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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
Dissertação
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE CORDEIROS MACHOS E FÊMEAS
CRUZAS LACAUNE X TEXEL
Michelle da Silva Gonçalves
Pelotas, 2009
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Michelle da Silva Gonçalves
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE CORDEIROS MACHOS E FÊMEAS
CRUZAS LACAUNE X TEXEL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia da Universidade Federal
de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do
título de Mestre em Ciências, na área de
Concentração: Produção Animal.
Orientadora: Maria Teresa Moreira Osório
Co-Orientador: José Carlos da Silveira Osório
Co-Orientador: Gilson de Mendonça
Pelotas, 2009
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Dados de catalogação na fonte:
( Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744 )
G635c Gonçalves, Michelle da Silva
Crescimento e desenvolvimento de cordeiros machos e fêmeas
cruzas Lacaune x Texel / Michelle da Silva Gonçalves. -Pelotas,
2009.
64f. : il.
Dissertação ( Mestrado em Produção Animal ) –Programa de
Pós-Graduação em Zootecnia. Faculdade de Agronomia Eliseu
Maciel. Universidade Federal de Pelotas. - Pelotas, 2009, Maria
Teresa Moreira Osório, Orientador; co-orientadores José Carlos da
Silveira Osório e Gilson de Mendonça .
1. Componentes corporais 2.Ganho de peso 3.Ovino 4. ra-
ça 5. Sexo I Osório, Maria Teresa Moreira (orientador) II
.Título.
CDD 636.3082 4
Banca examinadora
Drª. Maria Teresa Moreira Osório (Presidente)
Dr. Carlos Eduardo da Silva Pedroso (UFPel)
Dr
a
. Mabel Mascarenhas Wiegand (UFPel)
Dr. Julio César Costa (CAVG/UFPel)
Dr. Otoniel Geter Lauz Ferreira (Suplente)
Dedico
Aos meus pais Ladi e Romeu, pelo exemplo de vida, dedicação e perseverança.
Ao meu irmão André pela alegria e simplicidade com que encara a vida.
Ao meu namorado Tiago pelo apoio incondicional, paciência e compreensão.
A minha família e aos meus amigos sempre presentes em minha vida.
Mensagem
“Pois quem traz no pensamento o seu destino firmado sabe que Deus faz costado
aos homens de sentimento”.
Jayme Caetano Braun
Agradecimentos
A Deus, pelo dom sublime da vida, pela força e pela fé, presentes em todos os dias
de minha vida.
Aos meus orientadores, Maria Teresa Moreira Osório e José Carlos da Silveira
Osório, por acreditarem em meu potencial, por todos os ensinamentos que me
oportunizaram e por serem mais que orientadores, não só no período de mestrado
mas ao longo destes oito anos de convivência, muito obrigada pela amizade e pelo
carinho.
Ao meu Co-orientador, Gilson de Mendonça, pela disponibilidade, por toda ajuda
durante o período de mestrado e pela valiosa amizade, gracias.
Aos meus amados e queridos amigos que me acompanharam nesta jornada de
trabalho do mestrado, Julcemar, Jorgea, Marcele e Raquel, como diria o Julce, mais
que amigos, irmãos. Vocês foram imprescindíveis e incansáveis, nada eu teria feito
sem o apoio de cada um de vocês, obrigada pela oportunidade da convivência e por
tudo que aprendi com todos vocês.
Ao amigo Roger, incansável e perseverante, gracias pela ajuda e pela amizade, por
compartilhar com todos nós a tua família nos finais de semana e pelo Rafa, que
tornava nosso trabalho tão simples e divertido.
Aos amigos e colegas do GOVI, Jaque, Clovis, Otoniel, Juliano, Rosi, Lucas, Juliana,
Mity e os demais estagiários, pela ajuda e apoio durante o período do mestrado.
Aos colegas da Pós-Graduação e departamento de Zootecnia, Fefer, Debra, Mara,
Mônica, Pedroso, pela preciosa amizade.
Aos meus pais, Romeu e Ladi, por serem o meu exemplo de vida, por me
incentivarem sempre a seguir em frente e a superar todos os obstáculos que a vida
nos impõe com fé e serenidade. Obrigada por não raras vezes terem abdicando de
suas vidas e de seus sonhos para que eu pudesse realizar os meus.
Ao meu irmão, André, por ser este raio de luz em minha vida, pela alegria e o
carinho.
Ao meu namorado, Tiago, por respeitar e apoiar minhas escolhas, pela
compreensão dos momentos de ausência e a paciência e o carinho de todos os
dias.
Aos meus familiares e amigos, eu não seria capaz de citar todos e talvez fosse até
injusta se não citasse alguém, pois todos vocês foram, são e sempre serão o mais
valioso tesouro da minha vida. Agradeço a Deus por permitir que em algum
momento de minha vida o meu caminho se encontrasse com o caminho de cada um
de vocês.
Ao CNPq e a FAPERGS, pelo auxílio financeiro que viabilizou o desenvolvimento do
projeto.
Ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, por possibilitar a realização deste
sonho.
Resumo
GONÇALVES, Michelle Silva. Crescimento e desenvolvimento de cordeiros
machos e fêmeas cruza Lacaune x Texel. 2009. 64f. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. Universidade Federal de Pelotas,
Pelotas.
Foi avaliado o efeito do sexo sobre o crescimento e desenvolvimento de cordeiros
cruza Lacaune e Texel terminados em pastagem com suplementação. Foram
utilizados 22 cordeiros (11 fêmeas e 11 machos), nascidos em setembro de 2007,
desmamados aos 90 dias e abatidos em janeiro de 2008. Os animais foram
mantidos na pastagem sendo ofertado ainda feno de alfafa e suplementados com
ração comercial. Para o abate dos cordeiros foi utilizado como critério a condição
corporal de 3,0 a 3,5 com peso de carcaça entre 12 a 18 kg. Os animais foram
pesados a cada 15 dias para determinação do ganho de peso. Após o abate foram
tomados os pesos dos componentes corporais (cabeça, visceras verdes, pulmão e
traquéia, fígado, coração...) e carcaça. Os dados foram submetidos á análise de
variância (procedimento GLM). Foi utilizada análise da regressão para obtenção dos
coeficientes de alometria pelo teste t. em nível de 5% de significância do erro. Não
houve diferença significativa (P>0,05) para ganho de peso entre machos e fêmeas.
Peso, percentual e coeficientes alométricos dos componentes corporais em sua
maioria não apresentaram diferença significativa (P>0,05) entre machos e fêmeas.
Concluindo que animais machos e fêmeas (Lacaune x Texel) submetidos ao mesmo
sistema de alimentação podem ser abatidos no mesmo período sem prejuízo ao
produtor.
Palavras-chave: componentes corporais, ganho de peso, ovino, raça, sexo
Abstract
GONÇALVES, Michelle Silva. Growth and development of Lacaune X Texel male
and female Lamb crosses . 2009. 64f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
Effect of sex on growth and development of Lacaune x Texel lamb crosses finished
in pasture, with supplementation, was evaluated. Twenty two lambs (11 males and
11 females), born in September 2007 and slaughtered offered alfafa hay and
supplemented with commercial ration. Slaughter criterion was body condition of 3.0 –
3.5 with carcass between 12 – 18 kg. Animals were weights every 15 days to
determine weight gain. After slaughtering weights were taken for body components
(head, fresh guts, lungs an trachea, liver, heart) and carcass. Data were submitted to
analysis of variance (GLM procedure). Regression analysis was used to obtain
alometric coefficients for majority of body components, there was no significant
difference (P>0.05) for males and females. It is conclude that Lacaune x Texel lambs
of both sexes, raised under similar feeding conditions, can be slaughtered in the
same period, without economic loss to the sheep farmer.
Key Words: body components, breed, sex, sheep, weight gain
Lista de Figuras
Figura 1 - Pontos de palpação para determinar a condição corporal no cordeiro
(Osório e Osório, 2005)..........................................................................38
Lista de Tabelas
Tabela 1. Descrição da escala de condição corporal (Osório e Osório, 2005)..........38
Tabela 2. Médias e erros padrão para pesos corporais por idades em cordeiros
machos não castrados e fêmeas (kg)......................................................42
Tabela 3. Ganho de peso (em kg) e porcentagem sobre o ganho total (dentro de
parêntese) entre as pesagens de cordeiros não castrados e
fêmeas.......................................................................................................43
Tabela 4. Médias e erros padrão (em kg e %) para componentes do peso corporal
em cordeiros machos não castrados e fêmeas.........................................44
Tabela 5. Médias e erros padrão (em kg e %) para componentes do peso corporal
em cordeiros machos não castrados e fêmeas.........................................45
Tabela 6. Médias e erros padrão (EP) para coeficientes de alometria (b) dos
componentes do peso corporal em cordeiros não castrados e fêmeas....48
Tabela 7. Médias e erros padrão (EP) de coeficientes de alometria (b) dos
componentes do peso corporal em cordeiros............................................49
Sumário
1 Introdução.............................................................................................................13
2 Revisão Bibliográfica...........................................................................................15
2.1 Raça Lacaune ....................................................................................................15
2.2 Raça Texel..........................................................................................................16
2.3 Crescimento e desenvolvimento .....................................................................16
2.3.1 Crescimento....................................................................................................18
2.3.2 Desenvolvimento............................................................................................20
2.6 Determinação do crescimento e desenvolvimento........................................20
2.3.4 Fatores que influem no crescimento e desenvolvimento...........................21
2.4 Componentes corporais...................................................................................29
3. Material e Métodos..............................................................................................32
3.1 Local...................................................................................................................32
3.2 Manejo dos animais ..........................................................................................32
3.3 Avaliação da condição corporal ......................................................................37
3.4 Abate e características avaliadas ....................................................................39
3.5 Análise estatística.............................................................................................40
4 Resultados e Discussão......................................................................................42
5 Conclusão.............................................................................................................51
6 Considerações finais…………………………………………………………………...52
7 Referências Bibliográficas ..................................................................................53
1 Introdução
A produção de carne é uma excelente alternativa econômica para o setor
ovinícola em função da sua exigência e alta qualidade, sendo uma proteína de
origem animal de alto valor biológico. Entretanto, para que o consumidor tenha uma
boa aceitação em relação a este produto, deve-se procurar produzir um tipo de
animal que atenda às necessidades de mercado (OSÓRIO, 1992; OSÓRIO, 1996c;
OSÓRIO et al., 1998; PIRES et al.,1999; OSÓRIO et al., 2007; OSÓRIO et al.,
2008).
