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DEFINIÇÃO DE CAPACIDADE DE UM DEPÓSITO MÉDIO DE
NÍQUEL LATERÍTICO APROVEITADO ATRAVÉS DE ROTA DE
LIXIVIAÇÃO SOB PRESSÃO
Ruy Lacourt Rodrigues
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral da
Universidade Federal de Ouro Preto,
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Mineral.
Orientador: Professor Dr. Valdir Costa e Silva
Ouro Preto, outubro de 2007
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Ficha Catalográfica
R696d Rodrigues, Ruy Lacourt.
Definição de capacidade de um depósito médio de níquel laterítico
aproveitado por lixiviação sob pressão [manuscrito] / Ruy Lacourt Rodrigues.
–2007.
147 f. : il. color., graf.', tabs., .
Orientador: Prof. Dr. Valdir Costa e Silva.
Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Ouro Preto.
Departamento de Mineração. Programa de Pós-graduação em Engenharia
Mineral.
Área de concentração: Economia mineral.
1.Economia- Avaliação- Teses. 2. Níquel- Teses. 3. Lixiviação ácida-
Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título.
CDU: 553.481
Catalogação: [email protected]
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Aos meus filhos, Eduardo e Fernando,
e à Aparecida, minha companheira por muitos anos,
com quem muito tenho aprendido,
e que têm iluminado o meu caminho.
Agradecimentos
Agradeço aos meus filhos, minha família e amigos por me compreender
e às minhas ausências.
Ao amigo e professor Geden, pela amizade, pelo estímulo, pela atenção com minha
educação continuada e pela orientação.
Ao grupo Vale do Rio Doce, em especial à Doutora Vanessa Torres, pelo estímulo e pelo
compromisso com o desenvolvimento das pessoas.
À Universidade Federal de Ouro Preto e aos professores do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Mineral, pela orientação e estímulo.
Em especial, ao Professor Valdir Costa e Silva pela orientação durante o projeto,
ao Professor Wilson Trigueiro pelo exemplo de respeito e pela compreensão,
e à Professora Adriana Maria de Figueiredo pela disposição em pensar junto.
Aos colegas do Programa e do grupo Vale do Rio Doce, em especial
ao geólogo Walter Riehl, por sua disposição em discutir e me orientar durante os estudos
e ao Doutor Flávio Ferreira, pela leitura crítica do texto.
Aos meus “anjos da guarda” Josete e Rúbia pelo apoio,
principalmente nas minhas idas e vindas.
À Fernanda Mourão, pela cooperação e disponibilidade na revisão do texto final.
vi
Resumo
Os parâmetros técnicos da definição da capacidade de produção para o aproveitamento
de níquel laterítico através de rotas de processo de lixiviação ácida sob pressão são
discutidos no contexto de desenvolvimento de projetos, considerando uma operação
verticalizada.
Um depósito hipotético de tamanho médio foi definido a partir dos dados dos projetos
em desenvolvimento e implementação e estabeleceu-se o plano de aproveitamento para
várias escalas de produção a partir de parâmetros da indústria.
A análise econômica para os estudos das várias alternativas foi feita utilizando-se a
metodologia de fluxos de caixa descontados, realizando-se análise de sensibilidade,
computando-se e interpretando-se os índices de desempenho relevantes no contexto de
avaliação de empreendimentos em mineração e recomendando-se a escala a ser
implementada.
A escala recomendável é de 120 000 tpa Ni, que representa a melhor solução de
compromisso tendo em vista o tamanho do mercado, os investimentos envolvidos e a
rentabilidade do empreendimento. A escala mínima recomendável é de 60 000 tpa Ni.
Palavras-chave: avaliação econômica, definição de capacidade, níquel laterítico,
lixiviação ácida sob (alta) pressão (PAL, HPAL, HiPAL).
vii
Abstract
The technical parameters of capacity definition for lateritic nickel operations using
pressure acid leach are discussed in the context of project development considering a fully
vertical operation.
A hypothetical deposit of median size was defined using data from a number of
deposits under development and implementation, leading to the development of the
production plan for various capacities using industry parameters.
The economic analysis was performed through discounted cash flow analysis with
sensitivity analysis. Performance indicators were computed and interpreted in a mine
valuation context, leading to the recommendation of the capacity to be implemented.
The recommended capacity is 120,000 tpa Ni, which represents the best compromise
considering market size, investments and profitability. The minimum recommended
capacity is as of 60,000 tpa Ni.
Key words: mining valuation, capacity definition, lateritic nickel, (high) pressure acid
leaching (PAL, HPAL, HiPAL).
viii
Sumário
1 OBJETIVO E APRESENTAÇÃO 3
2 JUSTIFICATIVA 6
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 7
4 O MERCADO DE NÍQUEL SUMÁRIO 8
4.1 Projetos em Desenvolvimento e Implementação / As Lateritas por PAL /
Projetos Maiores em Implementação no Brasil 19
5 LIXIVIAÇÃO ÁCIDA SOB PRESSÃO APLICADA PARA O
APROVEITAMENTO DE NÍQUEL LATERÍTICO SUMÁRIO 25
6 METODOLOGIA 30
6.1 Bibliografia de Referência 31
6.2 Considerações Sobre as Escalas de Produção Estudadas 32
6.3 Definição do Depósito Médio e Inventário de Reservas 34
6.3.1 Tamanho do Depósito 34
6.3.2 Inventário de Reservas 40
6.4 Plano de Aproveitamento: Metodologia e Resultados para 45 000 tpa Ni 43
6.5 Modelo para a Estimativa de Desempenho 50
6.5.1 Parâmetros de Desempenho e Algumas Premissas 51
6.5.2 Calibração dos Custos e Preços 53
6.5.3 Custos dos Investimentos Iniciais 57
Investimentos em Reposição de Equipamentos e Instalações 65
Capital de Giro 67
Valor Residual dos Bens 67
6.5.4 Custos Operacionais 67
6.5.5 Taxação 71
Depreciação e Exaustão 72
6.5.6 Financiamento 73
6.5.7 Cálculos dos Fluxos de Caixa e Parâmetros de Avaliação 73
6.6 Metodologia e Parametrização para a Análise de Sensibilidade 74
6.6.1 Parâmetros para a Variação do Tamanho do Depósito e do Teor de
Alimentação 75
6.6.2 Definição dos Cenários para as Simulações de Monte Carlo 76
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO 81
ix
7.1 Resultados Para a Escala de 45 000 tpa Ni 82
7.2 Variação da Escala de Produção 88
7.2.1 Efeito da Alavancagem Financeira 99
7.3 Análise de Sensibilidade 100
7.3.1 Variação do Tamanho do Depósito e do Teor de Alimentação 100
7.3.2 Simulações pela Técnica de Monte Carlo 103
8 CONCLUSÃO 113
9 SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS 118
Volatilidade dos Parâmetros para a Análise de Sensibilidade 118
Aplicação da Teoria das Opções Reais 119
10 REFERÊNCIAS 121
Apêndice 1 : Aplicação da Legislação Sobre Taxação 132
Apêndice 2 : Algoritmo para Cálculos dos Fluxos de Caixa e Parâmetros de
Desempenho 140
Apêndice 3 : Ajuste das Distribuições de Entrada para a Simulação de Monte
Carlo 143
x
Lista de Figuras
Figura 1 : Preços e Estoques de Ni entre 1999 e Setembro de 2007. 9
Figura 2 : Crescimento Industrial e da Demanda de Metais e Aços Inoxidáveis. 10
Figura 3 : Consumo de Níquel por Primeiro Uso Base 2002. 11
Figura 4 : Evolução do Consumo de Níquel por Uso Final Projeção até 2010. 12
Figura 5 : Evolução da Demanda de Aço Inox por Região Proj. Até 2009. 13
Figura 6 : Distribuição das Reservas e Base de Reservas por País. 14
Figura 7 : Produção Global de Níquel Minerado por País em 2004. 15
Figura 8 : Produção Global de Níquel Refinado por País em 2003. 16
Figura 9 : Mineração e Produção Global de Níquel Refinado por País. 17
Figura 10 : Consumo e Oferta Global de Níquel Refinado entre 2003 e 2007. 18
Figura 11 : Produção e Recursos entre Minérios Sulfetados e Lateritas. 20
Figura 12 : Projetos em Estudos e Implementação por Tipo de Minério. 21
Figura 13 : Esquema Simplificado das Rotas de Processo de Minérios de Ni. 22
Figura 14 : Diagrama Simplificado do Processo de Lixiviação sob Pressão. 26
Figura 15 : Visão Geral da Planta de Murrim Murrim. 27
Figura 16 : Áreas de Lixiviação e Decantação da Planta de Murrim Murrim. 28
Figura 17 : Capacidade vs. Metal Contido para os Projetos da Tabela 1. 33
Figura 18 : Reservas e Recursos Inferidos dos Depósitos da Tabela 1. 37
Figura 19 : Depósitos da Tabela 1 Mostrados na Curva Teor vs. Tonelagem. 38
Figura 20 : Perfil Típico de Um Depósito de Níquel Laterítico. 40
Figura 21 : Perfil de Produção Lavra. 44
Figura 22 : Alimentação da Planta. 45
Figura 23 : Inventário de Estoques de Minério. 45
Figura 24 : Ni Produzido por Origem. 46
Figura 25 : Co Produzido por Origem. 46
Figura 26 : Teores de Alimentação Mg e Ni. 48
xi
Figura 27 : Consumo de Ácido Sulfúrico. 49
Figura 28 : Retorno Total para o Acionista das Maiores Emp. de Mineração. 52
Figura 29 : Custos dos Investimentos Iniciais para 45 000 tpa Ni. 59
Figura 30 : Visão da Construção da Planta de Goro. 59
Figura 31 : Custo por Capacidade vs. Capacidade Projetos Selecionados. 64
Figura 32 : Custos Operacionais por Atividade para 45 000 tpa Ni. 70
Figura 33 : Produção de Ni e Co Metálico e Custos Unitários. 82
Figura 34 : Elementos dos Fluxos de Caixa Antes do Impostos. 83
Figura 35 : Fluxos de Caixa Antes dos Impostos. 84
Figura 36 : Fluxos de Caixa Antes dos Impostos e Impostos. 85
Figura 37 : Fluxos de Caixa Livres para 45 000 tpa Ni. 87
Figura 38 : Elementos dos FCs Antes dos Impostos para 120 000 tpa Ni. 89
Figura 39 : Fluxos de Caixa Livres para 60 000 tpa Ni. 91
Figura 40 : Fluxos de Caixa Livres para 120 000 tpa Ni. 91
Figura 41 : Fluxos de Caixa Livres para 200 000 tpa Ni. 91
Figura 42 : Fluxos de Caixa Livres para 300 000 tpa Ni. 91
Figura 43 : Investimentos vs. Escala Caso Base. 92
Figura 44 : Custos Operacionais Detalhados vs. Escala Caso Base. 93
Figura 45 : Custos Operacionais por Fase vs. Escala Caso Base. 94
Figura 46 : Valor Presente Líquido e TIR vs. Escala Caso Base. 95
Figura 47 : Eficiência de Capital e TIR vs. Escala Caso Base. 97
Figura 48 : Período de Retorno e Taxa Int. de Ret. vs. Escala Caso Base. 98
Figura 49 : Custos Operacionais por Fase vs. Escala Variação do Teor. 101
Figura 50 : VPL e TIR vs. Escala Variação do Teor. 102
Figura 51 : Eficiência de Capital e TIR vs. Escala Variação do Teor. 103
Figura 52 : Diagrama de Tornado para o Valor Presente Líquido. 104
Figura 53 : Diagrama de Tornado para a Taxa Interna de Retorno. 106
xii
Figura 54 : Diagrama de Tornado para a Eficiência de Capital. 107
Figura 55 : Custos Operacionais da 1
a
fase (Análise de Sens.). 108
Figura 56 : Valor Presente Líquido (Análise de Sensibilidade). 108
Figura 57 : Taxa Interna de Retorno (Análise de Sensibilidade). 108
Figura 58 : Eficiência de Capital (Análise de Sensibilidade). 108
Figura 59 : Período de Retorno (Análise de Sensibilidade). 110
Figura 60 : Custos Operacionais da 1
a
fase (Intervalos Selec.). 111
Figura 61 : Valor Presente Líquido (Intervalos Selecionados). 111
Figura 62 : Taxa Interna de Retorno (Intervalos Selecionados). 111
Figura 63 : Eficiência de Capital (Intervalos Selecionados). 111
Figura 64 : Período de Retorno (Intervalos Selecionados). 112
Figura 65 : VPL e TIR vs. Escala Preços do Ni a USD 4,5/ lb. 114
Figura 66 : Eficiência de Cap. e TIR vs. Escala Preços do Ni a USD 4,5/ lb. 115
Figura 67 : Escala Mínima Extrapolação para o VPL e TIR. 116
Figura 68 : Escala Mínima Extrapolação para a Eficiência de Capital. 117
Figura 69 : Modelagem da Taxa de Desconto. 143
Figura 70 : Modelagem dos Preços do Níquel. 144
Figura 71 : Modelagem dos Preços do Cobalto. 145
Figura 72 : Modelagem do Ajuste dos Investimentos. 146
Figura 73 : Modelagem dos Custos Operacionais. 147
xiii
Lista de Quadros
Quadro 1 : Parâmetros de Desempenho. 51
Quadro 2 : Cronograma de Implementação. 65
Quadro 3 : Referências sobre os Depósitos citados à Tabela 1. 130
Quadro 4 : Aplicação da Legislação sobre Taxação. 132
Quadro 5 : Cálculos dos Fluxos de Caixa e Parâmetros de Desempenho. 140
xiv
Lista de Tabelas
Tabela 1 : Principais Depósitos de Níquel Laterítico em Desenvolvimento e
Implementação Rota Hidromet. / Rota Não Definida. 36
Tabela 2 : Tamanho do Depósito Médio. 39
Tabela 3 : Reservas do Depósito Médio Teores. 41
Tabela 4 : Reservas do Depósito Médio Metal Contido e Tonelagens. 42
Tabela 5 : Curva de Ramp-up. 47
Tabela 6 : Ramp-up da Planta de Ácido. 50
Tabela 7 : Referências de Preços do Ni para o Estudo. 55
Tabela 8 : Referências de Preços do Co para o Estudo. 56
Tabela 9 : Custos dos Investimentos Iniciais para 45 000 tpa Ni. 58
Tabela 10 : Investimentos Iniciais e Capacidade. 60
Tabela 11 : Projetos Maiores Implantados nos Últimos 15 Anos. 62
Tabela 12 : Projetos em Estudos Avançados e Implantação. 63
Tabela 13 : Distribuição dos Custos dos Investimentos Iniciais. 65
Tabela 14 : Investimentos em Reposição e Capacidade. 66
Tabela 15 : Custos Operacionais para 45 000 tpa Ni. 68
Tabela 16 : Custos Operacionais por Atividade para 45 000 tpa Ni, 69
Tabela 17 : Tamanho do Depósito para a Variação Tamanho e do Teor. 75
Tabela 18 : Parâmetros para a Análise de Sensibilidade. 78
Tabela 19 : Resumo dos Indicadores para as Várias Escalas. 88
Tabela 20 : Efeitos do Financiamento. 99
Tabela 21 : Depreciação. 138
1
Lista de Acrônimos, Abreviaturas e Expressões
CFEM Compensação financeira pela exploração dos recursos minerais.
COFINS Contribuição para o financiamento da seguridade social.
CSLL Contribuição social sobre o lucro líquido.
ICMS Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação.
IRPJ Imposto de renda das pessoas jurídicas.
ISS Imposto sobre serviços.
PIS Programa de Integração Social.
PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor.
FC Fluxo de caixa.
VPI Valor presente dos investimentos (no empreendimento).
VPL Valor presente líquido (do empreendimento).
PBP/ PPB Período de retorno (do empreendimento), do inglês: pay back period,
freqüentemente referido como: período de pay back.
TIR Taxa interna de retorno.
capex Investimentos de capital (do inglês: capital expenditures), expressão em
inglês de uso bem estabelecido.
opex Custos operacionais (do inglês: operational expenditures), expressão em
inglês de uso bem estabelecido.
sustaining
capital
Valor dos investimentos em reposição (de equipamentos e instalações),
expressão em inglês de uso bem estabelecido.
hurdle rate Taxa de barreira: taxa de atratividade mínima exigida pelo investidor para
um empreendimento, expressão em inglês de uso bem estabelecido.
2
blendagem Composição de vários materiais a fim de manter a alimentação da produção
sob controle (do inglês: to blend). É um anglicismo de uso bem estabelecido
em mineração, empregado em especial no contexto de planejamento de
mina.
MHP Produto intermediário de uma das rotas de lixiviação ácida sob pressão
constituído de um hidróxido misto de Ni e Co com cerca de 50% de Ni (em
inglês: Mixed Hyroxide Product).
MSP Produto intermediário de uma das rotas de lixiviação ácida sob pressão
constituído de um sulfeto misto de Ni e Co com cerca de 50% de Ni (em
inglês: Mixed Sulphide Product).
PAL/HPAL/
HiPAL
Lixiviação ácida sob (alta) pressão (a partir do inglês: High-Pressure Acid
Leaching).
ramp-up
Conjunto de eventos que ocorrem entre a construção de um empreendimento
e o momento em que este atinge a capacidade nominal após o
comissionamento (do inglês: to ramp up, “subir” uma rampa).
Por extensão, comumente empregado para descrever o período de tempo
correspondente.
Algumas vezes referido como posta-em-marcha, mas esta última expressão
em português costuma ser vaga e, em geral, refere-se somente ao
comissionamento.
EPC/EPCM Refere-se a(os custos com) contratos para execução de serviços de
engenharia, aquisição de materiais e serviços e gerenciamento de construção
(em inglês: Engineering, Procurement and Construction Management)
usualmente empregados na implementação de empreendimentos de grande
porte. É uma expressão em inglês sem equivalência em português cujo uso é
bem estabelecido.
n.d. Não disponível.
3
1 OBJETIVO E APRESENTAÇÃO
Foi realizada uma série estudos sobre o aproveitamento de um depósito de níquel
laterítico através de rota hidrometalúrgica de lixiviação ácida sob pressão, tendo como
objetivo definir a capacidade do empreendimento.
A definição de escala em mineração é parte importante dos estudos de pré-viabilidade
quando se realiza os estudos das alternativas quanto aos métodos de lavra e rotas de
processo. Esses fatores em geral têm o maior impacto na decisão sobre a escala de
produção. Os estudos se situam nesse contexto.
Estudou-se um depósito hipotético de tamanho médio dentre aqueles que estão em
desenvolvimento e implementação, considerando-se uma operação verticalizada.
O depósito-tipo foi estudado para várias escalas de produção, estabelecendo-se o plano
de aproveitamento e um modelo de avaliação econômica baseados em parâmetros técnicos,
custos de investimento e custos operacionais obtidos a partir de dados da indústria,
utilizando-se a metodologia de fluxos de caixa descontados para a avaliação. Além de
avaliar o caso base para as várias escalas foi feita análise de sensibilidade. Os índices de
desempenho relevantes para a avaliação foram computados e interpretados no contexto de
avaliação de empreendimentos em mineração, recomendando-se a escala a ser
implementada.
Empregou-se a metodologia de análise econômica de empreendimentos através de
estimativas de fluxos de caixa descontados, realizando-se análise de sensibilidade para os
parâmetros mais importantes, computando-se e interpretando-se os índices de eficiência
econômica relevantes no contexto de avaliação de projetos de mineração, o que permitiu a
recomendação da escala a ser adotada.
A justificativa e relevância dos estudos é discutida no capítulo 2. O capítulo 3 trata da
revisão bibliográfica.
4
O capítulo 4 apresenta um sumário sobre as condições do mercado de Ni e permite
estabelecer o contexto quanto às dimensões de produção e limites de mercado, abordando a
questão do uso do metal e da origem da produção. A seção 4.1 foca os projetos mais
recentes e em implementação, e discute a importância do aproveitamento das lateritas de
Ni, em particular aquelas em que o aproveitamento é feito através das rotas de lixiviação
ácida sob pressão, que correspondem à maior parte da capacidade em implementação.
O capítulo 5 descreve de forma simplificada o processo de aproveitamento de Ni
laterítico através das rotas de lixiviação ácida sob pressão.
O capítulo 6 descreve a metodologia empregada: na seção 6.2 são feitas considerações
iniciais sobre as escalas de produção estudadas. As características de tamanho e qualidade
do depósito-tipo são definidas na seção 6.3 . O plano de aproveitamento do depósito foi
estabelecido através dos estudos relatados na seção 6.4 .
O modelo para a análise de desempenho foi estabelecido conforme se reporta na seção
6.5 . Algumas premissas são estabelecidas na seção 6.5.1, onde também se estabelece o
conjunto de indicadores de desempenho utilizado. Na seção 6.5.2 são calibrados os custos
e discutidos os preços utilizados. O orçamento em detalhe dos custos dos investimentos
iniciais e dos custos operacionais é abordado nas seções 6.5.3 e 6.5.4, respectivamente. A
definição do cenário de taxação foi feita conforme disposto na seção 6.5.5. A seção 6.5.6
estabelece as condições utilizadas para a análise com financiamento através de recursos de
terceiros. O cálculo dos parâmetros de eficiência econômica foi feito através do modelo
estabelecido na seção 6.5.7. A seção 6.6 apresenta a metodologia e a parametrização
utilizada para a análise de sensibilidade.
O capítulo 7 mostra os resultados encontrados e discute os mesmos: na seção 7.1 são
mostradas a metodologia de avaliação de desempenho e o perfil do empreendimento com
base nos resultados obtidos para a escala de 45 000 tpa Ni; na seção 7.2 são discutidos os
resultados do caso base para as várias escalas estudadas. A seção 7.3 apresenta os
resultados para a análise de sensibilidade.
O capítulo 8 apresenta as conclusões da avaliação, recomendando-se a escala a ser
implementada.
5
O capítulo 9 dispõe sobre a extensão dos estudos através do aprofundamento da questão
da volatlidade empregada para as análises de sensibilidade e da aplicação da abordagem
pela Teoria das Opções Reais.
6
2 JUSTIFICATIVA
O mercado de mineração experimenta atualmente uma fase muito positiva como
decorrência do ritmo de crescimento da economia global que, ao que tudo indica, é
sustentável. O mercado de níquel tem se destacado pela alta apreciação do metal, resultado
da escassez recente do mesmo, derivada da falta de investimento em novos projetos após
uma fase de preços baixos no início dos anos 2000, e é provável que seja estabelecido um
novo patamar de preços acima da média histórica. Esta conjuntura tem incentivado a
implementação de uma série de projetos, alguns deles de grande porte, a fim de equilibrar a
oferta e o consumo.
As lateritas de níquel, em especial aquelas em que o aproveitamento é feito através de
rotas de lixiviação ácida sob pressão, são a maior fonte potencial para o crescimento da
oferta do metal, e os projetos em desenvolvimento e implementação por meio desta
tecnologia constituem a parcela mais expressiva da capacidade a ser colocada no mercado
nos próximos anos.
Os projetos que vêm sendo desenvolvidos através dessa linha tecnológica mais
recentemente são de grande porte, a fim de que sejam capturadas economias de escala e
diluídos os gastos com utilidades e infra-estrutura.
A definição da capacidade destes empreendimentos é complexa, pois uma tecnologia
que ainda está em amadurecimento e grande capital investido o que pode ser uma
limitação em si. Além disso, a rentabilidade destas operações pode ser mais baixa que
aquela das operações onde o aproveitamento se dá através de outras linhas tecnológicas,
como reflexo dos teores de alimentação que são menores que aqueles de outras rotas de
processo.
Alguns novos projetos de níquel de grande porte vêm sendo desenvolvidos e
implementados no Brasil, país que tem um estoque de recursos de minério laterítico
apreciável e deve se tornar um produtor expressivo do metal no médio prazo.
7
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Considerando a especificidade de cada aplicação em termos não somente da tecnologia
empregada, como, principalmente, das características de tamanho e qualidade de cada
depósito, não há procedimentos bem estabelecidos para a definição de capacidade de
empreendimentos em mineração. Embora técnicas de otimização estejam bem
desenvolvidas, sua aplicação neste contexto não é comum e a escolha da escala de
produção é, em geral, delineada através de tentativa e erro a partir dos parâmetros técnicos
para a definição de capacidade, sendo que a definição é feita após a análise dos parâmetros
estratégicos de cada projeto (uma relação destes parâmetros é apresentada na introdução do
capítulo 6).
Consultou-se uma série de fontes durante os estudos, privilegiando-se aquelas de
natureza pública e independente. Em alguns aspectos, entretanto, estas fontes não contêm
toda a informação necessária para os estudos, tendo-se recorrido, em segundo lugar, às
informações obtidas a partir de estudos feitos por empresas especializadas em estudos de
mercado que costumam ser citadas parcialmente pelas empresas produtoras e por
aquelas que têm projetos em desenvolvimento e implementação. Utilizou-se, ainda, as
informações contidas nos relatórios anuais das empresas produtoras e daquelas que têm
projetos em desenvolvimento e implementação e apresentações destas empresas ao
mercado investidor. Finalmente, recorreu-se às informações constantes nos sítios destas
empresas na internet.
Uma revisão do aproveitamento de níquel laterítico através das várias rotas de processo
pode ser encontrada em DALVI, BACON e OSBORNE (2004) e em ELIAS (2002). No
primeiro trabalho, os autores citam referências de capacidade mínima para projetos de
aproveitamento de níquel laterítico por rotas de lixiviação ácida sob pressão para as
condições de mercado da época (nem todas declaradas).
