro (CDG) e o saldo de tesouraria. Destaca-se que, ao longo do tempo, vários autores
adotaram diferentes nomenclaturas para essas variáveis, conforme apresentado na figura 2.
Capital de giro CDG
Capital circulante líquido CCL
Capital permanente líquido CPL
Capital de giro líquido CGL
Ativo circulante líquido ACL
Necessidade de capital de giro NCG
Investimento operacional em giro IOG
Necessidade de investimento em capital de giro NIG
Saldo de tesouraria T
Figura 2 Nomenclaturas das variáveis do MDCG
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
A NCG abordada por Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978), Brasil e Brasil (1999) e Vieira (2005) é
também conhecida na literatura como “necessidade de investimento em capital de giro” (NIG)
por Assaf Neto e Silva (1997) e como “investimento operacional em giro” (IOG) por Braga
(1991) e Marques e Braga (1995). Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978), Brasil e Brasil (1999),
Vieira (2005) e Silva (2007) adotam a sigla CDG para se referirem ao capital de giro, ao
passo que outros autores, como Assaf Neto e Silva (1997), Braga (1991), Marques e Braga
(1995) e Silva (2007), adotam CCL. Esse último autor afirma que, matematicamente, o CCL,
dado pela subtração do ativo circulante pelo passivo circulante, é igual ao capital permanente
líquido (CPL) representado pela seguinte equação:
RLP) (AP - ELP) REF (PL CPL
+
++=
[7]
Nessa equação para cálculo do CPL, as variáveis são as grandes contas não circulantes do BP:
PL, resultado de exercícios futuros (REF), ELP, AP e RLP. Quanto à variável saldo de
tesouraria, como pode ser visualizado na figura 2, existe um consenso da utilização da sigla
representada pela letra T.
35
A figura 3, adaptada a partir do trabalho de Braga (1991), mostra como as variáveis do
MDCG se relacionam com as contas oficiais publicadas no BP das empresas.
Ativo Ativo Ativo
circulante
=
circulante
+
circulante
cíclico financeiro
AC ACC ACF
- - -
Passivo Passivo Passivo
circulante
=
circulante
+
circulante
cíclico financeiro
PC PCC PCF
= = =
Capital Investimento Saldo de
circulante
=
operacional
+
tesouraria
líquido em giro
CCL IOG T
Figura 3 – Relação das variáveis do MDCG com as contas tradicionais do BP
Fonte – Adaptado de Braga (1991, p. 9).
Para este trabalho, adotaram-se as siglas NCG, CDG e T. Segundo Fleuriet, Kehdy e Blanc
(2003), no que se referem ao CF, as empresas apresentam uma NCG negativa quando as
saídas de caixa ocorrem antes das entradas de caixa. Para os autores, o ativo circulante cíclico
(ACC) é a soma das contas do ativo que têm características cíclicas e que o passivo circulante
cíclico (PCC) é a soma das contas do passivo que têm características também cíclicas.
Segundo Vieira (2005), as contas cíclicas também são conhecidas como “contas
operacionais”, pois os fatos geradores dessas contas estão ligados às atividades operacionais
das empresas. Dessa forma, Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003), apresentam as contas cíclicas
como sendo aquelas que estão relacionadas com o ciclo operacional do negócio e que por isso
apresentam um movimento contínuo e cíclico. Portanto, a NCG é obtida pela subtração do
ACC pelo PCC. De maneira mais simplificada, como afirmaram Brasil e Brasil (1999, p. 7), a
NCG é “a diferença entre as contas cíclicas do ativo e as contas cíclicas do passivo”.
Ainda sobre as contas cíclicas, Brasil e Brasil (1999) afirmam que estão sempre girando; ou
seja, aumentam e diminuem conforme o ritmo do negócio da empresa. Esses autores citam
como contas do ativo e do passivo que melhor representam o conceito apresentado: duplicatas
a receber, estoques, duplicatas a pagar, salários e encargos.
36
O CDG é mensurado pela diferença entre o passivo permanente e o ativo permanente. Nesse
caso, entendem-se como permanentes as contas de longo prazo. As demais contas do BP de
curto e curtíssimo prazo, que não fazem parte do processo produtivo da empresa, são
classificadas como erráticas, formando o saldo de tesouraria, obtido pela diferença entre as
contas erráticas do ativo e as contas erráticas do passivo, ou pela diferença entre o CDG e a
NCG (BRASIL; BRASIL, 1999). Ou, conforme a figura 3, pela subtração do passivo
circulante financeiro (PCF) do ativo circulante financeiro (ACF).
Após o cálculo dos valores das variáveis, é possível organizá-las, como fez Vieira (2005)
(figura 4), a partir do trabalho de Brasil e Fleuriet (1998). Esse autor classificou as empresas
em seis tipos de estrutura financeira, sendo que o tipo 1 apresenta a estrutura de liquidez
menos vantajosa para a empresa e o tipo 6, a mais vantajosa estrutura de liquidez. Esse nível
de vantagem, em termos de liquidez, é formado em função dos recursos com que as empresas
financiam suas aplicações.
NCG T T
TCDG NCG
CDG NCG CDG
TT NCG
NCG CDG T
CDG NCG CDG
TIPO 1TIPO 2TIPO 3
TIPO 4TIPO 5TIPO 6
Figura 4 – Estrutura financeira das empresas
Fonte: Adaptado de Vieira (2005).
As empresas que apresentam a estrutura tipo 1 demandam recursos para financiarem sua
NCG. Contudo, não dispõem de recursos de longo prazo para tal finalidade. Assim, o saldo de
tesouraria é responsável por financiar não só a NCG como também o CDG. Já as empresas
que apresentam o tipo 6 têm um CF negativo, o que leva a NCG a ser uma fonte de recursos
para a empresa. Além disso, essas empresas ainda dispõem de recursos de longo prazo – CDG
positivo –, que, somados à NCG, financiam a totalidade do saldo de tesouraria.
Veira (2005) afirma ainda que o tipo mais comum para as empresas atuais é o 4, no qual o
saldo de tesouraria se soma ao CDG como forma de financiar a totalidade da NCG. Essas
empresas têm, portanto, parte de sua NCG financiada com capitais de longo prazo
37
provenientes do CDG e parte financiada com capitais de curto prazo oriundos do saldo de
tesouraria.
Rangel (2006) realizou, no período de 1990 a 2003, um estudo no qual analisou 4.410
balanços patrimoniais de empresas listadas na BOVESPA, vinculadas a mais de quinze
setores distintos. O autor constatou que a maioria desses balanços (aproximadamente 30%)
apresentava saldo de tesouraria negativo e NCG e CDG positivos. Dessa forma, a afirmação
feita por Vieira (2005) de que o tipo mais comum seria o tipo 4 foi empiricamente verificada
nesse estudo, dado que este tipo é justamente o que apresenta saldo de tesouraria negativo e
NCG e CDG positivos.
No primeiro livro que trata do MDCG, Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978) afirmam que existiam
seis tipos de estruturas financeiras, como apresentado na figura 4. Contudo, naquela época,
esses autores apresentaram apenas os tipos 1, 4, 5 e 6, os quatro tipos que apareciam com
maior freqüência na prática. Braga (1991) apresentou dados empíricos de empresas brasileiras
que comprovaram a presença dos seis tipos possíveis formados em função da combinação das
variáveis CDG, NCG e T.
As situações financeiras, originalmente definidas por Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978) e
exemplificadas empiricamente por Braga (1991), foram entendidas por Medeiros e Rodrigues
(2004a; 2004b) e Medeiros (2005) como equilibradas quando apresentavam saldo de
tesouraria positivo e não equilibradas quando apresentavam saldo de tesouraria negativo: “[...]
since Fleuriet’s model proposes that firms with negative treasury balances are in financial
disequilibrium [...]” (MEDEIROS, 2005, p. 4).
6
Entretanto, segundo Fleuriet (2005),
Medeiros inferiu, inadequadamente, que o modelo está relacionado a equilíbrio e que o fato
de as empresas terem saldo de tesouraria negativo significa desequilíbrio financeiro.
O modelo não se propõe a estabelecer se uma firma está em equilíbrio financeiro ou
não. Nem a palavra e nem o conceito aparecem em nenhum ponto do livro. O
método explica que informação relevante pode ser identificada por meio dos
demonstrativos financeiros (FLEURIET, 2005, p. 4).
O método é sugerido como instrumento útil para se reconhecer e analisar, em
6
Segundo Medeiros (2005, p. 4) o modelo Fleuriet propõe que empresas cujo saldo de tesouraria é negativo
encontram-se em desequilíbrio financeiro.
38
profundidade, os riscos provenientes dos pontos fracos nos demonstrativos
financeiros corporativos. Assim, quanto maiores as necessidades de capital de giro
de uma empresa, maior será a quantidade de recursos líquidos que a firma necessita
para financiar essas necessidades (FLEURIET, 2005, p. 4).
O MDCG, portanto, mostra-se útil para identificar a NCG e, conseqüentemente, a quantidade
de recursos necessários para financiá-la. Como já mencionado na introdução deste trabalho, a
NCG da empresa é considerada durante a mensuração do EVA
®
, uma vez que o ativo
permanente se soma ao RLP (considerando apenas os itens que não rendem juros) e à NCG
para formar o capital investido. O EVA
®
será mais discutido na seção subseqüente, com foco
em sua relevância para a criação de valor para o acionista.
4.3 Criação de valor para o acionista
Segundo Assaf Neto (2007), os detentores de capital estão sempre esperando um retorno que
remunere seus recursos investidos nas empresas, as quais, por sua vez, devem revelar sua
atratividade econômica para captar a quantidade de recursos que demandam. Uma maneira de
a empresa demonstrar viabilidade econômica é fazer com que o retorno sobre investimento,
ou
return on investment (ROI), supere o custo total do capital nela investido. O ROI, segundo
Hitchner (2006), mede o retorno sobre todo o capital investido na empresa, conforme a
seguinte equação.
) prazo longo de dívidaspróprio (capital
) T(1 juroslíquido lucro
ROI
+
+
=
[8]
Como os juros são usados para remunerar o capital de terceiros, para se calcular o ROI deve-
se somar ao lucro líquido (LL) os juros pagos livres de seus benefícios fiscais (1–T). Dessa
forma, retorna-se ao lucro a remuneração do capital de terceiros, que, somada ao LL, constitui
o retorno da empresa. Dividindo-se esse retorno pelo investimento, que é a soma do capital
próprio mais o capital de terceiros, obtém-se o ROI (HITCHNER, 2006).
De maneira mais simplificada, Horngren, Sundem e Stratton (2006) apresentam o ROI como a
divisão entre o lucro e o investimento, conforme a equação [9]. Os autores ressaltam que o
ROI é afetado por dois principais itens: o retorno sobre as vendas –
)
receita / lucro
– e o giro
do capital –
()
toinvestimen capital / receita .
39
toinvestimen
lucro
ROI =
[9]
Young e O´Byrne (2003) destacam várias métricas utilizadas para verificar o desempenho de
empresas. A guerra das métricas, como é nomeada, evidencia que um único indicador
dificilmente será capaz de avaliar de modo adequado uma empresa. Os autores classificam as
medidas de desempenho corporativo em cinco categorias básicas: medidas de lucro residual;
componentes do lucro residual; medidas baseadas no mercado; medidas de fluxo de caixa; e
medidas de lucro tradicionais.
As medidas de lucro residual são obtidas pela subtração do custo do capital do lucro
operacional. Como exemplo, citam-se o EVA
®
e o cash value added. Os componentes do
lucro residual, medidas bastante utilizadas pela gerência intermediária, são elementos do lucro
que não incluem os custos de capital. Alguns desses elementos são: EBIT
7
, EBITDA
8
,
NOPAT
9
e RONA
10
. As medidas baseadas no mercado – retorno total do acionista, market
value added (MVA) e valor de crescimento futuro – só são calculadas para empresas com
ações negociadas no mercado de capitais, em função da necessidade de se requererem
medidas confiáveis acerca do valor de seu patrimônio líquido (YOUNG; O´BYRNE, 2003).
Ainda segundo Young e O´Byrne (2003), as medidas de fluxos de caixa contornam a
influência do regime contábil de competência, pois, segundo Stickney e Weil (2001), pela
utilização do regime de caixa, as receitas são contabilizadas no momento em que são
efetivamente recebidas; as despesas, no momento em que são efetivamente pagas. Com isso,
não se apropriam as receitas e gastos pela data de ocorrência do fato gerador, como ocorre no
regime de competência, e sim pela data de desembolso financeiro.
Alguns exemplos das medidas de fluxos de caixa são: fluxo de caixa das operações, fluxo de
caixa livre e retorno do investimento em termos de caixa. Além das medidas apresentadas,
7
Earnings before interest and taxes (EBIT), em português: lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR).
8
Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization (EBITDA), em português: lucro antes de juros,
imposto de renda, depreciação e amortização (LAJIRDA).
9
Net operating profit after tax (NOPAT), em português lucro operacional líquido depois do imposto de renda
(LOLDIR).
10
Return on net asset (RONA), em português: retorno sobre os ativos líquidos.
40
existem as medidas de lucro tradicionais, utilizadas há décadas por usuários das
demonstrações financeiras, como: LL e lucro por ação (LPA) (YOUNG; O´BYRNE, 2003).
De acordo com Copeland, Koller e Murrin
(2002), os administradores estão sendo expostos a
uma grande quantidade de medidas. No entanto, esses autores acreditam que a discussão sobre
qual é a medida mais adequada desviou do verdadeiro foco: auxiliar os administradores no
processo de tomada de decisões criadoras de valor. Afirmam, ainda, que as tentativas de
comparação de métricas, criadas com objetivo distintos, geram equívocos. Citam
comparações feitas entre o método de fluxo de caixa descontado (FCD) e o lucro econômico.
O primeiro método não é alternativa para o segundo, dado que o FCD concentra-se no
desempenho de longo prazo e deveria ser usado para análises estratégicas, ao passo que o
lucro econômico é um indicador financeiro de curto prazo.
Rappaport (2001, p. 31) apresenta o que ele chama de “Deficiências dos números contábeis”.
Ele enumera algumas deficiências das medidas contábeis, como ROI e ROE, para
fundamentar suas críticas à avaliação baseada no LPA. O ROE é calculado conforme
apresentado na equação [10].
PL
LL
ROE =
[10]
O ROE, apesar de ser de interesse para os investidores, por utilizar o capital próprio como
denominador, fica exposto à alavancagem da empresa. Quanto maior o nível de exigíveis na
composição da estrutura financeira da empresa, maior será o ROE,
ceteris paribus. Contudo, a
elevação do exigível implica maior risco financeiro e conseqüente redução do valor da
empresa. Por esse motivo, Rappaport (2001) alerta que a utilização de dados contábeis pode
ser conflitante com o critério de criação de valor para o acionista.
Observa-se, na figura 5, o relacionamento entre as operações da empresa e a criação de valor.
Alguns aspectos, como decisões da administração relacionadas a operações, investimento e
financiamento, impactam no retorno para o acionista (RAPPAPORT, 2001).
41
DECISÕES DIRECIONADORES COMPONENTES OBJETIVOS RETORNO
da de da da
p
ara o
GESTÃO VALO
R
AVALIAÇÃO EMPRESA ACIONISTA
Duração do
crescimento do valor
Crescimento em vendas
Margem de lucro operacional
Alíquota do imposto de renda
Investimento em
ca
p
ital de
g
iro
Investimento em ativos
p
ermanentes
Dívida
Custo de capital Taxa de Desconto
GANHOS DE
CAPITAL
DIVIDENDOS
OPERACIONAIS
Fluxo de Caixa das
Operações
Valor
Adicionado
para o
Acionista
FINANCIAMENTO
INVESTIMENTO
Figura 5 – Relação entre as decisões da administração e a criação de valor
Fonte – Adaptado de Rappaport (2001, p. 77).
A criação de valor, segundo Rappaport (2001), pode ser verificada pela análise dos
direcionadores de valor, que permitem a observação do relacionamento entre a criação de
valor e as operações da empresa. Rappaport aponta os seguintes direcionadores de valor: taxa
de crescimento em vendas, margem de lucro operacional, alíquota do imposto de renda (IR),
investimento em capital de giro, investimento em ativos permanentes, custo de capital e
duração do crescimento. O direcionador de valor custo de capital é impactado pelo risco do
negócio, bem com pelas decisões de financiamento – proporção entre dívida e capital próprio.
A empresa gera retorno para seu acionista por meio de pagamento de dividendos ou fazendo
com que sua ação se eleve de preço. Nesse último caso, o acionista incorrerá em ganho de
capital.
As empresas podem, então, “destruir” ou “criar” valor para o acionista. Quando as receitas de
vendas superam todos os custos e as despesas incorridas, considerando todos os custos de
oportunidade do capital próprio, diz-se que foi criado valor para o acionista. Por outro lado,
uma empresa pode “destruir” valor quando o montante proveniente do lucro contábil auferido
não cobrir o custo mínimo de oportunidade do capital próprio (ASSAF NETO, 2007). Nesse
contexto, o EVA
®
apresenta-se como uma medida para identificar empresas que geram valor
ao invés de destruir (GRANT, 1997).
42
4.3.1 Economic value added
Com o propósito de mensurar a maximização do valor para o acionista, Brigham e Ehrhardt
(2006) destacam uma medida relativamente nova, o EVA
®
, que foi traduzido para português
como “valor econômico adicionado”. Os autores salientam que o custo de capital de terceiros
(KD), também chamado de “custo da dívida”, é considerado na apuração do lucro líquido
contábil, na medida em que contempla os juros pagos. Contudo, o lucro líquido contábil não
considera o custo de capital próprio (KP) ou dos acionistas. Por esse motivo, o lucro líquido
contábil – resultado final da demonstração do resultado – superestima o “verdadeiro” lucro.
Vários autores, como Grant (1997), Young e O´Byrne (2003) e Silva (2007), destacam o fato
de o EVA
®
incorporar o KP, que não é considerado pelo lucro contábil.
O lucro econômico é, segundo Copeland, Koller e Murrin (2002), um termo genérico
semelhante ao EVA
®
. Segundo Young e O´Byrne (2003), o EVA
®
, em uma visão bastante
restrita, é uma medida para mensuração do desempenho corporativo. Assim esses autores
definem o EVA
®
:
O EVA se baseia na noção de lucro econômico (também conhecido como lucro
residual), que considera que a riqueza é criada apenas quando a empresa cobre todos
os seus custos operacionais e também o custo do capital. Neste sentido mais restrito,
o EVA é realmente apenas um caminho alternativo para se perceber o desempenho
corporativo. Pensamos, entretanto, que esta visão é bastante restrita porque ela
desconsidera a vital contribuição que o EVA pode ter para a gestão das firmas
dirigidas pela idéia de valor (YOUNG; O´BYRNE, 2003, p. 31).
Stewart III (2005, p. 117) define o EVA
®
como uma medida de receita residual, por subtrair o
custo de capital dos lucros operacionais. O EVA
®
é, assim, uma medida de desempenho que
considera “todas as maneiras pelas quais o valor corporativo pode ser agregado ou perdido”.
Esse autor cita três maneiras de se criar valor para a empresa: a) melhorar a eficiência das
operações sem novos aportes de investimentos; b) realizar novos investimentos em projetos
que apresentam retorno superior ao custo do capital investido; e c) reduzir investimentos em
operações não econômicas que apresentam retornos inadequados. Em contrapartida, para se
perder ou destruir valor, basta que a empresa gere menos que seu custo de capital. Quando a
empresa está nessa situação, significa que ela perde parte do valor de cada unidade monetária
empregada em suas atividades (STEWART III, 2005).
43
Brasil e Brasil (1999, p. 103) afirmam que, “apesar de ter sido patenteado pela Stern Stewart
& Company, sua concepção pertence ao economista Alfred Marshall”. Marshall (1920)
conceitua juros como o pagamento feito pelo tomador de recursos em função da utilização de
um empréstimo. O autor afirma ainda que uma pessoa não daria continuidade a uma empresa
a menos que seus ganhos líquidos superassem os juros sobre o capital, como pode ser
observado em seu texto, transcrito a seguir.
And, if a man employs in business a capital stock of goods of various kinds [..]. He
would not, however, be willing to continue the business unless he expected his total
net gains from it to exceed interest on his capital at the current rate (MARSHALL,
1920, p. 73).
11
O que resta do lucro após a dedução do custo de capital é considerado como lucro residual.
Essa mesma diferença entre o lucro e o custo de capital foi chamada por Marshall (1920) de
earnings of undertaking or management”. Apresenta-se a seguir a passagem do texto de
Marshall (1920) em que conceitua o
earnings of undertaking or management.
What remains of his profits after deducting interest on his capital at the current rate
(allowing, where necessary, for insurance) is generally called his earnings of
undertaking or management. The ratio in which his profits for the year stand to his
capital is spoken of as his rate of profits (MARSHALL, 1920, p. 74).
12
Apesar de o conceito do lucro residual ter surgido há muito anos, sua utilização, nas empresas
só foi popularizada recentemente, com a disseminação do EVA
®
. Segundo Brasil e Brasil
(1999), a utilização do EVA
®
permite ao analista financeiro verificar se a remuneração sobre
o capital investido está ocorrendo como deveria, considerando o custo de oportunidade de
outras aplicações. Esses autores ressaltam, ainda, a adequação de se utilizar essa medida na
avaliação de projetos. Por fim, os autores destacam a importância do EVA
®
por possibilitar,
ao usuário dessa informação, verificar se o lucro auferido pela empresa gera riqueza para o
acionista.
11
Se uma pessoa investe determinado capital em uma empresa, ela não dará continuidade ao negócio, a menos
que o ganho líquido exceda os juros sobre o capital investido (MARSHALL, 1920).
12
O que resta do lucro após a dedução dos juros sobre o capital próprio é chamado de “earnings of undertaking
or management”. O retorno sobre o lucro é dado pela divisão do lucro de determinado ano pelo capital investido
(MARSHALL, 1920).
44
Stewart III (2005) também salienta o cuidado que se deve ter ao analisar os dividendos,
sugerindo que esses são indicadores que induzem a conclusões inadequadas acerca do
verdadeiro desempenho das empresas. A taxa de retorno que uma empresa aufere indica a
capacidade, ou não, de pagar dividendos. O autor afirma que, em vez de se preocuparem com
os dividendos pagos, o analista financeiro e/ou o investidor deveriam estar atentos à taxa de
retorno do capital investido.
Segundo Ehrbar (1999), o EVA
®
, aritmeticamente, é o lucro operacional líquido depois do
imposto de renda (LOLDIR), ou NOPAT, menos o encargo sobre o capital total. O resultado
dessa equação é o valor, em unidades monetárias, que excede o custo de capital total
demandado para possibilitar o lucro auferido. Por isso, é chamado “lucro residual”. Segundo
Stewart III (2005), o EVA
®
pode ser calculado, ainda, pela diferença entre a taxa de retorno
sobre o capital e o custo total do capital, multiplicado pelo valor econômico-contábil do
capital investido no empreendimento, conforme equação a seguir:
EVA
®
= (ROI – CMPC) x CI
[11]
Nessa equação, o EVA
®
é calculado em função das variáveis: retorno sobre o investimento,
custo médio ponderado de capital (CMPC) e capital investido. Uma forma alternativa de se
chegar ao mesmo valor é evidenciada por Stewart III (2005), por meio da seguinte equação:
EVA
®
= NOPAT – (CMPC x CI)
[12]
Em termos de apuração do EVA
®
, nota-se que é possível mensurá-lo a partir dos dados
contábeis obrigatórios disponibilizados pelas empresas de capital aberto. No entanto,
constata-se a falta de padronização na forma como se calcula essa medida. O EVA
®
pode ser
estimado a partir do conceito de ativo econômico (AE), bastante utilizado no MDCG. No
trabalho de Brasil e Brasil (1999) verificam-se as equações que podem ser utilizadas para
obterem-se valores de EVA
®
a partir do AE:
EVA
®
= (ROI – CMPC) x AE
[13]
Nessa equação, o ROI significa retorno sobre o AE após os impostos, dado por:
45
ROI = [EBIT x (1 - IR) ] / AE [14]
Considerando que o NOPAT é igual ao EBIT multiplicado por 1 menos a alíquota do IR, tem-
se que:
ROI = NOPAT / AE [15]
Substituindo a equação [15] na equação [13], verifica-se que:
EVA
®
= NOPAT – (CMPC x AE)
[16]
Com o intuído de aproximar o NOPAT a um resultado em caixa, alguns ajustes são
necessários. Como exemplo, Horngren, Sundem e Stratton (2006) citam que se devem
capitalizar as despesas de pesquisas e desenvolvimento, além de expurgar eventuais
benefícios da utilização do método de contabilização do estoque UEPS.
13
Segundo os mesmos
autores, devem-se ainda adicionar os valores de ágio –
goodwill – não registrados e, caso, a
empresa tenha reduzido qualquer despesa de juros do lucro operacional, deve adicionar esse
valor ao NOPAT.
Portanto, para mensurar o EVA
®
, além dos dados oriundos das demonstrações financeiras,
deve-se calcular o CMPC, o qual necessariamente demanda o cálculo dos custos de capital
próprio e de terceiros.
4.3.2
EVA do acionista
O EVA do acionista pode ser estimado por intermedio da equação [17], representando uma
medida de lucro econômico –
economic profitque, segundo Fernández (2002), é o valor
contábil de lucro subtraído do valor do capital próprio, multiplicado pela taxa requerida de
retorno sobre esse capital próprio: “[...]
the book profit less the equity’s book value multiplied by
the required return to equity.” (
FERNÁNDEZ, 2002).
13
Método de contabilização dos estoques em que o último que entra é o primeiro que sai (UEPS). Alternativo ao
método em que o primeiro que entra é o primeiro que sai (PEPS).
46
EVA do acionista PLKPLL
×
= [17]
Nessa equação, as variáveis são: lucro líquido, patrimônio líquido e custo do capital próprio.
Apresentado dessa maneira, o EVA considera apenas o que a empresas gerou para seu
acionista (EVA do acionista ou
equity EVA) (BRASIL, 2002). Re-escrevendo a equação [17],
obtém outra maneira de estimar EVA do acionista, conforme a equação [18].
EVA do acionista
PLKP
PL
LL
×
=
[18]
Note-se que LL/PL é o ROE. Portanto, outra maneira se calcular o EVA do acionista é
considerar o ROE, que, segundo Damodaran (2003), é o LL dividido pelo valor contábil do
PL ordinário.
EVA do acionista
()
PLKP ROE
×
=
[19]
O mesmo conceito utilizado por Brasil (2002) e Fernández (2002) foi definido por Cheng
(2005, p. 88) como “
abnormal return on equity: residual income scaled by book value of
equity, or the difference between ROE and cost of equity”.
14
Fernández (2002) destaca que o
lucro econômico utiliza tanto parâmetros contábeis quanto do mercado, pois o capital próprio
é obtido com base nas demonstrações financeiras e o custo do capital próprio é, por sua vez,
um parâmetro de mercado.
Ao se analisarem as equações [17] a [19], observa-se que a alavancagem impacta os cálculos
de duas maneiras. Primeira, na estimação do custo do capital próprio, conforme será
explicado na seção seguinte; e segunda, na composição do PL. Quanto maior a alavancagem
da empresa, maior será o PL, o que irá gerar um impacto no EVA do acionista.
Um dos pressupostos para o cálculo do EVA do acionista consiste no fato de a remuneração
do capital próprio ainda não ter sido realizada até a apuração do LL. Portanto, não gera
benefício fiscal. No Brasil, contudo, existe a presença dos juros sobre o capital próprio (JCP).
14
Retorno excedente do capital próprio: lucro residual dividido pelo valor contábil do capital próprio ou
diferença entre o ROE e o custo de capital (CHENG, 2005).
47
Os JCP foram instituídos pela Lei 9.249, de dezembro de 1995, conforme sua redação
original:
Art. 9º. A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os
juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a
título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio
líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP
(BRASIL, 1995).
Por intermédio dessa lei, determina-se que os juros recebidos e ou pagos como remuneração
do capital próprio são contabilizados como receita e despesa financeira, respectivamente. Para
efeito de apresentação das demonstrações financeiras, por se tratar, em essência, de
dividendos, são reclassificados para as contas de investimentos e lucros acumulados,
respectivamente, não produzindo efeito no resultado, exceto pelos impactos fiscais
reconhecidos nas rubricas IR e CSLL.
Na Instrução Normativa 11, de 1996, da Secretaria da Receita da Federal, são estabelecidos os
limites para fins de dedutibilidade dos JCP como despesa financeira. Os juros pagos ou
recebidos não podem exceder a cinqüenta por cento do maior dos seguintes valores: lucro
antes da provisão do IR e lucro antes dos referidos juros ou dos saldos acumulados de lucros
dos períodos anteriores (BRASIL, 1996). Os JCP são pagos em substituição ou complemento
aos dividendos previstos nos estatutos sociais das empresas ou em caso de omissão, conforme
estabelecido pelo art. 202 da Lei 6.404/76.
Assim como o EVA
®
, o EVA do acionista demanda valores relativos ao custo de capital
próprio. Discutem-se na seção seguinte as questões relativas ao MVA, para, em seguida, na
seção
4.4, apresentar o CMPC, que inclui o custo de capital próprio e de terceiros.
4.3.3
Market value added
O EVA
®
pode ser relacionado com o valor de mercado agregado, ou market value added
(GRANT, 1997). De maneira análoga, o EVA do acionista também terá sua relação com o
valor de mercado agregado. Young e O´Byrne (2003) destacam que o MVA é igual ao valor
presente dos vários valores de EVA
®
futuros, descontados pelo custo de capital da empresa.
As equações a seguir são apresentadas por Stewart III (2005) para demonstrar o MVA.
48
MVA = valor de mercado – CI [20]
MVA = valor presente de todos os EVA
®
futuros
[21]
Ou seja:
()()()()
=
+
=
+
++
+
+
+
=
n
1t
t
t
t
t
2
2
1
1
CMPC1
EVA
CMPC1
EVA
...
CMPC1
EVA
CMPC1
EVA
MVA
[22]
Segundo Fernández (2002), o MVA é o valor presente dos lucros econômicos descontados
pelo custo de capital. Portanto, o MVA é o valor presente dos EVA
®
futuros descontados pelo
custo de capital da empresa. Ou, seguindo a abordagem do valor do acionista, o MVA é igual
ao valor presente dos EVA do acionista descontados pelo custo de capital próprio, conforme a
equação [23].
()
=
+
=
n
1t
t
t
KP1
acionista doEVA
MVA
[23]
Para Stewart III (2005 p.144), “o EVA se conecta diretamente ao valor intrínseco de mercado
de qualquer empresa”. Por esse motivo, apresenta-se a figura 6, na qual se destaca a relação
entre o EVA
®
e o MVA, seja este positivo ou negativo.
Valor de
mercado
a
g
re
g
ado
Valor
Valor de
de
mercado
mercado
perdido
Valor
de
mercado
Capital Capital
MVA Positivo
Criação de valor
MVA Negativo
Perda de valor
()
=
>
+
n
1t
t
t
0
CMPC1
EVA
()
=
<
+
n
1t
t
t
0
CMPC1
EVA
Figura 6 – Relação entre EVA
®
e MVA
Fonte – Adaptado de Stewart III (2005, p. 145).
Na figura 6, observa-se que quando o valor presente dos EVA
®
futuros é superior a zero
(MVA positivo) as empresas estão criando valor. Portanto, seu valor de mercado é formado
pelo capital investido mais o valor de mercado agregado. Por outro lado, quando o valor
49
presente dos EVA
®
futuros é inferior a zero (MVA negativo) as empresas estão perdendo
valor. Nesse segundo caso, o valor de mercado é inferior ao capital investido; ou seja, parte do
capital investido foi perdido. De outra maneira, igualando-se a equação [20] à equação [21] e
isolando-se o valor de mercado, obtém-se a equação [24], por meio da qual Stewart III (2005,
p.163) afirma que “maximizar o valor presente do EVA
®
significa exatamente o mesmo que
maximizar o valor intrínseco de mercado”.
valor de mercado = CI + valor presente de todos os EVA
®
futuros
[24]
4.4 Custo de capital
O custo de capital é utilizado para o cálculo do EVA
®
e considera tanto o capital próprio
quanto o de terceiros. A literatura internacional o chama de “
weighted average cost of
capital” (WACC) ou, como tratado pela literatura brasileira, “custo médio ponderado de
capital”, cuja discussão deve ser precedida pelas questões inerentes à estrutura de capital.
Estrutura de capital é um assunto controverso e muito discutido na área de Finanças
Corporativas. Modigliani e Miller (1958) afirmam que o CMPC independe da sua estrutura de
capital e é igual à taxa de capitalização de um fluxo gerado por uma empresa da mesma classe
de risco, totalmente financiada por capital próprio. Para essa primeira proposição, os autores
estabeleceram alguns pressupostos e utilizaram o conceito de arbitragem
15
para demonstrar
que caso essa proposição não esteja correta a arbitragem irá acontecer. Assim, os preços das
empresas da mesma classe de risco se tornarão iguais.
As proposições de Modigliani e Miller (1958) se chocam com a afirmação de que deveria
existir uma estrutura financeira ótima – ou seja, empresas endividadas apresentam valores
superiores aos de empresas não endividadas. Assim, qualquer empresa que tenha uma
estrutura de capital alavancada – isto é, que use capital de terceiros – apresenta CMPC
inferior ao de uma empresa que seja formada apenas por capital próprio (HAMADA, 1972).
15
Arbitragem significa comprar e vender simultaneamente o mesmo valor mobiliário em dois mercados
diferentes a preços diferentes recebendo um retorno livre de risco (BRIGHAM; EHRHARDT, 2006)
50
Segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002), o CMPC é calculado por meio de uma média
ponderada entre o percentual das dívidas e seus respectivos custos, considerando o benefício
fiscal, mais o percentual de recursos próprios e seus respectivos custos, conforme equação a
seguir:
)
TSL1KDWDKPWPCMPC
×
×+
×
=
[25]
Nessa equação, WP e WD são os percentuais de capital próprio e os de dívida em relação à
totalidade dos recursos utilizados. A tributação sobre o lucro (TSL) representa a alíquota de
tributação incidente sobre o lucro, que, no caso brasileiro, é composto por IR mais
contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL). O KP e KD, como já mencionado neste
trabalho, representam os custos de capital próprio e de terceiros.
Segundo Gitman e Mercurio (1982), para o cálculo do CMPC existem algumas abordagens
distintas, por exemplo, a utilização da estrutura de capital proveniente dos dados contábeis
atuais ou de uma estrutura de capital ótima almejada pela empresa. Além disso, pode-se
estimar o CMPC baseado em informações do valor de mercado das empresas ou a partir de
dados internos de cada empresa. Esses autores realizaram uma pesquisa com o intuito de
investigar como as empresas apuravam seu CMPC. Para tanto, enviaram questionários aos
vice-presidentes ou diretores financeiros das empresas listadas na
Fortune 1000. Dos 1000
questionários, 177 foram respondidos. As empresas que responderam apresentavam
faturamento entre 118 milhões de dólares e 79 bilhões de dólares no ano de 1979.
Por meio dessa pesquisa, foi possível verificar que 41,8% das pessoas responsáveis pelas
empresas afirmavam calcular o CMPC com base no
target capital structure weights.
Calculado dessa forma, o CMPC baseia-se em uma estrutura de capital identificada como
mais adequada para a empresa e não necessariamente igual à atual estrutura atual da empresa.
Afirmaram calcular o CMPC baseado no valor de mercado, 28,8%. O CMPC calculado com
valores de mercado extrapola o valor contábil e considera o valor de mercado das contas da
empresa. Utilizavam a estrutura de capital inerente ao
book value, ou valor contábil, 16,4%.
Nessa última situação, utilizava-se a estrutura de capital presente nas demonstrações
financeiras das empresas para calcular seu custo de capital (GITMAN; MERCURIO, 1982, p.
23).
51
Conforme Rappaport (2001), o CMPC é uma taxa apropriada para descontar uma série de
fluxos de caixa, por considerar os custos da dívida e do capital próprio. Esse mesmo autor cita
como alternativa para o CMPC o
adjusted present value
16
– valor presente ajustado. O valor
presente ajustado consiste em, inicialmente, avaliar
[...] um investimento como se ele fosse totalmente financiado por capital próprio e
então prossegue na avaliação separada dos efeitos colaterais do financiamento como
benefícios fiscais sobre juros, custos de emissão e financiamento subsidiados
(RAPPAPORT, 2001. p. 55).