A exploração de carne ovina apresenta altos rendimentos
econômicos,devido ao rápido retorno do capital tendo como exemplo um cordeiro de
corte, preferido para a exploração de carne ovina, que pode ser abatido aos 4 meses
de idade (CORRADELLO, 1988), dependendo do genótipo (OLIVEIRA et al., 1996),
do sistema de terminação (JARDIM et al., 2002) e do sexo (BIANCHI, 2000;
OSÓRIO et al., 2002b; AZEREDO et al., 2005).
O processo de produção de carne ovina na metade sul do Rio Grande do
Sul tem como elemento central o cordeiro em desenvolvimento ao pé da ovelha,
ambos submetidos ao processo de pastoreio extensivo, cuja eficiência depende do
desempenho reprodutivo das ovelhas, da velocidade de crescimento dos cordeiros e
do nível nutricional disponível para a ovelha e para o cordeiro.
A produção de carne ovina é muito complexa e sobre ela atuam fatores
determinantes de sua quantidade e qualidade. Estes fatores podem ser extrínsecos
ao animal, como é o caso da alimentação, ou intrínsecos ao animal, como é o caso
do sexo e cruzamento (OSÓRIO et al., 1995a, 1996a; OLLETA e SAÑUDO, 2009).
No Brasil atualmente, é importante estudos e esclarecimentos sobre as
técnicas de produzir uma carne de qualidade (OSÓRIO et al., 2002b). Portanto,
buscar a idade e/ou peso de abate em que o rendimento de carcaça seja
economicamente o mais indicado, para machos e fêmeas em determinada raça ou
grupos genéticos, é de grande valia para otimização dos sistemas de produção e na
comercialização de animais para o abate (OSÓRIO et al., 1999).
14
Um animal de qualidade é aquele que em menor espaço de tempo e área,
com menores custos, proporciona a obtenção de produtos de maior quantidade e
qualidade (OSÓRIO et al., 2002b).
O objetivo do presente estudo é avaliar o crescimento e desenvolvimento de
cordeiros machos e fêmeas provenientes do cruzamento de ovelhas Texel com
carneiro Lacaune, submetidos ao mesmo manejo e sistema alimentar.
2 Revisão Bibliográfica
2.1 Raça Lacaune
A raça Lacaune é a mais conhecida das raças ovinas leiteiras da França,
pela sua especialização que deu origem ao queijo Roquefort (VIEIRA, 1967), a raça
é proveniente das imediações de Saint-Affrique, região que possui solo apto ao
cultivo forrageiro, servindo assim para o progresso da produção destes ovinos
(HELMAN, 1951).
A seleção da raça teve origem a partir de 1870 e em 1886 foi instalada a
primeira indústria de queijo da Sociedade de Roquefort, localidade de Lacaune. Em
1928, foi organizado o sindicato de criadores que tem a seu cargo o registro
genealógico e o controle leiteiro dos ovinos Lacaune (VIEIRA, 1967).
A raça Lacaune é considerada leiteira, mas existe uma linha carniceira, é a
raça mais criada na França, na Espanha está em expansão, sendo oficialmente
considerada como raça da União Européia, animal com boa rusticidade e instinto
materno, longa atividade sexual e prolificidade de média a alta e carne de boa
qualidade (SAÑUDO, 2008).
Em geral, o peso médio das ovelhas é de 60 kg e dos carneiros é de 90 kg,
a produção de leite oscila entre 100 a 200 kg de leite por lactação, com média de 8%
de gordura e média diária de 1,5 litros (OSÓRIO e OSÓRIO, 2005); mas, é sabido
que estas características dependem da alimentação, rebanho (em função dos
critérios de seleção e acasalamento). São animais desprovidos de lã desde a
cabeça até o pescoço, as orelhas se apresentam horizontais, os membros são
largos e desprovidos de lã e apresentam úberes volumosos (HELMAN, 1951).
Os animais da raça Lacaune são de grande porte e rápido crescimento, os
cordeiros com seis semanas de idade alcançam o peso de 14 kg (VIEIRA, 1967).
Os primeiros ovinos com aptidão leiteira da raça Lacaune, foram trazidos
para o Brasil em 1992, que adaptando-se bem as condições climáticas e de
alimentação do sul do Brasil (BRITO, 2004)
16
2.2 Raça Texel
A raça Texel é de origem Holandesa, na ilha de Texel, ao norte do País, é
considerada uma raça rústica e de dupla aptidão, para produção de carne e lã com
tendência maior à produção de carne. Esta raça se desenvolve melhor em clima
fresco e necessita de bom nível alimentar. Dentre os atributos da raça, pode-se
destacar ainda a alta prolificidade(OSÓRIO et al., 2005).
Apresenta grande projeção internacional tendo grande capacidade de
pastoreio, bom instinto materno e dócil, boa adaptação e prolificidade, excelente
morfologia (se diz que 95% dos concursos de carcaças no Reino Unido são
vencidos por animais Texel, sejam puros ou cruzas), elevada muscularidade e pouco
engorduramento da carcaça, sendo a raça do mundo com maior porcentagem de
músculo e muito bons índices de transformação (Sañudo, 2008).
Os animais apresentam mucosas e cascos escuros, carcaças pesadas, sem
excesso de gordura (OSÓRIO et al., 2005).
Segundo publicação do Secretariado Uruguaio de la Lana (SUL, 1986), a
ovelha Texel apresenta uma porcentagem média de parição acima de 186%, isso
significa que, de cada dez ovelhas, nove têm gêmeos.
Os cordeiros ao nascer pesam em média 5 kg, aos 6 meses de idade pesam
50 kg; os adultos pesam em média 80 kg as fêmeas e 115 kg os machos (SUL,
1986).
As ovelhas podem ser encarneiradas aos 8 meses, tendo seu primeiro parto
aos 13 meses de idade. Apresentam a cabeça e as patas desprovidas de lã e a
cabeça é coberta de pelos finos brancos (OSÓRIO et al., 2005).
2.3 Crescimento e desenvolvimento
O crescimento e desenvolvimento são dois fenômenos inter-relacionados,
de modo que se poderia dizer que o primeiro é causa e conseqüência do segundo e
vice-versa. São dois aspectos-chave em qualquer campo das ciências biológicas e
suas análises em produção permitem gestionar os fatores de produção mais
eficientes (LÓPEZ, 2009).
17
A produção de carne está diretamente relacionada com o crescimento e o
desenvolvimento do animal, através das modificações que ocorrem no corpo com o
passar do tempo, desde a concepção até a chegada da maturidade (PRUD’HON,
1976).
Os animais sofrem transformações constantes desde o momento de sua
concepção até a sua morte, e as mudanças que ocorrem entre a fecundação e a
maturidade estão intimamente relacionadas com os fenômenos de crescimento e
desenvolvimento (ROQUE, 1998).
O cordeiro recém-nascido depende da mãe durante o tempo necessário
para sua adaptação às modificações morfológicas, como desenvolvimento do
rumem, músculos abdominais, entre outros; e fisiológicas, quando deixam de utilizar
preferencialmente os açúcares para utilizar os ácidos graxos como fonte de energia.
Ao nascer, o cordeiro tem que ser capaz de manter-se, andar e mamar (CAÑEQUE
et al., 1989).
Segundo Sotillo e Vijil (1978), distinguem-se, em geral, quatro fases de
crescimento pós-natal. Na primeira fase, se produz um crescimento rápido da
cabeça, pescoço e extremidades; na segunda, há trocas na conformação corporal;
na terceira fase, se produz um engorduramento geral do organismo, começando a
deposição de gordura. Esta fase se inicia entre 3-4 meses de idade e na quarta fase
há uma concentração do crescimento do lombo e massas musculares das
extremidades junto com um aumento da altura e profundidade do organismo.
Em condições ideais, a velocidade de crescimento desde o nascimento até
a metade do peso adulto permanece relativamente constante, linear, para diminuir
até alcançar a maturidade, que é o processo mediante o qual o animal atinge o
desenvolvimento completo (BLACK, 1981).
Dentro da mesma espécie, os animais com maior tamanho maduro
necessitam, para cada fase de crescimento, mais tempo que o exigido para animais
com menor tamanho. A curva de crescimento até atingir a maturidade tem a forma
sigmóidea, onde o crescimento é rápido durante os primeiros meses de vida, fica
mais lento ao chegar à puberdade, e declina progressivamente até a maturidade
(ALCALDE, 1990). O crescimento e o desenvolvimento são fenômenos básicos para
a produção de carne e estão estreitamente relacionados (ROQUE et al., 1999)
.
18
O conhecimento do caminho que segue um animal durante seu
desenvolvimento até adquirir a maturidade é importante, uma vez que o valor dos
animais de carne depende das mudanças que se produzem nesse período
(PÁLSSON, 1955).
Conforme o animal cresce, dois eventos ocorrem. No primeiro, o animal
aumenta seu peso até que atinja o peso adulto, o que chamamos de crescimento.
No segundo o animal muda suas formas e conformação corporal, e suas várias
funções atingem a plenitude, o que chamamos de desenvolvimento (LAWRIE, 2005).
Sierra (1970) considera que o desenvolvimento é a expressão qualitativa do
crescimento, o qual é quantitativo.
Segundo López (2009) deve-se ter presente que o crescimento do indivíduo
resulta do aumento de peso de cada um de seus componentes, quer dizer, o
indivíduo e uma unidade (cordeiro) constituída por subunidades que crescem
(fígado, rins,...) e que nos mamíferos, o incremento de peso de cada um dos
constituintes corporais não é homogêneo, mas sim que cada elemento apresenta
uma taxa de crescimento própria e diferente. Como conseqüência, o organismo
oferece, simultaneamente ao aumento, uma série de mudanças morfológicas,
histológicas, bioquímicas e fisiológicas que configuram o fenômeno denominado
desenvolvimento.
Alguns autores não fazem diferença entre o crescimento e desenvolvimento,
considerando estas duas importantes fases como se fossem uma só.
2.3.1 Crescimento
Aumento correlativo da massa orgânica total procedente de um incremento
do tamanho dos tecidos e órgãos individuais (CARLSON, 1973).
