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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
CRISTIANE PEDREIRA COELHO
DESEMPENHO DE OVINOS DA RAÇA SANTA INÊS
ALIMENTADOS COM SILAGENS COM DIFERENTES
CONCENTRAÇÕES DE TANINO
ITAPETINGA - BAHIA
2007
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2
CRISTIANE PEDREIRA COELHO
DESEMPENHO DE OVINOS DA RAÇA SANTA INÊS
ALIMENTADOS COM SILAGENS COM DIFERENTES
CONCENTRAÇÕES DE TANINO
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB /
Campus de Itapetinga - BA, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação
de Mestrado em Zootecnia, Área de
Concentração em Produção de Ruminantes,
para obtenção do titulo de Mestre.
Orientador:
Prof. Dr. Márcio dos Santos Pedreira
Co-orientador:
Prof. Dr. Antônio Jorge Del Rei Moura
ITAPETINGA – BAHIA
2007
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3
636.085
C615d
Coelho, Cristiane Pedreira.
Desempenho de ovinos da raça Santa Inês alimentados com silagens
com diferentes concentrações de tanino. / Cristiane Pedreira Coelho.
Itapetinga-BA: UESB, 2007.
50p.
Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB -
Campus de Itapetinga. Sob a orientação do Prof. D.Sc. Márcio dos
Santos Pedreira e co-orientador Prof. D.Sc. Antonio Jorge Del Rei
Moura.
1. Ovinos Alimentação Silagem de sorgo. 2. Silagem de sorgo
Alimentação Ovinos. 3. Nutrição animal Ovinos. I. Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia - Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia, Campus de Itapetinga. II. Pedreira, Márcio dos Santos. III.
Moura, Antonio Jorge Del Rei. IV. Título.
CDD(21): 636.085
Catalogação na Fonte:
Cláudia Aparecida de Souza– CRB 1014-5ª Região
Bibliotecária – UESB – Campus de Itapetinga-BA
Índice Sistemático para desdobramentos por Assunto:
1. Ovinos – Alimentação
2. Ovinos – Silagem de sorgo
3. Nutrição animal – Ovinos
4. Sorgo –Valor nutritivo
4
DEDICO
Aos meus pais
Sebastião e Maria do Carmo
pelo amor educação e confiança.
OFEREÇO
A Nilma, Paulo e Lucas Crusoé, por estarem ao
meu lado, sempre com muita paciência e amor.
5
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Márcio dos Santos Pedreira pela confiança, orientação e compreensão nos
momentos difíceis. Obrigada por sua grande amizade!
A amiga Luzyanne Varjão Aguiar pela amizade, carinho e valiosa ajuda em diversos momentos.
Aos alunos da graduação que participaram diretamente desse estudo: Mazzilli Amaral, Fleming
Campos, Leonardo Nunes, Diogo Ramos, Luzyanne Varjão, Thiago Amui, Paulo Presídio, e
Aline Alves, todos com muita disposição e responsabilidade. Muito Obrigada!
Ao aluno de pós-graduação Carlos Alberto (Boquinha), que esteve sempre presente a execução
desse trabalho.
A Dalmar Dutra Santos, medico veterinário, por sua disposição em colaborar com esse estudo.
Ao Prof. Antônio Marcio Pereira pelo grande auxilio na etapa final.
Ao Prof. Dr. Sergio Augusto Fernandes pela acolhida amizade.
Ao Prof. Dr. Antônio Jorge Del Rei Moura pela amizade e sugestões durante este período.
Aos Professores doutores Valdemiro da Conceição Junior, Ana Palmira B.S. Casimiro e Lívia
Diana R. Magalhães pela confiança, ao recomendar-me como aluna da pós-graduação.
Aos colegas de pós-graduação em especial as amigas Rita e Gesiane pela amizade e
companheirismo.
A Prof. Nilma de C. Crusoé, pelo incentivo, ajuda e principalmente, por sua eterna paciência
nesta reta final.
Aos funcionários Edilson e Barriga, do setor de Ovinocultura da UESB, pela prontidão e auxilio
durante a condução dos trabalhos.
OBRIGADA
6
˝Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso
porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte mais feliz quem sabe só levo a
certeza de que muito pouco eu sei, ou nada sei... ˝
Almir Sater e Renato Teixeira
7
RESUMO
COELHO, C.P. Desempenho de ovinos da raça Santa Inês alimentados com silagem com
diferentes concentrações de taninos no grão. Itapetinga Ba: UESB 2007. 49
p.(Dissertação - Mestrado em Zootecnia - Produção de Ruminantes).
O sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) apesar de ser um cereal de grande importância na
nutrição animal, alguns de seus cultivares produzem compostos secundários, destacando-se os
taninos condensados, com capacidade de formar ligações com outras moléculas podendo reduzir
a degradação ruminal de nutrientes. O presente trabalho teve como objetivo estudar o efeito
antinutricional dos taninos na nutrição de ovinos. Foi conduzido no setor de ovinocultura da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, utilizando 18 ovinos machos inteiros, alojados em
baias individuais em um delineamento inteiramente ao acaso, com três tratamentos e seis
repetições; silagem de sorgo com tanino (SCT), silagem de sorgo sem tanino (SST) e silagem de
milho (SM), numa proporção de 70:30 volumoso:concentrado, com base na matéria seca. O
período experimental foi de 70 dias, sendo 14 dias destinados à adaptação dos animais as dietas.
Foram analisados o consumo e digestibilidade aparente dos nutrientes, ganho médio de peso
diário (GMPD), conversão alimentar (CA) e as características da carcaça dos animais. A análise
de variância dos dados mostrou que o consumo de matéria seca foi significativamente menor (P
< 0,05) para a SM, quando comparado a SST, porém a SM e a SCT não diferiram entre si (P >
0,05). Os coeficientes de digestibilidade da matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, fibra
em detergente neutro, fibra em detergente ácido e carboidratos totais não diferiram (P> 0,05)
entre os tratamentos. O GMPD foi significativamente maior (P< 0,05) na SST, quando
comparado as demais silagens. A CA o apresentou diferença (P> 0,05) entre os tratamentos.
Em relação às características de carcaça, os volumosos avaliados não mostraram diferença (P>
0,05) quanto ao peso vivo com e sem jejum, peso do corpo vazio, peso da carcaça quente e fria,
rendimentos de carcaça quente e fria, rendimento verdadeiro e perda de peso por resfriamento.
Apesar de os resultados indicarem semelhanças entre as silagens de sorgo, quanto aos
parâmetros nutricionais e de carcaça, o desempenho dos animais expressos em termos de ganho
de peso, sugerem que a SST foi mais eficiente que a SCT, entretanto o efeito pode não ser
atribuído a presença deste composto, tendo em vista a baixa concentração na silagem (3,56 eq-g
de ácido tânico/kg MS). A silagem de sorgo pode ser utilizada como alternativa à silagem de
milho na alimentação de ovinos, considerando comportamento similar quanto aos parâmetros
avaliados.
Palavras-Chave: Parâmetros, digestibilidade, carcaça, conversão alimentar.
_________________________
*Orientador: Márcio dos Santos Pedreira, D.Sc., UESB e Co-orientador: Antonio Jorge Del Rei
Moura, D.Sc., UESB.
8
ABSTRACT
COELHO, C.P. Performance of Santa Inês sheep (for meat) fed with silage with different
tannin concentration in grain. Itapetinga-Ba, Brazil: UESB 2007. 49 p. (Master in
Zootecnia–Production of Ruminants).*
Although sorgum (Sorgum bicolor (L.) Moench) is a very important grain for animal
nutrition, some cultivars will produce secondary compounds, like condensed tannins, able to
bind to other molecules with further reduction of ruminal degradation of nutrients. The main
goal of this work was to study the anti-nutritional effect of tannins on sheep nutrition.
Experiment run at the sheep sector of the University of Southwestern Bahia, with 18 six
replications: sorghum silage with tannin (SST), sorghum silage without tannin (SWT) and corn
silage (CS), whit a roughage:concentrate ratio of 70:30, on dry mater basis. Experiment run 70
days, whit 14 days used for adaptation of animals to diet. Measurements done were intake and
apparent digestibility of nutrients, daily mean weigth gain (WG), feed conversion (FC) and
characteristics of animal carcass. After variance analysis, dry matter intake was lower (P<0.05)
for CS, when compared to SWT, but whit no difference compared to SST (P>0.05).
Digestibility of dry matter, organic matter, crude protein, fiber in neutral and acid detergent, and
total carbohydrates were not different (P>0.05) among treatments. WG was greater (P<0.05)
whit SWT. Feed conversion was not different among treatments (P>0.05). In relation to carcass
characteristics no treatment was different (P>0.05) for live weight wit and without fasting,
empty body weight, warm and cold carcass weight, yield grade or cutability and weight losses
due to chilling. Although sorgum silages did not affect nutritional and carcass characteristics,
animal performance related to weight gain, suggest that sorgum silage without tannin was more
efficient than with tannin, considering low contents in silage (3,56 eq-g tanic acid/kg DM).
Sorghum silage may be used as alternative to corn silage for sheep feeding.
Keywords: parameters, digestibility, carcass, feed conversion
_________________________
*Adviser: Márcio dos Santos Pedreira, D.Sc., UESB and Co-adviser: Antonio Jorge Del Rei
Moura, D.Sc., UESB.
9
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 –
Composição química dos ingredientes utilizados para constituir as
dietas experimentais
34
TABELA 2 – Composição química das dietas experimentais
34
TABELA 3 –
Médias obtidas para consumo diário dos nutrientes das dietas: matéria
seca (CMS), proteína bruta (CPB), fibra insolúvel em detergente neutro
(CFDN), fibra insolúvel em detergente ácido (CFDA), extrato etéreo
(CEE), matéria orgânica (CMO), matéria mineral (CMM) e carboidratos
totais (CCT) em Kg/dia
35
TABELA 4 –
Resultado das analises do ter de tanino na planta inteira: sorgo com
baixo teor de tanino no grão (740) e sorgo com alto teor de tanino no
grão (8419) e nas silagens de sorgo com alto teor de tanino no grão
(740) e baixo teor de tanino no grão (8419)
36
TABELA 5 –
Coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (DMS); matéria
orgânica (DMO); proteína bruta (DPB); da fibra insolúvel em
detergente neutro (DFDN); da fibra insolúvel em detergente ácido
(DFDA) e carboidratos totais (DCT)
37
TABELA 6 –
Médias obtidas para peso inicial (PI), peso final (PF), ganho médio total
(GMT), ganho médio diário (GMD) e conversão alimentar (CA)
38
TABELA 7 –
Médias obtidas para peso vivo sem jejum (PVSJ), peso vivo com jejum
(PVCJ), peso de corpo vazio (PCVZ), peso da carcaça quente (PCQ),
peso da carcaça fria (PCF), rendimento de carcaça quente (RCQ),
rendimento de carcaça fria (RCF), perda de peso por resfriamento
(PPR), rendimento verdadeiro (RV)
40
TABELA 8 –
Médias obtidas de grau de cobertura de gordura (GCG), conformação
(CONF) e gordura subcutânea (GS)
41
TABELA 9 –
Valores médios dos tempos despendido com alimentação, ruminação e
ócio, eficiência de alimentação de MS (EAL
MS
), e de FDN (EAL
FDN
),
eficiência de ruminação de MS (ERU
MS
) e de FDN (ERU
FDN
), tempo de
mastigação total (TMT), número de bolos ruminais (NBR), número de
mastigações merícicas por dia (NMM
nd
), número de mastigações
merícicas por bolo (NMM
nb
), e tempo de ruminação por bolo (TRB) em
função dos tratamentos
42
10
LISTA DE ABREVIATURAS
CA
Conversão alimentar
CDA
Coeficiente de digestibilidade aparente
CMS
Consumo de matéria seca
CMS %PC
Consumo de matéria seca expresso em % do peso corporal
CNF
Carboidratos não fibrosos
CONF
Conformação
CT
Carboidratos totais
DMS
Digestibilidade da matéria seca
EE
Extrato etéreo
FDA
Fibra insolúvel em detergente ácido
FDN
Fibra insolúvel em detergente neutro
FT
Fenóis totais
GCG
Grau de cobertura de gordura
GMD
Ganho médio diário
GMT
Ganho médio total
GS
Gordura subcutânea
MM
Matéria mineral
MO
Matéria orgânica
MS
Matéria seca
PB
Proteína bruta
PCF
Peso carcaça fria
PCQ
Peso carcaça quente
PCVZ
Peso de corpo vazio
PF
Peso final
PI
Peso inicial
PPR
Perda de peso por resfriamento
PV
Peso vivo
PVCJ
Peso vivo com jejum
PVSJ
Peso vivo sem jejum
RCF
Rendimento de carcaça fria
RCQ
Rendimento de carcaça quente
RV
Rendimento verdadeiro
SCT
Silagem com tanino
SST
Silagem sem tanino
SM
Silagem de milho
TC
Taninos condensados
TT
Taninos totais
11
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO......................................................................................................