Finalmente, destaca-se que, para mensurar o EVA
®
, além dos dados oriundos das
demonstrações financeiras, deve-se calcular o CMPC, o qual necessariamente demanda o
cálculo do custo de capital de terceiros e próprio, que pode ser aproximado por meio do
modelo de Gordon ou pelo CAPM.
4.4.1
Modelo de Gordon
O modelo de Gordon, ou modelo de Gordon e Shapiro, surgiu a partir do trabalho de J. B.
Williams (1938), o qual estava relacionado com a teoria de investimento, por tratar de
questões como crescimento e taxa de lucro sobre ações. Segundo Gordon e Shapiro (1956), o
modelo desenvolvido por Williams poderia ser melhorado se partisse da equação [26] para
cálculo da taxa de retorno sobre ativo.
()
=
+
=
1t
t
t
0
k1
D
P
[26]
Na equação [26], o preço da ação (P
0
) é calculado pelo somatório de todos os dividendos (D
t
)
futuros descontados a uma taxa (k). Considerando que D
t+1
pode ser obtido a partir de
D
t
(1+g), realizam-se algumas operações matemáticas, a partir da equação [26], para encontrar
outra que isola o custo do capital próprio (k). Segundo Gordon e Shapiro (1956), g é a taxa de
crescimento dos dividendos.
16
Para outras informações sobre o adjusted present value, ver Luehrman (1997).
52
()
()
)
()
)
()
...
k1
g1D
k1
g1D
k1
D
k1
D
P
3
2
1
2
11
1t
t
t
0
+
+
+
+
+
+
+
+
=
+
=
=
[27]
Multiplicando-se os dois lados por
)
()
g1
k1
+
+
:
()
()
()
()
()
)
()
)
()
)
()
)
()
...
k1
g1D
g1
k1
k1
g1D
g1
k1
k1
D
g1
k1
P
g1
k1
3
2
1
2
11
0
+
+
+
×
+
+
+
+
+
×
+
+
+
+
×
+
+
=
+
+
[28]
Realizando as multiplicações:
()
()
()()
)
()
...
k1
g1D
k1
D
g1
D
P
g1
k1
2
111
0
+
+
+
+
+
+
+
=
+
+
[29]
Calculando a diferença entre as equações [29] e [27]:
()
()
()()
)
()
()
()
()
()
()
() ()
()
()
()()
[]
=
=++
+
=
+
++
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
=
+
+
gk
D
P
Dg1k1P
g1
D
g1
g1PPk1
...
k1
g1D
k1
g1D
k1
D
-
-...
k1
g1D
k1
D
g1
D
PP
g1
k
1
1
0
10
1
00
3
2
1
2
11
2
111
00
[30]
g
P
D
k
0
1
+=
[31]
O k encontrado na equação [31] é entendido como o custo do capital próprio ajustado ao
risco. Dessa forma, o modelo de Gordon pode ser utilizado para estimar o custo de capital
próprio. Segundo Gitman e Mercurio (1982), em sua pesquisa realizada com o intuito de
investigar como as empresas apuravam seu custo de capital, 26% dos vice-presidentes ou
diretores financeiros das empresas listadas na
Fortune 1000 que responderam aos
questionários indicaram que o custo de capital próprio era estimado com base na taxa de
53
pagamento de dividendo mais uma expectativa de crescimento. Essa técnica de estimação foi
a segunda mais indicada. A mais respondida foi uma intitulada “retorno requerido pelos
investidores” ou
return required by investor, que, segundo os autores, pode ser obtido por
meio do CAPM ou de outra técnica, já que na pergunta não se especificava qual técnica
avaliava esse retorno.
Apresenta-se a seguir a abordagem CAPM, discutindo sua utilização como aproximação do
custo de capital. Além disso, principalmente a partir do trabalho de Hamada (1969), discutem-
se a influência da alavancagem e, conseqüentemente, o β alavancado e o não alavancado.
4.4.2
CAPM para a avaliação do KP
O CAPM, segundo Brigham e Ehrhardt (2006), é usado para analisar a relação entre o risco
sistêmico e taxas de retorno para ativos de capital. O risco sistêmico é também conhecido
como “risco sistemático” ou “risco não diversificável”, que não é reduzido com a
diversificação do investimento. Ross, Westerfield e Jaffe (2002) destacam que os investidores
aplicarão seus recursos em ativos que apresentem certos tipos de riscos, esperando um retorno
que compense essa decisão de investimento.
Sharpe (1964), Lintner (1965) e Mossin (1966) propuseram esse modelo de equilíbrio
17
, que
relaciona um retorno esperado para o ativo (
__
R
), em função da taxa livre de risco
F
R , do beta
desse ativo (β ) em relação ao mercado – medida de risco não diversificável – e do retorno do
mercado (
M
__
R
). A relação entre retorno esperado e beta foi descrita por Ross, Westerfield e
Jaffe (2002), por meio da seguinte equação:
+=
F
M
__
F
__
RRβRR
[32]
O resultado dessa equação pode ser usado para se calcular o custo de capital da empresa
(BRIGHAM; EHRHARDT, 2006). Segundo Penman (2007, p. 113), “
In effect, the cost of
17
Para melhor compreensão do modelo CAPM, ler os artigos escritos por Sharpe (1964), Lintner (1965) e
Mossin (1966).
54
capital is the opportunity cost of forgoing an alternative investment with the same risk”.
18
Segundo Brigham e Ehrhardt (2006), esse custo de capital será estimado levando-se em
consideração o risco de mercado advindo de fatores que afetam sistematicamente as empresas,
tais como: guerra, inflação, recessão e oscilações em taxas de juros. Para Penman (2007), o
custo de capital ou retorno requerido, estimado pelo CAPM, será igual a um retorno livre de
risco acrescido de um prêmio de risco. Ou, ainda,
+=
F
M
__
F
RRβRKP
[33]
Em que KP é o custo de capital;
F
R é o retorno livre de risco; e
F
M
__
RRβ é o prêmio de
risco da empresa. Destaca-se ainda que
F
M
__
RR é considerado o prêmio de risco do mercado,
mensurando quanto seu retorno supera o ativo livre de risco.
Conforme o desenvolvimento do modelo CAPM, o beta representa o risco de mercado de uma
empresa não alavancada, ou seja, empresa financiada apenas com capital próprio. Por outro
lado, uma empresa financeiramente alavancada é aquela que financia parte dos seus ativos
com capital de terceiros. Portanto, a alavancagem financeira é a proporção de capital de
terceiros que compõe o total de recursos da empresa.
Hamada (1969) apresenta as operações matemáticas para relacionar o CAPM, fruto dos
trabalhos de Sharpe (1964), Lintner (1965) e Mossin (1966), com as proposições de
Modigliani e Miller (1958). Por fim, Hamada (1969) apresenta um modo de relacionar o beta
da empresa não alavancada com um beta para a empresa alavancada, partindo da equação de
equilíbrio a seguir:
()
]RRβ[ER)E(R
FMFi
+=
[34]
Nessa equação, considera-se E(R
i
) como a esperança matemática do retorno de uma empresa
(i) qualquer. O R
F
é o retorno do ativo livre de risco; o β é a medida de risco não sistêmico; e
18
O custo de capital é o custo da oportunidade relacionada a um investimento de mesmo risco (PENMAN,
2007).
55
o E(R
M
) é a esperança matemática do retorno do mercado. Além disso, o β é calculado em
função da covariância entre os retornos da empresa e do mercado e a variância dos retornos
do mercado, como apresentado por Hamada (1969).
)(Rσ
)R,cov(R
β
M
2
Mi
=
[35]
Dessa forma, a equação [34] pode ser reescrita como apresentado por Fama (1968):
()
)R,cov(R
)(Rσ
]RR[E
R)E(R
Mi
M
2
FM
Fi
+=
[36]
Considerando que
()
)(Rσ
]RR[E
M
2
FM
é constante para todas as empresas, pode-se substituir esse
termo por
λ.
)R,λcov(RR)E(R
MiFi
+=
[37]
Hamada (1969) apresenta a equação a seguir para representar o retorno esperado para uma
empresa (A) não alavancada. Para tanto, considera dois dos pressupostos de Modigliani e
Miller (1958): a) a não existência dos custos de falência; e b) a não interferência das políticas
de dividendos no valor de mercado das empresas.
AATA
S)E(SE(div))E(X +=
[38]
Nessa equação, considera-se S
A
como valor de mercado presente da empresa; E(S
AT
) como a
esperança do valor de mercado futuro; e E(div) como a esperança dos dividendos a serem
pagos no período. Todos esses dados referem-se a empresas não-alavancadas. E(X
A
) é uma
medida de retorno líquido de depreciação. Portanto, a taxa de retorno E(R
A
) é obtida
simplesmente pela divisão de E(X
A
) por S
A
(HAMADA, 1969).
A
A
A
S
)E(X
)E(R =
[39]
56
Por outro lado, a taxa de retorno E(R
B
) de uma empresa alavancada varia em função da
divisão da diferença entre o retorno E(X
A
) dessa empresa caso ela fosse não-alavancada e o
custo da dívida pelo valor de mercado dessa empresa. Nesse caso, quanto maior o custo da
dívida,
ceteris paribus, menor o retorno da empresa. Na demonstração feita, Hamada (1969)
assumiu o custo da dívida como sendo o valor do ativo livre de risco multiplicado pela dívida
contraída (R
F
D
B
).
B
BFA
B
S
DR)E(X
)E(R
=
[40]
Demonstra-se, no APÊNDICE A como obter a equação [41], que apresenta a relação entre o
valor de mercado da empresa alavancada (S
A
) e o da não-alavancada (S
B
). Nessa equação,
(D
B
) é a parcela de dívida contraída pela empresa alavancada.
BBA
B
B
BA
DSS
S
D
1SS +=
+=
[41]
Por meio das equações apresentas, Hamada (1969) verifica a primeira proposição de
Modigliani e Miller (1958). Dessa forma, um investidor racional, ao estimar um custo de
capital por meio do CAPM, além do prêmio pelo risco da empresa, deve exigir um prêmio
pelo risco financeiro. Ou seja, o custo de capital de uma empresa alavancada – K
A
– é dado
pelo ativo livre de risco –
F
R
– acrescido por um prêmio de risco da empresa –
F
M
__
na
RRβ – mais um prêmio de risco financeiro
()
PL
D
TSL1RRβ
F
M
__
na
. Em que
TSL é a alíquota de tributação e
PL
D
é o grau de alavancagem da empresa, sendo D o valor
das dívidas e PL o valor do patrimônio líquido da empresa.
()
+
+=
PL
D
T1RRβRRβRK
F
M
__
naF
M
__
naFA
[42]
Re-escrevendo a equação [42], colocando em evidência o termo
F
M
__
na
RRβ , obtém-se:
57
()
+
+=
PL
D
T11RRβRK
F
M
__
naFA
[43]
É possível, portanto, obter a relação entre o beta de empresas alavancadas e de empresas não
alavancadas. Para tanto é necessário igualar a equação [42] com a equação [33].
()
+=
+
+
F
M
__
FF
M
__
naF
M
__
naF
RRβR
PL
D
TSL1RRβRRβR
[44]
Fazendo as operações matemáticas:
()
()
+
=
+=
+
+
PL
D
TSL11RRβRRβ
RRβR
PL
D
TSL1RRβRRβR
F
M
__
naF
M
__
F
M
__
FF
M
__
naF
M
__
naF
[45]
Simplificando, obtém-se:
()
+
=
PL
D
TSL11
β
β
na
[46]
Isto é:
β: beta da empresa i; β
na
: beta da empresa i não alavancada; TSL: alíquota de tributação sobre
o lucro (IR + CSLL); D: dívidas; PL: capital próprio
Ao analisar a equação [46], entende-se por que quanto maior a participação de capital de
terceiros na empresa, representado pelo (D), maior será o β da empresa alavancada,
ceteris
paribus, em relação a ela mesma se fosse não alavancada. Por outro lado, caso a empresa não
dependa de capital de terceiros – ou seja, se sua dívida (D) for igual a zero – o β dessa
empresa seria um β não-alavancado. Após a apresentação da estimação para o KP por meio do
CAPM, seguem uma discussão sobre os investimentos socialmente sustentáveis e a
metodologia aplicada neste trabalho.
58
4.5 Investimentos socialmente responsáveis
Investir em SRI não é uma atividade nova. Por volta de 1900, alguns investidores evitaram
empresas que produziam cigarros e bebidas alcoólicas. Nos Estados Unidos da América
(EUA), nos anos de 1970, os investidores excluíram de suas carteiras empresas associadas à
guerra do Vietnã (SAUER, 1997).
Apesar de os investimentos em empresas socialmente responsáveis e sustentáveis ainda serem
considerados pequenos, estão em crescimento em todo o mundo. Segundo dados do
Social
Investment Forum Foundation
(2005), existiam em 1995 nos EUA 55 fundos mútuos que
tinham por objetivo investir em responsabilidade social. Após dez anos, constatou-se a
existência de mais de 200 desses fundos. No Brasil, como já vem acontecendo há alguns anos
em outros países, ocorreu a criação do ISE, no final de 2005. Segundo dados da BOVESPA
(2007c), o valor da carteira do ISE mais que dobrou de 2005 a 2007, superando US$ 400
bilhões. Apesar de sua recente criação, já é possível notar sua repercussão em âmbito
internacional:
Demand is difficult to gauge in many emerging-market countries, but rapid growth
of SRI in Brazil, South Africa, and certain parts of Asia has begun to be well
documented (SOCIAL INVESTMENT FORUM FOUNDATION, 2005. p. 37).
19
Nos EUA, a evolução dos investimentos socialmente responsáveis pode ser visualizada no
gráfico 5. Essa modalidade de investimentos em 2005 já era superior a US$ 2 trilhões.
-
500
1.000
1.500
2.000
2.500
1995 1997 1999 2001 2003 2005
Bilhões US$
Gráfico 5 – Valor investido em empresas socialmente responsáveis nos EUA
Fonte – Adaptado de Social Investment Forum Foundation, 2005.
19
É difícil mensurar ao certo, mas o crescimento dos investimentos socialmente responsáveis nos mercados
emergentes já vem sendo documentado no Brasil, na África do Sul e em algumas partes da Ásia (SOCIAL
INVESTMENT FORUM FOUNDATION, 2005).
59
Segundo Cochran e Wood (1984) e Schröder (2007), as análises empíricas dos SRI se
iniciaram com o trabalho de Moskowitz (1972). A partir desse estudo, vários outros surgiram
com intuito de investigar o comportamento dos SRI. No exterior, há várias pesquisas, como as
realizadas por Hamilton, Jo e Statman (1993), Sauer (1997) e Derwall
et al. (2005),
comparando o desempenho dos índices que representam investimentos em empresas
socialmente responsáveis e sustentáveis com investimentos em empresas não sustentáveis.
Todavia, no Brasil, o assunto ainda é incipiente e a própria criação do ISE, apenas em 2005, é
um reflexo disso. Paula, Gonçalves e Coscarelli (2008) apresentam o perfil de publicações
sobre sustentabilidade no Brasil e afirmam que 80% dos artigos sobre o tema encontram-se
publicados entre 2004 e 2007. Alguns dos primeiros estudos nacionais sobre o ISE foram
realizados por Cavalcante, Bruni e Costa (2007), Rezende
et al. (2007) e Coscarelli,
Lamounier e Bressan (2008).
Segundo Derwall e Koedijk (2005), alguns estudiosos defendem que as restrições impostas
pelos investimentos em empresas socialmente responsáveis conduzem esses investimentos a
desempenhos inferiores aos dos não restritos pela sustentabilidade. Por outro lado, os mesmos
autores salientam que os proponentes dos investimentos sustentáveis afirmam que o reflexo
das ações das empresas sustentáveis será percebido a longo prazo.
Repetto, Thomas e Dias (2007) publicaram um artigo em que aferiram o EVA
®
de empresas
consideradas SRI. Nesse artigo, os autores utilizam uma base de dados criada por uma
organização não-governamental chamada Trucost, especializada em pesquisas relacionadas
aos impactos que as empresas causam no meio ambiente, a qual continha, na data de
publicação do artigo, dados de 3.200 empresas em todo o mundo, com as respectivas
estimativas dos custos relacionados a questões ambientais inerentes a cada uma dessas
empresas.
A Trucost estima os impactos causados pelas empresas com base nos dados internos e
externos às mesmas, provenientes de bases de dados do setor público. As emissões de
resíduos no ar, na terra e na água são estimadas e separadas em categorias. Multiplica-se a
essa quantidade de resíduos uma estimativa de dano marginal unitário (REPETTO;
THOMAS; DIAS, 2007).
60
A partir desses dados, Repetto, Thomas e Dias (2007 p. 423) incorporaram ao EVA
®
uma
nova variável: custos relacionados a questões ambientais. Passaram a chamar esse EVA que
contempla os custos ambientais, de “TRUEVA”, uma medida que “[…]
subtracts from the
firm’s operating surplus not only its costs of capital but also the environmental damages it
imposes elsewhere in the economy”.
20
É pouco provável que exista uma base de dados como a utilizada por Repetto, Thomas e Dias
(2007) para se reaplicar o estudo desses autores para a realidade brasileira. Além disso, deve-
se destacar que a estimação por si só dos custos ambientais já seria um trabalho muito extenso
para ser realizado nesta dissertação. Por esses motivos, não foi objetivo do presente trabalho
explorar o “TRUEVA”. A seguir, apresenta-se a metodologia proposta.
20
O “TRUEVA” é uma medida que subtrai do resultado operacional da empresa não só os custos de capital,
como também um custo que representa os possíveis danos que a empresas gera ao ambiente (REPETTO;
THOMAS; DIAS, 2007).
61
5 METODOLOGIA
Para alcançar os objetivos deste trabalho, foi proposta uma pesquisa ex-post facto, que se
caracteriza, ainda, por ser quantitativa
descritiva. Segundo GIL (2007), é um tipo comumente
utilizado nas pesquisas sociais. Para tanto, foram utilizados dados secundários tratados por
meio dos
softwares Excel
©
, versão 2003, Eviews
©
, versão 5 e o STATA
©
, versão 10.1,
realizando as seguintes etapas:
a)
Padronização das demonstrações financeiras conforme o MDCG;
b)
Cálculo da necessidade de capital de giro;
c)
Cálculo do capital de giro;
d)
Cálculo do saldo de tesouraria;
e)
Identificação das estruturas financeiras do MDCG das empresas estudadas;
f)
Mensuração do NAL;
g)
Mensuração dos índices tradicionais de liquidez;
h)
Estimação do custo de capital próprio (KP);
i)
Estimação do EVA do acionista;
j)
Estimação do MVA;
k)
Estimação e validação dos modelos econométricos.
Em um estudo preliminar foram encontradas dificuldades com a utilização de dados
trimestrais. Essas dificuldades referem-se à qualidade das informações das demonstrações
financeiras oriundas dos balancetes trimestrais e às estimações dos betas do CAPM. Por esse
motivo foram obtidas demonstrações financeiras anuais sem que se realizasse nenhum ajuste
contábil. A não realização dos ajustes é justificada pela grande quantidade de setores das
empresas da amostra.
Dessa forma, foram obtidas as demonstrações financeiras anuais relativas ao período de 2003
a 2007 das empresas que compunham a carteira teórica 2007-2008 do ISE, bem como as
cotações de bolsa, das ações das mesmas empresas no período de 1998 a 2007, foram
62
utilizadas como unidades de observação. Fez-se necessária a obtenção de cotações a partir de
1998 para estimar os betas.
A adoção desta abordagem metodológica está de acordo com o que propõe Laville e Dionne
(2007). Segundo os autores, o objetivo da pesquisa define a abordagem metodológica a ser
empregada em sua investigação. A metodologia proposta para a realização desta pesquisa está
apresentada no quadro 1.
Natureza da pesquisa
Quantitativa / descritiva
Universo de análise
Empresas listadas na BOVESPA que compõem o ISE
Amostra
Não probabilística intencional – empresas não financeiras que
compõem o ISE
Unidades de observação
Demonstrações financeiras e cotações de bolsa
Quadro 1 – Resumo das características metodológicas desta dissertação
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
5.1 Limitações dos cálculos
Para viabilizar esta pesquisa, foi necessário efetuar algumas simplificações da realidade. A
padronização das demonstrações financeiras conforme o MDCG baseou-se nos nomes das
contas. Entretanto, caso fosse um estudo interno, em cada uma das empresas, poderia se obter
uma reclassificação mais apurada das contas, conforme o plano de contas individualizado de
cada empresa. A partir dessa limitação, os valores estimados para a NCG, CDG e T, assim
como as estruturas financeiras identificadas, sofrem a influência da limitação da
reclassificação baseada na nomenclatura das contas.
As mensurações do AL e do NAL sofrem uma limitação similar à apresentada para a
reclassificação do MDCG. Na literatura, identificam-se como AL numerário em caixa e
investimento de curto prazo, ao passo que o NAL constitui-se na divisão do AL pelo AT (ver
Colquitt; Sommer; Godwin, 1999). Para esta pesquisa, a definição do AL também foi baseada
na nomenclatura das contas apresentadas pelo sistema Economática. Caso fosse realizado um
estudo em cada empresa, possivelmente se conseguiria uma identificação mais apurada.
Os índices tradicionais de liquidez foram obtidos sem muitas limitações, por não demandarem
reclassificações. Mesmo que obtidos a partir das contas do sistema Economática, são
63
estimados com menor subjetividade, por estarem baseados nas contas básicas do BP: AC, PC,
RLP e ELP.
5.2 Amostra
Para este trabalho, o universo da pesquisa incluiu todas as empresas que tiveram ações na
carteira teórica 2007-2008 do ISE listadas na BOVESPA. Não é objetivo deste trabalho
discutir os critérios de inclusão de empresas na carteira teórica do ISE. Portanto, dentre as 40
ações que compuseram essa carteira teórica, pertencentes a 32 empresas consideradas
sustentáveis segundo os critérios estabelecidos pela BOVESPA, selecionou-se uma amostra
intencional, ou por julgamento, como chama Babbie (1999), composta pelas empresas não
financeiras que fazem parte desse universo. Após a exclusão das empresas financeiras,
Bradesco, Banco do Brasil e Itaú, apresentam-se, no quadro 2, as 29 empresas que
compuseram a amostra.
Em
p
resas di
g
o Setor Economatica Setor NAICS
Perdigão S.A. PRGA
Sadia S.A. SDIA
Natura NATU Comércio Comércio atacadista de bens não duráveis variados
Cesp CESP
Cemig CMIG
Coelce COCE
CPFL Energia CPFE
Copel CPLE
Eletrobrás ELET
Eletropaulo ELPL
Energias BR ENBR
AES Tiete GETI
Light S.A. LIGT
Tractebel TBLE
Weg WEGE Máquinas Industriais Indústria de motores, turbinas e transmissores de energia
Sabesp SBSP Água, esgoto e outros sistemas
Dasa DASA Laboratório de exames médicos
Aracruz ARCZ
Suzano Papel SUZB
V C P VCPA
Petrobras PETR Petróleo e s Extração de petróleo e gás
Braskem BRKM
Suzano Petroquímica SZPQ
Am Inox Br ACES
Gerdau GGBR
Gerdau Metalúrgica GOAU
CCR Rodovias CCRO Transporte Serviços Atividades auxiliares ao transporte rodoviário
Iochp-Maxion MYPK Indústria de autopeças
Embraer EMBR Indústria de equipamentos aeroespaciais
Siderurgia & Metalurgia Transformação deo em produtos de aço
Veículos e peças
Outros
Papel e Celulose Indústria de papel , celulose e papelão
Química Indústria química
Energia Elétrica Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica
Alimentos e Bebidas Abatedouros
Quadro 2 – Empresas que compõem a amostra da pesquisa
Fonte – Economática.
64
As demonstrações financeiras dessas 29 empresas pertencentes à carteira teórica 2007-2008
do ISE foram estudadas durante os anos de 2003 a 2007, sendo que para o cálculo dos β
foram obtidos dados a partir de 1998. Segundo a classificação setorial da
North American
Industry Classification System (NAICS) essas 29 empresas estariam classificadas em 13
setores distintos. Já pela classificação setorial da Economática, essas mesmas empresas seriam
agrupadas em apenas 11 setores.
Segundo Bailey (1992), uma amostra intencional faz parte da amostragem não probabilística,
apresentando alguns aspectos positivos e negativos. A maior desvantagem desse método é que
não se pode garantir que a amostra selecionada seja representativa de uma população maior.
por outro lado, a amostra intencional possibilita ao investigador selecionar unidades de análise
mais adequadas ao propósito do trabalho.
In purposive or judgmental sampling the investigator does not necessarily have a
quota to fill from various strata, as in quota sampling, but neither does he or she just
pink the nearest warm bodies, as in convenience sampling. Rather, the researcher
uses his or her own judgment about which respondents to choose, and picks only
those who best meet the purpose of study (BAILEY, 1992, p. 99).
21
Foi necessário definir o período amostral, conforme já destacado na Introdução, de modo a
garantir que a realização dos cálculos necessários a esta dissertação. Assim, optou-se por
trabalhar com dados a partir de 2003, o que se justifica pela necessidade de maior liquidez e
negociabilidade, elementos relevantes para os cálculos realizados.
O ISE, índice formado pelas empresas da amostra estudada neste trabalho, criado só em 2005,
é composto por empresas que pertencem às 150 mais líquidas. Liquidez e negociabilidade são
elementos fundamentais para estimar o custo de capital, conforme apresentado nesta
metodologia. Como o custo de capital foi estimado pelo CAPM, não há como estimar os β
caso as ações não sejam negociadas com freqüência.
21
A amostra intencional, ou proposital, possibilita ao pesquisador não se obrigar a preencher uma cota
estratificada de observações. Permite ao investigador selecionar unidades de análise mais adequadas ao propósito
do trabalho (BAILEY, 1992).
65
5.3 Definição operacional das variáveis
Os dados utilizados neste trabalho foram obtidos a partir da base de dados da Economática e
foram corrigidos de acordo com a inflação até o dia 31 de março de 2008, conforme o índice
nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA), publicado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, foram utilizadas demonstrações financeiras não
consolidadas. Essa opção metodológica foi baseada no artigo escrito por Perobelli, Pereira e
David (2006), em que os autores regrediram o ROE em relação a variáveis do MDCG. No
trabalho desses autores os dados foram trabalhados em painel e foram obtidos por meio do
sistema Economática não consolidados e sem outros ajustes.
5.3.1
Padronização das demonstrações contábeis conforme o MDCG
Para a padronização das demonstrações financeiras, primeiramente, utilizando a ferramenta
Stock Guide” da Economática, foram selecionadas as 29 empresas da amostra. Em seguida,
na ferramenta “demonstrativos financeiros”, foram definidos os parâmetros, conforme figura
7. Após a definição dos parâmetros, exportaram-se os dados de todas as empresas para um
único arquivo tipo TXT. Para essa atividade, utilizou-se o comando “arquivo” e, em seguida,
“Gravar Como .TXT”. A opção de “Gravar Como .TXT” foi aplicada a todas as empresas
previamente selecionadas no “
Stock Guide”, conforme figura 8.
Figura 7 – Parâmetros para as demonstrações financeiras
Fonte – Economática.
66
Figura 8 – Parâmetros de exportação para empresas do Stock Guide
Fonte – Economática.
Com a utilização de um editor de Visual Basic, foi gerado um script cujo objetivo era
importar os dados para o Excel, a partir do arquivo TXT exportado da Economática. Esse
script, além de importar e converter o TXT, organizou os dados de modo a se ter uma planilha
para cada empresa contendo as respectivas demonstrações financeiras.
Para cada planilha – uma por empresa – foram reclassificadas as contas do BP. A
reclassificação do BP conforme o MDCG consistiu em realocar as contas em três grupos: a)
errático ou financeiro; b) operacional ou cíclico; e c) estratégico ou permanente. Nota-se que a
base de dados da Economática apresenta os balanços patrimoniais de maneira agrupada, o que
facilita o trabalho de reclassificação, uma vez que não se propõe neste trabalho a detalhar as
contas apresentadas pela Economática. Não obstante, o agrupamento de contas pode gerar
algumas distorções na análise dos dados, caracterizando, assim, uma limitação deste trabalho.
Segundo Brasil e Brasil (1999), a classificação funcional não deve limitar-se ao nome da
conta, mas também ao seu conteúdo, o que na prática nem sempre é viável. Mesmo assim,
segundo esses autores,
[...] toda classificação, e portanto toda análise, reflete um nível de precisão variável,
dependendo do maior ou menor conhecimento que se tem da empresa e de seus
procedimentos contábeis. De partida, podemos dizer que o analista interno chegará a
uma análise mais precisa que o externo (BRASIL; BRASIL, 1999, p. 5-6).
No quadro 3, apresentam-se as contas do ativo e no quadro 4, as contas do passivo. Essas
contas são as que comumente são encontradas nas demonstrações financeiras disponíveis na
Economática. Para facilitar eventuais reaplicações desta pesquisa, apresentam-se na segunda
coluna desses quadros as nomenclaturas exatamente como constam no plano de contas da
Economática. Nem mesmo a acentuação das palavras foi colocada. Além disso, na última
coluna de cada quadro, apresenta-se a reclassificação com base nos livros que versam sobre o
MDCG: Brasil e Brasil (1999); Brasil e Fleuriet (1998); Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003);
Vieira (2005).
67
Contas do ativo
Nomenclatura exatamente como está no plano
de contas da Economática
Reclassificação
Disponível e investimento de curto prazo Disponivel e Inv CP Errático
Duplicatas a receber Duplicatas a Receber Operacional
Saques cambiais descontados Saques Cambiais Desc Errático
Duplicatas descontadas Duplicatas Descontadas Errático
Provisão de contas de cobranças duvidosas Prov Contas Cobr Duvid Operacional
Títulos a receber de curto prazo Titulos a Receber CP Operacional
A receber de controladas curto prazo A Receber de Control CP Operacional
Aplicações financeiras de curto prazo Aplicacoes Financ CP Errático
Outros créditos de curto prazo Outros Creditos CP Operacional
Estoques Estoques Operacional
Outros ativos de curto prazo Outros Ativos CP Operacional
Realizável a longo prazo Realizavel LP Estratégico
Permanente Permanente Estratégico
Quadro 3 – Reclassificação das contas do ativo
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação, a partir de dados da Economática.
Contas do passivo
Nomenclatura exatamente como está no plano
de contas da Economática
Reclassificação
Financiamento de curto prazo Financiamento CP Errático
Debêntures de curto prazo Debentures CP Errático
Fornecedores de curto prazo Fornecedores CP Operacional
Impostos a pagar de curto prazo Impostos a Pagar CP Operacional
Dividendos a pagar de curto prazo Dividendos a Pagar CP Errático
Provisões de curto prazo Provisoes CP Errático
A pagar a controladas curto prazo A Pagar a Controlad CP Errático
Outros passivos de curto prazo Outros Passivos CP Errático
Exigível a longo prazo Exigivel LP Estratégico
Resultados de exercícios futuros Resultados de Exer Futur Estratégico
Participação de acionistas minoritários Part Acionistas Minorit Estratégico
Patrimônio líquido Patrimonio Liquido Estratégico
Quadro 4 – Reclassificação das contas do passivo
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação, a partir de dados da Economática.
Como já dito, a reclassificação de contas, principalmente pelo analista externo, apresenta um
nível de precisão que varia em função do conhecimento. Mesmo consultando uma vasta
bibliografia, restam dúvidas. Nos casos em que a nomenclatura das contas do passivo eram
pouco sugestivas, optou-se por apropriar do conceito contábil do conservadorismo e
classificá-las como errática.
5.3.2
Cálculo da NCG
Uma vez que as demonstrações financeiras estavam reclassificadas, o cálculo das variáveis foi
dado pela diferença entre as contas reclassificadas. Assim, o cálculo da NCG foi realizado
pela diferença entre as contas do ativo e as do passivo classificadas como operacionais. Ou
seja,
68
NCG = (duplicatas a receber + provisão de contas de cobranças duvidosas +
títulos a receber de curto prazo + a receber de controladas de curto prazo +
outros créditos de curto prazo + estoques + outros ativos de curto prazo) –
(fornecedores de curto prazo + impostos a pagar de curto prazo)
[47]
5.3.3
Cálculo do CDG
O cálculo do CDG foi realizado com base na diferença entre as contas do passivo e as do
ativo classificadas como estratégicas. Ou seja,
CDG = (exigível a longo prazo + resultados de exercícios futuros + participação
de acionistas minoritários + patrimônio líquido) – (realizável de longo prazo +
permanente)
[48]
5.3.4
Cálculo do T
O saldo de tesouraria foi obtido de duas maneiras: a) pela diferença entre o CDG e a NCG; e
b) pela diferença entre as contas do ativo e do passivo classificadas como erráticas. Ou seja,
T = CDG – NCG = (disponível e investimento de curto prazo + saques cambiais
descontados + duplicatas descontadas + aplicações financeiras de curto prazo) –
(financiamento de curto prazo + debêntures de curto prazo + dividendos a pagar
de curto prazo + provisões de curto prazo + a pagar a controladas curto prazo +
outros passivos de curto prazo)
[49]
5.3.5
Identificação das estruturas financeiras do MDCG
As estruturas foram formadas a partir da combinação das variáveis NCG, CDG e T. Sendo
atribuídos os números de 1 a 6 para representar as estruturas financeiras das empresas,
conforme a reclassificação do MDCG proposta por Vieira (2005), apresentada na seção
4.2
desta dissertação.
69
Estruturas NCG CDG T
Tipo 1 > 0 < 0 < 0
Tipo 2 < 0 < 0 < 0
Tipo 3 < 0 < 0 > 0
Tipo 4 > 0 > 0 < 0
Tipo 5 > 0 > 0 > 0
Tipo 6 < 0 > 0 > 0
Quadro 5 – Estruturas financeiras e as variáveis do MDCG
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação a partir de Vieira (2005).
Para representar essas estruturas foram utilizadas 5 variáveis binárias: DMDCG1, DMDCG2,
DMDCG3, DMDCG4, DMDCG5. A atribuição do valor zero para todas as cinco
dummies
constituía a categoria base que representava a estrutura tipo 6.
Variável Descrição
DMDCG1
0: empresas que não apresentam a estrutura do tipo 1.
1: empresas que apresentam a estrutura do tipo 1.
DMDCG2
0: empresas que não apresentam a estrutura do tipo 2.
1: empresas que apresentam a estrutura do tipo 2.
DMDCG3
0: empresas que não apresentam a estrutura do tipo 3.
1: empresas que apresentam a estrutura do tipo 3.
DMDCG4
0: empresas que não apresentam a estrutura do tipo 4.
1: empresas que apresentam a estrutura do tipo 4.
DMDCG5
0: empresas que não apresentam a estrutura do tipo 5.
1: empresas que apresentam a estrutura do tipo 5.
Quadro 6 Dummies para as estruturas financeiras do MDCG
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
5.3.6 Mensuração do NAL
Conforme observado no trabalho de Colquitt, Sommer e Godwin (1999), o NAL foi dado em
função da divisão dos numerários em caixa, acrescidos dos investimentos de curto prazo, pelo
investimento total em ativos. Com base nos dados da Economática, o NAL foi obtido
conforme a seguinte equação.
totalativo
CP inv. e disponivel
NAL
=
[50]
5.3.7
Mensuração dos índices tradicionais de liquidez
Além do CCL, que matematicamente é igual ao CDG, foram calculados os índices
tradicionais de liquidez: geral, corrente, seco e imediato. Para tanto, apresentam-se a seguir as
equações utilizadas:
70
ELPPC
RLPAC
LG
+
+
=
[51]
PC
AC
LC
=
[52]
PC
estoques-AC
LS
=
[53]
PC
sdisponívei
LI
=
[54]
5.3.8
Cálculo do β alavancado
Os β alavancados foram obtidos por meio da base de dados Economática, a partir de dados
ajustados pela inflação medida pelo IPCA do IBGE até 31/3/2008. As cotações utilizadas
também foram ajustadas para proventos e dividendos. Esse β será móvel de n meses, sendo n
= {12, 24, 36, 48, 60}. Ou seja, para cada ano (t) da amostra existem até cinco β, por empresa
(i), que foram calculados em função dos últimos 12, 24, 36, 48 e 60 meses. A utilização dos
cinco β móveis minimiza eventuais anomalias que possam influenciar as estimações do custo
do capital. Além disso, seria muito arbitrário escolher um único período, como fez Rangel
(2005). Esse próprio autor utilizou o β 60 e, ao final do trabalho, sugeriu pesquisas futuras
utilizando outros β.