Uma relação das referências mais relevantes utilizadas é mostrada na seção 6.1 .
8
4 O MERCADO DE NÍQUEL SUMÁRIO
Este capítulo apresenta um sumário sobre o mercado de níquel, com o intuito de
colocar em perspectiva, principalmente, as questões relativas ao uso e à produção do
níquel. As questões dos custos dos produtores e expectativas de preços são abordadas na
seção 6.5.2.
A demanda de níquel está altamente aquecida, motivada pelo crescimento econômico
global e pelo crescimento do consumo de aços inoxidáveis, maior mercado consumidor.
A oferta do metal tem sido limitada, verificando-se, no primeiro semestre de 2007,
situações em que os estoques na Bolsa de Mercadorias de Londres caíram a níveis tão
baixos quanto um dia de consumo. Esta conjuntura se justifica em grande medida pelo
atraso da entrada em operação de projetos de dimensões mais expressivas, motivado pelos
níveis de preços muito baixos atingidos durante a última fase de queda de preços, entre o
final da década de 1990 e início da década de 2000, pelo alto volume de capital necessário
e pelo perfil de risco dos empreendimentos em estudos e implementação.
9
Os preços do metal têm sido crescentes desde 2001, atingindo um pico de
USD 50 000 / t Ni (USD 25 /lb Ni) no primeiro trimestre de 2007 e caindo para cerca de
USD 14 /lb no momento (ver Figura 1)
1
:
USD/t Ni
estoques (t Ni)
Figura 1: Preços e Estoques de Ni entre 1999 e Setembro de 2007.
Fonte: CVRD Inco. LME Cash London Metal Exchange (2007).
Esta conjuntura tem estimulado o desenvolvimento e implementação de uma série de
projetos que, até então, estavam em ritmo lento ou com o desenvolvimento suspenso, com
destaque para o aproveitamento de depósitos de minério laterítico, em especial daqueles
com o aproveitamento através das rotas de processo hidrometalúrgicas, que constituem a
maior parte do estoque de reservas disponíveis. Este assunto é discutido na seção 4.1 .
1
O pico de preços verificado no primeiro trimestre de 2007 foi resultante de uma escassez de oferta sem
precedentes no mercado de Ni os estoques na LME chegaram a pontos tão baixos quanto 1 dia de
produção e, ao mesmo tempo, os estoques em poder dos maiores consumidores, as aciarias, se encontravam
em um ponto muito baixo e alguma ação especulativa.
O mecanismo de equilíbrio da demanda e da oferta e formação dos preços do Ni nas condições de mercado
recentes foi estudado, por exemplo, por RODRIGUES e RODRIGUES (2006) em estudos intermediários
deste Programa, onde podem ser encontrados maiores detalhes.
10
A Figura 2 mostra o crescimento da produção industrial e da demanda de metais
básicos, minério de ferro, alumínio e aços inoxidáveis desde a década de 60.
legenda
referên-
cia
cresci-
mento
anual
aços
inox.
5,9%
Al 4,5%
(sólido)
Ni 4%
(tracejado) produção
industrial
4%
Zn 2,9%
Cu 2,8%
Pb 1,7%
min. de
Fe
2,4%
índice
Sn 0,7%
Figura 2: Crescimento Industrial e da Demanda de Metais e Aços Inoxidáveis.
Fonte: JONES (2005).
O níquel foi o metal que apresentou o segundo maior crescimento no período, como
conseqüência do crescimento do consumo de aços inoxidáveis, acompanhando de perto o
crescimento da produção industrial.
11
A Figura 3 mostra a distribuição do consumo de níquel por primeiro uso e o
crescimento de cada segmento com base em dados de 2002:
65%
12%
7%
5%
5%
4%
2%
aços inoxidáveis (3%)
ligas não-ferrosas (2%)
recobrimento (1%)
ligas (1%)
fundição (1%)
baterias (5%)
outros (1%)
Figura 3: Consumo de Níquel por Primeiro Uso Base 2002.
Nota: participação ao lado das fatias, crescimento na legenda, entre parêntesis.
Fonte: POINTON et al. (2003).
O mercado de aços inoxidáveis é, com muita preponderância, o maior consumidor de
níquel, abastecendo-se de níquel primário e sucata de Ni. O crescimento do mercado de
aços inoxidáveis acompanha o crescimento industrial. O mercado que mais cresce é o de
baterias (baterias de hidreto de Ni, em inglês: nickel metal hydride, NiMH), mas é um
mercado, ainda, de pequenas dimensões e onde a substituição é fácil.
O consumo de níquel em outros mercados além dos aços inoxidáveis se dá nos setores
de ligas não-ferrosas (12% do consumo ao tempo do levantamento da Figura 3),
recobrimento (7%), aços ligados diversos (5%), fundição (5%), baterias (4%) e outros usos
(2%). Com exceção do mercado de baterias, o mercado para esses usos tem apresentado
um crescimento menor que o do mercado de aços inoxidáveis, predominantemente em
função do nível de preços do níquel e de que a substituição é mais fácil nas aplicações a
que se destinam estes outros produtos.
12
A Figura 4 mostra a evolução do consumo de níquel por uso final e projeção do
consumo até 2010:
legenda
outros
recobrimento
fundição
superligas
ligas
1000 tpa Ni
aços
inoxidáveis
Figura 4: Evolução do Consumo de Níquel por Uso Final Projeção até 2010.
Fonte: JOHNSTON (2005b, p. 5).
Os aços ligados e as superligas são utilizados, principalmente, em aplicações na
indústria aeroespacial (principalmente em turbinas) e em turbinas terrestres utilizadas para
a geração de energia.
A maior parte do crescimento mais recente do mercado de Ni se justifica a partir do
aumento do consumo chinês. Espera-se que a China apresente o mesmo comportamento
anteriormente observado nos Estados Unidos da América e Europa durante os anos 50, no
Japão na década de 60 e na Coréia do Sul e Taiwan nos anos 90, como conseqüência da
industrialização e aumento da renda da população. Estes últimos mercados hoje estão
maduros e apresentam uma taxa de crescimento menor.
13
A Figura 5 mostra a evolução da demanda de aços inoxidáveis por região desde 2004 e
projeção até 2009:
legenda
outros
Japão
Coréia e
Taiwan
EUA
Europa
Mt aço inox
China
Figura 5: Evolução da Demanda de Aço Inox por Região Proj. Até 2009.
Fonte: HAND (2006, op. cit., p. 89).
A proporção de níquel primário consumida na produção de aços inoxidáveis depende
da quantidade de aço produzida, da intensidade do uso de ligas austeníticas (aços
inoxidáveis ligados ao Ni, cerca de 75% do total da produção dos aços inoxidáveis) e,
ainda, da disponibilidade de sucata de Ni, utilizada preferencialmente pelos produtores de
aços inoxidáveis- além do Ni, a sucata contém também Fe, Cr e Mo, que são interessantes
para os produtores de aços inoxidáveis.
A quantidade de níquel consumido a partir de sucata neste mercado é estimada entre
30% e 60% das necessidades. Esta proporção depende da disponibilidade e preços da
sucata, e, ainda, do método de cômputo. O mercado de sucata é muito pouco transparente e
seus fundamentos são complexos, o que dificulta a compreensão dos mecanismos
envolvidos, encontrando-se resultados contraditórios (Inco, 2003; POINTON, 2005 e
International Stainless Steel Forum, 2006).
14
A Figura 6 mostra a distribuição das reservas e da base de reservas de Ni por país:
Totais 63 Mt Ni / 143 Mt Ni
22.0
6.6
5.6
4.9
4.5
4.4
3.7
3.2
1.1
1.0
0.9
0.8
0.6
0.5
0.5
0.1
2.1
88%
0.0
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
Austrália
Rússia
Cuba
Canadá
Brasil
N. Caledônia
Áfr. do Sul
Indonésia
China
Filipinas
Colômbia
Rep. Dominic.
Venezuela
Botsuana
Grécia
Zimbábue
Outros
Mt Ni cont.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
% acumulado
reservas
base de reservas
'
Figura 6: Distribuição das Reservas e Base de Reservas por País
2
.
Fonte: USGS (2006b).
As reservas são relativamente concentradas, sendo que os oito países detentores das
maiores reservas com reservas acima de 3 Mt de Ni contido concentram 88% das
reservas conhecidas: Austrália, Rússia, Cuba, Canadá, Brasil, Nova Caledônia, África do
Sul e Indonésia.
2
As definições da classificação de reservas utilizada pelo USGS podem ser encontradas em USGS (2006a, p.
195-197).
15
A Figura 7 mostra a distribuição da produção de Ni minerado por país de origem,
tomando por referência o metal contido no minério:
Total 1 400 000 tpa Ni
187
178
133
118
75
73
64
47 46
40
33
22 21
17
10
24
315
82%
0
50
100
150
200
250
300
350
Rússia
Canadá
Austrália
Indonésia
N. Caledônia
Colômbia
Cuba
China
Rep. Dominic.
Brasil
Áfr. do Sul
Botsuana
Grécia
Venezuela
Filipinas
Zimbábue
Outros
1000 tpa Ni cont.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
% acumulado
Figura 7: Produção Global de Níquel Minerado por País em 2004.
Fonte: USGS (2006b, op. cit).
A produção de Ni minerado é, também, concentrada em alguns países, sendo que os
sete maiores produtores que produzem mais de 50 000 tpa Ni concentram 82% da
mesma: Rússia, Canadá, Austrália, Indonésia, Nova Caledônia, Colômbia, Cuba e China.
16
A Figura 8 mostra a distribuição da produção de níquel refinado por país com base em
dados de 2003:
(produtores > 20 kta) / Total 1 239 000 tpa Ni
260
165
139
124
77
65
56
51
48
42
41
34
27
24
86
76%
0
50
100
150
200
250
300
Rússia
Japão
Austrália
Canadá
Noruega
China
Finlândia
N. Caledônia
Colômbia
Cuba
Áfr. do Sul
Inglaterra
Rep. Dominic.
Brasil
outros (<20 kta)
1000 tpa Ni cont.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
% acumulado
Figura 8: Produção Global de Níquel Refinado por País em 2003.
Fonte: USGS (2003, op. cit.).
Também neste caso, a produção é concentrada; porém em alguns países diferentes em
relação à produção de minério: Rússia, Japão, Austrália, Canadá, Noruega, China,
Finlândia e Nova Caledônia produzem mais que 50 000 tpa e concentram 76% da produção
mundial.
17
A Figura 9 compara a produção nas minas e o refino com base em dados de 2004 e
2003, respectivamente, tomando por referência o conteúdo metálico:
0
50
100
150
200
250
300
350
Rússia
Japão
Canadá
Austrália
Noruega
China
Finlândia
N. Caledônia
Colômbia
Cuba
Áfr. do Sul
Inglaterra
Rep. Dominic.
Brasil
Grécia
Venezuela
Zimbábue
Indonésia
Botsuana
Filipinas
1000 tpa Ni
mineração 2004
refino 2003
Figura 9: Mineração e Produção Global de Níquel Refinado por País.
Fonte: Adaptado de USGS (2006b, 2003, op. cit.).
Dentre os grandes produtores de minério de Ni, a Indonésia e a Nova Caledônia
exportam a maior parte de sua produção para refino, principalmente, no Japão, Austrália e
França. A Noruega e a Finlândia são produtores de porte médio de níquel refinado,
importando produtos intermediários a partir do Canadá e outras fontes, a produção da
Inglaterra também provém de concentrados importados.
O único produtor de níquel refinado no Brasil é a Companhia Níquel Tocantins, do
grupo Votorantim, que produz cerca de 20 000 tpa Ni contidas em carbonato de níquel em
sua unidade em Niquelândia, GO, e refina este produto ao catodo em São Miguel Paulista,
SP. A Codemin, do grupo Anglo American, produz 6 500 tpa de Ni contidas em ferro-
níquel em sua unidade em Niquelândia. O grupo Votorantim possui, ainda, o complexo de
Fortaleza de Minas em MG, que produz cerca de 7 000 tpa Ni contidas em matte de níquel
e exporta para refino pela OMG na Finlândia (adaptado de SILVA, C., 2005).
As exportações do Brasil em 2005 foram de 30 000 t em metal e produtos
manufaturados e 236 t em compostos químicos. As importações foram de 15 000 t em
18
metal e manufaturados e 1 500 t em compostos químicos, resultando um consumo aparente
de 19 000 t, considerada uma produção de 33 000 t (adaptado de SILVA, C., 2005, op.
cit.).
O crescimento da demanda de níquel, impulsionado principalmente pelo crescimento
da demanda de aços inoxidáveis, tem sido sustentável. O crescimento anual estimado para
o mercado de níquel primário é de 3% a 5% ao ano, sob condições de demanda firme
(Roskill Metals and Mineral Reports, 2006). A evolução e a projeção do consumo e da
oferta, no período mais recente, são mostradas na Figura 10:
1,243
1,264
1,301
1,352
1,428
(200)
0
200
400
600
800
1,000
1,200
1,400
1,600
2003 2004 2005 2006 (est.) 2007 (est.)
1000 tpa Ni
consumo
oferta
balanço
Figura 10: Consumo e Oferta Global de Níquel Refinado entre 2003 e 2007.
Fonte: JOHNSTON (2005 b, op. cit.,p. 4), a partir de Jim Lennon e Macquarie Research September 2005.
A referência básica para cotação dos preços de Ni são as cotações dos contratos de
comercialização do metal na Bolsa de Mercadorias de Londres, que serve como um
mercado terminal para o metal, arbitrando o preço e assegurando liquidez e transparência
na formação dos preços.
19
4.1 Projetos em Desenvolvimento e Implementação / As Lateritas por
PAL / Projetos Maiores em Implementação no Brasil
O aumento dos preços do níquel e a conseqüente capitalização dos produtores têm tido,
mais recentemente, um efeito sinérgico positivo: depósitos anteriormente marginais vêm se
tornando mais atraentes e há estoques de capital disponíveis para o desenvolvimento e
implementação de novos projetos. Alinhados com a expectativa de crescimento da
demanda, estes fundamentos têm levado à aceleração da implementação de vários projetos,
alguns deles de grande porte.
A maior parte das reservas disponíveis 60% é de minérios lateríticos; os 40%
restantes correspondem aos minérios sulfetados. Dentre os minérios lateríticos,
predominam os limoníticos (cerca de 60% a 70% USGS, 2003, op. cit., ELIAS, 2002,
op. cit. p. 9) sobre os saprolíticos (cerca de 30% a 40%). Essa distribuição é um importante
condicionante do desenvolvimento recente de uma variedade de projetos de
aproveitamento de lateritas, notadamente aqueles que utilizam rotas de lixiviação sob
pressão.
20
A Figura 11 mostra a evolução da produção global de níquel a partir de minérios
sulfetados e lateríticos, e a posição de recursos em 2005:
produção recursos
1000 tpa Ni
Mt Ni cont.
legenda
sulfetos lateritas
Figura 11: Produção e Recursos entre Minérios Sulfetados e Lateritas.
Fonte: JOHNSTON (2005b, op. cit., p. 8)
3
.
Portanto, aos níveis atuais, cerca de 60% da produção provém de minérios sulfetados e
os 40% restantes de minérios lateríticos. Considerando-se o estoque de reservas
disponíveis e a evolução tecnológica, a tendência é que essa distribuição se inverta.
3
O autor não cita os critérios de classificação utilizados para os recursos relacionados, mas a estimativa
apresentada concorda com os dados citados por ELIAS (2002, op. cit., p. 9), DALVI, BACON E OSBORNE,
2004, op. cit., p. 2) e USGS (2006b, op. cit., p. 2)- este último trabalho segue a classificação utilizada pelo
USGS (USGS, 2006a, op. cit., p. 195-197).
21
A Figura 12 mostra a distribuição dos projetos a serem implementados até 2011, por
tipo de minério e linha de aproveitamento:
total 433 ( em 1000 tpa Ni)
96
139
198
laterita / HPAL
laterita / Fe-Ni
sulfetos
Figura 12: Projetos em Estudos e Implementação por Tipo de Minério.
Fonte: BELL e THANGAVELU (2007).
A Figura 13 mostra um esquema simplificado da aplicação de diferentes rotas de
processo de acordo com os tipos de minério de Ni:
22
Ni metálico Co metálicoNi metálico
liga de Fe-Ni /
matte
de Ni
refino
pirometalurgia matte de Ni
refino
minério sulfetado minério laterítico
flotação
concentrado de
flotação
lixiviação ácida ou
amoniacal
minério garnierítico minério limonítico
pirometalurgia e
refino
intermediário
MHP
,
MSP, carbonato
Figura 13: Esquema Simplificado das Rotas de Processo de Minérios de Ni.
23
Os minérios sulfetados são aproveitados através de concentração (flotação),
pirometalurgia e refino do concentrado para obtenção do metal.
Os minérios garnieríticos são aproveitados através de rotas pirometalúrgicas;
essencialmente para a obtenção de ferro-níquel, pode-se, também, produzir matte de Ni, e,
mais recentemente, tem-se produzido algum gusa-níquel. Os minérios limoníticos são
aproveitados através de rotas hidrometalúrgicas, em geral através de lixiviação ácida sob
pressão. Umas poucas plantas mais antigas ainda utilizam lixiviação amoniacal.
O aproveitamento dos minérios limoníticos por lixiviação ácida sob pressão é de
desenvolvimento recente (com exceção da planta de Moa Bay) e está sujeito a certos riscos
tecnológicos. Além disso, os teores de alimentação para os processos de aproveitamento
dos minérios limoníticos costumam ser mais baixos que aqueles para o aproveitamento dos
minérios garnieríticos, o que leva a uma rentabilidade potencialmente mais baixa,
aumentando o risco dos empreendimentos. Por outro lado, os minérios limoníticos
correspondem à maior parte do estoque de recursos disponíveis, o que tem levado à
implementação de maior quantidade de projetos através de rotas de lixiviação sob pressão
mais recentemente, todos de grande porte, como os projetos Ravensthorpe/Yabulu, da BHP
Billiton e Goro da CVRD Inco.
É oportuno notar que a extração de níquel a partir de lateritas, através de rotas
hidrometalúrgicas de lixiviação sob pressão, permite melhor aproveitamento do perfil
laterítico, alimentando-se à planta material que, para outras rotas de processo, seria
considerada como estéril.
Outra característica da extração através das rotas hidrometalúrgicas é o aproveitamento
de Co, que responde, tipicamente, por cerca de 15% do faturamento desse tipo de
operação, e não pode ser aproveitado nas rotas pirometalúrgicas.
Uma série de projetos está em avançado desenvolvimento e implementação no Brasil,
alguns deles de grande porte: o Onça-Puma, da CVRD Inco, com capacidade para
57 000 tpa Ni contidas em Fe-Ni, que entrará em operação em 2008; o de Barro Alto, da
Anglo American, com capacidade para 36 000 tpa Ni, também para a produção de Fe-Ni, e
que entrará em operação em 2010 (Anglo American, 2007); e o Níquel do Vermelho, para
24
a produção de Ni metálico, também da CVRD Inco, com capacidade para 46 000 tpa Ni,
que entrará em operação em 2011. A capacidade combinada desses projetos é de cerca de
140 000 tpa Ni. Caso essa expectativa se confirme, o país deve se tornar um produtor
expressivo de níquel no futuro próximo. Estão, ainda, em exploração avançada, alguns
outros depósitos no país.
25
5 LIXIVIAÇÃO ÁCIDA SOB PRESSÃO APLICADA PARA O
APROVEITAMENTO DE NÍQUEL LATERÍTICO SUMÁRIO
O aproveitamento de níquel laterítico através de rotas hidrometalúrgicas de lixiviação
ácida sob pressão (em inglês: pressure acid leaching PAL, também, high-pressure acid
leaching HPAL, HiPAL) foi desenvolvido no final da década de 50 e, primeiramente,
aplicado na planta de Moa Bay, Cuba, que permaneceu por muitos anos como a única
operação a utilizar esta rota de processo. A tecnologia foi retomada no final da década de
90 com a implementação de três operações no cinturão de ofiolitos de Yalgarn, próximo a
Kalgoorlie, na Austrália Ocidental (DALVI, BACON E OSBORNE, 2004, op. cit., ELIAS,
2002, op. cit.).
O conhecimento da tecnologia, quando da implementação dos projetos da Austrália
Ocidental no final da década de 90, era mais incipiente, e esses projetos enfrentaram uma
série de dificuldades em seu financiamento. Tal conjuntura levou a uma série de
dificuldades na sua implementação e operação. Mais recentemente, a tecnologia vem sendo
melhor conhecida e os riscos vêm sendo mapeados e mitigados no desenvolvimento e
implementação dos projetos mais recentes, empregando-se uma abordagem mais
conservadora.
A proporção mais expressiva da produção adicional de níquel a ser implementada nos
próximos anos fará uso dessa tecnologia. Dois projetos de grandes dimensões estão em
implementação: Ravensthorpe/Yabulu, no qual será produzido um hidróxido misto, em
Ravensthorpe, na Austrália Ocidental, cujo refino será feito na refinaria de Yabulu, em
Queensland, e Goro, na Nova Caledônia, onde será produzido óxido de Ni. Há outros
projetos em estudos avançados, dentre eles o Níquel do Vermelho, na região de Carajás,
Brasil, e Ambatovy, em Madagascar. A Tabela 1 mostra uma relação mais extensa,
incluindo projetos em estágio menos avançado, e a Tabela 12 mostra informações
relevantes sobre os projetos em estágio mais avançado.
Um esquema simplificado do processo de aproveitamento de lateritas de níquel através
de rotas de lixiviação sob pressão é mostrado na Figura 14:
26
Figura 14: Diagrama Simplificado do Processo de Lixiviação sob Pressão.
27
A Figura 15 mostra a planta de Murrim Murrim, da Minara Resources em Minara,
próximo a Leonora, na Austrália Ocidental:
Figura 15: Visão Geral da Planta de Murrim Murrim.
Fonte: Anaconda Nickel (2002).
O minério é alimentado na planta, podendo passar por um beneficiamento para descarte
da sílica e enriquecimento na fração argilosa portadora de Ni, e segue para a lixiviação
ácida sob pressão em autoclaves a alta temperatura e pressão. O ácido sulfúrico dissolve o
Ni e Co em conjunto com uma série de outros metais. O ataque ácido é feito a alta
temperatura e pressão a fim de minimizar a dissolução do Fe.
A adição de calcário e cal à pressão e temperatura ambientes aumenta o pH da solução,
precipitando o Fe que foi dissolvido, que é separado através de decantação em
contracorrente. Após a neutralização secundária, os rejeitos são enviados à barragem.
28
A Figura 16 mostra as áreas de lixiviação e decantação em contracorrente da planta de
Murrim Murrim:
Figura 16: Áreas de Lixiviação e Decantação da Planta de Murrim Murrim.
Fonte: JOHNSTON (2005a).
Após a clarificação da solução, é adicionada magnésia, o que leva à precipitação de um
hidróxido misto de Ni e Co, ainda impuro, com cerca de 50% de Ni (mixed hydroxide
product MHP). Este produto intermediário pode ser comercializado, não havendo
necessidade de se construir as instalações para refino nesta hipótese.
O hidróxido misto é relixiviado em amônia, que é seletiva em relação ao Ni e Co. A
solução resultante segue para a extração por solventes. Os produtos desta etapa são
enviados para a eletrólise, obtendo-se Ni, Co e Cu metálicos.
Em outra rota, o agente precipitante é o H
2
S e o produto intermediário é um sulfeto
misto de Ni e Co (mixed sulphide product MSP), também comercializável.
29
O sulfeto misto é oxidado em uma segunda bateria de autoclaves menores, obtendo-se
sulfatos de Ni e Co. Uma extração por solventes separa os sulfatos de Ni e Co. Estes
sulfatos são reduzidos em presença de H
2
e amônia, levando à precipitação de Ni e Co
metálicos em um terceiro conjunto de autoclaves. A amônia é recuperada sob a forma de
sulfato de amônio, um subproduto.
Para os minérios ricos em Si, o beneficiamento antes da lixiviação ácida sob pressão
permite o descarte da fração silicosa (tipicamente 30% a 50% da massa) e enriquecimento
na fração mais argilosa a custos muito baixos com perda aceitável de Ni (ELIAS, 2002, op.
cit., p. 15).
A rota de processo através da precipitação de hidróxido misto é um aperfeiçoamento do
Processo Caron que é empregada em Cawse, planta da OMG na Austrália Ocidental, e será
empregada, também, na refinaria de Yabulu, em Queensland, Austrália, que está sofrendo
uma reforma maior e sendo expandida. Essa rota de processo vem sendo estudada para o
Projeto Níquel do Vermelho da CVRD Inco na região de Carajás, no Brasil.
A rota de processo através de sulfeto misto é baseada no processo desenvolvido para
Moa Bay, em Moa Bay, Cuba, do Governo Cubano e Sherritt, e é aplicada, também, em
Murrim Murrim, da Minara Resources na Austrália Ocidental. Essa rota de processo está
em estudos para aplicação em Ambatovy, um projeto da Dynatec e Sumitomo, em
Madagascar.
A maior parte das operações é verticalizada (como em Murrim Murrim,
Ravensthorpe/Yabulu, Vermelho e Ambatovy), produzindo-se catodos de Ni e Co ou
produtos derivados para comercialização (briquetes, pellets, squares e outros). Em outros
casos, como em Moa Bay, Cawse e Goro, por exemplo, o produto é um sulfeto misto de Ni
e Co, ou um hidróxido misto de Ni e Co, ou um óxido de Ni, respectivamente.