12
2
REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................
15
2.1
A cultura do sorgo e suas características agronômicas...............................
15
2.2
Silagem de sorgo na nutrição animal...........................................................
18
2.3
Características de carcaça e desempenho de ovinos....................................
19
2.4
Tanino: definição, características químicas e seus efeitos...........................
21
2.4.1
Efeitos adversos e benefícios..........................................................
22
2.4.2
Efeito na silagem............................................................................
26
2.4.3
Efeito sobre parasitas.....................................................................
26
3
MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................
28
3.1.1
Preparo do solo e plantio..............................................................
28
3.1.2
Cultivares......................................................................................
28
3.1.3
Coleta e preparo das amostras: planta..........................................
28
3.1.4
Preparo dos silos...........................................................................
28
3.1.5
Coleta e preparo das amostras: silagens.......................................
28
3.1.6
Coleta e preparo das amostras: tanino..........................................
29
3.1.7
Local e animais.............................................................................
29
3.1.8
Períodos experimentais..................................................................
29
3.1.9
Dietas experimentais.....................................................................
29
3.2
Coleta de dados...........................................................................................
30
3.2.1
Determinação do consumo matéria seca e consumo de nutrientes
30
3.2.2
Determinação da digestibilidade ..................................................
30
3.2.3
Determinação dos carboidratos totais e não fibrosos ...................
31
3.2.4
Determinação do comportamento ingestivo .................................
31
3.2.5
Determinação do ganho de peso e conversão alimentar................
31
3.2.6
Determinação das características de carcaça.................................
32
3.3
Análise Estatística.......................................................................................
32
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................
33
4.1
Composição química das silagens ...............................................................
33
4.2
Consumo médio diário..................................................................................
34
4.3
Coeficientes de digestibilidade aparente......................................................
36
4.4
Desempenho.................................................................................................
38
4.5
Características das carcaças.........................................................................
39
4.6
Comportamento ingestivo ...........................................................................
41
5
CONCLUSÕES......................................................................................................
43
6
REFERÊNCIAS......................................................................................................
44
12
1. INTRODUÇÃO
A ovinocultura é uma atividade efetivamente econômica em várias regiões do Brasil,
devido a fatores climáticos e agrostológicos que oferecem condições adequadas para a criação
de ovinos. Isso contribui amplamente na oferta de produtos nobres como carne, pele e lã, muito
embora, o nível tecnológico usado ainda esteja aquém dos praticados em países tipicamente
produtores de carne ovina, como a Nova Zelândia.
Este cenário, porém, é praticamente novo. A carne no Brasil, assim como em todo o
mundo era vista como um subproduto, sendo normalmente abatidos animais velhos ou de
descarte. A mudança no perfil do mercado consumidor faz com que os produtores se preocupem
em oferecer carne de melhor qualidade. O setor de produção de carne ovina no Brasil ainda é
incipiente, e um dos fatores que contribui para tal é o mercado consumidor restrito, e o que
talvez limite a expansão do consumo, é a má apresentação do produto.
O mercado mundial da carne sempre valorizou um produto de qualidade, (BEERMANN
et al.1995) alertaram sobre a queda de consumo da carne ovina nos Estados Unidos por causa do
excesso de gordura e constataram a preferência dos consumidores por carne proveniente da
Nova Zelândia devido à melhor padronização do produto oferecido. Esse alerta também deve
ser ouvido pelos produtores brasileiros, pois é necessário atender às expectativas do mercado
consumidor que busca carcaças padronizadas e com menos gordura.
No Brasil, a demanda por carne de ovinos, em cortes padronizados, embalados e
comercializados de forma resfriada ou congelada, vem apresentando crescimento considerável
nos grandes centros urbanos, porém existem outros fatores, além da falta de padronização, que
limitam a comercialização da carne de ovinos, podendo-se destacar a irregularidade no
fornecimento de carne e derivados ao mercado e os altos preços praticados, impossibilitando a
abertura de mercado e reduzindo a competitividade com os produtos concorrentes.
A carne ovina representa somente 7% do total de carne produzida no mundo,
correspondendo a 15% do total de carne exportada no mercado internacional, sendo a Nova
Zelândia e Austrália, responsáveis por 80% de toda a carne exportada (GARCIA et al., 2000). O
Brasil contribui com menos de 1% da produção mundial, e é um país importador, pois a
produção nacional não supre a demanda interna (ANUALPEC, 2005).
Porém, nos últimos anos têm-se observado a entrada de produtores mais
profissionalizados na atividade, sobretudo, em parte das regiões Nordeste, Sul e Sudeste do
País, os quais, conjuntamente com o alargamento das fronteiras verificado nas regiões Centro-
Oeste e Norte, têm propiciado incremento na produtividade ovina, principalmente, pela redução
na idade de abate, aumentando assim a taxa de desfrute e ofertando produto de melhor qualidade
ao consumidor, visando atender amplo mercado interno com grande potencial para absorver
estes produtos.
13
Dentro deste panorama, a carne do cordeiro é a mais demandada, pelo fato de ser a
categoria dos ovinos que fornece carne de melhor qualidade e apresentar os maiores
rendimentos de carcaça e eficiência de produção, conseqüência de sua alta velocidade de
crescimento (BUENO et al., 2000). Contudo, para se atingir velocidade de crescimento
satisfatória é preciso, além de investimentos em animais geneticamente especializados para
produção de carne, bom manejo sanitário e nutricional, assim como sistema de terminação
adequado.
No entanto, a produção de ruminantes no Brasil tem se caracterizado, quase que
exclusivamente pelo uso das pastagens como base natural da alimentação, por ser considerada a
forma menos onerosa de produção de forragem para animais herbívoros, que são mantidos em
condições de campo. Os ovinos, sendo animais ruminantes, possuem elevada capacidade de
aproveitamento de alimentos fibrosos e grosseiros, o que resulta no seu arraçoamento
predominantemente com plantas forrageiras sob pastejo, limitando-se ao fornecimento de
suplementação com alimentos concentrados apenas em situações especiais e de forma limitada
(EVANGELISTA et al., 2003). Nessas condições, muitas vezes os animais o conseguem
expressar o potencial de produção, com ganhos de peso aquém do necessário para produção de
animais com idade e acabamento de carcaça adequado ao atendimento das demandas de
mercado. Esse fato é invariavelmente causado pela sazonalidade da produção de forragem
durante o ano e também devido à variação da composição química das plantas forrageiras que,
no período seco do ano, não atendem as exigências nutricionais dos animais.
Segundo Silva Sobrinho (2001), a utilização de forrageira como fonte primária de
energia na dieta de ruminantes apresenta vantagens econômicas, entretanto um dos desafios à
otimização da nutrição de ovinos criados em regime de pasto é o conhecimento da extensão em
que a forragem atende às exigências nutricionais de energia dos animais. Ainda de acordo com
este autor, outro ponto de limitação continua sendo a estacionalidade na produção de forrageiras
no Brasil, sendo este um problema para a ovinocultura devido à alternância entre períodos de
alta e baixa produção de forragem. Nos períodos de escassez as plantas forrageiras, muitas
vezes, o insuficientes para atender até mesmo as exigências de manutenção dos animais.
Assim, a ovinocultura eficiente e economicamente viável está na dependência do crescimento
natural dos pastos, sendo de grande importância à reserva de alimentos para a suplementação
dos animais nos períodos críticos, visando minimizar os efeitos negativos que a escassez de
forragem exerce sobre o desempenho animal.
A busca por alternativas para atender a demanda de carne ovina tem indicado como
estratégia a utilização de forrageiras conservadas na forma de silagem. Dentro do cenário de
produção de ruminantes, o milho tem sido a forrageira que mais se destaca quanto aos aspectos
nutricionais e de adequação ao processo fermentativo para produção de silagens de alta
qualidade. Porém, fontes alimentares alternativas ao milho têm sido indicadas, principalmente
14
quanto ao custo e estabilidade de produção sob condições climáticas adversas. Nesse sentido, o
sorgo tem se destacado para produção de silagem, principalmente quanto à produção de matéria
seca e desempenho animal (EVANGELISTA et al., 2003).
O sorgo geralmente apresenta produções mais elevadas que o milho, principalmente em
regiões onde freqüentemente ocorrem deficiências hídricas (EVANGELISTA e LIMA, 2001).
Quanto ao desempenho dos animais consumindo silagem de sorgo, os resultados alcançados têm
sido satisfatórios.
O ponto crítico da cultura de sorgo para produção de silagem tem sido o ataque de
pássaros, que em muitas regiões, pode ser responsável por perda de grande parte dos grãos. As
empresas produtoras de sementes, no sentido de evitar essas perdas, desenvolveram híbridos de
sorgo com tanino no grão, sendo um composto de sabor adstringente e que limita o consumo
pelos pássaros. No entanto, pode causar redução no desempenho dos animais alimentados com
essas plantas.
Atualmente as empresas produtoras de híbridos de sorgo vêm descartando os materiais
com presença de tanino em função, principalmente, da baixa procura por parte dos produtores,
que acreditam que a presença do tanino reduz o desempenho dos animais. Entretanto, esse é um
fato comprovado para animais monogástricos, existindo poucas evidências e estudos quanto ao
desempenho dos animais ruminantes.
Butler (1998) relatou efeitos benéficos do tanino devido à inibição das perdas de
proteína no rúmen. Brandes e Freitas (1992), também fizeram comentários sobre os efeitos
positivos dos taninos condensados em ruminantes, por formarem complexos insolúveis e
estáveis com as proteínas da dieta no ambiente ruminal que se dissociam nas condições ácidas
do abomaso, sob pH 1,3 a 3,0. Outras pesquisas também relacionam o tanino com outro efeito
benéfico, à redução da população de parasitas no intestino (MIN et al., 2003).
Por outro lado, McLeod (1974) destacou que os taninos tendem a diminuir o valor
nutritivo das forrageiras para ruminantes através da redução do seu consumo voluntário e
digestibilidade. Também são conhecidos por interagir com carboidratos, particularmente com o
amido. Entretanto, esta afinidade parece ser maior com as proteínas.
Parece haver, certa controvérsias quanto ao efeito antinutricional do tanino, porém
existe um consenso pelo qual o efeito dos taninos é dose dependente, devendo haver, portanto
cuidados em relação a sua concentração na dieta animal.
Apesar do aumento da exploração de carne ovina e sendo essa uma opção
consolidada para os produtores de diversas regiões, ainda é possível notar a falta de pesquisas
no setor. Constatando, deste modo, a necessidade de se desenvolver pesquisas com o objetivo de
melhorar práticas de manejo e alimentação que proporcionem características desejáveis na
carcaça e na carne.
15
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. A cultura do sorgo e suas características agronômicas
O sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench), um dos cereais mais cultivados do mundo, tem
como origem a região central do continente africano, no Brasil sua introdução foi efetivada no
Rio Grande do Sul, expandindo significativamente a partir de 1970 (DEMARCHI et al., 1995).
Apesar de ser cultivado preferencialmente para a produção de grãos, existem também
variedades de sorgo para a produção de massa verde para pastoreio, feno e silagem, para a
produção de álcool ou açúcar e para a produção de vassouras (SAWAZAKI, 1998).
O aumento da produção de sorgo no Brasil, segundo Mitidieri (2000), resulta da
conjugação de vários fatores que impulsionaram a demanda por matérias-primas energéticas,
dentre elas o milho e o sorgo: 1) aumento do consumo per capita de proteína animal,
especialmente carne de frango, provocando crescimento no consumo de rações balanceadas; 2)
valorização do sorgo pelas indústrias de rações, em função da oferta regular e qualidade do
produto; 3) desenvolvimento da “safrinha”, proporcionando receita extra ao agricultor; 4)
avanço da prática de plantio direto e a inclusão do sorgo como provedor de palhada; 5)
melhorias na infra-estrutura de transporte e recepção de armazenamento de grãos; 6) expansão
da produção de leite e confinamento bovino; 7) ações institucionais de divulgação e
esclarecimento coordenadas pelo Grupo Pró-Sorgo/APPS
1
e 8) investimentos por parte da
indústria de sementes, com aumento do número de híbridos adaptados e maior oferta de
sementes. Dados do IBGE
2
estimaram um aumento de 125% da safra de 2003 em relação a
2002.
