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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
ANÁLISE DA TAXA DE REJEIÇÃO SISTÊMICA PARA
DIVERSOS ESQUEMAS DE MODULAÇÃO
RAFAEL RABELO NUNES
ORIENTADOR: MARCO ANTONIO BRASIL TERADA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ENGENHARIA
ELÉTRICA
PUBLICAÇÃO: PPGENE.DM – 387/09
BRASÍLIA / DF: JULHO / 2009
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
ANÁLISE DA TAXA DE REJEIÇÃO SISTÊMICA PARA DIVERSOS
ESQUEMAS DE MODULAÇÃO
RAFAEL RABELO NUNES
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA ELÉTRICA DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE.
APROVADA POR:
MARCO ANTONIO BRASIL TERADA, PhD, Virginia Tech – EUA
(ORIENTADOR)
PAULO ROBERTO DE LIRA GONDIM, PhD, PUC-RJ
(EXAMINADOR INTERNO)
GEORGES AMVAME NZE, PhD, ENE - UnB
(EXAMINADOR EXTERNO)
DATA: BRASÍLIA / DF, 10 de julho de 2009
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iii
FICHA CATALOGRÁFICA
NUNES, RAFAEL RABELO
Análise da Taxa de Rejeição Sistêmica para diversos esquemas de modulação
xiv, 75p., 210 mm x 297 mm (ENE/FT/UnB, Mestre, Engenharia Elétrica, 2009).
Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia. Departamento de
Engenharia Elétrica.
1.Antenas 2. Taxa de Rejeição Sistêmica 3. Modulação
I. ENE/FT/UnB. II. Título (Série)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
NUNES, R. R. (2009). Análise da Taxa de Rejeição Sistêmica para diversos esquemas de modulação.
Dissertação de Mestrado em Engenharia Elétrica, Publicação PPGENE.DM-387/2009, Departamento
de Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 75p.
CESSÃO DE DIREITOS
AUTOR: RAFAEL RABELO NUNES
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Análise da Taxa de Rejeição Sistêmica para diversos esquemas de
modulação.
GRAU/ANO: Mestre/2009.
É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação de
mestrado e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O
autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta dissertação pode ser reproduzida
sem a autorização por escrito do autor.
_______________________________________
Rafael Rabelo Nunes
iv
Dedico este trabalho a todos que me ajudaram neste período
Em especial a minha esposa Viviane a qual conheci durante esse curso
Dedico também a minha família Marcos, Tânia, Tayse, Andre,
Maria Aparecida, Waldison e Ladyane
Obrigado por serem meu apoio
Também não posso esquecer-me de dedicar esse trabalho ao meu violão
que andou encostado nos últimos tempos
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, a todas oportunidades que ele têm me
concedido, e por sua presença em nossas vidas.
Agradeço ao apoio do professor Marco Terada durante esse período que
estivemos trabalhando em conjunto em diversos temas.
Agradeço a minha esposa Viviane pelo apoio, carinho e pelo constante
incentivo pelo desenvolvimento de minhas tarefas. Espero sempre poder ser o
seu apoio, assim como você é o meu.
vi
RESUMO
ANÁLISE DA TAXA DE REJEIÇÃO SISTÊMICA PARA DIVERSOS
ESQUEMAS DE MODULAÇÃO
Autor: Rafael Rabelo Nunes
Orientador: Marco Antônio Brasil Terada
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Brasília, Julho de 2009
Com o incremento do número de usuários nos sistemas de comunicações, há
uma busca incessante de aproveitar ao máximo o espectro de freqüências. A
cada novo padrão que surge, algo é otimizado dentro do sistema. Esse presente
trabalho introduz um novo parâmetro na busca de desempenho dos sistemas de
comunicações, a Taxa de Rejeição Sistêmica. Por meio da análise da modulação
na influência desse parâmetro, mostra-se como a análise da taxa de rejeição
pode implicar em melhorias para os sistemas de comunicações atuais.
Além disso, esse texto descreve dois softwares que foram traduzidos para a
linguagem Java: o PRAC (Parabolic Reflector Analysis Code) e o GRADMAX
for Web. Esses softwares poderão ser utilizados no futuro para se projetar novas
geometrias de antenas baseando-se nos resultados obtidos da taxa de rejeição
sistêmica em conjunto com algoritmos inteligentes.
vii
ABSTRACT
ASSESSMENT OF THE INFLUENCE OF MODULATION SCHEMES IN
SYSTEM ISOLATION
Author: Rafael Rabelo Nunes
Supervisor: Marco Antônio Brasil Terada
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Brasília, June 2009
During the last years, the number of users of the communications systems has
boomed causing a search for an effective use of the frequency spectrum. In each
new standard, something has being optimized. This work introduces a new
parameter in the search of improved communication system performances, the
“System Isolation Rate”. By analyzing the modulation influence in this
parameter, this work shows how the system isolation can bring improvements to
the modern communication systems.
In addition, this text describes two computer codes that has been translated to
Java Language during the work: PRAC (Parabolic Reflector Analysis Code),
and GRADMAX for Web. Those computer codes could be used in the future to
design new antennas geometries based on the System Isolation Rate results
using intelligent algorithms.
viii
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
1.1. OBJETIVOS........................................................................................................................ 1
1.2. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ......................................................................................... 1
2. SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES SEM-FIO .................................................... 3
2.1. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE RF .................................................................................... 3
2.2. GERAÇÃO E TRANSMISSÃO DE ONDAS ELETROMAGNÉTICAS .................. 5
2.3. RECEPÇÃO DE ONDAS ELETROMAGNÉTICAS.................................................. 6
2.4. ANTENAS ....................................................................................................................... 7
2.5. MODULAÇÃO E SINAIS DE BANDA BASE ........................................................... 10
2.5.1. Modulação Analógica ................................................................................................ 10
2.5.2. Modulação Digital...................................................................................................... 11
2.5.3. Comunicação M-Ária ................................................................................................ 14
2.5.4. Probabilidade de Erro em Modulação Digital ........................................................ 17
2.6. MULTIPLEXAÇÃO ............................................................................................................ 21
2.7. MÚLTIPLO ACESSO.......................................................................................................... 22
2.7.1. FDMA ......................................................................................................................... 22
2.7.2. TDMA ......................................................................................................................... 23
2.7.3. CDMA......................................................................................................................... 23
ix
2.7.4. SDMA.......................................................................................................................... 24
2.7.5. OFDMA ...................................................................................................................... 25
2.8. CODIFICAÇÃO DE CANAL ................................................................................................ 27
2.8.1. Código de Gray .......................................................................................................... 28
3. TAXA DE REJEIÇÃO SISTÊMICA................................................................... 30
3.1. COMPONENTE DE TRANSMISSÃO DA TAXA DE REJEIÇÃO SISTÊMICA ............................ 30
3.2. COMPONENTE DA RECEPÇÃO DA TAXA DE REJEIÇÃO SISTÊMICA.................................. 31
3.3. TAXA DE REJEIÇÃO E OUTROS PARÂMETROS SISTÊMICOS ............................................ 32
4. SOFTWARES DE SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DE
COMUNICAÇÕES DIGITAIS............................................................................................. 33
4.1. PTOLEMY......................................................................................................................... 33
4.2. NS2 .................................................................................................................................. 35
4.3. MATLAB E SIMULINK...................................................................................................... 35
4.3.1. CML (Coded Modulation Library) ............................................................................ 36
5. SOFTWARES DE ANÁLISE E OTIMIZAÇÃO DE ANTENAS..................... 38
5.1. WEBPRAC ....................................................................................................................... 38
5.2. GRADMAX FOR WEB ........................................................................................................ 42
5.2.1. Incluindo uma nova antena no GRADMAX for Web............................................ 45
5.2.2. Dicas e Erros comuns de utilização.......................................................................... 47
5.2.3. Otimização.................................................................................................................. 47
x
5.2.4. Importar e Exportar Antenas................................................................................... 49
6. SIMULAÇÕES....................................................................................................... 51
6.1. AVALIAÇÃO DO 16-QAM NO CML.................................................................................... 51
6.2. AVALIAÇÃO DO 64-QAM NO CML.................................................................................... 52
6.3. AVALIAÇÃO DA TAXA DE REJEIÇÃO SISTÊMICA PARA DIVERSOS ESQUEMAS DE
MODULAÇÃO
............................................................................................................................ 54
7. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 58
8. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 59
xi
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela Página
TABELA 2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS PELA FREQÜÊNCIA.................. 4
TABELA 2.2 PROBABILIDADE DE ERRO DE SÍMBOLO PARA CADA MODULAÇÃO DIGITAL ......... 20
TABELA 2.3 CÓDIGOS DE GRAY DE 2-BITS............................................................................. 29
TABELA 2.4 CÓDIGOS DE GRAY DE 3-BITS............................................................................. 29
TABELA 3.1 DEFINIÇÃO DOS VALORES DA TAXA DE REJEIÇÃO NA TRANSMISSÃO ................... 31
TABELA 3.2 DEFINIÇÃO DOS VALORES DA TAXA DE REJEIÇÃO NA RECEPÇÃO ......................... 31
TABELA 4.1 COMPARAÇÃO ENTRE ALGUNS SOFTWARES DE SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL
DISPONÍVEIS
...................................................................................................................... 34
TABELA 5.1 DESCRIÇÃO DOS PARÂMETROS DO REFLETOR PARABÓLICO OFFSET .................... 41
TABELA 6.1- COMPARATIVO ENTRE OS RESULTADOS DO CML E DA BIBLIOGRAFIA ................. 53
xii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura Página
FIG. 2.1 PROPAGAÇÃO DE UMA ONDA ELETROMAGNÉTICA....................................................... 3
FIG. 2.2 COMPRIMENTO DE ONDA DE UMA ONDA ELETROMAGNÉTICA ...................................... 4
FIG. 2.3 DIAGRAMA DE BLOCOS DE UM TRANSMISSOR.............................................................. 5
FIG. 2.4 DIAGRAMA DE BLOCOS DE UM RECEPTOR.................................................................... 7
FIG. 2.5 GANHO E DIAGRAMA DE RADIAÇÃO DE UM DIPOLO COM 0,5M EM 300 MHZ. GRÁFICO
OBTIDO COM O
GRADMAX FOR WEB................................................................................ 8
FIG. 2.6 - DIAGRAMA DE RADIAÇÃO DE UMA ANTENA REFLETORA ONDE É POSSÍVEL VERIFICAR O
LÓBULO PRINCIPAL E OS LÓBULOS SECUNDÁRIOS
................................................................ 9
FIG. 2.7 TIPOS DE MODULAÇÃO DIGITAL. (A) ASK (B) FSK (C) PSK ................................ 11
FIG. 2.8 CONSTELAÇÃO DO PSK COM DP = 90º ...................................................................... 13
FIG. 2.9 CONSTELAÇÃO PSK COM DP = 0º.............................................................................. 14
FIG. 2.10 CONSTELAÇÃO DO 4-PSK OU QPSK....................................................................... 15
FIG. 2.11 CONSTELAÇÃO DO Π/4QPSK .................................................................................. 15