Predomínio da síntese protéica sobre a degradação em quase todos os
tecidos orgânicos simultaneamente (GRAHAM, 1982).
Segundo Butterfild (1988), em uma definição simples e como dita por ele,
pode ser até incompleta, o crescimento é o aumento de tamanho.
19
O crescimento corporal é composto de multiplicação celular (hiperplasia) e
aumento do tamanho celular (hipertrofia), como conseqüência da duplicação do DNA
e síntese protéicas. O crescimento verdadeiro é de difícil definição, é
frequentemente descrito como o aumento dos tecidos estruturais (ALBINO, 2000).
O processo de crescimento é um fator a ser considerado na definição de
qualidade da carcaça, uma vez que esta influencia muito na composição química
e física da mesma. O animal aumenta de peso até alcançar o tamanho adulto e
este processo denomina-se crescimento (PEREZ e PILAR, 2002).
O crescimento de um animal está fortemente associado a um aumento de
peso em função do tempo. Nem sempre isto fica claro, pois existem outros
parâmetros importantes para entender o crescimento e seus efeitos sobre a resposta
produtiva dos animais (DI MARCO et al., 2007).
O crescimento é um processo através do qual a massa corporal de um
animal aumenta em um determinado espaço de tempo. Não podemos considerar o
animal adulto como um recém-nascido crescido, não é simplesmente aumento de
tamanho.
A representação gráfica da evolução do peso de um animal no tempo que
vai desde a concepção até a maturidade se ajusta a uma característica curva
sigmóide na qual se podem diferenciar várias etapas. Mas o interesse da curva de
crescimento na produção de carne em geral, e do cordeiro em particular, está
situado fundamentalmente na fase de crescimento ponderal acelerado (próximo a
puberdade, máximo crescimento), pois é quando se alcança o peso de sacrifício na
maioria dos sistemas de produção de ovinos pelo que, quando se faz referência a
taxa de crescimento, a consideramos sobre animais que estão em pleno
crescimento acelerado. Quando se fala de taxa de crescimento (ou coeficiente
médio de crescimento, velocidade de crescimento ou ganho médio, expressões
sinônimos), termo com o que se expressa “o incremento de peso por unidade de
tempo” que em cordeiros se mede em gramas/dia, geralmente. É um indicador do
crescimento global, muito prático, o mais usado na produção animal, porém pode ser
pouco preciso se utilizar-se períodos de tempo longos (LÓPEZ, 2009).
20
2.3.2 Desenvolvimento
Hammond (1959) entende o desenvolvimento como as modificações da
forma, composição orgânica e funcional que o animal adquire em relação a sua
idade, sendo um conceito qualitativo; e, mais tarde, de forma simplificada ,Hammond
(1967) define o desenvolvimento como uma modificação da conformação corporal
do animal até que suas diversas funções alcancem a plenitude.
Já Butterfield (1988) define o desenvolvimento como a troca que ocorre na
forma e nas proporções corporais associadas ao crescimento.
Sobrero (1986) conclui de forma mais completa, dizendo que
desenvolvimento é conseqüência do crescimento desigual das distintas partes em
diferentes períodos, referindo-se às mudanças anatômicas e fisiológicas que
ocorrem através do tempo, ou seja, as modificações da conformação e das funções.
2.6 Determinação do crescimento e desenvolvimento
Durante as primeiras etapas do crescimento pré-natal, ocorre um aumento
do número de células, que é conhecido como hiperplasia (JOUBERT, 1956). Nas
etapas seguintes do crescimento, tanto pré-natais como o pós-natal, o aumento do
peso dos músculos deve-se ao aumento do tamanho das células (hipertrofia).
Isso indica que, ao iniciar a etapa fetal, encontra-se fixado o tamanho
máximo do animal adulto, já que as diferenças raciais de tamanho se devem aos
números diferentes de células musculares e não ao tamanho das células
(HAMMOND, 1961).
Após o nascimento, o peso da musculatura do animal duplica, sendo que
em alguns músculos pode quadruplicar, entretanto, o número de fibras parece não
aumentar em grau significativo, indicando que o crescimento muscular pós-natal
ocorre fundamentalmente por hipertrofia (BERG e BUTTERFIELD, 1979).
À medida que o animal se aproxima da maturidade, diminui a velocidade
com que os músculos aumentam de tamanho. As fibras musculares crescem ao
aumentar tanto o seu diâmetro (por proliferação de miofibrilas), quanto seu
comprimento (por aumento no comprimento dos sarcômeros pré-existentes, ou pela
adição de novas unidades sarcoméricas). A hipertrofia das fibras muscular devido à
21
proliferação de miofibrilas aumenta progressivamente a quantidade de músculo por
capilar sanguíneo. No caso da hipertrofia muscular induzida por trabalho, a
densidade capilar aumenta aproximadamente na mesma proporção que o grau de
hipertrofia (FORREST et al., 1979).
2.3.4 Fatores que influem no crescimento e desenvolvimento
Alguns fatores exercem grande influência sobre o crescimento e o
desenvolvimento de um animal, proporcionando diferentes composições teciduais,
tornando-se determinantes o momento do abate.
Fatores como raça, sexo, alimentação e peso/idade de abate devem ser
considerados para obtenção de um produto uniforme e de qualidade (OSÓRIO et al.,
1995c).
Sexo
Na maioria dos mamíferos, os machos são mais pesados e de maior
tamanho que as fêmeas, embora estas alcancem antes o estado adulto. Existem
diferenças no crescimento das diferentes partes do organismo, a desigualdade de
tamanho devido ao sexo se traduz em uma diferente conformação corporal
(LAWRIE, 1967).
No que se refere ao sexo, as fêmeas apresentam um maior rendimento de
carcaça que os machos, isto se deve a sua maior precocidade e, portanto, superior
engorduramento (OSÓRIO et al., 1999b).
Owen (1976) atribui diferenças de crescimento entre cordeiros machos e
fêmeas à liberação de hormônios gonodais, mais precocemente para os machos.
Esse fenômeno ocorre em virtude do aumento de produção de testosterona dos
cordeiros machos (FOURIE e HEYDENRYCH, 1982).
Os cordeiros machos são geralmente entre 5 e 12% mais pesados ao
nascer que as fêmeas, a diferença de peso ao nascer ainda é muito maior entre
gêmeos de diferentes sexos comparando-se a gêmeos de mesmo sexo (CAÑEQUE
et al., 1989). Segundo Everitt (1964), há uma diferença nos cotilédones de machos
e fêmeas. Apesar de não haver diferença no número de cotilédones entre os sexos,
22
os machos apresentam em média estes componentes 10,5 % mais pesados que as
fêmeas, comprovando ainda nestes mesmos animais que os fetos machos
apresentaram-se 4,9 % mais pesados que as fêmeas.
Com relação ao peso ao nascer, segundo Fraser e Stamp (1989), destaca-
se a existência de uma estreita relação entre o peso ao nascimento e o peso ao
desmame, sendo este 2 a 3 kg superior para cada kg adicional ao peso de
nascimento.
A partir da desmama, deve-se fazer uma diferenciação entre machos e
fêmeas: os machos têm maior desenvolvimento de massas musculares do pescoço
(para combate) e as fêmeas possuem maior desenvolvimento da parte abdominal
para gestação (BUTTERFIELD, 1988).
A velocidade de crescimento é maior nos machos inteiros que nos castrados
e maiores nestes que nas fêmeas. Tanto nos bovinos como nos ovinos, há uma
tendência a não castração, pois sob condições nutricionais boas, os machos inteiros
crescem mais rápidos e de maneira mais eficiente que os castrados (BRADFIELD,
1967). Azzarini (1979), em seu experimento, verificou que os cordeiros inteiros eram
entre 5 e 9 % mais pesados do que os castrados e cordeiras, respectivamente.
O sexo também pode ser responsável por diferenças quantitativas e
qualitativas em carcaças ovinas. No caso de machos, a prática da castração é
utilizada por muitos produtores e, neste caso, as diferenças serão mais acentuadas
quando os animais estiverem mais próximos da puberdade, havendo assim a
conjugação com o fator idade.
De acordo com Osório et al. (2005), para cordeiros abatidos aos 123 dias de
idade, não há necessidade da prática da castração, uma vez que não foram
detectadas diferenças quanto à morfologia in vivo e da carcaça, assim como nas
características comercias e produtivas. Alem disso, carcaças de cordeiros castrados
e não castrados nesta faixa etária podem ser incluídos em uma mesma categoria
comercial e receber valorização semelhante.
Kashan et al. (2005) constataram maiores ganhos de peso corporal e peso
do corpo vazio em cordeiros machos do que em fêmeas, em raças ovinas de cauda
gorda no Irã, podendo haver interação do fator sexo com o sistema de alimentação
ao quais os animais são submetidos.
23
Complementando, Rosa et al. (2005) verificaram que fêmeas
suplementadas com concentrado cresceram mais rapidamente do que machos
alimentados com silagem, demonstrando que o fator dieta pode se sobrepor ao fator
sexo.
O sexo exerce uma influência notável sobre todo o estado de
engorduramento da carcaça, assim como na composição tecidual: os machos
apresentam maior percentual de músculo e de osso e as fêmeas, maior percentual
de gordura (CAÑEQUE e SAÑUDO, 2005).
Alimentação das Ovelhas
A eficiência do sistema de cria pode ser avaliada como alta taxa de
natalidade, prolificidade, desmame e baixos índices de mortalidade. Para que seja
possível a obtenção dessas altas taxas desejadas e, conseqüentemente, uma maior
produção de cordeiros, é fundamental cuidado especial com a nutrição do rebanho
de cria.
O desempenho do animal é influenciado por suas reservas corporais, ou
seja, por sua cobertura de gordura que é usada como fonte de energia nas
diferentes fases do ciclo reprodutivo (PEREIRA NETO et al., 2004).
A prática de aumentar a quantidade de nutrientes ingeridos influencia o
peso corporal, alterando a condição prévia e durante a reprodução, aumentando a
taxa de ovulação e, por conseguinte, a taxa de parição. Esta alteração nutricional,
afeta não só o número de óvulos fertilizados, mas também a sobrevivência
embrionária, repercutindo desta maneira no número de cordeiro/ovelhas/parto.O
primeiro mês após a fertilização é ponto crítico para sobrevivência embrionária
(THOMAS et al., 1987).
