metabólica. Foram excluídos os paciente com qualquer perda auditiva condutiva na orelha
em estudo ou história de cirurgia otológica prévia. Todos os pacientes foram submetidos a
avaliação audiológica com audiometria tonal, discriminação vocal, e a avaliação
metabólica com o Teste oral de tolerância à glicose, orientando os pacientes para
consumir durante os três dias prévios ao teste uma quantidade diária de 300 g de glicose;
durante o teste, foi fornecida uma dose de 100 g de glicose oral, prévia dosagem da
glicose em jejum, seguida de dosagem plasmática e urinaria de glicose nos intervalos de
0,5, 1, 2, 3, 4 e 5 horas. Nos resultados, encontraram 7 diabéticos, 5 com tolerância à
glicose comprometida, 9 com moderada intolerância à glicose não diagnosticada e valores
relativamente normais de glicose em 53%. O limiar auditivo dos diabéticos foi o pior,
assim como o acometimento nas freqüências agudas, que foi maior neste grupo. Os
autores concluíram que o este padrão de perda auditiva pode ser um indicador ou sinal
para detecção precoce de diabetes, porém que merece mais estudos para confirmar esta
afirmação.
FOWLER (1999) publicou uma revisão de literatura sobre perda auditiva e
Diabetes, relatando que a patogênese da neuropatia diabética não está bem estabelecida,
porém poderiam estar envolvidos fatores metabólicos como acúmulo de sorbitol e frutose
no tecido neural, anomalias vasculares ou outros mecanismos. Na literatura otológica,
relata-se que Diabetes está associado a perda auditiva sensorioneural, alcançando uma
incidência de até 93%. Muitos trabalhos têm estudado este assunto e apresentam dados
conflitantes. Segundo Fowler, uma explicação para isto é que estes trabalhos são
pequenos e pouco controlados, com falhas na seleção dos controles, sendo vital que os
controles sejam escolhidos da mesma população que deu origem aos casos.
As alterações no Sistema Nervoso Central são mais freqüentes em pacientes com
neuropatia periférica, porém os potenciais evocados podem encontrar-se anormais em
pacientes sem neuropatia periférica (COMI, 1997). É possível encontrar alterações nos
potenciais evocados em fases precoces da evolução do diabetes (CELIK et al., 1996;
DOLU et al., 2003; SEIDL, 1996; UZUN et al., 2006).
Os dados atuais sugerem que estas alterações no Sistema Nervoso Central estão
mais relacionadas com a duração do diabetes e nível de hipoglicemia que com o nível de
hiperglicemia ou controle metabólico (SEIDL et al., 1996; DOLU et al., 2003).
A presença de alterações cocleares no paciente diabético não tem uma relação
direta com outras alterações clínicas do tipo retinopatia, nefropatia e neuropatia periférica.
Estudos demonstram que o acometimento auditivo no paciente diabético aparece de