FIG. 2.12 CONSTELAÇÃO DO M-ASK ..................................................................................... 16
FIG. 2.13 CONSTELAÇÃO DO 16-QAM ................................................................................... 17
FIG. 2.14 FUNÇÃO DENSIDADE DE PROBABILIDADE PARA O RUÍDO GAUSSIANO ...................... 18
FIG. 2.15 GRÁFICO DA FUNÇÃO Q(Y)...................................................................................... 19
FIG. 2.16 PROBABILIDADE DE ERRO DE SÍMBOLO PARA O M-QAM [10]................................. 20
FIG. 2.17 TIPOS DE SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO. (A) SIMPLEX, (B) HALF-DUPLEX, (C)
xiii
DUPLEX............................................................................................................................. 21
FIG. 2.18 DISPOSIÇÃO DOS CANAIS NO FDMA. ...................................................................... 23
FIG. 2.19 DISPOSIÇÃO DOS CANAIS NO TDMA....................................................................... 24
FIG. 2.20 ESQUEMÁTICO DE UTILIZAÇÃO DO SDMA.............................................................. 25
FIG. 2.21 (A) PORTADORAS OFDM (B) PORTADORAS FDM ................................................ 26
FIG. 2.22 DIVISÃO DOS BITS EM BLOCOS................................................................................. 26
FIG. 2.23 PRINCÍPIO BÁSICO DO OFDM.................................................................................. 27
FIG. 2.24 SINAL MODULADO COM APENAS UMA PORTADORA ................................................. 27
FIG. 4.1 VERGIL INTERFACE GRÁFICA DO PTOLEMY ............................................................ 33
FIG. 5.1 TELA INICIAL DO WEBPRAC .................................................................................... 40
FIG. 5.2 PARÂMETROS GEOMÉTRICOS DO REFLETOR PARABÓLICO OFFSET ............................. 41
FIG. 5.3 DIAGRAMA DE RADIAÇÃO DA ANTENA PADRÃO DO WEBPRAC................................ 42
FIG. 5.4 TELA INICIAL DO GRADMAX PARA WEB ................................................................ 44
FIG. 5.5 DIAGRAMA DE RADIAÇÃO DE UM DIPOLO .................................................................. 44
FIG. 5.6 EXEMPLOS DE CONEXÃO DOS FIOS DA ANTENA ......................................................... 46
FIG. 5.7 TELA DE OTIMIZAÇÃO NO GRADMAX FOR WEB....................................................... 48
FIG. 5.8 CAIXA CONTENDO OPÇÕES DE CONTINUAR OU INTERROMPER A OTIMIZAÇÃO ........... 49
FIG. 5.9 STRING PARA ARMAZENAMENTO DOS DADOS INCLUSOS............................................ 49
FIG. 5.10 TELA PARA INCLUSÃO DE UMA STRING ANTERIORMENTE ARMAZENADA ................ 50
FIG. 6.1 - DADOS DE ENTRADA PARA SIMULAÇÃO DO CML 16-QAM .................................... 51
xiv
FIG. 6.2 - DADOS DE ENTRADA PARA SIMULAÇÃO DO CML 64-QAM .................................... 52
FIG. 6.3 TAXA DE ERROS DE SÍMBOLOS DO 16-QAM E 64-QAM CALCULADOS PELO CML.... 53
FIG. 6.4 ILUSTRATIVO COM OS ENLACES PROPOSTOS .............................................................. 54
FIG. 6.5 CONSTELAÇÃO QPSK INTERFERENTE ....................................................................... 55
FIG. 6.6 - CÓDIGO INCLUÍDO PARA INJEÇÃO DE UM SINAL QPSK .............................................. 55
FIG. 6.7 16-QAM RECEBENDO INTERFERÊNCIA DE UMA FONTE QPSK E COM RUÍDO BRANCO
ADITIVO GAUSSIANO
.......................................................................................................... 56
FIG. 6.8 64-QAM RECEBENDO INTERFERÊNCIA DE UM LÓBULO DE UMA TRANSMISSÃO QPSK E
COM RUÍDO BRANCO ADITIVO GAUSSIANO
......................................................................... 57
xv
ACRÔNIMOS
AM – Amplitude Modulation
ASK – Amplitude Shift Key
AWGN – Additive White Gaussian Noise
CDMA – Code Division Multiple Access
CML – Coded Modulation Library
EIRP – Equivalent Isotropic Radiated Power
FDMA – Frequency Division Multiple Access
FEC – Forward Error Code
FM – Frequency Modulation
FSK – Frquency Shift Key
LTE – Long Term Evolution
MP3 – Mpeg Layer 3
GRADMAX – Software para análise de antennas de fio
QAM – Quadrature Amplitude Modulation
OFDM – Orthogonal Frequency Division Multiplexing
OFDMA – Orthogonal Frequency Division Multiple Access
OOK – On-off key
QPSK – Quadrature Phase Shift Key
PCM – Pulse Code Modulation
PM – Phase Modulation
PSK – Phase Shift Molulation
SDMA – Space Division Multiple Access
TCP – Transport Control Protocol
TDMA – Time Division Multiple Access
WAV – Wave File
WebPRAC – Parabolic Reflector Analysis Code for Web
WiMAX – Worldwide Interoperability for Microwave Access
- 1 -
1. INTRODUÇÃO
O explosivo desenvolvimento da indústria sem-fio tem demandado cada vez
mais um melhor aproveitamento de freqüências. As últimas grandes tecnologias em
ascensão como o WiMax e o LTE demonstram essa tendência com a utilização da
técnica OFDM que permite atingir taxas de 5 bits/Hz de aproveitamento espectral [1].
Nesse sentido, o desenvolvimento de novas configurações físicas alinhadas com as
diversas camadas dos sistemas de comunicação permite idealizar um aumento ainda
maior dessas taxas de aproveitamento.
A taxa de rejeição sistêmica é incluída como uma figura de mérito na análise do
desempenho das redes de comunicação sem fio. Na indústria, esse parâmetro é utilizado
na otimização do sistema com relação à antena sendo que os demais parâmetros
sistêmicos são desconsiderados. Uma taxa de rejeição maior reflete um ganho maior na
relação S/N o que influi diretamente nas taxas de bits e nas taxas de aproveitamento
espectral. Ela reflete o grau de isolamento e o quão o sistema é suscetível a
interferências.
No presente trabalho, realizou-se um estudo da influência de diversos esquemas
de modulação na taxa de rejeição sistêmica indicando que os parâmetros comumente
desconsiderados têm influência.
1.1. OBJETIVOS
Como objetivo principal desse trabalho, pretende-se avaliar a influência da
alteração dos esquemas de modulação 16-QAM e 64-QAM na taxa de rejeição
sistêmica. Para isso, será modelado um enlace de um sistema de comunicação em um
software de simulação computacional e os resultados serão apresentados. O presente
trabalho também validará o modelo utilizado com bibliografia vastamente publicada.
1.2. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O trabalho está organizado da seguinte forma. No Capítulo 2, será apresentado o
modelo de um sistema de comunicação genérico com os seus parâmetros sistêmicos.
- 2 -
Cada um desses parâmetros será brevemente detalhado com exceção da modulação que
terá um grau de detalhamento maior.
Já no Capítulo 3, será apresentado o termo “Taxa de Rejeição Sistêmica” e como
ela é atualmente calculada. Além disso, será feito um maior detalhamento da Taxa de
Rejeição Sistêmica relacionada a outros parâmetros.
No Capítulo 4 serão apresentados três softwares de simulação computacional
estudados para receberem o modelo simulado. Os prós e contras de cada software será
levantado de forma a eleger um deles a ser aplicado.
No Capítulo 5 serão apresentados dois softwares traduzidos para linguagens
recentes pelo autor. Esses softwares poderão ser integrados em um futuro próximo com
modelos de análise de taxas de rejeição sistêmica com o intuito de se projetar antenas
sem desprezar a influência dos parâmetros sistêmicos.
No Capítulo 6 será realizada a simulação proposta para análise da influencia dos
esquemas de modulação 16-QAM e 64-QAM na taxa de rejeição sistêmica. Nesse
capítulo também será avaliada a confiabilidade da biblioteca e do software escolhido em
relação a resultados obtidos em bibliografias conhecidas.
Para finalizar, o Capítulo 7 descreve a conclusão em que se chegou com esse
trabalho.
- 3 -
2. SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES SEM-FIO
Nesse capítulo serão apresentados os principais componentes de um sistema de
comunicação. Assuntos como RF (Radiofreqüência), Antenas, Modulação,
Multiplexação e Múltiplo-Acesso serão abordados. Cada um desses componentes será
apresentado de forma simplificada apenas com o intuito de contextualizar o trabalho
apresentado.
2.1. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE RF
Uma onda eletromagnética é combinação de uma perturbação dos campos
elétrico e magnético que transmitem energia. A Fig. 2.1 mostra uma onda
eletromagnética com os campos elétrico e magnético propagando em uma direção
qualquer. Tanto o campo elétrico quanto o magnético podem ser representados por uma
senóide, com amplitude, freqüência e fase. É a variação de um ou mais desses
parâmetros de uma onda eletromagnética permitem o envio de informação entre pontos
distantes.
Fig. 2.1 – Propagação de uma onda eletromagnética
A freqüência de oscilação “f”, em Hertz, da onda pode ser calculada por meio da
equação (2-1), onde “c” é a velocidade da luz em metros por segundo e “λ” é o
comprimento de onda em metros (distância entre dois picos ou dois vales). A Fig. 2.2
mostra alguns ciclos de uma onda onde se pode verificar a determinação do
comprimento de onda.
- 4 -
λ
c
f =
(2-1)
Fig. 2.2 – Comprimento de onda de uma onda eletromagnética
Da mesma forma que a luz tem a sua classificação em cores, as ondas
eletromagnéticas são classificadas de acordo com a sua freqüência e variam desde a
VLF (Very Low Frequency) até a EHF (Extremely High Frequency). A Tabela 2.1,
mostra essas classificações e estão listadas as freqüências de 9 kHz até 300 GHz. Acima
dessas freqüências, a onda começa a tomar forma de luz infravermelha, luz visível, luz
ultravioleta, raios X e raios gama.
Tabela 2.1 – Classificação das ondas eletromagnéticas pela freqüência.
Nome Abreviação Freqüências Comprimento de Onda
Very Low Frequency VLF 9 kHz – 30 kHz 33 km – 10 km
Low Frequency LF 30 kHz – 300 kHz 10 km – 1 km
Médium Frequency MF 300 kHz – 3 MHz 1 km – 100 m
High Frequency HF 3 MHz – 30 MHz 100 m – 10 m
Very High Frequency VHF 30 MHz – 300 MHz 10 m – 1 m
Ultra High Frequency UHF 300 MHz – 3 GHz 1 m – 100 mm
Super High Frequency SHF 3 GHz – 30 GHz 100 mm – 10 mm
Extremely High Frequency EHF 30 GHz – 300 GHz 10 mm – 1 mm
Essas bandas de freqüências são divididas em canais individuais que nada mais
são do que pequenas fatias do espectro designados ao transmissor e ao receptor. Esses
canais variam de acordo com a quantidade e o tamanho do espectro. Essas
características são ditadas pelo tipo da banda e o tipo de sistemas de comunicação que
serão oferecidos.
- 5 -
2.2. GERAÇÃO E TRANSMISSÃO DE ONDAS
ELETROMAGNÉTICAS
A geração das ondas eletromagnéticas é uma responsabilidade do transmissor.
Ele possui diversos subsistemas que podem ser representados de uma forma simples
pelo diagrama de blocos da Fig. 2.3.
Fig. 2.3 – Diagrama de blocos de um transmissor
Cada um desses blocos tem uma função bem específica. O bloco “fonte de bits”
representa a informação que se deseja transmitir que pode ser um e-mail, uma imagem,
uma música, ou seja, qualquer informação.
O codificador de fonte é responsável por reduzir a redundância da fonte de bits.
Na maioria das vezes, uma informação gerada tem alguma redundância que pode ser
reduzida. Um dos maiores exemplos desse fato é um texto escrito. Como exemplo,
pode-se exemplificar o arquivo dessa dissertação. Se ele for submetido a um algoritmo
de compatação de dados como o ZIP ou o RAR, o número de bits após esse processo
será bem menor. Existem diversos codificadores de fonte e eles atingem a sua maior
eficiência quando são desenvolvidos especificamente para um tipo de informação. O
algoritmo ZIP por exemplo, que pode ser muito eficiente ao reduzir as redundâncias
desse texto não é eficiente para reduzir as redundâncias existentes em um arquivo de
música .WAV. Neste caso, realizar a codificação pelo algoritmo MP3 é mais eficiente.
Seguindo os blocos, tem-se um codificador de canal. Os codificadores de canal
são responsáveis adicionar redundância de forma a detectar e corrigir erros oriundos de
interferências, multi-percursos e ruído. Pode parecer um pouco incoerente colocar
redundância em um estágio após uma redundância ter sido removida pelo codificador de
- 6 -
fonte, entretanto, a redundância retirada pelo codificador de fonte não permite corrigir
erros gerados por distorções no canal. Os codificadores de canal mais conhecidos são o
FEC (Forward Error Correction) e o Bit-interleaving.
Após ter passado pelo codificador de canal, os bits estão prontos para serem
transmitidos. O modulador tem o papel de combinar uma onda em uma freqüência
específica gerada pelo oscilador com os bits recebidos do codificador de canal. Existem
basicamente dois tipos de modulação: a analógica e a digital, mas para esse trabalho,
apenas a modulação digital é de interesse. Dentre a modulação digital, pode-se citar o
QPSK, M-QAM, ASK, PSK, FSK.
Depois de modulado, o sinal é amplificado e entregue a antena que tem o papel
de irradiar e transmitir-lo pelo meio eletromagnético.