No Brasil, a estacionalidade de produção das pastagens e a intensificação dos sistemas
de produção, fazem da silagem do sorgo uma grande opção e o seu uso vem ampliando a cada
ano, especialmente em regiões áridas e semi-áridas, onde a cultura se destaca, por sua maior
resistência ao estresse hídrico, tornando o Brasil um dos países com maiores potencialidades de
adaptação e crescimento da cultura de sorgo no mundo (ZAGO, 1991). O interesse pela cultura
do sorgo no Brasil, a princípio, foi a redução do custo de tonelada da matéria verde de silagem
produzida, através da introdução de variedades de porte alto. Mais tarde, porém as pesquisas
buscavam aliar alta produção com grande valor nutritivo. O que foi conseguido através do
desenvolvimento de híbridos de sorgo mais apropriados para a confecção de silagem, com boa
produtividade de matéria seca e alto valor nutritivo (NUSSIO, 1993).
16
Segundo Pizarro (1978), sob a garantia do uso de variedades e/ou híbridos de elevada
qualidade e alta produtividade, o sorgo poderia ser transformado numa cultura de grande
expressão para a produção animal devido: 1) elevado potencial de produção, 2) boa adequação à
mecanização, 3) boa fonte de energia para arraçoamento de ruminantes, 4) grande versatilidade
(feno, silagem e pastejo direto) e 5) adaptação a regiões secas.
Os critérios para a seleção de híbridos de sorgo para silagem, de acordo com Cummins
(1971), têm sido principalmente, a altura de planta, produtividade, produção de grãos,
resistência a doenças e pragas e a tolerância à seca. Em programas de melhoramento de sorgo,
Zago (1991) recomendou: 1) determinar características herdáveis do sorgo que estejam
relacionadas com um processo de fermentação adequado e baixas perdas de matéria seca (MS)
durante a ensilagem; 2) determinar características relacionadas com a digestibilidade, o
consumo de forragem e o desempenho animal; 3) e também observar as seguintes
características: relação colmo/folha/panícula, suculência do colmo, teor de açúcar, cerosidade e
tanino (presença ou ausência).
As cultivares de sorgo apresentam em média maior produção de MS do que a cultura do
milho, condição evidenciada, sobretudo em condições marginais de cultivo. Esta maior
produção de matéria seca, de determinadas variedades de sorgos, poderia compensar e/ou até
mesmo superar sua menor digestibilidade em relação ao milho. O fato de o sorgo permanecer
por mais tempo verde e com alguma umidade, após a sua maturação fisiológica, não
interrompendo o acúmulo de açúcares solúveis, permitiria aumentar o período de colheita sem
comprometer drasticamente a qualidade da silagem produzida, facilitando a trituração e a
compactação da massa ensilada (ZAGO, 1991; DEMARCHI et al., 1995).
A grande demanda por materiais de melhor qualidade impulsionou o aparecimento de
numerosos genótipos, com características específicas de porte (alto, médio, baixo), ciclo
(precoce ou tardio) e aptidão (forrageiro, duplo-propósito ou granífero), cada um destes
materiais apresenta características agronômicas e valor nutritivo diferentes, com conseqüentes
variações quanto à produtividade e padrões de fermentação, resultando em silagens com
diferentes qualidades. Tais condições podem influenciar diretamente o desempenho dos animais
que consomem a silagem (PEDREIRA et al., 2003).
O sorgo é uma cultura que possui maior resistência à deficiência hídrica quando
comparada à cultura do milho. Esta resistência é atribuída ao seu sistema radicular fibroso que
pode atingir profundidades até 1,5 m e também por possuir ritmo de transpiração bastante
eficiente (NUSSIO, 1993).
Em sistemas de sucessão de culturas, o sorgo pode ser plantado após as colheitas das
culturas de verão, o que normalmente ocorre em fevereiro e início de março. Esta alternativa
tem sido cada vez mais utilizada, principalmente devido às características do sorgo quanto à
17
tolerância à escassez de chuvas, o que deve favorecer melhor uso do solo, garantindo melhores
resultados econômicos à atividade (PEDREIRA et al., 2003).
A cultura de sorgo, de acordo com Nússio (1993), é capaz de se estabelecer em regiões
com médias pluviométricas de até a 450 mm, enquanto que a cultura do milho, somente em
regiões com médias superiores a 600 mm, embora Demarchi et al. (1995) cite o estabelecimento
de culturas de sorgo precoce entre 300 e 380 mm. Nússio (1993) e Demarchi et al., (1995),
também mencionaram que o sorgo apresenta um período crítico de dependência hídrica,
semelhante ao milho, em torno de 20-25 dias iniciais da cultura (germinação) e aos 50-60 dias,
na fase de polinização e granação (enchimento dos grãos).
De acordo com Demarchi et al. (1995), o ciclo vegetativo do sorgo depende da cultivar,
a maioria completa o seu ciclo entre 90 a 190 dias, e o ciclo de crescimento do grão de sorgo
pode ser subdividido em: grão inteiro leitoso (12 dias após o florescimento), grão pastoso (24
dias), grão farináceo-duro (36 dias), grão duro (48 dias). E ainda segundo este autor, para
garantir teor ideal de MS para ensilar (27 a 37%), recomenda que os sorgos com altas
percentagens de grãos (mais de 55% da planta) sejam colhidos entre os estádios de grão leitoso
e pastoso, sorgos com percentagens médias (40 a 55% da planta), entre os estádios pastoso e
farináceo e sorgos com baixa percentagem (menos que 40% da planta), de grãos, nos estádios de
grão duro.
As características físicas e químicas dos grãos de sorgo variam dependendo do cultivar
(ROSTAGNO, 1986). A maioria possui nível de proteína um pouco superior ao milho, todavia a
digestibilidade do amido é menor por apresentar uma forte matriz protéica que protege o amido
da degradação microbiana. Em relação aos níveis de aminoácidos, o sorgo é deficiente em
lisina, metionina e treonina, e em termos energéticos o sorgo é quase equivalente ao milho
(DEMARCHI et al., 1995).
Esta grande variabilidade genética para as características nutricionais dentro da espécie
de sorgo demonstra o grande potencial de exploração destas espécies em programas de
melhoramento, visando desenvolver híbridos de alto valor nutritivo, buscando um desempenho
animal semelhante aos obtidos com silagens de híbridos de milho (ZAGO, 1991; ZAGO, 1999).
Devido a esta ampla variabilidade do valor nutritivo da silagem de sorgo, Zanotelli et al., (1998)
concluíram que não é possível estabelecer comparações precisas entre silagens de sorgo e de
milho.
O uso do sorgo, portanto, justifica-se por suas características bromatológicas, que, à
semelhança do milho, possibilitam fermentação adequada e conseqüente armazenamento deste
alimento sob a forma de silagem, pelos teores mais elevados de proteína bruta em algumas
variedades (WHITE et al., 1991) e pelas características agronômicas, que, entre outras, incluem
maior tolerância à seca (NUSSIO, 1993).
18
2.2 Silagem de sorgo na nutrição animal
O uso de forragens conservadas na forma de silagem é uma alternativa para contornar o
problema de escassez de pasto no período de estiagem (PEREIRA et al., 1993).
Entre as forrageiras que melhor se adaptam a técnica de ensilagem destaca-se o milho
(Zea mays L) e o sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench). O ponto crítico da cultura de sorgo para
produção de silagem tem sido o ataque de pássaros, que em muitas regiões, pode ser
responsável por perda de grande parte dos grãos, podendo atingir cerca de 70 a 90% de perdas,
o que reduz o valor nutritivo das silagens produzidas, uma vez que a concentração de amido
reside nessa porção da planta.
Embora determinadas pesquisadores tenham identificado valor nutritivo inferior ao do
milho, apresentando de 72 a 92% do valor nutricional da silagem de milho (ZAGO, 1991), ela
possui aspectos bastante positivos e sua ensilagem vem ganhando destaque: apresenta maior
tolerância à seca que o milho, devido ao seu sistema radicular ser mais abundante e profundo;
apresenta rebrotas após os cortes, obtendo-se até 60% da produção do primeiro corte; e algumas
variedades e, ou, híbridos de sorgo apresentam maior produção de matéria seca e matéria verde
por unidade de área que o milho (ZAGO, 1999), sobretudo em condições precárias de cultivo
com regiões de solos com menor fertilidade e locais onde estiagens longas e freqüentes
(SOUZA et al., 2003 e MOLINA, 2000).
Devido às suas características fenotípicas que determinam facilidade de plantio, manejo,
colheita e armazenamento, o sorgo se adapta perfeitamente ao processo de ensilagem, aliado a
estas características o sorgo possui uma alta concentração de carboidratos solúveis, condição
fundamental para confecção de silagens de alta qualidade (NEUMANN et al., 2002),
dispensando o uso de aditivos para melhorar e estimular à fermentação (ZAGO, 1991),
destacando o mesmo autor a versatilidade da planta do sorgo na nutrição de ruminantes e sua
importância para a produção de silagem, contribuindo com 10 – 12% da área total cultivada com
silagem no Brasil.
As pesquisas segundo Gourley e Lusk (1977), deveriam buscar identificar as
características agronômicas relacionada ao processo de fermentação adequado, que proporcione
baixa perda de matéria seca e nutrientes durante a ensilagem e altas taxas de digestibilidade e
consumo, na seleção de cultivares mais apropriados para a ensilagem.
As variedades de sorgo graníferos apresentam maior proporção de grãos em relação à
massa verde, possibilitando uma melhor qualidade de silagem, pois além de elevar o teor de
matéria seca nos grãos, enriquece a parte energética da planta (VILELA, 1985). Contudo,
Sanderson et al., (1994) não encontraram correlações positivas entre a composição morfológica
(proporção de folha, colmo e panícula) e a qualidade da forragem, sob o ponto de vista de
digestibilidade. A melhoria no valor nutritivo da silagem de sorgo, concordando Zago (1999),
19
não estaria apenas na seleção de genótipos com melhor equilíbrio colmo, folha e panícula, mas
também na seleção de linhagens de maior digestibilidade das partes da planta.
Streeter et al. (1990), em pesquisa com quatro híbridos de sorgo, observaram menores
valores de digestibilidade da matéria orgânica quando comparado ao milho, provavelmente
devido às características do amido e sua interação com a proteína.
Determinações convencionais de digestibilidade e valor nutritivo não são suficientes
para avaliar a qualidade de uma forragem, é necessário que se conheça seu consumo voluntário
(LAVEZZO, 1985), que é uma importante variável indicativa do valor alimentício de forragens.
2.3 Características de carcaça e desempenho de ovinos
Em geral, trabalhos de pesquisa demonstram superioridade para pesos e rendimentos de carcaça
a favor de cordeiros confinados quando comparados com animais criados em pastagens e
abatidos na mesma idade (MACEDO, 2000). Alguns autores, ao compararem os sistemas de
terminação, constataram maior desempenho dos cordeiros em confinamento do que em
pastagem (MURPHY et al., 1994; AVILA & OSÓRIO, 1996) e que o sabor, a maciez, o odor e
a quantidade de gordura são preferenciais e podem ser afetados pelo sistema de alimentação dos
animais (SILVA SOBRINHO et al., 1996 e FAGUNDES NETO et al., 2002).
O ganho de peso é uma variável importante no desempenho produtivo do animal. A
redução da velocidade de ganho de peso pode ser uma referência para a determinação do
momento de abate, o qual deve ocorrer no início do declínio da eficiência de conversão
alimentar, que varia em relação a idade dos animais conforme a raça, sexo ou castração. Assim,
evitam-se idades muito avançadas, acima de 150 dias de idade, e/ou alta deposição de gordura
na carcaça, condição indesejável para o mercado (SANTOS, 1999).
Assim como o ganho de peso, o rendimento de carcaça é um parâmetro importante na
avaliação dos animais, estando relacionado de forma direta à comercialização de cordeiros,
sendo geralmente, um dos primeiros índices a ser considerado, expressando a relação percentual
entre o peso da carcaça e o peso vivo do animal. Nos ovinos, o rendimento de carcaça pode
variar de 45 a 60% e sofre influência de fatores como raça, peso ao abate, sistema de
alimentação, condições de resfriamento e idade do animal (SANUDO e SIERRA, 1986). O
rendimento comercial, que é obtido pela relação do peso da carcaça fria e peso vivo ao abate, é
outro importante indicador da disponibilidade de carne ao consumidor (SILVA SOBRINHO,
2001).
A conformação da carcaça é um dos fatores que mais incidem sobre o valor final de
comercialização da carne. A conformação adequada indica desenvolvimento proporcional das
distintas regiões anatômicas que integram a carcaça, sendo que as melhores conformações são
20
alcançadas quando as partes de maior valor comercial estão bem pronunciadas (OLIVEIRA et
al., 2002).