)(Rσ
)R,cov(R
β
Mtn
2
Mtnitn
itn
=
[55]
5.3.9
Cálculo do β não alavancado
Para calcular o β não alavancado, utilizaram-se os β alavancados que consideravam retornos
de n meses anteriores de cada empresa (i) em cada ano (t), conforme a equação a seguir,
adaptada de Brigham e Ehrhardt (2006).
71
()
+
=
it
it
itn
itn
PL
D
T11
β
βna
[56]
Isto é:
β
itn
: Beta da empresa i no momento t utilizando retornos dos últimos n meses
βna
tin
: Beta de n meses da empresa i não-alavancada no momento t
T: Alíquotas de IR e de CSLL
PL: Capital próprio (patrimônio líquido)
D: Dívidas ou capital de terceiros (Passivo Circulante + Exigível de Longo Prazo)
5.3.10
Cálculo do custo de capital próprio
O KP foi encontrado de forma aproximada, dado que seu real valor é desconhecido,
principalmente para os usuários externos. É preciso destacar que a estimação do KP pode ser,
muitas vezes, um processo difícil, como já alertava Marshall (1920, p. 73): “[…]
money value
of the things which constitute his capital has been estimated: and such an estimate is often
found to involve great difficulties.
22
Para este trabalho, utilizou-se uma aproximação por
meio do CAPM e do modelo de Gordon. Em caso de valores negativos ou de insuficiência de
dados para se calcularem os β, o modelo de Gordon foi utilizado.
Para estimar o custo de capital próprio pelo CAPM, utilizou-se a mediana dos β não
alavancados (βna). Adotou-se como ativo livre de risco (R
f
) a taxa Selic over e como retorno
médio de mercado
M
R
o retorno do Ibovespa, ambos variando em função dos anos (t) da
amostra. O retorno do Ibovespa foi dado pelo variação entre o valor médio de fechamento do
mês de dezembro de cada ano em relação ao do ano anterior. Alguns trabalhos anteriores
também utilizaram a Selic e o Ibovespa, como Motta, Fortunato e Russo (2007) ao estimarem
22
O valor monetário das coisas que constituem o capital foi estimado, e essa estimação, freqüentemente, envolve
grande dificuldade (MARSHALL, 1920).
72
o CAPM e o DCAPM, ou como fizeram Lima, Costa e Bruni (2005) ao estudarem anomalias
do mercado brasileiro. Além desses, para justificar a adoção da Selic e do Ibovespa, cita-se o
trabalho de Nakamura e Matias Filho (2006), em que analisaram a viabilidade de utilização de
metodologias alternativas de cálculo do CAPM no mercado bursátil brasileiro
A análise efetuada na data-base 30/dez/2004 demonstrou, através do método
estatístico aplicado, que o modelo proposto por Sharpe/Lintner/Mossin utilizando o
beta histórico apresentou resultados satisfatórios em alguns cenários, notadamente
quando se utilizou como taxa livre de risco a Selic [...] (NAKAMURA, MATIAS
FILHO, 2006, p. 13).
Em termos de parâmetros utilizados nos diversos cenários, concluiu-se que tanto a
Selic quanto a TJPL funcionaram adequadamente como indicadores da taxa livre de
risco da economia, obtendo-se em ambos os casos resultados favoráveis. Da mesma
forma as proxies do ativo de mercado testadas, Ibovespa e FGV100, também
alcançaram resultados positivos em alguns de seus respectivos cenários
(NAKAMURA, MATIAS FILHO, 2006, p. 14).
Dessa forma, estimou-se o KP por meio da equação a seguir, adaptada de Brigham e Ehrhardt
(2006).
+=
ft
Mt
_
itftit
RRβnaRKp
[57]
A outra maneira utilizada para estimar o custo de capital próprio, para suprir os casos em que
os resultados encontrados mediante a aplicação do CAPM fossem eventualmente negativos,
foi por meio do modelo de Gordon. Esse modelo foi calculado a partir dos dividendos
ajustados por inflação pelo IPCA do IBGE até 31/03/2008, referente ao período de 2003 a
2007, de cada empresa, com o intuito de estimar a sua taxa de crescimento. No entanto, em
vez de fazer uma média aritmética simples desses dividendos, foi utilizado o seu logaritmo
natural dos mesmos para calcular o crescimento por meio de um modelo log-lin. Segundo
Gujarati (2006), os modelos semilogarítmicos são utilizados para identificar a taxa de
crescimento composta (g), ou geométrica, de variáveis. Assim, o modelo utilizado para
calcular a taxa de crescimento dos dividendos das empresas pertencentes à amostra foi
definido como:
lndiv
it
= α
i
+ β
i
t + ε
i
[58]
73
Nessa equação, o β
i
representa a taxa de crescimento instantânea, que pode ser transformada
para a taxa de crescimento composta a partir da subtração do antilogarítimo de β
i
por 1,
conforme apresentado por Gujarati (2006).
g = Exp (β
i
) - 1 [59]
Segundo Brigham e Ehrhardt (2006), para se conhecer a taxa de retorno esperada é preciso
dividir os dividendos esperados no momento 1 pelo valor da ação no momento 0 e somar esse
resultado à taxa de crescimento. Entretanto, o valor dos dividendos no tempo 1 não é
conhecido. Faz-se necessário, portanto, estimar os dividendos futuros. Essa estimação pode
ser dada pela multiplicação dos dividendos correntes pela taxa de crescimento.
()
g
P
g1D
KP
t
t
+
+
=
[60]
Conforme a equação [60], foram utilizados o valor dos dividendos presentes, a taxa de
crescimento, estimada pelo modelo semilogarítmico, e a cotação média do último mês de cada
ano (t) para estimar o KP pelo modelo de Gordon.
23
5.3.11
Cálculo do EVA do acionista
O EVA
®
foi calculado a partir de sua abordagem para o acionista, como realizado por Silva e
Ferreira (2006). Todavia, para a operacionalização dos testes das hipóteses, e com intuito de
reduzir o efeito do tamanho das empresas, que pode ser muito diferente, utilizou-se o
economic value added para o acionista de maneira percentual. Esse medida é chamada por
Assaf Neto (2005, p. 197) de
spread econômico. O EVA
*
em percentual nada mais é do que a
diferença entre ROE e a taxa requerida de retorno desse capital, conforme apresentado na
equação [61]. Perez e Martins (2005) também controlaram o efeito do tamanho das empresas
ao calcularam o EVA
®
como a diferença entre o ROI e o CPMC.
23
O modelo de Gordon e as deduções matemáticas que levam à equação do Kp foram apresentados na seção
4.4.1 deste trabalho.
74
KPROE*EVA
=
[61]
Para a apresentação dos resultados deste trabalho, adotou-se a sigla EVA
*
como sendo o
resultado da equação [61] e, portanto, como uma medida percentual, e não mais monetária,
como é o EVA
®
. Doravante, sempre que se mencionar EVA
*
, entenda-se a diferença entre o
ROE e o custo do capital próprio.
No caso de o KP ser inferior ao ROE, o acionista tem um custo do seu capital inferior ao
retorno sobre seu investimento. Essa empresa estará, portanto, “criando valor” para seu
acionista. Não obstante, se o custo do capital próprio for superior ao ROE a empresa estará
“destruindo valor”, pois seu retorno não será capaz de cobrir os custos do capital próprio.
5.3.12
Cálculo do MVA
O MVA, como apresentado por Stewart III (2005), é igual ao valor de mercado das empresas
subtraído do capital nela investido. Note-se que a comparação de empresas com tamanhos
distintos, assim como no caso do EVA
®
, também é prejudicada com essa metodologia.
Segundo Carneiro Júnior (2006), o MVA pode ser estimado pela diferença entre o valor de
mercado e o patrimônio líquido.
ititit
PLmercado devalor MVA
=
[62]
Estimado dessa forma, o MVA sofre influência da magnitude das empresas. De outro lado,
estimado percentualmente, expurga-se o efeito tamanho dos MVA, permitindo-se que se
realizem comparações entre empresas distintas e de diferentes setores. Para tanto, o que se
propõe é calcular os MVA em uma forma percentual, por meio da equação [63].
it
itit
it
PL
PLmercado devalor
*MVA
=
[63]
Para a apresentação dos resultados deste trabalho, adotou-se a sigla MVA
*
como sendo o
resultado da equação [63] e, portanto, uma medida percentual e não mais monetária, como é o
MVA. Doravante, sempre que se mencionar MVA
*
entenda-se a diferença entre o valor de
mercado e o PL, dividida pelo PL.
75
O valor de mercado para os acionistas é dado pelo valor de mercado das ações em circulação
ex-tesouraria e pode ser encontrado por meio da equação [64], sendo calculado com valores
do mês de dezembro de cada ano.. Essa variável foi diretamente obtida da base de dados
Economática.
it
aispreferenci ações dasvalor
it
iaextesourar aispreferenci ações quantidade
it
ordinárias ações dasvalor
it
iaextesourar ordinárias ações de quantidade
it
mercado deValor
×
×+
+×
×=
[64]
A interpretação da medida MVA
*
, como apresentada neste trabalho, sugere para resultados
maiores do que zero uma valorização dos valores investidos pelos acionistas. De outro lado,
resultados negativos implicam desvalorização dos valores investidos pelos acionistas. Os
valores encontrados para determinada empresa podem ser comparados com os de outras
empresas, pois todos são divididos pelo PL, e por isso representam o percentual do valor de
mercado adicionado em função do capital investido pelos acionistas.
Assim, enquanto o EVA
*
, por estar baseado nas demonstrações financeiras reflete os
desempenhos passados das empresas, o MVA
*
, por considerar o valor de mercado e refletir a
visão do mercado de capitais, incorpora a expectativa de resultados futuros (SANTOS;
WANTANABE, 2005).
Finalmente, apresenta-se, a seguir, um resumo contendo as siglas, as descrições e as fontes
das variáveis dependentes e independentes. No quadro 7 são apresentados o EVA
*
e o MVA
*
,
como variáveis dependentes. Já no quadro 8 estão dispostas as variáveis independentes de que
captam aspectos de liquidez.
SIGLA DESCRIÇÃO FONTE
EVA*
it
Kp
it
ROE
it
*EVA =
Calculada a partir de dados
obtidos da Economática
MVA*
it
PL
it
PL
it
mercado deValor
it
*
MVA
=
Calculada a partir de dados
obtidos da Economática
Quadro 7 – Variáveis dependentes
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
76
SIGLA DESCRIÇÃO FONTE
NAL
totalativo
CP inv. e disponível
NAL =
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
LG
ELPPC
RLPAC
LG
+
+
=
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
LC
PC
AC
LC =
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
LS
PC
estoques-AC
LS =
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
LI
PC
sdisponívei
LI =
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
T
T = CDG – NCG = (disponível e investimento de curto prazo + saques
cambiais descontados + duplicatas descontadas + aplicações financeiras
de curto prazo) – (financiamento de curto prazo + debêntures de curto
prazo + dividendos a pagar de curto prazo + provisões de curto prazo + a
pagar a controladas curto prazo + outros passivos de curto prazo)
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
NCG
NCG = (duplicatas a receber + provisão de contas de cobranças
duvidosas + títulos a receber de curto prazo + a receber de controladas
curto prazo + outros créditos de curto prazo + estoques + outros ativos
de curto prazo) – (fornecedores de curto prazo + impostos a pagar de
curto prazo)
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
CDG
CDG = (exigível a longo prazo + resultados de exercícios futuros +
participação de acionistas minoritários + patrimônio líquido) –
(realizável a longo prazo + permanente)
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
DMDCG1
0: empresas que não apresentam a estrutura do tipo 1.
1: empresas que apresentam a estrutura do tipo 1.
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
DMDCG2
0: empresas que não apresentam a estrutura do tipo 2.
1: empresas que apresentam a estrutura do tipo 2.
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
DMDCG3
0: empresas que não apresentam a estrutura do tipo 3.
1: empresas que apresentam a estrutura do tipo 3.
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
DMDCG4
0: empresas que não apresentam a estrutura do tipo 4.
1: empresas que apresentam a estrutura do tipo 4.
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
DMDCG5
0: empresas que não apresentam a estrutura do tipo 5.
1: empresas que apresentam a estrutura do tipo 5.
Calculada a partir de
dados obtidos da
Economática.
Quadro 8 – Variáveis independentes
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
5.3.13 Variáveis de controle
Com intuito de melhorar a qualidade do ajustamento dos modelos estimados para esta
dissertação, foram incluídas algumas variáveis de controle. Segundo Correia (2008), a
inclusão de variáveis de controle é útil para auxiliar a explicação das variáveis e reduzir
possíveis distorções dos resultados advindas de variáveis omitidas. Carneiro Júnior (2006)
também analisou o EVA
*
por meio de um modelo de regressão linear múltiplo.
77
Foi incluída uma variável dummy para identificar as empresas que fizeram initial public
offering (IPO) no período estudado; outra para captar a participação em um dos níveis de GC;
outra para identificar empresas emissoras de
american depositary receipt (ADR) na New York
stock exchange (NYSE); e outra para identificar os setores das empresas. Além dessas, foram
incluídos o ROA, o
payout e uma variável de endividamento. Essas variáveis de controle
foram identificadas na literatura. Apresenta-se a seguir o modo como se obteve cada uma
delas.
DIPO: dummy para as empresas que fizeram IPO no período entre 2003 e 2007. Foi
atribuído o valor 0 para as empresas que não abriram capital a partir de 2003 e 1 aquelas
que abriram. A informação consultada para atribuição desse código binário foi originada
da seção “Ano de listagem” disponível no site da BOVESPA.
24
Segundo Roosenboon e
Goot (2003, p. 3), “Investors that buy shares in the IPO anticipate conflict of interests with
management and are expected to negatively factor takeover defenses into the price they
are willing to pay for the IPO shares”.
25
Espera-se que empresas que realizaram IPO nos
anos do estudo tenham comportamento distinto das demais em termos de criação de valor.
DGC: dummy para empresas listadas em um dos segmentos de GC da BOVESPA (N1, N2
e NM). Evidências empíricas apontam para o fato de que a governança corporativa agrega
valor para as empresas. Klapper e Love (2003), por exemplo, encontraram resultados que
indicam a existência de uma relação positiva entre a governança corporativa e o valor de
mercado das empresas. Silveira, Barros e Famá (2003) apresentam evidências empíricas
que sugerem a existência de uma relação significativa e positiva entre a governança
corporativa e o valor das empresas. Espera-se que empresas que façam parte dos níveis de
governança corporativa tenham comportamento distinto das demais em termos de criação
de valor.
DADR: variável binária dummy em que se atribuiu o valor 0 para as empresas que não
emitem ADR na NYSE e o valor 1 para as empresa que têm ADR negociadas na NYSE.
24
http://www.bovespa.com.br/Empresas/InformacoesEmpresas/ExecutaAcaoConsultaDataIPO.asp
25
Investidores que compram ações na oferta primária da abertura de capital antecipam conflitos de interesses e
reduzem o preço que estão dispostos a pagar pelas ações (ROOSENBOON; GOOT, 2003).
78
Para a obtenção dessas informações, consultou-se o site da NYSE.
26
A inclusão desta
variável baseia-se no trabalho de Klapper e Love (2003). Segundo os autores, empresas
que emitem ADR na NYSE devem atender aos
american generally accepted accounting
principles (US GAAP) e ficam submetidas às regras da Securities and Exchange
Commission (SEC), que, por sua vez, impõe regras rígidas em relação à publicação dos
dados contábeis que forçam as empresas a apresentarem dados mais confiáveis e precisos.
Espera-se que empresas que emitem ADR na NYSE tenham comportamento distinto das
demais em termos de criação de valor.
DSET: variáveis binárias para identificar a qual setor a empresa pertence. Conforme a
classificação setorial da Economática, as empresas da amostra pertencem a 11 setores.
Dessa forma, foi necessário criar 10
dummies, DSET1 a DSET10, em que se atribuiu
valores 0 e 1 para cada uma das empresas. Como exemplo, as empresas do setor 1
receberam o valor 1 da DEST1 e valor 0 nas DSET2 a DSET10. Espera-se com esta
variável isolar eventuais efeitos específicos de cada setor.
ROA: variável formada pela divisão do LL pelo AT e calculada com base nos dados
obtidos da Economática. Com intuito de verificar a eficácia operacional, o lucro
operacional deveria ser usado como numerador desse indicador. Apesar disso, optou-se
por utilizar o LL, conforme realizado no estudo de Silva e Ferreira (2006), em que o
EVA
®
foi regredido contra vários índices financeiros. O ROA apresentou efeito
significante no EVA
®
com coeficiente positivo. Ainda segundo Silva e Ferreira (2006, p.
11) “A variável ROA significativa a 0,0% indica que a eficácia empresarial na geração de
lucros a partir dos ativos disponíveis tem grande influência na elevação do EVA
®
.
PAYOUT: variável formada pela divisão dos dividendos pagos pelo LL, obtida
diretamente da Economática. Espera-se que essa variável exerça efeito inverso sobre o
EVA
*
do tempo imediatamente posterior. Assim, quanto maior o payout de um referido
ano, menor o EVA
*
do ano seguinte. Isso se deve ao fato de o desinvestimento,
simbolizado pelo elevado pagamento de dividendos, poder restringir os recursos
disponíveis na empresa necessários para continuar o processo de geração de valor.
26
http://www.nyse.com/about/listed/lc_all_region_4.html?country=7
79
END: Obtido por meio dos dados da Economática, calculado pelo capital de terceiros,
divido pelo ativo total, assim como definido no trabalho internacional de Krylova (2007) –
financial leverage. Silva e Ferreira (2006) também incluíram esta variável sob a
nomenclatura endividamento geral. Segundo Krylova (2007), a elevação dessa variável
gera um efeito negativo no valor para o acionista.
Apresenta-se no quadro 9 um resumo das variáveis de controle, bem como a fonte dos dados
que as compõem.
SIGLA DESCRIÇÃO FONTE
DIPO 0: empresas que não abriram capital a partir de 2003.
1: empresas que abriram capital a partir de 2003.
BOVESPA
DGC 0: empresas que não estão listadas em um dos níveis de GC.
1: empresas que estão listadas no N1, N2 ou NM.
BOVESPA
DADR 0: empresas que não têm ADR na NYSE.
1: empresas que têm ADR na NYSE.
NYSE
DSET1 0: empresas que não pertencem ao setor 1.
1: empresas que pertencem ao setor 1.
BOVESPA
DSET2 0: empresas que não pertencem ao setor 2.
1: empresas que pertencem ao setor 2.
BOVESPA
DSET3 0: empresas que não pertencem ao setor 3.
1: empresas que pertencem ao setor 3.
BOVESPA
DSET4 0: empresas que não pertencem ao setor 4.
1: empresas que pertencem ao setor 4.
BOVESPA
DSET5 0: empresas que não pertencem ao setor 5.
1: empresas que pertencem ao setor 5.
BOVESPA
DSET6 0: empresas que não pertencem ao setor 6.
1: empresas que pertencem ao setor 6.
BOVESPA
DSET7 0: empresas que não pertencem ao setor 7.
1: empresas que pertencem ao setor 7.
BOVESPA
DSET8 0: empresas que não pertencem ao setor 8.
1: empresas que pertencem ao setor 8.
BOVESPA
DSET9 0: empresas que não pertencem ao setor 9.
1: empresas que pertencem ao setor 9.
BOVESPA
DSET10 0: empresas que não pertencem ao setor 10.
1: empresas que pertencem ao setor 10.
BOVESPA
ROA LL / AT Calculada a partir de dados
obtidos da Economática.
PAYOUT Dividendos / LL x 100 Economática
END CT / AT Economática
Quadro 9 – Variáveis de controle
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
5.4 Definição operacional das equações para testes das hipóteses de trabalho
Para dar continuidade aos trabalhos anteriores, principalmente o de Marques (2002) e o de
Carneiro Júnior (2006), primeiramente, estimaram-se os mesmos modelos desenvolvidos por
esses autores. Para tanto, foram utilizados os dados de 2007, calculados para a presente
80
dissertação. Em seguida, foram incluídas outras variáveis de controle, conforme indicado por
Carneiro Júnior (2006) em suas sugestões para futuras pesquisas.
Após a estimação dos modelos desenvolvidos pelos autores supracitados e, ainda, buscando
testar a relevância das variáveis de liquidez para a explicação do EVA
*
para o acionista,
foram utilizados para o ano de 2007 e para a média das variáveis os modelos a seguir. Os anos
de 2003 a 2005 apresentaram dados ausentes, motivo pelo qual se optou por utilizar um corte
transversal dos dados do EVA
*
em 2007. Portanto, as equações utilizaram ora dados de 2007,
ora dados de 2006 para explicar o EVA
*
de 2007. Nas equações a seguir, X representa o vetor
das variáveis anteriormente citadas.
i
n
3j
jiji21i
εXβNALββ*EVA +++=
=
[65]
i
n
3j
jiji21i
εXβLGββ*EVA +++=
=
[66]
i
n
3j
jiji21i
εXβLCββ*EVA +++=
=
[67]
i
n
3j
jiji21i
εXβLSββ*EVA +++=
=
[68]
i
n
3j
jiji21i
εXβLIββ*EVA +++=
=
[69]
De maneira semelhante para as variáveis do MDCG, apresentam-se os modelo estimados para
verificar a relevância dessas variáveis.
i
n
3j
jiji21i
εXβTββ*EVA +++=
=
[70]
81
i
n
3j
jiji21i
εXβNCGββ*EVA +++=
=
[71]
i
n
3j
jiji21i
εXβCDGββ*EVA +++=
=
[72]
Finalmente apresenta-se um modelo em que as estruturas do MDCG são incluídas como
variáveis
dummies (DMDCG).
i
n
1kj
jij
k
2j
jij1i
εXβDMDCGββ*EVA +++=
+==
[73]
Em todos os nove modelos, equações [65] a [73], verificaram-se quais variáveis apresentaram
efeito significativo sobre o EVA
*
, por meio da estatística t do erro padrão de cada coeficiente.
Dadas as variáveis definidas para o vetor
X, optou-se por realizar todas as combinações
possíveis entre elas, a fim de selecionar, para cada um dos nove modelos – [65] a [73] – a
equação em que os coeficientes apresentam efeitos significativos, estimados por meio da
estatística t do erro padrão, sobre a variável estudada. Pretendeu-se com isso ser o menos
arbitrário possível, selecionando as equações a serem validadas pelo critério da relevância dos
coeficientes teste t.
Para tanto, foram estimadas 128 regressões para cada uma dessas equações. Essas 128
regressões foram geradas a partir de todas as combinações possíveis entre as 7 variáveis de
controle. Segundo Stevenson (1981), as combinações possíveis para 7 variáveis são dadas
por:
k)!(nk!
n!
k
n
C
kn,
=
= . Assim, as 7 variáveis de controle foram organizadas uma a uma,
duas a duas, e assim por diante, conforme a tabela 1.
82
Tabela 1
Regressões estimadas para cada modelo
Combinações Regressões
Modelo restrito 1
=
==
1)!(71!
7!
1!
P
1
7
7,1
7
=
==
2)!(72!
7!
2!
P
2
7
7,2
21
=
==
3)!(73!
7!
3!
P
3
7
7,3
35
=
==
4)!(74!
7!
4!
P
4
7
7,4
35
=
==
5)!(75!
7!
5!
P
5
7
7,5
21
=
==
6)!(76!
7!
6!
P
6
7
7,6
7
Modelo com a inclusão de
todas as variáveis
1
Total 128
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Essas 128 equações utilizaram variáveis explicativas de três maneiras: primeiramente, com
dados contemporâneos; em seguida com dados com uma defasagem; e, finalmente, com dados
médios. Assim, nas estimações em que foram utilizados dados de 2007 do EVA
*
consideraram-se regressores contemporâneos e regressores com uma defasagem. Nas
estimações em que se utilizaram valores médios do EVA
*
, os regressores também foram
incluídos nas equações como valores médios. As 128 equações estimadas 26 vezes (8
utilizando a média das variáveis, 9 para o ano de 2007 sem defasagem e 9 com defasagem)
estão apresentadas no APÊNDICE B.
De maneira análoga, outras 3.328 estimações foram realizadas para explicar o MVA
*
.
Substituiu-se o EVA
*
pelo MVA
*
(APÊNDICE C), com o intuído de atender aos demais
objetivos deste trabalho, conforme se observa nas equações que se seguem.
i
n
3j
jiji21i
εXβNALββ*MVA +++=
=
[74]
83
i
n
3j
jiji21i
εXβLGββ*MVA +++=
=
[75]
i
n
3j
jiji21i
εXβLCββ*MVA +++=
=
[76]
i
n
3j
jiji21i
εXβLSββ*MVA +++=
=
[77]
i
n
3j
jiji21i
εXβLIββ*MVA +++=
=
[78]
i
n
3j
jiji21i
εXβTββ*MVA +++=
=
[79]
i
n
3j
jiji21i
εXβNCGββ*MVA +++=
=
[80]
i
n
3j
jiji21i
εXβCDGββ*MVA +++=
=
[81]
i
n
1kj
jij
k
2j
jij1i
eXβDMDCGββ*MVA +++=
+==
[82]
5.4.1
Dados em painel
Após esses modelos iniciais, optou-se por realizar nova estimação para os modelos mais
ajustados. Ou seja, após as estimações, em corte transversal, baseadas no método dos
mínimos quadrados ordinários (MQO), optou-se por realizar nova estimação, porém com os
dados em painel. Esse processo não se constituiu de um processo de tentativa e erro, mas sim
em um processo normal de modelagem econométrica, em que se parte de estudos anteriores,
formulam-se modelos, coletam-se os dados e verifica-se a validade estatística desses modelos.
Esse processo pode ser tanto mais complexo quanto mais incipientes forem os
desenvolvimentos dos temas pesquisados.
84
Segundo Brooks (2002), dados em painel caracterizam-se por várias observações em corte
transversal combinadas e em séries de tempo. Segundo Wooldridge (2002), a abordagem de
dados em painel permite a análise das mesmas empresas em vários períodos diferentes, o que
possibilita uma análise dinâmica do relacionamento entre as variáveis. Uma representação
geral para modelos em painel balanceados que relacionam dados em seção cruzadas com
séries temporais é apresentado por Baum (2006) como:
T1,..., tN,1,...,i ,εβxβy
it
K
1k
kitkit0itit
==++=
=
[83]
Em que N é o número de unidades em seções cruzadas e T é o número de períodos.
Segundo Correia (2008), nos casos em que é necessário estimar modelos em painel pode-se
utilizar o método mínimos quadrados generalizados. Contudo, a autora destaca que a
estimação por mínimos quadrados generalizados, na maioria dos casos, não fornece
estimativas consistentes, por não considerar a heterogeneidade dos dados das unidades do
painel, ou seja, as especificidades das unidades em corte transversal e em séries de tempo.
Com o intuito de modelar a heterogeneidade dos dados, apresentam-se os modelos de efeitos
fixos e aleatórios. Segundo Baum (2006), no modelo de efeitos fixos os coeficientes angulares
são constantes para as unidades em corte transversal e para as séries de tempo. Contudo,
estimam-se vários interceptos para captar os efeitos específicos das unidades do painel. Esse
mesmo autor apresenta o modelo de efeitos fixos, conforme a equação que se segue:
T1,..., tN,1,...,i ,euδzβxy
itiikitit
=
=
+++=
[84]
Em que
it
x é um vetor de variáveis que varia em função das empresas e dos anos;
k
β é um
vetor de coeficientes de
it
x;
i
z é um vetor que capta apenas as variações das seções cruzadas,
com seus coeficientes expressos pelo vetor
δ ;
i
u
apresenta o efeito individual de cada
empresa; e
it
e é o vetor dos distúrbios.
85
Nos casos em que os termos em
i
u são correlacionados com os regressores, constantes dos
vetores
it
x e
i
z , os efeitos fixos são caracterizados. De outro lado, os efeitos aleatórios são
verificados quando
i
u não é correlacionado com
it
x e
i
z .
Segundo Heij
et al. (2004), os modelos de efeitos aleatórios, além de apresentar coeficientes
angulares constantes para as unidades em corte transversal e para as séries de tempo, captam
todos os efeitos individuais das unidades do painel em um único intercepto. A equação que
representa o modelo de efeitos aleatórios e apresentada por Baum (2006, p. 227)
()
T1,..., tN,1,...,i ,euδzβxy
itiikitit
=
=
+++=
[85]
Heij
et al. (2004) apresentam a notação
it
ω para representar
)
iti
eu
+
. Em seguida, destaca
seus pressupostos:
[]
0ωE
it
= ;
222
it
ωE
α
σσ
+= ;
]
2
isit
ωωE
α
σ
= para t s;
0ωωE
jsit
=
para
todo t, s e i j.
5.4.2
Testes para dados em corte transversal
O primeiro teste utilizado foi o teste t, para verificar se cada variável explicativa apresentava
algum efeito na variável explicada. Esse teste foi realizado no Excel
©
, versão 2003. A
hipótese nula desse teste é que o coeficiente da variável seja igual a 0. Neste caso, essa
variável não apresentaria um efeito significativo em y. O teste baseia-se no erro padrão do
coeficiente (
jjj
ass = ), conforme a equação [86], extraída de Heij et. al. (2004). Ressalta-se
que o “s” substitui o σ, dado que esse último é desconhecido
()
k)(n
σ
ee'
aσ/βb
as
βb
s
βb
t
2
jjjj
jj
jj
j
jj
j
=
=
=
[86]
Ao atribuir o valor de β = 0, obtém-se a estatística de teste, que será equivalente a um valor p,
que, por sua vez, será analisado em função do nível de significância estabelecido.
86
jj
j
j
as
b
t =
[87]
Além do teste t, utilizou-se a análise do coeficiente de correlação entre as variáveis. Segundo
Heij
et al. (2004), em trabalhos com dados econômicos a possibilidade de se realizar
experimentos com variáveis controladas é bem limitada, pois, geralmente, as variáveis são
influenciadas por vários fatores. Mesmo com essa ressalva, deve-se testar a condição de
ortogonalidade dos resíduos em relação aos regressores. Assim, analisaram-se, também, as
correlações entre os regressores e os resíduos dos modelos gerados.
Outros testes foram realizados com o intuito de verificar os pressupostos dos modelos de
regressão utilizados. Para testar a linearidade dos modelos – o que implica dizer que o
processo gerador de dados de y seria mais bem representado por y = Xβ + ε –, foi utilizado o
teste Ramsey
Regression Specification Error Test (RESET). Segundo Heij et al., (2004) este
teste capta erros de especificações. No Eviews, sua hipótese nula refere-se à correta
especificação do modelo e à correta forma funcional. Na eventual violação desse pressuposto,
devem-se adicionar novas variáveis ao modelo ou incluir termos que o transforme em um
modelo não linear.
O RESET baseia-se fundamentalmente na comparação entre dois modelos com base em um
teste F. Para calcular a estatística F, obtém-se o
2
1
R do modelo ao qual se pretende testar e,
em seguida, estima-se um segundo modelo, acrescentando-se regressores adicionais –
...Y,Y,Y
4
^
3
^
2
^
– para obter um segundo
2
2
R . A partir dos dois R², pode-se calcular a estatística
F, conforme equação [88] (GUJARATI, 2006). Para este trabalho, foram testadas as formas
quadráticas e cúbicas no Eviews
©
, versão 5.
()
2 modelo do sregressore de totalnúmero sobservaçõe de totalR1
2 modelo no incluídos sregressore novos de númeroRR
F
2
2
2
1
2
2
=
[88]
Após o cálculo do valor F, comparou-se esse valor com um valor F da tabela da distribuição
ao nível de 5% de significância. Valores calculados superiores aos valores da tabela indicam
que a hipótese nula deve ser rejeitada. Nesse caso, implicaria dizer que o modelo estaria mal
especificado (GUJARATI, 2006).
87
Com o intuito de testar o pressuposto de que a média dos termos de erro é igual a zero,
E[
i
ε ]=0, as estatísticas descritivas da série de resíduos foram consultadas. Procurou-se
verificar se a soma dos resíduos estaria próxima do valor zero.
O pressuposto de que as perturbações do termo de erro são, de forma conjunta, distribuídas
normalmente, ε ~ N(0, σ²) foi testado por meio do teste de Jarque-Bera, o qual, segundo
Gujarati (2000), compara a simetria e a curtose dos resíduos do modelo com a simetria e a
curtose da distribuição normal, que são, respectivamente, 3 e 0. A hipótese nula é de
normalidade dos resíduos. Se o resultado do teste Jarque-Bera encontrado for menor do que o
nível de significância desejada, a hipótese nula deve ser rejeitada. Isso implica que os resíduos
não têm uma distribuição normal. Heij
et al. (2004) apresenta como calcular essa estatística
de teste na equação [89].
() () ()
2χ3K
24
1
S
6
1
n3K
24
n
S
6
n
JB
2
2
2
22
+=
+
=
[89]
Na equação [89], n representa o número de observações; S, simetria; e K, curtose. A hipótese
nula baseia-se em um teste conjunto de simetria e curtose (H
0
: S = 0 e K = 3) com grau de
liberdade igual a 2. Assim, valores elevados de JB levariam à rejeição da hipótese nula e,
conseqüentemente, à violação do pressuposto de normalidade dos resíduos.
O pressuposto de não existência de autocorrelação dos erros, E[ε
i
ε
j
] = 0 foi verificado por
meio de dois testes apresentados no Eviews:
correlograms and q-statistics, também chamado
de Ljung-Box, e
Breusch-Godfrey serial correlation LM test. Esses testes têm como hipótese
nula a não autocorrelação dos erros.
O
Breusch-Godfrey serial correlation LM test baseia-se no multiplicador de Lagrange. Para
realizá-lo, deve-se primeiro estimar o modelo para obter-se os resíduos. Em seguida, esses
resíduos são regredidos contra os regressores do modelo original, juntamente com os próprios
resíduos defasados. Finalmente, calcula-se a estatística de teste, que é obtida pela
multiplicação do R² desta última regressão pelo número de observações. Essa estatística de
teste calculada é um valor comparável a um valor F (HEIJ
et al., 2004).
88
A interpretação do teste Breusch-Godfrey foi realizada da seguinte maneira: se a
probabilidade do F estatístico encontrado for menor do que a probabilidade de significância
desejada, a hipótese nula de não existência de autocorrelação deve ser rejeitada.
O teste de v
ariance inflation factors (VIF) foi realizado no STATA
©
, versão 10.1, para
detectar multicolinearidade entre os regressores. Segundo Williams (2008) e Baum (2006),
valores VIF superiores a 10 podem evidenciar indícios de multicolinearidade. Segundo Baum
(2006, p. 85),
VIF
k
measures the degree to which the variance has been inflated because
regressor k is not orthogonal to the regression
.
27
Quanto ao pressuposto de constância dos parâmetros, foram realizados os testes de soma
cumulativa, em que se utiliza a soma cumulativa dos resíduos para testar, a um nível
determinado de significância, a adequação da especificação do modelo (HEIJ
et al., 2004).
Caso os valores dos erros acumulados excedam o intervalo de confiança de 5%, deve-se
rejeitar a hipótese nula de constância dos parâmetros.
A distribuição homocedástica dos resíduos foi verificada por meio do teste de White no
Eviews
©
, versão 5. Este teste baseou nos seguintes passos apresentados por Gujarati (2000):
a) estimou-se o modelo e obtiveram-se os resíduos; b) realizou-se uma regressão auxiliar, a
partir dos resíduos, ao quadrado, do modelo contra todos os possíveis produtos cruzados dos
regressores; e c) multiplicou-se o R² da regressão auxiliar pelo tamanho da amostra (n). A
multiplicação de R² por n segue uma distribuição qui-quadrada, e por isso foi possível testar a
hipótese nula de não ocorrência de heterocedasticidade. A interpretação deste teste foi
realizada da seguinte maneira: se a probabilidade do F estatístico encontrado for menor do
que a probabilidade de significância desejada, a hipótese nula de homocedasticidade deve ser
rejeitada. Isso implica concluir que a variância dos erros não é constante e deve ser modelada.
Além do teste White, foi realizado, no STATA
©
, versão 10.1, o teste Breusch-Pagan / Cook-
Weisberg, o qual apresenta três variações no STATA
©
, ambas tendo como hipótese nula a
homocedasticidade dos resíduos. Optou-se por utilizar a primeira delas, dada pelo comando
estat hettest. A versão deste teste apresenta uma hipótese nula, que inclui o pressuposto de
27
O VIF mede o grau de inflação de variância ocasionada pela não ortogonalidade dos regressores (BAUM,
2006).