2.3. RECEPÇÃO DE ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
A Fig. 2.4 mostra um diagrama de blocos simplificado de um receptor. A onda
eletromagnética transmitida é transformada em um sinal AC pela antena e passa por um
amplificador de RF. Ao chegar na antena, o sinal transmitido foi atenuado e a antena
recebeu sinal de um universo infinito de outras fontes de RF, inclusive, do mesmo sinal
transmitido que percorreu um outro caminho e que acabou chegando em uma fase
distinta.
O amplificador de RF é utilizado para trabalhar com potências extremamente
baixas. Tem como objetivo aumentar a potência do sinal recebido, após ele ter sido
filtrado. Esse estágio torna-se necessário, pois, a potência do sinal recebida é
extremamente baixa para que possa ser detectada pelos demais estágios.
O sinal é combinado em um mixer com o oscilador local para selecionar a
freqüência desejada. O sinal é filtrado para retirar as freqüências não desejadas
produzidas pela combinação do sinal no mixer e depois o detector traduz o sinal
recebido.
Esse diagrama de blocos foi bastante simplificado. Dependendo do sistema de
comunicação e do fabricante do equipamento do receptor, diversos outros estágios são
introduzidos de forma a obter eficiência ainda maior na recepção.
- 7 -
Fig. 2.4 – Diagrama de blocos de um receptor
2.4. ANTENAS
Antenas são dispositivos utilizados para transformar a energia eletromagnética
existente em uma linha de transmissão em energia eletromagnética irradiada e vice-
versa. Sendo assim, qualquer sistema de comunicação sem-fios requer uma antena para
a onda eletromagnética seja transmitida para pontos diversos. Existem antenas de
diversos tipos, formas e tamanhos. Cada antena possui diversos parâmetros que a fará
útil para propósitos específicos. Pode-se dizer então, que a escolha da antena é uma das
mais importantes escolhas ao se projetar um sistema de comunicação sem-fio.
Para começar entender uma antena, leve em consideração uma antena chamada
isotrópica, ou seja, uma que irradia energia eletromagnética uniformemente em todas as
direções. Na verdade, esse tipo de antena só existe na teoria. Na natureza, é muito difícil
irradiar energia eletromagnética uniformemente em todas as direções. Por analogia, uma
antena isotrópica poderia ser o sol.
Assumindo toda a energia emitida por essa antena isotrópica, pode-se levar em
consideração que a densidade de potência em W/m
2
no limite dessa esfera será a
potência total irradiada dividida pela área dessa esfera.
A antena do mundo real mais simples é o dipolo. O dipolo nada mais é do que
duas partes de iguais tamanhos de um fio que tem o comprimento ressonante a
freqüência desejada. A Fig. 2.5 mostra como o dipolo irradia. Esse padrão, parecido
como o formato do símbolo de infinito “”, irradia mais em uma direção e em dois
sentidos. Sendo assim, essa antena concentra energia eletromagnética mais em alguns
- 8 -
pontos do que em outros. Por esse motivo, essa antena tem um ganho em relação a
antena isotrópica que nesse caso é de 2,16 dBi, ou seja, ela irradia em seu máximo 2,16
dB em relação a antena isotrópica. Leva-se então a conclusão que a antena está agindo
como um amplificador.
Fig. 2.5 – Ganho e diagrama de radiação de um dipolo com 0,5m em 300 MHz. Gráfico obtido com
o GRADMAX for Web.
Em geral, o ganho de uma antena é comparado com a irradiação da antena
isotrópica. No caso do dipolo, o ganho então é de 2,16 dBi. Entretanto, alguns
fabricantes de antenas comparam o padrão de irradiação com o dipolo e expressam o
ganho em dBd. No caso do dipolo, o ganho dele é então de 0 dBd. É muito importante
ter atenção em qual unidade uma antena o ganho da antena está sendo medida, pois essa
diferença de aproximadamente 2,1 dB influi bastante no cálculo de um enlace.
Os dipolos e as antenas isotrópicas são antenas omnidirecionais, pois irradiam
energia em um campo de 360 graus em torno delas. Um terceiro tipo de antenas são as
antenas direcionais que possuem o padrão de radiação como um cone. Como analogia,
pode-se levar em conta que ela irradiaria como se fosse uma lanterna. Como essas
antenas estão concentrando a energia em um espaço ainda menor, pode-se dizer que elas
possuem um ganho ainda maior.
- 9 -
Existem diversos tipos de antenas direcionais, cada uma com a sua aplicação.
Dentre elas, podem-se citar as antenas de fio [2], antenas de patch, antenas refletoras [2]
[3], cornetas, setoriais, entre outras. Essas antenas direcionais concentram a energia
eletromagnética em uma região e essa região é chamada de lóbulo principal.
A Fig. 2.6 mostra o diagrama de radiação na polarização em uso (Copol) e na
polarização cruzada (Xpol) de uma antena refletora com 4 m de diâmetro operando na
freqüência de 11.25 Ghz.
Fig. 2.6 - Diagrama de radiação de uma antena refletora onde é possível verificar o lóbulo principal
e os lóbulos secundários
Para essa antena, o lóbulo principal é bem estreito sendo que ele decai 3 dB com
apenas 0,25 graus. Isso significa que a energia irradiada reduz-se a metade ao se mover
apenas 0,25 graus. Essa concentração da energia eletromagnética em uma direção leva
com que o ganho dessa antena na direção do lóbulo principal seja de 52.36 dBi, isso é,
ela concentra a energia 52.36 dB em relação ao ganho de uma antena isotrópica.
Lóbulo principal
Lóbulos secundários
- 10 -
Os lóbulos secundários também estão em destaque na Fig. 2.6. Apesar dos
valores desses lóbulos serem bem menores do que o ganho do lóbulo principal, -21.55
dB no caso do primeiro lóbulo secundário, eles podem interferir os sistemas de
comunicação que operam na mesma freqüência de forma significativa. Em geral, os
fabricantes de antenas procuram realizar projetos de forma a diminuir esses lóbulos
secundários.
2.5. MODULAÇÃO E SINAIS DE BANDA BASE
Banda base é o termo a que se designa a banda de freqüências de um sinal
entregue por uma fonte qualquer, como por exemplo, o sinal entregue após o
codificador de canal na Fig. 2.3. Na rede de telefonia, o sinal em banda base é o sinal de
voz que varia de 0 até 4 Khz. Já para a imagem, o sinal em banda base de um sinal de
vídeo ocupa entre 0 e 4.3 Mhz. Para sinais digitais, esse cálculo varia de caso a caso.
Para um sinal do tipo PCM (Pulse Code Modulation), um sinal com R
b
pulsos por
segundo ocupa uma banda de 0 até R
b
Hz.
Nem sempre é possível trabalhar em banda base. Em comunicações sem fio, é
necessário modificar o sinal da sua banda para outra faixa de freqüências para que possa
ser transmitida. A esse processo se dá o nome de Modulação.
Modulação, então, pode ser definida como o processo de combinar um sinal de
entrada m(t) e uma portadora de freqüência qualquer f
c
, para produzir um sinal s(t) que
tem sua banda de freqüências deslocada para uma freqüência central
f
c
. Isso na prática é
transmitir sinais em freqüências diferentes da banda base. Existem dois tipos de
modulação: a analógica, em que o sinal de entrada é analógico, e a modulação digital,
em que o sinal de entrada é digital.
2.5.1. Modulação Analógica
A modulação analógica é a mais simples e é utilizada nas primeiras gerações dos
sistemas de comunicações. Existem basicamente dois tipos de modulação analógica: a
modulação de amplitude, AM (
Amplitude Modulation) equação (2-2), e a modulação em
fase que possui duas possibilidades: FM (
Frequency Modulation) equação (2-3) e PM
(
Phase Modulation) equação (2-4).
- 11 -
Considerando um sinal m(t) qualquer e que cos(w
0
t) seja uma portadora, a
equação que define cada uma das modulações analógicas pode ser representada por:
)cos()()(
0
ttmts
AM
ω
=
(2-2)
+=
t
fcFM
dmktAts
ααω
)(cos)(
(2-3)
)](cos[)( tmktAts
pcPM
+
=
ω
(2-4)
2.5.2. Modulação Digital
Da mesma forma que na modulação analógica, a modulação digital utiliza-se dos
mesmos parâmetros da portadora para enviar a informação. A Fig. 2.7, mostra os três
tipos básicos de modulação de um sistema digital: ASK (Amplitude Shift Keying), FSK
(Frequency Shift Keying) e PSK (Phase Shift Keying). Na figura, é possível verificar a
forma de cada uma das ondas do sinal modulado de acordo com o sinal em banda base.
Fig. 2.7 – Tipos de modulação digital. (a) ASK – (b) FSK – (c) PSK
A forma de representação matemática de cada uma dessas modulações será
descrita a seguir de forma sucinta. Para o ASK, também chamado de OOK (On-off key),
o sinal modulado pode ser representado pela equação (2-5) onde A
c
é uma constante,
m(t) é o sinal e cos(w
c
t) é a portadora. Na equação (2-6), B
T
é a banda ocupada por esse
sinal caso seja utilizado uma filtragem de cosseno levantado onde r é o fator de roll-off
do filtro e R é a taxa de bits em bps [6].
- 12 -
)cos()()( ttmAts
cc
ω
=
(2-5)
RrB
T
)1(
+
=
(2-6)
No caso do FSK, o sinal modulado pode ser descrito pela equação (2-7). E a
banda desse sinal B
T
, pode ser dada pela regra de Carson, dada pela equação descrita em
(2-8), onde F é o desvio de freqüência e R é a taxa em bps. Caso tenha sido utilizada
filtragem do tipo cosseno levantado, a equação que descreve a banda utilizada pelo sinal
FSK é a equação (2-9), onde r é o fator de roll-off do filtro [6].
+
+
=+=
0.)cos(
1.)cos(
)](cos[)(
12
11
bitA
bitA
tAts
c
c
cc
θω
θω
θω
(2-7)
B
T
= 2(F + R)
(2-8)
B
T
= 2F + (1+r)R
(2-9)
Já no PSK, o sinal pode ser representado pela equação (2-10), onde A
c
é uma
constante, w
c
é o comprimento de onda da portadora, D
p
é uma constante e m(t) é o
sinal. Levando em consideração que m(t) assume os valores -1 e 1, a equação anterior
também pode ser escrita como (2-11), sabendo que cos(x) e sen(x) são funções pares e
ímpares de x [6].
)](cos[)( tmDtAts
pcc
+
=
ω
(2-10)
)sin())(sin()cos())(cos()( ttmDAttmDAts
cpccpc
ω
ω
=
(2-11)
A equação (2-11), permite uma visualização mais rápida para diferentes valores
de D
p
quando comparada com (2-10). Caso Dp = 90º, a equação (2-11) pode ser
simplificada e escrita por (2-12), ou então, levando em consideração a forma complexa,
pode ser escrita por (2-13).
- 13 -
)sin()()( ttmAts
cc
ω
=
(2-12)
)()( tmjAts
c
=
(2-13)
A representação complexa do sinal PSK permite introduzir o conceito de
constelação. Muitas vezes, o sinal digital é representado por meio de uma constelação
que nada mais são pontos em um plano cartesiano real versus imaginário. Para o sinal
PSK com m(t) assumindo os valores -1 e 1, a constelação, descrita anteriormente pela
equação (2-13) é representada pelos pontos da Fig. 2.8.
Fig. 2.8 – Constelação do PSK com Dp = 90º
Para Dp = 0, o sinal PSK assume a forma:
S(t) = A
c
m(t) cos w
c
t
(2-14)
Que no plano imaginário se torna:
S(t) = A
c
m(t)
(2-15)
- 14 -
O que leva a constelação da Fig. 2.9.
Fig. 2.9 – Constelação PSK com Dp = 0º
2.5.3. Comunicação M-Ária
Nas técnicas ASK, FSK e PSK, m(t) assume apenas dois níveis e cada um desses
níveis representa os bits 0 e 1. Nas técnicas de modulação digital M-Árias, m(t) assume
uma maior quantidade de níveis.
Como exemplo, considere uma fonte que gere quatro níveis de sinais, define-se a
modulação 4-PSK como sendo a representada pela equação
g(t) = A
c
e
jθ(t)
(2-16)
em que θ(t) são os quatro possíveis níveis, ou no caso do PSK, as quatro possíveis fases.
A constelação do 4-PSK, que também é chamado de QPSK, é descrita pela Fig. 2.10 em
que os quatro níveis são as fases de 0º, 90º, 180º e 270º. Também há outra possibilidade
em que as quatro fases estão deslocadas para 45º, 135º, 225º e 315º, mostrada pela Fig.