A composição das carcaças pode ser estimada através da mensuração da espessura da
gordura subcutânea tomada acima do músculo longissimus dorsi, pois apresenta boa correlação
com o seu teor de gordura (WOOD e MACFIE, 1980). A conformação e o grau de cobertura
de gordura podem ser avaliados através do método visual nas carcaças frias,
considerando-se as distintas regiões anatômicas e a espessura de seus planos musculares e
adiposos em relação ao tamanho do esqueleto que os suportam (COLOMER-ROCHER,1988).
Cordeiros desmamados aos 60 dias apresentam grande potencial de ganho de peso.
Segundo Taylor (1985) os maiores ganhos de pesos são encontrados em animais jovens, (até
30% de maturidade). Desta maneira, alimentação adequada, com elevada concentração
energética, deve ser utilizada para esta categoria de animais. Sendo, portanto as silagens de
milho e as de sorgo granífero, mais indicadas por suas excelentes características fermentativas e
bom conteúdo energético.
Bueno et al.,( 1998) avaliaram o desempenho de cordeiros da raça Suffolk desmamados
aos 60 dias e confinados, alimentados com silagem de milho (30,1% de MS; 7,6% de PB e
59,1% de FDN), silagem de sorgo granífero (31,3% de MS; 9,2% de PB e 63,3% de FDN) ou
feno de gramínea (92,2% de MS; 7,5% de PB e 77,9% de FDN) e verificaram que os animais
alimentados com silagem de milho ou de sorgo mostraram maior ganho de peso diário e menor
idade de abate que os alimentados com feno e atribuíram os resultados a variação do FDN das
plantas, sendo esta causa do menor desempenho dos animais alimentados com feno de
gramínea. Estes autores também concluíram que as silagens de milho ou de sorgo
proporcionaram desempenhos semelhantes para os cordeiros.
Silagem de milho e de sorgo granífero e feno de capim-coast cross (Cynodon dactylon
L. Pears), foram avaliadas por Cunha et al., (2001) em experimento envolvendo cordeiros da
raça Suffolk, machos e fêmeas, recém desmamados (60 dias). Os animais foram alimentados do
desmame até atingirem o peso de abate, com os volumosos descritos anteriormente e ração
concentrada (3,5% do PV). Os autores observaram que as silagens de milho ou de sorgo
propiciaram maior ganho de peso diário (295 e 294 g, respectivamente) e menor idade de abate
(118 e 119 dias, respectivamente) que os alimentados com feno de Coast cross (241 g/dia e 129
dias). Os machos apresentaram valores superiores em relação às fêmeas, maior ganho de peso
diário (301 e 252 g, respectivamente) e menor idade ao abate (117 e 127 dias, respectivamente).
Após o abate, verificou-se que os componentes-não carcaça, o rendimento de carcaça e de seus
cortes não foram afetados pelo tipo de alimento. As carcaças dos animais alimentados com
silagem de milho apresentaram maior proporção de gordura (18,7; 16,7; 17,5%) e compacidade
(241; 232; 231 g/cm) que os demais e menor proporção de músculos (59,5; 61,1 e 60,6%) que
os alimentados com silagem de sorgo. As fêmeas apresentaram carcaças com maior proporção
21
de gordura (19,0 e 16,3%) e menor proporção de ossos (21,0 e 22,9%) que os machos, contudo
sem diferença na proporção de músculos (60,0 e 60,7%). Os autores concluíram que a silagem
de milho ou sorgo são excelentes volumosos para terminação de cordeiros, contudo o feno de
gramínea, devido ao seu menor valor nutritivo, reduziu o desempenho dos animais.
Segundo Demarchi et al,. (1995) a principal causa do menor desempenho animal
quando alimentado com silagem de sorgo, em comparação com a silagem de milho, seria a
presença do tanino, responsável por reduzir tanto o consumo quanto a digestibilidade do
alimento forrageiro, como conseqüência da formação de complexos com as proteínas (VAN
SOEST, 1994).
2.4 Tanino: definição e características químicas e seus efeitos
Os taninos representam o quarto mais abundante constituinte vegetal, depois da
celulose, da hemicelulose e da lignina. Atuam como parte do mecanismo de defesa dos vegetais
contra microrganismos, herbívoros e condições ambientais hostis. Altas quantidades de taninos
estão associadas com a resistência de vegetais ao ataque microbiano (SCALBERT, 1991).
O tanino está presente no sorgo (CANNAS, 1999; McLEOD, 1974, JANSMAN, VAN
SOEST, 1994), polpa e casca de café (BARCELOS et al., 2001) e leucena. (D’MELLO, 1995;
McLEOD, 1974, JANSMAN, VAN SOEST, 1994).
Os taninos por definição são substâncias polifenólicas (polímeros de fenóis) solúveis em
água, apresentando peso molecular entre 500 a 3.000 Da (Daltons), dotados de grande
quantidade de grupos hidroxifenólicos e, em alguns casos, grupos carboxílicos, que os
capacitariam para formar ligações cruzadas e precipitar proteínas e outras moléculas (celulose,
hemicelulose e pectina) em solução aquosa, formando complexos estáveis (McLEOD, 1974;
JANSMAN, 1993; REED, 1995). Portanto, os taninos não seriam um grupo químico bem
definido, mas um grupo de substâncias com algumas propriedades em comum (JANSMAN,
1993). De acordo com este autor, compostos fenólicos de baixo peso molecular (<500 Da) não
formariam ligações cruzadas estáveis com outras moléculas, enquanto que aqueles com alto
peso molecular (>3000 Da) não apresentariam propriedades de tanino, pois seriam muito
grandes para penetrarem no interior de moléculas alvo.
Segundo Van Soest (1994) e Reed (1995), muitos compostos fenólicos solúveis teriam
estrutura e propriedades químicas análogas aos taninos, mas seriam incapazes de precipitar
proteínas. Portanto, a definição de taninos fundamentada somente na capacidade dos polifenóis
de precipitarem proteínas seria restritiva em considerar o efeito nutricional deste grupo químico.
Estes autores definiram taninos mais amplamente. Assim taninos seriam quaisquer compostos
fenólicos, com alto peso molecular e suficientes grupos hidroxifenólicos para formarem efetivos
22
e fortes complexos com proteínas e outras macromoléculas, sob certa condição ambiental em
particular. Estas macromoléculas seriam celulose, amido e mesmo minerais.
Os taninos são divididos em dois principais grupos com base na estrutura molecular:
taninos hidrolisáveis (TH) e taninos condensados (TC), (McLEOD, 1974; JANSMAN, 1993;
REED, 1995). Os taninos hidrolisáveis são compostos de carboidratos que têm cadeias fenólicas
laterais. Por hidrólise fornecem glicose e ácidos fenólicos, dos quais o mais conhecido é o ácido
gálico. Ao serem quebrados no intestino em seus fenóis e açúcares constituintes, eles são
absorvidos. Os fenóis absorvidos são produtos tóxicos e serão destoxicados pela sua conjugação
com grupos metil supridos pela colina e metionina (McLEOD, 1974).
Os taninos condensados ou proantocianidinas seriam produtos da polimerização do
flavan-3-ol (catequinas) e flavan-3,4-diol (leucoantocianidinas) ou por uma mistura de ambos
(McLEOD, 1974; JANSMAN, 1993), por uma ligação carbono-carborno que não seria
susceptível à hidrólise (REED, 1995), contudo sua estrutura completa ainda não está bem
elucidada (VAN SOEST, 1994).
De acordo com McLeod (1974), os taninos condensados seriam o tipo de tanino mais
amplamente distribuído entre as plantas superiores. Seus múltiplos grupos fenólicos hidroxil
conduzem a formação de complexos com proteínas, com importantes conseqüências
nutricionais (MUELLER-HARVEY, 2001). A maioria dos polifenóis encontrada em sorgo são
os taninos condensados (BUTLER, 1982), o que confere aos grãos de sorgo maior resistência ao
ataque de pássaros (CUMNINS, 1971), bem como danos causados por insetos, fungos e a
germinação dos grãos na panícula antes da colheita (MULLINS e NeSMITH, 1988).
O conteúdo de taninos nas plantas pode variar de acordo com as condições climáticas e
geográficas, Jansman (1993), em pesquisa utilizando folhas de carvalho, demonstrou a variação
na concentração de tanino, de 0,5% a 5,0% na matéria seca (MS) entre abril e setembro,
respectivamente.
A maior dificuldade no estudo dos taninos, de acordo com McLeod (1974), é a
tendência de muitos fenóis oxidarem durante a preparação e extração da amostra. Os
procedimentos de triturar, macerar e a secagem do material a campo ou através de ventilação
forçada reduzem o conteúdo de tanino do material. E ainda, segundo Jansman (1993), os
métodos de análise dos taninos, devido à complexa natureza química destes compostos, não
fornecem resultados completamente satisfatórios.
2.4.1. Efeitos adversos e benéficos
Os taninos o classificados na nutrição animal como fator antinutricional. Apresentam
composição química variada, sendo, muitas vezes pouco conhecida. O efeito desses compostos
inclui a inibição da fermentação no rúmen, pela ligação a proteínas e fibras, tornando-as
23
resistentes à digestão, ou indiretamente, pela ligação com enzimas digestivas, prevenindo sua
ação catalítica.
Os taninos atuam como mecanismo de defesa dos vegetais contra patógenos, herbívoros
e condições ambientais hostis e desempenham importante papel na nutrição animal, podendo
exercer efeitos adversos e/ou benéficos na utilização de nutrientes, na saúde e na produção
animal. Além da capacidade dos taninos em precipitar proteína, eles também são capazes de
interagir com outras macromoléculas, como carboidratos, membrana celular das bactérias e
enzimas envolvidas na digestão de proteínas e carboidratos (CANNAS, 1999).
A complexação dos taninos com as proteínas (além de carboidratos), resistentes ao
ataque microbiano seria o mais importante efeito nutricional e toxicológico destes compostos
(JANSMAN, 1993; REED, 1995), mas, parece haver uma maior afinidade dos taninos pelas
proteínas do que por outras moléculas (como a celulose), o que foi atribuída às fortes pontes de
hidrogênio que se formariam entre o oxigênio do grupo carbonila das proteínas e os grupos
hidroxifenólicos dos taninos (McLEOD, 1974).
A interação tanino-proteína é específica e depende da estrutura de ambos. As
características das proteínas que favorecem sua associação com taninos incluem segundo Butler
(1982): a) peso molecular: proteínas com alto peso molecular associam-se mais fortemente aos
taninos; b) estrutura das proteínas: proteínas com estruturas mais abertas e flexíveis têm maior
afinidade aos taninos, ao passo que, proteínas globulares, que são mais compactas, possuem
menor afinidade aos compostos fenólicos; c) ponto isoelétrico: a afinidade das proteínas aos
taninos é maior no ponto isoelétrico da proteína, ainda que algumas proteínas se associem aos
taninos em um amplo limite de pH; d) conteúdo de prolina: as proteínas ricas em prolina, como
as zeínas no milho e kafirina no sorgo, são lineares, uma vez que este aminoácido não se insere
em uma estrutura em α-hélice, assim, aumenta-se a superfície de contato do polipeptídio, com
maior probabilidade de reação.
Dos efeitos dos taninos, destacam a capacidade de inibir a atividade de certas enzimas e
seus efeitos tóxicos contra certos grupos de bactérias ruminais, especialmente as celulolíticas
(VAN SOEST, 1994). A certo grau, muitos organismos são sensíveis ao efeito inibitório dos
taninos, mas alguns podem tolerar altas concentrações e, até mesmo, utilizar o carbono dos
taninos para o seu crescimento (BERNARDINO et al., 1996). O grau de inibição dependerá dos
tipos de taninos e microorganismos envolvidos, sendo que os taninos condensados têm maior
efeito inibitório sobre a atividade das enzimas e microorganismos do que os hidrolisáveis e
fenóis de baixo peso molecular (McLEOD, 1974).
Em bovinos e ovinos os níveis moderados de taninos condensados (2-5% da MS) nas
forragens, poderá ocorrer um aumento da eficiência de reciclagem da uréia no rúmen, pela
diminuição da atividade das deaminases bacterianas, reduzindo as concentrações de N-NH
3
no
rúmen e de N-uréico plasmático, levando a uma menor perda de N via urina, o que irá ocasionar
24
maior reciclagem de N no rúmen e melhorias no balanço final de N, aumentando a retenção
deste nutriente no organismo animal (VAN SOEST, 1994; REED, 1995; BARRY e McNABB,
1999).