O Co é um subproduto importante do aproveitamento de Ni através das rotas
hidrometalúrgicas. O Cu é um subproduto sem significado econômico, mas é uma
importante impureza que só é retirada no final do processo, produzindo-se catodos de
cobre.
30
6 METODOLOGIA
A definição de escala depende de uma série de parâmetros: os parâmetros técnicos
intervenientes dizem respeito aos recursos disponíveis e sua distribuição espacial, à
precisão da estimativa de recursos, à distribuição dos vários elementos presentes nos
recursos (seja dos elementos que geram valor, seja das impurezas), às correlações entre
esses elementos, ao seqüenciamento de produção e taxa de extração, ao equilíbrio entre as
unidades que compõem o sistema mina-planta-refinaria e ao valor estimado dos
investimentos e custos operacionais e sua distribuição ao longo das etapas do processo de
produção, principalmente.
Parâmetros de natureza estratégica permitem definir melhor as condições de contorno
do problema, subsidiando a decisão, que depende, ainda, das disposições estratégicas do
operador, da sua percepção de risco e retorno, das opções disponíveis na sua carteira de
projetos em desenvolvimento e movimentos como o de consolidação do mercado.
Os fatores estratégicos mais objetivos são: a posição prevista para um dado projeto face
à competitividade com outros existentes e a serem implementados, a capacidade de
financiamento e os custos de capital de um dado produtor, a análise da cadeia de valor do
bem produzido e das opções de entrada disponíveis face às possibilidades de escolha de
diferentes rotas de processo e nível de verticalização do empreendimento, a correlação de
forças entre os elementos que constituem esta cadeia, as estimativas de demanda e suas
tendências futuras, as estimativas sobre o cenário de preços e o comportamento esperado
dos demais produtores, tendo em conta a carteira de projetos existentes.
Os estudos foram focados nos parâmetros técnicos para a definição da capacidade do
empreendimento, visando maximizar o valor do capital empregado.
Os estudos realizados para estabelecimento do modelo e dos parâmetros de avaliação
são reportados neste capítulo: inicia-se por considerações sobre as escalas que foram
estudadas, na seção 6.2 , adiante. A seção 6.3 descreve os procedimentos adotados para
estabelecer o tamanho e as características de qualidade do depósito que foi estudado. A
seção 6.4 mostra a metodologia utilizada para desenvolver o programa de produção,
utilizando como exemplo os resultados obtidos para a escala de 45 000 tpa Ni, a mais
31
aderente aos dados encontrados na literatura consultada. A seção 6.5 mostra os
procedimentos utilizados para estabelecer o modelo de avaliação. A seção 6.6 descreve os
procedimentos e os parâmetros adotados para a análise de sensibilidade.
6.1 Bibliografia de Referência
As referências bibliográficas principais são relacionadas adiante, sendo que as
referências menos relevantes são citadas ao longo do texto.
A definição das características do depósito foi feita a partir de parâmetros médios dos
depósitos que estão em desenvolvimento e implementação. Uma relação destes depósitos
encontrada em um trabalho do USGS (USGS, 2003) foi atualizada, ampliada e
aprofundada durante os estudos através de pesquisa das informações fornecidas pelas
empresas detentoras dos direitos minerários (ver Tabela 2 e Quadro 5). As características
de qualidade do depósito foram adaptadas a partir de um perfil típico de depósito de níquel
laterítico apresentado por ELIAS (2002, op. cit.).
Os dados de custos de investimento e de operação foram definidos a partir dos estudos
apresentados por DOLAN e NENDICK (2004) e por NEUDORF e HUGGINS (2004),
respectivamente. Os custos de investimentos foram calibrados a partir de dados das
empresas detentoras dos direitos minerários (ver fontes citadas na Tabela 13). A adaptação
dos dados para as várias escalas de produção foi feita através de procedimento sugerido por
O'HARA e SUBOLESKI (1988).
Os custos operacionais foram calibrados através de informação em publicação recente
(HAND, 2006), corrigindo-se valores estimados por NEUDORF e HUGGINS (2004, op.
cit.) e os custos operacionais da Minara Resources, considerada uma correção pela escala
de produção.
A situação de taxação foi estabelecida a partir da legislação existente, constante no sítio
eletrônico do DNPM (DNPM, 2000), sendo que a depreciação foi estimada a partir de
procedimentos sugeridos por PAIONE (1998).
32
A análise econômica seguiu procedimentos usuais para este tipo de estudos, em
especial aqueles estabelecidos na literatura específica aplicada para avaliação de
empreendimentos em mineração, principalmente, GENTRY e O’NEIL (1984),
MACKENZIE (1997) e DOGGETT (2001). Os procedimentos de finanças corporativas
utilizados estão estabelecidos, por exemplo, em GITMAN (1997), DAMODARAN (2000)
e ROSS, WESTERFIELD e JAFFE (2002).
Para os estudos de análise de sensibilidade, utilizou-se como referência procedimentos
estabelecidos em CLEMEN (1996).
Foram também consultadas as notas das disciplinas cursadas neste Programa,
especialmente, SILVA, V. (2006), SOUSA (2006a), SOUSA (2006b) e FURTADO
(2005).
6.2 Considerações Sobre as Escalas de Produção Estudadas
Foram feitos estudos de aproveitamento para cinco escalas de produção diferentes:
- 45 000 tpa Ni;
- 60 000 tpa Ni;
- 120 000 tpa Ni;
- 200 000 tpa Ni e
- 300 000 tpa Ni.
A definição do intervalo de escala a ser estudado foi inicialmente fundamentada em
estudos de interim do Programa (RODRIGUES, 2006), quando se abordou o problema
tendo em conta um conjunto diferente de premissas para um intervalo entre 30 000 tpa Ni e
80 000 tpa Ni, sem, entretanto, se encontrar inflexão nos indicadores que pudessem levar à
conclusão quanto à escala recomendável. O limite inferior adotado nesta oportunidade
corresponde à mediana dos projetos em estudos e implementação (ver Tabela 1) e o limite
superior foi encontrado após análise dos indicadores de desempenho nas simulações
iniciais.
33
A despeito de grande variação quanto ao tamanho dos recursos, o limite superior de
capacidade para os projetos em implementação e em estudos avançados é de 60 000 tpa Ni,
conforme mostra a Figura 17, baseada na Tabela 1:
0
10
20
30
40
50
60
70
0 500 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000 3,500 4,000 4,500 5,000
Ni contido (reservas+ rec. inf.), (1000 t Ni cont.)
capacidade (1000 tpa Ni)
reservas+rec inf
depósito mediano
Wowo Gap
Syesrton
Ramu
Marlborough
Ravensthorpe
Mount Margaret
Ambatovy
Vermelho
Gag Island
San Felipe
Nakety-Bogota
Goro
Biankouma,
Touba e
Sipilou
Weda Bay
Pinares de
Mayari
KNP
Figura 17: Capacidade vs. Metal Contido para os Projetos da Tabela 1.
A implementação do empreendimento em escalas muito superiores a 60 000 tpa Ni
implica em investimentos muito altos em uma única operação dependente de tecnologia
ainda em maturação, trazendo riscos acima do aceitável para os operadores, limitando, na
prática, a escala dos empreendimentos, conforme se constata a partir dos dados
encontrados na indústria.
Além da capacidade de investimento de um dado operador e sua aversão ao risco, os
limites de escala dos empreendimentos são influenciados por outros aspectos: a decisão por
capacidades entre 200 000 tpa Ni ou 300 000 tpa Ni corresponderia ao fornecimento de
uma fatia do mercado global de14% ou 21%, respectivamente, a partir de uma mesma
operação, implicando um risco muito alto para a implementação do empreendimento.
34
Além disso, a vida útil do empreendimento implementado a essas escalas maiores seria
muito pequena, ou, alternativamente, o tamanho mínimo do depósito exigido para
implementação com um resultado aceitável seria muito grande.
Assim sendo, embora tenham sido feitas simulações dos planos de aproveitamento para
capacidades além de 100 000 tpa Ni correspondentes à capacidade dos maiores
complexos existentes, conforme será discutido no capítulo 8 , as simulações a
capacidades muito superiores a este valor são pouco realistas.
Portanto, as simulações a 200 000 tpa Ni e 300 000 tpa Ni consistem em um exercício
que se justifica para que se tenha uma amplitude de escala suficiente a fim de se definir o
valor recomendável para a capacidade.
6.3 Definição do Depósito Médio e Inventário de Reservas
A definição do inventário de reservas do depósito a ser estudado foi feita
determinando-se, inicialmente, o tamanho do depósito (seção 6.3.1) e, após este passo, os
parâmetros de qualidade relevantes para o estudo (seção 6.3.2).
6.3.1 Tamanho do Depósito
O tamanho do depósito a ser estudado foi definido a partir do estudo de um conjunto de
depósitos relacionados no trabalho do USGS (USGS, 2003, op. cit.), cujas informações
sobre tamanho, qualidade e situação atual foram detalhadas e atualizadas, principalmente a
partir das informações das empresas detentoras dos direitos minerários (ver Quadro 3).
Para a definição do tamanho do depósito a ser estudado, a partir da relação apresentada
pelo USGS (USGS, 2003, op. cit.), selecionou-se os projetos em que o aproveitamento será
feito através de rota hidrometalúrgica (lixiviação ácida sob pressão, na maior parte dos
casos), correspondentes aos depósitos em que há predominância de minérios limoníticos,
ou aqueles cuja rota ainda não foi definida. Foram excluídos, portanto, os projetos de
aproveitamento de níquel laterítico cuja rota já tenha sido definida como sendo através de
processos pirometalúrgicos, correspondentes a depósitos em que predominam minérios
saprolíticos.
35
A partir desta seleção resulta um perfil para o depósito em estudo no qual os teores de
níquel são, em geral, mais baixos, refletindo com maior aderência as condições de
aproveitamento dos depósitos cuja rota de processo é a de lixiviação sob pressão.
Os dados relevantes destes depósitos são relacionados na Tabela 1. Estão em destaque
(sombreados) os projetos em estudos mais avançados e implementação:
36
Tabela 1: Principais Depósitos de Níquel Laterítico em Desenvolvimento e Implementação Rota Hidromet. / Rota Não Definida.
Notas:
1. Para a previsão de operação foram usados os dados dos detentores dos direitos minerários.
2. Na ausência de dados para os teores de Co nos recursos inferidos, adotou-se o teor das reservas.
Fonte: Adaptado de USGS (2003) conforme o Quadro 3.
37
A Figura 18 mostra o conteúdo metálico e os teores das reservas mais recursos
inferidos para o conjunto de depósitos relacionados na Tabela 1.
3,250
3,811
3,394
4,400
2,513
1,800
1,572
2,314
1,847
4,129
3,945
0
500
1,000
1,500
2,000
2,500
3,000
3,500
4,000
4,500
5,000
Ravensthorpe
Goro
Vermelho
Ambatovy
Kalgoorlie and North
Kalgoorlie
Weda Bay / Halmahera
Sechol
Mindoro (Sablayan)
Ramu River /
Kurumbukari
Marlborough/Gladstone
Pinares de Mayari
West
Nakety-Bogota
Wowo Gap
Syerston
Biankouma, Touba e
Sipilou
Gag Island
San Felipe
Mount Margaret
Musongati
cont. met. (kt Ni)
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
1.60
1.80
teor (% Ni)
Reservas Reservas + Recursos Inferidos Teor Ni mediana ton (reservas + rec. inf.)
Figura 18: Reservas e Recursos Inferidos dos Depósitos da Tabela 1.
Adaptado de USGS (2003, op. cit.)
38
A Figura 19 mostra a distribuição destes depósitos na curva teor contra tonelagem e o
valor mediano para a soma de reservas e recursos inferidos (da ordem de 2,0 Mt de Ni
contido).
(208 @ 1.17) = 1955
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
1.60
1.80
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
(Mt minério)
% Ni
reservas+rec inf
reservas
mediana reservas+rec inf
Ambatovy
Vermelho
Ravensthorpe
Goro
Pinares de Mayari
Weda Bay
1 Mt Ni
2 Mt Ni
3 Mt Ni
4 Mt Ni
Figura 19: Depósitos da Tabela 1 Mostrados na Curva Teor vs. Tonelagem.
Adaptado de USGS (2003, op. cit.)
Tendo em conta os diferentes estágios dos estudos dos projetos relacionados, é
provável que, para boa parte deles, sejam feitas investigações e estudos adicionais que
venham a acrescentar reservas a partir do inventário de recursos existentes antes da decisão
de investimento, aumentando, assim, o tamanho das reservas. O tamanho médio das
reservas dos quatro depósitos em estudos mais avançados e implementação é de cerca de
1,7 Mt de Ni e o tamanho médio das reservas mais recursos inferidos é de cerca de 2,4 Mt
de Ni, o que corrobora esta hipótese.
Adotou-se, então, como referência para a tonelagem, a mediana da soma da tonelagem
de reservas mais recursos inferidos e para o conteúdo metálico o valor mediano encontrado
para o conjunto de depósitos, resultando um depósito mediano com 208 Mt de minério e
cerca de 2 Mt de Ni contido (ver Tabela 2). Feitas as considerações de qualidade, como
descrito na seção 6.3.2, na Tabela 3 e Tabela 4, o teor de níquel resultante para o depósito
estudado resulta inferior àquele da mediana do conjunto de depósitos da Tabela 1 24%.
O mesmo procedimento foi adotado em relação ao cobalto.
39
O conteúdo metálico, correspondente, portanto, à mediana encontrada para o conjunto
dos depósitos relacionados na Tabela 1, condiciona a maior parte das variáveis econômicas
do objeto de estudo e o estabelecimento da referência com relação a este parâmetro
assegura maior aderência ao comportamento provável dos depósitos existentes quando
venham a ser aproveitados do que se a referência fosse estabelecida com relação ao teor.
Assim, o inventário de reservas considerado para o caso base é mostrado na Tabela 2:
Tabela 2: Tamanho do Depósito Médio.
tonelagem
teor de Ni
níquel
contido
teor de Co
cobalto
contido
parâmetro
(Mt)
(% Ni)
(Mt Ni)
(% Co)
(Mt Co)
valor mediano para
os depósitos em
desenvolvimento e
implantação (Tabela 1
)
208
1,17
1 955
0,082 0,147
valor para o caso
base
208
0,94
1 955
0,071
0,147
diferença
0%
-24%
0%
-16%
0%
O exercício feito na análise de sensibilidade com relação ao teor de alimentação
mostrado na seção 7.3.1 tem como ponto de partida um depósito com a mesma tonelagem
(208 Mt) e estabelece a referência com relação ao teor, obtendo-se um depósito com
conteúdo metálico 20% superior à mediana dos depósitos de referência (ver Tabela 17,
seção 6.6.1).
De maneira a maximizar o aproveitamento dos recursos, foi implementada uma
estratégia para gerenciar o teor de corte de tal forma que foram impostos teores de corte
mais elevados no início da operação, os quais são decrescentes com o tempo, resultando
um teor médio de alimentação inicialmente mais alto, conforme estabelecido por LANE
(1988). Essa estratégia de alavancagem da lavra através dos teores de corte foi
implementada nas simulações dos planos de aproveitamento (seção 6.4 ) e as
conseqüências em termos do perfil dos fluxos de caixa resultantes para o empreendimento
são discutidas na seção 7.1 .
40
6.3.2 Inventário de Reservas
Outras variáveis relevantes quanto à qualidade do depósito, quais sejam as espessuras
das unidades litológicas que compõem o depósito e os teores de Ni, Co, Fe e Mg nas várias
unidades, foram definidas a partir de um perfil típico de depósitos de Ni laterítico
apresentado por ELIAS (2002, op. cit. p. 4 e p. 7), mostrado na Figura 20:
teores aproximados (%)
transição 1,5 a 4 0,02 a 0,1
saprolito /
garnierita
1,8 a 3 0,02 a 0,1 10 a 25
35 a 45
25 a 40
<0,5
5 a 15
15 a 35
0,5 a 5
rocha
fresca
0,3 0,01 5
limonita
vermelha
<0,8
Ni Co
unidade
Fe
<0,1 >50
MgO
limonita
ocre
0,8 a 1,5 0,1 a 0,2 40 a 50
Figura 20: Perfil Típico de Um Depósito de Níquel Laterítico.
Utilizando-se, ainda, as espessuras típicas destas unidades em perfis lateríticos de
depósitos de Ni (ELIAS, 2002, op. cit., p. 8), foi possível desenvolver a Tabela 3 e a
Tabela 4, mostradas adiante, onde são compatibilizados os dados apresentados na Tabela 2
e na Figura 20, definindo-se o inventário de reservas considerado.
41
Assim, os teores dos elementos adotados a partir das faixas sugeridas na Figura 20 são mostrados na Tabela 3:
Tabela 3: Reservas do Depósito Médio Teores.
Fonte: Adaptado de ELIAS (2002).
Os teores de Si foram obtidos por diferença, considerando-se a correlação negativa entre Fe e Si e, ainda, a existência de entre 7% e 30%
de outros elementos, a depender da litologia.
42
Calculando-se as massas dos elementos a partir de seus teores, foi possível estabelecer os conteúdos metálicos relativos a cada elemento,
fatorando-se a massa de todo o depósito, de forma que a tonelagem total e os conteúdos metálicos de Ni e Co correspondessem aos valores
medianos anteriormente definidos (Tabela 2), o que é mostrado na Tabela 4:
Tabela 4: Reservas do Depósito Médio Metal Contido e Tonelagens.
Fonte: Adaptado de ELIAS (2002).
43
O procedimento de fatoração da tonelagem em relação às massas dos elementos
permite obter teores realistas para o conjunto dos elementos estudados, particularmente o
ferro, magnésio e silício, que desempenham papel importante no desenvolvimento do
programa de produção.
Conforme discutido no capítulo 5, para os minérios limoníticos ricos em Si, é possível
implementar um beneficiamento antes da lixiviação sob pressão através do descarte de
30% a 50% da sílica a custos muito baixos mediante uma perda de metal aceitável,
alimentando-se a lixiviação, etapa mais cara do processo, a um teor 30% a 50% mais alto
(ELIAS, 2002, op. cit. p. 15). Este conceito não foi empregado nos estudos presentes,
tendo em conta manter a generalidade da aplicação dos resultados.
Tendo em conta o objetivo dos estudos, a natureza e a imprecisão das informações
disponíveis, não foram considerados os efeitos da diluição e recuperação na lavra.
6.4 Plano de Aproveitamento: Metodologia e Resultados para 45 000
tpa Ni
O plano de aproveitamento para as várias escalas de produção estudadas foi feito de
forma a maximizar o uso dos recursos disponíveis, tendo em conta o disposto na descrição
simplificada do processo de extração de Ni laterítico, através de liviação ácida sob pressão
feita no capítulo 5 e o conceito de lavra alavancada descrito na seção 6.3.1.
Os dados obtidos a partir da Tabela 3 e da Tabela 4 (seção 6.3.2) foram usados para
definir o inventário de minério e estéril, o que permitiu proceder ao seqüenciamento de
produção.
A estratégia de seqüenciamento de produção obedece várias restrições simultâneas,
enumeradas por ordem de importância:
- Capacidade da lixiviação (conjunto de autoclaves e equipamentos
correlatos);
- Capacidade das refinarias de Ni e Co;
- Capacidade da planta de ácido;
44
- Capacidade da planta de beneficiamento e
- Capacidade da lavra.
Para cada escala estudada, o plano de aproveitamento do depósito permitiu definir o
plano de aproveitamento econômico, seguindo-se a mesma metodologia.
Na discussão da metodologia empregada para desenvolver o plano de aproveitamento
que é feita a seguir, serão mostrados os parâmetros relativos ao caso de 45 000 tpa Ni,
tomado como base devido à maior aderência ao valor mediano verificado no conjunto de
depósitos de referência (Tabela 1) e com relação aos dados de custos de investimentos e
custos operacionais encontrados na literatura de referência (DOLAN e NENDICK
2004, op. cit. e NEUDORF e HUGGINS — 2004, op. cit., respectivamente).
Tendo em conta a maximização dos teores de alimentação no início da vida do
empreendimento e a baixa proporção dos custos de lavra no total dos custos, foi utilizado o
conceito de lavra alavancada por teores, simulando-se uma taxa de lavra de cerca de 200%
daquela da alimentação da planta, o que visa expor e alimentar à planta maior quantidade
de minério das unidades mais ricas (que estão na base do depósito) mais cedo (ver
comentários na seção 6.3.1). Assim, as unidades mais ricas o saprolito da base e o
material de transição sobreposto são utilizadas para alimentação direta, estocando-se os
excedentes de limonita.
O perfil de produção na lavra é mostrado na Figura 21:
1,186,957
508,696
2,992,327
2,992,327
0
1,000,000
2,000,000
3,000,000
4,000,000
5,000,000
6,000,000
7,000,000
8,000,000
9,000,000
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
tpa
limonita vermelha
limonita ocre
transição
saprolito
Figura 21: Perfil de Produção Lavra.
45
Portanto, a lavra é feita em 32 anos (até o ano 35), para um aproveitamento do depósito
feito em 53 anos (até o ano 56).
A Figura 22 mostra o perfil de alimentação da planta, onde se privilegia a alimentação
com as unidades de maior valor unitário. A maior parte da limonita ocre é, também,
alimentada diretamente, visando maximizar a produção de metal, mantendo o consumo de
ácido sob controle, postergando-se a alimentação da unidade limonítica superior, a
limonita vermelha mais pobre que vai, inicialmente, a estoque e é alimentada
tardiamente:
1,186,957
508,696
2,261,661
0
500,000
1,000,000
1,500,000
2,000,000
2,500,000
3,000,000
3,500,000
4,000,000
4,500,000
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
tpa
limonita vermelha
limonita ocre
transição
saprolito
Figura 22: Alimentação da Planta.
Assim, resulta o perfil de estoque de material das unidades mais pobres, mostrado na
Figura 23:
18,655,575
78,000,000
0
10,000,000
20,000,000
30,000,000
40,000,000
50,000,000
60,000,000
70,000,000
80,000,000
90,000,000
100,000,000
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
t
limonita vermelha
limonita ocre
Figura 23: Inventário de Estoques de Minério.
46
Considerada a recuperação da hidrometalurgia, resulta o perfil de produção de Ni
metálico mostrado na Figura 24, onde se verifica que a contribuição das unidades mais
ricas é muito maior que aquela das limonitas do topo do depósito, razão do aproveitamento
destas últimas ser postergado. Por outro lado, a capacidade da planta de ácido e os
custos deste limitam a alimentação das unidades mais ricas, conforme será discutido em
seguida (à página 47).
15,870 0.45
1.27
0
5,000
10,000
15,000
20,000
25,000
30,000
35,000
40,000
45,000
50,000
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
tpa Ni
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
% Ni
limonita vermelha
limonita ocre
transição
saprolito
Ni alimentado
Figura 24: Ni Produzido por Origem.
Na primeira fase da operação, em que se alimenta minério das unidades basais
blendado com limonita ocre, a produção é de 45 000 tpa Ni, na segunda fase, em que se
alimenta apenas limonita vermelha, a produção cai para cerca de 16 000 tpa Ni. Os
reflexos sobre o desempenho do empreendimento são comentados na seção 7.1 .
O Co é um importante subproduto e o perfil de produção de Co metálico, obtido por
conseqüência da produção de Ni, respeitada a capacidade da refinaria de Co, é mostrado na
Figura 25:
0.081
0
500
1,000
1,500
2,000
2,500
3,000
3,500
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
tpa Co
0.00
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
0.07
0.08
0.09
% Co
limonita vermelha
limonita ocre
transição
saprolito
Co alimentado
Figura 25: Co Produzido por Origem.
47
A unidade de limonita ocre fornece a maior parte do cobalto produzido e a sua
alimentação precoce em conjunto com as unidades de saprolito e transição, feita para
manter o consumo de ácido sob controle, contribui para aumentar o faturamento devido ao
Co na primeira fase.
Como ambas as unidades limoníticas são ricas em Co, a queda de produção que se
observa para o Co entre a primeira e a segunda fases da operação é menor que aquela
verificada para o Ni, o que melhora, marginalmente, o desempenho da operação na
segunda fase.
Observou-se um ritmo de produção inicial menor que aquele da capacidade nominal;
este ritmo cresce ao longo do tempo até atingir a capacidade nominal (compreendendo o
tempo para comissionamento e o tempo para que se atinja a capacidade nominal, em
inglês: ramp-up period), utilizando-se valores característicos das operações em estudo,
como mostrado na Tabela 5:
Tabela 5: Curva de Ramp-up.
ano proporção da produção nominal
ano 4 70%
ano 5 85%
ano 6 em diante 100%
As proporções da capacidade nominal e o ritmo em que são atingidas nas operações
com aproveitamento por rotas hidrometalúrgicas são um aspecto importante do
desempenho destes empreendimentos e maiores detalhes podem ser encontrados em
McNULTY (1998, apud IMRIE, 2006), CAMPBELL, McCONAGHY e VARDILL
(2004) e WILKINSON (2006).
Os custos com ácido sulfúrico utilizado na lixiviação do minério correspondem a 25% a
30% dos custos operacionais, variando com a escala de produção.
