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Em relação ao consumo de FDN e FDA, não foram observadas diferenças (> 0,05) entre
as silagens de sorgo, isto pode estar associado ao fato de as silagens apresentarem teores de
FDN e FDA muito próximos, já que não se observaram diferenças entre o consumo de MS das
silagens, entretanto os animais alimentados com silagem de milho consumiram quantidades de
FDN e FDA inferiores (P< 0,05) aos animais alimentados com híbridos de sorgo.
Embora tenha sido observada tendência de maior consumo de matéria seca para a
silagem de sorgo sem tanino, não ocorreu diferença (> 0,01) entre as silagens de sorgo. O tanino
não evidenciou seu efeito adstringente, que seria responsável por reduzir o consumo como
mencionaram Cummins (1971) e Demarchi et al., (1995), estes autores observaram também que
essa seria uma das principais causas do baixo desempenho animal quando alimentado por
silagem de sorgo em comparação a silagem de milho. Em outras pesquisas desenvolvidas no
Brasil, com espécies arbóreas do Nordeste, foi possível observar reduções no consumo
voluntário dos ovinos, e tal redução foi associada também à adaptação dos animais e
microorganismos do rúmen aos efeitos inibitórios dos taninos (SILVA et al.,1998; GODOY et
al., 2004).
Contudo já existe um consenso no qual o efeito dos taninos é dose dependente, e que
seus efeitos antinutricionais parece só ocorrer quando ingeridos em alta quantidade (6% a 12%)
da MS, como sugere Frutos et al., (2002). Artes et al., (1999) ao conduzir diferentes
experimentos na Nova Zelândia com ovinos consumindo forragens com concentrações variáveis
de taninos condensados (Lotus corniculatus: 2-5%; Lotus peduncularus: 6-10% e Acácia
aneura: 12%), observaram que os animais que consumiam forragens com 4 a 6% de taninos
condensados apresentaram aumentos na absorção intestinal de aminoácidos (metionina e
cistina), na produção de lã, nas taxas de ovulação, na produção de leite e nas quantidades de
– Médias do consumo diário dos nutrientes das dietas: matéria seca (CMS), proteína
bruta (CPB), fibra insolúvel em detergente neutro (CFDN), fibra insolúvel em
detergente ácido (CFDA), extrato etéreo (CEE), matéria orgânica (CMO), matéria
mineral (CMM), carboidratos totais (CT) em kg/dia.
TRATAMENTOS
CV
SCT SST SM
CMS 1,03ab 1,20a 0,85b 17,41
CPB 0,12ab 0,14a 0,09b 17,13
CFDN 0,66a 0,76a 0,48b 17,85
CFDA 0,30a 0,34a 0,21b 17,85
CEE 0,04a 0,05a 0,04a 17,00
CMO 1,39ab 1,62a 1,15b 16,88
CMM 0,08a 0,09a 0,05b 18,69
CCT 0,79ab 0,92a 0,66b 17,39
CMS % PC 4,02ab 4,60a 3,46b 10,28
CFDN % PC 2,58a 2,92a 1,95b 10,47
Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem pelo teste Tukey (P<0,05)