Em níveis moderados (< 4%) nas leguminosas pode ter efeitos benéficos em
ruminantes, resultando em altas taxas de crescimento e produção de leite (CANNAS, 1999),
podendo reduzir a ocorrência de timpanismo, por prevenir a formação de espuma estável no
rúmen (McLEOD, 1974; JANSMAN, 1993; BARRY e McNABB, 1999), após a ingestão rápida
de forragem de alta qualidade; aumentar o fornecimento de proteína não degradável no rúmen
(PNDR) para digestão no intestino delgado, uma vez que o pH ruminal favorece a formação do
complexo proteína-tanino, não sujeito à ação microbiana: e também melhorar a utilização de
aminoácidos essenciais da dieta (McLEOD, 1974; BRANDES & FREITAS, 1992, JANSMAN,
1993, REED, 1995; BARRY & McNABB, 1999). No entanto, existem trabalhos demonstrando,
que apesar do aumento do fluxo de aminoácidos para o duodeno, haveria redução na
digestibilidade de proteínas e de aminoácidos no intestino delgado de animais alimentados com
forrageiras ricas em tanino (BARRY & McNABB, 1999).
Níveis de taninos acima de 6% da dieta resultam em efeitos negativos sobre a taxa de
crescimento e produção de leite. Devido à característica adstringente dos taninos, estes podem
altear o comportamento ingestivo do animal, reduzindo à ingestão de alimentos ou de visitas ao
cocho, afetando a digestão negativamente, e diminuindo, conseqüentemente a produtividade
animal. (McLEOD, 1974; JANSMAN, 1993; REED, 1995). Adstringência é a sensação causada
pela formação de complexo entre os taninos e glicoproteína salivar, e pode aumentar a salivação
e diminuir a aceitabilidade (RED, 1995). A redução da digestibilidade influencia negativamente
a ingestão devido ao efeito de plenitude gástrica decorrente do alimento o digerido. Vários
estudos relatam um maior consumo de alimento e de ganho de peso quando a dieta não contém
tanino, quando comparados com aqueles que os contém. Porém estes resultados devem ser
avaliados com cautela, pois algumas dessas pesquisas utilizaram fontes de taninos comerciais,
as quais costumam provocar menor ingestão de alimentos que os taninos naturais. Em outros
estudos, contudo, demonstrou-se que dietas com alto teor de taninos naturais não interferem no
volume de alimento ingerido e que a solubilidade dos taninos é menor em pastagens secas,
condição na qual sua capacidade em se unir às proteínas diminui (CANNAS, 1999).
A redução da digestibilidade quando se têm dietas ricas em taninos, pode também ser
explicada com base na inibição das enzimas digestivas ou também pela sua reação com
mucoproteínas intestinais levando à redução da passagem de nutrientes através da parede
intestinal (BERNARDINO et al., 1996). Os efeitos adversos dos taninos incluem: redução no
consumo; baixa digestibilidade; inibição de enzimas digestivas; perda de proteínas endógenas
(GETACHEW et al., 2000). Segundo Jansman (1993) os fatores relacionados com a extensão
da inibição das enzimas digestivas seriam: 1) quantidade de proteína dietética disponível, 2)
25
formação de complexos taninos-proteína antes da digestão, 3) quantidade de diferentes enzimas
no meio e 4) espécie e idade do animal.
Outros pesquisadores também observaram redução nas atividades de enzimas
microbianas e/ou do trato digestivo posterior, em ruminantes ou em monogástricos alimentados
com dietas ricas em tanino. Foram observadas reduções da atividade biológica de: tripsina,
quimotripsina, α-amilase, β-glucosidase, lipase, celulases, urease, proteases ruminais,
carboximetilcelulase, glutamato desidrogenase, enzimas assimiladoras de NH
3
, ou seja,
glutamina sintetase e alanina amoniatransferase (McLEOD, 1974; JANSMAN, 1993). Reed
(1995) observou que, os taninos condensados podem inibir a atividade das proteases de algumas
espécies ruminais (Streptococus bovis e Butyrivibrio fibrisolvens), sendo este um dos maiores
efeitos dos taninos sobre o trato digestivo.
Segundo Reed (1995) a redução da taxa fracional de passagem e digestão dos alimentos
no rúmen seria mais importante do que a palatabilidade para a redução do consumo de
alimentos.
De acordo com Jansman (1993), os taninos reduzem a digestibilidade aparente da
proteína e energia, ocorrendo também uma menor absorção no intestino delgado de vitaminas
A, B12 e tiamina, além da complexação entre taninos e os minerais cálcio, fósforo, enxofre e
ferro, tornando-os indisponíveis para absorção.
Makkar (2003) citou que o tanino pode formar complexos no rúmen, refletindo de
forma positiva ou negativa sobre o desempenho animal, dependendo da sua concentração. Barry
e Mcnabb (1999) mostraram que altas concentrações de TC (106 g/kg de MS) nos alimentos
reduziram em até 27% o consumo de alimentos em ovelhas. Pesquisas demonstraram que
ovinos consumindo altas concentrações de taninos (20% MS), apresentaram rápida perda de
peso (100 g/dia), e a alta concentração teve maior efeito sobre a digestibilidade da proteína, do
que sobre o consumo total da forragem, devido à formação de complexos indigestíveis com os
carboidratos da parede celular, especialmente a celulose (REED, 1995; SCHOFIELD et al.,
2001).
Experimentos realizados por Aerts et al.,(1999), na Nova Zelândia, com ovinos
consumindo forragens com concentrações variáveis de TC (Lotus corniculatus: 2-5 %; Lotus
peduncularus: 6-10 % e Acácia aneura: 12 %), demonstraram aumento na produção de lã, taxa
de ovulação, produção de leite e absorção intestinal de aminoácidos (metionina e cistina)
quando os animais consumiam forragens entre 4 e 6% de TC. Por sua vez, dietas com
concentrações de TC variando entre 8 a 10%, observaram-se redução de consumo,
digestibilidade, absorção de nitrogênio e aminoácidos, assim como da digestão da fibra e da
produção de lã.
OLIVEIRA et al., (2004), trabalhando com silagens de milho, sorgo com e sem tanino
na alimentação de bovinos de corte, concluíram ser de maior interesse a utilização de híbridos
26
de sorgo considerados de alto tanino pelos aspectos positivos no seu cultivo e ausência de efeito
de tanino sobre o desempenho animal.
2.4.2. Tanino: efeito na silagem
Em relação aos padrões de fermentação das silagens, o tanino tem sido referenciado
como protetor da degradação protéica de forragens em silos, inibindo a ação de enzimas (animal
e vegetal) e a isto se atribui à inativação de proteases microbianas contidas em leguminosas
ensiladas (MARTIN e MARTIN 1983) demonstrando assim, que o ácido tânico complexa
ribulose 1-5 difosfato, proteína abundante nas folhas de forragens e bastante susceptível à
proteólise, reduzindo a formação de N-NH
3
.
Bernardino et al.,(1996) trabalharam com híbridos de sorgo com diferentes teores de
tanino, e observaram que as silagens de sorgo de alto tanino, apresentaram menores valores de
nitrogênio amoniacal (N-NH³), como porcentagem do nitrogênio total (NT) do que os sorgos
sem taninos, provavelmente devido ao menor grau de proteólise ao longo do processo de
ensilagem na presença de alto teor de tanino.
Ao estudar híbridos de sorgo granífero com diferentes concentrações de tanino,
Cummins (1971) observou a influência do teor de tanino sobre a digestibilidade in vitro da MS,
verificando que o processo de ensilagem reduziu a concentração de tanino dos grãos e aumentou
a sua digestibilidade. Porém, Bernardino et al.,(1996) não encontraram redução nas
concentrações de tanino no material ensilado.
2.7. Taninos: efeitos sobre parasitos
A necessidade de bom manejo nutricional dos animais é também importante para o
controle e endoparasitoses que causam perdas econômicas, decorrentes das altas taxas de
mortalidade e queda do desempenho dos animais, pois os endoparasitos são responsáveis pela
diminuição do consumo voluntário de alimentos e prejuízos na digestão e absorção de nutrientes
(HOLMES, 1987). Portanto, o confinamento de cordeiros além de ser uma alternativa
importante na produção intensiva de ovinos, visando animais com idade e acabamento de
carcaça adequada, quando comparado aos animais em pastejo traz como benefícios a
diminuição da mortalidade, e o índice de endo e ectoparasitos (SIQUEIRA, 1996).
O parasitismo gastrointestinal é um problema sério que afeta a produção de carneiros
em todo o mundo. As perdas econômicas são causadas pela diminuição da produção, pelos
custos de profilaxia e do tratamento, e pela morte dos animais infectados. O controle dos
parasitos gastrintestinais tem sido realizado muito tempo com o uso de drogas anti-
helmínticas, porém este controle esta se tornando mais difícil, devido ao aumento da resistência
27
dos parasitos aos anti-helmínticos, essa resistência tem sido relatada em cabras, ovelhas e
bovinos (WALLER, 1994).
Recentemente tem sido sugerido o uso de forragens contendo taninos condensados
(TC), como uma alternativa para a redução da população de parasitas internos em ovinos (MIN
et al., 2003).
De acordo com Min et al., ( 2003), os taninos condensados podem ter efeitos diretos
sobre os parasitas ou indiretamente pelo aumento da resistência dos animais a estas infestações.
Em experimento in vitro, realizado por Molan et al., (2000) foi demonstrado que TC extraídos
das forrageiras Lotus pedunculatus, Lotus corniculatus, Hedysarum coronarium e Onobrychis
viciifolia reduziram a taxa de desenvolvimento larval, do nematódeo Trichostrongylus
colubriformis no terceiro estágio (L3) em aproximadamente 91%, reduziu o mero de ovos
eclodidos em 34%, e diminuiu a mobilidade da larva em 30%.
Diante o exposto e da falta de pesquisas que correlacionem aspectos nutricionais
avaliou-se o desempenho de carneiros suplementados com silagens de sorgo, com e sem tanino
no grão, comparado com a tradicional silagem de milho, buscando uma alternativa para escassez
de alimentos no período da seca.
28
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1.1. Preparo do solo e plantio
O cultivo dos híbridos de sorgo e do milho utilizados para a produção das silagens foi
conduzido na Fazenda Primavera, localizada no município de Itapetinga, Sudoeste da Bahia,
cujas coordenadas geográficas são:15° 18’ 14’’ latitude sul e 40° 12’ 20’’ de longitude oeste. A
altitude é de 301 metros em relação ao nível do mar, região de clima tropical, com chuvas
regulares, mais pronunciadas no verão com pluviosidade média de 900 mm anual e temperatura
média de 30,5°C, com máxima de 43°C e a mínima de 18°C (CARNEIRO, 1983), com o
período de chuvas compreendido entre os meses de novembro a março e período de inverno
com chuvas de menor intensidade.
3.1.2. Plantas forrageiras - cultivares
Os híbridos de sorgo utilizados neste estudo foram: 740, sem tanino no grão, granífero
de ciclo precoce, produzida pela empresa Dow Agrosciences, o 8419 com tanino no grão,
granífero de ciclo precoce produzida pela empresa Pioneer Sementes, e também uma cultivar de
milho, BR5033.
3.1.3. Coleta e preparo das amostras: planta
O corte das plantas, a 10 cm do solo, foi realizado no estádio de grão farináceo, visando
alcançar uma concentração de 35% de matéria seca nas plantas no momento da ensilagem. No
dia do corte foram amostradas aleatoriamente dez plantas da área cultivada, e tomada uma
amostra para determinação da porcentagem de matéria seca.
3.1.4. Preparo dos silos
Todo o material colhido e triturado foi transportado à Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia – UESB, Itapetinga-Ba, e empregadas na confecção de 3 silos tipo superfície,
os quais foram abertos após 30 dias de fermentação.
3.1.5. Coleta e preparo das amostras: silagem
As amostras obtidas no momento da abertura dos silos foram previamente secas em
estufa com circulação forçada de ar a ± 55°C por 72 horas e moídas (moinho tipo "Wiley") em
29
peneiras com crivos de um milímetro. Neste material, foram efetuadas as seguintes
determinações bromatológicas: MS, MM, EE, FDN, FDA, segundo metodologia descrita por
(SILVA e QUEIROZ, 2002).
3.1.6. Coleta e preparo das amostras: tanino
Na abertura das silagens de sorgo foram colhidas amostras para determinar a
concentração dos fenóis totais, taninos totais e taninos condensados. Estas amostras foram secas
em estufa com circulação forçada de ar a 40°C por 72 horas, moídas em (moinho tipo "Willey")
com peneiras com crivos de 1 mm, armazenadas em potes plásticos com tampa e enviado para o
Laboratório de Nutrição Animal do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) – USP.
