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3.4.2 Modelo Japonês
Como definem Andrade e Rossetti (2006), no Japão verificam-se semelhanças com o modelo
alemão, daí justificar-se a expressão “modelo nipo-germânico” para se definir o padrão de
concentração societária. As semelhanças observadas referem-se à importância dos bancos na
estrutura de capital das empresas, exercendo papel de monitoramento e controle corporativo e
na consideração de múltiplos interesses nas tomadas de decisão.
As empresas japonesas têm estreitas relações com o sistema financeiro e, entre os bancos
financiadores, aquele que tem maior participação nos exigíveis de longo prazo e no capital
geralmente co-participa da gestão, mantendo relações de aconselhamento estratégico. Embora
os bancos possam ter até 40% do capital da sociedade, o limite por cada instituição financeira
é de 5%, o que permite que o banco líder monitore a gestão com reduzida participação
acionária.
Como pode ser observado na Tabela 1, os bancos, historicamente, são os titulares das ações
negociadas na Bolsa de Tóquio.
% em relação ao total investido
Anos Governo Bancos Companhias
seguradoras
Empresas
Japonesas
Investidores
Estrangeiros
Pessoas
Físicas
Total
1970 0,6 31,6 1,3 23,9 4,9 37,7 100,0
1980 0,4 38,2 1,5 26,2 5,8 27,9 100,0
1990 0,3 43,0 1,7 30,1 4,7 20,4 100,0
1991 0,3 42,8 1,5 29,0 6,0 20,3 100,0
1992 0,2 42,9 1,2 28,5 6,3 20,7 100,0
1993 0,3 42,3 1,3 28,3 7,7 20,0 100,0
1994 0,3 42,8 1,2 27,7 8,1 19,9 100,0
1995 0,3 41,1 1,4 27,2 10,5 19,5 100,0
1996 0,2 41,9 1,0 25,6 11,9 19,4 100,0
1997 0,2 42,1 0,7 24,6 13,4 19,0 100,0
1998 0,2 41,0 0,6 25,2 14,1 18,9 100,0
1999 0,1 36,5 0,8 26,0 18,6 18,0 100,0
2000 0,2 39,1 0,7 21,8 18,8 19,4 100,0
2001 0,2 39,4 0,7 21,8 18,3 19,7 100,0
2002 0,2 39,1 0,9 21,5 17,7 20,6 100,0
2003 0,2 34,5 1,2 21,8 21,8 20,5 100,0
2004 0,2 32,7 1,2 21,9 23,7 20,3 100,0
Fonte: Tokyo Securities Exchange. Série histórica em maio de 2005.
Tabela 1: Relação dos titulares das ações negociadas na Bolsa de Tóquio