48
O consumo de ácido sulfúrico foi obtido a partir de adaptação do consumo específico
conforme computado por MARSHALL e BUARZAIGA (2004), levando em conta dados
obtidos em outras referências consultadas (NEUDORF e HUGGINS, 2004, op. cit.),
partindo-se de um consumo específico de 385 kg de ácido por tonelada de minério
alimentado à usina, que foi ajustado proporcionalmente pela variação dos teores de
magnésio e níquel alimentados, segundo a equação:
(eq. 1) consumo específico de ácido sulfúrico = 33 * % Mg + 35 * % Ni + 163
onde:
unidade [consumo específico] = kg ácido / t ROM alimentada à
autoclave
Assim, particular atenção deve ser dada à blendagem em relação ao teor de Mg, tendo
em conta que este elemento é responsável pela maior parte do consumo de ácido. O
controle do teor de magnésio, e, por conseqüência, do consumo de ácido, é feito limitando-
se a alimentação de unidades de saprolito e transição, que são blendadas com alguma
limonita ocre.
A Figura 26 mostra o perfil de alimentação da hidrometalurgia em relação aos teores de
Mg e Ni, elementos que definem o consumo de ácido sulfúrico:
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
% Ni, Mg
Ni alimentado
Mg alimentado
Figura 26: Teores de Alimentação Mg e Ni.
49
O consumo resultante de ácido sulfúrico é mostrado na Figura 27:
1,541,292
389
0
200,000
400,000
600,000
800,000
1,000,000
1,200,000
1,400,000
1,600,000
1,800,000
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
tpa ácido
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
kg/t
consumo anual de ácido
consumo específico de ácido
Figura 27: Consumo de Ácido Sulfúrico.
A estratégia de se alimentar precocemente as unidades ricas em Ni, que também são
ricas em Mg, resulta num perfil em que o consumo de ácido varia muito entre a primeira e
a segunda fase da operação: na primeira fase de operação o consumo específico é de 389
kg/t, e a planta é dimensionada para 1,5 Mta; na segunda fase, com a queda dos teores de
Ni e Mg, o consumo específico cai para 184 kg/t, e são necessários apenas 730 000 tpa,
resultando uma ociosidade de cerca de 50%.
Considerando-se que os investimentos na planta de ácido são de cerca de 8% do total
(ver Tabela 9) e que os custos operacionais correspondentes ao ácido variam entre 25% e
30% dos custos operacionais (ver Tabela 16 e Tabela 19), a estratégia é efetiva na medida
em que permite alavancar a produção de Ni e Co.
Caso a alimentação das unidades da base do perfil na primeira fase seja maximizada
além dos limites simulados, essa ociosidade é ainda maior. Neste estudo, limitou-se o
consumo de ácido aos valores máximos encontrados na literatura de referência
(MARSHALL e BUARZAIGA, 2004, op. cit. e NEUDORF e HUGGINS, 2004, op. cit.).
50
A evolução da produção de metal (Tabela 5) condiciona a curva de ramp-up de
operação da planta de ácido sulfúrico como mostrado na Figura 27, sendo obtido o perfil
mostrado na Tabela 6, que foi considerado satisfatório:
Tabela 6: Ramp-up da Planta de Ácido.
ano
proporção da
produção nominal
ano 4 71%
ano 5 84%
ano 6 em diante 100%
6.5 Modelo para a Estimativa de Desempenho
O modelo para a estimativa de desempenho permite o cômputo dos indicadores
utilizados para a escolha da escala de produção.
A análise econômica seguiu procedimentos estabelecidos na literatura específica para
empreendimentos em mineração citada na seção 6.1 .
Sendo assim, a montagem do modelo para estimativa de desempenho foi feita
estabelecendo-se:
Os indicadores a serem utilizados e as premissas de avaliação (seção 6.5.1);
Os preços de Ni e Co a serem utilizados (seção 6.5.2);
A estimativa dos custos de investimentos, inclusive para reposição (seção
6.5.3);
A estimativa dos custos de operação (seção 6.5.4);
As condições de taxação (seção 6.5.5) e
As condições de financiamento (seção 6.5.6).
A montagem do modelo permitiu estabelecer a estimativa dos fluxos de caixa do
empreendimento e definir os parâmetros para avaliação de desempenho (seção 6.5.7).
51
6.5.1 Parâmetros de Desempenho e Algumas Premissas
A métrica para a avaliação do empreendimento é baseada nos parâmetros mostrados no
Quadro 1:
Quadro 1: Parâmetros de Desempenho.
parâmetro descrição
opex 1
a
fase Custos operacionais da primeira fase do
empreendimento (primeiros anos, teores de alimentação
mais altos).
opex 2
a
fase Custos operacionais da segunda fase do empreendimento
(últimos anos, teores de alimentação mais baixos).
opex ponderado
(pela produção de Ni)
Custos operacionais ponderados pela produção de Ni
entre a primeira fase e a segunda fase do
empreendimento.
valor presente líquido
taxa interna de retorno
período de retorno
Utilizados no sentido clássico.
eficiência de capital Ver comentários a seguir.
A análise dos resultados foi feita dentro do contexto da indústria de mineração no
capítulo 7, focada na definição da escala a ser estabelecida para o empreendimento.
O valor presente líquido, a taxa interna de retorno e o período de retorno do
empreendimento foram utilizados em sua acepção clássica (a literatura de referência é
citada na seção 6.1 ).
A eficiência de uso do capital empregado (ou, simplesmente, eficiência de capital
conforme usado no texto) é um parâmetro também usual, embora menos bem estabelecido:
consiste na relação entre o valor presente do empreendimento e o valor presente dos
investimentos, permitindo medir a capacidade de geração de valor a partir do capital
investido. O indicador está relacionado com o retorno total para o acionista: índice que
relaciona a valorização das ações da empresa e o pagamento de dividendos aos seus
acionistas com o valor das ações.
52
A Figura 28 mostra o valor do retorno total para o acionista das maiores empresas de
mineração para o período de 2001 a 2006:
retorno total para o acionista (2001-2006)
43%
39%
29%
28%
23%
0% 10% 20% 30% 40% 50%
CVRD
Xstrata
BHP Billiton
Anglo American
Rio Tinto
Figura 28: Retorno Total para o Acionista das Maiores Emp. de Mineração.
Fonte: Bloomberg em CVRD. On the rise Acapulco, Mexico January 2007 (2007).
O uso da eficiência de capital permite à firma determinar a melhor alocação de capital
ao longo da carteira de projetos disponíveis, gerando maior valor agregado.
Os estudos foram feitos em valores constantes, portanto, não foram considerados
efeitos inflacionários, adotando-se a linha de MACKENZIE (1997, op. cit.), também
consignada em DOGGETT (2001, op. cit.): uma vez que o retorno dos investimentos é
medido em moeda constante, os custos têm de ser expressos em termos de moeda
constante
4
.
4
Esta questão é, ainda, bem discutida em GENTRY e O’NEIL (1984, op. cit., p. 301- 318), que sugerem
realizar um primeiro ciclo dos estudos utilizando valores constantes a fim de preservar as relações entre
custos e preços e noções de valores relativos, assim como as relações entre fluxos sucessivos, o que facilita a
definição de questões técnicas e a realização de estudos comparativos entre alternativas o que é o caso
estudado e uma revisão após a definição destas alternativas adotando-se valores correntes.
Estes autores alertam que, quando não se corrige o valor dos ativos, o uso de valores constantes na análise
sobrevaloriza os investimentos, uma vez que as deduções devidas pela depreciação dos ativos são
proporcionalmente menores nas análises após a taxação. No caso estudado, a sobrevalorização é maior sobre
as alternativas com maior escala que têm menor vida útil e nas quais, portanto, o efeito do desconto dos
fluxos de caixa é maior , tendo, como conseqüência, um viés para a escolha de escalas maiores.
53
Adotou-se moeda sujeita a baixas taxas de inflação, o dólar dos Estados Unidos da
América (USD) como referência. Esta escolha se justifica, também, pela conveniência
quanto à avaliação das relações entre preços e custos dos produtos de interesse, Ni e Co,
que são usualmente cotados em relação à moeda dos Estados Unidos da América.
Os fluxos de caixa estimados conforme procedimento estabelecido na seção 6.5.7
foram descontados a 12% a.a., uma taxa usual em empreendimentos de mineração de
grande porte.
Conforme reportado, o Brasil está prestes a se tornar um exportador importante de Ni.
Assim, supôs-se que toda a produção do empreendimento seria destinada para exportação,
o que impacta o cenário de taxação, discutido na seção 6.5.5.
6.5.2 Calibração dos Custos e Preços
A receita foi definida a partir das quantidades de Ni e Co produzidas ano a ano,
considerando-se os preços de ambos os metais constantes ao longo da análise para cada
caso e simulação.
Os preços de Ni considerados para o caso base e para a análise de sensibilidade têm
como fundamento o cômputo de NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.) para preços de
incentivo, considerando-se uma correção pelos custos de investimento e de operação dos
produtores de Ni.
A metodologia de estimativa de preços através de preços de incentivo é a mais robusta
para uma previsão, mas o estudo disponível foi feito numa conjuntura de mercado muito
diferente da atual, quando os valores do metal não haviam ainda experimentado a
apreciação que ora se observa (ver Figura 1). Não foram encontrados, entretanto, estudos
mais atualizados através desta metodologia. Assim, os preços foram corrigidos através da
variação dos custos de investimento e operação que, consideradas as questões da demanda
e da oferta, são os demais fundamentos das estimativas por preços de incentivo. Na
ausência de estudos mais recentes por preços de incentivo, esta foi a melhor alternativa
encontrada para estabelecer uma estimativa que atendesse ao crescimento da demanda e
54
levasse em consideração a remuneração necessária para tornar atrativos os projetos em
desenvolvimento.
A correção em relação aos custos de investimentos foi obtida relacionando-se o valor
médio de investimentos por capacidade (USD/lba) entre os projetos maiores em estudos
avançados e implementação, USD 20/lba (ver Tabela 12), e o valor médio para os projetos
maiores implementados nos últimos 15 anos, USD 13/lba (ver Tabela 11), resultando uma
correção de 53%.
A correção em relação aos custos operacionais foi obtida relacionando-se o valor médio
adaptado a partir de publicação recente, USD 2,23/lb (HAND, 2006, op. cit.), e a média
entre os custos operacionais estimados por NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.) para
operações onde a extração é feita através de lixiviação ácida sob pressão, USD 1,67/lb, e os
custos operacionais da Minara Resources corrigidos pela escala de produção, de
USD 1,93/lb (Minara Resources, 2005 e JOHNSTON, 2006). A média é de USD 1,80/lb e
a correção resulta de 24% ((2,23-1,80)/1,80).
Os valores de preços adotados foram, então, obtidos pela média entre as correções para
os custos de investimentos e custos operacionais, resultando uma correção de 39% (ver
Tabela 7).
Considerando-se, ainda, a conveniência de se trabalhar com intervalos simétricos para
os casos mais prováveis da análise de sensibilidade, foi feita uma correção final e
adotaram-se os valores mostrados na Tabela 7.
Para a análise de sensibilidade, foi, ainda, utilizado um valor limite com baixa
probabilidade de ocorrência 10% de USD 8,0/lb Ni para ampliar a faixa de preços
simulada.
55
Tabela 7: Referências de Preços do Ni para o Estudo.
(valores em USD/lb Ni)
correção
faixa
sugerida
1, 5
pela
variação
do capex
pela
varia
ção
do opex
média
das
correções
valores
adotados
variação
em
relação à
média
53%
24%
39%
A
B
(A+B)/2
mínimo $3,5
$5,4
$4,3
$4,9
$4,5
-18%
média $4,0
$6,1
$5,0
$5,6
$5,5
MÁXIMO $4,5
$6,9
$5,6
$6,2
$6,5
+18%
máximo dos
máximos
$8,0
+45%
Nota:
1. NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.)
No momento, os preços do Ni apresentam volatilidade muito elevada e estão em torno
de USD 15/lb (ver Figura 1).
Para a definição de preços de longo prazo para o Co não se encontrou, na literatura
consultada, estudos mais aprofundados. Muito embora os mercados sejam diferentes, a
5
O autor reconhece a importância da definição da volatilidade do preço a ser empregada na tomada de
decisão.
Neste trabalho, optou-se por adotar resultados obtidos a partir de um modelo baseado em preços de incentivo,
ou seja, em projeções do comportamento do mercado no futuro, que foi atualizado segundo o procedimento
descrito nesta seção . Reconhece-se, ainda, que esta linha de raciocínio implica em estimar o crescimento
do mercado, o que pode trazer imprecisão.
Assim sendo, foi adotado o intervalo de preços sugerido por NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.),
corrigido segundo o procedimento descrito nesta seção, cuja amplitude foi avaliada como suficiente (44%
para os casos com maior probabilidade e até 78% para o valor máximo dos máximos), conforme se discute na
seção 6.6.2.
Uma investigação preliminar sobre os dados compilados por SLADE e THILLE (2006), que basearam seus
estudos em dados da década de 1990, mostra que a volatilidade de uma cesta de metais comercializados na
LME foi da ordem de 50% no período, se levada em conta a tendência decrescente de preços, ou de 90%, se
esta tendência não for considerada.
O assunto é relevante e de interêsse e sugestões de estudos mais aprofundados são feitas no capítulo 9.
56
demanda de ambos os metais guarda alta correlação com o crescimento da produção
industrial e a base da maior parte de produção é a mesma; assim, os preços são, também,
correlacionados. Utilizou-se como valor médio USD 10/lb, que parece ser um patamar de
sustentação desde 2003, e um intervalo com 40% de amplitude para os casos mais
freqüentes, semelhante ao empregado para o Ni. Da mesma maneira que feito para o Ni,
simulou-se um valor máximo dos máximos com baixa probabilidade de ocorrência. Os
valores adotados para estão relacionados na Tabela 8:
Tabela 8: Referências de Preços do Co para o Estudo.
(valores em USD/lb Co)
valores
adotados
vari
ação em relação à
média
mínimo $8,0
+20%
média $10,0
MÁXIMO $12,0
-20%
máximo dos máximos $15,0
+50%
No momento, os preços do Co estão em torno de USD 25/lb a USD 30/lb (BHP
Billiton. Cobalt Open Sales System, 2007).
57
6.5.3 Custos dos Investimentos Iniciais
Os custos dos investimentos iniciais foram obtidos através de uma adaptação dos dados
de DOLAN e NENDICK (2004, op. cit.), que apresentam valores de investimentos em
dólares dos Estados Unidos da América por libra de Ni de capacidade instalada (USD/lba),
considerada a capacidade usual dos projetos, entre 40 000 tpa Ni e 60 000 tpa Ni.
Tendo em conta a diferença de capacidade entre os dados originais (valor médio de
50 000 tpa Ni) e as capacidades estudadas, os custos foram ajustados aplicando-se a
relação entre as capacidades de acordo com a equação sugerida por O'HARA e
SUBOLESKI
6
(1988, op. cit.):
(eq. 2) C(1) / C(2) = [(Q(1) / Q(2)]
0.65
=> C(2) = C(1) / [(Q(1) / Q(2)]
0.65
onde:
C(1) é o custo conhecido;
C(2) é o custo que se deseja encontrar e
Q(i) é a capacidade correspondente.
Estes dados foram, então, calibrados pela relação entre os valores assim obtidos e os
valores de investimentos previstos para os projetos Ravensthorpe, Goro, Vermelho e
Ambatovy, mostrados na Tabela 12, cuja média é de USD 20/lba de capacidade, e foi feita
uma adaptação para os gastos com infra-estrutura e pré-operação.
Os custos dos investimentos iniciais assim obtidos são mostrados na Tabela 9 e na
Figura 29 para a escala de produção de 45 000 tpa Ni.
6
A equação tem uso bem estabelecido e é tida como a melhor solução para extrapolação na ausência de
dados de calibração. Seu uso é, ainda, recomendado por GENTRY e O’NEIL (1984, op. cit., p. 116), que
sugerem o uso de coeficientes entre 0.6 e 0.7 para projetos de mineração.
58
Tabela 9: Custos dos Investimentos Iniciais para 45 000 tpa Ni.
capacidade 1000 tpa
Mlba
45
99
área custo
mina
$41
homogeneização
$57
beneficiamento
$41
autoclaves e H/X
$295
CCD e neutralização parcial
$98
MSP/H
2
S
$115
refinaria
$327
instalações auxiliares
$65
peças, partes e inventário inicial
$41
EPC/EPCM
$188
outros custos de implantação
$164
subtotal USD M
$1 432
USD/lba
$14,42
utilidades
planta de ácido
$164
planta de dessalinização
$164
planta de oxigênio
$41
planta de hidrogênio
$57
plantas de vapor e co-geração
$74
barragem de rejeitos
$49
subtotal utilidades USD M
$548
USD/lba
$5,5
infra-estrutura
porto
$0
energia elétrica
$33
estradas
$33
subtotal infra-estrutura USD M
$65
USD/lba
$0,7
desenvolvimento e pré-operação
pesquisa geológica e desenvolvimento
$49
outras despesas de desenvolvimento
$16
pré-operação da mina
$3
subtotal desenvolvimento e pré-operação USD M
$69
USD/lba
$0,7
total USD M
$2 115
USD/lba
$21,3
Fonte: Adaptado de DOLAN, D. e NENDICK (2004, op. cit.).
59
(MUSD) / Total $2115
$41
$57
$41
$295
$98
$115
$327
$65$41
$188
$164
$548
$65
$69
mina
homogeneização
beneficiamento
autoclaves e H/X
CCD e neutralização parcial
MSP/H2S
refinaria
instalações auxiliares
peças, partes e inv. inicial
EPC/EPCM
outros custos de impl.
utilidades
infra-estrutura
desenv. e pré-operação
Figura 29: Custos dos Investimentos Iniciais para 45 000 tpa Ni.
Fonte: Adaptado de DOLAN, D. e NENDICK (2004, op. cit.).
A Figura 30 mostra uma visão da construção da planta de Goro, da CVRD Inco, na
Nova Caledônia:
Figura 30: Visão da Construção da Planta de Goro.
60
As despesas relativas à mitigação dos efeitos ambientais foram consideradas nos
orçamentos dos custos dos investimentos iniciais de cada atividade. A rubrica de outros
custos de implantação cobre, entre outros, os custos com medidas compensatórias devidas
pela implementação do empreendimento.
A Tabela 10 mostra o valor dos investimentos iniciais para cada alternativa de escala
estudada:
Tabela 10: Investimentos Iniciais e Capacidade.
capacidade de
produção
1000 tpa Ni
45
60
120
200
300
capacidade
Mlba
99
132
265 442 663
valor dos
investimentos
iniciais
MUSD
($2 165)
($2 599)
($4 055)
($5 632)
($7 315)
valor dos
investimentos por
capacidade
USD/lba
($22)
($20)
($15)
($13)
($11)
Na ausência de dados que permitissem a calibração dos custos de investimentos iniciais
para as escalas maiores, o uso da (eq. 2) foi a melhor solução encontrada para a
extrapolação dos custos dos investimentos iniciais nestas escalas. Todavia, as economias
de escala pressupostas para faixas muito maiores que aquelas da base de projeto e
estimativa dos custos 40 000 tpa Ni a 60 000 tpa Ni , podem não se materializar
inteiramente em função da existência de parcela fixa para itens de custos de investimentos,
principalmente aquela ligada à modularização de algumas unidades do sistema, tais como a
lixiviação, planta de ácido e outras instalações de utilidades e infra-estrutura
7
.
7
A parcela fixa destes custos ligada à modularização se estabelece em função de que alguns equipamentos
têm capacidades características mínimas e máximas.
Assim, a variação só é possível dentro destes limites e, em se aumentando a capacidade, por exemplo, uma
vez ultrapassado o valor máximo da capacidade para um determinado equipamento, é necessário utilizar
maior quantidade de equipamentos menores, que têm uma capacidade mínima característica. Desta forma a
variação da capacidade é, realmente, descontínua.
Este efeito é mais notável em algumas seções da planta (na lixiviação, por exemplo) e em algumas
instalações de utilidades (instalações para geração de energia, fábrica de ácido e plantas de dessalinização,
por exemplo) em que se utiliza equipamentos maiores a fim de capturar economias de escala. Nas instalações
de lixiviação, por exemplo, a capacidade de cada módulo é, tipicamente, 20 000 tpa Ni para as condições
usuais de alimentação.
A abordagem utilizada para resolver o problema consiste em estabelecer faixas de variação que são
respeitadas nos estudos de pré-viabilidade onde se contextualiza os estudos presentes e ajustar as
capacidades do sistema nos estudos de viabilidade.
61
Há, portanto, uma chance de que os investimentos estimados estejam subavaliados para
as escalas a partir de 120 000 tpa Ni, o que favoreceria a escolha de valores menores na
definição de escala do empreendimento.
A Tabela 11 mostra uma relação de projetos maiores de aproveitamento de níquel
implantados nos últimos 15 anos:
62
Tabela 11: Projetos Maiores Implantados nos Últimos 15 Anos.
Capacidade
Projeto Localização Operador Minério
(1000 tpa Ni)
Desco-
berta
Exploração
Ativação Comissio-
namento
(USD/lba)
Loma de Niquel Venezuela Anglo
American
laterita 19 1940 1960 1991 2000
$14
Murrim Murrim Austrália/WA
Leonora
Minara laterita 45 1964 1970/1980 1993 1999
$13
Raglan Canadá /Quebec
Península de Ungava
Falconbridge sulfeto 26 1930 1957 1994 1998
n.d.
Cawse Austrália/WA
Kalgoorlie
OMG laterita 7 1999
$12
Bulong Austrália/WA
Kalgoorlie
Preston laterita 9 1999
$13
PT INCO/expansão Indonésia CVRD Inco laterita n.d.
$14
Voisey's Bay Canadá/Labrador
Voisey's Bay
CVRD Inco sulfeto 50 1993 1993 1996 2005
$8
média (exclusive Voisey's Bay)
1
20
$13
Nota:
1. Para o cálculo da média, excluiu-se o projeto Voisey’s Bay, dado que os valores apresentados se referem à produção de concentrado de flotação, não verticalizada.
Fonte: Adaptado de: POINTON, et al. (2003, op. cit., p. 47).
A Tabela 12 mostra dados relevantes dos projetos maiores de aproveitamento de níquel laterítico que estão em estudos avançados e
implantação; estão em destaque os projetos Onça Puma e Níquel do Vermelho, ambos no Brasil, em implementação e estudos de engenharia,
respectivamente:
63
Tabela 12: Projetos em Estudos Avançados e Implantação.
Capacidade
Investim
ento
Original
Investimento
Revisado
Projeto Localização Operador Minério
(1000 tpa Ni)
Comissio-
namento
(USDM)
(USDM)
custos de
investimento
(USD/lba
revisado)
Ravensthorpe Austrália/WA
Ravensthorpe
BHP Billiton laterita 50 2008
$700
$2 756
$25
Onça Puma Brasil/PA CVRD Inco laterita 57 2008 $55
6
$1 400
$11
Goro Nova Caledônia CVRD Inco laterita 60 2008
$1 400
$3 200
$24
Níquel do
Vermelho
Brasil/PA CVRD Inco laterita 46 2010
$850
$1 200
$12
Koniambo Nova Caledônia Falconbridge laterita 60 2010
$1 600
$2 200
$17
Ambatovy Nova Caledônia Dynatec/Sumitomo
laterita 60 2010 +
$1 600
$2 500
$19
média / exclusive Onça Puma e
Koniambo
1
54
$2 414
$20
Nota:
1. Para o cálculo da média dos custos excluiu-se os projetos Onça Puma e Koniambo, ambos desenvolvidos para a produção de liga de Fe-Ni.
Fontes:
Ravensthorpe: BHP Billiton. News Release: BHP Billiton Quarterly Report on Exploration and Development Activities Quarter Ended 31 March 2007 (2007).
Goro e Onça- Puma: CVRD. Pursuing long-term Value Growth New York May 15, 2007 (2007).
Níquel do Vermelho: GRD Minproc (2006).
Koniambo: REGENT (2006).
Ambatovy: SNC Lavalin/Dynatec. Ambatovy Project Madagascar Feasibility Study April 2006 (2006).
64
A Figura 31 mostra a relação entre os custos por capacidade e a capacidade para estes
projetos e a posição estimada para o depósito médio que plota, por definição, no centro da
nuvem de pontos correspondentes aos projetos relacionados na Tabela 12:
$8
$10
$12
$14
$16
$18
$20
$22
$24
$26
0 10 20 30 40 50 60 70
capacidade ( 1000 tpa)
investimento por capacidade (US$/lba)
projetos em est. avançados e impl.
media est. avançados e impl.
projetos maiores já implantados
media implantados
Murrim Murrim
Vermelho
'
Ravensthorpe
Goro
Ambatovy
Figura 31: Custo por Capacidade vs. Capacidade Projetos Selecionados
8
.
Houve considerável aumento da escala e dos custos entre o que se verifica para os
projetos do primeiro grupo (mostrados na Tabela 11 e grafados em azul) e para os do
segundo grupo (mostrados na Tabela 12 e grafados em verde), estes últimos ainda não
implementados.
O aumento dos custos se justifica, entre outros fatores, pelo enfraquecimento do valor
da moeda americana, tomada como referência, pelo aumento dos custos dos insumos de
construção e pelo aquecimento do mercado de mineração e conseqüente apreciação dos
custos de mão-de-obra. De outra parte, os projetos de lateritas para aproveitamento através
de lixiviação ácida sob pressão estão sendo desenvolvidos com maior robustez
9
, a fim de
8
A expectativa ao se compilar os dados era de que se verificasse algum efeito de economia de escala na
relação entre os custos dos investimentos iniciais e a escala de produção.