A análise dos taninos condensados (TC) foi realizada em amostras da planta inteira
(panícula, folhas e colmo) e também nas silagens, pelo método butanol-HCl descrito por Porter
et al.,(1986). A reação é baseada na despolimerização oxidativa catalizada por ácido das
moléculas de antocianidina vermelha, capazes de serem identificadas no fotocolorímetro
(SCHOFIELD et al., 2001).
3.1.7 Local e animais
Os ensaios nutricionais foram conduzidos no setor de ovinocultura da UESB. As
instalações consistiam em galpão coberto com baias individuais (2 m
2
), piso de madeira ripado,
providas de bebedouros e comedouros individuais. Foram utilizados 18 cordeiros machos
inteiros, da raça Santa Inês com peso médio inicial de 22 Kg e 60 dias de idade.
3.1.8 Período Experimental
Os animais foram confinados por 70 dias, sendo 14 dias de adaptação e 56 dias para
avaliação do consumo de matéria seca e consumo de nutrientes. Todos os animais foram
vermifugados antes de iniciar o período experimental.
3.1.9. Dietas experimentais
SCT – 70% Silagem de sorgo com Tanino no grão + 30% Concentrado
SST – 70% Silagem de sorgo sem Tanino no grão + 30% Concentrado
SM – 70% Silagem de milho + 30% Concentrado
O concentrado utilizado foi gentilmente fornecido pela empresa Vitaly Foods®, linha
ovinos, composto por farelo de soja, milho, mistura mineral, uréia e sulfato de amônia,
30
formulado para atingir um total de 19% de proteína bruta e 75% de nutrientes digestíveis totais
(NDT).
Os alimentos volumosos (silagens de sorgo e silagem de milho) e os concentrados
foram pesados separadamente e misturados no cocho no momento do fornecimento. A relação
volumoso:concentrado foi de 70:30, com base na matéria seca dos ingredientes. A alimentação
foi fornecida duas vezes ao dia (ás 7 e 17 h) na proporção de 3,5% do peso corporal dos
animais, com base na matéria seca, e foi ajustada de acordo com o consumo do dia anterior, de
modo que houvessem sobras de 10% do total fornecido, a fim de garantir a ingestão voluntária e
grau de seleção uniforme de cada animal.
3.2 COLETA DE DADOS
3.2.1 Determinação do consumo de matéria seca e consumo de nutrientes
Foram coletadas a cada 14 dias amostras dos alimentos fornecidos e das respectivas
sobras, as quais foram identificadas e acondicionadas em freezer, para posteriores análises
laboratoriais. Todas as amostras foram secas em estufa com circulação forçada de ar a ± 55°C
por 72 horas e, posteriormente, moídas em moinho tipo “Willey” em peneira de crivos de 1 mm.
A seguir, as amostras foram acondicionadas em frascos identificados, para posteriores análises
bromatológicas.
3.2.2 Determinação da digestibilidade
Entre o 52º e 56º dias experimentais foram efetuadas coletas de fezes totais dos animais,
duas vezes ao dia, às 7 h e às 17 h, por intermédio de bolsas coletoras, que permaneceram nos
animais durante o período de coleta. As fezes de cada animal foram pesadas diariamente e
retirada alíquotas de 5 a 10% do total excretado, para a confecção da amostra composta por
animal, que foram acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados e armazenados
sob refrigeração para posteriores análises.
Após o término do ensaio, as amostras do material fornecido, das sobras e fezes foram
descongeladas, à temperatura ambiente; em seguida, procedeu-se à secagem em estufa com
circulação forçada de ar a ± 55°C por 72 horas. Logo após, foram moídas em moinho tipo
"Willey", com peneira de crivos de 1 mm, e armazenadas em frascos identificados para
posteriores análises bromatológicas. As análises de MS, MM, FDN, FDA e EE, conforme
protocolo de análises descrito por (SILVA & QUEIROZ 2002).
31
A digestibilidade da matéria seca (DMS) e dos nutrientes (DN) foi determinada pela
diferença entre a quantidade consumida e excretada pelo animal no tempo de 24 horas,
representada pela equação a seguir:
DMS (%) = MS ingerida – MS excretada x 100
MS ingerida
DN (%) = (MS ingerida x % nutriente) – (MS excretada x % nutriente) x 100
(MS ingerida x % nutriente)
3.2.3 Determinação dos carboidratos totais e não fibrosos
Os carboidratos totais foram calculados segundo metodologia da Universidade de
Cornell, descrita por Sniffen (1992), em que CT (%) = 100 (%PB + %EE + %MM), enquanto
que os CNF conforme formula descrita por HALL (2000), CNF = 100- (%PB+ %FDN +
%EE+%MM).
3.2.4 Determinação do comportamento ingestivo
Para avaliação do comportamento ingestivo, os animais foram observados a cada cinco minutos,
durante 24 horas para determinação do tempo despendido com alimentação, ruminação e ócio.
No dia seguinte utilizando um cronômetro digital foi determinado o número de mastigações
merícicas e o tempo despendido na ruminação de cada bolo ruminal. Para essa determinação
foram feitas observações de três bolos ruminais, em três períodos diferentes do dia (10 12; 14
– 16 e 20 22 horas). A eficiência de alimentação, de ruminação, o número de bolos ruminais,
o tempo de mastigação total e o mero de mastigações merícicas por dia, foram obtidos
segundo metodologia empregada por Burger et al. (2000).
3.2.5 Determinação do ganho de peso e conversão alimentar
Após o período de adaptação, os animais foram pesados, e assim considerados os pesos
corporais iniciais. Os animais foram pesados com intervalo de 14 dias, sempre pela manhã,
antes da alimentação matinal. Realizaram-se quatro pesagens, completando 56 dias de
avaliação de desempenho, permitindo, portanto o acompanhamento do desenvolvimento
ponderal, consumo médio de MS e CA média.
32
3.2.6 Determinação das características de carcaça
Ao final do período experimental, três animais de cada tratamento foram pesados, para
obter PVSJ e logo após, submetidos a uma dieta hídrica por 18 horas para a obtenção do PVCJ.
Os animais foram colhidos na sala de abate da Unidade Experimental em Caprinos e
Ovinos (UECO) da UESB, Itapetinga Ba. Após a colheita, o aparelho gastrintestinal dos
animais foi esvaziado para obtenção do (PCV = peso vivo ao abate - conteúdo gastrintestinal),
visando determinar o rendimento verdadeiro, que é a relação entre o peso da carcaça quente e o
peso corporal vazio (SAÑUDO e SIERRA, 1986).
Após a evisceração, foi registrado o PCQ, sendo as mesmas levadas para câmara de
refrigeração a 5°C, onde permaneceram por 24 horas suspensas pelas articulações tarso
metatarsianas e, ao final desse período, foi obtido o PCF, calculando então a partir deste, a
porcentagem de perda de peso por resfriamento [PPR%=(PCQ-PCF)/PCQ x 100]. As outras
variáveis foram, portanto, obtidas por cálculo de rendimento da carcaça quente (RCQ%=
PCQ/PVCJ x 100), rendimento comercial ou rendimento da carcaça fria (RCF%= PCF/PVCJ x
100) e o rendimento verdadeiro (RV%= PCQ/PCVZ x 100).
Após esse período foi realizada a medida subcutânea, tomada acima do músculo
longissimus dorsi, na altura da inserção da 12ª e 13ª costela, sendo feita uma incisão horizontal e
uma vertical em forma de L, com posterior desprendimento da gordura subcutânea e medição
utilizando-se paquímetro.
Através de avaliação subjetiva das carcaças, segundo metodologia de Colomer-Rocher,
(1988), foram avaliados as seguintes variáveis: cobertura de gordura (1.00 para a
excessivamente magra e 5.00, para excessivamente gorda); grau de conformação (1.00 para
conformação muito pobre, e 5.00 para excelente).
3.6 Análise Estatística
O experimento foi conduzido em um delineamento inteiramente ao acaso, com três
tratamentos e seis repetições. A análise de variância foi realizada utilizando o PROC GLM do
programa estatístico SAS (SAS, 1991). O nível de probabilidade para aceitação ou rejeição no
teste de hipótese foi de 5%. As médias corrigidas foram comparadas pelas diferenças mínimas
significativas obtidas utilizando o teste Tukey ao nível de probabilidade de 5%.
33
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Composição química das silagens
A composição química dos volumosos e concentrado utilizados para confecção das
dietas experimentais encontra-se na Tabela 1. Observa-se que o teor de MS variou de 38,82% na
SCT, a 43,75 % na SM, valores considerados altos tendo em vista que a recomendação é de 27 a
37%, para favorecer o desenvolvimento de fermentações láticas e garantir uma silagem de
qualidade. Estes valores altos provavelmente se devem ao fato de que os materiais foram
colhidos todos em um mesmo dia, estando principalmente o milho em um estádio de maturação
mais avançado.
O teor de proteína bruta (PB) foi próximo entre as silagens, e como esperado, a silagem de
milho revelou valor numericamente inferior (6,11%) às demais silagens, mas dentro dos níveis
normalmente encontrados 4 a 7% (VILELA, 1985). Todas as silagens, portanto, estiveram
acima do mínimo desejado para garantir fermentação ruminal adequada, que segundo Van
Soest, (1994), é de 6%.
Tabela 1
– Composição (%) química dos ingredientes da dieta com base na matéria seca
Nutrientes
Silagem de Sorgo
Silagem de
Milho
Concentrado
Com tanino Sem tanino
Matéria seca
37,82 40,07 43,75 89,00
Matéria orgânica 92,20 92,83 95,87 90,68
Matéria mineral 7,80 7,17 4,13 9,32
Proteína bruta 6,70 7,51 6,11 20,95
Extrato etéreo 4,48 4,74 6,01 1,33
Fibra detergente neutro 73,25 71,63 61,01 47,72
Fibra detergente ácido 34,92 33,43 29,33 22,06
Carboidratos totais 81,02 80,58 83,75 68,40
Carboidratos não fibrosos 8,95 7,77 19,74 20,68
Taninos condensados
1
0,80 0,10 - -
Taninos totais
2
3,56 3,01 - -
Fenóis totais
2
4,79 4,69 - -
1
Taninos condensados em eq-g leucocianidina/kg MS;
2
Fenóis totais em eq-g de ácido tânico/kg MS
Em relação ao teor de fibra em detergente neutro (FDN) das silagens de sorgo, foram
registrados 71,63% para SST e 73,25% para SCT. Os valores de FDN das silagens de sorgo
encontrados por Pesce et al.(2000) que analisou vinte genótipos de sorgo, variaram de 53,5% a
59,3%, valores inferiores aos obtidos no presente estudo. Analisando a silagem de milho o FDN
foi 64,01%, se comparado ao estudo de Mizubuti et al., (2002), também se apresenta elevado.
Os dados de FDA para SM, SST, SCT, foram 29,33% 33,44% e 34,92%, respectivamente,
apresentando comportamento bastante parecido com o estudo de Pesce et al.,(2000), aonde
obtiveram valores para silagens de sorgo variando entre 31,0% a 34,6%.
34
A Tabela 2 apresenta a composição química das dietas experimentais.
4.2 Consumo médio diário
A tabela 3 mostra que o tipo de silagem oferecida afetou (< 0,05) o consumo de matéria
seca. O consumo entre a silagem de sorgo com tanino e a silagem de milho não diferiram entre
si (> 0,05), porém entre a silagem de sorgo sem tanino e a silagem de milho houve diferença
significativa (P< 0,05). As médias de consumo de MS das silagens de sorgo encontram-se
dentro do padrão recomendado pelo NRC (1985) para ovinos desta categoria, a qual varia de 1,0
a 1,3 kg MS/animal/dia.
De acordo com Van Soest (1994), existe alta correlação negativa entre FDN e o
consumo de matéria seca pelos ruminantes, fato que não ocorreu neste trabalho. A silagem de
milho, neste experimento, obteve a menor % FDN e apesar disso apresentou as menores taxas
de consumo. Estes eventos indicam que outros fatores, como enchimento do rúmen, tamanho de
partícula, taxa de passagem, pH, produtos da fermentação das silagens e ocorrência de fungos,
podem estar relacionados ao consumo de animais alimentados com silagem (WARD, 1965).
Os consumos de PB, Matéria orgânica (MO) e carboidratos totais (CT) apresentaram
comportamento semelhante ao consumo de MS. O consumo destes nutrientes diferiram
(P<0,05) entre a silagem de sorgo sem tanino e a silagem de milho, mas diferem entre as
silagens de sorgo com tanino e a silagem de milho, fato que se deve a semelhança entre a
composição química das silagens neste estudo.