2.11.
- 15 -
Fig. 2.10 – Constelação do 4-PSK ou QPSK
Fig. 2.11 – Constelação do π/4QPSK
O M-PSK pode também ser gerado por duas portadoras em quadratura para cada
um dos ângulos θ
1
, θ
2
, ... θ
M
, do sinal MPSK. Nessa fórmula geral, M pode assumir 2
n
níveis, em que n é o número de símbolos.
- 16 -
g(t) = A
c
e
jθ(t)
= x(t) + jy(t)
(2-17)
x
i
= A
c
cosθ
i
(2-18)
y
i
= A
c
senθ
i
(2-19)
O M-ASK, é a mesma modulação descrita anteriormente pela equação (2-5) do
ASK, entretanto, m(t) assume mais do que dois níveis. A Fig. 2.12 mostra a constelação
do 4-ASK.
Fig. 2.12 – Constelação do M-ASK
O QAM é outro tipo de modulação M-Ária bastante utilizado. Essa modulação é
uma combinação do M-ASK e do M-PSK. A fórmula geral do sinal QAM é dada pelas
equação (2-20), onde i = 1, 2, ... M,
22
iii
bar += , )/(tan
1
iii
ab
=
θ
. No M-ASK, θ
i
=
0
para todos os símbolos sendo apenas r
i
diferente. No M-PSK, r
i
é constante para todos
os símbolos e apenas θ
i
é diferente. Como no M-QAM tanto r
i
quanto θ
i
são diferentes,
esse torna-se o motivo pelo qual o M-QAM é uma combinação dos dois.
A equação
(2-21) é uma outra forma de representar o sinal M-QAM e graficamente, a Fig. 2.13,
mostra a constelação do M-QAM quando M=16.
- 17 -
(
)
()
[]
ici
cici
trtp
tbtatpts
θω
ω
ω
+=
+
=
cos)('
sincos)(')(
(2-20)
)(
)()()()(
tj
etRtjytxtg
θ
=+=
(2-21)
Fig. 2.13 – Constelação do 16-QAM
2.5.4. Probabilidade de Erro em Modulação Digital
Ao ser transmitido por um canal, o sinal é distorcido e sofre interferências. A
seguir, será feita uma breve descrição do processo de detecção de um sinal digital,
levando em consideração a interferência em um sinal com ruído branco aditivo
gaussiano, detalhado melhor por [7].
Considere um canal binário em que os bits 0 e 1 sejam enviados com
probabilidade iguais utilizando um pulso positivo e um pulso negativo respectivamente.
O pulso enviado correspondente a 1 é p(t) o pulso enviado correspondente a 0 é –p(t). O
valor máximo desse pulso deve ser A
p
em um instante t = T
p
.
Pelo fato do canal ser ruidoso, os sinais recebidos serão ± p(t) + n(t), onde n(t) é
o ruído. Para o ruído gaussiano, a função densidade de probabilidade é dada pela
- 18 -
equação (2-22), onde σ
n
é o desvio padrão dessa densidade. Pela simetria do problema,
leva-se em consideração que o limiar de detecção do pulso é 0, ou seja, se a soma do
pulso com o ruído for um valor menor que 0, considera-se que o bit recebido é 0, caso
for um valor maior que zero, considera-se que o bit recebido é 1. Pelo fato da amplitude
do ruído ser infinita, (-,), o valor amostrado –A
p
+ n pode ocasionalmente ser
positivo, levando a uma falsa interpretação. Da mesma forma, A
p
+ n pode
ocasionalmente ser negativo, levando também a uma falsa interpretação. Se um 0 for
transmitido, ele será detectado como 1 se –A
p
+ n > 0, ou seja, se n > A
p
.
A Fig. 2.14 mostra o gráfico da equação (2-22), a marcação dos valores
máximos dos pulsos –A
p
e A
p
e também uma área sombreada com a probabilidade de
erro se um 0 for transmitido (n > A
p
).
22
2/
2
1
)(
n
n
n
n
enp
σ
πσ
=
(2-22)
Fig. 2.14 – Função densidade de probabilidade para o ruído gaussiano
Sendo assim, a probabilidade de erro nesse caso, será a área da região
sombreada, definida pela equação (2-23).
dxep
Ap
x
n
e
n
=
22
2/
2
1
σ
πσ
(2-23)
A equação (2-23) também pode ser escrita por (2-24), levando em consideração
(2-25). A função Q(y) é então definida. O seu gráfico é traçado na Fig. 2.15.
- 19 -
=
n
p
e
A
Qp
σ
(2-24)
dxeyQ
y
x
=
2/
2
2
1
)(
π
(2-25)
Fig. 2.15 – Gráfico da função Q(y)
A probabilidade de erro da modulação digital, pode ser descrita
matematicamente utilizando a função Q(y) como foi mostrado.
Além disso, a probabilidade de erro de símbolo pode ser expressa em relação a
um parâmetro base, chamado de Energia de bit, ou simplesmente E
b
. O valor de E
b
é
calculado com base na energia de cada um dos pulsos dos bits enviados e está detalhada
em [7]. A energia de cada pulso g(t) é dada pela equação (2-26).
dttgE
g
=
2
)(
(2-26)
- 20 -
Sendo assim, a probabilidade de erro de símbolo para cada uma das modulações
listadas, em função de Q(y) e em função da Energia de bit E
b
é dada pela Tabela 2.2 [7]
[10].
Tabela 2.2 – Probabilidade de erro de símbolo para cada modulação digital
ASK
(Detecção Coerente)
=
N
E
QP
b
b
FSK
(Detecção Coerente, com desvio de freqüência f
otimizado)
=
N
E
QP
b
b
217.1
PSK
=
N
E
QP
b
b
2
M-PSK
MN
ME
QP
b
b
π
sin
log2
2
2
M-QAM
k
M
2=
NM
kE
QP
b
eM
)1(
3
4
Fig. 2.16 – Probabilidade de erro de símbolo para o M-QAM [10].
A Fig. 2.16 mostra a equação do M-QAM traçada para três casos. Nela é
possível verificar a taxa de erro de símbolos para 4-QAM, 16-QAM e 64-QAM. Esse
- 21 -
tipo de gráfico é bastante comum em comunicações digitais e esses resultados foram
utilizados nesse trabalho para verificar a confiabilidade dos simuladores utilizados.
2.6. MULTIPLEXAÇÃO
Os sistemas de comunicação podem ser divididos, basicamente, em três tipos:
simplex, half-duplex e duplex, Fig. 2.17. Os sistemas simplex, Fig. 2.17(a), são aqueles
em que a comunicação ocorre somente em um sentido. Rádio, Televisão e Pagers são
exemplos desse tipo de sistema. Nos sistemas half-duplex, Fig. 2.17(b), a comunicação
é possível em ambos os sentidos, porém, um sentido de cada vez. Como exemplo desses
sistemas, tem-se os push-to-talk. Nos sistemas de comunicação full-duplex, Fig. 2.17(c),
a comunicação pode ser realizada em ambos os sentidos ao mesmo tempo.
Fig. 2.17 – Tipos de sistemas de comunicação. (a) Simplex, (b) Half-Duplex, (c) Duplex.
Para que a comunicação duplex seja possível, é necessário multiplexar o meio de
transmissão para permitir a comunicação simultânea nos dois sentidos. As duas técnicas
de multiplexação utilizadas são o FDD (Frequency Division Duplexing) e o TDD (Time
Division Duplexing).
No FDD, a multiplexação é feita pela utilização do canal em duas freqüências
distintas. Uma é usada para uplink, geralmente a de menor freqüência, e a outra é
utilizada para downlink. O uplink é o tráfego do usuário para a estação e o downlink é o
- 22 -
tráfego da estação para o usuário. Nessa técnica, é adicionado um intervalo de guarda
entre as portadoras para que a interferência seja minimizada.
Na técnica de multiplexação TDD, o usuário utiliza o canal em intervalos de
tempo específicos para enlace de subida e enlace de descida. Esse tipo de multiplexação
exige uma grande sincronia entre a estação e o usuário para que não haja transmissão de
diferentes sinais ao mesmo tempo ocorrendo interferência. Essa sincronização torna o
TDD um método mais complexo de ser implementado que o FDD. É adicionado um
tempo de guarda antes do início de cada transmissão para diminuir os riscos de
interferência [11].
2.7. MÚLTIPLO ACESSO
Técnicas de múltiplo acesso são usadas para permitir que diversos usuários
compartilhem simultaneamente uma quantidade finita do espectro de freqüências.
Alocando a faixa de freqüência disponível para múltiplos usuários ao mesmo tempo,
permite-se que o sistema possua maior capacidade de tráfego. O compartilhamento deve
ser feito sem que ocorra degradação do sistema, de maneira que se mantenha a alta
qualidade das comunicações [7].
A seguir serão descritas as principais técnicas de acesso ao meio usadas em
sistemas de comunicação sem fio.
2.7.1. FDMA
Na técnica de múltiplo acesso FDMA (Frequency Division Multiple Access), a
banda total disponível é dividida em sub-bandas não necessariamente de mesmo
tamanho. Cada sub-banda, chamada de canal, será alocada para um usuário utilizador do
sistema. Com um intervalo de guarda entre os canais torna-se possível os usuários
utilizarem o meio sem interferência de um em outro. Na Fig. 2.18, as freqüências do
espectro estão divididas canais que variam de C
1
até C
N
. Essa é considerada a técnica
mais simples e foi a principal técnica utilizada em sistemas celulares de primeira
geração [7].
- 23 -
Fig. 2.18 – Disposição dos canais no FDMA.
2.7.2. TDMA
O TDMA (Time Division Multiple Access) é uma técnica de múltiplo acesso que
caracteriza-se por permitir a utilização de toda a banda disponível por cada usuário só
que em intervalos de tempo bem definidos. Surge, então, o conceito de slot, o tempo em
que cada usuário pode utilizar a banda do sistema. Nessa técnica, é indispensável uma
sincronização perfeita entre as estações bases e os usuários. Para que um usuário não
interfira na comunicação de outro, é incluído um tempo de guarda de acordo com as
propriedades do canal. A Fig. 2.19 ilustra essa técnica em que é alocado um canal para
cada usuário que, na figura, varia de C
1
até C
N
. Essa técnica é muito utilizada em
sistemas de segunda geração como o GSM e o IS-136 [7].
2.7.3. CDMA
O CDMA (Code Division Multiple Access) é uma tecnologia que utiliza
espalhamento espectral (Spread Spectrum) como meio de acesso para permitir que
vários usuários compartilhem uma mesma banda de freqüências. O CDMA permite uma
melhor utilização do espectro possibilitando um aumento de capacidade dos sistemas
com a utilização de células bem pequenas e fator de reuso 1, já que os usuários são
identificados por código e não se interferem por estarem na mesma freqüência. Essa
técnica de múltiplo acesso é utilizada pelo sistema de segunda geração IS-95 e também
como base para os sistemas de terceira geração [7].
- 24 -
Fig. 2.19 – Disposição dos canais no TDMA.
2.7.4. SDMA
O SDMA (Space Division Multiple Access) é uma técnica de múltiplo acesso
que permite que uma estação localizada em um ponto específico se comunique com
diversos usuários por meios de canais divididos pela cobertura dos lóbulos. Para
permitir o múltiplo acesso, cada usuário recebe o sinal de um lóbulo diferente.
Essa tecnologia é amplamente utilizada por redes celulares e sistemas via satélite
e atualmente, também vem ganhando importância com a utilização dessa tecnologia
com antenas inteligentes já que as mesmas permitem modificar o diagrama de radiação
da antena em instantes de tempo diferentes.
A tecnologia SDMA permite incrementar drasticamente a capacidade de
sistemas de comunicações. A Fig. 2.20 mostra o funcionamento do SDMA em uma
célula de um sistema celular (a) e a utilização do SDMA com antenas inteligentes (b)
[8].
- 25 -
Fig. 2.20 – Esquemático de utilização do SDMA
2.7.5. OFDMA
OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing) é uma técnica de
comunicação que utiliza múltiplas portadoras para transmitir um sinal. Ela vem sendo
amplamente utilizada em redes sem fio e em sistemas de radiodifusão digital devido,
principalmente, a sua robustez face ao multi-percurso [9].
Nessa técnica, as portadoras são escolhidas para que sejam ortogonais. Isso
permite que o espectro de uma se sobreponha parcialmente ao de outra sem que ocorra
interferência entre elas. O resultado é um ganho no aproveitamento de banda quando
comparado com técnicas de multiplexação por divisão de freqüência (FDM), Fig. 2.21.