No entanto, conforme justificado, a apreciação dos custos entre um grupo de projetos (relacionados na Tabela
11) e outro (relacionados na Tabela 12), assim como a maior robustez que vem sendo implementada nos
projetos mais recentes e, ainda, a situação diferente dos projetos do segundo grupo (dois em implementação
avançada (Ravensthorpe e Goro) e dois em estudos avançados (Vermelho e Ambatovy) obscurece este efeito.
O assunto já havia sido discutido anteriormente nos estudos deste Programa (RODRIGUES, 2005).
9
A maior robustez que vem sendo empregada nos projetos mais recentes se traduz principalmente através do
uso de fatores de segurança de projeto que são mais elevados sobretudo no scale-up entre os resultados
dos ensaios piloto e o projeto , maior intensidade do uso de materiais mais resistentes (as, assim chamadas,
65
evitar as dificuldades experimentadas pelas operações implementadas na Austrália
Ocidental no final da década de 90, o que reflete nos custos dos investimentos.
Considerando que a implementação de projetos como o estudado requer cerca de 3
anos, adotou-se o cronograma mostrado no Quadro 2:
Quadro 2: Cronograma de Implementação.
ano atividade
ano 1 engenharia de detalhe / início
da construção
ano 2 construção
ano 3 construção / comissionamento
Assim, considerando-se os custos com engenharia, a aquisição de certos equipamentos
feitos sob encomenda, que demoram para ser fabricados e têm de ser adquiridos com certa
antecedência, necessitando de adiantamentos para sua fabricação e o tempo de construção
do empreendimento, utilizou-se a distribuição dos custos dos investimentos iniciais durante
o período de implementação como mostrada na Tabela 13:
Tabela 13: Distribuição dos Custos dos Investimentos Iniciais.
ano proporção dos custos dos
investimentos iniciais
ano 1 15%
ano 2 65%
ano 3 20%
Investimentos em Reposição de Equipamentos e Instalações
Considerou-se, ainda, nos custos dos investimentos, a reposição da frota da mina
conforme a necessidade: para a opção de 45 000 tpa Ni, foram considerados
USD 33 milhões (correspondentes a 100% de reposição da frota) a cada 8 anos até o
ano 27 e USD 16 milhões (correspondentes a 50% de reposição) a cada 8 anos até o
“ligas exóticas”) portanto mais caros e maiores capacidades de armazenamento de subprodutos entre
seções adjacentes das plantas.
66
ano 51, quando cessa a lavra e há apenas remanejamento de material das pilhas para a
planta. Foram empregados valores correspondentes para as demais opções de escala
estudadas, ajustados através da (eq. 2).
Foram também consideradas reformas da usina (sem perda de produção). Para a opção
de 45 000 tpa Ni, foram considerados USD 353 milhões (35% do valor dos investimentos
que depreciam com 10 anos, correspondentes aos equipamentos que têm de ser
substituídos) nos anos 18 e 48 e USD 546 milhões (35% do valor dos investimentos que
depreciam com 10 e 20 anos, correspondentes aos equipamentos que têm de ser
substituídos) no ano 33 maiores detalhes são citados na nota de
rodapé 11 no Apêndice 1 —.
Foram empregados valores correspondentes para as demais opções de escala estudadas,
ajustados através da (eq. 2). Para as escalas muito grandes (200 000 tpa Ni e
300 000 tpa Ni), a vida útil seria muito menor e não haveria reformas da planta, o que
reduz os investimentos em reposição a valores muito baixos, correspondentes apenas à
renovação da frota da mina.
Assim sendo, o valor dos investimentos em reposição considerado foi aquele mostrado
na Tabela 14:
Tabela 14: Investimentos em Reposição e Capacidade.
capacidade de
produção
1000 tpa Ni 45
60
120
200
300
capacidade Mlba 99 132
265 442 663
valor dos
investimentos em
reposição
USDM ($1 400)
($1 232)
($594)
($86)
($28)
valor presente dos
investimentos
USDM ($1 832)
($2 199)
($3 380)
($4 592)
($5 929)
valor médio anual
dos investimentos
em reposição
USDM ($26)
($31)
($28)
($7)
($3)
Embora os investimentos iniciais sejam muito mais expressivos para as escalas
maiores, os investimentos em reposição são muito mais altos para as escalas menores,
67
devido à maior vida útil. A análise sob a ótica destes parâmetros é capturada pela eficiência
de capital, que relaciona, a valor presente, os fluxos de caixa livres e o valor investido.
Capital de Giro
Embora tenham sido considerados investimentos correspondentes a peças, partes e
inventário inicial (USD 58 milhões para a opção de 45 000 tpa Ni ver Tabela 9 e
valores correspondentes para as demais escalas estudadas), foi orçada, adicionalmente,
uma verba correspondente a 30% dos custos anuais estimados para o empreendimento em
regime (ano 6 em diante) a título de capital de giro a ser empregado no ano 4 (primeiro ano
de produção) e que retorna ao caixa no final da vida do empreendimento.
Valor Residual dos Bens
Tendo em conta o perfil adotado para os investimentos em reposição, a longa vida do
empreendimento e que a análise é feita através da metodologia de estimativa de fluxos de
caixa descontados, o valor residual dos bens empregados no aproveitamento do depósito
foi considerado nulo.
6.5.4 Custos Operacionais
Os custos operacionais foram obtidos a partir da estimativa feita por NEUDORF e
HUGGINS (2004, op. cit.) calibrada a partir de informações de publicação recente
(HAND, 2006, op. cit.), conforme descrito na seção 6.5.2; os valores para a escala de
45 000 tpa Ni são mostrados na Tabela 15:
68
Tabela 15: Custos Operacionais para 45 000 tpa Ni.
45 000 tpa Ni referência
USD/lba NiUSD M /a
proporção
mão-de-obra
$0,23
$23
10%
enxofre
$0,30
$30
14%
operação da planta de ácido
$0,08
$8
3%
calcário
$0,03
$3
1%
energia (70 MW a 80 MW)
$0,38
$38
17%
insumos / mina
$0,15
$15
7%
insumos / manutenção
$0,38
$38
17%
outros reagentes
$0,15
$15
7%
outros insumos
$0,15
$15
7%
comercialização e vendas
$0,15
$15
7%
miscelânea
$0,23
$23
10%
total antes dos créditos do Co
$2,23
$221
créditos do Co
$0,64
$63
total após os créditos do Co
$1,59
$158
premissas
teor de Ni na alimentação 1,50%
recuperação 90%
consumo específico de ácido 300 a 400kg/t
custo do calcário $ 2 a $ 15USD/t
custo da energia
$0,05
USD/kWh
preço do Co
$10
USD/lb
Co
(corrigido)
Fonte: Adaptado de NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.) com dados de
HAND (2006, op. cit.) e Minara Resources (Minara Resources, 2005, op. cit.) e
JOHNSTON (2006, op. cit.).
Foi feita, ainda, uma correção dos créditos do Co de acordo com os preços médios
considerados neste estudo (Tabela 8).
Para os custos com o ácido sulfúrico, adotou-se a distribuição apresentada por
NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.), considerando-se em separado a proporção do
enxofre (correspondente a 80% dos custos), que não se corrigiu pela escala, e de operação
da planta (correspondente a 20% dos custos), que foi corrigida de acordo com a variação
da escala de produção.
69
Considerando a conveniência de montar uma estrutura de custos por atividade, após as
adaptações, a estrutura e os valores de custos considerados para a opção de 45 000 tpa Ni
são os mostrados na Tabela 16:
Tabela 16: Custos Operacionais por Atividade para 45 000 tpa Ni,
atividade partici-
pação
USD/a, tpa
USD/t
USD/lb
valor
após
reconci-
liaçao
1
valor
após
crédito
do
ICMS
mineração tpa
lavra
7 680 307
$21 552 247
USD/a
$2,81
USD/t
estocagem
3 722 994
$1 285 390
USD/a
$0,35
USD/t
retomada
3 722 994
$1 285 390
USD/a
$0,35
USD/t
estéril
1 386 667
$2 393 783
USD/a
$1,73
USD/t
subtotal 11% $2
6 516 811
USD/a
$0,27 $0,25
$0,22
USD/lb
beneficiamento 3 957 313tpa
1%
$2 346 046
USD/a
$0,59
USD/t $0,02 $0,02
$0,02
USD/lb
hidrometalurgia 3 957 313tpa
ácido 1 541 292tpa
ácido
25%
$57 922 541
USD/a
$37,58
USD/t
ácido
$0,58 $0,55
$0,49
USD/lb
outros custos de
processo
44%
$102 194 948
USD/a
$25,82
USD/t
alimen-
tada
$1,03 $0,97
$0,86
USD/lb
refino e
comercialização
45 056
tpa Ni
19%
$44 194 685
USD/a
$980,88
USD/t
Ni
$0,45 $0,42
$0,37
USD/lb
total
$233 175 031
1
USD/a
$2,35 $2,22
$1,96
USD/lb
Notas:
1. Há uma variação, para maior, de 6% em relação ao valor base (Tabela 15
) devida à incidência dos custos
sobre a média ou valores típicos no rateio, que foi reconciliada.
2. Foram considerados créditos do ICMS no valor de 17% das despesas com enxofre, calcário, energia,
insumos e reagentes, conforme justificado na seção 6.5.5.
Os créditos com cobalto não estão considerados na Tabela 16, sendo computados no
faturamento das estimativas de fluxos de caixa.
70
A Figura 32 mostra os custos considerados de acordo com esta estrutura, e que foram
utilizados no estudo para a opção de 45 000 tpa Ni:
US$/lb / total $1.96
$0.22
$0.02
$0.86
$0.37
$0.49
mineração
beneficiamento
ácido
processo ex-ácido
refino e comercialização
Figura 32: Custos Operacionais por Atividade para 45 000 tpa Ni.
Tal como comentado para os custos dos investimentos iniciais na seção 6.5.3, os custos
operacionais para mitigação dos efeitos ambientais estão computados nas atividades
relacionadas.
Para as demais opções de escala estudadas, foi feita uma correção dos custos
operacionais, considerando-se 70% dos custos como fixos e 30% como variáveis, de
acordo com JOHNSTON (2006, op. cit.).
71
6.5.5 Taxação
A situação de taxação foi definida a partir das informações constantes no sítio do
DNPM (DNPM, 2000). As premissas mais importantes são relacionadas a seguir:
- Considerou-se que o depósito estudado está localizado num estado não
definido do território brasileiro, sujeito à redução do imposto de renda;
- Como toda a produção se destina à exportação, não incidem impostos
sobre o valor da produção comercializada e
- Os custos com os impostos de importação e ICMS foram considerados
embutidos nos custos operacionais.
O Quadro 4, no Apêndice 1 resume a legislação relevante consultada, enfatizando a
aplicação ao caso estudado:
O valor do lucro considerado para o cálculo do imposto de renda foi obtido levando em
conta a compensação de prejuízos acumulados, respeitado o limite de 30% da
compensação em relação ao lucro antes do imposto de renda.
A redução do imposto de renda foi de 37,5% até 2013, sendo 12,5% a título de
incentivo da redução do imposto de renda pela instalação de empreendimentos industriais
em região de interesse e 25% a título de incentivo da redução do imposto de renda pela
instalação do empreendimento, conforme disposto no Quadro 4, acima. Na prática, como a
compensação dos prejuízos acumulados leva muito tempo, essa redução só incidiu sobre o
caso de 300 000 tpa Ni, correspondendo a valores irrisórios.
Os custos com os impostos de importação e ICMS foram considerados embutidos nos
custos operacionais e não foram segregados para cada categoria de custos.
Por se tratar de um imposto sobre valor agregado, o ICMS gera créditos que podem ser
recuperáveis. Como toda a produção se destina à exportação, o empreendimento faz jus à
recuperação destes créditos, que podem ser negociados, por exemplo, com os fornecedores
da parcela nacional dos insumos, equipamentos, peças e partes sujeitos ao imposto. Uma
72
avaliação a partir da incidência de enxofre, calcário, energia, insumos e reagentes nos
custos operacionais indica uma redução de 12% destes custos antes dos créditos com o Co.
O Imposto de Importação segue a mesma linha de tratamento tributário. Em sendo
possível a negociação destes créditos com os fornecedores da parcela nacional de insumos,
equipamentos, peças e partes, por exemplo, o custo dos investimentos iniciais e os custos
operacionais poderiam ser algo inferiores, o que não foi considerado.
Depreciação e Exaustão
As deduções, a custo, na base de cálculo do imposto de renda relativas à depreciação
das instalações e equipamentos foram feitas de acordo com o disposto em PAIONE (1998,
op. cit.), utilizando-se depreciação linear, sem aceleração.
A Tabela 21 no Apêndice 1 mostra os percentuais relativos aos investimentos
relacionados na Tabela 9 que incidem em cada classe de depreciação e os valores
correspondentes a serem depreciados para o caso de 45 000 tpa Ni:
No caso da última reforma da usina, esta foi depreciada ao longo do restante da vida do
empreendimento.
Valores equivalentes foram utilizados para as demais escalas de produção estudadas.
As deduções relativas à exaustão da jazida foram feitas de acordo com a legislação
aplicável (DNPM, 2000, op. cit., ver Quadro 4): considerou-se uma cota de exaustão
correspondente à proporção do Ni equivalente produzido ano a ano que foi aplicada sobre
os gastos com exploração e desenvolvimento, estimados em USD 50 milhões.
73
6.5.6 Financiamento
Foi utilizado financiamento segundo condições de mercado (ver, por exemplo,
BARBOSA, 2007). Assumiu-se que 40% dos investimentos (iniciais e em reposição)
seriam financiados através de recursos de terceiros a juros de 6,5% a.a. (aproximadamente
5,5% a.a. relativos à taxa Libor e mais 1,0% a.a. a título de risco mais taxas bancárias) com
3 anos de carência e 5 anos para amortização do principal.
Para a última parcela de investimentos em reposição de frota, assumiu-se que não
haveria financiamento.
A Tabela 20 na seção 7.2.1 mostra uma comparação dos principais indicadores entre as
alternativas com e sem financiamento para os casos base das escalas estudadas, permitindo
a avaliação do impacto da alavancagem financeira sobre o desempenho do
empreendimento.
Deve ser observado que empreendimentos em mineração com o porte que se está
estudando sempre usam financiamento através de recursos de terceiros, seja através de
garantias pelo próprio projeto, seja através de financiamento da dívida da corporação como
um todo.
6.5.7 Cálculos dos Fluxos de Caixa e Parâmetros de Avaliação
Os fluxos de caixa e índices de eficiência foram calculados através das práticas usuais
de finanças corporativas aplicadas a empreendimentos de mineração (as referências básicas
estão citadas na seção 6.1 ).
Foram feitos os cômputos da estimativa dos fluxos de caixa e parâmetros de
desempenho para as várias escalas estudadas.
O algoritmo dos cálculos e os valores relativos ao caso base para 45 000 tpa Ni são
mostrados no Quadro 5, no Apêndice 2.
74
6.6 Metodologia e Parametrização para a Análise de Sensibilidade
A análise de sensibilidade foi feita em duas etapas: na primeira etapa, cujos resultados
são mostrados na seção 7.3.1, foi feita a variação do tamanho do depósito e do teor de
alimentação em relação ao caso base, mantendo-se as demais condições constantes. Na
segunda etapa, cujos resultados são mostrados na seção 7.3.2, foram utilizadas simulações
através da técnica de Monte Carlo.
Esta abordagem foi necessária tendo em conta que o método empregado para o
desenvolvimento do plano de aproveitamento (mostrado na seção 6.4 ) e conseqüente
alimentação do modelo de avaliação do depósito (mostrado na seção 6.5 ) é muito
interativo, a fim de que sejam respeitadas as diversas restrições de capacidade ao longo do
plano de aproveitamento. O uso das simulações automáticas necessárias para implementar
a técnica de Monte Carlo respeitando essas restrições não seria possível para a simulação
de tamanho do depósito e teor de alimentação para diferentes capacidades, o que, também
implica em vidas úteis que são diferentes para cada escala estudada.
75
6.6.1 Parâmetros para a Variação do Tamanho do Depósito e do Teor de
Alimentação
Tendo em conta as limitações dos procedimentos utilizados colocadas na introdução da
seção 6.6 , acima, um primeiro exercício para análise de sensibilidade foi feito definindo-se
um tamanho de depósito diferente, a partir do mesmo conjunto de depósitos utilizado para
definição do caso base (isto é, a partir da relação mostrada na Tabela 1), adotando-se para
o depósito a tonelagem mediana do conjunto mostrado na Tabela 1 e os teores de Ni e Co
correspondentes ao teor mediano dos depósitos relacionados. Os conteúdos metálicos em
Ni e Co resultantes foram maiores em 20% e 14% que o valor mediano, respectivamente.
Os resultados são mostrados na Tabela 17:
Tabela 17: Tamanho do Depósito para a Variação Tamanho e do Teor.
tonelagem teor de Ni
níquel
contido
teor de
Co
cobalto
contido
parâmetro
(Mt) (% Ni) (Mt Ni) (% Co) (Mt Co)
valor mediano dos
depósitos em
desenvolvimento e
implantação (Tabela 1)
208
1,17
1 955
0,082
0,147
valor para a análise de
sensibilidade
208
1,18
2 457
0,083 0,172
diferença 0%
-1%
+20%
0%
+14%
Em seguida, os procedimentos descritos na seção 6.3.2 na discussão da Tabela 3 e da
Tabela 4 foram empregados, obtendo-se as características de qualidade que permitiram
fazer o plano de aproveitamento e a estimativa de desempenho seguindo-se os mesmos
procedimentos descritos na seção 6.4 e na seção 6.5 . Os resultados correspondentes são
discutidos na seção 7.3.1.
76
6.6.2 Definição dos Cenários para as Simulações de Monte Carlo
As simulações através da técnica de Monte Carlo foram feitas utilizando-se programa
comercial (@Risk. PALISADE, 2000). O uso da técnica é bem estabelecido e uma
discussão da mesma foge ao escopo deste trabalho maiores detalhes podem ser
encontrados em CLEMEN (1996, op. cit.). Foram utilizadas 1000 iterações.
A análise foi feita com variação dos seguintes parâmetros para as várias escalas
estudadas (ver Tabela 18, adiante):
Taxa de desconto;
Preços do Ni;
Preços do Co;
Variação do volume dos investimentos e
Variação dos custos operacionais.
Numa situação mais objetiva, onde estariam definidos o operador (e seu custo de
capital) e a locação do empreendimento (e os riscos correspondentes), não haveria
necessidade de modelar a taxa de desconto. Considerando que convém manter a
generalidade do estudo, entretanto, a taxa de desconto foi feita variar em torno do caso
base (onde foi adotada a taxa de 12%) desde 8% um valor baixo, correspondente a um
custo de capital baixo e baixo risco até 20% um valor alto em se tratando da
indústria de mineração. Resulta uma distribuição para ajuste próxima a uma distribuição
lognormal (ver Figura 69).
É importante notar que uma parcela expressiva das reservas de níquel existentes,
especialmente de níquel laterítico, está situada em países com alto risco soberano (ver
Figura 6 e Tabela 1), o que pode levar ao uso de taxas de desconto mais elevadas.
Os preços são, dentre os elementos que interferem no valor, o mais volátil e sobre o
qual os operadores têm menos controle, justificando a sua inclusão na análise. Assim, os
preços do Ni foram feitos variar 18% para baixo e para cima em relação ao valor adotado
para o caso base para os casos mais freqüentes, chegando a uma variação máxima de 45%
77
para o máximo dos máximos (simulado com baixa probabilidade). A volatilidade simulada,
que tem origem na amplitude sugerida por NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit. ver
Tabela 7), é alta, em se tratando de metais básicos, e foi aumentada pela imposição de
simulações do valor máximo dos máximos, mas reflete bem a situação muito volátil por
que passa o mercado de Ni (ver Figura 1). Resulta uma distribuição para ajuste próxima a
uma distribuição lognormal (ver Figura 70).
Os preços do Co foram feitos variar entre 20% para baixo e 20% para cima com relação
ao caso base para os casos mais freqüentes, chegando a uma variação máxima de 50% para
o máximo dos máximos (simulado com baixa probabilidade), conforme justificado nos
comentários sobre o desenvolvimento da Tabela 8. Resulta uma distribuição para ajuste
próxima a uma distribuição lognormal (ver Figura 71).
Dentro do grupo de projetos em engenharia avançada e implementação (mostrados na
Tabela 12), há uma dispersão expressiva dos valores para os orçamentos de investimentos,
refletindo as diferenças nas condições de implementação a maior parte delas, quanto à
infra-estrutura disponível. Assim, o valor dos investimentos foi feito variar desde 20% para
baixo e até 25% para cima do valor de referência para o caso base. Numa situação em que
a locação do investimento e, portanto, as condições de infra-estrutura estivessem mais
bem-definidas, este intervalo poderia ser mais estreito. Resulta uma distribuição para ajuste
que é triangular (ver Figura 72).
Os custos operacionais foram feitos variar entre -32% e +14% em torno do caso base
para os casos mais freqüentes e até +36% através da imposição de um valor máximo dos
máximos (com baixa probabilidade) para as simulações, refletindo a variação das
condições de operação entre produtores diferentes. Deve-se notar, ainda, que parte da
dispersão dos custos operacionais é devida às diferenças quanto aos créditos relativos à
produção de Co. Resulta uma distribuição para ajuste próxima a uma distribuição
lognormal (ver Figura 73).
Assim sendo, o conjunto de parâmetros utilizados e as faixas de variação
experimentadas nas simulações são aqueles mostrados na Tabela 18, onde se mostra
também as probabilidades de ocorrência atribuídas a cada caso:
78
Tabela 18: Parâmetros para a Análise de Sensibilidade.
parâmetro taxa de desconto preços do Ni preços do Co ajuste dos
investimentos
custos operacionais
unidade (USD/lb) (USD/lb) (%, USD/lba) (USD/lb)
min
caso
base
M
MM
min
caso
base
M
MM
min
caso
base
M
MM
min
caso
base
M
min
caso
base
M
MM
valor de entrada
para a
modelagem
8%
12%
15%
20%
$4,5
$5,5
$6,5
$8,0
$8,0 $10,0 $12,0 $15,0
23%
53%
89%
$1,5
$2,2
$2,5
$3,0
média
ponderada da
distribuição de
entrada
13%
$5,8
$10,5
55%
indicador a
45 000 tpa Ni
$16
$20
$25
probabilidade
simples
10%
60%
20%
10%
15%
60%
15%
10%
15%
60%
15%
10%
25%
50%
25%
10%
60%
20%
10%
probabilidade
acumulada
10%
70%
90%
100%
15%
75%
90%
100%
15%
75%
90%
100%
25%
75%
100%
10%
70%
90%
100%
média da
distribuição
modelada
11%
$5,3
$9,6
$19
$2,0
legenda
min mínimo
M máximo
MM máximo dos máximos
79
Outros aspectos poderiam ter sido incluídos na análise de sensibilidade, tais como
fatores que conduzissem a uma medida do risco tecnológico presente nas operações em
estudo e que se reflete, principalmente, na proporção da capacidade nominal que é atingida
e no ritmo verificado para que esta proporção se materialize (ritmo do ramp-up). Conforme
comentado na introdução da seção 6.6.1, entretanto, o método que foi utilizado para
desenvolver o plano de aproveitamento e, por conseqüência, a estimativa de desempenho
(seções 6.4 e 6.5 ), é muito interativo e não permitiria o uso das simulações automáticas
através da técnica de Monte Carlo. Avalia-se que essa limitação não tem maiores
implicações na escolha da escala de produção.
O consumo específico de ácido sulfúrico, que responde por 25% a 30% dos custos
operacionais, também não foi feito variar em função de que as variações dos custos
operacionais simuladas comportam uma variação dos custos operacionais relacionados
com o consumo de ácido e de que o peso da construção da fábrica de ácido nos custos de
investimento é de 8% pouco expressivo diante das variações simuladas dos custos de
investimentos. Uma variação neste parâmetro apenas teria, portanto, baixo impacto na
escolha da escala de produção.
Deve-se considerar, também, que o uso de um conjunto muito grande de variáveis para
a análise de sensibilidade leva à perda do foco quanto ao objetivo do estudo, que é a
definição da capacidade.
A partir das distribuições das variáveis de entrada definidas na Tabela 18,
estabeleceram-se as distribuições para simulação que melhor as representassem, utilizando-
se, inicialmente, programa comercial (Bestfit. PALISADE, 2000), e procedendo-se ajustes
posteriores. Os resultados do ajuste das distribuições de entrada são discutidos na
apresentação da Figura 69 à Figura 73 no Apêndice 3.
Procurou-se o melhor ajuste para o conjunto dos pontos da curva de distribuição de
freqüência acumulada crescente, com foco na aderência a 20% da freqüência acumulada, à
mediana e a 80% da freqüência acumulada. Considerando que, com exceção da
distribuição adotada para o ajuste dos investimentos, todas as distribuições são
assimétricas, a aderência à média é pouco importante, escolhendo-se a mediana como
referência. A existência de um valor máximo dos máximos, na maior parte dos casos,
80
levou a um pequeno viés, que impacta em pequena medida a taxa de desconto e os valores
extremos de ajuste dos investimentos, o que foi considerado pouco relevante para o
objetivo do estudo.
Os detalhes do ajuste das distribuições de entrada utilizadas são mostrados no
Apêndice 3.