Tabela 2
– Composição química das dietas experimentais
Nutrientes
TRATAMENTOS
SCT ¹ SST
2
SM
3
Matéria seca 53,87 55,19 57,33
Matéria orgânica 94,07 92,19 94,32
Matéria mineral 8,26 7,81 5,68
Proteína bruta 10,97 11,54 10,56
Extrato etéreo 3,54 3,72 4,61
Fibra detergente neutro 65,60 64,46 59,12
Fibra detergente ácido 31,06 30,02 27,15
Carboidratos totais 77,23 76,93 79,15
Carboidratos não fibrosos 11,64 12,47 20,03
Taninos condensados
4
0,06 0,01 0,00
Taninos totais
5
2,49 2,11 0,00
Fenóis totais
5
3,35 3,28 0,00
¹ Silagem de sorgo com tanino no grão; ² Silagem de sorgo sem tanino no grão; ³ Silagem de milho;
4
Taninos condensados em eq-g leucocianidina/kg MS;
5
Fenóis totais em eq-g de ácido tânico/kg MS
35
Em relação ao consumo de FDN e FDA, não foram observadas diferenças (> 0,05) entre
as silagens de sorgo, isto pode estar associado ao fato de as silagens apresentarem teores de
FDN e FDA muito próximos, que não se observaram diferenças entre o consumo de MS das
silagens, entretanto os animais alimentados com silagem de milho consumiram quantidades de
FDN e FDA inferiores (P< 0,05) aos animais alimentados com híbridos de sorgo.
Embora tenha sido observada tendência de maior consumo de matéria seca para a
silagem de sorgo sem tanino, não ocorreu diferença (> 0,01) entre as silagens de sorgo. O tanino
não evidenciou seu efeito adstringente, que seria responsável por reduzir o consumo como
mencionaram Cummins (1971) e Demarchi et al., (1995), estes autores observaram também que
essa seria uma das principais causas do baixo desempenho animal quando alimentado por
silagem de sorgo em comparação a silagem de milho. Em outras pesquisas desenvolvidas no
Brasil, com espécies arbóreas do Nordeste, foi possível observar reduções no consumo
voluntário dos ovinos, e tal redução foi associada também à adaptação dos animais e
microorganismos do rúmen aos efeitos inibitórios dos taninos (SILVA et al.,1998; GODOY et
al., 2004).
Contudo já existe um consenso no qual o efeito dos taninos é dose dependente, e que
seus efeitos antinutricionais parece ocorrer quando ingeridos em alta quantidade (6% a 12%)
da MS, como sugere Frutos et al., (2002). Artes et al., (1999) ao conduzir diferentes
experimentos na Nova Zelândia com ovinos consumindo forragens com concentrações variáveis
de taninos condensados (Lotus corniculatus: 2-5%; Lotus peduncularus: 6-10% e Acácia
aneura: 12%), observaram que os animais que consumiam forragens com 4 a 6% de taninos
condensados apresentaram aumentos na absorção intestinal de aminoácidos (metionina e
cistina), na produção de lã, nas taxas de ovulação, na produção de leite e nas quantidades de
Tabela 3
Médias do consumo diário dos nutrientes das dietas: matéria seca (CMS), proteína
bruta (CPB), fibra insolúvel em detergente neutro (CFDN), fibra insolúvel em
detergente ácido (CFDA), extrato etéreo (CEE), matéria orgânica (CMO), matéria
mineral (CMM), carboidratos totais (CT) em kg/dia.
TRATAMENTOS
CV
SCT SST SM
CMS 1,03ab 1,20a 0,85b 17,41
CPB 0,12ab 0,14a 0,09b 17,13
CFDN 0,66a 0,76a 0,48b 17,85
CFDA 0,30a 0,34a 0,21b 17,85
CEE 0,04a 0,05a 0,04a 17,00
CMO 1,39ab 1,62a 1,15b 16,88
CMM 0,08a 0,09a 0,05b 18,69
CCT 0,79ab 0,92a 0,66b 17,39
CMS % PC 4,02ab 4,60a 3,46b 10,28
CFDN % PC 2,58a 2,92a 1,95b 10,47
Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem pelo teste Tukey (P<0,05)
36
proteína no leite. a redução do consumo, da digestibilidade e da absorção do nitrogênio e de
aminoácidos, assim como, da digestão da fibra e da produção de foi observada para animais
consumindo rações com Lotus peduncularus (8 a 10% de taninos condensados).
Na tabela 4 observam-se os resultados das análises do teor de tanino na planta inteira e
nas silagens. As concentrações de taninos condensados nos volumosos avaliados foram baixos,
mesmo no híbrido 8419 considerado de alta concentração, este fato s explica a falta de efeito
mais consistente sobre os parâmetros avaliados, neste estudo em particular.
Ainda sobre a análise dos taninos, foi possível observar que a ensilagem provocou
redução significativa nos teores de tanino. No híbrido 740, sem tanino no grão (SST), o teor de
taninos condensados foi de 0,20 eq.g leucocianidina/kg MS antes e 0,10 eq.g leucocianidina/kg
MS depois da ensilagem. em relação ao híbrido 8419 com tanino no grão (SCT), os valores
variaram de 3,50 eq.g leucocianidina/kg MS para 0,80 eq.g leucocianidina/kg MS. Estes
resultados estão de acordo com CUMMINS (1971) que observaram decréscimo da concentração
de taninos em grãos de sorgo após processo de fermentação. De acordo com McSweeney et al.,
(1999), a redução no teor de tanino está, provavelmente, associada à inativação do composto
pelas condições ácidas em meio anaeróbico, normalmente encontradas em silagens.
4.3 Coeficientes de digestibilidade aparente
Os coeficientes médios de digestibilidade aparente dos nutrientes estão apresentados na
Tabela 5. Não foi observada diferença (> 0,05) para os coeficientes de digestibilidade aparente
(CDA) da MS, MO, PB, FDN, FDA e CT entre as silagens estudadas.
Tabela 4
Concentração de tanino nas plantas e nas silagens de sorgo utilizadas nas dietas
experimentais: plantas de sorgo sem tanino no grão (ST) e plantas de sorgo com
tanino no grão (CT), silagens de sorgo com tanino no grão (SCT) e silagem de
sorgo sem tanino no grão (SST).
AMOSTRA MS 100°C
1
Fenóis totais
2
Taninos totais
2
Taninos
Condensados
3
Silagem – SCT 895,79 4,69 3,01 0,10
Silagem – SST 897,85 4,79 3,56 0,80
Sorgo –CT 901,78 7,10 5,21 3,50
Sorgo – ST 905,59 7,18 4,97 0,20
1
Valores expressos em g/kg de matéria fresca
2
Valores expressos em equivalente grama de ácido tânico / kg de matéria seca
3
Valores expressos em equivalente grama de leucocianidina / kg de matéria seca
37
Em relação ao CDA da MS e PB, estes resultados estão de acordo com os de Pereira et
al. (1993), que também não constataram diferenças entre os coeficientes de digestibilidade
aparente da MS e PB quando compararam silagens de três variedades de sorgo e uma de milho.
Contudo Sherrod e Furr (1970) encontraram valores entre 72 e 77% para a digestibilidade da
matéria orgânica, em ovinos recebendo 81% de sorgo de diferentes cultivares na dieta.
Mizubuti et al., (2002), avaliaram as silagens de milho e sorgo e relataram que a DFDN
e DFDA foram significativas maiores (P>0,05) para silagem de milho. No presente estudo
apesar dos baixos valores obtidos nas analises de taninos, apresentados na Tabela 4, a FDN
apresentou comportamento diferente e contraditório, uma vez que na literatura a diminuição da
digestibilidade da fibra é descrita como efeito antinutricional dos taninos condensados (REED,
2001). Os coeficientes da digestibilidade da FDN neste estudo não apresentaram diferenças
(P>0,05) e ainda revelaram valores numéricos superiores para a silagem de sorgo com tanino no
grão (62,51).
Também contrariando as expectativas, os coeficientes de digestibilidade da DPB, ainda
não tenham apresentado diferenças (P>0,05) entre os tratamentos, é necessário destacar que
esperava-se um menor CDPB na silagem de sorgo com tanino no grão (60,59%) em relação a
silagem de sorgo sem tanino no grão (59,57%), por ser a diminuição do CDPB uma
característica da ação dos taninos condensados na digestão dos animais. Esta redução da
digestibilidade da proteína pelos taninos, de acordo com Butler (1989), está associada à
diminuição da atividade de enzimas ligadas à digestão das proteínas, possivelmente pela ligação
destas enzimas com os taninos, tornando-as inativas.
Neste estudo também foi observado que o CDMS apresentou comportamento diferente
do esperado, pois o CDMS da silagem de sorgo com tanino (67,37%) foi superior a silagem de
sorgo sem tanino (65,28%), pois diminuições no CDMS em experimentos in situ e in vitro
foram descritas quando utilizaram cultivares com alto e baixo teor de tanino no grão (SOUZA et
al.,2003; RODRIGUEZ et al.;1999).
Tabela 5
Coeficiente de digestibilidade aparentes da matéria seca (DMS); matéria orgânica
(DMO); proteína bruta (DPB); da fibra insolúvel em detergente neutro (DFDN); da
fibra insolúvel em detergente ácido (DFDA) e carboidratos totais (CT) em ovinos
alimentados com silagem de sorgo com tanino (SCT), silagem de sorgo sem tanino
(SST) e silagem de milho (SM).
TRATAMENTOS
CV
SCT SST SM
DMS 67,37a 65,28a 70,34a 7,57
DMO 79,44a 78,72a 82,12a 3,99
DPB 60,59a 59,57a 66,05a 10,59
DFDN 62,51a 60,40a 62,42a 10,18
DFDA 46,47a 39,30a 44,03a 22,85
DCT 70,71a 69,51a 74,48a 6,47
Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem pelo teste Tukey (P<0,05)
38
4.4 Desempenho
A tabela 6 mostra que o tipo de silagem consumida afetou (< 0,05) o ganho médio total
(GMT), e o ganho médio diário (GMD) e não apresentou diferenças (P>0,05) para o peso inicial
(PI), peso final (PF) e conversão alimentar (CA).
Os ovinos consumindo silagem de sorgo sem tanino mostraram maior (P<0,05) ganho
médio diário de peso e ganho médio total (153,72 g e 8,61 kg) que os ovinos consumindo
silagem de sorgo com tanino (111,19 e 6,23g) e silagem de milho (94,40 e 5,46g). Os valores
encontrados neste estudo para GMD, dos ovinos consumindo silagem de sorgo (132,4 g) e
silagem de milho (96,40g), foram inferiores aos encontrados por Cunha et al.,2001, que
registram valores de 295g para silagem de milho (96,40 e 5,46g). Os valores encontrados neste
estudo para GMD, dos ovinos consumindo silagem de sorgo (132,45g) e silagem de milho
(96,40g), foram inferiores aos encontrados por CUNHA et al., 2001, que registraram valores de
295g para silagem de milho e 294g para silagem de sorgo em experimento envolvendo
cordeiros da raça Suffolk consumindo os volumosos descritos e ração concentrada (3,5% PV).
Bueno et al.,(1998) avaliaram o desempenho de cordeiros da raça Suffolk desmamados
aos 60 dias e confinados, alimentados com silagem de milho (30,1% de MS; 7,6% de PB e
59,1% de FDN), silagem de sorgo granífero (31,3% de MS; 9,2% de PB e 63,3% de FDN) ou
feno de gramínea (92,2% de MS; 7,5% de PB e 77,9% de FDN) e verificaram que os animais
alimentados com silagem de milho ou de sorgo mostraram maior ganho de peso diário e menor
idade de abate que os alimentados com feno e atribuíram os resultados à variação do FDN das
plantas, sendo esta a causa do menor desempenho dos animais alimentados com feno de
gramínea. Os autores também concluíram que as silagens produzidas.
Apesar das médias de consumo de MS das silagens de sorgo apresentadas neste estudo
estarem dentro do padrão de normalidade, recomendado pelo NRC (1985), os animais que à
consumiram obtiveram em transformar o alimento em produto apresentando somente ganhos de
Tabela 6
Médias obtidas para consumo de matéria seca expressos em % do peso corporal
(CMS%PC), peso inicial (GPI), peso final (GPF), ganho médio total (GMT),
ganho médio diário (GMD) e conversão alimentar (CA).