Fêmeas muito gordas na estação de monta apresentam alta taxa de
ovulação e maior tamanho de folículo, mas por outro lado, apresentam baixa taxa de
sobrevivência embrionária. Tanto a subnutrição como a super nutrição contribuem
para as perdas de ovos (SÁ e SÁ, 2008).
O flushing é uma prática simples,
conhecida e eficiente mas que talvez não
venha recebendo a devida atenção ou não estão sendo cumpridos os cuidados e
etapas que tornam este processo eficiente. É simples, desde que seja realizado
24
corretamente, fazendo com que as fêmeas aptas ao encarneiramento tenham uma
suplementação alimentar de modo que entrem na estação de cobertura ganhando
peso e melhorando sua condição corporal (OSÓRIO e OSÓRIO, 2006).
O desempenho obtido por ovelhas e suas crias é resultado do manejo
nutricional juntamente com a genética e a sanidade, devendo se der atenção as
necessidades de cada fase do animal (SOBRINHO et al., 1996).
O efeito da nutrição materna é maior no final da gestação, quando a
velocidade de crescimento é maior no feto e a capacidade de ingestão da ovelha
esta diminuída (TISSIER e THERIEZ, 1979).
O peso dos cordeiros ao nascer é reflexo principalmente da condição
nutricional da ovelha na gestação (SOBRINHO et al., 1996).
Rattray et al (1974) observaram acréscimo de 10% no peso ao nascer, de
cordeiros filhos de ovelhas alimentadas a níveis de 1,5 a 2 vezes a manutenção.
Quando o peso ao nascimento do cordeiro é inferior a 3 kg, há um aumento
considerável na mortalidade neonatal, que chega a atingir índices de 80% quando os
nascidos pesam menos de 2 Kg. Quando o peso ao nascer fica em torno de 3 a 5
Kg, a taxa de mortalidade cai para 4-8% (THERIEZ, 1985).
Alimentação dos cordeiros
Todo animal possui determinada potencialidade genética cuja manifestação
depende das condições ambientais em que ele se desenvolve. A maior influência é,
sem dúvida, decorrente da alimentação (VIEIRA, 1967).
A prática tem mostrado que, apesar de os ovinos poderem ser criados
extensivamente, aproveitando as pastagens naturais como sua única fonte de
alimentação, as técnicas de manejo e os conhecimentos necessários que possam
atender devidamente o rebanho em todas as fases da criação sem dúvida
proporcionam ao criador um aumento de produtividade contribuindo para o rápido
resultado lucrativo e compensador (CORRADELLO, 1988).
O acabamento de cordeiros em regime de confinamento não se constitui em
uma prática usual entre os ovinocultores brasileiros, que tradicionalmente adotam o
sistema extensivo de produção. Porém, em função das boas perspectivas para a
comercialização da carne ovina, é necessária a intensificação no processo de
25
terminação de cordeiros, para agilização dos negócios e produção de carne ovina de
qualidade (GERASEEV et al., 2000).
Os gastos com alimentação animal certamente constituem o principal
componente do custo total de produção, de modo que a proteína bruta torna-se o
ingrediente mais oneroso da ração. Assim, é necessária a adoção de tecnologias
que permitam eficiência e economicidade para redução dos custos da alimentação,
com a formulação de dietas que possibilitem máxima eficiência na produção de
carne e custo mínimo de produção (ORTIZ et al., 2005).
De maneira geral, pode-se dizer que, até uma semana de idade, os
cordeiros dependem exclusivamente do leite das ovelhas. Após esse período, a
suplementação com concentrado e volumoso de boa qualidade estimula o
desenvolvimento, podendo aumentar a taxa de crescimento destes animais
(GERASEEV et al., 2000).
O fornecimento de concentrados a cordeiros, a partir de 15 dias de vida,
complementa o fornecimento energético e protéico do leite materno, que tende a
diminuir com o avanço da lactação (BÕAS et al., 2003). A utilização do creep-
feeding no período de lactação promove desenvolvimento ruminal e uma maior
facilidade no aprendizado para ingestão de alimentos sólidos no cocho (CARVALHO
et al., 2005).
Encontrar o tipo de alimento certo e suficiente é o fator geral mais
importante da determinação do desenvolvimento, da dominância e da sobrevivência
de todos os organismos vivos (LAWRIE, 2005).
Lawrie (2005) Diferenças no plano de nutrição, em qualquer idade, a partir
do último estágio fetal até a maturidade, não só alteram o crescimento em geral,
mas também afetam as diferentes regiões, os diferentes tecidos e os vários órgãos
diferentemente. O cérebro e o sistema nervoso têm prioridade sobre os ossos, os
músculos e a gordura, nesta ordem.
Uma vez que os machos têm exigências de proteína e energia superior às
das fêmeas, este fator pode causar diferença entre os sexos na composição da
carcaça quando a ingestão de energia, em uma proporção, for alterada (CAMPBELL
e KING, 1982).
26
O sistema de alimentação é uma alternativa viável para obter carcaças com
boa terminação, incrementando quantitativa e qualitativamente a produção de carne
ovina (ÁVILA e OSÓRIO, 1996).
O aporte nutricional dos animais poderá determinar diferenças no ritmo de
crescimento, e quando inadequados, órgãos como cabeça, coração, pulmão e
ossos, utilizarão a maior parte dos nutrientes ingeridos. Na seqüência, regiões
corporais cujo desenvolvimento é mais tardio, como musculatura e tecido adiposo,
sofrem inibição (HAMMOND, 1932).
A carcaça apresenta desenvolvimento mais tardio que os demais
componentes do peso vivo, assim como machos têm desenvolvimento mais tardio
que fêmeas. A proporção da carcaça em relação ao peso de abate sofre forte
diminuição em idades jovens, fato atribuído ao desenvolvimento do aparelho
digestivo nesta fase. Da mesma forma, fêmeas de ovinos apresentam maiores
rendimentos de carcaça que machos, em conseqüência de sua maior precocidade e,
por conseguinte, do maior conteúdo de gordura em suas carcaças (SANCHEZ,
1987).
Creep-feeding
O sistema de Creep feeding consiste na suplementação dos cordeiros com
alimento concentrado em local que seja inacessível às ovelhas (ORTIZ et al., 2005).
A adoção de creep-feeding pode cumprir esse objetivo, sem onerar o custo
de manutenção das ovelhas. A utilização de rações de alta aceitação pode inclusive
diminuir a intensidade de mamada dos cordeiros e, com isso, minimizar a demanda
energética da lactação. Essa poupança energética, nas ovelhas durante essa fase
pode ser direcionada para novo ciclo reprodutivo do rebanho (BÕAS et al., 2003).
Além disso, o uso de creep-feeding no período de lactação assume grande
importância no período da terminação dos cordeiros, pois haverá um melhor
desenvolvimento ruminal e uma maior facilidade no aprendizado para ingestão de
alimentos sólidos após o desmame (CARVALHO et al., 2005).
Na produção de cordeiros para abate, é necessário manejo alimentar
adequado que permita rápida terminação do cordeiro e a obtenção de carcaças com
características adequadas ao consumo (FRESCURA et al., 2005).
27
Raça e cruzamento
A base biológica mais importante para se realizar uma comparação entre
raças é o estágio de maturidade, quando relacionado ao peso adulto (FRASER e
STAMP, 1989).
A raça é um dos principais fatores que afetam a velocidade de crescimento
e o desenvolvimento dos distintos tecidos (GALLI, 1993).
O uso de raças especializadas na produção de carne ovina, quando
utilizada puras ou em cruzamento, constitui uma forma de otimizar o crescimento
dos cordeiros. O cruzamento entre raças ovinas pode propiciar maior velocidade de
crescimento, sendo que os cordeiros cruzados atingem o peso de abate mais
precocemente que os puros (FAHMY, 1992).
Há necessidade de estudar a produção de carne nas raças existentes e nos
diferentes tipos de cruzamentos destas ovelhas com as raças com aptidão para
carne, em condições de campo nativo e posteriormente, com melhorias no sistema
de alimentação (OSÓRIO et al., 1996b).
O cruzamento é uma fonte de acasalamento entre indivíduos cujo grau de
parentesco é menor que a média da população da qual eles provêm. Podem ocorrer
entre espécies, raças ou linhagens diferentes e dentro da própria raça (SOBRERO,
1986). O cruzamento beneficia a produção de carne, tanto pela combinação de
características ou complementação, como pela manifestação do vigor híbrido ou
heterose, individual ou materna (AVILA, 1995).
Segundo Sobrero (1986), a heterose ou vigor híbrido é a diferença, medida
em percentagem, da habilidade produtiva dos animais cruza em sua primeira
geração, em relação à média da produtiva de seus progenitores, sendo vantajosa
para incrementar quantitativa e qualitativamente a produção de carne (CAÑEQUE et
al., 1989).
O cruzamento industrial, que é obtido pelo cruzamento de indivíduos de
duas ou mais raças, é o mais empregado na produção de carne de cordeiro,
destinando-se sempre a primeira geração (F
1
) ao abate (CAÑEQUE et al., 1989).
Segundo Lasley (1978), cordeiros provenientes do cruzamento industrial
apresentam maior peso ao nascimento (500-800g superior aos cordeiros de raças
autoctonas espanholas) e com maior viabilidade ao nascimento. O índice de
28
sobrevivência do nascimento ao desmame, alcança índices de 14,6% maiores nos
cruzados em relação às raças puras, além de uma maior velocidade de crescimento
(ALBARDONEJO, 1986).
Os carneiros influem principalmente na velocidade de crescimento e na
qualidade de carcaça, entretanto, a mãe exerce uma maior influência que o pai, cujo
potencial genético determina também o limite superior do tamanho do recém
nascido, quando a mãe pertence a uma raça volumosa, mas não em caso contrário,
onde o tamanho da placenta é mais importante. (VILLETTE-HOUSSIN e THERIEZ,
1982).
Em experimentos realizados com embriões Border Leicester mantidos nas
pequenas ovelhas Welsh Mountain, em lugar de sua própria raça, foram 17% mais
leves ao nascer, indicando que o ambiente materno pode ser insuficiente para
permitir o crescimento fetal de acordo com seu potencial genético. Quando, ao
invés, foram implantados embriões da pequena raça Welsh Mountain em ovelhas da
raça Border Leicester, o peso ao nascer dos cordeiros, obteve um acréscimo de
14% (DONALD e RUSSEL, 1970).