89
normalidade. O quadro 10 que resume quais softwares foram utilizados para cada teste e qual
a hipótese nula de cada um desses testes.
Teste utilizado Utilização do teste Hipótese Nula Softwares Utilizados
Teste t
Verificar presença de efeito das
variáveis independentes na
variável explicada
Coeficiente da
variável independente
igual a 0.
Excel
©
versão 2003.
Eviews
©
versão 5.
STATA
©
versão 10.1
Ramsey RESET
(quadrática)
Verificar a linearidade do
modelo
Correta especificação
do modelo e forma
funcional.
Eviews
©
versão 5.
Ramsey RESET (cúbica)
Média dos termos de erro
Verificar se a soma dos resíduos
é igual a 0.
Soma dos resíduos é
igual a 0.
Eviews
©
versão 5.
Jarque-Bera
Verificar se os resíduos
apresentam uma distribuição
normal.
Normalidade dos
resíduos.
Eviews
©
versão 5.
Breusch-Godfrey serial
correlation LM Test
Verificar se existe auto
correlação nos resíduos.
Não existência de
auto correlação nos
resíduos
Eviews
©
versão 5.
Correlograms and q-
statistics
VIF
Verificar a existência de
Multicolinearidade entre os
regressores.
* STATA
©
versão 10.1
CUSUM
Verificar a constância dos
parâmetros
** Eviews
©
versão 5.
White
Verificar se a distribuição dos
resíduos é homocedástica.
Homocedasticidade
Eviews
©
versão 5.
Breusch-Pagan / Cook-
Weisberg
STATA
©
versão 10.1
Quadro 10 – Testes para regressão que considerava o EVA
*
médio
Legenda – * Valores VIF superiores a 10 podem evidenciar indícios de multicolinearidade. ** O Eviews
©
,
versão 5, gera um gráfico que, ao nível de confiança de 5%, indica violação, ou não, do pressuposto de
constância dos parâmetros.
Obs. – Valores p iguais a zero implicam rejeição das H
0
o que significa dizer, no caso do teste t, que a variável
independente não apresenta efeito na variável estudada. No caso dos testes de pressupostos, valores p iguais a
zero significam violações desses pressupostos.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
5.4.3 Testes para dados em painel
Todas as estimações e os testes realizados para os dados em painel desta dissertação foram
realizadas no STATA
©
, versão 10.1. Dados em painel, por considerarem dados em séries
temporais e em corte transversal, estão suscetíveis a violações de pressupostos característicos
de dados em corte transversal – heterocedasticidade – e em séries temporais – autocorrelação.
Por esse motivo, foram realizados testes para verificar a relevância de efeitos fixos ou
aleatórios, além da presença de heterocedasticidade e autocorrelação, como fez Correia
(2008).
Segundo Wooldrige (2002), nos casos em que as variáveis explicativas não variam muito em
função dos anos, os efeitos fixos podem apresentar estimativas imprecisas. Além disso, se os
90
efeitos não estão correlacionados com as variáveis explicativas, os efeitos aleatórios são mais
eficientes. De outro lado, o modelo de efeitos fixos são mais eficientes quando os efeitos estão
correlacionados com as variáveis explicativas. Em função da busca da eficiência dos
estimadores faz-se necessário realizar o teste Hausman, que basicamente, consiste em
comparar os coeficientes gerados a partir dos efeitos fixos e aleatórios. A estatística de teste
pertence a uma distribuição χ² e é gerada conforme a equação [90].
()
()
k
2
χ
FERE
1
FERE
'
FERE
H
=
^
β
^
βΣΣ
^
β
^
β
[90]
Este teste foi realizado no STATA
©
, versão 10.1, sob a hipótese nula de não diferença entre a
eficiência dos estimadores. Portanto, valores p superiores a 5% indicam que o modelo de
efeitos aleatórios deve ser preferível em relação ao de efeito fixo. A implementação deste
teste no STATA
©
, versão 10.1, consiste em realizar os seguintes passos:
a)
Estimar o modelo de efeito fixo: xtreg y x
1
, x
2
... x
n
, fe.
b)
Salvar os resultados da estimação: estimates store EF.
c)
Estimar o modelo de efeito aleatório: xtreg y x
1
, x
2
... x
n
, re.
d)
Salvar os resultados da estimação: estimates store EA.
e)
Comparar as estimações: hausman EF EA.
O teste para verificar a homocedasticidade dos resíduos em painel utilizado foi desenvolvido
por Baum (2001) e baseia-se em uma modificação do teste Wald. A homocedasticidade entre
as unidades do corte transversal é a hipótese nula desse teste. Valores p inferiores a 5%
indicam rejeição da hipótese nula e, conseqüentemente, violação do pressuposto. A estatística
de teste é gerada conforme a equação [91], apresentada por Baum (2001).
()
=
=
g
N
1i
i
2
22
i
V
σ
ˆ
σ
ˆ
W
[91]
91
Em que
=
=
T
1t
2
ii
1
i
2
i
eTσ
ˆ
é o estimador da variância do erro, baseado nos T
i
resíduos e
it
, de cada
unidade em corte transversal; e V
i
é o estimador da variância dada pela equação [92].
()
()
=
=
T
1t
2
2
i
2
it
1
i
1
ii
σ
ˆ
e1TTV
[92]
Este teste deve ser instalado, antes de suas implementação, no STATA
©
versão 10.1. Portanto,
para sua operacionalização é preciso realizar os seguintes passos:
a)
Instalar o teste: ssc install xttest3.
b)
Estimar o modelo de efeitos fixos: xtreg y x
1
, x
2
... x
n
, fe.
c)
Realizar o teste: xttest3.
O teste de autocorrelação utilizado foi o xtserial desenvolvido, no STATA
©
, versão 10.1, por
Drukker (2003), com base no trabalho de Wooldridge (2002). Este teste utiliza a primeira
defasagem dos resíduos da regressão conforme equação [93].
it1it1ititit
ΔεΔyyΔy +==
βX
[93]
Segundo Drukker (2003), regride-se
it
Δy em relação à
it
ΔX para se obter os parâmetros
1
β e
os resíduos
it
ε
ˆ
. Caso
it
ε não apresente autocorrelação, a correlação entre
()
5,0Δε,ΔεCorr
1-itit
= . A operacionalização deste teste no STATA
©
, versão 10.1, também
deve ser precedida pela instalação do seu
ado file e, portanto, deve seguir os passos:
a)
Localiza o teste: net sj 3-2 st0039.
b)
Instala o teste: net install st0039.
c)
Realizar o teste: xtserial y x
1
, x
2
... x
n
.
92
A hipótese nula do xtserial é de não existência de autocorrelação. Dessa forma, nos casos em
que o valor p for superior a 5% deve-se rejeitar essa hipótese, o que implica dizer que o
pressuposto foi violado.
93
6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
A análise dos resultados está dividida em três partes. Na primeira, apresentam-se os resultados
dos cálculos que culminaram nos valores das variáveis estudadas. Procedeu-se, para cada
etapa da metodologia, à análise descritiva das variáveis calculadas. Na segunda parte desta
seção, apresenta-se a análise dos modelos econométricos estimados. Na terceira parte, uma
análise final dos resultados encontrados.
Na seção
6.2, apresentam-se os resultados dos modelos cujos pressupostos foram validados.
Objetivou-se, com essa seção, apresentar e analisar os resultados e os testes econométricos
que validam o estudo. Na seção
6.3, análise final, são apresentados os resultados, de maneira
sintética, e o confronto entre o comportamento encontrado e o esperado das variáveis.
6.1 Análise descritiva das variáveis
Para atender aos objetivos deste trabalho, foi necessário cumprir as etapas apresentadas da
metodologia. Primeiramente, a padronização das demonstrações financeiras possibilitou
atribuir às contas do BP sua reclassificação como contas erráticas, operacionais ou
estratégicas. A partir dos dados padronizados, foi possível calcular os valores da NCG, CDG e
T para cada empresa em cada ano do estudo, conforme as tabelas a seguir.
Observa-se que em apenas 2 casos dos 145 casos – 29 empresas x 5 anos – a NCG é negativa.
NCG negativa implica ciclo financeiro, ou de caixa negativo, que ocorre quando o ciclo
operacional (
PMRPME
+
) é inferior ao PMP. Em outras palavras, a NCG negativa significa
que os passivos operacionais superam o ativo operacional, fazendo com que existam fontes de
recursos operacionais para financiar o T ou o CDG da empresa. Os valores calculados de
NCG estão apresentados na tabela 2.
94
Tabela 2
NCG das empresas pesquisadas
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. 43.221 58.581 101.728 37.876 44.941 44.941
Sadia S.A. 1.927.202 1.973.539 1.267.076 1.591.588 1.280.726 1.591.588
Natura 198.235 230.083 244.068 318.753 474.899 244.068
Cesp 326.874 576.206 435.933 541.214 306.581 435.933
Cemig 1.498.061 1.552.557 1.725.380 1.237.844 1.491.011 1.498.061
Coelce 364.536 343.170 489.309 415.594 492.236 415.594
CPFL Energia 87.471 491.312 611.242 908.277 1.056.926 611.242
Copel 88.389 232.573 120.767 810.481 740.487 232.573
Eletrobrás 5.258.415 5.848.793 5.768.384 7.867.764 5.724.928 5.768.384
Eletropaulo 1.013.340 1.635.657 1.567.175 1.479.638 1.568.493 1.567.175
Energias BR 250.118 318.915 549.826 209.209 489.059 318.915
AES Tiete 312.162 182.923 37.877 (61.402) 143.627 143.627
Light S.A. 1.353.120 1.402.439 1.794.349 228 206.712 1.353.120
Tractebel 594.443 386.534 471.423 326.461 9.456 386.534
Weg 156.727 102.210 96.918 125.037 170.808 125.037
Sabesp 920.793 1.106.886 1.379.538 1.422.144 1.488.773 1.379.538
Dasa 93.771 133.748 126.897 135.642 182.844 133.748
Aracruz 1.577.295 1.701.197 1.599.986 1.140.989 1.250.070 1.577.295
Suzano Papel 722.576 1.317.297 1.460.513 1.235.781 1.441.034 1.317.297
V C P 656.528 1.116.266 507.475 761.598 395.847 656.528
Petrobras 11.046.466 14.352.465 16.886.404 18.093.663 16.648.481 16.648.481
Braskem 1.200.120 773.081 (62.150) 54.068 980.294 773.081
Suzano Petroquímica 16.740 5.543 549.978 567.749 552.557 549.978
Am Inox Br 747.584 900.077 765.925 883.384 748.632 765.925
Gerdau 242.486 200.443 282.117 355.540 297.068 282.117
Gerdau Metalúrgica 97.957 154.029 96.072 128.638 110.051 110.051
CCR Rodovias 22.323 31.458 69.284 83.115 9.248 31.458
Iochp-Maxion 7.390 17.208 21.656 25.899 42.760 21.656
Embraer 3.866.154 4.479.574 3.118.524 2.846.951 3.261.046 3.261.046
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
No trabalho de Rangel (2006), realizado com 4.410 balanços e discutido na seção 3 desta
dissertação, concluiu-se que o mais comum nas empresas é a existência de ciclo de caixa
positivo e, por conseguinte, NCG positiva. Nessa situação, as contas do ativo cíclico superam
o passivo cíclico, fazendo com que recursos de curto prazo (T) ou de longo prazo (CDG)
sejam utilizados para financiar essa NCG positiva. Em termos de prazos médios, a NCG
positiva é advinda de um ciclo operacional superior ao PMPC.
Os valores do CDG apresentam-se bem mais distribuídos do que os da NCG. Várias empresas
apresentam ora valores negativos, ora valores positivos, fazendo com que o intervalo de
confiança dos dados de CDG seja maior do que o dos dados da NCG. Algumas empresas,
como Cesp, Tracbel e Petrobras, mantiveram CDG negativo em todos os anos da análise,
conforme se verifica na tabela 3.
95
Tabela 3
CDG das empresas pesquisadas
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. (225) 12.703 28.478 522.899 1.236.095 28.478
Sadia S.A. 1.400.081 497.365 309.561 667.023 (174.923) 497.365
Natura (70.913) 86.423 53.547 (72.877) (7.455) (7.455)
Cesp (2.649.049) (2.258.028) (2.418.276) (1.402.582) (667.494) (2.258.028)
Cemig (1.227.243) (708.819) (261.825) (247.587) 482.808 (261.825)
Coelce 62.191 106.951 (7.482) (245.480) (302.196) (7.482)
CPFL Energia 32.415 524.907 381.658 143.402 350.779 350.779
Copel (186.918) (528.621) (96.762) 263.646 357.897 (96.762)
Eletrobrás 4.677.448 4.474.155 7.166.549 9.250.151 8.908.940 7.166.549
Eletropaulo (3.448.854) (345.108) (270.621) 410.998 753.242 (270.621)
Energias BR 57.253 207.468 672.640 183.892 383.067 207.468
AES Tiete 357.729 457.231 389.512 260.614 261.177 357.729
Light S.A. (2.554.835) (2.142.408) 1.269.172 (261) 1.879 (261)
Tractebel (69.037) (79.145) (344.489) (401.813) (177.507) (177.507)
Weg 111.161 51.105 53.575 57.447 100.611 57.447
Sabesp (709.734) (1.006.967) 36.553 (193.956) (233.715) (233.715)
Dasa 51.644 194.179 59.746 365.828 62.759 62.759
Aracruz (447.273) 934.288 422.393 482.007 699.795 482.007
Suzano Papel 30.404 901.261 739.780 1.706.139 1.570.045 901.261
V C P 272.641 389.229 6.386 632.336 294.514 294.514
Petrobras (5.342.332) (14.442.818) (3.282.263) (1.435.001) (20.538.801) (5.342.332)
Braskem (2.504.305) (868.159) 360.332 (408.295) (33.658) (408.295)
Suzano Petroquímica 6.291 (4.372) (102.802) 257.379 647.933 6.291
Am Inox Br (207.673) 366.789 376.307 797.835 1.010.294 376.307
Gerdau 279.649 (302.033) 1.346.860 897.753 (165.834) 279.649
Gerdau Metalúrgica 16.655 64.223 41.942 59.644 125.878 59.644
CCR Rodovias (21.776) 403.458 208.615 510.535 520.412 403.458
Iochp-Maxion (91.952) (95.983) (62.860) (56.177) 10.922 (62.860)
Embraer 855.124 1.974.611 1.585.537 1.716.731 1.365.462 1.585.537
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
O CDG, formado pela subtração das fontes de longo prazo em relação às aplicações de longo
prazo, mostrou-se positivo em aproximadamente 62% dos casos (90 observações em 145)
(tabela 3). O CDG diminui quando a empresa realiza novos investimentos em bens do ativo
permanente e aumenta em função de novos aportes de recursos de longo prazo (capital
próprio ou de terceiro). Nos casos em que o CDG é negativo – aplicações de longo prazo
superiores às fontes de longo prazo –, as empresas financiam parte dos seus ativos
permanentes com recursos de curto prazo. Essa situação, se prolongada, pode, segundo
Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978), aumentar o risco de insolvência da empresa.
Em seguida, foram calculados os valores de T, que acompanharam os resultados do trabalho
realizado por Rangel (2006). Nesse trabalho, constatou-se que a maioria das empresas listadas
na BOVESPA financia sua NCG, parte por CDG e parte por T.
96
Tabela 4
T das empresas pesquisadas
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. (43.446) (45.877) (73.250) 485.025 1.191.153 (43.446)
Sadia S.A. (527.121) (1.476.174) (957.514) (924.565) (1.455.648) (957.514)
Natura (269.148) (143.659) (190.520) (391.628) (482.353) (269.148)
Cesp (2.975.922) (2.834.234) (2.854.207) (1.943.796) (974.074) (2.834.234)
Cemig (2.725.306) (2.261.378) (1.987.206) (1.485.431) (1.008.204) (1.987.206)
Coelce (302.343) (236.219) (496.791) (661.073) (794.432) (496.791)
CPFL Energia (55.058) 33.596 (229.584) (764.875) (706.148) (229.584)
Copel (275.308) (761.194) (217.529) (546.834) (382.589) (382.589)
Eletrobrás (580.967) (1.374.639) 1.398.164 1.382.387 3.184.011 1.382.387
Eletropaulo (4.462.195) (1.980.765) (1.837.795) (1.068.638) (815.252) (1.837.795)
Energias BR (192.866) (111.446) 122.815 (25.317) (105.993) (105.993)
AES Tiete 45.567 274.308 351.634 322.015 117.551 274.308
Light S.A. (3.907.956) (3.544.848) (525.178) (489) (204.833) (525.178)
Tractebel (663.480) (465.681) (815.913) (728.275) (186.965) (663.480)
Weg (45.567) (51.106) (43.344) (67.590) (70.198) (51.106)
Sabesp (1.630.526) (2.113.852) (1.342.984) (1.616.101) (1.722.488) (1.630.526)
Dasa (42.126) 60.430 (67.150) 230.185 (120.085) (42.126)
Aracruz (2.024.568) (766.909) (1.177.593) (658.982) (550.275) (766.909)
Suzano Papel (692.171) (416.036) (720.734) 470.357 129.013 (416.036)
V C P (383.887) (727.037) (501.088) (129.261) (101.334) (383.887)
Petrobras (16.388.798) (28.795.284) (20.168.667) (19.528.665) (37.187.282) (20.168.667)
Braskem (3.704.425) (1.641.239) 422.482 (462.362) (1.013.951) (1.013.951)
Suzano Petroquímica (10.449) (9.914) (652.781) (310.369) 95.376 (10.449)
Am Inox Br (955.258) (533.287) (389.618) (85.550) 261.662 (389.618)
Gerdau 37.162 (502.476) 1.064.743 542.211 (462.903) 37.162
Gerdau Metalúrgica (81.300) (89.805) (54.128) (68.993) 15.828 (68.993)
CCR Rodovias (44.099) 372.000 139.330 427.419 511.164 372.000
Iochp-Maxion (99.341) (113.191) (84.516) (82.075) (31.838) (84.516)
Embraer (3.011.030) (2.504.965) (1.532.988) (1.130.221) (1.895.585) (1.895.585)
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
O T mostrou-se negativo em 81% das empresas estudadas. Medeiros e Rodrigues (2004a;
2004b) e Medeiros (2005) concluiriam que empresas com T negativo estavam em
desequilíbrio financeiro. Entretanto, Fleuriet (2005) deixa claro que T negativo não significa
necessariamente desequilíbrio financeiro. O T positivo indica a presença de AL, que poderão
estar em caixa ou em aplicações de curto prazo, aumentando a margem de segurança
financeira da empresa. Destaca-se que a análise do T deve ser feita em conjunto com CDG e
com a NCG e considerar a evolução das variáveis ao longo dos anos.
O próximo passo da pesquisa consistiu em identificar as estruturas financeiras de cada
empresa em cada ano segundo os conceitos do MDCG, conforme apresentado na tabela 5.
97
Tabela 5
Estrutura financeira das empresas pesquisadas
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007
Perdigão S.A. Tipo 1 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 5 Tipo 5
Sadia S.A. Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 1
Natura Tipo 1 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 1 Tipo 1
Cesp Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1
Cemig Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 4
Coelce Tipo 4 Tipo 4 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1
CPFL Energia Tipo 4 Tipo 5 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4
Copel Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 4 Tipo 4
Eletrobrás Tipo 4 Tipo 4 Tipo 5 Tipo 5 Tipo 5
Eletropaulo Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 4 Tipo 4
Energias BR Tipo 4 Tipo 4 Tipo 5 Tipo 4 Tipo 4
AES Tiete Tipo 5 Tipo 5 Tipo 5 Tipo 6 Tipo 5
Light S.A. Tipo 1 Tipo 1 Tipo 4 Tipo 1 Tipo 4
Tractebel Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1
Weg Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4
Sabesp Tipo 1 Tipo 1 Tipo 4 Tipo 1 Tipo 1
Dasa Tipo 4 Tipo 5 Tipo 4 Tipo 5 Tipo 4
Aracruz Tipo 1 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4
Suzano Papel Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 5 Tipo 5
V C P Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4
Petrobras Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1
Braskem Tipo 1 Tipo 1 Tipo 6 Tipo 1 Tipo 1
Suzano Petroquímica Tipo 4 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 4 Tipo 5
Am Inox Br Tipo 1 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 5
Gerdau Tipo 5 Tipo 1 Tipo 5 Tipo 5 Tipo 1
Gerdau Metalúrgica Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 5
CCR Rodovias Tipo 1 Tipo 5 Tipo 5 Tipo 5 Tipo 5
Iochp-Maxion Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 1 Tipo 4
Embraer Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4 Tipo 4
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Observa-se que nenhuma das empresas da amostra apresentou as estruturas do tipo 2 ou do
tipo 3. Esse resultado confirma o que foi dito por Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978). Esses
autores afirmaram existirem os seis tipos, mas apresentaram apenas os tipos 1, 4, 5 e 6,
alegando que os tipos 2 e 3 não se verificavam com freqüência na prática. Braga (1991)
conseguiu apresentar dados de empresas que se enquadravam em todas as seis estruturas. No
estudo de Rangel (2006) também foram verificadas empresas de todos os tipos, apesar de em
menor freqüência para os tipos 2 e 3.
98
Tabela 6
Distribuição das estruturas nas empresas pesquisadas
Estruturas Observações
Tipo 1 55 38%
Tipo 2 0 0%
Tipo 3 0 0%
Tipo 4 63 43%
Tipo 5 25 17%
Tipo 6 2 1%
Soma
145 100%
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
As estruturas dos tipos 1, 2 e 3 apresentam CDG negativa – aplicações de longo prazo,
superiores às fontes de longo prazo. Segundo Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978), essa situação
aumenta o risco de insolvência da empresa. As empresas do tipo 1 têm a sua NCG e o CDG
financiado com recursos de curto prazo (T). Essa situação pode, freqüentemente, apresentar-
se como mais onerosa para empresa, caso os recursos de curto prazo estejam sendo obtidos a
taxas mais elevadas. Essa mesma estrutura pode evidenciar a necessidade de aportes de
capital próprio ou de terceiros de longo prazo para fazer frente às aplicações de curto prazo.
As duas empresas que mantiveram a estruturas tipo 1 durante todo o período do estudo foram
a Cesp e a Petrobras.
A Petrobras mantém, aproximadamente, um terço das aplicações de longo prazo em empresas
controladas. Isso faz com que a empresa tenha um RLP muito elevado, o que reduz o CDG. Já
no caso da Cesp, as contas a receber de coligadas não se mostram tão expressivas e o RLP é
inferior a um décimo das aplicações de longo prazo. O que reduz o CDG no caso da Cesp é a
imobilização do ativo. A conta “ativo imobilizado” representa aproximadamente 90% do AT
em todos os anos do estudo.
Das empresas que apresentaram CDG positivo, apenas a Embraer manteve, durante os cinco
anos, uma única estrutura. Esta empresa manteve a estrutura do tipo 4, na qual parte da NCG
é financiada com capital de longo prazo (CDG) e parte com capital de curto prazo (T).
Após a análise do MDCG, realizaram-se os cálculos do NAL e, em seguida, dos índices
tradicionais de liquidez, conforme tabelas a seguir.
99
Tabela 7
Nível de ativos líquidos mantido pelas empresas da amostra
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. 0,01% 0,01% 0,00% 22,92% 37,49% 0,01%
Sadia S.A. 1,79% 10,09% 14,09% 8,39% 8,77% 8,77%
Natura 8,87% 21,38% 23,17% 10,06% 6,78% 10,06%
Cesp 0,23% 1,12% 0,25% 1,67% 3,46% 1,12%
Cemig 2,47% 4,99% 3,02% 0,25% 0,22% 2,47%
Coelce 5,33% 3,62% 6,36% 3,09% 0,48% 3,62%
CPFL Energia 1,91% 4,26% 4,68% 0,47% 0,28% 1,91%
Copel 0,04% 0,05% 0,22% 6,57% 0,62% 0,22%
Eletrobrás 1,38% 1,06% 1,71% 3,08% 5,77% 1,71%
Eletropaulo 2,21% 1,04% 2,09% 4,02% 8,55% 2,21%
Energias BR 0,24% 4,10% 6,88% 4,64% 2,19% 4,10%
AES Tiete 11,90% 20,97% 31,20% 28,75% 25,32% 25,32%
Light S.A. 1,51% 3,17% 3,67% 0,01% 0,09% 1,51%
Tractebel 0,12% 0,09% 0,19% 0,15% 10,55% 0,15%
Weg 4,02% 3,46% 3,25% 3,64% 4,03% 3,64%
Sabesp 1,70% 0,63% 1,61% 1,82% 2,49% 1,70%
Dasa 8,18% 24,63% 8,96% 33,53% 1,87% 8,96%
Aracruz 0,05% 0,02% 0,00% 0,02% 0,02% 0,02%
Suzano Papel 7,79% 11,01% 7,73% 11,33% 9,38% 9,38%
V C P 1,57% 0,04% 1,91% 8,51% 6,59% 1,91%
Petrobras 16,88% 8,41% 11,35% 11,19% 3,72% 11,19%
Braskem 1,19% 9,31% 9,80% 12,54% 7,60% 9,31%
Suzano Petroquímica 0,70% 2,92% 7,52% 5,54% 18,03% 5,54%
Am Inox Br 10,75% 8,69% 7,27% 11,01% 17,43% 10,75%
Gerdau 0,00% 0,02% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
Gerdau Metalúrgica 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
CCR Rodovias 2,28% 34,92% 10,05% 23,36% 30,31% 23,36%
Iochp-Maxion 1,78% 4,95% 6,02% 1,22% 0,18% 1,78%
Embraer 19,99% 12,02% 12,59% 14,69% 13,70% 13,70%
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Observa-se que algumas empresas (Aracruz, Gerdau e Gerdau Metalúrgica) apresentaram
NAL bem próximos de zero durante todo o período estudado. Isso significa que os
disponíveis e os investimentos de curto prazo são bem pequenos se comparados à quantidade
dos demais ativos que compõem o BP dessas empresas. Não foi o foco desta dissertação
explorar quais fatores influenciam a formação do NAL. Contudo, na revisão da literatura
destacaram-se o tamanho e a facilidade de obtenção de novos financiamentos, dentre outros.
A avaliação tradicional de liquidez, por meio dos índices (geral, corrente, seco e imediato), é
uma alternativa para se analisar o risco de solvência das empresas. Os índices de liquidez
calculados estão apresentados no APÊNDICE D, com exceção do índice de liquidez imediata,
apresentado a seguir (tabela 8).
100
Tabela 8
Liquidez imediata
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. 99,36% 127,01% 138,10% 104,30% 71,53% 104,30%
Sadia S.A. 154,17% 96,32% 76,02% 102,87% 68,97% 96,32%
Natura 65,38% 70,06% 59,73% 68,02% 84,08% 68,02%
Cesp 15,89% 22,56% 20,67% 30,38% 31,57% 22,56%
Cemig 60,84% 62,93% 75,19% 82,33% 142,55% 75,19%
Coelce 84,86% 101,39% 80,61% 66,78% 71,60% 80,61%
CPFL Energia 60,07% 258,74% 119,87% 113,90% 143,00% 119,87%
Copel 56,02% 40,76% 72,71% 71,24% 160,98% 71,24%
Eletrobrás 147,08% 156,19% 235,48% 239,29% 166,31% 166,31%
Eletropaulo 41,20% 86,07% 85,51% 96,79% 89,76% 86,07%
Energias BR 126,44% 169,14% 315,10% 94,16% 221,96% 169,14%
AES Tiete 107,63% 72,99% 34,84% 34,63% 52,77% 52,77%
Light S.A. 41,26% 46,35% 145,95% 50,57% 99,67% 50,57%
Tractebel 93,59% 93,53% 71,23% 66,41% 41,48% 71,23%
Weg 167,65% 100,72% 100,37% 93,99% 110,75% 100,72%
Sabesp 50,73% 53,51% 85,42% 75,68% 71,68% 71,68%
Dasa 115,40% 141,92% 102,41% 111,66% 123,01% 115,40%
Aracruz 80,36% 191,82% 131,43% 153,89% 193,14% 153,89%
Suzano Papel 61,19% 110,99% 110,05% 158,01% 139,58% 110,99%
V C P 129,25% 142,52% 83,26% 85,73% 68,74% 85,73%
Petrobras 43,69% 49,78% 57,06% 57,77% 53,50% 53,50%
Braskem 52,08% 57,59% 70,11% 55,42% 70,08% 57,59%
Suzano Petroquímica 92,52% 13,27% 61,47% 130,85% 133,24% 92,52%
Am Inox Br 52,71% 98,35% 103,61% 126,74% 114,34% 103,61%
Gerdau 218,16% 42,57% 504,49% 421,87% 69,52% 218,16%
Gerdau Metalúrgica 114,21% 131,55% 138,62% 144,99% 217,14% 138,62%
CCR Rodovias 37,47% 28,21% 179,77% 529,37% 40,16% 40,16%
Iochp-Maxion 7,05% 13,23% 20,48% 30,37% 131,50% 20,48%
Embraer 69,24% 100,67% 92,63% 92,53% 89,61% 92,53%
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Analisando-se a mediana dos dados da LI, verifica-se que a Gerdau apresenta o resultado mais
elevado, superando 2,18, enquanto a Cesp e a Iochp-Maxion apresentaram índices inferiores a
0,25. A LI mensura a quantidade de recursos em caixa mantidos para fazer frente ao PC.
Conforme a análise dos índices de liquidez tradicionais, quanto menores os valores, maior o
risco de insolvência. De outro lado, quanto maior a LI, menor o risco de insolvência. Para
cada unidade monetária obtida no curto prazo (fontes de curto prazo) existem, no caso da
Gerdau, 2,18 unidades monetárias aplicadas em recursos líquidos, o que, em termos de
solvência, é uma condição satisfatória. Todavia, esse resultado não implica necessariamente
que a Gerdau estará “criando” valor ou que a Cesp e a Iochp-Maxion estarão “destruindo”
valor para seus acionistas.
Após a análise da liquidez das empresas, analisou-se também a rentabilidade por meio do
ROA e do ROE. As medidas de rentabilidade relacionam o resultado da empresa com
101
medidas de capital investido. O ROA considera a remuneração de todo o capital investido,
seja ele oneroso ou não oneroso. A seguir, apresentam-se os valores dos ROA para todas as
empresas da amostra no período de 2003 a 2007.
Tabela 9
ROA
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. 15,86% 28,27% 27,91% 5,34% 9,86% 15,86%
Sadia S.A. 8,87% 8,73% 11,29% 5,57% 8,86% 8,86%
Natura 10,09% 34,66% 33,36% 35,41% 29,33% 33,36%
Cesp 3,17% 0,17% -1,01% -0,60% 0,91% 0,17%
Cemig 8,06% 8,34% 20,14% 18,16% 17,49% 17,49%
Coelce 3,74% 1,53% 7,88% 11,88% 9,49% 7,88%
CPFL Energia -6,98% 6,37% 17,75% 24,75% 25,51% 17,75%
Copel 2,62% 5,55% 6,98% 13,97% 12,21% 6,98%
Eletrobrás 0,36% 1,44% 1,07% 1,24% 1,60% 1,24%
Eletropaulo 0,68% 0,04% -1,49% 3,00% 5,86% 0,68%
Energias BR -9,90% 6,94% 11,63% 9,78% 10,28% 9,78%
AES Tiete 8,73% 12,49% 21,82% 25,67% 24,34% 21,82%
Light S.A. -4,69% -0,93% 2,29% -12,99% 37,49% -0,93%
Tractebel 10,34% 15,10% 18,45% 20,20% 19,28% 18,45%
Weg 32,59% 32,00% 25,02% 29,68% 28,38% 29,68%
Sabesp 5,04% 3,06% 4,96% 4,33% 5,62% 4,96%
Dasa -2,43% -3,69% 1,78% 1,69% 5,05% 1,69%
Aracruz 11,11% 12,90% 13,57% 12,41% 9,65% 12,41%
Suzano Papel 13,19% 9,90% 7,08% 4,71% 4,84% 7,08%
V C P 19,02% 14,39% 7,79% 7,03% 9,53% 9,53%
Petrobras 14,63% 12,90% 15,23% 14,51% 10,43% 14,51%
Braskem 1,50% 4,14% 4,60% 0,49% 3,27% 3,27%
Suzano Petroquímica 0,27% 10,90% 0,62% 0,00% 5,69% 0,62%
Am Inox Br 6,16% 17,66% 13,85% 13,97% 16,56% 13,97%
Gerdau 24,06% 38,40% 26,15% 23,51% 15,78% 24,06%
Gerdau Metalúrgica 26,67% 44,03% 31,25% 26,94% 18,81% 26,94%
CCR Rodovias 25,12% 21,59% 31,41% 30,95% 32,05% 30,95%
Iochp-Maxion -1,92% 16,98% 22,04% 16,22% 20,69% 16,98%
Embraer 5,02% 9,18% 4,96% 4,35% 4,28% 4,96%
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
As empresas Natura, CCR Rodovias e Weg apresentaram as maiores medianas em relação ao
ROA (33,36%, 30,95% e 29,68%). De outro lado, a Light S.A., a Cesp e a Suzano
Petroquímica apresentaram as menores medianas para o ROA (-0,93%, 0,17% e 0,62%).
Deve-se desatacar que, em alguns anos, empresas apresentaram ROA negativos, o que indica
que as mesmas não auferiram lucro no período.
Enquanto o ROA considera todo o capital investido, o ROE considera apenas o capital
próprio. Na tabela 10 estão apresentados os ROE, que, na maioria dos casos, foram superiores
ao ROA de cada empresa e em cada ano. Faz-se relevante destacar que quando o ROE é
102
superior ao ROA a empresa está se beneficiando da alavancagem financeira. Um exemplo
claro desse fato é a AES Tiete. Essa empresa apresenta uma mediana de ROE de
aproximadamente 117%, ao passo que a mediana do ROA é inferior a 22%. Em média, para
os anos de 2003 a 2007, a participação do capital de terceiros sobre o AT da AES Tiete foi de
aproximadamente 80%.
Tabela 10
ROE
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. 16,61% 29,46% 29,48% 5,44% 10,08% 16,61%
Sadia S.A. 30,26% 24,85% 29,06% 15,41% 23,58% 24,85%
Natura 53,14% 68,67% 75,94% 72,10% 66,88% 68,67%
Cesp 8,83% 0,48% -2,77% -1,17% 1,73% 0,48%
Cemig 18,26% 19,10% 27,88% 22,85% 20,68% 20,68%
Coelce 8,04% 3,19% 25,77% 38,22% 28,78% 25,77%
CPFL Energia -8,75% 6,81% 19,73% 28,85% 33,17% 19,73%
Copel 3,52% 7,28% 9,16% 19,49% 15,29% 9,16%
Eletrobrás 0,48% 1,85% 1,29% 1,49% 1,94% 1,49%
Eletropaulo 3,93% 0,26% -9,43% 17,00% 21,45% 3,93%
Energias BR -12,27% 7,81% 12,52% 10,64% 11,16% 10,64%
AES Tiete 44,03% 63,60% 116,96% 129,18% 121,57% 116,96%
Light S.A. -94,01% -23,13% 14,29% -13,00% 40,37% -13,00%
Tractebel 19,88% 27,82% 34,26% 35,42% 37,12% 34,26%
Weg 35,73% 34,65% 27,33% 32,38% 31,43% 32,38%
Sabesp 11,00% 6,45% 10,21% 8,64% 10,72% 10,21%
Dasa -6,30% -7,72% 3,82% 3,52% 11,05% 3,52%
Aracruz 31,24% 29,95% 27,93% 23,53% 18,89% 27,93%
Suzano Papel 24,41% 21,31% 15,90% 11,28% 12,22% 15,90%
V C P 25,35% 19,41% 13,11% 12,31% 14,85% 14,85%
Petrobras 34,02% 27,63% 29,06% 26,23% 18,99% 27,63%
Braskem 9,78% 16,36% 14,76% 1,75% 9,29% 9,78%
Suzano Petroquímica 0,28% 11,41% 1,58% 0,00% 13,78% 1,58%
Am Inox Br 22,77% 44,67% 25,32% 23,01% 25,88% 25,32%
Gerdau 27,55% 46,62% 34,58% 28,91% 20,04% 28,91%
Gerdau Metalúrgica 29,17% 48,53% 33,05% 28,31% 19,57% 29,17%
CCR Rodovias 28,65% 24,47% 36,43% 34,94% 36,07% 34,94%
Iochp-Maxion -3,37% 27,29% 31,37% 21,81% 23,31% 23,31%
Embraer 16,60% 27,74% 14,56% 11,38% 11,10% 14,56%
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
No caso do ROE, as empresas que apresentaram as maiores medianas foram AES Tiete,
Natura e CCR Rodovias (116,96%, 68,67% e 34,94%). De outro lado, a Light S.A., a Cesp e a
Eletrobrás apresentaram as menores medianas para o ROA (13,00%, 0,48% e 1,49%). Deve-
se desatacar que, em alguns anos, empresas apresentaram ROA negativos, o que indica que
não auferiram lucro no período.