TRATAMENTOS
CV
SCT SST SM
PI (Kg) 22,35a 21,82a 22,20a 15,28
PF (Kg) 28,58a 30,43a 26,71a 15,17
GMT (Kg) 6,23b 8,61a 5,46b 19,45
GMD (g) 111,19b 153,72a 96,40b 19,70
CA 9,24a 7,88a 10,92a 24,09
Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem pelo teste Tukey (P<0,05)
39
111,19g/dia (SCT) e 153,72 g/dia (SST), desempenhos inferiores quando comparados a outros
estudos.
Mir et al.,(2000), trabalhando com cordeiros mestiços Suffolk x Dorset alimentados
com ração peletizada, suplementada com óleo de açafrão (6% MS), durante 80 dias de
confinamento e abatidos com 45,90 kg, encontraram ganho de peso de 0,380 kg/dia para
cordeiros que receberam ração controle (sem adição de óleo) e 0,349 kg/dia para cordeiros que
receberam ração com adição de óleo, resultados superiores aos encontrados neste trabalho.
Zundt et al., (2006) registraram ganhos de 174,20 g/dia em ovinos da raça Santa Inês
confinados recebendo ração com 20% de PB, e 75% de NDT.
A conversão alimentar não apresentou diferença significativa (P>0,05) entre as silagens
avaliadas, contudo é necessário salientar que a silagem de milho neste estudo obteve o menor
teor de FDN (59,12%) e o maior valor para a conversão alimentar (10,92). Este evento se deve
possivelmente a outros fatores como tamanho de partícula, fermentação das silagens e até
ocorrência de fungos, porque os animais que consumiram silagem de milho foram inferiores no
desempenho, quando comparados aos animais consumindo silagens de sorgo, com ou sem
tanino.
4.5 Características de carcaça
A tabela 7 apresenta as características de carcaça avaliadas neste estudo, e revela que o
tipo de silagem consumida não influenciou (P>0,05) as variáveis estudadas.
As características de carcaça avaliadas não diferiram (P> 0,01) com o tipo de silagem
consumida, assim como no estudo realizado por Cunha et al. (2001), os rendimentos de carcaça
Tabela 7
Médias obtidas para peso vivo sem jejum (PVSJ), peso vivo com jejum (PVCJ),
peso de corpo vazio (PCVZ), peso da carcaça quente (PCQ), peso da carcaça fria
(PCF), rendimento de carcaça quente (RCQ), rendimento de carcaça fria (RCF),
perda de peso por resfriamento (PPR), rendimento verdadeiro (RV) de ovinos da
raça Santa Inês alimentados com SCT, SST, SM.
TRATAMENTOS
CV
SCT SST SM
PVSJ (Kg) 30,63a 31,20a 28,53a 17,54
PVCJ (Kg) 29,67a 29,90a 26,83a 17,53
PCVZ (Kg) 24,35a 25,17a 22,20a 19,39
PCQ (Kg) 13,37a 13,33a 12,77a 22,15
PCF (Kg) 12,69a 13,17a 11,93a 22,48
RCQ (%) 44,95a 47,29a 47,29a 4,41
RCF (%) 42,49a 45,49a 44,06a 5,99
PPR (%) 5,49a 3,74a 6,89a 49,52
RV (%) 54,75a 52,63a 57,58a 5,59
Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem pelo teste tukey (P<0,01)
40
(quente, frio e verdadeiro) não apresentaram diferenças (> 0,01) em função do tipo de volumoso
consumido.
Estes resultados denotam que as silagens não apresentaram diferenças significativas e
evidenciam principalmente que a presença de taninos no grão, nas silagens de sorgo, não
implicou em comportamento diferente.
Os animais que consumiram a silagem de sorgo sem tanino obtiveram o maior peso final e as
melhores avaliações para conformação (CONF), grau de cobertura de gordura (GCG) e gordura
subcutânea (GS) e, no entanto obtiveram a menor porcentagem de rendimento verdadeiro (RV),
contrariando as observações realizadas por Santos (1999), em que o rendimento de carcaça
aumenta com a elevação do peso vivo e com o grau de acabamento do animal.
O período de jejum promove perdas e neste estudo o peso médio ao abate foi 1,32 kg ou
4,42% menor que o peso obtido na origem, 18 horas antes. Este valor se localiza na faixa citada
por Osório (1992) de perdas do peso vivo para jejum de 17 a 18 horas. Visto que, não o
período de jejum ocasiona perdas, mas também as condições de transporte até o abatedouro, é
interessante que as ondas de acabamento de ovinos sejam próximas aos abatedouros, para que
não haja aumento destas perdas.
Os rendimentos de carcaça (quente, frio e verdadeiro) não apresentaram diferenças
(P>0,0%) em função do tipo de volumoso consumido, assim como no estudo realizado por
Cunha et al.,(2001). Neste estudo, o RV variou entre 52,63% (SST) a 57,58%(SM),
concordando assim com Sañudo e Sierra (1986), que afirmam que o rendimento de carcaça nos
ovinos variam entre 45 e 60%.
Estes resultados denotam que as silagens não apresentaram diferenças significativas e
evidenciam principalmente as diferentes concentrações de tanino no grão, nas silagens de sorgo
não implicaram em comportamento diferente provavelmente devido ao fato de baixas
concentrações observadas, ou até mesmo em função da variação de nutrientes nas plantas, o que
justifica a necessidade de avaliações com linhagens isogênicas de sorgo, o que possibilita maior
uniformidade das proporções das plantas principalmente a quantidade de grãos e os padrões de
fermentação das silagens produzidas.
A perda de peso por resfriamento (PPR) das carcaças foi de 5,4; 3,74 e 6,89% para os
respectivos tratamentos: SCT, SSM e SM. A SST apresentou a menor %PPR e o maior grau de
cobertura de gordura entre os tratamentos apesar destes parâmetros não apresentarem diferenças
estatísticas (P>0,05). Estes fatores podem ser explicados pelo maior grau de cobertura, que
proporciona maior conservação da carcaça durante o resfriamento segundo Silva Sobrinho et al.,
(2005).
Na Tabela 8 são apresentados os valores referentes ao grau de cobertura de gordura
(GCG), conformação (CONF) e gordura subcutânea (GS) de acordo com os tratamentos. Não
houve efeito do tratamento (P>0,05) para nenhuma das variáveis analisadas.
41
Os animais que consumiram a silagem de sorgo sem tanino, obtiveram maior peso final
e as melhores avaliações para: CONF; GCG e GS, e no entanto obtiveram a menor porcentagem
de RV, diferindo das observações realizadas por Santos (1999), em que o rendimento de carcaça
aumenta com a elevação do peso vivo e com o grau de acabamento do animal.
Com relação à espessura de gordura, o valor médio encontrado foi 1,47 mm, para
ovinos consumindo silagem de sorgo com peso médio ao abate de 29,29 kg, e 0,80 mm para
silagem de milho com peso médio ao abate de 26,83 kg, resultados inferiores aos obtidos por
Cunha et al., (2001), que encontraram valores e 1,52 mm para silagem de milho com peso de
31,1 kg e 1,55 mm para a silagem de sorgo com peso de 30,6 kg , apesar de não ter ocorrido
diferença significativa (P>0,05). Observa-se tendência de maior GS nas carcaças dos animais
que receberam silagem de sorgo com tanino.
4.6 Comportamento ingestivo
Os resultados correspondentes às médias dos parâmetros do comportamento ingestivo e
seus respectivos coeficientes de variação (CV %) estão apresentados na Tabela 9.
Não houve diferença (P>0,05) dos tratamentos sobre o tempo despendido com
alimentação, ruminação e ócio, bem como sobre a eficiência de alimentação de MS, o tempo de
mastigação total (TMT), número de bolos ruminais (NBR), número de mastigações merícicas
por dia (NMM
nd
), número de mastigações merícicas por bolo (NMM
nb
), e tempo de ruminação
por bolo (TRB).
Os tempos médios despendidos com alimentação, ruminação e ócio de ovinos Santa
Inês alimentados com silagem de capim-elefante amonizada ou não e subprodutos
agroindustriais, foram avaliados por Carvalho et. al (2007) que não encontrou diferença para os
tratamentos, porém os resultados foram superiores aos tempos encontrados no presente trabalho
para as variáveis; alimentação ruminação e ócio (5,42; 10,56; 7,99), respectivamente.
Tabela 8
Médias obtidas de grau de cobertura de gordura (GCG), conformação (CONF),
e gordura subcutânea (GS) em ovinos da raça Santa Inês alimentados com
SCT, SST e SM.
SCT SST SM CV
GCG (1 – 5) 2,00a 2,50a 2,33a 44,51
CONF (1 – 5) 2,83a 3,00a 2,50a 15,87
GS (mm) 1,40a 1,53a 0,80a 79,05
Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem pelo teste Tukey (P<0,01)
42
Dentro dos parâmetros do comportamento ingestivo avaliados nesse experimento foi
observado à influência dos tratamentos para os valores médios de eficiência de alimentação em
kg FDN/h, eficiência de ruminação em kg MS/h e em kg FDN/h, devido aos teores de FDN da
SST e SCT serem mais elevados do que a SM (33,44; 34,92 e 29,33) respectivamente. De
acordo com Dulphy et al. (1980), a eficiência de alimentação e de ruminação da FDN aumenta
quando o nível de fibra da dieta é aumentado.
Os animais alimentados com SST e SCT apresentaram maiores valores quando
comparados aos que receberam SM, para eficiência de ruminação tanto expressa por kg de
MS/h (0,15; 0,14 e 0,11) como em kg de FDN/h (0,94; 0,90 e 0,62), uma vez que o teor de FDN
da silagem de milho foi inferior aos das silagens SST e SCT. Segundo Cabral Filho (2004), a
eficiência de alimentação e ruminação está ligada ao tempo de mastigação, e esta tende a
decrescer com a diminuição da concentração de FDN da dieta. Para eficiência de alimentação de
FDN expressa por kg de FDN/h observou-se também diferença significativa, a SST apresentou
maior resultado (0,18), a SM foi inferior com (0,12), e a SCT não diferiu (0,15) de ambas
(P>0,05).
Tabela 9
Valores médios dos tempo despendido com alimentação, ruminação e ócio, eficiência
de alimentação de MS (EAL
MS
), e de FDN (EAL
FDN
), eficiência de ruminação de MS
(ERU
MS
) e de FDN (ERU
FDN
), tempo de mastigação total (TMT), número de bolos
ruminais (NBR), número de mastigações merícicas por dia (NMM
nd
), número de
mastigações merícicas por bolo (NMM
nb
), e tempo de ruminação por bolo (TRB) em
função dos tratamentos.
ITENS
TRATAMENTOS
SCT SST SM CV
a
(%)
Alimentação (h/dia) 4,60a 4,24a 4,04a 19,29
Ruminação (h/dia) 8,01a 7,19a 7,74a 10,12
Ócio (h/dia) 12,21a 11,75a 12,22a 9,95
EAL
MS
(kg/h) 0,23a 0,28a 0,21a 22,37
EAL
FDN
(kg/h) 0,15ab 0,18a 0,12b 23,04
ERU
MS
(kg/h) 0,14a 0,15a 0,11b 13,09
ERU
FDN
(kg/h) 0,90a 0,94a 0,62b 13,60
TMT (h/dia) 11,79a 12,25a 11,78a 10,05
NBR (n/dia) 653,07a 680,59a 618,62a 16,89
NMM
nd
(n/dia) 36085a 42772a 40746a 12,91
NMM
nb
(n/bolo) 56,84a 63,85a 67,37a 11,50
TRB (seg/bolo) 40,75a 43,28a 45,98a 13,31
Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.
a
coeficiente de variação
43
5. CONCLUSÕES
Apesar de os resultados indicarem semelhanças entre as silagens de sorgo, quanto aos
parâmetros nutricionais e de carcaça, o desempenho dos animais expressos em termos de ganho
de peso, sugerem que a SST foi mais eficiente que a SCT, entretanto o efeito pode não ser
atribuído a presença deste composto, tendo em vista a baixa concentração na silagem (3,56 eq-g
de ácido tânico/kg MS) ou à características inerentes as porções vegetativas das plantas.
Os parâmetros de alimentação, ruminação e ócio não foram influenciados pelos
tratamentos. Já para a eficiência de ruminação tanto de MS quanto FDN, foi superior para a
silagem de sorgo independente da presença ou não do tanino no grão quando comparada a
silagem de milho. Contudo novas pesquisas se fazem necessárias para se demonstrar o real
efeito dos taninos do sorgo em concentrações mais elevadas e com plantas isogênicas. A
silagem de sorgo pode ser utilizada como alternativa à silagem de milho na alimentação de
ovinos, considerando comportamento similar quanto aos parâmetros avaliados.
44
6. REFERÊNCIAS
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