O princípio teórico da técnica OFDM é antigo, ele tem como funcionamento
básico dividir a informação a ser transmitida em blocos com M bits. Cada uma das N
portadoras será modulada por um bloco de M bits diferentes os quais serão somados e
transmitidos por um canal, Fig. 2.22.
- 26 -
Fig. 2.21 – (a) Portadoras OFDM – (b) Portadoras FDM
Fig. 2.22 – Divisão dos bits em blocos
Com essa divisão, cada portadora transmitirá informação a taxas de R
1
bps, R
2
bps, ... R
N
bps que é muito menor do que a taxa transmitida por apenas uma portadora.
Supondo que cada portadora receba a mesma quantidade de bits, tem-se que a taxa de
transmissão será de Rbps/N em cada uma. Isso faz com que a duração de cada símbolo
seja N vezes maior, aumentando o seu tempo de duração e facilitando a sua detecção
correta.
A Fig. 2.23 ilustra o princípio básico do OFDM supondo a existência de N
moduladores, enquanto que a Fig. 2.24 mostra os sinais sendo modulados por apenas
uma portadora.
- 27 -
Fig. 2.23 – Princípio básico do OFDM
Fig. 2.24 – Sinal modulado com apenas uma portadora
A técnica OFDMA (Orthogonal Frequency Division Multiple Access) de
múltiplo acesso utiliza-se das múltiplas portadoras OFDM existentes no sistema. Cada
usuário desse sistema recebe as informações de algumas portadoras específicas.
Suponha que um sistema utilize 400 portadoras. Um usuário qualquer poderia estar
utilizando a portadora 45, outro usuário poderia estar utilizando a portadora 386 e assim
por diante.
2.8. CODIFICAÇÃO DE CANAL
Nos sistemas de comunicações é necessário que existam técnicas para o
tratamento de erros, tanto de perda quanto de erro de dados. Em sistemas onde o meio
de comunicação é confiável a detecção de erro é suficiente e há uma retransmissão dos
dados (pacotes) que chegaram ao destino com erro. Em comunicações sem fio a
probabilidade de haver erros na transferência de dados é maior, e o número de
retransmissões pode se tornar elevado, o que diminui o aproveitamento do meio.
- 28 -
Técnicas para correção de erros (Forward Error Correction - FEC), portanto, se
mostram importantes em sistemas de comunicações sem fio que provêem transferência
de dados. A transmissão de uma conversação de voz é tolerante a erros e somente a
partir de certo limiar estes erros passam a ser percebidos, o que não ocorre com dados,
onde um bit errado pode corromper todo arquivo.
A equação de Shannon (2-27), mostra a relação entre a taxa de transferência
máxima de um canal digital com ruído branco gaussiano (AWGN). Nesta equação, C é
a capacidade do canal em bps, P é a potência do sinal enviado no canal e N é a potência
relacionada ao ruído branco dentro da largura de banda B.
+=
N
P
BC 1log
2
(2-27)
A quantidade de erros na recepção, devido ao AWGN, pode ser reduzida
adicionando uma redundância de bits à informação enviada, desde que a taxa de
transmissão não exceda o valor determinado por (2-27).
Os bits redundantes são adicionados utilizando técnicas de correção de erros.
Com estes bits adicionais transmitidos com os dados é possível a reconstrução dos
dados originais no receptor, removendo o máximo de erros possível. As técnicas são
representadas por um índice k/n onde k é o número de bits que entram no codificador e
n é o número de bits após a codificação. Por exemplo, para transmitir dados a 144 kbps
utilizando um esquema FEC de índice ½ é necessário que o canal opere em 288 kbps
(símbolos por segundo). Há diversas técnicas de FEC como os códigos Hamming,
Reed-Solomon e Turbo Codes.
2.8.1. Código de Gray
O Código de Gray é um sistema de numeração binária em que dois valores
sucessivos se diferenciam em apenas um bit. Primeiramente, o Código de Gray era
utilizado para reduzir sinais espúrios de switches eletromecânicos. Atualmente, os
Códigos de Gray são amplamente utilizados para facilitar os códigos de correção e
detecção de erros. A Tabela 2.3 e a Tabela 2.4 exemplificam o Código de Gray para 2 e
3 bits respectivamente.
- 29 -
Tabela 2.3 – Códigos de Gray
de 2-bits
Decimal Binário Gray
0 00 00
1 01 01
2 10 11
3 11 10
Tabela 2.4 – Códigos de Gray
de 3-bits
Decimal Binário Gray
0 000 000
1 001 001
2 010 011
3 011 010
4 100 110
5 101 111
6 110 101
7 111 100
- 30 -
3. TAXA DE REJEIÇÃO SISTÊMICA
A Taxa de Rejeição Sistêmica é um dos parâmetros mais importantes quando se
trata antenas em comunicações sem-fio, levando em conta a interferência
eletromagnética causada por lóbulos de antenas presentes na mesma região de operação.
Esses lóbulos podem ou não terem sido gerados pelo mesmo sistema de comunicação. A
Taxa de Rejeição Sistêmica pode ser traduzida em quão é o grau de isolamento do
sistema de comunicação e geralmente essa taxa é avaliada somente levando em
consideração as antenas. A avaliação dessa taxa permite projetar antenas de forma a
atingir maiores relações S/N o que leva a incremento nas taxas de transmissão e
aproveitamento espectral.
Abaixo, será listado um método para avaliar a taxa de rejeição sistêmica em um
sistema de comunicação sem-fio. É importante salientar que o método apresentado
abaixo é aplicável no cálculo de isolamento (rejeição) apenas em antenas, e a
investigação principal do presente trabalho é estendê-lo aos diversos outros parâmetros
sistêmicos. O cálculo da taxa de rejeição sistêmica de transmissão é sempre feita sobre o
lóbulo desejado enquanto que o cálculo da taxa de rejeição sistêmica de recepção é
sempre feita sobre o lóbulo interferente. Esse método já foi largamente utilizado [12].
3.1. COMPONENTE DE TRANSMISSÃO DA TAXA DE
REJEIÇÃO SISTÊMICA
A taxa de rejeição sistêmica entre uma célula de um sistema de comunicação “d”
e outras células interferentes “i” é dada pela equação (3-1), onde cada um dos
parâmetros da equação é listado na Tabela 3.1.
=
id
i
d
d
i
di
dd
ddTX
EIRP
EIRP
g
g
xg
xg
xI
1
min
min
min
min
)(
)(
1
log10)]([
(3-1)
- 31 -
Tabela 3.1 – Definição dos valores da taxa de rejeição na transmissão
g
d
(x
d
)
Ganho da antena de transmissão que serve a célula “d” em todo e qualquer ponto
da cobertura de “d
g
i
(x
d
)
Ganho da antena de transmissão que serve a célula “i” na mesma freqüência e
polarização da antena que serve a célula “d” em todos e qualquer ponto da
cobertura de “d”
gmin
i
Menor ganho de cobertura da antena de transmissão que serve a célula “i”
gmin
d
Menor ganho de cobertura da antena de transmissão que serve a célula “d”
EIRPmin
d
EIRP mínima da antena de transmissão que serve a célula “d”
EIRPmin
i
EIRP mínima da antena de transmissão que serve a célula “i
3.2. COMPONENTE DA RECEPÇÃO DA TAXA DE REJEIÇÃO
SISTÊMICA
A taxa de rejeição sistêmica entre uma célula de cobertura “d” (área ou espaço
que recebe potência do lóbulo desejado) e as interferências sofridas por várias células
“i” é dada pela equação (3-2), onde x
i
+
refere-se a uma série de pontos x
i
em todos os
pontos de interferência das outras células “i”. Os demais parâmetros estão listados na
Tabela 3.2.
=
+
id
i
d
i
d
id
ii
diRX
S
S
g
g
xg
xg
xI
1
max
max
min
min
)(
)(
1
log10)]([
(3-2)
Tabela 3.2 – Definição dos valores da taxa de rejeição na recepção
g
i
(x
d
) Ganho da antena de recepção que serve a célula “i” na mesma freqüência e
polarização da antena que serve a célula “d” em todos e quaisquer pontos
x
i
da
cobertura de “i”
g
d
(x
d
)
Ganho da antena de recepção que serve a célula “d” em todos e quaisquer pontos
x
i
da cobertura de “i”.
gmin
d
Menor ganho de cobertura da antena de recepção que serve a célula “d
gmin
i
Menor ganho de cobertura da antena de recepção que serve a célula “i”
Smax
d
Densidade de fluxo de potência máximo na cobertura da célula “d
Smax
i
Densidade de fluxo de potência máximo na cobertura da célula “i”
- 32 -
3.3. TAXA DE REJEIÇÃO E OUTROS PARÂMETROS
SISTÊMICOS
Nos últimos dois itens, foi listado como calcular a taxa de rejeição sistêmica
levando em consideração apenas os parâmetros da antena. É possível desenvolver
métodos para avaliação da influência da taxa de rejeição sistêmica de outros parâmetros
de sistemas de comunicação como esquemas de modulação, protocolos, codificação de
canal, codificação de fonte, etc. Imagina-se que todos esses parâmetros influem de uma
forma ou de outra na taxa de rejeição sistêmica. Se de alguma forma for possível
analisar a influência e o comportamento da alteração desses parâmetros nessa taxa,
torna-se possível pensar em um projeto de antena relaxado, em que não haja
necessidade de se reduzir os lóbulos laterais.
Ao converter os softwares de análise de antenas parabólicas WebPRAC e o
software de análise de antenas de fio GRADMAX for Web para a linguagem Java, torna-
se possível a integração com algoritmos modernos de simulação de enlaces e sistemas
de comunicação e isso torna possível projetar antenas levando em conta esses
parâmetros sistêmicos com auxilio de algoritmos inteligentes.
Nesse trabalho foi avaliado o comportamento da taxa de rejeição sistêmica
utilizando o BER como figura de mérito para esquemas de modulação diferentes (16-
QAM e 64-QAM) e como se pode alterar o projeto de uma antena com os resultados
obtidos.
- 33 -
4. SOFTWARES DE SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DE
COMUNICAÇÕES DIGITAIS
Para a realização da análise da taxa de rejeição sistêmica, pretendeu-se utilizar
um software de simulação computacional para modelar o problema. No mercado,
existem uma imensa gama desses softwares, alguns são pagos, outros não. A Tabela 4.1
resume algumas funcionalidades de três desses softwares: Ptolemy, NS2 e
MatLab/Simulink.
4.1. PTOLEMY
O Ptolemy é um framework desenvolvido pela Universidade de Berkeley para
modelagem, simulação e projeto de sistemas concorrentes, em tempo real, entre outros
[13]. Nele é possível simular sistemas do mais diversos tipos e, por estar escrito em
Java, facilita a integração com os softwares de análise de antenas como o PRAC e o
GRADMAX.
Fig. 4.1 – Vergil – Interface gráfica do Ptolemy
- 34 -
Tabela 4.1 – Comparação entre alguns softwares de simulação computacional disponíveis
MATLAB/SIMULINK NS2 PTOLEMY
Implementa modelos de
antena
Não (implementação em matrizes
e vetores)
Não (implementação em
matrizes e vetores
programados em C++)
Não mas é possível incluir
esses modelos por matrizes.
Redes e Comunicações
Digitais
(modulações,
multiplexações,
protocolos, padrões,
etc...)
Forte em comunicações digitais.
Possui um simulador de eventos
discretos (scheduler/lista de
tarefas de acordo com a chegada
de pacotes): SimEvent do
Simulink para redes (padrões,
etc...).
Quase todos (inclusive
padrões para celulares,
satélites, redes ad-hoc,
etc...)
Similar ao NS2: Possui
simulador de eventos discretos
e threads (ciência da
computação), mas com menos
bibliotecas de padrões.
Integração do software
por meio de linguagens
de programação
“Fácil” integração se escritos em
C, Fortran e Java. Libraries de
otimização disponíveis (redes
neurais, GAs, etc...)
C/C++, OTCL Integração com Java
Facilidade de uso Fácil (Simulink) para médio Médio (conhecimento de
OTCL)
Difícil
Facilidade de obtenção Comercial Gratuito e aberto (fonte) Gratuito e aberto (fonte)
Sistema Operacional Windows, Linux, HP-UX, etc.. Windows (CYGWIN) e
Linux
Windows (Java virtual
machine) e Linux
Repositórios de códigos Muitas fontes de códigos prontos Algumas fontes de códigos
prontos
Poucas fontes de códigos
prontos
Característica única Forte em sistemas lineares Linguagem OTCL
(desvantagem)
Sistemas reativos em ambiente
computacional distribuído
(“embebbed”)
- 35 -
Ele possui uma interface chamada Vergil em que se é possível montar o sistema
por meio de blocos adequando cada um dos parâmetros desse bloco de acordo com o
desejado. Cada bloco tem funções pré-definidas como de osciladores, filtros, geradores
de ruídos, etc.