81
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos a partir do modelo estabelecido na seção 6.5 e na seção 6.6 são
apresentados na ordem seguinte:
Resultados para a escala de 45 000 tpa Ni;
Variação da escala de produção e
Análise de sensibilidade.
Os resultados para a escala de 45 000 tpa Ni (mostrados na seção 7.1 ) permitem
discutir o perfil do empreendimento e o desempenho com relação à escala para a qual há
maior aderência com respeito aos dados de entrada da literatura citada.
Em seguida, são apresentados os resultados obtidos com a variação da escala de
produção (na seção 7.2 ), onde o foco da discussão está nas diferenças de desempenho do
empreendimento ao se fazer variar a escala de produção. Nesta seção são, ainda,
contrastados os resultados obtidos com e sem a aplicação de financiamento através de
recursos de terceiros (seção 7.2.1) para as várias escalas estudadas.
Na seção 7.3 , mostra-se a análise de sensibilidade: um primeiro exercício é feito com a
modelagem de um depósito de maior tamanho e mais rico (na seção 7.3.1) e, em seguida,
apresentam-se os parâmetros de modelagem e os resultados obtidos a partir de simulações
através da técnica de Monte Carlo (na seção 7.3.2).
82
7.1 Resultados Para a Escala de 45 000 tpa Ni
A seqüência de gráficos entre a Figura 33 e a Figura 37 mostra os principais parâmetros
utilizados na avaliação do depósito para a escala de 45 000 tpa Ni.
A Figura 33 mostra o perfil de produção do empreendimento e a evolução dos custos
unitários:
0
5,000
10,000
15,000
20,000
25,000
30,000
35,000
40,000
45,000
50,000
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
34
37
40
43
46
49
52
55
1000 tpa Ni
$0.00
$0.50
$1.00
$1.50
$2.00
$2.50
$3.00
$3.50
$4.00
$4.50
$5.00
USD/lb
Ni Produzido
Co Produzido
USD/lb
Figura 33: Produção de Ni e Co Metálico e Custos Unitários.
83
A Figura 34 mostra os elementos dos fluxos de caixa antes dos impostos:
($1,400)
($1,200)
($1,000)
($800)
($600)
($400)
($200)
$0
$200
$400
$600
$800
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
34
37
40
43
46
49
52
55
USD M/a
($8.00)
($6.00)
($4.00)
($2.00)
$0.00
$2.00
$4.00
USD/lb
faturamento investimentos + sustaining + capital de giro custos US$/lb
Figura 34: Elementos dos Fluxos de Caixa Antes do Impostos.
Conforme mostrado na Figura 33 e na Figura 34, após o período de implantação e
ramp-up, o empreendimento apresenta duas fases distintas em termos da produção e, por
conseqüência, do faturamento e dos custos operacionais: enquanto há alimentação das
unidades basais ricas, a produção é de 45 000 tpa Ni, o faturamento é de USD 610 milhões
anuais e os custos antes dos créditos com o Co se situam, por construção, em USD 2,0 / lb
Ni; a partir do ano 39, com o esgotamento do material mais rico, a alimentação é feita com
a limonita mais pobre e a produção cai num patamar próximo a 16 000 tpa Ni, resultando
um faturamento de USD 233 milhões anuais e os custos operacionais crescem para
USD 3,6 / lb Ni.
Como os custos de processo, exceto aqueles do refino, dependem da tonelagem
alimentada na usina e esta se mantém entre a primeira fase e a segunda fase da vida do
empreendimento, as operações unitárias se dão sobre material muito mais pobre na
segunda fase de operação em comparação com a primeira fase, o que afeta o desempenho
do empreendimento nesta segunda fase, mas, por outro lado, posterga os riscos
conseqüentes da operação a teores mais baixos e custos mais altos.
84
Este é um perfil característico de operações com a lavra alavancada por teores e uma
análise mais acurada sobre a viabilidade e os riscos da operação na segunda fase pode ser
feita a partir de foco específico nesta fase.
A Figura 35 mostra os fluxos de caixa simples e acumulados antes dos impostos:
($1,000)
($800)
($600)
($400)
($200)
$0
$200
$400
$600
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
34
37
40
43
46
49
52
55
USD M/a
fluxo de caixa antes dos impostos
fluxos de caixa simples
($4,000)
($2,000)
$0
$2,000
$4,000
$6,000
$8,000
$10,000
$12,000
$14,000
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
34
37
40
43
46
49
52
55
USD M
fluxo de caixa antes dos impostos
acumulação dos fluxos de caixa
Figura 35: Fluxos de Caixa Antes dos Impostos.
A contribuição dos fluxos de caixa a partir do ano 39, quando a usina passa a ser
alimentada apenas com a limonita vermelha (ver Figura 22), é muito marginal, mormente
em se considerando os efeitos da taxa de desconto: o total acumulado dos fluxos de caixa
85
livres descontados entre o ano 39 e o ano 56 (ver Figura 37) é de apenas USD 6 milhões.
Eliminando-se o efeito dos descontos, entretanto, os fluxos de caixa livres são de
USD 1 102 milhões (média de USD 61 milhões anuais), o que justifica a continuidade da
operação.
O investimento na reforma da usina no ano 48 foi estimado em USD 353 milhões um
valor elevado a ser empregado próximo ao final da vida do empreendimento, mas que
permite a recuperação de USD 569 milhões, o que pode ser melhor definido através de
análise específica.
($1,000)
($800)
($600)
($400)
($200)
$0
$200
$400
$600
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
34
37
40
43
46
49
52
55
USD M/a
fluxo de caixa antes dos impostos impostos
Figura 36: Fluxos de Caixa Antes dos Impostos e Impostos.
Tendo em conta que toda a produção é exportada, o empreendimento é isento do
pagamento do ICMS sobre as vendas, da Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (COFINS) e das contribuições para o Programa de Integração Social
(PIS), mas há pagamento de Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas na proporção de 25%
sobre o lucro líquido, considerado os descontos e deduções justificados (seção 6.5.5), da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) na proporção de 12% do lucro líquido
antes do imposto de renda e da Compensação Financeira pela Exploração dos Recursos
Minerais (CFEM), na proporção de 2% sobre o faturamento, deduzidos os tributos,
transporte e seguros.
86
Não há pagamento de imposto de renda até o ano 8, quando termina a compensação dos
prejuízos acumulados relativos ao investimento inicial; ainda assim, incide a CFEM, que é
computada sobre o faturamento, no valor de cerca de USD 12 milhões anuais.
O valor presente dos impostos descontados a 12% é de USD 333 milhões,
correspondente a 54% da geração de renda do empreendimento (valor presente líquido
mais impostos). O valor presente líquido é de USD 283 milhões. A relação entre estes
indicadores cai com o aumento da escala, isto é, os impostos são regressivos, estimulando
a implementação a maiores escalas de produção.
87
A Figura 37 mostra a distribuição dos fluxos de caixa livres:
($1,000)
($800)
($600)
($400)
($200)
$0
$200
$400
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
34
37
40
43
46
49
52
55
USD M/a
fluxo de caixa livre
fluxos de caixa simples
($2,000)
$0
$2,000
$4,000
$6,000
$8,000
$10,000
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
34
37
40
43
46
49
52
55
USD M
fluxo de caixa livre
acumulação dos fluxos de caixa
Figura 37: Fluxos de Caixa Livres para 45 000 tpa Ni.
Considerando o tempo de implantação e o perfil de ramp-up empregados, que
consomem 5 anos, o tempo de maturação é longo, sendo que os investimentos passam a ser
recuperados a partir do ano 11 (ano 8 a partir da operação), o que implica riscos quanto às
estimativas de receitas e custos, que têm de ser feitas muito adiante da realização dos
eventos correspondentes.
88
7.2 Variação da Escala de Produção
A Tabela 19 mostra os principais indicadores de desempenho para as escalas estudadas:
Tabela 19: Resumo dos Indicadores para as Várias Escalas.
parâmetro unidade legenda escala
Ni produzido tpa Ni
45 056
60 075
120 349
200 582
300 873
Co produzido tpa Co
2 877
3 836
7 674
12 790
19 185
preço Ni USD/lb $5,50
preço Co USD/lb $10,00
faturamento 1
a
fase USD M/ano
$610
$813
$1 628
$2 713
$4 070
faturamento 2
a
fase USD M/ano
$233
$310
$621
$1 035
$1 546
investimentos USD M/soma ($2 165) ($2 599)
($4 055) ($5 632)
($7 315)
investimentos em reposição USD M/soma ($1 400) ($1 232)
($594) ($86)
($28)
investimentos + reposição +
capital de giro
USD M/soma ($3 564) ($3 832)
($4 649) ($5 718)
($7 343)
VPI USD M/soma ($1 832) ($2 199)
($3 380) ($4 592)
($5 929)
custos operacionais
lavra USD/t
$2,88
$2,65
$2,31
$2,17
$2,09
custos de beneficiamento USD/t
beneficiada
$0,49
$0,49
$0,49
$0,49
$0,48
custos de processamento (ex-
ácido)
USD/t
alimentada
$21,52
$19,26
$15,76
$14,47
$13,84
custos do ácido USD/t ácido
$31,32
$30,67
$29,84
$29,32
$29,04
beneficiamento +
hidrometalurgia
USD/t
$53,33
$50,42
$46,09
$44,28
$43,36
custos de comercialização e
refino
USD/t Ni
$817,41
$751,72
$656,43
$615,01
$594,07
custos USD M/ ano ($193) ($238)
($418) ($658)
($957)
opex / 1a fase USD/lb
$1,95
$1,80
$1,58
$1,49
$1,44
opex / 2a fase USD/lb
$3,55
$3,25
$2,78
$2,61
$2,52
despesas operacionais/soma USD M/ soma
($12 182) ($11 774)
($11 573) ($12 226)
($13 656)
receitas / despesas
financeiras
USD M/ soma
($470) ($506)
($610) ($758)
($988)
fluxo de caixa antes dos
impostos/soma
USD M/ soma
$11 593
$11 964
$12 061
$11 028
$9 600
impostos/soma USD M/ soma
($3 224) ($3 446)
($3 386) ($3 130)
($2 739)
fluxo de caixa livre/soma USD M/ soma
$7 903
$8 518
$8 675
$7 897
$6 862
valor presente do fluxo de
caixa livre
USD M
$283
$580
$1 363
$1 677
$1 619
taxa interna de retorno 14,6% 16,7%
20,8% 22,2%
21,8%
período de retorno anos 9,9 8,9
7,1 6,3
5,8
eficiência de capital 0,
15
0,26
0,40
0,37
0,27
Cabe, inicialmente, um comentário sobre a extensão do período utilizado para a análise
dos fluxos de caixa estimados: é reconhecido que o cômputo dos fluxos de caixa ao longo
de períodos muito longos não agrega informação na decisão para os casos usuais e por isso
é pouco usado o que não implica que o uso esteja errado em qualquer contexto. As
89
principais razões práticas para que a extensão da análise seja limitada a períodos
mais curtos são que a incerteza é muito grande e o efeito dos fatores de desconto é muito
alto nos períodos tardios. Considerando a taxa de desconto do caso base 12% os
fatores de desconto se comparam com a imprecisão dos estudos cerca de 15% a 20%
para estudos de pré-viablidade a partir do ano 20 a 14, respectivamente, o que definiria
a extensão dos períodos de análise nestas condições.
No caso em questão, o objetivo é a definição da capacidade recomendável a partir do
contraste entre os parâmetros de desempenho para as várias escalas de produção, o que
coloca problemas específicos. A vida útil do empreendimento para diferentes escalas é
muito distinta: desde 53 anos para a escala de 45 000 tpa Ni até 9 anos para
300 000 tpa Ni, o que remete às questões da comparação de desempenho de
empreendimentos com diferentes vidas úteis e da possibilidade de re-investimento ao
mesmo desempenho, dentre outras, o que foge ao objeto de estudo.
De outra parte, o uso do conceito de lavra alavancada por teores implica que a operação
apresente fases distintas, sendo que, dada a diferença de capacidade entre as fases e a vida
residual do empreendimento após as reformas, a extensão e o impacto das reformas da
usina é diferente para cada alternativa de escala. A Figura 38 mostra o perfil do
empreendiamento para a escala de 120 000 tpa Ni que pode ser comparado ao desempenho
para a escala de 45 000 tpa Ni, mostrado na Figura 34, por exemplo.
($3,000)
($2,500)
($2,000)
($1,500)
($1,000)
($500)
$0
$500
$1,000
$1,500
$2,000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MUS$/a
($10.00)
($8.00)
($6.00)
($4.00)
($2.00)
$0.00
$2.00
$4.00
US$/lb
faturamento investimentos + sustaining + capital de giro custos US$/lb
Figura 38: Elementos dos FCs Antes dos Impostos para 120 000 tpa Ni.
90
Considerados estes aspectos, a melhor saída encontrada para as comparações
necessárias a fim de definir a capacidade ótima foi a extensão dos períodos de análise ao
longo de toda a vida útil correspondente a cada escala de produção, o que prescinde o uso
de fluxos equivalentes e ferramentas assemelhadas, atendendo ao objetivo do estudo e
simplificando o tratamento. A seqüência de gráficos mostrados entre a Figura 39 e a
Figura 42 mostra os fluxos de caixa livres para as opções de escala entre 60 000 tpa Ni e
300 000 tpa Ni e ajuda a esclarecer melhor o problema.
91
($1,200)
($1,000)
($800)
($600)
($400)
($200)
$0
$200
$400
$600
1
3
5
7
9
11
13
15
17
19
21
23
25
27
29
31
33
35
37
39
41
43
MUS$/a
fluxo de caixa livre
($2,000)
($1,500)
($1,000)
($500)
$0
$500
$1,000
$1,500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MUS$/a
fluxo de caixa livre
Figura 39: Fluxos de Caixa Livres para 60 000 tpa Ni. Figura 40: Fluxos de Caixa Livres para 120 000 tpa Ni.
($2,500)
($2,000)
($1,500)
($1,000)
($500)
$0
$500
$1,000
$1,500
$2,000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
MUS$/a
fluxo de caixa livre
($4,000)
($3,000)
($2,000)
($1,000)
$0
$1,000
$2,000
$3,000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
MUS$/a
fluxo de caixa livre
Figura 41: Fluxos de Caixa Livres para 200 000 tpa Ni. Figura 42: Fluxos de Caixa Livres para 300 000 tpa Ni.
92
A Figura 43 mostra o volume dos investimentos para as várias escalas de produção
estudadas:
($2,165)
($2,599)
($4,055)
($5,632)
($7,315)
($8,000)
($7,000)
($6,000)
($5,000)
($4,000)
($3,000)
($2,000)
($1,000)
$0
0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000
escala (tpa Ni)
investimentos (USD M)
investimentos investimentos em reposição investimentos + sustaining + capital de giro VPI
Figura 43: Investimentos vs. Escala Caso Base.
Os investimentos iniciais para as escala de 45 000 tpa Ni e 60 000 tpa Ni são da ordem
de USD 2,2 bilhões e USD 2,6 bilhões, respectivamente, valores elevados no contexto da
indústria de mineração. Para a escala de 120 000 tpa Ni, os investimentos são da ordem de
USD 4,1 bilhões, valores já muito elevados para uma única operação, tendo em conta os
riscos envolvidos. Para as escalas de 200 000 tpa Ni e 300 000 tpa Ni, o parâmetro atinge
USD 5,6 bilhões e USD 7,3 bilhões, respectivamente; estes valores não são encontrados na
indústria, o que limita, na prática, a escala de produção, conforme comentários feitos na
seção 6.2 .
Para efeito de contextualização do valor dos investimentos, deve-se ter em conta as
informações da indústria sobre os projetos em estudos mais avançados e implementação
(mostrados na Tabela 12): os projetos de lixivação ácida sob pressão em implementação,
Ravensthorpe e Goro, têm orçamentos de USD 2,8 bilhões e USD 3,2 bilhões,
respectivamente. A mediana da capacidade da relação dos projetos em desenvolvimento
93
mostradas na Tabela 1 é 45 000 tpa Ni e não se encontra qualquer projeto em escala
superior a 60 000 tpa Ni como mostrado na Figura 17.
Os investimentos em reposição têm um comportamento que reflete a duração do
empreendimento, conforme discutido na apresentação da Tabela 14 e comentários
posteriores, e resultam economias expressivas para as escalas maiores, em função de a vida
útil ser menor.
A Figura 44 mostra a relação entre os custos operacionais detalhados e a escala de
produção:
$0.00
$10.00
$20.00
$30.00
$40.00
$50.00
$60.00
0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000
escala (tpa Ni)
custos operacionais (USD/t)
beneficiamento + hidrometalurgia custos do ácido custos de processamento (ex- ácido)
custos de beneficiamento custos de lavra e remanejamento
Figura 44: Custos Operacionais Detalhados vs. Escala Caso Base.
Como a incidência dos custos fixos é muito alta, 70% dos custos operacionais, exceto
os do ácido sulfúrico, de acordo com o que é estabelecido na seção 6.5.4 (nos comentários
à Tabela 16 e Figura 32), o decréscimo dos custos operacionais com o crescimento da
escala de produção é relativamente pequeno, o que atenua as economias de escala. Assim,
o comportamento dos custos operacionais tem crescimento marginal a escalas maiores,
favorecendo a escolha de escalas maiores até 120 000 tpa Ni e desencorajando a escolha de
escalas maiores daí em diante.
94
A Figura 45 mostra os custos operacionais na primeira e segunda fases e os custos
operacionais ponderados pela quantidade de níquel produzida:
$0.00
$0.50
$1.00
$1.50
$2.00
$2.50
$3.00
$3.50
$4.00
0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000
escala (tpa Ni)
custos operacionais (USD/lb)
opex / 1a fase opex / 2a fase opex / pond
Figura 45: Custos Operacionais por Fase vs. Escala Caso Base.
Os custos operacionais definem a condição de competitividade de uma dada operação
em relação aos demais produtores: em geral, a condição que se busca para novos projetos é
que estes operem no primeiro quartil da distribuição de custos acumulados crescentes, o
que costuma garantir a competitividade da operação mesmo durante as fases de baixos
preços. Na atual fase de preços de níquel muito altos, muitos custos represados estão sendo
executados e a situação está um tanto distorcida. Para o projeto em estudo, foi feita uma
calibração dos custos operacionais de acordo com dados recentes da indústria, conforme
discutido na seção 6.5.2.
Os custos operacionais na primeira fase são, por construção, sempre inferiores a
USD 2,0 / lb Ni. Os custos operacionais na segunda fase são altos em qualquer dos casos
estudados, superiores a USD 2,5 / lb Ni para qualquer das escalas, mas há que se
considerar que, nesta fase, os investimentos iniciais já estão depreciados, de forma que a
95
competitividade não é tão comprometida. Este patamar alto de custos pode impossibilitar
as reformas da usina nos últimos anos de operação do empreendimento, reduzindo a vida.
Considerando a flexibilidade existente, a decisão de reformar a usina, neste contexto, deve
ser tomada na época da necessidade.
A Figura 46 mostra a relação entre o valor presente líquido e a taxa interna de retorno e
a escala de produção:
$0
$200
$400
$600
$800
$1,000
$1,200
$1,400
$1,600
$1,800
0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000
escala (tpa Ni)
VPL (USD M)
0.0%
5.0%
10.0%
15.0%
20.0%
25.0%
TIR
valor presente do fluxo de caixa livre taxa interna de retorno
Figura 46: Valor Presente Líquido e TIR vs. Escala Caso Base.
A análise, tomando-se como parâmetro seja o valor presente líquido, seja a taxa interna
de retorno, indica como recomendável a escala de 200 000 tpa Ni. Entretanto, os
investimentos são muito altos neste último caso e uma análise incremental da taxa interna
de retorno mostra que os ganhos entre 120 000 tpa Ni e 200 000 tpa Ni são marginais.
A taxa interna de retorno é de 14,6% para a escala de 45 000 tpa Ni um valor no
limite inferior de aceitação na indústria de mineração . Para uma taxa de barreira (hurdle
rate), mais alta de 20% um pouco alta no contexto da indústria mineira, mas que
96
pode se justificar em condições de maiores riscos , a escala mínima aceitável seria pouco
superior a 100 000 tpa Ni
10
.
Considerando a natureza do estudo, em que não se definiu um operador específico, e,
portanto, seus custos de capital e, de certa maneira, a locação do empreendimento (definida
apenas para efeito de taxação) e, assim, o perfil de risco ligado à localização do
empreendimento, o valor presente líquido, isoladamente, é um parâmetro que pouco
esclarece para a decisão sobre a escala a adotar no empreendimento.
10
É reconhecido que fluxos que apresentam mais de uma mudança de sinal ao longo do tempo conforme é
o caso para os fluxos de caixa livres para as opções de 45 000 tpa Ni e 60 000 tpa Ni, que apresentam
mudanças em duas oportunidades, ver Figura 37 e Figura 39 , podem ter mais de uma taxa interna de
retorno, o que pode levar a erros quando este parâmetro é usado isoladamente como critério de escolha entre
alternativas.
Neste estudo, computou-se apenas uma das taxas de retorno do projeto. Não se pesquisou a existência das
demais taxas internas de retorno que poderiam existir ou se procedeu o cômputo da taxa média para estes
casos, o que se avaliou não prejudica a comparação do desempenho entre as diferentes alternativas de escala.
Ainda, deve ser comentado que a taxa interna de retorno não foi usada como indicador isolado, tendo sido
combinada com os demais indicadores de desempenho e os resultados são coerentes.
97
A análise através da eficiência do uso do capital, mostrada na Figura 47, esclarece
melhor a situação:
-
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000
escala (tpa Ni)
eficiência de capital
0.0%
5.0%
10.0%
15.0%
20.0%
25.0%
TIR
eficiência de capital taxa interna de retorno
Figura 47: Eficiência de Capital e TIR vs. Escala Caso Base.
Tendo em conta a situação indefinida quanto ao operador e locação do
empreendimento, a eficiência de capital é o fator mais decisivo para a escolha da escala
recomendável, na medida em que permite medir a geração de valor para os acionistas a
partir do capital empregado e não depende da definição de outros parâmetros (como o
custo de capital, por exemplo, necessário para uma avaliação conclusiva a partir do valor
presente líquido). Considerando a eficiência de capital, a escala recomendável é de
120 000 tpa Ni. Valem os comentários feitos na análise da Figura 46, de que o acréscimo
da taxa de retorno entre 120 000 tpa Ni e 200 000 tpa Ni é marginal.
98
A Figura 48 mostra as relações entre o período de retorno e a escala de produção:
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
10.0
12.0
0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000
escala (tpa Ni)
período de retorno (anos)
período de retorno
Figura 48: Período de Retorno e Taxa Int. de Ret. vs. Escala Caso Base.
Em todos os casos, o período de retorno é muito elevado, revelando o perfil de alto
risco do empreendimento, uma vez que é necessário prever o comportamento de certas
variáveis notadamente aquelas ligadas às condições de mercado com muita
antecedência em relação ao retorno dos investimentos. A queda do indicador para escalas
acima de 120 000 tpa Ni é pouco expressiva, encorajando a escolha de escalas abaixo deste
valor.
99
7.2.1 Efeito da Alavancagem Financeira
A Tabela 20 mostra os principais indicadores para os casos base das escalas estudadas,
contrastando os parâmetros para os casos sem financiamento e com financiamento dos
investimentos iniciais e de reposição, segundo o estabelecido na seção 6.5.6:
Tabela 20: Efeitos do Financiamento.
referência / escala
1000 tpa Ni
45
60
120
200
300
sem
financiamento
$20
$248
$844
$970
$698
valor presente
líquido a 12%
(M USD) com
financiamento
$283
$580
$1,363
$1,677
$1,619
sem
financiamento
12.1%
13.5% 16.0% 16.1%
14.8%taxa interna de
retorno
com
financiamento
14.6%
16.7% 20.8% 22.2%
21.8%
sem
financiamento
0.01
0.11
0.25
0.21
0.12
eficiência de
capital
com
financiamento
0.15
0.26
0.40
0.37
0.27
A alavancagem financeira, que se traduz pela melhoria dos indicadores de desempenho
do empreendimento em se comparando as alternativas com investimentos a partir de
recursos próprios e a partir de recursos de terceiros, advém das conseqüências das
diferenças entre a taxa de desconto destes fluxos e as taxas de juros dos financiamentos
(mais baixas que a taxa de desconto) e dos benefícios fiscais auferidos em função de que os
fluxos de pagamento do financiamento são considerados como custos para efeito do
cômputo do imposto de renda a pagar. Assim, quanto maior a diferença entre a taxa de
desconto (12% para o caso base) e a taxa efetiva de juros praticada (de 6.5% a.a., sobre a
qual há que se considerar a carência do financiamento, de 3 anos, e o período de
amortização, de 5 anos), maiores os efeitos da alavancagem.
De outra parte, respeitados os limites de endividamento aceitáveis pelo mercado, os
riscos podem ser distribuídos entre o empreendedor e a instituição financeira, sem prejuízo
do custo de capital da empresa e a distribuição dos fluxos de caixa é menos volátil.
100
Considerando os valores dos investimentos envolvidos em quaisquer dos cenários
apresentados, um empreendimento como o estudado só pode ser desenvolvido por
empresas de grande porte, que têm acesso a crédito e trabalham com recursos de terceiros
em situações como a estudada. Assim, embora se possa medir os efeitos da alavancagem
através dos dados da Tabela 20, na prática, não se coloca a decisão entre financiar ou não.