103
Após os cálculos dos índices de liquidez e rentabilidade, calcularam-se os β (APÊNDICE E)
e, em seguida, o custo de capital (APÊNDICE F). Apesar de ter-se restringido ao período de
2003 a 2007, com o intuito de obter-se maior liquidez e negociabilidade, algumas empresas
tiveram suas ações pouco negociadas, o que pode comprometer o cálculo do β e sua
conseqüente utilização para estimação do custo de capital por intermédio do CAPM. A
utilização da mediana de cinco estimações de custo de capital minimizou esta limitação. O
valor do custo de capital próprio ao ano e em percentual está apresentado na tabela 11.
Tabela 11
Mediana dos custos de capital anuais estimado pelo CAPM
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007
Perdigão S.A. 22,79% 8,20% 15,21% 18,76% 11,78%
Sadia S.A. 26,79% 8,41% 16,51% 18,83% 9,65%
Natura 15,73% 19,08% 9,65%
Cesp 53,41% 8,90% 17,66% 28,08% 12,04%
Cemig 52,30% 8,83% 18,84% 26,60% 10,80%
Coelce 45,41% 8,59% 14,86% 15,57% 8,26%
CPFL Energia 16,79% 17,41% 10,10%
Copel 71,17% 9,49% 19,93% 25,07% 11,17%
Eletrobrás 72,12% 9,51% 21,99% 33,98% 14,14%
Eletropaulo 38,17% 8,64% 15,13% 15,26% 8,76%
Energias BR 24,26% 9,24%
AES Tiete 19,13% 8,22% 12,86% 12,70% 7,30%
Light S.A. 18,53% 8,14% 14,66% 30,66% 14,36%
Tractebel 30,68% 8,41% 14,38% 12,89% 8,22%
Weg 36,84% 8,58% 16,54% 16,68% 8,86%
Sabesp 52,67% 8,94% 17,80% 20,79% 8,95%
Dasa 16,76% 19,56% 8,11%
Aracruz 14,16% 8,23% 15,62% 15,16% 8,63%
Suzano Papel 29,10% 8,33% 15,45% 18,65% 9,47%
V C P 19,50% 8,21% 15,60% 15,65% 8,96%
Petrobras 45,76% 8,68% 17,50% 22,88% 10,96%
Braskem 30,45% 8,74% 17,17% 17,69% 8,57%
Suzano Petroquímica 93,58% 8,83% 16,97% 19,28% 8,81%
Am Inox Br 33,23% 8,39% 16,55% 20,66% 8,80%
Gerdau 71,14% 9,26% 20,90% 30,29% 12,71%
Gerdau Metalúrgica 63,36% 9,17% 21,45% 30,07% 12,80%
CCR Rodovias 104,43% 9,50% 19,05% 23,67% 10,68%
Iochp-Maxion 42,06% 8,75% 15,99% 15,09% 8,92%
Embraer 37,50% 8,65% 16,01% 17,58% 8,61%
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas
as ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Conforme estabelecido na metodologia, calcularam-se para cada ano 5 β por empresa,
considerando-se os últimos 12, 24, 36, 48 e 60 meses. A partir de cada um desses valores,
foram calculados os custos de capital próprio – 5 por ano e por empresa. Em seguida,
calcularam-se as medianas anuais desses cinco custos de capital (tabela 11).
104
Conforme a metodologia de cálculo do CAPM, o custo de capital próprio é bastante
influenciado pelo retorno do mercado e, conseqüentemente, pelo prêmio de risco do mercado.
A discrepância dos valores encontrados para o KP, principalmente entre 2003 e 2004, é
parcialmente explicada pelo retorno das cotações do Ibovespa, que, corrigido pelo IPCA, até
31/03/2008 apresentou uma majoração superior a 80% em 2003, ao passo que em 2004 houve
menor retorno entre 2003 e 2007, inferior a 10%. Por esse motivo, a estimação do KP
considerando risco e retorno, como previsto pelo CAPM, apresenta alguns valores que variam
bastante de um ano para outro.
Como alternativa prevista na metodologia para os casos de ausência de dados para se
calcularem os β ou para os casos de KP negativo, apresentam-se na tabela 12 os valores
estimados por meio do modelo de Gordon. Como se optou por utilizar a abordagem log-lin,
alguns dos custos do capital próprio não puderam ser estimados. Isso ocorreu sempre que a
empresa não pagou dividendos, pois não é possível calcular o logaritmo de zero.
Verifica-se na tabela 12 que a estimação do KP por meio do modelo de Gordon apresentou
resultados negativos para 3 empresas durante os cinco anos. Outras 49 observações da tabela
12 referem-se a dados ausentes. Restam, portanto, apenas 81 estimações positivas para o KP
das 145 observações possíveis. Por este motivo, para a estimação do EVA
*
foram utilizadas as
medianas anuais dos custos de capital apurados pelo CAPM a partir dos β 12, 24, 36, 48 e 60
meses (tabela 11).
105
Tabela 12
Custos de capital estimado pelo modelo de Gordon
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007
Perdigão S.A. 8,65% 8,69% 7,87% 4,93% 5,30%
Sadia S.A. 3,25% 7,62% 4,83% 3,42% 1,94%
Natura 59,47% 58,80% 63,14%
Cesp –––––
Cemig 53,42% 57,65% 55,86% 64,58% 59,57%
Coelce 71,70% 38,92% 43,66% 48,09% 47,67%
CPFL Energia 68,55% 74,31% 76,47%
Copel –––––
Eletrobrás 8,55% 9,12% 9,06% 7,11% 8,09%
Eletropaulo –––––
Energias BR –––––
AES Tiete 82,37% 91,48% 84,23% 94,37% 87,32%
Light S.A. –––––
Tractebel 33,24% 32,19% 32,40% 30,43% 27,49%
Weg 23,77% 23,24% 21,12% 21,65% 21,08%
Sabesp -1,74% -1,63% -1,22% -6,45% -6,86%
Dasa –––––
Aracruz 3,63% 7,28% 5,53% 3,63% 3,57%
Suzano Papel -4,68% -2,37% -3,79% -6,98% -7,00%
V C P 15,85% 19,02% 24,82% 18,00% 16,80%
Petrobras 10,34% 9,19% 7,05% 7,17% 4,29%
Braskem –––––
Suzano Petroquímica -81,11% -81,01% -80,79% -81,22% -81,31%
Am Inox Br –––––
Gerdau 24,75% 24,83% 25,72% 23,53% 22,05%
Gerdau Metalúrgica 27,52% 24,92% 27,41% 23,64% 21,37%
CCR Rodovias 79,54% 82,35% 84,60% 82,26% 85,31%
Iochp-Maxion –––––
Embraer 1,90% 5,84% 3,84% 2,46% 2,61%
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as
ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Apresenta-se na tabela 13 a estimação do EVA
*
para cada empresa no período de 2003 a
2007. Destaca-se que em 2003 e 2004 houve 4 dados ausentes e em 2005 apenas 1. Em 2006
e 2007, foi possível calcular o EVA
*
para todas as empresas. Em função da quantidade de
dados ausentes, advindos do não pagamento de dividendos por parte das empresas, apesar de
se ter calculado o custo de capital pelo modelo de Gordon, esses resultados não foram
utilizados para o cálculo do EVA
*
.
106
Tabela 13
EVA
*
calculados para as empresas da amostra
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. -6,18% 21,26% 14,27% -13,32% -1,70% -1,70%
Sadia S.A. 3,48% 16,44% 12,55% -3,42% 13,93% 12,55%
Natura 60,20% 53,01% 57,23% 57,23%
Cesp -44,58% -8,42% -20,43% -29,24% -10,31% -20,43%
Cemig -34,04% 10,27% 9,04% -3,75% 9,88% 9,04%
Coelce -37,37% -5,40% 10,91% 22,65% 20,52% 10,91%
CPFL Energia 2,94% 11,45% 23,06% 11,45%
Copel -67,64% -2,21% -10,77% -5,58% 4,12% -5,58%
Eletrobrás -71,64% -7,65% -20,70% -32,49% -12,20% -20,70%
Eletropaulo -34,24% -8,38% -24,56% 1,74% 12,70% -8,38%
Energias BR -13,62% 1,92% -5,85%
AES Tiete 24,90% 55,39% 104,10% 116,48% 114,27% 104,10%
Light S.A. -112,53% -31,28% -0,37% -43,66% 26,01% -31,28%
Tractebel -10,80% 19,41% 19,88% 22,53% 28,90% 19,88%
Weg 0,00% 26,08% 10,78% 15,70% 22,57% 15,70%
Sabesp -41,67% -2,49% -7,60% -12,15% 1,77% -7,60%
Dasa -12,94% -16,04% 2,94% -12,94%
Aracruz 17,08% 21,72% 12,31% 8,37% 10,26% 12,31%
Suzano Papel -4,68% 12,98% 0,45% -7,37% 2,76% 0,45%
V C P 5,85% 11,21% -2,50% -3,34% 5,90% 5,85%
Petrobras -11,74% 18,95% 11,56% 3,35% 8,03% 8,03%
Braskem -20,67% 7,62% -2,41% -15,94% 0,72% -2,41%
Suzano Petroquímica -93,31% 2,58% -15,40% -19,28% 4,97% -15,40%
Am Inox Br -10,45% 36,28% 8,77% 2,35% 17,08% 8,77%
Gerdau -43,59% 37,36% 13,68% -1,37% 7,33% 7,33%
Gerdau Metalúrgica -34,20% 39,36% 11,60% -1,77% 6,76% 6,76%
CCR Rodovias -75,78% 14,96% 17,38% 11,27% 25,39% 14,96%
Iochp-Maxion -45,43% 18,54% 15,38% 6,72% 14,39% 14,39%
Embraer -20,91% 19,09% -1,45% -6,20% 2,50% -1,45%
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizada ações
mais líquidas em todo o período, mesmo não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
A análise da mediana dos dados permitiu observar que a AES Tiete é a empresa que,
conforme a metodologia de cálculo, apresentou a maior criação percentual de valor para o
acionista. Outra empresa que se destacou foi a Natura (57,23%). De outro lado, as empresas
que demonstram as maiores “destruições” de valores foram a Cesp a Eletrobrás e a Light.
Finalmente, na tabela 14, são apresentados os MVA
*
calculados para cada empresa, conforme
descrito na metodologia no período de 2003 a 2007. Destaca-se que em 2003 e 2004
ocorreram 4 dados ausentes e em 2005 apenas 1. Em 2006 e 2007, foi possível calcular o
MVA
*
para todas as empresas.
107
Tabela 14
MVA
*
calculados para as empresas da amostra
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. 16,63% 91,58% 139,95% 134,31% 152,29% 134,31%
Sadia S.A. 81,73% 122,70% 96,25% 93,79% 133,38% 96,25%
Natura 1402,67% 1573,61% 1878,36% 966,90% 1488,14%
Cesp -81,09% -83,01% -80,09% -36,12% 4,71% -80,09%
Cemig 30,26% 44,95% 114,14% 126,03% 88,20% 88,20%
Coelce -44,76% -44,04% 50,64% 128,44% 96,82% 50,64%
CPFL Energia 98,03% 180,09% 195,76% 226,12% 187,93%
Copel -23,39% -38,20% -10,28% 7,29% 1,35% -10,28%
Eletrobrás -64,19% -69,85% -70,46% -65,25% -67,58% -67,58%
Eletropaulo 38,91% 40,84% 113,96% 95,25% 58,06% 58,06%
Energias BR 26,04% 42,37% 18,27% 26,04%
AES Tiete 174,50% 615,33% 920,46% 1149,01% 1165,04% 920,46%
Light S.A. 482,71% 462,57% 20,66% 104,25% 118,46% 118,46%
Tractebel 100,96% 129,53% 265,75% 325,00% 393,58% 265,75%
Weg 254,69% 313,16% 245,97% 419,11% 750,89% 313,16%
Sabesp -38,66% -43,61% -47,29% -7,47% -4,22% -38,66%
Dasa 424,53% 776,75% 458,49% 313,40% 441,51%
Aracruz 288,52% 198,80% 127,33% 177,32% 146,24% 177,32%
Suzano Papel 45,59% 41,25% 7,20% 64,51% 105,75% 45,59%
V C P 101,87% 110,03% 31,81% 65,76% 96,21% 96,21%
Petrobras 62,61% 65,79% 99,52% 117,85% 234,29% 99,52%
Braskem 111,96% 179,59% 41,44% 19,51% 6,34% 41,44%
Suzano Petroquímica -19,97% 57,51% 9,30% -10,04% 114,80% 9,30%
Am Inox Br 17,29% 89,25% -8,03% 46,57% 129,98% 46,57%
Gerdau 115,04% 130,81% 116,00% 132,10% 201,49% 130,81%
Gerdau Metalúrgica 36,10% 87,76% 54,95% 70,13% 140,62% 70,13%
CCR Rodovias 242,72% 444,72% 442,82% 642,45% 585,19% 444,72%
Iochp-Maxion 45,79% 325,89% 339,88% 264,68% 541,11% 325,89%
Embraer 254,49% 146,38% 164,65% 214,76% 179,33% 179,33%
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as
ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Obs – Valores dos MVA
*
dados pela divisão do valor de mercado menos o PL, divido pelo PL.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Ao analisar os valores calculados para o MVA
*
, observa-se que a Natura apresentou o mais
elevado resultado no período estudado. Esta empresa abriu seu capital em 2004, com um valor
de mercado adicionado, aproximadamente, 1.400% superior ao capital investido pelos
acionistas. Nota-se que em 2007 esse valor havia reduzido para algo próximo de 1.000%. Essa
variação não foi ocasionada pela elevação do PL, mas sim por uma redução do valor de
mercado. Eventualmente, essa correção pode ser conseqüência de um IPO supervalorizado.
Outra inferência que pode ser realizada a partir desses dados refere-se a uma elevação do
MVA
*
em quase todas as empresas. Assim, a maioria das empresas apresentou um MVA
*
superior em 2007 em relação ao de 2003.
108
Vários trabalhos – STEWART III (2005); Kyriazis e Anastassis (2007); Santos e Watanabe
(2005) – investigam a relação entre MVA e EVA
®
. Apesar de não ser foco desta dissertação
investigar essa relação, apresenta-se a matriz de correlação das variáveis dependentes do
presente trabalho. Observa-se que com o passar dos anos o MVA
*
apresenta uma correlação
crescente se comparado ao EVA
*
do mesmo ano e do ano seguinte, conforme destacado em
cinza. Destaca-se que o MVA
*
reflete a expectativa, por considerar o valor de mercado das
ações, ao passo que o EVA
*
reflete aspectos passados.
mva_2003 mva_2004 mva_2005 mva_2006 mva_2007 eva_2003 eva_2004 eva_2005 eva_2006 eva_2007
mva_2003
1,0000
mva_2004
0,7624 1,0000
mva_2005
0,3602 0,7964 1,0000
mva_2006
0,4206 0,8076 0,9765 1,0000
mva_2007
0,3901 0,8047 0,9334 0,9434 1,0000
eva_2003
0,0041 0,0816 0,3370 0,3202 0,3246 1,0000
eva_2004
0,0544 0,3531 0,5848 0,5514 0,5996 0,6496 1,0000
eva_2005
0,2928 0,6971 0,8811 0,8749 0,8297 0,4843 0,7069 1,0000
eva_2006
0,1068 0,5254 0,8710 0,8673 0,8176 0,5526 0,6652 0,8877 1,0000
eva_2007
0,3586 0,7452 0,8790 0,8975 0,8356 0,2992 0,4667 0,8963 0,8889 1,0000
Quadro 11 – Matriz de correlação das variáveis dependentes
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
Observa-se que as variáveis MVA
*
e EVA
*
são fortemente correlacionadas com suas
primeiras defasagens. Assim, na segunda diagonal, os retângulos destacam essa forte
correlação das variáveis com sua primeira defasagem. Além disso, percebe-se que para as
duas variáveis essa autocorrelação linear de primeira ordem torna-se cada vez mais forte com
o passar dos anos. O MVA
*
de 2007 tem autocorrelação de 0,9434 (94,34%) com o MVA
*
de
2006, ao passo que o MVA
*
de 2004 tem uma autocorrelação de 0,7624 (76,24%) como
MVA
*
de 2003. Já o EVA
*
apresenta uma autocorrelação de 0,8889 (88,89%) entre os dados
de 2007 e 2006, e uma autocorrelação de 0,6496 (64,96%) entre os dados de 2004 e 2003.
6.2 Análise dos modelos econométricos estimados
Após a descrição básica das variáveis calculadas, analisou-se, conforme descrito na
metodologia, a sua relevância para a explicação do EVA
*
do ano de 2007. Carneiro Júnior
(2006) estimou um modelo em que foram incluídas duas variáveis do MDCG – NCG e CDG
– além de outros dois indicadores. Marques (2002, p. 86) afirma que: “[...] bastam duas
variáveis do Modelo Fleuriet [...]. Adicionando-se a terceira variável para a análise de
regressão, qualquer que seja ela, não há melhoria na explicação do comportamento do
EVA
®
”. Apesar da afirmação de Marques (2002), testaram-se neste trabalho as três
109
combinações possíveis entre NCG, CDG e T. Os resultados das regressões são conflitantes se
comparados aos obtidos pelo por Marques (2002). Uma das distinções metodológicas entre
este trabalho e o de Marques (2002) que podem justificar a divergência encontrada, refere-se
ao custo de capital, que não considerou aspectos relacionados ao risco e foi aproximado em
função do IPCA no trabalho anterior. Nesta dissertação, como já mencionado na metodologia,
o custo de capital considera o risco e o retorno, e é calculado a partir do CAPM.
Notou-se nos três casos em que se combinaram duas variáveis do MDCG para explicar o
EVA
*
do ano de 2007 que os valores de probabilidade foram elevados. A um nível de
significância de 10%, deve-se rejeitar a hipótese nula de que os coeficientes sejam diferentes
de zero. Observa-se ainda que, para chegar-se a conclusões baseadas em uma estimação
MQO, deve-se pautar na validação de seus pressupostos, o que não pôde ser verificado nos
modelos apresentados nas tabelas a seguir.
Tabela 15
Resultado da regressão que considerava o EVA
*
contra CDG e NCG (2007)
eva_2007 Coeficiente Erro Padrão Estatística t Valor p
cdg_2007 0,0000 0,0000 -1,3400 0,1930
ncg_2007 0,0000 0,0000 -1,5900 0,1230
Constante 0,1899 0,0515 3,6900 0,0010
0,0911
R² Ajustado 0,0212
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
Tabela 16
Resultado da regressão que considerava o EVA
*
contra CDG e T (2007)
eva_2007 Coeficiente Erro Padrão Estatística t Valor p
cdg_2007 0,0000 0,0000 -1,5900 0,1230
t_2007 0,0000 0,0000 1,5900 0,1230
Constante 0,1899 0,0515 3,6900 0,0010
0,0911
R² Ajustado 0,0212
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
Tabela 17
Resultado da regressão que considerava o EVA
*
contra NCG e T (2007)
eva_2007 Coeficiente Erro Padrão Estatística t Valor p
ncg_2007 0,0000 0,0000 -1,5900 0,1230
t_2007 0,0000 0,0000 -1,3400 0,1930
Constante 0,1899 0,0515 3,6900 0,0010
0,0911
R² Ajustado 0,0212
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
110
Como já destacado, Marques (2002) afirma que a inclusão da terceira variável não ocasionaria
melhora no modelo. Em verdade, a inclusão dessa terceira variável não é possível, dado que
cada uma das três variáveis do MDCG é formada a partir da combinação linear das outras
duas, conforme já explicado no referencial teórico desta dissertação. Assim, a tentativa de
incluir a terceira variável é frustrada, conforme se observa na tabela 18. O STATA
©
, para
evitar a situação de colinearidade perfeita, elimina uma das três variáveis do modelo. Neste
caso, a variável NCG foi excluída.
Tabela 18
Resultado da regressão – EVA
*
contra CDG, NCG e T (2007)
eva_2007 Coeficiente Erro Padrão Estatística t Valor p
cdg_2007 0,0000 0,0000 -1,5900 0,1230
ncg_2007 (excluída)
t_2007 0,0000 0,0000 1,5900 0,1230
Constante 0,1899 0,0515 3,6900 0,0010
0,0911
R² Ajustado 0,0212
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
Após ter verificado que duas variáveis do MDCG combinadas, como fizeram Marques (2002)
e Carneiro Júnior (2006), não apresentavam resultados consistentes em modelos com
pressupostos estatísticos validados, novas estimações foram realizadas com apenas uma das
variáveis do MDCG. Portanto, para explicar o EVA
*
do ano de 2007, em função dos nove
modelos apresentados na metodologia – [65] a [73] –, foram realizadas 3.328 estimações, a
saber: 1.152 que consideraram os valores de 2007 para a variável estudada e para as variáveis
explicativas (variáveis contemporâneas); 1.152 que consideraram os valores de 2007 para a
variável estudada e valores de 2006 as variáveis explicativas (variáveis defasadas); e 1.024
que utilizaram a média da variável estudada e das variáveis explicativas. No caso do modelo
[73], não há como fazer a média entre as
dummies das estruturas.
Dentre as 2.304 regressões estimadas – 1.152 com variáveis contemporâneas e 1.152 com
variáveis defasadas –, apresenta-se na tabela 19 a quantidade de equações em que as variáveis
de liquidez mostraram-se relevantes aos níveis de 1%, 5% e 10%.
Observa-se que as variáveis de liquidez tradicional (LG, LC, LS) com e sem defasagem não
apresentaram efeito significativo sobre o EVA
*
de 2007. A LI com e sem defasagem
apresentou em 6 equações algum efeito sobre EVA
*
a um nível de 10% de significância. As
variáveis do MDCG (NCG, CDG e T) e o NAL, tanto defasados quanto contemporâneos,
111
apresentaram efeitos no EVA
*
de 2007. A exceção é a variável CDG, que, quando defasada,
não apresentou significância em nenhum caso. Em 20 casos, mais relevantes, as variáveis do
MDCG são as únicas que apresentaram significância a um nível de 1%.
Tabela 19
Modelos em que as variáveis de liquidez foram relevantes (EVA
*
_2007)
Significância => 1% 5% 10% Nº de regressões
NAL_2007 0 8 41 128
LG_2007 0 0 1 128
LC_2007 0 0 0 128
LS_2007 0 0 0 128
LI_2007 0 0 2 128
T_2007 5 26 38 128
NCG_2007 4 30 49 128
CDG_2007 5 12 15 128
NAL_2006 0 21 43 128
LG_2006 0 0 0 128
LC_2006 0 0 0 128
LS_2006 0 0 0 128
LI_2006 0 0 4 128
T_2006 0 20 26 128
NCG_2006 6 26 36 128
CDG_2006 0 0 0 128
DMDCG1_2007 0 11 32
DMDCG4_2007 0 0 12
DMDCG1_2006 128 128 128
DMDCG4_2006 128 128 128
DMDCG5_2006 128 128 128
Soma 404 538 683 2304
128
128
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Quando as dummies que representavam as estruturas financeiras foram utilizadas, constatou-
se que em todos os modelos com dados defasados essas variáveis apresentaram efeitos
significativos no EVA
*
. Contudo, a combinação das mesmas dummies sem a referida
defasagem não é significativa aos níveis de 1% e 5%, existindo apenas alguns casos ao nível
de 10% de significância. Para as regressões em que se utilizaram as médias dos valores
referentes aos anos 2003 a 2007 para cada uma das variáveis os resultados gerais
acompanham os resultados da regressão que considerava apenas o EVA
*
de 2007.
A partir das regressões em que se utilizaram valores médios para as variáveis, observou-se na
tabela 20 que três das variáveis de liquidez tradicional (LG, LC, LS) não apresentaram efeito
significativo sobre o EVA
*
. A LI em 4 e 9 casos apresentam algum efeito sobre EVA
*
a um
nível de 5% e de 10% de significância, respectivamente. O NAL foi a variável que mais
apresentou, de maneira geral, efeitos no EVA
*
.
112
Tabela 20
Modelos em que as variáveis de liquidez foram relevantes (EVA
*
_MÉDIO)
Significância => 1% 5% 10% Nº de regressões
NAL_MÉDIO 30 77 106 128
LG_MÉDIO 0 0 0 128
LC_MÉDIO 0 0 0 128
LS_MÉDIO 0 0 0 128
LI_MÉDIO 0 4 9 128
T_MÉDIO 4 18 28 128
NCG_MÉDIO 0 0 17 128
CDG_MÉDIO 0 3 8 128
Soma 34 102 168 1024
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Em relação às variáveis do MDCG, percebe-se que o número de modelos em que essas
variáveis eram significativas diminuiu consideravelmente. Apenas a média da variável T
apresentou relevância ao nível de 1% de significância. No quadro 12, apresentam-se as
equações cujos pressupostos foram validados.
Equações Pressupostos validados
i
ε
i
2006
PAYOUT
5
β
i
2006
DMDCG5
4
β
i
2006
DMDCG4
3
β
i
2006
DMDCG1
2
β
1
β
i
2007
EVA
+++
+++=
®
Pressupostos validados ao nível de
significância de 10%, com exceção do
pressuposto de normalidade que foi validado
ao nível de 1%.
i
ε
i
DIPO
6
β
i
DGC
5
β
i
MÉDIO
ROA
4
β
i
MÉDIO
END
3
β
i
MÉDIO
T
2
β
1
β
i
MÉDIO
EVA
++++
+++=
®
Pressupostos validados ao nível de
significância de 10% com exceção do
pressuposto de linearidade. O teste Ramsey
RESET para a forma cúbica foi validado ao
nível de 1%.
Quadro 12 – Equações com pressupostos validados
Obs. – Para o teste CUSUM, utiliza-se o valor p igual a 5%, padrão do Eviews
©
, versão 5. Para o VIF, utiliza-se
a regra de bolso que estabelece que valores superiores a 10 evidenciam presença de multicolinearidade.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Para as duas equações do quadro 12, são apresentados, a seguir, os resultados das regressões e
dos testes realizados.
Tabela 21
Resultado da regressão que considerava o EVA
*
de 2007
eva_2007 Coeficiente Erro Padrão Estatística t Valor p
dmdcg1_2006 -0,8838 0,1379 -6,4100 0,0000
dmdcg4_2006 -0,9116 0,1407 -6,4800 0,0000
dmdcg5_2006 -0,9646 0,1470 -6,5600 0,0000
payout_2006 0,0020 0,0009 2,3400 0,0280
Constante 0,9397 0,1520 6,1800 0,0000
0,7573
R² Ajustado 0,7169
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
113
Neste estudo, as empresas apresentaram apenas quatro das seis estruturas financeiras do
MDCG, conforme já descrito na primeira subseção destes resultados. Assim, bastaram três
dummies – DMDCG1, DMDCG4, DMDCG5 – para captar o efeito das quatro estruturas (1, 4,
5 e 6). Observa-se que as
dummies que captam as estruturas do MDCG foram utilizadas com
uma defasagem e exercem efeito significativo sobre o EVA
*
de 2007.
A DMDCG6 foi usada como categoria base. E, portanto, após considerar o efeito do
payout, a
constante apresenta o valor médio (0,9397) dos EVA
*
das empresas cujas estruturas eram do
tipo 6 em 2006. Conforme citado no referencial teórico (ver Vieira, 2005), as estruturas dos
tipos 1, 2 e 3 apresentam CDG negativo, ao passo que as estruturas dos tipos 4, 5 e 6
apresentam DGC positivo. De outro lado, as empresas dos tipos 1, 2 e 4 apresentam T
negativo. Nesse sentido, as empresas do tipo 6 são as que apresentam T e CDG positivo e
NCG negativa. Empresas com estrutura do tipo 6 apresentam recursos de médio e de longo
prazo para financiarem suas necessidades de curto prazo, além de apresentarem um ciclo
financeiro negativo, evidenciado pela NCG negativa.
A partir da categoria base, segundo Gujarati (2006), as outras
dummies são coeficientes
diferenciais. Pode-se, então, identificar o valor médio do EVA
*
para cada estrutura: tipo 1 =
0,9397 - 0,8838 = 0,0558; tipo 4 = 0,9397 - 0,9116 = 0,0281; e tipo 5 = 0,9397 - 0,9646 =
0,0249. Esse resultado indica que as empresas cujas estruturas financeiras em determinado
ano foram formadas por T e CDG positivo e NCG negativa – tipo 6 – apresentaram uma
média mais elevada de EVA
*
para o ano seguinte.
Esperava-se que a variável
payout exercesse um efeito inverso sobre o EVA
*
do tempo
imediatamente posterior. Isso porque o desinvestimento, simbolizado pelo elevado pagamento
de dividendos, pode restringir os recursos disponíveis na empresa necessários para continuar o
processo de geração de valor. Contudo, o que foi observado na tabela 21 é que o payout
defasado exerceu uma influência direta sobre a variável explicada.
Nota-se, a partir da matriz de correlação (quadro 12), que nenhum dos regressores está
correlacionado com os resíduos da primeira regressão. Em complemento, percebe-se que a
variável de controle –
payout – é pouco correlacionada com as dummies que expressam as
estruturas do MDCG. Os testes dos pressupostos do modelo de regressão linear são analisados
no APÊNDICE H.
114
eva_2007 dmdcg1_2006 dmdcg4_2006 dmdcg5_2006 payout_2006 residuos
eva_2007
1,0000
dmdcg1_2006
0,0369 1,0000
dmdcg4_2006
-0,1480 -0,6095 1,0000
dmdcg5_2006
-0,2317 -0,3705 -0,4291 1,0000
payout_2006
0,5501 0,1689 -0,1474 -0,1829 1,0000
residuos
0,4926 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 1,0000
Quadro 13 – Matriz de correlação das variáveis da regressão – EVA
*
de 2007
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
Após a realização dos testes dos pressupostos do primeiro modelo mostrado no quadro 12,
procedeu-se à validação dos pressupostos do segundo modelo, também descrito no mesmo
quadro.
Tabela 22
Resultado da regressão que utilizou o EVA
*
médio
eva_médio Coeficiente Erro Padrão Estatística t Valor p
t_médio 0,0000 0,0000 2,1500 0,0420
end_médio 0,5331 0,1129 4,7200 0,0000
roa_médio 2,0056 0,2679 7,4900 0,0000
dgc -0,2808 0,0863 -3,2600 0,0030
dipo 0,1915 0,0611 3,1300 0,0050
Constante -0,1989 0,1263 -1,5700 0,1290
0,8051
R² Ajustado 0,7627
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
As variáveis END e ROA exercem efeito direto sobre o EVA
*
médio. Além disso, as
dummies que captam efeito de governança corporativa e de abertura de capital também
apresentam efeito significativo sobre a variável explicada. Já a variável T, apesar de ser
estatisticamente significante ao nível de 5%, não apresenta efeito bastante relevante com seu
valor muito próximo de zero. Esse resultado pode ter sido obtido em função da magnitude da
variável. Apesar de a variável T ser obtida em função da diferença de algumas contas do BP,
essa variável ainda pode sofrer o efeito do tamanho das empresas. Esse efeito foi controlado
com a divisão da variável T pelo PL. Mesmo assim, realizaram-se os testes, conforme descrito
na metodologia (APÊNDICE H).
Mesmo com a validação dos pressupostos, considera-se necessário expurgar o efeito tamanho
da variável T. Para tanto, optou-se por dividir a variável T pelo valor do PL. Obteve-se uma
variável que expressa o percentual de capital dos acionistas que permanece nas empresas
como saldo de tesouraria. Dessa forma, após essa redução do efeito tamanho, a regressão
apresentou os seguintes resultados.
115
Tabela 23
Resultado da regressão que considerava o EVA
*
médio com T/PL
eva_médio Coeficiente Erro Padrão Estatística t Valor p
t_pl_médio 0,2737 0,0722 3,7900 0,0010
end_médio 0,7301 0,1081 6,7500 0,0000
roa_médio 1,9880 0,2301 8,6400 0,0000
dgc -0,1165 0,0666 -1,7500 0,0940
dipo 0,1944 0,0525 3,7000 0,0010
Constante -0,3919 0,1004 -3,9000 0,0010
0,8558
R² Ajustado 0,8245
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
Após expurgar o efeito tamanho na variável T, fazendo sua divisão pelo PL, esta variável
continuou apresentando efeito significativo sobre a variável EVA
*
_Médio, com o coeficiente
igual a 0,2737. Assim, o nível médio de capital próprio mantido como saldo de tesouraria
gerou um efeito direto sobre a média dos EVA
*
na amostra selecionada para este trabalho.
Esse resultado confirma o que se esperava, pois no trabalho de Marques (2002) a regressão
com dados de 2000 apresentou relação direta de 0,351 entre T e o EVA
*
.
A análise do sinal da variável de controle ROA mostrou que se comportamento ocorreu como
esperado, tal como apresentado na seção
5.3.13. Além disso, foi possível verificar que a
abertura de capital e a participação em níveis de GC também foram variáveis de controle
relevantes para a explicação da criação de valor para o acionista. Contudo, esperava-se,
conforme o trabalho de Krylova (2007), que a variável END, medida para captar o nível de
alavancagem, gerasse um efeito negativo no valor para o acionista, o que não ocorreu. Em
contraste com o trabalho de Krylova (2007), deve-se destacar que a alavancagem, até algum
patamar, proporciona um benefício fiscal para a empresa. Esse benefício fiscal eleva o LL,
ceteris paribus, aumentando o ROE e, conseqüentemente, propiciando a criação de valor.
Para a análise das
dummies, deve-se considerar que a constante capta o valor médio do EVA
*
para as empresas que não pertencem a nenhum dos níveis de GC e que não abriram o capital a
partir de 2003 após expurgar o efeito das variáveis T, dividido pelo PL, END e ROA. Esse
valor (-0,3919) é inferior ao valor médio dos EVA
*
das empresas que abriram capital a partir
de 2003 (-0,1975) e superior ao das empresas que estão listadas em um dos níveis de GC (-
0,5085).
A matriz de correlação indica, como se esperava, que os resíduos não são correlacionados
com os regressores e que a variável T/PL é inversamente correlacionada com endividamento
116
(-0,46) e com a dummy da participação em níveis de governança corporativa (-0,09). De outro
lado, a variável T/PL apresenta um correlação direta, porém fraca, com o ROA e com a
dummy que capta a abertura de capital durante o período analisado.
eva_médio t_pl_médio end_médio roa_médio dgc dipo residuos
eva_médio
1,0000
t_pl_médio
0,3084 1,0000
end_médio
0,2140 -0,4664 1,0000
roa_médio
0,5805 0,3324 -0,4630 1,0000
dgc
-0,4230 -0,0979 -0,3298 -0,0363 1,0000
dipo
0,2010 0,0470 -0,1257 0,0008 0,1359 1,0000
residuos
0,3797 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 1,0000
Quadro 14 – Matriz de correlação das variáveis da regressão – EVA
*
médio com T/PL
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
Os testes de pressupostos, previstos na metodologia, foram realizados e encontram-se no
APÊNDICE H. Uma vez estimados os 3.328 modelos MQO em corte transversal, optou-se
por gerar nova estimação, a partir do modelo apresentado na tabela 23. Contudo, dessa vez,
utilizando a abordagem de dados em painel.
Primeiramente, estimou-se o modelo com efeitos fixos e realizaram-se os testes de
autocorrelação
28
– e heterocedasticidade
29
(APÊNDICE H). Ambos apresentaram violação
dos pressupostos de não existência de correlação serial e de homocedasticidade. Em seguida,
estimou-se o modelo de efeitos aleatórios, que se mostrou, segundo o teste de Hausman, mais
eficientes do que o modelo de efeitos fixos.