Apesar de ser visualmente de fácil de manuseio, não existem muitos códigos
disponíveis para o Ptolemy na Internet. Isso dificultou o trabalho com esse software,
pois, como se precisava montar um enlace de todo um sistema de comunicação, a
escolha de cada parâmetro de cada bloco tornava-se uma tarefa demorada pois era
necessário procurar cada um desses parâmetros em referências de Comunicações
Digitais, Teoria de Informação e Sistemas de Comunicação. Como o foco do trabalho
não era desenvolver um software de cálculo de enlace, optou-se por procurar outra
forma de simulação. Esse foi o principal motivo por não ter se utilizado o Ptolemy nesse
trabalho.
4.2. NS2
O NS2 (Network Simulator 2) é um simulador de eventos discretos voltado para
pesquisas de redes de comunicação em geral. Por ser um programa para pesquisa de
redes, o NS2 é um software voltado para a simulação de protocolos como o TCP,
protocolos de roteamento, protocolos de multicast que rodam sobre redes com e sem fio
[14].
Pelo fato de ser um software de simulação de protocolos, ele não foi utilizado
por não ser de interesse desse trabalho no momento analisar protocolos de redes.
Entretanto, deseja-se que em trabalhos futuros, analise-se a influência desses diversos
protocolos na taxa de rejeição sistêmica. Por esse motivo, esse software poderá ser
bastante útil.
4.3. MATLAB E SIMULINK
O Matlab é um software amplamente difundido em todo o meio acadêmico.
Desenvolvido pela MathWorks, é talvez o software mais utilizado nas Engenharias. Ele
- 36 -
realiza análise numérica, cálculos com matrizes, processamento de sinais, construção de
gráficos em um ambiente de fácil uso de forma com que os problemas sejam expressos
como descritos matematicamente, ao contrário de uma programação convencional. Essa
facilidade é permitida pela linguagem própria do software que também pode ser
chamada de código M [15].
O Simulink pode ser entendido como uma extensão do Matlab em que é possível
utilizar o mesmo conceito de blocos utilizado pelo Ptolemy. Os sistemas são montados
no Simulink por meio da junção de diversos blocos onde cada um desses blocos tem
uma função e que nada mais são, do que códigos M embutidos. O Simulink é
extremamente utilizado em teoria de controle e de processamento de sinais para projeto
e simulação de multi-domínios.
O Matlab/Simulink permitem ainda a integração com códigos desenvolvidos em
outras linguagens de programação como o C, Java e Fortran. Além disso, existem
diversas bibliotecas e rotinas já desenvolvidas para o Matlab/Simulink disponíveis na
Internet. Essa possibilidade de integração com rotinas de outras linguagens aliadas com
um vasto repositório de códigos do Matlab permite ganhar velocidade na produção de
códigos e na modelagem de sistemas o que foi o fator fundamental da escolha do
Matlab para a produção de um ambiente para simular a taxa de rejeição sistêmica. A
seguir será apresentada a biblioteca CML, que foi utilizada nesse trabalho.
4.3.1. CML (Coded Modulation Library)
O CML (Coded Modulation Library) é uma biblioteca escrita para rodar em
MatLab, desenvolvida pela Iterative Solutions que tem como objetivo simular de forma
precisa e eficiente sistemas de comunicações modernos. Essa biblioteca não tem
nenhum custo, pois é um software livre (Open Source) que permite a sua modificação e
redistribuição de acordo com os termos da GNU Lesser General Public sendo esse um
dos principais motivos de sua escolha nessa dissertação [16] [17]. Além disso, como
está escrita em MatLab é possível uma integração com o Java e com softwares de
análise de antenas GRADMAX e WebPRAC.
Essa biblioteca permite a simulação de vários parâmetros sistêmicos como
Modulação, Codificação de Canal, modelos de propagação, entre outros. É possível
- 37 -
assim, montar os parâmetros de um enlace e simular o comportamento em relação a
diversas figuras de mérito como o BER (Bit Error Rate), a capacidade de canal, a
probabilidade de desvanecimento de blocos de bits, a capacidade de banda, entre outros.
Além de permitir montar um enlace com parâmetros previamente definidos pelo
usuário, essa biblioteca já possui previamente configurados, valores dos parâmetros de
padrões de sistemas de comunicação modernos como WiMAX, LTE, e o DVB o que
possível simular rapidamente o comportamento desses sistemas sem que seja necessário
consultar documentos de referências desses padrões para uma simulação concisa.
Como saída dessas simulações, o CML permite que sejam escolhidas diversas
figuras de mérito para que se use como comparação entre os resultados obtidos. Como
exemplo, pode-se comparar a taxa de BER (Bit Error Rate) por E
b
/N
0
de um sistema
WiMax com a mesma taxa de BER por
E
b
/N
0
em um sistema LTE. Além do BER,
outros valores de referência podem ser utilizados como figura de mérito.
- 38 -
5. SOFTWARES DE ANÁLISE E OTIMIZAÇÃO DE
ANTENAS
Nesse capítulo, pretende-se apresentar dois softwares de análise de antenas
convertidos pelo autor para a linguagem Java. Como mencionado no capítulo anterior, é
possível integrar o Java com outras linguagens de programação e com bibliotecas do
MatLab. Por meio de algoritmos inteligentes trabalhando em conjunto com os
parâmetros de entrada desses softwares, será possível realizar o projeto de antenas
levando em consideração a taxa de rejeição sistêmica. Esse é o motivo pelo qual esses
softwares estão listados nesse texto.
A seguir, será feita uma explanação das características de cada um desses
softwares.
5.1. WEBPRAC
O PRAC (Parabolic Reflector Analysis Code) é um software amigável para a
análise de antenas parabólicas que produz resultados com alta precisão. Ele já foi muito
utilizado no ensino de antenas, em pesquisas e também pela indústria atingindo
resultados notáveis, sendo comparável com softwares proprietários. Por ser um software
gratuito, ele pode ser utilizado e distribuído sem nenhum custo [3] [4].
O PRAC implementa a solução da integral de campo distante, descrita pela
equação (5-1), utilizando o método de Jacobi-Bessel [18].
EJr
rrad
-jkr
(, ) = -jk
e
4
() θφ η
πr
IRR e ds
jk R
s
(
$$
)
$
−•
′′
∫∫
(5-1)
O WebPRAC é uma evolução do PRAC. O código do PRAC foi primeiramente
escrito em Pascal e por esse motivo, só era possível ser executado em ambiente do
sistema operacional DOS. Desde o Windows Millenium Edition, o sistema DOS não é
mais utilizado dentro da família Microsoft. Quando há necessidade de utilizá-lo, é
criada uma instância de emulação do DOS e logo em seguida, executado o código do
- 39 -
PRAC. Essa emulação gera algumas incompatibilidades que dificultavam a utilização
do software. Além disso, reescrever o mesmo código para linguagens atuais permitem
que ele seja integrado com algoritmos inteligentes de forma a realizar projetos
dinâmicos de antenas utilizando como exemplo, a taxa de rejeição sistêmica como
parâmetro norteador do projeto.
Esses foram pontos motivadores para que o código do PRAC fosse reescrito na
linguagem Java aliada com a tecnologia dos Applets Java . Essa tecnologia, permite que
mini-aplicativos sejam executados diretamente na janela de um navegador qualquer,
como o Internet Explorer ou o Netscape e, por estar escrito em Java, o WebPRAC pode
ser executado em praticamente qualquer sistema operacional, desde que exista uma
máquina virtual Java instalada [3] [4] [19].
Para executar o WebPRAC não é necessário que se faça nenhuma instalação,
basta que o usuário acesse o endereço referenciado em [20]. Ao acessar esse endereço,
o usuário visualizará a imagem da Fig. 5.1. Para utilizar o WebPRAC, basta preencher
os parâmetros da antena e clicar em uma das duas opções existentes: “
Run and Plot” ou
Run Table”. A primeira opção realizará a análise da antena e mostrará o diagrama de
radiação da mesma. A segunda opção também realizará a análise da antena, entretanto,
retornará os valores dos pontos do gráfico traçado em
Run and Plot” permitindo que os
resultados obtidos sejam exportados para outros softwares.
Como pode-se verificar na Fig. 5.1, os parâmetros de entrada do software:
Frequency: freqüência em que a antena funcionará. Expressa em Ghz.
Dimension Unit: unidade em que os dados serão incluídos. Pode-se escolher
cm, m, polegadas ou pés.
D: o diâmetro da antena, expressa na unidade selecionada no item anterior.
H: a altura da antena em relação ao eixo S.
F/Dp Ratio: a razão entre o valor de F e o valor de Dp.
Phi: Ângulo de visualização
Inicial theta: Refere-se ao valor do primeiro ângulo que será feita a análise
do ganho.
- 40 -
Theta Increments: Refere-se ao incremento de ângulo em relação ao theta
inicial.
N. of theta values: Refere-se ao número de pontos que serão calculados.
Combinado com os valores de
Inicial Theta e Theta Increments, esse valor
definirá os ângulos thetas que serão calculados.
Feed Type: Refere-se a modelagem matemática do alimentador. Atualmente,
apenas o modelo
cos^q está implementado.
Feed Pointing Angle: Refere-se ao ângulo do alimentador em relação ao
plano
S. Ângulo ψ
f
.
Feed Taper: Refere-se ao valor em dB do modelo cos^q.
Feed Taper Angle: Refere-se ao valor do anglo, em graus do modelo cos^q.
Fig. 5.1 – Tela inicial do WebPRAC
Fig. 5.2 mostra os parâmetros geométricos do refletor parabólico offset. Cada
uma das variáveis dessa figura são descritos pela Tabela 5.1.
- 41 -
Fig. 5.2 – Parâmetros geométricos do refletor parabólico offset
Tabela 5.1 – Descrição dos parâmetros do refletor parabólico offset
D
Diâmetro da abertura circular projetada do refletor parabólico principal
H
distância de offset = distância do eixo de simetria ao canto inferior do refletor
D
p
Diâmetro da abertura circular projetada do parabolóide gerador
H
Offset do centro do refletor = Distância do eixo de simetria ao centro do refletor =
h
D
+
2
F
Distância focal
F/D
p
“F/D” do refletor gerador
ψ
f
Ângulo do pico do diagrama do alimentador em relação ao eixo de simetria; o
alimentador aponta diretamente para o ponto P
ψ
B
Valor de ψ
f
que corresponde a bissetriz do ângulo subentendido pelo refletor
ψ
C
Valor de ψ
f
quando o alimentador aponta para o ponto C do refletor, que
corresponde ao centro de abertura
ψ
S
Metade do ângulo subentendido pelo refletor quando visto do ponto focal
Ponto A
Ápice do refletor gerador
Ponto B
Ponto no refletor principal que corresponde a bissetriz do ângulo subentendido pelo
refletor quando visto do alimentador
Ponto C
Ponto no refletor principal que corresponde ao centro da abertura projetada
Ponto P
Ponto no refletor principal correspondente ao pico do diagrama do alimentador
Ponto F
Ponto Focal
- 42 -
A Fig. 5.3 mostra o gráfico que é traçado a partir dos valores padrão que são
carregados em conjunto com o WebPRAC. Eles são referentes a uma antena com 4 m
de diâmetro e que opera na freqüência de 11.25 Ghz.
Fig. 5.3 – Diagrama de radiação da antena padrão do WebPRAC
5.2. GRADMAX FOR WEB
O GRADMAX for Web é um software de análise e otimização de antenas de fio,
escrito primeiramente em 1991 para MS-DOS. Nas últimas décadas, antenas de fios
sempre estiveram relacionadas a sistemas de radiodifusão. Apesar de também terem
sido utilizadas para outras aplicações abaixo de 2 GHz como o GPS, apenas com o
advento da TV Digital esse tipo de antena começou a ser pesquisada novamente.