Existe para cada raça um peso ótimo econômico de abate, onde a
proporção de músculo é máxima, a de osso mínima e a de gordura suficiente para
manter as propriedades organolépticas e de conservação da carcaça (OSÓRIO et
al., 1998).
O cruzamento para a produção de cordeiros deve incluir ovelhas de cria
resultantes de cruzamento de raça de comprovada eficácia reprodutiva, e de
produção leiteira e instinto maternal elevado. Estas ovelhas devem ser cobertas por
carneiros de diferentes raças, com crescimento, qualidade de carcaça, libido e
fertilidade notável (LASLEY, 1978).
Na escolha das raças para acabamento, deve ser levado em conta o
tamanho e potencial de crescimento da raça ou raças, relacionando com a
conversão alimentar e disponibilidade de alimento, proporcionando ao mercado
carcaças que atendam a suas necessidades (FRASER e STAMP, 1989).
Qualquer mercado tem estabelecido um estado ideal de maturidade e
desenvolvimento do animal para poder abater sem considerar sexo e raça. Este
ponto ideal da composição indica que o animal está apto ao abate e está
29
determinado pela economia de cada mercado em particular e indica ainda a
quantidade de gordura do animal (BERG e BUTTERFIELD, 2006).
2.4 Componentes corporais
Após o abate do animal, é realizada a separação dos componentes
corporais em: carcaça, vísceras (trato digestivo), pele, cabeça, patas, pulmões com
traquéia, fígado, coração, rins baço, pênis, bexiga, gordura interna dos intestinos e
gordura renal e pélvica. Os componentes corporais, com exceção da carcaça, são
chamados de quinto quarto, devido à carcaça possuir quatro quartos (dois dianteiros
e dois traseiros) e um quinto que seriam os demais componentes do peso corporal,
fora a carcaça. Os componentes corporais são pesados e posteriormente é
calculada sua proporção em relação ao peso vivo do animal, após jejum e dieta
hídrica com tempo médio de 18 horas (OSÓRIO e OSÓRIO, 2003).
O peso vivo é a soma total das partes que compõem o animal, sendo a
carcaça o seu principal componente, tanto quantitativa como qualitativamente, com
importância elevada sob o ponto de vista comercial (FLAMANT e BOCCARD, 1966).
Além da carcaça, após o abate, obtemos subprodutos ou componentes não
constituintes da carcaça que também apresentam interesse comercial, como o couro
que é utilizado pela indústria como matéria-prima. Para que haja uma
comercialização justa e adequada valorização, é fundamental que se remunere de
acordo com a qualidade final do produto. Assim, necessita-se a valorização do
animal como um todo, e não somente sobre o peso corporal ou rendimento de sua
carcaça (OSÓRIO et al., 2000).
O peso corporal por si só apresenta de forma errônea o valor comercial de
um animal potencialmente produtor de carne, pois desconsidera a expressiva
participação dos diferentes componentes corporais, tornando-se um critério de
pouco julgamento para utilização comercial (ROQUE, 1998). Sendo assim, a
comercialização em base ao peso vivo e de carcaça não considera a qualidade do
animal como um todo (BERG e BUTTERFIEILD, 1979). Os demais constituintes
corporais podem representar uma parte mais importante que a própria carcaça
(FRAYSSE e DARRE, 1990).
30
O rendimento dos tecidos da carcaça e de fora dela só podem ser
entendidos quando se conhece as proporções de cada um deles, incluindo as
vísceras (BUTTERFILD, 1988).
A maioria dos órgãos internos dos ovinos é de maturidade precoce,
consequentemente, os componentes da carcaça variam em sua proporção segundo
o grau de maturidade (BENÉVENT, 1971).
Entre fatores que influem na variação do rendimento de carcaça, estão: raça
ou genótipo, idade, sexo, sistema de alimentação entre outros (OSÓRIO e OSÓRIO,
2003).
Em estudos realizados com cordeiros cruza, foram encontradas diferenças
com relação ao peso de abate e peso de carcaça, tanto em valores absolutos como
em valores relativos, entre cordeiros cruza Ideal x Texel e Corriedale x Texel. Não
sendo encontrada diferença nos demais componentes do peso vivo, exceto na
gordura interna em valores percentuais (MENDONÇA et al., 2001).
A idade pode ser um fator responsável por diferenças nos componentes
corporais em cordeiros destinados à produção de carne, descreve diminuição linear
na percentagem de sangue, cabeça, patas e vísceras cheias, em relação ao peso
vivo de abate, com o aumento da idade. Já para pele, gordura perirenal e gordura
mesentérica, houve aumento linear. Vísceras vazias, pulmão-traquéia, coração, rins
e fígado não se modificaram (BUENO et al., 2000).
Em cordeiros, o peso de vísceras deve aumentar com o aumento do peso
vivo ao abate, sendo maior em machos do que em fêmeas (ALCALDE, 1990). O
crescimento global dos órgãos é similar em machos e fêmeas, até os 9kg de peso
vivo vazio os principais tecidos e órgãos de ambos os sexos evoluem com
velocidades diferentes, mas de forma semelhante e sem variações aparentemente
importantes em seus coeficientes alométricos (BENÉVENT, 1971).
Segundo Avila, (1995) os machos não diferem estatisticamente das fêmeas
quanto ao peso vivo ao abate e o peso de carcaça, porém as fêmeas apresentam
uma maior variabilidade com relação aos machos. O sexo é uma característica
importante e que deve ser considerada para obter-se uma uniformização do produto
comercial com relação ao acabamento de gordura.
O sistema de alimentação pode determinar diferenças nos componentes
corporais. Em cordeiros cruza Ile de France x Texel mantidos em pastagem
31
cultivada, foi verificado maior peso e percentagem de pele e menor de conteúdo
gástrico em relação aos cordeiros confinados (FRESCURA et al. 2005).
Tonetto (2002), trabalhando com cordeiros mantidos em três sistemas de
alimentação (pastagem natural suplementada, pastagem cultivada e confinamento),
verificou maior peso e percentual de pele nos animais da pastagem cultivada,
atribuindo o resultado ao maior desenvolvimento da lã, em função de maior ganho
médio diário obtido por estes animais.
3. Material e Métodos
3.1 Local
O experimento foi realizado no Centro Agropecuário da Palma/Universidade
Federal de Pelotas, município de Capão do Leão, Rio Grande do Sul (31° 52’ S e
52° 29’ W), no período de março de 2007 a janeiro de 2008.
3.2 Manejo dos animais
Carneiro
No mês de fevereiro foi realizada a avaliação do rebanho. O carneiro
pertence à raça Lacaune, foi submetido ao exame andrológico, a fim de determinar
se este estava apto ou não para a reprodução. Foram realizadas coletas de sêmem
através do uso de vagina artificial, apresentando bons resultados, tais como, boa
libido, motilidade 4 + e vigor de 3 +, além dos exames de leptospirose e brucelose,
negativos, para evitar distúrbios reprodutivos ao rebanho. Com o carneiro apto à
reprodução, foi avaliado escore de condição corporal e o peso os quais foram,
respectivamente 4,0 e 75kg, mostrando boas condições par o encarneiramento.
Após foram então realizados exame e apara de cascos e vermifugação do carneiro
Ovelhas
Nas ovelhas, foram avaliadas dentição, para garantir que apenas os animais em
boas condições de apreensão do alimento compusessem o rebanho. Realizou-se
exame de úbere e obteve-se ainda o escore de condição corporal das ovelhas para
avaliar as necessidade de suplementação das mesmas. Com a utilização de escores
da condição corporal (CC), pode-se avaliar de forma subjetiva o nível nutricional dos
animais, Neste momento, foram descartadas fêmeas muito velhas, com problemas
de mastite e com problemas de dentição.
33
Controle da verminose
Foram realizadas coletas de fezes das ovelhas para determinação do O.P.G
( ovos por grama de fezes). Das 22 ovelhas nas quais foi realizado exame, apenas
quatro fêmeas apresentaram verminose, acima de 500 ovos por grama de fezes.
As ovelhas foram todas casqueadas, vermifugadas com produto à base de
Cloridrato de Levamisol e receberam identificação, através de dois brincos
diferentes, para facilitar sua identificação em caso de perda de um dos brincos. Na
orelha esquerda, receberam um brinco laranja com dois números de identificação e
na orelha direita, um brinco azul com três números de identificação.
Sincronização do cio das ovelhas
As ovelhas foram sincronizadas através da utilização da “técnica das
esponjas”, buchas impregnadas com 50mg de progesterona sintética, MAP (Acetato
de Medroxi-Progesterona). A aplicação da bucha é feita com o auxilio de um
espéculo vaginal e um aplicador, devidamente esterilizados. Os pessários são
confeccionados com esponja de alta densidade (# 33) com um cordão de 15 cm de
comprimento, atado em cruz de forma que facilite a sua retirada com dose de MAP
já citada.
As buchas foram colocadas nas fêmeas no dia 30 de março e retiradas no
dia 11 de abril, perfazendo um tempo 13 dias com as esponjas. A retirada das
esponjas foi realizada com cuidado a fim de evitar o sangramento da mucosa vaginal
das fêmeas.
Preparo dos Rufiões
Para o preparo dos rufiões, foram utilizadas duas ovelhas da raça
Corriedale, as quais foram androgenizadas, através do uso de testosterona. Os
animais receberam a primeira injeção de testosterona (1ml) duas semanas antes do
inicio do período de cobertura das ovelhas. A manutenção dos rufiões era realizada
a cada duas semanas, com a mesma dosagem, anteriormente utilizada se
estendendo durante o periodo de cobertura do rebanho.
34
Os rufiões receberam um colete marcador de cio, para a colocação do giz
correspondente à semana da temporada de monta em que se encontravam.
O primeiro giz a ser utilizado foi de cor amarela, verde, vermelha e por
último a cor preta. Em média, a cor do giz era trocada a cada 14 a 15 dias, quando
as ovelhas não prenhes da primeira monta retornasem ao cio e fossem cobertas
novamente.
Monta controlada
As ovelhas foram submetidas à monta controlada, onde eram marcadas
com a tinta do colete marcador dos rufiões conforme a semana, sendo apartadas no
dia seguinte e colocadas com o carneiro Lacaune até que este realizasse a
cobertura, e assim sucessivamente com todas as outras fêmeas.