Tabela 24
Resultado da estimação – efeito aleatório – em painel para EVA
*
eva Coeficiente Erro Padrão Estatística t Valor p
t_pl 0.1332 0.0519 2.5600 0.0100
end 0.7148 0.1267 5.6400 0.0000
roa 2.1971 0.2433 9.0300 0.0000
Constante -0.5226 0.0811 -6.4500 0.0000
0.6139
Obs – Regressão de efeito aleatório com correção de heterocedasticidade – Robust
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
Observa-se que os sinais das variáveis mantiveram-se iguais aos encontrados na regressão, em
que o EVA
*
médio foi regredido contra a variável T, divida pelo PL, o endividamento, o ROA
e as
dummies: governança corporativa e IPO. Contudo, as dummies foram expurgadas do
28
Autocorrelação testado por meio do xtserial, implementado com o STATA
©
, versão 10.1.
29
Heterocedasticidade testada por meio do xttest3, implementado com o STATA
©
, versão 10.1.
117
modelo em painel. Os valores dos coeficientes mantiveram-se próximos da estimação
realizada em corte transversal (tabela 23).
Assim como no caso do EVA
*
, para o MVA
*
do ano de 2007, em função dos nove modelos
apresentados na metodologia – [74] a [82] –, foram realizadas 3.328 estimações, a saber:
1.152 que consideraram os valores de 2007 para a variável estudada e para as variáveis
explicativas (variáveis contemporâneas); 1.152 que consideraram os valores de 2007 para a
variável estudada e valores de 2006 para as variáveis explicativas (variáveis defasadas); e
1.024 que utilizaram a média da variável estudada e das variáveis explicativas. No caso do
modelo [82], não há como fazer a média entre as
dummies das estruturas.
Dentre 2.304 regressões estimadas – 1.152 com variáveis contemporâneas e 1.152 com
variáveis defasadas –, apresenta-se na tabela 25 a quantidade de equações em que os
coeficientes das variáveis de liquidez mostraram-se relevantes aos níveis de 1%, 5% e 10%.
Tabela 25
Modelos em que as variáveis de liquidez foram relevantes (MVA
*
_2007)
Significância => 1% 5% 10% Nº de regressões
NAL_2007 0 10 86 128
LG_2007 0 0 0 128
LC_2007 0 0 0 128
LS_2007 0 0 1 128
LI_2007 0 1 8 128
T_PL_2007 13 48 54 128
NCG_PL_2007 0 0 5 128
CDG_PL_2007 0 38 79 128
NAL_2006 29 111 122 128
LG_2006 0 0 0 128
LC_2006 0 0 0 128
LS_2006 0 0 0 128
LI_2006 0 0 0 128
T_PL_2006 56 79 103 128
NCG_PL_2006 3 7 20 128
CDG_PL_2006 6 50 87 128
DMDCG1_2007 0 0 0
DMDCG4_2007 0 1 4
DMDCG1_2006 122 128 128
DMDCG4_2006 124 128 128
DMDCG5_2006 114 128 128
Soma 467 729 953 2304
128
128
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
A na tabela 25 mostra que as variáveis de liquidez tradicional – LI, LG, LC e LS – com
defasagem não exerceram efeito significativo sobre o MVA
*
de 2007. A LS e a LI,
contemporâneas, apresentaram em dez equações algum efeito sobre MVA
*
. Quanto ao NAL,
118
verificou-se que essa variável apresentou efeito contemporâneo e defasado sobre o MVA
*
de
2007. Dados os resultados encontrados para o EVA
*
, optou-se por utilizar variáveis do
MDCG – NCG, CDG e T –, divididas pelo PL para expurgar o efeito tamanho. Foi possível
em vários casos encontrar influência nos níveis de significância indicados.
Além disso, quando as
dummies que representavam as estruturas financeiras foram utilizadas,
constatou-se que em todos os modelos com dados defasados essas variáveis geraram efeitos
significativos no MVA
*
ao nível de 5% de significância, o que ocorre em menor freqüência
quando consideradas as variáveis contemporâneas. A seguir, apresenta-se uma análise similar
para o MVA
*
médio, em que as variáveis do MDCG também foram utilizadas divididas pelo
PL.
Tabela 26
Modelos em que as variáveis de liquidez foram relevantes (MVA
*
_MÉDIO)
Significância => 1% 5% 10% Nº de regressões
NAL_MÉDIO 103 124 128 128
LG_MÉDIO 0 2 11 128
LC_MÉDIO 0 3 24 128
LS_MÉDIO 0 4 25 128
LI_MÉDIO 6 8 10 128
T_PL_MÉDIO 0 11 30 128
NCG_PL_MÉDIO 12 16 20 128
CDG_PL_MÉDIO 7 49 61 128
Soma 128 217 309 1024
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
A partir das regressões que contemplaram valores médios para as variáveis, observou-se que o
NAL foi a variável com maior quantidade de modelos em que se verificaram coeficientes com
efeitos sobre o MVA
*
.
Como no caso do EVA
*
, nem todas as 3.328 regressões cuja variável explicada era o MVA
*
tiveram os pressupostos do método de estimação testados. Selecionou-se apenas a equação em
que as variáveis apresentaram efeitos significativos no MVA
*
e os pressupostos foram
validados.
119
Equação Pressupostos validados
i
ε
i
DADR
4
β
i
2006
PAYOUT
3
β
i
2006
NAL
2
β
1
β
i
2007
MVA
++
+++=
O teste Ramsey RESET para a forma quadrática
foi validado ao nível de 3%. O teste Breusch-
Pagan / Cook-Weisberg para homocedasticidade
foi validado ao nível de 2%. Os demais
pressupostos foram validados ao nível de
significância de 10%.
Quadro 15 – Equação com pressupostos validados
Obs. – Para o teste CUSUM, utiliza-se o valor p igual a 5%, padrão do Eviews
©
, versão 5. Para o VIF, utiliza-se
a regra de bolso, que estabelece que valores superiores a 10 evidenciam presença de multicolinearidade.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Para a equação do quadro 15, são apresentados os resultados das regressões e dos testes
realizados.
Tabela 27
Resultado da regressão que considerava o MVA
*
de 2007
mva_2007 Coeficiente Erro Padrão Estatística t Valor p
nal_2006 12,4106 4,7719 2,6000 0,0150
payout_2006 0,0475 0,0144 3,3000 0,0030
dadr -1,8729 0,8785 -2,1300 0,0430
Constante 0,0529 0,8985 0,0600 0,9530
0,4692
R² Ajustado 0,4055
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
O NAL apresentou efeito direto – 12,41 – e estatisticamente significativo sobre MVA
*
do ano
de 2007 para a amostra estudada. A constante (0,0529) capta o valor médio do MVA
*
para as
empresas que não têm ADR negociadas na NYSE, após expurgar o efeito das variáveis NAL
e
payout. De outro lado, as empresas que emitem ADR apresentaram MVA
*
médio de -1,82,
também após expurgar o efeito das variáveis NAL e
payout. Para a validação dos
pressupostos desse modelo que considerava o NAL, foi necessária a inclusão das variáveis
payout e da dummy que captava a emissão de ADR no mercado norte americano. A seguir,
apresenta-se a matriz de correlação das variáveis da regressão.
mva_2007 nal_2006 payout_2006 dadr residuos
mva_2007
1,0000
nal_2006
0,4010 1,0000
payout_2006
0,4584 -0,0046 1,0000
dadr
-0,3056 -0,0743 0,0724 1,0000
residuos
0,7286 0,0000 0,0000 0,0000 1,0000
Quadro 16 – Matriz de correlação das variáveis da regressão – MVA
*
de 2007
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
Os dados da matriz de correlação já possibilitam algumas análises preliminares. Observa-se
que nenhum dos regressores está correlacionado com os resíduos da regressão
120
ii4
i
20063
i
200621
i
2007
εDADRβPAYOUTβNALββMVA
+
+
++= . Em complemento, percebe-
se que as variáveis de controle são pouco correlacionadas entre si. A variável em estudo,
NAL, apresentou uma correlação inversa e fraca em relação ao
payout e à DADR. Os
pressupostos foram testados e sumarizados no APÊNDICE H. Não foi possível, com os dados
desta dissertação, validar um modelo de dados em painel, com pressupostos validados, para
explicar o MVA
*
(testes dos pressupostos estão apresentados no APÊNDICE H).
6.3 Análise final dos resultados encontrados
Após o estabelecimento dos diversos modelos para a análise do impacto da liquidez
corporativa na criação de valor para os acionistas, obtiveram-se as equações que melhor
descreveram o comportamento do EVA
*
e do MVA
*
.
Modelos
1
i
ε
i
2006
PAYOUT
5
β
i
2006
DMDCG5
4
β
i
2006
DMDCG4
3
β
i
2006
DMDCG1
2
β
1
β
i
2007
*EVA +++++=
2
i
ε
i
DIPO
6
β
i
DGC
5
β
i
MÉDIO
ROA
4
β
i
MÉDIO
END
3
β
i
MÉDIO
PL
T
2
β
1
β
i
MÉDIO
EVA
*
++++++=
3
i
εROA
4
βEND
3
β
i
t
PL
T
2
β
1
β
*
it
EVA
itit
++++=
4
i
ε
i
DADR
4
β
i
2006
PAYOUT
3
β
i
2006
NAL
2
β
1
β
i
2007
*MVA ++++=
Quadro 17 – Resumo das equações com pressupostos validados
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Não foi objetivo deste trabalho verificar qual proxy de liquidez melhor explica o EVA
*
e o
MVA
*
. Por esse motivo, apresenta-se na tabela 28 um resumo com valor dos coeficientes e
dos resultados dos quatro modelos validados. No quadro 18 uma síntese da comparação dos
resultados encontrados com os esperados. Os resultados esperados baseiam-se nos trabalhos
anteriores, conforme descrito na seção
5.3.13.
Variáveis
Sinais dos coeficientes
Esperados Encontrados
Payout
t
-1
Negativo Positivo
T/PL Positivo Positivo
END Negativo Positivo
ROA Positivo Positivo
NAL
t
-1
Positivo Positivo
Quadro 18 – Comparação entre resultados encontrados e resultados
esperados
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
121
Tabela 28
Resumo dos resultados encontrados
Modelos 1 2 3 4
Variáveis EVA*
2007
EVA*
Médio
EVA*
i
t
MVA*
2007
Constante
0,9396
(0,000)
-0,3919
(0,001)
0,5226
(0,000)
0,0529
(0,953)
DMDCG1
t-1
0,8838
(0,000)
DMDCG4
t-1
0,9116
(0,000)
DMDCG5
t-1
0,9645
(0,000)
Payout
t-1
0,0020
(0,028)
0,0475
(0,003)
T/PL
0,2736
(0,001)
0,1331
(0,000)
END
0,7301
(0,000)
0,7148
(0,000)
ROA
1,9879
(0,000)
2,1970
(0,000)
DGC
-0,1164
(0,094)
DIPO
0,1943
(0,001)
NAL
t-1
12,4106
(0,015)
DADR
-1,8729
(0,043)
R
2
0,7573 0,8558 0,6139 0,4692
R
2
Ajustado 0,7169 0,8245 0,4055
Teste F 18,7200 27,3000 7,3700
Prob F 0,0000 0,0000 0,0011
Obs. 29 29 136 29
Obs. – Os valores em parênteses são os valores p.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
Esperava-se que as variáveis dummies de setor, de estruturas do MDCG, de GC, de IPO e de
ADR fossem relevantes para a explicação da criação de valor. Nesse sentido, observou-se, a
partir da amostra estudada, que dentre as
dummies testadas apenas as de setores não se
mostraram relevantes. Esse resultado pode ser explicado pelo pequeno número de empresas
da amostra que compõem cada setor.
A estimação realizada por Marques (2002), utilizando dados de 2000, apresentou uma relação
direta entre o T e o EVA
*
. No trabalho desse autor a unidade de ambas as variáveis era
monetária. Nesta dissertação, ambas são quocientes e o período de análise e a moldura de
amostragem são distintos dos utilizados por Marques (2002), conforme explicado na
metodologia. Mesmo assim, os coeficientes encontrados para o T/PL nos modelos 2 e 3
122
preservam o mesmo sinal da pesquisa anterior. Marques (2002) encontrou um coeficiente de
0,351 para o T, enquanto que nesta pesquisa encontrou-se 0,273 na regressão em corte
transversal para os valores médios e 0,133 para os dados em painel. Ambos os coeficientes
estimados nesta dissertação indicam, com maior ou menor força, que,
ceteris paribus, para a
amostra e período estudados cada acréscimo da quantidade de T/PL mantida pela empresa
ocasionará uma elevação no EVA
*
.
O R
2
ajustado mais elevado, 0,8245, foi obtido para o modelo em que se incluíram as
seguintes variáveis de controle: END, ROA, DGC e DIPO. Já para o modelo em painel
apenas com as variáveis de controle END e ROA o R
2
obtido foi de 0,6139. Constatou-se
também que os coeficientes das duas variáveis de controle comuns entre os modelos 2 e 3
tiveram uma pequena variação, passando de 0,730 e 1,987 para 0,714 e 2,197. Essa pequena
variação dos coeficientes do modelo em que se utilizaram valores médios das variáveis em
corte transversal em comparação com o modelo de dados em painel torna o resultado ainda
mais relevante.
O ROA apresentou sinal positivo. Esse resultado corrobora a afirmação de Silva e Ferreira
(2006) de que a eficácia empresarial na geração de lucros, estimada pelo ROA, tem influência
direta no EVA
*
e, portanto, na criação de valor para o acionista. Já o sinal encontrado para o
END não foi o que era esperado, conforme o trabalho de Krylova (2007). Esperava-se que a
elevação do END gerasse um efeito contrário na criação de valor, Contudo, conforme já
explicado na subseção anterior, sugeriu-se que a alavancagem, até algum patamar,
proporciona um benefício fiscal para a empresa que eleva o LL,
ceteris paribus, aumenta o
ROE e, conseqüentemente, a criação de valor. As variáveis DGC e DIPO também foram
relevantes. Esperava-se que as empresas que abriram o capital recentemente ou que pertençam
a seguimentos de GC tenham comportamento distintos em relação às demais empresas,
conforme destacado por Roosenboon e Goot (2003), na seção
5.3.13. Essa expectativa foi
verificada na amostra estudadas.
Outra maneira de verificar o impacto de liquidez na criação de valor para os acionistas deu-se
por meio da utilização das
dummies que representaram as estruturas financeiras do MDCG –
modelo 1 da tabela 28. Como era esperado, as estruturas financeiras do MDCG mostraram-se
relevantes ao impactar a criação de valor para o acionista. Dessa maneira, conseguiu-se
explicar o comportamento do EVA
*
para o ano de 2007 com um R
2
ajustado de 0,716. Para o
123
mesmo modelo, foi necessário incluir a variável payout em sua primeira defasagem como
variável de controle.
O
payout, como variável de controle, apresentou sinal contrário do esperado. Esperava-se que
quanto maior o
payout de um referido ano menor seria o EVA
*
do ano seguinte. Isso se deve
ao fato de que o desinvestimento, simbolizado pelo elevado pagamento de dividendos,
poderia restringir os recursos disponíveis na empresa necessários para continuar o processo de
geração de valor. Contudo, observou-se nos dados empíricos desta dissertação uma influência
positiva entre o
payout e a criação de valor, apesar do baixo valor encontrado para variável
(0,0020). Segundo Rappaport (2001), o retorno para o acionista ocorre por meio de ganhos de
capital ou pagamento de dividendos. A partir dos resultados empíricos encontrados nesta
dissertação, pode-se sugerir que o pagamento de dividendos representa a entrega de valor para
os acionistas e, em alguma medida, exerce um impacto positivo no processo de criação de
valor para os acionistas.
Finalmente, para a tentativa de verificar uma possível influência de variáveis de liquidez
sobre o MVA
*
, apenas um modelo – modelo 4, da tabela 28 –, foi validado conforme os testes
descritos. Esse modelo apresentou o menor R
2
ajustado – 0,4055 – e a única variável de
liquidez relevante foi o NAL, em sua primeira defasagem, com relação direta com o MVA
*
de
2007. Deve-se destacar que nem Marques (2002) nem Carneiro Júnior (2006) utilizaram o
MVA
*
como regressando.
Nesse modelo, o MVA
*
médio para o ano de 2007 das empresas que não têm ADR nas NYSE
é dado pela constante (0,0529), após expurgado o efeito do NAL e do
payout. Já as empresa
que negociam ADR na NYSE apresentam um MVA
*
médio para o ano de 2007 de -0,82.
Sobre o aspecto de liquidez percebe-se, conforme os resultados empíricos desta dissertação,
que quanto maior o nível de ativos líquidos mantidos pela empresa mais elevado tende a ser
seu MVA
*
, ceteris paribus. Essa constatação implica dizer que, pelo menos para a amostra e o
período estudado, a expectativa do mercado em termos de criação de valor para o acionista,
captada pelo valor de mercado, foi impactada pela liquidez.
Dessa forma, a liquidez, seja por meio das variáveis e estruturas do MDCG, ou do NAL,
impacta a criação de valor para os acionistas. Quanto aos indicadores tradicionais de liquidez,
124
observou-se que esses não foram relevantes para explicar o EVA
*
e o MVA
*
das empresas
analisadas. Com esses resultados, foi possível atender ao objetivo deste trabalho de analisar o
relacionamento entre a liquidez – índices tradicionais, NAL e variáveis do MDCG – e a
criação de valor para acionistas.
125
7 CONCLUSÃO
Em geral, os dois temas principais abordados nesta dissertação – liquidez corporativa e
criação de valor – são estudados separadamente. Verifica-se uma incipiência de artigos,
dissertações e teses sobre o relacionamento entre liquidez corporativa e criação de valor. A
baixa quantidade de estudos relacionando os dois temas foi mais uma motivação para o
desenvolvimento deste trabalho.
A amostra utilizada também corrobora a relevância desta pesquisa. O conceito do TBL
relaciona desenvolvimento ambiental, social com o financeiro. Assim, o tema
“sustentabilidade” tem sido foco não só entre os investidores, mas também entre os
pesquisadores. Este trabalho contribui para a literatura especializada na medida em que
relaciona empresas socialmente sustentáveis, considerando sua participação no ISE, com o
EVA
*
e com variáveis de liquidez.
Com o propósito de investigar o relacionamento entre a liquidez e a criação de valor para
acionistas nas empresas que compõem a carteira teórica 2007-2008 do ISE, foram realizadas
6.656 estimações pelo MQO. Com o intuito de dar maior embasamento a essas estimações,
foram realizados testes dos pressupostos do método de estimação e, nos casos necessários,
geraram-se novos modelos com dados em painel, considerando efeitos fixos e aleatórios.
Nos estudos de Marques (2002) e Carneiro Júnior (2006), as variáveis de liquidez se
restringiram às do MDCG, regredidas apenas contra o EVA
*
. Neste trabalho, foram
consideradas outras variáveis para contemplar as de liquidez tradicional, a variável NAL,
tradução de
Cash Holdings, apresentada por Colquitt, Sommer e Godwin (1999), e, além do
EVA
*
, o MVA
*
. Nesta dissertação, foram apresentadas, ainda, novas variáveis de controle e
vários modelos e métodos de estimação.
A análise descritiva de todas as variáveis estudadas contribuiu não só para formular os
modelos econométricos, como também para embasar futuras pesquisas. Percebeu-se, por
exemplo, uma grande concentração – 60% – de empresas com estruturas financeiras dos tipo
4 e 5, segundo os conceitos do MDCG. A partir dessas estruturas, verifica-se que as empresas
estudadas seguem o que foi apresentado por Vieira (2005) para o grupo geral de empresas
brasileiras de capital aberto. Esse autor sustenta que a maior parte das empresas com esse
126
perfil apresenta estrutura dos tipos 4 e 5. Além disso, a não identificação de empresas dos
tipos 2 e 3 corrobora os argumento de Fleuriet, Kehdy e Blanc (1978) de que, quando
formularam o modelo, apresentaram apenas os tipos 1, 4, 5 e 6, pois esses quatro tipos eram
os que apareciam com maior freqüência na prática.
Quanto ao NAL, é relevante destacar sua baixa magnitude nas empresas siderúrgicas, por
exemplo. Empresas como Gerdau e Gerdau Metalúrgica apresentaram valores próximos de 0
em todos os anos do estudo. Contudo, esse dado não é surpreendente. Empresas siderúrgicas
são marcadas por um alto índice de ativos imobilizados, o que faz com que seus ativos
líquidos tornem-se inexpressivos em muitos casos se comparados aos ativos totais.
O custo de capital, estimado pelo CAPM, sofre influência da variação do retorno do mercado
e apresenta algumas limitações que devem ser consideradas. Em alguns casos o custo de
capital apresentou algumas oscilações elevadas no período analisado. Apesar disso, está
alinhado à teoria tradicional de finanças, por contemplar questões de risco e retorno.
O EVA
*
foi utilizado como uma proxy para a criação de valor. Destaca-se que essa
informação baseia-se em dados passados que podem não se repetir no futuro. Já o MVA
*
, ao
contemplar o preço das ações, incorpora uma característica que reflete a expectativa do
mercado. Dessa forma, ao utilizar essas duas abordagens, tentou-se apresentar dados com
resultados mais completos e consistentes.
No caso do MVA
*
, foi percebido que a Natura – IPO em 2004 – possivelmente abriu seu
capital de forma mais valorada do que deveria. Isso seria uma possível explicação para o fato
de essa empresa ter apresentado a mediana mais elevada entre os MVA
*
, além de ser uma das
poucas que no período estudado sofreu reduções no MVA
*
. A maioria das empresas teve seu
MVA
*
majorado no período compreendido entre 2003 e 2007.
Conclusões acerca de dados estatísticos devem estar calcadas na validação dos pressupostos
dos métodos utilizados para as estimações, sob pena de conclusões inadequadas e de relações
espúrias entre as variáveis estudadas. Para o presente trabalho, conforme amostra apresentada
na metodologia, verificou-se que a combinação de duas das três variáveis do MDCG – CDG,
NCG e T – implicou ineficiência de uma das duas variáveis para explicar tanto o EVA
*
quanto o MVA
*
. Os modelos desenvolvidos pelos pesquisadores anteriores – Marques (2002)
127
e Carneiro Júnior (2006) – não tiveram seus pressupostos validados quando utilizados os
dados desta presente dissertação. Por esse motivo, foi necessário identificar novos modelos
que permitissem a investigação do problema de pesquisa.
Os resultados indicaram quatro modelos em que a liquidez apresentou efeito na criação de
valor para os acionistas. Três desses modelos basearam-se em estimações MQO em corte
transversal e um modelo em painel.
Dentre os modelos em corte transversal, o que utilizou dados do EVA
*
de 2007 indicou que as
estruturas do MDCG do ano anterior, tratadas como variáveis
dummies, exerceram efeito
significativo na
proxy para a criação de valor para o acionista. O outro modelo em corte
transversal em que se procurou explicar o comportamento do EVA
*
médio do período de
2003 a 2007 com variáveis do MDCG apresentou o R² e o R² ajustado acima de 80%. Nesse
modelo, o coeficiente da variável T/PL apresentou um valor estatisticamente significativo, de
0,2736.
Por meio do modelo para dados em painel, também foi possível verificar a relevância da
variável do MDCG. Assim como no caso da estimação em corte transversal do EVA
*
médio,
a variável T/PL apresentou uma relação direta com o regressando, porém em menor grau.
Esse resultado empírico não corrobora a afirmação feita por Koller, Goedhart e Wessels
(2005) de que o excesso de caixa proporciona pequenos retornos. Dessa forma, pesquisas
futuras poderiam considerar mais empresas com excesso de liquidez para identificar se esse
excesso impacta negativamente a criação de valor para os acionistas.
Para o caso do MVA
*
, apenas um modelo em corte transversal teve seus pressupostos
validados. Nesse modelo a variável de liquidez que apresentou efeito na criação de valor foi o
NAL. A não validação de outros modelos MQO, ou em painel, pode sugerir a necessidade de
pesquisas futuras.
A partir dos modelos apresentados na seção de resultados, foi possível investigar o problema
de pesquisa e atender aos objetivos propostos. Verificou-se na amostra e no período estudados
a inexistência de relação entre os índices de liquidez tradicional, o NAL e o EVA
*
. Já o saldo
de tesouraria do MDCG e as suas estruturas apresentaram relação com o EVA
*
e, portanto,
foram relevantes para explicar o comportamento da criação de valor para os acionistas.
128
Para atender aos objetivos referentes ao MVA, foram estimadas regressões da variável
dependente MVA
*
. Verificou-se na amostra e no período estudados a inexistência de relação
entre as estruturas e as variáveis do MDCG e entre os índices de liquidez tradicional e o
MVA
*
. Já o NAL apresentou relação positiva com o MVA
*
.
Como limitação, destaca-se que, pelo fato de a amostra selecionada não ser probabilística,
resultados encontrados mediante a reaplicação da metodologia desta dissertação para outras
amostras não serão necessariamente iguais aos resultados desta pesquisa. Além disso, não foi
propósito deste trabalho avaliar se as empresas sustentáveis apresentam EVA
*
superior ou
inferior ao das empresas que não são classificadas como sustentáveis.
Optou-se por utilizar indicadores já apresentado em trabalhos anteriores para a explicação da
criação de valor. Contudo, trabalhos futuros poderiam explorar o impacto causado pelos
direcionadores de valor, apresentado por Rappaport (2001), na criação de valor. Ainda como
sugestões para futuras pesquisas pode-se relacionar o grau de alavancagem financeira com o
EVA
*
.
Em função do elevado, porém decrescente, MVA
*
apresentado pela Natura após seu IPO,
futuras pesquisas podem explorar questões relacionadas à eficiência de mercado e à abertura
de capital. Notou-se que a partir de 2004 várias aberturas de capital ocorreram na BOVESPA
e que muitas dessas empresas começam a apresentar volume de negociação suficiente para
merecerem estudos voltados a elas.
Pesquisas futuras podem abordar o impacto dos custos de agência e dos conflitos de interesse
sobre liquidez e criação de valor. Além disso, a partir de uma base de dados de empresas que
passaram por problemas de falência e/ou insolvência, seria possível estudar o comportamento
das
proxies de liquidez e de criação de valor apresentadas na presente dissertação. Nesse
estudo seria possível verificar se empresas que faliram ou se tornaram insolventes
apresentavam indícios desses fatos antes dos mesmos ocorrerem.
Finalmente, pode-se utilizar a metodologia aqui apresentada para os cálculos das variáveis do
MDCG, EVA
*
e MVA
*
, e ampliar o estudo. Para tanto, sugere-se a análise partir das ações
que compõem o IBRX 100.