A possibilidade de se desenhar e otimizar conjuntos de antenas de fio requer
cálculos precisos. O método dos momentos é empregado para determinar de forma
concisa a impedância de entrada e a distribuição de corrente, já que são informações
naturalmente relevantes para o efeito de acoplamento mútuo [21][22][23]. A equação
(5-2) é a principal equação do sistema de equações diferenciais implementadas no
código onde k é uma constante de fase,
(
)
ps
)
indica a direção do p-ésimo elemento de
- 43 -
fio com tamanho axial s
p
,
q
i
)
é um vetor unitário que indica a direção o q-ésimo fio, R é a
distancia entre o p-ésimo e o q-ésimo fio e
φ
é o ângulo com referência ao q-ésimo fio
[2].
()
()
()
iqp
jkR
s
s
q
p
pp
pp
Ei
jw
dsd
R
e
i
ds
sdI
k
sIpsi
p
p
r
))
)
)
=
+
0
2
4
2
11
2
1
µ
π
φ
π
π
π
(5-2)
Da mesma forma que o WebPRAC, o GRADMAX for Web está escrito na
tecnologia de Applets Java e, para acessar o software, basta entrar no endereço abaixo
utilizando qualquer navegador de Internet como o Netscape, Opera ou Internet Explorer.
Ao acessar o endereço referenciado por [20] e clicar em “Wire Antennas”, o
usuário visualizará a imagem da Fig. 5.4. Na primeira tela é possível ter acesso a alguns
exemplos pré-definidos de antenas bem conhecidas, entre elas:
Dipolo;
Cardióide;
Yagi;
Monopolo com 6 fios;
V-Dipolo.
Com isso, o usuário pode escolher um dessas antenas pré-definidas e clicar no
botão “Load” para que os parâmetros sejam carregados e logo em seguida, pode-se
clicar em “Run” para que seja feita uma análise da antena e o seu diagrama de radiação
calculado e traçado. A Fig. 5.5 mostra o digrama de radiação nos planos xy e xz para
um dipolo com 45 cm de diâmetro. Outra opção é o botão “Segments” que mostra os
segmentos em qual o fio é dividido para o cálculo pelo método dos momentos.
- 44 -
Fig. 5.4 – Tela inicial do GRADMAX para Web
Fig. 5.5 – Diagrama de radiação de um dipolo
- 45 -
5.2.1. Incluindo uma nova antena no GRADMAX for Web
Caso o usuário deseje analisar outra antena que não seja uma das pré-definidas,
pode-se utilizar o botão “Reset” para limpar todos os parâmetros da antena. Logo em
seguida, o usuário deve preencher três abas:
Definitions;
Antenna Geometry;
Control.
Primeiramente o usuário deve preencher os campos da aba Definitions. São eles:
Title: O nome da antena. É um campo texto qualquer;
Number of wires: Número de fios dessa antena. Atualmente está
limitada 100 fios.
Number os loads: Número de cargas da antena.
Number of excitations: Número de excitações para a antena.
Frequency (Mhz): A freqüência de operação da antena, em Mhz.
Select for ground mode: Essa opção deve estar selecionada caso a
antenna esteja operando no modo terra.
Trunc graph: O valor em que o gráfico será truncado em relação ao
máximo da antena. Por padrão, está setado em 10 dB.
Logo em seguida, deve ser preenchida a aba Antenna Geometry com os
parâmetros referente a cada fio. Para modificar de fio, basta utilizar os botões de
navegação “Next wire” e “Previous wire”.
Para o preenchimento dessa aba, sugere-se que primeiro seja feito um desenho
como o da Fig. 5.6 para facilitar a visualização da antena e a inclusão das coordenadas e
informações dos fios corretamente. Essa figura mostra um exemplo de uma antena em
que 1, 2 e 3 são fios. As coordenadas x, y e z de cada ponto devem ser inseridos nos
campos X1, X2, Y1, Y2, Z1 e Z2. O valor de NS deve ser preenchido com o número de
segmentos do fio. Os valores de C1 e C2 definem os pontos de conexão e para o iésimo
- 46 -
(i) fio. Deve ser levado em conta que uma conexão existe apenas com um fio
anteriormente definido. Os valores para C1 e C2 valem:
0: quando não houver conexão;
-i: conexão ao plano terra;
k: se o ponto final do fio “i” estiver conectado com o fio “g” (E1 com E2
ou E2 com E1), onde k < i;
-k: se o ponto final do fio “i” estiver conectado com o fio “g” (E1 com
E1 ou E2 com E2), onde k < i. Conexões negativas geram problemas
quando for utilizada a opção de otimização.
Fio 1
o C1 = -1 (conexão do ponto E1 - plano terra);
o C2 = 0 (é nulo pois os fios 2 e 3 ainda não foram definidos).
Fio 2
o C1 = 1 e C2 = 0
Fio 3
C1 = 1 (ou -2) e C2 = 0
Fig. 5.6 – Exemplos de conexão dos fios da antena
- 47 -
5.2.2. Dicas e Erros comuns de utilização
Os diagramas de radiação são desenhados apenas nos planos xy e xz. O
usuário deve dispor as antenas de forma que pelo menos um dos
principais planos sejam traçados.
O plano terra deve ser o xy.
Todas as dimensões devem estar em metros.
Os pontos decimais são sempre fixados nos campos de entrada.
A opção “Segments” mostra as coordenadas geométricas associadas a
cada segmento. Essa função é importante para garantir a convergência da
parte imaginária da impedância nos casos em que o número de fios é
muito grande. Se o número de segmentos for mudado, o número do pulso
do(s) ponto(s) de alimentação tamm precisarão ser mudados.
Um número par de segmentos resulta em um número ímpar de pulsos, tal
que exista um pulso no centro do fio.
Os pontos de alimentação devem estar sempre localizados sobre um fio
ou em um local com uma conexão diferente de zero.
Um fio muito pequeno (ex: 2.5 Ghz) dividido em 50 ou mais segmentos
causará certamente problemas numéricos de overflow.
Para que se obtenha uma boa precisão, deve-se utilizar de 10 a 20
segmentos por λ e com raio R λ/100
5.2.3. Otimização
A opção de otimização disponível nesse programa implementa o método
modificado do Gradiente para encontrar geometrias em que o ganho seja maior [24].
Podem ser realizadas otimizações na forma de um fio (modelado como uma série de fios
direitos) quanto a otimização da distância entre os diferentes fios, restritos a uma matriz
de monopolos [25].
Para realizar a otimização, deve-se preencher as informações dos fios e clicar no
botão “Angle” caso desejar otimizar com relação ao ângulo, ou “Distance” caso desejar
realizar a otimização pela distância. A Fig. 5.7 mostra a tela que possui a aba com os
dois comandos.
- 48 -
Fig. 5.7 – Tela de Otimização no GRADMAX for Web
Após clicar em um dos dois botões, a otimização será realizada. A cada iteração
da otimização, aparecerá uma caixa como a da Fig. 5.8 com as informações de
voltagem, corrente, impedância, ganho antes da otimização e o ganho após essa
iteração. Essa caixa dá duas opção ao usuário: continuar ou interromper a otimização.
Caso a otimização seja interrompida, será traçado o diagrama de radiação da antena
otimizada até essa iteração. É possível continuar a otimização até que não se tenha mais
nenhum avanço após uma outra iteração. Nesse ponto, a otimização será finalizada e o
diagrama de radiação final será traçado. Além disso, os dados da nova geometria da
antena otimizada estará disponível na aba “Antenna Geometry”.
- 49 -
Fig. 5.8 – Caixa contendo opções de continuar ou interromper a otimização
5.2.4. Importar e Exportar Antenas
Por questões de segurança, a tecnologia de Java Applets não permite que se abra
ou grave arquivos na máquina do usuário. Essa característica dessa tecnologia gerou
uma dificuldade na manipulação dos dados do GRADMAX for Web já que a inclusão das
informações da antena pode se tornar bastante dispendiosa a medida que o número de
fios aumenta. Sendo assim, foi criado um recurso para permitir a exportação e
importação dos dados da antena digitados nas abas Definitions, Antenna Geometry e
Control.
A partir do momento que os dados de uma antena qualquer já estiverem sido
digitados no GRADMAX for Web, pode-se utilizar o botão “Export” da aba “Import and
Export” para exportar essas informações. Ao clicar nesse botão, aparecerá uma janela
parecida com a Fig. 5.9 que conterá as informações referentes a antena digitada. Essa
informação deve ser salva em algum arquivo texto para que seja posteriormente
utilizada. Os campos contendo as informações da antena estão separados por um ponto e
vírgula “;”.
Fig. 5.9 – String para armazenamento dos dados inclusos
- 50 -
Num outro momento, o usuário pode colar essa String no campo destinado a
esse fim e clicar no botão ao lado “Import”, mostrados na Fig. 5.10. Ao fazer isso, todas
as informações referentes a antena previamente digitada e exportada estarão disponíveis
para uso no GRADMAX for Web nas abas de origem.
Pode-se estudar a utilização de Cookies em conjunto com Applets Java para que
seja permitido salvar as informações dessas antenas nos arquivos temporários dos
browsers dos usuários em futuras versões do GRADMAX for Web. Isso melhorará a
usabilidade desse software.
Fig. 5.10 – Tela para inclusão de uma String anteriormente armazenada
- 51 -
6. SIMULAÇÕES
Primeiramente, foi realizado o teste de um cenário preparado no CML em
conjunto com o Matlab. Esse teste analisou o comportamento de duas modulações em
um canal AWGN comparado com os resultados obtidos em bibliografias. O objetivo é
analisar a confiabilidade da biblioteca.
Logo após, foi incluída a interferência de um sinal QPSK de forma a indicar a
influência na taxa de rejeição sistêmica pelos dois esquemas de modulação propostos. A
figura de mérito utilizada na comparação é o BER (bit error rate) e o enlace com a taxa
de rejeição sistêmica é ainda tópico de investigação.
6.1. AVALIAÇÃO DO 16-QAM NO CML
Para avaliação do 16-QAM em um canal AWGN, foram utilizados os
parâmetros do CML listados na Fig. 6.1. Esses parâmetros são o registro número “3” do
arquivo “uncodedscenarios.m” disponível pela biblioteca. Esses parâmetros na verdade
traduzem que será simulada a relação Eb/N variando de 0 a 20 dB, com modulação 16-
QAM, código de Gray sobre um canal AWGN.
record = 3;
sim_param(record).comment = 'Uncoded 16-QAM in AWGN w/ gray labeling';
sim_param(record).sim_type = 'uncoded';
sim_param(record).SNR = [0:0.5:20];
sim_param(record).SNR_type = 'Eb/No in dB';
sim_param(record).framesize = 100000;
sim_param(record).modulation = 'QAM';
sim_param(record).mod_order = 16;
sim_param(record).mapping = 'gray';
sim_param(record).channel = 'AWGN';
sim_param(record).bicm = 1;
sim_param(record).demod_type = 0;
sim_param(record).linetype = 'm:';
sim_param(record).legend = sim_param(record).comment;
sim_param(record).filename = strcat( data_directory, 'QAM16AWGN.mat');
sim_param(record).reset = 0;
sim_param(record).max_trials = 10000*ones( size(sim_param(record).SNR) );
sim_param(record).minBER = 1e-6;
sim_param(record).max_frame_errors = 220*ones( size(sim_param(record).SNR) );
sim_param(record).save_rate = 100;
Fig. 6.1 - Dados de entrada para simulação do CML – 16-QAM
- 52 -
6.2. AVALIAÇÃO DO 64-QAM NO CML
Da mesma forma realizada anteriormente, foi avaliado o comportamento do
64-QAM em um canal AWGN. Foram utilizados os parâmetros do CML listados na
Fig. 6.2. Esses parâmetros são o registro número “12” do arquivo “uncodedscenarios.m”
disponível na biblioteca. Esses parâmetros na verdade traduzem que será simulada a
relação Eb/N variando de 0 a 20 dB, com modulação 64-QAM, código de Gray sobre
um canal AWGN.
record = 12;
sim_param(record).comment = 'Uncoded 64-QAM in AWGN w/ gray labeling';
sim_param(record).sim_type = 'uncoded';
sim_param(record).SNR = [0:0.5:20];
sim_param(record).SNR_type = 'Eb/No in dB';
sim_param(record).framesize = 1e4;
sim_param(record).modulation = 'QAM';
sim_param(record).mod_order = 64;
sim_param(record).mapping = 'gray';
sim_param(record).channel = 'AWGN';
sim_param(record).bicm = 1;
sim_param(record).demod_type = 0;
sim_param(record).linetype = 'b:';
sim_param(record).legend = sim_param(record).comment;
sim_param(record).filename = strcat( data_directory, 'QAM64AWGN.mat');
sim_param(record).reset = 0;
sim_param(record).max_trials = 1e5*ones( size(sim_param(record).SNR) );
sim_param(record).minBER = 1e-5;
sim_param(record).max_frame_errors = 20*ones( size(sim_param(record).SNR) );
sim_param(record).save_rate = 100;
Fig. 6.2 - Dados de entrada para simulação do CML – 64-QAM
A Fig. 6.3 e a Tabela 6.1 mostram os resultados obtidos com essa simulação.