7.3 Análise de Sensibilidade
Tendo em conta as limitações dos procedimentos utilizados como discutido na
introdução da seção 6.6 , a análise de sensibilidade foi feita em duas etapas: na primeira
etapa, cujos resultados são mostrados na seção 7.3.1, foi feita a variação do tamanho do
depósito e do teor de alimentação em relação ao caso base, mantendo-se as demais
condições constantes. Na segunda etapa, cujos resultados são mostrados na seção 7.3.2,
foram utilizadas simulações através da técnica de Monte Carlo.
7.3.1 Variação do Tamanho do Depósito e do Teor de Alimentação
A parametrização para a variação do tamanho do depósito foi feita como reportado na
seção 6.6.1.
101
A Figura 49 mostra a comparação entre os custos operacionais por fase e ponderados
pela produção de Ni para as duas alternativas, para as várias escalas estudadas:
$0.00
$0.50
$1.00
$1.50
$2.00
$2.50
$3.00
$3.50
$4.00
0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000
opex / 1a fase opex / 1a fase 16 opex / 2a fase opex / 2a fase 16 opex / pond opex / pond 16
Figura 49: Custos Operacionais por Fase vs. Escala — Variação do Teor.
As variações dos custos unitários são quase proporcionais às variações dos teores de
alimentação: para uma variação do teor de alimentação na fase de alta produção (1a fase)
de 26% (os teores de alimentação são de 1,27% Ni e 1,59% Ni, respectivamente), as
variações dos custos operacionais são da ordem de 20% para as escalas menores a 23%
para as escala maiores.
As variações observadas melhoram a posição de competitividade do empreendimento
em comparação com a concorrência, mas a alteração do teor de alimentação nas
proporções simuladas não altera a decisão por uma escala de produção ou outra.
Mais que isto, o comportamento estimula o uso do conceito de lavra alavancada por
teores ou de beneficiamento do minério antes da metalurgia (ver comentários no
capítulo 5), em sendo possível fazê-lo a uma perda de recuperação aceitável.
102
A Figura 50 mostra a comparação entre o valor presente líquido e a taxa interna de
retorno para as duas alternativas, para as várias escalas estudadas:
$0
$500
$1,000
$1,500
$2,000
$2,500
$3,000
$3,500
0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000
VPL (USD M)
0.0%
5.0%
10.0%
15.0%
20.0%
25.0%
30.0%
TIR
VPL VPL 16 TIR TIR 16
Figura 50: VPL e TIR vs. Escala Variação do Teor.
A escolha da escala balizada pelo valor presente líquido favorece as escalas maiores
com o aumento do teor de alimentação como o que se simulou, o que é de se esperar. O
comportamento oposto deve ocorrer para uma queda do teor. Todavia, conforme já
comentado na seção 6.2 e nos comentários à Figura 46, as escalas recomendáveis tendo em
conta apenas este parâmetro são muito altas. Interessa notar que as diferenças incrementais
dos indicadores entre escalas diferentes a partir de 120 000 tpa Ni são maiores que as
observadas para o caso base.
A escolha da escala parametrizada pela taxa interna de retorno tem o mesmo
comportamento e valem os mesmos comentários com respeito às escalas recomendadas,
embora as diferenças incrementais entre a taxa interna de retorno sejam maiores que as
observadas na Figura 46.
103
A Figura 51 mostra a comparação entre a eficiência de capital e a taxa interna de
retorno para as duas alternativas, para as várias escalas estudadas:
-
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
0.70
0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000
escala (tpa Ni)
eficiência de capital
0.0%
5.0%
10.0%
15.0%
20.0%
25.0%
30.0%
TIR
eficiência de capital ef cap 16 taxa interna de retorno TIR 16
Figura 51: Eficiência de Capital e TIR vs. Escala Variação do Teor.
A escolha da escala balizada pela eficiência de capital também mostra o
comportamento observado em favor das escalas maiores, mas não o mesmo contraste entre
alternativas observado para o caso base a escala recomendável neste caso seria de
200 000 tpa Ni, mas os ganhos incrementais entre 120 000 tpa Ni e 200 000 tpa Ni são
muito pouco expressivos.
O período de retorno não é sensível à variação do teor de alimentação, sendo reduzido
(ou aumentado) de forma insignificante para os teores maiores (ou menores).
7.3.2 Simulações pela Técnica de Monte Carlo
Os parâmetros para a análise de sensibilidade pela técnica de Monte Carlo foram
estabelecidos conforme reportado na seção 6.6.2, estudando-se a variação dos seguintes
parâmetros: taxa de desconto, preços do Ni, preços do Co, variação do volume dos
investimentos e variação dos custos operacionais.
104
Os resultados encontrados são mostrados e discutidos na apresentação das Figura 52 a
Figura 59:
A Figura 52 mostra a variação do valor presente líquido em função da variação dos
parâmetros de entrada, mostrando a relevância de cada um dos fatores para as escalas
estudadas. Os valores são apresentados em ordem crescente das escalas de produção
estudadas (isto é, o conjunto de barras para cada parâmetro é mostrado para as escalas de
45 000 tpa Ni, 60 000 tpa Ni, 120 000 tpa Ni e 200 000 tpa Ni, nesta ordem):
coeficientes de correlação para o valor presente do fluxo de caixa livre
-100% -80% -60% -40% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100%
preços do Ni (US$/lba)
taxa de desconto
ajuste dos investimentos
ajuste dos custos
operacionais
preços do Ni (US$/lba)
Figura 52: Diagrama de Tornado para o Valor Presente Líquido.
Em primeiro lugar, não há variações muito expressivas dos resultados na medida em
que se variam as escalas de produção. Portanto, a análise de sensibilidade, embora permita
estabelecer cenários, contribui pouco para a definição de escala do empreendimento.
Os fatores de maior impacto sobre a variação do valor presente líquido são, pela ordem:
as variações dos preços do Ni muito maiores que as variações em relação aos demais
parâmetros , da taxa de desconto, dos custos operacionais, dos ajustes dos investimentos
e dos preços do Co. Inverteu-se a apresentação dos ajustes dos investimentos e dos custos
operacionais porque estes fatores têm importância inversa na volatilidade dos demais
105
parâmetros, como será mostrado na apresentação das Figura 53 eFigura 54. As diferenças
entre as influências são pequenas e não comprometem a discussão.
A volatilidade do valor presente líquido com relação às variações dos preços de Ni e Co
é crescente com a escala de produção. As diferenças são pequenas, mas, se levadas em
conta, conduzem à escolha de escalas menores, que, se escolhidas, permitem maior
previsibilidade.
A volatilidade do valor presente líquido em relação à variação da taxa de desconto
decresce com a escala de produção, o que é um comportamento esperado em função de que
a vida do empreendimento diminui com o aumento da escala. As diferenças para as escalas
mais realistas são pequenas, mas, se levadas em conta, conduzem à escolha de escalas
maiores, onde o risco se distribui por um período de tempo menor.
A volatilidade do valor presente líquido em relação às variações dos custos
operacionais e ao ajuste dos investimentos não é sensível à variação da escala de produção.
Como os resultados para diferentes variáveis levam à escolha de escalas diferentes,
embora sua aplicação seja bem estabelecida como critério para decisão econômica, a
análise da variabilidade do valor presente líquido isoladamente pouco define com relação à
escolha da escala de produção.
106
A Figura 53 mostra a variação da taxa interna de retorno em função da variação dos
parâmetros de entrada, mostrando a relevância de cada um dos fatores para as escalas
estudadas. Os valores são apresentados em ordem crescente das escalas de produção
estudadas (isto é, o conjunto de barras para cada parâmetro é mostrado para as escalas de
45 000 tpa Ni, 60 000 tpa Ni, 120 000 tpa Ni e 200 000 tpa Ni, nesta ordem):
coeficientes de correlação para a taxa interna de retorno
-100% -80% -60% -40% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100%
preços do Ni (US$/lba)
taxa de desconto
ajuste dos investimentos
ajuste dos custos
operacionais
preços do Ni (US$/lba)
Figura 53: Diagrama de Tornado para a Taxa Interna de Retorno.
O comportamento da variação da taxa interna de retorno face às variações de escala e
dos parâmetros de entrada não mostra qualquer tendência digna de nota.
107
A Figura 54 mostra a variação da eficiência de capital em função da variação dos
parâmetros de entrada, mostrando a relevância de cada um dos fatores para as escalas
estudadas. Os valores são apresentados em ordem crescente das escalas de produção
estudadas (isto é, o conjunto de barras para cada parâmetro é mostrado para as escalas de
45 000 tpa Ni, 60 000 tpa Ni, 120 000 tpa Ni e 200 000 tpa Ni, nesta ordem):
coeficientes de correlação para a eficiência de capital
-100% -80% -60% -40% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100%
preços do Ni (US$/lba)
taxa de desconto
ajuste dos investimentos
ajuste dos custos
operacionais
preços do Ni (US$/lba)
Figura 54: Diagrama de Tornado para a Eficiência de Capital.
As variações da eficiência de capital têm o mesmo comportamento já observado e
discutido quanto às variações do valor presente líquido em relação ao conjunto de
parâmetros que se fez variar e as tendências em relação à escolha de escala são opostas em
se considerando a variação dos preços e da taxa de desconto.
Em resumo, a análise de sensibilidade não permite definir, de forma conclusiva, em
favor de escalas maiores ou menores, ou pela escolha de uma escala de produção em
particular, embora seja útil na medida em que permite estabelecer cenários que levam a
estas conclusões.
A seqüência de gráficos entre a Figura 57 e a Figura 59 mostra os resultados das
simulações para os principais indicadores para as escalas estudadas, representados em
gráficos de distribuição de probabilidades acumuladas crescentes:
108
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
$0.75 $1.00 $1.25 $1.50 $1.75 $2.00 $2.25 $2.50
opex / 1a fase (USD/lb)
freq acum
opex / 1a fase / 45
opex / 1a fase / 60
opex / 1a fase / 120
opex / 1a fase / 200
opex / 1a fase / 300
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
($1,000) $0 $1,000 $2,000 $3,000 $4,000 $5,000
VPL (USD M)
freq acum
VPL / 45
VPL / 60
VPL / 120
VPL / 200
VPL / 300
Figura 55: Custos Operacionais da 1
a
fase (Análise de Sens.). Figura 56: Valor Presente Líquido (Análise de Sensibilidade).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
8% 10% 12% 14% 16% 18% 20% 22% 24% 26% 28% 30% 32% 34%
TIR
freq acum
TIR / 45
TIR / 60
TIR / 120
TIR / 200
TIR / 300
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
(0.20) 0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00
ef cap
freq acum
ef cap / 45
ef cap / 60
ef cap / 120
ef cap / 200
ef cap / 300
Figura 57: Taxa Interna de Retorno (Análise de Sensibilidade). Figura 58: Eficiência de Capital (Análise de Sensibilidade).
109
Os custos operacionais na primeira fase, quando é feita a maior parte do retorno do
capital investido e os teores de alimentação são mais altos, são, em 80% dos casos,
inferiores a USD 2,1/lb, mesmo para a escala de 45 000 tpa Ni, e inferiores a USD 2,0/lb
para 60 000 tpa Ni ou a USD 1,7/lb para 120 000 tpa Ni. Há 80% de chance de que os
custos sejam superiores a USD 1,5/lb para 45 000 tpa Ni, USD 1,4/lb para 60 000 tpa Ni
ou USD 1,2/lb para 120 000 tpa Ni. A competitividade do empreendimento é boa em
qualquer dos casos, melhor para as escalas maiores devido às economias de escala
modeladas.
O valor presente líquido é, na maior parte dos cenários, positivo para qualquer das
escalas. Para 45 000 tpa Ni, há pouco mais de 20% de chance de que o valor presente
líquido seja menor que zero, um risco relativamente alto. Para 60 000 tpa Ni, esta chance é
pouco inferior a 15%, no limite de aceitação no contexto de avaliação de projetos de
mineração. É interessante notar que os ganhos acima de 120 000 tpa Ni são marginais para
qualquer cenário de risco, o que reforça o argumento de que os investimentos em escalas
superiores a esta não se justificam.
Para a escala de 45 000 tpa Ni, a taxa interna de retorno é superior a 15% uma taxa
de barreira muito comum no contexto de avaliação de projetos de mineração , em apenas
35% dos casos, uma proporção muito baixa. Para a escala de 120 000 tpa Ni, este valor é
superado em 85% dos casos, um risco aceitável. Uma taxa de barreira de 20%, agressiva,
mas, por vezes utilizada, é superada em apenas 5% dos casos para a escala de 45 000 tpa
Ni, em apenas 10% dos casos para a escala de 60 000 tpa Ni, e em 45% dos casos para a
escala de 120 000 tpa Ni. É interessante notar que os ganhos acima de 120 000 tpa Ni são,
também, marginais para qualquer cenário de risco, o que reforça o argumento de que os
investimentos em escalas superiores a esta não se justificam.
Valores de referência para a eficiência de capital não são comuns, mas pode-se fazer
uma correlação com o retorno total para o acionista, como foi estabelecido na seção 6.5 .
Um patamar mínimo se situa, então, em 30%, superado em apenas 45% dos casos para
45 000 tpa Ni, 50% dos casos para 60 000 tpa Ni e 65% dos casos para 120 000 tpa Ni.
Levando em conta este parâmetro, também não se justifica a escolha de escalas maiores
que 120 000 tpa Ni em qualquer dos cenários de risco.
110
A Figura 59 mostra os resultados das simulações para o período de retorno para as
escalas estudadas representados em um gráfico de distribuição de probabilidades
acumuladas crescentes:
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
5.0 7.0 9.0 11.0 13.0 15.0
período de retorno (anos)
freq acum
per de ret / 45
per de ret / 60
per de ret / 120
per de ret / 200
per de ret / 300
Figura 59: Período de Retorno (Análise de Sensibilidade).
Os períodos de retorno são, sempre, muito altos. Os períodos de retorno são inferiores a
8 anos (5 anos de operação), valores altos, mas aceitáveis, em apenas 10% dos casos para a
escala de 45 000 tpa Ni, 20% dos casos para 60 000 tpa Ni e 80% dos casos para 120 000
tpa Ni. Uma avaliação específica sob a ótica deste parâmetro para as condições atuais de
mercado poderia ser feita em se considerando preços decrescentes ao invés de preços
constantes, como modelado.
A seqüência de resultados para intervalos escolhidos entre a Figura 60 e a Figura 64
mostra o mesmo conjunto de parâmetros, eliminando-se os extremos e tomando-se
intervalos com maior nível de confiança para as distribuições dos resultados das
simulações. Foram adotados para a análise os pontos correspondentes a 20%, 50%
(mediana) e 80% da freqüência acumulada crescente para cada uma das escalas estudadas:
111
$1.00
$1.25
$1.50
$1.75
$2.00
$2.25
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300
escala (1000 tpa Ni)
opex / 1a fase (USD/lb)
opex / 1a fase (<80%)
opex / 1a fase (50%)
opex / 1a fase (>20%)
($500)
$0
$500
$1,000
$1,500
$2,000
$2,500
$3,000
40 80 120 160 200 240 280
escala (1000 tpa Ni)
VPL (USD M)
VPL (<80%)
VPL (50%)
VPL (>20%)
Figura 60: Custos Operacionais da 1
a
fase (Intervalos Selec.). Figura 61: Valor Presente Líquido (Intervalos Selecionados).
10.0%
12.0%
14.0%
16.0%
18.0%
20.0%
22.0%
24.0%
26.0%
28.0%
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300
escala (1000 tpa Ni)
TIR
TIR (<80%)
TIR (50%)
TIR (>20%)
(0.20)
(0.10)
0.00
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
0.70
0.80
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300
escala (1000 tpa Ni)
ef cap
ef cap (<80%)
ef cap (50%)
ef cap (>20%)
Figura 62: Taxa Interna de Retorno (Intervalos Selecionados). Figura 63: Eficiência de Capital (Intervalos Selecionados).
112
Os custos operacionais da primeira fase são inferiores a USD 2,0 /lb em 80% dos casos
para escalas superiores a 100 000 tpa Ni.
O máximo para o valor presente líquido em 80% dos casos está em 200 000 tpa Ni, e,
em 50% dos casos os ganhos entre 120 000 tpa Ni e 200 000 tpa Ni são marginais.
A taxa interna de retorno tem um comportamento semelhante ao do valor presente
líquido, em 80% dos casos é superior a 20% para escalas superiores a 100 000 tpa Ni.
O máximo para a eficiência de capital para qualquer cenário está em
120 000 tpa Ni.
A Figura 64 mostra os resultados para o período de retorno para os intervalos
escolhidos:
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
9.0
10.0
11.0
12.0
40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300
escala (1000 tpa)
período de retorno (anos)
PPB (<80%)
PPB (50%)
PPB (>20%)
Figura 64: Período de Retorno (Intervalos Selecionados).
O período de retorno é sempre muito alto, é inferior a 8 anos com 80% de confiança
para escalas maiores que 140 000 tpa Ni, e em 50% dos casos é inferior a 8 anos para
escalas superiores a 100 000 tpa Ni. Prevalecem os comentários que foram feitos na
discussão dos resultados mostrados na Figura 59 sobre a melhor forma de estabelecer este
parâmetro com maior precisão através do uso de uma série de preços decrescentes.
113
8 CONCLUSÃO
A análise feita nas seções 7.2 e 7.3 , isoladamente, não permite uma conclusão
definitiva sobre a escolha da escala de produção face às contradições entre o valor
recomendável encontrado para a escala de produção a partir da análise das relações entre
os custos operacionais, o valor presente líquido, a taxa interna de retorno, a eficiência de
capital o período de retorno dos investimentos e a escala de produção e, ainda, face à
limitação de recursos para os investimentos iniciais discutida na seção 6.2 e na seção 7.2 ,
riscos tecnológicos e limitações em relação ao tamanho do mercado.
Embora a análise se restrinja aos parâmetros técnicos que intervêm na escolha da escala
de produção, conforme colocado na introdução ao capítulo 6, esta escolha somente é
definida após a ponderação dos fatores estratégicos intervenientes.
Assim sendo, considerando o disposto no capítulo 7 e, ainda, o porte dos investimentos
necessários em relação à disponibilidade de capital das empresas de mineração
(ver Figura 43, seção 7.2 ) e a quantidade produzida face à dimensão do mercado global
(ver Figura 10 no capítulo 4), a escala de produção recomendada para o empreendimento é
120 000 tpa Ni.
Deve-se considerar, ainda, o estágio de maturação da tecnologia de aproveitamento de
minérios lateríticos de Ni através de lixiviação ácida sob pressão: conforme discutido no
capítulo 5, esta tecnologia envolve um grau de complexidade maior que as condições
usualmente encontradas em mineração e é de aplicação recente, não estando
completamente amadurecida. Como conseqüência, há riscos tecnológicos envolvidos que
são maiores que a média encontrada para outras operações em mineração, mesmo no
aproveitamento de Ni o assunto é abordado, por exemplo, por IMRIE, 2006, op. cit.—.
Outra ponderação que deve ser feita diz respeito à imprecisão na aplicação da (eq. 2)
para a derivação dos custos dos investimentos iniciais para as escalas muito maiores que
40 000 tpa Ni a 60 000 tpa Ni faixa que foi utilizada para derivação dos custos dos
investimentos iniciais . Conforme discutido na seção 6.5.3 nos comentários à Tabela 10,
há uma chance de que os investimentos estimados estejam subavaliados nas escalas a partir
114
de 120 000 tpa Ni e que certas economias pressupostas para as escalas muito grandes
possam não se materializar, o que levaria à recomendação de escala para valores menores.
Ainda, o uso de valores constantes na análise leva a um viés para a escolha de escalas
maiores conforme discutido na nota de rodapé 4 (seção 6.5.1).
A recomendação é reforçada pela simulação do desempenho ao nível mínimo de preços
de Ni estabelecido na seção 7.3.2 (ver Tabela 18 e Figura 70), mantendo os demais fatores
constantes, como mostrado na Figura 65 e na Figura 66:
($300)
($200)
($100)
$0
$100
$200
$300
$400
$500
$600
$700
0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000
escala (tpa Ni)
VPL (USD M)
10.0%
11.0%
12.0%
13.0%
14.0%
15.0%
16.0%
17.0%
TIR
valor presente do fluxo de caixa livre taxa interna de retorno
Figura 65: VPL e TIR vs. Escala Preços do Ni a USD 4,5/ lb.
115
(0.15)
(0.10)
(0.05)
-
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 350,000
escala (tpa Ni)
eficiência de capital
10.0%
11.0%
12.0%
13.0%
14.0%
15.0%
16.0%
17.0%
TIR
eficiência de capital taxa interna de retorno
Figura 66: Eficiência de Cap. e TIR vs. Escala Preços do Ni a USD 4,5/ lb.
A erosão de valor é grande em se comparando com a Figura 46 e Figura 47, mas, uma
vez mais, o valor máximo para a eficiência de capital está em 120 000 tpa Ni e os ganhos
entre 120 000 tpa Ni e 200 000 tpa Ni para o valor presente líquido e a taxa interna de
retorno são marginais. O empreendimento ainda tem indicadores no mínimo do limite de
aceitação, mesmo neste patamar de preços, para as escalas superiores a 60 000 tpa Ni,.
Em outros contextos, tais como para o aproveitamento de cobre e ouro, a abordagem
mais usual para grandes depósitos é delinear reservas e estabelecer os investimentos para a
implementação dos projetos, visando uma vida do empreendimento entre 15 e 20 anos, no
máximo uma escolha que é arbitrária, mas é costumeira. Nestes contextos, porém, as
operações não costumam ser completamente verticalizadas e os valores investidos são
significativamente menores. Adotando-se estes parâmetros para o tamanho de depósito
definido, o valor recomendável de escala seria de 90 000 tpa Ni a 120 000 tpa Ni de
capacidade. Os valores convergem com a conclusão anterior.
Dentre as maiores operações existentes, a Norilsk produz cerca de 240 000 tpa Ni de Ni
em dois complexos (MORGAN, 2005), o que resulta em uma média de 120 000 tpa Ni
para cada complexo. As operações da CVRD Inco em Sudbury têm uma capacidade pouco
maior que 130 000 tpa Ni (HAND, 2006) e as operações da Falconbrigde, também em
116
Sudbury, têm capacidade de cerca de 60 000 tpa Ni (Falconbridge Limited, 2005), as
demais operações de grande porte têm capacidade de cerca de 50 000 tpa Ni, próxima da
capacidade mediana do conjunto de projetos em desenvolvimento e implementação (ver
Tabela 1 e Figura 17). Há que se considerar dois aspectos: as operações maiores citadas
são de aproveitamento de Ni a partir de sulfetos, através de tecnologia bem estabelecida, e
todas as operações foram implementadas a menores capacidades e, posteriormente,
expandidas. Portanto, o contexto de risco é diferente daquele do estudo.
É certo que, havendo recursos suficientes, o empreendimento pode ser implementado a
uma escala de produção menor e, posteriormente, expandido, o que se aborda no
capítulo 8, mas não foi analisado nos estudos presentes.
Adotando esta linha de raciocínio, cabe analisar a escala mínima rentável. Para a
situação do caso base, a escala mínima rentável é de 30 000 tpa Ni, conforme mostram as
extrapolações feitas na Figura 67 e Figura 68.
($600)
($400)
($200)
$0
$200
$400
$600
$800
$1,000
$1,200
$1,400
$1,600
$1,800
$2,000
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
escala (1000 tpa Ni)
VPL (USD M)
8.0%
10.0%
12.0%
14.0%
16.0%
18.0%
20.0%
22.0%
24.0%
TIR
valor presente do fluxo de caixa livre
taxa interna de retorno
Polinômio (taxa interna de retorno)
Polinômio (valor presente do fluxo de caixa
livre)
Figura 67: Escala Mínima — Extrapolação para o VPL e TIR.
117
(0.20)
(0.10)
-
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
escala (1000 tpa Ni)
eficiência de capital
eficiência de capital
Polinômio (eficiência de capital)
Figura 68: Escala Mínima Extrapolação para a Eficiência de Capital.
Para a faixa inferior dos preços de Ni modelados (ver seção 7.3.2, Tabela 18 e Figura
70), as escalas mínimas seriam maiores: 40 000 tpa Ni a 60 000 tpa Ni.
118
9 SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS
Volatilidade dos Parâmetros para a Análise de Sensibilidade
Muito embora a análise de sensibilidade não defina de forma conclusiva a escala de
produção recomendável e os resulados sejam convergentes com os encontrados a partir da
análise do caso base, a análise é uma ferramenta importante para o estabelecimento de
cenários para a tomada de decisão conforme já observado na seção 7.3.2, o que remete à
discussão dos intervalos de variação dos parâmetros incluídos na análise, principalmente os
preços.
Os intervalos para o estabelecimento dos cenários de preços foram obtidos a partir de
resultados do trabalho de NEUDORF e HUGGINS (2004, op. cit.), correspondendo a uma
amplitude de 36% para os casos mais prováveis e até 64% para o extremo superior dos
preços, avaliada como suficiente.
Uma linha de raciocínio simples para esta estimativa é associar a volatilidade do preço
aos estoques de metal disponíveis que, por sua vez, têm de ser estimados , tal como
feito por BRUNETTI e GILBERT (1996). O assunto foi abordado sob esta ótica por
RODRIGUES e RODRIGUES (2006), que estudaram o comportamento recente do
mercado de Ni, mas não fizeram previsão de preços. Considerando que os resultados do
primeiro estudo são muito antigos, uma atualização deve ser feita para o uso da
metodologia em estudos futuros.