Diagnóstico de gestação
Doppler
O Doppler (DPPR-80) é um aparelho de detecção de prenhez para
pequenos ruminantes, que utiliza ondas contínuas que se refletem nas artérias,
veias e paredes de válvulas e cavidades cardíacas e também no fluxo sanguíneo,
onde é possível, a partir dos 50 dias de prenhez, diferenciar os batimentos cardíacos
do feto e da mãe.
Foi possível, a partir dos 45 dias pós-cobertura, diferenciar os batimentos
cardíacos do feto e da mãe e, com isto, separar as fêmeas positivas para prenhez,
as quais receberam um manejo diferenciado,das demais fêmeas, já que exigiam
maiores cuidados.
Parição
Durante o mês de setembro, período de parição das ovelhas, o potreiro de
parição era percorrido duas vezes ao dia, para identificação dos animais e
intervenção no parto quando necessário.
35
As ovelhas paridas eram identificadas e, em uma caderneta de campo eram
anotados o brinco da mãe, o sexo do cordeiro, tipo de parto (simples ou duplo), o
peso do cordeiro (obtido logo após seu nascimento através da utilização de balança
tipo dinamômetro) e assim colocava-se o número do brinco no colar de identificação
do cordeiro. Além do colar de identificação e pesagem, nos cordeiros era realizada a
cura do umbigo com Iodo a 5% e colocação de borracha na cauda das fêmeas.
Alimentação das Ovelhas
Durante o período de cobertura e gestação, as ovelhas foram suplementadas
com ração comercial, contendo: farelo de arroz desengordurado, milho (grão moído),
farelo de soja 46%, casca de soja, calcário calcítico, cloreto de sódio (sal comum) e
premix mineral vitamínico. Enriquecimentos: Vit A: 12.000 ui , Vit D3: 3.000 ui , Vit.
E: 10mg/kg, Zinco: 280 mg, Manganês: 44 mg, Cobalto: 0,5mg, Ferro: 50 mg , Iodo:
1,0 mg, Selênio:0,15mg. De acordo com o estado fisiológico e necessidades diárias,
baseados no NRC (1985).
Pastagem
O solo foi preparado com uma gradagem leve, seguida de adubação e
semeadura a lanço e nova gradagem, para incorporação destes ao solo. Foram
incorporados na área um 100 kg de sementes de azevém anual, 5,5 kg de sementes
de trevo-branco, 30 kg de sementes de ervilhaca e 400 kg de adubo da fórmula 4-
12-8 organo-mineral. Na área dois, foram incorporados 50 kg de sementes de
azevém anual, 2,5 kg de sementes de trevo-branco, 30 kg de sementes de ervilhaca
e 250 kg de adubo da fórmula 4-12-8 organo-mineral.
A base da alimentação no terço final da gestação e período de ordenha foi
pastagem de azevém anual (Lolium multiflorum Lam) cv. La Estanzuela consorciada
com trevo-branco (Trifolium repens L.) e ervilhaca (Vicia sativa). A pastagem foi
implantada em 10 de maio de 2007, em duas áreas de 1,5 (área um) e 1,0 ha (área
dois). Nesta área total de 2,5ha, foram introduzidos 160 animais, sendo 76 ovelhas e
seus respectivos cordeiros, numa lotação de 64 animais/ha. Estes animais
36
permaneciam em cada piquete aproximadamente 6 horas diárias, após receberem a
alimentação concentrada pela manhã. Os animais eram trocados de potreiro quando
a altura do resíduo da pastagem estava próximo de 5 cm, buscando-se sempre
evitar um super pastejo da área experimental, para que não houvesse o
esgotamento das reservas da planta.
A massa de forragem foi avaliada através da dupla amostragem, com a
utilização do disco. Era demarcada a área amostral com uma circunferência de
metal de mesmo diâmetro do disco (33cm), media-se a altura e removia-se a
pastagem nesta área circular, formando a dupla amostragem. Esse procedimento foi
realizado 20 vezes em cada potreiro.
As amostras cortadas rente ao solo para a verificação da massa de forragem
foram pesadas logo após o corte (verde) e levadas à estufa com circulação de ar
forçado, à temperatura de 60 ºC, até atingirem peso constante, quando foram então
pesadas novamente em balança com precisão de 1,0 grama para a determinação da
percentagem de MS (matéria seca).
A estimativa da oferta de forragem foi obtida a partir da forragem disponível
por dia, dividida pela carga animal média (Kg de peso vivo/ha).
A eficiência de utilização da pastagem foi obtida através da razão entre a
produção total de MS (kg de MS/ha) e a produção de leite por área (litros de
leite/ha).
Alimentação dos Cordeiros
Os cordeiros tiveram acesso à pastagem cultivada junto às mães desde os
primeiros dias de vida e foram arrazoados duas vezes ao dia através do sistema de
Creep Feeding a partir das primeiras semanas de vida até o abate.
Creep-feeding
Os cordeiros eram alimentados no Creep feeding no início da manhã, antes
de irem para pastagem cultivada, e à tarde, quando retornavam da mesma. A ração
utilizada na alimentação dos cordeiros era a mesma recebida pelas ovelhas durante
o período de cobertura e gestação, ração comercial com a composição já citada,
37
além do feno de alfafa, fornecido junto com a ração no período da tarde. A
quantidade de ração ofertada era ajustada conforme à necessidade dos animais.
Os cordeiros eram pesados quinzenalmente, para estimar o ganho médio
diário (GMD). Com aproximadamente 90 dias de vida, os cordeiros foram
desmamados, vermifugados e depois colocados em novos piquetes. A partir deste
momento, junto à pesagem, passou a ser realizada também a avaliação da condição
corporal, para que fosse possível determinar o momento ideal de abate destes
animais (3,0 - 3,5).
3.3 Avaliação da condição corporal
Foi realizada a avaliação da condição corporal dos ovinos para estimar suas
reservas (quantidade de gordura e dos demais tecidos no organismo do animal
vivo). Ao estimar a relação de músculo/gordura, objetivou-se determinar o momento
ótimo de abate do animal (Osório et al., 2008).
Utilizou-se como pontos de palpação (Osório e Osório, 2005): a região ao longo
das apófises espinhosas lombares e sobre o músculo Longissimus dorsi e as pontas
das apófises transversas lombares. Colocando-se a mão sobre elas, buscou-se
sentir sua proeminência; quanto menos proeminentes, maior é o engorduramento
(Figura 1 – Ponto B).
Os pontos de palpação podem ser assim descritos:
A. base da cauda, por ser a última parte a depositar gordura, reflete o estado de
engorduramento corporal. Quando se palpa essa região, busca-se detectar os ossos
e, quanto maior a dificuldade em senti-los, maior o engorduramento.
B. ao longo das apófises espinhosas lombares e sobre o músculo Longissimus dorsi
e as pontas das apófises transversas lombares. Colocando-se a mão sobre elas,
busca-se sentir sua proeminência; quanto menos proeminentes, maior é o
engorduramento.
C. ao longo das apófises espinhosas dorsais.
D. ao longo do esterno.
38
FIGURA 1 – Pontos de palpação para determinar a condição corporal no cordeiro
(Osório e Osório, 2005).
Na avaliação da condição corporal foi atribuída uma nota de 1 a 5 (tab.1), com
escala de 0,5. A condição corporal escolhida como indicativa para o momento do
abate foi entre 3,0 - 3,5.
Tabela 1 - Descrição da escala de condição corporal
ÍNDICE DESCRIÇÃO
1, 0 EXCESSIVAMENTE MAGRA
1, 5 MUITO MAGRA
2, 0 MAGRA
2, 5 LIGEIRAMENTE MAGRA
3, 0 NORMAL
3, 5 LIGEIRAMENTE ENGORDURADA
4, 0 GORDA
4, 5 MUITO GORDA
5, 0 EXCESSIVAMENTE GORDA
Fonte: Osório e Osório, 2005.
39
3.4 Abate e características avaliadas
Foram utilizados no experimento 22 cordeiros de parto simples, 11 machos
(não castrados) e 11 fêmeas, provenientes do cruzamento de ovelhas Texel com
carneiro Lacaune, nascidos em setembro de 2007 e abatidos em janeiro de 2008
(120 dias).
Avaliação in vivo
Previamente ao abate, os animais foram submetidos à dieta hídrica por um
período de 14 horas. No dia do abate, os cordeiros foram pesados individualmente
para se obter o peso corporal ao abate, sendo ainda avaliadas as seguintes
características in vivo (Osório e Osório, 2005).
Condição corporal – determinada conforme descrito anteriormente.
Comprimento corporal – distância entre as cruzes e o tronco da cola, em
centímetros.
Altura do posterior – distância entre a cabeça do fêmur e o solo, em centímetros.
Altura do anterior – distância entre uma reta tomada ao nível das cruzes e o solo, em
centímetros.
Após esta etapa, os animais foram abatidos.
Avaliação dos componentes corporais
Imediatamente após o abate, os componentes corporais foram pesados, em balança
digital, em:
Carcaça quente – carcaça obtida após evisceração, livre de pele, cabeça e
patas.
Os rins permaneceram na carcaça, para serem retirados após o resfriamento.
Pele – seu peso inclui a pele e a lã do corpo do animal, exceto daquelas que cobrem
a porção distal das extremidades.
Cabeça – foi pesada sem a pele, depois de ter sido separada do tronco pela
articulação occipto-atlantóide.
40
Vísceras verdes – compreendeu o esôfago, rúmen, retículo, omaso, abomaso,
intestino delgado e intestino grosso, com seus conteúdos.
Patas – seccionadas nas articulações carpo-metacarpianas e tarsometatarsianas, e
pesadas juntamente com sua pele, pêlos e cascos.
Pulmões + traquéia – compreendeu o conjunto pulmões e traquéia juntamente com a
laringe, faringe e esôfago.
Coração – os vasos sangüíneos foram seccionados em seu ponto de união com o
órgão, separou-se o pericárdio e foi pesado livre de sangue internamente.
Fígado – foi pesado juntamente com a vesícula biliar.
Baço – foi pesado após seccionar os vasos esplênicos ao nível da superfície do
órgão.
Diafragma – seccionado em sua união com a parede tóraco-abdominal e
posteriormente pesado.
Pênis – pesado após secção em sua base e liberação do tecido subcutâneo e
cavidade abdominal.