129
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138
APÊNDICES
APÊNDICE A
Conforme apresentado por Hamada (1969), dado que
)R,λcov(RR)E(R
MiFi
+=
[94]
AATA
S)E(SE(div))E(X +=
[95]
A
A
A
S
)E(X
)E(R =
[96]
B
BFA
B
S
DR)E(X
)E(R
=
[97]
Substituindo E(R
A
) e E(R
B
) na equação [37] e igualando esses resultados às equações [96] e
[97], respectivamente, obtém-se as equações a seguir:
A
A
MAFA
S
)E(X
)R,λcov(RR)E(R =+=
[98]
B
BFA
MBFB
S
DR)E(X
)R,λcov(RR)E(R
=+=
[99]
Isolando E(X
A
) em ambas equações:
[]
)R,λcov(RRS)E(X
MAFAA
+=
[100]
BFMBBFBA
DR)R,λcov(RSRS)E(X
+
+=
[101]
Colocando S
B
em evidência e igualando a equação [100] com a equação [101]:
139
[]
++=+
B
B
FMBBMAFA
S
D
1R)R,λcov(RS)R,λcov(RRS
[102]
Dado que a
()
[]
=
MM
A
A
A
A
MA
RER
S
X
E
S
X
E)R,cov(R logo
A
MA
MA
S
)R,cov(X
)R,cov(R =
e, de maneira similar,
B
MA
MB
S
)R,cov(X
)R,cov(R =
. Ao se
substituírem esses termos na equação [102] obtém-se:
++=
+
B
B
F
B
MA
B
A
MA
FA
S
D
1R
S
)R,cov(X
λS
S
)R,cov(X
λRS
[103]
Fazendo as operações necessárias para retirarem os termos dos colchetes:
++=+
B
B
FB
B
MA
B
A
MA
AFA
S
D
1RS
S
)R,cov(X
λS
S
)R,cov(X
λSRS
[104]
Isolando S
A
:
)R,λcov(X
S
D
1RS)R,λcov(XRS
MA
B
B
FBMAFA
++=
[105]
Simplificando:
BBA
B
B
BA
DSS
S
D
1SS +=
+=
[106]
140
APÊNDICE B
Modelo Equação
1
EVA*Z
2
EVA*Z END
3
EVA*Z PAYOUT
4
EVA*Z ROA
5
EVA*Z DGC
6
EVA*Z DADR
7
EVA*Z DIPO
8
EVA*Z DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9 DSET10
9
EVA*Z END PAYOUT
10
EVA*Z END ROA
11
EVA*Z END DGC
12
EVA*Z END DADR
13
EVA*Z END DIPO
14
EVA*Z END DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9 DSET10
15
EVA*Z PAYOUT ROA
16
EVA*Z PAYOUT DGC
17
EVA*Z PAYOUT DADR
18
EVA*Z PAYOUT DIPO
19
EVA*Z PAYOUT DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
20
EVA*Z ROA DGC
21
EVA*Z ROA DADR
22
EVA*Z ROA DIPO
23
EVA*Z ROA DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9 DSET10
24
EVA*Z DGC DADR
25
EVA*Z DGC DIPO
26
EVA*Z DGC DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9 DSET10
27
EVA*Z DADR DIPO
28
EVA*Z DADR DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9 DSET10
29
EVA*Z DIPO DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9 DSET10
30
EVA*Z END PAYOUT ROA
31
EVA*Z END PAYOUT DGC
32
EVA*Z END PAYOUT DADR
33
EVA*Z END PAYOUT DIPO
34
EVA*Z END PAYOUT DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
35
EVA*Z END ROA DGC
36
EVA*Z END ROA DADR
37
EVA*Z END ROA DIPO
38
EVA*Z END ROA DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
39
EVA*Z END DGC DADR
40
EVA*Z END DGC DIPO
41
EVA*Z END DGC DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
42
EVA*Z END DADR DIPO
43
EVA*Z END DADR DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
44
EVA*Z END DIPO DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
141
45
EVA*Z PAYOUT ROA DGC
46
EVA*Z PAYOUT ROA DADR
47
EVA*Z PAYOUT ROA DIPO
48
EVA*Z PAYOUT ROA DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
49
EVA*Z PAYOUT DGC DADR
50
EVA*Z PAYOUT DGC DIPO
51
EVA*Z PAYOUT DGC DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
52
EVA*Z PAYOUT DADR DIPO
53
EVA*Z PAYOUT DADR DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
54
EVA*Z PAYOUT DIPO DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
55
EVA*Z ROA DGC DADR
56
EVA*Z ROA DGC DIPO
57
EVA*Z ROA DGC DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
58
EVA*Z ROA DADR DIPO
59
EVA*Z ROA DADR DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
60
EVA*Z ROA DIPO DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
61
EVA*Z DGC DADR DIPO
62
EVA*Z DGC DADR DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
63
EVA*Z DGC DIPO DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
64
EVA*Z DADR DIPO DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
65
EVA*Z END PAYOUT ROA DGC
66
EVA*Z END PAYOUT ROA DADR
67
EVA*Z END PAYOUT ROA DIPO
68
EVA*Z END PAYOUT ROA DSET2 DSET7
69
EVA*Z END PAYOUT DGC DADR
70
EVA*Z END PAYOUT DGC DIPO
71
EVA*Z END PAYOUT DGC DSET2 DSET7
72
EVA*Z END PAYOUT DADR DIPO
73
EVA*Z END PAYOUT DADR DSET2 DSET7
74
EVA*Z END PAYOUT DIPO DSET2 DSET7
75
EVA*Z END ROA DGC DADR
76
EVA*Z END ROA DGC DIPO
77
EVA*Z END ROA DGC DSET2 DSET7
78
EVA*Z END ROA DADR DIPO
79
EVA*Z END ROA DADR DSET2 DSET7
80
EVA*Z END ROA DIPO DSET2 DSET7
81
EVA*Z END DGC DADR DIPO
82
EVA*Z END DGC DADR DSET2 DSET7
83
EVA*Z END DGC DIPO DSET2 DSET7
84
EVA*Z END DADR DIPO DSET2 DSET7
85
EVA*Z PAYOUT ROA DGC DADR
86
EVA*Z PAYOUT ROA DGC DIPO
87
EVA*Z PAYOUT ROA DGC DSET2 DSET7
88
EVA*Z PAYOUT ROA DADR DIPO
89
EVA*Z PAYOUT ROA DADR DSET2 DSET7
142
90
EVA*Z PAYOUT ROA DIPO DSET2 DSET7
91
EVA*Z PAYOUT DGC DADR DIPO
92
EVA*Z PAYOUT DGC DADR DSET2 DSET7
93
EVA*Z PAYOUT DGC DIPO DSET2 DSET7
94
EVA*Z PAYOUT DADR DIPO DSET2 DSET7
95
EVA*Z ROA DGC DADR DIPO
96
EVA*Z ROA DGC DADR DSET2 DSET7
97
EVA*Z ROA DGC DIPO DSET2 DSET7
98
EVA*Z ROA DADR DIPO DSET2 DSET7
99
EVA*Z DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
100
EVA*Z END PAYOUT ROA DGC DADR
101
EVA*Z END PAYOUT ROA DGC DIPO
102
EVA*Z END PAYOUT ROA DGC DSET2 DSET7
103
EVA*Z END PAYOUT ROA DADR DIPO
104
EVA*Z END PAYOUT ROA DADR DSET2 DSET7
105
EVA*Z END PAYOUT ROA DIPO DSET2 DSET7
106
EVA*Z END PAYOUT DGC DADR DIPO
107
EVA*Z END PAYOUT DGC DADR DSET2 DSET7
108
EVA*Z END PAYOUT DGC DIPO DSET2 DSET7
109
EVA*Z END PAYOUT DADR DIPO DSET2 DSET7
110
EVA*Z END ROA DGC DADR DIPO
111
EVA
®
A Z END ROA DGC DADR DSET2 DSET7
112
EVA*Z END ROA DGC DIPO DSET2 DSET7
113
EVA*Z END ROA DADR DIPO DSET2 DSET7
114
EVA*Z END DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
115
EVA*Z PAYOUT ROA DGC DADR DIPO
116
EVA*Z PAYOUT ROA DGC DADR DSET2 DSET7
117
EVA*Z PAYOUT ROA DGC DIPO DSET2 DSET7
118
EVA*Z PAYOUT ROA DADR DIPO DSET2 DSET7
119
EVA*Z PAYOUT DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
120
EVA*Z ROA DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
121
EVA*Z END PAYOUT ROA DGC DADR DIPO
122
EVA*Z END PAYOUT ROA DGC DADR DSET2 DSET7
123
EVA*Z END PAYOUT ROA DGC DIPO DSET2 DSET7
124
EVA*Z END PAYOUT ROA DADR DIPO DSET2 DSET7
125
EVA*Z END PAYOUT DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
126
EVA*Z END ROA DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
127
EVA*Z PAYOUT ROA DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
128
EVA*Z END PAYOUT ROA DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
Quadro 19 Equações para verificar a relevâncias das variáveis em relação ao EVA
*
Obs. – O Z é um vetor de variáveis que representa uma única variável dentre as seguintes: NAL, LG, LC, LS, LI,
T, NCG ou CDG. Quando representa as estruturas do MDCG, o Z é composto por diversas variáveis
dummies:
DMDCG1, DMDCG2, DMDCG3, DMDCG4 e DMDCG5.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
143
APÊNDICE C
Modelo Equação
1
MVA* Z
2
MVA* Z END
3
MVA* Z PAYOUT
4
MVA* Z ROA
5
MVA* Z DGC
6
MVA* Z DADR
7
MVA* Z DIPO
8
MVA* Z DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9 DSET10
9
MVA* Z END PAYOUT
10
MVA* Z END ROA
11
MVA* Z END DGC
12
MVA* Z END DADR
13
MVA* Z END DIPO
14
MVA* Z END DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9 DSET10
15
MVA* Z PAYOUT ROA
16
MVA* Z PAYOUT DGC
17
MVA* Z PAYOUT DADR
18
MVA* Z PAYOUT DIPO
19
MVA* Z PAYOUT DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
20
MVA* Z ROA DGC
21
MVA* Z ROA DADR
22
MVA* Z ROA DIPO
23
MVA* Z ROA DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9 DSET10
24
MVA* Z DGC DADR
25
MVA* Z DGC DIPO
26
MVA* Z DGC DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9 DSET10
27
MVA* Z DADR DIPO
28
MVA* Z DADR DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9 DSET10
29
MVA* Z DIPO DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9 DSET10
30
MVA* Z END PAYOUT ROA
31
MVA* Z END PAYOUT DGC
32
MVA* Z END PAYOUT DADR
33
MVA* Z END PAYOUT DIPO
34
MVA* Z END PAYOUT DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
35
MVA* Z END ROA DGC
36
MVA* Z END ROA DADR
37
MVA* Z END ROA DIPO
38
MVA* Z END ROA DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
39
MVA* Z END DGC DADR
40
MVA* Z END DGC DIPO
41
MVA* Z END DGC DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
42
MVA* Z END DADR DIPO
43
MVA* Z END DADR DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
44
MVA* Z END DIPO DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
144
45
MVA* Z PAYOUT ROA DGC
46
MVA* Z PAYOUT ROA DADR
47
MVA* Z PAYOUT ROA DIPO
48
MVA* Z PAYOUT ROA DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
49
MVA* Z PAYOUT DGC DADR
50
MVA* Z PAYOUT DGC DIPO
51
MVA* Z PAYOUT DGC DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
52
MVA* Z PAYOUT DADR DIPO
53
MVA* Z PAYOUT DADR DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
54
MVA* Z PAYOUT DIPO DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
55
MVA* Z ROA DGC DADR
56
MVA* Z ROA DGC DIPO
57
MVA* Z ROA DGC DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
58
MVA* Z ROA DADR DIPO
59
MVA* Z ROA DADR DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
60
MVA* Z ROA DIPO DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
61
MVA* Z DGC DADR DIPO
62
MVA* Z DGC DADR DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
63
MVA* Z DGC DIPO DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
64
MVA* Z DADR DIPO DSET1 DSET2 DSET3 DSET4 DSET5 DSET6 DSET7 DSET8 DSET9
DSET10
65
MVA* Z END PAYOUT ROA DGC
66
MVA* Z END PAYOUT ROA DADR
67
MVA* Z END PAYOUT ROA DIPO
68
MVA* Z END PAYOUT ROA DSET2 DSET7
69
MVA* Z END PAYOUT DGC DADR
70
MVA* Z END PAYOUT DGC DIPO
71
MVA* Z END PAYOUT DGC DSET2 DSET7
72
MVA* Z END PAYOUT DADR DIPO
73
MVA* Z END PAYOUT DADR DSET2 DSET7
74
MVA* Z END PAYOUT DIPO DSET2 DSET7
75
MVA* Z END ROA DGC DADR
76
MVA* Z END ROA DGC DIPO
77
MVA* Z END ROA DGC DSET2 DSET7
78
MVA* Z END ROA DADR DIPO
79
MVA* Z END ROA DADR DSET2 DSET7
80
MVA* Z END ROA DIPO DSET2 DSET7
81
MVA* Z END DGC DADR DIPO
82
MVA* Z END DGC DADR DSET2 DSET7
83
MVA* Z END DGC DIPO DSET2 DSET7
84
MVA* Z END DADR DIPO DSET2 DSET7
85
MVA* Z PAYOUT ROA DGC DADR
86
MVA* Z PAYOUT ROA DGC DIPO
87
MVA* Z PAYOUT ROA DGC DSET2 DSET7
88
MVA* Z PAYOUT ROA DADR DIPO
89
MVA* Z PAYOUT ROA DADR DSET2 DSET7
145
90
MVA* Z PAYOUT ROA DIPO DSET2 DSET7
91
MVA* Z PAYOUT DGC DADR DIPO
92
MVA* Z PAYOUT DGC DADR DSET2 DSET7
93
MVA* Z PAYOUT DGC DIPO DSET2 DSET7
94
MVA* Z PAYOUT DADR DIPO DSET2 DSET7
95
MVA* Z ROA DGC DADR DIPO
96
MVA* Z ROA DGC DADR DSET2 DSET7
97
MVA* Z ROA DGC DIPO DSET2 DSET7
98
MVA* Z ROA DADR DIPO DSET2 DSET7
99
MVA* Z DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
100
MVA* Z END PAYOUT ROA DGC DADR
101
MVA* Z END PAYOUT ROA DGC DIPO
102
MVA* Z END PAYOUT ROA DGC DSET2 DSET7
103
MVA* Z END PAYOUT ROA DADR DIPO
104
MVA* Z END PAYOUT ROA DADR DSET2 DSET7
105
MVA* Z END PAYOUT ROA DIPO DSET2 DSET7
106
MVA* Z END PAYOUT DGC DADR DIPO
107
MVA* Z END PAYOUT DGC DADR DSET2 DSET7
108
MVA* Z END PAYOUT DGC DIPO DSET2 DSET7
109
MVA* Z END PAYOUT DADR DIPO DSET2 DSET7
110
MVA* Z END ROA DGC DADR DIPO
111
MVA* Z END ROA DGC DADR DSET2 DSET7
112
MVA* Z END ROA DGC DIPO DSET2 DSET7
113
MVA* Z END ROA DADR DIPO DSET2 DSET7
114
MVA* Z END DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
115
MVA* Z PAYOUT ROA DGC DADR DIPO
116
MVA* Z PAYOUT ROA DGC DADR DSET2 DSET7
117
MVA* Z PAYOUT ROA DGC DIPO DSET2 DSET7
118
MVA* Z PAYOUT ROA DADR DIPO DSET2 DSET7
119
MVA* Z PAYOUT DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
120
MVA* Z ROA DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
121
MVA* Z END PAYOUT ROA DGC DADR DIPO
122
MVA* Z END PAYOUT ROA DGC DADR DSET2 DSET7
123
MVA* Z END PAYOUT ROA DGC DIPO DSET2 DSET7
124
MVA* Z END PAYOUT ROA DADR DIPO DSET2 DSET7
125
MVA* Z END PAYOUT DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
126
MVA* Z END ROA DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
127
MVA* Z PAYOUT ROA DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
128
MVA* Z END PAYOUT ROA DGC DADR DIPO DSET2 DSET7
Quadro 20 Equações para verificar a relevâncias das variáveis em relação ao MVA
*
Obs. – O Z é um vetor de variáveis que representa uma única variável dentre as seguintes: NAL, LG, LC, LS, LI,
T, NCG ou CDG. Quando representa as estruturas do MDCG, o Z é composto por diversas variáveis
dummies:
DMDCG1, DMDCG2, DMDCG3, DMDCG4 e DMDCG5.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
146
APÊNDICE D
Tabela 29
Liquidez geral
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. 113,66% 126,18% 137,32% 1372,11% 1774,62% 137,32%
Sadia S.A. 96,42% 99,10% 84,64% 74,32% 64,06% 84,64%
Natura 57,77% 111,76% 98,30% 87,22% 86,51% 87,22%
Cesp 13,38% 16,14% 13,22% 22,01% 24,12% 16,14%
Cemig 73,58% 79,01% 136,98% 135,10% 186,21% 135,10%
Coelce 76,25% 70,46% 69,94% 64,74% 59,44% 69,94%
CPFL Energia 78,92% 221,31% 193,04% 135,97% 114,50% 135,97%
Copel 105,15% 104,60% 100,81% 89,87% 98,31% 100,81%
Eletrobrás 227,19% 249,93% 320,02% 325,88% 319,60% 319,60%
Eletropaulo 59,03% 58,95% 56,20% 58,15% 61,94% 58,95%
Energias BR 216,31% 239,35% 328,83% 204,15% 242,64% 239,35%
AES Tiete 49,40% 54,63% 61,59% 59,48% 63,12% 59,48%
Light S.A. 37,38% 39,84% 58,02% 73,07% 100,96% 58,02%
Tractebel 49,16% 58,40% 50,89% 56,00% 59,04% 56,00%
Weg 208,02% 225,21% 182,51% 138,73% 142,47% 182,51%
Sabesp 27,00% 30,56% 36,84% 40,71% 46,08% 36,84%
Dasa 66,73% 110,53% 71,80% 101,52% 62,25% 71,80%
Aracruz 32,09% 40,92% 41,57% 36,09% 36,74% 36,74%
Suzano Papel 49,24% 69,86% 59,77% 51,94% 55,20% 55,20%
V C P 89,29% 99,35% 40,05% 55,50% 51,44% 55,50%
Petrobras 106,75% 109,80% 112,26% 117,94% 109,33% 109,80%
Braskem 37,41% 49,79% 55,29% 57,22% 56,97% 55,29%
Suzano Petroquímica 172,92% 92,75% 51,98% 54,64% 99,90% 92,75%
Am Inox Br 69,41% 85,43% 94,04% 118,45% 136,25% 94,04%
Gerdau 79,98% 20,99% 65,22% 60,12% 41,82% 60,12%
Gerdau Metalúrgica 68,00% 80,66% 69,75% 91,41% 116,62% 80,66%
CCR Rodovias 236,67% 479,60% 223,46% 247,69% 301,68% 247,69%
Iochp-Maxion 102,12% 70,36% 70,81% 47,33% 135,01% 70,81%
Embraer 115,59% 121,53% 119,62% 119,31% 112,40% 119,31%
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
147
Tabela 30
Liquidez corrente
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. 99,50% 127,17% 138,14% 1339,78% 1771,71% 138,14%
Sadia S.A. 158,95% 118,64% 112,93% 131,54% 93,73% 118,64%
Natura 82,73% 120,26% 108,68% 89,12% 98,96% 98,96%
Cesp 17,64% 30,50% 22,35% 44,23% 66,35% 30,50%
Cemig 71,44% 84,24% 89,00% 83,94% 144,61% 84,24%
Coelce 109,41% 121,12% 99,17% 75,12% 72,73% 99,17%
CPFL Energia 118,82% 369,26% 169,68% 117,27% 145,33% 145,33%
Copel 56,75% 41,18% 76,80% 121,27% 172,54% 76,80%
Eletrobrás 170,08% 174,62% 277,85% 307,87% 282,41% 277,85%
Eletropaulo 46,61% 90,36% 92,92% 111,00% 125,57% 92,92%
Energias BR 128,83% 206,70% 472,64% 173,06% 261,81% 206,70%
AES Tiete 202,47% 213,82% 152,88% 136,34% 132,28% 152,88%
Light S.A. 45,43% 54,49% 169,20% 73,07% 100,90% 73,07%
Tractebel 94,19% 93,94% 72,07% 67,06% 86,29% 86,29%
Weg 217,54% 149,21% 154,84% 143,13% 161,41% 154,84%
Sabesp 66,99% 58,54% 101,98% 91,30% 90,62% 90,62%
Dasa 149,36% 267,20% 138,48% 341,90% 134,85% 149,36%
Aracruz 80,56% 191,97% 131,46% 154,09% 193,42% 154,09%
Suzano Papel 102,97% 168,26% 150,31% 282,13% 222,11% 168,26%
V C P 143,74% 142,81% 100,76% 151,13% 131,38% 142,81%
Petrobras 90,14% 73,94% 93,71% 97,34% 66,50% 90,14%
Braskem 55,75% 86,20% 108,70% 92,73% 99,24% 92,73%
Suzano Petroquímica 134,60% 90,05% 86,95% 169,43% 216,03% 134,60%
Am Inox Br 86,32% 130,26% 135,66% 179,13% 198,61% 135,66%
Gerdau 218,17% 42,86% 504,57% 421,93% 69,59% 218,17%
Gerdau Metalúrgica 114,23% 131,60% 138,63% 144,99% 217,25% 138,63%
CCR Rodovias 67,95% 428,34% 597,90% 3120,38% 880,00% 597,90%
Iochp-Maxion 12,65% 26,37% 40,77% 35,66% 133,50% 35,66%
Embraer 111,19% 132,32% 129,26% 132,31% 125,37% 129,26%
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
148
Tabela 31
Liquidez seca
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. 99,50% 127,17% 138,14% 1339,78% 1771,71% 138,14%
Sadia S.A. 112,82% 69,54% 69,60% 80,81% 54,21% 69,60%
Natura 82,62% 119,81% 108,54% 84,59% 94,84% 94,84%
Cesp 17,14% 30,01% 21,80% 43,67% 65,67% 30,01%
Cemig 71,02% 83,87% 89,00% 83,94% 144,61% 83,94%
Coelce 109,21% 121,01% 99,05% 75,03% 72,68% 99,05%
CPFL Energia 118,82% 369,26% 169,68% 117,27% 145,33% 145,33%
Copel 56,75% 41,18% 76,80% 121,27% 172,54% 76,80%
Eletrobrás 170,06% 174,61% 277,79% 307,81% 282,36% 277,79%
Eletropaulo 45,96% 89,26% 91,95% 110,21% 124,66% 91,95%
Energias BR 128,83% 206,70% 472,64% 173,06% 261,81% 206,70%
AES Tiete 202,13% 213,48% 152,71% 136,16% 132,13% 152,71%
Light S.A. 45,33% 54,31% 169,06% 73,07% 100,90% 73,07%
Tractebel 92,80% 92,78% 70,07% 65,08% 82,43% 82,43%
Weg 217,54% 149,21% 154,84% 143,13% 161,41% 154,84%
Sabesp 65,69% 57,13% 99,84% 88,97% 88,46% 88,46%
Dasa 132,23% 252,15% 128,45% 331,55% 124,22% 132,23%
Aracruz 73,25% 174,57% 116,53% 128,73% 166,81% 128,73%
Suzano Papel 77,44% 137,36% 122,89% 233,14% 179,35% 137,36%
V C P 109,99% 115,84% 64,78% 121,88% 104,44% 109,99%
Petrobras 70,88% 49,83% 72,03% 71,81% 45,30% 70,88%
Braskem 40,46% 63,05% 75,68% 65,45% 65,38% 65,38%
Suzano Petroquímica 134,60% 90,05% 57,97% 120,26% 177,07% 120,26%
Am Inox Br 56,39% 82,51% 84,06% 121,31% 146,29% 84,06%
Gerdau 218,17% 42,86% 504,57% 421,93% 69,59% 218,17%
Gerdau Metalúrgica 114,23% 131,60% 138,63% 144,99% 217,25% 138,63%
CCR Rodovias 67,95% 428,34% 597,90% 3120,38% 880,00% 597,90%
Iochp-Maxion 12,65% 26,37% 40,77% 35,66% 133,50% 35,66%
Embraer 68,56% 67,62% 66,70% 54,32% 51,06% 66,70%
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
149
Tabela 32
Capital circulante líquido
Empresas 2003 2004 2005 2006 2007 Mediana
Perdigão S.A. (225) 12.704 28.477 522.900 1.236.095 28.477
Sadia S.A. 1.400.081 497.365 309.561 667.023 (174.922) 497.365
Natura (70.913) 86.423 53.549 (72.877) (7.454) (7.454)
Cesp (2.649.049) (2.258.028) (2.418.276) (1.402.582) (667.494) (2.258.028)
Cemig (1.227.245) (708.819) (261.825) (247.587) 482.807 (261.825)
Coelce 62.192 106.951 (7.481) (245.480) (302.196) (7.481)
CPFL Energia 32.415 524.907 381.658 143.401 350.779 350.779
Copel (186.919) (528.622) (96.762) 263.646 357.897 (96.762)
Eletrobrás 4.677.447 4.474.154 7.166.549 9.250.150 8.908.940 7.166.549
Eletropaulo (3.448.854) (345.108) (270.621) 410.999 753.241 (270.621)
Energias BR 57.252 207.468 672.640 183.892 383.067 207.468
AES Tiete 357.729 457.232 389.511 260.614 261.176 357.729
Light S.A. (2.554.836) (2.142.408) 1.269.173 (261) 1.880 (261)
Tractebel (69.037) (79.145) (344.489) (401.813) (177.508) (177.508)
Weg 111.160 51.105 53.574 57.446 100.610 57.446
Sabesp (709.733) (1.006.967) 36.553 (193.956) (233.714) (233.714)
Dasa 51.644 194.179 59.746 365.828 62.759 62.759
Aracruz (447.273) 934.287 422.393 482.008 699.795 482.008
Suzano Papel 30.405 901.262 739.780 1.706.139 1.570.046 901.262
V C P 272.641 389.229 6.386 632.337 294.514 294.514
Petrobras (5.342.332) (14.442.818) (3.282.264) (1.435.001) (20.538.801) (5.342.332)
Braskem (2.504.305) (868.158) 360.333 (408.294) (33.658) (408.294)
Suzano Petroquímica 6.292 (4.372) (102.802) 257.379 647.933 6.292
Am Inox Br (207.673) 366.789 376.307 797.834 1.010.294 376.307
Gerdau 279.649 (302.032) 1.346.860 897.754 (165.834) 279.649
Gerdau Metalúrgica 16.655 64.223 41.943 59.645 125.878 59.645
CCR Rodovias (21.776) 403.459 208.615 510.535 520.411 403.459
Iochp-Maxion (91.952) (95.983) (62.859) (56.177) 10.922 (62.859)
Embraer 855.124 1.974.610 1.585.536 1.716.731 1.365.462 1.585.536
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
150
APÊNDICE E
Tabela 33
Betas calculados para 2003
Empresas β
60
β
48
β
36
β
24
β
12
Perdigão S.A. 0,0954 0,2326 0,2073 0,0658
Sadia S.A. 0,6608 0,7306 0,5333 0,4904 0,4797
Natura
–––––
Cesp
1,1836 1,0773 1,3049 1,3232 1,8941
Cemig 1,0691 0,9922 1,0345 1,2379 1,7186
Coelce 0,8137 0,7441 0,7389 0,9060 0,8673
CPFL Energia
–––––
Copel 1,0367 0,9794 1,0581 1,3924 1,4523
Eletrobrás 0,9477 0,9722 1,0614 1,6002 1,8472
Eletropaulo
1,4419 1,4644 1,5599 1,8792 2,2010
Energias BR
–––––
AES Tiete 0,4799 0,4885 0,0029 0,2006
Light S.A. 1,0840 1,0324 1,1980 1,1369 2,2166
Tractebel 0,5493 0,4237 0,3717 0,1336 0,6373
Weg 0,3769 0,3595 0,6878
Sabesp 1,0865 1,0122 1,0470 0,9656 1,2053
Dasa
–––––
Aracruz 0,2235 0,2123 0,0066 (0,0874) 0,0424
Suzano Papel 0,4410 0,3747 0,3854 0,1475 0,0690
V C P 0,4741 0,3256 0,1197 (0,0255) (0,2632)
Petrobras 0,9115 0,7707 0,7180 0,9322 0,9905
Braskem 0,9807 0,9785 1,2060 1,3298 1,9598
Suzano Petroquímica 1,2172
Am Inox Br 0,9608 0,8364 0,8797 0,5659 (0,6047)
Gerdau 0,9668 1,0049 0,9435 0,8815 0,6121
Gerdau Metalúrgica 0,7979 0,7892 0,7923 0,7804 0,8743
CCR Rodovias 1,1465 1,8104
Iochp-Maxion 0,5197 0,6584 0,5594 0,6473 0,8268
Embraer 0,7343 0,9636 0,9187 0,5118 1,6899
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as
ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
151
Tabela 34
Betas calculados para 2004
Empresas β
60
β
48
β
36
β
24
β
12
Perdigão S.A. 0,0981 0,2515 0,2135 0,1136 0,0729
Sadia S.A. 0,7117 0,5250 0,4883 0,6486 0,5657
Natura
–––––
Cesp
1,0831 1,2966 1,3087 1,5826 1,1804
Cemig 0,9759 1,0089 1,1694 1,2312 0,6958
Coelce 0,6759 0,6500 0,7635 0,5299 0,0431
CPFL Energia
–––––
Copel 1,0026 1,0833 1,3837 1,3447 1,2110
Eletrobrás 1,0012 1,0915 1,5801 1,6736 1,2024
Eletropaulo
1,4783 1,5701 1,8463 1,9085 1,7491
Energias BR
–––––
AES Tiete 0,4678 0,4732 (0,0067) (0,1357) 0,7386
Light S.A. 1,0886 1,2582 1,2316 1,9738 1,8075
Tractebel 0,3997 0,3457 0,1359 0,5428 0,6264
Weg 0,2622 0,3930 0,4248
Sabesp 1,0368 1,0773 1,0233 1,2742 1,2447
Dasa
–––––
Aracruz 0,2452 0,0658 0,0354 0,4383 0,5887
Suzano Papel 0,3640 0,3701 0,1720 0,3573 0,1988
V C P 0,3323 0,1473 0,0446 0,1171 0,3956
Petrobras 0,7696 0,7223 0,9048 0,8165 0,7778
Braskem 1,0583 1,2889 1,4150 2,0576 2,0250
Suzano Petroquímica 0,7004 0,4249
Am Inox Br 0,7934 0,8174 0,4878 (0,3101) (0,0098)
Gerdau 1,0173 0,9627 0,9220 0,8624 1,1815
Gerdau Metalúrgica 0,8232 0,8337 0,8338 0,9209 1,2390
CCR Rodovias 1,0996 1,3241 0,8016
Iochp-Maxion 0,6897 0,6063 0,6571 0,6904 0,9259
Embraer 0,9926 0,9640 0,6540 1,5357 1,4565
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as
ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
152
Tabela 35
Betas calculados para 2005
Empresas β
60
β
48
β
36
β
24
β
12
Perdigão S.A. 0,1396 0,3254 0,3690 0,3170 1,1420
Sadia S.A. 0,6333 0,6554 0,9623 1,0525 1,2082
Natura
0,6957
Cesp
1,3107 1,3274 1,5068 1,3229 1,2790
Cemig 0,9492 1,0523 0,9634 0,6327 0,4126
Coelce 0,6771 0,7651 0,5886 0,5357 1,1121
CPFL Energia
0,5439
Copel 1,0720 1,2930 1,1320 1,0317 1,0499
Eletrobrás 1,1263 1,5311 1,5404 1,2930 1,2265
Eletropaulo
1,4299 1,5941 1,3719 1,0073 0,3711
Energias BR
–––––
AES Tiete 0,3842 (0,0300) (0,1146) 0,1646 0,1015
Light S.A. 1,1445 1,0985 1,4499 0,9956 0,5569
Tractebel 0,3318 0,1559 0,4125 0,3807 (0,2266)
Weg 0,3136 0,5193 0,5054
Sabesp 1,0686 1,0250 1,1798 1,1000 0,9421
Dasa
0,8835
Aracruz 0,1732 0,2008 0,6182 0,7530 0,8162
Suzano Papel 0,4402 0,3231 0,6236 0,6663 0,8811
V C P 0,2597 0,2401 0,5242 0,7878 0,9814
Petrobras 0,7858 0,9484 0,9214 1,0008 1,1825
Braskem 1,2331 1,3508 1,7987 1,4034 1,2147
Suzano Petroquímica 1,0390 1,0160 1,3254
Am Inox Br 0,8516 0,6221 0,3638 0,7374 1,3206
Gerdau 1,0635 1,0798 1,2223 1,5142 1,8087
Gerdau Metalúrgica 0,8872 0,9252 1,1155 1,2584 1,3971
CCR Rodovias 1,0156 1,1102 0,7126 0,5925
Iochp-Maxion 0,5226 0,5446 0,5261 0,3715 0,0264
Embraer 0,9376 0,6845 1,2183 1,0267 0,8014
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as
ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
153
Tabela 36
Betas calculados para 2006
Empresas β
60
β
48
β
36
β
24
β
12
Perdigão S.A. 0,3674 0,4204 0,4661 1,1116 0,2858
Sadia S.A. 0,6489 0,9076 0,9264 0,9699 0,3991
Natura
0,7219 0,7393
Cesp
1,4018 1,5815 1,5074 1,5442 1,6354
Cemig 1,0659 1,0156 0,7914 0,7597 1,0907
Coelce 0,7423 0,5686 0,5447 0,8500 -0,2264
CPFL Energia
0,5177 0,2303
Copel 1,2470 1,0725 0,9829 0,9708 0,9117
Eletrobrás 1,4914 1,4665 1,2626 1,2110 1,6459
Eletropaulo
1,4697 1,2112 0,8693 0,4674 0,8522
Energias BR
0,7753
AES Tiete 0,0240 0,0038 0,2387 0,2444 0,3442
Light S.A. 1,1030 1,3510 1,0370 0,7492 1,8898
Tractebel 0,1142 0,2959 0,2170 -0,1942 -0,3176
Weg 0,2602 0,3281 0,3552 0,2977
Sabesp 0,9497 0,9891 0,8825 0,6594 0,0056
Dasa
0,9953 0,5897
Aracruz 0,1467 0,4245 0,4540 0,3301 0,1122
Suzano Papel 0,4100 0,6933 0,7865 0,9197 1,0544
V C P 0,1847 0,3528 0,4883 0,4265 0,0272
Petrobras 0,9894 1,0008 1,0865 1,2362 0,9601
Braskem 1,1707 1,4215 0,9422 0,6403 0,1456
Suzano Petroquímica 0,9259 0,8269 0,9389 0,7656
Am Inox Br 0,6407 0,4357 0,7493 1,0495 0,8235
Gerdau 1,1027 1,2448 1,4464 1,5919 1,1975
Gerdau Metalúrgica 0,9334 1,1043 1,1853 1,2381 0,9400
CCR Rodovias 1,0017 1,0695 0,7583 0,7211 0,6374
Iochp-Maxion 0,4753 0,4481 0,2492 0,0488 -0,0633
Embraer 0,6766 1,0888 0,9067 0,7180 0,1068
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as
ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
154
Tabela 37
Betas calculados para 2007
Empresas β
60
β
48
β
36
β
24
β
12
Perdigão S.A. 0,4607 0,5556 1,1762 0,8618 1,3691
Sadia S.A. 0,9386 0,9706 1,0212 0,8043 1,1832
Natura
0,8179 0,8534 1,4255
Cesp
1,5175 1,4376 1,4303 1,3379 0,8599
Cemig 0,9789 0,7520 0,7324 0,8687 0,6449
Coelce 0,5409 0,4921 0,7371 (0,0473) 0,3180
CPFL Energia
0,6347 0,6525 1,0864
Copel 1,0081 0,8926 0,8614 0,6509 0,4756
Eletrobrás 1,4579 1,2644 1,2381 1,4612 1,4536
Eletropaulo
1,1646 0,8585 0,5181 0,8271 0,7237
Energias BR
0,5261 0,2932
AES Tiete (0,0076) 0,1789 0,1782 0,1293 (0,0737)
Light S.A. 1,3841 1,1375 0,9270 1,7124 1,8351
Tractebel 0,3664 0,3263 0,0261 0,2664 1,0678
Weg 0,2679 0,3418 0,3776 0,3334 1,6171
Sabesp 0,8941 0,7537 0,5350 (0,0517) (0,1153)
Dasa
0,8033 0,3268 (0,0620)
Aracruz 0,4526 0,4795 0,3976 0,2923 0,5961
Suzano Papel 0,6978 0,7804 0,8861 0,8608 0,8753
V C P 0,3769 0,5089 0,4609 0,2349 0,4669
Petrobras 1,0137 1,0971 1,2179 1,0787 1,0102
Braskem 1,3129 0,8552 0,5911 0,2374 0,4111
Suzano Petroquímica 0,7353 0,6158 0,5937 0,1322 (1,1782)
Am Inox Br 0,3890 0,6454 0,8534 0,4225 (0,0491)
Gerdau 1,1985 1,3504 1,4413 1,0258 0,7914
Gerdau Metalúrgica 1,0620 1,1143 1,1378 0,8457 0,6408
CCR Rodovias 1,0277 0,7126 0,7030 0,5858 0,6631
Iochp-Maxion 0,4659 0,3127 0,1693 0,3582 0,4940
Embraer 0,9714 0,7576 0,5597 (0,0022) (0,1469)
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as
ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
155
Tabela 38
Betas desalavancados calculados para 2003
Empresas β
60
β
48
β
36
β
24
β
12
Perdigão S.A. 0,0925 0,2256 0,2010 0,0638
Sadia S.A. 0,2551 0,2820 0,2059 0,1893 0,1852
Natura
–––––
Cesp
0,5434 0,4946 0,5991 0,6075 0,8697
Cemig 0,5827 0,5408 0,5639 0,6748 0,9368
Coelce 0,4810 0,4398 0,4367 0,5355 0,5126
CPFL Energia
–––––
Copel 0,8440 0,7974 0,8614 1,1336 1,1824
Eletrobrás 0,7817 0,8019 0,8754 1,3198 1,5236
Eletropaulo
0,3458 0,3512 0,3741 0,4506 0,5278
Energias BR
–––––
AES Tiete 0,1309 0,1332 0,0008 0,0547
Light S.A. 0,0800 0,0762 0,0884 0,0839 0,1635
Tractebel 0,3414 0,2633 0,2310 0,0830 0,3960
Weg 0,3544 0,3380 0,6467
Sabesp 0,6104 0,5687 0,5882 0,5425 0,6772
Dasa
–––––
Aracruz 0,1018 0,0967 0,0030 (0,0398) 0,0193
Suzano Papel 0,2825 0,2400 0,2468 0,0945 0,0442
V C P 0,3888 0,2670 0,0982 (0,0209) (0,2158)
Petrobras 0,4861 0,4110 0,3829 0,4972 0,5283
Braskem 0,2114 0,2109 0,2600 0,2867 0,4225
Suzano Petroquímica 1,1925
Am Inox Br 0,3457 0,3010 0,3166 0,2036 (0,2176)
Gerdau 0,8823 0,9171 0,8610 0,8045 0,5586
Gerdau Metalúrgica 0,7514 0,7432 0,7462 0,7350 0,8234
CCR Rodovias 1,0491 1,6566
Iochp-Maxion 0,3464 0,4388 0,3728 0,4314 0,5510
Embraer 0,2910 0,3819 0,3641 0,2029 0,6698
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as
ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
156
Tabela 39
Betas desalavancados calculados para 2004
Empresas β
60
β
48
β
36
β
24
β
12
Perdigão S.A. 0,0954 0,2447 0,2077 0,1105 0,0709
Sadia S.A. 0,3207 0,2366 0,2200 0,2922 0,2549
Natura
–––––
Cesp
0,4969 0,5948 0,6004 0,7260 0,5415
Cemig 0,5273 0,5451 0,6319 0,6653 0,3760
Coelce 0,3943 0,3792 0,4454 0,3092 0,0251
CPFL Energia
–––––
Copel 0,8307 0,8975 1,1464 1,1141 1,0033
Eletrobrás 0,8430 0,9190 1,3304 1,4091 1,0124
Eletropaulo
0,3520 0,3739 0,4396 0,4544 0,4165
Energias BR
–––––
AES Tiete 0,1264 0,1279 (0,0018) (0,0367) 0,1996
Light S.A. 0,0652 0,0754 0,0738 0,1182 0,1083
Tractebel 0,2570 0,2222 0,0874 0,3490 0,4027
Weg 0,2486 0,3726 0,4027
Sabesp 0,5982 0,6216 0,5904 0,7352 0,7182
Dasa
–––––
Aracruz 0,1310 0,0351 0,0189 0,2341 0,3144
Suzano Papel 0,2067 0,2102 0,0977 0,2029 0,1129
V C P 0,2700 0,1197 0,0362 0,0952 0,3214
Petrobras 0,4388 0,4119 0,5159 0,4656 0,4435
Braskem 0,3615 0,4402 0,4833 0,7028 0,6917
Suzano Petroquímica 0,6794 0,4121
Am Inox Br 0,3949 0,4069 0,2428 (0,1544) (0,0049)
Gerdau 0,8914 0,8436 0,8079 0,7557 1,0353
Gerdau Metalúrgica 0,7711 0,7810 0,7811 0,8627 1,1607
CCR Rodovias 1,0108 1,2172 0,7369
Iochp-Maxion 0,4924 0,4328 0,4691 0,4929 0,6610
Embraer 0,4252 0,4129 0,2801 0,6578 0,6239
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as
ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
157
Tabela 40
Betas desalavancados calculados para 2005
Empresas β
60
β
48
β
36
β
24
β
12
Perdigão S.A. 0,1346 0,3138 0,3558 0,3057 1,1012
Sadia S.A. 0,3107 0,3216 0,4722 0,5164 0,5928
Natura
0,3776
Cesp
0,6070 0,6147 0,6978 0,6127 0,5923
Cemig 0,7570 0,8392 0,7683 0,5046 0,3290
Coelce 0,2710 0,3062 0,2356 0,2144 0,4451
CPFL Energia
0,5066
Copel 0,8890 1,0723 0,9388 0,8556 0,8707
Eletrobrás 0,9935 1,3506 1,3588 1,1406 1,0819
Eletropaulo
0,3165 0,3528 0,3037 0,2230 0,0821
Energias BR
–––––
AES Tiete 0,0991 (0,0077) (0,0296) 0,0425 0,0262
Light S.A. 0,2565 0,2462 0,3250 0,2232 0,1248
Tractebel 0,2119 0,0996 0,2635 0,2432 (0,1447)
Weg 0,2956 0,4895 0,4764
Sabesp 0,6299 0,6042 0,6954 0,6484 0,5553
Dasa
0,5024
Aracruz 0,1020 0,1182 0,3640 0,4434 0,4806
Suzano Papel 0,2417 0,1774 0,3425 0,3659 0,4839
V C P 0,1791 0,1656 0,3615 0,5433 0,6768
Petrobras 0,4913 0,5929 0,5760 0,6257 0,7393
Braskem 0,5042 0,5523 0,7355 0,5738 0,4967
Suzano Petroquímica 0,5287 0,5170 0,6745
Am Inox Br 0,5506 0,4022 0,2352 0,4768 0,8539
Gerdau 0,8769 0,8904 1,0079 1,2486 1,4914
Gerdau Metalúrgica 0,8547 0,8913 1,0746 1,2123 1,3459
CCR Rodovias 0,9187 1,0043 0,6446 0,5360
Iochp-Maxion 0,4085 0,4257 0,4112 0,2904 0,0206
Embraer 0,4116 0,3005 0,5349 0,4507 0,3518
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as
ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
158
Tabela 41
Betas desalavancados calculados para 2006
Empresas β
60
β
48
β
36
β
24
β
12
Perdigão S.A. 0,3629 0,4152 0,4603 1,0979 0,2823
Sadia S.A. 0,2998 0,4193 0,4280 0,4481 0,1844
Natura
0,4287 0,4391
Cesp
0,8654 0,9764 0,9306 0,9533 1,0096
Cemig 0,9108 0,8678 0,6763 0,6492 0,9320
Coelce 0,3014 0,2308 0,2211 0,3451 (0,0919)
CPFL Energia
0,4667 0,2076
Copel 0,9889 0,8505 0,7795 0,7699 0,7230
Eletrobrás 1,3163 1,2943 1,1143 1,0688 1,4526
Eletropaulo
0,3600 0,2967 0,2130 0,1145 0,2088
Energias BR
0,7327
AES Tiete 0,0066 0,0010 0,0652 0,0667 0,0940
Light S.A. 1,1026 1,3505 1,0366 0,7489 1,8890
Tractebel 0,0763 0,1976 0,1449 (0,1297) (0,2121)
Weg 0,2454 0,3095 0,3350 0,2808
Sabesp 0,5730 0,5968 0,5325 0,3979 0,0034
Dasa
0,5795 0,3433
Aracruz 0,0922 0,2667 0,2852 0,2074 0,0705
Suzano Papel 0,2132 0,3606 0,4090 0,4783 0,5484
V C P 0,1235 0,2358 0,3264 0,2851 0,0182
Petrobras 0,6455 0,6529 0,7088 0,8065 0,6264
Braskem 0,4390 0,5331 0,3533 0,2401 0,0546
Suzano Petroquímica 0,4706 0,4203 0,4772 0,3891
Am Inox Br 0,4489 0,3053 0,5250 0,7353 0,5770
Gerdau 0,9575 1,0809 1,2560 1,3823 1,0398
Gerdau Metalúrgica 0,9032 1,0686 1,1469 1,1980 0,9096
CCR Rodovias 0,9232 0,9856 0,6988 0,6646 0,5874
Iochp-Maxion 0,3872 0,3650 0,2030 0,0398 (0,0516)
Embraer 0,3273 0,5267 0,4386 0,3473 0,0517
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as
ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
159
Tabela 42
Betas desalavancados calculados para 2007
Empresas β
60
β
48
β
36
β
24
β
12
Perdigão S.A. 0,4539 0,5474 1,1589 0,8491 1,3490
Sadia S.A. 0,4475 0,4628 0,4869 0,3835 0,5641
Natura
0,4433 0,4626 0,7726
Cesp
0,9509 0,9008 0,8962 0,8383 0,5388
Cemig 0,8737 0,6712 0,6537 0,7754 0,5756
Coelce 0,2311 0,2102 0,3149 (0,0202) 0,1359
CPFL Energia
0,5297 0,5446 0,9067
Copel 0,8642 0,7652 0,7384 0,5580 0,4077
Eletrobrás 1,2807 1,1107 1,0876 1,2836 1,2769
Eletropaulo
0,4228 0,3117 0,1881 0,3003 0,2627
Energias BR
0,4981 0,2776
AES Tiete (0,0021) 0,0492 0,0490 0,0356 (0,0203)
Light S.A. 1,3174 1,0827 0,8823 1,6299 1,7467
Tractebel 0,2275 0,2026 0,0162 0,1654 0,6631
Weg 0,2501 0,3191 0,3525 0,3113 1,5097
Sabesp 0,5592 0,4714 0,3346 (0,0323) (0,0721)
Dasa
0,4504 0,1832 (0,0348)
Aracruz 0,2774 0,2939 0,2437 0,1792 0,3654
Suzano Papel 0,3478 0,3890 0,4417 0,4291 0,4363
V C P 0,2753 0,3718 0,3367 0,1716 0,3411
Petrobras 0,6575 0,7116 0,7900 0,6997 0,6552
Braskem 0,5933 0,3865 0,2671 0,1073 0,1858
Suzano Petroquímica 0,3847 0,3222 0,3106 0,0692 (0,6164)
Am Inox Br 0,2836 0,4706 0,6222 0,3081 (0,0358)
Gerdau 1,0172 1,1461 1,2233 0,8706 0,6717
Gerdau Metalúrgica 1,0345 1,0854 1,1083 0,8238 0,6242
CCR Rodovias 0,9491 0,6581 0,6492 0,5410 0,6124
Iochp-Maxion 0,4300 0,2886 0,1563 0,3306 0,4559
Embraer 0,4737 0,3695 0,2730 (0,0011) (0,0716)
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as
ações mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados
ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
160
APÊNDICE F
Tabela 43
Apuração do prêmio de mercado
2003 2004 2005 2006 2007
IBOV 0,8055 0,0949 0,2084 0,2888 0,1261
SELIC OVER 0,1285 0,0803 0,1264 0,1157 0,0710
R
m
- R
f
0,6770 0,0145 0,0819 0,1731 0,0551
Obs. – Valores do Ibovespa são as oscilações dos fechamentos ajustados pelo IPCA em
31/03/2008. Valores da SELIC OVER são as oscilações da LFT Acumulada ajustada pelo IPCA
em 31/03/2008.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação a partir de dados da Economática.