O assunto foi, ainda, estudado por SLADE e THILLE (2006), com base em dados da
década de 1990. Este estudo também deve ser atualizado e ajustado para utilização no
futuro.
Etudos envolvendo a volatilidade do projeto não apenas dos preços foram
desenvolvidos por LIMA e SUSLICK (2006a, 2006b), que fizeram aplicações para ouro e
petróleo. A metodologia pode ser adaptada e empregada para operações como a estudada.
119
Aplicação da Teoria das Opções Reais
A metodologia de avaliação de empreendimentos através da análise de estimativas de
fluxos de caixa descontados não captura todos os aspectos resultantes da flexibilidade na
tomada de decisão na implementação e operação de empreendimentos como o estudado.
Embora a definição de capacidade não seja comprometida pelo uso desta metodologia
mais tradicional, existem métodos alternativos que podem enriquecer a análise.
Conforme justificado no texto, o baixo teor de alimentação e a relação entre os custos
de lavra e de processo impõem a aplicação do conceito de lavra alavancada por teores para
o sucesso das operações de aproveitamento de lateritas de níquel por rotas de lixiviação
sob pressão (ver comentários na seção 6.3.1, seção 6.4 , e seção 7.1 ). Os reflexos da
aplicação deste conceito sobre o desempenho da operação são mostrados na Figura 33 e
Figura 34, configurando um perfil do empreendimento que apresenta duas fases distintas
para a operação.
Uma abordagem para a avaliação específica da segunda fase do empreendimento pode
ser feita através da metodologia de avaliação através de estimativas de fluxos de caixa
descontados, focando na segunda fase e considerando-se o desconto dos fluxos de caixa a
partir do início desta, mas não é o melhor enfoque.
Outro problema é a necessidade das reformas da usina, que têm peso expressivo, mas
têm de ser feitas para capturar o valor residual do depósito nos anos mais tardios da
operação (ver comentários na seção 7.1 ).
Ainda, como decorrência do perfil de risco, do porte dos investimentos e das limitações
de capital, as perspectivas de implementação deste tipo de empreendimento a uma escala
menor e expansão posterior para escalas maiores são grandes (ver comentários no
capítulo 8).
Esses aspectos da avaliação da operação podem ser abordados através da metodologia
de avaliação de ativos através da teoria das opções reais (MYERS — 1984, apud AMRAM
e KULATILAKA 1999) tal como estabelecido, por exemplo, em DIXIT e PINDYCK
120
(1994), complementando a análise através da metodologia de estimativa de fluxos de caixa
descontados.
Em qualquer caso, é fundamental que o modelo empregado não seja simplificado de
forma excessiva. O uso do conceito de lavra alavancada por teores e o reconhecimento de
suas relações com o comportamento do sistema mina-planta-refinaria, principalmente no
que tange às restrições de capacidade das unidades do sistema, é fundamental para garantir
a robustez do modelo de simulação. Embora estes sejam os maiores fatores complicadores
do uso de ferramentas de otimização para um caso como o estudado, a análise não pode
prescindir de reconhecer estas relações.
121
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128
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130
Quadro 3: Referências sobre os Depósitos citados à Tabela 1.
Ambatovy SNC Lavalin/Dynatec. Ambatovy Project Madagascar Feasibility Study Executive Summary April 2006 (2006).
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Kalgoorlie
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Musongati
Teores de Co obtidos a partir de ELIAS (2002, op. cit.p. 17).
Nakety-Bogota USGS, 2003 (op. cit.).
131
USGS, 2003 (op. cit.). Pinares de Mayari West
Teores de Co obtidos a partir de ELIAS (2002, op. cit. p. 17).
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Resource Mining Corporation Ltd. Disponível em: <http:// www.resmin.com.au/getnews/2414831062/0.pdf > Acesso em: 31 mai. 2006.
132
Apêndice 1 : Aplicação da Legislação Sobre Taxação
Quadro 4: Aplicação da Legislação sobre Taxação.
imposto / taxa
aplicação no modelo
1 TRIBUTAÇÃO FEDERAL
1.1 Impostos federais
1.1.1 Imposto sobre a importação (II)
1.1.2 Imposto sobre a exportação (IE)
1.1.3 Imposto sobre produtos
industrializados (IPI)
Inclusos nos custos.
1.1.4 Imposto de renda das pessoas
jurídicas (IRPJ)
Na situação mais comum, a base de cálculo é o lucro líquido do exercício, com os ajustes
previstos na legislação. A alíquota geral é de 15%, com um adicional de 10% sobre a parcela
da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder R$ 20 mil/mês.
Os prejuízos podem ser compensados em qualquer período subseqüente, desde que a
compensação não exceda 30% do lucro tributável em cada exercício. No entanto, prejuízos
não operacionais não podem ser compensados contra lucros operacionais.
Na apuração do lucro real, o custo de produção dos bens ou serviços vendidos
compreenderá, obrigatoriamente:
I o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou
consumidos na produção;
II o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive na supervisão direta, manutenção e
guarda das instalações de produção;
III os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens
133
aplicados na produção;
IV os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
V os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.
Exaustão de recursos minerais:
Poderá ser computada, como custo ou encargo, em cada período de apuração, a importância
correspondente à diminuição do valor de recursos minerais, resultante de sua exploração. A
quota de exaustão será determinada de acordo com os princípios de depreciação com base no
custo de aquisição ou prospecção dos recursos minerais explorados. O montante da quota
de exaustão será determinado a partir do volume da produção no período e sua relação
com a possança conhecida da mina, ou em função do prazo de concessão.
1.1.5 Imposto de renda retido na fonte
(IRRF)
Não se aplica.
1.1.6 Imposto sobre operações de crédito,
câmbio e seguro (IOF)
Não se aplicou.
1.2 Seguridade social: contribuições Inclusas nos custos de mão-de-obra.
1.2.1 Contribuição para o financiamento
da seguridade social (COFINS)
Isento, toda a produção é exportada.
Sua alíquota é de 3% sobre a receita bruta mensal, isentas as exportações.
Base de cálculo: o valor da receita bruta mensal, entendendo-se como tal a totalidade das
receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a
classificação contábil adotada para as receitas.
O segmento exportador conta, desde outubro de 1994, com o benefício do ressarcimento da
COFINS (Medida Provisória n
o
674).
Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1
o
de fevereiro de 1999, são isentas da
134
COFINS as receitas da exportação de mercadorias para o exterior (Medida Provisória no
1.858-9, de 24 de setembro de 1999).
1.2.2 Contribuição para o PIS/PASEP
1.2.2.1 PIS (aplicável a pessoas jurídicas
de direito privado)
Isento, toda a produção é exportada.
A alíquota é de 0,65% do faturamento mensal (empresas privadas e públicas), isentas também
as exportações.
O Programa de Integração Social foi criado pela Lei Complementar n
o
7, de 1970.
Base de cálculo: O faturamento mensal, correspondendo à totalidade das receitas auferidas,
sendo irrelevante o tipo de atividade e a classificação contábil das receitas.
A partir de outubro de 1994, o segmento exportador contou com o benefício do
ressarcimento das contribuições referentes ao PIS (Medida Provisória n
o
674).
Atualmente, são isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas da exportação de
mercadorias para o exterior (Medida Provisória no 1.858-9, de 24 de setembro de 1999).
1.2.2.2 PASEP Não se aplica (pessoas de direito público).
1.2.3 Contribuição social sobre o lucro
líquido (CSLL)
Tem alíquota de 12% sobre o lucro líquido do exercício.
A contribuição social sobre o lucro líquido foi instituída pela Lei no 7.689, de 15 de dezembro
de 1988.
Base de cálculo: O lucro líquido do exercício, ajustado, antes da provisão para o imposto
de renda; no caso das pessoas jurídicas que houverem optado pelo pagamento do imposto de
renda por estimativa, a base de cálculo da contribuição é o valor correspondente a 12% da
receita bruta mensal, acrescido dos demais resultados e ganhos de capital.
1.3 Encargos trabalhistas Inclusos nos custos de mão-de-obra.
1.4 Contribuição provisória sobre
movimentação ou transmissão de valores e
de créditos e direitos de natureza financeira
Inclusa nos custos.
135
(CPMF)
2 IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
Imposto sobre operações relativas à
circulação de mercadorias e sobre
prestação de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de
comunicação (ICMS)
Isento, toda a produção é exportada.
...as exportações de produtos primários (incluindo os minerais), de produtos semi-
elaborados, bem como a prestação de serviços para o exterior, somente passaram a ter
direito à isenção do ICMS com a aprovação da Lei Complementar n
o
87, de 13 de
setembro de 1996 (mais conhecida como Lei Kandir)...
créditos de ICMS
O ICMS constitui-se na principal fonte de arrecadação dos Estados e do Distrito Federal. O
imposto incide de forma generalizada sobre atividades industriais, comerciais e de transporte. A
alíquota básica nas operações internas é de 17%, e as exportações são isentas.
3 IMPOSTOS MUNICIPAIS Inclusos nos custos.
Os municípios têm competência para instituir impostos sobre propriedade predial e territorial
urbana (IPTU), sobre transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI), e sobre serviços não
compreendidos no campo de incidência do ICMS (ISS).
Todos esses impostos podem incidir sobre empresas de mineração. No entanto, apenas o IPTU
é devido anualmente, constituindo-se num custo fixo para os proprietários de prédios e
terrenos urbanos. Os demais têm caráter eventual.
4 COMPENSAÇÃO FINANCEIRA
PELA EXPLORAÇÃO DOS
RECURSOS MINERAIS (CFEM)
O valor da CFEM varia entre 0,2% e 3% do faturamento líquido resultante da venda do produto
mineral. Para a maioria das substâncias minerais, a alíquota é de 2%.
A Lei no 7.990, de 28 de dezembro de 1989, em seu artigo 6
o
, determina que "a compensação
financeira pela exploração de recursos minerais, para fins de aproveitamento econômico, será de
até 3% (três por cento) sobre o valor do faturamento líquido resultante da venda do produto
mineral, obtido após a última etapa do processo de beneficiamento adotado e antes de sua
transformação industrial".
A Lei no 8.001, de 13 de março de 1990, define que o faturamento líquido para cálculo da
136
CFEM é o total das receitas de vendas, excluídos os tributos incidentes sobre a
comercialização do produto mineral (ICMS, COFINS, PIS), as despesas de transporte e as
de seguro.
Fato gerador: No artigo 15 do Decreto no 1, de 1991, define-se como sendo a saída por venda
do produto mineral das áreas da jazida, mina, salina ou de outros depósitos minerais de
onde provém, ou de quaisquer estabelecimentos, sempre após a última etapa do processo
de beneficiamento adotado e antes de sua transformação industrial.
Alíquotas:
Ferro, fertilizante, carvão e demais substâncias minerais: 2%, ressalvado o ouro.
5 PARTICIPAÇÃO DO SUPERFICIÁRIO
Não se aplica, foi considerada a aquisição das terras nos custos dos investimentos iniciais.
6 TAXA ANUAL POR HECTARE EM
ÁREA OBJETO DE ALVARÁ DE
PESQUISA
Inclusa nas despesas de pesquisa geológica e desenvolvimento consideradas nos custos dos
investimentos iniciais.
INCENTIVOS FISCAIS
1 INCENTIVOS FEDERAIS
1.1 Programas em vigor
1.1.1 Programas especiais de exportação
(BEFIEX) até 3 de junho de 1993
1.1.2 Programas setoriais integrados (PSI)
até 3 de junho de 1993
Não se aplica.
1.1.3 Programas de desenvolvimento
tecnológico industrial (PDTI)
1.2 Imunidade tributária
Não se aplica.
2 INCENTIVOS FEDERAIS REGIONAIS
2.1 Fundos de investimentos regionais Não utilizado no modelo.
2.2 Incentivos de isenção, de redução e de re-investimento do imposto de renda
137
2.2.1 Incentivos de redução do imposto de
renda (empreendimentos industriais em
operação e de interesse para o
desenvolvimento da região)
Esses incentivos beneficiam empresas que estiverem operando nas áreas de atuação da
SUDENE e da SUDAM, reduzindo o valor do imposto de renda devido e adicionais não
restituíveis (Lei no 4.239/97 e Lei no 9.532/97, artigo 3
o
, § 2
o
, incisos I a III), incidente sobre o
lucro da exploração, e por esses órgãos consideradas de interesse para o desenvolvimento da
região, calculada de acordo com os seguintes percentuais:
De 1998 a 2003, 37,5%
De 2004 a 2008, 25%
De 2009 a 2013, 12,5%
2.2.2 Incentivos de isenção e redução do
imposto de renda (projetos para instalação,
modernização, ampliação ou diversificação)
A partir de 1
o
de janeiro de 1998 (Lei no 9.532/97, artigo 3
o
), a concessão da isenção passa a ser
redução do imposto de renda e adicionais não restituíveis, observados os seguintes percentuais e
prazos de instalação do empreendimento e obedecidas as demais normas em vigor aplicáveis à
matéria:
De 1998 a 2003, 75%
De 2004 a 2008, 50%
De 2009 a 2013, 25%
2.2.3 Incentivos de redução do imposto de
renda para re-investimento
Não utilizado no modelo.
Outros incentivos
3 INCENTIVOS ESTADUAIS Não se aplica, o ICMS sobre as vendas é nulo, toda a produção é exportada.
4 INCENTIVOS MUNICIPAIS
Fonte: DNPM (2000).
138
Tabela 21: Depreciação.
parâmetro
% do valor investido em
cada classe
valor para o caso de
45 000 tpa Ni
(USD M)
classe de depreciação A B C A B C
número de anos para depreciação 5 10 20 5 10 20
mina 80% 10% 10%
$33
$4
$4
homogeneização 0% 70% 30%
$0
$40
$17
beneficiamento 0% 70% 30%
$0
$29
$12
autoclaves e H/X 0% 70% 30%
$0
$206
$88
CCD e neutralização parcial 0% 20% 80%
$0
$20
$79
MSP/H
2
S 0% 70% 30%
$0
$80
$34
refinaria Ni 0% 70% 30%
$0
$229
$98
instalações auxiliares 0% 70% 30%
$0
$46
$20
peças, partes e inventário inicial 100% 0% 0%
$41
$0
$0
EPC/EPCM 100% 0% 0%
$188
$0
$0
outros custos de construção 0% 70% 30%
$0
$115
$49
subtotal
$262
$768
$402
utilidades
planta de ácido 0% 70% 30%
$0
$115
$49
planta de dessalinização 0% 70% 30%
$0
$115
$49
planta de oxigênio 0% 70% 30%
$0
$29
$12
planta de hidrogênio 0% 70% 30%
$0
$40
$17
plantas de vapor e co-geração 0% 70% 30%
$0
$52
$
22
barragem de rejeitos 0% 0% 100%
$0
$0
$49
subtotal utilidades
$0
$349
$199
infra-estrutura
porto 0% 0% 100%
$0
$0
$0
energia elétrica 0% 0% 100%
$0
$0
$33
estradas 0% 0% 100%
$0
$0
$33
subtotal infra-estrutura
$0
$0
$65
desenvolvimento e pré-operação
pesquisa geológica e
desenvolvimento
0% 0% 0%
$49
$0
$0
outras despesas de desenvolvimento
0% 0% 100%
$0
$0
$16
pré-operação da mina 100% 0% 0%
$3
$0
$0
subtotal desenv. e pré-operação
$52
$0
$16
total
11
$314
$1 118
$683
11
Para cada caso de escala estudada, foram definidas as proporções dos equipamentos que depreciam com:
139
5 anos (classe A): equipamentos móveis, peças e partes de todos os equipamentos que compõem os estoques
iniciais, despesas com implementação despesas com contratos de EPC/EPCM e outras despesas com
pré-operação;
10 anos (classe B): equipamentos fixos como partes dos reatores, bombas, partes dos tanques e tubulações,
alguns equipamentos e instalações de infra-estrutura e utilidades e equipamentos de apoio (utilizados nos
sistemas de controle, oficinas e outros), equipamentos elétricos de baixa e média tensão;
20 anos (classe C): parcela restante dos equipamentos da classe anterior mais transformadores e outros
equipamentos elétricos de alta tensão, construções e outras despesas.
As despesas com exploração e desenvolvimento foram lançadas na conta de exaustão e baixadas na proporção da
exaustão do depósito, como justificado na seção 6.5.5.
140
Apêndice 2 : Algoritmo para Cálculos dos Fluxos de Caixa e Parâmetros de Desempenho
Quadro 5: Cálculos dos Fluxos de Caixa e Parâmetros de Desempenho.
código
parâmetro
legenda unidades critério de
projeto
cálculo
1 ano
2 fator de desconto 12% 2 = 1/ (1+i)^1
3
Ni Produzido
tpa Ni
45 056
a partir do plano de produção
4 Co Produzido tpa Co
2 877
a partir do plano de produção
5 faturamento Ni USD/lb / USD M/ano
$5,50
5 = p(Ni) * 3
6 faturamento Co USD/lb / USD M/ano
$10,00
6 = p(Co) * 4
7 faturamento USD M/ano
$610
7 = 5 + 6
8 investimentos USD M ($2 165) a partir da estimativa de capex
9 distribuição conforme Tabela 13, p. 65.
10 capital de giro ($58) 10 = 30%* 29 (6)
11 reposição USD M ($1 400) a partir da estimativa de reposição
12 investimentos +reposição + capital de
giro
USD M ($3 564) 12 = 8 + 10 + 11
13 VPI USD M ($1 832) 13 = 2* 12
custos operacionais
14 lavra tpa ROM lavrado
7 680 307
a partir do plano de produção
15 tpa ROM movimentação de
estoques
3 722 994
a partir do plano de produção
16 tpa estéril
1 386 667
a partir do plano de produção
17 custos de lavra e remanejamento lavra USD/t / USD M/ano
$2,34
17 = c(lavra) * 14
18 remanejamento
USD/t / USD M/ano
$0,29
18 = c(remanejamento) * 15
19 estéril USD/t / USD M/ano
$1,44
19 = c(estéril) * 16
20 lavra USD M/ano
$2,88
20 = 17 + 18 + 19
21 beneficiamento tpa alimentadas no beneficiamento
3 957 313
a partir do plano de produção
22 custos de beneficiamento USD/t beneficiada / USD M/ano
$0,49
22 = c(beneficiamento) * 21
23 hidrometalurgia tpa alimentadas
3 957 313
a partir do plano de produção
24 custos de processamento (ex- ácido) USD/t alimentada / USD M/ano
$21,52
24 = c(hidrometalurgia) * 23
25 ácido tpa ácido
1 541 292
a partir do plano de produção
141
26 custos do ácido USD/t ácido / USD M/ano
$31,32
26 = c(ácido) * 25
27
bene
ficiamento + hidrometalurgia USD M/ano
$53,33
27 = 22 + 24 + 26
28 custos de comercialização e refino USD/t Ni
$817,41
28 = c(refino) * 5
29 custos USD M/ano ($193) 29 = 20 + 27 + 28
30 USD/lb
$1,95
30 = 43 / 15
31 despesas operacionais USD M/soma ($12 182) 31 = 29 + 12
32 receitas / despesas financeiras USD M/soma ($470) a partir dos fluxos de caixa dos financiamentos
33 fluxo de caixa antes dos impostos simples USD M/soma
$11 593
33 = 7- (31 + 32)
34 acumulado 34 (i) = 34 (i-1) + 33
35 depreciação USD M/soma a partir da estimativa de reposição
36 exaustão USD M/soma
$50
a partir da estimativa de exaustão
37 depreciação + exaustão 37 = 35 + 36
38 lucro antes do imposto de renda simples USD M/ano $152 38 = 33 37
39 acumulado 39 (i) = 39 (i-1) + 38
40 parcela máxima do lucro tributável a
compensar
30% 40 = 30% * 38
41 lucro antes do imposto de renda,
considerada a parcela a compensar
simples 41 = 38 40
42 acumulado 42 (i) = 42 (i-1) + 41
43 imposto de renda das pessoas jurídicas 43 = SE(41<0,0,25%*41)
44 redução do IRPJ 44 : SE(1<2013,(12.5%+ 25%) * 43,0)
45 IRPJ 45 = 43 44
46 COFINS / Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social
isento / exportação
47 PIS / PASEP Contribuição ao Programa
de Integração Social
isento / exportação
48 CSLL / Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido
48 : =SE(38<0,0,12% * 38)
49 ICMS USD/lb isento / exportação
50
CFEM/ Compensação Financeira pela
Exploração dos Recursos Minerais
50 : SE(38<0,0,2%*7)
51 impostos USD M/soma ($3 224) 51 = 45 + 48 + 49 + 50
52 fluxo de caixa livre simples USD M/soma
$7 903
52 = 33 51
53 acumulado 53 (i) = 53 (i-1) + 52
54
valor presente do fluxo de caixa livre
USD M
$283
54 = 2 * 52
55 taxa interna de retorno 14,6% 55 = TIR (52)
142
56
período de retorno
9,9 56 =SE(SOMA(56(1):56(i))>0,0,SE(53<0,0,1-53/52))
57 eficiência de capital
0,15
56 = 54 / 13
143
Apêndice 3 : Ajuste das Distribuições de Entrada para a Simulação de
Monte Carlo
A taxa de desconto foi modelada através de uma distribuição tipo beta com os seguintes
parâmetros: BetaGeneral (0,85;2,7;0,08;0,21), cujo ajuste é mostrado na Figura 69:
8.6%
10.4%
13.4%
8.5%
10.1%
12.7%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% 16% 17% 18% 19% 20%
taxa de desconto
freq acum
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
freq simples
freq acum beta / acum alfa_1 = 0.85 alfa_2 = 2.7
taxa de desconto / modelagem freq simples
beta / simples alfa_1 = 0.85 alfa_2 = 2.7
Figura 69: Modelagem da Taxa de Desconto.
Há um pequeno viés de cerca de 5% da freqüência acumulada, resultando num
modelamento a taxas entre 0,3% e 0,5%, maiores que as propostas na Tabela 18, que se
considerou pouco relevante face ao objetivo dos estudos.
144
Os preços do níquel foram modelados através de uma distribuição lognormal com os
seguintes parâmetros: 3,4+Lognormal(0,5;0,5), cujo ajuste é mostrado na Figura 70:
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
$4.00 $4.50 $5.00 $5.50 $6.00 $6.50 $7.00 $7.50 $8.00
preços do Ni (USD/lb)
freq acum
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
freq simples
freq acum lognormal / acum m = 0.5 s = 0.5
preços do Ni / modelagem freq simples
lognormal / simples m = 0.5 s = 0.5
Figura 70: Modelagem dos Preços do Níquel.
Apesar de existirem valores modelados que são pouco inferiores ao limite estabelecido na
Tabela 18, sua proporção é pequena e o ajuste obtido para o conjunto da distribuição é muito
bom.
145
Os preços do cobalto foram, também, modelados através de uma distribuição lognormal
com os seguintes parâmetros: 6+Lognormal(1,2;0,4), cujo ajuste é mostrado na Figura 71:
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
$7.00 $8.00 $9.00 $10.00 $11.00 $12.00 $13.00 $14.00 $15.00
preços do Co (USD/lb)
freq acum
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
freq simples
freq acum lognormal / acum m = 1.2 s = 0.4
preços do Co / modelagem freq simples
lognormal / simples m = 1.2 s = 0.4
Figura 71: Modelagem dos Preços do Cobalto.
Há valores modelados pouco inferiores ao limite estabelecido na Tabela 18, mas sua
proporção é pequena e o ajuste do conjunto da distribuição é muito bom.
A variação dos investimentos em relação aos valores de referência para os projetos já
implantados (mostrados na seção 6.5.3 na Tabela 11) foi simulada através de uma distribuição
tipo beta com os seguintes parâmetros: BetaGeneral (0,7;1,6;0,22;0,9). O ajuste simulado e a
variação do valor do indicador são mostrados na Figura 72:
146
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%
ajuste dos investimentos
freq acum
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
freq simples
freq acum beta / acum alfa_1 = 0.7 alfa_2 = 1.6
ajuste investimentos / modelagem freq simples
beta / simples alfa_1 = 0.7 alfa_2 = 1.6
modelagem
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
$15.00 $16.00 $17.00 $18.00 $19.00 $20.00 $21.00 $22.00 $23.00 $24.00 $25.00
indicador / US$/lba
freq acum
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
freq simples
freq acum indicador / US$/lba freq simples
indicador
Figura 72: Modelagem do Ajuste dos Investimentos.
147
Há um pequeno viés para valores mais baixos para as freqüências menores, o que se
considerou pouco relevante tendo em conta os objetivos do estudo.
Os custos operacionais foram modelados através de uma distribuição tipo beta com os
seguintes parâmetros: BetaGeneral (2,7;2,4;1,03;2,9). O ajuste é mostrado na Figura 73:
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
$1.25 $1.50 $1.75 $2.00 $2.25 $2.50 $2.75 $3.00
variação dos custos operacionais (USD/lb)
freq acum
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
freq simples
freq acum beta / acum alfa_1 = 2.7 alfa_2 = 2.4
beta / simples alfa_1 = 2.7 alfa_2 = 2.4 variação dos custos operacionais / modelagem
freq simples
Figura 73: Modelagem dos Custos Operacionais.
Apesar de existirem valores modelados que são pouco inferiores ao limite inferior
estabelecido na Tabela 18, sua proporção é pequena e o ajuste do conjunto da distribuição é
muito bom.
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