Testículos – foram inicialmente retirados do interior da bolsa escrotal, seccionados e
pesados juntamente com o epidídimo e cordão espermático.
Bexiga – pesada após esvaziamento de seu conteúdo.
Rins – retirados e pesados após o resfriamento das carcaças.
Gorduras pélvicas e renais - retiradas juntamente com os rins, sendo pesadas
separadas destes.
3.5 Análise estatística
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com
dois tratamentos (fêmea e macho) e 11 repetições cada. Os resultados foram
analisados estatisticamente por meio de análise de variância, utilizando-se o
procedimento (GLM) do programa estatístico (SAS, 2001), versão 8,2. O modelo
estatístico usado foi:
Y
ij
= μ + Si + εij, em que:
Y
ij
= Característica estudada; ;
μ = Média geral;
S
i
= efeito do sexo; i (1 = fêmea e 2 = macho);
41
ε
ij
= Erro experimental.
Para a avaliação do desenvolvimento dos componentes corporais (y = peso
de carcaça quente, cabeça, patas, pele, vísceras verdes, coração, pulmões, baço,
fígado, gordura interna, diafragma, testículos, bexiga, rins e gordura pélvica) em
relação ao peso vivo de abate (x), foram calculados os coeficientes alométricos (b)
pela equação exponencial y = a. xb, de Huxley (1932), transformada
logaritmicamente em regressão linear em log y = log a + b log x. As equações de
regressão foram obtidas com auxílio do (SAS, 2001), e a hipótese b diferente de 1,
pelo teste t.
Equação de Huxley:
y = Fração cujo desenvolvimento é investigado;
x = Tamanho do todo que serve de referência;
a = Coeficiente fracional e representa o valor de “y” quando x = 1, não tendo
significado biológico.
Sendo assim, “b” é a relação entre a velocidade de crescimento de um órgão
ou parte e a velocidade de crescimento do todo, denomina-se coeficiente alométrico
e é utilizado para medir o momento relativo de desenvolvimento de um órgão, tecido
ou parte do todo.
Se b = 1, o crescimento é denominado isogônico, indicando que as taxas de
desenvolvimento de “x” e “y” são semelhantes no intervalo de crescimento
considerado. Quando b difere de 1, o crescimento é chamado heterogônico e pode
ser positivo (b>1), indicando que “y” cresce proporcionalmente mais que “x” (órgão
de desenvolvimento tardio); ou negativo (b<1), que mostra que a intensidade de
desenvolvimento de “y” é inferior a de “x” (órgão de desenvolvimento precoce).
4 Resultados e Discussão
Através da análise de variância não foram observadas diferenças entre os
cordeiros machos não castrados e as fêmeas sobre os pesos corporais tomados dos
15 aos 135 dias, com intervalos de 15 em 15 dias (tab. 2), nem sobre os ganhos de
peso (tab. 3); mostrando um incremento constante e valores médios similares até os
105 dias de idade, para machos não castrados e fêmeas. Isto se deve a não
diferenciação dos hormônios de crescimento em ovinos jovens.
Tabela 2. Médias e erros padrão para pesos corporais por idades em cordeiros
machos não castrados e fêmeas (kg)
Dias Não Castrados Fêmeas Teste F
Peso 15
4,18 0,22 4,11 0,12
0,776
Peso 30
7,30 0,43 7,58 0,26
0,602
Peso 45
10,34 0,71 10,75 0,44
0,640
Peso 60
13,25 0,75 13,27 0,53
0,981
Peso 75
16,45 0,96 17,18 0,62
0,528
Peso 90
19,49 0,79 19,63 0,58
0,885
Peso 105
23,03 1,04 22,95 0,79
0,952
Peso 120
26,05 1,06 25,25 0,90
0,571
Peso 135
29,20 1,20 27,86 0,85
0,371
43
Tabela 3. Ganho de peso (em kg) e porcentagem sobre o ganho total (dentro de
parêntese) entre as pesagens de cordeiros não castrados e fêmeas
Não Castrados Fêmeas F-teste
Nascimento – 15 dias 3,05 (11,30) 3,47 (13,94) 0,341 (0,057)
15 – 30 dias 3,05 (11,49) 3,20 (13,05) 0,710 (0,217)
30 – 45 dias 3,32 (12,94) 2,71 (11,39) 0,210 (0,426)
45 – 60 dias 3,63 (13,51) 3,68 (14,59) 0,936 (0,564)
60 – 75 dias 3,05 (11.97) 2,54 (10,58) 0,233 (0,487)
75 – 90 dias 3,52 (13,19) 3,27 (13,11) 0,582 (0,951)
90 – 105 dias 3,10 (11,95) 2,70 (10,79) 0,421 (0,545)
105 – 120 dias 3,25 (12,20) 2,66 (10,89) 0,249 (0,499)
120 – 135 dias 2,37 (7,91) 2,85 (10,85) 0,664 (0,454)
Embora não significativa estatisticamente, observa-se que a partir dos 120
dias de idade os machos não castrados começam apresentar peso ligeiramente
maior ao das fêmeas, indicando que poderia estar, a partir desta idade, havendo
manifestação hormonal, entrando na puberdade que, segundo López (2009) é
quando adquire o equilíbrio adequado entre o peso ou tamanho do animal e o início
de sua vida reprodutiva. Por isso, o interesse dos estudos de crescimento está
relacionado com o momento de entrada na puberdade e o grau de desenvolvimento
alcançado até então. Mas, não justificando estudos a maiores pesos se a condição
corporal desejada pelo mercado ao qual de destina for de 2,5 (1 a 5), em que foram
sacrificados os animais. Cabe salientar que não foi verificado efeito entre machos e
fêmeas do presente estudo para condição corporal do animal e estado de
engorduramento da carcaça.
Corroboram com o presente estudo, resultados obtidos por Carvalho (1998),
utilizando cordeiros, filhos de carneiro Texel em mães cruza Texel x Ideal, machos
não castrado, castrado e fêmea, criados em confinamento desde o nascimento, que
mostram desempenhos semelhantes entre as três categorias até os 100 dias de
idade, quando os animais foram abatidos.
Cabe salientar que não houve perda de peso corporal após o desmame (90
dias), tanto para os machos não castrados como para as fêmeas; sendo que no
44
experimento de Azeredo et al. (2005), com cordeiros não castrados, castrados e
criptorquidas induzidos, desmamados aos 120 dias de idade, houve perda de peso
corporal, devido ao desmame.
Quanto aos componentes corporais (Tabela 4) houve diferenças significativas
entre machos e fêmeas para peso de patas, bexiga, rins e gordura renal e pélvica.
Tabela 4. Médias e erros padrão (em kg e %) para componentes do peso corporal
em cordeiros machos não castrados e fêmeas
Não Castrados Fêmeas F-teste
Peso Corporal Abate kg
28,16 1,66 26,05 1,34
0,490
Carcaça Quente kg
13,59 0,97 12,91 0,28
0,539
%
44,67 0,89 45,81 1,25
0,466
Cabeça kg
1,17 0,06 1,06 0,02
0,084
%
4,18 0,09 4,08 0,08
0,411
Patas kg
0,72 0,03 0,62 0,02
0.018
%
2,58 0,08 2,41 0,05
0,067
Pele kg
3,33 0,21 2,86 0,12
0,068
%
11,80 0,34 11,02 0,37
0,138
No que se refere às diferenças nas patas (Tabela 4), em valores absolutos
(kg) foi altamente significativo e, em porcentagem do peso corporal a probabilidade
foi de 0,067; sendo em ambos, com os cordeiros machos não castrados
apresentando maiores valores que as fêmeas. Considerando que os machos, em
geral, apresentam ossos maiores que os das fêmeas (HAMMOND, 1932; COLOMER
e ESPEJO DIAZ, 1971; OLLETA, 1988; OSÓRIO et al., 1995b; OSÓRIO et al.,
1996a). Assim, o resultado obtido de maior peso de patas para os machos em
relação as fêmeas é coerente pois segundo JACOBS et al. (1972), o
desenvolvimento de características secundárias em machos não castrados é
atribuída à produção de testosterona. Esta é uma promotora do crescimento
45
muscular e esquelético, sendo que este efeito acentua-se após a puberdade,
justificando assim este resultado.
Tabela 5. Médias e erros padrão (em kg e %) para componentes do peso corporal
em cordeiros machos não castrados e fêmeas
Vísceras Verdes kg
7,720,28 7,33 0,28
0,344
%
27,81 0,94 28,15 0,58
0,759
Coração kg
0,14 0,01 0,13 0,01
0,163
%
0,50 0,01 0,48 0,02
0,314
Pulmões kg
0,59 0,03 0,53 0,01
0,093
%
2,11 0,07 2,04 0,07
0,532
Baço kg
0,06 0,003 0,05 0,002
0,075
%
0,20 0,01 0,18 0,01
0,337
Fígado kg
0,51 0,3 0,46 0,02
0,109
%
1,84 0,04 1,78 0,05
0,380
Diafragma kg
0,09 0,01 0,08 0,01
0,417
%
0,33 0,02 0,32 0,02
0,866
Bexiga kg
0,03 0,004 0,01 0,001
0,002
%
0,09 0,01 0,05 0,004
0,002
Rins kg
0,12 0,01 0,09 0,002
0,048
%
0,43 0,07 0,35 0,01
0,236
Gordura Pélvica kg
0,15 0,03 0,24 0,03
0,063
%
0,50 0,09 0,91 0,12
0,011
Para bexiga (Tabela 5), as diferenças foram altamente significativas, tanto em
valores absolutos (kg) como em porcentagem do peso corporal e, cujos valores
foram maiores e mais do que o dobro nos cordeiros machos não castrados do que
46
nas fêmeas, em kg e, em porcentagem exatamente o dobro, mas, também
superiores nos machos. Cabe salientar a dificuldade na separação deste órgão nas
fêmea.
Igualmente, os cordeiros machos não castrados apresentaram rins (Tabela
5) mais pesados (diferença média de 30 gramas) do que as cordeiras (fêmeas);
entretanto, em valores percentuais do peso corporal, embora maior nos machos, a
diferença não foi significativa. Osório et al.(1996b), na comparação de cordeiros
machos e fêmeas, também verificaram efeito do sexo em valores absolutos (kg) para
rins e, superior nos machos, corroborando totalmente com o constatado no presente
experimento.