Nelas, é possível verificar a taxa de erro de símbolos para a modulação 16-QAM e para
a modulação 64-QAM. A Fig. 2.16 do capítulo 2, mostra essa mesma taxa de erro
calculada matematicamente de acordo com as equações propostas por [10]. Os valores
numéricos da Fig. 2.16 foram transcritos para a Tabela 6.1na coluna “Bibliografia”.
Para fins de comparação, considere uma taxa de erro de símbolos de 10
-4
.
Segundo os resultados mostrados na Fig. 2.16, tem-se para o 16-QAM uma E
b
/N de 13
dB e para o 64-QAM uma E
b
/N de 18 dB. Esses resultados são bem próximos dos
obtidos com o CML (Fig. 6.3). Sendo assim, considera-se essa biblioteca com bons
resultados em relação à bibliografia publicada para as simulações que serão realizadas.
- 53 -
Fig. 6.3 – Taxa de erros de símbolos do 16-QAM e 64-QAM calculados pelo CML
Tabela 6.1- Comparativo entre os resultados do CML e da Bibliografia
Eb/N Taxa de Erro 16-QAM Taxa de Erro 64-QAM
Calculado – CML Bibliografia Calculado - CML Bibliografia
8 dB 0.0366 0.5 - -
10 dB 0.007 0,7. 10
-2
- -
12 dB 0.0006 0,7. 10
-3
0.0578 5.10
-2
14 dB 1,0482.10
-5
2.10
-5
0.0130 1.10
-2
16 dB - - 0.0015 2.10
-3
18 dB - - 5. 10
-5
7. 10
-5
- 54 -
6.3. AVALIAÇÃO DA TAXA DE REJEIÇÃO SISTÊMICA PARA
DIVERSOS ESQUEMAS DE MODULAÇÃO
Para avaliação da taxa de rejeição sistêmica em esquemas de modulação
diferentes, considere um cenário no qual uma antena transmita com modulação QPSK.
Considere também que essa antena possua o seu lóbulo principal e que também possua
dois lóbulos laterais interferindo em dois outros enlaces, sendo um 16-QAM e outro 64-
QAM, como mostrado pela Fig. 6.4.
Fig. 6.4 – Ilustrativo com os enlaces propostos
Para realizar essa simulação, essa interferência foi introduzida no arquivo que
simula o canal de um sistema de comunicação, ou seja, o arquivo “cmlchannel.m”. Essa
interferência está mostrada pela Fig. 6.5 e foi gerada pela inclusão do código listado
pela Fig. 6.6 que gera a constelação QPSK. Essa interferência então é somada ao sinal
16-QAM e ao sinal 64-QAM recebido por uma determinada antena.
- 55 -
Fig. 6.5 – Constelação QPSK interferente
qpsk_data = round( rand( 1, code_param.data_bits_per_frame/8 ) );
qpsk_matrix = [(sqrt(2)/2)+j*(sqrt(2)/2) -(sqrt(2)/2)+j*(sqrt(2)/2) (sqrt(2)/2)-
j*(sqrt(2)/2) -(sqrt(2)/2)-j*(sqrt(2)/2)];
qpsk_s = Modulate( qpsk_data, qpsk_matrix);
qpsk_EbNo = 10.^(3/10);
qpsk_EsNo = qpsk_EbNo*(code_param.rate/4);
qpsk_variance = 1/(2*qpsk_EsNo);
qpsk_noise = sqrt(qpsk_variance)*( randn(1,code_param.symbols_per_frame/4) +
j*randn(1,code_param.symbols_per_frame/4) );
qpsk_a = ones(1,code_param.symbols_per_frame/4);
qpsk_interferency = qpsk_a.*qpsk_s + qpsk_noise;
qpsk_interferency = qpsk_interferency*0.05;
for m=0:2499
k=m*4;
qpsk_interferency2(k+1)=qpsk_interferency(m+1);
qpsk_interferency2(k+2)=qpsk_interferency(m+1);
qpsk_interferency2(k+3)=qpsk_interferency(m+1);
qpsk_interferency2(k+4)=qpsk_interferency(m+1);
end
(...)
r = a.*s + noise + qpsk_interferency2;
Fig. 6.6 - Código incluído para injeção de um sinal QPSK
As simulações são então realizadas e os resultados obtidos são as curvas de erro
de bit por Eb/No mostradas nas Fig. 6.7 e Fig. 6.8 (foi considerado como interferências
tanto o sinal QPSK como o ruído branco). Sem perda de generalidade, considere para
este exemplo que o BER aceitável é de 10
-3
.
- 56 -
Portanto, uma antena com lóbulos laterais simétricos que provoque uma
interferência aceitável nos 2 casos estaria aproximadamente 6,5 dB abaixo do limiar
necessário para garantir o BER no caso 16-QAM (menos sensível pois usa menos bits
por símbolo). Nesta linha de raciocínio, a antena poderia ser assimétrica possibilitando o
lóbulo lateral que interfere no enlace 16-QAM ser 6,5 dB superior ao anterior (isto
corresponde a mais de 4 vezes mais potência). A possibilidade de ajuste em um dos
lóbulos laterais baseado no esquema de modulação insere um grau adicional de
liberdade no projeto da antena, o que leva a novas técnicas de síntese e geometrias
melhor adaptadas aos cenários reais de uso.
Esse fato nos leva a crer que a modulação pode ser levada em consideração no
projeto dessas antenas e ainda, com esses resultados, supõe-se que outros parâmetros de
sistemas dos sistemas de comunicação como codificação de canal, codificação de fonte,
criptografia, multiplexação, múltiplo-acesso, entre outros, influenciarão em algum grau,
o projeto das antenas.
Fig. 6.7 – 16-QAM recebendo interferência de uma fonte QPSK e com ruído branco aditivo
gaussiano
- 57 -
Deseja-se então aliar o projeto de antenas com esses resultados. Por meio da
integração dos softwares de análise de antenas traduzidos para Java como o GRADMAX
for Web e o WebPRAC aliado a algoritmos inteligentes de redes neurais, algoritmos
genéticos [26] [27], ou outras técnicas, deseja-se projetar antenas dinamicamente.
Entretanto, como ainda não foi possível essa integração, essa tarefa fica sugerida como
trabalho futuro.
Fig. 6.8 – 64-QAM recebendo interferência de um lóbulo de uma transmissão QPSK e com ruído
branco aditivo gaussiano
- 58 -
7. CONCLUSÕES
Os resultados obtidos nesse trabalho permitiram deduzir que parâmetros
sistêmicos como a modulação têm influência na taxa de rejeição sistêmica. A diferença
de 6,5 dB entre os dois esquemas de modulação testados (16-QAM e 64-QAM) podem
ser traduzidos em um ganho maior na relação S/N se as antenas forem projetadas
levando em consideração esse parâmetro, o que se traduz em maiores taxas de
transmissão e melhor aproveitamento espectral.
O resultado obtido permite inferir que outros parâmetros sistêmicos como
protocolos, codificação de canal, codificação de fonte, e outros, também podem ter
influência nos resultados obtidos. A verificação da influência de cada um desses
parâmetros fica proposto como um trabalho futuro além da integração dos softwares
atualizados nesse trabalho (GRADMAX e WebPRAC) com bibliotecas de análise de
enlaces (CML) trabalhando aliados com algoritmos genéticos.
Com isso, as taxas de aproveitamento espectral conseguidas atualmente poderão
ser incrementadas com o refinamento de técnicas como a proposta por esse trabalho e
com isso, permitir melhorias nos sistemas de comunicação atuais como o WiMAX e o
LTE.
Do ponto de vista de pesquisa e ensino, o presente trabalho resultou na
publicação de um artigo em periódico internacional [3], uma publicação em congresso
internacional [4], e na implementação de dois programas computacionais (WebPRAC e
GRADMAX for Web). Recentemente, submeteu-se um segundo artigo para publicação
em periódico internacional [2].
- 59 -
8. REFERÊNCIAS
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Científica, 2005. Brasília-DF.
[2]
R. Rabelo, M. Terada, “Analysis and Optimization of Wire Antennas over the
Internet”. Artigo submetido para a IEEE Antennas and Propagation Magazine.
[3]
R. Rabelo, M. Terada and W. Stutzman, “Analysis of Reflector Antennas through the
World Wide Web”, IEEE Antennas and Propagation Magazine, v. 49, p. 113-116,
Apr. 2007.
[4]
R. Rabelo, M.Terada and W.Stutzman, “WebPRAC: A Reflector Antenna Analysis
Code for the Internet”, 2008. IEEE Antennas and Propagation Sysposium, 2008, San
Diego – California. Proceedings of the 2008 IEEE Antennas and Propagation
Symposium 2008. v.1, p. 1-4.
[5]
Stallings, William, “Wireless Communication and Networks”, Editora Pretince Hall,
Primeira Edição, 2001.
[6]
Couch, Leon W., “Digital and Analog Communication Systems”, Editora Pretince
Hall, Sexta Edição, 2001.
[7]
B.P.Lathi, “Modern Digital and Analog Communications Systems”, Oxford
University Press, Terceira Edição, 1998.
[8]
L. Harte, R. Kikta, R. Levine, “3G wireless demystified”, Editora McGraw-Hill
Professional, Primeira Edição, 2001.
[9]
OFDMA Resource - http://users.ece.utexas.edu/~iwong/OFDMAResAlloc.htm
acessado em 11/Jul/2009.
[10]
J.G.Proakis, M.Salehi, “Communications Systems Engineering”, Pretince Hall,
Segunda Edição, 2001.
[11]
HELD, Gilbert, “Comunicação de dados”, Tradução da Sexta Edição. Editora
Campos, 2000.
[12]
M. Terada, “Reflector Antennas”, Wiley Encyclopedia of Electrical and
Electronics Engineering, John Wiley & Sons, 1999.
[13]
Ptolemy Project Home Page - http://ptolemy.eecs.berkeley.edu/ acessado em
01/Fev/2009.
- 60 -
[14] The Network Simulator - http://www.isi.edu/nsnam/ns/ acessado em
01/Mar/2009.
[15]
The MathWorks – Matlab and Simulink for Technical Computing -
http://www.mathworks.com/
acessado em 20/Mar/2009.
[16]
Coded Modulation Library – http://www.iterativesolutions.com acessado em
01/Abr/2009.
[17]
Lesser GPL License - http://www.fsf.org/licensing/licenses/lgpl.html acessado
em 26/Abr/2009.
[18]
E.A.Paes, M.A.B.Terada, “Análise de refletores offset com polarização
circular”, Projeto Final de Graduação, Dezembro/1997 – Universidade de Brasília.
[19]
Java Technology - http://java.sun.com – acessado em 01/Julho/2009.
[20]
Antennas Codes - http://www.ene.unb.br/~terada/antennas - acessado em
01/Julho/2009.
[21]
E.K. Miller and G.J. Burke, “Personal Computer Applications in
Electromagnetics”, IEEE Antennas and Propagation Newsletter, Feb. 1983.
[22]
S.T. Li, J.W. Rockway, J.C. Logan and D.W.S. Tam, Microcomputer Tools for
Communications Engineering, Artech House, Dedham, MA, 1983.
[23]
W.L. Stutzman and G.A. Thiele, Antenna Theory and Design, John Wiley and
Sons, New York, 1981.
[24]
F.M. Landstorfer and R.R. Sacher, Optimization of Wire Antennas, John Wiley
and Sons, London, 1986.
[25]
M.A.B Terada, Otimização de Antenas de Fios através do Método do Gradiente
Modificado, 1991.
[26]
D. Correia, A.J.M. Soares, M.A.B. Terada, “Optimization of Gain, Impedance
and Bandwidth in Yagi-Uda Antennas Using Genetic Algorithm”, 1999 SBMO/IEEE
MTT-S, AP-S and LEOS International Microwave and Optoelectronics Conference,
Rio de Janeiro – RJ, August 9-12, 1999.
[27]
L.L.Recova, M.A.B. Terada, “Projeto de Antenas Alimentadoras Usando Redes
Neurais”, VIII Simpósio Brasileiro de Microondas e Optoeletrônica: SBMO98,
Joinville-SC, Julho de 1998.
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