Tabela 44
Custo de capital próprio para o ano de 2003
Empresas Kpβ
60
Kpβ
48
Kpβ
36
Kpβ
24
Kpβ
12
Mediana Kp Gordon
Perdigão S.A. 0,1911 0,2812 0,2646 0,1717 0,2279 0,0865
Sadia S.A. 0,3012 0,3194 0,2679 0,2567 0,2539 0,2679 0,0325
Natura
––––––
Cesp
0,4964 0,4634 0,5341 0,5398 0,7172 0,5341
Cemig 0,5230 0,4946 0,5102 0,5853 0,7627 0,5230 0,5342
Coelce 0,4541 0,4262 0,4242 0,4910 0,4755 0,4541 0,7170
CPFL Energia
––––––
Copel 0,6999 0,6683 0,7117 0,8959 0,9289 0,7117
Eletrobs 0,6577 0,6713 0,7212 1,0220 1,1599 0,7212 0,0855
Eletropaulo
0,3626 0,3662 0,3817 0,4336 0,4858 0,3817
Energias BR
––––––
AES Tiete 0,2171 0,2187 0,1290 0,1655 0,1913 0,8237
Light S.A. 0,1826 0,1801 0,1883 0,1853 0,2392 0,1853
Tractebel 0,3596 0,3068 0,2849 0,1847 0,3966 0,3068 0,3324
Weg 0,3684 0,3573 0,5663 0,3684 0,2377
Sabesp 0,5417 0,5135 0,5267 0,4958 0,5869 0,5267 (0,0174)
Dasa
––––––
Aracruz 0,1974 0,1940 0,1305 0,1016 0,1416 0,1416 0,0363
Suzano Papel 0,3197 0,2910 0,2956 0,1925 0,1584 0,2910 (0,0468)
V C P 0,3917 0,3093 0,1950 0,1143 (0,0176) 0,1950 0,1585
Petrobras 0,4576 0,4068 0,3877 0,4651 0,4861 0,4576 0,1034
Braskem 0,2716 0,2713 0,3045 0,3226 0,4145 0,3045
Suzano Petroquímica 0,9358 0,9358 (0,8111)
Am Inox Br 0,3626 0,3323 0,3428 0,2664 (0,0188) 0,3323
Gerdau 0,7258 0,7493 0,7114 0,6731 0,5067 0,7114 0,2475
Gerdau Metalúrgica 0,6372 0,6317 0,6336 0,6260 0,6859 0,6336 0,2752
CCR Rodovias 0,8387 1,2499 1,0443 0,7954
Iochp-Maxion 0,3630 0,4256 0,3809 0,4206 0,5015 0,4206
Embraer 0,3255 0,3871 0,3750 0,2658 0,5819 0,3750 0,0190
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as ações
mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
161
Tabela 45
Custo de capital próprio para o ano de 2004
Empresas Kpβ
60
Kpβ
48
Kpβ
36
Kpβ
24
Kpβ
12
Mediana Kp Gordon
Perdigão S.A. 0,0817 0,0839 0,0834 0,0820 0,0814 0,0820 0,0869
Sadia S.A. 0,0850 0,0838 0,0835 0,0846 0,0841 0,0841 0,0762
Natura
––––––
Cesp
0,0876 0,0890 0,0891 0,0909 0,0882 0,0890
Cemig 0,0880 0,0883 0,0895 0,0900 0,0858 0,0883 0,5765
Coelce 0,0861 0,0859 0,0868 0,0848 0,0807 0,0859 0,3892
CPFL Energia
––––––
Copel 0,0924 0,0934 0,0970 0,0965 0,0949 0,0949
Eletrobs 0,0926 0,0937 0,0997 0,1008 0,0951 0,0951 0,0912
Eletropaulo
0,0855 0,0858 0,0867 0,0869 0,0864 0,0864
Energias BR
––––––
AES Tiete 0,0822 0,0822 0,0803 0,0798 0,0832 0,0822 0,9148
Light S.A. 0,0813 0,0814 0,0814 0,0821 0,0819 0,0814
Tractebel 0,0841 0,0836 0,0816 0,0854 0,0862 0,0841 0,3219
Weg 0,0840 0,0858 0,0862 0,0858 0,2324
Sabesp 0,0890 0,0894 0,0889 0,0910 0,0908 0,0894 (0,0163)
Dasa
––––––
Aracruz 0,0823 0,0809 0,0806 0,0837 0,0849 0,0823 0,0728
Suzano Papel 0,0834 0,0834 0,0818 0,0833 0,0820 0,0833 (0,0237)
V C P 0,0843 0,0821 0,0809 0,0817 0,0850 0,0821 0,1902
Petrobras 0,0867 0,0863 0,0878 0,0871 0,0868 0,0868 0,0919
Braskem 0,0856 0,0867 0,0874 0,0906 0,0904 0,0874
Suzano Petroquímica 0,0902 0,0863 0,0883 (0,8101)
Am Inox Br 0,0861 0,0863 0,0839 0,0781 0,0803 0,0839
Gerdau 0,0933 0,0926 0,0921 0,0913 0,0954 0,0926 0,2483
Gerdau Metalúrgica 0,0915 0,0917 0,0917 0,0929 0,0972 0,0917 0,2492
CCR Rodovias 0,0950 0,0980 0,0911 0,0950 0,8235
Iochp-Maxion 0,0875 0,0866 0,0872 0,0875 0,0899 0,0875
Embraer 0,0865 0,0863 0,0844 0,0899 0,0894 0,0865 0,0584
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as ações
mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
162
Tabela 46
Custo de capital próprio para o ano de 2005
Empresas Kpβ
60
Kpβ
48
Kpβ
36
Kpβ
24
Kpβ
12
Mediana Kp Gordon
Perdigão S.A. 0,1374 0,1521 0,1556 0,1515 0,2166 0,1521 0,0787
Sadia S.A. 0,1519 0,1528 0,1651 0,1687 0,1750 0,1651 0,0483
Natura
0,1573 0,1573 0,5947
Cesp
0,1761 0,1768 0,1836 0,1766 0,1749 0,1766
Cemig 0,1884 0,1952 0,1894 0,1678 0,1534 0,1884 0,5586
Coelce 0,1486 0,1515 0,1457 0,1440 0,1629 0,1486 0,4366
CPFL Energia
0,1679 0,1679 0,6855
Copel 0,1993 0,2143 0,2033 0,1965 0,1978 0,1993
Eletrobs 0,2078 0,2371 0,2378 0,2199 0,2151 0,2199 0,0906
Eletropaulo
0,1523 0,1553 0,1513 0,1447 0,1331 0,1513
Energias BR
––––––
AES Tiete 0,1345 0,1258 0,1240 0,1299 0,1286 0,1286 0,8423
Light S.A. 0,1474 0,1466 0,1530 0,1447 0,1366 0,1466
Tractebel 0,1438 0,1346 0,1480 0,1463 0,1145 0,1438 0,3240
Weg 0,1506 0,1665 0,1654 0,1654 0,2112
Sabesp 0,1780 0,1759 0,1834 0,1795 0,1719 0,1780 (0,0122)
Dasa
0,1676 0,1676
Aracruz 0,1348 0,1361 0,1562 0,1627 0,1658 0,1562 0,0553
Suzano Papel 0,1462 0,1409 0,1545 0,1564 0,1661 0,1545 (0,0379)
V C P 0,1411 0,1400 0,1560 0,1709 0,1819 0,1560 0,2482
Petrobras 0,1667 0,1750 0,1736 0,1777 0,1870 0,1750 0,0705
Braskem 0,1677 0,1717 0,1867 0,1734 0,1671 0,1717
Suzano Petroquímica 0,1697 0,1688 0,1817 0,1697 (0,8079)
Am Inox Br 0,1715 0,1594 0,1457 0,1655 0,1964 0,1655
Gerdau 0,1983 0,1994 0,2090 0,2287 0,2486 0,2090 0,2572
Gerdau Metalúrgica 0,1964 0,1994 0,2145 0,2257 0,2367 0,2145 0,2741
CCR Rodovias 0,2017 0,2087 0,1792 0,1703 0,1905 0,8460
Iochp-Maxion 0,1599 0,1613 0,1601 0,1502 0,1281 0,1599
Embraer 0,1601 0,1510 0,1702 0,1633 0,1552 0,1601 0,0384
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as ações
mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
163
Tabela 47
Custo de capital próprio para o ano de 2006
Empresas Kpβ
60
Kpβ
48
Kpβ
36
Kpβ
24
Kpβ
12
Mediana Kp Gordon
Perdigão S.A. 0,1785 0,1876 0,1954 0,3058 0,1646 0,1876 0,0493
Sadia S.A. 0,1676 0,1883 0,1898 0,1933 0,1476 0,1883 0,0342
Natura
0,1899 0,1917 0,1908 0,5880
Cesp
0,2655 0,2848 0,2768 0,2808 0,2905 0,2808
Cemig 0,2734 0,2660 0,2328 0,2281 0,2771 0,2660 0,6458
Coelce 0,1679 0,1557 0,1540 0,1755 0,0998 0,1557 0,4809
CPFL Energia
0,1965 0,1517 0,1741 0,7431
Copel 0,2869 0,2630 0,2507 0,2490 0,2409 0,2507
Eletrobs 0,3436 0,3398 0,3086 0,3008 0,3672 0,3398 0,0711
Eletropaulo
0,1780 0,1671 0,1526 0,1355 0,1519 0,1526
Energias BR
0,2426 0,2426
AES Tiete 0,1168 0,1159 0,1270 0,1273 0,1320 0,1270 0,9437
Light S.A. 0,3066 0,3495 0,2952 0,2454 0,4428 0,3066
Tractebel 0,1289 0,1499 0,1408 0,0933 0,0790 0,1289 0,3043
Weg 0,1582 0,1693 0,1737 0,1643 0,1668 0,2165
Sabesp 0,2149 0,2190 0,2079 0,1846 0,1163 0,2079 (0,0645)
Dasa
0,2160 0,1752 0,1956
Aracruz 0,1317 0,1619 0,1651 0,1516 0,1279 0,1516 0,0363
Suzano Papel 0,1526 0,1781 0,1865 0,1985 0,2107 0,1865 (0,0698)
V C P 0,1371 0,1565 0,1722 0,1651 0,1189 0,1565 0,1800
Petrobras 0,2275 0,2288 0,2384 0,2553 0,2242 0,2288 0,0717
Braskem 0,1917 0,2080 0,1769 0,1573 0,1252 0,1769
Suzano Petroquímica 0,1972 0,1885 0,1983 0,1831 0,1928 (0,8122)
Am Inox Br 0,1934 0,1686 0,2066 0,2430 0,2156 0,2066
Gerdau 0,2815 0,3029 0,3332 0,3550 0,2957 0,3029 0,2353
Gerdau Metalúrgica 0,2721 0,3007 0,3143 0,3231 0,2732 0,3007 0,2364
CCR Rodovias 0,2755 0,2864 0,2367 0,2308 0,2174 0,2367 0,8226
Iochp-Maxion 0,1827 0,1789 0,1509 0,1226 0,1068 0,1509
Embraer 0,1724 0,2069 0,1917 0,1758 0,1247 0,1758 0,0246
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as ações
mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
164
Tabela 48
Custo de capital próprio para o ano de 2007
Empresas Kpβ
60
Kpβ
48
Kpβ
36
Kpβ
24
Kpβ
12
Mediana Kp Gordon
Perdigão S.A. 0,0960 0,1012 0,1349 0,1178 0,1454 0,1178 0,0530
Sadia S.A. 0,0957 0,0965 0,0979 0,0922 0,1021 0,0965 0,0194
Natura
0,0955 0,0965 0,1136 0,0965 0,6314
Cesp
0,1234 0,1207 0,1204 0,1172 0,1007 0,1204
Cemig 0,1192 0,1080 0,1071 0,1138 0,1027 0,1080 0,5957
Coelce 0,0838 0,0826 0,0884 0,0699 0,0785 0,0826 0,4767
CPFL Energia
0,1002 0,1010 0,1210 0,1010 0,7647
Copel 0,1187 0,1132 0,1117 0,1018 0,0935 0,1117
Eletrobs 0,1416 0,1322 0,1310 0,1418 0,1414 0,1414 0,0809
Eletropaulo
0,0943 0,0882 0,0814 0,0876 0,0855 0,0876
Energias BR
0,0985 0,0863 0,0924
AES Tiete 0,0709 0,0737 0,0737 0,0730 0,0699 0,0730 0,8732
Light S.A. 0,1436 0,1307 0,1197 0,1609 0,1673 0,1436
Tractebel 0,0836 0,0822 0,0719 0,0801 0,1076 0,0822 0,2749
Weg 0,0848 0,0886 0,0905 0,0882 0,1542 0,0886 0,2108
Sabesp 0,1018 0,0970 0,0895 0,0692 0,0670 0,0895 (0,0686)
Dasa
0,0958 0,0811 0,0691 0,0811
Aracruz 0,0863 0,0872 0,0845 0,0809 0,0912 0,0863 0,0357
Suzano Papel 0,0902 0,0925 0,0954 0,0947 0,0951 0,0947 (0,0700)
V C P 0,0862 0,0915 0,0896 0,0805 0,0898 0,0896 0,1680
Petrobras 0,1073 0,1102 0,1146 0,1096 0,1071 0,1096 0,0429
Braskem 0,1037 0,0923 0,0857 0,0769 0,0813 0,0857
Suzano Petroquímica 0,0922 0,0888 0,0881 0,0748 0,0370 0,0881 (0,8131)
Am Inox Br 0,0867 0,0970 0,1053 0,0880 0,0690 0,0880
Gerdau 0,1271 0,1342 0,1384 0,1190 0,1080 0,1271 0,2205
Gerdau Metalúrgica 0,1280 0,1308 0,1321 0,1164 0,1054 0,1280 0,2137
CCR Rodovias 0,1233 0,1073 0,1068 0,1008 0,1048 0,1068 0,8531
Iochp-Maxion 0,0947 0,0869 0,0796 0,0892 0,0962 0,0892
Embraer 0,0971 0,0914 0,0861 0,0710 0,0671 0,0861 0,0261
Legenda –
: Abertura de capital ocorreu em 2004.
: Abertura de capital ocorreu em 2005.
: Utilizadas as ações
mais líquidas em todo o período, mesmo que não pertencente à carteira teórica do ISE. –: Dados ausentes.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
165
APÊNDICE G
Resultados dos modelos estimados
_cons .189988 .0514682 3.69 0.001 .0841935 .2957824
ncg_2007
-3.26e-08 2.04e-08 -1.59 0.123 -7.46e-08 9.41e-09
cdg_2007
-2.01e-08 1.51e-08 -1.34 0.193 -5.11e-08 1.08e-08
eva_2007 Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval]
Total 1.54047097 28 .05501682 Root MSE = .23206
Adj R-squared = 0.0212
Residual
1.40014458 26 .053851715 R-squared = 0.0911
Model
.140326384 2 .070163192 Prob > F = 0.2889
F( 2, 26) = 1.30
Source
SS df MS Number of obs = 29
. regress eva_2007 cdg_2007 ncg_2007
Figura 9 – Resultado da regressão – EVA
*
contra CDG e NCG (2007)
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
_cons .189988 .0514682 3.69 0.001 .0841935 .2957824
t_2007
3.26e-08 2.04e-08 1.59 0.123 -9.41e-09 7.46e-08
cdg_2007
-5.27e-08 3.31e-08 -1.59 0.123 -1.21e-07 1.53e-08
eva_2007 Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval]
Total 1.54047097 28 .05501682 Root MSE = .23206
Adj R-squared = 0.0212
Residual
1.40014453 26 .053851713 R-squared = 0.0911
Model
.140326432 2 .070163216 Prob > F = 0.2889
F( 2, 26) = 1.30
Source
SS df MS Number of obs = 29
. regress eva_2007 cdg_2007 t_2007
Figura 10 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
contra CDG e T (2007)
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
_cons .189988 .0514682 3.69 0.001 .0841935 .2957824
t_2007
-2.01e-08 1.51e-08 -1.34 0.193 -5.11e-08 1.08e-08
ncg_2007
-5.27e-08 3.31e-08 -1.59 0.123 -1.21e-07 1.53e-08
eva_2007 Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval]
Total 1.54047097 28 .05501682 Root MSE = .23206
Adj R-squared = 0.0212
Residual
1.40014461 26 .053851716 R-squared = 0.0911
Model
.140326354 2 .070163177 Prob > F = 0.2889
F( 2, 26) = 1.30
Source
SS df MS Number of obs = 29
. regress eva_2007 ncg_2007 t_2007
Figura 11 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
contra NCG e T (2007)
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
166
_cons .189988 .0514682 3.69 0.001 .0841935 .2957824
t_2007
3.26e-08 2.04e-08 1.59 0.123 -9.41e-09 7.46e-08
ncg_2007
(dropped)
cdg_2007
-5.27e-08 3.31e-08 -1.59 0.123 -1.21e-07 1.53e-08
eva_2007 Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval]
Total 1.54047097 28 .05501682 Root MSE = .23206
Adj R-squared = 0.0212
Residual
1.40014453 26 .053851713 R-squared = 0.0911
Model
.140326432 2 .070163216 Prob > F = 0.2889
F( 2, 26) = 1.30
Source
SS df MS Number of obs = 29
. regress eva_2007 cdg_2007 ncg_2007 t_2007
Figura 12 – Resultado da regressão – EVA
*
contra CDG, NCG e T (2007)
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
_cons .9396656 .152008 6.18 0.000 .6259365 1.253395
payout_2006
.0020303 .0008677 2.34 0.028 .0002395 .0038212
dmdcg5_2006
-.9645956 .1470156 -6.56 0.000 -1.268021 -.6611702
dmdcg4_2006
-.9116246 .140668 -6.48 0.000 -1.201949 -.6213
dmdcg1_2006
-.8838337 .137932 -6.41 0.000 -1.168511 -.5991561
eva_2007 Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval]
Total 1.54047097 28 .05501682 Root MSE = .12481
Adj R-squared = 0.7169
Residual
.373859456 24 .015577477 R-squared = 0.7573
Model
1.16661151 4 .291652878 Prob > F = 0.0000
F( 4, 24) = 18.72
Source
SS df MS Number of obs = 29
. regress eva_2007 dmdcg1_2006 dmdcg4_2006 dmdcg5_2006 payout_2006
Figura 13 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
de 2007
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
_cons -.1988935 .1263188 -1.57 0.129 -.4602039 .0624169
dipo
.1914952 .0611279 3.13 0.005 .0650425 .3179478
dgc
-.2808274 .0862569 -3.26 0.003 -.4592635 -.1023913
roa_medio
2.00556 .2678896 7.49 0.000 1.451389 2.559732
end_medio
.5330889 .1129084 4.72 0.000 .29952 .7666579
t_medio
1.19e-08 5.55e-09 2.15 0.042 4.66e-10 2.34e-08
eva_medio Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval]
Total 1.47394777 28 .052640992 Root MSE = .11176
Adj R-squared = 0.7627
Residual
.287278562 23 .012490372 R-squared = 0.8051
Model
1.18666921 5 .237333842 Prob > F = 0.0000
F( 5, 23) = 19.00
Source
SS df MS Number of obs = 29
. regress eva_medio t_medio end_medio roa_medio dgc dipo
Figura 14 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
médio
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
167
_cons -.3919448 .1004253 -3.90 0.001 -.5996903 -.1841993
dipo
.1943613 .0525084 3.70 0.001 .0857393 .3029833
dgc
-.1164614 .0666249 -1.75 0.094 -.2542855 .0213628
roa_medio
1.98799 .2300947 8.64 0.000 1.512002 2.463977
end_medio
.7301441 .1081477 6.75 0.000 .5064236 .9538646
t_pl_medio
.2736652 .0722294 3.79 0.001 .1242472 .4230831
eva_medio Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval]
Total 1.47394777 28 .052640992 Root MSE = .09612
Adj R-squared = 0.8245
Residual
.212515248 23 .009239793 R-squared = 0.8558
Model
1.26143252 5 .252286504 Prob > F = 0.0000
F( 5, 23) = 27.30
Source
SS df MS Number of obs = 29
. regress eva_medio t_pl_medio end_medio roa_medio dgc dipo
Figura 15 – Resultado da regressão que considerava o EVA
*
médio com T/PL
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
rho .10660221 (fraction of variance due to u_i)
sigma_e
.18319708
sigma_u
.06328186
_cons -.5226489 .0810749 -6.45 0.000 -.6815528 -.3637451
roa
2.197073 .2432829 9.03 0.000 1.720248 2.673899
end
.7148447 .1266849 5.64 0.000 .4665469 .9631424
t_pl
.1331858 .0519297 2.56 0.010 .0314055 .234966
eva Coef. Std. Err. z P>|z| [95% Conf. Interval]
Robust
(Std. Err. adjusted for clustering on empresa)
corr(u_i, X) = 0 (assumed) Prob > chi2 = 0.0000
Random effects u_i ~ Gaussian Wald chi2(3) = 90.97
overall = 0.6139 max = 5
between = 0.8015 avg = 4.7
R-sq: within = 0.4085 Obs per group: min = 2
Group variable: empresa Number of groups = 29
Random-effects GLS regression Number of obs = 136
. xtreg eva t_pl end roa, re robust
Figura 16 – Resultado da estimação – efeito aleatório – em painel para EVA
*
Obs – Estimação corrida para Heterocedasticidade por meio do robust.
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
_cons .052932 .8985101 0.06 0.953 -1.797584 1.903448
dadr
-1.872909 .8784946 -2.13 0.043 -3.682202 -.0636153
payout_2006
.047458 .0143602 3.30 0.003 .0178825 .0770334
nal_2006
12.4106 4.771915 2.60 0.015 2.582661 22.23855
mva_2007 Coef. Std. Err. t P>|t| [95% Conf. Interval]
Total 245.509071 28 8.7681811 Root MSE = 2.2831
Adj R-squared = 0.4055
Residual
130.318779 25 5.21275117 R-squared = 0.4692
Model
115.190292 3 38.3967639 Prob > F = 0.0011
F( 3, 25) = 7.37
Source
SS df MS Number of obs = 29
. regress mva_2007 nal_2006 payout_2006 dadr
Figura 17 – Resultado da regressão que considerava o MVA
*
de 2007
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
168
APÊNDICE H
Teste dos pressupostos dos modelos estimados
Validação dos pressupostos do modelo
ii6i5
i
MÉDIO
4
i
MÉDIO
3
i
MÉDIO
21
i
MÉDIO
εDIPOβDGCβROAβENDβTββ*EVA ++
+
+
++=
residuos 0.4415 0.0000 -0.0000 -0.0000 0.0000 0.0000 1.0000
dipo
0.2010 0.1128 -0.1257 0.0008 0.1359 1.0000
dgc
-0.4230 0.5235 -0.3298 -0.0363 1.0000
roa_medio
0.5805 0.0504 -0.4630 1.0000
end_medio
0.2140 -0.1657 1.0000
t_medio
0.0201 1.0000
eva_medio
1.0000
eva_me~o t_medio end_me~o roa_me~o dgc dipo residuos
(obs=29)
. correlate eva_medio t_medio end_medio roa_medio dgc dipo residuos
Figura 18 – Matriz de correlação das variáveis da regressão – EVA
*
médio
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
Os dados da matriz de correlação já possibilitam algumas análises preliminares. Observa-se
que nenhum dos regressores está correlacionado com os resíduos da regressão
ii6i5
i
MÉDIO
4
i
MÉDIO
3
i
MÉDIO
21
i
MÉDIO
εDIPOβDGCβROAβENDβTββ*EVA ++
+
+
++= . Em
complemento percebe-se que as variáveis de controle são pouco correlacionadas, a exceção do
endividamento que mostrou alguma correlação negativa com as demais variáveis de controle.
A variável em estudo, T, apresentou uma correlação fraca e inversa com o endividamento e
fraca uma um pouco mais forte e direta com a
dummy que expressa a participação em um dos
níveis de governança corporativa. Os pressupostos foram testados e sumarizados no quadro a
seguir.
Pressuposto Teste utilizado Resultados
Linearidade do modelo
Ramsey RESET (quadrática) F-estatístico 2,37 valor-p 0,13
Ramsey RESET (cúbica) F-estatístico 4,29 valor-p 0,02
E[
i
ε
] = 0
Média dos termos de erro 2.89E-15 0
ε ~ N(0, σ²In) Jarque-Bera Jarque-Bera 1.31 valor-p 0,51
E[ε
i
ε
j
] = 0
Breusch-Godfrey serial correlation
LM Test
F-estatístico 0,42 valor-p 0,65
Correlograms and q-statistics Figura 19
Multicolinearidade VIF Figura 20
Constância dos parâmetros CUSUM Figura 21
E[ε²
i
] = σ²
White F-estatístico 1,91 valor-p 0,12
Breusch-Pagan / Cook-Weisberg χ-estatístico 6,26 valor-p 0,01
Quadro 21 – Testes para regressão que considerava o EVA
*
médio
Obs. – Valores p iguais a zero implicariam em rejeição das H
0
o que significa dizer que pressupostos seriam
violados.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação a partir dos testes do Eviews
©
, versão 5, e do STATA
©
, versão
10.1.
169
Figura 19 – Teste correlograms and q-statistics para regressão – EVA
*
médio
Fonte – Eviews
©
, versão 5.
Mean VIF 1.38
dipo 1.03 0.969382
roa_medio
1.36 0.736375
t_medio
1.40 0.716549
end_medio
1.52 0.656492
dgc
1.60 0.624152
Variable VIF 1/VI
F
Figura 20 – Teste VIF para regressão que considerava o EVA
*
médio
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
-15
-10
-5
0
5
10
15
8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
CUSUM 5% Significance
Figura 21 – Teste CUSUM para regressão que considerava o EVA
*
médio
Fonte – Eviews
©
, versão 5.
170
Validação dos pressupostos do modelo
ii6i5
i
MÉDIO
4
i
MÉDIO
321
i
MÉDIO
εDIPOβDGCβROAβENDβ
PL
T
ββ*EVA
i
MÉDIO
++++++=
Pressuposto Teste utilizado Resultados
Linearidade do modelo
Ramsey RESET (quadrática) F-estatístico 4,02 valor-p 0,05
Ramsey RESET (cúbica) F-estatístico 8,05 valor-p 0,002
E[
i
ε
] = 0
Média dos termos de erro 2.89E-15 0
ε ~ N(0, σ²In) Jarque-Bera Jarque-Bera 1.93 valor-p 0,38
E[ε
i
ε
j
] = 0
Breusch-Godfrey serial correlation
LM Test
F-estatístico 0,32 valor-p 0,72
Correlograms and q-statistics Figura 22
Multicolinearidade VIF Figura 23
Constância dos parâmetros CUSUM Figura 24
E[ε²
i
] = σ²
White F-estatístico 4,23 valor-p 0,007
Breusch-Pagan / Cook-Weisberg χ-estatístico 6,26 valor-p 0,04
Quadro 22 – Testes para regressão que considerava o EVA
*
médio com T/PL
Obs. – Valores p iguais a zero implicariam em rejeição das H
0
o que significa dizer que pressupostos seriam
violados.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação a partir dos testes do Eviews
©
, versão 5, e do STATA
©
, versão
10.1.
Figura 22 – Teste correlograms para regressão – EVA
*
médio com T/PL
Fonte – Eviews
©
, versão 5.
Mean VIF 1.40
dipo 1.03 0.971856
dgc
1.29 0.773913
roa_medio
1.35 0.738387
t_pl_medio
1.42 0.705692
end_medio
1.89 0.529340
Variable VIF 1/VIF
. estat vif
Figura 23 – Teste VIF para regressão – EVA
*
médio com T/PL
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
171
-15
-10
-5
0
5
10
15
8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
CUSUM 5% Significance
Figura 24 – Teste CUSUM para regressão –EVA
*
médio com T/PL
Fonte – Eviews
©
, versão 5.
Validação dos pressupostos do modelo
i
i
20065
i
20064
i
20063
i
200621
i
2007
εPAYOUTβDMDCG5βDMDCG4βDMDCG1ββ*EVA
+
+
+
+
+=
Pressuposto Teste utilizado Resultados
Linearidade do modelo
Ramsey RESET (quadrática) F-estatístico 0,94 valor-p 0,34
Ramsey RESET (cúbica) F-estatístico 0,47 valor-p 0,62
E[
i
ε
] = 0
Média dos termos de erro -3.46E-15 0
ε ~ N(0, σ²In) Jarque-Bera Jarque-Bera 8,60 valor-p 0,01
E[ε
i
ε
j
] = 0
Breusch-Godfrey serial correlation
LM Test
F-estatístico 0,45 valor-p 0,63
Correlograms and q-statistics Figura 25
Multicolinearidade VIF Figura 26
Constância dos parâmetros CUSUM Figura 27
E[ε²
i
] = σ²
White F-estatístico 0,55 valor-p 0,78
Breusch-Pagan / Cook-Weisberg χ-estatístico 0,04 valor-p 0,83
Quadro 23 – Testes para regressão que considerava o EVA
*
de 2007
Obs. – Valores p iguais a zero implicariam em rejeição das H
0
o que significa dizer que pressupostos seriam
violados.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação.
172
Figura 25 – Teste correlograms para regressão – EVA
*
de 2007
Fonte – Eviews
©
, versão 5.
Mean VIF 6.19
payout_2006 1.23 0.814207
dmdcg5_2006
6.60 0.151457
dmdcg1_2006
8.00 0.124972
dmdcg4_2006
8.94 0.11191
1
Variable VIF 1/VI
F
Figura 26 – Teste VIF para regressão que considerava o EVA
*
de 2007
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
-12
-8
-4
0
4
8
12
14 16 18 20 22 24 26 28
CUSUM 5% Significance
Figura 27 – Teste CUSUM para regressão que considerava o EVA
*
de 2007
Fonte – Eviews
©
, versão 5.
173
Validação dos pressupostos do modelo
ii4
i
20063
i
200621
i
2007
εDADRβPAYOUTβNALββMVA
+
+
++=
Pressuposto Teste utilizado Resultados
Linearidade do modelo
Ramsey RESET (quadrática) F-estatístico 5,21 valor-p 0,03
Ramsey RESET (cúbica) F-estatístico 2,50 valor-p 0,10
E[
i
ε
] = 0
Média dos termos de erro -7,77E-15 0
ε ~ N(0, σ²In) Jarque-Bera Jarque-Bera 1.81 valor-p 0,40
E[ε
i
ε
j
] = 0
Breusch-Godfrey serial correlation
LM Test
F-estatístico 0,04 valor-p 0,95
Correlograms and q-statistics Figura 28
Multicolinearidade VIF Figura 29
Constância dos parâmetros CUSUM Figura 30
E[ε²
i
] = σ²
White F-estatístico 1,70 valor-p 0,15
Breusch-Pagan / Cook-Weisberg χ-estatístico 4,97 valor-p 0,02
Quadro 24 – Testes para regressão que considerava o MVA
*
de 2007
Obs. – Valores p iguais a zero implicariam em rejeição das H
0
o que significa dizer que pressupostos seriam
violados.
Fonte – Elaborado pelo autor desta dissertação a partir dos testes do Eviews
©
, versão 5 e do STATA
©
, versão
10.1.
Figura 28 – Teste correlograms para regressão – MVA
*
de 2007
Fonte – Eviews
©
, versão 5.
Mean VIF 1.01
payout_2006 1.01 0.994760
nal_2006
1.01 0.994475
dadr
1.01 0.989285
Variable VIF 1/VIF
. estat vif
Figura 29 – Teste VIF para regressão que considerava o MVA
*
de 2007
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
174
-15
-10
-5
0
5
10
15
6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
CUSUM 5% Significance
Figura 30 – Teste CUSUM para regressão que considerava o MVA
*
de 2007
Fonte – Eviews
©
, versão 5.
Dados em painel
itit4it321
εROAβENDβ
PL
T
ββ*EVA ++++=
it
it
Prob > F = 0.0000
F( 1, 27) = 93.798
H0: no first-order autocorrelation
Wooldridge test for autocorrelation in panel data
. xtserial eva t_pl end roa dgc dipo
.
Prob>chi2 = 0.0000
chi2 (29) = 7872.47
H0: sigma(i)^2 = sigma^2 for all i
in fixed effect regression model
Modified Wald test for groupwise heteroskedasticity
. xttest3
Figura 31 – Testes para autocorrelação em heterocedasticidade para os dados em painel
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
Prob>chi2 = 0.4240
= 2.80
chi2(3) = (b-B)'[(V_b-V_B)^(-1)](b-B)
Test: Ho: difference in coefficients not systematic
B = inconsistent under Ha, efficient under Ho; obtained from xtreg
b = consistent under Ho and Ha; obtained from xtreg
roa 2.30278 2.095525 .2072544 .2296863
end
.4597557 .6546593 -.1949036 .1482224
t_pl
.1036896 .1256676 -.0219779 .0207409
EF EA Difference S.E.
(b) (B) (b-B) sqrt(diag(V_b-V_B))
Coefficients
. hausman EF EA
Figura 32 – Teste Hausman para comparação de modelos em dados em painel
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
175
Dados em painel
itit4it3it21it
εDADRβPAYOUTβNALββ*MVA +
+
+
+=
Prob > F = 0.1619
F( 1, 28) = 2.064
H0: no first-order autocorrelation
Wooldridge test for autocorrelation in panel data
. xtserial mva nal payout dadr
.
Prob>chi2 = 0.0000
chi2 (29) = 1.6e+05
H0: sigma(i)^2 = sigma^2 for all i
in fixed effect regression model
Modified Wald test for groupwise heteroskedasticity
. xttest3
Figura 33 – Testes para autocorrelação em heterocedasticidade para os dados em painel
Fonte – STATA
©
, versão 10.1.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISAS EM ADMINISTRAÇÃO
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