Por outro lado, as fêmeas (cordeiras) apresentaram maior porcentagem de
gordura renal e pélvica que os cordeiros machos (Tabela 5). Isto, devido a maior
precocidade das fêmeas em relação aos machos (OSÓRIO et al., 2005). Em valores
absolutos as fêmeas apresentaram em média 90 gramas a mais que os machos,
sendo, entretanto, a diferença estatística pela análise de variância dos dados de p =
0,063. Como na deposição de gordura é necessário mais quilos calorias do que para
a deposição de músculo, sendo, portanto, de alto custo e, que a gordura renal e
pélvica não participa da porção comestível, há maior custo de produção nas fêmeas
que nos machos não castrados.
Para as características pele, pulmões com traquéia e baço, para valores
absolutos a probabilidade (Tabela 5) foi de 0,068, 0,093 e 0,075, próximas a
significância normalmente utilizada estatisticamente e, cabe o registro,
principalmente pelo ótimo valor das peles comercialmente e, terem sido estas em
média quase meio quilo (0,464 kg) a mais nos cordeiros machos não castrados em
relação as cordeiras (fêmeas). Similar tendência foi verificada no experimento de
Osório et al. (1996b), no qual, a diferença entre machos e fêmeas foi, inclusive,
significativa, em valores absolutos (kg), para as características pele e pulmões com
traquéia.
Os demais componentes do peso corporal não apresentaram diferenças
entre cordeiros machos não castrados e as fêmeas. Sendo que Carvalho (1998)
atribui a idade muito jovem de abate (100 dias) como fator limitante para que não
houvessem diferenças mais acentuadas em relação ao desempenho dos animais
(castrados não castrados e fêmeas). Provavelmente a ausência de diferenças
47
significativas entre machos e fêmeas neste experimento tenha ocorrido da mesma
forma, já que os animais foram abatidos em médias aos 120 dias de idade.
Da mesma forma deste estudo, Osório et al. (1996b) verificaram efeito de
sexo, entre cordeiros machos e fêmeas, da raça Corriedale, sobre os componentes
corporais e concluem que em uma comercialização justa, do animal como um todo,
na busca da qualidade total, se deve considerar o sexo na remuneração. Também,
concluem Azeredo et al. (2005) que deve haver diferença na valorização dos ovinos
em função dos componentes corporais, em estudo realizado com cordeiros machos
não castrados, castrados e criptorquidas induzidos, sacrificados aos 120 dias, 210
dias e 360 dias de idade
O desenvolvimento dos componentes corporais são apresentados nas
Tabelas 6 e 7; na primeira para cordeiros machos não castrados e fêmeas
separadamente e na segunda tabela, uma análise geral (agrupando os dados de
machos e fêmeas). Sendo que, quando as equações de cada sexo apresentam uma
estrutura semelhante ao deste conjunto, a regressão geral descreve o
desenvolvimento com maior segurança uma vez que aumentando o número de
animais (de 11 para 22) diminui o erro padrão (SEEBECK e TULLOH, 1968).
Assim, no caso do desenvolvimento da carcaça em relação ao peso
corporal, ou seja, do desenvolvimento da parte (carcaça) em relação ao todo (peso
corporal), através da análise de variância dos dados não foi verificada diferença
entre cordeiros machos não castrados e fêmeas (não houve efeito do sexo), o
coeficiente alométrico geral, apresentado na Tabela 7, representa com maior
precisão o desenvolvimento da carcaça; entretanto, cabe salientar a semelhança do
coeficiente alométrico geral (1,204) com os obtidos para machos não castrados
(1,270) e fêmeas (1,158).
Porém, como salientado anteriormente, o maior erro padrão do coeficiente
alométrico das fêmeas fez com que o desenvolvimento fosse considerado isogônico
(na mesma velocidade do todo), quando não o é. Portanto, o desenvolvimento da
carcaça no momento do abate dos animais era heterogônico positivo heterogônico
por diferenciar-se de 1 e positivo por ser superior a 1; ou seja, a proporção de
carcaça aumenta conforme aumenta o peso vivo. Isto se explica pelos animais
estarem em crescimento e ainda não haverem passado do estágio de maturidade.
Coeficientes alométricos para carcaça quente, semelhantes aos do presente estudo,
48
foram obtidos por ROQUE et al. (1999), para as raças Merino, Ideal, Corriedale,
Romney Marsh e Texel, sacrificados aos 225 dias de idade; mas, o desenvolvimento
do animal e de suas partes depende não somente da idade de sacrifício ou do
estágio de maturidade em que foram sacrificados os animais, mas, também, do
sistema de alimentação a que estavam submetidos os animais (OSÓRIO et al.,
1999b).
Tabela 6. Médias e erros padrão (EP) para coeficientes de alometria (b) dos
componentes do peso corporal em cordeiros não castrados e fêmeas
Machos Não Castrados Fêmeas
b EP B 1
R
2
b EP b 1
R
2
Carcaça Quente
1,2700,057
* 98,19
1,1580,119
ns 91,27
Cabeça
0,8240,114
ns 85,35
0,5240,119
* 68,16
Patas
0,7260,142
ns 74,37
0,6280,153
* 65,08
Pele
1,0660,175
ns 80,50
0,7390,342
ns 34,17
Vísceras Verdes
0,5550,134
* 65,65
1,0010,217
ns 70,19
Coração
0,8490,119
ns 84,98
1,3830,359
ns 62,29
Pulmões
0,9110,189
ns 72,05
0,1270,210
* 3,90
Baço
0,4520,344
ns 16,05
0,4430,474
ns 8,83
Fígado
0,7930,126
ns 81,40
0,8120,255
ns 53,02
Diafragma
1,7570,261
* 83,48
1,2160,533
ns 36,67
Testículos
2,6510,553
* 71,84 - - -
Pênis
1,6230,486
ns 55,36
0,0710,614
ns 00,07
Bexiga
1,5720,766
ns 31,89
0,9490,760
ns 14,77
Rins
-0,3280,468
ns 5,16
0,6050,185
* 54,43
Gordura Pélvica
3,2440,948
* 56,53
3,2301,598
* 31,23
49
O desenvolvimento relativo apresentado para cabeça foi heterogônico
negativo (coeficiente inferior a 1), que indica ser esta precoce e que nesse momento
se desenvolvia menos e que conforme aumentava o peso corporal a proporção de
cabeça diminuía. Resultados semelhantes foram obtidos por OSÓRIO et al. (1999a),
para cordeiros da raça Ideal em três sistema de criação, criados em campo nativo e
sacrificados aos 134 dias de idade, em pasto cultivado e sacrifício aos 119 dias de
idade e confinamento com alimentação de ração concentrada e sacrifício aos 107
dias de idade.
Tabela 7. Médias e erros padrão (EP) de coeficientes de alometria (b) dos
componentes do peso corporal em cordeiros
b EP b 1
R
2
Carcaça Quente
1,204 0,063
* 94,74
Cabeça
0,783 0,085
* 80,75
Patas
0,768 0,114
* 69,37
Pele
1,042 0,160
ns 67,99
Vísceras Verdes
0,668 0,111
* 64,25
Coração
1,020 0,148
ns 70,42
Pulmões
0,760 0,151
ns 55,94
Baço
0,536 0,262
ns 17,36
Fígado
0,833 0,114
ns 72,78
Diafragma
1,601 0,233
* 70,25
Bexiga
1,780 0,609
ns 29,94
Rins
0,068 0,331
* 0,21
Gordura Pélvica
2,615 0,956
ns 27,23
Igualmente, para cordeiros procedentes do cruzamento de Border Leicester
com ovelhas Corriedale e Ideal, criados em condições extensivas de campo nativo,
50
sacrificados aos 195 dias, OSÓRIO et al. (2002a), verificaram desenvolvimento
heterogônico negativo (inferior a 1) da cabeça, assim como no presente estudo.
Para as vísceras verdes, coração, fígado e diafragma, não se verificaram
efeito de sexo e os coeficientes alométricos geral (machos + fêmeas) são similares
aos obtidos para machos e fêmeas separadamente e, os resultados obtidos por
OSÓRIO et al. (2002b) e, salienta-se que, principalmente, as vísceras verdes
(conteúdo gastro intestinal) depende em muito do sistema de alimentação (OSÓRIO
et al., 1999b; JARDIM et al., 2002).
No caso das patas, que houve diferença entre os machos e as fêmeas,
verifica-se que os coeficientes de alometria são similares para machos (0,726),
fêmeas (0,628) e para machos + fêmeas, geral (0,768); entretanto, diminui o erro
padrão quando se utilizou maior número de animais (0,114) em relação ao de
machos (0,142) e fêmeas (0,153) e, isso faz a diferença em ser ou não
heterogônico. OSÓRIO et al. (1999), para a raça Polwarth, encontraram coeficientes
semelhantes ao do presente estudo. Mas, há estudos com coeficientes alométricos
contraditórios (0,995, 0,381, 1,112, 0,699 e 1,178) e isogônicos (ROQUE et al.,
1999).
A bexiga apresentou efeito do sexo, mas, os coeficientes alométricos para
machos (1,572) e fêmeas (0,949), assim como o geral (1,708) apresentam elevada
variabilidade, erros padrão de elevados (machos = 0,766, fêmeas = 0,760 e o geral
de 0,609) em função da dificuldade de separação, ao retirar, da bexiga e perda de
sua secreção.
Os rins são órgãos precoces, com coeficientes alométricos inferiores a 1,
assim como os pulmões com traquéia e baço e cuja variabilidade (erros padrão
altos) não permitem a significância para serem heterogônicos negativos.
Por outro lado, a gordura renal e pélvica, com altos erros padrão, mostro
coeficientes alométricos acima de 1, mostrando ser tardia e que com o aumento de
peso corporal sua proporção será maior.
5 Conclusão
O resultado encontrado indica que animais machos e fêmeas provenientes do
cruzamento de ovelhas Texel com carneiro Lacaune, submetidos a este mesmo
manejo e sistema alimentar podem ser abatidos ao mesmo tempo, podem ser
comercializados na mesma categoria comercial, sem prejuízos econômicos aos
produtores.
6 Considerações finais
Quanto mais cedo for atingida a condição corporal para abate dos animais,
mais econômico se torna para o proprietário, e quando ambos os sexos se
equivalem no período de abate, o produtor economiza tempo, espaço, alimentação e
manejo na propriedade.
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